A leitura global e compreensiva do texto poderá ser guiada através das seguintes
questões:
Além dos sublinhados, podes também utilizar um código e fazer notas à margem do
texto, chamando assim a atenção para diversos pontos:
Código Significado
! Importante; ideias a realçar
Concordo
Não concordo
Def. Definição ou conceito
Aviso
(1) Enumeração de factos
? Dúvidas
T
O gráfico de uma estrutura adequada a um texto que estabelece categorias seria:
Ou
Ela pode ser sensual, engraçada e sensível. Calma... não é a mulher ideal, é a linguagem do corpo. É
sensual quando em um encontro, por exemplo, um casal utiliza olhares intensos, gestos calculados e
expressões corporais atrevidas para expressar suas emoções. É engraçada quando um humorista, para dar
o correto tom de sua piada, faz caretas, imitações e até mímicas com o intuito de fazer o espectador rir.
É, finalmente, sensível quando um ator, ao final do espetáculo, curva-se diante do público para agradecer
os aplausos, que também identificam a sensibilidade do público para afirmar que está satisfeito com a
apresentação. Tais exemplos de linguagem corporal nos levam à conclusão de que as palavras são
dispensáveis quando o corpo consegue supri-las.
Semelhanças Semelhanças
Diferenças Diferenças
Embora goste bastante de futebol, o torcedor amazonense não prestigia os jogos locais. A
primeira causa para esse crescente desinteresse é a falta de incentivo por parte do governo e da
mídia local, que dão mais ênfase ao futebol do sul e do sudeste, deixando o daqui sem muito
atrativo. A segunda é a ausência de jogadores de expressão e de grandes ídolos no futebol
amazonense, o que faz com que o torcedor deixe de comparecer aos estádios e prefira assistir aos
jogos ‘de fora’ pela televisão. A terceira causa para esse desprestígio é a falta de uma estrutura
profissional local mais eficaz dentro dos clubes, que não dão aos seus técnicos e atletas condições
favoráveis para desempenharem um futebol de melhor qualidade. Por tais razões, o futebol, tão
apreciado pelo torcedor manauara, não se torna expressivo no âmbito local.”
(Edilson de S. Soares, aluno do 1º período de Letras da UFAM, 1999)
Ideia principal
Podes sempre fazer esquemas mistos, que incluam ideias de cada um destes esquemas
de forma a melhor conseguires retratar todo o texto.
TEXTO 1
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Este é o maior e o mais sério dos mitos que compõem a mitologia do preconceito
linguístico no Brasil. Ele está tão arraigado em nossa cultura que até mesmo intelectuais de
renome, pessoas de visão crítica e geralmente boas observadoras dos fenômenos sociais
brasileiros, se deixam enganar por ele. É o caso, por exemplo, de Darcy Ribeiro, que em seu
último grande estudo sobre o povo brasileiro escreveu:
É de assinalar que, apesar de feitos pela fusão de matrizes tão diferenciadas, os brasileiros são, hoje, um
dos povos mais homogêneos linguística e culturalmente e também um dos mais integrados socialmente da
Terra. Falam uma mesma língua, sem dialetos. [grifo meu. Folha de S. Paulo, 5/2/95].
Existe também toda uma longa tradição de estudos filológicos e gramaticais que se
baseou, durante muito tempo, nesse (pre)conceito irreal da “unidade linguística do Brasil”.
Esse mito é muito prejudicial à educação porque, ao não reconhecer a verdadeira
diversidade do português falado no Brasil, a escola tenta impor sua norma linguística como se
ela fosse, de fato, a língua comum a todos os 160 milhões de brasileiros, independentemente
de sua idade, de sua origem geográfica, de sua situação socioeconômica, de seu grau de
escolarização etc.
Ora, a verdade é que no Brasil, embora a língua falada pela grande maioria da
população seja o português, esse português apresenta um alto grau de diversidade e de
variabilidade, não só por causa de grande extensão territorial do país – que gera as diferenças
regionais, bastante conhecidas e também vítimas, algumas delas, de muito preconceito –, mas
principalmente por causa da trágica injustiça social que faz do Brasil o segundo país com a pior
distribuição de renda em todo o mundo. São essas graves diferenças de status social que
explicam a existência, em nosso país, de um verdadeiro abismo linguístico entre os falantes
das variedades não-padrão do português brasileiro – que são a maioria de nossa população –
e os falantes da (suposta) variedade culta, em geral mal definida, que é a língua ensinada na
escola.
São, de fato, boas novas! Espero que elas desçam das altas esferas governamentais e
se propaguem pelas salas de aula de todo o país!
Não sei quem foi a primeira pessoa que proferiu essa grande bobagem, mas a realidade
é que até hoje ela continua sendo repetida por muita gente por aí, inclusive gente culta, que
não sabe que isso é apenas um mito sem nenhuma fundamentação científica. De onde será
que veio essa ideia? Esse mito nasceu, mais uma vez, da velha posição de subserviência em
relação ao português de Portugal.
É sabido que no Maranhão ainda se usa com grande regularidade o pronome tu,
seguido das formas verbais clássicas, com a terminação em –s característica da segunda
pessoa: tu vais, tu queres, tu dizes, tu comias, tu cantavas etc. Na maior parte do Brasil, como
sabemos, devido à reorganização do sistema pronominal de que já falei, o pronome tu foi
substituído por você. Aliás, nas palavras da boneca Emília, “o tu já está velho coroco” e o que
ele deve fazer, na opinião dela, “é ir arrumando a trouxa e pondo-se ao fresco”, e mudar-se de
vez para o “bairro das palavras arcaicas”. De fato, o pronome tu está em vias de extinção na
fala do brasileiro, e quando ainda é usado, como por exemplo em alguns falares característicos
de certas camadas sociais do Rio de Janeiro, o verbo assume a forma da terceira pessoa: tu
vai, tu fica, tu quer, tu deixa disso etc., que caracteriza também a fala informal de algumas
outras regiões. Em Pernambuco, por exemplo, é muito comum a interjeição interrogativa “tu
acha?” para indicar surpresa ou indignação.
Ora, somente por esse arcaísmo, por essa conservação de um único aspecto da
linguagem clássica literária, que coincide com a língua falada em Portugal ainda hoje, é que se
perpetua o mito de que o Maranhão é o lugar “onde melhor se fala o português” no Brasil.
Acontece, porém, que os defensores desse mito não se dão conta de que, ao utilizarem
o critério prescrivista de correção para sustentá-lo, se esquecem de que os mesmos
maranhenses que dizem tu és, tu vais, tu foste, tu quiseste, também dizem: Esse é um bom
livro para ti ler, em vez da forma “correta”, Esse é um bom livro para tu leres. Ou seja, eles
atribuem ao pronome ti a mesma função de sujeito que em amplas regiões do Brasil, nas mais
diversas camadas sociais (cultas inclusive), é atribuída ao pronome mim quando antecedido da
preposição para e seguido de verbo no infinitivo: Para mim fazer isso vou precisar da sua ajuda
– uma construção sintática que deixa tanta gente de cabelo em pé.
O que acontece com o português do Maranhão em relação ao português do resto do
país é o mesmo que acontece com o português de Portugal em relação ao português do Brasil:
não existe nenhuma variedade nacional, regional ou local que seja intrinsecamente “melhor”,
“mais pura”, “mais bonita”, “mais correta” que outra. Toda variedade linguística atende às
necessidades da comunidade de seres humanos que a empregam. Quando deixar de atender,
ela inevitavelmente sofrerá transformações para se adequar às novas necessidades. Toda
variedade linguística é também o resultado de um processo histórico próprio, com suas
Como estudar a partir de textos 13
vicissitudes e peripécias particulares. Se o português de São Luís do Maranhão e de Belém do
Pará, assim como o de Florianópolis, conservou o pronome tu com as conjugações verbais
lusitanas, é porque nessas regiões aconteceu, no período colonial, uma forte imigração de
açorianos, cujo dialeto específico influenciou a variedade de português brasileiro falado
naqueles locais. O mesmo acontece com algumas características “italianizantes” do português
da cidade de São Paulo, onde é grande a presença dos imigrantes italianos e seus
descendentes, ou com castelhanismos evidentes na fala dos gaúchos, que mantêm estreitos
contatos culturais com seus vizinhos argentinos e uruguaios.
Numa entrevista à revista Veja (10/9/97), Pasquale Cipro Neto disse que é “pura lenda”
a idéia de que o Maranhão é o lugar do Brasil onde melhor se fala português. Ponto para ele.
Infelizmente, continuando a tratar do assunto, não hesitou em afirmar que “no cômputo geral, o
carioca é o que se expressa melhor sob a ótica da norma culta” e que a São Paulo que fala ‘dois
pastel’ e ‘acabou as ficha’ é um horror. Não acredito que o fato de ser uma cidade com grande número de
imigrantes seja uma explicação suficiente para esse português esquisito dos paulistanos. Na verdade, é
inexplicável.
Faltam argumentos científicos rigorosos, por parte do entrevistado, que nos expliquem
como chegou ao “cômputo geral” que lhe permitiu atribuir ao carioca uma expressão “melhor
sob a ótica da norma culta”, nem com que critérios metodológicos chegou à conclusão de que
o português paulistano é “esquisito”. O uso de expressões tão generalizadoras como “o
carioca” (de que classe social, de que faixa etária, com que nível de instrução?) ou “a São
Paulo que fala” (quase vinte milhões de habitantes, duas vezes a população de Portugal!)
acaba reforçando indiretamente (devido à influência inegável de quem as formulou como
formador de opinião) a idéia de que o falar carioca é “melhor” e digno de maior prestígio que os
demais falares brasileiros – idéia que, no passado, levou até a se querer impor a pronúncia
carioca como a oficial no teatro, no canto lírico e nas salas de aula do Brasil inteiro!
As pesquisas sociolinguísticas – que se baseiam em coleta de dados por meio de
gravações da fala espontânea, viva, dos usuários nativos da língua – confirmam uma
suposição óbvia: as pessoas das classes cultas de qualquer lugar dominam melhor a norma
culta do que as pessoas das classes não-cultas de qualquer lugar. Falantes cultos do Rio de
Janeiro, do Recife, de Porto Alegre, de São Paulo, de Catolé do Rocha ou de Guaratinguetá se
expressarão igualmente bem “sob a ótica da norma culta”. Basta consultar, por exemplo, o
enorme acervo de centenas de horas de gravação da fala urbana culta recolhido pelos
pesquisadores do Projeto NURC para confirmar que, apesar das inevitáveis variações
regionais, existe uma norma urbana culta geral brasileira. Muitos aspectos dessa norma urbana
culta estão descritos nos seis volumes da Gramática do português falado, uma grande obra
coletiva publicada pela Editora da Unicamp, resultado do trabalho de investigação e análise de
centenas de lingüistas das mais diversas regiões do país.
De igual modo, fenômenos de concordância do tipo “dois pastel” e “acabou as ficha” são
facilmente encontráveis na fala carioca, como podemos ouvir nas fitas gravadas do Projeto
CENSO, que investiga o uso da língua no Rio de Janeiro nas classes sociais não-cultas (isto é,
pessoas que não cursaram universidade). Além disso, esse tipo de concordância se verifica de
Norte a Sul do Brasil – e também em Portugal, segundo pesquisas recentes da professora
Maria Marta Scherre. Essa mesma pesquisadora defendeu, na Universidade Federal do Rio de
Janeiro, uma tese de doutorado com o título Reanálise da concordância em português, com
555 páginas, que hoje é uma referência obrigatória para quem se aventurar a emitir opiniões a
respeito. Scherre mostra que, ao contrário do que pensa Cipro, aqueles fenômenos de
concordância são, na verdade, altamente explicáveis. Portanto não representam uma mera
“esquisitice” dos paulistanos, muito menos um “horror”.
Convém salientar que a determinação das normas culta e não-culta é uma questão de
grau de freqüência das variantes (o que os normativistas considerariam erros ou acertos). Por
TEXTO 2
TEXTO 3
GÊNEROS TEXTUAIS
TEXTO 4
AGRUPAMENTO DE GÊNEROS
TEXTO 5
1. O QUE É LEITURA
Como vimos, a escrita não pode ser considerada desvinculada da leitura. Nossa forma
de ler e nossas experiências com textos de outros redatores influenciam de várias maneiras
nossos procedimentos de escrita. Pela leitura vamos construindo uma intimidade muito grande
com a língua escrita, vamos internalizando as suas estruturas e as suas infinitas possibilidades
estilísticas.
Mais uma vez os adversários pinçam, maliciosamente, uma frase do presidente para criticar. No
caso, a sua observação de que é chato ser rico. Pois eu entendi a intenção do presidente. Ele estava
falando para pobres e preocupado em prepará-los para o fato de que não vão ficar menos pobres e
podem até ficar mais, no seu governo, e que isso não é tão ruim assim. E eu concordo com o
presidente. Ser pobre é muito mais divertido do que ser rico. Pobre vive amontoado em favelas, quase
em estado natural, numa alegre promiscuidade que rico só pode invejar. Muitas vezes o pobre constrói
sua própria casa, com papelão e caixotes. Quando é que um rico terá a mesma oportunidade de mexer
assim com o barro da vida, exercer sua criatividade e morar num lugar que pode chamar de realmente
seu, da sua autoria, pelo menos até ser despejado? Que filho de rico verá um dia sua casa ser arrasada
por um trator? Um maravilhoso trator de verdade, não de brinquedo, ali, no seu quintal! Todas as
emoções que um filho de rico só tem em vídeo game o filho de pobre tem ao vivo, olhando pela janela,
só precisando cuidar para não levar bala. Mais de um rico obrigado a esperar dez minutos para ser
atendido por um especialista, aqui ou no exterior, folheando uma National Geographic de 1950, deve ter
suspirado e pensado que, se fosse pobre, aquilo não estaria acontecendo com ele. Ele estaria numa fila
de hospital público desde a madrugada, conversando animadamente com todos à sua volta, lutando
para manter seu lugar, xingando o funcionário que vem avisar que as senhas acabaram e que é preciso
voltar amanhã, e ainda podendo assistir a uma visita teatral do Ministro da Saúde ao hospital, o que é
sempre divertido em vez de se chateando daquela maneira. E pior. Com toda as suas privações, rico
ainda sabe que vai viver muito mais do que pobre, ainda mais neste modelo e que seu tédio não terá
fim. Efe Agá tem razão, é um inferno.
Entrelaçando essas informações e a forma como o texto foi escrito, vamos reconsiderar
o título e as ideias que se repetem pelo texto: o presidente tem razão; eu entendi o presidente;
eu concordo com o presidente.
Quando comparamos as descrições da forma de vida dos pobres e dos ricos e a
afirmação de que ser pobre é muito mais divertido do que ser rico, penetramos no mundo da
ironia, que no Dicionário Aurélio Eletrônico é definida como:
Alguns desses procedimentos são utilizados pelo leitor na primeira leitura, outros na
releitura. Há ainda aqueles que são concomitantes a outros, constituindo uma atividade
cognitiva complexa que não obedece a uma seqüência rígida de passos. É guiada tanto pela
construção do próprio texto como pelos interesses, objetivos e intenções do leitor.
Como são interiorizados e automatizados pelo uso consciente e frequente, e são apenas
meios e não fins em si mesmos, nem sempre esses procedimentos estão muito claros ou
conscientes para quem os utiliza na leitura cotidiana.
Como estudar a partir de textos 20
TEXTO 6
Um dos mais polêmicos pensadores da era digital, o americano Nicholas Carr acaba de lançar
o livro The Shallows: What Internet is Doing to Our Brains, em que questiona os danos que a
internet está causando em nossos cérebros. Na entrevista abaixo, conta que dá até para ler
online de maneira aprofundada, mas que isso não é a regra.
Carr: Ela nos encoraja a avaliar vários pequenos pedaços de informação de uma maneira
muito rápida, enquanto tentamos driblar uma série de interrupções e distrações. Esse modo de
pensamento é importante e valioso. Mas, quando usamos a internet de maneira mais intensiva,
começamos a sacrificar outros modos de pensamento, particularmente aqueles que requerem
contemplação, reflexão e introspecção. E isso tem consequências. Os modos contemplativos
sustentam a criatividade, empatia, profundidade emocional, e o desenvolvimento de uma
personalidade única. Nós podemos ser bem eficientes e bem produtivos sem esses modos de
pensamento, mas como seres humanos nos tornamos mais rasos e menos interessantes e
distintos intelectualmente.
Carr: Mais do que eu esperava. Nossos cérebros são altamente maleáveis. Isso permite que
nos adaptemos a novas circunstâncias e experiências, mas isso também pode ser algo ruim.
Podemos treinar nosso cérebro para pensar de maneira rasa ou profundamente com a mesma
facilidade. Estudos mostram que, quando ficamos online, entramos em um ambiente que
promove a leitura apressada, pensamento distraído e aprendizado superficial. É possível
pensar profundamente enquanto surfamos na web, mas não é o que a tecnologia encoraja e
premia.
* Quais são as diferenças em relação à leitura de um livro tradicional, feito com papel e tinta?
Carr: O livro impresso e a internet são o que chamo de “ferramentas da mente”, mas seria
difícil de imaginar duas ferramentas mais diferentes. Como tecnologia, um livro foca nossa
atenção, nos isola das várias distrações que enchem nossas vidas diárias. Um computador
conectado faz o oposto. É desenhado para dispersar nossa atenção. Ele não protege a gente
das distrações do ambiente; se une a elas. Ao passo em que nos movemos do mundo da
página para o mundo da tela, nós estamos treinando nosso cérebro para ser rápido, mas
superficial.
* Você diz que a internet é melhor compreendida como parte de uma tendência...
Carr: As tecnologias que usamos para reunir, armazenar e dividir informação mudaram nossa
formação intelectual. Mapas, relógios, livros e TV nos mudaram. E agora a internet está nos
mudando. Ela abriu um novo capítulo em nossa história intelectual, mas a história está
acontecendo há muito tempo.
Manifesto antigerundista
Para você estar passando adiante – Ricardo Freire (As Cem Melhores Crônicas
Brasileiras – Objetiva)
Este artigo foi feito especialmente para que você possa estar recortando e possa estar
deixando discretamente sobre a mesa de alguém que não consiga estar falando sem estar
espalhando essa praga terrível da comunicação moderna, o futuro do gerúndio.
Você pode também estar passando por fax, estar mandando pelo correio ou estar
enviando pela Internet. O importante é estar garantindo que a pessoa em questão vá estar
recebendo esta mensagem, de modo que ela possa estar lendo e, quem sabe, consiga até
mesmo estar se dando conta da maneira como tudo o que ela costuma estar falando deve
estar soando nos ouvidos de quem precisa estar escutando.
Sinta-se livre para estar fazendo tantas cópias quantas você vá estar achando
necessárias, de modo a estar atingindo o maior número de pessoas infectadas por esta
epidemia de transmissão oral.
Mais do que estar repreendendo ou estar caçoando, o objetivo deste movimento é estar
fazendo com que esteja caindo a ficha nas pessoas que costumam estar falando desse jeito
sem estar percebendo.
Nós temos que estar nos unindo para estar mostrando a nossos interlocutores que, sim!,
pode estar existindo uma maneira de estar aprendendo a estar parando de estar falando desse
jeito.
Até porque, caso contrário, todos nós vamos estar sendo obrigados a estar emigrando
para algum lugar onde não vão estar nos obrigando a estar ouvindo frases assim o dia
inteirinho.
Sinceramente: nossa paciência está estando a ponto de estar estourando. O próximo
“Eu vou estar transferindo a sua ligação” que eu vá estar ouvindo pode estar provocando
alguma reação violenta da minha parte. Eu não vou estar me responsabilizando pelos meus
atos.
As pessoas precisam estar entendendo a maneira como esse vício maldito conseguiu
estar entrando na linguagem do dia-a-dia.
Tudo começou a estar acontecendo quando alguém precisou estar traduzindo manuais
de atendimento por telemarketing. Daí a estar pensando que “We’ll be sending it tomorrow”
possa estar tendo o mesmo significado que “Nós vamos estar mandando isso amanhã” acabou
por estar sendo só um passo.
Pouco a pouco a coisa deixou de estar acontecendo apenas no âmbito dos atendentes
de telemarketing para estar ganhando os escritórios. Todo mundo passou a estar marcando
reuniões, a estar considerando pedidos e a estar retornando ligações.
A gravidade da situação só começou a estar se evidenciando quando o diálogo mais
coloquial demonstrou estar sendo invadido inapelavelmente pelo futuro do gerúndio.
A primeira pessoa que inventou de estar falando “Eu vou tá pensando no seu caso” sem
querer acabou por estar escancarando uma porta para essa infelicidade lingüística estar se
instalando nas ruas e estar entrando em nossas vidas.
Você certamente já deve ter estado estando a estar ouvindo coisas como “O que cê vai
tá fazendo domingo?”, ou “Quando que cê vai tá viajando pra praia?”, ou “Me espera, que eu
vou tá te ligando assim que eu chegar em casa”.
Deus. O que a gente pode tá fazendo pra que as pessoas tejam entendendo o que esse
negócio pode tá provocando no cérebro das novas gerações?
TEXTO 8
O Vinho é mais velho do que a História: nascido na Ásia Menor, em tempos imemoriais, veio de
copo em copo até a boca do consumidor atual. Ou do bolso, pois é também um bom negócio. Mas
fiquemos na liturgia: bebê-lo é um prazer, degustá-lo uma arte. Supõe sensibilidade e serenidade.
Tempo. Para a cerimônia do vinho, a palavra amanhã já é urgência.
O vinho é cor, presença, aroma e vertigem. De tal forma que foi a partir dele que surgiu o brinde.
Para os romanos, sua simples chegada já supunha o despertar dos sentidos clássicos: visão, tato,
olfato, paladar... faltava apenas a audição.
Por isso, e para despertá-la, batiam-se as taças (de estanho e cobre), o que produzia forte
estalido; a seguir, reduziram-se os decibéis pela sinfonia do cristal. Mesmo assim, era pouco: faltava o
calor da voz humana. Passou-se, então, a dizer o brinde. E é assim que, em francês, se diz santé; em
inglês, cheers; os napolitanos dizem salute e figli maschi; os suecos dizem skoll; os árabes, sah-tem, e
nós dizemos saúde.
Nós??
Sim, em geral. Mas proponho uma variável: quando você sentir que entre o seu olhar e o dela se
acendeu um fósforo, como a pupila do gato quando risca um topázio na franja da madrugada, levante o
seu copo e diga, devagarinho, como uma patrulhinha fazendo ronda: a nós que nos bastamos.
Três minutos depois, deite falação, mostrando sabedoria: defenda os brancos, escolhendo os
príncipes: o Gewürztraminer, por exemplo, um vinho com aroma de madrugada, intenso, frutado, doce e
seco. Regiões de origem: na França, Alsácia; na Alemanha, a Renânia.
Continue pelos Chardonnay: há os franceses, mas também os excelentes americanos,
australianos, neozelandeses, chilenos, argentinos, belos brancos enfim, nascidos da costela da uva-
madrinha do champagne. É um vinho seco, delicado, cor de âmbar, querendo ouro. Ambos
acompanham comidas leves: peixes, galinha, saladas, queijos etc.
O Gewurz, como é chamado pelos íntimos, vai bem solteiro, também: num fim de manhã ou na
franja da tarde, sempre bem gelado, Neruda ao alcance da mão.
TEXTO 10
O Parágrafo-padrão
O OBJETIVO
AS QUALIDADES DO PARÁGRAFO
- Ênfase: é, em linha geral, o destaque que se deve dar à idéia principal, o que pode ser
conseguido principalmente pelo emprego do tópico frasal explícito, no início do parágrafo.
Enfim, como observa Garcia (p. 274): “A coerência (do latim coharens entis: o que está
junto ou ligado) consiste em ordenar e interligar idéias de maneira clara e lógica e de acordo
com um plano definido. Sem coerência é praticamente impossível obter-se ao mesmo tempo
unidade e clareza. Ela é, por assim dizer, a alma da composição. Os organismos vivos, os
próprios mecanismos só funcionam quando suas partes componentes se ajustam, se integram
numa unidade compósita.”
“... olho humano tem muita coisa em comum com a máquina fotográfica. Ambos
possuem uma lente de grande transparência para captar os raios luminosos que compõem as
imagens. Na máquina essa peça recebe o nome de objetiva; no olho, o nome de cristalino. (...)”
O autor apresenta uma série de razões ou motivos, para argumentar a idéia inicial
de que as pessoas têm um medo generalizado do futuro (conseqüência).
“Em sentido lato, entende-se por língua escrita a comunicação do pensamento mediante
sinais visíveis. Apresenta modalidades diferentes como, por exemplo, a linguagem
administrativa, a linguagem jurídica, a linguagem técnica e a linguagem literária.”
Bibliografia:
Garcia, Othon M. Comunicação em Prosa Moderna. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas,
1978.
TEXTO 11
NOTAS SOBRE CINEMA – Lya Luft. 9 de março de 2005, Veja pg. 22.
Antes que alguém tresleia, explico que não entendo de cinema, não sou cinéfila, não sei
citar diretores nem produtores, apenas frequento cinemas como qualquer mortal. Há filmes que
a crítica malha e me agradam, há filmes que a crítica dita sofisticada endeusa e me entediam.
Como passo os dias neste computador lidando com reflexão, destino, personagens, tramas,
não curto demais, fora desta casa, nada tão hermético que nem o próprio diretor ou roteirista
entendem. Dito isso, vou escrever aqui sobre o que mexeu comigo em dois filmes recentes.
O primeiro foi Closer, que de “Mais Perto” resolveram traduzir como Perto Demais.
Tinham-me falado do filme de várias maneiras: muitas mulheres dizendo que ele mostrava
mais uma vez que “homens não prestam, são todos infantis e boçais”; outros, que revelava a
diferença abissal entre masculino e feminino – isso me interessou, pois um de meus projetos
atuais de trabalho é um pequeno ensaio sobre o assunto fascinante.
Seja como for, assisti sem esperar nem grande decepção nem maior entusiasmo. Ao
sair me perguntei: de que, resumidamente, trata esse filme? Perto Demais trata de desencontro
e solidão. De incomunicabilidade. De futilidade, de não-entrega. O que menos se aborda ali é
amor. Nada vi de diferenças marcantes entre masculino e feminino: ao contrário, todo mundo
está com alguém, mas de olho no outro, e tanto faz qual o sexo de quem; saboreando um,
espreita o vizinho. Perto Demais retrata, entre muitos, um aspecto marcante do nosso tempo: a
superficialidade e o hedonismo burro com que tantas vezes nos desperdiçamos.
...
Menina de Ouro me desagradaria de saída, pois detesto violência, sobretudo física, e
nunca entendi como se pode ferir e deixar-se ferir enquanto outros seres humanos em torno
torcem como se fossem todos, no ringue e fora dele, animais. Por outro lado, o tema da
eutanásia é difícil, duro, e a algumas pessoas toca muito de perto: por exemplo, a quem
eventualmente assistiu, ano após ano, à deterioração mental e física de uma pessoa amada,
indizível sofrimento. Bom para provocar os falsos moralistas no mundo inteiro. Mas o diretor
Clint Eastwood disse numa entrevista que não quis fazer um filme sobre boxe nem sobre
TEXTO 12
OS IRMÃOS MAUS
Cristóvam Buarque. Primeira Leitura. cristovam@senado.gov.br
TEXTO 13
QUAL É O PROBLEMA?
Stephen Kanitz. Ponto de vista, VEJA 30 de março de 2005, pág. 18
Um dos maiores choques de minha vida foi na noite anterior ao meu primeiro dia de pós-
graduação em administração. Havia sido um dos quatro brasileiros escolhidos naquele ano, e
todos nós acreditávamos, ingenuamente, que o difícil fora ter entrado em Havard, e que o
mestrado em si seria sopa. Ledo engano.
Tínhamos de resolver naquela noite três estudos de caso de oitenta páginas cada um. O
estudo de caso era uma novidade para mim. Lá não há aulas de inauguração, na qual o
professor diz quem ele é e o que ensinará durante o ano, matando assim o primeiro dia de
aula. Essas informações podem ser dadas antes. Aliás, a carta em que me avisaram que fora
aceito como aluno veio acompanhada de dois livros para serem lidos antes do início das aulas.
O primeiro caso a ser resolvido naquela noite era de marketing, em que a empresa
gastava boas somas em propaganda, mas as vendas caíam ano após ano. Havia comentários
detalhados de cada diretor da companhia, um culpando o outro, e o caso terminava com uma
análise do presidente sobre a situação.
O caso terminava ali, e ponto final. Foi quando percebi que estava faltando algo. Algo
que nunca tinha me ocorrido nos dezoito anos de estudos no Brasil. Não havia nenhuma
pergunta do professor a responder. O que nós teríamos de fazer com aquele amontoado de
palavras? Eu, como meus quatro colegas brasileiros, esperava perguntas do tipo “Deve o
presidente mudar de agência de propaganda ou demitir seu diretor de marketing?”. Afinal,
estávamos todos acostumados com testes de vestibular e perguntas do tipo “Quem descobriu o
Brasil?”.
Harvard queria justamente o contrário. Queria que nós descobríssemos as perguntas
que precisam ser respondidas ao longo da vida.
Uma reviravolta e tanto. Eu estava acostumado a professores que insistiam em que
decorássemos as perguntas que provavelmente iriam cair no vestibular.
Adorei esse novo método de ensino, e quando voltei para dar aulas na Universidade de
São Paulo, trinta anos atrás, acabei implantando o método de estudo de casos em minhas
aulas. Para minha surpresa, a reação da classe foi a pior possível.
“Professor, qual é a pergunta?”, perguntavam-me. E, quando eu respondia que essa era
justamente a primeira pergunta a que teriam de responder, a revolta era geral: “Como vamos
resolver uma questão que não foi sequer formulada?”.
Temos um ensino no Brasil voltado para perguntas prontas e definidas, por uma razão
muito simples: é mais fácil para o aluno e também para o professor. O professor é visto como
um sábio, um intelectual, alguém que tem solução para tudo. E os alunos, por comodismo,
querem ter as perguntas feitas, como no vestibular.
TEXTO 14
É imensa a dívida do Estado brasileiro com relação aos negros. Eles sofrem, ainda hoje,
as conseqüências do regime escravista que perdurou durante largo período de nossa história.
A abolição da escravatura não foi acompanhada de medidas estatais que assegurassem aos
libertos condições de integração social, o que fez surgir um quadro de exclusão que se projeta,
atualmente, na pirâmide social, cuja base é composta predominantemente por afro-
descendentes.
Diante dessa constatação, discute-se a instituição do sistema de cotas, mediante a
reserva de um percentual de vagas para afro-descendentes (negros e pardos) em concursos
para ingresso em cargos e empregos públicos, no intuito de compensar as injustiças históricas
de que foram vítimas e possibilitar sua inserção social.
Alega-se que o sistema em apreço não ofende o disposto no caput do art. 5º da
Constituição, segundo o qual “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza”. O tratamento mais favorecido aos afro-descendentes, ao contrário de violar o
princípio da isonomia, rende-lhes homenagem, porquanto a verdadeira igualdade é a
substancial, consistente em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais.
Para uma análise percuciente do sistema de cotas, faz-se necessário ter presente a
exata compreensão do princípio da isonomia, cujo conteúdo científico foi desvelado com
brilhantismo por Celso Antônio B. de Mello. Nas palavras do eminente jurista, “para desate do
problema é insuficiente recorrer à notória afirmação de Aristóteles, assaz de vezes repetida,
segundo cujos termos a igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os
desiguais. Sem contestar a inteira procedência do que nela se contém e reconhecendo (...) sua
validade como ponto de partida, deve-se negar-lhe o caráter de termo de chegada, pois entre
um e outro extremo serpeia um fosso de incertezas cavado sobre a intuitiva pergunta que
TEXTO I
Salustiano era um bom garfo. Mas o jantar que lhe haviam oferecido nada teve de abundante.
- Quando voltará a jantar conosco? - perguntou-lhe a dona da casa.
- Agora mesmo, se quiser.
(Barão de Itararé, in Máximas e Mínimas do Barão de Itararé)
1) A figura de linguagem presente no d) é um grande amigo da dona da casa.
primeiro período do texto é:
e) decidiu que não mais comeria naquela
a) hipérbole casa.
b) eufemismo
c) prosopopéia 3) O adjetivo que não substitui sem
alteração de sentido a palavra “abundante”
d) metonímia
é:
e) antítese
a) copiosa
b) frugal
2) Deduz-se do texto que Salustiano:
c) opípara
a) come pouco.
d) lauta
b) é uma pessoa educada.
e) abundosa
c) não ficou satisfeito com o jantar.
TEXTO II
A mulher foi passear na capital. Dias depois o marido dela recebeu um telegrama:
“Envie quinhentos cruzeiros. Preciso comprar uma capa de chuva. Aqui está chovendo sem
parar”.
E ele respondeu: “Regresse. Aqui chove mais barato”.
(Ziraldo, in As Anedotas do Pasquim)
1) A resposta do homem se deu por razões:
a) econômicas
b) sentimentais
c) lúdicas
d) de segurança
e) de machismo
3) Com relação aos elementos conectores do texto, não se pode dizer que:
a) dela tem como referente mulher.
b) o referente do pronome ele é marido.
c) a preposição de tem valor semântico de finalidade.
d) A oração “Aqui está chovendo sem parar” poderia ligar-se à anterior, sem alteração de
sentido, pela conjunção conquanto.
e) O advérbio aqui, em seus dois empregos, não possui os mesmos referentes.
TEXTO III
“Uma nação já não é bárbara quando tem historiadores.”
(Marquês de Maricá, in Máximas)
TEXTO IV
“A maior alegria do brasileiro é hospedar alguém, mesmo um desconhecido que lhe peça
pouso, numa noite de chuva.” (Cassiano Ricardo, in O Homem Cordial)
1) Segundo as idéias contidas no texto, o brasileiro:
a) põe a hospitalidade acima da prudência.
b) hospeda qualquer um, mas somente em noites chuvosas.
c) dá preferência a hospedar pessoas desconhecidas.
d) não tem outra alegria senão a de hospedar pessoas, conhecidas ou não.
e) não é prudente, por aceitar hóspedes no período da noite.
TEXTO II
Passei a vida atrás de eleitores e agora busco os leitores.
(José Sarney, na Veja, dez/97)
TEXTO III
Os animais que eu treino não sao obrigados a fazer o que vai contra a natureza deles.
(Gilberto Miranda, na Folha de São Paulo, 23/2/96)
TEXTO IV
Estou com saudade de ficar bom. Escrever é conseqüência natural.
(Jorge Amado, na Folha de São Paulo, 22/10/96)
TEXTO V
A mente de Deus é como a Internet: ela pode ser acessada por qualquer um, no mundo todo.
(Américo Barbosa, na Folha de São Paulo)
16) No texto, o autor compara: e) O desejo que todos têm de se comunicar
com o mundo.
a) Deus e internet
18) O conectivo comparativo presente no
b) Deus e mundo todo
texto só não pode ser substituído por:
c) internet e qualquer um
a) tal qual
d) mente e internet
b) que nem
e) mente e qualquer um
c) qual
d) para
17) O que justifica a comparação do texto
e) feito
é:
a) a modernidade da informática
19) Só não constitui paráfrase do texto:
b) a bondade de Deus
a) A mente de Deus, bem como a internet,
c) a acessibilidade da mente de Deus e da
pode ser acessada por qualquer um, no
internet
mundo todo.
d) a globalização das comunicações
Como estudar a partir de textos 38
b) No mundo todo, qualquer um pode acessar d) Tanto a internet quanto a mente de Deus
a mente de Deus e a internet. podem ser acessadas, no mundo todo, por
qualquer um.
c) A mente de Deus pode ser acessada, no
mundo todo, por qualquer um, da mesma e) A mente de Deus pode acessar, como
forma que a internet. qualquer um, no mundo todo, a internet.
TEXTO VI
Marx disse que Deus é o ópio do povo. Já sabemos que não entendia nem de Deus nem de
ópio. Deus é uma experiência de fé. Impossível defini-lo.
(Paulo Coelho, em O Globo, 25/2/96
TEXTO VII
Quando vim da minha terra, não vim, perdi-me no espaço, na ilusão de ter saído.
Ai de mim, nunca saí. (Carlos D. de Andrade, no poema A Ilusão do Migrante)
28) Infere-se do texto que o autor: 30) Pelo último período do texto, deduz-se
que:
a) não saiu de sua terra.
a) ele continuou ligado à sua terra.
b) não queria sair de sua terra, mas foi
obrigado. b) ele vai voltar à sua terra.
c) logo esqueceu sua terra. c) ele gostaria de deixar sua cidade, mas
nunca conseguiu.
d) saiu de sua terra apenas fisicamente.
d) ele se alegra por não ter saído.
e) pretende voltar logo para sua terra.
e) ele nunca saiu da terra onde vive
29) Por “perdi-me no espaço” pode-se
atualmente.
entender que o autor:
31) A expressão “ai de mim” só não
a) ficou perdido na nova terra.
sugere, no poema:
b) ficou confuso.
a) amargura
c) não gostou da nova terra.
b) decepção
d) perdeu, momentaneamente, o sentimento
c) tristeza
por sua terra natal.
d) vergonha
e) aborreceu-se com a nova situação.
e) nostalgia
TEXTO VIII
Enquanto o Titanic ainda flutua, tentemos o impossível para mudar o seu curso. Afinal, quem
faz a história são as pessoas e não o contrário.
(Herbert de Souza, na Folha de São Paulo, 17/11/96)
TEXTO IX
A função do artista é esta, meter a mão nessa coisa essencial do ser humano, que é o sonho e
a esperança. Preciso ter essa ilusão: a de que estou resgatando esses valores.
(Marieta Severo, na Folha de São Paulo)
44) Se aceitasse algum tipo de prêmio de 46) O último período do texto tem claro
empresas multinacionais, o autor, além de valor:
traidor, se sentiria: a) causal
a) infiel b) temporal
b) venal c) condicional
c) pusilânime d) comparativo
d) ingrato
e) proporcional
e) ímprobo 47) A expressão “Deus me livre!”
45) O autor não recebe prêmios de demonstra, antes de tudo:
empresas multinacionais porque: a) revolta
a) seus nomes são feios. b) desprezo
b) estaria prestando um desserviço ao Brasil. c) ironia
c) detesta qualquer empresa que não seja
d) certeza
brasileira
e) ira
d) esses prêmios não têm valor algum.
e) não quer ficar devendo favores a esse tipo
de empresa.
TEXTO XI
Inserto entre o 16° e o 18°, o século XVII permanece em meialuz, quase apagado, nos fastos
do Rio de Janeiro, sem que sobre esse período se detenha a atenção dos historiadores, sem
que o distingam os que se deixam fascinar pelos aspectos brilhantes da história.
(Vivaldo Coaracy, in O Rio de Janeiro)
48) Segundo o texto, o século XVII: c) assemelha-se aos séculos XVI e XVIII.
a) chamou a atenção dos historiadores por d) foi importante, culturalmente, para o Rio de
ser meio apagado. Janeiro.
b) foi uma parte brilhante da história do Rio de e) transcorreu sem brilho, para o Rio de
Janeiro. Janeiro.
Como estudar a partir de textos 42
49) A palavra ou expressão que pode d) explica a palavra meia-luz.
substituir sem prejuízo do sentido a e) amplia a palavra meia-luz.
palavra “fastos” é:
51) Infere-se do texto que:
a) anais
a) os historiadores detestaram o século XVII.
b) círculos culturais
b) os mais belos momentos da história
c) círculos políticos encantam certas pessoas.
d) administração c) o século XVI foi tão importante quanto o
e) imprensa século XVIII.
50) A expressão “quase apagada”: d) a história do Rio de Janeiro está repleta de
coisas interessantes.
a) retifica a palavra meia-luz.
e) os historiadores se interessam menos
b) complementa a palavra meia-luz.
pelos séculos XVI e XVIII do que pelo século
c) reforça a palavra meia-luz. XVII.
TEXTO XII
Acho que foi uma premonição, uma vez que ele já tinha declarado que “A Fraternidade é
Vermelha” seria seu último filme. Foi o cineasta contemporâneo que conseguiu chegar mais
perto do conceito de Deus. Poderia ter feito muito mais filmes, mas foi vítima do totalitarismo
socialista.
(Leon Cakoff, no Jornal da Tarde, 14/13/96)
TEXTO XIII
Nem todas as plantas hortícolas se dão bem durante todo o ano; por isso é preciso fazer uma
estruturação dos canteiros a fim de manter-se o equilíbrio das plantações. Com o sistema
indicado, não faltarão verduras durante todo ano, sejam folhas, legumes ou tubérculos.
(Irineu Fabichak, in Horticultura ao Alcance de Todos)
TEXTO XIV
Aquisição à vista. A Bauducco, maior fabricante de panetones do país, está negociando a
compra de sua maior concorrente, a Visconti, subsidiária brasileira da italiana Visagis. O
negócio vem sendo mantido sob sigilo pelas duas empresas em razão da proximidade do
Natal. Seus controladores temem que o anúncio dessa união - resultando numa espécie de
AmBev dos panetones - melindre os varejistas.
(Cláudia Vassallo, na Exame, dez./99)
65) Uma outra causa para esse fato seria: 66) Por “aquisição à vista” entende-se, no
a) a primeira colocação da Bauducco na texto:
fabricação de panetones a) que a negociação é provável.
b) o fato de a Visconti ser uma multinacional b) que a negociação está distante, mas vai
acontecer.
c) o fato de a AmBev entrar no mercado de
panetones c) que o pagamento da negociação será feito
em uma única parcela.
d) o possível melindre dos varejistas
d) que a negociação dificilmente ocorrerá.
e) o fato de a Visconti ser concorrente da
Bauducco e) que a negociação está próxima.
TEXTO XV
Um anjo dorme aqui; na aurora apenas, disse adeus ao brilhar das açucenas em ter da vida
alevantado o véu.
- Rosa tocada do cruel granizo Cedo finou-se e no infantil sorriso passou do berço pra brincar
no céu!
(Casimiro de Abreu, in Primaveras)
TEXTO XVI
Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente
pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles
próprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo. Obviamente não têm a
sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas que conheço.
(José Ramos-Horta, na Folha de São Paulo, 21/10/96)
73) Só não caracteriza os homens do 75) Pelo visto, o autor gostaria de que os
Itamaraty: homens do Itamaraty tivessem mais:
a) o pragmatismo a) inteligência
b) a falta de sensibilidade b patriotismo
c) a luta contra a ditadura c) vivência
d) a tranqüilidade da vida d) coerência
e) as raízes na elite do Brasil e) grandeza
74) A palavra que não se liga 76) A oração iniciada por “obviamente”
semanticamente aos homens do Itamaraty tem um claro valor de:
é: a) conseqüência
a) o segundo que (/. 1) b) causa
b) tiveram (/. 2) c) comparação
c) vêm (/. 3) d) condição
d) eles (/. 3) e) tempo
e) o terceiro que (/. 5)
TEXTO XVII
Se essa ainda é a situação de Portugal e era, até bem pouco, a do Brasil, havemos de convir
em que no Brasil-colônia, essencialmente rural, com a ojeriza que lhe notaram os nossos
historiadores pela vida das cidades - simples pontos de comércio ou de festividades religiosas -
, estas não podiam exercer maior influência sobre a evolução da língua falada, que, sem
nenhum controle normativo, por séculos “voou com as suas próprias asas”.
(Celso Cunha, in A Língua Portuguesa e a Realidade Brasileira)
TEXTO XVIII
Ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles, mas a Andrade
Gutierrez já tem pronto um estudo sobre a sucessão de 20 de seus principais executivos,
quase todos na faixa entre 58 e 62 anos. Seus substitutos serão escolhidos entre 200
integrantes de um time de aspirantes. Eduardo Andrade, o atual superintendente, que já integra
o conselho de administração da empreiteira mineira, deverá ir se afastando aos poucos do dia-
a-dia dos negócios. Para os outros executivos, que deverão ser aproveitados como
consultores, a aposentadoria chegará a médio prazo.
(José Maria Furtado, na Exame, dez./99)
89) Por “presença da ausência” pode-se 90) Para o autor, a saudade é algo:
entender: a) que leva ao desespero.
a) ausência difícil
b) que só se suporta com fé.
b) ausência amarga c) que ninguém deseja.
c) ausência sentida d) que transmite coisas boas.
d) ausência indiferente e) que ilude as pessoas.
e) ausência enriquecedora
TEXTO XX
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria
em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar
pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que
94) Pode-se afirmar, com base nas idéias 98) A diferença capital entre o autor e
do autor-personagem, que se trata: Moisés é que:
a) de um texto jornalístico a) o autor fala da morte; Moisés, da vida.
b) de um texto religioso b) o livro do autor é de memórias; o de
Moisés, religioso.
c) de um texto científico
c) o autor começa pelo nascimento; Moisés,
d) de um texto autobiográfico
pela morte.
e) de um texto teatral
d) Moisés começa pelo nascimento; o autor,
pela morte.
95) Para o autor-personagem, é menos e) o livro do autor é mais novo e galante do
comum: que o de Moisés.
a) começar um livro por seu nascimento.
b) não começar um livro por seu nascimento, 99) Deduz-se pelo texto que o Pentateuco:
nem por sua morte.
a) não fala da morte de Moisés.
c) começar um livro por sua morte.
b) foi lido pelo autor do texto.
d) não começar um livro por sua morte.
c) foi escrito por Moisés.
e) começar um livro ao mesmo tempo pelo
d) só fala da vida de Moisés.
nascimento e pela morte.
e) serviu de modelo ao autor do texto.
102) Segundo o texto, a SIG Combibloc: 104) Os estudos apontam para o Sul
porque:
a) produz menos embalagem que a Tetrapak.
a) o clima favorece a produção de
b) vai transferir suas fábricas brasileiras para
embalagens longa vida.
o Sul.
c) possui oito clientes no Brasil. b) está próximo aos demais países que
compõem o Mercosul.
d) vai abrir mais uma fábrica no Brasil.
c) a Cirio já se encontra estabelecida ali. -v-.v.
e) possui cliente no Brasil há dois anos,
d) nos países do Mercosul já há clientes da
embora não esteja instalada
Combibloc.
no país.
e) o Sul é uma região desenvolvida e
promissora.
103) Segundo o texto: 105) “...que detém cerca de 80% dos
a) O Mercosul não influiu na decisão de negócios nesse mercado.” (/. 5-6) Das
instalar uma fábrica no Sul. alterações feitas nessa passagem do texto,
a que não mantém o sentido original é:
b) a SIG Combibloc está entrando no ramo de
atomatado. a) a qual detém cerca de 80% dos negócios
em tal mercado.
c) a empresa suíça SIG ocupa o 2o lugar
mundial na produção de b) que possui perto de 80% dos negócios
nesse mercado.
embalagem longa vida.
c) que detém aproximadamente 80% dos
d) a Unilever é empresa chilena. negócios em tais mercados.
e) a SIG Combibloc detém 2/3 do faturamento d) a qual possui aproximadamente 80% dos
do grupo. negócios nesse mercado.
e) a qual detém perto de 80% dos negócios
nesse mercado.
106) “...e apontam para o Sul do país...” O trecho destacado só não pode ser entendido,
no texto, como:
a) e indicam o Sul do pai
b) e recomendam o Sul do país
c) e incluem o Sul do país
d) e aconselham o Sul do país
e) e sugerem o Sul do país
Como estudar a partir de textos 51