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Os vários grupos constituintes da frase (GN, GV, GP…) estabelecem entre si diferentes
tipos de relações gramaticais, pelo que desempenham funções sintáticas especificas.
VOCATIVO – é uma função sintática que identifica o interlocutor e que ocorre frequentemente
nas frases imperativas, exclamativas e interrogativas.
Exemplos:
O vocativo tem uma posição variável na frase, mas aparece sempre isolado pela
pontuação, sobretudo pela vírgula.
MODIFICADOR DA FRASE
Características:
NOTA: O modificador de frase não faz parte do predicado e exprime uma atitude, uma
apreciação em relação ao que se diz, aparece sempre isolado por pontuação.
COMPLEMENTO DIRETO – É exigido pelo verbo; responde às questões quem? ou O quê?. Pode
ser substituído pelo pronome pessoal o, a, os, as (no, na, nos, nas, lo, la, los, las).
Exemplo:
Exemplo:
COMPLEMENTO OBLÍQUO
Características:
Exemplo:
A Ana pensa (nas férias)
* A Ana pensa.
Não pode ser substituído pelo pronome pessoal “lhe” / “lhes”(ao contrário do
complemento indireto)
Exemplo:
* A Ana pensa-lhe.
* A Rita vai-lhe.
COMPLEMENTO AGENTE DA PASSIVA
Exemplo:
Esse livro foi escrito por Sophia de Mello Breyner.
(frase ativa correspondente: Sophia de Mello Breyner escreveu esse livro)
PREDICATIVO DO SUJEITO
Função sintática desempenhada pelo constituinte que ocorre em frases com verbos
copulativos, que predica algo acerca do sujeito.
Exemplo:
O João é [professor de Matemática]
Os alunos estão [muito interessados]
A Joana ficou [na escola]
NOTA: Os verbos copulativos mais frequentes são: ser, estar, permanecer, ficar, continuar,
tornar-se, revelar-se
Exemplo:
O público considerou a banda excelente.
Características:
Não é selecionado (exigido) pelo verbo. Pode, pois, ser eliminado da frase sem que
isso afete a gramaticalidade da frase.
Exemplo:
A Ana telefonou à professora (ontem)
NOTA: O Modificador do Grupo Verbal pode ter o valor de tempo, modo, lugar, causa ou fim
relativamente á ação expressa no grupo verbal.
MODIFICADOR DO NOME
Exemplo:
Ele comeu maçã assada.
Ele comprou uma faca de cozinha.
O meu primo que vive nos açores (oração subordinada adjetiva relativa restritiva)
casou.
Aquela casa nova foi assaltada.
Exemplo;
José Silva, presidente do clube, apresentou a sua demissão.
José Saramago, um autor consagrado, é lido nas escolas.
A neve, que é anormal nesta época, provocou acidentes.
1. Orações coordenadas
Exemplo:
O rapaz olhou-a, e ela olhou-o a ele.
Exemplo:
Este, como sabe, é engenheiro naval, mas agora está em Lisboa em
inatividade.
Exemplo:
Exemplo:
Sei o milagre da vida, por isso a morte me humilha.
Exemplo:
Ela atrasou-se, porque dormiu demais.
2. Orações subordinadas
Exemplo:
Eu bem sei que tu não voltas.
Exemplo:
Quem lá dominasse, dominava toda a vila.
Exemplo:
Quem ama verdadeiramente, não escreve cartas que parecem requerimentos
de advogado.
Oração subordinada adjetiva relativa explicativa – oração que apresenta
informação adicional sobre o antecedente. A sua omissão não altera o sentido
da oração subordinante, uma vez que o antecedente já se encontra
suficientemente definido.
Exemplo:
Os preços exploravam obviamente o turista, o que não surpreendeu.
Exemplo:
Fui aprovado, porque estudei.
Exemplo:
Contando, que te esforces, tu terás um futuro brilhante.
Exemplo:
António era mais esforçado que o irmão.
Exemplo:
Todos se retiraram, apesar de não terem terminado o teste.
Oração subordinada adverbial consecutiva – funciona como um adjunto da
adverbial da consequência. É iniciada pela conjunção subordinativa
consecutiva que.
Principais conjunções: (tão) … que, (tanto) … que, (tamanho) … que.
Exemplo:
Ele fala tão alto, que não precisa de microfone.
Exemplo:
Fico triste, sempre que vou a casa do João.
Exemplo:
Ele não precisa de microfone, para que todos o ouçam.
3. Oração subordinante
a) Do latim ao galego-português
A expansão dos romanos pela Europa foi também linguística. A língua latina foi,
gradualmente, substituindo as línguas locais de forma a facilitar a comunicação. Mas, no
português, restam ainda vestígios de algumas dessas línguas locais e das línguas de outros
povos invasores.
• Latim vulgar: latim falado pelos soldados e pelos comerciantes romanos que foi
sendo adotado nas várias regiões conquistadas (por oposição ao latim literário).
• Substrato: língua indígena que desaparece devido ao contacto com uma língua
invasora, mas da qual permanecem vestígios linguísticos. Ex.: substratos celtas, iberos, gregos,
fenícios, bascos
• Superstrato: língua de invasores que desaparece devido ao contacto com uma língua
indígena, mas da qual permanecem vestígios linguísticos. Ex.: superstratos germânicos, árabes
• Línguas românicas: família de línguas provenientes do latim (português, galego, castelhano,
catalão, provençal, francês, italiano, corso, romeno, sardo, rético).
Desde o português falado no século XII até ao que hoje falamos, a língua passou por
várias fases:
• português clássico: português europeu falado entre os séculos XVI e XVIII. Ex.:
português usado n’Os Lusíadas, de Luís de Camões
a) Étimo
O étimo de uma dada palavra é a sua ascendente na língua de origem (em geral, o
latim, no caso do português). Por exemplo, LIBRUM é o vocábulo do latim que está na origem
(é o étimo) de «livro». Por seu lado, a etimologia é o estudo da origem e da evolução das
palavras. Devido ao facto de várias línguas terem contribuído para o léxico do português, além
de palavras com étimo latino, encontramos na nossa língua palavras cujos étimos são
vocábulos:
• etc.
Há étimos que podem originar diretamente uma nova palavra numa outra língua,
como sucede com al-gazâra (árabe) > algazarra. Por outro lado, uma palavra pode entrar
indiretamente numa nova língua: a transmissão é indireta quando se opera através de uma
língua intermediária: um termo grego pode ter chegado ao português por via do latim: kúklos
(gr.) > CYCLU(s) (lat.) > ciclo.
Exemplo:
Por seu lado, as palavras divergentes são aquelas que, apesar de diferenciadas, têm na
origem um mesmo étimo, sujeito a diferentes percursos e evoluções.
Exemplo: olho
chão OCULU
PLANU óculo
plano
AS VARIEDADES DO PORTUGUÊS
a. Variedade europeia
• os dialetos setentrionais (do Norte), que são falados sensivelmente nas regiões de Trás-
os-Montes, Minho, Douro e Beira Alta e têm como uma das características reconhecíveis não
fazer a distinção entre /b/ e /v/;
• o não fechamento das vogais em posição átona: «maré» e «comer» pronunciam- -se com
[a] e [o]/[ɔ];
• a realização como [w] (semivogal) de ‹l› em fim de sílaba ou de palavra: «Brasiu», por
«Brasil», ou «pauco», por «palco»;
• a palatalização das consoantes correspondentes a ‹t› e ‹d› quando estão antes de ‹i›,
tónico ou átono, ou de ‹e› pós-tónico final: as palavras «mentia», «pedia» e «pote»
pronunciam-se «mentchia», «pedjia» e «potchi»; Noutros domínios linguísticos encontramos
fenómenos como: • a prevalência da forma de tratamento «você»;
c. Variedades africanas
As variedades africanas são faladas nos países africanos que foram até 1975 colónias de
Portugal e que, posteriormente, adotaram o português como a sua língua oficial: Angola,
Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Temos, no entanto, de ter em
conta que estas são variedades em formação.
Arcaísmos e neologismos
ARCAÍSMOS
Os arcaísmos são palavras ou expressões que deixaram de ser usadas numa dada fase da
evolução de uma língua. É a comunidade linguística a entidade responsável por considerar
esses termos antiquados. As palavras «asinha» (depressa), «coita» (sofrimento), «ca»
(porque), «aguçoso» (diligente), «fiacre» (tipo de carruagem) são hoje sentidas como
arcaísmos porque deixaram de ser usadas pelos falantes. Mas os arcaísmos não são apenas
formas lexicais. Além de palavras, há construções sintáticas que deixaram de ser usadas numa
dada época e que já estão obsoletas (ultrapassadas). Dois exemplos de arcaísmos sintáticos
são «Nenhum não veio.» e «Este é o melhor prato que nunca comi.» (mas a expressão «que
jamais comi» ainda é hoje usada). Nas duas primeiras estrofes do soneto «Língua Mater
Dolorosa», de Natália Correia, encontramos arcaísmos que a poetisa usa deliberadamente:
leda (v. 2), joalhada (coberta de joias) (v. 4), sôbolos (v. 6):
NEOLOGISMOS
Outros exemplos:
Extensão Semântica – processo através do qual uma palavra existente adquire um novo
significado.