Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUMÁRIO
CONHECIMENTOS DE LÍNGUA PORTUGUESA..........................................................15
1. Níveis de Análise da Língua ..................................................................................................................16
2. Morfologia Classes de Palavras............................................................................................................16
2.1 Substantivos.....................................................................................................................................16
2.2 Artigo................................................................................................................................................16
2.3 Pronome ..........................................................................................................................................17
2.4 Pronomes de tratamento..............................................................................................................17
2.5 Adjetivo ...........................................................................................................................................20
2.6 Advérbio ......................................................................................................................................... 23
2.7 Conjunção .......................................................................................................................................24
2.8 Interjeição ....................................................................................................................................... 25
2.9 Numeral .......................................................................................................................................... 25
2.10 Preposição ....................................................................................................................................26
3. Pronomes................................................................................................................................................28
3.1 Pessoais............................................................................................................................................28
3.2 De Tratamento ...............................................................................................................................29
3.3 Demonstrativos .............................................................................................................................30
3.4 Relativos ..........................................................................................................................................31
3.5 Indefinidos .......................................................................................................................................31
3.6 Interrogativos ................................................................................................................................31
3.7 Possessivos ......................................................................................................................................31
4. Substantivo ............................................................................................................................................ 32
4.1 Número dos substantivos ............................................................................................................ 32
5. Verbo ....................................................................................................................................................... 33
5.1 Estrutura e conjugação dos verbos ............................................................................................. 33
5.2 Flexão verbal ..................................................................................................................................34
5.3 Formas nominais do verbo ..........................................................................................................34
5.4 Tempos verbais ............................................................................................................................34
5.5 Tempos compostos da voz ativa ................................................................................................34
5.6 Vozes verbais ................................................................................................................................. 35
5.7 Tipos de voz passiva ..................................................................................................................... 35
5.8 Verbos com a conjugação irregular ........................................................................................... 35
6. Sintaxe Básica da Oração e do Período.............................................................................................40
6.1 Período simples (oração) .............................................................................................................40
6.2 Período composto .........................................................................................................................42
SUMÁRIO
SUMÁRIO
8
9
SUMÁRIO
SUMÁRIO
10
11
HISTÓRIA DE PERNAMBUCO..................................................................................135
1. Ocupação Pré-Colonial do Atual Estado de Pernambuco .......................................................................136
1.1 Ocupação pré-histórica de Pernambuco .............................................................................................136
1.2 Características socioculturais das populações indígenas que habitavam o território do
atual estado de Pernambuco ......................................................................................................................136
2. A Guerra dos Bárbaros .................................................................................................................................. 138
2.1 Guerra do Recôncavo (1651-1679)........................................................................................................ 138
2.2 Guerra do Açu (1687-1693) ..................................................................................................................139
3. A Lavoura Açucareira ....................................................................................................................................140
3.1 A mão de obra escrava...........................................................................................................................140
4. As Instituições Eclesiásticas .........................................................................................................................142
5. A Sociedade Colonial .....................................................................................................................................144
6. Crise da Lavoura Canavieira .........................................................................................................................144
7. Conflitos em Pernambuco no Período Colonial................................................................................................147
7.1 Insurreição Pernambucana (1645-1654) .............................................................................................147
7.2 A Guerra dos Mascates (1710-1711)........................................................................................................151
SUMÁRIO
8. Pernambuco no Contexto da Independência do Brasil ........................................................................... 152
8.1 A Revolução Pernambucana ................................................................................................................. 152
8.2 Confederação do Equador ...................................................................................................................154
8.3 A Revolução Praieira de 1848............................................................................................................... 155
9. O Tráfico Transatlântico de Escravos para terras Pernambucanas .......................................................156
10. Cotidiano e Formas de Resistência Escrava em Pernambuco ..............................................................158
11. A Participação dos Políticos Pernambucanos no Processo de Abolição da Escravatura ..................160
12. Pernambuco sob a Interventoria de Agamenon Magalhães .................................................................162
12.1 Voto de Cabresto e Política dos Governadores ................................................................................162
12.2 Pernambuco sob a Interventoria de Agamenon Magalhães .........................................................162
13. Movimentos Sociais e Repressão Durante a Ditadura Civil-Militar (1964-1985) em Pernambuco .164
14. Herança Afrodescendente em Pernambuco ............................................................................................168
14.1 Capoeira ..................................................................................................................................................168
14.2 Passo do Frevo ......................................................................................................................................168
14.3 Forró ........................................................................................................................................................169
14.4 Bumba Meu Boi .....................................................................................................................................169
14.5 Maracatu .................................................................................................................................................169
14.6 Catimbó ..................................................................................................................................................169
15. Processo Político em Pernambuco ............................................................................................................170
15.1 Roberto Magalhães (1983-1986) .........................................................................................................170
15.2 Gustavo Krause .....................................................................................................................................170
15.3 Miguel Arrais (1987-1990) ....................................................................................................................171
15.4 Carlos Wilson Campos (1990-1991) ................................................................................................... 172
15.5 Joaquim Francisco Cavalcanti (1991-1995) ....................................................................................... 172
15.6 Miguel Arrais (1995-1999) ................................................................................................................... 173
15.7 Jarbas Vasconcelos (1999-2006) .......................................................................................................174
15.8 José Mendonça Filho (2006-2007) ...................................................................................................174
15.9 Eduardo Campos (2007-2014) ........................................................................................................... 175
15.10 João Lyra (2014-2015) ........................................................................................................................ 175
15.11 Paulo Câmara (2015-2018) ................................................................................................................. 175
SUMÁRIO
SUMÁRIO
14
CONHECIMENTOS DE
LÍNGUA PORTUGUESA
NÍVEIS DE ANÁLISE DA LÍNGUA
16
LÍNGUA PORTUGUESA 85
CONHECIMENTOS DE
MATEMÁTICA
SUMÁRIO
FUNÇÕES, FUNÇÃO AFIM E FUNÇÃO QUADRÁTICA
A B
1
1 O encontro dos eixos é chamado de origem. Cada ponto do
4 plano cartesiano é formado por um par ordenado (x, y), em que x:
6
abscissa e y: ordenada.
4 9 8
12 Raízes
7 7 Em matemática, uma raiz ou “zero” da função consiste em
determinar os pontos de interseção da função com o eixo das abs-
cissas no plano cartesiano. A função ƒ é um elemento no domínio
O conjunto A é o conjunto de saída e o B é o conjunto de de ƒ tal que ƒ(x) = 0.
chegada.
Ex.: Considere a função:
Domínio é um sinônimo para conjunto de saída, ou seja, pa-
ƒ(x) = x2 - 6x + 9
ra esta função o domínio é o próprio conjunto A = {1, 4, 7}.
3 é uma raiz de ƒ, porque:
Como, em uma função, o conjunto de saída (domínio) deve
ter todos os seus elementos relacionados, não precisa ter subdivi- ƒ(3) = 32 - 6 . 3 + 9 = 0
sões para o domínio.
O domínio de uma função também é chamado de campo de
1.3 Funções Injetoras,
definição ou campo de existência da função, e é representado pela Sobrejetoras e Bijetoras
letra “D”.
O conjunto de chegada “B”, também possui um sinônimo, é Função injetora
chamado de contradomínio, representado por “CD”. É toda a função em que cada x encontra um único y, ou seja,
Note que se pode fazer uma subdivisão dentro do contra- os elementos distintos têm imagens distintas.
domínio. Podemos ter elementos do contradomínio que não são
relacionados com algum elemento do Domínio e outros que são. Função sobrejetora
Por isso, deve-se levar em consideração esta subdivisão. Toda a função em que o conjunto imagem é exatamente
igual ao contradomínio (y).
86
87
CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA
FUNÇÕES, FUNÇÃO AFIM E FUNÇÃO QUADRÁTICA
ax + b = 0
Para adicionarmos as duas equações e a soma de uma das
Para resolver uma equação, basta achar o valor de “x”. incógnitas de zero, teremos que multiplicar a primeira equação
por - 3.
Sistema de equação
Um sistema de equação de 1º grau com duas incógnitas é (-3)
formado por: duas equações de 1º grau com duas incógnitas dife-
rentes em cada equação. Agora, o sistema fica assim:
Ex.:
Inequação
1 Uma inequação do 1º grau na incógnita x é qualquer expres-
são do 1º grau que pode ser escrita numa das seguintes formas:
2
ax + b > 0
Escolhemos a equação 1 e isolamos o x: ax + b < 0
x + y = 20 ax + b t 0
x = 20 - y ax + b d 0
88
89
7/2
x
x < 7/2
Ex.: 2x - 6 < 0
2x - 6 = 0
x=3
x<3
3
x
CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA
CONHECIMENTOS
DE DIREITOS
E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS
103
Imprescritibilidade
Os direitos fundamentais não se sujeitam aos prazos pres-
cricionais. Não se perde um direito fundamental pelo decorrer
Amplitude do tempo.
Horizontal
INDIVÍDUO INDIVÍDUO Universalidade
Os direitos fundamentais pertencem a todas as pessoas, in-
dependentemente da sua condição.
1.3 Classificação Máxima Efetividade
A Constituição Federal, quando se refere aos direitos funda- Essa característica é mais uma imposição ao Estado, que es-
mentais, classifica-os em cinco grupos: tá coagido a garantir a máxima efetividade dos direitos fundamen-
ঠ Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; tais. Esses direitos não podem ser ofertados de qualquer forma. É
ঠ Direitos Sociais; necessário que eles sejam garantidos da melhor forma possível.
ঠ Direitos de Nacionalidade; Concorrência
ঠ Direitos Políticos; Os direitos fundamentais podem ser utilizados em conjunto
ঠ Partidos Políticos. com outros direitos. Não é necessário abandonar um para usufruir
outro direito.
104
105
significa que seja possível maltratá-los. Na prática, a CF/88 pro- Para explicar esse fenômeno, foram desenvolvidas várias
tege-os contra situações de maus-tratos. De outro lado, mortos classificações acerca do grau de eficácia de uma norma constitu-
podem ser titulares de direitos fundamentais, desde que o direito cional. A classificação mais adotada pela doutrina e mais cobrada
seja compatível (ex.: honra). em prova é a adotada pelo professor José Afonso da Silva1. Para
esse estudioso, a eficácia social se classifica em:
1.7 Cláusulas Pétreas e os Direitos ঠ Eficácia Plena;
Fundamentais ঠ Eficácia Contida;
O Art. 60, § 4º da Constituição Federal, traz o rol das chama- ঠ Eficácia Limitada.
das Cláusulas Pétreas: As normas de eficácia plena são aquelas autoaplicáveis.
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda São normas que possuem aplicabilidade direta, imediata e inte-
tendente a abolir: gral. Seus efeitos práticos são plenos. É uma norma que não de-
I. A forma federativa de Estado; pende de complementação legislativa para produzir efeitos. Veja
II. O voto direto, secreto, universal e periódico; os exemplos:
III. A separação dos Poderes;
Art. 1º; Art. 5º, caput e incisos XXXV e XXXVI; Art. 19; Art. 21;
IV. Os direitos e garantias individuais.
Art. 53; Art. 60, § 1º e 4º; Art. 69; Art. 128, § 5º, I e II; Art. 145, §
As Cláusulas Pétreas são núcleos temáticos formados por 2º; entre outros.
institutos jurídicos de grande importância, os quais não podem ser
As normas de eficácia contida também são autoaplicáveis.
retirados da Constituição. Observe-se que o texto proíbe a abo-
Assim como as normas de eficácia plena, elas possuem aplicabi-
lição desses princípios, mas não impede que os mesmos sejam
lidade direta e imediata. Contudo, sua aplicação não é integral. É
modificados, no caso, para melhor. Isso já foi cobrado em prova.
neste ponto que a eficácia contida se diferencia da eficácia plena.
É importante notar que o texto constitucional prevê no inciso IV
A norma de eficácia contida nasce plena, mas pode ser restringida
como sendo Cláusulas Pétreas apenas os direitos e garantias indi-
por outra norma.
viduais. Pela literalidade da Constituição, não são todos os direitos
fundamentais que são protegidos por esse instituto, mas apenas Daí a doutrina chamá-la de norma contível, restringível ou
os de caráter individual. Parte da doutrina e da jurisprudência en- redutível. Essas espécies permitem que outra norma reduza a sua
tende que essa proteção deve ser ampliada, abrangendo os de- aplicabilidade. São normas que produzem efeitos imediatos, mas
mais direitos fundamentais. Deve-se ter atenção com esse tema esses efeitos podem ser restringidos. Ex:
em prova, pois já foram cobrados os dois posicionamentos. Art. 5º, VII, XII, XIII, XV, XXVII, XXXIII; Art. 9º; Art. 37, I; Art. 170,
parágrafo único; entre outros.
1.8 Eficácia dos Direitos Fundamentais Já as normas de eficácia limitada são desprovidas de efi-
O § 1º do Art. 5º da Constituição Federal prevê que: cácia social. Diz-se que as normas de eficácia limitada não são au-
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias funda- toaplicáveis, possuem aplicabilidade indireta, mediata e reduzida
mentais têm aplicação imediata. ou diferida.
Quando a Constituição Federal se refere à aplicação de uma São normas que dependem de outra para produzirem efei-
norma, na verdade está falando da sua eficácia. tos. O que as difere das normas de eficácia contida é a dependên-
Esse tema é sempre cobrado em provas de concurso. Com cia de outra norma para que produza efeitos sociais. Enquanto as
o intuito de obter uma melhor compreensão, é necessário concei- de eficácia contida produzem efeitos imediatos, os quais poderão
tuar, classificar e diferenciar os vários níveis de eficácia das normas ser restringidos posteriormente, as de eficácia limitada dependem
constitucionais. de outra norma para produzirem efeitos. Deve-se ter cuidado para
Para que uma norma constitucional seja aplicada é indis- não pensar que essas espécies normativas não possuem eficácia.
pensável que a ela possua eficácia, a qual é a capacidade que uma Como se afirmou anteriormente, elas possuem eficácia jurídica,
norma jurídica tem de produzir efeitos. mas não possuem eficácia social. As normas de eficácia limitada
Se os efeitos produzidos se restringem ao âmbito normati- são classificadas, ainda, em:
vo, tem-se a chamada eficácia jurídica, ao passo que, se os efeitos ঠ Normas de eficácia limitada de princípio institutivo (or-
são concretos, reais, tem-se a chamada eficácia social. Eficácia ganizativo ou organizatório);
jurídica, portanto, é a capacidade que uma norma constitucional ঠ Normas de eficácia limitada de princípio programático.
tem de revogar todas as outras normas que com ela apresentem
As normas de eficácia limitada de princípio institutivo são
divergência. Já a eficácia social, também conhecida como efetivi-
aquelas que dependem de outra norma para organizar ou instituir
dade, é a aplicabilidade na prática, concreta, da norma. Todas as
estruturas, entidades ou órgãos.
normas constitucionais possuem eficácia jurídica, mas nem todas
possuem eficácia social. Logo, é possível afirmar que todas as nor- Art. 18, § 2º; Art. 22, Parágrafo único; Art. 25, § 3º; Art. 33; Art.
mas constitucionais possuem eficácia. O problema surge quando 88; Art. 90, §2º; Art. 102, §1º; Art. 107, §1º; Art. 113; Art. 121; Art.
uma norma constitucional não pode ser aplicada na prática, ou se- 125, §3º; 128, §5º; Art. 131; entre outros.
ja, não possui eficácia social.
1 Silva, José Afonso da. “Curso de Direito Constitucional Positivo”. 27ª edição.
São Paulo: Malheiros, 2005.
JURÍDICA EMENDA À
PLENA CONSTITUIÇÃO
EFICÁCIA
PRINCÍPIO TRATADOS NORMA
SOCIAL CONTIDA ORGANIZATIVO INTERNACIONAIS SUPRALEGAL
LEI ORDINÁRIA
LIMITADA
PRINCÍPIO
PROGRAMÁTICO
1.10 Tribunal Penal Internacional - TPI
Há outra regra muito interessante prevista no § 4º do Art. 5º
da Constituição:
§ 4º - O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Inter-
nacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
É o chamado Tribunal Penal Internacional. Mas o que é o
Tribunal Penal Internacional? É uma corte permanente, localizada
em Haia, na Holanda, com competência de julgamento dos crimes
contra a humanidade.
106
107
136
137
sistema mercantil português provocou a transformação dos espa- Durante os dois primeiros séculos do Brasil Colônia, as mis-
ços indígenas nesta região e a destruição da maior parte dos sítios sões religiosas jesuíticas eram a única forma de proteção com que
arqueológicos. os índios contavam. Com a expulsão dos jesuítas, em 1759, os al-
O estudo sobre o confronto de interesses de diferentes po- deamentos permaneceram sob a orientação de outras ordens
vos indígenas e portugueses e a conformação de novos territórios religiosas, sendo entregues, posteriormente, a órgãos especiais,
e espaços – os portugueses em um novo espaço colonial e os nati- porém as explorações e injustiças contra o povo indígena conti-
vos em novas fronteiras socioculturais e áreas geográficas – reto- nuaram acontecendo.
mou antigos documentos e informações conhecidas. Nesta bus- Sabe-se, através de algumas fontes, que nos séculos XVIII e
ca, a pesquisa proporcionou o encontro de documentos inéditos XIX uma quantidade indeterminada de índios foi aldeada no terri-
como os mapas holandeses de Johan Vingboons do século XVII, tório pernambucano, mas aparentemente não há registros de sua
guardados no Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco, re- procedência.
centemente restaurados, e as cartas escritas por líderes indígenas, Existiam os aldeamentos dos Garanhuns, próximo à cidade
em parte, transcritas para a língua portuguesa. do mesmo nome; dos Carapatós, Carnijós ou Fulni-ô, em Águas
Pesquisados documentos, crônicas, cartas, assim como, a Belas; dos Xucurus, em Cimbres; dos Argus, espalhados da serra
cartografia europeia do século XVI ao XVIII, para ao Região Nor- do Araripe até o rio São Francisco; dos Caraíbas, em Boa Vista; do
deste, verificamos que, no geral, a documentação aponta mais Limoeiro na atual cidade do mesmo nome; as aldeias de Arataqui,
informações sobre o litoral do Brasil colônia do que sobre os ser- Barreiros ou Umã, Escada, da tribo Arapoá-Assu, nas margens dos
tões. A documentação também reflete a aplicação de uma política rios Jaboatão e Gurjaú; a aldeia do Brejo dos Padres, dos índios
colonial portuguesa que não respeitou a população indígena, mas Pankaru ou Pankararu; aldeamentos em Taquaritinga, Brejo da
se utilizou da sua organização de territórios e fronteiras existen- Madre de Deus, Caruaru e Gravatá.
tes. No entanto, muitos grupos ou povos indígenas indicados pela No século XIX, a região do atual município de Floresta e di-
cartografia portuguesa, holandesa e francesa, são nela apresen- versas ilhas do rio São Francisco se destacavam pelo grande nú-
tados sem fronteiras e sem formas de ocupação definidas, o que mero de aldeias, onde habitavam os índios Pipiães, Avis, Xocós,
também vale para a maior parte da documentação manuscrita e Carateus, Vouvês, Tuxás, Aracapás, Caripós, Brancararus e Tama-
impressa. Por isso, muitos dados da pesquisa histórica não pode- queús.
riam ser entendidos se não se procurasse respostas em pesquisas
O desaparecimento da maioria das tribos deve-se às diver-
antropológicas, linguísticas e arqueológicas, relativas aos nativos
sas formas de alienação de terras indígenas no Nordeste ou da re-
do período Pré-histórico desta região.
solução do Governo de extinguir os aldeamentos existentes.
Quando os primeiros europeus chegaram ao território bra-
Dos grupos que povoaram Pernambuco, salvo alguns so-
sileiro, no início do século XVI, vários grupos indígenas ocupavam
breviventes, pouco se sabe. O fato dos índios não possuírem uma
a região Nordeste. No litoral, predominavam as tribos do tronco
linguagem escrita, dificultou muito a transmissão das informa-
linguístico tupi, como os Tupinambás, Tabajaras e os Caetés, os
ções.
mais temíveis. No interior, habitavam grupos dos troncos linguísti-
cos Jê, genericamente denominados Tapuias.
Como em outras regiões brasileiras, a ocupação do territó-
rio em Pernambuco começou pelo litoral, nas terras apropriadas
para a agroindústria do açúcar, onde os indígenas eram utilizados
pelos portugueses como mão de obra escrava nos engenhos e nas
lavouras, especialmente por parte daqueles que não dispunham
de capital suficiente para comprar escravos africanos.
Após um período de paz aparente, os índios reagiram a esse
regime de trabalho através de hostilidades, assaltos e devasta-
ções de engenhos e propriedades, realizados principalmente pe-
los Caetés, que ocupavam a costa de Pernambuco.
A guerra e a perseguição dos portugueses tornaram-se sis-
temáticas, fazendo com que os índios sobreviventes tivessem que
emigrar para longe da costa. Porém, a criação de gado levou os
colonizadores a ocupar terras no interior do Estado, continuando
assim a haver conflitos.
As relações entre os criadores de gado e os índios, no entan-
to, eram bem menos hostis do que com os senhores de engenho,
mas a sobrevivência das tribos, que não se refugiavam em locais
remotos, só era possível quando atendia aos interesses dos cria-
dores e não era assegurada aos indígenas a posse de suas terras.
CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA
CONHECIMENTOS DE
GEOGRAFIA
177
CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA
CONSTRUÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DO TERRITÓRIO PERNAMBUCANO
178
179
CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA
CONSTRUÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DO TERRITÓRIO PERNAMBUCANO
em tal caso permitam. E debaixo deste comprometimento nós as- ঠ Revolução Pernambucana (1817): A Revolu ção Pernam-
sinamos, em 23 de Maio de 1645”. Assinam: João Fernandes Vieira, bucana ou Revolução Republicana foi o último movi-
António Bezerra, António Cavalcanti, Padre Diogo Rodrigues da mento de revolta anterior à Independência do Brasil. O
Silva e mais 14 conjurados. movimento conseguiu ultrapassar a fase conspiratória e
Fonte: cvc.instituto-camoes.pt/eaar/coloquio/comunicacoes/jose_gerardo atingir a etapa do processo revolucionário de tomada do
poder. As causas da Revolução pernambucana estão inti-
1.3 Ataque e Tomada de Olinda e mamente relacionadas ao estabelecimento e permanên-
cia do governo português no Brasil (1808-1821). Quando
do Recife Pelos Holandeses a Corte portuguesa abandonou Portugal e estabeleceu-
Pernambuco, desde o período dos conflitos com os Holan- -se no Brasil, fugindo da invasão napoleônica, adotou
deses, demonstrou um espírito rebelde autônomo, e suas lideran- uma série de medidas econômicas e comerciais que
ças admitiam que, tendo os brasileiros expulsados os holandeses geraram crescente insatisfação da população colonial. A
em 1654, não deviam obediência total ao rei de Portugal. implantação dos novos órgãos administrativos governa-
mentais e a transmigração da Corte e da família real por-
“Combateremos até o fim e somente após expulso o invasor
tuguesa exigiram vultosas somas de recursos financei-
estrangeiro, iremos a Portugal receber o castigo pela nossa deso-
ros. Para obtê-las, a Coroa lusitana rompeu com o pacto
bediência”.
colonial, concedendo inúmeros privilégios à burguesia
Pernambuco passou ao longo de sua construção histórico- comercial inglesa, e criou novos impostos e tributos que
-espacial por inúmeras insurreições e revoltas. Entre elas pode- oneraram as camadas populares e os proprietários rurais
mos destacar: brasileiros. Em nenhuma outra região, a impopularidade
ঠ Guerra dos Mascates (1710-1714): A Guerra dos Mascates da Corte portuguesa foi tão intensa quanto em Pernam-
foi uma rebelião de caráter nativista, ocorrida em Per- buco. Outrora um dos mais importantes e prósperos
nambuco entre os anos de 1710 e 1711, que envolveu as centros da produção açucareira do Nordeste brasileiro,
cidades de Olinda e Recife. Com a expulsão dos holan- Pernambuco estava atravessando uma grave crise eco-
deses do Nordeste, a economia açucareira sofreu uma nômica em razão do declínio das exportações do açúcar
grave crise. Mesmo assim, a aristocracia rural (senhores e do algodão. Além disso, a grande seca de 1816 devastou
de engenho) de Olinda continuava controlando o poder a agricultura, provocou fome e espalhou a miséria pela
político na capitania de Pernambuco. Por outro lado, região. O governo provisório durou 75 dias, os revolu-
Recife se descolava deste cenário de crise graças à cionários pernambucanos foram derrotados. As lideran-
intensa atividade econômica dos mascates (como eram ças do movimento revolucionário tinham como projeto
chamados os comerciantes portugueses na região). político o estabelecimento de uma República e a elabo-
Outra fonte de renda destes mascates eram os emprés- ração de uma Constituição, norteadas pelos princípios
timos, a juros altos, que faziam aos olindenses. Entre as e ideais franceses de igualdade e liberdade para todos.
causas da Guerra dos Mascates, destacamos a disputa Apesar do seu fracasso, entrou para a história como o
maior movimento revolucionário do período colonial.
entre Olinda e Recife pelo controle do poder político em
Pernambuco, a crise econômica na cidade de Olinda, o Revolta da Junta de Goiana (1821): Em 29 de agosto de 1821,
favorecimento da coroa portuguesa aos comerciantes na vila de Goiana, região norte da Província de Pernambuco, um
de Recife, o forte sentimento antilusitano, principal- segmento das elites pernambucanas — a um só tempo liderança
mente entre a aristocracia rural de Olinda e a conquista econômica e militar do Norte de Pernambuco —, aliado a alguns
da emancipação de Recife, através de Carta Régia de antigos participantes do movimento de 1817, instalaram uma Junta
1709, que passou a ser vila independente, conquistando Governativa Provisória com o objetivo de aderir à política das Cortes
autonomia política com relação à Olinda. Constitucionais Portuguesas e desautorizar o governo do represen-
tante maior do monarca em Pernambuco, o governador e capitão-
ঠ Conspiração dos Suassunas (1801): Em 1798, o padre -general português Luiz do Rego Barreto. A partir de então, durante
Arruda Câmara fundou uma sociedade secreta quase um mês, a Junta de Goiana coexistiu com o Conselho Gover-
chamada Areópago de Itambé, provavelmente ligada nativo do Recife – presidido pelo general Rego Barreto. Essas duas
à Maçonaria, que tinha por finalidade tornar conheci- representações disputaram a exclusividade no controle do governo
do o Estado Geral da Europa e o enfraquecimento dos da província de Pernambuco até finais de outubro de 1821.
governos absolutos, devido às ideias democráticas que
ঠ Confederação do Equador (1824): O movimento
afloravam à época. Em 1801, influenciados pelos ideais
começou com uma reação à Constituição outorgada
republicanos, os irmãos Suassuna, Francisco de Paula,
por dom Pedro I no mesmo ano, que mantinha o Brasil
Luís Francisco e José Francisco de Paula Cavalcante de
a um governo centralizador e dava margem à grande
Albuquerque, proprietários do Engenho Suassuna lide-
submissão aos portugueses. Iniciado em Pernambu-
raram uma conspiração que se propunha a elaborar um
co, o movimento se alastrou rapidamente para outras
projeto de independência de Pernambuco. Os conspira-
províncias da região, como a Paraíba, o Ceará e o Rio
dores foram denunciados e presos e, mais tarde, liber-
Grande do Norte. Ficou conhecido por esse nome, Con-
tados por falta de provas.
federação do Equador, devido à proximidade da região
do conflito com a linha do equador.
180
181
CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA