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PORTUGUESA
(Parte 1)
Autora - Deliamaris Fraga Acunha
CARO ALUNO,
Este material tem por objetivo orientá-lo na reaproximação aos estudos da linguagem escrita, utilizando-a
como ferramenta para uma produção textual clara, coerente e específica para a finalidade que desejar.
Ao longo dos anos em que você estudou, durante a educação básica, provavelmente você foi convidado
a pensar “gramaticalmente” esta língua que já é de seu domínio na oralidade, mas que, inúmeras vezes,
causou-lhe desconforto na hora de escrever.
A ideia deste material é exatamente esta: banir esse desconforto e aproximar a capacidade que você traz
da sua oralidade àquilo que talvez já o tenha incomodado, ou seja, as regras que norteiam a língua escrita.
Antes, porém, de começarmos essa aproximação, é interessante esclarecer alguns detalhes.
Gramática é o estudo da forma, da composição e de todos os aspectos de uma determinada Língua;
1) Este material não pretende ser uma Gramática, mas um material de apoio para uma compreensão e
produção textual mais eficaz. Para tanto, selecionamos alguns conteúdos obrigatórios para a análise
da Língua Portuguesa e consequente melhor produção oral e escrita;
2) Dividiremos este estudo em três grandes partes, conforme as Gramáticas o fazem, mas detalharemos
apenas alguns aspectos visando sempre à produção textual mais eficaz.
Morfologia - A FORMA
Esta é a parte que trata da FORMA, estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras.
Sintaxe - A RELAÇÃO
É a parte que trata das relações entre as palavras nas frases e entre as frases no discurso.
Essas três grandes áreas abrangem aspectos fundamentais ao estudo de qualquer idioma e estão distribuídas
em 8 unidades. Começaremos estudando os Sons e sua representação na escrita, depois veremos a Forma
dessas palavras para, então, analisar a Relação delas nas frases e no sentido dos textos que queremos
produzir. São estudos diferentes, porém complementares.
SUMÁRIO
Como se pronuncia mesmo gratuito? E rubrica? Ideia não tem mais acento? E se eu colocar um acento em
“pronuncia”, vai mudar algo? Sim, sim! A maneira como falo ou escrevo pode mudar aquilo que meu ouvinte
ou leitor entenderá.
Para que não haja confusões, vamos começar estudando os sons de nossa amada língua.
Chamaremos de:
» » Fonema - o menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção de significado entre as palavras,
ou seja, cada som que pronunciamos de uma palavra é um fonema.
» » Letra - a representação gráfica do fonema.
Exemplo:
Na palavra “casa”, todas as letras que escrevemos são pronunciadas, portanto, nessa palavra, temos 4 letras
e 4 fonemas. Já em “chuva”, o “ch” equivale a um só som pronunciado, assim, na palavra chuva, temos 5
letras, mas 4 sons, ou seja, 4 fonemas.
LÍNGUA PORTUGUESA
1. LETRAS E FONEMAS
Perceba que nem sempre o número de letras e de fonemas é o mesmo nas palavras.
Vamos observar essas diferenças no quadro a seguir:
E por que você precisa saber isso? Essas informações são importantes na hora de separar as sílabas.
Mais adiante veremos algumas regras básicas de separação silábica, pois nem sempre o Word a fará
por nós.
Além disso, vocês já notou que o som de campo é igual ao de maçã? Esses encontros compostos por
vogais e pelas consoantes M ou N são chamados de Dígrafos Vocálicos, pois as consoantes M e N
não representam uma consoante, somente indicam que a vogal anterior é nasal, ou seja, é como se
tivessem um til.
Veja as combinações de vogal e consoante em que o som é nasal:
Am - campo
An - tanto
Em - sempre
En - contente
Im - simples
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UNIDADE 1 - ASPECTOS MORFOLÓGICOS
In - tinta
Om - tombo
On - conto
Um - cumprir
Un - untar
2. ENCONTROS E DESENCONTROS
Letras que se encontram, sílabas que devem ficar separadas nos textos que escrevemos, encontros e
desencontros acontecem na vida e nas letras, não é?
E, embora atualmente o Word seja nosso aliado de escrita, facilitando separações silábicas e
sublinhando possíveis erros de grafia, precisamos perceber a palavra, como ela se constitui, pois nem
sempre o meio digital vai nos ajudar, já que ainda não sabe a diferença entre viagem e viajem, por
exemplo. Mas você precisa saber!
Você sabe? Não vamos deixá-lo na dúvida:
Viagem com G é a atividade: “Vou fazer uma viagem ao sul do país”.
Viajem com J é o verbo, a ação que é praticada por um sujeito, origina-se do verbo viajar, que é com
J: “Espero que eles viajem bem.”
Você percebe como é importante estar atento a esses detalhes?
Então, para analisar encontros e desencontros de sons e de letras que formam as palavras, é preciso
ter algumas informações. É preciso saber que:
» » Vogais são os fonemas que são pronunciados livremente e não precisam do amparo de outros
para serem emitidas. A vogal é sempre a BASE da sílaba; portanto, uma sílaba jamais ficará sem
vogal, e uma palavra terá tantas sílabas quanto forem suas vogais.
» » Semivogais são esses sons que se apoiam em uma vogal. Seriam “vogais fracas”, por exemplo,
o “i” e o “u” ao lado de vogais de base, como, por exemplo, em paixão e dourado.
» » Consoantes são as letras que só podem soar com o auxílio de uma vogal.
Você já teve dúvidas sobre como separar as sílabas de palavras como paisagem, passeata,
ou iguarias? Mesmo que não, conhecer quais são os encontros de vogais, semivogais e
consoantes nos ajuda a escrever melhor. Vamos estudá-los nos próximos itens:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Não se separam:
» » Ditongos, Tritongos e os Seguintes Dígrafos qu, gu, ch, lh, nh.
Exemplos: coi-sas (ditongo), Pa-ra-guai (tritongo), que-rer
(dígrafo), a-cho (dígrafo).
Já as “personalidades” iguais ou fortes não se toleram, ou seja, letras
iguais separam-se:
» » Hiatos: EE, OO, AA (co-o-pe-rar) e também as vogais de outros hiatos,
pois são pronunciadas com força e separadamente:
Exemplos: sA-Ú- de (AU), sA- Í-da, rU- Í-do
» » Dígrafos formados por letras iguais (ss, rr) e também os seguintes
dígrafos: sc, xc.
Exemplos: pas-sei-o, nas-cer, ex-ce-to.
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UNIDADE 1 - ASPECTOS MORFOLÓGICOS
3. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
A Acentuação Gráfica é um dos conteúdos mais importantes para uma escrita de sucesso, embora
pouca gente a valorize atualmente.
Muitas pessoas pensam que o computador faz tudo, por isso não é necessário se preocupar com
acentuação. Mas será que o “computador” sabe a diferença entre tem e têm, e ou é? Nem sempre, e é
essa a razão de termos regras específicas para marcar, acentuar, graficamente aquilo que acentuamos
na fala: eis a Acentuação Gráfica!
Para marcar a sílaba tônica na escrita, usamos dois tipos de acentos: o agudo (´) para vogais
abertas e o circunflexo (^) para vogais fechadas. Til não é acento, é apenas uma marca de
nasalização como se tivesse um N junto da vogal (an=ã; on=õ).
Antes de vermos as regras, precisamos saber reconhecer a sílaba tônica, ou seja, aquela sílaba que
pronunciamos mais demoradamente e com mais força.
Observe:
CA-DEI-RA penúltima sílaba tônica
SO-FÁ última sílaba tônica
PA-RA-LE-LE-PÍ-PE-DO antepenúltima sílaba tônica
Veja que foi colocada uma palavra com mais de três sílabas para você perceber que não importa o
número de sílabas para que vejamos sua tonicidade, mas sim as três últimas sílabas apenas.
DICA:
Para identificar a sílaba tônica, há um truque antigo: chame a palavra
como se fosse o nome de alguém. Você verá que vai demorar um pouco
mais em uma sílaba: essa será a sílaba tônica.
Exemplo: Jo-sééééééé, ca-deeeeeeeei-ra, poooooor-ta, fa-
roooooooool.
As palavras cadeira, sofá, paralelepípedo podem ser classificadas conforme sua sílaba tônica:
» » Proparoxítonas: são as palavras com a antepenúltima sílaba tônica; por exemplo: paralelepípedo.
» » Paroxítonas: são as palavras com a penúltima sílaba tônica; por exemplo: cadeira.
» » Oxítonas: são as palavras que possuem a última sílaba tônica; por exemplo: sofá.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Se não houvesse essas regras, cada um escreveria do “seu jeito” e ninguém se entenderia e, para
que isso não ocorra, há um código escrito da mesma forma como há regras de trânsito ajudando-nos
a conviver.
Veja quais são essas regras:
a) Palavras Proparoxítonas
Todas as palavras proparoxítonas devem ser acentuadas.
Exemplo: gráfico, árvore, pássaro.
b) Palavras Paroxítonas
São acentuadas as paroxítonas terminadas em:
Us - bônus
Ditongo seguido ou não de S - histórIA, MárcIA, pônEIs, VÔLEI
Um, Uns - álbum, álbuns
L - amável, difícil
I (s) - táxi, júris
R - câncer, repórter
Ã(s) - ímã, ímãs, órfã, órfãs
Ão (s) - sótão, órgãos
X - tórax, fênix, ônix
N(on, ons) - hífen, pólen, Édson
Ps - fórceps
DICA:
Essas terminações, se colocadas na horizontal, podem formar uma frase,
então:
Você pode memorizar essas terminações com uma frase!
USEI UM LIRÃO X N PS
c) Palavras Oxítonas
São acentuadas as oxítonas terminadas em:
A(s) - sofá, atrás, está, marajá
E(s) - picolé, você, vocês
O(s) - avô, totó, rabicó, jiló, cipó, cipós
EM - amém, além, também
ENS - parabéns, reféns
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UNIDADE 1 - ASPECTOS MORFOLÓGICOS
FIQUE ATENTO!
As palavras abaixo antes tinham acento, mas agora não mais, pois os
ditongos não estão no final (não são oxítonas).
Palavras paroxítonas: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, Coreia,
hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico.
Outros Casos
d) Acentuamos as vogais U e I tônicas dos Hiatos nas seguintes condições:
» » serem tônicas;
» » formarem sílabas sozinhas ou com s;
» » estarem antecedidas por outra vogal;
» » não virem seguidas do dígrafo nh;
» » não estarem depois de ditongos em palavras paroxítonas.
Ou seja:
» » acentuadas: baú, saída, país, Luís.
» » não acentuadas: rainha, feiura, juiz.
e) Acento diferencial: talvez você tenha ouvido dizer que o acento diferencial não é mais usado.
Mas o acento diferencial é aquele que, SIM, é usado para diferenciar, na escrita, as palavras que
podem ter classes ou funções diferentes.
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LÍNGUA PORTUGUESA
» » Acentuamos os Verbos a seguir e seus derivados quando possuírem sujeito no plural, isto é, para
diferenciar daquele que tem sujeito no singular:
Ter - Vir
Ele tem / ele vem singular
Eles têm / eles vêm plural
E seus derivados também:
Obter, por exemplo:
Ele obtém - regra das oxítonas;
Eles obtêm - acento diferencial para marcar o plural.
» » Pôr (verbo) e por (preposição)
Uma dúvida comum é se devemos ou não acentuar a palavra “por”. Quando usarmos o verbo,
acentuamos; já a preposição não é acentuada:
Vou pôr (colocar) o casaco agora. # Gosto de andar por este caminho.
» » Pôde (pretérito) e pode (presente)
Na fala, é fácil distinguir a diferença entre essas duas palavras, já que sua pronúncia é diferente. Na
escrita, precisamos marcar essa diferença com diferentes acentos:
Ontem você não pôde ir à aula, mas agora você pode.
FIQUE ATENTO!
Para acentuar bem, é preciso:
1. Separar as sílabas;
2. Identificar a sílaba tônica;
3. Verificar se tem regra para que a palavra seja acentuada;
4. Colocar o acento, agudo ou circunflexo, na sílaba tônica.
Se não houver regra para aquele caso, a palavra não será acentuada.
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UNIDADE 1 - ASPECTOS MORFOLÓGICOS
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LÍNGUA PORTUGUESA
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática metódica da língua portuguesa. 46.ed. São Paulo:
Saraiva, 2009.
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.
BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro, Nova Fronteira,
2008.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática reflexiva: texto, semântica e
interação. São Paulo: Atual, 1999.
Cunha, Celso; Cintra, Luis F. Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo - Nova Ortografia.
Rio de janeiro: Editora Lexikon, 2008.
GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 2009.
LEDUR, Paulo Flávio. Português prático. 10. ed. Porto Alegre: AGE, 2009.
LUFT, Celso Pedro. Dicionário prático de regência verbal. 8. ed. São Paulo: Ática, 2003.
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da língua portuguesa. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
ZANOTTO, Normelio. A nova ortografia explicada. Editora Caxias do Sul: EDUCS, 2009.
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UNIDADE 2
Morfologia
Forma ou conteúdo?
O que é mais importante?
Você pensa sobre isso?
É provável que pense, pois nossa vida transita entre aquilo que parece e aquilo que realmente é! Tudo a nossa
volta é assim: temos uma forma que mostra, em parte, a realidade, a história, o tempo. Veja, por exemplo, um
carro. Pela sua forma, podemos perceber se ele é novo ou velho, se foi usado ou não, se seu dono é cuidadoso
ou não, etc. Sim, o conteúdo se manifesta na forma, ou seja, pela forma percebemos quem o fez e em que
ano, quem o dirige e como.
É um exemplo bobo, mas o interessante é que, com as palavras, também funciona assim. Há formas que
denunciam, contam uma história, outras escondem histórias que só conheceremos se nos aproximarmos de
determinada situação. Você viu isso na unidade anterior, pois a acentuação de uma palavra pode alterar seu
sentido (por exemplo, “O trânsito está caótico” e “Eu transito por aqui”), ou seja, a forma pode transformar
ou denunciar o conteúdo. Por isso é importante conhecermos a forma das palavras para dominarmos seu
conteúdo sem fazer confusões!
LÍNGUA PORTUGUESA
O estudo que faremos agora trata da FORMA (morfologia = estudo da forma) da palavra: sua estrutura,
como ela é formada e sua classificação. E assim como os aspectos fonológicos estudam as palavras
isoladamente, observando suas características sonoras, a Morfologia as estuda também de forma
isolada, sem cogitar sua participação na frase ou no período.
Nesta unidade, vamos ver os tipos de palavras de nossa língua, as quais se organizam em dez classes,
denominadas classes de palavras ou classes gramaticais.
Você já deve ter obtido contato com esses nomes ao longo de sua vida de estudante, veja:
» » Substantivo
» » Artigo
» » Adjetivo
» » Numeral
» » Pronome
» » Verbo
» » Advérbio
» » Preposição
» » Conjunção
» » Interjeição
Precisamos estudar essas classes, porque cada tipo de palavra tem uma
função diferente, uma grafia específica, uma determinada relação com a
realidade. Conhecer e dar nome a elas é como dar nome a sentimentos.
Não é bom quando alguém consegue descrever o que sentimos? Isso
não melhora nossa compreensão em relação ao sentimento? Assim deve
ocorrer com nossa análise da língua: ao nomear as palavras, podemos
entendê-las, usá-las de forma mais adequada, reconhecer suas diferenças,
criar novas.
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UNIDADE 2 - MORFOLOGIA
2) Artigo - é a palavra que tem por fim individualizar a coisa, ou seja, acompanha o substantivo,
determinando-o: o, a, os, as, um, uma, uns, umas. Veja que dizer “uma menina saiu” é
diferente de dizer “a menina saiu”, pois, ao usarmos o artigo “a”, demonstramos que falamos
de determinada menina, que essa menina é conhecida.
3) Adjetivo – dá características e qualidades aos seres: bom, bonita, alegre, leal.
4) Numeral - expressa quantidade, ordem, fração, multiplicação: três, terceiro, meio, dobro.
5) Pronome - acompanha ou substitui o nome: ele, nós, essa, você, nossos, quem, qual, algum,
tudo, etc.
6) Verbo – expressa ação, estado, fenômenos da natureza: dialogar, ser, estar, chover.
7) Advérbio - dá circunstância ao verbo: sim, não, lentamente, francamente, muito, bem, sempre,
ali, lá, etc.
8) Preposição – liga termos de uma oração estabelecendo relações entre eles: a, ante, até, após,
com, contra, de, desde, em, entre, para, por, perante, sem, sob, sobre, trás.
9) Conjunção – estabelece ligação entre orações: e, mas, porém, porque, portanto, pois, que,
embora, conforme, etc.
10) Interjeição – expressa emoção, sentimento: Oba! Ah! Oh! Puxa vida! Ai!;
A seguir são destacados dois tipos de palavras muito importantes na construção do discurso:
o substantivo e o verbo. Como mostra o esquema, as outras palavras “giram” em torno dessas,
qualificando-as, determinando-as, substituindo-as ou ligando-as.
FIQUE ATENTO:
palavra que dá nome = substantivo
palavras que determinam o nome = artigo, adjetivo, pronome, numeral
palavras que se ligam ao verbo = advérbios e complementos verbais
palavras que ligam termos = preposições, pronomes relativos e conjunções
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LÍNGUA PORTUGUESA
2.1 ADVÉRBIOS
É toda palavra que pode modificar o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, indicando-lhes circunstâncias.
Essas circunstâncias podem ser
a) De lugar: aqui, ali, lá, longe, perto, junto, acima, abaixo, atrás, adiante, à direita, ao lado, etc.
b) De tempo: hoje, ontem, amanhã, sempre, já, jamais, nunca, tarde, cedo, à noite, etc.
c) De modo: melhor, pior, bem, mal, assim, simplesmente, francamente, covardemente, etc.
d) De negação: não, de modo nenhum.
e) De afirmação: sim, certamente, realmente, etc.
f) De dúvida: talvez, acaso, possivelmente, provavelmente, etc.
g) De intensidade: tão, muito, pouco, bastante, tanto, mais, menos, etc.
FIQUE ATENTO!
Os advérbios são invariáveis, ou seja, não variam, não podem ser
flexionados no plural, por exemplo, nem variar para o feminino. Portanto
a palavra “menas” não existe tampouco “sins” ou “nãos”!
A Locução Adverbial
Toda vez que mencionarmos “locução”, estaremos nos referindo a um conjunto de palavras com um
valor apenas.
Assim, Locução Adverbial é o conjunto de palavras que tem o mesmo valor de um advérbio.
Alguns exemplos: com certeza, sem dúvida, de muito, de pouco, à direita, à esquerda, à
distância, ao lado, de longe, de perto, às vezes, à toa, etc.
Veja que esses conjuntos de palavras têm valor de advérbios, por exemplo, com certeza tem valor de
certamente; sem dúvida, de indubitavelmente.
Advérbios: certamente, indubitavelmente.
Locução Adverbial: com certeza, sem dúvida.
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UNIDADE 2 - MORFOLOGIA
2.2 PRONOMES
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que representa ou acompanha o substantivo
(nome). Os pronomes são muito importantes na construção do texto, pois servem como nexos frasais,
ou seja, palavras que ligam termos ou orações, estabelecendo uma relação de sentido entre esses
termos ou substituindo-os, a fim de evitar repetições desnecessárias.
2.2.1. Pessoais
São aqueles que substituem as pessoas do discurso.
Você sabe o que são pessoas do discurso? Veja;
» » A primeira pessoa é aquela que fala - eu, nós;
» » A segunda pessoa é aquela COM quem se fala - tu, vós;
» » A terceira pessoa é a pessoa DE quem se fala - ele, ela, eles , elas.
Os pronomes pessoais podem ser:
» » Retos - são aqueles que representam o sujeito dos verbos, ou seja, eles “mandam” nos verbos.
» » Oblíquos - são aqueles que exercem função complementar, ou seja, completam o sentido dos
verbos nas frases.
Você já deve ter visto esse quadro inúmeras vezes durante sua vida de estudante, e não custa ver
mais uma!
SINGULAR
1ª eu me, mim, comigo
2ª tu te, ti contigo
3ª ele, ela se, si consigo, o, a, lhe
PLURAL
1ª nós nos, conosco
2ª vós vos, convosco
3ª eles, elas se, si consigo, os, as, lhes
» » De tratamento: são aqueles que substituem a terceira pessoa gramatical. Serão usados de
acordo com o cargo ou função da pessoa a quem nos referimos ou com a qual falamos.
Alguns exemplos: você, Vossa Alteza, Vossa Excelência, Vossa Magnificência, Vossa Senhoria,
Vossa Reverendíssima, Vossa Santidade, Vossa Majestade, senhor, senhora.
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LÍNGUA PORTUGUESA
IMPORTANTE:
No site sugerido logo abaixo, você poderá ver o uso de cada pronome de
tratamento e suas abreviaturas, pois é importante usá-los de acordo com
o cargo da pessoa com a qual falamos ou a quem escrevemos. http://
www.infoescola.com/portugues/pronomes-de-tratamento
FIQUE ATENTO!
Ainda sobre os pronomes pessoais...
Perceba que, se os pronomes pessoais retos representam o sujeito dos
verbos, ou seja, “mandam” nos verbos, os pronomes “mim” ou “ti”
não conjugam verbo!
Portanto:
Trouxe este lanche para EU comer. (e não para “mim comer”
como é comum ouvirmos)
Isto é para TU fazeres. (e não para “ti fazer”)
Veja que é importante usar esses pronomes com os verbos para evitar
interpretações não muito agradáveis, por exemplo:
Trouxe este lanche para “ ti comer” mais tarde.
Essa formação fica estranha, não? Dessa forma, mesmo que seja menos
usual na fala, vamos priorizar a forma que não causa falsas interpretações:
Trouxe este lanche para “tu comeres” mais tarde.
2.2.2 Possessivos
São aqueles que indicam posse.
Meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões (minha, tua, etc.).
2.2.3 Demonstrativos
São os pronomes que localizam o substantivo ao qual nos referimos.
Este, esta, isto - indica proximidade da pessoa que fala.
Esse, essa, isso - indica proximidade da pessoa com quem se fala.
Aquele, aquela, aquilo- indica distância das pessoas do discurso.
O, a, os, as diante da palavra QUE, pois, nesse caso, têm valor de “aquele(s)”, “aquela(s)”,
aquilo ou isto.
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UNIDADE 2 - MORFOLOGIA
DICA:
Também em relação ao tempo e no texto essa “proximidade” se aplica.
Quando nos referimos a um tempo próximo, usamos ESTE, ESTA, por
exemplo:
Este tem sido um ano difícil. (o ano em que se está vivendo = presente)
Ano passado não tivemos férias, esse ano foi difícil! (Como já passou,
não está próximo, usamos SS+ tempo paSSado, eSSe ano, o que passou)
E no texto:
Maria e Paula são amigas inseparáveis desde a infância. Esta já tem 19
anos; aquela ainda tem 18.
(esta= Paula, aquela=Maria)
2.2.4 Indefinidos
São os que se referem ao substantivo de maneira vaga, imprecisa.
Algum, nenhum, todo, outro, muito pouco, certo, vário, tanto, quanto, qualquer e flexões;
alguém, ninguém, tudo, outrem, nada, cada, algo.
2.2.5 Interrogativos
Esses pronomes aparecem em frases terminadas por ponto interrogativo ou após os verbos perguntar,
indagar, querer saber (frases interrogativas indiretas).
São eles: que, quem, qual, quanto.
Exemplos:
Quem saiu? – frase interrogativa direta.
Não sabemos quem saiu. – frase interrogativa indireta.
2.2.6 Relativos
São aqueles que se referem a um substantivo anterior a eles, substituindo-o na oração seguinte.
Não conhecemos os alunos. Os alunos saíram.
Não conhecemos os alunos que saíram.
Observe que o pronome relativo QUE substitui o termo “os alunos” na segunda oração.Quando
trabalharmos as Orações Subordinadas Adjetivas, na Unidade 6, veremos detalhadamente quais são e
de que forma se usam os Pronomes Relativos.
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LÍNGUA PORTUGUESA
2.3. PREPOSIÇÃO
Outra “palavrinha” que merece nossa atenção é a preposição, pois ela é responsável pela relação de
sentido que existe entre os termos de uma oração.
Vamos ver?
Estabeleça uma ligação entre os elementos das frases, preenchendo os espaços com a palavra que
considerar adequada:
Para completar as orações, você usou preposições. A Preposição é uma palavra invariável que tem a
função de estabelecer uma relação de sentido entre dois termos na oração. Exemplo: Estou com fome.
Estou sem fome.
São 17 preposições:
a, ante, atétt, após,
com, contra,
de, desde,
em, entre,
para, perante, por,
sem, sob, sobre,
trás.
Muitas vezes o artigo aparece unido a uma preposição. Também isso ocorre com pronomes e advérbios,
em duas situações:
Combinação: a preposição aparece unida a outra palavra, como em:
Ao (preposição a + artigo o)
Aonde (preposição a + advérbio onde)
Contração: a preposição aparece unida a outra palavra com perda de algum elemento fonético
(som), como em:
À (preposição a + artigo a)
Do (preposição de + artigo o)
Num (preposição em + artigo um)
Na (preposição em + artigo a)
Daquele (preposição de + pronome aquele)
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UNIDADE 2 - MORFOLOGIA
Você deve ter percebido que a letra A pode ser artigo, pronome pessoal
ou preposição, não é?
Então, veja, nas orações abaixo, há vários tipos de “a”, observe:
“A” artigo, quando acompanha um substantivo feminino:
a) Hoje a mulher começa a conhecer a liberdade.
b) A Bíblia ensina a amar nossos inimigos.
c) Vinde a mim as criancinhas.
Dica 1:
Trocando a palavra feminina por uma masculina, ocorrerá O no lugar de
A, ou seja, trocaremos o artigo A, feminino, por um artigo masculino, O.
“A” preposição, quando serve para relacionar dois termos que não
aceitam a troca por um nome masculino que seja acompanhado por
O, artigo:
a) O elefante africano chega a quatro metros de altura.
b) Enviei a ela a carta que você escreveu.
c) Nada é igual à vida no campo.
Dica 2 :
Neste caso, ao trocarmos a palavra vida por uma do gênero masculino,
por exemplo, descanso, a frase exigirá AO, mostrando que, além do
artigo O, há uma preposição A. Este é um caso de crase, que estudaremos
mais além.
“A”pronome pessoal oblíquo, quando substitui o complemento (de
gênero feminino) de um verbo:
a) Encontrei-a na rua.(encontrei ela)
b) Nós a vimos ontem. (vimos ela)
c) Esta blusa é muito agradável, comprei-a na praia.
2.4 VERBO
É uma palavra variável que exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno meteorológico
sempre em relação a um determinado tempo.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Se o verbo é uma palavra variável, devemos ver como ela varia, e varia muito! Essa é a provável razão
pela qual muitas pessoas enfrentam problemas com a utilização de verbos principalmente na escrita.
Os verbos variam quanto a PESSOA, NÚMERO, MODO, TEMPO E VOZ, que pode ser ativa, passiva ou
reflexiva. Como a compreensão das variações de vozes verbais exige um conhecimento da estrutura
frasal, ou seja, a relação existente entre as palavras na frase, deixaremos a explicação sobre vozes
verbais para a Unidade 4.
Vamos às outras variações. O verbo varia quanto a
» » Pessoa (1ª,2ª ou 3ª pessoa do discurso):
1ª - A pessoa que fala (eu, nós);
2ª - A pessoa com quem se fala (tu, nós);
3ª - A pessoa de quem se fala (ele, eles).
FIQUE ATENTO!
Essas palavras que indicam as pessoas são os nossos conhecidos pronomes
pessoais, são eles que “mandam” nos verbos.
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UNIDADE 2 - MORFOLOGIA
Radical é a base comum de significação do verbo. Para se encontrar o radical de um verbo, basta
retirar as terminações -ar, -er, -ir do Infinitivo. Por exemplo:
cantar - ar = cant- vender - er = vend- partir - ir = part-
Terminação ou Desinência é a parte do verbo em que ocorrem as variações de pessoa, tempo e modo
durante a conjugação, por exemplo:
cantava - radical: cant-, terminação: ava
vendêssemos - radical: vend-, terminação: êssemos
partiste - radical: part-, terminação: iste
Um verbo é regular quando o radical não se altera, e suas terminações seguem o modelo da conjugação
a que pertence, por exemplo:
andar - radical: and-:
ando, andava, andei, andarei, andaria, andasse, etc.
Veja, essa é a FORMA de que já falamos. Pela forma, sabemos quem fala, se é um ou mais
de um; em que tempo se falou; se foi um fato certo, provável ou uma ordem.
Um verbo é irregular quando o radical se altera ou quando suas terminações não seguem o modelo
da conjugação a que pertence, por exemplo:
trazer - radical: traz-:
trago, trazia, trouxe, trarei, traga, trouxesse, trouxer, etc.
FIQUE ATENTO!
Verbos Regulares são aqueles que seguem uma regra, as variações que
sofrem ocorrem apenas nas Desinências de acordo com o modo, tempo,
número e pessoa, ou seja, ele não sofre alteração em seu radical nem
em suas terminações.
Ex: Conjugação do verbo regular “mandar” no presente do
indicativo
Eu mando
Tu mandas
Ele manda
Nós mandamos
Vós mandais
Eles mandam
Qualquer verbo regular da primeira conjugação (AR) sofrerá as mesmas
alterações, por isso é Regular.
A seguir, observe a regra não só de um verbo da primeira conjugação (MANDAR), mas também de
verbos das outras (ER - vender, IR- partir).
31
LÍNGUA PORTUGUESA
Pretérito Perfeito
Eu cantei Eu vendi Eu parti
Tu cantaste Tu vendeste Tu partiste
Ele cantou Ele vendeu Ele partiu
Nós cantamos Nós vendemos Nós partimos
Vós cantastes Vós vendestes Vós partistes
Eles cantaram Eles venderam Eles partiram
Pretérito Imperfeito
Eu cantava Eu vendia Eu partia
Tu cantavas Tu vendias Tu partias
Ele cantava Ele vendia Ele partia
Nós cantávamos Nós vendíamos Nós partíamos
Vós cantáveis Vós vendíeis Vós partíeis
Eles cantavam Eles vendiam Eles partiam
Futuro do Presente
Eu cantarei Eu venderei Eu partirei
Tu cantarás Tu venderás Tu partirás
Ele cantará Ele venderá Ele partirá
Nós cantaremos Nós venderemos Nós partiremos
Vós cantareis Vós vendereis Vós partireis
Eles cantarão Eles venderão Eles partirão
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UNIDADE 2 - MORFOLOGIA
Futuro do Pretérito
Eu cantaria Eu venderia Eu partiria
Tu cantarias Tu venderias Tu partirias
Ele cantaria Ele venderia Ele partiria
Nós cantaríamos Nós venderíamos Nós partiríamos
Vós cantaríeis Vós venderíeis Vós partiríeis
Eles cantariam Eles venderiam Eles partiriam
Pretérito Imperfeito
(Se)
Eu cantasse Eu vendesse Eu partisse
Tu cantasses Tu vendesses Tu partisses
Ele cantasse Ele vendesse Ele partisse
Nós cantássemos Nós vendêssemos Nós partíssemos
Vós cantásseis Vós vendêsseis Vós partísseis
Eles cantassem Eles vendessem Eles partissem
Futuro
(Quando)
Eu cantar Eu vender Eu partir
Tu cantares Tu venderes Tu partires
Ele cantar Ele vender Ele partir
Nós cantarmos Nós vendermos Nós partirmos
Vós cantardes Vós venderdes Vós partirdes
Eles cantarem Eles venderem Eles partirem
33
LÍNGUA PORTUGUESA
Negativo
Não cantes tu Não vendas tu Não partas tu
Não cante ele Não venda ele Não parta ele
Não cantemos nós Não vendamos nós Não partamos nós
Não canteis vós Não vendais vós Não partais vós
Não cantem eles Não vendam eles Não partam eles
As segundas pessoas, singular e plural, tu e vós saem do Presente do Modo Indicativo, sem o S final.
Exemplos:
O Imperativo Afirmativo apanha emprestado pessoas de outro tempo verbal.
Tu cantas = Canta tu;
Tu vendes = Vende tu;
Tu partes = Parte tu = sem s final.
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UNIDADE 2 - MORFOLOGIA
O Imperativo Negativo também apanha emprestado todas as pessoas. Neste caso, todas as pessoas
saem do Presente do Modo subjuntivo, sem perder qualquer letra.
Exemplo:
Tu cantes = Não cantes tu;
Tu vendas = Não vendas tu;
Tu partas = Não partas tu.
Veja o quadro a seguir com um modelo do verbo CANTAR:
IMPERATIVO
AFIRMATIVO PRESENTE DO
IMPERATIVO NEGATIVO
PRESENTE DO (TU E VÓS, SEM S, IGUAL AO SUBJUNTIVO
(TODO IGUAL AO PRESENTE
INDICATIVO INDICATIVO, OS DEMAIS,
IGUAIS O PRESENTE DO DO SUBJUNTIVO)
SUBJUNTIVO)
Tu cantas
Canta tu Que tu cantes Não cantes tu
Vós cantais
Cantai vós Que vós canteis Não canteis vós
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LÍNGUA PORTUGUESA
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UNIDADE 2 - MORFOLOGIA
Subjuntivo
Presente Pretérito imperfeito Futuro
Que eu veja Se eu visse Quando eu vir
Que tu vejas Se tu visses Quando tu vires
Que ele veja Se ele visse Quando ele vir
Que nós vejamos Se nós víssemos Quando nós virmos
Que vós vejais Se vós vísseis Quando vós virdes
Que eles vejam Se eles vissem Quando eles virem
Modo Imperativo
IMPERATIVO
AFIRMATIVO PRESENTE DO
PRESENTE DO SUBJUNTIVO IMPERATIVO NEGATIVO
(TU E VÓS, SEM S, IGUAL AO (TODO IGUAL AO PRESENTE
INDICATIVO INDICATIVO, OS DEMAIS, DO SUBJUNTIVO)
IGUAIS AO PRESENTE DO
SUBJUNTIVO)
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LÍNGUA PORTUGUESA
DICA:
É muito comum haver confusão na conjugação de verbos irregulares,
especialmente no modo subjuntivo. Para que você não faça confusões,
veja o esquema abaixo, pois o subjuntivo é formado a partir do Pretérito
Perfeito do Modo Indicativo:
Pretérito Perfeito do Indicativo verbo VER
eu vi
tu viste
ele viu
nós vimos
vós vistes
eles viram
38
UNIDADE 2 - MORFOLOGIA
39
LÍNGUA PORTUGUESA
Lembre, receitas não curam! Também na escrita é assim, para escrever bem é preciso usar o que
lemos, exercitar, praticar. Faça muitos exercícios!
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática metódica da língua portuguesa. 46.ed. São Paulo:
Saraiva, 2009.
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.
BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2008.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática reflexiva: texto, semântica e
interação. São Paulo: Atual, 1999.
Cunha, Celso; Cintra, Luis F. Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo - Nova Ortografia.
Rio de janeiro: Editora Lexikon, 2008.
GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 2009.
LEDUR, Paulo Flávio. Português prático. 10. ed. Porto Alegre: AGE, 2009.
LUFT, Celso Pedro. Dicionário prático de regência verbal. 8. ed. São Paulo: Ática, 2003.
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da língua portuguesa. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
ZANOTTO, Normelio. A nova ortografia explicada. Editora Caxias do Sul: EDUCS, 2009.
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UNIDADE 2 - MORFOLOGIA
41
UNIDADE 3
Estrutura e formação das palavras
No masculino singular seria garotO; no feminino plural, garotAS; no diminutivo, garotINHO, garotINHA;
NO AUMENTATIVO, garotÃO, garotONA.
Genericamente, todos esses termos recebem o nome de MORFEMA, a menor unidade portadora de
significado de uma palavra.
Esses elementos formadores das palavras têm nomes específicos de acordo com suas funções. São
eles:
» » Radical
» » Vogal temática
» » Desinência
» » Afixo (prefixo e sufixo)
2.1 RADICAL
é a unidade mínima que fornece o significado da palavra. A partir do radical, podemos formar famílias
de palavras. Essas palavras “parentes” são chamadas Cognatas.
Moç + o
Moç + a
re+ moç + ar
Nos exemplos acima, a parte em amarelo é o radical e as demais partes desinências ou afixos , que
veremos a seguir.
44
UNIDADE 3 - ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
2.3 DESINÊNCIA
é o elemento que aparece no final da palavra e indica o gênero e o número dos nomes (desinência
nominal) e modo, tempo, número e pessoa dos verbos (desinência verbal).
EXEMPLOS:
Moç + a + s
O morfema A indica gênero feminino e o morfema S indica o número (plural).
Esper + á + va + mos
Esse -a é a Vogal Temática.
Nessa palavra, o morfema -va indica o Modo (Indicativo) e o tempo( Pretérito Imperfeito) e o
morfema - mos informa o número (plural) e a pessoa (1ª). Cada um desses morfemas chama-se
Desinência.
2.4 AFIXO
é o elemento que se acrescenta ao radical, a fim de formar novas palavras. Há dois tipos de afixos:
Esse -a é a VOGAL TEMÁTICA.
» » Prefixo é aquele que aparece antes do radical.
In útil
Des igual
» » Sufixo é aquele que aparece depois do radical.
Utili zar
Igual mente
3. FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Você sabia que nossa língua originou-se, quase toda, do latim, falado na Itália meridional, berço
da nação romana. Em virtude da política do Império Romano, de conquistar mais e mais territórios,
essa língua difundiu-se pela Europa, mesclando-se a outros dialetos (francês, espanhol, provençal,
romeno...) como consequência não só das invasões romanas como das invasões de outros povos tais
como os visigodos, os bárbaros.
45
LÍNGUA PORTUGUESA
A Língua Portuguesa, portanto, tem sua base no latim vulgar (falado apenas) e sofreu as influências
dos demais povos que habitavam e lutavam pelos territórios naquele período. E é por essa razão que
nossa língua apresenta tantas “riquezas”, o que, para alguns, representam problemas ou dificuldades.
Essas riquezas ou dificuldades estão expressas na formação das palavras, motivo pelo qual temos
uma variedade de formas na representação escrita dos sons e de significados também diferentes
representados por diferentes morfemas, fruto dessa mistura (ALMEIDA, 2009).
Veremos, a seguir, os processos de formação das palavras.
Há dois processos básicos: derivação e composição.
Isso não é muito difícil de entender, pois a própria palavra que os classifica já nos indica a diferença
que existe entre eles, pois, na derivação, partimos sempre de um único radical, já na composição, a
palavra é “composta” por mais de um radical.
Vejamos com mais detalhes esses processos agora:
Você já deve ter ouvido alguém dizer “eu coisei” ou “aquele cara é um mauca”, não é?
“Coisei”, obviamente, é uma palavra inventada que derivou de “coisa”, assim como “mauca” é uma
gíria que abrevia a expressão “mau caráter”.
Sim, esses processos vão acontecendo na língua e, muitos deles se perpetuam e são nomeados em
nossas gramáticas, descrevendo o que fazemos na fala e no dia a dia.
Quando formamos palavras novas a partir de outras já existentes, chamamos esse processo de
Derivação. A palavra “primeira” é a primitiva e a outra, derivada.
Veja:
Primitiva - fácil, noite
Derivadas - facilmente, facilidade; anoitecer.
Veremos, a seguir, os tipos de derivação, processo que mostra a riqueza da qual falamos, pois veremos
que há palavras primitivas, ou primeiras, que ganham acréscimos de diferentes origens.
46
UNIDADE 3 - ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
» » Nominal
Exemplo:
leal - lealdade
» » Verbal
Exemplo:
atual - atualizar
» » Adverbial
Exemplo:
claro - claramente
DICA:
Veja que não é possível retirar um desses afixos da palavra. Para formar
uma nova, são necessários os dois: prefixo e sufixo, pois não existe
“empobr” nem “pobrecer”
Exemplos:
Palavra Inicial noite perna
Prefixo a es
Radical noi pern
Sufixo ecer ear
Palavra Formada anoitecer espernear
47
LÍNGUA PORTUGUESA
FIQUE ATENTO:
Mas como saber se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o
contrário?
É simples, quando a palavra representa algum objeto ou substância, trata-
se de palavra derivada de um nome, não de verbo.
Mágoa, então, deriva do verbo magoar, pois mágoa não é objeto nem
substância.
Já em “enquadrar” ocorre o contrário, pois “quadro” é um objeto e
enquadrar deriva, portanto, desse objeto. Veja que, com a palavra quadro
não ocorre derivação regressiva.
Resumindo:
Mágoa deriva do verbo magoar = derivação regressiva.
Quadro = palavra primitiva; enquadrar = verbo que derivou de “quadro”.
4.1 COMPOSIÇÃO
É a formação de palavras novas a partir da união de dois ou mais radicais.
» » Composição por Justaposição: é aquela em que NÃO há alteração na estrutura dos radicais que
formam a palavra.
Exemplos: girassol, couve-flor, passatempo, arco-íris.
» » Composição por Aglutinação: é aquela em que há alteração na estrutura dos radicais que
formam a palavra.
Exemplos: aguardente (água ardente), outrora (outra hora).
48
UNIDADE 3 - ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
4.2 REDUÇÃO
Consiste em reduzir as palavras com o objetivo de economizar tempo e espaço, é o caso das siglas e
abreviaturas, mas também de algumas palavras de uso popular.
Exemplos:
super - por supermercado
Zé - por José
IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística
CD - compact disc
4.3 HIBRIDISMO
Ocorre quando formamos palavras com elementos de outras línguas.
Exemplos: auto (grego) + móvel (latim).
4.4 ONOMATOPEIA
Palavras que representam vozes e sonos dos seres ou ruídos da natureza. Exemplos: bangue-bangue,
tique-taque, fonfom, zumzum.
Mas qual é a utilidade desses conhecimentos?
Em nosso cotidiano, percebemos naturalmente as relações entre forma e gênero (feminino ou
masculino) e número (singular ou plural), mas, na hora de escrever, devemos ser precisos para que
nosso texto vá longe! Da mesma forma, se conhecemos os elementos formadores das palavras, será
fácil identificar o sentido daquelas que jamais tenhamos ouvido.
Neste material, veremos aquilo que é fundamental para a grafia e compreensão de alguns aspectos
da nossa produção textual. Mais informações são facilmente encontradas em Gramáticas, as quais
serão indicadas no final de cada unidade deste livro.
No Português falado hoje no Brasil, percebemos a influência de várias línguas. Nossa fala está “recheada”
especialmente de influências indígenas (cipó, peroba, aipim, jerimum, míngua) e de influências africanas
(macumba, vatapá, abada, acarajé, samba, quiabo) graças à formação do povo brasileiro.
Além dessas influências, há aquelas provenientes de línguas estrangeiras modernas como o Inglês, o
Francês, o Italiano, o Árabe, etc. No entanto, a maioria das palavras da Língua Portuguesa tem origem
no Grego e no Latim, o que já mencionamos anteriormente, por isso é importante conhecer os radicais
e prefixos gregos e latinos para compreender o significado de muitas palavras.
Observe a música de Arnaldo Antunes que mostra, de maneira criativa, esses radicais e prefixos
através das palavras que a formam:
49
LÍNGUA PORTUGUESA
O Pulso
Titãs
50
UNIDADE 3 - ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
FIQUE ATENTO:
afasia, anemia, cistite, hepatite, encefalite e as demais palavras da
música se explicam pela sua composição. Veja!
AFASIA: a= negação + fasia = palavra
ANEMIA: a= negação + (h)em = sangue
CISTITE: ciste= bexiga + ite= inflamação
HEPATITE: hepato= fígado + ite = inflamação
ENCEFALITE: encéfalo= parte do sistema nervoso central contida
no crânio + ite = inflamação
* Referência: material didático do Curso Pré-Universitário de Porto Alegre/RS.
Ao estudar os radicais e afixos gregos e latinos, você pode compreender inúmeras palavras, mesmo
que não as tenha ouvido jamais.
As Gramáticas da Língua Portuguesa contêm listagens e quadros explicativos desses elementos. Uma
boa indicação é a gramática “O Curso Prático de Gramática” de Ernani Terra da Editora Scipione.
51
LÍNGUA PORTUGUESA
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UNIDADE 3 - ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
FICAR COM
Ad : adjunto (que fica junto com).
A : aposto (posto junto com, ao lado de).
Cum : cúmplice (o que faz alguma coisa junto com outro).
Com : combater (bater-se junto com outro).
Co : copiloto (que é piloto junto com outro).
b) Quando o primeiro elemento termina com a mesma vogal com a qual inicia o segundo, por
exemplo, mico-onda, semi-internato, anti-inflamatório.
FIQUE ATENTO!
Os prefixos co, pro, pre, re se juntam ao segundo elemento, mesmo que
o segundo elemento inicie pelas vogais o ou e:
Exemplos: coordenar, coautor, coirmão, preenchimento, preexistir,
preestabelecer, preeleito, proeminente, procônsul, reeleição, reescrita.
53
LÍNGUA PORTUGUESA
c) Quando os prefixos hiper-, inter-, -super, sub- forem seguidos por elemento que inicia por r e
h, por exemplo, hiper- rígido, inter-racial, super-religioso, sub-reitor.
d) Quando a palavra inicia por ex-, vice-, pós, pré- e pró-.
Exemplos: ex-diretor, vice-presidente, pré-vestibular, pós-graduação, pró-reitor.
FIQUE ATENTO!
Observe o resumo para simplificar o que pode ser simplificado!
SEM HÍFEN
Prefixos terminados em Vogal:
a. Palavra iniciada por R ou S - consoantes duplicadas: contrassenso, antissemita,
ultrassom, minissaia...
b. Palavras iniciadas por quaisquer outras consoantes: Contracheque, extracurricular,
supracitado, ultracorreção, autopiedade, superdotado, semicircular,
c. Palavra iniciada por vogal diferente: Autoescola, extraoficial, infraestrutura,
autoexame, intrauterino.
COM HÍFEN
Separamos “DOIS BICUDOS Que NÃO SE BEIJAM”:
a. Palavra iniciada por vogal igual: Anti-inflacionário, contra-ataque, semi-interno.
b. Inter, Hiper, Super - iniciada com R: Inter-racial, hiper-racional, super-romântico.
c. Circum e Pan - iniciada por M, N e VOGAL: Circum-navegação, pan-americano.
d. Qualquer prefixo e palavra iniciada por H: Anti-higiênico, co-herdeiro, sub-
habitação.
e. Sub - iniciadas por R e B: Sub-raça, sub-base.
54
UNIDADE 3 - ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
Lembre, receitas não curam! Também na escrita é assim, para escrever bem é preciso usar o que
lemos, exercitar, praticar. Faça muitos exercícios.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática metódica da língua portuguesa. 46.ed. São Paulo:
Saraiva, 2009.
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.
BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2008.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática reflexiva: texto, semântica e
interação. São Paulo: Atual, 1999.
Cunha, Celso; Cintra, Luis F. Lindley . Nova Gramática do Português Contemporâneo - Nova Ortografia.
Rio de janeiro: Editora Lexikon, 2008.
GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 2009.
LEDUR, Paulo Flávio. Português prático. 10. ed. Porto Alegre: AGE, 2009.
LUFT, Celso Pedro. Dicionário prático de regência verbal. 8. ed. São Paulo: Ática, 2003.
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da língua portuguesa. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
ZANOTTO, Normelio. A nova ortografia explicada. Editora Caxias do Sul: EDUCS, 2009.
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UNIDADE 4
Sintaxe Interna
Caro(a) aluno (a), até agora estivemos “passeando” pelo universo do som e da forma das palavras da Língua
Portuguesa. Já comentamos que é preciso nomear as palavras para conhecê-las melhor, não é?
Pois bem, nesta unidade e na próxima, trataremos de outro aspecto deste nosso maravilhoso idioma: a relação
que existe entre as palavras que já estudamos até aqui.
É sempre bom relacionar o estudo à vida prática. Então, veja: cada um de nós tem um nome, um nome próprio
(Maria, José, Paula...), mas o fato de termos um nome não nos tira o poder de exercer funções diferentes na
vida. Vou dar um exemplo:
Eu me chamo Deliamaris, este é meu nome, mas, em casa, me chamam de “mãe” e, na aula, me chamam
de “professora”. Por que será?
Simplesmente porque a Deliamaris (nome) exerce função de mãe em casa e de professora na aula e,
certamente, poderia exercer outras funções de acordo com diferentes situações. Apesar disso, não deixaria de
ser Deliamaris.
Se isso é fácil perceber, será fácil também entender que as palavras têm nomes (substantivo, artigo, verbo,
advérbio...) e, quando reunidas, exercem funções diferentes (sujeito, predicado, objeto direto...).
LÍNGUA PORTUGUESA
Assim como Deliamaris exerce função de mãe em casa, um substantivo poderá exercer função de
sujeito em uma determinada frase.
É disso que trata a SINTAXE INTERNA ou Análise Sintática, a parte da gramática que explica as relações
entre as palavras na oração.
Então vamos lá! Vamos ver essas relações!
Você sabe que, para transmitir ideias, não basta jogar as palavras simplesmente. Elas se organizam e
se relacionam de acordo com algumas regras. Veja, por exemplo, a frase:
Sorvete tomar de vou eu chocolate.
Essas palavras não formam uma frase, pois, da forma como estão reunidas, não fazem sentido. A
comunicação só se realizará se alterarmos a ordem das palavras:
Eu vou tomar sorvete de chocolate.
E é dessa ordem que trata a Sintaxe, pois é um estudo que se ocupa das combinações e das relações
das palavras na frase, a função que elas exercem na frase, ou seja, a função sintática. Essa função é
dada pela análise sintática.
Analisar sintaticamente uma frase significa perceber seus elementos constituintes, a fim de verificar
a relação lógica existente entre eles.
58
UNIDADE 4 - SINTAXE INTERNA
59
LÍNGUA PORTUGUESA
3.1 SUJEITO
Sujeito é o elemento da oração sobre o qual se emite uma informação.
Para encontrarmos o sujeito, basta perguntar “que é quê?” ou “quem é quê?” ao verbo. O elemento
que se obtém como resposta a essas perguntas será, com certeza, o sujeito.
Observe que o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa:
Exemplo: Os alunos estudam.
O sujeito está representado por uma expressão que indica a 3ª pessoa do plural, portanto o verbo
deve ser flexionado na 3ª pessoa do plural.
Exemplo: Nós estudamos.
O sujeito está representado por um pronome pessoal da 1ª pessoa do plural, portanto o verbo deve
ser flexionado nessa pessoa também.
Agora, vejamos novamente as orações:
a. Minha vida era um palco iluminado.
b. Eu vivia vestido de dourado.
O sujeito de cada oração está grifado. O que restou delas chamamos Predicado.
3.2 PREDICADO
Logo, Predicado é aquilo que se informa a respeito do sujeito. Não existe oração sem predicado.
FIQUE ATENTO!
Sujeito é o elemento da oração sobre o qual se emite uma informação.
Predicado é o elemento da oração que informa algo sobre o sujeito.
E Sujeito e predicado são os termos essenciais da oração.
60
UNIDADE 4 - SINTAXE INTERNA
FIQUE ATENTO!
Esses exemplos são de frases curtas, a mudança de posição do sujeito
não oferece problemas. No entanto, nas orações extensas, o fato de o
sujeito estar no final ou no meio da frase pode prejudicar a compreensão,
especialmente se o sujeito for também extenso. Observe o exemplo com
trechos de um artigo sobre bullying indicado no final deste quadro e
acessado em 25/10/2010.
O lançamento da cartilha ocorreu durante o seminário de lançamento do
projeto Justiça na Escola. [...] A escritora Ana Beatriz destacou o fato de o
fenômeno não ser exclusivo ao ambiente escolar. Segundo ela, trata-se de
uma questão de saúde pública.
Os termos sublinhados são o SUJEITO de cada uma das orações.
Agora, se trocássemos a ordem dos termos das orações, veja como ficaria:
Ocorreu durante o seminário de lançamento do projeto Justiça na Escola
o lançamento da cartilha. [...] Destacou o fato de o fenômeno não ser
exclusivo ao ambiente escolar a escritora Ana Beatriz. Segundo ela, trata-
se de uma questão de saúde pública.
Veja que, ao começarmos a oração com o sujeito (elemento sobre o qual
queremos declarar algo), conforme o primeiro exemplo, facilitamos sua
compreensão. Então, quando for o caso de produzir textos, o melhor é
deixar a ordem direta, ou seja, começar com Sujeito e depois colocar
Predicado.
Disponível em: Reportagem da Zero-Hora (http://www.clicrbs.com.br/
especial/rs/donna/19,648,3082404,Conselho-Nacional-de-Justica-lanca-
cartilha-sobre-bullying.html)
61
LÍNGUA PORTUGUESA
5. CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO
Já vimos que:
Sujeito é o elemento da frase sobre o qual se dá uma informação.
Predicado é tudo o que informamos sobre o sujeito.
Exemplo: O cachorro era um chato.
Quem é que era um chato?
O Cachorro - Sujeito
Era um Chato - Predicado
Núcleo do Sujeito é a palavra mais importante do sujeito. As palavras que se referem ao núcleo
normalmente concordam com ele em gênero e número.
Exemplo: Aquele cachorro de raça era um chato.
Núcleo do sujeito: cachorro, as demais palavras estão apenas acrescentando informações ao núcleo
- cachorro.
62
UNIDADE 4 - SINTAXE INTERNA
63
LÍNGUA PORTUGUESA
» » 2º caso:
Verbos que indicam fenômenos da natureza.
Exemplo: Choveu muito ontem.
» » 3º caso:
Verbo fazer indicando tempo.
Exemplo: Faz anos que não o vejo.
» » 4º caso:
Verbos ser e estar indicando fenômenos meteorológicos.
Exemplos: Era manhã. Estava frio.
» » 5º caso:
Verbo ser indicando horas e datas.
Exemplo: São cinco horas. Hoje são 20 de dezembro.
FIQUE ATENTO!
Identificar o tipo de sujeito é bastante importante para a nossa produção
textual e para a compreensão de textos truncados ou até poemas, com
orações ou versos e períodos longos, extensos ou que não estejam na
ordem direta. Quando você precisar ler esses tipos de texto, o melhor
é encontrar o sujeito e estruturar a frase na ordem direta. Veja, por
exemplo, parte de nosso hino nacional:
“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante
E o sol da liberdade , em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante”
Como saber quem é que ouviu se você não estudou história?
Veja que o verbo está no plural. Então, o sujeito será a única expressão
que está no plural também, as margens, ou será sujeito indeterminado,
alguém ouviu. Como saber?
Colocando na ordem direta essa frase! Começamos com o “provável”
sujeito “as margens”, e depois colocamos o verbo, veja:
“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um
povo heroico.”
Quem é que ouviu? As margens plácidas do Ipiranga
Ouviu o quê? O brado retumbante de um povo heróico
Veja que não é preciso saber história para descobrir o que aconteceu (ou o
que se quis contar sobre esse dia tão conhecido de nossa história!)
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UNIDADE 4 - SINTAXE INTERNA
Lembre, receitas não curam! Também na escrita é assim, para escrever bem é preciso usar o que
lemos, exercitar, praticar.
Faça muitos exercícios!
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática metódica da língua portuguesa. 46.ed. São Paulo:
Saraiva, 2009.
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.
BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2008.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática reflexiva: texto, semântica e
interação. São Paulo: Atual, 1999.
Cunha, Celso; Cintra, Luis F. Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo - Nova Ortografia.
Rio de janeiro: Editora Lexikon, 2008.
GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 2009.
LEDUR, Paulo Flávio. Português prático. 10. ed. Porto Alegre: AGE, 2009.
LUFT, Celso Pedro. Dicionário prático de regência verbal. 8. ed. São Paulo: Ática, 2003.
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da língua portuguesa. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
ZANOTTO, Normelio. A nova ortografia explicada. Editora Caxias do Sul: EDUCS, 2009.
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