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Sinais de pontuação e

sinais auxiliares
AULA 4
Preliminares

 Os sinais de pontuação são o ponto, a vírgula, os dois pontos, o ponto


e vírgula, o travessão, o ponto de interrogação, o ponto de
exclamação e as reticências. Esses sinais usados para marcar as
pausas, para delimitar alguns elementos frásicos, para marcar certos
aspectos da entoação, etc.
 Os sinais auxiliares de escrita são as aspas, os parênteses (curvos e
rectos), a barra oblíqua, o asterisco e a chaveta. Trata-se de sinais
que se utilizam, sobretudo, para separar ou destacar determinados
elementos da frase ou do texto.
PONTO (.)

 É utilizado para indicar o fim de uma frase ou de uma sequência de frases


ligadas entre si (período).
Ex.: Ao lado dele, outro menino dormia noutro berço.
 Pode marcar a transição de um grupo para outro grupo de ideia de ideias.
Nesse caso abre-se um novo parágrafo (através da mudança de linha). O ponto
utilizado para marcar a divisão designa-se ponto parágrafo.
Escrevo na madrugada as últimas palavras deste livro: e tenho o coração
tranquilo, sei que a alegria se reconstrói e continua.
Acordam pouco a pouco os construtores terrenos, gente que desperta no
rumor das casas, forças surgindo da terra inesgotável, crianças que passam ao ar
livre gargalhando. Como um rio lento e irrevogável, a humanidade está na rua.
(Carlos de Oliveira)
VÍRGULA (,)
É utilizada para:

 Separar elementos de uma enumeração:


Ex.: Tinha oiro e prata, pedras nunca vistas, safiras, topázios, rubis, ametistas.
(Gedeão).
 Isolar elementos repetidos:
Ex.: Tinha tudo, tudo sem peso nem conta (Gedeão).
 Delimitar o vocativo:
Ex.: “porque choras, Mulher?” – docemente a repreendo. (José Régio)
 Marcar a deslocação dos constituintes frásicos, quando estes não se
encontram na ordem mais comum:
Ex.: Deixem-no lá, deixem-no lá, o papagaio! (Sebastião da Gama)
Vírgula (cont.)

 Delimitar alguns modificadores:


Ex.: Era uma vez um rei, moço e valente,
senhor de um reino abundante em
cidades e searas, que partira a batalhar
por terras distantes […] (Eça de Queirós)
 Separar as orações:
Ex.: A avó não sabia mergulhar, mas deixava o neto mergulhar sozinho. Quando
saía com o neto, a avó tinha a sensação de entrar para dentro de
fotografias, tiradas nos mesmos lugares, muitos anos antes. (Teolinda).
Vírgula (cont.)

 Delimitar palavras não ou sim, em início de oração.


Ex.: Sim, fazemo-nos boa companhia […] (José Régio).
 Na datação de um texto, a separar o local da data.
Ex.: Luanda, 17 de março de 2014.
Obs.: não se usa a vírgula entre o sujeito e o predicado, o verbo e os seus
complementos e o verbo e o predicativo do sujeito.
Ex.: Sou barco de vela e remo/ sou vagabundo do mar./ Não tenho escala
marcada/ nem hora para chegar […] (Manuel da Fonseca).
Nestes versos não se usa vírgula:
- Entre o verbo [sou] e o predicativo do sujeito [barco de vela e remo];
- Entre o verbo [tenho] e o complemento directo [escala marcada].
Dois pontos (:)
utilizam-se dois pontos para:

 Introduzir uma enumeração:


Ex.: Podereis roubar-me tudo: as ideias, as palavras, as imagens […]
 Introduzir uma explicação, um esclarecimento, uma síntese ou uma consequência do que se
disse anteriormente:
Ex.: Recolhi a lágrima com todo o cuidado num tubo de ensaio bem esterilizado. Olhei-a de
um lado, do outro e de frente: tinha um ar de gota muito transparente.
 Introduzir o discurso directo:
Ex.: A filha, moça esbelta e aperaltada,
Lhe diz co’a doce voz que o ar serena:
- Sumiu-se-lhe um colchão, é forte pena […].
 Introduzir uma citação;
Ex.: No poema “Mar Português”, o sujeito poético afirma: “Tudo vale a pena/ Se a alma não é
pequena”
Ponto e vírgula (;)
O ponto e vírgula usa-se para:

 Separar orações coordenadas longas (principalmente quando estas já têm


elementos separados por vírgulas);
Ex.: Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo. (José Régio).
 Separar elementos de uma enumeração apresentados em tópicos.
Ex.: Florbela Espanca escreveu os seguintes livros de poemas:
- livro de Mágoas;
- Livro se Soror Saudade;
- Charneca em Flor;
- Reliquiae.
Travessão (-)
Utiliza-se para:

 Delimitar o discurso directo:


Ex: Todavia o Ramos, ferido de espora, atacou de cabeça baixa:
- Que autoridade tem você para falar? Quem lhe encomendou o sermão?
- Homem – clamava o Silvestre, de mão pacífica no ar. – Calma aí, se faz
favor. Falei por falar.
 Demarcar um segmento, enfatizando-o:
Ex.: Um pouco mais de sol – eu era brasa,
Um pouco mais de azul – eu era além. (Mário de Sá-Carneiro).
 Isolar informações complementares.
Ex.: Que a morna brisa aquece, De balas traspassado – Duas, de lado a lado -, Jaz
morto, e arrefece. (Fernando Pessoal).
Ponto de interrogação (?)

 O ponto de interrogação é utilizado para indicar o fim de


uma frase de tipo interrogativo.

Ex.: O que significa o rio, / a pedra, os lábios da terra/ que


murmuram, de manhã,/ o acordar da respiração? (Nuno)
Ponto de exclamação (!)
É utilizado:

 Para indicar o fim de uma frase de tipo exclamativo:


Ex.: Não, não vou por aí!
 Para indicar o fim de uma frase do tipo imperativo:
Ex.: Ninguém me peça definições!
 Depois de uma interjeição.
Ex.: Oh! Quem tanto pudesse que fartasse.
este meu duro génio de vinganças!
Reticências (…)

 As reticencias são utilizadas para marcar a hesitação, a dúvida, a


reflexão.
Ex. Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui … além
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente … (Florbela Espanca).
SINAIS AUXILIARES DE ESCRITA
ASPAS (“” ou «»):
 Existem as aspas baixas e as altas.
 Colocam-se no princípio e no fim de uma fala, transcrição ou citação;
do título de uma obra, publicação, artigo, filme, etc. de uma palavra
ou expressão para a destacar.
Ex.: “E tudo o vento levou” é um clássico do cinema americano.
Muitas histórias infantis començam por “Era uma vez …”
«Quem vem lá?»
«Sou eu, não te assustes.»
SINAIS AUXILIARES DE ESCRITA
Parêntesis ( )

 Empregam-se para intercalar na frase uma explicação, uma reflexão


ou um comentário à margem da ideia principal.
Ex.: O centro histórico do Porto (fico sempre maravilhado com a beleza
da zona ribeirinha!) é, desde 1996, património mundial.
Exercícios práticos

1. Leia com atenção os três textos e faça a sua pontuação, recorrendo aos sinais listados antes de
cada um: , ; : . “”
O curso para fins específicos Conceitos de Gestão visa ajudar os
participantes a desenvolverem as suas capacidades em língua portuguesa de
acordo com as suas necessidades profissionais Os objectivos principais são
revisão e consolidação das estruturas linguísticas enriquecimento
quantitativo e seletivo do vocabulário na área específica em questão em
questão treino intensivo de capacidade criativa de expressão
2. Coloque no trecho abaixo a seguinte pontuação: . ? ! - …

Então Luís sempre vens connosco perguntou o João


Bem que eu gostaria mas respondeu o Luís
Ah É verdade Tens exame amanhã disse o João
PONTUAÇÃO

Ver a resolução do exercício


Exercício 1

O curso para fins específicos “Conceitos de Gestão” visa ajudar os


participantes a desenvolverem as suas capacidades em língua
, .
portuguesa de acordo com as necessidades profissionais Os objectivos
principais são : ;
revisão e consolidação das estruturas linguísticas
enriquecimento quantitativo e seletivo do vocabulário, na área
específica em questão ; treino intensivo de capacidade criativa de
expressão.
Exercício 2.

- Então, Luís, sempre vens connosco? – perguntou o João.


- Bem que eu gostaria, mas … - respondeu o Luís.
- Ah! É verdade! Tens exame amanhã - disse o João. – Que pena!

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