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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA

LÍNGUA E LINGUAGEM ................................................................................................................................................................................. 01


Norma culta e variedades linguísticas..................................................................................................................................................... 23
Semântica e interação. Significação das palavras. Denotação e conotação. Funções da Linguagem............................ 01
Textualidade (coesão, coerência e contexto discursivo).................................................................................................................... 72
MORFOSSINTAXE Estudo dos verbos e sua relação com as formas pronominais................................................................. 31
Sintaxe do período e da oração e seus dois eixos: coordenação e subordinação.................................................................. 98
Sintaxe de Concordância............................................................................................................................................................................... 98
Sintaxe de Colocação...................................................................................................................................................................................... 31
Sintaxe de Regência. ...................................................................................................................................................................................... 104
Análise Sintática................................................................................................................................................................................................ 89
Estudo das classes gramaticais (incluindo classificação e flexão): Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo,
Advérbio, Conjunção, Preposição, Interjeição, Conectivos, Formas variantes.......................................................................... 31
Emprego das palavras.................................................................................................................................................................................... 31
ORTOGRAFIA E ACENTUAÇÃO..................................................................................................................................................................... 23
ESTUDO DE TEXTOS Interpretação de textos. Tópico frasal e sua relação com ideias secundárias. Elementos rela-
cionadores........................................................................................................................................................................................................... 01
Pontuação........................................................................................................................................................................................................... 124
Conteúdo, ideias e tipos de texto. O texto literário: tema, foco narrativo, personagens, tempo................................... 01

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Planejamento na Prática Educativa;........................................................................................................................................................... 01

Metodologia e avaliação; metodologia e avaliação do processo ensino/aprendizagem;.................................................. 04


Relação educação e sociedade e a educação e a escola;.................................................................................................................. 09
Tendências pedagógicas na prática escolar;.......................................................................................................................................... 10
Currículo escolar: conceito, fundamentos e componentes; Construção coletiva do Projeto Político Pedagógico;.... 23
Educação Inclusiva: Diversidade na sala de aula;................................................................................................................................. 34
A construção do conhecimento; ................................................................................................................................................................ 45
Orientações metodológicas para o Ensino Fundamental;................................................................................................................ 51
Atividades adequadas e utilização de jogos na aprendizagem;..................................................................................................... 79
O processo de ensino e aprendizagem: a ação pedagógica;.......................................................................................................... 81
Papel do Professor;.......................................................................................................................................................................................... 83
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº. 9394/96............................................................................................... 85
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA;........................................................................................................................................ 104
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da

ÍNDICE
Pessoa com Deficiência)................................................................................................................................................................................. 161

LÍNGUA PORTUGUESA

Leitura e compreensão de textos: informações explícitas e implícitas........................................................................................................... 01


Leitura e análise de textos de diferentes gêneros textuais................................................................................................................................ 01
Linguagem verbal e não verbal.................................................................................................................................................................................... 01
Mecanismos de produção de sentidos nos textos: metáfora, metonímia, paralelismo, ambiguidade, citação............................ 18
Ortografi a ofi cial................................................................................................................................................................................................................ 23
Acentuação tônica e gráfi ca........................................................................................................................................................................................... 26
Morfologia: estrutura e formação de palavras........................................................................................................................................................ 29
Classes de palavras: emprego e funções................................................................................................................................................................... 31
Colocação pronominal..................................................................................................................................................................................................... 31
Fatores de textualidade: coesão e coerência........................................................................................................................................................... 72
Dialogismo entre textos: intertextualidade e paráfrase....................................................................................................................................... 74
Redação Ofi cial: normas para composição do texto ofi cial................................................................................................................................ 77
Tipos de correspondência ofi cial.................................................................................................................................................................................. 77
Teoria geral da frase e sua análise: orações, períodos e funções sintáticas................................................................................................. 89
Sintaxe de concordância verbal e nominal................................................................................................................................................................ 98
Sintaxe de regência verbal e nominal......................................................................................................................................................................... 104
Norma-padrão e variação linguística: estilística, sociocultural, geográfi ca histórica............................................................................... 109
Crase....................................................................................................................................................................................................................................... 122
Sinais de pontuação em períodos simples e compostos...................................................................................................................................... 124
A pontuação e o entendimento do texto................................................................................................................................................................. 124
Semântica: polissemia, ambiguidade, denotação e conotação, fi guras e funções de linguagem, vícios de linguagem........... 128
Características dos diferentes discursos (jornalístico, político, acadêmico, publicitário, literário, científi co, etc......................... 132
LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTOS: Compreender signifi ca
INFORMAÇÕES EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
LEITURA E ANÁLISE DE TEXTOS DE O texto diz que...
DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS.
É sugerido pelo autor que...
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL.
De acordo com o texto, é correta ou errada a afi
rmação... O narrador afi rma...

Interpretação Textual Erros de interpretação

Texto – é um conjunto de ideias organizadas e


 Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai
relacionadas entre si, formando um todo signifi cativo
do contexto, acrescentando ideias que não estão
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de
no texto, quer por conhecimento prévio do tema
codifi car e decodifi car).
quer pela imaginação.
Contexto – um texto é constituído por diversas frases.
 Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com a
atenção apenas a um aspecto (esquecendo que
anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
um texto é um conjunto de ideias), o que pode
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa
ser insufi ciente para o entendimento do tema
interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento
desenvolvido.
entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada
 Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
de seu contexto original e analisada separadamente,
contrárias às do candidato, fazendo-o tirar
poderá ter um signifi cado diferente daquele inicial.
conclusões equivocadas e, consequentemente,
Intertexto - comumente, os textos apresentam
errar a questão.
referências diretas ou indiretas a outros autores através
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação Observação: Muitos pensam que existem a ótica do
de um texto é a identifi cação de sua ideia principal. A escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas em
partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou uma prova de concurso, o que deve ser levado em
fundamentações), as argumentações (ou explicações), que consideração é o que o autor diz e nada mais.
levam ao esclarecimento das questões apresentadas na
prova. Coesão e Coerência

Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que


Normalmente, em uma prova, o candidato deve: relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
 Identifi car os elementos fundamentais de uma Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
argumentação, de um processo, de uma época pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o
os quais defi nem o tempo). que se vai dizer e o que já foi dito.
 Comparar as relações de semelhança ou de
diferenças entre as situações do texto. São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre
 Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome
uma realidade. oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele,
 Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. do seu antecedente. Não se pode esquecer também de
 Parafrasear = reescrever o texto com outras que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico,
palavras. por isso a necessidade de adequação ao antecedente.
Os pronomes relativos são muito importantes na
Condições básicas para interpretar interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literário existe um pronome relativo adequado a cada
(escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e circunstância, a saber:
prática; conhecimento gramatical, estilístico (qualidades que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden-
do texto) e semântico; capacidade de observação e de te, mas depende das condições da frase. qual (neutro)
síntese; capacidade de raciocínio. idem ao anterior.
quem (pessoa)
Interpretar/Compreender cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído. como (modo) onde (lugar) quando
Interpretar signifi ca:
(tempo) quanto (montante) Exemplo:
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
Falou tudo QUANTO queria (correto)
Através do texto, infere-se que...
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
É possível deduzir que... aparecer o demonstrativo O).
O autor permite concluir que... Dicas para melhorar a interpretação de textos
Qual é a intenção do autor ao afi rmar que...
1
 Leia todo o texto, procurando ter uma visão 1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística –
geral do assunto. Se ele for longo, não desista! AOCP-2015)
Há muitos candidatos na disputa, portanto,
quanto mais informação você absorver com a O verão em que aprendi a boiar
leitura, mais chances terá de resolver as Quando achamos que tudo já aconteceu, novas
questões.
 Se encontrar palavras desconhecidas, não capacidades fazem de nós pessoas diferentes do
inter-rompa a leitura. que éramos IVAN MARTINS
 Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou
quantas forem necessárias.
 Procure fazer inferências, deduções (chegar a
uma conclusão).
2
 Volte ao texto quantas vezes precisar.
 Não permita que prevaleçam suas ideias sobre Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acredito
as do autor. em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um gosto
 Fragmente o texto (parágrafos, partes) para especial.
melhor compreensão. Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transformou.
 Verifi que, com atenção e cuidado, o enunciado De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A cidade,
de cada questão. minha cidade, mudou de tamanho e de fi sionomia. Descer
 O autor defende ideias e você deve percebê- a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era
las. diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com
 Observe as relações interparágrafos. Um as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar
parágra-fo geralmente mantém com outro uma a estrada com os fi lhos pequenos revelou-se uma delícia
relação de continuação, conclusão ou falsa insuspeitada.
oposição. Identifi que muito bem essas Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me parece,
relações. ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato que,
 Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou
ou seja, a ideia mais importante. inteiramente.
 Nos enunciados, grife palavras como “correto” Na véspera do Ano Novo, em Ubatuba, eu fi z outra
ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão descoberta temporã.
na hora da resposta – o que vale não somente Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes, num
para Interpretação de Texto, mas para todas as fi nal de tarde ensolarado eu conquistei o dom da fl
demais questões! utuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia Brava,
 Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia sob o olhar risonho da minha mulher, fi nalmente
princi-pal, leia com atenção a introdução e/ou consegui boiar.
a conclusão. Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os oito
 Olhe com especial atenção os pronomes anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso e
relativos, pronomes pessoais, pronomes esforço, vocês que não mais se surpreendem com a
demonstrativos, etc., chamados vocábulos sensação de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas
relatores, porque remetem a outros vocábulos vocês se esqueceram de como tudo isso é bom. Nadar é
do texto. uma forma de sobrepujar a água e impor-se a ela. Boiar é
fazer parte dela – assim como do sol e das montanhas ao
redor, dos sons que chegam fi ltrados ao ouvido
SITES submerso, do vento que ergue a onda e lança água em
Disponível em: nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e isso,
<http://www.tudosobreconcursos. curiosamente, não é fácil.
com/materiais/portugues/como-interpretar-textos> Essa experiência me sugeriu algumas considerações sobre
Disponível em: a vida em geral.
<http://portuguesemfoco.com/pf/ 09-dicas-para- Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de aprender
melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas> ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente, de um
Disponível em: <http://www.portuguesnarede. jeito prático ou subjetivo, estamos sempre incorporando
com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor- novidades que nos transformam. Somos geneticamente
um. html> elaborados para lidar com o novo, mas não só. Também
Disponível em: somos profundamente modifi cados por ele. A cada
<http://vestibular.uol.com.br/cursinho/ momento da vida, quando achamos que tudo já
questoes/questao-117-portugues.htm> aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de nós
uma pessoa diferente do que éramos. Uma pessoa capaz
de boiar é diferente daquelas que afundam como pedras.
Suspeito que isso tenha importância também para os
EXERCÍCIOS COMENTADOS relacionamentos.
Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já
está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo
tende a se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova martins/noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-
relação. Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o boiar.html
outro, em tocar o corpo do outro com propriedade e
deixar-se tocar sem susto. Penso em conter a nossa De acordo com o texto, quando o autor afi rma que
própria frustração e a nossa fúria, em permitir que o “Todos os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato
parceiro fl oresça, em dar atenção aos detalhes dele. de
Penso, sobretudo, em conquistar, aos poucos, a ansiedade
e insegurança que nos bloqueiam o caminho do prazer, a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar
não apenas no sentido sexual. Penso em estar mais e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais calma,
tranquilo na companhia do outro e de si mesmo, no com mais prazer, com mais intensidade e menos
mundo. medo.
Assim como boiar, essas coisas são simples, mas precisam b) ser necessário agir com mais cautela nos relaciona-
ser aprendidas. mentos amorosos para que eles não se desfaçam.
Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar c) haver sempre tempo para aprender a ser mais criterio-
na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você so com seus relacionamentos, a fi m de que eles sejam
boia, de vez em quando, morto de medo, sente que vividos intensamente.
pode afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, in-
tempo, relaxamento e atenção, e nem sempre essas clusive agir com o raciocínio nas relações amorosas.
coisas se combinam. Se a gente se põe muito tenso e e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém
cerebral, a relação perde a espontaneidade. Afunda. sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode
Mas, largada apenas ao sabor das ondas, sem atenção acontecer.
ao equilíbrio, a relação também naufraga. Há uma
ciência sem cálculos que tem de ser assimilada a cada Resposta: Letra A. Ao texto: (...) tudo se aprende,
novo amor, por cada um de nós. Ela fornece a mesmo as coisas simples que pareciam impossíveis. /
combinação exata de atenção e relaxamento que Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de
permite boiar. Quer dizer, viver de forma relaxada e melhorar = sempre há tempo para boiar (aprender).
consciente um grande amor. Na minha experiência, esse Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para
aprendizado não se fez rapidamente. Demorou anos e tentar relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo
ainda se faz. Talvez porque eu seja homem, talvez com mais calma, com mais prazer, com mais
porque seja obtuso para as coisas do afeto. intensidade e menos medo = correta.
Provavelmente, porque sofro das limitações emocionais Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos
que muitos sofrem e que tornam as relações afetivas relacionamentos amorosos para que eles não se
mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser. desfaçam = incorreta – o autor propõe viver
Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas intensamente.
águas do amor e do sexo. Nos custa boiar. A boa Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais
notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo se criterioso com seus relacionamentos, a fi m de que eles
aprende, mesmo as coisas simples que pareciam sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos
impossíveis. objetivo nos relacionamentos.
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas
melhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá novas, inclusive agir com o raciocínio nas relações
outra no futuro, no qual faremos melhor: com mais amorosas = incorreta – ser mais emoção.
calma, com mais prazer, com mais intensidade e menos Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos,
medo. O verão, afi nal, está apenas começando. Todos porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que
os dias se pode tentar boiar. pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando,
não pensando em algo ruim.

2. (BACEN – TÉCNICO – CONHECIMENTOS BÁSICOS –


ÁREA 1 e 2 – CESPE-2013)

Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval.


Suas consequências sobre a economia das famílias e das
empresas são imprevisíveis. Os agentes econômicos
relacionam-se em suas operações de compra, venda e
troca de mercadorias e serviços de modo que cada fato
econômico, seja ele de simples circulação, de
transformação ou de consumo, corresponde à realização
de ao menos uma operação de natureza monetária junto a
um intermediário fi nanceiro, em regra, um banco
comercial que recebe um depósito, paga um cheque,
desconta um título ou antecipa a realização de um crédito
futuro. A estabilidade do sistema que intermedeia as
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan- operações monetárias, portanto, é fundamental para a
própria segurança e estabilidade das relações entre os pagar suas contas e os bancos quebravam por falta de
agentes econômicos. fundos, deixando sem nada as pessoas que acreditavam
A iminência de uma crise bancária é capaz de afetar e ter suas economias seguramente guardadas.
contaminar todo o sistema econômico, fazendo que os Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão-
titulares de ativos fi nanceiros fujam do sistema fi nanceiro ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e
e se refugiem, para preservar o valor do seu patrimônio, principalmente de valores em contas bancárias, já não
em ativos móveis ou imóveis e, em casos extremos, em tendo nenhuma riqueza material para representar, é criado
estoques crescentes de moeda estrangeira. Para se evitar a partir de empréstimos. Quando alguém vai até o banco e
esse tipo de distorção, é fundamental a manutenção da recebe um empréstimo, o valor colocado em sua conta é
credibilidade no sistema fi nanceiro. A experiência gerado naquele instante, criado a partir de uma decisão
brasileira com o Plano Real é singular entre os países que administrativa, e assim entra na economia. Essa explicação
adotaram políticas de estabilização monetária, uma vez permaneceu controversa e escondida por muito tempo,
que a reversão das taxas infl acionárias não resultou na mas hoje está clara em um relatório do Bank of England de
fuga de capitais líquidos do sistema fi nanceiro para os 2014.
ativos reais. Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é
Pode-se afi rmar que a estabilidade do Sistema Financeiro criado assim, inventado em canetaços a partir da
Nacional é a garantia de sucesso do Plano Real. Não existe concessão de empréstimos. O que torna tudo mais
moeda forte sem um sistema bancário igualmente forte. estranho e perverso é que, sobre esse empréstimo, é
Não é por outra razão que a Lei n.º 4.595/1964, que criou cobrada uma dívida. Então, se eu peço dinheiro ao banco,
o Banco Central do Brasil (BACEN), atribuiu-lhe ele inventa números em uma tabela com meu nome e
simultaneamente as funções de zelar pela estabilidade da pede que eu devolva uma quantidade maior do que essa.
moeda e pela liquidez e solvência do sistema fi nanceiro. Para pagar a dívida, preciso ir até o dito “livre-mercado” e
Atuação do Banco Central na sua função de zelar pela trabalhar, lutar, talvez trapacear, para conseguir o dinheiro
estabilidade do Sistema Financeiro Nacional. Internet: < que o banco inventou na conta de outras pessoas. Esse é o
dinheiro que vai ser usado para pagar a dívida, já que a
www.bcb.gov.br > (com adaptações).
única fonte de moeda é o empréstimo bancário. No fi m,
Conclui-se da leitura do texto que a comparação entre os bancos acabam com todo o dinheiro que foi inventado
“crise bancária” e “vendaval” embasa-se na e ainda confi scam os bens da pessoa endividada cujo
impossibilidade de se preverem as consequências de dinheiro tomei. Assim, o sistema monetário atual funciona
ambos os fenômenos. com uma moeda que é ao mesmo tempo escassa e
abundante. Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e
( ) CERTO ( ) ERRADO abundante porque é gerada pela simples manipulação de
bancos de dados. O resultado é uma acumulação de
riqueza e poder sem precedentes: um mundo onde o
patrimônio de 80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões,
e onde o 1% mais rico tem mais do que os outros 99%
3 juntos.
Resposta: Certo. Conclui-se da leitura do texto que a [...]
comparação entre “crise bancária” e “vendaval” embasa-se Disponível em https://fagulha.org/artigos/inventando-
na impossibilidade de se preverem as consequências de
-dinheiro/
ambos os fenômenos.
Voltemos ao texto: Uma crise bancária pode ser Acessado em 20/03/2018
comparada a um vendaval. Suas consequências
sobre a economia das famílias e das empresas são
imprevisíveis. 4
3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-
2018) De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema
bancário, a reserva fracional foi criada com o objetivo de
Lastro e o Sistema Bancário
a) tornar ilimitada a produção de dinheiro.
[...] b) proteger os bens dos clientes de bancos.
Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro depositado c) impedir que os bancos fossem à falência.
nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade de d) permitir o empréstimo de mais dinheiro
ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse metal e) preservar as economias das pessoas.
é limitado, isso garantia que a produção de dinheiro fosse
também limitada. Com o tempo, os banqueiros se deram Resposta: Letra D. Ao texto: (...) Com o tempo, os
conta de que ninguém estava interessado em trocar banqueiros se deram conta de que ninguém estava
dinheiro por ouro e criaram manobras, como a reserva interessado em trocar dinheiro por ouro e criaram
fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que manobras, como a reserva fracional, para emprestar
realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises, como muito mais dinheiro do que realmente tinham em ouro
em 1929, todos queriam sacar dinheiro para
nos cofres. Em “a”, tornar ilimitada a produção de
dinheiro = incorreta
Em “b”, proteger os bens dos clientes de bancos =
incorreta
Em “c”, impedir que os bancos fossem à falência =
incorreta
Em “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro =
correta
Em “e”, preservar as economias das pessoas = incorreta

4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) A


leitura do texto permite a compreensão de que

a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos.


b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imaginário.
c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes.
d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”.
e) os bancos confi scam os bens dos clientes endividados.

Resposta: Letra A.
Em “a”, as dívidas dos clientes são o que sustenta os
bancos = correta
Em “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é
imaginário = nem todo
Em “c”, quem pede um empréstimo deve a outros
clientes = deve ao banco, este paga/empresta a outros
clientes
Em “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre-
mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre-
mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear.
Em “e”, os bancos confi scam os bens dos clientes
endividados = desde que não paguem a dívida

5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO


GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge
abaixo, publicada no momento da intervenção nas
atividades de segurança do Rio de Janeiro, em março de
2018.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO DE 1º AO 5º
ANO E PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Planejamento na Prática Educativa;........................................................................................................................................................................ 01
Metodologia e avaliação; metodologia e avaliação do processo ensino/aprendizagem;.................................................................. 04
Relação educação e sociedade e a educação e a escola;................................................................................................................................ 09
Tendências pedagógicas na prática escolar;........................................................................................................................................................ 10
Currículo escolar: conceito, fundamentos e componentes; Construção coletiva do Projeto Político Pedagógico;................. 23
Educação Inclusiva: Diversidade na sala de aula;............................................................................................................................................... 34
A construção do conhecimento; .............................................................................................................................................................................. 45
Orientações metodológicas para o Ensino Fundamental;.............................................................................................................................. 51
Atividades adequadas e utilização de jogos na aprendizagem;.................................................................................................................. 79
O processo de ensino e aprendizagem: a ação pedagógica;........................................................................................................................ 81
Papel do Professor;........................................................................................................................................................................................................ 83
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº. 9394/96............................................................................................................. 85
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA;....................................................................................................................................................... 104
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da
Pessoa com Deficiência).............................................................................................................................................................................................. 161
PLANEJAMENTO NA PRÁTICA EDUCATIVA 2) Considerar o que é importante e significativo para
aquela turma. Ter claro onde se quer chegar, que recorte
deve ser feito na História para escolher temáticas e que
Planejamento de Ensino atividades deverão ser implementadas, considerando os
interesses do grupo como um todo.
Em se tratando da prática docente, faz- se Para considerar os conhecimentos dos alunos é
necessário ainda mais desenvolver um planejamento. necessário propor situações em que possam mostrar os
Neste caso, o ensino, tem como principal função seus conhecimentos, suas hipóteses durante as
garantir a coerência entre as atividades que o professor atividades implementadas, para que assim forneçam
faz com seus alunos e, além disso, as aprendizagens pistas para a continuidade do trabalho e para o
que pretende proporcionar a eles. Então, pode-se dizer planejamento das ações futuras.
que a forma de planejar deve focar a relação entre o É preciso pensar constantemente para quem serve o
ensinar e o aprender. planejamento, o que se está planejando e para quê vão
Dentro do planejamento de ensino, deve-se servir as suas ações.
desenvolver um processo de decisão sobre a atuação Algumas indagações auxiliam quando se está
concreta por parte dos professores, na sua ação construindo um planejamento. Seguem alguns
pedagógica, envolvendo ações e situações do cotidiano exemplos: - O que pretende-se fazer, por quê e para
que acontecem através de interações entre alunos e quem?
professores. - Que objetivos pretendem-se alcançar?
O professor que deseja realizar uma boa atuação - Que meios/estratégias são utilizados para alcançar
docente sabe que deve participar, elaborar e organizar tais objetivos?
planos em diferentes níveis de complexidade para - Quanto tempo será necessário para alcançar os
atender, em classe, seus alunos. Pelo envolvimento no objetivos?
processo ensino-aprendizagem, ele deve estimular a - Como avaliar se os resultados estão sendo
participação do aluno, a fim de que este possa, alcançados?
realmente, efetuar uma aprendizagem tão significativa
quanto o permitam suas possibilidades e necessidades. É a partir destas perguntas e respectivas respostas
O planejamento, neste caso, envolve a previsão de que são determinadas algumas fases dentro do
resultados desejáveis, assim como também os meios planejamento:
necessários para os alcançar. A responsabilidade do - Diagnóstico da realidade; - Definição do tema e
mestre é imensa. Grande parte da eficácia de seu Fase de preparação; - Avaliação.
ensino depende da organicidade, coerência e
flexibilidade de seu planejamento. Dentro desta perspectiva, Planejar é: elaborar –
O planejamento de ensino é que vai nortear o decidir que tipo de sociedade e de homem se quer e
trabalho do professor e é sobre ele que far-se-á uma que tipo de ação educacional é necessária para isso;
reflexão maior neste texto. verificar a que distância se está deste tipo de ação e até
que ponto se está contribuindo para o resultado final
Fases do planejamento de ensino e sua que se pretende; propor uma série orgânica de ações
importância no processo de ensino-aprendizagem para diminuir essa distância e para contribuir mais para
o resultado final estabelecido; executar – agir em
O planejamento faz parte de um processo constante conformidade com o que foi proposto; e avaliar – revisar
através do qual a preparação, a realização e o sempre cada um desses momentos e cada uma das
acompanhamento estão intimamente ligados. Quando ações, bem como cada um dos documentos deles
se revisa uma ação realizada, prepara-se uma nova ação derivados”(GANDIN, 2005, p.23).
num processo contínuo e sem cortes. No caso do
planejamento de ensino, uma previsão bem-feita do Fases do Planejamento
que será realizado em classe, melhora muito o
aprendizado dos alunos e aperfeiçoa a prática Diagnóstico da Realidade:
pedagógica do professor. Por isso é que o
planejamento deve estar “recheado” de intenções e Para que o professor possa planejar suas aulas, a fim
objetivos, para que não se torne um ato meramente de atender as necessidades dos seus alunos, a primeira
burocrático, como acontece em muitas escolas. A atitude a fazer, é “sondar o ambiente”. O médico antes
maneira de se planejar não deve ser mecânica, de dizer com certeza o que seu paciente tem, examina-
repetitiva, pelo contrário, na realização do o, fazendo um “diagnóstico” do seu problema. E, da
planejamento devem ser considerados, combinados mesma forma, deve acontecer com a prática de ensino:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

entre si, os seguintes aspectos: o professor deve fazer uma sondagem sobre a realidade
1) Considerar os alunos não como uma turma que se encontram os seus alunos, qual é o nível de
homogênea, mas a forma singular de apreender de aprendizagem em que estão e quais as dificuldades
cada um, seu processo, suas hipóteses, suas perguntas existentes. Antes de começar o seu trabalho, o professor
a partir do que já aprenderam e a partir das suas deve considerar, segundo Turra et alii, alguns aspectos,
histórias; tais como:
- as reais possibilidades do seu grupo de alunos, a fim É por meio da avaliação que, segundo Lück, poder-se-á:
de melhor orientar suas realizações e sua integração a) demonstrar que a ação produz alguma diferença quanto
à comunidade; ao desenvolvimento dos alunos;
- a realidade de cada aluno em particular, objetivando b) promover o aprimoramento da ação como consequência
oferecer condições para o desenvolvimento de sugestões resultantes da avaliação. Além disso, toda
harmônico de cada um, satisfazendo exigências e avaliação deve estar intimamente ligada ao processo de
necessidades biopsicossociais; preparação do planejamento, principalmente com seus
objetivos. Não se espera que a avaliação seja
simplesmente um resultado final, mas acima de tudo,
seja analisada durante todo o processo; é por isso que se
deve planejar todas as ações antes de iniciá-las,
1 definindo cada objetivo em termos dos resultados
- os pontos de referência comuns, envolvendo o que se esperam alcançar, e que de fato possa ser
ambiente escolar e o ambiente comunitário; atingível pelo aluno. As atividades devem ser
- suas próprias condições, não só como pessoa, coerentes com
mas como profissional responsável pela
orientação adequada do trabalho escolar.

A partir da análise da realidade, o professor tem 2


condições de elaborar seu plano de ensino,
fundamentado em fatos reais e significativos dentro os objetivos propostos, para facilitar o processo
do contexto escolar. Definição do tema e avaliativo e devem ser elaborados instrumentos e
preparação: estratégias apropriadas para a verificação dos
resultados.
Feito um diagnóstico da realidade, o professor
pode iniciar o seu trabalho a partir de um tema, que A avaliação é algo mais complexo ainda, pois está
tanto pode ser escolhido pelo professor, através do ligada à prática do professor, o que faz com que
julgamento da necessidade de aplicação do mesmo, aumente a responsabilidade em bem planejar. Dalmás
ou decidido juntamente com os alunos, a partir do fala sobre avaliação dizendo que:
interesse deles. Planejar dentro de uma temática, Assumindo conscientemente a avaliação, vive-se um
denota uma preocupação em não fragmentar os processo de ação-reflexão-ação. Em outras palavras,
conhecimentos, tornando-os mais significativos. parte-se do planejamento para agir na realidade sobre a
Na fase de preparação do planejamento são qual se planejou, analisam-se os resultados, corrige-se o
previstos todos os passos que farão parte da planejado e retorna-se à ação para posteriormente ser
execução do trabalho, a fim de alcançar a esta novamente avaliada.
concretização e o desenvolvimento dos objetivos Como se pode perceber, a avaliação só vem auxiliar o
propostos, a partir da análise do contexto da planejamento de ensino, pois é através dela que se
realidade. Em outras palavras, pode-se dizer que percebem os progressos dos alunos, descobrem-se os
esta é a fase da decisão e da concretização das aspectos positivos e negativos que surgem durante o
ideias. processo e busca-se, através dela, uma constante
A tomada de decisão é que respalda a melhoria na elaboração do planejamento, melhorando
construção do futuro segundo uma visão daquilo consequentemente a prática do professor e a
que se espera obter [...] A tomada de decisão aprendizagem do aluno. Portanto, ela passa a ser um
corresponde, antes de tudo, ao estabelecimento de “norte” na prática docente, pois, “faz com que o grupo
um compromisso de ação sem a qual o que se ou pessoa localize, confronte os resultados e determine
espera não se converterá em realidade. Cabe a continuidade do processo, com ou sem modificações
ressaltar que esse compromisso será tanto mais no conteúdo ou na programação”.
sólido, quanto mais seja fundamentado em uma
visão crítica da realidade na qual nos incluímos. A Importância do planejamento no processo de
tomada de decisão implica, portanto, nossa objetiva ensino-aprendizagem
e determinada ação para tornar concretas as
situações vislumbradas no plano das ideias. Nos últimos anos, a questão de como se ensina tem
Nesta fase, ainda, serão determinados, se deslocado para a questão de como se aprende.
primeiramente os objetivos gerais e, em seguida, os Frequentemente ouvia-se por parte dos professores, a
objetivos específicos. Também são selecionados e seguinte expressão: “ensinei bem de acordo com o
organizados os conteúdos, os procedimentos de planejado, o aluno é que não aprendeu”. Esta expressão
ensino, as estratégias a serem utilizadas, bem como era muito comum na época da corrente tecnicista, em
os recursos, sejam eles materiais e/ ou humanos. que se privilegiava o ensino. Mas quando, ao passar do
tempo, foi-se refletindo sobre a questão da construção
Avaliação do conhecimento, o questionamento foi maior, no
sentido da preocupação com a aprendizagem.
ENTOS ESPECÍFICOS
CON

No entanto, não se quer dizer aqui que só se deve OBSERVAÇÃO E REGISTRO


pensar na questão do aprendizado. Se realmente há a
preocupação com a aprendizagem, deve-se questionar A observação e o registro se constituem nos
se a forma como se planeja tem em mente também o principais instrumentos de que o professor dispõe para
ensino, ou seja, deve haver uma correlação entre ensino- apoiar sua prática. Por meio deles o professor pode
aprendizagem. registrar contextualmente, os processos de
A aprendizagem na atualidade é entendida dentro de aprendizagem das crianças; a qualidade das interações
uma visão construtivista como um resultado do esforço estabelecidas com outras crianças, funcionários e com
de encontrar significado ao que se está aprendendo. E o professor e acompanhar os processos de
esse esforço é obtido através da construção do desenvolvimento obtendo informações sobre as
conhecimento que acontece com a assimilação, a experiências das crianças na instituição.
acomodação dos conteúdos e que são relacionados com Esta observação e seu registro fornecem aos
antigos conhecimentos que constantemente vão sendo professores uma visão integral das crianças ao mesmo
reformulados e/ou “reesquematizados” na mente tempo em que revelam suas particularidades. São
humana. várias as maneiras pelas quais a observação pode ser

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Numa perspectiva construtivista, há que se levar em registrada pelos professores.
conta os conhecimentos prévios dos alunos, a A escrita é, sem dúvida, a mais comum e acessível.
aprendizagem a partir da necessidade, do conflito, da O registro diário de suas observações, impressões,
inquietação e do desequilíbrio tão falado na teoria de ideias etc. pode compor um rico material de reflexão e
Piaget. E é aí que o professor, como mediador do ajuda para o planejamento educativo. Outras formas de
processo de ensino-aprendizagem, precisa definir registro também podem ser consideradas, como a
objetivos e os rumos da ação pedagógica, gravação em áudio e vídeo; produções das crianças ao
responsabilizando-se pela qualidade do ensino. longo do tempo; fotografias etc.
Essa forma de planejar considera a processualidade A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, sancionada
da aprendizagem cujo avanço no processo se dá a em dezembro de 1996, estabelece, na Seção II,
partir de desafios e problematizações. Para tanto, é referente à educação infantil, artigo 31 que: “... a avaliação
necessário, além de considerar os conhecimentos far-se-á mediante o acompanhamento e registro do seu
prévios, compreender o seu pensamento sobre as desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo
questões propostas em sala de aula. para o acesso ao ensino fundamental”.
O ato de aprender acontece quando o indivíduo Existem ainda no Brasil práticas na educação infantil que
atualiza seus esquemas de conhecimento, quando os possuem um entendimento equivocado da avaliação nessa
compara com o que é novo, quando estabelece etapa da educação, o que vem gerando sérios problemas,
relações entre o que está aprendendo com o que já com consequências preocupantes, sobretudo, para as
sabe. E, isso exige que o professor proponha atividades crianças de determinadas camadas da sociedade. A mais
que instiguem a curiosidade, o questionamento e a grave é a existência das chamadas “classes de alfabetização”
reflexão frente aos conteúdos. Além disso, ao propiciar que conferem à educação infantil o caráter de terminalidade.
essas condições, ele exerce um papel ativo de mediador São classes que atendem crianças a partir de seis anos,
no processo de aprendizagem do aluno, intervindo retendo-as até que estejam alfabetizadas. As crianças que
pedagogicamente na construção que o mesmo realiza. frequentam essas classes não ingressam na primeira série do
Para que de fato, isso aconteça, o professor deve ensino fundamental, até que tenham atingido os padrões
usar o planejamento como ferramenta básica e eficaz, a desejáveis de aprendizagem da leitura e escrita. A essas
fim de fazer suas intervenções na aprendizagem do crianças têm sido vedado, assim, o direito constitucional de
aluno. É através do planejamento que são definidos e serem matriculadas na primeira série do ensino fundamental
articulados os conteúdos, objetivos e metodologias são aos sete anos de idade. Outras práticas de avaliação
propostas e maneiras eficazes de avaliar são definidas. conferem às produções das crianças: notas, conceitos,
O planejamento de ensino, portanto, é de suma estrelas, carimbos com desenhos de caras tristes ou alegres
importância para uma prática eficaz e conforme o julgamento do professor. A avaliação nessa
consequentemente para a concretização dessa prática, etapa deve ser processual e destinada a auxiliar o processo
que acontece com a aprendizagem do aluno. de aprendizagem, fortalecendo a autoestima das crianças.
Se de fato o objetivo do professor é que o aluno Neste documento, a avaliação é entendida,
aprenda, através de uma boa intervenção de ensino, prioritariamente, como um conjunto de ações que auxiliam
planejar aulas é um compromisso com a qualidade de o professor a refletir sobre as condições de aprendizagem
suas ações e a garantia do cumprimento de seus oferecidas e ajustar sua prática às necessidades colocadas
objetivos. pelas crianças. É um elemento indissociável do processo
educativo que possibilita ao professor definir critérios para
Referência: planejar as atividades e criar situações que gerem avanços
KLOSOUSKI, S. S.; REALI, K. M. Planejamento de na aprendizagem das crianças. Tem como função
Ensino como Ferramenta Básica do Processo Ensino- acompanhar, orientar, regular e redirecionar esse processo
Aprendizagem. UNICENTRO - Revista Eletrônica Lato como um todo. No que se refere às crianças, a avaliação
Sensu, 2008. deve permitir que elas acompanhem suas conquistas, suas
dificuldades e suas possibilidades ao longo de seu processo
de aprendizagem. Para que isso ocorra, o
professor deve compartilhar com elas aquelas
observações que sinalizam seus avanços e suas educação infantil - Introdução/Ministério da Educação e
possibilidades de superação das dificuldades. do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. —
Brasília: MEC/SEF, 1998.
São várias as situações cotidianas nas quais isso já
ocorre, como, por exemplo, quando o professor diz:
“Olhe que bom, você já está conseguindo se servir
sozinho”, ou quando torna observável para as crianças o METODOLOGIA E AVALIAÇÃO; METODO-
que elas sabiam fazer quando chegaram na instituição LOGIA E AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSI-
com o que sabem até aquele momento. Nessas NO/APRENDIZAGEM;
situações, o retorno para as crianças se dá de forma
contextualizada, o que fortalece a função formativa que
deve ser atribuída à avaliação. Além dessas, existem
MÉTODOS DE ENSINO
outras situações que podem ser aproveitadas ou criadas
com o objetivo de situar a criança frente ao seu Libâneo traz contribuição tratando de uma questão
processo de aprendizagem. É importante que o mais específica: as implicações da relação conteúdo-
professor tenha consciência disso, para que possa atuar forma nos métodos de ensino, dentro da questão
de forma cada vez mais intencional. Isso significa definir central da Didática que e a relação entre objetivos-
melhor a quem se dirige a avaliação — se ao grupo todo conteúdos-métodos. As investigações no campo
ou às crianças em particular; qual o melhor momento técnicas da Didática têm se desenvolvido bastante nos
para explicitá-la e como deve ser feito. Esses momentos últimos anos, especialmente na busca de uma
de retorno da avaliação para a criança devem incidir estruturação mais explícita de categorias e conceitos e
prioritariamente sobre as suas conquistas. Apontar de métodos de pesquisa. Este texto ingere-se nessa
aquilo que a criança não consegue realizar ou não sabe, busca, de modo que as questões trazidas aqui são
só faz sentido numa perspectiva de possível superação, matéria de discussão e de mais investigações pelos
quando o professor detém conhecimento sobre as reais estudiosos da área.
3
possibilidades de avanço da criança e sobre as Para discutir a questão dos métodos de ensino
possibilidades que ele tem para ajudá-la. Do contrário, frente a relação conteúdo-forma, pretendo ter como
ao invés de potencializar a ação das crianças e fortalecer interlocutores os professores de Didática e prática de
a sua autoestima, a avaliação pode provocar-lhes um ensino das disciplinas específicas dos cursos de
sentimento de impotência e fracasso. Outro ponto licenciatura.
importante de se marcar refere-se à representação que a
criança constrói sobre a avaliação. O professor deve ter
consciência de que a forma como a avaliação é
4
compreendida, na instituição e por ele próprio, será de
fundamental importância para que a criança possa
construir uma representação positiva da mesma.
Entre esses professores vigoram algumas posições bem
A avaliação também é um excelente instrumento
conhecidas sobre a Didática e os métodos de ensino, a saber:
para que a instituição possa estabelecer suas prioridades
- Ensinar é transmitir o conteúdo da matéria, cabendo à
para o trabalho educativo, identificar pontos que
Didática proporcionar os elementos do planejamento
necessitam de maior atenção e reorientar a prática,
de ensino e os métodos e técnicas necessários.
definindo o que avaliar, como e quando em consonância
- Para ensinar, basta conhecer bem a ciência que dá a
com os princípios educativos que elege.
base da matéria, ou seja, o método de ensino decorre
Para que possa se constituir como um
do conteúdo e do método de investigação da ciência
instrumento voltado para reorientar a prática
que é ensinada.
educativa, a avaliação deve se dar de forma
- A metodologia de ensino de uma matéria e menos uma
sistemática e contínua, tendo como objetivo
questão de métodos e mais de inserção do professor na
principal a melhoria da ação educativa. O professor,
prática escolar, mediante a pesquisa-ação.
ciente do que pretende que as crianças aprendam,
pode selecionar determinadas produções das
A primeira posição mostra um reducionismo do campo
crianças ao longo de um período para obter com
de estudos da Didática, tomando-a como disciplina
mais precisão informações sobre sua
prescritiva de métodos e técnicas. A segunda não distingue a
aprendizagem. Os pais, também, têm o direito de
matéria de ensino e a ciência que lhe serve de base, como
acompanhar o processo de aprendizagem de suas
não distingue método da ciência e método de ensino. No
crianças, se inteirando dos avanços e conquistas,
ponto de vista do autor é o de que o conteúdo da matéria
compreendendo os objetivos e as ações
de ensino decorre da ciência que lhe serve de base, mas a
desenvolvidas pela instituição.
matéria de ensino implica uma seleção de conhecimentos
pautada por critérios pedagógicos e didáticos; do mesmo
Referência:
modo, método da ciência e método de ensino são conexos
Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. mas não idênticos, porque a atividade de ensino implica uma
Secretaria de Educação Fundamental. relação pedagógica que lhe é peculiar,
Referencial curricular nacional para a
distinguindo-se daquela que ocorre na atividade
científica. A terceira posição também é insatisfatória
porque a questão dos métodos de ensino não pode ser
resolvida apenas no âmbito da prática. O processo de
ensino guarda semelhanças com o processo de
investigação, mas se distingue deste. A prática por si se
não é geradora de conhecimentos, requerendo uma
teoria que oriente sua apreensão e explicação.
Estas considerações iniciais já indicam o
entendimento da questão. A Didática é teoria e prática
do processo de ensino, incluindo a unidade entro
objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas
do ensino, bem como as regularidades e princípios
decorrentes das conexões entre ensino e aprendizagem
em condições específicas das situações didáticas. Os
métodos de ensino constituem, assim, uma categoria da
Didática, tendo uma magnitude própria em relação a
outros tipos de métodos, tais como o método do
processo do conhecimento (fundamentado numa
concepção do processo de conhecimento), os métodos
da cognição científica e os métodos particulares das
ciências. Entretanto, para falarmos de métodos de
ensino, são necessárias duas referências: a relação
objetivos-conteúdo-métodos e a relação conteúdo-
forma.
O entendimento da unidade objetivos-conteúdos-
métodos parte da premissa de que a finalidade da
escola, a finalidade imediata, é a instrução e a formação
intelectual, mediante a transmissão e assimilação de
conhecimentos científicos e o desenvolvimento de
habilidades, hábitos, capacidades, tendo em vista a
compreensão ampliada da realidade e a atuação prática
nela. Nesse sentido, os conteúdos formam a base
material da atividade escolar. Como se sabe, os
conteúdos consistem de conhecimento, hábitos,
habilidades e métodos de estudo e trabalho, atitudes e
convicções, conexos às matérias.

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