Você está na página 1de 31

CÓD: OP-022MR-23

7908403534036

USP
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Analista para Assuntos Administrativos


EDITAL RH Nº 06/2023
ÍNDICE

Português
1. Interpretação e compreensão de variados tipos de texto; marcas de textualidade (coesão, coerência e intertextualidade);
reconhecimento de tipos e gêneros textuais; reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade; tipos textuais:
características específicas de cada tipo; textos literários e não literários; ............................................................................... 7
2. Estrutura da frase (operações de deslocamento, substituição, modificação e correção); ....................................................... 20
3. Pontuação................................................................................................................................................................................. 22
4. Registros de linguagem; funções da linguagem; elementos dos atos de comunicação; .......................................................... 24
5. Estrutura e formação de palavras; formas de abreviação; ....................................................................................................... 25
6. Classes de palavras; aspectos morfológicos, sintáticos, semânticos e textuais de substantivos, adjetivos, artigos, numerais,
pronomes, verbos,advérbios, conjunções e interjeições; modalizadores; .............................................................................. 26
7. Semântica (sentido próprio e figurado); antônimos, sinônimos, parônimos e hiperônimos; polissemia e ambiguidade; ...... 33
8. Vocabulário (neologismos, arcaísmos, estrangeirismos........................................................................................................... 33
9. Latinismos e expressões idiomáticas);...................................................................................................................................... 35
10. Ortografia.................................................................................................................................................................................. 36
11. Acentuação; ............................................................................................................................................................................. 36
12. Figuras de linguagem;............................................................................................................................................................... 37
13. Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação
textual; ..................................................................................................................................................................................... 39
14. Concordância e regência nominal e verbal; ............................................................................................................................. 40

Inglês
1. Gramática da língua inglesa: artigos definidos e indefinidos; ................................................................................................ 47
2. Tempos e modos verbais; ...................................................................................................................................................... 47
3. Preposições; ........................................................................................................................................................................... 50
4. Conjunções; ........................................................................................................................................................................... 51
5. Pronomes; .............................................................................................................................................................................. 53
6. Advérbios; .............................................................................................................................................................................. 54
7. Verbos modais; ...................................................................................................................................................................... 56
8. Expressões idiomáticas e locuções verbais; ........................................................................................................................... 60
9. Comparação; .......................................................................................................................................................................... 61
10. Concordância nominal e verbal; ............................................................................................................................................ 62
11. Formação e classe de palavras; .............................................................................................................................................. 63
12. Sinonímia e antonímia; .......................................................................................................................................................... 63
13. Relações de subordinação e coordenação; ............................................................................................................................ 64
14. Voz ativa e passiva; ................................................................................................................................................................ 65
15. Discurso direto e indireto. ...................................................................................................................................................... 67
16. Leitura e compreensão de tipos textuais diversos: reconhecimento de informações específicas; ........................................ 70
17. Capacidade de análise e síntese; ........................................................................................................................................... 71
18. Inferência; .............................................................................................................................................................................. 71
19. Reconhecimento de cognatos e falsos cognatos; .................................................................................................................. 71
20. Significação literal e contextual dos vocábulos e expressões; ............................................................................................... 79
21. Figuras de linguagem; ............................................................................................................................................................ 79
ÍNDICE

22. Elementos de coesão e coerência; ......................................................................................................................................... 79


23. Formação de frases interrogativas e negativas, formulação de pedidos, propostas e sugestões, reescrita e substituição de
palavras ou de trechos de texto, reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto; ....................................... 85
24. Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade........................................................................................ 86

Matemática
1. Sistemas numéricos: divisibilidade e fatoração de números inteiros, números racionais e reais........................................... 95
2. Potências e raízes; ................................................................................................................................................................... 105
3. Valor relativo e absoluto; ........................................................................................................................................................ 107
4. Funções polinomiais do 1º e 2º graus; funções trigonométricas; funções exponenciais e logarítmicas; ............................... 107
5. Gráficos ; equações e inequações............................................................................................................................................ 121
6. Progressões aritméticas e geométricas; ................................................................................................................................. 124
7. Análise combinatória; problemas de contagem; .................................................................................................................... 129
8. Análise de dados (representações gráficas, diagramas, tabelas); médias aritméticas, ponderadas e geométricas; .............. 132
9. Porcentagem; .......................................................................................................................................................................... 136
10. Regra de três; .......................................................................................................................................................................... 138
11. Juros simples e compostos; .................................................................................................................................................... 140
12. Probabilidade; ......................................................................................................................................................................... 142
13. Cálculo de comprimentos; distâncias; perímetros; áreas e volumes; ..................................................................................... 145
14. Raciocínio lógico; .................................................................................................................................................................... 147
15. Noções de estatística............................................................................................................................................................... 171

Direito Administrativo
1. Organização e princípios da Administração Pública; ................................................................................................................ 173
2. Atos administrativos; ............................................................................................................................................................... 176
3. Administração direta e indireta; .............................................................................................................................................. 180
4. Lei nº 8.666/1993; ................................................................................................................................................................... 188
5. Lei nº 14.133/2021; ................................................................................................................................................................. 212
6. Lei nº 8.429/1992, com as alterações vigentes até a publicação do Edital. ............................................................................. 253

Direito Constitucional
1. Princípios constitucionais da Administração Pública; ............................................................................................................... 267
2. Direitos e garantias fundamentais; ........................................................................................................................................... 268
3. Servidores públicos. .................................................................................................................................................................. 277
ÍNDICE

Direito do Trabalho
1. Contrato de trabalho; ............................................................................................................................................................... 289
2. Conceitos de empregado e empregador; ................................................................................................................................. 290
3. Horário e jornada de trabalho; períodos de descanso; ............................................................................................................ 292
4. Prestação de serviços extraordinários. .................................................................................................................................... 297

Estatuto e Regimento da Universidade de São Paulo


1. Resolução nº 3.461/1988, com as alterações vigentes até a publicação do Edital................................................................... 301

Conhecimentos Específicos
Analista para Assuntos Administrativos
1. Administração e Recursos Humanos: teorias de administração - administração científica; teoria clássica de administração;
teoria das relações humanas; teoria da burocracia; teoria estruturalista; teoria de sistemas. ............................................. 347
2. Desenvolvimento organizacional; .......................................................................................................................................... 362
3. Gestão estratégicas de pessoas: conceito e evolução; processo de formulação de estratégias; construção da visão e missão
da organização; capacidades internas; implementação e avaliação de resultados. .............................................................. 365
4. Gestão de competências e estratégia organizacional: conceito de competência do indivíduo e da organização; modelos de
estratégias de competências. ................................................................................................................................................. 376
5. Administração Financeira e Orçamentária: orçamento público; orçamento público na Constituição Federal de 1988; o
ciclo orçamentário; orçamento-programa; planejamento no orçamento-programa; conceituação e classificação de receita
pública; despesa pública: categorias e estágios; métodos, técnicas e instrumentos do orçamento público; tipos de créditos
orçamentários; contratos e compras...................................................................................................................................... 386
6. Gestão de Projetos: conceitos, técnicas e ferramentas; definição de projeto, programa e portfólio; metodologias de gestão
de projetos; conceitos e técnicas estatísticas aplicáveis a projetos; conceitos e técnicas de gestão de qualidade aplicada a
projetos; conceitos e técnicas de controle de custos aplicados à gestão de projetos; identificação de necessidades; o ciclo
de vida dos projetos; a comunicação e os stakeholders; desenvolvimento do plano do projeto........................................... 436

Conhecimentos Gerais e Atualidades


1. Política e economia brasileira: noções básicas de política e economia interna brasileira; ..................................................... 457
2. Regimes políticos no Brasil; .................................................................................................................................................... 459
3. Democracia no Brasil de 1988 a 2023. .................................................................................................................................... 460
4. Política externa e relações internacionais: política externa brasileira; ................................................................................... 464
5. Relações internacionais e a economia brasileira; ................................................................................................................... 465
6. Cooperação acadêmica internacional no Brasil. ..................................................................................................................... 476
7. Cultura e sociedade: arte e cultura brasileira; ........................................................................................................................ 476
8. Desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil; ............................................................................................................... 483
9. Meio ambiente, terras indígenas e mudanças climáticas; ...................................................................................................... 484
10. Direitos humanos no Brasil; .................................................................................................................................................... 494
11. A USP no contexto do desenvolvimento nacional................................................................................................................... 494
PORTUGUÊS

Tipologia Textual
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTO. A partir da estrutura linguística, da função social e da finali-
MARCAS DE TEXTUALIDADE: COESÃO, COERÊNCIA E dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele
INTERTEXTUALIDADE. RECONHECIMENTO DE TIPOS pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas
E GÊNEROS TEXTUAIS; REESCRITA DE TEXTOS DE classificações.
DIFERENTES GÊNEROS E NÍVEIS DE FORMALIDADE;
TIPOS TEXTUAIS: CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DE Tipos textuais
CADA TIPO; TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- específico para se fazer a enunciação.
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi-
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o cas:
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido
completo. Apresenta um enredo, com ações e
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e relações entre personagens, que ocorre
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- em determinados espaço e tempo. É
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
interpretação. da seguinte maneira: apresentação >
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do desenvolvimento > clímax > desfecho
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta- Tem o objetivo de defender determinado
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
tório do leitor. DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- desenvolvimento > conclusão.
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido Procura expor ideias, sem a necessidade
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar de defender algum ponto de vista. Para
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. isso, usa-se comparações, informações,
TEXTO EXPOSITIVO
definições, conceitualizações etc. A
Dicas práticas estrutura segue a do texto dissertativo-
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con- argumentativo.
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa-
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas,
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível,
de modo que sua finalidade é descrever,
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações.
TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém.
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca
Com isso, é um texto rico em adjetivos e
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe-
em verbos de ligação.
cidas.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon- Oferece instruções, com o objetivo de
te de referências e datas. TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de são os verbos no modo imperativo.
opiniões.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques-
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- Texto Informativo
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de Sua função é ensinar e informar, esclarecendo dúvidas sobre
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do um tema e transmitindo conhecimentos. Este tipo de texto é co-
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto mum em jornais, livros didáticos, revistas, etc.
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor
quando afirma que... As características do texto informativo são:
- Escrito em 3ª pessoa, em prosa.
- Apresenta informações objetivas e reais a respeito de um
tema.

7
PORTUGUÊS

- É um texto que evita ser ambíguo, não fazendo uso de figuras Idílio (ou écloga)
de linguagem, utilizando a linguagem denotativa. Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à
- A opinião pessoal do autor não se reflete no texto. natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema
- Há a citação de fontes, que garantem a credibilidade, e o texto bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas
apresenta caráter utilitário e prático. e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais
O conteúdo deste tipo de texto é mais importante que sua es- a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com
trutura. O objetivo do texto é a transmissão de conhecimento sobre diálogos (muito rara).
determinado tema, por isso o texto informativo pode apresentar Sátira
diversos recursos, como gráficos, ilustrações, tabelas, etc. É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém
ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, pode
Texto Didático abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assun-
Esse tipo de texto possui objetivos pedagógicos e está disposto tos políticos, ou pessoas de relevância social.
de uma forma a que qualquer leitor tenha a mesma conclusão. Sua
construção dá-se de maneira conceitual, visando a necessidade de Acalanto
compreensão do assunto exposto por parte do interlocutor. Canção de ninar.
A linguagem de um texto didático não é figurativa, mas sim
própria, utilizando os termos de maneira exata. A apresentação das Acróstico
informações pode considerar, ou não, os conhecimentos prévios do Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso for-
leitor. Trata-se de um tipo textual muito utilizado em artigos cientí- mam uma palavra ou frase. Ex.:
ficos e livros didáticos.
Algumas características desse tipo de texto são: impessoalida- Amigos são
de, objetividade, coesão, abordagem que permite uma interpreta- Muitas vezes os
ção única e específica. Irmãos que escolhemos.
Zelosos, eles nos
Gêneros Textuais e Gêneros Literários Ajudam e
Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se refe- Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e
rem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros literários se re- Eterna
ferem apenas aos textos literários. https://www.todamateria.com.br/acrostico/
Os gêneros literários são divisões feitas segundo características
formais comuns em obras literárias, agrupando-as conforme crité- Balada
rios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros. Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas
- Gênero lírico; de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se
- Gênero épico ou narrativo; destinam à dança.
- Gênero dramático.
Canção (ou Cantiga, Trova)
Gênero Lírico Poema oral com acompanhamento musical.
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no po-
ema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emo- Gazal (ou Gazel)
ções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio.
os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da
função emotiva da linguagem. Soneto
É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quarte-
Elegia tos e dois tercetos.
Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a mor-
te é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa Vilancete
tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escár-
melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William nio e de maldizer); satíricas, portanto.
Shakespeare.
Gênero Épico ou Narrativo
Epitalâmia Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos
Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites ro- eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos,
mânticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do
a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de
prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto,
Ode (ou hino) a crônica, a fábula.
É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à
pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a
alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acom-
panhamento musical.

8
PORTUGUÊS

Épico (ou Epopeia) Linguagem


Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de Podemos dizer que a linguagem, sobretudo no que se refere
um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, à sua função e ao tipo, é a característica mais relevante dos textos
gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta- publicitários, já que se trata do principal recurso que o autor da
ção, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exem- peça (texto) publicitária tem para que os efeitos de sentido gerados
plos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero. sejam aqueles desejados pelo autor para alcançar os leitores.
Quanto à função da linguagem dos textos publicitários, ela
Ensaio pode ser abordada de várias formas: linguagem referencial (quando
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, o texto tem o objetivo de divulgar uma informação real), linguagem
expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de emotiva (quando o texto pretende alcançar seu objetivo por meio
certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. da emotividade dos leitores) e linguagem apelativa ou conativa
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e (quando o texto tem o objetivo de convencer alguém a fazer ou
subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, comprar alguma coisa, é conhecida como retórica).
cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em for- Com relação ao tipo de linguagem, os textos publicitários po-
malidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de dem ser criados a partir das linguagens verbal (oral ou escrita), não
caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Lo- verbal (imagens, fotografias, desenhos) e mista (verbal e não ver-
cke. bal).
É relevante ressaltarmos também que a linguagem dos textos
Gênero Dramático publicitários é pensada no sentido de atingir um grande número de
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse interlocutores, ou seja, as massas, e, por essa razão, deve ser de
tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “aconte- fácil compreensão, objetiva, simples e acessível a interlocutores de
ce” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os todos as classes e faixas etárias.
papéis das personagens nas cenas.
Criatividade
Tragédia De maneira geral, para conseguir causar efeitos de sentido e
É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar seduzir, chamar a atenção dos interlocutores, os autores das peças
compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma re- publicitárias fazem trocadilhos e trabalham as linguagens verbal e
presentação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em não verbal de maneira criativa.
linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando
dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare. Objetividade
Geralmente, os textos publicitários têm extensão bem reduzi-
Farsa da, já que circulam em suportes cujo espaço também é reduzido
A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de e o valor de cada anúncio depende de seu tamanho. A seção dos
processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a ca- classificados de jornal, que é um exemplo de texto publicitário, é
ricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o um bom exemplar para que possamos observar essa característica.
engano. Outro exemplo que ilustra a objetividade dos textos publicitários é a
criação de slogan (uma frase curta e de fácil memorização) ou man-
Comédia chetes, os quais resumem em um único enunciado as informações
É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento e os objetivos do texto.
comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas popu-
lares. Exemplos de slogan:
- “Cheetos, é impossível comer um só. (Elma Chips)
Tragicomédia - Vem pra Caixa você também. Vem! (Caixa Econômica Federal)
Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômi- - A rádio que toca notícias, só notícias. (Rádio CBN)
cos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.
Publicidade e o público
Poesia de cordel Em virtude de seu caráter persuasivo e pelo fato de alcançar
Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo as grandes massas, o texto publicitário exerce grande influência e
linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da poder sobre o público. Esse texto promove o compartilhamento de
realidade vivida por este povo. ideias, produtos e serviços e, de certa forma, orientações ideológi-
cas.
Textos publicitários Devido ao seu papel importante na nossa cultura, existe uma
“Os textos publicitários são aqueles que têm o objetivo de autorregulamentação para a divulgação/publicação de textos pu-
anunciar alguma coisa, fazer com que uma informação torne-se pú- blicitários, a qual define limites de atuação e aprovação (ou não)
blica, desde uma campanha de vacinação até os anúncios de produ- quanto à veiculação de alguns anúncios. Essa autorregulamentação
tos e/ou prestação de serviços. Podemos encontrar os textos publi- é necessária porque, conforme o Código de Defesa do Consumidor
citários circulando em diversos suportes de comunicação, como os (CDC), os textos publicitários respondem pela qualidade dos pro-
midiáticos (televisão, internet e rádio) e jornalísticos (jornais, revis- dutos e serviços que estão sendo oferecidos, portanto, não devem
tas), e espalhados pelas vias urbanas (outdoors, pontos de ônibus, realizar propaganda enganosa, que é crime.
postes de iluminação pública etc.).

9
INGLÊS

• The cats like milk (Os gatos gostam de leite) — gatos especí-
GRAMÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: ARTIGOS DEFINI- ficos
DOS E INDEFINIDOS • Cats like milk (Gatos gostam de leite) — gatos em geral
Não se deve usar the antes de nomes próprios, salvo se o nome
Os artigos na língua inglesa são palavras usadas para acompa- especificar um conjunto. Exemplo:
nhar o substantivo na oração e, assim como na língua portugue- • São Paulo is a big city. (São Paulo é uma cidade grande)
sa, podem ser classificados como definidos e indefinidos, mas não • The United Kingdom is in lockdown. (O Reino Unido está em
recebem variações como na gramática da língua portuguesa, de lockdown)
modo a não possuir artigos compostos, contáveis ou incontáveis,
nem mesmo variação de gênero de acordo com o substantivo que Não se usa the antes de nomes próprios antes de nomes de
segue. Os artigos da língua inglesa podem ser classificados como idiomas, mas pode ser usado em nacionalidades
definidos ou indefinidos segundo seu significado e propósito. Ob- • French is a difficult language (Francês é uma língua difícil)
serve a seguir os artigos da língua inglesa: • The French invented the croissant. (Os franceses inventaram
o croissant)

The O, a, os, as Também não se deve usar the quando há a presença da forma
A Um, uma possessiva na oração, diferentemente do português.
• Our English book is here (O nosso livro de inglês está aqui)
An Um, uma • John is Lucy’s brother. (John é o irmão da Lucy)

— Artigo indefinido: esse tipo de artigo faz referência à um


substantivo cujo significado implica não-especificidade, ou seja,
não há uma identificação de um objeto de maneira singular ou ex-
TEMPOS E MODOS VERBAIS
clusiva. Em inglês, está presente no uso de a e na,palavras que pos-
suem suas próprias regras gramaticas. Usa-se a quando o substan- — Simple present
tivo que segue o artigo inicia-se em uma consoante: a table (uma O presente simples em inglês tem sua conjugação de verbos
mesa); usa-se na quando o substantivo que segue o artigo inicia-se dividida entre pronomes. Os pronomes da terceira pessoa do singu-
em uma vogal ou com som de vogal: an elephant (um elefante), an lar se enquadram em uma categoria e os demais em outra. Apesar
hour (uma hora) — nesse último caso, o som da letra h é mudo. de suas conjugações serem simples ao expressar ações no tempo
Confira a seguir exemplos de artigo indefinido: presente, em alguns casos elas se diferenciam. O padrão de conju-
• He bought a shirt. (Ele comprou uma camisa) gação no presente simples se estabelece retirando o “to” do verbo
• Lisa is a dentist. (Lisa é uma dentista) no infinitivo em todos os casos.
• I ate an Orange for breakfast. (Eu comi uma laranja no café-
-da-manhã) Ex: to eat – comer // I eat bread. (Eu como pão)
• We have an importante meeting. (Nós temos uma importante
reunião) Observe que o “to” foi removido para realizar a conjugação de
acordo com o pronome em questão, esta regra se aplica a seguinte
— Artigo definido: esse artigo, marcado pelo uso de the é usa- lista de pronomes (veja como exemplo a conjugação do verbo cita-
do para referir-se exclusivamente ao substantivo na oração, ou seja, do anteriormente):
especifica-se no discurso o objeto dela. Em inglês, é marcado pelo
uso de the, que pode acompanhar tanto um substantivo no singular
quanto no plural. Observe: I (eu) Eat
• The table is broken. (A mesa está quebrada) You (tu, você) Eat
• The children are happy. (As crianças estão felizes)
He/she/it (ele, ela) Eats
• He loved the book. (Ele amou o livro)
• The classes start at 9 am. (As aulas começam às 9 da manhã) We (nós) Eat
You (vós, vocês) Eat
Algumas regras devem ser levadas em consideração quanto ao
uso do artigo the. They (Eles, elas) Eat
Não se deve usá-lo antes de substantivos que possuam sentido
de expressão de senso-comum ou gerais, salvo se é a intenção do
interlocutor especificá-los. Exemplo:

47
INGLÊS

Observe que no caso dos pronomes na terceira pessoa do sin- Os verbos são modificados para se adequarem ao passado
gular he, she e it, a conjugação ocorrerá de modo diferenciado. Aos apenas em frases afirmativas. Em frases negativas e interrogativas,
verbos que acompanham estes pronomes, acrescenta-se a letra “s”, utilizamos o verbo auxiliar did ou did + not (não), já o próprio verbo
“es” ou “ies”. Verbos terminados em consoantes, de forma geral, volta ao seu estado original (infinitivo sem o “to”).
apresentam terminação padrão “s”, como é o caso do verbo to drink Confira alguns exemplos com verbos regulares na afirmativa,
(beber), to play (jogar), to speak (falar). Veja: negativa e interrogativa

I (eu) drink I studied at a public Eu estudei em uma


Afirmativa
You (tu, você) drink school! escola pública.

He/she/it (ele, ela) drinks I didn’t study at a Eu não estudei em


Negativa
public school! uma escola pública.
We (nós) drink
Did I study at a public Você estudou em
You (vós, vocês) drink Interrogativa
school? uma escola pública?
They (Eles, elas) drinks
Nós começamos
We started a new busi-
Afirmativa um novo curso de
To drink ness course.
negócios.
No caso de verbos terminados em x, ch, s, ss e sh, acrescenta-
mos “es”, como no caso do verbo to finish (terminar). Nós não começamos
We didn’t start a new
Negativa um novo curso de
business course.
To finish negócios.
Nós começamos
Did we start a new
I (eu) finish Interrogativa um novo curso de
business course?
negócios?
You (tu, você) finish
He/she/it (ele, ela) finishes Já os verbos irregulares do passado não possuem regras espe-
We (nós) finish cífica, mas podemos memorizá-los a fim de expandir o vocabulário.
Confira a tabela a seguir:
You (vós, vocês) drink
They (Eles, elas) drinks Verbo no infi- Verbo irregular no
Tradução
nitivo passado
Em alguns casos, em verbos com terminações em y precedidos
por uma consoante, como em to study (estudar), to fly (voar) e to To eat Ate Comer
cry (chorar). To come Came Vir
To leave Left Partir, sair, deixar
To study
To understand Understood Entender
I (eu) study To say Said Dizer
You (tu, você) study To send Sent Enviar
He/she/it (ele, ela) studies To write Wrote Escrever
We (nós) study To read Read Ler
You (vós, vocês) study To run Ran Correr
They (Eles, elas) study To lend Lent Emprestar

— Simple past To put Put Colocar, pôr


O passado simples é usado para expressar ações realizadas e To drive Drove Dirigir
finalizadas no tempo passado. Para usá-lo é obrigatório o uso do
To take Took Levar
verbo auxiliar DID. Este tempo verbal é também marcado pelo uso
de verbos regulares e irregulares. To keep Kept Manter, guardar
Os verbos regulares no passado possuem uma terminação To wake up Woke up Acordar
padrão em “ed” ou “ied” (verbos terminados em y precedidos por
uma consoante). Já os demais verbos que não comportam da mes- To get Got Pegar, conseguir
ma maneira quando conjugados no tempo passado, ou seja, pos- To bring Brought Trazer
suem uma escrita diferente da forma original no verbo no presente,
To buy Bought Comprar
são chamados de irregulares.
To sell Sold Vender

48
INGLÊS

— Simple future O present perfect, por outro lado, é utilizado quando a ação
O simple future em inglês é o tempo verbal usado para expres- a ser reportada é mais importante do que quando ela ocorreu no
sar ações futuras. Existem dois tipos de futuro simples: o futuro passado, ou seja, sem indicação temporal e para expressar aconte-
próximo ou certo e o futuro mais distante e incerto. O primeiro é cimentos passados que tem consequências ou repercussão no tem-
marcado pelo verbo to be (ser, estar) + GOING TO; o segundo é mar- po presente. Sua estrutura se baseia no verbo auxiliar HAVE ou HAS
cado pelo verbo modal de futuro WILL. seguido de um verbo no particípio. Confira:
Para tratar de situações que acontecerão em breve ou são mais
prováveis de acontecer, utilizamos verb to be + GOING TO + um HAVE/HAS Verbo no
verbo complementar + complemento do assunto. Confira a seguir Sujeito Complemento
(aux.) particípio
alguns exemplos:
• She is going to spend Christmas with her family. (futuro pró- I have been to Brazil
ximo/certeza)
(Ela vai passar o Natal com a família dela) Tradução: Eu estive no Brasil

• They aren’t going to believe my story. (grandes chances/pro- No caso dos sujeitos I, you, we, they utilizamos o verbo auxi-
babilidade) liar HAVE e no caso dos sujeitos he, she, it usamos HAS que é sua
(Eles não vão acreditar na minha história) conjugação base no presente. E é por este motivo que este tempo
verbal leva o nome de presente perfeito. Observe que o verbo no
• Are you going to accept the job? (certeza/probabilidade) particípio no exemplo anterior é o verbo irregular to be. Os verbos
(Você vai aceitar o emprego?) irregulares no passado, também serão irregulares no particípio. Os
verbos regulares mantêm a sua estrutura do passado simples mes-
A conjugação das orações com GOING TO no futuro simples se mo quando conjugadas no particípio. Veja:
dá de mesmo modo que as orações com verbo to be no presente
simples. HAVE/HAS Verbo no
Em orações cuja intenção é expressar um futuro incerto ou Sujeito Complemento
(aux.) particípio
mais distante do presente, usa-se o WILL. Sua estrutura é bem sim-
ples, observe um exemplo na afirmativa com WILL + verbo no tem- He has talked to the principal
po presente.
• Matthew will live in Canada in a couple of years. Tradução: Ele conversou com o diretor.
(Matheus viverá no Canadá daqui alguns anos.)
O verbo to talk (conversar) é um verbo regular e, portanto, as-
Na negativa, somamos o WILL + not, o que poderá ser contra- sume sua forma no particípio de maneira idêntica à sua forma no
ído para won’t. passado simples, talked.
• She won’t accept the judge’s decision / She will not accept the Em frases negativas no presente perfect, é o verbo auxiliar que
judge’s decision. (Ela não aceitará a decisão do juiz) fica negativo. Soma-se o not ao have ou ao has, podendo vir contra-
E na interrogativa, inverte-se a posição do verbo modal WILL e ído como haven’t ou hasn’t.
o sujeito em questão na oração; ela também pode vir em sua forma • She hasn’t called me to explain it. (Ela não me ligou para ex-
negativa (WON’T), usada para confirmar ou reafirmar informações plicar.)
através de uma pergunta. Confira: • They haven’t started the monthly planning. (Eles não come-
• Will you say yes if he proposes to you? çaram o planejamento mensal)
(Você dirá sim se ele te pedir a mão?) • It hasn’t made any sense to me. (Não fez nenhum sentido
para mim)
• Won’t you travel to Bulgaria next year?
(Você não viajará para a Bulgária no próximo ano?) Em orações interrogativas, inverte-se a posição do verbo auxi-
liar e do sujeito.
— Present perfect • Have you considered joining the army? (Você considerou ir
O present perfect é um tempo verbal da língua inglesa que não para o exército?)
encontra equivalente em português, sendo assim um dos tempos • Has he lost his mind? (Ele perdeu a cabeça/ficou louco?)
verbais mais controversos do idioma. Porém, entender sua estru- • Has Jenna commented anything? (Jenna comentou alguma
tura e propósito facilitam a compreensão de quem estuda inglês. coisa?)
Apesar de ser similar ao passado simples quando traduzido literal-
mente, o presente perfect serve para expressar ações no tempo Alguns advérbios de frequência são utilizados juntamente ao
passado de modo indeterminado, ou seja, que não precisam neces- present perfect para indicar ações que já ocorreram ou não em al-
sariamente ter incisão de tempo. gum momento na vida, sem a necessidade da incidência de tempo.
No passado simples, as ações ocorrem e terminam no passa- São eles: ever, already, never e yet. Eles são colocados logo após o
do e isto é comumente expresso com alguns advérbios de tempo e verbo auxiliar, salvo pelo yet que deve estar no fim da oração. Ob-
palavras e expressões de tempo como last week (semana passada), serve alguns exemplos:
yesterday (ontem), at 3 o’clock (às 3 horas), before lunch (antes do • She has never been to another country. (Ela nunca esteve em
almoço), two months ago (há dois meses), entre outros utilizados outro país)
no simple past.

49
MATEMÁTICA

SISTEMAS NUMÉRICOS: DIVISIBILIDADE E FATORAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS, NÚMEROS RACIONAIS E REAIS

Conjunto dos números inteiros - z


O conjunto dos números inteiros é a reunião do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...},(N C Z); o conjunto dos opos-
tos dos números naturais e o zero. Representamos pela letra Z.

N C Z (N está contido em Z)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Z* Conjunto dos números inteiros não nulos
+ Z+ Conjunto dos números inteiros não negativos
*e+ Z*+ Conjunto dos números inteiros positivos
- Z_ Conjunto dos números inteiros não positivos
*e- Z*_ Conjunto dos números inteiros negativos

Observamos nos números inteiros algumas características:


• Módulo: distância ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. Representa-se o módulo por | |. O módulo de
qualquer número inteiro, diferente de zero, é sempre positivo.
• Números Opostos: dois números são opostos quando sua soma é zero. Isto significa que eles estão a mesma distância da origem
(zero).

Somando-se temos: (+4) + (-4) = (-4) + (+4) = 0

95
MATEMÁTICA

Operações Na multiplicação e divisão de números inteiros é muito impor-


• Soma ou Adição: Associamos aos números inteiros positivos tante a REGRA DE SINAIS:
a ideia de ganhar e aos números inteiros negativos a ideia de perder.
Sinais iguais (+) (+); (-) (-) = resultado sempre positivo.
ATENÇÃO: O sinal (+) antes do número positivo pode ser dis-
pensado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode Sinais diferentes (+) (-); (-) (+) = resultado sempre
ser dispensado. negativo.

• Subtração: empregamos quando precisamos tirar uma quan- Exemplo:


tidade de outra quantidade; temos duas quantidades e queremos (PREF.DE NITERÓI) Um estudante empilhou seus livros, obten-
saber quanto uma delas tem a mais que a outra; temos duas quan- do uma única pilha 52cm de altura. Sabendo que 8 desses livros
tidades e queremos saber quanto falta a uma delas para atingir a possui uma espessura de 2cm, e que os livros restantes possuem
outra. A subtração é a operação inversa da adição. O sinal sempre espessura de 3cm, o número de livros na pilha é:
será do maior número. (A) 10
ATENÇÃO: todos parênteses, colchetes, chaves, números, ..., (B) 15
entre outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal inverti- (C) 18
do, ou seja, é dado o seu oposto. (D) 20
(E) 22
Exemplo:
(FUNDAÇÃO CASA – AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP) Para
zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do uso ade- Resolução:
quado dos materiais em geral e dos recursos utilizados em ativida- São 8 livros de 2 cm: 8.2 = 16 cm
des educativas, bem como da preservação predial, realizou-se uma Como eu tenho 52 cm ao todo e os demais livros tem 3 cm,
dinâmica elencando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no temos:
entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um 52 - 16 = 36 cm de altura de livros de 3 cm
classificasse suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo 36 : 3 = 12 livros de 3 cm
(+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. O total de livros da pilha: 8 + 12 = 20 livros ao todo.
Se um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50 atitudes Resposta: D
anotadas, o total de pontos atribuídos foi
(A) 50. • Potenciação: A potência an do número inteiro a, é definida
(B) 45. como um produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
(C) 42. base e o número n é o expoente.an = a x a x a x a x ... x a , a é multi-
(D) 36. plicado por a n vezes. Tenha em mente que:
(E) 32. – Toda potência de base positiva é um número inteiro positivo.
– Toda potência de base negativa e expoente par é um número
Resolução: inteiro positivo.
50-20=30 atitudes negativas – Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um nú-
20.4=80 mero inteiro negativo.
30.(-1)=-30
80-30=50 Propriedades da Potenciação
Resposta: A 1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base
e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6 = (–a)9
• Multiplicação: é uma adição de números/ fatores repetidos. 2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indicado base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8 – 6 = (-a)2
por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras. 3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se
os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10
• Divisão: a divisão exata de um número inteiro por outro nú- 4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e
mero inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo (+a)1 = +a
pelo módulo do divisor. 5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual
a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1
ATENÇÃO:
1) No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro.
2) Não existe divisão por zero.
3) Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de zero,
é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual
a zero.

96
MATEMÁTICA

Conjunto dos números racionais – Q m


Um número racional é o que pode ser escrito na forma n , onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente de zero.
Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de m por n.

N C Z C Q (N está contido em Z que está contido em Q)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Q* Conjunto dos números racionais não nulos
+ Q+ Conjunto dos números racionais não negativos
*e+ Q*+ Conjunto dos números racionais positivos
- Q_ Conjunto dos números racionais não positivos
*e- Q*_ Conjunto dos números racionais negativos

Representação decimal
Podemos representar um número racional, escrito na forma de fração, em número decimal. Para isso temos duas maneiras possíveis:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:

2
= 0,4
5

2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Decimais
Periódicos ou Dízimas Periódicas:

1
= 0,333...
3

Representação Fracionária
É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras possíveis:

1) Transformando o número decimal em uma fração numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto pelo
numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado.
Ex.:
0,035 = 35/1000

97
DIREITO ADMINISTRATIVO

A citada doutrinadora resume: “Isto significa que a Administra-


ORGANIZAÇÃO E PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO ção Pública possui prerrogativas ou privilégios, desconhecidos na
PÚBLICA esfera do direito privado, tais como a autoexecutoriedade, a auto-
tutela, o poder de expropriar, o de requisitar bens e serviços, o de
ocupar temporariamente o imóvel alheio, o de instituir servidão, o
Conceito de aplicar sanções administrativas, o de alterar e rescindir unilate-
O Direito Administrativo guarda suas próprias peculiaridades, à ralmente os contratos, o de impor medidas de polícia. Goza, ainda,
medida que confere à Administração Pública prerrogativas nas rela- de determinados privilégios como a imunidade tributária, prazos
ções privadas e restringe a sua liberdade. Isso se deve ao fato de o dilatados em juízo, juízo privativo, processo especial de execução,
Direito Administrativo ter por funções proteger os direitos individu- presunção de veracidade de seus atos.”.
ais em face do Estado e, satisfazer os interesses coletivos. Embora tenha todas essas prerrogativas e privilégios, existem
É justamente por ser sua função satisfazer os interesses coleti- também limitações as quais a Administração deve se sujeitar, sob
vos, que à Administração são conferidas prerrogativas e privilégios pena de ter seus atos anulados ou até mesmo de ser a própria au-
com vistas a limitar o exercício dos direitos individuais, visando o toridade administrativa responsabilizada.
bem comum. A soma das prerrogativas e restrições a que se sujeita a Admi-
nistração pública e não se encontram nas relações entre os particu-
Maria Sylvia Zanella Di Pietro1 ensina que: “A expressão regime lares constitui o regime jurídico administrativo.
jurídico da Administração Pública é utilizada para designar, em sen- Algumas dessas prerrogativas e restrições são expressas sob a
tido amplo, os regimes de direito público e de direito privado a que forma de princípios.
pode submeter-se a Administração Pública. Já a expressão regime
jurídico administrativo é reservada tão somente para abranger o Princípios expressos e implícitos da administração pública
conjunto de traços, de conotações, que tipificam o Direito Adminis- Princípios são proposições que servem de base para toda es-
trativo, colocando a Administração Pública numa posição privilegia- trutura de uma ciência, no Direito Administrativo não é diferente,
da, vertical, na relação jurídico-administrativa. temos os princípios que servem de alicerce para este ramo do di-
Basicamente, pode-se dizer que o regime administrativo resu- reito público.
mem-se a duas palavras apenas: prerrogativas e sujeições.” Os princípios podem ser expressos ou implícitos, os expressos
são os consagrados no art. 37 da Constituição da República Fede-
Neste contexto, os interesses coletivos são satisfeitos não só rativa do Brasil, já os implícitos são aqueles que de alguma forma
pela limitação, mas também pela prestação de serviços públicos à regem a atuação da Administração Pública.
população.
O princípio da legalidade é o principal limitador da liberdade Princípios Expressos
estatal, haja vista restringir a liberdade do Administrador que deve A Administração Pública deverá se pautar principalmente nos
estrita obediência à lei. Esse princípio é uma garantia para o cida- cinco princípios estabelecidos pelo “caput” do artigo 37 da Consti-
dão, pois o protege contra quaisquer abusos que porventura, quei- tuição da República Federativa do Brasil de 1988. Os princípios são
ra o administrador cometer. os seguintes: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
Contudo, a Administração Pública deve sujeitar-se ainda ao Di- e eficiência.
reito como um todo, aos seus princípios e valores, para estar em
conformidade com o princípio da legalidade. Dica de Memorização - “L.I.M.P.E.”
Isso não retira da Administração sua autoridade, pelo contrá- Vejamos o que prevê a Constituição Federal sobre o tema:
rio, é a lei quem confere autoridade à Administração, somente a
limitando para a proteção do sujeito. CAPÍTULO VII
A autoridade da Administração é assegurada, posto que ne- DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
cessária para a consecução do bem coletivo, logo, é por causa da
autoridade que à Administração são concedidos prerrogativas e pri- SEÇÃO I
vilégios diferentes daqueles concedidos pelo direito privado, o que DISPOSIÇÕES GERAIS
lhe assegura a supremacia do interesse público sobre o particular.
O interesse público diz respeito à coletividade e, justamente Artigo 37- A administração pública direta e indireta de qual-
por isso, deve-se sobrepor ao interesse individual, ou seja, parti- quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
cular. Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)

1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 31ª Edição, 2018.

173
DIREITO ADMINISTRATIVO

Princípio da Legalidade Complementando o princípio da publicidade, o art. 5º, XXXIII,


O princípio da legalidade, um dos mais importantes princípios garante a todos o direito a receber dos órgãos públicos informa-
consagrados no ordenamento jurídico brasileiro, consiste no fato ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,
de que o administrador somente poderá fazer o que a lei permite. que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilida-
É importante ressaltar a diferença entre o princípio da legali- de, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança
dade estabelecido ao administrado e ao administrador. Para o ad- da sociedade e do Estado, matéria essa regulamentada pela Lei nº
ministrador, o princípio da legalidade estabelece que ele somente 12.527/2011 (Regula o acesso a informações)
poderá agir dentro dos parâmetros legais, conforme os ditames es- Os remédios constitucionais do habeas data e mandado de
tabelecidos pela lei. Já, o princípio da legalidade visto sob a ótica segurança cumprem importante papel enquanto garantias de con-
do administrado, explicita que ninguém será obrigado a fazer ou cretização da transparência administrativa, sendo utilizados para
deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude lei. Esta interpreta- combater eventuais negativas de informações.
ção encontra abalizamento no artigo 5º, II, da Constituição Federal
de 1988. Princípio da Eficiência
Se, na iniciativa privada, se busca a excelência e a efetividade,
Princípio da Impessoalidade na Administração Pública o caminho deve ser exatamente a mesmo,
Este princípio estabelece que a Administração Pública, através inovação trazida pela Emenda Constitucional n. 19/98, que fixou a
de seus órgãos, não poderá, na execução das atividades, estabele- eficiência também para a Administração Pública, com o status de
cer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o interesse princípio constitucional.
social e não o interesse particular. De acordo com os ensinamentos de Meirelles4, o princípio da
De acordo com os ensinamentos de Di Pietro2, o princípio da eficiência:
impessoalidade está intimamente relacionado com a finalidade pú- “Impõe a todo agente público realizar as atribuições com pres-
blica. teza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio
“A Administração não pode atuar com vista a prejudicar ou be- da função administrativa, que já não se contenta em ser desempe-
neficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse nhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para
público que deve nortear o seu comportamento” o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da
comunidade e de seus membros.”
Em interessante constatação, se todos são iguais perante a lei Como sinônimo de boa administração, o princípio da eficiên-
(art. 5º, caput) necessariamente o serão perante a Administração, cia impõe ao Estado a prestação de atividades administrativas de
que deverá atuar sem favoritismo ou perseguição, tratando a todos modo mais congruente, mais adequado, mais oportuno, mais cé-
de modo igual, ou quando necessário, fazendo a discriminação ne- lere e econômicos na busca da satisfação dos interesses coletivos.
cessária para se chegar à igualdade real e material.
Princípio da Moralidade Administrativa Princípios Implícitos
A Administração Pública, de acordo com o princípio da morali-
dade administrativa, deve agir com boa-fé, sinceridade, probidade, Princípio da Supremacia Do Interesse Público
lealdade e ética. Este princípio consiste na sobreposição do interesse público
Tal princípio acarreta a obrigação ao administrador público de em face do interesse particular. Havendo conflito entre o interesse
observar não somente a lei que condiciona sua atuação, mas tam- público e o interesse particular, aquele prevalecerá.
bém, regras éticas extraídas dos padrões de comportamento desig- Podemos conceituar interesse público como o somatório dos
nados como moralidade administrativa (obediência à lei). interesses individuais desde que represente o interesse majoritário,
Não basta ao administrador ser apenas legal, deve também, ser ou seja, a vontade da maioria da sociedade, resultando em vontade
honesto tendo como finalidade o bem comum. coletiva.
É preciso entender que a moralidade como também a probida- Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime
de administrativa consistem exclusivamente no dever de funcioná- jurídico-administrativo, fundamentando a existência das prerroga-
rios públicos exercerem (prestarem seus serviços) suas funções com tivas e dos poderes especiais conferidos à Administração Pública
honestidade. Não devem aproveitar os poderes do cargo ou função para que esta esteja apta a atingir os fins que lhe são impostos pela
para proveito pessoal ou para favorecimento de outrem. Constituição e pelas leis.
O princípio da Supremacia do Interesse Público não está ex-
Princípio da Publicidade presso em nosso ordenamento jurídico. Nenhum artigo de lei fala,
O princípio da publicidade tem por objetivo a divulgação de dele, porém tal princípio encontra-se em diversos institutos do Di-
atos praticados pela Administração Pública, obedecendo, todavia, reito Administrativo. Vejamos alguns exemplos práticos:
as questões revestidas pela proteção do sigilo legal. - a nossa Constituição garante o direito à propriedade (art. 5º,
De acordo com as lições do eminente doutrinador Hely Lopes XXII), mas com base no princípio da Supremacia do Interesse Públi-
Meirelles3: co, a Administração pode, por exemplo, desapropriar uma proprie-
“O princípio da publicidade dos atos e contratos administrati- dade, requisitá-la ou promover o seu tombamento, suprimindo ou
vos, além de assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu restringindo o direito à propriedade.
conhecimento e controle pelos interessados e pelo povo em geral,
através dos meios constitucionais...”
2 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 31ªEdição, 2018
3 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Ma- 4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Ma-
lheiros, 2005 lheiros, 2005

174
DIREITO ADMINISTRATIVO

- a Administração e o particular podem celebrar contratos ad- No entanto, essa autotutela apresenta algumas limitações ob-
ministrativos, mas esses contratos preveem uma série de cláusulas jetivas e subjetivas, decorrentes do princípio da segurança jurídica.
exorbitantes que possibilitam a Administração, por exemplo, modi- Importante destacar a Súmula no 473 do STF: “A administração
ficar ou rescindir unilateralmente tal contrato. pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
- o poder de polícia administrativa que confere à Administração tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
Pública a possibilidade, por exemplo, de determinar a proibição de -los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
venda de bebida alcoólica a partir de determinada hora da noite direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
com o objetivo de diminuir a violência. judicial”.

Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público Princípio da Igualdade


Este princípio é o segundo pilar do regime jurídico-administra- Também conhecido como Princípio da Isonomia, considera que
tivo, funcionando como contrapeso ao princípio da Supremacia do a Administração Pública deve se preocupar em tratar igualmente
Interesse Público. as partes no processo administrativo, sem que haja discriminações
Ao mesmo tempo em que a Administração tem prerrogativas não permitidas.
e poderes exorbitantes para atingir seus fins determinados em lei, O objetivo é tratar o administrado com urbanidade, com equi-
ela sofre restrições, limitações que não existem para o particular. dade, com congruência.
Essas limitações decorrem do fato de que a Administração Pública No processo administrativo, busca-se uma decisão legal e justa,
não é proprietária da coisa pública, não é proprietária do interesse pois se deve tratar igualmente os iguais e desigualmente os desi-
público, mas sim, mera gestora de bens e interesses alheios que guais, na exata medida de suas desigualdades.
pertencem ao povo.
Em decorrência deste princípio, a Administração somente pode Princípio da Razoabilidade e Equidade
atuar pautada em lei. A Administração somente poderá agir quando O princípio da razoabilidade visa estruturar a aplicação de ou-
houver lei autorizando ou determinando a sua atuação. A atuação tras normas, princípios ou regras, de modo que sejam aplicadas de
da Administração deve, então, atender o estabelecido em lei, único forma razoável e justa. Consiste em agir com bom senso, modera-
instrumento capaz de retratar o que seja interesse público. ção e ter atitudes coerentes. Deve ser levada em conta a proporcio-
nalidade entre os meios empregados e a finalidade a ser alcançada
Princípio da Segurança Jurídica e, também, as circunstâncias que envolvem a prática do ato.
A Segurança Jurídica garante aos cidadãos os seus direitos na-
turais, como por exemplo, direito à liberdade, à vida, à propriedade, Princípio da Finalidade
entre outro. A Administração Pública deve satisfazer a pretensão do interes-
Em sentido amplo ela refere-se ao sentido geral de garantia, se público, caso não seja satisfeita a vontade, leva-se à invalidade
proteção, estabilidade de situação ou pessoa em vários campos. do ato praticado pelo administrador.
Em sentido amplo está ligada à garantia real de direitos que A finalidade da atuação da Administração situa-se no atendi-
possuem amparo na Constituição Federal, como por exemplo os mento do interesse público e o desvirtuamento dessa finalidade
que são reconhecidos pelo artigo 5º, do citado diploma legal. suscita o vício do desvio de poder ou desvio de finalidade.
Em sentido estrito, a segurança jurídica assume o sentido de
garantia de estabilidade e de certeza dos negócios jurídicos, admite
que as pessoas saibam previamente que, uma vez envolvidas em Princípio da Probidade
certa relação jurídica, está se mantém estável, mesmo se alterar a Consiste na honradez, caráter íntegro, honestidade e lealdade.
base legal sob a qual se institui. Configura a retidão no agir, permitindo uma atuação na administra-
Não permite que os envolvidos sofram alterações em razão de ção de boa qualidade. .
constante mudança legislativa. É mais voltada ao aspecto formal,
típico do Estado de Direito Liberal e característico dos sistemas jurí- Princípio da Motivação
dicos positivados, reconhecendo o momento exato em que uma lei A motivação é um dos critérios entre a discricionariedade e a
entra em vigor e quando pode ser revogado. arbitrariedade, levando-se a conclusão de que o que não é motiva-
do é arbitrário.
Princípio da autotutela Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello5 nos seguintes ter-
A autotutela permite que o Poder Público anule ou revogue mos:
seus atos administrativos, quando forem inconvenientes com a lei. “Dito princípio implica para a Administração o dever de justifi-
Para tanto, não será necessária a intervenção do Poder Judiciário. car seus atos, apontando-lhes os fundamentos de direito e de fato,
Impõe-se a Administração Pública o zelo pela regularidade de assim como a correlação lógica entre os eventos e situações que
sua atuação (dever de vigilância), ainda que para tanto não tenha deu por existentes e a providência tomada, nos casos em que este
sido provocada. último aclaramento seja necessário para aferir-se a consonância da
A autotutela pressupõe a prática de controle interno pela Ad- conduta administrativa com a lei que lhe serviu de arrimo”.
ministração Pública e se dá em dois momentos:
a) com a anulação de atos ilegais e contrários ao ordenamento
jurídico, e
b) a revogação de atos em confronto com os interesses da Ad-
ministração, cuja manutenção se afigura inoportuna e inconvenien- 5 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio, Curso de Direito Administrativo,
te. 29ºEdição, 2012.

175
DIREITO CONSTITUCIONAL

TÍTULO I
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
Forma, Sistema e Fundamentos da República indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti-
tui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
• Papel dos Princípios e o Neoconstitucionalismo I - a soberania;
Os princípios abandonam sua função meramente subsidiária II - a cidadania
na aplicação do Direito, quando serviam tão somente de meio de III - a dignidade da pessoa humana;
integração da ordem jurídica (na hipótese de eventual lacuna) e ve- IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
tor interpretativo, e passam a ser dotados de elevada e reconhecida V - o pluralismo político.
normatividade. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
• Princípio Federativo Constituição.
Significa que a União, os Estados-membros, o Distrito Federal Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos en-
e os Municípios possuem autonomia, caracteriza por um determi- tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
nado grau de liberdade referente à sua organização, à sua adminis-
tração, à sua normatização e ao seu Governo, porém limitada por Objetivos Fundamentais da República
certos princípios consagrados pela Constituição Federal. Os Objetivos Fundamentais da República estão elencados no
Artigo 3º da CF/88. Vejamos:
• Princípio Republicano Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede-
É uma forma de Governo fundada na igualdade formal entre as rativa do Brasil:
pessoas, em que os detentores do poder político exercem o coman- I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
do do Estado em caráter eletivo, representativo, temporário e com II - garantir o desenvolvimento nacional;
responsabilidade. III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi-
gualdades sociais e regionais;
• Princípio do Estado Democrático de Direito IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
O Estado de Direito é aquele que se submete ao império da lei. raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Por sua vez, o Estado democrático caracteriza-se pelo respeito ao
princípio fundamental da soberania popular, vale dizer, funda-se na Princípios de Direito Constitucional Internacional
noção de Governo do povo, pelo povo e para o povo. Os Princípios de Direito Constitucional Internacional estão
elencados no Artigo 4º da CF/88. Vejamos:
• Princípio da Soberania Popular Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela-
O parágrafo único do Artigo 1º da Constituição Federal reve- ções internacionais pelos seguintes princípios:
la a adoção da soberania popular como princípio fundamental ao I - independência nacional;
prever que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio II - prevalência dos direitos humanos;
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Cons- III - autodeterminação dos povos;
tituição”. IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
• Princípio da Separação dos Poderes VI - defesa da paz;
A visão moderna da separação dos Poderes não impede que VII - solução pacífica dos conflitos;
cada um deles exerça atipicamente (de forma secundária), além de VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
sua função típica (preponderante), funções atribuídas a outro Po- IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani-
der. dade;
Vejamos abaixo, os dispositivos constitucionais corresponden- X - concessão de asilo político.
tes ao tema supracitado: Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in-
tegração econômica, política, social e cultural dos povos da América
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana
de nações.

267
DIREITO CONSTITUCIONAL

Referências Bibliográficas: Os Direitos Fundamentais de Terceira Geração possuem as se-


DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e guintes características:
Concursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. a) surgiram no século XX;
b) estão ligados ao ideal de fraternidade (ou solidariedade),
que deve nortear o convívio dos diferentes povos, em defesa dos
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS bens da coletividade;
c) são direitos positivos, a exigir do Estado e dos diferentes
povos uma firme atuação no tocante à preservação dos bens de
Distinção entre Direitos e Garantias Fundamentais interesse coletivo;
Pode-se dizer que os direitos fundamentais são os bens jurídi- d) correspondem ao direito de preservação do meio ambiente,
cos em si mesmos considerados, de cunho declaratório, narrados de autodeterminação dos povos, da paz, do progresso da humani-
no texto constitucional. Por sua vez, as garantias fundamentais são dade, do patrimônio histórico e cultural, etc.
estabelecidas na mesma Constituição Federal como instrumento de
proteção dos direitos fundamentais e, como tais, de cunho assecu- • Direitos Fundamentais de Quarta Geração
ratório. Segundo Paulo Bonavides, a globalização política é o fator his-
tórico que deu origem aos direitos fundamentais de quarta gera-
Evolução dos Direitos e Garantias Fundamentais ção. Eles estão ligados à democracia, à informação e ao pluralismo.
Também são transindividuais.
• Direitos Fundamentais de Primeira Geração
Possuem as seguintes características: Direitos Fundamentais de Quinta Geração
a) surgiram no final do século XVIII, no contexto da Revolução Paulo Bonavides defende, ainda, que o direito à paz represen-
Francesa, fase inaugural do constitucionalismo moderno, e domina- taria o direito fundamental de quinta geração.
ram todo o século XIX;
b) ganharam relevo no contexto do Estado Liberal, em oposição Características dos Direitos e Garantias Fundamentais
ao Estado Absoluto; São características dos Direitos e Garantias Fundamentais:
c) estão ligados ao ideal de liberdade; a) Historicidade: não nasceram de uma só vez, revelando sua
d) são direitos negativos, que exigem uma abstenção do Estado índole evolutiva;
em favor das liberdades públicas; b) Universalidade: destinam-se a todos os indivíduos, indepen-
e) possuíam como destinatários os súditos como forma de pro- dentemente de características pessoais;
teção em face da ação opressora do Estado; c) Relatividade: não são absolutos, mas sim relativos;
f) são os direitos civis e políticos. d) Irrenunciabilidade: não podem ser objeto de renúncia;
e) Inalienabilidade: são indisponíveis e inalienáveis por não
• Direitos Fundamentais de Segunda Geração possuírem conteúdo econômico-patrimonial;
Possuem as seguintes características: f) Imprescritibilidade: são sempre exercíveis, não desparecen-
a) surgiram no início do século XX; do pelo decurso do tempo.
b) apareceram no contexto do Estado Social, em oposição ao
Estado Liberal; Destinatários dos Direitos e Garantias Fundamentais
c) estão ligados ao ideal de igualdade; Todas as pessoas físicas, sem exceção, jurídicas e estatais, são
d) são direitos positivos, que passaram a exigir uma atuação destinatárias dos direitos e garantias fundamentais, desde que
positiva do Estado; compatíveis com a sua natureza.
e) correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos.
Eficácia Horizontal dos Direitos e Garantias Fundamentais
• Direitos Fundamentais de Terceira Geração Muito embora criados para regular as relações verticais, de su-
Em um próximo momento histórico, foi despertada a preocu- bordinação, entre o Estado e seus súditos, passam a ser emprega-
pação com os bens jurídicos da coletividade, com os denominados dos nas relações provadas, horizontais, de coordenação, envolven-
interesses metaindividuais (difusos, coletivos e individuais homogê- do pessoas físicas e jurídicas de Direito Privado.
neos), nascendo os direitos fundamentais de terceira geração.
Natureza Relativa dos Direitos e Garantias Fundamentais
Direitos Metaindividuais Encontram limites nos demais direitos constitucionalmente
consagrados, bem como são limitados pela intervenção legislativa
Natureza Destinatários ordinária, nos casos expressamente autorizados pela própria Cons-
Difusos Indivisível Indeterminados tituição (princípio da reserva legal).
Determináveis Colisão entre os Direitos e Garantias Fundamentais
Coletivos Indivisível ligados por uma O princípio da proporcionalidade sob o seu triplo aspecto (ade-
relação jurídica quação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito) é a
Determinados ferramenta apta a resolver choques entre os princípios esculpidos
Individuais na Carta Política, sopesando a incidência de cada um no caso con-
Divisível ligados por uma
Homogêneos creto, preservando ao máximo os direitos e garantias fundamentais
situação fática
constitucionalmente consagrados.

268
DIREITO CONSTITUCIONAL

Os quatro status de Jellinek Direito à Privacidade


a) status passivo ou subjectionis: quando o indivíduo se encon- Para o estudo do Direito Constitucional, a privacidade é gênero,
tra em posição de subordinação aos poderes públicos, caracterizan- do qual são espécies a intimidade, a honra, a vida privada e a ima-
do-se como detentor de deveres para com o Estado; gem. De maneira que, os mesmos são invioláveis e a eles assegura-
b) status negativo: caracterizado por um espaço de liberdade -se o direito à indenização pelo dano moral ou material decorrente
de atuação dos indivíduos sem ingerências dos poderes públicos; de sua violação.
c) status positivo ou status civitatis: posição que coloca o indi-
víduo em situação de exigir do Estado que atue positivamente em Direito à Honra
seu favor; O direito à honra almeja tutelar o conjunto de atributos perti-
d) status ativo: situação em que o indivíduo pode influir na for- nentes à reputação do cidadão sujeito de direitos, exatamente por
mação da vontade estatal, correspondendo ao exercício dos direi- tal motivo, são previstos no Código Penal.
tos políticos, manifestados principalmente por meio do voto.
Referências Bibliográficas: Direito de Propriedade
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e É assegurado o direito de propriedade, contudo, com restri-
Concursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. ções, como por exemplo, de que se atenda à função social da pro-
priedade. Também se enquadram como espécies de restrição do
Os direitos individuais estão elencados no caput do Artigo 5º direito de propriedade, a requisição, a desapropriação, o confisco
da CF. São eles: e o usucapião.
Do mesmo modo, é no direito de propriedade que se assegu-
Direito à Vida ram a inviolabilidade do domicílio, os direitos autorais (propriedade
O direito à vida deve ser observado por dois prismas: o direito intelectual) e os direitos reativos à herança.
de permanecer vivo e o direito de uma vida digna. Destes direitos, emanam todos os incisos do Art. 5º, da CF/88,
O direito de permanecer vivo pode ser observado, por exem- conforme veremos abaixo:
plo, na vedação à pena de morte (salvo em caso de guerra decla-
rada). TÍTULO II
Já o direito à uma vida digna, garante as necessidades vitais DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
básicas, proibindo qualquer tratamento desumano como a tortura,
penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis, etc. CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Direito à Liberdade
O direito à liberdade consiste na afirmação de que ninguém Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em vir- qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
tude de lei. Tal dispositivo representa a consagração da autonomia residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
privada. igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Trata-se a liberdade, de direito amplo, já que compreende, I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
dentre outros, as liberdades: de opinião, de pensamento, de loco- termos desta Constituição;
moção, de consciência, de crença, de reunião, de associação e de II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
expressão. coisa senão em virtude de lei;
III- ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desu-
Direito à Igualdade mano ou degradante;
A igualdade, princípio fundamental proclamado pela Constitui- IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano-
ção Federal e base do princípio republicano e da democracia, deve nimato;
ser encarada sob duas óticas, a igualdade material e a igualdade V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
formal. além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
A igualdade formal é a identidade de direitos e deveres conce- VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
didos aos membros da coletividade por meio da norma. assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
Por sua vez, a igualdade material tem por finalidade a busca ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
da equiparação dos cidadãos sob todos os aspectos, inclusive o VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
jurídico. É a consagração da máxima de Aristóteles, para quem o religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
princípio da igualdade consistia em tratar igualmente os iguais e VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença reli-
desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam. giosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
Sob o pálio da igualdade material, caberia ao Estado promover eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
a igualdade de oportunidades por meio de políticas públicas e leis prestação alternativa, fixada em lei;
que, atentos às características dos grupos menos favorecidos, com- IX - é livre a expressão de atividade intelectual, artística, cientí-
pensassem as desigualdades decorrentes do processo histórico da fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
formação social. X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima-
gem das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano ma-
terial ou moral decorrente de sua violação;

269
DIREITO DO TRABALHO

– natureza essencialmente privada de seus sujeitos (mesmo


CONTRATO DE TRABALHO o Estado, quando contrata empregados, sob o regime da CLT, age
como particular, submetendo-se à legislação trabalhista sem qual-
Considerando que a denominação ideal de uma figura jurídi- quer privilégio ou prerrogativa especial);
ca deve ser aquela que melhor representa o seu conteúdo, parte – natureza privada dos interesses envolvidos;
da doutrina critica a denominação contrato de trabalho, afirmando – celebração do contrato de trabalho como fruto do exercício
que não corresponde ao pacto laborativo a que se reporta, que é a da autonomia da vontade das partes, que voluntariamente se obri-
relação de emprego1. gam reciprocamente;
Afirmam ainda alguns autores que a expressão trabalho é am- – possibilidade de pactuação pelas partes das condições que
pla demais, abarcando todo e qualquer tipo de prestação de serviço vão reger a relação a ser mantida durante a vigência do contrato.
de uma pessoa física a outrem, e não só o trabalho subordinado.
Exatamente por tais razões, e com o intuito de distinguir a for- É um contrato consensual – o contrato de trabalho pode ser
ma de prestação de serviço a que se refere, o contrato de trabalho ajustado livremente pelas partes contratantes, sem necessidade
vem sendo denominado por alguns autores contrato de emprego. da observância de formalidades imperativas, sendo suficiente para
No entanto, a denominação contrato de emprego não é a mais atribuir validade ao contrato o simples consentimento.
utilizada, tendo sido consagrada a expressão contrato de trabalho, Nasce da manifestação da vontade livre das partes e, como re-
adotada em sentido estrito e referindo-se à relação de emprego. gra, não depende de forma prevista em lei, podendo ser celebrado
verbalmente, por escrito ou até tacitamente (art. 442, CLT).
— Conceito e caracterização
O art. 442 da CLT define contrato de trabalho como “o acordo É um contrato sinalagmático – trata-se de pacto de natureza
tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”. bilateral que gera obrigações recíprocas às partes contratantes, re-
O conceito constante do texto da CLT é bastante criticado pela sultando um equilíbrio formal entre as prestações ajustadas.
doutrina, que afirma não ter o legislador utilizado da melhor técni-
ca de construção de definições. Na realidade, “o texto celetista ver- É um contrato celebrado intuitu personae – o contrato de tra-
dadeiramente resultou de um ‘acordo teórico’ entre as correntes balho gera uma obrigação pessoal em relação a um de seus sujeitos,
contratualistas e acontratualistas na época da elaboração da CLT, na o empregado. A obrigação de prestar serviços é infungível. Tal ca-
década de 1940: a norma legal reverenciou, a um só tempo, tanto a racterística está ligada à fidúcia que decorre do contrato de traba-
noção de contrato (teoria contratualista) como a noção de relação lho e que permite que o empregador exija a prestação de serviços
de emprego (teorias da relação de trabalho e institucionalista) — daquele que contratou como empregado.
em franco prejuízo da melhor técnica jurídica”.
Assim, considerando as críticas que são feitas à definição legal É um contrato comutativo – na celebração do contrato de tra-
contida no art. 442 da CLT, podemos definir o contrato de trabalho balho é dado conhecimento prévio às partes das vantagens que
como sendo o acordo de vontades, manifestado de forma expressa receberão por conta do adimplemento do contrato: o empregado
(verbalmente ou por escrito) ou de forma tácita, por meio do qual sabe quanto receberá pelos serviços prestados e o empregador
uma pessoa física (empregado) se compromete a prestar pessoal- sabe quais atividades laborais poderá exigir do empregado.
mente e de forma subordinada serviços contínuos a uma outra pes-
soa física, a uma pessoa jurídica ou a um ente sem personalidade É um contrato de trato sucessivo – o contrato de trabalho
jurídica (empregador), mediante remuneração. vincula as partes contratantes ao cumprimento de obrigações de
débito permanente, que se sucedem continuadamente no tempo,
Quanto à caracterização do contrato de trabalho, entre os ca- cumprindo-se e vencendo-se seguidamente. O contrato de trabalho
racteres apontados pela doutrina, destacamos os seguintes: não se esgota com o cumprimento da obrigação, que, após cum-
É um contrato de Direito Privado – não obstante o fato de o prida, renasce. Tal dinâmica perdura enquanto vigorar o contrato.
Direito do Trabalho se caracterizar pela predominância de normas
imperativas e indisponíveis, o contrato de trabalho insere-se no âm- É um contrato oneroso – as obrigações assumidas em decor-
bito do Direito Privado. rência do contrato de trabalho são, para ambas as partes, econo-
A caracterização do contrato de trabalho como sendo um con- micamente mensuráveis. Do contrato decorrem perdas e vantagens
trato de Direito Privado respalda-se nos seguintes fundamentos: econômicas tanto para o empregado como para o empregador.

1 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-
Esquematizado-Carla-Tereza-Martins-Romar-2018.pdf

289
DIREITO DO TRABALHO

É um contrato complexo – uma das características do contrato Contratos de trabalho intermitente, no qual a prestação de
de trabalho é a possibilidade de que sejam celebrados contratos serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alter-
acessórios a ele, como, por exemplo, um contrato de locação, um nância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, deter-
contrato de mandato, um contrato de comodato etc. Tais contratos minados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de
auxiliares dependem do contrato principal, o que significa dizer que atividade do empregado e do empregador.
seguem a sorte dele: extinto o contrato de trabalho, extinguem-se
os contratos acessórios. A duração indeterminada dos contratos de trabalho é a regra
geral. Exatamente por isso, em qualquer contratação incide a pre-
Alguns autores ainda apontam a alteridade como uma das ca- sunção de que a relação de emprego foi pactuada sem determina-
racterísticas do contrato de trabalho, tendo em vista que a pres- ção de prazo, salvo se existir prova em sentido contrário.
tação laboral empregatícia se desenvolve em favor e por conta de A indeterminação do prazo de duração do contrato de trabalho
outrem, que aufere os frutos do trabalho do empregado e, por isso, faz prevalecer, na prática e concretamente, o princípio da continui-
assume os riscos do empreendimento. dade da relação de emprego e o princípio da norma mais favorável,
tendo em vista que esta modalidade de contratação assegura ao
— Classificação trabalhador um conjunto mais amplo de direitos rescisórios.
O contrato de trabalho pode ser classificado: Assim, somente por exceção os contratos de trabalho são cele-
brados por prazo determinado.
Quanto à forma de manifestação de vontade que levou à sua
celebração
Os contratos de trabalho podem ser celebrados mediante duas CONCEITOS DE EMPREGADO E EMPREGADOR
formas de manifestação de vontade das partes:
• Contrato expresso: aquele que decorre de uma expressão
explícita de vontade, pela qual as partes estipulam os direitos e as — Empregado
obrigações que vão reger a relação jurídica; Empregado é a pessoa física que presta pessoalmente a outrem
• Contrato tácito: aquele que se revela por um conjunto de serviços não eventuais, subordinados e assalariados2.
atos praticados pelas partes, sem que tenha havido manifestação “Considera-se empregado, toda pessoa física que prestar servi-
inequívoca de vontade. A conduta das partes revela elementos in- ços de natureza não eventual a empregador, sob dependência deste
dicativos da pactuação empregatícia, sem que tenham manifestado e mediante salário” (CLT, art. 3º).
expressamente sua vontade.
No Direito do Trabalho, como regra, o contrato de trabalho não Requisitos legais do conceito
exige formalidade ou solenidade para sua formação válida. Pode ser a) pessoa física: empregado é pessoa física e natural;
celebrado tanto por manifestação expressa de vontade (por escrito b) continuidade: empregado é um trabalhador não eventual;
ou verbalmente) como por manifestação de vontade apenas tácita. c) subordinação: empregado é um trabalhador cuja atividade é
Apenas excepcionalmente, e em decorrência de previsão legal, exercida sob dependência;
alguns contratos de trabalho devem necessariamente ser celebra- d) salário: empregado é um trabalhador assalariado, portanto,
dos por escrito. alguém que, pelo serviço que presta, recebe uma retribuição;
e) pessoalidade: empregado é um trabalhador que presta pes-
Quanto ao número de sujeitos ativos componentes do respec- soalmente os serviços.
tivo polo da relação jurídica
O contrato de trabalho é um ato jurídico bilateral, à medida — Empregador
que necessariamente decorre do ajuste de vontade de dois sujeitos: É o ente, dotado ou não de personalidade jurídica, com ou sem
de um lado, o empregado; de outro, o empregador. fim lucrativo, que tiver empregado.
Sempre que o contrato for celebrado entre o empregador e um “Considera-se empregador a empresa. individual ou coletiva,
único empregado, o que é o normal, fala-se em contrato individu- que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria
al de trabalho, expressão utilizada pelo legislador (arts. 442 e 443, e dirige a prestação pessoal de serviços” (CLT, art. 2º).
CLT).
De outra forma, quando, em razão da unidade necessária que — Equiparação
cerca a prestação do serviço, o contrato de trabalho for celebrado A lei equiparou ao empregador, “para os efeitos exclusivos da
com diversos empregados ao mesmo tempo, trata-se do contrato relação de emprego”, e desde que admitam empregados (art. 2º, §
de trabalho plúrimo ou contrato de trabalho por equipe. 1º, CLT):
– os profissionais liberais;
Quanto à sua duração – as instituições de beneficência;
Os contratos de trabalho podem classificar-se em: – as associações recreativas;
Contrato por prazo indeterminado, que são aqueles que têm – outras instituições sem fins lucrativos.
duração indefinida no tempo;
Contratos por prazo determinado, cujo período de duração é
estabelecido desde o início da pactuação;

2 https://www.jurisite.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2017/03/
direito_-trabalho.pdf

290
DIREITO DO TRABALHO

— Poderes do Empregador Solidariedade passiva entre os integrantes do grupo econômi-


co – tal entendimento decorre do próprio texto do § 2º do art. 2º da
Poder de direção do empregador CLT. Como efeito jurídico clássico e incontroverso do grupo econô-
Ao ser contratado, o empregado transfere para o empregador mico, está “a imposição de solidariedade passiva entre as entidades
o poder de direção sobre seu trabalho, passando a ser a ele subor- componentes do grupo perante os créditos trabalhistas derivados
dinado3. de contrato de trabalho subscrito por uma ou algumas dessas en-
Assim, estrutura-se a relação jurídica objeto do Direito do Tra- tidades. Solidariedade passiva, isto é, por obrigações trabalhistas,
balho: de um lado, o poder de direção reconhecido pela ordem ju- portanto”.
rídica ao empregador e exercido como contrapartida aos riscos da Solidariedade ativa das empresas componentes do grupo eco-
atividade econômica inerentes à própria atividade empresarial. De nômico – trata-se de tema bastante discutido.
outro lado, o estado de subordinação do empregado, que se sub- Há quem defenda a existência de uma solidariedade ativa,
mete às regras de caráter hierárquico e técnico impostas pelo em- além da solidariedade passiva inerente à hipótese (haveria, portan-
pregador. to, uma responsabilidade dual). Portanto, as obrigações das empre-
O poder de direção se divide em poder de organização (ou de sas que integram o grupo não se limitam aos créditos trabalhistas,
comando), em poder de controle (ou de fiscalização) e poder disci- mas abrangem o contrato de trabalho como um todo, assumindo o
plinar: grupo a posição de empregador único.
– Poder de organização: consiste na ordenação das atividades Disto resulta o entendimento de que o empregado presta ser-
do empregado, inserindo-as no conjunto das atividades da produ- viços ao grupo, e não a uma empresa especificamente, razão pela
ção, visando a obtenção dos objetivos econômicos e sociais da em- qual estará sujeito ao poder de comando deste empregador único.
presa; a empresa poderá ter um regulamento interno para tal; de- No entanto, este posicionamento encontra resistência em parte da
corre dele a faculdade de o empregado definir os fins econômicos doutrina.
visados pelo empreendimento;
– Poder de controle: significa o direito de o empregador fisca- — Sucessão de empregadores
lizar as atividades profissionais dos seus empregados; justifica-se, O termo sucessão, em sua concepção mais ampla, refere-se às
uma vez que, sem controle, o empregador não pode ter ciência de hipóteses em que ocorre a alteração da titularidade do direito ou
que, em contrapartida ao salário que paga, vem recebendo os ser- da obrigação em razão da modificação do sujeito. Tratando-se de
viços dos empregados; obrigações e direitos previstos em um contrato, é possível afirmar-
– Poder disciplinar: consiste no direito de o empregador impor -se que a sucessão refere-se a uma alteração subjetiva na relação
sanções disciplinares ao empregado, de forma convencional (pre- jurídica contratual.
vistas em convenção coletiva) ou estatutária (previstas no regula- No campo do Direito do Trabalho, a sucessão tem reflexos dire-
mento da empresa), subordinadas à forma legal. tos na relação de emprego e implica em direitos e obrigações para
os seus sujeitos, empregado e empregador. No entanto, consideran-
No direito brasileiro as penalidades que podem ser aplicadas do-se que para a caracterização da relação de emprego deve estar
são a suspensão disciplinar e a advertência; o atleta profissional é presente, entre outras características, a pessoalidade na prestação
ainda passível de multa. dos serviços, resta evidente que o tema da sucessão assume real
importância no que tange ao outro sujeito da relação de emprego,
— Grupo econômico o empregador.
Existe grupo econômico, para fins trabalhistas, sempre que A sucessão de empregadores é prevista pelos arts. 10 e 448 da
uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas persona- CLT, que dispõem que qualquer alteração na estrutura jurídica da
lidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou admi- empresa ou na sua propriedade não afeta os contratos de trabalho
nistração de outra, ainda que guardem cada uma sua autonomia. dos respectivos empregados nem os direitos adquiridos por eles.
Caracterizado o grupo econômico, serão solidariamente res- Trata-se de instituto que se fundamenta nas ideias de:
ponsáveis pelas obrigações decorrentes da relação de emprego, a – garantia dos direitos trabalhistas;
empresa principal e cada uma das subordinadas (art. 2º, § 2º, CLT). – despersonalização do empregador;
Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, – continuidade da relação de emprego.
sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração
de interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atua- A sucessão decorrente de alteração na estrutura jurídica da
ção conjunta das empresas dele integrantes (art. 2º, § 3º, CLT). empresa abrange hipóteses como mudança de sociedade para fir-
O estudo do grupo econômico leva, ainda, à análise do efeito ma individual, ou vice-versa, alteração do tipo societário, fusão, in-
decorrente de sua caracterização, qual seja, a responsabilidade so- corporação, cisão etc. Essas modificações formais são irrelevantes
lidária dos integrantes do grupo em relação aos créditos trabalhis- para os contratos de trabalho que seguem normalmente seu curso.
tas dos empregados. A questão envolve a discussão sobre o tipo de Assim, caracterizada a sucessão empresarial ou de empregado-
solidariedade que resulta do grupo econômico: res, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em
que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de
responsabilidade do sucessor (art. 448-A, caput, CLT).
Em relação à possibilidade de responsabilização do sucedido, o
parágrafo único do art. 448-A da CLT prevê que a empresa sucedida
responderá solidariamente com a sucessora quando ficar compro-
3 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho- vada fraude na transferência.
Esquematizado-Carla-Tereza-Martins-Romar-2018.pdf

291
ESTATUTO E REGIMENTO DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

§ 2º – Compõe o Quadrilátero Saúde/Direito a Faculdade de


RESOLUÇÃO Nº 3.461/1988, COM AS ALTERAÇÕES VI- Medicina, a Escola de Enfermagem, a Faculdade de Saúde Pública
GENTES ATÉ A PUBLICAÇÃO DO EDITAL e a Faculdade de Direito. (alterado pela Resolução 7890/2019)
§ 3º – Compõe a área da Universidade localizada na Zona Les-
RESOLUÇÃO Nº 3461, DE 7 DE OUTUBRO DE 1988 te da Capital (Área Capital-Leste) a Escola de Artes, Ciências e Hu-
manidades. (acrescido pela Resolução nº 7196/2016)
O Reitor da Universidade de São Paulo, no uso de suas atribui- Artigo 5º – As Unidades, que compreendem Institutos, Facul-
ções legais, e tendo em vista o deliberado pelo Conselho Universi- dades e Escolas, todas de igual hierarquia e organizadas em fun-
tário em sessão de 9 de agosto de 1988, e pelo Conselho Estadual ção de seus objetivos específicos, são órgãos setoriais que podem,
de Educação em sessão de 31 de agosto de 1988, e com base no a seu critério, subdividir-se em Departamentos. (alterado pela Re-
artigo 207 da Constituição Federal, baixa a seguinte solução nº 5230/2005)
Parágrafo único – As Unidades, os Museus, os órgãos de Inte-
RESOLUÇÃO: gração e os órgãos Complementares serão discriminados no Regi-
mento Geral. (alterado pela Resolução nº 5900/2010)
Artigo 1º – Fica aprovado o Estatuto da Universidade de São Artigo 5º-A – Os Museus serão organizados em função das
Paulo, anexo a esta Resolução. respectivas missões, objetivos e estratégias de gestão acadêmica,
Artigo 2º – O Estatuto passará a viger a partir de 1º de novem- pautadas no processo curatorial vinculado aos acervos. (acrescido
bro de 1988. pela Resolução nº 5900/2010)
§ 1º – Cada Museu terá um Conselho Deliberativo e uma Co-
Reitoria da Universidade de São Paulo, aos 7 de outubro de missão Técnica-Administrativa, cuja composição constará de seu
1988. Regimento.
§ 2º – Para fins de ingresso, promoção na carreira e concessão
ESTATUTO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO das dignidades universitárias, aplicam-se aos Museus as normas
estatutárias e regimentais sobre a atividade docente.
TÍTULO I – DA UNIVERSIDADE E SEUS FINS Artigo 6º – Os órgãos de Integração, voltados para o estudo
de interesse intersetorial, compreendem Institutos Especializados
Artigo 1º – A Universidade de São Paulo (USP), criada pelo e Núcleos de Apoio. (alterado pela Resolução nº 5900/2010)
Decreto 6283, de 25 de janeiro de 1934, é autarquia de regime § 1º – Os órgãos de Integração desenvolverão programas de
especial, com autonomia didático-científica, administrativa, disci- interesse geral, bem como os propostos pelos docentes de Unida-
plinar e de gestão financeira e patrimonial. des e Departamentos relacionados com seus objetivos.
Artigo 2º – São fins da USP: § 2º – Suprimido. (suprimido pela Resolução nº 5900/2010)
I – promover e desenvolver todas as formas de conhecimen- § 3º – Suprimido. (suprimido pela Resolução nº 5900/2010)
to, por meio do ensino e da pesquisa; § 4º – Cada órgão de Integração terá um Conselho Deliberati-
II – ministrar o ensino superior visando à formação de pes- vo, cuja composição constará de seu Regimento.
soas capacitadas ao exercício da investigação e do magistério em Artigo 7º – O Pró-Reitor poderá criar Núcleos de Apoio às
todas as áreas do conhecimento, bem como à qualificação para as atividades-fim da Pró-Reitoria, com o objetivo de reunir especia-
atividades profissionais; listas de um ou mais órgãos e Unidades em torno de programas
III – estender à sociedade serviços indissociáveis das ativida- de pesquisa, de pós-graduação ou de extensão universitária de
des de ensino e de pesquisa. caráter interdisciplinar ou, ainda, para a constituição de labora-
Artigo 3º – A USP, como Universidade pública, sempre aberta tórios de uso comum, após ouvido o Conselho Central respectivo,
a todas as correntes de pensamento, reger-se-á pelos princípios a Comissão de Orçamento e Patrimônio e, em instância final, a
de liberdade de expressão, ensino e pesquisa. Comissão de Atividades Acadêmicas. (alterado pela Resolução nº
5928/2011)
TÍTULO II – DA CONSTITUIÇÃO DA UNIVERSIDADE § 1º – Cada Núcleo de Apoio terá um Conselho Deliberativo,
cuja composição constará de seu Regimento.
Artigo 4º– A USP cumpre seus objetivos por meio de Unida- § 2º – Os Núcleos de Apoio serão avaliados periodicamente
des, Museus, órgãos de Integração e órgãos Complementares, dis- pelas Pró-Reitorias com as quais estiverem relacionados.
tribuídos em campi. (alterado pelas Resoluções nos 5492/2008 e § 3º – Os relatórios de avaliação serão enviados ao Pró-Reitor
5900/2010) e submetidos à apreciação do Conselho Central respectivo. (alte-
§ 1º – Os campi se organizarão de acordo com as atividades rado pela Resolução nº 5928/2011)
neles desenvolvidas, na forma prevista no Regimento Geral e em Artigo 8º – São órgãos Complementares os hospitais manti-
Regimento próprio. dos pela Universidade.

301
ESTATUTO E REGIMENTO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Parágrafo único – Cada órgão Complementar terá um Conse- Parágrafo único – O orçamento, as transposições orçamentá-
lho Deliberativo, cuja composição constará de seu Regimento. rias e a abertura de crédito, com recursos à disposição da Uni-
Artigo 9º – Entidades estranhas à Universidade poderão as- versidade, serão baixados por ato do Reitor, cumprindo aos res-
sociar-se à USP para fins didáticos e científicos, preservando sua ponsáveis pela aplicação das verbas prestar contas aos órgãos
autonomia. competentes.
§ 1º – As entidades associadas colaborarão em atividades de
ensino, pesquisa e extensão universitária, quando solicitadas pela TÍTULO IV – DA ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE
USP.
§ 2º – As entidades associadas poderão propor aos órgãos CAPÍTULO I
competentes da USP planos para execução das atividades a que
se refere o parágrafo anterior, bem como a realização de cursos DOS ÓRGÃOS CENTRAIS
de pós-graduação, abrangendo setores de suas atividades espe-
cíficas. Artigo 14 – São órgãos centrais da Universidade: (ver também
Artigo 10 – A critério do Conselho Universitário, e conside- a Portaria GR nº 3252/2000)
radas as necessidades da comunidade, outros órgãos de ativida- I – Conselho Universitário;
des-fim, abrangendo novas áreas do conhecimento, poderão ser II – Conselhos Centrais:
criados ou integrados na Universidade, para o efeito da execução 1 – Conselho de Graduação;
ou expansão de suas atividades. 2 – Conselho de Pós-Graduação;
Artigo 11 – É vedada a duplicação de meios para fins idênticos 3 – Conselho de Pesquisa e Inovação; (alterado pela Resolu-
ou equivalentes no mesmo município. ção 8227/2022)
4 – Conselho de Cultura e Extensão Universitária;
TÍTULO III – DO PATRIMÔNIO E DOS RECURSOS FINANCEIROS 5 – Conselho de Inclusão e Pertencimento. (acrescido pela
Resolução 8227/2022)
CAPÍTULO I III – Reitoria;
IV – Pró-Reitorias;
DO PATRIMÔNIO V – Conselho Consultivo.

Artigo 12 – Constituem patrimônio da Universidade: CAPÍTULO II


I – bens móveis e imóveis;
II – bens e direitos adquiridos, doados ou legados; DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO
III – fundos especiais;
IV – saldos dos exercícios financeiros transferidos para conta Artigo 15 – O Conselho Universitário terá a seguinte consti-
patrimonial. tuição:
§ 1º – Cabe à Universidade administrar seu patrimônio e dele I – o Reitor, seu Presidente;
dispor. II – o Vice-Reitor;
§ 2º – A aquisição de bens pela Universidade é isenta de tri- III – os Pró-Reitores;
butos estaduais. IV – os Diretores de Unidades;
§ 3º – Os atos de aquisição de bens imóveis pela Universida- V – um representante docente de cada Congregação, eleito
de, neles compreendidos sua transcrição nos registros de imóveis, por seus membros; (ver também a Resolução nº 3802/1991)
são isentos de custas e emolumentos. VI – um representante dos Museus, eleito pelos seus Direto-
§ 4º – A Universidade, mediante autorização da Comissão de res;
Orçamento e Patrimônio, poderá promover investimentos ten- VII – um representante dos Institutos Especializados, eleito
dentes à valorização patrimonial e à obtenção de rendas aplicá- pelos seus Diretores;
veis na realização de seus objetivos. VII-A – o Controlador Geral; (acrescido pela Resolução nº
7105/2015)
CAPÍTULO II VIII – um representante de cada categoria docente, eleito por
seus pares;
DOS RECURSOS FINANCEIROS IX – a representação dos alunos de graduação em número
correspondente a dez por cento do total de docentes do Conselho
Artigo 13 – Os recursos da Universidade serão provenientes Universitário, eleita pela respectiva categoria;
de: X – a representação dos alunos de pós-graduação em número
I – dotações que lhe forem atribuídas nos orçamentos da correspondente a cinco por cento do total de docentes do Conse-
União, dos Estados e dos Municípios; lho Universitário, eleita pela respectiva categoria;
II – subvenções e doações; XI – três representantes dos servidores não-docentes da Uni-
III – empréstimos e financiamentos; versidade, eleitos pelos seus pares; (alterado pela Resolução nº
IV – rendas de aplicação de bens e de valores patrimoniais; 4279/1996)
V – retribuição de serviços prestados à comunidade; XII – um representante dos antigos alunos, eleito por seus
VI – taxas e emolumentos; pares;
VII – rendas eventuais. XIII – um representante da Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo;

302
ESTATUTO E REGIMENTO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

XIV – um representante da Federação da Agricultura do Esta- 15 – exercer quaisquer outras atribuições, decorrentes de Lei,
do de São Paulo; deste Estatuto, bem como do Regimento Geral, em matéria de sua
XV – um representante da Federação do Comércio do Estado competência.
de São Paulo; 16 – deliberar sobre os parâmetros de sustentabilidade eco-
XVI – um representante da Federação das Indústrias do Esta- nômico-financeira da Universidade propostos pela Comissão de
do de São Paulo; Orçamento e Patrimônio; (acrescido pela Resolução nº 7105/2015)
XVII – um representante das Entidades Associadas; 17 – deliberar sobre a indicação do Controlador Geral feita
XVIII – um representante das Classes Trabalhadoras do Estado pelo Reitor. (acrescido pela Resolução nº 7105/2015)
de São Paulo. Artigo 17 – O Conselho Universitário reunir-se-á, ordinaria-
§ 1º – Será de dois anos o mandato dos membros a que se mente, a cada noventa dias, e, extraordinariamente, quando con-
referem os incisos V a VIII, XI e XII, e de um ano o dos membros a vocado pelo Reitor, ou pela maioria de seus membros.
que se referem os incisos IX e X, admitindo-se uma recondução. Artigo 18 – O Conselho Universitário elegerá Comissões, per-
(alterado pela Resolução nº 4529/1998) manentes ou transitórias.
§ 2º – Será de um ano o mandato dos membros a que se re- Artigo 19 – São Comissões Permanentes do Conselho Univer-
ferem os incisos XIII a XVI, e de dois anos o dos membros a que se sitário: (alterado pela Resolução 6803/2014)
referem os incisos XVII e XVIII, admitindo-se reconduções. (altera- I – Comissão de Legislação e Recursos;
do pela Resolução nº 4529/1998) II – Comissão de Orçamento e Patrimônio;
§ 3º – Será de dois anos o mandato a que se refere o inciso III – Comissão de Atividades Acadêmicas.
VII-A, admitindo-se uma recondução. (acrescido pela Resolução § 1º – As Comissões Permanentes são constituídas por sete
nº 7105/2015) membros, sendo seis docentes e um representante discente, to-
Artigo 16 – O Conselho Universitário é o órgão máximo da dos integrantes do Conselho Universitário.
USP, com funções normativas e de planejamento, cabendo-lhe es- § 2º – Cada uma das Comissões Permanentes, mencionadas
tabelecer a política geral da Universidade para a consecução de no caput deste artigo, terá três suplentes docentes e um suplente
seus objetivos. discente, que substituirão os titulares em suas ausências e impe-
Parágrafo único – Ao Conselho Universitário compete: dimentos.
1 – traçar as diretrizes da Universidade e supervisionar a sua Artigo 19-A – O Conselho Universitário terá uma Controlado-
execução; ria Geral. (acrescido pela Resolução 7105/2015)
2 – estabelecer, periodicamente, as diretrizes de planejamen- § 1º – A Controladoria Geral será dirigida por um Controlador
to geral da Universidade, nelas compreendidas as de caráter or- Geral, indicado pelo Reitor e aprovado pelo Conselho Universitá-
çamentário, para atendimento de seus objetivos, identificando as rio, dentre os Professores Titulares da USP, que preencham os se-
metas e as formas de alcançá-las; guintes requisitos:
3 – planejar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento de to- I – idoneidade moral e reputação ilibada;
das as atividades da Universidade, provendo meios para seu aper- II – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos,
feiçoamento; financeiros ou de administração pública e experiência comprova-
4 – fixar anualmente o número de vagas para o concurso ves- da de no mínimo cinco anos em área a eles relacionada.
tibular; § 2º – O Controlador Geral será substituído em suas faltas e
5 – elaborar e emendar o Regimento Geral da Universidade; impedimentos por um Controlador adjunto que terá, no Co, direi-
6 – aprovar os Regimentos dos Conselhos Centrais, das Unida- to à voz, mas não a voto.
des e dos Museus; (alterado pela Resolução nº 5900/2010) § 3º – Para fins administrativos, a Controladoria Geral contará
7 – aprovar outros Regimentos específicos, elaborados pelas com o apoio da Secretaria Geral da Universidade, aplicando-se-
suas Comissões, para as atividades universitárias que, a seu crité- -lhe, no que couber, as disposições que regem a atividade das Co-
rio, ainda não estejam regulamentadas nos termos deste Estatuto; missões do Conselho Universitário.
8 – emendar o presente Estatuto por aprovação de dois ter- § 4º – A Controladoria Geral será assessorada por equipe téc-
ços da totalidade de seus membros; nica especialmente constituída, na forma de seu Regimento In-
9 – deliberar sobre as indicações de Pró-Reitores e de Pró- terno.”
-Reitores adjuntos feitas pelo Reitor; (alterado pela Resolução Artigo 20 – É competência das Comissões Permanentes opi-
7177/2016) nar em assuntos sobre os quais o Conselho Universitário, os Con-
10 – aprovar o orçamento da Universidade elaborado pela selhos Centrais, ou o Reitor, solicitem parecer.
Comissão de Orçamento e Patrimônio; Artigo 21 – Compete ainda à Comissão de Legislação e Re-
11 – deliberar sobre a criação de cargos de Professor Doutor cursos:
e de Professor Titular; I – deliberar sobre Projetos de Lei, Decretos, Regulamentos e
12 – conferir títulos de Doutor honoris causa e de Professor Resoluções, opinando sobre os que devam ser submetidos à apre-
Emérito, prêmios e outras dignidades universitárias; ciação do Conselho Universitário;
13 – deliberar, por dois terços da totalidade de seus mem- II – opinar sobre recursos de qualquer natureza, da alçada do
bros, sobre a criação, incorporação e extinção de Unidades, Mu- Conselho Universitário;
seus, órgãos de Integração, exceto os Núcleos de Apoio, e órgãos III – Suprimido. (suprimido pela Resolução nº 5928/2011)
Complementares; (alterado pela Resolução nº 5928/2011) IV – decidir, em grau de recurso, sobre sanções disciplinares
14 – deliberar sobre a alienação do patrimônio imóvel da aplicadas a membros do corpo docente.
USP, sendo, neste caso, necessário voto favorável de dois terços Artigo 22 – Compete ainda à Comissão de Orçamento e Pa-
de seus membros; trimônio:

303
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Analista para Assuntos Administrativos

5. Abordagem Comportamental: que é subdividida na Teoria


ADMINISTRAÇÃO E RECURSOS HUMANOS: TEORIAS Comportamental e Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO).
DE ADMINISTRAÇÃO - ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA; 6. Abordagem Sistêmica: centrada no conceito cibernético
TEORIA CLÁSSICA DE ADMINISTRAÇÃO; TEORIA DAS para a Administração, Teoria Matemática e a Teria de Sistemas da
RELAÇÕES HUMANAS; TEORIA DA BUROCRACIA; Administração.
TEORIA ESTRUTURALISTA; TEORIA DE SISTEMAS 7. Abordagem Contingencial: que se desdobra na Teoria da
Contingência da Administração.
ADMINISTRAÇÃO GERAL
Dentre tantas definições já apresentadas sobre o conceito de
administração, podemos destacar que:

“Administração é um conjunto de atividades dirigidas à utili-


zação eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de alcançar um ou
mais objetivos ou metas organizacionais.”

Ou seja, a Administração vai muito além de apenar “cuidar de


uma empresa”, como muitos imaginam, mas compreende a capa-
cidade de conseguir utilizar os recursos existentes (sejam eles: re-
cursos humanos, materiais, financeiros,…) para atingir os objetivos Origem da Abordagem Clássica
da empresa. 1 — O crescimento acelerado e desorganizado das empresas:
O conceito de administração representa uma governabilidade, • Ciência que substituísse o empirismo;
gestão de uma empresa ou organização de forma que as ativida- • Planejamento de produção e redução do improviso.
des sejam administradas com planejamento, organização, direção, 2 — Necessidade de aumento da eficiência e a competência
e controle. das organizações:
• Obtendo melhor rendimento em face da concorrência;
O ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de • Evitando o desperdício de mão de obra.
outras pessoas na busca de realizar objetivos da organização bem
como de seus membros. Abordagem Científica – ORT (Organização Racional do Traba-
Montana e Charnov lho)
• Estudo dos tempos e movimentos;
Principais abordagens da administração (clássica até contin- • Estudo da fadiga humana;
gencial) • Divisão do trabalho e especialização;
É importante perceber que ao longo da história a Administra- • Desenho de cargo e tarefas;
ção teve abordagens e ênfases distintas. Apesar de existir há pouco • Incentivos salariais e premiação de produção;
mais de 100 (cem) anos, como todas as ciências, a Administração • Homo Economicus;
evoluiu seus conceitos com o passar dos anos. • Condições ambientais de trabalho;
De acordo com o Professor Idalberto Chiavenato (escritor, pro- • Padronização;
fessor e consultor administrativo), a Administração possui 7 (sete) • Supervisão funcional.
abordagens, onde cada uma terá seu aspecto principal e agrupa-
mento de autores, com seu enfoque específico. Uma abordagem, Aspectos da conclusão da Abordagem Científica: A percepção
poderá conter 2 (duas) ou mais teorias distintas. São elas: de que os coordenadores, gerentes e dirigentes deveriam se preo-
1. Abordagem Clássica: que se desdobra em Administração cupar com o desenho da divisão das tarefas, e aos operários cabia
científica e Teoria Clássica da Administração. única e exclusivamente a execução do trabalho, sem questionamen-
2. Abordagem Humanística: que se desdobra principalmente tos, apenas execução da mão de obra.
na Teoria das Relações Humanas. — Comando e Controle: o gerente pensa e manda e os traba-
3. Abordagem Neoclássica: que se desdobra na Teoria Neoclás- lhadores obedecem de acordo com o plano.
sica da Administração, dos conceitos iniciais, processos administra- — Uma única maneira correta (the best way).
tivos, como os tipos de organização, departamentalização — Mão de obra e não recursos humanos.
e administração por objetivos (APO). — Segurança, não insegurança. As organizações davam a sen-
4. Abordagem Estruturalista: que se desdobra em Teoria Buro- sação de estabilidade dominando o mercado.
crática e Teoria Estruturalista da Administração.

347
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Teoria Clássica
• Aumento da eficiência melhorando a disposição dos órgãos componentes da empresa (departamentos);
• Ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funcionamento);
• Abordagem do topo para a base (nível estratégico tático);
• Do todo para as partes.

Diferente do processo neoclássico, na Teoria Clássica temos 5 (cinco) funções – POC3:


— Previsão ao invés de planejamento: Visualização do futuro e traçar programa de ação.
— Organização: Constituir a empresa dos recursos materiais e social.
— Comando: Dirigir e orientar pessoas.
— Coordenação: Ligação, união, harmonizar todos os esforços coletivamente.

Controle: Se certificar de que tudo está ocorrendo de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas.

• Princípios da Teoria Clássica:


— Dividir o trabalho;
— Autoridade e responsabilidade;
— Disciplina;
— Unidade de comando;
— Unidade de direção;
— Subordinação dos interesses individuais aos gerais;
— Remuneração do pessoal;
— Centralização;
— Cadeia escalar;
— Ordem;
— Equidade;
— Estabilidade do pessoal;
— Iniciativa;
— Espírito de equipe.

A Abordagem Clássica, junto da Burocrática, dentre todas as abordagens, chega a ser uma das mais importantes.

Abordagem Neoclássica
No início de 1950 nasce a Teoria Neoclássica, teoria mais contemporânea, remodelando a Teoria Clássica, colocando novo figurino
dentro das novas concepções trazidas pelas mudanças e pelas teorias anteriores. Funções essencialmente humanas começam a ser inseri-
das, como: Motivação, Liderança e Comunicação. Preocupação com as pessoas passa a fazer parte da Administração.

348
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Fundamentos da Abordagem Neoclássica No início da Teoria Estruturalista, vive-se a mesma gênese da


— A Administração é um processo operacional composto por Teoria da Burocracia, esse movimento onde só se encontram críti-
funções, como: planejamento, organização, direção e controle. cas da Teoria das Relações Humanas às outras Teorias e não se tem
— Deverá se apoiar em princípios basilares, já que envolve di- uma preposição de um novo método.
versas situações. • Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização.
— Princípios universais. • Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pes-
— O universo físico e a cultura interferem no meio ambiente e soas.
afetam a Administração.
— Visão mais flexível, de ajustamento, de continuidade e inte- A Teoria Estruturalista é um desdobramento da Burocracia e
ratividade com o meio. uma leve aproximação à Teoria das Relações Humanas. Ainda que
— Ênfase nos princípios e nas práticas gerais da Administração. a Teoria das Relações Humanas tenha avançado, ela critica as ante-
— Reafirmando os postulados clássicos. riores e não proporciona bases adequadas para uma nova teoria. Já
— Ênfase nos objetivos e resultados. na Teoria Estruturalista da Organização percebemos que o TODO é
— Ecletismo (influência de teorias diversas) nos conceitos. maior que a soma das partes. Significa que ao se colocar todos os
indivíduos dentro de um mesmo grupo, essa sinergia e cooperação
Teoria Burocrática dos indivíduos gerará um valor a mais que a simples soma das indi-
Tem como pai Max Weber, por esse motivo é muitas vezes cha- vidualidades. É a ideia de equipe.
mada de Teoria Weberiana. Para a burocracia a organização alcan-
çaria a eficiência quando explicasse, em detalhes, como as coisas
deveriam ser feitas.
Burocracia não é algo negativo, o excesso de funções sim. A
Burocracia é a organização eficiente por excelência. O excesso da
Burocracia é que transforma ela em algo negativo, o que chamamos
de disfunções.

• Características
— Caráter formal das normas e regulamentos.
— Caráter formal das comunicações.
— Caráter racional e divisão do trabalho.
— Impessoalidade nas relações.
— Hierarquia de autoridade. • Teoria Estruturalista - Sociedade de Organizações
— Rotinas e procedimentos padronizados. — Sociedade = Conjunto de Organizações (escola, igreja, em-
— Competência técnica e meritocracia. presa, família).
— Especialização da administração. — Organizações = Conjunto de Membros (papéis) – (aluno, pro-
— Profissionalização dos participantes. fessor, diretor, pai).
— Completa previsibilidade de comportamento.
O mesmo indivíduo faz parte de diferentes organizações e tem
• Disfunções diferentes papéis.
— Internalização das regras e apego aos procedimentos.
— Excesso de formalismo e de papelório. • Teoria Estruturalista – O Homem Organizacional:
— Resistência às mudanças. — Homem social que participa simultaneamente de várias or-
— Despersonalização do relacionamento. ganizações.
— Categorização como base do processo decisório. — Características: Flexibilidade; Tolerância às frustrações; Ca-
— “Superconformidade” às rotinas e aos procedimentos. pacidade de adiar as recompensas e poder compensar o trabalho,
— Exibição de sinais de autoridade. em detrimento das suas preferências; Permanente desejo de reali-
— Dificuldade no atendimento. zação.

Abordagem Estruturalista • Teoria Estruturalista – Abordagem múltipla:


A partir da década de 40, tínhamos: — Tanto a organização formal, quanto a informal importam;
• Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização. — Tanto recompensas salariais e materiais, quanto sociais e
• Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pes- simbólicas geram mudanças de comportamento;
soas. — Todos os diferentes níveis hierárquicos são importantes em
uma organização;
As duas correntes sofreram críticas que revelaram a falta de — Todas as diferentes organizações têm seu papel na socieda-
uma teoria sólida e abrangente, que servisse de orientação para o de;
administrador. — As análises intra organizacional e Inter organizacional são
A Abordagem Estruturalista é composta pela Teoria Burocrática fundamentais.
e a Teoria Estruturalista. Além da ênfase na estrutura, ela também
se preocupa com pessoas e ambiente, se aproxima muito da Teoria
de Relações Humanas.

349
CONHECIMENTOS GERAIS E
ATUALIDADES

5. Valorizar o produto interno e priorizar o desenvolvimento de


POLÍTICA E ECONOMIA BRASILEIRA: NOÇÕES BÁSICAS mercadorias nacionais: decidiu-se pela criação de encargos alfande-
DE POLÍTICA E ECONOMIA INTERNA BRASILEIRA gários para reprimir a entrada de mercadorias estrangeiras no país.  
6. Especulação financeira: o declínio das empresas e a quali-
Crise monetário-financeira: Encilhamento (1889/1891) dade em excesso de papel-moeda provocou desconfiança nos in-
Durante a República da Espada, período de transição entre a vestidores em relação ao mercado, além da especulação financeira.
Monarquia e a República (1899-1894), o Brasil enfrentou uma re- Adquiriam-se ações na bolsa de valores com o único intuito de co-
cessão que ficou conhecida como Encilhamento. Esse desajuste, de mercializá-las futuramente - mesmo diante de um quadro financei-
ordens institucional e financeira e que foi um dos maiores fracas- ro instável.
sos econômicos da história do país, ficou marcado por uma acentu-
ada inflação e pelo desenvolvimento da bolha econômica (bolha de Metalistas versus papelistas
crédito). O ápice do Encilhamento aconteceu entre 1889 e 1891, em Em termos gerais, esse tema pode ser resumido como uma am-
virtude da política econômica praticada por Marechal Deodoro da pla controvérsia entre estabilização da economia (metalistas) versus
Fonseca, presidente do Brasil na época. A expressão que dá nome crescimento econômico (papelistas). Na segunda metade do século
à crise é uma referência a um jargão utilizado nos hipódromos para XIX, o Brasil foi palco de um amplo debate de ordem mercantilista,
designar toda a desordem típica dos ambientes de corrida de cava- em que a relação entre as políticas cambial e monetária era o cen-
los, nos quais aconteciam encilhamentos de jóqueis e seus cavalos, tro de discordância. Além disso, discutiu-se se a política econômica
antes da largada. O termo foi inserido na economia para designar a deveria priorizar a estabilização ou o crescimento. Naquele período,
confusão monetário-financeira daqueles tempos. a determinação e a consolidação do padrão monetário era essencial
para que o país se estabelecesse como uma nação soberana.
Motivação da crise: em síntese, Rui Barbosa, ministro da Fa-
zenda na época, promoveu uma série de medidas visando a es- ▪ Metalistas
timular as atividades econômicas e a industrialização no país. As — advogavam em favor da estabilização da moeda, do padrão
principais dessas medidas foram a ampliação da livre concessão de ouro e da total conversibilidade monetária  
créditos monetários e a emissão de moedas. Os efeitos dessas deci- — seus argumentos baseavam-se no princípio quantitativo da
sões, todavia, foram contrários aos seus propósitos, levando muitas moeda e na defesa da política cambial como subordinante da polí-
empresas ao declínio, e ocasionando escassez de moeda em circu- tica monetária
lação e surto na inflacionário. — seu pensamento pode ser considerado ortodoxo, pois rejei-
tavam doutrinas divergentes, tendo-as como falsas  
Objetivos econômicos e efeitos da política do Encilhamento — seu foco era o equilíbrio externo, a fim de prevenir a desva-
1. Fomentar a industrialização para modernizar o país e incen- lorização da moeda
tivar a atividade econômica.  
2. Desenvolver novas transações comerciais: a liberação de ▪ Papelistas
créditos bancários foi a estratégia aplicada para esse objetivo, fa- — por contrariar as normas legitimadas pelo padrão econômi-
zendo com que as instituições financeiras aprovassem empréstimos co, os papelistas são considerados heterodoxos
para a população em geral, sem necessidade de comprovação de — seus apoiadores defendiam o crescimento econômico e o
condições de pagamento. O impacto disso foi a necessidade de se gerenciamento da taxa de juros para se chegar a níveis específicos
imprimir cada vez mais papel-moeda e, devido ao uso inapropriado de atividade econômica, contrapondo os metalistas, que não acre-
do crédito concedido para a criação de negócio, houve quebra ge- ditavam que política monetária aplicada em longo prazo daria bons
neralizada de empresas. resultados
3. Estimular o crescimento econômico por meio da emissão de — seu foco era o mercado bancário, para atender a procura
papel-moeda: a insuficiência de dinheiro em circulação no país era por crédito
um grande problema, por isso, decidiu-se incrementar a produção
de células para realizar o pagamento dos proletários, e, com isso,
ampliar mercado consumidor. Na prática, o volume de dinheiro su-
perava a sua capacidade de produção, o que levou à desvalorização
da moeda e ao agravamento da inflação.   
4. Incentivar o setor financeiro e estimular o investimento em
ações na bolsa de valores: para isso, houve simplificação na abertu-
ra de sociedades anônimas.

457
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

A Economia cafeeira e o convênio de Taubaté (1906) Mesmo assim, a política do convênio de Taubaté foi adotada
por vários estados, até que, em 1926, São Paulo se tornou o único
▪ A Economia Cafeeira estado a alavancar a valorização do produto.
Durante o século XVIII, a economia brasileira foi impactada
negativa e intensamente pelo declínio das atividades açucareira e A Crise Cafeeira, a Grande Depressão e os primórdios da in-
de mineração, por isso, a incorporação do café no rol de exporta- dustrialização
ção foi um dos maiores feitos da história do país. Essa conquista, ▪ Primeiros sinais da Crise Cafeeira: no final do século XIX, o
que se deu no Segundo Reinado (1840-1889), não só recuperou a mercado consumidor, especialmente no exterior, não acompanha-
economia nacional, como também introduziu o país no mercado va o crescimento do comércio cafeeiro interno. Isso fez com que
internacional.   os preços da saca sofressem uma queda exponencial, indo de 4,09
— Início: as primeiras mudas de café, trazidas da Europa, foram libras para 2,91, em 1896, e atingindo 1,48, em 1899.  
cultivadas com êxito em terras do Pará, e não demorou para que ▪ A Grande Depressão: tudo teve início em 1929, ano em que
essa especiaria se tornasse a principal mercadoria de uma econo- houve a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, pela brusca des-
mia que, naquele momento, se apoiava nos latifúndios agroexpor- valorização de suas ações. Essa quebra também ficou conhecida
tadores. mundialmente como crash, seu termo correspondente em inglês.
— Expansão: já na segunda metade do século XIX, o café pro- Os efeitos na economia mundial foram exponenciais, pois a Bolsa
duzido nas fazendas brasileiras correspondia a 70% do contingente de Nova York centralizava a economia do planeta, e desencadearam
mundial, e a atividade cafeeira passou a ser a principal economia do um período chamado de Grande Depressão Americana, que perdu-
país. A área de plantio de café se expandiu rapidamente por terras rou até meados da década de 1930.
paulistas, efeito dos preços elevados dessa mercadoria no comércio ▪ Causas da crise de 1929: a recessão foi resultado de uma vasta
internacional. Assim, a exportação cafeeira, especialmente para os ampliação de crédito mediante à emissão de títulos e moeda (ofer-
Estados Unidos, estava garantida.   ta monetária) empreendida pelo Federal Reserve System (Banco
— Política do café com leite: entre 1894 e 1930, o comando Central norte-americano), a partir do início da década de 1920. Em
do país alternava entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, 1929, toda essa expansão culminou na necessidade de um ajuste
pois os paulistas, barões do café, elegiam o presidente da República de contas, levando à intervenção do governo, que operou para re-
para um mandato, enquanto o segundo mandato era definido pelos frear a oferta monetária e deu início a um sistema de contenção de
pecuaristas mineiros, e assim por diante. Essa política possibilitou empréstimos. Com isso, a desvalorização da moeda estava iminente
a supremacia do monopólio cafeeiro paulista naquele período e e os mais importantes investidores extraíram suas aplicações das
que garantiu a constituição de uma economia agrícola praticamen- instituições bancárias. Dessa forma, um processo de recessão co-
te monoexportadora. meçou a se desenvolver.
▪ A Grande Depressão e a Crise cafeeira no Brasil: a queda da
▪ O Convênio de Taubaté Bolsa de Nova York teve impacto direto na economia brasileira, que
Criado em 1906, foi um plano de valorização do café, que era se baseava nas exportações de uma única mercadoria, o café.  
a base da economia nacional naquele período. O acordo foi esta- ▪ Fim ao Convênio de Taubaté: além das dificuldades econômi-
belecido entre os governadores de Minas Gerais (Francisco Sales), cas, crise de 1929 provocou alteração no foco de poder do Brasil,
São Paulo (Jorge Tibiriçá) e Rio de Janeiro (Nilo Peçanha), em 26 de dando fim a uma aliança política interna que vigorara por mais de
fevereiro do referido ano, em um encontro realizado na cidade de três décadas. As principais razões para esse declínio foram:
Taubaté, interior paulista. — Queda nos preços: a quebra nos mercados de ações de
— Objetivos: proporcionar aos cafeicultores a garantia de lu- todo o mundo levou a uma acentuada baixa nos preços globais das
cratividade; firmar um programa de intervenção estatal para elevar commodities. Conforme afirma o professor Renato Colistete (FEA-
os preços do café - a partir de um preço mínimo - e, com isso, preve- -USP)1, “O Brasil era um grande dependente das exportações de
nir quaisquer prejuízos aos grandes fazendeiros, a classe dominante cafeeiras, e possuía uma gigantesca dívida externa, que, somente
naquela sociedade.   com essas vendas, poderia ser financiada”.  
— Principais termos do convênio:   contrair empréstimos em — Profunda redução no consumo e na renda mundiais, afetan-
países estrangeiros, a fim de adquirir os excedentes da cafeicultu- do ainda mais o comércio de café. As exportações da mercadoria
ra, acondicionando-os nos portos nacionais para, com isso, garantir foram decaindo rapidamente, indo de US$ 445 milhões no ano de
prevenção ao decréscimo de preço no comércio mundial. Os juros 1929, para US$ 180 milhões no ano seguinte. Em apenas um ano, a
e a amortização desses empréstimos estariam resguardados com cotação da saca de café caiu cerca de 90%.
um novo tributo arrecadado sobre a saca do café destinado à ex-
portação.   Os primórdios da industrialização
— Resultados do acordo: foi somente nos momentos inicias ▪ Fim das oficinas artesanais: na segunda metade do século
de sua aplicação que as deliberações do Convênio de Taubaté pro- XVIII, na Inglaterra, a produção movida por força motora humana
porcionaram grandes vantagens à economia cafeeira nacional. Po- (manual) foi, aos poucos, substituída pelas máquinas movidas a va-
rém, para que esses benefícios se sustentassem por longo prazo, por, isto é, a produção passou a ser mecanizada.
era necessário que o Brasil detivesse o monopólio internacional da
produção de café. O aumento do preço no mercado internacional
impulsionou outros países a investirem na produção cafeeira, favo-
recendo o crescimento da concorrência. 1 COLISTETE, Renato. Regiões e Especialização na Agricultura Cafeeira: São
Paulo no Início do Século XX. Revista Brasileira de Economia. São Paulo, 2015.
Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em 1 Jun 2021.

458
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

Também surgiram, posteriormente, os motores de combustão A inflação e o desemprego devem agravar a fome no Brasil.
e a eletricidade. Essas mudanças tiveram grandes impactos nos pro- Mais da metade da população tem dificuldade em comprar alimen-
cessos de fabricação e na criação dos centros urbanos, culminando tos, e 19 milhões passam fome, segundo a pesquisa “Inquérito Na-
na Revolução Industrial.   cional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da
▪ Revolução Industrial: as inovações técnicas da industrializa- Covid-19 no Brasil”.
ção proporcionaram o aumento da produção de produtos e servi-
ços, porém, esse processo não ocorreu de forma rápida e acentua- Inflação quase dobra no país em um ano
da; pelo contrário, foi um desenvolvimento gradativo dos métodos A inflação acumulada em 12 meses no Brasil chegou a 12,13%
de aperfeiçoamento simultaneamente ao progresso da tecnologia.   no mês passado, segundo dados do IBGE. A taxa praticamente do-
▪ Crescimento econômico: o incremento e a aceleração da pro- brou, já que neste mesmo período no ano passo a inflação anual
dução provenientes da Revolução Industrial provocaram intensas era de 6,76%. O IPCA foi de 1,06%, mais de três vezes maior que a
mudanças na economia da Inglaterra (no primeiro momento), que, do mesmo período de 2021 (0,31%) e a maior taxa para o mês nos
como o aumento da manufatura, possibilitou a redução dos preços, últimos 26 anos, desde abril de 1996. A alta foi impulsionada pelo
o que, por sua vez, fomentava cada vez mais o consumo das merca- aumento dos preços dos combustíveis.
dorias industrializadas.  
▪ Expansão do Capitalismo: o consumismo beneficiou o cresci- Aumento da fome no Brasil
mento da economia, que era, inclusive, a finalidade dos industriais Mais de 33 milhões de brasileiros estão em situação de insegu-
capitalistas, pois estes tinham investido seus capitais em tecnologia rança alimentar grave, indica pesquisa. Em 2020, eram 19 milhões.
na pretensão de elevar a produção e, por consequência, o consumo.   O levantamento também mostrou que 125 milhões convivem com
▪ Manufatura têxtil: a fabricação de tecidos era a principal mer- insegurança alimentar, o que representa quase 60% da população
cadoria fabricada nos anos iniciais da Revolução Industrial. brasileira.
▪ Impactos sociais iniciais: a industrialização provocou fortes O aumento da fome no Brasil acompanhou o crescimento da
consequências na sociedade, iniciando pela acelerada urbanização, inflação, sobretudo dos alimentos, e o desmonte de políticas públi-
que se deu com a expulsão dos camponeses das áreas rurais co- cas, como os programas de agricultura familiar (PAA) e alimentação
muns, no processo que ficou conhecido como Cercamentos. As ci- escolar (PNAE).
dades sofreram um importante aumento geográfico e populacional,
o que levou grande parte delas a enfrentar dificuldades de infraes-
trutura próprias da urbanização, como desprovimentos de moradia REGIMES POLÍTICOS NO BRASIL
e saneamento básico. Além disso, outro problema provocado pela
industrialização foi a excessiva expansão de operários, já que a jor-
nada de trabalho era longa e os trabalhadores eram miseravelmen- O regime político de um país pode ser definido como o conjunto
te remunerados. de instituições e leis através dos quais o Estado se organiza, regula-
▪ Total ausência de direitos trabalhistas: nas fábricas da Ingla- menta suas relações jurídicas e exerce seu poder.
terra do século XVIII não havia distinção entre os operários. Fossem
homens, mulheres ou crianças, todos trabalhavam em igualdade de Espécies De Regime Políticos:
função e carga horária, com exceção de que estes dois últimos eram
remunerados com a metade do valor que era pago a um trabalha- a) Autoritarismo: O autoritarismo é um regime político onde
dor adulto do sexo masculino.   um governante ou um grupo exerce o poder de forma arbitrária e
▪ Classe dominante versus classe dominada: a substituição das sem a participação da população, de modo a priorizarem seus pró-
oficinas artesanais pela produção industrial provocou a formação prios interesses nas tomadas de decisões.
de duas classes sociais discrepantes, sendo uma a classe composta Em muitas situações, o uso da força física é utilizado para punir
pelo industrial capitalista (classe dominante, classe exploradora) e e combater os opositores, de modo a inibir a participação daque-
a outra a classe formada pelo proletariado (classe dominada, classe les que não concordam com a visão imposta pelos detentores do
explorada). A partir dessa nova estrutura social, bem definida pelo poder.
capital (poder) e pela mão-de-obra (geradora de capital), o mundo Assim, verifica-se que no autoritarismo os detentores do poder
se redefiniu por completo. não buscam a aceitação da população, apenas impõem suas vonta-
des sobre toda a sociedade.
— Maior inflação desde 2015
A inflação de 2021 foi a maior desde 2015. O Índice Nacional b) Democracia: O regime político democrático é caracterizado
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 10,06% no ano pela participação ativa do povo, que elege seus representantes por
passado, bem acima da meta de 3,75% definida no final de 2020 meio do voto. Este regime busca garantir o respeito e a proteção aos
pelo Conselho Monetário Nacional. direitos civis e fundamentais da população, tais como a liberdade
de expressão, de religião, de associação e de participação política.
Entenda o que é inflação As eleições neste regime são livres e periódicas.
O segmento de transportes foi o principal responsável pela A principal peculiaridade do regime democrático é a participa-
alta, em especial os combustíveis. A gasolina teve alta de 47,49%, ção massiva da sociedade na tomada de decisões e na fixação de
enquanto o etanol, 62,23%. Em seguida estão os setores de habita- limites a quem exercem o poder,
ção, alimentação e bebidas.

459

Você também pode gostar