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O que é Empreendedorismo: da inspiração à prática

O que te diria um dicionário se você perguntasse a ele o que é EMPREENDEDORISMO?


Empreendedorismo é a disposição para identificar problemas e oportunidades e investir
recursos e competências na criação de um negócio, projeto ou movimento que seja capaz de
alavancar mudanças e gerar um impacto positivo.
Se queremos ser bastante objetivos, é bem por aí! Só que, para nós, o empreendedorismo vai
um pouco mais além. Certamente, bem além de algumas linhas de definições…
Volta a fita: estamos no ano 2000. O Brasil comemora seus 500 anos, as Olimpíadas estão
acontecendo em Sidney, “Beleza Americana” ganhou o Oscar e e você está com
um dicionário no colo. Folheando ali pela letra “E”, entre “emprazar” e “empregado”, um grande
vazio. “Cadê ‘empreendedorismo’”? Não tem. “Mas eu ouço essa palavra desde que me entendo
por gente”! Pois é.
Há apenas alguns anos o termo “empreendedorismo” não fazia nem parte oficial da língua
portuguesa. Isso obviamente não quer dizer que não havia empreendedores no milênio passado
– na verdade, é por causa dos empreendedores que tudo que conhecemos é dessa forma, desde
os primórdios da humanidade. Mas quando virou verbete, o conceito não só passou a existir no
dicionário brasileiro, como trouxe consigo novas possibilidades.
O crescimento econômico foi meteórico, a geração de empregos também. A tecnologia nos
surpreendeu (e continua surpreendendo). A inovação social ampliou o acesso. Temos mais
conforto, mais experiências, novas relações com coisas e pessoas e, em geral, mais qualidade
de vida por causa de novos negócios e iniciativas.
Por isso, é inegável a importância do
empreendedorismo nas nossas vidas, assim como
a importância de entender o que ele significa.
Quer entender mais? Boa leitura!

O que é empreendedorismo?
Empreendedores questionam a realidade e fazem
acontecer a evolução todos os dias, em todas as
partes do Brasil e do mundo. Solucionando
problemas de outras pessoas, de outras empresas
ou de toda a sociedade, seus negócios são os
grandes promotores do desenvolvimento.
Nós acreditamos que o exemplo desses
empreendedores é fonte de inspiração para fazer
mais e melhor, e que quanto maior o sonho, maior
a disposição para enfrentar obstáculos.
O empreendedorismo pode estar latente ou manifestado de diferentes formas.
Há pessoas com um forte espírito empreendedor que o exercem em diferentes lugares e
situações: em casa, quando decidem fazer uma reforma que otimize o espaço; na empresa em
que trabalham, quando um projeto precisa ser levado adiante; na vida, quando chega o momento
de mudar. Há pessoas que aplicam todo esse potencial em um negócio – do tamanho que seja,
contribuem gerando empregos para sua comunidade, gerando renda para a economia local, e
solucionam uma demanda.
Há ainda pessoas que fazem desse negócio algo muito maior. São empreendedores de alto
impacto, que transformam sonhos grandes em iniciativas de alto impacto, revolucionam seus
mercados, crescem e fazem crescer, sem pegar atalhos e servindo de exemplo para gerações
futuras.
O perfil de um empreendedor
Embora cada empreendedor seja uma pessoa diferente, há algumas características que todo
empreendedor precisa ter:
 Otimismo: sempre ver e esperar o melhor. Sempre acreditar que vai dar certo.
 Autoconfiança: o empreendedor precisa acreditar em si mesmo, em seus talentos e opiniões.
 Coragem para aceitar riscos: um empreendedor precisa lidar bem com riscos.
 Desejo de protagonismo: desejo de ser reconhecido, tomar as rédeas da sua vida e ser pleno.
 Resiliência e perseverança: não desistem facilmente. Superam desafios e vão até o fim.
Além desses 5 comportamentos comuns e indispensáveis, há diferentes motivações para
empreender. No estudo de Cultura Empreendedora realizado pela Endeavor Brasil, em parceria
com a Troiano, elas são detalhadas em 6 perfis.
Quer descobrir que tipo de empreendedor você é?

Dicas fundamentais para empreender


O que devo fazer para me preparar para tomar minha carreira como empreendedor? A resposta
é simples: empreender.
Bom, mais ou menos simples, pois empreender significa superar desafios, aprender coisas
novas, ter e colocar em prática novas ideias. Isso tudo sem falar nas demandas técnicas e
práticas como fazer fluxo de caixa, planejamento financeiro e de marketing, gestão de estoque e
de pessoas, definição de políticas de bonificação… muitas coisas! E de áreas completamente
distintas.
Enfim, se preparar para seguir a carreira empreendedora não é tão simples assim. Não há um
curso de MBA que você deva fazer, que te garantirá dominar todos os conhecimentos
necessários para tocar e fazer crescer um negócio lucrativo. Mas há algumas ferramentas e
recursos (algumas listadas ao final desta página) que podem ajudar – por isso encorajamos que
você corra atrás de se capacitar como empreendedor e como gestor!
Se você está se metendo nessa aventura deliciosa que é abrir seu próprio negócio, Luis Vabo Jr.,
empreendedor da Sieve, te dá 8 dicas básicas para começar:
1) Encontre um sócio que te complemente
Existem 3 atividades fundamentais na vida do empreendedor: vender, entregar o produto, cuidar
das finanças. Nenhum ser humano no mundo é capaz de fazer bem as 3 coisas! Você precisa
encontrar um sócio que te complemente!
2) Feito é melhor do que perfeito
Não perca tempo com planejamentos longos. Devore os livros das metodologias de modelagem
rápida como Lean Startup, Customer Development, Canvas, Lean Canvas, Value Proposition
Design, Design Thinking. Construa protótipos e produtos mínimos viáveis (MVP) que possam te
ajudar a validar as hipóteses.
Saia do prédio, vá para a rua, coloque a mão na massa e repita o processo até que o negócio
comece a ganhar tração. Se tiver que pivotar, pivote.
SE TIVER QUE FALHAR, FALHE RÁPIDO E TOQUE O BARCO. SE VOCÊ
NÃO COMETER ERROS, É PORQUE ESTÁ INDO DEVAGAR DEMAIS.
3) Fale sua ideia para 2 pessoas: “Deus e o mundo!”
Esqueça o mito de que “alguém irá roubar sua ideia”. Quanto mais você falar da sua ideia, mais
vai ser bombardeado, mais vai enxergar os pontos fracos e mais irá aproveitar os feedbacks para
melhorar seu produto e o modelo de negócio.
Eventualmente você será copiado por alguém, mas isso será um sinal de sucesso, pois você
estará 1.000 feedbacks à frente de quem te copia.
Pratique religiosamente seu pitch até tê-lo na ponta da língua. Treine em frente ao espelho, com
amigos e familiares. Explique seu negócio para seu primo de 8 anos de idade, pois se ele
entender, qualquer um conseguirá. Isso irá te ajudar a aproveitar as oportunidades que surgirão.
4) Validou sua ideia? Agora, gaste sola de
sapato
Vá a todos os eventos, encontros, congressos,
feiras, adicione e seja adicionado por todos no
LinkedIn, tente chegar no tomador de decisão. Seu
objetivo agora é conseguir o máximo de clientes e
validar o modelo operacional.
Sua meta nesta fase é ter um problema que todo
empreendedor gostaria de ter: “vender tanto e não
saber como entregar”.
5) Procurando investidores, aceleradoras ou
incubadoras? O menos importante é o dinheiro!
Quando você for procurar um investidor (anjo,
capital semente, venture capital…), uma
aceleradora ou uma incubadora pense se eles
agregarão mentoria, networking e sinergia.
E, principalmente, se você se identifica com as
pessoas que estão sentadas do outro lado da mesa, pois em breve estarão sentadas do mesmo
lado que você.
Por fim, virão os aspectos econômicos do acordo.
6) Construa uma cultura organizacional
Você seguiu o checklist: identificou um problema claro de um mercado grande, criou uma
proposta de valor diferenciada a partir de um produto inovador, bolou um modelo de negócios
escalável, modelo operacional rodando, clientes sendo conquistados e retidos, processos
melhorando continuamente, equipe contratada e se desenvolvendo…
O próximo passo é crescer de forma acelerada, porém sustentável, protegendo-se dos copycats,
que não tardarão a chegar. E qual é o segredo para isso?
Construir uma empresa baseada em valores, contratar pessoas melhores do que você e
perseguir diariamente um propósito e um sonho grande.
Você será copiado em preço, produto, posicionamento, modelo de negócios etc, mas sua cultura
organizacional JAMAIS será copiada!
7) Acredite, acredite, acredite, persista, não desista
Você está empreendendo no Brasil. Não vou te enganar. Durante seu caminho, você irá
encontrar desafios como: pesada carga tributária, burocracia, pouco acesso a crédito, antiquada
legislação trabalhista, concorrência desleal, gargalos de infraestrutura, falta de profissionais
qualificados, pouca educação empreendedora.
Apesar disto, não há motivo para pessimismo, temos que acreditar no Brasil e sonhar em
construir um paiś de empreendedores, que são agentes efetivos de mudança em nossa
sociedade!
Lembre-se que “mais importantes do que suas qualidades ou habilidades, o que determina
realmente QUEM VOCÊ É são as suas ESCOLHAS!”.
Veja outras dicas no artigo original, clicando aqui.

Como está o empreendedorismo no Brasil?


Quando olhamos mais de perto o empreendedorismo no país, percebemos quantas batalhas
ainda estão por vir:
EM UM UNIVERSO DE QUASE 5 MILHÕES DE EMPRESAS, POUCO MAIS
DE 33 MIL SÃO CLASSIFICADAS COMO D E ALTO CRESCIMENTO, SENDO
RESPONSÁVEIS POR QUASE METADE DOS NOVOS EMPREGOS NO
BRASIL.
Mas o empreendedorismo no Brasil também está cheio de mitos – alguns acabam se provando
verdadeiros! Separamos 8 mitos e verdades que falam muito sobre nosso ambiente de negócios:
1. O brasileiro sonha em empreender, mas isso não é tudo.
Verdade! A Endeavor perguntou aos brasileiros se prefeririam ser empreendedores ou
funcionários: 76% deles sonham em ser donos do próprio negocio, a segunda maior taxa do
mundo – atrás da Turquia (82%) e muito à frente dos Estados Unidos (51%) e União Europeia
(37%), por exemplo. Mas vontade não é tudo, e na falta de ação o brasileiro perde muito do seu
potencial, com só 19% dizendo que pretendem empreender nos próximos cinco anos, atrás dos
Estados Unidos, com 20%.
2. Abrir uma empresa em qualquer cidade do Brasil é demorado demais.
Mito! De fato, em muitas cidades se demora muito para abrir uma empresa, às vezes passando
dos 100 dias para obter o registro completo, como em São Paulo. Mas há, sim, lugares onde se
pode abrir uma empresa em menos de uma semana, como Brasília, Belo Horizonte e São José
dos Campos. Como nada acontece por acaso, essas cidades criaram grandes projetos para
melhorar a vida das startups locais; curioso? Saiba mais sobre essa história clicando aqui.
3. Falta dinheiro para as empresas e os empreendedores.
Mito! Em um ranking do Fórum Econômico Mundial com 148 países, o Brasil ficou na 30ª
colocação quando o assunto é disponibilidade de capital para investir em empresas, bastante
acima da média mundial. Mas muitos empreendedores reclamam que esse é o maior obstáculo, e
eles não estão tão enganados: apesar de existir, o dinheiro de investimento muitas vezes é difícil
de acessar: o país está na 64ª colocação do mesmo ranking internacional, muito abaixo na
média. Ou seja, o problema não é a falta de dinheiro, mas o que os empreendedores precisam
para acessá-lo, como apresentar muitas garantias e o pagar juros altos.
4. Pagar impostos é coisa para super-herói.
Verdade! Aqui, não estamos nem falando da carga tributária (que também é alta), mas da
complexidade burocrática que o empreendedor precisa cumprir para estar com tudo em dia. De
acordo com o Banco Mundial, são necessárias 2.600 horas para pagar impostos no Brasil, de
longe a taxa mais alta do mundo. E a explicação é simples: de acordo com o Instituto Brasileiro
de Planejamento Tributário (IBPT) são mais de 11.500 normas tributárias por ano. Só um super-
herói consegue ficar por dentro de tantas mudanças na lei!
5. O Simples poderia ser ainda mais simples.
Verdade! O Simples Nacional, um sistema de pagamento de impostos facilitado para micro e
pequenas empresas, é um marco na história do empreendedorismo no Brasil, com muitas
conquistas para comemorar. Mas podia ser ainda melhor! Hoje, nem todos os setores,
especialmente os prestadores de serviços, podem ser incluídos no sistema. Além disso, mesmo
que o Simples reúne oito impostos em um único pagamento, ainda são necessárias obrigações
assessórias individuais, aumentando a complexidade do sistema. A boa notícia é que o Governo
Federal, em conjunto com esferas nacionais, já tem propostas de melhorias bem encaminhadas.
6. Poucas empresas brasileiras crescem de verdade.
Verdade! O Brasil tem mais de 4,5 milhões de empresas. Mas, dessas, apenas 34.000 (ou 0,7%
do total) crescem mais de 20% ao ano, por pelo menos três anos. E elas têm um impacto gigante
na economia: em 2011, foram responsáveis por gerar 48,5% dos novos empregos e mais de 10%
do valor agregado ao PIB (fonte: Endeavor/IBGE).
IMAGINEM O IMPACTO SE TIVÉSSEMOS 100.000 EMPRESAS DE ALTO
CRESCIMENTO NO BRASIL?
Há muitas razões para ainda não alcançarmos esse número, como a falta de preparo dos
brasileiros para empreender e a complexidade tributária que o crescimento traz (e que falamos
com mais profundidade aqui).
7. As empresas brasileiras são muito inovadoras.
Mito! Apenas 11% dos empreendedores brasileiros iniciantes dizem que o produto ou serviço que
oferecem é inovador, de acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM). É uma das piores
taxas do mundo, junto com Bangladesh e Trinidad e Tobago! Um dos problemas é o mercado
brasileiro ter restrições às importações, o que deixam empreendedores “confortáveis” (mostramos
mais neste artigo), mas eles também precisam ter sonhos maiores: só 10% dos empreendedores
planejam contratar mais de cinco pessoas cinco anos depois de iniciar o negócio. Na Turquia,
são 59%; no Chile, 36%; nos Estados Unidos, 30%.
8. O empreendedor brasileiro tem muitas opções para se capacitar.
Verdade! Três dos quatro maiores problemas do empreendedor brasileiro estão ligados à falta de
conhecimento. Mas a falta de apoio para o empreendedor se capacitar não pode ser uma
desculpa! Pode melhorar muito (especialmente a qualidade), é claro, mas organizações como
Sebrae, Endeavor, aceleradoras e as próprias universidades têm diversos programas que
incentivam empreendedores e potenciais empreendedores. Juliano Seabra, diretor-geral da
Endeavor, falou mais sobre isso neste artigo para a Exame.com.

As empresas que mais crescem no país


Das verdades entre os mitos que citamos ali em cima, a número 6 representa uma triste realidade
do nosso país: “poucas empresas brasileiras crescem de verdade”.
Você sabia, por exemplo, que menos de 1% das empresas no Brasil crescem pelo menos
20% ao ano, por três anos seguidos? São as chamadas Scale-ups, que mesmo sendo
pouquíssimas, têm um impacto gigante na economia, sendo responsáveis por 43% dos novos
empregos! A importância dessas empresas é tanta que, enquanto uma empresa “normal”
contrata em média 0,34 funcionário por ano, uma Scale-up gera 31 novos empregos. São 100
vezes mais! 100 vezes!!!
Se você não sabia disso, vai ficar ainda mais surpreso com as descobertas de um estudo inédito,
lançado pela Endeavor e Neoway, uma empresa especialista em Big Data. Juntas, as duas
organizações fizeram milhões de cruzamentos e criaram o estudo “Scale-ups no Brasil”.
Aqui, trazemos as principais características das empresas que mais crescem no Brasil:
1. Scale-ups são empresas grandes enquanto pequenas
Sabe aquela história de que todo mundo um dia foi pequeno? Pois é, com as empresas acontece
a mesma coisa. As Scale-ups são justamente as empresas que estão mudando de faixa, se
tornando grandes – só 8% delas têm mais de 250 funcionários. Os outros 92% das Scale-ups são
pequenos e médios negócios (PMEs), que estão só começando!
2. Scale-ups não são startups
A idade média de uma Scale-up é de 14 anos. Ou mais impactante ainda: mais de 90% das
empresas com crescimento acelerado têm mais de 5 anos de história! Ou seja, se você está
começando um negócio agora, sonhe grande, mas saiba que vai precisar trabalhar muito para
chegar lá, e possivelmente até demore um pouco.
3. Existem Scale-ups do Oiapoque (AP) ao Chui (RS), literalmente
Mais da metade do total de municípios brasileiros é sede de Scale-ups (2.806 cidades), inclusive
o Oiapoque (AP) e o Chui (RS). Além disso, quase 60% dessas empresas estão em cidades com
menos de 500 mil habitantes. Ou seja, antes de se mudar para uma grande cidade achando que
só isso vai transformar a sua empresa, pense se não é mais importante criar um produto ou
serviço melhor, que tenha clientes em todo o país, do Oiapoque ao Chui.
4. O Mark Zuckerberg é exceção
Histórias como a dele, que largou a faculdade (Harvard, é bom lembrar) e aos 23 anos criou uma
empresa bilionária, são a exceção da exceção. Os jovens de até 28 anos representam apenas
5,5% dos empreendedores à frente de Scale-ups no Brasil. A idade média de um empreendedor
de alto crescimento, na verdade, é muito mais alta: 47 anos.
5. Ter patente não é garantia de crescimento
A grande maioria das Scale-ups brasileiras também não depende de patentes para crescer: só
139 delas têm essa proteção, menos de 0,27% do total. Mais do que isso, esse tipo de diferencial
no Brasil é coisa de gente grande. Dos mais de 16 milhões de CNPJs do país, só 2.264 têm
patentes (0,01% do total!), sendo que, em média, essas empresas têm 1.326 funcionários, quase
100 vezes mais que a média geral.
6. Homens ainda são a maioria
Seis em cada dez dos empreendedores brasileiros são homens. Nas Scale-ups, essa relação é
ainda maior: quase 70% dos líderes das empresas que mais crescem são homens. Isso não
significa que mulheres não tenham capacidade de criar empresas de alto impacto, prova disso é
que existem milhares delas!
7. Você também não precisa criar um aplicativo ou e-commerce para crescer
As Scale-ups estão distribuí das em todos os setores da economia. A indústria digital, ao
contrário do que muitos acreditam, concentra apenas 1% de todas as Scale-ups do Brasil. Quem
lidera a lista é o varejo (20% do total), seguido da indústria da construção civil (13%). Apesar
disso, quando olhamos para a densidade de Scale-ups por setor, a indústria digital sobe para 3º
lugar (com 18% de Scale-ups dentro do setor), logo atrás de serviços administrativos (19%) e
construção civil (22%), setor com a maior proporção.
8. Ter com quem compartilhar o sonho ajuda a crescer
Um dos maiores desafios dos empreendedores é a falta de alguém para dividir as dores e vitórias
do dia a dia. Sócios se ajudam justamente nisso. E assim, levam o negócio mais longe. Prova
disso é que o número de sócios de uma empresa no Brasil é, em média, 1,18, e, quando olhamos
para Scale-ups, esse número sobe para 2,32 sócios por empresa, praticamente o dobro.
Além de todas essas características, Scale-ups são, acima de tudo, empresas em que os
empreendedores botam a barriga no balcão, trabalhando todos os dias para alcançar um sonho
grande.
Com as suas empresas, eles querem fazer a diferença em um mercado, em uma cidade, para o
Brasil. E estão fazendo!
Leia o estudo completo clicando aqui.

Empreendedores que inspiram


Desde que a Endeavor foi fundada, acreditamos muito
na força do exemplo como fonte de inspiração para
novos empreendedores de alto impacto ajudarem o
Brasil a crescer.
Por isso, buscamos sempre apoiar empreendedores que
admiramos: os Empreendedores Endeavor – dentre os
quais estão nomes como Wilson Poit, Leila
Velez, Marcelo Sales e Bento Koike – nos ajudam nessa
missão, junto a uma rede incrível de embaixadores e
mentores, que disseminam a causa do
empreendedorismo.
Conheça os perfis de alunos, professores e instituições de
ensino, as dificuldades de montar um negócio no ambiente acadêmico e as evoluções ocorridas no meio.

Novos tempos exigem novas posturas, principalmente quando é preciso vencer as barreiras da economia e
do mercado de trabalho. E o empreendedorismo é um bom caminho para os profissionais dispostos a inovar
e a aliar suas habilidades e conhecimentos à tecnologia e a meios de comunicação/interação como as redes
sociais.

Contudo, será que as instituições de ensino superior estão preparadas para esse desafio? Estão prontas para
orientar e incentivar a postura empreendedora tanto dos docentes quanto dos discentes?

Ao redor do mundo, centenas de universidades já reconheceram o papel e o poder da educação


empreendedora sobre a inovação e o desenvolvimento econômico dos países. É a vez de o Brasil entrar
ativamente nesse movimento. Assim, é preciso estabelecer estratégias para multiplicar o número de
universitários que criam empresas inovadoras e transformam os setores em que atuam, gerando milhares de
empregos no caminho.
Conheça a seguir os principais pontos da pesquisa sobre o tema, que contou com a participação de 2.230
alunos e 680 professores de mais de 70 instituições de ensino superior do Brasil. Realizado pelo Sebrae em
parceria com a Endeavor, o estudo procura auxiliar a formulação de estratégias de universidades e
lideranças que trabalham com o assunto no Brasil.

 Conheça também o Movimento Educação Empreendedora, projeto desenvolvido em parceria entre as


duas organizações que visa transformar instituições de ensino superior em agentes-chave de seus
ecossistemas locais.
Educação empreendedora?
A universidade deve potencializar e inspirar o empreendedorismo, o sonho grande e a inovação no aluno, a
fim de gerar desenvolvimento econômico e social na comunidade. Porém, as instituições não estão
atendendo às necessidades dos alunos: enquanto cerca de 65% dos professores estão satisfeitos com
iniciativas de empreendedorismo dentro das universidades, a média de satisfação entre alunos é de 36%. Há
sinais para explicar o descompasso.

Entre os principais problemas e dificuldades estão:

 As universidades não têm uma estrutura que apoie a jornada completa do empreendedor.
 A universidade está desconectada do mercado.
 A atuação da universidade não estimula a inovação e o sonho grande nos alunos.
Atuação em conjunto com o mercado e com a comunidade

As universidades precisam conectar os seus alunos com o


mercado e com a comunidade. É preciso interligar suas iniciativas a uma visão estratégica de médio e longo
prazo, visando a uma gama de atividades e espaços que acompanhem a jornada do empreendedor em um
programa robusto de empreendedorismo.

Porém, a universidade não demonstra ser ativa no mercado e na comunidade, já que poucos professores são
empreendedores ativos e se atualizam por meio do contato com empreendedores externos à instituição de
ensino, além de haver poucas iniciativas abertas ao público ou que envolvam agentes empreendedores da
comunidade.

O impacto dos programas de empreendedorismo


Há uma relação direta entre cursar uma disciplina de empreendedorismo e o seu perfil empreendedor.
Quanto maior o envolvimento com a temática empreendedora, maior a proporção de alunos que realizaram
disciplinas do tipo. Cerca de 46% de alunos empreendedores já cursaram essas disciplinas, número superior
ao de potenciais empreendedores (38,8%), por sua vez superior ao de alunos que não pensam em ter um
negócio (24%).

Entre os alunos, observou-se:

 O grupo que cursou disciplinas de empreendedorismo é o mesmo que pretende empreender nos próximos
três anos.
 Cursar disciplinas de empreendedorismo diminui as dúvidas e os desafios entre alunos empreendedores.
 O aluno valoriza iniciativas empreendedoras em sua universidade.
Raio X dos alunos

 Cerca de um em cada quatro alunos tem ou quer ter um negócio próprio.


 O universitário, no entanto, tende a demorar mais para empreender que o brasileiro médio.
 Ainda assim, a maior parte dos alunos já esteve próximo de experiências empreendedoras.
 Há uma relação direta entre essas experiências e a vontade de empreender.
 Quem não quer empreender pretende trabalhar no setor público ou em grandes empresas.
Os desafios do aluno empreendedor
Em pesquisa feita com quem já empreende, pediu-se uma classificação dos maiores desafios. O
empreendedor deveria qualificar em uma nota de 1 a 10 os desafios que vive diariamente, divididos em 10
categorias diferentes. As categorias em que a maior proporção de empreendedores afirmou ter muitos
desafios (notas 9 e 10) foram:

 Acesso a crédito e/ou investimentos (22%).


 Gestão de pessoas (18%).
 Gestão financeira (17%).
 Inovação (17%).
Percebeu-se também que quem ainda não empreende tem percepção maior dos desafios, em comparação a
quem já tem um negócio.

Há uma percepção de que os desafios de empreender são maiores entre os potenciais empreendedores do
que entre os próprios empreendedores. Entre 10 possíveis desafios do empreendedor, numa escala de 1 a 10,
a média geral entre os jovens empreendedores é 5,1. Quando a pergunta é feita para quem quer, mas ainda
não abriu um negócio, a média sobe para 6. Parece que alunos que ainda não empreenderam têm percepção
de desafios maior do que os empreendedores.

Uma possível explicação é que, como os potenciais empreendedores não tiveram a experiência e a vivência
de empreendedores, realizam um diagnóstico impreciso da prática de empreender. Outra hipótese é a de que
eles sejam menos confiantes que os empreendedores e, por isso, ainda não abriram um negócio.

De qualquer maneira, essa percepção pode desmotivar potenciais empreendedores, e é possivelmente um


dos motivos de parte deles nunca chegar a realizar a vontade de abrir um negócio.

O potencial empreendedor, assim, precisa enxergar que os desafios para empreender existem e que correr
riscos é não só necessário, mas também parte do processo de ter um negócio. Essa visão, no entanto, é mais
clara quando as pessoas têm experiências práticas, algo que a universidade poderia oferecer mais.

Mestres e mentores


A figura do mentor - alguém mais experiente que dá conselhos e compartilha experiências - é importante
para transmitir valores, ideias, atitudes e ajudar na tomada de decisão dos empreendedores universitários.
Na falta de apoio qualificado nas universidades e em casa, é natural que jovens busquem pessoas com
experiência para serem seus “gurus”.

Quase 60% dos estudantes donos de um negócio têm mentores, taxa superior aos empreendedores em geral
(52%, da pesquisa Desafios dos Empreendedores). Os empreendedores que cursam o ensino superior
também valorizam mais o apoio, em comparação à média brasileira: enquanto 54,8% dos alunos acreditam
que os mentores ajudam muito, apenas 29% dos empreendedores comuns pensam o mesmo.

Os mentores também são importantes até para aqueles que nem iniciaram os negócios. Entre os potenciais
empreendedores, 66,3% têm mentor mesmo antes de empreender, e 60,1% concordam que ele foi essencial
para despertar o desejo em empreender. Mais do que isso, 61,6% concordam que mentores ajudam muito.
Podemos ver, então, a importância que uma pessoa pode ter na vida do aluno: o mentor não só despertou o
desejo de empreender, mas também é, hoje, um ponto de apoio muito valioso para o aluno, mesmo antes de
ele empreender.

O que é empreendedorismo?

Algumas pessoas já nascem com maior qualificação para o empreendedorismo. Outras não tem
tantos talentos inatos, mas isso não quer dizer que não possam aprender e desenvolver esses
talentos. Esse desenvolvimento é fundamental para toda pessoa que almeja implantar e gerir um
pequeno negócio.

Podemos perguntar, então, em primeiro lugar:

O que torna uma pessoa empreendedora?

Quais são os elementos essenciais da capacidade empreendedora?

Os diversos estudiosos do assunto reconhecem que os empreendedores têm algumas características


básicas:

Iniciativa – São pessoas que não ficam esperando que os outros (o governo, o empregador, o parente, o
padrinho) venham resolver seus problemas. Pessoas que começam coisas novas, iniciam. A iniciativa,
enfim, é a capacidade daquele que, tendo um problema qualquer, age: arregaça as mangas e parte para a
solução.
Autoconfiança – O empreendedor tem autoconfiança, isto é, acredita em si mesmo. Se não acreditasse,
seria difícil ele tomar a iniciativa. A crença em si mesmo faz o indivíduo arriscar mais, ousar, oferecer-se
para realizar tarefas desafiadoras, enfim, torna-o mais empreendedor.

Aceitação do risco – O empreendedor aceita riscos, ainda que seja muitas vezes seja cauteloso e precavido
contra o risco, a verdade é que ele o aceita em alguma medida.

Sem temor do fracasso e da rejeição – O empreendedor fará tudo o que for necessário para não fracassar,
mas não é atormentado pelo medo paralisante do fracasso. Pessoas com grande amor-próprio e medo do
fracasso preferem não tentar correr o risco de não acertar – ficam, então, paralisadas.

Decisão e responsabilidade – O empreendedor não fica esperando que os outros decidam por ele. Ele
toma decisões e aceita a responsabilidade que acarretam.

Energia – É necessária uma dose de energia para se lançar em novas realizações, que usualmente exigem
intensos esforços iniciais. O empreendedor dispõe dessa reserva de energia, vinda provavelmente de seu
entusiasmo e motivação.

Auto-motivação e entusiasmo – Pessoas empreendedoras são capazes de auto-motivação relacionada


com desafios e tarefas em que acreditam. Não necessitam de prêmios externos, como compensação
financeira. Igualmente, por sua motivação, são capazes de entusiasmarem-se com suas ideias e projetos.

Controle – O empreendedor acredita que sua realização depende de si mesmo e não de forças externas
sobre as quais não tem controle. Ele se vê como capaz de controlar a si mesmo e de influenciar o meio de
tal modo que possa atingir seus objetivos.

Voltado para equipe – O empreendedor em geral não é um fazedor, no sentido obreiro da palavra. Ele cria
equipe, delega, acredita nos outros, obtém resultados por meio de outros.

Otimismo – O empreendedor é otimista, o que não quer dizer sonhador ou iludido. Acredita nas
possibilidades que o mundo oferece, acredita na possibilidade de solução dos problemas, acredita no
potencial de desenvolvimento.

Persistência – O empreendedor, por estar motivado, convicto, entusiasmado e crente nas possibilidades, é
capaz de persistir até que as coisas comecem a funcionar adequadamente.

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