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PORTUGUÊS

1. EMPREGO DAS CLASSES I (CONJUNÇÕES – AULA 01):


Coordenativas – termos independentes. Ex.: Acordei e saí.
Subordinativas – dependentes. Ex.: Acordei quando (conjunção subordinativa
temporal) o cachorro latiu.

Locução conjuntiva = expressão (mais de uma palavra) que equivale a uma


conjunção (uma palavra)
COORDENATIVAS: serão sindéticas quando tiverem conector e assindética quando
não tiver.
a) Conjunções Coordenativas Aditivas: e, nem (negativa), bem como/
correlações (aditivo em par) – não só...como também/ mas também/ mas ainda
(correlações aditivas enfáticas), não só...senão; tanto...quanto.

Obs.: Cuidado com o “senão”, neste caso ele somente funciona como aditivo
porque vem junto do “não só”.

Obs.2: O “e” também pode dar a ideia de sequência cronológica, mas não exclui o
caráter de aditivo, como em “acordei e saí”.

Obs.3: “Tampouco” – é advérbio, mas pode ser conjunção aditiva quando possuir o
sentido de “nem”.

b) Conjunções Coordenativas Adversativas: Não necessariamente é só oposição,


pode ser de compensação, quebra de expectativa, retificação. São elas: não obstante,
senão, porém, mas, contudo, “e” (substituído por mas), todavia, ainda assim.

Obs.: O “mas” é a única adversativa que não admite ser deslocada. Ex.: Estudo
muito; não aprendo, contudo.

c) Conjunções Coordenativas Alternativas: ou, senão, ou...ou, quer...quer, ora...ora,


seja...seja, já...já.
Ou – pode ter sentido de exclusão, alternância ou inclusivo (no último caso o verbo
vem no plural ao contrário do primeiro. Ex.: Estude ou vá para festa, não dá para ter
tudo – exclusão; Quando eu chegar no aeroporto, meu pai ou minha mãe vão me
buscar).

Senão – quando substituído por “ou” ou caso contrário.

d) Conjunções Coordenativas Explicativas: faz uma afirmação categórica (verbo no


imperativo normalmente) e explica depois o que foi dito. Que, porque, pois (início
da oração), porquanto.
e) Conjunções Coordenativas Conclusivas: logo, portanto, então, por isso, assim, por
conseguinte, destarte, pois (quando vem deslocado entre vírgulas).

SUBORDINATIVAS:
a) Conjunção Subordinativa Integrante: ela é vazia de sentido – apenas indica que a
oração dependente complementa o sentido da principal – só servirá de conectivo –
ela irá introduzir uma oração substantiva (aquela que pode ser trocada por isto – tem
função clássica de um substantivo – sujeito, objeto, complemento nominal, aposto
ou predicativo). São elas: “que” e “se”.

Obs.: ter/haver + que/de + verbo no infinitivo = que ou de será uma preposição


acidental e não uma conjunção integrante. Ex.: Eu hei de passar; Tenho que
estudar.

Orações Subordinadas Adverbiais: trazem uma relação de circunstância, assim como


o advérbio – função sintática de adjunto adverbial.

b) Conjunções Subordinativas Adverbiais Condicionais: expressa condição,


hipótese – Geralmente traz o verbo com sentido de hipótese e no modo subjuntivo.
São elas: desde que, se, caso, quando (trocada por “se”), salvo se, a menos que, a
não ser que (negativa), sem que (negativa), contanto que.

c) Conjunções Subordinativas Adverbiais Conformativas: como, conforme,


consoante, segundo, de acordo com.

Atenção! Conforme, consoante e segundo quando não introduzem orações, são


meras preposições acidentais. Ex.: Segundo o livro, isso nunca aconteceu.

d) Conjunções Subordinativas Adverbiais Finais: para que, a fim (não é afim) de


que, de modo que, de sorte que, porque (quando substituído por para que), que, para.

e) Conjunções Subordinativas Adverbiais Proporcionais: à medida que, à


proporção que, ao passo que; quanto mais/menos...mais/menos.

Obs.: Na medida que – é causal e não proporcional.


Á medida em que – não existe.

f) Conjunções Subordinativas Adverbiais Temporais: traz uma noção de tempo do


fato da oração principal. São elas: quando (pontual), enquanto (simultaneidade),
desde que (marco inicial), sempre que, toda vez que, assim que, logo que, mal
(substituído por “assim que”).
Obs.: “Quando” ao ser substituído por “já que” será causa e não tempo.

g) Conjunções Subordinativas Adverbiais Comparativas: como, assim como, tal


qual, tal como, mais que, menos, tanto quanto (correlações aditivas enfáticas).

Obs.: Normalmente nessas orações, o verbo da oração dependente vem implícito.


Ex.: Corria como um touro (corre) / Ele estuda tanto quanto seu tio médico (estuda).

h) Conjunções Subordinativas Adverbiais Causais: é um evento que faz a principal


ocorrer. São elas: porque, que, como (substituído por “porque”), pois que, já que,
uma vez que, visto que, na medida que, porquanto, se (substituído por “já que”).

Obs.: É possível trocar a conjunção por preposição equivalente. Ex.: Não fiz a
questão porque não sabia a matéria = por (preposição com valor de causa) não saber
a matéria.

Obs.2: Atente-se para a oração que a conjunção inicia e, assim, será possível
identificar a causa.

Obs.3: “Quando” ao ser substituído por “já que” será causa e não tempo

i) Conjunções Subordinativas Adverbiais Consecutivas: de forma que, de modo


que, de sorte que, de maneira que, sem que (com sentido de “que”), que (ligada a tal,
tão, cada, tanto, tamanho – pode estar implícito. Ex.: A menina era (tão) linda, que
dava medo de olhar nos olhos).
RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO: nem sempre virá explícito por um conectivo.
- O chão está molhado porque choveu (Causa);
- Choveu tanto que o chão está molhado (Consequência);
- Choveu, porque o chão está molhado (Explicação) – Perceba que o chão estar molhado
não causa chuva, o que se busca é justificar como você sabe que choveu. Além disso, a
separação entre as orações por vírgula já indica orações coordenativas.

j) Conjunções Subordinativas Adverbiais Concessivas: ela traz uma situação que


pode ser que impeça um acontecimento, mas no final não impede (quebra de
expectativa). São elas: embora, mesmo que, ainda que, apesar de que, conquanto,
por mais que, posto que (tem sentido de “embora” e não de causa), se bem que, não
obstante, malgrado.

Obs.: As conjunções concessivas levam o verbo para o modo subjuntivo – fosse,


estivesse, reclame, etc. Além disso, a troca da conjunção pode requerer adaptação do
verbo.
CONCESSIVA X ADVERSATIVA:
- Matou (parte fraca), mas em legítima defesa (parte forte). – Adversativa
(Coordenativa);
- Matou (parte forte), embora em legítima defesa (parte fraca) – Concessiva
(Subordinativa).

CONJUNÇÕES COM MAIS DE UM SENTIDO:


● “E”
- Aditivo: Estuda e trabalha;
- Conclusivo: Ele correu todos os dias e perdeu o peso que queria;
- Adversativo: Ele estuda muito, (vírgula não obrigatória, mas recomendada) e não
aprende.

● “COMO”
- Comparativo: Trabalho como um burro;
- Conformativo: Agi como a Constituição determina;
- Causal: Como choveu, a rua ficou alagada.

● “QUE”
- Explicativo: Não saia, que estava chovendo;
- Causal: Velho que estava, vivia doente;
- Consecutivo: Estava tão velho, que vivia doente.

● “PORQUE”
- Explicativo: Não saia, porque está chovendo;
- Causal: Vivia doente, porque estava muito velho;
- Final: Reze porque (para que) ele não morra.

Obs.: Porquanto = porque;


Conquanto = embora.

● “POIS”
- Conclusivo: Corri todos os dias; perdi, pois, muito peso;
- Explicativo: Não reclame, pois isso atrai negatividade;
- Causal: A rua ficou alagada, pois choveu muito.

● “SENÃO”
- Alternativo: Saia, senão (ou) chamo a polícia;
- Adversativo: Ele não estava triste, senão (mas) concentrado;
- Aditivo: Era o favorito não só da sala, senão (mas também) de toda a escola.

● “QUANDO”
- Temporal: Estava sozinha quando ele chegou;
- Condicional: Daremos desconto, mas só quando (se – a ideia é de hipótese) os
clientes pagarem à vista.

● “DESDE QUE”
- Temporal: Desde que (marco inicial) virei professor, tenho aprendido muito;
- Condicional: Deixarei você ir, desde que (se) lave meu carro.

● “NÃO OBSTANTE”
- Adversativo: Estudou muito, não obstante foi reprovado;
- Concessivo: Não obstante tentasse, não conseguia emagrecer.

● “SEM QUE”
- Modo: Entrou sem que fosse convidado;
- Concessão: Sem que estudasse, foi aprovado;
- Condição: Sem que estude, será reprovado.

2. CLASSES DE PALAVRAS: é a aglutinação de palavras com o mesmo


comportamento, que são 10 e podem ser variáveis (substantivo, adjetivo, artigo,
numeral, pronome, verbo) e invariáveis. (Advérbio, preposição, conjunção,
interjenção).
Obs.: Palavras denotativas – que não têm uma classe própria – ver mais detalhado
depois.

2.1. SUBSTANTIVO: nome das coisas – varia em gênero, número e grau.


⮚ Identificação e Sintaxe dos Substantivos:
- Papel sintático do substantivo: ser núcleo da função – todos os demais irão se
relacionar com o nome/substantivo. Os demais termos periféricos que circulam em
volta do substantivo são chamados de determinantes (artigo, numeral, adjetivo e
pronome).

⮚ Classificação dos Substantivos:


- Simples X Composto:
Simples: uma única palavra;
Composto: tem mais de um radical;

- Primitivos X Derivados:
Primitivos: são aqueles que não tem derivação e assim não possui afixos
(sufixos e prefixos). Como pé, cabeça, etc.
Derivados: que possuem ou sufixos ou prefixos. Ex.: Corredor, dançarina, etc.

- Comum X Próprio:
Comum: designa uma espécie ou um ser qualquer representativo de uma
espécie. Ex.: Mulher;
Próprio: designa um indivíduo específico da espécie. Ex.: Maria.

- Concreto X Abstrato:
Concreto: ser que existe por si só (existência autônoma), seja ele material,
espiritual, real ou imaginário.
Abstrato: designa ação, estado, sentimento, qualidade, conceito (QUAASE) –
não existe sozinho. Ex.: Beijo, Doença, etc.
- Coletivos: designa uma pluralidade de seres da mesma espécie. Ex.: Cardume,
rebanho.

⮚ Substantivos: Concreto ou Abstrato? Irá depender do contexto, mas isso irá


influenciar no estudo da morfologia.
Ex.: A invenção do avião foi revolucionária (neste caso, “invenção” é abstrata,
consequentemente, “do avião” é passivo e por isso complemento nominal);
A invenção do cientista foi exibida no festival (aqui, “invenção” já é concreto,
assim, “do cientista” é agente e, consequentemente, adjunto adnominal).

⮚ Nominalização: como o substantivo é formado.


- Uso de sufixos;
- Derivação regressiva – diminui a palavra. Ex.: Cantar – canto (substantivo abstrato
derivado de verbo);
- Uso de determinante (pronome, numerais, artigos e adjetivos). Ex.: O belo (artigo
– substantivo) não é belo (adjetivo) para sempre; O cão tinha aquele (pronome)
olhar culpado;
- Formas nominais do verbo. Ex.: Fazer é melhor do que não fazer; Existe um livro
ensinando (que ensina) isso.

Obs.: O verbo no modo nominal é aquele que não está flexionado. Ex.: formar –
formação.

⮚ Flexão do Substantivo: o que faz uma classe ser variável ou não é ela ir ao plural,
ter feminino, etc.
Ex.:
Couve-flor (subst. + subst.) – varia – couves-flores;
Quarta-feira (num. + subst.) – varia – quartas-feiras;
Baixo-relevo (adj. + subst.) – baixos-relevos;
Beija-flor (verbo + subst.) – beija-flores;
Alto-falante (advérbio + adj) – alto-falantes;
Ave-Maria (Interjeição + subst.) – ave-marias;

OBS.: VERBO: não vai flexionar nesses casos de formação de compostos, ele só
vai variar na função de verbo.

- Regra específica: quando o segundo substantivo delimita o primeiro por questão


de finalidade/semelhança/tipo, então, poderá só variar o primeiro (mas pode aplicar
a regra geral também que os dois variam – mas deve ser dada preferência à
específica). Ex.: Peixes-espada (semelhança com espada); pombos-correio
(finalidade).

- Substantivo + Preposição + Substantivo: só o primeiro elemento varia.


Ex.: Pés de moleque; mulas sem cabeça, etc.
- Mal-estar: vira mal-estares – sofre uma espécie de susbtantivação.

OBS.: Guarda-chuva X Guarda-noturno: o primeiro caso é verbo (ação de


guardar), então será guarda-chuvas. Já no segundo caso o guarda é substantivo, já
que é a própria pessoa, então ficará guardas-noturnos.

OBS.2: Bota-fora: verbo + advérbio – não varia.

- Substantivos Uniformes X Biformes:


- Uniformes Sobrecomuns: uma palavra única irá servir para os dois gêneros.
Ex.: A criança, a testemunha, o cônjuge, etc.
- Uniformes comuns de dois gêneros: também utilizará uma única palavra para
definir ambos os gêneros, mas os diferenciará com uso do artigo. Ex.: O chefe, A
chefe, etc.
- Uniformes Epicenos: são os animais que só têm uma forma para designar
ambos os sexos. Ex.: A cobra, o jacaré – variação – cobra macho, jacaré fêmea.

⮚ Grau do substantivo: ideia de tamanho/intensificação. O que importa aqui é a


questão de valorar sua opinião.
Ex.: Minha casinha é humilde, mas aconchegante (valor afetivo);
Não trabalho tanto para dar dinheiro àquele padreco (depreciação);
O sabichão aí se enganou de novo (ironia);
Kiko não se misture com essa gentalha (depreciação).

- Flexão do diminuitivo: para o plural basta cortar o “s” e acrescentar o “zinhos”.


Ex.: Coraçãozinho – Coraçõezinhos; florzinha – florezinhas.
Obs.: Pá X Paz: Pazinha – pazinhas; Pazinha – pazezinhas.
Obs.2: É igualmente certo falar colherzinha ou colherinha, florzinha ou florinha e
pastorzinho ou Pastorinho.

2.2. ADJETIVOS: qualidade ou defeito atribuída pessoalmente, modo de ser,


aspecto, condição, origem, finalidade, matéria, etc. Ele irá modificar o substantivo
(sempre ligado a um substantivo), ou seja, é um determinante.
- O adjetivo também pode ser substantivado – O céu azul, vira O azul do céu.
⮚ Classificação dos adjetivos:
- Simples X Composto:
- Simples: formado por um único radical;
- Composto: formado por mais de um. Ex.: estilo lítero-musical.
- Primitivo X Derivado:
- Primitivo: forma original, não derivado. Ex.: bom;
- Derivado: forma derivado por afixos. Ex.: bondoso.
- Explicativo X Restritivo:
- Explicativo: inerente ao ser humanos. Ex.: homem mortal;
- Restritivo: que não é própria do ser. Ex.: homem valente.
- Gentílico X Pátrio:
- Gentílico: relativo a povos e raças. Ex.: Israelita;
- Pátrio: relativo a cidades, estados, países e continentes. Ex.: Israelense.

⮚ Flexão dos adjetivos: em regra, nos adjetivos compostos, irá flexionar sobre o
segundo termo da composição, enquanto o primeiro ficará na forma reduzida. Ex.:
afro-brasileiros, econômico-financeiras.
ATENÇÃO! – Se houver substantivo na composição, o adjetivo inteiro fica
invariável. Ex.: cinza-escuro, vermelho-sangue.
- Palavras invariáveis sempre: azul-marinho, azul-celeste, furta-cor, ultravioleta, sem-
sal, sem-terra, verde-musgo, cor-de-rosa, zero-quilômetro.
Obs.: Substantivos que determinam o anterior não variam: várias festas surpresa;
vários ataques relâmpago, etc.

⮚ Valor objetivo (fato) X Valor subjetivo (opinativo):


Ex.: Comprei um carro preto/ comprei um carro bonito – os adjetivos opinativos
podem perfeitamente serem retirados sem prejuízo gramatical.

⮚ Adjetivo de relação (fato): fala que indica lugar, tempo, origem, etc. Ex.: Nota
mensal (relativo ao mês – tempo); Casa paterna (onde habitam os pais – lugar);
Vinho português, etc.
Propriedades:
- Não variam em grau;
- Vem posposto ao substantivo – não aceitam deslocamento;
- Deriva de substantivo. Ex.: Mensal deriva de mês.
- Dá precisão ao substantivo, restringindo seu significado.

⮚ Sintaxe: ser um adjetivo X ter papel de um adjetivo – quando modificar o


substantivo.
Ex.: Minhas mãos (pronome possessivo adjetivo) estão limpas, lave as suas
(pronome possessivo substantivo).

Obs.: Todos os determinantes terão valor de adjetivo – adjunto adnominal.

Obs.: Adjunto adnominal X Predicativo do Sujeito: Será adjunto quando


demonstrar que é uma característica sempre ligada àquele substantivo, já o
predicativo está mais ligado a uma questão de Estado. Ex.: A menina bonita
(adjunto adnominal) saiu; A menina saiu bonita (predicativo do sujeito).
Preste atenção que adjunto adnominal não significa que é a palavra do
lado, tem que ser realizada a análise acima.

⮚ Ordem da Sintagma Nominal: quando você muda ordem de substantivo e adjetivo


(ordem nominal – natural) vários efeitos podem ocorrer:
a) Não muda o sentido, nem a classe: o bom cão X o cão bom;
b) Muda o sentido, mas não a classe: o candidato pobre X o pobre candidato;
c) Muda a classe e necessariamente o sentido: alemão comunista X comunista
alemão – no primeiro caso, por exemplo, irá se contrapor com alemão marxista,
já no segundo com comunista brasileiro – o foco no segundo será a procedência.

Obs.: Na dúvida, se considera o primeiro termo como substantivo e o segundo como


adjetivo.
⮚ Locuções Adjetivas: pode ser trocada normalmente por um adjetivo equivalente –
amor de irmão – amor fraternal e normalmente são adjetivos compostos por
preposição+substantivo.

Existem, no entanto, adjetivos que não terão locuções correspondentes e vice-


versa, seja porque não é utilizado, seja porque é impotente na língua. Ex.: cachorro de
raça, menina sem potencial, música do pianista.
Também existem casos que parece locução adjetiva (= adjunto adnominal),
mas não o é. Ex.: tenho medo de cobra (complemento nominal – valor substantivo que
complementa o sentido de um substantivo abstrato derivado de uma ação);
construção do muro (complemento nominal) – você verifica isso primeiro vendo se é
possível substituir por um adjetivo ou ainda verificando se há relação de
posse/pertinência.

⮚ Grau dos adjetivos: tem ideia muito forte de opinião.


a) Comparativo:
- Com relação de inferioridade ou superioridade: sou mais/ menos ágil (do –
facultativa ou expletiva) que você.
- Com relação de igualdade: sou tão ágil quanto você.

b) Superlativo relativo: é quando adota um parâmetro.


- Inferioridade: Fui a menos estudiosa da classe
- Superioridade: Senna foi o mais habilidoso do Brasil.

c) Superlativo absoluto: não se compara com outro ser. Pode ser com sufixo
(sintético – belíssima) ou de forma mais longa (analítico – muito bela).
Formas regulares:
- Terminado em o ou a – íssimo. Ex.: belíssimo;
- Terminado em el – b. Ex.: Amabilíssimo;
- Terminado em z – c. Ex.: Felicíssimo;
- Terminado em m – n. Ex.: Comuníssimo;

Formas irregulares:
- Bom – ótimo;
- Ruim – péssimo;
- Magro – macérrimo.
- Amargo – amaríssimo;
- Doce – dulcíssimo;
- Antigo – antiquíssimo.

- Mais pequeno/ mais grande está sempre errado? Não, como exemplo, João é
mais grande do que forte.

- Mais bem preparado ou melhor preparado? O correto é mais bem preparado,


mas uma visão mais moderna aceita os dois (melhor considerar que só a primeira
está correta).

- Outros recursos de superlativação:


- Repetição – Ela é linda, linda, linda;
- Uso de afixo intensificador – Ela é ultraexigente; ele é rapidinho;
- Comparação breve – João é feio como um cão;
- Expressão fixa – podre de rico, de mão cheia, etc.
- Utilização do artigo de notoriedade. Ele é o cara.

2.3. ADVÉRBIO: classe invariável, que irá modificar primariamente um verbo


(circunstância), bem como adjetivo (intensificador), outro advérbio
(intensificador) ou uma oração inteira (julgamento).

- Pode ser advérbio, locução adverbial, ou oração adverbial.


ATENÇÃO! TODO – esse advérbio é o único que irá variar, podendo ser todo ou
toda.

⮚ Circunstância Adverbial: pode ser lugar, tempo, causa, modo, companhia,


beneficiário, etc. --- adjunto adverbial (termo acessório que adiciona um sentido).

⮚ Advérbios Interrogativos: onde (lugar), como (modo), quando (tempo), por que
(causa).
Pode ser tanto direta (com ponto de interrogação), quanto indireta (Ex.:
Não disseram por que tantos desistem).

Obs.: Rigorosamente o “porque” é circunstância interrogativa de causa.

⮚ Advérbio terminado em “mente”:


Ela fala rapidamente
Ela fala claramente
=
Ela fala rápida e claramente.

ATENÇÃO! – Nem tudo que termina em “mente” é advérbio de modo, exemplo


atualmente é de tempo, certamente é de afirmação e possivelmente indica dúvida.

Obs.: O advérbio também pode ligar trechos do texto. Ex.: Fui à Europa e lá
percebi que somos felizes aqui.
⮚ Adjetivo Adverbializado: quando um adjetivo vira um advérbio – lembrar que os
advérbios são invariáveis e o adjetivo não, então, para verificar isso, mude a
concordância e veja o que acontece.
Exemplos:
- Minha mãe fala alto
- Itaipava não desce redondo.
- Ele fala difícil.

2.4. PALAVRAS DENOTATIVAS: parecem com advérbio, mas não tem todas as
características (ex.: podem modificar numeral) que ele tem e por isso não fazem
parte de nenhuma das classes. São elas:

a) Designação: eis; Ex.: Eis o filho dele


b) Explicação: isto é, por exemplo, ou seja, a saber, etc. Ex.: Comprei uma
ferramenta, isto é, um martelo.
c) Retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes, digo, etc. Ex.: Os defeitos são
dois, aliás, três.
d) Situação: então, mas, se, agora, afinal, etc. Ex.: Então, vamos no cinema?; Todo
mundo quer passar no concurso, agora, estudar ninguém quer.
e) Exclusão: somente, só, salvo, exceto, senão, sequer, apenas, etc. Ex.: Todos
morreram, salvo um.
f) Inclusão: até, ainda, além disso, também, inclusive, etc. Ex.: Até o padre riu de
mim.

⮚ Palavras denotativas expletivas de realce (CAI MUITO): são aquelas que não
acrescentam sentido, apenas dão ênfase – “é que (ser + que), cá, lá, não, mas, é
porque, etc. Ex.: Minha mãe é que manda lá em casa.

2.5. ARTIGO: classe variável que delimita um substantivo ou um termo com valor
de substantivo (o artigo dá ideia de gênero, número, geral, específico, definido ou
indefinido) – Sempre será adjunto adnominal por estar sempre acompanhando um
substantivo.
Ele pode ser acompanhado por preposições – no, na, etc.

- Definido: o, a, os, as;


- Indefinido: um, uns, umas, uma.

⮚ Substantivação: o artigo é capaz de substantivar uma palavra. Ex.: O agir é mais


valioso que o simples falar.

⮚ Gênero: o guarda X a guarda – muda o sentido; o capital X a capital, etc.

⮚ Notoriedade: são aqueles artigos com valores de adjetivo, dando ênfase. Ex.: Ele é
o médico.
⮚ “Definitude”: ele pode ficar no local de pronomes demonstrativos, principalmente
quando antecedem pronomes relativos. Ex.: O (Este) mundo é bruto; ou ainda no
lugar de pronome possessivos. Ex.: Quebrei o (meu) braço – isso vai influenciar na
crase, pois ele aparecerá quando não há dúvidas que o artigo é definido.

⮚ Uso genérico do substantivo: para isso, tem que tirar o artigo e, consequentemente
a crase. Agora, se o termo já trouxer determinantes que o especifique, então será
necessário a utilização da crase. Ex.: Fui acusado do crime; Fui acusado de um
crime; Fui acusado de crime – também influencia na crase, exemplo: Não doo
dinheiro a igreja (sem crase é pra igrejas em geral, se tiver crase é uma específica).

⮚ Uso genérico do substantivo com artigo: artigo definido + substantivo comum no


singular – vai dar a ideia da espécie como um todo. Ex.: O concurseiro é um forte/
uma mulher precisa ser respeitada.

⮚ Artigo com nomes próprios: lembre-se que alguns locais não utilizam artigo, mas
há casos que eles serão tratados de forma específica e aí pode utilizar o artigo (e
crase).

Ex.: Volte de Portugal.


O Portugal da minha infância era lindo.
Eu sou dono de casa;
Eu sou dono da casa.

⮚ Contração de artigo com preposição em sujeito de infinitivo: é errado fazer a


contração quando for relacionado a um sujeito de verbo no infinitivo. Ex.: O fato do
(de o) menino roubar é irrelevante; Tenho medo dele (de ele) morrer.

Obs.: Também não faz contração quando se refere à uma obra – Ex.: Camões é
autor dos (de os ou d’os) Lusíadas.

⮚ Artigo após “todo”: modifica o sentido, pois pode ser usado para universalizar uma
espécie – Conheço todo mundo/ conheço todo o mundo (ideia de completude).

⮚ Ambos: aceita artigo após ele – Ex.: ambos os genitores.

⮚ Artigo Indefinido:

- Uma mulher deve ser livre (qualquer uma);


- Ela deve ter uns 30 anos (aproximação numérica);
- Ela tem uma inteligência (intensificador).

Obs.: Eles podem sofrer aglutinações também – duns, numas, nuns, etc.
- Artigo Indefinido X Numeral X Pronome Indefinido: irá depender de cada
contexto – ver se o foco é na quantidade, se há outros pronomes indefinidos, etc.
2.6. PREPOSIÇÃO: palavra invariável que conecta parte do texto – a, com, de, em,
para, sob, sobre, ante, até, após, desde, por, etc.

Ela não tem função sintática própria, mas introduz a transitividade de verbo,
bem como adjuntos adnominais e adverbiais.

⮚ Preposição Essencial X Acidental


Preposição Essencial: sempre é preposição – a, com, de, em, para, etc.
Preposição Acidental: palavras de outras classes usadas como preposição –
consoante, conforme, segundo (se introduzir oração é conjunção, senão será
preposição), que, como, mesmo. Ex.: Tenho de estudar – Tenho que estudar/ Eu
jogo de goleiro/ Eu jogo como goleiro.
Obs.: Locuções adverbiais com sentido de exclusão: senão, inclusive, salvo,
exceto, afora, menos – serão neste caso acidentais quando introduzir referidas
locuções.

⮚ Preposição Relacional X Nocional:


Preposição Relacional: é obrigatória – gramatical (complemento de substantivo,
adjetivo, advérbio). Ex.: Tenho medo de cobra – será complemento nominal.
Preposição Nocional: ele acrescenta apenas alguma noção – de posse, matéria, etc.
– é opcional – Ela introduz adjuntos adnominais ou adverbiais, termos acessórios.
Obs.: Se a banca perguntar o sentido da preposição, você colocará o sentido total do
adjunto.

⮚ Locuções prepositivas: mais de uma palavra que equivale a uma preposição (mas
nem sempre ocorre).
- Embaixo de – sob
- A fim de – para
- Dentro de – em
Etc.

Obs.: A preposição “de” é expletiva de realce, podendo ser retirado da frase sem
prejuízos nos casos de: estruturas comparativas (do que), apostos especificativos,
orações subordinadas predicativas, predicativo do objeto do verbo chamar ou
denominar; algumas estruturas artigo + adjetivo substanciado + de + substantivo.

ATENÇÃO! – “Através” deve ser utilizado apenas com o sentido físico de


atravessar, não como um meio/ instrumento. No segundo caso, é preferível que se
utilize “por meio de”.

⮚ Contração das preposições:


- a + artigo. Ex.: à, ao;
- a + pronomes demonstrativos. Ex.: àquele;
- a + advérbios. Ex.: aonde;
- por + artigos. Ex.: pelo;
- de + pronomes pessoais. Ex.: dele;
- de + pronomes demonstrativos. Ex.: daquele.
- de + pronome indefinido. Ex.: doutro;
- de + advérbios. Ex.: donde, daqui, daí;
- em + artigos. Ex.: na;
- em + pronomes pessoais. Ex.: nele;
- em + pronomes demonstrativos. Ex.: neste;

2.7. PRONOMES – Interrogativos, indefinidos e possessivos: classe variável que


acompanha ou substitui um substantivo, se referindo às pessoas do discurso.
Eles podem indicar posse, indefinição, quantidade, localização, etc.

Obs.: Estes (acompanha – pronome adjetivo) livros são de Mário, aqueles


(substitui – pronome substantivo) de Ricardo.

❖ Interrogativos: que, quem, qual (is), quantos – pode ser direto ou indireta.

❖ Indefinidos: se referem a terceira pessoa do discurso e indicam quantidade, mas


sempre de maneira vaga. São eles: ninguém, nenhum, alguém, muito, bastante,
certo, vários, qualquer, etc. Pode ser locuções pronominais também, exemplo
qualquer um, cada um, etc.

Obs.: Certo, muito e bastante antes do substantivo – pronome indefinido; Depois do


substantivo – adjetivo.

Obs.2: Bastante: pode ser, então, pronome, adjetivo, no qual será variável, mas
poderá ser também advérbio (quando modificar verbo, advérbio e adjetivo) e neste
último caso é invariável. Ex.: Estamos bastante felizes (adjetivo) com a decisão de
Carla; Existem bastantes carros (subst.) no estacionamento.

❖ Possessivos: meu(s), minha(s), nossa(s), teu(s), vosso(s), seu(s). Eles irão delimitar
o substantivo a que se refere, devendo concordar com o objeto de posse e não o
possuidor.
Vindo junto com o substantivo ele será acessório, ou seja, adjunto adnominal.

- Pronomes Oblíquos átonos e tônicos com ideia de posse: átonos – lhe(s), me,
se, o, a, nos vos; tônicos – de nós, de você, dele.

⮚ Valores discursivos dos possessivos (semântica):


- Coesão. Ex.: Maria era infeliz, sua vida estava um caos.
- Inclusão do autor/ leitor. Ex.: Nosso papel é votar com consciência.
- Modéstia. Ex.: Nosso objetivo aqui é fazer você acertar na prova.
- Indefinido. Ex.: João já teve seus (alguns) problemas de dinheiro.
- Aproximação numérica. Ex.: Ela tinha seus (uns) vinte anos e seus (uns)
cinquenta quilos.
- Hábito. Ex.: Ele contou uma piada das suas.
- Polidez/ cortesia/ referência. Ex.: Posso ajudar, minha senhora?
- Afeto. Ex.: João, meu amigo, dê-me um abraço!
2.8. Pronomes Demonstrativos: irá apontar para as coisas no espaço, texto e no
tempo – este, essa, aquela, aqueloutro, istoo, mesmo, mesma, próprio, etc.
❖ Espaço:
- Este – algo perto do falante;
- Esse – para perto do ouvinte.
- Aquele – apontam para algo longe do ouvinte e falante;

❖ Tempo:
- Este – presente;
- Esse – passado recente ou futuro próximo;
- Aquele – passado remoto e futuro remoto.

❖ Texto: endofóricos – dentro do texto


- Este – algo que será mencionado – referência catafórica;
- Esse – algo que já foi mencionado – referência anafórica (resumitivo);
- Aquele – antecedente mais distante, enquanto o “este” aponta o mais próximo –
regra particular, pois normalmente este é para algo que ainda irá se referir, mas no
caso de usar com aquele, ele pode sim retomar. Ex.: João e Maria são concursados,
esta do Bacen, aquele do TCU.

Atenção! É admissível que o “este” seja usado para se referir a termos próximos.
Ex.: Precisamos respeitar o professor, pois este é um grande formador moral.

Atenção 2! A ESAF e a CESPE admitem que perante três termos, o “esse” seja
usado no termo intermediário, mas não há previsão disso em nenhuma gramática.

❖ Texto: exofóricos – fora do texto - Ex.: Neste país, neste momento, este autor que
vos fala esta deprimido.

Obs.: Aqueles que estudam prosperam – não tem um referente anterior, tem o
sentido de qualquer pessoa e entra como pronome demonstrativo também.

⮚ O, AS, OS, A como pronomes demonstrativos: quando antecedem um pronome


relativo (que) ou a preposição “de”, ou com o verbo ser e fazer.
Ex.: Quero o que estiver em promoção (aquilo);
Entreunif as cuecas, comprei a de algodão (aquela);
Sabia que devia estudar, mas não o fiz (isso);
Ela parecia legal, mas não o é. (isso).

Atenção! – Bechara e Luft (minoritário – mas já caiu): afirma que em “a de


algodão” o “a” não seria pronome e sim artigo, pois está implícito a palavra “cueca”
(substantivo elípitico)

Obs.: O pronome demonstrativo “o” para o ser, precisa estar diante da preposição
“de” + “que” e equivaler a “aquilo”.
⮚ Outros pronomes demonstrativos: tal, semelhantes, próprio e mesmo com sentido
de reforço.
Ex.: Não diga tais/semelhantes besteiras (estas);
O próprio chefe se demitiu (ele em pessoa – reforça);
Eu mesmo cozinho (ele em pessoa).

⮚ Valor afetivo intensificador:


- Nunca o vi com essa pressa!
- Esse foi um dia daqueles...
- Não há outro homem com aquela força!
- Aquilo sim é um carro.

2.9. PRONOMES RELATIVOS: relacionam orações, retomam um substantivo


anterior (antecedente – não necessariamente imediatamente antes - anafórico), bem
como introduzem a oração adjetiva – podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou
invariáveis (quem, que, onde).
Oração adjetiva – a menina (antecedente) que estuda muito passou no concurso –
pode ser substituído por um adjetivo equivalente = a menina estudiosa passou no
concurso.
Eles possuem função coesiva e buscam evitar repetição.
Obs.: Havendo um nome ou verbo que peça preposição, obrigatoriamente ela deve
vir antecedendo o pronome relativo.

Obs.2: Segundo Bechara, os pronomes relativos quem e onde podem aparecer com
emprego absoluto, ou seja, sem se referir a nenhum termo anterior. Ex.: quem
com ferro fere, com ferro é ferido.
❖ “Que” e “o qual”: retomam coisa ou pessoa.
- A troca entre “que” e “o qual” é livre? Primeiro, é necessária coesão, bem como o
que só pode ser usado quando não for causar ambiguidade.
Ademais, o “que” só pode ser usado após preposição monossilábica, se for
preposição com mais de uma silába, então usa o qual. Ex.: o livro de que eu falei; o
livro sobre o qual eu falei.

❖ “Cujo”:
- Indica posse;
- Não aceita artigo antes, nem depois;
- Pode ser antecedido de preposição;
- Não pode ser trocado por nenhum outro pronome relativo;
- Ficará entre dois substantivos (então será sempre adjetivo – na maioria das vezes
será adjunto adnominal Exceção: o livro cuja leitura recomendo – complemento
nominal porque leitura é abstrato).
Ex.: Vi o rapaz a (prep.) cujas pernas você se referiu.

❖ “Onde”, “aonde” e “donde”:


- Vão ser usados para retomar um lugar;
- Onde é utilizado para retomar um lugar fixo (se não for isso, usa “em que” ou “no
qual”);
- Pode ser substituído por “em que” ou “no qual”;
- Aonde – se o verbo pedir “a”; donde – se o verbo pedir “de”.

❖ “Quem”: se refere às pessoas e vem sempre preposicionado;

❖ “Como”: retomam palavras que indicam modo – maneira, forma, jeito.

❖ “Quando”: para retomar tempo;

❖ “Quanto”: retomar quantidade – tudo, tanto, etc.

2.10. PRONOMES DE TRATAMENTO: se referir a uma pessoa com respeito.


Cada autoridade tem um pronome diferente. Existem vários (Manual da Redação da
PUC RS fala sobre), mas os mais incidentes são:
- Vossa senhoria: genérico – usado para pessoas com um grau de prestígio maior –
normalmente usado em textos escrito.
- Vossa Excelência: para grandes autoridades – PR, Senadores, Deputados,
Embaixadores, Oficiais de Patente Superior à Coronel, juízes de direito, ministros,
Chefes de Poder.
- Vossa alteza: autoridade monárquicas no geral. Já para imperador, rei ou rainha
usa vossa majestade;
- Vossa Magnificência: reitores de unidade, acompanhado do vocativo – Magnífico
Reitor.
- Vossa Santidade: para o papa;
- Vossa Excelência Reverendíssima: bispos e arcebispos;
- Vossa Eminência: cardeais;
- Vossa Reverendíssima: sacerdotes em geral;
- Vossa Paternidade: abades, superiores de conventos;

⮚ Concordância: será sempre na terceira pessoa do plural – você, bem como o gênero
será concordando com a pessoa em si e não com o pronome de tratamento.

Obs.: Vossa senhoria X Sua senhoria: o vossa é para se referir diretamente a


pessoa, enquanto o sua é para uma terceira pessoa.
Obs.2: Como não há artigo antes do tratamento de vossa senhoria, então não cabe
crase. Agora, tratamentos como madame, senhora, senhorita, etc. aceitam o artigo.
2.11. PRONOMES PESSOAIS: eu, tu, ele, vós, nós – substituem as pessoas do
discurso.

- Pronomes retos: têm função de sujeito;


Obs.: Pode ser usado como complemento quando for modificado por todos, só,
apenas ou numeral. Ex.: encontrei eles dois na festa/ encontrei ele só na festa.
Atenção! Esse uso é abonado por celso cunha, Bechara, entre outros.
- Pronomes oblíquos: têm função de complemento.
- Tônicos: mim, comigo, contigo, consigo, conosco, convosco, consigo e as
formas do reto preposicionados – a ele, a tu, etc. São pronunciados com força e
precedidos de preposição.
- Átonos: lhe(s), me, se, o, a, nos vos.

⮚ Regras para a união de pronomes oblíquos – substituição como complemento


verbal: no caso de o, a, os, as.
a) Verbos terminados em R, S, Z: será cortada essa última letra e adiciona -los, -
lo, -las, -la. Além disso, acentua o “a” – oxítona terminada em “a”. Exemplo
adicioná-la, vislumbra-los, etc.
b) Verbos terminados em M, ÃO, AOS, ÕE, ÕES: mantém o final e adiciona –
no, nos, na, nas.
c) Verbos na primeira pessoa do plural – MOS: corta o S final e adiciona o -nos.

Obs.: o, a, os, as serão sempre objetos diretos. Já o “lhe” será para objetos
indiretos. Já o me, te, se, nos, vos pode ser tanto objeto direto ou indireto.

Obs.2: Referir-se é um verbo e ele não aceita o –o, -a, precisa ser “a ele” ou “a
ela”.

Obs.3: Lhe: os gramáticos tradicionais dirão que ele se refere a pessoas e não a
coisas.

Atenção! Construções arcaicas: é possível fundir dois pronomes oblíquos. Ex.:


Deu dinheiro (OD) a ela (OI) --- Deu-lhos; Ofereceu a oportunidade (OD) a mim
(OI)– Ofereceu-ma.
⮚ Após a preposição “entre” em estrutura de reciprocidade: sempre usará
pronomes oblíquos tónicos e não retos. Ex.: Entre mim e ela não há segredos; é
melhor que não pairem dúvidas entre ti e ele.
Atenção! Se o pronome for sujeito, então usará sim o pronome reto, como, por
exemplo, em “entre eu sair e você ficar, prefiro sair”.

⮚ Após preposições acidentais e palavras denotativas: pode também usar o


pronome reto. Ex.: Com raiva, minha mãe maltrata até eu.

2.12. COLOCAÇÃO PRONOMINAL:


⮚ Colocação do pronome oblíquo átono:
- Próclise: pronome antes do verbo.
- Ênclise: pronome depois do verbo.
- Mesóclise: pronome meio do verbo.

Probições:
- Não pode vir depois do verbo no futuro (pretérito ou presente);
- Não pode vir depois do verbo no particípio;
- Não pode iniciar a oração;
- Com o verbo no infinitivo pode ser próclise ou ênclise, mesmo havendo palavras
atrativas.

Obs.: Mesóclise obrigatória: se for início da oração e verbo no futuro ou particípio


– usa-se a mesóclise.

Próclise: é colocado antes do verbo porque tem alguma palavra que atrai o pronome
– conjunção subordinativa, palavras negativas, advérbio, pronomes relativos,
indefinidos e interrogativos (palavras invariáveis).

Obs.: pronome demonstrativo: algumas bancas já consideraram como próclise


obrigatória, mas o entendimento majoritário é que é facultativo.

Frases optativas: são aquelas que expressam apelo, desejo ou sentimento – nessas a
próclise é obrigatória. Ex.: Deus lhe pague;

Formas verbais monossilábicas e proparoxítonas: usa-se a próclise por motivo


de eufonia. Ex.: Eu a vi ontem; Nós lhe obedecíamos por medo.

Orações subordinativas: não precisa estar colado com a conjunção para que o
pronome seja atraído (atração remota), basta estar anteriormente na oração. Agora,
Atenção! – se ela estiver separada por vírgula, então será facultativo adotar próclise
ou ênclise. Ex.: Jamais, segundo pensa os economistas, se fizeram (ou fizeram-se)
tantas despesas desnecessárias.
⮚ NUMERAL: classe variável que indica quantidade (aumento – multiplicativo – ou
redução proporcional – fracionário), quantidade absoluta (cardinais) ou ordem
(ordinais).
- Ele pode ser numeral adjetivo ou substantivo (quando substituir).
- O numeral pode sofrer derivação imprópria e serem utilizados como adjetivos. Ex.:
Este é um artigo de primeira qualidade.

⮚ Enquadramento de alguns numerais:


- Último, derradeiro, posterior ou anterior não são numerais, mas adjetivos.
- Par, dezena, dúzia, século, biênio, trimestre, novena, etc. são substantivos
coletivos numéricos ou numerais coletivos.
- Milhão, bilhão, trilhão – podem ser classificados como substantivos ou numerais.

⮚ Colocação pronominal na locução verbal:


Locução: verbo auxiliar + verbo principal em forma nominal (infinitivo, particípio e
gerúndio).
Regras:
- Se não houver palavra atrativa, pode vir em qualquer posição antes do auxiliar,
no meio dos dois, ligado ao auxiliar e ligado ao principal, desde que respeitadas as
regras já explicitadas.
- Se houver palavra atrativa, só não pode vir no meio dos verbos com hífen (porque
fica em ênclise com o auxiliar).

Obs.: Os doutrinadores clássicos vão afirmar que o pronome não poderia vir solto
no meio dos verbos, mas a gramatica moderna já admite.

2.13. INTERJEIÇÕES: é a expressão com que traduzimos os nossos estados


emotivos. Têm elas existência autônoma e, a rigor, constituem por si verdadeiras
orações.
- O sentido que ela expressa depende da frase, pode ser das mais variadas.

Locução interjetiva: Meu Deus!, Ora bolas!, etc.

2.14. PALAVRAS ESPECIAIS:


- Perceba que só como pronome demonstrativo é que a palavra “mesmo” será
variável;
- Evite utilizar “o mesmo” como se fosse “ele” para retomar coisas e objetos. A
forma correta de usar “o mesmo” é quando ele significar “a mesma coisa”. Ex.: Todos
tiveram dificuldade na matéria, o mesmo ocorrerá com você.
- Alguns dicionários também classificam “mesmo” como adjetivo, quando ao
lado de substantivos ou pronomes. E x.: eles dificilmente olham para as mesmas coisas.

3. ORTOGRAFIA (os coaches do estratégia consideram que esse assunto não é


recorrente na RFB – não confiar):
3.1. SONS, LETRAS, FONEMAS E DÍGRAFOS:
Fonema: unidade de som que é representado por uma letra. Ex.: Mato, Meto, Mito,
Moto. Inclusive uma mesma letra pode ter fonemas diferentes.

Obs.: Tóxico – Toksico (dífono = 1 letra, dois sons);


Oscilo – Osilo (dígrafo = 2 letras, um som).
Aquário – Acuário (encontro consonantal = 2 letras, 2 sons)
- Dígrafos: pode ser consonantal (Ex.: chá, banha, malha, etc) ou vocálico (Ex.:
campo – cã-po). Será dígrafo quando eles estiverem na mesma sílaba, com exceção
do rr, ss, sc, sç, xc e xs (tem som de “ss”).

Obs.: Vogais abertas X fechadas: é simplesmente a forma que se pronuncia. Ex.:


Céu (aberta) e seu (fechada).

3.2. DITONGO, TRITONGO E HIATO: são encontros vocálicos – um forte


(vogal) e um fraco (semivogal).
a) Ditongos crescente: podem ser orais (Ex.: precáriAs, históriA, primáriO;) ou
nasais (Ex.: enquAnto, cinquEnta);
b) Ditongos decrescente: imovEis (orais), cÃimbra (nasais), etc.
c) Tritongos: uruguAi, iguais, águAm (tem som de ~u, o m é semivogal),
desaguEm, etc.
d) Hiato: encontro de sons vocálicos em sílabas diferentes. Ex.: sa-ú-de, pre-ju-í-
zo, etc.

3.3. ACENTUAÇÃO GRÁFICA:


o Sílaba tônica X átona: tônica é aquela sílaba mais forte na palavra e conforme ela é
trocada pela acentuação, a classe da palavra também muda. Ex.: acumulo x
acúmulo.
CUIDADO! A banca muitas vezes colocará uma palavra e perguntará se ela tem
acento ou não, mas você tem que lembrar que existem palavras que acentuadas é
uma coisa e sem acento é outra palavra. Ex.: Secretaria e secretária estão corretos.

o Classificação quando ao número de sílabas: podem ser monossílabas, dissílabas,


trissílabas ou polissílabas.

o Classificação quando à sílaba tônica:


- Oxítona – última posição;
- Paroxítona – penúltima posição;
- Proparoxítona – antepenúltima posição.

o Regras de acentuação:
a) Todas as proparoxítonas são acentuadas.
b) Acentua-se as oxítonas terminadas em A(S), E(S), O(S), EM, ENS.
c) Acentua-se as oxítonas terminadas em ditongos abertos – ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S).
d) Acentua-se os monossílabos tônicos terminados em A(S), E(S), O(S) e em
ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S).
e) Todas as paroxítonas são acentuadas, exceto aquelas terminadas em A, E, O,
EM, ENS. Ex.: hífen (hifens não acentua), tórax, órfão, júri, etc.
*As regras que normalmente vem na gramática são: “são acentuadas as
paroxítonas terminadas em tritongo, l, n, um, om, r, ns, x, i, is, us, os, ã, ão, etc.”
f) Acentua-se todas as paroxítonas terminadas em ditongos, seguidos de “s” ou
não. Ex.: homogênea, médio, bromélia, etc.
g) Não se acentua os ditongos abertos na paroxítona (ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S)) –
novamente regra de exclusão com as oxítonas – herói/heroico; pastéis/
pasteizinhos.
POLÊMICA → PROPAROXÍTONAS APARENTES: alguns doutrinadores
fazem a divisão de sílabas diferentes de palavras consideradas paroxítonas
terminadas em ditongos crescente e, de forma que elas podem ser alternativamente
serem consideradas proparoxítonas. Ex.: his-tó-ria/ his-tó-ri-a; lín-gua/ lin-gu-a –
mas é entendimento minoritário e não é muito considerado pelas bancas, quando
cai é usando as duas teorias.
ATENÇÃO! → Palavras acompanhadas de pronomes: você ignora o pronome
para achar a regra. Ex.: despachá-los – oxítona terminada em “a”.
ATENÇÃO! → Questão diz que se acentua pela mesma regra: primeira coisa
que você tem que olhar é se elas tem tonicidade diferente, por exemplo, não adianta
dizer que uma palavra monossílaba tem a mesma regra de acentuação de uma
oxítona.

3.4. REGRA DO HIATO: o Hiato é o encontro de duas vogais em sílabas


diferentes, não importa aqui a classificação quanto à sílaba tônica, o motivo de você
acentuar é impedir que você leia como um ditongo.
Regra: acentua-se o “i”(s) e o “u”(s) do hiato que tenha vogal ou ditongo anterior.
Ex.: caí, faísca, paraíba, etc.
Exceções:
- Não se acentua hiato seguido de NH. Ex.: rainha.
- Não se acentua vogais repetidas em regra (exceto na regra das paroxítonas?). Ex.:
Saara.
- Não se acentua hiato antecedido de ditongo decrescente em paroxítona. Ex.: FEi-u-
ra, BAi-u-ca, bocaiuva e Sauipe.
- Se acentua Piauí, tuiuiú e teiú.

3.5. ACENTOS DIFERENCIAIS:


Pôde (verbo no passado) X Pode (verbo no presente) – acento diferencial de timbre;
Pôr (verbo) X Por (preposição) – acento diferencial de intensidade
Vêm (verbo na terceira pessoa do plural) X Vem (verbo na terceira pessoa do
singular) – acento diferencial de número.

Fôrma X Forma – acento diferencial facultativo.


OBS.: Palavras que admitem dupla prosódia (duas pronúncias e grafias corretas):
acróbata ou acrobata; alópata ou alopata; ambrósia ou ambrosia; crisântemo ou
crisantemo; hieróglifo ou hieroglifo; nefelíbata ou nefelibata; Oceânia ou Oceania;
ortoépia ou ortoepia; projétil ou projetil; réptil ou reptil; reseda (ê) ou resedá; sóror ou
soror; homília ou homilia; geodésia ou geodesia; zângão ou zangão.

3.6. HÍFEN: serve para separar sílabas, unir o pronome ao verbo, unir palavras
compostas, ou ainda serve para unir prefixos.

Obs.: Translineação: quando se tem uma palavra composta escrevendo no final da


linha você coloca um hífen no final e outro no começo da próxima.

o União de prefixos: “os opostos se atraem e os iguais se repelem”.


- Contra-ataque; contrapeso; contragolpe; contraexemplo.

ATENÇÃO! → CO: nunca terá hífen – cooperativa, coobrigado, etc.

ATENÇÃO 2 → Regra do Arross: quando a primeira letra da palavra depois do


prefixo que termina em vogal, começar com R ou S (e não couber hífen), então
essas letras serão duplicadas. Ex.: contrarrazões, minissaia, antissocial, etc.

ATENÇÃO 3 → “não” e “quase”: também não se usa hífen e se escreve


separado.

o Palavras compostas:
- Não se usa hífen de palavras com elemento de ligação. Ex.: mão de obra, dia a dia,
café com leite, etc.
- Se não tiver elemento de ligação, então tem hífen.
- Exceções (decorar mesmo): arco-da-velha, mais-que-perfeito, cor-de-rosa, água-
de-colônia, gota-d’água, ao deus-dará à queima-roupa.
- Recebem também hífen, quando for espécies botânicas e zoológicas. Ex.: erva-
doce, bem-te-vi.
OBS.: Unidade semântica: é o fato de duas palavras formarem uma palavra
composta.

o Regras especiais:
a) Bem como prefixo: tem hífen sempre depois dele, exceto se for seguido do
verbo fazer ou querer (benfeito, benquerer).
b) Mal como prefixo: seguido de vogal ou H vai ter hífen. Ex.: mal-educado, bem-
humorado, etc.
Obs.: Lembrar da regra geral em que há hífen quando forem os iguais.
c) Prefixos recém, além, aquém, sem, ex, vice: sempre vai ter hífen.
d) Prefixos tônicos pré, pró e pós: sempre tem hífen.
ATENÇÃO! Quando o prefixo acima for átono (historicamente), então será
aglutinado. Ex.: preestabelecer, preexistente, promover, pospor, etc.
e) Sub e sob + R/B (Regra do subúrbio): sempre vai ter hífen;
Obs.: Sub-humano ou Subumano.
ATENÇÃO! “H” sempre tem hífen!!

f) Circum e pan + Vogal/M/N: sempre tem hífen.

o Palavras que perderam a noção de composição: vão ser grafas sem hífen
obviamente, de modo aglutinado. Ex.: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé,
paraquedas e paraquedista (só vale a pena gravar essas, porque esse conceito de
palavras que perderam a noção de composição é muito vago).

3.7. EXPRESSÕES PROBLEMÁTICAS:


a) Mal X Mau:
Mal: oposto de bem – advérbio. Acompanha um advérbio, verbo ou adjetivo.
Mau: oposto de bom – adjetivo. Acompanha um substantivo.
Conjunção temporal: mal (assim que cheguei) cheguei, fui interrogado.
Substantivo: mal – morreu de um mal súbito.

b) Mas X Mais:
Mas: conjunção adversativa.
Mais: oposto de menos – pode ser advérbio ou pronome indefinido.

c) Porquês:
Porquê: substantivo – motivo, razão, normalmente vem com um determinante.
Porque: conjunção – sentido de explicação ou causa.
Por que: em frases interrogativas diretas ou indiretas (não sei por que você se
foi...).
ATENÇÃO! → Outro sentido do por que: quando for por (preposição) +
que (pronome relativo) – equivalente a “pelo qual”. Ex.: Só eu sei as esquinas
por que passei.
Por quê: interrogativo direto ou indireto em final de período ou antes de pausa –
a pontuação final atrai o circunflexo.

d) Onde X Aonde:
Onde: quando o verbo pedir a preposição “em”.
Aonde: quando o verbo pedir preposição “a” – dá ideia de movimento.

e) Há X a:
Há: existência, tempo decorrido.
A: preposição com sentido de limite, distância ou futuro.

f) De encontro a X Ao encontro de:


De encontro a: choque. →←
Ao encontro de: concordância, no mesmo sentido. →→
g) A fim (de) X afim (de):
A fim: sentido de finalidade.
Afim: sentido de afinidade.

h) Acerca X a cerca:
Acerca: sobre, assunto;
A cerca: pode ser artigo + substantivo (A cerca não resistiu ao vento), ou ainda
como preposição + aproximação (Fica a cerca de 28km).

i) Porventura X Por ventura:


Porventura: advérbio de dúvida, de talvez.
Por ventura: ideia de sorte. Ex.: Por ventura, sobreviveu ao acidente.

j) Sobretudo X Sobre tudo:


Sobretudo: acima de outras coisas.
Sobre tudo: preposição sobre + pronome tudo.

k) Ao invés de X Em vez de:


Ao invés de: ao contrário de – ações contrárias
Em vez de: no lugar de – não importa os antônimos, então ele engloba os casos
que cai “ao invés de”.

l) De mais X Demais:
De mais: oposto de “de menos”;
Demais: sentido de muito ou de restante.

m) Tampouco X Tão pouco:


Tampouco: ideia de nem – advérbio;
Tão pouco: dois advérbios.

n) Cessão X Sessão X Seção:


Cessão: ato de ceder;
Sessão: reunião – período que dura;
Seção ou Secção: ponto ou local que foi cortado, dividido – vem de seccionar,
bem como da palavra primitiva setor.
Obs.: Ceção: o professor disse que tinha sentido de frescura.

o) Tacha X Taxa:
Tacha: pode ser o preguinho ou do verbo tachar – denominar, xingar;
Taxa: tributar.

p) Ao par X A par:
A par: informado
Ao par: no mesmo valor.

q) Senão X Se não:
Senão: “do contrário”
Se não: verificar se não é uma palavra independente.

3.8. ORTOGRAFIA: não ligar muito para as regras (impossível e desnecessário de


decorar), mas para a memória visual.

Obs.: Nomes próprios são escritos com “S”. Ex.: Teresa.

DICA: tente se basear em uma palavra primitiva e vice-versa.

- Quando a palavra primitiva tiver –s-, o verbo será -isar, quando não será –izar. Ex.:
Economia – Economizar; Análise – Analisar.
Exceções:
Catequese – Catequizar;
Síntese – Sintetizar;
Hipnose – Hipnotizar;
Batismo – Batizar.

- Obsedar ou Obsediar (significa causar obsessão) = obsessão, obcecado, obcecação.

- Ojeriza – cai em prova e significa antipatia, má vontade (foco na forma como ela é
escrita).

3.9. USO DE LETRAS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS:


MAIÚSCULAS:
- Nomes próprios;
- Nomes comuns personificados;
- Logradouros públicos;
- Pronomes de tratamento e abreviaturas;
- Início de período ou citação;
- Datas oficiais, nomes de fatos ou épocas históricas, festas religiosas, atos solenes e
grandes empreendimentos públicos.
- Títulos de obras;
- Pontos cardeais (N,L,S,O)
- Ramos de conhecimento humano.

3.10. SIGLAS E ABREVIAÇÕES:


SIGLAS:
- Até 3 letras: sempre maiúsculas;
- Mais de 3 letras: se lê como letras separadas, será maiúscula (UPE), se lê como
uma palavra será só a primeira maiúscula (Masp).
- A regra é flexível. Ex.: CNPq, UnB.
- Algumas siglas são palavras porque estão no dicionário. Ex.: Aids, Jipe, ibope, etc.
- O plural das siglas ocorre com o simples acréscimo de um “s” minúsculo.

ABREVIAÇÕES:
- 1ª sílaba + 1ª letra da próxima sílaba (se na próxima sílaba for duas consoantes se
escreve as duas). Ex.: gênero – gên.; construção – constr.
- Há diversas exceção. Ex.: a. C., apto., cia., pág. Ou p.

Obs.: Na aula 00, faltaram os vídeos de resumo e de questões, vê se vale a pena ver
posteriormente.

4. MORFOLOGIA – VERBOS:
4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
Verbo: classe variável que pode indica ação na perspectiva temporal, estado,
fenômeno e processos em geral.
Obs.: Tempo verbal: expressa o momento da ação, mas nem sempre expressará o
tempo real. Ex.: eu vou sair – “vou” está no presente, mas o tempo real é futuro.
Flexão: em modo, tempo, número ou pessoa.

Estrutura do verbo: CANT-Á-SSE-MOS


CANT – radical;
Á – vogal temática – faz a ligação;
SSE – desinência modo-temporal;
MOS - desinência número-pessoal.

Conjugações:
1ª Conjugação – verbos terminados em –ar;
2ª Conjugação – verbos terminados em –er;
3ª Conjugação – verbos terminados em –ir.
“Beber, cair e levantar”.

4.2. TEMPOS VERBAIS:


o Modo indicativo: é para expressar uma certeza para o falante.

a) Presente do indicativo:
Hoje eu ____
Eu bebo, tu bebes, ele bebe, nós bebemos, vós bebeis, eles bebem.

Pode ser usado para:


- Verdade atemporal: a água ferve em 100 grau Celsius;
- Hábito no presente: Eu corro e nado todo dia;
- Fato pontual: Ele está ranzinza hoje;
- Futuro próximo: A novela começa hoje à noite;
- Presente histórico: Em 10 de março de 1839, nasce Machado de Assis.

b) Pretérito Perfeito do Indicativo:


Ontem eu ____
Eu caí, tu caíste, ele caiu, nós caímos, vós caístes, eles caíram.

Ele irá indicar um fato que foi perfeitamente concluído no passado


(pode ser passado próximo ou distante): Li duas aulas de constitucional hoje, li
muitos livros na minha infância. Os efeitos desse fato podem perdurar até o
presente, como, por exemplo, em aprendi inglês na infância.

c) Pretérito Perfeito do Indicativo Composto:


Ter ou haver no passado (auxiliar) + verbo no particípio (principal)

Ele começa no passado e continua no presente. Ex.: Tenho estudado


muito.
Ademais, você precisa saber que tem a forma equivalente no presente –
Venho estudando muito (ir ou vir no presente + gerúndio).

d) Pretérito Imperfeito do Indicativo:


Antigamente eu ___
Amava, comprava, era, pretendia, ia, fazia, vinha, tinha.

Pode ter o sentido de:


- Indicar uma ação que é duradoura no passado – antigamente eu estudava todo
dia e ainda malhava;
- Usado também para ações que estavam acontecendo e foi interrompida por
outra. Ex.: Eu estava dormindo quando o cachorro latiu;
- Ação planejada, esperada, que não se realizou. Ex.: Quando eu ia avisar, já
estava tarde demais.

e) Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo:


Eu levantara, ele levantara, tu levantaras, nós levantáramos, vós
levantáreis, eles levantaram.
Indica um evento perfeitamente acabado antes de outro no passado. Ex.:
Quando cheguei ao ponto, o ônibus já passara.

Composto: tinha/havia + verbo no particípio. Ex.: quando cheguei ao ponto, o


ônibus já havia passado.

f) Futuro do presente no Indicativo: caiu em desuso – se usa mais vou + verbo


no infinitivo.

Amanhã eu ___
Beberei, beberás, beberá, beberemos, bebereis, beberão.

- Fato futuro em relação ao momento da fala – Passarei no concurso dos meus


sonhos;
- Indica também um futuro próximo certo de quem fala – O táxi chegará às 23h;
- Indicar incerteza ou dúvida – Será que a prova vem fácil?

g) Futuro do pretérito no Indicativo:


Se eu pudesse, eu ___
Eu conseguiria, tu conseguirias, ele conseguiria, nós conseguiríamos, vós
conseguiríeis, conseguiriam.
Indica fato futuro, mas agora tendo como marco inicial o passado – Eu
disse que você conseguiria; se eu soubesse, evitaria a situação.
Ou ainda incerteza sobre fatos passados – Quem seria capaz de acertar
essa questão?
Também pode ser usado para indicar polidez, pedido ou conselho – você
poderia me ajudar?

Composta – teria/haveria + particípio – dá a ideia que aquilo não tem mais jeito,
enquanto a forma simples dá ideia que ainda pode acontecer (possibilidade).

o Modo Subjuntivo: traz algo hipotético, duvidoso, irreal.

a) Presente do Subjuntivo:
Maria quer que eu ____
Eu estude, tu estudes, ele estude, nós estudemos, vós estudeis, eles estudem.

Ele serve para indicar possibilidade no presente ou no futuro – temo que


a prova venha difícil; pena que a vida não seja assim tão colorida.

b) Pretérito Imperfeito do Subjuntivo:


Se eu ____
Eu bebesse, tu bebesses, ele bebesse, nós bebêssemos, vós bebêsseis, bebessem.

Pode indicar ação posterior a outro fato na oração principal – não


acreditei que minha avó bebesse tanta tequila; ou ainda desejo ou condição – se
eu estudasse todo dia, passaria em qualquer prova.

c) Pretérito Mais-que-perfeito do Subjuntivo:


Tivesse/houvesse + Particípio

Indica uma ação irreal no passado – não se realizou e nem vai. Ex.: Se a
sorte nos tivesse favorecido, não faltaria dinheiro hoje.

d) Pretérito Perfeito do Subjuntivo:


Tenha/haja + particípio.

Só existe na forma composta e indica desejo de que uma ação concluída


– espero que você tenha lavado a louça. Pode ser também para indicar uma ação
que foi concluída hipoteticamente antes da outra – quando a gente chegar lá, é
provável que a loja já tenha fechado.

Obs.: Certeza: é possível que haja um subjuntivo que indique certeza – embora
ajudem o jovem, estágios pagam mal (indica um fato).

e) Futuro do subjuntivo:
Quando eu ___
Eu cair, tu caíres, ele cair, nós cairmos, vós cairdes, caírem.

Dá a ideia de hipótese que pode ou não acontecer no futuro. Ex.: Quando


eu entregar o trabalho, ficarei tranquilo.

ATENÇÃO! – Infinitivo: cuidado para não confundir o futuro do subjuntivo


com o infinitivo (substitua por “fazer”). Para isso, você olha o sentido, ou ainda
para o fato que o futuro do subjuntivo vem depois de conjunções e o infinitivo
depois de preposição.

NÃO CONFUNDA!
Propor (infinitivo) X Propuser (futuro do subjuntivo)
Entreter (infinitivo) X Entretiver (futuro do subjuntivo)
Ver (infinitivo) X Vir (futuro do subjuntivo)
Vir (infinitivo) X Vier (futuro do subjuntivo)

o Modo Imperativo: indica ordem, sugestão, conselho, advertência.


Levanta tu, levante ele, levantemos nós, levantai vós, levantem eles.

Ele tem a forma afirmativa ou negativa:


- Negativa: ele assume a mesma forma do presente do subjuntivo;
- Afirmativa: praticamente é igual, mas tem exceções: tu e vós – vem do presente
do indicativo, mas corta o “s” – fala tu/ falai vós.

ATENÇÃO! – Não existe imperativo na primeira pessoa.

CUIDADO! Formas irregulares: verbos terminados em –ZER e –ZIR pode ser


tanto “Faze tu”, quanto “faz tu”. Já o verbo ser fica Sê tu/Sede vós.

4.3. FORMAS NOMINAIS DO VERBO: pode ser no gerúndio, particípio e


infinitivo.

Infinitivo – substantivo. Ex.: Nadar todo dia é importante.


Particípio – adjetivo. Ex.: A quantia investida na bolsa é altíssima.
Gerúndio – advérbio de tempo, condição, modo ou causa. Ex.: Chegando a visita
(quando chegar a visita), convide-a para sentar.

Obs.: Gerúndio e Particípio: o gerúndio também pode funcionar como adjetivo.


Ex.: tenho um livro ensinando essa questão (um livro que ensina). Da mesma forma
ocorre com o particípio sendo advérbio – concluído o curso, começou a procurar
emprego.

As formações nominais servem para criar orações reduzidas – A quantia


investida – a quantia que foi investida.
As formas nominais também servem em locuções verbais. Ex.: posso tentar
ajudar, tenho andado distraído.
Sentidos:
- Gerúndio: sentido de ação continuada ou ações que ocorrem simultaneamente.
- Infinitivo: sentido neutro – recurso de indeterminação do sujeito (quando não tiver
sujeito. Ex.: é preciso estudar para a prova).
Flexão em todas as pessoas: estudar eu, estudares tu, estudar ele, estudarmos
nós, estudardes vós, estudarem eles.

Particípios abundantes: são os verbos que tem mais de uma forma de particípio –
regular (terminado em –do) e irregular.

Tempo composto:
Regulares – na voz ativa em tempo composto (ter/haver). Ex.: Tenho aceitado
promessas; tenho acendido charuto.
Irregular – na voz passiva com o verbo ser. Ex.: Ele foi aceito pelos pais.
Mas, na prática, essa regra não é absoluta. Ex.: Tenho corrigido muitas questões/
Ele foi corrigido pela professora (não dá para ser correto).

Lista de particípios abundantes:

ATENÇÃO! Verbos não abundantes:


Trazer – trazido
Chegar – chegado
Abrir – aberto
Cobrir – coberto
Escrever – escrito.

Trago e chego não existem no particípio.


Obs.: Pagar, ganhar e gastar: relacionados a dinheiro e na forma ter/haver podem
ser usados tanto no regular, quanto não.
Eu tinha pagado/pago;
Eu tinha ganhado/ganho;
Eu tinha gastado/gasto.

4.4. TRANSITIVIDADE VERBAL E VERBOS IMPESSOAIS:

o Transitividade verbal: transitividade não é da aula de verbos, mas é necessário


para saber se o verbo é de ligação, voz passiva, etc. – ele fala da divisão clássica
(intransitivo, transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto).

o Verbos impessoais: são aqueles que não têm uma pessoa – indicam temperatura,
tempo, fenômenos da natureza, assim não vão ao plural. Ex.: faz sol, está frio, está
tarde, choveu, amanheceu, anoiteceu.

Além disso, será impessoal o verbo haver quando:


a) Tiver sentido de existir. Ex.: Há duas pessoas doentes.
b) Sentido de ocorrer. Ex.: Houve acidentes graves.
c) Tempo decorrido (o faz também é impessoal nesse caso). Ex.: Há dois anos não
me drogo.

o Verbos unipessoais: são aqueles que só pode ter uma pessoa (no sentido denotativo
– literal), então ele sempre se conjugará na terceira pessoa do singular ou plural.
Ocorrerá nos casos de:
a) Verbos indicativos de ação/vozes de animais – latir, ladrar, galopar, etc.
b) Quando o sujeito for uma oração. Exs.: convém acordar cedo; parece que vai
chover; urge melhorar seu nível de leitura, etc.
c) Com os verbos acontecer e ocorrer.

4.5. VERBOS AUXILIARES E DE LIGAÇÃO:


o Verbos auxiliares: auxilia um outro verbo na formação de uma locução verbal
(adicionando sentido extra ao principal). Ex.: estou (auxiliar) trabalhando – ele traz
um detalhamento da ação, como, por exemplo, pode ser utilizado para suavizar ou
intensificar o tom da verdade (a banca vai focar no sentido do auxiliar).
O verbo auxiliar que irá ser flexionado de acordo com o sujeito, enquanto o
principal apenas se flexionará em gerúndio, particípio e infinitivo.

- Verbo poder: pode dar ideia de possibilidade, proibição ou permissão,


capacidade.
- Verbo dever: obrigações, necessidade, possibilidade (probabilidade), conselho.

o Verbos de ligação: liga o sujeito ao predicativo (indica estado/característica).


Portanto, são verbos copulativos ou relacionais, enquanto os que indicam uma
ação são nocionais.
a) Estado permanente: minha mãe é mal-humorada.
b) Estado continuado: minha mãe continua/permanece mal-humorada;
c) Estado transitório: minha mãe está feliz.
d) Mudança de estado: minha mãe virou síndica do prédio.
Obs.: Transformar-se em: quando tiver sentido de virou será um verbo de
ligação.
e) Estado aparente: minha mãe parece distraída.

Obs.: Prestar atenção que o verbo indica na perspectiva de quem fala – se ele diz
– minha mãe era bonita tal fato foi permanente à época.

4.6. VERBOS PERIGOSOS:


o Noções básicas:
- Regulares: o radical não muda, só troca as desinências.
- Irregulares: o radical pode sofrer modificações, não seguindo o modelo de
conjugação.
- Anômalos (ser, ir): são totalmente caóticos, nada é fixo.
- Defectivos: falta alguma pessoa da conjugação, como abolir, precaver, etc.

o Verbos terminados em –iar e -ear:


-IAR: são regulares.
-EAR: são irregulares, recebendo, muitas vezes um “i” a mais. Ex.: eu passeio, tu
passeias, ele passeia...

- Exceção: MARIO ODEIA – Mediar (medeio), Ansiar, Remediar (remedeio),


Incendiar/Intermediar e Odiar – são todos irregulares, sendo conjugados como
passear.

o Verbos terminados em –uar, -uir, -oar:


-UAR: são regulares – siga o modelo de aguar. Averiguar – pode ser averígue ou
averigue.
-UIR: seguir o modelo de influir.
-OAR: seguir o modelo doar.

o Vir e derivados X Ver e derivados:


- VIR: os derivados são convir, provir, intervir, advir, etc. – basta conjugar como o
verbo vir.
No futuro do subjuntivo: quando... eu viEr, tu viEres, ele viEr, nós viErmos,
vós viErdes, eles viErem.

- VER: os derivados são prever, antever, rever, telever, entrever – conjugados


como ver, os demais são regulares.
No futuro do subjuntivo: quando... eu vir, tu vires, ele vir, nós virmos, vós
virdes, eles virem.
Prover X Provir:
Prover: abastecer, munir dispor. Ele será igual ao verbo “ver” no presente, futuro,
pretérito imperfeito e futuro do pretérito do indicativo e no presente do subjuntivo.
Nos demais caso será “beber”.
Provir: ter origem de, descender, derivar – é sempre conjugado pelo verbo vir.

o Ter e derivados: deter, entreter, manter, abster, conter, reter, obter, antes e suster
– se conjugam como ter.

OBS.: TER e VER: possuem a mesma desinência.

ATENÇÃO! – Abater não é derivado de “ter”, mas de “bater” e é regular.

o Pôr e derivados: entrepor, supor, compor, repor, opor, transpor, etc – se conjugam
como “beber”.

o Aderir e similares: polir, aderir, repelir, transferir e expelir se conjugam como o


verbo “ferir”.

o Querer X Requerer: o requerer não é derivado de querer basicamente.

o Aprazer: pretérito mais-que-perfeito – aprouvera, tu aprouveras; imperfeito do


subjuntivo – aprouvesse; futuro do subjuntivo – quando eu aprouver.

o Medir, pedir, valer e eleger: meço, peço, valho, elejo.

4.7. VERBOS DEFECTIVOS E VERBOS PRONOMINAIS:


Verbos defectivos:
- Não possuem a 1ª pessoa do presente do indicativo/ nem o presente do
subjuntivo e nem o imperativo: abolir, banir, brandir, carpir, colorir, computar,
delir, explodir, ruir, exaurir, demolir, puir, delinquir, fulgir, feder, aturdir, bramir,
esculpir, extorquir, retorquir, soer (ter como hábito).

- Reaver e precaver-se: só tem o nós e vós no presente do indicativo. No


imperativo só tem o “vós”.
Entra aqui também: falir, ressarcir e adequar.
Além disso, reaver e precaver não tem “j”, nem “nh” na sua conjugação.
Por fim, o verbo reaver só se conjuga naquelas pessoas que o verbo haver tem
“v” na palavra. Ex.: reouve, reavia, reouvera, reaverei, reaveria.

Verbos pronominais: verbos que sempre traz um pronome – pronome integrante.


a) Verbos essencialmente pronominais: só existe com pronome – arrepender-se,
apiedar-se, condoer-se, atrever-se, assemelhar-se, candidatar-se, dignar-se,
esforçar-se, queixar-se, refugiar-se, suicidar-se.
DICA – Para ver se ele é pronominal mesmo ou não, veja se ele admite a voz
passiva.

Verbos acidentalmente pronominais: vai depender das circunstâncias –


concentrar-se, tratar-se, lembrar-se, sentar-se, ajoelhar-se, levantar-se, enganar-se,
comportar-se, orgulhar-se. - Neste caso, tirando o “se” também tira a preposição que
vem depois.

4.8. VERBO VICÁRIO: é a utilização de pronome demonstrativo o + ser/fazer


com o objetivo de evitar repetição dos verbos. Ex.: Eu poderia ter fugido, mas não o
fiz (não fugi); Se ela não aceita ir ao cinema é porque não quer.

4.9. CORRELAÇÃO DOS TEMPOS E MODOS VERBAIS: é extremamente


intuitivo.
Regras:
- Se eu pudesse, faria;
- Se eu puder, farei/ Caso eu possa, farei.

4.10. VOZES VERBAIS:


Voz ativa: quando pratica a ação – O policial deteve os criminosos.
Voz passiva analítica: recebe a ação – os criminosos foram detidos pelo policial
(agente da passiva).
Ser + Particípio.
Passiva sintética: não fala do agente da passiva – detiveram-se (pronome
apassivador) os criminosos.
VTD + SE apassivador.
Voz reflexiva: é agente e paciente ao mesmo tempo – os criminosos se (pronome
reflexivo) entregaram à polícia.
Voz reflexiva recíproca: são sujeitos praticando ações uns nos outros –
mutuamente – os criminosos se (pronome recíproco) abraçaram.

Conversão de vozes:
Os professores compraram revistas.
Revistas foram compradas (manter o mesmo tempo verbal) pelos professores.
Compraram-se revistas.

- Com tempo composto:


O atacante tinha marcado um belo gol;
Um belo gol tinha sido marcado pelo atacante.

Impossibilidade de conversão: se não tem objeto direto, não tem voz passiva –
verbos intransitivos, transitivos indiretos, verbos de ligação, verbos impessoais
(mesmo quando tem OD).
Exceções: verbos transitivos diretos que não aceitam conversão – verbos que dá
ideia de posse, peso, idade, entre outros casos em que o verbo está na voz ativa mas
a frase dá ideia de passividade (Ex.: levei uma cotovelada na igreja).
5. SINTAXE:
Frase: palavras com sentidos completos – fogo, bom dia, perdeu.
Oração: é quando possui um verbo. Então a sintaxe é só para orações.
Período: agrupamento de orações ou oração única.

Classe: é sobre morfologia – verbo, substantivo, adjetivo.


Função sintática: sujeito, complemento, adjunto.

Ordem direta: sujeito + verbo + complemento (+ adjuntos).

Elementos essenciais: sujeito e predicado.


Elementos integrantes: complementos nominais e verbais, agente da passiva.
Elementos acessórios: adjuntos e aposto.

Obs.: Predicado: significa característica atribuída a um ser.

5.1. SUJEITO:
Conceito: é o termo ligado ao verbo, que o conjuga. Pode ser simples ou composto
(com dois ou mais núcleos).
Núcleo do sujeito: pode ser substantivo, pronome, numeral ou até verbo (palavras
com valor de substantivo).

Sujeito oracional: Convém estudar esta matéria – o quê? Quem? “Isto”.


O nome técnico é oração subordinada substantiva subjetiva.
No caso de sujeito oracional, o verbo fica no singular.

Obs.: Oração reduzida: quando vem em gerúndio, particípio ou infinitivo. Ex.: é


importante ele estudar.

Pronome oblíquo como sujeito: quando o verbo for mandar, deixar, ver fazer,
ouvir ou sentir o pronome obliquo pode ser sujeito. Como em: Mandei o menino sair
– mandei-o sair.

Obs.: Deixe aborrecer, fez desistir e mandei ir: no caso acima, como há duas
orações e uma dela tem pronome obliquo como sujeito, então essas formas não são
locuções verbais, mas verbos diferentes.

Sujeito oculto/elíptico/desinencial: é identificável pela terminação do verbo


(desinência) ou pelo contexto.

Sujeito indeterminado: ele é desconhecido.


Casos:
a) Verbo na 3ª pessoa do plural sem agente explícito;
b) Partícula indeterminadora do sujeito = “se”, quando for VL, VTI ou VI (lembrar
que quando for transitivo direto é voz passiva) – neste caso, fica na 3ª pessoa do
singular.
Pode ser que o objetivo do sujeito indeterminado aqui é trazer uma frase
universal, aplicável a todos. Ex.: respira-se melhor no campo.
c) Verbo no infinitivo impessoal – é o caso de um manual de orientações. Ex.:
lavar as mãos com álcool.

Obs.: Tratar-se de: é sempre sujeito indeterminado e, portanto, invariável.

Obs.2: Sujeito X Referente: sujeito é a função sintática, enquanto referente está no


mundo das ideias, sobre a quem é atribuído o verbo. Ex.: Os meninos jogam futebol.
Jogam futebol todos os dias – o sujeito da segunda oração é eles, mas o referente é
os meninos que jogam.

Orações sem sujeito:


- Fenômenos da natureza;
- Ser/estar/parecer indicando aspectos naturais/ tempo;
- Verbos chega/basta de.
- Era uma vez...
- Dói muito nas minhas costas, Doutor.

Obs.: São quatros horas da manhã – está no plural, mas não tem sujeito.

- Verbo haver – no sentido de existir, ocorrer; suceder, ou tempo decorrido.

Obs.: Quando haver forma locuções verbais com outros verbos, ele os “contamina”,
de forma que também não terão sujeitos, como em: deve haver mil pessoas aqui.

5.2. COMPLEMENTO VERBAL:


● Objeto direto: complemento sem preposição. Pode vir em forma de oração
subordinada substantiva objetiva direta, como pronome obliquo (o, a, os, as), em
oração reduzida, pronome demonstrativo, etc.

Objeto direto pleonástico: pode vir repetido por um pronome. Ex.: Esta moto,
comprei-a na promoção; Aqueles problemas, já os resolvi; Que você era capaz, eu já
o (pronome demonstrativo = isso) sabia.

Objeto direto interno, intrínseco ou cognato: é aquele que repete o mesmo


sentido (o núcleo do objeto vem com uma determinante). Ex.: Eu sempre vivi uma
vida de grandes desafios; choveu aquela chuvinha leve, uma delícia para estudar;
depois da prova, dormi um sono tranquilo.

Obs.: Perceba que dormir, chover, viver normalmente são intransitivos.

Objeto direto preposicionado: nesse caso não é exigência do verbo, pode estar ali
por motivo enfático ou exigência do próprio objeto, por exemplo.
- Casos:
a) Quando houver pronome oblíquo tônico – pertence a ele e não ao verbo. Ex.: Não
aprova nem a mim, nem a ele.
b) Pronomes indefinidos, demonstrativos, interrogativos, como, “a quem”, “a
todos”, “a ninguém”.
c) Pode servir também para desfazer ambiguidades. Ex.: Ao Botafogo venceu o
Barcelona.
d) Relacionados a sentimentos a pessoas, como temer e amar. Ex.: Amava a Deus
acima de tudo.
e) Quando o objeto indicar reciprocidade. Ex.: O menino e a menina ofenderam-se
uns aos outros.
f) Aprender e ensinar. Ex.: Meu irmão tentou me ensinar a nadar.
g) Quando for nome próprio. Ex.: Busquei a José.
h) Quando for a palavra ambos. Ex.: Contratei a ambos.
i) Em construções enfáticas em que se antecipa o OD. Ex.: A você é que não
enganam.
j) Em construções paralelas com pronomes oblíquos.

Objeto direto preposicionado partitivo: comer do bolo, beber do vinho (parte dele
– mudança semântica).

Menções honrosas: quando der uma ênfase – melhor decorar os exemplos: fazer
com que ele estude, puxar da faca, arrancar da espada, sacar do revólver, pegar
pelo braço, cumprir com o dever, pedir por socorro.

● Objeto indireto: complemento verbal com preposição. Pode ser por orações
também que será subordinada substantiva objetiva indireta.

Obs.: 99% das preposições não podem ser retiradas nas orações – mas de forma
excepcionalíssima pode ser tirada (se só tiver essa alternativa) no caso de objeto
indireto oracional. Ex.: a mãe duvidava (de) que ela fosse capaz.

Objeto indireto pleonástico: às violetas, não lhes poupei água.

5.3. ADJUNTO ADNOMINAL x COMPLEMENTO NOMINAL:


● Adjunto Adnominal: ficam junto ao nome – ligado ao núcleo do sujeito, por
exemplo. São os determinantes do substantivo.
Adjunto adnominal preposicionado: tem um sentido ativo – A contratação pelo
Barcelona...
Locução: no adjunto adnominal, é possível trocar por uma palavra só, isso vai
ajudar posteriormente nas diferenciações.

● Complemento nominal: expressão preposicionada que completa o sentido de um


substantivo abstrato ou de um adjetivo, ou de advérbios – é a transitividade dos
nomes.
Semanticamente tem sentido passivo.
Forma do complemento nominal: pode aparecer como substantivo – medo de
baratas; de pronome – vergonha de si mesma; necessário a ambos – ambos é
numeral; pode ser também oração – falta de que brincassem com ele (oração
subordinada substantiva completiva nominal).

● Diferenças entre adjunto adnominal e complemento nominal:


- AA não é obrigatório, já CN sim.
- AA só completa substantivo (abstrato ou concreto), já CN complementa
substantivo abstrato, adjetivo e advérbio.
- AA pode ser preposicionado ou não, já o CN será sempre.
- Se for substantivo abstrato e a preposição seja qualquer uma que não seja “de”
normalmente será CN.

Semelhança entre adjunto adnominal e complemento nominal:


- No caso de substantivo abstrato com “de” – você olha se é agente (AA – tem
sentido de posse) ou paciente (CN). Ademais, se o termo puder ser substituído por
palavra única, então, é AA.

5.4. PREDICATIVOS:
Conceito: atribui uma qualificação, estado, condição a um sujeito ou objeto,
normalmente haverá verbo de ligação, mas nem sempre.

Predicativo do sujeito: pode vir na forma de adjetivo, locução adjetiva,


substantivo, numeral, ou ainda como sujeito oracional, ou ainda como pronome e de
maneira pleonástica. Pode ainda ser introduzido pela preposição acidental “como”.

- A menina acordou doente e chegou atrasada na aula – perceba que não tem verbo
de ligação, mas ela acordou estando doente e quando chegou na aula, estava
atrasada.

- Pedi, nervosíssimo, que ela se casasse comigo – está isolado, sem verbo de
ligação.

Predicativo do objeto direto: considerei fácil o tema da redação; o juiz julgou o


réu culpado; Acho conveniente que você refaça todas as questões.

Obs.: Predicativo do objeto direto e do sujeito X Adjunto Adnominal: o


predicativo é algo que indica estado, enquanto o adjunto adnominal indica algo
permanente. Você pode diferenciar colocando em pronome oblíquo:
Julguei as perguntas complexas – Julguei-as complexas – predicativo.
Resolveram as preguntas complexas – Resolveram-nas – AA.
Além disso, você deve ter em mente que no AA ele vem junto ao substantivo,
enquanto no predicativo ele vem separado por verbo.

Predicativo do objeto indireto: chamei ao político (de) corrupto; atenção, preciso


de vocês atentos.
Tipos de predicado:
a) Predicado verbal: não tem nenhum predicativo – tem como núcleo verbo
intransitivo, ou transitivo direto ou indireto.
b) Predicado nominal: quando tem verbo de ligação e predicativo do sujeito – o
núcleo vai ser o predicativo.
c) Verbo-nominal: quando tem um verbo de ação, mas também tem um
predicativo do sujeito. Ex.: João saiu triste. Além disso, também é verbo-
nominal quando tiver verbo de ação + predicativo do objeto. Ex.: João julgou o
réu culpado.

5.5. APOSTO:
Conceito: termo acessório, que explica, detalha, esclarece. Haverá uma
equivalência semântica, ou seja, não tem valor adjetivo (ele pode substituir o
termo a que se refere).
É diferente de dizer: João, malandro, ainda é jovem – João que é malandro
(predicativo do sujeito).
O aposto geralmente é introduzido entre vírgulas ou por dois pontos. Pode ser
também apresentado em oração subordinativa substantiva apositiva.
O aposto também pode ser enumerativo como em: Convocaram três novos
goleiros: Dida, Marcos e Júlio.
Pode retomar uma oração inteira como em: Ninguém quer estudar, fato que
impede a aprovação.

Aposto especificativo: ele individualiza seu referente = nome próprio especificando


um substantivo comum, não vem separado por vírgulas. Ex.: O artilheiro Messi é o
melhor da história; A praia da Pipa é linda.
Perceba que não há sentido de posse, Pipa é a própria praia, ou seja, não pode
ser adjunto adnominal, inclusive pode ser tirada a preposição. Agora em: Messi
artilheiro é o melhor da história – agora, artilheiro é adjunto adnominal.

5.6. ADJUNTO ADVERBIAL:


Conceito: expressa circunstância de um verbo, ou acentua o sentido de um adjetivo
ou advérbio.
Pode aparecer na forma de advérbio, locução adverbial, oração adverbial.
Lembrar também que as orações subordinadas lá da primeira aula são todas
adverbiais.

5.7. AGENTE DA PASSIVA:


Conceito: é o termo que pratica uma ação numa oração em voz passiva analítica,
que também pode vir em oração.

5.8. VOCATIVO:
Conceito: chamamento ao interlocutor e vem sempre marcado por pontuação.
5.9. A PALAVRA QUE:
o Morfologia:
Conjunções:
- Consecutiva: Bebi tanto que passei mal.
- Comparativa: Eu estudo mais (do) que você.
- Explicativa: Estude, que (porque) o edital já vai sair.
- Causa: Cansado que estava não poderia mais sair.
- Aditiva: Você fala que fala hein, meu amigo!
- Alternativa: que chova, que faça sol, irei à praia.
- Adversativa: culpem a todos, que (mas) não a mim.
- Locução conjuntiva final: Estudo para que meu filho tenha uma vida melhor.
- Concessiva: estude constantemente, pouco que seja (=ainda que pouco)
- Temporal: agora que eu ia viajar, chove.
- Conjunção integrante: quero que você seja aprovado (você substitui por
algo/isto)

Pronomes:
- Interrogativo: Que houve aqui?
- Indefinido: Eu sei que (quais) intenções você tem com minha filha – acompanha
o substantivo e pode ter sentido exclamativo.
- Indefinido interrogativo: Não sei que (quais) intenções você tem com minha
filha.
- Relativo: quando retomar alguém que vem antes - o aluno que estuda (estudioso)
passa.

Substantivo: Ela tem um quê de cigana (sempre acentuado).

Advérbio de intensidade: Que chato/ Que depressa passa a infância.

Partícula expletiva: é aquela que pode ser retirada (não tem função sintática) – Eu
é que te sustentei, seu ingrato! Foi ele que roubou meu carro!

Preposição acidental: não era originalmente preposição, mas virou no contexto -


Tenho que (de) passar o quanto antes/ Não há que (de) se fazer greve.

o Função sintática:
Conjunção integrante:
Ela disse que não gostava de animais – OD.
Lá, era proibido que se jogassem fora os restos de comida – Sujeito.
Tenho medo de que o dinheiro acabe – CN.

o Nas orações adjetivas: quando equivale a um adjetivo – sempre sendo um


pronome relativo.
O menino que estuda (estudioso) vai passar.
Os funcionários que fizeram greve foram demitidos – restritiva.
Os funcionários, que fizeram greve, foram demitidos – explicativa.

Obs.: Em alguns casos, não é possível restringir o fato. Ex.: Machados de Assis, que
escreveu Quincas Borba, era um gênio.

Função sintática dentro das orações adjetivas: para descobrir, você troca o que
pelo termo que ele se refere, aí você lê a oração isolada e vê qual o papel do termo
novo lá.
Ex.: O menino que conheci acertou todas as questões – o menino conheci – OD.

Obs.: “o” antes do “que” equivale a “aquilo”.

5.10. A PALAVRA SE:


Pronomes:
- Apassivador: Vendem-se casas (VTD + SE) – precisa olhar se o sentido está
passivo.
- Reflexivo: O menino feriu-se com a faca – função de OD, ou seja, verbo VTD.
- Recíproco: Irmão e irmã se abraçaram – função de OD.

Partículas:
- De indeterminação do sujeito: quando for VTI/ VI/ VL + SE – Vive-se bem aqui.
- Expletiva de realce: Foi-se embora com o circo (pode ser retirado).

Conjunções:
- Integrante: mesma coisa do que – Não quero saber se ele nasceu pobre (isto/algo).
- Condicional: Se eu tivesse talento, seria músico.
- Causal: Se (Já que) você é vegetariano, não podemos ir a churrascaria – é um fato
concreto.
OBS.: Assim como – Se há direitos que o cidadão exige, existem também deveres
que deve cumprir. Perceba que não é condicional aqui.

Parte integrante de verbo pronominal: lembrar-se/ assemelhar-se – pronome fixo


preso a ele, sendo sempre VTI ou VI e indicando uma ação espontânea. Esse “se”
não terá função sintática nenhuma.

OBS.: Tratar-se de (VTI + SE): nunca se flexiona porque indica sujeito


indeterminado.

5.11. A PALAVRA COMO:


Conjunções:
- Causal: como não sabia nadar, quase se afogou (vem antecipada).
- Comparativo: ele era forte como um touro.
- Conformativo: como dizia minha vó, não existe almoço grátis.
- Aditivas: tanto corro de dia, como de noite/ não só estudo, como reviso.

Advérbios:
- De interrogação: como você fez isso? (pode ser direto ou indireto). Também pode
introduzir oração substantiva justaposta.
- De intensidade: como é grande o meu amor por você (o quão).

Pronome relativo: não gosto do modo como você fala – quando ele retomar modo,
maneira, etc.

Preposição acidental: com sentido de “por” ou “na qualidade de”. Ex.: Ele joga
como atacante.

Interjeição: Como?!

Verbo: primeira pessoa do singular do verbo comer – Eu não como carne.

5.12. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS JUSTAPOSTAS: não são


introduzidas por conjunção, mas apenas frases colocadas uma do lado das outras,
sendo introduzidas por pronomes interrogativos ou advérbios interrogativos. Ex.:
Ignoro quanto economizou/ Falava a quem quisesse ouvir/ Vejo quão felizes são
vocês.

5.13. PARALELISMO: frases que tenham constituintes do mesmo tipo (adjetivo


com adjetivo, por exemplo) precisam ter a mesma forma. Ex.: Tenho um primo
inteligente e que tem muito dinheiro – Está errado, tem que ser: um primo
inteligente e rico, ou um primo que é inteligente e que é rico.
Ademais, a mesma regra vale para orações reduzidas e desenvolvidas – se uma
estiver reduzida a outra também tem que estar e vice-versa. Ex.: Estudo por estar
desempregado e por aspirar uma vida melhor.
Quando for advérbios e adjetivos com suas respectivas locuções não há
problema de paralelismo. Ex.: João é rude e sem paciência.
Quando for “não só...como”, “isto é”, “ou seja” tem que ter paralelismo também.
Ex.: João partiu desta para uma melhor, ou seja, morreu.

Obs.: Uma dica também é ver se está concordando com o verbo. Ex.: Mande-me
tudo que conseguir sobre as manobras da minha tia e se meu tio encontrou os
documentos – essa segunda oração não concorda com “mande-me”.

Paralelismo semântico: não basta que a forma seja paralela, mas o sentido também.
Assim, em: “o policial fez duas operações: no Morro do Juramento e outro no
pulmão” está sem paralelismo – não faz o menor sentido.
Agora, há casos em que fará sentido como em: “Marcela amou-me durante
quinze dias e onze contos de réis”.

ATENÇÃO! – Paralelismo não é erro gramatical, mas uma questão estilística de


harmonização.

5.14. ORAÇÕES REDUZIDAS X ORAÇÕES DESENVOLVIDAS:


Desenvolvidas: possuem conjunção integrante, pronome relativo ou conjunções
adverbiais e o verbo estará conjugado.
Reduzidas: não têm conectivos e os verbos aparecem na forma nominal (gerúndio,
particípio e infinitivo).

Ao me ver, não me cumprimente – Quando me ver, não me cumprimente.


Vi alguém chorando – Vi alguém que chorava.
Vi um livro explicando esse tema – vi um livro que explicava esse tema.

6. PONTUAÇÃO:
6.1. PRINCÍPIOS GERAIS:
1º Princípio – ordem direta: sujeito + verbo + complemento + adjuntos –
intercalações e inversões na ordem direta são marcadas como pontuação.
Separações proibidas: sujeito e verbo; verbo e seu complemento; nome e seu
complemento ou seu adjunto; predicativo de seu sujeito ou objeto.
Intercalações: sujeito, , verbo, , complemento, , adjunto, .

OBS.: OBJETO PLEONÁSTICO: serão separados por vírgulas. Ex.: os meninos,


já os levei para a escola.

2º Princípio: termos explicativos devem vir marcados entre vírgulas também. Ex.:
São Paulo, estado brasileiro mais rico, não é a capital da federação.

6.2. TERMOS ADVERBIAIS DESLOCADOS: De manhã cedo, Paulistênia


estuda Português/ Paulistênia, de manhã cedo, estuda Português.
Exceção:
- Adjunto adverbial de pequena extensão: é facultativo o uso da vírgula no
deslocamento.
Obs.: ABL: define que três ou mais palavras já é de grande extensão.

Orações Adverbiais: se elas vierem deslocadas, a vírgula é obrigatória, se vier na


posição normal, a vírgula é facultativa. Agora atenção se for oração reduzida de
gerúndio a vírgula é obrigatória mesmo na ordem direta.

6.3. ORAÇÕES INTERFERENTES: são aquelas que interrompem um período


com o objetivo de trazer um adendo, explicação ou comentário do autor.
Ex.: Acontece que a donzela, isso era segredo dela, também tinha seus caprichos.
A vizinha, somente fiquei sabendo agora, guardava um corpo no freezer.

6.4. COORDENAÇÃO DOS TERMOS SINTÁTICOS – ENUMERAÇÃO:


Regra: usa-se vírgulas para enumerar termos repetidos e/ou de mesma função
sintática, não ligados por E, OU e NEM.
Exceção: polissíndeto: quando tiver os conectivos várias vezes repetidos usará
vírgulas. Ex.: Decidi abrir uma padaria, e um açougue, e um restaurante, e um
banco/ Consegui a vitória, ou a derrota, ou o empate.
Curiosidade: Quando existe um “e” no final de uma enumeração quer dizer que ela
acabou, se não existir, quer dizer que a lista é exemplificativa – há outros itens que
não foram mencionados.

Vírgula antes do “E”:


- Quando tiver duas orações com sujeitos distintos (facultativo, mas recomendável).
Ex.: Eu trabalhava, e meu filho gastava dinheiro – para evitar ambiguidade (neste
caso, será obrigatório) também. Ex.: Ela comprou o gato, e o cachorro ficou com
ciúme.
- Quando for oração adversativa (facultativo). Ex.: Fez dieta por muitos anos, e
(mas) não emagreceu – lembrar que a maioria dos gramáticos diz que é facultativa,
mas é controverso.
- Pode usar a vírgula quando o sujeito for o mesmo, como recurso estilístico para
demonstrar que a oração iniciada por conjunção aditiva teve uma pausa maior para
ser iniciada. Ex.: Na véspera, deitara-se cedo, e sonhou (pode usar o travessão
também). – Muito específico e minoritário.
- Antes de etc. – o uso é facultativo.

Orações coordenadas com ou sem conjunções: mesma regra da enumeração – são


separadas as orações por vírgulas. Ex.: o concurso não saiu, logo estou feliz.
- Usa-se vírgulas também para deslocar conjunções coordenativas deslocadas. Ex.:
Seu lugar, portanto, não é aqui.

OBS.: Várias orações subordinadas: quando estão enumeradas, entre si elas serão
coordenadas.

6.5. EXPRESSÕES EXPLICATIVAS, CONCLUSIVAS, RETIFICATIVAS,


ENFÁTICAS E EXEMPLIFICATIVAS: como além disso, aliás, a saber, ou seja,
isto é, ou melhor, assim, com efeito, por exemplo, afinal, inclusive, bem, pois bem,
ora, enfim.
Ex.: Afinal, quem poderá nos defender?

6.6. APOSTO, VOCATIVO E PREDICATIVO:


Aposto explicativo: Ares, Deus da guerra, inspirada os troianos – há igualdade
entre os termos – olhar se o aposto pode ser retirado sem prejudicar o sentido.
- Aposto especificativo: lembrar que é o caso específico – nome comum +
específico e nesse caso não há separação por vírgulas. Ex.: O escritor Machado de
Assis nunca saiu do país.

Vocativo: Bom dia, Brasil!

Separar o predicativo deslocado: lentos e tristes, os retirantes iam passando/


cansado, o aluno preferiu não sair de caso.

6.7. ELIPSE: é a supressão de uma palavra que será marcada pela vírgula.
Ex.: No banco, uma fila enorme.
De dia, estudo matemática; de noite, português – zeugma: elipse de estrutura
que já apareceu.
Obs.: Ponto e vírgula: as frases devem ser separadas por ponto vírgula como
no exemplo acima, mas não é obrigatório.

6.8. ORAÇÕES ADJETIVAS: são aquelas que têm valor de adjetivo.


Ex.: Os funcionários que fizeram greve foram demitidos – restritivas;
Os funcionários, que fizeram greve, foram demitidos – explicativa.

Perceba que tirar as vírgulas não causa erro gramatical, mas só mudança de
sentido.

Casos em que não pode tirar a vírgula:


Minha mãe, que era uma mulher sábia, nunca fez faculdade.
O Canadá, onde faz muito frio, é bastante visitado.
O livro Dom Casmurro, de Machado de Assis, é muito bom.

6.9. PONTO E VÍRGULA: não existe regra que diga ser obrigatório, mas é para
melhor organização.
- Usado antes de conectivos adversativos e conclusivos para marcar pausa maior
antes de orações de maior extensão e/ou que já tenham vírgulas internas.
Ex.: Eu sempre tive medo do mar; contudo, mesmo assim, sempre frequentei a
praia.
Ele foi condenado penalmente; portanto perdeu o emprego – não é
recomendado que se use ponto final, mas não é errado.

- Enumerar e agrupar elementos em enumerações. Ex.: entre os incisos de um artigo.

- Agrupamentos em enumerações já separadas com vírgulas internas. Ex.: Viajei


com dois cais e um amigo solteiro: João, Maria; José, Joana; Douglas.

ATENÇÃO! Não usa ponto e vírgula – em orações subordinadas.

- Pode ser usado também no lugar do ponto final para conceder uma pausa menor.

6.10. SINAIS DE DOIS PONTOS:


- Para introduzir a fala de alguém – citação literal;
- Introduzir termos que tem relação semântica do que foi dito antes com natureza de
explicação. Ex.: o dólar estava muito alto: não viajei.
- Introduzir a oração apositiva. Ex.: Ela queria apenas uma coisa: que fosse logo
aprovada.
- Introduzir enumerações (aposto enumerativo). Ex.: Encontrei na festa meus dois
melhores amigos de infância: João e Pedro.

OBS.: “A diferença é que agora tudo acontece muito mais rápido: desde 2010, o
número de robôs industriais cresce a uma taxa de 9% ao ano” – esses dois pontos
podem ser trocados por ponto vírgula, apesar de não ser o mais adequado.
6.11. ASPAS, TRAVESSÃO E PARÊNTESES:
ASPAS:
- Indicar citações literais, discursos diretos;
- Dar destaque a uma palavra – sentido figurado – a palavra não deve ser lida com o
sentido óbvio. Ex.: Quem foi o “gênio” que tirou zero naquela prova fácil?
- Indicar estrangeirismo, neologismo, arcaísmo, expressão popular ou gíria.

TRAVESSÃO:
- Mudança de interlocutor no diálogo.
- Isolar termos ou orações intercaladas de caráter explicativo ou para dar
destaque/ênfase.

OBS.: Quando a frase sem o termo isolada pelo travessão pedir a vírgula, então
haverá travessão e vírgula. Ex.: A verdade das grandes histórias – mesmo das
pequenas –, ao contrário da verdade dos conceitos estéreis...

PARÊNTESES:
- Essencialmente, servem para isolar esclarecimentos acessórios – que poderiam ser
retirados.

6.12. OUTROS SINAIS DE PONTUAÇÃO:


USO DE RETICÊNCIAS:
- Indicam algo interrompido, hesitação, pausa, suspensão do pensamento,
continuidade, prolongamento de uma ideia.
- Reticências entre parênteses: significa supressão de parte do texto.

PONTO DE INTERROGAÇÃO:
- Para se fazer uma interrogativa direta.
- Fazer uma pergunta retórica.

7. SINTAXE (CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL): deverá haver


concordância com o objetivo que as mesmas ideias sejam mantidas.

7.1. CONCORDÂNCIA VERBAL:


1ª REGRA – SUJEITO SIMPLES: o verbo concorda com o núcleo do sujeito.

2ª REGRA – SUJEITO COMPOSTO: tem mais de um núcleo = verbo no plural.


Agora, se o sujeito composto for posposto (vier depois do verbo), então ele pode
concordar só com o mais próximo (concordância atrativa) ou vir no plural mesmo.
▪ Núcleos unidos por coordenação:
- Sujeitos sinônimos = concordância atrativa ou total. Ex.: Carinho e afeto é
essencial/ são essenciais.
- Sujeitos infinitivos antônimos = plural/ com determinantes = plural/
infinitivos normais = singular (será visto melhor posteriormente).
- Sujeito composto por gradação = plural ou singular. Ex.: Um minuto, um
ano, um século ainda parece pouco para mim.
3ª REGRA – SUJEITO OCULTO (elíptico ou desinencial): flexiona o verbo,
porque sabe qual o sujeito, mesmo ele não estando ali.

4ª REGRA – SUJEITO INDETERMIDADO: verbo na 3ª pessoa do plural.


Agora, quando aparecer com “se” indeterminador, será 3ª pessoa do singular
(por exemplo, tratar-se de)

Obs.: Nos casos que não tem sujeito (verbos impessoais): o verbo virá no
infinitivo impessoal. Ex.: É necessário [estudar mais] – estudar é impessoal aqui.
Obs.: não confundir “tratar-se de” com “tratar-se” em orações na voz passiva. Ex.:
Tratam-se diversas doenças cardiovasculares aqui.

5ª REGRA – VOZ PASSIVA: concorda com o núcleo do sujeito paciente


normalmente.
Na voz passiva sintética, também concorda com o sujeito. Ex.: Educam-
se crianças de modo muito perigoso.

6ª REGRA – SUJEITO ORACIONAL: verbo na 3ª pessoa do singular – concorda


com o sujeito “isto”, mesmo na voz passiva oracional, porque a oração é uma
unidade estrutural e a regra deve ser uma norma neutra.
Esse sujeito oracional irá aparecer na forma de verbo no infinitivo ou
introduzido pelo termo “que”.
Ex.: É preciso amar como se não houvesse amanhã – isto é preciso

Atenção! Parecia: se vir flexionado não é caso de sujeito oracional, mas se vir sem
flexão, será caso de sujeito oracional. Ex.: Os meninos parecem felizes/ Os alunos
parecia ouvirem a professora (Parecia que os alunos ouviam a professora).

7ª REGRA - VERBOS IMPESSOAIS: verbo no singular.


- Faz/há (tempo decorrido/ocorrer/existir) duas semanas que não fumo.
- Na locução verbal, o verbo haver contamina os demais verbos quando for o
principal. Ex.: Deve haver prudência.
- Se ele for auxiliar e o principal estiver no plural, então pode ir ao plural sim (Ex.:
hão de existir/ há de haver).
- Haver no sentido de decidir/comportar = flexiona normalmente.

Obs.: Verbos que indicam fenômeno da natureza, mas no sentido figurado:


nesses casos, excepcionalmente irá flexionar. Ex.: Choveram críticas ao trabalho.

8ª REGRA – PRONOMES QUE e QUEM:


- Que: o verbo concorda com o antecedente (o termo a que ele retoma). Ex.: Alunos
que estudam serão aprovados.
- Quem: concorda com o próprio quem = fica no singular o verbo (regra), mas, por
outro lado, também é lícito concordar com o termo antecedente.
- Predicativo na primeira oração: o verbo depois do “que” vai poder concordar ou
com o sujeito ou com o predicativo. Ex.: Fui eu o último que consegui/conseguiu a
vaga.
- Adjunto ligado ao sujeito na primeira oração: mesma regra anterior. Ex.: O
efeito das catástrofes que se verificou/verificaram; seremos nós aqueles que
herdarão/herdaremos o reino dos céus; Quais de nós teriam/teríamos pensado nisso?

Obs.: Predicativo do objeto: a concordância é feita normalmente com o objeto.

9ª REGRA – EXPRESSÕES PARTITIVAS E NUMERAIS COM


DETERMINANTES:
- A maioria de/grande parte das pessoas: pode concordar com maioria/grande
parte (núcleo do sujeito) ou com pessoas.
Casos semelhantes:
- Um grupo de lobos (coletivos) = mesma regra, só que o ideal é concordar com o
coletivo, mas você pode concordar normalmente com o outro termo para salientar
não a ação do conjunto, mas dos indivíduos (concordância ideológica), desde que
esse termo anteceda o verbo.
- 72% do eleitorado = mesma regra – o próprio numeral é o núcleo do sujeito.
Atenção! Até 1,999... é singular, só a partir de 2 que será plural.

Obs.: Metade, grupo – são todos os núcleos do sujeito, enquanto de + coletivo é


adjunto adnominal (determinantes), demonstrando que aqueles são o núcleo.

- Expressões partitivas e numerais pospostos: só pode concordar com o posposto.


Ex.: nos quilombos refugiava-se grande parte dos escravos.

- Porcentagem particularizada: neste caso, só concordará com o próprio


determinante. Ex.: Aqueles 10% do eleitorado modificaram seu voto/ Os 10%
restantes já embarcaram.

Obs.: “o número de”: não é considerada expressão partitiva pelas bancas.

Obs.: Milhar: é termo masculino – Os milhares de mulheres, não existe as milhares


de mulheres.

- Numerais fracionários: concordará com o numerador da fração ou com o


determinante. Ex.: Um quinto dos bens cabe/cabem aos meninos.

10ª REGRA – VERBO SER:


Regra Geral: você concorda em tese, com o predicativo do sujeito, quando ele
estiver no plural. Ex.: tudo são flores.

Outras concordâncias:
Pessoa no sujeito ou pronome reto:
- Sujeito for pessoa ou pronome reto = concorda com o sujeito. Ex.: João é todas
as despesas da casa.
- Sujeito for pessoa e predicativo pronome reto = concorda com o pronome reto
– se for o contrário = concorda com o pronome reto. Ex.: João sou eu.
Atenção! Pronome reto: sempre “suga” a concordância.

“Tanto faz”:
- Sujeito e o predicativo forem pessoas = concorda com qualquer um dos dois.
Ex.: João é/são várias pessoas diferentes.
- Sujeito não indicar pessoas (coisas) ou for pronome “tudo, nada, isso, aquilo”
= facultativo, mas preferencialmente com o predicativo. Ex.: O problema é/são as
más companhias.

Tempo e distância:
- Concorda com o predicativo. Ex.: É meio dia.
Quantidade, preço, medida:
- Quantidade, preço, medida + é pouco, é suficiente, é mais que... = verbo no
singular. Ex.: Um é pouco, três é demais.

Hora e data:
- Hora e data = o verbo “ser” será impessoal, mas estranhamente ele pode
concordar com o número. Ex.: Hoje são vinte de maio/ Hoje é 20 de maio.
- Aproximação – hora e data + perto de/cerca de: pode concordar com o número
ou com perto de.

Que ou quem:
- Com pronome interrogativo que ou quem = concorda com o predicativo. Ex.:
quem foram os culpados de tudo? Que são os verbos vicários?
- Ser + que – se vir junto é invariável, se separado, tem concordar com o termo
que vem no meio. Ex.: As pessoas de visão é que moldam seus destinos/ São as
pessoas de visão que moldam seus destinos.

Nome próprio de valor coletivo + artigo:


- Quando tiver ideia de coletivo e vir com artigo, então tem que concordar com o
artigo, se não vir, será singular. Ex.: os EUA são um país muito rico/ Estados
Unidos é um país de consumo.

11ª REGRA – DAR, BATER, SOAR – indicando hora: concordará com o


número.
Se o sujeito for relógio, sino ou carrilhão, o verbo concorda com o sujeito.

Ex.: Deram cinco horas sem nada acontecer.


Soou dez badaladas o relógio da escola

12ª REGRA – SILEPSE (CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA):


- Silepse de número: O brasileiro é muito criativo, é cada ideia que inventam!
- Silepse de gênero: Vossa Excelência está muito abatido.
- Silepse de pessoas: Os advogados nos orgulhamos de fazer a lei ser cumprida/
Todos somos responsáveis pela situação.
Pessoa, número e gênero: É assim que a gente vive. Perdidos no mundo.

13ª REGRA – CONCORDÂNCIA COM INFINITIVOS:


- Sujeito composto com núcleos no infinitivo: verbo no singular. Ex.: Comer,
rezar e amar se tornou meu lema.
Exceção: núcleos no infinitivo com sentidos opostos ou vindo com
determinantes – verbo no plural. Ex.: O plantar e o colher parecem imprevisíveis.

- Concordância com verbos no infinitivo: em regra, pode usar o infinitivo singular


ou flexionado.
Ex.: Comprei o bolo para comer/comermos – a flexão evidencia a ação ou o sujeito.
Exceções:
- Se o núcleo do sujeito for claro e único: irá flexionar. Ex.: Faço isso para eles
não me julgarem – pelo visto esta regra não é rígida, já que errei duas questões por
causa dela (pode se flexionar ou não).
- Locução verbal: o verbo no infinitivo não vai flexionar. Ex.: Elas parecem ser
legais.
- Pronome oblíquo como sujeito: não flexiona. Ex.: Mandei-os sair.
- Complemento de adjetivo ou substantivo: não flexiona. Ex.: Todos são
capazes de passar.

14ª REGRA - DIVERSOS:


a) Sujeitos com pessoas diferentes:
Ex.: Eu, tu e ele vamos sair (1ª pessoa).
Tu e ele serão/sereis aprovados (pode ser 2ª ou 3ª pessoa).

b) Sujeito composto com núcleos unidos por “ou”:


- Situação de incluir todos – plural. Ex: o gênio ou o idiota aprenderão
igualmente.
- Situação excludente – singular. Ex.: O conservador ou o radical será eleito
presidente este ano.
- Situação de retificação ou sinonímia – singular.

c) Núcleos unidos pela conjunção “nem”: preferencialmente no plural (pode ser


singular, por exemplo, se for sentido de exclusão).
Exceção: sujeito posposto ao verbo – plural ou singular, mas preferência pelo
singular. Ex.: Não faltava motivação nem disciplina naquele modo de estudar.

Obs.: “Nem” com sentido de exclusão – funcionará como o “ou” e, portanto,


singular. Ex.: Nem você nem ela será eleito representante de classe.

Regras Especiais
Um e outro – plural e singular.
Nem um nem outro – plural e singular
Nem um nem outro (reciprocidade) – plural
Um ou outro - singular
d) Mais de um/Menos de dois: nesses casos, o verbo concorda com o numeral,
exceto quando houver reciprocidade que vai ao plural (Ex.: mais de um
candidato se agrediram verbalmente).

e) Pronome indefinido + pronome pessoal: se os dois tiverem no plural, pode


concordar com qualquer um deles. Ex.: Quais de vós sois/são sinceros.
Se o indefinido estiver no singular, então ficará no singular. Ex.: Cada
um de nós deve estudar.

OBS.: Um dos que: nesse caso pode ir no singular ou plural. Ex.: Um dos que
estuda/estudam mais é você.

f) Termos coesivos resumidores: tudo, nada isso, cada, nenhum, todos =


concorda com o termo. Ex.: Seu rosto, seu cheiro, seu gosto, tudo que não me
deixa em paz.

g) Preposição “com”:
- Se for sem vírgulas = verbo no plural. Ex.: eu com meu amigo instalamos o
roteador;
- Se for com vírgulas = verbo no singular (entende-se que o segundo é adjunto
adverbial de companhia). Ex.: O presidente, com os seus ministros, elaborou um
plano.
- Expressões “bem como”, “assim como” = concorda com os dois ou o 1º
termo. Ex.: Tanto ele quanto ela estuda/estudam muito.

7.2. CONCORDÂNCIA NOMINAL:


REGRA GERAL: os determinantes concordam com o substantivo em gênero e
número.
Lembrar! Advérbio – não varia.

OUTRAS REGRAS:
1ª REGRA – Adjetivo (adjunto adnominal) se referindo a dois ou mais
substantivos:
- Adjetivo posposto = concorda com os dois ou com o mais próximo (às vezes é
melhor concordar com todos para evitar interpretações erradas). Ex.: Tenho alunos e
alunas dedicadas/dedicados.
- Adjetivo anteposto = só concorda com o mais próximo. Ex.: Consumi boa comida,
vinhos e livros.
Obs.: Predicativo: neste caso, concorda com o plural ou atrativa, mesmo anteposto.
Ex.: Estavam enferrujadas/enferrujados as facas e os garfos.
- Adjetivo + nomes próprios ou grau de parentesco (ex.: irmã e avó) = só plural.

2ª REGRA – Adjetivos compostos: somente a segunda parte varia. Ex.:


econômico-financeiras.
- Se houver substantivo na composição = ninguém varia. Ex.: amarelo-ouro,
cinza escuro, etc.
- Sempre invariáveis = furta-cor, azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta, sem-
sal, sem-terra, verde-musgo, cor-de-rosa, zero-quilômetro.

Obs.: Substantivo funcionando como adjetivo = invariável: descobriram


várias firmas fantasma/ Vários ataques relâmpago ocorreram/ festas surpresa/ cursos
pirata, etc.

3ª REGRA – Mais...possível: siga o artigo (mas a concordância é feita na realidade


com a palavra que vem no meio). Ex.: As questões são as mais ambíguas possíveis.

4ª REGRA – É bom, é necessário, é proibido e similares: invariável, exceto se


vier com algum determinante – concorda com este. Ex.: A cafeína é boa para os
nervos/ Cafeína é bom para os nervos.

5ª REGRA – Bastante: pode ser pronome indefinido adjetivo (varia – concorda


com o substantivo – substitui várias) ou advérbio (não varia – substitui muito/ não
substitui várias). Ex.: Estudo bastante X Estudo bastantes matérias.

6ª REGRA – Palavras que são adjetivos e assim concordam (DECORE): anexo


– apenso – obrigado – mesmo – próprio – incluso – quite – leso (Ex.: lesa-pátria).
Obs.: Em apenso – em anexo – menos – alerta: advérbio – invariáveis.

7ª REGRA – Tal qual:


- O “tal” varia de acordo com o antecedente;
- O “qual” varia com o termo seguinte.
Ex.: Esse funcionário é tal quais os patrões.

8ª REGRA – Dois adjetivos no singular = substantivo fica no plural. Ex.: As


línguas inglesa e espanhola são estratégicas.
Já se tiver determinante no segundo adjetivo = substantivo singular. Ex.: A
língua inglesa e a (língua) espanhola são estratégicas.

Obs.: Bechara: considera que é possível deixar o substantivo no singular. Ex.: A


língua inglesa e espanhola são estratégicas (já foi cobrado em prova).

9ª REGRA – Numeral ordinal = o substantivo concorda com o numeral e não o


oposto. Ex.: A primeira menina/ A primeira e (a) segunda série/séries são mais
difíceis.

Obs.: Havendo mais de um numeral e o substantivo vier anteposto = plural


obrigatório. Ex.: as séries primeiras e segundas são as mais difíceis.

10ª REGRA – Particípio: funciona como adjetivo e assim deverá concordar com o
substantivo, exceto se for locução verbal.
8. REGÊNCIA E EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE:
8.1. REGÊNCIA:
● Conceito: você irá ver se o nome ou verbo pede complemento e qual a preposição
adequada.

● Princípios Gerais – Regência Verbal:


a) Verbos com regências diferentes: não devem dividir o mesmo complemento.
Ex.: Entrei e saí de casa (errado) – Entrei na casa e saí dela.
b) O mesmo verbo possui regências diferentes:
Ex.: João só fala sobre crossfit (VTI); João só fala verdades (VTD), etc.
c) Regência com pronomes relativos: deve haver preposição quando o verbo
seguinte ao pronome a pedir.
Ex.: A reunião a que comparecemos foi produtiva; O lugar a que chegamos era
lindo.
Obs.: O pronome relativo que se refere a um sujeito anterior, terá função de
sujeito dentro da oração adjetiva.

● Regências Específicas dos Verbos:


i. Agradar:
Acariciar – eu agradei ao gatinho (VTD);
Satisfazer – eu agradei aos patrões (VTI).
ii. Aspirar:
Sugar - Eu aspirei o pó da sala (VTD).
Desejar - Eu aspiro ao cargo de auditor (VTI) - não aceita o lhe.
Obs.: Quero lhe ver – também está errado, pois “ver” não aceita o “lhe”.
iii. Assistir:
Observar – Assisti ao novo filme (VTI) – não aceita o lhe.
Pertencer um direito – Assiste razão ao réu (VTI) – cabe o lhe.
Ajudar – Deus bom, que assiste os coitados (preferencialmente VTD).
Morar – Ela assiste em outro bairro (VI).
iv. Atender: pode ser VTD ou VTI, mas preferencialmente:
Acolher – O diretor atendeu os alunos (VTD);
Responder uma súplica – Os bombeiros atenderam a doze pessoas (VTI) – não
aceita o lhe.
Prestar atenção – Atenda bem aos conselhos de mamãe (VTI).
v. Chamar:
Convocar – Chamou os alunos ontem (VTD);
Atrair – Ele chama energias negativas (VTD):
Pedir ajuda – Não chame por seus amigos na hora do sufoco (VTI);
Qualificar (vale pra todos os verbos com esse sentido) – Chamou a (à) moça
(de) estúpida (VTI – verbo transobjetivo – além do OD (moça), exige também
o “de algo” é predicativo e o “de” pode ser suprimido) – pode usar o lhe.
vi. Chegar:
Em algum lugar – O natal chegou cedo (VI);
Atingir limites – Chegou ao extremo (VTI).
vii. Implicar:
Causar – O estudo para concursos implica renúncias diversas (VTD); - ou seja,
na dúvida, não use a preposição “em” com o verbo implicar.
Exige – O combate à inflação implica adoção de medidas drásticas (VTD);
Envolver alguém em algo – O depoimento implicava o presidente na fraude
(VTDI);
Zombar – Ele está implicando comigo (VTI).
viii. Obedecer:
Acatar – Obedecia ao pai (VTI)

Obs.: Atender, obedecer, pagar, perdoar, apelar e abusar: apesar de serem


VTI, admitem voz passiva.
ix. Precisar:
Necessitar – precisou de dinheiro (VTI);
Indicar com exatidão – Ele precisou quanto tinha sido furtado (VTD).
x. Preferir:
Gostar mais – Prefiro o axé ao rock (VTI – uma coisa a outra).
xi. Responder:
Falar – Ele respondeu apenas mentiras (VTD);
Dar resposta a algo/ algo a alguém – Respondi-lhe que não era culpado (VTI ou
VTDI).
xii. Servir:
Prestar serviço – servidores ganham para servir/ ganham para servir ao país (VI
ou VTI);
Levar algo – Lá não serve peixe (VTD);
Ser útil – a farda não serve mais em você (VTI);
Ter a função de – A pobreza não pode servir de desculpa (VTI).
xiii. Simpatizar e Antipatizar:
Ter afinidade – eu simpatizo com ele (VTI – não aceita me, te, se, nos, então,
não fale eu me simpatizo)
xiv. Visar:
Ter como objetivo – Estudo visando ao primeiro lugar (VTI, mas alguns
doutrinados aceitam como VTD – marcar na questão só se não houver outra
alternativa);
Mirar – O policial visou o alvo (VTD);
Rubricar – Vise o cheque (VTD).

● Bitransitivos: informar, notificar, avisar, certificar, cientificar, proibir, permitir,


prevenir, aconselhar, perguntar – sempre serão VTDI – a/de/sobre.
Ex.: Informe o passageiro da notícia/ Informei a notícia ao passageiro.

● Verbos pronominais: são aqueles que obrigatoriamente precisam de um pronome


oblíquo átono, de modo que sua retirada causa erro.
Os principais que caem são: suicidar-se, queixar-se, esforça-se, atrever-se,
arrepender-se, candidatar-se – a maioria é VTI ou VI (suicidar-se).

Lembrar e esquecer: podem ser pronominais ou não, mas precisa ter cuidado!
- Se for pronominal – usa preposição – Lembrei-me da fórmula;
- Se não for – não usa preposição – Lembrei a fórmula.
- Outro sentido: quando significar “esse fenômeno nunca me (a mim) esqueceu
(me fugiu a mente)” – Esqueceu-me o nome dele (VTI – o objeto aqui será
também o sujeito).

● Regência Nominal: existem milhares de regências possíveis, necessário ir


consultando o material quando houver dúvidas, não há como decorar.

8.2. USO DA CRASE: contração de “a” preposição + “a” artigo.


● Crase + pronomes demonstrativos e relativos – àquele (a), à qual, à (é uma
versão reduzida do “aquela”).
Ex.: Entre as apostilas, refiro-me à (àquela) de Português/ à (àquela) que fala de
leis – a CESPE pode cobrar dizendo que na verdade o “a” é um artigo e há uma
palavra implícita depois dele, mas é entendimento minoritário.

● Crase com nome de locais: é aquela velha história de voltei de Recife/ vou a
Recife. O que se deve atentar aqui é que pode vir especificado como – Vou à
Recife que ninguém conhece ainda (é aquele Recife que ninguém conhece ainda).

● Crase nas locuções de base feminina: são locuções que já têm consagradas a
existência de crase. Essas locuções podem ser:
a) Conjuntivas: quando termina com conjunção – à medida que, à proporção
que;
b) Adverbiais: à noite, à deriva, à beça, à tinta, etc.
c) Prepositivas: terminam em preposição. Ex.: à luz de, à altura de, etc.
Tabela para decorar:

Em relação a, quanto a, devido a, de encontro a – essas expressões


quando vierem seguidas de palavras femininas também usarão crase. Ex.: em
relação às medidas tomadas hoje...
Meio ou instrumento – (à) mão, (à) caneta, (à) vista, (à) prestação – há
divergências se teria crase ou não, você pode dizer que a crase será facultativa
aqui, mas o certo é colocar a crase para evitar ambiguidades.
A distância – não terá crase, exceto se indicar a distância exata (fica à
distância de 40km).
● Crases impossíveis (proibidas):
- Antes de verbo: verbo não tem gênero. Ex.: A partir de hoje/ voltei a fumar;
- Antes de palavras masculinas. Ex.: Homenagem a Machado de Assis/ Compras
a prazo.
Obs.: À moda de: mesmo havendo palavras masculinas depois, haverá crase. Ex.:
Bacalhau à (moda de) Gomes de Sá – não cai muito em prova.
- Antes de palavras sem artigo ou depois de VTD, como pronomes pessoais,
indefinidos (como “qualquer”), de tratamento, como vossa excelência, etc.. Ex.:
obedeço a leis/ comprei as revistas.
- Antes de “uma”: exceto se “uma” for referente à hora, mas como artigo nunca
tem. Ex.: Testemunhos inerentes a uma realidade.
- Palavra com sentido genérico: não possui artigo– Gosto de praia/
Não vou a praia ≠ gosto da praia de Copacabana/ Não vou à
praia de Copacabana.
Antes de terra e casa com sentido genérico também não usa – Vou a
casa/ A fragata retornou a terra.
- Entre palavras repetidas: vou ler uma a uma todas as apostilas;
- Depois de preposições: Desde a inauguração – exceto com “até” que é
facultativo.

● Crase Facultativa:
- Antes de pronome possesivo adjetivo: adjetivo é o que acompanha o
substantivo. Ex.: Homenagem a/à minha mãe. Você obedece à sua (obrigatória –
substantivo).
- Até a: fui até a/ à sala.
- Nome próprio feminino: na verdade, é nome de mulher, pois já aconteceu de
cair Academia Brasileira de Letras e ser crase obrigatória. Ex.: Não me refiro a/à
Maria.

Obs.: Bater à porta é o correto, bater na porta é arrombamento/ dormir ao volante


e não no volante.

Obs.2: Paralelismo das formas: se for “de manhã a noite” não se usa crase, mas
se for “da manhã à noite” aí irá usar, mesma coisa em: de 8h a 22h/ das 8h às 22h
(o segundo caso indica exatidão, as vezes se utiliza para evitar ambiguidades como
em: sairei daqui a uma hora – 60minutos/ sairei daqui à uma hora – 1hr em ponto).
Ademais, em enumerações, deve usar a crase em cada um ou então
apenas no primeiro (neste caso não pode usar só artigo nos demais).
Temos direito a educação, saúde e segurança.
Temos direito à educação, à saúde e à segurança.
Temos direito à educação, a saúde e a segurança.
Quando se tratar de complementos coordenados, como no verbo
preferir, também precisa haver paralelismo:
Prefiro o Tom Jobim à Gal Costa;
Prefiro Tom Jobim a Gal Costa;

9. SEMÂNTICA E COMPREENSÃO TEXTUAL:


9.1. SEMÂNTICA:
● Campo semântico: campo de ideias que um assunto comporta. Ex.: campo de
futebol – jogador, bola, goleiro, gramado, trave, etc.

● Sentido Denotativo x Conotativo:


Denotativo: sentidos próprios das palavras;
Conotativo: sentidos por extensão – figurado.

Algumas figuras de linguagem:


a) Metáfora: é realizar uma comparação, mas sem haver elementos formais
(conectores comparativos), que ilustra a qualidade de um ser com a característica
comum de outro ser. Ex.: Tirar leite de pedra, Fulana é um palito, esse PDF é
uma bíblia, etc.

b) Metonímia: é um subtipo de metáfora, em que há uma relação de continência,


pertinência, inclusão, implicação – não há intersecção aqui.
São elas: autor pela obra, continente pelo conteúdo, lugar pelo produto
do lugar, efeito pela causa, instrumento pela pessoa que utilizada, parte pelo
todo, singular pelo plural, abstrato pelo concreto, associação de funções (ex.: ele
é um aviãozinho = traficante pequeno).
No caso de todo pela parte e plural por singular, pode ser chamado
também de sinédoque.

c) Catacrese: é uma metáfora/metonímia que foi cristalizada pelo uso como, por
exemplo, pé da mesa, maçã do rosto.

d) Sinestesia: transferência de experiência de um sentido para o outro. Ex.: sua voz


é doce, sentiu o sabor do frio, etc.

e) Perífrase: designação de um ser por seus atributos. Ex.: ouro negro (petróleo),
rei da selva.

f) Eufemismo: suavização de uma expressão. Ex.: partir desta para melhor.

g) Hipérbole: expressão carregada de exagero. Ex.: estou morrendo de fome.

h) Prosopopeia: atribuições de características de seres animados a seres


inanimados. Ex.: os quadros me olhavam.

i) Ironia: materialização escrita do deboche. Ex.: parabéns, você se superou na


arte da ignorância.

● Sinônimos X Antônimos:
Sinônimos: se relacionam semanticamente por uma relação de equivalência ou
semelhança em determinado contexto. Eles também podem ser expressões.
Antônimos: se relacionam semanticamente por uma relação de oposição ou
antagonismo em determinado contexto. Ex.: não fale nada, acalme-se e respire –
não são antônimos no dicionário, mas são no contexto.

Fala demais por não ter nada a dizer – não são sinônimos, já que falar é emitir
palavras através de sons e dizer é no sentido de expressar algo relevante.
● Hiperônimos X Hipônimos:
Hiperônimos: conceito geral. Ex.: felinos.
Hipônimos: termo específico. Ex.: gato, onça.

● Homônimos X Parônimos: precisa da leitura da lista de palavras!


Homônimos Homófonos: tem um som igual – acender x ascender.
Homônimos Homógrafo: tem uma grafia igual – colher (verbo) e colher
(utensílio de comer) / pôde e pode.
Homônimos Perfeitos: som e grafia igual. Ex.: Casa e casa (verbo).
Parônimos: duas palavras que possuem apenas semelhanças na forma, mas
diferentes no som, grafia e sentido. Ex.: retificar e ratificar.
Vultoso (volume) X Vultuoso (rostos e olhos vermelhos com olhos arregalados)
Despercebido (não percebido) X Desapercebido (desprovido, desprevenido)
Inertes (desprovido de movimento) X Inermes (aquele que não tem meio de defesa)

● Polissemia: não a confundir com homonímia. No primeiro caso é uma única


palavra com diversos sentidos, no segundo são palavras diferentes, inclusive de
classes diferentes.

● Ambiguidade: é uma possibilidade de mais de um sentido num determinado


contexto (enquanto, na polissemia, os vários sentidos são inerentes).
Essa ambiguidade pode derivar da polissemia, homonímia ou estrutura da frase.

9.2. COMPREENSÃO TEXTUAL:


● Coesão: é a ligação de partes do texto por via de palavras.
Pronomes demonstrativos:
Anáfora: retoma um termo anterior. Ex.: estudo todo dia, isso faz diferença.
Catáfora: retoma um termo posterior. Ex.: Desejo isto diariamente: ser aprovado
logo.
Dêixis: algo que está fora. Ex.: Aqueles que estudam prosperam.

Elipse: é a retomada do texto através da supressão do termo repetido e


corresponde também à artifício de coesão. Ex.: Só eu sei meu próprio caminho e
(só eu sei) para onde vou.

Antonomásia: é pegar um nome próprio e substituir por comum (e vice-versa),


usando características que distinguem a pessoa. Ex.: Bono Vox foi visto saindo do
restaurante com Ivete. As pessoas estão achando que o roqueiro e a beldade estão
namorando.

Alguns outros tipos de elementos de coesão: simbolização (rei – coroa),


nominalização (trocar verbo e adjetivo por substantivo ou forma nominal), redução
e ampliação (Compositor Paul McCartney = compositor), sigla, justaposição (nem
sempre precisará de palavras, basta, por exemplo, uma pontuação. Ex.: tenho que
sair agora: estou atrasado).

● Coerência: é haver sentido lógico no texto. A coesão apenas ajuda a ter coerência.
Obs.: Mudar o sentido – não quer dizer que, necessariamente, prejudicará a
coerência.

10. TIPOLOGIA:
O tipo se refere à presença de traços linguísticos predominantes, ligados à
finalidade principal do texto. Só existe três tipos: narração, descrição e dissertação.
Noutra urdidura, o gênero é parte mais específica, cada tipo possui vários
gêneros. Ex.: o tipo narração, possui os gêneros romance, fábula, diário, boletim de
ocorrência, etc.

Obs.: Fábula: é um texto narrativo alegórico, curto, em que há atribuição de


características humanas para seres não personificados e que no final traz uma lição
de moral.
Obs.2: Crônica: apresenta reflexões sobre coisas do dia a dia, banais, possuindo
linguagem direta e informal, com presença de lirismo e ironia.
▪ NARRAÇÃO: a maior característica dele é haver uma sequência temporal.
O tempo verbal predominante aqui é o pretérito perfeito e ela pode ser do tipo
narrativa direta, em que o principal objetivo é chegar logo ao desfecho, como em
tirinhas e piadas, ou indireta, como em livros.

● Tipos de narrador:
a) Narrador personagem: faz parte da história e narra tudo em 1ª pessoa.
b) Narrador observador: ele narra a história como testemunha, em 3ª pessoa.
c) Narrador onisciente: ele não só narra a história em 3ª pessoa, como tem
consciência de tudo, pensamentos, vida pregressa do personagem, o que vai
acontecer, etc.

● Tipos de discurso do narrador:


a) Direto: em primeira pessoa, retratando literalmente a fala do narrador pelo uso
de aspas, travessões, etc.
b) Indireto: ele usa uma oração subordinada substantiva com a conjunção que
traduz a fala do personagem, trazendo suas próprias impressões – paráfrase.
c) Indireto Livre: ele mistura o discurso direto com o indireto.
Obs.: Passagem do discurso direto para indireto:

Obs.2: Modalizadores: são palavras que exprimem a opinião do autor. Ex.: Pedro
infelizmente não tinha chegado ainda.

▪ DESCRIÇÃO:
Assim como a narrativa está para um filme, a descrição está para uma
foto – ela faz uma descrição estática, sem haver sequência temporal (é simultâneo,
registrando elementos caracterizadores de uma realidade).
O tempo verbal mais usado aqui é o pretérito imperfeito.
Pode apresentar adjetivos objetivos ou relacionais, ou seja, que são
isentos de opinião, expressam um fato como carro preto, homem japonês, etc. ou
subjetivos ou qualitativos, o qual expressam opinião como homem bonito, carro
extravagante, etc.
▪ DISSERTAÇÃO:
O objetivo aqui é expor ideias, teorias, raciocínios, pelo uso de lógicas
sequenciadas, dentro de uma estrutura específica (introdução, desenvolvimento e
conclusão).

● Tipos de Dissertação:
a) Expositivo Puro: ele visa discutir um assunto de maneira impessoal, sem
defesa clara de um ponto de vista – claro que às vezes haverá modalizadores,
mas predominantemente não, visto que não tem como objetivo primeiro a
criação de um debate com o leitor.
b) Expositivo-informativo: este é espécie do anterior, tendo como diferença a de
trazer dados novos ao leitor.
c) Dissertativo Argumentativo: além de discutir e informar, ele irá defender
uma tese, visando o convencimento do leitor.
A linguagem aqui é clara, impessoal, culta, usando a 3ª pessoa e a 1ª com
objetivo de se incluir no universo de ideias discutidas.
Os argumentos devem ser apresentados de forma estruturada, com
progressão.
d) Dissertativo Argumentativo Polêmico: a diferença aqui é que são trazidos
pelo menos dois pontos de vistas para serem contrabalanceados.

Obs.: Operadores Argumentativos: são as conjunções, advérbios e palavras


denotativas (aquelas que não se encaixam em nenhuma classe de palavras).

● Estrutura Argumentativa:
- Introdução: apresentará a tese – o tema.
- Desenvolvimento: trazem argumentos que apoiam a tese, cada parágrafo deve se
basear em um argumento e também precisa ter introdução, que é o tópico frasal –
apresentação do argumento, informações para comprová-lo e, por fim, pode ter
uma conclusão.
- Conclusão: faz constatações e reitera sua opinião, podendo trazer uma solução.

● Fórmulas de Introdução:
a) Divisão: é fazer enumerações das ideias;
b) Definição: apresentar um conceito;
c) Citação: reproduzir de forma direta ou indireta a opinião de alguém;
d) Indagação: fazer uma pergunta;
e) Frases nominais: uso de uma frase seguida de uma explicação. Ex.:
Calamidade Pública. Assim se referiu o secretário estadual.
f) Alusão histórica/literária: trazer para o contexto do assunto;
g) Narração: trazer um relato, sequências de ações para insinuar um tema;
h) Declaração: mesma coisa das frases nominais, só que aqui é com uma
declaração.

● Estratégias para o desenvolvimento argumentativo:


a) Exemplificação: trazer casos de um universo;
b) Citação de fato histórico: mesma coisa anterior, traz fato passado e relaciona
ao presente;
c) Enumeração ou detalhamento: subdividir um aspecto amplo em aspectos
menores nele incluídos;
d) Contraste e Paralelo: ressaltar semelhanças ou diferenças entre elementos;
e) Dados estatísticos: são grandes recursos de convencimento;
f) Explicação ou esclarecimento: explicitar o sentido de uma palavra ou
afirmação;
g) Testemunho de autoridade: traz a opinião de um especialista;
h) Relação causa-efeito: relaciona um fato a sua causa ou explicação.

● Formas de construção de raciocínios: primeiro precisa saber que o método


dedutivo parte de um caso geral para um particular. Ex.: Todos os pernambucanos
são brasileiros. João é carioca, então é brasileiro.
Já o método indutivo parte de casos particulares e realiza uma
generalização que não necessariamente é verdadeira. Ex.: O leão é mamífero e é
feroz/ O lobo é mamífero e é feroz/ Logo, o golfinho é mamífero e é feroz.
Ambos os exemplos trazidos acima se trata de construção de raciocínio
através de silogismo – o qual não deve ser confundido com RLM, visto que aqui
vamos utilizar o raciocínio normal do texto.
Há também o raciocínio dialético, que consiste em fazer uma afirmação
(tese), trazer um contra argumento para ela (antítese) e, no final, realizar a tese,
afastando a antítese (síntese). Ex.: A juventude é provavelmente a melhor fase para
se dedicar ao trabalho. No entanto, uma juventude sem diversão pode dar a
sensação de que trabalhar não vale a pena. Portanto, é preciso aproveitar a
juventude para produzir muito, mas sem abandonar o lazer.

▪ INJUNTIVO: traz instruções ao leitor e utiliza o verbo no infinitivo pessoal.

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