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CÓD: OP-040JN-24

7908403547593

TRÊS RIOS-RJ
PREFEITURA MUNICIPAL DE TRÊS RIOS - RIO DE JANEIRO

Oficial Administrativo
C0NCURSO PÚBLICO 01/2023
• A Opção não está vinculada às organizadoras de Concurso Público. A aquisição do material não garante sua inscrição ou ingresso na
carreira pública,

• Sua apostila aborda os tópicos do Edital de forma prática e esquematizada,

• Dúvidas sobre matérias podem ser enviadas através do site: www.apostilasopção.com.br/contatos.php, com retorno do professor
no prazo de até 05 dias úteis.,

• É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal.

Apostilas Opção, a Opção certa para a sua realização.


ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Leitura, compreensão e interpretação de textos. ...................................................................................................................... 5
2. Vocabulário: sentido denotativo e conotativo, sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia e polissemia............................. 5
3. Ortografia: emprego das letras, das palavras e da acentuação gráfica....................................................................................... 6
4. Pontuação: emprego de todos os sinais de pontuação.............................................................................................................. 7
5. Classes de palavras: pronomes - classificação, emprego e colocação pronominal (próclise, ênclise e mesóclise); verbos - em-
prego dos modos e tempos, flexões dos verbos irregulares, abundantes e defectivos, e vozes verbais; preposições - relações
semânticas estabelecidas pelas preposições e locuções prepositivas; conjunções - classificação, relações estabelecidas por
conjunções, locuções conjuntivas; substantivos - classificação e flexões; adjetivos - classificação e flexões............................. 11
6. Termos da oração: identificação e classificação. Processos sintáticos de coordenação e subordinação. Classificação dos perí-
odos e orações............................................................................................................................................................................ 18
7. Concordância nominal e verbal.................................................................................................................................................. 22
8. Regência nominal e verbal.......................................................................................................................................................... 24
9. Emprego do acento indicativo de crase...................................................................................................................................... 25

Legislação Municipal
1. Lei Orgânica do Município de Três Rios/RJ.................................................................................................................................. 31
2. Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Três Rios/RJ.................................................................................................. 63

Conhecimentos específicos
Oficial Administrativo
1. Fundamentos básicos de administração: conceitos, características e finalidade. Funções administrativas: planejamento, or-
ganização, controle e direção. Estrutura organizacional............................................................................................................. 83
2. Comportamento organizacional................................................................................................................................................. 96
3. Rotinas administrativas: técnicas de arquivo e protocolo.......................................................................................................... 105
4. Racionalização do trabalho......................................................................................................................................................... 115
5. Delegação de poderes, centralização e descentralização........................................................................................................... 116
6. Liderança..................................................................................................................................................................................... 120
7. Motivação................................................................................................................................................................................... 120
8. Comunicação.............................................................................................................................................................................. 120
9. Etiqueta no trabalho................................................................................................................................................................... 121
10. Relações humanas: comunicação interpessoal........................................................................................................................... 121
11. Postura pessoal e profissional..................................................................................................................................................... 127
12. Técnicas administrativas e organizacionais................................................................................................................................. 129
13. Processos de comunicação......................................................................................................................................................... 129
14. Organização de reuniões............................................................................................................................................................. 129
15. Atendimento com qualidade. Atendimento ao público.............................................................................................................. 130
16. Conceitos de organização de arquivos e métodos de acesso..................................................................................................... 134
17. Redação oficial: princípios, características e qualidades, linguagem, normas e recomendações, formas e pronomes de tra-
tamento, fechos, identificação do signatário, conceitos e definições, generalidades, tipos, partes, apresentação, forma e es-
trutura, padronização, diagramação. Padrão ofício, fax, correio eletrônico, atas, pareceres, memorandos, contratos, alvará,
requerimento, certidão, atestado, declaração, despacho, portaria, relatório, ordem de serviço, exposição de motivos etc.... 134
18. Noções de Informática................................................................................................................................................................ 157
19. Ética profissional......................................................................................................................................................................... 165
LÍNGUA PORTUGUESA

LEITURA, COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEX- Sinonímia e antonímia


TOS. As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado
semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
<—> esperto
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam signifi-
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é cados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex:
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o forte <—> fraco
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido
completo. Parônimos e homônimos
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro-
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- núncia semelhantes, porém com significados distintos.
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe-
interpretação. go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta- “rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma
tório do leitor. pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (nu-
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, meral) X sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical).
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual,
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver-
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo).
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens.
Polissemia e monossemia
Dicas práticas As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con- mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa- frase. Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo).
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível, Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações. um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos).
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe- Denotação e conotação
cidas. Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresentam
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon- um sentido objetivo e literal. Ex: Está fazendo frio. / Pé da mulher.
te de referências e datas. Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresentam
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza. / Pé
opiniões. da cadeira.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques-
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- Hiperonímia e hiponímia
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de signi-
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do ficado entre as palavras.
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão.
quando afirma que... Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, por-
tanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex:
VOCABULÁRIO: SENTIDO DENOTATIVO E CONOTATI- Limão é hipônimo de fruta.
VO, SINONÍMIA, ANTONÍMIA, HOMONÍMIA, PARONÍ-
MIA E POLISSEMIA. Formas variantes
São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem
que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – in-
Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os farto / gatinhar – engatinhar.
sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça
as principais relações e suas características:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Arcaísmo Os diferentes porquês


São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo
do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que Usado para fazer perguntas. Pode ser
ainda podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante POR QUE
substituído por “por qual motivo”
encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> far-
mácia / franquia <—> sinceridade. Usado em respostas e explicações. Pode ser
PORQUE
substituído por “pois”

ORTOGRAFIA: EMPREGO DAS LETRAS, DAS PALAVRAS O “que” é acentuado quando aparece como
E DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA. POR QUÊ a última palavra da frase, antes da pontuação
final (interrogação, exclamação, ponto final)
É um substantivo, portanto costuma vir
A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes
PORQUÊ acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo
à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso
ou pronome
analisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memo-
rizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que
também faz aumentar o vocabulário do leitor. Parônimos e homônimos
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro-
entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar núncia semelhantes, porém com significados distintos.
que existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe-
atento! go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma
Alfabeto grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é co- “rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
nhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o
alfabeto se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e Acentuação
consoantes (restante das letras). A acentuação é uma das principais questões relacionadas à Or-
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram tografia Oficial, que merece um capítulo a parte. Os acentos utili-
reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo zados no português são: acento agudo (´); acento grave (`); acento
que elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de circunflexo (^); cedilha (¸) e til (~).
nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional. Depois da reforma do Acordo Ortográfico, a trema foi excluída,
de modo que ela só é utilizada na grafia de nomes e suas derivações
Uso do “X” (ex: Müller, mülleriano).
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o Esses são sinais gráficos que servem para modificar o som de
X no lugar do CH: alguma letra, sendo importantes para marcar a sonoridade e a in-
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxer- tensidade das sílabas, e para diferenciar palavras que possuem a
gar) escrita semelhante.
• Depois de ditongos (ex: caixa) A sílaba mais intensa da palavra é denominada sílaba tônica. A
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá) palavra pode ser classificada a partir da localização da sílaba tônica,
como mostrado abaixo:
Uso do “S” ou “Z” • OXÍTONA: a última sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex:
Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser ob- café)
servadas: • PAROXÍTONA: a penúltima sílaba da palavra é a mais intensa.
• Depois de ditongos (ex: coisa) (Ex: automóvel)
• Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S” • PROPAROXÍTONA: a antepenúltima sílaba da palavra é a mais
(ex: casa > casinha) intensa. (Ex: lâmpada)
• Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou As demais sílabas, pronunciadas de maneira mais sutil, são de-
origem. (ex: portuguesa) nominadas sílabas átonas.
• Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex:
populoso)

Uso do “S”, “SS”, “Ç”


• “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex:
diversão)
• “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
• “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passa-
ram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regras fundamentais

CLASSIFICAÇÃO REGRAS EXEMPLOS


• terminadas em A, E, O, EM, seguidas ou não do
cipó(s), pé(s), armazém
OXÍTONAS plural
respeitá-la, compô-lo, comprometê-los
• seguidas de -LO, -LA, -LOS, -LAS
• terminadas em I, IS, US, UM, UNS, L, N, X, PS, Ã,
ÃS, ÃO, ÃOS
táxi, lápis, vírus, fórum, cadáver, tórax, bíceps, ímã,
• ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido
PAROXÍTONAS órfão, órgãos, água, mágoa, pônei, ideia, geleia,
ou não do plural
paranoico, heroico
(OBS: Os ditongos “EI” e “OI” perderam o acento
com o Novo Acordo Ortográfico)
PROPAROXÍTONAS • todas são acentuadas cólica, analítico, jurídico, hipérbole, último, álibi

Regras especiais

REGRA EXEMPLOS
Acentua-se quando “I” e “U” tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de
saída, faísca, baú, país
“S”, desde que não sejam seguidos por “NH”
feiura, Bocaiuva, Sauipe
OBS: Não serão mais acentuados “I” e “U” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR” e seus compostos têm, obtêm, contêm, vêm
Não são acentuados hiatos “OO” e “EE” leem, voo, enjoo
Não são acentuadas palavras homógrafas
pelo, pera, para
OBS: A forma verbal “PÔDE” é uma exceção

PONTUAÇÃO: EMPREGO DE TODOS OS SINAIS DE PONTUAÇÃO.

Para a elaboração de um texto escrito, deve-se considerar o uso adequado dos sinais de pontuação como: pontos, vírgula, ponto e
vírgula, dois pontos, travessão, parênteses, reticências, aspas, etc.
Tais sinais têm papéis variados no texto escrito e, se utilizados corretamente, facilitam a compreensão e entendimento do texto.

— A Importância da Pontuação
1
As palavras e orações são organizadas de maneira sintática, semântica e também melódica e rítmica. Sem o ritmo e a melodia, os
enunciados ficariam confusos e a função comunicativa seria prejudicada.
O uso correto dos sinais de pontuação garante à escrita uma solidariedade sintática e semântica. O uso inadequado dos sinais de
pontuação pode causar situações desastrosas, como em:
– Não podem atirar! (entende-se que atirar está proibido)
– Não, podem atirar! (entende-se que é permitido atirar)

— Ponto
Este ponto simples final (.) encerra períodos que terminem por qualquer tipo de oração que não seja interrogativa direta, a exclama-
tiva e as reticências.
Outra função do ponto é a da pausa oracional, ao acompanhar muitas palavras abreviadas, como: p., 2.ª, entre outros.
Se o período, oração ou frase terminar com uma abreviatura, o ponto final não é colocado após o ponto abreviativo, já que este, quan-
do coincide com aquele, apresenta dupla serventia.
Ex.: “O ponto abreviativo põe-se depois das palavras indicadas abreviadamente por suas iniciais ou por algumas das letras com que se
representam, v.g. ; V. S.ª ; Il.mo ; Ex.a ; etc.” (Dr. Ernesto Carneiro Ribeiro)
O ponto, com frequência, se aproxima das funções do ponto e vírgula e do travessão, que às vezes surgem em seu lugar.

Obs.: Estilisticamente, pode-se usar o ponto para, em períodos curtos, empregar dinamicidade, velocidade à leitura do texto: “Era
um garoto pobre. Mas tinha vontade de crescer na vida. Estudou. Subiu. Foi subindo mais. Hoje é juiz do Supremo.”. É muito utilizado em
narrações em geral.

1 BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

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LÍNGUA PORTUGUESA

— Ponto Parágrafo As reticências, quando indicarem uma enumeração inconclusa,


Separa-se por ponto um grupo de período formado por ora- podem ser substituídas por etc.
ções que se prendem pelo mesmo centro de interesse. Uma vez que Ao transcrever um diálogo, elas indicam uma não resposta do
o centro de interesse é trocado, é imposto o emprego do ponto pa- interlocutor. Já em citações, elas podem ser postas no início, no
rágrafo se iniciando a escrever com a mesma distância da margem meio ou no fim, indicando supressão do texto transcrito, em cada
com que o texto foi iniciado, mas em outra linha. uma dessas partes.
O parágrafo é indicado por ( § ) na linguagem oficial dos artigos Quando ocorre a supressão de um trecho de certa extensão,
de lei. geralmente utiliza-se uma linha pontilhada.
As reticências podem aparecer após um ponto de exclamação
— Ponto de Interrogação ou interrogação.
É um sinal (?) colocado no final da oração com entonação inter-
rogativa ou de incerteza, seja real ou fingida. — Vírgula
A interrogação conclusa aparece no final do enunciado e re- A vírgula (,) é utilizada:
quer que a palavra seguinte se inicie por maiúscula. Já a interro- - Para separar termos coordenados, mesmo quando ligados por
gação interna (quase sempre fictícia), não requer que a próxima conjunção (caso haja pausa).
palavra se inicia com maiúscula. Ex.: “Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado”.
Ex.: — Você acha que a gramática da Língua Portuguesa é com-
plicada? IMPORTANTE!
— Meu padrinho? É o Excelentíssimo Senhor coronel Paulo Vaz Quando há uma série de sujeitos seguidos imediatamente de
Lobo Cesar de Andrade e Sousa Rodrigues de Matos. verbo, não se separa do verbo (por vírgula) o ultimo sujeito da série
.
Assim como outros sinais, o ponto de interrogação não requer Ex.: Carlos Gomes, Vítor Meireles, Pedro Américo, José de
que a oração termine por ponto final, a não ser que seja interna. Alencar tinham-nas começado.
Ex.: “Esqueceu alguma cousa? perguntou Marcela de pé, no
patamar”. - Para separar orações coordenadas aditivas, mesmo que estas
se iniciem pela conjunção e, proferidas com pausa.
Em diálogos, o ponto de interrogação pode aparecer acompa- Ex.: “Gostava muito das nossas antigas dobras de ouro, e eu
nhando do ponto de exclamação, indicando o estado de dúvida de levava-lhe quanta podia obter”.
um personagem perante diante de um fato.
Ex.: — “Esteve cá o homem da casa e disse que do próximo mês - Para separar orações coordenadas alternativas (ou, quer,
em diante são mais cinquenta... etc.), quando forem proferidas com pausa.
— ?!...” Ex.: Ele sairá daqui logo, ou eu me desligarei do grupo.

— Ponto de Exclamação IMPORTANTE!


Este sinal (!) é colocado no final da oração enunciada com en- Quando ou exprimir retificação, esta mesma regra vigora.
tonação exclamativa. Ex.: Teve duas fases a nossa paixão, ou ligação, ou qualquer ou-
Ex.: “Que gentil que estava a espanhola!” tro nome, que eu de nome não curo.
“Mas, na morte, que diferença! Que liberdade!” Caso denote equivalência, o ou posto entre os dois termos não
é separado por vírgula.
Este sinal é colocado após uma interjeição. Ex.: Solteiro ou solitário se prende ao mesmo termo latino.
Ex.: — Olé! exclamei.
— Ah! brejeiro! - Em aposições, a não ser no especificativo.
Ex.: “ora enfim de uma casa que ele meditava construir, para
As mesmas observações vistas no ponto de interrogação, em residência própria, casa de feitio moderno...”
relação ao emprego do ponto final e ao uso de maiúscula ou mi-
núscula inicial da palavra seguinte, são aplicadas ao ponto de ex- - Para separar os pleonasmos e as repetições, quando não tive-
clamação. rem efeito superlativamente.
Ex.: “Nunca, nunca, meu amor!”
— Reticências A casa é linda, linda.
As reticências (...) demonstram interrupção ou incompletude
de um pensamento. - Para intercalar ou separar vocativos e apostos.
Ex.: — “Ao proferir estas palavras havia um tremor de alegria Ex.: Brasileiros, é chegada a hora de buscar o entendimento.
na voz de Marcela: e no rosto como que se lhe espraiou uma onda É aqui, nesta querida escola, que nos encontramos.
de ventura...”
— “Não imagina o que ela é lá em casa: fala na senhora a todos - Para separar orações adjetivas de valor explicativo.
os instantes, e aqui aparece uma pamonha. Ainda ontem... Ex.: “perguntava a mim mesmo por que não seria melhor depu-
tado e melhor marquês do que o lobo Neves, — eu, que valia mais,
Quando colocadas no fim do enunciado, as reticências dispen- muito mais do que ele, — ...”
sam o ponto final, como você pode observar nos exemplos acima.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Para separar, na maioria das vezes, orações adjetivas restritiva - adjunto adnominal de nome;
de certa extensão, ainda mais quando os verbos de duas orações - complemento nominal de nome;
distintas se juntam. - oração principal da subordinada substantiva (desde que esta
Ex.: “No meio da confusão que produzira por toda a parte este não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).
acontecimento inesperado e cujo motivo e circunstâncias inteira-
mente se ignoravam, ninguém reparou nos dois cavaleiros...” — Dois Pontos
São utilizados:
IMPORTANTE! - Na enumeração, explicação, notícia subsidiária.
Mesmo separando por vírgula o sujeito expandido pela oração Ex.: Comprou dois presentes: um livro e uma caneta.
adjetiva, esta pontuação pode acontecer. “que (Viegas) padecia de um reumatismo teimoso, de uma
Ex.: Os que falam em matérias que não entendem, parecem asma não menos teimosa e de uma lesão de coração: era um hos-
fazer gala da sua própria ignorância. pital concentrado”
“Queremos governos perfeitos com homens imperfeitos: dis-
parate”
- Para separar orações intercaladas.
Ex.: “Não lhe posso dizer com certeza, respondi eu” - Em expressões que se seguem aos verbos dizer, retrucar, res-
ponder (e semelhantes) e que dão fim à declaração textual, ou que
- Para separar, geralmente, adjuntos adverbiais que precedem assim julgamos, de outrem.
o verbo e as orações adverbiais que aparecem antes ou no meio da Ex.: “Não me quis dizer o que era: mas, como eu instasse muito:
sua principal. — Creio que o Damião desconfia alguma coisa”
Ex.: “Eu mesmo, até então, tinha-vos em má conta...”
- Em alguns casos, onde a intenção é caracterizar textualmente
- Para separar o nome do lugar em datas. o discurso do interlocutor, a transcrição aparece acompanhada de
Ex.: São Paulo, 14 de janeiro de 2020. aspas, e poucas vezes de travessão.
Ex.: “Ao cabo de alguns anos de peregrinação, atendi às supli-
- Para separar os partículas e expressões de correção, continua- cas de meu pai:
ção, explicação, concessão e conclusão. — Vem, dizia ele na última carta; se não vieres depressa acha-
Ex.: “e, não obstante, havia certa lógica, certa dedução” rás tua mãe morta!”
Sairá amanhã, aliás, depois de amanhã.
Em expressões que, ao serem enunciadas com entonação es-
- Para separar advérbios e conjunções adversativos (porém, pecial, o contexto acaba sugerindo causa, consequência ou expli-
todavia, contudo, entretanto), principalmente quando pospostos. cação.
Ex.: “A proposta, porém, desdizia tanto das minhas sensações Ex.: “Explico-me: o diploma era uma carta de alforria”
últimas...”
- Em expressões que possuam uma quebra na sequência das
- Algumas vezes, para indicar a elipse do verbo. ideias.
Ex.: Ele sai agora: eu, logo mais. (omitiu o verbo “sairei” após Ex.: Sacudiu o vestido, ainda molhado, e caminhou.
“eu”; elipse do verbo sair) “Não! bradei eu; não hás de entrar... não quero... Ia a lançar-lhe
as mãos: era tarde; ela entrara e fechara-se”
- Omissão por zeugma.
Ex.: Na classe, alguns alunos são interessados; outros, (são) re- — Ponto e Vírgula
lapsos. (Supressão do verbo “são” antes do vocábulo “relapsos”) Sinal (;) que denota pausa mais forte que a vírgula, porém mais
fraca que o ponto. É utilizado:
- Para indicar a interrupção de um seguimento natural das
ideias e se intercala um juízo de valor ou uma reflexão subsidiária. - Em trechos longos que já possuam vírgulas, indicando uma
pausa mais forte.
- Para evitar e desfazer alguma interpretação errônea que pode Ex.: “Enfim, cheguei-me a Virgília, que estava sentada, e travei-
ocorrer quando os termos estão distribuídos de forma irregular na -lhe da mão; D. Plácida foi à janela”
oração, a expressão deslocada é separada por vírgula.
Ex.: De todas as revoluções, para o homem, a morte é a maior - Para separar as adversativas onde se deseja ressaltar o con-
e a derradeira. traste.
Ex.: “Não se disse mais nada; mas de noite Lobo Neves insistiu
- Em enumerações no projeto”
sem gradação: Coleciono livros, revistas, jornais, discos.
com gradação: Não compreendo o ciúme, a saudade, a dor da - Em leis, separando os incisos.
despedida.
- Enumeração com explicitação.
Não se separa por vírgula: Ex.: Comprei alguns livros: de matemática, para estudar para
- sujeito de predicado; o concurso; um romance, para me distrair nas horas vagas; e um
- objeto de verbo; dicionário, para enriquecer meu vocabulário.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Enumeração com ponto e vírgula, mas sem vírgula, para mar- - Isolar siglas.
car distribuição. Ex.: A taxa de desemprego subiu para 5,3% da população eco-
Ex.: Comprei os produtos no supermercado: farinha para um nomicamente ativa (PEA)...
bolo; tomates para o molho; e pão para o café da manhã.
- Isolar explicações ou retificações.
— Travessão Ex.: Eu expliquei uma vez (ou duas vezes) o motivo de minha
É importante não confundir o travessão (—) com o traço de preocupação.
união ou hífen e com o traço de divisão empregado na partição de
sílabas. Os parênteses e os colchetes estão ligados pela sua função dis-
O uso do travessão pode substituir vírgulas, parênteses, colche- cursiva, mas estes são utilizados quando os parênteses já foram em-
tes, indicando uma expressão intercalada: pregados, com o objetivo de introduzir uma nova inserção.
Ex.: “... e eu falava-lhe de mil cousas diferentes — do último São utilizados, também, com a finalidade de preencher lacunas
baile, da discussão das câmaras, berlindas e cavalos, de tudo, me- de textos ou para introduzir, em citações principalmente, explica-
nos dos seus versos ou prosas” ções ou adendos que deixam a compreensão do texto mais simples.

Se a intercalação terminar o texto, o travessão é simples; caso — Aspas


contrário, se utiliza o travessão duplo. A forma mais geral do uso das aspas é o sinal (“ ”), entretanto,
Ex.: “Duas, três vezes por semana, havia de lhe deixar na algi- há a possibilidade do uso das aspas simples (‘ ’) para diferentes fina-
beira das calças — umas largas calças de enfiar —, ou na gaveta da lidades, como em trabalhos científicos sobre línguas, onde as aspas
mesa, ou ao pé do tinteiro, uma barata morta” simples se referem a significados ou sentidos: amare, lat. ‘amar’
port.
IMPORTANTE! As aspas podem ser utilizadas, também, para dar uma expres-
Como é possível observar no exemplo, pode haver vírgula após são de sentido particular, ressaltando uma expressão dentro do
o travessão. contexto ou indicando uma palavra como estrangeirismo ou uma
gíria.
O travessão pode, também, denotar uma pausa mais forte. Se a pausa coincidir com o final da sentença ou expressão que
Ex.: “... e se estabelece uma cousa que poderemos chamar —, está entre aspas, o competente sinal de pontuação deve ser utili-
solidariedade do aborrecimento humano” zado após elas, se encerrarem somente uma parte da proposição;
mas se as aspas abarcarem todo o período, frase, expressão ou sen-
Além disso, ainda pode indicar a mudança de interlocutor, na tença, a respectiva pontuação é abrangida por elas.
transcrição de um diálogo, com ou sem aspas. Ex.: “Aí temos a lei”, dizia o Florentino. “Mas quem as há de
Ex.: — Ah! respirou Lobo Neves, sentando-se preguiçosamente segurar? Ninguém.”
no sofá. “Mísera, tivesse eu aquela enorme, aquela Claridade imortal,
— Cansado? perguntei eu. que toda a luz resume!”
— Muito; aturei duas maçadas de primeira ordem (...) “Por que não nasce eu um simples vaga-lume?”

Neste caso, pode, ou não, combinar-se com as aspas. - Delimitam transcrições ou citações textuais.
Ex.: Segundo Rui Barbosa: “A política afina o espírito.”
— Parênteses e Colchetes
Estes sinais ( ) [ ] apontam a existência de um isolamento sin- — Alínea
tático e semântico mais completo dentro de um enunciado, assim Apresenta a mesma função do parágrafo, uma vez que denota
como estabelecem uma intimidade maior entre o autor e seu leitor. diferentes centros de assuntos. Como o parágrafo, requer a mudan-
Geralmente, o uso do parêntese é marcado por uma entonação es- ça de linha.
pecial. De forma geral, aparece em forma de número ou letra seguida
Se a pausa coincidir com o início da construção parentética, o de um traço curvo.
sinal de pontuação deve aparecer após os parênteses, contudo, se Ex.: Os substantivos podem ser:
a proposição ou frase inteira for encerrada pelos parênteses, a no- a) próprios
tação deve aparecer dentro deles. b) comuns
Ex.: “Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que
seja, convosco, este suavíssimo nome); não: o coração não é tão — Chave
frívolo, tão exterior, tão carnal, quanto se cuida” Este sinal ({ }) é mais utilizado em obras científicas. Indicam a
“A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso meio que reunião de diversos itens relacionados que formam um grupo.
se tem inventado para a divulgação do pensamento”. (Carta inserta 2
Ex.: Múltiplos de 5: {0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35,… }.
nos Anais da Biblioteca Nacional, vol. I) [Carlos de Laet] Na matemática, as chaves agrupam vários elementos de uma
operação, definindo sua ordem de resolução.
- Isolar datas. Ex.: 30x{40+[30x(84-20x4)]}
Ex.: Refiro-me aos soldados da Primeira Guerra Mundial (1914- Também podem ser utilizadas na linguística, representando
1918). morfemas.
Ex.: O radical da palavra menino é {menin-}.
2 https://bit.ly/2RongbC.

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LÍNGUA PORTUGUESA

— Asterisco
Sinal (*) utilizado após ou sobre uma palavra, com a intenção de se fazer um comentário ou citação a respeito do termo, ou uma ex-
plicação sobre o trecho (neste caso o asterisco se põe no fim do período).
Emprega-se ainda um ou mais asteriscos depois de uma inicial, indicando uma pessoa cujo nome não se quer ou não se pode declinar:
o Dr.*, B.**, L.***

— Barra
Aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas.

CLASSES DE PALAVRAS: PRONOMES - CLASSIFICAÇÃO, EMPREGO E COLOCAÇÃO PRONOMINAL (PRÓCLISE, ÊNCLISE


E MESÓCLISE); VERBOS - EMPREGO DOS MODOS E TEMPOS, FLEXÕES DOS VERBOS IRREGULARES, ABUNDANTES E
DEFECTIVOS, E VOZES VERBAIS; PREPOSIÇÕES - RELAÇÕES SEMÂNTICAS ESTABELECIDAS PELAS PREPOSIÇÕES E LO-
CUÇÕES PREPOSITIVAS; CONJUNÇÕES - CLASSIFICAÇÃO, RELAÇÕES ESTABELECIDAS POR CONJUNÇÕES, LOCUÇÕES
CONJUNTIVAS; SUBSTANTIVOS - CLASSIFICAÇÃO E FLEXÕES; ADJETIVOS - CLASSIFICAÇÃO E FLEXÕES.

Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conectivos) Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO
Não sofre variação Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.
Posso ajudar, senhora?
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.
Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
SUBSTANTIVO
Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza Ana se exercita pela manhã.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo, Todos parecem meio bobos.
VERBO
número, pessoa e voz. Chove muito em Manaus.
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação A cidade é muito bonita quando vista do alto.

Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, Novo Acordo Ortográfico
para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mes- De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portugue-
ma espécie. Ex: matilha; enxame; cardume... sa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes
outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; ca- geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas
chorro; praça... e festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designan- abreviaturas.
do sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede; Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana,
imaginação... meses, estações do ano e em pontos cardeais.
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula
livro; água; noite... é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedrei- disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em pala-
ro; livraria; noturno... vras de categorização.
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radi-
cal). Ex: casa; pessoa; cheiro... Adjetivo
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-
de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol... -educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e
Flexão de gênero o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles
dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino. que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua naciona-
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino lidade (brasileiro; mineiro).
e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjun-
o final da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / to de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo.
menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / São formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
acentuação (Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou pre- • de criança = infantil
sença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora). • de mãe = maternal
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma for- • de cabelo = capilar
ma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto
ao gênero a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o Variação de grau
acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epi- Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfa-
ceno (refere-se aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e ses), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e su-
comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo). perlativo.
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com • Normal: A Bruna é inteligente.
alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, • Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente
trazendo alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fru- que o Lucas.
to X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao • Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente
órgão que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é que a Bruna.
o termo popular para um tipo específico de fruto. • Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto
a Maria.
Flexão de número • Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inte-
No português, é possível que o substantivo esteja no singu- ligente da turma.
lar, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar • Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos
(Ex: bola; escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores inteligente da turma.
quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último repre- • Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
sentado, geralmente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra. • Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de
modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do Adjetivos de relação
contexto, pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis). São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem so-
frer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo,
Variação de grau isto é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufi-
substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumenta- xação de um substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).
tivo e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza
ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou di-
minuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê

Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo

Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).

Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)

Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.
Nada me faria mais feliz.

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerúndio não
acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.

• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.


Orgulhar-me-ei de meus alunos.

DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou orações, nem após ponto-e-vírgula.

Verbos
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro pos-
suem subdivisões.
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do pre-
sente, futuro do pretérito.
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito imperfeito, futuro.

Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre flexão em
tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no particípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, fa-
zendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particípio) ou
advérbio (gerúndio).

Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal. Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar, vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais (falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sempre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
• Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se, pen-
tear-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si próprios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)

Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)

Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.

Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

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LÍNGUA PORTUGUESA

Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.

Ao conectar os termos das orações, as preposições estabelecem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de:
• Causa: Morreu de câncer.
• Distância: Retorno a 3 quilômetros.
• Finalidade: A filha retornou para o enterro.
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura.
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila.
• Lugar: O vírus veio de Portugal.
• Companhia: Ela saiu com a amiga.
• Posse: O carro de Maria é novo.
• Meio: Viajou de trem.

Combinações e contrações
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras palavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e
havendo perda fonética (contração).
• Combinação: ao, aos, aonde
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso

Conjunção
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabelecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante de
conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e interpre-
tação de textos, além de ser um grande diferencial no momento de redigir um texto.
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e conjunções subordinativas.

Conjunções coordenativas
As orações coordenadas não apresentam dependência sintática entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma função
gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em cinco grupos:
• Aditivas: e, nem, bem como.
• Adversativas: mas, porém, contudo.
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer.
• Conclusivas: logo, portanto, assim.
• Explicativas: que, porque, porquanto.

Conjunções subordinativas
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. Desse
modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada.

Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes:


• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas substantivas, definidas pelas palavras que e se.
• Causais: porque, que, como.
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que.
• Condicionais: e, caso, desde que.
• Conformativas: conforme, segundo, consoante.
• Comparativas: como, tal como, assim como.
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que.
• Finais: a fim de que, para que.
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que.
• Temporais: quando, enquanto, agora.

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LÍNGUA PORTUGUESA

TERMOS DA ORAÇÃO: IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO. PROCESSOS SINTÁTICOS DE COORDENAÇÃO E SUBORDI-


NAÇÃO. CLASSIFICAÇÃO DOS PERÍODOS E ORAÇÕES.

Frase
É todo enunciado capaz de transmitir a outrem tudo aquilo que pensamos, queremos ou sentimos.

Exemplos
Caía uma chuva.
Dia lindo.

Oração
É a frase que apresenta estrutura sintática (normalmente, sujeito e predicado, ou só o predicado).

Exemplos
Ninguém segura este menino. (Ninguém: sujeito; segura este menino: predicado)
Havia muitos suspeitos. (Oração sem sujeito; havia muitos suspeitos: predicado)

Termos da oração

sujeito
1. Termos essenciais
predicado

complemento verbal
2. Termos integrantes complemento nominal
objeto direto
agente da passiva objeto indireto

Adjunto adnominal
3. Termos acessórios adjunto adverbial
aposto

4. Vocativo

Diz-se que sujeito e predicado são termos “essenciais”, mas note que o termo que realmente é o núcleo da oração é o verbo:
Chove. (Não há referência a sujeito.)
Cansei. (O sujeito e eu, implícito na forma verbal.)
Os termos “acessórios” são assim chamados por serem supostamente dispensáveis, o que nem sempre é verdade.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Sujeito e predicado - fazer referindo-se a fenômenos meteorológicos ou a tempo


Sujeito é o termo da oração com o qual, normalmente, o verbo decorrido.
concorda. Exemplo: Fazia 40° à sombra.

Exemplos - ser nas indicações de horas, datas e distâncias.


A notícia corria rápida como pólvora. (Corria está no singular Exempl: São duas horas.
concordando com a notícia.)
As notícias corriam rápidas como pólvora. (Corriam, no plural, Predicado nominal
concordando com as notícias.) O núcleo, em torno do qual as demais palavras do predicado
gravitam e que contém o que de mais importante se comunica a
O núcleo do sujeito é a palavra principal do sujeito, que encerra a es- respeito do sujeito, e um nome (isto é, um substantivo ou adjetivo,
sência de sua significação. Em torno dela, como que gravitam as demais. ou palavra de natureza substantiva). O verbo e de ligação (liga o nú-
Exemplo: Os teus lírios brancos embelezam os campos. (Lí- cleo ao sujeito) e indica estado (ser, estar, continuar, ficar, perma-
rios é o núcleo do sujeito.) necer; também andar, com o sentido de estar; virar, com o sentido
de transformar-se em; e viver, com o sentido de estar sempre).
Podem exercer a função de núcleo do sujeito o substantivo e Exemplo:
palavras de natureza substantiva. Veja: Os príncipes viraram sapos muito feios. (verbo de ligação mais
O medo salvou-lhe a vida. (substantivo) núcleo substantivo: sapos)
Os medrosos fugiram. (Adjetivo exercendo papel de substanti-
vo: adjetivo substantivado.) Verbos de ligação
São aqueles que, sem possuírem significação precisa, ligam um
A definição mais adequada para sujeito é: sujeito é o termo da sujeito a um predicativo. São verbos de ligação: ser, estar, ficar, pa-
oração com o qual o verbo normalmente concorda. recer, permanecer, continuar, tornar-se etc.
Exemplo: A rua estava calma.
Sujeito simples: tem um só núcleo.
Exemplo: As flores morreram. Predicativo do sujeito
É o termo da oração que, no predicado, expressa qualificação
Sujeito composto: tem mais de um núcleo. ou classificação do sujeito.
Exemplo: O rapaz e a moça foram encostados ao muro. Exemplo: Você será engenheiro.

Sujeito elíptico (ou oculto): não expresso e que pode ser de- - O predicativo do sujeito, além de vir com verbos de liga-
terminado pela desinência verbal ou pelo contexto. ção, pode também ocorrer com verbos intransitivos ou com ver-
Exemplo: Viajarei amanhã. (sujeito oculto: eu) bos transitivos.

Sujeito indeterminado: é aquele que existe, mas não podemos Predicado verbal
ou não queremos identificá-lo com precisão. Ocorre quando o núcleo é um verbo. Logo, não apresenta pre-
Ocorre: dicativo. E formado por verbos transitivos ou intransitivos.
- quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem referência a Exemplo: A população da vila assistia ao embarque. (Núcleo
nenhum substantivo anteriormente expresso. do sujeito: população; núcleo do predicado: assistia, verbo transi-
Exemplo: Batem à porta. tivo indireto)

- com verbos intransitivo (VI), transitivo indireto (VTI) ou de li- Verbos intransitivos
gação (VL) acompanhados da partícula SE, chamada de índice de São verbos que não exigem complemento algum; como a ação
indeterminação do sujeito (IIS). verbal não passa, não transita para nenhum complemento, rece-
Exemplos: bem o nome de verbos intransitivos. Podem formar predicado sozi-
Vive-se bem. (VI) nhos ou com adjuntos adverbiais.
Precisa-se de pedreiros. (VTI) Exemplo: Os visitantes retornaram ontem à noite.
Falava-se baixo. (VI)
Era-se feliz naquela época. (VL) Verbos transitivos
São verbos que, ao declarar alguma coisa a respeito do sujei-
Orações sem sujeito to, exigem um complemento para a perfeita compreensão do que
São orações cujos verbos são impessoais, com sujeito inexis- se quer dizer. Tais verbos se denominam transitivos e a pessoa ou
tente. coisa para onde se dirige a atividade transitiva do verbo se denomi-
Ocorrem nos seguintes casos: na objeto. Dividem-se em: diretos, indiretos e diretos e indiretos.
- com verbos que se referem a fenômenos meteorológicos.
Exemplo: Chovia. Ventava durante a noite. Verbos transitivos diretos: Exigem um objeto direto.
Exemplo: Espero-o no aeroporto.
- haver no sentido de existir ou quando se refere a tempo de-
corrido. Verbos transitivos indiretos: Exigem um objeto indireto.
Exemplo: Há duas semanas não o vejo. (= Faz duas semanas) Exemplo: Gosto de flores.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Verbos transitivos diretos e indiretos: Exigem um objeto direto Adjunto adnominal


e um objeto indireto. É o termo acessório que vem junto ao nome (substantivo), res-
Exemplo: Os ministros informaram a nova política econômi- tringindo-o, qualificando-o, determinando-o (adjunto: “que vem
ca aos trabalhadores. (VTDI) junto a”; adnominal: “junto ao nome”). Observe:
Os meus três grandes amigos [amigos: nome substantivo] vie-
Complementos verbais ram me fazer uma visita [visita: nome substantivo] agradável on-
Os complementos verbais são representados pelo objeto direto tem à noite.
(OD) e pelo objeto indireto (OI). São adjuntos adnominais os (artigo definido), meus (pronome
possessivo adjetivo), três (numeral), grandes (adjetivo), que estão
Objeto indireto gravitando em torno do núcleo do sujeito, o substantivo amigos;
É o complemento verbal que se liga ao verbo pela preposição o mesmo acontece com uma (artigo indefinido) e agradável (adje-
por ele exigida. Nesse caso o verbo pode ser transitivo indireto ou tivo), que determinam e qualificam o núcleo do objeto direto, o
transitivo direto e indireto. Normalmente, as preposições que ligam substantivo visita.
o objeto indireto ao verbo são a, de, em, com, por, contra, para etc.
Exemplo: Acredito em você. O adjunto adnominal prende-se diretamente ao substantivo,
ao passo que o predicativo se refere ao substantivo por meio de
Objeto direto um verbo.
Complemento verbal que se liga ao verbo sem preposição obri-
gatória. Nesse caso o verbo pode ser transitivo direto ou transitivo Complemento nominal
direto e indireto. É o termo que completa o sentido de substantivos, adjetivos e
Exemplo: Comunicaram o fato aos leitores. advérbios porque estes não têm sentido completo.
- Objeto – recebe a atividade transitiva de um verbo.
Objeto direto preposicionado - Complemento nominal – recebe a atividade transitiva de um
É aquele que, contrariando sua própria definição e característi- nome.
ca, aparece regido de preposição (geralmente preposição a). O complemento nominal é sempre ligado ao nome por prepo-
O pai dizia aos filhos que adorava a ambos. sição, tal como o objeto indireto.
Exemplo: Tenho necessidade de dinheiro.
Objeto pleonástico
É a repetição do objeto (direto ou indireto) por meio de um Adjunto adverbial
pronome. Essa repetição assume valor enfático (reforço) da noção É o termo da oração que modifica o verbo ou um adjetivo ou
contida no objeto direto ou no objeto indireto. o próprio advérbio, expressando uma circunstância: lugar, tempo,
Exemplos fim, meio, modo, companhia, exclusão, inclusão, negação, afirma-
Ao colega, já lhe perdoei. (objeto indireto pleonástico) ção, duvida, concessão, condição etc.
Ao filme, assistimos a ele emocionados. (objeto indireto pleo-
nástico) Período
Enunciado formado de uma ou mais orações, finalizado por:
Predicado verbo-nominal ponto final ( . ), reticencias (...), ponto de exclamação (!) ou ponto
Esse predicado tem dois núcleos (um verbo e um nome), é for- de interrogação (?). De acordo com o número de orações, classifi-
mado por predicativo com verbo transitivo ou intransitivo. ca-se em:
Exemplos: Apresenta apenas uma oração que é chamada absoluta.
A multidão assistia ao jogo emocionada. (predicativo do sujei- O período é simples quando só traz uma oração, chamada
to com verbo transitivo indireto) absoluta; o período é composto quando traz mais de uma oração.
A riqueza tornou-o orgulhoso. (predicativo do objeto com ver- Exemplo: Comeu toda a refeição. (Período simples, oração absolu-
bo transitivo direto) ta.); Quero que você leia. (Período composto.)
Uma maneira fácil de saber quantas orações há num período
Predicativo do sujeito é contar os verbos ou locuções verbais. Num período haverá tan-
O predicativo do sujeito, além de vir com verbos de ligação, tas orações quantos forem os verbos ou as locuções verbais nele
pode também ocorrer com verbos intransitivos ou transitivos. Nes- existentes.
se caso, o predicado é verbo-nominal. Há três tipos de período composto: por coordenação, por su-
Exemplo: A criança brincava alegre no parque. bordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo tempo
(também chamada de misto).
Predicativo do objeto
Exprime qualidade, estado ou classificação que se referem ao Período Composto por Coordenação
objeto (direto ou indireto). As três orações que formam esse período têm sentido próprio
e não mantêm entre si nenhuma dependência sintática: são inde-
Exemplo de predicativo do objeto direto: pendentes. Há entre elas uma relação de sentido, mas uma não de-
O juiz declarou o réu culpado. pende da outra sintaticamente.
Exemplo de predicativo do objeto indireto: As orações independentes de um período são chamadas de
Gosto de você alegre. orações coordenadas (OC), e o período formado só de orações
coordenadas é chamado de período composto por coordenação.

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LÍNGUA PORTUGUESA

As orações coordenadas podem ser assindéticas e sindéticas. - Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da oração
As orações são coordenadas assindéticas (OCA) quando não principal, sem, no entanto, impedir sua realização. Conjunções: em-
vêm introduzidas por conjunção. Exemplo: bora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais que, mesmo que.
Os jogadores correram, / chutaram, / driblaram. - Conformativas: Expressam a conformidade de um fato com
OCA OCA OCA outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo.
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao que
- As orações são coordenadas sindéticas (OCS) quando vêm in- foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, assim que,
troduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo: logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que).
A mulher saiu do prédio / e entrou no táxi. - Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi enun-
OCA OCS ciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de que, por-
que (=para que), que.
As orações coordenadas sindéticas se classificam de acordo - Consecutivas: Expressam a consequência do que foi enuncia-
com o sentido expresso pelas conjunções coordenativas que as in- do na oração principal. Conjunções: porque, que, como (= porque),
troduzem. Pode ser: pois que, visto que.
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só... - Comparativas: Expressam ideia de comparação com referên-
mas também, não só... mas ainda. cia à oração principal. Conjunções: como, assim como, tal como,
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado com menos ou
ideia de acréscimo ou adição com referência à oração anterior, ou mais).
seja, por uma conjunção coordenativa aditiva. - Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona pro-
porcionalmente ao que foi enunciado na principal. Conjunções: à
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, porém, medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto
todavia, contudo, entretanto, no entanto. menos.
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa
ideia de oposição à oração anterior, ou seja, por uma conjunção Orações Subordinadas Substantivas
coordenativa adversativa. São aquelas que, num período, exercem funções sintáticas pró-
prias de substantivos, geralmente são introduzidas pelas conjun-
- Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto, por ções integrantes que e se.
isso, pois, logo. - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É aquela
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expres- que exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal.
sa ideia de conclusão de um fato enunciado na oração anterior, ou Observe: O filho quer que você o ajude. (objeto direto)
seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva. - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É aquela
que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração princi-
- Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou, ou... ou, pal. Observe: Preciso que você me ajude. (objeto indireto)
ora... ora, seja... seja, quer... quer. - Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela que
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que estabele- exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. Observe: É
ce uma relação de alternância ou escolha com referência à oração importante que você ajude. (sujeito)
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa alternativa. - Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal: É
aquela que exerce a função de complemento nominal de um termo
- Orações coordenadas sindéticas explicativas: que, porque, da oração principal. Observe: Estamos certos de que ele é inocente.
pois, porquanto. (complemento nominal)
A 2ª oração é introduzida por uma conjunção que expressa - Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela que
ideia de explicação, de justificativa em relação à oração anterior, ou exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal, vindo
seja, por uma conjunção coordenativa explicativa. sempre depois do verbo ser. Observe: O principal é que você esteja
feliz. (predicativo)
Período Composto por Subordinação - Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela que
Nesse período, a segunda oração exerce uma função sintática em exerce a função de aposto de um termo da oração principal. Obser-
relação à primeira, sendo subordinada a ela. Quando um período é ve: Ela tinha um objetivo: que todos fossem felizes. (aposto)
formado de pelo menos um conjunto de duas orações em que uma
delas (a subordinada) depende sintaticamente da outra (principal), ele Orações Subordinadas Adjetivas
é classificado como período composto por subordinação. As orações Exercem a função de adjunto adnominal de algum termo da
subordinadas são classificadas de acordo com a função que exercem. oração principal.
As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas por
Orações Subordinadas Adverbiais um pronome relativo (que, qual, cujo, quem, etc.) e são classifica-
Exercem a função de adjunto adverbial da oração principal (OP). São das em:
classificadas de acordo com a conjunção subordinativa que as introduz: - Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas quando
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração prin- restringem ou especificam o sentido da palavra a que se referem.
cipal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que, visto que. - Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas quan-
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a ocor- do apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se referem,
rência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se, contanto esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem restringi-lo ou
que, a menos que, a não ser que, desde que. especificá-lo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Orações Reduzidas
São caracterizadas por possuírem o verbo nas formas de gerúndio, particípio ou infinitivo. Ao contrário das demais orações subordi-
nadas, as orações reduzidas não são ligadas através dos conectivos. Há três tipos de orações reduzidas:

- Orações reduzidas de infinitivo:


Infinitivo: terminações –ar, -er, -ir.

Reduzida: Meu desejo era ganhar na loteria.


Desenvolvida: Meu desejo era que eu ganhasse na loteria. (Oração Subordinada Substantiva Predicativa)

- Orações Reduzidas de Particípio:


Particípio: terminações –ado, -ido.

Reduzida: A mulher sequestrada foi resgatada.


Desenvolvida: A mulher que sequestraram foi resgatada. (Oração Subordinada Adjetiva Restritiva)

- Orações Reduzidas de Gerúndio:


Gerúndio: terminação –ndo.

Reduzida: Respeitando as regras, não terão problemas.


Desenvolvida: Desde que respeitem as regras, não terão problemas. (Oração Subordinada Adverbial Condicional)

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL

Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa

Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.

Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.

Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.

Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.

Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.

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LÍNGUA PORTUGUESA

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


É PROIBIDO Deve concordar com o substantivo quando há presença
É proibida a entrada.
É PERMITIDO de um artigo. Se não houver essa determinação, deve
É proibido entrada.
É NECESSÁRIO permanecer no singular e no masculino.
Mulheres dizem “obrigada” Homens dizem
OBRIGADO / OBRIGADA Deve concordar com a pessoa que fala.
“obrigado”.
As bastantes crianças ficaram doentes com a
volta às aulas.
Quando tem função de adjetivo para um substantivo,
Bastante criança ficou doente com a volta às
BASTANTE concorda em número com o substantivo.
aulas.
Quando tem função de advérbio, permanece invariável.
O prefeito considerou bastante a respeito da
suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na fila
MENOS
existe na língua portuguesa. para a festa.
As crianças mesmas limparam a sala depois
MESMO Devem concordar em gênero e número com a pessoa a da aula.
PRÓPRIO que fazem referência. Eles próprios sugeriram o tema da
formatura.
Quando tem função de numeral adjetivo, deve
Adicione meia xícara de leite.
concordar com o substantivo.
MEIO / MEIA Manuela é meio artista, além de ser
Quando tem função de advérbio, modificando um
engenheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações adicionais
ANEXO INCLUSO Devem concordar com o substantivo a que se referem. As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da
mensalidade.

Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.

Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.

Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.

Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:

PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum;
contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal;
A
necessário; nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil;
visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente;
DE dotado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato; intolerante;
COM
mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador;
EM
negligente; perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...

Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo
fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado • Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha.
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, / Dei um picolé à minha filha.
modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser • Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática: minha avó até à feira.
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem. • Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado):
Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à
Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto dire- Ana da faculdade.
to), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo. DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em
caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no
Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto in- masculino. Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos
direto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer à escola / Amanhã iremos ao colégio.
o sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da cam-
QUESTÕES
panha eleitoral.

Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o 1. (ENEM - 2012) “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu
verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposi- biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava de-
ção) e de um objeto indireto (com preposição): safetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guara-
à senhora. ni e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil.
Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nati-
EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE CRASE. vistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor
de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e
até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas fa-
Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma cetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito
só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é de- será digitalizada.
marcada com o uso do acento grave (à), de modo que crase não História Viva, n.º 99, 2011.
é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão.
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o em- Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alen-
prego da crase: car e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela alu- (A) a digitalização dos textos é importante para que os leitores
na. possam compreender seus romances.
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especifica- (B) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante
das: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas. porque deixou uma vasta obra literária com temática atempo-
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito ral.
estresse. (C) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digi-
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos dei- talização, demonstra sua importância para a história do Brasil
xando de lado a capacidade de imaginar. Imperial.
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima (D) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importan-
à esquerda. te papel na preservação da memória linguística e da identidade
nacional.
Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a cra- (E) o grande romancista José de Alencar é importante porque
se: se destacou por sua temática indianista.
• Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé.
• Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor ter- 2. (FUVEST - 2013) A essência da teoria democrática é a su-
mos uma reunião frente a frente. pressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou
• Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar. na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos,
• Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te políticos, ou sociais – são solucionáveis pela educação, isto é, pela
atender daqui a pouco. cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida.
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos
a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras. melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica
• Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais
fica a 50 metros da esquina. deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difu-
são desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em
termos que os tornem acessíveis a todos.

(Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.)

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LÍNGUA PORTUGUESA

No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo “chamadas” indica que o autor
(A) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise crítica da sociedade.
(B) considera utópicos os objetivos dessas ciências.
(C) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ciências sociais”.
(D) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências.
(E) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.

3. (UERJ - 2016)

A última fala da tirinha causa um estranhamento, porque assinala a ausência de um elemento fundamental para a instalação de um
tribunal: a existência de alguém que esteja sendo acusado.
Essa fala sugere o seguinte ponto de vista do autor em relação aos usuários da internet:
(A) proferem vereditos fictícios sem que haja legitimidade do processo.
(B) configuram julgamentos vazios, ainda que existam crimes comprovados.
(C) emitem juízos sobre os outros, mas não se veem na posição de acusados.
(D) apressam-se em opiniões superficiais, mesmo que possuam dados concretos.

4. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão adequadamente grafadas.
(A) Silhueta, entretenimento, autoestima.
(B) Rítimo, silueta, cérebro, entretenimento.
(C) Altoestima, entreterimento, memorização, silhueta.
(D) Célebro, ansiedade, auto-estima, ritmo.
(E) Memorização, anciedade, cérebro, ritmo.

5. (ALTERNATIVE CONCURSOS/2016 – CÂMARA DE BANDEIRANTES-SC) Algumas palavras são usadas no nosso cotidiano de forma
incorreta, ou seja, estão em desacordo com a norma culta padrão. Todas as alternativas abaixo apresentam palavras escritas erroneamen-
te, exceto em:
(A) Na bandeija estavam as xícaras antigas da vovó.
(B) É um privilégio estar aqui hoje.
(C) Fiz a sombrancelha no salão novo da cidade.
(D) A criança estava com desinteria.
(E) O bebedoro da escola estava estragado.

6. (SEDUC/SP – 2018) Preencha as lacunas das frases abaixo com “por que”, “porque”, “por quê” ou “porquê”. Depois, assinale a al-
ternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, de classificação.
“____________ o céu é azul?”
“Meus pais chegaram atrasados, ____________ pegaram trânsito pelo caminho.”
“Gostaria muito de saber o ____________ de você ter faltado ao nosso encontro.”
“A Alemanha é considerada uma das grandes potências mundiais. ____________?”

(A) Porque – porquê – por que – Por quê


(B) Porque – porquê – por que – Por quê
(C) Por que – porque – porquê – Por quê
(D) Porquê – porque – por quê – Por que
(E) Por que – porque – por quê – Porquê

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LÍNGUA PORTUGUESA

7. (VUNESP/2017 – TJ-SP) Assinale a alternativa em que todas A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
as palavras estão corretamente grafadas, considerando-se as regras (A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
de acentuação da língua padrão. preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
(A) Remígio era homem de carater, o que surpreendeu D. Firmi- ticamente.
na, que aceitou o matrimônio de sua filha. (B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
(B) O consôlo de Fadinha foi ver que Remígio queria desposa-la possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
apesar de sua beleza ter ido embora depois da doença. raria o sentido do texto.
(C) Com a saúde de Fadinha comprometida, Remígio não con- (C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de
seguia se recompôr e viver tranquilo. informação conhecida, e da especificação, no segundo, com
(D) Com o triúnfo do bem sobre o mal, Fadinha se recuperou, informação nova.
Remígio resolveu pedí-la em casamento. (D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso,
(E) Fadinha não tinha mágoa por não ser mais tão bela; agora, e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.
interessava-lhe viver no paraíso com Remígio. (E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
qual são introduzidas de forma mais generalizada
8. (PUC-RJ) Aponte a opção em que as duas palavras são acen-
tuadas devido à mesma regra: 11. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito correspon- b) CORRETA.
(A) saí – dói dem a um adjetivo, exceto em:
acentuam-se todas as palavras paroxítonas terminadas em ditongo.
A expressão "de
propósito" te o mesmo
(B) relógio – própria RE-LÓ-GI-O (PAROXÍTONA) (A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo. sentido de "
(C) só – sóis (B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
propositalmente", que
PRÓ-PRI- A (PARÓXITONA) é um advérbio de
(D) dá – custará (C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira. modo, porque
modifica o verbo "
(E) até – pé (D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga demorar".
sem fim.
9. (UEPG ADAPTADA) Sobre a acentuação gráfica das palavras (E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.
agradável, automóvel e possível, assinale o que for correto. MEIO - quando significa “mais ou menos”,
é advérbio de intensidade.
(A) Em razão de a letra L no final das palavras transferir a toni- 12. (UMESP) Na frase “As negociações estariam meio abertas
cidade para a última sílaba, é necessário que se marque grafi- só depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são,
camente a sílaba tônica das paroxítonas terminadas em L, se respectivamente:
isso não fosse feito, poderiam ser lidas como palavras oxítonas. (A) adjetivo, adjetivo
(B) São acentuadas porque são proparoxítonas terminadas em L. (B) advérbio, advérbio
(C) São acentuadas porque são oxítonas terminadas em L. (C) advérbio, adjetivo
(D) São acentuadas porque terminam em ditongo fonético – eu. (D) numeral, adjetivo
(E) São acentuadas porque são paroxítonas terminadas em L. (E) numeral, advérbio

10. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto: 13. (BANCO DO BRASIL) Opção que preenche corretamente as
Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook? lacunas: O gerente dirigiu-se ___ sua sala e pôs-se ___ falar ___
Uma organização não governamental holandesa está propondo todas as pessoas convocadas.
um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias (A) à - à – à
sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o (B) a - à – à
grau de felicidade dos usuários longe da rede social. (C) à - a – a
O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi- (D) a - a – à
cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que (E) à - a - à
o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par-
ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar 14. (FEI) Assinalar a alternativa que preenche corretamente as
um contador na rede social. lacunas das seguintes orações:
Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade I. Precisa falar ___ cerca de três mil operários.
dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência. II. Daqui ___ alguns anos tudo estará mudado.
Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam III. ___ dias está desaparecido.
em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso, IV. Vindos de locais distantes, todos chegaram ___ tempo ___
a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam reunião.
ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
(A) a - a - há - a – à
(http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.) (B) à - a - a - há – a
(C) a - à - a - a – há
Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa- (D) há - a - à - a – a
rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro- (E) a - há - a - à – a.
pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos
usuários longe da rede social.”

27
LÍNGUA PORTUGUESA

15. (TRE) O uso do acento grave (indicativo de crase ou não) (D) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um
está incorreto em: morador não muito consciente com a limpeza da cidade.
C (A) Primeiro vou à feira, depois é que vou trabalhar. (E) O roteiro do filme oferece uma versão de como consegui-
C (B) Às vezes não podemos fazer o que nos foi ordenado. mos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra,
C (C) Não devemos fazer referências àqueles casos. a aventura à repetição.
C(D) Sairemos às cinco da manhã.
E (E) Isto não seria útil à ela. 20. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamente
as lacunas correspondentes.
16. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós A arma ___ se feriu desapareceu.
____________________.” Estas são as pessoas ___ lhe falei.
Aqui está a foto ___ me referi.
Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada- Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava.
mente a frase acima. Assinale-a. Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos.
(A) desfilando pelas passarelas internacionais.
(B) desista da ação contra aquele salafrário. (A) que, de que, à que, cujo, que.
(C) estejamos prontos em breve para o trabalho. (B) com que, que, a que, cujo qual, onde.
(D) recuperássemos a vaga de motorista da firma. (C) com que, das quais, a que, de cujo, onde.
(E) tentamos aquele emprego novamente. (D) com a qual, de que, que, do qual, onde.
(E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja.
17. (ITA - 1997) Assinale a opção que completa corretamente
as lacunas do texto a seguir: 21. (FESP) Observe a regência verbal e assinale a opção falsa:
“Todas as amigas estavam _______________ ansiosas (A) Avisaram-no que chegaríamos logo.Alternativa “A”, pois o correto seria: Avisaram-no de
_______________ ler os jornais, pois foram informadas de que as (B) Informei-lhe a nota obtida. que chegaríamos logo.

críticas foram ______________ indulgentes ______________ ra- (C) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos
paz, o qual, embora tivesse mais aptidão _______________ ciên- sinais de trânsito.
cias exatas, demonstrava uma certa propensão _______________ (D) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo.  
arte.” (E) Muita gordura não implica saúde.
(A) meio - para - bastante - para com o - para - para a
(B) muito - em - bastante - com o - nas - em 22. (FMPA – MG)
(C) bastante - por - meias - ao - a - à Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamen-
(D) meias - para - muito - pelo - em - por te aplicada: PERFUMADO
(E) bem - por - meio - para o - pelas – na (A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes. A INFLIGIR - PLICOU A
(B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros. PENA

18. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo (C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche. INFRIGIR - DESOBEDECER
(INFRAÇÃO
com a gramática: (D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever.
I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores. (E) A cessão de terras compete ao Estado.
II - Muito obrigadas! – disseram as moças.
III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada. 23. (UEPB – 2010)
IV - A pobre senhora ficou meio confusa. Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos
V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso. maiores nomes da educação mundial na atualidade.

(A) em I e II Carlos Alberto Torres


(B) apenas em IV 1
O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por-
(C) apenas em III tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito no
(D) em II, III e IV 3
pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diversida-
(E) apenas em II de não só em ideias contrapostas, mas também em 5identidades que
se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um processo
19. (FUVEST – 2001) A única frase que NÃO apresenta desvio de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diversidade está
em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se a diversidade
culta é: fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e a realidade fos-
(A) O governador insistia em afirmar que o assunto principal se uma boa articulação 10dessa descrição demográfica em termos de
seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam constante articulação 11democrática, você não sentiria muito a pre-
líderes pefelistas. sença do tema 12diversidade neste instante. Há o termo diversidade
(B) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do porque há 13uma diversidade que implica o uso e o abuso de poder,
qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros pa- de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça, de classe.
íses passou despercebida. […]
(C) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a
dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação
ONDE
social.

28
LÍNGUA PORTUGUESA

Rosa Maria Torres Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vocábulo
15
O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se o contexto, é
16
muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17po- (A) ceticismo.
lítico e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e (B) desdém.
pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de (C) apatia.
reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a (D) desinteresse.
escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o (E) negligência.
tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas
indesejadas. 25. (CASAN – 2015) Observe as sentenças.
[…] I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz.
II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo.
Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e possibi- III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil
lidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29. para os carros e os pedestres.

Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de ho-
identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que mônimos e parônimos. I. Com medo do escuro, a criança ascendeu (acendeu) a luz. ERRADA
I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo (A) I e III. II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo. Correta
semântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperôni- (B) II e III.
mo, em relação à “diversidade”. (C) II apenas. III. O tráfico (Trafégo) nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil para os
carros e os pedestres. ERRADA
II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi- (D) Todas incorretas.
dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura
no paradigma argumentativo do enunciado.
GABARITO
III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso co-
loquial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversi-
dade e identidade”.
1 D
Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposi- 2 E
ção(ões) verdadeira(s). 3 C
(A) I, apenas
(B) II e III 4 A
(C) III, apenas 5 B
(D) II, apenas
6 C
(E) I e II
7 E
24. (UNIFOR CE – 2006) 8 B
Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televi-
sões hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao 9 E
resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um 10 D
rio. Assisti ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário, o
silêncio em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram as 11 B
suas ocupações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar. Per- 12 B
guntei-me: indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra,
13 C
indiferença é sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e
de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de 14 A
ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada 15 E
de particular”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralida-
de. 16 C
Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis 17 A
diante da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa
indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, segui- 18 C
mos surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de mas- 19 E
sa “quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na
20 C
igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e dis-
tância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos 21 A
estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […] 22 C
(Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto, 2001. 23 B
p.68) 24 D
25 C

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LÍNGUA PORTUGUESA

ANOTAÇÕES

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

TÍTULO II
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE TRÊS RIOS/RJ DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Prezado (a), CAPÍTULO I


Estamos disponibilizando a Lei Orgânica mais recente, revisada DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
em 2018.
Art. 6° - Todos têm o direito de viver com dignidade.
Bons estudos! Parágrafo Único – É dever do Município garantir a todos quali-
dade de vida compatível com a dignidade da pessoa humana, asse-
EMENDA ESPECIAL, EM 19 DE NOVEMBRO DE 2002, gurando-lhes educação, serviço de saúde, alimentação, habitação,
À LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO transporte, saneamento básico, suprimento energético, drenagem,
trabalho remunerado, lazer e atividades econômicas, devendo as
Revisada – 2002 dotações orçamentárias contemplarem diferencialmente tais ativi-
(Atualizada em 03/08/2018) dades, segundo planos e programas de governo.
Art. 7° - O Município de Três Rios garantirá a plenitude dos di-
Preâmbulo reitos e garantias individuais e coletivos, mencionados na Constitui-
A MESA DIRETORA DA CÂMARA MUNICIPAL DE TRÊS RIOS, no ção Federal, bem como de quaisquer outros decorrentes do regime
uso de suas atribuições e invocando a proteção de Deus, promul- e dos princípios que ela adota e daqueles constantes de tratados
ga a seguinte Emenda especial à LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE internacionais firmados pelo Brasil.
TRÊS RIOS: §1° - Ninguém será discriminado, prejudicado ou privilegiado
em razão do nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, opção sexual,
TÍTULO I estado civil, trabalho rural ou urbano, religião, convicções políticas
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ou filosóficas, deficiência física ou mental por ter cumprido pena ou
por qualquer particularidade ou convicção.
Art. 1° - O povo é o sujeito da vida política e da história do Mu- §2° - O Município estabelecerá sanções de natureza administrati-
nicípio de Três Rios. va, econômica e financeira, a quem incorrer em qualquer tipo de discri-
Art. 2° - Todo o poder emana do povo que o exerce por meio de minação, independentemente das sanções criminais previstas em lei.
representantes eleitos na §3° - No serviço público municipal serão proibidas diferenças
forma da lei. salariais para trabalho igual, assim como critério de admissão e es-
Art. 3° - A soberania popular se manifesta, na sua plenitude, tabilidade profissional discriminatórios, por qualquer dos motivos
quando a todos são asseguradas condições dignas de existência e previstos no parágrafo primeiro, atendidas as qualificações das pro-
será exercida: fissões estabelecidas em lei.
I - pelo sufrágio universal e pelo voto direto; Art. 8° - As omissões do poder público na esfera administrativa,
II - pelo plebiscito; que tornem inviável o exercício dos direitos constitucionais, serão
III- pelo referendo; supridas, no prazo fixado em lei, sob pena de responsabilidade da
IV- pela iniciativa popular do processo legislativo; autoridade competente, após requerimento do interessado, sem
V- pela participação popular em conselhos deliberativos. prejuízo da utilização do mandado de injunção, da ação de inconsti-
Art. 4° - O Município de Três Rios, integrante do Estado do Rio tucionalidade e mais medidas judiciais.
de Janeiro e da República Federativa do Brasil, se compromete – e o Art. 9° - São assegurados a todos, independente do pagamento
proclama – a manter em seu território os valores que fundamentam de taxas, emolumentos ou de garantia de instância, os seguintes
a existência e a organização do Estado Brasileiro, quais sejam, além direitos:
da soberania da Nação e de seu povo, a dignidade da pessoa huma- I- de petição e representação;
na, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo II- de obtenção de certidões em repartições públicas para de-
político – tudo em busca de uma sociedade livre, justa, solidária e fesa de diretos.
isenta de preconceitos. Art. 10 - São gratuitos para pessoas reconhecidamente pobres
Art. 5° - O Município de Três Rios reger-se-á por esta Lei Orgâni- o sepultamento e procedimentos específicos em cemitérios públi-
ca e outras que vier a adotar, observados os princípios constitucio- cos do município.
nais da República e do Estado do Rio de Janeiro. Parágrafo Único – Aos beneficiados por esse artigo não se lhes
concederá perpetuidade de sepultura.
Art. 11 - Os procedimentos administrativos obedecerão aos
princípios constitucionais da legalidade, moralidade, impessoalida-
de e publicidade.

31
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Art. 12 - Ninguém será discriminado ou prejudicado pelo fato CAPÍTULO III


de haver litigado ou estar litigando com órgãos municipais nas esfe- DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO IDOSO
ras administrativas ou judiciais.
Parágrafo Único – Aos litigantes e aos acusados em processos Art. 23 - Compete ao Município:
administrativos, o poder público garantirá o contraditório e a ampla I- Dar assistência aos idosos, à maternidade e aos excepcionais.
defesa. II- Suplementar a legislação federal e a estadual dispondo so-
Art. 13- Todos têm direito de receber, no prazo fixado em lei, bre a proteção à infância, à juventude e às pessoas portadoras de
informações objetivas, de interesse particular, coletivo ou geral, deficiência garantindo-lhes o acesso a logradouros, edifícios públi-
acerca dos atos e projetos do Município, bem como dos respectivos cos e veículos de transporte coletivo.
órgãos da administração pública. III- Dispor sobre a adaptação dos logradouros e dos edifícios de
Art. 14 - Todos os cidadãos têm direito de tomar conhecimen- uso público, a fim de garantir o acesso adequado às pessoas porta-
to, gratuitamente, do que constar a seu respeito nos registros ou doras de deficiências, de conformidade com a lei.
bancos de dados do Município, bem como do fim a que se destinam IV- Colaborar com as entidades assistenciais que visem a prote-
estas informações, podendo exigir-lhes, a qualquer tempo retifica- ção e a educação da criança.
ção e atualização. V- Amparar as pessoas idosas, assegurando-lhes participação
Art. 15 - Não poderão ser objeto de registro os dados referen- na comunidade, defendendo-lhes a dignidade e o bem-estar.
tes a convicções filosófica, política e religiosa, à filiação partidária e VI- Colaborar com a União, o Estado e outros municípios para
sindical, nem os que digam respeito à vida privada e à intimidade a solução dos problemas dos menores desamparados ou desajusta-
pessoal, salvo quando tratar-se de procedimento estatístico não in- dos, através de processos adequados de permanente recuperação.
dividualizado. VII- É dever do Município criar programas de prevenção e aten-
Art. 16 - O Município deverá garantir o livre acesso de todos dimento especializado à criança e ao adolescente, dependentes de
os cidadãos às praias de rios e cachoeiras, proibindo, nos limites de entorpecentes e drogas.
sua competência, edificações particulares sobre as areias. Art. 24 - O poder público municipal deverá criar um conselho
Art. 17 - O Município garantirá a criação e manutenção de abri- de proteção dos direitos e defesa da criança, do adolescente e do
gos para acolhimento provisório de mulheres e crianças vítimas de idoso.
violência, bem como auxílio para subsistência.
Art. 18 - O Município instituirá sistema municipal de creches e TÍTULO III
educação infantil. DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL
Art. 19 - O título de domínio e a concessão de uso do solo, tanto
na área urbana quanto rural, serão conferidos ao homem, à mulher, CAPÍTULO I
ou a ambos, independentemente do estado civil. DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO II Art. 25 - O Município de Três Rios é uma unidade do território


DOS DIREITOS SOCIAIS do estado do Rio de Janeiro, dotado de autonomia política, admi-
nistrativa e financeira e se regerá por esta Lei Orgânica e outras que
Art. 20 - A liberdade de associação profissional ou sindical será adotar.
assegurada pelo poder público. Art. 26 - São poderes do Município, independentes e harmôni-
Art. 21 - Os empregados das empresas públicas e sociedades cos entre si, o Legislativo e o Executivo.
de economia mista serão representados, na proporção de 1/3 (um Art. 27 - São símbolos do Município: a Bandeira, o Brasão e o
terço), nos conselhos de administração e fiscal das entidades refe- Hino de Três Rios. Parágrafo Único – A lei poderá criar novos símbo-
ridas. los e modificar os atuais.
§1º – O Município garantirá a institucionalização de comissões
paritárias de trabalho, nos órgãos da administração direta e indi- CAPÍTULO II
reta. DA DIVISÃO ADMINISTRATIVA
§2º – Os representantes dos trabalhadores serão eleitos para
um mandato de dois anos, por votação secreta, vedadas a reeleição Art. 28 - O Município é dividido em distritos.
e a eleição daqueles que exercem cargo ou função de confiança. Parágrafo Único – A sede do Município dá-lhe o nome e tem a
§3º – É assegurada a participação dos trabalhadores e empre- categoria de cidade
gados nos colegiados dos órgãos públicos em que interesses profis- Art. 29 - O distrito é parte integrante do território municipal,
sionais ou previdenciais sejam objetos de discussão e deliberação. com denominação própria.
§4º – Os representantes dos trabalhadores, a partir do registro Parágrafo Único – É facultada a descentralização administrativa
de suas candidaturas e até o ano após o término dos mandatos, com a criação de administrações distritais, por meio de lei de inicia-
têm assegurada a estabilidade no emprego nos termos da legisla- tiva do Poder Executivo.
ção pertinente. Art. 30 - Os bairros constituem as porções contínuas e contí-
§5º – Nas entidades de que trata este artigo serão criadas co- guas do território da sede e possuem denominação própria.
missões permanentes de acidentes compostas equitativamente de Art. 31 - Vila será constituída de porção contínua do distrito e
representantes da empresa e dos trabalhadores. possuirá denominação própria.
Art. 22 - O Município garantirá a educação não diferenciada a Art. 32 - A criação, organização, supressão ou fusão de distrito
alunos de ambos os sexos, eliminando práticas discriminatórias não depende de lei, após consulta plebiscitária às populações direta-
só nos currículos escolares como no material didático. mente interessadas.

32
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

CAPÍTULO III XX- organizar e manter os serviços de fiscalização necessários


DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO ao exercício do seu poder de polícia administrativa;
XXI- fiscalizar nos locais de venda, peso, medidas, preços e con-
SEÇÃO I dições sanitárias dos gêneros alimentícios, observada a legislação
DA COMPETÊNCIA PRIVATIVA federal pertinente;
XXII- dispor sobre depósito e, mediante licitação, a venda de
Art. 33 - Compete privativamente ao Município: animais e mercadorias apreendidas em decorrência de transgres-
I- legislar sobre assunto de interesse local; são da legislação municipal;
II- suplementar a legislação federal e a estadual, no que couber; XXIII- dispor sobre o registro, guarda, vacinação e captura de
III - elaborar o plano plurianual e o orçamento anual; animais, com finalidade única de controlar e erradicar moléstias de
IV- instituir e arrecadar os tributos municipais, bem como apli- que possam ser portadores ou transmissores;
car suas rendas sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas XXIV- disciplinar e fiscalizar os serviços de carga e descarga,
e publicar balancetes, nos prazos fixados em lei; bem como fixar a tonelagem máxima permitida a veículos que cir-
V- criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação culem nas vias públicas municipais, inclusive nas vicinais, cuja con-
estadual; servação seja de sua competência;
VI- dispor sobre a organização, administração e execução dos XXV- sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais, bem
serviços municipais; como regulamentar e fiscalizar sua utilização;
VII - dispor sobre a administração, utilização e alienação dos XXVI- regulamentar a fiscalização dos logradouros públicos e,
bens públicos; especialmente, no perímetro urbano, determinar o itinerário e os
VIII- organizar e prestar diretamente, ou sob regime de conces- pontos de parada obrigatória de veículos de transporte coletivo;
são ou permissão, os serviços públicos locais, inclusive de transpor- XXVII - fixar e sinalizar as zonas de silêncio e de trânsito e de
te coletivo que tem caráter essencial; tráfego em condições especiais;
IX- manter, sob sua responsabilidade, programas de educação XXVIII- regular, executar, licenciar, fiscalizar, conceder, permitir
infantil e de ensino fundamental e, ainda, atendimento especial aos ou autorizar, conforme o caso:
que não frequentaram a escola na idade própria; a - o serviço de carros de aluguel, inclusive o uso de taxímetro;
X- instituir, executar e apoiar programas educacionais e cultu- b - os serviços funerários e os cemitérios;
rais que propiciem o pleno desenvolvimento da criança e do ado- c - os serviços de mercado, feiras e matadouros públicos;
lescente; d - os serviços de construção e conservação de estradas, ruas e
XI- estimular a participação popular na formulação de políticas vias ou caminhos municipais;
públicas e sua ação governamental, estabelecendo programas de e - os serviços de iluminação pública;
incentivo a projetos de organização comunitária nos campos social f - a fixação de cartazes e anúncios, bem como a utilização de
e econômico e cooperativas de produção; quaisquer outros meios de publicidade e propaganda, nos locais su-
XII- prestar serviços de atendimento à saúde da população, jeitos ao poder de polícia municipal.
inclusive de assistência nas emergências médico-hospitalares de XXIX- fixar os locais de estacionamento e veículos;
pronto socorro, com recursos próprios ou mediante convênios XXX- estabelecer servidões administrativas necessárias à reali-
com entidades especializadas e cooperação técnico e financeira da zação de seus serviços, inclusive à dos seus concessionários;
União e do Estado; XXXI- adquirir bens, inclusive por meio de desapropriação;
XIII- planejar e controlar o uso, o parcelamento e a ocupação XXXII- assegurar a expedição de certidões, gratuitamente,
do solo em seu território, especialmente de sua zona urbana; quando requeridas às repartições municipais, para a defesa de di-
XIV- estabelecer normas de edificação, loteamento, arruamen- reitos e esclarecimentos de situações;
to e zoneamento urbano e rural, bem como as limitações urbanísti- XXXIII- fixar as data dos feriados municipais;
cas convenientes à ordenação de seu território, observada a legis- Parágrafo Único – As competências neste artigo não esgotam o
lação pertinente; exercício privativo de outras, na forma da lei, desde que atenda ao
XV- instituir, planejar, fiscalizar programas de desenvolvimen- peculiar interesse do Município e ao bem-estar de sua população e
to urbano nas áreas de habitação e saneamento básico, de acordo não conflite com a competência federal e estadual;
com as diretrizes estabelecidas na legislação federal; XXXIV-descontar mensalmente os valores devidos por seus
XVI- prover sobre a limpeza das vias e logradouros públicos, servidores à sua entidade de classe, desde que por esta notificado,
remoção e destino do lixo domiciliar ou não, do lixo hospitalar, bem devendo efetuar o repasse do montante no prazo máximo de 10 (
como de outros detritos e resíduos de qualquer natureza; dez ) dias.
XVII- conceder e renovar licença para localização e funciona-
mento de estabelecimentos comerciais, industriais e prestadores SEÇÃO II
de serviços e regulamentar o comércio ambulante em local próximo DA COMPETÊNCIA COMUM
ao centro comercial e de quaisquer outros;
XVIII- cassar licença que houver sido concedida a estabeleci- Art. 34 - É de competência comum do Município, União e Esta-
mento cuja atividade venha a se tornar prejudicial à saúde, à higie- do, na forma prevista em lei complementar federal:
ne, ao sossego, ao meio ambiente e à segurança; I- zelar pela guarda da constituição, das leis e das instituições
XIX- ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horá- democráticas e conservar o patrimônio público;
rios para funcionamento de estabelecimentos industriais, comer- II- cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia
ciais, de serviços e outros, atendidas as normas da legislação fede- das pessoas portadoras de deficiências;
ral aplicável;

33
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

III- proteger os documentos, as obras e os outros bens de valor §2º – A veiculação da publicidade a que se refere o presente
histórico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis artigo é adstrita a veículos sediados no Município, salvo as inscritas
e os sítios arqueológicos; em órgãos impressos de âmbito nacional ou regional.
IV- impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de §3º – O poder executivo publicará e enviará à Câmara Munici-
obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cul- pal, no prazo de trinta dias após o encerramento do trimestre, re-
tural; latório completo sobre gastos publicitários da administração direta
V- proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à e indireta.
ciência; §4º – As empresas estatais, que sofrem concorrência do merca-
VI- proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual- do, restringir-se-ão a publicidade ao seu objeto social, não estando
quer de suas formas; sujeitas ao exposto nos parágrafos primeiro e segundo.
VII - preservar florestas, a fauna e a flora; §5º – Verificada a violação a que se refere o presente artigo, a
VIII- fomentar a produção agropecuária e organizar o abasteci- Câmara Municipal, por maioria absoluta de seus membros, deter-
mento de gêneros alimentícios; minará a suspensão imediata da publicidade, sob pena de respon-
IX- promover programas de construção de moradias e melhoria sabilidade.
das condições habitacionais e do saneamento básico; Art. 38 - É vedada a utilização de nomes, símbolos, sons e ima-
X- combater as causas da pobreza e os fatores de marginaliza- gens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidor
ção, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; público.
XI- registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos
de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seu SEÇÃO II
território; DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL E DA ESTRUTURA ADMINIS-
XII- estabelecer e implantar política de educação para a segu- TRATIVA
rança do trânsito;
XIII - prestar socorro às populações atingidas nos casos de ca- Art. 39 - A Administração Municipal é constituída dos órgãos
lamidade pública; integrados na estrutura administrativa da Prefeitura e de entidades
dotadas de personalidade jurídica própria.
SEÇÃO III §1º – Os órgãos da administração direta, que compõem a es-
DAS VEDAÇÕES trutura administrativa da Prefeitura, se organizam e se coordenam
atendendo aos princípios técnicos recomendáveis ao bom desem-
Art. 35 - Ao Município é vedado, além de outros casos previstos penho de suas atribuições, e são:
em lei: a - secretarias municipais;
I- estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, b - administrações distritais;
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus re- c - conselhos municipais.
presentantes relações de dependência ou aliança, ressalvadas, na §2º – As entidades dotadas de personalidade jurídica própria,
forma da lei, a colaboração de interesse público; que compõem a administração indireta, se classificam em:
II- recusar fé aos documentos públicos; I- autarquia;
III- criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si; II- empresa pública;
IV- subvencionar ou auxiliar, de qualquer forma, com recursos III- sociedade de economia mista;
públicos, quer pelo rádio, televisão, serviço de auto-falante, carta- IV - fundação pública.
zes, anúncios ou outros meios de comunicação, propaganda políti- §3º – A entidade de que trata o inciso IV, do parágrafo segundo,
co partidária ou a que se destinar à campanha ou objetivos estra- adquire personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública
nhos à administração e ao interesse público. de sua constituição no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídi-
cas, não se lhe aplicando as mais disposições do Código Civil con-
CAPÍTULO IV cernentes às fundações.
DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA MUNICIPAL
CAPÍTULO V
SEÇÃO I DOS ATOS MUNICIPAIS
DISPOSIÇÕES GERAIS
SEÇÃO I
Art. 36 - A administração pública do Município obedecerá aos DA PUBLICAÇÃO
princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade e publicidade.
Art. 37 - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e Art. 40 - A publicação das Leis e Atos Municipais far-se-á em
campanhas da administração pública do Município, fundações e Boletim Informativo Oficial do Município, com circulação periódica
órgãos controlados pelo poder público, ainda que custeados por de, no mínimo, três vezes ao mês ou jornal local, com edição peri-
entidades privadas, deverá ter caráter educativo, informativo ou de ódica de, no mínimo, três vezes por semana.(redação modificada
orientação social e será realizada de forma a não abusar da con- pela Emenda nº 39 de 18/05/05)
fiança do cidadão, não explorar-lhe a falta de experiência e a cre- §1º – Nenhum ato produzirá efeitos antes de sua publicação.
dibilidade. §2º – A escolha do órgão e imprensa para a divulgação das leis
§1º – A publicidade a que se refere este artigo somente poderá e atos administrativos far-se- á através de licitação em que se leva-
realizar-se após a aprovação pela Câmara Municipal de plano anual rão em conta não só as condições de preço, como as circunstâncias
de publicidade. de frequência, tiragem e distribuição.

34
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§3º – A publicação de atos não normativos poderá ser resumi- II- portaria, nos seguintes casos:
da. a - provimento e vacância de cargos públicos e demais atos de
§4º – A Câmara Municipal, a Prefeitura Municipal e a Biblioteca efeitos individuais; b - lotação e relotação nos quadros de pessoal;
Municipal manterão arquivos das edições dos órgãos fiscais, facul- c - abertura de sindicância e processos administrativos, aplica-
tando o acesso aos interessados. ção de penalidades e demais atos individuais de efeitos internos.
Art. 41 - Os poderes públicos promoverão a consolidação, a III- contrato, nos seguintes casos:
cada quatro anos, por meio de edição popular, das leis e atos nor- a - admissão de servidores para serviços de caráter temporário,
mativos municipais, para a venda a preço de custo. observado o disposto no artigo 77, XI, da Constituição do Estado;
b - execução de obras e serviços municipais, nos termos da lei.
SEÇÃO II Parágrafo Único – Os atos constantes dos incisos II e III são delegá-
DOS LIVROS E REGISTROS veis.
Art. 44 - O poder público municipal não poderá contratar com
Art. 42 - O Município terá obrigatoriamente entre os livros ne- pessoa física ou jurídica em débito com a Fazenda Federal, Estadual
cessários aos seus serviços os seguintes: ou Municipal.
I- termos de compromisso e posse, e de declaração de bens; Art. 45 - As decisões dos Conselhos Municipais, dentro de sua
II- registro de leis, resoluções, decretos, regulamentos, regi- competência, terão a forma de deliberações, observadas as disposi-
mentos, instruções e portarias; ções dos respectivos regimentos internos.
III- atas das sessões da Câmara;
IV- cópias de correspondências oficiais; SEÇÃO IV
V - licitações e contratos em geral; DAS CERTIDÕES
VI - concessões, permissões e autorizações de bens imóveis e
serviços públicos; Art. 46 - Os poderes municipais são obrigados a fornecer a
VII - protocolo de indicações de arquivamento de livros e do- qualquer interessado, no prazo máximo de quinze dias, certidões
cumentos; dos atos, contratos e decisões, desde que requeridas para fim de
VIII - contabilidade e finanças; direito determinado, sob pena de responsabilidade da autoridade
IX - registro da dívida ativa; ou servidor que negar ou retardar sua expedição.
X- tombamento de bens imóveis; §1º – As certidões relativas ao Poder Executivo serão forne-
XI- registro de loteamentos aprovados. cidas pela Secretaria ou órgão equivalente competente, exceto as
§1º – Os livros serão numerados, abertos, rubricados e encer- declamatórias de efetivo exercício do prefeito, que serão fornecidas
rados pelo Prefeito ou pelo Presidente da Câmara, conforme o caso, pelo Presidente da Câmara.
ou por funcionário designado para tal fim. §2º – O requerente, ou seu procurador, terá vista de documen-
§2º – Os livros referidos neste artigo, bem como qualquer ou- tos ou processos na própria repartição em que se encontre.
tro de uso do Legislativo e do Executivo, poderão ser substituídos Art. 47 - Os servidores públicos observarão, na expedição dos
por fichas, folhas soltas destinadas a posterior encadernação, ou atos de sua competência, os prazos fixados pelos respectivos secre-
outro sistema convenientemente autenticado. tários ou diretores com atribuições equivalentes, que em nenhuma
hipótese poderá exceder a trinta dias, nos seguintes casos:
SEÇÃO III I- despacho de mero impulso e prestação de informações;
DA FORMA DOS ATOS ADMINISTRATIVOS II- providências a serem procedidas pelos administradores, sal-
vo prazo diverso especialmente fundamentado;
Art. 43 - Os atos administrativos de competência do Prefeito III- apresentação de pareceres e relatórios;
observarão às seguintes normas: IV - proferir decisão conclusiva.
I - decreto, numerado em ordem cronológica, nos seguintes
casos: CAPÍTULO VI
a - regulamentação de lei; DOS RECURSOS HUMANOS
b - instituição, modificação, ou extinção das atribuições não
constantes de lei; SEÇÃO I
c - regulamentação interna dos órgãos que foram criados na DISPOSIÇÕES GERAIS
administração municipal;
d - abertura de créditos especiais e suplementares, até o limite Art. 48 - Os servidores públicos - funcionários e empregados -
autorizado por lei, assim como os créditos extraordinários; são os recursos humanos dos Poderes Públicos Municipais
e - declaração de utilidade pública ou necessidade social, para Parágrafo Único – Para os fins deste artigo:
fins de desapropriação ou de servidão administrativa; I- funcionário é o servidor ocupante de cargo público criado
f - aprovação de regulamento ou de regimento de entidades por lei;
que compõem a administração municipal; II- empregado é o servidor contratado por qualquer órgão do
g - permissão de uso de bens municipais; governo sob o regime da CLT.
h - medidas executórias do Plano de Desenvolvimento Integra- III- ficam proibidos de ocupar cargos comissionados ou funções
do; i - normas de efeitos externos não privativos da lei; gratificadas na Administração Pública do Município de Três Rios, to-
j - fixação e alteração de preços; dos aqueles que se enquadrarem nas condições de inelegibilidade,
l - criação, extinção, declaração ou modificação de direitos ad- nos termos da Legislação Federal, Lei Complementar nº 135/2010.
ministrativos não privativos de lei; (inciso inserido pela Emenda à LOM nº 48 de 23/11/12)

35
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Art. 49 – Assim na União como nos estados, o Município iden- III- vedação do exercício, desde que subordinado diretamente
tificará, na sua estrutura administrativa, funções típicas de estado, por cônjuge, de direito ou de fato, ascendentes, descendentes, ou
cujo desempenho será atribuição de funcionário efetivo. colaterais, consanguíneos ou afins, até segundo grau, em relação ao
Parágrafo Único – São funções típicas de estado, no âmbito presidente da Câmara Municipal, ao prefeito, aos vereadores e aos
municipal: procuradoria jurídica; finanças, envolvendo: tributação, secretários municipais.
arrecadação e fiscalização de rendas; segurança ( guarda municipal Art. 58 - A investidura dos servidores públicos, de qualquer dos
); fiscalização de obras, de serviços urbanos, de costumes ( posturas poderes municipais, depende de aprovação prévia em concurso pú-
), de higiene ( profilaxia ), de trânsito ( se e quando o Município as- blico de provas ou de provas e títulos.
sumir a competência ), de transporte coletivo e de meio ambiente, Art. 59 - Os regulamentos de concursos públicos observarão o
entre outras. seguinte:
Art. 50 – Na administração indireta aplicar-se-á preferencial- I- participação, na organização e nas bancas examinadoras, de
mente o regime jurídico da Consolidação das Leis do Trabalho. representantes do conselho seccional regulamentador do exercício
Art. 51 – A cessão de servidores da administração direta a ou- profissional, quando for exigido conhecimento técnico dessa pro-
tras entidades somente será deferida sem ônus para o cedente, fissão;
exceto para o Cartório Eleitoral da Comarca, Junta Militar do Muni- II- fixação de limites mínimos de idade, segundo a natureza dos
cípio e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Três Rios. serviços e as atribuições do cargo ou emprego;
Parágrafo Único – A remuneração do servidor cedido não po- III- previsão de exames de saúde e de testes de capacitação físi-
derá ser reduzida a valor inferior à percebida na época da cessão. ca, necessários ao atendimento das exigências para o desempenho
Art. 52 – O Plano de Classificação de Cargos dos Funcionários das atribuições do cargo ou emprego;
Públicos Civis do Município deverá ser revisto sempre que houver IV- estabelecimento de critérios objetivos de aferição de provas
alteração de sistemas ou de procedimentos impostos por reformas e títulos, quando possível, bem como para desempate;
constitucionais. V- correção de provas sem identificação dos candidatos;
Art. 52-A – Fica assegurada aos servidores ativos e inativos, VI- divulgação dos gabaritos, anterior ao resultado das provas
ocupantes de cargos comissionados, agentes políticos de qualquer objetivas;
poder deste município, da administração direta, indireta, autárqui- VII- direito de revisão de provas quanto a erro material, por
ca, empresas públicas, fundações e fundos especiais, a revisão geral meio de recurso, em prazo não inferior a cinco dias, a contar da
anual das remunerações e dos subsídios, no dia 01 de janeiro de publicação dos resultados;
cada ano. (artigo inserido pela Emenda nº 51 de 23/03/2016) VIII- estabelecimento de critérios objetivos para apuração da
Parágrafo Único – O Poder Executivo instituirá até 01 de feve- idoneidade do candidato, assegurada ampla defesa;
reiro de 2006 o Conselho Municipal de Política de Administração e IX- vinculação da nomeação dos aprovados à ordem classifica-
Remuneração de Pessoal integrado por servidores paritariamente tória;
designados pelos Poderes Municipais e Sindicato da Classe. (pará- X - vedação de:
grafo inserido pela Emenda nº 40 de 08/12/2005) a - fixação de limite máximo de idade;
Art. 53 – As vantagens de qualquer natureza só poderão ser b - verificações concernentes à intimidade e à liberdade de
concedidas por lei quando atenderem efetivamente ao interesse consciência e de crença, inclusive política e ideológica;
público e às exigências do serviço. c - sigilo na prestação de informações sobre a idoneidade do
Art. 54 - Ao funcionário público municipal é assegurado o rece- candidato, tanto no que respeita à identidade do informante, como
bimento de adicional por tempo de serviço, sempre concedido por aos fatos e as pessoas a que se referir;
triênio, sendo o primeiro em dez por cento e os demais em cinco d - prova oral eliminatória;
por cento, limitado ao máximo por onze triênios. e - presença, na banca examinadora, de parentes até o tercei-
Art. 55 - Nenhum servidor poderá ser diretor, ou integrar con- ro grau, consanguíneos e afins, de candidatos inscritos, admitida a
selho de empresa fornecedora ou que realize qualquer modalidade arguição de suspeição ou de impedimento, nos termos da lei pro-
de contrato com o Município, sob pena de demissão do serviço pú- cessual civil, sujeita a decisão a recurso hierárquico, no prazo de
blico. cinco dias.
Art. 56 - Ao servidor público municipal é assegurado o direito Parágrafo Único – A participação de que trata o inciso I será
de recusa ao trabalho em ambientes sem controle adequado, que dispensada se, em dez dias, o Conselho Seccional não se fizer repre-
ponham em risco sua segurança e saúde, garantida sua permanên- sentar, por titular ou suplente, prosseguindo-se o concurso.
cia no cargo ou emprego.
SEÇÃO III
SEÇÃO II DO EXERCÍCIO
DA INVESTIDURA
Art. 60 - São estáveis, após três anos de efetivo exercício, os
Art. 57 - Em qualquer dos poderes a nomeação para cargos de funcionários públicos civis nomeados em virtude de concurso pú-
confiança, ressalvada a de Secretário Municipal, observará o se- blico.
guinte: §1º – O funcionário público só perderá o cargo mediante pro-
I- formação técnica, quando as atribuições a serem exercidas cesso administrativo, em que lhe seja assegurada ampla defesa, ou
pressuponham conhecimento específico que a lei cometa, privati- em virtude de processo criminal, cuja sentença judicial transitada
vamente, a determinada categoria profissional; em julgado, assim o determine.
II- exercício preferencial por servidores público;

36
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§2º – Invalidada, por sentença judicial, a demissão do servidor b - aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magis-
público civil, será ele reintegrado, garantindo-se-lhe a percepção tério, se professor, assim considerado especialista em educação, e
dos vencimentos atrasados. vinte e cinco, se professora, nas mesmas condições, com provimen-
§3º – Extinto o cargo ou emprego, ou declarada a sua desne- tos integrais;
cessidade, o servidor público estável ficará em disponibilidade re- c - aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se
munerada, até seu adequado aproveitamento em outro cargo ou mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;
emprego. d - aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessen-
Art. 61 - O Município, por lei, ou mediante convênio, estabe- ta, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;
lecerá a proteção previdenciária de seus servidores, asseguran- §1º - Quando o funcionário tiver exercido alternadamente
do-lhes, por igual forma, assistência odonto-médico-hospitalar de atividades insalubres, penosas ou perigosas e atividades comuns,
qualquer natureza. os respectivos períodos serão somados, acrescendo-se ao período
Art. 62 - O tempo de serviço público federal, estadual e muni- exercido como insalubre, perigoso ou penoso o percentual de 20%
cipal é computado integralmente para efeito de aposentadoria e ( vinte por cento ) aplicando-se, nesse caso o que dispõe a letra “a”
disponibilidade. e “c “ do presente artigo.
Parágrafo Único – É assegurado, para efeito de aposentadoria, §2º – Os proventos da aposentadoria serão reajustados, na
a contagem recíproca, não concomitante, de tempo de serviço, nas mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a
atividades públicas e privadas, inclusive do tempo de trabalho com- remuneração dos funcionários públicos civis em atividade, sendo
provadamente exercido na qualidade de autônomo, fazendo-se a também estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens
compensação financeira segundo os critérios estabelecidos em lei. posteriormente concedidos aos servidores civis em atividade, in-
clusive quando decorrentes de transformação ou reclassificação do
SEÇÃO IV cargo ou função em que se deu a aposentadoria.
DO AFASTAMENTO §3º – As pensões, por morte no serviço público municipal,
obedecerão os critérios estabelecidos no §7º do artigo 40 da Cons-
Art. 63 - Lei disporá sobre as hipóteses de afastamento dos ser- tituição Federal, introduzido pela Emenda Constitucional n° 20 de
vidores públicos. 15/12/1998.
Art. 64 - Ao servidor público, com exercício de mandato efetivo, §4º – O poder público providenciará para que os processos de
aplica-se o seguinte: aposentadoria sejam solucionados definitivamente, dentro de 90
I- tratando-se de mandato efetivo federal, estadual ou munici- dias, contados da data de entrada do processo.
pal, ficará afastado do cargo ou emprego; §5º – A aposentadoria por invalidez poderá ser transformada,
II- investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo, a requerimento do funcionário, em seguro-reabilitação, custeado
sendo-lhe facultado optar pela remuneração que lhe convier; pelo Município, visando a reintegrá-lo em novo cargo compatível
III- investido no mandato de vereador, havendo compatibilida- com suas aptidões.
de e horário, perceberá as vantagens de seu cargo ou função, sem §6º – Ao funcionário referido no parágrafo anterior é garantida
prejuízo da remuneração do cargo eletivo e, não havendo compati- a irredutibilidade de proventos, ainda que, na nova função em que
bilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; venha ser aproveitado, a remuneração seja inferior à recebida a tí-
IV- em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício tulo de seguro-reabilitação.
do mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; SEÇÃO VI
V- para efeito de benefício previdenciário, no caso de afasta- DAS RESPONSABILIDADES DOS SERVIDORES PÚBLICOS
mento, os valores serão determinados como se no exercício esti-
vesse; Art. 66 - O Procurador Geral do Município, ou seu equivalente,
VI- o vereador, ocupante de cargo ou emprego públicos muni- é obrigado a propor a competente ação regressiva do funcionário
cipais é inamovível de ofício, pelo tempo e duração do mandato. público declarado culpado por haver causado a terceiros lesão de
direito que a Prefeitura seja obrigada judicialmente a reparar, ainda
SEÇÃO V que em decorrência de sentença homologatória de transação ou de
DA APOSENTADORIA acordo administrativo.
Art. 67 - O prazo para ajuizamento da ação regressiva será de
Art. 65 - O funcionário público será aposentado: trinta dias, a partir da data em que o Procurador Geral do Municí-
I- por invalidez permanente, com os proventos integrais, por pio, ou seu equivalente, for cientificado de que a Fazenda Municipal
decorrência de acidente em serviço, moléstia profissional ou doen- efetuou o pagamento do valor resultante da decisão judicial ou do
ça grave contagiosa ou incurável especificada em lei, e proporcio- acordo administrativo.
nais nos demais casos; Art. 68 - O descumprimento, por ação ou omissão, ao disposto
II- compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven- nos artigos anteriores desta Seção, apurando em processo regular,
tos proporcionais ao tempo de serviço; implicará solidariedade na obrigação de ressarcimento ao erário.
III- voluntariamente: Art. 69 - A cessação, por qualquer forma, do exercício de cargo
a - aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, se ou emprego, não exclui o servidor da responsabilidade perante a
mulher, com proventos integrais; Fazenda Municipal.

37
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Art. 70 - A Prefeitura Municipal, na liquidação do que lhe for Art. 76 - A venda de imóveis lindeiros de áreas urbanas re-
devido pelo funcionário, poderá optar pelo desconto parcelado em manescentes e inaproveitáveis para edificação de obras públicas,
folha de pagamento, em parcela que não poderá exceder uma quin- dependerá de prévia avaliação e autorização legislativa. As áreas
ta parte do valor da remuneração, admitida a atualização monetária resultantes de modificação de alinhamento serão alienadas nas
do saldo devedor. mesmas condições, quer sejam aproveitáveis, ou não.
Parágrafo Único – O agente público fazendário, que autorizar o Art. 77 - A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta,
pagamento da indenização, dará ciência do ato, dentro de 10 (dez) dependerá de prévia avaliação e autorização legislativa.
dias, ao Procurador Geral do Município, sob pena de responsabili- Art. 78 - O uso de bens municipais, por terceiros, poderá ser fei-
dade solidária. to mediante autorização de uso, permissão de uso, cessão de uso,
concessão de uso e concessão de direito real de uso, conforme o
CAPÍTULO VII caso e o interesse público exigir.
DOS BENS MUNICIPAIS §1º – A autorização de uso ou permissão de uso de bens públi-
cos, de uso comum, somente poderá ser outorgada para finalidades
Art. 71 - Constituem patrimônio do Município: os respectivos escolares, de assistência social, esportivas ou turísticas.
direitos, bens móveis e imóveis de domínio pleno, direto ou útil, a §2º – A permissão, que poderá incidir sobre qualquer bem pú-
renda proveniente do exercício de suas atividades de competência blico, será feito, para atividades ou uso específico ou transitório,
e prestação de serviços. pelo prazo máximo de sessenta dias.
§1º – Todos os bens municipais deverão ser cadastrados com a §3º – A concessão de uso e a concessão de direito real de uso,
indicação respectiva. dependerá de lei.
§2º – As concorrências para prestação de serviço público pre- §4º – As entidades beneficiárias de doação de bens ficam im-
ceder-se-ão de ampla publicidade. pedidas de alienar bem imóvel que dela tenha sido objeto. No caso
Art. 72 - Pertencem ao patrimônio municipal as terras devolu- de o bem doado não mais servir às finalidades que motivaram o ato
tas que se localizam dentro de seus limites. de disposição, reverterá ao domínio do Município, sem qualquer
Art. 73 - A alienação de bens municipais, subordinada à exis- indenização, inclusive por benfeitorias de qualquer natureza, nele
tência de interesse público devidamente justificado, será sempre introduzidas.
precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: Art. 79 - Os cemitérios públicos municipais terão caráter secu-
I- quando imóveis, dependerá de autorização legislativa cuja lar.
aprovação dependerá do voto favorável de, no mínimo, dois terços
dos Vereadores que compõem a Câmara, dispensada a concorrên- CAPÍTULO VIII
cia nos seguintes casos: DAS OBRAS E SERVIÇOS MUNICIPAIS
a - doação, devendo constar obrigatoriamente do contrato de
encargos do donatário, o prazo de seu cumprimento e a cláusula de Art. 80 - Nenhum empreendimento de obras e serviços do mu-
retrocessão, sob pena de nulidade do ato; nicípio poderá ter início sem prévia elaboração do plano respectivo,
b - permuta; no qual, obrigatoriamente, constem.
c - assentamento de acordo com o inciso II, parágrafo 5º do art. I - a viabilidade do empreendimento, sua conveniência e opor-
191, desta lei; tunidade para o interesse comum;
d - titulação de acordo com o inciso I, do art. 195, desta lei. II- os pormenores para sua execução;
II- quando móveis dependerá de licitação, dispensada nos se- III- os recursos para o atendimento das respectivas despesas;
guintes casos: IV- os prazos para seu início e conclusão, acompanhados da res-
a - doação, que será permitida, exclusivamente, para fins de pectiva justificação.
interesse social; §1º – Nenhuma obra, serviço ou melhoramento, salvo casos
b - permuta; de extrema urgência, será executada sem prévio orçamento do seu
c - ações de empresa, não pertencentes ao município, que se- custo.
rão vendidas nas bolsas. §2º – As obras públicas poderão ser executadas por terceiros,
Art. 74 - As ações de sociedade de economia mista, pertencen- mediante licitação.
tes ao município, não serão alienadas a qualquer título sem a ex- §3º – A retirada de entulhos ou material em desuso, solicitada
pressa autorização do Poder Legislativo. por contribuinte de baixa renda, deverá ser atendida sem ônus para
Parágrafo único – Sem prejuízo do disposto nesse artigo, as o requerente, na forma da lei.
ações com direito a voto das sociedades de economia mista só po- Art. 81 - A permissão de serviço público a título precário será
derão ser alienadas se mantido o controle acionário, representado outorgada por decreto do Prefeito, após edital de chamamento de
por 50% (cinquenta por cento) das referidas ações. interessados, para a escolha do melhor pretendente, mas a conces-
Art. 75 - O Município, preferentemente à venda ou doação de são só se fará com a autorização da Câmara Municipal, mediante
seus bens imóveis, outorgará concessão de direito real de uso, me- contrato, precedido de concorrência pública.
diante prévia avaliação e autorização legislativa e concorrência. A §1º – Serão nulas de pleno direito as permissões, as conces-
concorrência poderá ser dispensada, por lei, quando o uso se desti- sões, bem como quaisquer outros ajustes feitos em desacordo com
nar a entidades assistenciais ou quando houver relevante interesse o estabelecido neste artigo.
público, devidamente justificado. §2º – Os serviços permitidos ou concedidos ficarão sempre su-
jeitos à regulamentação e fiscalização do Município ou, por dele-
gação, aos Conselhos Municipais, incumbindo os que os executam
permanente atualização e adequação às necessidades dos usuários.

38
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§3º – O Município poderá retomar, sem indenização, os servi- §3º – A convocação extraordinária da Câmara Municipal far-
ços permitidos ou concedidos, desde que executados em descon- -se-á:
formidade com o ato ou o contrato, bem como aqueles que se reve- I- pelo prefeito, quando este a entender necessária;
larem insuficientes para o atendimento dos usuários. II- pelo presidente da Câmara, para o compromisso e a posse
§4º – As concorrências para concessão de serviço público pre- do prefeito e do vice-prefeito;
ceder-se-ão de ampla publicidade em jornais da cidade e no Diário III- pelo presidente da Câmara ou a requerimento da maioria
Oficial do Estado, mediante edital ou comunicado resumido. dos membros da Casa, em caso de urgência ou interesse público
Art. 82 - O Município realizará obras e serviços de interesse relevante.
comum, mediante convênio com a União, o Estado e o Município, §4º – Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara Municipal
bem assim através de consórcio com outros municípios, ouvida a somente deliberará sobre matéria para a qual foi convocada.
Câmara Municipal. §5º - Nos períodos de recesso se houver convocação extraordi-
Art. 83 - É obrigatório o plantio de árvores e a sua consequente nária pelo Executivo Municipal, às 03 (três) primeiras reuniões serão
conservação em todos os passeios públicos, parques e jardins em gratuitas.(Parágrafo acrescentado pela Emenda nº 36 de 17/03/04)
construção, antes de sua entrega ao público. Art. 86 - A Câmara Municipal reunir-se-á, obrigatoriamente, no
Parágrafo Único – As árvores de que trata este artigo deverão dia 14 de dezembro de cada ano, a fim de, perante a comunidade,
ser de boa qualidade, frondosas, incluindo-se as frutíferas e deve- comemorar a emancipação política e administrativa do Município,
rão ser plantadas nos logradouros já em funcionamento. ocasião em que será obrigatoriamente executado o Hino Oficial de
Três Rios.
TÍTULO IV Art. 87 - As deliberações da Câmara serão tomadas por maioria
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES de votos, presente a maioria de seus membros, salvo disposição em
contrário.
CAPÍTULO I Art. 88 - A Câmara Municipal deverá apreciar a proposta orça-
DO PODER LEGISLATIVO mentária para o exercício seguinte, até o último dia de novembro,
podendo, entretanto, ser prorrogado até quinze de dezembro, a re-
SEÇÃO I querimento da Comissão de Finanças e Orçamento.
DA CÂMARA MUNICIPAL Art. 89 - As sessões da Câmara deverão realizar-se em recinto
destinado ao seu funcionamento, observado o disposto no artigo
Art. 84 - O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, 94, inciso XVII, desta lei.
composta de quinze vereadores, representantes do povo, eleitos §1º – Comprovada a impossibilidade de acesso ao recinto da
em pleito direto, pelo sistema proporcional, para mandato de qua- Câmara, ou outra causa que lhe impeça a utilização, poderão ser re-
tro anos. (Redação modificada pela Emenda nº 50 de 24/01/2014) alizadas sessões em outro local, desde que haja, com antecedência
Parágrafo Único – Quando o Município ultrapassar 80.000 mínima de 48 horas, ampla divulgação pelos meios de comunicação
(oitenta mil) habitantes, a Câmara Municipal, será composta de do Município.
dezessete Vereadores. (parágrafo inserido pela Emenda nº 50 de §2º – As sessões solenes poderão ser realizadas fora do recinto
24/01/2014) da Câmara.
§1º – São condições de elegibilidade para o exercício do man- Art. 90 - As sessões serão públicas, salvo as secretas, aprovadas
dato de vereador, na forma da lei federal: por dois terços dos vereadores.
I- a nacionalidade brasileira; Art. 91 - As sessões somente poderão ser abertas com a pre-
II- o pleno exercício dos direitos políticos; sença de, no mínimo, um terço dos membros da Câmara, observado
III - o alistamento eleitoral; o disposto no Regimento Interno.
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária; SEÇÃO II
VI - a idade mínima de dezoito anos. DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL
§2º – (Suprimido pela Emenda nº 47 de 07/10/2011)
I - (Suprimido pela Emenda nº 47 de 07/10/2011) Art. 92 - Cabe à Câmara Municipal legislar sobre assuntos de
II - (Suprimido pela Emenda nº 47 de 07/10/2011) interesse local, observadas as determinações e a hierarquia cons-
III - (Suprimido pela Emenda nº 47 de 07/10/2011) titucional, suplementar à legislação federal e estadual e fiscalizar,
IV - (Suprimido pela Emenda nº 47 de 07/10/2011) mediante controle externo, a administração direta ou indireta e as
V - (Suprimido pela Emenda nº 47 de 07/10/2011) empresas em que o Município tenha participação.
§3º – (Suprimido pela Emenda nº 47 de 07/10/2011) Parágrafo Único – Em defesa do bem comum, a Câmara pro-
Art. 85 - A Câmara Municipal reunir-se-á ordinariamente na nunciar-se-á sobre qualquer assunto de interesse público.
sede do Poder Legislativo, de 02 (dois) de fevereiro a 17 (dezessete) Art. 93 - Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do prefeito,
de julho e de 01 (primeiro) de agosto a 22 (vinte e dois) de dezem- não exigida esta, no especificado no artigo 94, dispor sobre todas as
bro, nos dias e horas estabelecidos em seu Regimento Interno.(Re- matérias, especialmente:
dação modificada pela Emenda nº 50 de 24/01/2014) I- instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
§1º – As reuniões marcadas, para estas datas, serão transferi- como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres-
das para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sá- tar contas e publicar balancetes, nos prazos fixados em lei;
bados, domingos ou feriados; II- autorizar isenções e anistias fiscais e remissão de dívidas;
§2º – A Câmara reunir-se-á em sessões ordinárias, extraordiná- III- orçamento anual, plano plurianual e autorização para aber-
rias e solenes, conforme dispuser o seu regimento interno; tura de créditos suplementares e estaduais;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

IV- operações de crédito, auxílios e subvenções; X- emendar a Lei Orgânica, promulgar leis no caso de silêncio
V- concessão, permissão e autorização de serviços públicos; do prefeito, expedir decretos legislativos e resoluções;
VI - concessão administrativa de uso dos bens municipais; XI- solicitar, na forma em que dispuser o Regimento Interno, ao
VII - alienação de bens públicos; Tribunal de Contas do Estado, ou órgão equivalente, a realização de
VIII- aquisição de bens imóveis, salvo quando se tratar de doa- inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamen-
ção sem encargo; tária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas da
IX- criação, transformação e extinção de cargos, empregos e Câmara Municipal, do poder executivo, na administração direta e
funções, estruturação de secretarias municipais e demais órgãos da indireta;
administração pública, bem assim a definição das respectivas atri- XII- autorizar previamente a alienação, a título oneroso, dos
buições; bens do Município, na conformidade desta Lei Orgânica;
X- aprovação do Plano Diretor e demais planos e programas de XIII- decretar a perda do mandato do prefeito, dos vereadores
governo; e do vice-prefeito, nos casos indicados nas Constituições Federal e
XI- organização do território municipal, especialmente em dis- Estadual, nesta Lei Orgânica e na legislação aplicável;
tritos, observada a legislação estadual de delimitação de perímetro XIV- autorizar a realização de empréstimos ou de crédito inter-
urbano; no ou externo de qualquer natureza, de interesse do Município;
XII- transferência temporária da sede da administração muni- XV- proceder à tomada de contas do prefeito, através de comis-
cipal; são especial, quando não apresentadas à Câmara, dentro de ses-
XIII- denominação de próprios, vias e logradouros públicos, ve- senta dias, após a abertura da Sessão Legislativa;
dado nomes de pessoas vivas; XVI- apreciar e votar convênios, acordos, convenções coletivas
XIV- auxílios ou subvenções a terceiros. ou contratos celebrados pelo poder executivo com o Governo Fede-
Art. 94 - É da competência privativa da Câmara Municipal: ral, Estadual, outros municípios, entidades de direito público ou pri-
I- eleger a Mesa Diretora, bem como destituí-la, na forma em vado, ou particulares, de que resultem para o Município quaisquer
que dispuser o Regimento Interno; encargos não estabelecidos no Orçamento;
II- dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviço admi- XVII- estabelecer e mudar, temporariamente, o local de sua
nistrativo de sua secretaria. sede e de suas reuniões;
III- conceder licença ao prefeito, vice-prefeito e vereadores, XVIII - convocar Secretário do Município ou autoridade equiva-
para afastamento do cargo; lente, responsável pela
IV - autorizar o prefeito, o vice-prefeito e vereadores a ausen- Administração Direta e Indireta, aprazando dia e hora para
tarem-se do Município e do País por mais de quinze dias consecuti- comparecimento, importando a ausência, sem justificação adequa-
vos, não podendo este prazo exceder a sessenta dias; da, em crime de responsabilidade, punível na forma da legislação
V- dar posse ao prefeito e vice-prefeito, bem como receber os aplicável, como também, convocar os demais funcionários públicos
respectivos compromissos ou renúncias; municipais, efetivos, comissionados ou contratados, da Adminis-
VI- sustar os atos normativos do poder executivo, que exorbi- tração Direta ou Indireta, para prestarem informações sobre ma-
tem do poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa; téria de sua competência.(redação alterada pela Emenda nº 54 de
VII- receber renúncia de mandato de vereador; 03/08/2018)
VIII- apreciar os relatórios anuais do prefeito sobre a execução XIX- aprovar, por iniciativa de um terço e pelo voto favorável de
orçamentária, operações de crédito, dívida pública, aplicação das três quintos e seus membros, moção de desaprovação a atos dos
leis relativas ao planejamento urbano, à concessão ou permissão secretários municipais, ou autoridades equivalentes;
dos serviços públicos, ao desenvolvimento dos convênios, à situa- XX- autorizar a criação, fusão ou extinção de empresas públicas
ção dos bens imóveis do município, ao número de servidores públi- ou de economia mista;
cos e ao preenchimento de cargos, empregos e funções, bem como XXI- encaminhar pedidos escritos de informação ao secretário
a política salarial e a apreciação dos relatórios anuais da Mesa Di- do Município ou autoridade equivalente, importando em crime de
retora da Câmara; responsabilidade a recusa ou o não atendimento, no prazo de 30
IX- tomar e julgar, anualmente, as contas do prefeito, deliberan- (trinta) dias, bem como a prestação de informações falsas;
do sobre o parecer do Tribunal de Contas do Estado, ou do órgão a XXII- ouvir secretários do Município ou autoridades equivalen-
que for atribuída esta incumbência, no prazo máximo de sessenta tes, quando, por sua iniciativa e mediante entendimentos prévios
dias de seu recebimento, observados os seguintes preceitos: com a Mesa Diretora, comparecerem à Câmara Municipal para ex-
a - somente por decisão de dois terços dos membros da Câma- por assunto de relevância da secretaria ou do órgão da administra-
ra Municipal deixará de prevalecer o parecer prévio, emitido pelo ção de que forem titulares;
Tribunal de Contas do Estado ou órgão equivalente sobre as contas XXIII- deliberar sobre adiamento e suspensão de reuniões;
que o prefeito prestar anualmente; XXIV- criar comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre fato
b - decorrido o prazo de sessenta dias, sem deliberação da Câ- determinado e com prazo certo, mediante requerimento de um ter-
mara, o parecer prévio entrará automaticamente na Ordem do Dia, ço de seus membros;
sobrestando-se as demais matérias, até deliberação final; XXV- conceder a Comenda Barão Ribeiro de Sá,Comenda Con-
c - no decurso do prazo previsto na alínea anterior, as contas dessa do Rio Novo, Título de Cidadão Honorário do Município e Tí-
do prefeito ficarão à disposição de qualquer contribuinte do Mu- tulo do Mérito Legislativo Prefeito Walter Gomes Franklin;
nicípio, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a XXVI- solicitar a intervenção do Estado no Município, pela pro-
legitimidade, nos termos da lei; vação de dois terços dos membros da casa;
d - rejeitadas as contas, serão estas, imediatamente, remetidas XXVII- processar e julgar o prefeito, o vice-prefeito e vereado-
ao Ministério Público, para os fins de direito. res, nos casos previstos em lei;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

XXVIII- fixar, observando o que dispõem os incisos V e VI do a - firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito pú-
artigo 29 da Constituição Federal, com a nova redação que lhe em- blico, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou
presta a Emenda 19 de 04/06/98,em cada legislatura, para a subse- com empresas ou concessionárias de serviço público, salvo quando
quente, os subsídios do prefeito, do vice-prefeito e dos vereadores; o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
XXIX- zelar pela preservação de sua competência legislativa em b - aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
face de atribuição normativa do poder executivo; inclusive os de confiança, nas entidades constantes da alínea ante-
XXX- deliberar sobre assuntos de sua economia interna e com- rior;
petência privativa; II- desde a posse:
XXXI - apreciar vetos; a - ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que
XXXII- autorizar referendo ou referenda e convocar plebiscitos; goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito
XXXIII- criar, prover, transformar e extinguir os respectivos car- público, ou nela exercer função remunerada;
gos, fixar a sua remuneração, observados os parâmetros estabeleci- b - patrocinar causa em que seja interessada qualquer das enti-
dos na lei de diretrizes orçamentárias; dades a que se refere o inciso I, a;
XXXV - fiscalizar e controlar diretamente os atos do poder exe- c - ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
cutivo, incluídos os da administração indireta; Art. 99 - Perderá o mandato o vereador:
Parágrafo único – Os subsídios dos vereadores, fixados de acor- I- que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo
do com o inciso XXIX, deste artigo, obedecerão ao disposto no inci- anterior;
so VI, “c”, do artigo 29 da Constituição Federal, sendo que os jetons, II- cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro
serão devidos pela presença dos vereadores às sessões. parlamentar;
a - durante o recesso, o vereador fará jus à remuneração inte- III- que utilizar-se do mandato para a prática de atos de corrup-
gral, mesmo que não pertença à Comissão Representativa; ção ou improbidade administrativa;
b - ao suplente convocado caberá remuneração durante o exer- IV- que deixar de comparecer, em cada período legislativo, a
cício da vereança; dois terços das reuniões consecutivas;
c - somente uma reunião, por dia, poderá ser remunerada; V- que sofrer condenação criminal em sentença transitada em
d - o vereador afastado de suas função por força do artigo 100, julgado, que assim o declare;
desta Lei Orgânica, perceberá integralmente sua remuneração, até VI- quando o decretar a justiça eleitoral.
o julgamento final. (alínea “e” suprimida pela Emenda nº 39 de §1º - Além de outros casos definidos no regimento interno da
18/05/05) Câmara Municipal, considerar-se-á incompatível com o decoro par-
lamentar o abuso de prerrogativas asseguradas ao vereador ou a
SEÇÃO III percepção de vantagens ilícitas ou imorais;
DOS VEREADORES §2º - Nos casos dos incisos I, II, VI a perda do mandato será de-
clarada pela Câmara, por voto secreto e maioria absoluta, mediante
Art. 95 - Os vereadores são invioláveis no exercício do mandato provocação da Mesa Diretora de partido político representado na
e na circunscrição do Município, por suas opiniões, palavras e votos. Câmara, ou de um terço (1/3) da totalidade dos vereadores, asse-
§1º - Ocorrendo a extinção do mandato na forma prevista no gurada ao vereador ampla defesa;
artigo 100, I, desta lei, é assegurada a pensão especial à viúva ou §3º - Nos casos previstos nos incisos III, IV e VI, a perda será
aos seus dependentes legais no valor correspondente à remunera- declarada pela Mesa da Câmara, de ofício, ou mediante provocação
ção total do vereador. de qualquer dos seus membros, de partido político representado na
§2º - O período de vigência a que se refere a pensão do pa- Casa ou um terço (1/3) da totalidade dos vereadores, assegurada ao
rágrafo anterior será da entrada da petição devidamente instruída vereador ampla defesa;
com término ao final da legislatura do vereador falecido. §4º - Se o Presidente da Câmara omitir-se nos casos previstos
Art. 96 - Aos vereadores aplica-se o disposto nos parágrafos 1º, no inciso IV, deste artigo, qualquer eleitor do Município poderá re-
2º, 3º, 5º e 6º do artigo 102, da Constituição do Estado. querer a declaração da cassação do mandato, por via judicial.
Parágrafo Único – Os Vereadores possuem livre acesso aos Art. 100 - São casos de extinção de mandato de vereador, de-
eventos públicos, realizados na circunscrição do Município, ainda clarados pela Mesa da Câmara:
que sejam fechados com cobrança de ingressos. (parágrafo acres- I - a morte;
centado pela Emenda nº 46 de 15.06.11) II - a condenação criminal transitada em julgado, de que trata
Art. 97 - Aos vereadores, entre outras atribuições, compete: o artigo 99, inciso V;
I- solicitar informações ao prefeito e aos secretários municipais III - a decretação judicial de interdição;
sobre fato relacionado com a matéria legislativa ou sobre fato sujei- IV- o decurso de prazo para a posse;
to à fiscalização da Câmara; V- quando decretado pela justiça eleitoral;
II- apresentar, nominalmente, pedido de informações sobre as VI - a renúncia.
contas do prefeito e da presidência da Câmara. Parágrafo Único - O regimento interno disporá sobre os proce-
Parágrafo Único - Nos casos previstos nos incisos I e II, os pe- dimentos nos casos de extinção de mandatos.
didos de informações ou indicações de projetos de lei serão lidos Art. 101 - O vereador poderá licenciar-se:
e encaminhados pela Câmara, mas não serão objetos de votação. I- por motivo de doença;
Art. 98 - É vedado ao vereador: II- para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde
I- desde a expedição do diploma: que o afastamento não ultrapasse 120 dias por sessão legislativa;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

III- para desempenhar missões de interesse do poder legislati- Art. 104 - É assegurado ao vereador livre acesso, verificação e
vo, desde que autorizado pela Câmara, respeitados os votos favo- consulta a todos os documentos oficiais, em qualquer órgão do le-
ráveis de, no mínimo, dois terços (2/3) de seus membros, podendo, gislativo, executivo, da administração direta e indireta, ou empresas
para tanto, receber auxílio especial; de economia mista com participação acionária do município.
IV- para licença à gestante, que será concedida segundo os Parágrafo Único - Impedir o vereador, da prática no disposto no
mesmos critérios e condições estabelecidos para funcionária públi- “caput” deste artigo, implica em crime de responsabilidade.
ca municipal;
§1º - Não perderá o mandato, considerando-se automatica- SEÇÃO IV
mente licenciado, o vereador investido no cargo de secretário mu- DO FUNCIONAMENTO DA CÂMARA
nicipal ou diretor de órgão da administração direta e indireta do
Município, equivalente ao cargo de secretário. Art. 105 - Independentemente de convocação, a Câmara Muni-
§2º - O vereador licenciado nos termos do inciso I deste artigo, cipal reunir-se-á no dia 1º de janeiro, no primeiro ano da legislatura,
com atestado médico, receberá o valor total da remuneração. sob a presidência do vereador mais idoso, em sessão solene, para o
§3º - O vereador licenciado nos termos do inciso II deste artigo compromisso e posse dos vereadores.
reassumirá o exercício do mandato antes da extinção do prazo da §1º - O vereador que não tomar posse na sessão prevista no
licença, se assim o desejar. “caput” deste artigo, deverá fazê- lo dentro do prazo de quinze dias
§4º - Independentemente de requerimento, considerar-se-á do início da legislatura, sob pena de perda de mandato, salvo mo-
como licença remunerada o não comparecimento às reuniões de tivo justo, aceito pela maioria absoluta dos membros da Câmara.
vereador privado, temporariamente, de sua liberdade, em virtude §2º - Os vereadores prestarão, no ato da posse, o seguinte
de processo criminal em curso. compromisso: “Prometo cumprir dignamente o mandato a mim
§5º - Na hipótese do parágrafo 1º, o vereador poderá optar confiado, guardar a Constituição Federal, a Constituição Estadual,
pela remuneração do mandato, cabendo o pagamento à Câmara a Lei Orgânica do Município e as demais leis, trabalhando pelo en-
Municipal. grandecimento de Três Rios”.
§6º - O pedido de licença, nos termos do inciso I deste artigo, §3º - No ato da posse e ao término do mandato, os vereadores
deverá ser instruído com atestado firmado por médico lotado no deverão fazer declaração de seus bens, que será transcrita no livro
serviço público. de atas.
Art. 102 - Sempre que ocorrer vaga de vereador, o presidente §4º - Os períodos de sessões ordinárias serão improrrogáveis,
da Câmara convocará, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, o res- salvo necessidade para votação da Lei de Meios para o próximo ano.
pectivo suplente. §5º - Imediatamente após a posse os Vereadores reunir-se-ão
§1º - O prazo para convocação de suplente contar-se-á: sob a presidência do mais idoso dentre os presentes e, havendo
a - da data de falecimento do vereador; dois terços dos membros da Câmara, elegerão os componentes da
b - transcorridos cinco dias da publicação da renúncia do ve- Mesa Diretora, que serão automaticamente empossados.(redação
reador; modificada pela Emenda nº 39 de 18/05/05)
c - da data em que for decretada ou declarada a licença para §6º - Inexistindo número legal, o vereador mais idoso, dentre
tratar de interesse particular, cassação ou extinção do mandato do os presentes, permanecerá na presidência e convocará sessões diá-
vereador. rias, até que seja eleita a mesa.
d - da data de licença automática citada no parágrafo 4º, de §7º - A renovação da Mesa Diretora da Câmara Municipal para
vereador privado, temporariamente da sua liberdade. o segundo biênio far-se-á na primeira sessão ordinária do mês de
§2º - O suplente deverá tomar posse no prazo máximo de 10 fevereiro do segundo ano da legislatura, sendo empossada automa-
(dez) dias, salvo motivo justo, aceito pela Câmara, que determinará ticamente em 01 de janeiro do ano seguinte. (redação modificada
novo prazo. pela Emenda nº 50 de 24/01/2014)
§3º - Enquanto a vaga a que se refere o parágrafo anterior não Art. 106 - A Mesa Diretora será composta de presidente, pri-
for preenchida, calcular-se-á o quorum em função dos vereadores meiro vice-presidente, segundo vice-presidente, terceiro vice-pre-
remanescentes. sidente, primeiro secretário e segundo secretário, primeiro suplen-
§4º - Uma vez empossado, o suplente fica sujeito a todos os di- te, segundo suplente.(redação modificada pela Emenda nº 50 de
reitos e obrigações atribuídos aos vereadores, salvo o de ser votado 24/01/2014)
como membro da Mesa Diretora ou das comissões permanentes, §1º - Qualquer componente da Mesa Diretora poderá ser des-
exceto nos casos de posse definitiva. tituído, justificadamente e com direito a ampla defesa, conforme
§5º - No caso de licença nos termos do artigo 101, I, convo- disposição do regimento interno, pelo voto de dois terços dos mem-
car-se-á somente o suplente quando o período for superior a 120 bros da Câmara, quando faltoso, omisso ou ineficiente no desem-
(cento e vinte) dias. penho de suas atribuições regimentais, elegendo-se outro vereador
Art. 103 - Não havendo suplente e ocorrendo vaga, o presiden- para completar o mandato.
te da Câmara dará ciência do fato, em 48 (quarenta e oito) horas, à §2º - Na constituição da Mesa Diretora é assegurada, tanto
justiça eleitoral, que promoverá eleição para o seu preenchimento, quanto possível, a representação proporcional dos respectivos par-
se faltarem mais de 15 (quinze) meses para o término da legislatura. tidos ou dos blocos parlamentares.
Parágrafo Único - O vereador eleito para a vaga exercerá o man- Art.107 - A Câmara Municipal, observado o disposto nesta Lei
dato pelo tempo restante. Orgânica, elaborará seu regimento interno dispondo sobre sua or-
ganização, polícia e provimento de cargos de seus serviços, e, espe-
cialmente, sobre:
I- instalação e funcionamento;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

II- eleição da Mesa Diretora, composição, atribuições, instala- II - dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e admi-
ção e funcionamento; nistrativos da Câmara;
III - número de reuniões mensais; III - interpretar e fazer cumprir o regimento interno;
IV - composição e atribuição das comissões permanentes, es- IV - promulgar as resoluções e decretos legislativos;
peciais e de inquérito; V - promulgar leis, nos casos de silêncio do prefeito;
V - sessões; VI- fazer publicar e afixar em local próprio os atos da Mesa Dire-
VI- deliberações; tora, resoluções, decretos legislativos e as leis que vier a promulgar;
VII- todo e qualquer assunto da administração interna. VII- ordenar as despesas da Câmara;
Art. 108 - A Câmara terá comissões permanentes e temporá- VIII- representar, por decisão da Câmara, sobre a inconstitucio-
rias, constituídas na forma e com atribuições previstas nos respecti- nalidade de lei ou ato emanado de agente político do poder público
vos regimentos ou atos legislativos de sua criação. municipal;
§1º - Às comissões permanentes, em razão da matéria de sua IX- solicitar, por decisão da maioria absoluta da Câmara, a inter-
competência cabe: venção no Município, nos casos admitidos pela Constituição Federal
I - realizar audiências públicas com entidades da sociedade ci- e pela Constituição Estadual;
vil; X- dirigir e disciplinar os trabalhos legislativos e administrati-
II- convocar os secretários municipais ou diretores equivalen- vos, em conjunto com os membros da Mesa Diretora, conforme
tes, para prestar informações sobre assuntos inerentes às suas atri- atribuições definidas no regimento interno;
buições; XI- conceder licença aos vereadores nos casos previstos na Lei
III- receber petições, reclamações, representações ou queixas Orgânica do Município;
de qualquer pessoa, contra atos ou omissões das autoridades ou XII- declarar a perda do mandato de vereadores, prefeito ou
entidades públicas; vice-prefeito, nos casos e após formalidades previstas em lei;
IV- solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; XIII- apresentar ao plenário, até o dia 20 de cada mês, o balan-
V- exercer, no âmbito de sua competência, a fiscalização dos cete relativo aos recursos recebidos e às despesas do mês anterior;
atos emanados do executivo e da administração direta e indireta. XIV- fazer publicar mensalmente, no órgão oficial ou periódico
§2º - É fixado em trinta dias o prazo para que os responsáveis local, informações sobre a tramitação de processos legislativos com
pelos órgãos da administração direta e indireta prestem as informa- seus pareceres, bem como a relação de presenças e ausências de
ções e encaminhem os documentos requisitados pelas Comissões. vereadores às sessões da Câmara Municipal de Três Rios;
§3º - Na formação das Comissões assegurar-se-á, tanto quanto XV- zelar e administrar os bens móveis e imóveis sob a guarda
possível, a representação proporcional dos partidos ou blocos par- e uso da Câmara Municipal;
lamentares que participem da Câmara. XVI- aplicar os duodécimos da Câmara, no todo ou em parte,
§4º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão po- no mercado financeiro, em estabelecimentos oficiais;
deres de investigação próprios das autoridades judiciais, além de a - o que resultar dessas aplicações somente poderá ser com-
outros, previstos no regimento interno da casa, serão criadas pela prometido com as despesas de capital que implicarem no aumento
Câmara Municipal, mediante requerimento de um terço de seus do patrimônio da Câmara e ou na sua preservação.
membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo,
sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério SEÇÃO V
Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos DO PROCESSO LEGISLATIVO
infratores.
Art. 109 – É de competência privativa da Mesa Diretora da Câ- Art. 111 - O processo legislativo municipal compreende a ela-
mara Municipal: boração de:
I- tomar todas as medidas necessárias à regularidade dos tra- I - emendas à Lei Orgânica do Município;
balhos legislativos; II- Leis Complementares;
II- propor projetos que criem, extingam, alterem cargos e fixem III- Leis Ordinárias;
os respectivos vencimentos e vantagens, dentro das disposições or- IV- Leis Delegadas;
çamentárias; V- Medidas Provisórias;
III- apresentar projetos de lei dispondo sobre a abertura de cré- VI- Resoluções;
ditos suplementares ou especiais, através de aproveitamento total VII- Decretos Legislativos.
ou parcial das consignações da Câmara; Art. 112 - A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante pro-
IV- nomear e exonerar os titulares dos cargos em comissão da posta:
Câmara, bem como assinar as devidas portarias; I - de 1/3 (um terço), no mínimo, de vereadores;
V- elaborar ou expedir, mediante ato, a discriminação analítica II - da população, subscrita por cinco por cento dos eleitores
das dotações orçamentárias da Câmara, bem como alterá-las, quan- do Município;
do necessário, através de anulação total ou parcial de suas dotações III - do prefeito municipal;
orçamentárias; §1º - A proposta será discutida e votada em dois turnos, com
VI- contratar, na forma da lei, por tempo determinado, para interstício mínimo de dez dias, sendo considerada aprovada se ob-
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; tiver, em ambos, aprovação de dois terços dos membros da Câmara
VII- promulgar a Lei Orgânica e suas emendas. Municipal.
Art. 110 - Dentre outras atribuições, compete ao Presidente da §2º - A emenda será promulgada pela Mesa Diretora da Câ-
Câmara: mara.
I - representar a Câmara em juízo ou fora dele;

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§3º - No caso do inciso II, a subscrição deve ser acompanhada Parágrafo Único – O projeto de lei que receber parecer contrá-
dos dados identificadores do Título Eleitoral. rio quanto ao mérito, de todas as comissões, não será tido como
§4º - Não será objeto de deliberação a proposta tendente a rejeitado.
abolir, no que couber, o disposto no artigo 60, parágrafos 4º e 5º da Art. 116 – São de iniciativa exclusiva do prefeito, as leis que
Constituição Federal, e as formas de exercício da democracia direta. disponham sobre:
§5º - As resoluções tratadas no inciso 34, do artigo 94 desta I- criação, transformação ou extinção de cargos, funções ou
LOM somente serão aprovadas se obtiverem os votos de 2/3 dos empregos públicos, aumentos de remuneração na administração
membros da Camara Municipal. direta autárquica;
§6º - A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de II- servidores públicos do Poder Executivo, da Administração
estado de sítio ou intervenção no Município. Direta ou Indireta, seu regime Jurídico, provimento de cargos, esta-
Art. 113 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe bilidade e aposentadoria;
a qualquer vereador, comissão permanente da Câmara, ao prefeito, III- criação, estruturação e atribuição das secretarias, departa-
e aos cidadãos que a exercerão sob forma de moção articulada, mentos ou diretorias equivalentes e órgãos da administração pú-
subscrita, no mínimo, por cinco por cento do total do número de blica;
eleitores do Município. IV- matéria orçamentária e a que autorize a abertura de crédi-
Parágrafo Único - Mediante proposta fundamentada de dois tos ou conceda auxílios e subvenções.
quintos dos vereadores, do prefeito ou de cinco por cento dos elei- Parágrafo Único – Não será admitido aumento da despesa pre-
tores do bairro, distrito ou Município, poderá ser submetida a ple- vista nos projetos de iniciativa exclusiva do Prefeito, ressalvado o
biscito popular questão relevante para os destinos do bairro, distri- disposto no Inciso IV.
to e do Município. Art.117 – As leis delegadas serão elaboradas pelo prefeito, que
I- a votação será organizada pela Câmara Municipal, no prazo deverá solicitar a delegação à Câmara Municipal.
de três meses, após aprovação da proposta, assegurando-se formas §1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência
de publicidade gratuita para os partidários e os opositores da pro- exclusiva da Câmara Municipal, a Matéria reservada à lei comple-
posição; mentar, planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamento.
II- serão realizadas, no máximo, duas consultas plebiscitárias §2º - A delegação terá forma de resolução da Câmara Muni-
por ano, admitindo-se até cinco proposições por consulta, vedada cipal, que especificará seu conteúdo e os termos do seu exercício.
a sua realização nos quatro meses que antecederam eleições no §3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pela
Município; Câmara, esta o fará em votação única, vedada qualquer emenda.
III- a proposição será considerada aprovada se o resultado lhe Art. 118 – Somente quando aprovada a calamidade pública, o
tiver sido favorável pelo voto da maioria dos eleitores que compa- prefeito poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, de-
recerem às urnas, em manifestação a que se tenham apresentado vendo submetê-las de imediato à apreciação da Câmara que, estan-
pelo menos cinquenta por cento da totalidade dos eleitores envol- do em recesso, será convocada extraordinariamente para se reunir,
vidos; no prazo de cinco dias.
IV- a Câmara Municipal proclamará o resultado do plebiscito, Parágrafo Único – As medidas provisórias perderão eficácia,
que será considerado como decisão definitiva sobre a questão pro- desde a edição, se não forem convertidas em lei, no prazo de trinta
posta; dias a partir de sua aplicação, devendo a Câmara disciplinar as rela-
V- a proposição que já tiver sido objeto de plebiscito popular ções jurídicas delas decorrentes.
somente poderá ser novamente apresentada com intervalo de três Art. 119 – Destinam-se as resoluções a regular as matérias de
anos; exclusiva competência da Câmara, que tenham efeito interno, tais
VI- o Poder Executivo assegurará à Câmara os recursos necessá- como:
rios à realização de consultas plebiscitárias. a - fixação de subsídios dos vereadores;
Art. 114 – As leis complementares somente serão aprovadas b - concessão de licença a vereador;
se obtiverem maioria absoluta dos votos dos membros da Câmara c - conclusão de comissão de inquérito;
Municipal, observados os demais termos de votação das leis ordi- d - qualquer matéria de natureza regimental.
nárias. Art. 120 – Os projetos de resolução disporão sobre matérias
Parágrafo Único – Serão leis complementares, dentre outras, de interesse interno da Câmara Municipal e os projetos de decreto
previstas nesta Lei Orgânica: legislativo sobre os demais casos de sua competência privada.
I - Código Tributário do Município; Parágrafo Único – Nos casos de projeto de resolução e de pro-
II - Código de Obras; jetos de decreto legislativo, considerar-se-á concluída a deliberação
III - Código de Posturas; com a votação final da norma jurídica, que será promulgada pelo
IV - Lei Orgânica instituidora da Guarda Municipal; presidente da Câmara Municipal.
V - Plano de Classificação de Cargos e Funções; Art. 121 – O prefeito poderá solicitar urgência para apreciação
VI - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano; de projetos de sua iniciativa.
VII- Estatuto do Magistério Municipal; §1º - Solicitada urgência, a Câmara Municipal deverá manifes-
VIII- Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Município. tar-se em até quarenta e cinco dias, sobre a mensagem, contados
Art. 115 – A matéria constante de projeto de lei rejeitado so- da data em que for recebida pela Casa.
mente poderá ser objeto de novo projeto, na mesma sessão legis- §2º - Esgotado o prazo previsto no parágrafo anterior, sem de-
lativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da liberação da Câmara, será a mensagem incluída na ordem do dia,
Câmara. sobrestando-se as demais mensagens para que se ultime a votação.

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§3º - O prazo do parágrafo 1º não ocorre no período de recesso §2º - Os projetos serão discutidos e votados pelo prazo máximo
da Câmara, nem se aplica aos projetos de lei complementar. de quarenta e cinco dias, garantida a defesa em plenário por um dos
§4º - O prazo será prorrogado em dez dias, sempre que o pre- cinco primeiros signatários.
feito apresentar emenda ao projeto. §3º - Os projetos de iniciativa popular poderão ser dirigidos à
Art. 122 – Aprovado o projeto de lei, será este enviado ao pre- Câmara Municipal, sem observância da técnica legislativa, bastando
feito, que aquiescendo, o sancioná-lo-á. que definam a pretensão dos proponentes.
§1º - O prefeito, considerando o projeto, no todo ou em parte, §4º - O presidente da Câmara Municipal, preenchidas as condi-
inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou ções de admissibilidade previstas nesta lei, não poderá negar segui-
parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do mento ao projeto, devendo encaminhá-lo às comissões competen-
recebimento. tes, adotando o procedimento legislativo ordinário.
§2º - Decorrido o prazo do parágrafo anterior, o silêncio do pre- §5º - Decorrido o prazo do parágrafo anterior, o projeto irá au-
feito importará sanção. tomaticamente para votação, independentemente de pareceres.
§3º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, §6º - Não tendo sido votado até o encerramento da sessão le-
de parágrafo, de inciso ou de alínea. gislativa, o projeto estará inscrito para votação na sessão seguinte
§4º - A apreciação do veto pelo plenário da Câmara Municipal da mesma legislatura ou na primeira sessão da legislatura subse-
será feita dentro de trinta dias, a contar do seu recebimento, em quente.
uma só votação e discussão, com parecer escrito ou oral, conside- Art. 126 – O processo de votação será determinado pelo Regi-
rando-se rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos vereadores, mento Interno.
em voto aberto.
§5º - Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no pará- SEÇÃO VI
grafo 4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
sobrestadas as demais proposições, até sua votação final, ressalva-
das as matérias de que trata o artigo 122 desta Lei Orgânica. Art. 127 – A fiscalização contábil, financeira e orçamentária,
§6º - Rejeitado o veto, será o projeto enviado ao prefeito, para operacional e patrimonial do Município será exercida pela Câmara
promulgação. Municipal, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
§7º - A não promulgação da lei, no prazo de quarenta e oito interno do Poder Executivo Municipal, instituídos em Lei.(redação
horas, pelo prefeito, nos casos dos parágrafos 2º e 6º, obrigará o modificada pela Emenda nº 50 de 24/01/2014)
presidente da Câmara Municipal a fazê-lo em igual prazo e, se este §1º – O controle externo da Câmara será exercido com auxílio
não o fizer, caberá ao vice-presidente a providência. do Tribunal de Contas do Estado ou órgão estadual a que for atri-
Art. 123 – As decisões da Câmara Municipal, tomadas em ple- buída essa incumbência, ao qual compete:(parágrafo inserido pela
nário e que independam de sanção do prefeito, terão forma de re- Emenda nº 50 de 24/01/2014)
solução ou decreto legislativo. I – Apreciar as contas do Prefeito e do Presidente da Câmara;
Art. 124 – Destinam-se as resoluções legislativas a regular, en- (inciso inserido pela Emenda nº 50 de 24/01/2014)
tre outras, as matérias de exclusiva competência da Câmara Muni- II – Acompanhar as atividades financeiras e orçamentárias,
cipal, que tenham efeito externo, tais como: bem como o julgamento das contas dos administradores e demais
a - concessão de licença ao prefeito, por mais de quinze dias responsáveis por bens e valores públicos. (inciso inserido pela
consecutivos, para afastar-se do cargo ou ausentar-se do Município; Emenda nº 50 de 24/01/2014)
b - convocação do prefeito e dos secretários municipais, ou §2º - As contas dos Poderes Executivo e Legislativo, prestadas
ocupantes de cargos equivalentes, para prestarem as devidas infor- anualmente, serão julgadas pela Câmara dentro de 90 (noventa)
mações sobre matéria de sua competência; dias, após o recebimento do Parecer Prévio do Tribunal de Contas
c - aprovação ou rejeição do parecer prévio sobre as contas do ou órgão estadual a que for atribuída essa incumbência. (parágrafo
prefeito e da Mesa Diretora da Câmara; inserido pela Emenda nº 50 de 24/01/2014)
d - fixação dos subsídios e verba de representação do prefeito, §3º - O Parecer Prévio, a ser emitido pelo prazo de 180 (cento e
e subsídio do vice- prefeito e vereadores; oitenta) dias pelo T.C.E. ou órgão estadual incumbido dessa atribui-
e - representação à Assembléia Legislativa sobre modificação ção, sobre as contas do Prefeito e o Presidente da Câmara, devem
territorial ou mudança no nome da sede do Município; anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de 2/3
f - mudança do local de funcionamento da Câmara Municipal; (dois terços) dos membros da Câmara Municipal. (parágrafo inseri-
g - cassação do mandato do prefeito e do vereador, nos casos do pela Emenda nº 50 de 24/01/2014)
previstos na legislação federal e estadual e na forma desta lei; §4º - As contas do Município, antes do seu encaminhamento
h - concessão de título de cidadania honorária ou qualquer ou- ao T.C.E., ficarão, à disposição de qualquer cidadão ou entidades,
tra honraria ou homenagem; pelo prazo de 60 (sessenta) dias, o qual poderá questionar-lhes a
i - aprovação de convênios ou acordos de que for parte o Mu- sua legitimidade nos termos da lei; e, durante todo o exercício para
nicípio exame e apreciação, mesmo após a protocolização naquela Corte
Art. 125 – A iniciativa popular de projetos de lei de interesse de Contas. (parágrafo inserido pela Emenda nº 50 de 24/01/2014)
específico do Município, de seus distritos e bairros, dependerá de §5º - O não cumprimento do prazo pelo T.C.E. implica no insti-
manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado inte- tuto da intempestividade, podendo a Mesa Diretora, na conformi-
ressado. dade do art. 82, §§1º e 2º, da Lei nº 4.320/64, instituir comissão de
§1º - Os projetos de lei serão apresentados à Câmara Munici- 3 (três) peritos contadores com o fim específico de ser elaborado o
pal, formados pelos interessados, anotados os números dos títulos
de eleitor e da sessão eleitoral de cada um.

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respectivo parecer prévio sobre as contas, obedecendo-se o mes- Art. 131 – Decorridos dez dias da data fixada para a posse, se
mo quórum dos 2/3 (dois terços) para a decisão plenária. (parágrafo o prefeito e ou vice-prefeito, salvo por motivo de força maior, não
inserido pela Emenda nº 50 de 24/01/2014) houver assumido o exercício do cargo, este será declarado vago
§6º - As contas relativas à aplicação dos recursos transferidos pela Câmara Municipal.
pela União e pelo Estado serão prestadas na forma da legislação Art. 132- Substitui o prefeito, em caso de impedimento, e o
federal e estadual em vigor, podendo o Município suplementá-las, sucede no de vaga o vice- prefeito e, no impedimento deste, ou
sem prejuízo de sua inclusão na prestação de contas anual. (pará- vacância dos respectivos cargos, serão chamados, sucessivamente,
grafo inserido pela Emenda nº 50 de 24/01/2014) a substituí-los, o presidente, o 1º vice-presidente e o 2º vice-presi-
Art. 128 – O Executivo e o Legislativo manterão sistema de con- dente da Câmara Municipal.
trole interno, a fim de: (redação modificada pela Emenda nº 50 de §1º - Os substitutos legais do prefeito não poderão escusar-se
24/01/2014) de assumir o cargo, sob pena de perda de seus mandatos de vice-
I– Avaliar o cumprimento das metas previstas no plano pluria- -prefeito, presidente e do 2º vice-presidente da Câmara Municipal.
nual, a execução dos programas de Governo e do orçamento do §2º - Em caso de o presidente, o 1º vice-presidente e o 2º vice-
Município; (inciso inserido pela Emenda nº 50 de 24/01/2014) -presidente da Câmara Municipal não assumir o cargo vago, eleger-
II– Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à efi- -se-á, imediatamente, dentre os vereadores, o presidente.
cácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial Art. 133 – Vagando os cargos de prefeito e vice-prefeito, nos
dos órgãos e entidades da administração municipal, bem como da dois primeiros anos de mandato, far-se-á eleição noventa dias após
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; (in- a abertura da última vaga, e os eleitos completarão os períodos res-
ciso inserido pela Emenda nº 50 de 24/01/2014) tantes.
III– Exercer o controle das operações de crédito, avais e garan- Parágrafo Único – Ocorrendo vacância nos dois últimos anos de
tias, bem como dos direitos e haveres do Município; (inciso inserido mandato, assumirá o Presidente da Câmara Municipal, que comple-
pela Emenda nº 50 de 24/01/2014) tará o período.
IV– Apoiar o controle externo no exercício de sua missão insti- Art. 134 – O prefeito, mediante licença concedida pela Câmara
tucional. (inciso inserido pela Emenda nº 50 de 24/01/2014) Municipal, poderá afastar-se do cargo, transmitindo-o ao seu subs-
Parágrafo Único – Os responsáveis pelo Controle Interno, ao tituto legal, nos seguintes casos:
tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, I- para tratamento de saúde;
darão ciência ao respectivo Tribunal de Contas, sob pena de res- II- para missão de representação ou interesse do Município e
ponsabilidade solidária por exigência de comando constitucional. das respectivas associações municipais ou a convite das autorida-
(parágrafo inserido pela Emenda nº 50 de 24/01/2014) des estaduais, federais, de governos ou entidades estrangeiras e,
ainda, de órgãos governamentais;
CAPÍTULO II III- licença gestante;
DO PODER EXECUTIVO IV- para tratar de interesses particulares, num prazo nunca
inferior a trinta dias nem superior a cento e oitenta dias, por ano
SEÇÃO I de mandato, sendo facultativo ao prefeito reassumir o exercício do
DISPOSIÇÕES GERAIS mandato antes do término da licença.
§1º - Nas hipóteses dos incisos I e II deste artigo, se o afasta-
Art. 129 – O Poder Executivo Municipal é exercido pelo prefei- mento for inferior a quinze dias, serão dispensados a licença prévia
to, auxiliado pelos secretários municipais ou diretores, com atribui- e o afastamento do cargo, sob pena de cassação de mandato.
ções equivalentes ou assemelhadas. §2º - Durante o afastamento, o prefeito não perderá a remune-
§1º - A eleição do prefeito e do vice-prefeito realizar-se-á nos ração, salvo a hipótese do inciso IV, deste artigo.
termos estabelecidos no artigo 29, incisos I e II da Constituição da §3º - Nos casos e urgência, por motivo de saúde, a licença é
República. automática, comprovados, posteriormente, os fundamentos que a
§2º - São condições de elegibilidade de prefeito e vice-prefeito legitimem.
as estabelecidas no parágrafo terceiro do artigo 14 da Constituição §4º - Independe de licença o afastamento do prefeito para gozo
Federal. de férias, podendo, estas,serem gozadas em período contínuo de
Art. 130 – O prefeito e o vice-prefeito tomarão posse no dia 1º trinta dias, comunicada a data com antecedência mínima de trinta
de janeiro do ano subsequente ao da eleição, em sessão solene, na dias, à Câmara Municipal.
Câmara Municipal. §5º - Embora o período de gozo de férias seja de livre escolha
§1º - No ato da posse, o prefeito e o vice-prefeito prestarão do prefeito, este não poderá gozá-las em período que possa criar
o seguinte juramento: “Prometo cumprir dignamente o mandato a inelegibilidade eleitoral ao seu substituto.
mim conferido, guardar a Constituição Federal, a Constituição Esta- §6º - A licença gestante será concedida segundo os mesmos
dual, a Lei Orgânica do Município e as demais leis, trabalhando pelo critérios e condições estabelecidas para a funcionária pública mu-
engrandecimento de Três Rios”. nicipal.
§2º - Na ocasião da posse e ao término do mandato, o prefeito §7º - No caso do inciso II, o pedido de licença, amplamente
e o vice-prefeito farão declaração de bens, as quais ficarão arqui- motivado, indicará, especialmente, as razões da viagem, o roteiro e
vadas na Câmara Municipal, constando das respectivas atas o seu a previsão dos gastos, prestando contas, no prazo máximo de trinta
resumo, e, se for o caso, deverão desincompatibilizar-se. dias, após a ressunção do cargo.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

SEÇÃO II XIX- aprovar projetos de edificações e planos de loteamento,


DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO arruamento e zoneamento urbano ou para fins urbanos;
XX- encaminhar à Câmara Municipal, para deliberação, os pro-
Art. 135 – Compete ao prefeito, entre outras atribuições: jetos que propõem alterar ou modificar a estrutura de logradouros
I- encaminhar à Câmara Municipal projetos de lei de sua inicia- ou próprios municipais, quanto:
tiva e outros de interesse da administração; a - ao seu aspecto;
II- sancionar, vetar, promulgar e fazer publicar as leis e expedir b - à sua finalidade;
decretos e regulamentos para sua fiel execução; c - às suas dimensões.
III- nomear e exonerar auxiliares para cargos de livre nomeação XXI- ouvir a Câmara Municipal e conselhos populares sobre a
e exoneração; conveniência de projetos que visem a paralisar, modificar, ou extin-
IV- representar o Município como pessoa jurídica de direito pú- guir obras do governo anterior;
blico interno e como entidade político-administrativa integrante da XXII- apresentar, anualmente, à Câmara Municipal, relatório
organização nacional e do território do Estado; circunstanciado sobre o estado das obras e dos serviços municipais,
V- decretar, nos termos da lei, a desapropriação por necessida- bem assim, o programa da administração para o ano seguinte;
de ou utilidade pública, ou por interesse social; XXIII- organizar os serviços internos das repartições criadas por
VI- autorizar a utilização de bens públicos municipais, na forma lei, com observância do limite das dotações a elas destinadas;
prevista na Constituição Estadual, nesta lei e nas leis específicas, XXIV- contrair empréstimos e realizar operações de crédito,
bem como a execução de serviços públicos por terceiros, mediante mediante prévia autorização da Câmara, observado o disposto na
concessão ou permissão; legislação federal;
VII- encaminhar à Câmara Municipal plano de desenvolvimento XXV- providenciar sobre a administração dos bens do Municí-
integrado e projeto de lei dispondo sobre diretrizes orçamentárias pio e sua alienação, na forma da lei;
e as propostas de orçamento até o dia trinta de setembro de cada XXVI- organizar e dirigir, nos termos da lei, os serviços relativos
ano, inclusive por meio eletrônico; (redação modificada pela Emen- às terras do Município;
da nº 39 de 18/05/05) XXVII - desenvolver o sistema viário do Município, com base no
VIII- prestar, anualmente, à Câmara Municipal, dentro de ses- Plano Diretor;
senta dias após a abertura da Sessão Legislativa, as contas referen- XXVIII - conceder auxílios, prêmios e subvenções, nos limites
tes ao exercício anterior, nos moldes definidos por Lei Complemen- das respectivas verbas orçamentárias e do plano de distribuição,
tar; (redação modificada pela Emenda nº 39 de 18/05/05) prévia e, anualmente, aprovado pela Câmara Municipal;
IX- encaminhar aos órgãos competentes os planos de aplicação XXIX - providenciar sobre o incremento do ensino;
e as prestações exigidas em lei; XXX- propor à Câmara Municipal a divisão administrativa do
X- fazer publicar os atos oficiais e dar publicidade, de modo Município, de acordo com a lei;
regular, pela imprensa local ou pelo Diário Oficial, aos atos da ad- XXXI- solicitar o auxílio das autoridades policiais do Estado para
ministração, inclusive aos resumos dos balancetes e do relatório garantia do cumprimento de seus atos;
anual; XXXII- solicitar, obrigatoriamente, autorização à Câmara Muni-
XI- prestar, dentro de trinta dias, as informações solicitadas cipal para ausentar-se do Município por tempo superior a quinze
pela Câmara Municipal, Conselhos Municipais, entidades represen- dias;
tativas de classes do Município, salvo prorrogação, a seu pedido, XXXIII- adotar providências para a conservação e salvaguarda
com prazo determinado, em face da complexidade da matéria ou do Patrimônio Municipal;
da dificuldade de obtenção, nas respectivas fontes, de dados neces- XXXIV-publicar, até trinta dias após o encerramento de cada bi-
sários ao atendimento do pedido; mestre, relatório resumido da execução orçamentária;
XII- planejar, organizar, dirigir obras e serviços públicos locais; XXXV- estimular a participação popular e estabelecer progra-
XIII- superintender a arrecadação das tributações, preços e ou- mas de incentivo, no que couber, ao seu peculiar interesse;
tras rendas, bem como a guarda e aplicação da receita, autorizando XXXVI-editar medidas provisórias, com força de lei, nos termos
as despesas e pagamentos das disponibilidades orçamentárias ou do artigo 123, desta Lei Orgânica;
dos créditos votados pela Câmara; XXXVII-celebrar acordos e convênios com a União, estados, mu-
XIV- colocar à disposição da Câmara Municipal, dentro de dez nicípios e fundações de direito público, desde que autorizados pela
dias de sua requisição, as quantias que devem ser despendidas de Câmara Municipal;
uma só vez e, até o dia vinte de cada mês, os recursos correspon- XXXVIII-executar e fazer cumprir as leis, resoluções e atos mu-
dentes às suas dotações orçamentárias, compreendendo os crédi- nicipais;
tos suplementares e especiais, incorrendo em crime de responsabi- XXXIL - delegar, por decretos, atribuições de natureza adminis-
lidade se não o fizer; trativa aos Secretários do Município ou a outras autoridades, que
XV- aplicar as multas previstas em lei e contratos, bem como observarão os limites traçados nas delegações;
revê-las quando impostas irregularmente; XL - praticar todos os atos da Administração, bem como avo-
XVI- resolver sobre os requerimentos, reclamações ou repre- car e decidir, por motivo relevante, qualquer assunto na esfera da
sentações que lhe forem dirigidas; Administração Municipal, nos limites da competência do Executivo;
XVII- oficializar, obedecidas as normas urbanísticas aplicáveis, XLI - comparecer à Câmara Municipal, por sua própria iniciati-
as vias e logradouros públicos, mediante denominação aprovada va, sempre que julgar necessário;
pela Câmara Municipal; XLII - autorizar aplicações de recursos públicos disponíveis em
XVIII- convocar extraordinariamente a Câmara Municipal, estabelecimentos oficiais, no mercado financeiro;
quando o interesse da administração o exigir;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

XLIII - decretar ponto facultativo, em dia de especial significa- III- eleitor inscrito no Município;
ção. IV- associações de moradores, clubes de serviços e entidades
Parágrafo Único – O resultado das aplicações efetuadas, na for- de classe.
ma do inciso XLII, será levada à conta do tesouro municipal. Art. 141 – O prefeito, admitida a acusação pelo voto de dois
Art. 136 – Ao término do mandato, deve o prefeito apresentar terços dos vereadores, será submetido a julgamento perante o Tri-
à Câmara Municipal e ao seu sucessor: bunal de Justiça, nas infrações penais comuns e nos crimes de res-
I - o orçamento em execução ou a executar; ponsabilidade.
II - o balancete do último mês, no que couber; §1º - O prefeito ficará suspenso de suas funções, nas infrações
III- o demonstrativo analítico dos saldos disponíveis; penais comuns e nos crimes de responsabilidade, se recebida a de-
IV- o demonstrativo da receita orçamentária, arrecadada até o núncia ou queixa-crime pelo Tribunal de Justiça.
dia da transmissão do cargo; §2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamen-
V- o demonstrativo da despesa realizada no período referido to não estiver concluído, cessará o afastamento do prefeito, sem
no Inciso anterior, acompanhado das notas de empenho emitidas, prejuízo do regular prosseguimento do processo.
das despesas pagas ou não, e dos comprovantes dos pagamentos §3º - O prefeito, na vigência de seu mandato, não pode ser res-
efetuados; ponsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
VI- o demonstrativo dos débitos e créditos de natureza extra-
-orçamentária, acompanhado dos comprovantes de recebimento e SEÇÃO IV
pagamento de natureza extra-orçamentária, incluindo empenhos a DOS AUXILIARES DIRETOS DO PREFEITO
pagar;
VII- os demonstrativos dos saldos disponíveis transferidos do Art. 142 – São auxiliares diretos do prefeito:
mês anterior para o em curso, devidamente documentados; I - os secretários municipais e diretores de autarquia municipal;
VIII- inventário dos bens existentes, transferidos à nova Admi- II - os administradores distritais;
nistração Municipal. Parágrafo Único – Se tais elementos não forem III - os demais ocupantes dos cargos de direção e assessora-
fornecidos pelo antecessor, deve o novo Prefeito, dentro de trinta mento superior;
dias: IV - os conselhos populares, legalmente habilitados, do Muni-
a - designar comissão especial de tomada de contas; cípio;
b - contratar, se necessário, equipe especializada para realizá- V - os administradores de bairros.
-la; Parágrafo Único – Os cargos são de livre nomeação e exone-
c - comunicar imediatamente o fato à Câmara Municipal e ao ração do prefeito. No ato da posse os nomeados farão declaração
Tribunal de Contas do Estado ou ao órgão competente. pública de seus bens, o mesmo acontecendo no término do exer-
cício do cargo e terão os mesmos impedimentos dos vereadores,
SEÇÃO III enquanto neles permanecerem, exceto os membros dos conselhos
DA PERDA E EXTINÇÃO DO MANDATO referidos no inciso IV, deste artigo.
Art. 143 – São condições essenciais para investidura no cargo
Art. 137 – É vedado ao prefeito assumir outro cargo ou função de secretário ou diretor:
na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em I - ser brasileiro;
virtude de concurso público, observado o disposto no artigo 38, in- II - estar no exercício dos direitos políticos;
cisos II, IV e V, da Constituição Federal. III - ser maior de dezoito anos.
Art. 138 – As incompatibilidades declaradas no artigo 98, seus Art. 144 – Além das atribuições fixadas em lei, compete aos
incisos e letras desta Lei Orgânica, estendem-se, no que forem secretários ou diretores:
aplicáveis, ao prefeito e aos secretários municipais ou autoridades I - subscrever atos e regulamentos referentes aos seus órgãos;
equivalentes. II - expedir instruções para a boa execução das leis, decretos e
Art. 139 – São crimes de responsabilidade, os atos do prefeito regulamentos;
que atentarem contra a Constituição da República, a do Estado, esta III- apresentar ao prefeito, à Câmara Municipal e aos Conselhos
Lei Orgânica, e, especialmente, contra: Populares, relatório trimestral dos serviços prestados por suas se-
I- a existência da União, do Estado e do Município; cretarias ou órgãos;
II- o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do IV- comparecer à Câmara Municipal, sempre que convocado,
Ministério Público e dos Conselhos Populares; para prestação de esclarecimentos oficiais.
III- o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; §1º - Os decretos, atos e regulamentos referentes aos serviços
IV - a segurança interna do País, do Estado e do Município; autônomos e autárquicos serão referendados pelo secretário ou di-
V - a probidade da administração; retor de administração.
VI- a Lei Orçamentária; §2º - A infringência do que dispões o inciso IV, deste artigo, sem
VII- o cumprimento das leis e das decisões judiciais. justificação, importa em crime de responsabilidade, nos termos da
Parágrafo único – As normas de processo e julgamento bem legislação federal.
como a definição desses crimes são as estabelecidas na legislação Art. 145 – Os secretários ou diretores são solidariamente res-
federal. ponsáveis com o Prefeito pelos atos que assinarem, ordenarem ou
Art. 140 – A denúncia de infração político-administrativa será praticarem.
apresentada ao Presidente da Câmara por: Art. 146 – Lei municipal, de iniciativa do prefeito, poderá criar
I- vereador; administrações de bairros e administrações distritais.
II- partido político;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Parágrafo Único – Aos administradores de bairros ou distritos, SEÇÃO II


como delegados do Poder Executivo, compete: DA FISCALIZAÇÃO POPULAR
I- cumprir e fazer cumprir as leis, resoluções, regulamentos e,
mediante instruções expedidas pelo Prefeito, os atos da Câmara; Art. 150 – Toda entidade da sociedade civil de âmbito munici-
II- atender às reclamações das partes e encaminhá-las ao pre- pal poderá requerer ao prefeito ou a outra autoridade do Município
feito, quando se tratar de matéria estranha às suas atribuições ou a realização de audiência pública para que esclareça determinados
quando for o caso; atos ou projetos da administração.
III- indicar ao prefeito as providências necessárias ao bairro ou §1º - A audiência deverá ser obrigatoriamente concedida no
distrito; prazo de trinta dias, devendo ficar à disposição da população, desde
IV - fiscalizar os serviços que lhe são afetos; o requerimento, toda documentação atinente ao tema.
V - prestar contas ao prefeito mensalmente ou quando lhes for §2º - Cada entidade terá direito, no máximo, a realização de
solicitado. duas audiências por ano, ficando a partir daí, a critério da autorida-
de requerida, atender ou não ao pedido.
CAPÍTULO III §3º - Da audiência pública poderão participar além da entidade
DA SEGURANÇA PÚBLICA requerente, cidadãos e entidades interessadas, que terão direito a
voz.
Art. 147 – O Município poderá constituir guarda municipal, Art. 151 – Só se procederá mediante audiência pública:
força auxiliar destinada à proteção de seus bens, serviços e insta- I- projetos de licenciamento que envolvam impacto ambiental;
lações, integrada por brasileiros de ambos os sexos, nos termos da II- atos que envolvam conservação ou modificação do patrimô-
lei complementar. nio arquitetônico, artístico ou cultural do Município;
Parágrafo Único – A lei complementar de criação da guarda III- realização de obra que comprometa mais de vinte por cento
municipal disporá sobre acesso, direitos, deveres, vantagens e regi- do orçamento municipal.
me de trabalho, com base na hierarquia e disciplina. Parágrafo Único – Na hipótese deste artigo, caso não sejam re-
queridas audiências públicas, o Poder Executivo deverá estabelecer
CAPÍTULO IV e publicar no órgão oficial e na imprensa local, no prazo de trinta
DA PARTICIPAÇÃO POPULAR NO EXECUTIVO dias, para requerimento, findo o qual ficará obrigado a realizá-la,
dando prosseguimento aos projetos.
SEÇÃO I Art. 152 – As audiências públicas requeridas deverão ser divul-
DOS CONSELHOS POPULARES gadas em pelo menos dois órgãos da imprensa de circulação muni-
cipal, com, no mínimo, quinze dias de antecedência, seguindo, no
Art. 148 – Além das diversas formas de participação popular restante, o previsto.
previstas nesta Lei Orgânica, fica assegurada a existência de con- Art. 153 – Aos conselhos e a todo cidadão será franqueado o
selhos populares, que terão por finalidade auxiliar a administração acesso a toda documentação e informação sobre qualquer ato, fato
pública na análise, no planejamento e na deliberação das matérias ou projeto da administração.
de sua competência. Parágrafo Único – Compete à Administração Municipal garantir
Parágrafo Único – Caberá à legislação complementar a criação os meios para que esta informação se realize.
da tribuna livre, na Câmara Municipal. Art. 154 – O descumprimento das normas previstas, na presen-
Art. 149 –Toda entidade de sociedade civil, regularmente re- te seção, implica em crime de responsabilidade.
gistrada, poderá fazer pedido de informação sobre ato ou projeto
da administração, que deverá responder no prazo de trinta dias, ou TÍTULO V
justificar a impossibilidade da resposta. DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
§1º - O prazo previsto neste artigo, poderá, ainda, ser prorroga-
do por mais quinze dias devendo, contudo, serem notificados de tal CAPÍTULO ÚNICO
fato os autores do requerimento; DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E FINANCEIRA
§2º - Caso a resposta não satisfaça, poderá reiterar o pedido
especificando suas demandas, para o qual a autoridade requerida SEÇÃO I
terá o prazo previsto no parágrafo primeiro, deste artigo. DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS
§3º - A resposta dada pela autoridade no pedido de informação
será apresentada em reunião ordinária do conselho respectivo. Art. 155 – São tributos municipais: impostos, taxas e contribui-
§4º - Caso o conselho tenha divergência com a resposta dada, ção de melhoria decorrente de obras públicas, instituídos por lei
comunicará à autoridade, que poderá corrigir ou mantê-la, acres- municipal, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição da
cendo a expressão “resposta com parecer contrário da comissão”. República e do Estado e nas normas gerais de direito tributário.
§5º - Nenhuma taxa será cobrada pelos requerimentos de que Art. 156 – Compete ao Município instituir impostos sobre:
trata este artigo. I- propriedade predial e territorial urbana;
II- transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso,
de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais
sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos
à sua aquisição;
III- vendas a varejo de combustível líquido, gasoso, exceto óleo
diesel;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

IV- serviços de qualquer natureza, não compreendidos no in- Art. 160 – A contribuição de melhoria poderá ser cobrada dos
ciso I, deste artigo e alínea “b” do artigo 155, da Constituição da proprietários de imóveis valorizados por obras públicas municipais,
República, definidos em Lei Complementares Federal. tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual
§1º - O imposto de que trata o inciso I, deste artigo, poderá ser o acréscimo de valor que a obra resultar para cada imóvel benefi-
progressivo, nos termos da lei municipal, de forma a assegurar o ciado.
cumprimento da função social da propriedade. Art. 161 – Para eficácia dos controles, que lhe cabe, o Poder
§2º - O imposto previsto no inciso II deste artigo não incide so- Legislativo, à semelhança do Poder Executivo, terá também progra-
bre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio mação financeira de desembolso, organizada em biênio e acompa-
de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre transmis- nhada de cronograma de execução mensal, de acordo com a Lei
são de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000.
ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade Art. 162 – O lançamento de valor venal de imóvel, para efeito
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens de cobrança de imposto, será efetuado segundo critérios de zonea-
ou direitos, locação de bens imóveis, ou arrendamento mercantil. mento urbano e rural.
Art. 157 – Pertencem ao Município: Parágrafo Único – O contribuinte poderá requerer a qualquer
I- o produto da arrecadação do imposto da União sobre a renda tempo a reavaliação do valor venal de sua propriedade.
e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte sobre rendi- Art. 163 – O município poderá cobrar taxa de publicidade pela
mentos pagos a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas utilização de placas, cartazes, letreiros ou outdoors em qualquer
fundações que instituírem e mantiverem; logradouro público discriminado, proporcional à área usada na pro-
II- cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto paganda.
da União sobre a propriedade territorial rural situada no território
do Município; SEÇÃO II
III- cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto DA RECEITA E DA DESPESA
estadual, sobre a propriedade de veículos automotores licenciados
no território do Município; Art. 164 – A receita municipal constituir-se-á da arrecadação
IV- o percentual que lhe couber do produto da arrecadação do dos tributos municipais, da participação em tributos da União e do
imposto estadual sobre as operações relativas à circulação de mer- Estado, dos recursos resultantes do Fundo de Participação dos Mu-
cadorias e sobre a prestação de serviços de transporte interestadu- nicípios e da utilização de seus bens, atividades, serviços e outros
al e intermunicipal de comunicações; ingressos.
V- a cota do Fundo de Participação dos Municípios, prevista no Art. 165 – A fixação dos preços públicos devidos pela utilização
artigo 159, inciso I, alínea “b”, da Constituição da República; de bens, serviços e atividades municipais, será feita pelo prefeito
VI- a cota que lhe couber dos recursos recebidos pelo Estado, mediante edição de decreto.
nos termos do artigo 159, parágrafo terceiro, da Constituição da Re- Parágrafo Único – Ninguém poderá ser privado dos serviços de
pública; água e esgoto, quando comprovada absoluta falta de capacidade
VII- a cota que lhe couber da arrecadação, conforme a origem para seu pagamento, na forma da lei.
a que se refere o artigo 153, inciso V, das Constituição da República, Art. 166 – Nenhum contribuinte será obrigado ao pagamento
incidente sobre o ouro, quando definido em lei como ativo ou ins- de qualquer tributo lançado pela Prefeitura, sem prévia notificação.
trumento cambial. §1º - A notificação do contribuinte, ou, na ausência deste, do
Parágrafo Único – As parcelas das receitas pertencentes ao seu representante ou preposto, far-se-á por uma das seguintes for-
Município, mencionadas no inciso IV, deste artigo, serão creditadas mas:
segundo os seguintes critérios: a - no próprio auto, mediante entrega de cópia, contra recibo
a - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado assinado no original;
nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas presta- b - no processo respectivo, mediante termo da ciência, datado
ções de serviços, realizadas no território do Município; e assinado;
b - até um quarto, de acordo com o que dispuser a lei estadual. c - nos livros fiscais, mediante termo lavrado pela autoridade
Art. 158 – O Município divulgará, até o último dia útil do mês fiscal;
subsequente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tri- d - por via postal, sob registro, para o endereço indicado à re-
butos arrecadados, bem como os recursos recebidos, os valores de partição fiscal;
origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica e - por meio de publicação no Diário Oficial do Município e
dos critérios de rateio. comunicação por via postal, ressalvando-se que a falta de entrega
Art. 159 – As taxas poderão ser instituídas por lei, em razão do desta não prejudicará os efeitos da publicação.
exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial §2º - Lei municipal deverá estabelecer recurso contra o lança-
dos serviços públicos, específicos e divisíveis, prestados ao contri- mento, assegurado o prazo mínimo de quinze dias, para sua inter-
buinte. posição, a contar da notificação.
§1º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de im- §3º - Os prazos contar-se-ão a partir da data do recibo, da ciên-
postos. cia ou da lavratura do termo nas hipóteses das alíneas “a”, “b”,”c”
§2º - Qualquer interrupção na prestação de serviços públicos do parágrafo primeiro, e, em dobro, da data da postagem ou da
municipais, salvo relevante motivo de interesse público, desobriga- publicação, nas hipóteses das alíneas “d” e “e”, respectivamente,
rá o contribuinte do pagamento das taxas ou tarifas corresponden- do mesmo parágrafo.
tes ao período de interrupção, cujo valor será deduzido diretamen-
te da conta que lhe apresentar o órgão prestador do serviço.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§4º - Quando o vulto da arrecadação o justificar, o Município haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuá-
poderá criar órgão coligado constituído de servidores, designados rio, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar o
pelo prefeito, e de contribuintes indicados por entidades de clas- imposto relativamente ao bem imóvel.
se, com atribuição de decidir, em grau de recurso, as reclamações §3º - As vedações expressas nas alíneas “b” e “c” do inciso VI
fiscais. compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços rela-
Art. 167 – A despesa pública atenderá aos princípios estabeleci- cionados com as finalidades essenciais das entidades nelas men-
dos na Constituição da República, do Estado e às normas de direito cionadas.
financeiro. §4º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho
Art. 168 – Nenhuma despesa será ordenada ou satisfeita sem à previsão da receita e a fixação das despesas, não se incluindo na
que exista recurso disponível e crédito votado pela Câmara, salvo a proibição a abertura de créditos suplementares e contratações de
que ocorrer por conta de crédito extraordinário. operações de crédito, ainda que por antecipação de receitas, nos
Art. 169 – Nenhuma lei que crie ou aumente despesa será exe- termos da lei.
cutada sem que dela conste a indicação dos recursos para atendi- Art. 171 – Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às
mento do correspondente encargo. diretrizes orçamentárias, ao orçamento e aos créditos adicionais
Parágrafo Único – Poderá ser instituído regime de adiantamen- serão apreciados pela Câmara Municipal.
to em cada uma das unidades da administração direta e indireta e
bem assim na Câmara Municipal para atender a pequenas despesas SEÇÃO IV
de pronto pagamento, definidas em lei. DO ORÇAMENTO

SEÇÃO III Art. 172 – Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR I - o plano plurianual;
II- os orçamentos anuais;
Art. 170 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao III- as diretrizes orçamentárias.
contribuinte, é vedado ao Município: §1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de for-
I- exigir ou aumentar tributo, sem lei que o estabeleça; ma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e metas da administra-
II- instituir tratamento desigual entre contribuintes que se en- ção do município, para as despesas de capital e outras dela decor-
contrem em situação rentes e para as relativas aos programas de duração continuada;
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupa- §2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas
ção profissional ou função por eles exercida, independentemente e prioridades da administração pública municipal, incluindo as des-
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos e direitos; pesas de capital para o exercício financeiro subsequente.
III- cobrar tributos; §3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encer-
a - em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da ramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orça-
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; mentária.
b - no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a §4º - A lei orçamentária anual compreenderá:
lei que os instituiu ou os aumentou; a - o orçamento fiscal referente aos poderes municipais, seus
IV- utilizar tributo com efeito de confisco; fundos, órgãos e entidades da Administração direta e indireta, in-
V- estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por clusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
meio de tributos interestaduais, intermunicipais ou quaisquer ou- b - o orçamento de investimento das empresas em que o Mu-
tros, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias con- nicípio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social
servadas pelo Poder Público; com direito a voto;
VI- instituir impostos sobre: c - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as en-
a - patrimônio, renda ou serviços de outros Estados ou da tidades e órgãos a ele vinculados, da administração direta ou indi-
União Federal; reta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo
b - templos de qualquer culto; Poder Público.
c - patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclu- §5º - O prefeito poderá enviar mensagem à Câmara Municipal,
sive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo,
instituições de educação, de assistência social, sociais, filantrópicas, enquanto não iniciada a votação, na Comissão Permanente, da par-
culturais e esportivas, sem fins lucrativos; te cuja alteração é proposta.
d - livros, jornais, periódicos, papel destinado à sua impressão §6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes or-
e veículos de radiodifusão. çamentárias e do orçamento anual, serão enviados pelo prefeito à
§1º -A vedação de que trata a alínea “a” do inciso VI, deste Câmara Municipal, nos termos da lei complementar a que se refere
artigo, é extensiva às autarquias e fundações instituídas e manti- o artigo 165, parágrafo 9º, da Constituição da República.
das pelo Poder Público no que se refere ao patrimônio, à renda e §7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no
aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas que não contrariar o disposto nesta seção, as normas relativas ao
decorrentes. processo legislativo.
§2º -O disposto na alínea “a” do inciso, deste Artigo, e no pará- §8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou re-
grafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços jeição de projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas
relacionados coma exploração de atividades econômicas regidas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, median-
pelas normas aplicáveis e empreendimentos privados, ou em que te créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica au-
torização legislativa.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§9º - Na apreciação e votação do orçamento anual o poder exe- §8º - Sendo verificado que a reestimativa da receita e da des-
cutivo colocará à disposição do poder legislativo todas as informa- pesa poderá resultar em não cumprimento da meta de resultado
ções sobre a situação do endividamento do Município, detalhadas fiscal estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias, o montante
para cada empréstimo existente, e acompanhadas das agregações de programações previsto no §3º deste artigo poderá ser reduzido
e consolidação pertinentes. em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto
Art. 172-A – As emendas propostas pelos Vereadores ao pro- das despesas discricionárias.
jeto de lei orçamentária anual, respeitados os limites e disposições Art. 173 – Será constituído no Município um conselho munici-
deste artigo, não serão objeto de veto, sendo obrigatória a execu- pal orçamentário, que deverá contar com a participação de comis-
ção da programação orçamentária, na forma deste artigo. (Artigo, são paritária constituída por profissionais habilitados, escolhidos di-
parágrafos e incisos inseridos pela Emenda nº 53 de 14/07/2017) reta e livremente, que juntamente com a administração, acolherão
§1º - As emendas de execução obrigatória ao projeto de lei or- sugestões e propostas para as diretrizes orçamentárias, de confor-
çamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois midade com a lei.
décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto Art. 174 – São vedados:
encaminhado pelo Poder Executivo, tanto para fins de financiamen- I- o início de programas ou projetos não incluídos na lei orça-
to quanto para custeio, sendo que metade deste percentual, 0,6% mentária anual, bem como a paralisação de programas ou projetos
(seis décimos por cento) será destinada obrigatoriamente às ações nas áreas da educação, saúde e habitação, já iniciados, havendo re-
e serviços públicos de saúde. cursos orçamentários específicos ou possibilidade de suplementa-
§2º - A execução do montante destinado às ações e serviços ção dos mesmos, quando se tenham esgotados;
públicos de saúde previsto no §1º, inclusive custeio, será compu- II- a realização de despesas ou a assunção de obrigações dire-
tada para fins do cumprimento do inciso III, do §2º do artigo 198 tas, que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
da Constituição Federal, vedada a destinação para pagamento de III- a realização de operações de crédito que excedam o mon-
pessoal ou encargos sociais. tante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
§3º - É obrigatória a execução orçamentária e financeira das créditos suplementares ou especiais, com finalidade precisa, apro-
programações a que se refere o §1º, deste artigo, em montante vados pela Câmara Municipal, por maioria absoluta;
correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da IV- a vinculação de receita de impostos a órgãos ou despesas,
receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos
critérios para a execução equitativa. a que se referem os artigos 158 e 159 da Constituição da Repúbli-
§4º - Considera-se equitativa a execução das programações de ca, a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento
caráter obrigatório que atenda de forma igualitária e impessoal às do ensino, como determinado pelo artigo 212 da Constituição da
emendas apresentadas, independentemente da autoria. República, a prestação de garantia às operações de crédito por an-
§5º - As programações orçamentárias previstas no §1º deste tecipação de receita, previstas no artigo 165, parágrafo 8º, da Cons-
artigo, não serão de execução obrigatória nos casos de impedimen- tituição da República;
tos de ordem técnica, devendo ser adotadas as seguintes medidas: V- a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
I- Até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orça- autorização legislativa e sem indicação dos recursos corresponden-
mentária, o Poder Executivo enviará ao Poder Legislativo notifica- tes;
ção com as justificativas do impedimento; VI- a transposição, o remanejamento ou transferência de recur-
II- Até 30 (trinta) dias após a comunicação prevista no inciso I, o sos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão
Poder Legislativo, mediante indicação do autor da emenda impedi- para outro, sem prévia autorização legislativa;
da, comunicará ao Poder Executivo o remanejamento da programa- VII- a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
ção cujo impedimento seja insuperável; VIII- a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
III- Até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder autorização legislativa.
Executivo encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da §1º - Nenhum investimento, cuja execução ultrapasse um exer-
programação cujo impedimento seja insuperável; cício financeiro, poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano
IV- Se, até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
inciso III, a Câmara de Vereadores não deliberar sobre o projeto de responsabilidade.
lei de remanejamento de que trata o inciso anterior, o remaneja- §2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
mento será efetivado por ato do Poder Executivo, nos termos pre- exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
vistos na lei orçamentária, deixando de ser obrigatória a execução autorização for promulgado nos últimos quatro meses, daquele
da programação, na forma do parágrafo 5º deste artigo; exercício, caso em que, reaberto nos limites de seus saldos, serão
§6º - Após o transcurso do prazo previsto no inciso IV, do pará- incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
grafo 5º, as programações orçamentárias previstas no parágrafo 3º 3º - A abertura de créditos extraordinários somente será ad-
não terão o caráter de obrigatoriedade de execução nos casos dos mitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as
impedimentos justificados conforme notificação prevista no inciso decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
I, §5º deste artigo. §4º - Fica vedada ao Município a contratação de empréstimos,
§7º - Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de sob garantia de receitas futuras, sem previsão do impacto a recair
cumprimento da execução financeira prevista no §3º deste artigo, nas subsequentes administrações financeiras municipais.
até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente Art. 175 – A despesa com pessoal ativo e inativo do Município
líquida realizada no exercício anterior. obedecerá aos limites ditados pela Constituição Federal.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§1º - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remu- VI- organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces-
neração, criação de cargos ou alteração de estrutura de carreiras, são ou permissão, sempre por licitação, os serviços públicos muni-
bem como a admissão de pessoal a qualquer título, pelos órgãos e cipais;
entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações VII- na aquisição de bens e serviços, o poder público dará tra-
instituídas e mantidas pelo Poder Público, só poderão ser feitas: tamento preferencial, nos termos da lei, à empresa brasileira de
I- se houver prévia dotação orçamentária suficiente para aten- capital nacional.
der as projeções de despesa de pessoal e os acréscimos dela de- Art. 179 – A intervenção do Município no domínio econômico
correntes; terá por objetivo estimular e orientar a produção, defender os inte-
II- se houver autorização específica na lei de diretrizes orça- resses do povo e promover a justiça e solidariedade sociais.
mentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de Art. 180 – O trabalho é obrigação social, garantido a todos o
economia mista. direito ao emprego e à justa remuneração, que proporcione exis-
§2º - Todo e qualquer incentivo fiscal concedido pelo Municí- tência digna da família na sociedade.
pio, não será considerado para redução do limite de que trata este Art. 181 – O Município considerará o capital não apenas como
artigo. instrumento produtor de lucro, mas, também, como meio de ex-
Art. 176 – As fundações e associações sem fins lucrativos, ou as pansão econômica e de bem-estar coletivo.
que exerçam atividades de utilidade pública, terão precedência na Art. 182 – O Município assistirá os trabalhadores rurais e suas
destinação de subvenções à conta do orçamento municipal, ficando organizações legais, objetivando proporcionar-lhes, entre outros
as entidades beneficiadas obrigadas à prestação de contas junto à benefícios, meios de produção e de trabalho, saúde e bem- estar
Câmara Municipal. social.
Art. 183 – O Município promoverá e incentivará o turismo
SEÇÃO V como fator de desenvolvimento social e econômico.
DO PLANEJAMENTO
CAPÍTULO II
Art. 177 – O Município deverá organizar a sua administração DA POLÍTICA URBANA
e exercer suas atividades dentro de um processo de planejamento
permanente atendendo as suas peculiaridades e aos princípios téc- Art. 184 – A política urbana a ser formulada pelo Município,
nicos convenientes ao desenvolvimento integrado da comunidade. atenderá ao pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade,
1º - Considera-se processo de planejamento a definição de ob- com vistas a garantir a melhoria da qualidade de vida de seus ha-
jetivos determinados em função da realidade local, a preparação bitantes.
dos meios para atingi-los, o controle de sua aplicação e a avaliação §1º - As funções sociais são compreendidas como direito de
dos resultados obtidos. todo cidadão ao acesso à moradia, transporte público, saneamento
§2º - Para o planejamento é garantida a participação popular básico, energia elétrica, gás canalizado, abastecimento, iluminação
nas diversas fases de discussão. pública, saúde, educação, cultura, creche, lazer, água potável, cole-
ta de lixo, drenagem das vias de circulação, contenção de encostas,
TÍTULO VI segurança e preservação do patrimônio ambiental e cultural.
DA ORDEM ECONÔMICA, FINANCEIRA E DO MEIO AMBIENTE §2º - O exercício do direito de propriedade atenderá a função
social quando condicionado às funções do Município e às exigên-
CAPÍTULO I cias do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.
DISPOSIÇÕES GERAIS §3º - Ao Município, na Lei Orgânica e no Plano Diretor, caberá
submeter o direito de construir nos princípios previstos neste arti-
Art. 178 – O Município, nos limites de sua competência, orga- go.
nizará a ordem econômica e social, conciliando a liberdade de ini- §4º - A execução da política urbana está condicionada às fun-
ciativa com os superiores interesses da coletividade, devendo, para ções sociais da cidade e ao estado social de necessidade.
tanto: Art. 185 – Para assegurar as funções sociais da cidade e da pro-
I- promover o desenvolvimento das atividades industriais, co- priedade, o Município poderá utilizar os seguintes instrumentos:
merciais e agropecuárias, estimulando a instalação, em seu territó- a - imposto predial e territorial urbano progressivo no tempo,
rio, de indústrias básicas e, de modo especial, dispensar tratamento progressivo por diferenciação de zonas ou outros critérios de ocu-
favorecido às empresas brasileiras de capital nacional de pequeno pação e desenvolvimento a serem apontados no Plano Diretor ou
porte; pelo número de propriedades;
II- defender a economia pública e particular de toda exploração b - contribuição de melhoria, nas áreas que, já possuindo equi-
de caráter parasitário não compatível com os interesses superiores pamentos urbanos consagrados e reconhecidos, recebam obras de
da vida humana; embelezamento e melhoramento.
III- assegurar e desenvolver a função social da propriedade e Art. 186 – O imposto progressivo, a contribuição de melhoria e
do capital; a edificação compulsória não incidirão sobre terreno de até 400m²
IV- promover o amparo à produção e zelar pela adoção de con- destinado à moradia de proprietário de baixa renda, que não tenha
dições de trabalho compatíveis com a proteção social do trabalha- ou não possua outro imóvel.
dor e os interesses econômicos da coletividade; Art. 187 – O direito de propriedade territorial urbana não pres-
V- reprimir quaisquer formas de abuso econômico; supõe o direito de construir, cujo exercício deverá ser autorizado
pelo poder público, segundo os critérios que forem estabelecidos
em lei municipal.

53
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Art. 188 - O Poder Público Municipal, mediante lei específica III- a aprovação dos projetos de loteamento dependerão de li-
para a área incluída no Plano Diretor, exigirá do proprietário do solo cenciamento na forma da legislação vigente, ouvido o respectivo
urbano não edificado, sub-utilizado ou não utilizado, que promova órgão ambiental e aprovado por dois terços dos membros da Câ-
seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: mara Municipal.
I- parcelamento ou edificação compulsórios, no prazo máximo Art. 191 – As áreas de interesse turístico serão colocadas sob
de um ano, a contar da data da notificação pelo poder público ao proteção especial do Poder Público, terão legislação própria de uti-
proprietário do imóvel, devendo a notificação ser averbada no car- lização e ocupação, definindo inclusive as obrigações dos proprie-
tório competente; tários e usuários
II- imposto progressivo no tempo, pelo prazo mínimo de dois I- a de conservar os recursos naturais e paisagísticos;
exercícios, sobre a propriedade predial e territorial urbana; II- a de reparar, repor ou restaurar os recursos naturais danifi-
III- desapropriação, com pagamento mediante títulos da dívida cados pela sua má utilização.
pública, de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, Art. 192 – O abuso de direito pelo proprietário urbano acarre-
com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e tará, além das sanções administrativas, as sanções civis e criminais,
sucessivas, assegurados valor real de indenização e os juros legais. conforme definição em lei.
Art. 189 – A alienação dos imóveis, posterior à data da notifi- Art. 193 – As terras públicas não utilizadas e sub-utilizadas e as
cação, não interrompe o prazo fixado para o parcelamento e a edi- discriminadas serão prioritariamente destinadas a assentamentos
ficação compulsórios. de população de baixa renda e à instalação de equipamentos co-
Art. 190 – O Plano Diretor é o instrumento básico da política letivos.
de desenvolvimento e expansão urbana e deverá ser revisto a cada §1º- É obrigação do Município manter atualizados os respecti-
cinco anos. vos cadastros imobiliários e de terras públicas, abertos à consulta
§1º - O Plano Diretor é a parte integrante de um processo con- dos cidadãos.
tínuo de planejamento a ser conduzido pelo Município, abrangendo §2º - Nos assentamentos em terras públicas e ocupadas por
a totalidade do respectivo território e contendo diretrizes de uso população de baixa renda ou em terras não utilizadas ou sub-utili-
e ocupação do solo, vocação das áreas rurais, defesa dos manan- zadas, o domínio ou a concessão real de uso será concedido ao ho-
ciais e demais recursos naturais, vias de circulação integradas, zo- mem ou à mulher, ou a ambos, independentemente de estado civil.
neamento, índices urbanísticos, áreas de interesse social, diretrizes Art. 194 – N o estabelecimento de diretrizes e normas relativas
econômico- financeiras e administrativas. ao desenvolvimento urbano, o Município investirá em obras essen-
§2º - É atribuição exclusiva do Município, através de seu órgão ciais pelo período em que existirem populações sem serviços pú-
técnico, a revisão do Plano Diretor e a condução de sua posterior blicos, a saber: água potável, esgoto, pavimentação, contenção de
implementação. encostas, transporte e iluminação pública, além do seguinte:
§3º - É garantida a participação popular através de entidades I- urbanização, regularização fundiária e titulação das áreas
representativas da comunidade, nas fases de elaboração e imple- faveladas e de baixa renda, sem remoção dos moradores, salvo
mentação da revisão do plano diretor, em conselho municipal, con- quando as condições físicas das áreas imponham riscos a seus habi-
forme dispuser a lei. tantes, impliquem em assentamento em áreas próximas e de igual
§4º - O projeto do Plano Diretor previsto neste artigo regula- acesso ao centro urbano, mediante consulta obrigatória e acordo
mentará, segundo as peculiaridades locais do Município, e as se- com a população envolvida;
guintes normas básicas, dentre outras: II- regularização dos loteamentos clandestinos, abandonados
I- proibição de construções e edificações sobre dutos, canais, ou não titulados;
valões e vias similares de esgotamento ou passagens de cursos de III- participação ativa das respectivas entidades representativas
água. da comunidade no estudo, encaminhamento e na solução dos pro-
II- condicionamento da desafetação de bens de uso comum do blemas, planos, programas e projetos que lhes sejam concernentes;
povo à prévia aprovação das populações circunvizinhas ou direta- IV- preservação das áreas de exploração agrícola e pecuária e
mente interessadas; estímulos a essas atividades primárias;
III- restrição à utilização de área que apresente riscos geológi- V- preservação, proteção e recuperação do meio ambiente ur-
cos; bano e cultural;
IV- restrição de novas ocupações de áreas ribeiras aos rios, la- VI- criação de área de especial interesse urbanístico, ambiental,
gos e lagoas, observada a legislação pertinente à questão. turístico e de utilização pública;
§5º - O Município promoverá com a participação do Estado e VII- livre acesso, especialmente às pessoas portadoras de de-
de representantes da comunidade, o zoneamento ambiental em ficiência física, a edifícios públicos e particulares, de frequência
seu território. aberta ao público e a logradouros públicos, mediante eliminação de
I- a instalação de indústrias em áreas cujo zoneamento o Plano barreiras arquitetônicas e ou ambientais;
Diretor defina como industrial, dependerá o estudo de impacto am- VIII- utilização racional do território e dos recursos naturais,
biental e social a ser elaborado pelo promotor do empreendimento, mediante controle da implantação e do funcionamento de ativida-
bem como, do correspondente licenciamento, a ser aprovado de des industriais, comerciais, residenciais e viárias;
acordo com análise de entidades e movimentos de proteção am- IX- estímulo às atividades econômicas primárias e às áreas de
biental e comunidades diretamente envolvidas; potencial agrícola e pecuária.
II- nas situações que exigirem remanejamento de populações, Art. 195 – Terão obrigatoriamente de atender a normas vigen-
estas serão assentadas em locais próximos e com infra-estrutura tes quaisquer projetos, obras e serviços a serem iniciados no terri-
que garanta a qualidade de vida, ouvida a comunidade, através de tório do Município.
seus representantes;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Art. 196 – Aplicar-se-á aos requerimentos e projetos de par- Parágrafo Único – Será reservado espaço para o armazenamen-
celamento, construções, edificações e obras em geral a legislação to de lixo atômico gerado no Município, respeitadas as normas do
vigente na data da decisão final. Conselho Nacional de Energia Nuclear.
Parágrafo Único – Os direitos decorrentes da concessão de li- Art. 205 – O lixo hospitalar deverá obrigatoriamente ser inci-
cença cessarão na ocorrência de qualquer das três condições: nerado.
I- não complementação das funções da edificação, em dezoito Art. 206 – O Município não permitirá a instalação, em seu ter-
meses, a contar da data da aprovação do projeto; ritório, de indústrias que manipulem substâncias químicas cancerí-
II- não conclusão das obras constantes do projeto aprovado, genas e mutagênicas.
em trinta e seis meses, a contar da data de sua aprovação;
III- não conclusão das obras constantes do projeto de lotea- CAPÍTULO IV
mento aprovado, em vinte e quatro meses, a contar da data de sua DA POLÍTICA AGRÍCOLA
aprovação.
Art. 197 – O ato de reconhecimento de logradouro de uso da Art. 207 – Na condução da política agrícola, o Município garan-
população não importa na aceitação de obra ou aprovação de par- tirá a participação dos produtores e trabalhadores rurais inclusive
celamento de solo, nem dispensa das obrigações previstas na legis- na elaboração dos programas de desenvolvimento das atividades
lação, os proprietários, loteadores e demais responsáveis. pertinentes.
Parágrafo Único – A prestação dos serviços públicos à comuni- Parágrafo Único - Fica criado o Conselho Municipal de Desen-
dade de baixa renda independerá do reconhecimento de seus lo- volvimento Rural a ser regulamentado por lei de iniciativa do pre-
gradouros e da regularização urbanística ou do registro das áreas, feito.
edificações ou construções. Art. 208 – Nas ações de apoio levar-se-á em consideração a
Art. 198 – Incumbe ao Município promover e executar progra- função social da propriedade.
mas de construção de moradias populares e garantir condições ha- Art. 209 – A política agrícola do Município dará prioridade à
bitacionais, escola pública e posto de saúde e infraestrutura urbana, produção de gêneros alimentícios, cuja comercialização far-se-á
em especial as de saneamento básico e transporte, assegurando-se diretamente com os consumidores, competindo ao poder público:
sempre um nível compatível com a dignidade da pessoa humana. I- garantir a prestação de serviços de assistência técnica e ex-
Parágrafo Único – As moradias populares deverão ter área com tensão rural gratuita, em benefício dos pequenos e médios produ-
limite mínimo de 52m² . tores, dos trabalhadores rurais, suas famílias e suas organizações;
Art. 199 – O poder público estimulará a criação de cooperativas II- incentivar e manter pesquisa agropecuária que garanta o de-
de moradores destinadas à construção da casa própria e a auxiliar senvolvimento do setor de produção de alimentos, com progresso
o esforço das populações de baixa renda na edificação de suas ha- tecnológico voltado aos pequenos e médios produtores, às caracte-
bitações. rísticas regionais e aos ecossistemas;
Art. 200 – Na elaboração dos respectivos orçamentos e dos pla- III- planejar e implementar a política de desenvolvimento agrí-
nos plurianuais, o Município deverá prever as dotações necessárias cola, compatível com a política agrária e com a preservação do meio
à concretização dos direitos estabelecidos neste Capítulo. ambiente e conservação do solo, estimulando os sistemas de pro-
Art. 201 – Fica assegurado o amplo acesso da população às in- dução integrados, a policultura, a agricultura orgânica e a integra-
formações sobre cadastro atualizado das terras públicas e planos ção entre agricultura, pecuária e psicultura;
de desenvolvimento urbano e regionais, agrícolas, localizações in- IV- desenvolver programas de irrigação e drenagem, eletrifica-
dustriais, projetos de infraestrutura, tombamentos e informações ção rural, produção e distribuição de mudas e sementes, de reflo-
referentes à gestão dos serviços públicos. restamento, bem como de melhoramentos de rebanhos;
Art. 202 – Na elaboração, implantação e gestão de políticas V- estimular a adubação orgânica e o combate biológico às pra-
habitacionais de serviços públicos, de desenvolvimento industrial e gas;
turístico, bem como dos orçamentos, o Poder Executivo deverá dar VI- instituir programa de ensino agrícola associado à comercia-
conhecimento das propostas à comunidade através de entidades lização industrial, ao ensino não formal e a educação para preserva-
representativas, valendo-se de audiências públicas, conselhos mu- ção do meio ambiente.
nicipais, plebiscitos e referendos populares. Art. 210 – Compete ainda Município:
I- assegurar a política agrícola, especialmente em favor de pe-
CAPÍTULO III quenos produtores, proprietários ou não;
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA II- geração, difusão e apoio à implementação de tecnologia
adaptadas às condições microrregionais e à pequena produção,
Art. 203 – O Município promoverá e incentivará a pesquisa e através dos órgãos municipais, pesquisa e fornecimento de insumos
a capacitação científica e tecnológica, bem como a difusão do co- e serviços;
nhecimento visando ao progresso da ciência e ao bem-estar da po- III- controle fiscalização da produção, comercialização, trans-
pulação. porte, propaganda e uso de agrotóxicos e biocidas em geral, no âm-
Parágrafo Único – A pesquisa e a capacitação tecnológica vol- bito de sua competência visando à preservação do meio ambiente
tar-se-ão preponderantemente para o desenvolvimento econômico e da saúde dos trabalhadores rurais e consumidores, divulgando,
e social do Município. atualizando e exigindo o cumprimento de receituários agronômicos
Art. 204 – São vedados: a construção, o armazenamento e expedidos por profissionais habilitados, bem como fiscalizar a inci-
transporte de armas nucleares, bem como o armazenamento de neração das embalagens de agrotóxicos;
lixo atômico gerado em outros Municípios.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

IV- preservação da diversidade genética tanto animal como ve- II- estudantes da rede pública de ensino fundamental e médio
getal, inclusive organizando e estimulando a criação de bancos de nos seus deslocamentos casa-escola-casa, uniformizados e identi-
sementes e contribuindo para sua manutenção; ficados em dias e horário escolar; (alterado pela Emenda nº 38 de
V- garantir no orçamento recursos ao serviço oficial da exten- 16 de março de 2005) (modificado pela Emenda nº 43 de 26 de
são rural e assistência técnica. setembro de 2007)
Art. 211 – A conservação do solo é de interesse público em III- policiais, guardas municipais, bombeiros, devidamente uni-
todo o território do Município, impondo-se à coletividade e ao po- formizados e identificados;
der público o dever de preservá-lo,cabendo a este: IV- pessoas portadoras de deficiência física, com reconhecida
I- estabelecer regimes de conservação e elaborar normas de dificuldade de locomoção, os deficientes mentais e acompanhantes
preservação dos recursos do solo e da água, assegurando o uso dos mesmos, quando necessário – um para cada deficiente;
múltiplo desta; V- crianças de até cinco anos de idade.
II- orientar os produtores rurais sobre técnicas de manejo e re- §1º - As pessoas contempladas com a isenção de que trata o
cuperação de solos, através do serviço de extensão rural; inciso I, terão acesso pela portaria dianteira do coletivo, mediante
III- controlar, na forma da lei, a utilização do solo agrícola, esti- apresentação de carteira de identificação pessoal e intransferível,
mulando mediante incentivos, o reflorestamento das áreas inade- a ser fornecida pela empresa concessionária de serviço público de
quadas à exploração agropecuária, mediante plantio e conservação transportes coletivos do Município de Três Rios.
de espécies diversificadas e compatíveis com a manutenção do §2º - As pessoas contempladas com a isenção de que trata o
equilíbrio ecológico; inciso IV terão acesso pela porta dianteira do coletivo, mediante
IV- proceder ao zoneamento agrícola, considerando os objeti- apresentação de carteira de identificação pessoal e intransferível.
vos e as ações da política previstas neste capítulo. VI- A empresa terá no máximo 05 (cinco) dias úteis para forne-
cer as carteiras a partir da data em que o solicitante fizer o pedido.
CAPÍTULO V §3º - Para fins do que dispõe o inciso II, do caput do artigo 2º,
DO MEIO AMBIENTE os estudantes terão acesso pela porta dianteira do coletivo, deve-
rão estar uniformizados e apresentar o cartão de identificação pes-
Art. 212 – O programa de desenvolvimento das atividades de soal e intransferível, desde que no horário e dia de aulas, durante
defesa do meio ambiente, no Município de Três Rios, nortear-se-á o período letivo.
pela Constituição Federal, conforme o disposto no Capítulo VI, Títu- I - Para fins do que dispões o §3º, os estudantes do horário
lo VIII – Da Ordem Social. noturno não precisarão estar uniformizados, devendo apenas apre-
Art. 213 – As leis básicas do Município: Código Tributário, Có- sentar a carteira pessoal e intransferível.
digo de Obras, Código de Posturas e outras leis já existentes ou que §4º - Fica mantido o desconto tarifário de 50 % aos estudantes
venham a ser editadas sobre o mesmo assunto, deverão, atuando da rede particular de ensino Fundamental, Médio e Superior, a ser
juntas, conter medidas de incentivo às praticas salutares em pró da concedido através da aquisição de vale-transporte, por mês de pe-
natureza e de punição, graduada, para aquelas que lhe são nocivas, ríodo de ensino, fornecidos pela empresa concessionária, mediante
sejam poluindo ou contaminando o ar, a água ou a terra. pagamentos prévios e comprovantes de matrícula e endereço deste
Art. 214 – O Poder Executivo Municipal, com base na Consti- Município. (redação alterada pela Emenda nº 49 de 07/06/2013)
tuição Federal, na Constituição Estadual e na presente Lei Orgânica, VI - as pessoas portadoras de doenças crônicas, que exijam
dentro de seis meses, a partir da data de hoje, deverá enviar à Câ- tratamento continuado e cuja interrupção possa acarretar risco de
mara Municipal projeto de lei complementar instituindo programa vida, mediante passe especial, expedido à vista de comprovante de
de defesa dos recursos naturais do Município de Três Rios. serviço de saúde oficial, as quais terão acesso pela porta dianteira
Parágrafo Único – Fica proibido no Município de Três Rios a do coletivo, desde que comprovem a residência no Município. (inci-
pesca predatória, principalmente com tarrafas e rede. so acrescentado pela Emenda nº 37 de 18/06/2004)
Art. 218 – Os veículos de transporte coletivo deverão guardar
CAPÍTULO VI sua especificidade e vida útil, equiparando-se a bens públicos, para
DOS TRANSPORTES os fins a que se refere.
Art. 219 – O transporte coletivo de passageiros é um serviço
Art. 215 – Os sistemas viários e os meios de transportes aten- essencial, sendo atribuição do poder público o planejamento e a
derão às necessidades de deslocamento da população e sua ope- operação direta de concessão, permissão ou autorização dos trans-
ração subordinar-se-á à segurança e conforto dos usuários, ao de- portes rodoviários e outras vinculadas ao Município.
senvolvimento econômico, à preservação da vida humana, do meio §1º - O poder público estabelecerá as seguintes condições,
ambiente, do patrimônio arquitetônico e Paisagístico e da topogra- dentre outras, para execução dos serviços:
fia da região, respeitas as diretrizes de uso do solo. a - valor das tarifas condizente com o poder aquisitivo da popu-
Parágrafo Único – O disposto no “caput” deste artigo será ob- lação e com o equilíbrio financeiro do contratado;
servado, também, durante o processo de obras viárias. b - tipo de veículo e sua lotação máxima, assegurando uma
Art. 216 – É dever do Município fornecer transporte coletivo qualidade de serviço digna dos cidadãos;
com tarifa condizente com o poder aquisitivo da população, bem c - itinerário;
como assegurar uma qualidade de serviços digna aos cidadãos. d - padrão de segurança e manutenção;
Art. 217 – São isentos do pagamento de tarifas no serviço de e - normas de proteção ambiental relativa à poluição sonora e
transportes coletivos no Município de Três Rios: atmosférica;
I- cidadãos com mais de sessenta e cinco anos, mediante apre- f - normas relativas ao conforto e à saúde dos passageiros e
sentação de documento oficial de identificação; operadores dos veículos.

56
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§2º - As concessões, permissões e autorizações mencionadas TÍTULO VIII


no “caput”, deste artigo, serão feitas pelo prazo máximo de quin- DA ORDEM SOCIAL
ze anos, renováveis a critério do Município concedente, desde que
atendidas as condições mínimas relacionadas no parágrafo anterior. CAPÍTULO I
§3º - As informações referentes às condições mínimas mencio- DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL
nadas no §1º e as referentes no disposto no §2º, deste artigo, serão
acessíveis à consulta pública. SEÇÃO I
Art. 220 – A concessão ou a permissão de serviço público de DISPOSIÇÕES GERAIS
transporte coletivo urbano somente terá validade mediante licita-
ção, cujo contrato deverá ser enviado para aprovação da Câmara Art. 229 – O Município, dentro de sua competência, regulará o
Municipal. serviço social, favorecendo e coordenando as iniciativas particula-
Parágrafo Único - Serão nulas de pleno direito as concessões ou res que visem a este objetivo.
permissões, bem como qualquer autorização para a exploração de §1º - Caberá ao Município promover e executar as obras que,
serviços públicos de transporte coletivo urbano, feitas em desacor- por sua natureza e extensão, não possam ser atendidas pelas insti-
do com o estabelecido neste artigo. tuições de caráter privado.
Art. 221 – O transporte, sendo de atribuição do poder público, §2º - O plano de assistência social do Município, nos termos
localizado no meio urbano, deve ser planejado e operado de acordo em que a lei o estabelecer terá por objetivo a correção dos dese-
com os respectivos planos diretores. quilíbrios do sistema social, visando a um desenvolvimento social
Art. 222 – Lei complementar disporá sobre as diretrizes gerais harmônico, consoante previsto no art. 203, da Constituição Federal.
dos sistemas de transportes, assegurada a implantação de ciclovias
municipais. SEÇÃO II
Art. 223 – Os usuários estarão representados no Conselho Mu- DA SAÚDE
nicipal de Transporte na forma em que dispuser a legislação munici-
pal, assegurando-se sua participação, cooperando em: Art. 230 – A saúde é um direito de todos os habitantes do Mu-
I- planos e programas de expansão dos serviços; nicípio e dever do poder público, assegurada mediante políticas
II- revisão da base de cálculo dos custos operacionais; sociais, econômicas e ambientais que visem à prevenção e/ou eli-
III - política tarifária; minação do risco de doenças e outros agravos e ao acesso universal
IV- nível de atendimento da população em termos de quanti- e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e
dade e qualidade; recuperação.
V- mecanismos para atenção de pedidos e reclamações dos Art. 231 – O direito à saúde implica nos seguintes direitos fun-
usuários, inclusive para apuração de danos causados a terceiros. damentais do cidadão:
Parágrafo Único – Em se tratando de empresas concessionárias I- condições dignas de trabalho, saneamento, moradia, alimen-
ou permissionárias de serviços, a obrigatoriedade mencionada nes- tação, educação, transporte e lazer;
te artigo deverá constar do contrato de concessão ou permissão. II- acesso e posse da terra;
Art. 224 – As concessionárias ou permissionárias dos serviços III- respeito ao meio ambiente e controle da poluição ambien-
públicos de transportes coletivos urbano são obrigadas pelo me- tal;
nos uma vez por ano, a dar ampla divulgação de suas atividades IV - opção quanto ao tamanho da prole.
informando, em especial, sobre planos de expansão, aplicação de Art. 232 – As ações e serviços de saúde são de saúde de natu-
recursos e realização de programas de trabalho. reza pública, executados no Município de Três Rios em caráter per-
Art. 225 – Compete ao Município o planejamento e administra- manente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito
ção do trânsito sob sua jurisdição. público ou privado, regulados por esta Lei.
Art. 226 – As áreas contíguas às estradas, estradas vicinais e Art. 233 – O conjunto das ações e serviços de saúde do Municí-
ruas, terão que ter tratamento específico através de disposições pio integram uma rede regionalizada e hierarquizada, desenvolvida,
urbanísticas de defesa da segurança dos cidadãos e do patrimônio por ordem de instituições públicas federais, estaduais e municipais
paisagístico e arquitetônico da cidade. da administração direta e indireta, que constituem o SUS – Sistema
Art. 227 – O transporte de material inflamável, tóxico ou po- Único de Saúde, respeitadas as seguintes diretrizes:
tencialmente perigoso ao ser humano e à ecologia, obedecerá a I- descentralizadas e com direção única no Município;
normas de segurança a serem expedida pelo órgão técnico com- II- a universalização da assistência de igual qualidade com insta-
petente. lação e acesso a todos os níveis dos serviços de saúde à população;
Art. 228 – Serão afixados nos terminais e no interior de cada III- participação paritária, em nível de decisão, de entidades re-
ônibus, os horários e o itinerário dos referidos veículos. presentativas de usuários, trabalhadores de saúde e prestadores de
serviços na formulação de gestão e controle das políticas e ações
em nível estadual, regional e municipal, através do Conselho Mu-
nicipal de Saúde;
IV- integralidade e continuidade da assistência à saúde, respei-
tada a autonomia dos cidadãos;
V- igualdade de assistência à saúde, sem preconceitos ou privi-
légios de qualquer espécie;
VI- prestação, às pessoas assistidas, de informações sobre a sua
saúde e divulgação, daquelas, de interesse geral;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

VII- utilização de critérios técnicos para estabelecimento de II- audiências públicas periódicas, visando à prestação de
prioridades, alocação de recursos e orientação programática; contas à sociedade civil, sobre o orçamento e a política de saúde
VIII- proibição de cobrança, ao usuário, pela prestação de servi- desenvolvida, garantindo-se ampla e prévia divulgação dos dados
ços de assistência à saúde, na rede pública e contratada; pertinentes atualizados e dos projetos e normas relativos à saúde.
IX- ênfase na descentralização dos serviços para os distritos. Art. 238 – As instituições privadas poderão participar, de forma
Art. 234 – É de responsabilidade do Sistema Único de Saúde complementar, do Sistema Único de Saúde, no Município, mediante
do Município garantir o cumprimento das normas legais que dis- contrato público, tendo preferência as entidades filantrópicas e as
puserem sobre as condições e requisitos que facilitem a remoção sem fins lucrativos.
de órgãos, tecidos, substâncias humanas, para fins de transplantes, Parágrafo Único – As empresas privadas prestarão seus servi-
pesquisas ou tratamentos, bem como a coleta, o processamento ços, enquanto o setor público não for capaz de executá-los.
e a transfusão de sangue e seus derivados, vedado todo tipo de Art. 239 – As entidades filantrópicas e sem fins lucrativos terão
comercialização. preferência para participarem do Sistema Único de Saúde no Mu-
Parágrafo Único – Ficará sujeito à penalidade, na forma da lei, o nicípio, e, como dispõe a Lei do SUS – Sistema Único de Saúde, se
responsável pelo não cumprimento da legislação relativa à comer- aderirem a contrato, que se estabeleçam mecanismos de controle a
cialização do sangue e seus derivados, dos órgãos, tecidos e subs- serem deliberados pelo CMS – Conselho Municipal de Saúde.
tâncias humanas. Art. 240 – Em qualquer caso, as entidades contratadas ou con-
veniadas submeter-se-ão às normas técnicas e administrativas e
SEÇÃO III aos princípios e programas fundamentais do SUS – Sistema Único
DA ORGANIZAÇÃO E DA DIREÇÃO DA SAÚDE de Saúde.
Art. 241 – O poder público, através de requerimento do CMS
Art. 235 – O Sistema Único de Saúde no Município será organi- – Conselho Municipal de Saúde, poderá intervir ou desapropriar os
zado de acordo com as seguintes diretrizes: serviços de saúde de natureza privada que descumprirem as dire-
I- planejamento, programação e organização da rede regionali- trizes do SUS – Sistema Único de Saúde – no Município de Três Rios
zada e hierarquizada do SUS no Município de Três Rios; ou os termos previstos nos contratos firmados pelo Poder Público.
II- integridade, na prestação das ações de saúde, adequada às Art. 242 – É vedada a participação direta ou indireta de empre-
realidades epidemiológicas, a partir de dados aprovados pelo Con- sas estrangeiras, ou de empresas brasileiras de capital estrangeiro
selho Municipal de Saúde; na assistência à saúde no Município, salvo nos casos previstos em
III- gerência, execução, controle e avaliação das ações referen- Lei e mediante licença prévia do CMS – Conselho Municipal de Saú-
tes às condições e aos ambientes de trabalho; de.
IV- gerência e execução de serviços e ações: Art. 243 – O Sistema Único de Saúde – SUS – será financiado
a - de vigilância epidemiológica; com recursos dos orçamentos do Município, do Estado, da Seguri-
b - de vigilância sanitária; dade Social, da União, além de outras fontes.
c - de alimentação e nutrição; Art. 244 – Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
d - de saneamento básico; –SUS no Município serão administrados através do Fundo Munici-
e - de educação e saúde. pal de Saúde e subordinados ao planejamento e controle do CMS
V- fiscalização das agressões ao meio ambiente e atuação junto – Conselho Municipal de Saúde.
aos órgãos estaduais e federais competentes para controlá-las; Art. 245 – Os recursos provenientes de transferências Federal
VI- controle, avaliação e fiscalização na execução de convênios e Estadual, além de outras fontes, integrarão o Fundo Municipal de
e contratos, e a forma de realização de co-gestão com entidades Saúde.
prestadoras de serviços privados de saúde; Art. 246 – A transferência dos recursos ao CMS –Conselho Mu-
VII- celebração de consórcios para formação de sistemas inter- nicipal de Saúde deverá obedecer aos seguintes critérios, de acordo
municipais de saúde; com análise de programas e projetos POI – Programação e Orça-
VIII - administração do Fundo Municipal de Saúde. mentação Integradas:
Parágrafo Único – É vedado aos proprietários, dirigentes de I- perfil demográfico da região;
entidades ou de serviços contratados, exercer cargo ou função de II- perfil epidemiológico da população a ser coberta;
direção, coordenação, chefia, assessoramento ou emprego no SUS III- características quantitativas e qualitativas da rede de saúde;
– Sistema Único de Saúde. IV- desempenho técnico, econômico e financeiro do período
anterior.
SEÇÃO IV Parágrafo único – É vedada a transferência de recursos para o
DA POLÍTICA DE SAÚDE financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto
em situações de emergências ou de calamidade pública e de acordo
Art. 236 – Fica criado o Conselho Municipal de Saúde, cuja re- com a deliberação prévia do CMS – Conselho Municipal de Saúde.
gulamentação e competência serão definidas em lei. Art. 247 – Ao SUS Sistema Único de Saúde no Município de Três
Art. 237 – O Sistema Único de Saúde no Município de Três Rios Rios compete, além de outras atribuições:
compreenderá os seguintes mecanismos de controle social na sua I- ordenar a política de recursos humanos na área de saúde,
gestão: garantindo a admissão através de concurso público, bem como a
I- o Prefeito convocará, com ampla divulgação através dos capacitação técnica e reciclagem permanente, de acordo com a po-
meios de comunicação, a cada dois anos, conferência municipal de lítica nacional, estadual e municipal de saúde;
saúde para avaliar a situação do Município de Três Rios e fixar dire-
trizes gerais da política sanitária municipal;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

II- garantir aos profissionais de saúde um plano de cargos e XII- implantar política de apoio à saúde mental, que observe os
salários, único, estímulo ao regime de tempo integral e condições seguintes princípios:
adequadas de trabalho , em todos os níveis; a - rigoroso respeito aos direitos humanos dos usuários dos ser-
III- implementar o sistema de informação e saúde com o acom- viços de saúde mental;
panhamento, avaliação e divulgação dos indicadores; b - integração dos serviços de emergência em saúde mental aos
IV- planejar e executar as ações de vigilância sanitária e epide- serviços de emergência em geral;
miológica; c - ênfase à abordagem multiprofissional, bem como à atenção
V- normalizar e executar, no âmbito do Município, a política na- extra-hospitalar e ao grupo familiar;
cional de insumos e equipamentos para saúde; d - ampla informação aos usuários, familiares e à sociedade or-
VI- criar e implementar o Sistema Municipal de Sangue, Com- ganizada, sobre os métodos a serem utilizados;
ponentes e Derivados – SMSCD, para garantir a auto-suficiência, e - proibição de construção de novos hospitais psiquiátricos
assegurando a preservação da saúde do doador e do receptor de públicos ou privados e proibição de contratação ou financiamento,
sangue, integrado no Sistema Nacional de Sangue, Componentes e pelo setor governamental, de novos leitos em hospital psiquiátrico;
Derivados no âmbito do SUS – Sistema Único de Saúde. f - definição de estratégias que objetivem à progressiva extin-
a - O SMSCD – Sistema Municipal de Sangue, Componentes e ção dos leitos de características manicomial, através da instalação
Derivados – assegurará, na sua composição, órgãos operacionais de recursos não manicomiais de atendimento.
de coleta, processamento, estocagem, distribuição e transfusão de Art. 248 – A assistência farmacêutica faz parte da assistência
sangue e seus componentes e derivados, e órgãos de fiscalização e global à saúde, e as ações a elas correspondentes devem ser inte-
de controle de qualidade. gradas no SUS – Sistema Único de Saúde, no Município de Três Rios,
VII- criar e implantar o Sistema Municipal de Serviços de Urgên- ao qual cabe:
cia, assegurando na sua composição, órgãos operacionais de comu- I- garantir o acesso de toda a população aos medicamentos bá-
nicação, transporte, atenção médica pré e intra-hospitalar; sicos, através da colaboração e aplicação da lista padronizada dos
VIII- elaborar e atualizar o plano de alimentação e nutrição, em medicamentos essenciais;
termos de prioridades e estratégias regionais, em consonância com II- estabelecer mecanismos de controle sobre postos de mani-
o plano nacional e estadual de alimentação e nutrição e de acordo pulação, dispensação e ou venda de medicamentos, drogas e insu-
com as diretrizes ditadas pelo Conselho Municipal de Saúde e de mos farmacêuticos destinados ao uso e consumo humanos.
outros órgãos públicos relacionados com os processos de controle Art. 249 – O SUS – Sistema Único de Saúde garantirá assistência
de alimentos e nutrição; integral à saúde da mulher e da criança, em todas as fases de sua
IX- desenvolver o Sistema Municipal de Saúde do Trabalhador, vida, através da implantação de política municipal de saúde, asse-
que disponha sobre a fiscalização, normalização e coordenação na gurando:
prevenção, prestação de serviços e a recuperação dispostos nos ter- a - assistência na auto-regulação da fertilidade com livre deci-
mos da Lei Orgânica do SUS, objetivando garantir: são da mulher, do homem ou do casal, tanto para exercer a procria-
a - medidas que visem à eliminação de riscos de acidentes, e ção, como para evitá-la, vedada qualquer forma coercitiva ou de
das doenças profissionais dos trabalhadores; indução por parte das instituições públicas ou privadas;
b - informações aos trabalhadores a respeito de atividades que b - a rede hospitalar de saúde prestará assistência à mulher, em
comportem riscos à saúde e à vida e dos métodos para seus con- caso de aborto, na forma da lei.
troles; Art. 250 – O SUS – Sistema Único de Saúde abrangerá outras
c - controle e fiscalização através dos órgãos de vigilância sa- práticas terapêuticas, tais como, homeopatia, acupuntura, e fito-
nitária e epidemiológica, dos ambientes e processos de trabalho, terapia, que integrarão a rede oficial de assistência à população,
de acordo com os riscos de saúde, garantindo o acompanhamento garantindo, inclusive, cumprimento dos insumos específicos para
pelo Sindicato; esse atendimento.
d - participação dos sindicatos e associações classistas na ges- Art. 251 – O SUS – Sistema Único de Saúde garantirá uma po-
tão dos serviços relacionados com a medicina e com a segurança lítica de saúde mais abrangente aos deficientes, englobando trata-
do trabalhador; mento, recuperação e dando condições de sua reintegração à so-
e - notificação compulsória, por parte dos ambulatórios médi- ciedade.
cos dos órgãos e empresas públicas ou privadas, das doenças pro- Art. 252 – O Município instituirá mecanismos de controle e fis-
fissionais e dos acidentes de trabalho; calização adequados para coibir a imperícia, a negligência, a impru-
f - fiscalização, pelo Município e pelas representações das en- dência e a omissão de socorro nos estabelecimentos hospitalares
tidades classistas, dos departamentos médicos localizados nos ór- oficiais e particulares, culminando em penalidades severas para os
gãos ou empresas, sejam elas públicas ou privadas; culpados.
g - intervenção do Poder Público, através do Sistema Único de Parágrafo único – Quando tratar-se de estabelecimento parti-
Saúde, no local de trabalho em caso de risco eminente ou onde cular, as penalidades poderão variar da imposição de multas à cas-
houver ocorrido grave dano à saúde do trabalhador. sação do alvará de funcionamento.
X- determinar que todo estabelecimento público e privado sob
fiscalização de órgãos do SUS, seja obrigado a utilizar coletor seleti-
vo de lixo hospitalar;
XI- dispor sobre a fiscalização e a normalização de órgãos, teci-
dos e substâncias para fins de transplantes, pesquisas e tratamento,
vedada a sua comercialização;

59
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

CAPÍTULO II Art. 259 – O Município responsabilizar-se-á, prioritariamente,


DA EDUCAÇÃO pelo atendimento em creches e pré-escolas, às crianças de zero a
seis anos de idade e desenvolverá o ensino fundamental, só poden-
Art. 253 – A educação é direito de todos e dever do poder pú- do atuar em graus mais elevados de educação quando garantido,
blico e da sociedade, devendo basear-se nos princípios da demo- quantitativa e qualitativamente, o atendimento dos níveis citados.
cracia, da liberdade de expressão, da solidariedade e do respeito Parágrafo Único - O atendimento às pessoas deficientes poderá
aos direitos humanos, visando constituir-se em instrumento do de- ser oferecido mediante o estabelecimento de convênios com insti-
senvolvimento e capacidade de elaboração e de reflexão crítica da tuições sem fins lucrativos, sob prévia autorização legislativa e sob
realidade. supervisão do poder público.
Art. 254 – O ensino será ministrado com base nos seguintes Art. 260 – Compete ao Poder Executivo Municipal recense-
princípios: ar, anualmente, as crianças em idade escolar, com a finalidade de
I - gratuidade de ensino público em estabelecimentos oficiais; orientar a política de expansão da rede pública e a elaboração do
II- valorização dos profissionais de ensino, garantindo, na forma Plano municipal de Educação.
da lei, plano de carreira, com piso salarial profissional, e ingresso no Parágrafo Único – Ao Poder Executivo Municipal compete:
magistério exclusivamente por concurso público de provas ou de I- promover anualmente o levantamento da população que al-
provas e títulos; cance a idade da escolarização obrigatória, e proceder a sua chama-
III- gestão democrática do ensino, garantida a participação de da para matrícula;
representantes da comunidade; II- incentivar e fiscalizar a frequência às aulas, adotando medi-
IV- o aprimoramento da democracia e dos direitos humanos; das que impeçam a evasão escolar;
V- a eliminação de todas as formas de racismos e de discrimi- III- exercer, através de seus órgãos, as medidas necessárias ao
nação; cumprimento deste artigo.
VI - o respeito ao meio ambiente e à vida; Art. 261 – O Município manterá ensino obrigatório, gratuito,
VII- a proteção da família; nas escolas municipais, inclusive para os que a elas não tiveram
VIII- a afirmação do pluralismo cultural; acesso na idade própria, assegurando:
IX- o respeito à dignidade da criança e do idoso; I- ensino noturno escolar, adequado às necessidades de apren-
X- o respeito dos valores e do primado do trabalhador; dizado do educando;
XI- a convivência solidária a serviço de uma sociedade justa, II- atendimento educacional especializado aos portadores de
fraterna, livre e soberana; deficiência, incluindo a estimulação precoce na rede regular de en-
XII- implantação de programas suplementares de alimentação, sino, quando necessário, por professores de educação especial;
assistência à saúde e material didático escolar. a - será mantida equipe interdisciplinar para triagem, avaliação
Art. 255 – A família, instituição social básica, compete desem- e orientação dos alunos portadores de deficiência;
penhar papel responsável na preservação dos conhecimentos e dos b - serão organizadas “Oficinas Obrigadas” enquanto os porta-
padrões comportamentais da sociedade. dores de deficiências não puderem integrar-se no mercado de tra-
Parágrafo único – É dever da família colaborar no desenvol- balho competitivo.
vimento da educação formal, informal e a ela compete assistir as III- Atendimento especial aos alunos superdotados, a ser im-
crianças matriculadas nas escolas do Município. plantado por legislação específica.
Art. 256 – São objetivos do ensino municipal garantir o desen- Art. 262 – O Município organizará e manterá sistema de ensi-
volvimento pleno da personalidade humana, mediante o acesso do no próprio com extensão correspondente às necessidades locais de
cidadão, por todos os meios disponíveis, à cultura, aos conhecimen- educação geral e qualificação para o trabalho, respeitadas as dire-
tos científicos, tecnológicos e artísticos, historicamente acumulados trizes e bases fixadas pela legislação federal e as disposições suple-
e ao desporto. tivas da legislação estadual.
Art. 257 – O prefeito fará publicar bimensalmente relatório da Parágrafo Único – Compete ao Município elaborar o Plano Mu-
execução orçamentária da despesa em educação, discriminando nicipal de Educação, respeitadas as diretrizes e normas gerais es-
gastos mensais, em especial na manutenção e conservação das es- tabelecidas pelos Planos Nacional e Estadual de Educação com o
colas. objetivo de estabelecer prioridades e metas para o setor.
Art. 258 – É obrigação da família, representada pelos pais ou Art. 263 – O ensino será desenvolvido de forma a assegurar a
responsáveis, matricular as crianças em idade de escolaridade obri- igualdade de condições de acesso e permanência nas escolas da
gatória, em estabelecimento de ensino que promova a educação rede Municipal.
formal e especial. §1 – O Município assegurará a oferta de vagas suficientes ao
§1º - O não cumprimento das obrigações pelos pais ou respon- atendimento da escolarização obrigatória;
sáveis constituir-se-á em crime previsto em lei. §2º - Havendo insuficiência de vagas, o Município investirá na
§2º - Serão concedidas isenções das obrigações de que trata expansão de sua rede, priorizando as comunidades de maior ne-
este artigo, nas hipóteses previstas em lei, principalmente: cessidade.
I - comprovado estado de pobreza dos pais ou responsáveis; §3º - A não oferta ou oferta insuficiente de ensino obrigatório
II - doença ou anomalia grave da criança. e gratuito pelo Município, implicará em responsabilidade da autori-
§3º - É dever da sociedade comunicar à autoridade a existência dade competente, na forma da lei.
de crianças que não estejam recebendo a escolarização obrigatória. Art. 264 – Fica criado o Conselho Municipal de Educação, con-
forme dispuser a lei.

60
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Art. 265 – A igualdade e permanência dos alunos na faixa de §2º - Os recursos estaduais e federais, destinados à educação,
escolarização obrigatória nas escolas municipais, será assegurada repassados ao Município, serão aplicados integralmente na educa-
mediante: ção.
I - fornecimento suplementar de material didático escolar, aos §3º - Os recursos públicos municipais, destinados à educação,
necessitados; serão dirigidos, prioritariamente, num percentual mínimo obriga-
II - garantia de transporte gratuito, em coletivos; tório de noventa por cento à Rede Pública Municipal e o restante
III - complementação alimentar nas escolas. aplicado conforme o artigo 213 da Constituição da República.
a - a assistência à saúde dos alunos visará assegurar as con- §4 - Os programas suplementares de alimentação, assistência
dições físicas, mentais, psíquicas e sociais necessárias à eficiência ao educando e à saúde, do ensino fundamental, serão financiados
escolar e à promoção humana; com recursos orçamentários.
b - a assistência à saúde se processará através de uma equi- Art. 270 – O Município garantirá aos profissionais do ensino
pe multidisciplinar de técnicos encarregados do planejamento e da estatuto próprio, no prazo máximo de um ano, a contar da promul-
execução podendo ser desenvolvida por programas e convênios em gação desta Lei Orgânica.
instituições públicas. §1° – O Estatuto garantirá, entre outras, regime jurídico, assis-
Art. 266 – Cabe ao município promover o desenvolvimento cul- tência à saúde e aposentadoria com paridade entre servidores ati-
tural da comunidade local incentivando a participação dos trabalha- vos e aposentados e os pensionistas.
dores do ensino e alunos da rede municipal de ensino em espetácu- §2º - O Plano de Carreira, independentemente do regime jurí-
los teatrais, musicais, exposições de artes e outros. dico, garantirá progressão nos sentidos horizontal, por antiguidade,
Art. 267 – O Município assegurará a gestão democrática do e vertical, por obtenção de maior titulação, assegurando a aposen-
ensino público, na forma da Lei, atendendo às seguintes diretrizes: tadoria no último nível da carreira.
I- participação da sociedade na formulação da política educa- I - O Plano de Carreira garantirá, ainda:
cional e no acompanhamento de sua execução; a - data base para a categoria;
II- criação de mecanismos para prestação anual de contas à so- b - enquadramento, por obtenção de maior titulação;
ciedade, da utilização de recursos destinados à educação; c - progressão funcional automática, por tempo de serviço.
III- participação de estudantes, professores, pais e funcioná- §3º - Ficam garantidos os direitos dos professores beneficiários
rios, através do funcionamento de entidades representativas, em dos artigos 84 e 86 da Lei Federal nº 5692/71, desde que os mes-
todas as unidades escolares, com o objetivo de acompanhar e fisca- mos tenham concluído a formação pedagógica respectiva antes da
lizar a alocação de recursos e o nível pedagógico da escola, segundo vigência da lei mencionada.
normas dos Conselhos Federal, Estadual e Municipal de Educação. Art. 271 – O ingresso de profissionais não habilitados, na forma
Parágrafo Único – O Município garantirá a liberdade de orga- da legislação vigente, em função do magistério, implicará responsa-
nização aos alunos, professores, funcionários, pais ou responsáveis bilidade da autoridade competente.
por alunos, sendo permitida a utilização das instalações da escola Art. 272 – O Município assegurará padrão de qualidade me-
para suas atividades. diante garantia de:
Art. 268 – O Executivo Municipal encaminhará para apreciação I- mecanismos de acompanhamento de trabalho pedagógico e
legislativa, a proposta do Plano Municipal de Educação, elaborado a correção imediata das distorções;
pelo Conselho Municipal de Educação. II- aperfeiçoamento dos profissionais de ensino;
§1º - O Plano Municipal de Educação apresentará estudos so- III- estabelecimento progressivo no turno único, nos cursos
bre as características sociais, econômicas, culturais e educacionais diurnos;
do ensino e da educação, bem como as eventuais soluções a curto, IV- regionalização do ensino, segundo as características sócio-
médio e longo prazos. -econômicas e culturais, mediante:
§2º - Uma vez aprovado, o Plano Municipal de Educação po- a - calendários ajustados às características regionais;
derá ser modificado por lei de iniciativa do Poder Executivo ou do b - progressiva oferta das oito séries do Ensino Fundamental
Poder Legislativo, em cujo processo legislativo deverá ser realizada, nos bairros, distritos e zona rural, prioritariamente;
pelo menos, uma audiência pública com participação obrigatória do c - regionalização dos currículos e dos programas.
Conselho Municipal de Educação. §1º - O Plano Municipal de Educação será elaborado a cada
§3º - Caberá ao Conselho Municipal de Educação e à Câmara período de dois anos e visará a articulação e ao desenvolvimento
Municipal, no âmbito de suas competências, exercer a fiscalização do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do poder
sobre o cumprimento do Plano Municipal de Educação. público, que conduzam à;
Art. 269 – Anualmente, o Município aplicará, no mínimo, vinte I- erradicação do analfabetismo;
e cinco por cento da receita resultante de impostos, inclusive a pro- II- universalização do atendimento escolar;
veniente de transferências, na manutenção e no desenvolvimento III- melhoria de ensino com a participação de equipe multidis-
do ensino, nos termos definidos no artigo 212, da Constituição Fe- ciplinar de técnicos;
deral. IV - formação para o trabalho;
§1º - As despesas provenientes da cessão de material ou de V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.
pessoal da Secretaria Municipal de Educação a outros setores da §2 – Lei organizará, em regime de colaboração, nos termos do
administração municipal, não serão consideradas recursos destina- artigo 211 da Constituição da República, o Sistema Municipal Inte-
dos à manutenção e desenvolvimento do ensino público municipal grado de Ensino, constituído pelos serviços educacionais desenvol-
previsto no “caput” deste artigo. vidos no Município.

61
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Art. 273 – Os currículos das escolas municipais serão elabora- III- criação e manutenção de espaços públicos, devidamente
dos a partir dos conteúdos mínimos fixados em lei, de maneira a as- equipados e acessíveis à população, para as diversas manifestações
segurar a formação básica comum e o respeito aos valores culturais, culturais;
regionais e latino-americanos. IV- instalação de bibliotecas na sede do Município e distritos,
§1º - É assegurado o ensino dos aspectos históricos e culturais assim como atenção especial à aquisição de livros, obras de arte e
dos grupos étnicos que compõem a formação de nosso povo; outros bens particulares de valor cultural;
§2º - As escolas municipais desenvolverão, em seus programas, V- incentivo ao intercâmbio cultural com países estrangeiros,
dentre outras, noções de: com outros Estados da Federação, bem como ao intercâmbio cul-
I - direitos humanos; tural entre o município de Três Rios e demais municípios do Brasil;
II- defesa civil; VI- promoção do aperfeiçoamento e valorização dos profissio-
III- tecnologia e meio ambiente; nais da cultura e da criação artística, inclusive a cinematográfica e
IV - normas de trânsito; vídeo;
V - direitos do consumidor; VII- proteção às expressões culturais, dos grupos étnicos que
VI - higiene e profilaxia; compõem a formação do nosso povo;
VII - sexologia; VIII- proteção aos documentos, às obras e outros bens de valor
VIII- efeito das drogas, do álcool e do tabaco; histórico, artístico, cultural e científico, aos monumentos, às paisa-
IX- técnicas administrativas, agrícolas, agropecuárias, comer- gens naturais notáveis e aos sítios arqueológicos e ecológicos;
ciais, industriais e informáticas. IX- manutenção de suas instituições culturais devidamente do-
X- estudos fluminenses, abrangendo os aspectos históricos, ge- tadas de recursos humanos, materiais e financeiros, promovendo
ográficos, econômicos e sociológicos do Estado e seus municípios, pesquisas, preservação, veiculação e ampliação de seus acervos;
especialmente os de Três Rios. X- preservação, conservação e recuperação na cidade e sítios
XI– história e cultura afro-brasileira. (inciso inserido pela Emen- considerados de valor históricos e arquitetônicos.
da nº 45 de 03/06/2009) Art. 276 – O patrimônio histórico, artístico e cultural do Muni-
A – O conteúdo programático a que se refere este inciso incluirá cípio será preservado por órgão próprio, a ser regulamentado por
o estudo da cultura negra brasileira e o negro na formação da so- lei específica.
ciedade, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, Art. 277 – O Conselho Municipal de Política Cultural, incumbido
econômica e política, pertinentes à História do Brasil e do município de regulamentar, orientar e acompanhar a política cultural do Mu-
de Três Rios. (alínea inserida pela Emenda nº 45 de 03/06/2009) nicípio, terá suas atribuições e composição definidas em lei, obser-
B – Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira vando-se a representação das áreas de trabalhadores e empresários
serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em espe- da cultura. (redação alterada pela Emenda nº 52 de 06/04/2016)
cial nas áreas de Educação Artística, Literatura e História Brasileira. Parágrafo Único – A lei disporá sobre a composição do Con-
(alínea inserida pela Emenda nº 45 de 03/06/2009). selho Municipal de Política Cultural, devendo a indicação de seus
C – O calendário escolar deverá contemplar a comemoração do membros ser submetida à apreciação da Câmara Municipal. (reda-
“Dia Nacional da Consciência Negra”, em 20 de novembro.(alínea ção alterada pela Emenda nº 52 de 06/04/2016)
inserida pela Emenda nº 45 de 03/06/2009). Art. 278 – O Poder Público, com a colaboração do Conselho
§3º - O Município facilitará a implantação de cursos profissio- Municipal de Política Cultural e da comunidade, promoverá e prote-
nalizantes, segundo características sócio-econômicas e culturais. gerá o patrimônio cultural do Município, por meio de inventário, re-
§4º - O ensino religioso constituirá disciplina das escolas muni- gistro, vigilância, tombamento, desapropriação e de outras formas
cipais, nos horários normais, com matrícula facultativa e será minis- de acautelamento e preservação. (redação alterada pela Emenda nº
trado de acordo com a confissão religiosa do aluno, por professor 52 de 06/04/2016)
formado em cursos específicos. §1º - Os documentos de valor histórico-cultural terão sua pre-
Art. 274 – O órgão municipal de educação será dirigido por servação assegurada, inclusive, mediante recolhimento do Arquivo
profissional de educação, cabendo-lhe a administração da política Público Municipal.
educacional do Município. §2º - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão puni-
Parágrafo Único – Os encargos de direção e chefia serão exer- dos, na forma da lei.
cidos por profissionais da educação da rede municipal de ensino.
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO III DO LAZER E DO DESPORTO
DA CULTURA
Art. 279 – É dever do Município fomentar práticas desportivas
Art. 275 – O Município garantirá a todos o pleno exercício dos formais e não formais, inclusive para pessoas portadoras de defici-
direitos culturais e o acesso às fontes de cultura nacional, estadual ências, como direito de cada um, observado:
e municipal, apoiará e incentivará a valorização e a difusão das ma- I- a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associa-
nifestações culturais, através de: ções, quanto à sua organização e ao seu funcionamento;
I- atuação do Conselho Municipal de Política Cultural; (redação II- o Município destinará receita para promoção prioritária de
alterada pela Emenda nº 52 de 06/04/2016) desporto educacional e para fomento do desporto, do lazer e do
II- articulação das ações governamentais no âmbito da cultura, turismo, assegurando o direito de acesso a todos os cidadãos, atra-
da educação dos desportos, do lazer e das comunicações; vés de:
a - atividades de caráter educativo;

62
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

b - projetos para a faixa etária de seis aos dezesseis anos; c -


atividades para a terceira idade; ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO
d - atividades recreativas, de lazer e desportiva a nível comuni- DE TRÊS RIOS/RJ
tário, que impliquem na promoção humana e social;
e - criação, manutenção e ampliação dos espaços destinados LEI N. 1385 DE 23 DE DEZEMBRO DE 1980
ao lazer, recreação ou atividades físicas em unidades escolares, Atualizada em 13/08/2013
logradouros públicos e instituições, prioritariamente nos bairros e
distritos; INSTITUI O ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO
f - o Município manterá profissionais das áreas de saúde, edu- MUNICÍPIO
cação e social, encarregados do lazer e do desporto. A CÂMARA MUNICIPAL DE TRÊS RIOS DECRETA E EU SANCIONO
III- o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o A SEGUINTE LEI:
não profissional;
IV- a proteção e o incentivo às manifestações esportivas de TÍTULO I
criação nacional e olímpica.
§1º - O Município assegurará o direito ao lazer e à utilização CAPÍTULO ÚNICO
criativa do tempo destinado ao descanso, mediante oferta de área DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
pública para fins de recreação, esportes e execução de programas
culturais e de projetos turísticos intermunicipais; Art. 1º - Esta lei institui o regime jurídico dos Funcionários Pú-
§2º - O Poder Público, ao formular a política de esporte e lazer, blicos do Município de Três Rios, Estado do Rio de Janeiro.
considerará as características sócio-culturais das comunidades in- Art. 2º - .Para os efeitos desta lei:
teressadas. 1- Funcionário é a pessoa legalmente investida em cargo pú-
Art. 280 – O atleta ou agente desportivo selecionado para re- blico.
presentar o Município, o Estado ou o País em competições oficiais 2- Cargo Público é o criado por lei e compreende a soma geral
terá, quando servidor público, no período de duração das competi- de atribuições a serem exercidas por funcionário.
ções, seus vencimentos, direitos e vantagens garantidos, de forma Art. 3º - Os cargos públicos são provimento efetivo ou em comissão.
integral, sem prejuízo de sua ascensão funcional. Art. 4º - É vedado atribuir ao funcionário tarefas ou serviços
Art. 281 – Os estabelecimentos especializados em atividades diversos de sua competência ou cargo, ressalvadas as comissões le-
de educação física, esportes e recreação ficam sujeitos a registro, gais e designações do Prefeito.
supervisão e orientação normativa do Poder Público, na forma da Art. 5º - As disposições do presente Estatuto aplicam-se aos fun-
lei. cionários da Câmara Municipal, observadas as normas constitucionais.
Art. 282 – O Município deverá organizar, promover e estimu- §1º - Todos os atos de competência do Prefeito, neste caso,
lar atividades vinculadas ao lazer, ao desporto formal e não formal, serão exercidos, privativamente, pelo Presidente da Câmara.
através de projetos específicos direcionados às pessoas carentes e §2º - Os vencimentos dos cargos da Câmara Municipal não po-
às portadoras de deficiência físicas existentes nas zonas central, ru- derão ser superiores aos pagos pelo Executivo Municipal, para car-
ral e periféricas. gos de atribuições iguais ou assemelhadas.
§1º - O programa municipal, além de assegurar o direito à livre §3º - Respeitado o disposto neste artigo, é vedada vinculação
organização e ao funcionamento das atividades vinculadas ao des- ou equiparação de qualquer natureza, para efeito de remuneração
porto e ao lazer, apoiará e estimulará as instituições que, compro- do pessoal do serviço municipal.
vadamente e de modo eficiente, se enquadrem no “caput” deste Art. 6º - Os cargos públicos municipais serão acessíveis a todos
artigo. os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos neste Es-
§2º - O Município incentivará as instituições, condomínios, em- tatuto.
presas, hotéis e similares a utilizarem seus espaços ociosos desti- Art. 7º - A Câmara Municipal somente poderá admitir funcioná-
nados às atividades recreativas de lazer e desporto, com atividades rio mediante concurso público de provas ou provas a títulos, após à
que envolvam a comunidade. criação dos cargos respectivos , por lei aprovada pela maioria abso-
§3° – Lei municipal disporá sobre as providências a serem to- luta de seus membros e na forma fixada pelos §§3 e 4 do artigo 108
madas para a reserva de espaços destinados às atividades recre- da Constituição da República.
ativas, de lazer e desporto, sempre que venham a ser concedidas
licenças para a implantação de loteamentos e construção de con- TÍTULO II
juntos habitacionais. DO PROVIMENTO, POSSE, EXERCÍCIO E VACÂNCIA DOS CAR-
Art. 283 – Esta emenda especial entrará em vigor na data de GOS PÚBLICOS
sua publicação. Art. 284 – Revogam-se as disposições em contrário.
Três Rios, 19 de novembro de 2002. CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO

Art. 8º - Compete ao prefeito promover os cargos públicos mu-


nicipais ressalvada a competência da Câmara Municipal quanto aos
cargos existentes em seus serviços.
Art. 9º - Os cargos públicos municipais serão providos por:
I - nomeação;
II - progressão;

63
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

III - ascensão; SEÇÃO I I I


IV - reintegração; DA PROGRESSÃO FUNCIONAL
V- reversão;
VI- aproveitamento. Art. 15 - Progressão funcional é a passagem do ocupante de
Art. 10 - Só poderá ser investido em cargo público municipal uma classe imediatamente superior de seu grupo.(acrescido pela
quem satisfizer os seguintes requisitos: Lei 1.669 de 12 de outubro de 1989)
I - ser brasileiro; §1º - A progressão funcional far-se-á pelo critério do mereci-
II - ter completado 18 (dezoito) anos de idade; mento comprovado através do desempenho de encargos de con-
III - estar em gozo dos direitos políticos; fiança e outros de natureza relevante.(redação dada pela Lei 1669
IV - estar quite com as obrigações militares; de 12 de outubro de 1989).
V - ter boa conduta; §2º - O critério do merecimento de que trata o parágrafo ante-
VI - gozar de boa saúde e não ter defeito físico incompatível rior será apurado da seguinte forma:
com o exercício do cargo; I – Execução do trabalho;
VII - possuir aptidão para o exercício da função; II– Desenvolvimento do funcionário;
VIII- ter-se habilitado previamente em concurso, no caso de III– Assiduidade e Pontualidade.(redação dada pela Lei 1669 de
cargo de provimento efetivo; 12 de outubro de 1989).
IX- ter atendido às condições especiais, prescritas em lei ou re- §3º - Para efeito do capitulado no parágrafo anterior execução
gulamento, para determinados cargos; do trabalho compõe-se dos seguintes fatores:
Art. 11 - O provimento dos cargos públicos municipais far-se- I– Prioritários – os relacionados diretamente com o desempe-
-á mediante ato, que deverá conter, necessariamente, as seguintes nho das atribuições do cargo: produtividade,qualidade, zelo e coo-
indicações, sob pena de sua nulidade e responsabilidade de quem peração com o seu superior;
der posse. II– Secundários – fatores que embora não relacionados dire-
I- O cargo vago, com todos os elementos de identificação, o tamente com o desempenho das atribuições do cargo, contribuem
motivo de vacância e o nome do ex- ocupante se ocorrer a hipótese para avaliar a eficiência global do funcionário, concorrendo para a
em que possam ser atendidos estes últimos elementos; classificação final: iniciativa,relacionamento, versatilidade, capaci-
II- O caráter da investidura; dade analítica e criatividade. (redação dada pela Lei 1669 de 12 de
III- O fundamento legal bem como a indicação do padrão de outubro de 1989).
vencimento do cargo; §4º - O desenvolvimento do funcionário descrito no parágrafo
Parágrafo Único: A comprovação dos requisitos exigidos no segundo constitui-se basicamente no seguinte:
item VI do artigo 10 será feita mediante inspeção médica efetuada I – Educação geral, comum a todas as classes;
por órgãos competentes. II– Formação específica, inerente a cada classe;
Art. 12 - Havendo igualdade de condições entre os candidatos III– Qualificação profissional;
ao provimento de cargo público do Município, por nomeação, me- IV– Escolaridade. (redação dada pela Lei 1669 de 12 de outubro
diante concurso, será dada preferência, na ordem seguinte: de 1989).
I- ao que a ela fizer jus, por força de expressa determinação §5º - Para a avaliação dos critérios estabelecidos serão com-
legal; putados pontos positivos os resultantes do exercício de encargos
II- ao que apresentar maior número de pontos atribuídos em cometidos ao funcionário e negativos os decorrentes do descum-
virtude dos títulos que possuir; primento das normas legais e regimentais. (redação dada pela Lei
1669 de 12 de outubro de 1989).
SEÇÃO I §6º - A avaliação será obrigatoriamente realizada de dois em
DA NOMEAÇÃO dois anos, a contar da vigência da presente Lei, tomando sempre
como base a data da última progressão realizada. (redação dada
Art. 13 - A nomeação será feita: pela Lei 1669 de 12 de outubro de 1989).
I- em caráter efetivo ou; §7º - Em igualdade de grau de merecimento terá preferência
II- em comissão, quando se tratar de cargo de chefia; para a progressão funcional o funcionário com maior tempo de ser-
viço na classe. (redação dada pela Lei 1669 de 12 de outubro de
SEÇÃO I I 1989).
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO §8º - Permanecendo empate, aplicar-se-ão sucessivamente os
seguintes critérios:
Art. 14 - O funcionário nomeado em caráter efetivo fica sujeito I – O que possuir maior tempo de serviço no Município;
ao ESTÁGIO PROBATÓRIO de 3 (três) anos de exercício ininterrupto, II– O que possuir maior número de dependentes;
durante o qual apurar-se-á a conveniência ou não de ser confirma- III– o mais idoso. (redação dada pela Lei 1669 de 12 de outubro
da a sua nomeação, mediante a verificação dos seguintes requisi- de 1989).
tos: (alterado pelo Decreto nº. 4050, de 25 de março de 2010). §9º - Não concorrerá à progressão funcional:
I- idoneidade moral; I– O que tiver sofrido pena disciplinar de suspensão superior
II- eficiência; a10 (dez) dias no biênio, ininterruptos ou não;
III- aptidão; II– O que houver obtido licença para tratar de interesse parti-
IV - disciplina; cular por prazo superior a 30(trinta) dias, no biênio considerado,
V- assiduidade; ininterruptos ou não;
VI- dedicação ao serviço;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

III– Os funcionários que estiverem cedidos a outros órgãos ex- Art. 21 - A reintegração será feita no cargo anteriormente ocu-
ceto os funcionários cedidos para as autarquias do Município de pado; se este houver sido transformado, no cargo resultante da
Três Rios e os requisitados compulsoriamente pela Justiça Eleitoral transformação e, se extinto, em cargo de vencimento ou remunera-
e o Poder Judiciário. (redação dada pela Lei 1669 de 12 de outubro ção equivalente, atendida a habilitação profissional.
de 1989). Art. 22 - Não sendo possível a reintegração pela forma prevista
§10 – Só se computarão pontos para o funcionário que for em- no artigo anterior, será o funcionário posto em disponibilidade.
possado antes de trinta de junho de cada ano.(redação dada pela Art. 23 - Quando a reintegração for decorrente de decisão judi-
Lei 1669 de 12 de outubro de 1989). cial, quem houver ocupado o lugar do reintegrado ficará exonerado
§11 – O funcionário terá um prazo de 30 (trinta) dias conta- de plano ou será reconduzido ao cargo que anteriormente ocupava,
dos da data da publicação da progressão, para reclamar contra a mas sem direito a indenização.
apuração de tempo de serviço ou atribuição de pontos negativos. Art. 24 - Em se tratando de primeira investidura, o ocupante do
(redação dada pela Lei 1669 de 12 de outubro de 1989) cargo a que alude o artigo anterior, sendo estável, ficará em dispo-
§12 – Se for declarado procedente a reclamação, o reclaman- nibilidade.
te será atendido e alcançará os benefícios da progressão. (redação Art. 25 - Transitada em julgado a sentença que determinar a
dada pela Lei 1669 de 12 de outubro de 1989). reintegração, o órgão incumbido da defesa do Município, em Juízo,
§13 – O funcionário melhorado indevidamente não ficará obri- representará imediatamente ao Prefeito, a fim de ser expedido o
gado a restituir o que a mais houver recebido, salvo quando houver título de reintegração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias.
má fé comprovada, caso em que o autor da irregularidade fica obri- Art. 26 - O funcionário reintegrado será submetido a exame
gado a ressarcir ao erário municipal de todo prejuízo, ficando ainda médico e aposentado quando incapaz.
sujeito a outras penalidades.(redação dada pela Lei 1669 de 12 de
outubro de 1989). SEÇÃO VI
OBS.: Art. 4º - Para fins de apuração do interstício de que trata DA REVERSÃO
o parágrafo 6º,do artigo 15, da Lei 1.385/80, com a redação dada
pelo artigo 3º desta Lei, será computado o tempo havido em cada Art. 27 - Reversão é o reingresso do aposentado no serviço pú-
cargo, o anterior e o posterior à mutação funcional. (redação dada blico municipal após verificação em processo de que não subsistem
pela Lei nº 1.669 de 12 de outubro de 1989). os motivos determinantes da aposentadoria.
Parágrafo Único: A progressão funcional far-se-á pelo critério Art. 28 - A reversão, que dependerá sempre de exame médico e
do merecimento comprovado através do desempenho de encargos existência de cargo vago, far-se-á a pedido ou oficio. Parágrafo Úni-
de confiança e outros de natureza relevante. co: O aposentado não poderá reverter à atividade se contar mais de
70 (setenta) anos de idade.
SEÇÃO I V Art. 29 - Respeitada a habili8dade profissional, a reversão far-
A ASCENSÃO FUNCIONAL -se-á de preferencia no mesmo cargo anteriormente ocupado ou
em outro de atribuições análogos.
Art. 16 - A ascensão funcional é a passagem de uma classe para §1º - A reversão de oficio nunca poderá ser feita para o cargo
outra classe inicial da Categoria Funcional do mesmo Grupo ou de de vencimento ou remuneração inferior ao provento do revertido.
outros Grupos, desde que o funcionário possua nível de conheci- §2º - A reversão, a pedido, somente poderá ser feita no mesmo
mento equivalentes ao grau de escolaridade estabelecido para a cargo.
Categoria ou habilitação profissional exigida em lei e se habilite em Art. 30 - O funcionário revertido, a pedido, só poderá concorrer
processo seletivo, nas condições estabelecidas na estruturação dos à promoção depois de haverem sido promovidos todos os que inte-
grupos. gravam sua classe, na época da reversão.
Parágrafo Único: Desde que haja vaga o processo seletivo para Art. 31 - A reversão não dará direito, para nova aposentadoria,
ascensão funcional poderá ser efetuada antes da realização de con- à contagem do tempo em que o funcionário esteve aposentado.
curso, através do qual serão promovidas as vagas restantes.
SEÇÃO VII
SEÇÃO V DO APROVEITAMENTO
DA REINTEGRAÇÃO
Art. 32 - Aproveitamento é a volta do funcionário em disponibi-
Art. 17 - A reintegração, que decorrerá de decisão administrati- lidade ao exercício de cargo público.
va ou judicial com trânsito em julgado, é o reingresso do funcionário Art. 33 - Também poderá ocorrer o aproveitamento compulsó-
no serviço público com ressarcimento dos prejuízos decorrentes do rio, a juízo e no interesse da Administração, dos funcionários está-
afastamento. veis, ocupantes, em cargos compatíveis com sua capacidade funcio-
Art. 18 - Quando a reintegração resultar de decisão judicial se- nal, mantido o vencimento do cargo anterior.
rão também ressarcíveis as custas e honorários de advogado. Art. 34 - Os funcionários em disponibilidade serão, obrigatoria-
Art. 19 - O pagamento dos prejuízos a que aludem os artigos 17 mente, aproveitados no preenchimento das vagas que se verifica-
e 18, desta Seção, deverá ser liquidado no prazo máximo de 60 (ses- rem nos cargos efetivos e Quadro Permanente.
senta) dias da data da reassunção do cargo ou da disponibilidade. §1º - O aproveitamento dar-se-á em cargo equivalente, por sua
Art. 20 - Será sempre proferida em pedido de reconsideração natureza e vencimento, ao que o funcionário ocupava quando pos-
em recurso ou revisão de processo a decisão administrativa que de- to em disponibilidade.
terminar a reintegração §2º - O aproveitamento dependerá sempre de inspeção médica
que prove a capacidade para o exercício do cargo.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§3º - Se, dentro dos prazos legais; o funcionário devidamente Art. 42 - Os concursos serão julgados por comissão em que,
notificado por escrito, não tomar posse e não entrar no exercício do pelo menos, um dos membros seja estranho ao serviço público mu-
cargo em que houver sido aproveitado, será tornado sem efeito o nicipal.
aproveitamento e cassada a disponibilidade, com perda de todos os Art. 43 - O prazo de validade dos concursos será fixado no edital
direitos de sua anterior situação. respectivo, até o máximo de 2 (dois) anos.
Art. 35 - O funcionário posto em disponibilidade, nos termos Art. 44 - O concurso deverá estar homologado pelo prefeito em
desta Seção, poderá, a juízo e no interesse da Administração, ser 30 (trinta) dias, a contar do encerramento das inscrições.
aproveitado em cargo de natureza e vencimento compatíveis com
os anteriormente ocupado. CAPÍTULO IV
§1º - Observar-se-á, no aproveitamento, a seguinte ordem de DA POSSE E DO EXERCICIO
preferência entre os disponíveis que, de acordo com este artigo,
possam ocupar o cargo a ser aprovado: SEÇÃO I
a)- o de mais tempo de serviço público; DA POSSE
b)- o mais idoso;
c)- o de maior número de dependentes. Art. 45 - Posse é a investidura em cargo público.
§2º - O aproveitamento dependerá de prova de capacidade, Parágrafo Único: Não haverá posse nos casos de progressão,
mediante inspeção médica. ascensão e readaptação.
§3º - Restabelecido o cargo, de que era titular, ainda que modi- Art. 46 - Do termo de posse, assinado pelo Prefeito ou Secretá-
ficada sua denominação, será, obrigatoriamente, aproveitado nele rio e pelo Funcionário, constará o compromisso de fiel cumprimen-
o funcionário posto em disponibilidade quando de sua extinção ou to dos deveres do cargo.
declaração de sua desnecessidade. Art. 47 - São competentes para dar posse:
I- o Prefeito, aos Secretários e Diretores de órgãos autônomos;
CAPÍTULO II II- os Secretários e Diretores de órgãos autônomos aos chefes e
DAS MUTAÇÕES FUNCIONAIS demais funcionários a eles subordinados.
Parágrafo Único: A autoridade que der posse deverá verificar,
SEÇÃO I sob pena de responsabilidade, se foram satisfeitas as condições le-
DA SUBSTITUIÇÃO gais para investidura no cargo.
Art. 48 – A posse deverá ocorrer no prazo de 5 (cinco) dias
Art. 36 - Somente haverá substituição remunerada no impedi- úteis, contados a partir da publicação em órgão oficial do Município
mento legal e temporário, superior a 3 (tres) dias de ocupante de ou, jornal de circulação comercial diária no Município ou, ainda, por
cargo de chefia. comunicação escrita ao interessado, contendo a chamada para o
Art. 37 - A substituição remunerada dependerá de expedição provimento do cargo. (NR)
de ato do Prefeito Municipal. §1º - Esse prazo poderá ser prorrogado por mais 5 (cinco) dias
úteis, desde que solicitado pelo interessado através de processo
SEÇÃO II administrativo, requerido ao titular da pasta da Secretaria de Ad-
DA READAPTAÇÃO ministração do Município, que, deferirá ou não o pedido, através
de despacho administrativo, visando sempre interesse imediato ou
Art. 38 - Readaptação é a investidura em cargo mais compatível não, do provimento do cargo. (Nova redação dada pela Lei 3.127 de
com a capacidade do funcionário e dependerá sempre de exame 23 de maio de 2008).
médico. Art. 49 - Se a posse não se verificar dentro do prazo inicial ou
Art. 39 - A readaptação far-se-á: de prorrogação, o provimento será tornado sem efeito por ato do
a)- quando se verificarem modificações no estado físico ou psí- Prefeito.
quico, ou nas condições de saúde do funcionário que lhe diminuam Art. 50 - No ato de posse em cargo em comissão, o funcioná-
a eficiência no exercício do cargo; rio apresentará declaração pública de bens, que será transcrita em
b)- quando se comprovar, em processo administrativo, que a livro próprio.
capacidade intelectual do funcionário não corresponde às exigên-
cias do exercício do cargo. SUBSEÇÃO ÚNICA
DA FIANÇA
CAPÍTULO III
DO CONCURSO PÚBLICO Art. 51 - O funcionário nomeado para cargo, cujo provimento
dependa de fiança, não poderá entrar em exercício sem prévia sa-
Art. 40 - A primeira investidura em cargo público de provimen- tisfação dessa exigência.
to efetivo dependerá de aprovação prévia em concurso público de §1º - A fiança poderá ser prestada:
provas ou de provas e títulos. I- Dinheiro:
§1º - Respeitar-se-á na habilitação do candidato a ordem de II- em títulos da Divida Pública;
classificação dos aprovados, sendo vedadas quaisquer vantagens III- em apólices de seguro de fidelidade funcional, emitidas por
entre os concorrentes. institutos oficiais ou empresas legalmente autorizadas.
Art. 41 - Encerradas as inscrições, legalmente processadas para
concurso à investidura em qualquer cargo, não se abrirão novas an-
tes de sua realização.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§2º - Estão sujeitos à fiança os funcionários que, pela natureza III- denunciado por crime funcional, desde o recebimento da
dos cargos que ocupam, são encarregados de pagamento, arreca- denuncia.
dação ou guarda de dinheiros públicos ou depositários de quais- §1º - Durante o afastamento, o funcionário perderá um terço
quer bens ou valores do Município. do vencimento, tendo direito à diferença se afinal não for conde-
§3º - Não se admitirá o levantamento da fiança antes de toma- nado.
das as contas do funcionário. §2º - No caso de condenação e se esta não for de natureza que
§4º - O funcionário responsável por alcance ou desvio não fi- determine a demissão do funcionário, continuará ele afastado na
cará isento de responsabilidade administrativa e criminal cabível, forma deste artigo, até o cumprimento total da pena, com direito a
ainda que o valor da fiança supere os prejuízos verificados. um terço do vencimento e vantagens.
Art. 60 - Salvo os casos previstos neste Estatuto, funcionário
SEÇÃO II que interromper o exercício, por prazo. Superior 30 (trinta) dias
DO EXERCÍCIO consecutivos, será demitido por abandono de cargo, após processo
administrativo em que lhe fique assegurada ampla defesa.
Art. 52 - O exercício é a prática de atos próprios do cargo.
Parágrafo Único: O início, a interrupção e o reinicio do exercício CAPÍTULO V
serão registrados no assentamento individual do funcionário. DA VACÂNCIA
Art. 53 - Ao chefe da repartição para onde for designado O fun-
cionário compete dar-lhe exercício. Art. 61 - A vacância de cargo decorrerá de:
“Art. 54 – O exercício do Cargo terá início no prazo de 5 (cinco) I - exoneração;
dias, contados. (NR)(alterada pela Lei 3632/2011 – 21/11/2011) II - demissão;
I - da data da publicação do ato, no caso de reintegração; III - progressão;
II - da data de posse, nos demais casos. IV - ascensão;
§1º - O prazo previsto na cabeça deste artigo poderá ser prorro- V- aposentadoria;
gado por mais 5 (cinco) dias, desde que solicitado pelo interessado VI- posse em outro cargo;
através de processo administrativo, requerido ao titular da pasta VII - falecimento.
da Secretaria de Administração do Município, que, deferirá ou não §1º - Dar-se-á a exoneração:
o pedido, através de despacho administrativo, visando sempre in- I - a pedido do funcionário; II - de oficio;
teresse imediato ou não, do provimento do cargo. (NR)” (alterada a)- quando se tratar de cargo em demissão;
pela Lei 3632/2011 – 21/11/2011) b)- quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
§2º - O funcionário que não entrar em exercício dentro do pra- c)- quando o funcionário não entrar em exercício no prazo le-
zo será exonerado do cargo. gal.
§3º - A progressão a ascensão não interrompem o exercício que §2º - A demissão será aplicada como penalidade deverá ser
será contado na nova classe a partir da data da publicação do ato precedida de processo disciplinar.
que promover o funcionário.
§4º - O funcionário transferido ou removido, quando legalmen- TÍTULO III
te afastado, terá o prazo para entrar em exercício contado a partir DAS PRERROGATIVAS, DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS
do término do impedimento.
Art. 55 - O funcionário nomeado deverá ter exercício na repar- CAPÍTULO I
tição em cuja lotação houver claro. DA PRERROGATIVAS DO TEMPO DE SERVIÇO
Art. 56 - Nenhum funcionário poderá ter exercício em serviço
ou repartição diferente daquela em que estiver lotado. Art. 62 - A apuração do tempo de serviço será feita em dias.
§1º - O afastamento do funcionário de sua repartição para ter §1º - O número de dias será convertido em anos, consideran-
exercício em outra, só se verificará nos do-se ano o período de trezentos sessenta e cinco dias.
casos previstos neste Estatuto, por prazo certo e para fim de- §2º - Feita a conversão de que trata o parágrafo anterior, os
terminado mediante ato do Prefeito. dias restantes até cento e oitenta e dois não serão computados, ar-
§2º - Na hipótese de requisição ou disposição por parte do po- redondando-se para um ano quando excederem esse número com
der público, o afastamento dependerá de prévia anuência do fun- vistas à aposentadoria, disponibilidade e adicionais.
cionário, por escrito. Parágrafo Único: A conversão de cento e oitenta e três dias em
Art. 57 - Ao entrar em exercício, o funcionário apresentará ao ano, nos termos do presente artigo, só ocorrerá na oportunidade da
órgão competente os elementos necessários ao assentamento in- passagem do funcionário para a inatividade remunerada.
dividual. Art. 63 - Será considerado de efetivo exercício o afastamento
Art. 58 - Salvo caso de mandato eletivo, nenhum funcionário em virtude:
poderá ausentar-se do Município para estudo ou missão de qual- I- férias;
quer natureza, com ou sem ônus para os cofres públicos, sem auto- II- casamento, até 8 (oito) dias;
rização ou designação do Prefeito. III- luto, até 8 (oito) dias, por motivo de falecimento de pessoa
Art. 59 - Será considerado afastado do exercício, até decisão da família do funcionário, a saber: cônjuge ou companheira, ascen-
final passada em julgado, o funcionário: dentes, descendentes, irmãos ou dependentes legalmente consti-
I- preso em flagrante ou preventivamente; tuídos; (redação dada pela Lei 1534 de 09/07/1986).
II- pronunciado ou condenado por crime inafiançável; IV- luto, até 8 (oito) dias por falecimento de tio, cunhado e pa-
drasto; (revogado pela Lei 1534 de 09/07/1986).

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

V- exercício de outro cargo municipal de provimento em comis- I- em virtude de sentença judicial passado em julgado;
são inclusive em entidade da administração indireta do Município; II- quando demitido do serviço público, mediante processo ad-
VI– convocação para o serviço militar; VII - júri e outros serviços ministrativo em que lhe haja assegurado plena defesa;
obrigatórios; III- quando ocorrer a extinção do cargo ou a declaração pelo
VII- desempenho de função eletiva federal, estadual ou muni- Poder Executivo da sua desnecessidade.
cipal;
IX - licença por haver sido acidentado em serviço ou atacado de SEÇÃO III
doença profissional; DA DISPONIBILIDADE
X - licença-prêmio;
XI- licença à funcionária gestante; Art. 69 - Extinto o cargo ou declarada pelo Poder Executivo a
XII- licença nos termos dos artigos 99 a 102, deste Estatuto; sua desnecessidade, o funcionário estável ficará em disponibilidade
XIII- doença, devidamente comprovada, até 12 (doze) dias por remunerada, com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.
ano, e não mais que 2 (duas) por mês; Parágrafo Único: A extinção do cargo, assim como a declaração
XIV- missão ou estudo noutros pontos do território nacional ou de sua desnecessidade, far-se-á por decreto, quando pertencente
no estrangeiro, quando o afastamento houver sido expressamente, ao Executivo e por Lei, quando integrante do quadro do Legislativo.
autorizado pelo Prefeito; Art. 70 - A extinção ou declaração de desnecessidade do car-
XV- provas de competições esportivas, quando o afastamento go de que se trata o artigo anterior, efetivar-se-á somente quando
for autorizado pelo Prefeito; verificada a impossibilidade de redistribuirão do cargo com o seu
XVI- exercício de função ou cargo de governo ou administra- ocupante, ou a inviabilidade de sua transformação.
ção por nomeação do Presidente da República ou do Governo do Parágrafo Único: A desnecessidade do cargo decorrerá, ainda,
Estado; de verificação da lotação do pessoal exigida em virtude das atri-
XVII- afastamento por processo disciplinar, se o funcionário for buições exercidas pelo setor administrativo de que seja integrante.
declarado inocente, ou se a punição se limitar à pena de repreen- Art. 71 - Verificada a impossibilidade de redistribuirão ou trans-
são; formação do cargo, aplicar-se-á a disponibilidade na seguinte or-
XVIII- prisão, se ocorrer soltura, afinal por haver sido reconheci- dem:
da a ilegalidade da medida ou a improcedência da imputação; a)- ao que tenha ingressado no serviço público sem prestação
XIX- disponibilidade remunerada. de concurso em relação ao que o tenha prestado;
Art. 64 - Serão contados para todos os efeitos: b)- ao que conte menos tempo de serviço público;
I- SIMPLESMENTE: c)- ao menos idoso;
a)- os dias de efetivo exercício d)- ao menor número de dependentes.
b)- o tempo de serviço público federal, estadual e municipal; Art. 72 - Na contagem de tempo de serviço, para fins de dis-
c)- o tempo de serviço prestado em autarquias municipais, es- ponibilidade, serão observados os preceitos aplicáveis à aposenta-
taduais e federais; doria.
d)- o tempo em que o funcionário esteja em disponibilidade. Parágrafo Único: O funcionário em disponibilidade poderá ser
II- EM DOBRO: aposentado, desde que preencha os requisitos para a aposentado-
a)- os dias de férias ou licença-prêmio que o funcionário não ria, ou posto à disposição de outro órgão, a seu pedido.
houver gozado desde que haja adquirido esses direitos na qualida- Art. 73 - O valor dos proventos a que tem direito o funcionário
de de servidor municipal; em disponibilidade será proporcional ao tempo de serviço, na razão
b)- o período de serviço ativo nas Forças Armadas em opera- 1/35 avos por ano, se do sexo masculino, ou 1/30 avos, se do sexo
ções de guerra. feminino.
Parágrafo Único: Somente serão averbados os dias de férias §1º - No caso dos funcionários em relação aos quais a conta-
não gozadas, por necessidade de serviço, mediante pedido irretra- gem de tempo de serviço para aposentadoria voluntária seja regida
tável do funcionário. por lei especial, o cálculo da proporcionalidade dos proventos far-
Art. 65 - É vedada a acumulação de tempo concorrente ou si- -se-á tomada por base a fração anual correspondente.
multaneamente prestado em dois ou mais cargos ou funções da §2º - Em qualquer caso, o valor dos proventos será acrescidos
União, Estados, Territórios Municípios e suas entidades de adminis- do salário-família, bem como do valor integral do adicional por tem-
tração indireta. po de serviço e demais vantagens pessoais, na base a que fizer jus
Art. 66 - Não será computado, para nenhum efeito, o tempo de na data da disponibilidade.
serviço gratuito.
SEÇÃO III
SEÇÃO II DA APOSENTADORIA
DA ESTABILIDADE
Art. 74 - O funcionário será aposentado:
Art. 67 - O funcionário adquirirá estabilidade depois de 2 (dois) I- por invalidez;
anos de efetivo exercício. II- compulsoriamente, aos setenta anos de idade;
§1º - O funcionário somente poderá adquirir estabilidade des- III- voluntariamente, após trinta e cinco anos de serviço;
de que nomeado por concurso. IV- voluntariamente, se for professor, após 30 anos e, profes-
§2º - A estabilidade diz respeito ao serviço público e não ao sora, após 25 anos de efetivo exercício em funções de Magistério.
cargo. (acrescido pela Lei nº 1433 de 08/12/81)
Art. 68 - O funcionário estável perderá o cargo:

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Parágrafo Único: No caso do item III, deste artigo, o prazo é de Art. 78 - Os servidores públicos municipais da Administração
trinta anos para as mulheres. Art. 75 - Os proventos da aposenta- direta e indireta que completarem 08 (oito) anos ininterruptos ou
doria serão: 12 (doze) anos intercalados, investidos e no exercício de cargos
I- integrais, quando o funcionário; comissionados ou função gratificada, farão jus à inclusão em seus
a)- contar trinta e cinco anos de serviço, se do sexo masculino, vencimentos dos valores pertinentes ao maior dentre os níveis que
de trinta anos de serviço, se do feminino; tenha exercido, desde que o tenha exercido por no mínimo 24 (vin-
b)- se invalidar por acidente em serviço, por moléstia profissio- te e quatro) meses. (Lei 2.469 de 19 de fevereiro de 2001).
nal ou doença grave, contagiosa ou incurável. §1º - Os benefícios tratados neste artigo só poderão ser conce-
c)– contar 30 anos, se professor, e 25 anos se professora de didos uma única vez.(Lei 2.469 de 19 de fevereiro de 2001).
efetivo exercício em funções de Magistério. (acrescido pela Lei nº §2º - Uma vez incorporado o valor do cargo comissionado ou
1433, de 08/12/81). da função gratificada aos vencimentos do servidor, esta incorpora-
Parágrafo Único – Consideram-se funções de Magistério para ção poderá ser revisada desde que venha o servidor, na atividade,
os fins previstos no inciso “C”, todas as atividades inerentes à edu- exercer novo cargo de valor superior, por mais de 48 (quarenta e
cação, enquadradas na parte VII – Grupo Magistério – MA-700, da oito) meses. Nesse caso será retirada dos vencimentos do servidor,
Lei 1.384, de 23 de dezembro de 1980. (acrescido pela Lei nº 1433, a vantagem menor incorporada e acrescentada a maior. (Lei 2.469
de 08/12/81). de 19 de fevereiro de 2001).
II- proporcionais ao tempo de serviço, quando o funcionário Parágrafo Único: A conversão do tempo de serviço para cálcu-
contar menos de trinta e cinco anos de serviço, salvo o disposto no lo do disposto no presente artigo será feita arredondando- se para
parágrafo único do art. 74. 1 (um) ano o período que excederia 183 dias. (revogado pela Lei
Art. 76 - Na hipótese do item I do art. 74, desta seção, o funcio- 1.471 de 24 de setembro de 1982).
nário que se incapacitar para o exercício de qualquer função pública Art. 79 - Ressalvado o disposto no artigo anterior, em caso ne-
será licenciado do cargo com todos os vencimentos, por período nhum os proventos da inatividade poderão exceder a remuneração
não excedente de quatro anos. Findo esse prazo,se perdurar a in- percebida na atividade.
capacidade total, será aposentado qualquer que seja o tempo de Art. 80 - É automática a aposentadoria compulsória.
serviço, possibilitada a reversão. Parágrafo Único: O retardamento do decreto que declarar a
§1º - A aposentadoria dependente de inspeção médica só será aposentadoria compulsória não impedirá que o funcionário se afas-
decretada depois de verificada a impossibilidade da readaptação te do exercício no dia imediato ao em que atingir a idade limite.
do funcionário. Art. 81 - Nos demais casos de aposentadoria os efeitos do ato
§2º - O laudo da junta médica deverá mencionar a natureza da verificar-se-ão a partir da data de sua publicação, devendo, nos ca-
doença ou lesão, declarando se o funcionário se encontra inválido sos de invalidez, retroagir, conforme o caso, à data do término da
para exercício do cargo ou para o serviço público em geral. licença ou da verificação da invalidez.
§3º - A junta médica poderá determinar que o funcionário apo-
sentado por invalidez seja submetido, periodicamente, a nova ins- CAPÍTULO II
peção médica, para o fim da reversão. DOS DIREITOS E VANTAGENS DE ORDEM GERAL
Art. 77 - Os proventos da inatividade serão revistos sempre
que, por motivo de alteração do poder aquisitivo da moeda, se mo- SEÇÃO I
difiquem os vencimentos, e na mesma proporção dos funcionários DAS FÉRIAS
da ativa.
Art. 78 - O funcionário que completar condições para aposen- Art. 82 - O funcionário terá direito ao gozo de 30(trinta) dias
tadoria fará jus à inclusão no calculo dos proventos, das vantagens consecutivas de férias por ano, de acordo com a escala organizada
do cargo de confiança que exerceu na administração direta ou au- pelo chefe da repartição.
tárquica, desde que: (Revogado a Lei 2.469 de 19 de fevereiro de §1º - Somente depois do primeiro ano de exercício em cargo
2001). público do Município, adquirirá o funcionário direito a férias. Nos
I- sem interrupção, nos últimos 4 (quatro) anos imediatamente anos subsequentes, serão gozados na forma que a escala determi-
anteriores à passagem para a inatividade; (Nova redação dada pela nar.
Lei 1.471 de 24 de setembro de 1982). (Revogado pela Lei 2.469 de §2º - Não terá direito a férias o funcionário que, durante o pe-
19 de fevereiro 2001). ríodo de sua aquisição, permanecer em gozo de licença para tratar
II- com interrupção, por 10 (dez) anos, com base no mais ele- de interesse particular.
vado, se o tiver exercido no mínimo por 1 (um) ano. (Revogado pela §3º - É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
Lei 2.469 de 19 de fevereiro 2001). “§4° Após cada período de 12 (doze) meses de exercício em
OBS.: Ficam mantidos os benefícios previstos no art. 78, itens I cargo público do Município, o funcionário terá direito a férias, na
e II, aos funcionários exonerados das funções gratificadas, pela Por- seguinte proporção:
taria nº 21 de 04/02/83 – Secretário de Administração.(acrescido a)30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao servi-
pela Lei nº 1.485 de 26 de agosto de 1983). ço mais de 5 (cinco) vezes;
Parágrafo Único – O disposto neste artigo só será aplicado aos b)24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6
exonerados pela citada Portaria nº 21, que retornem às funções de (seis) a 14 (quatorze) faltas;
Direção e Assistência Intermediária. (acrescido pela Lei 1.485 de 26 c)18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze)
de agosto de 1983). (Revogado pela Lei 2.469 de 19 de fevereiro de a 23 (vinte e três) faltas;
2001).

69
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

d)12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e IV- para prestar serviço militar obrigatório;
quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.” (AC)(parágrafo inserido pela Lei V- por motivo de afastamento do cônjuge, civil ou militar;
3753, de 26/09/2012) VI - para tratar de interesses particulares;
§5° - “Não terá direito a férias o funcionário que, no curso do VII- a título de prêmio;
período aquisitivo tiver percebido da Previdência Social prestações VIII- para desempenho de mandato eletivo.
de acidente de trabalho ou de auxílio doença por mais de 6 (seis) Parágrafo Único: Ao ocupante de cargo de provimento em co-
meses, embora descontínuos” (AC)(parágrafo acrescido pela Lei missão não se concederá licença nos casos dos itens V, VI, VII e VIII,
3753 de 26/09/2012) deste artigo.
Art. 83 - Durante as férias o funcionário terá direito a todas as Art. 91 - Finda a licença, o funcionário deverá assumir imedia-
vantagens, como se em pleno exercício estivesse. tamente o exercício do cargo, salvo prorrogação.
Art. 84 – Em casos excepcionais, a critério da Administração, Parágrafo Único: O pedido de prorrogação deverá ser apresen-
poderão as férias ser concedidas em dois períodos, nenhum dos tado pelo menos 5 (cinco) dias antes de finda a licença, contando-
quais poderá ser inferior a 10 (dez) dias consecutivos. -se, se indeferido, como licença o período compreendido entre a
Art. 85 - É proibida a acumulação de férias, salvo por absoluta data da conclusão desta e a do conhecimento oficial do despacho
necessidade de serviço pelo máximo de 3 (três) anos (alterada pela denegatório da prorrogação.
Lei 2.050 de 19 de agosto de 1996). Art. 92 - A licença dependente de exame médico será concedi-
§1º - Somente serão consideradas como não gozadas, por ab- da pelo prazo fixado no laudo ou atestado.
soluta necessidade de serviço, de férias Parágrafo Único: Findo o prazo, poderá haver novo exame e o
que o funcionário deixar de gozar, mediante decisão escrita do atestado médico concluirá pela volta ao serviço, pela prorrogação
prefeito, exarada em processo e publicada na forma legal, dentro do da licença ou pela aposentadoria, se for o caso.
exercício a que elas correspondam. Art. 93 - As licenças concedidas dentro de 60 (sessenta) dias,
Art. 86 - Em caso de exoneração ou demissão do funcionário, contados do término da anterior, serão consideradas em prorroga-
ser-lhe-à paga a remuneração correspondente ao período de férias, ção.
cujo direito tenha adquirido. Parágrafo Único: Para os efeitos deste artigo somente serão le-
Art. 87 - Por motivo de progressão, ascensão, transferência ou vadas em consideração as licenças da mesma espécie. Art. 94 - O
remoção, o funcionário em gozo de férias não será obrigado a in- funcionário não poderá permanecer em licença, por moléstia, por
terrompê-las. prazo superior a 4 (quatro) anos.
Parágrafo Único: Por absoluta necessidade de serviço, devida- Parágrafo Único: O disposto neste artigo não se aplica aos fun-
mente demonstrada em processo, poderá a Administração sustar o cionários em comissão.
gozo das férias do funcionário, ficando o tempo restante para ser Art. 95 - Decorrido o prazo estabelecido no artigo anterior, o
gozado oportunamente. funcionário será submetido a exame e aposentado, se for conside-
Art. 87-A – Por absoluta necessidade de serviço, devidamente rado definitivamente inválido para os serviços públicos em geral.
demonstrada pelo Chefe da Seção, poderá a administração sobres- Art. 96 - As licenças somente poderão ser concedidas por ato
tar o gozo das férias do funcionário, ficando o tempo restante para expresso do Prefeito.
ser gozado oportunamente; (acrescido pela Lei 2.627 de 30 de julho Art. 97 - O funcionário em gozo de licença comunicará ao chefe
de 2002). da repartição o local onde poderá ser encontrado. Poderá ele gozar
Parágrafo Único – A suspensão a que se refere o “caput” deste a licença onde lhe convier, salvo determinação m médica expressa
artigo, limitar-se-á ao máximo de dois períodos de férias consecuti- em contrário.
vos; (AC) (redação dada pela Lei 2.627 de 30 de julho de 2002) Art. 98 - Serão considerados como faltas injustificadas os dias
Art. 88 - Ao entrar em férias, o funcionário comunicará ao chefe em que o funcionário deixar de comparecer ao serviço, na hipótese
da repartição o seu novo endereço eventual, para os fins previstos de recusar submeter-se a inspeção médica.
no parágrafo único do artigo anterior.
Art. 89 - No mês de dezembro, o chefe da repartição organizará SUBSEÇÃO II
a escala de férias para o ano seguinte, que poderá ser alterada de DA LICENÇA PARA O TRATAMENTO DE SAÚDE
acordo com as conveniências do serviço.
§1º - O chefe da repartição ou do serviço não será incluído na Art. 99 - A licença para tratamento de saúde será concedida a
escala, entrando em férias na época julgada conveniente pela ad- pedido ou de ofício.
ministração. §1º - Em qualquer dos casos é indispensável inspeção médica.
§2 - Organizada a escala de férias, far-se-á a sua publicação. §2º - Estando o funcionário impossibilitado de locomover-se, a
inspeção médica será feita em sua residência.
SEÇÃO II §3º - O funcionário licenciado para tratamento de saúde não
DAS LICENÇAS poderá dedicar-se a qualquer atividade remunerada, sob pena de
ter cassada a licença.
SUBSEÇÃO I §4º - Sempre que possível, o exame, para concessão de licença
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES para tratamento de saúde, será feito por médico oficial do Municí-
pio, do Estado ou da União.
Art. 90 - Será concedida licença ao funcionário: §5º - O atestado ou laudo passado por médico ou junta médica
I- para tratamento de saúde; particular, só produzirá efeitos depois de homologado pelo serviço
II- por motivo de doença em pessoa da família; de saúde do Município.
III - para repouso a gestante;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§6º - As licenças superiores a 60 (sessenta) dias, dependerão SUBSEÇÃO V


de exame do funcionário por junta médica. DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR
Art. 100 - Considerado apto em exame médico, o funcionário
reassumirá o exercício, sob pena de se apurarem, como faltas injus- Art. 105 - Ao funcionário que for convocado para o serviço mili-
tificadas, os dias de ausência. tar e outros encargos da segurança nacional será concedida licença
Parágrafo Único: No curso da licença, poderá o funcionário re- com vencimentos ou remuneração integrais.
querer exame médico, caso se julgue em condições de reassumir o §1º - A licença será concedida mediante comunicação, por es-
exercício. crito, do funcionário ao chefe da repartição ou do serviço, acompa-
Art. 101 - A licença a funcionário acometido de tuberculose ati- nha de documento oficial que comprove a incorporação.
va, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, lepra, paralisia §2º - Dos vencimentos ou remuneração descontar-se-á a im-
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de parkin- portância que o funcionário perceber na qualidade de incorporado,
son, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados salvo se optar pelas vantagens do serviço militar.
avançados de paget (osteite deformante), será concedida com base §3º - O funcionário desincorporado reassumirá, dentro de 30
nas conclusões da medicina especializada, quando o exame médico (trinta) dias, o exercício de seu cargo, sob pena de perda dos ven-
não concluir pela concessão imediata da aposentadoria. cimentos e, se a ausência exceder aquele prazo, de demissão por
Art. 102 - A licença para tratamento de saúde será concedida abandono do cargo.
com vencimentos integrais e pelo prazo indicado no laudo ou ates- Art. 106 - Ao o funcionário oficial da reserva das Forças Arma-
tado médico. das será também concedida licença, com vencimentos ou remune-
ração integrais, durante os estágios previstos pelos regulamentos
SUBSEÇÃO III militares, quando não perceber qualquer vantagem pecuniária pela
LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA convocação.
Parágrafo Único: Quando o estágio for remunerado, assegurar-
Art. 103 - O funcionário poderá obter licença por motivo de -se-á o direito de opção.
doença na pessoa do cônjuge ou companheira ascendente, descen-
dente, irmãos ou dependentes legalmente constituídos, desde que SUBSEÇÃO VI
prove ser indispensável a sua assistência pessoal e esta não possa DA LICENÇA A FUNCIONÁRIA CASADA
ser prestada, simultaneamente, com o exercício do cargo.(alterado
pela Lei 1.534 de 09 de julho de 1986) Art. 107 - A funcionária casada com funcionário civil ou militar
§1º - Provar-se-á a doença mediante inspeção médica. terá direito á licença sem vencimentos, quando o marido for desig-
§2º - A licença de que trata este artigo será concedida com ven- nado para servir, independentemente de solicitação, em localidade
cimento ou remuneração integral até três meses, e com 2/3 (dois fora dos limites do Município.
terços) do vencimento ou remuneração, excedendo esse prazo e §1º - A licença será concedida mediante pedido instruído com
até dois anos. documento oficial que comprove remoção, e vigorará pelo prazo de
§3º - Quando a pessoa da família do funcionário se encontrar 2 (dois) anos.
em tratamento fora do Município, permitir-se-á o exame médico §2º - Findo o prazo a que se refere o parágrafo anterior, e per-
por profissionais pertencentes ao quadro de servidores federais, sistindo as razões do afastamento, a licença será prorrogada por
estaduais ou municipais da localidade. mais 3 (três) anos, no máximo e somente poderá ser renovada após
haver decorrido igual prazo do afastamento.
SUBSEÇÃO IV §3º - Decorrido o prazo de prorrogação da licença, e não tendo
DA LICENÇA A GESTANTE a funcionária reassumido o exercício, será demitida por abandono
do cargo apurado em processo administrativo.
Art. 104 - À funcionária gestante será concedida, mediante
inspeção médica, licença até 4 (quatro) meses consecutivos, com SUBSEÇÃO VII
vencimento ou remuneração. DA LICENÇA PARA TRATAR INTERESSES PARTICULARES
§1º - Salvo prescrição médica em contrario, a licença poderá
ser requerida desde o 8º (oitavo) mês de gestação até 15 (quinze) Art. 108 - Ao funcionário estável poderá ser concedida licença
dias, após o parto. sem vencimentos, para tratar de interesses particulares.
§2º - O tempo de licença será contado da data da inspeção mé- §1º - A licença será negada quando o afastamento do funcioná-
dica, se solicitada a licença antes do parto, a partir da data deste, se rio for inconveniente ao interesse do serviço.
solicitada depois. §2º - O funcionário aguardará, em exercício, a concessão da
§3º - Ouvido o serviço médico oficial do Município, nos partos licença.
e gestações patológicas, além da licença prevista neste artigo, é as- Art. 109 - Não será concedida licença ao funcionário nomeado,
segurado à funcionária o disposto no artigo. removido ou transferido, antes de assumir o exercício. Art. 110 -
§4° - “Ficam asseguradas às funcionárias do Município a Licen- A licença de que trata esta Subseção poderá ser concedida por 2
ça aleitamento pelo período de até 90 dias” (AC)(parágrafo inserido (dois) anos, prorrogável por igual período.
pela Lei 3753 de 26/09/2012) §1º - Decorrido os prazos previstos no caput deste artigo, a li-
cença somente poderá ser novamente
concedida, após o retorno do funcionário ao trabalho, por pra-
zo igual àquele em que esteve licenciado.

71
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§2º - Os funcionários que já se encontram em gozo de licença Art. - Mediante requerimento, poderá o funcionário desistir,
na forma do artigo 110 ora modificado, poderão requerer à Admi- em caráter irretratável, de gozar a licença-premio relativa a um ou a
nistração Municipal, no decorrer dos últimos 10 (dez) dias ante- todos os quinquênios a que já tiver direito, hipótese em que o tem-
riores ao seu término, a alteração de seus respectivos prazos, com po de duração da licença será acrescido, em dobro, ao seu tempo
base no que dispõe o caput deste artigo. de serviço, para todos os efeitos legais, excluindo o de antiguidade,
§3º - Durante o período de afastamento do funcionário em de classe.
virtude da licença tratada nesta Subseção, fica a Administração
Municipal autorizada a contratar temporariamente servidor em SUBSEÇÃO IX
substituição ao licenciado pelo tempo em que perdurar o seu li- LICENÇA PARA DESEMPENHO DE MANDATO ELETIVO
cenciamento. (Art. modificado e acrescido pela Lei nº2919 de 14 de
março de 2006) Art. 116 - O funcionário público municipal investido em man-
Art. 111 - A autoridade, que deferiu á licença, poderá cassa-la dato eletivo federal ou estadual será considerado licenciado, com o
e determinar que o licenciado reassuma o exercício, se o exigir o afastamento do exercício do seu cargo, até o término do seu man-
interesse do serviço municipal. dato.
Parágrafo Único: Poderá o funcionário, a qualquer tempo, reas- Parágrafo Único: O período do exercício de mandato federal ou
sumir o exercício, desistindo da licença. estadual será contado como tempo de serviço apenas para efeito
de aposentadoria.
SUBSEÇÃO VIII Art. 117 - O funcionário municipal, quando no exercício do
DA LICENÇA-PREMIO mandato de prefeito, afastar-se-á de seu cargo, por período do
mandato, podendo optar pelos vencimentos sem prejuízo da verba
Art. 112 - O funcionário terá direito a licença-prêmio de 3 (três) de representação.
meses por quinquênio de efetivo exercício, exclusivamente munici- Art. 118 - O funcionário público municipal investido no man-
pal, desde que não haja sofrido qualquer das penalidades adminis- dato de vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá
trativas previstas neste Estatuto. as vantagens do seu cargo, sem prejuízo do subsídio de que faz jus.
§1º - O período em que o funcionário estiver em gozo de licen- Não havendo compatibilidade, ficará afastado do seu cargo.
ça-prêmio será considerado como de efetivo exercício para todos Art. 119 - A licença, prevista nesta Seção se não for concedido
os efeitos legais. antes, considerar-se-á automática com a posse no mandato eletivo.
§2º - Não terá ainda direito a licença-prêmio o funcionário que, Parágrafo Único: O funcionário, afastado nos termos deste ar-
no período de sua aquisição, houver: tigo, só poderá reassumir o exercício do cargo, após o término ou
I - Faltando ao serviço, injustificadamente por mais de 10 (dez) renuncia do mandato.
dias; II - gozado licença; Art. 120 - O funcionário ocupante de cargo em comissão será
a)- por período superior a 180 (cento e oitenta) dias consecuti- exonerado, a pedido, deste cargo com a posse no mandato eletivo.
vos ou não, salvo a licença prevista no artigo 90, IV; Parágrafo Único: Se o ocupante de cargo em comissão for tam-
b)- por motivo de doença em pessoa de sua família, por mais bém titular de um cargo de provimento efetivo, ficará exonerado
de 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não; daquele e licenciado deste na forma prevista nesta seção.
c)- para tratar de interesses particulares; Art. 121 - O funcionário municipal deverá licenciar-se pelo me-
d)- por motivo de afastamento de cônjuge funcionário. nos 30 (trinta) dias antes da eleição, a que concorrer.
§3º - Na data em que cessarem, para o funcionário, as causas Art. 122 - Em qualquer caso em que lhe seja exigido o afas-
impeditivas de que tratam os incisos e as alíneas do parágrafo ante- tamento para exercício do mandato, o seu tempo de serviço será
rior, terá inicio a contagem de um novo período aquisitivo de licen- contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por me-
ça-prêmio. (redação dada pela Lei 1669 de 12 de outubro de 1989). recimento.
Art. 113 - A licença-prêmio poderá ser gozada por inteiro ou Art. 123 - E vedado ao vereador, no âmbito da administração
parceladamente, dividindo-se, neste caso, o tempo relativo a cada pública direta ou indireta municipal, ocupar cargo em comissão ou
quinquênio, em períodos não inferiores a 30 (trinta) dias, devendo, aceitar, salvo concurso público, emprego ou função.
para esse fim, o funcionário, no requerimento em que pedir licença,
fazer expressa menção do número de dias que pretende gozar. SEÇÃO III
§1º - A concessão da licença-prêmio será processada e for- DO ACIDENTE DO TRABALHO
malizada pelo órgão do pessoal, depois de verificado se a foram
satisfeitos todos requisitos legalmente exigidos e se a respeito do Art. 124 - O funcionário que sofrer acidente no exercício de
pedido se manifestou, favoravelmente, quanto à oportunidade, o suas atribuições, ou que contrair doença profissional, terá direito à
chefe imediato do funcionário. licença, com vencimentos integrais.
§2º - O funcionário, sob pena de indeferimento do pedido, §1º - Acidente é o evento danoso que tem como causa mediata
aguardará em exercício a expedição do ato de concessão da licença, ou imediata, o exercício das atribuições inerentes ao cargo.
a qual deverá ser iniciada dentro de 10 (dez) dias do conhecimento §2º - Equiparar-se a acidente a agressão sofrida e não provoca-
oficial do ato concessionário, sob pena de caducidade automática da pelo funcionário, no exercício de suas atribuições.
da concessão. §3º- Entende-se por doença profissional a que resulta das con-
Art. 114 - O funcionário que preferir não gozar, integralmente dições inerentes ao serviço ou de fatos neles atribuídos.
a licença-premio, poderá optar mediante expressa e irretratável de- §4º - A comprovação do acidente, indispensável para a conces-
claração pelo gozo da metade do período, recebendo os vencimen- são da licença, deverá ser feita em processo regular no prazo de 8
tos do seu cargo, correspondente à outra metade. (oito) dias.

72
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§5º - O tratamento do acidentado em serviço, correrá por con- §2º - A decisão final do recurso a que se refere este artigo deve-
ta dos cofres municipais. rá ser dada dentro do prazo máxima de 90 (noventa) dias, contados
§6º - Resultando do evento incapacidade total e permanente, o da data de seu recebimento pelo protocolo da Prefeitura e, uma vez
funcionário será aposentado com vencimentos integrais. proferida, será imediatamente publicada, sob pena de responsabili-
§7º - Entende-se por incapacidade parcial e permanente a re- dade do funcionário a quem incumbir à publicação.
dução, por toda a vida, da capacidade de trabalho: por incapacida- §3º - Os pedidos de reconsideração e os recursos não tem efei-
de total e permanente, a invalidez irreversível. to suspensivo, se providos darão lugar às retificações necessárias,
Art. 125 - No caso de morte resultante de acidente do traba- retroagindo os seus efeitos à data do ato impugnado, desde que a
lho será devida pensão aos benefciários, acrescida da importância autoridade competente não determine outra providência quanto
correspondente à diferença entre os vencimentos do funcionário e aos efeitos relativos ao passado.
aqueles a que faria jus, nos termos do artigo anterior. Art. 130 - O direito de pleitear, na esfera administrativa, pres-
creverá:
SEÇÃO IV I- em 5 (cinco) dias, quanto aos atos de que decorrerem demis-
DA ASSISTÊNCIA AO FUNCIONÁRIO são, cassação de aposentadoria ou de disponibilidade;
II- em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos.
Art. 126 - O Município promoverá o bem-estar e o aperfeiçoa- Parágrafo Único: O prazo de prescrição cantar-se-á da data pu-
mento físico, intelectual e moral dos funcionários de suas famílias, blicação oficial de ato impugnado.
na forma que a lei estabelecer. Art. 131 - O pedido de reconsideração e o recurso, quando ca-
Parágrafo Único: Com esse fim, serão organizados: bíveis, interrompem a prescrição uma só vez, observada a legisla-
I - programa de assistência médica, dentária, farmacêutica e ção federal sobre à prescrição quinquenal.
hospitalar; Art. 132 - É assegurado ao funcionário o direito de vista do
II - plano de previdência, seguro e assistência judiciária; processo administrativo em que seja parte, quando denegatória a
III - cursos de aperfeiçoamento e especialização profissional em decisão.
matéria de interesse do Município; Art. 133 - São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos
IV - cursos de extensão, congressos, publicações e trabalhos re- nesta Seção.
ferentes ao serviço público;
V - viagens de estudo e visitas a serviços de utilidade pública, SEÇÃO VI
para especialização e aperfeiçoamento; DO FUNCIONÁRIO ESTUDANTE
VI - centros de recreação, repouso e férias.
Art. 127 - A lei regulará as condições de organização e funciona- Art. 134 - Ao funcionário estudante será permitido faltar ao
mento dos serviços de assistência referidos no artigo anterior. serviço sem prejuízo dos vencimentos ou remuneração, nos dias em
Art. 128 - O Município estabelecerá em lei ou convênio o regi- que se realizarem provas parciais ou finais.
me previdenciário de seus funcionários, sujeitos ao presente Esta- Parágrafo Único: O funcionário deverá apresentar documento
tuto. fornecido pela direção da escola, que comprove seu compareci-
mento às provas.
SEÇÃO V
DO DIREITO DE PETIÇÃO E RECURSO CAPÍTULO III
DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS DE ORDEM PECUNIÁIA
Art. 129 - É assegurado ao funcionário o direito de requerer ou
representar, pedir reconsideração e recorrer, desde que faça dentro
das normas de urbanidade, observadas as seguintes regras: SEÇÃO I
I- nenhuma solicitação, qualquer que seja a sua forma, poderá DISPOSIÇÕES GERAL
ser:
a)- dirija à autoridade incompetente para decidi-la; Art. 135 - Além do vencimento e de outras vantagens legalmen-
b)- encaminhada, sem conhecimentos da autoridade a que o te previstas, poderão ser deferidas ao funcionário as seguintes:
funcionário estiver direta e imediatamente subordinado. I- diárias;
II- o pedido de reconsideração deverá ser dirigido à autoridade II- auxilio para diferença de caixa;
que houver expedido o ato ou proferido a decisão e somente será III - salário família;
cabível quando contiver novos argumentos. IV - auxílio doença;
III- nenhum pedido de reconsideração poderá ser renovado. V - auxilio funerário;
IV- somente caberá recurso quando houver pedido de reconsi- VI- gratificação;
deração desatendido ou não decidido no prazo legal; VII- adicional por tempo der serviço.
V- o recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior VIII– Pro Labore {AC} (inciso acrescido pela Lei 3130,
à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, sucessivamen- 02/06/2008)
te, na escala ascendente, às demais autoridades; §1º - Só será admitida procuração para recebimento de qual-
VI- nenhum recurso poderá ser encaminhado mais de uma vez quer importância dos cofres municipais, decorrente do exercício
à mesma autoridade. do cargo ou função, quando outorgada por funcionário ausente do
§1º - O requerimento e o pedido de reconsideração, de que Município, ou impossibilitado de se locomover.
trata este artigo, deverão ser decididos dentro de 30 (trinta) dias
no máximo.

73
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

§2º - Caberá ao Chefe do Executivo do Município através de SUBSEÇÃO ÚNICA


portaria, levando em consideração os princípios da razoabilidade DO REGISTRO DE FREQUÊNCIA
e proporcionalidade, fixar remuneração, através de “Pro labore”,
das atividades praticadas por servidores públicos da administração Art. 143 - Ponto é o registro que assinala o comparecimento
direta, diversas de suas atribuições legais, quando estes integra- do funcionário ao serviço e pelo qual se verifica, diariamente, a sua
rem comissões de trabalho, estudos ou pesquisas, que necessitem entrada e saída.
conhecimento técnico-científico, sejam complexas ou tenham alto §1º - Para efeito de pagamento apurar-se-á a frequência do se-
grau de responsabilidade, limitado o teto da referida remunera- guinte modo:
ção à 100 (cem) UFMTR; {AC}(parágrafo acrescido pela Lei 3130, I- pelo ponto;
02/06/08) II- pela forma determinada em regulamento, quando o funcio-
Art. 136 - É proibido ceder ou gravar vencimentos ou quaisquer nário não sujeito a ponto.
vantagens do exercício do cargo. Os descontos somente serão aque- §2º - Salvo nos casos expressamente previstos em lei ou regu-
les autorizados em lei. lamento é vedado dispensar o funcionário do registro do ponto e
abonar falta ao serviço.
SEÇÃO II §3º - A infração do disposto no parágrafo anterior determinará
DO VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO a responsabilidade da autoridade que tiver expedido a ordem, sem
prejuízo da ação disciplinar cabível.
Art. 137 - Vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo Art. 144 - O Prefeito determinará:
efetivo exercício do cargo, correspondente ao padrão fixado em lei. I- para cada repartição, o período de trabalho diário;
Parágrafo Único: É vedado a prestação de serviços gratuitos. II- quais os funcionários que, em virtude dos encargos não es-
Art. 138 - Remuneração é a retribuição paga ao funcionário tão obrigados a ponto.
pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao padrão fixado §1º - Nenhum funcionário municipal, de qualquer modalidade
em lei, acrescido das vantagens pessoais de que seja titular. ou categoria, poderá prestar, sob qualquer fundamento, menos de
Art. 139 - O funcionário que não estiver no exercício do cargo 30 (trinta) horas semanais de trabalho, ressalvadas as exceções ex-
somente poderá perceber vencimento ou remuneração nos casos pressamente previstas em lei.
previstos em lei. §2º - Compete ao chefe da repartição antecipar ou prorrogar
Art. 140 - O funcionário perderá: o período de trabalho, devidamente comprovada a necessidade do
I- o vencimento ou remuneração do dia, se não comparecer ao serviço, constituído a antecipação ou prorrogação de período extra-
serviço salvo os casos previstos neste Estatuto; ordinário, que será remunerado de acordo com presente Estatuto.
II- um terço (1/3) do vencimento ou remuneração diária quan-
do comparecer ao serviço, dentro da hora seguinte à marcada para SEÇÃO III
início dos trabalhos, ou quando se retirar até uma hora antes de DAS DIÁRIAS
findo o período de trabalho;
III- um terço (1/3) do vencimento ou remuneração, durante o Art. 145 - Ao funcionário que, por determinação do Prefeito,
afastamento por motivo de prisão em flagrante, preventiva, pro- deslocar-se temporariamente do Município para outro local no de-
núncia ou denuncia, desde seu recebimento, por crime funcional, sempenho de suas atribuições ou em missão ou estudo, desde que
com direito à diferença, se absolvido. relacionados com a função que exerce, será concedida, além do
IV- dois terços (2/3) do vencimento ou remuneração, durante transporte, a diária a título de indenização das despesas de alimen-
o período do afastamento em virtude de condenação, por sentença tação e pousada, nas bases fixadas em regulamento. (Regulamenta-
definitiva, desde que a pena não determine demissão. do pelo Decreto nº 2504 de 18 de agosto de 2000).
Art. 141 - O funcionário não sofrerá qualquer desconto no ven- Parágrafo Único: Não serão devidas diárias quando, em con-
cimento ou remuneração: sequência do deslocamento, houver sido concedida gratificação de
I- nos casos dos itens I, II, III, IV, V, VII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, representação.
XVII, XVIII e XIX, do artigo 63 desde Estatuto;
II- quando licenciado para tratamento de saúde; SEÇÃO IV
III- quando convocado para serviço militar ou estágio nas For- DO AUXÍLIO PARA DIFERENÇA DE CAIXA
ças Armadas e outros obrigatórios por lei, salvo se perceber alguma
retribuição por esses serviços, caso em que se admitirá a opção ou Art. 146 - Ao funcionário que, no desempenho de suas atribui-
se fará a redução correspondente; ções normais, pagar ou receber em moeda corrente, será conce-
Art. 142 - As reposições devidas pelos funcionários à Fazenda dido auxílio, fixado em lei, para compensar as diferenças de caixa.
Municipal serão descontadas em parcelas mensais não excedentes
à quinta parte do vencimento ou remuneração. SEÇÃO V
Parágrafo Único: Não caberá reposição parcelada, quando o DO SALÁRIO-FAMILIA
funcionário solicitar exoneração, for demitido ou abandonar o car-
go. Art. 147 - O salário-família será concedido a todo o funcionário,
ativo ou inativo:
I - por filhos menores de 18 (dezoito) anos;
II - por filho inválido;
III- por filha solteira sem economia própria;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

IV- por filho estudante, que frenquentar curso de 2 grau ou su- VI– pelo exercício de cargo em regime de tempo integral; VII -
perior, em instituto de ensino oficial ou particular reconhecido, e por outros encargos previstos em lei.
que não exerça atividade lucrativa, até a idade de 24 (vinte e qua- Art. 156 - A gratificação pela execução de trabalho técnico, ar-
tro) anos; tístico ou científico de utilidade para o serviço público municipal
V- à mulher ou companheira, desde que não exerça atividade será arbitrada pelo Prefeito após a conclusão dos trabalhos, ou pre-
remunerada. viamente, quando for a caso. (Artigo suprimido pela Lei 2.079 de 13
Parágrafo Único: Compreende-se neste artigo os filhos de qual- de janeiro de 1997).
quer condição, os enteados, os adotivos e o menor que viver sob a Art. 157 - Terá direito à gratificação por serviço extraordinário
guarda e sustento do funcionário. o funcionário que for convocado para a prestação de trabalhos fora
Art. 148 - Quando o pai e a mãe forem funcionários e viverem horário normal de expediente a que estiver sujeito.
em comum, o salário-família será concedido apenas a um deles. §1º - A gratificação pela prestação de serviços extraordinários
§1º - se não viverem em comum, será concedido ao que tiver será determinada pelo diretor ou chefe do órgão a que tiver subor-
os dependentes sob. sua guarda. dinado o funcionário convocado.
§2º - se ambos os tiverem, será concedido a um e outro dos §2º - A gratificação será paga por hora de trabalho prorroga-
pais, de acordo com a distribuição dos dependentes. do ou antecipado, na mesma razão percebida pelo funcionário em
Art. 149 - O funcionário é obrigado a comunicar ao seu Chefe cada hora de período normal.
imediato, dentro de 15 (quinze) dias, qualquer alteração que se ve- §3º - Em se tratando de serviço extraordinário noturno, assim
rifique na situação dos dependentes, da qual decorra supressão ou entendido o prestado no período
redução no salário-família. compreendido entre 20 e 6 horas, o valor da hora será acresci-
Parágrafo Único: A inobservância desta disposição de termi- do de 25% (vinte e cinco por cento).
nará responsabilidade do funcionário ou do inativo. Art. 150 - O Art. 158 - O funcionário que receber importância relativa a ser-
salário-família será pago juntamente com os vencimentos, remune- viço extraordinário não prestado será obrigado a restitui- la de uma
ração ou provento. só vez, ficando sujeito a processo disciplinar.
Art. 151 - O salário-família é devido independentemente de Art. 159 - Será punido com pena de suspensão o funcionário
frequência e produção do funcionário e não poderá sofrer qualquer que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço extraordi-
desconto, nem ser objeto de transação e consignação em folha de nário. De igual forma o funcionário que atestar, falsamente, a pres-
pagamento, nem sobre ele será baseada qualquer contribuição. tação de serviço extraordinário.
Parágrafo Único: Na reincidência dos fatos apontados neste
SEÇÃO VI artigo, o funcionário será punido com a demissão a bem serviço
DO AUXÍLIO-DOENÇA E DO AUXÍLIO-FUNERÁRIO público.
Art. 160 - Não poderá o funcionário prestar serviço extraordi-
Art. 152 - A cada período de 12 (doze) meses consecutivos de nário gratuito, ficando limitado o período ao correspondente a 1/3
licença para tratamento de saúde, será concedida ao funcionário (um terço) do período normal de trabalho, salvo imperiosa neces-
um mês de vencimento ou remuneração, a título de auxílio-doença. sidade de serviço e com o assentimento do mesmo, quando então
Art. 153 - Ao funcionário licenciado para tratamento de saúde perceberá a gratificação correspondente, dispensada a referida exi-
poderá ser concedido transporte, inclusive para as pessoas de sua gência.
família. Art. 161 - A autorização para o serviço ou estudo fora do Muni-
Art. 154 - À família do funcionário falecido em exercício, em cípio só poderá ser dada pelo Prefeito, que arbitrará a gratificação
disponibilidade ou aposentado, ou à pessoa que provar ter feito as quando não estiver prevista em lei ou regulamento.
despesas com o seu funeral, será concedido, a título de a
Auxílio-funerário, a importância correspondente a 1 (um) mês SEÇÃO VIII
de vencimento, remuneração ou provento. DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO
Parágrafo Único: O pagamento será efetuado mediante autori-
zação do Prefeito, após a apresentação do atestado de óbito e dos Art. 162 - Pagar-se-á o adicional de 10, 20, 30, 40, 50, 60 e 70
documentos comprobatórios das despesas. por cento sobre o vencimentos do funcionário que completar, res-
pectivamente, cinco, dez, quinze, vinte, vinte e cinco, trinta e trinta
SEÇÃO VII e cinco anos de serviço público municipal. (vetado, art. n. 162 - ofi-
DAS GRATIFICAÇÕES cio n. 112/81 de 08/04/1981 da Câmara de Vereadores).(Alterada
pela LOM de 1990), e regulamentada pela Lei 2092/97.
Art. 155 - Será concedida gratificação ao funcionário:
I- pela colaboração ou execução de trabalho técnico, artístico SEÇÃO IX
ou cientifico; (inciso suprimido pela Lei 2.079 de 13 de janeiro de DO REGIME DE TEMPO INTEGRAL
1997).
II- pela prestação de serviço extraordinário; Art. 163 - Considera-se regime de tempo integral o exercício da
III- pela execução de trabalho de natureza especial com risco atividade funcional nos termos a que alude o artigo 164, seguinte,
de vida e saúde; deste Estatuto, ficando o funcionário proibido de exercer, cumulati-
IV - pela participação em órgão de deliberação coletiva; vamente, outro cargo ou atividade particular de caráter empregatí-
V- a título de representação, quando em serviço ou estudo fora cio profissional ou pública de qualquer natureza.
do Município por autorização de Prefeito; Parágrafo Único: Não se compreendem na proibição deste ar-
tigo.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

I- o exercício em órgão de deliberação coletiva, desde que rela- XII- apresentar relatórios ou resumo de suas atividades nas hi-
cionado com o cargo exercido em tempo integral. pótese e prazos previstos em lei ou regulamento;
II- as atividades que, sem caráter de emprego, se destinam à XIII- sugerir providências tendentes à melhoria e aperfeiçoa-
difusão e aplicação de idéias e conhecimentos, excluídas as que im- mento do serviço.
possibilitem ou prejudiquem a execução das tarefas inerentes ao
regime de tempo integral. CAPÍTULO II
III- a prestação de assistência não-remunerada a outros servi- DAS PROIBIÇÕES
ços, visando à aplicação de conhecimentos técnicos ou científicos,
quando solicitada através da repartição a que pertence o funcio- Art. 167 - Ao funcionário é proibido:
nário. I- referir-se de modo depreciativo a seus superiores hierárqui-
Art. 164 - O Prefeito Municipal fixará os cargos que ficam sujei- cos, ou criticar em informação, parecer ou despacho, as autoridades
tos ao regime de tempo integral, tendo em vista a essencialidade, e atos da administração, podendo em trabalho assinado manifestar,
complexidade a responsabilidade das respectivas atribuições, bem em termos, aos superiores, seu pensamento sob ponto de vista
como as condições do mercado de trabalho para as atividades cor- doutrinário ou serviço, com o fito de colaboração e cooperação;
respondentes. II- retirar sem prévia permissão da autoridade competente,
Art. 165 - O funcionário, cujo cargo esteja em regime de tempo qualquer documento ou objeto da repartição;
integral, terá direito à percepção de gratificação correspondente a III- atender reiteradamente a pessoas, na repartição, para tra-
70 (setenta por cento) do nível de vencimento a que estiver enqua- tar de assuntos particulares;
drado, mediante a prestação de 48 (quarenta e oito) horas sema- IV- promover manifestações de apreço ou desapreço e fazer
nais de serviço. circular ou subscrever lista de donativos no recinto da repartição
Parágrafo Único: A gratificação a que se refere o presente arti- V- valer-se do cargo para lograr proveito pessoal;
go incorporar-se-á aos vencimentos apenas para efeito de aposen- VI- coagir ou aliciar subordinados com objetivos de natureza
tadoria, desde que o funcionário conte 5 (cinco) anos de exercício partidária; VII - praticar a usura em qualquer de suas firmas
no regime ao sobrevir a aposentadoria. Caso não conte com o tem- VIII- pleitear, como procurador ou intermediário, junto às re-
po mencionado, e, sobrevindo a sua aposentadoria, a incorporação partições públicas municipais, salvo quando se tratar de percepção
far-se-á proporcionalmente ao período em que esteve sob o regime de vencimentos ou vantagens de parente até 3. grau civil;
de tempo integral. IX- entreter-se, durante horas de trabalho, em palestras, leitu-
ras ou atividades estranhas ao serviço;
TÍTULO IV X- empregar material do serviço público em atividade particu-
DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES lar;
XI- incitar greves ou a ela aderir, ou praticar atos de sabotagem
CAPÍTULO I contra o regime ou o serviço público;
DOS DEVERES XII- receber propina, comissões, presentes e vantagens de
qualquer espécie em razão de suas atribuições;
Art. 166 - São deveres do funcionário, além dos que lhe cabem XIII- cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos
em virtude de seu cargo ou função e dos que decorrem, em geral, previstos em lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou a
da sua condição de servidor público. seus subordinados.
I- comparecer à repartição nas horas de trabalho ordinário e
nas extraordinário, quando convocado; TÍTULO V
II- executar os serviços que lhe competem e desempenhar com DAS INCOPATIBILIDADES E DAS ACUMULAÇÕES
zelo e presteza os trabalhos de que for incumbido;
III- tratar com urbanidade os colegas e o público atendendo a CAPÍTULO I
este último sem referências pessoais; DAS INCOMPATIBILIDADES
IV- obedecer as ordens superiores, devendo representar, ime-
diatamente, por escrito, contra as manifestações ilegais; Art. 168 - É incompatível o exercício de cargo público municipal:
V- Zelar pela economia e conservação do material que lhe for I- com a participação de gerência ou administração de empre-
confiado; sas de prestação de serviços, bancárias, industriais e comerciais que
VI- atender prontamente a expedição das certidões requeridas mantenham relações com o Município, sejam por este subvenci-
para a defesa do direito e esclarecimento de situações; mentos ou diretamente relacionadas com a finalidade da repartição
VII- atender, com preferência a qualquer outro serviço, as re- ou serviço em que o funcionário estiver lotado;
quisições de papéis documentos, informações ou providências que II- com exercício de representação de Estado estrangeiro;
lhe forem feitas para defesa da Fazenda Municipal; III- com exercício de cargo ou função subordinado a parente até
VIII- apresentar-se ao serviço em boas condições de asseio e 2. grau, salvo quando se tratar de cargo ou função de imediata con-
convenientemente trajado ou com o uniforme que for determina- fiança e de livre escolha não podendo exceder de 2 (dois) o número
do; de auxiliares nessas condições;
IX- manter o espírito de cooperação e solidariedade com os IV- com o exercício de mandato de Prefeito e com mandatos
companheiros de trabalho; eletivos federais e estaduais.
X - guardar sigilo sobre os assuntos da administração;
XI- representar aos superiores sobre as irregularidades de que
tiver conhecimento;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

CAPÍTULO II Art. 174 - A responsabilidade penal será apurada nos termos da


DA ACUMULAÇÃO legislação federal aplicável.
Art. 175 - A responsabilidade administrativa resulta de atos ou
Art. 169 - E vedada a acumulação remunerada de cargo públi- omissões praticadas no desempenho do cargo ou função.
co, exceto: Parágrafo Único: A responsabilidade administrativa não exime
I - a de juiz com um cargo de professor; o funcionário da responsabilidade civil ou penal, que couber, nem
II - a de dois cargos de professor; do pagamento da indenização a que ficar obrigado.
III - a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
IV - a de dois cargos privativos de médico; CAPÍTULO II
V - outras atividades, como tais definidas em lei complementar DAS PENALIDADES
(§3. artigo 99 C. F).
§1º - Em qualquer dos casos, a acumulação somente será per- Art. 176 - Considera-se infração disciplinar o ato praticado pelo
mitida quando houver correlação de matérias e compatibilidade de funcionário com violação dos deveres e das proibições decorrentes
horários; da função que exerce.
§2º - A proibição de acumular estende-se a cargos, ou empre- Parágrafo Único: A infração é punível, quer consista em ação ou
gos em autarquias, empresas públicas e sociedades de economia omissão, e independentemente de ter produzido resultado pertur-
mista. bador do serviço.
§3º - A proibição de acumular proventos não se aplica aos apo- Art. 177 - São penas disciplinares, na ordem crescente de gra-
sentados , quanto ao exercício de mandato eletivo, quanto ao de vidade:
um cargo em comissão ou quanto a contrato para prestação de ser- I– advertência verbal;
viços técnicos ou especializados. II- repreensão;
Art. 170 - Verificada em processo administrativo a acumulação III- multa;
proibida e provada a boa-fé, o funcionário optará por um dos cargos IV- suspensão disciplinar;
ou funções. V - destituição de função:
Parágrafo Único: Provada a má-fé, perderá todos os cargos ou VI- demissão;
funções e será obrigado a restituir o que tiver recebido indevida- VII- cassação de aposentadoria e de disponibilidade.
mente. §1º - As penas previstas nos itens II a VII serão sempre registra-
Art. 171 - As autoridades e chefes de serviço que tiverem co- das no prontuário individual do funcionário.
nhecimento de que qualquer de seus subordinados acumula, in- §2º - As anistias não implicam o cancelamento do registro de
devidamente, cargos ou funções públicas, comunicarão o fato ao qualquer penalidade, que servirá para apreciação da conduta do
órgão do pessoal, para os fins indicados no artigo anterior, sob pena funcionário, mas nele se averbará que, em virtude de anistia, a
de responsabilidade. pena deixou de produzir os efeitos legais.
Parágrafo Único: Qualquer pessoa poderá denunciar a existên- Art. 178 - Não se aplicará ao funcionário mais de uma pena dis-
cia de acumulação. ciplinar por infrações que sejam apreciadas num só processo, mas a
autoridade competente poderá escolher entre as penas a que me-
TÍTULO VI lhor atenda aos interesses da disciplina e do serviço.
DA AÇÃO DISCIPLINAR Art. 179 - A pena de advertência será aplicada verbalmente
em casos de natureza leve e sempre no intuito do aperfeiçoamento
CAPÍTULO I profissional do funcionário.
DAS RESPONSABILIDADE Art. 180 - A pena de repreensão será aplicada por escrito, nos
casos seguintes:
Art. 172 - Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcio- I- reincidência das infrações sujeitas à pena de advertência;
nário responde civil, penal e administrativamente. II- de desobediência e falta de cumprimento dos deveres pre-
Art. 173 - A responsabilidade civil decorre de procedimento do- vistos nos incisos V, VI, VII, X, XI, e XII do artigo 166 deste Estatuto.
loso ou culposo, que importe prejuízo à Fazenda Municipal ou para Art. 181 - A pena de suspensão, que não excederá de 90 (no-
terceiros. venta) dias, será aplicada:
§1º - O funcionário será obrigado a repor, de uma só vez, a im- I- até 30 (trinta) dias, ao funcionário que, sem justa causa, dei-
portância de prejuízo causado à Fazenda Municipal, em virtude de xar de se submeter a exame médico determinado por autoridade
alcance, desfalque, remissão ou omissão em efetuar recolhimento competente;
ou entradas nos prazos legais. II- nos casos de falta grave, ou reincidência de infração a que foi
§2º - Nos demais casos, a indenização de prejuízos causados aplicada a pena de repreensão.
à Fazenda Municipal poderá ser liquidada mediante o desconto em Parágrafo Único: Quando houver conveniência para o serviço,
folha, nunca excedente da 10 a. (décima) parte do vencimento ou a pena de suspensão poderá ser convertida em multa até 50% (cin-
remuneração. quenta por cento) por dia, do vencimento ou remuneração, obriga-
§3º - Tratando-se de damos causados a terceiros, responderá o do o funcionário neste caso a permanecer em serviço.
funcionário perante à Fazenda Municipal, em ação regressiva, pro- Art. 182 - A pena de destituição de função será aplicada pela
posta depois de transitar em julgado a decisão de última instância autoridade que houver feito a designação. Art. 183 - A pena da de-
que houver condenado a Fazenda a indenizar o terceiro prejudica- missão será aplicada nos casos de:
do. I - crime contra administração pública, nos termos da lei penal;
II - abandono de cargo ou falta de assiduidade;

77
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

III - incontinência pública, conduta escandalosa e embriaguês Parágrafo Único: A falta também prevista como crime na lei pe-
habitual. nal prescreverá juntamente com este. Art. 187 - Para a imposição de
IV - insubordinação grave em serviço; penas disciplinares, são competentes:
V - ofensa física em serviço contra pessoa, salvo se em legítima I- o Prefeito, nos casos de demissão, cassação de aposentadoria
defesa; e de disponibilidade e suspensão superior a 15 (quinze) dias;
VI - aplicação irregular de dinheiro público; II- o imediato do Prefeito, responsável pelo órgão em que tenha
VII- lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio mu- o exercício o funcionário faltoso, nos casos de suspensão disciplinar
nicipal; até 15 (quinze) dias;
VIII- transgressão de qualquer dos itens dos artigos 167 a 169 III- o chefe imediato ao funcionário, nos casos de advertência
deste Estatuto. verbal e repreensão.
§1º - Considera-se abandono do cargo a ausência do serviço Parágrafo Único: A pena de multa será aplicada pela autoridade
sem justa causa por mais de 30 (trinta) dias úteis consecutivas. que impuser a suspensão disciplinar.
§2º - Considera-se falta de assiduidade, para fins deste artigo, a
falta ao serviço durante o período de CAPÍTULO III
12 (doze) meses consecutivo, por mais de 60 (sessenta) dias DA PRISÃO ADMINISTRATIVA E DA SUSPENSÃO PREVENTIVA
interpoladamente, sem justa causa.
§3º - O ato de demissão mencionará sempre a causa da penali- Art. 188 - Cabe ao Prefeito ordenar, fundamentalmente e por
dade e seu fundamento legal. Atenta à gravidade da infração a de- escrito, a prisão administrativa de qualquer responsável por dinhei-
missão poderá ainda ser aplicada com a nota “A BEM DO SERVIÇO ros e valores pertencentes à Fazenda Municipal ou que se acharem
PÚBLICO”. sob a guarda desta, nos casos de alcance, remissão ou omissão em
Art. 184 - Será cassada a aposentadoria e a disponibilidade se efetuar as entradas no devido prazo.
ficar provado que o inativo. §1º - O Prefeito comunicará o fato imediatamente à autorida-
I- praticou falta grave no exercício do cargo; de competente, para os devidos efeitos, concluídos com urgência o
II- aceitou ilegalmente cargo ou função público; processo de tomada de contas.
III- aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia au- §2º - A Prisão administrativa não poderá exceder a 90 (noven-
torização do Presidente da República; ta) dias.
IV- praticou usura em qualquer de suas formas. Art. 189 - O Prefeito poderá suspender, preventivamente, o
Parágrafo Único: Será igualmente cassada a disponibilidade do funcionário até 30 (trinta) dias, desde que se trate de irregularidade
funcionário que não assumir, no prazo legal, o exercício do cargo em grave e o simples afastamento do funcionário não atenda ao inte-
que for aproveitado. resse público.
Art. 185 - Para efeito da graduação das penas disciplinares se- Parágrafo Único: Instaurado o processo disciplinar, o funcioná-
rão sempre tomadas em conta todas às circunstâncias em que a in- rio designado para presidi-lo poderá propor ao Prefeito que seja
fração tiver sido cometida e as responsabilidades do cargo ocupado sustada a suspensão preventiva ou prorrogada até mais de 60 (ses-
pelo infrator. senta) dias.
§1º - São circunstâncias atenuantes da infração disciplinar, em Art. 190 - Durante o período de prisão administrativa ou da sus-
especial: pensão preventiva, o funcionário perderá um terço do vencimento
I - o bom aproveitamento anterior dos deveres profissionais: ou remuneração.
II - a confissão espontânea da infração; Parágrafo Único: O funcionário terá direito:
III - a prestação de serviços considerados relevantes por Lei; I- à diferença de vencimento ou remuneração e à contagem de
IV - a provocação injusta de superior hierárquico. tempo de serviço relativo ao período em que tenha estado preso ou
§2º - São circunstâncias agravantes da infração disciplinar, em suspenso, quando o processo não houver resultado em pena disci-
especial: plinar, ou esta se limitar à repreensão.
I- a combinação com outras indivíduos para a prática da falta; II- à diferença de vencimento ou remuneração e à contagem
II- o fato de ser cometida durante o cumprimento de pena dis- do tempo de serviço correspondente ao período de afastamento
ciplinar; excedente do prazo de suspensão efetivamente aplicado.
III - a acumulação de infrações;
IV - a reincidência. TÍTULO VII
§3º - A acumulação dá-se quando duas ou mais infrações são DO PROCESSO DISCIPLINAR E SUA REVISÃO
cometidas na mesma ocasião,ou quando uma é cometida antes de
ter sido punida a anterior. CAPÍTULO I
§4º - A reincidência dá-se quando a infração é cometida antes DAS SINDICÂNCIAS
de passado um ano sobre o dia em que tiver findado o cumprimen-
to da pena imposta em consequência de infração anterior. Art. 191 - A autoridade que tiver conhecimento de irregulari-
Art. 186 - Contado da data da infração, prescreverá, na esfera dades no serviço público é obrigado a tomar as providências para
administrativa. promover-lhe a apuração por meio de sindicância administrativa.
I- em 2 (dois) anos, a falta sujeita as penas de repreensão, mul- Parágrafo Único: A autoridade que determinar a instauração da
ta ou suspensão disciplinar: sindicância fixará o prazo nunca superior a 30 (trinta) dias para a sua
II- em 4 (quatro) anos, a falta sujeita à pena de demissão ou conclusão,prorrogáveis até o máximo de 15 (quinze) dias à vista de
cassação de aposentadoria e de disponibilidade. representação motivada do sindicante.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Art. 192 - As sindicâncias serão abertas por portarias, em que §6º - Dispensar-se-á o termo a que alude o parágrafo anterior,
se indiquem seu objeto e um funcionário ou comissão de 3 (três) no caso de informações técnicas ou de perícia, se constar de laudo
funcionários para realizá-la. junto aos autos.
§1º - Quando a sindicância houver de ser realizada por comis- §7º - Os depoimentos testemunhais serão tomados em audiên-
são a portaria designará seu presidente, e este indicará um membro cia, na presença do indiciado, para tanto devidamente cientificado.
para secretariar os trabalhos. §8º - É facultado ao indiciado ou a seu defensor reperguntar as
§2º - Quando a sindicância houver de ser realizada apenas por testemunhas, por intermédio do presidente, que poderá indeferir
um sindicante, este designará outro funcionário para secretariar os as perguntas que não tiverem conexão com a falta, consignado-se
trabalhos, mediante a aprovação do superior hierárquico indicado. no termo as reperguntas indeferidas.
Art. 193 - O processo de sindicância será sumário, feitas as di- §9º - Quando a diligência requerer sigilo em defesa do interes-
ligências necessárias à apuração das irregularidades e ouvido o sin- se público, dela só se dará ciência ao indiciado depois de realizada.
dicado e todas as pessoas envolvidas nos fatos bem como peritos e Art. 197 - Se as irregularidades objeto do processo administra-
técnicos necessários ao esclarecimento de questões especializadas. tivo constituírem crime, a autoridade processante encaminhara có-
Parágrafo Único: Terminada a instrução da sindicância, a auto- pia das peças necessárias ao órgão competente para a instauração
ridade sindicante apresentará relatório circunstanciado do que foi de inquérito policial.
apurado, sugerindo o que julgar cabível ao saneamento das irregu-
laridades e punição dos culpados ou a abertura de processos admi- SEÇÃO I
nistrativos se forem apuradas infrações puníveis com as penas de DA DEFESA DO INDICIADO
demissão, cassação de aposentadoria ou de disponibilidade.
Art. 198 - A autoridade processante assegurará ao indiciado to-
CAPÍTULO II dos os meios indispensáveis à sua plena defesa.
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO §1º - O indiciado poderá constituir procurador para tratar de
sua defesa.
Art. 194 - As penas de demissão de funcionário, de cassação §2º - No caso de revelia, a autoridade processante designará,
de aposentadoria ou de disponibilidade só poderão ser aplicadas de ofício, um funcionário ou advogado que se incumba da defesa
em processo administrativo em que se assegure plena defesa ao do indiciado revel.
indiciado. Art. 199 - tomado o depoimento do indiciado, nos termos do
Art. 195 - O processo administrativo será instaurado pelo Pre- artigo l9l terá ele vista do processo na repartição pelo prazo de 5
feito Municipal, mediante ato em que se especifique o seu objeto e (cinco) dias, para preparar sua defesa prévia e requerer as provas
se designe a autoridade processante. que deseje produzir. Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será
§1º - O processo administrativo será realizado por uma comis- comum e de 10 (dez) dias, após o depoimento do último deles.
são composta de 3 (três) funcionários na forma do artigo anterior, Art. 200 - Encerrada a instrução do processo, a autoridade abri-
escolhidos, sempre que possível, dentre os de categoria hierárquica rá vista dos autos ao indiciado ou seu defensor, para, no prazo de 15
igual ou superior ao indiciado. No ato de designação, será indicado (quinze) dias, apresentar suas razões de defesa final.
qual do membros exercerá as funções de presidente. Parágrafo Único: - A vista dos autos será dada na repartição
§2º - O presidente da comissão designará um dos membros onde estiver funcionando a autoridade processante e sempre na
para secretaria-la. presença de um funcionário devidamente autorizado.
§3º - O presidente da comissão, também designado como
autoridade processante, sempre que necessário, dedicará todo o SEÇÃO I
tempo aos trabalhos do processo, ficando seus membros, em tal DA DECISÃO DO PROCESSO ADIMINSTRATIVO
caso, dispensados dos serviços na repartição, durante o curso das
diligências e elaboração do relatório. Art. 201 - Apresentada a defesa final do indiciado, a autoridade
Art. 196 - O prazo para a realização do processo administrativo processante apreciará todos os elementos do processo, apresen-
será de 60 (sessenta) dias, prorrogáveis por mais 30 (trinta), me- tando o seu relatório, no qual proporá, justificadamente, a absol-
diante autorização do Prefeito, e nos casos de força maior. vição ou punição do indiciado, indicando, nesta última hipótese, a
§1º - A autoridade processante, imediatamente após receber pena cabível e seu fundamento legal.
o expediente de sua designação, dará início ao processo, terminan- Parágrafo Único: - O relatório e todos os elementos dos autos
do a citação pessoal do indiciado, a fim de que possa acompanhar serão remetidos à autoridade que determinou a abertura do pro-
todas as fases do processo, marcando dia para a tomada de seu cesso, no prazo de 10(dez) dia, a contar da data da apresentação
depoimento. da defesa final.
§2º - Achando-se o indiciado em lugar incerto, será citado por Art. 202 - A autoridade processante ficará à disposição da au-
edital com prazo de 15 (quinze) dias. toridade competente, até a decisão final do processo, para prestar
§3º - Se o fundamento do processo for o abandono do cargo qualquer esclarecimento julgado necessário.
ou função, a autoridade processante fará divulgar edital de chama- Art. 203 - Recebidos os elementos, previstos no artigo 201, a
mento pelo prazo de 15 (quinze) dias. autoridade que determinou a abertura do processo, apreciará as
§4º - A autoridade processante procederá a todas as diligências conclusões do relatório tomando as seguintes providências no pra-
necessárias ao esclarecimento dos fatos, recorrendo, quando preci- zo de 5 (cinco) dias:
so for, a técnicos ou peritos. I- se discordar das conclusões do relatório, designará outra co-
§5º - Os atos, diligências, depoimentos e as informações téc- missão ou autoridade para reexaminar o processo e, no prazo máxi-
nicas ou periciais serão reduzidas a termo nos autos do processo. mo de 5 (cinco) dias, propor o que entender cabível.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

II- se acolher as conclusões do relatório, no prazo máximo de 5 Parágrafo Único: - Na contagem dos prazos excluir-se-á o dia
(cinco) dias aplicará a pena proposta. inicial; se o ultimo dia coincidir com sábado, domingo, feriado ou
§1º - Se o processo não for decidido no prazo deste artigo, o “ponto facultativo”, o vencimento ocorrerá no primeiro dia útil sub-
indiciado reassumirá automaticamente o exercício do cargo, aguar- sequente.
dando aí o julgamento. Art. 215 - Para efeitos deste Estatuto, considerar-se-ão mem-
§2º - No caso de alcance ou malversação de dinheiro público, bros da família do funcionário, desde que vivam às suas expensas e
apurados nos autos, o afastamento se prolongará até a decisão final constem do seu assentamento individual:
do processo administrativo. I - O Cônjuge ou a companheira;
Art. 204 - Da decisão final do processo, são admitidos os recur- II - os ascendentes e descendentes;
sos e pedidos de reconsideração previstos neste Estatuto. III- as sobrinhas e irmãs solteiras ou viúvas;
Art. 205 - O funcionário só poderá ser exonerado a pedido, IV- os sobrinhos e irmãos, menores ou incapazes.
após a conclusão definitiva do processo administrativo a que estiver Parágrafo Único: - O padrasto e a madrasta, o sogro e sogra
respondendo e desde que reconhecida sua inocência. equivalem ao pai e a mãe, e os enteados aos filhos. Art. 216 - Nos
Art. 206 - A decisão definitiva em processo administrativo só dias úteis, só por determinação do Prefeito poderão deixar de fun-
poderá ser alterada através do processo de revisão. Art. 207 - Nos cionar as repartições municipais.
casos omissos aplicam-se, subsidiariamente, as disposições concer- Art. 217 - É assegurado aos funcionários o direito de se agru-
nentes ao funcionalismo da União. parem em associação de classe, sem caráter político ou ideológico.
Parágrafo Único: - Essas associações de caráter civil terão a fa-
CAPÍTULO III culdade de representar, coletivamente, os seus associados, perante
DA REVISÃO DO PROCESSO DISCIPLINAR as autoridades administrativas, em matéria de interesse de classe.
Art. 218 - Aplicam-se as disposições contidas no artigo 78 e seu
Art. 208 - A qualquer tempo poderá ser requerida a revisão da parágrafo único aos funcionários que passaram para atividades na
sindicância ou do processo administrativo de que resultou a pena vigência de leis anteriores a este Estatuto.
disciplinar, quando se aduzirem fatos ou circunstâncias suscetíveis Art. 219 - O dia 28 de Outubro será consagrado ao FUNCIONA-
de justificar a inocência do requerente. RIO MUNICIPAL, sendo facultativo o ponto nas repartições munici-
§1º - A revisão só poderá ser requerida pelo funcionário puni- pais, exceto naquelas de atividades essenciais.
do, salvo o disposto no parágrafo seguinte. Art. 220 - São isentos de qualquer tributo ou emolumento os
§2º - Tratando-se de funcionário falecido ou desaparecido, a requerimentos, certidões e outros papeis que interessem à qualida-
revisão poderá ser requerida por qualquer pessoa constante de de de funcionário público municipal, ativo ou inativo.
seu assentamento individual. Art. 221 - Por motivo de convicção filosófica, religiosa ou polí-
Art. 209 - Correrá a revisão em apenso aos autos do processo tica, nenhum funcionário público municipal poderá ser privado de
originário. qualquer de seus direitos, nem sofrer alteração em sua atividade
Parágrafo Único: - Não constitui fundamento para a revisão a funcional.
simples alegação de injustiça da penalidade. Art. 210 - Na inicial, o Art. 222 - No cálculo de adicional sobre o tempo de serviço
requerente pedirá dia e hora para inquirição das testemunhas que prestado à União, a estado-membro ou a outro município, obser-
arrolar. var-se-á o percentual adotado pela entidade em que serviu o fun-
Art. 211 - Concluído o encargo da Comissão Revisora, em prazo cionário.
que não excederá de 30 (trinta) dias, será o processo, com o respec- Art. 223 - O funcionário público, no exercício de suas atribui-
tivo relatório, encaminhado ao Prefeito, que o julgará no prazo de ções, não está sujeito à ação penal por ofensas irrogadas em in-
30 (trinta) dias. formações, pareceres ou quaisquer outros escritos de natureza
Art. 212 - Julgada procedente a revisão, tornar-se-á sem efeito administrativa que, para esse fim, são equiparados às alegações
a penalidade imposta, restabelecendo-se todos os direitos por ela produzidas em juízo.
atingidos. Art. 225 - Nenhum funcionário poderá ser transferido ou re-
movido de ofício no período de 6 (seis) meses anteriores e no de 3
TÍTULO VIII (três) meses posteriores às eleições.
Art. 226 - É vedada a transferência ou remoção de ofício do fun-
CAPÍTULO ÚNICO cionário investido em cargo eletivo desde a expedição do diploma
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS até o término do mandato.
Art. 226 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 213 - O órgão do pessoal fornecerá ao funcionário cartei- Art. 227 - Revogam-se as disposições em contrário.
ra em que constará a sua qualificação, documento esse que valerá Gabinete do Prefeito, 23 de dezembro de 1980
como prova de identidade profissional e funcional.
Parágrafo Único: - O funcionário exonerado ou demitido será
obrigado a devolver a carteira e o inativo a substitui-la por outra em
que fará constar esta condição.
Art. 214 - Salvo disposição expressa em contrário, os prazos
previstos neste Estatuto serão contados em dias corridos.

80
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

4. MS CONCURSOS - 2020 - Câmara de Três Rios - RJ


QUESTÕES Analise se é (C) correto ou (I) incorreto o que se afirma nos
itens, depois assinale a alternativa correspondente.
1. MS CONCURSOS - 2020 - Câmara de Três Rios - RJ ( ) Compete privativamente ao Município, criar, organizar e su-
Nos termos da Lei Orgânica do Município de Três Rios, RJ (Re- primir distritos, observada a legislação estadual.
visada – 2002, atualizada em 03/08/2018), responda às próximas ( ) É de competência comum do Município, União e Estado, na
cinco questões. forma prevista em lei complementar federal, cuidar da saúde e as-
Qual alternativa deve ser considerada correta? sistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de
(A) O Município instituirá sistema municipal de Creches, Educa- deficiências.
ção Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. I ( ) Funcionário é o servidor contratado por qualquer órgão do
(B) A liberdade de associação profissional, ou sindical, não será governo sob o regime da CLT.
assegurada pelo poder público. C ( ) Assim na União como nos Estados, o Município identificará,
(C) O Município garantirá a Educação Diferenciada a alunos de na sua estrutura administrativa, funções típicas de Estado, cujo de-
ambos os sexos. sempenho será atribuição de funcionário efetivo.
(D) Compete ao Município, colaborar com as entidades assis-
tenciais que visem a proteção e a educação da criança. (A) C – C – C – C.
(E) São poderes do Município, independentes e harmônicos en- (B) C – I – C – C.
tre si, o Legislativo e o Judiciário. (C) C – C – I – C.
(D) I – C – C – C
2. MS CONCURSOS - 2020 - Câmara de Três Rios - RJ (E) C – C – I – I.
Leia as assertivas e assinale a incorreta
(A) Ninguém será discriminado, ou prejudicado pelo fato de 5. MS CONCURSOS - 2020 - Câmara de Três Rios - RJ
haver litigado, ou estar litigando com órgãos municipais nas es- Marque a alternativa que completa corretamente a lacuna do
feras administrativas, ou judiciais. texto. Ao funcionário público municipal é assegurado o recebimen-
(B) São gratuitos para pessoas reconhecidamente pobres o se- to de adicional por tempo de serviço, sempre concedido por triênio,
pultamento e procedimentos específicos em cemitérios priva- sendo o primeiro em dez por cento e os demais em cinco por cento,
dos do município. limitado ao máximo por _______________.
(C) Todos têm direito de receber, no prazo fixado em lei, in- (A) onze triênios
formações objetivas, de interesse particular, coletivo, ou geral, (B) cinco triênios
acerca dos atos e projetos do Município, bem como dos respec- (C) vinte triênios
tivos órgãos da administração pública. (D) dez triênios
(D) Aos litigantes e aos acusados em processos administrativos, (E) doze triênios
o poder público garantirá o contraditório e a ampla defesa.
(E) Os procedimentos administrativos obedecerão aos princí-
pios constitucionais da legalidade, moralidade, impessoalidade GABARITO
e publicidade.
1 D
3. MS CONCURSOS - 2020 - Câmara de Três Rios - RJ
Atribua (V) verdadeiro ou (F) falso aos itens e indique a alterna- 2 B
tiva correspondente. 3 E
( ) O distrito é parte integrante do território municipal, com de-
V
nominação própria. 4 C
(V) É facultada a descentralização administrativa com a criação 5 A
de administrações distritais, por meio de lei de iniciativa do Poder
Executivo.
(V) Vila será constituída de porção contínua do distrito e possui- ANOTAÇÕES
rá denominação própria.
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(A) F – V – V.
(B) V – F – V ______________________________________________________
(C) V – V – F
(D) V – F – F. ______________________________________________________
(E) V – V – V
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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Oficial Administrativo

4. Abordagem Estruturalista: que se desdobra em Teoria Buro-


FUNDAMENTOS BÁSICOS DE ADMINISTRAÇÃO: crática e Teoria Estruturalista da Administração.
CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FINALIDADE. 5. Abordagem Comportamental: que é subdividida na Teoria
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS: PLANEJAMENTO,
Comportamental e Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO).
ORGANIZAÇÃO, CONTROLE E DIREÇÃO. ESTRUTURA
6. Abordagem Sistêmica: centrada no conceito cibernético para a Ad-
ORGANIZACIONAL
ministração, Teoria Matemática e a Teria de Sistemas da Administração.
7. Abordagem Contingencial: que se desdobra na Teoria da
ADMINISTRAÇÃO GERAL Contingência da Administração.
Dentre tantas definições já apresentadas sobre o conceito de
administração, podemos destacar que:
“Administração é um conjunto de atividades dirigidas à utili-
zação eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de alcançar um ou
mais objetivos ou metas organizacionais.”

Ou seja, a Administração vai muito além de apenar “cuidar de


uma empresa”, como muitos imaginam, mas compreende a capa-
cidade de conseguir utilizar os recursos existentes (sejam eles: re-
cursos humanos, materiais, financeiros,…) para atingir os objetivos
da empresa.
O conceito de administração representa uma governabilidade,
gestão de uma empresa ou organização de forma que as atividades Origem da Abordagem Clássica
sejam administradas com planejamento, organização, direção, e 1 — O crescimento acelerado e desorganizado das empresas:
controle. • Ciência que substituísse o empirismo;
• Planejamento de produção e redução do improviso.
O ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de 2 — Necessidade de aumento da eficiência e a competência
outras pessoas na busca de realizar objetivos da organização bem das organizações:
como de seus membros. • Obtendo melhor rendimento em face da concorrência;
Montana e Charnov • Evitando o desperdício de mão de obra.

Principais abordagens da administração (clássica até contin- Abordagem Científica – ORT (Organização Racional do Trabalho)
gencial) • Estudo dos tempos e movimentos;
É importante perceber que ao longo da história a Administra- • Estudo da fadiga humana;
ção teve abordagens e ênfases distintas. Apesar de existir há pouco • Divisão do trabalho e especialização;
mais de 100 (cem) anos, como todas as ciências, a Administração • Desenho de cargo e tarefas;
evoluiu seus conceitos com o passar dos anos. • Incentivos salariais e premiação de produção;
De acordo com o Professor Idalberto Chiavenato (escritor, pro- • Homo Economicus;
fessor e consultor administrativo), a Administração possui 7 (sete) • Condições ambientais de trabalho;
abordagens, onde cada uma terá seu aspecto principal e agrupa- • Padronização;
mento de autores, com seu enfoque específico. Uma abordagem, • Supervisão funcional.
poderá conter 2 (duas) ou mais teorias distintas.
Aspectos da conclusão da Abordagem Científica: A percepção
São elas: de que os coordenadores, gerentes e dirigentes deveriam se preo-
1. Abordagem Clássica: que se desdobra em Administração cupar com o desenho da divisão das tarefas, e aos operários cabia
científica e Teoria Clássica da Administração. única e exclusivamente a execução do trabalho, sem questionamen-
2. Abordagem Humanística: que se desdobra principalmente tos, apenas execução da mão de obra.
na Teoria das Relações Humanas. — Comando e Controle: o gerente pensa e manda e os traba-
3. Abordagem Neoclássica: que se desdobra na Teoria Neo- lhadores obedecem de acordo com o plano.
clássica da Administração, dos conceitos iniciais, processos admi- — Uma única maneira correta (the best way).
nistrativos, como os tipos de organização, departamentalização e — Mão de obra e não recursos humanos.
administração por objetivos (APO). — Segurança, não insegurança. As organizações davam a sen-
sação de estabilidade dominando o mercado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Teoria Clássica
• Aumento da eficiência melhorando a disposição dos órgãos componentes da empresa (departamentos);
• Ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funcionamento);
• Abordagem do topo para a base (nível estratégico tático);
• Do todo para as partes.

Diferente do processo neoclássico, na Teoria Clássica temos 5 (cinco) funções – POC3: Teoria clássica 05 funções
— Previsão ao invés de planejamento: Visualização do futuro e traçar programa de ação.
— Organização: Constituir a empresa dos recursos materiais e social.
— Comando: Dirigir e orientar pessoas. clássico
— Coordenação: Ligação, união, harmonizar todos os esforços coletivamente.

Controle: Se certificar de que tudo está ocorrendo de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas.

• Princípios da Teoria Clássica:


— Dividir o trabalho;
— Autoridade e responsabilidade;
— Disciplina;
— Unidade de comando;
— Unidade de direção;
— Subordinação dos interesses individuais aos gerais;
— Remuneração do pessoal;
— Centralização;
— Cadeia escalar;
— Ordem;
— Equidade;
— Estabilidade do pessoal;
— Iniciativa;
— Espírito de equipe.

A Abordagem Clássica, junto da Burocrática, dentre todas as abordagens, chega a ser uma das mais importantes.

Abordagem Neoclássica
No início de 1950 nasce a Teoria Neoclássica, teoria mais contemporânea, remodelando a Teoria Clássica, colocando novo figurino
dentro das novas concepções trazidas pelas mudanças e pelas teorias anteriores. Funções essencialmente humanas começam a ser inse-
ridas, como: Motivação, Liderança e Comunicação. Preocupação com as pessoas passa a fazer parte da Administração.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Fundamentos da Abordagem Neoclássica A Abordagem Estruturalista é composta pela Teoria Burocrática


— A Administração é um processo operacional composto por e a Teoria Estruturalista. Além da ênfase na estrutura, ela também
funções, como: planejamento, organização, direção e controle. se preocupa com pessoas e ambiente, se aproxima muito da Teoria
— Deverá se apoiar em princípios basilares, já que envolve di- de Relações Humanas.
versas situações. No início da Teoria Estruturalista, vive-se a mesma gênese da
— Princípios universais. Teoria da Burocracia, esse movimento onde só se encontram críti-
— O universo físico e a cultura interferem no meio ambiente e cas da Teoria das Relações Humanas às outras Teorias e não se tem
afetam a Administração. uma preposição de um novo método.
— Visão mais flexível, de ajustamento, de continuidade e inte- • Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização.
ratividade com o meio. • Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pessoas.
— Ênfase nos princípios e nas práticas gerais da Administração.
— Reafirmando os postulados clássicos. A Teoria Estruturalista é um desdobramento da Burocracia e
— Ênfase nos objetivos e resultados. uma leve aproximação à Teoria das Relações Humanas. Ainda que
— Ecletismo (influência de teorias diversas) nos conceitos. a Teoria das Relações Humanas tenha avançado, ela critica as ante-
riores e não proporciona bases adequadas para uma nova teoria. Já
Teoria Burocrática na Teoria Estruturalista da Organização percebemos que o TODO é
Tem como pai Max Weber, por esse motivo é muitas vezes cha- maior que a soma das partes. Significa que ao se colocar todos os
mada de Teoria Weberiana. Para a burocracia a organização alcan- indivíduos dentro de um mesmo grupo, essa sinergia e cooperação
çaria a eficiência quando explicasse, em detalhes, como as coisas dos indivíduos gerará um valor a mais que a simples soma das indi-
deveriam ser feitas. vidualidades. É a ideia de equipe.
Burocracia não é algo negativo, o excesso de funções sim. A
Burocracia é a organização eficiente por excelência. O excesso da
Burocracia é que transforma ela em algo negativo, o que chamamos
de disfunções.

• Características
— Caráter formal das normas e regulamentos.
— Caráter formal das comunicações.
— Caráter racional e divisão do trabalho.
— Impessoalidade nas relações.
— Hierarquia de autoridade.
— Rotinas e procedimentos padronizados.
— Competência técnica e meritocracia.
— Especialização da administração. • Teoria Estruturalista - Sociedade de Organizações
— Profissionalização dos participantes. — Sociedade = Conjunto de Organizações (escola, igreja, em-
— Completa previsibilidade de comportamento. presa, família).
— Organizações = Conjunto de Membros (papéis) – (aluno, pro-
• Disfunções fessor, diretor, pai).
— Internalização das regras e apego aos procedimentos.
— Excesso de formalismo e de papelório. O mesmo indivíduo faz parte de diferentes organizações e tem
— Resistência às mudanças. diferentes papéis.
— Despersonalização do relacionamento.
— Categorização como base do processo decisório. • Teoria Estruturalista – O Homem Organizacional:
— “Superconformidade” às rotinas e aos procedimentos. — Homem social que participa simultaneamente de várias or-
— Exibição de sinais de autoridade. ganizações.
— Dificuldade no atendimento. — Características: Flexibilidade; Tolerância às frustrações; Capa-
cidade de adiar as recompensas e poder compensar o trabalho, em
Abordagem Estruturalista detrimento das suas preferências; Permanente desejo de realização.
A partir da década de 40, tínhamos:
• Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização. • Teoria Estruturalista – Abordagem múltipla:
• Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pes- — Tanto a organização formal, quanto a informal importam;
soas. — Tanto recompensas salariais e materiais, quanto sociais e
simbólicas geram mudanças de comportamento;
As duas correntes sofreram críticas que revelaram a falta de — Todos os diferentes níveis hierárquicos são importantes em
uma teoria sólida e abrangente, que servisse de orientação para o uma organização;
administrador. — Todas as diferentes organizações têm seu papel na sociedade;
— As análises intra organizacional e Inter organizacional são
fundamentais.

85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Teoria Estruturalista – Conclusão:


— Tentativa de conciliação dos conceitos clássicos e humanísticos;
— Visão crítica ao modelo burocrático;
— Ampliação das abordagens de organização;
— Relações Inter organizacionais;
— Todas as heranças representam um avanço rumo à Abordagem Sistêmica e uma evolução no entendimento para a Teoria da Admi-
nistração.

Abordagem Humanística
É um desdobramento da Teoria das Relações Humanas. A Abordagem Humanística nasce no período de entendimento de que a pro-
dutividade era o elemento principal, e seu modelo era “homem-máquina”, em que o trabalhador era visto basicamente como operador de
máquinas, não havia a percepção com outro elemento que não fosse a produtividade.

• Suas preocupações:
— Nas tarefas (abordagem científica) e nas estruturas (teoria clássica) dão lugar para ênfase nas pessoas;
— Nasce com a Teoria das Relações Humanas (1930) e no desenvolvimento da Psicologia do Trabalho:
* Análise do trabalho e adaptação do trabalhador ao trabalho.
* Adaptação do trabalho ao trabalhador.
— A necessidade de humanizar e democratizar a Administração libertando dos regimes rígidos e mecanicistas;
— Desenvolvimento das ciências humanas, principalmente a psicologia, e sua influência no campo industrial;
— Trazendo ideias de John Dewey e Kurt Lewin para o humanismo na Administração e as conclusões da experiência em si.

• Principais aspectos:
— Psicologia do trabalho, que hoje chamamos de Comportamento Organizacional, demonstrando uma percepção diferenciada do tra-
balhador, com viés de um homem mais social, com mais expectativas e desejos. Percebe-se então que o comportamento e a preocupação
com o ambiente de trabalho do indivíduo tornam-se parte responsável pela produtividade. Agregando a visão antagônica desse homem
econômico, trazendo o conceito de homem social.
— Experiência de Hawthorn desenvolvida por Elton Mayo, na qual a alteração de iluminação traz um resultado importante:

Essa experiência foi realizada no ano de 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos, em uma fábrica da Western
Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorn. Lá dois grupos foram selecionados e em um deles foi alterada a iluminação
no local de trabalho, observando assim, uma alteração no desempenho do comportamento e na produtividade do grupo em relação ao
outro. Não necessariamente ligada a alteração de iluminação, mas com a percepção dos indivíduos de estarem sendo vistos, começando
então a melhorarem seus padrões de trabalho. Sendo assim, chegou-se à conclusão de que:
1. A capacidade social do trabalhador determina principalmente a sua capacidade de executar movimentos, ou seja, é ela que de-
termina seu nível de competência. É a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não sua
capacidade de executar movimentos eficientes dentro de um tempo estabelecido.
2. Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos, equipe de trabalho.
3. As pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento.
4. Grupos informais: alicerçada no conceito de homem social, ou seja, o trabalhador é um indivíduo dotado de vontade e desejos
de estruturas sociais mais complexas, e que esse indivíduo reconhece em outros indivíduos elementos afins aos seus e esses elementos
passam a influenciar na produtividade do indivíduo. Os níveis de produtividade são controlados pelas normas informais do grupo e não
pela organização formal.
5. A Organização Informal:
• Relação de coesão e antagonismo. Simpatia e antipatia;
• Status ou posição social;
• Colaboração espontânea;
• Possibilidade de oposição à organização formal;

86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Padrões de relações e atitudes;


• Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais;
• A organização informal transcende a organização formal;
• Padrões de desempenho nos grupos informais.

Abordagem Comportamental
A partir do ano de 1950 a Abordagem Comportamental (behavorista) marca a influência das ciências do comportamento. Tem como
participantes: Kurt Lewin, Barnard, Homans e o livro de Herbert Simon que podem ser entendidos como desdobramento da Teoria das
Relações Humanas. Seus aspectos são:
— Homem é um animal social, dotado de necessidades;
— Homem pode aprender;
— Homem pode cooperar e/ou competir;
— Homem é dotado de sistema psíquico;

Tendo a Teoria das Relações Humanas uma visão ingênua do indivíduo, em que se pensava que a Organização é que fazia do homem
um indivíduo ruim, na Teoria Comportamental a visão é diferente, pois observa-se que o indivíduo voluntariamente é que escolhe partici-
par ou não das decisões e/ou ações da organização. Aparecendo o processo de empatia e simpatia, em que o indivíduo abre mão, ou não
da participação, podendo ser ou não protagonista.
— Abandono das posições afirmativas e prescritivas (como deve ser) para uma lógica mais explicativa e descritiva;
— Mantem-se a ênfase nas pessoas, mas dentro de uma posição organizacional mais ampla
— Estudo sobre: Estilo de Administração – Processo decisório – Motivação – Liderança – Negociação

• Evolução do entendimento do indivíduo

Teoria Comportamental – Desdobramentos


• É possível a integração das necessidades individuais de auto expressão com os requisitos de uma organização;
• As organizações que apresentam alto grau de integração entre objetivos individuais e organizacionais são mais produtivas;
• Ao invés de reprimir o desenvolvimento e o potencial do indivíduo, as organizações podem contribuir para sua melhor aplicação.

87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Comportamento Organizacional
É a área que estuda a previsão, explicação, modificação e entendimento do comportamento humano e os processos mentais dos indivíduos em re-
lação ao seu trabalho dentro da organização. Tem grande relação com a Psicologia Organizacional e do trabalho, se tornando uma fonte importante para
a Administração e para a Gestão de Pessoas, pois passa-se a compreender melhor a relação entre o indivíduo, o trabalho e as entidades organizacionais.
Baseia-se nas relações internas e externas, e que as forças psicológicas que atuam sobre o indivíduo nesse contexto, estão ligadas
também aos grupos e a própria organização.

• Objetos de estudo:
1. Impacto do emprego na vida humana (o quanto que esse elemento interfere na sua satisfação, felicidade, convivência com a família);
2. Relação entre as pessoas e grupos dentro de um contexto de trabalho (contexto diferente da vida particular de casa, família, escola);
3. Percepções, crenças e atitudes do indivíduo com relação ao trabalho (como as pessoas enxergam a organização, o seu papel dentro
das relações que ela desenvolve e quanto essas questões se tornam significativas para vida do indivíduo);
4. Desempenho e produtividade (que fatores levam ao maior produtividade e desempenho, como pode-se influenciar nisso);
5. Saúde no trabalho (como as organizações afetam a saúde do indivíduo e como pode-se minimizar o impacto das suas atividades nessa questão);
6. Ética nas relações de trabalho (o quanto as relações internas, de poder e de subordinação levam em consideração questões morais);
7. Diversidade da força de trabalho (questões de gênero, raça e credo);
8. Ações ou comportamentos do indivíduo dentro desse contexto (aprendizagem, cultura organizacional, poder, grupos e equipes,
liderança, motivação, comprometimento, bem como as causas e consequências dessas ações).
O comportamento organizacional é fundamental para os gestores e para a Gestão de Pessoas, propiciando todo o conjunto de ferra-
mentas para facilitar as decisões relacionadas a Gestão de Pessoas e Administração, bem como a vida diária dos gestores.

Abordagem Sistêmica
A partir do ano de 1950, muitas das teorias começaram a aparecer paralelamente, entre elas nasce a abordagem sistêmica. Ludwig
Von Bertalanffy, biólogo alemão, coordenava um estudo interdisciplinar a fim de transcender problemas existentes em cada ciência e
proporcionar princípios gerais. Princípios esses que darão a visão de uma organização como organismo, ensinando quatro princípios im-
portantes que devem ser pensados dentro das organizações. Nasce a Teoria Geral dos Sistemas
— Visão Totalizante;
— Visão Expansionista;
— Visão Sistêmica;
— Visão Integrada;

• Características da abordagem sistêmica


— Expansionismo: Tem a ideia totalmente contrária ao Reducionismo, significa dizer que o desempenho de um sistema menor, de-
pende de como ele interage com o todo maior que o envolve e do qual faz parte.
— Pensamento Sintético: É o fenômeno visto como parte de um sistema maior e é explicado em termos do papel que desempenha
nesse sistema maior. Juntando as coisas e não as separando. Há uma coordenação com as demais variáveis, em que as trocas das partes
de um todo estão completamente ajustadas. Verificando-se assim, o comportamento de cada parte no todo.
— Teleologia: A lógica sistêmica procura entender a inter-relação entre as diversas variáveis de um campo de forças que atuam entre
si. O todo é diferente de cada uma das suas partes.

Exemplo: o indivíduo é o que é pelo meio onde nasceu, pela educação que recebeu, pela forma de relacionamentos e cultura que
conviveu. Existe grandes diferenças entre os indivíduos devido às influências que sofreram ao longo da vida e é isso que a Teoria Geral de
Sistemas vai procurar explicar, o indivíduo é produto do meio em que vive, não está sozinho e isolado, tudo está fortemente conectado.
• Os sistemas existem dentro de sistemas (uma pequena parte, faz parte de um todo maior);
• Os sistemas são abertos (intercambio com o todo);
• As funções de um sistema dependem de sua estrutura (pessoas, recursos, do meio onde está).

Teoria dos Sistemas

88
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Sistema Aberto
— Está constantemente e de forma dual (entrega e recebimento) interagindo com o ambiente;
— É capacitado para o crescimento, mudanças, adaptações ao ambiente, podendo também ser autor reprodutor sob certas condições;
— É contingência do sistema aberto competir com outros sistemas.

Abordagem Contingencial
A Abordagem Contingencial traz para nós a ideia de que não se alcança eficácia organizacional seguindo um modelo exclusivo, ou seja,
não há uma fórmula única e exclusiva ou melhor de se alcançar os objetivos organizacionais. Ela abraça todas as Teorias e dá razão para
cada uma delas.

• Características
— Não há regra absoluta;
— Tudo é relativo;
— Tudo dependerá (de Ambiente, Mapeamento ambiental, Seleção ambiental, Percepção ambiental, Consonância e Dissonância,
Desdobramentos do ambiente, Tecnologia);

• Abordagem Contingencial – Conclusão


— A variável tecnologia passa a assumir um importante papel na sociedade e nas organizações;
— O foco em novos modelos organizacionais mais flexíveis, ajustáveis e orgânicos como: estrutura matricial, em redes e equipes;
— O modelo de homem complexo= social + econômico + organizacional.
Teoria Geral da Administração

TEORIAS ÊNFASE ENFOQUES PRINCIPAIS


Administração Científica Nas tarefas Racionalizar o trabalho no nível operacional - ORT
Taylor (1856-1915) - Gantt (1861-1919) Padronização
Gilbreth (1868-1924) - Ford (1863-1947)
Clássica e Neoclássica Na estrutura Organização formal
Fayol (1841-1925) – Mooney (1884-1957) Princípios Gerais da Administração
Urwick (1891-1979) – Gulik (1892-1993) e outros Funções de Administrador
Burocrática e Organização Formal Burocrática
Max Weber (1864-1920) Racionalidade organizacional
Chamada Teoria Weberiana.
Abordagem múltipla:
Estruturalista Organização Formal e Informal
Análise Intra e Inter organizacional
Relações Humanas - Humanística Nas pessoas Organização Informal
Experiência de Hawthorn (1927) Motivação, Liderança, Comunicação e Dinâmica em grupo
Desenvolvida por Elton Mayo
John Dewey e Kurt Lewin
Comportamento Organizacional Estilos de Administração
Abordagem Comportamental Teoria das decisões
Kurt Lewin, Barnard, Homans e Herbert Simon Integração dos objetivos organizacionais e individuais
A partir de 1950
Mudança organizacional planejada
Desenvolvimento Organizacional Abordagem de sistema aberto
Sistêmica No ambiente Análise ambiental
Ludwig Von Bertalanffy, biólogo alemão (1950) Abordagem de sistema
Contingência No ambiente Administração da tecnologia
(tecnologia) (Imperativo tecnológico)

89
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Funções de administração — Processo de planejamento

• Planejamento, organização, direção e controle • Planejamento estratégico ou institucional


Estratégia é o caminho escolhido para que a organização possa
chegar no destino desejado pela visão estratégica. É o nível mais
amplo de planejamento, focado a longo prazo. É desdobrado no
Planejamento Tático, e o Planejamento Tático é desdobrado no Pla-
nejamento Operacional.
— Global — Objetivos gerais e genéricos — Diretrizes estratégi-
cas — Longo prazo — Visão forte do ambiente externo.

Fases do Planejamento Estratégico:


— Definição do negócio, missão, visão e valores organizacio-
nais;
— Diagnóstico estratégico (análise interna e externa);
— Planejamento — Formulação da estratégia;
Processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura — Implantação;
desejada. A organização estabelece num primeiro momento, atra- — Controle.
vés de um processo de definição de situação atual, de oportunida-
des, ameaças, forças e fraquezas, que são os objetos do processo de • Planejamento tático ou intermediário
planejamento. O planejamento não é uma tarefa isolada, é um pro-
Complexidade menor que o nível estratégico e maior que o
cesso, uma sequência encadeada de atividades que trará um plano.
operacional, de média complexidade e compõe uma abrangência
• Ele é o passo inicial;
departamental, focada em médio prazo.
• É uma maneira de ampliar as chances de sucesso;
— Observa as diretrizes do Planejamento Estratégico;
• Reduzir a incerteza, jamais eliminá-la;
• Lida com o futuro: Porém, não se trata de adivinhar o futuro; — Determina objetivos específicos de cada unidade ou depar-
• Reconhece como o presente pode influenciar o futuro, como tamento;
as ações presentes podem desenhar o futuro; — Médio prazo.
• Organização ser PROATIVA e não REATIVA;
• Onde a Organização reconhecerá seus limites e suas compe- • Planejamento operacional ou chão de fábrica
tências; Baixa complexidade, uma vez que falamos de somente uma
• O processo de Planejamento é muito mais importante do que única tarefa, focado no curto ou curtíssimo prazo. Planejamento
seu produto final (assertiva); mais diário, tarefa a tarefa de cada dia para o alcance dos objetivos.
Idalberto Chiavenato diz: “Planejamento é um processo de es- Desdobramento minucioso do Planejamento Estratégico.
tabelecer objetivos e definir a maneira como alcança-los”. — Observa o Planejamento Estratégico e Tático;
• Processo: Sequência de etapas que levam a um determinado — Determina ações específicas necessárias para cada atividade
fim. O resultado final do processo de planejamento é o PLANO; ou tarefa importante;
• Estabelecer objetivos: Processo de estabelecer um fim; — Seus objetivos são bem detalhados e específicos.
• Definir a maneira: um meio, maneira de como alcançar. PAGINA 23 NA OUTRA APOSTILA
Com a ação de planejar, busca-se:
• Passos do Planejamento • Eficiência: medida do rendimento individual dos componen-
— Definição dos objetivos: O que quer, onde quer chegar. tes do sistema. É fazer certo o que está sendo feito. Refere-se à
— Determinar a situação atual: Situar a Organização. otimização dos recursos utilizados para a obtenção dos resultados.
— Desenvolver possibilidades sobre o futuro: Antecipar even- • Eficácia: medida do rendimento global do sistema. É fazer
tos. o que é preciso ser feito. Refere-se à contribuição dos resultados
— Analisar e escolher entre as alternativas. obtidos para alcance dos objetivos globais da empresa.
— Implementar o plano e avaliar o resultado. • Efetividade: refere-se à relação entre os resultados alcança-
dos e os objetivos propostos ao longo do tempo.
• Vantagens do Planejamento No setor privado, os conceitos de eficiência, eficácia e efetivi-
— Dar um “norte” – direcionamento; dade são assim resumidos por Oliveira (1999):
— Ajudar a focar esforços;
— Definir parâmetro de controle; Eficiência
— Ajuda na motivação; - fazer as coisas de maneira adequada;
— Auxilia no autoconhecimento da organização. - resolver problemas;
- salvaguardar os recursos aplicados;
- cumprir o seu dever; e
- reduzir os custos.

90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Eficácia
- fazer as coisas certas;
- produzir alternativas criativas;
- maximizar a utilização de recursos;
- obter resultados; e
- aumentar o lucro.

Efetividade
- manter-se no ambiente; e
- apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo (permanentemente)
Eficiência – relação entre o custo e o benefício envolvido na execução de um procedimento ou na prestação de um serviço.
Eficácia – grau de atingimento de uma meta ou dos resultados institucionais da organização.
Efetividade – eliminar ou reduzir sensivelmente o problema que afeta a sociedade, alcançando a satisfação do cidadão.

• Negócio, Missão, Visão e Valores


Negócio, Visão, Missão e Valores fazem parte do Referencial estratégico: A definição da identidade a organização.
— Negócio = O que é a organização e qual o seu campo de atuação. Atividade efetiva. Aspecto mais objetivo.
— Missão = Razão de ser da organização. Função maior. A Missão contempla o Negócio, é através do Negócio que a organização alcança a
sua Missão. Aspecto mais subjetivo. Missão é a função do presente.
— Visão = Qual objetivo e a visão de futuro. Define o “grande plano”, onde a organização quer chegar e como se vê no futuro, no
destino desejado. Direção mais geral. Visão é a função do futuro.
— Valores = Crenças, Princípios da organização. Atitudes básicas que sem elas, não há negócio, não há convivência. Tutoriza a escolha
das estratégias da organização.

• Análise SWOT
Strenghs – Weaknesses – Opportunities – Threats.
Ou FFOA
Forças – Fraquezas – Oportunidades – Ameaças.

É a principal ferramenta para perceber qual estratégia a organização deve ter.


É a análise que prescreve um comportamento a partir do cruzamento de 4 variáveis, sendo 2 do ambiente interno e 2 do ambiente
externo. Tem por intenção perceber a posição da organização em relação às suas ameaças e oportunidades, perceber quais são as forças
e as fraquezas organizacionais, para que a partir disso, a organização possa estabelecer posicionamento no mercado, sendo elas: Posição
de Sobrevivência, de Manutenção, de Crescimento ou Desenvolvimento. Em que para cada uma das posições a organização terá uma
estratégia definida.
Ambiente Interno: É tudo o que influencia o negócio da organização e ela tem o poder de controle. Pontos Fortes: Elementos que
influenciam positivamente. Pontos Fracos: Elementos que influenciam negativamente.
Ambiente Externo: É tudo o que influencia o negócio da organização e ela NÃO tem o poder de controle. Oportunidades: Elementos
que influenciam positivamente. Ameaças: Elementos que influenciam negativamente.

91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Matriz GUT
Gravidade + Urgência + Tendência
Gravidade: Pode afetar os resultados da Organização.
Urgência: Quando ocorrerá o problema.
Tendência: Irá se agravar com o passar do tempo.
Determinar essas 3 métricas plicando uma nota de 1-5, sendo 5 mais crítico, impactante e 1 menos crítico e com menos impacto.
Somando essas notas. Levando em consideração o problema que obtiver maior total.

PROBLEMA GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA TOTAL


X 1 3 3 7
Y 3 2 1 6

• Ferramenta 5W2H
Ferramenta que ajuda o gestor a construir um Plano de Ação. Facilitando a definição das tarefas e dos responsáveis por cada uma
delas. Funciona para todos os tipos de negócio, visando atingir objetivos e metas.
5W: What? – O que será feito? - Why? Porque será feito? - Where? Onde será feito? - When? Quando será feito? – Who? Quem fará?
2H: How? Como será feito? – How much? Quanto irá custar para fazer?
Não é uma ferramenta para buscar causa de problemas, mas sim elaborar o Plano de Ação.

WHAT WHY WHERE WHEN WHO HOW HOW MUCH


Padronização de Rotinas Otimizar tempo Coordenação Agosto João Contratação de Assessoria 2.500,00
2021 Silva externa
Sistema de Segurança Impedir entrada de Setor Compras 20/08/21 Paulo Compra de equipamentos 4.000,00
Portaria Central pessoas não autorizadas Santos e instalação

• Análise competitiva e estratégias genéricas


Gestão Estratégica: “É um processo que consiste no conjunto de decisões e ações que visam proporcionar uma adequação competiti-
vamente superior entre a organização e seu ambiente, de forma a permitir que a organização alcance seus objetivos”.
Michael Porter, Economista e professor norte-americano, nascido em 1947, propõe o segundo grande essencial conceito para a com-
preensão da vantagem competitiva, o conceito das “estratégias competitivas genéricas”.
Porter apresenta a estratégia competitiva como sendo sinônimo de decisões, onde devem acontecer ações ofensivas ou defensivas
com finalidade de criar uma posição que possibilite se defender no mercado, para conseguir lidar com as cinco forças competitivas e com
isso conseguir e expandir o retorno sobre o investimento.
Observa ainda, que há distintas maneiras de posicionar-se estrategicamente, diversificando de acordo com o setor de atuação, capa-
cidade e características da Organização. No entanto, Porter desenha que há três grandes pilares estratégicos que atuarão diretamente no
âmbito da criação da vantagem competitiva.

As 3 Estratégias genéricas de Porter são:


1. Estratégia de Diferenciação: Aumentar o valor – valor é a percepção que você tem em relação a determinado produto. Exemplo:
Existem determinadas marcas que se posicionam no mercado com este alto valor agregado.
2. Estratégia de Liderança em custos: Baixar o preço – preço é quanto custo, ser o produto mais barato no mercado. Quanto vai custar
na etiqueta.
3. Estratégia de Foco ou Enfoque: Significa perceber todo o mercado e selecionar uma fatia dele para atuar especificamente.

• As 5 forças Estratégicas
Chamada de as 5 Forças de Porter (Michael Porter) – é uma análise em relação a determinado mercado, levando em consideração 5
elementos, que vão descrever como aquele mercado funciona.
1. Grau de Rivalidade entre os concorrentes: com que intensidade eles competem pelos clientes e consumidores. Essa força tenciona
as demais forças.
2. Ameaça de Produtos substitutos: ameaça de que novas tecnologias venham a substituir o produto ou serviço que o mercado ofe-
rece.
3. Ameaça de novos entrantes: ameaças de que novas organizações, ou pessoas façam aquilo que já está sendo feito.
4. Poder de Barganha dos Fornecedores: Capacidade negocial das empresas que oferecem matéria-prima à organização, poder de
negociar preços e condições.
5. Poder de Barganha dos Clientes: Capacidade negocial dos clientes, poder de negociar preços e condições.

92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Redes e alianças — Organização


Formações que as demais organizações fazem para que tenham
uma espécie de fortalecimento estratégico em conjunto. A forma- • Estrutura organizacional
ção de redes e alianças estratégicas de modo a poder compartilhar A estrutura organizacional na administração é classificada
recursos e competências, além de reduzir seus custos. como o conjunto de ordenações, ou conjunto de responsabilidades,
Redes possibilitam um fortalecimento estratégico da organi- sejam elas de autoridade, das comunicações e das decisões de uma
zação diante de seus concorrentes, sem aumento significativo de organização ou empresa.
custos. Permite que a organização dê saltos maiores do que seriam É estabelecido através da estrutura organizacional o desenvol-
capazes sozinhas, ou que demorariam mais tempo para alcançar in- vimento das atividades da organização, adaptando toda e qualquer
dividualmente. alteração ou mudança dentro da organização, porém essa estrutura
Tipos: Joint ventures – Contratos de fornecimento de longo pode não ser estabelecida unicamente, deve-se estar pronta para
prazo – Investimentos acionários minoritário – Contratos de forne- qualquer transformação.
cimento de insumos/ serviços – Pesquisas e desenvolvimento em Essa estrutura é dividida em duas formas, estrutura informal
conjunto – Funções e aquisições. e estrutura formal, a estrutura informal é estável e está sujeita a
Vantagens: Ganho na posição de barganha (negociação) com controle, porém a estrutura formal é instável e não está sujeita a
seus fornecedores e Aumento do custo de entrada dos potenciais controle.
concorrentes em um mercado = barreira de entrada.
• Tipos de departamentalização
• Administração por objetivos É uma forma de sistematização da estrutura organizacional,
A Administração por objetivos (APO) foi criada por Peter Duc- visa agrupar atividades que possuem uma mesma linha de ação
ker que se trata do esforço administrativo que vem de baixo para com o objetivo de melhorar a eficiência operacional da empresa.
cima, para fazer com que as organizações possam ser geridas atra- Assim, a organização junta recursos, unidades e pessoas que te-
vés dos objetivos. nham esse ponto em comum.
importante Trata-se do envolvimento de todos os membros organizacio- Quando tratamos sobre organogramas, entramos em conceitos
nais no processo de definição dos objetivos. Parte da premissa de de divisão do trabalho no sentido vertical, ou seja, ligado aos níveis
que se os colaboradores absorverem a ideia e negociarem os obje- de autoridade e hierarquia existentes. Quando falamos sobre de-
tivos, estarão mais dispostos e comprometidos com o atingimento partamentalização tratamos da especialização horizontal, que tem
dos mesmos. relação com a divisão e variedade de tarefas.
Fases: Especificação dos objetivos – Desenvolvimento de pla-
nos de ação – Monitoramento do processo – Avaliação dos resul- • Departamentalização funcional ou por funções: É a forma
tados. mais utilizada dentre as formas de departamentalização, se tratan-
do do agrupamento feito sob uma lógica de identidade de funções
• Balanced scorecard e semelhança de tarefas, sempre pensando na especialização, agru-
Percepção de Kaplan e Norton de que existem bens que são pando conforme as diferentes funções organizacionais, tais como
intangíveis e que também precisam ser medidos. É necessário apre- financeira, marketing, pessoal, dentre outras.
sentar mais do que dados financeiros, porém, o financeiro ainda faz Vantagens: especialização das pessoas na função, facilitando a
parte do Balanced scorecard. cooperação técnica; economia de escala e produtividade, mais indi-
Ativos tangíveis são importantes, porém ativos intangíveis me- cada para ambientes estáveis.
recem atenção e podem ser ponto de diferenciação de uma organi- Desvantagens: falta de sinergia entre os diferentes departa-
zação para a outra. mentos e uma visão limitada do ambiente organizacional como um
Por fim, é a criação de um modelo que complementa os dados todo, com cada departamento estando focado apenas nos seus pró-
financeiros do passado com indicadores que buscam medir os fato- prios objetivos e problemas.
res que levarão a organização a ter sucesso no futuro.
• Por clientes ou clientela: Este tipo de departamentalização
• Processo decisório ocorre em função dos diferentes tipos de clientes que a organiza-
É o processo de escolha do caminho mais adequado à organiza- ção possui. Justificando-se assim, quando há necessidades hete-
ção em determinada circunstância. rogêneas entre os diversos públicos da organização. Por exemplo
Uma organização precisa estar capacitada a otimizar recursos e (loja de roupas): departamento masculino, departamento feminino,
atividades, assim como criar um modelo competitivo que a possibi- departamento infantil.
lite superar os rivais. Julgando que o mercado é dinâmico e vive em Vantagem: facilitar a flexibilidade no atendimento às deman-
constante mudança, onde as ideias emergem devido às pressões. das específicas de cada nicho de clientes.
Para que um negócio ganhe a vantagem competitiva é neces- Desvantagens: dificuldade de coordenação com os objetivos
sário que ele alcance um desempenho superior. Para tanto, a or- globais da organização e multiplicação de funções semelhantes
ganização deve estabelecer uma estratégia adequada, tomando as nos diferentes departamentos, prejudicando a eficiência, além de
decisões certas. poder gerar uma disputa entre as chefias de cada departamento
diferente, por cada uma querer maiores benefícios ao seu tipo de
cliente.

93
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Por processos: Resume-se em agregar as atividades da orga- Nesse contexto, há sempre autoridade dupla ou dual, por res-
nização nos processos mais importantes para a organização. Sendo ponder ao comando da linha funcional e ao gerente da horizontal.
assim, busca ganhar eficiência e agilidade na produção de produ- Assim, há a matricial forte, a fraca e a equilibrada ou balanceada:
tos/serviços, evitando o desperdício de recursos na produção orga- • Forte – aqui, o responsável pelo projeto tem mais autoridade;
nizacional. É muito utilizada em linhas de produção. • Fraca – aqui, o gerente funcional tem mais autoridade;
Vantagem: facilita o emprego de tecnologia, das máquinas e • Equilibrada ou Balanceada – predomina o equilíbrio entre os
equipamentos, do conhecimento e da mão-de-obra e possibilita um gerentes de projeto e funcional.
melhor arranjo físico e disposição racional dos recursos, aumentan-
do a eficiência e ganhos em produtividade. Porém, não há consenso na literatura se a departamentalização
matricial de fato é um critério de departamentalização, ou um tipo
• Departamentalização por produtos: A organização se estru- de estrutura organizacional.
tura em torno de seus diferentes tipos de produtos ou serviços. Desvantagens: filiais, ou projetos, possuírem grande autono-
Justificando-se quando a organização possui uma gama muito va- mia para realizar seu trabalho, dificultando o processo administra-
riada de produtos que utilizem tecnologias bem diversas entre si, tivo geral da empresa. Além disso, a dupla subordinação a que os
ou mesmo que tenham especificidades na forma de escoamento da empregados são submetidos pode gerar ambiguidade de decisões
produção ou na prestação de cada serviço. e dificuldade de coordenação.
Vantagem: facilitar a coordenação entre os departamentos en-
volvidos em um determinado nicho de produto ou serviço, possibi- • Organização formal e informal
litando maior inovação na produção. Organização formal trata-se de uma organização onde duas ou
Desvantagem: a “pulverização” de especialistas ao longo da or- mais pessoas se reúnem para atingir um objetivo comum com um
ganização, dificultando a coordenação entre eles. relacionamento legal e oficial. A organização é liderada pela alta ad-
ministração e tem um conjunto de regras e regulamentos a seguir.
• Departamentalização geográfica: Ou departamentalização O principal objetivo da organização é atingir as metas estabeleci-
territorial, trata-se de critério de departamentalização em que a das. Como resultado, o trabalho é atribuído a cada indivíduo com
empresa se estabelece em diferentes pontos do país ou do mun- base em suas capacidades. Em outras palavras, existe uma cadeia
do, alocando recursos, esforços e produtos conforme a demanda de comando com uma hierarquia organizacional e as autoridades
da região. são delegadas para fazer o trabalho.
Aqui, pensando em uma organização Multinacional, pressu- Além disso, a hierarquia organizacional determina a relação
pondo-se que há uma filial em Israel e outra no Brasil. Obviamen- lógica de autoridade da organização formal e a cadeia de coman-
te, os interesses, hábitos e costumes de cada povo justificarão que do determina quem segue as ordens. A comunicação entre os dois
cada filial tenha suas especificidades, exatamente para atender a membros é apenas por meio de canais planejados.
cada povo. Assim, percebemos que, dentro de cada filial nacional,
poderão existir subdivisões, para atender às diferentes regiões de Tipos de estruturas de organização formal:
cada país, com seus costumes e desejos. Como cada filial estará — Organização de Linha
estabelecida em uma determinada região geográfica e as filiais es- — Organização de linha e equipe
tarão focadas em atender ao público dessa região. Logo, provavel- — Organização funcional
mente haverá dificuldade em conciliar os interesses de cada filial — Organização de Gerenciamento de Projetos
geográfica com os objetivos gerais da empresa. — Organização Matricial

• Departamentalização por projetos: Os departamentos são Organização informal refere-se a uma estrutura social interliga-
criados e os recursos alocados em cada projeto da organização. da que rege como as pessoas trabalham juntas na vida real. É pos-
Exemplo (construtora): pode dividir sua organização em torno das sível formar organizações informais dentro das organizações. Além
construções “A”, “B” e “C”. Aqui, cada projeto tende a ter grande disso, esta organização consiste em compreensão mútua, ajuda e
autonomia, o que viabiliza a melhor consecução dos objetivos de amizade entre os membros devido ao relacionamento interpessoal
cada projeto. que constroem entre si. Normas sociais, conexões e interações go-
Vantagem: grande flexibilidade, facilita a execução do projeto e vernam o relacionamento entre os membros, ao contrário da orga-
proporciona melhores resultados. nização formal.
Desvantagem: as equipes perdem a visão da empresa como Embora os membros de uma organização informal tenham res-
um todo, focando apenas no seu projeto, duplicação de estruturas ponsabilidades oficiais, é mais provável que eles se relacionem com
(sugando mais recursos), e insegurança nos empregados sobre sua seus próprios valores e interesses pessoais sem discriminação.
continuidade ou não na empresa quando o projeto no qual estão A estrutura de uma organização informal é plana. Além disso,
alocados se findar. as decisões são tomadas por todos os membros de forma coleti-
va. A unidade é a melhor característica de uma organização infor-
• Departamentalização matricial mal, pois há confiança entre os membros. Além disso, não existem
Também é chamada de organização em grade, e é uma mistu- regras e regulamentos rígidos dentro das organizações informais;
ra da departamentalização funcional (mais verticalizada), com uma regras e regulamentos são responsivos e adaptáveis ​​às mudanças.
outra mais horizontalizada, que geralmente é a por projetos.

94
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Ambos os conceitos de organização estão inter-relacionados. fariam sem a presença do líder. Importante utilização do poder para
Existem muitas organizações informais dentro de organizações for- influenciar o comportamento de outras pessoas, ocorrendo em
mais, portanto, eles são mutuamente exclusivos. uma dada situação.
— Liderança precisa de pessoas.
• Cultura organizacional — Influência: capacidade de fazer com que o indivíduo mude
A cultura organizacional é responsável por reunir os hábitos, de comportamento.
comportamentos, crenças, valores éticos e morais e as políticas in- — Poder: que não está relacionado ao cargo, pode ser por via
ternas e externas da organização. informal.
— Situação: em determinadas situações a liderança pode apa-
— Direção recer.
Direção essencialmente como uma função humana, apêndice
de psicologia organizacional. Recrutar e ajustar os esforços para que Não confunda: Chefia (posição formal) – Autoridade (dada por
os indivíduos consigam alcançar os resultados pretendidos pela or- algum aspecto) – Liderança – Poder.
ganização. A influência acontece e gera a liderança, o poder é por onde
Direção = Rota – Intensidade = Grau – Persistência = Capacida- essa influência acontece. Esse poder pode ser formal ou informal.
de de sobrevivência (gatilhos da motivação) Segundo Max Weber: “Poder é a capacidade de algo ou alguém
fazer com que um indivíduo ou algo, faça alguma coisa, mesmo que
• Motivação este ofereça resistência. ” – Exemplo: votação, alistamento militar
para homens.
“Pode ser entendido como o conjunto de razões, causa e mo-
— Poderes formais são aqueles que estão relacionados ao car-
tivos que são responsáveis pela direção, intensidade e persistência
go e ficam no cargo independente de quem o ocupe. Já poderes
do comportamento humano em busca de resultados. ” É o que des-
informais são aqueles que ficam com a pessoa, independente do
perta no ser a vontade de alcançar os objetivos pretendidos. Algo cargo que o indivíduo ocupe.
acontece no indivíduo e ele reage. Estímulos: quanto mais atingível — Autoridade: Direito formal e legítimo, que algo ou alguém
parecer o resultado maior a motivação e vice-e-versa. tem, para te dar ordens, alocar recursos, tomar decisões e de con-
A (Razão, Causas, Motivos) pode ser: Intrínseca (Interna): do duzir ações.
próprio ser ou, Extrínseca (Externa): algo que vem do meio. — Dilema chefia e liderança: Chefe é aquele que toma ações
Porém a motivação é sempre um processo do indivíduo, sem- baseadas em seu cargo, onde sofre a influência dos poderes for-
pre uma resposta interna aos estímulos. mais. E o líder é aquele que toma as decisões, recebe e consegue
liderar os indivíduos, através de seu poder informal, independente
do cargo que ocupe.

Conceito de Poder, segundo o Dilema chefia e liderança é o que


consegue agrupar os dois distintos tipos de poder, os poderes for-
mais e informais.

• Tipos de Liderança:
Transacional: Baseada na troca. Liderança tradicional, incenti-
vos materiais. Funciona bem em ambientes estáveis, pois líderes e
liderados precisam estar “satisfeitos” com o negócio em si.
Transformacional: Baseada na mudança. Liderança atual: Ins-
pira seus subordinados. Quando construída, gera resultados acima
da transacional, já que os subordinados alcançam uma posição de
agentes de mudança e inovação.

• Comunicação
É a ligação entre a liderança e a motivação. Para motivar é ne-
cessário comunicar-se bem. A comunicação é essencial para o todo
dentro da organização. A organização que possui uma boa comuni-
cação, tende a ser valorizada pelos indivíduos, consequentemente
gera melhores resultados.
A comunicação organizacional eficiente é fundamental para o
êxito na organização. Caso a comunicação seja deficiente, acarreta-
rá um grau de incompreensão no ambiente organizacional, dificul-
Liderança tando a organização de atingir seus objetivos.
Fenômeno social, depende da relação das pessoas. Aspecto Através da comunicação a organização, bem como sua lideran-
ligado a relação dos indivíduos. Capacidade de exercer liderança ça, obtém maior engajamento de seus colaboradores de forma mais
– influência: fazer com que as pessoas façam aquilo que elas não efetiva.

95
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A comunicação interna tem como objetivo manter os indiví- • Sistema de medição de desempenho organizacional
duos informados quanto as diretrizes, filosofia, cultura, valores e Faz parte das etapas do Processo de Controle os sistemas de
resultados obtidos pela organização. Agregando valor e tornando a medição de desempenho, onde pode-se:
organização competitiva no mercado. — Estabelecer padrões: definição de objetivos, metas e desem-
penho esperado.
• Descentralização e delegação — Monitorar desempenho: acompanhar, coletar informação,
Centralização ocorre quando uma organização decide que a andar simultaneamente ao processo. Determinar o que medir,
maioria das decisões deve ser tomadas pelos ocupantes dos car- como medir e quando medir.
gos no topo somente. Descentralização ocorre quando o contrário — Comparação com o padrão: análise dos resultados reais em
acontece, ou seja, quando a autoridade para tomar as decisões está comparação com o objetivo previamente estabelecido.
dispersa pela empresa, na base, através dos diversos setores. — Medidas Corretivas: tomar as decisões que levem a orga-
Delegação é o processo usado para transferir autoridade e res- nização a atingir os resultados desejados. Caminhos: Não mudar
ponsabilidade para os membros organizacionais em níveis hierár- nada. Corrigir desempenho. Alterar padrões.
quicos inferiores. Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica de tra-
— Controle balho nas organizações do mundo contemporâneo. As evidências
Segundo Djalma de Oliveira: sugerem que as equipes são capazes de melhorar o desempenho
“Controle é uma função do processo administrativo que, me- dos indivíduos quando a tarefa requer múltiplas habilidades, jul-
diante a comparação com padrões previamente estabelecidos, pro- gamentos e experiências. Quando as organizações se reestrutu-
cura medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com a raram para competir de modo mais eficiente e eficaz, escolheram
finalidade de realimentar os tomadores de decisões, de forma que
as equipes como forma de utilizar melhor os talentos dos seus
possam corrigir ou reforçar esse desempenho ou interferir em fun-
funcionários. As empresas descobriram que as equipes são mais
ções do processo administrativo, para assegurar que os resultados
flexíveis e reagem melhor às mudanças do que os departamentos
satisfaçam aos desafios e aos objetivos estabelecidos. ”
tradicionais ou outras formas de agrupamentos permanentes. As
Segundo Robbins e Coulter:
“O processo de monitorar as atividades de forma a assegurar equipes têm capacidade para se estruturar, iniciar seu trabalho,
que elas estejam sendo realizadas conforme o planejado e corrigir redefinir seu foco e se dissolver rapidamente. Outras caracterís-
quaisquer desvios significativos. ” ticas importantes é que as equipes são uma forma eficaz de fa-
Segundo Maximiano: cilitar a participação dos trabalhadores nos processos decisórios
“Consiste em fazer comparação e tomar a decisão de confirmar aumentar a motivação dos funcionários.
ou modificar os objetivos e os recursos empregados em sua reali-
zação. ” COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL.
No processo administrativo o controle aparece como a etapa
final, porém, o controle acontece durante todas as fases do proces- — Motivação
so, é contínua. A implantação da psicologia nas organizações nas últimas dé-
cadas concedeu aos gestores, as respostas de certas lacunas sobre
• Objetivo: o trabalho humano, pois o homem é movido por uma força interior,
— Identificar os problemas, falhas, erros e desvios. mas, para que seja satisfatória, e traga bem estar, é estimulada por
— Fazer com que os resultados obtidos estejam próximos dos fatores externos. No ponto econômico das organizações, quando
resultados esperados. o colaborador trabalha com satisfação é sinal de mais resultado e
— Fazer com que a organização trabalhe de forma mais ade- mais rentabilidade para a empresa.
quada. Motivação é um processo responsável por impulso no compor-
— Proporcionar informações gerenciais periódicas. tamento do ser humano para uma determinada ação, que o estimu-
— Redefinir e retroalimentar os objetivos (feedback). la para realizar suas tarefas de forma que o objetivo esperado seja
alcançado de forma satisfatória.
• Características De acordo com Robbins (2005) a motivação possui três proprie-
- Monitorar e avaliar ações. dades que a regem, uma é a direção, o foco da pessoa em sua meta
- Verificar desvios (positivos e negativos) e como realizar, outra é a intensidade, se o objetivo proposto é feito
- Promover mudanças (correção e aprimoramento) como algo que vai lhe trazer satisfação ou será realizado por obriga-
ção, e a permanência. “A motivação é específica. Uma pessoa mo-
• Tipos, vantagens e desvantagens. tivada para trabalhar pode não ter motivação para estudar ou vice-
— Preventivo (ex-ante): Controle proativo. Objetiva prevenir, -versa. Não há um estado geral de motivação, que leve uma pessoa
evitar e identificar possíveis problemas, antes que eles aconteçam. a sempre ter disposição para tudo.” (MAXIMILIANO, 2007, p.250).
— Simultâneo: Controle reativo. Acontece durante a execução “Motivação é ter um motivo para fazer determinada tarefa, agir
das tarefas. Controle estatístico da produção, verificar as margens com algum propósito ou razão. Ser feliz ou estar feliz no período
de erro de produção. Avaliação, monitoramento. de execução da tarefa, auxiliado por fatores externos, mas princi-
— Posterior (ex-post): Controle reativo. Inspeção no final do palmente pelos internos. O sentir-se bem num ambiente holístico,
processo produtivo se avalia o resultado dado. Acontece após. ambientar pessoas e manter-se em paz e harmonia, com a soma

96
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

dos diversos papéis que encaramos neste teatro da vida chamado Ainda dentro da teoria de Herzberg, Chiavenato (2005), aborda
“sociedade”, resulta em uma parcialidade única e que requer cuida- dizendo que para Herzberg a motivação das pessoas para o trabalho
dos e atenção.” (KLAVA, 2010). vai depender de dois fatores, sendo os higiênicos que correspon-
O que os gestores estão buscando são como manter sempre dem ao contexto do trabalho e os motivacionais que correspondem
seus colaboradores satisfeitos, para que assim possam exercer suas ao cargo, tarefas e atividades relacionadas com o cargo.
funções com o rendimento esperado pela organização, de modo “As condições ambientais, no entanto, não são suficientes para
que também, lhe seja prazeroso e satisfatório. Por exemplo, além induzir o estado de motivação para o trabalho. Para que haja moti-
da remuneração, que já foi provado não ser o principal fator moti- vação, de acordo com Herzberg, é preciso que a pessoa esteja sinto-
vacional do ser humano, existe os fatores de relações interpessoais, nizada com seu trabalho, que enxergue nele a possibilidade de exer-
como ambiente de trabalho, o relacionamento com os demais co- citar suas habilidades ou desenvolver suas aptidões.” (MAXIMIANO,
laboradores, são estímulos para que os funcionários se motivem ao 2007 p.268-269).
trabalho. Seguindo ainda a linha das teorias que aborda à motivação
A partir da análise do filme Invictus (2010) a liderança exercida Zanelli (2004), apresenta a teoria X e Y, onde McGregor abordou
com democracia revela o respeito das pessoas, sem forçá-las para que o homem tem aversão ao trabalho, precisa ser controlado e
que isso aconteça. E dessa forma as pessoas se sentem motivadas punido, só se interessa pela parte financeira que o trabalho irá lhe
a realizarem seus trabalhos sem uma pressão superior, dando-lhes proporcionar, sendo está à teoria X, dentro da teoria Y, McGregor
bem estar em seu ambiente. diz que o desempenho do homem no trabalho é um fator mais de
Com a compreensão desses pontos, sabemos de que forma natureza gerencial do que motivacional. O autor ainda acrescenta:
uma pessoa pode sentir-se motivada dentro da organização. Mas, “A conclusão de McGregor foi a de que a prática gerencial
por trás de tudo isso, tem a questão do poder, pois pela busca do apoiada na teoria X ignorava os estudos da motivação desenvolvi-
bem estar no trabalho, há também a ambição econômica e por sta- dos por Maslow, que ressaltavam o quanto a motivação seria decor-
tus dentro das organizações, cabe aos gestores a complicada tarefa rente da emergência de necessidades humanas dispostas hierarqui-
de fazer dos seus colaboradores, aliados, de forma benéfica para camente.” (ZANELLI, 2004 p.151-152).
todos da organização. Entende-se pois, que várias teorias foram criadas para abordar
a motivação, cada uma com um enfoque, mais aliadas a analisar de
forma criteriosa a respeito do comportamento do indivíduo; de que
Teorias que abordam a motivação
formas são motivados, quais os mecanismos que poderão ser usados
De acordo com Zanelli (2004) ao longo do tempo foram sur-
para que o processo motivacional aconteça de forma a trazer êxodo
gindo conceitos e posteriormente teorias abordando a motivação
tanto para o indivíduo quanto para a organização. Segundo Chiavena-
humana, diversos teóricos contribuíram para tal propósito, anali-
to (2005, p.247). “Não faltam teorias sobre motivação. Nem pesqui-
sando o comportamento do indivíduo e buscando entender o que
sas sobre o assunto. O fato é que o assunto é complexo”.
o faz motivado, e como o processo da motivação ocorre na vida do
ser humano, dentre esses teóricos se destacaram alguns, que ana-
Processo motivacional
lisaram de forma a colocar essas teorias dentro do contexto organi- De acordo com Chiavenato (2005), a motivação vai estar atrela-
zacional: Maslow, Herzberg, McGregor são alguns desses teóricos. da com o comportamento humano, quando este pretende alcançar
Pode-se observar que Maslow em sua teoria destaca que o algum objetivo, a uma variedade de fatores que poderão influenciar
comportamento do indivíduo está sujeito a uma hierarquia de fa- a motivação do indivíduo, quando o mesmo tem uma determinada
tores, baseada nas necessidades humanas, o teórico afirma que o necessidade, imediatamente busca mecanismos que faz com que a
indivíduo só será motivado a partir do momento que suas necessi- satisfação seja suprida de forma a lhe garantir um conforto e reali-
dades básicas forem supridas, colocando estas como sendo as ne- zação, ainda segundo o autor:
cessidades fisiológicas e de segurança, estando na base da pirâmide “Os seres humanos são motivados por uma grande variedade
hierárquica de Maslow, o indivíduo conseguiria atingir uma nova de fatores. O processo motivacional pode ser explicado da seguinte
necessidade a partir do momento que a anterior tiver sido satis- forma: as necessidades e carências provocam tensão e desconforto
feita, as necessidades superiores apresentam-se como motivadoras na pessoa e desencadeiam um processo que busca reduzir ou eli-
da conduta humana, ou seja, as necessidades sociais, estima e au- minar a tensão. A pessoa escolhe um curso de ação para satisfazer
to-realização. Sobre esta mesma teoria Maximiano (2007, p.262), determinada necessidade ou carência. Se a pessoa consegue satis-
vai dizer: fazer a necessidade, o processo motivacional é bem-sucedido. Essa
Maslow desenvolveu a idéia de que as necessidades humanas avaliação do desempenho determina algum tipo de recompensa ou
dispõem-se numa hierarquia mais complexa que a simples divisão punição à pessoa.” (CHIAVENATO, 2005 p. 273).
em dois grandes grupos. Segundo Maslow, as necessidades huma- Essas considerações referentes à motivação nos levam a enten-
nas dividem-se em cinco grupos, necessidades fisiológicas ou bási- der que o processo motivacional está intimamente ligado ao com-
cas, segurança, sociais, estima, auto-realização. portamento do indivíduo, ou seja, o que ele busca alcançar; é claro
Segundo Robbins (2005), Herzberg, com a teoria dos dois fa- e faz se lembrar que o ambiente é fator preponderante para a busca
tores, traz que os estímulos de insatisfação se eliminados podem da realização das necessidades, vários fatores são responsáveis pela
apaziguar os colaboradores, mas não necessariamente trazem a sa- motivação humana. Dentro do contexto organizacional entende-se,
tisfação. Desse modo o contrário de satisfação é a não-satisfação; pois que o clima organizacional está relacionado com a motivação,
e da insatisfação é a não-satisfação. Pelo fato das pessoas não es- segundo Chiavenato (2005).
tarem insatisfeitas, não quer dizer que estão satisfeitas. Os incenti-
vos motivacionais que acercam as condições de trabalho, Herzberg
caracterizou como fatores higiênicos.

97
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

“O clima organizacional está intimamente relacionado com o ísmo, satisfação e rotatividade; teoria da equidade, ponto forte na
grau de motivação de seus participantes. Quando há elevada moti- previsão do absenteísmo e da rotatividade; e a teoria da expectati-
vação entre os membros, o clima organizacional se eleva e traduz- va, o colaborador se sente motivado sabendo que a força exercida
-se em relações de satisfação, animação, interesse, colaboração ir- para objetivo terá o resultado esperado.
restrita etc., todavia, quando a baixa motivação entre os membros, “O ambiente de trabalho moderno é, para dizer o mínimo, desafia-
seja por frustração ou imposição de barreiras a satisfação, das ne- dor. O sucesso das organizações e das pessoas que as fazem funcionar
cessidades, o clima organizacional tende a baixar, caracterizando-se não vem fácil. Essa era de contrastes abre a porta para a criatividade na
por estados de depressão, desinteresse, apatia, insatisfação etc., administração. Os ganhos em produtividade, desempenho e lealdade
podendo em casos extremos chegar ao estado de agressividade, tu- do consumidor ficam à disposição daqueles que realmente respeitam
multo, inconformismo etc., típicos de situação em que os membros as necessidades dos trabalhadores, tanto no emprego quanto na vida
se defrontam abertamente com a organização, como nos casos de pessoal.” (KLAVA apud SCHERMERHORN et al, 2010).
greves, piquetes etc.” (CHIAVENATO, 2005 p. 269). As teorias motivacionais contemporâneas trouxeram uma nova
Portanto, os gestores devem compreender que o clima organi- roupagem, sobre a motivação do indivíduo, adequando as teorias
zacional é fator de grande importância nas organizações, a partir do anteriores a um contexto organizacional moderno e desafiador, que
momento que a organização oferece um ambiente que seja propí- as organizações terão que enfrentar.
cio para o colaborador se sentir motivado, animado e interessado
com o trabalho, a organização caminhará ao alcance dos resultados — Liderança
positivos, colaborador que trabalha satisfeito a organização só ten- As organizações têm evoluído, sobretudo em termos estrutu-
de a crescer, mas para isso é preciso que haja condições; uma desta rais e tecnológicos. As mudanças e o conhecimento são os novos
é favorecer um ambiente de trabalho agradável. paradigmas e têm vindo a exigir uma nova postura nos estilos pes-
soais e organizacionais, voltados para uma realidade diferenciada
As relações das teorias motivacionais contemporâneas e as e emergente. Neste contexto, a Liderança passa a ser a chave para
organizações o sucesso organizacional, decorrendo de uma nova cultura e estru-
A expansão da globalização exige pessoas bem instruídas e tura, na qual se privilegia o capital intelectual, pois são as pessoas
que proporcionam as condições essenciais ao desenvolvimento das
qualificadas. As teorias contemporâneas baseiam-se na necessida-
organizações.
de de auto realização, a ambição por um bom cargo e status dos co-
Ao longo dos tempos, a liderança tem sido alvo de interesse
laboradores, essas teorias dão ênfase aos estímulos motivacionais
por parte das organizações e dos gestores, estes começaram a per-
principalmente no trabalho.
ceber a importância que a mesma tem para o sucesso e o alcance
Clayton Alderfer, com a Teoria ERG (Existence, Relatedness,
dos objetivos traçados.
Growth), somou à Teoria das Necessidades descrita por Maslow, in-
Os líderes devem procurar incrementar, um melhor relaciona-
formações das organizações contemporâneas, e propôs três grupos
mento entre as pessoas, incentivando o trabalho em equipa, moti-
de motivação no trabalho. O primeiro grupo foi o de existência, que
vando os colaboradores e proporcionando um ambiente de traba-
está associado às necessidades básicas, como descritas por Maslow lho saudável, seguro e propício ao progresso e desenvolvimento das
nas necessidades fisiológicas e de segurança. O segundo, as neces- suas capacidades e talentos.
sidades de relacionamento, desejo que os seres humanos têm em A Liderança é um tema muito atual e de importância estratégi-
manter relações sociais. No último grupo, aparece a necessidade de ca para as organizações, como tal, deve ser integrada na definição
crescimento do colaborador, o desejo por cargos e status dentro da da estratégia organizacional. As organizações precisam das pessoas
organização, realização pessoal dá ênfase as necessidades de nível para atingirem os seus objetivos e alcançar a sua visão e missão de
alto da teoria de Maslow. “Um desejo intrínseco de desenvolvimen- futuro, assim como as pessoas necessitam das organizações para
to pessoal. Isto inclui os componentes intrínsecos da categoria esti- atingirem as suas metas e realizações pessoais.
ma de Maslow, bem como as características da necessidade de auto As pessoas têm sido uma preocupação constante da gestão das
realização”. (ROBBINS, 2005 p.136). organizações, uma vez que uma boa gestão das mesmas se traduz
David McClelland e sua equipe deram ênfase a três necessi- no diferencial que alavanca os bons resultados. Para trabalhar o ca-
dades: realização, poder e associação; que aparecem de forma di- pital humano de modo a maximizar o seu desempenho, é necessá-
ferenciada em cada pessoa, caracterizando-as. A necessidade de rio que os indivíduos se sintam motivados e satisfeitos com o seu
realização, a compulsão por eficiência, o desejo de ser cada vez líder e com a forma como que a Liderança vem sendo exercida.
melhor, e suprir sua necessidade pessoal, os grandes realizadores Os líderes têm a missão de atingir os resultados pretendidos
se destacam das outras pessoas pelo seu desejo de fazer melhor as pela organização através das pessoas que lideram. Assim sendo,
coisas. As pessoas que gostam de estar no comando, se caracteriza para que a gestão de pessoas seja eficaz, os líderes têm de ser os
pela necessidade de poder, em estar liderando e preferem situa- modelos sociais, dando o exemplo, estando sempre na linha da
ções competitivas e de status, tendem a se preocupar mais com o frente, mostrando como se faz, fazendo.
prestígio e a influência do que propriamente com o desempenho A liderança é considerada como um processo dinâmico e que
eficaz. “Pessoas orientadas pela necessidade de associação buscam vem sofrendo alterações e adaptações aos vários níveis, daí a ne-
a amizade, preferem situações de cooperação em vez de compe- cessidade de trabalhar algumas das suas principais características
tição e desejam relacionamentos que envolvam um alto grau de que permitem obter o máximo de eficiência e eficácia.
compreensão mútua.” (ROBBINS, 2005 p.139) Sejam quais forem as características pessoais e de personali-
As demais teorias, como, a teoria da fixação de objetivos, ênfa- dade do líder, estas afetam as relações com os liderados e, conse-
se na produtividade; teoria do reforço, qualidade e volume de tra- quentemente, o desempenho destes nas tarefas que executam nas
balho; teoria do planejamento do trabalho, produtividade, absente- organizações.

98
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

As diversas definições de liderança não são unânimes e estão • Gestão


longe de gerar consenso entre os autores. Desta forma, tem sido A gestão tem uma abrangência muito maior do que a liderança,
muito difícil definir o que é ser líder e o que é a liderança, havendo envolve tanto os aspectos comportamentais como os que estão di-
inúmeras definições para este conceito. retamente ligados à sua gestão, tais como: planeamento, controlo e
Segundo Yukl (1998, p.5), “A liderança é um processo através regulamentos internos e externos. Os gestores são mais racionais,
do qual um membro de um grupo ou organização influencia a in- trabalham mais com a “cabeça” do que com o “coração”.
terpretação dos eventos pelos restantes membros, a escolha dos Segundo Bennis & Nanus (1995), “gerir consiste em provocar,
objectivos e estratégias, a organização das actividades de trabalho, realizar, assumir responsabilidades, comandar. Diferentemente, li-
a motivação das pessoas para alcançar os objectivos, a manutenção derar consiste em exercer influência, guiar, orientar. Os gestores são
das relações de cooperação, o desenvolvimento das competências pessoas que sabem o que devem fazer. Os líderes são as que sabem
e confiança pelos membros, e a obtenção de apoio e cooperação de o que é necessário fazer.”
pessoas exteriores ao grupo ou organização.” Os gestores são conservadores e analíticos, reagem e adaptam-
A Liderança é uma tentativa de influência, de modo a conse- -se aos factos ao invés de transformá-los. Tendem a adoptar atitu-
guir dos seus liderados empenho e cooperação. Nessa perspectiva, des impessoais, calculam as vantagens da competição, negoceiam e
quando um chefe manipula ou exige obediência e cooperação de usam as recompensas e as punições como formas de coação. Estes
forma coerciva, não há liderança. estão perfeitamente enquadrados na cultura organizacional e lutam
pela optimização dos recursos de modo a alcançarem os resultados
Liderança X Gestão desejados.
A liderança e a gestão são vocábulos que por vezes são vistos Para que as organizações possam sobreviver num mercado glo-
por muitos como sinônimos, no entanto existem diferenças bem balizado e cada vez mais competitivo têm de ter uma boa gestão. A
notórias entre ambos, além disso um bom líder pode não ser um gestão tem que ter a implementação da mudança através da visão
bom chefe e vice-versa. do seu líder de forma a alcançar os resultados previamente defini-
De acordo com Rost & Smith (1992), “A liderança é uma influên- dos. Sem uma boa gestão as organizações não conseguirão atingir
cia de relacionamento, ao passo que a gestão é um relacionamento esses resultados e tornam-se pouco produtivas e competitivas.
de autoridade. A liderança é levada a cabo com líderes seguidores, Quer a gestão quer a liderança têm diferentes formas de gerir
enquanto a gestão é executada com gestores e subordinados.” a sua equipa, através dos diferentes líderes. Esta hipótese é bem
acolhida por Rowe (2001), através de um modelo triangular cujos
• Liderança vértices são a liderança gestionária, a liderança visionária e a lide-
A liderança é um processo mais emocional, envolve o coração. rança estratégica.
Os líderes são dinâmicos, criativos, carismáticos e inspiradores, são
visionários, assumem os riscos e sabem lidar com a mudança. Tipos de liderança
Os líderes são criativos e têm estilos mais imprevisíveis, são
mais intuitivos do que racionais. Em vez de se adaptarem, tentam • Líder Gestionário
transformar o estado das coisas. Os líderes atuam proativamente O líder gestionário está mais virado para a estabilidade finan-
formando ideias em vez de lhes reagirem. ceira a longo prazo e orientado para os comportamentos de curto
Um bom líder não é aquele que se preocupa em sê-lo, mas prazo e baixo custo. O seu relacionamento com as pessoas está in-
aquele que dá o exemplo mostrando como as coisas devem ser fei- timamente ligado com os seus papéis no processo de decisão, mas
tas, que tem ética e se preocupa com as pessoas que o rodeiam, raramente decide com base em valores. Não investe na inovação
que envolve e motiva toda a equipa. Deve focar-se no desenvolvi- que pode mudar a organização pois falta-lhe visão, iniciativa e cria-
mento das pessoas com quem trabalha para que se tornem mais tividade. Normalmente é reativo e adapta atitudes passivas perante
autónomas. os objetivos, estes centram-se nas necessidades sentidas e não nos
O líder tem a capacidade de gerir diferentes personalidades desejosos ou sonhos.
mobilizando-as para objetivos comuns. Liderar é saber comunicar
e conquistar a admiração e o respeito dos outros, fazendo com que • Líder Visionário
todo o grupo se identifique com o líder, o siga e execute as suas Já o líder visionário fomenta a mudança, a inovação e a criati-
decisões. vidade. É proativo, muda o modo de as pessoas pensarem acerca
daquilo que é desejável e necessário. Está orientado para o desen-
Os líderes são inovadores e criativos, procuram agir sobre a si- volvimento das pessoas e para o sucesso das organizações. Normal-
tuação em causa, as suas perspectivas e aspirações são a longo pra- mente decide com base em valores e relaciona-se com as pessoas
zo, têm uma atitude proativa, são emocionais e empáticos e atraem de modo intuitivo e empático. Enfatiza a viabilidade de empresa a
fortes sentimentos de identidade e diferenciação. As competências longo prazo mas os seus sonhos podem ser destruidores da riqueza
de liderança não podem ser ensinadas nem aprendidas são inatas no curto prazo.
ao ser humano, estas vão sendo moldadas pelas experiências e co- • Líder Estratégico
nhecimentos adquiridos. O líder estratégico combina as duas orientações, ou seja, com-
Para Monford e tal. (2000, p.24), “Os líderes não nascem nem bina as qualidades dos gestores com as dos líderes. Acredita nas
são feitos; de facto, o seu potencial inato é moldado pelas experi- escolhas estratégicas que fazem a diferença na organização. Essas
ências que lhes permitem desenvolver as capacidades necessárias estratégias devem ter impacto imediato, sendo que as responsa-
à resolução de problemas sociais significativas. bilidades serão a longo prazo. Fomenta o comportamento ético e
as decisões baseadas em valores. Tem elevadas expectativas acerca
dos seus superiores, colaboradores e dele próprio.

99
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Podemos então concluir que a liderança estratégica resulta da Na liderança autoritária, autocrática ou diretiva o líder foca-
conciliação da liderança visionária e gestionária. -se apenas nas tarefas e determina técnicas para a execução das
Alguns indivíduos terão mais aptidão para liderar e outros para mesmas. O líder toma as decisões individualmente e não considera
gerir, enquanto outros conciliam as duas vertentes. a opinião da equipe, ordena e impõe a sua vontade. Este tipo de
No entanto, muitos líderes podem aprender a gerir e muitos liderança provoca tensão e frustração no grupo. O líder tem uma
gestores podem melhorar as suas capacidades de liderança. postura essencialmente diretiva e não dá espaço à criatividade dos
Estabelecendo a correspondência com a tese de Zaleznik, Rowe liderados. A sua postura por vezes é paternalista e fica satisfeito por
(2001) “ a liderança gestionária está para os gestores como a lide- sentir que os outros dependem dele. É rápido na tomada de decisão
rança visionária está para os líderes. Ao contrário de Zaleznik “con- e os seus objetivos são o lucro e os resultados. Por norma, neste
sidera ainda que os dois papéis são conciliáveis na figura do líder tipo de liderança as consequências são nefastas, existe ausência de
estratégico.” espontaneidade e de iniciativa e quando o líder abandona a orga-
nização as pessoas sentem-se completamente perdidas pois não
A importância dos líderes estavam habituadas a tomar decisões e a terem iniciativa própria.
HARRIS (2001, p.394) “O Papel dos líderes é criar um ambiente O trabalho só se realiza na presença do líder, pois na sua ausên-
em que as pessoas se sintam livres para experimentar, exprimir-se cia o grupo é pouco produtivo e indisciplinado. O líder autoritário
com franqueza, tentar novas coisas. Ainda mais importante, o seu normalmente não delega tarefas, prefere ser ele a executá-las. A
papel é o de (…) construir o espaço, remover obstáculos e permitir liderança autoritária apresenta elevados níveis de produção, mas
que os empregados façam o seu trabalho. Um dos objetivos primor- com evidentes sinais de frustração e agressividade.
diais dos líderes deveria ser o de libertar os talentos de cada pessoa
para benefício delas próprias e da empresa como um todo.” • Liderança Liberal
Nas organizações é crucial que os líderes sejam pessoas idóne- A liderança liberal é totalmente inversa à autocrática, “há liber-
as e sejam um exemplo para toda a equipa, pois sem um bom líder dade total para as decisões grupais ou individuais, e mínima partici-
não haverá uma boa equipa. É fundamental que exista uma boa pação do líder.” (CHIAVENATO, 2003)
liderança por parte dos líderes, somente assim a equipa será coesa Na liderança laissez faire ou liberal não há imposição de regras,
e trabalhará afincadamente para o alcance das metas organizacio- parte-se do princípio que o grupo atingiu a maturidade e não ne-
nais e dos objetivos conjuntos. Se o objetivo primordial de um líder cessita do líder para o orientar e o supervisionar. Caracteriza-se pela
é fazer com que os outros o sigam, então é imprescindível que dê total liberdade da equipa o líder não interfere na divisão das tarefas
bons exemplos e lhes mostre o caminho a seguir. nem na tomada de decisão, quem decide é o próprio grupo. Este é
A liderança é um tópico fundamental nas relações de trabalho, considerado o pior estilo de liderança, uma vez que não há demar-
os líderes têm de trabalhar no sentido de evitar conflitos laborais e cação dos níveis hierárquicos instala-se a confusão, a desorganiza-
proporcionar benefícios para todos. ção, o desrespeito e a falta de um líder com poder e autoridade
Por vezes, as incompatibilidades pessoais e profissionais entre para resolver os conflitos.
os líderes e os liderados, fazem com que surjam conflitos difíceis de Na liderança liberal o líder só participa na tomada de decisão
gerir, contribuindo para o insucesso das pessoas e o fracasso das quando é solicitado pelo grupo, os níveis de produtividade são in-
organizações, dificultando assim o alcance das metas traçadas. satisfatórios e existem fortes sinais de individualismo, insatisfação e
Segundo Russo (2005) “a discussão se os líderes nascem líderes desrespeito pelo líder.
ou aprendem a sê-lo é longa. Contudo a resposta diz Russo é sim-
ples e direta: as duas afirmações são verdadeiras.” • Liderança Democrática
O líder deve ser capaz de criar um ambiente saudável, bem No que respeita à liderança democrática, participativa ou con-
como interação e dinâmica com toda a equipa de trabalho. É fun- sultiva, este estilo está voltado para as pessoas e há participação de
toda a equipa no processo de decisão. É o grupo que define as téc-
damental criar desafios e dar autonomia, para que em conjunto se
nicas para atingir os objetivos, no entanto o líder tem a responsabi-
implementem e tomem as melhores decisões.
lidade de alertar o grupo para as dificuldades existentes no alcance
desses mesmos objetivos.
Estilos de liderança
Segundo, Chiavenato (2003, p.125), “As diretrizes são debati-
As organizações, as equipas e as situações variam no tempo e
das e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder”.
no espaço, os líderes também, daí que é bastante comum que o su-
O líder envolve todo grupo, pede sugestões e aceita opiniões,
cesso do líder e dos seus seguidores esteja diretamente relacionado
existe confiança mútua, relações amistosas e muita compreensão.
com o estilo de liderança adoptado.
Este estilo de liderança está orientado para as tarefas e para as pes-
White & Lippit (1939) fizeram os primeiros estudos para verifi- soas. Os grupos submetidos à liderança democrática, apresentam
car o impacto causado pelas diferentes formas de liderar. Segundo elevados níveis de produtividade, quer em quantidade quer em
eles existem essencialmente três estilos de liderança: liderança au- qualidade. Existe ainda, um clima de satisfação, integração e com-
toritária, liberal e democrática. prometimento das pessoas para com a organização.
De acordo com Fachada (1998), “A diferença entre o estilo efi-
• Liderança Autoritária caz e ineficaz não depende unicamente do comportamento do líder,
Em primeiro lugar aparece a liderança autoritária, “o líder fixa mas da adequação desses comportamentos ao ambiente onde ele
as diretrizes, sem qualquer participação do grupo”, é ele que fixa desempenha as suas funções.”
todas as diretrizes e determina qual tarefa deve ser realizada, tudo
tem que ser feito como ele define. (CHIAVENATO, 2003)

100
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O estilo de liderança a adoptar vai depender sobretudo da Segundo Bass (1985), os líderes transformacionais têm “visão”,
equipa a liderar e do seu tamanho. Deverá estar adaptada a cada prendem-se às suas convicções internas, têm vontade de encorajar
pessoa, à equipa e à tarefa a realizar, só assim se conseguirá a máxi- e olhar os problemas de diferentes formas. Estes líderes são donos
ma eficácia na persecução dos objetivos. do seu próprio destino e têm talento para atravessar os tempos de
adversidade com sucesso.
Teorias da liderança
Existem várias teorias de liderança e podem ser classificadas Bass (1995) descobriu que as três principais características de
em quatro grupos: teorias de traços de personalidade (até aos anos um líder transformacional são o carisma, reconhecimento e estímu-
40), teorias sobre estilos de liderança/comportamento do líder (até lo de cada seguidor como incentivo intelectual para que os segui-
aos anos 60), teorias situacionais/contingências da liderança (desde dores examinem as situações de acordo com novas perspectivas.
os anos 50 até final da década de 70) e por último as teorias dos O mesmo autor (BASS, 2000, p.297) sustenta que “as qualida-
traços e do carisma (últimas décadas). des dos líderes transformacionais são afetadas pelas experiências
de infância (pais zelosos e que estabelecem objetivos desafiantes).
• Teoria dos Estilos de Liderança Afirma mesmo que causas hereditárias podem estar na sua origem.”
Na Teoria sobre os Estilos de Liderança a preocupação domi- Um líder Transformacional consegue que os seus seguidores
nante nas várias teorias foi definir o comportamento do líder mais prossigam além dos seus próprios interesses e altera ou transforma
eficaz. A abordagem dos estilos refere-se não ao que o indivíduo é as suas metas em metas de todo o grupo ou da organização. Ele
mas ao que ele faz, ou seja, o seu estilo de liderar. Aqui destacam-se faz com que os seguidores se envolvam integralmente para que se
as maneiras e estilos de comportamento adoptados pelo líder: au- atinjam os objetivos organizacionais.
tocracia, liberalismo e democracia, bem como a liderança centrada Segundo Yukl (1999, p.46), “as teorias da liderança carismáti-
nos resultados da tarefa e a liderança centrada na preocupação com ca e transformacional contribuem para o nosso entendimento da
as pessoas. eficácia de liderança, mas a sua singularidade e contributo foram
Como instrumento de avaliação dos estilos de liderança Black exagerados.”
e Mouton (1964), apresentam uma grelha de gestão, que é uma
tabela de dupla entrada, composta por dois eixos: o eixo vertical • Liderança Transacional
representa a “ênfase nas pessoas” e o eixo horizontal representa A Liderança Transacional baseia-se na relação do líder e do li-
a “ênfase na produção”. Nos quatro cantos e no centro da grelha derado. O líder conduz e motiva toda a equipa na direção dos obje-
os autores colocaram os principais estilos de liderança, de acordo tivos estabelecidos.
com a orientação para a tarefa ou para o relacionamento. Segundo Segundo Bass (1995), a liderança transacional “envolve a atri-
os autores, é muito importante que cada líder aprenda a observar buição de recompensas aos seguidores em troca da sua obediência.
o seu estilo de liderança através da grelha, a fim de melhorar o seu O líder reconhece as necessidades e desejos dos seus colaborado-
desempenho, contribuindo assim, para o seu desenvolvimento pro- res, clarificando-lhes como podem satisfazê-las em troca da execu-
fissional, bem como para o desenvolvimento da organização. ção das tarefas e do desempenho.”
Para Chiavenato (2003, p.124), “São teorias que estudam a li- Muitas situações de liderança são baseadas num entendimen-
derança em termos de estilos de comportamento do líder em rela- to entre o líder e os seus seguidores. Existe um contrato social im-
ção aos seus subordinados. A abordagem dos estilos de liderança plícito indicando que se concordar com o que o líder deseja fazer, o
se refere àquilo que o líder faz, isto é, o seu comportamento de seguidor terá certos benefícios, tais como remuneração melhorada
liderar”. ou a não-demissão.
As transações construtivas resultam em consequências posi-
• Teoria dos Traços e do Carisma tivas, tais como a obtenção de uma promoção. Essas promoções
Nas últimas décadas os psicólogos organizacionais começam a são vistas como mais eficazes e satisfatórias do que as transações
interessar-se pela cultura organizacional e pela mudança cultural. corretivas, que trazem consequências negativas, tais como uma hu-
De acordo com o trabalho de Shein (1989) os líderes têm de ter milhação.
capacidades específicas como a paciência, persistência, contenção Este tipo de liderança, a par da liderança carismática, constitui
da ansiedade, garantir estabilidade e confiança emocional, etc. Da o estilo de liderança mais apropriado para a mudança organizacio-
análise de Shein resultam dois importantes conceitos: a liderança nal.
transformacional e a liderança transacional. Não é a força da autoridade que os chefes possuem devido à
sua posição privilegiada no organograma da organização que lhes
• Liderança Transformacional proporciona eficácia para liderar as pessoas, mas a percepção posi-
Bass (1985), foi um dos pioneiros nos estudos da liderança tiva desses seguidores que faz dele um verdadeiro líder.
transformacional e transacional, a considerar que a liderança tanto Num mundo altamente dinâmico e instável onde o ambiente
envolve comportamentos transformacionais como transacionais. organizacional sofre continuamente profundas alterações impul-
Alguns autores (Barling, Slater e Kelloway, 2000; Judge e Bono, sionadas pelo processo de globalização, o mercado torna-se mais
2000) destacaram exclusivamente o papel da liderança transforma- exigente e competitivo, exigindo das organizações adaptações e
cional. respostas rápidas a estas mudanças e alterações sofridas. As em-
A Liderança Transformacional é o tipo de liderança que resul- presas necessitam de profissionais capazes de responderem de for-
ta do processo de influenciar as grandes mudanças das atitudes e ma ajustada e em tempo útil aos novos desafios.
comportamentos dos membros da organização e o comprometi-
mento com a missão e os objetivos da organização.

101
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O alinhamento entre as Práticas de Liderança e a Cultura Orga- a emissão de documentos importantes. Além disso, há também a
nizacional é compreendido através dos conceitos percebidos atra- utilização de ferramentas de comunicação escrita – como e-mail,
vés da revisão bibliográfica. A revisão da literatura permitiu uma memorandos e circulares, por exemplo – que fazem parte do dia a
melhor compreensão dos conceitos de Liderança e dos principais dia de qualquer organização atualmente.
fatores que a influenciam. Por isso, saber escrever de forma clara e objetiva, assim como
A chave do sucesso para um elevado desempenho das orga- se comunicar de forma geral, utilizando todos os meios, é funda-
nizações está na congruência entre os elementos da organização, mental para o desenvolvimento das demandas. Neste sentido,
principalmente entre a estratégia, a estrutura, as pessoas, a própria investir em uma comunicação eficaz não é somente investir em
cultura e como não podia deixar de ser a Liderança. Assim sendo, comunicações verbais, uma vez que esta envolve também as comu-
será crucial que a organização repense a forma como a Liderança nicações não verbais.
vem sendo exercida, só assim, conseguirá pessoas motivadas e feli- Lembre-se sempre que um bom profissional deve saber plane-
zes, contribuindo de forma decisiva para o aumento da performan- jar e esquematizar suas ideias para transmiti-las de forma eficiente
ce da organização. e serem entendidas com assertividade por aqueles que receberem
estas mensagens.
Conclui-se, que diante das mudanças, o líder deve conciliar os
interesses da organização com os da sua equipa de trabalho, em- • Porque é importante investir em uma comunicação eficaz?
penhando-se afincadamente para proporcionar um ambiente fa- É importante que as empresas entendam o quão valioso é ter
vorável ao desenvolvimento dos seus liderado, influenciando-os a uma comunicação eficaz, que seja clara e direta entre todos aqueles
alcançarem os objetivos comuns. que fazem parte dos negócios. É essa comunicação que garante o
bom andamento dos processos, a execução das atividades e o al-
Comunicação cance de resultados extraordinários.
Diferente do que muitos acreditam, a comunicação não está Pode soar como exagero, querida pessoa, mas não é. Quando
ligada apenas ao fato de saber dizer algo a outras pessoas. Ela con- uma mensagem ou uma informação relevante para a equipe é mal
siste em fazer com que o outro lado – no caso, o receptor – entenda transmitida ela, consequentemente, será mal compreendida. Essa
aquilo que é dito, sem que haja qualquer tipo de má interpretação. falha na comunicação – que impactará o andamento das atividades
de toda uma equipe – poderá afetar negativamente o ambiente de
• O que é comunicação eficaz? trabalho e trazer diversos outros prejuízos para os negócios.
Uma comunicação eficaz no cenário organizacional pode ser Uma informação mal transmitida poderá impactar negativa-
entendida como aquela que transforma a atitude das pessoas. Se a mente o atendimento aos clientes e fornecedores, por exemplo,
comunicação apenas muda suas ideias, mas não provoca nenhuma além de interferir nas relações interpessoais de colegas de trabalho.
mudança de comportamentos, então ela não atingiu seu resultado. Diante disso, é essencial que você, seja empreendedor, empre-
Assim, quando falamos em comunicação eficaz, estamos falan- sário ou colaborador de uma empresa, perceba como é importante
do daquela que atinge com efetividade seu objetivo, que é transmi- garantir que a comunicação dentro das organizações seja realmente
tir uma mensagem com clareza, utilizando os mais diversos tipos de eficaz, pois ela contribui de maneira positiva com o equilíbrio orga-
canais de comunicação para isso. Ou seja, basicamente é quando nizacional.
o emissor passa uma informação ao seu receptor e este entende a
mensagem exatamente como ela foi transmitida, sem acrescentar • Assertividade nos processos
nada a mais ou a menos à sua interpretação. Todos sabemos que um dos maiores gaps existentes nos mais
Veja que neste parágrafo eu falei sobre os elementos que com- diversos ambientes corporativos é a falha na comunicação. Isso
põem a comunicação eficaz, aos quais vou ressaltar mais uma vez, acontece, pois, em grande parte dos casos, as pessoas que fazem
para que fique claro o que é necessário para que se estabeleça um parte da empresa e dos negócios, de uma forma geral, não têm a
processo comunicacional: consciência de que é necessário transmitir informações com clareza
– Emissor: Responsável por transmitir a mensagem, com todas e objetividade, para que assim, a execução dos processos organiza-
as informações necessárias para que haja o entendimento assertivo cionais sejam o mais assertivos possíveis.
e efetivo desta; Assim, criar esta consciência e este hábito em todos, indepen-
– Receptor: Trata-se de quem recebe a mensagem e faz a sua dentemente dos cargos ocupados, faz com que os processos te-
interpretação; nham um bom andamento e as demandas sejam executadas com
– Linguagem: Aqui estamos falando dos códigos de linguagem muito mais facilidade, tornando, assim, muito mais fácil, também, o
que são utilizados para que haja a transmissão correta das infor- alcance dos objetivos e resultados extraordinários.
mações;
– Mensagem: Por fim, a mensagem é basicamente o conjunto • Engaja e motiva os colaboradores
de informações que são transmitidas Quando existe uma comunicação eficaz nas empresas, os co-
laboradores que dela fazem parte sentem-se altamente satisfeitos.
A junção de todos estes elementos, faz com que a comunicação Isso acontece, pois eles enxergam que estão em um lugar onde exis-
aconteça, de forma verdadeiramente eficaz, nos mais diversos con- te transparência, objetividade e espírito de cooperação na forma de
textos, principalmente no empresarial. se comunicar.
E por falar em mundo corporativo, é necessário lembrar que A consequência disso é um ambiente em que as atividades são
a boa comunicação neste ambiente é bastante dinâmica. Ela não realizadas com muito mais fluidez, o que traz resultados positivos
é realizada apenas por meio de conversas, formais e informais, te- para todos. Além disso, quando observam que a comunicação é efi-
lefonemas e reuniões. Ela está presente desde a pausa do café até caz na empresa, ou seja, que o que cada um diz verdadeiramente

102
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

importa e é levado em consideração, aumenta a sensação de per- • Conheça o seu receptor


tencimento destes colaboradores, fazendo com haja um aumento Quando se diz que cada indivíduo é único não é algo dito aleato-
significativo de seu engajamento e motivação. riamente. Cada pessoa tem a sua própria construção de significados,
que é pautada por toda uma carga cultural adquirida durante toda a
• Diminuição de conflitos sua existência. Ou seja, as pessoas não agem igual, pois suas formas
A partir do momento que uma empresa investe em comuni- de pensar são embasadas em questões culturais e particulares.
cação eficaz, ela evita a incidência de conflitos entre seus colabo- Com isso, a forma de se expressar, a escolha das palavras, o
radores. O motivo disso se dá pelo fato de que todos têm a grande tom da voz ou o meio utilizado na comunicação influencia tanto na
preocupação de transmitirem suas mensagens com o maior núme- maneira como o ouvinte interpretará a mensagem recebida quanto
ro de informações possíveis, que facilitem a interpretação do colega na forma que esta mensagem será transmitida.
que irá recebê-la e que, por ventura, executará determinada tarefa. Devido a isso, é importante entender quem é o seu receptor,
Com isso, ocorre uma diminuição considerável de discussões para que assim você consiga se comunicar com ele, de uma maneira
desnecessárias, que surgem por simples falhas que acontecem na que seja mais fácil para que ele compreenda e também para que
comunicação, seja por parte do emissor, ou por parte do receptor, a sua mensagem seja recebida exatamente da forma como você
situações estas que, infelizmente, ainda são bastante corriqueiras transmitiu, sem interpretações dúbias no futuro.
nos mais diversos ambientes organizacionais.
Além disso, por tornar o ambiente organizacional o mais trans- • Invista na cultura de feedbacks
parente possível, caso ocorram conflitos, estes logo são resolvidos O processo de comunicação deve estar em evolução contínua,
entre todos os envolvidos, uma vez que, através da comunicação sendo aperfeiçoado todos os dias. Para isso, o feedback é uma ferra-
eficaz, estes tornaram-se maduros o suficiente, para, em um con- menta de suma importância, pois ele dá a oportunidade de conver-
versa amigável, sentarem-se e resolverem suas diferenças, sem que sarmos com nossos receptores, no sentido de entender se a men-
ninguém saia ofendido ou prejudicado com isso. sagem que transmitimos foi bem compreendida, se eles necessitam
de mais informações, entre outros pontos, assim como eles também
• Melhora o clima organizacional podem nos ajudar com sugestões, dizendo de que forma podemos
Como um dos benefícios trazidos pelo investimento em uma melhorar estes processos dentro da empresa, para que se tornem
comunicação assertiva e eficaz nas empresas é a transparência, o verdadeiramente eficazes e contribuam com o trabalho de todos.
clima organizacional melhora de forma considerável com isso. Dessa maneira, assegure-se do retorno da mensagem que foi
Isso acontece, pois os gestores, principalmente, fazem questão transmitida, certifique-se se ela cumpriu com o objetivo e, de fato,
de compartilhar todas as informações necessárias com seus cola- gerou a atitude esperada. Caso isto não ocorra, o que você pode
boradores, o que tem como resultado uma equipe mais motivada e fazer é passar a informação novamente, porém, dessa vez, utilizan-
altamente valorizada, pois se sente parte dos processos, bem como do mecanismos que a deixem mais clara, usando outros meios e
a diminuição de fofocas e especulações, que geralmente são os mo- palavras, por exemplo.
tivos mais recorrentes dentro de uma empresa, que fazem com que O ideal aqui, na implementação da cultura de feedback, é que
o seu clima seja prejudicado, assim como o trabalho de todos. todos procurem entender quais são as dúvidas, a fim de esclarecê-
-las, e melhorar cada vez mais a comunicação existente entre cada
• Dicas para desenvolver a comunicação eficaz na sua orga- um que faz parte da organização.
nização
Agora que conseguimos entender o quão importante é ter • Atente-se para o uso da Língua Portuguesa
uma comunicação cada vez mais eficaz no ambiente corporativo, Umas das situações, que ainda observamos bastante nos mais
vou compartilhar com você algumas dicas para que você consiga diversos tipos de empresas, é o uso incorreto da língua portuguesa,
desenvolver e acelerar este processo em seus negócios. Continue seja de forma falada ou escrita. Por mais que tenhamos acesso à
a leitura e confira: uma infinidade de informações, bem como facilidade para aprimo-
rar nossos conhecimentos, muitos de nós ainda comete inúmeros
• Avalie o cenário pecados linguísticos, o que acaba por prejudicar consideravelmente
No dia a dia das organizações é muito importante que os co- a comunicação no ambiente organizacional.
laboradores e a empresa estejam alinhados quanto aos objetivos Sendo assim, é essencial que antes de falarmos algo ou, princi-
a serem alcançados, para que assim, todos caminhem juntos em palmente, de escrevermos um e-mail ou ainda aquela mensagem no
direção aos resultados extraordinários. Sendo assim, é através da bate-papo do trabalho, independentemente das pessoas com as quais
comunicação eficaz que a organização conseguirá criar uma cultura estejamos conversando, nós façamos o exercício de nos certificamos se
corporativa, onde cada membro da equipe entende quais são os estamos nos comunicando corretamente, ou seja, se as palavras estão
valores, crenças e regras de conduta da empresa. ortográfica e gramaticalmente certas, se cada uma delas está transmi-
Neste sentido, para iniciar o processo de desenvolvimento de tido a mensagem com o sentido que queremos transmitir, entre outros
uma comunicação assertiva e transparente em seus negócios, é pri- cuidados, que farão com que a comunicação seja de fato eficaz e al-
mordial que o seu primeiro passo a ser dado seja reunir os gestores cance o seu objetivo, que é passar informações, sem que haja erros de
e líderes da sua empresa, para avaliarem se a comunicação existente interpretação, tanto decorrentes de nossa parte, quanto do receptor.
contribui positivamente com a cultura corporativa e também com to- Cultive o hábito de, sempre que tiver em dúvida sobre como
dos os processos que citei nos parágrafos anteriores deste texto. Caso dizer ou escrever isso ou aquilo, pesquisar antes, seja na internet ou
a resposta não seja satisfatória, vejam o que pode ser feito, levando em um dicionário, pois isso não é vergonha nenhuma e vai te aju-
em consideração o cenário da organização em si, buscando e pesqui- dar no aprimoramento de seus conhecimentos e em seu repertório
sando ferramentas que lhes ajude a reverter esse quadro. com o passar do tempo.

103
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Trabalho em equipe • Comunicação eficiente


Trabalho em equipe pode ser definido como os esforços con- Se comunicar de forma clara e eficiente é essencial para um
juntos de um grupo ou sociedade visando a solução de um proble- bom trabalho em equipe. Alinhar as metas e objetivos é o primei-
ma. Ou seja, um grupo ou conjunto de pessoas que se dedicam a ro passo para que tudo funcione sem problemas. Quando todos os
realizar determinada tarefa estão trabalhando em equipe. colaboradores entendem qual a direção que devem seguir com o
Essa denominação se origina da época logo após a Primeira trabalho, é mais fácil orquestrar a execução.
Guerra Mundial. O trabalho em equipe, através da ação conjunta, A comunicação também é importante para que todas as partes
possibilita a troca de conhecimentos entre especialistas de diversas saibam o que é esperado delas. A delegação de tarefas deve ser
áreas. clara, e ser respeitada. Novamente, a assertividade será uma habili-
Como cada pessoa é responsável por uma parte da tarefa, o dade essencial para a boa comunicação.
trabalho em equipe oferece também maior agilidade e dinamismo. Quando um colaborador não sabe expressar seus limites, pode
Para que o trabalho em equipe funcione bem, é essencial que acabar pressionado a aceitar prazos que não pode cumprir ou tare-
o grupo possua metas ou objetivos compartilhados. Também é ne- fas que não sabe realizar. Isso prejudicará tanto o desempenho da
cessário que haja comunicação eficiente e clareza na delegação de equipe, quanto a confiança dos colaboradores. E claro, o produto
cada tarefa. final também será amplamente afetado.
Um bom exemplo de trabalho em equipe é a forma que times Por isso a comunicação pode ser vista como um dos principais
esportivos são divididos. Cada jogador possui uma função específi- pilares do bom trabalho em equipe.
ca, devendo desempenhá-la bem sem invadir o espaço e função dos
seus companheiros de time. • Proatividade
Cada vez mais as organizações valorizam colaboradores que apre- A proatividade é antecipar necessidades e, de forma autôno-
sentam facilidade com trabalho em equipe. Como a grande maioria das ma, todas as atitudes para atendê-las. Para o bom trabalho em
tarefas e serviços requerem a atuação de diferentes setores profissio- equipe, é preciso que todos os colaboradores tenham a habilidade
nais, colaborar e se comunicar bem é mais do que essencial. de identificar situações-problema antes que elas aconteçam. O mais
A capacidade para trabalho em equipe possibilita que você importante, no entanto, é tomar uma atitude e oferecer soluções.
apresente melhores resultados e mais eficiência. Além disso, um Uma equipe formada por colaboradores proativos tem um funcio-
ambiente corporativo composto por pessoas que se comunicam namento mais eficiente. Os resultados são melhores e obtidos de forma
bem e colaboram sem problemas é mais harmonioso, melhorando mais rápida. Essa característica também possibilita que os processos se-
muito a qualidade de vida de todos os envolvidos. jam otimizados, elevando a qualidade do trabalho como um todo.
O trabalho em equipe é uma habilidade fundamental para bons Para que funcionários sejam proativos, no entanto, é necessá-
líderes. Por isso, se a liderança está no seu plano de carreira, você rio que o estilo de liderança da organização seja flexível. A abertura
precisa desenvolver essa capacidade. a feedbacks, sugestões e opiniões entre os gestores é essencial para
De uma forma geral, pessoas que possuem facilidade com estimular a proatividade.
trabalho em equipe são mais contratáveis, trabalham melhor, têm
mais qualidade de vida no trabalho e mais possibilidades de rece- • Inovação
ber uma promoção. A criatividade e inovação são habilidades capazes de transfor-
mar a forma que uma equipe interage. Para o bom trabalho em
Quais as principais competências para trabalhar bem em equipe, é preciso que seus integrantes estejam sempre inovando
equipe os processos e procurando soluções criativas. Isso possibilita a ob-
O trabalho em equipe é uma competência composta de dife- tenção de melhores resultados, aumento da eficiência e otimização
rentes habilidades. São capacidades que podem ser aprendidas e dos processos.
desenvolvidas, e que devem ser trabalhadas por todos os profis- Da mesma forma que a proatividade, a criatividade na equipe
sionais. Independente da sua área, o autoconhecimento visando a precisa de espaço concedido pela liderança para florescer. Estimular
melhora nunca deve cessar. a autogestão na equipe possibilita que os profissionais criem solu-
A seguir, confira quais habilidades precisam ser desenvolvidas ções inovativas para realizar suas tarefas.
para aprimorar sua capacidade de trabalho em equipe.
• Confiança
• Gerenciar conflitos Não existe trabalho em equipe sem confiança mútua. Afinal,
Grande parte dos profissionais procura evitar os conflitos a todo cada um precisa fazer a sua parte das tarefas e acreditar no potencial
custo. No entanto, muitas vezes eles aparecem, e ignorá-los não é uma de seus companheiros. Quando você confia no resto na sua equipe,
maneira saudável ou eficiente de proceder. Para trabalhar em equipe
consegue delegar tarefas sem temer pela qualidade do produto final.
efetivamente, é preciso identificar, gerenciar e resolver conflitos.
Isso é especialmente verdadeiro para os líderes. Muitos gesto-
Para isso, é necessário desenvolver um conjunto de habilidades
res cometem o erro de praticar a microgestão, tentando controlar
sociais. Destacam-se a empatia e a assertividade. A empatia é fun-
todos os aspectos das tarefas de toda a equipe. Isso passa aos co-
damental para que você consiga acessar o ponto de vista das outras
laboradores a mensagem de que o líder não confia em suas habili-
pessoas, compreendendo a situação por diferentes perspectivas. Já
dades, afetando o relacionamento entre a equipe, a autoconfiança
a assertividade ajudará a não fugir das situações socialmente des-
e a motivação.
confortáveis e estabelecer os seus limites sem agressividade.
Para delegar, é preciso confiar. Se sua equipe sentir que a lide-
Falando na agressividade, a inteligência emocional é outra ha-
bilidade importantíssima tanto para a gestão de conflitos quanto rança e seus pares confiam em seu trabalho, tem muito mais chan-
para o ambiente profissional como um todo. ces de realizar as tarefas eficientemente e com motivação.

104
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Respeito
O respeito mútuo é importantíssimo para o bom trabalho em equipe. Colaboradores que não se respeitam como profissionais e como
pessoas jamais terão um bom relacionamento. Sem o respeito, nenhuma outra habilidade que citamos anteriormente é possível.
Para estimular o respeito entre a equipe, é necessário trabalhar as habilidades de empatia e construir uma boa convivência entre os
membros. Dinâmicas e exercícios de team building são ferramentas valiosíssimas nesse cenário.

ROTINAS ADMINISTRATIVAS: TÉCNICAS DE ARQUIVO E PROTOCOLO

A arquivística é uma ciência que estuda as funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem observados durante a atua-
ção de um arquivista sobre os arquivos e, tem por objetivo, gerenciar todas as informações que possam ser registradas em documentos
de arquivos.
A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá outras providências) nos dá sobre
arquivo:
“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições
de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que
seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”

Á título de conhecimento segue algumas outras definições de arquivo.


“Designação genérica de um conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e conservado por essas pessoas ou por seus sucessores, para fins de prova ou
informação”, CONARQ.
“É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer de suas atividades,
arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950) (citado por PAES, Marilena Leite, 1986).
“É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua ativida-
de, e preservados para a consecução dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro.” (PAES, Marilena Leite, 1986).
sentido/significado
De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para conservar o
acervo.
A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes.
Vejamos:

O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo, que se caracteriza
como um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade, suporte, modo de produção, utiliza-
ção e conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por um processo natural que decorre da própria atividade
da instituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma pessoa física, jurídica ou poruma família no exercício das suas atividades
ou das suas funções.

105
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.


Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.
Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.

Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como princípios e por outros,
como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual adotada, são relevantes no estudo da
arquivologia. São eles:
- Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influenciou sua produção.
- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua imparcialidade expli-
ca-se pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos aos quais os documentos se referem não
funcionarão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam com fidelidade os fatos e atos que atestam.
- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, portanto, apresenta o
mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.

Por finalidade a arquivística visa servir de fonte de consulta, tornando possível a circulação de informação registrada, guardada e
preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.
Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros dois conceitos relacionados à Ciência da Informação, que são a Bi-
blioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali conteúdo guardados e conservados, porém, frisa-se que trata-se de
conceitos distintos.

O quadro abaixo demonstra bem essas distinções:

Arquivos Públicos
Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II:
“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos
de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias”.
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por entidades
privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação à insti-
SUSPENSÃO
tuição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.»
Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de caráter público – median-
te delegação de serviços públicos) são considerados arquivos públicos, independentemente da esfera de governo.

Arquivos Privados
De acordo com a mesma Lei citada acima:
“Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decor-
rência de suas atividades.”

106
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido artigo, Por assegurar que a informação produzida terá gestão ade-
a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz respeito à pessoa quada, sua confidencialidade garantida e com possibilidade de ser
jurídica de direito privado, não se confundindo, portanto, com pes- rastreada, a Gestão de Documentos favorece o processo de Acre-
soa jurídica de direito público, pois os órgãos que compõe a admi- ditação e Certificação ISO, processos esses que para determinadas
nistração indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, organizações são de extrema importância ser adquirido.
são também pessoas jurídicas, destituídas de poder político e do- Outras vantagens de se adotar a gestão de documentos é a
tadas de personalidade jurídica própria, porém, de direito público. racionalização de espaço para guarda de documentos e o controle
Exemplos: deste a produção até arquivamento final dessas informações.
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc. A implantação da Gestão de Documentos associada ao uso
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de trabalhos, etc. adequado da microfilmagem e das tecnologias do Gerenciamento
• Comercial: companhias, empresas, etc. Eletrônico de Documentos deve ser efetiva visando à garantia no
processo de atualização da documentação, interrupção no proces-
A arquivística é desenvolvida pelo arquivista, profissional com so de deterioração dos documentos e na eliminação do risco de
formação em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Esta- perda do acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas
do. Ele pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, cen- que permitam acesso à informação pela internet e intranet.
tros de documentação, arquivos privados ou públicos, instituições A Gestão de Documentos no âmbito da administração pública
culturais etc. atua na elaboração dos planos de classificação dos documentos,
Ao arquivista compete gerenciar a informação, cuidar da ges- TTD (Tabela Temporalidade Documental) e comissão permanente
tão documental, conservação, preservação e disseminação da in- de avaliação. Desta forma é assegurado o acesso rápido à informa-
formação contida nos documentos, assim como pela preservação ção e preservação dos documentos.
do patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídica), insti-
tução e, em última instância, da sociedade como um todo. Protocolo: RRDTED
Também é função do arquivista recuperar informações ou ela- recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de
borar instrumentos de pesquisas arquivisticas.1 documentos.
Esse processo acima descrito de gestão de informação e do-
GESTÃO DE DOCUMENTOS cumentos segue um tramite para que possa ser aplicado de forma
Um documento (do latim documentum, derivado de docere eficaz, é o que chamamos de protocolo.
“ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo gráfico, que O protocolo é desenvolvido pelos encarregados das funções
comprove a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma pertinentes aos documentos, como, recebimento, registro, distri-
afirmação etc. No meio jurídico, documentos são frequentemente buição e movimentação dos documentos em curso.
sinônimos de atos, cartas ou escritos que carregam um valor pro- A finalidade principal do protocolo é permitir que as informa-
batório. ções e documentos sejam administradas e coordenadas de forma
Documento arquivístico: Informação registrada, independen- concisa, otimizada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de
te da forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer da forma que mesmo havendo um aumento de produção de docu-
atividade de uma instituição ou pessoa e que possui conteúdo, mentos sua gestão seja feita com agilidade, rapidez e organização.
contexto e estrutura suficientes para servir de prova dessa ativi- Para atender essa finalidade, as organizações adotam um sis-
dade. tema de base de dados, onde os documentos são registrados assim
Administrar, organizar e gerenciar a informação é uma tarefa que chegam à organização.
de considerável importância para as organizações atuais, sejam es- A partir do momento que a informação ou documento chega
sas privadas ou públicas, tarefa essa que encontra suporte na Tec- é adotado uma rotina lógica, evitando o descontrole ou problemas
nologia da Gestão de Documentos, importante ferramenta que decorrentes por falta de zelo com esses, como podemos perceber:
auxilia na gestão e no processo decisório.
A gestão de documentos representa um conjunto de proce- Recebimento:
dimentos e operações técnicas referentes à sua produção, trami- Como o próprio nome diz, é onde se recebe os documentos e
tação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e interme- onde se separa o que é oficial e o que é pessoal.
diária, visando a sua eliminação ou recolhimento para a guarda Os pessoais são encaminhados aos seus destinatários.
permanente. Já os oficiais podem sem ostensivos e sigilosos. Os ostensivos
Através da Gestão Documental é possível definir qual a politi- são abertos e analisados, anexando mais informações e assim en-
ca arquivistica adotada, através da qual, se constitui o patrimônio caminhados aos seus destinos e os sigilosos são enviados diretos
arquivistico. Outro aspecto importante da gestão documental é de- para seus destinatários.
finir os responsáveis pelo processo arquivistico.
A Gestão de Documentos é ainda responsável pela implanta- Registro:
ção do programa de gestão, que envolve ações como as de acesso, Todos os documentos recebidos devem ser registrados ele-
preservação, conservação de arquivo, entre outras atividades. tronicamentecom seu número, nome do remetente, data, assunto
dentre outras informações.
Depois do registro o documento é numerado (autuado) em or-
dem de chegada.
1Adaptado de George Melo Rodrigues

107
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Depois de analisado o documento ele é classificado em uma atividade que o gerou e determina o uso da informação nele con-
categoria de assuntopara que possam ser achados. Neste momen- tida. A classificação define, portanto, a organização física dos do-
to pode-se ate dar um código a ele. cumentos arquivados, constituindo-se em referencial básico para
sua recuperação.
Distribuição: Na classificação, as funções, atividades, espécies e tipos do-
Também conhecido como movimentação, é a entrega para cumentais distribuídos de acordo com as funções e atividades de-
seus destinatários internos da empresa. Caso fosse para fora da sempenhadas pelo órgão.
empresa seria feita pela expedição. A classificação deve ser realizada de acordo com as seguintes
características:
Tramitação:
A tramitação são procedimentos formais definidas pela em- De acordo com a entidade criadora
presa.É o caminho que o documento percorre desde sua entrada - PÚBLICO – arquivo de instituições públicas de âmbito federal
na empresa até chegar ao seu destinatário (cumprir sua função).
ou estadual ou municipal.
Todas as etapas devem ser seguidas sem erro para que o protoco-
- INSTITUCIONAL – arquivos pertencentes ou relacionados à
lo consiga localizar o documento. Quando os dados são colocados
instituições educacionais, igrejas, corporações não-lucrativas, so-
corretamente, como datas e setores em que o documento cami-
ciedades e associações.
nhou por exemplo, ajudará aagilizar a sua localização.
- COMERCIAL- arquivo de empresas, corporações e compa-
Expedição de documentos: nhias.
A expedição é por onde sai o documento. Deve-se verificar - FAMILIAR ou PESSOAL - arquivo organizado por grupos fami-
se faltam folhas ou anexos. Também deve numerar e datar a cor- liares ou pessoas individualmente.
respondência no original e nas cópias, pois as cópias são o acom- .
panhamento da tramitação do documento na empresa e serão De acordo com o estágio de evolução (considera-se o tempo
encaminhadas ao arquivo. As originais são expedidas para seus de vida de um arquivo)
destinatários. - ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE - guarda a do-
cumentação mais atual e frequentemente consultada. Pode ser
mantido em local de fácil acesso para facilitar a consulta.
- ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO - inclui
documentos que vieram do arquivo corrente, porque deixaram de
ser usados com frequência. Mas eles ainda podem ser consultados
pelos órgãos que os produziram e os receberam, se surgir uma si-
tuação idêntica àquela que os gerou.
- ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE - nele se
encontram os documentos que perderam o valor administrativo
Sistemas de classificação e cujo uso deixou de ser frequente, é esporádico. Eles são conser-
O conceito de classificação e o respectivo sistema classificati- vados somente por causa de seu valor histórico, informativo para
vo a ser adotado, são de uma importância decisiva na elaboração comprovar algo para fins de pesquisa em geral, permitindo que se
de um plano de classificação que permita um bom funcionamento conheça como os fatos evoluíram.
do arquivo.
Um bom plano de classificação deve possuir as seguintes ca- De acordo com a extensão da atenção
racterísticas: Os arquivos se dividem em:
- Satisfazer as necessidades práticas do serviço, adotando - ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos operacio-
critérios que potenciem a resolução dos problemas. Quanto mais nais, cumprindo as funções de um arquivo corrente.
simples forem as regras de classificação adotadas, tanto melhor se
- ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a receber os docu-
efetuará a ordenação da documentação;
mentos correntes provenientes dos diversos órgãos que integram
- A sua construção deve estar de acordo com as atribuições do
a estrutura de uma instituição.
organismo (divisão de competências) ou em última análise, focan-
do a estrutura das entidades de onde provém a correspondência;
- Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições do De acordo com a natureza de seus documentos
serviço deixando espaço livre para novas inclusões; - ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de variadas for-
- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou classifica- mas físicas como discos, fitas, disquetes, fotografias, microformas
ções mal efetuadas, e promover a sua atualização sempre que se (fichas microfilmadas), slides, filmes, entre outros. Eles merecem
entender conveniente. tratamento adequado não apenas quanto ao armazenamento das
A classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de agru- peças, mas também quanto ao registro, acondicionamento, con-
par os documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar trole e conservação.
sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas - ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido como arqui-
com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, recolhimento vo técnico, é responsável pela guarda os documentos de um deter-
e acesso a esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico minado assunto ou setor/departamento específico.
é realizado com base no conteúdo do documento, o qual reflete a

108
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

De acordo com a natureza do assunto 6. Ordenar os documentos que não possuem antecedentes de
- OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não prejudi- acordo com a ordem estabelecida – cronológica, alfabética, geo-
cam a administração; gráfica, verificando a existência de cópias e eliminando-as. Caso
- SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é limitado, não exista o original manter uma única cópia;
com divulgação restrita. 7. Arquivar o anexo do documento, quando volumoso, em
caixa ou pasta apropriada, identificando externamente o seu con-
De acordo com a espécie teúdo e registrando a sua localização no documento que o enca-
- ADMINISTRATIVO: Referente às atividades puramente admi- minhou.
nistrativas; 8. Endereçamento - o endereço aponta para o local onde os
- JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudiciais; documentos/processos estão armazenados.
- CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e orientação
jurídica. Busca dirimir dúvidas entre pareceres, busca alternativas Devemos considerar duas formas de arquivamento: A horizon-
para evitar a esfera judicial. tal e a vertical.
- Arquivamento Horizontal: os documentos são dispostos uns
De acordo com o grau de sigilo sobre os outros, ―deitados, dentro do mobiliário. É indicado para
- RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação não-au- arquivos permanentes e para documentos de grandes dimensões,
torizada possa comprometer planos, operações ou objetivos neles pois evitam marcas e dobras nos mesmos.
previstos; - Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos uns
- SECRETO: Dados ou informações referentes a sistemas, ins- atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para arquivos
talações, projetos, planos ou operações de interesse nacional, a correntes, pois facilita a busca pela mobilidade na disposição dos
assuntos diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes, documentos.
programas ou instalações estratégicos, cujo conhecimento não
autorizado possa acarretar dano grave à segurança da sociedade Para o arquivamento e ordenação dos documentos no arqui-
e do Estado; vo, devemos considerar tantos os métodos quanto os sistemas. Os
- ULTRASSECRETO: Dados ou informações referentes à sobe- Sistemas de Arquivamento nada mais são do que a possibilidade
rania e à integridade territorial nacional, a plano ou operações mi- ou não de recuperação da informação sem o uso de instrumentos.
litares, às relações internacionais do País, a projetos de pesquisa Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou não de uma
e desenvolvimento científico e tecnológico de interesse da defesa ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro semelhante) para lo-
nacional e a programas econômicos, cujo conhecimento não auto- calizar um documento em um arquivo.
rizado possa acarretar dano excepcionalmente grave à segurança Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema
da sociedade e do Estado. direto de busca e/ou recuperação, como por exemplo, os métodos
alfabético e geográfico.
Arquivamento e ordenação de documentos Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema indi-
O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedimentos que reto de busca e/ou recuperação, como são os métodos numéricos.
visa ao acondicionamento e armazenamento dos documentos no
arquivo. A ORDENAÇÃO é a reunião dos documentos que foram classi-
Uma vez registrado, classificado e tramitado nas unidades ficados dentre de um mesmo assunto.
competentes, o documento deverá ser encaminhado ao seu desti- Sua finalidade é agilizar o arquivamento, de forma organizada
no para arquivamento, após receber despacho final. e categorizada previamente para posterior arquivamento.
O arquivamento é a guarda dos documentos no local estabele- Para definir a forma da ordenação é considerada a natureza
cido, de acordo com a classificação dada. Nesta etapa toda a aten- dos documentos, podendo ser:2
ção é necessária, pois um documento arquivado erroneamente 1. Arquivamento por assunto
poderá ficar perdido quando solicitado posteriormente. Uma das técnicas mais utilizadas para a gestão de documentos
O documento ficará arquivado na unidade até que cumpra o é o arquivamento por assunto. Como o próprio nome já adianta,
prazo para transferência ao Arquivo Central ou sua eliminação. essa técnica consiste em realizar o arquivamento dos documentos
de acordo com o assunto tratado neles.
As operações para arquivamento são: Isso permite agrupar documentos que tratem de assuntos cor-
1. Verificar se o documento destina-se ao arquivamento; relatos e permite encontrar informações completas sobre deter-
2. Checar a classificação do documento, caso não haja, atribuir minada matéria de forma simples e direta, sendo especialmente
um código conforme o assunto; interessante para empresas que lidam com um grande volume de
3. Ordenar os documentos na ordem sequencial; documentos de um mesmo tema.
4. Ao arquivar o documento na pasta, verificar a existência de
antecedentes na mesma pasta e agrupar aqueles que tratam do 2. Método alfabético
mesmo assunto, por consequência, o mesmo código; Uma das mais conhecidas técnicas de arquivamento de docu-
5. Arquivar as pastas na sequência dos códigos atribuídos – mentos é o método alfabético, que consiste em organizar os do-
usar uma pasta para cada código, evitando a classificação “diver- cumentos arquivados de acordo com a ordem alfabética desses,
sos”; permitindo uma consulta mais intuitiva e eficiente.
2Adaptado de www.agu.gov.br

109
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Como a própria denominação já indica, nesse esquema o ele- 5. Método geográfico


mento principal considerado é o nome. Estamos falando sobre um Esse método é aquele usado quando os documentos apresen-
método muito usado nas empresas por apresentar a vantagem de tam a sua organização por meio do local, isto é, quando a empresa
ser rápido e simples. escolhe classificar os documentos a partir de seu local de origem.
No entanto, quando se armazena um número muito grande de No entanto, de acordo com a literatura arquivística, duas nor-
informações, é comum que existam alguns erros. Isso acontece de- mas precisam ser empregadas para que o método geográfico seja
vido à grande variedade de grafia dos nomes e também ao cansaço utilizado de forma adequada. Confira!
visual do funcionário.
Para que a localização e o armazenamento dos documentos - Norma do método geográfico 1
se tornem mais rápidos, é possível combinar esse método com a Quando os documentos são organizados por país ou por es-
escolha de cores. Dessa forma, fica mais simples encontrar a letra tado, eles precisam ser ordenados alfabeticamente. Dessa forma,
procurada. fica mais fácil localizá-los depois. Isso vale também para as cidades
Esse método é conhecido como Variadex e utiliza as cores de um mesmo país ou estado: sempre postas em ordem alfabética.
como elementos auxiliares, com o objetivo de facilitar a localização Nesse caso, as capitais precisam aparecer no início da lista, uma
e a recuperação dos documentos. Vale lembrar que essa é somen- vez que elas são, normalmente, as mais procuradas, tendo uma
te uma variação do método alfabético. É possível, ainda, combinar quantidade maior de documentos.
esse método ao de arquivamento por assunto, usando a ordem
alfabética para subdividir a organização. - Norma do método geográfico 2
Ao realizar um arquivamento por cidades, quando não existe
3. Método numérico separação por estado, não há a exigência de que as capitais fiquem
O método numérico é outra opção de arquivamento e uma no início. A ordem vai ser simplesmente alfabética. Entretanto, ao
ótima escolha para empresas que lidam com um grande volume de final de cada cidade, o estado a que ela corresponde precisa apa-
documentos. Ele consiste em determinar um número sequencial recer na identificação.
para cada documento, permitindo sua consulta de acordo com um
índice numérico previamente determinado. 6. Método temático
Como o próprio nome indica, esse método é aquele usado Esse é um método que propõe a organização dos documentos
quando os documentos são ordenados por números. É possível por assunto. Assim, a classificação é elaborada pelos assuntos e
escolher três formas distintas de utilizá-lo: numérico simples, cro- temas básicos, que podem admitir diversas composições.
nológico ou dígito-terminal.
7. Índice onomástico (opcional)
- Método numérico simples Índice de nomes próprios que aparecem no texto. Deve ser
Esse método é usado quando o modo de organizar é feito pelo utilizado quando o Coordenador da coleção assim o decidir. Deve
número da pasta ou do documento em que ele foi arquivado. É ser organizado da mesma maneira que o índice remissivo.
muito utilizado na organização de prontuários médicos, filmes,
processos e pastas de funcionários. Tabela de temporalidade
Instrumento de destinação, que determina prazos e condições
- Método numérico cronológico de guarda tendo em vista a transferência, recolhimento, descarte
Um método usado para fazer a organização dos documentos de documentos, com a finalidade de garantir o acesso à informa-
por data. É extremamente utilizado para organizar documentos ção a quantos dela necessitem.
financeiros, fotos e outros arquivos em que a data é o elemento É um instrumento resultante da atividade de avaliação de do-
essencial para buscar a informação. cumentos, que consiste em identificar seus valores (primário/ad-
ministrativo ou secundário/histórico) e definir prazos de guarda,
- Método numérico dígito-terminal registrando dessa forma, o registra o ciclo de vida dos documentos.
A partir do momento em que se faz uso de números maiores, Para que a tabela tenha validade precisa ser aprovada por au-
com diversos dígitos, o método simples não é eficiente. Isso ocorre toridade competente e divulgada entre os funcionários na institui-
porque ele acaba se tornando trabalhoso e lento. Por isso, nesse ção.
caso, o mais indicado é utilizar o método dígito-terminal. Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os
Nesse método, a ordenação é realizada com base nos dois úl- conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma institui-
timos dígitos. Quando esses são idênticos, a ordenação é dada a ção no exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases
partir dos dois dígitos anteriores. Isso acaba tornando o arquiva- corrente e intermediária, a destinação final – eliminação ou guarda
mento mais ágil e eficiente. permanente, além de um campo para observações necessárias à
sua compreensão e aplicação.
4. Método eletrônico
O método eletrônico consiste em arquivar os documentos de
forma eletrônica, realizando sua digitalização — o que permite não
só organizá-los de diversas formas distintas e de acordo com o mé-
todo que mais se encaixa na organização e nas necessidades da
empresa, mas fazer sua gestão online e até mesmo remota.

110
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do instrumento:


1. Assunto: Apresenta-se aqui os conjuntos documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de acordo com as
funções e atividades desempenhadas pela instituição.
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente para
agilizar a sua localização na tabela.

2. Prazos de guarda: Trata-se do tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, visando
atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou.
Deve ser objetivo e direto na definição da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologação daaposentadoria; e até
quitação da dívida.
- Os prazos são preferencialmente em ANOS
- Os prazos são determinados pelas: - Normas
- Precaução
- Informações recaptulativas
- Frequência de uso

3. Destinação final: Registra-se a destinação estabelecida que pode ser:

4. Observações: Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da tabe-
la. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos docu-
mentos, segundo a particularidade dos conjuntos documentais avaliados.

A definição dos prazos de guarda devem ser definidos com base na legislação vigente e nas necessidades administrativas.

ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO


Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso aos documentos, deverão ser observados procedimentos específicos,
de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas a assegurar sua preservação durante o prazo de guarda estabelecido na
tabela de temporalidade e destinação.

protege

guarda

Não podemos nos esquecer dos documentos eletrônicos, que hoje em dia está cada vez mais presente. As alternativas são diversas,
como dispositivos externos de gravação,porém, o mais indicado hoje, é armazenar os dados em nuvem, que oferece além da segurança,
a facilidade de acesso.

111
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Armazenamento - proteger os documentos e suas embalagens da incidência di-


reta de luz solar, por meio de filtros, persianas ou cortinas;
Áreas de armazenamento - monitorar os níveis de luminosidade, em especial das radia-
ções ultravioleta;
Áreas Externas - reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâmpadas fluo-
A localização de um depósito de arquivo deve prever facilida- rescentes, aplicando filtros bloqueadores aos tubos ou às luminá-
des de acesso e de segurança contra perigos iminentes, evitando- rias;
-se, por exemplo: - promover regularmente a limpeza e o controle de insetos
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de inun- rasteiros nas áreas de armazenamento;
dações, como margens de rios e subsolos; - manter um programa integrado de higienização do acervo e
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de combustí- de prevenção de insetos;
veis, depósitos e distribuidoras de gases, e construções irregulares; - monitorar as condições do ar quanto à presença de poeira e
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices de po- poluentes, procurando reduzir ao máximo os contaminantes, uti-
luição atmosférica, como refinarias de petróleo; lizando cortinas, filtros, bem como realizando o fechamento e a
- áreas próximas a instalações estratégicas, como indústrias e abertura controlada de janelas;
depósitos de munições, de material bélico e aeroportos. - armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios magné-
ticos e ópticos em condições climáticas especiais, de baixa tem-
Áreas Internas peratura e umidade relativa, obtidas por meio de equipamentos
As áreas de trabalho e de circulação de público deverão aten- mecânicos bem dimensionados, sobretudo para a manutenção
der às necessidades de funcionalidade e conforto, enquanto as de da estabilidade dessas condições, a saber: fotografias em preto e
armazenamento de documentos devem ser totalmente indepen- branco T 12ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5% fotografias em cor T 5ºC ± 1ºC
dentes das demais. e UR 35% ± 5% filmes e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC e UR 40%
± 5%.
Condições Ambientais
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa e de tra- Acondicionamento
balho devem receber tratamento diferenciado das áreas dos depó- Os documentos devem ser acondicionados em mobiliário e in-
cobertos
sitos, as quais, por sua vez, também devem se diferenciar entre si, vólucros apropriados, que assegurem sua preservação.
considerando-se as necessidades específicas de preservação para A escolha deverá ser feita observando-se as características fí-
cada tipo de suporte. sicas e a natureza de cada suporte. A confecção e a disposição do
A deterioração natural dos suportes dos documentos, ao lon- mobiliário deverão acatar as normas existentes sobre qualidade e
go do tempo, ocorre por reações químicas, que são aceleradas por resistência e sobre segurança no trabalho.
flutuações e extremos de temperatura e umidade relativa do ar e O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos, promo-
pela exposição aos poluentes atmosféricos e às radiações lumino- ve a proteção contra danos físicos, químicos e mecânicos. Os docu-
sas, especialmente dos raios ultravioleta. mentos devem ser guardados em arquivos, estantes, armários ou
A adoção dos parâmetros recomendados por diferentes au- prateleiras, apropriados a cada suporte e formato.
tores (de temperatura entre 15° e 22° C e de umidade relativa en- Os documentos de valor permanente que apresentam gran-
tre 45% e 60%) exige, nos climas quentes e úmidos, o emprego de des formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem ser armaze-
meios mecânicos sofisticados, resultando em altos custos de inves- nados horizontalmente, em mapotecas adequadas às suas medi-
timento em equipamentos, manutenção e energia. das, ou enrolados sobre tubos confeccionados em cartão alcalino
Os índices muito elevados de temperatura e umidade relati- e acondicionados em armários ou gavetas. Nenhum documento
va do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação promovem a deve ser armazenado diretamente sobre o chão.
ocorrência de infestações de insetos e o desenvolvimento de mi- As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de compu-
croorganismos, que aumentam as proporções dos danos. tador, devem ser armazenadas longe de campos magnéticos que
possam causar a distorção ou a perda de dados. O armazenamento
Com base nessas constatações, recomenda-se: será preferencialmente em mobiliário de aço tratado com pintura
- armazenar todos os documentos em condições ambientais sintética, de efeito antiestático.
que assegurem sua preservação, pelo prazo de guarda estabeleci- As embalagens protegem os documentos contra a poeira e da-
do, isto é, em temperatura e umidade relativa do ar adequadas a nos acidentais, minimizam as variações externas de temperatura e
cada suporte documental; umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e fogo em
- monitorar as condições de temperatura e umidade relativa casos de desastre.
do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de metodologia previa- As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao
mente definida; peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser empilhadas.
- utilizar preferencialmente soluções de baixo custo direciona- Precisam ser mantidas em boas condições de conservação e limpe-
das à obtenção de níveis de temperatura e umidade relativa esta- za, de forma a proteger os documentos.
bilizados na média, evitando variações súbitas; As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar
- reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos quando formatos padronizados, e devem ser sempre iguais às dos docu-
os equipamentos de climatização não puderem ser mantidos em mentos que irão abrigar, ou, caso haja espaço, esses devem ser
funcionamento sem interrupção; preenchidos para proteger o documento.

112
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Todos os materiais usados para o armazenamento de docu- - Qualidades do ar


mentos permanentes devem manter-se quimicamente estáveis O controle da qualidade é muito importante porque os gases
ao longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações que e as partículas sólidas contribuem muito para a deterioração de
afetem a preservação dos documentos. materiais de bibliotecas e arquivos, destacando que esses poluen-
Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e invó- tes podem tanto vir do ambiente externo como podem ser geran-
lucros devem ser alcalinos e corresponder às expectativas de pre- do no próprio ambiente.
servação dos documentos.
No caso de caixas não confeccionados em cartão alcalino, re- 2. Agentes biológicos
comenda-se o uso de invólucros internos de papel alcalino, para Os agentes biológicos de deterioração de acervos são, entre
evitar o contato direto de documentos com materiais instáveis.3 outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedores e os fun-
gos, cuja presença depende quase que exclusivamente das condi-
PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DE AR- ções ambientais reinantes nas dependências onde se encontram
QUIVO os documentos.
A manutenção dos documentos pelo prazo determinado na
tabela de temporalidade dependem de três aspectos: - Fungos
Como qualquer outro ser vivo, necessitam de alimento e umi-
Fatores de deterioração em acervos de arquivos dade para sobreviver e proliferar. O alimento provém dos papéis,
Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos amidos (colas), couros, pigmentos, tecidos etc. A umidade é fator
acervos e seu comportamento diante dos fatores aos quais estão indispensável para o metabolismo dos nutrientes e para sua pro-
expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e tra- liferação. Essa umidade é encontrada na atmosfera local, nos ma-
çar políticas de conservação para minimizá-los. teriais atacados e na própria colônia de fungos. Além da umidade
A grande maioria dos arquivos é constituída de documentos e nutrientes, outras condições contribuem para o crescimento das
impressos, e o papel é basicamente composto por fibras de celulo- colônias: temperatura elevada, falta de circulação de ar e falta de
se, portanto, identificar os principais agentes nocivos da celulose e higiene.
descobrir soluções para evita-los é um grande passo na preserva-
ção e na conservação documental. As medidas para proteger o acervo de infestação de fungos
Essa degradação à qual os acervos estão sujeitos não se limita são:
a um único fator, pelo contrário, são várias as formas dessa degra- - estabelecer política de controle ambiental, principalmente
dação ocorrer, como veremos a seguir: temperatura, umidade relativa e ar circulante
- praticar a higienização tanto do local quanto dos documen-
1. Fatores ambientais tos, com metodologia e técnicas adequadas;
São os agentes encontrados no ambiente físico do acervo, - instruir o usuário e os funcionários com relação ao manuseio
como por exemplo, Temperatura, Umidade Relativa do Ar, Radia- dos documentos e regras de higiene do local;
ção da Luz, Qualidade do Ar. - manter vigilância constante dos documentos contra aciden-
tes com água, secando-os imediatamente caso ocorram.
- Temperatura e umidade relativa
O calor e a umidade contribuem significativamente para a destruição - Roedores
dos documentos, principalmente quando em suporte-papel. O desequi- A presença de roedores em recintos de bibliotecas e arquivos
líbrio de um interfere no equilíbrio do outro. O calor acelera a deteriora- ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Tentar obstruir as
ção. A velocidade de muitas reações químicas, é dobrada a cada aumento possíveis entradas para os ambientes dos acervos é um começo. As
de 10°C. A alteração da umidade relativa proporciona as condições neces- iscas são válidas, mas para que surtam efeito devem ser definidas
sárias para desencadear intensas reações químicas nos materiais. por especialistas em zoonose. O produto deve ser eficiente, desde
A circulação do ar ambiente representa um fator bastante que não provoque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia
importante para amenizar os efeitos da temperatura e umidade se faz nos mesmos moldes citados acima: temperatura e umidade
relativa elevada. relativa controladas, além de higiene periódica.

- Radiação da luz - Ataques de insetos


Toda fonte de luz, emite radiação nociva aos materiais de acer- Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto revesti-
vos, provocando consideráveis danos através da oxidação. mentos, provocam perdas de superfície e manchas de excremen-
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção dos acer- tos. As baratas se reproduzem no próprio local e se tornam infesta-
vos: ção muito rapidamente, caso não sejam combatidas.
- As janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos imensos
que bloqueiem totalmente o sol; em acervos, principalmente em livros. A fase de ataque ao acervo
- Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no controle é a de larva. Esse inseto se reproduz por acasalamento, que ocorre
da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto em lâmpadas no próprio acervo. Uma vez instalado, ataca não só o papel e seus
fluorescentes. derivados, como também a madeira do mobiliário, portas, pisos e
todos os materiais à base de celulose.
3Adaptado de CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos/ www.eboxdigital.
com.br

113
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O ataque causa perda de suporte. A larva digere os materiais vários materiais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres iner-
para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala e põe ovos. Os tes, os adesivos alcalinos e reversíveis, os papéis orientais, borra-
ovos eclodem e o ciclo se repete. chas plásticas etc., usados tanto para pequenas intervenções sobre
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só para os documentos como para acondicionamento.
as coleções como para o prédio em si. Os cupins percorrem áreas
internas de alvenaria, tubulações, conduítes de instalações elétri- 7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais para a
cas, rodapés, batentes de portas e janelas etc., muitas vezes fora conservação de acervos
do alcance dos nossos olhos. Como já enfatizamos anteriormente, é muito importante ter
Chegam aos acervos em ataques massivos, através de estantes conhecimentos básicos sobre os materiais que integram nossos
coladas às paredes, caixas de interruptores de luz, assoalhos etc. acervos para que não corramos o risco de lhes causar mais danos.
Vários são os procedimentos que, apesar de simples, são de
3. Intervenções inadequadas nos acervos grande importância para a estabilização dos documentos.
Trata-se de procedimentos de conservação que realizamos
em um conjunto de documentos com o objetivo de interromper ou
8. Higienização
melhorar seu estado de degradação e que as vezes, resultam em
A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os docu-
danos ainda maiores.
mentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada a condições
Por isso, qualquer tratamento que se queira aplicar exige um
conhecimento das características individuais dos documentos e ambientais inadequadas, provoca reações de destruição de todos
dos materiais a serem empregados no processo de conservação. os suportes num acervo. Portanto, a higienização das coleções
deve ser um hábito de rotina na manutenção de bibliotecas ou ar-
4. Problemas no manuseio de livros e documentos quivos, razão por que é considerada a conservação preventiva por
O manuseio inadequado dos documentos é um fator de degra- excelência.
dação muito frequente em qualquer tipo de acervo.
O manuseio abrange todas as ações de tocar no documento, - Processos de higienização
sejam elas durante a higienização pelos funcionários da instituição, - Limpeza de superfície - o processo de limpeza de acervos de
na remoção das estantes ou arquivos para uso do pesquisador, nas bibliotecas e arquivos se restringe à limpeza de superfície e, por-
foto-reproduções, na pesquisa pelo usuário etc. tanto, é mecânica, feita a seco, com o objetivo de reduzir poeira,
partículas sólidas, incrustações, resíduos de excrementos de inse-
5. Fatores de deterioração tos ou outros depósitos de superfície.
Como podemos ver, os danos são intensos e muitos são irre- - Avaliação do objeto a ser limpo - cada objeto deve ser ava-
versíveis. Apesar de toda a problemática dos custos de uma po- liado individualmente para determinar se a higienização é neces-
lítica de conservação, existem medidas que podemos tomar sem sária e se pode ser realizada com segurança. No caso de termos as
despender grandes somas de dinheiro, minimizando drasticamen- condições abaixo, provavelmente o tratamento não será possível:
te os efeitos desses agentes. Alguns investimentos de baixo custo • Fragilidade física do suporte
devem ser feitos, a começar por: • Papéis de textura muito porosa
- treinamento dos profissionais na área da conservação e pre- - Materiais usados para limpeza de superfície - a remoção da
servação; sujidade superficial (que está solta sobre o documento) é feita
- atualização desses profissionais (a conservação é uma ciência através de pincéis, flanela macia, aspirador e inúmeras outras fer-
em desenvolvimento constante e a cada dia novas técnicas, mate- ramentas que se adaptam à técnica, como bisturi, pinça, espátula,
riais e equipamentos surgem para facilitar e melhorar a conserva- agulha, cotonete;
ção dos documentos);
- monitoração do ambiente – temperatura e umidade relativa
- Limpeza de livros
em níveis aceitáveis;
- Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha, pincel ma-
- uso de filtros e protetores contra a luz direta nos documen-
cio, aspirador, flanela macia, conforme o estado da encadernação;
tos;
- Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela lom-
- adoção de política de higienização do ambiente e dos acer-
vos; bada, apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel, limpar os
- contato com profissionais experientes que possam assesso- cortes, começando pela cabeça do livro, que é a área que está mais
rar em caso de necessidade. exposta à sujidade. Quando a sujeira está muito incrustada e inten-
sa, utilizar, primeiramente, aspirador de pó de baixa potência ou
6. Características gerais dos materiais empregados em con- ainda um pedaço de carpete sem uso;
servação - O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha, numa pri-
Nos projetos de conservação/preservação de acervos de bi- meira higienização;
bliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas o uso de ma- - Oxigenar as folhas várias vezes.
teriais de qualidade arquivística, isto é, daqueles materiais livres
de quaisquer impurezas, quimicamente estáveis, resistentes, du- - Higienização de documentos de arquivo - materiais arquivísti-
ráveis. Suas características, em relação aos documentos onde são cos têm os seus suportes geralmente quebradiços, frágeis, distor-
aplicados, distinguem-se pela estabilidade, neutralidade, reversibi- cidos ou fragmentados. Isso se deve principalmente ao alto índice
lidade e inércia.Dentro das especificações positivas, encontramos de acidez resultante do uso de papéis de baixa qualidade. As más

114
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

condições de armazenamento e o excesso de manuseio também A desmotivação no ambiente organizacional gera dentre outros
contribuem para a degradação dos materiais. Tais documentos agravos como, acidentes, ociosidades e perca no processo. A meto-
têm que ser higienizados com muito critério e cuidado. dologia imposta pelas instituições muitas vezes mal elaboradas des-
- Documentos manuscritos - os mesmos cuidados para com os de o recrutamento e seleção até o resultado das ações propostas,
livros devem ser tomados em relação aos manuscritos. O exame torna-se uma ferramenta argumentativa para que os colaboradores
dos documentos, testes de estabilidade de seus componentes para atribuam à falta de estrutura da empresa as disfunções ocorridas no
o uso dos materiais de limpeza mecânica e critérios de intervenção meio organizacional.
devem ser cuidadosamente realizados. Partindo desses colaboradores a falta de motivação e interesse
- Documentos em grande formato para com o trabalho surge à política da fadiga constante, demons-
- Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura (no trando que quando se realiza uma atividade de maneira prazerosa
geral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de borracha, os resultados são normalmente positivos, de contra partida, ao re-
após testes. Pode-se também usar um cotonete - bem enxuto e alizarem funções de forma relapsa, os fins são insatisfatórios tan-
embebido em álcool. Muito sensíveis à água, esses papéis podem to para os líderes quanto para funcionários, que são submetidos a
ter distorções causadas pela umidade que são irreversíveis ou de constrangimento e desgaste emocional.
difícil remoção. Racionalização da produção significa dizer que os processos
- Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são muito produtivos são pensados de forma racional de modo a primar pela
frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica. Todo cuidado é produtividade, eficiência e eficácia. Fazendo alusão a Weber o pro-
pouco, até mesmo na escolha de seu acondicionamento. cesso a racionalização da produção é um reflexo do desencanta-
- Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma atenção mento do mundo.
especial na limpeza. Em mapas impressos, desde que em boas Ou seja, os processos produtivos passam a ser baseados cada
condições, o pó de borracha pode ser aplicado para tratar grandes vez mais na tecnologia, no cálculo na técnica e não mais na ação
áreas. tradicional ou afetiva. A primeira grande iniciativa de racionalização
da produção ficou conhecida como fordismo-taylorismo no início
9. Pequenos reparos do século XX.
Os pequenos reparos são diminutas intervenções que pode-
mos executar visando interromper um processo de deterioração Taylorismo
em andamento. Essas pequenas intervenções devem obedecer a A produção escala cada vez mais global e a necessidade de
critérios rigorosos de ética e técnica e têm a função de melhorar o diminuição do tempo e do esforço de trabalho demandou novas
estado de conservação dos documentos. Caso esses critérios não estratégias de racionalização da produção para esse fim. Um dos
sejam obedecidos, o risco de aumentar os danos é muito grande e primeiros idealizadores das estratégias de racionalização da produ-
muitas vezes de caráter irreversível. ção foi o engenheiro norte americano Frederick Taylor (1856-1915)
Os livros raros e os documentos de arquivo mais antigos de- que passou a pensar a produção de forma científica.
vem ser tratados por especialistas da área. Os demais documentos O taylorismo ou administração científica partia do pressuposto
permitem algumas intervenções, de simples a moderadas. Os ma- da divisão social do trabalho no qual a gerência era completamente
teriais utilizados para esse fim devem ser de qualidade arquivística separada da execução. Isso repercutia em grande especialização do
e de caráter reversível. Da mesma forma, toda a intervenção deve trabalho e gerou muitos postos de trabalho. Taylor defendia que a
obedecer a técnicas e procedimentos reversíveis. Isso significa redução que o aumento na produção e a redução dos custos dos
que, caso seja necessário reverter o processo, não pode existir ne- produtos deveriam ser revertidos na forma de melhores salários
nhum obstáculo na técnica e nos materiais utilizados. (salário por produção) e também maiores lucros aos empresários.
Toda e qualquer procedimento acima citada obrigatoriamen- Pensando a partir das ideias de Marx é possível dizer que houve
te deve ser feito com o uso dos EPIs – Equipamentos de Proteção uma ampliação da alienação uma vez que o trabalhador não mais
Individual – tais como avental, luva, máscara, toucas, óculos de reconhece o produto do seu trabalho como também perdeu o do-
proteção e pró-pé/bota, a fim de evitar diversas manifestações mínio não apenas dos meios de produção, mas também perdeu o
alérgicas, como rinite, irritação ocular, problemas respiratórios, domínio sobre como produzir. As principais características do taylo-
protegendo assim a saúde do profissional.4 rismo são:
-Separação entre gerência e execução;
– Especialização das atividades;
RACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO
– Padronização da produção;
– Remuneração por desempenho
Racionalização do trabalho nada mais é que a interação dos
profissionais com a rotina de trabalho, realizando suas atribuições Fordismo
com dinâmica. Sejam em grandes montadoras ou em uma feira li- Criado pelo engenheiro americano Henry Ford (1863-1947). O
vre, por exemplo, deve-se racionalizar os movimentos, economizar fordismo é uma aplicação prática do taylorismo, parte do mesmo
tempo e material, otimizando assim, a qualidade dos serviços pres- pressuposto das ideias de Taylor e acrescenta um nome elemento:
tados e o produto final, tornando-se assim mais produtivos. a esteira da linha de produção. Além do trabalhador perder a forma
de organização do trabalho, perde também o ritmo do seu trabalho
o qual é ditado pela donos dos meios de produção que controla a
4Adaptado de Norma Cianflone Cassares
esteira de produção. As principais características do fordismo são:

115
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Aperfeiçoamento da linha de montagem por meio da esteira Na medida em que se sobe na escala hierárquica, aumenta o
(semi-automatização); volume de autoridade do administrador, ao mesmo tempo em que
– Produção e consumo em massa; diminui a necessidade de conhecimento técnico-operacional.
– Baixa exigência de qualificação profissional; Para a Administração Clássica, a autoridade é conceituada
– Operário funcionava como uma peça de máquina e realiza- como um poder formal, ou seja, o direito de dar ordens, de coman-
vam uma única tarefa; dar outros, para que executem ou deixem de executar algo, da ma-
neira considerada pelo possuidor dessa autoridade como adequada
O sistema de produção fordista estava em grande sintonia com para a realização dos objetivos da empresa ou do órgão.
o modelo de estado conhecido como social democracia. Enquanto a Henry Fayol5 dizia que a “autoridade é o direito de dar ordens
iniciativa privada funcionava sob a luz do fordismo o Estado garantia e o poder de exigir obediência”. A autoridade formal é um poder
uma boa arrecadação de impostos os quais financiavam serviços pú- concedido pela organização ao indivíduo que nela ocupa uma de-
blicos. Com os salários valorizados e políticas públicas fortes a renda terminada posição.
do trabalhador potencializava o consumo favorecendo os capitalistas. Para os Neoclássicos, autoridade é o direito formal, legítimo de
Com a Crise do Petróleo entre outras nas décadas de 1970 e tomar decisões, transmitir ordens e alocar recursos para alcançar
1980 o modelo fordista passou a perder espaço por não oferecer objetivos desejados da organização.
a variedade e diversidades de produtos que o mercado globaliza-
do exigia, concomitante a isso houve aumento do setor de serviços A autoridade se distingue por três características:
por conta da automatização intensa da produção. Para atender a 1. Autoridade é alocada em posições da organização e não
um mercado mais globalizado, exigente e sementado foram criadas em pessoas: os administradores têm autoridade devido às posições
mais flexíveis de organização da produção de produção dentre as hierárquicas que ocupam. Outros administradores nas mesmas po-
quais destaca-se o toyotismo. sições têm a mesma autoridade, ou autoridade equivalente.

Toyotismo 2. Autoridade é aceita pelos subordinados: os subordinados


Essa forma de racionalização o trabalho foi criado por Taiichi aceitam a autoridade dos superiores porque acreditam que eles
Ohno (1912-1990). A principal característica do fordismo é a flexibi- têm o direito legítimo, transmitido pela organização, de dar ordens
JUST-IN-TIME produzirlização das atividades produtivas para sobreviver as crises sistêmi- e esperar o seu cumprimento.
a quantidade exata para
atender a demanda, cas do capitalismo com vistas a aperfeiçoar a qualidade, eficiência e

no momento correto e eficácia. As principais características desse sistema são:


comprando matéria prima
3. A autoridade flui para baixo através da hierarquia vertica-
entregando o produto no – Descentralização da produção; lizada: a autoridade flui do topo até a base da organização, e as
prazo estipulado.
Evitando estoques em – Articulação entre as ilhas de produção (just-in-time) posições do topo têm mais autoridade do que as posições da base.
todo o processo
produtivo.
– Primazia pela qualidade;
– Customização das massas; Coordenação6
– Flexibilidade do fluxo de produção e modelos dos produtos; Fayol incluiu a coordenação como um dos elementos da Admi-
– Organização da produção e entrega rápida ( no momento e nistração, enquanto outros autores clássicos a incluem nos princí-
na quantidade exata); pios de Administração.7
– Diminuição do desperdício; Para Fayol, a coordenação é a reunião, a unificação e a con-
– Número reduzido de trabalhadores; fluência de toda a atividade e esforço, enquanto para Luther Gulick,
– Funções polivalentes (multitarefas) e alta especialização; se a subdivisão do trabalho é indispensável, a coordenação é obri-
gatória.
Os sistema flexíveis de produção embora tenham representa- Para James Mooney, a “coordenação é a distribuição ordenada
do diminuição dos custos de produção, aumento da variedade de do esforço do grupo, a fim de obter unidade de ação na consecução
produtos e tenha incentivado a criatividade e o trabalho em equi- de um fio comum”.
pe continuou alienando o trabalhador do seu produto de trabalho. A coordenação deve ser baseada em uma real união de inte-
Os empregados continuaram sendo controlados não mais de forma resses. A coordenação indica que há um alvo ou objetivo a alcançar
vertical por gerentes e supervisores, mas pelo seus próprios cole- e que deve guiar os atos de todos. A pressuposição básica de que
gas de trabalho. Além disso, a descentralização enfraqueceu a or- quanto maior a organização e quanto maior a divisão do trabalho,
ganização dos trabalhadores visto que o poder de barganha de uma tanto maior será a necessidade de coordenação, para assegurar a
empresa centralizada era muito maior do que neste modelo no qual eficiência da organização como um todo, sendo a coordenação in-
os trabalhadores ficam dispersos em varias ilhas de produção espa- cumbência dos gestores com auto grau de autoridade dentro da
lhadas mundo a fora. organização.

DELEGAÇÃO DE PODERES, CENTRALIZAÇÃO E DESCEN-


TRALIZAÇÃO

Autoridade
Direito de decidir, de dirigir outros na execução das tarefas ne-
cessárias à prossecução dos objetivos. Em toda organização formal 5 FAYOL, H.; Administração Industrial e Geral. Atlas, SP; 1990.
existe uma hierarquia que divide a organização em camadas ou ní- 6 CHIAVENATO, I.; Teoria Geral da Administração. 2008.
veis de autoridade. 7 Idem.

116
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Poder e Autoridade8 A perda da autoridade, no sentido restrito da palavra, reduz a


Para Weber9, a relação entre a ordem e o comando (autorida- clareza das tarefas a serem executadas. Isto implica não só na perda
de) que se estabelecem entre os indivíduos é dividida em três itens: do controle do líder em relação aos seus liderados, como também
a tradição, o carisma e a burocracia. na redução da credibilidade frente aos seus superiores. Esta condi-
Autoridade Tradicional: quando uma pessoa ou grupo social ção provoca uma desconfiança geral na sua capacidade de manu-
obedece a um outro porque tal obediência é proveniente do hábito tenção e coesão dos grupos (subordinados e superiores) quanto a
herdado das gerações anteriores. A tradição é extrínseca ao líder. A sua capacidade de atingir os objetivos.
autoridade tradicional não anula a presença de outras, tais como as A autoridade, portanto, não passa, nesse sentido, de uma ha-
habilidades pessoais. bilidade específica, de forma que ser um líder torna-se um objetivo
Autoridade Carismática: é proveniente das características pes- como outro qualquer. Seu caráter instrumental é reforçado pelas
soais dos indivíduos. Sua base de legitimação é a devoção dos segui- propostas dos gerencialistas, que enxergam a liderança como mais
dores à imagem dos grandes líderes religiosos, sociais ou políticos. uma técnica para ser aprendida.
Portanto, a ideia de carisma está associada às qualidades pessoais A tentativa de utilizar a Teoria Weberiana da autoridade, neste
e à posição organizacional ou às tradições. O carisma é, em muitos tipo de abordagem, acaba por simplificar o problema da liderança,
casos, a base explicativa de autoridades informais nas organizações. caindo na insensatez de supor que as três formas da autoridade
Autoridade Burocrática: também conhecida como Racional- (tradicional, carismática e burocrática) possam condicionar todas as
-Legal, é a principal base da autoridade no mundo contemporâneo. explicações possíveis para as abordagens conceituais da liderança.
Apesar das modernas organizações formais (Estado, organizações A teoria da autoridade de Weber jamais teve esta finalidade de
públicas e privadas, etc.) procurarem tratar a liderança como um ser uma teoria da liderança e só consegue ser utilizada como tal por
atributo de cargos específicos, que deve ser legitimamente aceita preencher as três dimensões básicas das relações sociais:
pelos indivíduos, a hierarquia em uma organização tem como um - A dimensão pessoal (representada pela autoridade carismá-
dos objetivos emprestar aos ocupantes dos cargos o direito de to- tica);
mar decisões e de se fazer obedecido, dentro de uma divisão pré- - A relação social (representada pela autoridade tradicional); e
-estabelecida e aceita de antemão. A autoridade burocrática, desta - A relação estrutural (representada pela relação racional-legal
forma, é extrínseca à figura do líder, ela é de caráter temporário e ou burocrática).
pertence ao cargo da pessoa que ocupa. A autoridade formal tem
como característica o uso da “força” e a necessidade de manter a Estas dimensões enquadram praticamente todas as possibili-
ordem e estabilidade depende da delegação da autoridade buro- dades que podem ocorrer nas relações sociais. Portanto, elas não
crática. devem ser confundidas com as reais “forças” que guiam as ações da
Outras duas formas de autoridade são identificadas nos estu- liderança, mas como bases das relações de poder (Faria11).
dos organizacionais: a autoridade pelas relações pessoais e pela
competência técnica. Responsabilidade
A autoridade pela relação pessoal: é aquela atribuída às rela- A responsabilidade é outro lado da moeda. Significa a obriga-
ções que se estabelecem entre os indivíduos. Estas relações são de ção de se empenhar da melhor forma possível na realização das
caráter pessoal e estão relacionadas com os vínculos sociais – ami- funções que a essa pessoa foram atribuídas, isto é, o dever de de-
zade, relacionamento com pessoas importantes, etc. sempenhar a tarefa ou atividade para a qual a pessoa foi designada.
A autoridade por competência técnica: está relacionada com O grau de autoridade é proporcional ao grau de responsabilidade
a influência no comportamento alheio através da superioridade do assumida pela pessoa.
líder no plano do conhecimento. Os seguidores se deixam influen- Para os autores neoclássicos, a responsabilidade provém da
ciar por acreditarem que seus líderes possuem competências e co- relação superior-subordinado e do fato de alguém ter autoridade
nhecimentos superiores aos seus. Uma forma não exclui as outras. para exigir determinadas tarefas de outras pessoas. É a relação con-
Para Kernberg10, que concorda com as formas acima identifi- tratual pela qual o subordinado concorda em executar serviços em
cadas, a liderança refere-se ao reconhecimento que os liderados troca de retribuições ou compensação monetária.
creditam ao líder na execução das suas tarefas. A liderança, aliada Portanto, podemos concluir que a autoridade, emana do supe-
à autoridade geral, é um importante fator para o cumprimento dos rior para o subordinado, enquanto a responsabilidade é a obrigação
objetivos estabelecidos. No entanto, ambas necessitam de outras exigida do subordinado para que este realize tais deveres.
fontes de autoridade, tais como o conhecimento técnico do líder,
suas habilidades humanas e sua personalidade. Delegação
As delegações de autoridade inadequadas ou excessivas são Processo de atribuir a alguém a responsabilidade do exercício
problemas frequentes e isto se deve, em parte, ao processo de ra- de uma atividade e a correspondente autoridade para o efeito.
cionalização que ocorre nas organizações. A estrutura organizacio- Segundo Chiavenato12, delegação é “o processo de transferir
nal, cada vez mais dominada pela burocratização e pela supremacia autoridade e responsabilidade para posições inferiores na hierar-
do uso da técnica, faz com que nem sempre as delegações de au- quia”.
toridade sejam respaldadas por aqueles que recebem o novo líder. Delegação é a transferência de determinado nível de autorida-
8 FARIA, J. H; MENEGHETTI, F.K. Liderança e Organizações – Leadership and Organiza- de de um chefe para seu subordinado, criando a crescente respon-
tions. Volume II – número 2, 2011. sabilidade pela execução da tarefa delegada.
9 WEBER, Max. Economia y sociedad. México-DF: Fondo de Cultura Económi-
ca,1992. 11 FARIA, José Henrique de. Poder e relações de poder. Curitiba: UFPR/CE-
10 KERNBERG, Otto F. Factors in the psychoanalytic treatment of narcissistic PPAD, 2001.
personalities. 1970. 12 CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. 2008.

117
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Quando se fala de delegação, vale lembrar um princípio im- Delegar à pessoa certa: nem todas as pessoas têm as mesmas
portante de uma organização, assim como da administração, é que capacidades e motivações. O gerente deve conciliar o talento da
a autoridade deve ser igual à responsabilidade. Esse princípio, co- pessoa com a tarefa para que a delegação seja eficaz. Deve identifi-
nhecido como a equivalência da autoridade e da responsabilidade, car os subordinados que são independentes em suas decisões e que
garante que o serviço será feito com uma quantidade Mínima de demonstram desejo de assumir novas responsabilidades.
frustração por parte do pessoal. Se o gerente não delegar autori- Delegar responsabilidade e autoridade: designar apenas ta-
dade que se iguale à responsabilidade, criará uma insatisfação no refas não constitui uma delegação completa. O indivíduo deve ter
funcionário e em geral gastará energia e recursos. responsabilidade para realizar a tarefa e a autoridade para desem-
Deve ser lembrado, que vários livros sobre a matéria não fazem penhar a tarefa da maneira que julgar melhor.
distinção entre descentralização e delegação, acrescentando alguns Proporcionar informação adequada: a delegação bem-sucedi-
que a delegação é o instrumento da descentralização. da inclui informação sobre o quê, por que, quando, onde, quem e
como. O subordinado deve compreender a tarefa e os resultados
O processo de delegação compõe-se de três fases: esperados, as provisões e os recursos necessários e para quem e
1. Distribuição de tarefas pelo dirigente aos seus subordinados. quando os resultados deverão ser apresentados.
2. Permissão para praticar os atos necessários ao desempenho Manter retroação: retroação significa linhas abertas de comu-
das tarefas (Autoridade) nicação com o subordinado para responder questões e proporcio-
3. Criação da obrigação dos subordinados perante o dirigente nar orientação, mas sem exercer controle. A retroação dá ao subor-
de executarem satisfatoriamente as tarefas (Responsabilidade) dinado a pista certa, e as linhas abertas de comunicação aumentam
a autoconfiança.
A delegação é feita através de um documento revestido de Avaliar e recompensar o desempenho: quando a tarefa é exe-
formalidade apropriada (portaria, aviso, determinação etc.) que cutada, o gerente deve avaliar os resultados e não os métodos.
deverá indicar com precisão a autoridade delegante, a autoridade Quando os resultados não alcançam as expectativas, o gerente deve
delegada, as atribuições objeto da delegação e, se for o caso, a sua montar os erros e as consequências. Quando alcançam ou ultrapas-
vigência. sam as expectativas, o gerente deve recompensar o trabalho bem
A delegação de autoridade, também conhecida como em- feito com orgulho, recompensas financeiras e delegação de novas
powerment ou empoderamento (descentralização de poderes), atividades.
pressupõe maior participação dos trabalhadores nas atividades da
empresa ao lhes ser dada maior autonomia de decisão e responsa- Saber como delegar autoridade em uma empresa é muito im-
bilidades. portante para que haja uma distribuição de tarefas e responsabili-
Isso porque, os gestores precisam adotar novas maneiras de dades, fazendo com que cada vez mais funcionários tenham emba-
trabalhar para liderar as organizações. Eles precisam abandonar ra- samento para tomar decisões e definir estratégias em suas funções.
pidamente os antigos métodos de comando autocrático e de con-
trole coercitivo sobre as pessoas, adotar o compartilhamento de Razões para que os gestores procedam à delegação de pode-
ideias e de objetivos comuns e dotar os subordinados de empower- res:
ment. Este termo trata do fortalecimento das pessoas por meio do - Maior rapidez na tomada de decisões
trabalho em equipe. Sendo assim, de acordo com Chiavenatto13, a - Permite o treino e desenvolvimento pessoal
delegação de autoridade ou empowerment tem seus principais as- - Aumenta o nível de motivação
pectos: Poder, Motivação, Desenvolvimento e Liderança. - Conduz a melhores decisões e a trabalho melhor executado
Para o autor, o empowerment é uma ação que permite melho- - Permite desempenhar tarefas e funções mais complexas
rar a qualidade e a produtividade dos colaboradores, fazendo com
que o resultado do serviço prestado seja satisfatoriamente melhor. A Ausência de Delegação Acarreta Algumas Situações:
Estas melhorias acontecem através de delegação de autoridade e - Para a empresa: o ritmo dos negócios é aquele imposto por
de responsabilidade, fomentando a colaboração sistêmica entre di- seu proprietário. A administração torna-se morosa e dependente. A
ferentes níveis hierárquicos e a propagação de confiança entre os participação dos funcionários é baixa.
liderados e os líderes.
- Para o empresário: existe sobrecarga de trabalho que exige
A delegação de autoridade possui diversas técnicas que podem dele atuação nas mais diferentes áreas. Comumente sente-se só.
ser utilizadas para maximizar o seu alcance, senão vejamos: Trabalhando tenso, estará predisposto ao stress e as suas conse-
quências negativas.
Técnicas de Delegação
Delegar a tarefa inteira: o gerente deve delegar a tarefa inteira - Para o funcionário: baixo desenvolvimento profissional e
a uma pessoa ao invés de subdividi-la entre várias pessoas. Isso dá envolvimento com coisas da empresa. Não existindo motivação e
a cada indivíduo a responsabilidade completa e aumenta sua in- ocorrendo desejo de participação não correspondido, os melhores
ciativa enquanto proporciona ao gerente melhor controle sobre os elementos não permanecem.
resultados.

13 Idem.

118
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Entretanto, deve-se salientar que há possibilidade de proble- Número de subordinados maior que a amplitude administrativa.
mas no processo de delegação, tais como: Neste caso, podem ocorrer os seguintes problemas:
a) Probabilidade de perda de controle se o feedback não for - Desmotivação;
apropriado; - Ineficiência de comunicações;
b) Eventualidade de fracasso se o grau de responsabilidade e - Decisões demoradas e mal estruturadas; e
autoridade não for perfeitamente definido e entendido; - Queda do nível de qualidade de trabalho.
c) Pode ser desastrosa se a pessoa a qual se delega não possui
capacidade, aptidões nem experiência necessárias para a função ou Número de subordinados menor que a amplitude administra-
tarefa; tiva.
d) Problemática, se for atribuída responsabilidade, mas insufi- - Capacidade ociosa do chefe;
ciente autoridade para desempenhar o cargo. - Custos administrativos maiores;
- Falta de delegação;
Deve-se considerar que a delegação se faz sempre com uma - Desmotivação; e
finalidade. Assim, sempre que se delega, deve conceder determi- - Pouco desenvolvimento dos subordinados.
nado grau de liberdade de atuação, isto é, deixar que a pessoa em
quem se delega se esforce por desempenhar bem a função, e evitar CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
excesso de paternalismo e onipresença em todos os momentos de
dificuldade, a fim de que haja um desenvolvimento maior por parte Resultados de pesquisas, nas grandes empresas, têm demons-
do funcionário. trado, de forma inequívoca, que uma administração eficaz se fun-
Quanto maior a quantidade de níveis hierárquicos, maior a ne- damenta na centralização das decisões finalísticas, compreendendo
cessidade de delegar autoridades. Porém, muitas empresas nos dias não só a formulação de políticas e as definições estratégicas, mas
de hoje, procuram enxugar seus níveis hierárquicos, eliminando bu- também uma acentuada descentralização das responsabilidades
rocracias e perda de tempo nas tomadas de decisão. E a delegação pelas decisões sobre meios instrumentais, envolvendo a tradução
de autoridades pode ajudar muito neste processo. Além de ser um das políticas em objetivos, metas e atividades.
importante aliado na gestão e liderança de equipes de trabalho. No processo de descentralização, deve haver uma dosagem
adequada, pois não podemos ter uma empresa totalmente centra-
Amplitude de Controle lizada nem completamente descentralizada, competindo aos diri-
Referente à delegação, é importante a compreensão acerca dos gentes encontrar o ponto de equilíbrio na definição e implementa-
temas “Amplitude de Controle” que reveste a centralização e des- ção da política organizacional, segundo as pressões dos ambientes
centralização, conforme verificaremos a seguir: internos e externos à empresa.
Não se pode classificar todas as formas de centralização como
Amplitude de controle, também denominada amplitude ad- eficazes ou ineficazes. O mesmo se aplica à descentralização. Cada
ministrativa ou amplitude de supervisão, refere-se ao número de forma tem suas vantagens e desvantagens. Se uma organização é
subordinados que um chefe pode subordinar pessoalmente, de ma- muito grande e diversificada e possuem limitações de especializa-
neira efetiva e adequada. ção geralmente levam à descentralização da autoridade para chefes
A quantidade de subordinados que um administrador pode de setores diferentes. Se a velocidade e adaptação às mudanças
dirigir eficientemente irá depender de diversas considerações bá- são características da empresa, a tendência é para a descentrali-
sicas, aplicáveis: zação. A dispersão geográfica também favorece a descentralização
a) Ao trabalho a ser feito; da autoridade. Por outro lado, algumas organizações têm sistemas
b) À qualidade da administração; de comunicações excelentes e rápidas e outras não têm à disposi-
c) À intensidade de supervisão exercida; e ção pessoal adequado, o que tendem a favorecer a centralização da
d) A capacidade dos subordinados. autoridade.

Vários autores defendem que o número ideal de subordinados Centralização


para as autoridades superiores é de três ou quatro. Enquanto que Uma empresa é centralizada, quando a maioria das decisões
nos níveis inferiores da organização (onde o que se delega e auto- são tomadas pelas chefias posicionadas nos seus níveis hierárqui-
ridade para o desempenho de tarefas específicas e não para super- cos superiores, ocorrendo uma redução dos centros decisórios.
visão de outros) o número pode ser de oito a doze. Na pratica as
organizações raramente obedecem a esses números, constituindo 1. A centralização ocorre normalmente nas seguintes situa-
uma das razões da delegação não produzir os resultados esperados. ções básicas:
O estabelecimento do número ideal depende de um adequa- a) Para manter maior nível de integração da empresa;
do diagnóstico organizacional, influindo diretamente na solução de b) Para manter uniformidade de decisões e ações;
problemas. c) Para melhor administrar as urgências;
À medida que uma pessoa sobe numa estrutura organizacional, d) Quando o empresário não quer um segundo homem que
sua amplitude de controle torna-se menor. Ocorre também que, no lhe faça sombra;
mesmo nível hierárquico haverá considerável variação na amplitude e) Quando a estrutura organizacional da empresa não possibi-
de controle. De qualquer forma, existe relação entre amplitude de lita a descentralização.
controle e níveis hierárquicos e vice-versa. f) Para aumentar o nível de controle das atividades da empre-
Uma amplitude de controle inadequada para a empresa pode sa.
causar determinados problemas, tais como:

119
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

2. Existem decisões que são centralizadas na grande maioria 3. Algumas vantagens da descentralização:
das empresas, destacando-se: a) Rapidez nas decisões pela proximidade do lugar onde sur-
a) Decisões sobre diretrizes que a empresa traçará para atingir gem os problemas;
suas metas, gerando uma política de uniformidade de ação para b) Aumento do moral e da experiência dos jovens executivos;
toda instituição. c) Diminuição da esfera de controle do principal executivo;
b) Decisões que envolvam custos muito altos, não só em d) Tendência a maior número de ideias inovadoras;
termos financeiros, como também em termos de conceito da e) Possibilidade de maior participação e motivação;
empresa, seu posicionamento no mercado etc. f) Maior tempo à alta administração para outras atividades;
g) Maior desenvolvimento da capacitação gerencial e profis-
3. Principais vantagens da centralização: sional.
a) Menor número de níveis hierárquicos;
b) Melhor uso dos recursos humanos, materiais, equipamen- 4. Algumas desvantagens da descentralização:
tos e financeiros; a) Inadequada utilização dos especialistas centrais;
c) Melhor possibilidade de interação no processo de planeja- b) Maior necessidade de controle e de coordenação;
mento, controle e avaliação; c) Maior dificuldade de normatização e de padronização;
d) Maior uniformidade em termos de processos técnicos e d) Pouca flexibilidade da organização frente a situações excep-
administrativos; cionais;
e) Decisões estratégicas mais rápidas; e) Necessidade de contar com dirigentes treinados para a
f) Maior segurança nas informações. descentralização;
f) O custo das comunicações tende a aumentar;
Descentralização g) Maior dificuldade de coordenação de atividades que envol-
A descentralização administrativa existe quando a maioria das vem alto nível de interdependência.
decisões se processa nos níveis hierárquicos inferiores, ou seja, a
descentralização coloca os centros decisórios o mais próximo possí- Pode-se dizer que a descentralização deve ser considerada
vel dos órgãos de execução. como os demais problemas organizacionais, em termos de conve-
A descentralização remota à década de 20, quando a GMC (Ge- niência administrativa. Sempre que uma decisão puder ser mais
neral Motors Company) conseguiu grande sucesso em seu comple- bem tomada ao nível operativo, com maior rapidez e favorecendo
xo industrial, graças à aplicação dessa filosofia, que se apresenta- o completo exame dos vários fatores em causa, pode-se proceder
ram mais fortemente nas grandes instituições a partir da Segunda logo a uma descentralização da função respectiva.
Guerra Mundial. A descentralização está intimamente associada à ideia de se
A descentralização é um estado de espírito, criado pela admi- alterar o regimento interno da organização e os documentos decor-
nistração estratégica que formula os limites dentro dos quais se de- rentes, para que a decisão relativa aos assuntos descentralizados
senvolve e que assegura as comunicações necessárias e a formação passe a ser competência dos níveis inferiores.
dos homens que o praticam. A política de descentralização é fre- A descentralização tem caráter permanente e é impessoal,
quentemente revista, devendo ser dinâmica, não podendo ser re- onde a autoridade passa para o nível subordinado às atribuições e
duzida a formulários e/ou instruções imutáveis, variando de acordo às responsabilidades, sendo a descentralização uma decisão admi-
com as necessidades das organizações. nistrativa discricionária, que deve levar em consideração inúmeros
fatores de conveniência e oportunidade.
1. A descentralização normalmente ocorre nas seguintes si-
tuações: LIDERANÇA
a) A carga de trabalho de alta administração está volumosa e/
ou demasiadamente complexa;
b) Pela maior ênfase que a empresa quer dar à relação produ- Prezado Candidato, o tema supracitado, já foi abordado nos
to-mercado; tópicos anteriores
c) Para encorajar o desenvolvimento gerencial de seus executi-
vos lotados na média e baixa administração; MOTIVAÇÃO
d) Para proporcionar maior participação e motivação;
e) O grande volume de trabalho de alta administração provoca
morosidade no processo decisório. Prezado Candidato, o tema supracitado, já foi abordado nos
tópicos anteriores
2. Para que o processo de descentralização seja efetivado al-
gumas questões devem ser observadas, tais como: COMUNICAÇÃO
a) Nível de treinamento e preparo da chefia;
b) Grau de confiança dos chefes sobre os subordinados;
c) Capacidade do subordinado de lidar com as suas responsa- Prezado Candidato, o tema supracitado, já foi abordado nos
bilidades; tópicos anteriores
d) A forma de atuação das unidades organizacionais de asses-
soria.

120
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Além disso, a sua relação com os colegas também é beneficiada


ETIQUETA NO TRABALHO — afinal, ninguém gosta de fofocas — e isso melhora o trabalho em
equipe. A consequência é que o trabalho fica mais fluído.
Sobre a etiqueta profissional Bem, é evidente que a etiqueta profissional tem diversos bene-
A etiqueta relacionada ao ambiente de trabalho envolve um fícios, sendo importante em qualquer ambiente de trabalho. Agora
conjunto de ações pré-definidas que ajudam a criar uma convi- que você já entende mais sobre o assunto é só colocá-lo em prática
vência harmônica entre os funcionários. Ela funciona como boas no seu cotidiano.
maneiras para evitar ofender, constranger ou passar por cima da
autoridade de alguém.
RELAÇÕES HUMANAS: COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
A questão é que as empresas são diferentes e cada uma abri-
ga pessoas com personalidades e vivências variadas. Sendo assim,
para que um funcionário não se sinta perdido ao começar um novo As relações humanas no trabalho ocorrem de maneira ininter-
trabalho e para tornar mais natural as relações de negócios criou-se rupta, a partir da interação entre duas ou mais pessoas. Essa habi-
a etiqueta profissional. lidade é essencial para obter um clima organizacional produtivo e
harmonioso porque gera empatia, colaboração e o alinhamento de
Vantagens em observar as regras de etiqueta objetivos.
Você já sabe que seguir uma etiqueta profissional torna o am- As relações humanas no trabalho são essenciais para o esta-
biente de trabalho mais confortável. Agora vamos mostrar, em ter- belecimento de um clima organizacional produtivo e harmonioso.
mos práticos, como isso funciona. Mas que isso não seja o único motivo para a promoção e a con-
tínua manutenção das boas relações humanas no trabalho: afinal, o
Facilita a comunicação seu desequilíbrio pode gerar uma série de problemas.
Prestar atenção à forma que alguém gosta de ser chamado, não Entre os principais podemos citar a desmotivação, o estresse e
interromper outra pessoa quando ela estiver falando e dar às boas o acúmulo de conflitos internos — sintomas característicos de uma
vindas aos novos funcionários: tudo isso faz parte das regras de eti- empresa desagregadora e com baixo índice de desenvolvimento.
queta e ajuda na comunicação. Como andam as relações humanas no trabalho em sua empre-
sa? Que tal conferir, conosco, o impacto positivo em trabalhá-la e
Ajuda na hora de conseguir uma vaga de emprego promover um clima verdadeiramente produtivo? É só seguir com
O recrutador leva em consideração o comportamento profis- esta leitura, então!
sional. Ou seja, ele vai reparar se você chegou atrasado, se deu
atenção ao vestuário, irá observar a linguagem corporal, entre ou- O que são as relações humanas no trabalho?
tras coisas. Assim, quem está por dentro da etiqueta profissional Basicamente, uma relação humana é aquela em que ocorre a
leva vantagem na entrevista. interação entre duas ou mais pessoas. Quando eficiente, essa habi-
lidade é trabalhada de maneira ininterrupta. Ocorre, por exemplo,
Contribui para manter a harmonia no ambiente profissional quando:
Respeitar o espaço do seu colega contribui para manter a boa - um líder delega atividades para a sua equipe;
convivência e ajuda você a não se tornar aquela pessoa inconve- - uma reunião é convocada;
niente que não liga para as necessidades da equipe. - um feedback é fornecido;
Evite comer na mesa de trabalho para que o cheiro não impreg- - ideias são sugeridas;
ne o ambiente; - divergência estabelecem a riqueza de um debate.
Caso a sua bancada ou sala seja compartilhada, não fale alto Ou seja: a todo momento as relações humanas no trabalho in-
durante ligações ou conversas para não atrapalhar a concentração terpelam o caminho dos colaboradores.
do colega;
Entre em um acordo sobre a temperatura do ar-condicionado, Qual é a importância das relações humanas no trabalho?
etc. Anteriormente, destacamos que a falta de sintonia no convívio
entre os colaboradores pode, lenta e gradualmente, evoluir para
Ajuda a criar uma boa imagem um estado crônico de estresse, desmotivação, desagregação e im-
Observar as regras de etiqueta profissional significa que você produtividade.
vai levar em conta vestuário, higiene e questões éticas. Tudo isso
ajuda na criação de uma boa imagem perante os colegas de traba- Por sua vez, exemplos de boas relações humanas no trabalho
lho. são, de fato, soluções para minimizar as situações acima. Veja só
alguns deles que contribuem para um bom clima organizacional:
Aumenta a produtividade - respeito aos colegas e superiores;
As regras de etiqueta falam sobre evitar fofocas dentro da em- - fofocas são erradicadas do dia a dia;
presa e abordam a importância da pontualidade. Ambos as ques- - paciência para saber ouvir;
tões contribuem para aumentar seu foco nas atividades, evitando - colaboração com os colegas;
distrações desnecessárias. - ideias e sugestões sem atacar os companheiros de trabalho;
- respeito e acolhimento de uma cultura de respeito às dife-
renças.

121
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Isso significa que a importância das relações humanas no tra- Afinal, em nome de um reconhecimento maior, muitos podem
balho está intimamente associada à construção de um ambiente optar por abandonar a gentileza, o respeito e a generosidade no
positivo, de condições favoráveis para o exercício da profissão. dia a dia.
E não pense que o conceito é recente: em 1930, um estudo foi E, aí, os problemas podem se acumular, com o aumento de
conduzido na fábrica de Hawthorne Works (Illinois, EUA) e apontou conflitos internos, estresse em níveis desproporcionais e uma in-
que pequenas mudanças, na rotina, já afetam a produtividade das satisfação que pode levar ao aumento do índice de rotatividade na
equipes. empresa.
Além disso, descobriu-se que as relações humanas têm eleva-
do impacto nessa oscilação de produção. Não à toa, essa é toda a Como promover as relações humanas no trabalho?
base estrutural da Gestão de Recursos Humanos. A seguir, nós vamos destacar alguns pontos-chave que o setor
de RH pode se inspirar para valorizar — continuamente — as rela-
Quais riscos impedem o desenvolvimento das relações huma- ções humanas no trabalho. São eles:
nas? - monte um plano de carreira que envolva a todos os profis-
As consequências das más relações humanas no trabalho já sionais;
foram identificadas, até aqui. O que muitos profissionais de RH de- - consolide um sistema de avaliação com o feedback 360°, per-
vem estar pensando, então, é: “e o que motiva esse tipo de proble- mitindo a transparência e a autonomia para que todos tenham voz
ma na empresa?” ativa na empresa;
- treine e capacite as equipes a desenvolverem a inteligência
Abaixo, algumas das questões associadas a esse problema se- emocional — individual e coletivamente;
rão observadas, como: - monte uma comunicação eficaz na empresa;
- coíba ações que possam ferir o orgulho dos colaboradores;
Falta de empatia - promova campanhas de conscientização e respeito à diversi-
Muitos confundem lógica e razão com a ausência de empatia dade no ambiente de trabalho;
— um engano tremendo! - estabeleça eventos internos que facilitem e fortaleçam a inte-
Afinal de contas, é por meio da empatia que as pessoas criam ração e integração das equipes. Isso fomenta, qualitativamente, as
elos, afinidade e a compreensão que facilite as relações humanas relações humanas no trabalho;
no trabalho. - oriente a liderança a estimular a competitividade, para gerar
Por exemplo: funcionários empáticos avaliam todo o proces- engajamento, mas sempre sob a sua supervisão para evitar os ex-
so de trabalho e entendem como a sua etapa do fluxo impacta os cessos.
profissionais responsáveis pela sequência do processo. Eles não se Convém adiantar: todas essas ações devem ser planejadas e
limitam, exclusivamente, ao que gira em torno de suas rotinas. executadas pelo setor de RH — sempre em conjunto com as lide-
Ao contrário de um profissional que, para ascender na carreira, ranças da empresa.
focam só no seu sucesso e permanece indiferente às consequências Pois, assim, há como realizar um monitoramento próximo e
que suas ações causam aos outros. efetivo a respeito dos resultados de cada ação promovida. Com
base em métricas previamente estipuladas, os profissionais conse-
Desrespeito guem avaliar o efeito que cada campanha surtiu, podendo intensi-
Outro aspecto que influencia negativamente nas relações hu- ficar ou diversificar as ações seguintes.
manas no trabalho, o desrespeito impede que exista harmonia en- No fim das contas, promover as relações humanas no trabalho
tre as equipes. é uma necessidade. Suas ações e consequências contribuem direta-
Perceba, inclusive, que isso pode acontecer em qualquer cargo mente com o desenvolvimento de uma empresa.
hierárquico e a qualquer momento. Daí a importância em construir Na mesma proporção que a falta de um cuidado, nesse sen-
um local de trabalho cuja qualidade de vida e o bem-estar coletivo tido, estabelece um clima desagregador à rotina, com resultados
sejam enaltecidos. bastante problemáticos. (https://www.xerpa.com.br/blog/rela-
coes-humanas-no-trabalho/)
Arbitrariedade O Relacionamento interpessoal é um conceito da área da so-
Pessoas que se abstêm da imparcialidade geram transtornos ciologia e psicologia que significa uma relação entre duas ou mais
diversos, no ambiente corporativo. Por exemplo: gestores que au- pessoas. Este tipo de relacionamento é marcado pelo contexto
xiliam aqueles com quem eles têm afinidade. onde ele está inserido, podendo ser um contexto familiar, escolar,
Como consequência disso, o resto da equipe se sente despro- de trabalho ou de comunidade.
tegida e desvalorizada, iniciando um processo de desmotivação e O relacionamento interpessoal é fundamental em qualquer or-
uma falta de compromisso coletiva e crônica. ganização, pois são as pessoas que movem os negócios, estão por
trás dos números, lucros e todo bom resultado, daí a importância
Muita competitividade de se investir nas relações humanas. No contexto das organizações,
Até como um complemento ao tópico da empatia, podemos o relacionamento interpessoal é de extrema importância. Um rela-
apontar a competitividade como um elemento debilitante das boas cionamento interpessoal positivo contribui para um bom ambiente
relações humanas no trabalho. dentro da empresa, o que pode resultar em um aumento da pro-
dutividade.

122
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Em uma empresa é muito importante desenvolver cursos e A diversidade está em alta. As pessoas estão deixando de se-
atividades que estimulem as relações interpessoais a fim de melho- rem meros recursos produtivos para ser o capital humano da orga-
rar a produtividade através da eficácia. Pessoas focadas produzem nização. O trabalho está deixando de ser individualizado, solitário
mais, se cansam menos e causam menos acidentes. Por isso, o con- e isolado para se transformar em uma atividade grupal, solidária e
ceito de relacionamento interpessoal vem sendo aplicado em di- conjunta.
nâmicas de grupo para auxiliar a integração entre os participantes, Hoje, em vez de dividir, separar e isolar tornou-se importan-
para resolver conflitos e proporcionar o autoconhecimento. te juntar e integrar para obter efeito de melhor e maior resultado
Estimulando as Relações Interpessoais todos saem ganhando, e multiplicador. As pessoas trabalham melhor e mais satisfeitas
a empresa em forma de produtividade e os colaboradores em for- quando o fazem juntas. Equipes, trabalho em conjunto, compar-
ma de autoconhecimento, o que agrega valores em sua carreira e tilhamento, participação, solidariedade, consenso, decisão em
em sua relação com a família e a sociedade. equipes:essas estão sendo as palavras de ordem nas organizações (
Trabalhar as relações interpessoais dentro das empresas é tão CHIAVENATO, 2002, p.71-72 ).
importante quanto à qualificação e capacitação individual, pois Como se viu até então, as pessoas são produtos do meio em
quanto melhores forem as relações, maiores serão a colaboração, a que vivem, têm emoções, sentimentos e agem de acordo com o
produtividade e a qualidade. conjunto que as cercam seja no espaço físico ou social.
Entre os relacionamentos que temos na vida, os de trabalho são
diferenciados por dois motivos: um é que não escolhemos novos As Relações Humanas nas Organizações
colegas, chefes, clientes ou parceiros; o outro é que, independente- Os indivíduos dentro da organização participam de grupos so-
mente do grau de afinidade que temos com as pessoas no ambiente ciais e mantêm-se em uma constante interação social. Para explicar
corporativo, precisamos relacionar bem com elas para realizar algo o comportamento humano nas organizações, a Teoria das Relações
junto. A cordialidade desinteressada que oferecemos por iniciativa Humanas passou a estudar essa interação social. As relações huma-
própria, sem esperar nada em troca, é um facilitador do bom relacio- nas são as ações e atitudes desenvolvidas e através dos contatos
namento no ambiente de trabalho. Afinal, os relacionamentos são a entre pessoas e grupos.
melhor escola para o nosso desenvolvimento pessoal. Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada
Chiavenato (2002), nos leva a compreender que a qualidade que influi no comportamento e atitudes das outras com quem man-
de vida das pessoas pode aumentar através de sua constante ca- tém contatos e é, por outro lado, igualmente influenciada pelas ou-
pacitação e de seu crescente desenvolvimento profissional, pois tras. Cada pessoa procura ajustar-se às demais pessoas e grupos,
pessoas treinadas e habilitadas trabalham com mais facilidade e pretendendo ser compreendida, aceita e participa, com o objetivo
confiabilidade, prazer e felicidade, além de melhorar na qualidade de entender os seus interesses e aspirações.
e produtividade dentro das organizações também deve haver re- A compreensão da natureza dessas relações humanas permite
lacionamentos interpessoais, pois o homem é um ser de relações, melhores resultados dos subordinados e uma atmosfera onde cada
ninguém consegue ser autossuficiente e saber se relacionar tam- pessoa é encorajada a expressar-se livre e de maneira sadia.
bém é um aprendizado. Com o avanço da tecnologia, o trabalho também passa a ser
As convivências ajudam na reflexão e interiorização das pes- mais individual, cada funcionário em seu setor, isso faz com que
soas, e também apresentam uma rejeição à sociedade egoísta em as pessoas fiquem distantes uma das outras, aumentando o nível
que vivemos. de stress, pois não conseguem mais se relacionarem, não há mais
De qualquer forma, não podemos deixar de entender que uma tempo para o diálogo.
organização sem pessoas não teria sentido. Uma fábrica sem pes- A comunicação hoje é tudo, saber se comunicar é fundamental
soas pára; um computador sem uma pessoa é inútil. “Em sua es- e para o sucesso de uma organização isso é essencial. Chiavenato
sência, as organizações têm sua origem nas pessoas, o trabalho é (2010, p.47) diz: “A informação não é tocada, palpável nem medi-
processado por pessoas e o produto de seu trabalho destina-se às da, mas é um produto valioso no mundo atual porque proporciona
pessoas (LUCENA, 1990, p.52)”. poder”.
Nesse sentido, Chiavenato (1989) fala que a integração entre Diante do exposto vê-se que o mundo gira em torno da comu-
indivíduos na organização é importante porque se torna viável um nicação e da informação e para que uma organização tenha sucesso
clima de cooperação, fazendo com que atinjam determinados ob- é necessário que a comunicação seja clara, direta e transparente
jetivos juntos. assim como as relações interpessoais.
Para Chiavenato (2000, p.47), antigamente, a área de recursos
humanos se caracterizava por definir políticas para tratar as pes- Conforme diz Chiavenato (1989, p.3):
soas de maneira comum e padronizada. Os processos de Recursos As organizações são unidades sociais (e, portanto, constituídas
Humanos tratavam as pessoas como se todas elas fossem iguais e de pessoas que trabalham juntas) que existem para alcançar deter-
idênticas. minados objetivos. Os objetivos podem ser o lucro, as transações
Hoje, há diferenças individuais e também, há diversidade nas comerciais, o ensino, a prestação de serviços públicos, a caridade, o
organizações. A razão é simples: quanto maior a diferença das pes- lazer, etc. Nossas vidas estão intimamente ligadas às organizações,
soas, tanto maior seu potencial de criatividade e inovação. porque tudo o que fazemos é feito dentro das organizações.
Os ambientes de trabalho são, pois, organizações, e nelas so-
bressai a interação entre as pessoas, para a promoção da formação
humana.

123
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Romão (2002) registra: Atualmente, muito tem se falado da importância das relações
Hoje temos que nos preparar para viver a era emocional, onde interpessoais dentro das organizações, de se humanizar o ambiente
a empresa tem de mostrar ao colaborador que ele é necessário de trabalho, mas afinal o que é essa tal humanização?
como funcionário profissional, e antes de qualquer coisa que é um Humanizar significa respeitar o trabalhador enquanto pessoa,
ser humano com capacidades que reunem à produção da empresa, enquanto ser humano. Significa valorizá-lo em razão da dignidade
formarão uma equipe e harmoniosa em que o maior beneficiado que lhe é interna. A prática da humanização deve ser observada
será ele mesmo com melhoria em sua qualidade de vida, relacio- continuamente.
namentos com os outros e, principalmente, o cliente que sentirá O comportamento ético deve ser o princípio da vida da orga-
isso quando adquirir o produto ou serviço da empresa gerando a nização, uma vez que se é ético é preocupar-se com a felicidade
fidelização que tanto se busca. pessoal e coletiva.
O melhor negócio de uma organização ainda se chama gente, Numa sociedade em que os valores morais estão deixando de
e ver gente integrada na organização como matéria-prima principal existir por ações que destroem a ética e a moralidade, existe uma
também é lucro, além de ser um fator primordial na geração de necessidade oculta de se buscar humanizar as pessoas e conse-
resultados. quentemente as organizações.
Percebe-se que a parte humana da empresa precisa estar sem- Diante disso, com o aumento da necessidade das empresas de
pre em processo de educação, não a educação escolar, mas uma gerarem resultados positivos, tem se enfatizado a importância das
educação que tenha como objetivo melhorias no comportamento relações interpessoais com vistas a melhorar o desempenho funcio-
das pessoas, nas relações do dia a dia, pois somos seres de ralações, nal e consequentemente contribuir para a realização dos objetivos
não nos bastamos, precisamos sempre um do outro. Precisamos organizacionais.
nos relacionar e se comunicar, somos seres inacabados em proces- O relacionamento interpessoal saudável, por exemplo, às vezes
so de educação constante, estamos em busca contínua de mudar não encontra proteção no ambiente organizacional, gerando os mais
nossa realidade. diversos conflitos e, portanto, “desumanizando” as organizações.
Algumas dicas que podem ajudar a manter boas relações inter-
pessoais no ambiente organizacional: Entendendo o Relacionamento Interpessoal: Relações Huma-
Procure investir em sua equipe e na manutenção de relaciona- nas
mentos saudáveis. Relacionamento interpessoal é atualmente o grande diferen-
Evite gerar competição uns com os outros e estimule a colabo- cial competitivo das mais variadas organizações, ele por sua vez,
ração entre colegas e equipes. está intimamente ligado à necessidade de se ter recursos huma-
Investir no desenvolvimento de habilidades e aprimoramento nos, mais importantes inclusive que os financeiros e tecnológicos,
de competências da equipe. ou seja, tem a ver com trabalho em equipe, confiança, amizade,
Quando surgirem os conflitos e as diferenças, aja com cautela cooperação, capacidade de julgamento e sabedoria das pessoas.
e não tome partido de ninguém. Chiavenato nos diz que antigamente, a área de recursos hu-
Promova a conversa e evite brigas e discussões. manos se caracterizava por definir políticas para tratar as pessoas
Algumas Normas de Convivência: de maneira comum e padronizada. Os processos de Recursos Hu-
Fale com as pessoas, seja comunicativo, não há nada melhor manos tratavam as pessoas como se todas elas fossem iguais e
que chegar para uma pessoa e conversar alegremente, discutir idênticas. Hoje, as diferenças individuais estão em alta: A área de
ideias e falar sobre várias coisas. Recursos Humanos está enfatizando as diferenças individuais e a
Sorria para as pessoas, é sempre bom encontrar uma pessoa diversidade nas organizações. A razão é simples: quanto maior a
alegre, sorridente, ela te deixa mais à vontade. diferença das pessoas, tanto maior seu potencial de criatividade e
Chame as pessoas pelo nome, nunca coloque apelido de mau inovação.
gosto nas pessoas, afinal você não gostaria que fizessem o mesmo As mais recentes abordagens administrativas enfatizam que
com você. são as pessoas que fazem a diferença nas organizações. Em outras
Seja amigo e prestativo, pois ninguém quer um amigo impres- palavras, em um mundo onde a informação é rapidamente dispo-
tável perto de si, e para que você tenha amigos e pessoas prestati- nibilizada e compartilhada pelas organizações, sobressaem aquelas
vas, cultive isso também, seja amigo e prestativo. que são capazes de transformá-la rapidamente em oportunidades,
Seja cordial, faça as coisas com boa vontade, ninguém gosta de em termos de novos produtos e serviços, antes que outras o façam.
pessoas que tudo que faz, é com raiva. E isto pode ser conseguido não com a tecnologia simplesmente,
Tenha mais interesse com o que as pessoas falam com você, mas com as pessoas que sabem utilizá-la adequadamente. São as
seja sincero e franco, mas é claro, com toda educação sem deixar as pessoas (e não apenas a tecnologia) que fazem a diferença. A tec-
outras pessoas desajeitadas e desconfortáveis ao seu lado. nologia pode ser adquirida por qualquer organização com facilida-
A dificuldade de relacionamento entre as pessoas é um dos de, nas repartições, setores e estabelecimentos. Bons funcionários
principais problemas vivenciados no mundo moderno, quer seja exige um investimento muito mais longo em termos de capacitação
entre amigos, entre pessoas da família ou entre colegas de tra- quanto a habilidades e conhecimentos e, sobretudo, em termos de
balho. De modo geral essas desavenças surgem na interação diá- confiança e comprometimento pessoal.
ria entre duas ou mais pessoas, ocasionadas por divergências de Os sujeitos e os diferentes cenários são universos vivos ou sis-
ideias, por diferenças de personalidade, objetivos ou metas ou por temas inacabados em permanente interação e transformação e
variedade de percepções e modos de analisar uma mesma infor- que, para compreendê-la, não se pode desprezar essa complexi-
mação ou fato. dade.

124
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Entende-se que, no âmbito dos conhecimentos que envolvem mais observadas, destacam-se: falta de objetivos pessoais, difi-
os seres humanos e suas relações com os outros e com o mundo culdade em priorizar, dificuldade em ouvir (BOM SUCESSO, 1997,
(âmbito das Ciências Humanas e Sociais), torna-se necessário con- p.38).
siderar motivações, desejos, crenças, ideias, ideologias, intenções. Sem respeito pelo nosso semelhante, um bom relacionamento
Em razão disso, compreende-se que a realidade é uma construção interpessoal não será possível. Por sermos seres humanos diferen-
social e que os sujeitos também não estão prontos e acabados, mas tes uns dos outros, costumamos ver as pessoas e as situações que
se transformam. Também se compreende a realidade como sendo vivemos de forma como fazem sentido para nós, de acordo com
dinâmica e em constante transformação. Nesse processo de trans- nossos vícios e o hábito que temos de ver as pessoas e o mundo,
formação da realidade, observam-se posições opostas, interesses e não somente e necessariamente da forma como a realidade se
contrários e a instalação de soluções provisórias, porém marcadas apresenta.
por contradições que, sendo evidenciadas, produzem a necessida- Alguém poderá explicar seu próprio comportamento ou de
de de novas transformações. outra pessoa sem os conceitos de amor e de ódio? Geralmente de-
É preciso haver abertura para o conhecimento, pensar o novo, senvolvemos nossa própria série de conceitos para interpretar o
reconstruir o velho, reinventar o pensar. A educação abrange mais comportamento dos outros. Precisamos saber que uma pessoa só
do que o saber fazer, é preciso aprender a viver com os outros, muda quando ela mesma consegue perceber ou for convencida de
desenvolver a percepção de depender reciprocamente, administrar que a forma como faz ou atua, de fato, não é a mais adequada. Ou
conflitos, a participação de projetos comuns, a ter prazer no espaço seja, a própria pessoa precisa reconhecer a necessidade de mudar.
comum (CESAR; BIACHINI; PIASSA, 2008). Em primeiro lugar, além do respeito, é necessário ter no míni-
Trabalhar as relações humanas em grupo envolve as diferen- mo um conhecimento razoável sobre pessoas, e conseguir adquirir
ças, opiniões, conceitos, atitudes, crenças, valores, preconceitos, experiências que nos façam entender que as relações interpessoais
diante de sua profissão, enfocando aspectos de Motivação, Autoes- devem ser boas pelo menos para que possamos nos comunicar
tima, Percepção, Comunicação, Colaboração, Feedback, Liderança bem e fazer as coisas acontecer.
e Grupos, para um melhor conhecimento de si próprio e melhorar A chave estrutural para que isso ocorra é oferecer o respeito
relações com o outro. que todo o ser humano merece reunir uma boa dose de paciência e
Muitas pessoas já perderam a noção do que é um convívio sau- principalmente gostar de pessoas e de gente.
dável e simplesmente se concentram em chegar à frente a qualquer Portanto, precisamos entender que relacionamento interpes-
custo. Como consequências naturais surgem diversos conflitos que soal é um dos quesitos de êxito e sucesso em nossas vidas. E que
podem comprometer o bom relacionamento dentro das institui- este relacionamento deve ser o melhor possível.
ções. Outro aspecto importante para um bom relacionamento inter-
Quando realmente queremos, as coisas acontecem. O primei- pessoal depende de uma boa comunicação entre emissores e re-
ro passo para a mudança é a aceitação das nossas deficiências, da ceptores. Qualquer informação que se pretenda transmitir de uma
aceitação de nós mesmos. Para isso, temos que mudar nossa atitu- pessoa para outra, de uma pessoa para um grupo, de um professor
de! Pergunte-se: Eu preciso mudar essa relação? Eu quero mudar para alunos, de um palestrante para ouvintes deve ser bem comu-
essa relação? Eu posso fazer algo para transformar essa situação? nicada e bem compreendida. Quem dá informação é o principal
Eu vou fazer isso? Se a resposta for positiva para as quatro pergun- responsável por uma boa comunicação.
tas, estamos preparados para mudar e reverter o quadro. Sem a Saber entender e conduzir de forma amigável nossas diferen-
nossa mudança de atitude, não há mudança nos relacionamentos. ças é uma habilidade essencial na forma de nos comunicar. Isto é
É muito fácil querermos mudar o outro, quando na verdade, temos o que as pessoas fazem naturalmente quando compartilham uma
que começar por nós mesmos. visão comum, desejam aprofundar suas amizades ou estabelecer
Enfim, a forma como lidamos com o conflito é o que faz toda a um bom relacionamento.
diferença. Todo conflito apresenta uma oportunidade de enxergar- Provavelmente ficaríamos positivamente surpresos se efetiva-
mos o ponto de vista do outro e percebermos se faríamos o mes- mente soubéssemos conviver com as diferenças e como é possível
mo, caso estivéssemos no lugar dele. Se agirmos assim, os conflitos conseguir resultados gratificantes procurando entender melhor a
começam a ter um lado extremamente positivo, pois podem ser nós mesmos e os outros.
ótimas oportunidades para mudança de percepção, inovação na Enfim, podemos buscar similaridades e minimizar nossas dife-
empresa, cooperação entre as pessoas e, principalmente, estímulo renças como seres humanos de várias maneiras. É natural que pro-
para que aconteça maior sinceridade nas relações interpessoais. curemos amenizar nossas diferenças com as pessoas de que gos-
Cada pessoa tem uma história de vida, uma maneira de pensar tamos com aquelas que simpatizamos à primeira vista, ou mesmo
a vida e assim também o trabalho é visto de sua forma especial. Há compartilhamos nossos objetivos de vida.
pessoas mais dispostas a ouvir, outras nem tanto, há pessoas que Da mesma forma, também é natural que criemos barreiras
se interessam em aprender constantemente, outras não, enfim as com pessoas que consideramos difíceis ou até mesmo, de forma
pessoas têm objetivos diferenciados e nesta situação muitas vezes inexplicável, não simpatizemos. No entanto, quando não consegui-
priorizam o que melhor lhes convém e às vezes em conflito com a mos minimizar nossas diferenças com essas pessoas, está formada
própria empresa. Portanto: a base para o conflito.
O autoconhecimento e o conhecimento do outro são compo-
nentes essenciais na compreensão de como a pessoa atua no traba-
lho, dificultando ou facilitando as relações. Dentre as dificuldades

125
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Relações Humanas da Teoria à Prática As organizações são compostas por pessoas, devemos conside-
Não é possível generalizar pessoas. Somos todos diferentes em rar que, para um bom andamento do trabalho e uma boa produção,
cada uma de nossas relações. Porém, o mais importante é aceitar- é necessário que as pessoas estejam bem colocadas na organiza-
mo-nos do jeito que somos tratando de destacar as qualidades que ção, com oportunidades de crescimento e, principalmente, com
temos e modificar o que deve ser mudado. E isso se refere tanto ao felicidade.
aspecto físico quanto ao aspecto psicológico. Não se pode nunca Fatores ambientais colaboram para a qualidade de trabalho,
esquecer, que o ser humano é que faz as coisas acontecerem. Por pois quanto maior for à preocupação com o fator humano nas or-
que não tentar conhecê-lo melhor a cada dia? ganizações, mais elevado será o resultado. Enfim, se houver investi-
Para evoluirmos, é importante entender definitivamente a im- mento no desenvolvimento humano de todas as pessoas da empre-
portância de estabelecer um bom relacionamento interpessoal. De sa, as relações interpessoais saudáveis resultarão em um ambiente
que forma? Em primeiro lugar, “respeito ao ser humano é funda- favorável onde todos possam deixar fluir suas potencialidades. Os
mental”. Além disso, dedicarmos um bom tempo à leitura, aos estu- valores, aos poucos, mudam, e o empregado está sentindo o gosto
dos sobre o ser humano e a conhecer pessoas. Estas ações irão nos de participar, de arriscar, de ganhar mais e de sobreviver a tantas
ajudar a desenvolver a cada dia a habilidade de saber se relacionar mudanças.
bem. É fato que, sabendo viver, comunicando-se e relacionando- De acordo com Bom Sucesso (1997), “No cenário idealizado de
-se bem, será possível conseguir obter resultados com e através de pleno emprego, mesmo de ótimas condições financeiras, conforto
pessoas. Atitude positiva e maturidade caminham sempre juntas. e segurança, alguns trabalhadores ainda estarão dominados pelo
É importante lembrar que: os profissionais desvalorizados ten- sofrimento emocional. Outros necessitados, conseguindo o alimen-
dem a perder o foco, se desmotivam facilmente, diminui sua produ- to diário com esforço excessivo, ainda assim se declaram felizes,
tividade, o que acaba prejudicando e muito o bom andamento da esperançosos.”
empresa. Cada pessoa é única, com suas características e persona- No mercado de trabalho hoje em dia, se não tivermos um bom
lidades próprias. Por isso, devemos conhecer nossos funcionários e relacionamento com as pessoas, acabamos ficando sem emprego,
saber qual é o perfil comportamental de cada um, assim será mais pois hoje em dia, precisamos nos comunicar, ter contato com as
fácil identificar a melhor maneira de lidar individualmente ou em pessoas. Mas muitos seres humanos são prejudicados por si mes-
grupo com cada um. mo, por falta de compreensão ao outro, falta de paciência, e o prin-
Outra dica importante para manter relacionamentos inter- cipal, que é não saber lidar com as diferenças.
pessoais de forma positiva para organização é investir no desen- No nosso dia a dia, convivemos e falamos com várias pessoas
volvimento de habilidades e aprimoramento de competências da de todo lugar, outra classe social ou raça diferente da nossa, enfim,
equipe. vemos e convivemos com pessoas de todos os tipos, mas não é só
Os conflitos podem acontecer em qualquer circunstância, prin- porque ela é diferente, que não podemos ter um bom relaciona-
cipalmente no ambiente profissional, por isso, é importante que mento, ainda mais, se esta pessoa está todos os dias do nosso lado
chefes e gestores fiquem sempre atentos aos comportamentos do no trabalho.
time. Quando estamos reunidos em um ambiente onde há pessoas
Quando surgirem conflitos e as diferenças, devemos agir com diferentes é normal que encontremos hábitos diferentes do nosso,
cautela e não tomar partido de ninguém. E devemos lembrar que sendo assim, temos que aprender a lidar e ceder aos hábitos dos
todos são peças chave no sucesso do negócio. Sendo assim, promo- outros e demonstrar o nosso também.
veremos a conversa e evitamos brigas e discussões. Enfim, pode- O problema se instala quando essas situações não são resolvi-
mos perceber, por meio desses argumentos, que o relacionamento das ou não são percebidas pelos envolvidos, ficando “mascarados”,
interpessoal é de fundamental importância e ainda contribui signi- invisíveis e internalizados nos colaboradores que acabam demons-
ficativamente para o sucesso de qualquer empresa. trando suas emoções somente quando se sentem ameaçados, in-
justiçados ou até mesmo temerosos de perder posições ou funções
A Importância na Qualidade do Ambiente de Trabalho que ocupam.
Passamos mais tempo em nosso ambiente de trabalho do que Tanto as pessoas quanto as empresas sofrem as consequências
em nosso lar, e ainda assim não nos damos conta de como é impor- das relações interpessoais negativas que geram desmotivação da
tante estar em um ambiente saudável, e o quanto isto depende de equipe, queda do rendimento e da produtividade.
cada um. Devemos refletir sobre qual o nosso papel e a importância As trocas constantes de informações e o diálogo são essenciais
na qualidade do ambiente em que trabalhamos. quando se busca a preservação dos relacionamentos e o trabalho
Além de constituir responsabilidade da empresa, qualidade de em equipe, o que acaba sendo essencial e indispensável para o bom
vida é uma conquista pessoal. O autoconhecimento e a descober- andamento das atividades organizacionais. Nesse sentido, o rela-
ta do papel de cada um nas organizações, da postura facilitadora, cionar-se é dar e receber ao mesmo tempo, abrir-se para o novo,
empreendedora, passiva ou ativa, transformadora ou conformista buscar ser aceito e ser entendido e entender o outro.
é responsabilidade de todos (BOM SUCESSO, 1997, p.47). No ambiente de trabalho, onde passamos cerca de um terço de
É importante que a comunicação seja clara, e é necessário que nossa vida é fundamental que saibamos viver e conviver com as pessoas
se tenham boas relações. É fundamental ter um bom relaciona- e respeitá-las em suas individualidades, caso contrário, somente o fato
mento entre as pessoas, pois isso contribui não somente para uma de pensar em ir para o trabalho passa a ser insuportável esta ideia.
boa convivência no dia a dia, mas também para um bom clima, e Para que o clima organizacional seja harmonioso e as pessoas
influencia diretamente de forma positiva no resultado da organi- tenham um bom relacionamento interpessoal, é necessário que
zação. cada um deixe de agir de forma individualizada e egoísta, promo-

126
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

vendo relações amigáveis, construtivas e duradouras. (https://psi- A cada dia, surgem novas tecnologias e novas formas de se exe-
cologado.com.br/atuacao/psicologia-organizacional/a-importan- cutar as tarefas, e junto com elas as relações de trabalho que exi-
cia-da-relacao-interpessoal-no-ambiente-de-trabalho) gem uma nova postura profissional, a de desenvolver as “habilida-
des” necessárias para enfrentar os desafios propostos. Na verdade,
algumas dessas habilidades só ganharam destaque recentemente,
POSTURA PESSOAL E PROFISSIONAL enquanto outras apenas mudaram de foco, atualizando-se. Veja-se
algumas delas:
A postura profissional é um conjunto de características pes- 1. Espera-se que os profissionais tenham uma apresentação
soais e atitudes que são tomadas no ambiente de trabalho, ela é básica, e o novo profissional deve demonstrar também esforço e
formada pela conduta ética, hábitos, habilidades, conhecimentos, interesse incansáveis para aprender.
comportamentos e atitudes, que o profissional possui. 2. É necessário ter um ânimo permanente, disposição para o
Assim, o modo como as pessoas se comportam e se relacionam trabalho e para correr atrás do que se quer.
no ambiente organizacional, define a postura profissional de cada um, 3. O profissional de hoje deve demonstrar disponibilidade e
o ambiente de trabalho exige profissionalismo e seriedade, e com isso boa administração do seu tempo e das suas tarefas.
o sucesso profissional advém da postura profissional adequada. 4. Muitas organizações começam a mostrar interesse em inves-
Possuir uma postura profissional ideal não é difícil, porque bas- tir na capacitação de seus colaboradores, mas para isso, é preciso
ta lembrar que em todos os setores de uma organização, seja ela uma sólida relação de confiança mútua.
pública ou privada, e de qualquer ramo de atividades, é necessário 5. A ética é fundamental no trabalho, sem ela nenhuma relação
que o colaborador tenha postura e comportamento adequados que profissional pode dar certo.
exige educação, respeito, impessoalidade, cortesia e outros itens.
Regras para uma boa Postura Profissional
Comportamento Profissional De forma a deixar transparecer uma boa imagem pessoal e,
O comportamento é um conjunto de atitudes esperadas do consequentemente, uma correta postura profissional, apresenta-se
colaborador no exercício da sua função, estabilizando a ética no co- 10 regras elementares que contribuem para isto:
tidiano de suas atividades prestadas, esse comportamento abran- 1. Sorria sempre que é apresentado ou que lhe apresentam al-
ge muito além da ética, ou seja, as atitudes profissionais como um guém, quando rever um conhecido acrescente sempre que possível
todo deve favorecer o ambiente organizacional. uma frase cordial como “que surpresa agradável”; O sorriso é sem-
A ética é composta por valores reais e presentes na sociedade, pre um facilitador nas relações humanas.
a partir do momento em que, por mais que às vezes tais valores 2. Cumprimente todas as pessoas com quem se cruza na em-
pareçam corrompidos no contexto social, não é possível falar em presa, “bom dia” ou “como tem passado?” são exemplos, e ofereça
convivência humana se esses fatores forem desconsiderados. ajuda sempre que for oportuno;
3. Em ambiente profissional utilize, preferencialmente, o aper-
Cada vez mais as organizações procuram profissionais adequa- to de mão em vez do beijo na face;
dos para trabalharem, com isso, é evidente que não há mais espaço 4. Lembre-se que em trabalho o comportamento tende a ser
no mercado de trabalho para profissionais medíocres, desqualifica- formal e não informal;
dos e despreparados, mas sim para profissionais que sejam habili- 5. Levante-se quando apresenta ou é apresentado e sempre
dosos, com pré-disposição para o trabalho em equipe, com visão que algum superior entra na sua sala. Em caso de esquecimento do
ampliada, conhecimento de mercado, iniciativa, espírito empreen- nome do interlocutor não entre em pânico e caso seja incontorná-
dedor, persistente, otimista, responsável, criativo, disciplinado e vel, lamente o fato de forma elegante e prossiga o diálogo;
outras habilidades e qualificações. 6. Não use o celular durante reuniões ou almoços de trabalho.
É importante procurar estar preparado para o mercado de tra- 7. Só em caso de extrema urgência se deve levantar de uma
balho, a qualquer momento da vida, independentemente do fato mesa de refeição antes da sobremesa;
de estar ou não empregado. A história do mercado de trabalho atu- 8. Evite as bebidas alcoólicas durante festas e eventos do tra-
al tem mostrado que independentemente do cargo exercido, deve- balho;
-se estar sempre preparado para mudanças que poderão surgir e 9. Agradeça sempre cada reunião ou refeição de negócios;
mudarão todo o rumo da carreira, as organizações não são eternas 10. Vista-se adequadamente para cada atividade da sua agen-
e nem os seus colaboradores. da de trabalho.
Não se engane, não existem mais quaisquer garantias de em-
prego por parte das organizações, trazendo aos profissionais em- Características dos Bons Profissionais
pregados nelas um ônus constante para manter o seu emprego. Se
para aqueles que estão empregados manter a sua empregabilidade Preparado para Mudanças
não é uma tarefa fácil, para aqueles que estão ingressando no mer- As organizações atualmente buscam por profissionais adap-
cado de trabalho atual, as dificuldades são ainda maiores. táveis, porque tudo no mundo moderno muda, as tecnologias, as
De acordo com Tarrafa14, dentro do contexto profissional, as relações de emprego, o mercado, os valores e o modo de encontrar
pessoas devem adaptar os seus comportamentos consoante as áre- soluções para os problemas mudaram, enfim tudo mudou significa-
as profissionais em que estarão inseridas, ou seja, conhecer bem as tivamente nos últimos anos e continuarão mudando. Portanto de-
regras do meio onde estão inseridos é fundamental para o sucesso ve-se de acompanhar o ritmo das coisas, muitos profissionais pen-
profissional, tanto das pessoas quanto das empresas. sam que podem fazer as mesmas coisas e do mesmo modo durante
14 TARRAFA, A. Imagem Pessoal vs Postura Profissional; Comunicação Empre- toda a vida e depois reclamam porque não são bem-sucedidos.
sarial; SP, 2010.

127
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Competência so usar terno e gravata para trabalhar em uma linha de produção.


Competência é uma palavra de senso comum, utilizada para Portanto, a regra básica é vestir-se em conformidade com o que
designar uma pessoa capaz de realizar alguma coisa, o antônimo pede o seu ambiente de trabalho.
disso, é incompetência, e implica não só na negação dessa capaci- Então, Marketing Pessoal é divulgar a imagem do “produto”
dade como também na depreciação do indivíduo diante do circuito que é você, cuidar de você como uma marca para ser atrativo aos
do seu trabalho ou do convívio social. olhos do mercado de trabalho.
Para ser contratado em uma organização ou para a sua ma-
nutenção de emprego não basta ter diplomas e mais diplomas se Comportamentos que o profissional deve evitar
não existir competência. Por exemplo, um profissional que se for- Vou destacar alguns dos defeitos que além de prejudicar a
mou em direito, até mesmo na melhor universidade, mas que não ambientalização dentro da organização, caracterizam tais pessoas
sabe preparar uma peça processual não terá valor competitivo quer como maus profissionais:
como profissional empregado, quer como prestador de serviços. Aquele que fala demais: já viu aqueles profissionais que são
A competência é o fator chave que atrelada à diplomação lhe os primeiros a propagar as notícias ou as “fofocas” dentro da em-
dará subsídios profissionais para ser bem-sucedido, por isso pode- presa? Essas pessoas recebem uma informação, sequer sabem se
mos afirmar categoricamente que a competência não é composta são confiáveis, mas passam adiante e o que é pior, incluindo infor-
pelo diploma por si só, apesar de que ele contribui para a composi- mações que sequer existiam inicialmente, alterando totalmente a
ção da competência. informação recebida.

Espírito Empreendedor Aquele que fala mal dos outros: são aqueles profissionais, se é
Os dias do funcionário que se comporta apenas como funcio- que existe algum profissionalismo nisso, que insistem em falar so-
nário podem estar contados, a visão tradicionalista de empregador bre seus colegas de trabalho, longe destes é claro, aquilo que com
e empregado, chefe e subordinado está caminhando para o desuso. certeza não seriam capazes de falar na frente deles. Por isso, a regra
As organizações com visão moderna estão encarando seus é: se você não tem coragem de falar algo na frente do seu colega,
funcionários como colaboradores ou parceiros e implementando a nunca fale pelas suas costas.
visão empreendedora. Isso significa que os empresários percebe-
ram que dar aos funcionários a possibilidade de ganhar mais do que Aquele que vive mal-humorado: esses são, sem dúvida, uns
simplesmente o salário mensal fixo, tem sido um bom negócio, pois dos mais evitados pelos outros colaboradores. Existe algo pior do
faz com que o profissional dê maiores contribuições à organização, que conviver com quem vive reclamando da vida ou que vive de
garantindo assim o comprometimento da equipe na busca de resul- mau humor? Pessoas de “mal com a vida”, repelem as outras pesso-
tados positivos. as de perto delas. Ninguém tem a obrigação de estar sorrindo todos
os dias, mas isso não significa que temos o direito de estar sempre
Equilíbrio Emocional de mau humor.
Dito de modo simples, é o preparo psicológico para superar
adequadamente as adversidades que surgirão na empresa e fora Aquele que não tem higiene pessoal: somente o próprio pro-
dela. Vamos chamar o conjunto de problemas que todos nós pos- fissional é capaz de conseguir conviver com ele mesmo. Isso porque
suímos de saco de problemas. As empresas querem que deixemos o corpo dele está condicionado a suportar isso. É necessário cuidar
o nosso saco de problemas em casa. Por outro lado, os nossos fami- da própria higiene e minimamente da aparência. Cabelos bem es-
liares querem que deixemos nosso saco de problemas no trabalho. covados, unhas cuidadas e limpas.
Diante disso, a pergunta que surge é: onde colocar nosso saco
de problemas? Realmente é uma boa pergunta, é justamente por Aquele que não respeita os demais: o respeito aos outros é
isso que para tornar-se um profissional de sucesso é necessário que fundamental para o convívio em grupo. A falta de respeito, existem
tenhamos equilíbrio emocional, pois não importa quais problemas em profissionais que não sabem respeitar seus colegas.
tenhamos de caráter pessoal, nossos colegas de trabalho, subordi-
nados, diretores e gerentes, enfim, as pessoas como um todo não Aquele que é egoísta: egoísmo é algo difundido nas organiza-
tem culpa deles e não podemos descarregar esses problemas neles. ções até mesmo porque a competitividade interna é muito grande.
Quando falamos em equilíbrio, emocional, é importante ava- Pensar somente em si mesmo o tempo todo não é a melhor alter-
liar também as situações adversas pelas quais todos os profissionais nativa para o profissional.
passam. É justamente aí que surge o momento da verdade que o
profissional mostrará se tem o equilíbrio emocional. Aquele que brinca demais: brincar é bom, desde que as brinca-
deiras sejam saudáveis, num clima de respeito e equilíbrio. Aqueles
Marketing Pessoal que brincam a todo o momento são pessoas extremamente incon-
O marketing pessoal pode ser definido como o conjunto de fa- venientes e irritam quem está a sua volta. Isso tira a credibilidade
tores e atitudes que transmitem uma imagem da pessoa. Esses fato- do profissional e pode lhe trazer problemas com a ambientalização.
res incluem vestimenta como um todo, os modos pessoais, o modo
de falar e a postura do profissional diante dos demais. Aqueles que são inflexíveis: já observou aqueles profissionais
Referindo-se à vestimenta, cabe salientar que o profissional que são os únicos que se acham certos? Pois bem, isso é um grande
deve vestir-se adequadamente ao ambiente em que está inserido. problema para a convivência em grupo. É importante que todos te-
Se a sua empresa adota um padrão formal, obviamente a sua vesti- nham em mente que não estamos certos o tempo todo e nem tam-
menta deve estar em conformidade com ela e o mesmo se refere a pouco precisamos fazer valer perante os outros as nossas próprias
uma entrevista de emprego. Da mesma forma, seria um contrassen- ideias a todo o momento.

128
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

As qualificações, comportamentos e atitudes dos bons profis- Tipos de Reuniões


sionais são muitas e estão em constante mudança. Mas com certe- – Conferência;
za aqueles que procuram o auto aprimoramento estarão mais bem – Mesa Redonda;
preparados para tornarem-se excelentes profissionais. – Painel;
– Reuniões de trabalho;
– Seminário;
TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS E ORGANIZACIONAIS – Simpósio.

Técnicas administrativas são processos que auxiliam o funcio- Roteiro para uma reunião eficaz
namento diário de uma empresa, por meio delas é possível criar – Data;
uma padronização das ações, facilitando a comunicação e organiza- – Local;
ção da empresa. Exemplos: – Hora de início e término da reunião;
Regulamento interno: O regulamento é uma técnica que per- – Participantes (convidados ou convocados);
mite definir as diretrizes na empresa. Pelo regulamento é possível – Agenda priorizada de assuntos (conforme agenda de convo-
conhecer a política da empresa e seu objeto, normalmente e ela- cação);
borado por lideres de departamento ou pela administração geral; – Objetivos da reunião;
– Debates/ conclusão do que foi adotado como decisão;
Manuais de rotinas: Nos manuais de rotina são determinados – Resultados esperados;
as normas e os procedimentos para execução de um trabalho, po- – Prazos (tempo dado para implantar decisões);
dem ser elaborados por departamentos e /ou setores específicos. – Data da próxima reunião (caso seja necessário);
Sua leitura é obrigatória, para que se possa manter a padronização – Assinatura de todos.
dos conceitos na empresa;
Para não esquecer:
Organograma: O organograma é uma técnica que permite co- – Lista de presença;
nhecer a estrutura funcional da empresa, ou seja, o organograma e – Papéis, lápis, canetas;
a representação gráfica do setor e /ou departamento da empresa, – Pastas individuais com documentos necessários;
com esta técnica e possível visualizar a relação de mando e subor- – Verifique com o superior se poderá haver ou não algum tipo
dinação. Os setores e/ou departamento são representados pela de interrupção;
figura geométrica de um retângulo, as linhas continuas interligam – Os copos e as bebidas devem ser servidos em local estratégi-
as figuras de acordo com autoridade e as linhas pontilhadas identifi- cos para que não atrapalhe o andamento da reunião.
cam os órgãos de assessoria. Objetivo do organograma além de per- – Caso necessário, suporte de videoconferência, datashow, gra-
mitir a visualização da estrutura funcional da empresa, é também vador, pen drives, outros.
facilitar a delegação de responsabilidade e melhorar o processo de
comunicação. Abra a reunião esclarecendo os objetivos - certifique-se de que
todos os presentes tenham algo a acrescentar ao tema e que con-
cordam com o tempo proposto para a discussão. Torne o objetivo e
PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO a agenda escritos e visíveis durante toda a reunião.
Fique de pé – Levante-se em todas as reuniões com clientes
Prezado Candidato, o tema supracitado, já foi abordado nos (sugestão). Isso ajuda a evitar conversas paralelas (dependendo da
tópicos anteriores posição), observar os participantes (incentivar ou controlar a parti-
cipação) e consultar visualmente as metas escritas quando o foco
estiver perdido.
ORGANIZAÇÃO DE REUNIÕES Usar o relógio no centro da mesa- Uma das principais inquie-
tações dos motoristas ao serem treinados e começar a aplicar suas
Hoje, uma das palavras mais usuais no mundo dos negócios é aptidões é o gerenciamento do tempo. Como sugestão, deixe um
reunião. Faz parte da vida e da rotina dos profissionais. E mesmo grande relógio no centro da mesa, à vista de todos, para que todo o
que o tempo esteja se esgotando, esses encontros parecem estar fi- grupo fique alerta e ciente das horas.
cando cada vez mais longos. As reuniões servem para lançar ideias, Escreva as memórias da reunião - para evitar perder ou repetir
identificar projetos, discutir problemas e encontrar soluções. No conversas, é bom anotar as principais ideias e os próximos passos
meio de tudo isto, e para que as reuniões sejam verdadeiramente discutidos na reunião (compromisso e data).
produtivas e não sejam esquecidas, é importante saber tomar notas
eficazes para as recordar mais tarde. Assim, definem-se reuniões
eficazes:
– Ideal que não tenham um calendário fixo e rígido;
– Apresentação dos assuntos a serem discutidos;
– Ter objetivo específico (tema);
– Recomendado a divulgação prévia: data, hora e local da re-
alização;
– Participantes;
– Previsão início e término da reunião.

129
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Se um cliente ligar para uma linha de apoio, o representante


ATENDIMENTO COM QUALIDADE. ATENDIMENTO AO deve, sempre que possível, acompanhar o problema até à sua re-
PÚBLICO solução.
• Se um cliente precisar ser transferido para outro departa-
QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO INTERNO E EX- mento, o representante original deve acompanhar o cliente para
TERNO garantir que o problema foi resolvido.
O atendimento ao cliente é a interação direta entre um con-
sumidor que faz uma compra e um representante da empresa que ATENDIMENTO INTERNO
a está vendendo. A maioria dos varejistas vê essa interação direta O atendimento ao cliente interno envolve tudo o que uma or-
como um fator crítico para garantir a satisfação do comprador e in- ganização pode fazer para ajudar seus funcionários a cumprir suas
centivar a repetição de negócios. obrigações, atingir suas metas e desfrutar de seu trabalho. Abrange
Ainda hoje, quando grande parte do atendimento ao cliente é como diferentes departamentos se comunicam uns com os outros
feito por sistemas automatizados de autoatendimento, a opção de e como os indivíduos interagem com seus colegas, subordinados e
falar com um ser humano é vista como necessária para a maioria superiores. É um aspecto vital dos negócios modernos, pois cria o
das empresas. É um aspecto fundamental no atendimento huma- ambiente no qual uma empresa tem mais chances de sucesso.
nizado.
Nos bastidores da maioria das empresas estão pessoas que Por que o atendimento ao cliente interno é importante?
nunca encontram ou cumprimentam as pessoas que compram seus A importância do atendimento ao cliente interno não pode ser
produtos. Os representantes de atendimento ao cliente são os que exagerada, especialmente para um departamento como o de recur-
têm contato direto com os compradores. As percepções dos com- sos humanos, onde as interações internas são parte integrante de
pradores sobre a empresa e o produto são moldadas em parte por suas tarefas diárias. Existem vários benefícios em cultivar um bom
sua experiência em lidar com essa pessoa. atendimento ao cliente interno como uma de suas metas de negó-
Por esse motivo, muitas empresas trabalham arduamente para cios, por isso é fácil entender por que é um aspecto tão valorizado
aumentar os níveis de satisfação de seus clientes. dos negócios modernos.

O custo da satisfação do cliente Os benefícios incluem:


Durante décadas, as empresas de muitos setores procuraram • Aumentando a produtividade da equipe.
reduzir os custos de pessoal automatizando seus processos o má- • Aumentar a satisfação dos funcionários com sua experiência
ximo possível. de trabalho.
No atendimento ao cliente, isso tem levado muitas empresas • Criação de canais de comunicação claros.
a implementar sistemas online e por telefone que tiram o máximo • Estimular a fidelidade dos funcionários.
de dúvidas ou resolvem o máximo de problemas sem a presença • Resolver problemas mais rapidamente.
humana. • Melhorar o atendimento ao cliente externo.
Mas, no final, há questões de atendimento ao cliente para as
quais a interação humana é indispensável, criando uma vantagem Existem muitas dicas e práticas recomendadas de atendimento
competitiva. ao cliente que podem ser implementadas em uma empresa para
A Amazon é um exemplo de empresa que está fazendo de tudo desenvolver um excelente atendimento ao cliente interno. A cria-
para automatizar uma operação vasta e complexa. Precisa, já que ção de um programa que consiste em todos ou na maioria desses
entregou 4,2 bilhões de pacotes nas portas dos clientes em 2020. elementos pode ter um grande impacto na produtividade e no mo-
No entanto, a Amazon ainda oferece atendimento ao cliente ral da equipe.
24 horas por dia, por telefone, além de serviços de e-mail e chat
ao vivo. ATENDIMENTO EXTERNO
A maioria das empresas bem-sucedidas reconhece a impor- Muito provavelmente, você pode se lembrar vividamente de
tância de fornecer um excelente atendimento ao cliente. A intera- experiências boas e ruins ao interagir com o atendimento ao cliente
ção cortês e empática com um representante de atendimento ao externo pessoalmente ou por telefone. Você interage com a equipe
cliente treinado pode significar a diferença entre perder ou reter externa de atendimento ao cliente ao fazer reservas para jantar, ve-
um cliente. rificar um livro na biblioteca ou comprar um carro novo, para citar
apenas alguns exemplos encontrados na vida cotidiana. O trabalho
Principais componentes do bom atendimento ao cliente de um representante externo de atendimento ao cliente é ajudá-lo
Proprietários de pequenos negócios bem-sucedidos entendem – o cliente – dentro dos parâmetros da política da empresa.
instintivamente a necessidade de um bom atendimento ao cliente. Atendimento ao cliente externo é o negócio de ajudar indiví-
Grandes empresas estudam o assunto em profundidade e têm algu- duos e entidades fora da organização a obter bens, produtos, in-
mas conclusões básicas sobre os principais componentes: formações e serviços. Os usuários finais podem ser compradores,
• A atenção oportuna às questões levantadas pelos clientes é patronos de cinema, turistas, clientes empresariais ou empresas
crítica. Exigir que um cliente espere na fila ou fique em espera pre- interessadas em contratar serviços. O atendimento ao cliente ex-
judica uma interação antes de começar. terno avalia as necessidades do usuário final e estabelece processos
• O atendimento ao cliente deve ser um processo de etapa úni- e protocolos para atender a essas expectativas.
ca para o consumidor. A pessoa média não distingue entre atendimento ao cliente ex-
terno e atendimento ao cliente em geral. No entanto, os termos são
mais sutis nos negócios. As grandes organizações tendem a ser mui-

130
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

to claras sobre os papéis e as funções dos papéis de atendimento ao Os clientes que são ignorados, maltratados ou frustrados por
cliente externo versus interno. Ambas as áreas são essenciais para o suas interações com o atendimento ao cliente externo provavel-
bom funcionamento e sucesso de uma organização. mente comprarão na próxima vez que precisarem comprar um item
idêntico ou semelhante. Com a crescente popularidade do mer-
Atendimento ao Cliente Externo x Interno chandising online, os clientes têm infinitas opções quando se tra-
O atendimento externo existe para prestar os mais diversos ti- ta de gastar seu dinheiro. Uma equipe externa de atendimento ao
pos de atendimento àqueles que estão fora da organização. Por outro cliente ineficaz, inacessível, mal treinada ou rude pode levar uma
lado, o atendimento ao cliente interno refere-se ao atendimento, su- empresa à falência com o tempo.
porte e assistência estendidos aos funcionários e partes interessadas
filiadas à organização. O help desk de TI e os recursos humanos, por COMUNICAÇÃO E ATENDIMENTO TELEFÔNICO
exemplo, se esforçam para fornecer um atendimento eficiente ao Hoje, muitas pessoas preferem e-mails e mensagens de texto
cliente interno. Departamentos e equipes que dependem uns dos ou- a telefonemas para comunicação relacionada ao trabalho. Por quê?
tros são provedores e receptores de atendimento ao cliente interno. Fazer ligações de negócios pode ser um pouco estressante.
De acordo com Darlene Price, presidente da Well Said, Inc. e
Importância do Atendimento ao Cliente Externo autora de Well Said! Apresentações e conversas que geram resul-
O Advertising Specialty Institute, ou ASI, afirma que o atendi- tados, o medo de falar ao telefone e a dúvida sobre o que dizer e
mento ao cliente externo trata de atender e exceder as necessida- como dizer impedem que muitos potenciais chamadores disquem
des e desejos dos clientes. Exemplos de bom atendimento ao cliente números.
externo incluem saudar calorosamente um hóspede do hotel, servir Ao contrário de e-mails e mensagens, onde você pode editar
alegremente os clientes do restaurante, emitir um reembolso sem suas palavras a qualquer momento, usar um telefone para comuni-
complicações e processar um pedido com eficiência. Empresas que cação comercial é uma experiência em tempo real. Os primeiros 20
valorizam o relacionamento com o cliente vão além para conhecer segundos da sua chamada podem ser a chave para o sucesso. Usan-
seus clientes e atender seus desejos e expectativas de qualidade. do apenas a combinação de suas palavras e tom de voz, você pode
A ASI observa ainda que um bom atendimento ao cliente inter- aumentar ou diminuir suas chances de obter o resultado desejado
dessa interação.
no e externo anda de mãos dadas. Clientes internos, como funcio-
Embora possa ser mais conveniente entrar em contato com
nários, parceiros de negócios e acionistas, têm maior probabilidade
alguém por meio de tecnologias digitais, o telefone ainda é uma
de serem bons embaixadores da empresa e prestar atendimento ao
forma mais pessoal de conduzir uma conversa de negócios. Nada
cliente com um sorriso se estiverem genuinamente felizes e leais à
pode substituir o som de uma voz humana.
empresa.
Fora do domínio das mensagens de texto e e-mails, muitas en-
trevistas de emprego e reuniões de negócios ainda são conduzidas
Receita e Rentabilidade
inteiramente por telefone. Por isso é importante saber falar com
A qualidade do atendimento ao cliente externo afeta o com- impacto usando esse meio de comunicação.
portamento do consumidor e os resultados de uma empresa em
todos os setores industriais. A menos que um monopólio venda um Como conduzir uma conversa de negócios ao telefone
produto muito necessário e tenha uma vantagem no mercado, o • Prepare-se para uma chamada
atendimento ao cliente externo desempenha um papel fundamen- • Apresente-se
tal na lucratividade. Clientes satisfeitos que gostam e confiam na • Indique o principal motivo da sua chamada
empresa continuarão voltando e comprando. • Ouça ativamente sem interromper
• Pratique sua etiqueta de telefone comercial
De acordo com a Ameritas – uma seguradora de vida que se • Agradeça
orgulha de seu excelente atendimento ao cliente – os benefícios
de um ótimo atendimento ao cliente externo são mensuráveis. Por Prepare-se para uma chamada
exemplo, de acordo com Ameritas: Qual é a primeira coisa que você deve fazer antes de fazer uma
• 97% dos clientes satisfeitos compartilham suas experiências ligação comercial? Reserve um momento para se preparar. Aqui es-
de atendimento ao cliente. tão alguns passos para fazer isso de forma eficaz:
• 70% dos compradores gastam mais dinheiro se obtiverem um • Identifique o motivo pelo qual você está ligando. Saber o ob-
bom atendimento ao cliente. jetivo de sua ligação comercial evitará que você fique nervoso ao
• 59% mudarão para uma nova empresa para obter um melhor falar com alguém que mal conhece. Quer vender algo, pedir ajuda
atendimento ao cliente. ou obter alguma informação? Pense por um minuto sobre o objeti-
vo que deseja alcançar com esta ligação.
Lealdade do consumidor • Anote os pontos-chave que você precisa cobrir. Para manter
As qualidades de atendimento ao cliente externo mais valoriza- sua ligação sob controle, prepare algumas anotações sobre os as-
das pelos clientes são eficiência, cortesia, empatia e uma conexão suntos que deseja discutir durante a conversa, bem como quaisquer
pessoal. Fornecer um ótimo serviço cria uma base de clientes leais perguntas que precise fazer. Alguns pontos também podem ajudá-
que oferece uma proteção contra concorrentes famintos que en- -lo a se sentir mais confiante e a manter o controle da conversa.
tram no mercado. Mesmo que os preços em uma pequena empresa • Prepare as informações de suporte necessárias. Esteja perto
sejam um pouco mais altos do que os encontrados em um gran- de um dispositivo com internet para que você possa pesquisar da-
de varejista, os clientes podem pagar mais para obter assistência dos extras rapidamente.
imediata, informações confiáveis, atenção pessoal e uma garantia
confiável.

131
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Apresente-se do e prometa ligar de volta. Se você precisar colocar alguém no vi-


Ao fazer chamadas, diga “Alô” e apresente-se à pessoa do ou- va-voz, avise que está prestes a fazê-lo e mencione quem mais está
tro lado da linha. Para seguir a etiqueta profissional ao telefone, perto de você.
comece com seu primeiro nome, bem como seu sobrenome, cargo
ou nome da empresa, se necessário. Por exemplo: Agradeça
“Olá. Meu nome é Brian e estou ligando de [nome da empre- A polidez nunca será antiquada. Termine sua ligação agrade-
sa].” cendo a pessoa por seu tempo.
É educado começar uma conversa com conversa fiada, “Muito obrigado por falar comigo. Tenha um bom dia.”
especialmente se você conhece bem a pessoa. Mas não seja muito Do ponto de vista comercial, uma conversa telefônica malsuce-
tagarela. Lembre-se de que você tem tempo limitado na ligação, dida pode custar produtividade, tempo e até dinheiro. Se você quer
portanto, concentre-se no objetivo específico da conversa e vá que seus atendimentos tragam bons resultados, você deve se pre-
direto ao ponto. Se você não conhece a pessoa, troque gentilezas parar para cada um deles. Tente manter a conversa o mais leve e po-
como um breve «Como você está hoje?» ou “Espero que você sitiva possível e não se esqueça da etiqueta comercial ao telefone.
esteja bem hoje”. Com mais confiança e um pouco de prática, você não terá pro-
blemas para conduzir uma conversa de negócios — seja com um
Indique o principal motivo da sua chamada cliente, parceiro de negócios ou colega.
Após a saudação telefônica profissional, declare o objetivo de
sua ligação de maneira educada e direta. Por exemplo: MEIOS DE COMUNICAÇÃO
“Recebi seu e-mail ontem, então estou ligando para acompa- O termo “comunicação” foi derivado das palavras latinas “com-
nhar.” munis” e “comunicar”. O significado literal do termo é compartilhar
“Estou ligando de [nome da empresa]. Gostaria de falar com algo ou torná-lo comum. Nós nos comunicamos com os outros no
você sobre sua compra recente.” dia a dia. A comunicação é necessária para compartilhar mensa-
Explicar o motivo de sua ligação fornece foco e direção para a gens, valores, ideias etc.
conversa. Além disso, isso vai te ajudar a prender a atenção da pes-
soa e mostrar que você está preparado para a palestra. Mantenha Um bom comunicador tem os seguintes princípios:
um ritmo constante e fale sem muitas pausas e palavras de preen- • Deve se manter organizado.
chimento como “um” e “uh”. • Deve fazer uso de áudio e imagens para se tornar mais claro
para o público.
Ouça ativamente sem interromper • Não deve assumir o papel de autoritário e impor suas pala-
Embora você possa se esforçar para atingir o objetivo principal vras aos ouvintes.
de sua ligação comercial, certifique-se de manter uma conversa bi- • Deve ajustar-se aos meios de comunicação.
direcional em vez de um monólogo. Dê à pessoa com quem você
está falando tempo para responder e fazer qualquer pergunta que Tipos de Comunicação
ela possa ter. Ouça atentamente e use acenos verbais como “Uh Basicamente, a comunicação é de dois tipos – verbal e não-
huh,” “Parece interessante,” “Bom,” “Sim, eu entendo,” “Isso mes- -verbal. Qualquer tipo de comunicação que faz uso da linguagem é
mo,” “Entendo,” “Você poderia me falar mais sobre,” etc. denominado comunicação verbal. Esta linguagem pode ser falada
ou escrita na natureza.
Pratique sua etiqueta de telefone comercial Assim, o termo comunicação verbal é dividido em dois subgru-
É tão fácil ficar preocupado quando você precisa fazer uma pos – oral e escrita. Por outro lado, a comunicação não verbal faz
ligação importante. Mas se você permitir que a ansiedade domine uso da linguagem gestual e da linguagem corporal para comunicar a
suas emoções, não terá sucesso na comunicação empresarial. Em mensagem ou ideia aos outros.
primeiro lugar, certifique-se de manter a calma e falar claramente.
Escolha suas palavras com cuidado, evitando gírias e jargões. Para O processo de comunicação
saber mais sobre isso, confira nosso artigo sobre como dominar o O processo de comunicação ocorre quando o remetente se
inglês comercial para gerentes. compromete a compartilhar a mensagem com o destinatário. O
Para falar ao telefone de maneira profissional, preste atenção processo de comunicação envolve cinco componentes – o remeten-
especial ao seu tom de voz. Fale em um tom normal ou um pouco te, o destinatário, o canal, a mensagem, o feedback.
mais alto, mantendo-o natural, positivo e convidativo. Tente pro- É bastante evidente que, para compartilhar uma mensagem,
nunciar as palavras com clareza e minimize seu sotaque. um remetente e um destinatário são os requisitos importantes.
Se você precisar colocar a pessoa em espera, peça permissão Qualquer pessoa que envia uma mensagem é chamada de
para fazer isso e explique o motivo. Você pode dizer algo como: remetente. Ele/ela vem no início do processo de comunicação.
“[Nome], tudo bem se eu colocar você em espera por alguns Enquanto, por outro lado, qualquer pessoa que recebe a mensagem
segundos enquanto checo com [Nome] sobre esse problema?” é considerada um receptor. Ele/ela fica do outro lado do processo.
Para seguir a etiqueta do telefone no trabalho, nunca deixe al- Cada mensagem que um remetente envia e um destinatário
guém em espera por mais de 30 segundos e sempre verifique nova- recebe passa por um canal. Este canal também é conhecido como
mente após 15 segundos. Quando você finalmente voltar à ligação, o meio da mensagem. O canal desempenha um papel muito impor-
agradeça à outra pessoa por esperar. Se for uma longa espera, deixe tante na determinação da necessidade da mensagem. Também aju-
claro para eles que você não quer desperdiçar seu tempo esperan- da a formar a mensagem para que ela se encaixe adequadamente
no canal. Por exemplo, em uma conversa telefônica, o telefone atua
como o canal da mensagem.

132
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Às vezes, devido a questões técnicas no canal, a mensagem Aplicativos de mensagens instantâneas


que é enviada mostra alguma falha ao ser recebida pelo receptor. Aplicativos de mensagens instantâneas como o WhatsApp são
Isso é chamado de ruído. Quando há ruído em um canal, o receptor usados ​​para bate-papos informais rápidos e conversas em grupo.
pode não receber a mensagem correta. Por isso é muito importante
que o canal esteja em condições adequadas para que a mensagem Bate-papo por vídeo
seja enviada e recebida sem qualquer impedimento. Os bate-papos por vídeo são a versão evoluída da chamada de
O último componente importante que torna o processo de co- voz, na qual tanto o remetente quanto o destinatário podem se ver
municação completo é chamado de feedback. O feedback é dado e decodificar a linguagem corporal um do outro, além de ouvir suas
pelo receptor ao remetente ao receber a mensagem. O feedback vozes e conhecer suas emoções. Eles são usados ​​com menos fre-
ajuda o remetente a saber sobre a mensagem e fazer alterações, quência do que as chamadas de voz, mas vale a pena considerá-los.
se necessário. Vários aplicativos também permitem que os usuários participem de
O feedback também garante ao remetente que sua mensagem videochamadas em grupo.
está sendo recebida pelo destinatário. Qualquer mensagem que o
remetente precise enviar ao destinatário deve ser codificada pelo Chamada de voz
remetente para ser enviada. O receptor ao receber a mensagem a Uma das formas mais personalizadas de comunicação moderna
decodifica. Portanto, um processo de comunicação é considerado é a chamada de voz. As chamadas de voz podem ser feitas com e
completo quando o receptor entende a mensagem enviada pelo sem internet. Ele permite instantaneamente que o remetente e o
remetente. destinatário ouçam um ao outro e suas emoções e é uma das for-
mas de comunicação modernas mais usadas atualmente.
Formas Modernas de Comunicação
Ao longo do tempo, a comunicação evoluiu com a evolução da E-mail
tecnologia. As primeiras formas de comunicação incluíam sinais de Hoje, o e-mail é uma das formas de comunicação mais subes-
fumaça que evoluíram para o uso do código morse para fins milita- timadas, mas ainda é usada por todos em todo o mundo. O e-mail
res. Com a evolução do telefone, a comunicação com fio passou a pode ser usado para muitos tipos diferentes de finalidades, como
existir. marketing, criação de reconhecimento de marca, divulgação de no-
Todos agora podiam falar com qualquer pessoa em qualquer tícias, envio de mensagens para as massas, etc. Pode ser formal e
parte do mundo usando um telefone. Hoje, os celulares e smar- informal e amplamente utilizado por empresas.
tphones substituíram as formas tradicionais de comunicação. Com
o advento da internet, todos possuem seus celulares pessoais e Mensagens de texto SMS
agora quando alguém pretende ligar para uma pessoa, espera-se As mensagens de texto existem desde que os telefones celula-
que a mesma pessoa atenda a ligação. res foram inventados. Textos SMS são curtos, nítidos e são usados​​
Hoje o mundo depende de modos virtuais de comunicação. principalmente para comunicação informal, pois ajudam a comu-
Estas são basicamente plataformas de comunicação modernas. nicar pequenos bits de informação do remetente ao destinatário.
As plataformas de comunicação modernas tornaram muito fácil O receptor, ao receber a mensagem, tem a liberdade de dar
para as pessoas manterem contato com seus entes queridos sem feedback ou responder à mensagem quando quiser. Com o advento
estarem fisicamente presentes. Dada a atual pandemia global, os da internet e dos aplicativos de mensagens instantâneas gratuitos e
modos virtuais de comunicação tiveram um aumento na demanda que exigem apenas o uso da internet, a popularização das mensa-
porque as pessoas ainda podiam estar presentes para seus amigos gens de texto SMS vem se esvaindo.
e familiares, além de manter o distanciamento social.
Algumas das principais formas modernas de comunicação são Blogs
as seguintes: Blogs são sites que são usados ​​para publicar uma mensagem
ou um pensamento ou ideia elaborada usando um tom de conversa
Bate-papo ou chats ao vivo para os leitores. Uma informação publicada em um blog pode ser
Hoje, os chats ao vivo são usados ​​por muitas pessoas para ad- acessada por qualquer pessoa. Da mesma forma, eles também po-
ministrar seus sites. Eles são bastante úteis na administração de dem fornecer feedback. Geralmente é usado pelo remetente para
empresas. Eles permitem que as pessoas façam perguntas e obte- enviar mensagens para as massas.
nham respostas sem sair do site. Mas a pessoa tem que se certificar
de que sempre há alguém online para lidar com os chats ao vivo e FORMAS DE TRATAMENTO
responder às perguntas dos clientes. Você ainda fica confuso sobre quando usar Srta, Sra. ou Sr?
Estes são apenas três exemplos de honoríficos - palavras que im-
Mídia social plicam ou expressam status, educação ou respeito - que ainda são
A mídia social literalmente mudou a face da comunicação mo- usados ​​no local de trabalho ao endereçar cartas de apresentação e
derna. Não há limite e pode-se optar por se comunicar publicamen- e-mails, apresentar alguém ou conhecer um novo colega.
te ou se comunicar em particular com as pessoas. A chegada de Embora possam parecer bastante semelhantes, não são ter-
vários sites de mídia social desempenhou um papel enorme na vida mos intercambiáveis, e é sempre importante praticar a etiqueta
das pessoas, pois agora elas podem facilmente manter contato com profissional e respeitosa sempre que possível ao interagir com ou-
sua família e amigos. tras pessoas no local de trabalho. A seguir, apresentaremos a his-
tória desses títulos honoríficos, como decidir qual termo usar em
diferentes situações e contextos e como tornar a conversa sobre
esse tópico mais progressiva e inclusiva no local de trabalho.

133
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Uma introdução de cada termo e seu uso O Decreto de nº 9.758 de 11 de abril de 2019 veio alterar re-
Qual termo você prefere usar depende inteiramente de você. gras importantes, quanto aos substantivos de tratamento. Expres-
Mas, historicamente, os termos denotaram o estado civil e/ou a sões usadas antes (como: Vossa Excelência ou Excelentíssimo, Vossa
idade das mulheres. Aqui está um guia rápido sobre todos os três: Senhoria, Vossa Magnificência, doutor, ilustre ou ilustríssimo, digno
ou digníssimo e respeitável) foram retiradas e substituídas apenas
Srta ou Senhorita por: Senhor (a). Excepciona a nova regra quando o agente público
O termo “senhora” geralmente se refere a uma mulher solteira entender que não foi atendido pelo decreto e exigir o tratamento
ou menina mais jovem (alguns dizem que 30 anos é o limite para diferenciado.
usar esse termo). Pode ser usado sozinho, sem fazer referência a
nomes (ex: “com licença, senhorita, você deixou cair seu livro”), ou A redação oficial é
pode ser combinado com o nome e/ou sobrenome de alguém (ex: A maneira pela qual o Poder Público redige comunicações ofi-
A senhorita Silva é o nossa nova estagiário de engenharia”). O ter- ciais e atos normativos e deve caracterizar-se pela: clareza e pre-
mo senhorita não foi usado para se referir a mulheres adultas até cisão, objetividade, concisão, coesão e coerência, impessoalidade,
meados do século 18, e antes disso, a palavra era usada apenas para formalidade e padronização e uso da norma padrão da língua por-
meninas. tuguesa.

Sra ou Senhora SINAIS E ABREVIATURAS EMPREGADOS


“Sra.”, uma abreviação de “senhora”, existe desde o século 16
e geralmente se refere a uma mulher casada. Às vezes, uma mulher • Indica forma (em geral sintática) inaceitável ou
divorciada ou viúva ainda será chamada de Sra. Ao usar Sra., cos- agramatical
tuma-se combinar o termo com o sobrenome de uma mulher (ex: § Parágrafo
Sra. Campos).
adj. adv. Adjunto adverbial
Sr ou Senhor arc. Arcaico
Sr. é um título usado antes de um sobrenome ou nome com- art.; arts. Artigo; artigos
pleto de um homem, seja ele casado ou não. Sr. é uma abreviatura
de Senhor. É um título de respeito e uma forma de tratamento for- cf. Confronte
mal. Ex: O Senhor Gomes está na sala de espera. A abreviação Sr. CN Congresso Nacional
é usada em cartas e mensagens escritas em e-mails, mas a palavra Cp. Compare
completa é usada no dia a dia.
EM Exposição de Motivos
f.v. Forma verbal
CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS E MÉTODOS
DE ACESSO fem. Feminino
ind. Indicativo
Prezado Candidato, o tema supracitado, já foi abordado nos ICP - Brasil Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
tópicos anteriores
masc. Masculino
obj. dir. Objeto direto
REDAÇÃO OFICIAL: PRINCÍPIOS, CARACTERÍSTICAS
E QUALIDADES, LINGUAGEM, NORMAS E obj. ind. Objeto indireto
RECOMENDAÇÕES, FORMAS E PRONOMES p. Página
DE TRATAMENTO, FECHOS, IDENTIFICAÇÃO
DO SIGNATÁRIO, CONCEITOS E DEFINIÇÕES, p. us. Pouco usado
GENERALIDADES, TIPOS, PARTES, APRESENTAÇÃO, pess. Pessoa
FORMA E ESTRUTURA, PADRONIZAÇÃO,
pl. Plural
DIAGRAMAÇÃO. PADRÃO OFÍCIO, FAX, CORREIO
ELETRÔNICO, ATAS, PARECERES, MEMORANDOS, pref. Prefixo
CONTRATOS, ALVARÁ, REQUERIMENTO, CERTIDÃO, pres. Presente
ATESTADO, DECLARAÇÃO, DESPACHO, PORTARIA,
RELATÓRIO, ORDEM DE SERVIÇO, EXPOSIÇÃO DE Res. Resolução do Congresso Nacional
MOTIVOS ETC RICD Regimento Interno da Câmara dos Deputados
RISF Regimento Interno do Senado Federal
A terceira edição do Manual de Redação da Presidência da Re-
s. Substantivo
pública foi lançado no final de 2018 e apresenta algumas mudanças
quanto ao formato anterior. Para contextualizar, o manual foi criado s.f. Substantivo feminino
em 1991 e surgiu de uma necessidade de padronizar os protocolos s.m. Substantivo masculino
à moderna administração pública. Assim, ele é referência quando
se trata de Redação Oficial em todas as esferas administrativas. SEI! Sistema Eletrônico de Informações
sing. Singular

134
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tb. Também Por sua vez, ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se
deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir isso,
v. Ver ou verbo é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia prin-
v.g. verbi gratia cipal e quais são as secundárias. A objetividade conduz o leitor ao
contato mais direto com o assunto e com as informações, sem sub-
var. pop. Variante popular
terfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que
a objetividade suprime a delicadeza de expressão ou torna o texto
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela rude e grosseiro.
escrita. Para que haja comunicação, são necessários: Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de infor-
a) alguém que comunique: o serviço público. mações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma
b) algo a ser comunicado: assunto relativo às atribuições do entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve
órgão que comunica. eliminar passagens substanciais do texto com o único objetivo de
c) alguém que receba essa comunicação: o público, uma insti- reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras
tuição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Execu- inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já
tivo ou dos outros Poderes. foi dito.
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atri-
Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a fina- butos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia entre os elemen-
lidade do documento, para que o texto esteja adequado à situação tos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência
comunicativa. Os atos oficiais (atos de caráter normativo) estabele- quando se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os
cem regras para a conduta dos cidadãos, regulam o funcionamento parágrafos estão entrelaçados, dando continuidade uns aos outros.
dos órgãos e entidades públicos. Para alcançar tais objetivos, em Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um
sua elaboração, precisa ser empregada a linguagem adequada. O texto são:
mesmo ocorre com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua • Referência (termos que se relacionam a outros necessários à
é a de informar com clareza e objetividade. sua interpretação);
• Substituição (colocação de um item lexical no lugar de outro
Atributos da redação oficial: ou no lugar de uma oração);
• clareza e precisão; • Elipse (omissão de um termo recuperável pelo contexto);
• objetividade; • Uso de conjunção (estabelecer ligação entre orações, perío-
• concisão; dos ou parágrafos).
• coesão e coerência; A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço pú-
• impessoalidade; blico e sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos.
• formalidade e padronização; e Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não de-
• uso da norma padrão da língua portuguesa. vem ser tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
As comunicações administrativas devem ser sempre formais,
CLAREZA PRECISÃO isto é, obedecer a certas regras de forma. Isso é válido tanto para as
comunicações feitas em meio eletrônico, quanto para os eventuais
Para a obtenção de clareza, sugere-se: O atributo da precisão
documentos impressos. Recomendações:
a) utilizar palavras e expressões sim- complementa a clareza
• A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra
ples, em seu sentido comum, salvo quan- e caracteriza-se por:
a sua simplicidade;
do o texto versar sobre assunto técnico, a) articulação da
• O uso do padrão culto não significa empregar a língua de
hipótese em que se utilizará nomenclatu- linguagem comum ou
modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem próprias do estilo
ra própria da área; técnica para a perfeita
literário;
b) usar frases curtas, bem estruturadas; compreensão da ideia
• A consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na reda-
apresentar as orações na ordem direta e veiculada no texto;
ção de um bom texto.
evitar intercalações excessivas. Em certas b) manifestação do
ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere- pensamento ou da
O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com
-se a adoção da ordem inversa da oração; ideia com as mesmas
agentes públicos federais é “senhor”, independentemente do nível
c) buscar a uniformidade do tempo ver- palavras, evitando o
hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.
bal em todo o texto; emprego de sinonímia
d) não utilizar regionalismos e neologismos; com propósito mera-
Obs. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino
e) pontuar adequadamente o texto; mente estilístico; e
e para o plural.
f) explicitar o significado da sigla na c) escolha de expres-
primeira referência a ela; e são ou palavra que
São formas de tratamento vedadas:
g) utilizar palavras e expressões em outro não confira duplo
I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
idioma apenas quando indispensáveis, em sentido ao texto.
II - Vossa Senhoria;
razão de serem designações ou expressões
III - Vossa Magnificência;
de uso já consagrado ou de não terem exa-
IV - doutor;
ta tradução. Nesse caso, grafe-as em itálico.
V - ilustre ou ilustríssimo;
VI - digno ou digníssimo; e
VII - respeitável.

135
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Todavia, o agente público federal que exigir o uso dos prono- d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente,
mes de tratamento, mediante invocação de normas especiais refe- dividido em duas linhas: primeira linha: informação de localidade/
rentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão,
modo. Ademais, é vedado negar a realização de ato administrativo informação do setor; segunda linha: CEP e cidade/unidade da fede-
ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente caso haja erro ração, separados por espaço simples. Na separação entre cidade e
na forma de tratamento empregada. unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou
O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes pú- pelo travessão. No caso de ofício ao mesmo órgão, não é obriga-
blicos federais não conterá pronome de tratamento ou o nome tória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da
do agente público. Poderão constar o pronome de tratamento e o cidade/unidade da federação;
nome do destinatário nas hipóteses de: e) alinhamento: à margem esquerda da página.
I – A mera indicação do cargo ou da função e do setor da ad-
ministração ser insuficiente para a identificação do destinatário; ou • Assunto: O assunto deve dar uma ideia geral do que trata
II - A correspondência ser dirigida à pessoa de agente público o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado da seguinte
específico. maneira:
a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o
Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expe- conteúdo do documento, seguida de dois-pontos;
dientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela for- b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do
ma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de uniformizá- documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não se deve utili-
-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam zar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
o que chamamos de padrão ofício. c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o títu-
lo, deve ser destacado em negrito;
Consistem em partes do documento no padrão ofício: d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto;
• Cabeçalho: O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página e) alinhamento: à margem esquerda da página.
do documento, centralizado na área determinada pela formatação.
No cabeçalho deve constar o Brasão de Armas da República no topo • Texto:
da página; nome do órgão principal; nomes dos órgãos secundá-
rios, quando necessários, da maior para a menor hierarquia; espa- NOS CASOS EM QUE QUANDO FOREM USADOS
çamento entrelinhas simples (1,0). Os dados do órgão, tais como NÃO SEJA USADO PARA PARA ENCAMINHAMENTO
endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio ENCAMINHAMENTO DE DOCUMENTOS, A
eletrônico oficial da instituição, podem ser informados no rodapé DE DOCUMENTOS, O ESTRUTURA É MODIFICADA:
do documento, centralizados. EXPEDIENTE DEVE CONTER
A SEGUINTE ESTRUTURA:
• Identificação do expediente:
a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com a) introdução: em que é a) introdução: deve iniciar com
todas as letras maiúsculas; apresentado o objetivo da referência ao expediente que
b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”, comunicação. Evite o uso das solicitou o encaminhamento.
padronizada como Nº; formas: Tenho a honra de, Se a remessa do documento
c) informações do documento: número, ano (com quatro dí- Tenho o prazer de, Cumpre-me não tiver sido solicitada, deve
gitos) e siglas usuais do setor que expede o documento, da menor informar que. Prefira empregar iniciar com a informação do
para a maior hierarquia, separados por barra (/); a forma direta: Informo, motivo da comunicação, que
d) alinhamento: à margem esquerda da página. Solicito, Comunico; é encaminhar, indicando a
• Local e data: b) desenvolvimento: em que o seguir os dados completos
a) composição: local e data do documento; assunto é detalhado; se o texto do documento encaminhado
b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o contiver mais de uma ideia (tipo, data, origem ou
documento, seguido de vírgula. Não se deve utilizar a sigla da uni- sobre o assunto, elas devem signatário e assunto de que se
dade da federação depois do nome da cidade; ser tratadas em parágrafos trata) e a razão pela qual está
c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do distintos, o que confere maior sendo encaminhado;
mês e em numeração cardinal para os demais dias do mês. Não se clareza à exposição; e b) desenvolvimento: se o autor
deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês; c) conclusão: em que é da comunicação desejar fazer
d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula; afirmada a posição sobre o algum comentário a respeito
e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; assunto. do documento que encaminha,
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem poderá acrescentar parágrafos
direita da página. de desenvolvimento. Caso
contrário, não há parágrafos
• Endereçamento: O endereçamento é a parte do documento de desenvolvimento em
que informa quem receberá o expediente. Nele deverão constar : expediente usado para
a) vocativo; encaminhamento de
b) nome: nome do destinatário do expediente; documentos.
c) cargo: cargo do destinatário do expediente;

136
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Em qualquer uma das duas estruturas, o texto do documento i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o
deve ser formatado da seguinte maneira: negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico, sublinhado,
a) alinhamento: justificado; letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
b) espaçamento entre linhas: simples; outra forma de formatação que afete a sobriedade e a padroniza-
c) parágrafos: espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após ção do documento;
cada parágrafo; recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafa-
esquerda; numeração dos parágrafos: apenas quando o documento das em itálico;
tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro parágrafo. Não se k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos
numeram o vocativo e o fecho; elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
d) fonte: Calibri ou Carlito; corpo do texto: tamanho 12 pontos; posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve
citações recuadas: tamanho 11 pontos; notas de Rodapé: tamanho ser utilizado, preferencialmente, formato de arquivo que possa ser
10 pontos. lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no servi-
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas, ço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings. l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos
arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do docu-
• Fechos para comunicações: O fecho das comunicações ofi- mento + número do documento + ano do documento (com 4 dígi-
ciais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar tos) + palavras-chaves do conteúdo.
o destinatário.
a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, in-
clusive o Presidente da República: Respeitosamente,
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia infe-
rior ou demais casos: Atenciosamente,

• Identificação do signatário: Excluídas as comunicações assi-


nadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações
oficiais devem informar o signatário segundo o padrão:
a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em le-
tras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha acima do nome do
signatário;
b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigi-
do apenas com as iniciais maiúsculas. As preposições que liguem as
palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser centra-
lizada na página. Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar
a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa
página ao menos a última frase anterior ao fecho.

• Numeração de páginas: A numeração das páginas é obrigató-


ria apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser
centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:
a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm
da margem inferior; e
b) fonte: Calibri ou Carlito.

Quanto a formatação e apresentação, os documentos do pa-


drão ofício devem obedecer à seguinte forma:
a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
c) margem lateral direita: 1,5 cm;
d) margens superior e inferior: 2 cm;
e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da mar-
gem superior do papel;
f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode
ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as margens es-
querda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares
(margem espelho);
h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em pa-
pel branco, reservando-se, se necessário, a impressão colorida para
gráficos e ilustrações;

137
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais


(Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a elaboração, a re-
dação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a ge-
rência das exposições de motivos com as propostas de atos a serem
encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatá-
rio são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome
do ministro que assinou a exposição de motivos e do consultor jurí-
dico que assinou o parecer jurídico da Pasta.
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os
Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas
pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar
sobre fato da administração pública; para expor o plano de gover-
no por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter
ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de
suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer comunicações do que
seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios
à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação fi-
nal. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso
Nacional têm as seguintes finalidades:
Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com a) Encaminhamento de proposta de emenda constitucional,
algumas possíveis variações: de projeto de lei ordinária, de projeto de lei complementar e os
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão en- que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, or-
via o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. A sigla na çamentos anuais e créditos adicionais.
epígrafe será apenas do órgão remetente. b) Encaminhamento de medida provisória.
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um c) Indicação de autoridades.
órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para um único d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epí- te da República se ausentarem do país por mais de 15 dias.
grafe. e) Encaminhamento de atos de concessão e de renovação de
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando concessão de emissoras de rádio e TV.
mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes cons- g) Mensagem de abertura da sessão legislativa.
tarão na epígrafe. h) Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
i) Comunicação de veto.
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo, ex. Apreciação
órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas ou nomes dos de intervenção federal.
órgãos que receberão o expediente. As mensagens contêm:
a) brasão: timbre em relevo branco;
Exposição de motivos (EM) b) identificação do expediente: MENSAGEM Nº, alinhada à
É o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice- margem esquerda, no início do texto;
Presidente para: c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o
a) propor alguma medida; pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com o recuo de
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou parágrafo dado ao texto;
c) informa-lo de determinado assunto. d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinha-
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República dos à margem direita. A mensagem, como os demais atos assinados
por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto tratado en- pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signa-
volva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada tário.
por todos os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
de interministerial. Independentemente de ser uma EM com ape- A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática
nas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica comum, não só em âmbito privado, mas também na administra-
das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina ção pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos.
dentro de um mesmo ano civil. Dependendo do contexto, pode significar gênero textual, endere-
A exposição de motivos é a principal modalidade de comunica- ço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica.
ção dirigida ao Presidente da República pelos ministros. Além disso, Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documen-
pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacio- to oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de
nal ou ao Poder Judiciário. linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Como ende-

138
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

reço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo. Como sistema
de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de envio e recebimento de
documentos na administração pública.
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor documental, isto é, para que
possa ser aceito como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, segundo os parâ-
metros de integridade, autenticidade e validade jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICPBrasil.
O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem certificação digital ou com certificação digital fora ICP-Brasil; contudo,
caso haja questionamento, será obrigatório a repetição do ato por meio documento físico assinado ou por meio eletrônico reconhecido
pela ICP-Brasil. Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor a aceitação de documento eletrônico que não atenda os parâmetros
da ICP-Brasil.
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir padronização da mensagem
comunicada. O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, quem irá receber
a mensagem identificará rapidamente do que se trata; quem a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na caixa do correio
eletrônico.
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando endereçado para outras instituições, para receptores
desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”,
seguido do cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”.
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abreviações como “Att.”,
e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem ser
utilizados em e-mails profissionais.
Sugere-se que todas as instituições da administração pública adotem um padrão de texto de assinatura. A assinatura do e-mail deve
conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens do e-mail. A mensagem que
encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que apresentem poucos riscos de segurança. Quando se tratar de documento
ainda em discussão, os arquivos devem, necessariamente, ser enviados, em formato que possa ser editado.
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais importante quando se trata de textos oficiais. Muitas
vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase. O que na correspondência particular
seria apenas um lapso na digitação pode ter repercussões indesejáveis quando ocorre no texto de uma comunicação oficial ou de um ato
normativo. Assim, toda revisão que se faça em determinado documento ou expediente deve sempre levar em conta também a correção
ortográfica.

HÍFEN ASPAS ITÁLICO NEGRITO E SUBLINHADO


As aspas têm os seguintes Emprega-se itálico em:
O hífen é um sinal usado para:
empregos: a) títulos de publicações (livros,
a) ligar os elementos de palavras
a) antes e depois de uma revistas, jornais, periódicos etc.) ou
compostas: vice-ministro; Usa-se o negrito para
citação textual direta, títulos de congressos, conferências,
b) para unir pronomes átonos a realce de palavras e
quando esta tem até três slogans, lemas sem o uso de aspas
verbos: agradeceu-lhe; e trechos. Deve-se evitar o
linhas, sem utilizar itálico; (com inicial maiúscula em todas as
c) para, no final de uma linha, uso de sublinhado para
b) quando necessário, para palavras, exceto nas de ligação);
indicar a separação das sílabas realçar palavras e trechos
diferenciar títulos, termos b) palavras e as expressões em latim
de uma palavra em duas partes em comunicações oficiais.
técnicos, expressões fixas, ou em outras línguas estrangeiras não
(a chamada translineação):
definições, exemplificações incorporadas ao uso comum na língua
com-/parar, gover-/no.
e assemelhados. portuguesa ou não aportuguesadas.

PARÊNTESES E TRAVESSÃO USO DE SIGLAS E ACRÔNIMOS


Os parênteses são empregados para intercalar, em um texto, Para padronizar o uso de siglas e acrônimos nos atos normativos, serão
explicações, indicações, comentários, observações, como adotados os conceitos sugeridos pelo Manual de Elaboração de Textos
por exemplo, indicar uma data, uma referência bibliográfica, da Consultoria Legislativa do Senado Federal (1999), em que:
uma sigla. a) sigla: constitui-se do resultado das somas das iniciais de um título; e
O travessão, que é representado graficamente por um hífen b) acrônimo: constitui-se do resultado da soma de algumas sílabas ou
prolongado (–), substitui parênteses, vírgulas, dois-pontos. partes dos vocábulos de um título.

Sintaxe é a parte da Gramática que estuda a palavra, não em si, mas em relação às outras, que, com ela, se unem para exprimir o
pensamento. Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elementos que compõem uma oração:
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADJUNTO ADVERBIAL

139
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enun- O ponto de interrogação, como se depreende de seu nome,
ciada na oração. De acordo com a gramática normativa, o sujeito da é utilizado para marcar o final de uma frase interrogativa direta.
oração não pode ser preposicionado. Ele pode ter complemento, O ponto de exclamação é utilizado para indicar surpresa, espanto,
mas não ser complemento. admiração, súplica etc. Seu uso na redação oficial fica geralmente
Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a frag- restrito aos discursos e às peças de retórica.
mentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois muitas O uso do pronome demonstrativo obedece às seguintes cir-
vezes dificulta a compreensão. cunstâncias:
A omissão de certos termos, ao fazermos uma comparação, a) Emprega-se este(a)/isto quando o termo referente estiver
omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita, próximo ao emissor, ou seja, de quem fala ou redige.
pois compromete a clareza do texto: nem sempre é possível iden- b) Emprega-se esse(a)/isso quando o termo referente estiver
tificar, pelo contexto, o termo omitido. A ausência indevida de um próximo ao receptor, ou seja, a quem se fala ou para quem se re-
termo pode impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dige.
dar a uma frase. c) Emprega-se aquele(a)/aquilo quando o termo referente es-
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de tiver distante tanto do emissor quanto do receptor da mensagem.
um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial, d) Emprega-se este(a) para referir-se ao tempo presente;
deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos e) Emprega-se esse(a) para se referir ao tempo passado;
de compreensão. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade f) Emprega-se aquele(a)/aquilo em relação a um tempo passa-
de identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui do mais longínquo, ou histórico.
mais de um antecedente na terceira pessoa. g) Usa-se este(a)/isto para introduzir referência que, no texto,
A concordância é o processo sintático segundo o qual certas ainda será mencionado;
palavras se acomodam, na sua forma, às palavras de que depen- h) Usa-se este(a)para se referir ao próprio texto;
dem. Essa acomodação formal se chama flexão e se dá quanto a i) Emprega-se esse(a)/isso quando a informação já foi mencio-
gênero e número (nos adjetivos – nomes ou pronomes), números nada no texto.
e pessoa (nos verbos). Daí, a divisão: concordância nominal e con-
cordância verbal. A Semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases
e unidades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe
CONCORDÂNCIA VERBAL CONCORDÂNCIA NOMINAL são atribuídos. Ao considerarmos o significado de determinada pa-
lavra, levamos em conta sua história, sua estrutura (radical, prefi-
O verbo concorda com Adjetivos (nomes ou pronomes), xos, sufixos que participam da sua forma) e, por fim, o contexto em
seu sujeito em pessoa e artigos e numerais concordam que se apresenta.
número. em gênero e número com os Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto
substantivos de que dependem. oficial, deve-se atentar para a tradição no emprego de determina-
da expressão com determinado sentido. O emprego de expressões
Regência é, em gramática, sinônimo de dependência, subordi- ditas de uso consagrado confere uniformidade e transparência ao
nação. Assim, a sintaxe de regência trata das relações de depen- sentido do texto. Mas isso não quer dizer que os textos oficiais de-
dência que as palavras mantêm na frase. Dizemos que um termo vam limitar-se à repetição de chavões e de clichês.
rege o outro que o complementa. Numa frase, os termos regentes Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo
ou subordinantes (substantivos, adjetivos, verbos) regem os termos utilizadas. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias
regidos ou subordinados (substantivos, adjetivos, preposições) que ou redundâncias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para
lhes completam o sentido. as palavras repetidas; mas se sua substituição for comprometer o
Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as se- sentido do texto, tornando-o ambíguo ou menos claro, não hesite
guintes finalidades: em deixar o texto como está.
a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na lei- É importante lembrar que o idioma está em constante muta-
tura; ção. A própria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da
b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o au- política, enfim da vida social em geral, impõe a criação de novas
tor, devem merecer destaque; e palavras e de formas de dizer.
c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambiguidades. A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações,
nem incorporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabula-
A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido res, por um lado, elas devem sempre ser usadas com critério, evi-
entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na ora- tando-se aquelas que podem ser substituídas por vocábulos já de
ção, quer no período. O ponto e vírgula, em princípio, separa es- uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar.
truturas coordenadas já portadoras de vírgulas internas. É também De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto pu-
usado em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer. rismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às cria-
Emprega-se este sinal de pontuação para introduzir citações, ções vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez
marcar enunciados de diálogo e indicar um esclarecimento, um re- do desenvolvimento tecnológico, por exemplo, impõe a criação de
sumo ou uma consequência do que se afirmou. inúmeros novos conceitos e termos, ditando de certa forma a ve-
locidade com que a língua deve incorporá-los. O importante é usar
o estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente portu-
guês quando houver ou conformar a palavra estrangeira ao espírito
da Língua Portuguesa.

140
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou emprega- Antes de decidir sobre as providências a serem tomadas, é es-
dos em contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo sencial identificar o problema a ser enfrentado. Realizada a iden-
desconhecimento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela in- tificação do problema em decorrência de impulsos externos (ma-
corporação acrítica do estrangeirismo. nifestações de órgãos de opinião pública, críticas de segmentos
• A homonímia é a designação geral para os casos em que pa- especializados) ou graças à atuação dos mecanismos próprios de
lavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos controle, o problema deve ser delimitado de forma precisa.
homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos). A análise da situação questionada deve contemplar as causas
• Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como ou o complexo de causas que eventualmente determinaram ou
nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) contribuíram para o seu desenvolvimento. Essas causas podem ter
e manga (de camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo influências diversas, tais como condutas humanas, desenvolvimen-
(pedido) e apelo (com e aberto, 1ª pess. Do sing. Do pres. Do ind. Do tos sociais ou econômicos, influências da política nacional ou inter-
verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1ª pess. Do nacional, consequências de novos problemas técnicos, efeitos de
sing. Do pres. Do ind. Do verbo consolar), com pronúncia diferente. leis antigas, mudanças de concepção etc.
Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto Para verificar a adequação dos meios a serem utilizados, deve-
em que são empregados. -se realizar uma análise dos objetivos que se esperam com a apro-
• Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com vação da proposta. A ação do legislador, nesse âmbito, não difere,
palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pro- fundamentalmente, da atuação do homem comum, que se caracte-
núncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre descrição (ato de riza mais por saber exatamente o que não quer, sem precisar o que
descrever) e discrição (qualidade do que é discreto), retificar (corri- efetivamente pretende.
gir) e ratificar (confirmar). A avaliação emocional dos problemas, a crítica generalizada
e, às vezes, irrefletida sobre o estado de coisas dominante acabam
No Estado de Direito, as normas jurídicas cumprem a tarefa por permitir que predominem as soluções negativistas, que têm por
de concretizar a Constituição. Elas devem criar os fundamentos de escopo, fundamentalmente, suprimir a situação questionada sem
justiça e de segurança que assegurem um desenvolvimento social contemplar, de forma detida e racional, as alternativas possíveis ou
harmônico em um contexto de paz e de liberdade. Esses complexos as causas determinantes desse estado de coisas negativo. Outras
objetivos da norma jurídica são expressos nas funções: vezes, deixa-se orientar por sentimento inverso, buscando, pura e
I) de integração: a lei cumpre função de integração ao com- simplesmente, a preservação do status quo.
pensar as diferenças jurídico-políticas no quadro de formação da Essas duas posições podem levar, nos seus extremos, a uma
vontade do Estado (desigualdades sociais, regionais); imprecisa definição dos objetivos. A definição da decisão legislati-
II) de planificação: a lei é o instrumento básico de organização, va deve ser precedida de uma rigorosa avaliação das alternativas
de definição e de distribuição de competências; existentes, seus prós e contras. A existência de diversas alternativas
III) de proteção: a lei cumpre função de proteção contra o arbí- para a solução do problema não só amplia a liberdade do legislador,
trio ao vincular os próprios órgãos do Estado; como também permite a melhoria da qualidade da decisão legis-
IV) de regulação: a lei cumpre função reguladora ao direcionar lativa.
condutas por meio de modelos; Antes de decidir sobre a alternativa a ser positivada, devem-
V) de inovação: a lei cumpre função de inovação na ordem ju- -se avaliar e contrapor as alternativas existentes sob dois pontos de
rídica e no plano social. vista: a) De uma perspectiva puramente objetiva: verificar se a aná-
lise sobre os dados fáticos e prognósticos se mostra consistente; b)
Requisitos da elaboração normativa: De uma perspectiva axiológica: aferir, com a utilização de critérios
• Clareza e determinação da norma; de probabilidade (prognósticos), se os meios a serem empregados
• Princípio da reserva legal; mostram-se adequados a produzir as consequências desejadas. De-
• Reserva legal qualificada (algumas providências sejam prece- vem-se contemplar, igualmente, as suas deficiências e os eventuais
didas de específica autorização legislativa, vinculada à determinada efeitos colaterais negativos.
situação ou destinada a atingir determinado objetivo); O processo de decisão normativa estará incompleto caso se en-
• Princípio da legalidade nos âmbitos penal, tributário e admi- tenda que a tarefa do legislador se encerre com a edição do ato nor-
nistrativo; mativo. Uma planificação mais rigorosa do processo de elaboração
• Princípio da proporcionalidade; normativa exige um cuidadoso controle das diversas consequências
• Densidade da norma (a previsão legal contenha uma discipli- produzidas pelo novo ato normativo.
na suficientemente concreta); É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um
• Respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coi- espírito de sistema, tendo em vista não só a coerência e a harmonia
sa julgada; interna de suas disposições, mas também a sua adequada inserção
• Remissões legislativas (se as remissões forem inevitáveis, se- no sistema jurídico como um todo. Essa sistematização expressa
jam elas formuladas de tal modo que permitam ao intérprete apre- uma característica da cientificidade do Direito e corresponde às
ender o seu sentido sem ter de compulsar o texto referido). exigências mínimas de segurança jurídica, à medida que impedem
uma ruptura arbitrária com a sistemática adotada na aplicação do
Além do processo legislativo disciplinado na Constituição (pro- Direito. Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemática
cesso legislativo externo), a doutrina identifica o chamado processo interna (compatibilidade teleológica e ausência de contradição ló-
legislativo interno, que se refere à forma de fazer adotada para a gica) e sistemática externa (estrutura da lei).
tomada da decisão legislativa.

141
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Regras básicas a serem observadas para a sistematização do A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em regra,
texto do ato normativo, com o objetivo de facilitar sua estruturação: normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam definidas, normal-
a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tratadas mente, pela generalidade e pela abstração (lei material), estas con-
em um mesmo contexto ou agrupamento; têm, não raramente, normas singulares (lei formal ou ato normati-
b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo a ordem vo de efeitos concretos).
cronológica, se possível; As leis complementares são um tipo de lei que não têm a ri-
c) a sistemática da lei deve ser concebida de modo a permitir gidez dos preceitos constitucionais, e tampouco comportam a re-
que ela forneça resposta à questão jurídica a ser disciplinada; e vogação por força de qualquer lei ordinária superveniente. Com a
d) institutos diversos devem ser tratados separadamente. instituição de lei complementar, o constituinte buscou resguardar
determinadas matérias contra mudanças céleres ou apressadas,
• O artigo de alteração da norma deve fazer menção expressa sem deixá-las exageradamente rígidas, o que dificultaria sua modifi-
ao ato normativo que está sendo alterado. cação. A lei complementar deve ser aprovada pela maioria absoluta
• Na hipótese de alteração parcial de artigo, os dispositivos que de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
não terão o seu texto alterado serão substituídos por linha ponti-
lhada, cujo uso é obrigatório para indicar a manutenção e a não Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado pelo Pre-
alteração do trecho do artigo. sidente da República em decorrência de autorização do Poder Le-
gislativo, expedida por meio de resolução do Congresso Nacional e
O termo “republicação” é utilizado para designar apenas a hi- dentro dos limites nela traçados. Medida provisória é ato normativo
pótese de o texto publicado não corresponder ao original assina- com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da República
do pela autoridade. Não se pode cogitar essa hipótese por motivo em caso de relevância e urgência. Decretos são atos administrativos
de erro já constante do documento subscrito pela autoridade ou, de competência exclusiva do Chefe do Executivo, destinados a pro-
muito menos, por motivo de alteração na opinião da autoridade. ver as situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de
Considerando que os atos normativos somente produzem efeitos modo expresso ou implícito, na lei.
após a publicação no Diário Oficial da União, mesmo no caso de re- • Decretos singulares ou de efeitos concretos: Os decretos po-
publicação, não se poderá cogitar a existência de efeitos retroativos dem conter regras singulares ou concretas (por exemplo, decretos
com a publicação do texto corrigido. Contudo, o texto publicado referentes à questão de pessoal, de abertura de crédito, de desa-
sem correspondência com aquele subscrito pela autoridade poderá propriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto, de perda de
ser considerado inválido com efeitos retroativos. nacionalidade, etc.).
Já a retificação se refere aos casos em que texto publicado • Decretos regulamentares: Os decretos regulamentares são
corresponde ao texto subscrito pela autoridade, mas que continha atos normativos subordinados ou secundários.
lapso manifesto. A retificação requer nova assinatura pelas autori- • Decretos autônomos: Limita-se às hipóteses de organização
dades envolvidas e, em muitos casos, é menos conveniente do que e funcionamento da administração pública federal, quando não im-
a mera alteração da norma. plicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos pú-
A correção de erro material que não afete a substância do ato blicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
singular de caráter pessoal e as retificações ou alterações da de-
nominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a deno- Portaria é o instrumento pelo qual Ministros ou outras autori-
minação modificada em decorrência de lei ou de decreto superve- dades expedem instruções sobre a organização e o funcionamento
niente à expedição do ato pessoal a ser apostilado são realizadas de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua compe-
por meio de apostila. O apostilamento é de competência do setor tência.
de recurso humanos do órgão, autarquia ou fundação, e dispensa O processo legislativo abrange não só a elaboração das leis
nova assinatura da autoridade que subscreveu o ato originário. propriamente ditas (leis ordinárias, leis complementares, leis de-
Atenção: Deve-se ter especial atenção quando do uso do apos- legadas), mas também a elaboração das emendas constitucionais,
tilamento para os atos relativos à vacância ou ao provimento de- das medidas provisórias, dos decretos legislativos e das resoluções.
corrente de alteração de estrutura de órgão, autarquia ou funda- A iniciativa é a proposta de edição de direito novo. A iniciati-
ção pública. O apostilamento não se aplica aos casos nos quais a va comum ou concorrente compete ao Presidente da República, a
essência do cargo em comissão ou da função de confiança tenham qualquer Deputado ou Senador, a qualquer comissão de qualquer
sido alterados, tais como nos casos de alteração do nível hierárqui- das Casas do Congresso, e aos cidadãos – iniciativa popular. A Cons-
co, transformação de atribuição de assessoramento em atribuição tituição confere a iniciativa da legislação sobre certas matérias,
de chefia (ou vice-versa) ou transferência de cargo para unidade privativamente, a determinados órgãos, denominada de iniciativa
com outras competências. Também deve-se alertar para o fato que reservada. A Constituição prevê, ainda, sistema de iniciativa vincu-
a praxe atual tem sido exigir que o apostilamento decorrente de lada, na qual a apresentação do projeto é obrigatória. Nesse caso, o
alteração em estrutura regimental seja realizado na mesma data da Chefe do Executivo Federal deve encaminhar ao Congresso Nacio-
entrada em vigor de seu decreto. nal os projetos referentes às leis orçamentárias (plano plurianual,
A estrutura dos atos normativos é composta por dois elemen- lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual).
tos básicos: a ordem legislativa e a matéria legislada. A ordem legis-
lativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do decreto; A disciplina sobre a discussão e a instrução do projeto de lei é
a matéria legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato. confiada, fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legislati-
vas.

142
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra d) procedimento legislativo sumaríssimo: Existe nas duas Ca-
proposição. Nem todo titular de iniciativa tem poder de emenda. sas do Congresso Nacional mecanismo que assegura deliberação
Essa faculdade é reservada aos parlamentares. Se, entretanto, for instantânea sobre matérias submetidas à sua apreciação.
de iniciativa do Poder Executivo ou do Poder Judiciário, o seu titular e) procedimento legislativo concentrado: O procedimento le-
também pode apresentar modificações, acréscimos, o que fará por gislativo concentrado tipifica-se, basicamente, pela apresentação
meio de mensagem aditiva, dirigida ao Presidente da Câmara dos das matérias em reuniões conjuntas de deputados e senadores. Ex.
Deputados, que justifique a necessidade do acréscimo. A apresen- para leis financeiras e delegadas.
tação de emendas a qualquer projeto de lei oriundo de iniciativa re- f) procedimento legislativo especial: Nesse procedimento,
servada é autorizada, desde que não implique aumento de despesa englobam-se dois ritos distintos com características próprias, um
e que tenha estrita pertinência temática. destinado à elaboração de emendas à Constituição; outro, à de có-
A Constituição não impede a apresentação de emendas ao pro- digos.
jeto de lei orçamentária. Elas devem ser, todavia, compatíveis com
o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias e devem O Padrão Ofício
indicar os recursos necessários, sendo admitidos apenas aqueles O Manual de Redação da Presidência da República lista três
provenientes de anulação de despesa. A Constituição veda a propo- tipos de expediente que, embora tenham finalidades diferentes,
situra de emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias que possuem formas semelhantes: Ofício, Aviso e Memorando. A dia-
não guardem compatibilidade com o plano plurianual. gramação proposta para esses expedientes é denominada padrão
A votação da matéria legislativa constitui ato coletivo das Casas ofício.
do Congresso. Realiza-se, normalmente, após a instrução do proje- O Ofício, o Aviso e o Memorando devem conter as seguintes
to nas comissões e dos debates no plenário. A sanção é o ato pelo partes:
qual o Chefe do Executivo manifesta a sua anuência ao projeto de
lei aprovado pelo Poder Legislativo. Verifica-se aqui a fusão da von- Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que
tade do Congresso Nacional com a do Presidente, da qual resulta a o expede
formação da lei. Exemplos:
O veto é o ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo nega san- Of. 123/2002-MME
ção ao projeto – ou a parte dele –, obstando à sua conversão em lei. Aviso 123/2002-SG
Dois são os fundamentos para a recusa de sanção: Mem. 123/2002-MF
a) inconstitucionalidade; ou
b) contrariedade ao interesse público. Local e data
Devem vir por extenso com alinhamento à direita.
O veto deve ser expresso e motivado, e oposto no prazo de 15 Exemplo:
dias úteis, contado da data do recebimento do projeto, e comunica- Brasília, 20 de maio de 2011
do ao Congresso Nacional nas 48 horas subsequentes à sua oposi-
ção. O veto não impede a conversão do projeto em lei, podendo ser Assunto
superado por deliberação do Congresso Nacional. Resumo do teor do documento. Exemplos:
A promulgação e a publicação constituem fases essenciais da Assunto: Produtividade do órgão em 2010.
eficácia da lei. A promulgação das leis compete ao Presidente da Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
República. Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas, decor-
rido da sanção ou da superação do veto. Nesse último caso, se o Destinatário
Presidente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao Pre- O nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação.
sidente do Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas No caso do ofício, deve ser incluído também o endereço.
para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do
Senado Federal, em prazo idêntico. Texto
O período entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é Nos casos em que não for de mero encaminhamento de docu-
chamado de período de vacância ou vacatio legis. Na falta de dis- mentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
posição especial, vigora o princípio que reconhece o decurso de um
lapso de tempo entre a data da publicação e o termo inicial da obri- Introdução
gatoriedade (45 dias). Que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apre-
sentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das for-
Podem-se distinguir seis tipos de procedimento legislativo: mas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpreme infor-
a) procedimento legislativo normal: Trata da elaboração das mar que”,empregue a forma direta;
leis ordinárias (excluídas as leis financeiras e os códigos) e comple-
mentares. Desenvolvimento
b) procedimento legislativo abreviado: Este procedimento No qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma
dispensa a competência do Plenário, ocorrendo, por isso, a deli- ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distin-
beração terminativa sobre o projeto de lei nas próprias Comissões tos, o que confere maior clareza à exposição;
Permanentes.
c) procedimento legislativo sumário: Entre as prerrogativas Conclusão
regimentais das Casas do Congresso Nacional existe a de conferir Em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição
urgência a certas proposições. recomendada sobre o assunto.

143
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos - Todos os tipos de documento do padrão ofício devem ser im-
em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. pressos em papel de tamanho A4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
- Deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo
Quando se tratar de mero encaminhamento de documentos, a Rich Text nos documentos de texto;
estrutura deve ser a seguinte: - Dentro do possível, todos os documentos elaborados devem
Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que so- ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro-
licitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver veitamento de trechos para casos análogos;
sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu- - Para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser
nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e as- documento + palavraschave do conteúdo. Exemplo:
sunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, “Of. 123 relatório produtividade ano 2010”
segundo a seguinte fórmula:
Ato Administrativo
“Em resposta ao Aviso nº 112, de 10 de fevereiro de 2011, en- É toda manifestação unilateral de vontade da administração
caminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 2010, do pública que, agindo nesta qualidade, tenha por fim imediato ad-
Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do quirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos
servidor Fulano de Tal.” ou impor obrigações aos administradores ou a si própria, segundo
ou Bellotto15.
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do
telegrama nº 112, de 11 de fevereiro de 2011, do Presidente da Con- O ato tem como característica:
federação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de moder- a) Finalidade: O ato administrativo só pode ter um fim público,
nização de técnicas agrícolas na região Nordeste.” determinado pela lei, não cabendo ao administrador qualquer di-
reito de escolha. Este fim tem que atender de forma vinculada um
Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer al- interesse ou finalidade pública.
gum comentário a respeito do documento que encaminha, poderá b) Espécie: é a maneira pela qual se exterioriza o ato, ou seja,
acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não a configuração que assume um documento de acordo com a dis-
há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero en- posição e a natureza das informações. Como por exemplo espécies
caminhamento. de: Deliberação, Resolução, Portaria, Instrução, Informação, Ofício,
- Fecho. Ofício circular e Memorando.
- Assinatura.
- Identificação do Signatário Atestado
Atestado administrativo é o ato pelo qual a Administração com-
Forma de Diagramação prova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte seus órgãos competentes.
forma de apresentação:
- Deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 Estrutura:
no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; Título: atestado (em maiúsculas e centralizado, sobre o texto).
- Para símbolos não existentes na fonte Times New Roman, po- Texto: exposição do fato.
derseão utilizar as fontes symbol e Wíngdings; Local e data: por extenso.
- É obrigatório constar a partir da segunda página o número da Assinatura: titular da unidade organizacional corresponden-
página; te ao assunto tratado. Dão
- Os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres- Documento oficial, com base em documento original, objeti-
sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda vando comprovar a existência de ato ou assentamento de interesse
e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem de alguém.
espelho”);
- O início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân- Certidão
cia da margem esquerda; Documento oficial, com base em documento original, objeti-
- O campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni- vando comprovar a existência de ato ou assentamento de interesse
mo 3,0 cm de largura; de alguém. Deve reproduzir fielmente, de inteiro teor ou resumida-
- O campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; mente, atos ou fatos constantes de processo, livro ou documento
- Deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 que se encontre nas repartições públicas. Sua expedição é no prazo
pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não de 15 dias improrrogável – Lei nº 9.051, de 18/5/95.
comportar tal recurso, de uma linha em branco;
- Não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado,
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do
documento;
- A impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel
branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos 15 Bellotto, Heloisa Liberalli - Arquivística. Objetos, Princípios e Rumos - São
e ilustrações; Paulo. 2002

144
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Estrutura: É preciso ter cuidado com as mensagens sociais, em que se


Título: certidão (em maiúscula e centralizado sobre o texto). combinam técnica redacional, bom tom e arte:
Texto: transcrição do que foi requerido e encontrado referente a) Faça um texto que se preste a homem e a mulher, no singular
ao pedido. Deve ser escrita em linhas corridas, sem emendas ou ra- e no plural;
suras. Qualquer engano ou erro poderá ser retificado, empregando- b) Registre nome e endereço do destinatário corretamente;
-se a palavra “digo” ou “em tempo”: “na linha... onde se lê, leia-se”. c) Procure atualizar ou renovar sempre seu texto;
Local e data: por extenso. d) Mantenha conexão (imagem e texto) do trabalho tipográfico
Assinatura: de quem lavrou a certidão e visto do titular da ou mecanográfico com a parte e) que será digitada;
unidade organizacional que a autorizou. Os convites de maneira geral são realizados por cartas, enquan-
to as convocações ocorrem por meio de edital.
Circular
Correspondência oficial, de caráter interno, enviada, simulta- Aviso e Ofício (Comunicação Externa)
neamente, a diversos destinatários, com texto idêntico, transmitin- São modalidades de comunicação oficial praticamente
do informações, instruções, ordens, recomendações ou esclarecen- idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido
do o conteúdo de leis, normas e regulamentos. exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de
mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas
Estrutura: demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de
Título: circular, número, ano e sigla da unidade organizacional. assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e,
Local e no caso do ofício, também com particulares.
Data: por extenso. Quanto a sua forma, Aviso e Ofício seguem o modelo do padrão
Destinatários: nomes dos cargos dos destinatários. ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário, segui-
Texto: desenvolvimento do assunto tratado. do de vírgula. Exemplos:
Assinatura: Titular da unidade organizacional.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Comunicado Senhora Ministra,
Correspondência oficial utilizada na unidade organizacional ou Senhor Chefe de Gabinete,
entre unidades organizacionais para transmitir informações, solici-
tar esclarecimentos ou providências de ordem geral. Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin-
tes informações do remetente:
Estrutura: - nome do órgão ou setor;
Título: comunicado (iniciais em maiúsculas e o restante em mi- - endereço postal;
núsculas), - telefone e endereço de correio eletrônico.
Seguida do número de ordem, ano e da sigla da unidade orga-
nizacional. Memorando ou Comunicação Interna
Data: 1 cm abaixo do código de identificação com alinhamento O Memorando é a modalidade de comunicação entre
à direita. unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar
Destinatário: ao senhor (cargo que ocupa). hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Tratase,
Assunto: resumo do teor da comunicação em negrito. portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna.
Texto: desenvolvimento do teor da comunicação. Deve ser ini- Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado
ciado a 1,5 cm para a exposição de projetos, ideias, diretrizes etc., a serem ado-
Verticais, abaixo do item assunto. Todos os parágrafos devem tados por determinado setor do serviço público. Sua característica
ser numerados principal é a agilidade e a claresa. A tramitação do memorando em
Na margem esquerda do corpo do texto, excetuado o fecho. qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de
Fecho: atenciosamente ou respeitosamente, conforme o caso. procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento
Assinatura: Titular e servidor da unidade organizacional. do número de comunicações, os despachos ao memorando devem
ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em
Convite e Convocação folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma es-
O convite é o instrumento pelo qual se faz uma solicitação, pe- pécie de processo simplificado, assegurando maior transparência a
de-se o comparecimento de alguém ou solicita-se sua presença em tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento da
alguma parte ou em ato. matéria tratada no memorando.
A convocação corresponde ao convite, mas no sentido de inti- Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão
mação. Origina o comparecimento, devendo o não comparecimen- ofício, com a diferença de que seu destinatário deve ser menciona-
to ser justificado. Já o convite é somente uma solicitação. do pelo cargo que ocupa. Exemplos:
Nas relações oficiais ou particulares, há mensagens que não se Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
alinham puramente entre aquelas formais ou administrativas. São Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos.
as mensagens sociais ou comemorativas: as primeiras, em razão de
acontecimentos de cunho social (instalação, festividades restritas a
área da entidade, etc.), e as segundas, por motivo de datas come-
morativas (Dia das Mães, da Secretaria, do Professor, Páscoa, Natal,
etc.).

145
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Exposição de Motivos - se se trata de problema cuja causa ou agravamento não te-


É o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice- nham sido previstos;
-Presidente para: - se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já
- informá-lo de determinado assunto; prevista.
- propor alguma medida; ou - Impacto sobre o meio ambiente (somente que o ato ou medi-
- submeter a sua consideração projeto de ato normativo. da proposta possa vir a tê-lo)
- Alterações propostas. Texto atual, Texto proposto;
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da - Síntese do parecer do órgão jurídico.
República por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto
tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos de- Com base em avaliação do ato normativo ou da medida proposa
verá ser assinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa à luz das questões levantadas no ítem 10.4.3.
razão, chamada de interministerial. A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar-
Formalmente a exposição de motivos tem a apresentação do retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil,
padrão ofício. De acordo com sua finalidade, apresenta duas formas a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o
básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter exclusiva- exame ou se reformule a proposta.
mente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de
submeta projeto de ato normativo. No primeiro caso, o da exposi- motivos que proponham a adoção de alguma medida ou a edição
ção de motivos que simplesmente leva algum assunto ao conheci- de ato normativo tem como finalidade:
mento do Presidente da República, sua estrutura segue o modelo - permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca
antes referido para o padrão ofício. resolver;
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre- - ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do pro-
sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada blema e dos defeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo, embora sigam do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas
também a estrutura do padrão ofício, além de outros comentá- na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Exe-
rios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, cutivo.
apontar: - conferir perfeita transparência aos atos propostos.
- na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da
medida ou do ato normativo proposto; Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
- no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aque- na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
le ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e eventuais o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e
alternativas existentes para equacionálo; formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro-
- na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou funda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a
ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da
modelo previsto no Anexo II do Decreto nº 4.1760, de 28 de março providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá
de 2010. o problema.
Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do Ministério Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (no-
ou órgão equivalente) nº ______, de ____ de ______________ de meação, promoção, ascenção, transferência, readaptação, rever-
201_. são, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exone-
ração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é
- Síntese do problema ou da situação que reclama providências; necessário o encaminhamento do formulário de anexo à exposição
- Soluções e providências contidas no ato normativo ou na me- de motivos. Ressalte-se que:
dida proposta; - a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico não
- Alternativas existentes às medidas propostas. Mencionar: dispensa o encaminhamento do parecer completo;
- se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; - o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos pode
- se há projetos sobre a matéria no Legislativo; ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos comen-
- outras possibilidades de resolução do problema. tários a serem alí incluídos.
- Custos. Mencionar: Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a
- se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça- atenção aos requisitos básicos da Redação Oficial (clareza, conci-
mentária anual; se não, quais as alternativas para custeála; são, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão
- se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça- culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos
mentária anual; se não, quais as alternativas para custeála; é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da
- valor a ser despendido em moeda corrente; República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser
- Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário
se o ato proposto for medida provisória ou projeto de lei que deva ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou em
tramitar em regime de urgência). Mencionar: parte.
- se o problema configura calamidade pública;
- por que é indispensável a vigência imediata;

146
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Contrato Acórdão
Instrumento jurídico em que se firmam direitos e obrigações Documento administrativo emanado de órgão colegiado, de
entre duas ou mais pessoas, sobre objeto lícito e possível, com o natureza deliberativa e informativa, por meio do qual é emitida de-
fim de adquirir, modificar, extinguir ou resguardar direitos. Contrato cisão em grau de recurso.
administrativo é todo aquele que a Administração Pública, agindo
nessa qualidade, firma com particular ou com outra pessoa jurídica Competência
pública, para a realização de serviço, execução de obra ou obtenção De competência do respectivo órgão colegiado.
de qualquer prestação de serviço, tendo em vista o interesse públi-
co, nas condições estabelecidas pela própria Administração. Forma de Elaboração
Os contratos administrativos são regidos pela Lei n.º 8.666, de Título: posicionado no alto e centro do documento, escrita em
21 de junho de 1993, que contém as orientações completas sobre letras maiúsculas. Consiste no nome ACÓRDÃO, seguido de sua
sua elaboração. identificação (órgão de origem e numeração do documento);
Minuta de contrato é uma redação inicial e provisória de um Dados complementares: são os dados informativos do
contrato, onde se expõem todas as negociações das partes contra- processo, inseridos logo após a denominação do documento: n.º do
tadas. recurso e n.º do processo, nome do recorrente e nome do relator;
Após, confirmadas as negociações ou realizadas alterações em Assunto: é o resumo do acórdão e deve contemplar seus pontos
alguns parágrafos, com concordância das partes, será redigido um principais. Deve ser inserido abaixo dos dados complementares;
contrato formal. Corpo do texto: conteúdo substantivo da matéria decidida. Fa-
zem parte do acórdão: o relatório, o fundamento e a conclusão;
Forma e Estrutura Assinaturas/data: o acórdão deve ser assinado pelo presidente
2. Título: Termo do contrato. e relator do órgão colegiado que proferiu a decisão. A data da
3. EMENTA (caixa alta, por extenso): assunto do contrato, no decisão deverá constar no documento.
alto da página.
4. Introdução: data por extenso e local em que é firmado o con- Forma de Divulgação
trato, seguindo-se o nome e a qualificação dos contratantes. As providências de divulgação do acórdão deverão ser tomadas
5. Cláusulas contratuais, que contém a matéria específica do pela secretaria do órgão colegiado e as conclusões serão publicadas
contrato, explanadas em parágrafos e alíneas. sob designação numérica e com indicação nominal dos recorrentes.
6. Termo ou fecho. As decisões importantes, do ponto de vista doutrinário, poderão ser
7. Local e data da assinatura do contrato, por extenso. publicadas no Diário Oficial do Município, na íntegra, a critério do
8. Assinatura dos contratantes, contratados e das testemunhas. secretário do órgão colegiado.

Validade do documento Registro, Controle do Documento


• Permanente. O registro e controle serão de competência da secretaria do ór-
gão colegiado.
Publicação
• Obrigatória. Mensagem
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos
O Resumo do Termo do Contrato deve ser publicado na impren- Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe
sa oficial, sendo esta condição indispensável para sua eficácia. A Lei do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato
n.º 8.666, alterada pela Lei n.º 8.883/94 dispõe sobre a publicação da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião
dos contratos administrativos. São partes obrigatórias do Resumo da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional
do Termo de Contrato: os signatários, a espécie, o objeto do contra- matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar
to, a dotação orçamentária total, o desembolso mensal, o prazo de veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja
execução e a data da assinatura do mesmo. de interesse dos poderes públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios à
Minuta Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação final.
Minuta é a primeira redação de um documento ou de qualquer
escrito. É um rascunho, um esboço de um texto. (Do latim minutu). As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Na-
Por exemplo: Minuta de mensagem pode ser encaminhada pe- cional têm as seguintes finalidades:
los Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias cabe- - Encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar
rá a redação final. ou financeira: Os projetos de lei ordinária ou complementar são
Outra sictuação é a Minuta de contrato, a qual se trata de uma enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência
redação inicial e provisória de um contrato, onde se expõem todas (Constituição, art. 64, §§ 1º a 4º). Cabe lembrar que o projeto pode
as negociações das partes contratadas. ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de
Após, confirmadas as negociações ou realizadas alterações em nova mensagem, com solicitação de urgência.
alguns parágrafos, com concordância das partes, será redigido um Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do
contrato formal. Congresso Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe da
Casa Civil da Presidência da República ao Primeiro Secretário da Câ-
mara dos Deputados, para que tenha início sua tramitação (Consti-
tuição, art. 64, caput).

147
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem pla- para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constitui-
no plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e cré- ção, art. 166, § 1º), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a
ditos adicionais), as mensagens de encaminhamento dirigemse aos tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento disci-
membros do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são ende- plinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
reçados ao Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o
art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as - Mensagem de abertura da sessão legislativa: Ela deve conter
leis financeiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma o plano de governo, exposição sobre a situação do País e solicitação
do regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional de providências que julgar necessárias (Constituição, art. 84, XI).
está o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5º), O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência
que comanda as sessões conjuntas. da República. Esta mensagem difere das demais porque vai enca-
As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvido dernada e é distribuída a todos os congressistas em forma de livro.
no âmbito do Poder Executivo, que abrange minucioso exame técni-
co, jurídico e econômicofinanceiro das matérias objeto das proposi- - Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos): Esta
ções por elas encaminhadas. mensagem é dirigida aos membros do Congresso Nacional, encami-
Tais exames materializamse em pareceres dos diversos órgãos nhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde se originaram
interessados no assunto das proposições, entre eles o da Advocacia os autógrafos. Nela se informa o número que tomou a lei e se res-
Geral da União. Mas, na origem das propostas, as análises necessá- tituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o
rias constam da exposição de motivos do órgão onde se geraram, Presidente da República terá aposto o despacho de sanção.
exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem de encami-
nhamento ao Congresso. - Comunicação de veto: Dirigida ao Presidente do Senado Fede-
- Encaminhamento de medida provisória: Para dar cumprimen- ral (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem informa sobre a deci-
to ao disposto no art. 62 da Constituição, o Presidente da República são de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e as
encaminha mensagem ao Congresso, dirigida a seus membros, com razões do veto. Seu texto vai publicado na íntegra no Diário Oficial
aviso para o Primeiro Secretário do Senado Federal, juntando cópia da União, ao contrário das demais mensagens, cuja publicação se
da medida provisória, autenticada pela Coordenação de Documen- restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.
tação da Presidência da República.
- Outras mensagens: Também são remetidas ao Legislativo com
- Indicação de autoridades: As mensagens que submetem ao regular frequência mensagens com:
Senado Federal a indicação de pessoas para ocuparem determi- - encaminhamento de atos internacionais que acarretam encar-
nados cargos (magistrados dos Tribunais Superiores, Ministros do gos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I);
TCU, Presidentes e diretores do Banco Central, ProcuradorGeral da - pedido de estabelecimento de alíquolas aplicáveis às opera-
República, Chefes de Missão Diplomática etc.) têm em vista que a ções e prestações interestaduais e de exportação (Constituição, art.
Constituição, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa do 155, § 2º, IV);
Congresso Nacional competência privativa para aprovar a indica- - proposta de fixação de limites globais para o montante da dívi-
ção. O currículum vitae do indicado, devidamente assinado, acom- da consolidada (Constituição, art. 52, VI);
panha a mensagem. - pedido de autorização para operações financeiras externas
(Constituição, art. 52, V); e outros.
- Pedido de autorização para o presidente ou o vicepresidente
da República se ausentarem do País por mais de 15 dias: Tratase Entre as mensagens menos comuns estão as de:
de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a auto- - convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constitui-
rização é da competência privativa do Congresso Nacional. ção, art. 57, § 6º);
O presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, - pedido de autorização para exonerar o ProcuradorGeral da Re-
quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunica- pública (art. 52, XI, e 128, § 2º);
ção a cada Casa do Congresso, enviandolhes mensagens idênticas. - pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobili-
zação nacional (Constituição, art. 84, XIX);
- Encaminhamento de atos de concessão e renovação de con- - pedido de autorização ou referendo para celebrara paz (Cons-
cessão de emissoras de rádio e TV: A obrigação de submeter tais tituição, art. 84, XX);
atos à apreciagão do Congresso Nacional consta no inciso XII do - justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua
artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a ou- prorrogação (Constituição, art. 136, § 4º);
torga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso - pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Consti-
Nacional (Constituição, art. 223, § 3º). Descabe pedir na mensagem tuição, art. 137);
a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1º do - relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou
art. 223 já define o prazo da tramitação. de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensagem - proposta de modificação de projetas de leis financeiras (Cons-
o correspondente processo administrativo. tituição, art. 166, § 5º);
- pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem des-
- Encaminhamento das contas referentes ao exercício ante- pesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou rejeição
rior: O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § 8º);
abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as - pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas
contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1º); etc.

148
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

As mensagens contêm: Sempre que disponível, devese utilizar recurso de confirmação


- a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontal- de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem pe-
mente, no início da margem esquerda: dido de confirmação de recebimento.
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de
Mensagem nº correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa
- vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo ser aceita como documento original, é necessário existir certifica-
do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda: ção digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabe-
lecida em lei.
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
- o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; Apostila
- o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e ho- É o aditamento que se faz a um documento com o objetivo
rizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita. A de retificação, atualização, esclarecimento ou fixar vantagens,
mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da Re- evitandose assim a expedição de um novo título ou documento.
pública, não traz identificação de seu signatário. Estrutura:
- Título: APOSTILA, centralizado.
Telegrama - Texto: exposição sucinta da retificação, esclarecimento, atuali-
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os proce- zação ou fixação da vantagem, com a menção, se for o caso, onde o
dimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda documento foi publicado.
comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex etc. Por - Local e data.
se tratar de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos - Assinatura: nome e função ou cargo da autoridade que consta-
e tecnologicamente superada, deve restringirse o uso do telegrama tou a necessidade de efetuar a apostila.
apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio ele-
trônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, também Não deve receber numeração, sendo que, em caso de docu-
em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação deve mento arquivado, a apostila deve ser feita abaixo dos textos ou no
pautarse pela concisão. verso do documento.
Não há padrão rígido, devendose seguir a forma e a estrutura Em caso de publicação do ato administrativo originário, a apos-
dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio tila deve ser publicada com a menção expressa do ato, número, dia,
na Internet. página e no mesmo meio de comunicaçao oficial no qual o ato ad-
ministrativo foi originalmente publicado, a fim de que se preserve
Fax a data de validade.
O fax (forma abreviada já consagrada de facsímile) é uma forma
de comunicação que está sendo menos usada devido ao desenvol- Recibo
vimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens UTILIZAÇÃO: para declarar ter recebido algo ali especificado.
urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo conhe- DETALHES:
cimento há premência, quando não há condições de envio do docu- • Não existem somente recibos de valores. Outro tipo bastante
mento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele segue comum é o recibo de recebimento de mercadoria.
posteriormente pela via e na forma de praxe. • Caso seja necessária a emissão sistemática de recibos, deve-se
Se necessário o arquivamento, devese fazêlo com cópia xerox criar uma numeração a ser seguida.
do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se • Alguns recibos exigem testemunha(s) como, por exemplo, ju-
deteriora rapidamente. diciais ou de valores muito altos.
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura • A paragrafação pode seguir o estilo americano (sem entradas
que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com o de parágrafo), ou estilo tradicional. No caso de estilo americano,
documento principal, de folha de rosto, isto é, de pequeno formu- todo o texto, a data e a assinatura devem ser alinhados à margem
lário com os dados de identificação da mensagem a ser enviada. esquerda, com exceção do valor (caso haja), que deve ser sempre
alinhado à direita. No estilo tradicional, devem ser alinhados à di-
Correio Eletrônico reita.
O correio eletrônico (“email”), por seu baixo custo e celeridade, a) TIMBRE: impresso no alto do papel. Em recibos particulares
transformouse na principal forma de comunicação para transmis- não se usa timbre.
são de documentos. Um dos atrativos de comunicação por correio b) TÍTULO: cerca de 3 linhas do timbre e no centro da folha. Nos
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma casos de recibo com numeração, pode-se:
rígida para sua estrutura. Entretanto, devese evitar o uso de lingua- • colocar a numeração seguindo o título (recibo nº 79/02), ou a
gem incompatível com uma comunicação oficial. cerca de 2 linhas do título;
O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensa- • a numeração pode conter a sigla do órgão/departamento e o
gem deve ser preenchido de modo a facilitar a organização docu- ano (SECON 79 ou SECON 79/02);
mental tanto do destinatário quanto do remetente. • destacar o valor (principalmente quando há desconto de im-
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, pre- postos); a numeração, nesse caso, pode vir na mesma linha, alinha-
ferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha do à esquerda, ou na linha acima do valor.
algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteú- c) TEXTO: cerca de três linhas do título. Deve conter:
do. • o verbo receber no presente do indicativo, na primeira pessoa
do singular ou do plural (recebi de / recebemos de);

149
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• nome do pagador (pessoa ou empresa/órgão) com os dados Data - 16/3/99 Horário - 10 horas Local - Secretaria de Estado de
de identificação que sejam necessários (geralmente basta nome/ Administração e Reestruturação Av. Erasmo Braga, 118, 10º andar -
razão social, endereço e CPF ou CNPJ); Plenário do CEE/CEC
• identificação do recebimento: o valor recebido em algarismos, segui-
do do valor por extenso entre parênteses, ou o que está sendo recebido; Objeto - Revisão do Estatuto dos Funcionários Civis do Poder
• motivo do recebimento: venda de, prestação de serviços, salá- Executivo
rio, gratificação etc. (sempre de forma bastante clara).
Participantes - Maria José da Silva representante do Sindicato
Ata dos Funcionários Públicos Civis do Estado; Antônio da Silva, Vice
É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos fatos Presidente do CRASE; José da Silva, advogado trabalhista; Manoel
e deliberações ocorridos em uma reunião, sessão ou assembleia. da Silva, Assessor Jurídico da SARE.
A ata deve ser redigida, se possível, no decorrer da reunião. Por
isso é recomendável que o secretário, que a redige seja uma pessoa Assuntos: 1 - Instalação da Comissão de Revisão do Estatuto dos
não envolvida nas discussões e deliberações a serem tomadas pelos Funcionários Públicos do Estado do Rio de Janeiro, determinada
participantes. Sendo que, o secretário atua como observador e pela Resolução SARE n.º 001, de 1º de janeiro de 1999.
narrador fiel dos fatos. A ata é documento de valor jurídico. 2 - Estabelecimento de diretrizes para a elaboração de projeto
Estrutura: específico para o desenvolvimento dos trabalhos.
- Título ATA. Em se tratando de atas elaboradas sequencialmen- 3 - Discussão e elaboração de elenco de parcerias possíveis.
te, indicar o respectivo número da reunião ou sessão, em caixaalta,
nome da entidade e local da reunião. Rio de Janeiro, 2 de março de 2017
- Texto, incluindo: Preâmbulo registro da situação espacial e José da Silva, Assessor Especial.
temporal e participantes; Registro dos assuntos abordados e de
suas decisões, com indicação das personalidades envolvidas, se for Carta
o caso; Fecho termo de encerramento com indicação, se neces- É a forma de correspondência emitida por particular, ou autoridade
sário, do redator, do horário de encerramento, de convocação de com objetivo particular, não se confundindo com o memorando (cor-
nova reunião etc. respondência interna) ou o ofício (correspondência externa), nos quais
Escreve-se tudo seguidamente, sem rasuras, emendas ou en- a autoridade que assina expressa uma opinião ou dá uma informação
trelinhas, em linguagem simples, clara e concisa. Deve-se evitar as não sua, mas, sim, do órgão pelo qual responde. Em grande parte dos
abreviaturas, e os números são escritos por extenso. casos da correspondência enviada por deputados, devese usar a carta,
Verificando-se qualquer engano no momento da redação, de- não o memorando ou ofício, por estar o parlamentar emitindo parecer,
verá ser imediatamente retificado empregando-se a palavra “digo”. opinião ou informação de sua responsabilidade, e não especificamente
Na hipótese de qualquer omissão ou erro depois de lavrada a Ata, da Câmara dos Deputados. O parlamentar deverá assinar memorando
far-se-á uma ressalva: “em tempo”. “Na linha................., onde se ou ofício apenas como titular de função oficial específica (presidente
lê..................leia-se....................”. de comissão ou membro da Mesa, por exemplo). Estrutura:
A ATA será assinada e/ou rubricada por todos os presentes à - Local e data.
reunião ou apenas pelo presidente e relator, dependendo das exi- - Endereçamento, com forma de tratamento, destinatário, cargo
gências regimentais do órgão. e endereço.
- Vocativo.
Pauta de Reunião - Texto.
Relação dos assuntos a serem tratados em reunião. Deve ser - Fecho.
dada a público com antecedência, quando se tratar de assuntos de - Assinatura: nome e, quando necessário, função ou cargo.
interesse de terceiros, para que esses possam se manifestar. Dela
constarão, também, data, horário e endereço do local em que se Se o gabinete usar cartas com frequência, poderá numerálas.
realizará a reunião, além do quorum necessário, se for o caso. Nesse caso, a numeração poderá apoiar-se no padrão básico de dia-
Uma pauta que controla e organiza uma reunião deve: gramação.
– Especificar as formalidades; O fecho da carta segue, em geral, o padrão da correspondência
– Escolher e conectar-se a pontos de reuniões anteriores para oficial, mas outros fechos podem ser usados, a exemplo de “Cor-
manter a continuidade; dialmente”, quando se deseja indicar relação de proximidade ou
– Dar a oportunidade de fazer sugestões aos convocados para igualdade de posição entre os correspondentes.
a reunião;
– Ajudar as pessoas a se prepararem; Declaração
– Falar sobre assuntos administrativos como quando e onde É o documento em que se informa, sob responsabilidade, algo
será a reunião e uma breve explicação. sobre pessoa ou acontecimento. Estrutura:
A sequência também é importante. A escolha da ordem em que - Título: DECLARAÇÃO, centralizado.
as coisas serão examinadas pode ser um diferencial. Um determi- - Texto: exposição do fato ou situação declarada, com finalida-
nado assunto pode ser discutido mais cedo, se for necessária mais de, nome do interessado em destaque (em maiúsculas) e sua rela-
atenção dos participantes. Porém, se for de interesse de poucos ção com a Câmara nos casos mais formais.
participantes, o ideal é que ele fique para o final da reunião. - Local e data.
- Assinatura: nome da pessoa que declara e, no caso de autori-
Exemplo: Pauta de reunião dade, função ou cargo.

150
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A declaração documenta uma informação prestada por autori- Portaria


dade ou particular. No caso de autoridade, a comprovação do fato É o ato administrativo pelo qual a autoridade estabelece regras,
ou o conhecimento da situação declarada deve serem razão do car- baixa instruções para aplicação de leis ou trata da organização e do
go que ocupa ou da função que exerce. funcionamento de serviços dentro de sua esfera de competência.
Declarações que possuam características específicas podem re- Estrutura:
ceber uma qualificação, a exemplo da “declaração funcional”. - Título: PORTARIA, numeração e data.
é um documento oficial que comprova períodos - Ementa: síntese do assunto.
Despacho trabalhados e a existência ou não de vínculo entre o
interessado e a Câmara dos Deputados.
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade
É o pronunciamento de autoridade administrativa em petição que expede o ato e citação da legislação pertinente, seguida da pa-
que lhe é dirigida, ou ato relativo ao andamento do processo. Pode lavra “resolve”.
ter caráter decisório ou apenas de expediente. Estrutura: - Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido em
- Nome do órgão principal e secundário. artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens.
- Número do processo. - Assinatura: nome da autoridade competente e indicação do
- Data. cargo.
- Texto. Certas portarias contêm considerandos, com as razões que justi-
- Assinatura e função ou cargo da autoridade. ficam o ato. Neste caso, a palavra “resolve” vem depois deles.
O despacho pode constituirse de uma palavra, de uma expres- A ementa justificase em portarias de natureza normativa.
são ou de um texto mais longo. Em portarias de matéria rotineira, como nos casos de nomeação
e exoneração, por exemplo, suprime-se a ementa.
Ordem de Serviço
É o instrumento que encerra orientações detalhadas e/ou Relatório
pontuais para a execução de serviços por órgãos subordinados da É o relato exposilivo, detalhado ou não, do funcionamento
Administração. Estrutura: de uma instituição, do exercício de atividades ou acerca do
- Título: ORDEM DE SERVIÇO, numeração e data. desenvolvimento de serviços específicos num determinado
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade que período. Estrutura:
expede o ato (em maiúsculas) e citação da legislação pertinente ou - Título RELATÓRIO ou RELATÓRIO DE...
por força das prerrogativas do cargo, seguida da palavra “resolve”. - Texto registro em tópicos das principais atividades desenvol-
- Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido em vidas, podendo ser indicados os resultados parciais e totais, com
itens, incisos, alíneas etc. destaque, se for o caso, para os aspectos positivos e negativos do
- Assinatura: nome da autoridade competente e indicação da período abrangido. O cronograma de trabalho a ser desenvolvido,
função. os quadros, os dados estatísticos e as tabelas poderão ser apresen-
A Ordem de Serviço se assemelha à Portaria, porém possui cará- tados como anexos.
ter mais específico e detalhista. Objetiva, essencialmente, a otimi- - Local e data.
zação e a racionalização de serviços. - Assinatura e função ou cargo do(s) funcionário(s) relator(es).
No caso de Relatório de Viagem, aconselhase registrar uma des-
Parecer crição sucinta da participação do servidor no evento (seminário,
É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal ou de curso, missão oficial e outras), indicando o período e o trecho com-
órgão administrativo, sobre tema que lhe haja sido submetido para preendido. Sempre que possível, o Relatório de Viagem deverá ser
análise e competente pronunciamento. Visa fornecer subsídios elaborado com vistas ao aproveitamento efetivo das informações
para tomada de decisão. Estrutura: tratadas no evento para os trabalhos legislativos e administrativos
- Número de ordem (quando necessário). da Casa.
- Número do processo de origem.
- Ementa (resumo do assunto). Quanto à elaboração de Relatório de Atividades, devese atentar
- Texto, compreendendo: Histórico ou relatório (introdução); para os seguintes procedimentos:
Parecer (desenvolvimento com razões e justificativas); Fecho opi- - absterse de transcrever a competência formal das unidades
nativo (conclusão). administrativas já descritas nas normas internas;
- Local e data. - relatar apenas as principais atividades do órgão;
- Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista. - evitar o detalhamento excessivo das tarefas executadas pelas
Além do Parecer Administrativo, acima conceituado, existe o unidades administrativas que lhe são subordinadas;
Parecer Legislativo, que é uma proposição, e, como tal, definido no - priorizar a apresentação de dados agregados, grandes metas
art. 126 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. realizadas e problemas abrangentes que foram solucionados;
O desenvolvimento do parecer pode ser dividido em tantos - destacar propostas que não puderam ser concretizadas, identi-
itens (e estes intitulados) quantos bastem ao parecerista para o fim ficando as causas e indicando as prioridades para os próximos anos;
de melhor organizar o assunto, imprimindolhe clareza e didatismo. - gerar um relatório final consolidado, limitado, se possível, ao
máximo de dez páginas para o conjunto da Diretoria, Departamento
ou unidade equivalente.

151
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Requerimento (Petição) Decreto


É o instrumento por meio do qual o interessado requer a uma Decretos são atos administrativos da competência exclusiva
autoridade administrativa um direito do qual se julga detentor. do Chefe do Executivo, destinados a prover situações gerais
Estrutura: ou individuais, abstratamente previstas, de modo expresso ou
- Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou seja, da implícito, na lei. 16. Esta é a definição clássica, a qual, no entanto, é
autoridade competente. inaplicável aos decretos autônomos, tratados adiante.
- Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do requerente
(grafado em letras maiúsculas) e respectiva qualificação: naciona- Decretos Singulares
lidade, estado civil, profissão, documento de identidade, idade (se Os decretos podem conter regras singulares ou concretas (v. g.,
maior de 60 anos, para fins de preferência na tramitação do proces- decretos de nomeação, de aposentadoria, de abertura de crédito,
so, segundo a Lei 10.741/03), e domicílio (caso o requerente seja de desapropriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto de perda
servidor da Câmara dos Deputados, precedendo à qualificação civil de nacionalidade, etc.).
deve ser colocado o número do registro funcional e a lotação); Ex-
posição do pedido, de preferência indicando os fundamentos legais Decretos Regulamentares
do requerimento e os elementos probatórios de natureza fática. Os decretos regulamentares são atos normativos subordinados
- Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”. ou secundários.
- Local e data. A diferença entre a lei e o regulamento, no Direito brasileiro,
- Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo. não se limita à origem ou à supremacia daquela sobre este. A dis-
tinção substancial reside no fato de que a lei inova originariamente
Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, reivindicação o ordenamento jurídico, enquanto o regulamento não o altera, mas
ou manifestação, o documento utilizado será um abaixoassinado, fixa, tão-somente, as “regras orgânicas e processuais destinadas a
com estrutura semelhante à do requerimento, devendo haver iden- pôr em execução os princípios institucionais estabelecidos por lei, ou
tificação das assinaturas. para desenvolver os preceitos constantes da lei, expressos ou implí-
A Constituição Federal assegura a todos, independentemente citos, dentro da órbita por ela circunscrita, isto é, as diretrizes, em
do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos pormenor, por ela determinadas”.17
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder (art. Não se pode negar que, como observa Celso Antônio Bandeira
51, XXXIV, “a”), sendo que o exercício desse direito se instrumenta- de Mello, a generalidade e o caráter abstrato da lei permitem parti-
liza por meio de requerimento. No que concerne especificamente cularizações gradativas quando não têm como fim a especificidade
aos servidores públicos, a lei que institui o Regime único estabele- de situações insuscetíveis de redução a um padrão qualquer.18Disso
ce que o requerimento deve ser dirigido à autoridade competente resulta, não raras vezes, margem de discrição administrativa a ser
para decidilo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver exercida na aplicação da lei.
imediatamente subordinado o requerente (Lei nº 8.112/90, art. Não se há de confundir, porém, a discricionariedade administra-
105). tiva, atinente ao exercício do poder regulamentar, com delegação
disfarçada de poder. Na discricionariedade, a lei estabelece pre-
Resolução viamente o direito ou dever, a obrigação ou a restrição, fixando os
Ato administrativo expedido pelas autoridades do executivo requisitos de seu surgimento e os elementos de identificação dos
(mas não pelo Chefe do Executivo, que só deve expedir Decretos) destinatários. Na delegação, ao revés, não se identificam, na norma
ou pelos presidentes de tribunais, órgãos legislativos e colegiados regulamentada, o direito, a obrigação ou a limitação. Estes são es-
administrativos, para disciplinar matéria de sua competência espe- tabelecidos apenas no regulamento.
cífica.
Decretos Autônomos
Estrutura: Com a Emenda Constitucional no 32, de 11 de setembro de
TÍTULO: RESOLUÇÃO, seguido do número seqüencial e da data, 2001, introduziu-se no ordenamento pátrio ato normativo conheci-
em maiúsculas. do doutrinariamente como decreto autônomo, decreto que decorre
EMENTA: O objetivo da decisão. diretamente da Constituição, possuindo efeitos análogos ao de uma
PREÂMBULO: Citação das considerações legais ou administrati- lei ordinária.
vas que orientaram ou fundamentaram a tomada de decisão, segui- Tal espécie normativa, contudo, limita-se às hipóteses de or-
da da palavra “resolve”. ganização e funcionamento da administração federal, quando não
TEXTO: Poderá conter tantos parágrafos quantos forem neces- implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
sários. A matéria poderá ser disposta em artigos numerados a partir públicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vago
do primeiro, podendo, ainda, ser subdividida em itens e subitens. (art. 84, VI, da Constituição).
CLÁUSULA DE REVOGAÇÃO: Somente se admite a cláusula de
revogação específica. Assim, é incorreto o uso de cláusula revogató-
ria do tipo “Revogam-se as disposições em contrário”.
ASSINATURA: Diretor-Presidente. 16 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo. 16. ed. São Paulo, 1988. p.
155.
17 MELLO, Oswaldo Aranha Bandeira de. Princípios gerais de Direito Administra-
tivo. Rio de Janeiro: Forense, 1969. v. I, p. 314 - 316.
18 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Ato administrativo e direito dos adminis-
trados. São Paulo, Revista dos Tribunais, 1981. p. 93.

152
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Forma e Estrutura Art. 6o Sem prejuízo do disposto nos arts. 1o a 5o, o Secretário-
Tal como as leis, os decretos compõem-se de dois elementos: a -Executivo da Casa Civil solicitará aos Secretários-Executivos dos Mi-
ordem legislativa (preâmbulo e fecho) e a matéria legislada (texto nistérios informações circunstanciadas sobre:
ou corpo da lei). I - programas realizados e em execução relativos ao período do
Assinale-se que somente são numerados os decretos que con- mandato do Presidente da República;
têm regras jurídicas de caráter geral e abstrato. II - assuntos que demandarão ação ou decisão da administração
Os decretos que contenham regras de caráter singular não são nos cem primeiros dias do novo governo;
numerados, mas contêm ementa, exceto os relativos a nomeação III - projetos que aguardam implementação ou que tenham sido
ou a designação para cargo público, os quais não serão numerados interrompidos; e
nem conterão ementa. IV - glossário de projetos, termos técnicos e siglas utilizadas pela
Todos os decretos serão referendados pelo Ministro competen- Administração Pública Federal.
te.
Abaixo apresentamos um exemplo de Decreto, lembrando que Art. 7o O Chefe da Casa Civil expedirá normas complementares
o mesmo encontra-se revogado. para execução do disposto no art. 5o.

DECRETO N O 4.298, DE 11 DE JULHO DE 2002 (REVODAGO) Art. 8o As reuniões de servidores com integrantes da equipe de
transição devem ser objeto de agendamento e registro sumário em
Dispõe sobre a atuação dos órgãos e entidades da Administra- atas que indiquem os participantes, os assuntos tratados, as infor-
ção Pública Federal durante o processo de transição governamen- mações solicitadas e o cronograma de atendimento das demandas
tal. apresentadas.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe con- Art. 9o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
fere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,
Brasília, 11 de julho de 2002; 181o da Independência e 114o da
DECRETA: República.
Art. 1o Transição governamental é o processo que objetiva ERNANDO HENRIQUE CARDOSO
propiciar condições para que o candidato eleito para o cargo de Silvano Gianni”
Presidente da República possa receber de seu antecessor todos os
dados e informações necessários à implementação do programa do Diploma e Certificado
novo governo, desde a data de sua posse. Os Diplomas e Certificados também são documentos finais na
Parágrafo único. Caberá ao Chefe da Casa Civil da Presidência vida escolar do aluno, indispensáveis para quem objetiva a continui-
da República a coordenação dos trabalhos vinculados à transição dade dos estudos ou necessita apresentá-los no emprego.
governamental. Estes documentos comprovam a terminalidade de um curso.
O diploma é um documento formal emitido por instituições de
Art. 2o O processo de transição governamental tem início seis ensino com cursos reconhecidos pelo MEC (Ministério da Educação)
meses antes da data da posse do novo Presidente da República e que tornam o titular habilitado ao exercício de uma profissão
com ela se encerra. e possuem validade nacional. São emitidos para comprovar a
conclusão em cursos de graduação; bacharelado, licenciatura e tec-
Art. 3o O candidato eleito para o cargo de Presidente da nologia, e de pós-graduação stricto sensu; mestrado e doutorado.
República poderá indicar equipe de transição, a qual terá acesso Para saber se um diploma é reconhecido pelo MEC pesquise a
às informações relativas às contas públicas, aos programas e aos instituição no site do : http://emec.mec.gov.br/.
projetos do Governo Federal. A principal vantagem do diploma é o direito de ingressar em um
Parágrafo único. A indicação a que se refere este artigo será fei- curso de pós-graduação ou mestrado.
ta por meio de ofício ao Presidente da República. Já o certificado é um documento concedido que atesta que seu
titular participou de algum evento, como conferência, congresso,
Art. 4o Os pedidos de acesso às informações de que trata o art. simpósio, ciclo de estudos, palestras, entre outros.   O certifica-
3 , qualquer que seja a sua natureza, deverão ser formulados por
o
do é registrado na própria instituição que o emitiu, porém não
escrito e encaminhados ao Secretário-Executivo da Casa Civil da necessitam de regulamentação em um órgão específico.
Presidência da República, a quem competirá requisitar dos órgãos Por exemplo, ao concluir um curso de Economia em nível de
e entidades da Administração Pública Federal os dados solicitados pós-graduação, o aluno recebe um certificado de conclusão de
pela equipe de transição, observadas as condições estabelecidas no curso que será emitido pela própria instituição de ensino ou por
Decreto no 4.199, de 16 de abril de 2002. uma outra conveniada. Esse certificado não tem necessidade de ser
registrado no MEC.
Art. 5o Os Secretários-Executivos dos Ministérios deverão O certificado de conclusão de curso é emitido também em
encaminhar ao Secretário-Executivo da Casa Civil da Presidência da caráter provisório, em casos de conclusão de cursos reconhecidos,
República as informações de que trata o art. 4o, as quais serão con- com diploma ainda a emitir.
solidadas pela coordenação do processo de transição.

153
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Documentos que devem constar dos processos de registro de Não há uma ordem rígida a ser observada na elaboração do
emissão de certificados ou diplomas: “Curriculum Vitae”. O objetivo é permitir maior uniformidade na
- Requerimento do aluno solicitando a expedição do diploma: apresentação dos dados e facilitar a tarefa dos que devem analisar
- Cópia da Certidão de Registro Civil ou de Casamento; os elementos fornecidos.
- Cópia do Documento de Identidade, com foto, contendo o nº Um Curriculum bem elaborado, deve conter:
do Registro Geral; − Objetividade: no máximo duas páginas para que ele não perca
- Cópia do Cadastro de Pessoa Física – CPF; sua praticidade. Dispor as informações de forma clara e objetiva.
- Histórico do curso concluído; − Boa Apresentação: Evite efeitos especiais; o ideal é imprimi-lo
- Certificado de Conclusão do Ensino Médio ou equivalente; em uma impressora de qualidade e em papel branco.
Informações que deverão constar no Certificado ou Diploma: − Concisão e Clareza: discorra de maneira objetiva sobre os re-
- Nome do estabelecimento; sultados que obteve ao longo da carreira, evitando mencionar seus
- Nome do curso hobbies ou informações de caráter pessoal.
- Data de colação de grau; − Padrão Culto de Linguagem: observar a regra da gramática for-
- Grau conferido; mal e empregar um vocabulário comum ao conjunto dos usuários
- Nome completo do diplomado; do idioma.
- Nacionalidade;
- Data e estado de nascimento; ESTRUTURA
- Número do documento de identidade, órgão e estado emissor; 1. Dados pessoais: em letra maiúscula nome, local e data de
- Número de Cadastro de Pessoa Física – CPF nascimento, nacionalidade, filiação, endereço, e-mail, telefone, es-
- Data de expedição do diploma; tado civil, documentos.
- Assinatura do Reitor (nome, cargo e Portaria) ; 2. Objetivo: escreva uma frase, com o verbo no infinitivo, infor-
- Assinatura do diplomado. mando o que você deseja fazer na empresa, a que cargo se candidata.
3. Posicionamento profissional: Ex.: “secretária executiva bilín-
Protocolo gue, com 15 anos de experiência”.
O registro de protocolo (ou simplesmente “o protocolo “) é o li- 4. Experiência profissional: o que sabe fazer.
vro (ou, mais atualmente, o suporte informático) em que são trans- 5. Relação dos três últimos empregos.
critos progressivamente os documentos e os atos em entrada e em 6. Formação acadêmica e cursos de extensão: evitar informa-
saída de um sujeito ou entidade (público ou privado). Este registro, ções sobre escolas de 1º e 2º graus. (Incluir também conhecimento
se obedecerem a normas legais, têm fé pública, ou seja, tem valor de informática).
probatório em casos de controvérsia jurídica. 7. Idiomas: descreva também o grau de fluência.
O termo protocolo tem um significado bastante amplo, identi- 8. Local e data.
ficando-se diretamente com o próprio procedimento. Por extensão 9. Assinatura
de sentido, “protocolo” significa também um trâmite a ser seguido 10. No caso de mais de uma página, todas deverão ser nume-
para alcançar determinado objetivo (“seguir o protocolo”). radas.
A gestão do protocolo é normalmente confiada a uma reparti- 11. O salário pretendido deve ser resolvido na entrevista.
ção determinada, que recebe o material documentário do sujeito
que o produz em saída e em entrada e os anota num registro (atual- Convênio
mente em programas informáticos), atribuindo-lhes um número e Instrumento qualquer que discipline a transferência de recursos
também uma posição de arquivo de acordo com suas característi- públicos e tenha como partícipe órgão ou entidade da Administra-
cas. ção Pública Federal direta, autárquica ou fundacional, empresa pú-
blica ou sociedade de economia mista ou, ainda, entidade privada
O registro tem quatro elementos necessários e obrigatórios: sem fins lucrativos, que estejam gerindo recursos dos orçamentos
- Número progressivo. da União, visando à execução de programas de trabalho, projeto/
- Data de recebimento ou de saída. atividade ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua
- Remetente ou destinatário. cooperação.
- Regesto, ou seja, breve resumo do conteúdo da correspondên-
cia. ESTRUTURA
EMENTA: Indicação do no sequencial do instrumento, das par-
Curriculum Vitae tes convenentes e do objeto específico, em resumo.
É o documento informativo de apresentação, elaborado por TEXTO: Inicia-se com nome e qualificação dos convenentes, le-
uma pessoa em seu próprio interesse, quando da procura ou solici- gislação pertinente, podendo ter tantas cláusulas quantas forem
tação de emprego. necessárias, estabelecendo o objeto do convênio e seus elementos
Tem como finalidade fornecer dados pessoais e informações característicos; a obrigação de cada uma das partes; a vigência do
quanto à educação, experiência, interesses especiais, objetivos es- convênio; a obrigação do cedente quanto a prorrogação da vigência
pecíficos e planos de trabalho. do convênio, se necessária; a classificação da despesa; a liberação
Utilizado em outras situações como, por exemplo, trabalhos en- de recursos e demais compromissos entre o cedente e o convenen-
viados a congressos, simpósios, para apresentação de conferencis- te.
tas, em atividades públicas para comprovar reais qualificações; em FECHO: Indicação do foro para dirimir dúvidas.
obras de caráter técnico-científico ou literário para se poder avaliar ASSINATURA: Partícipes, duas testemunhas e interveniente, se
o autor. houver.

154
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Informação Conteúdo do processo:


Em linguagem administrativa a informação tem, às vezes, o sen- a) capa: deverá ter os campos de encaminhamento preenchidos
tido de parecer, em que o funcionário escreve acerca de certo fato durante a tramitação.
ou pedido, prestando os esclarecimentos necessários para que a b) documentos anexados na tramitação:
autoridade dê seu despacho ou solução. • informações, pareceres, despachos e conclusão deverão se-
Deve ser concisa e indicar a solução proposta. É ato de servidor guir a ordem cronológica e seqüencial
subalterno incumbido de estudar qualquer documento para que o do processo, inclusive com numeração nas folhas;
chefe possa deliberar sobre o caso. • deverão conter as seguintes informações: data, emitente, des-
tino, motivo do encaminhamento, nº do
Informativo documento, nº do protocolado.
O Texto informativo ou documento informativo é uma
produção textual com informação sobre um determinado assunto, Arquivamento:
que tem como objetivo esclarecer uma pessoa ou conjunto de a) após o encerramento do processo, este deverá ser arquivado
pessoas sobre essa matéria. e a conclusão dele deverá ser informada na
Dentre os documentos oficiais podemos ter documentos que Guia de Tramitação encaminhada ao Protocolo-Geral do órgão e
informam a administração pública (servidores, público e interessa- em campo próprio de sistema eletrônico.
dos) a exemplo um edital.
Projeto de Lei
Moção
É a proposta referente a uma questão levantada durante uma Definição
reunião ou em decorrência de algum Instrumento utilizado pelo Governo Estadual para propor à As-
incidente ocorrido nela, que se apresenta em uma assembléia sembleia Legislativa a criação de lei que expressa a vontade impe-
deliberativa por um dos seus membros. São rativa do Estado, bem como outros assuntos de interesse da socie-
moções de ordem: questão prévia, o adiantamento, a invocação dade.
do regimento, a apresentação de propostas
para eliminação, as emendas, as substituições às propostas para Competência
se passar à ordem do dia. A apresentação de projeto de lei é de iniciativa do(a) Governa-
A moção pode ser de aplauso, simpatia, desagrado, apelo, re- dor do Estado.
púdio.
Estrutura
Processo • Título do documento, centralizado, em letras maiúsculas e em
É o desenvolvimento de um expediente que, recebendo negrito, formado pela expressão PROJETO DE LEI ou PROJETO DE
informações, pareceres, anexos e despachos, segue os canais LEI COMPLEMENTAR, conforme o caso, seguida de espaços para o
competentes, ou seja, sua tramitação. número sequencial e para a data correspondente por extenso.
Procedimentos-padrão de tramitação de processos: • Ementa e a expressão “Faço saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLA-
TIVA decreta, e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
Recepção de documentos: • Texto do projeto de lei, seguido da cláusula de vigência e, se
a) receber os documentos originais; for o caso, da cláusula de revogação.
b) colocar a etiqueta na parte inferior direita da 1ª folha do pro- • Nome do Palácio do governo em letras maiúsculas, seguido do
cesso; local e data por extenso, centralizados.
c) carimbar, rubricar e numerar, em ordem crescente e seqüen- • Nomes para assinaturas, centralizados: “GOVERNADOR(A) DO
cial, todas as folhas do processo, na parte ESTADO e SECRETÁRIO(A) DE GOVERNO.
superior direita.
Auto
Tramitação:
a) tramitar o processo somente acompanhado da Guia de Tra- Definição e finalidade
mitação (GT) preenchida; Auto é a narração escrita pormenorizada e fundamentada de
b) enviar a Guia de Tramitação imediatamente ao Protocolo-Ge- um fato, por meio de ato ou diligência, administrativa ou judiciária.
ral do órgão (estão dispensadas desse Há vários tipos de autos, de acordo com os fatos ou ocorrências
procedimento as unidades que efetuam suas próprias atualiza- que neles se registram: auto de infração ambiental, tributária, de
ções); trânsito etc. Em alguns órgãos são utilizados formulários próprios.
c) fazer passar pelo Protocolo-Geral o processo destinado a ou-
tro órgão, que o encaminhará ao ProtocoloGeral Forma e estrutura
do órgão de destino. a) numeração: título e número do auto em letras maiúsculas e
centralizado acima do texto;
Cópia do processo: b) texto: desenvolvimento do assunto. Constam a data (dia, mês
a) anexar requerimento próprio ao processo; e ano) de lavratura do auto, nome e título do autuado,
b) encaminhar à Diretoria do órgão para autorização (após auto- motivo da autuação, indicação da penalidade e prazo para apre-
rizado, o Protocolo-Geral fornecerá as sentação de defesa;
cópias no máximo em 72 horas). c) local e data (dia, mês e ano) em que se lavrou o auto;

155
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

d) assinatura: nome da autoridade, com indicação de seu cargo Manuais


ou função. Manual é um documento elaborado com a finalidade contem-
plar um conjunto sistemático de informações (conceitos, objeti-
Procuração vos, normas, funções, políticas, diretrizes procedimentos e demais
Procuração é o instrumento por meio do qual a pessoa física ou orientações a respeito de um assunto ou serviço).
jurídica outorga poderes a outra. A procuração pública é lavrada Poderão subdividir-se em tantos manuais distintos quantos fo-
em cartório; a particular é, geralmente, conservada sem registro. rem os agrupamentos significativos que justifiquem a confecção de
Estrutura: um manual específico.
a) Título: Procuração
b) Qualificação: nome, nacionalidade, estado civil, profissão, Dentre as suas finalidades, podemos destacar:
CPF, residência e outros dados do outorgante (constituinte, man- a) proporcionar métodos que possibilitem a execução uni-
dante) e também do outorgado (procurador ou mandatário). forme dos serviços;
c) Finalidade e Poderes: parte em que o outorgante declara a fi- b) dar conhecimento e possibilitar treinamento dos novos
nalidade da procuração, bem como autoriza o outorgado a praticar servidores das unidades envolvidas.
atos para os quais é nomeado.
d) Data e assinatura do outorgante. São Exemplos de Manuais:
e) Assinatura das testemunhas, se houver. Essas assinaturas cos- - Manual de Integração ou Manual do Servidor.
tumam ficar abaixo da assinatura do outorgante, à esquerda. - Manual de Organização / Regimento Interno.
f) As firmas devem ser todas reconhecidas em cartório. - Manual de Procedimentos Administrativos.
- Manual de Redação Oficial.
Modelo:
Competência
PROCURAÇÃO A elaboração e as alterações de um manual são de competência
Através deste instrumento particular, eu ................................, do órgão normatizador do assunto a que o manual diz respeito, ca-
(nacionalidade, estado civil, profissão, CPF, C.I., residência e domi- bendo aprovação do órgão superior conforme o caso.
cílio, filiação, etc), nomeio e constituo meu bastante procurador o
Senhor.................... (Nacionalidade, estado civil, profissão, CPF, C.I., Conteúdo
residência e domicílio, filiação, etc), para o fim específico de (espe- De modo geral, os manuais são compostos fundamentalmente
cificar o procedimento), podendo praticar todos os atos necessários de:
para o bom e fiel cumprimento do presente mandato. Local e Data. a) capa: informações de identificação básica do documento, tais
Assinatura como responsável pela emissão, título e data;
b) folha de rosto: autor, título e informação básica a respeito da
Testemunhas: finalidade do documento;
1. ....................................... c) sumário;
2. ....................................... d) introdução: em que se indicarão seus objetivos e área de
abrangência, instruções para uso;
Edital e) conteúdo básico: a matéria abordada, que poderá ser dividi-
O edital é um instrumento de comunicação externa, que atra- da em tantos capítulos ou itens quanto necessário ao detalhamento
vés de autoridade competente se publica pela imprensa ou se afixa do assunto. Caso existam formulários, estes deverão ser padroniza-
em locais de acesso dos interessados. Objetiva transmitir assuntos dos pela Secretaria Municipal Adjunta de Modernização;
de interesse público, visando com isso o cumprimento de determi- f) anexos, fluxogramas e apêndices, se for o caso.
nações legais. PARTES DE UM EDITAL
1) CABEÇALHO: Designação do órgão/unidade. Deve-se ter o cuidado com a qualidade da formatação do do-
2) TÍTULO: EDITAL XXX/2015 cumento para evitar desperdício de recursos (impressora, tonner,
3) EDITAL (em maiúsculas, seguido do número de ordem, da papel, etc.) e torná-lo mais acessível ao usuário. Para mais informa-
data e, quando for o caso, do número do processo). ções, consulte o item 6 deste Manual. A disponibilização eletrônica
4) EMENTA: facultativo, mas oferece a vantagem de propiciar o é um recurso aliado nesse sentido.
conhecimento prévio e sucinto do que é exposto em seguida. Apa-
rece, principalmente, em editais de concorrência pública e tomada Forma de Divulgação
de preço. A divulgação de um Manual depende do assunto tratado e seu
5) TEXTO: Deve conter todas as condições exigidas para preen- público-alvo. Alguns manuais são de uso geral para os servidores,
chimento das formalidades legais. cabendo ampla divulgação e publicidade. Outros são restritos a um
6) ASSINATURA: Nome da autoridade competente, indicando- processo administrativo. O normatizador responsável deverá provi-
-se cargo e função. denciar a estratégia de divulgação e circulação deste documento.
7) OBSERVAÇÃO: Em virtude das diversas possibilidades de Edi-
tal, não será apresentado um modelo. Nota: Os editais de licitação É recomendável, sempre que possível, a disponibilização
deverão seguir a Lei Federal nº 8.666 de 21/06/1993, atualizada eletrônica do Manual, facilitando seu acesso ao público-alvo. No
pela Lei Federal nº 8.883 de 08/06/1994. caso de sistemas informatizados, é recomendável que o conteúdo
esteja disposto no menu do próprio sistema.

156
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Registro, controle e temporalidade do documento World Wide Web


O registro e o controle serão de responsabilidade do órgão nor- A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu
matizador responsável pela emissão do manual. criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin-
guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e
A temporalidade do documento (prazo de guarda e destinação) outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de
é definida na Tabela de Temporalidade de Documentos de Arquivo. forma simples e fácil de acessar.
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da
Expedientes - São as comunicações oficiais (como ofício, World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli-
memorando, decreto, etc.). gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples
e agradável.
Instrução Normativa19
A Instrução Normativa pode ser definida como um ato pura- Protocolo de comunicação
mente administrativo, uma norma complementar administrativa, Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto-
tão somente. Esta tende a completar o que está em uma Portaria colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma
de um superior hierárquico, num Decreto Presidencial ou em uma rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os
Portaria Interministerial. Desta forma, a Instrução Normativa jamais computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi-
poderá inovar o ordenamento jurídico. Assim, a Instrução Norma- mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como
tiva nunca poderá passar colidir com Leis ou decretos, pois estes Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de-
devem guardar consonância com as Leis. finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti-
A instrução Normativa é expedida pelos superiores dirigentes no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo
dos órgãos, seja pelo representante maior do órgão em questão, ou computador de origem.
pelo dirigente delegado para tais atribuições para emitir as Instru- Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das
ções Normativas sobre sua extensão. Desta feita, a Instrução Nor- redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na
mativa diz o que os agentes daquele órgão público devem seguir, Internet.
executar, fazer ou respeitar, bem como a Instrução Normativa des- O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive
creve a respeito das atribuições que devem ser seguidas por aque- para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem
les parâmetros específicos naquele ato administrativo. acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso
Em síntese, a Instrução Normativa é um ato administrativo o externo.
qual deve estar em consonância com todo o ordenamento jurídico.
TCP / IP
Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet).
Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece
Internet nas literaturas como sendo:
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados - O protocolo principal da Internet;
através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, ca- - O protocolo padrão da Internet;
bos submarinos, canais de satélite, etc20. Ela nasceu em 1969, nos - O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte
Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa ao funcionamento da Internet e seus serviços.
e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency).
Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o nú- Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que:
mero de adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon-
o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans-
instituições possuíam internet. porte dos pacotes).
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada
vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a Domínio
participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilida- Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar
de de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en-
outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente. dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de
você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP
Conectando-se à Internet – 74.125.234.180.
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos-
rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de sível associar um endereço de um site a um número IP na rede.
acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computa- O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como
dor à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio http://www.empresa.com.br, em que:
de um conjunto como modem, roteadores e redes de acesso (linha www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende-
telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.). reço pertence à web.
19 http://www.rochamarques.com.br/site/wp-content/uploads/pdf/a-lei-e-a-instru- empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser-
cao-normativa.pdf viço.
20 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20Avan%E- com: indica que é comercial.
7ado.pdf br: indica que o endereço é no Brasil.

157
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

URL Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet:


Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali- – Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza-
zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui- do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar
vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet, a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer
ou uma rede corporativa, uma intranet. página na web.
Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca- – Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos
minho/recurso. que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte.
HTTP – Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do
É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res- usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en-
postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite
web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais
Protocol, Protocolo de transferência hipertexto). recorrentes da sua rotina diária de tarefas.
– Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque-
Hipertexto le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para
São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura
eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web. no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache
para mostrar as atualizações.
Navegadores – Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do
Um navegador de internet é um programa que mostra informa- usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe-
ções da internet na tela do computador do usuário. rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser
Além de também serem conhecidos como browser ou web apagado, caso o usuário queira.
browser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositi- – Gerenciador de Downloads: permite administrar os downlo-
vos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conec- ads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar
tados à internet. por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do
Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site navegador de internet.
e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo – Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
internauta. um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor. novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer outros.
página ou site na rede. – Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do
Para funcionar, um navegador de internet se comunica com navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis-
servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro- tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas
tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que no navegador.
transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave-
gador e os servidores. Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são
alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co-
Funcionalidades de um Navegador de Internet nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na-
A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo
usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador. virtual da Internet.
Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de
códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta. Internet Explorer
Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo
através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como
do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de
site na internet. algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram
O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma atualizadas no Edge.
linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter- Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per-
pretado pelos navegadores. deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.
Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
imagens e outros tipos de dados.
Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por
meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na
parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada
página.

158
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Principais recursos do Internet Explorer: Algumas características de destaque do Firefox são:


– Transformar a página num aplicativo na área de trabalho, – Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente.
permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos – Não exige um hardware poderoso para rodar.
instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas – Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur-
manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente sos.
através de ícones. – Interface simplificada facilita o entendimento do usuário.
– Gerenciador de downloads integrado. – Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri-
– Mais estabilidade e segurança. vacidade.
– Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma – Disponível em desktop e mobile.
navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos
implementados nos sites mais modernos. Google Chorme
– Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega- É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do
dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
oferecem funcionalidades adicionais. É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
– One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer. convidativo à navegação simplificada.
Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala-
vra-chave digitando-a na barra de endereços.

Microsoft Edge
Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer21.
O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.
Principais recursos do Google Chrome:
– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur-
sos RAM suficientes.
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas
funcionalidades.
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte-
údos otimizados.
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT-
TPS).
Outras características do Edge são: – Disponível em desktop e mobile.
– Experiência de navegação com alto desempenho.
– Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual- Opera
quer lugar conectado à internet. Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo-
– Funciona com a assistente de navegação Cortana. luindo como um dos melhores navegadores de internet.
– Disponível em desktops e mobile com Windows 10. Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar.
– Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos. Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida-
de da experiência do usuário.
Firefox
Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
talado no PC, ele poderá ser instalado.

Outros pontos de destaques do Opera são:


– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de ener-
gia.
– Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a
velocidade de conexões de baixo desempenho.
– Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis
(3G ou 4G).
21 https://bit.ly/2WITu4N

159
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em jam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre
páginas bancárias e de vendas on-line. a empresa e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho
– Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas significativo em termos de segurança.
funções, além de um bloqueador de publicidade integrado.
– Disponível em desktop e mobile. Microsoft Office

Safari
O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela
sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele
é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e
confiáveis para usar.

O Safari também se destaca em:


– Sincronização de dados e informações em qualquer disposi-
tivo Apple (iOS). O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para
– Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcio- uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas
namento de anúncios com base no comportamento do usuário. em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos –
– Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações –
visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de cam- PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum:
pos de informação.
– Compatível também com sistemas operacionais que não seja Word
da Apple (Windows e Linux). O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele
– Disponível em desktops e mobile. podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos
então apresentar suas principais funcionalidades.
Intranet
A intranet é uma rede de computadores privada que assenta • Área de trabalho do Word
sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo
um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa, com a necessidade.
que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores
internos22.
Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à
intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para
tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação
situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255.
Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem
alguma informação que pode ser trocada com os demais setores,
podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as
demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area
Network), que, porém, não emprega restrições de acesso.
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em cor-
porações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos,
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo
reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição
de informações.
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos,
a intranet permite que computadores localizados numa filial, se co-
nectados à internet com uma senha, acessem conteúdos que este-

22 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-ferramen-
tas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-parte-2/

160
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Iniciando um novo documento


Aumenta / diminui tamanho

Recursos automáticos de caixa-


-altas e baixas

Limpa a formatação

• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar
Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações diferentes tipos de marcadores automáticos:
desejadas.

• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha-
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word. • Outros Recursos interessantes:

GUIA PÁGINA TECLA DE GUIA ÍCONE FUNÇÃO


ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO
- Mudar
Justificar (arruma a Forma
direito e a esquerda de Ctrl + J Página - Mudar cor
acordo com a margem inicial de Fundo
- Mudar cor
Alinhamento à direita Ctrl + G
do texto
Centralizar o texto Ctrl + E - Inserir
Alinhamento à es- Tabelas
Ctrl + Q Inserir
querda - Inserir
Imagens
• Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos Verificação e
de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação), Revisão correção ortográ-
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto- fica
máticos.

Arquivo Salvar

Excel
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
Tipo de letra
a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
Tamanho – Planilha de vendas;
– Planilha de custos.
Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-
tomaticamente.

161
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Mas como é uma planilha de cálculo? • Fórmulas básicas


– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es- ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY)
pecíficas do aplicativo.
– A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 ) MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)

• Fórmulas de comum interesse

MÉDIA (em um interva-


=MEDIA(célula X:célulaY)
lo de células)
MÁXIMA (em um inter-
=MAX(célula X:célulaY)
valo de células)
MÍNIMA (em um inter-
=MIN(célula X:célulaY)
valo de células)

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
– Podemos também ter o intervalo A1..B3 ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.

• Área de Trabalho do PowerPoint

– Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-


lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
uma planilha.

• Formatação células Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre-
ver conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até
mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior,
também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

162
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro
tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, o slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se
Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no que fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de
diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópico referen- uma posição para outra utilizando o mouse.
te ao Word, itens de formatação básica de texto como: alinhamentos, As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados
tipos e tamanhos de letras, guias de marcadores e recursos gerais. no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente para passagem entre elementos das apresentações.
utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam
a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no
trabalho com o programa.

Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre-


sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito.

Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade
no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe- de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le-
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho. vando a experiência dos usuários a outro nível.
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já
apresentado anteriormente. Office 2013
A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar
a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível
nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque
(TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen-
tos com telas simples funciona normalmente.
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem,
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po-
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart-
fones diversos.

• Atualizações no Word
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen);
– As imagens podem ser editadas dentro do documento;
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura;
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente;
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como
editar PDF(s).

• Atualizações no Excel
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário
melhores formas de apresentar dados.
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.

163
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Atualizações no PowerPoint • Atualizações no Word


– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi- – Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação desenvolvimento de documentos;
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.

Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.

• Atualizações no Word – Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
quisa inteligente;
– É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
a digitação de equações. • Atualizações no Excel
– Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
• Atualizações no Excel destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
– O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante- algum mapa que deseja construir.
riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
questão do compartilhamento dos arquivos.

• Atualizações no PowerPoint
– O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
tão do compartilhamento dos arquivos;
– O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
3D na apresentação.

Office 2019
O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.

164
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Atualizações no PowerPoint — O que é ética


– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta A palavra Ética é derivada do grego e apresenta uma translite-
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações; ração de duas grafias distintas, êthos que significa “hábito”, “costu-
– Inclusão de imagens 3D na apresentação. mes” e ethos que significa “morada”, “abrigo protetor”.
Dessa raiz semântica, podemos definir ética como uma estrutu-
ra global, que representa a casa, feita de paredes, vigas e alicerces
que representam os costumes. Assim, se esses costumes se perde-
rem, a estrutura enfraquece e a casa é destruída.
Em uma visão mais abrangente e contemporânea, podemos
definir ética como um conjunto de valores e princípios que orien-
tam o comportamento de um indivíduo dentro da sociedade. A éti-
ca está relacionada ao caráter, uma conduta genuinamente humana
e enraizada, que vêm de dentro para fora.

Qual a diferença entre ética e moral


Embora ética e moral sejam usados, muitas vezes, de maneira
similar, ambas possuem significados distintos. A moral é regida por
leis, regras, padrões e normas que são adquiridos por meio da edu-
cação, do âmbito social, familiar e cultural, ou seja, algo que vem de
fora para dentro.
Para o filósofo alemão Hegel, a moral apresenta duas verten-
tes, a moral subjetiva associada ao cumprimento de dever por von-
tade e a moral objetiva que é a obediência de leis e normas impos-
tas pelo meio.
No entanto, ética e moral caminham juntas, uma vez que a mo-
ral se submete a um valor ético. Desta forma, uma ética individual,
quando enraizada na sociedade, passa a ser um valor social que é
instituído como uma lei moral.
Office 365 A consequência de um comportamento antiético afronta os va-
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura lores, caráter e o princípio de uma pessoa, enquanto a quebra de
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário um valor moral é punida e justificada de acordo com a lei que rege
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o o meio.
Word, Excel e PowerPoint.
Características fundamentais de uma conduta ética
Observações importantes: Alguns conceitos são fundamentais para constituir o comporta-
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me- mento ético. São eles:
lhorias citadas constam nele; – Altruísmo: A preocupação com os interesses do outro de
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res- uma forma espontânea e positivista.
ponsável por isso; – Moralidade: Conjunto de valores que conduzem o comporta-
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre mento, as escolhas, decisões e ações.
atualizados. – Virtude: Essa característica pode ser definida como a “exce-
lência humana” ou aquilo que nos faz plenos e autênticos.
– Solidariedade: Princípios que se aplicados às relações sociais
ÉTICA PROFISSIONAL e que orientam a vivência e convívio em harmonia do indivíduo com
os demais.
– Consciência: Capacidade ou percepção em distinguir o que é
A ética profissional é um dos critérios mais valorizados no mer- certo ou errado de acordo com as virtudes ou moralidade.
cado de trabalho. Ter uma boa conduta no ambiente de trabalho – Responsabilidade ética: Consenso entre responsabilidade
pode ser o passaporte para uma carreira de sucesso. (assumir consequências dos atos praticados) pessoal e coletiva.
A vida em sociedade, que preza e respeita o bem-estar do ou-
tro, requer alguns comportamentos que estão associados à condu- O que é Ética Profissional
ta ética de cada indivíduo. A ética profissional é composta pelos A ética profissional é o conjunto de valores, normas e condutas
padrões e valores da sociedade e do ambiente de trabalho que a que conduzem e conscientizam as atitudes e o comportamento de
pessoa convive. um profissional na organização. Desta forma, a ética profissional é
No meio corporativo, a ética profissional traz maior produti- de interesse e importância da empresa e também do profissional
vidade e integração dos colaboradores e, para o profissional, ela que busca o desenvolvimento de sua carreira.
agrega credibilidade, confiança e respeito ao trabalho. Além da experiência e autonomia em sua área de atuação, o
Contudo, há ainda muitas dúvidas acerca do que é ética, por profissional que apresenta uma conduta ética conquista mais res-
isso, antes falar sobre ética profissional, é importante entender um peito, credibilidade, confiança e reconhecimento de seus superio-
pouco sobre o que é ética e qual a diferença entre ética e moral. res e de seus colegas de trabalho.

165
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A conduta ética também contribui para o andamento dos pro- — 10 dicas para construção de uma postura ética no trabalho
cessos internos, aumento de produtividade, realização de metas e Os colaboradores que conseguem construir relações de qua-
a melhora dos relacionamentos interpessoais e do clima organiza- lidade entre os colegas e conquistar a confiança dos líderes, com
cional. uma postura de trabalho adequada e resultados concretos, são os
Quando profissionais e empresa prezam por valores e princí- que obtêm maior sucesso no desenvolvimento de suas carreiras.
pios éticos como gentileza, temperança, amizade e paciência, exis- Você precisa entender e respeitar os limites de sua função, ze-
tem bons relacionamentos, mais autonomia, satisfação, proativida- lar pelos instrumentos de trabalho e o patrimônio da organização
de e inovação. e contribuir para o bom rendimento de sua equipe. Essas são con-
Para isso, é conveniente que a empresa tenha um código de dições básicas para a construção de uma postura ética no trabalho.
conduta ética, para orientar o comportamento de seus colaborado- Conheça ainda outros fatores importantes que auxiliam neste
res de acordo com as normas e postura da organização. O código de processo:
ética empresarial facilita a adaptação do colaborar e serve como um
manual para boa convivência no ambiente de trabalho. 1 – Seja honesto:
Fale sempre a verdade e assuma a responsabilidade sobre seus
• Ética profissional e valor estratégico erros. É muito melhor aprender com os erros do que procurar um
Em meio ao cenário caótico nacional, problemas políticos, de- culpado para suas falhas.
sigualdade social, falta de infraestrutura para educação e saúde, a A honestidade é uma das principais características de um pro-
ética tornou-se um dos principais assuntos abordados em escolas, fissional ético, ela é prova de credibilidade e confiança. Seja sempre
universidades, trabalho e até mesmo nas ruas. sincero consigo mesmo, com os seus princípios, com as normas das
Com a população mais consciente das questões morais e da empresas e com os outros.
responsabilidade social com que as autoridades e as empresas de-
vem prestar à sociedade e ao meio ambiente, houve um aumento 2 – Respeito o sigilo:
da fiscalização e cobrança pelo comprometimento ético destes ór- Algumas empresas trabalham com informações extremamente
gãos. sigilosas. Geralmente, essas condições são expostas ao profissional
Com isso, a ética ganhou um novo valor, o valor estratégico. As dentro do contrato de trabalho.
empresas se viram obrigadas a modificar seus conceitos, quebrar Por isso, manter o sigilo, além de ser uma, pode ser importante
paradigmas e apresentar uma postura mais transparente, humana para preservar o emprego. Respeite esta condição, mantendo o sigilo!
e coerente para não perder público.
Neste contexto, a ética profissional que deveria ser uma virtude 3 – Tenha comprometimento:
enraizada do indivíduo tornou-se parte da estratégia organizacional Responsabilidade e comprometimento é o mínimo que se es-
e, consequentemente, um diferencial competitivo no mercado de pera de um profissional. Se fazer o seu trabalho parece uma obriga-
trabalho. ção, reavalie sua carreira e os seus propósitos, pois algo está errado.
No entanto, quando a empresa adota a ética profissional como Um profissional com ética tem engajamento com a empresa e
uma estratégia de mercado, ela também contribui com desenvolvi- cumpre sua função com empenho e consciência, sempre visando o
mento do profissional, que precisa melhoras suas habilidades com melhor resultado para a organização, consequentemente, isso agre-
relacionamentos interpessoais e liderança. gará valor a sua carreira.
Um profissional com habilidades de liderança e relacionamen-
to difunde valores éticos , preza pela harmonia no ambiente de tra- 4 – Seja prudente:
balho e coloca em primeiro lugar o respeito às pessoas e o compro- Aprenda a diferenciar as relações pessoais dos profissionais,
metimento com o trabalho. não deixe inimizades e antipatia atrapalharem o seu desempenho
ou que isso interfira de forma negativa no trabalho de seus colegas
• Benefícios da ética no trabalho e nos resultados da empresa.
O profissional ético é, naturalmente, admirado, pois o respeito Considere sempre como prioridade a realização do seu traba-
pelos colegas e pelos clientes é o que dá destaque a esse colabora- lho. Respeite a hierarquia da sua empresa, seja você um líder ou um
dor. A ética seria uma espécie de filtro que não permite a passagem colaborador. Seja profissional!
da fofoca, da mentira, do desejo de prejudicar um colaborador, en-
tre outros aspectos negativos. 5 – Tenha humildade:
E é necessário ressaltar que os líderes são profissionais éticos, Independente de hierarquia, dos conhecimentos e habilidades,
ou devem ser, para desenvolver as competências do cargo com êxi- entenda que ninguém é melhor que ninguém. Humildade e flexibi-
to. Os que optam pela ética preferem oferecer feedbacks, em vez de lidade são um dos pré-requisitos para o trabalho em equipe.
deixar o ambiente de trabalho desarmônico, e são honestos quanto Tenha humildade, respeite seus colegas, seja cordial e não faça
às próprias condições, ou seja: não inventam mentiras para se au- julgamentos. Contribua para um bom convívio e bons relaciona-
sentar das falhas. mentos no ambiente de trabalho.
Cultivar a ética profissional no ambiente de trabalho traz bene-
fícios e vantagens a todos, uma vez que ela proporciona crescimen- 6 – Não prometa aquilo que não possa cumprir:
to à empresa e a todos os envolvidos. Com uma conduta ética bem Não prometa aquilo que não pode entregar ou um prazo que
estruturada é possível , do trabalho em equipe e respeito mútuo não pode cumprir, ou pior ainda, jogar a responsabilidade em cima
entre todos colaboradores. de outras pessoas.
E com um é possível ter profissionais mais engajados, motiva- Com comprometimento e honestidade é possível alinhar entregas
dos e satisfeitos. e prazos justos sem comprometer a credibilidade e a ética profissional.

166
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

7 – Saiba fazer e receber críticas: III - Organização linha – staff é a forma estrutural baseada em
Embora as críticas nos ajudem a crescer, muitas pessoas não linhas únicas de autoridade e responsabilidade, na qual predomina
sabem fazer ou interpretá-las de forma construtiva. a aplicação do principio de autoridade e do comando único.
Por isso, caso precise dar um feedback a alguém, nunca faça IV - Staff ou assessoria significa a propriedade de prestar con-
isso por impulso, reflita a melhor forma de dizer e como orientar sultoria, recomendações, sugestão ou prestar serviços especializa-
a melhora. E se receber uma crítica, não leve para o lado pessoal, dos.
entenda que isso pode ser usado para o seu desenvolvimento.
Estão corretas as afirmativas
8 – Reconheça o mérito alheio: (A) II e III.
Elogios sinceros podem e devem ser usados em um, mas, se (B) II e IV.
estiverem dentro do contexto profissional. Não precisa parecer um (C) I e IV.
bajulador elogiando o chefe. (D) I e III.
Elogie as atitudes assertivas, aquilo que realmente contribui
com os resultados da empresa ou da equipe. Saiba reconhecer o 3. (AMAUC - 2019 - Prefeitura de Itá - SC - Agente Administrati-
empenho de seus colegas, dê a eles os méritos merecidos e não vo) Sobre organização, análise as proposições e identifique com (V)
espere recompensa em troca. as verdadeiras e (F) as falsas:
V ( ) Organização é compreendida como uma unidade ou enti-
9 – Respeite a privacidade: dade social, na qual as pessoas interagem entre si para alcançar
Nunca mexa no material de trabalho, documentos ou gaveta de objetivos comuns.
um colega de trabalho, exceto, se lhe for solicitado e ainda assim se V ( ) Organização é compreendida também como função admi-
for algo que vá contribuir com o bem e o trabalho de todos. nistrativa e parte do processo administrativo de organizar, estrutu-
Da mesma forma que você não gostaria que mexesse em suas rar e integrar os recurso e os órgãos incumbidos de sua administra-
coisas, com certeza seu colega não gostará de saber que teve a pri- ção e estabelece relações entre eles.
vacidade desrespeitada. V ( ) A organização enquanto entidade social se divide em organi-
zação formal e organização informal.
10 – Evite fofoca: F ( ) A organização informal é aquela baseada em uma divisão
Fique longe de fofocas, comentários ofensivos e pessoas que racional do trabalho e na diferenciação e integração de seus ór-
gostam de julgar e criticar os colegas. Algumas “brincadeirinhas” gãos, representada por meio de organograma, ou seja, trata-se de
por mais que pareçam inofensivas, magoam e prejudicam as pes- organização formalizada oficialmente. NÃO TEM ORGANOGRAMA
soas.
Caso tenha algum problema com alguém, chame-a para conver- Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de
sar e esclareça aquilo que está o incomodando. Se cometer algum cima para baixo:
erro, reconheça e peça desculpas, essa é a melhor forma de evitar (A) F, V, F, F.
desentendimentos e conservar a atmosfera positiva no trabalho.23 (B) V, V, V, V.
(C) V, V, V, F.
(D) F, V, V, V.
QUESTÕES (E) V, F, V, V.

4. (FASTEF - 2019 - UFCA - Assistente em Administração) Con-


1. (FGV - 2017 - IBGE - Agente Censitário Regional) O processo siste em uma das particularidades da organização informal:
de organização segue alguns princípios básicos e exige que se to- (A) baseada em uma divisão racional do trabalho.
mem decisões acerca de certos elementos, entre eles: (B) circunscrita a um local físico.
(A) especialização do trabalho e amplitude de controle; (C) representada através do organograma.
(B) missão e visão organizacionais; (D) amplia-se a todos os interesses comuns das pessoas envol-
(C) cultura organizacional e sistemas de gestão; vidas.
(D) divisão de tarefas e definição de metas;
(E) estrutura e estratégia organizacionais. 5. (INSTITUTO AOCP - 2018 - ADAF - AM - Administrador) O
desenho de organogramas e fluxogramas define a estrutura organi-
2. (IF-MT - 2014 - IF-MT - Tecnólogo - Gestão de Pessoas) Sobre zacional para a empresa poder
tipos de organizações, analise as afirmativas. (A) dotar de conformidade seus produtos e serviços para seus
I - Organização funcional é a forma estrutural baseada na es- clientes.
pecialização e na supervisão funcional, na qual as linhas de comu- (B) gerenciar a cadeia de fornecedores, funcionários e interme-
nicação são diretas, a autoridade é funcional e as decisões são des- diários.
centralizadas. (C) zelar pelas habilidades e pelos desempenhos individuais e
II - Organização linear é o formato estrutural híbrido que reúne do grupo.
características lineares e características funcionais. (D) auditar o sistema de qualidade de acordo com a normati-
zação.
(E) conquistar e fidelizar seus compradores para sua sobrevi-
vência.
23 Fonte: www.sbcoaching.com.br

167
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

6. (Quadrix - 2019 - CRO-GO - Fiscal Regional) Em relação aos (D) A abordagem contingencial se preocupa em analisar as
conceitos básicos de administração, aos tipos de organização, às funções da organização, dividindo-as em seis funções clássicas,
estruturas organizacionais, à departamentalização e aos organo- que incluem as comerciais, as financeiras e as contábeis.
gramas e fluxogramas, julgue o item. (E) A teoria de sistemas adota uma visão reducionista e analíti-
O aspecto piramidal é uma das características da organização ca da administração.
linear.
( ) CERTO Organização Linear, é piramidal 12. (CESPE/TSE) A respeito das novas tecnologias gerenciais
( ) ERRADO que causam impacto nas organizações, assinale a opção correta.
(A) Reengenharia é o processo sistemático, planejado, geren-
7. (Quadrix - 2019 - CREA-TO - Agente Administrativo) No que ciado, executado e acompanhado sob a liderança da alta admi-
se refere à administração, aos tipos de organização, às estruturas nistração da instituição, envolvendo e comprometendo todos
organizacionais, à departamentalização e aos organogramas e flu- os gerentes e responsáveis e colaboradores da organização.
xogramas, julgue o item. (B) Qualidade é o repensar fundamental e é a reestruturação
Na organização linha‐staff, somente existem órgãos de consul- radical dos processos empresariais que visam alcançar drás-
toria e assessoria. Qualquer empresa pode adotar a Organização staff ticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de A abordagem
( ) CERTO O termo Staff que significa assessoria ou prestar consultoria, desempenho, tais como custos, atendimento e velocidade. sistêmica
( ) ERRADO (C) Gestão estratégica está relacionada a propriedades ou ca-
HOLISTICA
(técnica moderna
racterísticas de um produto ou serviço que influenciam relacio-
de gestão, a
8. (Quadrix - 2019 - CREA-TO - Agente de Fiscalização) No que nadas à sua capacidade de satisfazer as necessidades explícitas
administração
holística: A visão
se refere à administração, aos tipos de organização, às estruturas ou implícitas dos que o utilizam. do todo permite
organizacionais, à departamentalização e aos organogramas e flu- (D) Empreendedorismo governamental significa a capacidade entender como
as partes se
xogramas, julgue o item. de promover a sintonia entre os governos e as novas condições
relacionam. )
Na organização linear, cada gerente centraliza as comunica- sócio-econômicas, políticas e culturais. pressupõe uma
ções em linha ascendente com relação aos subordinados. alta
especialização
( ) CERTO 13. (UnB/CESPE/TJ-AL) Acerca das diferentes abordagens da no
( ) ERRADO administração, assinale a opção correta. desenvolvimento
de uma tarefa
(A) A abordagem sistêmica pressupõe uma alta especialização específica de
9. (Quadrix - 2019 - CRESS-GO - Agente Administrativo) Com re- no desenvolvimento de uma tarefa específica de modo que o modo que o
trabalhador
lação às noções de administração, a funções administrativas e aos trabalhador consiga ter uma visão holística do processo pro- consiga ter uma
diversos enfoques da administração, julgue o item. dutivo. visão holística do
As funções de administração devem ser executadas em sequ- (B) A abordagem clássica da administração tem como princípio processo
produtivo.
ência nos procedimentos administrativos, de modo a manterem a aumentar o nível de entropia da organização. ENTROPIA - DESORGANIZAÇÃO
coerência e a eficiência. (C) A abordagem burocrática considera as pessoas em primeiro
( ) CERTO plano por serem as responsáveis pela aplicação de suas normas
Não é necessário a sequencia de procedimentos
( ) ERRADO e regras.
(D) A visão mecanicista proposta por Bertalanffy revela que,
10. (Quadrix - 2019 - CRESS-GO - Agente Administrativo) Com para compreender a realidade, é preciso analisar não apenas
relação às noções de administração, a funções administrativas e elementos isolados, mas também suas inter-relações.
aos diversos enfoques da administração, julgue o item. (E)De acordo com os princípios da administração científica des-
Se determinada entidade adota o tipo de organização funcio- critos por Taylor, o objetivo da boa administração é pagar altos
nal, o controle disciplinar e a coordenação das diversas funções tor- salários e ter baixos custos.
nam‐se mais difíceis.
( ) CERTO 14. (CONSULPLAN/MANAUS ENERGIA) As opções a seguir
( ) ERRADO apresentam afirmações a respeito de aspectos gerais da estraté-
gia, estrutura e desempenho de uma organização. Assinale a única
11. (CESPE/MCT-FINEP) Quanto à evolução histórica do pensa- verdadeira:
mento administrativo, assinale a opção correta. (A) O ambiente de uma empresa é tudo aquilo que pode ser
(A) Weber propõe que uma das principais vantagens da buro- controlado.
cracia consiste em conferir rapidez à tomada de decisões. (B) Na integração horizontal, procuram-se produtos e serviços
(B) A organização que busca mensurar e analisar as atitudes complementares.
de seus empregados de modo a conseguir a sua satisfação no (C) O desempenho de uma empresa independe de sua estra-
trabalho está alinhada aos pressupostos da administração cien- tégia.
tífica. (D) A integração empresarial depende apenas da estrutura or-
(C) A organização que ressalta o papel dos gerentes como co- ganizacional.
nhecedores dos detalhes das tarefas desenvolvidas por seus (E) A estratégia de uma empresa depende principalmente de
empregados alinha-se aos pressupostos da teoria clássica. sua estrutura.
QUESTÃO 11

B) - A Administração Científica, também conhecida como Taylorismo, dedica-se ao estudo de métodos de trabalho e procedimentos de gestão para aumentar a eficiência dos
processos organizacionais. Seu objetivo é melhorar a produtividade e a eficiência econômica, principalmente no que diz respeito ao trabalho manual.
168
C) - As funções administrativas do empreendedor são, como dissemos antes, quatro: planejar, organizar, dirigir e controlar. Todas elas estão presentes na gestão comercial, no
planejamento financeiro e em qualquer outra área da empresa.

E_ - Teoria dos sistemas começou a ser aplicada na Administração principalmente em função da necessidade de uma síntese e uma maior integração das teorias anteriores
(científicas e relações humanas, estruturalista e comportamental oriundas das ciências sociais) e da intensificação do uso da cibernética e da tecnologia
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

15. (CESPE/TJ-ROo) Com relação à análise dos ambientes exter- 19. (FUNDATEC - 2019 - PREFEITURA DE NOVO HORIZONTE - SP
no e interno de uma organização, assinale a opção correta. - AGENTE ADMINISTRATIVO)
(A) Na análise externa, os pontos fortes e fracos de uma em- Segundo o Manual de Redação da Presidência da República
presa devem ser determinados por meio da relação entre os (2018), os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguin-
segmentos de mercados e a atual posição dos produtos ou ser- te formatação, entre outras:
viços dessa empresa. (I) Margem lateral direita: 1,5 cm;
(B) Quanto menos uma empresa conhece sobre seu concorren- (II) Margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
te, menor o risco estratégico dessa empresa em face das estra- (III) Margem superior e inferior: 2 cm; e
tégias do concorrente. (IV) Tamanho do papel: A5 (14,8 cm x 21 cm).
(C) Ameaças são fatores do ambiente externo que impactam
diretamente nas organizações, podendo ser controladas antes Quais estão corretas?
de prejudicarem o desenvolvimento das empresas. (A) Apenas I.
(B) Apenas I e III.
(D) Os pontos fortes e fracos correspondem a variáveis contro-
(C) Apenas II e IV.
láveis por uma empresa, enquanto as oportunidades e as ame-
(D) Apenas I, II e III.
aças correspondem a variáveis não controláveis.
(E) Apenas II, III e IV.
(E) Mediante a análise das oportunidades e das fraquezas de
um ambiente organizacional, obtêm-se a atual situação das 20. Relacione os conceitos fundamentais da ética com suas re-
vantagens competitivas de uma empresa. spectivas definições.
1. Moralidade
16. (GS Assessoria e Concursos - 2021 - Prefeitura de Irati - SC 2. Subsidiaridade
- Agente Administrativo) Em relação a noções de técnicas de aten- 3. Eticidade
dimento ao cliente, marque a alternativa INCORRETA.
(A) Tenha empatia e se coloque no lugar do outro, a fim de (3) Conjunto de valores institucionais, onde há identidade da
compreender os anseios e necessidades de quem está sendo vontade universal e particular e uma coincidência entre deveres e
atendido. direitos.
(B) Comunique-se de maneira simples, seja cordial e objeti- (2) Princípio que se volta ao respeito às relações entre os níveis
vo. Evite jargões técnicos que poderá transmitir arrogância do de concentração de poder e os interesses sociais a serem satisfei-
atendente. tos.
(C) Coopere com os demais colegas de trabalho, mantendo re- (1) Código de valores capaz de guiar a conduta do homem e suas
lacionamentos positivos e produtivos. respectivas escolhas e decisões.
(D) É aconselhável o uso de gírias no ambiente de trabalho. Car-
regar o vocabulário com gírias não torna a fala inconveniente Assinale a opção que mostra a relação correta, segundo a or-
no atendimento ao público em geral. dem apresentada.
(E) Seja cortês no atendimento: Um verdadeiro “Bom-dia”, “Bo- (A) 1, 2 e 3
a-tarde”, “Sente-se, por favor”, ou “Aguarde um instante, por (B) 1, 3 e 2
favor” são importantes no atendimento. (C) 2, 1 e 3
(D) 3, 1 e 2
17. (IDIB - 2018 - Prefeitura de Planaltina - GO - Auxiliar de Ar- (E) 3, 2 e 1
quivo) Sobre os tipos de arquivos, assinale a opção que melhor re-
presenta o conceito de arquivo permanente: GABARITO
(A) É aquele destinado ao uso quotidiano de entrada e saída de
documentos.
(B) É aquele destinado aos documentos que não pertencem ao 1 A
arquivo no qual foi colocada sob guarda. 2 C
(C) É aquele que recebe documentos do arquivo frequente e
que aguarda destinação. 3 C
(D) É aquele cujos documentos são preservados de acordo com 4 D
a sua temporalidade e informação. 5 C
18. (OBJETIVA - 2019 - PREFEITURA DE SÃO JOÃO DA URTIGA - 6 CERTO
RS - AGENTE ADMINISTRATIVO) 7 ERRADO
Segundo o Manual de Redação da Presidência da República, a
finalidade básica da Redação Oficial é comunicar com: 8 CERTO
(A) Subjetividade e máxima clareza. 9 ERRADO
(B) Subjetividade e máxima imprecisão.
10 CERTO
(C) Objetividade e máxima clareza.
(D) Objetividade e máxima imprecisão. 11 A

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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12 D
13 E ______________________________________________________
14 B ______________________________________________________
15 D
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16 D
17 D ______________________________________________________
18 C ______________________________________________________
19 D
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20 E
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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