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PONTUAÇÃO (REGRAS)

Curso: Enfermagem
Disciplina: Linguagem e Interpretação de Texto
Profª. Drª. Jaqueline de Carvalho Valverde Batista
E-mail: jaqueline.valverde@uniterp.com.br
VÍRGULA

Leia a seguinte frase:

O armário da cozinha/ recebeu/ uma pintura nova.


Sujeito verbo complemento

 Observe que não se pode usar a vírgula para separar o


sujeito do verbo ou os complementos direto e indireto de
que dependem.
Usa-se a vírgula:
a) Para separar orações:
Pare, olhe, siga.
Pare, olhe e siga.

b) Para separar orações ligadas pela conjunção e, cujos


sujeitos sejam diferentes:
João foi ao Japão, e Maria foi à Itália.

c) Para distinguir as informações explicativas das ideias


restritivas:
O rapaz, que vinha na motocicleta, parou defronte da
loja.
d) Para separar orações intercaladas:
Creio, afirmou Antônio, que este é um caso perdido.

e) Para separar elementos da mesma função sintática:


Comprou pratos, copos, taças e talheres.
nomes que compõem o complemento do verbo
(objeto direto)

f) Para assinalar a supressão do verbo:


Maria era rica; José, pobre.

g) Para separar adjuntos adverbiais antecipados:


Naquele momento, todo o pelotão se pôs em fuga.
h) Para separar as orações adverbiais:
Quando o senhor saiu, ela chegou.

i) Para separar o vocativo:


João, nosso irmão marcou um gol.

j) Para separar o aposto:


João, nosso irmão, marcou um gol.

k) Para separar, nas datas, a localidade:


Rio de Janeiro, 18 de dezembro de 2000.
O PONTO
O ponto assinala a pausa máxima da voz depois de
um grupo fônico de final descendente. Emprega-se, pois,
fundamentalmente, para indicar o término de uma oração
declarativa, seja ela absoluta, seja a derradeira de um
período composto. Também, o ponto é usado para
abreviações.
Exemplos: “A terra parece anestesiada. Raras
estrelas começam a apontar no firmamento, mais
adivinhadas do que propriamente visíveis. Sinto um langor
de corpo e espírito. Decerto é a tardinha que me contagia
com sua doce febre”. (É. Veríssimo, A, III, 932).

Abreviações: Sr.; Sra.; V. S.ª (Vossa Senhoria); dr.


(doutor).
PONTO E VÍRGULA
Como o nome indica, este sinal serve de intermediário
entre o ponto e a vírgula, podendo aproximar-se ora mais
daquele, ora mais desta, segundo os valores pausais
melódicos que representa no texto. No primeiro caso,
equivale a uma espécie de ponto reduzido; no segundo,
assemelha-se a uma vírgula alongada.

O ponto e vírgula pode ser usado para separar num


período as orações da mesma natureza que tenham uma
certa extensão:

Ex.: “Não sabe mostrar-se magoada; é toda perdão e


carinho”. (Machado de Assis,
OC, I, 1051).
Também, serve para separar partes d um período,
das quais uma pelo menos esteja subdividida por vírgula:

Ex.: “Chamo-me Inácio; ele, Benedito”. (Machado de


Assis, OC, II, 680).

Ainda, serve para separar os diversos itens de


enunciados enumerativos (em leis, decretos, portarias,
regulamentos, etc.
OS DOIS PONTOS

Os dois pontos servem para marcar, na escrita,


uma sensível suspensão da voz na melodia de uma frase
não concluída. Empregam-se, pois, para anunciar:

a) Uma citação (geralmente depois de verbo ou


expressão que signifique dizer, responder, perguntar e
sinônimos):

Ex.: “Como ele nada dissesse, o pai perguntou:


– Queres ou não queres ir?”. (É. Veríssimo, A, III, 675)
b) uma enumeração explicativa:
Ex.: “À sua volta, tudo lhe parece chorar: as árvores, o
capim, os insetos”. (Ó. Ribas,
EMT, 104).

c) um esclarecimento, uma síntese ou uma


consequência do que foi enunciado:

Ex.: “– A razão é clara: achava a sua conversação


menos insossa que a dos outros homens”. (Machado
de Assis, OC, II, 495).
O PONTO DE INTERROGAÇÃO

É o sinal que se usa no fim de qualquer


interrogação direta, ainda que a pergunta não exija
resposta:
Ex.: “– Então a coisa sai mesmo?
– Se sai? Já saiu! Não viu os jornais?”. (É.
Veríssimo, A, I, 253).
O PONTO DE EXCLAMAÇÃO

É o sinal que se pospõe a qualquer enunciado de


entoação exclamativa.

Ex.: “– Credo em cruz!, gemeu Raimundo,


assombrado”. (G. Ramos, AOH, 147)
AS RETICÊNCIAS
As reticências marcam uma interrupção da frase e,
consequentemente, a suspensão da sua melodia.
Empregam-se, sobretudo, para:
a) Indicar que o narrador ou a personagem interrompe
uma ideia que começou a exprimir, e passa a
considerações acessórias:

Ex.: “Quanto ao seu pai... Às vezes penso... Asseguro-lhe


que é verdade. Penso que ela se esqueceu de tudo. Que
teve uma crise de amnésia e perdeu determinados
acontecimentos.” (M. J. de Carvalho, TM, 121).
b) Marcar suspensões provocadas por hesitação,
surpresa, dúvida ou timidez de quem fala:

“– Eu... eu... queria... um agasalho – respondeu soluçando


a miserável”. (Graça Aranha, OC, 164)
AS ASPAS

Empregam-se, principalmente, no início e no fim de


uma citação para distingui-la do resto do contexto:

Ex.: “Definiu César toda a figura da ambição


quando disse aquelas palavras: ‘Antes o primeiro na
aldeia do que o segundo em Roma’.” (F. Pessoa, LD,
100).
OS PARÊNTESES

Empregam-se para intercalar num texto qualquer


indicação acessória. Seja, por exemplo:
a) Uma explicação dada:

Ex.: “É lá (no café) que se encontra a estalajadeira”. (J.


Cardoso Pires, D, 51)

b) uma reflexão, um comentário à margem do que se


afirma:
Ex.: “Mais uma vez (tinha consciência disso) decidia o
seu destino”. (A. Alcântara Machado, NP, 151)
OS COLCHETES

Os colchetes são uma variedade de parênteses,


mas de uso restrito. Empregam-se:
a) Quando, numa transcrição de texto alheio, o autor
intercala observações próprias, como nesta nota de
Sousa da Silveira a um passo de Casimiro de Abreu:

“Entenda-se, pois: ‘Obrigado! obrigado [pelo teu canto


em que] tu respondes [ à minha pergunta sobre o porvir
(versos 11-12) e me acenas para o futuro (versos 14 e
85), embora o que eu percebo no horizonte me pareça
apenas uma nuvem (verso 15)]”. (C. de Abreu, O, 374).
b) Quando se deseja incluir, numa referência
bibliográfica, indicação que não conste da obra
citada, como neste exemplo:

“Dom Casmurro. Por Machado de Assis, da


Academia Brasileira. H. Garnier, Livreiro-Editor – 71,
Rua Moreira César, 71, Rio de Janeiro – 6, rue des
Saints-Peres, 6 – Paris [1899]”.
OS TRAVESSÕES
Empregam-se para:
a) Indicar, nos diálogos, a mudança de
interlocutor:

Ex.: “– Ele não quer responder.


– Mas por quê?
– Diz que não está autorizado...”. (É. Veríssimo, A, II,
434)

b) isolar, num contexto, palavras ou frases. Neste


caso, em que desempenha função análoga à dos
parênteses, usa-se geralmente o travessão duplo:
“– Acho – e retomou o discurso – que já assustamos
demais o nosso jovem amigo”. (J. de Sena, G-C, 179)
REFERÊNCIAS

CUNHA, C.; CINTRA, L. F. L. Nova gramática do


português contemporâneo. 5. ed. Rio de Janeiro:
Lexikon, 2008.

PASQUALE & ULISSES. Gramática da Língua


Portuguesa. 2. ed. São Paulo: Scipione, 2007.

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