Ao analisarmos uma frase, logo procuramos identificar o sentido para poder
compreendê-la. Por trás dessa compreensão, há elementos que se relacionam para compor a estrutura dessa frase e dar sentido a ela. Esse é o papel da sintaxe. Na sintaxe há frases, orações e períodos. Frases: são conjuntos de palavras com sentido, e não precisam necessariamente ter verbo, por exemplo: Boa noite. Orações: são frases que tem verbo, e o sentido geral está ligado ao verbo, por exemplo: Estudamos o dia inteiro. Se tirarmos o “estudamos” da frase, o restante fica sem sentido. Ou seja, toda oração é uma frase, mas nem toda frase é oração. Período: existem dois tipos: - Simples: com uma oração, ou seja, só um verbo; - Composto: com mais de uma oração, ou seja, mais de um verbo.
A partir dessa relação, chegamos na análise sintática, que consiste em separar
ou dividir a frase para que a compreensão seja mais clara. As funções Sintáticas fazem parte dessa separação e nelas podemos encontrar: Sujeito – é quem realiza ou sofre a ação da frase. O sujeito pode ser: Oculto: o sujeito está oculto, mas compreende-se que ele está presente. Exemplo: Ri muito da piada. Simples: quando só há um sujeito na frase. Exemplo: Ele trabalha à noite. Composto: quando há mais de um sujeito na frase. Exemplo: Eu e ele fomos à livraria. Predicado – é a parte da oração que está relacionada ao sujeito. Pode ser: Verbal: um verbo de ação: Exemplo: Nós corremos hoje. Nominal: é o verbo de ligação Exemplo: Tiago é muito estudioso. Verbo-nominal: possui dois núcleos (o verbo e mais um). Exemplo: Alice acordou descabelada. Objeto direto – elemento conectado ao verbo que não necessita de complemento para a compreensão. Exemplo: Eu comprei canetas. Objeto indireto - elemento conectado ao verbo que necessita de preposição para a compreensão. Exemplo: Minha vizinha tem aulas de piano. Predicativo do sujeito – é o complemento do sujeito, pode ser um adjetivo e ter preposição. Exemplo: Marcos é estudante/Marcos é de Curitiba. Predicativo do objeto – atribui alguma qualificação ao objeto da frase. Exemplo: Guilherme viu sua tia desmaiada. Agente da passiva – é o elemento que mostra quem exerceu a função do verbo. Exemplo: A professora foi acompanhada por alunos. Na voz ativa, a frase ficaria: Os alunos acompanharam a professora. Adjunto adverbial – na oração, esse termo pode ter a função de modo, tempo, lugar, etc. Exemplo: Hoje vai chover. Aposto – é um elemento que explica um outro termo da oração. Pode trocar de lugar com o termo anterior. Costuma ter pontuação para se separar dos outros termos da oração. Exemplo: Sócrates, o filósofo grego, tem grandes influências. Vocativo – se refere a quem conversamos e são acompanhados por alguma pontuação. Exemplo: Boa noite, meu amor! Complemento nominal – esse elemento complementa o núcleo de um substantivo abstrato, e pede preposição. Exemplo: A alegria entre nós é recíproca. Adjunto adnominal – são elementos que estão relacionados ao núcleo do sujeito. Exemplos: As aves coloridas voaram na floresta. Sintagmas Os sintagmas se formam a partir da natureza morfológica dos núcleos. O motivo é a variedade de elementos das palavras e como elas são modificadas, complementadas quantificadas, especificadas e determinadas. Sintagma Nominal - pode ser substantivo, pronome ou palavra substantivada. O Sintagma Nominal pode aparecer em diferentes valores, posições e funções, como a de sujeito: Exemplo: O homem não trabalhava mais. Ele também pode aparecer ao lado de um aposto e dentro de outros sintagmas (função de complemento nominal). Sintagma Verbal – o núcleo da frase é o verbo, e tem a função sintática de predicado. O Sintagma verbal pode ou não precisar de algum elemento para complementar o seu sentido (modificadores de intensidade, por exemplo), isso se chama transitividade e acontece nos verbos transitivos. Na transitividade verbal podem ter (ou não) funções sintáticas dentro do sintagma verbal, e são chamadas de Termos Integrantes: objeto direto, objeto indireto, complemento adverbial, complemento adverbial relativo. Por ter a função sintática de ser predicado, o verbo pode ser: de ligação: é nominal e o núcleo caracteriza o predicativo do sujeito de significação: é verbal e o núcleo é o verbo. Nesse caso, podem aparecer complementos. Exemplo 1: José ama frutas. José – (Sintagma Nominal) função de sujeito ama frutas – (Sintagma Verbal) função de predicado frutas – (Sintagma Nominal) função de objeto direto Exemplo 2: José gosta de frutas. José – (Sintagma Nominal) função de sujeito gosta de frutas – (Sintagma Verbal) função de predicado de frutas – (Sintagma Preposicional) função de objeto indireto. Exemplo 3: Pedro não trabalha no hospital Pedro – (Sintagma Nominal) função de sujeito não trabalha no hospital – (Sintagma Verbal) função de predicado não – (Sintagma Adverbial) no hospital – (Sintagma preposicional) função de complemento adverbial/adjunto adverbial (o “no” complementa o verbo “trabalhar”). Exemplo 4: A atividade na altura colocava Jonas em situações bem perigosas. A atividade na altura – (Sintagma Nominal) função de sujeito. na altura – (Sintagma Preposicional) função de complemento nominal colocava Jonas em situações bem perigosas – (Sintagma Verbal) função de predicado verbal Jonas – (Sintagma Nominal) função de objeto direto em situações bem perigosas – (Sintagma Nominal) função de complemento adverbial relativo situações bem perigosas – (Sintagma Nominal) bem perigosas – (Sintagma Adjetival) bem – (Sintagma Adverbial) está modificando o adjetivo Quando o complemento do verbo é um suposto adjunto adverbial ou objeto direto, o termo é complemento adverbial relativo. O adjunto adverbial não assume o lugar de um termo necessário ao sentido do verbo, por isso é denominado complemento adverbial relativo. Termos Acessórios - estão ligados a coordenação e subordinação, que ocorrem nos períodos simples e compostos. Exemplo: O garoto loiro comeu pizza de queijo. “O” é um artigo e “loiro” é um adjetivo, ambos subordinados ao “garoto”, assim como o “queijo” está subordinado ao substantivo “pizza”. Esses termos subordinados não compõem o sentido da palavra relacionada, por isso são termos acessórios, pois podem modificar, quantificar, especificar ou determinar o termo regente. São adjuntos porque modificam o substantivo. Os adjetivos (formam sintagma), pronomes adjetivos, numerais, artigos e sintagma preposicional com valor de adjetival ou no lugar de um adjetival podem ocupar a função de adjunto adnominal. Exemplo: O garoto loiro comeu pizza de queijo na padaria. “de queijo” - Sintagma Preposicional está no lugar de um adjetival. “Na padaria” – Sintagma Preposicionado que indica lugar (valor adverbial). Esse sintagma não complementa o sentido do verbo, por isso é adjunto (altera o verbo pois está dando a ideia de local). Essa característica pode ser concedida ao sintagma adverbial e ao sintagma preposicional com valor adverbial. O aposto se refere ao termo anterior, então também pode especificar e resumir quando está em coordenação com o sujeito da frase. O vocativo não é classificado como termo integrante ou acessório porque não faz parte dessas denominações. Ele se refere a quem estamos nos dirigindo.
Sintagma Adverbial - o núcleo é o advérbio e tem base nominal e pronominal.
Pode ser ampliado por advérbios de modo e intensidade e ter complemento. Exemplo: Ela anda muito devagar. O advérbio de intensidade “muito” intensifica o advérbio de modo “devagar”. O Sintagma Adverbial pode ter a função de complemento adverbial, complemento adverbial relativo e adjunto adnominal. Exemplo 1: Mariana jogou o lixo lá. Mariana – (Sintagma Nominal) sujeito jogou o lixo lá. – (Sintagma Verbal) - Predicado Verbal o lixo – (Sintagma Nominal) – Objeto Direto lá. – (Sintagma Adverbial) - Complemento Adverbial Relativo ou adjunto adverbial. Jogar – verbo que requer um elemento de natureza nominal na função de objeto direto e outro adverbial pois indica lugar. É relativo pois só aparece quando têm objeto direto nas orações. Exemplo 2: José veio aqui. José – (Sintagma Nominal) sujeito veio aqui. – (Sintagma Verbal) - Predicado Verbal aqui. – (Sintagma Adverbial) Complemento adverbial ou adjunto adverbial. Vir – requer um elemento de natureza adverbial, pois indica lugar na função de complemento adverbial (não altera o verbo). Quando estão na função sintática de adjunto adnominal, os Sintagmas Adverbiais podem aparecer em qualquer sintagma verbal, isso ocorre porque eles podem atribuir mudanças ao verbo. Exemplo: Mariana não colocou o lixo lá hoje. Mariana – (Sintagma Nominal) sujeito não colocou o lixo lá hoje. – (Sintagma Verbal) - Predicado Verbal o lixo – (Sintagma Nominal) – Objeto Direto lá – (Sintagma Adverbial) Complemento adverbial relativo hoje. – (Sintagma Adverbial) Adjunto adverbial não – (Sintagma Adverbial) Adjunto adverbial Sintagma Preposicionado/Preposicional – é um sintagma composto por preposição (em, com, de, para, sem, entre, por, após, pelo, desde ante, até, contra, perante etc.), e pode se relacionar a outro termo da oração. Exemplo: Descansamos após correr. Através da preposição, ele pode transformar um Sintagma Nominal em Adjetival ou Adverbial, e também pode ordenar uma função sintática de complemento verbal/nominal. Exemplo: Pela noite, só tomo chá. O Sintagma nominal “a noite” por modificado pela função de advérbio de tempo “por” e virou “pela”. Sintagma Adjetival – o núcleo é o adjetivo, e pode sofrer modificações como advérbios de modo e intensidade e ter complementos. Exemplos: Lucas é inteligente. Lucas é muito inteligente. Dentro de um sintagma adjetival pode-se localizar um complemento nominal. Além disso, ele pode assumir a função de Predicativo do Objeto e Predicativo do Sujeito. Exemplo: Tadeu é forte. Tadeu – (Sintagma Nominal – Sujeito) é forte – (Sintagma Verbal – Predicado Nominal) forte – (Sintagma Adjetival – Predicativo do Sujeito). Exemplo 1: João, feliz, viu o filme. João - (Sintagma Nominal – Sujeito) ,feliz, viu o filme. (Sintagma Verbal – Predicado Verbo Nominal) feliz – (Sintagma adjetival) ligado ao sujeito o filme. - (Sintagma Nominal – Objeto Direto) o – (Adjunto Adnominal). Exemplo 2: Fernando viu sua amiga, surpresa. Fernando – (Sintagma Nominal – Sujeito) sua amiga - (Sintagma Nominal – Objeto Direto) surpresa. – (Sintagma Adjetival - Predicativo do Objeto) ligado ao objeto.