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Morfossintaxe II – SINTAXE – (Material elaborado pela professora Ana

Lúcia Costa.) Sujeito: João ama Maria.


Obj. direto: Maria ama João.
Classe de palavras X Função sintática Obj. indireto: Maria devolveu o livro a João.
Adjunto adnominal: Maria devolveu o livro de João.
Classe de palavras – conjunto que se define pela relação de substituição Etc.
entre as formas lingüísticas; é um conjunto não necessariamente finito:
artigo Quadro comparativo – classe/função
substantivo Maria leu o livro de João
adjetivo CLASSES FUNÇÕES
pronome Maria – substantivo Maria – sujeito
verbo leu – verbo leu o livro de João – predicado
advérbio o – artigo leu – núcleo do predicado
numeral livro – substantivo o livro de João – objeto direto
conjunção de – preposição livro – núcleo do SN objeto direto
preposição
João – substantivo “o” e “de João” – adjuntos adnominais
interjeição
Morfossintaxe II – SINTAXE
Função sintática – princípio organizacional da linguagem; aspecto da
Apostila 1
estrutura da oração; define-se através de relações de combinação entre
os diversos termos da oração: Classe de palavras e função sintática
sujeito Exercício. Complete o quadro:
predicado
predicativo De manhã, ela devolveu para a biblioteca muitos livros interessantes.
objeto direto CLASSES FUNÇÕES
objeto indireto de manhã – locução de manhã – adjunto adverbial (tempo)
agente da passiva adverbial
complemento nominal de -
adjunto adverbial manhã -
adjunto adnominal ela – ela -
aposto devolveu – devolveu para a biblioteca muitos livros
vocativo interessantes -
para – devolveu -
Uma classe pode desempenhar várias funções sintáticas: a- para a biblioteca -
Ex. João – classe -> substantivo biblioteca - muitos livros interessantes -
– função -> várias: muitos - muitos -
livros - livros - Predicado
interessantes - interessantes - Conceito tradicional de predicado: “aquilo que se diz do sujeito”.
(Rocha Lima, 1997, p. 234)
Termos da oração
I. Termos essenciais ou básicos
sujeito 1- Tipos de sujeito
predicado a) Simples – apresenta um só núcleo. Ex. Maria chegou ontem. / Nós
(predicativo – em predicado nominal e verbo-nominal) chegamos ontem.
b) Composto – apresenta mais de um núcleo. Ex. Os políticos e o povo
II. Termos integrantes têm interesses diferentes.
complementos verbais (objeto direto e indireto) c) Oculto (ou elíptico) – determinado através das desinências verbais
complemento nominal e/ou do contexto anterior. Ex.
agente da passiva Estudo em Realengo.
Maria chegou ontem. [] Estava viajando.
III. Termos acessórios d) Indeterminado – tradicionalmente, são previstas duas estratégias de
adjunto adverbial indeterminação do sujeito:
adjunto adnominal d-1)- usar o verbo na 3a pessoa do plural: Roubaram minha carteira.
aposto d-2)- usar o verbo na 3a pessoa do singular com a partícula SE (índice
de indeterminação do sujeito); nestes casos, o verbo é intransitivo ou
IV. Vocativo possui complemento preposicional.
Vive-se bem na Suíça. (v. intransitivo)
-------------------------------------------------------------------------------------- Precisa-se de motoristas. (v. com complemento preposicional
-------------- (ou preposicionado))
I - Termos essenciais ou básicos e) Oração sem sujeito
Sujeito – crítica ao conceito tradicional feita por Perini (Para uma nova e-1)- fenômenos da natureza. Ex. Venta muito. / Choveu ontem./ Faz
gramática do português): frio hoje.
“o ser de quem se diz algo” (Rocha Lima, 1997, p. 234) e-2)- verbo HAVER no sentido de existir. Ex. Há muitas pessoas na
“termo sobre o qual se faz alguma declaração” (Cunha, 1985, p.137) sala.
- Obs. 1: Havia muitas pessoas na sala. / Devia haver muitas pessoas./
Contra-exemplo: “Esse bolo eu não vou comer.” Podia haver muitas pessoas.
- Obs. 2: No registro coloquial se usa TER no lugar de HAVER: Tinha
Outra definição comum: “sujeito é quem pratica a ação” muitas pessoas ali.
e-3)- verbos FAZER, IR e HAVER no sentido de tempo decorrido:
Tentativa de definição de Perini (1995, p. 17): “Sujeito é o termo com o Faz três dias ele partiu. / Há três dias ele partiu. / Vai para três
qual o verbo concorda.” dias que ele partiu.
e-4)- BASTAR DE e CHEGAR DE. Ex. Basta de calúnias. / Chega de De que se fazem esses doces? (?) / Animais mortos foram trazidos com a
calúnias. enchente = Animais mortos se trouxeram com a enchente. (?)
e-5)- SER indicando tempo ou distância: - Há casos em que o uso da passiva sintética no lugar da analítica causa
São duas horas. / Seriam talvez léguas. ambigüidade. Ex. Demitiram-se muitos funcionários da Ford.
2.1.1- Predicado verbal
(Há autores que discordam desta última classificação, como Macedo
Seu núcleo é um verbo ou uma locução verbal.
(1991; apud Henriques, 2003, p.19), que consideraria ‘duas horas’ e Eu fiz os exercícios.
‘léguas’ como sujeitos.) Eu tinha feito os exercícios.
-------------------------------------------------------------------------------------- Ela vai trabalhar amanhã.
----------- Obs. Mais adiante veremos os tipos de predicação verbal (verbos transitivos e
intransitivos).
DIVERGÊNCIAS:
Há polêmica sobre o SE (índice de indeterminação de sujeito) e SE (pronome 2.1.2- Predicado nominal
apassivador – formador de voz passiva sintética ou pronominal): Seu núcleo é o predicativo, que pode ser constituído por um nome
(substantivo, adjetivo ou locução adjetiva) ou um pronome. O predicativo se
VISÃO TRADICIONAL: relaciona com o sujeito através de um verbo de ligação.
Precisa-se de novos funcionários. SE = índice de indeterminação do sujeito O mistério é o encanto da vida. [substantivo]
O verbo possui complemento O mistério é sempre encantador. [adjetivo]
preposicionado O anel é de ouro. [locução adjetiva]
Vive-se bem no Rio. SE = índice de indeterminação do sujeito Esta esmeralda é de verdade. [locução adjetiva]
O verbo é intransitivo (não possui O aluno é você. [pronome]
complemento)
Porém: 2.1.3- Predicado verbo-nominal
Vendem-se livros. SE = pronome apassivador Predicado misto, ou seja, possui dois núcleos: verbo e predicativo.
O verbo é transitivo direto. Ela chegava sempre atrasada.
A oração seria, então, um exemplo de voz passiva pronominal, Ele entrou risonho na sala.
equivalente a “Os livros são vendidos”. Por isso, o verbo fica no plural (livros A ignorância torna os homens preconceituosos.
= sujeito).
2.2- Tipos de predicativo: predicativo do sujeito e predicativo do objeto
VISÃO DIVERGENTE – Para alguns autores (como Manuel Said Ali - Do sujeito: o predicativo se refere ao sujeito da oração:
e Antenor Nascentes) não existiria voz passiva pronominal, todos os casos No predicado nominal:
acima seriam exemplos de estratégias de indeterminação do sujeito. Alguns Nossa vida tornou-se impossível.
argumentos são: Ela parecia espantada.
- Tanto quem diz ‘vendem-se casas’ como ‘precisa-se de trabalhadores’ têm a No predicado verbo-nominal:
mesma intenção, qual seja, omitir o sujeito.
- As pessoas dificilmente percebem ‘vendem-se casas’ como voz passiva Ela chegava sempre atrasada.
(casas são vendidas), por isso, costumam “errar” a concordância e dizem Ele entrou risonho.
‘vende-se casas’. Há casos em que a transformação da voz passiva analítica
em sintética daria resultados estranhos. Ex. De que são feitos esses doces? =
- Do objeto: o predicativo se refere ao objeto e só aparece em predicado 1- COMPLEMENTOS VERBAIS
verbo-nominal:
A ignorância torna os homens 1.1- OBJETO DIRETO
preconceituosos. Complemento que normalmente vem ligado ao verbo sem preposição.
Um fraco rei faz fraca a forte gente. (Os Ele amava a vida. [substantivo]
lusíadas) Ele a adorava. [pronome]
Levo minha consciência tranqüila. Não encontrei nada. [pronome]
Ele disse um não. [palavra substantivada]
Obs. Predicativo precedido de preposição: Ele ama o viver. [palavra substantivada]
Ele era tido por sábio. [predicado verbo-nominal; predicativo do sujeito]
Acusavam de injusta a medida. [predicado verbo-nominal; predicativo do 1.1.1- Objeto direto preposicionado
objeto]
=> Em alguns casos, usa-se facultativamente uma preposição antes do objeto
=================================================== direto:
===
Voltando ao item 2.1.1: - Com os pronomes ‘ninguém’, ‘alguém’, ‘todos’, ‘outro(s)’:
Tipos de predicação verbal A atriz encanta todos/ ... a todos
Como foi dito, o núcleo do predicado verbal é um verbo, que pode ser: Não excluí ninguém/ ... a ninguém
- Intransitivo (sozinho é suficiente para representar a noção do predicado):
Neva./ O soldado morreu./ Todos fugiram. - Com pronomes de tratamento:
- Transitivo (requer a presença de um ou mais termos que lhe completem a Vi Vossa Excelência ontem/ Vi a Vossa Excelência ontem.
compreensão):
Jorge comprou um carro novo./ O motorista pediu uma informação ao - Com os conectivos comparativos ‘como’ e ‘que’:
guarda. Beneficiou mais sua família que o povo./ ... que ao povo
Obs. Para que seja evitada ambigüidade em algumas construções, o uso da
Obs. A análise da transitividade verbal é feita dentro da frase. preposição se torna obrigatório:
Comi bife hoje. (VTD) / Hoje ainda não comi. (VI) ‘Respeitou-a como uma mãe’ = 1- Como uma mãe respeitaria 2- Como se
Ela anda muito pensativa. (VL - predicado nominal) / Ela anda respeita uma mãe. O uso da preposição garante a segunda interpretação:
vagarosamente. (VI) ‘Respeitou-a como a uma mãe’.
Os noivos viviam bem. (VI) / Nós vivemos uma vida difícil. (VTD –
objeto direto interno) - Com valor partitivo da preposição:
Comeu o bolo/ do bolo e bebeu o leite/ do leite.
==================================================
- Quando o objeto direto está topicalizado
O povo ninguém engana – pouco...
Ao povo

Os políticos, todos os odeiam. [os = objeto direto pleonástico]


Aos políticos
Obs. Se a topicalização causar ambigüidade (entre ‘sujeito’ e ‘objeto direto’), Complemento que se liga ao verbo por meio de preposição.
a preposição se torna obrigatória: Emprestei o livro à aluna.
‘Ao Guarani venceu recentemente a Ponte Preta’. A todos ele dirigiu palavras duras.
As urnas vão mostrar para os políticos a verdade.
- Como complemento de verbo que exprime sentimento (Cunha, 1985, p. Falou aos convidados ontem.
152):
Eu amo meus pais/ ... a meus pais. O objeto indireto, em geral, pode ser representado pelo pronome
LHE(S):
=> Uso obrigatório da preposição Emprestei-lhe o livro.
Ele lhes dirigiu palavras duras.
- Com pronomes pessoais tônicos: As urnas vão lhes mostrar a verdade.
Ele não convidou o vizinho, convidou a mim. Falou-lhes ontem.

- Com o pronome QUEM em orações adjetivas: Nos exemplos abaixo, não é possível a substituição por LHE(S):
Vi ontem o amigo [a quem eu admirava] = [que eu admirava] Concordar com João. [com ele]
obj. dir. Gostar de doces. [deles]
Precisar de conselhos.[deles]
- Com o nome próprio ‘Deus’: Reparar nos outros. [neles]
Louvemos a Deus. - Devemos amar a Deus. Pensar nos problemas. [neles]
- Na coordenação entre um pronome átono e um substantivo: Consentir no assunto. [nele, nisso]
Eu a esperei e a seu irmão também.
Devido à não-correspondência destes últimos exemplos a LHE(S),
1.1.2- Objeto direto interno Rocha Lima cria uma categoria nova de complementos, qual seja, a dos
Verbos que seriam, normalmente, intransitivos podem ter COMPLEMENTOS RELATIVOS.
complemento com mesmo radical, contanto que haja um determinante
(adjunto): 1.2.1- Objeto indireto de interesse (Henriques, 2003, p.49; Kury, 1987, p. 48)
Morreu uma morte gloriosa. Enfatiza a pessoa interessada na ação expressa pelo verbo:
Sonhei um sonho bom. Não me toque nas porcelanas!
Viver uma vida de aventuras. Não me estraguem essas plantas, meninos.
Além de palavra de mesmo radical, o objeto direto interno pode ser
uma palavra da mesma família ideológica do verbo (mesmo campo 1.2.2- Objeto indireto pleonástico
semântico): Tal como acontece com o objeto direto, também podemos usar a
Dormir um sono tranqüilo – Chorar lágrimas de crocodilo repetição do objeto indireto com fins de ênfase, de expressividade.
A mim, ele não me entregou a correspondência.
1.1.3- Objeto direto pleonástico
Pode-se usar a repetição do objeto direto com fins de ênfase.
A mim, ele não me encontrou.
Os políticos, todos os odeiam.
1.2- OBJETO INDIRETO
1.3- COMPLEMENTO ADVERBIAL (Kury) ou CIRCUNSTANCIAL obj. dir.
(Lima) Entregamos ao revendedor  A entrega ao revendedor
(Ou ‘adjunto adverbial necessário’ nas palavras de Cunha, 1985, p. obj. ind.
517) Estive no Nordeste  Minha estada no Nordeste
compl. circunstancial
Certos verbos, classificados tradicionalmente como intransitivos, O cigarro prejudica a saúde  O cigarro é prejudicial à
possuem certa transitividade, pois o sentido do predicado não se completa no saúde
próprio verbo: obj. dir.
Voltei da viagem. O cigarro é nocivo à saúde.
Ela foi à feira. (‘ser nocivo’ relaciona-se
Está à janela. semanticamente a ‘prejudicar’)
Estive no nordeste.
Ele mora em Paquetá. COMPLEMENTO NOMINAL e ADJUNTO ADNOMINAL
Venho de casa.
Fico em casa nas férias. Nos casos em que o complemento nominal começa com DE, podemos
2. AGENTE DA PASSIVA (Na opinião de Kury (p.50), também é um ter dificuldades na diferenciação entre ‘complemento’ e ‘adjunto’. Mas há
complemento verbal) algumas dicas:
Expressa o ser que exerce a ação na voz passiva. O termo pode iniciar
com POR ou DE: - Se o termo se refere a um ADJETIVO ou ADVÉRBIO será sempre
A lua foi conquistada pelo homem. COMPLEMENTO NOMINAL:
O chefe é estimado de todos. Útil ao ser humano - Nocivo à saúde -
Referentemente a este exemplo
3. COMPLEMENTO NOMINAL
Completa o sentido de nomes transitivos: substantivos, adjetivos e - Se o termo possui um sentido de objeto/complemento (passividade), é um
advérbios. COMPLEMENTO NOMINAL; se possui um sentido de sujeito (agente), é
Minha crença em você é fraca. [complemento de um um ADJUNTO ADNOMINAL:
substantivo]
Tenho certeza do seu sucesso. [complemento de um Amor de mãe = A mãe ama [sujeito] = adjunto adnominal
substantivo]
Estou certo do céu sucesso. [complemento de um adjetivo] Ele tem amor à mãe. = Ele ama a mãe. [objeto] = complemento
O cigarro é nocivo à saúde. [complemento de um adjetivo] nominal
Relativamente a este assunto, não tenho comentários.
[complemento de um advérbio] A ida da menina à festa nos irritou. - da menina = a menina foi =
sujeito = adjunto adnominal
Em geral, o complemento nominal faz parte da regência de um nome - à festa = alguém foi à festa =
ligado a um verbo (no radical ou na semântica): complemento = C. nominal
Creio em você  Minha crença em você
obj. ind. Um caso de ambigüidade:
Vender mercadorias  A venda de mercadorias A lembrança de meu pai me alegrou.
Classificação:
III- Termos acessórios (adjunto adnominal; adjunto adverbial; aposto) Os estudiosos concordam com o fato de que não se pode chegar
a uma lista precisa dos tipos de adjuntos adverbiais, pois, apesar de o
1- ADJUNTO ADNOMINAL termo se referir a uma análise sintática, a classificação tem natureza
Os adjuntos adnominais são termos que funcionam como semântica.
determinantes/ modificadores de um núcleo nominal; as classes de A tentativa de classificação abaixo se encontra em Kury (1987,
palavras dos adjuntos podem ser várias: p.56-57):
a- Adjetivo – Jóia verdadeira - Acréscimo: Além da medalha, ganhou vários prêmios.
b- Locução adjetiva – Jóia de verdade; Cavalo sem raça; - Assunto: Falavam sobre gramática; Falavam de gramática; Informava-
c- Artigo – O cavalo; Um cavalo o a respeito de tudo; Informava-o acerca de tudo.
d- Pronome adjetivo – Essa jóia; Meu destino; Qualquer coisa; Que - Causa: Não saí por precaução; Consumia-se de tédio; Em virtude de
profissão você quer ter? seus esforços, progrediu; Graças a seus esforços, progrediu;
e- Numeral adjetivo – Dois irmãos; Terceiro lugar. Morreu de sede; O sertanejo ficou arruinado com a seca.
- Companhia: Os alunos foram à feira de ciências com a professora;
Obs. No período composto, uma oração pode funcionar como adjunto Sairei contigo.
adnominal – a oração adjetiva: - Comparação: Escreve como um inspirado.
Ela tem olhos que seduzem. - Concessão: Apesar de seus esforços (Não obstante seus esforços, A
despeito de seus esforços), não conseguia progredir.
- Condição: Sem estudo, não vou tirar boa nota.
2- ADJUNTO ADVERBIAL - Conformidade: Agiremos conforme o combinado; Agiremos segundo
Os adjuntos adverbiais funcionam como o costume.
determinantes/modificadores de verbos, de adjetivos, de um outro - Direção: Apontou para o alto.
advérbio ou da oração inteira. - Dúvida: Talvez ele venha.
- Modificador de verbo: Os meninos brincam muito. - Favorecimento / interesse: Ele faria sacrifícios por sua amada; O
- Modificador de adjetivo: Houve trabalhos bem elaborados. soldado morreu em prol da pátria.
- Modificador de outro advérbio: Ficamos muito bem acomodados. - Finalidade: Vive para o trabalho; Pararam todos à escuta.
- Modificador da oração inteira: Possivelmente, vamos trabalhar no - Instrumento: Pintou o quadro com guache. Quebrou a mesa com a
sábado./ Infelizmente, esta é uma marreta; Escreveu a carta a lápis.
semana sem feriados. - Intensidade: Ela dorme muito (bastante, à beça).
- Lugar/ limite: A estrada vai até Belém.
Quanto à classe de palavras, os adjuntos adverbiais podem ser - Lugar/ onde: Estudo em Realengo.
advérbios ou locuções adverbiais: - Lugar /direção: Embarcou para a Europa; Virou à direita.
- Advérbio – (ver exemplos anteriores) - Lugar / passagem: Voltaremos pelo túnel; Alcançaremos o rio através
- Locução adverbial – Partiremos de madrugada./ Lerei seu romance na da selva.
próxima semana.
- Matéria: O telhado foi construído de zinco; A cadeira foi feita de Várias línguas – francês, italiano, alemão e rético – se falam na
madeira. Suíça.
- Meio: Voltarei de avião; Ganharam as eleições mediante fraude. O império romano possuía numerosas províncias: Hispânia,
- Modo/ intenção: O barco vagava à mercê do vento; Estejam à Gália, Itália, Dácia, etc.
vontade; Fiquei de pé; Saiu de mansinho; Fez tudo
de propósito; Escolhi-os a dedo. c- Resumidor (expresso por pronomes indefinidos):
- Oposição (Rocha Lima): Remava contra a maré. Bater-se com o As cidades, os campos, os vales, os montes, tudo era mar.
adversário. Os colegas de trabalho, os velhos amigos de infância e até os
- Preço: Comprei as passagens por mil reais; Cobrava cada fruta a parentes mais chegados, ninguém lhe trouxe uma
cinqüenta centavos. palavra de conforto.
- Substituição / troca: Em lugar de Raquel, ele recebeu Lia; Deu um
automóvel por (em troca de) um terreno. d- Aposto de especificação / denominação:
- Tempo / freqüência/ concomitância/ prazo: Estudei esta matéria Usado sem vírgula para individualizar um ser dentro de seu
ontem; Apareço lá com regularidade (freqüentemente); gênero:
Durante as férias, li três romances; Volte logo; Vou trabalhar O rio Nilo O romance Dom Casmurro
das nove horas ao meio-dia. A lagoa Rodrigo de Freitas O poeta Drummond
O maestro Carlos Gomes
Como foi visto anteriormente, os exemplos seguintes podem ser Na maioria das situações é um nome próprio, mas nem
classificados como adjuntos adverbiais ou complementos sempre:
circunstanciais (adverbiais), dependendo do autor: Ontem eu vi a Maria professora. [Onde trabalho existem várias
- Lugar /donde (origem)- Voltei da viagem; Venho de casa. mulheres com esse nome]
- Lugar /onde - Está à janela; Estive no nordeste; Ele mora em Paquetá. O aposto de denominação pode ser usado com a
- Lugar /aonde (direção) - Ela foi à feira. preposição ‘de’:
A cidade de Londres O mês de março
A serra da Mantiqueira O bairro de Copacabana
3- APOSTO
Termo que explica, desenvolve ou resume outro termo de valor e- Aposto de oração
substantivo. Conforme seu valor na oração, classifica-se em: Refere-se ao sentido global da oração;
a- Explicativo: Suas palavras foram muito injustas, fato que me desgostou
Sete anos de pastor/ Jacó servia Labão, / pai de Raquel, / profundamente.
serrana bela. (Camões)
Eu, o juiz, declaro aberta a sessão.

b- Enumerativo:
IV - Vocativo A coordenação estabelece ligações entre duas unidades
lingüísticas de mesmo nível (ou seja, uma unidade não está subordinada
Não é considerado um termo da oração, mas do discurso, porque à outra). Tais unidades podem ser termos ou orações.
não se relaciona com outro termo estrutural, mas com um aspecto Exemplos de coordenação entre termos de uma oração:
extratextual, o interlocutor (destinatário). João e Paula foram à festa.
O fato sociológico ou econômico me escapa.
Ó Mar, estás muito lindo! (Lúcio de Mendonça) Encontrei Maria e Joana no cinema.
Meninos, eu vi! (G. Dias)
COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES
A coordenação se estabelece:
a A - Por justaposição (colocação lado a lado) de orações, sem
Apostila 4 conjunção, separadas na escrita por vírgula, ponto-e-vírgula ou dois
ESTRUTURA DO PERÍODO pontos. Por não haver conjunção, são chamadas de ASSINDÉTICAS
[“assíndeto” = ausência de ligação formal, de conectivo].
1- Introdução: período composto; subordinação; coordenação “Aqui estou, aqui vivo, aqui morrerei.” (M. de Assis)
Como vimos, no período simples, a oração é classificada como “Sacudi-a, ela foi pousar na vidraça.” – “Dei de ombros,
absoluta. No período composto, pode haver orações coordenadas e/ ou saí do quarto” (M. de Assis)
subordinadas. Na análise sintática do período (assim como na análise
dos termos), não analisamos as orações, mas o relacionamento entre B – Com auxílio de conjunção coordenativa. Portanto, SINDÉTICA é a
elas. classificação que se dá à oração com conjunção:
A diferença básica entre coordenação e subordinação é que, na “Não vê, não ouve, não fala e não conhece ninguém”
relação entre duas orações, as duas podem ser independentes (Garret)
sintaticamente – as coordenadas – ou uma pode reger a outra, isto é, a Oração coordenada
principal rege a subordinada. sindética
Logo, na análise da relação entre orações, há três tipos de
orações: coordenadas (ou independentes), principais e subordinadas. As orações coordenadas sindéticas são classificadas
Exemplos: semanticamente de acordo com o sentido da conjunção que as inicia:
Período simples: Aquele pugilista ganhou o título mundial por
duas vezes. B-1 – Aditivas (e, nem)
Período composto/ coordenação: “Aqui estou, aqui vivo, aqui Ele chegou e foi tomar banho.
morrerei.” (M. de Assis) Nas horas difíceis, os falsos amigos não telefonam nem
Período composto/ subordinação: Ele disse [que está tudo bem] aparecem.
principal subordinada Observações:
1a - Segundo Henriques (2003, p.95), se a palavra ‘nem’ aparece duas vezes, a
2- Coordenação primeira será advérbio de negação:
Nem telefonou, nem fez uma visita.
[Nem= não]
B-5 – Explicativas (porque, pois, que)
2a – Segundo Azeredo (1999, p. 118) e José Oiticica (Teoria da Correlação. A oração coordenada explicativa esclarece o motivo de
Rio de Janeiro: Organização Simões, 1952), orações aditivas com conectivos se ter feito a declaração anterior, oferece uma justificativa.
presentes nos dois termos relacionados são chamadas de orações Não zombe dele, porque (pois) está apaixonado.
CORRELATIVAS (para Azeredo, “coordenação correlativa”): não só... mas
Acho que devemos acelerar, que o caminho é longo.
também; não só... como também; não apenas... mas ainda, etc.
“Não somente Marilda socorreu a pobre família, mas também --------------------------------------------------------------------------------------
adotou as duas órfãs.” -------------------------------
(Exemplo de Oiticica, p.20) ATENÇÃO
Oração coordenada explicativa x Oração subordinada adverbial
B-2 – Adversativas (mas, porém, etc.) causal
A noção básica da adversativa é a de quebra de expectativa: As duas podem ser iniciadas por PORQUE (ou
O time da casa jogou bem, mas o seu adversário fez uma ‘pois’)
atuação surpreendente. Como diferenciá-las?
Fui a um cinema sofisticado; todavia, a platéia se Porque EXPLICATIVO = introduz uma justificativa/explicação para
comportou mal. uma opinião, suposição, ordem ou pedido:
Não zombe dele, pois está apaixonado. [Justificativa de um pedido]
B-3 – Alternativas (ou) Acho que devemos acelerar, que o caminho é longo. [Justificativa de
Expressam idéias que se excluem: uma opinião]
Nossa vista está embaçada ou isso é neblina? Deve ter chovido, porque o chão está molhado. [Justificativa de uma
Ora trabalho, ora descanso. (Para Azeredo, coordenadas opinião ou suposição]
correlativas.)
Porque CAUSAL = introduz um fato que serve como causa (a oração
B-4 – Conclusivas (logo, etc.) com a qual combina expressa a conseqüência). A combinação de
São da “família” do ‘logo’: ‘portanto’, ‘então’, ‘assim’, ‘por orações expressa, portanto, a relação lógica entre CAUSA e
isso’, ‘por conseguinte’, ‘de modo que’, ‘em vista disso’, etc. CONSEQÜÊNCIA.
A segunda oração coordenada carrega a conjunção e exprime O chão está molhado porque choveu.
conclusão ou conseqüência lógica em relação ao conteúdo da primeira: conseqüência causa
Teu amigo está doente e sem recursos; portanto deves
auxiliá-lo. Cheguei atrasado ao trabalho porque dormi
O dia está lindo, por isso, as praias estão cheias. demais.
conseqüência causa
Observação: O conectivo POIS ‘somente se for usado após o verbo’ é
sinônimo de “por isso” e “portanto”, ou seja, expressa conclusão somente
nesta posição: Está chovendo; leve, pois, um guarda-chuva.
sujeito
3- Subordinação
As orações subordinadas funcionam como um termo de outra Geralmente são usadas com verbos em terceira pessoa seguidos de
oração: ‘que’ ou ‘se’:
Exemplos: Convém que não faltemos à reunião.  Convém isto.
A) Sujeito Parecia que era longe o lugar. Parecia isto.
A sua volta é importante. Sucedeu que todos se retiraram ao mesmo tempo.  Sucedeu isto.
sujeito Está claro que ninguém acredita nessa história.  Está claro isto.
Que você volte é importante. É importante que você volte.  É importante isto.
or. subordinada subjetiva Não é sabido se haverá aula amanhã.  Não é sabido isto.
Quem espera alcança.  Ele alcança.
B) Objeto direto
Aguardo seu regresso. Obs. Numa interpretação que admite o uso do ‘se’ “formador de voz
obj. direto passiva” junto a verbos transitivos diretos, também há orações
Aguardo que você regresse. subjetivas nesta estrutura. Compare:
or. subordinada objetiva direta Isto é sabido. = Voz passiva desenvolvida (com verbo ser+particípio
passado) [Isto = sujeito]
C) Adjunto adverbial Sabe-se isto. = Voz passiva sintética (com ‘se’) [Isto = sujeito]
À saída do cinema, Pedro encontrou Paula. Sabe-se que ele virá. = Que ele virá é sabido. [Que ele virá = sujeito]
adjunto adverbial
Quando saía do cinema, Pedro encontrou Paula. 1.b – OBJETIVAS DIRETAS
or. subordinada adverbial Ele disse que não se lembrava do nome do livro.  Ele disse isto.
Não sei se devo ir à festa.  Não sei isto.
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES Queremos que ele venha.  Queremos isto.
SUBORDINADAS Eu perguntei onde ele nasceu.  Perguntei isto.
Ele me disse de quem era filho.  Ele me disse isto.
Não vi quem quebrou a janela.  Não vi a pessoa.
Podem ser SUBSTANTIVAS, ADJETIVAS e ADVERBIAIS:
1.c – OBJETIVAS INDIRETAS
1- Subordinadas SUBSTANTIVAS O aluno lembrou-se de que o professor chegaria mais tarde.  O
Orações que desempenham, no período composto, as mesmas aluno lembrou-se de algo/disto.
funções sintáticas desempenhadas pelos substantivos no período Obedece a quantos te são superiores.  Obedece a estas pessoas.
simples: O narcisista gosta de se olhar no espelho.  Ele gosta disto.

1.a – SUBJETIVAS (função de sujeito) 1.d – COMPLETIVAS NOMINAIS


Eu estou certo de que a carta será encontrada.  Eu estou certo disto.
É necessário que você estude.  É necessário o seu estudo. [É necessário Eu tenho certeza de que ela será encontrada.  Eu tenho certeza
isto.] disto.
Temos necessidade de que tudo corra bem.  Temos necessidade [A = pronome demonstrativo substantivo, “aquela moça”]
disto.
Outros exemplos de adjetivas:
1.e – PREDICATIVAS “Há uma outra pátria onde as flores são sempre viçosas.”
O correto é que todos cheguem cedo.  O correto é isto. (Castro Alves)
A conclusão foi que ela tinha razão.  A conclusão foi esta. O pássaro fugiu do ninho em que [onde] nasceu.
Ela trouxe o livro de que eu falei ontem.
1.f – APOSITIVAS (função de aposto) Esta é a razão por que [pela qual] eu me atrasei hoje.
Uma coisa me assombrava: que eles tivessem mentido. A maneira pela qual [como] o receberam foi ótima.
Uma coisa me assombrava: terem eles mentido. Ela era uma mulher cujos olhos faiscavam.
Ela me disse isto: não me aborreça.
Ela me disse isto: que eu não a aborrecesse.
Um temor o perseguia: que a velhice lhe enfraquecesse. As subordinadas adjetivas podem ser RESTRITIVAS ou
EXPLICATIVAS:
1.g – AGENTES DA PASSIVA Henriques (2003, p.113) mostra como o uso da vírgula pode
O grupo de monitores era formado por quem soubesse os conteúdos. diferenciar as restritivas das explicativas:
Este trabalho foi feito por quem entende. (a) Adoro os filmes de Hitchcock, que revejo sempre.
Ele é estimado por quantos o conhecem. [Adjetiva explicativa]
(b) Adoro os filmes de Hitchcock que revejo sempre.
[Adjetiva restritiva]
2- Subordinadas ADJETIVAS
Exercem a função sintática de adjunto adnominal e vêm O autor da frase (a) adora todos os filmes de Hitchcock e
normalmente introduzidas pelos pronomes relativos ‘que’ ou ‘onde’: sempre os revê.
Ela tem olhos que seduzem. Ela tem olhos sedutores.
O autor da frase (b) adora somente os filmes que costuma rever.
adjunto
adnominal
Aqui, a oração é restritiva, ou seja, restringe, limita o termo que está
sendo adjetivado (‘os filmes de Hitchcock’).
Vêm junto de um substantivo, como no exemplo acima (olhos
“que seduzem”), ou de um pronome substantivo:
Aquele que disser algo será responsabilizado pelas suas 3- Subordinadas ADVERBIAIS
palavras.
[Aquele = pronome demonstrativo substantivo, “aquela Exercem a função sintática de adjunto adverbial de outra oração.
pessoa”] Classificação:

“Bendito o que semeia livros.” (Castro Alves)


[O = pronome demonstrativo substantivo, “aquela pessoa”]
3.a – CAUSAIS (porque, pois, como)
Esta moça não é a que você encontrou na praia?
Apresentam uma idéia que é suplantada pela idéia
Como já foi visto, a oração subordinada adverbial causal se contida na oração principal.
diferencia da coordenada explicativa. A primeira está relacionada a uma Embora seja verdadeira, há elementos estranhos nessa história.
relação lógica e factual de causa e conseqüência: a oração principal “Nem que venham agora contra mim o sol e a lua, não recuarei das
relata a conseqüência e a subordinada causal, como o próprio nome minhas idéias.” (M. de Assis)
sugere, apresenta a causa: Ele não progrediria na vida, ainda que se esforçasse muito.
Cheguei atrasado ao trabalho porque dormi demais. Apesar de que se esforçou muito, ele não progrediu na vida.
conseqüência causa Sem que seja estudante excelente, Maria conquistou o respeito dos
mestres.
Como dormi demais, cheguei atrasado ao trabalho.
causa 3.d – CONDICIONAIS (se, caso)
Apresentam uma circunstância da qual depende a realização do
Todos ficaram em casa, pois estava chovendo. fato contido na oração principal:
Todos ficaram em casa, já que (uma vez que) estava Se eu tiver dinheiro, vou comprar um carro novo.
chovendo. condição fato a realizar-se
or. subordinada or. principal
3.b – COMPARATIVAS
Seus olhos brilham como as estrelas [brilham]. (igualdade) Se eu tivesse oportunidade, conheceria o mundo inteiro.
Os brasileiros festejam mais (do) que os europeus [festejam]. Se acontecer algum problema, entre em contato comigo.
(superioridade) Caso aconteça algum problema, entre em contato comigo.
Nosso time ganha mais (do) que perde. (superioridade)
Seus irmãos viajam tanto quanto eu troco de camisa. (igualdade)
3.e – CONFORMATIVAS (conforme)
Obs. Oiticica (1952, p. 34-36) defende que algumas estruturas comparativas Conforme nós havíamos combinado, amanhã haverá uma palestra
tradicionalmente chamadas de subordinadas são, na verdade, correlativas, pois sobre cinema.
uma não está subordinada à outra principal e, por outro lado, também não há Como todos já sabem, não teremos aula na semana do carnaval.
coordenação, pois as orações não são independentes: Segundo disse Buda, tudo é dor./ Como disse Buda, tudo é dor.
Dois termos são indispensáveis ainda, aqui: primeiro o avérbio
de intensidade ‘mais’; depois a conjunção ‘que’, freqüentemente 3.f – CONSECUTIVAS (que)
acrescida de ‘do’ (‘do que’)... Expressam conseqüência:
Alguns exemplos do autor são:
A modelo era tão bonita, que encantava a todos.
César lê mais, que escreve.
“Outrora o passado surgia com tanto vigor na vida desse homem, que
César escreve mais depressa do que Hélio lê.
anulava o presente.” (José de Alencar)
Alberto é mais vivo que Donato [é vivo].

3.c – CONCESSIVAS (embora, apesar de) OBS. Como existe uma ligação semântica e sintática muito forte entre a
conjunção ‘que’ da oração que expressa conseqüência e a palavra de
intensidade (‘tão’, ‘tanto’) da oração anterior, que expressa a causa,
José Oiticica (1952, p. 40-52) classifica a relação entre as duas orações Quando a visita chegou, estávamos jantando. (Simultâneo)
de ‘orações correlatas consecutivas’: Enquanto conversávamos, escutávamos música. (Simultâneo)
“Tanto o animei, que ele publicou o trabalho” (p. 40)
“Ele falou tão bem, que a todos comoveu.” (p. 43) OBS. “Depois que” introduz o evento anterior e “Antes que” o evento
“Seu susto foi tal, que ela desmaiou.” (p. 43) posterior:
“As coisas chegaram a tal ponto, que desistimos.” (p. 49) Depois que a visita chegou, jantamos.
Antes que você tome alguma atitude, deve pensar mais.
3.g – FINAIS (para que; a fim de que)
Expressam finalidade: Também há o sentido de iteração (freqüência, repetição periódica):
Ele simulou doença para que o deixassem sair. Cada vez que a vejo, sinto-me inibido.
Ela trabalha muito, a fim de que não falte à família.
A classificação das adverbiais, acima apresentada, acompanha a
3.h - PROPORCIONAIS classificação das conjunções subordinativas. Mas há orações
A idéia de proporção pode ser expressa pelas locuções subordinadas adverbiais sem conjunções. Henriques (p. 126) oferece
conjuntivas “à medida que” e “à proporção que”: alguns exemplos e os compara a advérbios (não-oracionais):
A inundação aumentava à medida que subiam as águas do rio.
Ganhamos experiência à proporção que envelhecemos. Advérbios Orações adverbiais Classificação:
Segundo Rocha Lima (p.283), também podem ser usadas Moro numa rua deserta. Moro onde não mora
as seguintes expressões correlativas: ninguém.
quanto mais... (tanto) mais; Vou à praia com a minha Vou à praia com quem me
quanto menos... (tanto) menos; família. dê carona.
quanto mais... (tanto) menos; Jogo sinuca contra Jogo sinuca contra quem Oposição
quanto menos... (tanto) mais; qualquer um. quiser.
quanto maior... (tanto) maior; Falarei sobre literatura. Falarei sobre quem você
quanto melhor... (tanto) pior; mais admira.
quanto maior... (tanto) menor, etc. Partiremos com lágrimas Partiremos chorando.
Exemplos: nos olhos.
Quanto mais eu trabalho, menos eu ganho.
Quanto maior é a altura, maior o tombo.
Quanto mais eu rezo, mais asombração me aparece.
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3.i – TEMPORAIS (quando) -----------
Expressa evento anterior, simultâneo ou posterior a outro evento
expresso na oração principal:
Quando a visita chegar, jantaremos. (Anterior)
Assim que o professor chegou, os alunos se levantaram.
(Imediatamente anterior)
ORAÇÕES REDUZIDAS
Orações subordinadas podem conter verbos numa forma finita
(indicativo ou subjuntivo) ou numa forma não-finita (ou nominal:
infinitivo, gerúndio ou particípio). No segundo caso, não há conjunções
ou pronomes relativos ligando uma oração à outra: são as orações
REDUZIDAS.
Alguns exemplos:
A) Reduzidas de GERÚNDIO:
Partiremos chorando. = Oração subordinada adverbial modal.
A pintura, revelando paisagens lindas, enfeitava a parede. = Oração
subordinada adjetiva explicativa. (“...que revelava paisagens lindas...”)

B) Reduzidas de INFINITIVO:
Convém perguntar. = Oração subordinada substantiva subjetiva.
(“...que perguntemos.”)
Para não chegar atrasado, acordei mais cedo. = Oração subordinada
adverbial final. (“Para que não chegasse atrasado...”)
Ao telefonar, soube que meus parentes tinham regressado. = Oração
subordinada adverbial temporal. (“Quando telefonei...”)
Aconselharam-no a agir com prudência. = Oração subordinada
substantiva objetiva indireta. (“... a que agisse com prudência.")

C) Reduzidas de PARTICÍPIO:
Resolvidos os problemas na empresa, fomos para casa. = Oração
subordinada adverbial temporal. (“Quando/ Assim que foram resolvidos os
problemas na empresa...”)

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