Paloma Dias Lotti Garcia

Gramática para preparadores e revisores de

texto - Ibraíma Dafonte Tavares
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Texto da aula

A VÍRGULA

A pontuação em língua portuguesa obedece a critérios sintáticos. Por essa razão, é preciso conhecer bem
sintaxe da língua para virgular seus textos. É por essa razão também que os bons escritores, aqueles com perfeit
domínio do idioma, conseguem extrair efeitos interessantes das transgressões das regras. Como aprender
distinguir o erro do efeito estilístico? Conhecendo bem as regras e lendo bastante os bons escritores.
Na língua portuguesa, a ordem direta da frase é:

Sujeito (S) + Verbo (V) + Objeto (O) + Circunstância (C)

Os três primeiros elementos são termos essenciais e inseparáveis. O quarto elemento (o adjunto adverbial)
um termo acessório da oração e pode ser separado por vírgula, sobretudo nas frases longas. Também sã
acessórios o adjunto adnominal e o aposto.
Os termos essenciais da oração são aqueles que lhe dão o significado básico. Os termos acessórios sã
aqueles que acrescentam circunstâncias, determinam e caracterizam os substantivos.
Não se separam por vírgulas os termos essenciais da oração, o que significa, por exemplo, que não h
vírgula entre o sujeito e o predicado – a não ser em um dou dois casos muito especiais. Também não pode have
vírgula entre o verbo e o seu complemento. Portanto, não podemos escrever:

O presidente da Assembleia, decidiu encerrar a reunião.

Meus irmãos e meus pais, gostam muito de viajar.
Ele sabe que eu comprei, duas sandálias novas no cartão.
Ninguém sabe, o que ele lhe disse.

O correto é:

O presidente da Assembleia decidiu encerrar a reunião.

Meus irmãos e meus pais gostam muito de viajar.
Ele sabe que eu comprei duas sandálias novas no cartão.
Ninguém sabe o que ele lhe disse.
 Há um caso de vírgula entre o sujeito e o predicado que divide os especialistas. Trata-se da vírgula com um
sujeito oracional, ou seja, quando o sujeito do verbo é uma oração. O caso específico ocorre quando o sujeito é um
oração subordinada substantiva.

O que não tem remédio remediado está.

Quem tem boca vai a Roma.
Quem ama educa.

Repare que aqui as orações estão sem vírgula, como defendem vários gramáticos. Mas há aqueles qu
consideram a vírgula opcional, apoiados no fato de que bons escritores da língua fazem uso dela, como Machado d
Assis:

Quem perde uma das metades, perde naturalmente metade da existência.

Mas Machado de Assis também escrevia sem essa vírgula. Em Esaú e Jacó há os dois casos:

Quem não viu aquilo não viu nada.

Quem viesse pelo lado do mar, veria as costas do palácio, os jardins e os lagos...

Essa seria uma vírgula de ênfase, uma pausa para causar um efeito grande. Portanto, é possível defender a
duas posições.
A vírgula pode ser utilizada ainda para marcar a inversão dos termos da frase, que tem na fórmula SVOC su
ordem direta. Veja abaixo as possibilidades.

Todos os candidatos farão o exame depois de amanhã. (ordem direta)

Depois de amanhã, todos os candidatos farão o exame.

Todos os candidatos farão, depois de amanhã, o exame.
Farão o exame, depois de amanhã, todos os candidatos.

O avião chega a seu destino sem você perceber. (ordem direta)

O avião chega, sem você perceber, a seu destino.

Sem você perceber, o avião chega a seu destino.
Chega a seu destino, sem você perceber, o avião.

Vejamos agora situações que costumam causar dificuldade aos preparadores e revisores.

1. Vírgula e sujeito composto

Numa série de núcleos que compõem o sujeito composto, todos se separam por vírgula, exceto o último (sej
ele precedido ou não da conjunção e).

Livros, cadernos, lápis e canetas são materiais escolares.

Homens, mulheres e crianças são bem-vindos à cerimônia.

OU
 Livros, cadernos, lápis, canetas são materiais escolares.
Homens, mulheres, crianças são bem-vindos à cerimônia.

Havendo intenção de exprimir ênfase, podemos substituir as vírgulas pela conjunção e.

O olhar e a postura e a fala indicavam a clara intenção de partir para a briga.

2. Vírgula e vocativo

O vocativo é o termo que, sintaticamente isolado na frase, serve apenas para invocar, chamar. Usa-se
vírgula para isolar o vocativo.

Virgínia, já falou com o chefe hoje?

Senhor, tem piedade de nós.
Deixe disso, menino!

3. Vírgula e aposto

O aposto é o substantivo ou a locução substantiva que, sem preposição, modifica ou explica o term
antecedente. Só ponha entre vírgulas o aposto que pode ser suprimido e aquele que pode ser precedido de isto é o
o(s)/a(s) qual(is) é(são).

Paulo, meu cunhado, esteve aqui.

Jorge Amado, escritor brasileiro, morreu em 2001.
Manuel Bandeira, poeta, criou obra de expressão simples e temática profunda.

MAS

Meu cunhado Paulo esteve aqui.

O escritor brasileiro Jorge Amado morreu em 2001
O poeta Manuel Bandeira criou obra de expressão simples e temática profunda.

4. Vírgula e verbo subentendido

A vírgula pode ser empregada para indicar a supressão (elipse) de uma palavra. No exemplo abaixo,
vírgula marca a elipse do verbo (havia, estavam, etc.)

Na sala, apenas quatro ou cinco mulheres.

Quando ocorre a elipse do verbo, podemos marcá-la com uma vírgula se houver duas orações separadas po
um ponto e vírgula.

O pai se chamava Adão; a mãe, Eva.

Eu gostava de ler romances; ele, livros de autoajuda.

Mas também podemos dispensar o ponto e vírgula e substituí-lo por uma vírgula. Nesse caso, a elipse d
verbo não receberia nenhuma marca.
 O pai se chamava Adão, a mãe Eva.
Eu gostava de ler romances, ele livros de autoajuda.

Esse recurso é especialmente útil em orações com uma extensa enumeração de dados numéricos.

“[...] 69,9% dos profissionais que realizaram o curso eram graduados em ciências sociais, 12% em filosofia
10% em história, 8,6% em pedagogia e 7,1% em outras licenciaturas.”

5. Vírgula e adverbiais

Nas estruturas compostas de coordenador + construções adverbiais + oração, ou usamos duas vírgula
ou nenhuma:

E, apesar de tudo, o resultado foi compensador.

Mas, ao que se sabe, ele não é formado em engenharia.
Desistiu da matrícula, pois, naquele momento, não teria tempo para estudar.

Estão erradas construções como estas:

E apesar de tudo, o resultado foi compensador.

Mas ao que se sabe, ele não é formado em engenharia.
Desistiu da matrícula, pois naquele momento, não teria tempo para estudar.

6. Vírgula e oração adjetiva

A oração subordinada adjetiva costuma ser introduzida por um pronome relativo (onde, que, quem, o qual)
exerce a função de adjunto adnominal do termo antecedente. Ela pode ser explicativa (esclarece melhor
significado do antecedente) ou restritiva (restringe o significado do antecedente).
Põe-se entre vírgulas a oração adjetiva explicativa.

O elefante africano, que é um animal de grande porte, precisa de espaço para viver.
Dona Dulce, que é a professora de matemática, vai conversar com os pais.

A oração adjetiva restritiva não deve ser separada por vírgulas.

Todo homem que despreza os outros é desprezível.

Não consegue esquecer as broncas que lhe dei.

Há casos em que apenas as vírgulas permitem a interpretação correta da oração.

Os funcionários públicos que estão em greve serão punidos.

[Só alguns estão em greve, e apenas eles serão punidos]

Jamais teria conseguido sem a ajuda do bombeiro que se jogou nas chamas.
[Havia vários bombeiros, e apenas um se jogou nas chamas]

Ela mandou um telegrama para o irmão que mora em Roma.

 [Ela tem mais de um irmão, e apenas um deles mora em Roma]

Dependendo do contexto, poderíamos pôr as vírgulas.

Os funcionários públicos, que estão em greve, serão punidos.

[Todos estão em greve]

Não estaria vivo sem a ajuda do bombeiro, que se jogou nas chamas.
[Só havia um bombeiro]

Ela mandou um telegrama para o irmão, que mora em Roma.

[Ela só tem um irmão]

7. Vírgula e gerúndio/oração gerundial

Usa-se a vírgula quando o gerúndio é anteposto à oração principal. Repare que o gerúndio indica uma açã
anterior à ação da oração principal.

Observando o sucesso do aluno, a escola decidiu conceder-lhe uma bolsa.

Entrando no ônibus, sentou-se no primeiro assento disponível.

Usa-se a vírgula quando o gerúndio é posposto à oração principal. Repare que o gerúndio descreve uma açã
posterior à ação da oração principal.

O senador sentou-se à mesa, dando início ao debate.

A Hungria decidiu fechar suas fronteiras aos refugiados sírios, provocando uma crise no continente.

NÃO se usa a vírgula antes do gerúndio quando ele:

Expressa meio, modo ou instrumento (responde à pergunta Como?)

Fez a lição pesquisando na internet.

Descobriu o paradeiro do pai conversando com os vizinhos.

8. Vírgula e objeto pleonástico

O objeto pleonástico é aquele que está expresso duas vezes na frase, uma delas na forma de pronom
oblíquo. Haverá vírgula se houver pausa na leitura. Não havendo a pausa, não existirá a vírgula. É uma vírgula d
ênfase.

Aos jovens devemos lhes falar a verdade.

OU

Aos jovens, devemos lhes falar a verdade.

9. Vírgula e oração subordinada adverbial

Separa-se por vírgula a oração subordinada adverbial quando ela vier antes da oração principal.
 Quando cheguei, a discussão já havia terminado.
Se chover, ficaremos em casa.
Embora não quisesse a separação, teve de aceitá-la.

MAS, se o período estiver na ordem direta, não há vírgula.

A discussão já havia terminado quando cheguei.

Ficaremos em casa se chover.
Teve de aceitar a separação embora não a quisesse.

10. Vírgula e mas

Quando mas liga expressões de mesmo valor, não usamos a vírgula.

Sou pobre mas feliz.

Era bonito mas também inteligente.
Gosto mas não gosto.
A casa era velha mas limpa.

Porém, quando inicia uma oração adversativa, o mas deve ser antecedido de vírgula.

Pensou que se daria bem na carreira médica, mas depois das primeiras aulas percebeu que aquele não era
seu ambiente.

Demonstrou desde sempre grande interesse por armas, mas não imaginamos que pudesse se transformar em
um assassino.

A vírgula depois do mas ocorre quando há uma intercalação.

Era um político notoriamente despreparado, mas, ainda assim, não perdia uma eleição.

Há dias a chuva não dava trégua, mas, sabe Deus como, não houve inundações.

11. Vírgula e todavia, contudo, porém, entretanto e no entanto

Ao contrário do mas, que sempre aparece no início da oração, as outras conjunções adversativas podem
iniciar ou findar as orações, ou então aparecer intercaladas. Todas elas são mais enfáticas que o mas. Vej
como podemos pontuá-las.

Disse que não queria nada, no entanto ficou com tudo.

No entanto, pouco soube nos dizer sobre o acidente.
Pouco soube nos dizer, no entanto, sobre o acidente.
Porém, bateu naquele menino sem dó.
Bateu, porém, sem dó naquele menino.
Bateu sem dó naquele menino, porém.

O mesmo vale para todavia, contudo e entretanto.

Atenção

Nem sempre é correto usar essas conjunções entre vírgulas. Para pontuar corretamente um texto, é
preciso mais que uma leitura superficial de seus elementos.
Repare:

Bateu, porém, sem dó naquele menino.

No exemplo acima, o porém está intercalado na oração. Por isso está entre vírgulas. Entretanto, o
exemplo abaixo está incorreto, porque as vírgulas sinalizam um elemento intercalado quando, na verdade, ele
introduz uma oração.

O professor repetiu a explicação, porém, os alunos continuaram sem entender.

Há duas opções para expressar a ideia desse período, como você pode ver abaixo. A segunda confere
mais ênfase à conjunção adversativa porque introduz uma pausa depois dela. Mas para isso é preciso aumentar a
pausa antes dela, no final da oração anterior.

O professor repetiu a explicação, porém os alunos continuaram sem entender.

O professor repetiu a explicação; porém, os alunos continuaram sem entender.

12. Vírgula antes de porque

Devemos usar a vírgula se o porque for explicativo. Se for causal, não usamos a vírgula. Lembre-se de qu
nas orações subordinadas causais a entonação é ascendente e que existe sempre uma relação de causa
consequência.

Não falte à reunião, porque ela é importante. (explicativa)

Acho que ele desconfia do sócio, porque anda fazendo muitas perguntas. (explicativa)
Faltou à reunião porque estava doente. (causal)
Gastei todas as minhas reservas porque precisei me defender na Justiça. (causal)
Não saímos porque estava chovendo. (causal)

13. Vírgula e conjunções coordenativas e, nem, ou

Em enumerações com o e pode-se dispensar a vírgula antes do último elemento enumerado:

Pedro, Paulo e Beatriz são os mais recentes contratados.

Para mim é insuportável estudar matemática, física e química.

Em enumerações sem o e não se usa a vírgula depois do último elemento:

A vida, a morte, o amor, o ódio são temas tratados no filme.

Comer, beber, dormir são as melhores coisas da vida.

Costuma-se separar por vírgula as orações introduzidas por essa conjunção quando ela vem reiterada.

Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! (Olavo Bilac)

 Pode-se dispensar a vírgula diante de nem:

Não gostava de carne nem de frango.

Não passou por Londres nem Paris.

Mas ela pode ser usada para efeito de ênfase, especialmente quando nem vem repetido na oração:

Não há homem, nem mulher, nem ninguém neste mundo melhor que você.

Pode-se dispensar a vírgula diante de ou:

Ou vai ou racha.
Coloque a mistura numa frigideira ou numa panela baixa.

Mas ela pode ser usada para efeito de ênfase:

Ou vai, ou fica, ou retrocede.

Usa-se a vírgula diante de ou quando ele tem o sentido de ou seja, isto é.

A alma, ou consciência individual, está na base do significado da palavra “ioga”.

A macaxeira, ou mandioca, é um alimento consumido em todo o país.

Portanto, em orações como essas, não estamos falando de duas coisas, mas de uma só, que tem do
nomes.

14. Vírgula obrigatória antes do e

A vírgula é obrigatória diante do e quando houver duas orações com sujeitos diferentes:

Houve muita gritaria contra o novo programa de direitos humanos, e o presidente decidiu voltar atrás.
[sujeito da primeira oração: inexistente; sujeito da segunda oração: o presidente]

A Inglaterra é um país de cidades vibrantes, e Manchester não é exceção.

[sujeito da primeira oração: a Inglaterra; sujeito da segunda oração: Manchester]

Porém, em períodos breves, nos quais a segunda ação é resultado imediato da primeira, pode-se dispensa
essa vírgula.

Ele gritou e ela deu-lhe as costas.

Obs.: Às vezes, mesmo quando o sujeito das duas orações é o mesmo, podemos usar a vírgula diante do
para estabelecer uma ênfase.
 Pôs-se a jogar pela janela todo o dinheiro que havia na casa, e mais teria jogado se a polícia não tivess
arrombado a porta do apartamento.

15. Vírgula depois do e

Deve ser usada se houver intercalação entre o e e o elemento ligado por ele:

Sentimento humano e, diríamos, filantrópico.

Fizeram uma limpeza escrupulosa e, pelo que soube, necessária.

O e entre vírgulas

A conjunção e vai aparecer entre vírgulas quando as duas situações expostas acima ocorrerem no mesmo
período (duas orações com sujeitos diferentes e intercalação depois do e).

O mundo parecia dolorosamente complicado para Sally, e, pelo que se podia observar, sua irmã Victoria
vivia em outro planeta.

O e também pode aparecer entre vírgulas em situações como estas:

Gostaria de comprar uma casa, como todos, e, se fosse possível, também um carro.

Pediu um cenário bucólico, como o daquele filme italiano, e, depois de pensar um pouco, uma música
suave mas alegre.

16. Vírgula antes de e sim

Esta locução tem o significado de mas, e por isso devemos colocar uma vírgula antes.

Não pretendo fazer pós-graduação no Brasil, e sim na Inglaterra.

O vizinho disse que não ergueria um muro alto, e sim uma cerca-viva.

17. Vírgula antes de e não

Deve-se usar a vírgula antes de e não quando ele introduzir uma ideia que substitui a anterior. Esse
poderia ser eliminado sem prejuízo do sentido.

Tenho três filhos, e não quatro.

Penso que a corrupção é um mal do planeta, e não apenas do Brasil.

18. Vírgula antes de etc.

É facultativa e muito usual no idioma. Se você estiver trabalhando no projeto de uma editora, siga o manua
Não havendo um manual, a decisão é sua. Minha recomendação é padronizar pelo que der menos correções.
A ESCRITA LITERÁRIA

E o que devem fazer o preparador e o revisor de texto em um caso como “Pois eu, vou-me”, que a princípi
parece infringir a regra segundo a qual não se separam os termos essenciais da oração?
Para o professor Evanildo Bechara, essa vírgula denota uma pausa de valorização expressiva e significativa
sendo, assim, perfeitamente legítima. Diz ele também:

a pontuação num texto literário não pode representar uma camisa de força ao poder criador d
universo linguístico do artista. Há normas de uma pontuação gramatical, que cumpre conhecer
respeitar. Mas, ao lado desta, existem usos que aparentemente são transgressões dessas normas,
que na essência se explicam pelo ritmo novo que o escritor empresta aos termos da oração. Cabe, a
leitor inteligente, descobrir esse ritmo para não ferir sua função poética.[1]

DE OLHO NO TEXTO

A pontuação em diálogos

A tradição da língua portuguesa é usar travessões para marcar os diálogos. Quanto à pontuação, observe
exemplo abaixo.

– Vamos ficar – ela disse.

– Veja, Luzia – ele gritou –, há uma pessoa na estrada!
– Não pode ser, é cedo demais – ela respondeu.
– Não custa verificar. – Virou as costas e foi até lá.

Repare que o ponto-final fica sempre depois da fala do narrador (depois do travessão) toda ver que houve
um verbo de elocução (disse, falou, retorquiu, perguntou, respondeu, etc.). Não havendo o verbo de elocução,
ponto-final vem então antes do travessão.

– Não custa verificar. – Virou as costas e foi até lá.

Quando a fala de um personagem se estender por mais de um parágrafo, abra os parágrafos subsequente
com aspas, fechando-as apenas ao final do último parágrafo da fala.

– Meu nome – ele disse – é John Openshaw, mas, pelo que entendi, essa história horrível tem pouco a ve
com a minha pessoa. É um problema hereditário, portanto, para que o senhor tenha uma ideia geral, preciso fala
um pouco do passado.
“Meu avô teve dois filhos: meu tio Elias e meu pai, Joseph. Meu pai tinha uma fabrica em Coventry qu
começou pequena e que ele fez crescer quando as bicicletas ficaram populares. Foi ele quem desenvolveu os pneu
inquebráveis Openshaw, que deram tão certo que permitiram que ele se aposentasse com bastante conforto.”

Quando houver diálogo dentro do diálogo, aquele deve ser demarcado com aspas.

– Quando vocês terminaram?

– No momento em que ele disse: “Não suporto a sua mãe”.

Usamos aspas em falas isoladas referidas com o imperfeito ou o mais-que-perfeito.

“Não sei se voltarei algum dia a Roma”, dissera ela antes da partida. “Estarei a esperá-la sempre”, el
respondera, e nunca mais se encontraram.
 Obs.: Em obras de autor nacional ou português, mantenha travessões e aspas conforme estiverem no original. Em
citações da Bíblia, os diálogos ficam sem aspas e sem travessão, como no texto original.

Em traduções, evite o uso de travessões com valor de parênteses nos diálogos quando possam confundir
leitor. Nesse caso, elimine-os e modifique a pontuação ou a construção da frase. Em traduções, evitamos também
repetir as reticências depois de interpolações em diálogos, em especial se elas forem curtas.

– Eu pensei... – ela disse – que você poderia me emprestar o dinheiro que falta.

Chegamos ao fim da nossa penúltima aula. Nesta semana você assistirá a um vídeo complementar, que
apresenta o trabalho de preparação de texto. Ao final do estudo, não se esqueça de fazer os exercícios.

[1] Evanildo Bechara, Lições de português pela análise sintática, Rio de Janeiro, Editora Lucerna, 2006, p. 29.

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AULA 02 - Gramática, coesão e colocação
AULA 03 - No princípio era o verbo
AULA 04 - Concordância verbal e concordância nominal
AULA 05 - Regência verbal
AULA 06 - Eu, tu, eles e a colocação dos pronomes ...
AULA 07 - Do artigo à crase
AULA 08 - A vírgula
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