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Objetos substanciais: exemplos: homem, casa, livro, mesa, armário, carro, etc.
Objetos apreendidos manualmente como substanciais, tais como: qualidades
(bondade, honestidade, integridade), estados (saúde, doença), processos
(chegada, entrega, aceitação), dentre outros.
Para algumas gramáticas os processos e os fenômenos não são “objetos”. Elas explicam
que os substantivos também nomeiam processos, acontecimentos e fenômenos, tais
como; chuva, ventania, caminhada, etc.
Nesse sentido, Ataliba de Castilho (2016) afirma que o substantivo e o verbo constituem
categorias sintáticas de base, sem as quais não se constrói uma sentença.
Núcleo do sujeito
Núcleo do objeto direto
Núcleo do objeto indireto
Núcleo do agente da passiva
Predicativo do sujeito
Complemento nominal
Aposto
Vocativo
Adjunto adverbial
Adjunto adnominal.
Toda vez que em uma análise sintática outra classe gramatical exercer uma dessas
funções, ela estará ocupando morfologicamente a classificação de substantivo. O que
pode acontecer, por exemplo, com um pronome, um numeral ou qualquer palavra
substantivada.
Concretos e abstratos
De acordo com Evanildo Bechara, substantivo concreto designa um ser que existe de
maneira independente: casa, mar, sol, automóvel, mãe.
São substantivos concretos nomes próprios, pessoas lugares, instituições, por exemplo.
Substantivo abstrato é o que designa uma existência dependente, ligado a outro ser ou
processo, designam ações (abraço, sorriso), estado e qualidade considerados fora dos
seres: prazer, beijo, trabalho, saída, beleza, cansaço.
Próprios e comuns
Os próprios fazem parte de um conjunto de seres considerados em suas
individualidades. Utiliza-se letras maiúsculas para diferenciar que esses nomes se
referem a indivíduos ou lugares com existências únicas, mesmo que os nomes possam
se repetir, cada substantivo será único. Exemplo: nomes de pessoas como Maria, Maria
Flor, Maria da Fé.
Os substantivos comuns são todos aqueles que já foram referidos anteriormente, tais
como processos, ações, fenômenos ou objetos substanciais: casa, mesa, cama, cadeira,
cachorro, beijo, carinho, passeata, etc. São palavras que possuem características comuns
em quaisquer contextos extralingüístico nos quais existem.
Substantivos coletivos
São substantivos comuns, que designam um conjunto de objetos ou espécies, porém se
apresentam no singular.
Alcatéia – de lobos
Legião – de soldados, demônios
Manada – de bois, búfalos, elefantes
Matilha – de cães de caça
Quadrilha – de ladrões
Ramalhete – de flores
Constelação – de estrelas.
Arquipélago – de ilhas.
A) Uma negra jovem foi aprovada no concurso para docente no programa de pós-
graduação.
B) Uma jovem negra foi aprovada no concurso para docente no programa de pós-
graduação.
Bibliografia:
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. – 37. ed. rev., ampl. e atual. –
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
Núcleo do sujeito
Por Cynthia Cordeiro Chalegre
Graduada em Letras-Português (USP, 2011)
Sujeito é a quem se refere o verbo, ou seja, é aquele que sofre ou realiza a ação referida
pelo verbo. Confira nos exemplos:
a) Maria morreu.
A quem o verbo morrer se refere? Ou seja, quem morreu? Maria, sendo esta, portanto, o
sujeito da oração.
Nos exemplos, o sujeito é formado por apenas um termo. Porém, o sujeito pode ser ter
mais de um termo. Veja:
Nesse caso, quem morreu? Minha querida irmã Maria; portanto, essas quatro palavras
formam o sujeito.
No exemplo, apesar de o sujeito ser formado por quatro termos, há um mais importante
que os demais: Maria. É a respeito desta que o verbo diz, propriamente, algo. Este é,
portanto, o núcleo do sujeito, a palavra principal que forma o sujeito.
Referências Bibliográficas:
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37ª ed. Rio de Janeiro: Editoras
Nova Fronteira e Lucerna, 2009. 574 p.
O fragmento acima descreve a vida tediosa a que se submetia a personagem Luísa, por
meio da enumeração de seus afazeres diários, que se restringiam à parte da manhã.
Observe que em De manhã ainda tinha os arranjos, a costura, a toilette, algum
romance..., o verbo tinha não necessita do acompanhamento de uma preposição para a
transmissão da ideia ao seu complemento. Nesse caso, os arranjos, a costura, a toilette,
algum romance formam o chamado “objeto direto”, que vem representado
por substantivos.
É importante destacar que o objeto direto por vir também representado por:
1. Numeral
a. "De acordo com a lista, devemos comprar três pacotes de arroz." Atente-se para
o fato de que o numeral sublinhado integra o complemento do verbo “comprar”.
b. "O clube vendeu 40 mil ingressos para a grande final do campeonato." Note que
o numeral grifado complementa o verbo “vendeu”, de modo direto.
2. Pronome substantivo
É pertinente ressaltar que o objeto direto pode ser composto de mais de um substantivo
ou de mais de uma palavra que ao objeto se equivale:
Nesse caso, o verbo “plantaram” apresenta como complemento três substantivos, que
indicam os alimentos que foram plantados.
Para encerrar: O objeto direto é o complemento da ação verbal, que ocorre de forma
direta, isto é, sem o intermédio de uma preposição.
Referências:
CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Complementos Verbais – Objeto Direto. In:
___ Nova gramática do português contemporâneo. 5.ed. Rio de Janeiro: Lexikon,
2008, p. 154-155.
1. Substantivo
a) "Precisamos de doadores de medula óssea."
2. Numeral
a) "O apartamento, localizado no centro da cidade, pertence aos três."
b) "Eles compareceram às quinze horas ao cartório, conforme combinado."
3. Pronome substantivo
"Pediram-me que organizasse os arquivos do escritório."
Quem pede, pede a alguém que faça alguma coisa. O pronome sublinhado remete-se “a
mim” (a uma pessoa). Por isso, tem-se um pronome substantivo. A forma “Me
pediram”, na qual o pronome antecede o verbo, se faz comumente presente nas falas
cotidianas. Porém, deve ser evitada, quando se tratar de situações de uso formal da
língua.
Veja que o objeto indireto compõe-se de uma expressão substantivada, formada pela
aglutinação da preposição “de” com o artigo definido “o” e o verbo “caminhar”.
Note que, aqui, ocorre o processo de substantivação do adjetivo “presentes”, por meio
da junção da preposição “a” (exigida, nesse contexto, pelo verbo “agradecer”) com o
artigo definido “os”.
É crucial enfatizar que o objeto indireto pode ser composto de mais de um substantivo
ou de mais de uma palavra que ao objeto se equivale:
Referência:
CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Complementos Verbais – Objeto Indireto.
In: ___ Nova gramática do português contemporâneo. 5.ed. Rio de Janeiro: Lexikon,
2008, p. 157-159.
Basicamente, uma oração na voz ativa é aquela que apresenta verbo na forma de voz
ativa e estabelece concordância com sujeito gramatical, que exerce papel de agente da
ação descrita pelo verbo; e o papel de paciente fica a cargo do complemento objeto do
verbo. A título de exemplo, podemos observar a oração “Pedro limpou a janela”, que
tem “Pedro” como elemento que exerce função sintática de sujeito gramatical (termo
com o qual o verbo concorda) e assume papel temático de agente do processo verbal
(aquele que realiza a ação descrita pelo verbo); o verbo “limpou” na forma de voz ativa;
e o termo “a janela” como elemento que exerce função sintática de objeto direto do
verbo e assume papel temático de paciente.
Em oposição, uma oração na voz passiva é aquela que apresenta verbo na forma de voz
passiva e estabelece concordância com o sujeito gramatical, mas que exerce papel
temático de paciente e não de agente, como na voz ativa. O papel temático de agente do
verbo na voz passiva fica a cargo do termo a que chamamos Agente da Passiva.
Tomemos como exemplo a oração do exemplo anterior alterada somente a voz verbal:
“A janela foi limpa por Pedro”, em que temos o termo “A janela” como elemento que
exerce função sintática de sujeito gramatical, mas que assume papel temático de
paciente (o elemento que sofre a ação descrita pelo processo verbal); o verbo na voz
passiva (com uso de“ser” como verbo auxiliar, que se encarrega de receber
as desinências de tempo-modo e de número-pessoa, seguido pelo verbo principal no
particípio passado); e o termo “por Pedro”, que é de fato o elemento que nomeia quem
efetivamente executa a ação descrita pelo verbo, é quem assume papel temático de
agente do processo verbal, porém, não é o sujeito gramatical da oração, por isso,
chamado Agente da Passiva.
É importante notar que a forma do particípio passado pode ter mais de uma forma,
são particípios de verbos chamados abundantes. E a forma usada na construção de voz
passiva pode não ser a forma regular. De modo geral, tradicionalmente, as gramáticas
descrevem a forma do particípio passado de verbos abundantes subdivida entre
particípio regular (aquele terminado em -adocom verbos de primeira conjugação
“falado, cantado, caminhado” ou -ido com verbos de segunda e de terceira conjugações
“varrido, bebido, partido, ido”) e particípio irregular “aceito, entregue, expulso, coberto,
dito, escrito”. A orientação das gramáticas tradicionais para verbos que possuem duas
formas de particípio passado, uma regular e outra irregular (prender – prendido/preso;
acender – acendido/aceso; matar – matado/morto), é a de usar a forma de particípio
regular para a formação de tempos passados (como pretérito mais que perfeito “O rapaz
já havia matado sua sede nas águas do rio”) e usar o particípio irregular na formação
da voz passiva (“A vela foi acesa para o jantar”).
Predicativo do sujeito
Por Daniele Fernanda Feliz Moreira
Mestre em Ciências Humanas (CEFETRJ, 2014)
Especialista em Linguística, Letras e Artes (CEFETRJ, 2013)
Graduada em Letras - Literatura e Língua Portuguesa (UFRJ, 2011)
Alguns verbos têm em si sua significação definida e são capazes de predicar, de prever
outras posições sintáticas na oração para serem ocupadas por outros elementos que vão
complementar seu significado, é o grande organizador da oração no predicado verbal.
Estes são os chamados verbos significativos. Esse tipo de verbo não aparece em orações
com predicativo do sujeito. Predicativo se liga ao seu sujeito por meio de um verbo de
ligação, um tipo de verbo esvaziado semanticamente, ou seja, com significado bastante
restrito e, principalmente, sem a capacidade de selecionar elementos e de prever outras
posições sintáticas na oração em que aparece, como o fazem os verbos significativos. A
título de exemplo, observemos a oração “João deu flores para a mãe”, em que o verbo
“dar”, como verbo significativo, traz em si mesmo seu significado e também indica de
imediato que, para ter seu sentido completo na frase, é necessário preencher outras
posições sintáticas, é necessária a presença de um elemento que exerça função de sujeito
“João”, e é necessário haver outras duas posições preenchidas, algo a ser dado “flores”,
em posição de objeto direto, e alguma entidade para receber esse objeto “para a mãe”,
em posição de objeto indireto.
Em orações com verbos de ligação, o verbo tem um comportamento muito diferente dos
verbos significativos. No exemplo “O mar estava calmo”, o verbo não é capaz de
predicar, isto é, não é capaz de selecionar outras posições sintáticas, não traz em si o
significado preenchido como um verbo significativo. Quem cumpre esse papel de
predicar, de selecionar outras posições sintáticas na oração de predicado nominal, é o
nome, é o predicativo, neste caso “calmo”. Ele é o elemento que indica em seu
significado a necessidade de preencher uma outra posição sintática na mesma oração
com um elemento para ser chamado de calmo, para receber a característica que ele
denota. Precisa existir algo para ser chamado de calmo,o predicativo é o elemento que
predica no predicado nominal (e não o verbo, como no predicado verbal), por isso é
chamado de predicativo.
Bibliografia:
Complemento nominal
Por Daniele Fernanda Feliz Moreira
Mestre em Ciências Humanas (CEFETRJ, 2014)
Especialista em Linguística, Letras e Artes (CEFETRJ, 2013)
Graduada em Letras - Literatura e Língua Portuguesa (UFRJ, 2011)
De modo mais prático, tomemos uma oração como exemplo para análise: “O juiz apitou
favoravelmente a um dos times”, em que o termo sublinhado completa o sentido
expresso em partes pelo nome advérbio que, sozinho, não é capaz de fazer sentido
completo. Tomemos outros exemplos: “A queima de fogos assustou os cachorros”, em
que o termo sublinhado complementa o significado expresso pelo nome substantivo “A
queima”; ou ainda em “A sala estava cheia de brinquedos”, em que o termo sublinhado
complementa o significado do nome adjetivo “cheio”. Note-se que sem o complemento
nominal, o elemento sublinhado em cada um dos exemplos, o nome (“favoravelmente
a...”, “A queima de...” e “cheia de...” não é capaz de se expressar satisfatoriamente
sozinho sem um termo que complete o seu sentido. Essa é uma característica dos termos
integrantes da oração, grupo de que faz parte, além do complemento nominal, também
os complementos verbais, objeto direto e objeto indireto, e o agente da passiva.
É importante notar que a maior parte dos nomes que exigem um complemento nominal
para ter seu sentido completo são nomes derivados de verbos transitivos, aqueles que
precisam de um complemento verbal (um objeto direto ou indireto). Como “A
construção do metrô”, em que o nome construção é derivado do verbo “construir”; ou
“A necessidade de mudança é urgente”, em que o nome “necessidade” é derivado do
verbo "necessitar"; ou ainda “A promoção do supermercado”, em que o nome
“promoção” é derivado do verbo “promover”.
Aposto
Por Daniele Fernanda Feliz Moreira
Mestre em Ciências Humanas (CEFETRJ, 2014)
Especialista em Linguística, Letras e Artes (CEFETRJ, 2013)
Graduada em Letras - Literatura e Língua Portuguesa (UFRJ, 2011)
Quanto à forma, de maneira geral, é comum que o aposto se apresente entre vírgulas e
seguido do nome ao qual se refere. Como no exemplo do parágrafo anterior ou como em
“O morcego, o único mamífero que voa, ainda é temido por muitas pessoas”, em que o
aposto aparece entre vírgulas e traz detalhe sobre o nome que lhe antecede “morcego”.
Mas há outras formas com que o aposto pode aparecer na oração. Outra bastante comum
é a utilização de dois pontos, como em “O ônibus levava poucos passageiros: apenas
duas crianças, quatro adultos e uma senhora”, em que o aposto explicita mais detalhes
sobre quem eram os poucos passageiros referidos no nome.
Há ainda formas menos explícitas com que podem aparecer os apostos na oração, casos
em que reconhecemos tratar-se de um aposto pelo significado que traz à frase de
detalhar um elemento da oração. Nos exemplos, “A minha amiga Andréiaviajou para
São Paulo”, em que o nome próprio “Andréia” é um aposto que traz uma especificação
para o nome substantivo “amiga”. Ou no exemplo “No mês de Fevereiro acontece o
Carnaval”, em que “Fevereiro” individualiza o elemento “mês”.
Há também formas de apostos que servem para resumir uma lista elencada
anteriormente, como no exemplo “Abacate, abacaxi, ameixa, banana-maçã, banana-
nanica, coco verde, figo, fruta do conde e goiaba, todas são frutas do mês de Março”,
em que “todas” funciona como um aposto para resumir e congregar a lista com os
nomes de frutas precedentes. O aposto pode assumir ainda a forma de oração, quando
contém um verbo. A esse elemento, chamamos oração subordinada
substantiva apositiva e geralmente aparece após o uso de dois pontos, como no exemplo
“Uma coisa, todo mundo quer: ser feliz”, em que o termo sublinhado é o aposto, o
elemento que explicita a informação sinalizada anteriormente e contém um verbo, “ser”.
Bibliografia:
Vocativo
Por Cynthia Cordeiro Chalegre
Graduada em Letras-Português (USP, 2011)
Veja exemplo:
Oh, Senhor, escutai minhas súplicas! Cura Tereza, minha filha querida, dessa doença
terrível!
Na frase acima o termo “Oh, Senhor” é o vocativo e “minha filha querida”, o aposto.
Vocativo e vírgula
Separar o vocativo dos demais termos da frase com vírgula é obrigatório, pois não
seguir essa regra pode alterar completamente o sentido proposto.
Na frase 1, a ausência de vírgula indica que o sujeito (Fernanda) contou uma história
íntima, quando, na verdade, “pessoal” se refere às pessoas a quem a palavra se dirige.
3) Ouça Maria.
4) Ouça, Maria!
Aqui o objetivo é pedir que Maria ouça, porém, sem a vírgula, entende-se que é ela
quem deve ser ouvida.
Nesse caso, pretende-se perguntar à Luísa se ela viu a boneca, mas, sem a vírgula,
infere-se que está sendo perguntado se o interlocutor viu a boneca chamada Luísa.
Referências Bibliográficas:
Adjunto adverbial
Por Denyse Lage Fonseca
Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância (UFF)
Graduação em Letras (Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira, FUNCESI)
Segundo Cunha e Cintra (2008, p.165), o adjunto adverbial é, como o nome indica, o
termo de valor adverbial que denota alguma circunstância do fato expresso pelo verbo,
ou intensifica o sentido deste, de um adjetivo, ou de um advérbio. Vale ressaltar que o
emprego do adjunto adverbial tem valor acessório, isto é, não é indispensável para a
compreensão do enunciado. Para estudá-lo, recomenda-se a leitura deste trecho do
romance Esaú e Jacó, escrito por Machado de Assis.
Não irei à faculdade hoje porque estou com forte dor na cabeça.
Eu me atrasei para o trabalho por causa do acidente que interditou a rodovia.
Referências:
ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. In: Coleção Grandes Mestres da Literatura
Brasileira, n.19. São Paulo: Escala, p. 14.
CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Adjunto Adverbial. In: ___ Nova
gramática do português contemporâneo. 5.ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008, p. 165-
169.
Adjunto adnominal
Por Denyse Lage Fonseca
Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância (UFF)
Graduação em Letras (Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira, FUNCESI)
De acordo com Cunha e Cintra (2008, p. 164), o adjunto adnominal é o termo de valor
adjetivo que serve para especificar ou delimitar o significado de um substantivo,
qualquer que seja a função deste. Como o próprio nome sugere, ele acompanha o nome,
ou seja, o substantivo. É importante frisar que o adjunto adnominal tem valor acessório
na construção das orações. Isso significa que, ao se juntar ao nome, ele acrescenta dados
novos, porém dispensáveis à compreensão dos enunciados. Para a identificação das
finalidades do adjunto em foco, sugere-se a leitura de trecho do romance Menino de
engenho, do escritor paraibano José Lins do Rego:
João Rouco vinha com três filhos para o eito. A mulher e os meninos ficavam em casa,
no roçado. Com mais de setenta anos, aguentava o repuxo todo, como o filho mais
novo. A boca já estava murcha, sem dentes, e os braços rijos e as pernas duras. Não
havia rojão para o velho caboclo do meu avô. Não era subserviente como os outros.
Respondia aos gritos do coronel José Paulino, gritando também. Talvez porque fossem
da mesma idade e tivessem em pequeno brincado juntos.
Esse trecho do romance ocupa-se de nos contar um pouco da rotina de trabalho de João
Rouco, bem como de descrevê-lo fisicamente. Trata-se de um homem, com invejável
vigor físico no auge de seus mais de setenta anos, que trabalha de forma braçal como se
fosse o seu filho caçula. Em A boca já estava murcha, sem dentes, e os braços rijos e as
pernas duras, perceba que os adjetivos murcha e sem dentes (desdentado) foram
empregados para caracterizar a boca do personagem, ao passo que rijos definem os seus
braços e duras, as suas pernas. Ao acompanharem os nomes (os substantivos),
os adjetivos funcionam como “adjuntos adnominais” no contexto dos enunciados.
Além da forma adjetiva, o tipo de adjunto em questão pode vir expresso por meio do
artigo (definido e indefinido), como em:
Veja, a seguir, outras maneiras pelas quais os adjuntos adnominais podem vir expressos:
1. Locução adjetiva
A pobre jovem sempre dizia que a sua vida estava sem cor.
2. Pronome adjetivo
3. Oração adjetiva
Referências:
CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Adjunto Adnominal. In: ___ Nova
gramática do português contemporâneo. 5.ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008, p. 164-
165.
REGO, José Lins do. Menino de Engenho. Rio de Janeiro: José Olympio, 2005.