Você está na página 1de 285

CÓD: OP-073AG-23

7908403540716

USP
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Técnico para Assuntos Administrativos


EDITAL RH Nº 10/2023
• A Opção não está vinculada às organizadoras de Concurso Público. A aquisição do material não garante sua inscrição ou ingresso na
carreira pública,

• Sua apostila aborda os tópicos do Edital de forma prática e esquematizada,

• Dúvidas sobre matérias podem ser enviadas através do site: www.apostilasopção.com.br/contatos.php, com retorno do professor
no prazo de até 05 dias úteis.,

• É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal.

Apostilas Opção, a Opção certa para a sua realização.


ÍNDICE

Português
1. Interpretação e compreensão de variados tipos de texto;......................................................................................................... 7
2. Marcas de textualidade: coesão, coerência e intertextualidade;............................................................................................... 8
3. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais;............................................................................................................................ 9
4. Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade;.......................................................................................... 10
5. Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação
textual;........................................................................................................................................................................................ 11
6. Tipos textuais: características específicas de cada tipo;............................................................................................................. 11
7. Textos literários e não literários;................................................................................................................................................. 11
8. Estrutura da frase: operações de deslocamento, substituição, modificação e correção;........................................................... 12
9. Registros de linguagem;.............................................................................................................................................................. 12
10. Funções da linguagem;............................................................................................................................................................... 14
11. Elementos dos atos de comunicação;......................................................................................................................................... 15
12. Estrutura e formação de palavras;.............................................................................................................................................. 16
13. Formas de abreviação;................................................................................................................................................................ 18
14. Classes de palavras; aspectos morfológicos, sintáticos, semânticos e textuais de substantivos, adjetivos, artigos, numerais,
pronomes, verbos, advérbios, conjunções e interjeições;.......................................................................................................... 20
15. Concordância e regência nominal e verbal;................................................................................................................................ 26
16. Modalizadores;........................................................................................................................................................................... 29
17. Emântica: sentido próprio e figurado;........................................................................................................................................ 29
18. Antônimos, sinônimos, parônimos e hiperônimos;.................................................................................................................... 30
19. Figuras de linguagem;................................................................................................................................................................. 30
20. Polissemia e ambiguidade;......................................................................................................................................................... 34
21. Vocabulário: neologismos, arcaísmos, estrangeirismos; latinismos; expressões idiomáticas;................................................... 34
22. Ortografia e acentuação;............................................................................................................................................................ 39
23. Pontuação................................................................................................................................................................................... 41

Inglês
1. Gramática da língua inglesa: artigos definidos e indefinidos............................................................................................. 55
2. tempos e modos verbais.................................................................................................................................................... 55
3. preposições........................................................................................................................................................................ 58
4. conjunções......................................................................................................................................................................... 59
5. pronomes.......................................................................................................................................................................... 61
6. advérbios............................................................................................................................................................................ 63
7. verbos modais.................................................................................................................................................................... 64
8. expressões idiomáticas e locuções verbais........................................................................................................................ 69
9. comparação........................................................................................................................................................................ 71
10. concordância nominal e verbal.......................................................................................................................................... 72
11. formação e classe de palavras............................................................................................................................................ 73
12. sinonímia e antonímia................................................................................................................................................................. 74
13. relações de subordinação e coordenação; .................................................................................................................................. 75
ÍNDICE

14. voz ativa e passiva........................................................................................................................................................................ 76


15. discurso direto e indireto. ........................................................................................................................................................... 78
16. Leitura e compreensão de tipos textuais diversos: reconhecimento de informações específicas............................................... 79
17. capacidade de análise e síntese.................................................................................................................................................. 80
18. inferência..................................................................................................................................................................................... 80
19. reconhecimento de cognatos e falsos cognatos.......................................................................................................................... 81
20. significação literal e contextual dos vocábulos e expressões...................................................................................................... 89
21. figuras de linguagem; ................................................................................................................................................................. 89
22. elementos de coesão e coerência............................................................................................................................................... 90
23. formação de frases interrogativas e negativas, formulação de pedidos, propostas e sugestões, reescrita e substituição de
palavras ou de trechos de texto, reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto............................................. 91
24. reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade............................................................................................ 92

Matemática
1. Sistemas numéricos: divisibilidade e fatoração de números inteiros, números racionais e reais;............................................. 99
2. potências e raízes; ...................................................................................................................................................................... 105
3. valor relativo e absoluto; ........................................................................................................................................................... 107
4. funções polinomiais do 1º e 2º graus; ....................................................................................................................................... 107
5. funções trigonométricas; ........................................................................................................................................................... 110
6. funções exponenciais e logarítmicas; gráficos, equações e inequações;.................................................................................... 115
7. progressões aritméticas e geométricas; .................................................................................................................................... 126
8. análise combinatória; ................................................................................................................................................................. 128
9. problemas de contagem; ........................................................................................................................................................... 130
10. análise de dados: representações gráficas, diagramas, tabelas;................................................................................................. 130
11. médias aritméticas, ponderadas e geométricas;........................................................................................................................ 133
12. porcentagem; ............................................................................................................................................................................. 135
13. regra de três; .............................................................................................................................................................................. 136
14. juros simples e compostos; ........................................................................................................................................................ 138
15. probabilidade; ............................................................................................................................................................................ 140
16. cálculo de comprimentos; distâncias; perímetros; áreas e volumes;......................................................................................... 143
17. raciocínio lógico; ........................................................................................................................................................................ 153
18. noções de estatística................................................................................................................................................................... 153

Conhecimentos gerais e atualidades (sem bibliografia sugerida)


1. Política e economia brasileira: noções básicas de política e economia interna brasileira........................................................... 155
2. Regimes políticos no Brasil.......................................................................................................................................................... 157
3. Democracia no Brasil de 1988 a 2023.......................................................................................................................................... 158
4. Política externa e relações internacionais: política externa brasileira......................................................................................... 162
5. Relações internacionais e a economia brasileira......................................................................................................................... 163
6. Cooperação acadêmica internacional no Brasil........................................................................................................................... 174
ÍNDICE

7. Cultura e sociedade: arte e cultura brasileira.............................................................................................................................. 174


8. Desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil.................................................................................................................... 181
9. Meio ambiente, terras indígenas e mudanças climáticas............................................................................................................ 182
10. Direitos humanos no Brasil.......................................................................................................................................................... 192
11. A USP no contexto do desenvolvimento nacional....................................................................................................................... 193

Conhecimentos jurídicos e normativas da USP


1. Direito Administrativo: Organização e Princípios da Administração Pública............................................................................... 197
2. Lei Federal nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), com as alterações vigentes até a publicação do Edital.............. 200
3. Direito Constitucional: artigos 37 e 38 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 – com as alterações vigen-
tes até a publicação do Edital...................................................................................................................................................... 209
4. Direito do Trabalho: artigos 1º a 12, 58 a 65 e 442 a 456-A do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 (Consolidação das
Leis do Trabalho), com as alterações vigentes até a publicação do Edital................................................................................... 211
5. Estatuto e Regimento da Universidade de São Paulo: Resolução nº 3.461/1988, com as alterações vigentes até a publicação
do Edital....................................................................................................................................................................................... 216
6. Resolução nº 3.745/1990, com as alterações vigentes até a publicação do Edital...................................................................... 226

Conhecimentos específicos em gestão (sem bibliografia sugerida)


1. Trabalho colaborativo................................................................................................................................................................. 249
2. princípios administrativos (planejamento, organização e controle)........................................................................................... 249
3. conhecimentos básicos em administração financeira e orçamentária....................................................................................... 250
4. funções e tarefas do departamento financeiro.......................................................................................................................... 252
5. gestão de material e patrimônio................................................................................................................................................. 253
6. gestão de projetos (conceitos, metodologias e ferramentas); definição de projeto, programa e portfólio............................... 273
7. técnicas de arquivo..................................................................................................................................................................... 277
8. gestão de documentos, da informação e do conhecimento....................................................................................................... 278
9. documentos digitais; funções e atividades do setor de protocolo............................................................................................. 280
10. capacidade de análise de dados................................................................................................................................................. 280
PORTUGUÊS

para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entreli-


INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE VARIADOS nhas. Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que
TIPOS DE TEXTO; você precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental
que não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecífi-
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que cas. Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaus-
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter- tão, assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha Diferença entre compreensão e interpretação
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto. A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual- texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
principal. Compreender relações semânticas é uma competência leitor tira conclusões subjetivas do texto.
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode- Gêneros Discursivos
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro- Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso-
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal. nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma
Busca de sentidos novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo romance nós temos uma história central e várias histórias secun-
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na dárias.
apreensão do conteúdo exposto.
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso-
citadas ou apresentando novos conceitos. nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici- ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder encaminham-se diretamente para um desfecho.
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia-
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
Importância da interpretação finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- curto.
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
específicos, aprimora a escrita. Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
fatores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos
suficiente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o como horas ou mesmo minutos.
texto, pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreen-
dentes que não foram observados previamente. Para auxiliar na Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
busca de sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
frasais presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos imagens.
não estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira
aleatória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem ne- Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
cessários, estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
defendido, retomando ideias já citadas ou apresentando novos con- que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
ceitos. vencer o leitor a concordar com ele.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo
autor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço

7
PORTUGUÊS

Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. Tem
como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse.

Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materializa em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as crianças
terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando os professores a identificar o nível de alfabetização delas.

Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa liber-
dade para quem recebe a informação.

MARCAS DE TEXTUALIDADE: COESÃO, COERÊNCIA E INTERTEXTUALIDADE;

A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpretação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os compo-
nentes do texto, de modo que são independentes entre si. Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente, e vice-versa.
Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja, ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito ao
conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.

Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:

REGRA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Pessoal (uso de pronomes pessoais ou possessivos) –
João e Maria são crianças. Eles são irmãos.
anafórica
Fiz todas as tarefas, exceto esta: colonização
REFERÊNCIA Demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos e
africana.
advérbios) – catafórica
Mais um ano igual aos outros...
Comparativa (uso de comparações por semelhanças)
Substituição de um termo por outro, para evitar repe- Maria está triste. A menina está cansada de
SUBSTITUIÇÃO
tição ficar em casa.
No quarto, apenas quatro ou cinco convidados.
ELIPSE Omissão de um termo
(omissão do verbo “haver”)
Conexão entre duas orações, estabelecendo relação Eu queria ir ao cinema, mas estamos de qua-
CONJUNÇÃO
entre elas rentena.
Utilização de sinônimos, hiperônimos, nomes gené-
A minha casa é clara. Os quartos, a sala e a
COESÃO LEXICAL ricos ou palavras que possuem sentido aproximado e
cozinha têm janelas grandes.
pertencente a um mesmo grupo lexical.

Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.

Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento
de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor;
e informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis.

A intertextualidade pode ser entendida como a influência de um texto sobre outro, bem como suas referências, sejam elas explícitas
ou implícitas. Os textos lidos previamente são chamados texto-fonte.
Pode-se dizer que todo texto é, em maior ou menor grau, um intertexto, já que os textos acessados ao longo da vida interferem de
alguma maneira naquilo que pensamos e escrevemos, tanto a nível de conteúdo quanto a nível de forma.

8
PORTUGUÊS

A intertextualidade é considerada explícita quando é clara e facilmente identificada pelo leitor, estabelecendo uma relação direta com
o texto-fonte. Por outro lado, a intertextualidade implícita exige conhecimento prévio do leitor, que desempenha um papel de análise e
dedução.
Com isso, temos que a intertextualidade é um certo diálogo entre os textos, podendo ocorrer em diversas linguagens (visual, escrita,
auditiva), sendo bastante expressa nas artes, em programas midiáticos e na publicidade.
Sendo assim, veja os principais tipos de intertextualidade e suas características:
• Paródia: modifica o texto-fonte, normalmente em forma de crítica ou sátira, muitas vezes acompanhada de ironia e de algum ele-
mento de humor.
• Paráfrase: modifica o texto-fonte de modo que a ideia seja mantida, fazendo, assim, o uso recorrente de sinônimos.
• Epígrafe: repetição de uma frase ou parágrafo que se relacione com o que é apresentado no texto a seguir, encontrado com frequên-
cia em obras literárias e acadêmicas.
• Citação: acréscimo de trechos literais ao longo de uma produção textual, geralmente aparecendo demarcada graficamente ou por
meio de gestos, em se tratando da linguagem oral. Ela deve ser devidamente referenciada, vindo a ser um ótimo exemplo de intertextua-
lidade explícita.
• Alusão: referência a elementos presentes em outros textos, de modo indireto, ou por meio de simbologias.
• Tradução: interpretações e transcrição do texto-fonte em outra língua.
• Bricolagem: montagem de um texto a partir de fragmentos de diversos outros textos, bastante encontrado nas artes.
• Pastiche: mistura de vários estilos em uma só obra, sendo uma intertextualidade direta a partir da imitação do estilo demonstrado
por outros autores. Diferente da paródia, não tem a intenção de criticar.
• Crossover: aparição de personagens do texto-fonte, ou encontro de personagens pertencentes a um mesmo universo fictício.

RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS;

A partir da estrutura linguística, da função social e da finalidade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele pertence.
Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas classificações.

Tipos textuais
A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finalidade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se apre-
senta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão específico para se fazer a enunciação.
Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas características:

Apresenta um enredo, com ações e relações entre personagens, que ocorre em determinados espaço e
TEXTO NARRATIVO tempo. É contado por um narrador, e se estrutura da seguinte maneira: apresentação > desenvolvimento >
clímax > desfecho
TEXTO DISSERTATIVO- Tem o objetivo de defender determinado ponto de vista, persuadindo o leitor a partir do uso de argumen-
ARGUMENTATIVO tos sólidos. Sua estrutura comum é: introdução > desenvolvimento > conclusão.
Procura expor ideias, sem a necessidade de defender algum ponto de vista. Para isso, usa-se comparações,
TEXTO EXPOSITIVO
informações, definições, conceitualizações etc. A estrutura segue a do texto dissertativo-argumentativo.
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas, de modo que sua finalidade é descrever, ou seja, caracterizar algo
TEXTO DESCRITIVO
ou alguém. Com isso, é um texto rico em adjetivos e em verbos de ligação.

Oferece instruções, com o objetivo de orientar o leitor. Sua maior característica são os verbos no modo
TEXTO INJUNTIVO
imperativo.

Gêneros textuais
A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhecimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir da
função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual, podendo
se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, assim como a
própria língua e a comunicação, no geral.
Alguns exemplos de gêneros textuais:
• Artigo
• Bilhete
• Bula
• Carta
• Conto
• Crônica

9
PORTUGUÊS

• E-mail Graus de Formalismo


• Lista São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais
• Manual como: o registro formal, que é uma linguagem mais cuidada; o colo-
• Notícia quial, que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por
• Poema construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases
• Propaganda curtas e conectores simples; o informal, que se caracteriza pelo uso
• Receita culinária de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado
• Resenha entre membros de uma mesma família ou entre amigos).
• Seminário
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de for-
Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em malismo existente na situação de comunicação; com o modo de
determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária, sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali- cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de um vocabulário espe-
dade e à função social de cada texto analisado. cífico de algum campo científico, por exemplo).

REESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS E Expressões que demandam atenção


NÍVEIS DE FORMALIDADE; – acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se
– aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar,
aceito
A reescrita é tão importante quanto a escrita, visto que, difi- – acendido, aceso (formas similares) – idem
cilmente, sobretudo para os escritores mais cuidadosos, chegamos – à custa de – e não às custas de
ao resultado que julgamos ideal na primeira tentativa. Aquele que – à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, con-
observa um resultado ruim na primeira versão que escreveu terá, forme
na reescrita, a possibilidade de alcançar um resultado satisfatório. – na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
A reescrita é um processo mais trabalhoso do que a revisão, pois, – a meu ver – e não ao meu ver
nesta, atemo-nos apenas aos pequenos detalhes, cuja ausência não – a ponto de – e não ao ponto de
implicaria em uma dificuldade do leitor para compreender o texto. – a posteriori, a priori – não tem valor temporal
– em termos de – modismo; evitar
Quando reescrevemos, refazemos nosso texto, é um proces- – enquanto que – o que é redundância
so bem mais complexo, que parte do pressuposto de que o autor – entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
tenha observado aquilo que está ruim para que, posteriormente, – implicar em – a regência é direta (sem em)
possa melhorar seu texto até chegar a uma versão final, livre dos er- – ir de encontro a – chocar-se com
ros iniciais. Além de aprimorar a leitura, a reescrita auxilia a desen- – ir ao encontro de – concordar com
volver e melhorar a escrita, ajudando o aluno-escritor a esclarecer – se não, senão – quando se pode substituir por caso não, sepa-
melhor seus objetivos e razões para a produção de textos. rado; quando não se pode, junto
– todo mundo – todos
Nessa perspectiva, esse autor considera que reescrever seja – todo o mundo – o mundo inteiro
um processo de descoberta da escrita pelo próprio autor, que passa – não pagamento = hífen somente quando o segundo termo
a enfocá-la como forma de trabalho, auxiliando o desenvolvimento for substantivo
do processo de escrever do aluno. – este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo
presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando)
Operações linguísticas de reescrita: – esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte
A literatura sobre reescrita aponta para uma tipologia de ope- (tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do pre-
rações linguísticas encontradas neste momento específico da cons- sente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).
trução do texto escrito.
- Adição, ou acréscimo: pode tratar-se do acréscimo de um ele- Expressões não recomendadas
mento gráfico, acento, sinal de pontuação, grafema (...) mas tam- – a partir de (a não ser com valor temporal).
bém do acréscimo de uma palavra, de um sintagma, de uma ou de Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de...
várias frases.
- Supressão: supressão sem substituição do segmento suprimi- – através de (para exprimir “meio” ou instrumento).
do. Ela pode ser aplicada sobre unidades diversas, acento, grafe- Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, segun-
mas, sílabas, palavras sintagmáticas, uma ou diversas frases. do...
- Substituição: supressão, seguida de substituição por um ter-
mo novo. Ela se aplica sobre um grafema, uma palavra, um sintag- – devido a.
ma, ou sobre conjuntos generalizados. Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.
- Deslocamento: permutação de elementos, que acaba por mo-
dificar sua ordem no processo de encadeamento. – dito.
Opção: citado, mencionado.

10
PORTUGUÊS

– enquanto. Epitalâmia
Opção: ao passo que. Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites ro-
mânticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é
– inclusive (a não ser quando significa incluindo-se). a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.
Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.
Ode (ou hino)
– no sentido de, com vistas a. É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à
Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista. pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a
alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acom-
– pois (no início da oração). panhamento musical.
Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.
Idílio (ou écloga)
– principalmente. Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular. natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema
bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas
EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais
SUBSTITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E DE a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com
OUTROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL; diálogos (muito rara).

Sátira
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém
em tópicos anteriores. ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, pode
abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assun-
TIPOS TEXTUAIS: CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DE tos políticos, ou pessoas de relevância social.
CADA TIPO;
Acalanto
Canção de ninar.
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
em tópicos anteriores. Acróstico
Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso for-
mam uma palavra ou frase. Ex.:
TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS;
Amigos são
Gêneros Textuais e Gêneros Literários Muitas vezes os
Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se refe- Irmãos que escolhemos.
rem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros literários se re- Zelosos, eles nos
ferem apenas aos textos literários. Ajudam e
Os gêneros literários são divisões feitas segundo características Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e
formais comuns em obras literárias, agrupando-as conforme crité- Eterna
rios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros.
- Gênero lírico; https://www.todamateria.com.br/acrostico/
- Gênero épico ou narrativo;
- Gênero dramático. Balada
Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas
Gênero Lírico de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no po- destinam à dança.
ema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emo-
ções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente Canção (ou Cantiga, Trova)
os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da Poema oral com acompanhamento musical.
função emotiva da linguagem.
Gazal (ou Gazel)
Elegia Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio.
Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a mor-
te é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa Soneto
tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quarte-
melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William tos e dois tercetos.
Shakespeare.
Vilancete
São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escár-
nio e de maldizer); satíricas, portanto.

11
PORTUGUÊS

Gênero Épico ou Narrativo


Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos ESTRUTURA DA FRASE: OPERAÇÕES DE
eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos, DESLOCAMENTO, SUBSTITUIÇÃO, MODIFICAÇÃO E
o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do CORREÇÃO;
gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de
prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto, Toda frase consiste em uma organização, uma combinação de
a crônica, a fábula. elementos linguísticos agrupados segundo certos princípios, que a
caracterizam como uma estrutura. Para evidenciar estas estruturas,
Épico (ou Epopeia) temos de decompor a frase/oração em unidades menores (sujeito,
Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de verbos, complementos).1
um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, Este procedimento denomina-se comunicação:
gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta-
ção, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exem- Ex.: Maria está na casa da vizinha.
plos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero. Sujeito + verbo + complemento

Ensaio Ex. Na casa da vizinha está Maria.


É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, Complemento + verbo + sujeito
expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de
certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Estes subconjuntos são blocos significativos e possuem
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e equivalência entre si, pois a troca de um pelo outro, não destrói a
subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, integridade das orações, como demonstraram os exemplos.
cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em for- A estes blocos, ou unidades significativas, chamamos: Sintagmas.
malidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de
caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Lo- — Sintagmas
cke. São elementos constituintes das unidades significativas da
Gênero Dramático oração, relacionam-se por dependência e ordem. Possuem um
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse núcleo em relação aos demais constituintes, mas podem ser
tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “aconte- compostos por apenas um núcleo.
ce” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os Além das orações com os dois sintagmas obrigatórios: SN + SV,
papéis das personagens nas cenas. há ainda a possibilidade de oração com três partes: SN+SA+SV+SP.

Tragédia Base da Oração


É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar SN – Sintagma Nominal = sujeitos
compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma re- SA – Sintagma Adjetival = substantivos
presentação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em SV – Sintagma Verbal = verbos
linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando SP – Sintagma Preposicionado = objetos
dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare.
Estes constituintes oracionais são a natureza do sintagma, o
Farsa qual depende do tipo de elemento que constitui núcleo da frase.
A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de De modo que as vantagens de sua compreensão constituem
processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a ca- em:
ricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o – Ter controle sobre os mecanismos que utilizamos nos usos
engano. da linguagem.
– Aumentar a versatilidade no uso que podemos fazer desses
Comédia mecanismos.
É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento
comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas popu- Os Sintagmas Nominais e Verbais obrigatoriamente existem
lares. como unidades significativas nas frases. Por isso, as frases sempre
podem ser decompostas nesses dois subconjuntos, mesmo que
Tragicomédia elas sejam longas, ou mesmo que o sujeito esteja oculto ou não
Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômi- seja lexicalmente preenchido (sujeito inexistente).
cos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.
Ex.: (SN) A irmã de uma conhecida de meu marido/ (SV)
Poesia de cordel recebeu uma belíssima homenagem de seus companheiros de
Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo trabalho.
linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da
realidade vivida por este povo.

1 http://morfossintaxe2013.blogspot.com/2013/11/principios-de-or-
ganizacao-da-estrutura.html

12
PORTUGUÊS

Já os Sintagmas Preposicionados (SP), quando assumem A Linguagem Culta ou Padrão


função de advérbio, são facultativos na estrutura sintática das É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
frases; móveis, podendo ser deslocados de sua posição normal (após se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas
o SN e o SV); apresentam-se como modificadores circunstanciais, instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela
geralmente sob a forma de locuções adverbiais. obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada na
linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É
Ex.: (SN) As flores / (SV) enfeitam os jardins / (SP) na primavera. mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente
Ex.: (SN) O padeiro / (SV) entrega o pão / (SP) na minha casa / nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comunicações
(SP) de madrugada. científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.

REGISTROS DE LINGUAGEM; Gíria


A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam
Definição de linguagem a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa-
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam
gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de
da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti- comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os
cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode
linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal). acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário
As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com de pequenos grupos ou cair em desuso.
o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”,
incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo “mina”, “tipo assim”.
social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
e caem em desuso. Linguagem vulgar
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco
Língua escrita e língua falada ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar
A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na
falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande comida”.
parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é Linguagem regional
mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa-
conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala-
do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico,
pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li- nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.
berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
Os níveis de linguagem e de fala são determinados pelos fato-
Linguagem popular e linguagem culta res a seguir:
Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala, O interlocutor:
nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja Os interlocutores (emissor e receptor) são parceiros na comu-
presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou nicação, por isso, esse é um dos fatores determinantes para a ade-
valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que quação linguística. O objetivo de toda comunicação é a busca pelo
o diálogo é usado para representar a língua falada. sentido, ou seja, precisa haver entendimento entre os interlocuto-
res, caso contrário, não é possível dizer que houve comunicação.
Linguagem Popular ou Coloquial Por isso, considerar o interlocutor é fundamental. Por exemplo, um
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase professor não pode usar a mesma linguagem com um aluno na fa-
sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin- culdade e na alfabetização, logo, escolher a linguagem pensando
guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo em quem será o seu parceiro é um fator de adequação linguística.
– erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, Ambiente:
que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular A linguagem também é definida a partir do ambiente, por isso,
está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas, é importante prestar atenção para não cometer inadequações. É
irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na impossível usar o mesmo tipo de linguagem entre amigos e em um
expressão dos esta dos emocionais etc. ambiente corporativo (de trabalho); em um velório e em um campo
de futebol; ou, ainda, na igreja e em uma festa.

13
PORTUGUÊS

Assunto: — Funcionamento da norma ortográfica


Semelhante à escolha da linguagem, está a escolha do assunto. A norma ortográfica é um conjunto de regras que padroniza
É preciso adequar a linguagem ao que será dito, logo, não se con- a escrita da língua portuguesa. Ela é fundamental para garantir a
vida para um chá de bebê da mesma maneira que se convida para compreensão dos textos escritos por diferentes públicos, bem
uma missa de 7º dia. É preciso ter bom senso no momento da es- como para a preservação da língua. No entanto, a norma ortográfi-
colha da linguagem, que deve ser usada de acordo com o assunto. ca não é imutável e pode sofrer alterações ao longo do tempo.
A ortografia é baseada em um sistema de grafias e sons, ou
Relação falante-ouvinte: seja, cada letra representa um som específico na língua. Essa re-
A presença ou ausência de intimidade entre os interlocutores é lação entre grafias e sons é chamada de correspondência fonema-
outro fator utilizado para a adequação linguística. Portanto, ao pe- -grafema. Além disso, a norma ortográfica estabelece regras para
dir uma informação a um estranho, é adequado que se utilize uma a acentuação, pontuação, uso de maiúsculas e minúsculas, entre
linguagem mais formal, enquanto para parabenizar a um amigo, a outras convenções.
informalidade é o ideal.
— A apropriação da norma ortográfica
Intencionalidade (efeito pretendido): A norma ortográfica é um conjunto de regras que estabelecem
Nenhum texto (oral ou escrito) é despretensioso, ou seja, sem a escrita correta das palavras. Ela é fundamental para garantir a
pretensão, sem objetivo, todos são carregados de intenções. E para compreensão do texto e a comunicação entre as pessoas. Porém,
cada intenção existe uma forma de linguagem que será compatível, é importante ressaltar que a norma ortográfica não é um fim em
por isso, as declarações de amor são feitas diferentes de uma soli- si mesma, mas um meio para a comunicação efetiva. Assim, a sua
citação de emprego. Há maneiras distintas para criticar, elogiar ou apropriação deve ser entendida como um processo que visa facilitar
ironizar. É importante fazer essas considerações. a compreensão do texto e não como um fim em si mesmo.
A apropriação da norma ortográfica é um processo que envolve
FUNÇÕES DA LINGUAGEM; a compreensão das regras ortográficas e a sua aplicação na escrita.
Isso inclui a compreensão da estrutura das palavras, das regras de
acentuação, da pontuação e do uso correto das letras maiúsculas e
A linguagem é uma ferramenta fundamental para a comunica- minúsculas. Além disso, é importante considerar as particularida-
ção humana. Ela está presente em todas as esferas da sociedade des da língua portuguesa, como as variações regionais e as palavras
e é utilizada de diferentes formas, de acordo com as condições de estrangeiras.
produção e recepção social. Nesse contexto, a norma ortográfica Para que a apropriação da norma ortográfica seja efetiva, é ne-
é uma das convenções mais importantes, pois é responsável por cessário que ela seja contextualizada. Isso significa que as regras
padronizar a escrita da língua portuguesa e garantir a sua compre- ortográficas devem ser ensinadas de acordo com as condições de
ensão por diferentes públicos. produção e recepção social da linguagem. Por exemplo, é importan-
te que os estudantes compreendam que a escrita formal é diferente
— Finalidade da linguagem da escrita informal e que cada uma delas tem suas próprias regras
A linguagem é utilizada para diferentes finalidades, que variam ortográficas.
de acordo com a situação comunicativa. Em um contexto formal, A norma ortográfica é um instrumento importante para a co-
por exemplo, a linguagem é utilizada para transmitir informações municação escrita, mas é importante lembrar que ela é apenas um
objetivas e claras. Já em um contexto informal, a linguagem pode dos elementos que compõem a linguagem. É necessário considerar
ser utilizada para estabelecer vínculos afetivos e emocionais entre também a adequação do uso da língua de acordo com a situação
os interlocutores. comunicativa, o contexto social e as intenções comunicativas.
O uso das linguagens de acordo com suas condições de produ-
— Função da linguagem ção e recepção social é um tema fundamental para a educação. É
A função da linguagem está relacionada à intenção do falante necessário que os estudantes compreendam que a linguagem não é
ao utilizar a linguagem em determinado contexto. De acordo com um mero instrumento de comunicação, mas uma forma de expres-
Roman Jakobson, há seis funções da linguagem: emotiva, conativa, são que reflete as relações sociais e culturais em que está inserida.
referencial, metalinguística, fática e poética. A norma ortográfica é um aspecto importante da linguagem
A função emotiva da linguagem é aquela em que o emissor escrita, mas não pode ser vista como um fim em si mesma. A sua
expressa suas emoções e sentimentos. A função conativa da lin- apropriação deve ser contextualizada e compreendida como um
guagem é aquela em que o emissor busca influenciar o receptor meio para a comunicação efetiva. Além disso, é importante consi-
a fazer algo. A função referencial da linguagem é aquela em que o derar a diversidade linguística e cultural do país e valorizar as dife-
emissor transmite informações objetivas sobre o mundo. A função rentes formas de expressão que fazem parte da nossa identidade.
metalinguística da linguagem é aquela em que o emissor utiliza a Em resumo, a educação linguística deve priorizar a compreen-
linguagem para falar sobre a própria linguagem. A função fática da são da linguagem como um fenômeno complexo e multifacetado,
linguagem é aquela em que o emissor busca estabelecer e manter que envolve aspectos sociais, culturais, políticos e históricos. A va-
o contato com o receptor. E, por fim, a função poética da linguagem lorização da diversidade linguística e a apropriação consciente da
é aquela em que o emissor utiliza a linguagem de forma artística, norma ortográfica são elementos fundamentais para a formação de
valorizando a sonoridade, a beleza e a criatividade. cidadãos críticos e reflexivos, capazes de se expressar com clareza e
efetividade em diferentes situações comunicativas.

14
PORTUGUÊS

ELEMENTOS DOS ATOS DE COMUNICAÇÃO;

Dentro do processo de comunicação existem alguns fatores que são imprescindíveis de serem citados como elementos da comunica-
ção, que são:

Emissor: é a pessoa, ou qualquer ser capaz de produzir e transmitir uma mensagem.


Receptor: é a pessoa, ou qualquer ser capaz de receber e interpretar essa mensagem transmitida.
Codificar: é transformar, num código conhecido, a intenção da comunicação ou elaborar um sistema de signos, ou seja, é interpretar
a mensagem transmitida para a sua correta compreensão.
Descodificar: Decifrar a mensagem, operação que depende do repertório (conjunto estruturado de informação) de cada pessoa.
Mensagem: trata-se do conteúdo que será transmitido, as informações que serão transmitidas ao receptor, ou seja, é qualquer coisa
que o emissor envie com a finalidade de passar informações.
Código: é o modo como a mensagem é transmitida (escrita, fala, gestos, etc.)
Canal: é a fonte de transmissão da mensagem, ou o meio de comunicação utilizado (revista, livro, jornal, rádio, TV, ar, etc.)
Contexto: é a situação que estão envolvidos o emissor e receptor.
Ruído: são os elementos que interferem na compreensão da mensagem que está sendo transmitida, podem ser ocasionados pelo
ambiente interno ou externo. Podem ser tanto os barulhos de uma maneira geral, uma palavra escrita incorretamente, uma dor de cabeça
por parte do emissor como do receptor, uma distração, um problema pessoal, gírias, neologismos, estrangeirismos, etc., podem interferir
no perfeito entendimento da comunicação.
Linguagem verbal: as dificuldades de comunicação ocorrem quando as palavras têm graus distintos de abstração e variedade de senti-
do. O significado das palavras não está nelas mesmas, mas nas pessoas (no repertório de cada um e que lhe permite decifrar e interpretar
as palavras).
Linguagem não-verbal: as pessoas não se comunicam apenas por palavras, os movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares,
e a entonação são também importantes (são os elementos não verbais da comunicação).
Retroalimentação ou Feedback: é o processo onde ocorre a confirmação do entendimento ou compreensão do que foi transmitido
na comunicação.

Macromodelo do Processo de Comunicação

Fonte: Kotler e Keller, 2012.

Em resumo, a comunicação é um processo pelo qual a informação é codificada e transmitida por um emissor a um receptor por meio
de um canal, ela é, portanto, um processo pelo qual nós atribuímos e transmitimos significado a uma tentativa de criar entendimento
compartilhado.

15
PORTUGUÊS

Afixos
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS; Os afixos são elementos que se acrescentam antes ou depois
do radical de uma palavra para a formação de outra palavra. Divi-
As palavras são formadas por estruturas menores, com signifi- dem-se em:
cados próprios. Para isso, há vários processos que contribuem para Prefixo: Partícula que se coloca antes do radical.
a formação das palavras. Exemplos
DISpor, EMpobrecer, DESorganizar.
Estrutura das palavras
As palavras podem ser subdivididas em estruturas significativas Sufixo
menores - os morfemas, também chamados de elementos mórfi- Afixo que se coloca depois do radical.
cos: Exemplos
– radical e raiz; contentaMENTO, reallDADE, enaltECER.
– vogal temática;
– tema; Processos de formação das palavras
– desinências; Composição: Formação de uma palavra nova por meio da jun-
– afixos; ção de dois ou mais vocábulos primitivos. Temos:
– vogais e consoantes de ligação.
Justaposição: Formação de palavra composta sem alteração na
Radical: Elemento que contém a base de significação do vocá- estrutura fonética das primitivas.
bulo. Exemplos
Exemplos passa + tempo = passatempo
VENDer, PARTir, ALUNo, MAR. gira + sol = girassol

Desinências: Elementos que indicam as flexões dos vocábulos. Aglutinação: Formação de palavra composta com alteração da
estrutura fonética das primitivas.
Dividem-se em: Exemplos
em + boa + hora = embora
Nominais vossa + merce = você
Indicam flexões de gênero e número nos substantivos.
Exemplos Derivação:
pequenO, pequenA, alunO, aluna. Formação de uma nova palavra a partir de uma primitiva. Te-
pequenoS, pequenaS, alunoS, alunas. mos:

Verbais Prefixação: Formação de palavra derivada com acréscimo de


Indicam flexões de modo, tempo, pessoa e número nos verbos um prefixo ao radical da primitiva.
Exemplos Exemplos
vendêSSEmos, entregáRAmos. (modo e tempo) CONter, INapto, DESleal.
vendesteS, entregásseIS. (pessoa e número)
Sufixação: Formação de palavra nova com acréscimo de um su-
Indica, nos verbos, a conjugação a que pertencem. fixo ao radical da primitiva.
Exemplos Exemplos
1ª conjugação: – A – cantAr cafezAL, meninINHa, loucaMENTE.
2ª conjugação: – E – fazEr
3ª conjugação: – I – sumIr Parassíntese: Formação de palavra derivada com acréscimo de
um prefixo e um sufixo ao radical da primitiva ao mesmo tempo.
Observação Exemplos
Nos substantivos ocorre vogal temática quando ela não indica EMtardECER, DESanimADO, ENgravidAR.
oposição masculino/feminino.
Exemplos Derivação imprópria: Alteração da função de uma palavra pri-
livrO, dentE, paletó. mitiva.
Exemplo
Tema: União do radical e a vogal temática. Todos ficaram encantados com seu andar: verbo usado com
Exemplos valor de substantivo.
CANTAr, CORREr, CONSUMIr.
Derivação regressiva: Ocorre a alteração da estrutura fonética
Vogal e consoante de ligação: São os elementos que se inter- de uma palavra primitiva para a formação de uma derivada. Em ge-
põem aos vocábulos por necessidade de eufonia. ral de um verbo para substantivo ou vice-versa.
Exemplos Exemplos
chaLeira, cafeZal. combater – o combate
chorar – o choro

16
PORTUGUÊS

Prefixos Grego: Os principais prefixos de origem grega são:


Os prefixos existentes em Língua Portuguesa são divididos em: a, an – privação, negação: ápode, anarquia.
vernáculos, latinos e gregos. ana – inversão, parecença: anagrama, analogia.
anfi – duplicidade, de um e de outro lado: anfíbio, anfiteatro.
Vernáculos: Prefixos latinos que sofreram modificações ou fo- anti – oposição: antipatia, antagonista.
ram aportuguesados: a, além, ante, aquém, bem, des, em, entre, apo – afastamento: apólogo, apogeu.
mal, menos, sem, sob, sobre, soto. arqui, arque, arce, arc – superioridade: arcebispo, arcanjo.
Nota-se o emprego desses prefixos em palavras como: abor- caco – mau: cacofonia.
dar, além-mar, bem-aventurado, desleal, engarrafar, maldição, me- cata – de cima para baixo: cataclismo, catalepsia.
nosprezar, sem-cerimônia, sopé, sobpor, sobre-humano, etc. deca – dez: decâmetro.
dia – através de, divisão: diáfano, diálogo.
Latinos: Prefixos que conservam até hoje a sua forma latina dis – dualidade, mau: dissílabo, dispepsia.
original: en – sobre, dentro: encéfalo, energia.
a, ab, abs – afastamento: aversão, abjurar. endo – para dentro: endocarpo.
a, ad – aproximação, direção: amontoar. epi – por cima: epiderme, epígrafe.
ambi – dualidade: ambidestro. eu – bom: eufonia, eugênia, eupepsia.
bis, bin, bi – repetição, dualidade: bisneto, binário. hecto – cem: hectômetro.
centum – cem: centúnviro, centuplicar, centígrado. hemi – metade: hemistíquio, hemisfério.
circum, circun, circu – em volta de: circumpolar, circunstante. hiper – superioridade: hipertensão, hipérbole.
cis – aquem de: cisalpino, cisgangético. hipo – inferioridade: hipoglosso, hipótese, hipotermia.
com, con, co – companhia, concomitância: combater, contem- homo – semelhança, identidade: homônimo.
porâneo. meta – união, mudança, além de: metacarpo, metáfase.
contra – oposição, posição inferior: contradizer. míria – dez mil: miriâmetro.
de – movimento de cima para baixo, origem, afastamento: de- mono – um: monóculo, monoculista.
crescer, deportar. neo – novo, moderno: neologismo, neolatino.
des – negação, separação, ação contrária: desleal, desviar. para – aproximação, oposição: paráfrase, paradoxo.
dis, di – movimento para diversas partes, ideia contrária: dis- penta – cinco: pentágono.
trair, dimanar.
peri – em volta de: perímetro.
entre – situação intermediaria, reciprocidade: entrelinha, en-
poli – muitos: polígono, polimorfo.
trevista.
pro – antes de: prótese, prólogo, profeta.
ex, es, e – movimento de dentro para fora, intensidade, priva-
ção, situação cessante: exportar, espalmar, ex-professor.
Sufixos
extra – fora de, além de, intensidade: extravasar, extraordiná-
Os sufixos podem ser: nominais, verbais e adverbial.
rio.
im, in, i – movimento para dentro; ideia contraria: importar, in-
grato. Nominais
inter – no meio de: intervocálico, intercalado. Coletivos: -aria, -ada, -edo, -al, -agem, -atro, -alha, -ama.
intra – movimento para dentro: intravenoso, intrometer. Aumentativos e diminutivos: -ão, -rão, -zão, -arrão, -aço, -as-
justa – perto de: justapor. tro, -az.
multi – pluralidade: multiforme. Agentes: -dor, -nte, -ário, -eiro, -ista.
ob, o – oposição: obstar, opor, obstáculo. Lugar: -ário, -douro, -eiro, -ório.
pene – quase: penúltimo, península. Estado: -eza, -idade, -ice, -ência, -ura, -ado, -ato.
per – movimento através de, acabamento de ação; ideia pejo- Pátrios: -ense, -ista, -ano, -eiro, -ino, -io, -eno, -enho, -aico.
rativa: percorrer. Origem, procedência: -estre, -este, -esco.
post, pos – posteridade: postergar, pospor.
pre – anterioridade: predizer, preclaro. Verbais
preter – anterioridade, para além: preterir, preternatural. Comuns: -ar, -er, -ir.
pro – movimento para diante, a favor de, em vez de: prosseguir, Frequentativos: -açar, -ejar, -escer, -tear, -itar.
procurador, pronome. Incoativos: -escer, -ejar, -itar.
re – movimento para trás, ação reflexiva, intensidade, repeti- Diminutivos: -inhar, -itar, -icar, -iscar.
ção: regressar, revirar.
retro – movimento para trás: retroceder. Adverbial = há apenas um
satis – bastante: satisdar. MENTE: mecanicamente, felizmente etc.
sub, sob, so, sus – inferioridade: subdelegado, sobraçar, sopé.
subter – por baixo: subterfúgio.
super, supra – posição superior, excesso: super-homem, super-
povoado.
trans, tras, tra, tres – para além de, excesso: transpor.
tris, três, tri – três vezes: trisavô, tresdobro.
ultra – para além de, intensidade: ultrapassar, ultrabelo.
uni – um: unânime, unicelular.

17
PORTUGUÊS

FORMAS DE ABREVIAÇÃO;

Abreviatura
Existem algumas regras para abreviar as palavras, porém a maioria das abreviaturas que ganham o gosto do público são aquelas que,
mesmo sem seguir as regras preditas pela gramática, são usuais, práticas. Vejamos algumas regras para se fazer uma abreviatura da ma-
neira correta (prevista na gramática).

Quando usar:
Quando há necessidade de redução de espaço em títulos, legendas, tabelas, gráficos, infográficos, creditagem de TV e crawl.
Mesmo assim, é necessário ter cuidado para que o uso de abreviaturas não prejudique a compreensão.

Regra Geral: primeira sílaba da palavra + a primeira letra da sílaba seguinte + ponto abreviativo. Exemplos: adj. (adjetivo), num. (nu-
meral).

Outras Regras:

As abreviaturas devem ser acentuadas quando o acento gráfico ocorrer antes do ponto abreviativo.
Exemplos:
– técnicas → téc.
– páginas → pág.
– século → séc.

Nunca se deve cortar a palavra numa vogal, sempre na consoante. Caso a primeira letra da segunda sílaba seja vogal, escreve-se até
a consoante.
Se a palavra tiver acento na primeira sílaba, ele é conservado.
núm. (número)
lóg. (lógica)

Caso a segunda sílaba se inicie por duas consoantes, utiliza-se as duas na abreviatura.
Constr. (construção)
Secr. (secretário)

O ponto abreviativo também serve como ponto final, sendo assim, se a abreviatura estiver no final da frase, não há necessidade de se
utilizar outro ponto. Ex: Comprei frutas, verduras, legumes, etc.

Alguns gramáticos não admitem que as flexões sejam marcadas na abreviatura.


Profª (professora)
Págs. (páginas)

Algumas palavras, mesmo não seguindo as regras descritas acima, são aceitas pela gramática normativa, é o caso de:
a.C. ou A.C. (antes de Cristo)
ap. ou apto. (apartamento)
bel. (bacharel)
cel. (coronel)
Cia. (Companhia)
cx. (caixa)
D. (Dom, Dona)
Ilmo. (Ilustríssimo)
Ltda. (Limitada)
p. ou pág. (página) e pp. Págs. (páginas)
pg. (pago)
vv. (versos, versículos)

Mesmo sabendo que estas siglas são permitidas e reconhecidas pela gramática, ao escrevermos textos oficiais, artigos, trabalhos,
redações, não devemos utilizá-las abusivamente, pois acabará atrapalhando a clareza da comunicação. Em textos informais, no entanto,
não há nenhuma restrição, a abreviatura pode ser utilizada quando quisermos.

Símbolos
O desenvolvimento científico e tecnológico exigiu medições cada vez mais precisas e diversificadas. Por essa razão, o Sistema Métrico

18
PORTUGUÊS

Decimal acabou sendo substituído pelo Sistema Internacional de Unidades - SI, adotado também no Brasil a partir de 1962.
As unidades SI podem ser escritas por seus nomes ou representadas por meio de SÍMBOLOS, um sinal convencional e invariável utili-
zado para facilitar e universalizar a escrita e a leitura das unidades SI.
Lembre-se de que os símbolos que representam as unidades SI não são abreviaturas; por isso mesmo não são seguidos de ponto, não
têm plural nem podem ser grafados como expoentes.

Abreviaturas e símbolos mais usados

etc. Etcetera Usa-se com ponto.


A vírgula antes é facultativa
KB kilobyte
GB gigabyte
MB megabyte
KW quilowatt
MW megawatt
GW gigawatt
h hora Não têm ponto nem plural
min minuto
s segundo
kg quilograma Sem ponto, sem plural
l litro
Hz hertz
KHz quilo-hertz
MHz mega-hertz
GHz giga-hertz
mi milhão Só são usadas para valores monetários.
bi bilhão
tri trilhão
m metro
km quilômetro
m² metro quadrado
km² quilômetro quadrado
Ltda. limitada
jan., fev. Com todas as letras em
mar., abr. caixa alta, use sem ponto:
mai., jun. JAN, FEV, OUT
jul., ago.
set., out.
nov., dez.
pág. página Mantém-se o acento
Plural: págs.
S.A. sociedade anônima Plural: S.As.
TV Tevê também pode ser usado.
Para emissoras, use apenas TV.
Não use tv ou Tv

Sigla
As siglas são a junção das letras iniciais de um termo composto por mais de uma palavra:

P.S. (pós escrito = escrito depois)


S.A. (Sociedade Anônima)
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

19
PORTUGUÊS

Se a sigla tiver até três letras, ou se todas as letras forem pronunciadas individualmente, todas ficam maiúsculas.

MEC, USP, PM, INSS.

Porém, se a sigla tiver a partir de quatro letras, e nem todas forem pronunciadas separadamente, apenas a primeira letra será maiús-
cula, e as demais minúsculas:

Embrapa, Detran, Unesco.

CLASSES DE PALAVRAS; ASPECTOS MORFOLÓGICOS, SINTÁTICOS, SEMÂNTICOS E TEXTUAIS DE SUBSTANTIVOS,


ADJETIVOS, ARTIGOS, NUMERAIS, PRONOMES, VERBOS, ADVÉRBIOS, CONJUNÇÕES E INTERJEIÇÕES;

Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conecti-
Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO vos)
Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Não sofre variação
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.
Posso ajudar, senhora?
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.
Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
SUBSTANTIVO
Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Ana se exercita pela manhã.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza
Todos parecem meio bobos.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo,
VERBO Chove muito em Manaus.
número, pessoa e voz.
A cidade é muito bonita quando vista do
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação
alto.

20
PORTUGUÊS

Substantivo Variação de grau


Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado
Tipos de substantivos substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumenta-
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo tivo e diminutivo.
com os conceitos apresentados abaixo: Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
Ex: mulher; gato; cidade... pequeno).
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou di-
especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte... minuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural,
para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mes- Novo Acordo Ortográfico
ma espécie. Ex: matilha; enxame; cardume... De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portugue-
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de sa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; ca- pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes
chorro; praça... geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designan- e festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou
do sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede; abreviaturas.
imaginação... Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana,
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: meses, estações do ano e em pontos cardeais.
livro; água; noite... Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedrei- é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
ro; livraria; noturno... disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em pala-
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radi- vras de categorização.
cal). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais Adjetivo
de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol... Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-
-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
Flexão de gênero flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um o singular (bonito) e o plural (bonitos).
dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino. Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua naciona-
e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente lidade (brasileiro; mineiro).
o final da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjun-
menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / to de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo.
acentuação (Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou pre- São formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
sença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora). • de criança = infantil
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma for- • de mãe = maternal
ma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto • de cabelo = capilar
ao gênero a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o
acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epi- Variação de grau
ceno (refere-se aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfa-
comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo). ses), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e su-
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com perlativo.
alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, • Normal: A Bruna é inteligente.
trazendo alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fru- • Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente
to X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao que o Lucas.
órgão que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é • Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente
o termo popular para um tipo específico de fruto. que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto
Flexão de número a Maria.
No português, é possível que o substantivo esteja no singu- • Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inte-
lar, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar ligente da turma.
(Ex: bola; escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores • Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos
quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último repre- inteligente da turma.
sentado, geralmente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra. • Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de • Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.
modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do
contexto, pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).

21
PORTUGUÊS

Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).

Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê

Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo

Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).

Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)

22
PORTUGUÊS

Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.
Nada me faria mais feliz.

• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerúndio não
acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.

• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.


Orgulhar-me-ei de meus alunos.

DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou orações, nem após ponto-e-vírgula.

Verbos
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro pos-
suem subdivisões.
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do pre-
sente, futuro do pretérito.
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito imperfeito, futuro.

Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre flexão em
tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no particípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, fa-
zendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particípio) ou
advérbio (gerúndio).

Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal. Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar, vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais (falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sempre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
• Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se, pen-
tear-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si próprios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)

Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)

Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.

Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

23
PORTUGUÊS

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

24
PORTUGUÊS

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

25
PORTUGUÊS

Preposições Conjunções subordinativas


As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação
dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas de dependência entre a oração principal e a oração subordinada.
entre essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (pa- Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido)
lavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada.
preposição em determinadas sentenças). Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes:
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, • Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas
para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, en- substantivas, definidas pelas palavras que e se.
tre. • Causais: porque, que, como.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, du- • Concessivas: embora, ainda que, se bem que.
rante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc. • Condicionais: e, caso, desde que.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, • Conformativas: conforme, segundo, consoante.
defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc. • Comparativas: como, tal como, assim como.
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que.
Ao conectar os termos das orações, as preposições estabele- • Finais: a fim de que, para que.
cem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de: • Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que.
• Causa: Morreu de câncer. • Temporais: quando, enquanto, agora.
• Distância: Retorno a 3 quilômetros.
• Finalidade: A filha retornou para o enterro. CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL;
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura.
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila.
• Lugar: O vírus veio de Portugal. Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação
• Companhia: Ela saiu com a amiga. harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser
• Posse: O carro de Maria é novo. verbal — refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal —
• Meio: Viajou de trem. refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
Combinações e contrações • Concordância em número: flexão em singular e plural
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras pa- • Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa
lavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e
havendo perda fonética (contração). Concordância nominal
• Combinação: ao, aos, aonde Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos,
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gêne-
ro, de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que
Conjunção ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabe- atento, também, aos casos específicos.
lecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo,
de conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
interpretação de textos, além de ser um grande diferencial no mo- • A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e
mento de redigir um texto. japonesa.
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e
conjunções subordinativas. Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo,
a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
Conjunções coordenativas vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o subs-
As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti- tantivo mais próximo:
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma • Linda casa e bairro.
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em
cinco grupos: Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar
• Aditivas: e, nem, bem como. tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substanti-
• Adversativas: mas, porém, contudo. vos (sendo usado no plural):
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer. • Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arru-
• Conclusivas: logo, portanto, assim. mada.
• Explicativas: que, porque, porquanto. • Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arru-
mados.

Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou


de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão
entre os melhores escritores brasileiros.

26
PORTUGUÊS

Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


É PROIBIDO Deve concordar com o substantivo quando há presença
É proibida a entrada.
É PERMITIDO de um artigo. Se não houver essa determinação, deve
É proibido entrada.
É NECESSÁRIO permanecer no singular e no masculino.
Mulheres dizem “obrigada” Homens dizem
OBRIGADO / OBRIGADA Deve concordar com a pessoa que fala.
“obrigado”.
As bastantes crianças ficaram doentes com a
volta às aulas.
Quando tem função de adjetivo para um substantivo,
Bastante criança ficou doente com a volta às
BASTANTE concorda em número com o substantivo.
aulas.
Quando tem função de advérbio, permanece invariável.
O prefeito considerou bastante a respeito da
suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na fila
MENOS
existe na língua portuguesa. para a festa.
As crianças mesmas limparam a sala depois
MESMO Devem concordar em gênero e número com a pessoa a da aula.
PRÓPRIO que fazem referência. Eles próprios sugeriram o tema da forma-
tura.
Quando tem função de numeral adjetivo, deve concor-
Adicione meia xícara de leite.
dar com o substantivo.
MEIO / MEIA Manuela é meio artista, além de ser enge-
Quando tem função de advérbio, modificando um
nheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações adicionais
ANEXO INCLUSO Devem concordar com o substantivo a que se referem. As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da mensa-
lidade.

Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

27
PORTUGUÊS

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.

Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.

Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.

A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.

Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:

PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum; con-
A trário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente; do-
DE tado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato; intolerante;
COM
mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador; negli-
EM
gente; perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...

28
PORTUGUÊS

Regência verbal Conotação


Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regi- É o sentido da palavra desviado do usual, ou seja, aquele que se
do poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto distancia do sentido próprio e costumeiro. Por exemplo: “As pedras
um objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado atiradas pela boca ferem mais do que as atiradas pela mão”.
também por adjuntos adverbiais. “Pedras”, neste contexto, não está indicando o que usualmente
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre tran- significa (objeto), mas um insulto, uma ofensa produzida pelas pa-
sitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do lavras, capazes de machucar assim como uma pedra “objeto” que é
verbo vai depender do seu contexto. atirada em alguém.

Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que Ampliação de Sentido


fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado Fala-se em ampliação de sentido quando a palavra passa a
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, designar uma quantidade mais ampla de significado do que o seu
modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser original.
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática: “Embarcar”, por exemplo, originariamente era utilizada para
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem. designar o ato de viajar em um barco. Seu sentido foi ampliado
consideravelmente, passando a designar a ação de viajar em outros
Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto dire- veículos também. Hoje se diz, por ampliação de sentido, que um
to), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo: passageiro:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo. – Embarcou em um trem.
– Embarcou no ônibus das dez.
Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto in- – Embarcou no avião da força aérea.
direto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer – Embarcou num transatlântico.
o sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da cam- “Alpinista”, em sua origem, era utilizada para indicar aquele
que escala os Alpes (cadeia montanhosa europeia). Depois, por am-
panha eleitoral.
pliação de sentido, passou a designar qualquer tipo de praticante
de escalar montanhas.
Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o
verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposi-
Restrição de Sentido
ção) e de um objeto indireto (com preposição):
Ao lado da ampliação de sentido, existe o movimento inverso,
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda
isto é, uma palavra passa a designar uma quantidade mais restrita
à senhora.
de objetos ou noções do que originariamente designava.
É o caso, por exemplo, das palavras que saem da língua geral e
MODALIZADORES; passam a ser usadas com sentido determinado, dentro de um uni-
verso restrito do conhecimento.
A palavra aglutinação, por exemplo, na nomenclatura grama-
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado tical, é bom exemplo de especialização de sentido. Na língua geral,
em tópicos anteriores. ela significa qualquer junção de elementos para formar um todo,
todavia, em Gramática designa apenas um tipo de formação de pa-
SEMÂNTICA: SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO; lavras por composição em que a junção dos elementos acarreta al-
teração de pronúncia, como é o caso de pernilongo (perna + longa).
Se não houver alteração de pronúncia, já não se diz mais aglu-
SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO tinação, mas justaposição. A palavra Pernalonga, por exemplo, que
É possível empregar as palavras no sentido próprio ou no sen- designa uma personagem de desenhos animados, não se formou
tido figurado. por aglutinação, mas por justaposição.
Ex.: Em linguagem científica é muito comum restringir-se o signifi-
– Construí um muro de pedra. (Sentido próprio). cado das palavras para dar precisão à comunicação.
– Dalton tem um coração de pedra. (Sentido figurado). A palavra girassol, formada de gira (do verbo girar) + sol, não
– As águas pingavam da torneira. (Sentido próprio). pode ser usada para designar, por exemplo, um astro que gira em
– As horas iam pingando lentamente. (Sentido figurado). torno do Sol, seu sentido sofreu restrição, e ela serve para designar
apenas um tipo de flor que tem a propriedade de acompanhar o
Denotação movimento do Sol.
É o sentido da palavra interpretada ao pé da letra, ou seja, de Existem certas palavras que, além do significado explícito, con-
acordo com o sentido geral que ela tem na maioria dos contextos têm outros implícitos (ou pressupostos). Os exemplos são muitos. É
em que ocorre. Trata-se do sentido próprio da palavra, aquele en- o caso do pronome outro, por exemplo, que indica certa pessoa ou
contrado no dicionário. Por exemplo: “Uma pedra no meio da rua coisa, pressupondo necessariamente a existência de ao menos uma
foi a causa do acidente”. além daquela indicada.
A palavra “pedra” aqui está usada em sentido literal, ou seja, o Prova disso é que não faz sentido, para um escritor que nunca
objeto mesmo. lançou um livro, dizer que ele estará autografando seu outro livro. O
uso de outro pressupõe, necessariamente, ao menos um livro além
daquele que está sendo autografado.

29
PORTUGUÊS

— Figuras de Palavras
ANTÔNIMOS, SINÔNIMOS, PARÔNIMOS E 3
São as que dependem do uso de determinada palavra com
HIPERÔNIMOS; sentido novo ou com sentido incomum. Vejamos:

Sinonímia e antonímia Metáfora


As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado É um tipo de comparação (mental) sem uso de conectivos com-
semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente parativos, com utilização de verbo de ligação explícito na frase. Con-
<—> esperto siste em usar uma palavra referente a algo no lugar da característica
Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam signifi- propriamente dita, depreendendo uma relação de semelhança que
cados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex: pode ser compreendida por conta da flexibilidade da linguagem.
forte <—> fraco Ex.: “Sua boca era um pássaro escarlate.” (Castro Alves)

Parônimos e homônimos Catacrese


As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro- Consiste em transferir a uma palavra o sentido próprio de ou-
núncia semelhantes, porém com significados distintos. tra, fazendo uso de formas já incorporadas aos usos da língua. Se a
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe- metáfora surpreende pela originalidade da associação de ideias, o
go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal). mesmo não ocorre com a catacrese, que já não chama a atenção
As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma por ser tão repetidamente usada. Toma-se emprestado um termo
grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo já existente e o “emprestamos” para outra coisa.
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta). Ex.: Batata da perna; Pé da mesa; Cabeça de alho; Asa da xícara.
As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma
pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (nu- Comparação ou Símile
meral) X sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical). É a comparação entre dois elementos comuns, semelhantes,
As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual, de forma mais explícita. Como assim? Normalmente se emprega
porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver- uma conjunção comparativa: como, tal qual, assim como, que nem.
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo). Ex.: “Como um anjo caído, fiz questão de esquecer...” (Legião
Urbana)
Polissemia e monossemia
As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar Sinestesia
mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a É a fusão de no mínimo dois dos cinco sentidos físicos, sendo
frase. Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo). bastante utilizada na arte, principalmente em músicas e poesias.
Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas Ex.: “De amargo e então salgado ficou doce, - Paladar
um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos). Assim que teu cheiro forte e lento - Olfato
Fez casa nos meus braços e ainda leve - Tato
Hiperonímia e hiponímia E forte e cego e tenso fez saber - Visão
Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de signi- Que ainda era muito e muito pouco.” (Legião Urbana)
ficado entre as palavras.
Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que Antonomásia
tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão. Quando substituímos um nome próprio pela qualidade ou ca-
Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, por- racterística que o distingue. Pode ser utilizada para eliminar repe-
tanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex: tições e tornar o texto mais rico, devendo apresentar termos que
Limão é hipônimo de fruta. sejam conhecidos pelo público, para não prejudicar a compreensão.
Ex.: O Águia de Haia (= Rui Barbosa)
FIGURAS DE LINGUAGEM; O Pai da Aviação (= Santos Dumont)

Epíteto
FIGURAS DE LINGUAGEM2 Significa “posto ao lado”, “acrescentado”. É um termo que de-
Também chamadas de Figuras de Estilo. É possível classificá-las signa “apelido” ou “alcunha”, isto é, expressões ou palavras que são
em quatro tipos: acrescentados a um nome. Epíteto vem do Grego EPÍTHETON, “algo
– Figuras de Palavras (ou semânticas); adicionado, apelido”, de EPI-, “sobre”, e TITHENAI, “colocar”.
– Figuras Sonoras; Aparece logo após o nome da pessoa, de personagens literá-
– Figuras de Construção (ou de sintaxe); rios, da história de militares, de reis e de muitos outros.
– Figuras de Pensamento. Ex.: Nelson Rodrigues: o “Anjo Pornográfico”, por sua obra de
cunho bastante sexual.
Augusto Dos Anjos: o “Poeta da Morte”, já que seu principal
tema era a morte.

2 SCHICAIR. Nelson M. Gramática do Português Instrumental. 2ª. ed Niterói: Impetus,


2007. 3 https://bit.ly/37nLTfx

30
PORTUGUÊS

Metonímia Hipérbole
Troca-se uma palavra por outra com a qual ela se relaciona. É a figura do exagero, a fim de proporcionar uma imagem cho-
Ocorre quando um único nome é citado para representar um todo cante ou emocionante. É a exaltação de uma ideia, visando causar
referente a ele. maior impacto.
A metonímia ocorre quando substituímos: Ex.: “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac)
– O autor ou criador pela obra. Ex.: Gosto de ler Jorge Amado “Estou morta de fome”.
(observe que o nome do autor está sendo usado no lugar de suas
obras). Eufemismo
– O efeito pela causa e vice-versa. Ex.: Ganho a vida com o suor Figura que atenua, que dá um tom mais leve a uma expressão.
do meu rosto. (o suor é o efeito ou resultado e está sendo usado no Ex.: “E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
lugar da causa, ou seja, o “trabalho”). Deus lhe pague.” (Chico Buarque)
– O continente pelo conteúdo. Ex.: Ela comeu uma caixa de Paz derradeira = morte
doces. (= doces). “Aquele homem de índole duvidosa apropriou-se (ladrão) inde-
– O abstrato pelo concreto e vice-versa. Ex.: A velhice deve ser vidamente dos meus pertences.” (roubou)
respeitada. (= pessoas velhas).
– O instrumento pela pessoa que o utiliza. Ex.: Ele é bom no Disfemismo
volante. (= piloto ou motorista). Expressão grosseira em lugar de outra, que poderia ser mais
– O lugar pelo produto. Ex.: Gosto muito de tomar um Porto. (= suave, branda.
o vinho da cidade do Porto). Ex.: “Você não passa de um porco ... um pobretão.”
– O símbolo ou sinal pela coisa significada. Ex.: Os revolucio-
nários queriam o trono. (= império, o poder). Pleonasmo
– A parte pelo todo. Ex.: Não há teto para os necessitados. (= Repetição da ideia, ou seja, redundância semântica e sintática,
a casa). divide-se em:
– O indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: Ele foi o judas – Gramatical: com objetos direto ou indireto redundantes, cha-
do grupo. (= espécie dos homens traidores). mam-nos pleonásticos.
– O singular pelo plural. Ex.: O homem é um animal racional. Ex.: “Perdoo-te a ti, meu amor.”
(o singular homem está sendo usado no lugar do plural homens). “O carro velho, eu o vendi ontem.”
– O gênero ou a qualidade pela espécie. Ex.: Nós mortais, so- – Vicioso: deve ser evitado por não acrescentar informação
mos imperfeitos. (= seres humanos). nova ao que já havia sido dito anteriormente.
– A matéria pelo objeto. Ex.: Ele não tem um níquel. (= moeda). Ex.: subir para cima; descer para baixo; repetir de novo; hemor-
ragia sanguínea; protagonista principal; monopólio exclusivo.
Observação: os últimos 5 casos recebem também o nome de
Sinédoque. Anáfora
É a repetição intencional de palavras, no início de um período,
Sinédoque frase ou verso.
Significa a troca que ocorre por relação de compreensão e que Ex.: “Eu quase não saio
consiste no uso do todo, pela parte do plural pelo singular, do gêne- Eu quase não tenho amigo
ro pela espécie, ou vice-versa. Eu quase não consigo
Ex.: O mundo é violento. (= os homens) Ficar na cidade sem viver contrariado.”

Perífrase (Gilberto Gil)


Trata-se da substituição de um nome por uma expressão por
alguma característica marcante ou por algum fato que o tenha tor- Ambiguidade ou Anfibologia
nado célebre. Esta é uma figura de linguagem bastante utilizada no meio ar-
Ex.: O país do futebol acredita no seu povo. (país do futebol = tístico, de forma poética e literária. Entretanto, em textos técnicos e
Brasil) redações, ela é considerada um vício (e precisa ser evitada). Ocorre
quando uma frase fica com duplo sentido, dificultando sua inter-
Analogia pretação.
Trata-se de uma espécie de comparação, contudo, neste caso, Ex.: A mãe avisou à filha que estava terminando o serviço.
realizada por meio de uma correspondência entre duas entidades (Quem terminava o serviço: a mãe ou a filha?)
diferentes.
Na escrita, pode ocorrer a analogia quando o autor pretender
estabelecer uma aproximação equivalente entre elementos através
do sentido figurado e dos conectivos de comparação.
Ex.: A árvore é um ser vivo. Tem metabolismo e reproduz-se.
O ser humano também. Nisto são semelhantes. Ora se são seme-
lhantes nestas coisas e a árvore cresce podemos concluir que o ser
humano também cresce.

31
PORTUGUÊS

Alegoria Assíndeto
Utilizada de maneira retórica, com o objetivo de ampliar o sig- Ocorre por falta ou supressão de conectivos. Geralmente, é
nificado de uma palavra (ou oração). A alegoria ajuda a transmitir substituído por vírgula.
um (ou mais) sentidos do texto, além do literal. Ex.: “Saí, bebi, enfim, vivi.” (Nel de Moraes)
Ex.: “Vivemos em uma constante montanha russa: estamos em “Meu filho não quer trabalhar, estudar, ser autônomo, ser in-
alta velocidade e os altos e baixos se revezam de maneira vertigino- dependente”.
sa, sem que possamos pensar direito.” (Aqui, o enunciador propõe
equalizarmos o cotidiano a uma “montanha russa” e, na sequência, Polissíndeto
cria relações contínuas entre os dias e os movimentos propiciados Repetição enfática de conectivos que ligam termos da oração
pelo mecanismo de brinquedo.) ou períodos. Na maioria das vezes, as conjunções coordenativas são
repetidas.
Simbologia Ex.: “E saber, e crescer, e ser, e haver
É o uso de simbologias para indicar algo. E perder, e sofrer, e ter horror.”
Ex.: “A pomba branca simboliza a paz.” (Vinícius de Morais)

Figuras de Harmonia Elipse


São as que reproduzem os efeitos de repetição de sons, ou ain- É a omissão de um termo que não prejudica ou altera o sentido
da quando se busca representa-los. São elas: da frase.
Ex.: “Queria ser um pássaro dentro da noite.” (omissão de “Eu”)
Aliteração “Quero mais respeito.” (omissão de “Eu” e “receber”)
Repetição consonantal fonética (som da letra) geralmente no
início da palavra. Dá ritmo e também pode criar trava-línguas. Zeugma
Ex.: “O rato roeu a roupa do rei de Roma”; Elipse especial que consiste na supressão de um termo já ex-
“Quem com ferro fere, com ferro será ferido”. presso, anteriormente, no contexto.
Ex.: “Nós nos desejamos e não nos possuímos.” (supressão de
Assonância “nós”)
Repetição da vogal tônica ou de sílabas com as mesmas con- “Eu prefiro literatura, ele, linguística” (supressão de “prefere”)
soantes e vogais distintas.
Ex.: “É a moda / da menina muda / da menina trombuda / que Anacoluto
muda de modos / e dá medo” (Moda da Menina Trombuda - Cecília É uma alteração na estrutura da frase, que é interrompida por
Meireles) algum elemento inserido de maneira “solta”. Há estudiosos que de-
fendem que o anacoluto é um erro gramatical. O anacoluto é pare-
Paronomásia cido com o pleonasmo, ou melhor, na tentativa de um pleonasmo
É o uso de palavras iguais ou com sons semelhantes, porém sintático, muitas vezes, acaba-se por criar a ruptura.
que possuem sentidos distintos. Ex.: “Os meus vizinhos, não confio mais neles.” - a função sintá-
Ex.: “Berro pelo aterro pelo desterro tica de “os meus vizinhos” é nula; entretanto, se houvesse preposi-
Berro por seu berro pelo seu erro” (Caetano Veloso) ção (“Nos meus vizinhos, não confio mais neles”), o termo seria ob-
“Quem casa, quer casa”. jeto indireto, enquanto “neles” seria o objeto indireto pleonástico.

Cacofonia Anástrofe
Trata-se da junção de duas palavras (as últimas sílabas de uma Inversão sintática leve.
+ as sílabas iniciais da outra), que podem tornar o som diferente e Ex.: “Tão leve estou que já nem sombra tenho.” (ordem inver-
criar um novo significado. A cacofonia é notada ao falar, com o som sa) (Mário Quintana)
fazendo parecer algo diferente daquilo que realmente foi dito. “Estou tão leve que já não tenho sombra.” (ordem direta)
Ex.: A boca dela. (cadela)
A prova valia 10 pontos, um por cada acerto. (porcada) Hipálage
Inversão de um adjetivo (uma qualidade que pertence a um é
Onomatopeia atribuída a outro substantivo).
Este é um recurso empregado com a intenção de reproduzir um Ex.: “A mulher degustava lânguida cigarrilha.”
barulho, som ou ruído. É muito usada em histórias em quadrinhos Lânguida = sensual, portanto lânguida é a mulher, e não a cigar-
e na literatura. No exemplo a seguir, o “tic-tac” reproduz o som de rilha como faz supor.
um relógio. “Em cada olho um grito castanho de ódio.” (Dalton Trevisan)
Ex: “Passa, tempo, tic-tac / Tic-tac, passa, hora / Chega logo, Castanhos são os olhos, e não o grito.
tic-tac / Tic-tac, e vai-te embora” (O Relógio - Vinícius de Moraes)
Hipérbato ou Inversão
Figuras de Construção É a inversão da ordem direta da frase (sujeito-verbo-objeto-
Dizem respeito aos desvios de padrão de concordância quer -complementos).
quanto à ordem, omissões ou excessos. Dão maior fluidez ao texto. Ex.: “Enquanto manda as ninfas amorosas grinaldas nas cabe-
Dividem-se em: ças pôr de rosas.” (Camões)
“Enquanto manda as ninfas amorosas pôr grinaldas de rosas

32
PORTUGUÊS

na cabeça.” Apóstrofe
É a evocação, o chamamento. Identifica-se facilmente na fun-
Sínquise ção sintática do vocativo.
Há uma inversão violenta de distantes partes da oração. É um Ex.: “Minha Nossa Senhora!” (usada quando alguém se espan-
hipérbato “hiperbólico”. ta com algo)
Ex.: “...entre vinhedo e sebe
corre uma linfa e ele no seu de faia Quiasmo
de ao pé do Alfeu Tarro escultado bebe.” (Alberto de Oliveira) Cruzamento de palavras que se repetem. Muito utilizado sado
“Uma linfa corre entre vinhedo e sebe, e ele bebe no seu Tarro para enfatizar algum feito.
escultado, de faia, ao pé do Alfeu.” Ex.: “Tinha uma pedra no meio do meu caminho. / No meio do
meu caminho tinha uma pedra.” (C. D. Andrade)
Silepse
Ocorre quando há concordância com uma ideia, e não com uma Gradação ou Clímax
palavra — isto é, é feita com um elemento implícito. Pode aconte- É uma sequência de palavras ou ideias que servem de intensifi-
cer nos seguintes âmbitos: de gênero, de número e de pessoa. cação numa sequência temporal. O clímax é obtido com a gradação
Ex.: “O casal se atrasou, estavam se arrumando” ascendente, já o anticlímax, é a organização de forma contrária.
Neste exemplo, há uma silepse de número. Num primeiro mo- Ex.: “Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cin-
mento, a frase aparenta estar errada — uma vez que o verbo “es- gidos de luz, outros ensanguentados.” (Ocidentais - Machado de
tar” deveria aparecer no singular, para concordar com “casal” —, Assis)
porém não se preocupe, essa construção é permitida.
Ironia
– De Gênero: masculino e feminino não concordam. Consiste em dizer o oposto do que se pensa, com intenção sar-
Ex.: “A vítima era lindo e o carrasco estava temerosa quanto à cástica ou depreciativa.
reação da população.” Ex.: “A excelente Dona lnácia era mestra na arte de judiar de
Perceba que vítima e carrasco não receberam de seus adjetivos criança.” (Monteiro Lobato)
lindo e temerosa a ‘atenção’ devida, por quê? Isso se deve à ideia “Dona Clotilde, o arcanjo do seu filho, quebrou minhas vidra-
de que os substantivos sobrecomuns designam ambos os sexos, e ças.”
não ambos os gêneros, portanto, por questões estilísticas, o autor
do texto preferiu a ideia à regra gramatical rígida que impõe que Personificação ou Prosopopeia
adjetivos concordem em gênero com o substantivo, não em sexo. É a atribuição de características humanas e qualidades a obje-
tos inanimados e irracionais.
– De Pessoa: sujeito e verbo não concordam entre si. Ex.: “O vento beija meus cabelos
Ex.: “A gente não sabemos escolher presidente.” As ondas lambem minhas pernas
“A gente não sabemos tomar conta da gente.” (Ultraje a Rigor) O sol abraça o meu corpo.” (Lulu Santos - Nelson Motta)
Nos casos de silepse de pessoa há, por parte do autor, uma
clara intromissão, característica do discurso indireto livre, quando, Reificação
ao informar, o emissor se coloca como parte da ação. Consiste em “coisificar” os seres humanos.
Ex.: “Tia, já botei os candidatos na lista.”
— Figuras de Pensamento “Fiquei plantada duas horas no consultório médico.”
São recursos de linguagem que se referem ao aspecto semânti-
co, ou seja, ao significado dentro de um contexto. Lítotes
Consiste em negar por afirmação ou vice-versa.
Antítese Ex.: “Ela até que não é feia.” (logo, é bonita)
É a aproximação de palavras de sentidos contrários, antagôni- “Você está exagerando. Não subestime a sua inteligência.”
cos. (porque ela é inteligente)
Ex.: “Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão Alusão
Onde, queres um lar, Revolução Este é um recurso usado para fazer referência ou citação, rela-
E onde queres bandido, sou herói.” cionando uma ideia a outra — podendo ocorrer de maneira explí-
cita ou não. Ao realizar referência a um acontecimento, pessoas,
(Caetano Veloso) personagens ou outros trabalhos, a alusão ajuda na compreensão
da ideia que se deseja passar.
Paradoxo ou Oximoro Ex.: “Eles estavam apaixonados como Romeu e Julieta.”
É mais que a aproximação antitética; é a própria ideia que se Neste exemplo, a intenção é explicar a grande paixão que uma
contradiz. pessoa sente pela outra.
Ex.: “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
“Mas tão certo quanto o erro de seu barco a motor é insistir em
usar remos.” (Legião Urbana)

33
PORTUGUÊS

POLISSEMIA E AMBIGUIDADE;

Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por
estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma palavra,
frase ou textos inteiros.

VOCABULÁRIO: NEOLOGISMOS, ARCAÍSMOS, ESTRANGEIRISMOS; LATINISMOS; EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS;

É possível encontrar no Brasil diversas variações linguísticas, como na linguagem regional. Elas reúnem as variantes da língua que
foram criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia.
Delas surgem as variações que envolvem vários aspectos históricos, sociais, culturais, geográficos, entre outros.
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe-se que,
numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o mesmo significado dentro de um mesmo contexto.
As variações que distinguem uma variante de outra se manifestam em quatro planos distintos, a saber: fônico, morfológico, sintático
e lexical.

Variações Morfológicas
Ocorrem nas formas constituintes da palavra. As diferenças entre as variantes não são tantas quanto as de natureza fônica, mas não
são desprezíveis. Como exemplos, podemos citar:
– uso de substantivos masculinos como femininos ou vice-versa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a champanha (o champa-
nha), tive muita dó dela (muito dó), mistura do cal (da cal).
– a omissão do “s” como marca de plural de substantivos e adjetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as amiga, os livro indica-
do, as noite fria, os caso mais comum.
– o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero que o Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas últimas eleições; Se
eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer; Não é possível que ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu.
– o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar o superlativo de adjetivos, recurso muito característico da linguagem jo-
vem urbana: um cara hiper-humano (em vez de humaníssimo), uma prova hiperdifícil (em vez de dificílima), um carro hiperpossante (em
vez de possantíssimo).
– a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos regulares: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver), se ele ver (vir) o
recado, quando ele repor (repuser).
– a conjugação de verbos regulares pelo modelo de irregulares: vareia (varia), negoceia (negocia).

34
PORTUGUÊS

Variações Fônicas – a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito para


Ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da pala- formar o grau superlativo dos adjetivos, características da lingua-
vra. Entre esses casos, podemos citar: gem jovem de alguns centros urbanos: maior legal; maior difícil;
– a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis (Petró- Esse amigo é um carinha maior esforçado.
polis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas formas típicas de Designações das Variantes Lexicais:
pessoas de baixa condição social. – Arcaísmo: palavras que já caíram de uso. Por exemplo, um
– A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das bobalhão era chamado de coió ou bocó; em vez de refrigerante usa-
regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do Rio Grande va-se gasosa; algo muito bom, de qualidade excelente, era supimpa.
do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na linguagem caipira): – Neologismo: contrário do arcaísmo. São palavras recém-cria-
quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, pastel; faróu, farór, farol. das, muitas das quais mal ou nem entraram para os dicionários. A
– deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, preguntar, na computação tem vários exemplos, como escanear, deletar, printar.
estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa condição social. – Estrangeirismo: emprego de palavras emprestadas de outra
– a queda do “r” final dos verbos, muito comum na linguagem língua, que ainda não foram aportuguesadas, preservando a forma
oral no português: falá, vendê, curti (em vez de curtir), compô. de origem. Nesse caso, há muitas expressões latinas, sobretudo da
– o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me linguagem jurídica, tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas
alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem clássica, o corpo” ou, mais livremente, “estejas em liberdade”), ipso facto
hoje frequentes na fala caipira. (“pelo próprio fato de”, “por isso mesmo.
– a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, marelo As palavras de origem inglesas são várias: feeling (“sensibilida-
(amarelo), margoso (amargoso), características na linguagem oral de”, capacidade de percepção), briefing (conjunto de informações
coloquial. básicas).
– Jargão: vocabulário típico de um campo profissional como a
Variações Sintáticas medicina, a engenharia, a publicidade, o jornalismo. Furo é notícia
Correlação entre as palavras da frase. No domínio da sintaxe, dada em primeira mão. Quando o furo se revela falso, foi uma bar-
como no da morfologia, não são tantas as diferenças entre uma va- riga.
riante e outra. Como exemplo, podemos citar: – Gíria: vocabulário especial de um grupo que não deseja ser
– a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome entendido por outros grupos ou que pretende marcar sua identida-
“que” no início da frase mais a combinação da preposição “de” com de por meio da linguagem. Por exemplo, levar um lero (conversar).
o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já conhecia a família – Preciosismo: é um léxico excessivamente erudito, muito raro:
dele (em vez de cuja família eu já conhecia). procrastinar (em vez de adiar); cinesíforo (em vez de motorista).
– a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quando – Vulgarismo: o contrário do preciosismo, por exemplo, de saco
se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu quero falar com cheio (em vez de aborrecido), se ferrou (em vez de se deu mal, ar-
você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em vez de tua) voz ruinou-se).
me irrita.
– ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles che- Tipos de Variação
gou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou naquela se- As variações mais importantes, são as seguintes:
mana muitos alunos; Comentou-se os episódios. – Sociocultural: Esse tipo de variação pode ser percebido com
– o uso de pronomes do caso reto com outra função que não certa facilidade.
a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o) na rua; não irão – Geográfica: é, no Brasil, bastante grande. Ao conjunto das
sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu (em vez de características da pronúncia de uma determinada região dá-se o
ti) e ele. nome de sotaque: sotaque mineiro, sotaque nordestino, sotaque
– o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez de gaúcho etc.
“o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem. – De Situação: são provocadas pelas alterações das circunstân-
– a ausência da preposição adequada antes do pronome relati- cias em que se desenrola o ato de comunicação. Um modo de falar
vo em função de complemento verbal: são pessoas que (em vez de: compatível com determinada situação é incompatível com outra
de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que (em vez de a que) – Histórica: as línguas se alteram com o passar do tempo e com
eu assisti; você é a pessoa que (em vez de em que) eu mais confio. o uso. Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o senti-
do delas. Essas alterações recebem o nome de variações históricas.
Variações Léxicas
Conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano do EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LATINOS
léxico, como as do plano fônico, são muito numerosas e caracteri- Embora muitos gramáticos e estudiosos da língua defendam
zam com nitidez uma variante em confronto com outra. São exem- que se deve privilegiar o uso de palavras em português, diversas
plos possíveis de citar: palavras e expressões latinas são usadas diariamente pelos falantes
– as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às da língua, quer em linguagem formal ou de áreas específicas, quer
vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto de piada de lado a em linguagem informal.
lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo que no Brasil As expressões latinas não sofrem processos de aportuguesa-
chamamos de calcinha; o que chamamos de fila no Brasil, em Por- mento, devendo assim ser escritas em sua forma original, sem qual-
tugal chamam de bicha; café da manhã em Portugal se diz pequeno quer tentativa de aproximação às regras ortográficas e fonológicas
almoço; camisola em Portugal traduz o mesmo que chamamos de da língua portuguesa.
suéter, malha, camiseta.

35
PORTUGUÊS

Deverão, contudo, ser grafadas com algum sinal indicativo da Statu quo: “No estado em que”. Emprega-se, na linguagem jurí-
sua condição de expressão de outro idioma: em itálico, entre aspas, dica, para indicar a forma, a situação ou a posição em que se encon-
sublinhadas, em negrito. Confira exemplos das principais palavras e tra certa questão ou coisa em determinado momento.
expressões latinas usadas atualmente na língua portuguesa: Stricto sensu: em sentido restrito, em sentido literal.
Ab initio: desde o princípio. Verbi gratia: por exemplo.
A contrario sensu: em sentido contrário, pela razão contrária. Verbum ad verbum: palavra por palavra, textualmente, literal-
A posteriori: pelo que segue, depois de um fato. Diz-se do ra- mente.
ciocínio que se remonta do efeito à causa.
A priori: segundo um princípio anterior, admitido como eviden- Expressões idiomáticas
te; antes de argumentar, sem prévio conhecimento. Expressões idiomáticas são recursos da fala e da escrita, que
Apud: em, junto a, junto em. Emprega-se em citações indiretas, ganham novos sentidos conotativos e ultrapassam seus significa-
isto é, citações colhidas numa obra. dos literais quando aplicados em contextos específicos. Como por
Carpe Diem: “Aproveita o dia”. (Aviso para que não desperdi- exemplo “estar com a cabeça nas nuvens” com o sentido de estar
cemos o tempo). distraído .Por isso, a sua interpretação deve ser feita de maneira
Curriculum Vitae: conjuntos de dados relativos ao estado civil, geral, sem ter que observar cada elemento que compõe a senten-
ao preparo profissional e às atividades anteriores de quem se can- ça. Muitas vezes, essas expressões não podem ser traduzidas e só
didata a um emprego. podemos compreendê-las avaliando o contexto em que foram uti-
Data venia: concedida a licença, com a devida vênia. É uma ex- lizadas.
pressão respeitosa com que se inicia uma argumentação discordan- Você pode até não perceber, mas usamos as expressões idio-
te da de outrem. máticas a todo instante: nas conversas, nos jornais, nas revistas, nos
Et cetera (ou Et caetera) (abrev.: etc.): e as outras coisas, e os programas de rádio e de televisão, nas propagandas, nos livros, nas
outros, e assim por diante. Apesar de seu sentido etimológico (= e músicas, nos filmes…
outras coisas), emprega-se, atualmente, não somente após nomes Isso quer dizer que elas não se restringem a situações especí-
de coisas, mas também de pessoas, como expressão continuativa. ficas, muito menos a grupos sociais. As expressões idiomáticas são
Exempli gratia: por exemplo. É expressão sinônima de Verbi uma parte muito importante da comunicação escrita e falada, tanto
gratia. formal quanto informal.
Habeas corpus: “Que tenhas o corpo”. Meio extraordinário de Quando pensamos na escrita e em questões gramaticais, elas
garantir e proteger todo aquele que sofre violência ou ameaça de exercem papéis variados e podem assumir função de orações com-
constrangimento ilegal na sua liberdade de locomoção, por parte pletas, adjetivos, substantivos, verbos e interjeições.
de qualquer autoridade legítima.
Habeas data: “Que tenha os dados”, “Que conheça os dados”. Expressões idiomáticas ou Idiomatismo
Trata-se de garantia ativa dos direitos fundamentais, que se destina Bom, os dois termos fazem referência ao mesmo recurso, que
a assegurar: conta com a vivência cultural e com valores conotativos para cons-
a) o conhecimento de informações relativas à pessoa do impe- truir um novo sentido para a frase.
trante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público; Eles são o contrário das expressões composicionais, que são
b) a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por pro- montadas e só têm significado quando cada palavra é analisada in-
cesso sigiloso, judicial ou administrativo. dividualmente e os sentidos usuais são combinados para mostrar
Homo sapiens: homem sábio; nome da espécie humana na no- o todo.
menclatura de Lineu.
Id est: isto é, quer dizer. Às vezes, aparece abreviadamente Por que usar expressões idiomáticas
(i.e.). O motivo que nos leva a usar expressões idiomáticas é o desejo
In memoriam: em comemoração, para memória, para lembran- de acrescentar algo nas mensagens, um elemento que a linguagem
ça. “convencional” nem sempre é capaz de oferecer.
In posterum: no futuro. Acontece que, na prática, as expressões idiomáticas têm diver-
In terminis: no fim. Decisão final que encerra o processo. sas funções, como você verá a seguir.
In verbis: nestes termos, nestas palavras. Emprega-se para ex-
primir as citações ou as referências feitas com as palavras da pessoa Dar força uma frase
que se citou ou do texto a que se alude. As expressões idiomáticas são também um recurso literário, e
Ipsis Verbis: pelas próprias palavras, exatamente, sem tirar nem como tal têm a função de aumentar o impacto do que foi dito. Veja
pôr. os exemplos a seguir:
Lato sensu: em sentido amplo, em sentido geral.
Per capita: por cabeça, para cada indivíduo. O deputado ficou furioso e começou a desferir ofensas diretas
Quorum: número mínimo de membros presentes necessário ao seu adversário.
para que uma assembleia possa funcionar ou deliberar regularmen- Em um ataque de fúria, o deputado perdeu a linha e vociferou
te. contra o seu adversário.
Sic: assim, assim mesmo, exatamente. Pospõe-se a uma cita- Percebe que no segundo caso há muito mais potência do que
ção, ou nela se intercala, entre parênteses ou entre colchetes, para no primeiro? Pois é, assim é possível chamar a atenção do leitor e
indicar que o texto original é da forma que aparece. acrescentar um estímulo à frase.

36
PORTUGUÊS

Acrescentar sutileza a uma sentença Insinuar


Muitas vezes, as palavras podem ser muito duras. As expres- Palavras entreditas são aquelas modificadas propositalmente
sões idiomáticas podem ter um efeito eufemista em diversas cir- para terem duplo sentido. Elas servem para evitar situações cons-
cunstâncias. Veja: trangedoras ou fazer sugestões indiretas.
O jogador percebeu que estava na hora de se aposentar.
O jogador percebeu que estava na hora de pendurar as chu- É claro que eu posso ajudá-lo. Mas sabe como é, uma mão lava
teiras. a outra.
Não apenas nos textos, mas em situações cotidianas, o uso
desse recurso pode trazer sutileza e evitar ofensas, minimizar um Aproximar do leitor
fato ou diminuir a intensidade da interpretação. Por fim, as expressões idiomáticas também podem ser um re-
curso valioso para aproximar-se da sua persona. A partir do mo-
Enfatizar a intensidade dos nossos sentimentos mento em que você as conhece bem, é possível utilizá-las para uma
Outra função das expressões idiomáticas é enfatizar um senti- comunicação direcionada.
mento. Pense nos exemplos a seguir:
Graças às dívidas, minha tia está em uma situação muito com-
Meu pai não merece meu perdão. Quando criança, ele me plicada.
abandonou. Graças às dívidas, minha tia está pisando em ovos.
Meu pai não merece meu perdão. Quando criança, ele me dei-
xou a ver navios. Como usar as expressões idiomáticas
Na segunda frase, há um choque mais profundo para o ouvin- O segredo para usar essas expressões em seus conteúdos é
te/leitor. Ou seja, o sentimento foi exaltado. conseguir adequar a expressão à linguagem utilizada e às carate-
rísticas da sua persona. Os termos devem ser incluídos de forma
Adicionar humor ou ironia ao que escrevemos ou dizemos natural e genuína, sem ser de maneira forçada ou informal demais
O humor é um recurso muito importante em qualquer situação para o assunto do conteúdo.
em que exista a comunicação. Usar as expressões idiomáticas para
tornar um discurso mais engraçado é uma ótima forma de entreter Por se tratar de expressões que dizem sobre a cultura de uma
o receptor. Por exemplo: região ou de um país, por exemplo, é sempre bom ter cuidado. Sa-
ber se seu público consegue identificar sem grandes esforços o sen-
Lúcia estava muito animada na última festa da empresa. tido da frase é o primeiro passo.
Lúcia soltou a franga na última festa da empresa.
Pobre Lúcia. Provavelmente teve uma ressaca daquelas no dia Outra boa dica é conferir se já são expressões cristalizadas, ou
seguinte. seja, se o sentido entendido é o mesmo para todos. Evite usar ex-
pressões muito recentes ou restritas dos meios digitais e aposte em
Reforçar um bom domínio do idioma termos mais comuns da fala, alguns mais antigos e com sentidos
Certamente, a utilização desse recurso revela que o autor tem fáceis de serem compreendidos. Nós utilizamos alguns nesse post,
muito mais conhecimento acerca da língua na qual o texto foi pro- como: encher os olhos, dar a volta por cima e botar para quebrar.
clamado (seja ele verbal ou não verbal). Veja os exemplos a seguir: Esses são bem famosos, não é mesmo?

João Paulo presenciou o crime, mas estava disposto a não de- Exemplos de expressões idiomáticas
nunciá-lo. Agora que você já sabe o que é são as expressões idiomáticas
João Paulo presenciou o crime, mas estava disposto a fazer vis- e para o que elas servem, pode, finalmente, conhecer as principais
ta grossa. frases desse tipo que são usadas em nossa língua. Confira, a seguir,
JP, aliás, seria enquadrado como cúmplice. uma lista com 169 expressões bastante recorrentes no português:

Ironizar A céu aberto: ao ar livre


A ironia é um valioso recurso linguístico. Muitas vezes, ela pode Abandonar o barco: desistir de uma situação difícil
ser valiosa e tornar o texto mais rico. Esse é um recurso muito uti- Abotoar o paletó: morrer
lizado por colunistas, como Diogo Mainardi e Arnaldo Jabor, por Abrir mão de alguma coisa: renunciar alguma coisa
exemplo. Abrir o coração: desabafar, declarar-se sinceramente
Abrir o jogo: denunciar ou revelar detalhes
Você agiu bem. Beijar os pés de quem o apunhalou pelas costas Abrir os olhos a alguém: alertar ou convencer alguém de algu-
é uma ótima saída. ma coisa
Quem nunca, né? Acabar em pizza: quando uma situação não resolvida acaba en-
cerrada (especialmente em casos de corrupção, quando ninguém
é punido)
Acertar na lata: acertar com precisão, adivinhar de primeira
Acertar na mosca: acertar com precisão, adivinhar de primeira
Adoçar a boca: conseguir um favor de alguém com elogios
Agarrar com unhas e dentes: agir de forma extrema para não
perder algo ou alguém

37
PORTUGUÊS

Agora é que são elas: momento em que começa a dificuldade Dar com a cara na porta: receber um “não” como resposta ou
Água que passarinho não bebe: pinga ou bebida alcoólica procurar algo e não encontrar
Amarrar o burro: descansar ou se comprometer romantica- Dar com a língua nos dentes: dizer algo que não podia ter sido
mente com alguém dito
Amigo da onça: amigo falso, interesseiro ou traidor Dar mancada: cometer um deslize ou descumprir uma promes-
Andar feito barata tonta: estar distraído sa
Andar na linha: estar elegante ou agir corretamente Dar o braço a torcer: retomar uma decisão ou deixar o orgulho
Andar nas nuvens: estar distraído de lado
Ao deus dará: abandonado ou sem rumo Dar uma de João sem braço: fazer-se de desentendido
Ao pé da letra: literalmente Dar uma mãozinha: dar uma pequena ajuda
Aos trancos e barrancos: de forma desajeitada De uma forma ou de outra: quando tem certeza de que algo
Armar um barraco: discutir ou brigar em público vai acontecer
Armar-se até aos dentes: estar preparado para qualquer situ- Deixar na mão: abandonar ou não ajudar
ação Descascar o abacaxi: resolver um problema complicado
Arrancar cabelos: desesperar-se Dormir no ponto: perder uma oportunidade
Arrastar as asas: insinuar-se romanticamente para alguém Encher linguiça: enrolar ou preencher espaço com embroma-
Arregaçar as mangas: começar uma atividade ou um trabalho ção
com afinco Enfiar o pé na jaca: cometer excessos
Arrumar sarna para se coçar: procurar problemas Engolir sapo: fazer algo contrariado, ser alvo de insultos ou acu-
Até debaixo d’água: em todas as circunstâncias mular ressentimentos
Babar ovo: idolatrar alguém incondicionalmente Entornar o caneco: beber muito
Baixar a bola: acalmar-se ou ser mais comedido Entrar numa fria: se dar mal
Banho de gato: lavar superficialmente as partes do corpo Entrar pelo cano: se dar mal ou ficar encrencado
Banho de água fria: desiludir ou quebrar as expectativas de al- Enxugar gelo: fazer um trabalho inútil
guém Estar com a bola murcha: estar sem ânimo
Barata tonta: perdido, desorientado, sem saber o que fazer Estar com a cabeça nas nuvens: estar distraído
Barra pesada: situação difícil ou pessoa violenta Estar com a cabeça quente: estar muito irritado
Bate e volta: ir e voltar de um evento ou de um lugar rapida- Estar com a corda no pescoço: estar ameaçado, sob pressão ou
mente com problemas financeiros
Bater as botas: morrer Estar com a corda toda: estar animado ou empolgado
Bater na mesma tecla: insistir no mesmo assunto Estar com a faca e o queijo na mão: estar com poder ou condi-
Bater papo: conversar informalmente ções para resolver algo
Bode expiatório: aquele que leva a culpa no lugar de outro Estar com a pulga atrás da orelha: estar desconfiado
Bola para frente: expressão de encorajamento, para se seguir Estar com aperto no coração: estar angustiado
em frente mesmo frente a adversidades Estar com dor de cotovelo: ter uma decepção amorosa ou estar
Bom de bico: galanteador ou alguém que tenta convencer os com ciúmes
outros com conversa Estar com um pé atrás: estar desconfiado
Botar a boca no trombone: revelar um segredo ou tornar algo Estar com o pé na cova: estar para morrer
público Estar com uma pedra no sapato: ter um problema por resolver
Botar o carro na frente dos bois: pular etapas de forma ina- Estar dando sopa: estar inadvertidamente vulnerável
propriada, geralmente atrapalhando o andamento de uma situação Estar de mãos abanando: não conseguir o que pretendia
Botar para quebrar: fazer algo com extrema intensidade, em Estar de mãos atadas: não poder fazer nada
geral em sentido positivo Estar na aba de alguém: usar algo emprestado ou de graça
Briga de cachorro grande: embate entre grandes forças Fazer boca de siri: manter segredo sobre algum assunto
Cair a ficha: dar-se conta de algo ou entender um assunto tar- Fazer de olhos fechados: fazer com muita facilidade
diamente Fazer nas coxas: fazer sem cuidado
Cara de pau: descarado ou sem-vergonha Fazer tempestade em copo d’água: transformar uma banalida-
Chutar o balde: agir irresponsavelmente em relação a um pro- de em tragédia
blema Fazer um negócio da China: aproveitar uma grande oportuni-
Chutar o pau da barraca: agir irresponsavelmente em relação dade
a um problema Fazer vista grossa: fingir que não viu, relevar ou negligenciar
Colocar melancia na cabeça: exibir-se ou querer chamar a aten- Feito cego em tiroteio: desorientado ou perdido
ção dos outros Ficar a ver navios: ficar sem nada ou sem coisa alguma
Comer cru e quente: ser apressado Gritar a plenos pulmões: gritar com toda a força
Comprar gato por lebre: ser enganado Ir catar coquinho: pedir para alguém ir fazer outra coisa ou para
Conversa fiada: falar uma mentira ou inventar uma desculpa não se intrometer no assunto
Cutucar a onça com vara curta: provocar alguém indevidamen- Ir desta para melhor: morrer
te Ir para o espaço: não funcionar, falhar ou dar errado
Dar a volta por cima: recuperar-se Ir pentear macaco: pedir para alguém ir fazer outra coisa ou
Dar bola: insinuar-se romanticamente para alguém para não se intrometer no assunto

38
PORTUGUÊS

Ir tomar banho: pedir para alguém ir fazer outra coisa ou para Ser um maria-vai-com-as-outras: não ter personalidade própria
não se intrometer no assunto ou deixar se influenciar facilmente pelos outros
Jogado para escanteio: posto de lado, descartado ou ignorado Ser uma mala sem alça: ser uma pessoa desagradável ou difícil
Lavar a roupa suja: acertar as diferenças com alguém de ser tolerada
Lavar as mãos: não se envolver Ser uma mão na roda: ser prestativo
Levado da breca: pessoa difícil ou que faz coisas impensáveis Ser uma pedra no sapato: ser uma pessoa desagradável
Levantar com o pé esquerdo: ter um dia ruim Soltar a franga: desinibir-se
Levar ferro: fracassar ou se dar mal Subir pelas paredes: desesperar-se
Levar toco: ser dispensado romanticamente Tempestade em copo d’água: dar importância muito grande a
Levar um fora: ser dispensado ou desprezado romanticamente uma coisa muito pequena
Mandar ver: fazer algo com extrema intensidade, em geral em Tirar de letra: fazer algo com muita facilidade
sentido positivo Tirar o cavalo (ou cavalinho) da chuva: desistir com relutância
Matar a cobra e mostrar o pau: assumir um ato com fervor por motivo de força maior
Meter o dedo na ferida: insistir em uma situação problemática Tirar onda: brincar ou sacanear
Meter o rabo entre as pernas: submeter-se ou se acovardar Tirar água do joelho: urinar
Meter os pés pelas mãos: confundir-se no raciocínio ou agir Tomar um chega para lá: ser descartado
com pressa ou desajeitadamente Trocar alhos por bugalhos: confundir fatos
Mudar da água para o vinho: mudar totalmente ou radicalmen- Trocar as bolas: atrapalhar-se
te Trocar seis por meia dúzia: trocar uma coisa por outra que não
O gato comeu a língua: pessoa calada vai fazer a menor diferença
Onde Judas perdeu as botas: lugar muito distante Uma mão lava a outra: trabalhar em equipe ou para o mesmo
Pagar o pato: ser responsabilizado por algo que não cometeu fim
Pendurar as chuteiras: aposentar-se ou desistir Viajar na maionese: não entender alguma coisa ou dizer um
Pensar na morte da bezerra: distrair-se absurdo ou algo sem sentido
Perder a linha: perder a educação ou a elegância Virar a casaca: mudar de ideia facilmente
Perder as estribeiras: desnortear-se Voltar à vaca fria: retornar a um assunto inicial da discussão
Pirar na batatinha: pensar ou propor uma coisa improvável ou depois de uma divagação
impossível de acontecer Essas são algumas das expressões linguísticas mais usadas no
Pisar na bola: cometer um deslize português. Há, sim, centenas de outras, mas nem todas elas são tão
Plantar bananeira: colocar-se de cabeça para baixo conhecidas, já que são usadas em apenas algumas regiões do país.
Procurar chifre em cabeça de cavalo: procurar significados ou
imaginar problemas que não existem Fonte: Disponível em: https://rockcontent.com/br/talent-blog/ex-
Procurar sarna para se coçar: envolver-se em problemas sem pressoes-idiomaticas/#:~:text=Express%C3%B5es%20idiom%C3%A-
necessidade 1ticas%20s%C3%A3o%20recursos%20da,com%20o%20sentido%20
Procurar uma agulha num palheiro: tentar algo quase impos- de%20ajudar.aCESSO EM: 03.ABR.2023
sível
Prometer mundos e fundos: fazer promessas exageradas ORTOGRAFIA E ACENTUAÇÃO;
Pôr as barbas de molho: precaver-se
Pôr as cartas na mesa: expor os fatos
Pôr minhoca na cabeça: criar ou refletir sobre problemas ine- A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes
xistentes à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso
Pôr mãos à obra: trabalhar com afinco analisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memo-
Pôr os pingos nos “is”: esclarecer uma situação detalhadamen- rizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que
te também faz aumentar o vocabulário do leitor.
Puxar saco: idolatrar alguém incondicionalmente Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes
Quebrar o galho: improvisar ou dar uma solução precária entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar
Receber um balde de água fria: situação inesperada que trans- que existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique
forma entusiasmo em desilusão atento!
Resolver um pepino: solucionar um problema
Riscar do mapa: fazer desaparecer Alfabeto
Segurar vela: acompanhar um casal ou ser o único solteiro O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é co-
numa roda de casais nhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o
Sem eira nem beira: destituído de tudo alfabeto se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e
Sem pés nem cabeça: sem lógica ou sem sentido consoantes (restante das letras).
Sentir dor de corno: sentir despeito amoroso Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram
Sentir dor de cotovelo: sentir inveja reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo
Ser um barbeiro: motorista descuidado que elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de
Ser um chato de galocha: ser uma pessoa desagradável nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.
Ser um joão-ninguém: ser uma pessoa sem importância ou sem
dinheiro

39
PORTUGUÊS

Uso do “X”
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o X no lugar do CH:
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxergar)
• Depois de ditongos (ex: caixa)
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)

Uso do “S” ou “Z”


Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser observadas:
• Depois de ditongos (ex: coisa)
• Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S” (ex: casa > casinha)
• Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou origem. (ex: portuguesa)
• Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex: populoso)

Uso do “S”, “SS”, “Ç”


• “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex: diversão)
• “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
• “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passaram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)

Os diferentes porquês

POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode ser substituído por “pois”
O “que” é acentuado quando aparece como a última palavra da frase, antes da pontuação final (interrogação, excla-
POR QUÊ
mação, ponto final)
PORQUÊ É um substantivo, portanto costuma vir acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).

A acentuação é uma das principais questões relacionadas à Ortografia Oficial, que merece um capítulo a parte. Os acentos utilizados
no português são: acento agudo (´); acento grave (`); acento circunflexo (^); cedilha (¸) e til (~).
Depois da reforma do Acordo Ortográfico, a trema foi excluída, de modo que ela só é utilizada na grafia de nomes e suas derivações
(ex: Müller, mülleriano).
Esses são sinais gráficos que servem para modificar o som de alguma letra, sendo importantes para marcar a sonoridade e a intensi-
dade das sílabas, e para diferenciar palavras que possuem a escrita semelhante.
A sílaba mais intensa da palavra é denominada sílaba tônica. A palavra pode ser classificada a partir da localização da sílaba tônica,
como mostrado abaixo:
• OXÍTONA: a última sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: café)
• PAROXÍTONA: a penúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: automóvel)
• PROPAROXÍTONA: a antepenúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: lâmpada)
As demais sílabas, pronunciadas de maneira mais sutil, são denominadas sílabas átonas.

40
PORTUGUÊS

Regras fundamentais

CLASSIFICAÇÃO REGRAS EXEMPLOS


• terminadas em A, E, O, EM, seguidas ou não do
cipó(s), pé(s), armazém
OXÍTONAS plural
respeitá-la, compô-lo, comprometê-los
• seguidas de -LO, -LA, -LOS, -LAS
• terminadas em I, IS, US, UM, UNS, L, N, X, PS, Ã,
ÃS, ÃO, ÃOS
táxi, lápis, vírus, fórum, cadáver, tórax, bíceps, ímã,
• ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido
PAROXÍTONAS órfão, órgãos, água, mágoa, pônei, ideia, geleia,
ou não do plural
paranoico, heroico
(OBS: Os ditongos “EI” e “OI” perderam o acento
com o Novo Acordo Ortográfico)
PROPAROXÍTONAS • todas são acentuadas cólica, analítico, jurídico, hipérbole, último, álibi

Regras especiais

REGRA EXEMPLOS
Acentua-se quando “I” e “U” tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de
saída, faísca, baú, país
“S”, desde que não sejam seguidos por “NH”
feiura, Bocaiuva, Sauipe
OBS: Não serão mais acentuados “I” e “U” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR” e seus compostos têm, obtêm, contêm, vêm
Não são acentuados hiatos “OO” e “EE” leem, voo, enjoo
Não são acentuadas palavras homógrafas
pelo, pera, para
OBS: A forma verbal “PÔDE” é uma exceção

PONTUAÇÃO.

PONTUAÇÃO
Para a elaboração de um texto escrito, deve-se considerar o uso adequado dos sinais de pontuação como: pontos, vírgula, ponto e
vírgula, dois pontos, travessão, parênteses, reticências, aspas, etc.
Tais sinais têm papéis variados no texto escrito e, se utilizados corretamente, facilitam a compreensão e entendimento do texto.

— A Importância da Pontuação
4
As palavras e orações são organizadas de maneira sintática, semântica e também melódica e rítmica. Sem o ritmo e a melodia, os
enunciados ficariam confusos e a função comunicativa seria prejudicada.
O uso correto dos sinais de pontuação garante à escrita uma solidariedade sintática e semântica. O uso inadequado dos sinais de
pontuação pode causar situações desastrosas, como em:
– Não podem atirar! (entende-se que atirar está proibido)
– Não, podem atirar! (entende-se que é permitido atirar)

— Ponto
Este ponto simples final (.) encerra períodos que terminem por qualquer tipo de oração que não seja interrogativa direta, a exclama-
tiva e as reticências.
Outra função do ponto é a da pausa oracional, ao acompanhar muitas palavras abreviadas, como: p., 2.ª, entre outros.
Se o período, oração ou frase terminar com uma abreviatura, o ponto final não é colocado após o ponto abreviativo, já que este, quan-
do coincide com aquele, apresenta dupla serventia.
Ex.: “O ponto abreviativo põe-se depois das palavras indicadas abreviadamente por suas iniciais ou por algumas das letras com que se
representam, v.g. ; V. S.ª ; Il.mo ; Ex.a ; etc.” (Dr. Ernesto Carneiro Ribeiro)
O ponto, com frequência, se aproxima das funções do ponto e vírgula e do travessão, que às vezes surgem em seu lugar.

Obs.: Estilisticamente, pode-se usar o ponto para, em períodos curtos, empregar dinamicidade, velocidade à leitura do texto: “Era
um garoto pobre. Mas tinha vontade de crescer na vida. Estudou. Subiu. Foi subindo mais. Hoje é juiz do Supremo.”. É muito utilizado em
narrações em geral.

4 BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

41
PORTUGUÊS

— Ponto Parágrafo Ao transcrever um diálogo, elas indicam uma não resposta do


Separa-se por ponto um grupo de período formado por ora- interlocutor. Já em citações, elas podem ser postas no início, no
ções que se prendem pelo mesmo centro de interesse. Uma vez que meio ou no fim, indicando supressão do texto transcrito, em cada
o centro de interesse é trocado, é imposto o emprego do ponto pa- uma dessas partes.
rágrafo se iniciando a escrever com a mesma distância da margem Quando ocorre a supressão de um trecho de certa extensão,
com que o texto foi iniciado, mas em outra linha. geralmente utiliza-se uma linha pontilhada.
O parágrafo é indicado por ( § ) na linguagem oficial dos artigos As reticências podem aparecer após um ponto de exclamação
de lei. ou interrogação.

— Ponto de Interrogação — Vírgula


É um sinal (?) colocado no final da oração com entonação inter- A vírgula (,) é utilizada:
rogativa ou de incerteza, seja real ou fingida. - Para separar termos coordenados, mesmo quando ligados por
A interrogação conclusa aparece no final do enunciado e re- conjunção (caso haja pausa).
quer que a palavra seguinte se inicie por maiúscula. Já a interro- Ex.: “Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado”.
gação interna (quase sempre fictícia), não requer que a próxima
palavra se inicia com maiúscula. IMPORTANTE!
Ex.: — Você acha que a gramática da Língua Portuguesa é com- Quando há uma série de sujeitos seguidos imediatamente de
plicada? verbo, não se separa do verbo (por vírgula) o ultimo sujeito da série
— Meu padrinho? É o Excelentíssimo Senhor coronel Paulo Vaz .
Lobo Cesar de Andrade e Sousa Rodrigues de Matos. Ex.: Carlos Gomes, Vítor Meireles, Pedro Américo, José de
Alencar tinham-nas começado.
Assim como outros sinais, o ponto de interrogação não requer
que a oração termine por ponto final, a não ser que seja interna. - Para separar orações coordenadas aditivas, mesmo que estas
Ex.: “Esqueceu alguma cousa? perguntou Marcela de pé, no se iniciem pela conjunção e, proferidas com pausa.
patamar”. Ex.: “Gostava muito das nossas antigas dobras de ouro, e eu
levava-lhe quanta podia obter”.
Em diálogos, o ponto de interrogação pode aparecer acompa-
nhando do ponto de exclamação, indicando o estado de dúvida de
- Para separar orações coordenadas alternativas (ou, quer,
um personagem perante diante de um fato.
etc.), quando forem proferidas com pausa.
Ex.: — “Esteve cá o homem da casa e disse que do próximo mês
Ex.: Ele sairá daqui logo, ou eu me desligarei do grupo.
em diante são mais cinquenta...
— ?!...”
IMPORTANTE!
Quando ou exprimir retificação, esta mesma regra vigora.
— Ponto de Exclamação
Este sinal (!) é colocado no final da oração enunciada com en- Ex.: Teve duas fases a nossa paixão, ou ligação, ou qualquer ou-
tonação exclamativa. tro nome, que eu de nome não curo.
Ex.: “Que gentil que estava a espanhola!” Caso denote equivalência, o ou posto entre os dois termos não
“Mas, na morte, que diferença! Que liberdade!” é separado por vírgula.
Ex.: Solteiro ou solitário se prende ao mesmo termo latino.
Este sinal é colocado após uma interjeição.
Ex.: — Olé! exclamei. - Em aposições, a não ser no especificativo.
— Ah! brejeiro! Ex.: “ora enfim de uma casa que ele meditava construir, para
residência própria, casa de feitio moderno...”
As mesmas observações vistas no ponto de interrogação, em
relação ao emprego do ponto final e ao uso de maiúscula ou mi- - Para separar os pleonasmos e as repetições, quando não tive-
núscula inicial da palavra seguinte, são aplicadas ao ponto de ex- rem efeito superlativamente.
clamação. Ex.: “Nunca, nunca, meu amor!”
A casa é linda, linda.
— Reticências
As reticências (...) demonstram interrupção ou incompletude - Para intercalar ou separar vocativos e apostos.
de um pensamento. Ex.: Brasileiros, é chegada a hora de buscar o entendimento.
Ex.: — “Ao proferir estas palavras havia um tremor de alegria É aqui, nesta querida escola, que nos encontramos.
na voz de Marcela: e no rosto como que se lhe espraiou uma onda
de ventura...” - Para separar orações adjetivas de valor explicativo.
— “Não imagina o que ela é lá em casa: fala na senhora a todos Ex.: “perguntava a mim mesmo por que não seria melhor depu-
os instantes, e aqui aparece uma pamonha. Ainda ontem... tado e melhor marquês do que o lobo Neves, — eu, que valia mais,
muito mais do que ele, — ...”
Quando colocadas no fim do enunciado, as reticências dispen-
sam o ponto final, como você pode observar nos exemplos acima. - Para separar, na maioria das vezes, orações adjetivas restritiva
As reticências, quando indicarem uma enumeração inconclusa, de certa extensão, ainda mais quando os verbos de duas orações
podem ser substituídas por etc. distintas se juntam.

42
PORTUGUÊS

Ex.: “No meio da confusão que produzira por toda a parte este — Dois Pontos
acontecimento inesperado e cujo motivo e circunstâncias inteira- São utilizados:
mente se ignoravam, ninguém reparou nos dois cavaleiros...” - Na enumeração, explicação, notícia subsidiária.
Ex.: Comprou dois presentes: um livro e uma caneta.
IMPORTANTE! “que (Viegas) padecia de um reumatismo teimoso, de uma
Mesmo separando por vírgula o sujeito expandido pela oração asma não menos teimosa e de uma lesão de coração: era um hos-
adjetiva, esta pontuação pode acontecer. pital concentrado”
Ex.: Os que falam em matérias que não entendem, parecem “Queremos governos perfeitos com homens imperfeitos: dis-
fazer gala da sua própria ignorância. parate”

- Em expressões que se seguem aos verbos dizer, retrucar, res-


- Para separar orações intercaladas. ponder (e semelhantes) e que dão fim à declaração textual, ou que
Ex.: “Não lhe posso dizer com certeza, respondi eu” assim julgamos, de outrem.
Ex.: “Não me quis dizer o que era: mas, como eu instasse muito:
- Para separar, geralmente, adjuntos adverbiais que precedem — Creio que o Damião desconfia alguma coisa”
o verbo e as orações adverbiais que aparecem antes ou no meio da
sua principal. - Em alguns casos, onde a intenção é caracterizar textualmente
Ex.: “Eu mesmo, até então, tinha-vos em má conta...” o discurso do interlocutor, a transcrição aparece acompanhada de
aspas, e poucas vezes de travessão.
- Para separar o nome do lugar em datas. Ex.: “Ao cabo de alguns anos de peregrinação, atendi às supli-
Ex.: São Paulo, 14 de janeiro de 2020. cas de meu pai:
— Vem, dizia ele na última carta; se não vieres depressa acha-
- Para separar os partículas e expressões de correção, continua- rás tua mãe morta!”
ção, explicação, concessão e conclusão.
Ex.: “e, não obstante, havia certa lógica, certa dedução”
Em expressões que, ao serem enunciadas com entonação es-
Sairá amanhã, aliás, depois de amanhã.
pecial, o contexto acaba sugerindo causa, consequência ou expli-
cação.
- Para separar advérbios e conjunções adversativos (porém,
Ex.: “Explico-me: o diploma era uma carta de alforria”
todavia, contudo, entretanto), principalmente quando pospostos.
Ex.: “A proposta, porém, desdizia tanto das minhas sensações
- Em expressões que possuam uma quebra na sequência das
últimas...”
ideias.
- Algumas vezes, para indicar a elipse do verbo. Ex.: Sacudiu o vestido, ainda molhado, e caminhou.
Ex.: Ele sai agora: eu, logo mais. (omitiu o verbo “sairei” após “Não! bradei eu; não hás de entrar... não quero... Ia a lançar-lhe
“eu”; elipse do verbo sair) as mãos: era tarde; ela entrara e fechara-se”

- Omissão por zeugma. — Ponto e Vírgula


Ex.: Na classe, alguns alunos são interessados; outros, (são) re- Sinal (;) que denota pausa mais forte que a vírgula, porém mais
lapsos. (Supressão do verbo “são” antes do vocábulo “relapsos”) fraca que o ponto. É utilizado:

- Para indicar a interrupção de um seguimento natural das - Em trechos longos que já possuam vírgulas, indicando uma
ideias e se intercala um juízo de valor ou uma reflexão subsidiária. pausa mais forte.
Ex.: “Enfim, cheguei-me a Virgília, que estava sentada, e travei-
- Para evitar e desfazer alguma interpretação errônea que pode -lhe da mão; D. Plácida foi à janela”
ocorrer quando os termos estão distribuídos de forma irregular na
oração, a expressão deslocada é separada por vírgula. - Para separar as adversativas onde se deseja ressaltar o con-
Ex.: De todas as revoluções, para o homem, a morte é a maior traste.
e a derradeira. Ex.: “Não se disse mais nada; mas de noite Lobo Neves insistiu
no projeto”
- Em enumerações
sem gradação: Coleciono livros, revistas, jornais, discos. - Em leis, separando os incisos.
com gradação: Não compreendo o ciúme, a saudade, a dor da
despedida. - Enumeração com explicitação.
Ex.: Comprei alguns livros: de matemática, para estudar para
Não se separa por vírgula: o concurso; um romance, para me distrair nas horas vagas; e um
- sujeito de predicado; dicionário, para enriquecer meu vocabulário.
- objeto de verbo;
- adjunto adnominal de nome; - Enumeração com ponto e vírgula, mas sem vírgula, para mar-
- complemento nominal de nome; car distribuição.
- oração principal da subordinada substantiva (desde que esta Ex.: Comprei os produtos no supermercado: farinha para um
não seja apositiva nem apareça na ordem inversa). bolo; tomates para o molho; e pão para o café da manhã.

43
PORTUGUÊS

— Travessão Os parênteses e os colchetes estão ligados pela sua função dis-


É importante não confundir o travessão (—) com o traço de cursiva, mas estes são utilizados quando os parênteses já foram em-
união ou hífen e com o traço de divisão empregado na partição de pregados, com o objetivo de introduzir uma nova inserção.
sílabas. São utilizados, também, com a finalidade de preencher lacunas
O uso do travessão pode substituir vírgulas, parênteses, colche- de textos ou para introduzir, em citações principalmente, explica-
tes, indicando uma expressão intercalada: ções ou adendos que deixam a compreensão do texto mais simples.
Ex.: “... e eu falava-lhe de mil cousas diferentes — do último
baile, da discussão das câmaras, berlindas e cavalos, de tudo, me- — Aspas
A forma mais geral do uso das aspas é o sinal (“ ”), entretanto,
nos dos seus versos ou prosas”
há a possibilidade do uso das aspas simples (‘ ’) para diferentes fina-
lidades, como em trabalhos científicos sobre línguas, onde as aspas
Se a intercalação terminar o texto, o travessão é simples; caso simples se referem a significados ou sentidos: amare, lat. ‘amar’
contrário, se utiliza o travessão duplo. port.
Ex.: “Duas, três vezes por semana, havia de lhe deixar na algi- As aspas podem ser utilizadas, também, para dar uma expres-
beira das calças — umas largas calças de enfiar —, ou na gaveta da são de sentido particular, ressaltando uma expressão dentro do
mesa, ou ao pé do tinteiro, uma barata morta” contexto ou indicando uma palavra como estrangeirismo ou uma
gíria.
IMPORTANTE! Se a pausa coincidir com o final da sentença ou expressão que
Como é possível observar no exemplo, pode haver vírgula após está entre aspas, o competente sinal de pontuação deve ser utili-
o travessão. zado após elas, se encerrarem somente uma parte da proposição;
mas se as aspas abarcarem todo o período, frase, expressão ou sen-
O travessão pode, também, denotar uma pausa mais forte. tença, a respectiva pontuação é abrangida por elas.
Ex.: “... e se estabelece uma cousa que poderemos chamar —, Ex.: “Aí temos a lei”, dizia o Florentino. “Mas quem as há de
solidariedade do aborrecimento humano” segurar? Ninguém.”
“Mísera, tivesse eu aquela enorme, aquela Claridade imortal,
Além disso, ainda pode indicar a mudança de interlocutor, na que toda a luz resume!”
“Por que não nasce eu um simples vaga-lume?”
transcrição de um diálogo, com ou sem aspas.
Ex.: — Ah! respirou Lobo Neves, sentando-se preguiçosamente
- Delimitam transcrições ou citações textuais.
no sofá. Ex.: Segundo Rui Barbosa: “A política afina o espírito.”
— Cansado? perguntei eu.
— Muito; aturei duas maçadas de primeira ordem (...) — Alínea
Apresenta a mesma função do parágrafo, uma vez que denota
Neste caso, pode, ou não, combinar-se com as aspas. diferentes centros de assuntos. Como o parágrafo, requer a mudan-
ça de linha.
— Parênteses e Colchetes De forma geral, aparece em forma de número ou letra seguida
Estes sinais ( ) [ ] apontam a existência de um isolamento sin- de um traço curvo.
tático e semântico mais completo dentro de um enunciado, assim Ex.: Os substantivos podem ser:
como estabelecem uma intimidade maior entre o autor e seu leitor. a) próprios
Geralmente, o uso do parêntese é marcado por uma entonação es- b) comuns
pecial.
Se a pausa coincidir com o início da construção parentética, o — Chave
sinal de pontuação deve aparecer após os parênteses, contudo, se Este sinal ({ }) é mais utilizado em obras científicas. Indicam a
a proposição ou frase inteira for encerrada pelos parênteses, a no- reunião de diversos itens relacionados que formam um grupo.
5
Ex.: Múltiplos de 5: {0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35,… }.
tação deve aparecer dentro deles.
Na matemática, as chaves agrupam vários elementos de uma
Ex.: “Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que
operação, definindo sua ordem de resolução.
seja, convosco, este suavíssimo nome); não: o coração não é tão Ex.: 30x{40+[30x(84-20x4)]}
frívolo, tão exterior, tão carnal, quanto se cuida” Também podem ser utilizadas na linguística, representando
“A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso meio que morfemas.
se tem inventado para a divulgação do pensamento”. (Carta inserta Ex.: O radical da palavra menino é {menin-}.
nos Anais da Biblioteca Nacional, vol. I) [Carlos de Laet]
— Asterisco
- Isolar datas. Sinal (*) utilizado após ou sobre uma palavra, com a intenção
Ex.: Refiro-me aos soldados da Primeira Guerra Mundial (1914- de se fazer um comentário ou citação a respeito do termo, ou uma
1918). explicação sobre o trecho (neste caso o asterisco se põe no fim do
período).
- Isolar siglas. Emprega-se ainda um ou mais asteriscos depois de uma inicial,
Ex.: A taxa de desemprego subiu para 5,3% da população eco- indicando uma pessoa cujo nome não se quer ou não se pode decli-
nomicamente ativa (PEA)... nar: o Dr.*, B.**, L.***

- Isolar explicações ou retificações. — Barra


Aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas.
Ex.: Eu expliquei uma vez (ou duas vezes) o motivo de minha
preocupação. 5 https://bit.ly/2RongbC.

44
PORTUGUÊS

(D) as mudanças do passado e a permanência do presente.


QUESTÕES (E) o passado narrado e o passado sem narração.

1. (PREFEITURA DE ARACRUZ - ES – CONTADOR - IBADE - 2019) 2. (CORE-MT – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – INSTITUTO EX-
CELÊNCIA – 2019)
LEMBRANÇA E ESQUECIMENTO
“Como é antigo o passado recente!” Gostaria que a frase fosse Morte
minha, mas ela é de Nelson Rodrigues numa crônica de “A Menina Sou, em princípio, contra a pena de morte, mas admito algu-
sem Estrela”. Também fico perplexa com esse fenômeno rápido e mas exceções. Por exemplo: pessoas que contam anedotas como se
turbulento que é o tempo da vida. Não são poucas as vezes em fossem experiências reais vividas por elas e só no fim você descobre
que me volto para algum acontecimento acreditando que ele ainda que é anedota. Estas deviam ser fuziladas.
é atual e descubro que ele faz parte do passado para outros. Um Todos os outros crimes puníveis com a pena capital, na minha
exemplo é quando, em sala de aula, refiro-me a eventos que se pas- opinião, têm a ver, de alguma maneira, com telefone.
saram nos anos 70 e meus alunos me olham como se eu falasse da Cadeira elétrica para as telefonistas que perguntam: “Da onde?”
Idade Média... E eu nem contei para eles que andei de bonde! Forca para pessoas que estendem o polegar e o dedinho ao lado da
A distância entre nós não é apenas uma questão de gerações. cabeça quando querem imitar um telefone. Curiosamente, uma mímica
Eles nasceram em um mundo já transformado pela tecnologia e desenvolvida há pouco. Ninguém, misericordiosamente, tinha pensado
pela informática. Uma transformação que começou nos anos 50 nela antes, embora o telefone, o polegar e o mindinho existam há anos.
e que não nos trouxe somente mais eletrodomésticos e aparelhos Garrote vil para os donos de telefone celular em geral e garro-
digitais. Ela instalou uma transformação radical do nosso modo de te seguido de desmembramento para os donos de telefone celular
vida. que gostam de falar no meio de multidões e fazem questão de que
Mudou o mundo e mudou o jeito de viver. Mudou o jeito de todos saibam que se atrasou para a reunião porque o furúnculo in-
namorar, de vestir, de procurar emprego, de andar na rua e de se feccionou. Claro, a condenação só viria depois de um julgamento,
locomover pela cidade. Mudou o corpo. Mudou o jeito de escrever, mas com o Aristides Junqueira na defesa.
de estudar, de morar e de se divertir. Mudou o valor da vida, do
dinheiro e das pessoas... (L. F. Veríssimo, “Morte”, Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 22/12/1994.
Outros tempos. E, quando um jeito de viver muda, ele não tem Caderno Opinião, p. 11)
volta. Não se pode ter a experiência dele nunca mais. Por isso, meus
alunos e eu só podemos compartilhar o tempo atual. Não podemos O texto lido é uma crônica. Assinale a alternativa em que a de-
compartilhar um tempo que, para eles, é passado, mas, para mim, finição contraria a justificativa inicial:
ainda é presente. Os fatos de 30 anos atrás não são passado na mi- (A) Porque se ocupa em relatar e expor determinada pessoa,
nha vida. Para mim, meu passado não passou e minha história não objeto, lugar ou acontecimento.
envelhece. Minha memória pode alcançar os acontecimentos que (B) Porque é um tipo de texto narrativo curto, geralmente,
vivi a qualquer momento, e posso revivê-los como se ocorressem produzido para meios de comunicação, por exemplo, jornais,
agora. Mas, se eu os narrar, quem me ouve não pode, como eu, revistas, etc.
vivenciá-los. Por isso, para meus alunos, são contos o que para mim (C) Porque se encarrega de expor um tema ou assunto por
é vida. meio de argumentações.
Mas é assim que corre o rio da vida dos homens, transforman- (D) Porque é um tipo de texto que apresenta uma linguagem
do em palavras o que hoje é ação. Se não forem narrados, os acon- simples.
tecimentos e os nossos feitos passam sem deixar rastros. Faladas ou (E) Nenhuma das alternativas.
escritas, são as palavras que salvam o já vivido e o conservam entre
nós. Salvam os feitos e os acontecimentos da sua total desintegra- 3. (PREFEITURA DE ARACRUZ - ES - PROFESSOR DE CIÊNCIA -
ção no esquecimento. IBADE - 2019)
A memória do já vivido e a sua narração numa história é o que
possibilita a construção da História e das nossas histórias pessoais. CUIDEM DOS GAROTOS
Só os feitos e os acontecimentos narrados em histórias são capazes 1. O problema de Bruno está resolvido. Rapidamente, mas não
de salvaguardar nossa existência e nossa identidade. poderia se diferente: raras vezes um comportamento criminoso é
Só conservados pela lembrança é que os feitos e os aconteci- identificado e provado em pouco tempo com tanta abundância de
mentos podem entrar no tempo e fazer parte de um passado. Re- provas, tanta escassez de atenuantes. O ex-goleiro e ex-ídolo do Fla-
cente ou antigo. mengo mostrou ser tudo que um atleta popular não pode ser.
2. Seus ex-patrões, e não falo só do flamengo, bem que po-
(CRITELLI, Dulce. In cronicasbrasil.blogspot.com/search/ label/Dul- deriam fazer um exame de consciência e perguntar a si mesmos
ce%20 Critelli) se, antes de matar a companheira com repugnantes requintes de
violência, Bruno já não teria dado sinais ou mesmo provas de que
O título “Lembrança e esquecimento” constitui uma antítese alguma coisa estava errada com ele.
que está relacionada a uma oposição de ideias presentes no texto, 3. Talvez não, mas o que está mesmo em questão é a possível
correspondente: necessidade de uma política preventiva a respeito dos jogadores.
(A) as gerações mais velhas e os mais jovens. 4. Profissionais do futebol não são funcionários comuns de
(B) os feitos e acontecimentos passados e a vida presente. uma empresa. Ao assinarem contrato com o clube, passam a ser
(C) a geração dos professores e a geração dos alunos. parte de sua história e de sua imagem, o que significa tanto com-

45
PORTUGUÊS

promisso como honra – e implica responsabilidades especiais, den- IV. Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens, que
tro das quatro linhas e fora delas. geralmente se movimentam em torno de uma única ação, dada em
5. A condição de ídolo popular tem tantas responsabilidades um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações encaminham-se
quanto prazeres. Sei que estou apenas citando lugares-comuns, diretamente para um desfecho;
o que pode ser cansativo para o leitor, mas peço um pouco de V. Esse gênero é predominantemente utilizado em manuais de
paciência: eles só ficam comuns por serem verdadeiros e resistirem eletrodomésticos, jogos eletrônicos, receitas, rótulos de produtos,
ao tempo. entre outros.
6. O Flamengo agiu com rapidez e eficiência, tanto quanto a
polícia, no caso do Bruno, mas o torcedor tem o direito de perguntar: São, respectivamente:
o que o clube e os outros estão dispostos a fazer, não para reagir a (A) texto instrucional, crônica, carta, entrevista e carta argu-
episódios semelhantes, mas simplesmente para evitá-los? mentativa.
7. É comum, e absolutamente desejável, que rapazes, muitos (B) carta, bula de remédio, narração, prosa, crônica.
ainda adolescentes, mostrem nos gramados um grau de excelência (C) entrevista, poesia, crônica, conto, texto instrucional.
no exercício da profissão prematuro e incomum em outras (D) entrevista, poesia, conto, crônica, texto instrucional.
profissões. As leis da concorrência mandam que sejam regiamente
pagos por isso, mas o sucesso antes da maturidade tem riscos 5. (PREF. DE RONDONÓPOLIS - MT – PROCURADOR – PREF. DE
óbvios. Talvez deva partir dos clubes, tanto por razões éticas como RONDONÓPOLIS - MT - 2019)
em defesa de sua própria imagem, a iniciativa de preparar suas
jovens estrelas para a administração correta do sucesso. Dá traba- Instrução: Leia atentamente o texto a seguir e responda à
lho com certeza, mas, em prazo não muito longo, trata-se da defesa questão.  
de seus interesses e de seu patrimônio, sem falar no aspecto ético A gente se torna (ou acha que se torna) um pouco mais senhor
de uma política nesse sentido. de si, de seus limites, e até faz algumas escolhas acertadas. Esse
8. O caso de Bruno é, obviamente, uma aberração. Não é um dos dons da maturidade. Com sorte e sabedoria, mais tarde
conheço outro craque assassino, mas não faltam exemplos de bons poderemos descobrir que também faz parte do envelhecer.
jogadores que jogaram fora suas carreiras e não foram cidadãos O tempo não é mais apenas o futuro, quando vou crescer,
exemplares – ou pelo menos cidadãos comuns – por absoluta quando vou ser independente, quando vou casar, transar, ter filhos,
incompetência na administração do êxito. Principalmente porque viajar, quando? Agora existe um passado: quando eu era criança,
o sucesso no esporte costuma chegar muito antes do que acontece quando fiz vestibular, quando transei, quando me casei, quando
com outras profissões. comecei a trabalhar ... e nos damos conta de que estamos no auge
9. Bruno não foi formado no Flamengo. A ele chegou pronto, da juventude, a maturidade logo ali, e tantos compromissos, tanto
para o melhor e para o pior. O que fez de sua vida não é culpa do desejo, já tanta frustração.
clube, mas serve como advertência para todos os clubes,
10. Cartolas, cuidem de seu patrimônio, cuidem de seus (LUFT, Lya. O tempo é um rio que corre. Rio de Janeiro: Record, 2014.)
garotos.
A respeito do texto, analise as afirmativas.
Luiz Garcia – Cronista do Jornal O Globo Falecido em abril de 2018 I- Por ser curto, organizado em torno de um único foco temá-
tico, com poeticidade na construção da linguagem, esse texto per-
A crônica é um tipo de texto: tence ao gênero crônica.
(A) narrativo longo. II- A reflexão presente no texto volta-se a um tempo de maturi-
(B) narrativo curto. dade, em que o passado, hoje, seria o futuro ontem.
(C) descritivo curto. III- O tom irônico do texto busca prender a atenção do leitor,
(D) descritivo longo. envolvendo -o na temática, mesmo sem muitos detalhes.
(E) expositivo. IV- O texto, escrito em primeira pessoa do singular (vou, eu era,
me casei), utiliza linguagem simples com predominância de orali-
4. (Prefeitura de Bom Repouso - MG - Cirurgião-Dentista - MDS dade.
- 2019)
Estão corretas as afirmativas
Partindo do pressuposto de que um texto tem estrutura a par- (A) I, II e III, apenas.
tir de características gerais de um determinado gênero, identifique (B) II, III e IV, apenas.
os gêneros descritos a seguir: (C) I e IV, apenas.
I. Tem como principal característica transmitir a opinião de pes- (D) I e II, apenas.
soas de destaque sobre algum assunto de interesse. Algumas revis-
tas têm uma seção dedicada a esse gênero;
II. Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado para o
estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o
momento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a
criação de imagens;
III. Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à vida
cotidiana. Apresenta certa dose de lirismo e sua principal caracte-
rística é a brevidade;

46
PORTUGUÊS

6. (VUNESP/2017 – TJ-SP) Assinale a alternativa em que todas 12. (ALTERNATIVE CONCURSOS/2016 – CÂMARA DE BANDEI-
as palavras estão corretamente grafadas, considerando-se as regras RANTES-SC) Algumas palavras são usadas no nosso cotidiano de
de acentuação da língua padrão. forma incorreta, ou seja, estão em desacordo com a norma culta
(A) Remígio era homem de carater, o que surpreendeu D. Firmi- padrão. Todas as alternativas abaixo apresentam palavras escritas
na, que aceitou o matrimônio de sua filha. erroneamente, exceto em:
(B) O consôlo de Fadinha foi ver que Remígio queria desposa-la (A) Na bandeija estavam as xícaras antigas da vovó.
apesar de sua beleza ter ido embora depois da doença. (B) É um privilégio estar aqui hoje.
(C) Com a saúde de Fadinha comprometida, Remígio não con- (C) Fiz a sombrancelha no salão novo da cidade.
seguia se recompôr e viver tranquilo. (D) A criança estava com desinteria.
(D) Com o triúnfo do bem sobre o mal, Fadinha se recuperou, (E) O bebedoro da escola estava estragado.
Remígio resolveu pedí-la em casamento.
(E) Fadinha não tinha mágoa por não ser mais tão bela; agora, 13. (SEDUC/SP – 2018) Preencha as lacunas das frases abaixo
interessava-lhe viver no paraíso com Remígio. com “por que”, “porque”, “por quê” ou “porquê”. Depois, assinale a
alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, de
7. (PUC-RJ) Aponte a opção em que as duas palavras são acen- classificação.
tuadas devido à mesma regra: “____________ o céu é azul?”
(A) saí – dói “Meus pais chegaram atrasados, ____________ pegaram trân-
(B) relógio – própria sito pelo caminho.”
(C) só – sóis “Gostaria muito de saber o ____________ de você ter faltado
(D) dá – custará ao nosso encontro.”
(E) até – pé “A Alemanha é considerada uma das grandes potências mun-
diais. ____________?”
8. (UEPG ADAPTADA) Sobre a acentuação gráfica das palavras
agradável, automóvel e possível, assinale o que for correto. (A) Porque – porquê – por que – Por quê
(A) Em razão de a letra L no final das palavras transferir a toni- (B) Porque – porquê – por que – Por quê
cidade para a última sílaba, é necessário que se marque grafi- (C) Por que – porque – porquê – Por quê
camente a sílaba tônica das paroxítonas terminadas em L, se (D) Porquê – porque – por quê – Por que
isso não fosse feito, poderiam ser lidas como palavras oxítonas. (E) Por que – porque – por quê – Porquê
(B) São acentuadas porque são proparoxítonas terminadas em L.
(C) São acentuadas porque são oxítonas terminadas em L. 14. (CEITEC – 2012) Os vocábulos Emergir e Imergir são parô-
(D) São acentuadas porque terminam em ditongo fonético – eu. nimos: empregar um pelo outro acarreta grave confusão no que
(E) São acentuadas porque são paroxítonas terminadas em L. se quer expressar. Nas alternativas abaixo, só uma apresenta uma
frase em que se respeita o devido sentido dos vocábulos, selecio-
9. (IFAL – 2016 ADAPTADA) Quanto à acentuação das palavras, nando convenientemente o parônimo adequado à frase elaborada.
assinale a afirmação verdadeira. Assinale-a.
(A) A palavra “tendem” deveria ser acentuada graficamente, (A) A descoberta do plano de conquista era eminente.
como “também” e “porém”. (B) O infrator foi preso em flagrante.
(B) As palavras “saíra”, “destruída” e “aí” acentuam-se pela (C) O candidato recebeu despensa das duas últimas provas.
mesma razão. (D) O metal delatou ao ser submetido à alta temperatura.
(C) O nome “Luiz” deveria ser acentuado graficamente, pela (E) Os culpados espiam suas culpas na prisão.
mesma razão que a palavra “país”.
(D) Os vocábulos “é”, “já” e “só” recebem acento por constituí- 15. (FMU) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão
rem monossílabos tônicos fechados. grafadas corretamente.
(E) Acentuam-se “simpática”, “centímetros”, “simbólica” por- (A) paralisar, pesquisar, ironizar, deslizar
que todas as paroxítonas são acentuadas. (B) alteza, empreza, francesa, miudeza
(C) cuscus, chimpazé, encharcar, encher
10. (MACKENZIE) Indique a alternativa em que nenhuma pala- (D) incenso, abcesso, obsessão, luxação
vra é acentuada graficamente: (E) chineza, marquês, garrucha, meretriz
(A) lapis, canoa, abacaxi, jovens
(B) ruim, sozinho, aquele, traiu 16. (FUVEST – 2001) A única frase que NÃO apresenta desvio
(C) saudade, onix, grau, orquídea em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma
(D) voo, legua, assim, tênis culta é:
(E) flores, açucar, album, virus (A) O governador insistia em afirmar que o assunto principal
seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam
11. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH) Assinale a alternativa líderes pefelistas.
em que todas as palavras estão adequadamente grafadas. (B) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do
(A) Silhueta, entretenimento, autoestima. qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros pa-
(B) Rítimo, silueta, cérebro, entretenimento. íses passou despercebida.
(C) Altoestima, entreterimento, memorização, silhueta. (C) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a
(D) Célebro, ansiedade, auto-estima, ritmo. dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação
(E) Memorização, anciedade, cérebro, ritmo. social.

47
PORTUGUÊS

(D) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um (D) recuperássemos a vaga de motorista da firma.
morador não muito consciente com a limpeza da cidade. (E) tentamos aquele emprego novamente.
(E) O roteiro do filme oferece uma versão de como consegui-
mos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra, 22. (ITA - 1997) Assinale a opção que completa corretamente
a aventura à repetição. as lacunas do texto a seguir:
“Todas as amigas estavam _______________ ansiosas
17. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamente _______________ ler os jornais, pois foram informadas de que as
as lacunas correspondentes. críticas foram ______________ indulgentes ______________ ra-
A arma ___ se feriu desapareceu. paz, o qual, embora tivesse mais aptidão _______________ ciên-
Estas são as pessoas ___ lhe falei. cias exatas, demonstrava uma certa propensão _______________
Aqui está a foto ___ me referi. arte.”
Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava.
Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos. (A) meio - para - bastante - para com o - para - para a
(B) muito - em - bastante - com o - nas - em
(A) que, de que, à que, cujo, que. (C) bastante - por - meias - ao - a - à
(B) com que, que, a que, cujo qual, onde. (D) meias - para - muito - pelo - em - por
(C) com que, das quais, a que, de cujo, onde. (E) bem - por - meio - para o - pelas – na
(D) com a qual, de que, que, do qual, onde.
(E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja. 23. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo
com a gramática:
18. (FESP) Observe a regência verbal e assinale a opção falsa: I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores.
(A) Avisaram-no que chegaríamos logo. II - Muito obrigadas! – disseram as moças.
(B) Informei-lhe a nota obtida. III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada.
(C) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos IV - A pobre senhora ficou meio confusa.
sinais de trânsito. V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
(D) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo.  
(E) Muita gordura não implica saúde. (A) em I e II
(B) apenas em IV
19. (IBGE) Assinale a opção em que todos os adjetivos devem (C) apenas em III
ser seguidos pela mesma preposição: (D) em II, III e IV
(A) ávido / bom / inconsequente (E) apenas em II
(B) indigno / odioso / perito
(C) leal / limpo / oneroso 24. (CESCEM–SP) Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores.
(D) orgulhoso / rico / sedento Hoje, só ___ ervas daninhas.
(E) oposto / pálido / sábio (A) fazem, havia, existe
(B) fazem, havia, existe
20. (TRE-MG) Observe a regência dos verbos das frases reescri- (C) fazem, haviam, existem
tas nos itens a seguir: (D) faz, havia, existem
I - Chamaremos os inimigos de hipócritas. Chamaremos aos ini- (E) faz, havia, existe
migos de hipócritas;
II - Informei-lhe o meu desprezo por tudo. Informei-lhe do meu 25. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere à concor-
desprezo por tudo; dância verbal, de acordo com a norma culta:
III - O funcionário esqueceu o importante acontecimento. O (A) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
funcionário esqueceu-se do importante acontecimento. (B) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
(C) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
A frase reescrita está com a regência correta em: (D) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
(A) I apenas (E) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.
(B) II apenas
(C) III apenas
(D) I e III apenas
(E) I, II e III

21. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós


____________________.”

Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada-


mente a frase acima. Assinale-a.
(A) desfilando pelas passarelas internacionais.
(B) desista da ação contra aquele salafrário.
(C) estejamos prontos em breve para o trabalho.

48
PORTUGUÊS

26. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto: 29. (ITA-SP)


Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook? Beber é mal, mas é muito bom.
Uma organização não governamental holandesa está propondo
um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias (FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S. Paulo, 5 ago. 2001, p. 28.)
sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o
grau de felicidade dos usuários longe da rede social. A palavra “mal”, no caso específico da frase de Millôr, é:
O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi- (A) adjetivo
cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que (B) substantivo
o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par- (C) pronome
ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar (D) advérbio
um contador na rede social. (E) preposição
Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade
dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência. 30. (PUC-SP) “É uma espécie... nova... completamente nova!
Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam (Mas já) tem nome... Batizei-(a) logo... Vou-(lhe) mostrar...”. Sob o
em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso, ponto de vista morfológico, as palavras destacadas correspondem
a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam pela ordem, a:
ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”. (A) conjunção, preposição, artigo, pronome
(B) advérbio, advérbio, pronome, pronome
(http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.) (C) conjunção, interjeição, artigo, advérbio
(D) advérbio, advérbio, substantivo, pronome
Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa- (E) conjunção, advérbio, pronome, pronome
rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos 31. (CESGRANRIO - RJ) As palavras esquartejar, desculpa e irre-
usuários longe da rede social.” conhecível foram formadas, respectivamente, pelos processos de:
(A) sufixação - prefixação – parassíntese
A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
(B) sufixação - derivação regressiva – prefixação
(A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
(C) composição por aglutinação - prefixação – sufixação
preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
(D) parassíntese - derivação regressiva – prefixação
ticamente.
(E) parassíntese - derivação imprópria - parassíntese
(B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
32. (UFSC) Aponte a alternativa cujas palavras são respectiva-
raria o sentido do texto.
mente formadas por justaposição, aglutinação e parassíntese:
(C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de (A) varapau - girassol - enfaixar
informação conhecida, e da especificação, no segundo, com (B) pontapé - anoitecer - ajoelhar
informação nova. (C) maldizer - petróleo - embora
(D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso, (D) vaivém - pontiagudo - enfurece
e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo. (E) penugem - plenilúnio - despedaça
(E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
qual são introduzidas de forma mais generalizada 33. (CESGRANRIO) Assinale a opção em que nem todas as pala-
vras são de um mesmo radical:
27. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito correspon- (A) noite, anoitecer, noitada
dem a um adjetivo, exceto em: (B) luz, luzeiro, alumiar
(A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo. (C) incrível, crente, crer
(B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho. (D) festa, festeiro, festejar
(C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira. (E) riqueza, ricaço, enriquecer
(D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga
sem fim. 34. (FUVEST-SP) Foram formadas pelo mesmo processo as se-
(E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça. guintes palavras:
(A) vendavais, naufrágios, polêmicas
28. (UMESP) Na frase “As negociações estariam meio abertas (B) descompõem, desempregados, desejava
só depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são, (C) estendendo, escritório, espírito
respectivamente: (D) quietação, sabonete, nadador
(A) adjetivo, adjetivo (E) religião, irmão, solidão
(B) advérbio, advérbio
(C) advérbio, adjetivo 35. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma das palavras
(D) numeral, adjetivo não é formada por prefixação:
(E) numeral, advérbio (A) readquirir, predestinado, propor
(B) irregular, amoral, demover
(C) remeter, conter, antegozar
(D) irrestrito, antípoda, prever
(E) dever, deter, antever

49
PORTUGUÊS

36. (IBADE – 2020 adaptada) (C) 4, 2, 3, 1, 5


(D) 5, 3, 4, 1, 2
(E) 2, 3, 1, 4, 5

38. (PUC – SP) O trecho abaixo foi extraído da obra Memórias


Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.

66. BOTAFOGO ETC.


“Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado
das avenidas marinhas sem sol. Losangos tênues de ouro bandeira-
nacionalizavam os verdes montes interiores. No outro lado azul da
baía a Serra dos Órgãos serrava. Barcos. E o passado voltava na brisa
de baforadas gostosas. Rolah ia vinha derrapava em túneis.
Copacabana era um veludo arrepiado na luminosa noite varada
pelas frestas da cidade.”

https://www.dicio.com.br/partilhar/ acesso em fevereiro de 2020 Didaticamente, costuma-se dizer que, em relação à sua orga-
nização, os textos podem ser compostos de descrição, narração e
O texto apresentado é um verbete. Assinale a alternativa que dissertação; no entanto, é difícil encontrar um trecho que seja só
representa sua definição descritivo, apenas narrativo, somente dissertativo. Levando-se em
(A) é um tipo textual dissertativo-argumentativo, com o intuito conta tal afirmação, selecione uma das alternativas abaixo para
de persuadir o leitor. classificar o texto de Oswald de Andrade:
(B) é um tipo e gênero textual de caráter descritivo para de- (A) Narrativo-descritivo, com predominância do descritivo.
talhar em adjetivos e advérbios o que é necessário entender. (B) Dissertativo-descritivo, com predominância do dissertativo.
(C) é um gênero textual de viés narrativo para contar em crono- (C) Descritivo-narrativo, com predominância do narrativo.
logia obrigatória o enredo por meio de personagens. (D) Descritivo-dissertativo, com predominância do dissertativo.
(D) é um gênero textual de caráter informativo, que tem por in- (E) Narrativo-dissertativo, com predominância do narrativo.
tuito explicar um conceito, mais comumente em um dicionário
ou enciclopédia. 39. (ENEM – 2014) Há qualquer coisa de especial nisso de botar
(E) é um tipo textual expositivo, típico em redações escolares. a cara na janela em crônica de jornal ‒ eu não fazia isso há muitos
anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica algumas
37. (UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – RJ) Preencha os parênte- vezes também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do
ses com os números correspondentes; em seguida, assinale a alter- mais, em certos dias mesmo o escritor mais escolado não está lá
nativa que indica a correspondência correta. grande coisa. Tem os que mostram sua cara escrevendo para recla-
1. Narrar mar: moderna demais, antiquada demais.
2. Argumentar
3. Expor Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar
4. Descrever ideias. Há os textos que parecem passar despercebidos, outros ren-
5. Prescrever dem um montão de recados: “Você escreveu exatamente o que eu
sinto”, “Isso é exatamente o que falo com meus pacientes”, “É isso
( ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos que digo para meus pais”, “Comentei com minha namorada”. Os es-
e indicações de como realizar ações, com emprego abundante de tímulos são valiosos pra quem nesses tempos andava meio assim: é
verbos no modo imperativo. como me botarem no colo ‒ também eu preciso. Na verdade, nunca
( ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de ideias fui tão posta no colo por leitores como na janela do jornal. De modo
sobre determinado assunto, assim como explicações, avaliações e que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos que
reflexões. Faz-se uso de linguagem clara, objetiva e impessoal. iam acabar neste livro, outros espalhados por aí. Porque eu levo a
( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou sério ser sério… mesmo quando parece que estou brincando: essa
não, acontecido num determinado espaço e tempo, envolvendo é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos e
personagens e ações. A temporalidade é fator importante nesse continua sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais se-
tipo de texto. creto de calar.
( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou
subjetiva, um lugar, uma pessoa, um objeto etc., com abundância LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de janeiro: Record, 2004.
do uso de adjetivos. Não há relação de temporalidade.
( ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e expo- Os textos fazem uso constante de recurso que permitem a ar-
sição de ideias, cuja preocupação é a defesa de um ponto de vista. ticulação entre suas partes. Quanto à construção do fragmento, o
Sua estrutura básica é: apresentação de ideia principal, argumentos elemento
e conclusão. (A) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em
crônica de jornal”.
(A) 3, 5, 1, 2, 4 (B) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”.
(B) 5, 3, 1, 4, 2 (C) “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”.

50
PORTUGUÊS

(D) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus 43. (ENEM – 2003)
pais”.
(E) “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”.

40. (FCC – 2007) O emprego do elemento sublinhado compro-


mete a coerência da frase:
(A) Cada época tem os adolescentes que merece, pois estes são
influenciados pelos valores socialmente dominantes.
(B) Os jovens perderam a capacidade de sonhar alto, por conse-
guinte alguns ainda resistem ao pragmatismo moderno.
(C) Nos tempos modernos, sonhar faz muita falta ao adolescen-
te, bem como alimentar a confiança em sua própria capacidade
criativa.
(D) A menos que se mudem alguns paradigmas culturais, as ge-
rações seguintes serão tão conformistas quanto a atual.
(E) Há quem fique desanimado com os jovens de hoje, por-
quanto parece faltar-lhes a capacidade de sonhar mais alto.

41. (UDESC – 2008) Identifique a ordem em que os períodos


devem aparecer, para que constituam um texto coeso e coerente.
(Texto de Marcelo Marthe: Tatuagem com bobagem. Veja, 05 Operários, 1933, óleo sobre tela, 150x205 cm, (P122), Acervo Artístico-
mar. 2008, p. 86.) -Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo
I - Elas não são mais feitas em locais precários, e sim em gran-
des estúdios onde há cuidado com a higiene. Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura
II - As técnicas se refinaram: há mais cores disponíveis, os pig- identidade peculiar, são iguais enquanto frente de trabalho. Num
mentos são de melhor qualidade e ferramentas como o laser tor- dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No
naram bem mais simples apagar uma tatuagem que já não se quer mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em
mais. pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria
III - Vão longe, enfim, os tempos em que o conceito de tatua- que se acumula, pelo quadro afora.
gem se resumia à velha âncora de marinheiro.
IV - Nos últimos dez ou quinze anos, fazer uma tatuagem dei- (Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.)
xou de ser símbolo de rebeldia de um estilo de vida marginal.
O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, em que também se encontra nos versos transcritos em:
os períodos devem aparecer. (A) “Pensem nas meninas/ Cegas inexatas/ Pensem nas mulhe-
(A) II, I, III, IV res/ Rotas alteradas.” (Vinícius de Moraes)
(B) IV, II, III, I (B) “Somos muitos severinos/ iguais em tudo e na sina:/ a de
(C) IV, I, II, III abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima.” (João Ca-
(D) III, I, IV, II bral de Melo Neto)
(E) I, III, II, IV (C) “O funcionário público não cabe no poema/ com seu salário
de fome/ sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)
42. (UFPR – 2010) Considere as seguintes sentenças. (D) “Não sou nada./ Nunca serei nada./ Não posso querer ser
1 - Ainda que os salários estejam cada vez mais defasados, o nada./À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
aumento de preços diminui consideravelmente seu poder de com- (Fernando Pessoa)
pras. (E) “Os inocentes do Leblon/ Não viram o navio entrar (...)/ Os
2 - O Governo resolveu não se comprometer com nenhuma das inocentes, definitivamente inocentes/ tudo ignoravam,/ mas a
facções formadas no congresso. Desse modo, todos ficarão à vonta- areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas cos-
de para negociar as possíveis saídas. tas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)
3 - Embora o Brasil possua muito solo fértil com vocação para o
plantio, isso conseguiu atenuar rapidamente o problema da fome.
4 - Choveu muito no inverno deste ano. Entretanto, novos pro-
jetos de irrigação foram necessários.
5 - As expressões grifadas NÃO estabelecem as relações de sig-
nificado adequadas, criando problemas de coerência, em:

(A) 2 apenas.
(B) 1 e 3 apenas.
(C) 1 e 4 apenas.
(D) 2, 3 e 4 apenas.
(E) 2 e 4 apenas.

51
PORTUGUÊS

44. (UERJ – 2008) E decretou que eu tava predestinado


A ser errado assim
Ideologia Já de saída a minha estrada entortou
Meu partido Mas vou até o fim.
É um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas (BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989)
Os meus sonhos foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito III. Quando nasci um anjo esbelto
Eu nem acredito Desses que tocam trombeta, anunciou:
Que aquele garoto que ia mudar o mundo Vai carregar bandeira.
(Mudar o mundo) Carga muito pesada pra mulher
Frequenta agora as festas do “Grand Monde” Esta espécie ainda envergonhada.

Meus heróis morreram de overdose (PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)
Meus inimigos estão no poder
Ideologia Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade,
Eu quero uma pra viver em relação a Carlos Drummond de Andrade, por
Ideologia (A) reiteração de imagens.
Eu quero uma pra viver (B) oposição de ideias.
O meu prazer (C) falta de criatividade.
Agora é risco de vida (D) negação dos versos.
Meu sex and drugs não tem nenhum rock ‘n’ roll (E) ausência de recursos.
Eu vou pagar a conta do analista
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou GABARITO
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo
(Mudar o mundo)
Agora assiste a tudo em cima do muro 01 E
Meus heróis morreram de overdose 02 C
Meus inimigos estão no poder 03 B
Ideologia
Eu quero uma pra viver 04 C
Ideologia 05 D
Eu quero uma pra viver.
06 E
(Cazuza e Roberto Frejat - 1988) 07 B
E as ilusões estão todas perdidas (v. 3) 08 E
Esse verso pode ser lido como uma alusão a um livro intitulado 09 B
Ilusões perdidas, de Honoré de Balzac. 10 B
Tal procedimento constitui o que se chama de:
(A) metáfora 11 A
(B) pertinência 12 B
(C) pressuposição
13 C
(D) intertextualidade
(E) metonímia 14 B
15 A
45. (ENEM) Quem não passou pela experiência de estar lendo
um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os tex- 16 E
tos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno 17 C
tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos:
I. Quando nasci, um anjo torto 18 A
Desses que vivem na sombra 19 D
Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida. 20 E
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Nova 21 C
Aguilar, 1964) 22 A

II. Quando nasci veio um anjo safado 23 C


O chato dum querubim

52
PORTUGUÊS

24 D ______________________________________________________

25 C ______________________________________________________
26 D ______________________________________________________
27 B
______________________________________________________
28 B
29 B ______________________________________________________
30 E ______________________________________________________
31 D
______________________________________________________
32 D
______________________________________________________
33 B
34 D ______________________________________________________
35 E ______________________________________________________
36 D
______________________________________________________
37 B
38 A ______________________________________________________
39 A ______________________________________________________
40 A
______________________________________________________
41 C
______________________________________________________
42 B
43 B ______________________________________________________
44 D ______________________________________________________
45 A
______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES
______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________

53
PORTUGUÊS

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

54
INGLÊS

• The cats like milk (Os gatos gostam de leite) — gatos especí-
GRAMÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: ARTIGOS ficos
DEFINIDOS E INDEFINIDOS • Cats like milk (Gatos gostam de leite) — gatos em geral
Não se deve usar the antes de nomes próprios, salvo se o nome
Os artigos na língua inglesa são palavras usadas para acompa- especificar um conjunto. Exemplo:
nhar o substantivo na oração e, assim como na língua portugue- • São Paulo is a big city. (São Paulo é uma cidade grande)
sa, podem ser classificados como definidos e indefinidos, mas não • The United Kingdom is in lockdown. (O Reino Unido está em
recebem variações como na gramática da língua portuguesa, de lockdown)
modo a não possuir artigos compostos, contáveis ou incontáveis,
nem mesmo variação de gênero de acordo com o substantivo que Não se usa the antes de nomes próprios antes de nomes de
segue. Os artigos da língua inglesa podem ser classificados como idiomas, mas pode ser usado em nacionalidades
definidos ou indefinidos segundo seu significado e propósito. Ob- • French is a difficult language (Francês é uma língua difícil)
serve a seguir os artigos da língua inglesa: • The French invented the croissant. (Os franceses inventaram
o croissant)

The O, a, os, as Também não se deve usar the quando há a presença da forma
A Um, uma possessiva na oração, diferentemente do português.
• Our English book is here (O nosso livro de inglês está aqui)
An Um, uma • John is Lucy’s brother. (John é o irmão da Lucy)

— Artigo indefinido: esse tipo de artigo faz referência à um


substantivo cujo significado implica não-especificidade, ou seja, TEMPOS E MODOS VERBAIS
não há uma identificação de um objeto de maneira singular ou ex-
clusiva. Em inglês, está presente no uso de a e na,palavras que pos-
— Simple present
suem suas próprias regras gramaticas. Usa-se a quando o substan-
O presente simples em inglês tem sua conjugação de verbos
tivo que segue o artigo inicia-se em uma consoante: a table (uma
dividida entre pronomes. Os pronomes da terceira pessoa do singu-
mesa); usa-se na quando o substantivo que segue o artigo inicia-se
lar se enquadram em uma categoria e os demais em outra. Apesar
em uma vogal ou com som de vogal: an elephant (um elefante), an
de suas conjugações serem simples ao expressar ações no tempo
hour (uma hora) — nesse último caso, o som da letra h é mudo.
presente, em alguns casos elas se diferenciam. O padrão de conju-
Confira a seguir exemplos de artigo indefinido:
gação no presente simples se estabelece retirando o “to” do verbo
• He bought a shirt. (Ele comprou uma camisa)
no infinitivo em todos os casos.
• Lisa is a dentist. (Lisa é uma dentista)
• I ate an Orange for breakfast. (Eu comi uma laranja no café-
Ex: to eat – comer // I eat bread. (Eu como pão)
-da-manhã)
• We have an importante meeting. (Nós temos uma importante
Observe que o “to” foi removido para realizar a conjugação de
reunião)
acordo com o pronome em questão, esta regra se aplica a seguinte
lista de pronomes (veja como exemplo a conjugação do verbo cita-
— Artigo definido: esse artigo, marcado pelo uso de the é usa-
do anteriormente):
do para referir-se exclusivamente ao substantivo na oração, ou seja,
especifica-se no discurso o objeto dela. Em inglês, é marcado pelo
uso de the, que pode acompanhar tanto um substantivo no singular I (eu) Eat
quanto no plural. Observe: You (tu, você) Eat
• The table is broken. (A mesa está quebrada)
• The children are happy. (As crianças estão felizes) He/she/it (ele, ela) Eats
• He loved the book. (Ele amou o livro) We (nós) Eat
• The classes start at 9 am. (As aulas começam às 9 da manhã)
You (vós, vocês) Eat
Algumas regras devem ser levadas em consideração quanto ao They (Eles, elas) Eat
uso do artigo the.
Não se deve usá-lo antes de substantivos que possuam sentido Observe que no caso dos pronomes na terceira pessoa do sin-
de expressão de senso-comum ou gerais, salvo se é a intenção do gular he, she e it, a conjugação ocorrerá de modo diferenciado. Aos
interlocutor especificá-los. Exemplo: verbos que acompanham estes pronomes, acrescenta-se a letra “s”,

55
INGLÊS

“es” ou “ies”. Verbos terminados em consoantes, de forma geral, Confira alguns exemplos com verbos regulares na afirmativa,
apresentam terminação padrão “s”, como é o caso do verbo to drink negativa e interrogativa
(beber), to play (jogar), to speak (falar). Veja:
I studied at a public Eu estudei em uma
Afirmativa
I (eu) drink school! escola pública.
You (tu, você) drink I didn’t study at a Eu não estudei em
Negativa
He/she/it (ele, ela) drinks public school! uma escola pública.

We (nós) drink Did I study at a public Você estudou em


Interrogativa
school? uma escola pública?
You (vós, vocês) drink
They (Eles, elas) drinks Nós começamos
We started a new busi-
Afirmativa um novo curso de
ness course.
negócios.
To drink
No caso de verbos terminados em x, ch, s, ss e sh, acrescenta- Nós não começamos
We didn’t start a new
mos “es”, como no caso do verbo to finish (terminar). Negativa um novo curso de
business course.
negócios.
To finish Nós começamos
Did we start a new
Interrogativa um novo curso de
business course?
I (eu) finish negócios?
You (tu, você) finish
Já os verbos irregulares do passado não possuem regras espe-
He/she/it (ele, ela) finishes cífica, mas podemos memorizá-los a fim de expandir o vocabulário.
We (nós) finish Confira a tabela a seguir:
You (vós, vocês) drink
Verbo no infi- Verbo irregular no
They (Eles, elas) drinks Tradução
nitivo passado
Em alguns casos, em verbos com terminações em y precedidos To eat Ate Comer
por uma consoante, como em to study (estudar), to fly (voar) e to To come Came Vir
cry (chorar).
To leave Left Partir, sair, deixar
To study To understand Understood Entender
To say Said Dizer
I (eu) study To send Sent Enviar
You (tu, você) study
To write Wrote Escrever
He/she/it (ele, ela) studies
To read Read Ler
We (nós) study
To run Ran Correr
You (vós, vocês) study
To lend Lent Emprestar
They (Eles, elas) study
To put Put Colocar, pôr
— Simple past To drive Drove Dirigir
O passado simples é usado para expressar ações realizadas e
To take Took Levar
finalizadas no tempo passado. Para usá-lo é obrigatório o uso do
verbo auxiliar DID. Este tempo verbal é também marcado pelo uso To keep Kept Manter, guardar
de verbos regulares e irregulares. To wake up Woke up Acordar
Os verbos regulares no passado possuem uma terminação
padrão em “ed” ou “ied” (verbos terminados em y precedidos por To get Got Pegar, conseguir
uma consoante). Já os demais verbos que não comportam da mes- To bring Brought Trazer
ma maneira quando conjugados no tempo passado, ou seja, pos-
To buy Bought Comprar
suem uma escrita diferente da forma original no verbo no presente,
são chamados de irregulares. To sell Sold Vender
Os verbos são modificados para se adequarem ao passado
apenas em frases afirmativas. Em frases negativas e interrogativas,
utilizamos o verbo auxiliar did ou did + not (não), já o próprio verbo
volta ao seu estado original (infinitivo sem o “to”).

56
INGLÊS

— Simple future yesterday (ontem), at 3 o’clock (às 3 horas), before lunch (antes do
O simple future em inglês é o tempo verbal usado para expres- almoço), two months ago (há dois meses), entre outros utilizados
sar ações futuras. Existem dois tipos de futuro simples: o futuro no simple past.
próximo ou certo e o futuro mais distante e incerto. O primeiro é O present perfect, por outro lado, é utilizado quando a ação
marcado pelo verbo to be (ser, estar) + GOING TO; o segundo é mar- a ser reportada é mais importante do que quando ela ocorreu no
cado pelo verbo modal de futuro WILL. passado, ou seja, sem indicação temporal e para expressar aconte-
Para tratar de situações que acontecerão em breve ou são mais cimentos passados que tem consequências ou repercussão no tem-
prováveis de acontecer, utilizamos verb to be + GOING TO + um po presente. Sua estrutura se baseia no verbo auxiliar HAVE ou HAS
verbo complementar + complemento do assunto. Confira a seguir seguido de um verbo no particípio. Confira:
alguns exemplos:
• She is going to spend Christmas with her family. (futuro pró- HAVE/HAS Verbo no
ximo/certeza) Sujeito Complemento
(aux.) particípio
(Ela vai passar o Natal com a família dela)
I have been to Brazil
• They aren’t going to believe my story. (grandes chances/pro-
babilidade) Tradução: Eu estive no Brasil
(Eles não vão acreditar na minha história)
No caso dos sujeitos I, you, we, they utilizamos o verbo auxi-
• Are you going to accept the job? (certeza/probabilidade) liar HAVE e no caso dos sujeitos he, she, it usamos HAS que é sua
(Você vai aceitar o emprego?) conjugação base no presente. E é por este motivo que este tempo
verbal leva o nome de presente perfeito. Observe que o verbo no
A conjugação das orações com GOING TO no futuro simples se particípio no exemplo anterior é o verbo irregular to be. Os verbos
dá de mesmo modo que as orações com verbo to be no presente irregulares no passado, também serão irregulares no particípio. Os
simples. verbos regulares mantêm a sua estrutura do passado simples mes-
Em orações cuja intenção é expressar um futuro incerto ou mo quando conjugadas no particípio. Veja:
mais distante do presente, usa-se o WILL. Sua estrutura é bem sim- HAVE/HAS Verbo no
ples, observe um exemplo na afirmativa com WILL + verbo no tem- Sujeito Complemento
(aux.) particípio
po presente.
• Matthew will live in Canada in a couple of years. He has talked to the principal
(Matheus viverá no Canadá daqui alguns anos.)
Tradução: Ele conversou com o diretor.
Na negativa, somamos o WILL + not, o que poderá ser contraí-
do para won’t. O verbo to talk (conversar) é um verbo regular e, portanto, as-
• She won’t accept the judge’s decision / She will not accept the sume sua forma no particípio de maneira idêntica à sua forma no
judge’s decision. (Ela não aceitará a decisão do juiz) passado simples, talked.
Em frases negativas no presente perfect, é o verbo auxiliar que
E na interrogativa, inverte-se a posição do verbo modal WILL e fica negativo. Soma-se o not ao have ou ao has, podendo vir con-
o sujeito em questão na oração; ela também pode vir em sua forma traído como haven’t ou hasn’t.
negativa (WON’T), usada para confirmar ou reafirmar informações • She hasn’t called me to explain it. (Ela não me ligou para ex-
através de uma pergunta. Confira: plicar.)
• Will you say yes if he proposes to you? • They haven’t started the monthly planning. (Eles não come-
(Você dirá sim se ele te pedir a mão?) çaram o planejamento mensal)
• It hasn’t made any sense to me. (Não fez nenhum sentido
• Won’t you travel to Bulgaria next year? para mim)
(Você não viajará para a Bulgária no próximo ano?)
Em orações interrogativas, inverte-se a posição do verbo auxi-
— Present perfect liar e do sujeito.
O present perfect é um tempo verbal da língua inglesa que não • Have you considered joining the army? (Você considerou ir
encontra equivalente em português, sendo assim um dos tempos para o exército?)
verbais mais controversos do idioma. Porém, entender sua estru- • Has he lost his mind? (Ele perdeu a cabeça/ficou louco?)
tura e propósito facilitam a compreensão de quem estuda inglês. • Has Jenna commented anything? (Jenna comentou alguma
Apesar de ser similar ao passado simples quando traduzido literal- coisa?)
mente, o presente perfect serve para expressar ações no tempo
passado de modo indeterminado, ou seja, que não precisam neces- Alguns advérbios de frequência são utilizados juntamente ao
sariamente ter incisão de tempo. present perfect para indicar ações que já ocorreram ou não em al-
No passado simples, as ações ocorrem e terminam no passa- gum momento na vida, sem a necessidade da incidência de tempo.
do e isto é comumente expresso com alguns advérbios de tempo e São eles: ever, already, never e yet. Eles são colocados logo após o
palavras e expressões de tempo como last week (semana passada), verbo auxiliar, salvo pelo yet que deve estar no fim da oração. Ob-
serve alguns exemplos:

57
INGLÊS

• She has never been to another country. (Ela nunca esteve em On Sobre a; em cima de; acima de; em; no; na.
outro país)
• I have already made many mistakes. (Eu já cometi muitos She was born on July 17th, 1992.
erros) (Ela nasceu em 17 de julho de 1992)
• Have you ever had alcohol? (Você já ingeriu álcool?)
• They haven’t decided anything yet. (Eles não decidiram nada We have to work on the weekend.
ainda) (Nós temos que trabalhar no fim de semana)

Ron never goes jogging on Sundays.


PREPOSIÇÕES (Ron nunca faz cooper aos domingos.)

Bem como na língua portuguesa, as preposições na língua in- Her pencils are on her desk.
glesa são elementos linguísticos que agem como conectivos entre (Os lápis dela estão em sua escrivaninha)
frases, de modo a conectá-las de modo lógico e provido de sentido,
baseado na relação que se pretende estabelecer entre uma oração Joseph is dancing on the stage.
e outra. Confira abaixo as preposições mais comuns da língua in- (Joseph está dançando no palco)
glesa:
The office is on Maple Avenue.
(O escritório é na avenida Maple)
In Dentro de; em; de; no; na.
She was born in July. We watch the Oprah Winfrey show on TV.
(Ela nasceu em julho) (Nós assistimos ao show da Oprah Winfrey na TV)

Oliver lives in Romenia. You can purchase our products on our website.
(Oliver mora na Romênia) (Você pode adquirir nossos produtos em nosso site)

Her pencils are in her pencil case. For para; durante; por; há.
(Os lápis dela estão em seu estojo)
My wife uses our porch area for painting.
Lucas is working in his bedroom. (Minha esposa usa nossa área da sacada para pintar)
(Lucas está trabalhando em seu quarto)
This store is for women only.
At À; às; em; na; no (Esta loja é apenas para mulheres)
Is this meeting at 5 pm? He has been working in that company for eleven years.
(Esta reunião é às 17h?) (Ele trabalha naquela empresa há onze anos)
They live at 97 Broadway Street, California. You’ve been in the bathroom for half an hour.
(Eles moram na Rua Broadway, número 97, na Califórnia) (Você está no banheiro há uma hora)
He works at the National Bank. To Para; a.
(Ele trabalha no Banco Nacional)
His family is moving to Australia in a month.
(A família dele vai se mudar para a Austrália em um mês)
Will you be waiting for us at the airport?
(Você esperará por nós no aeroporto?)
Grandma is going to the store.
(A vovó está indo à loja)

We studied together from 2011 to 2016.


(Nós estudamos juntos de 2011 a 2016)

We prefer drinking juice to drinking soda.


(Nós preferimos beber suco do que refrigerante.)

58
INGLÊS

Além destas preposições, existem diversas outras que indicam Confira abaixo uma lista de alguns dos principais tipos de con-
lugar e lugar. Confira a seguir uma lista com mais exemplos: junções, o seu sentido e um exemplo prático.

Preposições Significado — Com sentido de adição:

Before Antes
She watched movies and
After Depois And – e series.
During Durante (Ela assiste filmes e séries)
Since Desde In addition to playing soccer,
he also plays volleyball.
For Por In addition to – além de
(Além de jogar futebol, ele
Until/till Até também joga vôlei)
From Desde, da, das He despises that movie,
besides, he can’t go to the
Up to Até agora
Futhermore, moreover, movies with us.
By Até besides – além disso (Ele odeia aquele filme, além
At Às disso ele não pode ir ao
cinema conosco)
Ago Atrás
They love sushi as well as me.
Past Antes (hora) As well as, Both... and – bem
(Eles amam sushi tanto quanto
como, tanto... quanto
On Sobre eu)
Under Debaixo We also lived in Bulgaria.
Too, also – também (Nós também moramos na
In Em Bulgária)
Above Acima Not only she went alone, she
In front Em frente à had fun by herself!
Not only – não apenas
Ela não apenas foi sozinha, ela
Across Do outro lado
se divertiu sozinha!
Below Abaixo
By the way, she called last
Along Ao longo de night.
By the way – à proposto
Behind Atrás (À propósito, ela ligou ontem
à noite)
Beside Ao lado
Between Entre — Com sentido de contraste
Among Entre
Walter was sad but he didn’t
By Ao lado de
cry.
But – mas
Far from Longe de (Walter estava triste, mas ele
Near Perto não chorou).

Inside Dentro We could go, however, we


have to be back by 9.
Outside Fora However - porém
(Nós poderíamos ir, porém,
Next to Próximo a/ao temos que voltar às 9)
Through Através Mandy chose that job,
nevertheless, she is unhappy.
Toward Em direção a Nevertheless – no entanto (Mandy escolheu aquele
emprego, no entanto, ela
CONJUNÇÕES está infeliz)
Although the movie is great,
the book is far better.
Os marcadores discursivos são uma classe de palavras res- Although, though – embora
(Embora o filme seja ótimo, o
ponsáveis por conectar orações de modo que elas sejam coesas e
livro é bem melhor)
coerentes, estas palavras podem ser conjunções, locuções ou ex-
pressões idiomáticas, e são de extrema importância para a com-
preensão e interpretação da mensagem presente em uma oração.

59
INGLÊS

Inspite of all I did, I’m still a They consequently stopped


good father. Consequently – smoking.
Despite, in spite of – apesar de
(Apesar de tudo que fiz, eu consequentemente (Eles consequentemente
ainda sou um bom pai) pararam de fumar.)
He’s a great cook, on the
other hand, a terrible — Com sentido de tempo
On the other hand – por outro person.
lado (Ele é um ótimo cozinheiro, First of all, I’d like to thank
por outro lado, é péssima my parents.
First of all – primeiro de tudo
pessoa) (Primeiro de tudo, gostaria
It was a good idea, still de agradecer meus pais.)
they shouldn’t have done it He eventually stopped
without permission. talking to me.
Still Eventually – eventualmente
(Foi uma ótima ideia, ainda (Ele eventualmente parou de
assim, eles não deveriam tê- falar comigo.)
la feito sem permissão)
Tristan finally decided to tell
her.
— Com sentido de causa e consequência Finally – finalmente
(Tristan finalmente decidiu
contá-la)
She had a headache so she What shall we do next?
decided to take a pill. Next – após, depois disso, em
(O que devemos fazer em
So – então, sendo assim (Ela tinha dor de cabeça, seguida
seguida?)
então decidiu tomar um
remédio) Formerly, she had graduated
from college.
He’s faster than I am, Formerly – anteriormente
Anteriormente, ela tinha se
therefore he can win the formado na faculdade
Therefore – sendo assim, race.
portanto (Ele é mais rápido que eu, This doesn’t match what she
portanto ele pode ganhar a told me previously.
Previously – anteriormente
corrida) (Isso não combina com o que
ela me disse anteriormente)
We had no time to study, as a
result we failed the exam. He told me he got nervous
As a result – como resultado (Nós não tivemos tempo para afterwards.
Afterwards – posteriormente
estudar, como resultado nós Ele me disse que havia ficado
reprovamos na prova) nervoso posteriormente.
Since you’re going there, can We will wait for you until you
you get me a bottle of water? come.
Until – até
Since – desde, já que (Já que você está indo lá, (Nós esperaremos por você
você pegar uma garrafa de até que você venha)
água para mim?
— Que expressam ênfase
Grandma can’t come
because her car broke down.
Because – porque He indeed loved carrot cake.
Vovó não pode vir porque
seu carro quebrou. Indeed – de fato, de verdade (Ele de fato amava bolo de
cenoura)
Can you give us his number
so that we can solve this? As a matter of fact, that was
So that – afim de (que) (Você poderia nos passar the best book I read.
As a matter of fact – de fato
o número dele para que (De fato, aquele era o melhor
resolvamos isso?) livro que li)
She will move far away, thus Actually, I look more like my
she won’t see us very often. grandma.
Actually – na verdade
Thus – logo (Ela vai se mudar para longe, (Na verdade, eu me pareço
logo ela não nos verá com mais com minha avó)
tanta frequência)

60
INGLÊS

PRONOMES

Os pronomes substituem os substantivos. Um pronome diferente é necessário dependendo de dois elementos: o substantivo que
está sendo substituído e a função que o substantivo tem na frase. Em inglês, os pronomes assumem apenas o gênero do substantivo que
substituem na 3ª pessoa do singular. Os pronomes de 2ª pessoa do plural são idênticos aos pronomes de 2ª pessoa do singular, exceto
pelo pronome reflexivo.

Adjetivos Pronomes
Pronome Pronomes
Pronomes objeto possessivos Reflexivos e
sujeito possessivos
(determinantes) Intensivos
1st person
I me my mine myself
singular
2nd person
you you your yours yourself
singular
3rd person
he him his his himself
singular, male
3rd person
singular, she her her hers herself
female
3rd person
singular, it it its itself
neutral
1st person
we us our ours ourselves
plural
2nd person
you you your yours yourselves
plural
3rd person
they them their theirs themselves
plural

— Pronome sujeito
Os pronomes sujeitos substituem os substantivos que são o sujeito de sua oração. Na 3ª pessoa, os pronomes do sujeito são frequen-
temente usados ​​para evitar a repetição do nome do sujeito.

Exemplos:
• I am 22 years old (Eu tenho 22 anos de idade)
• You look tired. (Você parece cansado)
• Pam is upset, and she wants Johnny to apologize. (Pam está chateada e quer que Johnny a peça desculpas)
• This desk is old. It needs to be restored. (Esta escrivaninha é velha. Ela precisa ser restaurada)
• We aren’t ready. (Nós não estamos prontos)
• They don’t eat hot (Eles não comem cachorro-quente)

— Pronomes objeto
Os pronomes objeto são usados ​​para substituir substantivos que são o objeto direto ou indireto de uma oração.

Exemplos:
• Pass me the salt. (Passe-me o sal)
• Mom need to talk to you (Mamãe precisa falar com você)
• Jessica is crying because Anna lied to her. (Jessica está chorando porque Anna mentiu para ela)
• Rachel told him yesterday. (Rachel contou para ele ontem)
• Where is my bookmark? I can’t find it! (Onde está meu marca-páginas? Não consigo encontra-lo)
• She can’t come with us. (Ela não pode vir conosco)
• My kids study here. Have you seen them? (Meus filhos estudam aqui. Você os viu?)

61
INGLÊS

— Adjetivos possessivos (determinantes) como sujeito, objeto direto, objeto indireto, entre outras. Vamos
Adjetivos possessivos não são pronomes, mas sim determi- explorar os vários tipos de pronomes relativos em inglês, seu uso, e
nantes. É útil aprendê-los ao mesmo tempo que os pronomes, no suas funções sintáticas.
entanto, porque eles são semelhantes em forma aos pronomes pos-
sessivos. Adjetivos possessivos funcionam como adjetivos, então Tipos Comuns de Pronomes Relativos
eles aparecem antes do substantivo que eles modificam. Eles não 1. Who: Este é usado principalmente para se referir a pessoas
substituem um substantivo como os pronomes. no papel de sujeito ou objeto.
Exemplo como sujeito: “The woman who lives next door is a
Exemplos: doctor” (“A mulher que mora ao lado é médica”).
• I love my new dress (Eu amo meu novo vestido) Exemplo como objeto: “The person who you met yesterday is
• We are going to your house (Nós vamos para a sua casa) my cousin” (“A pessoa que você conheceu ontem é minha prima”).
• He never shares his ideas. (Ele nunca compartilha suas ideias)
• Her new bike is broken (A nova bicicleta dela está quebrada) 2. Whom: Este é um pouco mais formal e também é usado para
• The cat is White, but its paws are brown. (O gato é branco, pessoas, mas especificamente no papel de objeto.
mas suas patas são marrons) Exemplo: “To whom should I address this letter?” (“A quem
• Dad likes to listen to our stories. (Papai gosta de ouvir nossas devo endereçar esta carta?”).
histórias)
• Did you see their new car? (Você viu o carro novo deles?) 3. Whose: Este pronome relativo indica posse.
Exemplo: “The author whose book you read is giving a lecture”
— Pronomes possessivos (“O autor cujo livro você leu está dando uma palestra”).
Os pronomes possessivos substituem os substantivos possessi-
vos como sujeito ou objeto de uma oração. Como o substantivo que 4. Which: Utilizado para se referir a coisas ou animais.
está sendo substituído não aparece na frase, ele deve estar claro Exemplo: “The book which is on the table belongs to Mary” (“O
no contexto. livro que está na mesa pertence a Mary”).
• This shirt is mine. (Esta camisa é minha)
• The backpack is not yours. (A mochila não é sua) 5. That: Este é um pronome relativo universal que pode ser
• My shoes look like his. (Meus sapatos parecem com os dele) usado tanto para pessoas quanto para coisas, geralmente em lin-
• The school papers are not hers. (Os papéis da escola não são guagem mais coloquial.
dela) Exemplo: “The car that is parked outside is mine” (“O carro que
• That house is ours. (Aquela casa é nossa) está estacionado lá fora é meu”).
• Are those boxes theirs? (Essas caixas são deles?) Funções Sintáticas
Sujeito da Oração: “The girl who dances is my sister” (“A meni-
— Pronomes Reflexivos e Intensivos na que dança é minha irmã”).
Os pronomes reflexivos e intensivos são o mesmo conjunto de – Objeto Direto: “The book that you lent me was fantastic” (“O
palavras, mas têm funções diferentes em uma frase. Os pronomes livro que você me emprestou foi fantástico”).
reflexivos referem-se ao sujeito da oração porque o sujeito da ação – Objeto Indireto: “The boy to whom you gave the gift is my
também é o objeto direto ou indireto. Apenas certos tipos de ver- neighbor” (“O menino a quem você deu o presente é meu vizinho”).
bos podem ser reflexivos. Você não pode remover um pronome re- – Complemento Circunstancial: “The day on which we met was
flexivo de uma frase porque a frase restante seria gramaticalmente sunny” (“O dia em que nos conhecemos estava ensolarado”).
incorreta.
Importância para Coesão e Coerência
Exemplos: Os pronomes relativos contribuem significativamente para a
I asked myself if I really wanted to go. (Eu me perguntei se real- coesão textual ao conectar frases e cláusulas de forma lógica. Eles
mente queria ir) também reforçam a coerência, pois permitem elaborar sobre um
Did you hurt yourself while playing? (Você se machucou en- ponto ou conceito sem ter que começar uma nova sentença, man-
quanto brincava?) tendo o fluxo do discurso.
He got himself in trouble (Ele se colocou em apuros) O domínio dos pronomes relativos é crucial para qualquer pes-
She saw herself in the mirror. (Ela se viu no espelho) soa que deseja se tornar proficientemente bilíngue em inglês. Essas
The dog loves to lick itself. (O cão ama se lamber) pequenas palavras funcionam como “pontes gramaticais”, ligando
We stopped ourselves from fighting (Nós nos impedimos de ideias e tornando o discurso mais fluído e coeso. Eles não apenas
brigar) melhoram a estrutura gramatical, mas também enriquecem o con-
Annie and Louise can take care of themselves. (Annie e Louise teúdo do que está sendo comunicado. A habilidade de usar prono-
podem tomar conta de si mesmas). mes relativos corretamente é, portanto, uma ferramenta essencial
para uma comunicação eficaz em inglês.
— Pronomes Relativos
Os pronomes relativos na língua inglesa funcionam como co-
nectores gramaticais que ligam duas ou mais frases, ajudando a
construir sentenças mais complexas e significativas. Eles fornecem
informações adicionais sobre um substantivo (ou pronome) e po-
dem desempenhar diversas funções gramaticais em uma sentença,

62
INGLÊS

• Tom and I rarely speak to each other. (Tom e eu raramente


ADVÉRBIOS nos falamos)
• I usually work out in the morning. (Eu geralmente me exército
Na língua inglesa, os advérbios possuem o mesmo propósito de manhã)
dos adjetivos, qualificar um objeto, mas diferem-se deles pois con- • They have never eaten frozen food. (Eles nunca comeram co-
fere qualidade a um verbo em vez a um substantivo. As caracterís- mida congelada)
ticas que os advérbios podem conferir aos verbos podem ser de • Hannah sometimes gives me a ride. (Hannah às vezes me dá
modo, tempo, lugar, frequência ou intensidade. Em uma oração, os uma carona)
advérbios vêm logo depois do verbo principal da frase. geralmente
costumam aparecer na frase logo após os verbos principais. Confira — Advérbio de intensidade
a seguir os diferentes tipos de advérbio e sua formação: Os advérbios de intensidade são palavras que indicam a inten-
sidade em que a ação ocorre, palavras como very (muito), a few
— Advérbio de modo (um pouco), so (muito), kind of (mais ou menos), almost (quase),
Formados a partir de adjetivos acrescidos do sufixo -ly, em por- completely (completamente), nearly (quase) etc. Veja a seguir.
tuguês são as palavras terminadas em -mente. Veja os exemplos: • Your mom was so worried about you. (Sua mãe estava tão
• The doctor carefully examined the patient. (O médico exami- preocupada contigo)
nou o paciente cuidadosamente) • She almost got fired. (Ela quase foi demitida)
• He walked slowly to the door. (Ele andou varagoramente até • My dad nearly had a hear attack. (Meu pai quase teve um
a porta) infarto)
• Gaby was getting nervous quickly. (Gaby estava ficando ner- • Veronica was sort of quiet yesterday. (Veronica estava um
vosa rapidamente) pouco quieta ontem)
• I did that intentionally. (Eu o fiz intencionalmente)
Os advérbios de quantidade, por sua vez, são formados pe-
— Advérbio de tempo los próprios numerais,cardinais e ordinais, da língua inglesa, mas
Os advérbios de tempo são palavras que indicam o momento também por outras palavras quantificadoras, como many (muitos),
em que a ação ocorre, palavras como today (hoje), tonight (hoje à much (muito), few (pouco, poucos), a ton (um monte de), a lot of
noite), yesterday (ontem), Early (cedo), late (tarde), after (depois), (muitos), one (um), two (dois), three (três), fist (primeiro), second
before (antes), now (agora), lately (ultimamente), ente outros. Veja (segundo), third (terceiro), both (ambos), etc. Observe os exemplos:
a seguir: • She had two beautiful dogs. (Ela tinha dois lindos cachorros)
• She soon began to worry (Ela rapidamente começou a se • This recipe requires many potatoes. (Essa receita requer mui-
preocupar) tas batatas)
• We went to the movies after dinner (Nós fomos ao cinema • We don’t have much time to talk now. (Nós não temos muito
depois do jantar) tempo para conversar agora)
• He already knows the big news. (Ele já sabe da grande notícia) • Kevin came in third in the competition. (Kevin ganhou em pri-
• Walter is not coming to the party tomorrow. (Walter não vai meiro lugar na competição.)
à festa amanhã)
Veja alguns dos principais advérbios da língua inglesa e seus
— Advérbio de lugar exemplos:
Os advérbios de lugar são palavras que indicam o local em que
a ação ocorre, palavras como here (aqui), there (lá), somewhere We’ll be with you Estaremos com
Shortly
(em algum lugar), near (perto), far (longe), right (direita), left (es- shortly. vocês brevemente.
querda), above (acima), below (abaixo), entre outras. Confira al-
Put your coat on Coloque seu casaco
guns exemplos: Immediately
immediately. imediatamente.
• She left the book under her desk. (Ela deixou seu livro debai-
xo da mesa) The doctor will be O médico estará
Soon
• The Johnsons live close to the mall. (Os Johnsons moram per- here soon. aqui em breve.
to do shopping) Por que ela está
• Brad found the keys on the conter. (Brad encontrou as chaves Why is she so upset
Lately tão chateada
no balcão) lately?
ultimamente?
• We’ll be there in half an hour. (Nós estaremos lá em meia
hora) Now Let’s go now. Vamos agora.
Ele me beijou
— Advérbio de frequência Slowly He kissed me slowly
vagarosamente.
Os advérbios de frequência são palavras que indicam a fre-
Você precisa
quência em que a ação ocorre, palavras como regularly (regular- You need to lift it
Carefully levantá-lo
mente), often (frequentemente), hardly ever (raramente), never carefully
cuidadosamente.
(nunca), sometimes (às vezes), every other day (dia sim, dia não),
usually (geralmente), once (uma vez), twice (duas vezes), entre ou-
tras. Confira:

63
INGLÊS

Eles alegremente Perhaps I should be Talvez eu deva


They gadly received Perhaps
Gladly receberam nosso studying math. estudar matemática.
our gift.
presente. They probably had Eles provavelmente
Probably
He plays the cello Ele toca o violoncelo too much to drink. beberam demais.
Beautifully
beautifully lindamente. Ela concorda
She strongly agrees
I’ll try to finish it Tentarei terminar Strongly veementemente
Quickly with them.
quickly. rapidamente. com eles.
Did you see them They barely talked Eles mal falaram
There Você os viu lá? Barely
there? to me. comigo.
Nós podemos ir a Ele sabia
We can go wherever He knew exaclty what
Wherever qualquer lugar que Exactly exatamente o que
you want I wanted.
você quiser. eu queria.
The shoes were Os sapatos estavam Meus pais me
Behind My parents gave me
behind the door. atrás da porta deram dinheiro
Nearly nearly enough money
Ele não podia estar quase o suficiente
He can’t be further to travel.
Further mais longe da para eu viajar.
from the truth.
verdade. Eu não tenho
Quite I’m not quite sure.
There’s na excelente Há uma ótima completa certeza.
Near
pizza place near here. pizzaria perto daqui. Rarely He rarely calls. Ele raramente liga.
She surely knows how Ela certamente sabe Mamãe nunca diz
Surely Mom never says how
to dance. dançar. Never o quanto ela se
much she cares.
They indeed hate Eles de fato te importa.
Indeed
you. odeiam. I usually wake up Eu geralmente me
Usually
John certamente at 7. levanto às 7.
John certainly didn’t
Certainly não quis fazer mal Ian often visits his Ian frequentemente
mean no harm. Often
algum. grandparents. visita seus avós.
As crianças Ela é sempre tão
The kids evidently Always She’s always so clever
Evidently evidentemente esperta.
love their parents.
amam seus pais. When When is she coming Quando ela vem?
He obviously loves Ele obviamente te Did you she where Você viu onde ela
Obviously Where
you. ama. she went? foi?
Não, nós não Quanto você
No No, we can’t. How much do you
podemos. How alimenta o seu
feed your dog?
He is not the guy for Ele não é cara para cachorro?
Not
you. você. Why didn’t they Por que eles não
Why
First You said it first! Você disse primeiro! come? vieram?
And, secondly, I’m E, em segundo lugar,
Secondly really bad at making eu sou ruim em VERBOS MODAIS
friends. fazer amigos.
Em terceiro lugar,
Thirdly, they didn’t Os verbos modais da língua inglesa, também conhecidos
eles nem mesmo
Thirdly even understand como modal verbs, mostram possibilidade, intenção, habilidade
entenderam o que
what I said. ou necessidade. Por serem um tipo de verbo auxiliar são usados​​
eu disse.
junto com o verbo principal da frase. Eles podem ser complicados,
Por último, eles especialmente quando se trata de usá-los em uma frase. A boa
Lastly, they played
Lastly tocaram minha notícia é que eles são simples quando você aprende como eles
my favorite song.
música favorita. funcionam. Abaixo, explicamos tudo o que você precisa saber para
Maybe she doesn’t Talvez ela não goste usar verbos modais com facilidade.
Maybe Os verbos modais são usados ​​para expressar certas condições
like cats. de gatos.
hipotéticas, como conselhos, capacidade ou solicitações. Eles
Anna possibly speaks Anna possivelmente são usados ​​ao lado de um verbo principal para mudar um
Possibly
Chinese. fala chinês. pouco seu significado. Por serem verbos auxiliares, não podem

64
INGLÊS

necessariamente ser usados ​​sozinhos. (Um verbo modal só deve — Could


aparecer sozinho se estiver claro no contexto qual é o verbo O could significa poderia, ou conseguiria, indica uma
principal.) possibilidade ou habilidade e também pode indicar uma sugestão,
Considere a diferença entre esses dois exemplos: pedido ou permissão, mas também pode significar podia ou
– I dance every Saturday. (Eu danço todo sábado) conseguia (ou sabia - habilidade), o passado do verbo modal can.
– I can dance every Saturday. (Eu posso dançar todo sábado Observe seus usos:
– Afirmativa: She could play the piano (Ela sabia tocar piano)
O primeiro exemplo é uma simples declaração factual. O –habilidade, age como passado de can
interlocutor participa de uma atividade de dança todas as semanas – Negativa: We could not/couldn’t tell her that (Nós não
aos sábados. O segundo exemplo usa o verbo modal can. Observe podíamos contar isso a ela) – permissão ou possibilidade
como o significado muda um pouco. O orador não dança todos – Interrogativa: Could you pass me the salt? (Você poderia me
os sábados; ele está dizendo que é capaz de dançar ou que pode passar o sal?) – possibilidade ou pedido
dançar todos os sábados, se precisarem. É hipotético.
Os verbos modais são bastante comuns em inglês, e você — Might
provavelmente já os viu centenas de vezes sem realmente saber O verbo modal might pode ser considerado a versão formal do
seu nome. Os mais utilizados são: could, mas, assim como o may, expressa apenas possibilidade ou
– can pedido. Ele também pode assumir um papel de dedução.
– may – Afirmativa: She might be a little sad get it wrong. (Ela pode
– might estar um pouco triste) – possibilidade/dedução
– could – Negativa: Our cousins might not come to the party. (Meus
– should primos podem não vir à festa) - possibilidade
– would – Interrogativa: Might I help you? (Eu posso te ajudar?) - pedido
– will — Should
– must
O verbo modal should significa dever ou deveria com sentido
Confira a seguir o significado, contexto e uso de cada um deles. de sugestão, conselho ou aviso. Confira seu uso:
– Afirmativa: You should wash your hands (Você deveria lavar
— Can suas mãos)
O verb modal can significa poder e conseguir (ou sabe - – Negativa: Anna should not/shouldn’t be upset (Anna não
habilidade), expressando tanto uma possibilidade quanto uma deveria estar chateada)
habilidade, mas pode assumir o significado de permissão também. – Interrogativa: Should I try and talk to him? (Eu devo tentar
Confira os exemplos de seu uso na afirmativa, na negativa e na falar com ele?)
interrogativa.
– Afirmativa: She can play the piano (Ela sabe tocar piano) - — Must
habilidade O verbo modal must significa dever com sentido de
– Negativa: We can not/can’t go with you (Nós não podemos ir obrigatoriedade, proibição, regra, em outros casos pode indicar
com você) - possibilidade uma dedução, presumindo a ação ou o sentimento do sujeito da
oração. Confira seu uso:
– Interrogativa: Can I visit grandma this weekend? (Eu posso – Afirmativa: Monica must be so happy with the pregnancy (A
visitar a vovó esse fim de semana?) - permissão Monica deve estar tão feliz com a gravidez) - dedução
– Negativa: You must not swear (Você não deve falar palavrões)
Observe que na negativa acrescenta-se o not (não) após o - proibição
verbo modal ou implanta-o no próprio verbo através de uma – Interrogativa: Must we visit him? (Nós devemos visitá-lo?) -
modificação contraída. Essa regra se aplica a outros verbos modais obrigação
como veremos a seguir.
— Would
— May Diferentemente dos demais verbos modais, o would por si
O verbo modal may pode ser considerado a versão formal do só não se traduz na língua inglesa, mas age como modificador do
can, mas que, por sua vez, expressa apenas possibilidade, pedido verbo que o segue, transformando-o em um verbo no futuro do
ou permissão. pretérito indicativo, ou seja, verbos terminados em -ria, os quais
– Afirmativa: He may get it wrong. (Ele pode entender errado) representam uma situação que possivelmente teria ocorrido em
- possibilidade algum momento antes de determinada situação no passado. O
– Negativa: My family may not like it (Minha família pode não modal would também pode conferir sentido de possibilidade,
gostar disso) - possibilidade desejo ou pedido (ou sugestão no sentido de oferta). Confira a
– Interrogativa: May I be excused? (Você pode me dar licença?) seguir:
- permissão – Afirmativa: We would love to go. (Nós amaríamos ir) - desejo
– Interrogativa: Dad wouldn’t understand this situation? (Papai
não entenderia essa situação.) – possibilidade
– Interrogativa: Would you like some water? (Você gostaria de
um pouco de água?) – pedido/sugestão

65
INGLÊS

— Will — Relative clauses


O verbo modal will age diferente dos demais verbos modais, A cláusula relativa, ou Relative Clause, é um tipo de oração
pois modifica o tempo verbal do verbo que o segue, transformando dependente. Há um sujeito e um verbo, mas ele não pode ficar
a oração em um futuro simples, não possuindo significado em si sozinho em uma frase. Às vezes é chamada de “cláusula adjetiva”
próprio. porque funciona como um adjetivo – fornece mais informações
– Afirmativa: I will visit my friends abroad. (Eu visitarei meus sobre um substantivo. A cláusula relativa sempre começa com
amigos no exterior) um “pronome relativo”, que substitui um substantivo, uma frase
– Negativa: They will not/won’t believe me. (Eles não nominal ou um pronome quando combinados.
acreditarão em mim)
– Interrogativa: Will you be there? (Você estará lá?) Pronome Refere-se a Uso
— Passive voice Substitutos para
Uma frase na voz ativa, por exemplo, diria “I took my backpack substantivos/
Who Pessoas
to school” (Eu levei minha mochila para a escola), ela tem o sujeito pronomes sujeitos
primeiro (a pessoa ou coisa que faz o verbo), seguido pelo verbo, e (he, she, we, they)
finalmente o objeto (a pessoa ou coisa que a ação acontece). Então, Substitutos para
neste exemplo, o sujeito é eu (I), o verbo é levei (took) e o objeto é substantivos/
a mochila (backpack). Whom Pessoas pronomes de
Mas nem sempre precisamos fazer frases dessa maneira. objetos (him, her, us,
Podemos querer colocar o objeto em primeiro lugar, ou talvez não them)
queiramos dizer quem fez alguma coisa. Isso pode acontecer por
vários motivos. Nesse caso, podemos usar uma voz passiva, que Substitutos para
coloca o objeto em primeiro lugar. substantivos/
A voz passiva é usada para mostrar interesse na pessoa ou Whose Pessoas ou coisas pronomes
objeto que experimenta uma ação em vez da pessoa ou objeto possessivos (his,
que realiza a ação. Em outras palavras, a coisa ou pessoa mais hers, ours, theirs)
importante torna-se o sujeito da frase. Pode ser usado
Tornamos uma oração passiva colocando o verbo ‘to be’ em para sujeito ou
qualquer tempo que precisamos e depois adicionando o particípio That Pessoas ou coisas objeto e só pode ser
passado. Para verbos regulares, fazemos o particípio passado usado em cláusulas
adicionando ‘ed’ ao infinitivo. Confira os exemplos disso em cada relativas restritivas
tempo verbal.
Pser usado para
sujeito ou objeto,
Tempo Verbal Voz ATIVA Voz Passiva pode ser usado em
A cake is made (by cláusulas relativas
Present simple I make a cake. Which Coisas
me). não restritivas e
também pode ser
Present A cake is being made usado em cláusulas
I am making a cake.
continuous (by me). relativas restritivas
A cake was made (by As orações relativas são partes não essenciais de uma frase.
Past simple I made a cake. Eles podem adicionar significado, mas se forem removidas, a frase
me).
ainda funcionará gramaticalmente. Existem dois tipos amplos
A cake was being
Past continuous I was making a cake. de orações relativas em inglês. É importante distinguir entre eles
made (by me).
porque afeta a escolha do pronome usado para introduzir a oração.
A cake has been
Present perfect I have made a cake.
made (by me). — Defining clauses
Pres. Perf. I have been A cake has been Uma cláusula definidora ou identificação nos diz de qual
Continuous making a cake. being made (by me). pessoa ou coisa específica estamos falando em um grupo maior de
pessoas ou coisas. Se uma cláusula relativa definidora for removida,
A cake had been o significado da sentença muda significativamente. Uma cláusula
Past perfect I had made a cake.
made (by me). relativa de definição não é separada do resto da frase por vírgulas
A cake will be ou parênteses. Consideramos definidor quando o pronome relativo
Future simple I will make a cake. é o sujeito de uma cláusula relativa definidora. Nesse caso podemos
made (by me).
usar ‘who’, ‘which’ ou ‘that’. Usamos ‘who’ para pessoas e ‘which’
I will have made a A cake will have been para coisas. Podemos usar ‘that’ para pessoas ou coisas.
Future perfect
cake. made (by me). Exemplos:
– The girl who talked to me at school was very beautiful. (A
menina que conversou comigo na escola era muito bonita.)

66
INGLÊS

– The cell phone that was stolen from him yesterday was found. (O celular que foi roubado dele ontem foi encontrado.)
– The boy who drew the pictures has been awarded. (O menino que desenhou as imagens foi premiado.)
– The TV show which we watched last night was so funny. (O programa de TV que assistimos ontem à noite foi tão engraçado)
— Non-defining clauses

Uma cláusula não definidora ou não essencial nos dá mais informações sobre a pessoa ou coisa sobre a qual estamos falando. Se uma
cláusula relativa não definidora é removida de uma sentença, perdemos alguns detalhes, mas o significado geral da sentença permanece
o mesmo. Cláusulas relativas não definidoras são sempre separadas do resto da frase com vírgulas ou parênteses.

Exemplos:
– The doctor, whose name was Louis, prescribed me painkillers. (O doutor, cujo nome era Louis, me prescreveu analgésicos)
– Cats, which are the cutest pets, live up to 13 years. (Gatos, os quais são os animais de estimação mais fofos, vivem até 13 anos)
– The painter, who died in 1876, was very famous for his art. (O pintor, que morreu em 1876, era muito famoso por sua arte)
– The city we visited, where it rains a lot, is incredible. (A cidade que visitamos, onde chove muito, é incrível)

— Conjunções
Conjunções são partes do discurso que conectam palavras, frases, orações ou sentenças. Existem três tipos de conjunções: coordenativa,
emparelhada e subordinativa.
As conjunções coordenativas conectam palavras ou frases que servem ao mesmo propósito gramatical em uma frase. Existem sete
principais conjunções coordenativas em inglês, que formam a sigla FANBOYS uma sigla fácil de memorizar que ajuda estudantes a se
lembrarem das conjunções facilmente:
F: for: The workers were angry, for the company had cut their salaries short. (Os trabalhadores estavam bravos, pois a empresa havia
reduzido seus salários)
A: and: In this subject, we are going to study animals, the human body and plants. (Nesta disciplina, vamos estudar os animais, o corpo
humano e as plantas.)
N: nor: The players didn’t follow the rules of the game, nor did they listen to the complaints. (Os jogadores não seguiram as regras do
jogo, nem ouviram as reclamações.)
B: but: The composition is grammatically well-written but there are many inconsistencies. (A redação está gramaticalmente bem
escrita, mas há muitas inconsistências.)
O: or: At the end of the year, the politician assembles a committee and journalists can choose to ask him questions about his plan or
his deeds. (No final do ano, o político monta uma comissão e os jornalistas podem optar por fazer perguntas sobre seu plano ou sobre
seus feitos.)
Y: yet: The esthetician was constantly worried, yet she refused to talk to anybody about it. (A esteticista estava constantemente
preocupada, mas ela se recusava a falar com ninguém sobre isso.)
S: so: We must choose a career path, so we need to really thing about the things we like to do. (Devemos escolher uma carreira, então
precisamos realmente pensar sobre as coisas que gostamos de fazer.)

— Comparativos e superlativos
Os adjetivos são palavras que aderem qualidades e características aos substantivos que os acompanham, podendo referir-se à cor, ao
tamanho, à textura, ao sabor, ao material, à emoção, ao sentimento, entre muitas outras possíveis características de um substantivo. Na
língua inglesa, diferentemente da língua portuguesa os adjetivos tomam uma posição distinta na oração, vindo antes do substantivo ao
qual se refere. Confira a diferença entre o uso de adjetivos em português e em inglês:

Português Eu gosto do meu vestido azul


Inglês I like my blue dress.

Observe que os adjetivos em inglês são colocados antes do substantivo ao qual se refere. Outro uso dos adjetivos em inglês, além do
básico objetivo de qualificar substantivos, é fazer comparações. Observe o uso do grau comparativo por meio de adjetivos:
Com o sentido de igualdade ou semelhança na comparação, usa-se as... as na afirmativa, com o adjetivo em questão posto ao meio
de ambas as palavras, e na negativa usa-se not as... as ou not so... as. Observe:
– She is as tall as her sister. (Ela é tão alta quanto a sua mãe)
– Singing is as hard as dancing. (Cantar é tão difícil quanto dançar)
– Robert was not as happy as I thought he would be (Robert não estava tão feliz quanto achei que estaria)
– They can not paint as well as him. (Eles não sabem pintar tão bem quanto ele).

Os adjetivos no grau comparativo podem também estabelecer relações de diferença, com palavras como more (mais) ou less (menos),
seguidos da preposição than (do que). Observe alguns exemplos.
– Kelly is more impatient than Kim. (Kelly é mais impaciente do que Kim)
– My last job was more interesting than this one. (Meu antigo trabalho era mais interessante que esse)

67
INGLÊS

– This comedian is less funny than my brother. (Esse comediante é menos engraçado que meu irmão)
– We felt less tired than the kids. (Nós nos sentíamos menos cansados do que as crianças)

Quanto às relações de diferença no grau comparativo, no entanto, estabelecem-se regras sobre o uso do intensificador more, seu uso
limita-se à adjetivos que possuam mais de duas sílabas, enquanto adjetivos com menos de duas sílabas sofrem alterações em seus sufixos,
os quais podem ser terminados em -er ou -ier. Observe:

+ de duas sílabas intelligent more intelligent mais inteligente


+ de duas sílabas complicated more complicated mais complicado
+ de duas sílabas Beautiful more beautiful mais bonito
- de duas sílabas smart smarter mais esperto
- de duas sílabas fast faster mais rápido
- de duas sílabas easy easier mais fácil

Existem também os comparativos irregulares, ou seja, adjetivos que são exceções à regra, como:
– good (bom) — She is better than me in Math (Ela é melhor que eu em matemática)
– bad (ruim) — This dress is worse than the Other. (Esse vestido é pior que o outro)
– far (longe) — Ellen lives farther than I thought. (Ellen mora mais longe do que pensei)
– little (pouco) — We have less money than you. (Nós temos menos dinheiro que vocês)

Já os adjetivos superlativos são usados ​​para descrever um objeto que está no limite superior ou inferior de uma qualidade (o mais alto,
o menor, o mais rápido, o mais alto). Eles são usados ​​em frases onde um sujeito é comparado a um grupo de objetos.
Observe alguns exemplos.
– Kelly is the most impatient person I know. (Kelly é a pessoa mais impaciente que conheço)
– My last job was the most boring job I ever had. (Meu último trabalho foi o mais chato que eu já tive)
– This comedian is the least funny person in the show. (Esse comediante é a pessoa menos engraçada do show)
– We felt frustrated most of the time. (Nós nos sentíamos frustradas a maior parte do tempo)

Quanto às relações de superioridade ou inferioridade total no grau superlativo existem regras sobre o uso do intensificador the most
(o mais) ou the least (o menos), seu uso limita-se à adjetivos que possuam mais de duas sílabas, enquanto adjetivos com menos de duas
sílabas sofrem alterações em seus sufixos, os quais podem ser terminados em -est ou -iest. Observe:

+ de duas sílabas intelligent The most intelligent O mais inteligente


+ de duas sílabas complicated The most complicated O mais complicado
+ de duas sílabas Beautiful The least beautiful O menos bonito
- de duas sílabas smart The smartest O mais esperto
- de duas sílabas fast The fastest O mais rápido
- de duas sílabas easy The easiest O mais fácil

Existem também os superlativos irregulares, ou seja, adjetivos que são exceções à regra, como:
– good (bom) — She is the best at her job (Ela é a melhor em seu trabalho)
– bad (ruim) — This dress is the worst I’ve ever seen. (Esse vestido é o pior que eu já vi)
– far (longe) — Ellen is the one who lives the furthest/farthest from the city. (Ellen a que mora mais longe da cidade)
– little (pouco) — We are not buying the littlest gift for her. (Nós não vamos comprar o menor presente para ela)

— Possessive case
O caso possessivo mostra propriedade. Com a adição de ‘s (ou às vezes apenas o apóstrofo), um substantivo pode mudar de uma
simples pessoa, lugar ou coisa para uma pessoa, lugar ou coisa que possui algo. Existem algumas maneiras diferentes de formar o possessivo
de um substantivo. Discutiremos essas maneiras abaixo.
Se o substantivo não terminar com s, adicione ‘s ao final do substantivo. Veja os seguintes exemplos:
– This is John and his cat. The cat is John’s pet. (Este é John e seu gato. O gato é o animal de estimação de John.)
– This is Anna and her black purse. This is Anna’s black purse. (Esta é Anna e sua bolsa preta. Esta é a bolsa preta de Anna.)
– This restroom is for men. This is the men’s room. (Este banheiro é para homens. Este é o banheiro masculino.)
– This hospital aisle is for children. This is the children’s aisle (Esta ala do hospital é para crianças. Esta é a ala das crianças.)

68
INGLÊS

Adicionamos outro ‘s para a forma possessiva de um nome que termina com s? O que está correto, Chris’s chair ou Chris’ chair?
James’s car ou James’ car? Na verdade, as duas formas estão corretas. Se um nome próprio termina com um s, você pode adicionar apenas
o apóstrofo ou um apóstrofo e um s. Veja os exemplos abaixo para uma ilustração desse tipo de substantivo possessivo.
– You’re sitting in Chris’ chair. / You’re sitting in Chris’s chair.
(Você está sentado na cadeira do Chris)

– Have you seen James’ car? / Have you seen James’s car?
(Você viu o carro de James?)

– Where is Jess’ book bag? / Where is Jess’s book bag?


(Onde está a mochila de livros da Jess?)
– I’m in Ms. Jones’ class this year. / I’m in Ms. Jones’s class this year.
(Estou na turma da Sra. Jones este ano.)

Mas quando você tem um substantivo plural que termina em s, adicione apenas o apóstrofo. Isso também é verdade quando você
tem um nome próprio que é plural.
– This is the boys’ bedroom. (Este é o quarto dos meninos.)
– My parents’ house is a lovely old one. (A casa dos meus pais é linda e antiga.)
– The scissors’ handles just snapped off. (Os cabos da tesoura acabaram de se soltar.)
– The Jeffersons’ yard is always beautifully landscaped. (O quintal dos Jeffersons sempre tem um belo paisagismo.)

EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS E LOCUÇÕES VERBAIS

O termo “Phrasal Verb” determina a junção de um verbo a uma preposição ou a uma partícula adverbial. Em detrimento de tal união
o verbo assume uma nova significação.

Segue abaixo alguns exemplos de Phrasal Verbs:

LOOK UP TO admirar I always looked up to my parentes.

LET DOWN desapontar He won’t let you down.

BRING UP educar We brought three children up.

CALL OFF cancelar I need to call off our meeting.

PUT OFF adiar He keeps putting off going to the dentist.


If you keep those results up you will get into a great
KEEP UP manter
college.
SHOW UP aparecer She finally showed up.
Alegrar / animar alguém ou
CHEER UP They brought you some flowers to cheer you up.
algo
ASK OUT convidar alguém para sair He asked me out last week.

GET ALONG dar-se bem com alguém I get along well with my sister

Separable and Inseparable Phrasal Verbs

Diversos Phrasal Verbs podem ter o verbo e a preposição separados por meio de um objeto, esse tipo de Phrasal Verb é denominado
“Separable”.
No entanto, há outros em que o verbo e a preposição devem estar juntos, esses são os “Inseparable”.

Run into (topar, bater, atropelar algo ou alguém) – I always run into Dr. Freman at the supermarket (Inseperable).

69
INGLÊS

Write down (anotar) – I write everything he says down Exemplo: I usually get up early.
(Separable).
To give - dar
Segue abaixo uma lista com os principais Phrasal Verbs: Give away – doar
Exemplo: She gave away her old dress.
GIVE UP - desistir
GO ON - continuar Give back – devolver
GET OVER - acabar Give in – ceder, entregar-se
COME BACK - voltar Give off – exalar
CALL BACK- retornar a ligação Give onto – dar para
FIND OUT - descobrir Give up – desistir
BRAKE UP – terminar, separar (um relacionamento)
HANG ON - esperar To go – ir
DROP OFF – deixar algo em algum lugar Go after – ir atrás, perseguir
LOOK OVER - revisar Go at – atacar lançar-se sobre
THROW AWAY – jogar fora Go away – ir embora
THINK OVER - considerar Go down – descer
FILL IN – preencher Go for – ir buscar
FIX UP - consertar Go off – explodir
HOLD ON - esperar Go on – continuar
WORK OUT – malhar, exercitar-se Go out – sair
Go over – rever, repassar
To Call – chamar Go with – combinar com
Call for – exigir, requerer. Go up – subir
Exemplo: This work calls for a lot of patience.
To look – olhar
Call in – convidar Look after – cuidar de
Call off – cancelar Exemplo: Could you look after the children this evening?
Exemplo: I’m going to call off my medical appointment because
I feel much better now. Look at – olhar para
Look down on – menosprezar
Call out – gritar para Look for – procurar
Call up – telefonar Exemplo: What are you looking for?
Exemplo: They called up the man.
Look forward – aguardar ansiosamente
To come – vir Look into – examinar, analisar
Come across – encontrar por acaso Look out – tomar cuidado
Come down – descer Look up – consultar (livro, literatura)
Look up to – admirar
Come in – entrar Exemplo: You have to look up the dollar exchange rate every
Come off – sair, desprender-se day.
Come on – entrar em cena
Come out – sair To make - fazer
Come up – subir, surgir Make into – transformar
Make off – fugir, escapar
To get – adquiri, obter Make out – preencher (cheque)
Get along with – dar-se bem com alguém Make out – entender, captar
Get away – escapar Make up – inventar, criar
Get away with – safar-se Exemplo: You can attend classes on Saturdays to make up for
Get in – entrar the classes you missed.
Get into – entrar
Get off – descer, apesar de Make up – fazer as pazes
Get on – subir, montar
Get on with – continuar To put – pôr, colocar
Get out – sair Put aside – guardar, economizar
Exemplo: Get out of here! Put away – guardar, pôr no lugar
Put off – adiar
Get over – superar, livra-se de Exemplo: I think I’ll have to put off my dental appointment.
Get over with – terminar, acabar
Get up – levantar-se Put on – vestir

70
INGLÊS

Put out – pôr para fora


Conjunção Exemplo Tradução
Exemplo: The firemen put out the fire.
Ela foi ao mercado
She went to the store and
Put up – hospedar And e comprou
bought some fruits.
Put up with – tolerar, suportar algumas frutas
Ele amava
To run – correr He loved talking but he
But conversar, mas ele
Run after – correr atrás felt shy.
se sentiu tímido.
Run away – fugir
Run down – escorrer Mark estava com
Run into – encontrar inesperadamente Mark was thirsty, so he sede, então ele
Run out of – ficar sem So stopped to drink some parou para beber
Run over – atropelar water before running. um pouco de água
Exemplo: He ran over my bicycle with his car. antes de correr.
Embora ela
To take – tomar, levar Although she was tired,
Although estivesse cansada,
Take after – puxar, assemelhar-se she went for a walk
ela foi caminhar.
Take away – levar embora
Você prefere ficar
Exemplo: Take it away from here. Would you rather stay
Or em casa ou ir para
home or go to the mall?
o shopping?
Take down – derrubar
Take in – enganar Eles estavam
Take off – tirar They were willing to dispostos a
Exemplo: Take your coat off! However start, the rain, however, começar, a chuva,
Take over – assumir chefia, direção, controle poured outside. porém, caía lá
Take on – contratar fora.
Take out – levar para fora Nossa aula acabou,
Exemplo: I’m going to drink tonight and don’t try to take me Our class is over, sendo assim
out of it. Therefore therefore we can discuss podemos discutir
it on Monday. isso na segunda-
COMPARAÇÃO feira.
Ele não me
He didn’t text me mandou
Os adjetivos são palavras que caracterizam os substantivos
Because because his phone was mensagem porque
com o objetivo de expressar o estado, a condição, a qualidade ou o
broken. seu celular estava
defeito deles. Eles podem possuir diferentes usos dependendo do
quebrado.
grau, podendo estabelecer relações comparativas ou superlativas.
Curiosamente, em inglês não há variação quanto ao gênero (mascu- I’ll only go if you come Eu só vou se você
If
lino e feminino) e número (singular e plural), como ocorre na língua with me. for comigo.
portuguesa. Sendo assim, a grande maioria dos adjetivos são usa- Já que você está
dos para qualquer substantivo, seja ele no masculino ou no femini- Since you’re going to the indo à cozinha,
no, no singular ou no plural. Os adjetivos sempre são apresentados Since kitchen, could you fetch você poderia me
antes do substantivo em inglês. Veja a seguir alguns exemplos: me some water? arranjar um pouco
de água?
• Those lazy boys don’t help at home.
(Aqueles meninos preguiçosos não ajudam em casa)
Na língua inglesa, existem duas diferentes classes de adjetivos,
cada qual possui sua correta posição diante do substantivo que
• Mary and John adopted three black dogs.
acompanha segundo seu propósito. São eles os adjetivos formados
(Mary e John adotaram três cachorros pretos)
pelo gerúndio, os quais são palavras terminadas em -ING, e os adje-
tivos formados pelo particípio, terminadas em -ED.
• Which brownie do you prefer: the small chocolate-chip ones
Os adjetivos formados pelo gerúndio possuem um sentido ati-
or the big chocolate ones?
vo, o qual indica uma característica ou atributo do substantivo em
(Quais brownies você prefere: os pequenos de pepitas de cho-
questão, enquanto os adjetivos formados pelo particípio são marca-
colate ou os grandes de chocolate?)
dos por um sentido passivo, o qual indica o sentimento do substan-
tivo diante de algo. Confira alguns exemplos a seguir:

71
INGLÊS

She was an interesting Ela era uma mulher + de duas more mais
Gerúndio intelligent
woman. interessante sílabas intelligent inteligente
She was interested in Ela era interessada + de duas more mais
Particípio complicated
politics and science em política e ciência sílabas complicated complicado
+ de duas more
A peça de teatro é Beautiful mais bonito
Gerúndio The play is fascinating. sílabas beautiful
fascinante
- de duas
Ele ficou fascinado smart smarter mais esperto
He got fascinated by the sílabas
Particípio com a atuação dos
actors performance. - de duas
atores fast faster mais rápido
sílabas
Joe’s classes are so As aulas do Joe são - de duas
Gerúndio easy easier mais fácil
boring tão entediantes. sílabas
Eu fico completa-
I get completely bored mente entediado Existem também os comparativos irregulares, ou seja, adjeti-
Particípio
during his classes. durante as aulas vos que são exceções à regra, como:
dele. • good (bom) — She is better than me in Math (Ela é melhor
que eu em matemática)
My sister’s ticks are Os tiques da minha • bad (ruim) — This dress is worse than the Other. (Esse vestido
Gerúndio
annoying. irmã são irritantes. é pior que o outro)
Meu pai estava • far (longe) — Ellen lives farther than I thought. (Ellen mora
My dad was always mais longe do que pensei)
Particípio sempre irritado com
annoyed at the noise.
o barulho.
• little (pouco) — We have less money than you. (Nós temos
Outro uso dos adjetivos em inglês, além do básico objetivo de menos dinheiro que vocês)
qualificar substantivos, é fazer comparações. Observe o uso do grau
comparativo por meio de adjetivos: CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Com o sentido de igualdade ou semelhança na comparação,
usa-se as... as na afirmativa, com o adjetivo em questão posto ao A concordância nominal e verbal é uma parte fundamental da
meio de ambas as palavras, e na negativa usa-se not as... as ou not gramática em qualquer idioma, incluindo o inglês. Ela é crucial não
so... as. Observe: apenas para a correção gramatical, mas também para a clareza e a
• She is as tall as her sister. (Ela é tão alta quanto a sua mãe) eficácia da comunicação. No inglês, as regras de concordância po-
• Singing is as hard as dancing. (Cantar é tão difícil quanto dan- dem parecer menos complexas do que em algumas outras línguas,
çar) como o português, mas ainda assim apresentam seus desafios. Va-
• Robert was not as happy as I thought he would be (Robert mos começar examinando a concordância verbal em inglês.
não estava tão feliz quanto achei que estaria)
• They can not paint as well as him. (Eles não sabem pintar tão CONCORDÂNCIA VERBAL
bem quanto ele). A concordância verbal é um dos aspectos gramaticais funda-
mentais para a estruturação de frases coesas e coerentes na língua
Os adjetivos no grau comparativo podem também estabelecer inglesa. É nessa relação entre o sujeito e o verbo que reside grande
relações de diferença, com palavras como more (mais) ou less (me- parte da clareza e eficácia da comunicação. A regra primária que
nos), seguidos da preposição than (do que). Observe alguns exem- orienta essa relação é simples, pelo menos em teoria: um sujeito
plos. singular requer um verbo no singular, e um sujeito plural requer um
• Kelly is more impatient than Kim. (Kelly é mais impaciente verbo no plural. Mas, como muitas coisas na gramática, a simplici-
do que Kim) dade inicial pode ser enganosa.
• My last job was more interesting than this one. (Meu antigo
trabalho era mais interessante que esse) Verbos Regulares e o “S” no Simple Present
• This comedian is less funny than my brother. (Esse comedian- Em inglês, os verbos regulares seguem uma estrutura previsí-
te é menos engraçado que meu irmão) vel. No Simple Present, que é o tempo verbal utilizado para descre-
• We felt less tired than the kids. (Nós nos sentíamos menos ver ações habituais ou estados permanentes, acrescenta-se um “s”
cansados do que as crianças) ao verbo quando o sujeito da frase é a terceira pessoa do singular
(he, she, it). Por exemplo:
Quanto às relações de diferença no grau comparativo, no en- • She writes (Ela escreve) [Sujeito Singular + Verbo Singular]
tanto, estabelecem-se regras sobre o uso do intensificador more, • They write (Eles escrevem) [Sujeito Plural + Verbo Plural]
seu uso limita-se à adjetivos que possuam mais de duas sílabas, Embora essa regra possa parecer trivial para falantes nativos,
enquanto adjetivos com menos de duas sílabas sofrem alterações ela é frequentemente um ponto de tropeço para quem está apren-
em seus sufixos, os quais podem ser terminados em -er ou -ier. dendo inglês como segunda língua. A confusão geralmente ocorre
Observe: porque, em muitas outras línguas, como o português, as modifica-

72
INGLÊS

ções verbais para indicar pessoa e número são muito mais variadas Terminologia Coletiva
e complexas. Um último aspecto que merece ser mencionado é como os
substantivos coletivos funcionam em inglês. Termos como “team,”
Sujeitos Compostos “family,” e “government” podem ser tanto singulares quanto plu-
Outro elemento que traz complexidade à concordância verbal rais, dependendo do contexto em que são usados.
em inglês é o uso de sujeitos compostos. Quando se tem mais de • The team is winning (O time está ganhando) [Substantivo
um sujeito, conectados por “and” (e), a regra é usar um verbo no Coletivo + Verbo Singular]
plural: • The team are arguing among themselves (Os membros do
• Mary and John are eating (Mary e John estão comendo) time estão discutindo entre si) [Substantivo Coletivo + Verbo Plural]
[Sujeito Composto + Verbo Plural] Assim, mesmo que o inglês possa parecer inicialmente mais
Mas quando os sujeitos são conectados por “or” (ou) ou “nor” simples em termos de concordância nominal, ainda há muitas su-
(nem), a concordância se dá com o sujeito mais próximo ao verbo: tilezas e particularidades que requerem atenção e entendimento
• Either John or Mary is responsible (Ou John ou Mary é res- para uma comunicação eficaz.
ponsável) [Concordância com o Sujeito mais Próximo]
A IMPORTÂNCIA DAS CONCORDÂNCIAS NO INGLÊS
Exceções e Casos Especiais Tanto a concordância nominal quanto a verbal são pilares fun-
Há ainda várias exceções e casos especiais que merecem aten- damentais para a estrutura e fluidez da língua inglesa. Enquanto a
ção. Alguns sujeitos, como “everyone,” “nobody,” e “someone,” são concordância nominal se concentra na relação entre substantivos,
considerados singulares, mesmo que se refiram a um grupo: adjetivos e pronomes, garantindo que estejam em harmonia em
• Everyone is here (Todo mundo está aqui) [Sujeito Coletivo termos de número e, ocasionalmente, de gênero, a concordância
+ Verbo Singular] verbal se preocupa com a compatibilidade entre o sujeito e o verbo
Neste cenário detalhado, podemos ver que, apesar de suas na frase.
aparentes simplicidades, as regras de concordância verbal em in- No cenário global, onde o inglês é frequentemente o meio de
glês possuem diversas nuances que demandam atenção e com- comunicação em ciência, negócios e diplomacia, um sólido enten-
preensão profundas. dimento dessas regras é mais do que apenas uma marca de profi-
ciência; é uma necessidade. Erros de concordância podem alterar
CONCORDÂNCIA NOMINAL significativamente o significado de uma frase e, em alguns casos,
A concordância nominal pode ser considerada menos compli- podem resultar em mal-entendidos que têm consequências reais
cada em inglês do que em idiomas como o português, especialmen- e tangíveis.
te porque o inglês carece de um sistema de gênero gramatical para Embora o inglês seja muitas vezes percebido como menos rigo-
a maioria dos seus substantivos e adjetivos. No entanto, isso não roso em termos de concordância quando comparado a outros idio-
significa que a concordância nominal seja completamente despro- mas, isso não diminui a importância de entender e aplicar correta-
vida de regras e exceções. mente essas regras. A flexibilidade e a diversidade da língua inglesa
Concordância de Pronomes podem ser uma faca de dois gumes, oferecendo tanto liberdade
A primeira e mais evidente forma de concordância nominal em quanto espaço para erros.
inglês envolve o uso adequado de pronomes. Os pronomes devem Assim, dominar as regras de concordância nominal e verbal
concordar em número e gênero com os substantivos aos quais se não é apenas uma questão de correção gramatical, mas também
referem. Por exemplo: um passo crucial na direção de se tornar um comunicador eficaz no
• Mary lost her book (Mary perdeu o livro dela) [Concordân- cenário mundial. A habilidade de transmitir ideias de forma clara e
cia de Gênero e Número] precisa é uma das mais valiosas que qualquer indivíduo pode pos-
• The dogs are eating their food (Os cachorros estão comen- suir, e o domínio desses aspectos gramaticais é fundamental para
do a comida deles) [Concordância de Número] esse fim.
E assim, ao dedicar tempo e esforço para compreender essas
Pronomes Indefinidos sutilezas do inglês, cada um de nós dá um passo importante para se
Os pronomes indefinidos, como “anyone,” “everyone,” e “no- tornar não apenas um falante mais competente, mas também um
body,” são geralmente tratados como singulares em inglês, mesmo comunicador mais eficaz.
que possam estar se referindo a múltiplas pessoas.
• Everyone has his or her own opinion (Todo mundo tem
sua própria opinião) [Pronome Indefinido + Verbo Singular] FORMAÇÃO E CLASSE DE PALAVRAS

Concordância de Adjetivos A formação e classificação das palavras em língua inglesa po-


Outro ponto a ser considerado é a concordância de adjetivos, dem ser um pouco diferentes da língua portuguesa, mas é impor-
que em inglês é muito mais simples do que em línguas que têm tante entender alguns conceitos básicos para melhorar o seu voca-
sistemas de gênero e caso mais complicados. Os adjetivos em inglês bulário e comunicação.
não mudam de forma, independentemente do número ou gênero Em inglês, as palavras podem ser classificadas em diferentes
do substantivo que estão modificando. Por exemplo: categorias, conhecidas como classes de palavras. As principais clas-
• A beautiful flower (Uma flor bonita) [Adjetivo Inalterado] ses de palavras em inglês são:
• Beautiful flowers (Flores bonitas) [Adjetivo Inalterado] • Substantivo (Noun): Palavras que nomeiam pessoas, lugares,
objetos, ideias e conceitos.

73
INGLÊS

• Adjetivo (Adjective): Palavras que descrevem ou modificam substantivos, indicando características como tamanho, cor, qualidade,
etc.
• Verbo (Verb): Palavras que indicam ação, estado ou ocorrência.
• Advérbio (Adverb): Palavras que modificam ou dão mais informações sobre verbos, adjetivos ou outros advérbios.
• Pronome (Pronoun): Palavras que substituem um substantivo, evitando repetições desnecessárias na frase.
• Preposição (Preposition): Palavras que estabelecem relações entre os termos da frase, indicando posição, tempo, causa, etc.
• Conjuncão (Conjunction): Palavras que ligam termos da frase, unindo ideias ou expressando contraste ou alternância.
• Interjeição (Interjection): Palavras que expressam emoções ou sentimentos, como surpresa, alegria, dor, etc.
Além disso, em inglês, as palavras podem ser formadas através de diversos processos, como derivação, composição, abreviação, entre
outros. A derivação ocorre quando adicionamos um sufixo ou prefixo à palavra para formar uma nova palavra, como por exemplo, “happy”
(feliz) + “ness” (sufixo que indica um estado ou qualidade) = “happiness” (felicidade). Já a composição ocorre quando combinamos duas
ou mais palavras para formar uma nova palavra, como por exemplo, “tooth” (dente) + “brush” (escova) = “toothbrush” (escova de dente).
Conhecendo esses conceitos básicos de formação e classificação das palavras em inglês, é possível expandir o seu vocabulário e se
comunicar com mais clareza e eficácia em inglês.

SINONÍMIA E ANTONÍMIA

Assim como na língua portuguesa, na língua inglesa existem sinônimos e antônimos. É importante compreender a diferença de cada
um desses termos bem como as possíveis substituições que podem ser usadas. Abaixo temos as explicações de cada um e uma tabela
contendo exemplos.

Synonyms

São duas ou mais palavras que tem sentido igual ou aproximado. Na maioria das vezes não tem diferença usar um sinônimo pelo outro.
O fato linguístico de existirem sinônimos chama-se sinonímia, palavra que também designa o emprego de sinônimos.

Antonyms

São duas palavras que tem sentido oposto. A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto ou negativo.

ADJECTIVE TRANSLATION SYNONYM ANTONYM


Affraid Com medo, receoso Fearful, frightened Brave
Alive Vivo Living, lively Dead
Ancient Antigo Old Recente
Able Capaz Capable Incapable
Angry Furioso, zangado Furious, mad Calm, undisturbed
Ashamed, Bashful Envergonhado Shy Relaxed
Beautiful Bonito(a) Pretty Ugly
Big Grane Large Small
Bitter Amargo Acrid Sweet
Bold Ousado Audacious Timid, shy
Bright Brilhante Clear Obscure
Busy Ocupado Occupied Vacante
Cheap Barato Unexpensive Expensive
Clean Limpo Clear Dirty
Clear Claro Bright Dark
Clever Inteligente Smart, intelligent Dumb, stupid
Cold Frio Chilly, cool Hotm, warm
Crazy Louco Mad Sane
Difficult Difícil Hard Easy
Damp Úmido Humid Dry
Deep Fundo Broad Flat, plain

74
INGLÊS

RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO E COORDENAÇÃO;

As orações subordinadas (subordinate clauses), também chamadas de orações dependentes (dependent clauses), exercem uma fun-
ção sintática em relação a uma outra oração, chamada de oração principal, que requer complemento para que seu significado seja com-
pleto. Desse modo, as orações subordinadas estão sempre ligadas a outra oração, visto que sozinhas também não possuem um sentido
completo em si. Na língua inglesa, há dois tipos de orações subordinadas: Relative or Adjective Clauses e Adverbial Clauses. A seguir abor-
daremos de forma mais detalhada esses dois tipos de orações subordinadas.

Orações Relativas – Relative / Adjective Clauses

As orações relativas (relative/adjective clauses) realizam a mesma função de um adjetivo, ou seja, complementam um substantivo ou
um pronome da oração principal, que é chamado de antecedente. Para adicionarmos informações ao antecedente, usamos os pronomes
relativos (who, whom, whose, which e that).
Há dois tipos de orações relativas: as restritivas (defining relative clauses) e as explicativas (non-defining relative clauses). A escolha
do pronome relativo dependerá do tipo de oração (restritiva ou explicativa) e da função que exercem (sujeito, objeto ou ideia de posse).

Defining Relative Clauses - Orações Restritivas


Essas orações definem ou diferenciam o antecedente, ou seja, elas servem para definir sobre quem ou sobre o que estamos falando.
Observe suas características:

- Não são antecedidas de vírgula.


Do you know the girl who is talking to Tom?
(Você conhece a menina que está falando com o Tom?)
I was invited to a party which was not very excited.
(Fui convidado para uma festa que não estava muito animada.)
I met a woman who can speak six languages. (Conheci uma mulher que sabe falar seis idiomas.)

Uso dos pronomes

FUNÇÃO PESSOA COISA


Sujeito who / that which / that
Objeto who / whom / that / - which / that / -
Possessivo whose whose

Observando o quadro acima, concluímos que as orações restritivas que se referem a pessoas são introduzidas por who, whom ou
that, já as orações restritivas que se referem a coisas são introduzidas por which ou that. O pronome possessivo whose é usado tanto para
pessoas como para coisas:
Is this the man who / that stole your bag? (É este o homem que roubou sua bolsa?)
I need a car which is big. (Preciso de um carro que seja grande.)
Do you know the boy whose mother is a nurse? (Você conhece o menino cuja mãe é enfermeira?)
The tree whose leaves have fallen. (A árvore cujas folhas caíram.)
It’s the house whose door is painted red. (Trata-se da casa cuja porta é pintada de vermelho.)
- O pronome relativo pode ser omitido quando exercer função de objeto. Mas lembre-se: essa omissão jamais pode ocorrer quando
o pronome exercer função de sujeito. Quando o pronome relativo for seguido por um verbo, ele exerce função de sujeito. Caso o relativo
seja seguido por um substantivo ou pronome, ele exerce função de objeto. Observe os exemplos abaixo:

Christopher Columbus was the man who discovered America.


(Cristóvão Colombo foi o homem que descobriu a América.)

Gustavo is the journalist who writes for the Times.


(Gustavo é o jornalista que escreve para o Times.)

The man who lives next door is my grandfather.


(O homem que mora na casa ao lado é meu avô.)

This is the person (who) I saw at the bakery last night. - O pronome who é opcional.
(Esta é a pessoa que eu vi na padaria ontem à noite.)

75
INGLÊS

Sorry, I have lost the CD (which) I borrowed from you. - O pronome which é opcional.
Desculpa, perdi o CD que peguei emprestado de você.)

Richard is the lawyer (who) we met last week. - O pronome who é opcional.
(Ricardo é o advogado que conhecemos na semana passada.)

VOZ ATIVA E PASSIVA

Diferente da voz ativa, em que a ênfase está em quem praticou a ação, ou seja, no sujeito, a voz passiva se preocupa em enfatizar o
objeto, ou seja, aquele que sofre a ação expressa pelo verbo.
Examples:

George teaches biology to Cecilia. (active voice)


- George → sujeito
- Biology → obj. dir.
- Cecilia → obj. ind.

Biology is taught to Cecilia by George. (passive voice)


- Biology → sujeito
- Cecilia → obj. ind.
- George → ag. Da passiva

John told me a story. (active voice)


- John → sujeito
- me → obj. ind.
- story → obj. dir.

A story was told me by John. (passive voice)


- Story → sujeito
- me → obj. ind.
- John → ag. da passiva

1. Se o verbo na voz ativa for seguido de preposição, a preposição deve acompanhar o verbo na voz passiva:

VOZ ATIVA: Everybody is talking about Jane’s car.


VOZ PASSIVA: Jane’s car is being talked about (by everybody).

2. Verbos com dois objetos (direto e indireto) admitem duas formas de passiva:

Someone gave Jim (obj indireto) the money (obj direto).


- The money was given to Jim.
- Jim was given the money.

3. O agente da passiva é normalmente omitido quando não for importante, desconhecido ou óbvio no con-
texto da frase:
The new hotel will be opened in November.

76
INGLÊS

Tempo na voz ativa Voz passiva Exemplos


Voz ativa: Bob writes letters. (Bob escreve cartas).
Presente simples are/ is + particípio
Voz Passiva: Letters are written by Bob. (Cartas são escritas por
Bob).
Voz ativa: Bob is writing a letter. (Bob está escrevendo uma carta).
Presente contínuo is/are + being + verbo no particípio
Voz passiva: A letter is being written by Bob. (Uma carta está sendo
escrita por Bob).
Voz ativa: Bob wrote a letter. (Bob escreveu uma carta).
Passado simples was/were + verbo no particípio
Voz passiva: A letter was written by Bob. (Uma carta foi escrita por
Bob).
Voz ativa: Bob was writing a letter. (Bob estava escrevendo uma car-
ta).
was/were + being + verbo no
Passado contínuo
particípio
Voz passiva: A letter was being written by Bob. (Uma carta estava
sendo escrita por Bob).
Voz ativa: Bob will write a letter. (Bob escreverá uma carta).
Futuro simples will be + verbo no particípio
Voz passiva: A letter will be written by Bob. (Uma carta será escrita
por Bob).
Voz ativa: Bob has written letters. (Bob tem escrito cartas).
has/have + been + verbo no parti-
Presente perfeito
cípio Voz passiva: Letters have been written by Bob. (Cartas têm sido es-
critas por Bob).
Voz ativa: Bob had written letters. (Bob tinha escrito cartas).
Passado Perfeito had been + verbo no particípio
Voz passiva: Letters had been written by Bob. (Cartas tinham sido
escritas por Bob).
Voz ativa: Bob is going to write a letter. (Bob escreverá uma carta).
Futuro com o “going am/is/are + going to be + verbo no
to” particípio Voz passiva: A letter is going to be written by Bob. (Uma carta será
escrita por Bob).

- Sujeito Indeterminado e o Agente da passiva


Há dois casos em que o agente da passiva pode ser omitido:

1º) Quando o sujeito da voz ativa não for importante ou for desconhecido ou indeterminado:

Somebody planted peas yesterday. (active voice)


- Somebody → sujeito
- peas → obj. dir.

Peas were planted yesterday. (passive voice)


- Peas → sujeito

2º) Quando for óbvio:

The letter was delivered early this morning.


(Who delivers letters? A mail carrier does.)

- (Be) supposed to
Usado para dizer que algo é planejado, programado, combinado ou esperado.

The dinner is supposed to be a secret, but everybody seems to know about it.

77
INGLÊS

What are you doing at work? You’re supposed to be on holiday. Exemplos:


- Atropelou-se em sua próprias palavras.
My boss was supposed to call me last night, but she didn’t. - Partiu-se todo naquele jogo de futebol.
- Uso do “GET” em construção passiva - Olhei-me ao espelho.
Em alguns casos, pode-se usar get ao invés de be na voz pas-
siva: Voz reflexiva recíproca
A voz reflexiva também pode ser recíproca. Isso acontece quan-
1) Para expressar mudanças ou acontecimentos, geralmente do o verbo reflexivo indica reciprocidade, ou seja, quando dois ou
inesperados e acidentais: mais sujeitos praticam a ação, ao mesmo tempo que também são
I got hurt in my job. pacientes.

2) Para descrever o feito negativo de uma ação sobre alguém: Exemplos:


The computer got broken. - Eu, meus irmãos e meus primos damo-nos bastante bem.
- Os dias e as noites passam-se sem que haja qualquer novi-
3) Para descrever rotinas: dade.
The library gets cleaned every Mondays. - Sofia e Lucas amam-se.

4) Para descrever o resultado de uma ação desempenhada por


alguém em benefício próprio: DISCURSO DIRETO E INDIRETO.
He worked hard and got elected the Director of the company.
O domínio do uso do discurso direto e indireto é fundamental
- Have something done / Get something done para se tornar fluente na língua inglesa. Estes estilos de discurso
Tais construções expressam uma ação que alguém faz a nosso são amplamente utilizados tanto na fala quanto na escrita, e uma
pedido ou em nosso favor, ou seja, não somos nós que realizamos compreensão clara de suas regras e aplicações é indispensável. A
a ação. seguir, abordaremos essas duas formas de discurso, suas regras
gramaticais e de pontuação, e ofereceremos exemplos para eluci-
Estrutura: have + objeto + particípio passado do verbo prin- dar esses conceitos.
cipal
— Discurso Direto
Estrutura: get + objeto + particípio passado do verbo principal O discurso direto é uma maneira de representar exatamente
o que alguém disse. O texto ou a fala são colocados entre aspas
My mother had the roof repaired yesterday. duplas e são uma reprodução literal do que foi dito. Exemplos:
– She said, “I am going to the store.” (Ela disse, “Eu vou à
I got my car fixed last night. loja”)
– “I can’t believe you did that!” said Sarah. (“Eu não acredito
O tempo verbal de have / get pode mudar: que você disse aquilo!”, falou Sarah)
– The teacher asked, “Did you complete your homework?” (O
I have my hair cut once a month. professor perguntou, “Você completou sua tarefa?”)
(Eu corto meu cabelo uma vez por mês.)
Regras Gramaticais
I had my hair cut last month. – Aspas Duplas: utilize aspas duplas para delimitar o início e
(Eu cortei meu cabelo no mês passado.) o fim do discurso direto.
– Vírgula: quando uma “tag de fala” (como “he said” ou “she
I will have my hair cut next week. asked”) precede o discurso direto, uma vírgula é geralmente usa-
(Vou cortar meu cabelo na semana que vem.) da após a tag de fala.
– Letra Maiúscula: a primeira palavra dentro das aspas deve
I’m going to have my hair cut this afternoon. ser em maiúscula.
(Vou cortar meu cabelo hoje à tarde.) – Pontuação Interna: pontuações como ponto de exclama-
ção, ponto de interrogação e ponto final devem ser colocadas
Voz reflexiva1 dentro das aspas.

Na voz reflexiva o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, Utilizando Discurso Direto em Narrativas
uma vez que o sujeito pratica e recebe a ação. Vantagens:
– Imediatismo e Engajamento: o discurso direto é mais ime-
A voz reflexiva é formada por: diato e coloca o leitor na cena, criando uma sensação de ação e
Verbo na voz ativa + pronome oblíquo (me, te, se, nos, vos), urgência.
que serve de objeto direto ou, por vezes, de objeto indireto, e re- – Autenticidade e Personalidade: ao usar as palavras exatas
presenta a mesma pessoa que o sujeito. do personagem, o escritor pode transmitir estilo, dialeto, tom e
emoções do personagem de uma forma muito real.
1 http://bit.ly/2K5M6uw

78
INGLÊS

– Dinamismo: ele pode adicionar ritmo e dinamismo à narra- discurso indireto fornece uma forma mais resumida e objetiva de
tiva, tornando-a mais viva e interessante. transmitir o mesmo conteúdo, embora com menos detalhes emo-
Quando Usar: cionais.
– Diálogos Importantes: use discurso direto quando o que No jornalismo, por exemplo, o discurso direto é frequente-
está sendo dito é crucial para a trama ou o desenvolvimento do mente usado para citar fontes com precisão, fornecendo credibili-
personagem. dade e permitindo que os leitores façam suas próprias avaliações
– Construção de Personagem: quando você quer mostrar as sobre a informação apresentada. Em contraste, o discurso indire-
características únicas do personagem através de sua fala. to pode ser empregado para resumir declarações ou informações
– Cenas de Ação: em cenas mais movimentadas ou emocio- mais complexas, tornando a leitura mais fluida e acessível.
nantes, o discurso direto pode aumentar o ritmo e a tensão. Na literatura, a escolha entre discurso direto e indireto pode
moldar toda a atmosfera de uma cena. Diálogos intensos e mo-
— Discurso Indireto mentos emocionais são frequentemente melhor retratados usan-
O discurso indireto é um método de relatar uma declaração do discurso direto. Isso porque o discurso direto permite que os
feita por outra pessoa sem citá-la literalmente. Isso permite que leitores “entrem na cena”, por assim dizer, dando-lhes acesso di-
o falante adapte a declaração ao contexto em que está sendo re- reto aos pensamentos e sentimentos dos personagens. O discur-
latada, fazendo alterações de acordo com a gramática e o estilo. so indireto, por outro lado, tende a ser mais eficaz para fornecer
Exemplos: informações de fundo, resumir eventos ou criar transições suaves
– He said that he was going to the store. (Ele disse que estava entre diferentes seções de uma história.
indo para a loja.) Acadêmicos e profissionais costumam preferir o discurso indi-
– She said that she couldn’t believe I did that. (Ela disse que reto por sua objetividade e tom formal. Ao sintetizar informações,
não conseguia acreditar que eu fiz isso.) o discurso indireto permite que o escritor mantenha um grau de
– The teacher asked if we had completed our homework. (A distância e formalidade, o que é frequentemente necessário em
professora perguntou se tínhamos feito o dever de casa.) textos acadêmicos ou relatórios profissionais. No entanto, mesmo
nesses contextos, o discurso direto pode ser usado para citar fon-
Regras Gramaticais tes ou teorias de forma precisa e inequívoca.
– Verbo de Relato: Frequentemente inicia com um verbo de Além dessas aplicações padrão, há técnicas mais avançadas,
relato (say, tell, ask etc.). como o discurso indireto livre, que combina elementos do discur-
– Ausência de Aspas: Não utiliza aspas para demarcar o dis- so direto e indireto para criar uma sensação de proximidade emo-
curso. cional com o personagem. Isso é especialmente útil em narrativas
Mudanças Possíveis: literárias que buscam um efeito mais introspectivo.
– Tempo Verbal: Pode ser necessário ajustar o tempo verbal. A escolha entre discurso direto e indireto também pode ser
– Pronomes: Os pronomes também podem precisar ser alte- influenciada por fatores culturais. Literaturas clássicas de diferen-
rados para se ajustar ao novo contexto. tes culturas podem ter uma prevalência maior de discurso indire-
– Expressões Temporais e Locais: “Here” pode se tornar “the- to, enquanto literaturas modernas e contemporâneas favorecem
re”, “today” pode se tornar “that day”, etc. o discurso direto para criar um senso de imediatismo e realismo.
Assim vemos que o domínio do discurso direto e indireto
Utilizando Discurso Indireto em Narrativas oferece ao escritor uma variedade de meios para comunicar in-
Vantagens: formações, expressar estilos distintos e gerar diferentes impactos
– Resumo e Clareza: O discurso indireto permite que você emocionais. Portanto, entender quando e como utilizar cada for-
resuma conversas ou informações, tornando a narrativa mais con- ma pode enriquecer significativamente sua escrita e narrativa
cisa.
– Formalidade e Distância: É útil quando a informação é mais
importante do que a forma como ela é dita, ou quando um tom
LEITURA E COMPREENSÃO DE TIPOS TEXTUAIS
mais formal ou distante é apropriado.
DIVERSOS: RECONHECIMENTO DE INFORMAÇÕES
– Fluxo Narrativo: Ele pode ser incorporado de forma mais
ESPECÍFICAS
.
suave ao texto, mantendo um fluxo narrativo constante.
Reading Comprehension
Quando Usar: Interpretar textos pode ser algo trabalhoso, dependendo do
– Informações Secundárias: Quando o que está sendo dito assunto, ou da forma como é abordado. Tem as questões sobre o
é importante, mas a forma específica como é dito não é crucial. texto. Mas, quando o texto é em outra língua? Tudo pode ser mais
– Transições e Contexto: É útil para fornecer informações de assustador.
fundo ou para transições entre cenas diferentes. Se o leitor manter a calma, e se embasar nas estratégias do
– Tom Acadêmico ou Profissional: Em escrita mais formal, o Inglês Instrumental e ter certeza que ninguém é cem por cento leigo
discurso indireto é frequentemente preferido por sua objetivida- em nada, tudo pode ficar mais claro.
de e tom neutro.
O uso de discurso direto e indireto na língua inglesa é uma
habilidade que vai além da mera gramática; é uma ferramenta es-
tilística que tem o poder de transformar tanto a narrativa quanto
a experiência do leitor. Enquanto o discurso direto captura a voz
exata de um personagem, completo com seu tom e emoção, o

79
INGLÊS

Vejamos o que é e quais são suas estratégias de leitura:

Inglês Instrumental
Também conhecido como Inglês para Fins Específicos - ESP, o Inglês Instrumental fundamenta-se no treinamento instrumental dessa
língua. Tem como objetivo essencial proporcionar ao aluno, em curto prazo, a capacidade de ler e compreender aquilo que for de extrema
importância e fundamental para que este possa desempenhar a atividade de leitura em uma área específica.

Estratégias de leitura
• Skimming: trata-se de uma estratégia onde o leitor vai buscar a ideia geral do texto através de uma leitura rápida, sem apegar-se a
ideias mínimas ou específicas, para dizer sobre o que o texto trata.
• Scanning: através do scanning, o leitor busca ideias específicas no texto. Isso ocorre pela leitura do texto à procura de um detalhe
específico. Praticamos o scanning diariamente para encontrarmos um número na lista telefônica, selecionar um e-mail para ler, etc.
• Cognatos: são palavras idênticas ou parecidas entre duas línguas e que possuem o mesmo significado, como a palavra “vírus” é es-
crita igualmente em português e inglês, a única diferença é que em português a palavra recebe acentuação. Porém, é preciso atentar para
os chamados falsos cognatos, ou seja, palavras que são escritas igual ou parecidas, mas com o significado diferente, como “evaluation”,
que pode ser confundida com “evolução” onde na verdade, significa “avaliação”.
• Inferência contextual: o leitor lança mão da inferência, ou seja, ele tenta adivinhar ou sugerir o assunto tratado pelo texto, e durante
a leitura ele pode confirmar ou descartar suas hipóteses.
• Reconhecimento de gêneros textuais: são tipo de textos que se caracterizam por organização, estrutura gramatical, vocabulário
específico e contexto social em que ocorrem. Dependendo das marcas textuais, podemos distinguir uma poesia de uma receita culinária,
por exemplo.

• Informação não-verbal: é toda informação dada através de figuras, gráficos, tabelas, mapas, etc. A informação não-verbal deve ser
considerada como parte da informação ou ideia que o texto deseja transmitir.
• Palavras-chave: são fundamentais para a compreensão do texto, pois se trata de palavras relacionadas à área e ao assunto abordado
pelo texto. São de fácil compreensão, pois, geralmente, aparecem repetidamente no texto e é possível obter sua ideia através do contexto.
• Grupos nominais: formados por um núcleo (substantivo) e um ou mais modificadores (adjetivos ou substantivos). Na língua inglesa
o modificador aparece antes do núcleo, diferente da língua portuguesa.
• Afixos: são prefixos e/ou sufixos adicionados a uma raiz, que modifica o significado da palavra. Assim, conhecendo o significado de
cada afixo pode-se compreender mais facilmente uma palavra composta por um prefixo ou sufixo.
• Conhecimento prévio: para compreender um texto, o leitor depende do conhecimento que ele já tem e está armazenado em sua
memória. É a partir desse conhecimento que o leitor terá o entendimento do assunto tratado no texto e assimilará novas informações.
Trata-se de um recurso essencial para o leitor formular hipóteses e inferências a respeito do significado do texto.

O leitor tem, portanto, um papel ativo no processo de leitura e compreensão de textos, pois é ele que estabelecerá as relações entre
aquele conteúdo do texto e os conhecimentos de mundo que ele carrega consigo. Ou mesmo, será ele que poderá agregar mais profun-
didade ao conteúdo do texto a partir de sua capacidade de buscar mais conhecimentos acerca dos assuntos que o texto traz e sugere.
Não se esqueça que saber interpretar textos em inglês é muito importante para ter melhor acesso aos conteúdos escritos fora do país,
ou para fazer provas de vestibular ou concursos.

CAPACIDADE DE ANÁLISE E SÍNTESE

Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em tópicos anteriores

INFERÊNCIA

A inferência em língua inglesa refere-se à habilidade de deduzir informações implícitas a partir do contexto da comunicação, seja at-
ravés da fala ou da escrita. É um processo importante para a compreensão do significado de uma mensagem, especialmente quando nem
todas as informações são fornecidas de forma explícita.
A inferência é um processo cognitivo que envolve a combinação de informações explícitas com conhecimentos prévios e experiências
pessoais para chegar a uma conclusão lógica sobre o que está sendo comunicado. É importante ressaltar que a inferência é subjetiva e
pode variar de pessoa para pessoa, dependendo do conhecimento e das experiências individuais.
Existem diversos tipos de inferência em inglês, como inferência lexical (dedução do significado de uma palavra desconhecida a partir
do contexto), inferência de referência (identificação do referente de uma palavra ou expressão), inferência de implicação (dedução de
uma informação implícita a partir de uma informação explícita) e inferência de pressuposto (identificação de uma crença ou suposição
subjacente a uma afirmação).

80
INGLÊS

A inferência é uma habilidade importante para a leitura, a compreensão oral e a comunicação em inglês. Para desenvolvê-la, é fun-
damental ter um bom conhecimento do vocabulário e das estruturas gramaticais, além de ser capaz de identificar pistas contextuais e
reconhecer nuances na comunicação. Praticar a leitura e a escuta ativa, prestando atenção aos detalhes e fazendo inferências a partir do
contexto, é uma forma eficaz de aprimorar essa habilidade.
Em resumo, a inferência é um processo essencial para a compreensão da comunicação em inglês, permitindo que os falantes deduzam
informações implícitas a partir do contexto e do conhecimento prévio. Desenvolver essa habilidade pode melhorar significativamente a
comunicação em inglês, tornando-a mais eficaz e precisa.

RECONHECIMENTO DE COGNATOS E FALSOS COGNATOS

Aprender uma língua estrangeira nem sempre é fácil, especialmente quando se trata de vocabulário. Felizmente, existem muitas
maneiras de aprender o vocabulário em inglês – e algumas delas são até um pouco divertidas!
Uma das maneiras mais populares de aprender vocabulário em inglês é usar flashcards. Cada flashcard terá uma palavra em inglês
escrita na frente e a tradução ou definição da palavra no verso. Para estudá-los, você deve olhar para um lado de um cartão e dizer a
palavra no idioma oposto antes de olhar para o outro lado do cartão (portanto, se você estivesse olhando para o lado em inglês, por
exemplo, você diz a palavra em seu idioma nativo).
Os flashcards são excelentes recursos porque ajudam a memorizar as palavras do vocabulário de maneira rápida e eficaz. Eles também
são personalizáveis e reutilizáveis. Cartões em papel e digitais estão disponíveis, mas você pode fazer seus próprios cartões, comprar
um baralho pré-fabricado ou baixar um na internet. Algumas pessoas preferem estudar línguas estrangeiras com flashcards digitais ou
computadorizados. Esses tipos de flashcards podem ser acessados por meio de aplicativos de software, sites e/ou aplicativos.
Outro método útil é fazer uma lista de todas as palavras do vocabulário em inglês que você deseja aprender. Uma lista é diferente de
flashcards porque contém todas as palavras que você precisa saber em um só lugar (em vez de em cartões separados). Se você não quer
lidar com o incômodo de usar cartões de anotações, uma lista de estudos é uma opção sólida.
Se você deseja praticar a ortografia de palavras em inglês e gosta de fazer algo físico enquanto estuda, escrever palavras é uma boa
opção para tentar. Com esse método, você escreverá cada palavra em inglês várias vezes ao pronunciá-la em voz alta.
Se você já fez cursos de inglês no passado, provavelmente já teve deveres de casa semelhantes a este. Embora a memorização
mecânica não seja a preferência de todos, ainda pode ser uma maneira altamente eficaz de aprender palavras em inglês.
Se você está cansado de flashcards e listas, os questionários de vocabulário são uma ótima maneira de testar o que você aprendeu e
garantir que você realmente entenda o significado das palavras em inglês.
Muitos testes de palavras em inglês estão disponíveis gratuitamente online. Enquanto alguns são testes tradicionais, outros são mais
parecidos com jogos, por exemplo, você pode encontrar um jogo de correspondência no qual precisa combinar palavras em inglês com
seus significados (também em inglês!).
Você também pode fazer seus próprios testes de vocabulário usando qualquer um dos recursos acima (flashcards, listas e etc.).

Confira a seguir uma tabela do vocabulário mais comumente usado na língua inglesa:

He is in jail as a result of a criminal act.


act ato
(Ele está na cadeia como resultado de um ato criminoso.)
I made an apple pie.
apple maçã
(Eu fiz uma torta de maçã.)
I love the fresh air that comes from the sea.
air ar
(Eu amo o ar fresco que vem do mar.)
There are many animals at risk of extinction. (
animal animal
Há muitos animais em risco de extinção.)
baby bebê Her baby was born yesterday. (O bebê dela nasceu ontem.)
1. My back hurts.
1. costas; (Minhas costas estão doendo.)
back
2. parte de trás 2. He parked his car at the back of the building.
(Ele estacionou o carro na parte de trás do prédio.)
The player kicked the ball and scored a goal.
ball bola
(O jogador chutou a bola e marcou um gol.)
Most species of bears are omnivorous.
bear urso
(A maioria das espécies de urso é onívora.)

81
INGLÊS

The boy is sleeping in his new bed.


bed cama
(O menino está dormindo na cama nova dele.)
1. Church bells are huge.
1. sino; (Os sinos das igrejas são enormes.)
bell
2. campainha 2. She stopped by the door and rang the bell.
(Ela parou à porta e tocou a campainha.)
There is a bird nest on the tree.
bird pássaro
(Há um ninho de pássaro na árvore.)
My birthday is on March 15.
birthday aniversário
(Meu aniversário é no dia 15 de março.)
We went to the island by boat.
boat barco
(Fomos para a ilha de barco.)
The clown jumped out of the box.
box caixa
(O palhaço pulou para fora da caixa.)
The boy was playing soccer with his sister.
boy menino
(O menino estava jogando futebol com a irmã dele.)
I would like my bread with butter.
bread pão
(Eu gostaria do meu pão com manteiga.)
My brother is younger than me.
brother irmão
(Meu irmão é mais novo que eu.)
I made a chocolate cake for dessert.
cake bolo
(Fiz um bolo de chocolate para a sobremesa.)
chamada I have two missed calls.
call
(telefônica) (Tenho duas chamadas perdidas.)
His new car came with ABS.
car carro
(O carro novo dele vem com ABS.)
My cat purred loudly. (
cat gato
Meu gato ronronou muito alto.)
What was the cause of the accident?
cause causa
(Qual foi a causa do acidente?)
The leg of the chair is broken.
chair cadeira
(A perna da cadeira está quebrada.)
1. Chickens and rabbits were raised in the same area of the farm.
1. galinha; (As galinhas e os coelhos eram criados na mesma área da fazenda.)
chicken
2. frango 2. We’ll have chicken for dinner.
(Vamos comer frango no jantar.)
Children usually love chocolate.
children crianças
(As crianças geralmente adoram chocolate.)
Christmas is just around the corner.
Christmas Natal
(O Natal está quase chegando.)
He took the keys out of his coat pocket.
coat casaco
(Ele tirou as chaves do bolso do casaco.)
There is a corn field beside my house
corn milho
. (Há um campo de milho ao lado da minha casa.)
Their cows provide enough milk for the whole family.
cow vaca
(As vacas deles fornecem leite suficiente para a família toda.)
Today will be the hottest day of the year.
day dia
(Hoje vai ser o dia mais quente do ano.)
Labradors are friendly dogs.
dog cachorro
(Os labradores são cachorros amigáveis.)

82
INGLÊS

The rag doll is her favorite.


doll boneca
(A boneca de pano é a preferida dela.)
Don’t slam the door!
door porta
(Não bata a porta!)
There are three ducks in the lake.
duck pato
(Há três patos no lago.)
There’s a bush at the water’s edge.
edge borda; beira
(Há um arbusto na beira da água.)
They always have bacon and eggs for breakfast.
egg ovo
(Eles sempre comem bacon e ovos no café da manhã.)
She has beautiful hazel eyes.
eye olho
(Ela tem lindos olhos cor de mel.)
I’ll show you the farm animals.
farm fazenda
(Vou te mostrar os animais da fazenda.)
The farmer worked the whole day in the corn field.
farmer fazendeiro
(O fazendeiro trabalhou o dia todo no campo de milho.)
He was named after his father.
father pai
(Ele tem o nome do pai dele.)
Everybody in my family has flat feet.
feet pés
(Todo mundo na minha família tem pés chatos.)
We called the firefighters because the fire spread.
fire fogo
(Ligamos para os bombeiros porque o fogo se espalhou.)
I ordered fish and chips at the restaurant.
fish peixe
(Eu pedi peixe e batata frita no restaurante.)
The kid spilled orange juice on the floor.
floor chão
(A criança derramou suco de laranja no chão.)
Tulips are my favorite flowers.
flower flor
(As tulipas são as minhas flores preferidas.)
1. His art is amazing both in form and color.
1. forma; formato (A arte dele é maravilhosa tanto na forma quanto na cor.)
form
2. formulário 2. You have to fill in the form to be able to apply for the job.
(Você tem que preencher o formulário para poder concorrer ao emprego.)
The soccer game will begin at 3 p.m.
game jogo
(O jogo de futebol começará às 15h.)
My new house has a beautiful garden.
garden jardim
(Minha casa nova tem um lindo jardim.)
She will have a baby girl.
girl menina
(Ela vai ter uma menina.)
The kids accidentally broke the glass door.
1. vidro; (As crianças quebraram a porta de vidro acidentalmente.)
glass
2. copo 2. I would like a glass of water.
(Eu gostaria de um copo d’água.)
We said goodbye and left.
goodbye tchau, adeus
(Dissemos adeus e partimos.)
He payed me to cut the grass.
grass grama
(Ele me pagou para cortar a grama.)
The ground is stony in this area.
ground chão
(O chão é pedregoso nessa área.)
He writes with his left hand. (
hand mão
Ele escreve com a mão esquerda.)

83
INGLÊS

She had a head injury in the accident.


head cabeça
(Ela teve uma lesão na cabeça no acidente.)
help ajuda I need some help! (Preciso de ajuda!)
The rock rolled down the hill.
hill montanha
(A pedra rolou montanha abaixo.)
Home sweet home.
home lar, casa
(Lar doce lar.)
Surgery is his only hope.
hope esperança
(A cirurgia é a única esperança dele.)
I don’t know how to ride a horse.
horse cavalo
(Eu não sei andar de cavalo.)
We bought a house with three bedrooms.
house casa
(Compramos uma casa com três quartos.)
He lost his job last year and is still unemployed.
job emprego, trabalho
(Ele perdeu o emprego no ano passado e ainda está desempregado.)
What kind of restaurante is this?
kind tipo
(Que tipo de restaurante é este?)
My mom gave me a kitty.
kitty filhote de gato
(Minha mãe me deu um filhote de gato.)
The turtle laid the eggs in the land. (
land terra
A tartaruga colocou os ovos na terra.)
I hurt my leg when I was skiing.
leg perna
(Machuquei minha perna quando estava esquiando.)
I wrote a letter to my cousin who lives abroad.
letter carta
(Escrevi uma carta para a minha prima que mora no exterior.)
He drew a straight red line.
line linha
(Ele desenhou uma linha vermelha reta.)
1. He has a sad look.
(Ele tem um olhar triste.)
1. olhar;
2. Let me give a look.
look 2. olhada;
(Deixa eu dar uma olhada.)
3. visual
3. I loved his look.
(Amei o visual dele.)
That man is my uncle.
man homem
(Aquele homem é meu tio.)
Those men in front of the school are our teachers.
men homens
(Aqueles homens em frente à escola são nossos professores.)
The legs of the table are made of metal.
metal metal
(As pernas da mesa são feitas de metal.)
Dairy products contain or are made of milk.
milk leite
(Os produtos lácteos contêm ou são feitos de leite.)
I spent all the money I got.
money dinheiro
(Gastei todo o dinheiro que recebi.)
We’ll celebrate his birthday this month.
month mês
(Vamos comemorar o aniversário dele este mês.)
I woke up early this morning.
morning manhã
(Acordei cedo esta manhã.)
My mother was born in 1946.
mother mãe
(Minha mãe nasceu em 1946.)

84
INGLÊS

My dog’s name is Duke.


name nome
(O nome do meu cachorro é Duke.)
There’s no need to panic.
need necessidade
(Não há necessidade de entrar em pânico.)
The bird fell off the nest.
nest ninho
(O passarinho caiu do ninho.)
Even the nights are hot in Brazil.
night noite
(Até as noites são quentes no Brasil.)
Seven is my lucky number
number número
. (O sete é o meu número da sorte.)
These flowers are made of paper.
paper papel
(Estas flores são feitas de papel.)
We are going to a costume party.
party festa
(Estamos indo a uma festa à fantasia.)
1. There are a lot of people outside.
1. pessoas; (Há muitas pessoas lá fora.)
people
2. povo 2. The president did not receive the support of the people.
(O presidente não recebeu o apoio do povo.)
1. We took a picture on the beach.
1. foto; (Tiramos uma foto na praia.)
picture
2. imagem 2. This book has beautiful pictures.
(Este livro tem imagens lindas.)
I met him at the meeting point.
point ponto
(Encontrei com ele no ponto de encontro.)
The farmer bought two more pigs.
pig porco
(O fazendeiro comprou mais dois porcos.)
We moored the ship at the port.
port porto
(Atracamos o navio no porto.)
Rio de Janeiro is my favorite place in the world.
place lugar
(O Rio de Janeiro é meu lugar preferido no mundo.)
rabbit coelho She’s got a cute white rabbit. (Ela tem um coelho branco fofinho.)
rain chuva A heavy rain will fall tomorrow. (Uma chuva forte vai cair amanhã.)
She got the blood test results.
result resultado
(Ela pegou os resultados do exame de sangue.)
She fought for her rights.
right direito
(Ela lutou por seus direitos)
Her engagement ring is beautiful.
ring anel
(O anel de noivado dela é lindo.)
The root generally attaches the plant to the ground.
root raiz
(A raiz geralmente fixa a planta ao solo.)
Santa Claus wears red clothes.
Santa Claus Papai Noel
(O Papai Noel usa roupas vermelhas.)
We do not go to school on Sundays.
school escola
(Nós não vamos à escola aos domingos.)
Some people like to eat sunflower seeds.
seed semente
(Algumas pessoas gostam de comer sementes de girassol.)
1. She is serving a four-year sentence for fraud.
1. pena; (Ela está cumprindo uma pena de quatro anos por fraude.)
sentence
2. frase 2. The first sentences of the text were about education.
(As primeiras frases do texto eram sobre educação.)

85
INGLÊS

I bought a set of make-up brushes.


set conjunto
(Comprei um conjunto de pincéis de maquiagem.)
There are sheep and goats at his farm.
sheep ovelha
(Há ovelhas e bodes na fazenda dele.)
I prefer high heel shoes.
shoe sapato
(Eu prefiro sapatos de salto alto.)
My friend has a twin sister.
sister irmã
(Minha amiga tem uma irmã gêmea.)
You’ll love tonight’s show.
show espetáculo, show
(Você vai adorar o show de hoje à noite.)
This is my favorite song.
song música
(Esta é minha música preferida.)
I heard a sound coming from upstairs.
sound som
(Ouvi um som vindo do andar de cima.)
He put a spell on you.
spell feitiço
(Ele colocou um feitiço em você.)
There are many squirrels at this park.
squirrel esquilo
(Há muitos esquilos neste parque.)
He was hit with a stick.
stick pau
(Ele foi agredido com um pau.)
The restaurant is across the street.
street rua
(O restaurante é do outro lado da rua.)
The sun is shining today.
sun sol
(O sol está brilhando hoje)
The notebook is on the table.
table mesa
(O caderno está em cima da mesa.)
What’s that thing in the box?
thing coisa
(O que é aquela coisa na caixa?)
1. I have waited for you for a long time.
1. tempo; (Esperei você por um bom tempo.)
time
2. hora 2. What time is it?
(Que horas são?)
He put a Brazilian flag at the top of the Everest.
top topo
(Ele colocou uma bandeira brasileira no topo do Everest.)
I got him a new toy car.
toy brinquedo
(Comprei um novo carrinho de brinquedo para ele.)
There are different species of trees in that forest.
tree árvore
(Há diferentes espécies de árvore naquela floresta.)
I made it in the second try.
try tentativa
(Consegui na segunda tentativa.)
Now it’s my turn.
turn vez
(Agora é a minha vez.)
I need to buy new batteries for the watch.
watch relógio
(Preciso comprar pilhas novas para o relógio.)
May I drink some water?
water água
(Posso beber água?)
We’ll find a way to make it happen.
way maneira, jeito
(Vamos encontrar uma maneira de fazer acontecer.)

86
INGLÊS

The weather in Brazil is extremely hot in December.


weather tempo, clima
(O tempo no Brasil é extremamente quente em dezembro.)
Her hair is moving with the wind.
wind vento
(O cabelo dela está se mexendo com o vento.)
He saw everything through the window.
window janela
(Ele viu tudo através da janela.)
This stool is made of wood.
wood madeira
(Este banco é feito de madeira.)
The word “time” is one of the most used nouns in English.
word palavra
(A palavra “tempo/hora” é um dos substantivos mais usados em inglês.)
I won’t need to go to work tomorrow.
work trabalho
(Não precisarei ir para o trabalho amanhã.)
Happy New Year!
year ano
(Feliz Ano Novo!)

— False Friends
Em linguística, o termo informal falsos amigos refere-se a pares de palavras em duas línguas (ou em dois dialetos da mesma língua)
que parecem e/ou soam iguais, mas têm significados diferentes. Também conhecidos como cognatos falsos (ou enganosos).
A Revista Quero separou 35 falsos cognatos mais comuns e encontrou o real significado deles. Confira:

– Pretend
O que as pessoas acham que significa: Pretender
REAL SIGNIFICADO: Fingir

– Prejudice
O que as pessoas acham que significa: Prejudicar
REAL SIGNIFICADO: Preconceito

– College
O que as pessoas acham que significa: Colégio
REAL SIGNIFICADO: Faculdade

– Library
O que as pessoas acham que significa: Livraria
REAL SIGNIFICADO: Biblioteca

– Support
O que as pessoas acham que significa: Suportar
REAL SIGNIFICADO: Apoiar

– Intend
O que as pessoas acham que significa: Entender
REAL SIGNIFICADO: Pretender

– Lunch
O que as pessoas acham que significa: Lanche
REAL SIGNIFICADO: Almoço

– Devolve
O que as pessoas acham que significa: Devolver
REAL SIGNIFICADO: Transferir

– Mayor
O que as pessoas acham que significa: Maior
REAL SIGNIFICADO: Prefeito

87
INGLÊS

– Anthem
O que as pessoas acham que significa: Antena
REAL SIGNIFICADO: Hino

– Parents
O que as pessoas acham que significa: Parente
REAL SIGNIFICADO: Pais (mãe e pai)

– Costume
O que as pessoas acham que significa: Costumar
REAL SIGNIFICADO: Fantasia

– Eventually*
O que as pessoas acham que significa: Eventualmente
REAL SIGNIFICADO: Finalmente
*Nesse caso, “eventually” significa “eventualmente”, mas também pode ser utilizado como “finalmente”.

– Exit
O que as pessoas acham que significa: Hesitar
REAL SIGNIFICADO: Saída

– Fabric
O que as pessoas acham que significa: Fábrica
REAL SIGNIFICADO: Tecido
– Lecture
O que as pessoas acham que significa: Leitura
REAL SIGNIFICADO: Palestra

– Novel
O que as pessoas acham que significa: Novela
REAL SIGNIFICADO: Romance

– Application
O que as pessoas acham que significa: Aplicação
REAL SIGNIFICADO: Inscrição

– Attend
O que as pessoas acham que significa: Atender
REAL SIGNIFICADO: Assistir, Participar

– Pasta
O que as pessoas acham que significa: Pasta
REAL SIGNIFICADO: Massa (alimento)

– Sensible
O que as pessoas acham que significa: Sensível
REAL SIGNIFICADO: Sensato

– Realize
O que as pessoas acham que significa: Realizar
REAL SIGNIFICADO: Perceber

– Shoot
O que as pessoas acham que significa: Chute
REAL SIGNIFICADO: Atirar, fotografar/filmar

88
INGLÊS

– Actually
O que as pessoas acham que significa: Atualmente FIGURAS DE LINGUAGEM;
REAL SIGNIFICADO: Na verdade
Na língua inglesa, assim como em muitos outros idiomas,
– Pull figuras de linguagem e elementos de coesão e coerência são
O que as pessoas acham que significa: Pular indispensáveis para a construção de textos claros, interessantes e
REAL SIGNIFICADO: Puxar eficazes. Eles atuam como ferramentas que dão cor e forma ao que
estamos tentando comunicar. Neste material, vamos explorar esses
– Baton conceitos de forma aprofundada.
O que as pessoas acham que significa: Batom
REAL SIGNIFICADO: Cacetete Figuras De Linguagem
As figuras de linguagem são elementos que acrescentam vigor
– Enroll e imaginação à comunicação verbal e escrita. Elas são essenciais
O que as pessoas acham que significa: Enrolar para tornar um texto mais cativante e para transmitir mensagens de
REAL SIGNIFICADO: Matricular-se, inscrever-se forma mais impactante. Vamos explorar algumas das mais comuns
e úteis figuras de linguagem na língua inglesa, compreendendo o
– Push que são, como são usadas e o impacto que têm na comunicação.
O que as pessoas acham que significa: Puxar
REAL SIGNIFICADO: Empurrar Metáfora
A metáfora é um tipo de comparação que diz que algo é algo que
– Convict não é, a fim de criar um efeito expressivo. Ela vai além da realidade
O que as pessoas acham que significa: Convicto para representar algo de forma mais impactante. Exemplos:
REAL SIGNIFICADO: Condenado – Life is a rollercoaster. (A vida é uma montanha-russa)
– The world is a stage. (O mundo é um palco)
– Tax – Time is a thief. (O tempo é um ladrão)
O que as pessoas acham que significa: Táxi – Her voice is music to his ears. (A voz dela é música para os
REAL SIGNIFICADO: Imposto ouvidos dele)
As metáforas são usadas para fazer conexões entre conceitos
– Coroner diferentes de uma forma direta. Elas têm o poder de tornar um
O que as pessoas acham que significa: Coronel texto ou discurso mais envolvente e emocionalmente ressonante.
REAL SIGNIFICADO: Legista Por exemplo, comparar a vida a uma montanha-russa evoca
imediatamente imagens de altos e baixos emocionais, dando-nos
– Patron uma visão mais profunda da natureza imprevisível da vida.
O que as pessoas acham que significa: Patrão
REAL SIGNIFICADO: Cliente Simile (Símile)
O símile é uma comparação que utiliza as palavras “like” ou
– Foosball “as” para relacionar dois conceitos diferentes. Exemplos:
O que as pessoas acham que significa: Futebol – She sings like an angel. (Ela canta como um anjo)
REAL SIGNIFICADO: Pebolim – Brave as a lion. (Corajoso como um leão)
– Busy as a bee. (Atarefado como uma abelha)
– Genial – Slippery as an eel. (Escorregadio como uma enguia)
O que as pessoas acham que significa: Genial O símile oferece ao leitor ou ouvinte uma estrutura de
REAL SIGNIFICADO: Agradável, amável referência, tornando o ponto mais fácil de entender. Ao dizer que
alguém canta como um anjo, o autor cria uma imagem imediata de
– Valorous pureza e divindade, que eleva a percepção da habilidade da pessoa.
O que as pessoas acham que significa: Valorizado
REAL SIGNIFICADO: Corajoso Aliteração
A aliteração é a repetição do mesmo som ou letra no início de
SIGNIFICAÇÃO LITERAL E CONTEXTUAL DOS palavras adjacentes ou próximas. Exemplos:
VOCÁBULOS E EXPRESSÕES – Peter Piper picked a peck of pickled peppers. (Pedro Picapau
pegou um pacote de pimenta em conserva.)
– She sells seashells by the sea shore. (Ela vende conchas à
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em beira do mar)
tópicos anteriores – Six slippery snails slid silently. (Seis lesmas escorregadias
deslizaram silenciosamente)
– Betty bought a bit of butter. (Betty comprou um pouco de
manteiga)

89
INGLÊS

A aliteração cria ritmo e pode tornar uma frase ou expressão – John lost his wallet. He is looking for it. (John perdeu sua car-
particularmente memorável. Este recurso é frequentemente usado teira. Ele está procurando por ela)
em poesia, slogans publicitários e títulos para criar efeito, ritmo e – The students finished their projects. They presented them
memorabilidade. yesterday. (Os alunos terminaram seus projetos. Eles os apresen-
taram ontem)
Ironia – I bought a new car. It is really fast. (Comprei um carro novo.
A ironia é uma figura de linguagem que envolve uma Ele é realmente rápido)
discrepância entre a aparência e a realidade, seja na forma como as Esses pronomes tornam o texto e/ou a conversa mais fluidos.
palavras são usadas ou na situação em que algo ocorre. Exemplos: Sem eles, teríamos que repetir constantemente os mesmos nomes
– Oh great, another flat tire. (Ah, ótimo, outro pneu furado) ou substantivos, tornando o discurso redundante e monótono.
– This is as clear as mud. (Isso é claro como lama)
– I can’t wait to read the seven hundred page report. (Mal Marcadores de Discurso
posso esperar para ler o relatório de setecentas páginas) Também consideramos os marcadores de discurso elementos
– You’ll be as safe as a kitten in a tree. (Você estará seguro como de coerência e coesão. Eles são palavras ou frases que organizam
um gatinho em uma árvore) o discurso e ajudam a guiar o leitor ou ouvinte através do texto
A ironia é utilizada para expressar um significado que é o oposto ou conversa. Eles podem ser expressões idiomáticas ou advérbios.
do que foi literalmente dito. Ela oferece uma maneira de criticar Exemplos:
ou comentar uma situação, muitas vezes destacando absurdos ou – Firstly, let’s discuss the budget. (Primeiramente, vamos dis-
incongruências. cutir o orçamento)
Estas são apenas algumas das muitas figuras de linguagem – On the other hand, some people disagree. (Por outro lado,
disponíveis na língua inglesa. Elas são instrumentos poderosos algumas pessoas discordam)
na mão de qualquer pessoa que deseja comunicar com eficácia – To sum up, the meeting was very productive. (Para resumir, a
e expressividade. No próximo segmento, vamos mergulhar nos reunião foi muito produtiva)
elementos de coesão e coerência para entender como eles dão – Moreover, the data shows a significant increase. (Além disso,
forma e estrutura à comunicação. os dados mostram um aumento significativo)
– In contrast, older adults performed poorly in the test. (Em
contraste, os adultos mais velhos tiveram um desempenho ruim no
ELEMENTOS DE COESÃO E COERÊNCIA teste)
Marcadores de discurso são como sinais de trânsito para o lei-
Ao escrever ou falar em inglês, uma das tarefas mais desafiado- tor ou ouvinte. Eles indicam a direção do argumento ou narrativa,
ras é garantir que as ideias fluam de forma lógica e clara. É aqui que fornecendo pistas sobre o que esperar a seguir, tornando a informa-
entram os elementos de coesão e coerência. Eles são como a cola ção mais acessível.
que mantém um texto ou discurso unidos, tornando-o mais fácil de
seguir e entender. Vamos nos aprofundar nos vários mecanismos Coerência Temática
que contribuem para a coesão e coerência em inglês. A Coerência temática refere-se à unidade ou foco central que
conecta todas as partes de um texto ou discurso. Exemplos:
Conjunções – Um ensaio sobre mudanças climáticas que aborda causas,
As conjunções são palavras que conectam palavras, frases ou efeitos e soluções sem se desviar para tópicos irrelevantes.
cláusulas. Elas são fundamentais para a construção de sentenças – Um artigo de jornal que começa com um caso específico de
complexas. Exemplos: poluição plástica e, em seguida, aborda o impacto global dos plás-
– She was tired, but she continued working. (Ela estava cansa- ticos nos oceanos.
da, mas continuou trabalhando) – Uma história que começa e termina com o mesmo persona-
– I like tea, whereas he prefers coffee. (Eu gosto de chá, en- gem, mantendo um tema constante de redenção ao longo da nar-
quanto ele prefere café) rativa.
– She enjoys playing the guitar, and she also loves painting. (Ela Coerência temática é o que faz um texto “fazer sentido” como
gosta de tocar guitarra e também ama pintar) um todo. Ela permite que o leitor ou ouvinte siga o fluxo de ideias
– I wanted to stay, yet I had to leave. (Eu queria ficar, contudo e compreenda a mensagem global que o autor está tentando trans-
tive que sair) mitir.
Elas ajudam a mostrar as relações entre as ideias. Além disso, A comunicação eficaz em inglês não é apenas uma questão de
existem diversas outras conjunções que podem ser usadas em con- gramática e vocabulário. Ela também envolve o uso habilidoso de
textos diferentes, de acordo com a necessidade comunicativa. figuras de linguagem e elementos de coesão e coerência. Cada um
desses elementos desempenha um papel crucial em como transmi-
Pronomes de Referência timos mensagens, contamos histórias e apresentamos argumentos.
Os pronomes de referência, por sua vez, são palavras que subs- As figuras de linguagem, como metáforas, símiles e aliterações,
tituem nomes já mencionados para evitar repetição. Exemplos: enriquecem o texto ao adicionar um nível de expressividade e emo-
– Mary is a teacher. She works in a school. (Mary é uma profes- ção que palavras e frases simples não conseguem alcançar. Elas cap-
sora. Ela trabalha em uma escola) turam a atenção, provocam pensamento e estimulam a imaginação.
– I saw the movie. It was great (Eu vi o filme. Ele foi ótimo) Já os elementos de coesão e coerência, incluindo conjunções,
pronomes de referência e marcadores de discurso, são o esqueleto
que dá estrutura ao texto ou discurso. Eles conectam ideias de ma-

90
INGLÊS

neira lógica e fluida, garantindo que o conteúdo seja fácil de seguir - Better education, an increase in the living conditions and a
e compreender. A coerência temática, por sua vez, garante que to- serious health care program would suffice to establish a desirable
das as partes individuais estejam alinhadas a um objetivo ou men- welfare status for the poor population in this country.
sagem central, tornando o texto ou discurso uma unidade coesa. - From now on, not only machines, such as computers, watches
Assim, é evidente que tanto as figuras de linguagem quanto os and vehicles, but also books, trees and even shoes will be equipped
elementos de coesão e coerência são ferramentas indispensáveis with microchips.
para qualquer pessoa buscando dominar o inglês. Eles não apenas
aprimoram as habilidades de comunicação, mas também enrique- 2. Verbo
cem a experiência de engajamento com o idioma, seja na leitura,
na escrita ou na fala. Conhecê-los e saber como e quando usá-los é Como se pode observar nos exemplos anteriores, o verbo ou a
fundamental para se comunicar de forma clara, eficaz e impactante. locução verbal (sublinhados) ocupa a segunda posição na estrutura
frasal inglesa.
Na poesia, na música ou no inglês falado coloquial, pode-se en-
FORMAÇÃO DE FRASES INTERROGATIVAS E contrar exemplos em que esta regra não é observada.
NEGATIVAS, FORMULAÇÃO DE PEDIDOS, PROPOSTAS Entretanto, em linguagem técnico-científica, como no inglês
E SUGESTÕES, REESCRITA E SUBSTITUIÇÃO computacional, o formato S+V+C é usado rigorosamente.
DE PALAVRAS OU DE TRECHOS DE TEXTO, Os dois únicos casos estabelecidos pela gramática inglesa em
REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE ORAÇÕES E DE que um verbo pode iniciar uma oração são:
PERÍODOS DO TEXTO
a) Modo imperativo (nunca é acompanhado de sujeito)
A distribuição correta das palavras na frase ou oração, na língua - The computer is off. Turn it on.
inglesa, segue o mesmo padrão da língua portuguesa. Embora seja - Execute the instructions following the manual procedures.
mais usada de forma rigorosa na primeira. - Please, wait.
A ordem correta é:
b) Frases Interrogativas (um verbo auxiliar sempre antecede o
sujeito da frase).
- Would you please show me how I can run this program?
- Is this the correct way to write it in English ?
- Can you tell me what your e-mail is ?
1. Sujeito
Em casos ainda mais raros, podemos encontrar orações intro-
O sujeito, que sempre ocupa a primeira posição na frase, con- duzidas pelo infinitivo (to stop, to love, to work, etc). Quem nunca
trário ao que ocorre na língua portuguesa, nunca é omitido. O su- ouviu ou falou a clássica shakespeareana: to be or not to be?
jeito pode ser representado por um ou vários substantivos ou por Embora coubesse um auxiliar nessa frase, o que a tornaria mais
pronomes pessoais. específica, o uso do infinitivo desempenha exatamente a função de
tornar o sentido do verbo infinitivo, genérico, atemporal ou impes-
Exemplos: soal. Basta se reportar ao evento em que esta frase foi citada.
- The Microsoft is one of the richest corporations in the world. Um tradutor eletrônico, por razões óbvias, não aplica regras de
- Explorer and Navigator are two famous browsers. sintaxe, e traduz as palavras nas orações, na mesma sequência em
- The United States, Canada, England and Japan are some of the que elas lhe forem apresentadas. Portanto, tome cuidado!
countries where people make the best use of internet.
3. Complementos
O sujeito também pode ser representado por locuções ou por
sintagmas nominais. Os complementos são palavras ou frases inteiras que detalham
ou completam as informações estabelecidas pelo sujeito e o verbo,
Exemplos: que são os únicos termos essenciais da oração.
- My parents prefer the eletronic typewriter than the computer Analisemos estas frases: “A secretária chegou”, “O ônibus saiu”,
for typing their texts. “O avião caiu”. Sintaticamente, já temos os dois elementos indis-
- Some of the software we use in the lab must be replaced. pensáveis: O sujeito que determina quem está envolvido na exe-
- The world Bank and The United Nations Organization invest cução de uma determinada ação e o verbo que responde pelo ato
money in projects that improve the information technology. executado.
As perguntas que fazemos ao verbo para saber os detalhes
Encontraremos também orações inteiras que exercem a função (Como? Quando? Com quem? Onde? Por quê? Etc) são respondi-
de sujeito de uma oração. das através destes complementos. Então, teremos: “A secretária
chegou em casa chorando”. “O ônibus saiu vazio da frente da escola
Exemplos: às onze horas”.” O avião caiu por causa de uma falha mecânica”.
- Retraining the staff over and over and much of repeated re-
working is what most businesses expect to eradicate with invest- Os principais complementos da oração são os elementos de
ments in highly advanced technology. transitividade dos verbos (objetos direto e indireto) e os advérbios
(que determinam o modo, tempo, lugar, causa, etc).

91
INGLÊS

a) Objeto direto Em resumo, a reescrita de textos em língua inglesa é uma habi-


É o complemento que responde a pergunta: “o quê” feita ao lidade essencial para produzir textos eficazes em diferentes contex-
verbo. tos e para diferentes públicos. Ela envolve a capacidade de modifi-
car aspectos-chave do texto original, mantendo o seu significado, e
Exemplos: adaptá-lo para atender às necessidades específicas de um determi-
- He bought a book. nado público ou contexto. Dominar essa habilidade pode melhorar
- My father is a computer programmer. significativamente a comunicação escrita em inglês em ambientes
- I don´t know what to do. profissionais e acadêmicos.

b) Objeto indireto
QUESTÕES
É o complemento que responde a pergunta : “de quê?””com
quê?””de quem?””para quem?” etc, feitas ao verbo. O objeto in- 01. (AL/RR - Tradutor (Inglês) – FUNRIO/2018) Choose the cor-
direto, na maioria dos casos, está ligado ao verbo indiretamente, rect option for the excerpt Many countries formally acknowledge a
ou seja, este complemento precisa de uma preposição para se ligar language’s status in their constitution, in the passive voice.
ao verbo. (A) A language status is formally acknowledged by many coun-
Outras vezes não, ele simplesmente responde pelo comple- tries in their constitution.
mento relacionado a pessoas. (B) A language status was formally acknowledged by many
countries in their constitution.
Exemplos: (C) A language status is formally acknowledge by many coun-
a. She´s helping him finish his work. tries in their constitution.
b. She got home with her husband. (D) A language status has been formally acknowledged by many
c. I´m tired of speaking. countries in their constitution.
d. Diana told me what happened.
02. (GasBrasiliano - Engenheiro de Gás Natual Júnior - IESES)
Quanto a ordem de colocação dos objetos em inglês, esta se Qual das alternativas NÃO está na voz passiva?
dá de forma contrária à da nossa língua. O objeto indireto antecede (A) The roof is being repaired.
o objeto direto. Veja em Give peace a chance! No português nós (B) The shirts have been ironed.
temos que inverter essa ordem. (C) Mary has been married three times.
Lembre-se bem disso! (D) The office is being cleaned.

REESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS E 03. (Prefeitura de Sul Brasil/SC - Professor de Língua Estran-
NÍVEIS DE FORMALIDADE geira – Inglês (Habilitado) - Alternative Concursos)
“The boys are watching a movie.” In the Passive Voice this sen-
tence is:
A reescrita de textos em língua inglesa é uma habilidade im- (A) The boys watched a movie.
portante que envolve a capacidade de modificar um texto original (B) A movie are watching by the boys.
para adaptá-lo a diferentes contextos e públicos-alvo. Essa habili- (C) A movie is being watching by the boys.
dade é particularmente relevante em ambientes profissionais, onde (D) A movie are being watched by the boys.
é comum ter que produzir textos de diferentes gêneros e níveis de (E) A movie is being watched by the boys.
formalidade para atender às demandas específicas do ambiente de
trabalho. 04. (INB - Analista de Comunicação - FUNDEP (Gestão de Con-
A reescrita de textos pode envolver a modificação de vários as- cursos)/2018) Read the abstract and answer to the question.
pectos do texto original, incluindo vocabulário, estrutura de frases, Abstract
níveis de formalidade e até mesmo o tom geral do texto. Por ex- Scientists know greenhouse gas emissions cause climate
emplo, um texto formal pode precisar ser reescrito para se tornar change, but what causes greenhouse gas emissions in the first
mais casual e adequado para um público mais jovem, ou vice-versa, place? We assessed how many greenhouse gases are released to
um texto casual pode precisar ser reescrito para ser mais formal e support the lifestyles of people living in different parts of Europe –
adequado para um ambiente de negócios. in other words, we figured out people’s carbon footprint. We found
Algumas técnicas comuns de reescrita de textos em inglês in- that different lifestyle choices resulted in very different carbon foot-
cluem a substituição de palavras, o uso de sinônimos, a reorgani- prints. In general, people with higher incomes (_____ bought more
zação de frases e a modificação de tempo verbal. É importante lem- things and traveled more) had much higher carbon footprints than
brar que a reescrita não deve alterar o significado do texto original, people ______ lived more modestly.
mas sim adaptá-lo para um público ou contexto específico. Understanding how our purchases affect greenhouse gas emis-
Os diferentes gêneros de textos que podem precisar ser reescri- sions is an important step to designing policies and guidelines for
tos em inglês incluem cartas de apresentação, relatórios, e-mails, cutting emissions and addressing climate change.
currículos, ensaios acadêmicos, entre outros. Cada gênero tem suas Available at: <http://www.sciencejournalforkids.org/ up-
próprias características e níveis de formalidade, exigindo diferentes loads/5/4/2/8/54289603/footprint_article.pdf>.
abordagens para a reescrita.

92
INGLÊS

The correct relative pronoun to complete the blanks in the (D) A não contradição, a não tautologia e o princípio da
sentence: people with higher incomes (_____ bought more things relevância são elementos básicos que garantem a coerência
and traveled more) had much higher carbon footprints than people textual.
______ lived more modestly is: (E) A coerência textual dispensa o uso adequado dos conectivos,
(A) which. elementos que apenas colaboram para a estruturação do texto
(B) when. sem apresentar relação direta com a semântica textual.
(C) who.
(D) whose. 07. Observe a tirinha Calvin e Haroldo, de Bill Watterson, e
responda à questão:
05. (Quadrix - 2018 - SEDF - Professor Substituto – Inglês)

Para cada situação interativa existe uma variedade de língua


adequada. O falante pode optar pela variedade padrão ou pela
variedade não padrão.
Sobre o nível de linguagem adotado por Calvin, podemos
afirmar que se trata, em relação aos tipos de coerência, de uma
(A) incoerência pragmática.
(B) incoerência genérica.
(C) incoerência estilística.
(D) incoerência temática.
(E) incoerência semântica.

08. Observe o discurso de Calvin e responda à questão:


A identificação de elementos textuais como as figuras de
linguagem é essencial para a interpretação de textos.
A incoerência na fala de Calvin sobre a TV pode ser explicada
através da seguinte figura de linguagem:
(A) Eufemismo.
(B) Hipérbole.
Based on the text, judge the following item. (C) Paradoxo.
The relative pronoun “who”, in “people who meditated” (D) Ironia.
(lines 6 and 7), cannot be adequately replaced by that (E) Personificação.
( ) Certo
( ) Errado 09.
Oito Anos
“Por que você é Flamengo
06. Sobre a coerência textual, é incorreto afirmar: E meu pai Botafogo
(A) A coerência é uma conformidade entre fatos ou ideias, O que significa
própria daquilo que tem nexo, conexão, portanto, podemos “Impávido colosso”?
associá-la ao processo de construção de sentidos do texto e à Por que os ossos doem
articulação das ideias. enquanto a gente dorme
(B) Por serem os sentidos elementos subjetivos, podemos Por que os dentes caem
dizer que a coerência não pode ser delimitada, pois o leitor é o Por onde os filhos saem
responsável pela constituição dos significados do texto. Por que os dedos murcham
(C) A coerência é imaterial e não está na superfície textual. quando estou no banho
Compreender aquilo que está escrito dependerá dos níveis de Por que as ruas enchem
interação entre o leitor, o autor e o texto. Por esse motivo, um quando está chovendo
mesmo texto pode apresentar múltiplas interpretações. Quanto é mil trilhões
vezes infinito
Quem é Jesus Cristo
Onde estão meus primos
Well, well, well

93
INGLÊS

Gabriel (...)”. The discovery, reported in this week’s Science, stems from the
(Paula Toller/Dunga. CD Partimpim, de Adriana Calcanhoto, São Paulo, insight of lead author Lauren Ilsedore Cleeves, a doctoral student at
2004) the University of Michigan, who realized that planet- forming disks
Julgue as seguintes proposições: around young stars should be shielded from galactic rays by the
I. Pode-se dizer que se trata de um conjunto de frases strong solar winds, dramatically altering the chemistry occurring
interrogativas sem ligação entre si, configurando então um texto inside the disks, said Conel Alexander, with the Carnegie Institution
desprovido de coerência. of Washington.
II. Embora o texto apresente uma série de interrogações “The finding X makes it quite hard for these regions in the disk
aparentemente sem ligação entre si, existem nele elementos to synthesize any new molecules. This was an ‘aha’ moment for
linguísticos que nos permitem construir a coerência textual. us - without any new water creation the only place these ices
III. A letra da canção é constituída por uma “lista” das perguntas could have come from was the chemically rich interstellar gas
que um filho faz para a mãe, e a sequenciação de perguntas out of which the solar system formed originally,” Cleeves wrote
aparentemente desconexas, na verdade, explicita o grande número in an email to Discovery News.
de questionamentos que povoam o imaginário infantil. “It’s remarkable that these ices survived the entire process of
IV. A ausência de elementos sintáticos, como conectivos, stellar birth,” she added.
prejudica a construção de sentidos do texto. The finding has implications for the search for life beyond
(A) Todas estão corretas. Earth, as water is believed to be necessary for life.
(B) Apenas II e III estão corretas. “If the sun’s formation was typical, interstellar ices - including
(C) Apenas I e IV estão corretas. water - are likely common ingredients present during the forma-
(D) Apenas I e III estão corretas. tion of all planetary systems, which puts a wonderful outlook on the
(E) I, III e IV estão corretas. possibility of other life in the universe,” Cleeves said.
In addition, it’s not just water that likely survived the solar sys-
10. (Prefeitura de Teresina/PI - Professor - Língua Inglesa – tem’s birth.
NUCEPE) Read text and answer the question according to it. “The same must be true for the organic matter that we know is
Google Has Refused Government Demands To Take Down a present in molecular cloud ices. So I think this strengthens the
Gay Music Video In Kenya case that we have interstellar organic matter in meteorites and
Kenya’s attempt to stop people from watching a music video cel- comets too,” Alexander wrote in an email to Discovery News.
ebrating gay couples is backfiring. Three weeks after trying to ban a Available in: http://news.discovery.com
local rap artist’s remake of Same Love, (1)__________ Macklemore Read the sentence taken from the text and, according to the
and Ryan Lewis, Google Kenya has refused to pull the video from context, choose the alternative that presents a synonym to the un-
YouTube, where it has now been viewed (2)____________ 140,000 derlined word.
times. Kenyan regulators banned the video in late February, claim- “It’s remarkable that these ices survived the entire process of
ing that the content threatens to turn the country (3)___________ stellar birth”.
“Sodom and Gomorrah” and declaring that anyone caught distrib- (A) Surprising.
uting it would be punished. But the agency that banned it also (B) Usual.
retweeted a link to it—which ended up bringing more attention to (C) Challenging.
Kenya’s nascent gay rights campaign. (…) (D) Despicable.
Source: http://qz.com/638461/google-hasrefused-govern- (E) Annoying.
ment-demands-to-take-downa-gay-music-video-in-kenya (adapt-
ed). Access: March 22nd, 2016. 12. (MDS - Atividades Técnicas de Complexidade Intelectual -
In the passage, the word backfiring is a synonym with Nível IV - CETRO) Choose the alternative that presents the antonym
(A) fighting. of the word “enough”.
(B) working out. (A) Ample.
(C) appealing. (B) Insufficient.
(D) getting stronger (C) Plenty.
(E) failing. (D) Abundant.
(E) Rodent.
11. (AEB - Tecnologista Júnior - Desenvolvimento Tecnológico
- CETRO) Read text and answer the question according to it. 13. (Câmara de Fortaleza - CE - Consultor Técnico Legislativo
Solar System’s Water is Older Than the Sun - FCC/2019)
Next time you’re swimming in the ocean, consider this: part of De todas as vilas e arraiais vizinhos afluíam loucos à Casa
the water is older than the sun. Verde. Eram furiosos, eram mansos, eram monomaníacos, era
So concludes a team of scientists who ran computer models toda a família dos deserdados do espírito. Ao cabo de quatro
comparing the ratios of hydrogen isotopes over time. Taking into ac- meses, a Casa Verde era uma povoação. Não bastaram os primeiros
count new insights that the solar nebula had less ionizing radiation cubículos; mandou-se anexar uma galeria de mais trinta e sete. O
than previously thought, the models show that at least some of the padre Lopes confessou que não imaginara a existência de tantos
water found in the ocean, as well as in comets, meteorites and on doidos no mundo, e menos ainda o inexplicável de alguns casos.
the moon, predate the sun’s birth. Um, por exemplo, um rapaz bronco e vilão, que todos os dias, depois
The only other option, the scientists conclude, is that it formed do almoço, fazia regularmente um discurso acadêmico, ornado de
in the cold, intersteller cloud from which the sun itself originated. tropos, de antíteses, de apóstrofes, com seus recamos de grego e

94
INGLÊS

latim, e suas borlas de Cícero, Apuleio e Tertuliano. O vigário não Já se viu! Se fosse uma honesta piscina de água morna, tudo bem.
queria acabar de crer. Quê! um rapaz que ele vira, três meses antes, Mas fingir as ondas, falsificar um sol bronzeando, de trinta e cinco
jogando peteca na rua! graus, e toda aquela gente se deitando com a simulação e depois
− Não digo que não, respondia-lhe o alienista; mas a verdade é voltando para a rua vestida nos seus casacos! Me deu pena, horror,
o que Vossa Reverendíssima está vendo. Isto é todos os dias. sei lá. Aquilo não pode deixar de ser pecado. Falsificar com tanta
− Quanto a mim, tornou o vigário, só se pode explicar pela impudência as criações da natureza, e pra quê!
confusão das línguas na torre de Babel, segundo nos conta a (Adaptado de: QUEIROZ, Rachel. Melhores crônicas. São Paulo:
Escritura; provavelmente, confundidas antigamente as línguas, é Global Editora, 1994, edição digital)
fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe... vi na TV uma reportagem que me horrorizou (2° parágrafo)
− Essa pode ser, com efeito, a explicação divina do fenômeno, O sentido do trecho acima está mantido, em discurso indireto,
concordou o alienista, depois de refletir um instante, mas não é do seguinte modo:
impossível que haja também alguma razão humana, e puramente A escritora
científica, e disso trato... (A) disse que lhe horrorizava uma reportagem que viram na TV.
− Vá que seja, e fico ansioso. Realmente! (B) disse ter ficado horrorizada com uma reportagem que vira
(ASSIS, Machado de. O alienista. São Paulo: Companhia das Letras, na TV.
2014, p. 24-25) (C) afirma que uma reportagem que viu na TV a deixará
No discurso indireto livre, a voz do personagem mistura-se à horrorizada.
voz do narrador, a exemplo do que se observa em: (D) afirmou que veem uma reportagem na TV que lhe
(A) Ao cabo de quatro meses, a Casa Verde era uma povoação. horrorizaria.
Não bastaram os primeiros cubículos; mandou-se anexar uma (E) afirma que uma reportagem onde teria visto na TV tinha
galeria de mais trinta e sete. (1° parágrafo) horrorizado-lhe.
(B) De todas as vilas e arraiais vizinhos afluíam loucos à Casa
Verde. Eram furiosos, eram mansos, eram monomaníacos, era 15. (UFRN - Técnico de Tecnologia da Informação -
toda a família dos deserdados do espírito. (1° parágrafo) COMPERVE/2019) Recentemente, li uma entrevista de Tim Berners-
(C) O vigário não queria acabar de crer. Quê! um rapaz que ele Lee, criador da internet e considerado um dos maiores gênios da
vira, três meses antes, jogando peteca na rua! (1° parágrafo) computação do século XX, na qual ele declarou que a internet
(D) – Quanto a mim, tornou o vigário, só se pode explicar pela precisa ser reformada. Berners-Lee ressalta que um dos problemas
confusão das línguas na torre de Babel, segundo nos conta a é o excesso de informação que, atualmente, impede as pessoas de
Escritura... (3° parágrafo) se comunicarem. Todos falam, mas ninguém ouve.
(E) – Essa pode ser, com efeito, a explicação divina do fenômeno, A sequência linguística destacada é uma citação do discurso
concordou o alienista, depois de refletir um instante... (4° alheio
parágrafo) (A) indireta com auxílio de verbo de dizer.
(B) indireta sem auxílio de verbo de dizer.
14. (Câmara de Fortaleza - CE - Consultor Técnico Jurídico - (C) direta com auxílio de verbo de dizer.
FCC/2019) (D) direta sem auxílio de verbo de dizer.
Falso mar, falso mundo
O mundo anda cada vez mais complicado, o que não é bom. 16. (Prefeitura de Teresina - PI - Professor de Educação Básica
O frágil corpo humano não foi feito para competir com a máquina, - NUCEPE/2019) No trecho “Quando Roberto (Carlos) cantou
conviver com a máquina e explorá-la. A cada adiantamento técnico- que detalhes tão pequenos de nós dois são coisas muito grandes
científico, o conflito fica mais duro para o nosso lado. pra esquecer, ele não estava apenas fazendo a apologia a um
Mas nesta semana vi na TV uma reportagem que me horrorizou romance...”, há um exemplo de discurso
como prova de que, a cada dia, mais renunciamos às nossas (A) indireto livre.
prerrogativas de seres vivos e nos tornamos robotizados. Foi a (B) midiático.
“praia artificial” no Japão (logo no Japão, arquipélago penetrado e (C) indireto.
cercado de mar por todos os lados!). (D) cifrado.
É um galpão imenso, maior que qualquer aeroporto, coberto (E) direto.
por uma espécie de cúpula oblonga, de plástico. E filas à entrada,
lá dentro um guichê, o pessoal paga a entrada, que é cara, e some.
Deve entrar no vestiário, ou antes, no despiário, pois surgem já
convenientemente seminus, como se faz na praia. Pois que debaixo
daquele imenso teto de plástico está um mar, com a sua praia. Mar
que, na tela, aparece bem azul com ondas de verdade, coroadas de
espuma branca; ondas tão fortes que chegam a derrubar as pessoas
e sobre as quais jovens atletas surfam e rebolam. E um falso sol, de
luz e calor graduáveis; e a praia é de areia composta por pedrinhas
de mármore.
Não sei se pelo comportamento dos figurantes, a gente tinha
a impressão absoluta de que assistia a uma cena de animação
figurada em computador. A única presença viva, destacando-se no
elenco de bonecos, era a repórter, apresentadora do espetáculo.

95
INGLÊS

17. (PC-ES - Auxiliar Perícia Médico-Legal - INSTITUTO res cunharam o termo “nomofobia” (uma abreviatura da expres-
AOCP/2019) são inglesa no-mobile-phobiaj para descrever a fobia de ficar sem
celular.
5 O cérebro humano exibe diferentes padrões de atividade
para diferentes experiências. Um deles retrata reações cerebrais
de um viciado em jogos eletrônicos. “Comportamentos viciantes
ativam o centro de recompensa do cérebro”, afirma Claire Gillan,
neurocientista que estuda comportamentos obsessivos. “Contanto
que a conduta acarrete recompensa, o cérebro a tratará da mesma
maneira que uma droga”.
(Adaptado de: ALTER, Adam. Irresistível. São Paulo: Obje-
tiva, edição digital)
Estabelece relação de referência a uma expressão mencionada
anteriormente no texto o termo sublinhado em
(A) o cérebro interpreta a luz vermelha como sinal de que che-
gou a hora de dormir (2° parágrafo)
(B) Não é problema de uma minoria (4° parágrafo)
(C) fazendo um malabarismo obsessivo com computadores e
smartphones (3° parágrafo)
(D) Pesquisadores nos aconselham a usar o celular por menos
de uma hora diariamente (4° parágrafo)
(E) o cérebro a tratará da mesma maneira que uma droga (5°
parágrafo)

19. (Prefeitura de Peruíbe - SP - Inspetor de Alunos - VU-


NESP/2019)
Pelo fim das fronteiras
Imigração é um fenômeno estranho. Do ponto de vista pura-
O sinal de aspas, utilizado no texto do terceiro quadrinho, serve
mente racional, ela é a solução para vários problemas globais. Mas,
para indicar
como o mundo é um lugar menos racional do que deveria, pessoas
(A) ênfase.
que buscam refúgio em outros países costumam ser recebidas com
(B) discurso direto.
desconfiança quando não com violência, o que diminui o valor da
(C) discurso indireto.
imigração como remédio multiuso.
(D) discurso indireto livre.
No plano econômico, a plena mobilidade da mão de obra se-
(E) discurso direto livre.
ria muito bem-vinda. Segundo algumas estimativas, ela faria o PIB
mundial aumentar em até 50%. Mesmo que esses cálculos estejam
18. (TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário - FCC/2019)
inflados, só uma fração de 10% já significaria um incremento da or-
dem de US$ 10 trilhões (uns cinco Brasis).
1 Existe uma enfermidade moderna que afeta dois terços dos
Uma das principais razões para o mundo ser mais pobre do
adultos. Seus sintomas incluem falta de apetite, dificuldade para
que poderia é que enormes contingentes de humanos vivem sob
controlar o peso, baixa imunidade, flutuações de humor, entre ou-
sistemas que os impedem de ser produtivos. Um estudo de 2016
tros. Essa enfermidade é a privação de sono crônica, que vem cres-
de Clemens, Montenegro e Pritchett estimou que só tirar um tra-
cendo na esteira de dispositivos que emitem luz azul.
balhador macho sem qualificação de seu país pobre de origem e
2 Por milênios, a luz azul existiu apenas durante o dia. Velas e
transportá-lo para os EUA elevaria sua renda anual em US$ 14 mil.
lenha produziam luz amarelo-avermelhada e não havia iluminação
A imigração se torna ainda mais tentadora quando se considera
artificial à noite. A luz do fogo não é problema porque o cérebro in-
que é a resposta perfeita para países desenvolvidos que enfrentam
terpreta a luz vermelha como sinal de que chegou a hora de dormir.
o problema do envelhecimento populacional.
Com a luz azul é diferente: ela sinaliza a chegada da manhã.
Não obstante tantas virtudes, imigrantes podem ser maltrata-
3 Assim, um dos responsáveis pelo declínio da qualidade do
dos e até perseguidos quando cruzam a fronteira, especialmente
sono nas duas últimas décadas é a luz azulada que emana de apa-
se vêm em grandes números. Isso está acontecendo até no Brasil,
relhos eletrônicos; mas um dano ainda maior acontece quando es-
que não tinha histórico de xenofobia. Desconfio de que estão em
tamos acordados, fazendo um malabarismo obsessivo com compu-
operação aqui vieses da Idade da Pedra, tempo em que membros
tadores e smartphones.
de outras tribos eram muito mais uma ameaça do que uma solução.
4 A maioria das pessoas passam de uma a quatro horas diárias
De todo modo, caberia às autoridades incentivar a imigração,
em seus dispositivos eletrônicos - e muitos gastam bem mais que
tomando cuidado para evitar que a chegada dos estrangeiros dê
isso. Não é problema de uma minoria. Pesquisadores nos aconse-
pretexto para cenas de barbárie. Isso exigiria recebê-los com inte-
lham a usar o celular por menos de uma hora diariamente. Mas o
ligência, minimizando choques culturais e distribuindo as famílias
uso excessivo do aparelho é tão predominante que os pesquisado-
por regiões e cidades em que podem ser mais úteis. É tudo o que
não estamos fazendo.

96
INGLÊS

(Hélio Schwartsman. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ O Diabo ficou indignado com o que lhe parecia uma extrema
colunas/.28.08.2018. Adaptado) burrice. Mas então teve a ideia de verificar o quanto o homem re-
O termo destacado na frase – Isso está acontecendo até no Bra- cebia de aposentadoria por mês: menos de R$ 600. Deu-se conta
sil... – refere-se à seguinte informação do texto: então de seu erro: a desproporção entre a quantia e os R$ 6 milhões
(A) o problema de envelhecimento populacional no país. da tentação tinha sido grande demais.
(B) a desqualificação da mão de obra dos imigrantes. Mas o Diabo aprendeu a lição. Pretende desafiar de novo o
(C) o aumento exponencial da imigração em solo brasileiro. Senhor. Desta vez, porém, escolherá um milionário, alguém fami-
(D) os episódios de violência contra imigrantes. liarizado com o excesso de grana. Ou então um pobre. Mas neste
(E) a oportunidade de moradia e emprego aos refugiados. acaso fornecerá, além de muito dinheiro, um frasco de pílulas para
dormir. A insônia dos justos tira o sono de qualquer diabo.
20. (IBGE - Agente Censitário Operacional - FGV/2019) (SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2002,
Texto 3 p. 71-72)
Em uma carta de um jesuíta espanhol sobre o Brasil de 1500, Em Os mesmos assessores tinham sugerido que se concentras-
aparecia o seguinte texto: se em aposentados, pessoas que sabidamente ganham pouco (2°
“Assim, chegamos a uma aldeia onde achamos os gentios to- parágrafo), o pronome sublinhado refere-se a
dos embriagados, porque aqui tem uma maneira de vinho de raízes (A) aposentados.
que embriaga muito, e quando eles estão assim bêbados ficam tão (B) Deus.
brutos e feros que não perdoam a nenhuma pessoa, e, quando não (C) vítima.
podem mais, põem fogo na casa onde estão os estrangeiros”. (D) assessores.
“Assim, chegamos a uma aldeia onde (1) achamos os gentios (E) Diabo.
todos embriagados, porque aqui tem uma maneira de vinho de raí-
zes que embriaga muito, e quando eles estão assim bêbados ficam 22. (Câmara de Fortaleza - CE - Revisor - FCC/2019)
tão brutos e feros que não perdoam a nenhuma pessoa, e, quando Atenção: Para responder a questão, baseie-se no texto abai-
não podem mais, põem fogo na casa onde (2) estão os estrangei- xo.
ros”. Os debates travados na Câmara e pela imprensa em torno da
Nesse segmento do texto 3 há uma série de palavras que se Lei do Ventre Livre fizeram da emancipação dos escravos uma ques-
referem a palavras anteriores; a referência indicada abaixo que é tão nacional. O projeto do governo foi apresentado à Câmara em 12
inadequada é: de maio de 1871. Para alguns, o projeto era avançado demais, para
A) onde (1) / uma aldeia; outros, excessivamente tímido. Os defensores do projeto usaram
(B) aqui / nesta aldeia; argumentos morais e econômicos. Argumentavam que o trabalho
(C) que / vinho de raízes; livre era mais produtivo que o escravo. Diziam que a existência da
(D) eles / os gentios; escravidão era uma barreira à imigração, pois que os imigrantes re-
(E) onde (2) / na casa. cusavam-se a vir para um país de escravos. A emancipação abriria
as portas à tão desejada imigração. Usando de argumentos morais,
21. (Câmara de Fortaleza - CE - Agente Administrativo - denunciavam os que, em nome do direito de propriedade, defen-
FCC/2019) diam a escravidão e se opunham à aprovação do projeto. Não era
Desde aquela história de Jó contada no Antigo Testamento, legítimo invocar o direito de propriedade em se tratando de escra-
Deus e o Diabo não apostavam sobre os seres humanos, com o que vos. “Propriedade de escravos” − dizia Torres Homem, político fa-
a eternidade já estava ficando meio monótona. O Maligno resolveu, moso, homem de cor e de origens modestas que chegara ao Sena-
então, provocar o Senhor: que tal uma nova aposta? Deus, na sua do depois de brilhante carreira – “era uma monstruosa violação do
infinita paciência, topou. direito natural.” “A maioria dos escravos brasileiros” − afirmava ele
Dessa vez, contudo, o Diabo estava decidido a não perder. Para − “descendia de escravos introduzidos no país por um tráfico não só
começar, escolheu cuidadosamente o lugar onde procuraria sua desumano como criminoso. Nada pois mais justo que se tomassem
vítima: um país chamado Brasil no qual, segundo seus assessores medidas para acabar com a escravidão.”
ministeriais, a diferença entre pobres e ricos chegava ao nível da Em contrapartida, os mais arraigados defensores da escravidão
obscenidade. Os mesmos assessores tinham sugerido que se con- consideravam o projeto uma intromissão indébita do governo na
centrasse em aposentados, pessoas que sabidamente ganham pou- atividade privada. Argumentavam que o projeto ameaçava o direi-
co. to de propriedade garantido pela Constituição. Segundo a prática,
O Diabo pôs-se em ação. Foi-lhe fácil induzir um erro no siste- que datava do período colonial, o filho de mãe escrava pertencia
ma de pagamento de aposentadorias, com o qual um aposentado ao senhor. Qualquer lei que viesse a conceder liberdade ao filho de
recebeu, de uma só vez, mais de R$ 6 milhões. E aí tanto o céu escrava era, pois, um atentado à propriedade e, o que era pior, abria
como o inferno pararam: anjos, santos e demônios, todos queriam a porta a todas as formas de abusos contra esse direito. Acusavam
ver o que o homem faria com o dinheiro. O Diabo, naturalmente, o projeto de ameaçar de ruína os proprietários e de pôr em risco
esperava que ele se entregasse a uma vida de deboches: festas es- a economia nacional e a ordem pública. Diziam ainda que, eman-
pantosas, passeios em iates luxuosos, rios de champanhe fluindo cipando-se os filhos e mantendo os pais no cativeiro, criar-se-iam
diariamente. nas senzalas duas classes de indivíduos, minando, dessa forma, a
Não foi nada disto que aconteceu. Ao constatar a existência instituição escravista pois não tardaria muito para que os escravos
do depósito milionário, o aposentado simplesmente devolveu o di- questionassem a legitimidade de sua situação.
nheiro. Eu não conseguiria dormir, disse, à guisa de explicação. (Adaptado de: COSTA, Emília Viotti da. A Abolição. São Paulo:
Editora Unesp, 2010, p. 49-52)

97
INGLÊS

A coesão textual opera por meio da elipse de um substantivo have made translation necessary. To speak seriously of translation
no seguinte trecho: one must first consider the possible meanings of Babel, their inher-
(A) Os defensores do projeto usaram argumentos morais e eco- ence in language and mind.
nômicos. (1º parágrafo) George Steiner. After Babel: aspects of language and transla-
(B) A emancipação abriria as portas à tão desejada imigração. tion. 2ª ed.
(1º parágrafo) Oxford University Press, 1992, p. 51-4 (adapt ed).
(C) Não era legítimo invocar o direito de propriedade em se The verbal form “functions” has as its subject “homo sapiens”.
tratando de escravos. (1º parágrafo) ( ) Certo ( ) Errado
(D) Argumentavam que o trabalho livre era mais produtivo que
o escravo. (1º parágrafo)
(E) Segundo a prática, que datava do período colonial, o filho
GABARITO
de mãe escrava pertencia ao senhor. (2º parágrafo)

23. (EBC – Ansalista – CESPE) In the sentence: 1 A


“The new gas stove in the kitchen which I bought last month 2 C
has a very efficient oven.”, the subject is “The new gas stove in the
3 E
kitchen”.
( ) CERTO 4 C
( ) ERRADO 5 ERRADO
24.(EBC – Ansalista – CESPE) In the sentence: 6 E
“Bernard is now the best student at that college.”, “the best 7 C
student” is a direct object.
( ) CERTO 8 D
( ) ERRADO 9 B
10 E
25.(EBC – Ansalista – CESPE) In the sentence:
“Seeing the large crowd, John stopped his car.”, “Seeing the 11 A
large crowd” is an adverbial clause. 12 B
( ) CERTO
( ) ERRADO 13 C
14 B
26.(EBC – Ansalista – CESPE) In the sentence:
15 A
“They elected Prof. Palmer the head of that department for
the second time.”, “the head of that department” is a direct object. 16 C
( ) CERTO 17 B
( ) ERRADO
18 E
27. (EBC – Ansalista – CESPE) Translation exists because men 19 D
speak different languages. This truism is, in fact, founded on a sit-
uation, which can be regarded as enigmatic and posing problems 20 B
of extreme difficulty. Why should human beings speak thousands 21 E
of different, mutually incomprehensible tongues? Why does
22 D
homo sapiens, whose digestive tract has evolved and functions in
precisely the same complicated ways the world over, whose bio- 23 ERRADO
chemical fabric and genetic potential are, orthodox science assures 24 ERRADO
us, essentially common, the delicate runnels of whose cortex are
wholly akin in all peoples and at every stage of social evolution 25 CERTO
– why does this unified, though individually unique mammalian 26 CERTO
species not use common language?
We do not speak one language, nor half a dozen, nor twenty or 27 ERRADO
thirty. Four to five thousand languages are thought to be in current
use. This figure is almost certainly on the low side. It seems reason-
able to assert that the human species developed and made use of
at least twice the number we can record today. A genuine philoso-
phy of language must grapple whit the phenomenon and rationale
of the human ‘invention’ and retention of anywhere between five
and ten thousand distinct tongues. However difficult and general-
izing the detour, a study of translation ought to put forward some
view of the evolutionary, psychic needs or opportunities, which

98
MATEMÁTICA

SISTEMAS NUMÉRICOS: DIVISIBILIDADE E FATORAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS, NÚMEROS RACIONAIS E REAIS;

Conjunto dos números inteiros - z


O conjunto dos números inteiros é a reunião do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...},(N C Z); o conjunto dos opostos
dos números naturais e o zero. Representamos pela letra Z.

N C Z (N está contido em Z)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Z* Conjunto dos números inteiros não nulos
+ Z+ Conjunto dos números inteiros não negativos
*e+ Z*+ Conjunto dos números inteiros positivos
- Z_ Conjunto dos números inteiros não positivos
*e- Z*_ Conjunto dos números inteiros negativos

Observamos nos números inteiros algumas características:


• Módulo: distância ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. Representa-se o módulo por | |. O módulo de
qualquer número inteiro, diferente de zero, é sempre positivo.

• Números Opostos: dois números são opostos quando sua soma é zero. Isto significa que eles estão a mesma distância da origem
(zero).

Somando-se temos: (+4) + (-4) = (-4) + (+4) = 0

99
MATEMÁTICA

Operações Na multiplicação e divisão de números inteiros é muito impor-


• Soma ou Adição: Associamos aos números inteiros positivos tante a REGRA DE SINAIS:
a ideia de ganhar e aos números inteiros negativos a ideia de perder.
Sinais iguais (+) (+); (-) (-) = resultado sempre positivo.
ATENÇÃO: O sinal (+) antes do número positivo pode ser dis-
pensado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode Sinais diferentes (+) (-); (-) (+) = resultado sempre negativo.
ser dispensado.
Exemplo:
• Subtração: empregamos quando precisamos tirar uma quan- (PREF.DE NITERÓI) Um estudante empilhou seus livros, obten-
tidade de outra quantidade; temos duas quantidades e queremos do uma única pilha 52cm de altura. Sabendo que 8 desses livros
saber quanto uma delas tem a mais que a outra; temos duas quan- possui uma espessura de 2cm, e que os livros restantes possuem
tidades e queremos saber quanto falta a uma delas para atingir a espessura de 3cm, o número de livros na pilha é:
outra. A subtração é a operação inversa da adição. O sinal sempre (A) 10
será do maior número. (B) 15
(C) 18
ATENÇÃO: todos parênteses, colchetes, chaves, números, ..., (D) 20
entre outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal inverti- (E) 22
do, ou seja, é dado o seu oposto.
Resolução:
Exemplo: São 8 livros de 2 cm: 8.2 = 16 cm
(FUNDAÇÃO CASA – AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP) Para Como eu tenho 52 cm ao todo e os demais livros tem 3 cm,
zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do uso ade- temos:
quado dos materiais em geral e dos recursos utilizados em ativida- 52 - 16 = 36 cm de altura de livros de 3 cm
des educativas, bem como da preservação predial, realizou-se uma 36 : 3 = 12 livros de 3 cm
dinâmica elencando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no O total de livros da pilha: 8 + 12 = 20 livros ao todo.
entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um Resposta: D
classificasse suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo
(+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. • Potenciação: A potência an do número inteiro a, é definida
Se um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50 atitudes como um produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
anotadas, o total de pontos atribuídos foi base e o número n é o expoente.an = a x a x a x a x ... x a , a é multi-
(A) 50. plicado por a n vezes. Tenha em mente que:
(B) 45. – Toda potência de base positiva é um número inteiro positivo.
(C) 42. – Toda potência de base negativa e expoente par é um número
(D) 36. inteiro positivo.
(E) 32. – Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um nú-
mero inteiro negativo.
Resolução:
50-20=30 atitudes negativas Propriedades da Potenciação
20.4=80 1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base
30.(-1)=-30 e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6 = (–a)9
80-30=50 2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a
Resposta: A base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8 – 6 = (-a)2
3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se
• Multiplicação: é uma adição de números/ fatores repetidos. os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indicado 4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e
por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras. (+a) = +a
1

5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual


• Divisão: a divisão exata de um número inteiro por outro nú- a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1
mero inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo
pelo módulo do divisor. Conjunto dos números racionais – Q
m
ATENÇÃO: Um número racional é o que pode ser escrito na forma n , onde m
1) No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente de zero.
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro. Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de m por n.
2) Não existe divisão por zero.
3) Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de zero,
é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual
a zero.

100
MATEMÁTICA

N C Z C Q (N está contido em Z que está contido em Q)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Q* Conjunto dos números racionais não nulos
+ Q+ Conjunto dos números racionais não negativos
*e+ Q*+ Conjunto dos números racionais positivos
- Q_ Conjunto dos números racionais não positivos
*e- Q*_ Conjunto dos números racionais negativos

Representação decimal
Podemos representar um número racional, escrito na forma de fração, em número decimal. Para isso temos duas maneiras possíveis:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:

2
= 0,4
5
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Decimais
Periódicos ou Dízimas Periódicas:

1
= 0,333...
3
Representação Fracionária
É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras possíveis:

1) Transformando o número decimal em uma fração numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto pelo
numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado. Ex.:
0,035 = 35/1000

2) Através da fração geratriz. Aí temos o caso das dízimas periódicas que podem ser simples ou compostas.
– Simples: o seu período é composto por um mesmo número ou conjunto de números que se repeti infinitamente. Exemplos:

Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no denominador para cada
quantos dígitos tiver o período da dízima.

– Composta: quando a mesma apresenta um ante período que não se repete.

101
MATEMÁTICA

a)

Procedimento: para cada algarismo do período ainda se coloca um algarismo 9 no denominador. Mas, agora, para cada algarismo do
antiperíodo se coloca um algarismo zero, também no denominador.

b)

Procedimento: é o mesmo aplicado ao item “a”, acrescido na frente da parte inteira (fração mista), ao qual transformamos e obtemos
a fração geratriz.

Exemplo:
(PREF. NITERÓI) Simplificando a expressão abaixo

Obtém-se :

(A) ½
(B) 1
(C) 3/2
(D) 2
(E) 3

102
MATEMÁTICA

Resolução: ATENÇÃO: Na adição/subtração se o denominador for igual,


conserva-se os denominadores e efetua-se a operação apresen-
tada.

Exemplo:
(PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPERACIONAIS
– MAKIYAMA) Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua
portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática como
favorita e os demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual
fração representa os alunos que têm ciências como disciplina favo-
rita?
Resposta: B (A) 1/4
(B) 3/10
Caraterísticas dos números racionais (C) 2/9
O módulo e o número oposto são as mesmas dos números in- (D) 4/5
teiros. (E) 3/2

Inverso: dado um número racional a/b o inverso desse número Resolução:


(a/b)–n, é a fração onde o numerador vira denominador e o denomi- Somando português e matemática:
nador numerador (b/a)n.

O que resta gosta de ciências:

Representação geométrica

Resposta: B

• Multiplicação: como todo número racional é uma fração ou


pode ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto de
dois números racionais a e c , da mesma forma que o produto de
Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem infini- frações, através de: b d
tos números racionais.

Operações
• Soma ou adição: como todo número racional é uma fração
ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição
entre os números racionais a e c , da mesma forma que a soma
de frações, através de: b d • Divisão: a divisão de dois números racionais p e q é a própria
operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p
÷ q = p × q-1

• Subtração: a subtração de dois números racionais p e q é a


própria operação de adição do número p com o oposto de q, isto é:
p – q = p + (–q) Exemplo:
(PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB) Numa operação
policial de rotina, que abordou 800 pessoas, verificou-se que 3/4
dessas pessoas eram homens e 1/5 deles foram detidos. Já entre as
mulheres abordadas, 1/8 foram detidas.
Qual o total de pessoas detidas nessa operação policial?
(A) 145
(B) 185

103
MATEMÁTICA

(C) 220 Procedimentos


(D) 260 1) Operações:
(E) 120 - Resolvermos primeiros as potenciações e/ou radiciações na
ordem que aparecem;
Resolução: - Depois as multiplicações e/ou divisões;
- Por último as adições e/ou subtrações na ordem que apare-
cem.

2) Símbolos:
- Primeiro, resolvemos os parênteses ( ), até acabarem os cál-
culos dentro dos parênteses,
-Depois os colchetes [ ];
- E por último as chaves { }.

ATENÇÃO:
– Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
com os seus sinais originais.
Resposta: A – Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
• Potenciação: é válido as propriedades aplicadas aos núme- chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
ros inteiros. Aqui destacaremos apenas as que se aplicam aos nú- com os seus sinais invertidos.
meros racionais.
A) Toda potência com expoente negativo de um número racio- Exemplo:
nal diferente de zero é igual a outra potência que tem a base igual (MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – ADMINISTRATI-
ao inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do expo- VA – FCC) Considere as expressões numéricas, abaixo.
ente anterior.
A = 1/2 + 1/4+ 1/8 + 1/16 + 1/32 e
B = 1/3 + 1/9 + 1/27 + 1/81 + 1/243

O valor, aproximado, da soma entre A e B é


(A) 2
(B) 3
(C) 1
B) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da (D) 2,5
base. (E) 1,5

Resolução:
Vamos resolver cada expressão separadamente:

C) Toda potência com expoente par é um número positivo.

Expressões numéricas
São todas sentenças matemáticas formadas por números, suas
operações (adições, subtrações, multiplicações, divisões, potencia-
ções e radiciações) e também por símbolos chamados de sinais de
associação, que podem aparecer em uma única expressão.
Resposta: E

104
MATEMÁTICA

(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27


POTÊNCIAS E RAÍZES;

Potenciação
Multiplicação de fatores iguais
2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base.
2³=2.2.2=8 Conserva-se a base e subtraem os expoentes.

Casos Exemplos:
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1. 96 : 92 = 96-2 = 94

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se


os expoentes.
2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.
Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56

3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em


um número positivo.
4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um
expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente.
(4.3)²=4².3²

5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos


elevar separados.
4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta
em um número negativo.

Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação
5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal
para positivo e inverter o número que está na base.

Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
expoente, o resultado será igual a zero. Veja:

64 2
32 2
16 2
Propriedades 8 2
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma 4 2
base, repete-se a base e soma os expoentes.
2 2
Exemplos: 1
24 . 23 = 24+3= 27

105
MATEMÁTICA

64=2.2.2.2.2.2=26

Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um Divisão


e multiplica.

Exemplo
Observe:

1 1 1
3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5 Adição e subtração
De modo geral, se
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.
a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,
8 2 20 2
Então: 4 2 10 2
2 2 5 5
n
a.b = n a .n b 1 1

O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é


igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi-
cando.
Caso tenha:
Raiz quadrada de frações ordinárias
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.
1 1
2 2 2 2 2
2 Racionalização de Denominadores
Observe: =  = 1 = Normalmente não se apresentam números irracionais com
3 3 3 radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos
32 a na radicais do denominador chama-se racionalização do denominador.
* *
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: n= 1º Caso: Denominador composto por uma só parcela
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
radicando.

Raiz quadrada números decimais

2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Operações

Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de


quadrados no denominador:

Operações

Multiplicação

Exemplo

106
MATEMÁTICA

serão iguais se, e somente se:


VALOR RELATIVO E ABSOLUTO;

VALOR RELATIVO E ABSOLUTO


Valor relativo e absoluto são conceitos importantes na mate- Polinômio identicamente nulo
mática, principalmente quando se trata de análise de dados. Am- Dizemos que um polinômio é identicamente nulo, quando to-
bos os valores estão relacionados à comparação entre diferentes dos os seus coeficientes são iguais a zero, e indicamos por P(x) ≡ 0.
quantidades.
O valor absoluto de um número é a sua distância em relação a
zero na reta numérica, independentemente do sinal. Por exemplo,
o valor absoluto de -3 e 3 é 3, pois ambos estão a uma distância de
3 unidades de zero.
Já o valor relativo de um número é a sua comparação com ou- Operações com Polinômios
tro número em termos percentuais ou em uma razão. Por exemplo, • Adição: somar dois ou mais polinômios é obter um polinômio
se um produto custava R$ 100 e agora custa R$ 120, o valor relativo onde os coeficientes são dados pela adição dos coeficientes dos ter-
do aumento é de 20% (ou 1,2 vezes o valor anterior). mos semelhantes. Reduzindo os termos semelhantes numa só linha
É importante entender que o valor relativo não leva em con-
sideração a escala absoluta, ou seja, se o aumento de R$ 20 é sig- • Subtração: a diferença de dois polinômios A(x) e B(x) é o poli-
nificativo ou não em relação ao preço inicial do produto. Por isso, nômio obtido pela soma de A(x) com o oposto de B(x).
é comum usar tanto o valor relativo quanto o absoluto para uma
análise completa. Exemplo:
Outro exemplo seria a taxa de crescimento de uma população. (UF/AL) Seja o polinômio do 3° grau p = ax³ + bx² + cx + d cujos
Se uma cidade tinha 100.000 habitantes em 2020 e 110.000 habi- coeficientes são todos positivos. O n° real k é solução da equação
tantes em 2021, o valor relativo do crescimento é de 10%, enquanto p(x) = p(- x) se, e somente se, k é igual a:
o valor absoluto é de 10.000 habitantes. (A) 0
É importante destacar que o valor relativo e absoluto não são (B) 0 ou 1
conceitos opostos, mas sim complementares. O valor relativo é im- (C) - 1 ou 1
portante para comparações entre diferentes quantidades, enquan- (D) ± √c/a
to o valor absoluto é importante para entender o impacto absoluto (E) 0 ou ± √-c/a
das mudanças em uma escala numérica.
Em resumo, o valor absoluto é a distância entre um número e Resolução:
zero na reta numérica, enquanto o valor relativo é a comparação p(x) = p(- x)
percentual ou em uma razão entre diferentes quantidades. Ambos ax³ + bx² + cx + d = - ax³ + bx² - cx + d
os conceitos são importantes para uma análise completa e precisa 2ax³ + 2cx = 0
de dados e situações numéricas. 2(ax³ + cx) = 0
ax³+cx=0
FUNÇÕES POLINOMIAIS DO 1º E 2º GRAUS;
Como k é solução da equação ax³ + cx = 0, teremos
p(k) = ak³ + ck = 0
Polinômio é uma expressão algébrica com todos os termos se- ak³ + ck = 0
melhantes reduzidos. k(ak² + c) = 0
Como os monômios, os polinômios também possuem grau e k = 0 ou
é assim que eles são separados. Para identificar o seu grau, basta ak² + c = 0
observar o grau do maior monômio, esse será o grau do polinômio. k² = - c/a
k = ± √(-c/a)
Função polinomial Resposta: E
Chamamos de função polinomial ou polinômio a toda função P:
R . R, definida por uma equação do tipo: • Multiplicação: obter o produto de dois polinômios A(x) e B(x)
é aplicar a propriedade distributiva do polinômio A(x) em B(x).

ATENÇÃO: As multiplicações serão efetuadas utilizando as se-


guintes propriedades:
Princípio de identidade de polinômios – Propriedade da base igual e expoente diferente: an . am = a n + m
Dois polinômios são iguais quando seus coeficientes são iguais, – Monômio multiplicado por monômio é o mesmo que multi-
ou seja, os polinômios plicar parte literal com parte literal e coeficiente com coeficiente.

107
MATEMÁTICA

Exemplos:

• Divisão: sejam dois polinômios A(x) e B(x), onde A(x) é o dividendo e B(x) é o divisor, com B(x) ≠ 0. Dizemos que existe um único par
de polinômios Q(x) e R(x) em que Q(x) é o quociente e R(x) é o resto, tal que:
A(x) = B(x). Q(x) + R(x) . gr (R) < gr (B) ou R(x) ≡ 0
E se R(x) ≡ 0, dizemos que a divisão é exata ou então que A(x) é divisível por B(x).
Esquematicamente, temos:

Exemplo:
(GUARDA CIVIL SP) O resto da divisão do polinômio x³ + 3x² – 5x + 1 por x – 2 é:
(A)1
(B)2
(C)10
(D)11
(E) 12

Resolução:

Resposta: D
Dispositivo de Briot-Ruffini
Utiliza-se para efetuar a divisão de um polinômio P(x) por um binômio da forma (ax + b).

108
MATEMÁTICA

Exemplo:
Determinar o quociente e o resto da divisão do polinômio P(x) = 3x3 – 5x2 + x – 2 por (x – 2).

Resolução:

Veja que:
O termo constante do divisor h(x) igual a –2, ele com sinal trocado será 2;
Os coeficientes de x do dividendo p(x) são 3, -5 e 1;
O termo constante do dividendo p(x) = -2.

Para resolvermos este problema, vamos seguir o passo a passo abaixo:


1) Vamos achar a raiz do divisor: x – 2 = 0 . x = 2;
2) Colocamos a raiz do divisor e os coeficientes do dividendo ordenadamente na parte de cima da reta, como mostra a figura acima;
3) O primeiro coeficiente do dividendo é repetido abaixo;
4) Multiplicamos a raiz do divisor por esse coeficiente repetido abaixo e somamos o produto com o 2º coeficiente do dividendo,
colocando o resultado abaixo deste;
5) Multiplicamos a raiz do divisor pelo número colocado abaixo do 2º coeficiente e somamos o produto com o 3º coeficiente, colo-
cando o resultado abaixo deste, e assim sucessivamente;
6) Separamos o último número formado, que é igual ao resto da divisão, e os números que ficam à esquerda deste serão os coefi-
cientes do quociente.

Observe que o grau de Q(x) é uma unidade inferior ao de P(x), pois o divisor é de grau 1.

109
MATEMÁTICA

Resposta: Q(x) = 3x2 + x + 3 e R(x) = 4. Valores Notáveis


Máximo divisor comum de um polinômio Considere um triângulo retângulo BAC. Em resumo temos:
Um máximo divisor comum de um grupo de dois ou mais poli-
nômios não nulos, de coeficientes racionais, P1(x), P2(x), ... , Pm(x)
é um polinômio de maior grau M(x) que divide todos os polinômios
P1(x), P2(x), ... , Pm(x) .

M(x) também deve só conter coeficientes racionais.


Um polinômio D(x) divide um polinômio A(x) - não nulo - se
existe um polinômio Q(x) tal que

A(x) ≡ Q(x)D(x)

Cárdica
O MDC entre polinômios não é único, mas se P é um mdc entre
os polinômios considerados, todo mdc entre eles pode ser escrito
como a·P (a é uma constante não nula).
Não se esqueça que para ser mdc é OBRIGATÓRIO que ele seja
o produto de TODOS os divisores dos polinômios dados (desconsi-
derando as constantes multiplicativas). O grau do mdc é único.
Se dois ângulos são complementares, então o seno de um deles
FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS; é igual ao cosseno do complementar. As tangentes de ângulos
complementares são inversas.

— No Triângulo Retângulo — No Triângulo Qualquer


Em todo triângulo retângulo os lados recebem nomes especiais. O As relações trigonométricas se restringem somente a situações
maior lado (oposto do ângulo de 90°) é chamado de Hipotenusa e que envolvem triângulos retângulos. Essas relações também
os outros dois lados menores (opostos aos dois ângulos agudos) ocorrem nos triângulos obtusos e agudos. Importante sabermos
são chamados de Catetos. Deles podemos tirar as seguintes que:
relações: seno (sen); cosseno (cos) e tangente. sen x = sen (180º - x)
cos x = - cos (180º - x)

Lei (ou teorema) dos senos


A lei dos senos estabelece relações entre as medidas dos lados
com os senos dos ângulos opostos aos lados.

Lei (ou teorema) dos cossenos


Nos casos em que não podemos aplicar a lei dos senos, temos
o recurso da lei dos cossenos. Ela nos permite trabalhar com a
Como podemos notar, e . medida de dois segmentos e a medida de um ângulo. Dessa forma,
Em todo triângulo a soma dos ângulos internos é igual a 180°. se dado um triângulo ABC de lados medindo a, b e c, temos:
No triângulo retângulo um ângulo mede 90°, então: a² = b² + c² - 2.b.c.cosA
90° + α + β = 180° b² = a² + c² - 2.a.c.cosB
α + β = 180° - 90° c² = a² + b² - 2.a.b.cosC
α + β = 90°
— Círculo Trigonométrico
Quando a soma de dois ângulos é igual a 90°, eles são chamados É formado por uma circunferência de raio unitário R = 1 e um
de Ângulos Complementares. E, neste caso, sempre o seno de um sistema de eixos ortogonais utilizado para representar arcos AB.
será igual ao cosseno do outro.

110
MATEMÁTICA

Onde:
– O ponto A é a origem de marcação dos arcos;
– O sentido horário indica que o arco é negativo, assim como o anti-horário indica arcos positivos;
– Os arcos podem apresentar mais de uma volta;
– O ponto (extremidade) B dos arcos pode localizar-se em um eixo ou quadrante.

Cada um dos semiplanos situados no círculo trigonométrico é chamado de quadrante. Os sinais do seno e cosseno variam conforme
os quadrantes da seguinte forma:

O círculo trigonométrico pode ser medido em radianos ou em graus. Veja os dois círculos em graus e radianos.

Arcos côngruos (ou congruentes)


Dois arcos são côngruos (ou congruentes) quando têm a mesma extremidade e diferem entre si apenas pelo número de voltas inteiras.

111
MATEMÁTICA

1º quadrante: abscissa positiva e ordenada positiva → 0º < α < 90º.


2º quadrante: abscissa negativa e ordenada positiva → 90º < α < 180º.
3º quadrante: abscissa negativa e ordenada negativa → 180º < α < 270º.
4º quadrante: abscissa positiva e ordenada negativa → 270º < α < 360º.

Ângulos Notáveis

— Trigonometria na Circunferência
Para determinarmos o seno, cosseno e tangente de um arco x no ciclo trigonométrico é necessário conhecer os seguintes eixos:
– O eixo dos senos é o eixo vertical que passa pelo centro O da circunferência trigonométrica e o eixo dos cossenos é o eixo horizontal
que passa pelo mesmo ponto.
–- O eixo das tangentes também é vertical, porém passa pelo ponto A da circunferência, isto é, o eixo é tangente à circunferência no
ponto A.

Onde:
– x é um arco cuja origem é o ponto A e a extremidade é o ponto P;
– A abscissa do ponto P é chamada cosseno de x e é indicada por cos x;
– A ordenada do ponto P é chamada seno de x e é indicada por sen x;
– Prolongando-se o segmento OP obtém-se a tangente de x, indicada por tgx.

Critérios de positividade
Os sinais do seno, cosseno e tangente de arcos nos quatro quadrantes do ciclo trigonométrico em busca de critérios de positividade.

112
MATEMÁTICA

Seno Como o ciclo trigonométrico tem raio 1, para qualquer arco α,


Observando a figura temos: temos que:

-1≤ cos α ≤ 1

Ao arco AB está associado o ângulo α; sendo o triângulo OBC


retângulo, podemos determinar o seno de α: Tangente
Na figura, traçamos, no ciclo trigonométrico, uma reta paralela
ao eixo dos senos, tangente ao ciclo no ponto A.

Observe que BC = OM, portanto podemos substituir BC por


OM, obtendo assim:

Como o ciclo trigonométrico tem raio 1, para qualquer arco α,


No triângulo retângulo OAT, temos:
temos que:
1≤ sen α ≤ 1

Como o raio é 1, então OA = 1

tg α = AT

Essa reta é chamada de eixo das tangentes. Observe que a tan-


gente de α é obtida prolongando-se o raio OP até interceptar o eixo
Cosseno das tangentes.
Observando a figura temos:

Valores máximos e mínimos


Seja x um arco qualquer. Os valores de seno e cosseno de x são
no mínimo -1 e no máximo 1.
- 1≤ sem x ≤ 1
O ângulo α está associado ao arco AB. No triângulo retângulo -1 ≤ cos x ≤ 1
OMB, calculamos o cosseno de α:
A tangente de x pode assumir qualquer valor real, porém não
existem as tangentes de 90º, 270º e seus côngruos.

tg x . R

113
MATEMÁTICA

Redução para o primeiro quadrante

sen (90º - x) = cos x sen (90º + x) = cos x


cos (90º - x) = sen x cos (90º + x) = - sen x
tg (90º - x) = cotg x tg (90º -x) = - cotg x
sen (180º - x) = cos x sen (180º + x) = -sem x
cos (180º - x) = - cos x cos (180º + x) = - cos x
tg (180º - x) = - tg x tg (180º + x) = tg x
sen (270º - x) = - cos x sen (270º + x) = - cos x
cos (270º - x) = - sen x cos (270º + x) = sen x
tg (270º - x) = cotg x tg (270º + x) = - cotg x
sen (360º - x) = sen x
Relações Fundamentais da Trigonometria cos (360º - x) = cos x
tg (360º - x) = - tg x

— Transformações Trigonométricas
As fórmulas a seguir permitem calcular o cosseno, o a tangente da
soma e da diferença de dois ângulos.

I–

II –

III –

Arcos Duplos
VI – Utilizado quando as fórmulas do seno, cosseno e tangente do arco
(a + b), fazemos b = a.
V–

Nestas relações, além do senx e cosx, temos: tg (tangente), cotg


(cotangente), sec (secante) e cossec (cossecante).

Relações derivadas
Utilizando as definições de cotangente, secante e cossecante
associadas à relação fundamental da trigonometria, extraímos
formulas que auxiliam na simplificação de expressões Arco Metade
trigonométricas. São elas: Encontramos os valores que mede a/2, conhecendo os valores das
tg² α + 1 = sec² α , sendo α ≠ π/2 + kπ, K Z funções trigonométricas do arco que mede a.
1+ cotg² α = cossec² α , sendo α ≠ k.π, K Z

114
MATEMÁTICA

Funções trigonométricas de arco que mede a, em função da – cos x > n (cos x ≥ n)


tangente do arco metade – cos x < n (cos x ≤ n)
– tg x > n (tg x ≥ n)
– tg x < n (tg x ≤ n)

FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS;


GRÁFICOS, EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES;

Funções lineares
Chama-se função do 1º grau ou afim a função f: R . R definida
por y = ax + b, com a e b números reais e a 0. a é o coeficiente an-
gular da reta e determina sua inclinação, b é o coeficiente linear da
reta e determina a intersecção da reta com o eixo y.
As fórmulas a seguir nos permitirão transformar somas em
produtos.

Com a ϵ R* e b ϵ R.

Atenção
Usualmente chamamos as funções polinomiais de: 1º grau, 2º
etc, mas o correto seria Função de grau 1,2 etc. Pois o classifica a
função é o seu grau do seu polinômio.

A função do 1º grau pode ser classificada de acordo com seus


— Equações e Inequações Trigonométricas
gráficos. Considere sempre a forma genérica y = ax + b.
Equação é onde a incógnita é uma função trigonométrica; porém
nem todos os arcos satisfazem essas equações. Para determinar
• Função constante
esses arcos, recorremos ao ciclo trigonométrico sempre que
Se a = 0, então y = b, b . R. Desta maneira, por exemplo, se y =
necessário.
4 é função constante, pois, para qualquer valor de x, o valor de y ou
As inequações se caracterizam pela presença de algum dos
f(x) será sempre 4.
sinais de desigualdade. Como existem infinitos arcos com essas
extremidades e no enunciado não é dado um intervalo para x,
temos de dar a solução utilizando uma expressão geral. Assim:

S = {x R | x = π/4 + k.2π ou x = 3π/4 + k.2π, K Z}

O processo para se obter os arcos por simetria, que estão no 2º,


3º ou 4º quadrantes a partir de um arco α do 1º quadrante é o
seguinte:
– no 2º quadrante, subtraímos de π, ou seja, o arco será π - α; • Função identidade
– no 3º quadrante, somamos a π e o arco será π + α; Se a = 1 e b = 0, então y = x. Nesta função, x e y têm sempre
– no 4º quadrante, subtraímos de 2 π e o arco será 2 π - α. os mesmos valores. Graficamente temos: A reta y = x ou f(x) = x é
denominada bissetriz dos quadrantes ímpares.
Grande parte das equações trigonométricas é escrita na
forma de equações trigonométricas elementares ou equações
trigonométricas fundamentais, representadas da seguinte forma:
sen x = sen α
cos x = cos α
tg x = tg α

Já as inequações, temos 6 tipos de relações fundamentais:


– sen x > n (sen x ≥ n)
– sen x < n (sen x ≤ n)

115
MATEMÁTICA

Mas, se a = -1 e b = 0, temos então y = -x. A reta determinada • Função Bijetora


por esta função é a bissetriz dos quadrantes pares, conforme mos- É uma função que é ao mesmo tempo injetora e sobrejetora.
tra o gráfico ao lado. x e y têm valores iguais em módulo, porém
com sinais contrários.

• Função Par
Quando para todo elemento x pertencente ao domínio temos
• Função linear
f(x)=f(-x), ∀ x ∈ D(f). Ou seja, os valores simétricos devem possuir
É a função do 1º grau quando b = 0, a ≠ 0 e a ≠ 1, a e b . R.
a mesma imagem.
• Função afim
É a função do 1º grau quando a ≠ 0, b ≠ 0, a e b . R.

• Função Injetora
É a função cujo domínio apresenta elementos distintos e tam-
bém imagens distintas.

• Função ímpar
Quando para todo elemento x pertencente ao domínio, temos
f(-x) = -f(x) ∀ x є D(f). Ou seja, os elementos simétricos do domínio
terão imagens simétricas.

• Função Sobrejetora
É quando todos os elementos do domínio forem imagens de
PELO MENOS UM elemento do domínio.

116
MATEMÁTICA

Gráfico da função do 1º grau


A representação geométrica da função do 1º grau é uma reta,
portanto, para determinar o gráfico, é necessário obter dois pontos.
Em particular, procuraremos os pontos em que a reta corta os eixos
x e y.
De modo geral, dada a função f(x) = ax + b, para determinarmos
a intersecção da reta com os eixos, procedemos do seguinte modo:

Exemplos:
(PM/SP – CABO – CETRO) O gráfico abaixo representa o salário
bruto (S) de um policial militar em função das horas (h) trabalhadas
em certa cidade. Portanto, o valor que este policial receberá por
186 horas é

1º) Igualamos y a zero, então ax + b = 0 ⇒ x = - b/a, no eixo x


encontramos o ponto (-b/a, 0).
2º) Igualamos x a zero, então f(x) = a. 0 + b ⇒ f(x) = b, no eixo y
encontramos o ponto (0, b).
• f(x) é crescente se a é um número positivo (a > 0);
• f(x) é decrescente se a é um número negativo (a < 0).

(A) R$ 3.487,50.
(B) R$ 3.506,25.
(C) R$ 3.534,00.
(D) R$ 3.553,00.
Resolução:

Raiz ou zero da função do 1º grau


A raiz ou zero da função do 1º grau é o valor de x para o qual y =
f(x) = 0. Graficamente, é o ponto em que a reta “corta” o eixo x. Por-
tanto, para determinar a raiz da função, basta a igualarmos a zero:

Estudo de sinal da função do 1º grau Resposta: A


Estudar o sinal de uma função do 1º grau é determinar os valo-
res de x para que y seja positivo, negativo ou zero. (CBTU/RJ - ASSISTENTE OPERACIONAL - CONDUÇÃO DE VEÍ-
1º) Determinamos a raiz da função, igualando-a a zero: (raiz: CULOS METROFERROVIÁRIOS – CONSULPLAN) Qual dos pares de
x =- b/a) pontos a seguir pertencem a uma função do 1º grau decrescente?
2º) Verificamos se a função é crescente (a>0) ou decrescente (a (A) Q(3, 3) e R(5, 5).
< 0); temos duas possibilidades: (B) N(0, –2) e P(2, 0).
(C) S(–1, 1) e T(1, –1).
(D) L(–2, –3) e M(2, 3).

117
MATEMÁTICA

Resolução: Atenção:
Para pertencer a uma função polinomial do 1º grau decrescen- Chama-se função completa aquela em que a, b e c não são nu-
te, o primeiro ponto deve estar em uma posição “mais alta” do que los, e função incompleta aquela em que b ou c são nulos.
o 2º ponto.
Vamos analisar as alternativas: Raízes da função do 2ºgrau
( A ) os pontos Q e R estão no 1º quadrante, mas Q está em uma Analogamente à função do 1º grau, para encontrar as raízes
posição mais baixa que o ponto R, e, assim, a função é crescente. da função quadrática, devemos igualar f(x) a zero. Teremos então:
( B ) o ponto N está no eixo y abaixo do zero, e o ponto P está no ax2 + bx + c = 0
eixo x à direita do zero, mas N está em uma posição mais baixa que
o ponto P, e, assim, a função é crescente. A expressão assim obtida denomina-se equação do 2º grau.
( D ) o ponto L está no 3º quadrante e o ponto M está no 1º As raízes da equação são determinadas utilizando-se a fórmula de
quadrante, e L está em uma posição mais baixa do que o ponto M, Bhaskara:
sendo, assim, crescente.
( C ) o ponto S está no 2º quadrante e o ponto T está no 4º qua-
drante, e S está em uma posição mais alta do que o ponto T, sendo,
assim, decrescente.
Resposta: C
Δ (letra grega: delta) é chamado de discriminante da equação.
Equações lineares Observe que o discriminante terá um valor numérico, do qual te-
As equações do tipo a1x1 + a2x2 + a3x3 + .....+ anxn = b, são equa- mos de extrair a raiz quadrada. Neste caso, temos três casos a con-
ções lineares, onde a1, a2, a3, ... são os coeficientes; x1, x2, x3,... as siderar:
incógnitas e b o termo independente. Δ > 0 ⇒ duas raízes reais e distintas;
Por exemplo, a equação 4x – 3y + 5z = 31 é uma equação line- Δ = 0 ⇒ duas raízes reais e iguais;
ar. Os coeficientes são 4, –3 e 5; x, y e z as incógnitas e 31 o termo Δ < 0 ⇒ não existem raízes reais (∄ x ∈ R).
independente.
Para x = 2, y = 4 e z = 7, temos 4.2 – 3.4 + 5.7 = 31, concluímos Gráfico da função do 2º grau
que o terno ordenado (2,4,7) é solução da equação linear
4x – 3y + 5z = 31. • Concavidade da parábola
Graficamente, a função do 2º grau, de domínio r, é representa-
Funções quadráticas da por uma curva denominada parábola. Dada a função y = ax2 + bx
Chama-se função do 2º grau ou função quadrática, de domínio + c, cujo gráfico é uma parábola, se:
R e contradomínio R, a função:

Com a, b e c reais e a ≠ 0.

Onde:
a é o coeficiente de x2
b é o coeficiente de x
c é o termo independente • O termo independente
Na função y = ax2 + bx + c, se x = 0 temos y = c. Os pontos em
que x = 0 estão no eixo y, isto significa que o ponto (0, c) é onde a
parábola “corta” o eixo y.

118
MATEMÁTICA

• Raízes da função Estudo do sinal da função do 2º grau


Considerando os sinais do discriminante (Δ) e do coeficiente de Estudar o sinal da função quadrática é determinar os valores de
x2, teremos os gráficos que seguem para a função y = ax2 + bx + c. x para que y seja: positivo, negativo ou zero. Dada a função f(x) = y
= ax2 + bx + c, para saber os sinais de y, determinamos as raízes (se
existirem) e analisamos o valor do discriminante.

Vértice da parábola – Máximos e mínimos da função


Observe os vértices nos gráficos: Exemplos:
(CBM/MG – OFICIAL BOMBEIRO MILITAR – FUMARC) Duas ci-
dades A e B estão separadas por uma distância d. Considere um ci-
clista que parte da cidade A em direção à cidade B. A distância d, em
quilômetros, que o ciclista ainda precisa percorrer para chegar ao
seu destino em função do tempo t, em horas, é dada pela função
. Sendo assim, a velocidade média desenvolvida

O vértice da parábola será: pelo ciclista em todo o percurso da cidade A até a cidade B é igual a
• o ponto mínimo se a concavidade estiver voltada para cima (A) 10 Km/h
(a > 0); (B) 20 Km/h
• o ponto máximo se a concavidade estiver voltada para baixo (C) 90 Km/h
(a < 0). (D) 100 Km/h
A reta paralela ao eixo y que passa pelo vértice da parábola é
chamada de eixo de simetria. Resolução:
Vamos calcular a distância total, fazendo t = 0:
Coordenadas do vértice
As coordenadas do vértice da parábola são dadas por:

Agora, vamos substituir na função:

100 – t² = 0
– t² = – 100 . (– 1)
t² = 100
t= √100=10km/h
Resposta: A

(IPEM – TÉCNICO EM METROLOGIA E QUALIDADE – VUNESP)


A figura ilustra um arco decorativo de parábola AB sobre a porta da
entrada de um salão:

119
MATEMÁTICA

b=2
c=-24
a + b + c = 1 + 2 – 24 = -21
Resposta: E

Função exponencial
Antes seria bom revisarmos algumas noções de potencializa-
ção e radiciação.
Sejam a e b bases reais e diferentes de zero e m e n expoentes
Considere um sistema de coordenadas cartesianas com centro inteiros, temos:
em O, de modo que o eixo vertical (y) passe pelo ponto mais alto do
arco (V), e o horizontal (x) passe pelos dois pontos de apoio desse
arco sobre a porta (A e B).
Sabendo-se que a função quadrática que descreve esse arco é
f(x) = – x²+ c, e que V = (0; 0,81), pode-se afirmar que a distância ,
em metros, é igual a
(A) 2,1.
(B) 1,8.
(C) 1,6.
(D) 1,9.
(E) 1,4.

Resolução:
C=0,81, pois é exatamente a distância de V Equação exponencial
F(x)=-x²+0,81 A equação exponencial caracteriza-se pela presença da incóg-
0=-x²+0,81 nita no expoente. Exemplos:
X²=0,81
X=±0,9
A distância AB é 0,9+0,9=1,8
Resposta: B

(TRANSPETRO – TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTROLE


JÚNIOR – CESGRANRIO) A raiz da função f(x) = 2x − 8 é também raiz Para resolver estas equações, além das propriedades de potên-
da função quadrática g(x) = ax²+ bx + c. Se o vértice da parábola, grá- cias, utilizamos a seguinte propriedade:
fico da função g(x), é o ponto V(−1, −25), a soma a + b + c é igual a: Se duas potências são iguais, tendo as bases iguais, então os
(A) − 25 expoentes são iguais: am = an ⇔ m = n, sendo a > 0 e a ≠ 1.
(B) − 24
(C) − 23 Gráficos da função exponencial
(D) − 22 A função exponencial f, de domínio R e contradomínio R, é de-
(E) – 21 finida por y = ax, onde a > 0 e a ≠1.

Resolução: Exemplos:
2x-8=0 01. Considere a função y = 3x.
2x=8 Vamos atribuir valores a x, calcular y e a seguir construir o grá-
X=4 fico:

Lembrando que para encontrar a equação, temos:


(x - 4)(x + 6) = x² + 6x - 4x - 24 = x² + 2x - 24 02. Considerando a função, encontre a função: y = (1/3)x
a=1

120
MATEMÁTICA

Exemplos:
(CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/MT – OFICIAL BOMBEIRO
MILITAR – COVEST – UNEMAT) As funções exponenciais são muito
usadas para modelar o crescimento ou o decaimento populacional
de uma determinada região em um determinado período de tem-
po. A função P(t) = 234(1,023)t modela o comportamento de uma
determinada cidade quanto ao seu crescimento populacional em
um determinado período de tempo, em que P é a população em
milhares de habitantes e t é o número de anos desde 1980.
Qual a taxa média de crescimento populacional anual dessa
cidade?
Observando as funções anteriores, podemos concluir que para (A) 1,023%
y = ax: (B) 1,23%
• se a > 1, a função exponencial é crescente; (C) 2,3%
• se 0 < a < 1, a função é decrescente. (D) 0,023%
(E) 0,23%
Graficamente temos:
Resolução:

Primeiramente, vamos calcular a população inicial, fazendo t


= 0:

Inequação exponencial
A inequação exponencial caracteriza-se pela presença da incóg- Agora, vamos calcular a população após 1 ano, fazendo t = 1:
nita no expoente e de um dos sinais de desigualdade: >, <, ≥ ou ≤.
Analisando seus gráficos, temos:

Por fim, vamos utilizar a Regra de Três Simples:


População----------%
234 --------------- 100
239,382 ------------ x

234.x = 239,382 . 100


x = 23938,2 / 234
x = 102,3%
102,3% = 100% (população já existente) + 2,3% (crescimento)
Observando o gráfico, temos que: Resposta: C
• na função crescente, conservamos o sinal da desigualdade
para comparar os expoentes: (POLÍCIA CIVIL/SP – DESENHISTA TÉCNICO-PERICIAL – VU-
NESP) Uma população P cresce em função do tempo t (em anos),
segundo a sentença P = 2000.50,1t. Hoje, no instante t = 0, a popu-
lação é de 2 000 indivíduos. A população será de 50 000 indivíduos
daqui a
(A) 20 anos.
(B) 25 anos.
• na função decrescente, “invertemos” o sinal da desigualdade (C) 50 anos.
para comparar os expoentes: (D) 15 anos.
(E) 10 anos.

Desde que as bases sejam iguais.

121
MATEMÁTICA

Resolução: – Propriedades

Vamos simplificar as bases (5), sobrando somente os expoen-


tes. Assim: Logaritmo decimal - característica e mantissa
0,1 . t = 2 Normalmente eles são calculados fazendo-se o uso da calcula-
t = 2 / 0,1 dora e da tabela de logaritmos. Mas fique tranquilo em sua prova as
t = 20 anos bancas fornecem os valores dos logaritmos.
Resposta: A
Exemplo: Determine log 341.
Função logarítmica
• Logaritmo Resolução:
O logaritmo de um número b, na base a, onde a e b são positi- Sabemos que 341 está entre 100 e 1.000:
vos e a é diferente de um, é um número x, tal que x é o expoente de 102 < 341 < 103
a para se obter b, então: Como a característica é o expoente de menor potência de 10,
temos que c = 2.
Consultando a tabela para 341, encontramos m = 0,53275.
Logo: log 341 = 2 + 0,53275 . log 341 = 2,53275.

Propriedades operatórias dos logaritmos


Onde:
b é chamado de logaritmando
a é chamado de base
x é o logaritmo

OBSERVAÇÕES
– loga a = 1, sendo a > 0 e a ≠ 1
– Nos logaritmos decimais, ou seja, aqueles em que a base é
10, está frequentemente é omitida. Por exemplo: logaritmo de 2 Cologaritmo
na base 10; notação: log 2 cologa b = - loga b, sendo b> 0, a > 0 e a ≠ 1

Propriedades decorrentes da definição Mudança de base


Para resolver questões que envolvam logaritmo com bases di-
• Domínio (condição de existência) ferentes, utilizamos a seguinte expressão:
Segundo a definição, o logaritmando e a base devem ser positi-
vos, e a base deve ser diferente de 1. Portanto, sempre que encon-
tramos incógnitas no logaritmando ou na base devemos garantir a
existência do logaritmo.
Função logarítmica
Função logarítmica é a função f, de domínio R*+ e contradomí-
nio R, que associa cada número real e positivo x ao logaritmo de x
na base a, onde a é um número real, positivo e diferente de 1.

122
MATEMÁTICA

Gráfico da função logarítmica distorções, devemos verificar se as funções envolvidas são crescen-
Vamos construir o gráfico de duas funções logarítmicas como tes ou decrescentes. A justificativa será feita por meio da análise
exemplo: gráfica de duas funções:
A) y = log3 x
Atribuímos valores convenientes a x, calculamos y, conforme
mostra a tabela. Localizamos os pontos no plano cartesiano obten-
do a curva que representa a função.

Na função crescente, os sinais coincidem na comparação dos


logaritmandos e, posteriormente, dos respectivos logaritmos; po-
rém, o mesmo não ocorre na função decrescente. De modo geral,
quando resolvemos uma inequação logarítmica, temos de observar
B) y = log1/3 x
o valor numérico da base pois, sendo os dois membros da inequa-
Vamos tabelar valores convenientes de x, calculando y. Locali-
ção compostos por logaritmos de mesma base, para comparar os
zamos os pontos no plano cartesiano, determinando a curva corres-
respectivos logaritmandos temos dois casos a considerar:
pondente à função.
• se a base é um número maior que 1 (função crescente), utili-
zamos o mesmo sinal da inequação;
• se a base é um número entre zero e 1 (função decrescente),
utilizamos o “sinal inverso” da inequação.

Concluindo, dada a função y = loga x e dois números reais x1 e


x2:

Observando as funções anteriores, podemos concluir que para


y = logax:
• se a > 1, a função é crescente;
• se 0 < a < 1, a função é decrescente. Exemplos:
(PETROBRAS-GEOFISICO JUNIOR – CESGRANRIO) Se log x re-
Equações logarítmicas presenta o logaritmo na base 10 de x, então o valor de n tal que log
A equação logarítmica caracteriza-se pela presença do sinal de n = 3 - log 2 é:
igualdade e da incógnita no logaritmando. (A) 2000
Para resolver uma equação, antes de mais nada devemos es- (B) 1000
tabelecer a condição de existência do logaritmo, determinando os (C) 500
valores da incógnita para que o logaritmando e a base sejam positi- (D) 100
vos, e a base diferente de 1. (E) 10

Inequações logarítmicas Resolução:


Identificamos as inequações logarítmicas pela presença da in- log n = 3 - log 2
cógnita no logaritmando e de um dos sinais de desigualdade: >, <, log n + log 2 = 3 * 1
≥ ou ≤. onde 1 = log 10 então:
Assim como nas equações, devemos garantir a existência do log (n * 2) = 3 * log 10
logaritmo impondo as seguintes condições: o logaritmando e a base log(n*2) = log 10 ^3
devem ser positivos e a base deve ser diferente de 1. 2n = 10^3
Na resolução de inequações logarítmicas, procuramos obter 2n = 1000
logaritmos de bases iguais nos dois membros da inequação, para n = 1000 / 2
poder comparar os logaritmandos. Porém, para que não ocorram n = 500

123
MATEMÁTICA

Resposta: C

(MF – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF) Sabendo-se que log x representa o logaritmo de x na base 10, calcule o valor
da expressão log 20 + log 5.
(A) 5
(B) 4
(C) 1
(D) 2
(E) 3

Resolução:
E = log20 + log5
E = log(2 x 10) + log5
E = log2 + log10 + log5
E = log10 + log (2 x 5)
E = log10 + log10
E = 2 log10
E=2
Resposta: D

Funções trigonométricas
Podemos generalizar e escrever todos os arcos com essa característica na seguinte forma: π/2 + 2kπ, onde k Є Z. E de uma forma geral
abrangendo todos os arcos com mais de uma volta, x + 2kπ.
Estes arcos são representados no plano cartesiano através de funções circulares como: função seno, função cosseno e função tangente.

• Função Seno
É uma função f : R → R que associa a cada número real x o seu seno, então f(x) = sem x. O sinal da função f(x) = sem x é positivo no 1º
e 2º quadrantes, e é negativo quando x pertence ao 3º e 4º quadrantes.

124
MATEMÁTICA

• Função Cosseno
É uma função f : R → R que associa a cada número real x o seu cosseno, então f(x) = cos x. O sinal da função f(x) = cos x é positivo no
1º e 4º quadrantes, e é negativo quando x pertence ao 2º e 3º quadrantes.

• Função Tangente
É uma função f : R → R que associa a cada número real x a sua tangente, então f(x) = tg x.
Sinais da função tangente:
- Valores positivos nos quadrantes ímpares.
- Valores negativos nos quadrantes pares.
- Crescente em cada valor.

125
MATEMÁTICA

Onde:
r é a razão da PA;
a2 é o segundo termo;
a1 é o primeiro termo.

Sendo assim, os termos de uma progressão aritmética podem


ser escritos da seguinte forma:

Note que em uma PA de n termos a fórmula do termo geral (an)


PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E GEOMÉTRICAS;
da sequência é:
an = a1 + (n – 1) . r
— Sequência Numérica
Na matemática, a sequência numérica ou sucessão numérica Alguns casos particulares são: uma PA de 3 termos é represen-
corresponde a uma função dentro de um agrupamento de núme- tada por (x - r, x, x + r) e uma PA de 5 termos tem seus componentes
ros. representados por (x - 2r, x - r, x, x + r, x + 2r).
De tal modo, os elementos agrupados numa sequência numéri-
ca seguem uma sucessão, ou seja, uma ordem no conjunto1. Tipos de PA
De acordo com o valor da razão, as progressões aritméticas são
— Classificação classificadas em 3 tipos:
As sequências numéricas podem ser finitas ou infinitas, por 1. Constante: quando a razão for igual a zero e os termos da
exemplo: PA são iguais.
SF = (2, 4, 6, ..., 8). Exemplo: PA = (2, 2, 2, 2, 2, ...), onde r = 0
SI = (2,4,6,8...).
2. Crescente: quando a razão for maior que zero e um termo a
Note que quando as sequências são infinitas, elas são indicadas partir do segundo é maior que o anterior;
pelas reticências no final. Além disso, vale lembrar que os elemen- Exemplo: PA = (2, 4, 6, 8, 10, ...), onde r = 2
tos da sequência são indicados pela letra a. Por exemplo:
1° elemento: a1 = 2. 3. Decrescente: quando a razão for menor que zero e um termo
4° elemento: a4 = 8. a partir do segundo é menor que o anterior.
Exemplo: PA = (4, 2, 0, - 2, - 4, ...), onde r = - 2
O último termo da sequência é chamado de enésimo, sendo
representado por an. Nesse caso, o an da sequência finita acima se- As progressões aritméticas ainda podem ser classificadas em
ria o elemento 8. finitas, quando possuem um determinado número de termos, e in-
Assim, podemos representá-la da seguinte maneira: finitas, ou seja, com infinitos termos.
SF = (a1, a2, a3,...,an).
SI = (a1, a2, a3, an...). Soma dos Termos de uma PA
A soma dos termos de uma progressão aritmética é calculada
— Lei de Formação pela fórmula:
A Lei de Formação ou Termo Geral é utilizada para calcular
qualquer termo de uma sequência, expressa pela expressão:
an = 2n² - 1

— Lei de Recorrência
A Lei da Recorrência permite calcular qualquer termo de uma Onde, n é o número de termos da sequência, a1 é o primeiro
sequência numérica a partir de elementos antecessores: termo e an é o enésimo termo. A fórmula é útil para resolver ques-
an = an-1, an-2,...a1 tões em que são dados o primeiro e o último termo.
Quando um problema apresentar o primeiro termo e a razão
— Progressão Aritmética (PA) da PA, você pode utilizar a fórmula:

Uma progressão aritmética é uma sequência formada por ter-


mos que se diferenciam um do outro por um valor constante, que
recebe o nome de razão, calculado por2:
r = a2 – a1
Essas duas fórmulas são utilizadas para somar os termos de
1 https://www.todamateria.com.br/sequencia-numerica/ uma PA finita.
2 https://www.todamateria.com.br/pa-e-pg/

126
MATEMÁTICA

Termo médio da PA Sendo a1 o primeiro termo, o termo geral da PG é calculado


Para determinar o termo médio ou central de uma PA com um por a1.q(n-1).
número ímpar de termos calculamos a média aritmética com o pri-
meiro e último termo (a1 e an): Tipos de PG
De acordo com o valor da razão (q), podemos classificar as Pro-
gressões Geométricas em 4 tipos:
1. Crescente: com a razão q > 1 e termos positivos ou, 0 < q < 1
e termos negativos;
Já o termo médio entre três números consecutivos de uma PA Exemplos:
corresponde à média aritmética do antecessor e do sucessor. PG: (3, 9, 27, 81, ...), onde q = 3.
Exemplo: Dada a PA (2, 4, 6, 8, 10, 12, 14) vamos determinar a PG: (-90, -30, -15, -5, ...), onde q = 1/3.
razão, o termo médio e a soma dos termos.
1. Razão da PA 2. Decrescente: com a razão q > 1 e termos negativos ou, 0 < q
< 1 e os termos positivos;

Exemplo:
PG: (-3, -9, -27, -81, ...), onde q = 3.
PG: (90, 30, 15, 5, ...), onde q = 1/3.

2. Termo médio 3. Oscilante: a razão é negativa (q < 0) e os termos são números


negativos e positivos;
Exemplo: PG: (3, -6, 12, -24, 48, -96, …), onde q = - 2.

4. Constante: a razão é sempre igual a 1 e os termos possuem


o mesmo valor.

Exemplo: PG: (3, 3, 3, 3, 3, 3, 3, ...), onde q = 1.

Soma dos Termos de uma PG


3. Soma dos termos A soma dos termos de uma progressão geométrica é calculada
pela fórmula:

Sendo a1 o primeiro termo, q a razão comum e n o número de


termos.
— Progressão Geométrica (PG) Se a razão da PG for menor que 1, então utilizaremos a fórmula
Uma progressão geométrica é formada quando uma sequência a seguir para determinar a soma dos termos.
tem um fator multiplicador resultado da divisão de dois termos con-
secutivos, chamada de razão comum, que é calculada por:

Essas fórmulas são utilizadas para uma PG finita. Caso a soma


pedida seja de uma PG infinita com 0 < q < 1, a fórmula utilizada é:
Onde,
q é a razão da PG;
a2 é o segundo termo;
a1 é o primeiro termo.

Uma progressão geométrica de n termos pode ser representa- Termo Médio da PG


da da seguinte forma: Para determinar o termo médio ou central de uma PG com um
número ímpar de termos calculamos a média geométrica com o pri-
meiro e último termo (a1 e an):

127
MATEMÁTICA

Exemplos:
(BNB) Apesar de todos os caminhos levarem a Roma, eles pas-
sam por diversos lugares antes. Considerando-se que existem três
Exemplo: Dada a PG (1, 3, 9, 27 e 81) vamos determinar a razão, caminhos a seguir quando se deseja ir da cidade A para a cidade
o termo médio e a soma dos termos. B, e que existem mais cinco opções da cidade B para Roma, qual a
1. Razão da PG quantidade de caminhos que se pode tomar para ir de A até Roma,
passando necessariamente por B?
(A) Oito.
(B) Dez.
(C) Quinze.
(D) Dezesseis.
(E) Vinte.

2. Termo médio Resolução:


Observe que temos uma sucessão de escolhas:
Primeiro, de A para B e depois de B para Roma.
1ª possibilidade: 3 (A para B).
Obs.: o número 3 representa a quantidade de escolhas para a
primeira opção.

2ª possibilidade: 5 (B para Roma).


Temos duas possibilidades: A para B depois B para Roma, logo,
uma sucessão de escolhas.
Resultado: 3 . 5 = 15 possibilidades.
Soma dos termos Resposta: C.

(PREF. CHAPECÓ/SC – ENGENHEIRO DE TRÂNSITO – IOBV) Em


um restaurante os clientes têm a sua disposição, 6 tipos de carnes,
4 tipos de cereais, 4 tipos de sobremesas e 5 tipos de sucos. Se o
cliente quiser pedir 1 tipo carne, 1 tipo de cereal, 1 tipo de sobre-
mesa e 1 tipo de suco, então o número de opções diferentes com
que ele poderia fazer o seu pedido, é:
(A) 19
(B) 480
(C) 420
(D) 90

Resolução:
A questão trata-se de princípio fundamental da contagem,
logo vamos enumerar todas as possibilidades de fazermos o pedi-
do:
6 x 4 x 4 x 5 = 480 maneiras.
Resposta: B.
ANÁLISE COMBINATÓRIA;
Fatorial
A Análise Combinatória é a parte da Matemática que de- Sendo n um número natural, chama-se de n! (lê-se: n fatorial)
senvolve meios para trabalharmos com problemas de contagem. a expressão:
Vejamos eles: n! = n (n - 1) (n - 2) (n - 3). ... .2 . 1, como n ≥ 2.

Princípio fundamental de contagem (PFC)


É o total de possibilidades de o evento ocorrer.

• Princípio multiplicativo: P1. P2. P3. ... .Pn.(regra do “e”). É


um princípio utilizado em sucessão de escolha, como ordem.
• Princípio aditivo: P1 + P2 + P3 + ... + Pn. (regra do “ou”). É o
princípio utilizado quando podemos escolher uma coisa ou outra.

128
MATEMÁTICA

Exemplos: P = {A, B, C, D}
5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120. n=4
7! = 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 5.040. p=2
A(n,p)=np
ATENÇÃO A(4,2)=42=16
Permutação
0! = 1 É a TROCA DE POSIÇÃO de elementos de uma sequência.
1! = 1 Utilizamos todos os elementos.
Tenha cuidado 2! = 2, pois 2 . 1 = 2. E 3!
• Sem repetição
Não é igual a 3, pois 3 . 2 . 1 = 6.

Arranjo simples
Arranjo simples de n elementos tomados p a p, onde n>=1 e p
é um número natural, é qualquer ordenação de p elementos den-
tre os n elementos, em que cada maneira de tomar os elementos Atenção: Todas as questões de permutação simples podem ser
se diferenciam pela ordem e natureza dos elementos. resolvidas pelo princípio fundamental de contagem (PFC).

Atenção: Observe que no grupo dos elementos: {1,2,3} um dos Exemplo:


arranjos formados, com três elementos, 123 é DIFERENTE de 321, e (PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTADOR SOCIAL –
assim sucessivamente. IDECAN) Renato é mais velho que Jorge de forma que a razão en-
tre o número de anagramas de seus nomes representa a diferença
• Sem repetição entre suas idades. Se Jorge tem 20 anos, a idade de Renato é
A fórmula para cálculo de arranjo simples é dada por: (A) 24.
(B) 25.
(C) 26.
(D) 27.
(E) 28.

Resolução:
Onde: Anagramas de RENATO
n = Quantidade total de elementos no conjunto. ______
P =Quantidade de elementos por arranjo 6.5.4.3.2.1=720

Exemplo: Uma escola possui 18 professores. Entre eles, serão Anagramas de JORGE
escolhidos: um diretor, um vice-diretor e um coordenador pedagó- _____
gico. Quantas as possibilidades de escolha? 5.4.3.2.1=120
n = 18 (professores)
p = 3 (cargos de diretor, vice-diretor e coordenador pedagógico) Razão dos anagramas: 720/120=6
Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos.
Resposta: C.

• Com repetição
Na permutação com elementos repetidos ocorrem permuta-
• Com repetição ções que não mudam o elemento, pois existe troca de elementos
Os elementos que compõem o conjunto podem aparecer re- iguais. Por isso, o uso da fórmula é fundamental.
petidos em um agrupamento, ou seja, ocorre a repetição de um
mesmo elemento em um agrupamento.
A fórmula geral para o arranjo com repetição é representada
por:

Exemplo:
(CESPE) Considere que um decorador deva usar 7 faixas colo-
ridas de dimensões iguais, pendurando-as verticalmente na vitrine
Exemplo: Seja P um conjunto com elementos: P = {A,B,C,D}, de uma loja para produzir diversas formas. Nessa situação, se 3
tomando os agrupamentos de dois em dois, considerando o ar- faixas são verdes e indistinguíveis, 3 faixas são amarelas e indistin-
ranjo com repetição quantos agrupamentos podemos obter em guíveis e 1 faixa é branca, esse decorador conseguirá produzir, no
relação ao conjunto P. máximo, 140 formas diferentes com essas faixas.
Resolução: ( ) Certo

129
MATEMÁTICA

( ) Errado (C) 1 320


(D) 3 960
Resolução:
Total: 7 faixas, sendo 3 verdes e 3 amarelas. Resolução:
Como trata-se de Combinação, usamos a fórmula:

Resposta: Certo.
Onde n = 12 e p = 3
• Circular
A permutação circular é formada por pessoas em um formato
circular. A fórmula é necessária, pois existem algumas permuta-
ções realizadas que são iguais. Usamos sempre quando:
a) Pessoas estão em um formato circular.
b) Pessoas estão sentadas em uma mesa quadrada (retangu- Como cada um deles pode ser o coordenado, e no grupo tem
lar) de 4 lugares. 3 pessoas, logo temos 220 x 3 = 660.
Resposta: B.

As questões que envolvem combinação estão relacionadas a


duas coisas:
– Escolha de um grupo ou comissões.
Exemplo: – Escolha de grupo de elementos, sem ordem, ou seja, esco-
(CESPE) Uma mesa circular tem seus 6 lugares, que serão lha de grupo de pessoas, coisas, objetos ou frutas.
ocupados pelos 6 participantes de uma reunião. Nessa situação, o
número de formas diferentes para se ocupar esses lugares com os • Com repetição
participantes da reunião é superior a 102. É uma escolha de grupos, sem ordem, porém, podemos repe-
( ) Certo tir elementos na hora de escolher.
( ) Errado

Resolução:
É um caso clássico de permutação circular.
Pc = (6 - 1) ! = 5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120 possibilidades.
Exemplo:
Resposta: CERTO.
Em uma combinação com repetição classe 2 do conjunto {a, b,
c}, quantas combinações obtemos?
Combinação
Utilizando a fórmula da combinação com repetição, verifica-
Combinação é uma escolha de um grupo, SEM LEVAR EM
mos o mesmo resultado sem necessidade de enumerar todas as
CONSIDERAÇÃO a ordem dos elementos envolvidos.
possibilidades:
n=3ep=2
• Sem repetição
Dados n elementos distintos, chama-se de combinação sim-
ples desses n elementos, tomados p a p, a qualquer agrupamento
de p elementos distintos, escolhidos entre os n elementos dados e
que diferem entre si pela natureza de seus elementos.
PROBLEMAS DE CONTAGEM;
Fórmula:
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
em tópicos anteriores.

ANÁLISE DE DADOS: REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS,


Exemplo: DIAGRAMAS, TABELAS;
(CRQ 2ª REGIÃO/MG – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FUNDEP)
Com 12 fiscais, deve-se fazer um grupo de trabalho com 3 deles. Tabelas
Como esse grupo deverá ter um coordenador, que pode ser qual- A tabela é a forma não discursiva de apresentar informações,
quer um deles, o número de maneiras distintas possíveis de se fazer das quais o dado numérico se destaca como informação central.
esse grupo é: Sua finalidade é apresentar os dados de modo ordenado, simples
(A) 4 e de fácil interpretação, fornecendo o máximo de informação num
(B) 660 mínimo de espaço.

130
MATEMÁTICA

Elementos da tabela − Iguais intervalos para as medidas deverão corresponder a


Uma tabela estatística é composta de elementos essenciais e iguais intervalos para as escalas. Exemplo: Se ao intervalo 10-15 kg
elementos complementares. Os elementos essenciais são: corresponde 2 cm na escala, ao intervalo 40-45 kg também deverá
− Título: é a indicação que precede a tabela contendo a desig- corresponder 2 cm, enquanto ao intervalo 40-50 kg corresponderá
nação do fato observado, o local e a época em que foi estudado. 4 cm.
− Corpo: é o conjunto de linhas e colunas onde estão inseridos − O gráfico deverá possuir título, fonte, notas e legenda, ou
os dados. seja, toda a informação necessária à sua compreensão, sem auxílio
− Cabeçalho: é a parte superior da tabela que indica o conteú- do texto.
do das colunas. − O gráfico deverá possuir formato aproximadamente quadra-
− Coluna indicadora: é a parte da tabela que indica o conteú- do para evitar que problemas de escala interfiram na sua correta
do das linhas. interpretação.

Os elementos complementares são: Tipos de Gráficos


− Fonte: entidade que fornece os dados ou elabora a tabela.
− Notas: informações de natureza geral, destinadas a esclare- • Estereogramas: são gráficos onde as grandezas são repre-
cer o conteúdo das tabelas. sentadas por volumes. Geralmente são construídos num sistema
− Chamadas: informações específicas destinadas a esclarecer de eixos bidimensional, mas podem ser construídos num sistema
ou conceituar dados numa parte da tabela. Deverão estar indica- tridimensional para ilustrar a relação entre três variáveis.
das no corpo da tabela, em números arábicos entre parênteses, à
esquerda nas casas e à direita na coluna indicadora. Os elementos
complementares devem situar-se no rodapé da tabela, na mesma
ordem em que foram descritos.

• Cartogramas: são representações em cartas geográficas


(mapas).

Gráficos
Outro modo de apresentar dados estatísticos é sob uma forma
ilustrada, comumente chamada de gráfico. Os gráficos constituem-
-se numa das mais eficientes formas de apresentação de dados.
Um gráfico é, essencialmente, uma figura construída a partir
de uma tabela; mas, enquanto a tabela fornece uma ideia mais
precisa e possibilita uma inspeção mais rigorosa aos dados, o grá-
fico é mais indicado para situações que visem proporcionar uma
impressão mais rápida e maior facilidade de compreensão do com-
portamento do fenômeno em estudo.
Os gráficos e as tabelas se prestam, portanto, a objetivos dis-
tintos, de modo que a utilização de uma forma de apresentação
não exclui a outra.
Para a confecção de um gráfico, algumas regras gerais devem
ser observadas:
Os gráficos, geralmente, são construídos num sistema de eixos
chamado sistema cartesiano ortogonal. A variável independente é
localizada no eixo horizontal (abscissas), enquanto a variável de-
pendente é colocada no eixo vertical (ordenadas). No eixo vertical,
o início da escala deverá ser sempre zero, ponto de encontro dos
eixos.

131
MATEMÁTICA

• Pictogramas ou gráficos pictóricos: são gráficos puramente b) Gráfico de barras: segue as mesmas instruções que o grá-
ilustrativos, construídos de modo a ter grande apelo visual, diri- fico de colunas, tendo a única diferença que os retângulos são
gidos a um público muito grande e heterogêneo. Não devem ser dispostos horizontalmente. É usado quando as inscrições dos re-
utilizados em situações que exijam maior precisão. tângulos forem maiores que a base dos mesmos.

• Diagramas: são gráficos geométricos de duas dimensões, de


fácil elaboração e grande utilização. Podem ser ainda subdivididos
em: gráficos de colunas, de barras, de linhas ou curvas e de seto-
res.
a) Gráfico de colunas: neste gráfico as grandezas são compa-
radas através de retângulos de mesma largura, dispostos vertical- c) Gráfico de linhas ou curvas: neste gráfico os pontos são
mente e com alturas proporcionais às grandezas. A distância entre dispostos no plano de acordo com suas coordenadas, e a seguir
os retângulos deve ser, no mínimo, igual a 1/2 e, no máximo, 2/3 são ligados por segmentos de reta. É muito utilizado em séries
da largura da base dos mesmos. históricas e em séries mistas quando um dos fatores de variação é
o tempo, como instrumento de comparação.

d) Gráfico em setores: é recomendado para situações em


que se deseja evidenciar o quanto cada informação representa
do total. A figura consiste num círculo onde o total (100%) repre-
senta 360°, subdividido em tantas partes quanto for necessário à
representação. Essa divisão se faz por meio de uma regra de três
simples. Com o auxílio de um transferidor efetuasse a marcação
dos ângulos correspondentes a cada divisão.

132
MATEMÁTICA

(B) a quantidade de chuva acumulada no mês de março foi


maior em Fortaleza.
(C) Fortaleza teve mais dias em que choveu do que Florianó-
polis.
(D) choveu a mesma quantidade em Fortaleza e Florianópolis.

Resolução:
A única alternativa que contém a informação correta com os
gráficos é a C.
Resposta: C

Exemplo: MÉDIAS ARITMÉTICAS, PONDERADAS E


(PREF. FORTALEZA/CE – PEDAGOGIA – PREF. FORTALEZA) “Es- GEOMÉTRICAS;
tar alfabetizado, neste final de século, supõe saber ler e interpretar
dados apresentados de maneira organizada e construir represen-
tações, para formular e resolver problemas que impliquem o reco- Média Aritmética
lhimento de dados e a análise de informações. Essa característica Ela se divide em:
da vida contemporânea traz ao currículo de Matemática uma de-
manda em abordar elementos da estatística, da combinatória e da • Simples: é a soma de todos os seus elementos, dividida pelo
probabilidade, desde os ciclos iniciais” (BRASIL, 1997). número de elementos n.
Observe os gráficos e analise as informações. Para o cálculo:
Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto numéri-
co A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição:

Exemplo:
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANALIS-
TA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) Na festa
de seu aniversário em 2014, todos os sete filhos de João estavam
presentes. A idade de João nessa ocasião representava 2 vezes a
média aritmética da idade de seus filhos, e a razão entre a soma das
idades deles e a idade de João valia
(A) 1,5.
(B) 2,0.
(C) 2,5.
(D) 3,0.
(E) 3,5.

Resolução:
Foi dado que: J = 2.M

(I)

Foi pedido:

Na equação ( I ), temos que:

A partir das informações contidas nos gráficos, é correto afir-


mar que:
(A) nos dias 03 e 14 choveu a mesma quantidade em Fortaleza
e Florianópolis.

133
MATEMÁTICA

• Aplicações
Como o próprio nome indica, a média geométrica sugere inter-
pretações geométricas. Podemos calcular, por exemplo, o lado de
um quadrado que possui a mesma área de um retângulo, usando a
definição de média geométrica.

Exemplo:
A média geométrica entre os números 12, 64, 126 e 345, é
dada por:
G = R4[12 ×64×126×345] = 76,013

Resposta: E Média harmônica


Corresponde a quantidade de números de um conjunto dividi-
• Ponderada: é a soma dos produtos de cada elemento multi- dos pela soma do inverso de seus termos. Embora pareça compli-
plicado pelo respectivo peso, dividida pela soma dos pesos. cado, sua formulação mostra que também é muito simples de ser
Para o cálculo calculada:

ATENÇÃO: A palavra média, sem especificações (aritmética ou


ponderada), deve ser entendida como média aritmética.
Exemplo:
Exemplo: Na figura abaixo os segmentos AB e DA são tangentes à cir-
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – PRO- cunferência determinada pelos pontos B, C e D. Sabendo-se que os
GRAMADOR DE COMPUTADOR – FIP) A média semestral de um cur- segmentos AB e CD são paralelos, pode-se afirmar que o lado BC é:
so é dada pela média ponderada de três provas com peso igual a 1
na primeira prova, peso 2 na segunda prova e peso 3 na terceira.
Qual a média de um aluno que tirou 8,0 na primeira, 6,5 na segunda
e 9,0 na terceira?
(A) 7,0
(B) 8,0
(C) 7,8
(D) 8,4
(E) 7,2

Resolução:
Na média ponderada multiplicamos o peso da prova pela sua (A) a média aritmética entre AB e CD.
nota e dividimos pela soma de todos os pesos, assim temos: (B) a média geométrica entre AB e CD.
(C) a média harmônica entre AB e CD.
(D) o inverso da média aritmética entre AB e CD.
(E) o inverso da média harmônica entre AB e CD.

Resolução:
Resposta: B Sendo AB paralela a CD, se traçarmos uma reta perpendicular a
AB, esta será perpendicular a CD também.
Média geométrica Traçamos então uma reta perpendicular a AB, passando por B e
É definida, para números positivos, como a raiz n-ésima do pro- outra perpendicular a AB passando por D:
duto de n elementos de um conjunto de dados.

134
MATEMÁTICA

Sendo BE perpendicular a AB temos que BE irá passar pelo cen- (E) 3/5.
tro da circunferência, ou seja, podemos concluir que o ponto E é
ponto médio de CD. Resolução:
Agora que ED é metade de CD, podemos dizer que o compri-
mento AF vale AB-CD/2.
Aplicamos Pitágoras no triângulo ADF:

(1)

Aplicamos agora no triângulo ECB:


Resposta: B
(2)
Lucro e Prejuízo em porcentagem
Agora diminuímos a equação (1) da equação (2):
É a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. Se a
diferença for POSITIVA, temos o LUCRO (L), caso seja NEGATIVA,
temos PREJUÍZO (P).
Logo: Lucro (L) = Preço de Venda (V) – Preço de Custo (C).
Note, no desenho, que os segmentos AD e AB possuem o mes-
mo comprimento, pois são tangentes à circunferência. Vamos então
substituir na expressão acima AD = AB:

Ou seja, BC é a média geométrica entre AB e CD.


Resposta: B

PORCENTAGEM; Exemplo:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
FCC) O preço de venda de um produto, descontado um imposto de
São chamadas de razões centesimais ou taxas percentuais ou 16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de com-
simplesmente de porcentagem, as razões de denominador 100, ou pra em 40%, os quais constituem o lucro líquido do vendedor. Em
seja, que representam a centésima parte de uma grandeza. Costu- quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior
mam ser indicadas pelo numerador seguido do símbolo %. (Lê-se: ao de compra?
“por cento”). (A) 67%.
(B) 61%.
(C) 65%.
(D) 63%.
(E) 69%.
Exemplo: Resolução:
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANA- Preço de venda: V
LISTA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) O Preço de compra: C
departamento de Contabilidade de uma empresa tem 20 funcio- V – 0,16V = 1,4C
nários, sendo que 15% deles são estagiários. O departamento de 0,84V = 1,4C
Recursos Humanos tem 10 funcionários, sendo 20% estagiários.
Em relação ao total de funcionários desses dois departamentos, a
fração de estagiários é igual a
(A) 1/5.
(B) 1/6.
(C) 2/5.
(D) 2/9. O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.

135
MATEMÁTICA

Resposta: A

Aumento e Desconto em porcentagem


– Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

- Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

Fator de multiplicação

É o valor final de , é o que chamamos de fator de multiplicação, muito útil para resolução de cálculos de por-
centagem. O mesmo pode ser um acréscimo ou decréscimo no valor do produto.

Aumentos e Descontos sucessivos em porcentagem


São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. Para efetuar os respectivos descontos ou aumentos, fazemos uso dos
fatores de multiplicação. Basta multiplicarmos o Valor pelo fator de multiplicação (acréscimo e/ou decréscimo).
Exemplo: Certo produto industrial que custava R$ 5.000,00 sofreu um acréscimo de 30% e, em seguida, um desconto de 20%. Qual o
preço desse produto após esse acréscimo e desconto?

Resolução:
VA = 5000 .(1,3) = 6500 e
VD = 6500 .(0,80) = 5200, podemos, para agilizar os cálculos, juntar tudo em uma única equação:
5000 . 1,3 . 0,8 = 5200
Logo o preço do produto após o acréscimo e desconto é de R$ 5.200,00

REGRA DE TRÊS;

Regra de três simples


Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente ou inversamente proporcionais podem ser resolvidos através de um proces-
so prático, chamado REGRA DE TRÊS SIMPLES.

136
MATEMÁTICA

• Duas grandezas são DIRETAMENTE PROPORCIONAIS quando (PRODAM/AM – AUXILIAR DE MOTORISTA – FUNCAB) Numa
ao aumentarmos/diminuirmos uma a outra também aumenta/di- transportadora, 15 caminhões de mesma capacidade transportam
minui. toda a carga de um galpão em quatro horas. Se três deles quebras-
• Duas grandezas são INVERSAMENTE PROPORCIONAIS quan- sem, em quanto tempo os outros caminhões fariam o mesmo tra-
do ao aumentarmos uma a outra diminui e vice-versa. balho?
(A) 3 h 12 min
Exemplos: (B) 5 h
(PM/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Em 3 de maio (C) 5 h 30 min
de 2014, o jornal Folha de S. Paulo publicou a seguinte informação (D) 6 h
sobre o número de casos de dengue na cidade de Campinas. (E) 6 h 15 min

Resolução:
Vamos utilizar uma Regra de Três Simples Inversa, pois, quanto
menos caminhões tivermos, mais horas demorará para transportar
a carga:

caminhões horas
15 4
(15 – 3) x

12.x = 4 . 15
x = 60 / 12
x=5h
Resposta: B

Regra de três composta


Chamamos de REGRA DE TRÊS COMPOSTA, problemas que
envolvem mais de duas grandezas, diretamente ou inversamente
proporcionais.
De acordo com essas informações, o número de casos regis- Exemplos:
trados na cidade de Campinas, até 28 de abril de 2014, teve um (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO
aumento em relação ao número de casos registrados em 2007, – FCC) O trabalho de varrição de 6.000 m² de calçada é feita em
aproximadamente, de um dia de trabalho por 18 varredores trabalhando 5 horas por dia.
(A) 70%. Mantendo-se as mesmas proporções, 15 varredores varrerão 7.500
(B) 65%. m² de calçadas, em um dia, trabalhando por dia, o tempo de
(C) 60%. (A) 8 horas e 15 minutos.
(D) 55%. (B) 9 horas.
(E) 50%. (C) 7 horas e 45 minutos.
(D) 7 horas e 30 minutos.
Resolução: (E) 5 horas e 30 minutos.
Utilizaremos uma regra de três simples:
Resolução:
ano % Comparando- se cada grandeza com aquela onde está o x.
11442 100
17136 x M² ↑ varredores ↓ horas ↑
6000 18 5
11442.x = 17136 . 100 7500 15 x
x = 1713600 / 11442 = 149,8% (aproximado)
149,8% – 100% = 49,8% Quanto mais a área, mais horas (diretamente proporcionais)
Aproximando o valor, teremos 50% Quanto menos trabalhadores, mais horas (inversamente pro-
Resposta: E porcionais)

137
MATEMÁTICA

Como 0,5 h equivale a 30 minutos, logo o tempo será de 7 ho-


ras e 30 minutos.
Resposta: D

(PREF. CORBÉLIA/PR – CONTADOR – FAUEL) Uma equipe cons-


tituída por 20 operários, trabalhando 8 horas por dia durante 60 Em juros simples:
dias, realiza o calçamento de uma área igual a 4800 m². Se essa – O capital cresce linearmente com o tempo;
equipe fosse constituída por 15 operários, trabalhando 10 horas – O capital cresce a uma progressão aritmética de razão: J=C.i
por dia, durante 80 dias, faria o calçamento de uma área igual a: – A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade.
(A) 4500 m² – Devemos expressar a taxa i na forma decimal.
(B) 5000 m² – Montante (M) ou FV (valor futuro) é a soma do capital com
(C) 5200 m² os juros, ou seja:
(D) 6000 m² M=C+J
(E) 6200 m² M = C.(1+i.t)

Resolução: Exemplo:
(PRODAM/AM – Assistente – FUNCAB) Qual é o capital que,
investido no sistema de juros simples e à taxa mensal de 2,5 %, pro-
Operários ↑ horas ↑ dias ↑ área ↑
duzirá um montante de R$ 3.900,00 em oito meses?
20 8 60 4800 (A) R$ 1.650,00
(B) R$ 2.225,00
15 10 80 x (C) R$ 3.250,00
(D) R$ 3.460,00
Todas as grandezas são diretamente proporcionais, logo: (E) R$ 3.500,00

Resolução:
Montante = Capital + juros, ou seja: j = M – C , que fica: j =
3900 – C ( I )
Agora, é só substituir ( I ) na fórmula do juros simples:

Resposta: D

JUROS SIMPLES E COMPOSTOS;

Juros simples (ou capitalização simples)


Os juros são determinados tomando como base de cálculo o
capital da operação, e o total do juro é devido ao credor (aquele que 390000 – 100.C = 2,5 . 8 . C
empresta) no final da operação. Devemos ter em mente: – 100.C – 20.C = – 390000 . (– 1)
– Os juros são representados pela letra J*. 120.C = 390000
– O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de ca- C = 390000 / 120
pital e é representado pela letra C (capital) ou P(principal) ou VP ou C = R$ 3250,00
PV (valor presente) *. Resposta: C
– O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela
letra t ou n.* Juros compostos (capitalização composta)
– A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um ca- A taxa de juros incide sobre o capital de cada período. Também
pital durante certo tempo. É representado pela letra i e utilizada conhecido como “juros sobre juros”.
para calcular juros. Usamos a seguinte fórmula:
*Varia de acordo com a bibliografia estudada.

ATENÇÃO: Devemos sempre relacionar a taxa e o tempo na


mesma unidade para efetuarmos os cálculos.

Usamos a seguinte fórmula:

138
MATEMÁTICA

Resolução:

O (1+i)t ou (1+i)n é chamado de fator de acumulação de capital.

ATENÇÃO: as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e Como, M = C + j , ou seja , j = M – C , temos:
do período (t), tem de ser necessariamente iguais. j = 1,331.C – C = 0,331 . C
0,331 = 33,10 / 100 = 33,10%
Resposta: D

Juros Compostos utilizando Logaritmos


Algumas questões que envolvem juros compostos, precisam de
conceitos de logaritmos, principalmente aquelas as quais precisa-
mos achar o tempo/prazo. Normalmente as questões informam os
valores do logaritmo, então não é necessário decorar os valores da
tabela.

Exemplo:
(FGV-SP) Uma aplicação financeira rende juros de 10% ao ano,
compostos anualmente. Utilizando para cálculos a aproximação de
, pode-se estimar que uma aplicação de R$ 1.000,00 seria resgatada
no montante de R$ 1.000.000,00 após:
(A) Mais de um século.
O crescimento do principal (capital) em: (B) 1 século
– juros simples é LINEAR, CONSTANTE; (C) 4/5 de século
– juros compostos é EXPONENCIAL, GEOMÉTRICO e, portanto (D) 2/3 de século
tem um crescimento muito mais “rápido”; (E) ¾ de século
Observe no gráfico que:
– O montante após 1º tempo é igual tanto para o regime de Resolução:
juros simples como para juros compostos; A fórmula de juros compostos é M = C(1 + i)t e do enunciado
– Antes do 1º tempo o montante seria maior no regime de temos que M = 1.000.000, C = 1.000, i = 10% = 0,1:
juros simples; 1.000.000 = 1.000(1 + 0,1)t
– Depois do 1º tempo o montante seria maior no regime de
juros compostos.

Exemplo:
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA
– CAIPIMES) Um capital foi aplicado por um período de 3 anos, com (agora para calcular t temos que usar loga-
taxa de juros compostos de 10% ao ano. É correto afirmar que essa ritmo nos dois lados da equação para pode utilizar a propriedade
aplicação rendeu juros que corresponderam a, exatamente: , o expoente m passa multiplicando)
(A) 30% do capital aplicado.
(B) 31,20% do capital aplicado.
(C) 32% do capital aplicado.
(D) 33,10% do capital aplicado.

t.0,04 = 3

139
MATEMÁTICA

Veremos agora alguns eventos particulares:

Evento certo é aquele que possui os mesmos elementos do es-


Resposta: E paço amostral (todo conjunto é subconjunto de si mesmo); E = S.

Exemplo
PROBABILIDADE; A soma dos resultados nos 2 dados ser menor ou igual a 12.

Evento impossível é um evento igual ao conjunto vazio (Ø).


PROBABILIDADE
Exemplo
O estudo da probabilidade vem da necessidade de em certas
O número de uma das faces de um dado ser 7.
situações, prevermos a possibilidade de ocorrência de determinados
E: Ø
fatos.
A teoria da probabilidade é o ramo da Matemática que cria
Evento simples é um evento que possui um único elemento.
e desenvolve modelos matemáticos para estudar os experimentos
aleatórios. Alguns elementos são necessários para efetuarmos os
Exemplo
cálculos probabilísticos.
A soma do resultado de dois dados ser igual a 12.
E: {(6,6)}
Experimentos aleatórios são fenômenos que apresentam re-
sultados imprevisíveis quando repetidos, mesmo que as condições
Evento complementar, se E é um evento do espaço amostral
sejam semelhantes.
S, o evento complementar de E indicado por C tal que C = S – E. Ou
seja, o evento complementar é quando E não ocorre.
Exemplos
E1: o primeiro número, no lançamento de 2 dados, ser menor
a) lançamento de 3 moedas e a observação das suas faces vol-
ou igual a 2.
tadas para cima
E2: o primeiro número, no lançamento de 2 dados, ser maior
b) jogar 2 dados e observar o número das suas faces
que 2.
c) abrir 1 livro ao acaso e observar o número das suas páginas.
S: espaço amostral é dado na tabela abaixo:
Espaço amostral é o conjunto de todos os resultados possíveis
de ocorrer em um determinado experimento aleatório. Indicamos
esse conjunto por uma letra maiúscula: U, S , A, Ω ... variando de
acordo com a bibliografia estudada.

Exemplo
a) quando lançamos 3 moedas e observamos suas faces vol-
tadas para cima, sendo as faces da moeda cara (c) e coroa (k), o
espaço amostral deste experimento é:
S = {(c,c,c); (c,c,k); (c,k,k); (c,k,c); (k,k,k,); (k,c,k); (k,c,c); (k,k,c)}, E1: {(1,1), (1,2), (1,3), (1,4), (1,5), (1,6), (2,1), (2,2), (2,3) (2,4),
onde o número de elementos do espaço amostral n(A) = 8 (2,5), (2,6)}
Como, C = S – E1
Evento é qualquer subconjunto de um espaço amostral (S); C = {(3,1), (3,2), (3,3), (3,4), (3,5), (3,6), (4,1), (4,2), (4,3), (4,4),
muitas vezes um evento pode ser caracterizado por um fato. Indi- (4,5), (4,6), (5,1), (5,2), (5,3), (5,4), (5,5), (5,6), (6,1), (6,2), (6,3),
camos pela letra E. (6,4), (6,5), (6,6)}

Eventos mutuamente exclusivos, dois ou mais eventos são mu-


tuamente exclusivos quando a ocorrência de um deles implica a não
ocorrência do outro. Se A e B são eventos mutuamente exclusivos,
então: A ∩ B = Ø.
Sejam os eventos:
A: quando lançamos um dado, o número na face voltada para
Exemplo cima é par.
a) no lançamento de 3 moedas: A = {2,4,6}
E1→ aparecer faces iguais B: quando lançamos um dado, o número da face voltada para
E1 = {(c,c,c);(k,k,k)} cima é divisível por 5.
O número de elementos deste evento E1 é n(E1) = 2 B = {5}
Os eventos A e B são mutuamente exclusivos, pois A ∩ B = Ø.
E2→ aparecer coroa em pelo menos 1 face
E2 = {(c,c,k); (c,k,k); (c,k,c); (k,k,k,); (k,c,k); (k,c,c); (k,k,c)}
Logo n(E2) = 7

140
MATEMÁTICA

Probabilidade em espaços equiprováveis Exemplo


Considerando um espaço amostral S, não vazio, e um evento E, A probabilidade de que a população atual de um país seja de
sendo E ⊂ S, a probabilidade de ocorrer o evento E é o número real 110 milhões ou mais é de 95%. A probabilidade de ser 110 milhões
P (E), tal que: ou menos é de 8%. Calcule a probabilidade de ser 110 milhões.
Sendo P(A) a probabilidade de ser 110 milhões ou mais: P(A) =
95% = 0,95
Sendo P(B) a probabilidade de ser 110 milhões ou menos: P(B)
= 8% = 0,08
Sendo 0 ≤ P(E) ≤ 1 e S um conjunto equiprovável, ou seja, to- P (A ∩ B) = a probabilidade de ser 110 milhões: P (A ∩ B) = ?
dos os elementos têm a mesma “chance de acontecer. P (A U B) = 100% = 1
Onde: Utilizando a regra da união de dois eventos, temos:
n(E) = número de elementos do evento E. P (A U B) = P(A) + P(B) – P (A ∩ B)
n(S) = número de elementos do espaço amostral S. 1 = 0,95 + 0,08 - P (A ∩ B)
P (A ∩ B) = 0,95 + 0,08 - 1
Exemplo P (A ∩ B) = 0,03 = 3%
Lançando-se um dado, a probabilidade de sair um número ím-
par na face voltada para cima é obtida da seguinte forma: Probabilidade condicional
S = {1, 2, 3, 4, 5, 6} n(S) = 6 Vamos considerar os eventos A e B de um espaço amostral S, defi-
E = {1, 3, 5} n(E) = 3 nimos como probabilidade condicional do evento A, tendo ocorri-
do o evento B e indicado por P(A | B) ou , a razão:

Probabilidade da união de dois eventos


Vamos considerar A e B dois eventos contidos em um mesmo Lemos P (A | B) como: a probabilidade de A “dado que” ou
espaço amostral A, o número de elementos da reunião de A com B “sabendo que” a probabilidade de B.
é igual ao número de elementos do evento A somado ao número
de elementos do evento B, subtraindo o número de elementos da Exemplo
intersecção de A com B. No lançamento de 2 dados, observando as faces de cima, para
calcular a probabilidade de sair o número 5 no primeiro dado, sa-
bendo que a soma dos 2 números é maior que 7.
Montando temos:
S = {(1,1), (1,2), (1,3), (1,4), (1,5), (1,6), (2,1), (2,2), (2,3), (2,4),
(2,5), (2,6), (3,1), (3,2), (3,3), (3,4), (3,5), (3,6), (4,1), (4,2), (4,3),
(4,4), (4,5), (4,6), (5,1), (5,2), (5,3), (5,4), (5,5), (5,6), (6,1), (6,2),
(6,3), (6,4), (6,5), (6,6)}
Evento A: o número 5 no primeiro dado.
A = {(5,1), (5,2), (5,3), (5,4), (5,5), (5,6)}
Sendo n(S) o número de elementos do espaço amostral, vamos
dividir os dois membros da equação por n(S) a fim de obter a pro- Evento B: a soma dos dois números é maior que 7.
babilidade P (A U B). B = {(2,6), (3,5), (3,6), (4,4), (4,5), (4,6), (5,3), (5,4), (5,5), (5,6),
(6,2), (6,3), (6,4), (6,5), (6,6)}

A ∩ B = {(5,3), (5,4), (5,5), (5,6)}


P (A ∩ B) = 4/36
P (A U B) = P(A) + P(B) = 15/36
P(B) – P (A ∩ B) Logo:

Para eventos mutuamente exclusivos, onde A ∩ B = Ø, a equa-


ção será: Probabilidade de dois eventos simultâneos (ou sucessivos)
A probabilidade de ocorrer P (A ∩ B) é igual ao produto de um
deles pela probabilidade do outro em relação ao primeiro. Isto sig-
P (A U B) = nifica que, para se avaliar a probabilidade de ocorrem dois eventos
P(A) + P(B) simultâneos (ou sucessivos), que é P (A ∩ B), é preciso multiplicar a
probabilidade de ocorrer um deles P(B) pela probabilidade de ocor-
rer o outro, sabendo que o primeiro já ocorreu P (A | B).
Sendo:

141
MATEMÁTICA

A probabilidade de ocorrer k vezes o evento E e (n - k) vezes o


evento é o produto: pk . (1 – p)n - k

As k vezes do evento E e as (n – k) vezes do evento podem ocu-


par qualquer ordem. Então, precisamos considerar uma permuta-
Eventos independentes, dois eventos A e B de um espaço ção de n elementos dos quais há repetição de k elementos e de (n
amostral S são independentes quando P(A|B) = P(A) ou P(B|A) = – k) elementos, em outras palavras isso significa:
P(B). Sendo os eventos A e B independentes, temos:
logo a probabilidade de ocorrer k vezes
P (A ∩ B) = P(A). P(B) o evento E no n experimentos é dada:

Exemplo
Lançando-se simultaneamente um dado e uma moeda, deter-
mine a probabilidade de se obter 3 ou 5 no dado e cara na moeda.
Sendo, c = coroa e k = cara. A lei binomial deve ser aplicada nas seguintes condições:

S = {(1,c), (1,k), (2,c), (2,k), (3,c), (3,k), (4,c), (4,k), (5,c), (5,k),
(6,c), (6,k)} - O experimento deve ser repetido nas mesmas condições
Evento A: 3 ou 5 no dado as n vezes.
A = {(3,c), (3,k), (5,c), (5,k)}
- Em cada experimento devem ocorrer os eventos E e .
- A probabilidade do E deve ser constante em todas as n
vezes.
Evento B: cara na moeda
B = {(1,k), (2,k), (3,k), (4,k), (5,k), (6,k)} - Cada experimento é independente dos demais.

Exemplo:
Lançando-se uma moeda 4 vezes, qual a probabilidade de ocor-
Os eventos são independentes, pois o fato de ocorrer o evento rência 3 caras?
A não modifica a probabilidade de ocorrer o evento B. Com isso Está implícito que ocorrerem 3 caras deve ocorrer uma coroa.
temos: Umas das possíveis situações, que satisfaz o problema, pode ser:
P (A ∩ B) = P(A). P(B)

Observamos que A ∩ B = {(3,k), (5,k)} e a P (A ∩ B) poder ser Temos que:


calculada também por: n=4
k=3

No entanto nem sempre chegar ao n(A ∩ B) é fácil, depende do


nosso espaço amostral. Logo a probabilidade de que essa situação ocorra é dada por:
Lei Binomial de probabilidade , como essa não é a única situação de ocorre 3
Vamos considerar um experimento que se repete “n” vezes. Em caras e 1 coroa. Vejamos:
cada um deles temos:
P(E) = p, que chamamos de probabilidade de ocorrer o evento
E com sucesso.
P( ) = 1 – p , probabilidade de ocorrer o evento E com insuces-
so (fracasso).

A probabilidade do evento E ocorrer k vezes, das n que o expe-


rimento se repete é dado por uma lei binomial.

Podemos também resolver da seguinte forma: maneiras de

ocorrer o produto , portanto:

142
MATEMÁTICA

CÁLCULO DE COMPRIMENTOS; DISTÂNCIAS; PERÍMETROS; ÁREAS E VOLUMES;

Geometria plana
Aqui nos deteremos a conceitos mais cobrados como perímetro e área das principais figuras planas. O que caracteriza a geometria
plana é o estudo em duas dimensões.

Perímetro
É a soma dos lados de uma figura plana e pode ser representado por P ou 2p, inclusive existem umas fórmulas de geometria que
aparece p que é o semiperímetro (metade do perímetro). Basta observamos a imagem:

Observe que a planta baixa tem a forma de um retângulo.

Exemplo:
(CPTM - Médico do trabalho – MAKIYAMA) Um terreno retangular de perímetro 200m está à venda em uma imobiliária. Sabe-se que
sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento. Se o metro quadrado cobrado nesta região é de R$ 50,00, qual será o valor pago
por este terreno?
(A) R$ 10.000,00.
(B) R$ 100.000,00.
(C) R$ 125.000,00.
(D) R$ 115.200,00.
(E) R$ 100.500,00.

Resolução:
O perímetro do retângulo é dado por = 2(b+h);
Pelo enunciado temos que: sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento, logo 2 (x + (x-28)) = 2 (2x -28) = 4x – 56. Como ele
já dá o perímetro que é 200, então
200 = 4x -56 . 4x = 200+56 . 4x = 256 . x = 64
Comprimento = 64, largura = 64 – 28 = 36
Área do retângulo = b.h = 64.36 = 2304 m2
Logo o valor da área é: 2304.50 = 115200
Resposta: D

• Área
É a medida de uma superfície. Usualmente a unidade básica de área é o m2 (metro quadrado). Que equivale à área de um quadrado
de 1 m de lado.

Quando calculamos que a área de uma determinada figura é, por exemplo, 12 m2; isso quer dizer que na superfície desta figura ca-
bem 12 quadrados iguais ao que está acima.

143
MATEMÁTICA

Planta baixa de uma casa com a área total

Para efetuar o cálculo de áreas é necessário sabermos qual a figura plana e sua respectiva fórmula. Vejamos:

(Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/57/97/5797a651dfb37-areas-de-figuras-planas.jpg)

Geometria espacial
Aqui trataremos tanto das figuras tridimensionais e dos sólidos geométricos. O importante é termos em mente todas as figuras pla-
nas, pois a construção espacial se dá através da junção dessas figuras. Vejamos:

Diedros
Sendo dois planos secantes (planos que se cruzam) π e π’, o espaço entre eles é chamado de diedro. A medida de um diedro é feita
em graus, dependendo do ângulo formado entre os planos.

144
MATEMÁTICA

Poliedros - seus ângulos poliédricos são congruentes;


São sólidos geométricos ou figuras geométricas espaciais for- Por essas condições e observações podemos afirmar que to-
madas por três elementos básicos: faces, arestas e vértices. Cha- dos os poliedros de Platão são ditos Poliedros Regulares.
mamos de poliedro o sólido limitado por quatro ou mais polígonos
planos, pertencentes a planos diferentes e que têm dois a dois Exemplo:
somente uma aresta em comum. Veja alguns exemplos: (PUC/RS) Um poliedro convexo tem cinco faces triangulares
e três pentagonais. O número de arestas e o número de vértices
deste poliedro são, respectivamente:
(A) 30 e 40
(B) 30 e 24
(C) 30 e 8
(D) 15 e 25
(E) 15 e 9

Resolução:
O poliedro tem 5 faces triangulares e 3 faces pentagonais,
logo, tem um total de 8 faces (F = 8). Como cada triângulo tem 3
lados e o pentágono 5 lados. Temos:

Os polígonos são as faces do poliedro; os lados e os vértices


dos polígonos são as arestas e os vértices do poliedro.
Um poliedro é convexo se qualquer reta (não paralela a ne-
nhuma de suas faces) o corta em, no máximo, dois pontos. Ele não
possuí “reentrâncias”. E caso contrário é dito não convexo.

Relação de Euler
Em todo poliedro convexo sendo V o número de vértices, A o Resposta: E
número de arestas e F o número de faces, valem as seguintes rela-
ções de Euler: Não Poliedros
Poliedro Fechado: V – A + F = 2
Poliedro Aberto: V – A + F = 1

Para calcular o número de arestas de um poliedro temos que


multiplicar o número de faces F pelo número de lados de cada face
n e dividir por dois. Quando temos mais de um tipo de face, basta
somar os resultados.
A = n.F/2

Poliedros de Platão
Eles satisfazem as seguintes condições:
- todas as faces têm o mesmo número n de arestas;
Os sólidos acima são. São considerados não planos pois pos-
- todos os ângulos poliédricos têm o mesmo número m de
suem suas superfícies curvas.
arestas;
Cilindro: tem duas bases geometricamente iguais definidas
- for válida a relação de Euler (V – A + F = 2).
por curvas fechadas em superfície lateral curva.
Cone: tem uma só base definida por uma linha curva fechada
e uma superfície lateral curva.
Esfera: é formada por uma única superfície curva.

Poliedros Regulares
Um poliedro e dito regular quando:
- suas faces são polígonos regulares congruentes;

145
MATEMÁTICA

Planificações de alguns Sólidos Geométricos Área e Volume dos sólidos geométricos

PRISMA: é um sólido geométrico que possui duas bases iguais


e paralelas.

Exemplo:
(PREF. JUCÁS/CE – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – INSTITUTO
NEO EXITUS) O número de faces de um prisma, em que a base é
um polígono de n lados é:
(A) n + 1.
Fonte: https://1.bp.blogspot.com/-WWDbQ-Gh5zU/Wb7iCjR42BI/AA- (B) n + 2.
AAAAAAIR0/kfRXIcIYLu4Iqf7ueIYKl39DU-9Zw24lgCLcBGAs/s1600/re- (C) n.
vis%25C3%25A3o%2Bfiguras%2Bgeom%25C3%25A9tricas-page-001. (D) n – 1.
jpg (E) 2n + 1.
Sólidos geométricos
O cálculo do volume de figuras geométricas, podemos pedir Resolução:
que visualizem a seguinte figura: Se a base tem n lados, significa que de cada lado sairá uma
face.
Assim, teremos n faces, mais a base inferior, e mais a base
superior.
Portanto, n + 2
Resposta: B

PIRÂMIDE: é um sólido geométrico que tem uma base e um


vértice superior.

a) A figura representa a planificação de um prisma reto;


b) O volume de um prisma reto é igual ao produto da área da
base pela altura do sólido, isto é:
V = Ab. a
Onde a é igual a h (altura do sólido)

c) O cubo e o paralelepípedo retângulo são prismas;


d) O volume do cilindro também se pode calcular da mesma
forma que o volume de um prisma reto.

146
MATEMÁTICA

CONE: é um sólido geométrico que tem uma base circular e


vértice superior.
Exemplo:
Uma pirâmide triangular regular tem aresta da base igual a 8
cm e altura 15 cm. O volume dessa pirâmide, em cm3, é igual a:
(A) 60
(B) 60
(C) 80
(D) 80
(E) 90

Resolução:
Do enunciado a base é um triângulo equilátero. E a fórmula
da área do triângulo equilátero é . A aresta da base é a = 8 cm e h
= 15 cm.
Cálculo da área da base:

Cálculo do volume:
Exemplo:
Um cone equilátero tem raio igual a 8 cm. A altura desse cone,
em cm, é:

(A)

(B)

(C)

(D)

(E) 8
Resposta: D
CILINDRO: é um sólido geométrico que tem duas bases iguais,
Resolução:
paralelas e circulares.
Em um cone equilátero temos que g = 2r. Do enunciado o raio
é 8 cm, então a geratriz é g = 2.8 = 16 cm.
g2 = h2 + r2
162 = h2 + 82
256 = h2 + 64
256 – 64 = h2
h2 = 192

147
MATEMÁTICA

Exemplo:
(ESCOLA DE SARGENTO DAS ARMAS – COMBATENTE/LOGÍS-
TICA – TÉCNICA/AVIAÇÃO – EXÉRCITO BRASILEIRO) O volume de
um tronco de pirâmide de 4 dm de altura e cujas áreas das bases
são iguais a 36 dm² e 144 dm² vale:
(A) 330 cm³
(B) 720 dm³
Resposta: D (C) 330 m³
(D) 360 dm³
ESFERA: superfície curva, possui formato de uma bola. (E) 336 dm³

Resolução:

AB=144 dm²
Ab=36 dm²

Resposta: E

Geometria analítica
Um dos objetivos da Geometria Analítica é determinar a reta
que representa uma certa equação ou obter a equação de uma
reta dada, estabelecendo uma relação entre a geometria e a álge-
bra.

Sistema cartesiano ortogonal (PONTO)


Para representar graficamente um par ordenado de números
reais, fixamos um referencial cartesiano ortogonal no plano. A reta
x é o eixo das abscissas e a reta y é o eixo das ordenadas. Como se
pode verificar na imagem é o Sistema cartesiano e suas proprieda-
des.

TRONCOS: são cortes feitos nas superfícies de alguns dos sóli-


dos geométricos. São eles:

Para determinarmos as coordenadas de um ponto P, traçamos


linhas perpendiculares aos eixos x e y.
• xp é a abscissa do ponto P;
• yp é a ordenada do ponto P;
• xp e yp constituem as coordenadas do ponto P.

148
MATEMÁTICA

Baricentro
O baricentro (G) de um triângulo é o ponto de intersecção das
medianas do triângulo. O baricentro divide as medianas na razão
de 2:1.

Mediante a esse conhecimento podemos destacar as formulas


que serão uteis ao cálculo.

Distância entre dois pontos de um plano


Por meio das coordenadas de dois pontos A e B, podemos
localizar esses pontos em um sistema cartesiano ortogonal e, com
isso, determinar a distância d(A, B) entre eles. O triângulo formado Condição de alinhamento de três pontos
é retângulo, então aplicamos o Teorema de Pitágoras. Consideremos três pontos de uma mesma reta (colineares),
A(x1, y1), B(x2, y2) e C(x3, y3).

Estes pontos estarão alinhados se, e somente se:

Ponto médio de um segmento

Por outro lado, se D ≠ 0, então os pontos A, B e C serão vérti-


ces de um triângulo cuja área é:

onde o valor do determinante é sempre dado em módulo,


pois a área não pode ser um número negativo.

Inclinação de uma reta e Coeficiente angular de uma reta (ou


declividade)
À medida do ângulo α, onde α é o menor ângulo que uma reta
forma com o eixo x, tomado no sentido anti-horário, chamamos de
inclinação da reta r do plano cartesiano.

149
MATEMÁTICA

Já a declividade é dada por: m = tgα


2) Dois pontos: A(x1, y1) e B(x2, y2)
Cálculo do coeficiente angular Consideremos os pontos A(1, 4) e B(2, 1). Com essas informa-
Se a inclinação α nos for desconhecida, podemos calcular o ções, podemos determinar o coeficiente angular da reta:
coeficiente angular m por meio das coordenadas de dois pontos da
reta, como podemos verificar na imagem.

Com o coeficiente angular, podemos utilizar qualquer um dos


dois pontos para determinamos a equação da reta. Temos A(1, 4),
m = -3 e Q(x, y)
y - y1 = m.(x - x1) ⇒ y - 4 = -3. (x - 1) ⇒ y - 4 = -3x + 3 ⇒ 3x
+ y - 4 - 3 = 0 ⇒ 3x + y - 7 = 0

Equação reduzida da reta


A equação reduzida é obtida quando isolamos y na equação
da reta y - b = mx

Reta

Equação da reta
A equação da reta é determinada pela relação entre as abscis-
sas e as ordenadas. Todos os pontos desta reta obedecem a uma
mesma lei. Temos duas maneiras de determinar esta equação:

1) Um ponto e o coeficiente angular


Exemplo:
Consideremos um ponto P(1, 3) e o coeficiente angular m = 2.
Dados P(x1, y1) e Q(x, y), com P ∈ r, Q ∈ r e m a declividade da
reta r, a equação da reta r será:

– Equação segmentária da reta


É a equação da reta determinada pelos pontos da reta que
interceptam os eixos x e y nos pontos A (a, 0) e B (0,b).

150
MATEMÁTICA

Equação geral da reta


Toda equação de uma reta pode ser escrita na forma:
ax + by + c = 0
C) Retas coincidentes: Se r1 e r2 são coincidentes, as retas
onde a, b e c são números reais constantes com a e b não cortam o eixo y no mesmo ponto; portanto, além de terem seus
simultaneamente nulos. coeficientes angulares iguais, seus coeficientes lineares também
serão iguais.
Posições relativas de duas retas
Em relação a sua posição elas podem ser:
A) Retas concorrentes: Se r1 e r2 são concorrentes, então seus
ângulos formados com o eixo x são diferentes e, como consequên-
cia, seus coeficientes angulares são diferentes.

Intersecção de retas
Duas retas concorrentes, apresentam um ponto de inter-
B) Retas paralelas: Se r1 e r2 são paralelas, seus ângulos com o secção P(a, b), em que as coordenadas (a, b) devem satisfazer as
eixo x são iguais e, em consequência, seus coeficientes angulares equações de ambas as retas. Para determinarmos as coordenadas
são iguais (m1 = m2). Entretanto, para que sejam paralelas, é neces- de P, basta resolvermos o sistema constituído pelas equações des-
sário que seus coeficientes lineares n1 e n2 sejam diferentes sas retas.

Condição de perpendicularismo
Se duas retas, r1 e r2, são perpendiculares entre si, a seguinte
relação deverá ser verdadeira.

151
MATEMÁTICA

Equação reduzida da circunferência


Dados um ponto P(x, y) qualquer, pertencente a uma circunfe-
rência de centro O(a,b) e raio r, sabemos que: d(O,P) = r.

onde m1 e m2 são os coeficientes angulares das retas r1 e r2,


respectivamente.

Distância entre um ponto e uma reta


A distância de um ponto a uma reta é a medida do segmento
perpendicular que liga o ponto à reta. Utilizamos a fórmula a se-
guir para obtermos esta distância.

Equação Geral da circunferência


A equação geral de uma circunferência é obtida através do
desenvolvimento da equação reduzida.

onde d(P, r) é a distância entre o ponto P(xP, yP) e a reta r . Exemplo:


(VUNESP) A equação da circunferência, com centro no ponto
Exemplo: C(2, 1) e que passa pelo ponto P(0, 3), é:
(UEPA) O comandante de um barco resolveu acompanhar a (A) x2 + (y – 3)2 = 0
procissão fluvial do Círio-2002, fazendo o percurso em linha reta. (B) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 4
Para tanto, fez uso do sistema de eixos cartesianos para melhor (C) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 8
orientação. O barco seguiu a direção que forma 45° com o sentido (D) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 16
positivo do eixo x, passando pelo ponto de coordenadas (3, 5). (E) x2 + (y – 3)2 = 8
Este trajeto ficou bem definido através da equação:
(A) y = 2x – 1 Resolução:
(B) y = - 3x + 14 Temos que C(2, 1), então a = 2 e b = 1. O raio não foi dado no
(C) y = x + 2 enunciado.
(D) y = - x + 8 (x – a)2 + (y – b)2 = r2
(E) y = 3x – 4 (x – 2)2 + (y – 1)2 = r2 (como a circunferência passa pelo ponto
P, basta substituir o x por 0 e o y por 3 para achar a raio.
Resolução: (0 – 2)2 + (3 – 1)2 = r2
xo = 3, yo = 5 e = 1. As alternativas estão na forma de equação (- 2)2 + 22 = r2
reduzida, então: 4 + 4 = r2
y – yo = m(x – xo) r2 = 8
y – 5 = 1.(x – 3) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 8
y–5=x–3 Resposta: C
y=x–3+5
y=x+2
Resposta: C

Circunferência

É o conjunto dos pontos do plano equidistantes de um ponto


fixo O, denominado centro da circunferência.
A medida da distância de qualquer ponto da circunferência ao
centro O é sempre constante e é denominada raio.

152
MATEMÁTICA

Elipse
RACIOCÍNIO LÓGICO;
É o conjunto dos pontos de um plano cuja soma das distâncias
a dois pontos fixos do plano é constante. Onde F1 e F2 são focos: Raciocínio lógico matemático
Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver proble-
mas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife-
rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura
de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte
consiste nos seguintes conteúdos:
– Operação com conjuntos.
– Cálculos com porcentagens.
– Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geomé-
tricos e matriciais.
– Geometria básica.
– Álgebra básica e sistemas lineares.
– Calendários.
– Numeração.
– Razões Especiais.
– Análise Combinatória e Probabilidade.
– Progressões Aritmética e Geométrica.

Mesmo que mudemos o eixo maior da elipse do eixo x para o Raciocínio lógico dedutivo
eixo y, a relação de Pitágoras (a2 =b2 + c2) continua sendo válida. Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de
Argumentação.

Orientações espacial e temporal


O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem
figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação
temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que en-
volvam os conteúdos:
– Lógica sequencial;
– Calendários.
Equações da elipse
a) Centrada na origem e com o eixo maior na horizontal. Raciocínio verbal
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar
conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de
habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a
uma vaga. Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou in-
teligência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação
do conhecimento por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um
trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirma-
ções, selecionando uma das possíveis respostas:
b) Centrada na origem e com o eixo maior na vertical.
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das
informações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as
informações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é
verdadeira ou falsa sem mais informações)

NOÇÕES DE ESTATÍSTICA.

Estatística descritiva
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca-
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos
e resumos numéricos.

153
MATEMÁTICA

Noções de estatística Variáveis e suas classificações


A estatística torna-se a cada dia uma importante ferramenta de Qualitativas – quando seus valores são expressos por atribu-
apoio à decisão. Resumindo: é um conjunto de métodos e técnicas tos: sexo (masculino ou feminino), cor da pele, entre outros. Dize-
que auxiliam a tomada de decisão sob a presença de incerteza. mos que estamos qualificando.
Quantitativas – quando seus valores são expressos em núme-
Estatística descritiva (Dedutiva) ros (salários dos operários, idade dos alunos, etc). Uma variável
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca- quantitativa que pode assumir qualquer valor entre dois limites
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos recebe o nome de variável contínua; e uma variável que só pode
e resumos numéricos. Fazemos uso de: assumir valores pertencentes a um conjunto enumerável recebe o
nome de variável discreta.
Tabelas de frequência
Ao dispor de uma lista volumosa de dados, as tabelas de fre- Fases do método estatístico
quência servem para agrupar informações de modo que estas pos- — Coleta de dados: após cuidadoso planejamento e a devida
sam ser analisadas. As tabelas podem ser de frequência simples ou determinação das características mensuráveis do fenômeno que se
de frequência em faixa de valores. quer pesquisar, damos início à coleta de dados numéricos necessá-
rios à sua descrição. A coleta pode ser direta e indireta.
Gráficos — Crítica dos dados: depois de obtidos os dados, os mesmos
O objetivo da representação gráfica é dirigir a atenção do ana- devem ser cuidadosamente criticados, à procura de possível falhas
lista para alguns aspectos de um conjunto de dados. Alguns exem- e imperfeições, a fim de não incorrermos em erros grosseiros ou
plos de gráficos são: diagrama de barras, diagrama em setores, de certo vulto, que possam influir sensivelmente nos resultados. A
histograma, boxplot, ramo-e-folhas, diagrama de dispersão, gráfico crítica pode ser externa e interna.
sequencial.
— Apuração dos dados: soma e processamento dos dados ob-
Resumos numéricos tidos e a disposição mediante critérios de classificação, que pode
Por meio de medidas ou resumos numéricos podemos levantar ser manual, eletromecânica ou eletrônica.
importantes informações sobre o conjunto de dados tais como: a — Exposição ou apresentação de dados: os dados devem ser
tendência central, variabilidade, simetria, valores extremos, valores apresentados sob forma adequada (tabelas ou gráficos), tornando
discrepantes, etc. mais fácil o exame daquilo que está sendo objeto de tratamento
estatístico.
Estatística inferencial (Indutiva) — Análise dos resultados: realizadas anteriores (Estatística
Utiliza informações incompletas para tomar decisões e tirar Descritiva), fazemos uma análise dos resultados obtidos, através
conclusões satisfatórias. O alicerce das técnicas de estatística infe- dos métodos da Estatística Indutiva ou Inferencial, que tem por
rencial está no cálculo de probabilidades. Fazemos uso de: base a indução ou inferência, e tiramos desses resultados conclu-
sões e previsões.
Estimação
A técnica de estimação consiste em utilizar um conjunto de da- Censo
dos incompletos, ao qual iremos chamar de amostra, e nele calcular É uma avaliação direta de um parâmetro, utilizando-se todos os
estimativas de quantidades de interesse. Estas estimativas podem componentes da população.
ser pontuais (representadas por um único valor) ou intervalares.
Principais propriedades:
Teste de Hipóteses - Admite erros processual zero e tem 100% de confiabilidade;
O fundamento do teste estatístico de hipóteses é levantar su- - É caro;
posições acerca de uma quantidade não conhecida e utilizar, tam- - É lento;
bém, dados incompletos para criar uma regra de escolha. - É quase sempre desatualizado (visto que se realizam em pe-
ríodos de anos 10 em 10 anos);
População e amostra - Nem sempre é viável.

Dados brutos: é uma sequência de valores numéricos não or-


ganizados, obtidos diretamente da observação de um fenômeno
coletivo.

Rol: é uma sequência ordenada dos dados brutos.

É o conjunto de todas as unidades sobre as quais há o interesse


de investigar uma ou mais características.

154
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

5. Valorizar o produto interno e priorizar o desenvolvimento de


POLÍTICA E ECONOMIA BRASILEIRA: NOÇÕES BÁSICAS mercadorias nacionais: decidiu-se pela criação de encargos alfande-
DE POLÍTICA E ECONOMIA INTERNA BRASILEIRA gários para reprimir a entrada de mercadorias estrangeiras no país.  
6. Especulação financeira: o declínio das empresas e a quali-
Crise monetário-financeira: Encilhamento (1889/1891) dade em excesso de papel-moeda provocou desconfiança nos in-
Durante a República da Espada, período de transição entre a vestidores em relação ao mercado, além da especulação financeira.
Monarquia e a República (1899-1894), o Brasil enfrentou uma re- Adquiriam-se ações na bolsa de valores com o único intuito de co-
cessão que ficou conhecida como Encilhamento. Esse desajuste, de mercializá-las futuramente - mesmo diante de um quadro financei-
ordens institucional e financeira e que foi um dos maiores fracas- ro instável.
sos econômicos da história do país, ficou marcado por uma acen-
tuada inflação e pelo desenvolvimento da bolha econômica (bolha Metalistas versus papelistas
de crédito). O ápice do Encilhamento aconteceu entre 1889 e 1891, Em termos gerais, esse tema pode ser resumido como uma am-
em virtude da política econômica praticada por Marechal Deodo- pla controvérsia entre estabilização da economia (metalistas) versus
ro da Fonseca, presidente do Brasil na época. A expressão que dá crescimento econômico (papelistas). Na segunda metade do século
nome à crise é uma referência a um jargão utilizado nos hipódro- XIX, o Brasil foi palco de um amplo debate de ordem mercantilista,
mos para designar toda a desordem típica dos ambientes de corrida em que a relação entre as políticas cambial e monetária era o cen-
de cavalos, nos quais aconteciam encilhamentos de jóqueis e seus tro de discordância. Além disso, discutiu-se se a política econômica
cavalos, antes da largada. O termo foi inserido na economia para deveria priorizar a estabilização ou o crescimento. Naquele período,
designar a confusão monetário-financeira daqueles tempos. a determinação e a consolidação do padrão monetário era essencial
para que o país se estabelecesse como uma nação soberana.
Motivação da crise: em síntese, Rui Barbosa, ministro da Fa-
zenda na época, promoveu uma série de medidas visando a es- ▪ Metalistas
timular as atividades econômicas e a industrialização no país. As — advogavam em favor da estabilização da moeda, do padrão
principais dessas medidas foram a ampliação da livre concessão de ouro e da total conversibilidade monetária  
créditos monetários e a emissão de moedas. Os efeitos dessas deci- — seus argumentos baseavam-se no princípio quantitativo da
sões, todavia, foram contrários aos seus propósitos, levando muitas moeda e na defesa da política cambial como subordinante da polí-
empresas ao declínio, e ocasionando escassez de moeda em circu- tica monetária
lação e surto na inflacionário. — seu pensamento pode ser considerado ortodoxo, pois rejei-
tavam doutrinas divergentes, tendo-as como falsas  
Objetivos econômicos e efeitos da política do Encilhamento — seu foco era o equilíbrio externo, a fim de prevenir a desva-
1. Fomentar a industrialização para modernizar o país e incen- lorização da moeda
tivar a atividade econômica.  
2. Desenvolver novas transações comerciais: a liberação de ▪ Papelistas
créditos bancários foi a estratégia aplicada para esse objetivo, fa- — por contrariar as normas legitimadas pelo padrão econômi-
zendo com que as instituições financeiras aprovassem empréstimos co, os papelistas são considerados heterodoxos
para a população em geral, sem necessidade de comprovação de — seus apoiadores defendiam o crescimento econômico e o
condições de pagamento. O impacto disso foi a necessidade de se gerenciamento da taxa de juros para se chegar a níveis específicos
imprimir cada vez mais papel-moeda e, devido ao uso inapropriado de atividade econômica, contrapondo os metalistas, que não acre-
do crédito concedido para a criação de negócio, houve quebra ge- ditavam que política monetária aplicada em longo prazo daria bons
neralizada de empresas. resultados
3. Estimular o crescimento econômico por meio da emissão de — seu foco era o mercado bancário, para atender a procura
papel-moeda: a insuficiência de dinheiro em circulação no país era por crédito
um grande problema, por isso, decidiu-se incrementar a produção
de células para realizar o pagamento dos proletários, e, com isso,
ampliar mercado consumidor. Na prática, o volume de dinheiro su-
perava a sua capacidade de produção, o que levou à desvalorização
da moeda e ao agravamento da inflação.   
4. Incentivar o setor financeiro e estimular o investimento em
ações na bolsa de valores: para isso, houve simplificação na abertu-
ra de sociedades anônimas.

155
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

A Economia cafeeira e o convênio de Taubaté (1906) A Crise Cafeeira, a Grande Depressão e os primórdios da in-
dustrialização
▪ A Economia Cafeeira ▪ Primeiros sinais da Crise Cafeeira: no final do século XIX, o
Durante o século XVIII, a economia brasileira foi impactada mercado consumidor, especialmente no exterior, não acompanha-
negativa e intensamente pelo declínio das atividades açucareira e va o crescimento do comércio cafeeiro interno. Isso fez com que
de mineração, por isso, a incorporação do café no rol de exporta- os preços da saca sofressem uma queda exponencial, indo de 4,09
ção foi um dos maiores feitos da história do país. Essa conquista, libras para 2,91, em 1896, e atingindo 1,48, em 1899.  
que se deu no Segundo Reinado (1840-1889), não só recuperou a ▪ A Grande Depressão: tudo teve início em 1929, ano em que
economia nacional, como também introduziu o país no mercado houve a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, pela brusca des-
internacional.   valorização de suas ações. Essa quebra também ficou conhecida
— Início: as primeiras mudas de café, trazidas da Europa, foram mundialmente como crash, seu termo correspondente em inglês.
cultivadas com êxito em terras do Pará, e não demorou para que Os efeitos na economia mundial foram exponenciais, pois a Bolsa
essa especiaria se tornasse a principal mercadoria de uma econo- de Nova York centralizava a economia do planeta, e desencadearam
mia que, naquele momento, se apoiava nos latifúndios agroexpor- um período chamado de Grande Depressão Americana, que perdu-
tadores. rou até meados da década de 1930.
— Expansão: já na segunda metade do século XIX, o café pro- ▪ Causas da crise de 1929: a recessão foi resultado de uma vasta
duzido nas fazendas brasileiras correspondia a 70% do contingente ampliação de crédito mediante à emissão de títulos e moeda (ofer-
mundial, e a atividade cafeeira passou a ser a principal economia do ta monetária) empreendida pelo Federal Reserve System (Banco
país. A área de plantio de café se expandiu rapidamente por terras Central norte-americano), a partir do início da década de 1920. Em
paulistas, efeito dos preços elevados dessa mercadoria no comércio 1929, toda essa expansão culminou na necessidade de um ajuste
internacional. Assim, a exportação cafeeira, especialmente para os de contas, levando à intervenção do governo, que operou para re-
Estados Unidos, estava garantida.   frear a oferta monetária e deu início a um sistema de contenção de
— Política do café com leite: entre 1894 e 1930, o comando empréstimos. Com isso, a desvalorização da moeda estava iminente
do país alternava entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, e os mais importantes investidores extraíram suas aplicações das
pois os paulistas, barões do café, elegiam o presidente da República instituições bancárias. Dessa forma, um processo de recessão co-
para um mandato, enquanto o segundo mandato era definido pelos meçou a se desenvolver.
pecuaristas mineiros, e assim por diante. Essa política possibilitou
▪ A Grande Depressão e a Crise cafeeira no Brasil: a queda da
a supremacia do monopólio cafeeiro paulista naquele período e
Bolsa de Nova York teve impacto direto na economia brasileira, que
que garantiu a constituição de uma economia agrícola praticamen-
se baseava nas exportações de uma única mercadoria, o café.  
te monoexportadora.
▪ Fim ao Convênio de Taubaté: além das dificuldades econômi-
cas, crise de 1929 provocou alteração no foco de poder do Brasil,
▪ O Convênio de Taubaté
dando fim a uma aliança política interna que vigorara por mais de
Criado em 1906, foi um plano de valorização do café, que era
três décadas. As principais razões para esse declínio foram:
a base da economia nacional naquele período. O acordo foi esta-
belecido entre os governadores de Minas Gerais (Francisco Sales), — Queda nos preços: a quebra nos mercados de ações de
São Paulo (Jorge Tibiriçá) e Rio de Janeiro (Nilo Peçanha), em 26 de todo o mundo levou a uma acentuada baixa nos preços globais das
fevereiro do referido ano, em um encontro realizado na cidade de commodities. Conforme afirma o professor Renato Colistete (FEA-
Taubaté, interior paulista. -USP)1, “O Brasil era um grande dependente das exportações de
— Objetivos: proporcionar aos cafeicultores a garantia de lu- cafeeiras, e possuía uma gigantesca dívida externa, que, somente
cratividade; firmar um programa de intervenção estatal para elevar com essas vendas, poderia ser financiada”.  
os preços do café - a partir de um preço mínimo - e, com isso, preve- — Profunda redução no consumo e na renda mundiais, afetan-
nir quaisquer prejuízos aos grandes fazendeiros, a classe dominante do ainda mais o comércio de café. As exportações da mercadoria
naquela sociedade.   foram decaindo rapidamente, indo de US$ 445 milhões no ano de
— Principais termos do convênio:   contrair empréstimos em 1929, para US$ 180 milhões no ano seguinte. Em apenas um ano, a
países estrangeiros, a fim de adquirir os excedentes da cafeicultu- cotação da saca de café caiu cerca de 90%.
ra, acondicionando-os nos portos nacionais para, com isso, garantir
prevenção ao decréscimo de preço no comércio mundial. Os juros
e a amortização desses empréstimos estariam resguardados com
um novo tributo arrecadado sobre a saca do café destinado à ex-
portação.  
— Resultados do acordo: foi somente nos momentos inicias
de sua aplicação que as deliberações do Convênio de Taubaté pro-
porcionaram grandes vantagens à economia cafeeira nacional. Po-
rém, para que esses benefícios se sustentassem por longo prazo,
era necessário que o Brasil detivesse o monopólio internacional da
produção de café. O aumento do preço no mercado internacional
impulsionou outros países a investirem na produção cafeeira, favo-
recendo o crescimento da concorrência. Mesmo assim, a política 1 COLISTETE, Renato. Regiões e Especialização na Agricultura
do convênio de Taubaté foi adotada por vários estados, até que, em Cafeeira: São Paulo no Início do Século XX. Revista Brasileira de Eco-
1926, São Paulo se tornou o único estado a alavancar a valorização nomia. São Paulo, 2015. Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em 1
do produto. Jun 2021.

156
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Os primórdios da industrialização Entenda o que é inflação


▪ Fim das oficinas artesanais: na segunda metade do século O segmento de transportes foi o principal responsável pela
XVIII, na Inglaterra, a produção movida por força motora humana alta, em especial os combustíveis. A gasolina teve alta de 47,49%,
(manual) foi, aos poucos, substituída pelas máquinas movidas a va- enquanto o etanol, 62,23%. Em seguida estão os setores de
por, isto é, a produção passou a ser mecanizada. Também surgiram, habitação, alimentação e bebidas.
posteriormente, os motores de combustão e a eletricidade. Essas A inflação e o desemprego devem agravar a fome no Brasil. Mais
mudanças tiveram grandes impactos nos processos de fabricação da metade da população tem dificuldade em comprar alimentos, e
e na criação dos centros urbanos, culminando na Revolução Indus- 19 milhões passam fome, segundo a pesquisa “Inquérito Nacional
trial.   sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19
▪ Revolução Industrial: as inovações técnicas da industrializa- no Brasil”.
ção proporcionaram o aumento da produção de produtos e servi-
ços, porém, esse processo não ocorreu de forma rápida e acentua- Inflação quase dobra no país em um ano
da; pelo contrário, foi um desenvolvimento gradativo dos métodos A inflação acumulada em 12 meses no Brasil chegou a 12,13%
de aperfeiçoamento simultaneamente ao progresso da tecnologia.   no mês passado, segundo dados do IBGE. A taxa praticamente
▪ Crescimento econômico: o incremento e a aceleração da pro- dobrou, já que neste mesmo período no ano passo a inflação anual
dução provenientes da Revolução Industrial provocaram intensas era de 6,76%. O IPCA foi de 1,06%, mais de três vezes maior que a
mudanças na economia da Inglaterra (no primeiro momento), que, do mesmo período de 2021 (0,31%) e a maior taxa para o mês nos
como o aumento da manufatura, possibilitou a redução dos preços, últimos 26 anos, desde abril de 1996. A alta foi impulsionada pelo
o que, por sua vez, fomentava cada vez mais o consumo das merca- aumento dos preços dos combustíveis.
dorias industrializadas.  
▪ Expansão do Capitalismo: o consumismo beneficiou o cresci- Aumento da fome no Brasil
mento da economia, que era, inclusive, a finalidade dos industriais Mais de 33 milhões de brasileiros estão em situação de
capitalistas, pois estes tinham investido seus capitais em tecnologia insegurança alimentar grave, indica pesquisa. Em 2020, eram
na pretensão de elevar a produção e, por consequência, o consumo.   19 milhões. O levantamento também mostrou que 125 milhões
▪ Manufatura têxtil: a fabricação de tecidos era a principal mer- convivem com insegurança alimentar, o que representa quase 60%
cadoria fabricada nos anos iniciais da Revolução Industrial. da população brasileira.
▪ Impactos sociais iniciais: a industrialização provocou fortes O aumento da fome no Brasil acompanhou o crescimento
consequências na sociedade, iniciando pela acelerada urbanização, da inflação, sobretudo dos alimentos, e o desmonte de políticas
que se deu com a expulsão dos camponeses das áreas rurais co- públicas, como os programas de agricultura familiar (PAA) e
muns, no processo que ficou conhecido como Cercamentos. As ci- alimentação escolar (PNAE).
dades sofreram um importante aumento geográfico e populacional,
o que levou grande parte delas a enfrentar dificuldades de infraes- REGIMES POLÍTICOS NO BRASIL
trutura próprias da urbanização, como desprovimentos de moradia
e saneamento básico. Além disso, outro problema provocado pela
industrialização foi a excessiva expansão de operários, já que a jor- O regime político de um país pode ser definido como o conjunto
nada de trabalho era longa e os trabalhadores eram miseravelmen- de instituições e leis através dos quais o Estado se organiza, regula-
te remunerados. menta suas relações jurídicas e exerce seu poder.
▪ Total ausência de direitos trabalhistas: nas fábricas da Ingla-
terra do século XVIII não havia distinção entre os operários. Fossem Espécies De Regime Políticos:
homens, mulheres ou crianças, todos trabalhavam em igualdade de a) Autoritarismo: O autoritarismo é um regime político onde
função e carga horária, com exceção de que estes dois últimos eram um governante ou um grupo exerce o poder de forma arbitrária e
remunerados com a metade do valor que era pago a um trabalha- sem a participação da população, de modo a priorizarem seus pró-
dor adulto do sexo masculino.   prios interesses nas tomadas de decisões.
▪ Classe dominante versus classe dominada: a substituição das Em muitas situações, o uso da força física é utilizado para punir
oficinas artesanais pela produção industrial provocou a formação e combater os opositores, de modo a inibir a participação daque-
de duas classes sociais discrepantes, sendo uma a classe composta les que não concordam com a visão imposta pelos detentores do
pelo industrial capitalista (classe dominante, classe exploradora) e poder.
a outra a classe formada pelo proletariado (classe dominada, classe Assim, verifica-se que no autoritarismo os detentores do poder
explorada). A partir dessa nova estrutura social, bem definida pelo não buscam a aceitação da população, apenas impõem suas vonta-
capital (poder) e pela mão-de-obra (geradora de capital), o mundo des sobre toda a sociedade.
se redefiniu por completo.
b) Democracia: O regime político democrático é caracterizado
— Maior inflação desde 2015 pela participação ativa do povo, que elege seus representantes por
A inflação de 2021 foi a maior desde 2015. O Índice Nacional meio do voto. Este regime busca garantir o respeito e a proteção aos
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 10,06% no ano direitos civis e fundamentais da população, tais como a liberdade
passado, bem acima da meta de 3,75% definida no final de 2020 de expressão, de religião, de associação e de participação política.
pelo Conselho Monetário Nacional. As eleições neste regime são livres e periódicas.
A principal peculiaridade do regime democrático é a participa-
ção massiva da sociedade na tomada de decisões e na fixação de
limites a quem exercem o poder,

157
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

c) Totalitarismo: O totalitarismo é um regime exercido de forma Sistemas De Governo


centralizada por uma pessoa ou grupo dominante que se perpetua
no governo e que impõe uma corrente ideológica à sociedade, sem Como sistemas de governos temos:
qualquer participação da população, ou respeito aos seus direitos Presidencialismo: Neste sistema o Poder Executivo é exercido
fundamentais e individuais. Ex: Nazismo, na Alemanha; fascismo na pelo Presidente da República, que é eleito pelo voto direto e exerce
Itália. função de Chefe de Estado e Chefe de Governo. Neste caso o parla-
Neste regime, o Estado detém total controle da sociedade e mento exerce a função de fiscalizar o atos do Executivo.
ainda sobre todos os bens e fontes de recursos existentes, repri- Uma das principais características do presidencialismo é a se-
mindo com violência qualquer tentativa de oposição aos ideais do paração dos poderes em: Poder Legislativo, Executivo e Judiciário.
governo. Trata-se do sistema em vigor no Brasil
A grande diferença entre o autoritarismo e o totalitarismo, é
que no autoritarismo não existe uma ideologia imposta como base Parlamentarismo: Neste sistema, o Chefe do Estado não é
da sociedade. Em ambos as decisões são centralizadas, no entanto, eleito diretamente pelo povo e pode ocorrer tanto em monarquias
no totalitarismo existe um domínio geral da população. como em repúblicas.
O Parlamentarismo separa as funções de chefe de governo e
Unipartidarismo: trata-se de um sistema partidário bem carac- de chefe de Estado, ou seja, o Chefe de Estado (rei ou presidente)
terístico dos regimes autoritários, onde apenas um partido é admi- não assume o caráter de Chefe de Governo. O Chefe de Governo é
tido pela lei, confundindo-se com o próprio Estado, como forma de exercido pelo Primeiro Ministro.
se impedir a existência de adversários políticos. O poder Legislativo é quem define o representante do Poder
Executivo, verificando-se assim que o Poder Executivo e o Poder Le-
Formas De Governo: gislativo estão intimamente interligados, onde Legislativo oferece
apoio direito e indireto ao Executivo.
São formas de governo a Monarquia e a República. Um dos grandes problemas desse sistema é a não participação
a) Monarquia: Trata-se da forma de governo em que um rei da população na escolha do chefe político da nação.
governa o país, como Chefe de Estado, sem a participação popular Porém, como vantagem, existe o fato de ser um sistema mais
ou disputas de poder. Como principais características temos a here- flexível que o presidencialismo, visto que existe a possibilidade do
ditariedade e a vitaliciedade. parlamento ser destituído e o primeiro ministro trocado, em mo-
No passado as monarquias eram absolutistas, ou seja, a von- mentos de crise, por exemplo, o que não ocorre no presidencialis-
tade do rei era soberana e ele concentrava o poder de legislar e mo, onde o presidente só deixa de exercer seu mandato por meio
executar as leis do país. de um Impeachment, que acontece apenas em casos de crimes de
Porém este tipo de monarquia é rara nos tempos atuais, sendo responsabilidade, no caso de cassação por crime eleitoral ou crime
que a maioria das monarquias que sobreviveram atualmente são comum durante o mandato.
constitucionais ou parlamentaristas, ou seja, o rei governa de acor-
do com uma Constituição, que limita seus poderes. Neste caso, o Voto de desconfiança / voto de censura: quando o Parlamento
monarca é uma figura representativa, que exerce a função de Chefe passa a desaprovar a conduta do Primeiro-Ministro, este pode ser
de Estado, sendo que a chefia de governo é exercida por um primei- destituído através do voto de censura.
ro ministro (nomeado pelo rei e aprovado pelos parlamentares),
por um presidente do Conselho de Ministros, ou pelo Presidente do DEMOCRACIA NO BRASIL DE 1988 A 2023
governo, a ele cabendo o verdadeiro encargo do Poder Executivo.

b) República: Trata-se da forma de governo onde o povo, ou Transição para a Democracia


seus representantes elegem por meio de voto um Chefe de Estado O fim da ditadura militar veio acompanhado por um desejo de
para governar por determinado período de tempo, respeitado sem- mudança: os brasileiros desejavam a construção de um novo país -
pre o interesse público. sem autoritarismo, sem corrupção, sem inflação, sem concentração
Este Chefe de Estado é chamado de Presidente da República e de renda, sem arrocho salarial, sem Injustiças sociais. Em um país
sua eleição se dá através de voto livre e secreto. O Presidente da ansioso por mudanças, José Sarney, o vice-presidente eleito em
República poderá permanecer no poder por até 04 anos, permitida 1985, assumiu a presidência, em decorrência da morte de Tancre-
uma reeleição. do Neves, com a tarefa de conduzir a transição da ditadura para o
Assim, como principais características de República temos: a regime democrático2.
elegibilidade dos representantes, temporariedade, responsabilida- O Congresso Nacional revogou leis criadas durante o regime
de dos governantes, que devem prestar contas de seus mandatos e militar, acabou com a censura aos meios de comunicação e restituiu
igualdade de todos perante a lei. aos cidadãos brasileiros o livre exercício de expressão e pensamen-
Outros princípios fundamentais para o funcionamento da repú- to. O movimento sindical também adquiriu liberdade de acuação,
blica são, para além da participação política ativa dos cidadãos, a di- o que levou à criação de centrais sindicais. Foi instituída, ainda, a
visão de poderes, a concreção da justiça e a busca do bem comum. liberdade de organização partidária, incluindo a legalização dos par-
Forma de governo adotada na Constituição Federal de 1988. tidos comunistas. Em termos de transição democrática, o governo
Sarney cumpria suas obrigações.

2 História. Ensino Médio. Ronaldo Vainfas [et al.] 3ª edição. São Paulo.
Saraiva.

158
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Na política externa, o Brasil reatou relações diplomáticas com A Constituição de 1988


Cuba e tomou a iniciativa de formar com a Argentina um mercado Apesar do descontrole da economia. a sociedade brasileira
comum latino-americano, que, com a adesão do Uruguai e do Para- continuava no caminho da democracia. Em 1988, o então deputado
guai, daria origem ao Mercado Comum do Sul (Mercosul), em 1991. Ulysses Guimarães. do PMDB. presidiu a sessão em que o Congres-
so Nacional promulgou a nova Constituição, que garantia amplos
Economia da Nova República direitos civis, políticos e sociais a todos os brasileiros. Com o fim da
A Nova República se deparou com uma pesada herança do regi- ditadura militar, cidadania havia se tornado uma palavra recorrente
me militar: uma enorme dívida externa de cerca de 100 bilhões de no vocabulário brasileiro.
dólares. Sem alternativas, em 1987, o governo decretou moratória; Não por acaso, ao promulgar a nova Constituição, Ulysses Gui-
ou seja, tomou a decisão unilateral de não pagar a dívida. No ano marães a chamou de “Constituicão Cidadã”. De todas as Consti-
seguinte, ela foi renegociada com o Fundo Monetário Internacio- tuições da história do país, ela é a mais avançada no tocante aos
nal (FMI). Outro grave problema era a inflação. Em março de 1985, direitos de cidadania. No âmbito dos direitos políticos, ela garantiu
quando Sarney tomou posse, ela era de 12,7% ao mês. Os traba- eleições diretas em todos os níveis, estendendo o direito ao voto a
lhadores eram os mais prejudicados, pois o salário recebido perdia analfabetos e a maiores de 16 anos, e ampla liberdade de organi-
parte de seu poder aquisitivo já no dia seguinte. zação partidária.
Para enfrentá-la, o governo recorreu a planos de estabilização, A nova Constituição também garantiu os direitos sociais exis-
chamados de choques econômicos. O primeiro foi o Plano Cruzado. tentes até então e incluiu outros, como a licença-paternidade. Na
Adorado em 1986, ele “congelava” os preços de mercadorias, alu- questão dos direitos civis, houve muitos avanços, como o direito
guéis, salários, tarifas públicas e passagens pelo prazo de um ano, à liberdade de expressão, de reunião e de organização. A impren-
além de substituir a moeda do país, que era então o cruzeiro, pelo sa tornou-se livre de qualquer censura, e as liberdades individuais
cruzado. O efeito imediato foi o desejado: uma brusca queda da in- também foram garantidas no texto constitucional.
flação. Com isso os índices de popularidade de Sarney se elevaram. O racismo e a tortura tornaram-se crimes inafiançáveis. A Lei
Aproveitando-se do enorme apoio social, o presidente chegou de Defesa do Consumidor, de 1990, transformou-se em importan-
a convocar os brasileiros pela televisão para ajudar na fiscalização te instrumento de defesa dos cidadãos. Outra importante inovação
do congelamento dos preços. foi a criação dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, facilitando o
Em poucos meses, contudo, o Plano Cruzado começou a des-
acesso da população à justiça, também foram ampliados os poderes
moronar. Primeiro, houve o desabastecimento (ausência de ofer-
de instituições, como a Defensoria Pública e o Ministério Público.
ta de mercadorias nas lojas), depois, o chamado ágio (a cobrança
de um preço maior do que o tabelado por mercadorias vendidas
O Caçador de Marajás
clandestinamente). No segundo semestre de 1986, o plano chegou
Para a consolidação da transição democrática, restava ainda
ao limite. Ainda assim, dada a proximidade das eleições legislativas
a tão aguardada eleição presidencial: os brasileiros não elegiam
e estaduais, marcadas para novembro, Sarney manteve o congela-
presidente da República pelo voto direto havia quase 30 anos. As
mento dos preços.
Apostando no sucesso do Plano Cruzado e apoiando Sarney, os esquerdas apresentaram seus candidatos. O do Partido dos Traba-
brasileiros votaram em peso no PMDB, o partido do governo, que lhadores (PT), na época identificado com um projeto socialista, era
elegeu a maioria dos governadores, deputados e senadores. Passa- Luiz Inácio Lula da Silva.
dos apenas cinco dias das eleições, Sarney autorizou o reajuste dos O Partido Democrático Trabalhista (PDT) apresentou a candi-
preços e dos impostos. Temendo novos congelamentos, os empre- datura de Leonel Brizola, herdeiro do projeto trabalhista anterior
sários aumentaram os preços das mercadorias. a 1964. Outros candidatos, mais ao centro, foram: Ulysses Guima-
Os combustíveis, por exemplo, chegaram a ficar 60% mais ca- rães, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), e
ros. Os índices de popularidade do presidente despencaram. A in- Mário Covas, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
flação voltou, e os salários novamente perderam parte de seu po- Partidos de direita e conservadores também concorreram nas
der aquisitivo. Greves e manifestações de protesto ocorreram em eleições. Contudo, as pesquisas foram rapidamente lideradas por
várias cidades. Em uma delas, na Companhia Siderúrgica Nacional, um candidato quase desconhecido: Fernando Collor de Mello, do
o enfrentamento entre operários e soldados do Exército resultou na inexpressivo Partido da Reconstrução Nacional (PRN). Collor havia
morte de três grevistas. Em meio à crise econômica, intensificavam- feito carreira política no partido da ditadura e ganhara visibilidade
-se os conflitos sociais. no governo de Alagoas, especialmente após o corte de altos salários
No campo, os enfrentamentos entre proprietários rurais e tra- na máquina administrativa do estado, o que o fez ficar conhecido
balhadores sem-terra aumentaram. Latifundiários se organizaram como “caçador de marajás”.
na União Democrática Ruralista (UDR), enquanto trabalhadores Collor recebeu o apoio de grupos econômicos poderosos e
rurais formaram o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra também da mídia quando subiu nas pesquisas e se mostrou capaz
(MST). Atentados - a mando ou não de latifundiários - contra líderes de derrotar Lula e Brizola nas eleições. Em suas campanhas, Lula de-
camponeses, padres e sindicalistas tornaram-se comuns. fendia a anulação da dívida externa e a reforma agrária; Brizola, por
No final da década de 1980, o problema da inflação tornou-se sua vez, ressaltava a necessidade de preservar as empresas estatais
crônico. Em maio de 1987, ela atingiu 23,2%; no final do ano, al- e realizar amplos investimentos em educação; já Collor pregava a
cançou o índice acumulado de 366%. No ano seguinte, a inflação modernização do país e a sua entrada no Primeiro Mundo.
chegou ao nível estratosférico de 933%. O país vivia a hiperinflação. Collor soube aproveitar o desejo de mudança que tomara a
Os preços eram reajustados diariamente. De fevereiro de 1989 a sociedade brasileira logo após o fim da ditadura. Como resultado,
fevereiro de 1990, a inflação atingiu 2751%. Sem ter como controlar ele obteve 28,52% dos votos, contra 16,08% alcançados por Lula no
a disparada dos preços, o governo Sarney se limitou a cumprir a primeiro turno das eleições - o que os levou para o segundo turno,
tarefa da transição democrática. como determinava a nova Constituição.

159
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Contando com o apoio de amplos setores da sociedade, sobre- sidência: foram 441 votos a favor e 38 contra. Três meses depois,
tudo dos conservadores, Collor venceu as eleições com dos votos. julgado pelo Senado, Collor teve seu mandato e seus direitos po-
Lula, em torno do qual se uniram as esquerdas e as forças conside- líticos cassados por oito anos. Vaga, a presidência da República foi
radas progressistas, recebeu 37,86% dos votos. assumida pelo vice, Itamar Franco.

A Democracia Resistiu O Plano Real


Na América Latina, o Brasil não era o único país com dificulda- Itamar Franco assumiu a presidência com amplo apoio político
des de pagar sua dívida externa. Em decorrência dessa situação, em no Congresso Nacional. Fernando Henrique Cardoso foi nomeado
fins de 1989, técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI), do ministro da Fazenda em março de 1993. Com um grupo de econo-
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Mun- mistas, ele começou a elaborar um plano para estabilizar a econo-
dial (Bird) reuniram-se em um seminário com economistas latino-a- mia do país. Seguindo as indicações do Consenso de Washington,
mericanos com o objetivo de reorganizar a economia desses países. FHC e sua equipe concluíram que, para alcançar a estabilidade da
As medidas sugeridas ao final do encontro, que aconteceu moeda, era preciso reformar o Estado, reduzir os gastos do governo
em Washington, foram: não interferência do Estado na economia; e privatizar as empresas estatais.
abertura dos mercados nacionais para importações e entrada de Em fevereiro do ano seguinte, o governo criou a Unidade Real
capital estrangeiro; privatização de empresas estatais; equilíbrio do de Valor (URV), atrelando-a ao dólar. Se a arrecadação de impostos
orçamento do Estado, com a diminuição de investimentos na área se mantivesse alta, os gastos na área social fossem reduzidos e as
social, como saúde e educação; e combate à inflação. Esse conjunto grandes reservas em dólar, preservadas, a URV se manteria estável.
de diretrizes ficou conhecido como Consenso de Washington. Em julho de 1994, o governo transformou a URV em uma nova mo-
Fernando Collor assumiu a presidência em 15 de março de eda, o real. Em apenas 15 dias, a inflação caiu drasticamente.
1990, mostrando-se de pleno acordo com o Consenso de Washin- O real equiparou-se ao dólar, obtendo estabilidade. Era o fim
gton e determinado a aplicar o conjunto de diretrizes. Já no dia se- da alta constante e acelerada dos preços, beneficiando os assala-
guinte, anunciou um novo plano de estabilização econômica para riados. Com o sucesso do Plano Real, que conseguiu derrubar a
o país, cuja inflação atingia então 80% ao mês. O Plano Collor, ou inflação, Fernando Henrique Cardoso foi lançado candidato à presi-
Plano Brasil Novo, abrangia uma série de medidas para controlar a dência pela coligação PSDB/PFL. Seu principal adversário era Lula,
inflação e reestruturar o Estado: reforma administrativa com demis- novamente candidato pelo PT.
são de funcionários públicos; abertura comercial ao exterior e ao Exausta da inflação, a sociedade brasileira apoiou a estabiliza-
capital estrangeiro; eliminação dos incentivos fiscais às indústrias; ção monetária e o Plano Real, elegendo FHC já no primeiro turno
liberalização da taxa do dólar; e um programa de privatização das com 54,27% dos votos.
empresas estatais.
O plano também recorria a métodos já conhecidos dos brasi- Governo FHC
leiros, como o congelamento de preços e salários e a adoção de Fernando Henrique Cardoso foi eleito e assumiu a presidên-
uma nova moeda. Saía o cruzado novo, voltava o cruzeiro. Havia cia com o projeto de reduzir o tamanho do Estado e seu papel na
um item no plano, contudo, que ninguém esperava: o confisco dos economia. Adorando políticas neoliberais, o presidente extinguiu o
depósitos bancários em contas-correntes, aplicações financeiras e monopólio estatal da exploração e do refino do petróleo pela Petro-
cadernetas de poupança por 18 meses. bras, eliminou as restrições à entrada de capital estrangeiro no país
O objetivo era estabilizar a economia por meio da retirada de e implementou reformas administrativas. Era o fim da Era Vargas,
dinheiro do mercado. A medida causou tremendo impacto. Sem di- segundo o próprio FHC.
nheiro no mercado, os preços desabaram. E a recessão foi quase Além disso, o governo estabeleceu acordos com o FMI e deu
imediata: falências, brusca queda no consumo e nas vendas, perda início a um programa de privatização das estatais. Foram leiloadas
do poder aquisitivo dos salários, demissões, desemprego. empresas dos setores siderúrgico, elétrico, químico, petroquímico e
Apesar do elevado custo social e econômico que impôs ao país, de fertilizantes. O mesmo ocorreu com portos, rodovias e ferrovias.
o plano não extinguiu a inflação. Ao contrário do que se previa, a Bancos estaduais e empresas como a Embraer e a Companhia Vale
inflação retornou - e com ferocidade. O Plano Collor foi um total do Rio Doce também foram privatizados.
fracasso. Um ano depois, o governo Collor estava mergulhado na Segundo dados do BNDES, entre 1991 e 2002, o governo fe-
crise. Ao fracasso do Plano Collor somavam-se denúncias de corrup- deral arrecadou cerca de 30 bilhões de dólares com todas essas
ção, abalando ainda mais o governo. O ex-tesoureiro da campanha vendas - 22 bilhões de dólares somente com a do Sistema Telebras
presidencial de Collor, Paulo César Farias, mais conhecido como PC de Telecomunicações. Com o Plano Real, a inflação estava sob con-
Farias, foi acusado de chefiar um esquema de corrupção. trole. Mas havia um problema: manter o real equivalente ao dólar.
PC Farias arrecadava dinheiro de empresas, facilitava contratos A alternativa foi aumentar as taxas de juros e atrair investimen-
mediante elevadas comissões e, com elas, financiava as despesas tos especulativos em dólares. Os juros altos, no entanto, resultaram
pessoais do presidente. As denúncias eram muito graves. Tanto que em recessão econômica e desemprego. E os recursos arrecadados
foi instituída no Congresso Nacional uma Comissão Parlamentar de com a venda das empresas estatais acabaram sendo utilizados para
Inquérito (CPI) para investigar as acusações. Nas ruas setores orga- pagar as altas taxas de juros. Foi também no governo FHC que a
nizados da sociedade exigiam o impeachment do presidente. emenda à Constituição que dispunha sobre a reeleição para cargos
Milhares de jovens estudantes com o rosto pintado de verde e do Poder Executivo foi aprovada.
amarelo, que ficaram conhecidos como caras-pintadas, foram para Isso permitiu que o presidente concorresse a um novo manda-
as ruas protestar. Além do impeachment do presidente, exigiam o to nas eleições presidenciais de 1998.
fim da corrupção e a ética na política. Em 29 de setembro de 1992, Nas eleições de 1998, Lula foi novamente o maior adversário
a Câmara dos Deputados aprovou o afastamento de Collor da pre- de Fernando Henrique. Mesmo com a aliança de duas lideranças de

160
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

esquerda - o vice de Lula era Leonel Brizola -, FHC foi reeleito com Crise e Reeleição
53% dos votos. Em seu segundo mandato, Fernando Henrique deu Em 2005, no terceiro ano do mandato de Lula, vieram a públi-
continuidade ao Plano Real, preservando a estabilidade da econo- co denúncias de que o governo pagava regularmente a deputados
mia. e senadores para que matérias de interesse do Executivo fossem
A manutenção das taxas de juros altas e a sobrevalorização do aprovadas pelo Congresso. O “mensalão”, como o esquema de ar-
real aumentaram ainda mais a dívida pública nesses quatro anos. recadação de dinheiro ficou conhecido, envolvia empresários, mi-
Em 2001, o presidente, que gozava de boa popularidade, teve sua nistros de Estado e parlamentares. Em fins de 2012, muitos foram
imagem afetada pelo chamado “apagão”. condenados em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. Mesmo
Uma seca inesperada esvaziou os reservatórios das hidrelétri- com a queda dos índices de popularidade do governo durante a cri-
cas, resultando em falta de energia elétrica no país. Sem planeja- se política, o presidente continuou a contar com o apoio de amplos
mento e sem investimentos no setor, foi necessário impor racio- setores da população.
namento de energia à população. Nos oito anos de governo FHC, Em 2006, Lula lançou-se à reeleição e foi eleito para um novo
medidas importantes foram tomadas, como o Código de Trânsito mandato, com a maioria dos votos dos trabalhadores, dos setores
Brasileiro ( 1997), a venda de medicamentos genéricos ( 1999), a Lei mais pobres da população e de parte significativa das classes mé-
de Responsabilidade Fiscal (2000), a quebra de patentes de remé- dias. Ao ser novamente empossado presidente, em 2007, Lula tam-
dios contra a Aids (2001), o Bolsa-escola (2001), o Vale-Gás (2001), bém contava com uma ampla coalização de partidos políticos no
entre outras. Congresso Nacional.
Apesar dos juros altos praticados pelo Banco Central e do con-
Mudança de Rumos trole das contas públicas pelo governo, necessários para garantir a
Com o Plano Real, a sociedade brasileira conheceu a importân- estabilidade econômica do país, os investimentos na área de educa-
cia da estabilidade da moeda. As políticas neoliberais adoradas por ção triplicaram. O governo também investiu em energia e transpor-
Fernando Henrique resultaram no controle da inflação, mas tam- te; apoiou as indústrias de exportação, obtendo saldos comerciais
bém na alta do desemprego e na perda de diversos direitos sociais. positivos; e incentivou a internacionalização de muitas empresas.
Ao final de seu segundo mandato havia um novo desejo de mudan- O bom desempenho da agricultura e o aumento do preço de pro-
ça entre os brasileiros. dutos primários no mercado internacional beneficiaram o conjunto
Nas eleições presidenciais de 2002, Lula foi novamente candi- da economia.
dato pelo PT. Em sua quarta disputa pela presidência, ele deixava No plano social, o governo deu continuidade ao combate à po-
de lado o discurso socialista dos anos anteriores e apresentava um breza. Além disso, propiciou um aumento real do poder de compra
programa moderado, buscando o apoio das classes médias e dos dos trabalhadores, com a oferta de crédito à população e outras
empresários. Contando com amplo apoio político, Lula recebeu medidas. O resultado foi a criação de 15 milhões de novos empre-
46,4% dos votos no primeiro turno das eleições de 2002, e 61,2% gos, a ascensão social de milhões de pessoas, o crescimento acen-
no segundo turno. tuado da chamada classe C e o fortalecimento do mercado interno
O governo Lula optou por dar continuidade à política econômi- brasileiro.
ca de FHC, mantendo a estabilidade da moeda por meio do equilí- Foi devido ao fortalecimento de seu mercado interno que o
brio fiscal e do controle dos gastos públicos. Como os números mos- Brasil demonstrou capacidade de resistir à crise mundial que teve
travam-se bastante favoráveis, a credibilidade do país no mercado origem nos Estados Unidos em fins de 2007. Em meados de 2009,
financeiro internacional cresceu. Apesar dessas semelhanças, ao re- o país voltou a crescer. Em 2010, o crescimento econômico foi de
tomar o nacional-desenvolvimentismo característico da Era Vargas, 7%. Ao deixar o governo, em 1º de janeiro de 2011, Lula contava
o novo governo mostrou que tinha um projeto político diferente do com 87% de aprovação entre os brasileiros, segundo pesquisa de
de seu antecessor. opinião encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes
Nesse sentido, as privatizações foram suspensas e o papel (CNT).
do Estado, reforçado. A pesquisa científica, por exemplo, recebeu
apoio e incentivos financeiros. Na política externa, o governo Lula Governo Dilma Rousseff
ampliou as relações comerciais e diplomáticas do Brasil com os pa- Para concorrer à presidência da República nas eleições de 2010,
íses da União Europeia, da África, da Ásia e da América Latina. O o Partido dos Trabalhadores (PT) lançou o nome de Dilma Rousseff,
reforço do Mercosul também foi uma iniciativa nesse sentido. então ministra da Casa Civil do governo Lula. A eleição foi decidida
No plano social, o governo dedicou-se ao combate da pobreza, no segundo turno, com a vitória de Dilma com 56,05% dos votos.
retirando milhões de pessoas da miséria. Além da criação do Pro- Dilma, quando jovem, fora presa e torturada pela ditadura
grama Bolsa Família, em que há transferência direta de renda às militar. Sua vitória representou um grande avanço para a demo-
famílias em situação de pobreza, o governo diminuiu os impostos cracia brasileira. Pela primeira vez, uma mulher e ex-integrante da
sobre produtos da cesta básica e materiais de construção e reajus- luta armada contra a ditadura assumia o cargo de presidente da
tou o salário mínimo acima dos índices de inflação, beneficiando os República. O governo Dilma deu continuidade às políticas sociais
trabalhadores e as camadas mais pobres da população. e desenvolvimentistas do governo Lula, como o programa Minha
Casa, Minha Vida, e promoveu outros, como o Programa Nacional
de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
No final de 2011, os jornais noticiaram que o Brasil havia se
tornado a 6ª maior economia do mundo, ultrapassando a Grã-Bre-
tanha, então na 7ª posição.

161
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

No governo Dilma foi aprovado o Marco Civil da Internet A tomada de posse


(2014), foram leiloados campos de petróleo do pré-sal (2013) e foi No dia 12 de maio de 2016, Michel Temer assumiu interina-
instituída a Comissão Nacional da Verdade (2012). Sua popularida- mente a Presidência do Brasil, se tornando o 37º mandatário da
de manteve-se em alta, mas foi abalada pelos pro- testos que toma- República. Ainda sem receber a faixa presidencial, Temer aguardou
ram o país em junho de 2013. Ela sofreu críticas pelo baixo cresci até que o Congresso realizasse o julgamento que afastaria definiti-
mento do Produto Interno Bruto do país, pela alta da inflação e pe- vamente a presidente.
los gastos com a Copa do Mundo de Futebol realizada no Brasil em No dia 31 de agosto de 2016, após a aprovação do impeach-
2014. Ao final de seu primeiro mandato, Dilma Rousseff concorreu ment da presidente Dilma, Michel Temer tomou posse como Pre-
à reeleição. Com dos votos, sua vitória sobre o candidato do PSDB sidente da República, se tornando o 14º a assumir o cargo sem ter
foi apertada no segundo turno. sido eleito diretamente pelo povo.
Como no seu primeiro mandato, os gastos públicos aumenta- Michel Temer foi Presidente do Brasil de 31 de agosto de 2016
ram demasiadamente, e a ameaça da inflação voltou. O governo, a 31 de dezembro de 2018.
então, adorou política recessiva, cortando drasticamente os gastos
públicos, o que gerou recessão econômica e perda do poder aqui- Governo Bolsonaro
sitivo da população. Jair Messias Bolsonaro, do PSL, foi eleito o 38º presidente da
A popularidade do PT e do governo Dilma diminuiu e as oposi- República ao derrotar em segundo turno o petista Fernando Ha-
ções aumentaram. Inicialmente, grupos radicais de direita pediam ddad, interrompendo um ciclo de vitórias do PT que vinha desde
a volta da ditadura militar. Depois, passeatas tomaram as grandes 20024.
cidades, criticando o governo e exigindo a saída de Dilma da presi- A vitória foi confirmada às 19h18, quando, com 94,44% das se-
dência da República. As investigações da Operação Lava Jato pre- ções apuradas, Bolsonaro alcançou 55.205.640 votos (55,54% dos
judicaram a imagem do PT e de Dilma. As denúncias de corrupção válidos) e não podia mais ser ultrapassado por Haddad, que naque-
na Petrobras serviram de combustível para aumentar ainda mais os le momento somava 44.193.523 (44,46%). Com 100% das seções
protestos contra a presidente. apuradas, Bolsonaro recebeu 57.797.847 votos (55,13%) e Haddad,
No início de 2016, a sociedade brasileira se encontrava muito 47.040.906 (44,87%).
dividida. No Congresso Nacional, a oposição entrou com pedido de No discurso da vitória, Bolsonaro afirmou que o novo governo
impeachment, cuja instauração foi aprovada pelo Senado no dia será um “defensor da Constituição, da democracia e da liberdade”.
Aos 63 anos, capitão reformado do Exército, deputado federal
12 de maio. Com a decisão, Dilma foi afastada da presidência para
desde 1991 e dono de uma extensa lista de declarações polêmicas,
aguardar o julgamento final pelo Senado. O vice Michel Temer, do
Jair Bolsonaro materializou em votos o apoio que cultivou e am-
PMDB, assumiu como presidente em exercício.
pliou a partir das redes sociais e em viagens pelo Brasil para obter o
Muitos, porém, interpretaram o movimento oposicionista a
mandato de presidente de 2019 a 2022.
Dilma como um golpe contra a democracia e também foram para
Na campanha, por meio das redes sociais e do aplicativo de
as ruas protestar. O clima se radicalizou, inviabilizando o diálogo e
mensagens WhatsApp, apostou em um discurso conservador nos
colocando em risco a capacidade da sociedade de resolver suas di-
costumes, de aceno liberal na economia, de linha dura no combate
ferenças por meio de acordos e negociações políticas. à corrupção e à violência urbana e opositor do PT e da esquerda.
Governo Temer
POLÍTICA EXTERNA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS:
A crise no governo Dilma e o impeachment POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA
Devido à crise política e econômica que se instalou no país,
com a corrução generalizada denunciada pela “Operação Lava-Ja- O Brasil tem sua política externa regulamentada pelo artigo 4
to”, em agosto de 2015, Temer comunicou o seu afastamento da da constituição federal de 1988. Segundo a constituição, o poder
articulação política3. executivo, liderado pelo presidente da república e seus ministros,
No dia 2 de dezembro, o presidente da Câmara aceitou a aber- tem a responsabilidade de exercer a política externa, cabendo ao
tura do processo de impeachment da presidente Dilma. legislativo federal a aprovação dos tratados internacionais e a apro-
Em março de 2016, o PMDB deixou a base do governo para vação dos embaixadores que são designados pelo presidente da
apoiar o processo de impeachment que tramitava na Câmara dos república.
Deputados. Cabe ao ministério das relações exteriores (MRE), que também
No dia 17 de abril de 2016, com 367 votos favoráveis e 137 con- e conhecido como Itamaraty, o assessoramento do poder executivo
trários, a Câmara dos Deputados aprovou o relatório do impeach- para questões internacionais
ment e autorizou o Senado Federal a julgar a presidente por crime Entre os tópicos propostos pelo documento, está a determina-
de responsabilidade. ção de relacionamento com outros países e órgãos multilaterais,
O Senado determinou, em sessão iniciada no dia 11 de maio de dentro dos princípios de não intervenção, autodeterminação dos
2016 e concluída na madrugada do dia 12 de maio, o afastamento povos e cooperação internacional, além da resolução pacífica de
de Dilma. Na sessão que durou 22 horas, o resultado foi de 55 votos conflitos.
a favor do afastamento e 22 contra. As ações desenvolvidas pelo país no século XXI demonstram
uma nova posição frente as questões enfrentadas, com um papel
de liderança sendo incorporado pelo Brasil
4 Guilherme Mazui. G1 Política. https://g1.globo.com/politica/eleico-
3 Dilva Frazão. E-Biografias. https://www.ebiografia.com/michel_te- es/2018/noticia/2018/10/28/jair-bolsonaro-e-eleito-presidente-e-in-
mer/. terrompe-serie-de-vitorias-do-pt.ghtml.

162
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

O país tem dado ênfase na integração regional, com forte par- influenciaram profundamente o surgimento e a consolidação do
ticipação efetiva no MERCOSUL e UNASUL. absolutismo europeu.
No cenário internacional, tem-se destacados as missões de paz Para Thomas Hobbes (1588-1679), o homem é um ser mau por
realizadas em conjunto com a ONU em países como o Haiti e o Ti- natureza, que não mede esforços para garantir sua sobrevivência e
mor Leste, país no qual o Brasil possui uma forte influência. Um dos defender seus interesses. Assim, nessa luta incessante de homem
objetivos do Brasil em relação à ONU é a obtenção de um assento contra homem, a morte é uma ameaça constante à vida dos indiví-
permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Atual- duos. Partindo-se, então, do medo da morte, surge a necessidade
mente Brasil, Alemanha, Índia e Japão desejam integrar o conselho, de todos abrirem mão de seus direitos em benefício de um Estado
composto por quinze membros, dos quais cinco são permanentes: (Leviatã) que garanta paz, segurança e prosperidade. Isso posto,
Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França. Hobbes utiliza a figura do Leviatã para legitimar o Estado como ator
Por suas dimensões e o caráter de potência emergente, com que age em benefício de todos. Discute-se que os postulados de
uma das maiores economias do mundo (sétimo lugar segundo Hobbes embasam os estudos sobre o contrato social.
dados de 2012) o país tem tido participação em discussões que Trabalhando na releitura dos conceitos de Hobbes, John Locke
envolvem temas como Desenvolvimento Sustentável, o comercio (1632-1704) ponderou sobre os limites ao poder das monarquias
internacional e o combate à pobreza. Além das discussões, o país absolutistas. Nesse sentido, Locke defende a ideia de que a liberda-
demonstra desejo na reformulação de organizações como o Fun- de não pode ser entendida como o preço a ser pago pela instituição
do Monetário Internacional (FMI) e organização das Nações Unidas do poder estatal. Nesse caso, ficaria estabelecido o direito da socie-
(ONU). Por ser um país de língua Lusófona, o Brasil participa da Co- dade rebelar-se contra o Estado, pois sua liberdade seria o contra-
munidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que busca uma ponto ao próprio poder do soberano. É dentro desse contexto que
cooperação em assuntos militares, financeiros e culturais. surge a separação entre as esferas públicas e privadas.
O Brasil tem participação em grupos políticos de países na mes- A partir das ideias de John Locke, Barão de Montesquieu (1689-
ma situação econômica e social, como o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, 1755) tratou da separação dos poderes (Legislativo, Executivo e Ju-
China e África do Sul) que reúne países emergentes. Apesar de não diciário) em sua obra O Espírito das Leis. O contrato social ganhou
ser oficialmente um acordo político e econômico, os países mem- forma na estrutura de uma democracia representativa. Edificaram-
bros demonstram aproximação em diversas áreas da política e da -se, então, os pilares do Estado liberal que rivalizaria com o poder
economia. O Brasil ainda faz parte do BASIC (Brasil, África do Sul, Ín- absolutista dos reis.
dia e China) e do IBAS (Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul). Por fim, Jean Jacques Rousseau (1712-78), na contramão do
No plano econômico, o país tem como principais produtos de pensamento hobbesiano, embasou seu pensamento na figura do
exportação o minério de ferro, aço, soja e derivados, automóveis, bom selvagem. Enquanto para Thomas Hobbes o homem era um
cana-de-açúcar, aviões, carne bovina, café e carne de frango. O ser mau e egoísta por natureza, inserido em um contexto de anar-
principais produtos importados pelo Brasil são petróleo bruto, pro- quia e caos, Rousseau argumentou que, na verdade, o homem é um
dutos eletrônicos, peças para veículos, medicamentos, automóveis, ser originalmente bom. Desse modo, sua transformação, na figura
óleos combustíveis, gás natural e motores para aviação. hobbesiana, dá-se a partir do surgimento da propriedade privada
Entre os países que mais compram produtos brasileiros estão que o leva à violência e escravidão. Para Rousseau, o contrato so-
China, Estados Unidos, Holanda, Argentina e Alemanha. cial ideal seria aquele que a soberania popular, expressa na forma
da democracia direta, fosse o pilar principal sobre o qual se esta-
RELAÇÕES INTERNACIONAIS E A ECONOMIA beleceria o Estado. As ideias de Rousseau são identificadas como
BRASILEIRA embrionárias do pensamento comunista.
É importante perceber que o debate acerca da legitimação do
Estado como instituição gestora de conflitos e interesses domésti-
Origens, Conceitos Básicos e Fundamentos Teóricos5 cos não acontece de forma autônoma em relação aos eventos ex-
ternos às fronteiras nacionais. Assim, na medida em que os grupos
O Início políticos dominantes encontram certo grau de coesão doméstica, a
Levando-se em consideração a centralidade do Estado no de- própria manutenção da estrutura do poder estatal torna-se paula-
bate dos estudos de Relações Internacionais, faz-se necessário en- tinamente sensível à dinâmica política e comercial no âmbito das
tender a evolução teórica acerca desse tema. Nesse sentido, a Ciên- relações interestatais.
cia Política, de forma geral, concentra sua literatura nos trabalhos O período de consolidação das monarquias europeias deu-se,
de Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes, John Locke, Montesquieu e então, no contexto da articulação dos agrupamentos humanos em
Jean-Jacques Rousseau. torno de Estados que respondessem por suas demandas políticas,
Pode-se dizer que, de uma forma ou de outra, as teorias das econômicas e sociais. Alcançada a legitimação do poder doméstico,
Relações Internacionais utilizam esses autores como base para di- os Estados passaram, em maior ou menor grau, a se projetar inter-
versas de suas argumentações, principalmente quando se trata das nacionalmente, no sentido de garantir recursos que assegurassem
correntes liberal e realista. sua sobrevivência ou expansão territorial.
Ao trabalhar a ideia de interesse nacional, Nicolau Maquiavel Essa dinâmica de poder entre os Estados absolutistas europeus
(1469-1527), autor de O Príncipe, defendeu o argumento de que fomentou a consolidação do sistema estatal moderno. Na medida
para defender os interesses do Estado, a política não pode sub- em que o Estado absolutista ia sendo substituído pelo Estado liberal
meter-se aos valores morais. É sabido que as ideias de Maquiavel (legitimado pela soberania popular), o sistema internacional con-
5 JUBRAN, Bruno Mariotto. Relações internacionais: conceitos básicos e aspec- solidou-se como palco de luta de interesses nacionais divergentes.
tos teóricos. Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Fundação
de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuse. Porto Alegre: 2015.

163
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Vale ressaltar que o sistema internacional surge antes mesmo meio de uma expansão centrífuga, dominar as regiões periféricas
da consolidação do capitalismo como um sistema de alcance global. da Europa com o objetivo de garantir acesso aos mares quentes.
Argumenta-se que, na verdade, o sistema capitalista beneficiou-se Já o poder antagônico, marítimo, situado em ilhas próximas e re-
das diversas estruturas estatais anteriormente estabelecidas. Desse giões marginais à Eurásia, controlava a linha costeira dessa região
modo, o processo de acumulação capitalista passou a ser paulati- com o intuito de manter o poder terrestre no interior eurasiano,
namente instrumentalizado como recurso de poder nas Relações recorrendo ao exercício de uma força centrípeta. Apesar de tratar o
Internacionais. Ainda que o dinamismo do processo de acumulação poder marítimo como força antagônica ao poder terrestre, Mackin-
capitalista seja, para muitos, a principal fonte de atrito do sistema der notabilizou-se como o principal intelectual da teoria do poder
internacional, vale ressaltar que o ambiente conflituoso entre as terrestre. Ao defender a existência da disputa secular entre poder
potências europeias é anterior ao surgimento do capitalismo. terrestre e poder marítimo, Mackinder pôs fim à dominante visão
eurocêntrica das análises internacionais.
Sistema Internacional, Geopolítica e Relações Internacionais No que diz respeito ao poder marítimo, em que pese à supre-
Estudos sistêmicos, a partir das dinâmicas e circunstâncias his- macia naval britânica, foi um almirante norte-americano quem, em
tóricas, geográficas, políticas e econômicas do sistema internacio- 1880, deu inteligibilidade à teoria do poder marítimo. Alfred Thayer
nal, impulsionaram o surgimento de conceitos e teorias que com- Mahan elaborou importante trabalho sobre a influência do poder
põem, hoje, o campo de estudo das Relações Internacionais. marítimo na história no período de 1660 a 1783. O impacto dos es-
Já é de amplo conhecimento que o atual sistema internacional tudos de Mahan foi decisivo na consolidação do Destino Manifesto
é fruto dos desdobramentos da Guerra dos Trinta Anos (1618-48) e como política de expansão do poderio norte-americano na região
dos Tratados de Vestefália, que puseram fim ao conflito. De 1648 a do Caribe e do Pacífico (Porto Rico, Filipinas e Cuba).
1792, o sistema de Estados europeus consolidou-se com uma dinâ- A teoria do poder naval, na política estadunidense, propunha
mica própria de equilíbrio de poder. No entanto, as guerras impul- o completo controle do território norte-americano, a contenção do
sionadas pela Revolução Francesa (1792-1815) provocaram mudan- expansionismo japonês na região do Pacífico e a retirada da supre-
ças fundamentais no equilíbrio de poder até então estabelecido. macia dos mares dos britânicos mundialmente.
Após a derrocada de Napoleão Bonaparte, o Congresso de Paz Mello (1999) ressalta que as ideias de Mackinder e Mahan fo-
de Viena (1815) estabeleceu um período de aproximadamente um
ram muito influentes na configuração do sistema mundial no pe-
século de “paz” no continente europeu. A razoável estabilidade, no
ríodo imediatamente posterior à Primeira Guerra Mundial, assim
continente, ficou comprometida com os acontecimentos que prece-
como no período da Guerra Fria (194591). Após a Primeira Guer-
deram a eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-18).
ra, o ocidente acreditava na necessidade de se estabelecer um
Nesse sentido, a defesa do equilíbrio de poder europeu pela
cordão sanitário no entorno da União Soviética com o objetivo de
Grã-Bretanha, entre França, Prússia, Áustria e Rússia, favoreceu a
conter a influência e o avanço bolchevique no resto da Europa. Já
adoção de uma política externa, ao mesmo tempo, isolacionista na
Europa e imperialista no âmbito global. Torna-se importante ressal- no pós Segunda Guerra Mundial (1939-45), a consolidação de Es-
tar que a supremacia mundial britânica (Pax Britannica) represen- tados-tampões junto às fronteiras soviéticas atendiam mais aos
tou a vitória do seu poder naval sobre o poder terrestre do Império interesses do Kremlin, no sentido de dificultar qualquer tentativa
Napoleônico. A marinha britânica não só contribuiu para a derrota de expansionismo por parte dos países ocidentais. Igualmente, na
de Napoleão e do expansionismo francês, como manteve o ímpeto visão das potências ocidentais, a expansão e a influência do poder
expansionista dos demais impérios europeus, em especial o russo. terrestre soviético, no coração da Eurásia, era um forte argumento
Adicionalmente, a frota naval britânica foi fundamental na conso- da necessidade de se encampar este tipo de estratégia. Isso posto,
lidação de seu império ultramarino e de seu poder sobre as rotas coube à influência do poder naval norte-americano a criação de Es-
comerciais mundiais. tados-tampões nas fronteiras soviéticas, assim como a instalação
A expansão territorial dos Estados nacionais e o controle sobre de bases militares, navais e terrestres, para conter o expansionismo
recursos naturais existentes em territórios além das fronteiras na- soviético por terra e mar.
cionais são os ingredientes latentes, em grande parte, dos conflitos A ideia da rivalidade secular entre poder terrestre e naval in-
interestatais. Nesse sentido, muitas vezes, negar o acesso a recur- fluenciou e segue influenciando as análises internacionais. Nesse
sos estratégicos, ou conter a expansão imperialista de um Estado sentido, é comum o uso da metáfora da luta secular entre o país
(ou grupo de Estados), no interior do sistema internacional, torna- baleia (supremacia do poder naval) e o país urso (supremacia do
-se a lógica dos grandes players da política internacional. poder terrestre). Tal metáfora é bastante utilizada para retratar o
Foi dentro desse debate sobre os recursos de poder, território conflito entre os Estados Unidos da América e a União das Repúbli-
e acesso a recursos naturais que surgiram as primeiras observações cas Socialistas Soviéticas (EUA-URSS) no âmbito da Guerra Fria e nos
teóricas no campo das relações interestatais. Trata-se, mais espe- posteriores contenciosos envolvendo a Rússia e os Estados Unidos.
cificamente, da geopolítica, campo de estudos que analisa as rela- Desse modo, como a teoria do poder terrestre foi importante
ções entre Estados a partir da perspectiva histórica e geográfica. A para os estudos do poder naval, as obras de Mackinder e Mahan,
geopolítica, que precedeu a consolidação das Relações Internacio- consideradas pilares dos estudos geopolíticos, também contribuí-
nais como um campo de estudo científico, estruturou-se a partir da ram para trabalhos que passaram a enfatizar a influência do poder
teoria do poder terrestre e, posteriormente, das teorias do poder aéreo para o equilíbrio de poder no sistema internacional. O pró-
naval e aéreo. prio termo geopolítica traz em si a ideia da influência de questões
Em 1904, o geógrafo britânico Halford John Mackinder argu- geográficas na política. Isso posto, faz-se necessário ressaltar, tam-
mentou, a partir do estabelecimento de um nexo de causalidade bém, que os estudos pioneiros na área das Relações Internacionais
entre Geografia e História, que havia uma secular disputa pela se beneficiaram tanto da análise histórica do sistema internacional,
supremacia mundial entre dois poderes antagônicos: o poder ter- a partir dos desdobramentos da Paz de Vestefália até os dias atuais,
restre e o marítimo. Segundo Mello (1999), Mackinder acreditava como das primeiras análises geopolíticas encampadas por Mackin-
na existência de um poder terrestre eurasiano que buscava, por der e Mahan.

164
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

O Campo de Estudo das Relações Internacionais: Atores e Ní- esconde a hierarquia dos países dentro do sistema internacional.
veis de Análise A hierarquia desse sistema seria determinada pelo exercício dos
O estudo das Relações Internacionais visa à compreensão de recursos de poder dos Estados (território, população, exércitos, tec-
eventos pertinentes às relações entre os Estados dentro de um nologia, riqueza, etc.) no interior do mesmo.
recorte temporal determinado. Nesse sentido, faz-se necessária a Vale ressaltar, porém, que o nível de análise não se confunde
construção do contexto ou da realidade em que se dão os temas com os atores das Relações Internacionais, outro conceito relevante
— objetos de estudo das RI. Partindo do pressuposto de que as RI abordado pelas teorias de RI. Tem-se como consenso, entre as cor-
iniciam suas abordagens mediante a construção de conjunturas rentes teóricas das RI, que os atores são os protagonistas em cada
e estruturas em que seus objetos de pesquisa estão inseridos, o um dos níveis analisados. Contudo o debate em torno do tema recai
primeiro desafio do pesquisador do campo das Relações Interna- sobre a primazia dos atores (protagonistas) no estudo das Relações
cionais é o de construir tal realidade. Esse desafio é potencializado Internacionais. Desse modo, como foi colocado na discussão sobre
pelo fato de cada pesquisador observar seu objeto de pesquisa a os níveis de análise das pesquisas de RI, o rol de atores engloba
partir de sua própria perspectiva, podendo, facilmente, divergir de indivíduos, órgãos governamentais, Estados, Organizações Inter-
seu colega que, por coincidência, estuda o mesmo tema. Nesse sen- nacionais (OI), organizações internacionais não governamentais
tido, as questões que se impõem são ontológicas, epistemológicas e (ONGs) e atores não estatais como grupos terroristas ou empresas
teórico-metodológicas. multinacionais.
Ao se aprofundar nessas questões, Sarfati (2005) busca identi- Percebe-se, então, uma diferenciação clara entre níveis de aná-
ficar os elementos, atores e proposições que compõem a realidade lise e atores no estudo das Relações Internacionais. Ainda que se
dos estudos das Relações Internacionais (ontologia). O autor ques- queira compreender, por exemplo, o apoio do Governo Federal no
tiona a forma como o conhecimento, na área das RI, é gerado, no processo de internacionalização de empresas brasileiras a partir da
sentido de identificar aquilo que pode ou não ser privilegiado nas análise do nível sistêmico das Relações Internacionais (oligopoli-
análises (epistemologia). Por fim, Sarfati pondera sobre as formas zação de setores da economia mundial e reordenação do sistema
de pesquisar Relações Internacionais (metodologia quantitativa e/ produtivo global), os protagonistas, nesta análise, podem ser as
ou qualitativa). Enquanto a abordagem quantitativa busca elemen- grandes empresas brasileiras, o Estado brasileiro e os países onde
tos mensuráveis para explicar uma realidade, a qualitativa vale-se atuam as empresas nacionais. De outra forma, pode-se analisar
de elementos não necessariamente quantificáveis, mas que ajudam esse objeto a partir do nível societal, levando-se em conta os in-
a compreender a realidade do objeto de estudo. Daí a pertinên- teresses de segmentos sociais (empresários) e políticos (o partido
cia, no estudo das Relações Internacionais, das teorias que buscam do governo), onde os protagonistas (atores) seriam a burocracia es-
explicar, identificando relações de causa e efeito, e de outras que tatal, como, por exemplo, o Banco Nacional do Desenvolvimento
buscam entender a realidade. (BNDES), o partido do governo, as grandes empresas nacionais e o
Outro aspecto relevante no estudo das Relações Internacionais Estado brasileiro.
refere-se ao nível de análise. Nesse caso, trata- -se do foco dado à
pesquisa. Assim, para Sarfati (2005), a análise pode buscar a expli- Conceitos Pertinentes ao Estudo das Relações Internacionais
cação ou a compreensão de determinado evento internacional a Nas Relações Internacionais, o processo de entendimento dos
partir de determinados níveis, quais sejam: o individual, o societal, eventos internacionais passa pelo debate acerca de conceitos que
o estatal, o supraestatal e o do sistema internacional. são transversais às teorias desse campo do conhecimento. O uni-
O nível individual apropria-se do estudo da natureza humana verso conceitual das RI, longe de esgotar as possibilidades analíti-
para explicar/compreender seu objeto de estudo. cas, trabalha com definições e conceitos inerentes à dinâmica das
Nesse caso, poder-se-ia, por exemplo, buscar a explicação de relações interestatais. Nesse sentido, é comum a discussão sobre o
um evento internacional a partir da análise cognitivo-comporta- comportamento individual de Estados em relação aos demais.
mental de um presidente ou autoridade governamental e sua res- Faz-se necessária uma explanação sobre o que se entende
pectiva influência sobre os processos decisórios do país. No nível acerca das expressões sistema estatal ou sistema internacional. O
societal, por outro lado, consideram-se os interesses de segmentos sistema internacional é caracterizado pela não existência de um Go-
da sociedade ou da burocracia estatal como foco da pesquisa em RI. verno central. Não existe um governo supranacional, pelo menos
No nível estatal, tem-se o estudo dos interesses e sistemas de em tese, que determine as regras de governança globais, ou que
governo (democracias, ditaduras, economia, segurança, política) seja capaz de impor punições a Estados que “descumpram” tais re-
dos Estados como um ente unitário nas relações interestatais. Já gras. Entende-se que o sistema internacional é composto por Esta-
no nível supraestatal, o pesquisador privilegia o estudo de organiza- dos soberanos, política e territorialmente constituídos, que buscam
ções internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) maximizar seus interesses de forma legítima.
ou a Organização Mundial do Comércio (OMC), assim como orga- A ideia de que Estados soberanos buscam maximizar interesses
nismos internacionais não governamentais (multinacionais, organi- nacionais em um sistema internacional marcado pela inexistência
zações terroristas, grupos ambientalistas, etc.) como foco de seu de um governo central leva à constatação de que a política interna-
trabalho. cional opera em um ambiente anárquico. Dessa forma, a anarquia
Finalmente, tem-se o nível do sistema internacional. Nesse tipo seria a principal característica do sistema internacional.
de análise, a pesquisa avalia os padrões sistêmicos das relações mú- Ainda que alguns teóricos das RI percebam a anarquia do sis-
tuas entre todos os atores das Relações Internacionais. A análise tema internacional como característica secundária, para muitos, a
sistêmica argumenta que os Estados são entidades políticas sobera- primazia da mesma parte da convicção generalizada de que a maxi-
nas, não existindo um governo central nas Relações Internacionais, mização dos interesses nacionais é reflexo da característica egoísta
o que daria a característica anárquica do sistema. Porém é comum do ser humano. Assim, da mesma forma que o homem é um ser
a contra-argumentação de que, na verdade, a aparente anarquia egoísta que busca, acima de tudo, a garantia da própria sobrevi-

165
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

vência, os Estados nacionais também agem de forma egoísta para néficas pela totalidade dos países. Consequentemente, a existência
assegurar sua existência no sistema internacional. de um país hegemônico, no interior do sistema internacional, fo-
No entanto, é importante ressaltar que, ainda que o sistema menta o debate sobre polos de poder.
internacional seja anárquico, existe um conjunto de imposições, Os polos de poder, nas RI, referem-se à percepção generalizada
sanções e regras implícitas que norteiam o comportamento dos Es- de que alguns países, isolada ou conjuntamente, possuem capaci-
tados no sistema internacional. Adicionalmente, chama a atenção o dades para influenciar e liderar a política internacional de forma
fato de que o ambiente anárquico do sistema não restringe possibi- sistêmica. Destarte, pode-se dizer que a análise das Relações Inter-
lidades de cooperação bi ou multilateral entre os Estados. nacionais leva em consideração a uni, a bi ou a multipolaridade do
A análise do sistema internacional abre, ainda, espaço para a sistema internacional.
abordagem de outros dois conceitos importantes das Relações In- No caso de um sistema unipolar, pode-se usar como exemplo
ternacionais, quais sejam, soberania e recursos de poder. A sobera- os contextos históricos do império romano (Pax-Romana) e do im-
nia diz respeito à legitimidade política e territorial do Estado sobre pério britânico (Pax-Britânica). Nesses exemplos, ainda que outros
suas ações no âmbito doméstico e internacional. Desse modo, o Estados possuíssem capacidades, Roma e Inglaterra exerciam a he-
conceito de soberania trata do exercício da autonomia do Estado gemonia do sistema internacional (MAGNOLI, 2004).
sobre a condução de sua política interna ou externa, assim como Quando se percebe que a hegemonia do sistema é exercida
seus efeitos sobre a dinâmica do sistema internacional como um de forma compartilhada entre dois Estados, tem-se a bipolaridade
todo. Já os recursos de poder tratam das capacidades dos Estados como característica patente do sistema. Em vista disso, é consolida-
em exercitar seu poder soberano dentro e fora de suas fronteiras da a ideia de que o período da Guerra-Fria foi marcado pela bipola-
nacionais. Em RI, o exercício do poder diz respeito ao gerenciamen- ridade (URSS/EUA) do sistema internacional.
to das capacidades assimétricas dos países dentro do sistema in- Por fim, as últimas três décadas têm sido caracterizadas pelo
ternacional, seja por meio da coerção hard power (poder duro), da debate recorrente sobre a multipolaridade, a unipolaridade ou uni-
influência soft power (poder brando) ou da combinação de ambos. -multipolaridade do sistema internacional. Essa constatação dá-se
A dinâmica, no interior do sistema internacional, é, na verda- pelo fato de que embora os Estados Unidos sejam a maior potência
de, reflexo do gerenciamento das estratégias de maximização dos militar e econômica do planeta, os custos financeiros e políticos do
interesses dos Estados. Tais estratégias levam em consideração a exercício da hegemonia sobre o conjunto do sistema internacional
disposição assimétrica dos recursos de poder dos países no sistema são muito elevados. Dessa forma, abrem-se espaços para que ou-
internacional. Nesse contexto, Keohane (2001) constata graus dife- tros Estados considerados potências locais utilizem sua influência
rentes de sensibilidade e vulnerabilidade dos países em relação a hegemônica regional como forma de atingir seus respectivos inte-
tudo que acontece no interior do sistema internacional. resses em suas relações globais.
Em vista disso, a sensibilidade de um país em relação ao cená- Percebe-se, então, que a configuração do atual sistema inter-
rio externo pode revelar sua dificuldade para formular novas polí- nacional reflete os interesses de polos de poder consolidados: Es-
ticas em um curto espaço de tempo, dado o comprometimento de tados Unidos, Europa, China, Japão e Rússia. Por conseguinte, os
sua política interna ou acordos internacionais. No tocante à vulne- demais Estados buscam maximizar seus interesses a partir de aná-
rabilidade, evidencia-se a capacidade dos países em efetivamente lises estruturais e conjunturais do sistema. Nesse panorama, torna-
formular novas políticas e encontrar alternativas, em curto espaço -se compreensível o agrupamento de países sob a lógica de grupos
de tempo, frente a uma situação adversa no contexto internacional. de geometria variável (VIZENTINI, 2006). A estratégia de inserção
Assim, observa-se que, enquanto a sensibilidade identifica o grau internacional por meio desse tipo de aliança estratégica está laten-
de dependência do país em relação às dinâmicas do sistema inter- te na formação de grupos como o Fórum de diálogo Índia, Brasil e
nacional, sua vulnerabilidade trata de sua efetiva capacidade de África do Sul (IBAS), o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do
reação em cenários internacionais desfavoráveis (KEOHANE, 2001). Sul), o G4 (Alemanha, Brasil, Índia e Japão) e o G20 (Grupo dos 20
A observação das capacidades sistêmicas dos Estados, no sis- no âmbito do sistema financeiro internacional).
tema internacional, levou ao surgimento de conceitos que caracte-
rizam a dinâmica das interações dos países em diferentes recortes Principal Debate Teórico: Realismo Versus Liberalismo
temporais. Isso posto, os estudiosos das RI entendem que o sistema A discussão teórica nas Relações Internacionais está, tradicio-
internacional pode operar sob a lógica da hegemonia ou dos polos nalmente, pautada pela disputa entre duas correntes principais e
de poder. suas variações: o realismo e o liberalismo. Naturalmente, não se
Para Arrighi (1996), a hegemonia trata da capacidade de um trata de duas escolas perfeitamente coesas e cristalizadas, mas sim
Estado soberano exercer, simultaneamente, seu poder de coerção e de tradições de pensamento que evoluem e se modificam com o
de liderança moral e intelectual no núcleo do sistema internacional. tempo e com as circunstâncias. Essa oposição, em larga medida,
O país hegemônico mobiliza esse poder por meio da possibilidade começou com o surgimento do debate sobre as Relações Inter-
ou ameaça de uso combinado de seus recursos de poder (território, nacionais após o término da I Guerra Mundial. Nessa conjuntura,
população, recursos naturais, tecnologia, exércitos, finanças) com um grupo de pensadores vinculados à tradição liberal começou a
o fim de garantir o consentimento dos demais Estados em relação pensar em alternativas para dirimir as possibilidades de uma nova
às suas políticas dentro do sistema internacional. Ainda que discor- guerra acontecer. Esse pensamento bebia do liberalismo econômi-
dem, os demais Estados sentem-se coagidos a aceitar as políticas co e político, que apregoava o direito natural à vida, à liberdade e
do país hegemônico. De forma complementar, o país hegemônico à propriedade, e reputava o Estado como um potencial destruidor
pode obter o consentimento dos demais Estados por meio de sua desses direitos. Destaca-se, portanto, o interesse na construção de
liderança dentro do sistema internacional, que se dá pela sua influ- uma sociedade calcada no indivíduo, que lhe pudesse assegurar as
ência cultural, moral e intelectual. Consequentemente, as políticas melhores condições para a fruição de sua liberdade.
encampadas pelo país hegemônico podem ser percebidas como be-

166
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

No tocante à política internacional, a grande preocupação pondo um termo definitivo à ideia de que a Grande Guerra pudesse
dos liberais era em relação à criação de um ambiente propício à ter sido a “guerra para acabar com todas as guerras”. Além disso, a
paz mundial. Esse panorama tornar-se-ia possível na medida em falência da Liga das Nações em acomodar interesses distintos e im-
que fossem criadas e impulsionadas instituições que coibissem os pedir o uso da força como recurso de poder também ia de encontro
vícios e os maus costumes, de forma a promover uma sociedade às premissas liberais, sinalizando a necessidade de problematizar o
mais equilibrada e bem ordenada. Na visão liberal, o Estado era, tema de maneira menos normativa.
muitas vezes, responsável por perpetrar distorções nocivas ao bem Embora tanto o realismo quanto o liberalismo tenham mudado
comum, que acabavam fazendo com que se sobrepusessem inte- significativamente ao longo dos anos, é possível observar, com a
resses individuais à vontade geral. A guerra, por exemplo, seria classificação proposta por Carr, algumas diferenças importantes nas
fruto desse processo, uma vez que ela decorria da disputa política duas tradições. Em primeiro lugar, salienta-se que realistas e liberais
de determinados grupos, ainda que fosse travada em parâmetros concordam em relação ao ordenamento do sistema internacional,
nacionais. Para os liberais, o uso da razão — que todos possuímos entendido como anárquico. Novamente, ressalta-se que a anarquia
— viabilizaria a construção de uma ordem internacional mais pací- contrapõe-se à hierarquia e não implica uma condição de caos per-
fica, pois os custos da guerra excederiam largamente os seus even- manente. Malgrado esse ponto de encontro, é elementar recordar
tuais benefícios. Seria imperativo, logo, propiciar mecanismos que que a anarquia do sistema não tem os mesmos efeitos para as duas
dessem vazão aos desejos dos indivíduos, que atentariam mais à escolas. Para os realistas, dada a inexistência de uma instância su-
prosperidade moral e material do que às rusgas interestatais. pranacional capaz de acomodar interesses e solucionar contendas,
A percepção dos liberais a respeito da guerra pode ser sinte- trata-se de um elemento causador de desequilíbrios e de confron-
tizada pela afirmação do filósofo Immanuel Kant (1989), que dizia tos: como os Estados só têm a si mesmos para atingir seus objeti-
que esta era “o esporte dos reis”, pois era praticada sem levar em vos, não há como evitar a ocorrência de guerras. Já os liberais, por
consideração os benefícios da população. Assim, considerava-se outro lado, não negam a relevância da anarquia como motivador de
que o sistema de Estados era caracterizado pela anarquia, aqui en- disputas, mas lembram que instituições desenhadas com base na
tendida não como sinônimo de caos, mas de ausência de autorida- racionalidade humana têm condições de atenuar desconfianças e
de superior aos Estados. Pairava no ar a possibilidade de que um promover a cooperação.
simples desentendimento pudesse desencadear um conflito arma- À desavença em relação às consequências da anarquia, soma-
do. Desse modo, se, por um lado, era prerrogativa estatal a defesa -se a discórdia sobre o papel do Estado nas Relações Internacionais.
da integridade física do seu território e de seus habitantes, também Esse ponto é absolutamente basilar para realistas e liberais e pauta
era verdade que muitas das violações partiam dos próprios Esta- suas discussões até hoje. Na perspectiva realista, os Estados são os
dos, configurando um dilema de segurança. No entanto, esse qua- atores precípuos das Relações Internacionais. Ainda que empresas,
dro poderia ser alterado se os cidadãos fossem ativos na política e organizações não governamentais (ONGs), organizações internacio-
propusessem soluções que tornassem o sistema internacional mais nais, fóruns multilaterais, etc. tenham alguma pressão sobre o sis-
cooperativo e pacífico. tema internacional, é somente no âmbito interestatal que se dão as
A perspectiva liberal — que considerava o mundo como um am- lutas por poder. A fim de esclarecer seu ponto de vista, os realistas
biente hostil em virtude da anarquia, mas plenamente possível de frequentemente recorrem à imagem do jogo de bilhar para explicar
ser aperfeiçoado pelas instituições e pelas ideias adequadas — foi o comportamento estatal: os Estados seriam como bolas de bilhar
duramente criticada por um grupo de analistas que veio a constituir no tabuleiro geopolítico mundial, ou seja, até poderiam variar em
a escola rival: o realismo. De acordo com os realistas, o componente termos de tamanho e cor, mas desempenhariam basicamente as
anárquico da sociedade internacional não só potencializa as chan- mesmas funções. À primeira vista, essa perspectiva soa imprecisa,
ces de guerras, mas também as garante. A inexistência de uma ins- uma vez que se admite que há conflitos internos nos Estados sobre
tância supranacional, que coordene e limite a ação estatal, faz com o que constituiria o interesse nacional. No entanto, para os realis-
que cada um seja livre para perseguir os seus próprios objetivos. tas, esses antagonismos seriam resolvidos internamente, de modo
Eventualmente, então, é inevitável que ocorram disputas entre as que, ao final, somente uma posição tivesse primazia.
nações, uma vez que frequentemente os interesses são conflitivos. O entendimento liberal sobre o Estado diverge, em muitos as-
Ademais, ressalta-se o fato de que a anarquia é também um desin- pectos, da visão realista. Acima de tudo, observa-se que, para os
centivo à cooperação, pois há sempre um elevado risco de que um pensadores liberais, as Relações Internacionais estão compostas por
lado trapaceie, o que acabaria com a colaboração mútua. Cientes inúmeros atores expressivos, não somente os Estados. Enfatiza-se,
desse cenário, segundo o realismo, os Estados seriam reticentes às então, que as instituições estatais são palcos de grandes contendas,
iniciativas de promoção da paz e tratariam de priorizar sua própria o que faz com que nem sempre seja possível visualizar uma postura
segurança. única em relação a temas complexos. Enquanto alguns grupos de
A crítica realista em relação à abordagem liberal era bastan- pressão atuam em um sentido, outros vão em direção oposta, e o
te dura, na medida em que essas interpretações eram reputadas Estado, muitas vezes, não consegue escapar a essa dubiedade. Na
como normativas e não avaliativas. Edward Carr (1981), por exem- mesma linha, frisam os liberais, as organizações internacionais tam-
plo, dizia que os pensadores de Relações Internacionais se dividiam bém são mecanismos indispensáveis, pois limitam a atuação dos
entre os idealistas — termo vulgarmente utilizado para denominar Estados (punindo os transgressores de regras e recompensando
os liberais — e os realistas. Para Carr, enquanto estes estariam pre- quem as obedece) e facilitam a cooperação, pois a presença de um
ocupados em entender o mundo tal como era, aqueles teriam uma canal de comunicação poderia diminuir a descrença generalizada e
“visão rósea” da política internacional, ignorando dinâmicas essen- favorecer o entendimento mútuo.
ciais que eram fonte de disputas entre as grandes potências. Funda- Ainda sobre o tema do Estado, nota-se que os realistas não
mentalmente, Carr assentava suas premissas no contexto histórico fazem distinção entre o sistema político-econômico que cada país
em que vivia, quando o mundo rumava para a II Guerra Mundial, adota, não observando diferenças entre socialismo e capitalismo,

167
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

ditadura e democracia. Na ótica realista, todos os Estados têm as Outra aposta dos liberais para dirimir os riscos de um conflito
mesmas funções: garantir sua sobrevivência e velar por seus pró- armado interestatal é o livre-comércio. Esse seria um mecanismo
prios interesses. O regime político pode ser importante para deter- fundamental porque criaria estímulos para que empresários e con-
minar os meios pelos quais uma nação escolhe agir, mas não altera sumidores pressionassem seus Estados a não entrarem em guer-
suas funções básicas. Na Guerra Fria, por exemplo, Estados Unidos ra, com receio de que a contenda desvirtuasse o fluxo de bens e
e União Soviética, a despeito de suas discrepâncias institucionais e serviços, prejudicando a economia local. Mais uma vez, essa inter-
econômicas, eram sempre colocados em um mesmo patamar: am- pretação é rejeitada pelos pensadores realistas, que asseveram que
bos eram superpotências e procuravam expandir sua área de influ- as questões de segurança nacional têm primazia sobre os aspectos
ência no mundo. Novamente, portanto, os realistas retomam a me- econômicos, o que reduziria drasticamente os efeitos positivos de
táfora das bolas de bilhar, que até podem não ser iguais em termos uma interdependência comercial. A esse respeito, realça-se que
de tamanho e coloração, mas comportam-se de modo idêntico. esse assunto pode ser analisado de duas formas, cada uma favo-
Na visão liberal, caso haja uma dessemelhança representativa rável a uma escola. De fato, a história documenta fartamente guer-
no que tange à política e à economia, não é correto considerar todos ras entre países que tinham intenso fluxo comercial, com destaque
os países como se fossem iguais. Em alguma medida, para os libe- para a I Guerra Mundial, o que parece corroborar o pressuposto
rais, existem Estados melhores e piores: aqueles são democráticos realista. Contudo, os liberais sublinham a dificuldade para se esta-
e encampam o livre-comércio, ao passo que estes se comportam belecer uma contraprova, visto que muitos conflitos podem ter sido
de maneira contrária. Essa distinção não se deve apenas a ques- evitados por pretextos comerciais, sem que isso possa ser definiti-
tões morais e normativas, mas também dizem respeito à conduta vamente provado.
empregada pela nação para resolver os seus conflitos. Isso porque, Realistas e liberais também discordam em um elemento-chave
segundo os liberais, as democracias não tendem a entrar em guerra das Relações Internacionais: o poder. Enquanto o realismo costuma
entre si, ainda que eventualmente possam entrar em um confronto tratar o poder como a variável máxima da disputa interestatal, o
armado com uma ditadura. Essa análise remete à paz republicana liberalismo ressalta que esse conceito tem de ser problematizado
de Immanuel Kant, que via nas repúblicas as virtudes necessárias à luz da crescente interdependência econômica e política entre os
para a concórdia mundial, em oposição ao belicismo das monar- Estados. Assim, observa-se que os realistas veem o poder como a
quias absolutistas. Em virtude disso, convencionou-se chamar de soma relativa das capacidades dos países em termos políticos, mi-
“paz democrática” essa faceta do pensamento liberal. litares, econômicos e tecnológicos, enfatizando o poder em seus
A ideia de que democracias não guerreiam entre si merece al- aspectos relativos, ou seja, o poder que uma nação tem sobre a
gum crédito, uma vez que, de fato, não se registram muitos confli- outra. A política internacional, logo, seria um jogo de soma zero,
tos armados entre Estados com regimes democráticos. De acordo pois o ganho que um país tem seria uma perda em comparação ao
com os liberais, esse fenômeno ocorre em função do peso da opi- outro: o poder é a capacidade de influenciar o sistema mais do que
nião pública nesses países, que teria muito mais importância para a ser influenciado por ele. Destaca-se, ainda, o caráter político-militar
formulação da política externa do que nas ditaduras. Desse modo, da noção de poder para os realistas. Isso porque, como vivemos em
enquanto governos autoritários podem prescindir do apoio popu- uma sociedade anárquica e a sobrevivência é o objetivo último de
lar para se aventurar em uma investida militar, as democracias são todos os Estados, os recursos disponíveis que cada um tem para
muito mais responsivas às demandas da população, o que seria um assegurar sua integridade territorial são os seus meios de exercer
desincentivo à guerra. Entretanto, embora a hipótese liberal tenha pressão no sistema internacional.
respaldo empírico, o elo causal apresentado é frágil em termos de Sendo a política internacional um campo de disputa por poder,
coerência interna. Afinal, questionam os realistas, se a opinião pú- como pensam os realistas, a chave para entendê-la seria analisar
blica desempenha um papel proeminente na manutenção da paz, a balança de poder entre as grandes potências, a qual resultaria,
por que países democráticos iniciaram inúmeras vezes guerras con- sobretudo, da capacidade militar de cada um. Os liberais, no entan-
tra ditaduras? Ademais, muitas vezes as hostilidades começaram to, não compactuam com aspectos fundamentais dessas premissas,
com o apoio da opinião pública, como atesta a Guerra do Iraque ainda que não discordem de tudo. Estão de acordo, por exemplo,
(2003). com a ideia de que todos os Estados buscam aumentar seu poder
Como o realismo trata os Estados independentemente de seu na esfera internacional, cientes de que isso é crucial para a obten-
regime político, a teoria da paz democrática é terminantemente re- ção de suas metas. Não obstante, os liberais creem que a preocu-
chaçada por expoentes realistas, que argumentam não haver qual- pação com a segurança nem sempre é prioritária para os países,
quer incompatibilidade para uma guerra entre dois países democrá- que só dariam relevância ao tema quando realmente ameaçados
ticos. Os realistas salientam a incapacidade dos liberais em explicar por um competidor. Na maioria dos casos, o propósito principal te-
o nexo causal entre a paz e o sistema de governo, objetando que ria um fundo econômico. Assim, nem seria o poder um conceito
o peso da opinião pública não é suficiente para legitimar a paz de- predominantemente militar, nem seria um jogo de soma zero, pois
mocrática. Todavia, ainda que os realistas tenham êxito em apontar benefícios econômicos podem ser usufruídos por todas as partes,
as falhas teórico-metodológicas nas explicações dos liberais sobre sem que ninguém saia prejudicado. Por fim, o liberalismo prevê que
o assunto, não têm o mesmo sucesso no tocante à refutação da a interdependência gera ganhos de margem de manobra para os
hipótese per se. Dada a intransigência do realismo em apontar, Estados teoricamente mais fracos, que se podem valer de suas van-
nas diferenças internas de cada Estado, a razão para seu compor- tagens comparativas para pressionar as grandes potências, como
tamento externo, é lógico que os autores dessa corrente não veem atesta a crise do petróleo de 1973.
nenhuma impossibilidade em uma guerra entre duas democracias. Em termos cronológicos, nota-se que o primeiro autor que do-
Porém, como inexistem exemplos significativos que demonstrem o tou o realismo de um senso teórico organizado e bem acabado foi
contrário, a paz democrática permanece inexplicada pelo realismo. o germano-americano Hans Morgenthau (2003), em seu livro Polí-
tica entre as Nações. Nessa obra, considerada o ponto de partida

168
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

para o estudo da teoria de Relações Internacionais, o autor subli- questões econômicas e o tema de interdependência como um eixo
nha seis princípios básicos que norteariam o sistema internacional: basilar das Relações Internacionais, que sempre foi menosprezado
(a) a política, tal como a sociedade, é regida por leis objetivas, que pelos teóricos realistas.
espelham a natureza humana; (b) o poder é o objetivo comum de Foi nessa conjuntura favorável que, em 1977, os liberais Robert
todos os Estados; (c) o poder é um conceito universalmente defini- Keohane e Joseph Nye publicaram Poder e Interdependência: políti-
do, mas que se expressa diferentemente de acordo com o tempo e ca mundial em transição (2001), no qual argumentavam que os pro-
o espaço; (d) os princípios morais são fundamentais para as Rela- cessos transnacionais estavam alterando as dinâmicas do sistema
ções Internacionais, mas são subordinados aos interesses da ação internacional. Em sua visão, os países cada vez mais se deparavam
política e à prudência do estadista; (e) os princípios morais não são com problemas que se originavam em espaços que estavam fora do
universais, mas particulares; (f) a esfera política é autônoma em re- seu controle. Na mesma linha, os atores não estatais tornaram-se
lação a outras esferas sociais. mais relevantes para a política internacional, complexificando as
O estudo seminal de Morgenthau sobre as Relações Interna- Relações Internacionais. Esse quadro acelerava a interdependência
cionais foi, naturalmente, alvo de apreciações, elogios e críticas, entre os Estados, o que proporcionava uma nova agenda de discus-
mesmo entre pensadores realistas que o sucederam. John Herz sões sobre conflito e cooperação. Diferentemente dos liberais an-
(1950), por exemplo, enalteceu o esforço de Morgenthau para le- teriores, porém, Keohane e Nye (2001) tinham uma interpretação
var adiante o realismo, mas também apontou as fraquezas de sua menos normativa da interdependência, que sempre fora reputada
obra. Herz acreditava que Política entre nações pecava ao tratar a como um fator de estabilidade e concórdia pelo liberalismo. Para
busca por poder como variável residual das ambições humanas: na esses acadêmicos, embora a interdependência pudesse favorecer a
visão de Morgenthau, os Estados queriam ser poderosos porque as cooperação, ela também era um fator de disputa e um recurso de
pessoas têm essa característica. Herz concordava com a premissa poder. Observa-se, portanto, uma tentativa de conciliar aspectos da
de que a procura por poder era um elemento definidor das Rela- teoria realista com os preceitos liberais.
ções Internacionais, mas argumentava que a causa não derivava de A obra de Keohane e Nye (2001) está assentada em três fun-
questões psicológicas, e sim do componente anárquico do sistema damentos que norteiam a configuração da política internacional a
internacional. Afinal, como todos os Estados somente dependem partir da interdependência complexa: (a) existência de múltiplos
de si para garantir sua sobrevivência, é natural que exista uma cor- canais de comunicação e negociação: os Estados não têm o mo-
rida para obter os meios necessários para tanto. O problema é que nopólio das negociações internacionais, que são feitas com vários
a única maneira de se proteger é se armar, e, naturalmente, isso é atores (estatais ou não) em circunstâncias formais e informais, o
percebido como uma ameaça pelos demais. Essa situação configu- que diminui as incertezas e a assimetria de informações; (b) agenda
ra um dilema da segurança, pois o sucesso individual depende do múltipla: contrariamente a outros períodos, os temas de segurança
mal-estar coletivo. já não são hierarquicamente superiores às questões econômicas,
A crítica de Herz foi assimilada por outro realista, Kenneth sociais, ambientais e tantas outras, fazendo com que as vantagens
Waltz, em O Homem, o Estado e a Guerra (1959). Esse trabalho, sob comparativas de cada Estado não sejam absolutas, mas relativas;
o ponto de vista metodológico, é de suma relevância para as Rela- (c) utilidade decrescente do uso da força: dado o envolvimento e a
ções Internacionais, pois reúne e categoriza um conjunto de visões intensa comunicação entre os atores globais, a possibilidade de re-
sobre as origens da guerra no sistema interestatal. Na perspectiva correr à força torna-se cada vez menor, ainda que não desapareça.
de Waltz (1959), a literatura costuma dividir as razões pela disputa Essa situação aumenta os recursos à disposição dos Estados mais
de poder em três imagens. A primeira, enunciada por Morgenthau fracos militarmente, reforçando sua margem de manobra perante
e outros autores, pressupõe que há conflitos porque os seres hu- as grandes potências.
manos têm uma necessidade inata e insaciável de obter mais poder, O estudo de Keohane e Nye (2001) suscitou um grande inte-
impedindo a manutenção da paz entre as nações. A segunda, por resse por parte dos acadêmicos de Relações Internacionais, que os
sua vez, vê os Estados como responsáveis pelas guerras, dadas as classificaram como neoliberais, na medida em que sua teoria, ain-
suas necessidades e interesses individuais. Finalmente, a terceira da que compartilhasse do legado da tradição liberal, acrescentava
imagem (que se baseia no dilema da segurança) dá conta da anar- elementos novos à análise, aproximando-a da vertente realista em
quia do sistema internacional como a motivação básica pela qual os alguns pontos. Curiosamente, na sequência, deu-se um processo
países têm de acumular poder, uma vez que a ausência de um órgão semelhante no realismo, com o lançamento da Teoria da Política In-
supranacional capaz de garantir a ordem faria com que os Estados ternacional, de Kenneth Waltz (1979). Esse autor dedicou-se a res-
tivessem de elevar os recursos à sua disposição, não por veleidades ponder às críticas que a vertente realista vinha sofrendo ao longo
individuais, mas devido à insegurança estrutural do sistema. dos anos 70, quando a teoria da interdependência complexa ganha-
O avanço do realismo deveu-se, em boa medida, à conjuntura va força na academia. Para tanto, Waltz (1979) realizou um estudo
internacional dos anos 1950-60, quando a hostilidade entre Estados cujo objetivo era dar uma base mais sólida e científica ao realismo,
Unidos e União Soviética acentuou-se vigorosamente. Esse pano- com a ideia de que a teoria ainda tinha uma grande capacidade de
rama conflituoso parecia confirmar as principais hipóteses dos re- explicação das Relações Internacionais, desde que adequadamente
alistas, que viam com desconfiança as perspectivas de cooperação estruturada. Há, então, discordâncias em relação aos realistas clás-
entre os Estados e davam especial relevância aos temas de poder e sicos, razão pela qual Waltz (1979) é considerado o fundador do
de competição militar. Contudo, esse cenário se alterou substancial- neorrealismo.
mente na década de 70, quando a détente entre Moscou e Washin- O intuito de Waltz (1979) era fazer uma análise estrutural do
gton começou a dar frutos, dirimindo as tensões e abrindo margem realismo, com a perspectiva de que a causa das guerras está no as-
para o diálogo entre as grandes potências. Além disso, esse período pecto anárquico do sistema internacional. O autor, assim, rejeita a
foi profícuo em termos de parcerias interestatais, e a crise do petró- primeira e a segunda imagem da política internacional, asseveran-
leo de 1973 indicava que os liberais estavam certos ao enfatizar as do que é a terceira a fonte de conflitos entre as grandes potências.

169
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Em sua ótica, toda estrutura era composta de três atributos básicos: guerras. Para Mearsheimer, Waltz (1979) havia adotado uma pos-
princípio ordenador, características de suas unidades e distribuição tura conservadora, que não dava conta de que os Estados tinham,
de capacidades. O primeiro, segundo Waltz (1979), diz respeito à muitas vezes, motivos para encetar um confronto armado.
natureza do sistema: anárquica ou hierárquica. Nas Relações Inter- Segundo esse acadêmico, as Relações Internacionais são mar-
nacionais, portanto, é a anarquia que rege os Estados. Já o segundo cadas pela anarquia internacional e são estruturadas em torno de
está relacionado à produção de recursos. Diferentemente de uma atores racionais, os Estados. Assim, há uma competição entre eles,
economia de mercado, onde cada um se especializa no que faz de e o principal objetivo é a sobrevivência. Esse ponto é chave, pois
melhor, a política internacional é marcada pela autoajuda: cada Es- considera que o poder não é uma meta, mas sim um meio para atin-
tado conta somente consigo mesmo para realizar suas tarefas. En- gir um propósito. Além disso, Mearsheimer salienta que o elemento
fim, a distribuição das capacidades trata dos meios relativos que que representa uma grande potência é sua capacidade militar. Des-
cada país tem, ou seja, quantas são as grandes potências. Nesse sa forma, ainda que os recursos tecnológicos e econômicos sejam
livro, Waltz (1979) afirma que o sistema é bipolar ou multipolar, importantes, eles somente o são quando podem ser convertidos
não abrindo espaço para a unipolaridade que se seguiu à queda da em termos militares. Nessa linha, Mearsheimer também é cético
União Soviética. quanto às possibilidades da diplomacia na política internacional,
Como vimos, o debate nas Relações Internacionais está forte- que é insuficiente quando há um risco de intervenção militar. Na
mente ligado à conjuntura, com o avanço e o retrocesso das esco- realidade, em sua interpretação, o que ocorre é que todas as gran-
las refletindo o clima político entre as grandes potências. Assim, os des potências querem ser únicas no cenário internacional, o que faz
anos 80 foram de predomínio realista, em decorrência da Segunda com que elas balanceiem o poder com suas rivais, a fim de eliminá-
Guerra Fria. No entanto, com a derrocada da União Soviética, viu-se -las e certificar sua sobrevivência.
um refluxo do realismo, acompanhado de um progresso do ideário A teoria de Mearsheimer, que ficou popularizada como o re-
liberal. Isso porque o triunfo do bloco ocidental foi perseguido pelos alismo ofensivo, constitui o último esforço de grande repercussão
liberais como um sintoma da superioridade do capitalismo e da de- de sua escola, por mais que muitos artigos realistas tenham sido
mocracia, que nunca mais seriam seriamente questionados. Então, publicados desde então. A corrente, conquanto seja respeitada e
seria inaugurada uma nova era das Relações Internacionais, na qual replicada cotidianamente nas Relações Internacionais, já não goza
os países não mais lutariam entre si, mas competiriam por merca- do mesmo prestígio que teve ao longo do século XX, sobretudo nos
dos e investimentos. Essa perspectiva foi consubstanciada no livro períodos em que havia uma crise aguda entre as grandes potências
O Fim da História e o Último Homem, de Francis Fukuyama (1992), do sistema internacional. Atualmente, o realismo é alvo de duras
que via no êxito dos Estados Unidos uma vitória da civilização oci- críticas, inclusive de autores não liberais, mas tem seguidores nas
dental, que seria emulada por todos os países que aspirassem ao teorias pós-modernas como o construtivismo e a teoria crítica. Do
desenvolvimento econômico e social. mesmo modo, os pensadores liberais também parecem anestesia-
Na década de 90, por conseguinte, floresceram teorias que dos com os principais eventos políticos do século XXI, que mostra-
pressupunham o fim dos conflitos militares, na medida em que os ram que o seu otimismo em relação à paz entre as nações e a inter-
Estados se tornavam capitalistas e democráticos. Nesse quadro, as dependência era precipitado, na medida em que os conflitos ainda
guerras ficariam circunscritas a regiões “atrasadas”, que ainda não estavam na agenda dos Estados.
haviam tomado o rumo do “progresso”. Essa hipótese se assenta-
va nas noções anteriormente mencionadas, para as quais, os con- Visões Alternativas: Marxismo, Teoria da Dependência, Teoria
frontos armados se deviam às características internas dos Estados. Crítica e Construtivismo
Desse modo, como todos os países teriam o interesse em aderir ao O marxismo, no campo das Relações Internacionais, procurou
capitalismo e à democracia, acentuar-se-ia o processo de interde- estabelecer-se como um contraponto tanto ao realismo como ao
pendência. Esse, por sua vez, não implicaria ausência de tensões liberalismo. Curiosamente, seja exatamente por esse motivo, seja
interestatais, mas dirimiria os riscos de uma guerra, dado o cres- por questões metodológicas, essa corrente jamais logrou o status
cente peso das instituições internacionais, o papel dos atores extra- de mainstream nas discussões sobre teoria das Relações Internacio-
estatais e a convergência de interesses, fazendo com que o recurso nais, especialmente nos Estados Unidos. Como veremos, o pensa-
à força passasse a ser contraproducente. Ou seja, seria inevitável o mento marxista, em Relações Internacionais, teve maior repercus-
crescimento dos Estados “bons”, que fariam do sistema internacio- são nas academias fora do eixo América do Norte-Europa Ocidental.
nal um ambiente mais pacífico. É o caso do marxismo-leninismo, que chegou a ser a doutrina oficial
Com o passar dos anos, a crença liberal em um mundo sem de nações de orientação socialista e da teoria da dependência, que
guerras foi-se diluindo — movimento acompanhado por um ressur- teve expoentes em vários pontos do chamado Terceiro Mundo.
gimento da tradição realista. Em 2001, John Mearsheimer publicou Apesar de não ter elaborado análises diretas sobre as Relações
A Tragédia das Grandes Potências, que foi considerado por muitos Internacionais, e de ter dado pouca atenção ao papel do Estado
como o exemplo mais bem acabado do realismo em termos teóri- no plano mundial, Karl Marx inspirou um abrangente e bastante
cos. Nessa obra, Mearsheimer tratou de demonstrar que sua cor- diversificado conjunto de visões em diversos campos das Ciências
rente ainda era muito útil para as Relações Internacionais, ainda Sociais. Um aspecto comum a quase todos os desdobramentos
que não fosse a única capaz de explicar fenômenos políticos rele- do pensamento marxista, especificamente nas RI, é o primado em
vantes. Mais do que criticar o liberalismo, porém, o autor procurou pensá-los como um produto do desenvolvimento das relações de
levar adiante o neorrealismo de Kenneth Waltz (1979), que Mear- produção em dado período histórico. Nessa leitura, o sistema de
sheimer definia como um realismo defensivo. Isso porque, embora Estados contemporâneo seria apenas uma forma peculiar de orga-
Waltz, em Teoria da Política Internacional, tivesse dado uma grande nização das comunidades políticas, calcadas no princípio da territo-
contribuição ao realismo nos aspectos metodológico e científico, rialidade e no conceito de nação, e não na formação “natural” de
sua visão não explicava por que as grandes potências iniciavam entidades políticas com base na comunhão de valores, como etnia,

170
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

raça ou história comum. a principal disputa travada com outro autor influenciado por Marx,
Os autores marxistas, em RI, não compartilham da visão predo- Karl Kautsky, para quem as potências capitalistas poderiam evitar a
minantemente benigna dos liberais acerca do capitalismo e do co- guerra e cooperar, de maneira a reduzirem os gastos com defesa e
mércio internacional como um jogo de soma positiva para os atores se contraporem ao movimento revolucionário dos trabalhadores.
envolvidos. De forma semelhante aos realistas, são, em geral, bas- Analisado tanto por Lênin como pelos primeiros autores libe-
tante céticos em relação à possibilidade de cooperação equânime e rais, o conceito de autodeterminação significava a luta dos povos
mutuamente benéfica entre os agentes que a praticam. Em relação contra a dominação ou opressão por parte de potências estran-
aos realistas, os marxistas questionam a premissa de que os Estados geiras. Mas a autodeterminação, para Lênin, era expressão da luta
agem autonomamente no sistema internacional, sem considerar as nacionalista (que visava à emancipação política) e anti-imperialista
disputas e os interesses das classes sociais. Esses conflitos sociais, (refratária à dominação econômica), ao passo que na linha de ra-
ademais, não necessariamente se limitam às fronteiras nacionais, e ciocínio liberal significava apenas a conquista da soberania política
podem-se alastrar em compasso com a conformação do capitalis- por parte dos povos que tivessem alcançado determinado grau de
mo global. As classes sociais, assim, precedem os Estados na escola maturidade e civilização.
marxista. O leninismo tornou-se a ideologia oficial com a vitória da re-
A seguir, abordaremos algumas das principais subdivisões do volução socialista na Rússia, em novembro de 1917 , ainda que seu
marxismo nas RI, tendo-se em mente o contexto em que surgiram: legado tenha sido alvo de importantes disputas após a morte de
o leninismo, as teorias da dependência e, mais recentemente, a te- Lênin, em 1924. No que se refere à política externa da URSS, com a
oria crítica. Apresentaremos algumas visões mais representativas chegada de Josef Stalin ao poder em 1929, coube ao governo sovi-
de cada uma dessas divisões, e, na medida do possível, contrasta- ético a tarefa de atenuar o isolamento internacional imposto pelas
remos com outras teorias, tanto com as de outras escolas de pen- potências ocidentais e precaver-se do anticomunismo das potên-
samento (realismo e liberalismo), como com as de outros ramos do cias fascistas, especialmente Alemanha e Japão. A Guerra Fria era
próprio marxismo. vista, na academia soviética, não apenas como um conflito interes-
Como vimos anteriormente, tanto liberais como realistas ten- tatal, mas também — e, principalmente —, como interclassista: os
dem a caracterizar o sistema internacional como anárquico, em fun- países capitalistas representavam os interesses burgueses, ao passo
ção da inexistência de uma autoridade central que se sobreponha que os socialistas, o do proletariado no poder. No entanto, como
aos Estados. No marxismo, premissas como a inexistência de um forma de garantir a sobrevivência do sistema social, a URSS bus-
governo mundial, ou a preeminência dos Estados como principais cou, com diferentes graus de intensidade, a defesa do princípio da
atores não seriam suficientes para entender a ordem global. Tam- coexistência pacífica entre os diferentes sistemas socioeconômicos.
pouco seria útil, nessa visão, o emprego da categoria analítica anar- Essa postura seria alvo de fortes críticas na China, especialmen-
quia internacional. Quase todos os autores marxistas compartilham te a partir de meados da década de 50. Com a chegada ao poder
da visão de que a ordem global é essencialmente hierárquica, co- de Nikita Khrushev em 1953, a URSS passou a defender mais cla-
abitada por atores mais poderosos (ou centrais) que restringem o ramente a tese da coexistência pacífica com os países capitalistas,
campo de ação dos mais fracos (ou periféricos). enquanto a China sob o mando de Mao Zedong passou a arguir
a necessidade de ampliar a luta anti-imperialista nos países peri-
Lênin e a Teoria do Imperialismo féricos, favorecendo, inclusive, a aliança entre os comunistas e a
Vladimir I. Lênin elaborou aquilo que se tornaria a primeira e burguesia local mais progressista . Como resultado, já em 1959 ob-
decisiva contribuição marxista ao pensamento nas serva-se uma deterioração progressiva das relações entre os dois
Relações Internacionais. Sua principal contribuição teórica, a países, a ponto de colocá-los à beira de uma confrontação militar
obra Imperialismo como a Fase Superior do Capitalismo, foi publi- aberta em 1969.
cada em 1917 , meses antes da Revolução de Outubro na Rússia, e
pouco menos de um ano antes da anunciação dos 14 Pontos pelo As RI na Periferia: a Teoria da Dependência
então presidente americano Woodrow Wilson, os quais embasa- Parte dos autores da chamada teoria da dependência, tam-
riam a vertente liberal nas RI. Na análise leninista, a fase mono- bém chamados de dependentistas radicais, tinha como referência
polista do capital (a que ele chama de imperialismo), visível já no teórica o marxismo, dentre os quais se situam, entre outros, Andre
final do século XIX, envolve a expansão das empresas monopolistas Gunder-Frank, Theutônio dos Santos, Samir Amin e Immanuel Wal-
nacionais para o exterior, cujo resultado é a contradição observada lerstein. Diferentemente de Lênin e Marx, esses autores têm uma
entre os Estados que as representam. posição em geral mais cética sobre o efeito civilizador do capitalis-
Podemos destacar alguns pontos de contato do leninismo mo nas economias coloniais. Nesse sentido, a própria inserção das
com outras grandes tradições teóricas em RI. Com o realismo, Lê- colônias e dos países recém-emancipados no capitalismo interna-
nin poderia concordar que o sistema internacional é composto por cional é um fator para o subdesenvolvimento da periferia ou posi-
Estados nacionais, detentores de diferentes capacidades de poder. ção dependente desta em relação ao centro.
No entanto, suas divergências são mais relevantes: a desigualdade Embora a preocupação central desses autores tenha a ver com
entre os Estados, para Lênin, é explicada pela evolução desigual do os desdobramentos internos da condição de subdesenvolvimento,
sistema econômico e dos meios de produção. O interesse nacional, e não exatamente com sua política externa, observa-se a importan-
além disso, deve ser entendido conforme os interesses econômi- te análise da relação entre os países do centro e da periferia como
cos dos grandes conglomerados e dos monopólios nacionais, e não uma relação de dependência. As análises desses autores convergem
como algo dado. O autor russo vai além: os principais Estados mo- parcialmente com o estruturalismo realista de Waltz (1979), espe-
nopolistas disputam entre si colônias e áreas de influência como cialmente no que se refere à premissa de que a ação dos atores é
consequência da expansão de suas atividades econômicas; por esse condicionada pelo sistema internacional. As divergências, no entan-
motivo, as relações entre eles tendem ao conflito. Esse aspecto foi to, são bastante evidentes: se, para os realistas, o que diferencia os

171
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

países são, sobretudo, seus recursos materiais, para os dependen- A Teoria Crítica
tistas, a dialética centro-periferia, na economia mundial, funciona Ainda que a leitura dos sistemas-mundo de Wallerstein per-
como um ponto de partida. Em linhas gerais, os países periféricos maneça bastante atual, a partir dos anos 80, observa- -se o apa-
permanecerão explorados pelo centro devido à deterioração dos recimento de trabalhos de inspiração marxista, mas que se apre-
termos de troca no comércio internacional e à ampliação dos in- sentavam críticos tanto às escolas realista e liberal das RI, como às
fluxos de investimentos externos diretos, o que gera desequilíbrios próprias proposições mais clássicas do marxismo. Esses autores, in-
crescentes em seu balanço de pagamentos. fluenciados pela chamada Escola de Frankfurt, vieram a constituir o
Os teóricos dependentistas radicais rejeitam a concepção típi- que se denomina teorias críticas das RI. Diferentemente dos demais
ca dos realistas, a de que os Estados se comportam racionalmente subgrupos do marxismo, as teorias críticas têm seu epicentro em
no sistema internacional, de acordo com sua agenda de interesses universidades da América do Norte e da Europa Ocidental. É inte-
nacionais. Samir Amin (1987), por exemplo, argumenta que a de- ressante frisar que essas teorias reflexivas de forma alguma foram
pendência é construída entre o capital internacional e a burguesia e são peculiaridades das RI; mas integram um movimento que já
nacional governante, e é a partir dessa relação entre classes sociais encontrava ampla ressonância em outras Ciências Sociais décadas
de diferentes países que se deve entender a exploração das massas antes. No entanto, é apenas com o fim da Guerra Fria e o súbito
no Terceiro Mundo. Para estancar o processo de transferência de desmonte dos regimes comunistas na Europa Oriental que elas ga-
valor da periferia para o centro, ele defende a ruptura dos países nharam adeptos na academia ocidental. Os críticos sustentam que
periféricos com o capitalismo central por meio de uma revolução o realismo teria falhado ao observar apenas a questão da distribui-
socialista. Esse é um contraponto em relação às teorias menos radi- ção das capacidades materiais, sobretudo bélicas, entre as duas su-
cais, como as de Celso Furtado e Raúl Prebisch, os quais defendiam perpotências. Na década de 80, com efeito, a paridade estratégica
o desencadeamento da industrialização, principalmente pelo me- nuclear pouco havia alterado; mas um exame mais aprofundado
canismo de substituição de importações, como forma de superar o acerca da quebra da legitimidade de instituições soviéticas, como
subdesenvolvimento econômico. o Partido Comunista, por exemplo, poderia dar pistas acerca das
A teoria do sistema-mundo de Immanuel Wallerstein (1974) é mudanças que se sucederam no final daquela década.
uma das mais influentes na escola marxista. O conceito de siste- O principal alvo dos autores críticos é, entretanto, a tradição
ma-mundo proposto é uma estrutura econômica integrada, a qual
realista. Robert Cox (1987), autor canadense, questiona o caráter
apresenta um componente dinâmico, a lógica da acumulação de
científico tanto do realismo como do liberalismo (tidos por ele
capital. Por meio dessa lógica dinâmica, os espaços diferenciam-se
como visões positivistas). Segundo esse autor, o realismo acabou
ao longo do tempo em três categorias: os centros de poder econô-
tornando-se uma teoria “resolução de problemas”, isto é, realiza o
mico, as periferias, e as semiperiferias, as quais se estabelecem em
diagnóstico da situação internacional e prescreve sugestões para o
uma posição intermediária entre as duas anteriores. Enquanto as
poder constituído dos Estados, no sentido de fortalecê-los. É uma
regiões centrais apresentam atividades econômicas mais intensivas
teoria conservadora, uma vez que não se compromete com o ideal
em capital e tecnologia, as periféricas acabam por se especializar
na produção e na exportação de produtos básicos. A semiperiferia de emancipação humana, algo que toda teoria social deveria consi-
atinge determinado grau de industrialização e estabelece uma re- derar. O realismo, assim como qualquer outra teoria social, deve ser
lação de dependência sobre a periferia, da qual importa insumos contextualizado no tempo e espaço, e serve aos interesses de de-
básicos. Porém, tanto a tecnologia como o capital permanecem de- terminada audiência. Por esse motivo, jamais pode ser considera-
pendentes do centro. Alguns países da América Latina, que haviam do neutro e universal. Por outro lado, Cox e outros autores críticos
passado por um significativo processo de industrialização, como o reconhecem que suas teorias têm abrangência limitada, decorrente
Brasil e o México, já eram enquadrados como semiperiféricos na da própria condição de ciência social das mesmas.
década de 70, quando a teoria foi proposta. Os críticos retomam o raciocínio comum a quase todos marxis-
Alguns analistas argumentam que a teoria da dependência tas das RI, de que não faz sentido pensar o sistema de Estados atual
falhou em não prever a ascensão econômica dos chamados Tigres como uma realidade dada, sem considerar os processos históricos
Asiáticos (Coreia do Sul, Taiwan, Singapura e Hong Kong), que te- que o configuraram. No entanto, um dos focos de disputas com o
riam deixado para trás o fardo do subdesenvolvimento por meio de marxismo ortodoxo refere-se à importância das ideias e de outros
uma estratégia de promoção das exportações e de integração nas elementos não materiais para o exercício da liderança de determi-
cadeias produtivas globais. É possível concordar com esse questio- nado polo de poder. Nesse caso, os autores reabilitam o conceito
namento na assertiva de que a estratégia de desenvolvimento au- gramsciano de hegemonia, o qual relaciona o poder físico ou bélico
tárquico (ou voltado para dentro) apresenta limites, especialmen- com a construção da legitimidade. Transplantado para as Relações
te em se tratando de países com mercado interno reduzido. Além Internacionais, a força militar dos Estados é levada a se justificar
disso, em uma economia internacional bastante interconectada e constantemente, mesmo nos casos menos defensáveis: a Alemanha
dinâmica, essa estratégia de desenvolvimento pode comprometer nazista, por exemplo, conduziu uma linha de argumentação para
a competitividade do país que a adota por um período muito ex- atacar a Polônia, em 1939, com base na defesa de seus cidadãos
tenso, especialmente em uma economia global cada vez mais inte- frente a um crescente militarismo polonês. Outra disputa com as
grada. Entretanto as teorias da dependência foram (e continuam) demais correntes marxistas é o questionamento ao determinismo
pródigas ao apontarem que países ou regiões que se especializam e ao excessivo materialismo nas análises sobre a realidade social.
em exportar insumos básicos correm o risco de perpetuar ou mes- Sobre o conceito de hegemonia, os autores realistas a associam
mo acentuar seu subdesenvolvimento face aos demais players da com a noção de supremacia militar de determinado poder sobre os
economia mundial. E, mais além, países que se industrializam por demais; para os críticos, o termo envolve também o consentimento
meio da estratégia de internalização da produção de itens de médio geral de que a ordem dada, imposta pelo agente hegemônico, é
valor agregado, como sugere Wallerstein, não deverão atingir os ní- benéfica a todos os partícipes. Assim, a construção do sistema de
veis de desenvolvimento dos países mais avançados. Bretton Woods, sob a hegemonia dos EUA, foi possível não apenas

172
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

graças à supremacia militar sobre seus aliados ocidentais, mas tam- A questão fundamental que veio à tona, com o advento do
bém graças ao esforço de convencimento de que aquela ordem era construtivismo nas Ciências Sociais, foi o papel das ideias e dos va-
do interesse não apenas de seu líder, os EUA, mas também de todos lores na realidade social, e as Relações Internacionais não passaram
seus membros. incólumes a esse debate. O fim da Guerra Fria e o súbito desmonte
A análise de Cox, especificamente, não aposta na predominân- dos sistemas socialistas, no Leste Europeu, certamente deram im-
cia do componente material, ou do componente das ideias para en- pulso às visões não realistas, em especial ao construtivismo, ao libe-
tender a política internacional. Para ele, existe certa circularidade ralismo e, em menor grau, às teorias genuinamente pós-modernas.
entre formas de produção (ou forças sociais), organizações políticas De acordo com essas visões, o realismo falhou não apenas em não
nacionais e política internacional: elas influenciam-se reciproca- prever os acontecimentos do início dos anos 90, como também te-
mente, e não de forma unidirecional, como defendem as teorias ria sido incapaz de observar tendências internas desses países que,
tradicionais (realistas, liberais e marxistas clássicos). ao menos em parte, foram responsáveis pelas transformações na
As teorias críticas denunciam a falta de componente dinâmico ordem global.
nas teorias positivistas de RI, porquanto estas apresentam compro- Apesar de ser uma tarefa bastante difícil agrupar e caracterizar
misso com a manutenção dos mecanismos de dominação social do o construtivismo como se fosse um grupo único, dadas as divergên-
Estado-nação, que são reproduzidos em âmbito global via a formu- cias marcantes entre os autores, um aspecto que os aproxima é, jus-
lação analítica do sistema internacional interestatal. O poder, na vi- tamente, seu viés crítico em relação ao realismo (mesmo que, como
são das teorias mais tradicionais, tem como compromisso apenas a veremos, o tom das críticas varie bastante). Wendt, considerado um
segurança (ou sobrevivência) daqueles que o exercem, os Estados, autor mais moderado do construtivismo, questiona a ideia de a es-
e não para a promoção de mudanças sociais. trutura anárquica levar, inexoravelmente, ao conflito ou à competi-
Um aspecto comum a vários autores críticos é o de pensar as ção entre os seus agentes. Seria necessário observar o comporta-
Relações Internacionais não como um campo autônomo nas Ciên- mento dos agentes para precisar possíveis tendências de conflito ou
cias Sociais, como outros campos também não o são. Economia e cooperação; ou seja, a anarquia, como diz o nome de seu famoso
política, por exemplo, não devem ser dissociadas ao se analisar de- artigo, é o que os Estados fazem dela. Outro aspecto fundamental,
terminado contexto social e histórico. Essa visão é compartilhada nessa visão, é o papel da identidade como variável para entender a
por autores críticos como Cox, e por autores da chamada Economia política externa. Wendt aponta que as cerca de 200 armas nuclea-
Política Internacional (EPI), como Susan Strange. res do Reino Unido são consideradas bem menos ameaçadoras para
Demais autores críticos reforçam o argumento de que o atual os EUA do que uma única ogiva em posse da Coreia do Norte. A
sistema de Estados não é perene, tampouco natural: é fruto de pro- razão para esse problema seria o compartilhamento de uma identi-
cessos históricos complexos, marcados pela superposição de lutas dade comum entre EUA e Reino Unido, estabelecida a partir de um
sociais. A noção de soberania territorial, como defendem alguns au- histórico de amizade e confiança recíproca, algo não imputável às
tores, é algo bastante recente e tem seu início datável no século XIX, relações EUA-Coreia do Norte.
após a Revolução Francesa. A premissa dos neorrealistas (corrobo- Nicholas Onuf, ao rejeitar o primado da realidade não como
rada por parcela considerável dos liberais) de que os Estados são dada, mas socialmente concebida por meio da construção de dis-
funcionalmente semelhantes seria falaciosa, como indicam estudos cursos, representa a parcela mais crítica dentro do construtivismo.
empíricos de História e de Sociologia. Com o conjunto desses discursos predominantes, tem-se a hege-
Os teóricos críticos, em virtude de seus posicionamentos bas- monia cultural, termo que o aproxima das teorias críticas neomar-
tante desafiadores, apesar das inovações colocadas em prática, so- xistas, que veremos adiante.
bretudo a partir da década de 90, permanecem bastante marginali- Mais próximos à abordagem de Wendt, outros autores ofe-
zados na academia dos países ocidentais. Com raríssimas exceções, recem visões construtivistas para entender o comportamento de
têm sido empregados como professores em universidades de me- determinados Estados. Peter Katzenstein, por exemplo, defende a
nor prestígio acadêmico, seus trabalhos sofrem menor divulgação necessidade de se entenderem a cultura e as normas internas acer-
nas revistas mais bem avaliadas, e seus projetos de pesquisa têm ca da segurança nacional — essa é a explicação para entender a
mais dificuldades em obter recursos de financiamento. passagem de uma política militarista para uma pacifista por parte
do Japão no pós-II Guerra. Outra abordagem construtivista aplica-
A “Virada” Construtivista da a países específicos é levada a cabo por Ted Hopf, que analisa a
A partir dos anos 90, tem havido um grande debate em torno política externa soviética e russa. Para esse autor, as visões internas
das chamadas teorias construtivistas em Relações Internacionais, sobre o próprio país e sobre seus “rivais” externos, compartilhadas
especialmente na América do Norte e, em menor grau, na Euro- tanto pela elite quanto pela sociedade em geral, são um ponto de
pa. São dois os autores considerados pioneiros nessa agenda de partida para entender a política externa em dado momento.
estudos: Nicholas Onuf, por meio da obra World of Our Making: Os autores construtivistas têm fornecido interessantes análises
rules and rule in social theory and International Relations, de 1989, sobre o fenômeno da integração econômica e da formação de blo-
cunhou o termo construtivista, e Alexander Wendt, autor do artigo cos regionais, em especial o caso europeu no pós-II Guerra Mundial.
Anarchy is What States Make of It, de 1992. Esses autores confi- De acordo com a referida visão, a crescente integração política e
gurar-se-ão, também, em duas das principais subdivisões do cons- econômica, no caso europeu, foi possível não apenas tomando em
trutivismo: a primeira, mais à esquerda, detém maior aproximação consideração o interesse nacional dos Estados, mas também graças
com as visões pós- -modernas ou pós-coloniais, enquanto a segun- aos processos de interação social. As estruturas criadas no âmbito
da apresenta uma agenda de pesquisa mais próxima às visões mais dos esquemas de integração, sejam elas formais ou não, ajudam a
tradicionais (realismo e liberalismo). ampliar o espaço de comunhão da intersubjetividade não apenas
entre os Estados, mas também entre as próprias sociedades a que
essa integração se dirige, como alegado nessa perspectiva.

173
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

É interessante destacar que o construtivismo, e mais especi-


ficamente o da vertente mais pragmática de Wendt, conseguiu CULTURA E SOCIEDADE: ARTE E CULTURA BRASILEIRA
atingir o status de mainstream na academia norte-americana em
períodos recentes, diferentemente das outras visões alternativas — Estrutura do governo brasileiro
ao debate realismo/liberalismo. Em uma recente pesquisa publica- O Brasil é um República Federativa Presidencialista formada
da pelo jornal Foreign Policy, Alexander Wendt foi considerado, de pela União e por estados e municípios, nos quais o exercício do
longe, o autor estadunidense mais influente nas RI nas últimas duas poder se atribui a órgãos independentes. Esse sistema federal
décadas, superando, inclusive, nomes bastante consagrados, como permite que o governo central represente as várias entidades
Kenneth Waltz e Robert Keohane. territoriais que possuem interesses em comum: relações exteriores,
defesa, comunicações, etc. Ao mesmo tempo, permite que essas
COOPERAÇÃO ACADÊMICA INTERNACIONAL NO entidades mantenham suas próprias identidades, leis e planos de
BRASIL ação. Os estados possuem autonomia política.
O chefe de Estado é eleito pela população, mantendo-se
no poder por um período de quatro anos e tendo direito a se
A cooperação acadêmica internacional é fundamental para o recandidatar uma vez. As funções tanto de chefe de Estado como
desenvolvimento científico e tecnológico de um país. No Brasil, esse de chefe de Governo são exercidas pelo Presidente da República.
tipo de cooperação tem ganhado cada vez mais destaque nos últi- O Presidente da República é também o chefe máximo do
mos anos, impulsionando a pesquisa e a formação de profissionais Poder Executivo, já que o Brasil adota o regime presidencialista.
altamente qualificados. O Presidente exerce o comando supremo das Forças Armadas do
Uma das principais formas de cooperação acadêmica interna- país e tem o dever de sustentar a independência e a integridade
cional no Brasil é a parceria entre instituições de ensino superior do Brasil.
brasileiras e estrangeiras. Essas parcerias envolvem a realização de O Poder Executivo Federal é formado por órgãos de
intercâmbios de estudantes e pesquisadores, além da promoção de administração direta – como os ministérios – e indireta, como
projetos conjuntos de pesquisa. empresas públicas – coloca programas de governo em prática ou na
Essas parcerias podem ocorrer em diversas áreas do conhe- prestação de serviço público.
cimento, como engenharias, ciências sociais, ciências humanas, O Executivo age junto ao Poder Legislativo ao participar
saúde, tecnologia da informação, entre outras. Através dessas par- da elaboração das leis e sancionando ou vetando projetos. Em
cerias, é possível realizar pesquisas de alto nível, ampliar o acesso situações de urgência, o Executivo adota medidas provisórias e
a conhecimentos e tecnologias avançadas e promover a troca de propõe emendas à Constituição, projetos de leis complementares
experiências entre pesquisadores de diferentes países. e ordinárias e leis delegadas.
Além disso, a cooperação acadêmica internacional também É o Vice-Presidente da República que substitui o Presidente
tem sido incentivada por meio de programas de bolsas de estudo em caso de impedimento ou caso o cargo se torne vago. O Vice-
e financiamento de projetos. O programa Ciência sem Fronteiras, Presidente deve auxiliar o Presidente sempre que for convocado
por exemplo, foi criado em 2011 com o objetivo de proporcionar para realizar missões especiais. Já os ministros auxiliam o Presidente
oportunidades de estudos no exterior para estudantes brasileiros na direção superior da administração federal.
em áreas estratégicas para o desenvolvimento do país. No Executivo Estadual, o chefe supremo é o governador do
Outro exemplo de programa de cooperação acadêmica é o CA- estado. Ele tem sob seu comando secretários e auxiliares diretos.
PES-PrInt, que oferece recursos financeiros para a realização de pro- O governador representa sua Unidade Federativa junto ao Estado
jetos conjuntos de pesquisa com instituições estrangeiras de alto brasileiro e aos demais estados. Além disso, o governador coordena
nível. Esse programa visa fortalecer a internacionalização das uni- as relações jurídicas, políticas e administrativas de seu estado e
versidades brasileiras e ampliar o intercâmbio de conhecimentos e defende sua autonomia.
tecnologias com outros países. O chefe do Poder Executivo Municipal é o prefeito. Ele precisa
A cooperação acadêmica internacional no Brasil tem contribu- ter, no mínimo, 18 anos de idade e é eleito para exercer um
ído significativamente para a formação de recursos humanos alta- mandato de quatro anos. O prefeito possui atribuições políticas e
mente qualificados e para o avanço da pesquisa científica e tecno- administrativas, que se expressam no planejamento de atividades,
lógica. Além disso, essa cooperação também tem gerado impactos obras e serviços municipais.
positivos na economia e na sociedade em geral, por meio da criação O prefeito pode apresentar, sancionar, promulgar e vetar
de novas tecnologias, produtos e serviços. Por isso, é fundamental proposições e projetos de lei. Todo ano, o Executivo Municipal
continuar investindo nessa área e fortalecendo as parcerias com elabora a proposta orçamentária, que é submetida à Câmara dos
instituições de outros países. Vereadores.
De acordo com a Constituição Federal e as constituições
estaduais, os municípios gozam de autonomia. Todo município é
regido por uma Lei Orgânica, aprovada por dois terços dos membros
da Câmara Municipal.
O sistema brasileiro é multipartidário: permite a formação legal
de vários partidos políticos.

174
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

— As Configurações do Mundo Contemporâneo6


A geopolítica mundial tem sofrido grandes modificações nos últimos 30 anos. A partir da década de 1980, as sucessivas dissoluções dos
regimes socialistas na Europa, marcadas pela queda do Muro de Berlim em 1989 e o enfraquecimento do império soviético, demonstraram
que a configuração das relações políticas internacionais pós-Segunda Guerra estava prestes a se reestruturar. Em 1991, a União Soviética,
país que idealizou um projeto político-econômico de oposição ao domínio ocidental capitalista, não conseguiu resistir às pressões internas
relacionadas ao multiculturalismo e à fragilidade de sua economia. Sua decadência decretou o fim da Ordem da Guerra Fria e o início da
Nova Ordem Mundial, liderada pelos Estados Unidos e com uma estrutura baseada no conflito Norte-Sul: a interdependência entre os
países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos.
A Nova Ordem está vinculada aos interesses dos Estados Unidos. Detentor da maior economia mundial, o país desenvolveu durante
a Guerra Fria todo um arcabouço técnico para aumentar a sua influência econômica, cultural e militar ao redor do globo. Por outro
lado, a Europa apostou na formação de um bloco econômico bastante ambicioso, a União Europeia, que envolve relações econômicas e
políticas em torno do ideal de solidariedade e crescimento em conjunto. Com a adoção do Euro, no ano de 2002, o bloco atingiu o maior
dos seus objetivos de integração regional, criando instituições para gerenciar esse modelo de organização política. Na composição do
eixo dos países desenvolvidos está o Japão, país que conta com alto grau de desenvolvimento tecnológico, mas que está atravessando
muitas dificuldades econômicas desde o início da Nova Ordem Mundial, principalmente pelo baixo crescimento econômico acumulado
e o envelhecimento de sua população.
Todas essas transformações recentes nos direcionam para a seguinte reflexão: após duas grandes guerras, a Pax Americana estruturada
ao final da 2a Guerra Mundial pode estar passando por um processo de desconstrução?
A crise econômica mundial expõe a fragilidade momentânea da economia norte-americana. Além do caráter conjuntural, as
dificuldades econômicas dos EUA não representam uma decadência de sua ideologia, que continua fortalecida, muito menos do seu poder
e eficiência militar. Nenhum outro Estado-Nação emerge como redefinidor de valores e nem sequer existem candidatos para esse posto
(desconsiderando as bravatas expressas por líderes como o presidente venezuelano Hugo Chávez ou o iraniano Mahmoud Ahmadinejad).

— Nova Ordem Mundial7


A Nova Ordem Mundial ou Nova Ordem Geopolítica Mundial, significa o plano geopolítico internacional das correlações de poder e
força entre os Estados Nacionais após o final da Guerra Fria.
Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e o esfacelamento da União Soviética, em 1991, o mundo se viu diante de uma nova
configuração política. A soberania dos Estados Unidos e do capitalismo se estendeu por praticamente todo o mundo e a OTAN (Organização
do Tratado do Atlântico Norte) se consolidou como o maior e mais poderoso tratado militar internacional. O planeta, que antes se
encontrava na denominada “Ordem Bipolar” da Guerra Fria, passou a buscar um novo termo para designar o novo plano político.
A primeira expressão que pode ser designada para definir a Nova Ordem Mundial é a unipolaridade, uma vez que, sob o ponto de vista
militar, os EUA se tornaram soberanos diante da impossibilidade de qualquer outro país rivalizar com os norte-americanos nesse quesito.
A segunda expressão utilizada é a multipolaridade, pois, após o término da Guerra Fria, o poderio militar não era mais o critério
principal a ser estabelecido para determinar a potencialidade global de um Estado Nacional, mas sim o poderio econômico. Nesse plano,
novas frentes emergiram para rivalizar com os EUA, a saber: o Japão e a União Europeia, em um primeiro momento, e a China em um
segundo momento, sobretudo a partir do final da década de 2000.
Por fim, temos uma terceira proposta, mais consensual: a unimultipolaridade. Tal expressão é utilizada para designar o duplo caráter
da ordem de poder global: “uni” para designar a supremacia militar e política dos EUA e “multi” para designar os múltiplos centros de
poder econômico.

6 SILVA, Júlio César Lázaro da. “As Configurações do Mundo Contemporâneo”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/
geografia/configuracoes-do-mundo-contemporaneo.htm. Acesso em 24 de março de 2020.
7 PENA, Rodolfo F. Alves. “Nova Ordem Mundial”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/nova-ordem-mundial.
htm. Acesso em 24 de março de 2020.

175
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Mudanças na hierarquia internacional


Outra mudança acarretada pela emergência da Nova Ordem Mundial foi a necessidade da reclassificação da hierarquia entre os Estados
nacionais. Antigamente, costumava-se classificar os países em 1º mundo (países capitalistas desenvolvidos), 2º mundo (países socialistas
desenvolvidos) e 3º mundo (países subdesenvolvidos e emergentes). Com o fim do segundo mundo, uma nova divisão foi elaborada.
A partir de então, divide-se o mundo em países do Norte (desenvolvidos) e países do Sul (subdesenvolvidos), estabelecendo uma linha
imaginária que não obedece inteiramente à divisão norte-sul cartográfica.

É possível perceber, no mapa acima, que a divisão entre norte e sul não corresponde à divisão estabelecida usualmente pela Linha
do Equador, uma vez que os critérios utilizados para essa divisão são econômicos, e não cartográficos. Percebe-se que alguns países do
hemisfério norte (como os Estados do Oriente Médio, a Índia, o México e a China) encontram-se nos países do Sul, enquanto os países do
hemisfério sul (como Austrália e Nova Zelândia), por se tratarem de economias mais desenvolvidas, encontram-se nos países do Norte.
No mapa anterior também podemos visualizar as áreas de influência política dos principais atores econômicos mundiais. Vale lembrar,
porém, que a área de influência dos EUA pode se estender para além da divisão estabelecida, uma vez que sua política externa, muitas
vezes, atua nas mais diversas áreas do mundo, com destaque para algumas regiões do Oriente Médio.

176
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Regionalização socioeconômica do espaço mundial8


Existem diversas formas de se regionalizar o espaço geográfico, haja vista que as regiões nada mais são do que as classificações
observadas pelo intelecto humano sobre o espaço geográfico. Assim, existem regiões adotadas subjetivamente pelas pessoas no meio
cotidiano e regiões elaboradas a partir de critérios científicos, que obedecem a pré-requisitos e conceitos de ordem natural ou social.
A regionalização socioeconômica do espaço mundial é, pois, uma forma de realizar uma divisão entre os diferentes países com base
no nível de desenvolvimento no âmbito do capitalismo contemporâneo. Basicamente, trata-se de uma atualização da chamada “Teoria dos
Mundos”, que regionalizava o planeta com base em países de primeiro mundo (capitalistas desenvolvidos), segundo mundo (de economia
planificada ou “socialistas”) e terceiro mundo (capitalistas subdesenvolvidos). No caso da regionalização socioeconômica, considera-se
apenas a existência do primeiro e terceiro mundos, haja vista que a perspectiva socialista ou planificada não possui mais abertura no plano
internacional após a queda do Muro de Berlim.
Essa regionalização classifica os países em dois principais grupos: de um lado, os países do norte desenvolvido; de outro, os países do
sul subdesenvolvido. Por isso, muitos chamam essa divisão de regionalização norte-sul.
Posto isso, considera-se que a maior parte dos países ricos encontra-se situada nas terras emersas posicionadas mais ao norte do
globo, enquanto os países pobres estão majoritariamente no sul. No entanto, essa divisão não segue à risca a delimitação cartográfica do
planeta, havendo aqueles países centrais no hemisfério sul, como é o caso da Austrália, e países periféricos no hemisfério norte, a exemplo
da China.
Observe a imagem a seguir:

Entender a dinâmica do espaço mundial, mesmo que em uma perspectiva específica, é uma tarefa bastante complicada, de forma que
as generalizações tendem ao erro. No entanto, a regionalização norte-sul é importante no sentido de nos dar uma orientação geral sobre
o nível de desenvolvimento social e econômico dos países e das populações nas diferentes partes do planeta. Assim, constrói-se uma base
sobre a qual é possível nos aprofundarmos em termos de estudos e conhecimentos para melhor caracterizar as relações socioespaciais no
plano político e econômico internacional.

— Globalização9
A globalização é um dos termos mais frequentemente empregados para descrever a atual conjuntura do sistema capitalista e sua
consolidação no mundo. Na prática, ela é vista como a total ou parcial integração entre as diferentes localidades do planeta e a maior
instrumentalização proporcionada pelos sistemas de comunicação e transporte.
O conceito de globalização é dado por diferentes maneiras conforme os mais diversos autores em Geografia, Ciências Sociais, Economia,
Filosofia e História que se pautaram em seu estudo. Em uma tentativa de síntese, podemos dizer que a globalização é entendida como
a integração com maior intensidade das relações socioespaciais em escala mundial, instrumentalizada pela conexão entre as diferentes
partes do globo terrestre.
O avanço realizado nos sistemas de comunicação e transporte, responsável pelo avanço e consolidação da globalização atual,
propiciou uma integração que aconteceu de tal forma que tornou comum a expressão “aldeia global”. O termo “aldeia” faz referência a
algo pequeno, onde todas as coisas estão próximas umas das outras, o que remete à ideia de que a integração mundial no meio técnico-
informacional tornou o planeta metaforicamente menor.
8 PENA, Rodolfo F. Alves. “Regionalização socioeconômica do espaço mundial”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geo-
grafia/regionalizacao-socioeconomica-espaco-mundial.htm. Acesso em 23 de março de 2020.
9 https://brasilescola.uol.com.br/geografia/globalizacao.htm Acessado em 23.03.2020

177
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Características da globalização/aspectos positivos e negativos A globalização é, portanto, um tema complexo, com incontá-
Uma das características da globalização é o fato de ela se veis aspectos e características. Sua manifestação não pode ser con-
manifestar nos mais diversos campos que sustentam e compõem siderada linear, de forma a ser mais ou menos intensa a depender
a sociedade: cultura, espaço geográfico, educação, política, direitos da região onde ela se estabelece, ganhando novos contornos e ca-
humanos, saúde e, principalmente, a economia. Dessa forma, racterísticas. Podemos dizer, assim, que o mundo vive uma ampla e
quando uma prática cultural chinesa é vivenciada nos Estados caótica inter-relação entre o local e o global.
Unidos ou quando uma manifestação tradicional africana é revivida
no Brasil, temos a evidência de como as sociedades integram suas — Movimentos culturais
culturas, influenciando-se mutuamente. O século XX foi pródigo em revelar ao mundo o quanto a cul-
Existem muitos autores que apontam os problemas e os tura pode influenciar a política e a sociedade. Aqui destacaremos
aspectos negativos da globalização, embora existam muitas a década de 1960, quando a cultura pop e a mass media passaram
polêmicas e discordâncias no cerne desse debate. De toda forma, a ser predominantes em vários campos, refletindo e, às vezes, até
considera-se que o principal entre os problemas da globalização é agindo diretamente sobre os acontecimentos políticos. Nesse sen-
uma eventual desigualdade social por ela proporcionada, em que tido, a música popular ocupou um lugar fundamental: os Beatles,
o poder e a renda encontram-se em maior parte concentrados nas Jimi Hendrix, Bob Dylan, Chico Buarque, Geraldo Vandré e Caetano
mãos de uma minoria, o que atrela a questão às contradições do Veloso são poucos exemplos diante de centenas de artistas cujas
capitalismo. obras se misturaram às discussões e ações políticas daquela década.
Além disso, acusa-se a globalização de proporcionar uma
desigual forma de comunicação entre os diferentes territórios, Tropicália
em que culturas, valores morais, princípios educacionais e outros No Brasil, a Tropicália (1967) foi considerada um “movimento”
são reproduzidos obedecendo a uma ideologia dominante. Nesse (embora haja controvérsias quanto a isso, devido a seu caráter não
sentido, forma-se, segundo essas opiniões, uma hegemonia em que programático e não organizado) que reuniu diversas produções nas
os principais centros de poder exercem um controle ou uma maior áreas da música, cinema, jornalismo, teatro e artes plásticas no fim
influência sobre as regiões economicamente menos favorecidas, da década de 1960. As produções do Tropicalismo, – como também
obliterando, assim, suas matrizes tradicionais. é conhecido aquele momento de agitação cultural – colocaram em
Entre os aspectos positivos da globalização, é comum citar os interação elementos nacionais e internacionais da cultura, fazendo
avanços proporcionados pela evolução dos meios tecnológicos, convergir, por exemplo, Luiz Gonzaga e Rolling Stones como influ-
bem como a maior difusão de conhecimento. Assim, por exemplo, ências. Este tipo de atitude foi uma novidade pra época, pois rom-
se a cura para uma doença grave é descoberta no Japão, ela é pia com certa lógica nacionalista de alguns compositores. Geraldo
rapidamente difundida (a depender do contexto social e econômico) Vandré, por exemplo, recusava veementemente a contaminação da
para as diferentes partes do planeta. Outros pontos considerados nossa música pelo pop e suas guitarras elétricas. O procedimento
vantajosos da globalização é a maior difusão comercial e também tropicalista de misturar universos opostos – nacional/internacional,
de investimentos, entre diversos outros fatores. baixa/alta cultura, tradicional/moderno, etc. – inquietava tanto se-
tores da esquerda quanto da direita no Brasil, que viam os artistas
É claro que o que pode ser considerado como vantagem ou ora como alienados ora como subversivos.
desvantagem da globalização depende da abordagem realizada e Deste modo, os músicos tropicalistas repensaram a concepção
também, de certa forma, da ideologia empregada em sua análise. de Brasil e de MPB. Os artistas escolheram certos elementos locais
Não é objetivo, portanto, deste texto entrar no mérito da discussão do que seria a nossa tradição, mostrando-se abertos às novidades
em dizer se esse processo é benéfico ou prejudicial para a sociedade da música pop e a outras informações internacionais. A ideia de
e para o planeta. povo, categoria importante do projeto nacional-popular que per-
meou a primeira geração de músicos da MPB (Chico Buarque, Edu
Efeitos da Globalização Lobo, Carlos Lyra, entre outros), foi substituída por imagens mais
Existem vários elementos que podem ser considerados como fragmentadas e associadas à cultura de massa. Ao propor uma so-
consequências da globalização no mundo. Uma das evidências mais lução ao conflito entre nacionalismo e estrangeirismo na música
emblemáticas é a configuração do espaço geográfico internacional popular brasileira, questionando os fundamentos nacionais e popu-
em redes, sejam elas de transporte, de comunicação, de cidades, de lares da MPB, o tropicalismo provocou tensões cuja conjuntura, em
trocas comerciais ou de capitais especulativos. Elas formam-se por 1968, foi de fato a radicalização de debates estéticos e ideológicos,
pontos fixos – sendo algumas mais preponderantes que outras – e que incidiam sobre o campo político.
pelos fluxos desenvolvidos entre esses diferentes pontos. Caetano Veloso e Gilberto Gil foram os principais compositores
Outro aspecto que merece destaque é a expansão das daquele período, em que também se destacaram Tom Zé, Os Mu-
empresas multinacionais, também chamadas de transnacionais ou tantes e o arranjador Rogério Duprat. Produções culturais emble-
empresas globais. Muitas delas abandonam seus países de origem máticas foram a instalação Tropicália, de Helio Oiticica, no Museu
ou, simplesmente, expandem suas atividades em direção aos mais de Arte Moderna do Rio de Janeiro; o filme Terra em Transe, de
diversos locais em busca de um maior mercado consumidor, de Glauber Rocha; a encenação de O Rei da Vela, de Oswald de An-
isenção de impostos, de evitar tarifas alfandegárias e de angariar drade, dirigido por José Celso Martinez Corrêa; as músicas “Alegria,
um menor custo com mão de obra e matérias-primas. O processo Alegria” e “Tropicália”, de Caetano Veloso e “Domingo no Parque”,
de expansão dessas empresas globais e suas indústrias reverberou de Gilberto Gil. Em 1967, o poeta concreto Augusto de Campos,
no avanço da industrialização e da urbanização em diversos países muito próximo àqueles compositores, examinou a “intercomunica-
subdesenvolvidos e emergentes, incluindo o Brasil. bilidade universal”, argumentando que:
“os novos meios de comunicação de massa, jornais e revistas,

178
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

rádio e televisão, têm suas grandes matrizes nas metrópoles, de A Formação da Cultura Brasileira
cujas “centrais” se irradiam as informações para milhares de pes- A formação da cultura brasileira resultou da integração de
soas de regiões cada vez mais numerosas. A intercomunicabilida- elementos das culturas indígena, do português colonizador, do
de universal é cada vez mais intensa e mais difícil de conter, de tal negro africano, como também dos diversos imigrantes.
sorte que é literalmente impossível a um cidadão qualquer viver a
sua vida diária sem se defrontar a cada passo com o Vietnã, os Be- • Cultura Indígena
atles, as greves, 007, a lua, Mão ou o Papa. Por isso mesmo é inútil Foram muitas as contribuições dos índios brasileiros para a
preconizar uma impermeabilidade nacionalística aos movimentos, nossa formação cultural e social. Do ponto de vista étnico, contri-
modas e manias de massa que fluem e refluem de todas as partes buíram para o surgimento de um indivíduo tipicamente brasileiro: o
para todas as partes.” caboclo (mestiço de branco e índio).
(Augusto de Campos In O Balanço da Bossa. Ed. Perspectiva, Na formação cultural, os índios contribuíram com o vocabulá-
2005:60). rio, o qual possui inúmeros termos de origem indígena, como pin-
dorama, anhanguera, ibirapitanga, Itamaracá, entre outros. Com o
O período tropicalista convergiu com a contracultura e com as folclore, permaneceram as lendas como o curupira, o saci-pererê, o
revoltas e manifestações de 1968, data simbólica da valorização da boitatá, a iara, dentre outros.
diferença, da singularidade e da alteridade na arena política. Muitas A influência na culinária se fez mais presente em certas regiões
músicas daquele período foram trilha sonora da implosão de uma do país onde alguns grupos indígenas conseguiram se enraizar. É
visão tradicional de política (nesse sentido é emblemático o fato de exemplo a região norte, onde os pratos típicos estão presentes, en-
que Caetano e Gil foram exilados para Londres em 1969). Passou- tre eles, o tucupi, o tacacá e a maniçoba.
-se a valorizar as emoções e a subjetividade, e a se questionar os Raízes como a mandioca é usada para preparar a farinha,
modos de participação e representação política. Eclodiam os mo- a tapioca e o beiju. Diversos utensílios de caça e pesca, como a
vimentos de minorias (mulheres, negros, homossexuais, grupos de arapuca e o puçá. Por fim, diversos utensílios domésticos, foram
periferias, orientais) clamando pelo reconhecimento das diferen- deixados como herança, entre eles, a rede, a cabaça e a gamela.
ças, e mudando radicalmente a ideia de democracia direta e parti-
• Cultura Portuguesa
cipativa. A busca por novas posturas políticas através da valoração
Portugal foi o país europeu que exerceu mais influência na for-
de subjetividades individuais se refletiu na recusa a instâncias gerais
mação da cultura brasileira.
de representação, privilegiando assim as vivências pessoais. O “fa-
Os portugueses realizaram uma transplantação cultural para a
lar em nome de si próprio” é uma marca e herança daquela época,
colônia, destacando-se a língua portuguesa, falada em todo o país,
tanto na cultura quanto na política.
e a religião marcada por festas e procissões.
As instituições administrativas, o tipo de construções dos po-
— Diversidade Cultural10
voados, vilas e cidades e a agricultura fazem parte da herança por-
A diversidade cultural representa o conjunto das distintas cul- tuguesa.
turas que existem no planeta. No folclore brasileiro é evidente o grande número de festas e
A cultura compreende o conjunto de costumes e tradições de danças portuguesas que foram incorporadas ao país. Entre elas, a
um povo os quais são transmitidos de geração em geração. cavalhada, o fandango, as festas juninas (uma das principais festas
Como elementos culturais representativos de um determinado da cultura do nordeste) e a farra do boi.
povo destacam-se: língua, crenças, comportamentos, valores, cos- As lendas do folclore (a cuca e o bicho papão), as cantigas de
tumes, religião, folclore, dança, culinária, arte, dentre outros. roda (peixe vivo, o cravo e a rosa, roda pião etc.) permanecem vivas
O que diferencia uma cultura das outras são os elementos na cultura brasileira.
constitutivos, que consequentemente, compõem o conceito de
identidade cultural. • Cultura Africana
Isso significa que o indivíduo pertencente a determinado grupo O negro africano foi trazido para o Brasil para ser empregado
se identifica com os fatores que determinam sua cultura. como mão de obra escrava. Conforme as culturas que representa-
A diversidade cultural engloba o conjunto de culturas que exis- vam (ritos religiosos, dialetos, usos e costumes, características físi-
tem. Esses fatores de identidade distinguem o conjunto dos ele- cas etc.) formavam três grupos principais, os quais apresentavam
mentos simbólicos presentes nas culturas e são eles que reforçam diferenças acentuadas: os sudaneses, os bantos e o malês. (sudane-
as diferenças culturais que existem entre os seres humanos. ses islamizados).
Muitos pesquisadores afirmam que o processo de globalização Salvador, no nordeste do Brasil, foi a cidade que recebeu o
interfere na diversidade cultural. Isso porque há um intenso inter- maior número de negros, e onde sobrevivem vários elementos cul-
câmbio econômico e cultural entre os países, os quais muitas vezes, turais.
buscam a homogeneidade. São exemplos o “traje de baiana”, com turbante, saias renda-
A “Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cul- das, braceletes, colares, a capoeira e os instrumentos de música
tural” foi aprovada em 2001 por 185 Estados-Membros. Ela repre- como o tambor, atabaque, cuíca, berimbau e afoxé.
senta o primeiro instrumento destinado a preservar e promover a De modo geral, a contribuição cultural dos negros foi grande:
diversidade cultural dos povos e o diálogo intercultural. Na alimentação, vatapá, acarajé, acaçá, cocada, pé de moleque
Importa referir que a diversidade é reconhecida como “herança etc;
comum da humanidade”. Nas danças (quilombos, maracatus e aspectos do Bumba meu
boi)
Nas manifestações religiosas (o candomblé na Bahia, a macum-
10 https://www.todamateria.com.br/diversidade-cultural/ ba no Rio de Janeiro e o xangô em alguns estados do nordeste).

179
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Diversidade Cultural Brasileira Alguns alimentos típicos da região sudeste são: virado à
Cada região brasileira apresenta aspectos singulares relativos paulista, cuscuz paulista, feijoada, aipim frito, bolinho de bacalhau,
aos costumes, crenças ou manifestações culturais e artísticas. queijo minas, pão de queijo, feijão-tropeiro, tutu de feijão, moqueca
capixaba, carne de porco, picadinho, farofa, pirão.
• Região Norte
Dentre as manifestações culturais presentes na região norte do • Região Sul
Dentre as manifestações culturais presentes na região sul do
Brasil destacam-se as duas maiores festas populares da região. São
Brasil destacam-se as festas instituídas por imigrantes advindos
elas: o Festival de Parintins e a Festa do Círio de Nazaré. principalmente da Europa no século XX.
O Festival de Parintins é a maior festa do boi-bumbá do país. Dentre elas, destaca-se a maior festa alemã brasileira com
Foi criada em 1965 e acontece no estado do Amazonas. sua primeira edição em 1984, chamada “Oktoberfest”, a festa da
A Festa do Círio de Nazaré, por sua vez, é considerada uma das cerveja.
maiores manifestações religiosas católicas do país e acontece em De origem germânica, essa festa acontece todos os anos na
Belém (PA). cidade de Blumenau-SC. Outra festa muito tradicional da região sul
Ainda em Belém do Pará destaca-se o carimbó, uma dança e do país, de origem italiana com primeira edição em 1931 é a “Festa
gênero musical de origens indígenas. da Uva” que acontece a cada dois anos na cidade de Caxias do Sul-RS.
Alguns alimentos típicos da região norte são: mandioca, tucupi, Além disso, destacam-se o fandango, de origem portuguesa, a
tacacá, jambu, carne de sol, camarão seco, pato, jacaré, pirarucu, tirana e o anuo, de origem espanhola.
mussarela de búfala, pimenta-de-cheiro e frutas (cupuaçu, bacuri, Outras festas e danças da região são a festa de Nossa Senhora
açaí, taperebá, graviola e buriti). dos Navegantes, a congada, o boi-de-mamão, a dança de fitas, boi
na vara.
Alguns alimentos típicos da região sul são: vinho, chimarrão,
• Região Nordeste churrasco, camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado.
Dentre as manifestações culturais presentes na região nordeste
do Brasil destacam-se muitas festas, danças, gêneros musicais, — Carnaval
a saber: festa do Bumba meu boi, festa de Iemanjá, lavagem das Os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São
escadarias do Bonfim, Carnaval, maracatu, caboclinhos, ciranda, Paulo aconteceram no mês de abril devido às flexibilizações da
coco, terno de zabumba, marujada, reisado, frevo, cavalhada. pandemia de Covid-19. Na Marquês de Sapucaí e no Anhembi, um
Vale lembrar que a literatura de cordel é um elemento muito dos maiores espetáculos do mundo foi marcado por temas como
presente na cultura nordestina bem como o artesanato feito com a intolerância religiosa, a comunicação, combate ao racismo e às
rendas. opressões e a importância da água.
Alguns alimentos típicos da região nordeste são: acarajé, vatapá, A Grande Rio conquistou o seu título inédito do desfile das
caruru, carne de sol, peixes, frutos do mar, sarapatel, buchada de escolas de samba do Rio de Janeiro com uma apresentação sobre a
bode, feijão-verde, tapioca, broa de milho verde, canjica, arroz- entidade de Exu, uma das mais adoradas pelas religiões de matriz
africana. A escola desmistificou o senso comum que associa Exu a
doce, bolo de fubá cozido, bolo de massa de mandioca, pamonha,
uma imagem negativa e mostrou a importância e força da entidade
cocada, tapioca, pé de moleque. da Umbanda e do Candomblé.
Em São Paulo, a campeã foi a Mancha Verde que apresentou
• Região Centro-Oeste um desfile sobre a água e com referência a Iemanjá, que é a orixá
Dentre as manifestações culturais presentes na região centro- das águas salgadas nas religiões de matriz africana.
oeste do Brasil destacam-se a cavalhada, o fogaréu, no estado de
Goiás. A dança folclórica do cururu, que possui origem indígena, — Morte de Lygia Fagundes Telles
ocorre nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul na “Festa A literatura brasileira perdeu uma de suas maiores escritoras.
do Divino” e na “Festa de São Benedito”. Lygia Fagundes Telles faleceu no domingo, 3 de abril de 2022, aos
Alguns alimentos típicos da região centro-oeste são: galinhada 103 anos. A autora paulista construiu uma trajetória marcante e foi
com pequi, sopa paraguaia, arroz carreteiro, arroz boliviano, a primeira e até então única mulher brasileira indicada ao Prêmio
gariroba, maria-isabel, empadão goiano, pamonha, angu, curau, Nobel de Literatura em 2016.
peixes (dourado, pacu, pintado, etc). Entre suas obras está o romance Ciranda de Pedra que
apresenta uma narrativa sobre o universo feminino. Lygia produziu
Nessa região há uma grande mistura de elementos culturais das
obras da terceira fase do modernismo brasileiro.
culturas indígena, paulista, mineira, gaúcha, boliviana e paraguaia.
Nota-se exemplos dessa diversidade nos nomes dos muitos — Jorge Amado
pratos típicos da região: “arroz boliviano”, sopa paraguaia”, Jorge Amado, um dos maiores escritores brasileiros, faria 110
“empadão goiano”. anos no dia 10 de agosto de 2022. O artista nasceu na cidade de
Itabuna, na Bahia.
• Região Sudeste O escritor é considerado um dos expoentes da literatura
Dentre as manifestações culturais presentes na região sudeste regionalista no Brasil. Caracterizada pela linguagem simples, sua
do Brasil destacam-se muitas festividades de cariz religioso e obra literária alia o lirismo à crítica social.
folclórico além das danças e gêneros musicais típicos da região. Algumas obras de Jorge Amado foram adaptadas para novelas,
Dentre os elementos presentes na cultura do sudeste podemos miniséries e filmes. Confira alguns livros:
citar: festa do divino, festejos da páscoa e dos santos padroeiros, – Capitães de areia, romance (1937)
– Gabriela, cravo e canela, romance (1958)
festas de peão de boiadeiro, dança de velhos, batuque, jongo,
– Dona Flor e seus dois maridos, romance (1966)
samba de lenço, festa de Iemanjá, folia de reis, caiapó, congada,
– Teresa Batista cansada de guerra, romance (1972)
cavalhadas, Bumba meu boi, Carnaval.

180
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

— Woodstock
O icônico festival de música realizado na cidade de Bethel, nos DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO NO
Estados Unidos, completou 53 anos no dia 18 de agosto de 2022. BRASIL
O evento, lembrado como o maior festival de todos os tempos,
marcou uma geração de jovens ligados aos ideais do movimento — Cura do HIV com transplante de células-tronco
hippie e ao rock. Uma paciente com leucemia, residente nos Estados Unidos,
O Woodstock é um marco da contracultura, que nasceu como se tornou a primeira mulher (e a terceira pessoa) a ser curada do
contestação dos jovens ao clima de rivalidade fomentado pela HIV após receber um transplante de células-tronco de um doador
Guerra Fria. A Guerra do Vietnã tornou-se um dos principais alvos naturalmente resistente ao vírus causador da Aids. O caso foi
desse movimento. revelado pelos médicos em 15 de fevereiro de 2022.
O caso da paciente foi divulgado na Conferência sobre
— Ex-premiê do Japão é morto em atentado Retrovírus e Infecções Oportunistas em Denver e também é o
Ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, morreu aos 67 anos primeiro a envolver sangue de cordão umbilical. A nova abordagem
após ter sido baleado em comício para as eleições ao Senado no pode tornar o tratamento disponível para mais pessoas.
país. O atentado ocorreu dias antes das eleições no país.
A polícia japonesa identificou Tetsuya Yamagami como suspeito — Anvisa aprova remédio para prevenir a Covid-19
do crime. Homem de 41 anos foi preso no mesmo dia do ataque. A Anvisa anunciou em 24 de fevereiro de 2022 a aprovação
Suspeito passará por avaliação psiquiátrica. De acordo com a do uso emergencial do medicamento Evusheld®️ (cilgavimabe +
polícia, Yamagami acreditava que Abe fazia parte de movimento tixagevimabe) como medida de profilaxia (prevenção) da Covid-19.
religioso de origem sul-coreano chamado Igreja da Unificação. A agência ressalta que a liberação do medicamento não substitui a
vacina.
— Agravamento da crise política da Ucrânia A medicação é voltada para profilaxia antes da exposição à
A crise política no país teve início no mês de novembro de Covid-19, adultos e crianças (com 12 anos ou mais, pesando pelo
2013, quando houve a suspensão (ou adiamento) das negociações menos 40 kg), que não tenham sido expostos ao coronavírus
que estavam em curso entre a União Europeia e a Ucrânia. A recentemente e que possuam comprometimento imunológico
falta de um acordo levou centenas de milhares de ucranianos às moderado a grave devido a uma condição médica e/ou ao
ruas para protestarem contra a decisão, demonstrando ainda a recebimento de medicamentos ou tratamentos imunossupressores
sua insatisfação frente ao governo do então presidente Viktor e que possam não apresentar uma resposta imunológica adequada
Yanukovich, alinhado com a política russa e um dos protagonistas da à vacinação contra a Covid-19.
Revolução Laranja de 2004, ocasionada pelas denúncias de fraude O medicamento não será utilizado para o tratamento de
nas eleições presidenciais disputadas e vencidas por Yanukovich infectados com a Covid-19 ou em profilaxia pós-Covid. A medicação
naquele mesmo ano. Seu opositor era Viktor Yushchenko. é composta por dois fracos, para aplicação intramuscular.
Uma das exigências dos manifestantes era a retomada das
negociações de Kiev com a União Europeia, o que foi negado por — Primeira imagem do buraco negro
Yanukovich. Diante disso, foi exigida do presidente a sua renúncia Um time internacional de astrônomos divulgou a primeira
ao cargo. A reação do governo ucraniano aos protestos deixou imagem do buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea,
mortos e feridos entre janeiro e fevereiro de 2014, fato que suscitou conhecido como Sagitário A*. A imagem foi obtida a partir de uma
a escalada dos conflitos e a ocupação, por parte dos manifestantes, rede de oito radiotelescópios espalhados pelo mundo, incluindo o
de prédios oficiais do governo. Em 22 de fevereiro daquele mesmo Alma, no Chile.
ano, Yanukovich foi destituído pelo Parlamento ucraniano. A foto não é do buraco negro em si, já que o que se vê é a sua
Todos esses eventos, em especial o afastamento do presidente sombra rodeada por uma estrutura anelar brilhante formada por
alinhado com a Rússia, promoveram o agravamento da crise política gás.
na Ucrânia, gerando um conflito no leste do país denominado
Guerra de Donbass ou Guerra da Ucrânia, caracterizado pelo — Casos de varíola dos macacos no Brasil
enfrentamento de grupos separatistas pró-Rússia e o exército Mais de 20 casos de varíola dos macacos foram registrados no
ucraniano. A guerra resultou em milhares de pessoas refugiadas e Brasil em junho. No mundo, já são mais de 3,4 mil casos e uma morte
aproximadamente 14 mil mortes, além da destruição de cidades, confirmada. Os principais sintomas da doença envolvem febre,
muitas transformadas em campos de batalha, e lavouras agrícolas. dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfadenopatia
Kiev recebeu o apoio direto dos Estados Unidos, da Otan e da União (íngua), calafrios e fadiga.
Europeia, enquanto a Rússia se aproximou de Belarus. A varíola dos macacos é uma doença viral similar à varíola
Instaurou-se no período um conflito inicialmente de caráter humana (já erradicada), entretanto, mais branda e menos letal.
diplomático com o país vizinho, mas que tomou um novo contorno Essa doença foi identificada em 1958, após surto com macacos que
com o apoio demonstrado pelos russos aos grupos separatistas do estavam mantidos em laboratório para pesquisa. O surto atual não
leste ucraniano e com a posterior anexação da Crimeia. Em 2015, tem relação com os macacos.
Ucrânia, Rússia, Alemanha e França assinaram os Acordos de
Minsk, que demandavam o cessar-fogo e a retirada de armamentos
pesados no leste do território ucraniano, mas, ainda assim, os
conflitos não chegaram ao fim como se esperava.

181
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

— 5G no Brasil
Brasília é a primeira cidade do país a receber a quinta geração de internet móvel, o 5G. A ativação ocorreu no dia 06 de julho de 2022.
A capital do Brasil foi escolhida pela facilidade operacional da instalação, devido uma menor quantidade de equipamentos em comparação
com outras cidades.

A previsão é que a tecnologia chegue em todas as capitais brasileiras até o dia 29 de setembro. Com a nova tecnologia, os brasileiros
terão maior velocidade de conexão com a internet.
O 5G pode representar avanços para diversas áreas da sociedade, como medicina, trânsito e comunicação. Porém, em smartphones a
tecnologia apenas opera aparelhos já compatíveis com o 5G.

— Anvisa libera uso emergencial da Coronavac para crianças de 3 a 5 anos


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou no dia 13 de julho de 2022 o uso emergencial da vacina Coronavac contra
a covid-19 para crianças de 3 a 5 anos de idade.
A recomendação é que o esquema vacinal seja de duas doses, com intervalo de 28 dias, e mesma dose usada para adultos. Até então,
a vacina apenas era autorizada para crianças a partir de 6 anos.

— Telescópio James Webb envia primeiras imagens


O telescópio James Webb revelou uma série de imagens e dados científicos sobre o universo. O projeto liderado pela NASA teve
investimento de US$ 10 bilhões e tem como objetivo “transformar nossa compreensão do universo”.
Webb capturou duas nebulosas: do Anel Sul e de Carina, ambas já conhecidas e estudadas pela NASA.

MEIO AMBIENTE, TERRAS INDÍGENAS E MUDANÇAS CLIMÁTICAS

— Macro divisão natural do espaço brasileiro: biomas, domínios e ecossistemas


O Brasil possui uma das biodiversidades mais ricas do mundo, detentor das maiores reservas de água doce e de um terço das florestas
tropicais que ainda não foram desmatadas. Segundo o IBGE o Brasil é formado por seis biomas11 de características distintas: Amazônia, Caatinga,
Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Cada um desses ambientes abriga diferentes tipos de vegetação e de fauna.
Como a vegetação é um dos componentes mais importantes da biota, seu estado de conservação e de continuidade definem a
existência ou não de habitats para as espécies, a manutenção de serviços ambientais e o fornecimento de bens essenciais à sobrevivência
de populações humanas.
Para a perpetuação da vida nos biomas, é necessário o estabelecimento de políticas públicas ambientais, a identificação de
oportunidades para a conservação, uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade.

11 https://www.mma.gov.br/biomas.html

182
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

— Amazônia Em relação às Unidades de Conservação (UC´s) federais, em


A Amazônia é quase mítica: um verde e vasto mundo de águas 2009 foi criado o Monumento Natural do Rio São Francisco, com 27
e florestas, onde as copas de árvores imensas escondem o úmido mil hectares, que engloba os estados de Alagoas, Bahia e Sergipe e,
nascimento, reprodução e morte de mais de um-terço das espécies em 2010, o Parque Nacional das Confusões, no Piauí foi ampliado
que vivem sobre a Terra. em 300 mil hectares, passando a ter 823.435,7 hectares. Em 2012
Os números são igualmente monumentais. A Amazônia é o foi criado o Parque Nacional da Furna Feia, nos Municípios de
maior bioma do Brasil: num território de 4,196.943 milhões de km2 Baraúna e Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte, com 8.494
(IBGE,2004), crescem 2.500 espécies de árvores (ou um-terço de ha. Com estas novas unidades, a área protegida por unidades de
toda a madeira tropical do mundo) e 30 mil espécies de plantas (das conservação no bioma aumentou para cerca de 7,5%. Ainda assim,
100 mil da América do Sul). o bioma continuará como um dos menos protegidos do país, já
A bacia amazônica é a maior bacia hidrográfica do mundo: que pouco mais de 1% destas unidades são de Proteção Integral.
cobre cerca de 6 milhões de km² e e tem 1.100 afluentes. Seu Ademais, grande parte das unidades de conservação do bioma,
principal rio, o Amazonas, corta a região para desaguar no Oceano especialmente as Áreas de Proteção Ambiental – APAs, têm baixo
Atlântico, lançando ao mar cerca de 175 milhões de litros d’água a nível de implementação.
cada segundo. Paralelamente ao trabalho para a criação de UCs federais,
As estimativas situam a região como a maior reserva de algumas parcerias vêm sendo desenvolvidas entre o MMA e os
madeira tropical do mundo. Seus recursos naturais – que, além da estados, desde 2009, para a criação de unidades de conservação
madeira, incluem enormes estoques de borracha, castanha, peixe estaduais. Em decorrência dessa parceria e das iniciativas próprias
e minérios, por exemplo – representam uma abundante fonte de dos estados da caatinga, os processos de seleção de áreas e de
riqueza natural. A região abriga também grande riqueza cultural, criação de UC´s foram agilizados. Os primeiros resultados concretos
incluindo o conhecimento tradicional sobre os usos e a forma de já aparecem, como a criação do Parque Estadual da Mata da
explorar esses recursos naturais sem esgotá-los nem destruir o Pimenteira, em Serra Talhada-PE, e da Estação Ecológica Serra da
habitat natural. Canoa, criada por Pernambuco em Floresta-PE, com cerca de 8 mil
Toda essa grandeza não esconde a fragilidade do escossistema hectares, no dia da caatinga de 2012 (28/04/12). Além disso, houve
local, porém. A floresta vive a partir de seu próprio material a destinação de recursos estaduais para criação de unidades no
orgânico, e seu delicado equilíbrio é extremamente sensível a Ceará, na região de Santa Quitéria e Canindé.
quaisquer interferências. Os danos causados pela ação antrópica Merece destaque a destinação de recursos, para projetos que
são muitas vezes irreversíveis. estão sendo executados, a partir de 2012, na ordem de 20 milhões
Ademais, a riqueza natural da Amazônia se contrapõe de reais para a conservação e uso sustentável da caatinga por meio
dramaticamente aos baixos índices socioeconômicos da região, de de projetos do Fundo Clima – MMA/BNDES, do Fundo de Conversão
baixa densidade demográfica e crescente urbanização. Desta forma, da Dívida Americana – MMA/FUNBIO e do Fundo Socioambiental
o uso dos recursos florestais é estratégico para o desenvolvimento - MMA/Caixa Econômica Federal, dentre outros (documento com
da região. relação dos projetos). Os recursos disponíveis para a caatinga
devem aumentar tendo em vista a previsão de mais recursos destes
— Caatinga fundos e de novas fontes, como o Fundo Caatinga, do Banco do
A caatinga ocupa uma área de cerca de 844.453 quilômetros Nordeste - BNB, a ser lançado ainda este ano. Estes recursos estão
quadrados, o equivalente a 11% do território nacional. Engloba os apoiando iniciativas para criação e gestão de UC´s, inclusive em
estados Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, áreas prioritárias discutidas com estados, como o Rio Grande do
Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais. Rico Norte.
em biodiversidade, o bioma abriga 178 espécies de mamíferos, Também estão custeando projetos voltados para o uso
591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes sustentável de espécies nativas, manejo florestal sustentável
e 221 abelhas. Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, madeireiro e não madeireiro e para a eficiência energética nas
a maioria carente e dependente dos recursos do bioma para indústrias gesseiras e cerâmicas. Pretende-se que estas indústrias
sobreviver. A caatinga tem um imenso potencial para a conservação utilizem lenha legalizada, advinda de planos de manejo sustentável,
de serviços ambientais, uso sustentável e bioprospecção que, se e que economizem este combustível nos seus processos produtivos.
bem explorado, será decisivo para o desenvolvimento da região e Além dos projetos citados acima, em 2012 foi lançado edital
do país. A biodiversidade da caatinga ampara diversas atividades voltado para uso sustentável da caatinga (manejo florestal e
econômicas voltadas para fins agrosilvopastoris e industriais, eficiência energética), pelo Fundo Clima e Fundo Nacional de
especialmente nos ramos farmacêutico, de cosméticos, químico e Desenvolvimento Florestal – Serviço Florestal Brasileiro, incluindo
de alimentos. áreas do Rio Grande do Norte.
Apesar da sua importância, o bioma tem sido desmatado Devemos ressaltar que o nível de conhecimento sobre o bioma,
de forma acelerada, principalmente nos últimos anos, devido sua biodiversidade, espécies ameaçadas e sobreexplotadas, áreas
principalmente ao consumo de lenha nativa, explorada de forma prioritárias, unidades de conservação e alternativas de manejo
ilegal e insustentável, para fins domésticos e indústrias, ao sustentável aumentou nos últimos anos, fruto de uma série de
sobrepastoreio e a conversão para pastagens e agricultura. Frente diagnósticos produzidos pelo MMA e parceiros. Grande parte destes
ao avançado desmatamento que chega a 46% da área do bioma, diagnósticos pode ser acessados no site do Ministério: Legislação e
segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o governo Publicações. Este ano estamos iniciando o processo de atualização
busca concretizar uma agenda de criação de mais unidades de das áreas prioritárias para a caatinga, medida fundamental para
conservação federais e estaduais no bioma, além de promover direcionar as políticas para o bioma.
alternativas para o uso sustentável da sua biodiversidade.

183
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Da mesma forma, aumentou a divulgação de informações regularmente consumidos pela população local e vendidos nos
para a sociedade regional e brasileira em relação à caatinga, assim centros urbanos, como os frutos do Pequi (Caryocar brasiliense),
como o apoio político para a sua conservação e uso sustentável. Buriti (Mauritia flexuosa), Mangaba (Hancornia speciosa), Cagaita
Um exemplo disso é a I Conferência Regional de Desenvolvimento (Eugenia dysenterica), Bacupari (Salacia crassifolia), Cajuzinho do
Sustentável do Bioma Caatinga - A Caatinga na Rio+20, realizada cerrado (Anacardium humile), Araticum (Annona crassifolia) e as
em maio deste ano, que formalizou os compromissos a serem sementes do Barú (Dipteryx alata).
assumidos pelos governos, parlamentos, setor privado, terceiro Contudo, inúmeras espécies de plantas e animais correm risco
setor, movimentos sociais, comunidade acadêmica e entidades de extinção. Estima-se que 20% das espécies nativas e endêmicas já
de pesquisa da região para a promoção do desenvolvimento não ocorram em áreas protegidas e que pelo menos 137 espécies
sustentável do bioma. Estes compromissos foram apresentados na de animais que ocorrem no Cerrado estão ameaçadas de extinção.
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o bioma brasileiro que
- Rio +20. mais sofreu alterações com a ocupação humana. Com a crescente
Por outro lado, devemos reconhecer que a Caatinga ainda carece pressão para a abertura de novas áreas, visando incrementar
de marcos regulatórios, ações e investimentos na sua conservação a produção de carne e grãos para exportação, tem havido um
e uso sustentável. Para tanto, algumas medidas são fundamentais: progressivo esgotamento dos recursos naturais da região. Nas três
a publicação da proposta de emenda constitucional que transforma últimas décadas, o Cerrado vem sendo degradado pela expansão da
caatinga e cerrado em patrimônios nacionais; a assinatura do fronteira agrícola brasileira. Além disso, o bioma Cerrado é palco de
decreto presidencial que cria a Comissão Nacional da Caatinga; a uma exploração extremamente predatória de seu material lenhoso
finalização do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da para produção de carvão.
Caatinga; a criação das Unidades de Conservação prioritárias, como Apesar do reconhecimento de sua importância biológica, de
aquelas previstas para a região do Boqueirão da Onça, na Bahia, todos os hotspots mundiais, o Cerrado é o que possui a menor
e Serra do Teixeira, na Paraíba, e finalmente a destinação de um porcentagem de áreas sobre proteção integral. O Bioma apresenta
volume maior de recursos para o bioma. 8,21% de seu território legalmente protegido por unidades de
conservação; desse total, 2,85% são unidades de conservação
— Cerrado de proteção integral e 5,36% de unidades de conservação de uso
sustentável, incluindo RPPNs (0,07%).
O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul,
ocupando uma área de 2.036.448 km2, cerca de 22% do território
nacional. A sua área contínua incide sobre os estados de Goiás,
— Mata Atlântica
Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia,
A Mata Atlântica é composta por formações florestais nativas
Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal,
(Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista, também
além dos encraves no Amapá, Roraima e Amazonas. Neste espaço
denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta;
territorial encontram-se as nascentes das três maiores bacias
Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual),
hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São e ecossistemas associados (manguezais, vegetações de restingas,
Francisco e Prata), o que resulta em um elevado potencial aquífero campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do
e favorece a sua biodiversidade. Nordeste).
Considerado como um hotspots mundiais de biodiversidade, Originalmente, o bioma ocupava mais de 1,3 milhões de km² em
o Cerrado apresenta extrema abundância de espécies endêmicas 17 estados do território brasileiro, estendendo-se por grande parte
e sofre uma excepcional perda de habitat. Do ponto de vista da da costa do país. Porém, devido à ocupação e atividades humanas
diversidade biológica, o Cerrado brasileiro é reconhecido como a na região, hoje resta cerca de 29% de sua cobertura original.
savana mais rica do mundo, abrigando 11.627 espécies de plantas Mesmo assim, estima-se que existam na Mata Atlântica cerca
nativas já catalogadas. Existe uma grande diversidade de habitats, de 20 mil espécies vegetais (35% das espécies existentes no Brasil,
que determinam uma notável alternância de espécies entre aproximadamente), incluindo diversas espécies endêmicas e
diferentes fitofisionomias. Cerca de 199 espécies de mamíferos são ameaçadas de extinção.
conhecidas, e a rica avifauna compreende cerca de 837 espécies. Os Essa riqueza é maior que a de alguns continentes, a exemplo
números de peixes (1200 espécies), répteis (180 espécies) e anfíbios da América do Norte, que conta com 17 mil espécies vegetais e
(150 espécies) são elevados. O número de peixes endêmicos não Europa, com 12,5 mil. Esse é um dos motivos que torna a Mata
é conhecido, porém os valores são bastante altos para anfíbios e Atlântica prioritária para a conservação da biodiversidade mundial.
répteis: 28% e 17%, respectivamente. De acordo com estimativas Em relação à fauna, o bioma abriga, aproximadamente, 850
recentes, o Cerrado é o refúgio de 13% das borboletas, 35% das espécies de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis, 270 de mamíferos
abelhas e 23% dos cupins dos trópicos. e 350 de peixes.
Além dos aspectos ambientais, o Cerrado tem grande Além de ser uma das regiões mais ricas do mundo em
importância social. Muitas populações sobrevivem de seus recursos biodiversidade, a Mata Atlântica fornece serviços ecossistêmicos
naturais, incluindo etnias indígenas, quilombolas, geraizeiros, essenciais para os 145 milhões de brasileiros que vivem nela.
ribeirinhos, babaçueiras, vazanteiros e comunidades quilombolas As florestas e demais ecossistemas que compõem a
que, juntas, fazem parte do patrimônio histórico e cultural brasileiro, Mata Atlântica são responsáveis pela produção, regulação e
e detêm um conhecimento tradicional de sua biodiversidade. Mais abastecimento de água; regulação e equilíbrio climáticos; proteção
de 220 espécies têm uso medicinal e mais 416 podem ser usadas na de encostas e atenuação de desastres; fertilidade e proteção do
recuperação de solos degradados, como barreiras contra o vento, solo; produção de alimentos, madeira, fibras, óleos e remédios;
proteção contra a erosão, ou para criar habitat de predadores além de proporcionar paisagens cênicas e preservar um patrimônio
naturais de pragas. Mais de 10 tipos de frutos comestíveis são histórico e cultural imenso.

184
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Neste contexto, a conservação dos remanescentes de Mata Desde a colonização ibérica, a pecuária extensiva sobre os
Atlântica e a recuperação da sua vegetação nativa tornam-se campos nativos tem sido a principal atividade econômica da região.
fundamentais para a sociedade brasileira, destacando-se para Além de proporcionar resultados econômicos importantes, tem
isso áreas protegidas, como Unidades de Conservação (SNUC – permitido a conservação dos campos e ensejado o desenvolvimento
Lei nº 9.985/2000) e Terras Indígenas (Estatuto do Índio – Lei nº de uma cultura mestiça singular, de caráter transnacional
6001/1973), além de Áreas de Preservação Permanente e Reserva representada pela figura do gaúcho.
Legal (Código Florestal – Lei nº 12.651/2012). A progressiva introdução e expansão das monoculturas e
O bioma também é protegido pela Lei nº 11.428/2006, das pastagens com espécies exóticas têm levado a uma rápida
conhecida como Lei da Mata Atlântica, regulamentada pelo Decreto degradação e descaracterização das paisagens naturais do Pampa.
nº 6.660/2008. Estimativas de perda de hábitat dão conta de que em 2002 restavam
No dia 27 de maio é comemorado o Dia Nacional da Mata 41,32% e em 2008 restavam apenas 36,03% da vegetação nativa do
Atlântica. bioma Pampa (CSR/IBAMA, 2010).
A perda de biodiversidade compromete o potencial de
— Pampa desenvolvimento sustentável da região, seja perda de espécies
O Pampa está restrito ao estado do Rio Grande do Sul, onde de valor forrageiro, alimentar, ornamental e medicinal, seja pelo
ocupa uma área de 176.496 km² (IBGE, 2004). Isto corresponde comprometimento dos serviços ambientais proporcionados pela
a 63% do território estadual e a 2,07% do território brasileiro. As vegetação campestre, como o controle da erosão do solo e o
paisagens naturais do Pampa são variadas, de serras a planícies, de sequestro de carbono que atenua as mudanças climáticas, por
morros rupestres a coxilhas. O bioma exibe um imenso patrimônio exemplo.
cultural associado à biodiversidade. As paisagens naturais do Pampa Em relação às áreas naturais protegidas no Brasil o Pampa é o
se caracterizam pelo predomínio dos campos nativos, mas há bioma que menor tem representatividade no Sistema Nacional de
também a presença de matas ciliares, matas de encosta, matas de Unidades de Conservação (SNUC), representando apenas 0,4% da
pau-ferro, formações arbustivas, butiazais, banhados, afloramentos área continental brasileira protegida por unidades de conservação.
rochosos, etc. A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), da qual o Brasil
Por ser um conjunto de ecossistemas muito antigos, o Pampa é signatário, em suas metas para 2020, prevê a proteção de pelo
apresenta flora e fauna próprias e grande biodiversidade, ainda não menos 17% de áreas terrestres representativas da heterogeneidade
completamente descrita pela ciência. Estimativas indicam valores de cada bioma.
em torno de 3000 espécies de plantas, com notável diversidade de As “Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e
gramíneas, são mais de 450 espécies (campim-forquilha, grama- Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira”, atualizadas
tapete, flechilhas, brabas-de-bode, cabelos de-porco, dentre em 2007, resultaram na identificação de 105 áreas do bioma
outras). Nas áreas de campo natural, também se destacam as Pampa, destas, 41 (um total de 34.292 km2) foram consideradas de
espécies de compostas e de leguminosas (150 espécies) como a importância biológica extremamente alta.
babosa-do-campo, o amendoim-nativo e o trevo-nativo. Nas áreas Estes números contrastam com apenas 3,3% de proteção
de afloramentos rochosos podem ser encontradas muitas espécies em unidades de conservação (2,4% de uso sustentável e 0,9%
de cactáceas. Entre as várias espécies vegetais típicas do Pampa de proteção integral), com grande lacuna de representação
valem destacar o Algarrobo (Prosopis algorobilla) e o Nhandavaí das principais fisionomias de vegetação nativa e de espécies
(Acacia farnesiana) arbusto cujos remanescentes podem ser ameaçadas de extinção da fauna e da flora. A criação de unidades
encontrados apenas no Parque Estadual do Espinilho, no município de conservação, a recuperação de áreas degradadas e a criação
de Barra do Quaraí. de mosaicos e corredores ecológicos foram identificadas como as
A fauna é expressiva, com quase 500 espécies de aves, dentre ações prioritárias para a conservação, juntamente com a fiscalização
elas a ema (Rhea americana), o perdigão (Rynchotus rufescens), e educação ambiental.
a perdiz (Nothura maculosa), o quer-quero (Vanellus chilensis), O fomento às atividades econômicas de uso sustentável é
o caminheiro-de-espora (Anthus correndera), o joão-de-barro outro elemento essencial para assegurar a conservação do Pampa.
(Furnarius rufus), o sabiá-do-campo (Mimus saturninus) e o pica- A diversificação da produção rural a valorização da pecuária
pau do campo (Colaptes campestres). Também ocorrem mais de com manejo do campo nativo, juntamente com o planejamento
100 espécies de mamíferos terrestres, incluindo o veado-campeiro regional, o zoneamento ecológico-econômico e o respeito aos
(Ozotoceros bezoarticus), o graxaim (Pseudalopex gymnocercus), limites ecossistêmicos são o caminho para assegurar a conservação
o zorrilho (Conepatus chinga), o furão (Galictis cuja), o tatu- da biodiversidade e o desenvolvimento econômico e social.
mulita (Dasypus hybridus), o preá (Cavia aperea) e várias espécies O Pampa é uma das áreas de campos temperados mais
de tuco-tucos (Ctenomys sp). O Pampa abriga um ecossistema importantes do planeta.
muito rico, com muitas espécies endêmicas tais como: Tuco-tuco Cerca de 25% da superfície terrestre abrange regiões cuja
(Ctenomys flamarioni), o beija-flor-de-barba-azul (Heliomaster fisionomia se caracteriza pela cobertura vegetal como predomínio
furcifer); o sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus dos campos – no entanto, estes ecossistemas estão entre os menos
atroluteus) e algumas ameaçadas de extinção tais como: o veado protegidos em todo o planeta.
campeiro (Ozotocerus bezoarticus), o cervo-do-pantanal (Blastocerus Na América do Sul, os campos e pampas se estendem por uma
dichotomus), o caboclinho-de-barriga-verde (Sporophila hypoxantha) área de aproximadamente 750 mil km2, compartilhada por Brasil,
e o picapauzinho-chorão (Picoides mixtus) (Brasil, 2003). Uruguai e Argentina.
Trata-se de um patrimônio natural, genético e cultural de No Brasil, o bioma Pampa está restrito ao Rio Grande do Sul,
importância nacional e global. Também é no Pampa que fica a onde ocupa 178.243 km2 – o que corresponde a 63% do território
maior parte do aquífero Guarani. estadual e a 2,07% do território nacional.

185
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

O bioma exibe um imenso patrimônio cultural associado à biodiversidade. Em sua paisagem predominam os campos, entremeados
por capões de mata, matas ciliares e banhados.
A estrutura da vegetação dos campos – se comparada à das florestas e das savanas – é mais simples e menos exuberante, mas não
menos relevante do ponto de vista da biodiversidade e dos serviços ambientais. Ao contrário: os campos têm uma importante contribuição
no sequestro de carbono e no controle da erosão, além de serem fonte de variabilidade genética para diversas espécies que estão na base
de nossa cadeia alimentar.

— Pantanal
O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões húmidas contínuas do planeta. Este bioma continental é considerado o
de menor extensão territorial no Brasil, entretanto este dado em nada desmerece a exuberante riqueza que o referente bioma abriga. A
sua área aproximada é 150.355 km² (IBGE,2004), ocupando assim 1,76% da área total do território brasileiro. Em seu espaço territorial o
bioma, que é uma planície aluvial, é influenciado por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai.
O Pantanal sofre influência direta de três importantes biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Além disso sofre
influência do bioma Chaco (nome dado ao Pantanal localizado no norte do Paraguai e leste da Bolívia). Uma característica interessante
desse bioma é que muitas espécies ameaçadas em outras regiões do Brasil persistem em populações avantajadas na região, como é o caso
do tuiuiú – ave símbolo do Pantanal. Estudos indicam que o bioma abriga os seguintes números de espécies catalogadas: 263 espécies de
peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos sendo 2 endêmicas. Segundo
a Embrapa Pantanal, quase duas mil espécies de plantas já foram identificadas no bioma e classificadas de acordo com seu potencial, e
algumas apresentam vigoroso potencial medicinal.
Apesar de sua beleza natural exuberante o bioma vem sendo muito impactado pela ação humana, principalmente pela atividade
agropecuária, especialmente nas áreas de planalto adjacentes do bioma. De acordo com o Programa de Monitoramento dos Biomas
Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, o bioma Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal
nativa.
Assim como a fauna e flora da região são admiráveis, há de se destacar a rica presença das comunidades tradicionais como as indígenas,
quilombolas, os coletores de iscas ao longo do Rio Paraguai, comunidade Amolar e Paraguai Mirim, dentre outras. No decorrer dos anos
essas comunidades influenciaram diretamente na formação cultural da população pantaneira.
Apenas 4,6% do Pantanal encontram-se protegidos por unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção
integral e 1,7% a UCs de uso sustentável (BRASIL, 2015).

Os Domínios Morfoclimáticos são conjuntos formados por aspectos naturais, como solo, relevo, hidrografia, vegetação e clima que
predominam em um determinado local, formando uma determinada paisagem. O grande responsável por esta classificação no Brasil foi
o professor Aziz Ab´ Saber.

– Domínio Equatorial Amazônico está situado na região Norte do Brasil, é formado, em sua maior parte, por terras baixas (Planície
Amazônica e as áreas de depressões), predominando o processo de sedimentação, banhado pela Bacia Amazônica, com um clima e
floresta equatorial.
– Domínio dos Cerrados está localizado na porção central do território brasileiro, há um predomínio de chapadões (Planalto Central),
apresentando algumas nascentes importantes como dos rios da Bacia do Tocantins-Araguaia, com a vegetação predominante do Cerrado
e o clima tipicamente tropical.

186
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

– Domínio dos Mares de Morros está localizado ao longo do – Localização: Abrange os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande
litoral brasileiro, o domínio de mares de morros recebe esse nome do Norte, Paraíba, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia e
em função de sua estrutura geológica. Formada por dobramentos Norte de Minas Gerais.
cristalinos da Era Pré-Cambriana, esse relevo sofreu intensa ação – Condições climáticas: Clima semi-árido, com índices
erosiva ao longo dos milhões de anos, o que contribuiu para a pluviométricos entre 500 mm a 700 mm anuais e temperatura entre
formação de morros com vertentes arredondadas, chamadas de 24ºC a 26ºC.
“morros em meia laranja”. A vegetação característica desse domínio – Flora: A vegetação é formada por plantas adaptadas ao
é a Floresta Tropical Úmida ou Mata Atlântica, que possui cerca de 20 clima seco. As plantas possuem folhas transformadas em espinhos,
mil espécies de plantas, das quais 8 mil são consideradas endêmicas. cutículas impermeáveis e caules que armazenam água. Essas
– Domínio das Caatingas localiza-se no nordeste brasileiro, no características correspondem às plantas xeromórficas. Como
conhecido polígono das secas ou Sertão Nordestino, caracterizado exemplos, estão as cactáceas (mandacaru e facheiro).
por depressões interplanálticas e alguns chapadões, a hidrografia – Fauna: Alguns animais típicos da Caatinga são o preá, veado,
é bastante limitada pela condição climática que é o Semiárido e a calango, iguanas, onças e macaco-preto.
vegetação é a quem dá o nome a este domínio.
– Domínio das Araucárias encontra-se no Sul do país, com — Cerrado
predomínio de planaltos, com a Bacia do Paraná sendo destaque, o O Cerrado é um bioma do tipo savana, com árvores espaçadas
clima é subtropical e a vegetação é formada por araucárias (quase uma das outras e de pequeno porte.
extintas).
– O domínio das Pradarias, também conhecido por Pampa Este é considerado um dos ecossistemas brasileiros que mais
ou Campanha Gaúcha, é composto por uma vegetação rasteira, vem sofrendo com o desmatamento causado pelo avanço das
formada por herbáceas e gramíneas. Localizado no sul do país, plantações agrícolas.
em especial no estado do Rio Grande do Sul, essa região exibe – Localização: Ocupa a região central do Brasil. Abrange os
relevo suavemente ondulado (coxilhas), onde se desenvolvem estado de Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato
práticas como a pecuária extensiva e a agricultura da soja e do Grosso do Sul e oeste de São Paulo e Paraná.
trigo. O pisoteio constante do gado e a prática da monocultura,
respectivamente, têm levado à compactação e à redução da Condições climáticas: O clima é relativamente quente. As
fertilidade do solo, gerando áreas desertificadas. temperaturas anuais variam de 21ºC a 27ºC. Possui uma época
– Os ecossistemas são todos os sistemas abertos onde estão seca, com possibilidade da vegetação pegar fogo naturalmente.
envolvidos fatores físicos e biológicos de uma área determinada e – Flora: As árvores possuem uma casca grossa, troncos
que estão englobados seres vivos, os meios em que vivem e todas retorcidos e raízes profundas. Existe um predomínio de gramíneas
as interações entre ambos. Destaca-se que um domínio pode conter e plantas herbáceas. Destacam-se o ipê, peroba-do-campo e pequi.
mais de um bioma e de um ecossistema. – Fauna: Alguns animais característicos são os gambás,
O Brasil apresenta grande extensão territorial, isso confere tamanduás, lobo-guará, cutias, antas, tatus e suçuarana.
diferentes tipos de clima e de solo, resultando em diferentes
condições ambientais e ecossistemas. — Mata Atlântica
Também chamada de floresta Atlântica, é um dos ecossistemas
— Amazônia12 mais devastados do Brasil.
A Amazônia constitui a maior área remanescente de florestas Estima-se que existam apenas 5% da sua vegetação original.
tropicais do mundo. Ela ocupa cerca de 49,29% do território Aproximadamente 70% da população brasileira vivem na área
brasileiro. desse bioma.
– Localização: Abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Localização: Estende-se do Rio Grande do Norte até o Rio
Pará, Roraima, Rondônia e uma porção do Mato Grosso, Maranhão Grande do Sul.
e Tocantins. Condições climáticas: Clima subtropical úmido ao sul e tropical
– Condições climáticas: Clima quente e úmido, com úmido ao norte.
temperaturas variando entre 20ºC a 41ºC durante o ano. As – Flora: As plantas apresentam folhas largas e perenes. A
precipitações pluviométricas são superiores a 1800 mm/ano. A vegetação é rica em plantas epífitas. As plantas características
umidade na região apresenta índices de 80 a 100%. deste ecossistema são os ipês, pau-brasil, jacarandá, jequitibás e
– Flora: Castanheiro-do-pará, a seringueira, a sumaúma, o palmeiras.
guaraná e uma diversidade de plantas epífitas. – Fauna: Os animais representativos da Mata Atlântica são as
– Fauna: Insetos, anfíbios, jiboias, sucuris, bichos-preguiça, jaguatiricas, saguis, mico-leão-dourado, tucanos e papagaios.
peixe-boi, botos, onças-pintadas e pirarucu.
— Mata dos Cocais
— Caatinga A Mata dos Cocais é considerada uma “mata de transição” e
A Caatinga representa 10% do território brasileiro. Uma de suas está localizada entre as florestas húmidas da Amazônia e a Caatinga.
principais características são suas plantas que se adaptaram à falta Este ecossistema já foi muito explorado, ainda no período
de água do ambiente. colonial, para extração de produtos específicos, como o óleo de
A sobrevivência das plantas da Caatinga é sua resistência em babaçu e a cera de carnaúba. Com o passar do tempo as plantações
períodos de seca, visto que elas armazenam água em seus troncos de soja tomaram uma dimensão extensa, o que contribui com a
e folhas. destruição do ambiente.
12 https://www.todamateria.com.br/ecossistema

187
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Localização: Abrange os estados do Maranhão, Piauí e Rio — Pampas


Grande do Norte. Também chamado de campos ou campos sulinos. Representa
Condições climáticas: Apresenta índices elevados de chuva, um tipo de pradaria.
com 1500 mm a 2200 mm. A temperatura média anual é de 26ºC. Ocorre em locais onde a região de relevo apresenta topos
Flora: A espécie mais característica desses ecossistemas é arredondados. A pecuária é considerada a principal atividade
a palmeira Orbignya martiana, o babaçu. Essa palmeira possui econômica.
importância econômica para a população, pois de suas sementes – Localização: Predomina no Norte do Rio Grande do Sul.
se extrai um óleo e as folhas são usadas para cobertura de casas. – Condições climáticas: O clima do Pampa é subtropical com as
Fauna: Apresenta diversas espécies de aves, mamíferos, quatro estações do ano bem definidas.
répteis, anfíbios, insetos, os animais característicos são a arara- – Flora: Predomínio de gramíneas e arbustos. Algumas plantas
vermelha, gavião-rei, ariranha, gato-do-mato, macaco-prego, lobo- são louro-pardo, cedro, capim-forquilha, grama-tapete, pau-de-
guará, boto, jacu, paca, cotias, acará-bandeira, dentre outros. leite, unha-de-gato, babosa-do-campo, cactáceas, timbaúva,
araucárias, algarrobo, palmeira anã.
— Pantanal
– Fauna: onça-pintada, jaguatirica, macaco-prego, guariba,
O pantanal é considerado a maior planície inundada do Brasil.
tamanduá, ema, perdigão, perdiz, quero-quero, joão-de-barro,
Isso ocorre em alguns períodos do ano, onde determinadas áreas
podem ficar parcialmente ou totalmente submersas. veado-campeiro, preá, tuco-tucos, tucanos, saíras, gaturamos.
É um dos biomas com maior diversidade de animais e plantas.
– Localização: Oeste de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. — Desmatamento13
– Condições climáticas: Clima Tropical Continental. No verão, Desmatamento, também chamado de desflorestamento,
as temperaturas atingem 32ºC, enquanto no inverno, chegam a consiste na retirada da cobertura vegetal parcial ou total de um
21ºC. determinado lugar. Enquanto alguns enxergam essa prática como
uma ação necessária ao suprimento das necessidades do ser
– Flora: Apresenta poucas espécies endêmicas, ou seja, próprias humano, outros apontam o desmatamento como um dos maiores
deste ecossistema. A palmeira carandá é a mais representativa. problemas ambientais da atualidade. A retirada da cobertura vegetal
– Fauna: A fauna é diversificada. Existem moluscos, crustáceos está relacionada a diversas causas, como a urbanização, mineração
e peixes, como o dourado, pau, jaú, surubim e piranhas. Além de e expansão do agronegócio, e seus impactos são inúmeros.
tuiuiús, socós, sara-curas, jacarés, capivaras, onças e veados.
Causas do desmatamento
— Mata de Araucárias A exploração dos recursos naturais acontece desde os
Recebe esse nome uma vez que a região está repleta de primórdios da humanidade. Contudo, na medida em que a sociedade
pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), conhecido como se desenvolveu, essa exploração intensificou-se, colocando em
Araucária. risco o equilíbrio do planeta e comprometendo o suprimento das
A Mata das Araucárias apresenta, de forma bem definida, gerações futuras.
as diferentes estações do ano, ou seja, os invernos são frios e os A questão do desmatamento tomou grandes proporções a
verões são quentes partir da Revolução Industrial. A introdução de novas tecnologias
Localização: Abrange os estados do Rio Grande do Sul, Santa (que proporcionaram o aumento da produção industrial) e o
Catarina, Paraná e São Paulo. consumo (que aumentou consideravelmente) fizeram com que
Condições climáticas: Apresenta temperaturas baixas no diversas florestas temperadas e tropicais fossem devastadas, a fim
inverno. O índice pluviométrico é de 1400 mm anuais. de atender a essa nova demanda.
Flora: A espécie mais representativa é a Araucária, que pode
Os países industrializados apresentaram, durante esse período,
atingir até 25 m de altura. Também podem ser encontradas
maiores taxas de desmatamento. Com o passar dos anos, essas
samambaias e plantas epífitas.
taxas começaram a cair nesses países e a aumentar nos países em
Fauna: Existem de mamíferos, aves, répteis e insetos.
desenvolvimento e subdesenvolvidos.
— Manguezais O desmatamento pode ser atribuído a diversas atividades,
As plantas com raízes expostas no manguezal. Os manguezais sendo essas, em sua maioria, antrópicas. A retirada da cobertura
são biomas litorâneos com vegetação arbustiva que se desenvolve vegetal está relacionada, por exemplo, com a expansão do
em um solo lodoso e salgado. agronegócio; com o extrativismo animal, vegetal ou mineral; com a
Para o meio ambiente, este é um importante ecossistema necessidade de explorar matéria-prima para atividades de todos os
pois ele evita o assoreamento das praias, funcionado como uma setores da economia; com a urbanização referente ao aumento das
barreira. cidades; e também com atividades ilegais que envolvem queimadas
– Localização: Estende-se por toda a costa brasileira. Entretanto, propositais e até mesmo exploração de áreas de conservação para
pode penetram vários quilômetros no continente, seguindo o curso fins pessoais, como especulação fundiária.
de rios, cujas águas encontram, as águas salgadas durante a maré A expansão do agronegócio é considerada uma das principais
cheia. causas do aumento do desmatamento no mundo todo. Segundo a
– Flora: Existem três espécies principais de mangue, o Mangue- Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
vermelho, com predomínio da espécie Rhizophora mangle; Mangue- (FAO), só na América Latina, a expansão da agricultura e da
branco, com predomínio da espécie Laguncularia racemosa e o pecuária comercial é responsável por aproximadamente 70% do
Mangue-preto, com predomínio da espécie Avicennia schaueriana. desmatamento.
– Fauna: Predominam caranguejos, moluscos e aves, como as 13 SOUSA, Rafaela. “Desmatamento”; Brasil Escola. Disponível em:
garças. https://brasilescola.uol.com.br/geografia/o-desmatamento.htm.

188
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Dados da FAO revelam que a prática agrícola, por meio das Desmatamento no mundo
produções em escala industrial, e a pecuária, por meio do aumento O desmatamento é uma questão de ordem mundial. De acordo
dos pastos extensivos, fomentam o desmatamento em vários países com dados fornecidos pelo Observatório Mundial das Florestas, a
do mundo. devastação das florestas alcançou cerca de 29,7 milhões de hectares
Essa questão tem gerado diversas polêmicas, pois o agronegócio no mundo todo em 2016, um aumento de quase 51% comparado a
é o carro-chefe da economia de diversos países. Portanto, muitos 2015. Os principais contribuintes desse aumento foram os incêndios
justificam o desmatamento como necessário ao suprimento das florestais, como os que ocorrem em Portugal e na Califórnia (EUA),
necessidades humanas, como a produção de alimentos. Contudo, e também a expansão da agricultura, do extrativismo vegetal e da
segundo o relatório O estado das florestas do mundo, de 2016, mineração.
lançado pela FAO, aponta que não é necessário desmatar florestas Só em 2018, segundo os dados da Global Forest Watch, o
para produzir alimentos. É necessário, ao invés de expandir as áreas mundo perdeu cerca de 12 milhões de hectares de florestas
agrícolas retirando as florestas, intensificar a atividade agrícola e as tropicais, o que equivale a quase 30 campos de futebol por minuto.
medidas de proteção social. A World Resources Institute (organização não governamental
ambientalista dos Estados Unidos) divulgou dados que mostram
Consequências do desmatamento também os países que mais desmataram florestas primárias
Assim como as causas do desmatamento são muitas, suas (correspondentes à vegetação em seu estado original e não ao
consequências são proporcionais. Apesar de muitos acreditarem resultado de reflorestamento).
que se trata de um “mal necessário” para a manutenção do bem- A lista dos países que mais desmataram é liderada pelo Brasil
estar social, especialmente com a questão da agropecuária e do e seguida por países como a República Democrática do Congo,
extrativismo, que são atividades essenciais ao desenvolvimento de Indonésia, Colômbia, Bolívia e Malásia. Brasil e Indonésia, juntos,
um país, a questão do desmatamento tomou proporções jamais desmataram aproximadamente 46% das florestas tropicais no
vistas, colocando em risco todo o equilíbrio biológico do planeta mundo em 2018. Acredita-se que esse aumento do desmatamento
Terra. tem prejudicado os esforços para conter o aquecimento global.
As principais consequências estão relacionadas ao meio Paralelamente, alguns países têm diminuído suas taxas de
ambiente e a tudo que lhe diz respeito. Ao desmatar, compromete- desmatamento. Entre 2010 e 2015, a diminuição do desmatamento
se toda a biodiversidade da área. Espécies da fauna perdem seu mundial foi para cerca de 33 mil quilômetros quadrados líquidos,
habitat e espécies da flora podem entrar para a lista de ameaças segundo a FAO. Esse é o resultado obtido entre a devastação das
à extinção e assim causar um enorme desequilíbrio ambiental, áreas e o reflorestamento. Anualmente são perdidos cerca 76 mil
prejudicando até mesmo as atividades primárias, das quais quilômetros quadrados, compensados por 43 mil quilômetros
dependem muitas famílias, e também a economia, como a caça, a quadrados de reflorestamento.
agricultura e a pecuária.
A retirada da cobertura vegetal também agrava a questão O Brasil também havia demonstrado redução de desmatamento,
das mudanças climáticas. Além do aumento das emissões de entre os anos de 2010 e 2011, para 20 mil quilômetros quadrados
gases poluentes à atmosfera que tem agravado o efeito estufa e devastados, 20 mil a menos que os registros de anos anteriores. No
o aquecimento global, o desmatamento também é considerado entanto, atualmente, o cenário modificou-se novamente. As taxas
um dos fatores responsáveis pelas alterações no clima. Os anos de desmatamento voltaram a subir, e esse assunto será abordado
estão cada vez mais quentes, e o aumento da temperatura da Terra no tópico seguinte.
tem causado inúmeros danos aos ecossistemas e também à saúde
humana. Desmatamento no Brasil
Outra questão diretamente ligada ao desmatamento está Como dito, o Brasil lidera o ranking mundial de desmatamento
relacionada às alterações provocadas no solo, bem como nos de florestas primárias, especialmente nos biomas Amazônia,
recursos hídricos. Retirar a vegetação de uma determinada Cerrado e Mata Atlântica. No ano de 2017, o país devastou 45 mil
área favorece o processo de erosão do solo, pois é a cobertura km², demonstrando que o país tornou a aumentar suas taxas de
vegetal que auxilia na infiltração da água da chuva. Portanto, sem desmatamento que haviam caído.
ela, a água escorre sobre o solo, provocando deslizamentos e a Segundo o Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra do
erosão. A retirada da vegetação próxima a áreas de cursos d’água Brasil, divulgado em 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
também provoca deslizamentos de terra, que se deposita nos rios, Estatística, o país perdeu cerca de 7,5% da sua cobertura vegetal.
provocando então o assoreamento. A área de vegetação do país era de 4.017.505 km2 em 2000. Esse
Todas essas questões convertem para o bem-estar e a qualidade número caiu para 3.719.801 km2 em 2016.
de vida de todos os seres vivos no planeta. Todos nós dependemos Esse levantamento também mostra que mais de 62.000 km2
das florestas, seja para a produção de oxigênio, seja para o da área do país sofreram alterações entre os anos de 2014 e 2016.
fornecimento de matéria-prima para a produção de itens essenciais A perda da vegetação acompanhou o ritmo acelerado da expansão
à vida. Se acabamos com esse recurso natural, obviamente somos das áreas agrícolas (especialmente em estados da região Norte,
nós que sofreremos diretamente as consequências. E isso já tem como Rondônia, Amazonas e Pará) e de pastagens próximas ao
sido observado. bioma Amazônia.
Diversos recursos naturais estão acabando, comprometendo O monitoramento do desmatamento no país é feito oficialmente
as gerações futuras. O clima tem sofrido mudanças sentidas em pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e por algumas
todas as partes do mundo. E exatamente por essas questões, o organizações independentes, como o Instituto do Homem e do
desmatamento tem sido apontando como um dos maiores desafios Meio Ambiente na Amazônia (Imazon).
da atualidade.

189
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Desmatamento na Amazônia Como conter o desmatamento


O desmatamento da Amazônia tem provocado um grande Conter o desmatamento parece óbvio: basta não desmatar. No
pesar no mundo todo. A região de maior biodiversidade do entanto, essa não é uma questão tão simples. Sabemos que muitos
planeta tem sofrido com o aumento do desmatamento e países colocam, à frente dos seus patrimônios ambientais, questões
preocupado representantes de diversos países, assim como econômicas. É importante ressaltar que, sim, o agronegócio é
inúmeras organizações ambientais, considerando que a Amazônia fundamental para o desenvolvimento de uma economia, bem como
é responsável pelo equilíbrio ambiental não só do Brasil mas do para o suprimento alimentar do mundo. Entretanto há de buscar-se
mundo todo. uma maneira sustentável de desenvolvimento, e esse é atualmente
um dos maiores desafios da humanidade.
Segundo estudos divulgados por pesquisadores da Universidade
Estamos provocando um colapso ambiental por meio das ativi-
de Oklahoma, nos Estados Unidos, publicados na revista Nature dades humanas, e o desmatamento é uma das questões que, como
Sustainability, a Amazônia brasileira perdeu 400 mil km² de suas dito, possuem inúmeras consequências. Como afirmado pela FAO,
florestas, área essa maior que o território da Alemanha, entre os não há necessidade de expandir as áreas voltadas à produção agrí-
anos de 2000 e 2017. cola, mas sim a de intensificar a produção, de modo que as leis am-
O Inpe divulgou, em 2019, novos dados a respeito da perca bientais sejam asseguradas.
da cobertura vegetal no bioma. Esses dados apontam que o Segundo o Estado das Florestas do Mundo 2016 (Sofo, sigla em
desmatamento aumentou em 278% no mês de julho comparado inglês), o incentivo da administração pública a iniciativas privadas
a julho do ano anterior. Foram devastados, só nesse período, que aliam o recebimento de créditos quando as normas ambientais
cerca de 2.254,9 km² de florestas. Os dados são levantados pela são cumpridas é um dos caminhos para o combate ao desmatamen-
Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), que monitora to. De acordo também com o Sofo, países melhoraram sua segu-
instantaneamente o desmatamento na região da Amazônia. rança alimentar mantendo sua cobertura vegetal, desde 1990. Isso
O aumento entre 2018 e 2019 foi de 49,5%, com relação ao significa que não há necessidade de desmatar para que se produza
período entre 2017 e 2018. A devastação está relacionada com o a quantidade de alimentos necessária.
aumento das áreas destinadas à agropecuária; com a interferência Com relação ao Brasil, Paulo Barreto, engenheiro florestal da
na infraestrutura, como a de transporte; com a construção de Imazon, apontou algumas medidas necessárias para conter o des-
hidrelétricas; com a mineração; e com os incêndios criminosos. matamento. Confira alguns exemplos:
– Políticas de fiscalização e controle devem ser efetivas;
– Cobrança do imposto rural, a fim de evitar a especulação fun-
Desmatamento no Cerrado diária;
O Cerrado, assim como a Amazônia, tem sofrido com a – Expansão da moratória da soja para o Cerrado. A moratória
intensificação do desmatamento. De acordo com dados divulgados da soja é um acordo setorial entre produtores e compradores de
pelo Inpe em 2018, o bioma perdeu cerca de 6.657 km², 11% a soja que se comprometem a não comprar soja produzida em áreas
menos que em 2016 e 33% a menos que o registrado em 2010. desmatadas;
O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, atrás apenas – Fechamento do mercado para carne de procedência ilegal, ou
da área ocupada pela Amazônia. Apesar da redução da taxa de seja, provinda de áreas devastadas;
desmatamento nos últimos anos, é preciso ressaltar que a perca da – Subsidiar crédito apenas para quem cumpre as leis ambien-
vegetação do bioma já chega a 51%. Esse desmatamento é associado tais, ou seja, quem desmatar não tem direito ao crédito para pro-
ao avanço do agronegócio. Segundo o Instituto de Pesquisa duzir;
Ambiental da Amazônia (Ipam), em 15 anos, o desmatamento do – Reflorestar.
Cerrado foi superior ao praticado na Amazônia.
— Desenvolvimento Sustentável14
Desmatamento na Mata Atlântica O objetivo de uma política visando o desenvolvimento susten-
Sem dúvidas, o bioma Mata Atlântica é o que mais sofreu com a tável é de incentivar o desenvolvimento econômico e, ao mesmo
devastação no Brasil, e é no país o único bioma que possui legislação tempo, promover o uso eficiente dos recursos naturais, reduzir a
degradação do meio ambiente e assegurar os recursos naturais
especifica, uma contradição. De acordo com o SOS Mata Atlântica,
para o futuro. Os modelos atuais de desenvolvimento econômico
esse bioma, que cobria cerca de 15% do território brasileiro, possui têm levado a uma imensa desigualdade social, além de serem per-
apenas 1% da sua mata original. Seu desmatamento já chegou a dulários e altamente poluidores.
92%. Nele se encontra o maior número de espécies ameaçadas. É impossível dissociar a preservação ambiental da péssima
Dados apresentados pelo SOS Mata Atlântica apontam que o qualidade de vida de milhares de seres humanos. Ao mesmo tem-
desmatamento do bioma caiu cerca de 9,8% entre os anos de 2017 po o consumo de energia e a produção de resíduos são, de sobra,
e 2018, se comparado ao período entre 2016 e 2017. Em 2018 maiores nos países desenvolvidos em relação aos subdesenvolvidos
foram desmatados cerca de 113 km². Alguns estados alcançaram ou em desenvolvimento.
o desmatamento zero (desflorestamento abaixo de 100 hectares), Para um país em desenvolvimento como o Brasil, seria aparen-
como Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Espírito temente aconselhável explorar ao máximo seus recursos naturais
Santo, Paraíba, Pernambuco e São Paulo. Isso demonstra que os para aumentar a riqueza da nação. Porém, se os recursos naturais
governos têm se esforçado para cumprir as leis que protegem as forem utilizados mais rapidamente que sua capacidade de repo-
áreas compreendidas pelo bioma. sição, o desenvolvimento será insustentável, pois no futuro, eles
Contudo, de acordo com o Atlas dos Remanescentes Florestais deixarão de existir. Mas, se os recursos forem explorados de uma
da Mata Atlântica, alguns estados ainda apresentam elevadas taxas maneira responsável, eles poderão se regenerar e continuar a exis-
de desmatamento do bioma, como Minas Gerais, Paraná, Piauí, tir perpetuamente.
Bahia e Santa Catarina. A devastação nessas áreas está associada 14 https://www.educabras.com/enem/materia/geografia/meio_am-
a atividades como a produção de carvão, a plantação de soja e a biente_2/aulas/o_desenvolvimento_sustentavel_e_os_impactos_am-
indústria de celulose. bientais

190
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Existem vários recursos naturais que são renováveis e que Proteger o meio ambiente tem seus custos, por isso muitos
podem se regenerar. Os peixes ou outros animais se reproduzem, a países pobres são mais tolerantes em relação às indústrias
água e o ar se limpam e a grama e as árvores crescem novamente poluentes. Porém, os governantes desses países pobres devem se
- caso o estrago não seja tão grande a ponto de esgotar os recursos conscientizar que estão sacrificando o meio ambiente e recursos
antes de sua reposição. naturais que são uma fonte de capital preciosa e insubstituível.
Portanto, é necessário explorar recursos renováveis de uma
forma sustentável e responsável e com a intervenção dos governos. Tratados Internacionais
Os problemas ecológicos são problemas mundiais. Danos
Assegurando o desenvolvimento sustentável irreversíveis ao meio ambiente, incluindo mudanças na temperatura
No último século, a Terra sofreu grandes alterações ambientais. da Terra, não têm fronteiras políticas.
Ocorreu também o esgotamento de diversos recursos naturais As organizações mundiais e os países desenvolvidos têm
como o desaparecimento de florestas inteiras e a extinção de várias tentado desenvolver políticas para incentivar ou até mesmo
espécies. O comprometimento de bens naturais, considerados livres pressionar os países do “sul” a manterem o meio ambiente. Países
e abundantes, como o ar e a água, tem chegado a níveis alarmantes. ricos têm dado abatimentos nas dívidas externa de países mais
Acesso ao meio ambiente é disponível para todos. Os recursos são pobres com a condição desses se empenharem para conservar o
limitados e o acesso a eles é ilimitado. É necessário, portanto, uma
meio ambiente.
regulamentação do governo.
Desmatamento por causa de práticas agrícolas e as queimadas Governos e instituições não governamentais têm trabalhado
têm alterado drasticamente o habitat de várias espécies. O período para elaborar normas que conciliam o desenvolvimento econômico
de reposição dessas florestas é enorme e dependo da situação do e a preservação do meio ambiente, visando o desenvolvimento
solo após o desmatamento, até impossível. sustentável. O crescimento econômico deve ser regido por políticas
Internacionalmente, um foco muito grande é sempre capazes de preservar os recursos naturais.
dado à Floresta Amazônica. O governo brasileiro, visando o Em 1972, na Suécia, as nações do mundo se reuniram na
desenvolvimento do estado da Amazônia, chegou a subsidiar a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente, com
criação de gado, indústrias e outras atividades que causaram o a finalidade de debater os problemas causados pela poluição e
desmatamento de áreas extensas da floresta. Internacionalmente, maneiras de preservar o ambiente. O documento resultante dessa
o governo brasileiro sofre pressão a respeito de medidas sérias conferência ficou conhecido como Declaração de Estocolmo e
para a preservação da Floresta Amazônica - que é frequentemente discute a importância da manutenção da qualidade do ambiente
chamada de “o pulmão do mundo”. para garantir o bem-estar físico, mental e social do homem.
O tempo de recuperação e reposição de florestas é muito maior
O Brasil, em 1992, sediou a segunda conferência da ONU
do que o tempo de reposição de peixes ou de outras espécies.
Porém, quando a caça e a pesca não são controladas, a extinção sobre ambiente, a ECO-92, no Rio de Janeiro. O tema central
se torna uma realidade. Acesso livre à pesca acaba desabonando visou elaborar normas de conduta que conseguissem conciliar
classes inteiras de peixes. O pacu, por exemplo, um peixe muito o desenvolvimento econômico e a preservação dos ambientes
apreciado, antes abundante em todos os rios de Mato Grosso do naturais. Essa problemática sintetiza o chamado desenvolvimento
Sul, parte de São Paulo e do Paraná, foi tão perseguido, que hoje é sustentado: o crescimento econômico deve ser regido por políticas
muito raro. capazes de manter os recursos naturais, sem destruir o ambiente.
Portanto, por mais que a caça, a pesca, a indústria e o Deve-se encontrar alternativas energéticas e novas tecnologias para
desmatamento contribuam para a economia, é necessário visar a produção de recursos e para o reaproveitamento dos resíduos.
um desenvolvimento econômico com um dano mínimo aos
ecossistemas naturais. — Chuvas causam tragédia em Petrópolis
Petrópolis teve a maior tragédia de sua história causada por
O papel do Estado deve ser o de passar e implementar medidas chuvas intensas que caíram na cidade em 15 de fevereiro de 2022.
que integrem as considerações ambientais com as econômicas.
O desastre superou o número de vítimas das chuvas de 1988 e 2011,
Alguns fatores precisam ser levados em consideração:
– Que é o período de reposição de cada recurso natural chegando a 231 mortos e com cinco pessoas ainda desaparecidas.
renovável? Com seu nível de chuvas registrado desde 1932, a Defesa Civil
– Qual é o perigo de explorar até o limite irreversível cada reconheceu que a cidade foi atingida pela maior tempestade de
recurso natural? todos os tempos e, em três horas, choveu mais que o previsto para
– Qual é o perigo de levar espécies à extinção? todo o mês de fevereiro.
– Como o governo pode controlar o uso do meio ambiente? As chuvas intensas causaram deslizamentos em morros e
encostas, quedas de casas, sobrados e pequenos prédios, além de
Após ser determinada a melhor forma de manter o abalar a estrutura de outros maiores; pessoas morreram soterradas
desenvolvimento sustentável, o governo pode regular o acesso em suas próprias residências ou em seus carros, enquanto outras
a recursos através de impostos sobre poluição e da venda de foram arrastadas para fora dos imóveis pela força da água.
permissões limitadas para poluir ou explorar certas áreas, A enxurrada foi tão forte que arrastou diversos veículos e
implementando um sistema de cotas ou por outros meios legais deixando-os sem rumo, mas a imagem mais impactante veiculada
que cedem o direito do uso limitado dos recursos naturais.
foi a de dois ônibus do transporte coletivo, repleto de passageiros,
Essas licenças ou permissões, além de limitarem a degradação
do meio ambiente, passam a ter um valor econômico para quem as que foi levado pela água e acabou afundando. Algumas pessoas
possui. Por exemplo, impostos sobre poluição reduzem o incentivo foram resgatadas de forma improvisada, mas a enxurrada foi mais
de se manufaturar produtos que poluem; também servem forte e levou os veículos para dentro do rio que corta a cidade, o
como incentivo para os produtores acharem alternativas menos que resultou na morte de vários ocupantes.
poluentes.

191
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

Histórico de tragédias por temporais Bombas nucleares


Em 1988, Petrópolis também foi atingida por um temporal. A Desde a Guerra Fria, o mundo não vivenciava uma tensão pelo
tragédia, até então a pior registrada no município, teve 134 mortos. uso de bombas atômicas. Até o momento, a Rússia não deu indícios
Já em 2011, a cidade registrou 73 vítimas fatais, mas somando de que poderia usar armas de destruição em massa na Ucrânia, mas
com as demais localidades da região serrana do Rio de Janeiro, o isso pode mudar caso a Organização do Tratado do Atlântico Norte
número final foi de 918 óbitos, o que deu ao episódio o título de
(OTAN) entre na guerra.
maior catástrofe climática do país, segundo o Centro de Previsão de
Tempo e Estudos Climáticos (CPETC). A professora Tathiana explica que as bombas nucleares mais
modernas são de fusão nuclear, diferentemente das que foram
Reconstrução lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945, que eram de
O governo estadual do Rio de Janeiro autorizou obras fissão nuclear. O processo de fissão libera uma grande quantidade
emergenciais em cinco áreas prioritárias em Petrópolis: Rua Teresa de isótopos radioativos, enquanto que o estágio de fusão libera
(polo de comércio da cidade, com foco no mercado têxtil); rodovia basicamente H-3 (trítio).
Washington Luiz; praça Conde D’eu e rua 24 de maio. Haverá, ainda, A explosão nuclear libera uma grande quantidade de material
recuperação do Túnel Extravasor do Palatinado, que teve sua galeria radioativo na atmosfera, que acaba caindo sobre a superfície como
rompida e gerou a interdição parcial de algumas vias. chuva ácida. O contato com esse material pode causar câncer, como
A crítica de especialistas em climatologia e de outros setores
foi visto no Acidente de Chernobyl. Além de efeitos sobre a saúde
é a falta de ação do poder público para a garantia de moradias
sociais dignas, em regiões seguras, para evitar o grande número de humana, a poluição dispersa no ar e causa doenças em animais e
mortes. Petrópolis abriga em seus morros moradores que não têm plantas, pois degrada os nutrientes do solo.
condições de morar em outras áreas, o que foi intensificado pelo Falando em Chernobyl, um outro risco em relação ao contato
crescimento populacional. com material radioativo é de uma explosão em usinas nucleares.
Segundo o professor Dario, um míssil mal posicionado ou um
— Poluição por plástico ataque intencional em uma usina nuclear causariam o vazamento
A ONU começou, no dia 2 de março de 2022, negociações para de radioatividade, impactando numa catástrofe regional. “Essa
o primeiro acordo global contra a poluição plástica. Participaram do mesma radioatividade por intermédio das correntes de vento se
evento representantes de 175 países. O acordo tem como objetivo espalharia por outras partes do planeta”, completa.
lutar pela preservação da biodiversidade.

— Onda de calor extremo na Índia DIREITOS HUMANOS NO BRASIL


A forte onda de calor que atinge a Índia matou pelo menos
25 pessoas por insolação desde o fim de março em Maharashtra,
estado cuja capital é Mumbai. O número é o mais alto dos últimos A Constituição de 1934 foi promulgada com forte influência da
cinco anos e considera-se provável que haja mais vítimas em outras Constituição de Weimar, marco da 2ª dimensão de direitos huma-
partes do país, à medida que as temperaturas têm ultrapassado os nos. Assim, prezou pelos direitos sociais. Algumas de suas caracte-
40°C, numa época em que não costuma fazer tanto calor na Índia. rísticas marcantes foi:
• Nacionalista – criou restrições às imigrações;
— Os impactos ambientais da guerra entre Rússia e Ucrânia • Permitiu o voto secreto e feminino;
Recentemente, a guerra entre Rússia e Ucrânia completou 200
• Trouxe o Mandado de Segurança e a Ação Popular;
dias. Em meio a destruição de cidades e mortes de soldados e civis,
uma outra preocupação surge com a permanência do conflito: os • Deu direitos aos trabalhadores;
impactos ambientais. Mesmo se a guerra acabar nos próximos dias, • Trouxe o bicameralismo, com destaque para a Câmara;
os ucranianos terão que lidar com os efeitos das explosões durante • O Ministério Público ganhou status constitucional, mas como
muito tempo. instrumento de cooperação do governo.

Para o professor de Geografia do Curso Pré-Vestibular da A Constituição Federal de 1988 (atual), deve ser compreendida
Oficina do Estudante, Dario Francisco Feltrin, as explosões de minas com o momento histórico em que foi promulgada. Após os anos de
terrestres, por exemplo, espalham produtos químicos e radioativos, chumbo (ditadura militar), a Constituição Cidadã nasceu com forte
contaminando o solo e lençóis freáticos. espírito democrático. Alguma de suas características são:
A professora de Química da Oficina do Estudante, Tathiana
• Amplos instrumentos para a proteção dos direitos constitu-
Guizelini, alerta também que as explosões dispersam detritos e
materiais radioativos na estratosfera. Além das explosões, o grande cionais – habeas corpus, habeas data, mandado de injunção, man-
número de tanques, blindados e outros veículos de guerra lançaram dado de segurança coletivo etc.
toneladas de carbono na atmosfera. Esses poluentes se espalham e • Nascimento do STJ.
caem pela área ao redor da detonação, por precipitação. • Estados e Municípios fortalecidos.
Os animais que se alimentam em zonas afetadas pela guerra • Super detalhada, enumerando diversos direitos fundamen-
possuem concentrações grandes de radioisótopos, que reduzem tais, para cada setor da sociedade.
sua expectativa de vida e capacidade de reprodução. “Como os • Veda a discriminação, inclusive, tornou o racismo crime im-
agentes poluidores são de meia-vida muito longa, esses efeitos são prescritível.
de longo prazo, o que pode levar à fragilização dos ecossistemas • Prezou pela seguridade social.
atingidos por centenas de anos”, explica a professora.
Os impactos ambientais causados pela guerra também poderão
ser sentidos em outros países da Europa, pois a poluição espalhada A CF/88 nasceu de uma emenda na Constituição de 1969, que
pelo ar tem potencial de levar a mancha de contaminação radioativa convocou a Assembleia Nacional Constituinte, para a redemocra-
a lugares muito distantes da detonação. tização do país. Assim, deve ser interpretada à luz dos direitos hu-
manos.

192
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

2. PREFEITURA DE MANAUS – AM – ANALISTA DE BANCO DE


A USP NO CONTEXTO DO DESENVOLVIMENTO DADOS – FGV – 2022
NACIONAL

A Universidade de São Paulo (USP) é uma das mais importantes


instituições de ensino superior do Brasil e tem desempenhado um
papel fundamental no contexto do desenvolvimento nacional.
A USP é reconhecida pela excelência em ensino, pesquisa e ex-
tensão e possui uma grande contribuição para a formação de profis-
sionais altamente qualificados em diversas áreas do conhecimento.
Além disso, a USP tem uma forte atuação na produção científica e
tecnológica, desenvolvendo pesquisas em áreas estratégicas para o
país, como saúde, energia, meio ambiente, tecnologia da informa-
ção, entre outras.
A USP também tem um importante papel na promoção da
cultura e da cidadania, através de iniciativas como a realização de
eventos culturais abertos à comunidade e projetos de extensão uni-
versitária que atendem a demandas sociais em diferentes regiões
do país.
A universidade tem uma grande contribuição no desenvolvi- Na cerimônia do Oscar 2022, o ator Will Smith deu um tapa
mento econômico do país, promovendo a inovação e o empreen- no comediante Chris Rock, após este fazer uma piada sobre sua
dedorismo através do desenvolvimento de tecnologias avançadas esposa Pinkett Smith. Ela tem alopecia, doença autoimune que
e da formação de profissionais altamente capacitados para atuar causa queda de cabelo, e se apresenta de cabeça raspada. O
no mercado. comediante comparou a atriz com a protagonista de “GI Jane: Até
Além disso, a USP tem uma grande responsabilidade social, o limite da honra” (1997), no qual a atriz Demi Moore interpretou
contribuindo para a formação de uma sociedade mais justa e igua- uma personagem careca, causando desconforto em Pinkett Smith.
litária, por meio da promoção da inclusão social e da defesa dos O episódio teve uma ampla repercussão colocando em
direitos humanos.
discussão:
Em resumo, a USP tem um papel fundamental no contexto do
(A) O preconceito racial e a desigualdade de gênero.
desenvolvimento nacional, contribuindo para a formação de profis-
(B) A exclusão política dos afrodescendentes nos Estados Uni-
sionais altamente capacitados, para a produção de conhecimento
dos.
científico e tecnológico e para a promoção da cultura e da cidada-
(C) O limite do humor e a identidade homoafetiva.
nia. A universidade também tem uma grande contribuição para o
(D) O uso legítimo da violência contra a desigualdade econô-
desenvolvimento econômico do país e para a construção de uma
mica.
sociedade mais justa e igualitária.
(E) A liberdade de expressão e a uniformidade jurídica.

QUESTÕES 3. METROFOR – CE – NÍVEL MÉDIO E NÍVEL MÉDIO/TÉCNICO –


UECE-CEV – 2022
1. PC-BA – DELEGADO DE POLÍCIA – (REAPLICAÇÃO) – IBFC – O Brasil ocupou, durante o mês de julho deste ano, um cargo
2022 rotativo em uma importante organização internacional, que foi o de
“A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deu aval, (A) Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas.
nesta sexta-feira, para a Starlink, empresa do bilionário sul-africano (B) Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde.
e fundador da SpaceX Elon Musk, operar satélites de órbita baixa no (C) Presidente do Tribunal Internacional de Justiça das Nações
Brasil” (O GLOBO, 2022). No que se refere aos satélites citados no Unidas.
texto, analise as afirmativas abaixo. (D) Presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
I – Serão os únicos responsáveis por distribuir o sinal da
tecnologia 5G no Brasil.
II – Têm o potencial de disponibilizar internet a regiões remotas
da Amazônia.
III – Levarão brasileiros em seu interior para fazer viagens
espaciais ao redor da terra.
IV – Poderão ser úteis para que pessoas estudem e trabalhem
de forma remota.

Estão corretas as afirmativas:


(A) I e II apenas.
(B) I e III apenas.
(C) II e IV apenas.
(D) II apenas.
(E) IV apenas.

193
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

4. PREFEITURA DE FORTALEZA – CE – PROFESSOR – HISTÓRIA – 6. PREFEITURA DE RENASCENÇA – PR – CONTADOR – FAU –


PREFEITURA DE FORTALEZA – CE – 2022 2022
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) criada em O desaparecimento de Dom Philips e Bruno Pereira na Amazônia
1949 é uma organização política intergovernamental que fornece brasileira gerou um grande debate sobre o aparelhamento e
segurança militar aos países-membros. Formada por 30 países, sua sucateamento dos órgãos de fiscalização e proteção dos povos
ajuda pode ser diplomática ou militar, contribui com a Organização indígenas brasileiros. Qual dos órgãos abaixo é o principal
das Nações Unidas (ONU) na resolução de conflitos entre países, responsável nesta tarefa? Assinale a alternativa correta:
principalmente, do Ocidente e do Oriente Médio. Atualmente, o (A) FUNAI.
mundo assiste a uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia por este (B) PRF.
buscar ser país-membro da OTAN. Com relação a essa guerra, (C) IAP.
podemos considerar que: (D) IBAMA.
I – A Rússia diz que o fato de a Ucrânia pedir para participar da (E) MEC.
OTAN aumenta a aproximação dela com o Ocidente, enfraquecendo
o domínio russo na região da Ucrânia que já fez parte da ex-União 7. CÂMARA DE SANTA TEREZINHA – PE – TÉCNICO
Soviética. ADMINISTRATIVO – CONTEMAX – 2022
II – A Rússia antes da invasão da Ucrânia não reconheceu a A invasão militar da Ucrânia está acontecendo pela Rússia,
independência da Crimeia para não entrar em conflito direto com o um país com muito poder bélico. Qual é o nome do governante da
país, esperando o posicionamento da OTAN em aceitar ou rejeitar Rússia que deu início a invasão?
o pedido da Ucrânia. (A) Joe Biden.
III – O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky é um militar (B) Volodymyr Zelenski.
de carreira e defende resistir até o último soldado. Chamou os (C) Vladimir Putin.
ucranianos a pegar em armas e defender o país, e muitos artistas e (D) Emmanuel Macron
intelectuais estão no front. (E) José Mujica.
IV – O posicionamento dos países da OTAN, mesmo ainda não
decidindo o pedido da Ucrânia, condena as invasões e os ataques 8. PREFEITURA DE MARIANA – MG – TÉCNICO EM
com sanções econômicas, sociais e culturais da Rússia que busca CONTABILIDADE – FUNDEP (GESTÃO DE CONCURSOS) – 2022
revidar com retaliações. Casos de dengue no Brasil crescem 43,9% em 2022, segundo
V – A Alemanha, sentindo-se ameaçada, aumentou seus Ministério da Saúde
investimentos nas Forças Armadas com receio de um ataque russo. Cláudia Codeço, coordenadora do InfoDengue da Fiocruz, diz
O país que, desde que se unificou, tinha um limite de investimento que avanço pode ter sido efeito da redução de ações preventivas
o qual mudou com a guerra. durante a pandemia de Covid-19 e também do período chuvoso
neste início de 2022
Estão CORRETAS: O número de casos de dengue no Brasil cresceu 43,9% nos
(A) I, II e III. primeiros meses do ano, segundo dados do Ministério da Saúde
(B) III, IV e V. divulgados nessa segunda-feira (21-março). Entre 2 de janeiro
(C) I, IV e V. e 12 de março de 2022, foram 161.605 notificações de prováveis
(D) I, II e V. infectados, com uma incidência de 75,8 por 100 mil habitantes.

5. PREFEITURA DE RENASCENÇA – PR – CONTADOR – FAU – Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/casos-dedengue-


2022 -no-brasil-crescem-439-em-2022-segundo-ministerioda-saude/. Acesso
Na atual crise instaurada pela política de paridade de preços em: 15 abr. 2022.
internacionais para o combustível brasileiro, tanto membros
do Executivo quanto do Legislativo têm atuado nos bastidores O crescimento de casos de dengue registrado para os primeiros
da política em Brasília para usar essa situação em seu favor nas meses de 2022 pode ser atribuído, entre outros fatores, à(ao)
eleições de 2022. Qual das opções abaixo indica um mecanismo (A) baixa adesão da população às campanhas de vacinação, de-
parlamentar cuja discussão sobre sua criação foi alvo de intensas rivada, sobretudo, dos movimentos antivacinação.
movimentações na política nacional entre Junho e Julho deste ano? (B) descuido com as medidas sanitárias recomendadas para se
Assinale a alternativa correta: evitar a dengue enquanto vigoravam as medidas de isolamento
(A) CPI dos Sanguessugas. social.
(B) CPI do Mensalão. (C) dificuldades de se estabelecer o diagnóstico porque o mes-
(C) CPI da Petrobrás. mo vetor também transmite outras doenças como chikungnya
(D) CPI da Pandemia. e zika.
(E) CPI do MEC. (D) relaxamento das medidas de isolamento social, permitindo
maior contato entre as pessoas e a transmissão do vírus.

194
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

9 CÂMARA DE RIO ACIMA – MG – AGENTE ADMINISTRATIVO – ______________________________________________________


INSTITUTO ACCESS – 2022
Apesar de não reconhecida como Nação Independente, a ______________________________________________________
República Autônoma da Crimeia, região em disputa entre Rússia e
Ucrânia, tem como capital ______________________________________________________
(A) Kiev.
______________________________________________________
(B) Simferopol.
(C) Balaclava. ______________________________________________________
(D) Sebastopol.
______________________________________________________
10 Câmara de Rio Acima - MG - Analista Legislativo - Instituto
Access – 2022 ______________________________________________________
Em fevereiro de 2022, o Ministro da Educação do Governo
Bolsonaro é ______________________________________________________
(A) Ciro Nogueira.
______________________________________________________
(B) Rogério Marinho.
(C) Milton Ribeiro. ______________________________________________________
(D) Marcos Pontes.
______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 C ______________________________________________________
2 A
______________________________________________________
3 D
4 C ______________________________________________________

5 C ______________________________________________________
6 A ______________________________________________________
7 C
______________________________________________________
8 B
9 B ______________________________________________________
10 C ______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES
______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

195
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
(SEM BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

196
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP

TERRITÓRIO: pode ser conceituado como a área na qual o Esta-


DIREITO ADMINISTRATIVO: ORGANIZAÇÃO E do exerce sua soberania. Trata-se da base física ou geográfica de um
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA determinado Estado, seu elemento constitutivo, base delimitada de
autoridade, instrumento de poder com vistas a dirigir o grupo so-
Estado cial, com tal delimitação que se pode assegurar à eficácia do poder
Conceito, Elementos e Princípios e a estabilidade da ordem.
Adentrando ao contexto histórico, o conceito de Estado veio a O território é delimitado pelas fronteiras, que por sua vez, podem
surgir por intermédio do antigo conceito de cidade, da polis grega ser naturais ou convencionais. O território como elemento do Estado,
e da civitas romana. Em meados do século XVI o vocábulo Estado possui duas funções, sendo uma negativa limitante de fronteiras com
passou a ser utilizado com o significado moderno de força, poder a competência da autoridade política, e outra positiva, que fornece
e direito. ao Estado a base correta de recursos materiais para ação.
O Estado pode ser conceituado como um ente, sujeito de direi-
tos, que possui como elementos: o povo, o território e a soberania. Por traçar os limites do poder soberanamente exercido, o terri-
Nos dizeres de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (2010, p. 13), tório é elemento essencial à existência do Estado, sendo, desta for-
“Estado é pessoa jurídica territorial soberana, formada pelos ele- ma, pleno objeto de direitos do Estado, o qual se encontra a serviço
mentos povo, território e governo soberano”. do povo e pode usar e dispor dele com poder absoluto e exclusivo,
O Estado como ente, é plenamente capacitado para adquirir di- desde que estejam presentes as características essenciais das rela-
reitos e obrigações. Ademais, possui personalidade jurídica própria, ções de domínio. O território é formado pelo solo, subsolo, espaço
tanto no âmbito interno, perante os agentes públicos e os cidadãos, aéreo, águas territoriais e plataforma continental, prolongamento
quanto no âmbito internacional, perante outros Estados. do solo coberto pelo mar.
Vejamos alguns conceitos acerca dos três elementos que com-
põem o Estado: A Constituição Brasileira atribui ao Conselho de Defesa Nacio-
nal, órgão de consulta do presidente da República, competência
POVO: Elemento legitima a existência do Estado. Isso ocorre para “propor os critérios e condições de utilização de áreas indis-
por que é do povo que origina todo o poder representado pelo Es- pensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu
tado, conforme dispões expressamente art. 1º, parágrafo único, da efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas
Constituição Federal: com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qual-
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por quer tipo”. (Artigo 91, §1º, III,CFB/88).
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição. Os espaços sobre o qual se desenvolvem as relações sociais
O povo se refere ao conjunto de indivíduos que se vincula juri- próprias da vida do Estado é uma porção da superfície terrestre,
dicamente ao Estado, de forma estabilizada. projetada desde o subsolo até o espaço aéreo. Para que essa porção
Entretanto, isso não ocorre com estrangeiros e apátridas, dife- territorial e suas projeções adquiram significado político e jurídico,
rentemente da população, que tem sentido demográfico e quanti- é preciso considerá-las como um local de assentamento do grupo
tativo, agregando, por sua vez, todos os que se encontrem sob sua humano que integra o Estado, como campo de ação do poder polí-
jurisdição territorial, sendo desnecessário haver quaisquer tipos de tico e como âmbito de validade das normas jurídicas.
vínculo jurídico do indivíduo com o poder do Estado.
SOBERANIA: Trata-se do poder do Estado de se auto adminis-
Com vários sentidos, o termo pode ser usado pela doutrina trar. Por meio da soberania, o Estado detém o poder de regular o
como sinônimo de nação e, ainda, no sentido de subordinação a seu funcionamento, as relações privadas dos cidadãos, bem como
uma mesma autoridade política. as funções econômicas e sociais do povo que o integra. Por meio
No entanto, a titularidade dos direitos políticos é determinada desse elemento, o Estado edita leis aplicáveis ao seu território, sem
pela nacionalidade, que nada mais é que o vínculo jurídico estabe- estar sujeito a qualquer tipo de interferência ou dependência de
lecido pela Constituição entre os cidadãos e o Estado. outros Estados.
O Direito nos concede o conceito de povo como sendo o con- Em sua origem, no sentido de legitimação, a soberania está
junto de pessoas que detém o poder, a soberania, conforme já foi ligada à força e ao poder. Se antes, o direito era dado, agora é ar-
explicitado por meio do art. 1º. Parágrafo único da CFB/88 dispondo quitetado, anteriormente era pensado na justiça robusta, agora é
que “Todo poder emana do povo, que exerce por meio de repre- engendrado na adequação aos objetivos e na racionalidade técnica
sentantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. necessária. O poder do Estado é soberano, uno, indivisível e emana
do povo. Além disso, todos os Poderes são partes de um todo que
é a atividade do Estado.

197
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
Como fundamento do Estado Democrático de Direito, nos pa- Governo
râmetros do art.1º, I, da CFB/88), a soberania é elemento essencial
e fundamental à existência da República Federativa do Brasil. Conceito
A lei se tornou de forma essencial o principal instrumento de Governo é a expressão política de comando, de iniciativa públi-
organização da sociedade. Isso, por que a exigência de justiça e de ca com a fixação de objetivos do Estado e de manutenção da ordem
proteção aos direitos individuais, sempre se faz presente na vida jurídica contemporânea e atuante.
O Brasil adota a República como forma de Governo e o fede-
do povo. Por conseguinte, por intermédio da Constituição escrita,
ralismo como forma de Estado. Em sua obra Direito Administrativo
desde a época da revolução democrática, foi colocada uma trava da Série Advocacia Pública, o renomado jurista Leandro Zannoni,
jurídica à soberania, proclamando, assim, os direitos invioláveis do assegura que governo é elemento do Estado e o explana como “a
cidadão. atividade política organizada do Estado, possuindo ampla discricio-
O direito incorpora a teoria da soberania e tenta compatibilizá- nariedade, sob responsabilidade constitucional e política” (p. 71).
-la aos problemas de hoje, e remetem ao povo, aos cidadãos e à sua É possível complementar esse conceito de Zannoni com a afir-
participação no exercício do poder, o direito sempre tende a preser- mação de Meirelles (1998, p. 64-65) que aduz que “Governo é a
var a vontade coletiva de seu povo, através de seu ordenamento, a expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos
soberania sempre existirá no campo jurídico, pois o termo designa do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente”. Entretanto,
igualmente o fenômeno político de decisão, de deliberação, sendo tanto o conceito de Estado como o de governo podem ser definidos
sob diferentes perspectivas, sendo o primeiro, apresentado sob o
incorporada à soberania pela Constituição.
critério sociológico, político, constitucional, dentre outros fatores.
A Constituição Federal é documento jurídico hierarquicamente No condizente ao segundo, é subdividido em sentido formal sob um
superior do nosso sistema, se ocupando com a organização do po- conjunto de órgãos, em sentido material nas funções que exerce e
der, a definição de direitos, dentre outros fatores. Nesse diapasão, em sentido operacional sob a forma de condução política.
a soberania ganha particular interesse junto ao Direito Constitu- O objetivo final do Governo é a prestação dos serviços públicos
cional. Nesse sentido, a soberania surge novamente em discussão, com eficiência, visando de forma geral a satisfação das necessida-
procurando resolver ou atribuir o poder originário e seus limites, des coletivas. O Governo pratica uma função política que implica
entrando em voga o poder constituinte originário, o poder cons- uma atividade de ordem mediata e superior com referência à dire-
tituinte derivado, a soberania popular, do parlamento e do povo ção soberana e geral do Estado, com o fulcro de determinar os fins
como um todo. Depreende-se que o fundo desta problemática está da ação do Estado, assinalando as diretrizes para as demais funções
e buscando sempre a unidade da soberania estatal.
entranhado na discussão acerca da positivação do Direito em deter-
minado Estado e seu respectivo exercício. Assim sendo, em sínte- Administração pública
se, já verificados o conceito de Estado e os seus elementos. Temos,
portanto: Conceito
Administração Pública em sentido geral e objetivo, é a ativida-
ESTADO = POVO + TERRITÓRIO + SOBERANIA de que o Estado pratica sob regime público, para a realização dos
interesses coletivos, por intermédio das pessoas jurídicas, órgãos e
Obs. Os elementos (povo + território + soberania) do Estado agentes públicos.
não devem ser confundidos com suas funções estatais que normal- A Administração Pública pode ser definida em sentido amplo e
mente são denominadas “Poderes do Estado” e, por sua vez, são estrito, além disso, é conceituada por Di Pietro (2009, p. 57), como
“a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob re-
divididas em: legislativa, executiva e judiciária
gime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução dos
Em relação aos princípios do Estado Brasileiro, é fácil encontra- interesses coletivos”.
-los no disposto no art. 1º, da CFB/88. Vejamos: Nos dizeres de Di Pietro (2009, p. 54), em sentido amplo, a
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união Administração Pública é subdividida em órgãos governamentais e
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti- órgãos administrativos, o que a destaca em seu sentido subjetivo,
tui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos: sendo ainda subdividida pela sua função política e administrativa
I - a soberania; em sentido objetivo.
II - a cidadania; Já em sentido estrito, a Administração Pública se subdivide em
III - a dignidade da pessoa humana; órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que praticam funções
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; administrativas em sentido subjetivo, sendo subdividida também
na atividade exercida por esses entes em sentido objetivo.
V - o pluralismo político.
Em suma, temos:
Ressalta-se que os conceitos de soberania, cidadania e pluralis-
mo político são os que mais são aceitos como princípios do Estado. SENTIDO Sentido amplo {órgãos governamentais e
No condizente à dignidade da pessoa humana e aos valores sociais SUBJETIVO órgãos administrativos}.
do trabalho e da livre inciativa, pondera-se que estes constituem as SENTIDO Sentido estrito {pessoas jurídicas, órgãos e
finalidades que o Estado busca alcançar. Já os conceitos de sobera- SUBJETIVO agentes públicos}.
nia, cidadania e pluralismo político, podem ser plenamente relacio-
nados com o sentido de organização do Estado sob forma política, SENTIDO Sentido amplo {função política e adminis-
e, os conceitos de dignidade da pessoa humana e os valores sociais OBJETIVO trativa}.
do trabalho e da livre iniciativa, implicam na ideia do alcance de SENTIDO Sentido estrito {atividade exercida por
objetivos morais e éticos. OBJETIVO esses entes}.

198
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
Existem funções na Administração Pública que são exercidas Referente à função hermenêutica, os princípios são amplamen-
pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes da Administração que são te responsáveis por explicitar o conteúdo dos demais parâmetros
subdivididas em três grupos: fomento, polícia administrativa e ser- legais, isso se os mesmos se apresentarem obscuros no ato de tute-
viço público. la dos casos concretos. Por meio da função integrativa, por sua vez,
Para melhor compreensão e conhecimento, detalharemos cada os princípios cumprem a tarefa de suprir eventuais lacunas legais
uma das funções. Vejamos: observadas em matérias específicas ou diante das particularidades
a. Fomento: É a atividade administrativa incentivadora do de- que permeiam a aplicação das normas aos casos existentes.
senvolvimento dos entes e pessoas que exercem funções de utilida-
de ou de interesse público. Os princípios colocam em prática as função hermenêuticas e in-
b. Polícia administrativa: É a atividade de polícia administrati- tegrativas, bem como cumprem o papel de esboçar os dispositivos
va. São os atos da Administração que limitam interesses individuais legais disseminados que compõe a seara do Direito Administrativo,
em prol do interesse coletivo. dando-lhe unicidade e coerência.
c. Serviço público: resume-se em toda atividade que a Admi-
nistração Pública executa, de forma direta ou indireta, para satis- Além disso, os princípios do Direito Administrativo podem ser
fazer os anseios e as necessidades coletivas do povo, sob o regime expressos e positivados escritos na lei, ou ainda, implícitos, não po-
jurídico e com predominância pública. O serviço público também sitivados e não escritos na lei de forma expressa.
regula a atividade permanente de edição de atos normativos e con-
cretos sobre atividades públicas e privadas, de forma implementati- — Observação importante:
va de políticas de governo. Não existe hierarquia entre os princípios expressos e implíci-
A finalidade de todas essas funções é executar as políticas de tos. Comprova tal afirmação, o fato de que os dois princípios que
governo e desempenhar a função administrativa em favor do in- dão forma o Regime Jurídico Administrativo, são meramente im-
teresse público, dentre outros atributos essenciais ao bom anda- plícitos.
mento da Administração Pública como um todo com o incentivo das
atividades privadas de interesse social, visando sempre o interesse Regime Jurídico Administrativo: é composto por todos os prin-
público. cípios e demais dispositivos legais que formam o Direito Adminis-
A Administração Pública também possui elementos que a com- trativo. As diretrizes desse regime são lançadas por dois princípios
põe, são eles: as pessoas jurídicas de direito público e de direito centrais, ou supraprincípios que são a Supremacia do Interesse Pú-
privado por delegação, órgãos e agentes públicos que exercem a blico e a Indisponibilidade do Interesse Público.
função administrativa estatal.— Observação importante:
Pessoas jurídicas de direito público são entidades estatais aco-
Conclama a necessidade da sobreposi-
pladas ao Estado, exercendo finalidades de interesse imediato da SUPREMACIA DO
ção dos interesses da coletividade sobre
coletividade. Em se tratando do direito público externo, possuem INTERESSE PÚBLICO
os individuais.
a personalidade jurídica de direito público cometida à diversas na-
ções estrangeiras, como à Santa Sé, bem como a organismos inter- Sua principal função é orientar a
INDISPONIBILIDA-
nacionais como a ONU, OEA, UNESCO.(art. 42 do CC). atuação dos agentes públicos para que
DE DO INTERESSE
No direito público interno encontra-se, no âmbito da adminis- atuem em nome e em prol dos interes-
PÚBLICO
tração direta, que cuida-se da Nação brasileira: União, Estados, Dis- ses da Administração Pública.
trito Federal, Territórios e Municípios (art. 41, incs. I, II e III, do CC).
No âmbito do direito público interno encontram-se, no campo Ademais, tendo o agente público usufruído das prerrogativas
da administração indireta, as autarquias e associações públicas (art. de atuação conferidas pela supremacia do interesse público, a in-
41, inc. IV, do CC). Posto que as associações públicas, pessoas jurídi- disponibilidade do interesse público, com o fito de impedir que tais
cas de direito público interno dispostas no inc. IV do art. 41 do CC, prerrogativas sejam utilizadas para a consecução de interesses pri-
pela Lei n.º 11.107/2005,7 foram sancionadas para auxiliar ao con- vados, termina por colocar limitações aos agentes públicos no cam-
sórcio público a ser firmado entre entes públicos (União, Estados, po de sua atuação, como por exemplo, a necessidade de aprovação
Municípios e Distrito Federal). em concurso público para o provimento dos cargos públicos.

Princípios da administração pública


De acordo com o administrativista Alexandre Mazza (2017),
princípios são regras condensadoras dos valores fundamentais de
um sistema. Sua função é informar e materializar o ordenamento
jurídico bem como o modo de atuação dos aplicadores e intérpre-
tes do direito, sendo que a atribuição de informar decorre do fato
de que os princípios possuem um núcleo de valor essencial da or-
dem jurídica, ao passo que a atribuição de enformar é denotada
pelos contornos que conferem à determinada seara jurídica.
Desta forma, o administrativista atribui dupla aplicabilidade
aos princípios da função hermenêutica e da função integrativa.

199
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
Princípios Administrativos – Princípio da Eficiência: A atividade administrativa deverá ser
Nos parâmetros do art. 37, caput da Constituição Federal, a Ad- exercida com presteza, perfeição, rendimento, qualidade e econo-
ministração Pública deverá obedecer aos princípios da Legalidade, micidade. Anteriormente era um princípio implícito, porém, hodier-
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. namente, foi acrescentado, de forma expressa, na CFB/88, com a
Vejamos: EC n. 19/1998.
– Princípio da Legalidade: Esse princípio no Direito Administra-
tivo, apresenta um significado diverso do que apresenta no Direito São decorrentes do princípio da eficiência:
Privado. No Direito Privado, toda e qualquer conduta do indivíduo a. A possibilidade de ampliação da autonomia gerencial, orça-
que não esteja proibida em lei e que não esteja contrária à lei, é mentária e financeira de órgãos, bem como de entidades adminis-
considerada legal. O termo legalidade para o Direito Administrativo, trativas, desde que haja a celebração de contrato de gestão.
significa subordinação à lei, o que faz com que o administrador deva
atuar somente no instante e da forma que a lei permitir. b. A real exigência de avaliação por meio de comissão especial
— Observação importante: O princípio da legalidade considera para a aquisição da estabilidade do servidor Efetivo, nos termos do
a lei em sentido amplo. Nesse diapasão, compreende-se como lei, art. 41, § 4º da CFB/88.
toda e qualquer espécie normativa expressamente disposta pelo
art. 59 da Constituição Federal. LEI FEDERAL Nº 8.429/92 (LEI DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA), COM AS ALTERAÇÕES VIGENTES
– Princípio da Impessoalidade: Deve ser analisado sob duas ATÉ A PUBLICAÇÃO DO EDITAL.
óticas:
a) Sob a ótica da atuação da Administração Pública em relação
aos administrados: Em sua atuação, deve o administrador pautar LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992
na não discriminação e na não concessão de privilégios àqueles que
o ato atingirá. Sua atuação deverá estar baseada na neutralidade e Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de
na objetividade. atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art. 37
b) Em relação à sua própria atuação, administrador deve exe- da Constituição Federal; e dá outras providências. (Redação dada
cutar atos de forma impessoal, como dispõe e exige o parágrafo pela Lei nº 14.230, de 2021)
primeiro do art. 37 da CF/88 ao afirmar que: ‘‘A publicidade dos O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Na-
atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos cional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social,
dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que carac- CAPÍTULO I
terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.’’ DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

– Princípio da Moralidade: Dispõe que a atuação administrati- Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbida-
va deve ser totalmente pautada nos princípios da ética, honestida- de administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e
de, probidade e boa-fé. Esse princípio está conexo à não corrupção no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integrida-
na Administração Pública. de do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
O princípio da moralidade exige que o administrador tenha Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
conduta pautada de acordo com a ética, com o bom senso, bons de 2021)
costumes e com a honestidade. O ato administrativo terá que obe- § 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as con-
decer a Lei, bem como a ética da própria instituição em que o agen- dutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados
te atua. Entretanto, não é suficiente que o ato seja praticado apenas tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
nos parâmetros da Lei, devendo, ainda, obedecer à moralidade. 2021)
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcan-
– Princípio da Publicidade: Trata-se de um mecanismo de con- çar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não
trole dos atos administrativos por meio da sociedade. A publicidade bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230,
está associada à prestação de satisfação e informação da atuação de 2021)
pública aos administrados. Via de regra é que a atuação da Admi- § 3º O mero exercício da função ou desempenho de compe-
nistração seja pública, tornando assim, possível o controle da socie- tências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito,
dade sobre os seus atos. afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa.
Ocorre que, no entanto, o princípio em estudo não é abso- (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
luto. Isso ocorre pelo fato deste acabar por admitir exceções pre- § 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta
vistas em lei. Assim, em situações nas quais, por exemplo, devam Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sanciona-
ser preservadas a segurança nacional, relevante interesse coletivo e dor. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
intimidade, honra e vida privada, o princípio da publicidade deverá § 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organiza-
ser afastado. ção do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do
patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju-
Sendo a publicidade requisito de eficácia dos atos administra- diciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da
tivos que se voltam para a sociedade, pondera-se que os mesmos União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (Incluído
não poderão produzir efeitos enquanto não forem publicados. pela Lei nº 14.230, de 2021)

200
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbida- transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária.
de praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes pú- Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a
blicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo. (Incluído responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de repara-
pela Lei nº 14.230, de 2021) ção integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferi-
§ 7º Independentemente de integrar a administração indireta, do, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei
estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade pratica- decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão
dos contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente
custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou intuito de fraude, devidamente comprovados. (Incluído pela Lei nº
receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à 14.230, de 2021)
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (In-
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) CAPÍTULO II
§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ain-
da que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente SEÇÃO I
prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPOR-
do Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide TAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
ADI 7236)
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa impor-
o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda tando em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou do exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referi- atividade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamen-
das no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) te: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou
sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire-
ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, con- ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
trato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido
cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela Lei ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
nº 14.230, de 2021) agente público;
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou
dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação dada a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por
pela Lei nº 14.230, de 2021) preço superior ao valor de mercado;
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de im- cilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o forne-
probidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, cimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de
comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso mercado;
em que responderão nos limites da sua participação. (Incluído pela IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel,
Lei nº 14.230, de 2021) de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades referidas
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empre-
caso o ato de improbidade administrativa seja também sanciona- gados ou de terceiros contratados por essas entidades; (Redação
do como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
2021) ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar,
Art. 4° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-
Art. 5° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
Art. 6° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer dado técni-
que conhecer dos fatos representará ao Ministério Público compe- co que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre
tente, para as providências necessárias. (Redação dada pela Lei nº quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercado-
14.230, de 2021) rias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas no art.
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, 1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2021) VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato,
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao de cargo, de emprego ou de função pública, e em razão deles, bens
erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput des-
obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do pa- te artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimô-
trimônio transferido. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) nio ou à renda do agente público, assegurada a demonstração pelo
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º agente da licitude da origem dessa evolução; (Redação dada pela
desta Lei aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de Lei nº 14.230, de 2021)

201
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con- X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda,
sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te- bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio públi-
nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou co; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas
atividade; pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irre-
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera- gular;
ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta queça ilicitamente;
ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declara- XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí-
ção a que esteja obrigado; culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza,
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencio-
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en- nadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público,
tidades mencionadas no art. 1° desta lei; empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associa-
art. 1° desta lei. da sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei
nº 11.107, de 2005)
SEÇÃO II XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem sufi-
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ciente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formali-
CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO dades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorpo-
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa ração, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens,
lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efe- rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração
tiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades sem a observância das formalidades legais ou regulamentares apli-
referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela cáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
Lei nº 14.230, de 2021) XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, pela administração pública a entidade privada mediante celebra-
de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo ção de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou re-
patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação gulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 2014) (Vigência)
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica pri- XVIII - celebrar parcerias da administração pública com enti-
vada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo dades privadas sem a observância das formalidades legais ou re-
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a gulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis 2014) (Vigência)
à espécie; XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fisca-
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente desper- lização e na análise das prestações de contas de parcerias firmadas
sonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, ren- pela administração pública com entidades privadas; (Redação dada
das, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades pela Lei nº 14.230, de 2021)
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração
legais e regulamentares aplicáveis à espécie; pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor-
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada
no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, pela Lei nº 13.204, de 2015)
por preço inferior ao de mercado; XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tribu-
ou serviço por preço superior ao de mercado; tário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei
VI - realizar operação financeira sem observância das normas Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô- nº 14.230, de 2021)
nea; § 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a obser- ou regulamentares não implicar perda patrimonial efetiva, não
vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à es- ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento
pécie; sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Incluído
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo pela Lei nº 14.230, de 2021)
seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra- § 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econô-
tivos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimo- mica não acarretará improbidade administrativa, salvo se compro-
nial efetiva; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) vado ato doloso praticado com essa finalidade. (Incluído pela Lei nº
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza- 14.230, de 2021)
das em lei ou regulamento;

202
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
SEÇÃO II-A agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para
(REVOGADO PELA LEI Nº 14.230, DE 2021) si ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230,
Art. 10-A. (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) de 2021)
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos
SEÇÃO III de improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis espe-
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ciais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade adminis-
ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO trativa instituídos por lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
PÚBLICA § 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de
que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da práti-
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta ca de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação
contra os princípios da administração pública a ação ou omissão das normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído
dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de pela Lei nº 14.230, de 2021)
legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (Reda- § 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem
ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021) lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de sancionamento e independem do reconhecimento da produção
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
das atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando § 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indi-
beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco cação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sen-
a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei nº do necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do
14.230, de 2021) agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua
imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado ou CAPÍTULO III
de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela Lei nº DAS PENAS
14.230, de 2021)
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano
de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitató- patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de respon-
rio, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, sabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica,
ou de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamen-
desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar te, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº
irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei- I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores
ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, sus-
econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. pensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi-
e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pú- ção de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
blica com entidades privadas. (Vide Medida Provisória nº 2.088-35, incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
de 2000) (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; (Redação dada pela Lei
X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) nº 14.230, de 2021)
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autori- acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstân-
dade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido cia, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratifica- e proibição de contratar com o poder público ou de receber bene-
da na administração pública direta e indireta em qualquer dos Po- fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma-
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído joritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação dada
pela Lei nº 14.230, de 2021) pela Lei nº 14.230, de 2021)
XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recur- III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil
sos do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no § 1º de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida
do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de
enaltecimento do agente público e personalização de atos, de pro- receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou in-
gramas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públi- diretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
cos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos;
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplica- Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
ção deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do de 2021)

203
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos in- § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
cisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma § 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste arti-
qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com go será atualizada anualmente e na data em que o agente público
o poder público na época do cometimento da infração, podendo deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da fun-
o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em ção. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas § 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de
as circunstâncias do caso e a gravidade da infração. (Incluído pela outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar a
Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236) declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do
§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz conside- prazo determinado ou que prestar declaração falsa. (Redação dada
rar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado pela Lei nº 14.230, de 2021)
na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
reprovação e prevenção do ato de improbidade. (Incluído pela Lei
nº 14.230, de 2021) CAPÍTULO V
§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser con- DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO
siderados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de modo a JUDICIAL
viabilizar a manutenção de suas atividades. (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021) Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad-
§ 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devida- ministrativa competente para que seja instaurada investigação des-
mente justificados, a sanção de proibição de contratação com o tinada a apurar a prática de ato de improbidade.
poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e
improbidade, observados os impactos econômicos e sociais das assinada, conterá a qualificação do representante, as informações
sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica, sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha
conforme disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº conhecimento.
14.230, de 2021) § 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em
§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tute-
despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades es-
lados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem
tabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a represen-
prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos,
tação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
quando for o caso, nos termos do caput deste artigo. (Incluído pela
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade
Lei nº 14.230, de 2021)
determinará a imediata apuração dos fatos, observada a legislação
§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do
que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agen-
dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o ressarcimento ocorri-
te. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
do nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto
os mesmos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis-
§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de
Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im-
o princípio constitucional do non bis in idem. (Incluído pela Lei nº probidade.
14.230, de 2021) Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho
§ 8º A sanção de proibição de contratação com o poder pú- de Contas poderá, a requerimento, designar representante para
blico deverá constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas acompanhar o procedimento administrativo.
e Suspensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser
de 2013, observadas as limitações territoriais contidas em decisão formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indis-
judicial, conforme disposto no § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei ponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recompo-
nº 14.230, de 2021) sição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enrique-
§ 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser cimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória. § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere
§ 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspen- o caput deste artigo poderá ser formulado independentemente da
são dos direitos políticos, computar-se-á retroativamente o inter- representação de que trata o art. 7º desta Lei. (Incluído pela Lei nº
valo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado 14.230, de 2021)
da sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a
(Vide ADI 7236) que se refere o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e
o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras man-
CAPÍTULO IV tidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
DA DECLARAÇÃO DE BENS internacionais. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicio- o caput deste artigo apenas será deferido mediante a demonstra-
nados à apresentação de declaração de imposto de renda e proven- ção no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao
tos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria resultado útil do processo, desde que o juiz se convença da pro-
Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no ser- babilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com
viço de pessoal competente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de fundamento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva
2021) do réu em 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

204
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a § 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder com- § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
provadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras § 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser
circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo a proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa
urgência ser presumida. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores § 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste ar-
declarados indisponíveis não poderá superar o montante indicado tigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações poste-
na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilí- riormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
cito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) mesmo objeto. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de § 6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada pela
dano indicada na petição inicial, permitida a sua substituição por Lei nº 14.230, de 2021)
caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elemen-
a requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a tos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóte-
instrução do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossi-
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da de- bilidade devidamente fundamentada; (Incluído pela Lei nº 14.230,
monstração da sua efetiva concorrência para os atos ilícitos apu- de 2021)
rados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de II - será instruída com documentos ou justificação que con-
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a ser pro- tenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do dolo
cessado na forma da lei processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de
2021) apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, vigente, inclusive as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei
no que for cabível, o regime da tutela provisória de urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In-
nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In- cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provisó-
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à in- rias adequadas e necessárias, nos termos dos arts. 294 a 310 da Lei
disponibilidade de bens caberá agravo de instrumento, nos termos nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil (Inclu-
da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). ído pela Lei nº 14.230, de 2021),   (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da
§ 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil),
exclusivamente o integral ressarcimento do dano ao erário, sem in- bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem
cidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de os incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifestamen-
multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade te inexistente o ato de improbidade imputado. (Incluído pela Lei nº
lícita. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar ve- § 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará
ículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral, semo- autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a contes-
ventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples tem no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma
e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência do art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a sub- Processo Civil). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
sistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao § 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
longo do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens § 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas
do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os efeitos pelo réu em sua contestação caberá agravo de instrumento. (Incluí-
práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarre- do pela Lei nº 14.230, de 2021)
tar prejuízo à prestação de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº § 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021) § 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, pode-
§ 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia rão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contes-
de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta tação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei
de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corren- nº 13.964, de 2019)
te. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor,
§ 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de o juiz: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de van- I - procederá ao julgamento conforme o estado do processo,
tagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei. observada a eventual inexistência manifesta do ato de improbida-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar a
Lei será proposta pelo Ministério Público e seguirá o procedimento instrução processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código § 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá de-
de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada pela cisão na qual indicará com precisão a tipificação do ato de improbi-
Lei nº 14.230, de 2021)    (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043) dade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) o fato principal e a capitulação legal apresentada pelo autor. (Inclu-
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) ído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)

205
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
§ 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá decisão transite em julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre aqueles pre- (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
vistos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, § 21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumen-
de 2021) to, inclusive da decisão que rejeitar questões preliminares suscita-
§ 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste artigo, as das pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
partes serão intimadas a especificar as provas que pretendem pro- 2021)
duzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de improbidade administrativa que: (Incluído pela Lei nº 14.230, de II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
2021) III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na § 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
petição inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
tempestivamente especificadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
2021) § 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexis- Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as circuns-
tência do ato de improbidade, o juiz julgará a demanda improce- tâncias do caso concreto, celebrar acordo de não persecução civil,
dente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: (In-
§ 12. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042)   (Vide ADI 7043)
§ 13. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei nº
§ 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica inte- 14.230, de 2021)
ressada será intimada para, caso queira, intervir no processo. (Inclu- II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042)   (Vide ADI 7043) obtida, ainda que oriunda de agentes privados. (Incluído pela Lei
§ 15. Se a imputação envolver a desconsideração de pes- nº 14.230, de 2021)
soa jurídica, serão observadas as regras previstas nos arts. § 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste ar-
133, 134, 135, 136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de tigo dependerá, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
2021) I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior
§ 16. A qualquer momento, se o magistrado identificar a exis- ou posterior à propositura da ação; (Incluído pela Lei nº 14.230,
tência de ilegalidades ou de irregularidades administrativas a se- de 2021)
rem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo ór-
a imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivo da gão do Ministério Público competente para apreciar as promoções
demanda, poderá, em decisão motivada, converter a ação de im- de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da
probidade administrativa em ação civil pública, regulada pela Lei nº ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) III - de homologação judicial, independentemente de o acordo
§ 17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação de improbidade
civil pública caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021) § 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere
§ 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre o caput deste artigo considerará a personalidade do agente, a natu-
os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou o seu silêncio não reza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de
implicarão confissão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público, da
§ 19. Não se aplicam na ação de improbidade administrati- rápida solução do caso. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
va: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido,
I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas competente, que
caso de revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo
II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ de 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide
1º e 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Códi- ADI 7236)
go de Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser
III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade admi- celebrado no curso da investigação de apuração do ilícito, no curso
nistrativa pelo mesmo fato, competindo ao Conselho Nacional do da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença
Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de Ministérios Públicos distintos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de § 5º As negociações para a celebração do acordo a que se refe-
2021) re o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério Público, de um
IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor. (In-
de extinção sem resolução de mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230, cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)   (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
de 2021) § 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá con-
§ 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a templar a adoção de mecanismos e procedimentos internos de in-
legalidade prévia dos atos administrativos praticados pelo adminis- tegridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades
trador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito
venha a responder ação por improbidade administrativa, até que a da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras medidas em

206
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
favor do interesse público e de boas práticas administrativas. (Inclu- ráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) seu ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas
§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente
o caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará impedido e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento. Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)   (Vide ADI 7042) (Vide ADI de legalidade de políticas públicas e a responsabilidade de agentes
7043) públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por
Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489 da Lei nº artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer ou-
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (Incluí- tro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urba-
do pela Lei nº 14.230, de 2021) nística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos
I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram e ao patrimônio público e social submetem-se aos termos da Lei nº
os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, que 7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
não podem ser presumidos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos
II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressarcimento dos danos e à
que decidir com base em valores jurídicos abstratos; (Incluído pela perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos,
Lei nº 14.230, de 2021) conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilíci-
III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor to. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos § 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa
direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houve- jurídica prejudicada procederá a essa determinação e ao ulterior
rem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente; (Incluído procedimento para cumprimento da sentença referente ao res-
pela Lei nº 14.230, de 2021) sarcimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos
IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada bens. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ou cumulativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providên-
a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; (Inclu- cias a que se refere o § 1º deste artigo no prazo de 6 (seis) meses,
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da
b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometi- ação, caberá ao Ministério Público proceder à respectiva liquidação
da; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) do dano e ao cumprimento da sentença referente ao ressarcimento
c) a extensão do dano causado; (Incluído pela Lei nº 14.230, do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem pre-
de 2021) juízo de eventual responsabilização pela omissão verificada. (Inclu-
d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; (Incluído pela Lei ído pela Lei nº 14.230, de 2021)
nº 14.230, de 2021) § 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão
e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (Incluído pela ser descontados os serviços efetivamente prestados. (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021) Lei nº 14.230, de 2021)
f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequên- § 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (qua-
cias advindas de sua conduta omissiva ou comissiva; (Incluído pela renta e oito) parcelas mensais corrigidas monetariamente, do débi-
Lei nº 14.230, de 2021) to resultante de condenação pela prática de improbidade adminis-
g) os antecedentes do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de trativa se o réu demonstrar incapacidade financeira de saldá-lo de
2021) imediato. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das san- Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de cumprimento da
ções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente; (Incluído pela sentença, o juiz unificará eventuais sanções aplicadas com outras
Lei nº 14.230, de 2021) já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual con-
VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro, tinuidade de ilícito ou a prática de diversas ilicitudes, observado o
quando for o caso, a sua atuação específica, não admitida a sua seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior
concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), ou a soma das pe-
indevidas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) nas, o que for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº 14.230,
VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios obje- de 2021)
tivos que justifiquem a imposição da sanção. (Incluído pela Lei nº II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito,
14.230, de 2021) o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos
configura ato de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) e de proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou cre-
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocor- ditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte)
rerá no limite da participação e dos benefícios diretos, vedada qual- anos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
quer solidariedade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata
esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva,
de caráter sancionatório, destinada à aplicação de sanções de ca-

207
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
CAPÍTULO VI CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS DA PRESCRIÇÃO

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida- Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei
de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato
da denúncia o sabe inocente. ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. permanência. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está su- I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
jeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
imagem que houver provocado. III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos § 1º A instauração de inquérito civil ou de processo adminis-
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con- trativo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o
denatória. curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta)
§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso
afastamento do agente público do exercício do cargo, do emprego não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão. (Incluído
ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for pela Lei nº 14.230, de 2021)
necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática § 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será
de novos ilícitos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) concluído no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias corri-
§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 dos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fun-
(noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por igual prazo, median- damentado submetido à revisão da instância competente do órgão
te decisão motivada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo § 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação de-
quanto à pena de ressarcimento e às condutas previstas no art. 10 verá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de ar-
desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) quivamento do inquérito civil. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle § 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo inter-
rompe-se: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrati-
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão con-
va; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
siderados pelo juiz quando tiverem servido de fundamento para a
II - pela publicação da sentença condenatória; (Incluído pela
conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as
III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Jus-
correspondentes decisões deverão ser consideradas na formação
tiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condena-
da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na con-
tória ou que reforma sentença de improcedência; (Incluído pela Lei
duta do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) nº 14.230, de 2021)
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribu-
ação de improbidade quando concluírem pela inexistência da con- nal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma
duta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, de acórdão de improcedência; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
2021) V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fa- Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acór-
tos, confirmada por decisão colegiada, impede o trâmite da ação da dão de improcedência. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamen- § 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do
tos de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste
3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela Lei artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236) § 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efei-
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deve- tos relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato
rão ser compensadas com as sanções aplicadas nos termos desta de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Minis- mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qualquer
tério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrati- deles estendem-se aos demais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
va ou mediante representação formulada de acordo com o disposto 2021)
no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimen- § 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público,
to investigativo assemelhado e requisitar a instauração de inquérito deverá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, reconhe-
policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) cer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decre-
Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei, tá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no
será garantido ao investigado a oportunidade de manifestação por § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo. (Incluído pela
escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações Lei nº 14.230, de 2021)
e auxiliem na elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacita-
2021) ção aos agentes públicos e políticos que atuem com prevenção ou
repressão de atos de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei
nº 14.230, de 2021)

208
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-
haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolumentos, de vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a se-
honorários periciais e de quaisquer outras despesas. (Incluído pela rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
Lei nº 14.230, de 2021) percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-
§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais des- buições de direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela
pesas processuais serão pagas ao final. (Incluído pela Lei nº 14.230, Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
de 2021) VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
§ 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em ciação sindical;
caso de improcedência da ação de improbidade se comprovada VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
má-fé. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) definidos em lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitu-
Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patri- cional nº 19, de 1998)
monial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de re- VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
cursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de sua admissão;
1995. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236) IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
CAPÍTULO VIII interesse público;   (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020)
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegu-
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de rada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de
1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
em contrário. (Regulamento)
Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
104° da República. ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
DIREITO CONSTITUCIONAL: ARTIGOS 37 E 38 DA mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
BRASIL DE 1988 – COM AS ALTERAÇÕES VIGENTES ATÉ mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
A PUBLICAÇÃO DO EDITAL. tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-
mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
CAPÍTULO VII
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no
âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
SEÇÃO I
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen-
DISPOSIÇÕES GERAIS tésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo- nal nº 41, 19.12.2003)
ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu-
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos tivo;
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emen- pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
da Constitucional nº 19, de 1998) serviço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de de 1998)
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi-
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou co não serão computados nem acumulados para fins de concessão
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera- nal nº 19, de 1998)
ção; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci-
anos, prorrogável uma vez, por igual período; sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153,
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo- § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro- XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa- exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira; qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

209
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a sus-
Constitucional nº 19, de 1998) pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indispo-
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e grada-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) ção previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra-
saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emen- ticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos
da Constitucional nº 34, de 2001) ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito priva-
ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda- do prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocu-
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência possibilite o acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco- órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra-
último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamen-
de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim to) (Vigência)
como a participação de qualquer delas em empresa privada; I - o prazo de duração do contrato; (Incluído pela Emenda
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, Constitucional nº 19, de 1998)
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-
tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; (Incluído pela
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
III - a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda Consti-
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter-
tucional nº 19, de 1998)
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
obrigações. (Regulamento)
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni-
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do cípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio- geral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi- § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo-
cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re-
e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam- exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informa- (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
tivo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remune-
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto- ratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas
ridades ou servidores públicos. de caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a Constitucional nº 47, de 2005)
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste ar-
da lei. tigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgâ-
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: nica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste pará-
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade grafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vere-
dos serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) adores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser rea-
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e daptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilida-
XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide des sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
Lei nº 12.527, de 2011) capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição,
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração públi- para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ori-
ca. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) gem. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

210
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo dando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão
de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da rela-
inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom- ção de emprego. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vi-
pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. gência)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de ser- sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demons-
vidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que tração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a
não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que atuação conjunta das empresas dele integrantes. (Incluído pela Lei
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência nº 13.467, de 2017) (Vigência)
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que pres-
§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual tar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a depen-
ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, dência deste e mediante salário.
inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de
alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelec-
nº 109, de 2021) tual, técnico e manual.
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárqui- Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em
ca e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando
seguintes disposições: (Redação dada pela Emenda Constitucional ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente
nº 19, de 1998) consignada.
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, § 1º Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço, para
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; efeito de indenização e estabilidade, os períodos em que o empre-
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, gado estiver afastado do trabalho prestando serviço militar e por
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune- motivo de acidente do trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467,
ração; de 2017) (Vigência)
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili- § 2o  Por não se considerar tempo à disposição do empregador,
dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego não será computado como período extraordinário o que exceder
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; previsto no § 1o do art. 58 desta Consolidação, quando o empre-
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício gado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdên- exercer atividades particulares, entre outras: (Incluído pela Lei nº
cia social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo 13.467, de 2017) (Vigência)
de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de I - práticas religiosas; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vi-
2019) gência)
II - descanso; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
III - lazer; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
DIREITO DO TRABALHO: ARTIGOS 1º A 12, 58 A 65 E IV - estudo; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
442 A 456-A DO DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO V - alimentação; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigên-
DE 1943 (CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO), cia)
COM AS ALTERAÇÕES VIGENTES ATÉ A PUBLICAÇÃO VI - atividades de relacionamento social; (Incluído pela Lei nº
DO EDITAL. 13.467, de 2017) (Vigência)
VII - higiene pessoal; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vi-
DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943 gência)
VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigato-
TÍTULO I riedade de realizar a troca na empresa. (Incluído pela Lei nº 13.467,
INTRODUÇÃO de 2017) (Vigência)
Art. 5º - A todo trabalho de igual valor corresponderá salário
Art. 1º - Esta Consolidação estatui as normas que regulam as igual, sem distinção de sexo.
relações individuais e coletivas de trabalho, nela previstas. Art. 6o Não se distingue entre o trabalho realizado no estabe-
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou co- lecimento do empregador, o executado no domicílio do emprega-
letiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, do e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. pressupostos da relação de emprego. (Redação dada pela Lei nº
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos 12.551, de 2011)
da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de co-
beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem mando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordi-
fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. nação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle
§ 2o  Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada e supervisão do trabalho alheio. (Incluído pela Lei nº 12.551, de
uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, 2011)
controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guar- Art. 7º Os preceitos constantes da presente Consolidação sal-

211
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
vo quando fôr em cada caso, expressamente determinado em con- Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente
trário, não se aplicam : (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.079, com os demais quando ficar comprovada fraude na alteração socie-
11.10.1945) tária decorrente da modificação do contrato. (Incluído pela Lei nº
a) aos empregados domésticos, assim considerados, de um 13.467, de 2017) (Vigência)
modo geral, os que prestam serviços de natureza não-econômica à Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações
pessoa ou à família, no âmbito residencial destas; de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos
b) aos trabalhadores rurais, assim considerados aqueles que, e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de
exercendo funções diretamente ligadas à agricultura e à pecuária, trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
não sejam empregados em atividades que, pelos métodos de exe- I - (revogado);  (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vi-
cução dos respectivos trabalhos ou pela finalidade de suas opera- gência)
ções, se classifiquem como industriais ou comerciais; II - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vi-
c) aos funcionários públicos da União, dos Estados e dos Muni- gência)
cípios e aos respectivos extranumerários em serviço nas próprias re- § 1º O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenham
partições; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.079, 11.10.1945) por objeto anotações para fins de prova junto à Previdência Social.
d) aos servidores de autarquias paraestatais, desde que sujei- (Incluído pela Lei nº 9.658, de 5.6.1998)
tos a regime próprio de proteção ao trabalho que lhes assegure si- § 2º Tratando-se de pretensão que envolva pedido de pres-
tuação análoga à dos funcionários públicos. (Redação dada pelo tações sucessivas decorrente de alteração ou descumprimento do
Decreto-lei nº 8.079, 11.10.1945) pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela
e) (Vide Decreto-lei nº 8.079, 11.10.1945) esteja também assegurado por preceito de lei.   (Incluído pela Lei
f) às atividades de direção e assessoramento nos órgãos, insti- nº 13.467, de 2017) (Vigência)
tutos e fundações dos partidos, assim definidas em normas internas § 3o  A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajui-
de organização partidária. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019) zamento de reclamação trabalhista, mesmo que em juízo incompe-
Parágrafo único (Revogado pelo Decreto-lei nº 8.249, de 1945) tente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito, pro-
Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, duzindo efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos. (Incluído
na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o
pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros prin-
Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do
cípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do tra-
trabalho no prazo de dois anos. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
balho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito com-
2017) (Vigência)
parado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou
§ 1o  A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se
particular prevaleça sobre o interesse público.
quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no cur-
§ 1º O direito comum será fonte subsidiária do direito do tra-
so da execução. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
balho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
§ 2o  Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados § 2o  A declaração da prescrição intercorrente pode ser reque-
pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do rida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição.   (In-
Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem cluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
criar obrigações que não estejam previstas em lei. (Incluído pela Art. 12 - Os preceitos concernentes ao regime de seguro social
Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) são objeto de lei especial.
§ 3o  No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a confor- SEÇÃO II
midade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado DA JORNADA DE TRABALHO
o disposto no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em
mínima na autonomia da vontade coletiva. (Incluído pela Lei nº qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias,
13.467, de 2017) (Vigência) desde que não seja fixado expressamente outro limite.
Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o § 1o Não serão descontadas nem computadas como jornada
objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos extraordinária as variações de horário no registro de ponto não ex-
contidos na presente Consolidação. cedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez mi-
Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa nutos diários. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)
não afetará os direitos adquiridos por seus empregados. § 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua resi-
Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas dência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu
obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive
figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos de- o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de
pois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador. (Reda-
ordem de preferência: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vi- ção dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
gência) § 3o  (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - a empresa devedora; (Incluído pela Lei nº 13.467, de Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial
2017) (Vigência) aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a pos-
II - os sócios atuais; e (Incluído pela Lei nº 13.467, de sibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja
2017) (Vigência) duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibili-
III - os sócios retirantes. (Incluído pela Lei nº 13.467, de dade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. (Re-
2017) (Vigência) dação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)

212
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
§ 1o   O salário a ser pago aos empregados sob o regime de horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas
tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos em- ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os interva-
pregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. (In- los para repouso e alimentação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
cluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) 2017) (Vigência)
§ 2o  Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horá-
parcial será feita mediante opção manifestada perante a empresa, rio previsto no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos
na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coleti- pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados,
va. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações
§ 3º As horas suplementares à duração do trabalho semanal de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o §
normal serão pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por cen- 5º do art. 73 desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
to) sobre o salário-hora normal. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
2017) (Vigência)   Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para com-
§ 4o  Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tem- pensação de jornada, inclusive quando estabelecida mediante acor-
po parcial ser estabelecido em número inferior a vinte e seis horas do tácito, não implica a repetição do pagamento das horas exceden-
semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão consi- tes à jornada normal diária se não ultrapassada a duração máxima
deradas horas extras para fins do pagamento estipulado no § 3o, semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. (Incluído
estando também limitadas a seis horas suplementares semanais. pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não
§ 5o  As horas suplementares da jornada de trabalho normal descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de
poderão ser compensadas diretamente até a semana imediatamen- horas. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
te posterior à da sua execução, devendo ser feita a sua quitação na    Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as
folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam compen- constantes dos quadros mencionados no capítulo “Da Segurança
sadas. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) e da Medicina do Trabalho”, ou que neles venham a ser incluídas
§ 6o   É facultado ao empregado contratado sob regime de por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer
tempo parcial converter um terço do período de férias a que ti- prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das
ver direito em abono pecuniário. (Incluído pela Lei nº 13.467, de autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, as
2017) (Vigência) quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e
§ 7o  As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo dis- à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamen-
posto no art. 130 desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, te, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estadu-
de 2017) (Vigência) ais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.
Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia as
horas extras, em número não excedente de duas, por acordo indivi- jornadas de doze horas de trabalho por trinta e seis horas ininter-
dual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. (Redação ruptas de descanso. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigên-
dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) cia)
§ 1o  A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cin- Art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração
quenta por cento) superior à da hora normal. (Redação dada pela do trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fa-
Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) zer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou
§ 2o  Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar
de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas prejuízo manifesto.
em um dia for compensado pela correspondente diminuição em § 1º O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido inde-
outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um pendentemente de convenção coletiva ou acordo coletivo de traba-
ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja lho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias. (Redação dada § 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de força
pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) maior, a remuneração da hora excedente não será inferior à da hora
§ 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que normal. Nos demais casos de excesso previstos neste artigo, a re-
tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na muneração será, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) supe-
forma dos §§ 2o e 5o deste artigo, o trabalhador terá direito ao rior à da hora normal, e o trabalho não poderá exceder de 12 (doze)
pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o horas, desde que a lei não fixe expressamente outro limite.
valor da remuneração na data da rescisão. (Redação dada pela Lei § 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultan-
nº 13.467, de 2017) (Vigência) te de causas acidentais, ou de força maior, que determinem a im-
§ 5º O banco de horas de que trata o § 2o deste artigo poderá possibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá ser
ser pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensa- prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas,
ção ocorra no período máximo de seis meses. (Incluído pela Lei nº durante o número de dias indispensáveis à recuperação do tempo
13.467, de 2017) (Vigência) perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias, em perí-
§ 6o  É lícito o regime de compensação de jornada estabele- odo não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa
cido por acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação recuperação à prévia autorização da autoridade competente.
no mesmo mês. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítu-
Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consoli- lo: (Redação dada pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994)
dação, é facultado às partes, mediante acordo individual escrito, I - os empregados que exercem atividade externa incompatível
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser ano-

213
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
tada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acorda-
empregados; (Incluído pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994) do tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho in-
gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste arti- termitente. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
go, os diretores e chefes de departamento ou filial. (Incluído pela § 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato de
Lei nº 8.966, de 27.12.1994) trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução
III - os empregados em regime de teletrabalho que prestam de serviços especificados ou ainda da realização de certo aconteci-
serviço por produção ou tarefa. (Redação dada pela Lei nº 14.442, mento suscetível de previsão aproximada. (Parágrafo único renu-
de 2022) merado pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicá- § 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se
vel aos empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando tratando: (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a
função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo predeterminação do prazo; (Incluída pelo Decreto-lei nº 229, de
acrescido de 40% (quarenta por cento). (Incluído pela Lei nº 8.966, 28.2.1967)
de 27.12.1994) b) de atividades empresariais de caráter transitório; (Incluída
Art. 63 - Não haverá distinção entre empregados e interessa- pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
dos, e a participação em lucros e comissões, salvo em lucros de c) de contrato de experiência. (Incluída pelo Decreto-lei nº
caráter social, não exclui o participante do regime deste Capítulo. 229, de 28.2.1967)
Art. 64 - O salário-hora normal, no caso de empregado men- § 3o  Considera-se como intermitente o contrato de trabalho
salista, será obtido dividindo-se o salário mensal correspondente à no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua,
duração do trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta) vezes ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e
o número de horas dessa duração. de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, indepen-
Parágrafo único - Sendo o número de dias inferior a 30 (trinta), dentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador,
adotar-se-á para o cálculo, em lugar desse número, o de dias de exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria. (Incluído
trabalho por mês.
pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 65 - No caso do empregado diarista, o salário-hora normal
Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto
será obtido dividindo-se o salário diário correspondente à duração
de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não
do trabalho, estabelecido no art. 58, pelo número de horas de efe-
contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos
tivo trabalho.
coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades
competentes.
TÍTULO IV
Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput des-
DO CONTRATO INDIVIDUAL DO TRABALHO
te artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Con-
CAPÍTULO I solidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os
DISPOSIÇÕES GERAIS instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma
de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a
Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Pre-
expresso, correspondente à relação de emprego. vidência Social. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 1º Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade coo- Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado não
perativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associa- poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra
dos, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela. (Redação do art. 451. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
dada pela Lei nº 14.647, de 2023) Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá ex-
§ 2º Não existe vínculo empregatício entre entidades religiosas ceder de 90 (noventa) dias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de
de qualquer denominação ou natureza ou instituições de ensino 28.2.1967)
vocacional e ministros de confissão religiosa, membros de institu- Art. 446 - (Revogado pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
to de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa, ou Art. 447 - Na falta de acordo ou prova sobre condição essencial
quaisquer outros que a eles se equiparem, ainda que se dediquem ao contrato verbal, esta se presume existente, como se a tivessem
parcial ou integralmente a atividades ligadas à administração da estatuído os interessados na conformidade dos preceitos jurídicos
entidade ou instituição a que estejam vinculados ou estejam em adequados à sua legitimidade.
formação ou treinamento. (Incluído pela Lei nº 14.647, de 2023) Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídi-
§ 3º O disposto no § 2º não se aplica em caso de desvirtuamen- ca da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respecti-
to da finalidade religiosa e voluntária. (Incluído pela Lei nº 14.647, vos empregados.
de 2023) Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de em-
Art. 442-A. Para fins de contratação, o empregador não exigirá pregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as
do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os
tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade. (In- empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de respon-
cluído pela Lei nº 11.644, de 2008). sabilidade do sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidaria-
todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma mente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na trans-
contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. ferência. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
3o desta Consolidação.  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 449 - Os direitos oriundos da existência do contrato de tra-

214
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
balho subsistirão em caso de falência, concordata ou dissolução da § 8o  O empregador efetuará o recolhimento da contribuição
empresa. previdenciária e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de
§ 1º - Na falência constituirão créditos privilegiados a totali- Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no período
dade dos salários devidos ao empregado e a totalidade das inde- mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento
nizações a que tiver direito. (Redação dada pela Lei nº 6.449, de dessas obrigações.  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
14.10.1977) § 9o  A cada doze meses, o empregado adquire direito a usu-
§ 2º - Havendo concordata na falência, será facultado aos fruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias, período no
contratantes tornar sem efeito a rescisão do contrato de trabalho qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo
e conseqüente indenização, desde que o empregador pague, no empregador. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
mínimo, a metade dos salários que seriam devidos ao empregado Art. 453 - No tempo de serviço do empregado, quando read-
durante o interregno. mitido, serão computados os períodos, ainda que não contínuos,
Art. 450 - Ao empregado chamado a ocupar, em comissão, in- em que tiver trabalhado anteriormente na empresa, salvo se hou-
terinamente, ou em substituição eventual ou temporária, cargo di- ver sido despedido por falta grave, recebido indenização legal ou se
verso do que exercer na empresa, serão garantidas a contagem do aposentado espontaneamente. (Redação dada pela Lei nº 6.204,
tempo naquele serviço, bem como volta ao cargo anterior. de 29.4.1975)
Art. 451 - O contrato de trabalho por prazo determinado que, § 1º (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997) (Vide ADIN
tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará 1.770-4)
a vigorar sem determinação de prazo. (Vide Lei nº 9.601, de 1998) § 2º O ato de concessão de benefício de aposentadoria a em-
Art. 452 - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato pregado que não tiver completado 35 (trinta e cinco) anos de servi-
que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo ço, se homem, ou trinta, se mulher, importa em extinção do vínculo
determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de empregatício. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997) (Vide
serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos. ADIN 1.721) ((Vide ADIN 1.770-3)
Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser ce- Art. 454 - Na vigência do contrato de trabalho, as invenções do
lebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora empregado, quando decorrentes de sua contribuição pessoal e da
de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário instalação ou equipamento fornecidos pelo empregador, serão de
mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabeleci- propriedade comum, em partes iguais, salvo se o contrato de traba-
mento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou lho tiver por objeto, implícita ou explicitamente, pesquisa científi-
não. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) ca. (Vide Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
§ 1o  O empregador convocará, por qualquer meio de comuni- Parágrafo único. Ao empregador caberá a exploração do inven-
cação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a to, ficando obrigado a promovê-la no prazo de um ano da data da
jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência. (In- concessão da patente, sob pena de reverter em favor do emprega-
cluído pela Lei nº 13.467, de 2017) do da plena propriedade desse invento. (Vide Lei nº 9.279, de
§ 2o  Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um 14.5.1996)
dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a Art. 455 - Nos contratos de subempreitada responderá o su-
recusa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) bempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho
§ 3o   A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o direito de recla-
para fins do contrato de trabalho intermitente. (Incluído pela Lei mação contra o empreiteiro principal pelo inadimplemento daque-
nº 13.467, de 2017) las obrigações por parte do primeiro.
§ 4o  Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a par- Parágrafo único - Ao empreiteiro principal fica ressalvada, nos
te que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo termos da lei civil, ação regressiva contra o subempreiteiro e a re-
de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração tenção de importâncias a este devidas, para a garantia das obriga-
que seria devida, permitida a compensação em igual prazo.   (Inclu- ções previstas neste artigo.
ído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 456. A prova do contrato individual do trabalho será feita
§ 5o  O período de inatividade não será considerado tempo à pelas anotações constantes da carteira profissional ou por instru-
disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços mento escrito e suprida por todos os meios permitidos em direito.
a outros contratantes. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)   (Vide Decreto-Lei nº 926, de 1969)
§ 6o  Ao final de cada período de prestação de serviço, o em- Parágrafo único. A falta de prova ou inexistindo cláusula ex-
pregado receberá o pagamento imediato das seguintes parce- pressa e tal respeito, entender-se-á que o empregado se obrigou
las:   (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) a todo e qualquer serviço compatível com a sua condição pessoal.
I - remuneração; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 456-A. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimen-
II - férias proporcionais com acréscimo de um terço; (Incluído ta no meio ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de
pela Lei nº 13.467, de 2017) logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de ou-
III - décimo terceiro salário proporcional; (Incluído pela Lei nº tros itens de identificação relacionados à atividade desempenhada.
13.467, de 2017) (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
IV - repouso semanal remunerado; e (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabili-
13.467, de 2017) dade do trabalhador, salvo nas hipóteses em que forem necessários
V - adicionais legais. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) procedimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a higieni-
§ 7o   O recibo de pagamento deverá conter a discriminação zação das vestimentas de uso comum.  
dos valores pagos relativos a cada uma das parcelas referidas no §
6o deste artigo.   (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

215
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
Artigo 6º – Os órgãos de Integração, voltados para o estudo de
ESTATUTO E REGIMENTO DA UNIVERSIDADE DE interesse intersetorial, compreendem Museus, Institutos Especiali-
SÃO PAULO: RESOLUÇÃO Nº 3.461/1988, COM AS zados e Núcleos de Apoio.
ALTERAÇÕES VIGENTES ATÉ A PUBLICAÇÃO DO EDITAL § 1º – Os órgãos de Integração desenvolverão programas de in-
teresse geral, bem como os propostos pelos docentes de Unidades
RESOLUÇÃO 3461, DE 7 DE OUTUBRO DE 1988 e Departamentos relacionados com seus objetivos.
§ 2º – Haverá uma Coordenação dos Museus composta pelo
Baixa o Estatuto da Universidade de São Paulo Pró-Reitor de Cultura e Extensão Universitária, seu Presidente; pe-
O Reitor da Universidade de São Paulo, no uso de suas atribui- los Diretores dos Museus e um número equivalente de represen-
ções legais, e tendo em vista o deliberado pelo Conselho Universitá- tantes de Unidades de Ensino e Pesquisa afins.
rio em sessão de 9 deagosto de 1988, e pelo Conselho Estadual de § 3º – Caberá à Coordenação, a que se refere o parágrafo ante-
Educação em sessão de 31 de agosto de 1988, e com base no artigo rior, traçar a política de integração entre os Museus e as Unidades
207 da Constituição Federal, baixa a seguinte representadas, bem como fixar as normas de funcionamento e de
RESOLUÇÃO: atendimento ao público.
Artigo 1º – Fica aprovado o Estatuto da Universidade de São § 4º – Cada órgão de Integração terá um Conselho Deliberativo,
Paulo, anexo a esta Resolução. cuja composição constará de seu Regimento.
Artigo 2º – O Estatuto passará a viger a partir de 1º de novem- Artigo 7º – O Reitor, ouvido o Pró-Reitor pertinente, poderá
bro de 1988. criar Núcleos de Apoio às atividades-fim da Universidade, com o
Reitoria da Universidade de São Paulo, aos 7 de outubro de objetivo de reunir especialistas de um ou mais órgãos e Unidades
1988. em torno de programas de pesquisa ou de pós-graduação de cará-
JOSÉ GOLDEMBERG ter interdisciplinar ou, ainda, para a constituição de laboratórios de
Reitor uso comum.
§ 1º – Cada Núcleo de Apoio terá um Conselho Deliberativo,
ESTATUTO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO cuja composição constará de seu Regimento.
§ 2º – Os Núcleos de Apoio serão avaliados periodicamente pe-
TÍTULO I las Pró-Reitorias com as quais estiverem relacionados.
DA UNIVERSIDADE E SEUS FINS § 3º – Os relatórios de avaliação serão enviados ao Reitor para
apreciação pelo Conselho Universitário.
Artigo 1º – A Universidade de São Paulo (USP), criada pelo De- Artigo 8º – São órgãos Complementares os hospitais mantidos
creto 6283, de 25 de janeiro de 1934, é autarquia de regime espe- pela Universidade.
cial, com autonomia didático-científica, administrativa, disciplinar e Parágrafo único – Cada órgão Complementar terá um Conselho
de gestão financeira e patrimonial. Deliberativo, cuja composição constará de seu Regimento.
Artigo 2º – São fins da USP: Artigo 9º – Entidades estranhas à Universidade poderão asso-
I – promover e desenvolver todas as formas de conhecimento, ciar-se à USP para fins didáticos e científicos, preservando sua au-
por meio do ensino e da pesquisa; tonomia.
II – ministrar o ensino superior visando à formação de pessoas § 1º – As entidades associadas colaborarão em atividades de
capacitadas ao exercício da investigação e do magistério em todas ensino, pesquisa e extensão universitária, quando solicitadas pela
as áreas do conhecimento, bem como à qualificação para as ativi- USP.
dades profissionais; § 2º – As entidades associadas poderão propor aos órgãos
III – estender à sociedade serviços indissociáveis das atividades competentes da USP planos para execução das atividades a que se
de ensino e de pesquisa. refere o parágrafo anterior, bem como a realização de cursos de
Artigo 3º – A USP, como Universidade pública, sempre aberta pós-graduação, abrangendo setores de suas atividades específicas.
a todas as correntes de pensamento, reger-se-á pelos princípios de Artigo 10 – A critério do Conselho Universitário, e consideradas
liberdade de expressão, ensino e pesquisa. as necessidades da comunidade, outros órgãos de atividades-fim,
abrangendo novas áreas do conhecimento, poderão ser criados ou
TÍTULO II integrados na Universidade, para o efeito da execução ou expansão
DA CONSTITUIÇÃO DA UNIVERSIDADE de suas atividades.
Artigo 11 – É vedada a duplicação de meios para fins idênticos
Artigo 4º – A USP cumpre seus objetivos por meio de Unida- ou equivalentes no mesmo município.
des, órgãos de Integração e órgãos Complementares, distribuídos
em campi.
Parágrafo único – Os campi se organizarão de acordo com as
atividades neles desenvolvidas, na forma prevista no Regimento
Geral e em Regimento próprio.
Artigo 5º – As Unidades, todas de igual hierarquia e organiza-
das em função de seus objetivos específicos, são órgãos setoriais
formados pela união de Departamentos afins e compreendem Ins-
titutos, Faculdades e Escolas.
Parágrafo único – As Unidades, os órgãos de Integração e os
órgãos Complementares serão discriminados no Regimento Geral.

216
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
TÍTULO III CAPÍTULO II
DO PATRIMÔNIO E DOS RECURSOS FINANCEIROS DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO

CAPÍTULO I Artigo 15 – O Conselho Universitário terá a seguinte constitui-


DO PATRIMÔNIO ção:
I – o Reitor, seu Presidente;
Artigo 12 – Constituem patrimônio da Universidade: II – o Vice-Reitor;
I – bens móveis e imóveis; III – os Pró-Reitores;
II – bens e direitos adquiridos, doados ou legados; IV – os Diretores de Unidades;
III – fundos especiais; V – um representante docente de cada Congregação, eleito por
IV – saldos dos exercícios financeiros transferidos para conta seus membros;
patrimonial. VI – um representante dos Museus, eleito pelos seus Diretores;
§ 1º – Cabe à Universidade administrar seu patrimônio e dele VII – um representante dos Institutos Especializados, eleito pe-
dispor. los seus Diretores;
§ 2º – A aquisição de bens pela Universidade é isenta de tribu- VIII – um representante de cada categoria docente, eleito por
tos estaduais. seus pares;
§ 3º – Os atos de aquisição de bens imóveis pela Universidade, IX – a representação dos alunos de graduação em número cor-
neles compreendidos sua transcrição nos registros de imóveis, são respondente a dez por cento do total de docentes do Conselho Uni-
isentos de custas e emolumentos. versitário, eleita pela respectiva categoria;
§ 4º – A Universidade, mediante autorização da Comissão de X – a representação dos alunos de pós-graduação em número
Orçamento e Patrimônio, poderá promover investimentos tenden- correspondente a cinco por cento do total de docentes do Conselho
tes à valorização patrimonial e à obtenção de rendas aplicáveis na Universitário, eleita pela respectiva categoria;
realização de seus objetivos. XI – três representantes dos servidores não-docentes da Uni-
versidade, sendo cada um, necessariamente, de carreira funcional
CAPÍTULO II distinta;
DOS RECURSOS FINANCEIROS XII – um representante dos antigos alunos, eleito por seus pa-
res;
Artigo 13 – Os recursos da Universidade serão provenientes de: XIII – um representante da Fundação de Amparo à Pesquisa do
I – dotações que lhe forem atribuídas nos orçamentos da União, Estado de São Paulo;
dos Estados e dos Municípios; XIV – um representante da Federação da Agricultura do Estado
II – subvenções e doações; de São Paulo;
III – empréstimos e financiamentos; XV – um representante da Federação do Comércio do Estado
IV – rendas de aplicação de bens e de valores patrimoniais; de São Paulo;
V – retribuição de serviços prestados à comunidade; XVI – um representante da Federação das Indústrias do Estado
VI – taxas e emolumentos; de São Paulo;
VII – rendas eventuais. XVII – um representante das Entidades Associadas;
Parágrafo único – O orçamento, as transposições orçamentá- XVIII – um representante das Classes Trabalhadoras do Estado
rias e a abertura de crédito, com recursos à disposição da Universi- de São Paulo.
dade, serão baixados por ato do Reitor, cumprindo aos responsáveis § 1º – Será de dois anos o mandato dos membros a que se refe-
pela aplicação das verbas prestar contas aos órgãos competentes. rem os incisos V a VIII, e de um ano o dos membros a que se referem
os incisos VI, VII, IX a XII, admitindo-se uma recondução.
TÍTULO IV § 2º – O mandato dos membros referidos nos incisos XIII a XVIII
DA ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE será de um ano, admitindo-se reconduções.
Artigo 16 – O Conselho Universitário é o órgão máximo da USP,
CAPÍTULO I com funções normativas e de planejamento, cabendo-lhe estabe-
DOS ÓRGÃOS CENTRAIS lecer a política geral da Universidade para a consecução de seus
objetivos.
Artigo 14 – São órgãos centrais da Universidade: Parágrafo único – Ao Conselho Universitário compete:
I – Conselho Universitário; 1 – traçar as diretrizes da Universidade e supervisionar a sua
II – Conselhos Centrais: execução;
1 – Conselho de Graduação; 2 – estabelecer, periodicamente, as diretrizes de planejamento
2 – Conselho de Pós-Graduação; geral da Universidade, nelas compreendidas as de caráter orçamen-
3 – Conselho de Pesquisa; tário, para atendimento de seus objetivos, identificando as metas e
4 – Conselho de Cultura e Extensão Universitária; as formas de alcançá-las;
III – Reitoria; 3 – planejar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento de todas
IV – Pró-Reitorias; as atividades da Universidade, provendo meios para seu aperfeiço-
V – Conselho Consultivo. amento;
4 – fixar anualmente o número de vagas para o concurso ves-
tibular;
5 – elaborar e emendar o Regimento Geral da Universidade;

217
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
6 – aprovar os Regimentos dos Conselhos Centrais e das Uni- V – deliberar sobre acordos entre a USP, suas Unidades, órgãos
dades; de Integração, órgãos Complementares e entidades oficiais ou par-
7 – aprovar outros Regimentos específicos, elaborados pelas ticulares;
suas Comissões, para as atividades universitárias que, a seu critério, VI – deliberar sobre propostas de criação, modificação e extin-
ainda não estejam regulamentadas nos termos deste Estatuto; ção de órgãos administrativos.
8 – emendar o presente Estatuto por aprovação de dois terços Artigo 23 – Compete ainda à Comissão de Atividades Acadê-
da totalidade de seus membros; micas:
9 – homologar as indicações de Pró-Reitores feitas pelo Reitor; I – opinar sobre propostas de criação de cargos de Professor
10 – aprovar o orçamento da Universidade elaborado pela Co- Doutor e de Professor Titular;
missão de Orçamento e Patrimônio; II – opinar sobre propostas oriundas dos Conselhos Centrais,
11 – deliberar sobre a criação de cargos de Professor Doutor e que devam ser objeto de deliberação pelo Conselho Universitário;
de Professor Titular; III – opinar sobre propostas de criação de Unidades, órgãos de
12 – conferir títulos de Doutor honoris causa e de Professor Integração, órgãos Complementares e Departamentos. ,
Emérito, prêmios e outras dignidades universitárias; CAPÍTULO III – Dos Conselhos Centrais e Pró-Reitorias
13 – deliberar, por dois terços da totalidade de seus membros, Artigo 24 – Aos Conselhos Centrais, mencionados no inciso II
sobre a criação, incorporação e extinção de Unidades, órgãos de do artigo 14, compete traçar as diretrizes que nortearão a ação da
Integração e órgãos Complementares; Universidade nos respectivos campos de atuação, obedecidas as
14 – deliberar sobre a alienação do patrimônio imóvel da USP, normas gerais fixadas pelo Conselho Universitário, bem como zelar,
sendo, neste caso, necessário voto favorável de dois terços de seus por meio de avaliações permanentes, pela qualidade do trabalho e
membros; pela adequação dos meios às finalidades de cada programa.
15 – exercer quaisquer outras atribuições, decorrentes de Lei, Parágrafo único – Os Conselhos Centrais poderão criar Câmaras
deste Estatuto, bem como do Regimento Geral, em matéria de sua para agilizar seus procedimentos.
competência. Artigo 25 – Integram os Conselhos Centrais:
Artigo 17 – O Conselho Universitário reunir-se-á, ordinariamen- I – um representante docente de cada Unidade, portador, pelo
te, a cada noventa dias, e, extraordinariamente, quando convocado menos, do título de Doutor;
pelo Reitor, ou pela maioria de seus membros. II – a representação discente.
Artigo 18 – O Conselho Universitário elegerá Comissões, per- Parágrafo único – Nos Conselhos de Pesquisa e de Cultura e
manentes ou transitórias. Extensão Universitária terão assento ainda:
Artigo 19 – São Comissões Permanentes do Conselho Univer- 1 – um representante dos Museus;
sitário: 2 – um representante dos Institutos Especializados.
I – Comissão de Legislação e Recursos; Artigo 26 – Cada um dos Conselhos a que se refere o artigo
II – Comissão de Orçamento e Patrimônio; anterior será presidido por um Pró-Reitor, Professor Titular da USP,
III – Comissão de Atividades Acadêmicas. escolhido pelo Reitor, sujeita a escolha à homologação do Conselho
Parágrafo único – As Comissões Permanentes são constituídas Universitário.
por sete membros, sendo seis docentes e um representante discen- § 1º – As Pró-Reitorias deverão desenvolver projetos setoriais,
te, todos integrantes do Conselho Universitário. aprovados ou propostos pelo Conselho Central respectivo.
Artigo 20 – É competência das Comissões Permanentes opinar § 2º – Para o desenvolvimento dos projetos setoriais, as Pró-
em assuntos sobre os quais o Conselho Universitário, os Conselhos -Reitorias contarão com a necessária infra-estrutura de apoio.
Centrais, ou o Reitor, solicitem parecer. § 3º – A ação executiva dos Pró-Reitores estará sempre subor-
Artigo 21 – Compete ainda à Comissão de Legislação e Recur- dinada aos interesses maiores da Universidade, representada pelo
sos: Reitor.
I – deliberar sobre Projetos de Lei, Decretos, Regulamentos e Artigo 27 – O mandato dos Pró-Reitores e dos membros dos
Resoluções, opinando sobre os que devam ser submetidos à apre- Conselhos Centrais será de dois anos, limitado o dos Pró-Reitores
ciação do Conselho Universitário; ao término do mandato do Reitor.
II – opinar sobre recursos de qualquer natureza, da alçada do Parágrafo único – Em ambos os casos a que se refere o presente
Conselho Universitário; artigo será permitida a recondução.
III – deliberar sobre expedição de outra via de diploma em caso Artigo 28 – A representação de que trata o inciso I do artigo 25
de extravio; será exercida pelo Presidente da Comissão correspondente, quando
IV – decidir, em grau de recurso, sobre sanções disciplinares houver, ou por docente indicado pela Congregação.
aplicadas a membros do corpo docente. Artigo 29 – A representação discente nos Conselhos Centrais
Artigo 22 – Compete ainda à Comissão de Orçamento e Patri- será assim constituída:
mônio: I – vinte por cento do total de docentes do Conselho de Gra-
I – elaborar a proposta do orçamento-programa da USP, respei- duação, eleitos entre os estudantes de graduação regularmente
tadas as diretrizes fixadas pelo Conselho Universitário; matriculados;
II – deliberar sobre propostas de criação, modificação e extin- II – vinte por cento do total de docentes do Conselho de Pós-
ção de funções administrativas; -Graduação, eleitos entre os estudantes de pós-graduação regular-
III – deliberar sobre aceitação de legados e doações feitos à mente matriculados;
USP, quando clausulados; III – dez por cento do total de docentes do Conselho de Pes-
IV – deliberar sobre pedidos de transposição e suplementação quisa, eleitos entre os estudantes de pós-graduação regularmente
de verbas; matriculados em nível de doutorado.

218
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
Parágrafo único – No Conselho de Cultura e Extensão Univer- CAPÍTULO V
sitária a representação discente será de dez por cento do total de DO REITOR
docentes do Colegiado, eleitos, proporcionalmente, entre os estu-
dantes de graduação e pós-graduação. Artigo 35 – O Reitor é o agente executivo da Universidade.
Artigo 30 – Cabe ao Conselho de Graduação promover ativida- Artigo 36 – O Reitor, Professor Titular da USP, será nomeado
des de graduação estabelecendo as normas que julgar necessárias pelo Governador do Estado de lista tríplice de nomes, elaborada da
para esse efeito. seguinte forma:
Artigo 31 – Cabe ao Conselho de Pós-Graduação promover ati- I – a composição da lista obedecerá ao sistema de dois turnos;
vidades de pós-graduação estabelecendo as normas que julgar ne- II – no primeiro turno serão eleitos oito nomes, pelos membros
cessárias para esse efeito. da Assembléia Universitária, composta pelo Conselho Universitário,
Artigo 32 – Cabe ao Conselho de Pesquisa: pelos Conselhos Centrais e pelas Congregações das Unidades;
I – estimular a investigação científica, particularmente a que III – no segundo turno serão eleitos três nomes, dentre os oito
tenha caráter interdisciplinar; escolhidos em primeiro turno, sendo eleitores os membros do Con-
II – promover as atividades de pós-doutorado. selho Universitário e dos Conselhos Centrais;
Parágrafo único – As competências mencionadas no caput des- IV – os nomes que, no segundo turno, comporão a lista tríplice,
te artigo serão exercidas sem que haja interferência na liberdade de deverão ser eleitos por maioria absoluta de votos;
criação individual. V – se em dois escrutínios a maioria absoluta não for atingida
Artigo 33 – Cabe ao Conselho de Cultura e Extensão Universi- far-se-á uma terceira votação, incluindo-se na lista os nomes que
tária estabelecer normas e promover as atividades da Universidade receberem maior número de sufrágios;
nesses setores. VI – em caso de empate, em qualquer dos turnos, integrará a
lista o Professor Titular com maior tempo de serviço docente na
CAPÍTULO IV USP;
DA REITORIA VII – todas as votações serão realizadas em escrutínio secreto.
Parágrafo único – Cada eleitor, tanto no primeiro como no se-
Artigo 34 – A Reitoria, órgão que superintende todas as ativida- gundo turno, terá direito a apenas um voto, devendo seu voto em
des universitárias, com sede na Cidade Universitária “Armando de cada um dos turnos conter no máximo três nomes.
Salles Oliveira”, é exercida pelo Reitor e compreende: Artigo 37 – O Reitor será substituído, em suas faltas e impedi-
I – Gabinete do Reitor; mentos, pelo Vice-Reitor, que o sucederá, em caso de vacância, até
II – Pró-Reitorias; novo provimento.
III – Secretaria Geral; Artigo 38 – O Vice-Reitor, Professor Titular da USP, será nomea-
IV – Consultoria Jurídica; do pelo Governador do Estado de lista tríplice de nomes, elaborada
V – Coordenadoria de Administração Geral; em um único turno pelos membros do Conselho Universitário e dos
VI – Coordenadoria de Saúde e Assistência Social; Conselhos Centrais.
VII – Grupo de Planejamento Setorial; § 1º – Os nomes componentes da lista deverão ser eleitos por
VIII – Prefeituras dos Campi; maioria absoluta de votos.
IX – Assessoria Jurídica do Reitor; § 2º – Aplicam-se, para a elaboração da lista, os critérios cons-
X – Comissão de Planejamento; tantes dos incisos V a VII do artigo 36.
XI – Comissão Especial de Regimes de Trabalho; § 3º – Cada eleitor terá direito a apenas um voto, devendo seu
XII – Comissão de Cooperação Internacional. voto conter no máximo três nomes.
§ 1º – Haverá um Conselho Comunitário encarregado de traçar Artigo 39 – O mandato do Reitor e do Vice-Reitor é de quatro
as diretrizes da Coordenadoria de Saúde e Assistência Social e das anos, vedado o exercício de dois mandatos consecutivos, no mes-
Prefeituras, órgãos previstos nos incisos VI e VIII, respectivamente. mo cargo.
§ 2º – A Coordenadoria a que se refere o inciso VI manterá o Artigo 40 – Na vacância das funções de Reitor e Vice-Reitor,
serviço de assistência em todos os campi, aos corpos docente, dis- como na falta ou impedimento de ambos, a Reitoria será exercida
cente e de servidores. pelo membro do Conselho Universitário que for Professor Titular
§ 3º – O Regimento Geral estabelecerá a estrutura e compe- com maior tempo de serviço docente na USP.
tência dos órgãos que compõem a Reitoria, bem como do Conselho Parágrafo único – Ocorrendo quaisquer das vacâncias mencio-
Comunitário. nadas no caput deste artigo, o processo de elaboração da respectiva
lista tríplice deverá ser concluído no prazo máximo de sessenta dias.
Artigo 41 – O Reitor, o Vice-Reitor e os Pró-Reitores servirão em
Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa.
§ 1º – O Reitor, o Vice-Reitor e os Pró-Reitores ficarão deso-
brigados do exercício de suas atividades docentes, sem prejuízo de
vencimentos, gratificações e demais vantagens.
§ 2º – O Reitor, o Vice-Reitor e os Pró-Reitores não poderão
acumular suas funções com as de Diretor de Unidade e Chefe de
Departamento.
Artigo 42 – Ao Reitor compete:
I – administrar a Universidade e representá-la em juízo ou fora
dele;

219
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
II – zelar pela fiel execução da legislação da Universidade; CAPÍTULO II
III – convocar e presidir o Conselho Universitário; DA CONGREGAÇÃO
IV – superintender todos os serviços da Reitoria;
V – baixar o orçamento da Universidade e as transposições or- Artigo 45 – A Congregação, órgão consultivo e deliberativo su-
çamentárias, e aprovar as aberturas de crédito; perior de cada Unidade, tem a seguinte constituição:
VI – nomear os Pró-Reitores, os Prefeitos dos campi, os Direto- I – o Diretor, seu Presidente;
res das Unidades, dos Museus e dos Institutos Especializados; II – o Vice-Diretor;
VII – estabelecer e fazer cessar as relações jurídicas de empre- III – o Presidente da Comissão de Graduação;
IV – o Presidente da Comissão de Pós-Graduação;
go do pessoal docente e não-docente da Universidade;
V – os Presidentes das Comissões referidas no parágrafo único
VIII – exercer o poder disciplinar; do artigo anterior, quando existirem;
IX – cumprir e fazer cumprir as decisões do Conselho Universi- VI – os Chefes dos Departamentos;
tário, de suas Comissões e dos Conselhos Centrais; VII – a representação docente;
X – exercer quaisquer outras atribuições conferidas por Lei, VIII – a representação discente, equivalente a dez por cento do
pelo Estatuto, bem como pelo Regimento Geral. número de membros docentes da Congregação, distribuída propor-
Parágrafo único – É facultado ao Reitor delegar ao Vice-Reitor cionalmente entre estudantes de graduação e pós-graduação;
atribuições constantes do presente artigo. IX – a representação dos servidores não-docentes, lotados na
Unidade, equivalente a cinco por cento do número de membros do-
CAPÍTULO VI centes da Congregação, limitado ao máximo de três representantes,
DO CONSELHO CONSULTIVO sendo cada um, necessariamente, de carreira funcional distinta;
X – a critério de cada Unidade, um representante dos antigos
Artigo 43 – O Conselho Consultivo, a que se refere o inciso V alunos de graduação, eleito por seus pares, com mandato de um
ano, admitindo-se uma recondução.
do artigo 14, será constituído com a finalidade de assegurar a par-
§ 1º – A representação docente a que se refere o inciso VII será
ticipação da sociedade nos assuntos relativos à administração da definida pela Congregação da Unidade, respeitando os seguintes
Universidade e terá as seguintes atribuições: critérios:
I – encaminhar ao Reitor, para apreciação do Conselho Univer- 1 – pelo menos a metade dos Professores Titulares da Unidade,
sitário, subsídios para a fixação das diretrizes e da política geral da assegurado um mínimo de cinco;
Universidade; 2 – Professores Associados em número equivalente à metade
II – opinar sobre assuntos que lhe forem submetidos pelo Rei- dos Professores Titulares referidos no item 1, assegurado um míni-
tor, pelo Conselho Universitário e por seus membros; mo de quatro;
III – opinar sobre o desempenho da Universidade. 3 – Professores Doutores em número equivalente a trinta por
Parágrafo único – O Conselho Consultivo será presidido pelo cento dos Professores Titulares referidos no item 1, assegurado um
Reitor e terá sua composição e mandato de seus membros fixados mínimo de três;
no Regimento Geral. 4 – um Assistente;
5 – um Auxiliar de Ensino.
§ 2º – Nos casos em que o número de docentes na categoria
TÍTULO V
for inferior ao mínimo estabelecido nos itens 1 a 3 do parágrafo 1º,
DAS UNIDADES a categoria será representada pela totalidade dos seus membros.
§ 3º – Os representantes a que se referem os incisos III a VI
CAPÍTULO I serão considerados como integrantes das categorias a que perten-
DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO cerem, para efeito do disposto nos itens 2 e 3 do parágrafo 1º.
§ 4º – As Congregações poderão ampliar a sua composição
Artigo 44 – São órgãos de administração de cada Unidade: incluindo professores da Universidade, portadores pelo menos do
I – Congregação; título de Doutor, até vinte por cento, e no máximo doze, do total de
II – Diretoria; membros docentes da Congregação.
III – Conselho Técnico-Administrativo; § 5º – Os membros referidos no parágrafo 4º deverão estar de-
IV – Comissão de Graduação; sempenhando atividades de Direção em Núcleos de Apoio, órgãos
V – Comissão de Pós-Graduação. Complementares, Entidades Associadas, Museus, Institutos Espe-
Parágrafo único – As Unidades poderão criar: cializados e Institutos Complementares, arrolados no Regimento
Geral.
1 – Comissão de Pesquisa;
§ 6º – Os membros a que se referem os incisos III, IV e V deve-
2 – Comissão de Cultura e Extensão Universitária; rão ser, no mínimo, Professores Associados.
ou fundi-las, entre si, ou com as Comissões referidas nos inci- § 7º – Os Professores Titulares e Associados, por motivo justifi-
sos IV e V. cado, poderão ser dispensados, pela Congregação, das Presidências
a que se refere o parágrafo anterior, devendo, nesse caso, tais Pre-
sidências ser exercidas por Professores Doutores.
§ 8º – Os representantes a que se referem os incisos VII, VIII e
IX serão eleitos por seus pares.
§ 9º – Será de dois anos o mandato dos representantes referi-
dos no inciso VII e no parágrafo 4º e de um ano o dos representan-
tes referidos nos incisos VIII e IX, admitindo-se, nos quatro casos,
reconduções.

220
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
CAPÍTULO III CAPÍTULO VI
DO DIRETOR DA COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO

Artigo 46 – O Diretor e o Vice-Diretor serão escolhidos pelo Artigo 49 – À Comissão de Pós-Graduação, obedecida a orien-
Reitor de lista tríplice de Professores Titulares, elaborada pelos tação geral dos Colegiados Superiores, cabe traçar as diretrizes e
membros da Congregação e dos Conselhos de Departamento, es- zelar pela execução dos programas de pós-graduação, bem como
pecialmente reunidos para essa finalidade, cabendo a cada eleitor coordenar as atividades didático-científicas pertinentes, no âmbito
apenas um voto. da Unidade.
§ 1º – A Unidade que não dispuser de Professores Titulares, em § 1º – As Unidades, em seus Regimentos, estabelecerão a for-
número suficiente para compor a lista, poderá completá-la com a ma de eleição e o número de membros docentes da Comissão de
inclusão de Professores Associados a ela pertencentes.
Pós-Graduação, obedecidas as normas gerais fixadas pelo Conselho
§ 2º – O mandato do Diretor e do Vice-Diretor será de quatro
de Pós-Graduação.
anos, vedado o exercício de dois mandatos consecutivos, no mes-
mo cargo. § 2º – Os docentes, membros da Comissão de Pós-Graduação,
§ 3º – O Diretor e o Vice-Diretor não poderão acumular suas devem ser portadores, no mínimo, do título de Doutor e orientado-
funções com as de Chefe de Departamento. res de Pós-Graduação.
§ 4º – O Diretor será substituído, em suas faltas e impedimen- § 3º – Aplicam-se ainda à Comissão de Pós-Graduação os crité-
tos, pelo Vice-Diretor, que o sucederá, em caso de vacância, até rios contidos nos parágrafos 2º e 3º do artigo anterior.
novo provimento. § 4º – Os representantes discentes deverão ser alunos regular-
§ 5º – Na vacância das funções de Diretor e Vice-Diretor, como mente matriculados em programas de pós-graduação da Unidade.
na falta ou impedimento de ambos, a Diretoria será exercida pelo CAPÍTULO VII – Das Demais Comissões
professor da mais alta categoria existente na Unidade, com maior Artigo 50 – As Comissões de Pesquisa e de Cultura e Extensão
tempo de serviço docente na Universidade. Universitária, se criadas, terão sua composição estabelecida no Re-
§ 6º – Ocorrendo quaisquer das vacâncias mencionadas neste gimento da Unidade, obedecidas as normas gerais dos Colegiados
artigo, o processo de elaboração da respectiva lista tríplice deverá Superiores, aplicados, no que couber, os critérios fixados para a Co-
ser concluído no prazo máximo de trinta dias. missão de Graduação e para a Comissão de Pós-Graduação.
§ 7º – O Diretor e o Vice-Diretor servirão em Regime de Dedica- Parágrafo único – A representação discente, nas Comissões
ção Integral à Docência e à Pesquisa. mencionadas no caput do presente artigo, eleita por seus pares,
corresponderá a dez por cento do total de docentes de cada um
CAPÍTULO IV
desses Colegiados.
DO CONSELHO TÉCNICO-ADMINISTRATIVO

Artigo 47 – Haverá, nas Unidades, o Conselho Técnico-Adminis- CAPÍTULO VIII


trativo, cujas atribuições serão fixadas no Regimento Geral. DOS DEPARTAMENTOS
§ 1º – O Conselho Técnico-Administrativo terá funções decisó-
rias, cabendo recurso de suas deliberações à Congregação da Uni- Artigo 51 – O Departamento é a menor fração da estrutura uni-
dade. versitária para os efeitos de organização didático-científica e admi-
§ 2º – O Conselho Técnico-Administrativo será composto: nistrativa.
1 – pelo Diretor; Artigo 52 – Cabe ao Departamento, obedecida a orientação ge-
2 – pelo Vice-Diretor; ral dos Colegiados Superiores:
3 – pelos Chefes de Departamento; I – elaborar e desenvolver programas delimitados de ensino e
4 – por um representante discente; pesquisa;
5 – por um representante dos servidores. II – ministrar, isoladamente ou em conjunto com outros Depar-
§ 3º – As Unidades poderão, em seus Regimentos, ampliar a tamentos, disciplinas de graduação e pós-graduação;
composição do Conselho Técnico-Administrativo. III – ministrar cursos de extensão universitária;
IV – organizar o trabalho docente e discente;
CAPÍTULO V V – organizar e administrar os laboratórios;
DA COMISSÃO DE GRADUAÇÃO
VI – promover a pesquisa;
VII – promover a extensão de serviços à comunidade;
Artigo 48 – À Comissão de Graduação cabe traçar diretrizes e
zelar pela execução dos programas determinados pela estrutura VIII – encaminhar à Congregação, anualmente, o relatório das
curricular, obedecida a orientação geral estabelecida pelos Colegia- atividades dos docentes do Departamento.
dos Superiores. Artigo 53 – São órgãos de direção dos Departamentos:
§ 1º – As Unidades, em seus Regimentos, estabelecerão a for- I – Conselho do Departamento;
ma de eleição e o número de membros docentes da Comissão de II – Chefia do Departamento.
Graduação, que deverão ser portadores no mínimo do título de Artigo 54 – O Conselho do Departamento, órgão deliberativo
Mestre, obedecidas as normas gerais fixadas pelo Conselho de Gra- em assuntos de administração, ensino, pesquisa e extensão univer-
duação. sitária, constitui-se, a critério da Congregação, de:
§ 2º – Haverá ainda a representação discente, eleita pelos seus I – pelo menos setenta e cinco por cento dos Professores Titula-
pares, correspondente a vinte por cento do total de docentes desse res do Departamento, assegurado um mínimo de cinco;
Colegiado. II – cinqüenta por cento dos Professores Associados do Depar-
§ 3º – A Comissão de Graduação terá um Presidente e um Su- tamento, assegurado um mínimo de quatro;
plente eleitos por seus membros. III – vinte e cinco por cento dos Professores Doutores do Depar-

221
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
tamento, assegurado um mínimo de três; mentos dependerá do voto favorável da maioria absoluta do Conse-
IV – dez por cento dos Assistentes do Departamento, assegura- lho Universitário e fica condicionada ao atendimento dos seguintes
do um mínimo de um; requisitos mínimos:
V – um Auxiliar de Ensino; I – apresentação de justificativa pormenorizada, com base em
VI – a representação discente, equivalente a dez por cento do argumentos acadêmicos, que mostrem haver condições para satis-
número de membros docentes do Conselho, assegurada a repre- fazer o disposto do artigo 52;
sentação mínima de um estudante de graduação. II – reunião de quinze docentes, dois dos quais pertencentes à
§ 1º – Nos casos em que o número de docentes na categoria for categoria de Professor Titular e um membro de cada categoria da
inferior ao mínimo estabelecido nos incisos I, II e III, a categoria será carreira docente;
representada pela totalidade de seus membros. III – aprovação, pela Congregação respectiva, por maioria ab-
§ 2º – Nenhuma categoria docente poderá estar representa- soluta de votos.
da em número que ultrapasse a metade do total da representação Parágrafo único – Na justificativa mencionada no inciso I devem
docente. constar, entre outros esclarecimentos, informes acerca de projetos
§ 3º – Na hipótese de uma categoria docente estar em maio- e desenvolvimento de pesquisa e atividades em pós-graduação.
ria absoluta, sua representação será reduzida ou, alternativamente, Artigo 58 – O Conselho Universitário, por maioria absoluta dos
a critério da Congregação, outra categoria, da mais alta hierarquia votos de seus membros, poderá criar novos Departamentos em áre-
existente no Departamento, terá sua representação ampliada. as novas do conhecimento, ouvidos os órgãos competentes, confor-
§ 4º – Não se aplica o disposto no parágrafo 1º nos Departa- me dispuser o Regimento Geral.
mentos onde houver até três categorias docentes.
§ 5º – A soma do número de docentes das categorias referidas TÍTULO VI
nos incisos I, II e III deverá constituir a maioria absoluta da totalida- DO ENSINO
de da representação docente.
§ 6º – Os membros mencionados nos incisos I a V serão eleitos Artigo 59 – A Universidade ministrará o ensino em vários níveis,
por seus pares, com mandato de dois anos, admitindo-se recondu- compreendendo, entre outras, as seguintes modalidades:
ções. I – Graduação;
§ 7º – Os membros mencionados no inciso VI serão eleitos por II – Pós-Graduação;
seus pares, com mandato de um ano, admitindo-se reconduções. III – Extensão Universitária.
§ 8º – Na hipótese da representação discente admitir mais de § 1º – Os cursos de graduação, abertos à matrícula de candida-
um membro, haverá pelo menos um representante dos estudan- tos que tenham concluído o curso de segundo grau ou equivalente
tes de pós-graduação regularmente matriculados em áreas em que e obtido classificação em concurso vestibular, visam à habilitação
haja participação preponderante do Departamento, eleito por seus para o exercício profissional ou à obtenção de qualificação univer-
pares. sitária específica.
Artigo 55 – O Conselho do Departamento elegerá, dentre os § 2º – Os cursos de pós-graduação, abertos à matrícula de can-
seus membros, o Chefe do Departamento, devendo a escolha obe- didatos que tenham concluído cursos de graduação, visam à obten-
decer aos seguintes critérios: ção dos graus de Mestre e de Doutor.
I – o Chefe deverá ser um Professor Titular desde que o número § 3º – Os cursos de extensão universitária destinam-se a com-
de membros dessa categoria no Conselho do Departamento seja pletar, atualizar, aprofundar ou difundir conhecimentos.
igual ou superior a três; Artigo 60 – A Universidade poderá instituir outros cursos, exigi-
II – na hipótese de não haver três Professores Titulares no Con- dos pelo desenvolvimento da cultura e necessidade social.
selho, o Chefe será eleito do conjunto dos Professores Titulares e CAPÍTULO I – Do Concurso Vestibular
Associados membros do Conselho, desde que esse conjunto seja Artigo 61 – O concurso vestibular tem por objetivo a seleção de
formado no mínimo por cinco docentes; candidatos à matrícula inicial na USP, respeitado o número de vagas
III – se as condições fixadas nos incisos anteriores não forem sa- fixado pelo Conselho Universitário.
tisfeitas, o Chefe será eleito do conjunto dos Professores Titulares, § 1º – O concurso estará aberto aos portadores de certifica-
Associados e Doutores membros do Conselho. do de conclusão do segundo grau ou equivalente, bem como aos
§ 1º – O Chefe será substituído, em suas faltas, impedimentos portadores de diploma de conclusão de curso superior oficial ou
e vacância, pelo Suplente eleito pelas mesmas regras estabelecidas reconhecido.
neste artigo. § 2º – O Conselho de Graduação estabelecerá normas para o
§ 2º – No impedimento do Chefe e do Suplente, exercerá a concurso vestibular, que poderá ser realizado em uma ou mais eta-
Chefia o docente mais graduado do Conselho com maior tempo de pas.
serviço docente na USP. § 3º – O concurso vestibular só é válido para o ano ou período
§ 3º – O mandato do Chefe e do Suplente será de dois anos, letivo a que foi destinado.
admitindo-se uma recondução. § 4º – A Universidade poderá celebrar convênios com outras
§ 4º – O Chefe e seu Suplente terão mandatos no Conselho entidades visando à realização de concursos vestibulares.
prorrogados até o término da investidura na Chefia ou Suplência.
§ 5º – No caso de vacância da função de Chefe ou de Suplente,
a eleição far-se-á no prazo de quinze dias.
Artigo 56 – O Conselho do Departamento poderá criar Comis-
sões para assessorá-lo, nos assuntos de sua competência.
Artigo 57 – A transformação, a criação ou a divisão de Departa-

222
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
CAPÍTULO II Artigo 71 – O candidato ao título de Doutor deverá elaborar
DA GRADUAÇÃO tese com base em investigação original.
Artigo 72 – O candidato ao título de Mestre ou de Doutor esco-
Artigo 62 – Cada curso de graduação será definido por um cur- lherá seu orientador, mediante prévia aquiescência deste, de uma
rículo. relação de docentes portadores, no mínimo, do título de Doutor,
§ 1º – Currículo é o conjunto articulado de disciplinas, adequa- organizada anualmente.
do à conquista de determinada qualificação universitária. Parágrafo único – Caberá ao orientador, em conjunto com o
§ 2º – O currículo de cada habilitação ou curso abrangerá, candidato, fixar o programa de estudo, que poderá envolver vários
quando couber, seqüência hierarquizada, à base de requisitos, das Departamentos, Unidades ou áreas mais amplas, bem como Insti-
disciplinas ou conjunto de disciplinas a serem cumpridas para a ob- tuições não ligadas à Universidade.
tenção do diploma ou certificado correspondente. Artigo 73 – Cumpre ao Conselho de Pós-Graduação autorizar o
Artigo 63 – O currículo dos cursos de graduação deverá obser- funcionamento dos vários cursos de pós-graduação para Mestrado
var as bases mínimas estabelecidas pelo Conselho Federal de Edu- ou Doutorado.
cação.
Artigo 64 – Cada habilitação ou curso será coordenado por uma CAPÍTULO IV
Comissão cuja composição, em cada caso, será fixada pelo Conselho DAS QUALIFICAÇÕES UNIVERSITÁRIAS
de Graduação.
Artigo 65 – A matrícula será feita por disciplina ou conjunto de Artigo 74 – A Universidade expedirá diplomas, títulos e certificados
disciplinas, respeitada a seqüência a que se refere o parágrafo 2º para documentar a habilitação em seus diversos cursos e
do artigo 62 e satisfeito o número mínimo fixado pelo Conselho de disciplinas.
Graduação. Parágrafo único – A qualificação universitária far-se-á por meio
Artigo 66 – As transferências, os cancelamentos, os trancamen- da outorga de:
tos e a não aceitação de matrículas serão definidos em Regimento 1 – diploma, após a conclusão de um currículo de graduação;
específico. 2 – título de Mestre;
Artigo 67 – A matrícula para admissão aos cursos de graduação 3 – título de Doutor;
depende, no mínimo, de: 4 – título de Livre-Docente;
I – prova de conclusão do curso de segundo grau ou equivalen- 5 – certificados:
te, ou de curso de nível superior; a) de aprovação em disciplinas;
II – classificação em concurso vestibular da USP. b) de conclusão dos cursos referidos no inciso III do artigo 59.
Parágrafo único – A exigência contida no inciso II deste artigo é Artigo 75 – A Universidade procederá à revalidação de diplo-
considerada suprida quando o candidato possuir diploma de curso mas estrangeiros, observadas as condições fixadas pelo Conselho
superior devidamente registrado, e desde que resultem vagas após Federal de Educação.
a matrícula dos candidatos classificados no concurso vestibular, es-
gotadas as opções. TÍTULO VII
Artigo 68 – A integralização dos estudos necessários à gradua- DA ATIVIDADE DOCENTE
ção será expressa em “Unidades de Crédito”.
CAPÍTULO III – Da Pós-Graduação CAPÍTULO I
Artigo 69 – A Pós-Graduação, observado o preceito contido no DISPOSIÇÕES GERAIS
parágrafo 2º do artigo 59, compreende um conjunto de atividades
programadas, avançadas e individualizadas, acompanhadas por Artigo 76 – O desempenho das atividades docentes, obedecido
orientador, que incluem e privilegiam o ensino e a pesquisa, procu- o princípio de integração de atividades de ensino, pesquisa e exten-
rando sempre a integração do conhecimento. são universitária, far-se-á dentro das seguintes categorias docentes:
§ 1º – A Pós-Graduação deve ser entendida como um sistema I – Auxiliar de Ensino;
de formação intelectual e, ao mesmo tempo, de produção de co- II – Assistente;
nhecimento em cada área do saber. III – Professor Doutor;
§ 2º – A Pós-Graduação compreenderá pelo menos dois níveis IV – Professor Associado;
terminais: o Mestrado e o Doutorado, diferenciados pela amplitude V – Professor Titular.
e profundidade dos estudos. O título de Mestre não será obrigató- § 1º – As categorias docentes mencionadas nos incisos III a V
rio para a obtenção do grau de Doutor. constituem a carreira docente.
§ 3º – O acesso à Pós-Graduação deve ser feito através de crité- § 2º – Em qualquer das categorias docentes poderá existir mais
rios previamente definidos, claramente estabelecidos e largamente de um docente por Departamento.
divulgados, assegurando-se o ingresso de candidatos com maior § 3º – As categorias da carreira docente referidas nos incisos III
potencial. e V constituem cargos; a referida no inciso IV, função.
§ 4º – Os programas de pós-graduação, além de outros requisi- § 4º – A Universidade providenciará, anualmente, ouvidas as
tos, compreenderão disciplinas da área de concentração escolhida Congregações, a criação dos cargos de que trata o parágrafo ante-
pelo candidato, bem como de áreas complementares. rior.
Artigo 70 – Além de freqüência a disciplinas e do cumprimento Artigo 77 – O provimento do cargo de Professor Doutor será
das exigências que forem estabelecidas, o candidato ao Mestrado feito mediante concurso público.
deverá ocupar-se do preparo de dissertação ou outro tipo equiva- Parágrafo único – O candidato ao concurso para provimento do
lente de trabalho. cargo de Professor Doutor deverá ser portador, no mínimo, do título

223
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
de Doutor, outorgado pela USP, por ela reconhecido ou de validade goria de Assistente.
nacional. Artigo 86 – A Universidade poderá, em caráter excepcional,
Artigo 78 – Os candidatos aos concursos de Professor Doutor e contratar, por prazo determinado, Professor Colaborador, especia-
de Professor Titular, bem como à Livre-Docência, deverão apresen- lista de reconhecidos méritos, portador ou não de titulação univer-
tar Memorial circunstanciado e comprovar atividades realizadas, sitária.
trabalhos publicados e demais informações que permitam cabal Artigo 87 – Professores de outras Instituições de Ensino Supe-
avaliação de seus méritos. rior, portadores, no mínimo, do título de Doutor ou equivalente,
Artigo 79 – São as seguintes as provas para concurso de Pro- poderão ser admitidos na USP como Professores Visitantes.
fessor Doutor:
I – prova pública de argüição e julgamento do Memorial; CAPÍTULO II
II – prova didática; DO REGIME DE TRABALHO
III – outra prova, a critério da Unidade.
Artigo 80 – O provimento do cargo de Professor Titular será Artigo 88 – O regime preferencial de trabalho da atividade do-
feito mediante concurso público ou mediante transferência de Pro- cente será o da dedicação integral à docência e à pesquisa (RDIDP).
fessor Titular de outra Instituição de Ensino Superior, sendo neces- Artigo 89 – O docente em RDIDP obriga-se a manter vínculo
sária, nesta hipótese, a manifestação favorável de dois terços dos empregatício exclusivo com a USP, com atividade permanente na
membros da Congregação. Unidade respectiva, ocupando-se exclusivamente com trabalhos
§ 1º – O candidato ao concurso para provimento do cargo de de ensino, pesquisa e extensão de serviços à comunidade, admi-
Professor Titular deverá ser portador do título de Livre-Docente ou- tindo-se a necessária flexibilidade no desempenho de atividades de
torgado pela USP ou por ela reconhecido ou, a juízo de dois terços interesse da Universidade, que não prejudiquem o exercício regular
dos membros da Congregação, especialista de reconhecido valor, da função.
desde que não pertença a nenhuma categoria docente da USP. Parágrafo único – As acumulações e a percepção de direitos
§ 2º – O concurso a que se refere o presente artigo compreen- autorais, bem como a participação remunerada em convênios, as-
derá: sessorias e serviços assistenciais, de docentes sujeitos ao RDIDP,
1 – julgamento dos Títulos; serão regulamentadas pelo Conselho Universitário em legislação
2 – prova pública oral de erudição; específica.
3 – prova pública de argüição. Artigo 90 – Tendo em vista os interesses da USP, poderão ser
§ 3º – A prova de erudição constará de exposição sobre tema admitidos docentes em Regime de Turno Completo e em Regime
de livre escolha do candidato, pertinente ao campo de atuação do de Turno Parcial.
Departamento. Artigo 91 – À Comissão Especial de Regimes de Trabalho, a que
§ 4º – A prova de argüição destina-se à avaliação geral da quali- se refere o inciso XI do artigo 34, incumbe analisar as admissões
ficação científica, literária ou artística do candidato, de acordo com de docentes, opinar acerca do regime de trabalho, orientar e co-
o que dispuserem os Regimentos das Unidades. ordenar a aplicação da legislação pertinente, bem como zelar pelo
Artigo 81 – A USP manterá a instituição da Livre-Docência, in- cumprimento das respectivas obrigações.
dependentemente de vinculação à atividade acadêmica na Univer- Parágrafo único – A Comissão a que se refere o caput deste
sidade. artigo opinará após manifestação circunstanciada do Conselho do
Artigo 82 – O título de Livre-Docente será outorgado mediante Departamento, ouvida a Congregação.
concurso público que compreenderá:
I – prova escrita; TÍTULO VIII
II – defesa de tese ou de texto que sistematize criticamente a DAS DIGNIDADES UNIVERSITÁRIAS
obra do candidato ou parte dela;
III – prova pública de argüição e julgamento do Memorial; Artigo 92 – A Universidade poderá conceder o título de Doutor
IV – avaliação didática. honoris causa:
§ 1º – A critério da Unidade, poderá ainda ser realizada outra I – a personalidades nacionais ou estrangeiras que tenham con-
prova. tribuído, de modo notável, para o progresso das ciências, letras ou
§ 2º – A prova de que trata o inciso IV deste artigo destina-se a artes;
avaliar a capacidade de organização, a produção ou o desempenho II – aos que tenham beneficiado de forma excepcional a hu-
didático. manidade, o país, ou prestado relevantes serviços à Universidade.
Artigo 83 – Os candidatos ao título de Livre-Docente deverão Parágrafo único – A concessão do título dependerá de proposta
ser portadores do título de Doutor, outorgado pela USP, por ela re- fundamentada de Congregação ou de membro do Conselho Uni-
conhecido ou de validade nacional. versitário e deverá ser aprovada por dois terços dos componentes
Artigo 84 – O Professor Doutor que, mediante concurso públi- deste Colegiado.
co, obtiver o título de Livre-Docente, passará a exercer a função de Artigo 93 – A Universidade e as Unidades poderão conceder o
Professor Associado. título de Professor Emérito a seus professores aposentados que se
Artigo 85 – Em qualquer das categorias será permitida a admis- hajam distinguido por atividades didáticas e de pesquisa ou contri-
são de docentes, respeitada a titulação correspondente. buído, de modo notável, para o progresso da Universidade.
§ 1º – O Auxiliar de Ensino, que deverá possuir diploma de cur- Parágrafo único – A concessão do título dependerá de aprova-
so superior, estará vinculado a programa de pós-graduação e será ção de dois terços, respectivamente, dos componentes do Conselho
admitido para iniciação das atividades docentes. Universitário ou das Congregações.
§ 2º – Será exigido o título de Mestre para a admissão na cate-

224
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
TÍTULO IX Unidades, os Colegiados previstos nos artigos 45 e 54 deste Estatuto
DISPOSIÇÕES GERAIS terão suas composições disciplinadas pelas respectivas Congrega-
ções, mediante Resoluções aprovadas pelo Conselho Universitário.
Artigo 94 – Cabe aos corpos docente, discente e de servidores Artigo 4º – Com a promulgação deste Estatuto continuarão em
não-docentes manter a fiel observância dos preceitos exigidos para vigor, até seu término, os mandatos do Reitor, Vice-Reitor, Diretor
a boa ordem e dignidade da Universidade. e Vice-Diretor de Unidade, Chefes de Departamento e respectivos
Artigo 95 – A Assembléia Universitária, constituída nos termos Suplentes.
do inciso II do artigo 36, poderá ser convocada pelo Reitor como Parágrafo único – O disposto no parágrafo 3º do artigo 46 não
órgão de caráter consultivo. se aplica aos detentores de mandatos a que se refere o caput deste
Artigo 96 – Nos cálculos de porcentagens para a escolha de re- artigo.
presentações, os números fracionários que incluírem decimal igual Artigo 5º – No prazo de trinta dias, a partir da vigência deste
ou superior a cinco serão aproximados para o número inteiro ime- Estatuto, o Reitor submeterá ao Conselho Universitário, para homo-
diatamente superior. logação, os nomes dos Pró-Reitores.
Artigo 97 – Nas eleições para representação do corpo docente Artigo 6º – Os membros integrantes dos Conselhos de Departa-
nos Conselhos de Departamento e Congregações, cada eleitor po- mento, referidos no artigo 54, deverão ser eleitos até quarenta dias
derá votar em apenas um nome. após a entrada em vigor do presente Estatuto.
Artigo 98 – O representante docente de que trata o inciso I, do Parágrafo único – Realizada a eleição prevista no caput deste
artigo 25, não poderá pertencer a mais de um Conselho Central. artigo, extinguem-se os mandatos dos atuais membros.
Artigo 99 – Constituem o corpo discente da Universidade os Artigo 7º – Os membros da Congregação de cada Unidade, refe-
estudantes matriculados regularmente em Cursos de graduação ou ridos nos incisos VII, VIII e IX do artigo 45, deverão ser eleitos entre
de pós-graduação. quarenta e um e sessenta dias a partir da vigência deste Estatuto.
Artigo 100 – Na Universidade e nas Unidades, os estudantes Parágrafo único – Realizada a eleição prevista no caput deste
poderão organizar-se em entidades tais como o Diretório Central artigo, extinguem-se os mandatos dos atuais membros docentes e
de Estudantes, Diretórios Setoriais, Grêmios e Centros Acadêmicos. discentes.
Artigo 101 – A representação discente e dos servidores nos Co- Artigo 8º – Com a promulgação deste Estatuto continuarão em
legiados não poderá ser exercida por membros do corpo docente vigor, até seu término, os mandatos dos membros Titulares e Su-
da Universidade. plentes do Conselho Universitário a que se referem os incisos V, VI,
Artigo 102 – Os Colegiados da USP somente poderão deliberar, VIII, IX, X, XII a XVII do artigo 15.
em primeira e segunda convocações, com a presença da maioria de Artigo 9º – Os representantes dos Professores Adjuntos e Pro-
seus membros. fessores Livre-Docentes terão seus mandatos preservados até a ins-
§ 1º – Em terceira convocação as decisões serão tomadas com talação do Conselho Universitário.
qualquer número. § 1º – Os membros do Conselho Universitário, referidos nos
§ 2º – O disposto neste artigo não se aplica aos casos em que incisos VII, XI e XVIII do artigo 15, serão eleitos entre sessenta e um
este Estatuto exija quorum especial. e oitenta dias a partir da vigência deste Estatuto.
Artigo 103 – Cada membro eleito dos Colegiados da Univer- § 2º – A representação dos Professores Titulares e dos Profes-
sidade, Unidades, órgãos de Integração e órgãos Complementares sores Associados, necessária para cumprir a exigência do inciso VIII
será substituído em suas faltas, impedimentos ou, no caso de va- do artigo 15, será eleita no prazo indicado no parágrafo anterior.
cância, pelo respectivo Suplente. Artigo 10 – O Conselho Universitário, com a composição pre-
Artigo 104 – O Regimento de cada Unidade disporá sobre a rea- vista no artigo 15, será instalado após decorridos oitenta e um a
valiação qüinqüenal de todos os docentes no que se refere às ativi- noventa e cinco dias da vigência do presente Estatuto.
dades de ensino, de pesquisa e de extensão de serviços, respeitado Parágrafo único – Enquanto não for instalado na forma indi-
o disposto no Regimento Geral. cada neste artigo, o Conselho Universitário se reunirá e deliberará
com a constituição anterior à publicação do presente Estatuto.
TÍTULO X Artigo 11 – Na primeira reunião anual do Conselho Universi-
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS tário com sua nova composição serão eleitos os membros das Co-
missões Permanentes a que se refere o artigo 19, bem como um
Artigo 1º – O presente Estatuto entrará em vigor no primeiro representante do mencionado Conselho no Grupo de Planejamento
dia do mês imediatamente seguinte ao de sua publicação. Setorial.
Artigo 2º – Até que seja promulgado novo Regimento Geral, e Artigo 12 – Os Conselhos Centrais, referidos no inciso II do ar-
ouvida a Comissão de Legislação e Recursos, fica o Reitor autori- tigo 14, serão instalados no prazo de noventa a cento e vinte dias
zado a baixar, ad referendum do Conselho Universitário, atos nor- após a entrada em vigor do presente Estatuto.
mativos necessários para preencher eventuais lacunas na legislação Artigo 13 – A representação das Unidades nos Conselhos Cen-
aplicável à USP. trais, a que se refere o inciso I do artigo 25, será exercida provisoria-
§ 1º – Por proposta aprovada pelas Unidades, órgãos de Inte- mente pelos atuais presidentes (ou coordenadores) das Comissões
gração e órgãos Complementares, poderá o Reitor, mediante apro- correspondentes de cada Unidade.
vação do Conselho Universitário, baixar normas regulamentares Parágrafo único – Nas Unidades em que não houver Comissões
específicas. correspondentes a todos os Conselhos Centrais, previstos nos itens
§ 2º – As normas previstas no parágrafo anterior terão validade 1 a 4 do inciso II do artigo 14, a Congregação indicará um docente
até aprovação dos respectivos Regimentos. para cada Conselho em que não esteja representada.
Artigo 3º – Enquanto não forem aprovados os Regimentos das Artigo 14 – No prazo de cento e oitenta dias os Conselhos Cen-

225
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
trais deverão elaborar os seus Regimentos e submetê-los ao Conse- CAPÍTULO I
lho Universitário. DOS CAMPI
Parágrafo único – Em seus Regimentos, os Conselhos Centrais
deverão fixar as normas gerais para o funcionamento das Comis- Artigo 2º – A USP mantém o campus da Capital e campi no In-
sões correspondentes das Unidades. terior do Estado.
Artigo 15 – No prazo de cento e oitenta dias, a partir da vigên- Artigo 3º – No Interior, cada campus terá infra-estrutura que
cia deste Estatuto, as Unidades deverão instalar o Conselho Técni- assegure os serviços administrativos essenciais de interesse comum
co-Administrativo. das Unidades e órgãos que o compõem.
Parágrafo único – Com a instalação do Conselho Técnico-Ad- Artigo 4º – Em cada campus haverá um Prefeito.
ministrativo será extinto, nas Unidades em que existir, o Conselho § 1º – Na Capital, o Prefeito e o suplente serão de livre escolha
Interdepartamental. do Reitor.
Artigo 16 – Os Professores Livre-Docentes e Professores Adjun- § 2º – Nos campi do Interior, o Reitor nomeará o Prefeito de
tos passarão a Professores Associados. uma lista tríplice elaborada pelo Conselho do respectivo campus.
§ 1º – A remuneração devida ao Professor Associado será equi- § 3º – Os Prefeitos dos campi do Interior serão substituídos, em
valente à do Professor Adjunto. seus impedimentos e ausências, pelo docente integrante do Conse-
§ 2º – Nos concursos para Professor Titular, a aprovação prévia lho do campus com maior tempo de serviço na USP.
em concurso de Professor Adjunto será considerada título adicional.
Artigo 17 – A correspondência entre as categorias docentes CAPÍTULO II
previstas neste Estatuto e a anterior será a seguinte: DAS UNIDADES UNIVERSITÁRIAS
Situação anterior – Situação nova
Artigo 5º – São Unidades os Institutos, as Faculdades e as Esco-
RESOLUÇÃO Nº 3.745/1990, COM AS ALTERAÇÕES las, todos de igual hierarquia.
VIGENTES ATÉ A PUBLICAÇÃO DO EDITAL. Artigo 6º – As Unidades que compõem a Universidade são:
I – no campus da Capital:
1 – Escola de Comunicações e Artes (ECA);
RESOLUÇÃO Nº 3745, DE 19 DE OUTUBRO DE 1990 2 – Escola de Educação Física (EEF);
3 – Escola de Enfermagem (EE);
Baixa o Regimento Geral da Universidade de São Paulo 4 – Escola Politécnica (EP);
5 – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU);
O Reitor da Universidade de São Paulo, usando de suas atribui- 6 – Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF);
ções legais, tendo em vista o deliberado pelo Conselho Universitá- 7 – Faculdade de Direito (FD);
rio em sessão de 9 de outubro de 1990, baixa a seguinte 8 – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
RESOLUÇÃO: (FEA);
Artigo 1º – Fica aprovado o Regimento Geral da Universidade 9 – Faculdade de Educação (FE);
de São Paulo, anexo a esta Resolução. 10 – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH);
11 – Faculdade de Medicina (FM);
Artigo 2º – Esta Resolução entrará em vigor na data de sua pu- 12 – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ);
blicação. 13 – Faculdade de Odontologia (FO);
14 – Faculdade de Saúde Pública (FSP);
Artigo 3º – Ficam revogadas as disposições em contrário. 15 – Instituto Astronômico e Geofísico (IAG);
Reitoria da Universidade de São Paulo, 19 de outubro de 1990 16 – Instituto de Biociências (IB);
ROBERTO LEAL LOBO E SILVA FILHO 17 – Instituto de Ciências Biomédicas (ICB);
Reitor 18 – Instituto de Física (IF);
LOR CURY 19 – Instituto de Geociências (IGc);
Secretária Geral 20 – Instituto de Matemática e Estatística (IME);
21 – Instituto Oceanográfico (IO);
REGIMENTO GERAL DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 22 – Instituto de Psicologia (IP);
23 – Instituto de Química (IQ);
TÍTULO I II – no campus de Bauru:
DA ESTRUTURA DA UNIVERSIDADE 1 – Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB);
III – no campus de Piracicaba:
Artigo 1º – A Universidade de São Paulo (USP) é constituída de 1 – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”(ESALQ);
Unidades, Órgãos de Integração e Órgãos Complementares, distri- IV – no campus de Ribeirão Preto:
buídos em campi. 1 – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP);
2 – Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FC-
FRP);
3 – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
(FFCLRP);
4 – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP);
5 – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP);

226
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
V – no campus de São Carlos: TÍTULO II
1 – Escola de Engenharia de São Carlos (EESC); DA ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE
2 – Instituto de Ciências Matemáticas de São Carlos (ICMSC);
3 – Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC); CAPÍTULO I
DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO
CAPÍTULO III
DOS ÓRGÃOS DE INTEGRAÇÃO Artigo 11 – São atribuições do Conselho Universitário (Co),
além das indicadas no art. 16 do Estatuto, as seguintes:
Artigo 7º – São órgãos de integração: I – julgar recursos interpostos contra as decisões deliberativas
I – Museus: da Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP), da Comissão de Le-
1 – Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE); gislação e Recursos (CLR) e da Comissão de Atividades Acadêmicas
2 – Museu de Arte Contemporânea (MAC); (CAA), bem como dos Conselhos Centrais;
3 – Museu Paulista (MP); II – julgar os recursos interpostos em concursos da carreira do-
4 – Museu de Zoologia (MZ); cente, ouvida a CLR;
II – Institutos Especializados: III – deliberar sobre a política salarial do pessoal docente e dos
1 – Centro de Biologia Marinha (CeBiMar); servidores não-docentes, ouvida a COP;
2 – Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA); IV – aprovar o Plano Diretor da Universidade;
3 – Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE); V – deliberar sobre a criação e extinção de cursos de gradua-
4 – Instituto de Estudos Avançados (IEA); ção, por proposta do Conselho de Graduação;
5 – Instituto de Estudos Brasileiros (IEB); VI – aprovar os regimentos dos órgãos de integração e comple-
III – Núcleos de Apoio. mentares.
Parágrafo único – No âmbito de sua competência o Co poderá
CAPÍTULO IV deliberar sobre atribuições não previstas no Estatuto e neste regi-
DOS ÓRGÃOS COMPLEMENTARES mento.
Artigo 12 – Além das competências estatutárias, às Comissões
Artigo 8º – São órgãos complementares: Permanentes do Co compete:
I – Hospital Universitário (HU); I – à Comissão de Legislação e Recursos:
II – Hospital de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais a) opinar sobre os regimentos dos Conselhos Centrais, das Uni-
(HPRLLP). dades e dos Órgãos de Integração e Complementares;
Artigo 9º – Dirigem os órgãos complementares: b) aprovar os regimentos dos demais órgãos não previstos en-
I – Conselho Deliberativo; tre os de competência do Co;
II – Superintendência. c) julgar os recursos interpostos nos casos de aplicação de san-
§ 1º – A composição do conselho deliberativo será fixada no ções disciplinares a membros do corpo discente;
regimento de cada órgão complementar. d) autorizar, mediante solicitação do Reitor, desistências, acor-
§ 2º – O Superintendente será designado pelo Reitor, mediante dos ou transações em ações judiciais;
lista tríplice elaborada pelo conselho deliberativo. e) opinar sobre os demais casos encaminhados pelo Reitor e
pelos Pró-Reitores.
CAPÍTULO V II – à Comissão de Orçamento e Patrimônio:
DAS ENTIDADES ASSOCIADAS a) opinar nos casos de comodato e de cessão de uso de imó-
veis;
Artigo 10 – São entidades associadas: b) opinar sobre alienação de imóveis;
I – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HCFMUSP); c) deliberar sobre a alienação de bens móveis patrimoniados;
II – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão d) deliberar sobre alocação de imóveis ou parte deles;
Preto (HCFMRP); e) opinar sobre os demais casos encaminhados pelo Reitor e
III – Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo pelos Pró-Reitores.
(IMESC); III – à Comissão de Atividades Acadêmicas:
IV – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN); a) propor ao Co critérios referentes à destinação de cargos do-
V – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo centes aos Departamentos;
(IPT). b) propor ao Co a distribuição dos cargos docentes vagos;
c) opinar sobre as propostas das Unidades relativas à redis-
tribuição de cargos docentes vagos, bem como dos claros de um
Departamento para outro ou de uma para outra Unidade, encami-
nhando-as ao Reitor;
d)opinar sobre os demais casos encaminhados pelo Reitor e
pelos Pró-Reitores.

227
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
CAPÍTULO II CAPÍTULO VI
DO REITOR DA REITORIA

Artigo 13 – Além das atribuições estatutárias, ao Reitor com- SEÇÃO I


pete: DOS GABINETES DO REITOR E VICE-REITOR
I – designar, para a Comissão de Planejamento (CP), Comissão
Especial de Regimes de Trabalho (CERT) e Comissão de Cooperação Artigo 17 – O Gabinete do Reitor (GR) tem por finalidade pres-
Internacional (CCInt), os membros e respectivos presidentes; tar, ao Reitor, assistência técnico-administrativa e assessoria de re-
II – designar o secretário geral, o consultor jurídico chefe, o pre- lações públicas.
sidente do Grupo de Planejamento Setorial (GPS) e os coordenado- Parágrafo único – O GR contará com um chefe de gabinete, ofi-
res das várias coordenadorias; ciais, assessores técnicos e auxiliares, bem como servidores coloca-
III – designar os superintendentes dos Órgãos Complementa- dos à sua disposição.
res, bem como dirigentes e membros dos demais órgãos vinculados Artigo 18 – O Vice-Reitor terá um gabinete (GVR) para auxiliá-lo
à Reitoria; na execução dos encargos sob sua responsabilidade.
IV – aceitar doações e legados não clausulados, feitos à USP;
V – decidir sobre as propostas de relotação de servidores não- SEÇÃO II
-docentes de um para outro órgão; DAS PRÓ-REITORIAS
VI – apresentar, anualmente, ao Co, o relatório geral de ativi-
dades da USP. Artigo 19 – Os Pró-Reitores terão seus gabinetes constituídos
de assessoria especializada e de auxiliares.
CAPÍTULO III § 1º – Assessores e auxiliares serão designados em comissão,
DOS CONSELHOS CENTRAIS por indicação do respectivo Pró-Reitor.
§ 2º – Quando conveniente, serviços específicos poderão ser
Artigo 14 – São Conselhos Centrais: comuns a mais de uma Pró-Reitoria.
I – Conselho de Graduação (CoG);
II – Conselho de Pós-Graduação (CoPGr); SEÇÃO III
III – Conselho de Pesquisa (CoPq); DA SECRETARIA GERAL
IV – Conselho de Cultura e Extensão Universitária (CoCEx).
Parágrafo único – Além das atribuições previstas neste regi- Artigo 20 – À Secretaria Geral (SG) compete:
mento, os Conselhos Centrais poderão ter as que forem estabeleci- I – assessorar os órgãos centrais da Universidade;
das em seus regimentos respectivos. II – providenciar para que as reuniões do Co e dos Conselhos
Centrais sejam devidamente secretariadas;
CAPÍTULO IV III – coordenar os serviços auxiliares relativos às atividades aca-
DOS PRÓ-REITORES dêmicas e controlar os que lhe forem pertinentes;
IV – registrar diplomas, títulos e certificados;
Artigo 15 – Aos Pró-Reitores compete: V – cumprir as determinações do Reitor.
I – convocar e presidir o Conselho Central respectivo;
II – exercer as atribuições executivas pertinentes à área, bem SEÇÃO IV
como as que lhe forem delegadas pelo Reitor; DA CONSULTORIA JURÍDICA
III – dirigir todos os serviços da respectiva Pró-Reitoria.
§ 1º – O Pró-Reitor será substituído em suas faltas e impedi- Artigo 21 – À Consultoria Jurídica (CJ) compete prestar assis-
mentos, exceto junto ao Co, por um suplente. tência jurídica ao Reitor, Vice-Reitor, Pró-Reitores, Conselho Univer-
§ 2º – O Reitor, ouvido o Pró-Reitor, indicará, anualmente, até sitário e suas comissões, Conselhos Centrais, órgãos que compõem
três membros do respectivo conselho, em ordem de substituição, a Reitoria, bem como, por intermédio do Reitor, às Unidades.
para o exercício da suplência.
SEÇÃO V
CAPÍTULO V DA COORDENADORIA DE ADMINISTRAÇÃO GERAL
DO CONSELHO CONSULTIVO
Artigo 22 – À Coordenadoria de Administração Geral (CODAGE)
Artigo 16 – O Conselho Consultivo (CoCons), cujas atribuições compete:
estão fixadas no art. 43 do Estatuto, tem a seguinte composição: I – orientar e controlar a administração geral da Universidade;
I – o Reitor, seu presidente; II – coordenar suas atividades com as dos demais órgãos da
II – o Vice-Reitor; USP;
III – os Pró-Reitores; III – executar serviços da administração geral.
IV – seis pessoas eminentes, escolhidas pelo Reitor, que não
estejam em exercício na USP.
Parágrafo único – O mandato dos membros referidos no inciso
IV será de dois anos, permitida a recondução.

228
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
SEÇÃO VI Artigo 30 – Em cada campus do Interior, será elaborado um Pla-
DA COORDENADORIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL no Diretor Territorial pelo Fundo de Construção da Universidade de
São Paulo (FUNDUSP).
Artigo 23 – À Coordenadoria de Assistência Social (COSEAS)
compete: Parágrafo único – O Plano Diretor Territorial será submetido ao
I – promover o estudo e a solução dos problemas relativos à Co, ouvido o Conselho do campus respectivo.
moradia estudantil e à assistência social da comunidade universi-
tária; Artigo 31 – O Plano Diretor Territorial do campus da Capital
II – administrar o conjunto residencial estudantil da Universi- será elaborado pelo FUNDUSP e submetido diretamente ao Co.
dade, na Capital.
SEÇÃO IX
SEÇÃO VII DA ASSESSORIA JURÍDICA DO REITOR
DO GRUPO DE PLANEJAMENTO SETORIAL
Artigo 32 – Além do assessor jurídico, previsto no inciso IX do
Artigo 24 – Ao GPS compete assessorar o Reitor, a CP e a COP. art. 34 do Estatuto, o Reitor poderá valer-se de outros para casos
Artigo 25 – O GPS é constituído por: específicos.
I – um representante da Secretaria de Economia e Planejamen-
to; SEÇÃO X
II – um representante da Secretaria da Fazenda; DA COMISSÃO DE PLANEJAMENTO
III – dois representantes da USP designados pelo Reitor;
IV – um representante da USP eleito pelo Co; Artigo 33 – À CP compete:
V – um representante discente, indicado pela respectiva repre- I – assessorar a Reitoria e as Pró-Reitorias no planejamento,
sentação no Co. programação e desenvolvimento das atividades universitárias;
§ 1º – O coordenador do GPS será designado pelo Reitor dentre II – elaborar e propor planos estratégicos de desenvolvimento
os representantes da USP. da Universidade, a médio e longo prazo;
§ 2º – O GPS será auxiliado por uma equipe técnica. III – elaborar projetos específicos quando solicitados pelo Rei-
tor.
SEÇÃO VIII Parágrafo único – No desempenho de seus encargos, a CP po-
DAS PREFEITURAS DOS CAMPI derá constituir grupos de trabalho, bem como solicitar a colabora-
ção de qualquer órgão da Universidade.
Artigo 26 – Haverá em cada campus, da Capital e do Interior,
uma Prefeitura dirigida por um Prefeito, nos termos do disposto no SEÇÃO XI
art. 4º deste regimento. DA COMISSÃO ESPECIAL DE REGIMES DE TRABALHO
Parágrafo único – Em cada campus do Interior haverá um con-
selho, presidido pelo Prefeito. Artigo 34 – À CERT compete exercer as atividades indicadas no
Artigo 27 – Os conselhos dos campi do Interior têm a seguinte art. 91 do Estatuto.
constituição: Artigo 35 – A composição, estrutura administrativa e as atri-
I – o Prefeito; buições da CERT serão definidas em regimento próprio, aprovado
II – os Diretores das Unidades, dos órgãos de Integração e dos pelo Co.
Complementares; Parágrafo único – Os membros da CERT serão escolhidos pelo
III – um representante docente de cada Unidade, eleito pelos Reitor de maneira a assegurar representação adequada das diferen-
seus pares; tes áreas do conhecimento.
IV – representantes do corpo discente, equivalente a vinte por
cento dos membros docentes, mantida a proporcionalidade entre SEÇÃO XII
alunos de graduação e de pós-graduação do respectivo campus; , DA COMISSÃO DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
V – um representante dos servidores não-docentes do campus,
eleito pelos seus pares; Artigo 36 – À CCInt compete:
VI – um representante dos Órgãos de Integração e Complemen- I – assessorar o Reitor nas relações internacionais da Univer-
tares, conforme for estabelecido no regimento do campus. sidade;
§ 1º – O mandato dos representantes a que se referem os inci- II – dar assistência ao Reitor, aos órgãos centrais e às Unidades,
sos III e V será de dois anos. na área de cooperação internacional.
§ 2º – O mandato dos representantes do corpo discente será de Parágrafo único – As demais atribuições da CCInt serão fixadas
um ano, admitida uma recondução. em regimento próprio, aprovado pelo Co.
Artigo 28 – Os regimentos dos campi serão elaborados pelos
respectivos conselhos e submetidos à aprovação do Co.

Artigo 29 – À prefeitura de cada campus do Interior, além das


atribuições regimentais, compete administrar o respectivo conjun-
to residencial estudantil.

229
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
SEÇÃO XIII XII – propor ao Conselho Universitário a criação de cargos do-
DO CONSELHO COMUNITÁRIO centes, mediante proposta do Conselho de Departamento, ouvido
o Conselho Técnico-Administrativo (CTA);
Artigo 37 – Ao Conselho Comunitário (CoCm) compete asses- XIII – deliberar sobre renovação contratual de docentes pro-
sorar o Reitor na formulação e desenvolvimento da política geral da posta pelos Departamentos;
COSEAS e das prefeituras. XIV – aprovar, por proposta do Departamento, a contratação de
professor colaborador, nos termos do art. 86 do Estatuto;
Artigo 38 – O CoCm tem a seguinte constituição: XV – aprovar, por proposta dos Departamentos, a admissão de
I – o presidente, designado pelo Reitor; professor visitante, nos termos do art. 87 do Estatuto e 194 deste
II – o prefeito da Cidade Universitária; regimento;
III – os prefeitos dos campi do Interior; XVI – integrar a Assembléia Universitária para a eleição a que se
IV – o coordenador da COSEAS; refere o inciso II do art. 36 do Estatuto;
V – um representante docente, um representante discen- XVII – participar do colégio eleitoral da Unidade para a escolha
te e um representante dos servidores não-docentes de cada um da lista tríplice de Diretor e Vice-Diretor nos termos do art. 46 do
dos campi do Interior, escolhidos pelos respectivos conselhos, den- Estatuto;
tre seus membros; XVIII – eleger o seu representante e respectivo suplente no Co;
VI – dois representantes docentes e um representante dos XIX – eleger o representante e respectivo suplente da Unidade
servidores não-docentes, do campus da Capital, eleitos pelos seus junto aos Conselhos Centrais, quando não houver qualquer das co-
pares; missões previstas no parágrafo único do art. 44 do Estatuto;
VII – dois representantes discentes, do campus da Capital, sen- XX – opinar sobre a equivalência de títulos de pós-graduação,
do um de graduação e outro de pós-graduação, eleitos pelos seus obtidos em outras instituições de ensino superior do País ou do ex-
pares. terior;
§ 1º – O presidente será substituído em seus impedimentos e XXI – deliberar sobre a revalidação de diplomas de graduação
ausências pelo vice-presidente, eleito pelos membros do colegiado. obtidos no exterior em instituições de ensino superior;
XXII – deliberar sobre a aplicação da pena de desligamento de
§ 2º – O mandato dos membros docentes será de dois anos, o
membros do corpo discente, assegurado a estes amplo direito de
dos servidores não-docentes e o dos representantes discentes será
defesa;
de um ano, permitida recondução em todos os casos.
XXIII – deliberar sobre a aplicação da pena de demissão de
§ 3º – O mandato dos membros referidos nos incisos I a IV ces-
membros do corpo docente, assegurado a estes amplo direito de
sará automaticamente com o término do mandato do Reitor.
defesa, encaminhando o processo ao Reitor para execução;
XXIV – deliberar, em grau de recurso das decisões do CTA, dos
TÍTULO III
Conselhos dos Departamentos, das comissões referidas no art. 44 e
DAS UNIDADES parágrafo único do Estatuto;
XXV – deliberar sobre impugnação de atos do Diretor;
CAPÍTULO I XXVI – delegar parte de suas atribuições ao CTA.
DA CONGREGAÇÃO
CAPÍTULO II
Artigo 39 – À Congregação compete: DO CONSELHO TÉCNICO-ADMINISTRATIVO
I – aprovar, por maioria absoluta, o regimento da Unidade e
suas modificações; Artigo 40 – Em conformidade com o disposto no § 2º do art. 47
II – aprovar os regimentos de Departamentos; do Estatuto, o CTA é constituído:
III – propor ao CoG a estrutura curricular, dos cursos sob sua I – pelo Diretor;
responsabilidade, bem como suas modificações; II – pelo Vice-Diretor;
IV – propor ao CoG os programas das disciplinas ministradas III – pelos Chefes de Departamento;
pela Unidade; IV – por um representante discente;
V – propor ao CoG a criação ou extinção de cursos de gradua- V – por um representante dos servidores não-docentes.
ção; § 1º – Os representantes indicados nos incisos IV e V serão elei-
VI – propor ao Co a criação, transformação ou extinção de De- tos pelos seus pares e terão mandatos, de um e dois anos, respecti-
partamentos; vamente, permitida recondução.
VII – aprovar as propostas de abertura de concursos da carreira § 2º – O CTA poderá, ainda, ser integrado, no máximo, por
docente; outros quatro membros, conforme dispuserem os regimentos das
VIII – aprovar as inscrições dos candidatos aos concursos da Unidades.
carreira docente e à livre-docência; § 3º – O mandato dos membros referidos no parágrafo anterior
IX – decidir sobre a composição das comissões julgadoras dos será de dois anos.
concursos da carreira docente e de livre-docência; § 4º – Na hipótese dos membros mencionados no § 2º integra-
X – homologar o relatório da comissão julgadora de concursos rem o CTA, na qualidade de representantes de outro colegiado, o
da carreira docente e de livre-docência; término de seu mandato coincidirá com o do colegiado represen-
XI – aprovar, por dois terços de votos da totalidade de seus tado.
membros, a suspensão de concursos da carreira docente e de li- § 5º – Caso representantes discentes ou de servidores não-do-
vre-docência, por sua iniciativa ou por proposta do Conselho do centes venham integrar o CTA nos termos do § 2º, aplica-se o dis-
Departamento; posto no § 1º deste artigo no que diz respeito ao mandato.

230
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
Artigo 41 – Ao CTA compete: I – propor, anualmente, à Comissão de Graduação, os progra-
I – aprovar o orçamento da Unidade; mas das disciplinas sob sua responsabilidade, ou suas modificações,
II – opinar sobre a criação, modificação e extinção de Departa- respeitadas as disposições do CoG;
mentos; II – opinar a respeito de equivalência de disciplinas cursadas
III – propor à Congregação, mediante solicitação dos Conselhos em outra Unidade ou fora da USP, para fins de dispensa;
de Departamentos, a criação de cargos e funções docentes; III – zelar pela regularidade e qualidade do ensino ministrado
IV – deliberar sobre contratação, relotação, afastamento e dis- pelo Departamento;
pensa de docentes, propostos pelos Departamentos; IV – propor à Comissão de Pós-Graduação e à Comissão de Cul-
V – deliberar sobre afastamento e dispensa de servidores não- tura e Extensão Universitária, os programas das disciplinas de pós-
-docentes, propostos pelos Departamentos ou pelo Diretor; -graduação e os dos cursos de extensão universitária, mencionados
VI – deliberar sobre a aceitação de legados e doações quando nos arts. 118, 119 e 120 deste regimento;
não clausulados, submetendo sua decisão, se favorável, ao Reitor, V – distribuir entre os membros do Departamento, os encargos
para as providências cabíveis; de ensino e extensão de serviços à comunidade;
VII – opinar sobre as matérias que lhe forem encaminhadas VI – propor ao CTA, a contratação, a relotação, o afastamento e
pelo Diretor, pela Congregação, e pelas comissões referidas no art. a dispensa de docentes;
44 e seu parágrafo único do Estatuto; VII – propor ao CTA, o regime de trabalho a ser cumprido pelo
VIII – exercer outras atribuições que lhe forem conferidas pelo docente, observado o art. 201 deste regimento;
regimento da Unidade. VIII – propor à Congregação, a renovação contratual de docen-
tes;
CAPÍTULO III IX – propor ao CTA, a criação de cargos e funções da carreira
DO DIRETOR docente;
X – propor à Congregação, a realização de concurso da carreira
Artigo 42 – Ao Diretor compete: docente;
I – administrar a Unidade; XI – propor à Congregação, membros para as comissões julga-
II – dar cumprimento às determinações da Congregação e do doras de concursos de livre-docência e da carreira docente;
CTA; XII – propor à Congregação, por dois terços de votos da totali-
III – exercer o poder disciplinar no âmbito da Unidade; dade dos membros, a suspensão de concursos de livre-docência e
IV – convocar e presidir as reuniões da Congregação e do CTA, da carreira docente, em qualquer época ou fase de seu processa-
com direito a voto, além do de qualidade; mento, desde que seja anterior ao julgamento final;
V – zelar pela fiel execução do Estatuto, do Regimento Geral e XIII – propor à Congregação, o programa da disciplina ou con-
do regimento da Unidade; junto de disciplinas para realização dos concursos de livre-docência;
VI – providenciar a abertura dos concursos da carreira docente XIV – decidir sobre os casos disciplinares que lhe forem propos-
e para a obtenção do título de livre-docente; tos pelo chefe do Departamento;
VII – exercer outras atribuições que lhe forem conferidas pelo XV – decidir sobre recursos interpostos contra decisões da che-
Estatuto, por este regimento, pelo regimento da Unidade ou por fia;
delegação de órgãos superiores. XVI – participar do colégio eleitoral da Unidade para a elabora-
§ 1º – São subordinados ao Diretor os órgãos técnicos e admi- ção das listas tríplices de Diretores e Vice-Diretores, nos termos do
nistrativos da Unidade. art. 46 do Estatuto;
§ 2º – O Diretor poderá delegar atribuições ao Vice-Diretor, XVII – exercer outras atribuições que lhe forem conferidas pelo
que, neste caso, deverá contar com os meios e os auxiliares indis- regimento da Unidade.
pensáveis para o desempenho de suas responsabilidades. Artigo 46 – Ao chefe do Departamento compete:
I – convocar e presidir as reuniões do Conselho do Departa-
CAPÍTULO IV mento, com direito a voto, além do de qualidade;
DOS DEPARTAMENTOS II – representar o Departamento na Congregação e no CTA;
III – exercer o poder disciplinar, sobre os membros dos corpos
Artigo 43 – Ao Departamento compete: docente, discente e dos servidores não-docentes, no âmbito do De-
I – ministrar, isoladamente ou em conjunto com outros Depar- partamento;
tamentos, disciplinas de graduação e pós-graduação; IV – providenciar a elaboração do relatório anual das ativida-
II – ministrar, isoladamente ou em conjunto com outros Depar- des do Departamento, submetendo-o à aprovação do Conselho do
tamentos, cursos de extensão universitária, mencionados nos arts. Departamento;
118, 119 e 120 deste regimento; V – supervisionar e orientar as atividades do pessoal docente,
III – organizar o trabalho docente e discente; técnico e administrativo do Departamento;
IV – promover a pesquisa e a extensão de serviços à comuni- VI – zelar pela regularidade do ensino das disciplinas ministra-
dade. das pelo Departamento;
Artigo 44 – Exercem a administração dos Departamentos: VII – zelar pelo cumprimento da legislação referente aos regi-
I – o Conselho do Departamento, constituído de acordo com o mes de trabalho do corpo docente;
art. 54 do Estatuto; VIII – exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas
II – o chefe do Departamento, eleito conforme o disposto no por este regimento e pelo regimento da Unidade.
art. 55 do Estatuto.
Artigo 45 – Ao Conselho do Departamento compete:

231
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
TÍTULO IV CAPÍTULO II
DOS ÓRGÃOS DE INTEGRAÇÃO DOS INSTITUTOS ESPECIALIZADOS

CAPÍTULO I Artigo 51 – São órgãos de direção dos Institutos Especializados:


DOS MUSEUS I – Conselho Deliberativo;
II – Diretoria.
Artigo 47 – A Coordenação dos Museus, prevista no § 2º do art. § 1º – O conselho deliberativo terá sua composição fixada no
6º do Estatuto, terá a seguinte composição: regimento do Instituto.
§ 2º – O Diretor será designado pelo Reitor, de uma lista tríplice
I – o Pró-Reitor de Cultura e Extensão Universitária, seu presi- votada pelo conselho deliberativo, com mandato de dois anos, per-
dente; mitida recondução.
II – os Diretores dos Museus; § 3º – O Diretor em suas faltas e impedimentos, será substituí-
III – representantes das Unidades de Ensino e Pesquisa afins, do por um suplente, designado anualmente pelo Reitor.
em número igual ao dos Diretores de Museus; § 4º – Fica assegurada a representação discente no conselho
IV – um representante dos estudantes, indicado pela represen- deliberativo, de acordo com o estabelecido no regimento do Ins-
tação discente do Co. tituto.
§ 1º – Os representantes referidos no inciso III serão escolhidos Artigo 52 – Para fins de ingresso e progressão na carreira, os
pelo Pró-Reitor e Diretores dos Museus, conjuntamente, dentre os Institutos Especializados são equiparados aos Departamentos da
docentes indicados pelas Congregações. Universidade de São Paulo, aplicadas, no que couber, as normas es-
§ 2º – Será de dois anos o mandato dos membros mencionados tatutárias e regimentais sobre a atividade docente.
no inciso III e de um ano o do representante referido no inciso IV,
permitida recondução. CAPÍTULO III
Artigo 48 – À Coordenação dos Museus compete: DOS NÚCLEOS DE APOIO
I – traçar a política de integração entre os Museus e as Unida-
des de Ensino e Pesquisa; Artigo 53 – Núcleos de Apoio (NA) são órgãos temporários, reu-
II – fixar normas de funcionamento dos Museus e de atendi- nindo docentes de uma ou mais Unidades, em torno de um progra-
ma definido para desenvolver as atividades-fins da Universidade.
mento ao público;
Parágrafo único – Poderão fazer parte do NA, além de docen-
III – elaborar os regimentos dos Museus e submetê-los à apro-
tes, especialistas de diferentes órgãos da USP ou de outras Institui-
vação do Co;
ções, estudantes de graduação e pós-graduação.
IV – emitir parecer sobre os relatórios anuais de atividades dos
Artigo 54 – O Reitor poderá criar NA, mediante proposta do
Museus para apreciação do CoCEx ou dos demais Conselhos, quan-
Pró-Reitor, aprovada pelo Conselho Central e COP.
do for pertinente.
Artigo 55 – Os núcleos de apoio serão denominados de acordo
Artigo 49 – São órgãos de direção dos Museus:
com a Pró-Reitoria a que estão relacionados:
I – Conselho Deliberativo; I – Núcleo de Apoio à Pesquisa (NAP);
II – Diretoria. II – Núcleo de Apoio ao Ensino de Graduação (NAG);
§ 1º – O conselho deliberativo terá sua composição fixada no III – Núcleo de Apoio ao Ensino de Pós-Graduação (NAPG);
regimento do respectivo Museu. IV – Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Universitária (NACE).
§ 2º – O Diretor será designado pelo Reitor, de uma lista tríplice Parágrafo único – A denominação de cada NA será complemen-
votada pelo conselho deliberativo do Museu, com mandato de dois tada pela identificação do programa a ser desenvolvido.
anos, permitida a recondução. Artigo 56 – O NA terá um conselho deliberativo coordenado
§ 3º – O Diretor, em suas faltas e impedimentos, será substituí- por um de seus membros.
do por um suplente, designado anualmente pelo Reitor. Parágrafo único – A composição do conselho deliberativo, a in-
§ 4º – Fica assegurada a representação discente no conselho dicação de seus membros e a forma de escolha do coordenador
deliberativo, de acordo com o estabelecido no regimento de cada constarão dos respectivos regimentos.
Museu. Artigo 57 – Os Conselhos Centrais estabelecerão normas gerais
Artigo 50 – Para fins de ingresso e progressão na carreira, os para criação, funcionamento, prorrogação ou desativação dos nú-
Museus são equiparados aos Departamentos da Universidade de cleos de apoio.
São Paulo, aplicadas, no que couber, as normas estatutárias e regi- Artigo 58 – A criação, prorrogação e desativação de cada NA
mentais sobre a atividade docente. deverá ser aprovada pelo Conselho Central respectivo, obedecen-
do-se o disposto no Estatuto e Regimento Geral.
Artigo 59 – Os núcleos de apoio terão regimentos próprios, ela-
borados segundo as normas previstas no art. 57 deste regimento,
sujeitos à aprovação dos Conselhos Centrais.
Artigo 60 – Os núcleos de apoio serão avaliados bienalmente
pelas pró-reitorias a que estiverem relacionados.
Artigo 61 – Os relatórios de avaliação, após manifestação do
Conselho Central respectivo, serão encaminhados ao Reitor para
apreciação do Co.
Parágrafo único – Decidida a desativação do NA, caberá à COP
deliberar sobre os bens em seu poder.

232
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
TÍTULO V § 3º – A execução dos programas de ensino e a avaliação do
DO ENSINO aprendizado deverão ser realizadas durante o período em que a dis-
ciplina está sendo ministrada.
CAPÍTULO I § 4º – A oferta de disciplinas das estruturas curriculares, entre
DA GRADUAÇÃO os períodos letivos não desobriga a Unidade de ministrá-las nos pe-
ríodos regulares.
SEÇÃO I Artigo 69 – A duração mínima, aprovada pelo CoG, para os di-
DISPOSIÇÕES GERAIS ferentes cursos não poderá ser alterada com o ensino de disciplinas
entre períodos letivos regulares.
Artigo 62 – Cada Curso de Graduação terá um currículo apro-
vado pelo CoG. SEÇÃO III
DA MATRÍCULA
Artigo 63 – Para obtenção de grau acadêmico, o aluno deve
cumprir um currículo, integralizando o número de unidades de cré- Artigo 70 – A matrícula é feita por disciplina ou conjunto de
ditos aprovado pelo CoG. disciplinas de um período letivo, nos prazos estabelecidos no Calen-
Artigo 64 – A Universidade poderá proceder à revalidação dos dário Escolar, respeitado o disposto no art. 65 do Estatuto.
diplomas e certificados de graduação obtidos no exterior em insti- § 1º – Entende-se por “disciplina requisito” aquela em que o
tuições de ensino superior, de acordo com as normas estabelecidas aluno deve lograr aprovação para obter o direito de matrícula em
pelo CoG. outra ou outras disciplinas.
Artigo 65 – Crédito é a unidade correspondente a atividades § 2º – “Conjunto de disciplinas” corresponde a um programa
exigidas do aluno. de ensino, com enfoque multidisciplinar, que deve ser ministrado,
§ 1º – As atividades referidas neste artigo compreendem: por conveniência didática, de maneira integrada.
I – aulas teóricas; Artigo 71 – A matrícula é coordenada pela Pró-Reitoria de Gra-
II – seminários; duação e realizada na Unidade responsável pelo curso ou habilita-
III – aulas práticas; ção.
IV – planejamento, execução e avaliação de pesquisa; Artigo 72 – Para matrícula de ingresso na Universidade de São
V – trabalhos de campo, internato e estágios supervisionados Paulo são exigidos do candidato:
ou equivalentes; I – prova de conclusão de um dos seguintes cursos, com o res-
VI – leituras programadas; pectivo histórico escolar:
VII – trabalhos especiais, de acordo com a natureza das disci- a) segundo grau ou equivalente;
plinas; b) curso reconhecido como de grau médio;
VIII – excursões programadas pelo Departamento. c) curso superior oficial ou reconhecido como equivalente;
§ 2º – O valor das atividades referidas nos incisos I, II e III é II – classificação em concurso vestibular da USP.
determinado em “crédito aula”, o qual corresponde a quinze horas. § 1º – Poderá ser concedida matrícula, independentemente do
§ 3º – O valor das atividades referidas nos incisos IV, V, VI, VII concurso vestibular, a portadores de diploma de curso superior de-
e VIII é determinado em “crédito trabalho”, a ser regulamentado vidamente registrado, em vagas remanescentes, após a matrícula
pelo CoG. dos alunos regulares da Universidade e atendidas as transferências
previstas neste regimento.
SEÇÃO II § 2º – O CoG regulamentará a matrícula a que se refere o pa-
DA DISCIPLINA rágrafo anterior.
Artigo 73 – Em cada período letivo, a carga horária mínima para
Artigo 66 – A unidade de ensino é a disciplina. a matrícula não poderá ser inferior a doze horas/aula semanais, ex-
Parágrafo único – Disciplina é um conjunto sistematizado de cetuados os casos de matrículas para conclusão de curso, os de im-
conhecimentos afins, correspondente a número determinado de pedimento decorrente de reprovações em “disciplinas requisito” e
créditos. os de força maior, assim considerados segundo critério da CG da
Artigo 67 – As disciplinas de graduação serão ministradas em Unidade.
período letivo semestral ou anual, conforme proposta da Comissão Parágrafo único – As Unidades poderão estabelecer a natureza
de Graduação da Unidade (CG) ou, quando for o caso, da Comissão das disciplinas a que se refere este artigo, a fim de atender suas
de Coordenação de Curso (COC). especificidades.
Parágrafo único – O CoG poderá autorizar sejam ministradas Artigo 74 – Entende-se por trancamento de matrícula a inter-
disciplinas em períodos diferentes do previsto neste artigo, median- rupção parcial ou total das atividades escolares, a pedido do aluno.
te justificativa encaminhada pela Unidade. Parágrafo único – As condições e os prazos de trancamento de
Artigo 68 – Entre os períodos letivos regulares, a critério do matrícula serão regulamentados pelo CoG.
CoG, poderão ser ministradas disciplinas de graduação. Artigo 75 – Entende-se por cancelamento de matrícula a cessa-
§ 1º – Nas disciplinas ministradas nos períodos referidos neste ção total dos vínculos do aluno com a Universidade.
artigo a carga horária, o número de créditos e o número de vagas § 1º – O cancelamento voluntário de matrícula ocorrerá:
serão fixados e autorizados pelo CoG, mediante proposta formula- I – por transferência para outra instituição de ensino superior;
da pelas Unidades interessadas. II – por expressa manifestação de vontade.
§ 2º – Disciplinas da estrutura curricular não poderão ter sua § 2º – O cancelamento de matrícula por ato administrativo
carga horária alterada. ocorrerá:

233
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
I – em decorrência de motivos disciplinares; SEÇÃO V
II – se for ultrapassado o prazo de cinco anos de trancamento DA AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO ESCOLAR
total de matrícula;
III – se o aluno não se matricular por três semestres consecu- Artigo 81 – A avaliação do rendimento escolar do aluno será
tivos; feita em cada disciplina em função de seu aproveitamento verifica-
IV – se o aluno não obtiver nenhum crédito em quatro se- do em provas e trabalhos decorrentes das atividades previstas no §
mestres consecutivos, excetuados os períodos de trancamento to- 1º do art. 65.
tal; Artigo 76 – Fica condicionada à decisão da CG a matrícula do § 1º – Fica assegurado ao estudante o direito de revisão de pro-
aluno que: va e trabalhos escritos conforme regulamentação estabelecida pelo
I – não obtiver aprovação em pelo menos vinte por cento dos Conselho do Departamento ou pela CG da Unidade, se a disciplina
créditos em que se matriculou, nos quatro semestres anteriores; for interdepartamental.
II – não integralizar os créditos no prazo máximo definido pela § 2º – A revisão de provas e trabalhos deverá ser feita na pre-
Congregação da Unidade responsável pelo curso ou habilitação. sença do aluno.
Artigo 82 – É obrigatório o comparecimento do aluno às aulas e
SEÇÃO IV a todas as demais atividades previstas no § 1º do art. 65.
DAS TRANSFERÊNCIAS E ADAPTAÇÕES Artigo 83 – As notas variarão de zero a dez, podendo ser apro-
ximadas até a primeira casa decimal.
Artigo 77 – Será permitida a transferência, observados os pra- Artigo 84 – Será aprovado, com direito aos créditos correspon-
zos previstos no calendário escolar: dentes, o aluno que obtiver nota final igual ou superior a cinco e
I – de um curso para outro da USP; tenha, no mínimo, setenta por cento de freqüência na disciplina.
II – de outras instituições de ensino superior do País ou do ex-
terior para a USP; SEÇÃO VI
III – da USP para outras instituições de ensino superior do País DA COORDENAÇÃO DO ENSINO DE GRADUAÇÃO
ou do exterior.
Parágrafo único – No caso previsto no inciso II deste artigo não Artigo 85 – As normas gerais relativas à composição e compe-
serão permitidas transferências para o primeiro e para os dois últi- tência da CG e da COC serão estabelecidas pelo CoG.
Parágrafo único – Cabe à CG zelar pela execução dos programas
mos períodos letivos do currículo escolar.
de ensino e propor à Congregação modificações na estrutura curri-
Artigo 78 – As transferências referidas nos incisos I e II do artigo
cular dos cursos, ouvidos os Departamentos e a COC.
anterior são condicionadas:
a) à existência de vagas;
CAPÍTULO II
b) à aprovação em exame de seleção.
DA PÓS-GRADUAÇÃO
§ 1º – A critério da Unidade, o exame de seleção poderá não
ser exigido para transferência entre cursos da USP.
SEÇÃO I
§ 2º – Os pedidos de transferência de um curso para outro da DISPOSIÇÕES GERAIS
USP terão prioridade sobre os de outras instituições de ensino su-
perior. Artigo 86 – Para obter o grau de mestre ou de doutor, o aluno
§ 3º – A CG proporá à Congregação os critérios para o estabele- deverá cursar disciplinas na área de concentração e, em áreas com-
cimento das normas referentes à seleção para fins de transferência. plementares, além de cumprir outras exigências estabelecidas.
Artigo 79 – Os pedidos de dispensa de cursar disciplinas serão § 1º – Por área de concentração entende-se o campo específico
homologados pela CG da Unidade, após manifestação do Departa- de conhecimento que constituirá o objetivo principal dos estudos e
mento ou órgão responsável. atividades de pesquisa do aluno.
Parágrafo único – Disciplinas cursadas fora da USP somente po- § 2º – Entende-se por área complementar ou de domínio co-
derão ser aproveitadas até o limite de dois terços do total de crédi- nexo, aquela abrangida por disciplinas não pertencentes à área de
tos fixado para o respectivo currículo. concentração, mas consideradas necessárias para a formação do
Artigo 80 – Os alunos que tiverem sua matrícula cancelada com estudante.
fundamento nos itens II, III, IV do § 2º do art. 75 deste regimento, Artigo 87 – Cada programa de pós-graduação deverá incluir
poderão requerer seu retorno à USP, desde que devidamente justi- elenco variado de disciplinas, de maneira a assegurar a flexibilidade
ficadas as causas que provocaram o cancelamento. e ampla possibilidade de escolha.
§ 1º – O requerimento e a justificativa serão examinados pela Parágrafo único – Os programas de pós-graduação deverão ser
CG da Unidade que poderá deferir o pedido, se houver vaga. aprovados pelo CoPGr.
§ 2º – As transferências previstas nos incisos I e II do art. 77, Artigo 88 – Cabe ao CoPGr aprovar proposta da Comissão de
bem como as matrículas facultadas pelo § 1º do art. 72 deste Regi- Pós-Graduação (CPG) de credenciamento dos orientadores de pós-
mento, terão preferência, para preenchimento de vagas em relação -graduação portadores, no mínimo, do título de doutor.
aos pedidos de retorno mencionados neste artigo. § 1º – O credenciamento inicial será válido por cinco anos e
§ 3º – Quando o número de vagas para retorno for inferior ao será renovável, sucessivamente, por igual período.
número de pedidos, a CG providenciará a seleção dos interessados, § 2º – O CoPGr, segundo critérios por ele estabelecidos, poderá
examinando o histórico escolar, tempo de afastamento e outros ele- aceitar a figura do co-orientador.
mentos que julgar conveniente. Artigo 89 – O candidato ao grau de mestre ou de doutor esco-
§ 4º – Permitida a reativação de matrícula, a CG estabelecerá lherá um orientador, de uma relação organizada anualmente pela
as adaptações curriculares indispensáveis à reintegração do aluno. CPG, mediante prévia aquiescência deste.

234
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
Parágrafo único – Compete à CPG definir o momento oportuno Artigo 100 – O título de mestre será obtido, após a conclusão
em que o candidato ao grau de mestre ou de doutor deverá esco- do curso, com a defesa de dissertação ou trabalho equivalente.
lher o seu orientador. Artigo 101 – O título de doutor será conferido, após conclusão
Artigo 90 – Poderão ser designados orientadores de programa do curso, com a defesa de tese.
para os alunos ingressantes na pós-graduação, de acordo com a Artigo 102 – O prazo para a realização dos programas de mes-
CPG. trado ou doutorado será fixado nos regulamentos dos cursos de
Artigo 91 – O orientador, juntamente com o candidato, estabe- pós-graduação, observados os limites estabelecidos nos parágrafos
lecerá programa individual de estudos para o qual poderão colabo- deste artigo.
rar vários Departamentos, Unidades ou instituições não ligadas à § 1º – O programa de mestrado não poderá ser concluído em
USP, dando ciência à CPG. prazo inferior a um ano e superior a cinco.
Artigo 92 – Ao candidato é facultada a mudança de orientador, § 2º – O portador do título de mestre, que se inscrever em pro-
mediante a aprovação da CPG. grama de doutorado, não poderá concluí-lo em prazo inferior a dois
Artigo 93 – A integralização dos estudos necessários ao mestra- anos e superior a cinco.
do e doutorado será expressa em “Unidades de Crédito”. § 3º – O programa de doutorado, sem obtenção prévia do título
Parágrafo único – A definição de Unidade de Crédito será esta- de mestre, não poderá ser concluído em prazo inferior a dois anos
belecida pelo CoPGr. Artigo 94 – Disciplinas cursadas fora da USP, e superior a oito.
poderão ser aceitas para contagem de créditos, até o limite de um § 4º – Para fins do disposto nos parágrafos anteriores, não será
terço do valor mínimo exigido, mediante aprovação da CPG e do computado o tempo em que os alunos regularmente matricula-
CoPGr. dos em programa de mestrado ou doutorado estiverem exercendo
Parágrafo único – Quando houver convênio de cooperação aca- mandato de representação no Co ou nos Conselhos Centrais.
dêmica, científica, artística ou cultural, firmado entre a USP e outra Artigo 103 – Em caráter excepcional, com voto favorável de
instituição do País ou do exterior, o limite fixado neste artigo poderá pelo menos dois terços da CPG e da Congregação e aprovação do
ser alterado a juízo do CoPGr, ouvida a CPG. CoPGr, o título de doutor poderá ser obtido somente com defesa
de tese, por candidatos de alta qualificação comprovada mediante
SEÇÃO II exame de títulos e trabalhos.
DAS ATIVIDADES DO PÓS-GRADUANDO Parágrafo único – A faculdade prevista neste artigo somente
poderá ser exercida em cursos devidamente autorizados pelo Co-
Artigo 95 – O ingresso em curso de pós-graduação ficará na PGr.
dependência de seleção de mérito, a critério da CPG. Artigo 104 – Será permitido o trancamento de matrícula, cor-
§ 1º – O candidato com deficiências de preparo para estudos respondente à plena cessação das atividades escolares, em qual-
pós-graduados poderá ser submetido a regime de adaptação, fixa- quer estágio dos programas de mestrado e doutorado por prazo
global não superior a dois anos, mediante proposta do orientador,
do pelo orientador.
aprovada pela CPG.
§ 2º – Às disciplinas ou trabalhos de adaptação não poderão
Artigo 105 – O mestrado e o doutorado, receberão as designa-
ser atribuídos créditos para pós-graduação.
ções das áreas de Ciências, Letras, Filosofia ou Artes, com indicação
Artigo 96 – O estudante de pós-graduação deverá efetuar a ma-
no título da subárea correspondente, quando for o caso.
trícula regularmente, em cada período letivo, nas épocas e prazos
§ 1º – Nas áreas profissionais, o mestrado e o doutorado serão
fixados pelo CoPGr, em todas as fases de seus estudos, até a obten-
designados segundo o curso de graduação correspondente, com
ção do título de mestre ou doutor.
indicação no título da respectiva especialidade, quando for o caso.
§ 1º – O estudante que obtiver o título de mestre, para prosse- § 2º – O mestrado e o doutorado de natureza multidisciplinar
guir em seus estudos com vistas ao doutorado, deverá matricular-se ou interdisciplinar, que não correspondam a cursos de graduação,
novamente, obedecidas as exigências determinadas pela CPG. terão denominação específica.
§ 2º – De acordo com critérios estabelecidos pela CPG, é permi-
tida a passagem do mestrado para o doutorado, antes que tenham SEÇÃO III
sido completados os estudos daquele nível, com aproveitamento DAS COMISSÕES JULGADORAS DE DISSERTAÇÕES E TESES
dos créditos já obtidos.
§ 3º – No caso do parágrafo anterior, para efeito de prazo, será Artigo 106 – As comissões julgadoras de dissertação de mes-
considerada como data inicial do curso de doutorado, a primeira trado e tese de doutoramento serão constituídas de três e cinco
matrícula no mestrado. examinadores, respectivamente, sendo membro nato e presidente
Artigo 97 – Os candidatos ao mestrado e ao doutorado deverão o orientador do candidato.
demonstrar proficiência em, pelo menos, uma língua estrangeira,
de acordo com critérios estabelecidos pela CPG. Parágrafo único – Na falta ou impedimento do orientador a
Artigo 98 – O candidato ao mestrado ou doutorado deverá CPG designará um substituto, que poderá ser o co-orientador.
atender às exigências de rendimento escolar e freqüência, de acor- Artigo 107 – Caberá à CPG, responsável pelo curso em que
do com critérios estabelecidos pela CPG, respeitadas as normas fi- estiver matriculado o candidato, designar os membros efetivos e
xadas pelo CoPGr. suplentes que, juntamente com o orientador, deverão constituir a
Artigo 99 – O candidato ao doutorado deverá submeter-se a comissão julgadora.
exame de qualificação, de acordo com critérios estabelecidos pela § 1º – Os membros das comissões julgadoras deverão ser por-
CPG, respeitadas as normas fixadas pelo CoPGr. tadores, no mínimo, do título de doutor e, no caso de doutorado,
Parágrafo único – A juízo da CPG, poderá ser exigido exame de pelo menos um dos examinadores deverá ser professor associado
qualificação dos candidatos ao mestrado. ou titular.

235
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
§ 2º – Na composição da comissão julgadora poderá ser indica- SUBSEÇÃO I
do especialista não docente, eleito, pelo menos, por dois terços dos DA EQUIPARAÇÃO E DA REVALIDAÇÃO DE TÍTULOS DE PÓS-
membros da CPG. GRADUAÇÃO
§ 3º – Se o programa de pós-graduação concentrar-se em um
Departamento, um dos membros da comissão julgadora, no míni- Artigo 116 – Cabe ao CoPGr reconhecer os títulos de mestre,
mo, no caso de mestrado, e, dois, no de doutorado, bem como seu doutor e livre-docente, obtidos em instituições de ensino superior
suplente, deverão ser estranhos, respectivamente, ao Departamen- do País ou do exterior, ouvidas a CPG e a Congregação pertinentes,
to e à Unidade. para equipará-los aos da Universidade.
§ 4º – Se os programas de pós-graduação forem interdepar- Artigo 117 – Compete ao CoPGr proceder à revalidação de títu-
tamentais, interunidades, de órgãos de integração, órgãos comple- los e certificados de pós-graduação obtidos no exterior, em institui-
mentares ou de entidades associadas, a CPG do programa deverá ções de ensino superior.
designar os membros das comissões julgadoras aplicando critérios
semelhantes ao dos parágrafos anteriores. CAPÍTULO III
DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E DAS DEMAIS
SEÇÃO IV MODALIDADES DE ENSINO
DO JULGAMENTO DE DISSERTAÇÕES E TESES
Artigo 118 – As modalidades dos cursos de extensão univer-
Artigo 108 – O julgamento da dissertação de mestrado e da sitária, mencionados no inciso III do art. 59 do Estatuto, são as de
tese de doutorado será realizado de acordo com critérios previa- especialização, aperfeiçoamento, atualização e difusão.
mente estabelecidos pela respectiva CPG. § 1º – Os cursos de especialização destinam-se a graduados
Parágrafo único – A argüição em ambos os casos será realizada que desejem aprofundar conhecimentos no campo específico de
em sessão pública, que não deverá exceder o prazo de três horas no sua formação.
caso de mestrado e de cinco horas no de doutorado. § 2º – Os cursos de aperfeiçoamento destinam-se a graduados
Artigo 109 – Imediatamente após o encerramento da argüição que desejem complementar conhecimentos adquiridos em cursos
da dissertação ou da tese cada examinador expressará seu julga- de graduação.
mento mediante a atribuição de notas, na escala de zero a dez, em § 3º – Os cursos de atualização destinam-se a graduados que
sessão secreta. desejem acompanhar o progresso do conhecimento em determina-
§ 1º – Será considerado habilitado o candidato que obtiver, da das áreas ou disciplinas.
maioria dos examinadores a nota sete, no mínimo. § 4º – Os cursos de difusão destinam-se a divulgar conhecimen-
§ 2º – Ao candidato que obtiver média dez será atribuída a tos e técnicas à comunidade.
menção “com distinção”. Artigo 119 – Os cursos de longa duração, de especialização e de
§ 3º – A critério da comissão julgadora, poderá ser atribuída ao aperfeiçoamento serão regulamentados e autorizados pelo CoPGr,
candidato, aprovado com distinção, a menção “com louvor”. por proposta das comissões de pós-graduação.
Artigo 110 – A comissão julgadora apresentará relatório de § 1º – Os cursos mencionados no caput deverão ter duração
seus trabalhos à CPG para homologação. mínima de um ano e serão caracterizados por um currículo definido
de estudos, admitindo-se a existência de disciplinas optativas.
SEÇÃO V § 2º – Os cursos referidos no parágrafo anterior poderão contar
DA COORDENAÇÃO DO ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO com a colaboração de docentes de mais de uma Unidade e de espe-
cialistas não pertencentes à USP.
Artigo 111 – A coordenação de cursos de pós-graduação, no Artigo 120 – Caberá ao CoCEx fixar as normas dos cursos extra-
âmbito da Unidade, será feita pela CPG, respeitadas as diretrizes e curriculares de curta duração.
normas fixadas pelo CoPGr. § 1º – A duração dos cursos a que se refere este artigo e a res-
Artigo 112 – Nos casos de programas conjuntos, que impliquem pectiva carga horária dependerão de sua natureza e programação.
a participação de mais de uma Unidade na área de concentração, § 2º – Caberá às Comissões de Cultura e Extensão Universitária
poderão ser criadas comissões de pós-graduação interunidades, das Unidades ou aos conselhos deliberativos de Museus e Institutos
devendo os membros serem eleitos por suas respectivas Congrega- Especializados autorizar o funcionamento de cursos referidos neste
ções, em proporção fixada pelo CoPGr. artigo, de acordo com as normas fixadas pelo CoCEx.
Parágrafo único – A representação discente, correspondente a § 3º – Os cursos referidos neste artigo poderão contar com a
vinte por cento do total dos docentes da CPG, será eleita pelos alu- colaboração de docentes de mais de uma Unidade e de especialis-
nos regularmente matriculados no programa. tas não pertencentes à USP.
Artigo 113 – A juízo do CoPGr, poderão ser adotadas outras for-
mas de coordenação de programas conjuntos que melhor atendam
às peculiaridades de cada caso.
Artigo 114 – O calendário escolar será organizado pela CPG,
para cada período letivo e divulgado com antecedência.
Artigo 115 – A CPG poderá ter outras atribuições, não previstas
neste regimento, decorrentes de normas emanadas do CoPGr.

236
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
TÍTULO VI § 1º – Os programas do concurso deverão estar à disposição
DO CORPO DOCENTE dos interessados na secretaria da Unidade.
§ 2º – Os candidatos à livre-docência, ao se inscreverem deve-
CAPÍTULO I rão indicar a especialidade a que concorrem.
DA CARREIRA DOCENTE § 3º – A Congregação poderá constituir tantas comissões julga-
doras quantas forem as especialidades indicadas pelos candidatos
SEÇÃO I cujas inscrições forem aceitas.
DISPOSIÇÕES GERAIS Artigo 130 – Havendo conveniência para o ensino e para a pes-
quisa e respeitada a categoria docente, permitir-se-á a transferên-
Artigo 121 – O candidato a concurso para provimento dos car- cia de docentes:
gos da carreira, bem como para a livre-docência, deverá apresentar I – de um Departamento para outro na mesma Unidade ou de
no ato da inscrição os seguintes documentos: Unidades diferentes;
I – certificado de sanidade física e mental fornecido por serviço II – de outra instituição de ensino superior para Unidade da
oficial de saúde; USP.
II – prova de quitação com o serviço militar; § 1º – As hipóteses previstas no inciso I dependerão da prévia
III – título de eleitor. anuência do docente e do pronunciamento favorável dos Conselhos
§ 1º – Os docentes em exercício na USP serão dispensados das dos Departamentos e das Congregações.
exigências referidas nos incisos II e III deste artigo. § 2º – A transferência prevista no inciso II dependerá da mani-
§ 2º – Os candidatos à livre-docência, se estrangeiros, serão festação favorável de pelo menos dois terços dos membros da Con-
dispensados das exigências contidas nos incisos II e III deste artigo. gregação interessada.
§ 3º – Nos concursos para provimento de cargos da carreira o Artigo 131 – O título, ainda que obtido na Universidade de São
candidato habilitado e indicado deverá apresentar comprovante de Paulo, poderá não ser reconhecido, para fins de promoção funcio-
que é brasileiro, no prazo legalmente previsto para posse. nal, pelo Departamento a que estiver vinculado o docente, desde
Artigo 122 – Os cargos da carreira docente serão criados em que tenha sido obtido em área não relacionada à atuação do De-
cada Departamento, mediante proposta do respectivo conselho, partamento.
com pronunciamento favorável do CTA e da Congregação e apro- Parágrafo único – A decisão do Departamento deverá ser ho-
vação do Co. mologada pela Congregação.
Artigo 123 – Os cargos de professor doutor e professor titular
serão providos mediante concurso público de títulos e provas ou SEÇÃO II
por transferência, nos termos do art. 130. DOS CONCURSOS PARA OS CARGOS DE PROFESSOR
Artigo 124 – A função de professor associado será exercida pelo DOUTOR
professor doutor que, mediante concurso público, obtiver o título
de livre-docente. Artigo 132 – As inscrições para os concursos aos cargos de pro-
Artigo 125 – Os concursos far-se-ão nos termos dos respectivos fessor doutor serão abertas pelo prazo de noventa dias.
editais segundo as disposições do Estatuto, deste regimento e do Artigo 133 – No ato da inscrição o candidato deverá apresentar:
regimento da Unidade. I – memorial circunstanciado, em dez cópias, no qual sejam
§ 1º – Os concursos serão feitos para o Departamento, de acor- comprovados os trabalhos publicados, as atividades realizadas per-
do com programa especialmente elaborado com base em disciplina tinentes ao concurso e as demais informações que permitam ava-
ou conjunto de disciplinas, de modo a caracterizar uma área de co- liação de seus méritos;
nhecimento. II – prova de que é portador do título de doutor outorgado pela
§ 2º – O programa, proposto pelo Departamento, deverá ser USP, por ela reconhecido ou de validade nacional;
submetido à apreciação da Congregação. III – os demais documentos de ordem legal e administrativa exi-
Artigo 126 – Os regimentos das Unidades poderão estabelecer gidos para o concurso.
normas complementares necessárias para disciplinar a realização Artigo 134 – As inscrições serão julgadas pela Congregação, em
das provas dos concursos para a carreira docente, bem como para seu aspecto formal, publicando-se a decisão em edital.
a livre-docência. Parágrafo único – Os concursos deverão ser realizados no prazo
Artigo 127 – Nos concursos para os cargos da carreira docen- de trinta a cento e vinte dias, após a aprovação das inscrições.
te, quando o Departamento abrigar especialidades suficientemente Artigo 135 – As provas para o concurso de professor doutor
distintas, passíveis de definição por disciplina ou conjunto de disci- constam de:
plinas, o Conselho do Departamento poderá, mediante justificação, I – julgamento do memorial com prova pública de argüição;
indicar a especialidade escolhida e o respectivo programa. II – prova didática;
III – outra prova, a critério da Unidade.
Parágrafo único – Do edital de abertura deverão constar a espe- Artigo 136 – O julgamento do memorial, expresso mediante
cialidade e o respectivo programa. nota global, incluindo argüição e avaliação, deverá refletir o mérito
Artigo 128 – Todos os concursos para provimento de cargos da do candidato.
carreira docente serão de validade imediata, respeitados os prazos § 1º – No julgamento do memorial, a comissão deverá apreciar:
legais referentes à posse. I – produção científica, literária, filosófica ou artística;
Artigo 129 – No concurso de livre-docência, ocorrendo a hipó- II – atividade didática universitária;
tese prevista no art. 127, todas as especialidades deverão constar III – atividades relacionadas à prestação de serviços à comuni-
do edital, com a indicação dos respectivos programas. dade;

237
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
IV – atividades profissionais ou outras, quando for o caso; Parágrafo único – Em caso de empate, o examinador fará o de-
V – diplomas e dignidades universitárias. sempate.
§ 2º – Finda a argüição de todos os candidatos, a comissão exa- Artigo 143 – Serão considerados habilitados os candidatos que
minadora, em sessão secreta, conferirá as notas respectivas. alcançarem, da maioria dos examinadores, nota final mínima sete.
Artigo 137 – À prova didática aplicam-se as seguintes normas: Artigo 144 – O resultado do concurso será proclamado pela
I – a comissão julgadora, com base no programa do concurso, comissão julgadora, imediatamente após seu término, em sessão
organizará uma lista de dez pontos, da qual os candidatos tomarão pública.
conhecimento, imediatamente antes do sorteio do ponto; Parágrafo único – A comissão julgadora fará o relatório final do
II – a realização da prova far-se-á vinte e quatro horas após o concurso.
sorteio do ponto; Artigo 145 – Será proposto para nomeação o candidato que ob-
III – o candidato poderá utilizar o material didático que julgar tiver maior número de indicações da comissão julgadora.
necessário; Artigo 146 – O empate de indicações será decidido pela Con-
IV – a duração mínima da prova será de quarenta minutos e a gregação, ao apreciar o relatório da comissão julgadora, prevale-
máxima de sessenta; cendo sucessivamente, a média geral obtida, o maior título univer-
V – a prova didática será pública. sitário e o maior tempo de serviço docente na USP.
§ 1º – Se o número de candidatos o exigir, eles serão dividi- Artigo 147 – O relatório da comissão julgadora deverá ser apre-
dos em grupos de no máximo três, observada a ordem de inscrição, ciado pela Congregação, para fins de homologação, após exame for-
para fins de sorteio e realização da prova. mal, no prazo máximo de sessenta dias.
§ 2º – O candidato poderá propor a substituição de pontos, Parágrafo único – A decisão da Congregação e o relatório da
imediatamente após tomar conhecimento de seus enunciados, se comissão julgadora deverão ser publicados no prazo de cinco dias
entender que não pertencem ao programa do concurso, cabendo úteis.
à comissão julgadora decidir, de plano, sobre a procedência da ale- Artigo 148 – As propostas de nomeação dos candidatos indica-
gação. dos deverão ser encaminhadas pelo Diretor da Unidade ao Reitor,
§ 3º – As notas da prova didática serão atribuídas após o térmi- nos dez dias subseqüentes à decisão da Congregação.
no das provas de todos os candidatos.
Artigo 138 – A outra prova referida no inciso III do art. 135 des- SEÇÃO III
te regimento, será estabelecida e regulamentada nos regimentos DOS CONCURSOS PARA OS CARGOS DE PROFESSOR
das Unidades. TITULAR
Artigo 139 – Caso a prova referida no artigo anterior seja escri-
ta, aplicam-se as seguintes normas: Artigo 149 – As inscrições para o cargo de professor titular se-
I – a comissão organizará uma lista de dez pontos, com base no rão abertas pelo prazo de cento e oitenta dias.
programa de concurso e dela dará conhecimento aos candidatos, Parágrafo único – Do edital deverá constar o programa para a
vinte e quatro horas antes do sorteio do ponto; prova de erudição.
II – sorteado o ponto, inicia-se o prazo improrrogável de cinco Artigo 150 – No ato da inscrição o candidato deverá apresentar:
horas de duração da prova; I – memorial circunstanciado, em dez cópias, no qual sejam
III – durante sessenta minutos, após o sorteio, será permitida comprovados os trabalhos publicados, as atividades realizadas, per-
a consulta a livros, periódicos e outros documentos bibliográficos; tinentes ao concurso e as demais informações que permitam ava-
IV – as anotações, efetuadas durante o período de consulta, liação dos seus méritos;
poderão ser utilizadas no decorrer da prova, devendo ser feitas em II – prova de que é portador do título de livre-docente outorga-
papel rubricado pela comissão e anexadas ao texto final; do pela USP ou por ela reconhecido;
V – a prova, que será lida em sessão pública pelo candidato, de- III – os demais documentos de ordem legal e administrativa exi-
verá ser reproduzida em cópias que serão entregues aos membros gidos para o concurso.
da comissão julgadora, ao se abrir a sessão; Parágrafo único – Caso o candidato não satisfaça a exigência do
VI – cada prova será avaliada pelos membros da comissão jul- inciso II e desde que não pertença a nenhuma categoria docente da
gadora, individualmente. USP, deverá apresentar solicitação de inscrição, nos termos do § 1º
Parágrafo único – O candidato poderá propor a substituição de do art. 80 do Estatuto.
pontos, imediatamente após tomar conhecimento de seus enun- Artigo 151 – As inscrições serão julgadas pela Congregação, em
ciados, se entender que não pertencem ao programa do concurso, seu aspecto formal, publicando-se a resolução em edital.
cabendo à comissão julgadora decidir, de plano, sobre a procedên- § 1º – Nos casos de que trata o parágrafo único do art. 150,
cia da alegação. a votação será secreta, exigindo-se o quorum de dois terços para
Artigo 140 – As notas das provas do concurso para professor aprovação.
doutor poderão variar de zero a dez, com aproximação até a pri- § 2º – O concurso deverá realizar-se no prazo de trinta a cento
meira casa decimal. e oitenta dias, após a aprovação das inscrições.
Parágrafo único – O peso para cada prova será estabelecido no Artigo 152 – O concurso ao cargo de professor titular consta de:
regimento da Unidade. I – julgamento dos títulos;
Artigo 141 – Ao término das provas, cada candidato terá de II – prova pública oral de erudição;
cada examinador uma nota final, que será a média ponderada das III – prova pública de argüição.
notas por ele conferidas. Artigo 153 – As notas das provas do concurso para professor ti-
Artigo 142 – A classificação dos candidatos será feita por exami- tular poderão variar de zero a dez, com aproximação até a primeira
nador, segundo as notas por ele conferidas. casa decimal.

238
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
Parágrafo único – O peso para cada prova será estabelecido no § 1º – A decisão da Congregação e o relatório da comissão jul-
regimento da Unidade. gadora deverão ser publicados no prazo de cinco dias úteis.
Artigo 154 – O julgamento dos títulos, expresso mediante nota § 2º – A Unidade encaminhará ao Reitor a proposta de nome-
global, deverá refletir os méritos do candidato como resultado da ação do candidato indicado, nos dez dias subseqüentes à homolo-
apreciação do conjunto e regularidade de suas atividades, compre- gação do concurso.
endendo:
I – produção científica, literária, filosófica ou artística; SEÇÃO IV
II – atividade didática universitária; DA LIVRE-DOCÊNCIA
III – atividades profissionais, ou outras, quando for o caso;
IV – atividade de formação e orientação de discípulos; Artigo 163 – As inscrições para a livre-docência deverão, obri-
V – atividades relacionadas à prestação de serviços à comuni- gatoriamente, ser abertas todos os anos e para todos os Departa-
dade; mentos da Unidade.
VI – diplomas e dignidades universitárias. Artigo 164 – O período de inscrição será fixado no regimento
Parágrafo único – No julgamento dos títulos deverão prevalecer da Unidade, não podendo o prazo ser inferior a trinta dias por ano
as atividades desempenhadas nos cinco anos anteriores à inscrição. ou a quinze dias por semestre letivo, no caso de abertura em ambos
Artigo 155 – Cada examinador, após análise dos títulos e da os semestres.
documentação comprobatória apresentada pelos candidatos, dará Artigo 165 – No ato da inscrição o candidato deverá apresentar:
as notas, encerrando-as em envelope individual. I – memorial circunstanciado, em dez cópias, no qual sejam
Parágrafo único – Cada examinador elaborará parecer escrito comprovados os trabalhos publicados, as atividades realizadas per-
circunstanciado sobre os títulos de cada candidato. tinentes ao concurso e as demais informações que permitam ava-
Artigo 156 – A prova pública oral de erudição deverá ser reali- liação de seus méritos;
zada de acordo com o programa publicado no edital. II – prova de que é portador do título de doutor, outorgado pela
§ 1º – Compete à comissão julgadora decidir se o tema escolhi- USP, por ela reconhecido ou de validade nacional;
do pelo candidato é pertinente ao programa. III – dez exemplares de tese original ou de texto que sistematize
§ 2º – O candidato, em sua exposição, não poderá exceder a criticamente a obra do candidato ou parte dela.
sessenta minutos. Parágrafo único – No memorial, o candidato deverá salientar o
§ 3º – Ao final da apresentação, cada membro da comissão po- conjunto de suas atividades didáticas e contribuições para o ensino.
derá solicitar esclarecimentos ao candidato, não podendo o tempo Artigo 166 – As inscrições serão julgadas pela Congregação, em
máximo, entre perguntas e respostas superar sessenta minutos. seu aspecto formal, publicando-se a decisão em edital.
§ 4º – Cada examinador, após o término da prova de erudição Parágrafo único – O concurso deverá realizar-se no prazo máxi-
de todos os candidatos, dará a nota, encerrando-a em envelope in- mo de cento e vinte dias, a contar da aceitação da inscrição.
dividual. Artigo 167 – O concurso de livre-docência consta de:
Artigo 157 – Se o número de candidatos o exigir, serão eles I – prova escrita;
reunidos, no máximo, em grupos de três, observada a ordem de II – defesa de tese ou de texto que sistematize criticamente a
inscrição, para a realização da prova referida no inciso II do art. 152. obra do candidato ou parte dela;
Artigo 158 – A prova pública de argüição será regulamentada III – julgamento do memorial com prova pública de argüição;
nos regimentos das Unidades. IV – avaliação didática.
Artigo 159 – Ao término da apreciação das provas, cada exami- Parágrafo único – A critério da Unidade poderá ainda ser reali-
nador atribuirá a cada candidato nota final, que será a média pon- zada outra prova.
derada das notas por ele conferidas. Artigo 168 – A prova escrita, que versará sobre assunto de or-
Parágrafo único – Cada examinador fará a classificação, segun- dem geral e doutrinária, será realizada de acordo com o disposto no
do as notas finais por ele conferidas, e indicará o candidato para art. 139 e seu parágrafo único.
preenchimento da vaga existente. Artigo 169 – Na defesa pública de tese ou de texto elaborado
Artigo 160 – Findo o julgamento, a comissão julgadora elabora- os examinadores levarão em conta o valor intrínseco do trabalho, o
rá relatório circunstanciado, justificando a indicação feita. domínio do assunto abordado, bem como a contribuição original do
Parágrafo único – Poderão ser acrescentados ao relatório da candidato na área de conhecimento pertinente.
comissão julgadora, relatórios individuais de seus membros. Artigo 170 – Na defesa pública de tese ou de texto serão obe-
Artigo 161 – O resultado do concurso será imediatamente pro- decidas as seguintes normas:
clamado pela comissão julgadora, em sessão pública. I – a tese ou texto será enviado a cada membro da comissão
§ 1º – Serão considerados habilitados os candidatos que obti- julgadora, pelo menos trinta dias antes da realização da prova;
verem, da maioria dos examinadores, nota final mínima sete. II – a duração da argüição não excederá de trinta minutos por
§ 2º – Será proposto para nomeação o candidato que obtiver examinador, cabendo ao candidato igual prazo para a resposta;
maior número de indicações da comissão julgadora. III – havendo concordância entre o examinador e o candidato,
§ 3º – O empate nas indicações será decidido pela Congrega- poderá ser estabelecido o diálogo entre ambos, observado o prazo
ção, ao apreciar os relatórios da comissão julgadora, prevalecendo, global de sessenta minutos.
sucessivamente, a média geral obtida, o maior título universitário e Parágrafo único – Na área das Artes, o regimento das Unidades
o maior tempo de serviço docente na USP. determinará as adaptações julgadas necessárias, não podendo ser
Artigo 162 – O relatório da comissão julgadora deverá ser apre- suprimida uma parte escrita.
ciado pela Congregação, para fins de homologação, após exame for- Artigo 171 – O julgamento do memorial e a avaliação da prova
mal, no prazo máximo de sessenta dias. pública de argüição serão expressos mediante nota global, atribu-

239
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
ída após a argüição de todos os candidatos, devendo refletir o de- gamento.
sempenho na argüição, bem como o mérito dos candidatos. Artigo 177 – As notas variarão de zero a dez, podendo ser apro-
§ 1º – O mérito dos candidatos será julgado com base no con- ximadas até a primeira casa decimal.
junto de suas atividades que poderão compreender: Parágrafo único – O peso de cada prova será estabelecido no
I – produção científica, literária, filosófica ou artística; regimento da Unidade.
II – atividade didática; Artigo 178 – Ao término da apreciação das provas, cada exami-
III – atividades de formação e orientação de discípulos; nador atribuirá, a cada candidato, uma nota final que será a média
IV – atividades relacionadas à prestação de serviços à comu- ponderada das notas parciais por ele conferidas.
nidade; Artigo 179 – Findo o julgamento, a comissão julgadora elabo-
V – atividades profissionais, ou outras, quando for o caso; rará relatório circunstanciado sobre o desempenho dos candidatos,
VI – diplomas e outras dignidades universitárias. justificando as notas.
§ 2º – A comissão julgadora considerará, de preferência, os tí- Parágrafo único – Poderão ser anexados ao relatório da comis-
tulos obtidos, os trabalhos e demais atividades realizadas após a são julgadora relatórios individuais de seus membros.
obtenção do grau de doutor. Artigo 180 – O resultado será proclamado imediatamente pela
Artigo 172 – A prova de avaliação didática destina-se a veri- comissão julgadora em sessão pública.
ficar a capacidade de organização, a produção ou o desempenho Parágrafo único – Serão considerados habilitados os candidatos
didático do candidato e será regulamentada pelos regimentos das que alcançarem, da maioria dos examinadores, nota final mínima
Unidades. sete.
Parágrafo único – As Unidades poderão optar pela aula, a ní- Artigo 181 – O relatório da comissão julgadora deverá ser apre-
vel de pós-graduação, ou pela elaboração, por escrito, de plano de ciado pela Congregação, para fins de homologação, após exame for-
aula, conjunto de aulas ou programa de uma disciplina. mal, no prazo máximo de sessenta dias.
Artigo 173 – Quando a Unidade optar pela aula, a prova será Parágrafo único – A decisão da Congregação e os relatórios da
realizada nos termos do disposto no art. 137 e seus parágrafos. comissão julgadora deverão ser publicados no prazo de cinco dias
Parágrafo único – Cada membro da comissão julgadora poderá úteis.
formular perguntas sobre a aula ministrada, não podendo ultrapas-
sar o prazo de quinze minutos, assegurado ao candidato igual tem- SEÇÃO V
po para a resposta. DAS COMISSÕES JULGADORAS DOS CONCURSOS PARA
Artigo 174 – Quando a Unidade optar pela elaboração, por es- OS CARGOS DE PROFESSOR DOUTOR
crito, de plano de aula, conjunto de aulas ou programa de uma dis-
ciplina, a prova será realizada de acordo com as seguintes normas: Artigo 182 – A comissão julgadora do concurso de ingresso na
I – a comissão julgadora organizará uma lista de dez temas, com carreira docente será constituída de cinco membros indicados pela
base no programa do concurso; Congregação por proposta do Conselho do Departamento.
II – a comissão julgadora dará conhecimento dessa lista ao can- § 1º – Os membros da comissão julgadora deverão possuir títu-
didato; lo acadêmico igual ou superior ao do candidato de maior titulação.
III – o candidato escolherá o ponto uma hora antes da realiza- § 2º – Dentre os membros da comissão, pelo menos um e no
ção da prova, podendo utilizar esse tempo para consultas; máximo dois, deverão pertencer ao Departamento.
IV – findo o prazo mencionado no inciso III, o candidato terá § 3º – Caso o disposto no parágrafo anterior não possa ser
duas horas para elaborar o texto; atendido, a Congregação indicará docente de outro Departamento.
V – cada membro da comissão julgadora poderá formular per- § 4º – A Congregação, por proposta do Conselho, escolherá
guntas sobre o plano ou programa, não podendo ultrapassar o pra- dois suplentes, um deles estranho ao Departamento, na mesma
zo de quinze minutos, assegurado ao candidato igual tempo para sessão em que indicar a comissão julgadora.
resposta. § 5º – Na composição da comissão julgadora poderá ser indi-
Artigo 175 – A prova mencionada no parágrafo único do art. cado especialista de reconhecido saber, estranho ao corpo docente
167 será realizada de acordo com normas estabelecidas no regi- da USP, a juízo de, no mínimo, dois terços dos membros da Congre-
mento da Unidade. gação, em votação secreta.
Artigo 176 – O julgamento do concurso de livre-docência será
feito de acordo com as seguintes normas: Artigo 183 – Assegurada a presença de, no mínimo, três mem-
bros estranhos ao Departamento, para a composição das comissões
I – a nota da prova escrita será atribuída após concluído o exa- julgadoras para o concurso para o cargo inicial da carreira, poderá
me das provas de todos os candidatos; ser indicado um docente aposentado do próprio Departamento.
II – a nota da prova de avaliação didática será atribuída imedia- Artigo 184 – A Congregação poderá substituir, no todo ou em
tamente após o término das provas de todos os candidatos; parte, os nomes propostos pelo Conselho do Departamento, para
III – o julgamento do memorial e a avaliação da prova pública constituir a comissão julgadora.
de argüição serão expressos mediante nota global nos termos do Artigo 185 – A presidência da comissão julgadora caberá ao
art. 171; professor de categoria mais elevada, em exercício na Unidade, com
IV – concluída a defesa de tese ou de texto, de todos os can- maior tempo de serviço docente na USP.
didatos, proceder-se-á ao julgamento da prova com atribuição da
nota correspondente;
V – havendo outra prova, nos termos do § 1º do art. 82 do Es-
tatuto, o regimento das Unidades disciplinará sua execução e jul-

240
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
SEÇÃO VI CAPÍTULO II
DAS COMISSÕES JULGADORAS DOS CONCURSOS DOS DEMAIS DOCENTES
PARA OS CARGOS DE PROFESSOR TITULAR
Artigo 194 – Professores visitantes poderão ser admitidos na
Artigo 186 – A comissão julgadora de concurso para o cargo de USP, pelo prazo máximo de dois anos.
professor titular será formada por cinco professores titulares, indi- Parágrafo único – O disposto neste artigo não se aplica ao caso
cados pela Congregação, por proposta do Departamento, dos quais, de professor visitante admitido sem ônus para a Universidade.
no mínimo um e no máximo dois, da própria Unidade. Artigo 195 – O professor visitante e o professor colaborador
§ 1º – A Congregação, por proposta do Departamento, escolhe- não terão representação nos Colegiados, não lhes sendo facultado
rá dois suplentes, professores titulares, um deles estranho à Uni- votar ou serem votados.
dade, na sessão em que forem indicados os membros da comissão
julgadora. CAPÍTULO III
§ 2º – Na composição da comissão julgadora, poderão ser in- DO REGIME DE TRABALHO
dicados até dois especialistas de reconhecido saber, estranhos ao
corpo docente da USP, a juízo de, no mínimo, dois terços dos mem- Artigo 196 – O Regime de Dedicação Integral à Docência e à
bros da Congregação. Pesquisa (RDIDP) é o regime preferencial do trabalho docente na
Artigo 187 – Assegurada a presença de, no mínimo, três mem- Universidade, tendo como objetivo estimular e favorecer a pesqui-
bros estranhos à Unidade, a composição das comissões julgadoras, sa, contribuir para a eficiência e o aprimoramento do ensino e di-
para o cargo final da carreira, poderá ser indicado um docente apo- fundir conhecimentos.
sentado da própria Unidade. Artigo 197 – O docente em RDIDP deverá manter vínculo em-
Artigo 188 – A Congregação poderá substituir, no todo ou em pregatício exclusivo com a USP, com atividade permanente na Uni-
parte, os nomes propostos pelo Conselho do Departamento, para dade respectiva, vedado o exercício de outra atividade pública ou
constituir a comissão julgadora. privada.
Artigo 189 – A presidência das comissões julgadoras caberá ao Parágrafo único – Serão explicitadas em regulamentação apro-
professor titular, em exercício na Unidade, com maior tempo de vada pelo Co, mediante proposta da CERT, as exceções às atividades
serviço docente na USP. vedadas neste artigo.
Artigo 198 – O docente em Regime de Turno Completo (RTC)
SEÇÃO VII deverá trabalhar vinte e quatro horas semanais em atividades de
DAS COMISSÕES JULGADORAS PARA O CONCURSO DE ensino, pesquisa e extensão de serviços à comunidade.
LIVRE-DOCÊNCIA Artigo 199 – O docente em Regime de Turno Parcial (RTP) deve-
rá trabalhar doze horas semanais em atividades de ensino.
Artigo 190 – A comissão julgadora para o concurso de livre-do- Artigo 200 – O docente em RTC ou RTP, respeitadas as normas
cência será constituída de cinco professores, de nível igual ou supe- legais sobre acumulação, poderá exercer outra atividade pública ou
rior ao de associado, indicados pela Congregação, por proposta do privada, compatível com o respectivo regime.
Conselho do Departamento, dos quais no mínimo um e no máximo Artigo 201 – A permanência em um determinado regime de
dois da própria Unidade. trabalho não é definitiva, podendo o docente, a qualquer tempo,
§ 1º – A Congregação, por proposta do Conselho do Departa- por decisão prévia do Conselho do Departamento, ouvido o CTA,
mento, escolherá dois suplentes, um deles não pertencente à Uni- com anuência da CERT, ser transferido de um regime de trabalho
dade, na mesma sessão em que indicar a comissão julgadora. para outro.
§ 2º – Na composição da comissão julgadora poderão ser indi-
cados até dois especialistas de reconhecido saber, não pertencen- CAPÍTULO IV
tes ao corpo docente da USP, a juízo de, no mínimo, dois terços dos DA AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DOS DOCENTES
membros da Congregação, em votação secreta.
Artigo 191 – Assegurada a presença de, no mínimo, três mem- Artigo 202 – A avaliação da produção dos docentes será feita
bros estranhos à Unidade, para a composição das comissões julga- pela Comissão Permanente de Avaliação (CPA), cuja composição e
doras do concurso de livre-docência, poderá ser indicado um do- normas serão fixadas pelo Co.
cente aposentado da própria Unidade.
Artigo 192 – A Congregação poderá substituir, no todo ou em
parte, os nomes propostos pelo Conselho do Departamento, para a
comissão julgadora.
Artigo 193 – A presidência da comissão julgadora caberá ao
professor de categoria mais elevada, em exercício na Unidade, com
maior tempo de serviço docente na USP.

241
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
TÍTULO VII TÍTULO VIII
DO CORPO DISCENTE DAS ELEIÇÕES NA UNIVERSIDADE

CAPÍTULO I CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS DAS ELEIÇÕES DOS DIRIGENTES DA UNIVERSIDADE

Artigo 203 – O corpo discente é constituído pelos estudantes Artigo 210 – Nos colégios eleitorais para eleição de Reitor, Vice-
regularmente matriculados na USP: -Reitor, Diretor e Vice-Diretor, conforme estabelecido no Estatuto, o
I – em cursos de graduação ou pós-graduação; eleitor que dispuser de suplente será por ele substituído se estiver
II – em cursos de longa duração, de especialização ou de aper- legalmente afastado ou não puder comparecer por motivo justifi-
feiçoamento. cado.
Artigo 204 – São alunos da USP, mas não fazem parte do corpo Parágrafo único – O eleitor que não dispuser de suplente e que
discente: estiver legalmente afastado de suas funções na Universidade ou
I – alunos matriculados em disciplinas isoladas dos cursos de não puder comparecer às eleições por motivo justificado não será
graduação e pós-graduação; considerado para o cálculo do quorum exigido pelo Estatuto.
II – alunos matriculados em cursos de especialização e aperfei- Artigo 211 – Nos colégios eleitorais mencionados no caput do
çoamento de curta duração; artigo anterior, o eleitor que pertença a mais de um colegiado terá
III – alunos matriculados em outras modalidades de cursos de direito apenas a um voto.
extensão universitária. § 1º – O eleitor referido neste artigo não poderá ser substituído
Artigo 205 – Estudantes que hajam concluído o segundo grau nos outros colegiados pelo suplente.
ou curso superior poderão matricular-se em disciplinas isoladas dos § 2º – O eleitor, membro de mais de um colegiado, que estiver
cursos de graduação ou de pós-graduação a critério da CG ou da legalmente afastado ou que não puder comparecer às eleições por
CPG, respectivamente. motivo justificado, será substituído pelo seu suplente do colegiado
Parágrafo único – Em casos excepcionais, a juízo da CG ou da de hierarquia mais alta.
CPG, as exigências referidas neste artigo poderão ser dispensadas. § 3º – Na eventualidade de o suplente, a que se refere o pará-
Artigo 206 – Os estudantes referidos no artigo anterior deve- grafo anterior, estar legalmente afastado ou não puder comparecer
rão submeter-se às mesmas normas a que estão sujeitos os alunos por motivo justificado, a substituição do titular se fará pelo suplente
regulares. do colegiado hierarquicamente inferior.
Artigo 207 – Caso os estudantes referidos no art. 204, inciso Artigo 212 – Aplicam-se nas eleições para a elaboração das lis-
I, se tornem alunos regulares da Universidade, os créditos obtidos tas tríplices os seguintes critérios:
em disciplinas de graduação ou de pós-graduação poderão ser uti- 1 – a lista tríplice deverá ser composta com nomes escolhidos
lizados. por maioria absoluta de votos;
2 – se, em dois escrutínios, a maioria absoluta não for atingida,
CAPÍTULO II serão incluídos na lista os nomes que receberem maior número de
DOS ALUNOS MONITORES sufrágios, na terceira votação;
3 – em caso de empate, integrará a lista o nome do professor
Artigo 208 – As Unidades farão constar de seus regimentos as com maior tempo de serviço docente na USP.
normas que disciplinam o recrutamento e o regime de atividades Artigo 213 – Os chefes de Departamento serão eleitos, nos ter-
dos monitores. mos do disposto no art. 55 do Estatuto.
§ 1º – As funções de monitor poderão ser exercidas por alu- Parágrafo único – Os docentes que estiverem exercendo cargo
nos matriculados em curso de graduação que tenham obtido bom ou função que impeça o exercício da chefia, apesar de não serem
rendimento em disciplinas já cursadas, bem como por estudantes computados para efeito de quorum, conforme previsto nos incisos
regularmente matriculados em programa de pós-graduação. do art. 55 do Estatuto, são elegíveis.
§ 2º – O exercício da função de monitor será considerada título Artigo 214 – As votações para a escolha dos dirigentes serão
para posterior ingresso na carreira docente. realizadas em escrutínio secreto.
Artigo 209 – A Universidade poderá instituir bolsas para moni-
tores incumbidos de auxiliar nas atividades dos cursos de gradua-
ção, inclusive naquelas que envolvam pesquisa.
Parágrafo único – A seleção dos monitores para disciplinas de-
verá ser feita mediante provas específicas, estabelecidas pelo De-
partamento.

242
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
CAPÍTULO II I – contando a Unidade com número igual ou superior de do-
DAS ELEIÇÕES PARA A REPRESENTAÇÃO NOS ÓRGÃOS centes elegíveis à titularidade e à suplência da representação, a
COLEGIADOS eleição se fará mediante vinculação titular-suplente;
II – havendo vacância da titularidade e da respectiva suplência
SEÇÃO I proceder-se-á a nova eleição;
DAS ELEIÇÕES DAS CATEGORIAS DOCENTES III – se o número de docentes elegíveis à suplência for infe-
rior ao número de titulares, não haverá vinculação titular-suplente,
Artigo 215 – A eleição dos representantes das categorias do- sendo considerados suplentes os candidatos mais votados após os
centes no Conselho Universitário processar-se-á em duas fases. titulares, observada a ordem decrescente;
§ 1º – Na primeira fase, em cada Unidade, serão eleitos, me- IV – ocorrendo vacância entre os membros titulares assumirá,
diante voto secreto e direto, os delegados de cada uma das catego- automaticamente essa condição, o suplente mais votado e assim
rias e os respectivos suplentes. sucessivamente.
§ 2º – Cada eleitor votará em apenas dois nomes um para dele-
gado, e outro, para suplente. SEÇÃO II
§ 3º – Os delegados e seus suplentes deverão pertencer à cate- DAS ELEIÇÕES DO CORPO DISCENTE
goria que os escolher.
§ 4º – Na segunda fase, os delegados das categorias de todas as Artigo 222 – O corpo discente terá representação com direito a
Unidades constituirão colégio eleitoral que, por voto direto e secre- voz e voto nos órgãos colegiados.
to, elegerão os respectivos representantes e suplentes junto ao Co. Artigo 223 – Nas eleições para a representação discente só po-
§ 5º – As candidaturas serão registradas individualmente na derão votar e ser votados os alunos regularmente matriculados nos
Secretaria Geral. cursos de graduação e pós-graduação referidos nos incisos I e II do
§ 6º – As eleições realizar-se-ão em primeira convocação, com a art. 203 deste regimento.
presença de mais da metade dos membros de cada categoria e, em Parágrafo único – É assegurado o direito de voto aos alunos que
segunda, com qualquer número. forem docentes.
Artigo 216 – O edital de convocação, para as eleições referidas Artigo 224 – São elegíveis para a representação discente os
no artigo anterior, fixará o número de delegados de cada categoria alunos de graduação que, no conjunto dos dois semestres imedia-
por Unidade, mantendo a proporcionalidade com o total dos mem- tamente anteriores, tenham completado doze créditos, no mínimo.
bros da categoria. Parágrafo único – Para os alunos ingressantes, matriculados no
Parágrafo único – A proporcionalidade será fixada pelo Co e po- primeiro ou segundo semestre dos cursos de graduação, não serão
derá ser revista periodicamente. exigidos os requisitos referidos neste artigo.
Artigo 217 – O edital de convocação deverá ser publicado pelo Artigo 225 – O edital de convocação para a eleição dos repre-
menos trinta dias antes da data fixada para a primeira fase da elei- sentantes do corpo discente deverá conter as normas para discipli-
ção e deverá conter normas para disciplinar o processo eleitoral. nar o processo eleitoral e informações sobre:
Artigo 218 – Poderão votar e ser votados os docentes em exer- I – condições para registro prévio dos candidatos;
cício estáveis, efetivos e contratados, de acordo com o título univer- II – forma pela qual deverá ser feita a identificação dos candi-
sitário correspondente às categorias docentes. datos e a comprovação das exigências a que se referem os arts. 223
§ 1º – Os professores colaboradores e visitantes, independen- e 224;
temente dos títulos que possuam, não poderão votar nem ser vo- III – distribuição dos alunos pelas secções eleitorais.
tados. § 1º – A convocação deverá ser publicada, pelo menos, trinta
§ 2º – Não será privado do direito de votar e ser votado o do- dias antes da data fixada para a eleição.
cente que se encontrar em férias ou que, afastado de suas funções, § 2º – As candidaturas serão registradas individualmente, ou
com ou sem prejuízo de vencimentos, estiver prestando serviços através de chapa.
em outro órgão da Universidade de São Paulo. Artigo 226 – Os alunos matriculados em programa de pós-gra-
Artigo 219 – As eleições para a representação docente nos co- duação interunidades poderão votar somente na CPG do programa.
legiados das Unidades serão realizadas por categoria, em uma única Artigo 227 – Cada eleitor poderá votar, no máximo, em tantos
fase, mediante voto secreto e direto, obedecido o disposto no art. candidatos quantos forem os lugares a serem preenchidos pela re-
218 e seus parágrafos. presentação discente.
Parágrafo único – Deverão ser eleitos os titulares e respectivos Artigo 228 – A escolha da representação discente junto ao Co
suplentes. e Conselhos Centrais será realizada em uma única fase, por voto
Artigo 220 – Ocorrendo empate nas eleições para escolha dos direto e secreto, em dia e horário fixados no edital de convocação.
representantes das categorias docentes nos colegiados serão ado- § 1º – Serão considerados eleitos os alunos mais votados, se-
tados como critérios de desempate sucessivamente: gundo o resultado geral do pleito em toda a USP.
I – o maior tempo de serviço docente na USP; § 2º – Da lista dos eleitos para o Co, não poderão constar mais
II – o maior tempo de serviço na respectiva categoria; do que três representantes dos alunos de graduação e dois dos de
III – o docente mais idoso. pós-graduação, de uma mesma Unidade.
Artigo 221 – Para fins de atendimento do art. 103 do Estatuto, § 3º – Da lista dos eleitos para os Conselhos Centrais, não po-
a eleição de representantes e respectivos suplentes das Unidades derão constar mais do que dois representantes do corpo discente
para os diversos órgãos colegiados da Universidade processar-se-á de uma mesma Unidade.
na forma que se segue: § 4º – Serão suplentes os alunos que, sucessivamente, hajam
obtido maior número de sufrágios, observada a mesma restrição

243
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
com respeito ao número de representantes por Unidade. Artigo SEÇÃO IV
229 – Após a apuração do pleito, o presidente do processo eleitoral DA ELEIÇÃO DO REPRESENTANTE DOS ANTIGOS ALUNOS
proclamará os resultados.
Artigo 230 – Os candidatos à representação nos colegiados de Artigo 236 – A eleição do representante dos antigos alunos
Unidades e Departamentos deverão estar regularmente matricu- para o Co processar-se-á em duas fases.
lados em disciplinas de graduação ou programa de pós-graduação § 1º – Os antigos alunos de cada Unidade elegerão, pelo voto
que digam respeito ao âmbito do colegiado respectivo. direto e secreto, seu delegado titular e respectivo suplente.
Parágrafo único – A eleição de representantes discentes a que § 2º – O antigo aluno de graduação votará na Unidade que lhe
se refere este artigo será realizada pelo voto direto e secreto, em conferiu o diploma.
local, dia e horários fixados pelo Diretor. § 3º – O antigo aluno diplomado em mais de uma Unidade,
Artigo 231 – Ocorrendo empate nas eleições de discentes serão votará em apenas uma delas.
obedecidos sucessivamente os seguintes critérios: § 4º – O antigo aluno de pós-graduação votará na Unidade
I – o maior tempo de matrícula na USP; onde cursou parte preponderante de seu currículo.
II – o aluno mais idoso. Artigo 237 – Os delegados, referidos no § 1º do artigo anterior,
Artigo 232 – Nas eleições para representantes discentes apli- formarão o Colégio Eleitoral que elegerá o representante dos anti-
ca-se, no que couber, o disposto neste regimento para a eleição da gos alunos no Co.
representação junto ao Co e Conselhos Centrais. Artigo 238 – Ao antigo aluno, servidor ou docente da USP, fica
garantido o direito de votar e ser votado como delegado.
SEÇÃO III Artigo 239 – Os antigos alunos, se forem docentes, servidores
DA ELEIÇÃO DOS REPRESENTANTES DOS SERVIDORES NÃO- não-docentes ou alunos, não poderão ser eleitos representantes,
DOCENTES garantido o direito de voto.
Artigo 240 – Caberá às Unidades interessadas regulamentar e
Artigo 233 – A eleição dos servidores não-docentes para o Co divulgar a eleição de representantes de antigos alunos junto à Con-
será convocada por edital, publicado pelo menos trinta dias antes gregação.
da data fixada para o pleito.
§ 1º – As candidaturas serão registradas individualmente, na SEÇÃO V
Secretaria Geral. DA ELEIÇÃO DO REPRESENTANTE DAS CLASSES
§ 2º – Poderão votar e ser votados todos os servidores adminis- TRABALHADORAS
trativos, operacionais e de apoio ao ensino e à pesquisa, pelo voto
direto e secreto, na respectiva carreira funcional. Artigo 241 – A eleição do representante das classes trabalhado-
§ 3º – Cada eleitor poderá votar em apenas um candidato. ras no Co far-se-á em duas fases.
§ 4º – Será considerado eleito o candidato que obtiver o maior § 1º – Na primeira fase, as Federações com representação legal
número de votos em cada carreira funcional, levando-se em conta no âmbito do Estado de São Paulo indicarão seus delegados e res-
o resultado geral do pleito em toda a Universidade, figurando como pectivos suplentes.
suplente o mais votado a seguir. § 2º – Na segunda fase, os delegados elegerão o representante
Artigo 234 – Nas Unidades, para a representação junto à Con- e respectivo suplente junto ao Co.
gregação e CTA, poderão votar e ser votados, pelo voto direto e se-
creto, todos os servidores administrativos, operacionais e de apoio TÍTULO IX
ao ensino e à pesquisa. DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 1º – Quando houver três representantes, eles serão eleitos
pela respectiva carreira funcional. Artigo 242 – Os colegiados somente poderão funcionar com a
§ 2º – Na hipótese de haver dois representantes, eles serão presença de mais da metade de seus membros, salvo em casos de
eleitos pelo conjunto dos servidores, sendo considerados eleitos os terceira convocação.
dois mais votados, de distintas carreiras. Parágrafo único – As decisões dos órgãos a que se refere este
§ 3º – As candidaturas serão registradas individualmente na artigo serão adotadas por maioria simples, exceto nos casos em que
Assistência Acadêmica. o Estatuto, este regimento ou regimentos próprios disponham de
§ 4º – Cada eleitor poderá votar em apenas um candidato. modo diverso.
§ 5º – Serão considerados eleitos os servidores mais votados, Artigo 243 – Às reuniões dos colegiados e das comissões so-
figurando como suplentes os mais votados a seguir. mente terão acesso seus membros.
§ 6º – Não será privado do direito de votar e ser votado o ser- Parágrafo único – Poderão ser convidadas, a juízo do presiden-
vidor que se encontrar em férias ou afastado de suas funções, com te do colegiado, pessoas para prestar esclarecimentos sobre assun-
ou sem prejuízo de salário, se estiver prestando serviço em outro tos especiais.
órgão da Universidade. Artigo 244 – As sessões solenes dos colegiados serão públicas.
§ 7º – O servidor que for docente ou aluno da USP não será Artigo 245 – Nos colegiados, em que haja representação reno-
elegível para estas categorias, garantindo o direito de voto. vável anualmente pelo terço, proceder-se-á a sorteio na primeira
Artigo 235 – Em caso de empate, nas eleições de servidores reunião para a indicação dos membros com mandato inicial de um,
não-docentes nos colegiados, serão adotados sucessivamente os dois e três anos.
seguintes critérios de desempate: Parágrafo único – Quando o número de membros para efeito
I – o maior tempo de serviço na USP; previsto neste artigo não for múltiplo de três, a subdivisão far-se-
II – o maior tempo de serviço na respectiva categoria; -á arredondando-se, sucessivamente, uma unidade ao último e ao
III – o servidor mais idoso. penúltimo terço.

244
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
Artigo 246 – Em nenhum colegiado será permitido voto por Artigo 255 – Das decisões das comissões julgadoras de concur-
procuração. sos da carreira docente ou para a outorga de títulos acadêmicos,
Artigo 247 – Em todos os colegiados da Universidade a votação cabe recurso à Congregação.
será secreta quando: Parágrafo único – Recursos de nulidade indeferidos pelas Con-
I – envolver nome ou interesse pessoal de docentes; gregações serão encaminhados, ex officio, à apreciação do Conse-
II – implicar no julgamento de aptidão e qualificação para ati- lho Universitário.
vidades didáticas, científicas, artísticas, culturais ou profissionais; Artigo 256 – Das decisões das comissões julgadoras de concur-
III – for exigido quorum especial de dois terços; sos públicos nas carreiras técnico-administrativas, cabe recurso ao
IV – tratar-se de julgamento de recursos de nulidade interpos- CTA das Unidades, aos conselhos deliberativos dos Órgãos de Inte-
tos em concursos públicos; gração e Complementares e ao Reitor nos demais casos.
V – tratar-se de matéria referente a sanções disciplinares. Parágrafo único – Recursos de nulidade, indeferidos pelos ór-
Artigo 248 – Terão regimento próprio o Co, os Conselhos Cen- gãos mencionados no artigo anterior, serão encaminhados, ex offi-
trais, as Unidades, os Órgãos de Integração e Complementares. cio, para apreciação da CLR.
§ 1º – Os regimentos referidos neste artigo serão aprovados
pelo Co. Artigo 257 – Salvo disposição especial, cabe recurso das deci-
§ 2º – Os regimentos de Departamento ou de colegiados da sões:
Unidade, considerados por ela necessários, serão aprovados pela I – dos chefes de Departamentos e dos Diretores aos Conselhos
Congregação. de Departamento e às Congregações, respectivamente, em matéria
Artigo 249 – As Unidades, Órgãos de Integração e Complemen- relativa à atividade acadêmica, ou ao CTA, nos casos referentes à
tares deverão apresentar, anualmente, ao Reitor, relatório de suas atividade técnico-administrativa;
atividades para elaboração do Relatório Geral da Universidade. II – dos Conselhos de Departamento e das Comissões referidas
Artigo 250 – As Unidades poderão criar centros para apoiar nos arts. 48, 49 e 50 do Estatuto à Congregação;
suas atividades-fins mediante aprovação de suas Congregações. III – da Congregação aos Conselhos Centrais pertinentes ou ao
Artigo 251 – O Reitor providenciará a organização e funciona- Conselho Universitário;
mento do Sistema Integrado de Saúde da Universidade de São Pau- IV – da CPG à Congregação das Unidades, na hipótese do § 3º e
lo (SISUSP). ao CoPGr no caso do § 4º do art. 107 deste regimento;
Artigo 252 – O SISUSP será integrado pelas Superintendência V – dos dirigentes dos Órgãos de Integração e Complementares
Ambulatorial e Superintendência Hospitalar. aos conselhos deliberativos respectivos;
§ 1º – Fazem parte da Superintendência Ambulatorial a Divisão VI – dos conselhos deliberativos referidos no inciso anterior à
de Saúde da COSEAS, a Comissão Especial de Saúde Ocupacional CLR e nas atividades acadêmicas aos Conselhos Centrais pertinen-
(CESO) e o Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Tra- tes;
balho (SESMT). VII – das Comissões Permanentes do Co ao Conselho Univer-
§ 2º – As funções da Superintendência Hospitalar serão exer- sitário;
cidas pelo HU. VIII – dos órgãos que compõem a Reitoria, mencionados no art.
Artigo 253 – Ficam vinculados à Reitoria o Centro de Com- 34 do Estatuto e dos mencionados no art. 250 deste regimento, ao
putação Eletrônica (CCE), o Centro de Práticas Esportivas da USP Reitor;
(CEPEUSP), o Fundo de Construção da Universidade de São Paulo IX – dos Conselhos Centrais, Reitor e Vice-Reitor ao Conselho
(FUNDUSP), o Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de Universitário.
São Paulo (SIBI), a Editora da USP (EDUSP) e a Coordenadoria de
Comunicação Social (CCS), o Sistema Integrado de Saúde (SISUSP) e Artigo 258 – Os casos omissos, em matéria recursal, serão de-
a Comissão Central de Informática (CCI). cididos pela CLR.
Artigo 254 – O recurso contra decisões dos órgãos executivos Artigo 259 – Os Professores Titulares que se encontrem afasta-
e colegiados será interposto pelo interessado, no prazo máximo de dos ou em licença não serão considerados, para efeito de quorum,
dez dias, contados da data de ciência da decisão a recorrer. nas reuniões de Congregação das Unidades que adotaram o enten-
§ 1º – O recurso formulado por escrito, ao órgão de cuja deci- dimento de que todos os Professores Titulares são membros natos
são se recorre, deve ser fundamentado com as razões que possam deste colegiado.
justificar nova deliberação. Artigo 260 – Aos docentes em gozo de férias é facultado o direi-
§ 2º – O órgão recorrido poderá, no prazo de dez dias, refor- to de participar das reuniões de órgãos colegiados aos quais perten-
mular sua decisão, justificadamente, ou mantê-la, encaminhando o cem sendo, em qualquer situação, contados para efeito de quorum.
recurso ao órgão hierarquicamente superior. Artigo 261 – Os casos omissos neste regimento serão resolvi-
§ 3º – O prazo referido no parágrafo anterior não se aplica aos dos pelo Reitor, ouvida a CLR.
órgãos colegiados, que deverão apreciar o recurso na primeira reu- Artigo 262 – Os presidentes dos órgãos colegiados poderão de-
nião após sua apresentação. cidir, ad referendum, quando julgarem necessário.
§ 4º – Caso haja pedido de vistas na reunião do colegiado, o
recurso deverá ser apreciado, obrigatoriamente, na reunião subse-
qüente.
§ 5º – Na hipótese do parágrafo anterior, situações excepcio-
nais serão decididas pelo presidente do colegiado.
§ 6º – O recurso poderá ter efeito suspensivo, a juízo do cole-
giado recorrido.

245
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
TÍTULO X
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS QUESTÕES

Artigo 1º – As Congregações das Unidades, os conselhos ad- 1. O Estado pode ser conceituado como um ente, sujeito de
ministrativos dos Museus, conselhos diretores dos Institutos Espe- direitos, que possui como elementos: o povo, o território e a sobe-
cializados e conselhos deliberativos dos Órgãos Complementares rania. Nos dizeres de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (2010, p.
deverão elaborar os respectivos regimentos no prazo máximo de 13), “Estado é pessoa jurídica territorial soberana, formada pelos
cento e vinte dias, a partir da vigência deste Regimento, para apre- elementos povo, território e governo soberano”.
ciação do Co. ( ) Certo.
Artigo 2º – As Congregações deverão, no prazo de cento e vin- ( ) Errado.
te dias, a partir da data da vigência deste regimento, tomar provi-
dências para a reorganização das Comissões referidas no art. 44 do 2. IDCAP - 2022 - Prefeitura de Jacobina - BA - Guarda Municipal
Estatuto. Nos termos da Constituição Federal (art. 37), a administração
Artigo 3º – Os Conselhos dos campi do Interior deverão ela- pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Es-
borar as listas tríplices para a escolha do Prefeito, no mesmo prazo tados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princí-
referido no artigo anterior. pios da:
Artigo 4º – Enquanto não for aprovado o novo regime discipli- (A)Publicidade, dignidade da pessoa humana e pluralismo po-
nar pela CLR, permanecem em vigor as normas disciplinares esta- lítico.
belecidas no Regimento Geral da USP editado pelo Decreto 52.906, (B)Pessoalidade, publicidade e primazia do interesse público.
de 27 de Março de 1972. (C)Igualdade, moralidade e devido processo legal.
Artigo 5º – O Código de Ética para docentes, discentes e servi- (D)Legalidade, moralidade e eficiência.
dores não-docentes da USP, a ser aprovado pelo Co, será elaborado
por comissão especial designada pelo Reitor. 3. FUNDATEC - 2020 - Prefeitura de Bagé - RS - Auditor
Artigo 6º – Os atuais centros de estudos, pesquisa ou exten- A Administração Pública Direta e Indireta de qualquer dos Po-
são universitária poderão, no prazo de cento e oitenta dias, pleite- deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
ar junto aos Conselhos Centrais pertinentes sua transformação em de acordo com a Constituição Federal (art. 37), submete-se, entre
núcleos de apoio. outros, aos seguintes preceitos:
(A)Caso haja compatibilidade de horários, é permitida a acu-
Parágrafo único – Os centros transformados em núcleos de mulação remunerada de um cargo público de médico com um
apoio poderão conservar suas denominações, a juízo dos Conse- de técnico científico.
lhos. (B)É vedada a equiparação, mas permitida a vinculação de es-
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pesso-
Artigo 7º – Os atuais centros poderão continuar suas ativida- al do serviço público.
des, desde que aprovados pelas Congregações interessadas, no pra- (C)Obediência aos princípios de legalidade, impessoalidade,
zo de cento e oitenta dias. moralidade, publicidade e eficiência.
Artigo 8º – Os atuais centros, não transformados em núcleos (D)Os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores
de apoio ou não aprovados pelas Congregações, serão considera- de carreira nos casos previstos em lei, destinam-se às atribui-
dos extintos. ções de direção, assessoramento, segurança, motorista e se-
Artigo 9º – Será criada uma comissão, composta por três mem- cretaria.
bros da CERT, três da CAA e um discente, para propor ao Co as nor- (E)Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis exclu-
mas e composição da Comissão Permanente de Avaliação (CPA). sivamente aos brasileiros que preencham os requisitos estabe-
Artigo 10 – O Reitor poderá criar uma coordenação dos Institu- lecidos em lei.
tos Especializados à semelhança do disposto nos arts. 47 e 48 deste
regimento. 4. O Brasil adota a República como forma de Governo e o fede-
Artigo 11 – O Co estabelecerá, no prazo máximo de sessenta ralismo como forma de Estado. Em sua obra Direito Administrativo
dias, a partir da vigência deste regimento, a forma de funcionamen- da Série Advocacia Pública, o renomado jurista Leandro Zannoni,
to dos órgãos que terão as atribuições de Congregação, para efeito assegura que governo é elemento do Estado e o explana como “a
do disposto nos arts. 50 e 52 do Regimento Geral. atividade política organizada do Estado, possuindo ampla discricio-
Artigo 12 – Enquanto não forem aprovados os novos regimen- nariedade, sob responsabilidade social e política”.
tos, continuam em vigor os dispositivos regimentais dos órgãos da ( ) Certo.
Universidade que não conflitem com os do Estatuto e deste regi- ( ) Errado.
mento.
Artigo 13 – O Conselho Universitário, no prazo de dois anos da
vigência deste regimento, poderá emendá-lo por maioria simples
de votos do colegiado.

246
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
5. Instituto Consulplan - 2022 - PGE-ES - Estagiário de Direito ______________________________________________________
Segundo o Art. 38 da Constituição Federal de 1988, ao servi-
dor público da administração direta, autárquica e fundacional, no ______________________________________________________
exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições,
EXCETO: ______________________________________________________
(A)Investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
______________________________________________________
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remu-
neração. ______________________________________________________
(B)Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distri-
tal, ficará afastado de seu cargo ou função, não se aplicando ao ______________________________________________________
emprego público, por ser regido pela CLT.
(C)Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício ______________________________________________________
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para
todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimen- ______________________________________________________
to.(
______________________________________________________
(D)Investido no mandato de Vereador, havendo compatibilida-
de de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ______________________________________________________
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será aplicada a norma citada em ______________________________________________________
inciso antecedente.
______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 CERTO
2 D ______________________________________________________

3 C ______________________________________________________
4 ERRADO ______________________________________________________
5 B
______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________

247
CONHECIMENTOS JURÍDICOS
E NORMATIVAS DA USP
_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

248
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM
GESTÃO

tante mudança, a capacidade de trabalhar em colaboração é uma


TRABALHO COLABORATIVO competência cada vez mais valorizada, sendo essencial para a so-
brevivência e sucesso de organizações e indivíduos.
Em um mundo cada vez mais conectado, o trabalho colabora-
tivo tornou-se uma ferramenta valiosa na resolução de problemas, PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS (PLANEJAMENTO,
criação de projetos e desenvolvimento de novas ideias. Para além ORGANIZAÇÃO E CONTROLE)
do simples ato de trabalhar juntos, o trabalho colaborativo implica
uma abordagem sinérgica, na qual a soma das contribuições indivi-
duais resulta em um produto ou solução mais rica e abrangente do Na gestão de empresas e organizações, a administração de-
que se estas contribuições fossem isoladas. sempenha um papel vital, e alguns de seus princípios fundamentais
são o planejamento, a organização e o controle. Esses princípios,
Características do Trabalho Colaborativo: quando aplicados corretamente, podem determinar o sucesso ou
– Diversidade de Perspectivas: equipes formadas por pessoas o fracasso de qualquer empreendimento. A seguir, exploraremos
com diferentes formações, experiências e habilidades são mais pro- cada um desses princípios em detalhe.
pensas a encontrar soluções inovadoras para desafios complexos.
– Compartilhamento de Recursos: a colaboração permite a — Planejamento
união de recursos, sejam eles materiais, intelectuais ou tecnológi- O planejamento é o primeiro e mais crucial passo no proces-
cos, otimizando o processo de trabalho. so administrativo. Envolve decidir antecipadamente o que deve ser
– Aprendizado Contínuo: a interação constante entre os mem- feito e como fazer. O planejamento estabelece a direção para a or-
bros da equipe propicia um ambiente de troca e aprendizado mú- ganização, definindo metas e objetivos claros a serem alcançados.
tuo, onde os conhecimentos e habilidades de um podem beneficiar
todos. Tipos de Planejamento:
– Flexibilidade: em um ambiente colaborativo, as equipes ten- – Estratégico: Concentra-se em metas de longo prazo e nas es-
dem a ser mais adaptáveis, ajustando-se rapidamente às mudanças tratégias para alcançá-las. Envolve a alta administração e é baseado
e novos desafios. em análises ambientais profundas.
– Tático: Traduz os objetivos estratégicos em planos de ação
Benefícios do Trabalho Colaborativo: específicos em nível departamental.
– Maior Produtividade: a combinação de habilidades e o com- – Operacional: Refere-se ao planejamento de curto prazo e
partilhamento de tarefas muitas vezes levam a uma execução mais centra-se em atividades específicas e detalhadas necessárias para
rápida e eficiente dos projetos. implementar o planejamento tático.
– Soluções Mais Inovadoras: a diversidade de opiniões e a
abertura para o debate podem conduzir a ideias e soluções mais — Organização
criativas. A organização envolve a criação de uma estrutura que facilite
– Crescimento Pessoal e Profissional: a colaboração frequen- a realização dos objetivos da empresa. Isso implica definir tarefas,
temente desafia os indivíduos a saírem de suas zonas de conforto, dividir o trabalho, estabelecer responsabilidades e garantir que os
estimulando o desenvolvimento pessoal e profissional. recursos estejam disponíveis e adequadamente distribuídos.
– Fortalecimento de Relações: trabalhar em conjunto cria um
senso de comunidade e pertencimento, fortalecendo relações in- Aspectos da Organização:
terpessoais e a coesão da equipe. – Divisão do trabalho: Para garantir eficiência, o trabalho é di-
vidido entre indivíduos e departamentos.
Desafios e Considerações: – Hierarquia: Estabelece a estrutura de autoridade dentro da
Não obstante, o trabalho colaborativo também apresenta organização.
desafios. Divergências de opinião, dificuldades de comunicação e – Coordenação: Garante que todas as partes da organização
a gestão de egos podem ser obstáculos. Para contornar esses de- trabalhem juntas em harmonia.
safios, é fundamental investir em ferramentas de comunicação, – Alocação de Recursos: Envolve a distribuição adequada de
estabelecer regras claras de interação e fomentar uma cultura de recursos (humanos, financeiros e materiais) em toda a organização.
respeito mútuo e empatia.
O trabalho colaborativo, quando bem gerenciado, é uma po-
derosa estratégia para otimizar processos, impulsionar inovações
e desenvolver profissionais. Em um cenário globalizado e em cons-

249
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

— Controle Finanças Internacionais


O controle é o processo de monitorar e avaliar as atividades Como o próprio nome supõe, são transações diversas podendo
para garantir que a organização esteja se movendo em direção aos envolver cooperativas, investimentos ou instituições, mas que se-
seus objetivos. Permite que os gestores identifiquem qualquer des- rão feitas no exterior, sendo preciso um analista financeiro interna-
vio dos planos e faça ajustes conforme necessário. cional que conheça e compreenda este ramo de mercado.

Etapas do Processo de Controle: — Princípios gerais de alavancagem operacional e financeira


– Estabelecimento de Padrões: definir padrões claros é funda- Todas as atividades empresariais envolvem recursos e, por-
mental para avaliar o desempenho. tanto, devem ser conduzidas para a obtenção de lucro. As ativida-
– Medição do Desempenho: avaliar o desempenho atual em des do porte financeiro têm como base de estudo e análise dados
comparação com os padrões estabelecidos. retirados do Balanço Patrimonial, mas principalmente do fluxo de
– Comparação do Desempenho: identificar qualquer desvio caixa da empresa já que daí, é que se percebe a quantia real de
entre o desempenho real e o padrão. seu disponível circulante para financiamentos e novas atividades.
– Ação Corretiva: se forem identificados desvios significativos, As funções típicas do administrador financeiro são:
medidas corretivas são tomadas.
• Análise, planejamento e controle financeiro
Planejamento, organização e controle são princípios inter- Baseia-se em coordenar as atividades e avaliar a condição fi-
dependentes da administração. Juntos, formam a espinha dorsal nanceira da empresa, por meio de relatórios financeiros elaborados
de qualquer processo administrativo eficaz. Ao garantir que esses a partir dos dados contábeis de resultado, analisar a capacidade de
princípios sejam rigorosamente seguidos e adaptados conforme as produção, tomar decisões estratégicas com relação ao rumo total
circunstâncias, os gestores podem conduzir suas organizações em da empresa, buscar sempre alavancar suas operações, verificar não
direção ao sucesso sustentável. somente as contas de resultado por competência, mas a situação
do fluxo de caixa desenvolver e implementar medidas e projetos
com vistas ao crescimento e fluxos de caixa adequados para se ob-
CONHECIMENTOS BÁSICOS EM ADMINISTRAÇÃO ter retorno financeiro tal como oportunidade de aumento dos in-
FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA vestimentos para o alcance das metas da empresa.

— Indicadores de desempenho, Tipo e Variáveis • Tomada de decisões de investimento


A administração financeira pode ser dividida em áreas de atua- Consiste na decisão da aplicação dos recursos financeiros em
ção, que podem ser entendidas como tipos de meios de transações ativos correntes (circulantes) e não correntes (ativo realizável a lon-
ou negócios financeiros: go prazo e permanente), o administrador financeiro estuda a situa-
ção na busca de níveis desejáveis de ativos circulantes , também é
Finanças Corporativas ele quem determina quais ativos permanentes devem ser adqui-
Abrangem na maioria, relações com cooperações (sociedades ridos e quando os mesmos devem ser substituídos ou liquidados,
anônimas). As finanças corporativas abrangem todas as decisões da busca sempre o equilíbrio e níveis otimizados entre os ativos cor-
empresa que tenham implicações financeiras, não importando que rentes e não-correntes, observa e decide quando investir, como e o
área funcional reivindique responsabilidade sobre ela. custo, se valerá a pena adquirir um bem ou direito, e sempre evita
desperdícios e gastos desnecessários ou de riscos irremediável, e
Investimentos até mesmo a imobilização dos recursos correntes, com altíssimos
São recursos depositados de forma temporária ou permanente gastos com imóveis e bens que trarão pouco retorno positivo e mui-
em certo negócio ou atividade da empresa, em que se deve levar ta depreciação no seu valor, que impossibilitam o funcionamento
em conta os riscos e retornos potenciais ligados ao investimento do fenômeno imprescindível para a empresa, o ‘capital de giro’.
em um ativo financeiro, o que leva a formar, determinar ou definir o Como critérios de decisão de investimentos entre projetos mu-
preço ou valor agregado de um ativo financeiro, tal como a melhor tuamente exclusivos, pode haver conflito entre o VAL (Valor Atual
composição para os tipos de ativos financeiros. Líquido) e a TIR (Taxa Interna de Rendibilidade). Estes conflitos de-
Os ativos financeiros são classificados no Balanço Patrimo- vem ser resolvidos usando o critério do VAL.
nial em investimentos temporários e em ativo permanente (ou imo-
bilizado), este último, deve ser investido com sabedoria e estratégia • Tomada de decisões de financiamentos
haja vista que o que traz mais resultados é se trabalhar com recur- Diz respeito à captação de recursos diversos para o financia-
sos circulantes por causa do alto índice de liquidez apresentado. mento dos ativos correntes e não correntes, no que tange a todas
as atividades e operações da empresa; operações estas que neces-
Instituições financeiras sitam de capital ou de qualquer outro tipo de recurso necessário
São empresas intimamente ligadas às finanças, onde analisam para a execução de metas ou planos da empresa. Leva-se sempre
os diversos negócios disponíveis no mercado de capitais — poden- em conta a combinação dos financiamentos a curto e longo prazo
do ser aplicações, investimentos ou empréstimos, entre outros — com a estrutura de capital, ou seja, não se tomará emprestado mais
determinando qual apresentará uma posição financeira suficiente à do que a empresa é capaz de pagar e de se responsabilizar, seja a
atingir determinados objetivos financeiros, analisados por meio da curto ou a longo prazo. O administrador financeiro pesquisa fontes
avaliação dos riscos e benefícios do empreendimento, certificando- de financiamento confiáveis e viáveis, com ênfase no equilíbrio en-
-se sua viabilidade. tre juros, benefícios e formas de pagamento. É bem verdade que
muitas dessas decisões são feitas ante a necessidade (e até ao certo

250
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

ponto, ante ao desespero), mas independentemente da situação de Podemos verificar que existem diversos objetivos e metas a se-
emergência é necessária uma análise e estudo profundo e minu- rem alcançadas nesta área, dependendo da situação e necessidade,
cioso dos prós e contras, a fim de se ter segurança e respaldo para e de que ponto de vista e posição serão escolhidos estes objetivos.
decisões como estas. Mas, no geral, a administração financeira serve para manusear da
melhor forma possível os recursos financeiros e tem como objetivo
— Planejamento financeiro de curto e longo prazo otimizar o máximo que se puder o valor agregado dos produtos e
A administração financeira de uma empresa pode ser realiza- serviços da empresa, a fim de se ter uma posição competitiva dian-
da por pessoas ou grupos de pessoas que podem ser denominadas te de um mercado repleto de concorrência, proporcionando, deste
como: vice-presidente de finanças (conhecido como Chief Financial modo, o retorno positivo a tudo o que foi investido para a realização
Officer – CFO), controller e gerente financeiro, sendo também de- das atividades da mesma, estabelecendo crescimento financeiro e
nominado simplesmente como administrador financeiro. satisfação aos investidores. Existem muitas empresas que, mesmo
fora do contexto operacional, alocam as suas poupanças em inves-
Sendo que, independentemente da classificação, tem-se os timentos financeiros, com o objetivo de maximizarem os lucros das
mesmos objetivos e características, obedecendo aos níveis hierár- mesmas.
quicos, coordenando o diretor financeiro e este coordena a con- Subdivisões da administração financeira:
tabivlidade, a tesouraria com relação ao diretor financeiro encon- • Valor e orçamento de capital;
tram-se a níveis hierárquicos iguais, onde existem distinções entre • Análise de retorno e risco financeiro;
as funções definidas pelo organograma da empresa. • Análise da estrutura de capital financeira;
• Análise de financiamentos de longo prazo ou curto prazo;
Contudo, é necessário deixar bem claro que, cada empresa • Administração de caixa ou caixa financeira.
possui e apresenta um especifico organograma e divisões deste se-
tor, dependendo bastante de seu tamanho. Em empresas peque- — Administração orçamentária
nas, o funcionamento, controle e análise das finanças, são feitas A administração orçamentária é uma parte importante da
somente no departamento contábil — até mesmo, por questão de administração financeira, e envolve o planejamento, execução e
encurtar custos e evitar exageros de departamentos, pelo fato de controle de um orçamento para uma empresa ou organização. O
seu pequeno porte, não existindo necessidade de se dividir um se- objetivo principal da administração orçamentária é garantir que os
tor que está inter-relacionado e, que dependendo da capacitação recursos financeiros sejam distribuídos de forma eficaz para que as
do responsável desse setor, poderá muito bem arcar com as duas metas e objetivos definidos sejam atingidos com mais agilidade e
funções: de tesouraria e controladoria. Porém, à medida que a em- precisão.
presa cresce, o funcionamento e gerenciamento das finanças evo-
luem e se desenvolvem para um departamento separado, conec- Alguns conceitos importantes na administração orçamentária:
tado diretamente ao diretor-financeiro, associado à parte contábil 1 – Elaboração de orçamentos: envolve a elaboração de um
da empresa, já que esta possibilita as informações para a análise e plano detalhado de receitas e despesas para um período de tempo
tomada de decisão. específico, normalmente anual. Isso é feito com base nas metas e
objetivos da empresa, levando em consideração os elementos in-
No caso de uma empresa de grande porte, é imprescindível ternos e externos que podem afetar as finanças.
esta divisão, para não ocorrer confusão e sobrecarga. Deste modo, 2 – Tipos de orçamentos: existem variados tipos que são utili-
a tesouraria (ou gerência financeira) cuida da parte específica das zados pela administração orçamentária, são eles:
finanças em espécie, da administração do caixa, do planejamento – Orçamento de vendas: é um método para calcular a receita
financeiro, da captação de recursos, da tomada de decisão de de- esperada de uma venda de um produto ou serviço.
sembolso e despesas de capital, assim como o gerenciamento de – Orçamento de gastos operacionais: inclui todas as despesas
crédito e fundo de pensão. Já a controladoria (ou contabilidade) é necessárias para as operações diárias da organização, como salá-
responsável com a contabilidade de finanças e custos, assim como, rios, aluguel, materiais de escritório e etc.
do gerenciamento de impostos — ou seja, cuida do controle contá- – Orçamento de investimento: refere-se aos gastos com ati-
bil do patrimônio total da empresa. vos de longo prazo, como equipamentos, instalações, carros, entre
outros.
— Conceitos básicos de análise de balanços e demonstrações – Orçamento de caixa: permite gerenciar o fluxo de caixa proje-
financeiras tando as entradas e saídas de dinheiro em um determinado período
Todo administrador da área de finanças deve levar em conta, os de tempo.
objetivos dos acionistas e donos da empresa, para daí sim, alcançar – Orçamento de capital: Planeja grandes investimentos de ca-
seus próprios objetivos. Pois conduzindo bem o negócio — cuidan- pital, como aquisição de empresas, expansão de instalações e de-
do eficazmente da parte financeira — consequentemente ocasiona- senvolvimento de produtos.
rá o desenvolvimento e prosperidade da empresa, de seus proprie-
tários, sócios, colaboradores internos e externos — stakeholders 3 – Controle orçamentário: Após a elaboração do orçamento,
(grupos de pessoas participantes internas ou externas do negócio as atividades financeiras devem ser monitoradas e controladas para
da empresa, direta ou indiretamente) — e, logicamente, de si pró- garantir que estejam progredindo. Isso inclui monitorar regular-
prio (no que tange ao retorno financeiro, mas principalmente a sua mente as receitas e despesas reais e compará-las com os objetivos
realização como profissional e pessoal). orçamentários. Ajustes ou ações corretivas podem ser realizados,
no caso da presença de diferenças significativas.

251
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

4 – Análise da variação: Ao realizar o controle orçamentário, é


fundamental examinar as diferenças entre os valores reais e previs- FUNÇÕES E TAREFAS DO DEPARTAMENTO FINANCEIRO
tos. Ao fazê-lo, é possível descobrir onde os gastos estão acima ou
abaixo do previsto e tomar as medidas apropriadas. Dependendo
O departamento financeiro é uma das áreas mais cruciais de
da necessidade da organização, as análises podem ser feitas men-
uma organização, garantindo que todos os aspectos monetários se-
salmente, trimestralmente ou anualmente.
jam gerenciados eficientemente. Este departamento é responsável
5 – Orçamento base zero: este método exige que todos os pe-
por assegurar a saúde financeira da empresa, planejar seu futuro
ríodos orçamentários posteriores sejam criados do zero, sem levar
financeiro e gerenciar qualquer obstáculo financeiro que possa sur-
em consideração os dados anteriores. Como resultado, todas as
gir. A seguir, são detalhadas algumas das principais funções e tare-
despesas devem ser justificadas e aprovadas novamente para ga-
fas realizadas por esta área:
rantir uma alocação eficiente dos recursos e evitar gastos desne-
– Gestão de Fluxo de Caixa: uma das principais tarefas é moni-
cessários.
torar e gerenciar o fluxo de caixa da empresa. Isso envolve acompa-
6 – Indicadores de desempenho: Além do controle orçamentá-
nhar todas as entradas e saídas financeiras, garantindo que a em-
rio, é fundamental monitorar os índices de desempenho financeiro,
presa tenha liquidez suficiente para suas operações diárias.
como margem de lucro, retorno sobre o investimento e índices de
– Elaboração de Orçamentos: o departamento financeiro pre-
endividamento. Esses indicadores mostram como a empresa está
para orçamentos anuais, trimestrais ou mensais, dependendo das
financeiramente e como ela pode atingir seus objetivos e metas fi-
necessidades da empresa. Esse orçamento serve como um plano
nanceiras.
financeiro, ajudando a empresa a definir metas e garantir que os
A administração orçamentária é um processo contínuo que
gastos estejam alinhados com as projeções.
requer planejamento cuidadoso, supervisão contínua e mudanças
– Gestão de Contas a Pagar e a Receber: controla todas as obri-
necessárias. Essa administração é essencial para garantir que uma
gações financeiras da empresa, garantindo que todos os pagamen-
empresa permaneça sustentável financeiramente, além de permitir
tos sejam feitos a tempo e que todas as dívidas pendentes sejam
que os recursos sejam usados de forma eficaz, dessa forma, é possí-
cobradas.
vel alcançar objetivos estratégicos. Envolve vários métodos e técni-
– Análise Financeira: analisa os dados financeiros da empresa
cas que ajudam na elaboração, execução e controle do orçamento.
para identificar tendências, pontos problemáticos e oportunidades.
Existem diversas algumas técnicas de orçamento, as principais e
Isso pode envolver a avaliação de relatórios de lucros e perdas, ba-
mais usadas são:
lanços patrimoniais e declarações de fluxo de caixa.
– Orçamento Incremental: o orçamento é feito com valores
– Gestão de Investimentos: determina as melhores opções de
do período anterior, ajustes incrementais são feitos para levar em
investimento para a empresa, seja reinvestindo no negócio ou bus-
conta mudanças e crescimento previstos. É um método mais fácil e
cando oportunidades externas.
rápido, mas ela pode acabar desconsiderando alguns gastos consi-
– Relações com Bancos e Instituições Financeiras: estabelece e
derados irrelevantes.
mantêm relações saudáveis com bancos, credores e outras institui-
– Orçamento Flexível: É flexível, projetado para lidar com varia-
ções financeiras. Isso pode incluir a negociação de linhas de crédito,
ções nas circunstâncias ou níveis de atividade diferentes. Ele permi-
empréstimos ou outros instrumentos financeiros.
te o ajuste de receitas e despesas, com base nas mudanças no mer-
– Planejamento Tributário: garante que a empresa esteja em
cado, na produção ou na demanda. Este método é especialmente
conformidade com todas as obrigações fiscais e, ao mesmo tempo,
útil em áreas onde a demanda é instável ou incerta.
aproveitar ao máximo as oportunidades de planejamento tributá-
– Orçamento por Objetivos: Essa é uma maneira de fazer um
rio.
orçamento que considera os objetivos e metas estratégicas da or-
– Elaboração de Relatórios Financeiros: produz relatórios pe-
ganização. A fim de garantir o cumprimento das prioridades estra-
riódicos sobre a situação financeira da empresa para serem com-
tégicas, os recursos são distribuídos de acordo com esses objetivos
partilhados com a alta gerência, acionistas ou outras partes inte-
específicos. Essa abordagem ajuda a alinhar o orçamento com os
ressadas.
objetivos e metas da empresa.
– Gestão de Riscos: Identifica, avalia e gerencia riscos financei-
– Orçamento de Desempenho: Este método consiste em esta-
ros que podem afetar adversamente a saúde financeira da empresa.
belecer metas para cada unidade ou departamento da organização.
– Supervisão e Treinamento: é responsável por supervisionar
Os resultados reais são comparados com as metas estabelecidas, o
os membros da equipe financeira, garantindo que todos estejam
que permite uma análise do desempenho e descobrir onde melho-
bem treinados e atualizados sobre as melhores práticas e regula-
rar. O orçamento de desempenho incentiva as pessoas a assumir
mentações.
responsabilidades e melhorar continuamente.
Em conclusão, o departamento financeiro desempenha um pa-
– Análise de Variância: este método compara as diferenças en-
pel vital na garantia da saúde financeira de uma empresa. Através
tre os valores reais e orçados. Essa análise ajuda a identificar áreas
de uma gestão eficaz, planejamento cuidadoso e tomada de deci-
onde houve desvios significativos e a investigar as causas dessas
são informada, esta área assegura que a organização esteja bem
diferenças. A análise de variação ajuda a descobrir quais aspectos
posicionada para enfrentar desafios financeiros e aproveitar opor-
precisam de mudanças no orçamento ou nas práticas de gestão.
tunidades de crescimento.
Esses são apenas alguns dos métodos orçamentários mais utili-
zados. A escolha da estratégia certa dependerá das características e
necessidades particulares da empresa, bem como do ambiente de
negócios em que ela opera. Para realizar um processo orçamentário
eficiente e alinhado com a estratégia da empresa, as técnicas de-
vem ser ajustadas às circunstâncias e objetivos específicos.

252
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

Com relação à Fábula de La Fontaine, a preocupação do autor


GESTÃO DE MATERIAL E PATRIMÔNIO era, conforme sua época, garantir a melhoria quantitativa das ações
dos empregados. Aqueles que mantêm uma padronização de são
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS recompensados pela Organização. Na moderna interpretação da
Recurso – Conceito = É aquele que gera, potencialmente ou de Fábula a autora passa a idéia de que precisamos além de trabalhar
forma efetiva, riqueza. investir no nosso talento de maneira diferencial. Assim, poderemos
não só garantir a sustentabilidade da Organização para os diversos
Administração de Recursos - Conceitos - Atividade que planeja, invernos como, também, fazê-los em Paris.
executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas, o Historicamente, a administração de recursos materiais e
fluxo de material, partindo das especificações dos artigos e comprar patrimoniais tem seu foco na eficiência de processos – visão
até a entrega do produto terminado para o cliente. operacional. Hoje em dia, a administração de materiais passa a
É um sistema integrado com a finalidade de prover à ser chamada de área de logística dentro das Organizações devido
administração, de forma contínua, recursos, equipamentos e à ênfase na melhor maneira de facilitar o fluxo de produtos entre
informações essenciais para a execução de todas as atividades da produtores e consumidores, de forma a obter o melhor nível de
Organização. rentabilidade para a organização e maior satisfação dos clientes.
A Administração de Materiais possui hoje uma Visão
Evolução da Administração de Recursos Materiais e Estratégica. Ou seja, foco em ser a melhor por meio da INOVAÇÃO e
Patrimoniais não baseado na melhor no que já existe. A partir da visão estratégica
A evolução da Administração de Materiais processou-se em a Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais passa ser
várias fases: conhecida por LOGISTICA.
- A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da
empresa, pois comprar era a essência do negócio; Sendo assim:
- Atividades de compras como apoio às atividades produtivas
se, portanto, integradas à área de produção; VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA
- Condenação dos serviços envolvendo materiais, começando EFICIENCIA EFETIVIDADE
com o planejamento das matérias-primas e a entrega de produtos
acabados, em uma organização independente da área produtiva; ESPECIFICA SISTEMICA
- Agregação à área logística das atividades de suporte à área QUANTITATIVA QUANTITATIVA E QUALTAITIVA
de marketing.
MELHORAR O QUE JÁ EXISTE INOVAÇÃO
Com a mecanização, racionalização e automação, o excedente QUANTO QUANDO
de produção se torna cada vez menos necessário, e nesse caso a
Administração de Materiais é uma ferramenta fundamental para Princípios da Administração de Recursos Materiais e
manter o equilíbrio dos estoques, para que não falte a matéria- Patrimoniais
prima, porém não haja excedentes. - Qualidade do material;
Essa evolução da Administração de Materiais ao longo dessas - Quantidade necessária;
fases produtivas baseou-se principalmente, pela necessidade de - Prazo de entrega
produzir mais, com custos mais baixos. Atualmente a Administração - Preço;
de Materiais tem como função principal o controle de produção e - Condições de pagamento.
estoque, como também a distribuição dos mesmos.
Qualidade do Material
As Três Fases da Administração de Recursos Materiais e O material deverá apresentar qualidade tal que possibilite sua
Patrimoniais aceitação dentro e fora da empresa (mercado).

1 – Aumentar a produtividade. Busca pela eficiência. Quantidade


2 – Aumentar a qualidade sem preocupação em prejudicar Deverá ser estritamente suficiente para suprir as necessidades
outras áreas da Organização. Busca pela eficácia. da produção e estoque, evitando a falta de material para o
3 – Gerar a quantidade certa, no momento certo par atender abastecimento geral da empresa bem como o excesso em estoque.
bem o cliente, sem desperdício. Busca pela efetividade.
Prazo de Entrega
Visão Operacional e Visão Estratégica Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor
Na visão operacional busca-se a melhoria relacionada a atendimento aos consumidores e evitar falta do material.
atividades específicas. Melhorar algo que já existe.
Na visão estratégica busca-se o diferencial. Fazer as coisas de Menor Preço
um modo novo. Aqui se preocupa em garantir a alta performance O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo em
de maneira sistêmica. Ou seja, envolvendo toda a organização de posição da concorrência no mercado, proporcionando à empresa
maneira interrelacional. um lucro maior.

253
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

Condições de pagamento de material ocupe seu respectivo local. Por exemplo: produtos
Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa tenha químicos poderão estragar produtos alimentícios se estiverem
maior flexibilidade na transformação ou venda do produto. próximos entre si. Classificar material, em outras palavras, significa
ordená-lo segundo critérios adotados, agrupando-o de acordo com
Diferença Básica entre Administração de Materiais e a semelhança, sem, contudo, causar confusão ou dispersão no
Administração Patrimonial espaço e alteração na qualidade.
A diferença básica entre Administração de Materiais e O objetivo da classificação de materiais é definir uma
Administração Patrimonial é que a primeira se tem por produto catalogação, simplificação, especificação, normalização,
final a distribuição ao consumidor externo e a área patrimonial é padronização e codificação de todos os materiais componentes do
responsável, apenas, pela parte interna da logística. Seu produto estoque da empresa.
final é a conservação e manutenção de bens. O sistema de classificação é primordial para qualquer
A Administração de Materiais é, portanto um conjunto de Departamento de Materiais, pois sem ele não poderia existir
atividades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma um controle eficiente dos estoques, armazenagem adequada e
centralizada ou não, destinadas a suprir as diversas unidades, funcionamento correto do almoxarifado.
com os materiais necessários ao desempenho normal das
respectivas atribuições. Tais atividades abrangem desde o circuito O princípio da classificação de materiais está relacionado à:
de reaprovisionamento, inclusive compras, o recebimento, a
armazenagem dos materiais, o fornecimento dos mesmos aos Catalogação
órgãos requisitantes, até as operações gerais de controle de A Catalogação é a primeira fase do processo de classificação
estoques etc. de materiais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um
A Administração de Materiais destina-se a dotar a administração conjunto de dados relativos aos itens identificados, codificados e
dos meios necessários ao suprimento de materiais imprescindíveis cadastrados, de modo a facilitar a sua consulta pelas diversas áreas
ao funcionamento da organização, no tempo oportuno, na da empresa.
quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande
custo. diversidade de um item empregado para o mesmo fim. Assim, no
A oportunidade, no momento certo para o suprimento de caso de haver duas peças para uma finalidade qualquer, aconselha-
materiais, influi no tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do se a simplificação, ou seja, a opção pelo uso de uma delas. Ao
momento oportuno acarretará, em regra, estoques altos, acima simplificarmos um material, favorecemos sua normalização,
das necessidades imediatas da organização. Por outro lado, a reduzimos as despesas ou evitamos que elas oscilem. Por exemplo,
providência do suprimento após esse momento poderá levar cadernos com capa, número de folhas e formato idênticos
a falta do material necessário ao atendimento de determinada contribuem para que haja a normalização.
necessidade da administração. Ao requisitar uma quantidade desse material, o usuário
São tarefas da Administração de Materiais: irá fornecer todos os dados (tipo de capa, número de folhas e
- Controle da produção; formato), o que facilitará sobremaneira não somente sua aquisição,
- Controle de estoque; como também o desempenho daqueles que se servem do material,
- Compras; pois a não simplificação (padronização) pode confundir o usuário
- Recepção; do material, se este um dia apresentar uma forma e outro dia outra
- Inspeção das entradas; forma de maneira totalmente diferente.
- Armazenamento;
- Movimentação; Especificação
- Inspeção de saída Aliado a uma simplificação é necessária uma especificação do
- Distribuição. material, que é uma descrição minuciosa para possibilitar melhor
entendimento entre consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de
Sem o estoque de certas quantidades de materiais que aten- material a ser requisitado.
dam regularmente às necessidades dos vários setores da organiza-
ção, não se pode garantir um bom funcionamento e um padrão de Normalização
atendimento desejável. Estes materiais, necessários à manutenção, A normalização se ocupa da maneira pela qual devem
aos serviços administrativos e à produção de bens e serviços, for- ser utilizados os materiais em suas diversas finalidades e da
mam grupos ou classes que comumente constituem a classificação padronização e identificação do material, de modo que o usuário
de materiais. Estes grupos recebem denominação de acordo com o possa requisitar e o estoquista possa atender os itens utilizando a
serviço a que se destinam (manutenção, limpeza, etc.), ou à nature- mesma terminologia. A normalização é aplicada também no caso
za dos materiais que neles são relacionados (tintas, ferragens, etc.), de peso, medida e formato.
ou do tipo de demanda, estocagem, etc.
Codificação
Classificação de Materiais É a apresentação de cada item através de um código, com
Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua forma, as informações necessárias e suficientes, por meio de números
dimensão, peso, tipo, uso etc. A classificação não deve gerar e/ou letras. É utilizada para facilitar a localização de materiais
confusão, ou seja, um produto não poderá ser classificado de armazenados no estoque, quando a quantidade de itens é muito
modo que seja confundido com outro, mesmo sendo semelhante. grande. Em função de uma boa classificação do material, poderemos
A classificação, ainda, deve ser feita de maneira que cada gênero partir para a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as

254
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

informações necessárias, suficientes e desejadas por meios de Os materiais de estoque se subdividem ainda;
números e/ou letras. Os sistemas de codificação mais comumente Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais produtivos que
usados são: o alfabético (procurando aprimorar o sistema de compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao
codificação, passou-se a adotar de uma ou mais letras o código processo produtivo. Matéria prima que são materiais básicos e
numérico), alfanumérico e numérico, também chamado “decimal”. insumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo
A escolha do sistema utilizado deve estar voltada para obtenção produtivo. Produtos em fabricação que são também conhecidos
de uma codificação clara e precisa, que não gere confusão e evite como materiais em processamento que estão sendo processados
interpretações duvidosas a respeito do material. Este processo ficou ao longo do processo produtivo. Não estão mais no estoque porque
conhecido como “código alfabético”. Entre as inúmeras vantagens já não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque
da codificação está a de afastar todos os elementos de confusão ainda não são produtos acabados. Produtos acabados: produtos
que porventura se apresentarem na pronta identificação de um já prontos. Materiais de manutenção: materiais aplicados em
material. manutenção com utilização repetitiva. Materiais improdutivos:
O sistema classificatório permite identificar e decidir prioridades materiais não incorporados ao produto no processo produtivo
referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão de da empresa. Materiais de consumo geral: materiais de consumo,
estoques, em que os materiais necessários ao funcionamento aplicados em diversos setores da empresa.
da empresa não faltam, depende de uma boa classificação dos
materiais. Quanto ao valor de consumo: Para que se alcance a eficácia
Para Viana um bom método de classificação deve ter algumas na gestão de estoque é necessário que se separe de forma clara,
características: ser abrangente, flexível e prático. aquilo que é essencial do que é secundário em termos de valor
- Abrangência: deve tratar de um conjunto de características, de consumo. Para fazer essa separação nós contamos com uma
em vez de reunir apenas materiais para serem classificados; ferramenta chamada de Curva ABC ou Curva de Pareto, ela
- Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos determina a importância dos materiais em função do valor expresso
tipos de classificação de modo que se obtenha ampla visão do pelo próprio consumo em determinado período. Curva ABC é um
gerenciamento do estoque; importante instrumento para se examinar estoques, permitindo a
- Praticidade: a classificação deve ser simples e direta. identificação daqueles itens que justificam atenção e tratamento
adequados quanto à sua administração. Ela consiste na verificação,
Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do
uma divisão que norteie os vários tipos de classificação. consumo em valor monetário, ou quantidade dos itens do estoque,
Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de paraque eles possam ser classificados em ordem decrescente de
materiais. importância.
Os materiais são classificados em:
Para o autor Viana os principais tipos de classificação são: - Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser
- Por tipo de demanda trabalhados com uma atenção especial pela administração. Os
- Materiais críticos dados aqui classificados correspondem, em média, a 80% do valor
- Pericibilidade monetário total e no máximo 20% dos itens estudados (esses
- Quanto à periculosidade valores são orientativos e não são regra).
- Possibilidade de fazer ou comprar - Classe B: São os itens intermediários que deverão ser
- Tipos de estocagem tratados logo após as medidas tomadas sobre os itens de classe
- Dificuldade de aquisição A; são os segundos em importância. Os dados aqui classificados
- Mercado fornecedor. correspondem em média, a 15% do valor monetário total do
estoque e no máximo 30% dos itens estudados (esses valores são
- Por tipo de demanda: A classificação por tipo de demanda orientadores e não são regra).
se divide em materiais não de estoque e materiais de estoque. - Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos
Materiais não de estoque: são materiais de demanda imprevisível de movimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato de
para os quais não são definidos parâmetros para o ressuprimento. gerarem custo de manter estoque. Deverão ser tratados, somente,
Esses materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a inexistência após todos os itens das classes A e B terem sido avaliados. Em geral,
de regularidade de consumo faz com que a compra desses materiais somente 5% do valor monetário total representam esta classe,
somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em porém, mais de 50% dos itens formam sua estrutura (esses valores
que isso se faça necessário. O usuário é que solicita sua aquisição são orientadores e não são regra).
quando necessário. Devem ser comprados para uso imediato e se
forem utilizados posteriormente, devem ficar temporariamente no Metodologia de cálculo da curva ABC
estoque. A outra divisão são os Materiais de estoques: são materiais A Curva ABC é muito usada para a administração de estoques,
que devem sempre existir nos estoques para uso futuro e para que para a definição de políticas de vendas, para estabelecimento de
não haja sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimento prioridades, para a programação da produção.
automático. Deve existir no estoque, seu ressuprimento deve ser
automático, com base na demanda prevista e na importância para
a empresa.

255
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

Analisar em profundidade milhares de itens num estoque é uma tarefa extremamente difícil e, na grande maioria das vezes,
desnecessária. É conveniente que os itens mais importantes, segundo algum critério, tenham prioridade sobre os menos importantes.
Assim, economiza-se tempo e recursos.
Para simplificar a construção de uma curva ABC, separamos o processo em 6 etapas a seguir:
1º) Definir a variável a ser analisada: A análise dos estoques pode ter vários objetivos e a variável deverá ser adequada para cada um
deles. No nosso caso, a variável a ser considerada é o custo do estoque médio, mas poderia ser: o giro de vendas, o mark-up, etc.
2º) Coleta de dados: Os dados necessários neste caso são: quantidade de cada item em estoque e o seu custo unitário. Com esses
dados obtemos o custo total de cada item, multiplicando a quantidade pelo custo unitário.
3º) Ordenar os dados: Calculado o custo total de cada item, é preciso organizá-los em ordem decrescente de valor.
4º) Calcular os percentuais: Na tabela a seguir, os dados foram organizados pela coluna “Ordem” e calcula-se o custo total acumulado
e os percentuais do custo total acumulado de cada item em relação ao total.
5º) Construir a curva ABC

Desenha-se um plano cartesiano, onde no eixo “x” são distribuídos os itens do estoque e no eixo “y”, os percentuais do custo total
acumulado.

6º) Análise dos resultados


Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério ABC. Na verdade, esse critério é qualitativo, mas a tabela abaixo mostra
algumas indicações para sua elaboração:

Classe % itens Valor acumulado Importância


A 20 80% Grande
B 30 15% Intermediária
C 50 5% Pequena

256
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

Pelo nosso exemplo, chegamos à seguinte distribuição:

Classe Nº itens % itens Valor acumulado Itens em estoque


A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro
B 3 25,0% 15,6% Apontador, Esquadro, Dado
C 7 58,3% 4,3% Key, Livro, Herói, Caixa, Bola, Giz, Isqueiro.

A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quando, por exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque dos itens A
(apenas 2 itens), representando uma redução de 16% no valor total, enquanto que uma redução de 50% no valor em estoque dos itens C
(sete itens), impactará no total em apenas 2,2%. Logo, reduzir os estoques do grupo A, desde que calculadamente, seria uma ação mais
rentável para a empresa do nosso exemplo.

Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade para se obter
o material.
Os materiais são classificados em materiais:
- Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa;
- Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar;
- Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção.

Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades essenciais e podem
colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da empresa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo. Os materiais
classificados como “Y” são também imprescindíveis para as atividades da organização. Entretanto podem ser facilmente substituídos em
curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles que não paralisam atividades essenciais, não oferecem riscos à segurança das pessoas,
ao ambiente ou ao patrimônio da organização e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de serem encontrados.
Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as seguintes perguntas: O material é imprescindível à empresa? Pode ser
adquirido com facilidade? Existem similares? O material ou seu similar podem ser encontrados facilmente?

Ainda em relação aos tipos de materiais temos;


- Materiais Críticos: São materiais de reposição específica, cuja demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base
o risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer estocados até sua utilização, não estando,
portanto, sujeitos ao controle de obsolescência.
A quantidade de material cadastrado como material crítico dentro de uma empresa deve ser mínimo.
Os materiais são classificados como críticos segundo os seguintes critérios: Críticos por problemas de obtenção de material importado,
único fornecedor, falta no mercado, estratégico e de difícil obtenção ou fabricação; Críticos por razões econômicas de materiais de valor
elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte; Críticos por problemas de armazenagem ou transporte de materiais perecíveis,
de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimensões; Críticos por problema de previsão, por ser difícil prever seu uso; Críticos por
razões de segurança de materiais de alto custo de reposição ou para equipamento vital da produção.

- Perecibilidade: Os materiais também podem ser classificados de acordo com a possibilidade de extinção de suas propriedades físico-
químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na classificação; assim, quando a empresa adquire um material para ser usado em um
período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utilização poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem por longos
períodos. Ex. alimentos, remédios;

- Quanto à periculosidade: O uso dessa classificação permite a identificação de materiais que devido a suas características físico-
químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio, transporte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis.

- Possibilidade de fazer ou comprar: Esta classificação visa determinar quais os materiais que poderão ser recondicionados, fabricados
internamente ou comprados:
- Fazer internamente: fabricados na empresa;
- Comprar: adquiridos no mercado;
- Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de custos;
- Recondicionar: materiais passíveis de recuperação sujeitos a análise de custos.

- Tipos de estocagem: Os materiais podem ser classificados em materiais de estocagem permanente e temporária.
- Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis de estoque e que necessitam de ressuprimento constantes.
- Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressuprimento, ou seja, é um material não de estoque.

257
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

- Dificuldade de aquisição: Os materiais podem ser As compras não autorizadas ou em desacordo com a programa-
classificados por suas dificuldades de compra em materiais de difícil ção de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se os motivos
aquisição e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem no verso da Nota Fiscal. Outro documento que serve para as opera-
advir de: Fabricação especial: envolve encomendas especiais com ções de análise de avarias e conferência de volumes é o “Conheci-
cronograma de fabricação longo; Escassez no mercado: há pouca mento de Transporte Rodoviário de Carga”, que é emitido quando
oferta no mercado e pode colocar em risco o processo produtivo; do recebimento da mercadoria a ser transportada.
Sazonalidade: há alteração da oferta do material em determinados As divergências e irregularidades insanáveis constatadas em
períodos do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência relação às condições de contrato devem motivar a recusa do rece-
de um único fornecedor; Logística sofisticada: material de transporte bimento, anotando-se no verso da 1a via da Nota Fiscal as circuns-
especial, ou difícil acesso; Importações: os materiais sofrer entraves tâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos do
burocráticos, liberação de verbas ou financiamentos externos. transportador. O exame para constatação das avarias é feito através
da análise da disposição das cargas, da observação das embalagens,
- Mercado fornecedor: Esta classificação está intimamente quanto a evidências de quebras, umidade e amassados.
ligada à anterior e a complementa. Assim temos: Materiais do Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser
mercado nacional: materiais fabricados no próprio país; Materiais encaminhados ao Almoxarifado. Para efeito de descarga do mate-
do mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; rial no Almoxarifado, a recepção é voltada para a conferência de vo-
Materiais em processo de nacionalização: materiais aos quais estão lumes, confrontando-se a Nota Fiscal com os respectivos registros
desenvolvendo fornecedores nacionais. e controles de compra. Para a descarga do veículo transportador
é necessária a utilização de equipamentos especiais, quais sejam:
Recebimento e Armazenagem paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes.
Recebimento é a atividade intermediária entre as tarefas de O cadastramento dos dados necessários ao registro do rece-
compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade bimento do material compreende a atualização dos seguintes sis-
a conferência dos materiais destinados à empresa. temas:
As atribuições básicas do Recebimento são:
- Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devo- - Sistema de Administração de Materiais e gestão de estoques:
lução de materiais; dados necessários à entrada dos materiais em estoque, visando ao
- Analisar a documentação recebida, verificando se a compra seu controle;
está autorizada; - Sistema de Contas a pagar : dados referentes à liberação de
- Controlar os volumes declarados na nota fiscal e no manifesto pendências com fornecedores, dados necessários à atualização da
de transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos; posição de fornecedores;
- Proceder a conferência visual, verificando as condições de - Sistema de Compras : dados necessários à atualização de
embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada e, se saldos e baixa dos processos de compras;
for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos docu-
mentos; 2a fase - Conferência Quantitativa
- Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos mate- É a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo
riais recebidos; fornecedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente à recebida.
- Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso; A conferência por acusação também conhecida como “contagem
- Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da libe- cega “ é aquela no qual o conferente aponta a quantidade
ração de pagamento ao fornecedor; recebida, desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor.
- Liberar o material desembaraçado para estoque no almoxa- A confrontação do recebido versus faturado é efetuada a posteriori
rifado; por meio do Regularizador que analisa as distorções e providencia
a recontagem.
A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite dividir Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes
a função em quatro fases: podem ser contados utilizando os seguintes métodos:
- Manual: para o caso de pequenas quantidades;
1a fase - Entrada de Materiais - Por meio de cálculos: para o caso que envolve embalagens
A recepção dos veículos transportadores efetuada na portaria padronizadas com grandes quantidades;
da empresa representa o início do processo de Recebimento e tem - Por meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que
os seguintes objetivos: envolvem grande quantidade de pequenas peças como parafusos,
- A recepção dos veículos transportadores; porcas, arruelas;
- A triagem da documentação suporte do recebimento; - Pesagem: para materiais de maior peso ou volume, a pesagem
- Constatação se a compra, objeto da nota fiscal em análise, pode ser feita através de balanças rodoviárias ou ferroviárias;
está autorizada pela empresa; - Medição: em geral as medições são feitas por meio de trenas;
- Constatação se a compra autorizada está no prazo de entrega
contratual; 3a fase - Conferência Qualitativa
- Constatação se o número do documento de compra consta Visa garantir a adequação do material ao fim que se destina.
na nota fiscal; A análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio
- Cadastramento no sistema das informações referentes a com- da confrontação das condições contratadas na Autorização de
pras autorizadas, para as quais se inicia o processo de recebimento;
- O encaminhamento desses veículos para a descarga;

258
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

Fornecimento com as consignadas na Nota Fiscal pelo Fornecedor, 1. nota Fiscal;


visa garantir o recebimento adequado do material contratado pelo 2. conhecimento de transporte rodoviário de carga;
exame dos seguintes itens: 3. documento de contagem efetuada;
- Características dimensionais; 4. relatório técnico da inspeção;
- Características específicas; 5. especificação de compra;
- Restrições de especificação; 6. catálogos técnicos;
7. desenhos;
Modalidades de Inspeção De Materiais
São selecionadas a depender do tipo de material que se está Devolução ao Fornecedor
adquirindo, quais sejam: O material em excesso ou com defeito será devolvido ao
1. Acompanhamento durante a fabricação: torna-se Fornecedor, dentro de um prazo de 10 dias a contar da data do
conveniente acompanhar in loco todas as fases de produção, por recebimento, acompanhado da Nota Fiscal de Devolução, emitida
questão de segurança operacional; pela empresa compradora.
2. Inspeção do produto acabado no fornecedor: por interesse
do comprador, a inspeção do P. A. será feita em cada fornecedor; ARMAZENAGEM
3. Inspeção por ocasião do fornecimento: a inspeção será feita A armazenagem nada mais é do que um conjunto de funções
pôr ocasião dos respectivos recebimentos. que tem nele a recepção, descarga, carregamento, arrumação e
conservação de matérias – primas, produtos acabados ou semi –
Documentos Utilizados no Processo De Inspeção: acabados.
1. especificação de compra do material e alternativas Este processo envolve mercadorias, e apenas produz resultados
aprovadas; quando é realizado uma operação com o objetivo de lhe acrescentar
2. desenhos e catálogos técnicos; valor. A armazenagem pode ser definida como o compromisso
3. padrão de inspeção, instrumento que norteia os parâmetros entre os custos e a melhor solução para as empresas. Na prática
que o inspetor deve seguir para auxiliá-lo a decidir pela recusa ou isso só é possível se tiver em conta todos os fatores que influenciam
aceitação do material. os custos de armazenagem, bem como a importância relativa dos
mesmos.
Seleção do Tipo de Inspeção A função de armazenamento de material é agir com maior
A depender da quantidade, a inspeção pode ser total ou por agilidade entre suprimento e as necessidades de produção.
amostragem, utilizando-se de conceitos estatísticos. O armazenamento incorpora diversos aspectos diferentes das
A análise visual tem por finalidade verificar o acabamento do operações logísticas. Devido à interação, o armazenamento não
material, possíveis defeitos, danos à pintura, amassamentos. se enquadra nitidamente em esquemas de classificação utilizados
A análise dimensional tem por objetivo verificar as dimensões quando se fala em gerenciamento de pedidos, inventário ou
dos materiais, tais como largura, comprimento, altura, espessura, transporte.
diâmetros.
Os ensaios específicos para materiais mecânicos e As atividades que compõem a armazenagem são:
elétricos comprovam a qualidade, a resistência mecânica, o - Recebimento: é o conjunto de operações que envolvem a
balanceamento e o desempenho de materiais e/ou equipamentos. identificação do material recebido, analisar o documento fiscal com
Testes não destrutivos de ultrassom, radiografia, líquido o pedido, a inspeção do material e a sua aceitação formal.
penetrante, dureza, rugosidade, hidráulicos, pneumáticos também - Estocagem: é o conjunto de operações relacionadas à guarda
podem ser realizados a depender do tipo de material. do material. A classificação dos estoques constitui-se em: estoque
de produtos em processo, estoque de matéria – prima e materiais
4a fase - Regularização auxiliares ,estoque operacional, estoque de produtos acabados e
Caracteriza-se pelo controle do processo de recebimento, estoques de materiais administrativos.
pela confirmação da conferência qualitativa e quantitativa, - Distribuição: está relacionada à expedição do material, que
respectivamente por meio do laudo de inspeção técnica e pela envolve a acumulação do que foi recebido da parte de estocagem,
confrontação das quantidades conferidas versus faturadas. a embalagem que deve ser adequada e assim a entrega ao seu
O processo de Regularização poderá dar origem a uma das destino final. Nessa atividade normalmente precisa-se de nota
seguintes situações: fiscal de saída para que haja controle do estoque.
1. liberação de pagamento ao fornecedor (material recebido
sem ressalvas); Tipos de armazenagem:
2. liberação parcial de pagamento ao fornecedor; A armanezagem temporária tem como função conseguir
3. devolução de material ao fornecedor; uma forma de arrumação fácil de material, como por exemplo, a
4. reclamação de falta ao fornecedor; colocação de estrados para uma armazenagem direta entre outros.
5. entrada do material no estoque; Já a armazenagem permanente tem um local pré-definido para
o depósito de materiais, assim o fluxo do material determina a
Documentos envolvidos na Regularização: disposição do armazém, onde os acessórios do armazém ficarão,
Os procedimentos de Regularização, visando à confrontação assim, garantindo a organização do mesmo.
dos dados, objetivando recontagem e aceite ou não de quantidades
remetidas em excesso pelo fornecedor, envolvem os seguintes
documentos:

259
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

Vantagens da armazenagem: A mecanização dos processos de armazenagem fará com que


A armazenagem quando efetuada de maneira correta pode o critério do percurso mais breve e de menor frequência seja
trazer muitos benefícios, nos quais traz diretamente a redução de implementado na elaboração de novas técnicas de armazenagem
custos.
- Redução dos custos de movimentação bem como das Tipos de Armazenagem
existências;
- Facilidade na fiscalização do processo; Armazenagem temporária
- Redução de perdas e inutilidades. Aqui podem ser criadas armações corridas de modo a
- Aproxima a empresa de seus clientes e fornecedores; conseguir uma arrumação fácil do material, colocação de estrados
- Agiliza o processo de entrega; para uma armazenagem direta, pranchas entre outros. Aqui a força
- Compensa defasagens de produção da gravidade joga a favor.
- Melhor aproveitamento do espaço;
Armazenagem permanente
Desvantagens da armazenagem: É um processo predefinido num local destinado ao depósito de
Algumas desvantagens segundo: matérias.
- Imobilização de capital; O fluxo de material determina:
- A armazenagem requer serviços administrativos de controles - A disposição do armazém - critério de armazenagem;
e gerenciamento; - A técnica de armazenagem - espaço físico no armazém;
- A mercadoria tem prazo de validade nos quais devem ser - Os acessórios do armazém;
respeitados; - A organização da armazenagem.
- Um armazém de grande porte requer máquinas com
tecnologia. Armazenagem interior/exterior
A armazenagem ao ar livre representa uma clara vantagem
Armazenagem em função das prioridades a nível econômico, sendo esta muito utilizada para material de
Não existe nenhuma norma que regule o modo como os ferragens e essencialmente material pesado.
materiais devem estar dispostos no armazém, porém essa decisão
depende de vários fatores. Senão veja-se: Armazenagem em função dos materiais
Armazenagem por agrupamento: A armazenagem deve ter em conta a natureza dos materiais
Esta espécie de armazenagem facilita a arrumação e busca de modo a obter-se uma disposição racional do armazém, sendo
de materiais, podendo prejudicar o aprovisionamento do espaço. importante classificá-los.
É o caso dos moldes, peças, lotes de aprovisionamento aos quais - Armazém de commodities: Madeira, algodão, tabaco e cere-
se atribui um número que por sua vez pertence a um grupo, ais;
identificando-os com a divisão da estante respectiva . - Armazém para granel: A armazenagem deste material deve
ocorrer nas imediações do local de utilização, pois o transporte des-
Armazenagem por tamanho, peso e característica do material. te tipo de material é dispendioso. Para grandes quantidades deste
Neste critério o talão de saída deve conter a informação relativa material a armazenagem faz-se em silos ou reservatórios de gran-
ao setor do armazém onde o material se encontra. Este critério des dimensões. Para quantidades menores utilizam-se bidões, latas
permite um melhor aprovisionamento do espaço, mas exige um e caixas. Armazena-se grãos, produtos líquidos, etc;
controlo rigoroso de todas as movimentações. - Armazéns frigorificados: Produtos perecíveis, frutas, comida
congelada, etc;
Armazenagem por frequência - Armazéns para utilidades domésticas e mobiliário: Produtos
O controle através da ficha técnica permite determinar o local domésticos e mobiliário;
onde o material deverá ser colocado, consoante a frequência com - Armazéns de mercadorias em geral: Produtos diversos. O
que este é movimentado. A ficha técnica também consegue verificar principal objetivo é agregar o material em unidades de transporte e
o tamanho das estantes, de modo a racionalizar o aproveitamento armazenagem tão grandes quanto possíveis, de modo a preencher
do espaço. o veiculo por completo.
- Gases - Os gases obedecem a medidas especiais de precau-
Armazenagem com separação entre lote de reserva e lote ção, uma vez que tornam-se perigosos ao estarem sujeitos a altas
diário pressões e serem inflamáveis. Por sua vez a armazenagem de gar-
Esta armazenagem é constituída por um segundo armazém de rafas de gás está sujeita a regras específicas e as unidades de trans-
pequenos lotes o qual se destina a cobrir as necessidades do dia- porte são por norma de grandes dimensões.
a-dia. Este armazém de movimento possui uma variada gama de
materiais. Critérios de Armazenagem
Dependendo das características do material, a armazenagem
Armazenagem por setores de montagem pode dar-se em função dos seguintes parâmetros:
Neste tipo de armazenagem as peças de série são englobadas - Fragilidade;
num só grupo, de forma a constituir uma base de uma produção por - Combustibilidade;
família de peças. Este critério conduz à organização das peças por - Volatilização;
prioridades dentro de cada grupo. - Oxidação;
- Explosividade;

260
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

- Intoxicação; Distribuição De Materiais


- Radiação;
- Corrosão; O processo de distribuição: conceitos e estratégias
- Inflamabilidade; Ter um bom produto (bem ou serviço) não basta! Há a
- Volume; necessidade que esse produto chegue até o cliente da melhor
- Peso; forma possível, seja esse um produto de consumo ou industrial.
- Forma. Nesse sentido, é necessário identificar adequadamente os meios
para distribuir o produto, para que esse chegue ao cliente certo, na
Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem regras quantidade certa e no momento certo.
taxativas que regulem o modo como os materiais devem ser Um bom produto pode não ter aceite do mercado, caso esse
dispostos no Almoxarifado. Por essa razão, deve-se analisar, em não esteja disponível nos lugares certos para o consumo. Portanto,
conjunto, os parâmetros citados anteriormente, para depois o sucesso ou fracasso de um produto no mercado depende de sua
decidir pelo tipo de arranjo físico mais conveniente, selecionando a disponibilidade para consumo, no tempo e quantidade certa. O
alternativa que melhor atenda ao fluxo de materiais: cliente ao procurar uma determinada marca, não encontrando-a,
a) armazenagem por tamanho: esse critério permite bom esse tenderá comprar uma outra marca qualquer. Dessa forma, um
aproveitamento do espaço; dos instrumentos da Logística que busca solucionar esse problema
b) armazenamento por frequência: esse critério implica e o desenvolvimento e utilização de um correto Processo de
armazenar próximo da saída do almoxarifado os materiais que Distribuição.
tenham maior frequência de movimento;
c) armazenagem especial, onde destacam-se:
Dimensões do processo de distribuição: canal de distribuição
d) os ambientes climatizados;
e distribuição física
e) os produtos inflamáveis, que são armazenados sob rígidas
- Canal de distribuição está relacionado ao conjunto de
normas de segurança;
organizações interdependentes envolvidas na disponibilização de
f) os produtos perecíveis (método FIFO)
um produto (bem e/ou serviço) para uso e/ou consumo. Dessa
1. Armazenagem em área externa: devido à sua natureza,
forma, entende-se canal de distribuição como sendo, o conjunto de
muitos materiais podem ser armazenados em áreas externas, o
organizações que executam as funções necessárias para deslocar os
que diminui os custos e amplia o espaço interno para materiais que
produtos da produção até o consumo. Nesse contexto surgem os
necessitam de proteção em área coberta. Podem ser colocados
intermediários que são as organizações que constituem o canal de
nos pátios externos os materiais a granel, tambores e “containers”,
distribuição, ou seja, são empresas comerciais que operam entre os
peças fundidas e chapas metálicas.
produtores e os clientes finais.
2. Coberturas alternativas: não sendo possível a expansão do
- Distribuição Física: refere-se à movimentação de produtos
almoxarifado, a solução é a utilização de galpões plásticos, que
para o local adequado, nas quantidades e tempos (prazos) corretos,
dispensam fundações, permitindo a armazenagem a um menor
de maneira eficiente e eficaz em termos de custo, ou seja, refere-se
custo.
ao uso correto das estratégias de logística relacionadas ao processo
de distribuição, tais como, armazenagem/estocagem, embalagem,
Independentemente do critério ou método de armazenamento
transporte, movimentação interna de materiais, bem como dos
adotado é oportuno observar as indicações contidas nas embalagens
sistemas e equipamentos necessários para essas funções.
em geral.
INTERMEDIÁRIOS
Estudo do layout
Relacionam-se abaixo, alguns exemplos dos principais
Alguns cuidados devem ser tomados durante o projeto do
intermediários atuantes em um canal de distribuição:
layout de um almoxarifado, de forma que se possa obter as
- Varejista: tipo de intermediário cujo principal objetivo é
seguintes condições:
realizar a venda de bens e/ou serviços diretamente ao cliente final.
1. Máxima utilização do espaço;
Ex.: Supermercado, papelaria, farmácia, bazar, loja de calçados, etc.
2. Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão de obra e
- Atacadista: intermediário que compra e revende mercadorias
equipamentos);
para os varejistas e a outros comerciantes e/ou para estabelecimentos
3. Pronto acesso a todos os itens;
industriais, institucionais e usuários comerciantes, mas que não
4. Máxima proteção aos itens estocados;
vende em pequenas quantidades para clientes finais. Ex.: Martins,
5. Boa organização;
Atacadão
6. Satisfação das necessidades dos clientes.
- Distribuidor: geralmente, esse termo é confundido com o
Atacadista. Porém, para bens industriais, o mesmo agrega, além
No projeto de um almoxarifado devem ser verificados os
da venda, armazenagem e assistência técnica dentro de uma área
seguintes aspectos:
geográfica delimitada de atuação, ou seja, busca atender demandas
• Itens a serem estocados (itens de grande circulação, grande
mais regionalizadas. Ex.: Distribuidor de tratores e implementos
peso e volume);
agrícolas em uma determinada região.
• Corredores (facilidades de acesso);
- Agentes (relações de longo prazo) e Corretores (relações de
• Portas de acesso (altura, largura);
curto prazo): pessoas jurídicas comissionadas que vendem uma
• Prateleiras e estruturas (altura x peso);
linha de produtos de uma empresa sob relação contratual. Podem
• Piso (resistência).

261
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

trabalhar com exclusividade apenas os produtos de uma única contatos de vendas pessoais entre o comprador e o vendedor, como
empresa (agentes exclusivos) ou trabalham com produtos similares aqueles que ocorrem com os produtos agrícolas (feiras), processo
de empresas diferentes (agentes não exclusivos). Avon, Yakult, etc. Já a segunda forma é o Marketing Direto, o qual
abrange uma comunicação direta entre o comprador e o vendedor,
IMPORTÂNCIA DOS INTERMÉDIARIOS conforme ocorre nas vendas por meio de catálogos ou mala direta.
Pode-se identificar diversos aspectos que justificam a Pode-se considerar que os canais diretos são mais importantes no
importância dos intermediários no canal de distribuição, dentre mercado empresarial (B2B), onde a maior parte dos equipamentos,
esses destacam-se: peças e matéria-prima são vendidas por meio de contatos diretos
- Aumento da eficiência do processo de distribuição, pois não entre vendedores e compradores. Esse canal é requisitado quando
seria eficiente para um fabricante ou produtor buscar atender o fabricante prefere não utilizar os intermediários disponíveis no
clientes individualmente; mercado, optando pela força de venda própria e providenciando
- Transformação das transações em processos repetitivos a movimentação física dos produtos até o cliente final. O mesmo
e rotineiros, simplificando atividades e os processos de pedido, oferece às empresas a vantagem de maior controle das funções de
pagamento, etc. Marketing a serem desempenhadas, sem a necessidade de motivar
- Facilitação do processo de busca de produtos, ampliando o intermediários e depender de resultados de terceiros. Uma das
acesso dos clientes a uma gama maior de produtos. desvantagens é a exigência de maiores investimentos, uma vez que
as funções mercadológicas são assumidas.
FUNÇÕES DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
As funções objetivam tornar o canal de distribuição mais FabricanteVarejistaCliente Final (NÍVEL UM) - é um dos canais
efetivo (eficiente e eficaz), podendo ser dividida em três categorias: mais utilizados pelos fabricantes de produtos de escolha, como
Transacionais: compreendem a compra, a venda dos produtos, alimentação, vestuário, livros, eletrodomésticos. Nesse caso, o
bem como assumir os riscos comerciais envolvidos no processo; fabricante transfere ao intermediário grande parte das funções
Facilitação: relacionam-se com o financiamento de crédito, mercadológicas (venda, transporte, crédito, embalagens). Ex.: Lojas
o controle de produtos (inspecionar e classificar produtos), bem Bahia, Supermercado Extra, etc.
como a coleta de informações de marketing, tornando mais fáceis
os processos de compra e venda. Produtores e intermediários FabricanteAtacadista Varejista Cliente Final (NÍVEL DOIS) - esse
podem trabalhar juntos para criar valor para seus clientes por meio tipo de canal é utilizado no mercado de bens de consumo, quando
de previsões de vendas, análises competitivas e relatórios sobre as a distribuição visa atingir um número muito grande e disperso de
condições do mercado, focando atingir as reais necessidades dos clientes (ampliar capilaridade).
clientes; Uma empresa que visa cobrir um mercado de forma intensiva
Logísticas: envolvem a movimentação e a combinação de pode utilizar esse canal que, além das vendas, oferece financiamento,
produtos em quantidades que os tornem fáceis de comprar. transportes, promoções, etc. É um dos sistemas mais tradicionais
para alguns tipos de produtos como bebidas, limpeza, etc.
DECISÕES DE PROJETO DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
Para se projetar um canal de distribuição é necessário avaliar FabricanteAgente(Atacadista) Varejista Cliente Final (NÍVEL
alguns atributos: TRES): Nesse sistema, o agente (broker) desempenha a função
Avaliar claramente os mercados (reais e potenciais) a serem de reunir o comprador e o vendedor. O agente é na verdade, um
trabalhados. intermediário que não compra produtos, apenas representa o
- Determinar as características dos clientes (segmentação), em fabricante ou o atacadista (aqueles que realmente compram os
termos de números de clientes, dispersão geográfica, frequência de bens) na busca de mercados à produção dos fabricantes ou na
compra, etc. localização de fontes de suprimento para esses fabricantes.
- Determinar as características dos produtos quanto à
perecibilidade, dimensões, grau de padronização e necessidades Prestador de Serviço Usuário Final: A distribuição de serviços
dos clientes. para usuários finais ou empresariais é mais simples e direta do
- Determinar as características dos intermediários, quanto que a distribuição de bens tangíveis, em função das características
ao tipo de transporte, sistema de equipamentos e armazenagem dos serviços. O profissional de Marketing de Serviços está menos
utilizado, sistemas de TI, etc. preocupado com a armazenagem, transporte e controle do estoque
- Diagnosticar as características ambientais quanto às condições e, normalmente usa canais mais curtos. Outra consideração é a
locais, legislação, etc. contínua necessidade de manutenção de relacionamentos pessoais
- Avaliar as características das empresas envolvidas quanto entre produtores e usuários de serviços.
solidez financeira, composto de produtos (bens e serviços), nível de Prestador de ServiçoAgente Usuário Final: Na prestação de
serviço, estratégias de marketing, etc. serviços também há a possibilidade da utilização de agentes, os
quais nesse caso são denominados de corretores. Os exemplos mais
TIPOLOGIAS DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO comuns incluem os corretores de seguro, corretores de fundo de
FabricanteCliente Final/Cliente Empresarial (NÍVEL ZERO) - é o investimentos, agentes de viagem, etc.
canal de distribuição mais simples e direto do fabricante até o usuário
final, sendo também o mais comum no cenário empresarial. Quando
essse canal de distribuição é usado em mercados de consumo,
pode assumir duas formas. A primeira é a Venda Direta que envolve

262
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

GESTÃO DAS RELAÇÕES NO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO - Experiência: deriva do conhecimento (know-how) que um
Conflitos no Canal membro detem em relação a outro membro.
Conflito é um fenômeno que resulta da natureza social
dos relacionamentos. Especificamente, no caso dos canais de Liderança do canal
distribuição, o conflito surge quando um membro do canal crê que Quando os conflitos se reduzem e há um aumento de cooperação
outro membro esteja impedindo a realização de seus objetivos entre os membros do canal, essas características podem resultar no
específicos. Diversos fatores podem favorecer o surgimento de surgimento de membros que, devido a fatores como, alto poder de
conflito entre os membros do canal: barganha, poder legítimo, poder de informação, tornam-se líderes
- Incongruência de papéis entre os membros; do canal.Por ouro lado, alguns autores identificaram um padrão
- Escassez de recursos e discordância na sua alocação; consistente de condições que determinam o surgimento de uma
- Diferenças de percepção e interpretação dos estímulos liderança no canal: o líder do canal tende emergir quando o canal
ambientais; de distribuição enfrenta ambientes ameaçadores, aqueles onde
- Diferenças de expectativas em relação ao comportamento a demanda é declinante, a concorrência aumenta e a incerteza é
esperado dos outros membros; elevada.
- Discordância no domínio da decisão;
- Incompatibilidade de metas específicas dos membros; Construindo a confiança no canal
- Dificuldades de comunicação. Muitos canais estão rumando para a construção da confiança
mútua como base para o sucesso das relações entre os membros
Há três principais tipos de conflitos que podem ocorrer nos do canal. Geralmente essa confiança requer que esses membros
canal de distribuição: reconheçam sua interdependência e saibam compartilhar processos
- O conflito Vertical – tipo de conflito que ocorre entre membros e informações.
de diferentes níveis no canal. Ex.: Fabricantes versus Atacadistas ou
Varejistas. Quando um fabricante vende seus produtos diretamente ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO
aos clientes via internet, poderá gerar algum tipo de conflito vertical Em termos gerais, existem três tipos de estratégias de distri-
entre esse e seus varejistas. buição:
- O conflito Horizontal, conflito que envolve divergências - Distribuição intensiva – essa estratégia torna um certo produ-
entre membros do mesmo nível no canal, como Atacadistas versus to disponível no maior número de estabelecimentos de uma região,
Atacadistas ou franqueados (lojas) pertencentes a uma certa visando obter maior exposição e ampliar a oportunidade de venda.
franquia competindo em uma mesma região. Esses conflitos podem Produtos com baixo valor unitário e alta frequência de compra são
ocorrer, devido as diferenças quanto aos limites de território ou em vendidos intensivamente, de modo que os clientes considerem con-
termos dos preços praticados. veniente comprá-los. Assim, por meio da distribuição intensiva, os
- Conflito Multicanal – é o conflito que surge quando um clientes podem encontrar os produtos no maior número de locais
fabricante utiliza dois ou mais canais simultâneos que vendem possíveis.
para o mesmo mercado. Ex. loja virtual versus loja física ou uso de - Distribuição seletiva – estratégia que consiste no fato do fabri-
representantes. cante vender produtos por meio de mais de um dos intermediários
disponíveis em uma região, mas não em todos. Sendo assim, os in-
Poder no canal termediários escolhidos são considerados osmelhores para vender
Poder é a capacidade que um dos membros do canal tem de os produtos com base em sua localização, reputação, clientela e
influenciar as variáveis do mix mercadológico de um outro membro. outros pontos fortes. A distribuição seletiva é empregada quando
Nesse sentido, o membro que exerce Poder está interferindo ou osclientes buscam produtos de compra comparada. Cabe ainda
até modificando os objetivos mercadológicos do outro membro. destacar que, nesse caso, havendo menos “parceiros” de canal,
De uma forma mais geral, conceito de Poder está associado à torna-se possível desenvolver relacionamentos mais estreitos com
capacidade de um membro particular do canal de controlar ou cada um desses, permitindo que o fabricante obtenha boa cobertu-
influenciar o comportamento de outro(s) membro(s) do canal. ra do mercado com mais controle e menos custos, comparado com
a distribuição intensiva.
Fontes de Poder no canal - Distribuição exclusiva - ocorre quando o fabricante vende seus
Em geral, existem cinco tipos de fontes de poder que são produtos por meio de um único intermediário em uma determina-
exercidos no canal: da região, onde esserecebe o direito exclusivo de distribuir tais pro-
- Recompensa: é a capacidade de um agente recompensar um dutos. Esse tipo de estratégia é utilizada quando um determinado
outro quando esse último conforma-se à influência do primeiro. A produto requer um esforço especializado de venda ou investimen-
recompensa, normalmente está associada com fontes econômicas. tos em estoques e instalações específicas. A distribuição exclusiva é
- Coerção: é o oposto do Poder de recompensa, onde o oposta à distribuição intensiva, sendo mais adequada à medida em
exercício do Poder está associado à expectativa de um dos agentes que se deseja operar apenas com “parceiros” exclusivos de canal
em relação à capacidade de retaliação do outro, caso esse não se que possam apoiar ou servir o produto de forma adequada, ou seja,
submeta às tentativas de influência do primeiro. enfatizando uma determinada imagem que possa caraterizar luxo
- Legítimo: deriva de normas internalizadas em um membro ou exclusividade.
(contrato) e que estabelecem que outro membro tem o direito de
influenciá-lo, existindo a obrigação de aceitar essa influência.
- Informacional: origina-se pela posse de um membro de
informações valorizadas por outros membros do canal.

263
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

A definição mais detalhada dos objetivos dos canais de dis- DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
tribuição depende essencialmente de cada organização, da forma A distribuição física de produtos ou distribuição física são os
com que ela compete no mercado e da estrutura geral da cadeia processos operacionais e decontrole que permitem transferir
de suprimentos. Porém, é possível identificar alguns fatores gerais, os produtos desde o ponto de fabricação, até o ponto em que a
comum na maioria deles: mercadoria é finalmente entregue ao consumidor. (NOVAES, 1994).
- Assegurar a rápida disponibilidade do produto no mercado Pode-se dizer que seu objetivo geral é levar os produtos certos,
identificado como prioritários, ou seja, o produto precisa estar dis- para os lugares certos, no momento certo e com o nível de serviço
ponível para a venda nos estabelecimentos varejistas do tipo cor- desejado, pelo menor custo possível.
reto; A distribuição física tem, como foco principal, todos os produtos
- Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto sob que a companhia oferece para vender, ou seja, desde o instante
enfoque, isto é buscar parcerias entre fabricante e varejista que em que a produção é terminada até o momento em que o cliente
possibilitem a exposição mais adequada da mercadoria nas lojas; recebe a mercadoria (produto).
- Promover cooperação entre os participantes da cadeia de su- Toda produção visa a um ponto final, que é chegar às mãos do
primentos, principalmente relacionada aos fatores mais significati- consumidor.
vos associados à distribuição física, ou seja, buscar lotes mínimos “Nadar e morrer na praia” não é objetivo de nenhuma
dos pedidos, uso ou não de paletização ou de tipos especiais de instituição que vise ao lucro. Nem entidades sem fins lucrativos
acondicionamentos em embalagens, condições de descarga, restri- desejam que seus feitos não alcancem os objetivos, mesmo que
ções de tempo de espera, etc. estes não sejam financeiros.
- Assegurar nível de serviço estabelecido previamente pelos Uma boa distribuição, associada a um produto de boa
parceiros da cadeia de suprimentos; qualidade, a uma propaganda eficaz e a um preço justo, faz com
- Garantir rápido e preciso fluxo de informações entre os par- que os produtos sejam disponibilizados a seus consumidores, de
ceiros; e modo que estes possam fazer a opção pela compra. Estando nas
- Procurar redução de custos, de maneira integrada, atuando prateleiras, o produto passa a fazer parte de uma gama de produtos
em conjunto com os parceiros, analisando a cadeia de suprimentos concorrentes que podem ser comprados ou não.
na sua totalidade. O primeiro passo para ele poder fazer parte dessa opção de
compra é estar disponível nas prateleiras.
Os canais de distribuição podem desempenhar quatro funções Outros fatores como propaganda, preço e qualidade do
básicas, segundo as modernas concepções trazidas pelo supply produto, podem variar entre produtos concorrentes, mas a
chain management: distribuição é uma condição obrigatória para todas as empresas
- Indução da demanda – as empresas da cadeia de suprimentos que querem vender seus produtos.
necessitam gerar ou induzir a demanda de seus serviços ou merca- Se o produto não está disponível na prateleira, independente
dorias; de todos os outros fatores que influenciam a compra, este não
- Satisfação da demanda – é necessário comercializar os servi- poderá ser comprado.
ços ou mercadorias para satisfazer a demanda; Imagine um produto com uma qualidade maravilhosa, com
- Serviço de pós-venda – uma vez comercializados os serviços uma estratégia de propaganda primorosa, com um preço imbatível,
ou mercadorias, precisa-se oferecer os serviços de pós-venda; e mas não disponível no mercado.
- Troca de informações – o canal viabiliza a troca de informa- A distribuição física acontece em vários níveis dentro de uma
ções ao longo de toda a cadeia de suprimentos, acrescendo-se tam- instituição. Isso ocorre em razão de que a posição hierárquica
bém os consumidores que disponibilizam um retorno importante interfere no processo. Uma decisão tomada pela alta administração
tanto para os fabricantes quanto para os varejistas. de uma empresa é chamada de decisão estratégica e deve ser
seguida pelos demais níveis hierárquicos.
Entre fatores estratégicos importantes no sistema distributivo A decisão tática é tomada e imposta pela média gerência e a
podem ser levantadas as seguintes questões: operacional diz respeito à supervisão que se encarregará de fazer
- Se o número, o tamanho e a localização das unidades fabris com que os projetos sejam cumpridos e executados.
atendem às necessidades de mercado, Para um melhor entendimento, seguem os níveis da
- Se a localização geográfica dos mercados e os seus respectivos administração da distribuição física.
custos de abastecimento são compatíveis, • Estratégico;
- Se a frequência de compras dos clientes, o número e o tama- • Tático;
nho dos pedidos justificam o esforço distributivo, • Operacional.
- Se o custo do pedido e o custo de distribuição estão em bases
compatíveis com o mercado, a. Nível Estratégico
- Se os métodos de armazenagem e os seus custos são justificá- Neste nível, a alta administração da empresa decide o modo
veis com os resultados operacionais gerados, que deve ter a configuração do sistema de distribuição. Podem ser
- Se os métodos de transporte adotados são adequados, relacionadas às seguintes preocupações:
• Localização dos armazéns;
Em conformidade com o potencial do mercado, é importante • Seleção dos modais de transportes;
analisar a demanda de cada mercado atendido pela empresa e se o • Sistema de processamento de pedidos etc.
tipo de sistema de distribuição adotado é adequado.

264
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

b. Nível Tático Vantagens Desvantagens


É o nível em que a média gerência da empresa estará envolvida
em utilizar seus recursos da melhor e maior forma possível. Suas Capacidade de tráfego por
Menor capacidade de cargas
preocupações são: qualquer rodovia (flexibili-
entre todos os modais;
• Ociosidade do equipamento de transmissão de pedidos ser dade operacional)
a mínima; Usado em qualquer tipo de
• Ocupação otimizada da área de armazéns; Alto custo de operação
carga.
• Otimização dos meios de transportes, sempre em níveis
máximos possíveis à carga etc. Agilidade no transporte e no Alto risco de roubo/Frota anti-
acesso às cargas ga- acidentes
c. Nível Operacional Vias com gargalos gerando
É o nível em que a supervisão garante a execução das tarefas Não necessita de entrepos-
gastos extras e maior tempo
diárias para assegurar que os produtos se movimentem pelo canal tos especializados
para entrega.
de distribuição até o último cliente. Podem ser citadas:
• Carregar caminhões; Amplamente disponível Alto grau de poluição
• Embalar produtos; Fácil contratação e gerencia-
• Manter registros dos níveis de inventário etc. Alto valor de transporte.
mento.

MODALIDADES DE TRANSPORTE Adequado para curtas e Menos competitivo à longa


O transporte de mercadorias é parte fundamental do médias distâncias distância;
comércio. Como o produto é entregue e a qualidade com que chega
até o cliente final é o que define a satisfação do comprador e a Quando usar o Transporte Rodoviário - Mercadorias perecíveis,
possibilidade de um cliente fiel. Sendo assim, deve-se usar o modal mercadorias de alto valor agregado, pequenas distâncias (até 400
– meio de transporte – que atenda às expectativas do comprador. Km), trajetos exclusivos onde não há vias para outros modais,
Dados mostram que o transporte representa 60% dos custos quando o tempo de trânsito for valor agregado.
logísticos, 3,5% do faturamento e tem papel preponderante na
qualidade dos serviços logísticos, impactando diretamente no Transporte Ferroviário
tempo de entrega, confiabilidade e segurança dos produtos. Transporte ferroviário é aquele realizado sobre linhas
férreas, para transportar pessoas e mercadorias. As mercadorias
Qual o melhor modal? transportadas neste modal são de baixo valor agregado e
São basicamente cinco os modais: rodoviário, ferroviário, em grandes quantidades como: minério, produtos agrícolas,
aquaviário, aéreo e dutoviário. fertilizantes, carvão, derivados de petróleo, etc.
Para o transporte de mercadorias, cada modal possui suas
vantagens e desvantagens. Para cada rota há possibilidade de Vantagens Desvantagens
escolha e esta deve ser feita mediante análise profunda dos custos
Grande capacidade de
e características do serviço.
cargas Alto custo de implantação
O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior Baixo custo de transporte Transporte lento devido às suas
classifica o Sistema de Transporte, quanto à forma, em: (Inexistência de pedágios) operações de carga e descarga
- Modal: envolve apenas uma modalidade (ex.: Rodoviário);
Adequado para longas Pouca flexibilidade de equipa-
- Intermodal: envolve mais de uma modalidade (ex.: Rodoviário
distâncias mentos.
e Ferroviário);
- Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido Baixíssimo nível de aciden-
por um único contrato; tes. Malha ferroviária insuficiente.
- Segmentados: envolve diversos contratos para diversos Alta eficiência energética. Malha ferroviária sucateada
modais;
- Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino final, Melhores condições de Necessita de entrepostos espe-
necessita ser transbordada para prosseguimento em veículo da segurança da carga. cializados.
mesma modalidade de transporte (regido por um único contrato). Menor flexibilidade no trajeto
Menor poluição do meio (nem sempre chega ao destino
VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS TIPOS DE TRANSPORTE ambiente final, dependendo de outros
modais.)
Transporte Rodoviário
É aquele que se realiza em estradas, com utilização de caminhões Quando usar o Transporte Ferroviário - Grandes volumes
e carretas. Trata-se do transporte mais utilizado no Brasil, apesar do de cargas / Grandes distâncias a transportar (800 km) / Trajetos
custo operacional e do alto consumo de óleo diesel. exclusivos (não há vias para outros modais)

265
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

Transporte Aquaviário Transporte Aéreo


Realizado por meio de barcos, navios ou balsas. Engloba tanto o O transporte aéreo é aquele realizado através de aeronaves e
transporte marítimo, utilizando como via de comunicação os mares pode ser dividido em Nacional e Internacional.
abertos, como o transporte fluvial, por lagos e rios. É o transporte
mais utilizado no comércio internacional. Vantagens Desvantagens
Menor capacidade de carga
Vantagens Desvantagens É o transporte mais rápido
(Limite de volume e peso|)
Necessidade de transbordo
Maior capacidade de carga Não necessita embalagem Valor do frete mais eleva-
nos portos
mais reforçada (manuseio mais do em relação aos outros
Menor custo de transporte (Frete Longas distâncias dos cen- cuidadoso); modais
de custo relativamente baixo) tros de produção
Os aeroportos normalmente
Depende de terminais de
Menor flexibilidade nos estão localizados mais próximos
Apesar de limitado às zonas cos- acesso
serviços aliado a frequentes aos centros de produção.
teiras, registra grande competiti-
congestionamentos nos
vidade para longas distâncias Transporte de grandes distân-
portos
cias.
É de gerenciamento
Mercadoria de baixo valor agre- Seguro de transporte é muito
complexo, exigindo muitos
gado. baixo.
documentos.
Quando usar o Transporte Ferroviário - Pequenos volumes de
Quando usar o Transporte Aquaviário- Grandes volumes de cargas / Mercadorias com curto prazo de validade e/ou frágeis /
carga / Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não há via
há vias para outros modais) / Tempo de trânsito não é importante / para outros modais) / Tempo de trânsito é muito importante.
Encontra-se uma redução de custo de frete. Tipos de Aeronaves:
Full pax = somente de passageiros.
Tipos de navios: Full cargo = somente de cargas.
Navios para cargas gerais ou convencionais: Combi = misto de carga e passageiros
Navios dotados de porões (holds) e pisos (decks), utilizados
para carga seca ou refrigerada, embaladas ou não. Transporte Dutoviário
Esta modalidade de transporte não apresenta nenhuma
Navios especializados: flexibilidade, visto que há uma limitação no número de produtos
Graneleiros (bulk vessels): carga a granél (líquido, gasoso e que podem utilizar este modal. O transporte é feito através de
sólido), sem decks. dutos cilíndricos. Pode ser utilizado para transporte de petróleo,
Ro-ro (roll-on roll-off): cargas rolantes, veículos entram por produtos derivados do minério, gases e grãos.
rampa, vários decks de diversas alturas.

Navios Multipropósito: Vantagens Desvantagens


Transportam cargas de navios de cargas gerais e especializados Muitas dutovias são
ao mesmo tempo. subterrâneas e/ou submarinas, Pode ocasionar um grande
Granel sólido + líquido considerado uma vantagem, acidente ambiental caso
Minério + óleo pois minimizam os riscos suas tubulações se rompam
Ro-ro + container causados por outros veículos;
Navios porta-container: O dutoviário transporta de
Possui uma capacidade de
Transportam exclusivamente cargas em container. forma segura e para longas
serviço muito limitada
Sólido, líquido, gasoso distancias
Desde que seja em container Proporciona um menor índice Custos fixos são mais
Tem apenas 01 (um) deck (o principal) de perdas e roubos elevados
Investimento inicial eleva-
Baixo consumo de energia.
do.
Requer mais licenças am-
Alta confiabilidade.
bientais.
Simplificação de carga e des-
carga
Transporte de volumes granéis
muito elevados.

266
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

Tipos de dutos estocagem excessivos (caso tenham sido superdimensionados),


- Subterrâneos residindo, portanto, na correta determinação dos níveis de
- Aparentes estoques, a importância da sua administração. Seu objetivo é
- Submarinos garantir que os estoques necessários estejam disponíveis quando
necessários para manutenção do ritmo de produção, ao mesmo
Oleodutos = gasolina, álcool, nafta, glp, diesel. tempo em que os custos de encomenda e manutenção de estoques
Minerodutos = sal-gema, ferro, concentr.fosfático. sejam minimizados.
Gasodutos = gás natural.
Os estoques podem ser classificados como:
Observa-se que os meios de transportes estão cada vez mais - Matéria-prima
inter-relacionados buscando compartilhar e gerar economia em - Produtos em processo
escala, capacidade no movimento de cargas e diferencial na oferta - Materiais de embalagem
de serviços logísticos. Porém, o crescimento dessa integração - Produtos acabados
multimodal muitas vezes é dificultado pela infraestrutura ofertada - Suprimentos
pelos setores privados e públicos.
A razão para manutenção de estoques depende
Estoques fundamentalmente da natureza desses materiais.
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas Para manutenção dos estoques de matérias primas, são
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que utilizadas justificativas como a facilidade para o planejamento do
descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de processo produtivo, a manutenção do melhor preço deste produto,
estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem a prevenção quanto à falta de materiais e, eventualmente, a
absorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção obtenção de descontos por aquisição de grandes quantidades.
substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta Essas razões são contra-argumentadas de várias formas.
compreensão do seu papel na logística e de como devem ser Atualmente, as modernas técnicas de administração de estoques,
gerenciados”. o conceito do “Supply Chain Management” que ajuda a reduzir
custos, representam alternativas eficientes para evitar-se falta de
Razões para manter estoque materiais. Adicionalmente, a realização de contratos futuros pode
A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exige representar um instrumento eficiente para proteger a empresa de
investimento por parte da organização. O ideal seria a perfeita eventual oscilação de preços de seus insumos básicos.
sincronização entre a oferta e a demanda, de maneira a tornar Para manutenção de estoques de materiais em processos,
a manutenção de estoques desnecessária. Entretanto, como é justifica-se a maior flexibilidade do processo produtivo, caso
impossível conhecer exatamente a demanda futura e como nem ocorra interrupção em alguma das linhas de produção da empresa.
sempre os suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, Obviamente, essa questão deve ser substituída pela adoção de
deve-se acumular estoque para assegurar a disponibilidade de processos de produção mais confiáveis, para evitar a ocorrências
mercadorias e minimizar os custos totais de produção e distribuição. destas interrupções.
Na verdade, estoques servem para uma série de finalidades, A manutenção de estoques de produtos acabados é justificada
ou seja: por duas razões: garantir atendimentos efetuados para as vendas
- Melhoram o nível de serviço. realizadas e diminuir os custos de mudança na linha de produção.
- Incentivam economias na produção.
- Permitem economias de escala nas compras e no transporte. Técnicas de Administração de estoques
- Agem como proteção contra aumentos de preços.
- Protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo CURVA ABC
de ressuprimento. Segrega os estoques em três grupos, demonstrando
- Servem como segurança contra contingências. graficamente com eixos de valores e quantidades, que considera
os materiais divididos em três grandes grupos, de acordo com
Abrangência da Administração de Estoques seus valores de preço/custo e quantidades, sendo assim materiais
A administração de estoques é de importância significativa na “classe A” representam a minoria da quantidade total e a maioria
maioria das empresas, tanto em função do próprio valor dos itens do valor total, “classe C” a maioria da quantidade total e a minoria
mantidos em estoque, associação direta com o ciclo operacional da do valor total, “classe B” valores e quantidades intermediárias.
empresa. Da mesma forma como as contas a receber, os níveis de O controle da “classe A” é mais intenso e o controle da “classe
estoques também dependem em grande parte do nível de vendas, B e C” menos sofisticados.
com uma diferença: enquanto os valores a receber surgem após a MODELO DE LOTE ECONÔMICO
realização das vendas, os estoques precisam ser adquiridos antes Permite determinar a quantidade ótima que minimiza os
das realizações das vendas. custos totais de estocagem de pedido para um item do estoque.
Considerando os custo de pedir e os custos de manter os materiais.
Essa é uma diferença crítica e a necessidade de prever as vendas Sendo os custos de pedir, os fixos, administrativos ao se efetuar e
antes de se estabelecer os níveis desejados de estoques, torna sua receber um pedido e o custo de manter são os variáveis por unidade
administração uma tarefa difícil. Deve se observar também que da manutenção de um item de estoque por umdeterminado
os erros na fixação dos níveis de estoque podem levar à perda período (custo de armazenagem) segundo, “oportunidade” de
das vendas (caso tenham sido subdimensionados) ou a custos de outros investimentos.

267
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

Custo total = custo de pedir + custo de manter Esse sistema com período fixo é antigo, mas devido às suas
características, não se tornou obsoleto face aos sistemas modernos,
PONTO DE PEDIDO nos quais é possível à adoção de períodos curtos, menores que uma
Determina em que ponto os estoques serão pedidos levando semana.
em consideração o tempo de entrega dos principais itens.
4. OPT-Optimezed Production Technology
Ponto de pedido = tempo de reposição em dias x demanda O sistema OPT foi desenvolvido com uma abordagem diferente
diária dos sistemas anteriores, enfatizando a racionalidade do fluxo de
materiais pelos diversos postos de trabalho de uma fábrica. Os
SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES pressupostos básicos do OPT foram originados por formulações
Os Sistemas básicos utilizados na administração de estoques matemáticas. Nesse sistema, as ordens de fabricação são vistas
são: como tendo de passar por filas de espera de atendimento nos
diversos postos de trabalho na fábrica. O conjunto de postos de
1. FMS (Flexible Manufacturing System) trabalho forma então uma rede de filas de espera.
Nesse sistema, os computadores comandam as operações O sistema OPT usa um conjunto de coeficientes gerenciais
das máquinas de produção e, inclusive, comandam a troca de para ajudar a determinar o Lote ótimo para cada componente ou
ferramentas das operações de manuseio de materiais, ferramentas, submontagem a ser processado em cada posto de trabalho. Muita
acessórios e estoques. Pode-se incluir no software módulos de ênfase é dedicada aos pontos de gargalo da produção.
monitoração do controle estatístico da qualidade. Normalmente, é
aplicado em fábricas com grande diversidade de peças de produtos 5. Sistema KANBAN-JIT
finais montados em lotes. Podemos destacar entre as vantagens do O sistema Kanban foi desenvolvido para ser utilizado
FMS, as seguintes: onde os empregados possuem motivação e mobilização, com
• Permite maior produtividade das máquinas, que passam a grande liberdade de ação. Nessas fábricas, na certeza de que
ter utilização de 80% a 90% do tempo disponível. os empregados trabalham com dedicação e responsabilidade, é
• Possibilita maior atenção aos consumidores em função da legítimo um trabalhador parar a linha de montagem ou produção
flexibilidade proporcionada. porque achou algo errado, os empregados mantém-se ocupados
• Diminui os tempos de fabricação. todo o tempo, ajudando-se mutuamente ou trocando de tarefas
• Em função do aumento da flexibilidade, permite aumentar conforme as necessidades. O sistema Kanban-JIT é um sistema
a variedade dos produtos ofertados. que “puxa” a produção da fábrica, inclusive até o nível de compras,
pelas necessidades geradas na montagem final. As peças ou
2. MRP-Material Requirement Planing submontagens são colocadas em caixa feitas especialmente para
O MRP é um sistema completo para emitir ordens de fabricação, cada uma dessas partes, que, ao serem esvaziadas na montagem,
de compras, controlar estoques e administrar a carteira de pedidos são remetidas ao posto de trabalho que faz a última operação a
dos clientes. Opera em base semanal, impondo com isso uma essa remessa, que funciona como uma ordem de produção.
previsão de vendas no mesmo prazo, de modo a permitir a geração
de novas ordens de produção para a fábrica. O sistema pode operar 6. Sistema Just in Time
com diversas fórmulas para cálculo dos lotes de compras, fabricação É preciso que haja um sistema integrado de planejamento de
e montagem, operando ainda com diversos estoques de material em distribuição. É assim que surge o Just in Time, que é derivado do
processo, como estoque de matérias primas, partes, submontagens sistema Kanban. De acordo com Henrique Corrêa e Irineu Gianesi, a
e produtos acabados.A maior vantagem do MRP consiste em utilizar responsável pela implantação do Just in Time foi a Toyota, criando
programas de computadores complexos, levando em consideração esse sistema em 1970 e impondo-o para quem quisesse trabalhar
todos os fatores relevantes para conseguir o melhor cumprimento em parceria. Com isso, diminuiu muito seu estoque, passando a
de prazos de entrega, com estoques baixos, mesmo que a fábrica responsabilidade e o comprometimento de não parar sua produção
tenha muitos produtos em quantidade, de uma semana para outra. para seus terceirizados.
Um ponto fundamental para o correto funcionamento do O Just in Time visa o “estoque zero”. O objetivo principal é
sistema é a rigorosa disciplina a ser observada pelos funcionários suprir produtos para a linha de produção e clientes da empresa,
que interagem com o sistema MRP, em relação à informação de somente quando for necessário. Ao longo da cadeia logística, as
dados para computador. Sem essadisciplina, a memória do MRP relações entre as empresas - inclusive com o emprego de recursos
vai acumulando erros nos saldos em estoques e nas quantidades de comunicação e tecnologias de informação, devem ser garantidas
necessárias. de tal forma que os resultados, e, portanto, os serviços prestados
pela logística obedeçam exatamente às necessidades de serviços
3. Sistema Periódico expressas pelos clientes. É muito importante, portanto que haja
A característica básica deste sistema é a divisão da fábrica uma cooperação, um bom relacionamento entre a empresa e seus
em vários setores de processamento sucessivo de vários produtos fornecedores externos e internos. Um ponto muito favorável no
similares. Cada setor recebe um conjunto de ordens de fabricação Just in Time é que ele diminui a probabilidade de que ocorram
para serem iniciados e terminados no período. Com isso, no fim de perdas de produtos.
cada período, se todos os setores cumprirem sua carga de trabalho,
não haverá qualquer material em aberto. Isso facilita o controle de
cada setor da fábrica, atribuindo responsabilidades bem definidas.

268
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

Outros sistemas de estoques Enfim, o controle de estoques exerce influência muito grande
Sistema de Duas Gavetas - Consiste na separação física em na rentabilidade da empresa. Eles absorvem capital que poderia
duas partes. Uma parte será utilizada totalmente até a data da estar sendo investido de outras maneiras. Portanto, aumentar a
encomenda de um novo lote e a outra será utilizada entre a data rotatividade do estoque auxilia a liberar ativos e economiza o custo
da encomenda e a data do recebimento do novo lote. A grande de manutenção e controle que podem absorver de 25 a 40% dos
vantagem deste sistema está na substancial redução do processo custos totais, conforme mencionado anteriormente.
burocrático de reposição de material (bujão de gás). A denominação
“DUAS GAVETAS” decorre da ideia de guardar um mesmo lote em Gestão patrimonial
duas gavetas distintas. O patrimônio é o objeto administrado que serve para propiciar
às entidades a obtenção de seus fins. Para que um patrimônio
Sistema de Estoque Mínimo - É usado principalmente quando a seja considerado como tal, este deve atender a dois requisitos: o
separação entre as duas partes do estoque não é feita fisicamente, elemento ser componente de um conjunto que possua conteúdo
mas apenas registrada na ficha de controle de estoque, com o ponto econômico avaliável em moeda; e exista interdependência dos
de separação entre as partes. Enquanto o estoque mínimo estiver elementos componentes do patrimônio e vinculação do conjunto a
sendo utilizado, o Departamento de Compras terá prazo suficiente uma entidade que vise alcançar determinados fins.
para adquirir e repor o material no estoque. Do ponto de vista econômico, o patrimônio é considerado
uma riqueza ou um bem suscetível de cumprir uma necessidade
Sistema de Renovação Periódica - Consiste em fazer pedidos coletiva, sendo este observado sob o aspecto qualitativo, enquanto
para reposição dos estoques em intervalos de tempo pré- que sob o enfoque contábil observa-se o aspecto quantitativo
estabelecidos para cada item. Estes intervalos, para minimizar o (Ativo =Passivo + Situação Líquida). Exceção a alguns casos, quando
custo de estoque, devem variar de item para item. A quantidade se utiliza o termo “substância patrimonial” é que a contabilidade
a ser comprada em cada encomenda é tal que, somada com a visualiza o patrimônio de forma qualitativa.
quantidade existente em estoque, seja suficiente para atender a A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 – conhecida
demanda até o recebimento da encomenda seguinte. Logicamente, como Lei de Responsabilidade Fiscal – apresentam em seus artigos
este sistema obriga a manutenção de um estoque reserva. Deve-se 44, 45 e 46, medidas destinadas à preservação do patrimônio
adotar períodos iguais para um grande número de itens em estoque público. Uma delas estabelece que o resultado da venda de bens
pois, procedendo a compra simultânea de diversos itens, pode-se móveis e imóveis e de direitos que integram o patrimônio público
obter condições vantajosas na transação (compra e transporte). não poderá mais ser aplicado em despesas correntes, exceto se
a lei autorizativa destiná-la aos financiamentos dos regimes de
Sistema de Estocagem para um Fim Específico - Apresenta duas previdência social, geral e própria dos servidores.
subdivisões:
a) Estocagem para atender a um programa de produção pré- Dessa forma, os recursos decorrentes da desincorporação de
determinado: ativos por venda, que é receita de capital, deverão ser aplicados
É utilizada nas indústrias de tipo contínuo ou semicontínuo em despesa de capital, provocando a desincorporação de dívidas
que estabelece, com antecedência de vários meses, os níveis de (passivo), por meio da despesa de amortização da dívida ou o
produção. A programação (para vários períodos, semanas e meses) incremento de outro ativo, com a realização de despesas de
elaborada pelo P.C.P. deverá ser coerente para todos os segmentos, investimento, de forma a manter preservado o valor do patrimônio
desde o recebimento do material até o embarque do produto público.
acabado.
TOMBAMENTO DE BENS
Vantagens: O tombamento dos bens públicos inicia-se com recebimento
* Estoques menores, sem riscos de se esgotarem, objetivamente dos bens móveis pelos órgãos, como visto anteriormente, pela
controlados por se conhecer a demanda futura. conferência física dos bens pelo Almoxarifado. Após registro de
* Melhores condições de compra de materiais, pois pode-se entrada do bem no sistema de gerenciamento de material no
aceitarcontratos de grandes volumes para entregas parceladas. estoque, o responsável por este encaminhará uma comunicação ao
Aatividade de compra fica reduzida, sem a necessidade de Setor de Patrimônio (com cópia da nota de empenho, documentos
emitirpedidos de fornecimento para cada lote de material. fiscais e outros que se fizerem necessários), informando o destino
(centros de responsabilidades) dos bens. Se eles permanecerem em
b) Estocagem para atender especificamente a uma ordem estoque, o Setor de Patrimônio deverá aguardar comunicação de
de produção ou a uma requisição: É o método empregado nas saída deste, através de uma Guia de Baixa de Materiais emitida pelo
produções do tipo intermitente, onde a indústria fabrica sob Almoxarifado. Caso o bem seja entregue diretamente ao destino
encomenda, sendo justificável no caso de materiais especiais ou final, o Almoxarifado encaminhará a Guia de Saída ao Patrimônio,
necessários esporadicamente. Os pedidos de material neste sistema juntamente com os demais documentos do processo de empenho.
são baseadas principalmente na lista material (“ROW MATERIAL”) e O tombamento consiste na formalização da inclusão física
na programação geral (AP = “ANNUAL PLANNING”). Existem casos de um bem patrimonial no acervo do órgão, com a atribuição de
em que o pedido para compra precisa ser feito mesmo antes do um único número por registro patrimonial, ou agrupando-se uma
projeto do produto estar detalhado, ou seja, antes da listagem do sequência de registros patrimoniais quando for por lote, que é
material estar pronta, pois os itens necessários podem ter um ciclo denominado “número de tombamento”. Pelo tombamento aplica-
de fabricação excessivamente longo. Ex.: grandes motores, turbinas se uma conta patrimonial do Plano de Contas do órgão a cada
e navios.

269
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

material, de acordo com a finalidade para a qual foi adquirido. O podem ser classificados claramente como aparelhos, máquinas,
valor do bem a ser registrado é o valor constante do respectivo motores, etc. Em tais bens, a plaqueta deve ser fixada na base, na
documento de incorporação (valor de aquisição). parte onde são manuseados.
A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no bem, de A seguir são elencados, como sugestões, dados necessários
plaqueta de identificação, por colagem ou rebitamento, a qual ao registro dos bens no sistema de patrimônio: número do
conterá o número de registro patrimonial. tombamento; data do tombo; descrição padronizada do bem
Na colocação da plaqueta deverão ser observados os seguintes (descrição básica pré-definida em um sistema de patrimônio);
aspectos: local de fácil visualização para efeito de identificação por marca/modelo/série (também pré-definidos em um sistema de
meio de leitor óptico, preferencialmente na parte frontal do bem; patrimônio); características (descrição detalhada); valor unitário de
evitar áreas que possam curvar ou dobrar a plaqueta ou que possam aquisição (valor histórico); agregação (acessório ou componente);
acarretar sua deterioração; evitar fixar a plaqueta em partes que forma de ingresso (compra, fabricação própria, doação, permuta,
não ofereçam boa aderência, por apenas uma das extremidades ou cessão, outras); classificação contábil/patrimonial; número do
sobre alguma indicação importante do bem. empenho e data de emissão; fonte de recurso; número do processo
Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação física antes de aquisição e ano; tipo/número do documento de aquisição (nota
de serem distribuídos aos diversos centros de responsabilidade fiscal/fatura, comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo de
do órgão. Os bens patrimoniais cujas características físicas ou Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão em Comodato, outros);
a sua própria natureza impossibilitem a aplicação de plaqueta nome do fornecedor (código); garantia (data limite da garantia e
também terão número de tombamento, mas serão marcados e empresa de manutenção); localização (identificação do centro de
controlados em separado. Caso o local padrão para a colagem da responsabilidade); situação do bem (registrado, alocado, cedido
plaqueta seja de difícil acesso, como, por exemplo, nos arquivos ou em comodato, em manutenção, em depósito para manutenção,
estantes encostadas na parede, que não possam ser movimentados em depósito para triagem, em depósito para redistribuição,
devido ao peso excessivo, a plaqueta deverá ser colada no lugar em depósito para alienação, em sindicância, desaparecido,
mais próximo ao local padrão. Em caso de perda, descolagem ou baixado, outros); estado de conservação (bom, regular, precário,
deterioração da plaqueta, o responsável pelo setor onde o bem está inservível, recuperável); histórico do bem vinculado a um sistema
localizado deverá comunicar, impreterivelmente, o fato ao Setor de de manutenção, quando existir. Tal informação permitirá o
Patrimônio. acompanhamento da manutenção dos bens e identificação de
A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fixação todos os problemas ocorridos nestes números do Termo de
de plaquetas (ou adesivos): a) estantes, armários, arquivos e bens Responsabilidade; e plaquetável ou não plaquetável.
semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na parte frontal superior O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o
direita, no caso de arquivos de aço, e na parte lateral superior recebimento da documentação hábil, pelo Setor de Patrimônio, que
direita, no caso de armários, estantes e bens semelhantes, sempre procederá ao tombamento e cadastramento em sistema específico,
com relação a quem olha o móvel; b) mesas e bens semelhantes: a utilizando diversos dados, tais como: número do registro; tipo
plaqueta deve ser fixada na parte frontal central, contrária à posição de imóvel; denominação do imóvel; características (descrição
de quem usa o bem, com exceção das estações de trabalho e/ou detalhada do bem); valor de aquisição (valor histórico); forma
àqueles móveis que foram projetados para ficarem encostados de ingresso (compra, doação, permuta, comodato, construção,
em paredes, nos quais as plaquetas serão fixadas em parte de fácil usucapião, desapropriação, cessão, outras); classificação contábil/
visualização; c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte fixa patrimonial; número do empenho e data de emissão; fonte de
inferior do motor; d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta recurso; número do processo de aquisição e ano; tipo/número do
deve ser fixada no lado externo direito, em relação a quem opera a documento de aquisição (nota fiscal/fatura, comercial invoice, Guia
máquina; e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso a de Produção Interna, Termo de Doação, Termo de Cessão, Termo
plaqueta nunca deve ser colocada em partes revestidas por courvin, de Cessão em Comodato, outros); nome do fornecedor (código);
couro ou tecido, pois estes revestimentos não oferecem segurança. localização (identificação do centro de responsabilidade); situação
A plaqueta deverá ser fixada na base, nos pés ou na parte mais sólida; do bem (registrado, alocado, cedido em comodato, em manutenção,
f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes: em aparelhos em depósito para manutenção, em depósito para triagem, em
de ar condicionado, o local indicado é sempre na parte mais fixa e depósito para redistribuição, em depósito para alienação, em
permanente do aparelho, nunca no painel removível ou na carcaça; sindicância, desaparecido, baixado, outros); estado de conservação
g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na (bom, regular, precário, inservível); data da incorporação; unidade
parte lateral direita do painel de direção, em relação ao motorista, da federação; tipo de logradouro; número; complemento;bairro/
na parte mais sólida e nãoremovível, nunca em acessórios; h) distrito; município; cartório de registro; matrícula; livro; folhas;
quadros e obras de arte: a colocação da plaqueta, neste caso, deve data do registro; data da reavaliação; moeda da reavaliação; valor
ser feita de tal forma que não lhes tire a estética, nem diminua seu do aluguel; valor do arrendamento; valor de utilização; valor de
valor comercial; i) esculturas: nas esculturas a plaqueta deve ser atualização; moeda de atualização; data da atualização; reavaliador;
fixada na base. Nos quadros ela deve ser colocada na parte de trás, e CPF/CNPJ do reavaliador.
na lateral direita; j) quadros magnéticos: nos quadros magnéticos a
plaqueta deverá ser colocada na parte frontal inferior direita, caso CONTROLE DE BENS
não seja possível a colagem neste local, colar nesta mesma posição Caracteriza-se como movimentação de bens patrimoniais o
na parte posterior do quadro; e k) fixação de plaquetas em outros conjunto de procedimentos relativos à distribuição, transferência,
bens: entende-se como outros bens aqueles materiais que não saída provisória, empréstimo e arrendamento a que estão sujeitos
no período decorrido entre sua incorporação e desincorporação.

270
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribuição de emite o respectivo Termo de Transferência de Responsabilidade;
material permanente recém adquirido, de acordo com a destinação emitido o Termo, este será encaminhado ao agente patrimonial da
dada no processo administrativo de aquisição correspondente. unidade, que providenciará a conferência dos bens e assinatura do
A movimentação de qualquer bem móvel será feita mediante Termo; uma vez assinado o Termo, o agente providenciará para que
o preenchimento do Termo de Responsabilidade, que deverá uma das vias seja arquivada no setor onde os bens se encontram e
conter no mínimo, as seguintes informações: número do outra encaminhada ao Setor de Patrimônio.
Termo de Responsabilidade; nome do local de lotação do bem Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se pela
(incluindo também o nome do sublocal de lotação); declaração de movimentação de bens patrimoniais para fora da instalação
responsabilidade; número do tombamento; descrição; quantidade; ou dependência onde estão localizados, em decorrência da
indicação se é plaquetável; valor unitário; valor total; total de bens necessidade de conserto, manutenção ou da sua utilização
arrolados no Termo de Responsabilidade; data do Termo; nome temporária por outro centro de responsabilidade ou outro órgão,
e assinatura do responsável patrimonial; e data de assinatura do quando devidamente autorizado. Qualquer que seja o motivo da
Termo. saída provisória, esta deverá ser autorizada pelo dirigente do órgão
A transferência é a operação de movimentação de gestor ou por outro servidor que recebeu delegação para autorizar
bens, com a consequente alteração da carga patrimonial. A tal ato. Toda a manutenção de bem incorporado ao patrimônio
autoridade transferidora solicita ao setor competente do órgão de um órgão deverá ser solicitada pelos agentes patrimoniais ou
a oficialização do ato, por meio das providências preliminares. responsáveis e resultará na emissão de uma Ordem de Serviço
É importante destacar que a transferência de responsabilidade pelo Setor de Manutenção, que tomará todas as providências para
com movimentação de bens somente será efetivada pelo Setor de proceder à assistência de bem em garantia ou utilizando-se de seus
Patrimônio mediante solicitação do responsável pela carga cedente recursos próprios.
com anuência do recebedor. A devolução ao Setor de Patrimônio de Empréstimo: O empréstimo é a operação de remanejamento
bens avariados, obsoletos ou sem utilização também se caracteriza de bens entre órgãos por um período determinado de tempo, sem
como transferência. Neste caso, a autoridade da unidade onde envolvimento de transação financeira. O empréstimo deve ser
o bem está localizado devolve-o com a observância das normas evitado. Porém, se não houver alternativa, os órgãos envolvidos
regulamentares, a fim de que a o Setor Patrimonial possa manter devem manter um rigoroso controle, de modo a assegurar a
rigoroso controle sobre a situação do bem. Os bens que foram devolução do bem na mesma condição em que estava na ocasião
restituídos ao Setor de Patrimônio do órgão também ficam sob do empréstimo. Já o empréstimo a terceiros de bens pertencentes
a guarda dos servidores deste setor (fiéis depositários), e serão ao poder público é vedado, salvo exceções previstas em leis.
objetos de análise para a determinação da baixa ou transferência Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros também
a outros setores. É importante colocar que uma cópia do Termo deve ser evitado, por não encontrar, a princípio, nenhum respaldo
de Responsabilidade de cada setor deverá ser fixada em local legal.
visível a todos, dentro de seu recinto de trabalho, visando facilitar
o controle dos bens (sugestão: atrás da porta de acesso ao setor). INVENTÁRIO
Para que ocorra a transferência de responsabilidade entre dois O Inventário determina a contagem física dos itens de estoque
setores pertencentes a um mesmo órgão, deverão ser observados e em processos, para comparar a quantidade física com os dados
os seguintes parâmetros:solicitação, por escrito, do interessado em contabilizados em seus registros, a fim de eliminar as discrepâncias
receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de acordo” do setor que possam existir entre os valores contábeis, dos livros, e o que
cedente com a autorização de transferência ; solicitação do agente realmente existe em estoque.
patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão do Termo de O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário geral é
Responsabilidade; após a emissão do Termo de Responsabilidade, o elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada empresa, com
Setor de Patrimônio remeterá o mesmo ao agente patrimonial, para a contagem física de todos os itens de uma só vez. O inventário
que este colha assinaturas do cedente e do recebedor. rotativo é feito no decorrer do ano fiscal da empresa, sem qualquer
Para que ocorra a transferência de responsabilidade entre dois tipo de parada no processo operacional, concentrando-se em cada
setores pertencentes órgãos diferentes, deverão ser observados grupo de itens em determinados períodos.
os seguintes parâmetros: solicitação, por escrito, do interessado Inventário na administração pública: Inventário são a
em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de acordo” do discriminação organizada e analítica de todos os bens (permanentes
setor cedente com a autorização de transferência e anuência das ou de consumo) e valores de um patrimônio, num determinado
unidades de controle do patrimônio e do titular do órgão; solicitação momento, visando atender uma finalidade específica. É um
do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão do instrumento de controle para verificação dos saldos de estoques
Termo de Transferência de Responsabilidade; após a emissão do nos almoxarifados e depósitos, e da existência física dos bens em
Termo de Responsabilidade, o Setor de Patrimônio o remeterá ao uso no órgão ou entidade, informando seu estado de conservação,
agente patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e mantendo atualizados e conciliados os registros do sistema de
e do recebedor. Quando a transferência de responsabilidade do administração patrimonial e os contábeis, constantes do sistema
bem ocorrer sem a movimentação deste, isto é, quando ocorrer financeiro. Além disso, o inventário também pode ser utilizado
a mudança da responsabilidade patrimonial de um servidor para para subsidiar as tomadas de contas indicando saldos existentes,
outro, desde que não pressuponha mudança de local do bem, detectar irregularidades e providenciar as medidas cabíveis.
deverão ser observados os seguintes procedimentos: o Setor de Através do inventário pode-se confirmar a localização e
Recursos Humanos (ou equivalente) deverá encaminhar ao Setor de atribuição da carga de cada material permanente, permitindo
Patrimônio cópia da portaria que substitui o servidor responsável; de a atualização dos registros dos bens permanentes bem como
posse das informações contidas na portaria, o Setor de Patrimônio o levantamento da situação dos equipamentos e materiais em

271
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

uso, apurando a ocorrência de dano, extravio ou qualquer outra registro das características e quantidades obtidas no levantamento.
irregularidade. Podem-se verificar também no inventário as O arrolamento pode apresentar os componentes patrimoniais
necessidades de manutenção e reparo e constatação de possíveis deforma resumida e recebe a denominação “sintética”. Quando
ociosidades de bens móveis, possibilitando maior racionalização e tais componentes são relacionados individualmente, o arrolamento
minimização de custos, bem como a correta fixação da plaqueta de é analítico; Avaliação: é nesta fase que é atribuída uma unidade
identificação. Na Administração Pública, o inventário é entendido de valor ao elemento patrimonial. Os critérios de avaliação dos
como o arrolamento dos direitos e comprometimentos da Fazenda componentes patrimoniais devem ter sempre por base o custo.
Pública, feito periodicamente, com o objetivo de se conhecer a A atribuição do valor aos componentes patrimoniais obedece a
exatidão dos valores que são registrados na contabilidade e que critérios que se ajustam a sua natureza, função na massa patrimonial
formam o Ativo e o Passivo ou, ainda, com o objetivo de apurar e a sua finalidade.
a responsabilidade dos agentes sob cuja guarda se encontram
determinados bens. Os diversos tipos de inventários são realizados ALIENAÇÃO DE BENS
por determinação de autoridade competente, por iniciativa De acordo com o direito administrativo brasileiro, entende-
própria do Setor de Patrimônio e das unidades de controle se como alienação a transferência de propriedade, remunerada
patrimonial ou de qualquer detentor de carga dos diversos centros ou gratuita, sob a forma de venda, permuta, doação, dação em
de responsabilidade, periodicamente ou a qualquer tempo. Os pagamento, investidura, legitimação de posse ou concessão de
inventários na Administração Pública devem ser levantados não domínio.
apenas por uma questão de rotina ou de disposição legal, mas Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada pela
também como medida de controle, tendo em vista que os bens Administração, desde que satisfaça as exigências administrativas.
nele arrolados não pertencem a uma pessoa física, mas ao Estado, Muito embora as Constituições Estaduais possam determinar que a
e precisam estar resguardados quanto a quaisquer danos. Na autorização de doação de bens móveis seja submetida à Assembleia
Administração Pública o inventário é obrigatório, pois a legislação Legislativa, a Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho de 1993, que
estabelece que o levantamento geral de bens móveis e imóveis institui normas para licitações e contratos da Administração
terá por base o inventário analítico de cada unidade gestora e os Pública 37 e dá outras providências, faculta a obrigação de licitação
elementos da escrituração sintética da contabilidade (art. 96 da Lei específica para doação de bens para fins sociais e dispõe sobre a
Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964). alienação por leilão.
A fim de manter atualizados os registros dos bens patrimoniais, Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública,
bem como a responsabilidade dos setores onde se localizam subordinada à existência de interesse público devidamente
tais bens, a Administração Pública deve proceder ao inventário justificado.
mediante verificações físicas pelo menos uma vez por ano. Para A alienação de bens está sujeita à existência de interesse público
fins de atualização física e monetária e de controle, a época da e à autorização da Assembleia Legislativa (para os casos previstos
inventariação será: anual para todos os bens móveis e imóveis em lei), e dependerá de avaliação prévia, que será efetuada por
sob-responsabilidade da unidade gestora em 31 de dezembro comissão de licitação de leilão ou outra modalidade prevista para
(confirmação dos dados apresentados no Balanço Geral); e no a Administração Pública.
início e término da gestão, isto é, na substituição dos respectivos A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados à
responsáveis, no caso de bens móveis. alienação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser remetido
Os bens serão inventariados pelos respectivos valores históricos ao Setor de Patrimônio, o qual instaurará o procedimento
ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos valores constantes respectivo; sempre que possível, os bens serão agrupados em lotes
de inventários já existentes, com indicação da data de aquisição. para que seja procedida a sua baixa; os bens objeto de baixa serão
Durante a realização de qualquer tipo de inventário, fica vedada vistoriados in loco por uma Comissão Interna de Avaliação de Bens,
toda e qualquer movimentação física de bens localizados nos no próprio órgão, os quais, observando o estado de conservação,
endereços individuais abrangidos pelos trabalhos, exceto mediante a vida útil, o valor de mercado e o valor contábil, formalizando
autorização específica das unidades de controle patrimonial, ou laudo de avaliação dos bens, classificando-os em: a) bens móveis
do dirigente do órgão, com subsequente comunicação formal a permanentes inservíveis: quando for constatado serem os bens
Comissão de Inventário de Bens. danificados, obsoletos, fora do padrão ou em desuso devido ao seu
Nas fases do inventário dois pontos devem ser destacados estado precário de conservação; e b) bens móveis permanentes
sobre as fases do inventário: o levantamento pode ser físico e/ou excedentes ou ociosos: quando for constatado estarem os bens em
contábil: Levantamento físico, material ou de fato é o levantamento perfeitas condições de uso e operação, porém sem utilização.
efetuado diretamente pela identificação e contagem ou medida dos Os bens móveis permanentes considerados excedentes ou
componentes patrimoniais. ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, ficando
Levantamento contábil é o levantamento pelo apanhado proibida a retirada de peças e dos periféricos a ele relacionados,
de elementos registrados nos livros e fichas de escrituração. O exceto nos casos autorizados pelo chefe da unidade gestora.
simples arrolamento não interessa para a contabilidade se não
for completado pela avaliação. Sem a expressão econômica, ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS
o arrolamento serve apenas para controle da existência dos O desfazimento é a operação de baixa de um bem pertencente
componentes patrimoniais. ao acervo patrimonial do órgão e consequente retirada do seu
O inventário é dividido em três fases: Levantamento: valor do ativo imobilizado. Considera-se baixa patrimonial, a
compreende a coleta de dados sobre todos os elementos ativos retirada de bem da carga patrimonial do órgão, mediante registro
e passivos do patrimônio e é subdividido nas seguintes partes: da transferência deste para o controle de bens baixados, feita
identificação, agrupamento e mensuração. Arrolamento: é o

272
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

exclusivamente pelo Setor de Patrimônio, devidamente autorizado


pelo gestor. O número de patrimônio de um bem baixado não GESTÃO DE PROJETOS (CONCEITOS, METODOLOGIAS E
deverá ser utilizado em outro bem. FERRAMENTAS); DEFINIÇÃO DE PROJETO, PROGRAMA
A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das formas E PORTFÓLIO
a seguir: alienação; permuta; perda total; extravio; destruição;
comodato; transferência; sinistro; e exclusão de bens no cadastro. — Elaboração, análise e avaliação de projetos
Em qualquer uma das situações expostas, deve-se proceder à baixa Na abordagem tradicional, diferem-se 5 grupos de processos
definitiva dos bens considerados inservíveis por obsoletismo, por no desenvolvimento de projetos:
seu estado irrecuperável e inaproveitável em instituições do serviço • Iniciação;
público. As orientações administrativas devem ser obedecidas, em • Planejamento;
cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de • Execução;
gestão patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessada. • Monitoramento e controle;
Sendo o bem considerado obsoleto ou não havendo interesse em • Encerramento.
utilizá-lo no órgão onde se encontra, mas estando em condições
de uso (em estado regular de conservação), o dirigente do órgão Alguns projetos vão seguir todos estes estágios, já outros po-
deverá, primeiramente, colocá-lo em disponibilidade. Para tanto, dem ser encerrados antes do inicialmente esperado. Outros proje-
o detentor da carga deverá preencher formulário próprio criado tos passarão pelos estágios 2, 3 e 4 múltiplas vezes. O projeto visa a
pelo órgão normatizador e encaminhar ao órgão competente que satisfação de uma necessidade ou oportunidade, definida no texto
poderá verificar, antecipadamente, junto às entidades filantrópicas acima como fase inicial na qual existem muitas áreas e/ou pessoas
reconhecidas como de interesse público, delegacias, escolas ou envolvidas.
bibliotecas municipais e estaduais, no âmbito de sua jurisdição, se Sempre existirá em geral, mais que uma solução ou alternati-
existe interesse pelos bens. vas para atender às mesmas necessidades. A técnica utilizada para
Se houver interesse, a autoridade competente deverá efetuar o definir a solução final passa pelo desenvolvimento de alternativas
Termo de Doação. Enquanto isso, o bem a ser baixado permanecerá extremas. A primeira, de baixo custo, atendendo as necessidades
guardado em local apropriado, sob a responsabilidade de um mínimas para ser funcional. A segunda atendendo a maior parte
servidor público, até a aprovação de baixa, ficando expressamente das exigências das diversas áreas envolvidas no escopo, que resulta
proibido o uso do bem desde o início da tramitação do processo de num projeto com custo muito maior e pouco competitivo. A partir
baixa até sua destinação final. das alternativas é desenvolvida uma solução intermediária entre
O registro no sistema patrimonial será efetivado com base as mesmas, que atenda a boa parte das exigências com um custo
no Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar os seguintes competitivo.
dados: número do tombamento; descrição; quantidade baixada
(quando se tratar de lote de bens não plaquetados); forma de — Principais características dos modelos de gestão de proje-
baixa; motivo de baixa; data de baixa; número da Portaria ou Termo tos
de Baixa. Visando o correto processo de baixa de bens do sistema Pode ser aplicado como disciplina a fim de manter os riscos de
patrimonial, faz-se necessário a adoção dos procedimentos a seguir: fracasso em um nível mais baixo quanto possível durante o ciclo do
o Setor de Patrimônio, ao receber o processo que autoriza a baixa, projeto, potencializando, ao mesmo tempo, as oportunidades de
emitirá por processamento o Termo de Baixa dos Bens; o Setor de ocorrência de eventos favoráveis ao projeto. O risco de fracasso,
Patrimônio verificará junto ao Setor Financeiro quanto à existência consequente da ocorrência de ameaças, aumenta de acordo com
do comprovante de pagamento, em caso de licitação e, em seguida, a presença de incerteza do evento, e da sua probabilidade de ocor-
procederá à entrega do mesmo mediante recibo próprio; emitido rência, durante todos os estágios do projeto.
o Termo, o Setor de Patrimônio providenciará o documento de A Gestão de Projetos é a disciplina de determinar e atingir obje-
quitação de responsabilidade patrimonial e entregará uma via a tivos ao mesmo tempo que se otimiza o uso de recursos (tempo, di-
quem detinha a responsabilidade do bem. nheiro, pessoas, espaço, entre outros).
Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais e ao A Gestão de projetos tem como responsável um indivíduo in-
dirigente do órgão, periodicamente, provocar expedientes para que titulado gerente de projeto. De maneira ideal, o gestor raramente
seja efetuado levantamento de bens suscetíveis de alienação ou participa diretamente nas atividades que produzem o resultado fi-
desfazimento.1 nal. Ainda assim, o gerente de projeto visa manter o progresso e
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas a interação mútua progressiva dos diversos participantes do em-
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que preendimento, reduzindo assim o risco de fracasso do projeto, po-
descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de dendo arcar com qualquer ônus.
estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem
absorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção — Projetos e suas etapas
substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta O gestor de projetos utiliza várias técnicas, para manter o con-
compreensão do seu papel na logística e de como devem ser trole sobre o projeto do início ao fim, dentre as quais destacam-se:
gerenciados”. • Planejamento de projeto;
1Fonte: BRASIL Revista TECHOJE/Ttransportes, administração de • Análise de valor agregado;
materiais e distribuição física. Trad. Hugo T. Y. Yoshizaki/ FOINA, Paulo • Gerenciamento de riscos de projeto;
Rogério. Tecnologia de informação: planejamento e gestão/www. • Cronograma;
administradores.com.br /www.itsmnapratica.com.br/www.purainfo. • Melhoria de processo.
com.br – por DiegoDuarte/ por Rogerio Araujo)

273
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

Os gestores de projeto devem ser capazes de gerenciar várias No geral, o gerenciamento de projetos oferece inúmeras
tarefas simultaneamente, mantendo-se organizados e focados em vantagens para as empresas que buscam maneiras de otimizar as
seus objetivos. Eles também devem ter excelentes habilidades operações por meio de melhores processos de planejamento e
de comunicação para que possam colaborar efetivamente com execução, o que garante que os objetivos sejam atendidos dentro
membros da equipe de diferentes departamentos ou organizações do cronograma e das restrições orçamentárias estabelecidas pelos
que nem sempre concordam com as ideias ou abordagens uns dos tomadores de decisão acima deles, tornando-o elemento crucial
outros. necessário ao administrar os negócios, se desejar permanecer
A primeira etapa de qualquer plano de gestão de projeto bem- competitiva contra rivais competindo no mesmo espaço de
sucedido é criar uma estratégia eficaz que descreva o que precisa mercado.
ser feito para que as metas do projeto possam ser atendidas
com eficiência, sem ultrapassar o orçamento ou as restrições de GESTÃO DE PROJETOS
cronograma. Projetos
Isso inclui determinar quais tarefas precisam ser concluídas,
atribuir funções e responsabilidades entre os membros da equipe Antes de darmos início ao conteúdo de Gestão de Projetos, se
(bem como definir prazos), alocar recursos adequadamente (como faz necessário saber qual é o conceito da palavra “projeto”, segun-
tempo/orçamento da equipe) e estabelecer medidas de controle do o dicionário: projeto é um plano, um planejamento que se faz
de qualidade em todos os estágios de desenvolvimento para que com a intenção de realizar ou desenvolver alguma coisa, como por
quaisquer problemas potenciais sejam detectados logo no início, exemplo um projeto de lei.
antes que se tornem grandes problemas no futuro. Muitas vezes comentamos que estamos desenvolvendo um
Uma vez que esta base foi estabelecida, torna-se mais fácil para projeto, ou que temos ideias para fazer um projeto, mas vamos
todos os envolvidos na execução desses planos, pois agora há um observar alguns detalhes, seguindo o conceito utilizado pelo PMI
roteiro claro que eles podem seguir em direção ao sucesso! - Project Management Institute, que é um dos institutos mais con-
Finalmente, depois que tudo foi devidamente planejado, ceituados no mundo no assunto.
é importante que ocorram check-ins regulares entre as partes
interessadas e as equipes durante a implementação, para que o PMI - Project Management Institute2
progresso permaneça consistente e as informações atualizadas Fundado por Jim Snyder em 1969 com cinco voluntários nos
sobre mudanças/desafios enfrentados por aqueles que trabalham Estados Unidos. Hoje tem mais de 140.000 membros, e tornou-se a
diretamente nos projetos sejam comunicadas rapidamente. organização de maior credibilidade mundial na área de gerência de
Essas atualizações devem incluir tanto os sucessos alcançados projetos. Trata-se de uma associação, sem fins lucrativos, de profis-
quanto as áreas onde ainda podem ocorrer melhorias – permitindo sionais de gerência de projetos, é um fórum de excelência na área
que todos os envolvidos entendam melhor como as coisas estão de gerência de projetos, promovendo seu crescimento, divulgação,
em um determinado momento, o que ajuda a garantir que ninguém educação e valor nas organizações e praticantes.
seja abandonado quando ajustes precisam ser feitos devido a
circunstâncias imprevistas. Ter boas habilidades de gestão de Portanto, um projeto é uma iniciativa que é única de alguma
projetos ajudará a garantir uma execução mais suave em todo o forma, seja no produto que gera, seja no cliente do projeto, na lo-
ciclo de vida, levando a resultados mais bem-sucedidos em geral. calização, nas pessoas envolvidas, ou em outro fator. Isto diferencia
O benefício mais importante da gestão de projetos é a projetos de operações regulares de uma empresa, de uma forma
capacidade de economizar tempo e dinheiro, evitando atrasos mais simplista: a produção em série de margarinas é uma operação
ou erros desnecessários durante a conclusão de um projeto. Os da empresa, mas por outro lado, a criação de um móvel sob enco-
gestores de projeto usam vários métodos, como agendamento, menda é um projeto.
orçamento, alocação de recursos e avaliação de riscos, a fim de Dessa maneira, podemos afirmar que um projeto é um em-
maximizar a eficiência e minimizar os custos associados ao processo preendimento não repetitivo, caracterizado por uma sequência
de desenvolvimento do projeto. clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a
Isso ajuda as organizações a permanecerem dentro de seus atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas
orçamentos alocados, ao mesmo tempo em que garante resultados dentro de parâmetros pré-definidos de tempo, custo, recursos en-
de qualidade de todo o pessoal envolvido em cada etapa do volvidos e qualidade.
caminho até que a conclusão ocorra com sucesso, sem problemas
ao longo do caminho para o sucesso. Contextualizando!!
Além disso, a comunicação eficaz entre os membros da equipe Imagine que você tenha uma ideia para um novo produto a ser
também desempenha um papel importante quando se trata de lançado no mercado, e que você queira discutir recursos para finan-
gerenciar projetos de forma eficaz. Por meio de reuniões regulares, ciar o desenvolvimento deste negócio. Para isso, você provavelmen-
plataformas de colaboração online ou outras formas de mídia te irá desenvolver um plano de negócios, que conterá informações
digital, os membros da equipe podem compartilhar ideias mais sobre o produto em si, sobre as forças do mercado que agirão so-
rapidamente, o que torna a solução de problemas muito mais fácil. bre este negócio (clientes, concorrentes, fornecedores, etc) irá fazer
uma análise Swot, para a identificação de oportunidades e amea-
Com atualizações oportunas de colegas sobre o progresso ças, pontos fortes e pontos fracos, apresentará planilhas financei-
feito nas tarefas atribuídas, ajudará a manter todos alinhados com ras, montará um plano de marketing, irá mostrar o diferencial do
as metas estabelecidas no início, levando ao sucesso final após a seu produto de seu negócio, e etc. É possível dizer que a criação
conclusão da data de vencimento, conforme planejado antes do deste documento completo é um projeto, mas o conteúdo do
início. 2 www.pmi.org

274
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

documento em si não, uma vez que se trata de um negócio novo, c) O PMBOK não é um conjunto de todas as práticas de geren-
e salvo exceções, negócios são feitos para durar por um prazo inde- ciamento de projeto (O PMBOK somente registra aquelas reconhe-
terminado, não para terem um fim em um determinado momento. cidas como boas práticas).

Gerenciar um projeto é atuar de forma a atingir os objetivos Gerenciamento de Projetos


propostos dentro de parâmetros de qualidade determinados, obe-
decendo a um planejamento prévio de prazos (cronograma) e cus- A administração de um projeto é o processo de tomar decisões
tos (orçamento). que envolvem o uso de recursos, para realizar atividades temporá-
Depois de elaboradas as metas e as restrições de recursos e rias, com o objetivo de fornecer um resultado, esse resultado pode
tempo, cabe ao gerente de projetos garantir que ele alcance aos ser um produto físico, conceito, ou evento, ou, em geral, uma com-
objetivos propostos, muitas empresas estão adotando a estrutura binação desses três elementos.
de projetos no seu dia a dia. Conhecer e aplicar os princípios e as técnicas da administração
Que vai desde a concepção de um novo software até a implan- de projetos são habilidades importantes para todas as pessoas que
tação dos procedimentos de atendimento a clientes, desde a cons- se envolvem com projetos.
trução de uma ponte até a revisão dos processos de venda com
vistas a aumentar a taxa de fechamento de negócios, muitos em- Gestão de projetos é: Aplicação de conhecimentos, habilida-
preendimentos no seio das organizações se enquadram na classe des, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de alcan-
de projetos. çar seus objetivos.

PMP - Project Management Professional O gerenciamento de um projeto varia muito em termos de fi-
nalidade, complexidade e volume de recursos empregados. Apesar
Refere-se ao certificado da competência do indivíduo como Ge- das variações, os princípios de administração que devem ser utiliza-
rente de Projetos, fornecido pelo PMI, diferencia o profissional do dos são sempre os mesmos.
praticante de gerência de projetos. A administração de projetos é uma técnica, ou um conjunto de
técnicas, que se aplica a determinadas situações, essa aplicação de-
Critérios para ter uma Certificação PMP: pende tanto da natureza intrínseca da situação quanto de escolha
- Entidade certificadora. consciente. A tarefa básica da administração de projetos é assegu-
- Concordar com o código de ética rar a orientação do esforço para um resultado, e controlar custos e
- Prestar exame acertando mais de 70% (200 questões) prazos é condição básica para realizar o resultado.
- Formação e ter experiência profissional (Graduados com mais
de 4.500 horas em GP e não graduados, mas com 7.500 horas de Passo-a-passo para gerenciar um Projeto
experiência em GP) Nos mais diversos setores, a abordagem de gerenciamento de
projetos está ganhando terreno por permitir um melhor uso dos
PMBOK Guide (Guia PMBOK) recursos para se atingir objetivos bem definidos pela organização.
Sabendo da importância de se gerenciar bem um projeto, vamos
Project Management Body of Knowledge ver os passos que levam a melhorar as habilidades de gerenciamen-
Trata-se de um documento contendo técnicas, métodos e to de projeto.
processos relativos a Gerência de Projetos, o Guia PMBOK tem
como objetivo identificar um subconjunto dos conhecimentos de Tudo começa com a contratação de uma empresa para tocar o
gerenciamento de projetos que são amplamente reconhecidos projeto ou a definição dos colaboradores internos que integrarão a
como boa prática. equipe de projeto. Num dia determinado, inicia-se o projeto. Este
É necessário entender alguns termos da definição anterior: momento deve ser formalizado com um documento que se chama
Identificar é sinônimo de visão geral. Amplamente reconhecido sig- de “termo de início do projeto”.
nifica que é aplicável na maior parte do tempo e que existe um con- Em projetos maiores, deve ser um documento assinado pelos
senso em relação a sua utilidade. Boa prática é aquela que pode au- patrocinadores e pelo gerente do projeto.
mentar as chances de sucesso numa ampla gama de projetos, note Para projetos menores, pode ser um e-mail que o gerente envia
que o fato de ser boa prática não implica ser de uso obrigatório. aos patrocinadores, copiando aos demais envolvidos, para notificar
O PMBOK é geral e por isso pode ser aplicado a qualquer tipo que naquele momento se inicia o projeto e todos estão envolvidos
de projeto, e em todas as suas fases, do seu clico de vida, esse guia com a sua execução.
tem um papel importante de promover um vocabulário relacionado Podemos considerar projetos como um conjunto de atividades
ao gerenciamento de projetos. ou medidas planejadas para serem executadas com:
a) Responsabilidade de execução definida;
O que não é o PMBOK? b) Objetivos determinados;
a) O PMBOK não é uma metodologia (O PMBOK não diz como c) Abrangência ou escopo definida;
fazer. É uma referência básica); d) Prazo delimitado; e
b) O PMBOK não é um conjunto de todos os conhecimentos de e) Recursos específicos.
gerenciamento (O PMBOK registra apenas um subconjunto deste
conhecimento).

275
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

Os projetos são desenvolvidos nas organizações com os objetivos de desenvolver novos produtos ou serviços, aprimoramento de
produtos ou serviços já existentes na empresa, alteração ou nova implementação na estrutura organizacional, implementação de um novo
procedimento organizacional, estudo da viabilidade de um investimento ou mudança na produção.
No planejamento do projeto é necessário identificar as necessidades que existem a ser atendidas por meio de um novo projeto. Os
objetivos devem ser muito bem elaborados, de forma clara e realizável. Faz-se necessário estimar os conflitos, tempo e custo do projeto,
e promover adaptações.
O objetivo central da gestão de projetos é alcançar o controle adequado do projeto, de modo a assegurar sua conclusão no prazo e
orçamento determinado, obtendo a qualidade determinada.

Processos de Gerenciamento e Etapas do projeto

O gerenciamento de projetos, de acordo com o PMBOK (Project Management Body of Knowledge), é realizado por meio da aplicação
e da integração de processos que se relacionam com a descrição, a organização e a finalização do trabalho do projeto.
Assim, os processos de gerenciamento de projetos são agrupados em cinco categorias conhecidas como grupos de processos de ge-
renciamento de projetos (ou grupos de processos), os quais serão representados na tabela a seguir:

ETAPAS DO PROJETO
É a etapa inicial em que se define o projeto, as necessidades são identificadas, autorização do projeto
1. Processos de Iniciação
é feita, e em geral é uma etapa que deve ser desenvolvida em uma reunião de brainstorming.
Nessa etapa é definido o objetivo do projeto, planejam-se as ações necessárias para atingir os objeti-
vos e o escopo para o qual se propõe o projeto, além de serem desenvolvidos planos auxiliares para
2. Processos de Planeja-
gestão do projeto. São processos interativos de definição e refinamento de objetivos e escolha dos
mento
melhores caminhos para atingir os resultados. O resultado do planejamento é uma lista de tarefas e/
ou um gráfico de Gantt/Cronograma.
A integração das pessoas e os outros recursos para colocar em prática o plano do projeto, é nessa
3. Processos de Execução
etapa que ocorre a maior parte do esforço/dispêndio do projeto.
Aqui ocorre em paralelo ao processo de execução. Mede e monitora o desempenho do projeto para
4. Processos de Monitora-
identificar variações em relação ao planejado para que ações corretivas sejam disparadas quando
mento e Controle
necessário, garantindo que os resultados do período sejam alcançados.
Formaliza a aceitação do projeto, serviço ou resultado e o fechamento formal do contrato. Analisa a
5. Processos de Encerra- evolução do projeto para que erros não se repitam no futuro, além disso, também é importante iden-
mento tificar os acertos para que eles voltem a acontecer em outros projetos. Atualizar a base de conheci-
mento de lições aprendidas.

As etapas do processo são ligadas pelos resultados que produzem: o resultado de um processo frequentemente é a entrada de outro.
Uma saída com falhas pode comprometer a entrada de processos dependentes. As cinco etapas de processos possuem conjuntos de ações
que se bem aplicadas e planejadas garantem a taxa de sucesso do projeto. Outro destaque é que o Guia PMBOK deixa bem claro que os
grupos de processos não são fases do ciclo de vida do projeto (as quais são apenas início, meio e fim).

Programa e Portfólio

Programa é um grupo de projetos relacionados gerenciados de modo coordenado para capitalização de benefícios maiores do que
seriam obtidos se os projetos fossem gerenciados individualmente. Por exemplo, um veículo lançador de satélite precisa de diversos pro-
jetos relacionados para que este veículo vá para o espaço. Esse veículo precisaria de um projeto mecânico, um projeto de mobilidade, um
projeto de engenharia mecânica, etc, que precisa ser gerenciado de modo relacionado para que o projeto como um todo dê certo.

Uma empresa pode ter projetos isolados sem pertencer a um programa, porém um programa precisa possuir projetos para existir. Para
participar de um programa, um projeto precisa ter uma relação forte entre cada um. Por exemplo, um programa que é divido por clientes
não é um programa, apenas isso não caracteriza um programa. Todo projeto precisa estar inter-relacionado.

Um Portfólio pode ter programas, projeto isolados, operações, etc. Um Portfólio é tudo que a empresa faz. No entanto, isso não impe-
de que a empresa tenha diferentes portfólios como, por exemplo, uma empresa do setor de energia que tem um portfólio com tudo que
diz respeito à energia eólica, outro portfolio com tudo relacionado à energia derivada do petróleo, etc. Uma empresa também poderia ter
um portfólio maior com portfolios menores.

276
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

os criadores dessas classes, essas são as duas classes comuns para


todas as atividades de suporte organizacional. As restantes turmas
estão abertas na sequência de eventos documentais administrados
pela organização.

Aplicação do Código de Classificação de Documentos de


Arquivo
A classificação é um importante processo de gestão de
documentos em arquivos, pois a classificação faz parte da eficiência,
controle e agilidade da gestão da informação. Duas etapas
caracterizam a aplicação do Código de Classificação: Classificação
e Arquivamento.

a) Classificação
Primeiro, este procedimento deve ser executado por servidor
treinado e capaz. O processo de classificação é lento porque cada
Figura: Divisão de uma empresa em Portfólios, Projetos e Pro- documento deve ser lidado para aplicar o código de classificação
gramas (ESTUDO). Quando as informações se referem a dois ou mais
tópicos um mecanismo conhecido como referência cruzada é usado
A figura acima ilustra uma possível divisão de uma empresa em documentos de referência. Esta folha é colocada na pasta ou
através de Portfólios, Programa e Projetos. Uma situação interes- pastas onde a referência é menor e por isso o documento vai ocupar
sante de observar na figura é que no topo da hierarquia temos um o lugar onde é de maior importância. A codificação é importante
Portfólio que é dividido em Programa e um Projeto isolado. Ressal- durante a categorização pois revisa os códigos usados ​​e os corrobora
ta-se que isso pode ocorrer, ou seja, a empresa possui um Progra- registrando o código na primeira página do documento.
ma com projetos relacionados e um Projeto isolado que está sendo
conduzido. b) Arquivamento
Uma vez classificado o documento este deve ser encaminhado
TÉCNICAS DE ARQUIVO ao seu destino: processamento ou expedição final. A finalidade
do arquivo é preservar a ordem estabelecida pelos códigos
aplicados na fase de classificação (Princípio da ascendência para
Um arquivo são coleções de documentos criados e acumulados agilizar o arquivo. Uma característica fundamental do processo de
por entidades coletivas. público ou privado indivíduos ou famílias arquivamento é a questão do uso do espaço (praticamente todos
durante as atividades independentemente da natureza da mídia. os arquivos modernos sofrem com isso). Assim, neste processo,
interessa-nos saber se existem réplicas ou documentos que falem
— Código de Classificação de Documentos de Arquivo sobre o mesmo assunto enviado para reciclagem.
É tido como principal instrumento para a classificação dos
documentos no Arquivo Corrente ou na massa documental. A Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivo da
ordem estabelecida é baseada no agrupamento de documentos de Atividades-Meio da Administração Pública
um mesmo tema, com a preocupação de agilizar o recolhimento, Na necessidade de tomar providências que determinam a
transferência e o acesso ao documento. atitude a ser tomada com os documentos em relação à conservação,
Para a administração pública federal o modo de classificação destinação intermediária ou permanente de acordo com o valor
adotado foi o Método de Classificação Decimal (técnica de Melvil secundário que figuram para a sociedade é necessária a elaboração
Dewey). As dez principias são representadas por números inteiros de uma Tabela Temporária.
com três algarismos: Classe 100; Classe 200; Classe 300; Classe 400;
Classe 500; Classe 600; Classe 700; Classe 800; Classe 900. a) Disposição da Tabela de Temporalidade
Essas classes podem ser divididas em subclasses, que podem Em sua estrutura básica são encontrados os prazos de guarda
ser divididas em grupo, que podem ser divididas em subgrupos. Os na fase corrente e intermediária, e sua destinação final além de
números sempre estarão se submetendo a uma subordinação ao observações para maior entendimento.
anterior. Vejamos:
Classe 000 b) Elaboração da Tabela de Temporalidade
Subclasse 010 O Princípio das Três Idades é fundamental, pois ele rege
Grupo 012 toda a vida da informação, atendendo as necessidades da Tabela
Subgrupo 012.11 de Temporalidade. Para a determinação do caráter primário ou
secundário é necessário a verificação se a informação tem caráter
Neste plano de Classificação, estão atribuídas às classes 000 administrativo ou probatório/informativo, respectivamente.
e 900 as respectivas disciplinas: Administração Geral e Diversos. Em seguida vem a formação de uma Comissão Permanente de
Apesar dessas definições essas duas classes podem mudar no Avaliação. Essa Comissão levantará dados sobre as atividades
contexto de subclasses, grupos e subgrupos. Mudanças que podem desenvolvidas pela Administração Geral e suas subsidiárias afim
aumentar ou diminuir informações. Essas duas classes estão de determinar o melhor período de tempo que documento dever
incluídas no modelo do esquema de classificação. Porque, segundo permanecer em cada fase.

277
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

c) Aplicação da Tabela de Temporalidade


Os usuários da tabela de temporalidade têm orientações e explicações dentro da própria tabela. A principal preocupação na
aplicação de um cronograma é verificar a propriedade firme dos materiais de arquivo. Esta é a principal mudança pela qual o arquivo está
trespassando hoje.
A utilização da tabela fica comprometida porque muitos arquivos não possuem um arquivista de nível superior, ou seja, um responsável
que não possui curso, muitas vezes é incompatível com o uso do plano de Classificação, ou a aplicação da tabela de Temporalidade,
violando a ênfase do arquivo: a organicidade.
A tabela de temporalidade é uma forma de gerenciar o fluxo de documentos em cada etapa. Na fase atual, o valor principal é o
importante. Na fase intermediária, o valor primário perde sua importância e seu valor secundário é investigado e é dado um período de
guarda (para possível investigação). depois é eliminado ou colocado em custódia permanente (quando é verificado o seu valor secundário).
Com base nesses princípios, a Tabela de Temporalidade estabelece por quanto tempo o documento deve permanecer na fase corrente e
intermediária ou se será alienado ou colocado em custódia definitiva.

GESTÃO DE DOCUMENTOS, DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO

Através da gestão de documentos podemos fazer um correto arquivamento. Ela surgiu a partir da necessidade das organizações em
gerenciar a informação que se encontrava desestruturada, visando facilitar o acesso ao conhecimento explícito da corporação.
Pode ser considerada como um conjunto de soluções utilizadas para assegurar a produção, administração, manutenção e destinação
dos documentos possibilitando fornecer e recuperar as informações contidas nos documentos de uma maneira conveniente. (SANTOS,
2002).

No Brasil, a gestão documental é regulamentada na Lei nº 8.159/91 que “Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e pri-
vados e dá outras providências”.

A Gestão de documentos trata-se de um conjunto de medidas e rotinas que garante o efetivo controle de todos os documentos de
qualquer idade desde sua produção até sua destinação final (eliminação ou guarda permanente), com vistas à racionalização e eficiência
administrativas, bem como à preservação do patrimônio documental de interesse histórico-cultural. Pressupõe-se, portanto, uma inter-
venção no ciclo de vida dos documentos desde a sua produção até serem eliminados ou recolhidos para guarda definitiva.
Um programa geral de gestão compreende todas as atividades inerentes às idades corrente e intermediária de arquivamento, o
que garante um efetivo controle da produção documental nos arquivos correntes (valor administrativo/vigência), das transferências aos
arquivos centrais/intermediários (local onde os documentos geralmente aguardam longos prazos precaucionais), do processamento das
eliminações e recolhimentos ao arquivo permanente (valor histórico-cultural).

Ciclo de vidas de um documento


• Correntes: conjunto de documentos atuais, em curso, que são objeto de consultas e pesquisas frequentes.
• Temporários: conjunto de documentos oriundos de arquivos correntes que aguardam remoção para depósitos temporários.
• Permanentes: conjunto de documentos de valor histórico, científico ou cultural que devem ser preservados indefinidamente.
O termo arquivo morto, o que caracteriza um erro dentro do estudo da arquivística. Documentos que não são consultados com frequ-
ência, mas que possuem valor, devem ser classificados como Documentos Permanentes.

1ª IDADE
– Documentos vigentes, frequentemente consultados
ARQUIVO CORRENTE
– Final de vigência; documentos que aguardam prazos longos de prescrição ou
2ª IDADE
precaução;
– Raramente consultados;
ARQUIVO INTERMEDIÁRIO E/OU CENTRAL
– Aguardam a destinação final: eliminação ou guarda permanente.
3ª IDADE
– Documentos que perderam a vigência administrativa, porém são providos de
valor secundário ou histórico-cultural
ARQUIVO PERMANENTE

278
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

IDADE DO DURAÇÃO FREQUÊNCIA DE LOCAL DE


VALOR
DOCUMENTO MÉDIA USO / ACESSO ARQUIVAMENTO
– Documentos vigentes
Imediato – Muito consultados Arquivo Corrente
ADMINISTRATIVA Cerca de 5 anos
ou Primário – Acesso restrito ao organismo (próximo ao produtor)
produtor
– Documentos vigentes
I – Primário – Regularmente consultados Arquivo Central
5 + 5 = 10 anos
reduzido – Acesso restrito ao organismo (próximo à administração)
produtor
INTERMEDIÁRIA II – Primário – Documentos vigentes
10 + 20 = 30 anos
mínimo – Prazo precaucional longo
Arquivo intermediário (exte-
– Referência ocasional
rior à Instituição ou anexo ao
III – Secundário – Pouca frequência de uso
30 + 20 = 50 anos Arquivo Permanente)
potencial – Acesso público mediante autori-
zação
– Documentos que perderam a
vigência Arquivo Permanente ou
HISTÓRICA Secundário Definitiva
– Valor permanente Histórico
– Acesso público pleno

Os três momentos de gestão são fáceis de serem reconhecidos e não são consecutivos. Eles são:
1. Produção dos documentos: elaboração de formulários, implantação de sistemas de organização da informação, aplicação de novas
tecnologias aos procedimentos administrativos.
2. Manutenção e uso: implantação de sistemas de arquivo, seleção dos sistemas de reprodução, automatização do acesso, mobiliário,
materiais, local.
3. Destinação final dos documentos: programa de avaliação que garanta a proteção dos conjuntos documentais de valor permanente
e a eliminação de documentos rotineiros e desprovidos de valor probatório e informativo.

A avaliação de documentos de arquivo é uma etapa decisiva no processo de implantação de políticas de gestão de documentos, tanto
nas instituições públicas quanto nas empresas privadas. Consiste fundamentalmente em identificar valores e definir prazos de guarda para
os documentos de arquivo, independentemente de seu suporte ser o papel, o filme, a fita magnética, o disquete, o disco ótico ou qualquer
outro.
Para a implantação do processo de avaliação de documentos é necessário seguir os seguintes passos:
1) Constituição formal da Comissão de Avaliação de Documentos, para garantir a legitimidade e autoridade à equipe responsável;
2) Elaboração de textos legais ou normativos que definam normas e procedimentos para o trabalho de avaliação;
3) Estudo da estrutura administrativa do órgão e análise das competências, funções e atividades de cada uma de suas unidades;
4) Levantamento da produção documental: entrevistas com funcionários, responsáveis e encarregados, até o nível de seção, para
identificar as séries documentais geradas no exercício de suas competências e atividades;
5) Análise do fluxo documental: origem, pontos de tramitação e encerramento do trâmite;
6) Identificação dos valores dos documentos de acordo com sua idade: administrativo, legal, fiscal, técnico, histórico;
7) Definição dos prazos de guarda em cada local de arquivamento.

Gestão eletrônica de documentos (GED)


A gestão eletrônica de documentos (GED) surge como mais uma ferramenta considerada importante e imprescindível para o gerencia-
mento da massa documental. Ela gerencia não apenas documentos digitais, e sim todo e qualquer documento, independente do suporte
físico.
Para sua implantação, o primeiro passo é criar a infraestrutura necessária: cabeamento, aquisição de servidor, microcomputadores,
instalação de redes, aquisição de softwares específicos para cada área etc. Em seguida treinar toda a equipe de usuários, para enfim, pro-
ceder aos trabalhos de recebimento, registro, indexação, controle e arquivamento dos documentos.
Vantagens da GED:
– Interação entre sistemas como correio eletrônico e mensagens instantâneas;
– Aumento da disseminação da informação, através do acesso múltiplo a um documento digitalizado;
– Redução de custos com reprografia, duplicidade e extravio;
– Rapidez no acesso à informação;
– Agilidade no atendimento;
– Informações mais precisas;
– Redução da área física.

279
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

Podem ser dados acessíveis sobre uma determinada obra registro


DOCUMENTOS DIGITAIS; FUNÇÕES E ATIVIDADES DO de uma biblioteca, ou mesmo informações técnicas subtraídas de
SETOR DE PROTOCOLO uma fotografia digital (data da criação, tipo de câmera utilizada, for-
mato, tamanho do arquivo, diagrama de cores, entre outros).
Definição
Conjunto de operações especializadas, próprio do sistema de O protocolo de um arquivo é um serviço auxiliar responsável
gerenciamento arquivístico de documentos, processado pela com- pelo controle tanto das correspondências recebidas por uma insti-
putação. Pode englobar desde um software específico a uma deter- tuição tanto pelo trâmite dos documentos produzidos pela mesma.
minada quantidade de softwares conectados, ou a uma conciliação Não há um padrão para a execução da função exercida pelo
destes. É executável em sistemas que fazem uso de documentos protocolo. No entanto, alguns parâmetros são utilizados para a ges-
digitais ou físicos (sistemas híbridos) e suas principais operações tão desse serviço. No que tange às correspondências temos as se-
são: controle de versões, captura de documentos, controle sobre a guintes atividades:
destinação e os prazos de guarda, aplicação do plano de classifica- Recebimento: receber a correspondência ou outros materiais,
ção, armazenamento seguro e garantia ao acesso e à preservação a separar os particulares dos oficiais, distribuir as correspondências
médio e longo prazo de arquivos físicos e digitais autênticos e con- particulares, separar as correspondências oficiais ostensivas das si-
fiáveis. gilosas. Abrir, ler, verificar a existência de antecedentes, analisar e
classificar as correspondências ostensivas;
Documentos digitais Classificação: analisar ou interpretar o conteúdo do documen-
Um SIGAD compreende todos os tipos de documentos arqui- to, determinar o assunto do mesmo e enquadrá-lo no plano de clas-
vísticos digitais de uma instituição, como arquivos de imagens (fo- sificação de documentos adotado pela instituição;
tografias e vídeos), textos, registros sonoros, correspondência ele- Registro: colocar o carimbo com a data, número e outras infor-
trônica, banco de dados e páginas da Internet. mações que o documento deve receber;
Recibo de entrega: entregar as correspondências ou outros
Requisitos: materiais mediante recibo;
• Captura, armazenamento, indexação e recuperação integral Expedição: receber a documentação expedida pelos setores da
dos elementos digitais do documento de arquivo como uma unida- instituição para envio, datar original e cópias, expedir o original e
de complexa devolver a cópia ao setor responsável;
• Captura, armazenamento, indexação e recuperação integral Atendimento: prestar informações de sua área de competên-
dos documentos de arquivo cia, bem como realizar empréstimos.
• Gerenciamento dos documentos arquivísticos com base do
plano de classificação para sustentar o vínculo orgânico entre do- No que se refere aos documentos produzidos e recebidos pela
cumentos instituição em decorrência de suas atividades, são atribuições do
• Exportação dos documentos para transferência e recolhimen- protocolo:
to Análise do conteúdo: verificar a existência de despachos em
• Armazenamento confiável para assegurar a autenticidade dos todos os documentos que chegar ao setor;
documentos Conservação para preservação: retirar o excesso de objetos
• Implementação dos metadados relacionados aos documen- metálicos (grampos, clips) e se for imprescindível o uso dos mes-
tos para descrever as circunstâncias desses próprios documentos mos, tentar, dentro do possível substituir todos os objetos metáli-
• Integração entre documentos convencionais e documentos cos por objetos de plásticos;
digitais Análise da classificação: avaliar se a classificação atribuída está
• Armazenamento confiável para assegurar a autenticidade dos correta (principalmente em caso de pedido de arquivamento defi-
documentos nitivo) retificando-a, se for o caso;
• Aplicação de tabela de destinação e periodicidade Arquivamento: arquivar o documento de acordo com os crité-
• Ferramentas para gerenciamento de estratégias de preserva- rios adotados;
ção dos documentos Empréstimo: talvez a mais “especial” das atividades arquivísti-
• Análise e triagem dos documentos para recolhimento e pre- cas, afinal, essa é uma das essências da criação dos arquivos.
servação dos materiais de valor permanente Controle de empréstimo: controlar através de ficha manual ou
sistema.
Metadados
Em uma simples definição, metadados constituem dados so- CAPACIDADE DE ANÁLISE DE DADOS
bre outros dados. Em outras palavras, são informações ordenadas
que dão suporte à identificação, à descrição, ao gerenciamento, à
localização, ao entendimento e à conservação de documentos digi- A capacidade de análise de dados refere-se ao conjunto de ha-
tais, além de simplificar a interação e comunicação entre sistemas bilidades necessárias para coletar, processar e interpretar informa-
armazenadores. Os metadados são fundamentais para a comunica- ções, geralmente em grandes volumes, com o objetivo de extrair
ção entre computadores, mas também podem ser decifrados pela insights, tomar decisões informadas ou criar estratégias baseadas
inteligência humana. Quaisquer dados descritivos de um documen- em evidências. Com o advento da era digital, o volume de dados
to convencional ou eletrônico, sobre autor, data e local de criação, disponíveis explodiu, tornando a análise de dados uma competên-
informação contida, dimensões e forma, constituem os metadados. cia essencial em muitos campos profissionais.

280
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

2. (FITO - ANALISTA DE GESTÃO - SERVIÇOS DE APOIO - VUNESP


Importância da Análise de Dados: – 2020)
– Tomada de decisão baseada em evidências: em vez de base- O arquivo corrente representa o conjunto de documentos es-
ar-se apenas em intuição ou suposições, as decisões informadas por treitamente vinculado aos objetivos imediatos para os quais foram
dados tendem a ser mais precisas e eficazes. produzidos ou recebidos, de uso frequente, normalmente mantidos
– Identificação de tendências e padrões: a análise de dados com seus produtores, com valor administrativo, fiscal e legal. O va-
pode revelar padrões ocultos, prever tendências futuras ou identifi- lor legal representa
car oportunidades e ameaças no mercado. (A) o que o documento significa para a atividade administrativa
– Otimização de processos: Através da análise de dados, é pos- do órgão ou entidade, na medida em que informa, fundamenta
sível identificar gargalos, ineficiências ou áreas de melhoria em di- ou prova seus atos.
versos processos, desde a manufatura até o marketing. (B) o valor que o documento possui perante a lei para compro-
var um fato ou constituir um direito.
Habilidades Associadas à Análise de Dados: (C) o próprio valor atribuído a documentos ou arquivos para
– Conhecimento em Estatística: compreender conceitos esta- comprovação de operações financeiras ou fiscais.
tísticos fundamentais, como média, mediana, desvio padrão e cor- (D) a importância de documentos registrados no passado que
relação, é essencial para interpretar dados de forma correta. ajudam a formalizar e a identificar a história de uma pessoa, de
– Domínio de ferramentas de análise: Softwares como Excel, R, uma cidade, de um país.
Python, SAS e ferramentas de visualização, como Tableau e Power (E) tudo o que ser humano produziu desde os seus primórdios.
BI, são instrumentos valiosos para analistas de dados.
– Pensamento crítico: além de simplesmente processar dados, 3. (CRMV-AM - AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FINANCEIRO -
é vital questionar a sua origem, qualidade e significado, garantindo QUADRIX – 2020)
assim análises mais precisas e confiáveis. Quanto ao serviço de protocolo e arquivo, julgue o item.
– Comunicação eficaz: a habilidade de traduzir análises com- Os arquivos privados são conjuntos de documentos produzidos
plexas em informações compreensíveis para outros departamentos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de
ou stakeholders é crucial. âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, em de-
corrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias.
Desafios na Análise de Dados: ( ) Certo
– Qualidade dos dados: dados imprecisos ou corrompidos po- ( ) Errado
dem levar a análises errôneas. A limpeza e o tratamento de dados
são etapas fundamentais no processo analítico. 4. (CRN - 2° REGIÃO (RS) - SECRETÁRIA ADMINISTRATIVA -
– Volume de dados: o termo “Big Data” reflete o desafio de QUADRIX – 2020)
lidar com volumes imensos de informações, o que requer capacida- Julgue o item no que se refere à organização e às noções de
de computacional e metodologias específicas. arquivamento.
– Viés e Subjetividade: é vital estar ciente dos vieses inerentes Arquivo é um conjunto de documentos produzidos e acumu-
aos dados ou ao analista para evitar conclusões distorcidas. lados por uma entidade coletiva, pública ou privada, que tem por
A capacidade de análise de dados tornou-se um pilar no mundo finalidade a custódia, o processamento técnico, a conservação e o
contemporâneo, abrangendo setores desde a saúde até o varejo. O acesso a documentos.
domínio dessas habilidades não só permite a otimização de opera- ( ) Certo
ções, mas também a inovação e a diferenciação em um mercado ( ) Errado
competitivo. À medida que o mundo continua a gerar dados a um
ritmo sem precedentes, a demanda por profissionais capacitados 5. (PREFEITURA DE SÃO BENTO DO SUL - SC - AUXILIAR ADMI-
em análise de dados só tende a crescer. NISTRATIVO - INSTITUTO AOCP – 2019)
Conforme a Lei nº 8.159/91, que dispõe sobre a política nacio-
nal de arquivos públicos e privados, é/são considerado(s) Arquivo(s)
QUESTÕES Municipal(is):
(A) o Arquivo do Poder Executivo e o do Poder Judiciário.
1. (CÂMARA DE BELO HORIZONTE/MG - ARQUIVISTA – CON- (B) o Arquivo do Poder Executivo e o do Poder Legislativo.
SULPLAN /2018) (C) o Arquivo do Poder Legislativo e o do Poder Judiciário.
O princípio arquivístico segundo o qual o arquivo deve conser- (D) o Arquivo Nacional.
var o arranjo dado pela entidade que o produziu é entendido como
(A) organicidade. 6. (CREFONO-5° REGIÃO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – QUA-
(B) ordem original. DRIX – 2020)
(C) cumulatividade. A respeito do arquivamento de documentos, julgue o item.
(D) territorialidade. No método alfabético de arquivamento, os nomes estrangeiros
são considerados pelo último sobrenome, com exceção dos espa-
nhóis e dos orientais.
( ) Certo
( ) Errado

281
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

7. (CREFONO-5° REGIÃO - AUXILIAR ADMINISTRATIVO - QUA- (C) temporalidade, eis que todo o projeto possui início e fim
DRIX – 2020) determinados.
O protocolo faz parte das rotinas relacionadas à gestão de do- (D) especialidade, demandando a condução por especialistas
cumentos. Acerca desse assunto, julgue o item. externos à organização.
A distribuição de documentos, que é uma atividade de proto- (E) excepcionalidade, o que afasta a possibilidade de execução
colo, não é exercida de forma exclusiva, pois se trata de tarefa de concomitante de mais de um projeto.
todos os setores da organização.
( ) Certo 11. : IBADE - 2023 - RBPREV - AC - Analista Previdenciário (qual-
( ) Errado quer área de formação)
Em um ambiente de trabalho colaborativo, um analista previ-
8. (CISPAR - PR - AUXILIAR ADMINISTRATIVO - FAFIPA – 2020) denciário é constantemente desafiado a interagir com muitas pes-
A gestão de documentos compreende três fases (Produção, soas distintas. Com base nisso, identifique a alternativa que des-
Utilização e Destinação). Assinale a alternativa que apresenta uma creve uma abordagem adequada para lidar com diferentes tipos de
atividade que pertence à fase Utilização: personalidade.
(A) Determinar o prazo de guarda. (A) Adotar uma abordagem unilateral, adaptando-se ao estilo
(B) Definir os documentos que serão objeto de arquivamento de personalidade do outro indivíduo, a fim de evitar conflitos
permanente e os que deverão ser eliminados. e promover uma atmosfera harmoniosa no ambiente de tra-
(C) Elaborar normas de acesso. balho.
(D) Criação de documentos. (B) Utilizar um estilo de comunicação mais padronizado a fim
(E) Prevenir para que documentos não essenciais não sejam de manter a objetividade e neutralidade nas interações pro-
produzidos. fissionais.
(C) Reconhecer e valorizar a diversidade de personalidades,
9. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional de Nível Universitário Jr adaptando o estilo de comunicação e abordagem de acordo
Engenharia Elétrica - NC-UFPR/2019) com as características individuais, promovendo uma comunica-
Projeto é um esforço temporário para criar um produto ou ção mais eficaz e construtiva.
serviço único, tendo início e fim bem definidos. Com relação (D) Limitar as interações com personalidades diferentes, focan-
ao assunto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as do apenas nas tarefas profissionais, a fim de evitar conflitos e
seguintes afirmativas: preservar a eficiência no ambiente de trabalho.
(___) O gerenciamento de recursos humanos em projetos re- (E) Evitar o confronto direto com personalidades desafiadoras,
quer habilidades e deve considerar três focos básicos: o admi- buscando sempre a aprovação e o consenso dos colegas de tra-
nistrativo, o gerencial e o de desenvolvimento. balho para manter um ambiente de trabalho pacífico.
(___) O ciclo de vida de um projeto inclui seis fases: início, pla-
nejamento, execução, controle, monitoramento e encerramen- 12. FURB - 2023 - Prefeitura de Timbó - SC - Contador
to. Desenvolver boas relações humanas no ambiente de trabalho
(___) No método do diagrama de setas (MDS), são usados qua- é essencial para a saúde das organizações. Afinal, passamos grande
tro tipos de dependências para definir a sequência entre as ati- parte de nossas vidas no trabalho, onde precisamos conviver com
vidades: dependências obrigatórias, dependências arbitradas, os mais diferentes tipos de pessoas.
dependências internas e dependências temporais. Por isso, é importante compreender que as relações humanas
(___) A EAP organiza e define o escopo total do projeto, agru- no ambiente de trabalho vão muito além das hierarquias e pro-
pando o trabalho do projeto em macroatividades, o que facilita cessos. Inclusive, quando não há harmonia entre a equipe, podem
o gerenciamento. ocorrer episódios de desentendimento, estresse, desmotivação e
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de dificuldades na hora de realizar o trabalho em equipe.
cima para baixo. É importante ter em mente que os esforços não podem partir
(A) V – F – V – V. unicamente dos colaboradores ou da instituição. É necessário que
(B) F – V – F – V. ambos trabalhem em conjunto para construir um clima organiza-
(C) F – V – V – V. cional confortável para todos. Algumas atitudes que os funcionários
(D) V – F – V – F. podem tomar, de formar individual, dentro do ambiente de traba-
(E) V – F – F – F. lho, são: respeitar os colegas e superiores, sabendo lidar com quem
pensa diferente; evitar de todas as maneiras a fofoca; ser colabora-
10. (Prefeitura de Recife/PE - Assistente de Gestão Pública - tivo, sabendo ouvir e ajudar os demais; apresentar soluções para os
FCC/2019) problemas de convívio.
No que concerne à gestão por projetos, o primeiro ponto a se Fora isso, ainda existem os esforços da instituição no desen-
ter em mente é que nem toda a atividade desempenhada por uma volvimento de um bom ambiente de trabalho, para que as relações
organização caracteriza-se como um projeto. Nesse contexto, cons- de seus colaboradores sejam harmoniosas. Uma vez que a estrutu-
titui requisito fundamental para a caracterização de uma atividade ra de uma organização reflita muito em como seus colaboradores
como projeto a se comportem, os valores e a cultura dessa organização tornam-se
(A) materialidade, eis que todo o projeto deve produzir um re- mais fortes, criando maior comprometimento e seriedade entre os
sultado financeiro imediato seus membros.
(B) intangibilidade, ligada ao seu caráter de difícil mensuração. Disponível em: https://curtlink.com/KF2M4oP. Adaptado.

282
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

De acordo com o texto, a importância das relações humanas no (C) Área de conhecimento padroniza os processos de gover-
ambiente de trabalho é: nança relacionados a projetos e facilita o compartilhamento de
(A) Tão-somente para a satisfação pessoal dos colaboradores, recursos, metodologias, ferramentas e técnicas.
afetando o desempenho da equipe se a instituição não repen- (D) Escritório de gerenciamento de projetos é definido por seus
sar as formas de tratamento entre os líderes. requisitos de conhecimentos e descrito em termos dos proces-
(B) Importante para a instituição se o colaborador for líder de sos que o compõem: suas práticas, entradas, saídas, ferramen-
setores em que a presença de situações conflitantes sejam tas e técnicas.
constantes, assim poderá exercer o seu cargo plenamente. (E) Suas áreas de conhecimento são seis: integração, escopo,
(C) Afetam dissimuladamente o clima organizacional e podem cronograma, custos, riscos e partes interessadas.
impactar no desempenho e na motivação da equipe, gerando
situações de colaboração e afinidades entre os pares.
(D) Desenvolver boas relações humanas para a saúde das or-
GABARITO
ganizações, impactando diretamente no clima organizacional e
no desempenho e motivação da equipe.
(E) Impactam fortuitamente no desempenho da equipe, na 1 B
vida pessoal dos colaboradores e nos processos institucionais 2 B
que levem os líderes a tomar atitudes, muitas vezes, desneces- 3 ERRADO
sárias.
4 CERTO
13. UFRPE - 2022 - UFRPE - Assistente em Administração - Edital 5 B
nº 42
6 CERTO
A administração de materiais é uma atividade de suma impor-
tância para as organizações, tendo em vista não só o controle dos 7 ERRADO
produtos existentes como também a análise econômica acerca do 8 C
estoque para provimento. Quanto à administração de materiais,
numere a 2.ª coluna de acordo com a 1.ª. 9 E
(1) Identificação (2) Codificação (3) Cadastramento 10 C
(4) Catalogação 11 C
( ) O objetivo é inserir nos registros da empresa todos os dados
que identifiquem o material. 12 D
( ) Atribui um código representativo, de modo que se consiga 13 C
identificar um item pelo seu número e/ou letras.
14 CERTO
( ) Consiste na análise e registro das características físico/quími-
cas e das aplicações de um determinado item em relação aos 15 B
outros, isto é, estabelece a identidade do material.
( ) Facilita a consulta da informação pelas diversas áreas da em-
presa.
A sequência correta, de cima para baixo, é: ANOTAÇÕES
(A) 1, 3, 4, 2.
(B) 4, 2, 3, 1.
(C) 3, 2, 1, 4. ______________________________________________________
(D) 2, 3, 4, 1.
______________________________________________________
(E) 1, 4, 2, 3.
______________________________________________________
14. Quadrix - 2017 - CFO-DF - Técnico Administrativo
Acerca de gestão de processos, gestão da qualidade e gestão ______________________________________________________
de projetos, julgue o próximo item.
A correta gestão de processos em uma organização torna pos- ______________________________________________________
sível a gerência e a troca de informações entre diferentes organi-
zações. ______________________________________________________
( ) Certo
( ) Errado ______________________________________________________

______________________________________________________
15. VUNESP - 2022 - Prodesan - SP - Administrador Pleno
Assinale a alternativa que está corretamente relacionada à ges- ______________________________________________________
tão de projetos.
(A) Realização de esforços permanentes para criar um produto, ______________________________________________________
serviço ou resultado único.
(B) A edição atual do PMBOK está estruturada em princípios ______________________________________________________
em detrimento de processos.

283
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS EM GESTÃO

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

284

Você também pode gostar