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Sinopse

Aarya é uma loba de 19 anos que nunca se considerou uma romântica


incurável até que o menino que ela amava a deixou pela companheira
dele. Com o coração partido, ela relutantemente vai ao Baile Lycan, onde
conhece o Rei Lycan Dimitri Adonis — e a conexão entre eles é
instantânea. Agora o ardente casal deve navegar pelo perigoso mundo da
intriga imperial enquanto enfrenta ex-amantes rejeitados, subordinados
ciumentos e muito mais.
Classificação etária: 18+

E-book Produzido por: Galatea Livros e SBD


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Sumário dos Livros
Livro 1
Livro 2 – Ainda não Lançado
Livro 1
Capítulo 1
— Ele me beijou profundamente e eu sabia, naquele momento, que
estaríamos bem. — Fechando o livro agora acabado, suspirei.
Normalmente eu não era o tipo de garota obcecada por histórias
românticas, mas na semana passada isso mudou.
Tudo o que tenho feito é ler estas histórias românticas irrealistas e
obviamente me imaginar como a protagonista feminina. Quem é o
protagonista masculino, você pode estar se perguntando?
O mesmo cara que roubou meu coração quatro anos atrás, Hunter
Hall.
— Aarya, você quer ir fazer compras comigo? — Gritou minha mãe
escada a cima com sua voz inconfundível.
— Não, mãe. — Eu respondi.
Aarya Bedi, esse é o meu nome. Tenho dezenove anos, e se você não
notou pelo meu nome, eu sou indiana, e sim, sou uma lobisomem.
Atualmente, vivo com meus pais, Sid e Tara; eles são
acasalados/casados há vinte e sete anos. Meu irmão mais velho, Sai, tem
vinte e quatro anos e sua companheira, Zoya, também tem vinte e quatro
anos.
Nossa alcateia se chama Lua Negra; eu amo nossa comunidade. Todos
se conhecem e crescer aqui foi incrível. No momento, estou treinando
para ser uma médica da alcateia; sempre foi algo que eu quis fazer.
Lembro-me quando eu costumava ser provocada quando dizia que
queria me tornar uma médica da alcateia. A cor da minha pele e os
estereótipos eram o motivo, é claro.
Todos pensavam que essa era a carreira perfeita para mim, já que sou
indiana, e todos nós aparentemente somos médicos, advogados ou
contadores. Costumava me incomodar, mas agora eu não ligo.
Minha mente estava a mil com pensamentos sobre Hunter Hall; ele
era nosso Beta. Ele e nosso alfa, Carter Ward, foram enviados para
treinamento há quatro anos, e voltariam hoje.
Ainda me lembro do dia antes deles partirem. Hunter veio até mim
com seus lindos olhos azuis e me disse para esperar por ele. Eu tinha
apenas quinze anos na época, mas eu sabia que esperaria por ele.
Afinal de contas, eu estava totalmente apaixonada pelo Hunter. Foi
nele que dei meu primeiro beijo; ainda me lembro da sensação de seus
lábios contra os meus.
A maioria dos lobos encontra seus companheiros aos dezoito anos, e
como Hunter não estava aqui quando eu fiz dezoito anos e não encontrei
meu companheiro, eu estava convencida de que Hunter era meu
companheiro.
Suspirando, saí da cama e caminhei até a minha estante. Tive que
pensar em outra coisa, senão eu ficaria louca. Minha estante estava
repleta de livros. Pode-se dizer que eu era uma bibliófila.
Meus dedos passaram pelas capas de muitos livros antes de parar em
um. Peguei ele e suspirei. Era a história dos humanos, lobisomens e
Lycans. Não história de ficção, mas de fatos.
Eu sabia que se lesse outra história romântica, meus pensamentos
irracionais nunca me deixariam descansar.
Me acomodei na cama e comecei a ler. Humanos, lobisomens e
Lycans viviam todos em paz, e vivemos assim há milhares de anos.
Não era segredo que os Lycans governavam a nós todos; eles eram
muito mais fortes e poderosos do que nós, lobisomens.
Nossa família real era composta inteiramente de Lycans. Sempre os
achei extremamente intimidadores; eles tinham essa aura sobre eles.
Passando pela história de como nós nos reunimos para uma
importante batalha, cheguei ao capítulo que sempre me intrigou.
Companheiros dos Lycans. Eles eram considerados tão preciosos para
os Lycans. Dizia-se que se um Lycan perde o seu companheiro, eles
entram em erupção e podem matar milhares e destruir cidades.
Existe um exército especial que é treinado para lidar com tais
situações. Os Lycans só podem ter um companheiro. Eles são incapazes
de selecionar e acasalar com outro alguém se seu parceiro morrer, como
nós, lobisomens, fazemos.
Eu sempre achei isso tão fascinante. Se um lobisomem perde o
companheiro, podemos encontrar a felicidade escolhendo e acasalando
com outra pessoa, mas os Lycans não eram capazes de fazer isso.
É por isso que o companheiro de uma Lycan era tão precioso, e
também tornava os Lycans extremamente leais. Ao continuar lendo, me
deparei com a parte do envelhecimento. Os Lycans param de envelhecer
aos vinte anos.
Muitos continuam celebrando seus aniversários, apesar de
continuarem tecnicamente com vinte anos; podem viver centenas de
anos.
Antes do nosso rei atual, o rei anterior governou por quinhentos anos
antes de passar o comando ao seu filho. Conta-se que ele foi viajar com
sua companheira, e ninguém mais ouviu falar deles desde então.
Nós, lobisomens, também vivemos por muito tempo, mas não tanto
quanto os Lycans; envelhecemos lentamente.
A história também dizia que se o parceiro de uma Lycan é um
humano ou um lobisomem, seu corpo se ajusta para se tornar uma
Lycan. Eles se tornam mais fortes e mais poderosos e são considerados
como um Lycan.
Essa parte sempre me assustou, mas eu sabia que era verdade. Afinal,
minha melhor amiga era agora uma Lycan.
Apesar de nunca ter admitido isso a ela, sempre me senti intimidada
por ela. Ela mudou, e isso me assustou.
Como o livro não era novo, ele não mencionava nosso novo rei,
Adonis Dimitri Grey. Aparentemente, todos o chamavam de Dimitri, e
somente aqueles que eram suficientemente próximos a ele podiam
chamá-lo de Adonis.
Nosso rei era estranho; ele assumiu o trono sem nenhuma
companheira ao seu lado, o que era inédito. Todos os reis Lycan antes
dele haviam encontrado suas companheiras antes de se tornarem reis.
Ele também odiava fotos, aparentemente; havia apenas três. Uma
quando ele nasceu, outra quando seus irmãos nasceram, e a última
quando ele assumiu o trono.
Eu era apenas uma criança quando ele assumiu o trono; já se
passaram dez anos. Ninguém sabe realmente a verdadeira idade do rei, e
suspeito que ele provavelmente também não conta a ninguém.
Um som familiar começou a tocar, e eu rolei para pegar meu telefone,
que estava carregando. Ao ver o nome piscar na tela, sorri e respondi
rapidamente.
— Sophia Butler, há quanto tempo, — provoquei.
— Aarya Bedi, não me provoque. Você sabe que tenho estado
ocupada, — lamentou minha melhor amiga Sophia.
— Você tem estado realmente ocupada? Ou o Luke tem mantido você
presa? — continuei provocando.
Sophia riu:
— Você é horrível. Você sabe que eu tenho estado ocupada. Aliás, o
Baile Lycan está chegando! Você não está animada?
Ah sim, o Baile Lycan. A maneira do reino de garantir que todos da
alcateia possam ver o palácio e conhecer o rei. Eu odiava isso.
Esta foi a segunda vez que nossa alcateia foi escolhida para ir, mas
seria a minha primeira vez. Sempre detestei bailes, formaturas escolares,
recepções de casamento. Não sei o porquê, já que adoro me vestir.
Tenho a sensação de que a razão pela qual eu odiava o Baile Lycan,
mesmo nunca tendo ido, era porque eu estava intimidada pelos Lycans.
Na primeira vez que fomos escolhidos, eu estava com uma gripe
terrível. Meus avós voaram do Canadá, onde moram, para vir cuidar de
mim enquanto o resto da minha família ia ao Baile.
Foi assim que minha melhor amiga conheceu seu companheiro
Lycan, Luke.
Ela é aquela que eu mencionei antes. Sophia conheceu Luke no baile
há quatro anos, e desde então, ela mudou muito.
Não me entenda mal, fiquei muito feliz quando ela me ligou e me
disse, mesmo que ela estivesse vomitando. Mas uma parte de mim sabia
que eu iria perder minha melhor amiga.
Afinal, ela era uma Lycan agora, e eles tinham papéis e
responsabilidades muito importantes. Seu companheiro, Luke Martin,
era o chefe dos guerreiros, então Sophia permanecia ocupada o tempo
todo.
Como ela adorava organizar, ela ficou encarregada de organizar
eventos importantes, e o Baile Lycan era o mais importante que Sophia
organizaria.
— Oh sim. Estou tão ansiosa por isso, — respondi sarcasticamente.
— Bem, o bom é que você vai poder me ver. — Sophia tentou me
animar.
— Isso é verdade. Não nos vemos há um ano. Não desde que você
voltou para casa para ver seu sobrinhozinho. — Suspirei.
— Eu também sinto sua falta. Gostaria de poder voltar mais vezes. —
Sophia também suspirou.
— Você está ocupada, eu entendo. Mas ainda bem que temos a
tecnologia. Podemos conversar sempre mesmo que não estejamos juntas,
— disse eu.
— Isso é tão verdade. Oh, Aarya! Mal posso esperar para ver você!
Você vem amanhã, né? — perguntou Sophia.
— Sim, amanhã. Bem cedo. — Suspirei: — Pare de suspirar! Pelo
menos tenta ficar um pouco animada, — reclamou Sophia.
— Está bem, me desculpe. Vou tentar. — Ri.
— Bem, tenho que ir agora. O dever me chama, mas mal posso
esperar para vê-la amanhã, — respondeu Sophia.
— Vejo você amanhã, — disse eu, desligando.
Não demorou muito para minha mãe entrar no meu quarto com
Zoya, carregando uma bolsa. Eu sabia o que tinha dentro: meu vestido
para o baile.
— Aarya, você precisa fazer as malas. Você sabe que amanhã partimos
cedo, — disse mamãe, abanando a cabeça para mim.
Gemendo, Zoya riu e disse:
— Vou ajudá-la a fazer as malas.
Mamãe acenou com a cabeça e saiu. Zoya me arrastou para fora da
cama e me ajudou a fazer as malas. Foi uma distração para não pensar em
Hunter.
Assim que terminamos, perguntei a Zoya:
— Então, alguma notícia de quando Hunter e Carter voltarão?
— Por quê? Impaciente, né? — Zoya riu.
— Não, só estou curiosa, só isso. — Eu virei meus olhos.
Zoya era a única da minha alcateia que sabia que Hunter me beijou e
que eu o amava. Todos os outros pensavam que eu tinha apenas uma
queda por ele.
Eu não queria que meus pais soubessem, e especialmente meu irmão.
Ele não aceitaria muito bem a notícia, mas eu sabia que podia confiar em
Zoya.
— Bem, eles devem estar aqui muito em breve. Você está nervosa? —
Zoya perguntou.
— Um pouco. Mal posso esperar para vê-lo, — admiti.
Zoya e eu sentamos na minha cama e conversamos por um tempo.
Adorei o fato de poder me abrir com Zoya; ela era basicamente minha
irmã.
Sai disse que adorava ver que sua irmã e sua companheira tinham um
relacionamento incrível. Tive muita sorte de Zoya ser tão legal! Depois
que Sophia partiu, eu me senti só, mas Zoya estava sempre lá para me
apoiar.
Pouco tempo depois, minha audição de lobisomem captou o som dos
carros a caminho. Eu pulei, meu coração batia tão rápido quanto os meus
nervos que começavam aflorar.
Finalmente chegou a hora. Eu iria ver o Hunter depois de quatro
anos.
Zoya segurou minha mão enquanto descíamos juntas. Eu parecia
bem? Passei minhas mãos pelo cabelo e Zoya balançou a cabeça.
Respire fundo, Aarya, você conseguiu. Está tudo bem. Felizmente,
nossa casa era perto da casa da alcateia, onde o alfa e o beta viviam com
suas famílias.
Sai estava esperando por nós lá embaixo e segurou a mão de Zoya.
— Vamos ver nosso alfa e beta.
Zoya não largou minha mão enquanto andávamos a curta distância
até os carros que já estavam estacionados. Meu coração batia tão rápido,
que eu só queria ver Hunter.
Caminhamos até os carros, e minha loba estava inquieta. Era esse o
sinal que eu estava procurando? Meu companheiro estava aqui?
Meus sonhos estavam se tornando realidade. O Hunter sairia daquele
carro e saberia que somos companheiros. Ao ouvir a porta do carro abrir,
minha cabeça se girou ao som.
Primeiro, nosso alfa, Carter Ward, saiu. Ele não havia mudado nem
um pouco. Bem, exceto que ele ficou musculoso. Seus olhos verdes
brilharam com malícia e felicidade. Sim, o mesmo Carter de sempre.
Ele tirou um pouco dos seus cabelos loiros do rosto antes de abraçar
seus pais e seu irmão mais novo. Observei ele cumprimentar a todos
antes de parar em mim.
Tive sorte de o futuro alfa querer ser meu amigo. Durante toda a
escola, Carter sempre esteve presente ao meu lado e eu não conseguia lhe
agradecer o suficiente.
Eu o considerava um dos meus melhores amigos, junto com Sophia.
Um sorriso contagiante tomou conta de seu rosto, e eu me vi
sorrindo também. Quando dei por mim, Carter me pegou e me girou,
fazendo os adultos rirem.
— Aarya! Oh, como eu senti sua falta! Você mudou um pouco.
Puberdade, hein? — Carter provocou.
Revirei os olhos e o abracei.
— É bom ver você também, Carter. Você não mudou nada. Não se
preocupe, às vezes as pessoas demoram a amadurecer, — brinquei,
ganhando risadas dos pais de Carter.
Carter sorriu e me abraçou novamente.
— Eu realmente senti sua falta, Risonha.
— Eu também senti sua falta, — rindo do apelido de Carter para mim,
que ele não havia esquecido.
Ao ouvir a porta do carro ser aberta, olhei sobre os ombros de Carter
para ver um corpo familiar saindo do carro. Suas costas estavam voltadas
para mim, então ele não sabia que eu estava atrás dele.
Eu queria ver seus olhos azuis cheios de amor e adoração por mim.
Carter saiu do caminho e ficou ao meu lado, o que eu achei um pouco
estranho. Ele não deveria ter continuado a cumprimentar a todos?
Talvez ele quisesse ver o momento em que eu e Hunter nos
reconheceríamos como companheiros. Sim, deve ser isso.
Minha loba continuava lá, alimentando meus pensamentos de que
Hunter era de fato meu companheiro. Eu observava como seu cabelo
castanho claro soprava ao vento. Suas costas ainda estavam voltadas para
mim; eu só queria que ele se virasse.
O que ele estava esperando?
Bem quando eu pensava que ele estava prestes a se virar, e aquele
momento mágico com o qual eu sonhava iria acontecer, Hunter voltou
para o carro e estendeu sua mão.
Meu coração parou quando vi uma mão bem cuidada pegar a de
Hunter. O sorriso sumiu do meu rosto e foi substituído por um olhar de
traição.
Capítulo 2
Carter segurou minha mão, e agora percebi porque ele estava ao meu
lado. Ele sabia sobre o beijo entre mim e Hunter, ele sabia sobre minha
paixão por Hunter, e ele sabia que eu ficaria arrasada quando o visse.
Meus olhos não saíram das costas de Hunter enquanto ele ajudava
uma garota deslumbrante a sair do carro. Bastava um olhar para os dois
para saber que eles eram companheiros. Meu coração parecia partido em
milhões de pedaços.
Meu ritmo de lobo não batia porque Hunter era meu companheiro,
mas porque Hunter tinha uma companheira. Era uma grande diferença.
As lágrimas ameaçavam cair, mas eu me recusei a deixá-las. Hunter
não podia ver o quanto isso me afetava; eu precisava ser forte.
Virei-me para olhar para Carter, que tinha um olhar de culpado no
rosto. Eu sorri tristemente para ele e balancei minha cabeça. A culpa não
foi dele, e não foi de Hunter, realmente; você não pode escolher seu
companheiro.
Embora esta seja a única vez que eu desejei que você pudesse. Ver a
pessoa que você esperou ser sua companheira aparecer com outra, foi
como receber uma facada no estômago.
Quatro anos desperdiçados, sentada e esperando por ele como uma
completa idiota.
Hunter estava a caminho com a sua companheira. O sorriso em seu
rosto foi outro golpe para mim.
Eu gostaria que ele tivesse aquele sorriso quando olhou para mim,
mas aquele sorriso estava reservado para sua companheira, e não era eu.
Soltei a mão de Carter e limpei minhas palmas suadas no meu jeans.
Hunter estava apresentando sua companheira a Sai e Zoya; eu era a
próxima. Eu não podia deixá-lo ver o quanto eu estava chateada.
Em vez disso, eu deveria ficar feliz por ele, como todos os outros.
Esperava passar pela apresentação sem chorar.
Eu respirei fundo enquanto Hunter veio até mim. De repente, as
lembranças de nós, há quatro anos, passaram diante dos meus olhos. Seu
sorriso lindo, aquele beijo incrível, suas promessas.
Fechando os olhos, mergulhei no meu devaneio. Quando eu os abri,
Hunter estava sorrindo para mim, não como costumava fazer. Apenas
um sorriso amigável, como ele tinha sorrido para todos os outros.
— Aarya, gostaria que conhecesse minha companheira, Lana Reed. —
E fez um gesto em direção à sua companheira.
— É um prazer conhecê-la, Lana. Boa sorte em domar este aqui, —
brinquei.
Lana riu e disse:
— Eu gosto de você! Você é engraçada. Espero que possamos sair
mais. Eu preciso de mais amigas.
Meu intestino se contorceu com as suas palavras; ela era tão
simpática. Isso tornou mais difícil odiá-la.
— É claro. Adoraria sair com você. — Sorri. Maldito seja eu por ser
muito educada. Por que eu não poderia dizer que não queria sair com
ela?
Lana sorriu de volta, e o casal avançou a fila. Carter tinha ido embora,
e eu fiquei parada ali apenas com meus pensamentos.
Zoya tocou gentilmente meu ombro, me fazendo pular. Olhei para ela
e vi a tristeza em seus olhos. Suspirei e balancei a cabeça.
Eu não queria falar, e não queria compaixão. Eu só queria sentar no
meu quarto e chorar, mas não podia sair ainda.
Ao invés de meus olhos seguirem Hunter e Lana, me concentrei em
Carter, que estava conversando com os membros do conselho.
Quando ele terminou de falar com os membros do conselho, voltou o
olhar para mim, provavelmente sentindo meu olhar, que estava
firmemente preso a ele.
Ele veio até mim e sussurrou:
— Vá para casa, Aarya. Eu lhe dou permissão. Não fique aqui
enquanto você está se despedaçando. Você precisa ir para casa.
Olhei para ele com lágrimas nos olhos e sussurrei:
— Por que não me contou?
Carter parecia chateado. Ele limpou uma lágrima perdida que havia
escapado.
— Oh, Risonha. Eu não sabia como fazer. Eu não queria lhe dizer por
telefone ou por carta. Queria lhe dizer pessoalmente, mas não tive a
oportunidade. Lamento muito.
Fungando, suspirei:
— A culpa não foi sua. Tenho que seguir em frente, mas também
preciso de algum tempo para chegar a um acordo quanto a isto.
Carter acenou com a cabeça, entendendo o que eu estava dizendo.
Beijou minha testa e eu me virei, voltando para minha casa.
Ouvi Carter dizer à minha família e a todos que ele me deixou ir para
casa porque eu estava cansada. Assim que cheguei em minha casa, corri
para cima e me transportei para roupas confortáveis.
Eu costumava usar a camiseta de Hunter todas as noites para dormir,
mas a tirei do meu armário e a joguei direto no lixo. Não deveria mais
usá-la; perdi todo o direito sobre Hunter quando ele encontrou sua
companheira.
Sua companheira. Meu coração se partiu ainda mais, se é que isso era
mesmo possível.
Desabando na minha cama, deixei as lágrimas caírem. Deixei que elas
ensopassem o meu travesseiro e me deixei chorar. Todo este desgosto foi
demais para mim.
Depois de todo esse tempo de querer um companheiro, de querer o
que meus pais tinham, eu me vi sem querer um companheiro. Eu não
queria que alguém me amasse; eu estava quebrada. Eu não queria a dor
de ter um companheiro.
Os companheiros foram feitos para serem algo mágico, e eu
costumava acreditar nisso de todo coração, mas agora não acreditava
mais. Companheiros causam dor e tristeza. Quem quer isso?
As lágrimas não cessaram quando minha família chegou em casa.
Ouvi minha mãe parar do lado de fora da minha porta esperando que ela
não entrasse.
Prendi a respiração para parar meus soluços. Se mamãe me ouvisse
chorar, ela não hesitaria em entrar no meu quarto.
— Tara, deixe-a dormir. Temos que acordar cedo amanhã, — disse
silenciosamente a voz de meu pai. Ouvi os passos se afastarem e olhei
para o teto. Papai tinha razão, amanhã levantaremos cedo. Precisava
dormir um pouco.
Fechando meus olhos, me deixei perder no meu mundo de sonhos....
Um zumbido alto me fez gemer quando rolei e desliguei o alarme
telefônico. Hoje era o dia do Baile Lycan.
Eu estava com medo porque sabia que estaria cansada. Com sorte, eu
conseguiria dormir no carro.
Me forcei a sair da cama, me vesti e me encolhi quando vi as olheiras.
Claramente, a noite não foi uma boa noite de sono.
Suspirando, me arrumei e coloquei maquiagem para parecer um
pouco mais viva.
Quando desci as escadas, meus pais estavam bebendo suas xícaras de
chá, e Sai e Zoya estavam tomando o café da manhã.
De repente, quatro pares de olhos se viraram para me olhar e vi a
mesma coisa neles. Simpatia.
Eu não queria a simpatia deles. Tudo o que eu realmente queria era
deitar na cama e chorar o dia inteiro, mas eu sabia que isso não iria
acontecer. Eu precisava provar para Hunter e para mim mesma que era
forte.
Meu pai me deu uma xícara de café e eu sorri.
Mamãe e Zoya falaram sobre como o baile seria incrível para mim, já
que seria a minha primeira vez. Fiquei grata pela distração.
Após comermos, era hora de pegar a estrada. Entrei no carro e
imediatamente saquei meus fones de ouvido, dei play na música e
coloquei minha cabeça contra o vidro frio.
Papai e Mamãe me deixaram em paz enquanto eu deixava a música
me levar para o meu próprio particular. Em pouco tempo, o sono tomou
conta de mim, dando ao meu corpo a tão necessária pausa.
— Aarya, acorda. — Minha mãe gentilmente me sacudiu.
Esfreguei o sono dos meus olhos e percebi que estávamos em um
posto de gasolina. Estiquei meus braços e saí do carro. Zoya e Sai saíram
de seu carro e acenaram para mim.
— Vá e pegue algo para comer e certifique-se de ir ao banheiro. Ainda
nos restam duas horas, — disse a mamãe, entregando-me algum
dinheiro.
Suspirando, entrei na loja para comprar algo para comer. Acho que
tinha uma cara feia permanente gravada em meu rosto porque todos
olharam para mim, mas depois rapidamente desviaram o olhar.
— Risonha. Ou devo dizer cara feia? Por que esse cara? — Carter
bagunçou meu cabelo.
— Urgh, sério? Porque o cabelo? — Reclamei, empurrando Carter
para longe e arrumando meus cabelos.
— Porque não posso fazer isso há quatro anos e sua reação não tem
preço, como sempre. — Carter riu.
Revirando os olhos, eu rastejei pela loja, mas parei quando ouvi o riso
doentiamente doce de Lana. Oh ótimo, a última coisa que eu precisava
era ver Lana e Hunter.
— Vamos lá, Risonha. Vamos pegar um pouco de comida, rápido, —
disse Carter suavemente, me levando a outra direção da loja.
Peguei um embrulho junto com uma barra de chocolate e uma
garrafa de água. Enquanto estava na fila, ouvi novamente aquela risada.
Eles estavam atrás de mim.
Respire fundo, Aarya, respire fundo. Tudo que você precisa fazer é
pagar e partir. Não dê atenção a ele, eu disse a mim mesma.
Coloquei meus artigos no balcão e revirei os olhos enquanto ouvia
Lana rir mais uma vez. O que diabos Hunter estava dizendo para ela? Na
verdade, esqueça isso, eu não queria saber.
Depois de pagar, saí correndo da loja, precisando desesperadamente
de ar fresco. Eu queria esperar por Carter, mas também não queria correr
o risco de encontrar Hunter e Lana.
Decisões, decisões. Obviamente escolhi a melhor opção, que era ir até
o carro e evitar ver Hunter e Lana.
Por sorte, papai já estava no carro. Ele sorriu quando me viu subir
para o banco de trás. Eu me peguei olhando para fora da janela quando vi
Hunter e Lana.
Mesmo com apenas um olhar, eles pareciam aquele casal amoroso
que todos odeiam. Os que estão sempre dando demonstrações públicas
de afeto, e irritando todos em volta.
Hunter tinha seu braço sobre o ombro de Lana e a beijava no pescoço,
em público! Se eu pudesse ver, então todos os outros também poderiam.
Lana parecia estar gostando, no entanto.
Fiz uma careta e, ao mesmo tempo, fiz contato visual com Carter, que
estava engasgando atrás deles. Isso me causou gargalhadas. Ele sorriu
para mim, quando me viu rindo, e fingiu cortar a garganta dele.
Pelo menos eu sabia que não era a única que odiava ver isto.
Assim que mamãe voltou ao carro, papai nos disse que ainda restavam
pouco menos de duas horas. Já eram 11 da manhã, então estaríamos lá
por volta de uma hora.
Quando papai começou a dirigir, passei a primeira hora comendo
minha comida e lendo meu livro que eu havia empacotado. Chega de
romances para mim, esse era um livro de mistério, emocionante.
Definitivamente, mais o meu estilo. Na segunda hora, adormeci
novamente. Provavelmente foi uma boa ideia; eu precisava dormir antes
do Baile Lycan, esta noite.
Mamãe me acordou quando chegamos ao hotel. Carter veio até nosso
carro e sorriu quando me viu esfregando o sono dos meus olhos.
— A Bela Adormecida finalmente desperta, — diz ele, estendendo a
mão.
Peguei sua mão e disse:
— Tanto faz. Eu precisava dormir, caso contrário, não conseguiria
sobreviver esta noite.
— Eu também precisava dormir, mas não, eu tive que dirigir essa
maldita viagem até aqui, — reclamou ele enquanto entrávamos na
recepção do hotel.
Eu ri da cara de Carter e disse:
— Bem, durma um pouco quando fizermos o check-in.
— Então, Risonha. Hoje à noite, seja minha acompanhante no Baile
Lycan. Não consigo me imaginar indo com mais ninguém. Você é o
oxigênio que eu respiro, o..., — disse Carter dramaticamente.
Eu bati nele de brincadeira:
— Está bem, Sr. Dramático. Diminua o tom. Acho que vou com você.
— Bom. Se você tivesse dito não, eu a teria forçado de qualquer
forma. — Carter piscou o olho para mim e foi para onde seus pais
estavam se registrando.
Eu ri de como ele era bobo. Carter estava fazendo um bom trabalho
para me distrair, e eu sabia que era por isso que ele estava agindo mais
bobo do que de costume.
Enquanto caminhava até meus pais, meus ouvidos zonearam
involuntariamente a conversa de Hunter e Lana.
— Mal posso esperar até chegarmos ao nosso quarto. Só quero
arrancar essas roupas de você, — disse Hunter.
— Você não pode dizer isso! Todos podem ouvir você, — exclamou
Lana.
— Deixe que ouçam. Não me importo. Só quero mostrar você esta
noite no baile, — respondeu Hunter.
Agitando minha cabeça, me concentrei em qualquer outra coisa.
Senti que me intrometi na conversa particular deles, mas ainda doeu.
Hunter claramente não se lembrava do que aconteceu quatro anos
atrás, ou ele não se importava. Ele está feliz, e seguiu em frente.
Meu plano era ir com o Hunter esta noite porque, em meu mundo de
sonho, eu pensava que seríamos companheiros. Eu estaria na posição em
que Lana estava, mas eu não estava.
Quanto mais cedo eu percebesse isso, melhor seria para mim.
Suspirando, fui até meus pais, que me entregaram a chave do meu
quarto. Graças a Deus, eu tinha meu próprio quarto porque eu me
esforçava para não deixar caírem as lágrimas.
Papai e a mamãe estavam em um andar diferente do meu, então fui
para o meu quarto. Mamãe disse para eu começar a me preparar às 16h
porque os carros estariam aqui às 19h para nos buscar.
Zoya e Sai estavam no mesmo andar que meus pais, então eu estava
sozinha neste andar.
A sorte estava finalmente do meu lado, pois Hunter e Lana não
estavam no meu andar. Zoya me enviou uma mensagem quando entrei
no meu quarto e disse que estavam no andar dela.
Carter me mandou uma mensagem perguntando em que andar eu
estava, e é claro que ele estava no meu andar.
Desembrulhei as roupas rapidamente e coloquei meu telefone para
carregar. As imagens de Hunter e Lana me assombravam.
Eram 14 horas da tarde, eu tinha que fazer algo antes que meus
pensamentos me consumissem. Entrei no banheiro e tirei a roupa,
ligando o chuveiro.
Quando entrei no chuveiro quente, as lágrimas começaram a cair.
Elas não paravam e eu decidi simplesmente deixá-las cair. Eu precisava
tirar isso do meu sistema. Deixei que afogasse minhas lágrimas e minha
tristeza.
Capítulo 3
Quando finalmente terminei o banho, meu telefone estava tocando,
mas decidi não atender. Em vez disso, me vesti com minhas roupas
confortáveis e escovei meu cabelo recém-lavado.
Uma batida na minha porta me fez pular. Quem será? Suspirando, me
aproximei e olhei pelo olho mágico. Era só a Zoya. Abri a porta e fui
esmagada em um abraço.
O abraço de Zoya me fez relaxar e a abracei de volta. Eu não percebi o
quanto eu precisava desse abraço.
— Eu sinto muito, Aarya. Queria falar com você ontem, mas não
queria te machucar ainda mais. Só quero que você saiba que você é tão
forte, e que estou muito orgulhosa de você não fazer uma cena, mas
apenas aceitar. Deve ser difícil para você, — disse Zoya, ainda me
abraçando.
— Obrigado por estar lá para mim, Zoya, e me dar o tempo e espaço
que eu precisava. Então, o que te traz aqui? Meu irmão está
incomodando você? — provoquei.
Zoya riu e respondeu:
— Não, hoje não. Ele recebeu instruções estritas para não me irritar
hoje. Não pretendo ir ao baile Lycan com um companheiro que está me
chateando. Na verdade, há outra razão pela qual estou aqui.
Levantei minhas sobrancelhas em dúvida, e Zoya sentou-se na minha
cama e deu um tapinha no espaço ao lado dela. Sentei e olhei confusa
para ela.
— Não é nada ruim. Mamãe só queria que eu te lembrasse de algo
importante. Eu sabia que você provavelmente esqueceu depois de tudo.
Lembre-se, esta noite não somos o único bando no baile. Há outro bando
importante chegando. A matilha das suas primas! — Suspirei. Como eu
me esqueci disso? Meu pai tinha uma irmã mais nova que encontrou um
companheiro em outra matilha, então ela se mudou para lá. Eles têm
filhas gêmeas, minhas primas.
Sou muito próxima de ambas e elas são apenas um ano mais novas do
que eu. A última vez que as vi foi no Natal do ano passado. Eu mal podia
esperar pelo baile.
Todos os pensamentos sobre Hunter voaram para fora da minha
cabeça. Agora eu estava super animada para ver minhas primas
novamente. Niya e Diya Chopra, gêmeas idênticas que foram minhas
melhores amigas durante minha infância.
Oh, como eu senti falta delas. Ao ver o sorriso no meu rosto, Zoya
disse:
— Adoro esse sorriso! Sabia que você ficaria feliz quando eu te
contasse isso. Agora descanse um pouco antes de se arrumar.
Depois de me despedir de Zoya, deitei-me na cama e decidi terminar
o livro que estava lendo no carro.
Eu tinha uns quarenta minutos antes de ter que começar a me
arrumar, tempo suficiente para terminar meu livro. Então, fui puxada
para dentro do mundo do meu livro de mistério.
Quando finalmente terminei de ler, me estiquei e estendi a mão para
pegar o meu telefone, que ainda estava carregado.
Recebi algumas mensagens de Sophia dizendo estar animada para me
ver, e de Niya e Diya também dizendo que mal podiam esperar para me
ver.
Após responder às mensagens, como tinha tempo entrei no
Instagram.. Logo depois, tive que deixar a cama quente e confortável e
começar o processo tedioso de me arrumar.
Meu cabelo foi a primeira coisa que peguei, já que ele ainda estava
molhado. Depois de secá-lo, resolvi enrolá-lo. Mas antes disso, coloquei
meu vestido. Era um vestido marrom que ia até em cima dos meus
joelhos.
Era um daqueles vestidos mais curtos na frente e mais compridos nas
costas. Meu vestido também deixava os ombros de fora. Adorei porque
era simples, e também combinava comigo.
Comecei a mexer no meu cabelo, que era relativamente longo e fácil
de ondular. Após enrolado, decidi fazer um penteado meio para cima e
meio para baixo.
Olhando no espelho, fiquei satisfeita com o meu penteado.
Agora era a hora da parte mais longa: maquiagem. Sentando na mesa
do hotel, tirei toda a maquiagem que trouxera e meu espelho de
confiança, que uso sempre.
Trinta minutos depois, minha maquiagem estava pronta e fiquei
satisfeita com ela. Decidi usar apenas o básico e não dar o melhor de
mim na maquiagem, embora tivesse colocado cílios postiços, algo que
raramente faço.
O próximo estágio eram as jóias. Coloquei brincos simples em todos
os meus furos. Sim, eu uso alguns piercings.
Escolhi um colar que era uma corrente de ouro simples com um
pendente em forma de coração. Meus avós compraram para mim quando
fiz dezesseis anos. Botei uma pulseira que ganhei dos meus pais quando
tinha dezoito anos.
Estava pronta para ir. Claro que, antes de sair, tirei algumas fotos, até
perceber que estava atrasada.
Calçando os meus saltos rapidamente e colocando em uma pequena
bolsa tudo o que eu precisava, saí do meu quarto. Mamãe mandou uma
mensagem e me disse para ir ao quarto dela, então foi para lá que eu fui.
Assim que a minha mãe abriu a porta, ela se espantou.
— Oh, minha bebê está tão linda.
Ri e agradeci enquanto entrava no quarto dos meus pais. Papai sorriu
e disse que eu parecia uma princesa, e Zoya o corrigiu, dizendo que eu
parecia uma rainha. Revirei os olhos com esse comentário.
Sai anunciou que iria ficar de olho em mim porque, aparentemente,
toda a população masculina tentaria me pegar. Zoya bateu nele e disse
para relaxar.
Depois que Zoya repreendeu Sai por ser superprotetor, tiramos
algumas fotos juntos e descemos as escadas.
Carter estava parado no saguão e sorriu quando me viu.
— Uau, Risonha. Quem diria que você poderia ficar bem?
— Uau, quem diria que você era um idiota? Oh! Isso mesmo, pessoal.
— Provoquei.
Carter revirou os olhos, me fazendo rir. Por insistência de todos os
pais, tiramos fotos. Carter me fez tirar fotos bobas, dizendo que ficaria
perfeito em seu Instagram.
Disse que seus três seguidores realmente apreciam as fotos. Carter era
o melhor em me fazer voltar ao normal. Brincadeiras e provocações
faziam parte da nossa amizade.
A melhor coisa é que eu estava tão ocupada me divertindo que nem
notei Hunter e Lana parados ali.
Só quando os carros chegaram e tivemos que sair é que percebi que
eles estavam parados ali o tempo todo. Olhei para Hunter, que olhava
fixamente para mim.
Antes, eu teria me derretido só dele olhar para mim, mas eu apenas
sorri e me virei. Carter segurou minha mão quando entramos no carro. Já
que Carter era o alfa, o carro em que estávamos era apenas para ele e seu
beta. Felizmente, sentei-me na frente com Carter, enquanto Hunter e
Lana estavam atrás.
O palácio ficava a apenas quinze minutos de distância; eu poderia
aguentar uma viagem de carro com Hunter.
Assim que o carro começou a se mover, Hunter e Lana começaram a
chupar a boca um do outro. Os barulhos que eles faziam eram terríveis.
Eu olhei para Carter, que tinha uma expressão zangada no rosto.
— Hunter. Não estou confortável com os sons que você e sua
companheira estão fazendo. Estou tentando ter uma conversa aqui, para
com isso. — Carter disse duramente.
Eles pararam de se beijar imediatamente. Nunca havia visto Carter
tão sério, mas fiquei feliz por ele agir dessa forma. Esses barulhos iam me
deixar doente.
— De qualquer forma, Risonha. Esta noite é melhor você não sair do
meu lado... Os machos sem companheiras adorariam ficar com você —
disse Carter.
— Uau. Sai disse algo assim. Mas não estou indo para ficar com
nenhum macho solteiro. Quero passar um tempo com Sophia e minhas
primas. Prioridades, — respondi.
— Essa é a minha Risonha. Sempre quer estar com amigos e família.
— disse Carter com orgulho.
— Ei, e se você encontrar sua parceira? Quer dizer, vão ter muitas
pessoas lá. Sua parceira pode estar entre elas. — Disse, notando como os
olhos de Carter se iluminaram quando mencionei a palavra — parceira.
— Sim, talvez. Isso não seria incrível? — Carter respondeu.
— Hmmm... nesse caso eu teria que avisá-la, que você é louco e não
tem amigos. — Brinquei.
— Diga o que você disser, Risonha. Sei que você me ama. — Disse
Carter piscando para mim.
Não conseguimos conversar mais depois que chegamos ao palácio.
Carter me ajudou a sair e esperamos nossas famílias.
Quando todos chegaram, passamos pela revista pessoal.. Depois que a
revista acabou, entramos no palácio e me espantei.
Sophia me soltou rapidamente e se desculpou. Eu a provoquei
dizendo:
— Alguém não tem noção da própria força.
Foi quando Luke apareceu como sempre faz.
— Isso porque ela treina comigo todos os dias. Ela é uma lutadora
incrível. — Gabou-se.
Revirei os olhos quando Luke me deu um abraço amigável.
— Claro que você diria que ela é uma lutadora incrível. Ela é sua
companheira. — Eu ri.
Luke também riu e apertou a mão de Carter ao se apresentar. Ao
perceber que Hunter e Lana passaram por nós, os olhos de Sophia de
repente encontraram os meus. Balancei minha cabeça e seus olhos
ficaram frios.
— Não importa. Minha melhor amiga está absolutamente
deslumbrante, ela é definitivamente a mais bonita aqui. — irrompeu
Sophia. Notei que ela havia dito aquilo mais alto do que o necessário.
Um, pois conheço minha melhor amiga, e dois, porque Hunter se
virou e Sophia tinha um sorriso satisfeito no rosto. Eu balancei minha
cabeça para ela; ela nunca mudaria, Lycan ou não.
— Bem, não tão bonita quanto você. Alguém está com muita
dificuldade em manter os olhos longe de você. — Provoquei.
Sophia não teve a chance de reagir quando Carter nos entregou duas
bebidas, e começamos uma conversa fiada.
Passaram-se cerca de dez minutos depois, quando duas vozes muito
familiares gritaram meu nome, e Carter virou a cabeça muito rápido,
dizendo a palavra que eu detestava, — parceira.
Capítulo 4
Niya e Diya estavam paradas com olhares de espanto em seus rostos.
Niya se virou para sua irmã gêmea com um sorriso malicioso. Olhei para
Carter e então para Diya e sorri.
Agradeci silenciosamente ao responsável pela formação dos pares de
companheiros. Meu melhor amigo merecia uma companheira incrível e
ele conseguiu uma. E minha prima teve sorte de ser o Carter.
Quando olhei para os dois, eles ainda estavam apenas se encarando.
Suspirando, empurrei Carter na direção de Diya. Ele nitidamente
precisava de um empurrão.
Carter olhou para mim e eu ri e apontei para minha prima. Niya
também deu um pequeno empurrão em Diya antes de vir até mim. Os
novos companheiros precisavam de um pouco de privacidade, ao que
parecia.
Niya me abraçou e eu disse que ela estava linda.
Nosso momento foi interrompido por Sophia e Luke.
— Bem. Isso é uma surpresa boa, — disse Sophia.
Balancei a cabeça e sorri. Fiquei muito feliz por Carter e Diya serem
companheiros. Quando me virei, eles conversavam e sorriam.
Carter segurava a mão de Diya, e eles formavam um casal muito fofo.
Talvez eu esteja sendo tendenciosa.
— Bem, Senhoritas, tenho que deixar vocês. Preciso falar com alguns
dos outros convidados. — Luke disse, beijando Sophia na testa.
Acenamos em adeus para Luke, e Sophia arrastou Niya e eu para uma
mesa. Ficamos confortáveis e Niya começou a conversar sobre a vida na
matilha.
Ela nos contou como desde que ela e Diya completaram dezoito anos,
os machos da sua matilha que não tinham parceiras as seguiam por toda
parte.
Eles queriam ser parceiros de uma das gêmeas porque o pai delas é o
Beta do bando.
Niya nos disse como era irritante e tinha um membro da matilha que
não aceitava não como resposta.
Disse a Niya que eles não chegariam perto dela hoje porque ela estava
com os Lycans. Olhei para Sophia para ver sua reação, mas vi a tensão em
seu rosto.
Olhando em volta, vi muitos Lycans tensos.
Tentavam parecer felizes, mas não estava funcionando. Eu via que
eles estavam tensos e queria saber o porquê.
Voltei-me para Sophia, e estava prestes a perguntar-lhe, mas a tensão
que vi antes não estava mais lá. Ela conversava feliz com Niya.
Éramos amigas há dois anos, e eu sabia que algo estava errado.
Sophia evitou olhar para mim então tomei a iniciativa.
— Ok, qual é o problema? Não diga que não é nada, Sophia, porque
eu te conheço muito bem. — eu disse, cruzando os braços.
— É que não sei se isso é uma bênção ou uma maldição, —
murmurou Sophia.
Levantei minhas sobrancelhas, sabendo que ela tentava mudar de
assunto.
— Tudo bem, vou te dizer, — Sophia cedeu.
— Bem, há um grande problema em relação ao rei. Os conselhos de
alfas expressaram seu descontentamento sobre nosso rei governar sem
uma parceira.
— Isso foi há apenas dois dias, mas era claro que eles queriam dizer
isso há muito tempo. Eles reclamaram que o rei não está estável porque
ele não tem uma parceira e parceiros mantêm um ao outro em equilíbrio.
— Ninguém está lá para apoiar o rei da maneira que ele precisa. Ele
está ficando tão instável que quando fica com raiva, precisa ser preso.
— Há uma sala especial onde ele é acorrentado para impedir que seu
lado Lycan surja, caso contrário, ele destruiria tudo.
— O conselho alegou que isso era um perigo e que o reino não estava
seguro, então eles propuseram um acordo. Há uma fêmea Lycan cujo
companheiro é um lobisomem, mas ele está morrendo.
— Já que eles nunca escolheram um ao outro, o conselho pensa ser
possível que o rei e essa fêmea acasalem. Acredito que eles não sabem o
que estão falando. Afinal, eles são lobisomens.
— Nosso rei estaria em um relacionamento forçado. Seu Lycan nunca
aceitará ninguém além da sua verdadeira parceira e forçá-los a acasalar
pode ser mais perigoso do que o conselho pensa.
Sophia fez uma pausa para respirar.
Sentei chocada; pobre rei. Ele está sendo forçado a acasalar com
outra. Porque ele não se recusa?
— Mas ele não poderia simplesmente dizer não? Afinal, ele é o rei. —
disse Niya, lendo meus pensamentos.
— Não, ele não pode. Se fizer isso, estaria ignorando a maioria dos
alfas, e não é assim que um rei deveria agir. — Sophia suspirou.
— Só não entendo como os alfas podem fazer isso com ele. — Niya
balançou a cabeça.
— O que me irrita é que a parceira do rei está lá fora, e ela nasceu
para ser rainha. Essa fêmea Lycan não. Todos nós, Lycans, estamos
resistentes à decisão do conselho. Você sabe que somos muito leais, não
podemos aceitar que nosso rei seja forçado a acasalar com outra fêmea
que não a sua parceira real. É uma loucura. — Sophia balançou a cabeça.
— Eu me sinto tão mal pelo rei. Ele está fazendo tudo isso apenas
para acalmar os alfas. — Suspirei. Por algum motivo, senti um aperto no
peito.
Sophia concordou com a cabeça. Ela então contou que o rei não saiu
de seu quarto desde que o acordo foi discutido.
Sophia ainda disse que ele tem todo o andar só para ele, mas que
mesmo assim não saiu do quarto nenhuma vez.
Ela suspeitava que ele se sentia culpado pelo acasalamento arranjado
porque ele provavelmente acreditava estar traindo sua parceira.
Niya disse que gostaria que ele encontrasse sua parceira logo. Sophia
emendou dizendo que essa é uma das razões dos bailes, para que o rei
encontre sua companheira.
Até agora, ele não teve sorte, o que significa que sua parceira é muito
jovem, é humana ou não está viva.
Eu esperava que o destino não fosse tão cruel com nosso pobre rei a
ponto de levar a parceira do rei antes mesmo deles se conhecerem.
Mudamos de assunto rapidamente e começamos a conversar sobre
outras coisas.
Niya mencionou como ela desejava encontrar seu companheiro o
mais rápido possível e impedir que os membros da matilha a desejassem.
Desde que Diya encontrou seu companheiro, ela agora se mudaria e
viria para a minha matilha. Isso significava que Niya ficaria sozinha com
os machos de sua matilha.
Eu sabia que as meninas queriam perguntar sobre Hunter, então disse
logo que não queria falar sobre isso. Hunter encontrara sua companheira
e eu estava seguindo com minha vida.
Sophia perguntou se eu queria que ela assustasse Hunter e eu ri, mas
recusei. De repente, a atmosfera mudou; a tensão era evidente.
Minha loba começou a se mexer, então olhei ao redor. Todos os
Lycans estavam focados em alguém que subia as escadas.
Minha loba começou a ficar com raiva e eu não tinha ideia do porquê.
Me agarrei à mesa tentando impedir que eu me transformasse.
Nunca na minha vida eu senti tanta raiva antes, e nunca me
transformei porque minha loba não conseguisse se controlar e eu não
consigo controlá-la.
— É ela. Essa é a fêmea Lycan, Savanah. — sussurrou Sophia.
Fiquei olhando enquanto Savanah subia as escadas com
tranquilidade, como se ela estivesse alheia a todos os olhares sujos e frios
que recebia Ela era linda, no entanto. Seu longo cabelo loiro caía em
ondas por suas costas, e ela usava um incrível vestido preto que ficava
muito bem nela. Senti minha loba se mexer novamente e respirei fundo
para acalmá-la. Lycans olhavam para Savanah com nojo, mas ela manteve
a cabeça erguida enquanto desaparecia.
— Ela provavelmente foi ver o rei, — disse Sophia, suspirando.
Assim que ela disse isso, minha loba rosnou. Senti sua raiva tomar
conta de mim. Eu precisava sair dali o mais rápido possível.
Levantei-me rapidamente e, sem dizer nada, corri para fora do palácio
em busca de ar fresco. Acabei sentada em um banco perto dos jardins.
Fechando os olhos, me concentrei em acalmar minha loba. Não era a
hora nem o lugar para me transformar; eu precisava controlá-la.
Após ficar um tempo sentada, minha loba se acalmou. Ela não estava
feliz comigo. Eu sabia disso, só não sabia o motivo dela estar agindo
assim.
Tinha um relacionamento muito bom com a minha loba. Sentia que
nos entendíamos e que tínhamos uma boa conexão. Algo estava errado
com ela.
Talvez ela se sentisse chateada e com raiva por conta da situação do
rei; ela pode ter percebido a irritação da Lycan de Sophia.
As duas eram próximas antes dela se tornar uma Lycan, então talvez
fosse por isso que ela reagiu dessa forma.
Decidi que seria melhor ficar do lado de fora, no ar fresco. Eu não
queria correr o risco de deixar minha loba com raiva novamente. Não
tinha certeza se seria capaz de controlar minha transformação se ela
ficasse com raiva de novo.
Porém, algo não parecia certo. A reação da minha loba não se
encaixava comigo. O que tinha de errado comigo?
Capítulo 5
— Aarya, o que aconteceu? — gritou minha melhor amiga com uma
voz de pânico.
Virei-me e vi Sophia correndo em minha direção com um olhar
assustado no rosto. Ela se sentou ao meu lado, e eu a observei enquanto
seus olhos me percorriam, como se ela estivesse verificando se não
faltava nada.
— Eu não tenho ideia do que há de errado com a minha loba. Ela
estava com tanta raiva que quase me transformei. Por isso sai correndo
de lá. — Suspirei.
— O quê? Sua loba nunca foi assim. — Sophia exclamou.
— É eu sei. Por isso que estou tão confusa. Ela parece estar mais
calma agora, enfim. — respondi.
Sophia olhou para mim com cautela.
— Tem certeza que quer voltar para dentro? Se a sua loba está agindo
de forma estranha, talvez você deva voltar para o quarto.
Balancei minha cabeça.
— Não, não posso fazer isso. Vim com Carter, e pegaria mal na
matilha se eu fosse embora. Agora estou me sentindo bem.
Levantando, sorri para provar. Sophia ainda estava cansada enquanto
caminhávamos em direção ao palácio. Com toda a franqueza, eu
também, mas não queria preocupar ninguém.
Assim que entramos no palácio, Carter correu olhando para mim para
ver se eu estava ferida.
— Você está bem? Você não está ferida? — Carter parecia preocupado.
Eu sorri e balancei a cabeça.
— Estou bem, Carter, honestamente. Eu só precisava de um pouco de
ar fresco. Eu me sinto muito melhor agora.
Carter olhou para mim sem estar convencido, mas acenou com a
cabeça mesmo assim. Sophia tossiu.
— Eu preciso ir encontrar Luke. O rei chegará em breve. Carter, cuide
de Aarya.
Ela se afastou e eu me virei para Carter, que estava de mãos dadas
com Diya. Eu sorri.
— Uau, parceiro da minha prima, hein?
— Ela é minha companheira, sua Luna agora, — Carter disse
presunçosamente.
— Antes de ser minha Luna, ela é minha prima, idiota, — respondi.
— É verdade, eu sou, — respondeu Diya, sorrindo para mim.
— Ei, você deveria estar do meu lado. — Carter protestou.
— Primas antes de Alfas. — Coloquei minha língua para fora.
— Vocês dois estão discutindo como crianças, — Niya riu.
— É a sua prima. Ela que começou. — Carter revirou os olhos.
— E isso é algo que uma criança diria. Assuma suas ações. — Levantei
minhas sobrancelhas.
— Tanto faz, — Carter murmurou, fazendo nós três rirmos.
Fiquei com Carter e minhas primas. Não ficamos muito tempo
conversando enquanto a multidão se acalmava. Olhei para cima e vi um
Lycan parado, aguardando que todos ficassem quietos.
Acima de nós havia uma varanda com dois tronos; era o lugar onde o
rei e Savanah sentariam.
Por alguma razão, minha loba não aceitou muito bem isso. Como eu
não queria correr o risco dela enlouquecer novamente, pensei em outra
coisa rapidamente.
— Senhoras e senhores, obrigado a todos por virem aqui hoje. Em
nome do rei, sejam bem-vindos ao Baile Lycan. Espero que esta seja uma
noite agradável para todos vocês. Muito em breve, o rei se juntará a nós, e
ele será acompanhado esta noite por Savanah Willows.
Observei enquanto o homem tentava não sentir vergonha depois de
dizer o nome de Savanah.
Meus olhos encontraram Sophia e Luke, que também pareciam super
desconfortáveis. Minha loba de repente se mexeu novamente, a raiva
crescendo.
Oh não, de novo não. O rei estava chegando; eu não podia perder o
controle. Para me distrair, encontrei Hunter e Lana, que estavam de
mãos dadas, e observei Hunter beijar Lana na bochecha. Mesmo que eu
odiasse ver isso, foi o único pensamento que distraiu minha loba, então
ela se acalmou.
— Mal posso esperar para ver o rei, — Diya jorrou.
— O rei tem uma certa aura sobre ele que faz todo mundo querer
olhá-lo. — disse Carter.
Uma certa aura? Talvez minha loba quisesse desesperadamente ver o
rei então? Não, isso não fazia sentido. Eu tinha certeza de que ficaria
louca antes que esta noite acabasse.
Não havia tempo para pensar nisso, pois todos de repente ficaram
quietos novamente. Os guardas vieram e se postaram nas laterais.
O rei estava chegando.
Apertei a mão de Niya assim que o locutor gritou:
— Apresentando sua Alteza Real, o Rei Adonis Dimitri Grey,
acompanhado por Savanah Willows.
Observei com admiração enquanto o rei passava confiantemente pelo
locutor. Todos se curvaram, e eu segui o exemplo, meus olhos olhando
para cima para ver seu cabelo castanho escuro penteado com perfeição.
Ele acenou com a cabeça para a multidão e sentou-se em seu trono,
sua capa envolvendo-o.
Meu olhar se voltou para Savanah, que estava atrás do rei. Ela estava
prestes a se sentar no segundo trono, quando foi impedida pelo rei.
Observei o rosto de Savanah cair ligeiramente quando o rei fez sinal
para um guarda. O guarda a orientou a ficar ao lado do rei.
Meus olhos reencontraram o caminho para o cabelo do rei, e me
peguei pensando como seria passar minhas mãos por ele.
Arregalei os olhos e desviei meu olhar. Caramba, Aarya, controle esses
pensamentos perigosos; isso não vai acabar bem.
Em vez disso, olhei para meus sapatos. Era uma aposta segura, assim
não poderia fazer nada para me envergonhar olhando para os meus
sapatos.
— Meu Deus, olha o que o rei está fazendo? — Niya sussurrou para
mim.
Não, Aarya, não olhe, disse a mim mesma. Não faça isso, você vai se
arrepender.
Urgh, droga, não pude evitar. Olhei para cima e vi o rei farejando o ar.
Bem, não era isso que eu esperava ver. O que diabos ele estava
fazendo? Savanah estava olhando para ele de forma estranha, mas o rei
não se importou.
Em uma fração de segundo, seus olhos castanhos se conectaram aos
meus e eu engasguei. Puta merda, eu nunca vira olhos tão bonitos antes.
Eu estava completamente perdida neles.
O rei levantou-se rapidamente, me acordando do meu transe. Oh
não, por favor me diga que isso não estava acontecendo.
Minha loba pulava para cima e para baixo, e eu sabia exatamente o
que isso significava, mas não significava que eu queria.
Quando o rei se levantou, a multidão começou a passar por mim
enquanto iam em sua direção. Claramente eles pensaram que ele iria
cumprimentá-los. Seus olhos castanhos nunca perderam os meus, seu
olhar estava firmemente preso em mim.
O ar estava pesado enquanto nos encarávamos; parecia que não havia
ninguém além de nós no salão.
Por alguns segundos esqueci de todos os meus problemas, meu
coração partiu quando me vi perdida nos cativantes olhos cor de avelã.
A conexão foi interrompida conforme mais e mais pessoas se
moviam, fazendo-me tropeçar para trás e perder o contato visual. Niya
também havia partido; o mesmo aconteceu com Carter e Diya.
Eu estava sozinha nos fundos. Apenas alguns lobos estavam ali. Todos
queriam ver o rei. Todos menos eu.
Eu respirava com dificuldade e torturava meu cérebro. Devo correr?
Este é o momento perfeito para fazer isso. Não terei outra oportunidade.
Minha loba protestou, mas eu não dei ouvidos. Corri para fora. Desta
vez, passei correndo pelo banco e entrei no jardim.
Calafrios percorreram minha espinha quando ouvi um rugido
poderoso. Merda! Esse era definitivamente o rei.
Gemendo, corri em direção a uma fileira de arbustos e me sentei,
recuperando o fôlego.
Esses filmes em que as personagens femininas correm de salto são
falsos. Você não pode correr de salto sem perder os pés; é simplesmente
impossível Enquanto recuperava o fôlego, ouvi a porta do palácio se
abrir. Meus olhos se arregalaram e engoli o nó na minha garganta.
Eu estava com problemas e sabia disso. Minha loba estava orgulhosa,
como se ela soubesse que isso aconteceria. Era bem provável que ela
estava gostando de me ver daquele jeito... Que irritante.
— Você pode correr, pequena parceira, mas eu sempre vou te
encontrar, — uma voz profunda disse, colocando minha loba em um
frenesi.
Ele disse aquela palavra que eu temia.
— Parceira. — Meu parceiro era o rei. Ou seja, de todas as pessoas, eu
tinha que ser a parceira do rei.
O mesmo rei que estava procurando por uma parceira há dez anos.
Por quê? Eu não queria um parceiro. Eu não preciso de um parceiro.
Estou feliz sozinha, mas por alguma razão uma vozinha dentro da
minha cabeça me disse que eu nunca seria completamente feliz.
Prendendo a respiração, rezei para que ele não me encontrasse. Eu
não era realmente religiosa, mas estava orando.
Tudo que eu queria era que ele não me encontrasse para eu ir embora
do baile. De jeito nenhum eu voltaria para dentro.
Iria para o hotel e diria aos meus pais que me sentia mal e queria ir
embora. Sim, esse era um bom plano.
Meus pensamentos foram interrompidos quando fui levantada de trás
dos arbustos.
Engolindo o nó na minha garganta, me vi cara a cara com o rei, seus
olhos castanhos penetrando nos meus.
Meu coração disparou quando ele se abaixou e sussurrou em meu
ouvido:
— Porque agora que a encontrei, não tenho planos de deixá-la ir.
Nunca.
Bem, ferrou.
Capítulo 6
Eu ainda olhava para o rei, que era meu parceiro. Minha loba estava
em êxtase, mas eu não tinha certeza do que estava sentindo. Não tinha
como negar que o vínculo entre a gente era forte, mais forte do que eu
pensava.
O silêncio foi interrompido quando o rei afastou uma mecha de
cabelo do meu rosto.
— Nunca na minha vida eu vi uma garota tão bonita quanto você, —
o rei sussurrou em meu ouvido.
Faíscas desceram pelo meu corpo e eu engasguei. Porque suas
palavras tinham efeito tão grande em mim? Isso não era normal, mas
nada naquela situação era normal.
O rei segurava minhas mãos atrás das costas como se tivesse medo de
que eu fugisse.
— Você poderia... você poderia liberar minhas mãos, por favor? —
Consegui dizer.
O rei ergueu as sobrancelhas e respondeu:
— Como posso ter certeza de que você não fugirá? Por mais que eu
ame perseguir, eu realmente não quero ter que ir atrás de você
novamente.
Eu estremeci com o desejo em seus olhos. Por mais que eu tentasse
me convencer de que o rei não era lindo de morrer, meu corpo dizia o
contrário.
Eu me vi querendo ser pega pelo rei novamente. Minha mente estava
confusa, essa foi a única conclusão a que pude chegar.
— Posso saber o nome da bela senhorita que será minha rainha? —
perguntou o rei.
— Esses elogios seus funcionam com todas as mulheres? — Eu
respondi, meu atrevimento sempre me surpreendia.
— Eu não sei, você é a primeira dama com quem tento. — o rei
respondeu, sorrindo para mim.
Tentei desviar o olhar de seus olhos; que eram perigosos. O rei, com a
mão livre, moveu meu rosto me colocando de volta na direção dos seus
olhos castanhos.
Ele olhou para mim como se dissesse: Diga-me seu nome, e eu
suspirei.
— Aarya. Aarya Bedi. — Eu cedi e disse meu nome.
— Aarya, — o rei disse lentamente.
Caramba! Ele teve que dizer meu nome desse jeito? Meu corpo
estremeceu, e eu senti faíscas descerem pela minha espinha. Ele dizia o
meu nome de uma maneira.
Não, Aarya. Para de pensar assim. Sai dessa, me repreendi.
— Nome bonito. Você já sabe meu nome, não é, amor? — ele
perguntou.
Eu não confiava na minha voz, então apenas balancei a cabeça. O jeito
como ele me chamou me pegou de surpresa. Tudo isso estava
acontecendo rápido, rápido demais.
Eu não sabia o que fazer, mas algo me disse que não havia nada que
eu pudesse fazer de qualquer maneira. Afinal, eu não tinha um
lobisomem normal como parceiro nem mesmo um Lycan normal.
Meu parceiro era o rei Lycan. Ele era o mais forte de todos. O que
quer que eu fizesse, ele me pegaria.
Foi então que caiu a minha ficha. Eu não tinha como escapar do rei;
eu estava presa a ele para sempre.
O som de passos se aproximando me fez girar a cabeça e o rei soltar
minhas mãos.
Eram minha família e meus amigos. Fiquei aliviada ao ver os rostos
familiares deles. Luke e Sophia pareciam aliviados, e eu sabia por quê.
Dei alguns passos em direção a eles, mas saltei para trás em choque
quando vi todos se curvaram para mim. O quê? Eu não queria que as
pessoas que eu mais amava se curvassem diante de mim. Eu não era da
realeza.
Carter piscou para mim, fazendo-me revirar os olhos. Obviamente,
ele estava se divertindo com aquilo. Mas eu não tive tempo para pensar
em nada.
O rei agarrou minha mão, fazendo voar faíscas, e eu engasguei com
aquele contato repentino.
Ele não me deixou conversar com a minha família. Em vez disso, ele
passou por eles e me levou para dentro. Olhei para trás e vi todos virem
atrás da gente...
O rei me levou direto aos tronos.
Meu coração disparou. O que ele estava fazendo? Eu não seria
coroada, certo? Eu mal conhecia o rei.
Meu cérebro lento percebeu que Savanah não estava mais no topo e,
quando chegamos lá, eu a vi na multidão abaixo. Ela não parecia nem um
pouco feliz.
— Meus súditos leais. Hoje é uma ocasião monumental. Hoje
encontrei minha companheira, sua rainha, e não poderia estar mais feliz.
— o rei anunciou, puxando-me para seu lado.
O anúncio foi seguido por fortes aplausos. Meu olhar encontrou
meus pais, que estavam derramando lágrimas de felicidade. Carter
gritava e Diya o repreendia. Isso me fez sorrir.
Eu olhei para todos os Lycans, que antes estavam estavam tensos.
Agora eles pareciam muito mais felizes e aliviados.
Tudo isso parecia tão errado, mas também tão certo. Por que eu
estava em conflito?
Olhei em volta, mas não consegui ver Niya em lugar nenhum. Onde
ela estava? A preocupação tomou conta de mim enquanto olhava para a
multidão. Ela realmente não estava lá.
— O que há de errado? — o rei sussurrou em meu ouvido.
Eu olhei para ele, que deve ter visto a preocupação em meu rosto. Ele
olhou para a multidão e sorriu antes de me levar embora.
Assim ficamos sozinhos, eu deixei escapar:
— Niya. Minha prima Niya está desaparecida. Não consigo encontrá-
la em lugar nenhum.
O rei olhou para mim e respondeu:
— Tudo bem, acalme-se. Será que ela não foi tomar um ar?
— Ela não iria, ainda mais agora que eu encontrei meu parceiro. Algo
está errado. Eu posso sentir isso. — Eu olhei para o rei com lágrimas nos
olhos.
Ele chamou alguns nomes e os guardas surgiram correndo.
— Diga a eles como é a sua prima e o que ela está vestindo. Eles vão
procurar por ela. — ele me disse.
Depois de explicar como era a aparência de Niya e o que ela estava
vestindo, eles saíram para procurá-la. Olhei para o rei e disse: —
Obrigada, hum...
Eu parei, sem saber como chamá-lo de verdade. Ele sorriu para mim e
respondeu:
— Eu faria qualquer coisa por você. E só você pode me chamar de
Adonis. Só você tem esse direito. — Engoli em seco quando o ar tornou-
se sufocante. Eu queria correr minhas mãos naqueles cabelos e provar
aqueles lábios maravilhosos.
— Venha, deixe-me apresentá-la a algumas pessoas muito
importantes para mim. — disse Adonis, pegando minha mão.
Descemos as escadas e todos conversavam. Minha mente estava
focada em Niya tentando encontrá-la. Eu só esperava que aqueles
guardas encontrassem Niya logo.
— Bem, bem, bem, o que temos aqui? — uma voz desconhecida
interrompeu meus pensamentos.
Eu nem percebi que Adonis tinha nos levado a um grupo de pessoas.
Dois homens olharam para nós dois com sorrisos enormes em seus
rostos.
Um deles deu um passo à frente e sorriu. Ele tinha cabelo castanho
escuro; quase preto. Seus olhos castanhos escuros brilharam de
felicidade.
— Sou Evan Clark. Não posso te dizer o quão feliz estou que esse
idiota finalmente te conheceu. — Evan apertou minha mão.
Sorri educadamente e Adonis balançou a cabeça.
— Estes são os meus melhores amigos. Evan já se apresentou, e
aquele ali é Gabe Davis.
— Prazer em conhecê-la. — Gabe apertou minha mão. Seu cabelo
loiro era comprido para um menino; realmente combinava com ele.
Uma mulher veio à nossa frente. Ela tinha cabelos ruivos na altura
dos ombros e seus olhos azuis se destacavam. Ela era linda.
— Eu sou Lexi Robinson, a companheira de Gabe. Tenho que dizer
que você está tão linda. — Lexi sorriu.
— Obrigada, adorei sua roupa, — respondi.
— Você sabia que nós três somos amigos de longa data? Às vezes me
pergunto como aguentei esses dois. — Evan suspirou dramaticamente.
Adonis revirou os olhos e Gabe olhou para Evan.
— É o contrário, idiota. Não sei como Gabe e eu aguentamos você. A
quantidade de vezes que tivemos problemas por sua causa. — Adonis
balançou a cabeça.
— Eu concordo. Evan, você dá muito trabalho. Sinto muito por ela. —
Gabe balançou a cabeça.
Eu olhei para Adonis, que tinha um grande sorriso no rosto. Mesmo
tendo acabado de conhecer ele, por algum motivo, vê-lo sorrir assim me
deixou muito feliz.
Este encontro repentino estava fazendo coisas malucas com meus
sentimentos, eu juro.
— Até hoje eu não acredito como esses dois suportaram você por
tanto tempo. Quero dizer, Gabe e eu somos companheiros há apenas sete
anos, mas isso é o suficiente para saber como você é difícil. — Lexi
balançou a cabeça.
Evan engasgou dramaticamente.
— O que é isso? Agrupar a hora do Evan? Você está me
envergonhando na frente da rainha.
A menção da palavra rainha me fez endurecer. Eu não queria ser
rainha. Isso era muita responsabilidade, e como eu poderia me
comprometer com alguém depois do desgosto que experimentei?
— Tá bom. Você é quem está se envergonhando. Vá e certifique-se de
que todos estejam felizes. Vou conhecer a família da minha parceira. —
disse Adonis. Seu rosto sério estava de volta.
Evan e Gabe concordaram e partiram para cumprir as ordens do rei.
Adonis gentilmente pegou minha mão; aquelas malditas faíscas me
fizeram engasgar. Seria assim sempre?
Não sei como ele sabia, mas Adonis foi até meus pais. Assim que
minha mãe me viu, ela me envolveu em um grande abraço. O abraço de
uma mãe deixa tudo melhor.
— Porque você está chorando? — Eu perguntei, enxugando as
lágrimas do rosto da minha mãe.
— Porque estou muito feliz. Minha filhinha encontrou seu
companheiro. Alguém que cuidará muito bem dela. O que mais uma mãe
poderia querer? — Minha mãe fungou.
Ela se virou para Adonis e sorriu.
— Tudo que eu quero é que você cuide da minha filha. Trate-a como
uma rainha.
Adonis acenou com a cabeça e respondeu:
— Não se preocupe. Sua filha será sempre feliz.
— Uau, minha princesa não é mais uma princesa, mas uma rainha. Eu
não posso acreditar. — Meu pai piscou.
— Pai. — Revirei meus olhos.
Ele riu e me abraçou antes de dizer:
— Aarya, quero que saiba que sua mãe e eu temos muito orgulho da
mulher que você se tornou. Você agora está entrando no próximo estágio
de sua vida. Aproveite.
As palavras de papai me fizeram querer chorar quando percebi que
era um adeus. Eu não queria deixar meus pais e ficar aqui. Eu queria
voltar para o meu quarto confortável.
— Vou sentir sua falta, minha irmãzinha. — Sai foi o próximo a me
abraçar.
— Você acha? Ou você só vai sentir falta de me provocar? — Eu
levantei minhas sobrancelhas.
Sai riu.
— Você me pegou. Vou sentir falta de te provocar e te deixar animada.
Zoya me puxou para um abraço.
— Eu disse que ela parecia uma rainha. Aarya, você é uma mulher
incrível, nunca se esqueça disso.
— Isso não é justo. Acabei de voltar e agora você está me deixando,
Risonha. — A voz de Carter veio de trás.
— Agora você tem uma companheira para cuidar de você. — Eu sorri.
Carter suspirou e me puxou para um abraço. Eu tentei o meu melhor
para não chorar.
Não foi assim que planejei minha noite. Nunca, em meus sonhos
mais loucos, pensei que encontraria meu companheiro no baile e teria
que dizer adeus a todos os meus entes queridos.
— Você sabe que vou cuidar dele. — Diya sorriu.
— Eu sei. É melhor ele cuidar bem de você também. — Olhei para
Carter.
Ele ergueu as mãos em sinal de reverência.
— Sim, sua Majestade.
— Mesmo? — Eu balancei minha cabeça.
— Eu não disse nada errado; você vai ser uma rainha incrível. —
Carter beijou minha testa.
Meus olhos encontraram os de Hunter; ele estava atrás de Carter. Ele
estava olhando para mim com uma expressão ilegível no rosto. Lana
estava falando com outra pessoa, mas a atenção de Hunter estava em
mim.
Isso me deixou desconfortável, então desviei o olhar. Em transe, não
percebi que os guardas foram até Adonis.
— Ei, você viu a Niya? — Diya me perguntou.
Eu balancei minha cabeça.
— Não, ela está por aqui em algum lugar.
Diya acenou com a cabeça.
— Vou procurá-la.
— Foi um prazer conhecer todos vocês. Aarya e eu precisamos ir a um
lugar. Logo estaremos de volta., — disse Adonis.
Todos concordaram educadamente e Adonis me levou embora.
Subimos as escadas e meu coração disparou.
— Os guardas? Eles encontraram Niya? — Eu perguntei.
Adonis não disse nada. Paramos do lado de fora de uma porta e
Adonis olhou para mim.
— Pode entrar.
Respirei fundo e abri a porta. Nada poderia ter me preparado para o
que vi ao entrar...
Capítulo 7
Meus olhos lutavam para compreender o que estava diante deles.
Niya estava sentada no chão da sala, nua e machucada.
As lágrimas escorriam por seu rosto, mas ela não se movia nem emitia
nenhum som. Ela ficou sentada. Notei a mancha de sangue na cama e vi
o vestido de Niya rasgado junto com suas roupas íntimas.
Meu sangue gelou quando percebi a tortura que minha pobre prima
havia sofrido.
Imediatamente peguei um cobertor de uma cadeira e cobri Niya com
ele, mas minha atitude fez Niya pular.
Ela olhou para mim com muito medo em seus olhos e meu coração se
partiu ainda mais. Vê-la assim deixou minha loba com raiva.
Nós duas queríamos saber quem causou tanta dor a Niya, mas agora
minha prioridade era ter certeza de que Niya estava bem.
— Niya, quem fez isso com você? — Perguntei suavemente.
Niya apenas olhou para mim com lágrimas nos olhos. Meus olhos
lacrimejaram quando vi o estado em que minha prima estava.
— Niya, por favor. Diga-me quem fez isso com você. — Implorei.
Novamente, nenhuma resposta. Niya estava muito traumatizada.
Então, me sentei ao lado dela e enxuguei suas lágrimas. Esse simples ato
fez Niya pular de choque.
Observei minha prima, que antes era tão feliz e radiante, agora
parecia apavorada e destruída.
Minha raiva estava aumentando e eu lutava para mantê-la sob
controle, eu tinha que controlá-la. Niya não precisava de mim com raiva;
agora ela precisava do meu conforto e do meu amor.
Quando eu estava prestes a dizer algo para Niya, algo chamou minha
atenção. Peguei um anel, que não me parecia familiar. Definitivamente
não era de Niya.
Percebi de quem era; isso pertencia ao estuprador de Niya. Meu dedo
sentiu as iniciais gravadas no anel. Este bastardo doente não iria se safar.
Eu iria matá-lo pelo que ele fez com a minha prima. Ele teria uma
morte lenta e dolorosa.
Meus pensamentos foram interrompidos pela voz de Niya.
— Sou impura agora. Meu companheiro não vai me querer mais
porque aquele monstro tirou minha virgindade.
Desta vez, não pude evitar que as lágrimas caíssem. Ouvir a tristeza
na voz da minha prima foi de partir o coração.
Levantei-me e fui até Niya, que olhou para mim. Lentamente, eu a fiz
se levantar e a enrolei um cobertor em volta dela. Eu a fiz sentar em uma
cadeira e a cobri com outro cobertor.
— Niya, o que esse monstro fez com você não define quem você é.
Isso não a torna impura e não significa que seu parceiro não a queira.
Niya, você é uma das pessoas mais fortes que conheço e vai superar isso.
Você vai provar para aquele bastardo que ele não pode te destruir.
Lutei para conter minhas emoções enquanto enxugava as lágrimas
que caíam dos meus olhos.
Niya olhou para mim e depois olhou para o cobertor.
— Não me deixe afogar. — ela sussurrou.
— Nunca. Vou ajudá-la a nadar. — respondi.
Niya apenas balançou a cabeça e eu apertei meus punhos. Seus olhos
que antes viviam cheios de malícia e alegria agora estavam cheios de
incerteza e medo.
Peguei o anel e saí correndo. Era hora de encontrar esse cara. As
chances de ele ainda estar no baile eram bastante altas, e eu iria mostrar
a ele que mexeu com a família errada.
Com raiva, nem notei Adonis do lado de fora da porta quando passei
por ele. Só quando ele agarrou minha mão e me puxou para ele é que
percebi.
Adonis provavelmente poderia ver e sentir minha raiva. Ele olhou
para mim com a mesma raiva em seus olhos.
— Vamos encontrar o culpado. Não vou deixar esse bastardo doente
fugir. — ele rosnou.
Ouvi-lo dizer isso me fez sentir segura. Era como se meu corpo
soubesse que o que Adonis estava dizendo era verdade.
Minha loba ficava mais irritada conforme minha sede de encontrar
esse cara aumentava. Não respondi a Adonis quando me virei, queria
encontrar o estuprador de Niya.
Mais uma vez, fui puxada de volta para o corpo de Adonis. Desta vez,
ele balançou a cabeça para mim.
— Você precisa se acalmar. Essa raiva não vai ajudar você a encontrá-
lo. — disse ele.
Meus olhos se fecharam quando senti sua mão acariciar minha
bochecha. Faíscas dispararam pelo meu corpo e me senti inclinando em
direção ao seu toque.
O que estava acontecendo comigo? Porque seus toques eram tão
viciantes? Eu queria ser tocada por ele. Não queria que esse momento
acabasse. Quando ele afastou a mão, senti frio e vazio, o que me fez abrir
os olhos. Adonis estava olhando para mim, seus olhos perfurando os
meus.
— Aarya, o estuprador provavelmente ainda está aqui e muito
provavelmente está cansado. Para pegá-lo, precisamos fingir que nada
aconteceu. Se sairmos gritando atrás dele, ele entrará em pânico e fugirá.
Droga, Adonis estava certo. Por mais que eu quisesse entrar lá
gritando e berrando, era melhor não, eu não podia arriscar que ele
fugisse.
— Encontrei algo no quarto de Niya. Deve pertencer ao estuprador,
— eu disse, mostrando o anel.
Adonis tirou o anel da palma da minha mão. Mesmo algo tão simples
me causou faíscas.
Ele observou as iniciais e olhou para mim.
— Você não reconhece essas iniciais?
Balancei minha cabeça.
— Nem eu. Talvez eu possa ver se temos uma lista de convidados, e
podemos combinar as iniciais, — Adonis sugeriu.
— Não vai demorar muito? Você não deve sumir do baile por tanto
tempo; as pessoas podem ficar desconfiadas — eu o lembrei.
Adonis rosnou de frustração antes de ligar para alguém.
Dois guardas apareceram e Adonis pediu que eles examinassem a lista
de convidados em busca de alguém com as mesmas iniciais que
encontramos no anel. Os guardas acenaram com a cabeça e saíram.
Adonis me devolveu o anel e parecia estar prestes a dizer algo, mas foi
interrompido por uma voz feminina.
— Como você pôde fazer isto comigo?
Virei-me e vi Savanah caminhando em nossa direção com lágrimas
escorrendo pelo rosto.
— Você me envergonhou na frente de todos, Dimitri. — Savanah
disse, enxugando as lágrimas.
Uau, eu devo ser um robô ou algo do tipo. Nem mesmo uma pequena
parte de mim teve pena dela. Digo, ela estava envergonhada, mas eu não
senti nada; talvez um pouco de raiva, mas era só. Esqueci que Adonis era
muito meticuloso sobre como as pessoas o chamavam. Ficou claro que
Savanah não tinha permissão para chamá-lo de Adonis. Por alguma razão
estranha, me senti orgulhosa.
Eu devo estar ficando louca. Essa foi a única explicação que eu
encontrei.
Revirando os olhos, me virei para Adonis e Savanah.
— Eu tenho que ir. Não tenho tempo para ouvir o choro das suas
amantes, infelizmente. — No entanto, não consegui sair porque Adonis
me prendeu em seus braços. A sensação dele me segurando era diferente
de tudo que eu já senti. Eu nunca queria ir embora.
— Savanah, por favor, vá embora. Aarya, nem pense em ir a lugar
nenhum. — Adonis ergueu as sobrancelhas para mim.
— Adonis, tenho coisas a fazer, — retruquei enquanto tentava escapar
de seus braços, embora sem querer.
— Adonis? Por que você o está chamando assim? — Savanah parecia
chocada.
— Ela pode. Savanah, se você não sair, vou chamar os guardas para
escoltá-la para fora. — Adonis agora tinha um tom sério novamente.
Savanah olhou para nós dois e balançou a cabeça antes de finalmente
sair.
— Agora você pode me soltar? — Eu perguntei.
— Pensei que nunca iria te encontrar; já tinha desistido. — Adonis
disse suavemente.
Olhei para a sinceridade estampada em seus olhos e quase me derreti.
Era o momento perfeito para eu dizer algo romântico, mas é de mim
que estamos falando, então, em vez disso, deixei escapar: — Bem, após
ter meu coração partido eu não queria mais um parceiro.
O comportamento de Adonis mudou e ele me segurava com mais
força. Sua fisionomia mudou; ele estava definitivamente com raiva.
— Quem diabos teve seu coração antes de mim? — ele rosnou.
Bem, não seria fácil sair dessa.
Capítulo 8
— Não me diga que ninguém nunca partiu seu coração antes? —
Perguntei, chocada.
— Isto não é sobre mim; é sobre você. Você é quem disse isso. —
Adonis me apertou ainda mais.
Droga, ia ser mais difícil do que eu pensava. Mais uma vez, tentei
escapar de seus abraços, mas não consegui.
— Não podemos falar sobre isso mais tarde? — Tentei negociar.
Adonis me olhou como se eu fosse louca.
— Eu quero saber agora. Quem foi que teve seu coração antes de
mim?
Engolindo em seco, tentei uma tática diferente.
— Adonis, por favor. Eu imploro, me deixe ir. Tenho que encontrar o
estuprador de Niya. Ele está andando por aí como se nada tivesse
acontecido. Por favor. — supliquei.
Finalmente consegui. Os olhos de Adonis arrefeceram e ele me
soltou.
— Você tem razão. Vamos encontrar o filho da puta que fez isso com
sua prima.
Suspirei em alívio por sair daquela situação.
Adonis olhou para mim com as sobrancelhas levantadas.
— Não pense que vou esquecer isso. Assim que resolver esse
problema, vou descobrir quem partiu seu coração.
A sinceridade em sua voz fez com que faíscas disparassem pela minha
espinha e me fizessem estremecer. Adonis pegou minha mão e estávamos
prestes a descer as escadas.
Puxei a mão de Adonis e apontei para Diya que olhava freneticamente
ao redor. Eu sabia que ela estava procurando por sua irmã.
Adonis suspirou e gesticulou para que os guardas a trouxessem. Diya
ficou confusa quando dois guardas apontaram para nós, mas ela veio
correndo.
— Você viu Niya? — Diya me perguntou. — Não sei por que, mas
estou com um pressentimento tão ruim. — Diya parecia assustada.
— Niya... Niya está naquela sala ali. — apontei para Diya.
— Oh! Graças a deus. Por que ela está aqui? — Diya perguntou
enquanto caminhava em direção à sala.
Eu a puxei de volta e a olhei nos olhos.
— Niya foi machucada esta noite.
O rosto de Diya se contorceu em perplexidade, que depois se
transformou em compreensão. Ela olhou para mim com lágrimas nos
olhos.
— Não me diga que ela foi estuprada?
Balancei a cabeça lentamente, e Diya quase sucumbiu em lágrimas.
— Você tem de ser forte por ela. Faça companhia a ela enquanto nós
dois descemos e tentamos encontrar o filho da puta. — eu disse a ela.
Diya acenou com a cabeça e olhou para Adonis.
— Por favor, quando você encontrar o homem que fez isso com
minha irmã, não tenha piedade dele.
Adonis respondeu solenemente.
— Criaturas desprezíveis como ele não merecem misericórdia. —
Diya acenou com a cabeça e correu para o quarto encontrar Niya. Niya
precisava do apoio da irmã agora mais do que nunca. Era importante
para Niya estar perto da família.
Adonis olhou para mim novamente e eu balancei a cabeça. Ele
segurou minha mão enquanto descíamos as escadas. Meu corpo reagiu a
um simples toque de mão. Este homem estava fazendo coisas malucas
com meu corpo.
Quando descemos, Carter se aproximou e perguntou:
— Você viu Diya? Ela acabou de sair.
Adonis foi quem respondeu.
— Sim, ela está lá em cima. Em breve ela estará de volta.
Carter assentiu antes de se virar para mim com um brilho malicioso
nos olhos.
— Contanto que ela não me tenha deixado por outro homem.
Revirei os olhos e dei um tapa no ombro de Carter.
— Não diga isso sobre minha prima.
Percebi como Adonis ficou tenso quando toquei em Carter. Droga,
talvez ele pensasse que Carter foi quem partiu meu coração.
— Você pode ser como meu irmão, mas mesmo assim... — Eu olhei
para Carter.
Adonis relaxou e Carter apenas riu. Ele nos deixou sozinhos e Adonis
me levou para dar uma volta.
Passamos muito tempo conversando com pessoas diferentes. Todos
eles dizendo parabéns e Estou tão feliz que nosso rei encontrou sua
companheira.
O sorriso falso que coloquei estava cansando minha mandíbula.
Mesmo que não houvesse nada de errado com essas pessoas. Eles eram
doces, mas não era por isso que eu estava aqui. Eu precisava encontrar o
estuprador de Niya antes que ele fosse embora.
Senti o anel na minha mão. Droga, esqueci de perguntar a Diya se ela
o reconhecia. Era tarde demais para voltar e subir. Eu não queria chamar
atenção para mim.
Como Adonis continuava sendo educado e falando, olhei ao redor do
corredor. Engasguei quando meus olhos encontraram os de Hunter.
Seu olhar estava firmemente conectado ao meu, o que me deixou
muito desconfortável. Por que ele me olhava assim?
Desviei meu olhar para Adonis. Talvez ele tenha percebido que algo
estava errado porque assim que eu olhei para ele, seu olhar estava no
meu.
Eu sorri, mas não o convenci. Ele segurou minha mão mais uma vez e
nos afastamos.
Enquanto caminhávamos em direção a outras pessoas, meu olhar se
concentrou em um homem brincando com o dedo indicador. Ele estava
esfregando o local onde podia estar um anel.
Imediatamente meu olhar aguçado notou a marca de um anel.
Ele parecia calmo e controlado, mas o anel que faltava era um sinal.
Puxei a manga de Adonis e ele me questionou com o olhar. Notei que
ele estava tão entediado de falar com todas aquelas pessoas que ficou
grato por tê-lo interrompido.
Mas assim que apontei para o cara, seus olhos escureceram de
repente.
Antes que eu percebesse, os guardas cercaram o cara e a multidão
silenciou. Adonis parecia ameaçador enquanto caminhava em direção ao
cara, que estava agora muito nervoso.
Adonis pegou o anel da minha mão e estendeu-o para o sujeito. O que
ele estava fazendo? Eu observei quando Adonis olhou para o cara cujos
olhos se arregalaram em estado de choque.
Finalmente eu compreendi. Adonis não queria perguntar nada ao
cara, apenas queria ver a reação dele.
— Sua reação me diz tudo que eu preciso saber, — Adonis rosnou.
O cara baixou os olhos para seus sapatos. Minha loba estava com
raiva e queria o sangue dele por te machucado Niya. Um toque familiar
fez com que meus pensamentos acalmassem.
Adonis balançou a cabeça para mim, mas em vez de ficar com raiva
como pensei que eu ficaria, fiquei grata por ele ter me impedido.
— Leve-o para as celas. — Adonis cuspiu.
O cara tremia de medo e parecia querer dizer algo, mas não teve a
menor chance. Ele foi arrastado pelos guardas e a multidão ficou em
silêncio. As pessoas pareciam confusas e apavoradas.
Adonis emitia uma vibração perigosa, mas não me assustava.
Estranhamente, eu me sentia segura.
Gabe veio até nós, com o rosto sério.
— Você quer que eu lide com esse canalha? Posso extrair dele as
informações que você precisa.
Adonis balançou a cabeça.
— Eu quero lidar com isso.
Olhando para ele, forcei uma tosse alta e Adonis suspirou:
— Queremos lidar com isso.
Gabe olhou para mim entretido enquanto eu balançava a cabeça,
satisfeita. Como se Adonis fosse o único a ter assuntos a resolver com
esse idiota.
Eu tinha todo o direito de fazer o que quisesse com ele; afinal, ele
machucou minha prima.
— Onde está Evan? — Adonis perguntou ao Gabe.
Gabe respondeu:
— Oh, ele ouviu alguns ruídos no andar de cima e disse que ia
verificar.
Barulhos? Andar de cima? Merda, é onde estão Niya e Diya.
Adonis e eu nos olhamos ao mesmo tempo. Enquanto eu estava com
uma expressão de choque no rosto, Adonis estava com uma expressão de
incômodo.
— Vamos. — Adonis agarrou minha mão.
Quando estávamos prestes a subir as escadas, um grito alto nos
paralisou. Sem perder mais um minuto, nós dois subimos correndo.
Capítulo 9
Quando chegamos ao quarto onde Niya e Diya estavam, Evan estava
parado com a boca aberta. Niya estava histérica, chorando no ombro de
Diya. Era uma cena comovente.
Evan se virou para nós com os olhos cheios de preocupação.
— Ela é minha parceira, mas está com medo de mim.
Pobre Evan, ele não fazia ideia. Uma parte minha estava feliz por Evan
ser parceiro de Niya. O humor dele ajudaria Niya a se recuperar, pelo
menos era o que eu esperava.
Adonis olhou para mim e eu balancei a cabeça. Evan tinha o direito de
saber o que havia acontecido com Niya. No entanto, Adonis nem teve a
chance de explicar, já que o olhar de Evan encontrou os hematomas no
corpo de Niya.
Seu corpo começou a tremer e seus olhos escureceram. Niya chorou
mais e segurou Diya, que me olhou preocupada.
Adonis rosnou, fazendo Evan parar.
— Acalme-se, você está assustando sua parceira.
Evan parecia envergonhado quando seus olhos voltaram ao normal.
Ele sussurrou pausadamente: — Quem fez isso com você?
A preocupação demonstrada por Evan com a minha prima me deixou
muito feliz por Niya ter um parceiro como ele. Niya ergueu os olhos com
lágrimas escorrendo pelo rosto.
— Por favor, eu imploro, me rejeite.
Evan olhou para Niya, horrorizado. Até eu olhei para ela, chocada.
Eu sei que tudo o que aconteceu com ela destruiu sua confiança, mas
implorar a seu companheiro para rejeitá-la? O que esse monstro fez com
minha prima?
— O que você está dizendo? Eu nunca vou rejeitar você. — Evan disse
suavemente.
Niya ergueu os olhos em choque, como se realmente esperasse que
Evan a rejeitasse.
Antes que alguém pudesse dizer mais alguma coisa, a porta se abriu e
os pais de Niya e Diya entraram correndo.
— Eu ouvi o grito do meu bebê, — disse minha tia, com lágrimas
escorrendo pelo rosto ao olhar para Niya.
Niya chorou enquanto sua mãe a segurava e seu pai a olhava,
despedaçado. Minha família entrou e engasgou em choque.
Diya se levantou para deixar seus pais sentarem com sua irmã e foi
até Carter, que a segurou com força. Carter se virou para Adonis, com os
olhos frios como gelo, um comportamento seco. Não era Carter com o
qual eu estava acostumada.
— O idiota do salão?
Adonis confirmou com a cabeça e respondeu:
— Ele terá o que merece.
Niya ergueu os olhos e sussurrou:
— Você o encontrou?
Desta vez, abaixei-me para ficar frente a frente com seu rosto
manchado de lágrimas. Enxugando algumas lágrimas, respondi: —
Depois do que ele fez com você, ele nunca mais tocará em outra garota.
Niya desabou sobre mim, seus ombros tremendo enquanto ela
chorava. Olhei para Adonis, que parecia tenso e com raiva.
Evan praguejou baixinho e saiu furioso. Não deve ser fácil ver seu
companheiro sofrendo tanto e saber que o cara que causou isso está aqui.
Niya olha para a figura de Evan se afastando e chorou mais.
— Ele me odeia. Eu sabia.
Adonis foi quem respondeu desta vez, explicando a Niya: — Pelo
contrário, ele se odeia por não ter estado com você, a parceira dele.
— Parceira? Meu bebê também encontrou seu parceiro? — Minha tia
olhou para mim com lágrimas escorrendo pelo rosto.
— Aarya? Niya encontrou seu parceiro também? — meu tio me
perguntou.
— Sim, Evan é o parceiro dela — Eu confirmei.
Minha tia gritou, e meu tio parecia segurar um soluço.
— Meus dois bebês encontraram seus companheiros. — Minha tia
parecia tão feliz.
Meu pai olhou para sua irmã e sorriu.
— Nossas filhas cresceram.
Minha tia concordou e enxugou as lágrimas do rosto de Niya. Não
consigo imaginar como minha tia e meu tio devem estar felizes por Niya.
Todos aqui sabem que ser acasalado com um Lycan é uma das
melhores coisas que podem acontecer com você.
Eles são ferozmente leais, e acredito que isso deu uma sensação de
segurança para minha tia e meu tio. Niya não será uma sem par.
— Eu... eu quero vê-lo. — A voz de Niya me tirou do meu processo de
pensamento.
— Huh? Você quer vê-lo? — minha tia perguntou, chocada.
Niya acenou com a cabeça e olhou para mim. Não via problemas em
levá-la, mas não tinha certeza sobre Adonis. Quando olhei para ele, ele
parecia tenso, mas acenou com a cabeça em sinal positivo.
— Não se preocupe, eu vou cuidar dela, — assegurei a minha tia e
meu tio.
— Eu posso ir? — Perguntou Diya.
Carter balançou a cabeça e a puxou.
— Não bebê. Sua irmã precisa fazer isso sozinha.
Posso dizer que Diya ficou chateada, mas ela aceitou. Depois que a
ajudei a se levantar, Niya ajeitou as roupas e saímos.
A pressão que ela fazia na minha mão aumentava conforme nos
aproximávamos das celas. Adonis caminhava à nossa frente, sua
autoridade era muito evidente. Atrás de nós estavam dois guardas;
parecia que Adonis queria que estivéssemos seguras.
Adonis parou de repente, seus ombros enrijeceram antes de se virar
para nós.
— Evan chegou antes de nós.
Ah não. Definitivamente não era uma boa notícia. Corremos para as
celas e, de fato, Evan estava lá. Intercalando socos no cara e gritando: —
Bastardo. Eu vou te matar por machucar minha companheira.
No curto espaço de tempo que conhecia Evan, nunca pensei que ele
fosse um cara que ficava tão zangado, mas não podia culpá-lo. Sua raiva
era justificada.
Niya choramingou e agarrou minha mão. Esse pequeno som dela fez
Evan parar de bater e se virar para nós.
Seus olhos mostraram preocupação; ele não queria que sua
companheira tivesse medo dele.
Tive a sensação de que o gemido de Niya não era dirigido a Evan, mas
ao bastardo presunçoso que estava olhando para Niya como se ela fosse
um pedaço de carne.
— Ei, seu pedaço de merda. É melhor você tirar seu olhar da minha
prima. — eu cuspi.
O cara olhou para mim em choque por eu dizer aquilo.
Evan se virou para o cara, rosnando.
— Evan. Você precisa ajudar sua parceira. — Adonis afirmou, seu tom
não deixava espaço para discussão.
Evan parecia relutante, mas finalmente foi até Niya e eu. Niya pode
não ter percebido, mas ela me soltou.
Adonis foi até o bastardo na cela.
— Eu vi o jeito que você olhou para ela. Eu vi a fome em seus olhos.
Evan rosnou e se aproximou de Niya, protegendo-a do olhar do
estuprador.
— Estou quase decidido a arrancar seus olhos das órbitas para que
você nunca mais olhe para uma garota daquele jeito, — Adonis rosnou,
fazendo com que o covarde recuasse.
Mas ele não foi rápido o suficiente para Adonis, que o pegou e o jogou
contra a parede.
Adonis forçou o cara a olhar para Niya e disse:
— Olhe para ela. O que você tentou destruir. Deixe-me te contar algo.
Você nunca vai conseguir quebrá-la. Ela é mais forte do que você jamais
será. Você sempre será conhecido como um bastardo, ela será conhecida
como a heroína.
Niya choramingou e sussurrou:
— Por favor, posso sair?
Eu olhei para Evan, que estava olhando para mim com um olhar
hesitante no rosto. Niya se virou para Evan e perguntou: — Por favor?
Evan não perdeu mais um segundo. Ele gentilmente pegou a mão de
Niya e uma expressão de raiva apareceu em seu rosto quando Niya se
encolheu. Mas ele a levou embora e eu me virei para Adonis.
Seu comportamento mudou ao sorrir e lamber os lábios.
— E hora de se divertir de verdade agora.
Adonis jogou o cara contra a parede novamente e encheu ele de
socos.
— Por favor. Eu sinto muito. Por favor, tenha misericórdia. — O cara
implorava por sua vida.
Adonis zombou, e o cara tentou mais uma vez.
— Eu sinto muito. Eu a vi caminhando, e a achei muito bonita. Mas
ela não queria nada comigo.
Adonis rosnou:
— Então você deixou seu pau pensar? Você estuprou uma garota
inocente? Porque ela não estava interessada.
— Achei que ela ficaria interessada quando eu mostrasse a ela. Mas
ela tentou fugir e eu não pude deixar isso acontecer. — o cara tentou se
explicar.
— Você é patético pra caralho, — eu cuspi.
O cara olhou para mim com horror e se virou para Adonis, que
rosnou.
— Exatamente o que minha companheira disse. Você não merece
misericórdia pelo que fez e não terá nenhuma.
Sem esperar nem um segundo, Adonis arrancou o coração do cara.
Meu olhar viu o cadáver do sujeito cair no chão, e Adonis jogar o coração
no chão.
Não senti medo, nem mesmo vontade de correr. Pelo contrário. Eu
estava em transe; completamente hipnotizada pelo meu companheiro
perigoso.
Capítulo 10
— Livre-se do corpo, — disse Adonis antes de sair, sem nem mesmo
olhar para trás. Sem dizer nada agarrou minha mão e me tirou daquele
lugar.
Voltamos para cima e, felizmente, Niya não estava chorando, mas
ainda era consolada pela nossa família.
Gabe e Lexi se juntaram a nós, e Gabe veio até nós e disse:
— Mandei todos para casa. Foi a melhor coisa a fazer depois dos
eventos desta noite.
Adonis apenas balançou a cabeça. Evan olhou para nós dois antes de
perguntar: — Ele está...?
— Ele está morto, — respondeu Adonis sem rodeios.
— Foi você? — Gabe perguntou.
— Eu o matei, — disse Adonis.
A surpresa que tomou conta das faces dos Lycans me deixou confusa.
Porque todos eles estavam chocados? Com certeza Adonis já teve que
matar pessoas antes?
Os três olhavam para mim fixamente, me fazendo engolir o nó na
garganta. O que eu fiz de errado?
— Eu tenho que verificar uma coisa. Fique aqui. — Essa última frase
foi dirigida a mim. Assisti Adonis partir.
Sophia e Luke entraram e pareciam preocupados. Gabe sussurrou
algo para os dois, e os dois olharam para mim, chocados.
Instintivamente, olhei para o meu vestido para ver se havia uma
mancha ou algo do tipo nele, mas não havia.
— Aarya, você estava lá quando...? — Sophia parou.
— Quando Adonis matou aquele pedaço de merda? — Eu perguntei.
Sophia acenou com a cabeça e eu respondi:
— Sim, eu estava lá. Eu assisti à coisa toda.
De repente, seus rostos se iluminaram. Sophia riu e disse:
— Você não sabe como ficamos felizes em ouvir isso!
— Feliz em saber que testemunhei alguém morrendo? — Eu
perguntei, confusa com seus sorrisos.
— Não boba! Feliz que Adonis não perdeu o controle. Normalmente
ele teria que ser contido; ele não conseguia nem fazer uma tarefa simples
como matar alguém sem perder o controle. Não passou nem um dia
inteiro desde que ele encontrou você, mas sua presença o está ajudando a
se manter sob controle. — Sophia sorriu.
Oh, isso fazia sentido. Será que minha presença realmente é a razão
de Adonis estar conseguindo se manter no controle? Parecia improvável,
mas os rostos atônitos dos Lycans me fizeram pensar o contrário.
A companheira de um Lycan era tão importante para ele assim? Não
tive muito tempo para pensar sobre isso, pois Adonis entrou.
Ele estava diferente, e eu não posso deixar de admitir o quão sensual
ele estava.
Minha mãe veio até mim e me deu um grande abraço.
— É hora de irmos agora.
Meu coração afundou. De maneira alguma eu não voltaria para casa
com eles. Sem chance.
— Eu vou com vocês. — eu disse, e a cabeça de Adonis girou.
— Não filha. Você deve ficar. Vou embalar suas coisas e mandá-las
para cá. — Mamãe acariciou meu rosto.
Eu zombei e respondi:
— De jeito nenhum. Voltarei sim. Com todo o respeito, mamãe, mas
toda a minha vida está naquela casa, e eu sou a única que pode
empacotá-la.
Adonis rosnou, ele não parecia feliz com aquilo, mas eu apenas revirei
os olhos. Ele não podia me controlar.
Minha mãe olhou para nós dois, preocupada. Ela não gostava de
brigas.
Carter se aproximou e piscou para mim.
— Risonha, eu sei que você vai sentir falta do meu corpo lindo, mas
não se preocupe, vou te enviar fotos.
Eu ri e empurrei Carter para longe.
— Por favor, não quero ver fotos dessa sua barriga de chopp.
Carter engasgou, mas eu não o deixei dizer nada.
— Voltarei para casa porque só eu tenho o direito de empacotar tudo
o que me pertence.
Ninguém disse mais nada para mim; todos estavam esperando para
ver a reação de Adonis. Não que isso importasse para mim. Eu voltaria
para casa de qualquer maneira.
Finalmente Adonis suspirou.
— Tudo bem. Você pode voltar para casa, mas só tem dois dias. Em
dois dias, estarei lá para buscá-la.
Seu tom não deixou espaço para discussão. Droga, dois dias não é
muito tempo, mas o suficiente para escapar. De jeito nenhum eu voltaria
para cá.
Eu não queria um parceiro e muito menos ser rainha. Eu precisava
fugir antes que fosse tarde demais.
Meus pensamentos foram interrompidos pelo tom áspero de Adonis.
— Enviarei duas pessoas em quem confio para protegê-la. Nem pense
em escapar de mim.
Seu olhar penetrou o meu e eu congelei. Como ele sabia o que eu
pensava? A esperança se esvaiu quando percebi que eu não conseguiria
escapar.
Adonis olhou para todos e acenou com a cabeça antes de indicar que
os outros Lycans deveriam segui-lo.
Quando eles finalmente saíram, minha mãe olhou para mim e
suspirou: — Aarya, o que há de errado com você?
Dei de ombros, sem querer responder, mas mamãe não iria desistir..
— Você é a companheira de um Lycan. Esqueça que ele é rei, você
sabe o quanto um companheiro é importante para um Lycan e ainda sim
está agindo assim. Por quê?
— Não quero abandonar meu sonho de ser uma médica da matilha só
porque eu tenho que ser rainha. Não quero ficar presa e ter que
abandonar meus sonhos. — Suspirando respondi e me afastei da minha
mãe.
Ela me puxou e disse:
— Eu criei uma mulher forte, não uma covarde. Todos sabemos que
quando você quer algo, você luta até o fim. Então, não me venha com
essa baboseira. Realmente é difícil crescer e ter que deixar sua família,
mas a sua presença é importante aqui. Pense no seu companheiro.
Eu não podia argumentar. Definitivamente minha mãe estava certa.
Como sempre. O que ela não suspeitava é que minha relutância tinha a
ver com meu coração partido.
Carter encontrou meus olhos e me enviou um sorriso simpático; ele
sabia o motivo.
Luke e Sophia entraram e sorriram.
— Nós seremos os seus guardas.
— Assim posso passar mais tempo com a minha família. — Sophia
sorriu.
A esperança reacendeu em mim; talvez fosse possível escapar. Luke
olhou para mim com uma expressão séria no rosto.
— Esqueça, Aarya. Eu não vou deixar você escapar; você vai acabar
matando nosso rei.
Tão rápido quanto a esperança surgiu, ela desapareceu. Sem confiar
na minha voz, apenas balancei a cabeça. Não havia como tentar qualquer
coisa com Luke por perto, e sem dúvidas de que Sophia também não me
deixaria escapar.
— Uau, eu não posso acreditar que minha Risonha vai ser rainha. Não
se esqueça de nós, plebeus, quando estiver sentado naquele seu trono
enorme. — disse Carter, colocando os braços em volta dos meus ombros.
Revirando os olhos, dei uma cotovelada nele, e Carter apenas riu
antes de agarrar a mão de Diya e sair.
— Certo, é hora de voltar para o hotel. Temos que sair cedo amanhã,
ou devo dizer, daqui a pouco. — Papai suspirou, esfregando a testa.
Niya saiu amparada por seus pais. Sophia disse que me mandaria uma
mensagem sobre o plano e saiu com Luke.
Saí do palácio sentindo que arrancavam a minha liberdade.
Capítulo 11
A manhã seguinte foi um caos completo. Todo mundo acordou tarde
e meu pai ficou extremamente irritado, é claro.
No entanto, conseguimos pegar a estrada às 10 da manhã, o que eu
achei uma grande conquista, considerando a noite passada.
Diya decidiu voltar conosco. Não era um problema para ela porque
ela ainda tinha família na matilha de seu companheiro.
Niya voltou para casa com seus pais. Ela parecia melhor pela manhã,
mas eu sabia que ela tinha um longo caminho até que voltasse ao seu
estado natural.
Carter dirigia e Diya, Hunter e Lana estavam com ele. Eu estava com
meus pais, e estava feliz com aquilo. Luke e Sophia estavam em um carro
atrás de nós.
Mamãe conversava com papai enquanto eu lia e ouvia minhas
músicas.
A noite passada foi a pior noite de sono que já tive. Minha loba ficou
inquieta a noite toda. Isso me deixou temperamental, mas evitei
demonstrar por causa de mamãe.
Ela iria dizer que eu estava daquele jeito porque eu não estava com
meu companheiro, e eu odiava admitir que ela provavelmente estava
certa.
Meu telefone tocou, me afastando dos meus pensamentos. Eu olhei
para baixo e li a seguinte mensagem:
— Dois dias e depois irei pegar o que é meu. — A
Como ele conseguiu meu número? E quem ele pensa que é se
referindo a mim como se eu fosse sua propriedade?
A raiva tomou conta de mim e respondi:
— Um, como você conseguiu meu número? Dois, não se refira a mim
como sua propriedade. Eu sou dona de mim mesma.
Que descarado. Não estava acreditando que ele disse aquilo para
mim.
Rapidamente chegou à resposta.
— Sophia me deu seu número e não estou me referindo a você como
minha propriedade, mas como minha companheira.
Com ironia digitei minha resposta:
— Não é o que parece. Agora eu estou indo dormir. Tchau.
— Aarya, você está esgotando o meu autocontrole com esse
atrevimento. Pare ou vou entrar em um carro e ir buscá-la agora mesmo.
A resposta de Adonis me fez estremecer. Eu sentia o perigo naquelas
palavras. Por que eu estava excitada? Corpo estúpido e traidor me
fazendo sentir coisas que eu não deveria estar sentindo.
— Ok, me desculpe. Estou cansada. — respondi, com cuidado para
não irritá-lo mais.
— Bons sonhos, Aarya. Obrigado por entrar em minha vida e, por
favor, me envie uma mensagem quando estiver em segurança na sua
casa.
A resposta de Adonis não deveria deixar meu corpo todo agitado, mas
deixou. Minha loba estava ficando louca e com raiva por eu ter deixado
Adonis.
Parecia que meu próprio corpo estava contra mim. Embora, a
sensação de calor que dominou meu corpo depois que li a mensagem de
Adonis foi a melhor sensação que eu já tive.
Meus olhos se fecharam e deixei o sono tomar conta de mim.
— Aarya, acorde. Estamos em casa. — Minha mãe gentilmente me
acordou.
Esfreguei o sono dos meus olhos e olhei para minha mãe.
— Casa? Já? Eu dormi o caminho todo!
Meu pai deu uma risadinha.
— Você foi nocauteada, não acordou nem quando chegamos ao posto
de gasolina. Seu companheiro ligou também, mas como você ainda
estava dormindo, mamãe atendeu e disse que você estava desmaiada. Ah!
E provavelmente Carter tirou algumas fotos suas.
— Uau, não podia acreditar que eu estava tão cansada a ponto de
parecer morta... Espere um segundo, papai disse que Carter tirou fotos
minhas?
Aquele palhaço! Vai usar as fotos para me chantagear. Gemendo, saí
do carro e fui procurar Carter.
Ele estava conversando com Luke e Sophia, mas parou quando me viu
chegando. Ele tinha um sorriso enorme no rosto, o que significava que as
fotos que ele tirou de mim com certeza eram horríveis.
— Carter, apague essas malditas fotos agora! — Olhei para ele.
— Não. Elas são um bom material de chantagem, Risonha. Podem ser
úteis. — Carter bagunçou meu cabelo.
Franzindo a testa, me virei para Diya e sussurrei:
— Você está do meu lado. Exclua essas malditas fotos.
Diya sorriu para mim e sussurrou de volta:
— Não se preocupe. Conte comigo.
Sorrindo triunfante, voltei para o carro de papai para ajudar a trazer
tudo para dentro. Luke estava atrás de mim e eu suspirei,
— Você sabe que não tem que me seguir em todos os lugares, certo?
— Não preciso, mas eu vou. — Luke respondeu.
Excelente. Meus últimos dois dias em casa e não terei privacidade
alguma. Depois de trazer tudo para dentro, desabei na minha cama e
saquei meu telefone.
Não sei por quê, mas liguei para Adonis e coloquei o telefone no
ouvido.
Ele atendeu no primeiro toque.
— Você está em casa? — Sua voz profunda causou arrepios na minha
espinha.
— Sim, acabei de chegar em casa. Papai me disse que você ligou;
desculpe, eu estava dormindo. — eu respondi, tentando não gaguejar.
— Ah sim. Disseram que você parecia muito cansada. Por que será?
Você não dormiu bem na noite passada? — Adonis perguntou.
— É claro que dormi bem, — retruquei.
— Mesmo? — O tom de Adonis me fez pensar que ele não acreditava
em mim.
— Sim, por que você está me perguntando? — Eu disse.
— Porque, minha pequena companheira, eu sei que você não dormiu
bem na noite passada. Eu sei que você está mentindo para mim. — disse
Adonis. Eu podia ver o sorriso do outro lado.
— Como... como você sabia? — Suspirei.
— Eu também tive a pior noite de sono ontem à noite. Eu só relaxei
após mandar uma mensagem para você. — Adonis respondeu.
— Mas por quê? Não entendo. — Eu estava sem palavras.
Como nós dois tínhamos tido uma péssima noite de sono? Não fazia
nem um dia que sabíamos que éramos parceiros.
— Você realmente não sabe? A razão pela qual eu estava hesitante em
deixar você partir é porque meu Lycan e sua loba desejam um ao outro e
separá-los só traz dor para nós dois. Sem mencionar que já começou sua
transição para uma Lycan. — explicou Adonis.
Merda. Agora me sentia uma idiota. Eu fui precipitada ao pensar que
Adonis era um parceiro possessivo e que não me queria fora da sua vista.
Muito bem, Aarya, sempre tirando conclusões precipitadas.
— Eu... eu não tinha ideia. Mas, porque tão cedo? Os lobisomens não
mudam somente após o processo de acasalamento? — Eu perguntei.
— Lobisomens normais acasalados com Lycans normais, sim. Porém,
você não é uma lobisomem normal, e certamente não está acasalada com
um Lycan normal. — Adonis deu uma risadinha.
Essa risada enviou faíscas por todo o meu corpo. Nunca tinha ouvido
um som tão bonito.
— Oh. Certo. — eu respondi desajeitadamente.
— Eu tinha desistido de encontrar você. Eu tinha aceitado meu
destino de acasalar com outra Lycan para agradar ao conselho. Vê-la
ontem reacendeu meu coração adormecido. — disse Adonis suavemente.
Eu engasguei e respondi:
— Adonis...
— Não. Não diga nada. Eu só quero adormecer com a sua respiração;
me faz sentir como se você estivesse bem ao meu lado. — Adonis
lentamente adormeceu.
Esperei algum tempo antes de dizer gentilmente:
— Boa noite, Adonis. — E então desliguei.
Meu telefone caiu das minhas mãos e eu suspirei. Adonis estava
fazendo coisas malucas comigo, fazendo-me sentir coisas que nunca
havia sentido antes, e eu não tinha certeza do que fazer.
Em vez de querer escapar de Adonis, descobri que queria ficar junto
dele e esse pensamento me apavorou...
Capítulo 12
Os próximos dois dias aconteceram mais rápido do que o esperado.
Eu me vi afundada até o pescoço em meio às caixas da mudança. Sem
falar que ele me ligou todos os dias, e eu realmente estava ansiosa para
receber minhas ligações.
Ele me perguntou como foi fazer as malas e eu respondi — chato, — e
ele me respondeu dizendo que deveria ter ficado em casa com ele.
Expliquei a ele que eu queria me despedir de verdade do lugar em que
cresci, e ele entendeu.
Carter assumiu seu papel de alfa com Diya ao seu lado. Ver os dois
juntos às vezes me fazia sentir mal e outras vezes feliz.
Eu acho que Carter propositalmente tentava me fazer sentir mal,
beijando minha prima na minha frente.
Fiel à sua palavra, Luke me seguiu por toda parte. Eu poderia dizer
que ele era super cauteloso. Eu, aceitei o fato de que não poderia escapar
desta vez, embora sem desistir completamente.
Sophia também estava sempre por perto; ela me ajudou a fazer as
malas e falou sobre as mudanças que eu enfrentaria. Pareceu muito
assustador para ser honesta, mas eu apenas balancei a cabeça e sorri.
Houve uma pessoa que começou a me dar arrepios. Hunter.
Por alguma razão, toda vez que eu olhava para ele, ele já estava
olhando para mim. Eu não sentia mais a dor que costumava sentir, mas
me sentia muito desconfortável.
Parecia que ele estava me reivindicando, e isso não acabaria nada bem
para ele. Não consigo imaginar Adonis me entregando de bom grado
para Hunter nunca.
Adonis me ligou às 9 da manhã para me dizer que estava a caminho
da minha matilha. Essas palavras me fizeram pular da cama e me
preparar rapidamente.
Saber que esta seria minha última vez no meu quarto me deixou
triste. Afinal, meu quarto sempre fora meu santuário e eu não queria
deixá-lo para trás.
Mamãe colocou a cabeça pela porta e disse:
— Tudo embalado? — Não confiei em minha voz, então apenas
balancei a cabeça e mamãe suspirou.
— Querida, eu sei que você está achando isso difícil, mas este é um
novo capítulo para você. Se anime! Esta sempre será sua casa, não
importa o que aconteça, você sabe disso.
— Oh mãe. Como posso deixar tudo para trás? Isso é tudo que eu já
conheci. — Eu desabei no abraço quente de minha mãe.
Ela passou as mãos pelo meu cabelo antes de responder:
— Aarya, eu sei que criei uma garota forte. Mudar é sempre difícil,
mas tenho certeza que você vai superar.
Suspirei antes de concordar.
— Vou tentar.
— Essa é minha garota. — Mamãe sorriu para mim.
Passei as duas horas seguintes empacotando o restante das minhas
coisas e levando tudo para baixo. Carter e Diya vieram ajudar, embora
Carter passasse a maior parte do tempo me irritando.
— Risonha, não vá embora. — Carter me deu um sorriso triste.
— Não comece porque se não vou chorar. — Eu balancei minha
cabeça.
— Eu tenho colocado isso no fundo da minha cabeça pensando que
tenho muito tempo de sobra com você. Meu deus, vou sentir sua falta,
Risonha. — Carter me puxou para um grande abraço,
Eu mergulhei em seu abraço e respondi:
— Como vou sobreviver sem suas provocações constantes?
— Você é muito importante e poderosa para isso agora, — Carter me
provocou.
Dizer adeus ao meu grupo era muito difícil e lágrimas não paravam
de escapar dos meus olhos úmidos. Eu estava enxugando algumas delas
quando um carro parou.
Adonis saiu e imediatamente as pessoas se curvaram a ele. Seu olhar
encontrou o meu, e fiquei hipnotizada enquanto ele caminhava em
minha direção.
— Companheira, senti sua falta, — Adonis sussurrou, causando
arrepios na minha espinha.
Eu dei a ele um pequeno sorriso e observei enquanto seu olhar
endurecia ao ver meu rosto umedecido.
— Lágrimas? Quem fez minha rainha chorar? — Adonis rosnou.
As pessoas olharam para o chão preocupadas e eu olhei para o rosto
do meu companheiro. Ele estava olhando para todos, tentando descobrir
por que eu estava chorando.
— Ninguém me fez chorar. Só estou chateada por estar indo embora.
— eu disse suavemente.
Adonis olhou para mim e suspirou:
— Deveria saber. Desculpe a todos, eu exagerei.
— Não, você estava apenas preocupado com sua companheira. —
Carter respondeu.
Adonis acenou com a cabeça e olhou para mim.
— Está tudo pronto para irmos?
Eu balancei a cabeça e Adonis acenou para os guardas parados atrás
dele para levarem minhas coisas embora.
Lágrimas ameaçaram cair novamente quando vi todos os meus
pertences sendo levados e minha família ali sorrindo com tristeza.
Antes de sentarmos no carro, uma voz chamou meu nome.
— Aarya.
Eu me virei para ver Hunter correndo em minha direção com algo na
mão. Se eu ainda tivesse os mesmos sentimentos de antes, nesse
momento meu coração aceleraria, mas tudo o que eu sentia era
desconforto.
— Não quero que vá sem que eu lhe dê seu presente. Toma. —
Hunter me deu um colar.
Era um colar simples, mas enquanto o segurava em minha mão, não
pude evitar de pensar que provavelmente ele estava apostando em algum
tipo de direito sobre mim.
— Deixe-me colocar em você... — Hunter tirou a corrente da minha
mão.
— Não, — Adonis e eu dissemos ao mesmo tempo. Eu olhei para
Adonis, que parecia que ia destruir Hunter. Merda, espero que ele não
tenha descoberto que Hunter foi o único que partiu meu coração.
— Obrigado pelo presente, Hunter, mas vou colocá-lo mais tarde.
Precisamos ir agora. — expliquei.
Hunter concordou, mas não pude deixar de notar o olhar derrotado
em seu rosto. Avistei Carter, que estava de olho em Hunter.
Isso só confirmou minhas suspeitas de que Hunter estava realmente
agindo de maneira estranha. Não havia sinal de Lana em lugar nenhum,
o que também era estranho.
Adonis ainda estava olhando para Hunter quando tomei a iniciativa.
— Vamos, Adonis, precisamos ir, — eu disse, puxando Adonis de seu
transe alimentado pela raiva contra Hunter.
Ele acenou para mim e eu me virei para minha família e sorri
tristemente.
— Amo todos vocês e sentirei muita falta de todos. — disse eu.
— Nós também te amamos, Aarya. — respondeu meu pai.
Adonis e eu entramos no carro e acenei tristemente antes de deixar
minha família e meu bando. O único lugar que conheci como meu lar
por todos esses anos.
A primeira hora da viagem foi silenciosa; eu ouvia música enquanto
Adonis dirigia. Duas horas depois paramos em um posto para ir ao
banheiro e encontrei Sophia na fila da comida.
Quando pegamos a estrada novamente, lembrei que Adonis não havia
comido nada enquanto eu comia meu sanduíche.
Em seguida, debati comigo mesmo se eu deveria ou não lhe oferecer
um pedaço do meu sanduíche. Minha loba, é claro, estava dizendo para
dar-lhe toda a minha comida, o que era um pouco demais. Afinal, uma
garota também precisa comer.
No final do debate, decidi por dividir meu sanduíche com ele, mas
quando o ofereci a Adonis, ele me disse que não podia comer e dirigir.
Que besteira, eu sempre comia e dirigia.
Mesmo assim, senti uma certa necessidade de alimentar Adonis.
Portanto, fiz a única coisa lógica possível. Eu levei o sanduíche até a boca
dele.
Acho que ele ficou chocado quando minha mão de repente passou na
frente de seu rosto, segurando um sanduíche. Ele olhou para mim
confuso, e eu olhei de volta para o sanduíche e disse:
— Coma. — Ele balançou a cabeça lentamente e, concentrado na
estrada, deu uma mordida no sanduíche. Estremeci.
Honestamente, meu corpo iria reagir assim toda vez que Adonis
fizesse algo? Eu não tinha certeza se conseguiria lidar com isso.
Adonis continuou a morder o sanduíche e, quando ele terminou, eu
percebi que ele estava satisfeito. Então comi a outra metade.
Ficamos em silêncio por um tempo antes de eu dizer:
— Não sei se você sabe, mas eu estava estudando para ser uma médica
da matilha.
Adonis olhou para mim e depois de volta para a estrada.
— Sim, estou sabendo.
Claro que ele sabia. Por que não fiquei chocada. Obviamente, ele fez
algum tipo de pesquisa prévia sobre mim.
— Bem, gostaria de me formar e trabalhar como médica. — Eu olhei
para ver sua reação.
— Claro, não vejo nenhum problema. — A resposta de Adonis me
chocou.
— Você... você está bem com isso? — Eu perguntei.
— Sim, por que não estaria? — Adonis olhou para mim.
— Eu pensei que ficaria ocupada com os deveres de rainha o dia todo,
ou que não poderia porque eu seria uma rainha. — eu admiti.
— Não há nenhuma razão para que você não possa ser médica e
rainha. Você obviamente tem um talento e é apaixonada pela profissão de
médica da matilha. Isso são coisas preciosas e eu nunca as tiraria de você.
— Adonis sorriu quando viu minha reação.
— Tenha um pouco de fé em mim, pequena. Não sou tão ruim quanto
você pensa. — brincou Adonis.
Com a voz embargada, apenas balancei a cabeça. Quem diria que
Adonis concordaria tão facilmente?
Eu planejei em minha cabeça os outros passos que eu daria após a
negativa porque eu tinha certeza que ele discordaria, mas ele provou que
eu estava errada.
Foi nesse momento que bocejei e Adonis deu uma risadinha. Isso fez
subir novas faíscas pela minha espinha. Sua risada me deixou toda
confusa por dentro.
— Acho que você não gosta de acordar cedo. — Adonis sorriu.
Eu balancei minha cabeça e Adonis disse:
— Durma, pequenina.
Não precisou dizer duas vezes, meus olhos começaram a fechar
quando eu relaxei, e as últimas palavras que ouvi antes de cair em um
sono profundo foram:
— Em breve estaremos em casa.
Capítulo 13
Quando acordei, percebi que não estava mais no carro. Esfreguei
meus olhos e olhei em volta do ambiente desconhecido.
Ficou claro que eu estava em uma sala, provavelmente de Adonis, por
seu cheiro forte estar em todos os lugares.
Sentei-me e olhei em volta, mas ele não estava por ali. Meus pertences
foram carregados até o quarto; eles estavam espalhados por toda a sala.
Aproveitei para admirar o quarto. A cama era enorme, provavelmente
uma king-size. Uma TV grande na parede e dois sofás perto das enormes
janelas. Além de uma varanda.
O esquema de cores era todo cinza e preto. Por mais que eu amasse o
quarto, parecia que ele me dizia o quão ocupado Adonis estava. Todos os
controles remotos de TV estavam sujos, como se ele não os pegasse há
anos.
Adonis deve trabalhar muito e tem pouco tempo para ficar no quarto,
o que me fez admirá-lo muito mais.
Por alguma razão, senti que era meu dever garantir que Adonis
descansasse, porque ele claramente precisava.
As palavras de Sophia na noite do baile vieram à tona; Adonis estava
lidando com muita coisa porque ele não tinha encontrado sua
companheira. Agora que eu estava aqui, isso tornaria a vida dele mais
fácil? Eu esperava que sim.
Saí da cama confortável e abri a porta do quarto. Não havia ninguém
no andar, ou ao menos ninguém que eu pudesse ver. Talvez eu devesse ir
encontrar Adonis? Minha loba certamente concordou.
Acho que seria uma má ideia. Eu deveria ficar no quarto e desfazer as
malas. Não há uma razão para eu encontrá-lo.
Assim que fechei a porta, olhei para todas as minhas coisas e, em
seguida, ao redor da sala.
Havia muito espaço, mas o problema que eu tinha era onde deveria
guardá-las?? Mexer nas coisas de Adonis para abrir espaço para as minhas
parecia errado.
Droga, talvez eu precisasse encontrá-lo. Suspirando, caminhei em
direção à porta mais uma vez quando uma batida soou.
Eu sabia que não era Adonias porque minha loba ficaria louca.
Deveria ser algum guarda enviado por Adonis.
Abri a porta e lá estava Savanah. Ótimo, ótimo. Ela era a última
pessoa que eu queria ver, e estava claro por sua expressão facial que eu
era a última pessoa que ela queria ver também.
— Posso ajudar? — Eu perguntei.
— Onde está Dimitri? — ela respondeu.
— Por quê? — Eu questionei, não gostando do fato de ela querer ver
Adonis.
— Olha, você precisa aprender a cuidar da sua vida. Primeiro você me
envergonha na frente de todas aquelas pessoas, e agora você está
enfiando o nariz onde não é chamada. — cuspiu Savanah.
— Oh, eu sinto muito, como se eu quisesse encontrar meu
companheiro que por acaso era seu par. Supera e, se quiser falar com
Adonis, encontre-o você mesma. É claro que tudo o que você quiser falar
com ele não é da minha conta, de qualquer maneira. — Eu encolhi meus
ombros.
— Uau, você é tão patética e infantil. — Savanah suspirou.
— Foda-se. E não quero ver você aqui. — Eu olhei para ela e estava
prestes a fechar a porta quando a atmosfera mudou de repente.
Tudo tornou-se mais elétrico e apenas uma pessoa que poderia fazer
isso. — Adonis. Meu olhar encontrou o dele enquanto ele subia as
escadas em minha direção. Engoli um nó na garganta.
Ele era muito gostoso. Droga, não, Aarya. Você não deveria ter esses
pensamentos perigosos.
— O que está acontecendo aqui? — Adonis perguntou.
Eu assisti enquanto Savanah arrumava seu cabelo e ajeitava seus
seios. Essa garota era uma sem vergonha.
Eu olhei para Adonis.
— Você e sua namorada que resolvam suas merdas. Não tenho tempo
para isso.
Sem esperar por uma resposta, bati a porta e me inclinei contra ela.
Eu havia acabado de chegar e já estava dentro de uma novela.
O que eu deveria ter feito era sentar na cama e esperar que Adonis
entrasse, mas em vez disso coloquei o ouvido junto à porta.
Adonis soltou um grande suspiro e ouvi Savanah tentar falar, mas
Adonis a interrompeu.
— Este andar é destinado apenas para mim e minha companheira.
Você sabe que não deveria estar aqui. Tudo o que você fez foi me causar
mais problemas.
A culpa começou a corroer meu coração. Fui muito cruel com ele?
Sim, ele não estava impressionado com Savanah e queria sair dessa
situação.
Agora, se eu estivesse na plenitude das minhas faculdades mentais,
teria deixado os dois lidarem com o que quer que fosse. No entanto, eu
não estava com os meus sentidos certos porque não fiz nada disso.
Em vez disso, abri a porta, pegando os dois de surpresa. Enquanto
Adonis parecia aliviado ao me ver, Savanah parecia lívida. Esta cadela
precisava aprender seu lugar.
— Na verdade, retiro o que disse. Preciso de Adonis e, como ele é meu
companheiro, tenho prioridade máxima. Você deve marcar um horário,
embora eu não possa garantir que ele a receberá. Ele é um homem muito
ocupado. Agora tchau, tenho certeza de que você se lembra do caminho
da saída.
Sorri docemente para Savanah antes de pegar a mão de Adonis e
trazê-lo de volta para dentro do quarto.
Eu a ouvi murmurar — vadia — antes de sair. Talvez agora ela tenha
entendido.
Adonis tinha um sorriso enorme no rosto enquanto olhava para mim.
— Não se iluda, ela estava me irritando e eu realmente preciso de
você para alguma coisa, — eu disse a ele.
Seu sorriso estúpido não foi embora; tornou-se maior. Isso fez todo o
seu rosto se iluminar e seus olhos brilharem de alegria. Uau, ele estava
tão sexy...
Não! Balancei minha cabeça para limpar esses pensamentos. Maldito
Adonis e seu sorriso sedutor. O que diabos ele estava fazendo comigo?
Minha loba enlouquecia quando via Adonis sorrir daquele jeito. Ele
olhou para mim e disse:
— Você acabou de me reivindicar como seu, meu amor. Eu e meu
Lycan estamos muito felizes.
Suas palavras me fizeram engasgar. Eu realmente? Puta merda! Eu fiz!
Reclamei Adonis como meu companheiro. Sem perceber.
Virei-me para Adonis e perguntei:
— E você?
Ele sorriu para mim e agarrou minha mão me puxando para mais
perto dele. Meu coração disparou.
— Eu te reivindiquei na primeira vez que te Conheci? Lembra? — ele
sussurrou em meu ouvido. Fiquei sem voz, então apenas balancei a
cabeça. Adonis ergueu meu queixo para que eu olhasse em seus olhos.
— Se você quiser, pequena, eu reivindico você na frente do mundo
inteiro. Então todos saberiam que você é minha. — disse Adonis.
Eu engasguei com a sincera volúpia com que ele me olhava. Era tudo
verdade; não era difícil dizer.
As paredes que eu havia construído estavam desmoronando
lentamente e não havia nada que eu pudesse fazer para impedir. Adonis
me deixava em transe, um transe do qual eu não queria sair.
Capítulo 14
— Bem, você me chamou aqui por um motivo, então deixe-me ajudá-
la a desfazer as malas — disse Adonis, sorrindo para mim.
— O que? — Minha mente estava confusa.
— Desfazer as malas? A menos que você tenha decidido que não
precisava da minha ajuda... Então eu vou embora. — Adonis encolheu os
ombros.
— Espera! Eu preciso de sua ajuda para guardar as coisas mais
pesadas. — eu divaguei.
Desde quando eu divago? Ah, certo, desde que descobri que Adonis
era meu companheiro.
Adonis apenas ficou lá e sorriu.
— Primeiro você me reivindica como seu companheiro, e agora você
me chama de forte. Melhor dia de todos.
— Eu não chamei você de forte! — Minhas bochechas estavam
quentes.
— Talvez não diretamente, mas você deixou subentendido. — Ele
sorriu.
Revirei os olhos e apontei para as caixas.
— Certo, vamos desempacotar tudo então, — disse Adonis.
Levamos cerca de meia hora para desempacotar todas as minhas
coisas. Obviamente, Adonis não tinha permissão para desempacotar
minhas roupas ou roupas íntimas, para sua desolação.
Homens, como têm a mente limitada.
Assim que desfizemos as malas, Adonis me levou para baixo, onde
Gabe e Lexi estavam.
— Uau, não achei que veríamos vocês dois hoje. — Gabe piscou.
— Como se você e Lexi não tiveram um encontro ruim quando se
conheceram. Na verdade, se bem me lembro, vocês dois ficaram três dias
sem sair do quarto. — respondeu Adonis.
Lexi corou e Gabe empurrou Adonis.
— Ok, chega. O que devemos fazer agora? — Lexi perguntou.
— Que tal um tour? Eu realmente não sei de nada deste lugar
enorme. — sugeri.
Os olhos de Lexi brilharam.
— É uma ideia tão boa! Claro que você não conhece nada! Vamos,
pessoal.
Ok, Aarya, este é o momento em que você pode procurar pontos a
serem usados em uma fuga. Lembre-se de anotar, são informações úteis.
Eu não prestei muita atenção no que Lexi falava enquanto ela me
levava no tour. Os homens vinham logo atrás.
Notei que todas as saídas eram vigiadas. Adonis era realmente muito
rígido sobre quem entra e quem sai.
Por algum motivo, a ideia de não poder ir embora não me entristeceu.
O pensamento de ir embora também me causava tristeza.
Somente algumas horas na presença de Adonis e eu estava me
sentindo assim? O vínculo de companheiro era realmente algo muito
poderoso.
Lexi me mostrou onde ficava a cozinha e, quando entramos, muitas
pessoas saíram. Todas elas pararam e se curvaram para mim. Que
chatice? Eu não queria ser reverenciada, me sentia estranha.
Lexi percebeu meu desconforto e me puxou à frente dos meninos
para sussurrar:
— Eu sei que você não está acostumada com as pessoas se curvando a
você, mas é a maneira deles de mostrarem que te respeitam. Aarya, essas
pessoas oraram muito para que você chegasse e ajudasse seu rei.
Suas palavras grudaram em mim. Adonis ficou sozinho por muito
tempo; seu povo também deve ter perdido a esperança. Acho que Adonis
me encontrar foi a melhor coisa para ele e seu povo.
Uau, eu estava amolecendo, mas não estava brava com isso.
Assim que o passeio terminou, Adonis e eu nos despedimos. Adonis
me disse que me encontraria no andar de cima após pedir comida para
nós.
Eu abracei Lexi antes de voltar para o quarto. O perfume celestial de
Adonis permaneceu no ar, e eu aspirei-o profundamente. Aquele cheiro
me aqueceu; uma sensação incrível.
O colar de Hunter chamou minha atenção e eu fui até ele. Se ao
menos ele tivesse me dado antes, pensei enquanto corria minhas mãos
sobre o colar.
Se ele tivesse retribuído meus sentimentos antes, eu não estaria nessa
confusão.
No entanto, algo dentro de mim me disse que Hunter nunca foi meu,
ele nunca iria me fazer plenamente feliz.
Suspirando, peguei o colar para jogar no lixo. Por mais que eu não
quisesse, era o melhor a fazer. Aqui eu não precisava de lembranças do
passado.
Antes que eu pudesse jogá-lo na lixeira, Adonis entrou e seu olhar
imediatamente se encerrou no colar.
— Por que você está segurando essa coisa? — ele perguntou, fechando
a porta.
— Bem, eu estava... — Eu não tive a chance de responder quando
Adonis se aproximou ainda mais de mim, seu peito arqueando.
— Qual o problema com este colar? — Sua voz profunda me deixou
arrepiada.
— Nenhum problema. Na verdade, eu ia... — Mais uma vez, minha
frase ficou incompleta quando olhei nos olhos de Adonis.
Seus impressionantes olhos castanhos estavam ficando pretos. Eu
sabia o que aquilo significava. Seu Lycan estava assumindo o controle.
Meu coração batia cada vez mais rápido, mas não de nervosismo, de
excitação. Culpa da minha loba.
— Diga-me a verdade. Eu vi o jeito que aquele garoto olhou para você,
— Adonis cuspiu.
Oh merda, não me diga que ele descobriu que Hunter é quem partiu
meu coração. Minha boca se abriu, pronta para contar uma mentira, mas
um aviso nos olhos de Adonis a fechou bem rápido.
Sentime compelida a lhe contar a verdade.
— Sim, Hunter é quem partiu meu coração. Mas agora tudo o que ele
faz é me deixar desconfortável. Eu odeio estar na presença dele. Este
colar estava apenas em minhas mãos porque eu iria jogá-lo no lixo. —
expliquei.
Soltei o colar e ele caiu na lixeira.
Sem perder um segundo, Adonis me pegou e me colocou em cima da
cômoda. Ele enterrou o rosto no meu peito, fazendo-me engasgar.
O desejo de passar as mãos pelo cabelo dele aumentava
consideravelmente.
Sozinhas, minhas mãos encontraram o cabelo macio de Adonis. Ele
soltou um gemido. Puxa, por que ele era tão sexy?
Esse som fez meu corpo enrijecer e eu juntei minhas coxas. Adonis
não podia sentir o cheiro do meu desejo, embora estivesse tentando
escondê-lo.
Os lábios de Adonis caminharam pelo meu rosto até pararem no meu
pescoço me fazendo fechar os olhos, saboreando aqueles lábios úmidos.
Engasguei quando o senti beliscar meu pescoço.
— Se você pensar em fugir, eu vou te encontrar, e quando o fizer, vou
te mostrar porque as pessoas têm pesadelos comigo. — Adonis sussurrou
em meu ouvido.
Ele saiu da sala me deixando nervosa e extremamente excitada....
Capítulo 15
Meu cérebro ainda estava processando o que acabara de acontecer,
quando a porta se abriu. Meus olhos se arregalaram quando vi Adonis
vindo em minha direção. O que ele vai fazer agora?
— Pensando bem, não vou dar a você a chance de me deixar. —
afirmou.
Antes que eu pudesse responder, Adonis me beijou! Seus lábios
quentes pressionaram os meus e enviaram uma descarga elétrica por
todo o meu corpo.
Puta merda, por que ele tem lábios incríveis? Meus pensamentos
foram consumidos pelo beijo e pelos lábios quentes de Adonis.
Por favor, não deixe este momento acabar. Quero beijar esses lábios
até o fim dos meus dias.
Uma batida na porta nos separou. Tive vontade de gritar! Maldito seja
quem está do outro lado.
Uma criada nervosa entrou e colocou a bandeja de comida na mesa
antes de se retirar rapidamente. Pobre mulher, não precisava ser um
gênio para saber que algo estava acontecendo antes que ela entrasse.
Que vergonha! Ela provavelmente pensa que somos dois pervertidos.
Ao contrário de mim, Adonis tinha um sorriso malicioso no rosto.
Eu queria dar um soco naquele sorriso maroto, ou eu queria beijá-lo?
Um beijo e estou agindo assim. Ótimo.
— Gostou? — ele perguntou.
— Sim... quero dizer, não. — Eu balancei minha cabeça.
— Você sabe que é injusto para você me distrair com seus lábios
pecaminosos e deliciosos, — reclamei.
— Mesmo? Era eu quem deveria dizer isso. Seus lábios inchados
deixam você ainda mais sexy, — Adonis disse, colocando uma mecha do
meu cabelo atrás da orelha.
Eu estremeci com seu toque.
— Foi um longo dia hoje; você precisa comer e descansar um pouco.
Amanhã começaremos a treinar, — disse Adonis.
— Treinamento? Eu? — Fiquei confusa.
— Quero que minha rainha seja capaz de se defender e sei que você é
mais do que capaz, — explicou Adonis.
Minha boca abriu em estado de choque. Eu não conseguia acreditar
no que estava ouvindo. Com um leve sorriso, Adonis fechou minha boca.
— Sua falta de fé me entristece, pequena. Mantenha a mente aberta e
você não ficará tão chocada da próxima vez. — Adonis deu uma
risadinha.
Adonis me disse que voltaria mais tarde e me deixou sozinha com
meus próprios pensamentos, o que também era um perigo.
Bem, agora eu me sentia uma idiota. Eu deveria saber que Adonis era
diferente quando ele não demonstrou nenhuma objeção quando disse
querer continuar meu treinamento para ser uma médica da matilha.
Na minha cabeça, o tratei como um tirano que não deixa sua
companheira fazer nada, mas ele estava provando que eu estava errada
em todos os aspectos.
Esses livros estúpidos de romance, é por isso que eu não deveria lê-
los.
Uma parte de mim era pura ansiedade com o treinamento. Seria
muito diferente do meu treinamento na matilha, já que aqui todos eram
Lycans.
Eu pulei da cômoda e fui até a bandeja de comida. Tudo cheirava
divino! Eu precisava ser a melhor amiga do chef porque a comida era
muito boa.
Depois do meu delicioso jantar, me preparei para dormir, e foi
quando vi a marca do ataque de Adonis no meu pescoço.
Na verdade, não me importei nem um pouco; era como se aquela
marquinha mostrasse às pessoas que fui pega. A cama chamava meu
nome depois de hoje.
Obviamente não dormi logo, algo que seria estranho. Passei uma hora
no telefone, atualizando-me nas redes sociais e avisando à minha família
que eu estava viva.
Mas ninguém estava preocupado. Mamãe presumiu que eu passaria
um tempo com Adonis e ficou chocada ao ver minha mensagem. O que
eu já esperava. Eles provavelmente pensavam que eu faria sexo ou algo
assim.
Antes eu teria ignorado o sexo por um tempo, mas depois de sentir o
gosto daqueles lábios, eu não tinha certeza de quanto tempo eu duraria.
Eu cruzaria a ponte quando chegasse a hora. Agora eu precisava dormir.
Colocando meu telefone para carregar, deixei meus olhos fecharem e
o sono assumir....
Eu sempre acordei com minha mãe gritando meu nome escada acima,
ou com meu alarme idiota, alto e irritante. No entanto, esta manhã nada
disso aconteceu.
Acordei porque senti alguém brincando com meu cabelo.
Acanhada, abri meus olhos e vi Adonis deitado e mexendo em meu
cabelo. Ele parecia tão relaxado enquanto enrolava meu cabelo com os
dedos. Definitivamente, a melhor maneira de acordar de todos os
tempos!
— Finalmente acordou? — Adonis sorriu.
— Eu provavelmente teria dormido mais se você não começasse a
brincar com meu cabelo, — eu admiti.
— Se eu pudesse, ficaria assim para sempre, mas precisamos nos
levantar para treinar. — Adonis suspirou.
Enquanto eu me espreguiçava e pegava meu telefone para checar
minhas mensagens, Adonis saiu da cama e foi se arrumar.
Felizmente para mim e minha sanidade, Adonis estava vestindo
roupas. Ele não dormia sem camisa, embora seu peito parecesse que fosse
rasgar a camisa quando ele se espreguiçasse.
Mandei uma mensagem para Carter, que me disse que não
responderia nos próximos dias com um rostinho piscando.
Nojento, eu não queria saber disso. No momento em que mexia no
meu telefone, Adonis estava pronto.
Puxa, ele parecia gostoso, mas eu não deveria ficar olhando. A blusa
grudada em seus músculos e o short mostrava um volume
impressionante.
Não, Aarya! Pare de olhar!
Pulei da cama e corri para me arrumar; minha mente estava ficando
louca.
Eu me preparei em tempo recorde vestindo short e regata. Eu estava
com um sutiã esportivo por baixo, mas decidi não sair com ele, pelo meu
bem e pelo bem de Adonis.
Adonis estava sentado na cama, mas seus olhos travaram nos meus
quando eu saí. Ele não disse nada, pegou minha mão e saímos.
Por algum motivo, me senti diferente. Olhei para Adonis e percebi
que ele tinha sardas nas bochechas, não havia percebido antes. É verdade
que eram sinais sutis, mesmo assim. Eu também me sentia mais alta.
Eu estava ficando louca?
Adonis nos levou além da cozinha e direto para o campo de
treinamento. Surpreendentemente, já havia muitas pessoas aqui.
Obviamente, eles deveriam amar o treinamento.
— Por que me sinto diferente? Minha visão está mais nítida e me
sinto mais alta. — Sussurrei para Adonis.
— Você vai descobrir, — respondeu ele e saiu com um olhar
presunçoso no rosto.
O que é que foi isso? Por que ele não pode simplesmente me dar uma
resposta direta?
Meu olhar encontrou Luke e Sophia. Sophia vai saber! Luke foi até
Adonis e eu acenei para Sophia.
— Ei, primeira sessão de treinamento com os Lycans! — Ela sorriu.
— Sim, mas eu chamei você porque acordei hoje sentindo algumas
mudanças estranhas. Por alguma razão, me sinto mais alta e minha visão
definitivamente ficou mais nítida. Você acha que estou ficando louca?
O que eu esperava de Sophia era que ela me olhasse como se eu
estivesse enlouquecendo. No entanto, eu não esperava um grande abraço
e que ela abrisse um grande sorriso no rosto.
Isso me fez questionar o que raios eu não sabia, que Sophia e Adonis
sabiam?
— Você é tão engraçada, Aarya! Você está mudando para uma Lycan!
É incrível ver seu corpo mudar, divirta-se. — Sophia riu.
Ah, merda. Tinha me esquecido dessa parte ou não percebi como
aconteceu cedo.
Uma pequena parte de mim queria mudar logo. Ser um Lycan parecia
tão legal e ter sentidos aguçados definitivamente seria ótimo...
Meu olhar encontrou Adonis, que estava conversando com Luke.
Agora eu entendia o olhar presunçoso em seu rosto. Obviamente ele não
me contaria, porque para ele é mais divertido me ver descobrir sozinha.
Meu olhar baixou para os lábios de Adonis. Urgh, eu queria tanto
beijá-los.
Uma pequena amostra deles e fiquei viciada.
Meus pensamentos foram interrompidos pelo anúncio de Adonis de
que o treinamento iria começar. Eu não tinha ideia para onde ir ou o que
fazer, mas desta vez Adonis me chamou.
Eu ouvi ele e Luke explicando como o treinamento de hoje iria
progredir. Primeiro, Adonis e Luke iriam demonstrar uma técnica e
então teríamos que praticar esse movimento.
Então, nos separaríamos em grupos, para que aqueles que não haviam
treinado antes (eu) pudessem aprender desde o início.
Não parecia tão ruim até que eu soube que seria um dia de
treinamento de quatro horas com pequenos intervalos entre eles. De
repente, eu queria voltar para a minha cama, mas estava presa aqui.
Sophia ficou ao meu lado enquanto Adonis e Luke mostravam a
técnica. Eu me encontrei em transe, meus olhos focados em Adonis e
apenas nele.
Ele fez o treino parecer tão sexy que eu simplesmente não consegui
desviar meu olhar. Eu só percebi o tempo que fiquei olhando quando
Adonis fechou minha boca e me disse: — Você estava babando.
Seus lábios se curvaram em um sorriso sexy enquanto ele se afastava
de mim. Ele fez isso de propósito! Treinou bem na minha frente para ver
minha reação.
Bem, nós dois podemos jogar esse jogo, Adonis. É melhor se cuidar.
Capítulo 16
Pensamentos sobre como eu poderia me vingar de Adonis
sobrevoavam minha cabeça. Encontrar uma resposta foi muito mais
difícil do que eu pensava porque ele não tirava os olhos de mim.
Felizmente Sophia estava perto; a ajuda dela seria valiosa. Acenei para
ela e ela veio com um sorriso enorme no rosto.
— Ei, amiga. Ainda não creio que você está aqui, e posso vê-la sempre
que quiser! — Ela sorriu.
— Você é louca, mas eu ainda te amo. Enfim, chamei você aqui
porque preciso da sua ajuda. Adonis estava treinando de propósito... —
comecei a dizer.
— Intencionalmente treinando de uma forma que te fez sentir quente
e ter esse desejo por ele? — Completou instintivamente Sophia.
Meu queixo caiu pela segunda vez, e Sophia riu antes de fechá-lo.
— Não se esqueça que eu também tenho um companheiro e todos os
homens são iguais. Eles querem obter uma reação nossa. — Ela revirou
os olhos.
— Como você se vingou de Luke? — Eu perguntei, desesperada por
alguma ideia.
— Simples, sem sexo por dois dias. Claro, depois disso, Luke nunca
mais repetiu a provocação. Privar um Lycan de sexo com seu parceiro e
eles farão absolutamente qualquer coisa para mudar isso. Sexo com
companheiros é algo sem o qual os Lycan não podem viver, — explicou
Sophia.
— Hum... isso é bom saber, eu acho. Mas eu não fiz sexo com Adonis
ainda, então isso não me ajuda em nada. — Suspirei.
— O quê? — Sophia gritou.
Eu olhei para ela em estado de choque, ela baixou a voz antes de
responder:
— Você ainda não fez sexo com o rei? Como isso é possível?
— Hum... porque nós dois não estamos prontos? — Eu olhei para ela
confusa.
— Oh, por favor, Aarya. Nós duas sabemos que ele está mais que
pronto. Você é o problema aqui. — Sophia ergueu as sobrancelhas.
Por que me senti atacada? Sophia estava tentando me dizer algo?
— Como chegamos a esse assunto? Não estou pronta para dar o
próximo passo em nosso relacionamento. Mas ainda não tenho como me
vingar dele. — Fiz beicinho.
— Anime-se, talvez você possa provocá-lo com a ideia de sexo, —
sugeriu Sophia.
Isso parecia uma boa ideia até que olhei para Adonis e meus olhos
viajaram até seus lábios sensuais.
Sim, tenho a sensação de que seria para mim mais torturante
provocá-lo.
— Você vai pensar em algo — Sophia sorriu.
Adonis fez com que todos nós praticássemos o movimento que ele
demonstrou tantas vezes. Fiz dupla com Sophia, o que foi bom para mim.
O problema é que senti o olhar de Adonis em mim o tempo todo. Eu
queria tanto me virar e olhar seus olhos cativantes, mas não queria dar a
ele essa satisfação.
Assim que Adonis ficou feliz com a sessão de treinos, ele anunciou:
— Bom, agora quero que todos os Lycans avançados vão e peguem
aqueles dardos e lanças ali. Os outros Lycans, devem se sentar.
— Ótimo, nosso rei nos ensina do jeito antigo. Por que não podemos
simplesmente usar armas como outras matilhas? — reclamou um Lycan.
Adonis soltou um rosnado baixo, o que fez todos congelarem no meio
do caminho. Os cabelos da minha nuca se arrepiaram enquanto eu
observava Adonis caminhar até o Lycan.
Luke e Sophia olharam para mim preocupados. Eles temiam que
Adonis perdesse a paciência.
— E se suas armas ficarem sem balas? Você não quer aprender outra
opção de luta por precaução? Você esquece que seu rei é velho, então
aprender técnicas antigas é essencial. Eu treino meu povo para ter Lycans
fortes também — sendo fortes em sua forma humana. Uma arma é inútil
quando está sem balas. Não subestime meu treinamento. Sua punição é
correr por este campo trinta vezes. Sem parar. — Adonis endireitou o
Lycan macho.
Luke e Sophia soltaram um suspiro de alívio quando Adonis desviou o
olhar do Lycan e se afastou.
O Lycan macho suspirou e começou a dar voltas pelo campo. Da
próxima vez, ele pensaria duas vezes antes de dizer algo tão estúpido.
Adonis olhou para mim e vi seus ombros relaxarem. Uau, eu não sabia
que eu podia ajudá-lo. Isso me fez sentir quente por dentro.
Depois desse fiasco, Adonis disse:
— Iniciantes, por favor, sentem-se e observem os outros. Eu não
quero que vocês machuquem a si mesmos nem a qualquer outra pessoa.
Eu juro que ele olhou para mim quando disse isso. Ele pensa que sou
tão estúpida?
Tanto faz, pelo menos eu posso sentar e assistir Adonis lançar uma
lança. Os músculos do braço dele em exibição. O que estou dizendo? Sai
dessa, Aarya.
Suspirando, eu estava prestes a me sentar em alguns dos lugares
quando senti uma brisa sob minha blusa.
Como isso? Eu olhei para baixo e vi que minha blusa estava levantada.
Quando olhei para o lado, quase ri.
Algum idiota estava segurando sua lança do lado errado e a ponta
afiada conseguiu passar por baixo da minha blusa. Sério, esse cara estava
pedindo para morrer. Se Adonis descobrisse, claro.
Além disso, não posso morrer hoje porque ainda preciso pensar em
uma maneira de me vingar de Adonis. Eu estava prestes a dar um tapinha
no ombro do idiota quando ele começou a se afastar.
Ah Merda! Minha blusa começou a rasgar e eu assisti com horror.
Agora havia um grande rasgo na lateral da minha blusa.
Filho da puta, este idiota precisava ser chutado nas bolas em qualquer
lugar para ver se criava bom senso.
Ninguém disse a ele como segurar uma lança? Não sou uma
especialista, mas tenho quase certeza de que não se deve manter a ponta
da lança longe.
Meu olhar imediatamente foi para Adonis, que estava conversando
com Luke. Graças a Deus, ele não viu isso.
De repente, uma ideia surgiu na minha cabeça e eu sorri. A vingança é
doce, Adonis.
Sem que ele me visse, sentei-me em uma cadeira e me virei de forma
que o único lado visível fosse o lado bom, que não estava rasgado.
Comecei uma conversa com as pessoas ao meu redor, dando a
impressão que eu estava assim para falar com as pessoas.
Felizmente, todos foram super amáveis e me trataram como uma
pessoa normal, não como uma rainha.
Eles foram todos respeitosos, não perguntaram sobre meu
relacionamento com Adonis, mas sim sobre minha vida anterior.
Adonis e os outros continuaram lançando suas lanças enquanto eu
conversava e olhava para ver se Adonis estava olhando para mim.
Infelizmente, isso significava que eu não podia olhar para os músculos
impressionantes dos braços de Adonis, o que era uma decepção, mas não
importa. Eu teria outras oportunidades.
— Ok, agora é a sua vez. Junte-se a um dos Lycans avançados. Eu
estarei supervisionando, — Adonis me tirou da conversa.
Sophia acenou para mim e eu corri. Sua boca abriu quando viu meu
top.
— Quem fez isso? — ela perguntou.
— Um idiota, — respondi.
— Precisamos colocar outro top em você antes que Dimitri veja e se
transforme, — Sophia disse, seus olhos arregalados.
— Bem, a questão é que eu não vou fazer isso. Eu tenho um sutiã
esportivo por baixo de qualquer maneira. Não é um problema. — Encolhi
meus ombros.
A julgar pela reação de Sophia, claramente era. Eu não sou estúpida;
eu sabia que Adonis reagiria ferozmente, e era isso que eu queria.
Sem me importar, rasguei o resto da camisa e joguei fora. Os olhos de
Sophia se arregalaram ainda mais e ela olhou em volta freneticamente.
— Acalme-se e me ajude. — Eu revirei meus olhos.
Ela olhou para mim e suspirou:
— Você vai deixá-lo louco.
— O que posso fazer? É hereditário, — eu sorri.
Sophia me ajudou a segurar a lança e, após algumas tentativas, eu já
havia dominado a técnica. Depois que eu joguei minha lança, um arrepio
desceu pela minha espinha e um rosnado foi ouvido.
— Que porra você está vestindo? — A voz profunda de Adonis me fez
estremecer.
Sophia me olhou preocupada e se afastou. Merda, Adonis era tão
assustador?
Eu me virei para vê-lo me encarando. Seus olhos enegrecendo, ele
estava lutando para se manter no controle.
— Minha blusa rasgou. — Apontei para minha camisa rasgada.
— Então, você decide treinar assim? — ele perguntou, ofegante.
— Sim, não é como se eu estivesse nua, ok. Eu estou usando um sutiã
esportivo. — Eu revirei meus olhos.
— Você está quase nua, — ele murmurou baixinho.
— Ok, você está exagerando. Por favor, saia e me deixe treinar. — Eu
sorri docemente.
Adonis rosnou novamente, e eu vi todos darem alguns passos para
trás. Seu olhar sedutor no meu corpo me fez sentir algo forte. Tesão.
Acho que Adonis sentiu o cheiro porque tirou a camisa e me vestiu
com ela.
Puta merda, ter um corpo como o dele deveria ser crime. Desta vez,
tinha certeza de que meus olhos estavam muito arregalados.
Sem perder um segundo, Adonis me pegou e me jogou por cima do
ombro.
— O treinamento foi cancelado, — gritou Adonis enquanto se
afastava comigo.
— O que você pensa que está fazendo? Ponha-me no chão agora
mesmo! Não sou uma boneca, — gritei.
Em vez de uma resposta, recebi um tapa na bunda.
— Que porra é essa? — Eu rosnei.
— Continue falando, pequena, e eu vou continuar batendo em sua
bunda até que esteja bem vermelha com a impressão da minha mão nela,
— Adonis rosnou.
Bem, isso me fez calar a boca. De jeito nenhum eu queria que ele
continuasse batendo na minha bunda. Embora a ideia não tenha me
incomodado tanto quanto eu pensei que incomodaria.
É, eu estava mudando. Meu olhar desceu até a bunda de Adonis.
Eita, ele tem uma bela bunda. Ave, pare de pensar na bunda do
Adonis! Isso não era nada bom.
Adonis passou por todos enquanto subia as escadas. O que ele vai
fazer?
Eu reconheci o andar e seu quarto. Adonis não me colocou no chão
com delicadeza, mas me jogou na cama.
Minha boca se abriu para gritar com ele, mas fechei quando vi seus
olhos. Eles estavam gritando de desejo.
— Quase perdi o controle lá fora e não foi de raiva. Você quase me fez
perder o controle depois de sentir o cheiro do seu desejo. — Adonis
passou as mãos pelos cabelos.
Caramba, que gostoso. Meu corpo inteiro formigou depois de ouvi-lo
admitir isso. Seus olhos escureceram ainda mais, e seu olhar de
frustração foi substituído por um olhar determinado.
— Agora que senti o cheiro do seu desejo, quero mais. Desta vez,
quero provar o gosto. — Ele sorriu.
Engoli em seco. Com a sensação de que uma mordida não seria o
bastante.
Capítulo 17
— P... Provar, — eu consegui soltar.
O sorriso de Adonis ficou maior.
— Sim, provar. Todo o seu corpo está me chamando, pequena.
Engoli o nó na garganta quando Adonis se aproximou de mim. É claro
que meu primeiro instinto foi tentar me afastar de Adonis.
Seus olhos cerraram por uma fração de segundo antes de mudarem.
De repente, me senti como uma presa de Adonis, o predador. Ele olhou
para mim como se quisesse me devorar.
Antes que eu pudesse dizer ou fazer qualquer coisa, Adonis agarrou
meus tornozelos e me puxou para ele, fazendo-me gritar.
— Não há nenhum lugar onde você possa se esconder de mim. Senti o
cheiro do seu desejo e agora estou desesperado para saboreá-lo. —
Adonis se inclinou e sussurrou em meu ouvido.
Puta merda, este homem vai me matar. Posso imaginar minha lápide,
— Morte por desejo, causada por Adonis.
Meu processo de pensamento foi interrompido por Adonis, que me
deu beijos do meu queixo até o pescoço. Porque aqueles lábios eram tão
bons na minha pele?
Conforme ele me beijava, meus olhos se fecharam e me vi desejando
que ele voltasse aos meus lábios. Sendo o provocador que ele é, Adonis
beijou perto dos meus lábios, mas nunca neles.
Ou ele não percebeu o efeito que estava causando em mim, ou ele
sabia e estava gostando do meu desconforto.
Bem, se ele não vai tomar a iniciativa, quem disse que não posso?
Gemendo de frustração, abri meus olhos e agarrei a cabeça de Adonis
antes de esmagar meus lábios nos dele.
Ele rosnou e pressionou seus lábios contra os meus com mais força
enquanto se posicionava sobre mim.
Nossa, os lábios dele eram incríveis! Puxei a cabeça dele para mais
perto da minha e dei um longo e profundo beijo.
Se eu morrer depois disso, tudo bem. Pelo menos beijei um cara que
me fez nunca mais querer parar de beijá-lo.
Adonis pausou o beijo e pousou sua testa contra a minha enquanto
nós dois prendíamos a respiração.
— Bem, eu não esperava isso, — Adonis finalmente disse.
— Por quê? Porque as meninas não podem dar o primeiro passo? —
Eu retruquei.
— Não, porque pensei que você sentia repulsa por mim, — respondeu
Adonis.
— Porque você pensaria isso? Definitivamente, não sinto repulsa por
você. Eu sinto..., — eu parei.
O olhar de Adonis perfurou o meu; era como se ele estivesse
procurando por algo.
— Sente o quê? — ele expirou.
— Sinto delírio, — eu engasguei quando os lábios de Adonis
encontraram meu pescoço.
— Você tem um gosto tão bom, pequena, — Adonis gemeu contra
meu pescoço.
Eu não queria gemer, mas Adonis não me ajudava. Seu ataque no meu
pescoço parou e seus lábios desceram abaixo no meu peito.
Quando aqueles olhos castanhos se conectaram aos meus, juro que
parei de respirar. Nunca na minha vida eu tinha visto olhos cheios de
volúpia e amor por mim.
Adonis olhou para mim antes de se arrastar de volta e sussurrar em
meu ouvido: — Respire, pequena.
Assim que ele disse essas palavras, soltei um suspiro profundo que eu
nem sabia que estava segurando.
— O que você está fazendo comigo, Adonis? — Eu perguntei.
— Nada se comparado ao que você está fazendo comigo. — Adonis
beijou minha orelha.
Adonis se sentou e me pegou, então eu estava montada nele.
Honestamente, eu não conseguia superar o quão quente Adonis era.
— Eu só quero que você saiba que fazer aquele movimento para me
beijar foi incrivelmente sexy, — Adonis me disse.
— Você gostou? — Eu perguntei.
— Eu adorei, pequena. Você provou a si mesma e a mim que é mais
confiante do que pensa. Não há nada mais sexy do que ver uma mulher
confiante. — Adonis sorriu.
— Você sempre sabe as coisas certas a dizer para me deixar louca, —
respondi.
Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, passei meus braços ao
redor de seu pescoço e o puxei para perto, apenas para um abraço.
Adonis riu e passou os braços em volta da minha cintura.
— Não pense que você está livre de mim, pequena. Eu quero meu
gosto, — Adonis sussurrou.
— Você já não experimentou? — Eu perguntei.
— Não o suficiente para saciar minha fome por você. Quero provar a
parte mais íntima do seu corpo, — Adonis beijou meu pescoço.
— Dimitri? — Uma voz gritou.
— Ignore isso, — disse Adonis, encerrando o nosso abraço e passando
o dedo pelo meu rosto.
Eu estremeci de prazer.
— Dimitri? Eu sei que você está aí! Por favor. — aquela voz irritante
soou novamente.
O desejo que turvou minha mente decidiu clarear uma vez e meu
cérebro lento entendeu quem estava na porta.
Rosnando, pulei do colo de Adonis e abri a porta para revelar
ninguém menos que Savanah.
Ela estava prestes a dizer algo, mas seus olhos me percorreram. Eu
provavelmente parecia uma visão, com meus lábios inchados, cabelo
bagunçado e vestindo a camisa de Adonis.
— Sim? Posso ajudar? — Eu perguntei.
— Por que você está vestindo a camisa dele? — Savanah cuspiu.
Eu revirei meus olhos.
— Por que você ainda está aqui? Acho que Adonis já disse que você
não é bem-vinda aqui.
— O que você quer? — Adonis perguntou, de pé atrás de mim.
— Bem, eu queria te perguntar se..., — Savanah parou, seus olhos
baixaram.
Meus olhos se estreitaram sobre ela, e me virei para ver Adonis
parado sem camisa. Esta cadela estava desejando meu companheiro.
Rosnando, empurrei Adonis para longe e bati a porta, então agora
éramos apenas eu e Savanah.
— Você não tem vergonha de desejar meu companheiro, não é? — Eu
olhei para ela.
— Ele deveria ser meu companheiro, — disse Savanah.
— Sim, ele quase foi seu, mas ele me encontrou, e você agora faz parte
do passado. Este é o último aviso que você receberá de mim. É melhor
você deixar eu e Adonis em paz. Não venha a este andar de novo porque
você não é bem-vinda, — eu esbravejei.
Sem nem dar a ela uma chance de responder, eu a deixei do lado de
fora e voltei para dentro. Adonis estava parado ali com um olhar confuso
no rosto.
— O quê? Você pode me jogar por cima do ombro quando eu estiver
usando um sutiã esportivo, mas não posso ficar com raiva quando sua ex
está descaradamente olhando para você? — Revirei meus olhos.
— Você fica sexy com raiva. O ciúme combina com você. — Adonis
sorriu.
— Da próxima vez, coloque uma camisa, — respondi, indo direto para
o meu guarda-roupa outra camisa.
Assim que me vesti, decidi sair do quarto. Ficar no mesmo ambiente
com Adonis não seria uma boa ideia.
— Onde você está indo? — Adonis perguntou.
— Não sei, para algum lugar, — respondi.
— Bem, eu acho que perdemos nosso momento. Vou ter que provar
seu gosto outro dia. — Adonis piscou para mim.
— Ou nunca, — retruquei.
— Nós dois sabemos que logo terei esse prazer. O que eu quero, eu
consigo. — Adonis olhou para mim, desafiando-me a desafiá-lo.
— Veremos então. — Eu levantei minhas sobrancelhas e saí da sala
antes que Adonis pudesse me segurar.
O destino estava do meu lado porque, assim que desci as escadas, Lexi
estava entrando.
— Ei, Lexi, — eu gritei para ela.
Ela se virou e me deu um sorriso enorme.
— Aarya! Bom te ver! Venha me ajudar na cozinha.
Ela avistou Adonis atrás de mim e acrescentou:
— Se você não estiver muito ocupada.
Eu olhei para Adonis e depois de volta para Lexi.
— Não, eu não estou ocupada! Vou te ajudar.
Adonis observou com uma cara feia no rosto enquanto eu me afastava
com Lexi.
Ver o desejo nos olhos de Adonis me fez pensar se brincar com ele
acabaria bem para mim....
Capítulo 18
— Então, o que está acontecendo entre vocês dois? — Lexi perguntou
assim que estávamos na cozinha.
— Não tenho ideia do que você está falando, — respondi.
— Uhum, claro que não. É por isso que Dimitri estava carrancudo
quando você veio comigo. Vocês dois discutiram? — Lexi questionou.
Suspirei.
— Não, na verdade estávamos nos divertindo, mas Savanah bateu na
porta e estragou tudo.
— Para você ou para ele? — Lexi ergueu as sobrancelhas.
— Eu, obviamente. Essa garota sempre aparece na hora errada, —
reclamei.
— Por causa dela, você está descontando sua raiva em Dimitri. — Lexi
olhou para mim com um sorriso.
— Bem, ela só bateu na nossa porta por causa dele. E ele foi à porta
sem camisa, e ela o olhou sem pudor, — eu desabafei.
— Ahh, então a coisa toda é porque você está com ciúmes. — Lexi riu.
— O que é tão engraçado? Aposto que se a mesma coisa acontecesse
com você, você também ficaria com ciúmes. — Eu revirei meus olhos.
— Você está certa, mas é bom ver alguém agir assim por Dimitri. Ele
precisava de alguém como você. — Lexi sorriu.
— Você acha? — Eu perguntei.
— Com certeza. Vocês dois se complementam tão bem. É
inacreditável o efeito que você teve sobre ele em tão pouco tempo, —
disse Lexi.
— Hmm... acho que sim. — Pensei no comentário de Lexi.
— Todos nós podemos ver a mudança em Dimitri, e eu sei que você
foi empurrada para tudo isso de repente, mas eu posso ver uma mudança
em você também, — Lexi comentou.
— Eu? Qual? — Eu estava curiosa.
— Você tem um brilho, como se estivesse em uma bolha de felicidade
que ninguém pode estourar. Não é preciso ser um gênio para descobrir
quem está fazendo você tão feliz. — Lexi me cutucou.
— Você mudou para um Lycan? — Eu perguntei.
— Não, mas acho que você está preocupada com a mudança? — Lexi
adivinhou.
Eu balancei a cabeça e ela suspirou.
— A maioria dos lobisomens não luta porque as mudanças não são
tão drásticas, nada que eles não possam lidar. No entanto, existem alguns
que sofrem porque não conseguem lidar com as mudanças; eles acham
demais. Ser acasalada com o rei significa que você terá sentidos
aprimorados como os dele, o que pode ser difícil de lidar. Infelizmente, é
tudo novo para todos, então não sabemos. Mas com Dimitri ao seu lado,
tenho certeza que você ficará bem. Além disso, você não é uma
lobisomem fraca.
Uau, foi muita informação para assimilar, mas útil. Uma parte de
mim estava apavorada com a mudança, mas a outra parte estava
animada.
Ser uma Lycan significaria que eu teria todos os meus sentidos
aprimorados, o que era muito legal. Também significava que eu estaria
no mesmo nível de Adonis.
— Obrigada, Lexi. — Eu sorri e a abracei.
— Disponha! Agora você pode me ajudar a assar alguns biscoitos ou
pode ir para o seu companheiro. — Lexi piscou.
— Não, eu vou te ajudar a assar biscoitos. Um tempo separado dele
vai ser bom para gente, — eu respondi.
Lexi riu.
— Ele já passou muito tempo longe de você, mas assim você pode
levar alguns biscoitos para ele. Tenho certeza que ele adoraria.
Revirando os olhos, coloquei todas as minhas preocupações no fundo
da minha mente e ajudei Lexi a assar os biscoitos.
Honestamente, era bom ter algum tempo das garotas, mas sentia falta
de Adonis. Era assim que sempre seria?
Essa sensação de estar vazia sem ele? Eu queria perguntar a Lexi, mas
decidi não fazer, para ela não pensar que eu estava sendo boba.
Talvez eu estivesse sendo boba. Talvez eu estivesse sendo
extremamente carente por causa das mudanças as quais meu corpo
estava passando.
Assim que os biscoitos foram assados, Lexi colocou alguns em um
prato e me entregou.
— Vá para o seu companheiro agora. — Ela deu uma risadinha.
Desta vez eu não disse nada, apenas sorri. Saí da cozinha e olhei ao
redor.
Onde ele estaria? Seu cheiro viciante encheu minhas narinas e eu
sorri. Meus pés se moveram por conta própria, seguindo aquele cheiro.
Parei do lado de fora de uma porta, que presumi ser o escritório dele.
Em educação, decidi bater, mas nem precisei.
A porta se abriu e Adonis estava lá com um olhar tenso no rosto.
— Hum... quer biscoitos? — Eu disse, olhando para ele.
Sua expressão tensa desapareceu e ele sorriu.
— Entre, pequenina. — Adonis saiu do caminho para que eu pudesse
entrar.
Sorrindo, entrei em seu escritório. Era enorme, além de muito
organizado.
Adonis tinha arquivos enormes e tudo estava etiquetado. Não havia
papéis espalhados por toda parte e estava tudo muito limpo.
Este homem sempre me surpreendendo.
Adonis se sentou em sua cadeira e ergueu as sobrancelhas.
— Você vai ficar de pé o tempo todo?
— O quê? Não, eu estava apenas olhando para o seu escritório, —
murmurei, sentando e colocando o prato de biscoitos na frente dele.
— Você se divertiu com Lexi? — Adonis perguntou enquanto pegava
um biscoito do prato.
— Sim, foi bom conversar com ela, — respondi.
Adonis acenou com a cabeça e deu uma mordida no biscoito. Ele
gemeu e disse: — Estes são os melhores.
Meu cérebro não conseguia nem formar uma resposta. Eu estava
lutando para controlar meu desejo depois de ouvi-lo gemer.
Adonis estava totalmente alheio ao meu perigo enquanto devorava
todos os biscoitos. Ele fazia o simples ato de comer biscoito em algo
quente. Como eu iria sobreviver?
Minha mente estúpida me levou para a terra da fantasia, onde
imaginei Adonis me deitando em sua mesa e seus lábios viajando cada
vez mais para baixo até chegarem ao meu ventre....
— Aarya? — A voz de Adonis me fez pular.
— Sim? — Eu perguntei, limpando minha garganta.
— Você está bem? Você parece confusa. — Adonis olhou para mim,
preocupado.
— Eu? Estou bem! — Eu respondi.
Adonis não parecia convencido, mas ele balançou a cabeça mesmo
assim.
Merda, isso não era nada bom. De repente, meu corpo inteiro estava
em chamas. Eu me mexi desconfortavelmente em meu assento enquanto
Adonis continuava a me olhar estranhamente. O que estava acontecendo
comigo?
— Hum... eu já volto. — Eu me levantei e corri para fora do escritório.
Minhas pernas estavam fracas, mas me forcei a correr em direção ao
quarto. Ignorei os olhares preocupados que recebi dos guardas, pois meu
foco estava voltando para o meu quarto.
Assim que cheguei lá, fui direto para o banheiro e tranquei a porta. Eu
estava ofegante e joguei água fria no rosto. Não ajudou. Eu me sentia
fraca e não tinha ideia do motivo.
Meus joelhos cederam e eu caí no chão. Gemendo, tentei me levantar,
mas continuei caindo. Puta merda, isso não era nada bom.
De repente, senti vontade de vomitar e, como minhas pernas não
queriam funcionar, tive que me arrastar até a privada.
Usei todas as minhas forças para rastejar em direção a privada e
esvaziar o conteúdo do meu estômago.
Achei que me sentiria melhor depois de vomitar, porque pode ter sido
algo que comi que estava me deixando enjoada. No entanto, não foi esse
o caso.
— Aarya? — A voz preocupada de Adonis chegou aos meus ouvidos.
Desta vez eu não conseguia nem dizer nada, minha respiração estava
ficando mais pesada.
— Aarya, me responda. Você está aqui? — Adonis agora estava
batendo na porta.
Como eu ainda não conseguia formular uma única palavra, meus
olhos se fixaram nos frascos de xampu e condicionador que estavam na
borda da banheira.
Usando toda a minha energia, me movi em direção à banheira e bati
nas garrafas, fazendo com que caíssem na banheira e fizessem um
barulho alto.
— Aviso, estou entrando. — A voz de Adonis parecia frenética.
A porta foi arrancada das dobradiças e lá estava Adonis. Ele parecia
apavorado e eu me vi querendo confortá-lo.
Ele colocou a porta do lado de fora e correu em minha direção,
pegando-me com cuidado.
— Aarya. Puta merda, o que está acontecendo? Preciso que você se
concentre na minha voz e fique acordada. Não se atreva a fechar os olhos,
está me ouvindo? — Adonis estava correndo.
O calor irradiado por Adonis me deu vontade de fechar os olhos, mas
não deixei. Adonis estava correndo tão rápido que seu medo era evidente.
De novo, eu só queria abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem, mas não
pude.
Meu coração se partia pela dor que Adonis estava passando agora. Eu
não tinha ideia do que estava acontecendo comigo, e estava claro que ele
também não.
— Sai da minha frente, porra, — Adonis rosnou para alguns guardas,
que limparam a área rapidamente quando seus olhos me encontraram.
Honestamente, eu provavelmente estava um desastre.
— Onde está a merda do médico? — Adonis gritou.
Ele cuidadosamente me deitou na cama, me fazendo tremer. Eu perdi
seu calor.
Uma médica entrou correndo e ficou horrorizada quando me viu na
cama. Eu parecia tão mal?
— O que há de errado com minha companheira? — Adonis rosnou.
Ele estava perdendo o controle e a pobre médica parecia muito
assustada. Este homem precisava aprender a controlar seu
temperamento.
Eu levantei meus braços, chamando a atenção da médica, e ela olhou
para Adonis antes de dizer: — Eu... acho que a rainha quer que você a
segure. — O olhar de Adonis agarrou-se ao meu e suavizou-se. Ele nem
esperou antes de me pegar novamente e me abraçar com seu calor.
— Vou descobrir o que há de errado, não se preocupe. — A médica
parecia determinada.
Quando ela começou a me examinar, meus olhos começaram a
fechar. Eu tentei o meu melhor para lutar contra, mas era uma batalha
que eu estava perdendo.
— Não, não, não. Pequena, fica comigo. — Adonis deu um tapinha no
meu rosto na tentativa de me manter acordada.
Nada estava funcionando; meus olhos estavam fechando.
A última coisa que vi foram os olhos castanhos de Adonis cheios de
preocupação e ele me dizendo: — Por favor, não me deixe...
Capítulo 19
Você já se sentiu como se estivesse em um sonho incrível do qual
nunca quer acordar? Sim?
Então, você também deve conhecer a dor quando é ser acordada por
alguma pessoa estúpida que não tem ideia de como você estava
totalmente inebriada em seu sonho.
Quer dizer, quem quer ser acordada e confrontada com a dura
realidade da vida, onde nada acontece como nos sonhos?
Foi o que aconteceu comigo. O bip idiota de alguma máquina, junto
com alguém decidindo me cutucar com uma agulha, me acordaram. Não
é nada bom.
Imagine, meu sonho, que foi incrível, devo acrescentar, foi
interrompido por causa disso!
Gemendo, pisquei algumas vezes, dando aos meus olhos tempo para
se ajustar à luz.
Obviamente, eu esperava ver Adonis, mas não foi isso que vi quando
abri os olhos.
Eu vi uma enfermeira, que cutucou minha mão com uma agulha, mas
nenhum sinal de Adonis.
A luz forte me fez fechar os olhos novamente, mas os abri logo depois,
olhando ao redor da sala. Adonis claramente não estava aqui. Onde ele
estava?
E porque eu estava achando aquela luz estúpida tão brilhante?
— Oh, você está acordada? — A enfermeira parou perto de mim e
lançou uma luz em meus olhos.
Eu assobiei e a empurrei para longe.
— Por favor, não faça isso.
— Sinto muito! Deixe-me ir avisar a médica que você está acordada.
— A enfermeira saiu correndo.
Não demorou muito para que a médica corresse e soltasse um suspiro
de alívio ao me ver olhando para ela. Percebi que ela diminuiu as luzes
antes de vir em minha direção. O que foi isso?
— Vossa Majestade, é um alívio vê-la acordada e bem. — A médica
sorriu.
— Obrigada, mas você pode me chamar de Aarya? — Eu perguntei.
A médica ficou horrorizada e respondeu:
— Porque chamaria? Você é minha rainha.
— Agora, sou sua paciente. Por favor, me chame de Aarya, — eu
implorei.
— Ok, só desta vez, — a médica cedeu.
— Bom! Qual o seu nome? Devo agradecer a pessoa que me salvou. —
Eu sorri.
— Jane. — Jane sorriu de volta.
— Então, Jane, pode me dizer o que diabos aconteceu comigo? — Eu
perguntei.
— Bem, parece que seu corpo queria acelerar a sua transformação em
Lycan. No entanto, como você não comeu muito, seu corpo não tem
energia suficiente para acompanhar as mudanças. Portanto, sem energia
nem para ficar de pé, você desmaiou, — explicou Jane.
— Então, eu sou uma Lycan agora? — Eu questionei.
— Sim, agora você é oficialmente uma Lycan! Você notará algumas
mudanças, entre elas a visão aprimorada. — Jane me disse.
— É por isso que você diminuiu as luzes. — Agora tudo fazia sentido.
— Isso mesmo. Seu corpo pode ficar fraco pelo resto do dia, mas
coma corretamente e você ficará bem, Aarya, — disse Jane.
— Obrigada! Agora, minha próxima pergunta, onde está meu
companheiro? — Eu olhei para Jane, cujo rosto ficou pálido.
— O rei? Bem... ele..., — Jane parou.
Imediatamente meu coração começou a disparar. Algo aconteceu
com Adonis? Eu me endireitei e olhei para Jane.
— Aconteceu alguma coisa? — Eu pressionei Jane.
Jane parecia em conflito, como se ela não soubesse se deveria me
contar ou não.
Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Lexi entrou e saltou em
estado de choque. Ela não sabia que eu estava acordada.
— Aarya, você acordou! — Lexi correu.
— Sim, agora você pode me dizer onde Adonis está? — Eu não queria
perder mais tempo.
Lexi suspirou.
— Eu deveria saber que seria a primeira coisa que você gostaria de
saber.
— Se você sabe disso, por favor, me diga, — implorei.
— Dimitri, ele não estava com a cabeça no lugar quando você
desmaiou. Ele ficou louco de raiva. Chegamos bem a tempo de segurá-lo.
Achei que ele fosse atacar essa pobre médica. Ele nem mesmo deu
ouvidos à razão. Ninguém poderia dizer nada a ele e seu Lycan... oh,
Aarya, o Lycan não estava deixando você ir. Tentamos explicar que você
poderia estar morrendo, mas o Lycan dele não queria soltar o seu corpo.
Gabe e Evan tiveram que arrastá-lo para longe para que você pudesse ser
tratada, — Lexi finalmente me disse.
Demorou um pouco para que essas palavras fossem absorvidas.
Adonis estava assim só porque eu desmaiei? Ele nem sequer largou meu
corpo?
Eu não queria pensar na possibilidade de eu não ter sobrevivido, se
era assim que ele ficava com um simples desmaio.
— Onde ele está? — Eu me virei para Lexi.
— Ele está na cela, aquela em que ele teve que ser trancado antes de
encontrar você.... — Lexi parou quando me viu levantando.
— Aarya, as agulhas, por favor, tome cuidado, — Jane me avisou.
Não prestei atenção nela enquanto tirava as agulhas, calçava os
sapatos, que estavam ao pé da cama. Felizmente eu ainda estava vestida
com minhas roupas.
— Eu quero me desculpar por meu companheiro quase matá-la. —
Virei para Jane.
— Não, não. Não consigo imaginar a dor que ele estava sentindo ao
ver você daquele jeito. — Jane abanou a cabeça.
Nem eu, Jane, pensei comigo mesma. Depois de tudo que Adonis
passou, a última coisa que ele precisava era que isso acontecesse.
— Onde você está indo? — Lexi me chamou.
— Vou encontrar meu companheiro, — eu disse, saindo do quarto do
hospital.
Não deveria ser tão difícil, especialmente com meu olfato
intensificado. O pensamento de Adonis sendo preso me deu vontade de
chorar. Como eu poderia deixá-lo ficar lá enquanto eu estava
confortavelmente deitada em uma cama de hospital? Minha cabeça
começou a girar quando pensei nas condições terríveis em que Adonis
poderia estar.
Eu tinha que chegar até ele o mais rápido possível.
Como eu deduzi, meu olfato facilitou encontrar o lugar onde Adonis
estava.
Evan e Gabe estavam parados ao lado, conversando entre si.
Normalmente eu não seria capaz de ouvir o que eles diziam, mas agora
que era uma Lycan, o que tornava tudo muito mais fácil.
— Espero que ela acorde logo, ver Dimitri assim de novo é horrível. —
Gabe balançou a cabeça.
— Eu concordo, mas vamos mantê-lo trancado até que Aarya
melhore. Dimitri nos mataria se soubesse que deixamos Aarya ir e
acalmá-la quando ela não estava cem por cento. — Evan suspirou.
Adonis tinha muita sorte de ter amigos como Gabe e Evan; eles
realmente se preocupavam com o amigo.
O olhar de Gabe encontrou o meu e ele e Evan correram até mim.
— Aarya, você está bem? — disse Gabe, o alívio em seu rosto era
evidente.
— Sim, Lexi me contou o que aconteceu. Eu preciso ver Adonis, — eu
disse a eles.
— Claro, nós nunca te impediriamos. Afinal, você é nossa rainha —
provocou Evan.
Gabe revirou os olhos, enquanto eu ria.
— Você sempre sabe o que dizer. — Eu sorri.
É
— É um talento que ninguém mais tem. — Gabe bateu de brincadeira
no ombro de Evan.
— Fico lisonjeado. Mas falando sério, nós dois estamos muito felizes
que você esteja bem. Para chegar até Dimitri, desça esta escada, há uma
porta à direita; ele está lá, — Evan me disse.
— Obrigada. — Eu sorri.
Nenhum deles parecia preocupado; em vez disso, eles pareciam
renovados. Depois de ouvir a conversa, não fiquei surpresa.
Eles queriam Dimitri fora daquela sala, o que só aumentou minhas
suspeitas de que era uma sala horrível. Segui as instruções de Evan e
parei diante da porta.
Meu coração estava disparado, não porque eu estava preocupada que
Adonis pudesse me machucar, mas sim porque estava preocupada com as
condições em que ele se encontrava.
Antes que eu pudesse abrir a porta, um rosnado alto que só poderia
ser Adonis me fez pular. Puta merda, isso foi muito mais alto do que eu
esperava. Meus ouvidos captaram o som de correntes.
Certo, era isso, Aarya. Você precisa tirar Adonis desta sala; sem recuar
agora.
Sem perder mais um segundo, abri a porta e sufoquei.
Olhos negros perfuraram os meus. Porra, aquele não era Adonis....
Capítulo 20
Os olhos negros sem alma me encararam quando respirei fundo e
fechei a porta.
Na minha frente, Adonis estava parado, acorrentado e respirando
pesadamente. Exceto que não era Adonis; seu Lycan estava totalmente
no controle.
Ter um companheiro zangado é uma coisa, mas ter um companheiro
zangado que é um Lycan é algo totalmente diferente.
Adonis nunca me machucaria. Eu sabia disso, mas seu Lycan nunca
foi apresentado a mim, e isso me assustou.
Adonis lutava contra as correntes. O som delas me fez estremecer. Eu
não conseguia acreditar quantas eram, mas olhando para Adonis, não era
um choque saber o porquê tantas correntes.
Eu sabia que tinha que manter a calma e ir devagar. Este não era o
Adonis que eu conhecia.
— Adonis, — eu disse.
Seus olhos se estreitaram quando me aproximei. Imediatamente ele
começou a cheirar o ar, e novamente aqueles olhos negros se conectaram
aos meus.
— Parceira, — o Lycan de Adonis disse, sua voz profunda fazendo
meu coração bater ainda mais rápido.
Devo dizer mais alguma coisa? Meu cérebro ainda estava se
decidindo, mas era muito lento para seu Lycan.
Eu pulei para trás em choque quando Adonis se moveu para frente,
mas as correntes o puxaram de volta, fazendo com que ele soltasse outro
rosnado.
— Companheira. Devo chegar à minha companheira. — Adonis
estava lutando contra as correntes.
Meus olhos encontraram as feridas na pele dele onde as correntes
estavam cravadas, fazendo-o sangrar enquanto puxava as correntes com
tanta força.
— Pare, — eu disse. Eu tinha que fazer alguma coisa; eu não
conseguia ver Adonis causando dor a si mesmo.
Felizmente ele parou. Ele me olhou em dúvida e eu suspirei.
— Por favor, não puxe as correntes. Eu preciso ver Adonis.
Ele rosnou de novo, não parecia feliz com o que eu disse, mas tentei
novamente.
— Por favor, — eu implorei.
Sua indecisão chegou ao fim quando ele fechou os olhos e respirou
fundo. Desta vez, meus olhos se conectaram com os olhos castanhos de
Adonis. O mesmo olhar que julguei que havia perdido.
Mesmo que não tivesse passado tanto tempo, eu senti falta daqueles
olhos.
— Adonis. — Eu sorri.
Desta vez, fechei os olhos ao ouvir sua voz familiar responder:
— Aarya.
Ouvir sua voz me fez dar um suspiro de alívio. Abri meus olhos
novamente e o sorriso ficou maior.
— Você está bem, — ele suspirou.
— Sim, perfeitamente bem. Você saberia disso se não tivesse ficado
totalmente maluco com aquela pobre médica. Queria ver seu rosto
quando abrisse os olhos, mas, em vez disso, vi o rosto de uma enfermeira.
— Eu revirei meus olhos.
Adonis olhou para o chão.
— Sinto muito, pequena. Quando você desabou em meus braços,
meu Lycan não aguentou. Acabamos de encontrar você; não podíamos
perder você.
— E você não vai, mas você e seu Lycan precisam de algumas aulas de
controle da raiva, — eu disse a ele.
— Eu faria qualquer coisa por você, mas agora eu só quero sentir você
em meus braços novamente. No entanto, isso é um pouco difícil para
mim. — Adonis sacudiu as correntes.
— Oh, certo. Como faço para tirar isso? — Procurei por uma chave.
— No canto, prateleira do meio; as chaves estão lá, — respondeu
Adonis.
Deixe-me dizer uma coisa, remover todas essas correntes foi um
trabalho árduo. Especialmente porque as correntes estavam todas
emaranhadas e Adonis estava impaciente.
Eu juro que queria prendê-lo de volta nas correntes. Cada vez que eu
soltava uma corrente, ele queria me tocar. Eu tive que continuar batendo
em suas mãos.
Depois que tirei todas as correntes dele, ele não perdeu tempo em me
pegar em seus braços. Eu gritei e envolvi minhas pernas em volta de sua
cintura.
Adonis pousou o rosto no meu pescoço e respirou.
— Seu cheiro sempre consegue me acalmar.
— Hmm... — Eu não estava prestando atenção porque estava
gostando de estar em seu abraço caloroso.
— Espere, você está ferido. Eu vi as correntes cravando em você.
Adonis me coloque no chão. — Eu lutei em seus braços.
A resposta de Adonis foi me abraçar com mais força.
— Eu não ligo. Eu quero você em meus braços. Só desta vez, por
favor, não discuta.
Como eu poderia argumentar contra isso? Suas palavras enviaram
aquela sensação de calor pela minha espinha, e eu me aconcheguei em
seu abraço.
— Você sabia que agora sou uma Lycan? — Murmurei.
— Sim, eu posso sentir isso, pequena. — Adonis deu uma risadinha.
Minha resposta foi colocar meu rosto no pescoço de Adonis enquanto
ele me carregava escada acima. Ele me segurando parecia tão normal, e
eu adorei.
— Dimitri, você é... — Gabe parou.
— Estou ocupado, — disse Adonis, afastando-se.
— Sim, muito ocupado com sua companheira. Ela nem mesmo te
salvou de matar aquela médica, mas é claro que você não se importaria,
— Evan murmurou baixinho.
— Eu posso ouvir você, — eu disse a ele.
— Sério? — Evan gaguejou.
— Idiota, ela é uma Lycan agora. — Gabe o acertou na cabeça.
— Ah Merda. É melhor ter cuidado com o que eu digo, — Evan disse,
fazendo Lexi rir e Adonis suspirar.
Eu não pude deixar de sorrir; Evan era um figura.
— Evan, ela me ajudou a me tornar uma pessoa melhor, muito mais
do que você, — Adonis respondeu, sorrindo para o rosto de Evan.
Evan sendo Evan, não deixou que isso o afetasse enquanto gritava: —
Vamos garantir que ninguém perturbe vocês dois pombinhos.
— Eu vou matá-lo, — Adonis murmurou.
— Até parece. Ele é seu melhor amigo, — eu disse rindo.
Adonis não disse mais nada enquanto caminhava para o nosso quarto.
Os guardas se curvaram quando Adonis passou por eles. Eu ainda não
estava acostumada com isso. Ele abriu a porta e eu me separei dele
sofrendo.
— Você não sabe o quanto eu estava preocupado, — disse Adonis,
sentando-se na cama.
— Bem, você estar preso não era uma prova grande o suficiente de
que você sentiu minha falta, então você precisou não estar ao meu lado
quando eu acordei provar mais ainda, — eu respondi, sentando ao lado
dele.
— Eu sinto muito. Meu Lycan, assumiu o controle quando você
desabou em meus braços. Aconteceu tão de repente. — Adonis suspirou.
— Bem, eu estava falando sério quando disse que vocês dois precisam
de algumas aulas de controle da raiva. — Tentei aliviar o clima.
A boca de Adonis se curvou em um sorriso.
— Você sempre sabe o que dizer.
— É um talento meu. — Eu pisquei.
— Você está se sentindo bem, certo? Por favor, diga que você recebeu
alta antes de vir me buscar. — Adonis deu um pulo e seus olhos
percorreram meu corpo como se de repente se lembrasse que eu estava
no hospital.
— Estou bem, e quem precisa de alta, afinal? Eu me sentia bem, então
saí e vim buscar você. Honestamente, ninguém poderia ter me impedido.
Além disso, e você? Essas correntes cravadas em sua pele. — Eu
estremeci.
Adonis passou as mãos pelos cabelos em frustração.
— Você nem mesmo avisou a médica? Você acabou de sair? Isso é tão
irresponsável. E eu estou bem, vou me curar. É com você que estou
preocupado.
— Não. Jane, a médica, estava lá quando eu saí. Se fosse sério, ela teria
tentado me impedir. Bem, você está preocupado comigo, e eu estou
preocupada com você. — Eu revirei meus olhos.
— Mas ainda assim, você deveria estar descansando. Não se preocupe
comigo, pequena, eu me curo muito rápido. — Adonis parecia
preocupado.
— Adonis, estou bem. Não há nada de errado comigo. — Eu me
levantei e me virei como se dissesse — veja — e fiz uma nota mental que
os Lycans curam rápido.
Adonis suspirou e respondeu:
— Tudo bem, está claro que não vou vencer esta batalha.
— Sim, e eu sou uma Lycan agora e me curo super rápido, — eu disse,
usando suas próprias palavras contra ele.
— Você é uma Lycan agora, — Adonis repetiu.
— Sim, acabei de dizer isso. — Eu olhei para ele que estava confuso.
Adonis de repente tinha um sorriso enorme no rosto.
— Você sabe o que isso significa?
— Não, mas claramente você sabe, — respondi.
— Você ser uma Lycan significa que... — Adonis não conseguiu
terminar a frase porque alguém bateu na porta.
Claro que ele rosnou, mas eu dei uma cotovelada nele. Ele precisava
aprender a controlar sua raiva.
— Olha, eu sei que prometi não deixar ninguém perturbar os dois
pombinhos, mas acho que isso é uma exceção, — a voz de Evan fluiu.
Adonis não pareceu impressionado, então eu disse a ele:
— Pare de pensar com seu pau pelo menos uma vez.
Adonis sorriu e respondeu:
— Se eu estivesse pensando com meu pau, você estaria nua nesta
cama e eu estaria fazendo coisas que você nem pode imaginar.
Bem, foda-se. Essa única frase causou faíscas e estremeceu meu
ventre. Antes que algo pudesse acontecer, eu rapidamente me levantei e
fiz meu caminho até a porta.
— Evan. É melhor que seja importante, — disse Adonis.
Abri a porta e engasguei.
— Niya!
Capítulo 21
— Aarya! — Niya sorriu e me puxou para um abraço.
— Você está realmente aqui! Oh, eu senti sua falta. — Eu a apertei
com mais força.
— Sim, você deveria me agradecer por trazê-la aqui e ter de ouvir o
que eu ouvi. — Evan suspirou dramaticamente.
Niya cortou o abraço e olhou para mim confusa antes de dizer:
— Estou perdida.
— Você não quer saber o que ouvi antes de a porta se abrir. — Evan
estremeceu.
Meus olhos se arregalaram em choque quando percebi do que Evan
estava falando, e murmurei baixinho:
— Estúpido ouvido Lycan.
Adonis então decidiu fazer sua presença conhecida.
— Bem, suas orelhas inocentes poderiam ter sido poupadas, se você
mandasse uma mensagem como uma pessoa normal.
— Ah, mas não somos pessoas normais, e quem disse que meus
ouvidos eram inocentes? — Evan piscou.
— Tem certeza de que quer discutir isso na frente de uma certa
pessoa? Eu tenho muito para dizer. — Adonis acenou para Niya.
Evan praguejou baixinho e mudou rapidamente de assunto.
— Bem, de qualquer maneira, pensei que Niya iria querer surpreender
Aarya, — Evan respondeu, um rubor subia por suas bochechas.
— Então, fez isso tudo por sua companheira? Seu rubor diz tudo. —
Adonis sorriu. Felizmente, ele não mencionou nada.
Niya olhou para o chão, enquanto Evan olhou para Adonis como se
quisesse matá-lo.
Eu cutuquei Niya, que olhou para mim e Adonis antes de um sorriso
aparecer em seu rosto.
— Bem, ouvi dizer que você também tem estado bastante ocupada,
prima. Primeiro, se transformar em uma Lycan da maneira mais
dramática possível, fazendo com que seu parceiro fosse preso.
— Você me conhece, adoro ser dramática, — eu disse.
Niya riu e respondeu:
— Ahh, claro, é por isso que você fugiu quando viu seu companheiro
pela primeira vez.
Eu revirei meus olhos.
— Oh vamos lá! Isso é passado agora.
Niya riu ainda mais.
— Você é muito fácil de provocar.
Meu sorriso ficou maior quando Niya riu. Percebi que Niya tinha um
pouco de seu brilho de volta, mas eu sabia que ela também estava se
esforçando ao máximo para me mostrar que estava bem.
Eu gostaria que Adonis tivesse feito aquele idiota sofrer mais, mas sua
raiva ganhou. Mais uma razão pela qual ele precisava controlá-la.
— Então, você está se mudando para cá? — Adonis perguntou a Niya.
— Hum... sim. Posso ter ficado muito doente em casa e eles me
disseram que eu precisava vir para cá. — Niya olhou para mim
timidamente.
— Você estava doente? Niya! Por que você não me ligou? — Eu
suspirei.
— Porque eu sabia que você iria se desesperar, e eu não queria isso.
Além disso, quando conversei com minha terapeuta, ela disse que eu me
curaria mais rápido se estivesse com vocês, — Niya respondeu.
— Com vocês, quer dizer Evan. Afinal, ele é seu companheiro, — eu
disse.
Evan estufou o peito como se estivesse orgulhoso e, embora fosse
pequeno, Niya abriu um sorriso acanhado!
— Eu também preciso do seu amor e apoio. — Niya mudou de
assunto.
— E eu sempre estarei aqui para você. — Eu sorri.
— Mesmo? Você não estará muito ocupada com seu companheiro,
deveres de rainha e treinamento médico? — Niya brincou.
— Vou arranjar tempo para você! Além disso, se eu não tiver tempo,
seu companheiro ficará mais do que feliz em parar o que está fazendo. —
Eu pisquei para Evan.
Niya apenas revirou os olhos e se virou para Adonis.
— Eu só quero dizer obrigado pelo que você fez.... — Adonis sorriu e
respondeu: — Você não precisa dizer obrigado. Eu fiz o que qualquer
pessoa decente faria. Além disso, bastardos como aquele não fazem parte
do meu palácio. Niya, quero que saiba que você sempre estará segura em
meu palácio.
— Obrigada... — Niya parecia insegura sobre como chamá-lo.
— Você pode me chamar de Dimitri, — disse Adonis a Niya.
Ela simplesmente acenou com a cabeça e se virou para mim.
— Evan me disse que vocês dois passaram por muita coisa hoje, então
vou deixar vocês dois sozinhos. Eu preciso desfazer as malas.
Quando eu estava prestes a responder a Niya, Adonis se intrometeu.
— Obrigado, Niya. Sua prima encontrará com você amanhã. Divirta-
se desfazendo as malas.
Niya sorriu e acenou com a cabeça. Ela acenou um adeus antes de ir
embora com Evan logo atrás dela. Esse cara era incrível; ele respeitava
tanto Niya que estava andando atrás dela para lhe dar espaço.
Adonis me arrastou para dentro e fechou a porta.
— Eu não preciso descansar, você sabe. — Eu revirei meus olhos.
Adonis não respondeu, ele apenas me pegou e me colocou na cama.
— Você fala demais, — ele murmurou, ficando confortável na cama.
— O quê? — Eu perguntei.
Novamente, em vez de uma resposta, ele apenas me puxou para mais
perto dele. Tentei me esquivar, mas Adonis me segurou com firmeza.
— Tive um longo dia preso em correntes e não consigo dormir direito
sem você, então nós dois estamos tirando uma soneca, — Adonis me
disse. Uau, muito bem, Aarya. Nem pensou em Adonis e que ele estava
acorrentado. Suas palavras passaram pela minha mente. Ele realmente
não consegue dormir sem mim? Isso me fez sorrir.
— Porque o grande sorriso? — Adonis bocejou.
— Sem motivo, só quero sorrir, — respondi rapidamente.
— Você é uma péssima mentirosa, mas não tenho energia para extrair
a verdade. — Os olhos de Adonis se fecharam.
— Apenas durma, você não precisa se preocupar. — Até meus olhos
começaram a fechar.
— Você é a melhor coisa que já aconteceu comigo, pequenina, —
Adonis murmurou antes de sua respiração se estabilizar.
Meu sorriso ficou ainda maior quando adormeci ao som das batidas
do coração de Adonis.
***

— A hora da soneca acabou, pássaros do amor, — uma voz alta gritou,


fazendo-me enterrar meu rosto no ombro de Adonis.
Que idiota acordaria uma mulher adormecida? Eu só conseguia
pensar em uma pessoa. Evan.
— Evan, vou matar você. — A voz sonolenta de Adonis confirmou
meus pensamentos e enviou faíscas pelo meu corpo.
Quem diria que sua voz sonolenta parecia tão quente?
— Oh vamos lá! Você precisa se levantar agora! — Evan reclamou.
Urgh, alguém diga a ele para calar a boca. Sua voz está muito alta.
— Pelo amor de Deus, Evan, eu disse para você deixá-los em paz, mas
você nunca escuta, — disse a voz familiar de Gabe.
— Da próxima vez que ele não ouvir, tranque-o naquela sala em que
você trancou Adonis, — bocejei.
A risada profunda de Adonis fez seu peito vibrar e causou arrepios na
minha espinha. Gabe também começou a rir.
— Ei, isso não é muito legal. Você deveria estar no meu time, — Evan
respondeu.
Desta vez, sentei-me e esfreguei os olhos.
— Um conselho, Evan. Nunca acorde uma mulher adormecida.
Gabe acenou com a cabeça como se soubesse que era verdade, e
Adonis apenas ficou lá olhando para mim com um sorriso malicioso no
rosto.
Juro, se ele não parar de sorrir, vou socá-lo. Ou talvez eu o beije em
vez disso. Já faz um tempo desde que beijei aqueles lábios incríveis.
O sorriso de Adonis ficou maior ao perceber que eu o olhava. Merda,
muito bem, Aarya. Meus olhos encontraram Gabe e Evan. Gabe parecia
satisfeito, enquanto Evan parecia enojado.
— A sério? Primeiro, eu tive que ouvir sua conversa horrível, e agora
eu tenho que ver vocês dois fazendo amor com os olhos? — Evan
estremeceu.
Fazer amor com nossos olhos? É assim que realmente parecia? Meus
olhos se arregalaram em choque e, quando abri a boca para responder,
alguém chegou antes de mim.
— Hmm... bem de quem é a culpa? Sua. Em que quarto você está
agora? No meu. E posso fazer o que quiser no meu próprio quarto. Você é
bem-vindo para sair. — Adonis parecia presunçoso. Claro que sim. Ele
acredita que eu estava fazendo amor com ele com os olhos.
— Evan, deixe-os em paz. Eles virão para o jantar. Dimitri, lembre-se,
você tem um monte de papelada para resolver, — Gabe lembrou Adonis.
— Por que você não o chama de Adonis? — Eu soltei.
Gabe sorriu e respondeu:
— Posso, se quiser, mas suponho que Adonis está reservado apenas
para você.
— Esta noite, Gabe. Vou resolver tudo esta noite. — Adonis olhou
para Gabe.
Gabe acenou com a cabeça, enquanto Evan gemeu,
— Uma noite inteira? Eu não faço isso há anos.
— Você já parou de reclamar? — Eu perguntei, fazendo os homens
rirem.
— Que seja. — Evan apenas revirou os olhos e saiu do nosso quarto.
Gabe sorriu se desculpando e fechou a porta atrás dele. Eu queria
voltar a dormir, mas decidi não fazer isso porque sabia que não dormiria
à noite.
— Então, você ficou olhando para os meus lábios por um longo
tempo. — Adonis tinha aquele olhar presunçoso em seu rosto.
— Não, eu não estava olhando. Você está imaginando coisas, — eu
zombei.
— Um, certo. Então você estava fazendo amor comigo com seus
olhos. — Adonis agora tinha um sorriso enorme no rosto; isso o fez
parecer sexy.
Espere o quê? Eu não disse isso.
— Não, — eu neguei.
— Continue dizendo isso a si mesma. — Adonis ainda tinha aquele
sorriso no rosto.
— Eu queria dar um soco em você porque você não para de sorrir. —
Eu revirei meus olhos.
— Me dar um soco? Sério? Você não queria me beijar? — Adonis
sussurrou em meu ouvido.
Porra, não me diga que ele me ouviu? Espere, como ele conseguiu? Eu
nunca disse isso em voz alta.
— A sua falta de comunicação e o fato de que seus olhos estão
grandes como a lua cheia me dão todo o esclarecimento de que preciso.
— Adonis parecia ter vencido uma batalha.
— Enganar as pessoas não leva a lugar nenhum, — eu zombei,
obviamente não impressionada com o fato de que ele conseguiu me
entender tão rapidamente.
— Bem, eu não culpo você, você sabe. Eu também quero beijar seus
lábios. — Adonis encolheu os ombros como se não fosse grande coisa.
— Olha, se você vai continuar me provocando... — Eu me virei para
encará-lo, mas não consegui terminar o que estava dizendo
Adonis me agarrou e colocou seus lábios quentes nos meus. O
contato repentino me fez gemer. Meu Deus! Aqueles lábios eram tão
bons.
Adonis não perdeu tempo, me pegou e me colocou em seu colo.
Minhas mãos encontraram seu cabelo e suas mãos envolveram minha
cintura.
Seus beijos fizeram meu corpo inteiro parecer geleia, ele era tão bom
nisso. Nossa sessão de beijos quentes foi pausada para recuperarmos o
fôlego.
Nossas testas pressionadas juntas e os olhos fechados, saboreei aquele
momento, em que nenhuma palavra era necessária.
Parecia estranho até mesmo pensar em ir embora; todo o meu corpo
protestou contra o fato. Agora que eu era uma Lycan, precisava de
Adonis tanto quanto ele precisava de mim.
Até mesmo pensar em ir embora fazia meu coração apertar. Como as
coisas mudavam rápido em um período de alguns dias.
— Você sabe que eu prefiro continuar assim contigo, mas acho que
devemos ir jantar. — Adonis quebrou o momento.
Eu olhei para ele, confusa, meu raciocínio lento ainda ofuscado pelo
desejo.
Adonis gemeu:
— Ver esse desejo em seus olhos está tornando muito difícil me
manter no controle, pequena. Estou com fome e não acho que você
apreciaria se eu me saciasse com você.
Meus olhos se arregalaram quando senti minhas bochechas
esquentarem. Eu não esperava isso. Vendo minha reação, Adonis riu.
— Exatamente como eu pensava. Venha, vamos comer comida
decente.
Não pude acreditar que Adonis acabou de dizer que queria se saciar
comigo; não era preciso ser um gênio para descobrir o que ele queria
dizer.
Embora envergonhada, não senti repulsa pela ideia. Quero dizer, com
Adonis, quem teria?
Mas, lembrando-me de suas palavras sobre ele ver meu desejo e seu
controle se esgotando, era melhor não pensar mais nisso. Do contrário,
provavelmente não sairíamos daqui tão cedo.
Nós dois nos levantamos e descemos as escadas.
— Oh, olhe quem decidiu aparecer, — Evan anunciou enquanto
caminhávamos para a cozinha.
— Espere algumas semanas, que vou começar a provocá-lo. —
Cutuquei Evan nas costelas.
Ele esfregou o local e balançou a cabeça.
— Tão maduro, Vossa Majestade.
Eu apenas ri, enquanto Adonis revirou os olhos.
— Pare de agir como uma criança, Evan.
Evan fez beicinho, mas aquele beicinho logo desapareceu assim que
Niya e Lexi entraram na cozinha. Ele se endireitou e parecia mais sério,
mas também nervoso.
Tanto Adonis quanto eu olhamos um para o outro ao mesmo tempo e
sorrimos. Ver Evan mudar de fisionomia foi engraçado.
— Oh, ei pessoal! Estão com fome? — Lexi perguntou, vindo até nós.
— Sim, o que há para o jantar? — Adonis perguntou.
— Hum... eu acredito que fizeram massa assada. — Lexi foi até o
forno onde estava o macarrão.
— Ahh, como é bom ter um chef — disse Evan.
— Por quê? Você tem preguiça de cozinhar? — Niya perguntou,
fazendo com que os olhos de Evan se arregalassem.
— Não... não, o que quero dizer é... bem, é bom ter um quando você
não se dá ao trabalho de cozinhar... espere, não, não é isso que quero
dizer...
Tive que morder as minhas bochechas para tentar não rir. O pobre
Evan parecia tão nervoso, enquanto Niya apenas olhava para ele com as
sobrancelhas levantadas.
Ela não parecia impressionada, mas eu podia ver a sugestão de
diversão em seus olhos. Ela estava brincando com ele e Evan mordeu a
isca.
— Vamos comer, — disse Adonis, com um leve sorriso no rosto.
Gabe se juntou a nós quando todos nos sentamos para comer. Evan
parecia desesperado para impressionar Niya, sempre perguntando se ela
precisava de alguma coisa.
Ela ainda estava um pouco apreensiva, mas pude ver que ela estava se
abrindo lentamente com Evan. O vínculo de companheiros deve estar
ajudando.
Adonis, por outro lado, estava muito preocupado com a massa assada.
Quando ele disse que estava com fome, ele realmente estava.
Eu não conseguia acreditar em quantas porções ele havia comido.
Quando eu disse que não conseguia terminar minha porção, ele pegou a
minha também.
— Perder o controle consome muita energia e ele precisa se
recuperar, — Gabe explicou, vendo meu rosto chocado.
Eu balancei a cabeça lentamente, absorvendo a informação. Não
admira que ele estivesse tão cansado.
Depois que o jantar acabou, Adonis disse a Gabe e Evan que eles
começariam a trabalhar em uma hora. Evan parecia que ia reclamar, mas
olhou para Niya e apenas acenou com a cabeça.
Todos voltaram para seus quartos. Quando entramos em nosso
quarto, olhei para Adonis.
— Você realmente vai trabalhar a noite toda?
— Sim, eu preciso, pequena. Perdi muito tempo hoje e tenho
questões importantes com que lidar. — Adonis suspirou.
Talvez ele tenha percebido minha mudança de humor porque disse:
— Vou começar agora. Espero estar de volta antes de você acordar
pela manhã. — Ele me beijou na testa e saiu. De repente, me senti
sozinha. Meu coração ansiava por Adonis, embora eu acabasse de vê-lo.
O vínculo de companheiro era tão forte. Nunca imaginei que seria
assim.
Suspirando, me arrumei em meu pijama e subi na cama. Meu humor
havia piorado porque eu sentia falta de Adonis.
Eu sei que parecia patético, mas não pude evitar. Para me distrair,
assisti a um filme de comédia e depois a um filme de ação.
Os eventos de hoje me esgotaram. Mesmo com o cochilo que tirei,
meus olhos estavam fechando e eram apenas 22h.
Desliguei a TV e decidi deixar meu corpo descansar. Quando a
escuridão tomou conta de mim, eu desejei Adonis ao meu lado pela
manhã....
Capítulo 22
Acordar sempre foi complicado para mim. Às vezes eu acordava
enérgica e outras vezes não queria nem sair da cama. Hoje não tinha
energia para abrir os olhos.
Mas algo estava me induzindo a olhar o outro lado da cama. Então,
minha mão apalpou o meu lado e senti o frio dos lençóis, confirmando
meus pensamentos de que Adonis não voltou.
Mesmo que eu conseguisse dormir, não era relaxante. Minha cabeça
doía e eu me sentia muito sonolenta. Eu sentia muita falta de Adonis.
Meus sentimentos mudaram, mas eu não estava brava.
Passar um tempo com Adonis me fez sentir muito melhor, e ele não
estar aqui realmente me entristeceu.
Desde que tive aquela noite horrível de sono, meu corpo precisava
dormir mais, mas antes que eu cedesse, meu nariz sentiu o odor de algo
que cheirava a sangue. Imediatamente meu coração começou a disparar.
Será que Adonis está ferido? Não, eu saberia se ele estivesse ferido.
Assim que abri os olhos, uma gota caiu no meu rosto. Eu limpei com
os dedos e olhei para minha mão.
Puta merda, era sangue. De onde vinha o sangue? O cheiro forte fez
meus olhos viajarem para cima e eu engasguei.
Bem acima de mim estava o cadáver de uma menina, pendurado no
lustre. Seus olhos sem vida me encaravam, e ficaram gravados em minha
mente.
Sem perder um segundo, arranquei as cobertas e tropecei para fora da
cama. Foi então que percebi o horror da cena. A cama estava encharcada
de sangue.. Como eu não havia sentido?
De repente, parecia que recobrei os sentidos quando o forte cheiro de
sangue me fez vomitar.
Meu corpo inteiro ainda tremia enquanto eu caminhava até a porta,
desesperada para sair antes que o cheiro me fizesse mais mal. Nem olhei
para o cadáver porque sabia que se olhasse novamente, desmaiaria.
Meu corpo estava fraco; eu tinha certeza de que tinha algo a ver com
a cena horrível no meu quarto.
Assim que abri a porta, meus joelhos cederam, fazendo-me cair.
Porra, meu corpo estava mais fraco do que eu pensava.
Como meu plano de conseguir ajuda com minhas pernas falhou, usei
a segunda melhor coisa que tinha.
Minha voz.
— ADONIS, — eu gritei.
— ADONIS, SOCORRO, — eu gritei novamente, rastejando para
longe da porta. Eu tive que me afastar do meu quarto.
Os guardas começaram a subir, mas meu companheiro passou por
todos eles, seus olhos se estreitaram e seu corpo ficou tenso.
Ver seu rosto me acalmou e me levantei soltando-me em seus braços,
usando a última gota de energia que tinha.
Eu precisava de seu abraço reconfortante. Seus braços me envolveram
firmemente enquanto eu respirava seu delicioso perfume, tentando o
meu melhor para não sentir o cheiro de sangue.
Eu sabia que não precisava contar nada a ele; o cheiro de sangue
estava forte no ar. Meus pensamentos foram confirmados pelo rosnado
alto de Adonis, que fez as janelas tremerem.
Instintivamente, agarrei-me a ele com mais força. Ele caminhou até o
quarto e me forcei em manter os olhos fechados porque sabia que se os
abrisse, aqueles olhos sem vida apareceriam novamente.
Felizmente, eu estava de costas para aquela, de frente para a porta do
quarto.
Gabe e Evan correram para a sala, ofegantes, chocados e horrorizados.
Isso era algo que ninguém queria ver, especialmente porque foi uma
criança que foi morta.
— Quem diabos entrou no meu quarto enquanto minha
companheira estava dormindo? — Adonis estava furioso.
— Quem diabos acha que não há problema em matar uma garotinha
dessa maneira vil? Eu quero saber QUEM?! — Adonis fervilhava.
Sua raiva fez com que alguns guardas dessem alguns passos para trás;
eles provavelmente pensaram que ele perderia o controle.
Gabe e Evan não pareciam preocupados, apenas apreensivos. Os
guardas olharam para Gabe e Evan, esperando que eles contivessem
Adonis.
De jeito nenhum ele seria colocado naquela cela horrível de novo, não
comigo aqui.
Eu aspirei seu cheiro para me acalmar, e parecia que ele se acalmou
também, apertando seu aperto em volta de mim, mas soltando um longo
suspiro.
Os guardas relaxaram e se aproximaram novamente, esperando para
ouvir as ordens.
— Descubra que idiota sádico que fez isso e traga-o para mim. Eu não
preciso dizer a você para usar todas as medidas para garantir que esse
filho da puta seja encontrado. — Adonis se virou para Gabe e Evan.
— Você sabe que encontraremos. Agora você precisa cuidar da sua
companheira, — disse Gabe.
— Sim, ela é a minha prioridade. Encontraremos o idiota que fez esse
ato desprezível. — Evan parecia sério, seu comportamento brincalhão
havia sumido.
— Estaremos em uma das outras salas neste andar, — Adonis disse a
seus amigos antes de parar e pegar algumas coisas e sair.
Eu nem percebi quando Adonis entrou em outra sala, colocando-me
no assento do vaso sanitário enquanto preparava a banheira.
Eu nem tive a chance de ficar envergonhada quando ele tirou meu
pijama, me deixando de sutiã e calcinha. Minha mente estava muito
ocupada pensando sobre os eventos que acabaram de acontecer.
Somente quando Adonis me colocou no banho quente, meu rosto
dilacerado pelas lágrimas olhou para ele.
— Eu pensei que os Lycans deveriam ter sentidos aguçados. Por que
não ouvi ninguém entrar? Como eu poderia ter dormido com alguém
matando e colocando o corpo daquela garotinha em cima de mim? Como
eu não senti o cheiro do sangue quando ele caiu nos lençóis? — Eu
questionei.
Lágrimas caíram quando me lembrei do corpo daquela garotinha
pendurado no teto.
Adonis enxugou as lágrimas e beijou minha testa.
— Não se culpe, pequena. Eu nunca deveria ter deixado você sozinha.
Nada disso é culpa sua, entendeu? Alguém está jogando um jogo doentio
com a gente, mas não vai se safar.
Visões dos lençóis encharcados de sangue invadiram minha mente e
estremeci. Eu olhei para minha pele e balancei minha cabeça.
Peguei a esponja e coloquei um pouco de sabonete antes de esfregar
meus braços com força. Em minha mente, eu vi o sangue daquela garota
inocente e enquanto me livrava dele.
Só quando Adonis segurou minha mão para me impedir de esfregar é
que percebi que minha pele tinha ficado vermelha. Ser morena
significava que eu precisava esfregar com muita força até minha pele ficar
vermelha.
— Aarya, por que você fez isso com você mesma? Você não ouviu o
que eu disse? — Adonis colocou meus braços vermelhos na água morna
para acalmá-los.
— O sangue dela estava na minha pele; eu tinha que tirá-lo. Eu dormi
em seu sangue por sabe-se lá quanto tempo. Quão estúpida eu sou? — Eu
balancei minha cabeça sem acreditar.
— Você não é estúpida. Não se chame assim, — disse Adonis.
Ele passou os próximos dez minutos cuidando de mim, lavando meu
cabelo e meu corpo e se certificando de que eu estava bem.
Assim que ele terminou, ele me tirou da água e envolveu uma toalha
quente e fofa em volta de mim.
— Vossa Majestade? — a voz familiar de Jane gritou.
— Sim, entre, — respondeu Adonis.
Jane abriu a porta com cautela e eu vi o nervosismo quando ela viu
Adonis. Pobre garota, ela provavelmente estava apavorada com o que
aconteceu com Adonis antes.
— Fui chamado para verificar a causa da morte e procurar qualquer
coisa suspeita em seu quarto. Achei que deveria relatar minhas
descobertas para vocês, — Jane começou.
Adonis apenas balançou a cabeça.
— Bem, ainda não consigo saber a hora exata da morte, mas tenho
certeza de que ela foi morta por múltiplas facadas. Isso, e estar presa do
jeito que estava, explicaria por que havia tanto sangue.
Estremeci e enterrei meu rosto no pescoço de Adonis. Pobre garota.
Quem mataria uma criança inocente com tanta violência? Meu coração
se partiu pensando na família dela. Eles provavelmente não tinham ideia
de que a filha estava morta.
— Mas também descobri outra coisa. A razão pela qual Aarya não
acordou durante todo o ataque. — Jane suspirou.
Minha cabeça disparou e Adonis perguntou:
— Você quer dizer, alguém drogou Aarya? — Jane acenou com a
cabeça. — A água dela estava misturada com uma droga. Não sei qual é a
exata, mas conheço várias drogas com cheiro semelhante e todas têm o
mesmo efeito. Isso a teria feito cair em um sono profundo, do qual ela
não acordaria, mesmo que tudo desmoronasse ao seu redor. Diga-me,
Vossa Majestade, você sentiu uma dor de cabeça quando acordou?
— Sim, pensei que era porque não tive uma boa noite de sono, —
respondi.
Jane abanou a cabeça.
— É o efeito colateral da droga. Quem quer que tenha feito isso com
você sabia que você era uma Lycan. Do contrário, eles não teriam outro
motivo para drogar você. Eles também sabiam quando drogar você. Este
foi um plano cuidadosamente traçado.
Os olhos de Adonis começaram a mudar; seu Lycan estava exigindo
controle. O rosto de Jane empalideceu e ela deu alguns passos para se
aproximar da porta.
Não era hora de Adonis perder o controle. Eu preciso dele e não de
seu Lycan.
Peguei sua cabeça em minhas mãos.
— Fique comigo, Adonis. Eu preciso de você, não do seu Lycan.
Meus olhos permaneceram nos seus, recusando-se a deixar seu Lycan
assumir o controle. Adonis fechou os olhos e respirou fundo.
Quando seus olhos castanhos se conectaram aos meus, deixei escapar
um suspiro de alívio.
É
— É difícil ouvir tudo isso, pequena. Meu Lycan quer o sangue de
quem fez isso. — Adonis passou as mãos pelos cabelos.
— Eu sei, mas seu Lycan não vai ajudar a encontrar esse idiota quanto
antes. Você sim, então preciso que fique no controle, — eu respondi.
— Eu preciso ir. Se algo mais surgir, eu os avisarei. — Jane foi embora.
Adonis me pegou e me colocou no assento do vaso sanitário antes de
desaparecer no quarto. Não demorou muito para ele voltar com algumas
roupas.
Eu rapidamente me vesti e Adonis agarrou minha mão com força.
— Você não vai sair do meu lado, — disse ele, não deixando espaço
para qualquer discussão.
Eu apenas balancei a cabeça, secretamente feliz que ele disse isso
porque eu não queria sair do seu lado de qualquer maneira. Saímos do
quarto e abrimos caminho até a multidão de guardas.
— Dimitri! — A voz familiar de Lexi chamou.
Tanto Adonis quanto eu nos viramos para ver Lexi correndo em nossa
direção.
— Você... é melhor você descer.... — Lexi disse enquanto recuperava o
fôlego.
Os olhos de Adonis se estreitaram ao sentir o cheiro de algo no ar.
Para mim, isso não significava nada, mas para Adonis, era claramente
alguma coisa.
Seu corpo ficou tenso mais uma vez enquanto ele descia as escadas.
Olhei para Lexi com preocupação antes de correr atrás dele.
Adonis parou na frente de um homem de meia-idade, que estava lá
com um olhar presunçoso no rosto.
— Quem é aquele? — Sussurrei para Lexi.
— Ele foi o primeiro a propor a ideia do acasalamento de Adonis e
Savanah, — Lexi respondeu de volta, fazendo meus olhos se arregalarem
em choque.
Como se este dia não pudesse ficar pior para nós. Eu só esperava que
Adonis pudesse controlar seu Lycan, mas olhar para esse cara me fez
duvidar seriamente disso.
Bem, isso seria divertido.
Capítulo 23
Adonis rosnou para o homem:
— Como diabos você entrou aqui?
Para minha surpresa, o homem não parecia assustado ou mesmo
perturbado por Adonis estar a poucos segundos de perder o controle. Em
vez disso, parecia que ele estava gostando.
Isso foi confirmado por seu sorriso malicioso, e não era o sorriso sexy;
era o terrível sorriso que ele dava quando estava inquieto.
— Eu só vim ver sua companheira. Se acalme. — Aquele homem não
tinha vergonha na cara.
O corpo de Adonis estava muito tenso e Lexi se agarrou a mim,
provavelmente nervosa com a possibilidade de Adonis perder o controle.
Notei Niya parada ao lado com uma expressão confusa no rosto.
Felizmente ela estava longe de todo o drama. Ela já tinha o suficiente
para lidar. A última coisa que preciso hoje é que Adonis perca o controle
na frente desse idiota, que obviamente quer lutar contra ele.
— Eu sou o rei, e eu decido que escória pode entrar em minha casa, e
aqui você não é bem-vindo. Então, pegue sua sobrinha chata e vá
embora. — Adonis cerrou os dentes.
Sobrinha? Espere... não me diga que a sobrinha dele é Savanah?
— Você chama minha sobrinha de chata? Savanah não merece essas
palavras duras. — O homem pareceu ofendido.
É verdade, podia ver a semelhança. Ambos eram idiotas e irritantes
que não sabem seus lugares, e ambos têm aquele olhar de quem não se
deve confiar.
Bem, o bom desse idiota estar aqui é que ele pode levar sua sobrinha
vadia de volta para casa, então eu não teria que lidar com ela.
Um estresse a menos na minha vida. Além disso, Savanah há muito
tempo exagerou em suas boas-vindas, se você quer saber.
— Eu não preciso explicar minha escolha de palavras para você, Mark.
— Adonis estava cerrando os punhos. Isso não era bom.
— Bem, eu ouvi sobre o ataque a sua companheira. Alguém conseguiu
entrar sorrateiramente no quarto de vocês e pendurar o corpo de uma
criança morta em cima dela. Onde você estava? Ouvi dizer que você
estava em seu escritório, longe da sua companheira. Se você não é capaz
de proteger sua própria companheira, então certamente não é capaz de
governar um reino.
Oh, merda, não. Alguém precisa avisar a Mark que se ele continuar,
vou acabar com ele.
Como ele ousa insultar meu companheiro assim? E ele realmente
acredita que vou deixá-lo escapar ileso?
Eu estreitei meus olhos e parei na frente de Adonis. Ele não me
machucaria e assim permaneceria calmo.
— Quem você pensa que é, dizendo a Adonis do que ele é ou não é
capaz? Ele governou sem uma companheira por dez anos e fez um
trabalho muito bom. Sua opinião é insignificante e uma grande merda só
porque você está chateado que sua sobrinha não conseguiu ser a
companheira de Adonis. Agora, é hora de você dar o fora daqui. Ah, e não
se esqueça de levar a sua sobrinha chorona. — Eu sorri docemente no
final. Ouvi Lexi rir baixinho e alguns dos guardas até esboçaram um
sorriso. Olhei para um deles, que parecia entender a mensagem e acenei
para tirarem aquela escória irritante dali para sempre.
Mark ficou imóvel com a boca aberta, provavelmente chocado porque
nenhuma mulher jamais falou com ele assim.
— Ouça aqui, eu não recebo ordens de mulheres, — Mark zombou.
Eu sorri e respondi:
— Nunca pensei que usaria meu título, mas agora parece o momento
perfeito porque significa que posso fazer o que bem entender com você.
Saia do meu palácio antes que eu faça você sair. São ordens da rainha.
Você tentou a sorte com sua sobrinha e, felizmente, não funcionou,
agora chegou a hora de irem embora.
Adonis colocou a mão no meu ombro, então me virei para ver seu
sorriso enorme.
— Minha rainha falou; você sabe onde está a porta.
— O que você está fazendo? Tire suas mãos de mim, — uma voz
familiar gritou.
Deus, como aquela voz era irritante.
Savanah foi derrubada pelos guardas e ficou claramente
impressionada com a forma como estava sendo tratada.
— Dimitri, diga a eles para tirarem as mãos de mim. Veja o que eles
estão fazendo, — queixou-se Savanah.
— Veja, Savanah, você ultrapassou todos os limites. Mas não se
preocupe, seu amado tio veio buscá-la para levá-la para casa porque esta
nunca foi sua casa e nunca será sua casa. — Fiz um gesto para Mark.
— Tio Mark? — Savanah parecia chocada.
Adonis não perdeu tempo antes de me pegar e chamar Gabe e Evan,
que tinha acabado de entrar.
— Tire-os daqui.
— Oh cara. Por que sempre sinto falta dessa diversão? — Evan
reclamou, fazendo-me rir.
Adonis me carregou até nosso quarto temporário e me colocou na
cama.
— Você sabe como isso foi incrivelmente sexy? — Ele me olhou com
orgulho.
— Não, mas olhando em seus olhos, posso supor que você achou
muito sexy. — Eu ri.
— Você disse a Mark para ir embora e usou seu título contra ele.
Pequena, isso foi incrível pra caralho. — Adonis balançou a cabeça em
descrença.
— Obrigada. Mas eu tive que fazer isso. Aquele idiota estava dizendo
todo tipo de merda sobre você. — Eu revirei meus olhos.
— Todos os dias você me surpreende. — Adonis sorriu para mim.
— Sim, agora depois do dia que tivemos, merecemos uma boa
surpresa, — respondi.
De repente, a atmosfera mudou. Foi como se algo clicasse em Adonis
porque agora parecia que ele queria me devorar.
— Você tem razão. Depois dos eventos de hoje, eu preciso de uma
distração, — Adonis disse, sorrindo. Meu coração estava acelerado
enquanto eu sentia o desejo revirar aqueles lindos olhos castanhos.
— Mas... mas agora não é a hora. Há muita coisa acontecendo..., — eu
parei.
— Exatamente por isso que preciso de uma distração, e acredito que
não há distração melhor do que você... Eu não esqueci, pequenina, e
agora parece o momento perfeito.
Adonis parecia estar gostando do meu estado de perturbação.
— Agora realmente não é a hora, Adonis, — eu tentei novamente.
Claro que minhas palavras entraram por um ouvido e saíram pelo
outro e Adonis veio em minha direção com um olhar predatório.
Bem, merda, não havia Savanah para interromper agora. Adonis
realmente iria sentir meu gosto.
Meus olhos avistaram a janela. Talvez eu pudesse pular? Bem, não era
porque eu não queria que Adonis me provasse, mas se ele só queria uma
distração, eu não poderia facilitar para ele.
Além disso, gostei de fazê-lo me perseguir. Deixava tudo mais
divertido.
— Você trancou a porta? — Eu perguntei.
O sorriso de Adonis ficou maior.
— Parece que alguém está pronta.
Quando ele se virou para trancar a porta, pulei e corri em direção à
janela. A adrenalina encheu meu corpo quando abri a janela e coloquei
uma perna para fora.
— O que você pensa que está fazendo? — Adonis me pegou.
Agora eu estava sentada na janela, com uma perna para dentro e a
outra para fora. Muito bem, Aarya. Eu era muito lenta para Adonis.
— Você acha que eu deixaria você ir embora sem provar o seu gosto?
— Ele lambeu os lábios.
— Você queria uma distração, então estou lhe dando uma. — Eu
agitei meus cílios.
— Nem pense em pular, pequena. Venha para dentro para que eu
possa te provar. — Os olhos de Adonis estavam fixos em minhas pernas.
Desta vez, eu sorri, embora ele não pudesse ver.
— Onde está a diversão nisso? — Eu disse.
Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, balancei minha perna e
pulei. Graças à Deus, eu era uma Lycan e caí no chão com segurança.
A cabeça de Adonis saltou para fora da janela e ele rosnou.
— Então, você quer brincar. Vamos brincar, mas é melhor você correr
rápido porque estou com fome.
Estremeci ao ver aquele olhar predatório em seus olhos. Então meus
olhos se arregalaram em choque quando entendi aquelas palavras. Porra,
e agora?
Meus olhos dispararam para frente do palácio e corri. A velocidade de
Lycan me ajudou a ir mais longe pelos jardins. Não demorou muito para
que seu rosnado alto fosse ouvido, fazendo-me correr mais rápido.
Encontrei um antigo galpão coberto por árvores. Decidi que era o
melhor esconderijo, por enquanto.
Adonis me encontraria aqui. Eu precisava me livrar dessas roupas,
mas como?
Eu coloquei minha cabeça para fora e senti o cheiro de Adonis muito
perto. Ok, hora de sair. Ele era muito rápido, e irritado o deixava mais
rápido.
Corri para mais longe e parei em uma árvore enorme. Se eu pudesse
escalá-la, seria o esconderijo perfeito.
Tinha apenas um pequeno problema com a minha ideia genial; eu
nunca tinha subido em uma árvore na minha vida.
Bem, sempre há uma hora e um lugar para aprender coisas novas.
Embora este pudesse ser o lugar, certamente não era o momento certo,
especialmente com Adonis correndo atrás de mim. Respirando fundo, eu
estava prestes a pular quando uma rajada de ar me derrubou.
Gemendo, tentei me levantar, mas me vi agarrada por ninguém
menos que Adonis.
— Isso me lembra de como eu te encontrei pela primeira vez, — ele
sussurrou em meu ouvido.
Merda, ele me encontrou. Por que não o ouvi ou mesmo não senti seu
cheiro? Eu precisava aprender a me concentrar mais em meus sentidos.
— Oh, certo, porque a primeira vez que você me encontrou, você me
jogou no chão? — Eu revirei meus olhos.
— Só fiz isso desta vez porque alguém tem o péssimo hábito de fugir.
— Adonis beijou meu pescoço, me fazendo estremecer.
Ele se levantou e me puxou para ele. Deus, ele parecia tão quente
quando me olhava assim.
Ele cheirou o ar e de repente a atmosfera ficou tensa.
— Eu posso sentir o cheiro do seu desejo. — A voz de Adonis ficou
rouca.
Engoli o nó na garganta, mas não disse nada; eu não confiava na
minha voz. Adonis iria me devorar agora. Não havia nada que eu pudesse
fazer, mas eu também sabia que não queria resistir.
Adonis gemeu e disse:
— Não posso esperar mais.
Ele não perdeu um segundo antes de me pegar e me jogar por cima do
ombro.
— Adonis, — eu engasguei.
Ele nem mesmo respondeu e correu de volta para o palácio. Os
arredores da floresta passavam em um grande borrão e meu coração
estava disparado.
Adonis voltou em tempo recorde e caminhou até a sala. Eu vi Niya,
que estava na cozinha, rindo.
Bem que ela poderia ter me ajudado a sair dessa situação, mas não, ela
estava gostando do meu sofrimento.
Adonis abriu a porta do quarto e trancou-a antes de me jogar na
cama.
— Você tem sido uma garota travessa. Acho que é hora da sua
punição. — Adonis caminhou em minha direção.
Ele agarrou meus tornozelos e me puxou em sua direção. Adonis
tirou a camisa, me fazendo contemplar aquele corpo delicioso.
Eu mal podia esperar para correr minha língua ao longo de seu
abdômen. Espere o quê? Não acredito que acabei de pensar isso.
Ele se abaixou e rasgou meu top ao meio, fazendo-me ofegar e cobrir
meus seios com as mãos.
— Não se atreva a se cobrir. Não me negue o que é meu. — Adonis
removeu minhas mãos e as segurou acima da minha cabeça.
— Porra, você é linda, — ele gemeu, soltando minhas mãos e
arrastando beijos pelo meu corpo.
Com um movimento, Adonis tirou minha calça e minha calcinha,
deixando-me completamente nua.
Mais uma vez, tentei me cobrir, meus nervos levando a melhor sobre
mim. Desta vez, Adonis mantinha minhas mãos presas acima da minha
cabeça para que eu não tivesse a menor chance de fugir.
— Seus nervos estão no controle, — Adonis sussurrou em meu
ouvido.
Para me distrair, seus lábios reclamaram os meus em um beijo
faminto. Sua língua invadiu minha boca, me fazendo gemer.
Puta merda, eu nunca enjoaria daqueles beijos.. Quando nos
separamos, minha mente estava nublada de desejo.
Adonis mirou os meus seios, que eu tentava cobrir com o sutiã. Ele
olhou para mim com os olhos estreitos.
— Se você tentar se cobrir de novo, vou amarrá-la na cama.
Meus olhos se arregalaram e eu balancei a cabeça. A última coisa que
eu queria era ser amarrada à cama.
Adonis parecia satisfeito e arrancou meu sutiã com uma mão
enquanto eu me mantinha imóvel. E, deixe-me dizer a você, isso foi
difícil.
Eu encarei o corpo de Adonis para tentar me distrair, mas meus olhos
desceram para a área da virilha, onde sua protuberância impressionante
estava ficando maior.
— Gostou do que está vendo? — Adonis sorriu, fazendo-me olhar
para ele.
— Sim, — respondi.
— Bom, porque eu mal posso esperar para você ver o que está por
baixo desse jeans. Mas hoje é sobre você, não sobre mim. — Adonis
piscou.
Antes mesmo que eu soubesse o que estava acontecendo, Adonis se
abaixou e envolveu meu seio em sua boca, me fazendo gemer.
Puta merda, isso era tão bom. Eu o senti sorrir contra meu seio
enquanto ele continuava seu ataque e acariciava o outro seio com a outra
mão. Tentei conter meus gemidos, mas Adonis apertou meu mamilo com
força, fazendo-me engasgar, e olhou para mim.
— Eu quero ouvir todos os seus gemidos, pequena.
Depois que ele ficou satisfeito em atacar meus seios com sua boca
incrível, ele espalhou beijos por todo o meu corpo.
Eu sabia para onde ele estava indo e meu coração estava disparado.
Nervosismo? Sim, mas principalmente porque estava animada.
Nenhum homem jamais fez isso comigo, e me descobri extasiada com
o prazer que Adonis me daria.
— Alguém está animada, — Adonis respirou fundo, me fazendo
gemer.
— Eu posso ver o quão molhada você está. Tão molhada, e tudo para
mim, — Adonis gemeu.
Minha boca estava seca e olhei para ele em súplica. Ele bem que
podia, por favor, se apressar?
— Eu poderia fazer você esperar como você me fez esperar
perseguindo você pelo palácio. — Adonis olhou para mim com diversão
em seus olhos.
— Você está falando sério? Você não estava deitado aqui nu, Adonis.
Mas obrigado pela ideia porque da próxima vez vou deixá-lo...
Puta merda.
Eu nem tive a chance de terminar minha frase porque Adonis decidiu
que era o momento perfeito para penetrar meu ventre com sua língua.
A língua de Adonis sabia o que queria, e atacou minha vulva com
golpes firmes, me fazendo gemer alto e agarrar os lençóis.
— Você tem um gosto tão bom, amor. Eu mal posso esperar para
provar seu líquido. — Adonis respirava em meu ventre continuar seu
ataque.
Desta vez, dois dedos se juntaram a língua dele, fazendo minhas
costas arquearem. Que delícia, isso era outra coisa da qual eu nunca iria
me cansar.
Seus dedos bombeavam para dentro e para fora do meu útero, cada
vez mais rápido, enquanto sua boca subia pelo meu corpo se prendia a
um dos meus seios.
— Oh Deus, oh Deus. — Eu me senti à beira do orgasmo.
— Tá gostando? — Adonis sorriu.
— Continue, — eu respirei, absorvida pelo prazer.
Seus dedos continuaram um ataque contra mim até que gritei seu
nome e encontrei minha real liberdade.
Imediatamente Adonis desceu de volta, e sua língua lambeu todo o
líquido da minha vagina que estava muito dolorida.
— Acho que encontrei minha nova sobremesa favorita. — Adonis
lambeu os lábios enquanto se arrastava de volta para mim.
Eu queria dizer algo de volta, mas em vez disso bocejei. Os eventos
desta manhã, mais o que acabou de acontecer, claramente drenaram
todo o meu suprimento de energia.
Eu senti o calor subir pelas minhas bochechas. Adonis riu antes de
puxar meu corpo nu contra o dele.
— Durma, pequena. Eu nunca vou sair do seu lado novamente.
Desta vez, fui dormir, me sentindo segura nos braços de Adonis.
Capítulo 24
— Juro por Deus, se vocês estiverem nus, vou arrancar os meus olhos,
— gritou uma voz familiar, acordando-me de um sono tranquilo.
— Espere até que ele comece a se aproximar da sua companheira,
então eu vou perturbá-lo para ele ver como isso é irritante pra caralho, —
Adonis murmurou baixinho.
Meu cérebro sonolento finalmente pegou no tranco e eu suspirei.
— Honestamente, ele é um pesadelo para o meu sono tranquilo.
— Casal? — Evan gritou.
— Evan, se isso não for uma questão de vida ou morte, então você
está fodido, — Adonis rosnou. Espere um segundo, Evan não pode entrar
aqui. Um, porque estou nua, e dois, porque o quarto estava uma zona.
Havia roupas minhas em todos os lugares, inclusive minhas roupas
íntimas. Os lençóis também estavam uma bagunça.
— Certo, estou entrando, — disse Evan.
Adonis apenas revirou os olhos, nem mesmo percebendo o que diabos
estava acontecendo.
— Não! — Eu gritei. Adonis olhou para mim como se eu tivesse
enlouquecido.
— Dê-me dois minutos, Evan, — eu disse.
— Tudo bem, estou contando. — Evan suspirou.
Pulando para fora da cama, peguei minhas roupas e corri para o
banheiro.
Eu molhei meu rosto com água fria para parecer mais acordada e
troquei de roupa para ficar apresentável. Passei uma escova no cabelo e
saí.
Adonis ficou sentado sorrindo enquanto eu batia em seu ombro.
— Eu não posso acreditar que você estava prestes a deixar Evan entrar
enquanto eu estava nua e minhas coisas estavam por todo o chão.
— Bem, pelo menos tive uma boa visão quando você saiu da cama. —
Adonis riu.
— Homens e suas mentes pervertidas, — murmurei.
— Se Evan me visse nua, o que aconteceria? — Eu questionei.
Adonis não pareceu muito feliz com minha pergunta e ficou quieto.
— Exatamente, sua reação me diz tudo o que eu preciso saber. Da
próxima vez, seja mais cuidadoso. Eu não quero o companheiro da minha
prima morrendo porque ele me viu nua. — Sentei-me em cima das capas
de edredom.
Evan entrou lentamente, com as mãos sobre os olhos, o que me fez
rir.
— Evan, pode olhar. — Adonis disse.
Lentamente, ele moveu a mão e suspirou quando viu que estávamos
ambos vestidos. Adonis estava sem camisa, mas não acho que Evan estava
preocupado em vê-lo sem camisa.
— Bem, graças a Deus vocês dois estão vestidos. Ou quase. — Evan
suspirou.
— O que aconteceu? — Eu perguntei.
O rosto de Evan ficou sério, fazendo com que Adonis e eu nos
sentássemos eretos. Eles pegaram quem fez isso?
— A garotinha. Nós descobrimos quem ela é, e seus pais estão a
caminho. Gabe acha que você é quem deveria contar a eles, Dimitri. —
Evan sorriu tristemente.
— Claro. Alguma notícia de quem fez isso? — Adonis perguntou.
— No momento, não temos muito para continuar. Talvez, os pais
possam nos dar alguma informação, valiosa. O problema que estamos
tendo é que o palácio tem muitas pessoas, guardas, chefs, servos.
Precisamos de mais informações antes de começar a investigar. — Evan
parecia frustrado.
— Ei, você fez uma coisa boa em encontrar os pais. Tenho certeza de
que conseguiremos algumas informações para nos ajudar, — assegurei a
Evan.
Evan olhou para mim com um olhar determinado.
— Eu quero fazer justiça àquela menina.
— E faremos. — Adonis se levantou e deu um tapinha nas costas de
Evan.
— Vamos conhecer os pais, — disse Adonis a Evan.
Quando os dois se viraram para sair, tossi muito alto.
— Quanto a mim? Não ouse dizer que tenho que ficar aqui. — Eu
cruzei meus braços.
— Sim, você tem. Não sei se os pais vão reagir mal e podem tentar
machucar você, — respondeu Adonis.
Eu zombei,
— Aham, tá bom. Eu não vou ficar aqui; eu vou com você.
— Que tal você passar um tempo com Niya? — Evan perguntou.
Eu olhei para ele. Por que eles não queriam que fosse com eles? Minha
boca se abriu para retrucar, mas vi o rosto de Adonis, a preocupação em
seus olhos, e parei.
Ele estava realmente preocupado que eu pudesse me machucar?
Droga, se eu for, ele vai passar o tempo todo se preocupando comigo e
não encontrará informações importantes.
Suspirando, me virei para Evan.
— Tudo bem. Onde ela está?
O alívio no rosto de Adonis me fez sentir mal. Não era tão ruim
passar um tempo com Niya. Dessa forma, Adonis poderia passar mais
tempo conversando com os pais da garota.
Evan me disse onde ficava o quarto de Niya, e seguimos nossos
caminhos separados. Claro, antes de eu sair, Adonis agradeceu por eu o
ouvir.
Revirei os olhos e respondi:
— Só desta vez.
— Bom. Eu não gosto de uma companheira obediente porque isso
significa sem punições, — ele sussurrou em meus ouvidos.
— Acho que vou me tornar uma companheira obediente então, — eu
provoquei.
Adonis sorriu.
— Você é muito teimosa para isso, pequenina.
Antes que eu pudesse responder, ele saiu com Evan. As coisas que ele
me fazia sentir eram diferentes de tudo que eu já havia sentido antes, e
aos poucos eu estava ficando viciada.
Fui até o quarto de Niya e bati na porta. Ela abriu e tinha um sorriso
enorme no rosto quando me viu. Sem perder tempo, ela me arrastou para
seu quarto e me sentou. — Então...? — Ela olhou para mim.
— Então? O que então? — Eu perguntei.
Niya revirou os olhos. — Então, como foi então?
— O que você está falando? — Eu estava tão confusa.
— Urgh, o que há de errado com você? Como foi o sexo? — ela
perguntou.
Meus olhos se arregalaram em choque, fazendo Niya rir.
— Isso é bom? — ela brincou.
— Não... quero dizer, eu não sei. Nós não fizemos sexo, — eu
respondi.
— O quê? Quando Adonis levou você embora, parecia que ele queria
devorá-la! — Niya parecia chocada.
Puta merda, ela viu isso também?
— Não, nós não fizemos sexo, Niya. Existem outras maneiras de
causar prazer sem fazer sexo, você sabe... — eu parei, vendo a alegria
retornar nos olhos de Niya.
— Oh! Então você fez outras coisas! Eu quero todos os detalhes. —
Ela ficou confortável.
— Acho que não, mocinha. Minha vida sexual permanece privada. —
Eu ri.
— Você não é engraçada. — Ela fez beicinho.
— Aww, desculpe. — Eu não conseguia parar de rir. Niya dava a
impressão que eu não a deixaria brincar com meu cachorro, e não que eu
não contaria a ela sobre minha vida sexual.
— Eu tenho que viver suas experiências Você precisa me dizer, —
Niya implorou.
— Viver minhas experiências? Você tem seu próprio companheiro, e
logo, logo eu acho que não vou mais te ver, — eu provoquei.
Niya revirou os olhos e se jogou na cama.
— Que seja.
— Meu, você perdeu a melhor parte. Savanah e seu tio partindo. —
Niya riu.
— O que aconteceu? — Eu estava animada.
— Ela criou uma confusão, e seu tio estúpido estava gritando sobre
como Dimitri iria pagar. Então Evan pegou o tio de Savanah e o
expulsou, e Lexi empurrou Savanah para fora. Ela não parava de chorar.
— Niya riu.
Eu sorri, embora ouvir o que Mark disse me deixou um pouco
nervosa. Esse cara conseguiu convencer o conselho de que Adonis
deveria acasalar com sua sobrinha. Imagine o que mais ele poderia fazer.
— Ei, não comece a pensar demais. — Niya estalou os dedos na frente
do meu rosto.
— É difícil, — admiti.
— Vamos, a última coisa que Adonis precisa é de mais estresse.
Independente de qualquer coisa, você deve ajudá-lo a relaxar. — Ela
piscou.
— Voltaremos ao assunto? — Eu levantei minhas sobrancelhas.
Niya riu.
— Não acredito que estamos aqui; agora nós temos companheiros.
— Parece estranho, não é? — Eu sorri.
— Estranho, mas também muito bom, — respondeu ela.
Houve uma batida na porta, fazendo com que Niya se sentasse.
Levantei-me para atender a porta, mas fiquei chocada quando não havia
ninguém lá.
Alguém estava brincando com a gente? Eu olhei em volta, mas
realmente não havia ninguém no corredor.
Porra, eu estava imaginando coisas? Não, Niya ouviu também.
Eu me virei para perguntar a Niya, mas engasguei quando vi Niya
agarrada por um cara.
— Como diabos você entrou? — Eu perguntei, chocada.
— Chama-se distração, querida. Você olhou e eu pulei pela janela. —
Ele pressionou a faca mais perto da garganta de Niya.
— Ei, não faça isso. Deixe ela ir. — Eu estava nervosa. Ele poderia
matar Niya se eu não tomasse cuidado.
— Até parece. Como posso deixar a rainha ir embora? — Ele olhou
para mim.
Oh não, esse cara pensava que Niya era a rainha. Niya olhou para
mim, seus olhos implorando para que eu não contasse a verdade a ele.
Mas como eu poderia deixá-lo tocar em Niya se ela não era quem ele
queria?
— O que você quer então? — Tentei uma abordagem diferente.
— Tenho certeza que o rei ficará muito irritado ao ouvir que sua
companheira foi capturada. Eu quero que você vá e diga isso a ele até que
ele me dê o que eu quero. Sua companheira fica aqui. — O sujeito
arrastou Niya ainda mais para trás.
— O que é que você quer? — Meu coração estava disparado.
— Vadia, vá buscar o rei, — o homem cuspiu em mim.
Agora, em vez de nervosismo, a raiva começou a crescer. Quem
diabos esse idiota pensa que é?
Ele pressionou a faca com mais força contra a garganta de Niya,
fazendo-a gemer de dor. O rastro de sangue que saiu da garganta de Niya
fez com que uma raiva incontrolável se apoderasse de mim.
Meu controle sobre minha loba era incrível. No entanto, hoje eu não
ia conseguir controlá-la. Eu não tive força para controlar minha Lycan
enquanto a raiva corria em minhas veias.
— Você vai pagar por machucar minha prima, — disse minha voz que
não soava mais como a minha.
Era uma voz mais grave e o homem parecia nervoso. Minhas unhas
agora estavam longas e afiadas, e eu me vi querendo usá-las no idiota
parado na minha frente.
— Seus olhos — Niya disse, maravilhada.
Quando me virei, meus olhos castanhos estavam negros como a
escuridão. Eu estava mais alta, todos meus sentidos potencializados. Um
sorriso malicioso apareceu no meu rosto.
Virar-se para ver o medo dançando nos olhos do sujeito deixou meu
Lycan feliz. Corri minha língua sobre meus dentes afiados. Eu queria o
sangue dele.
Niya olhou para mim com admiração enquanto eu o perseguia.
Foquei na faca e, em uma fração de segundo, arranquei-a dele e empurrei
Niya para um lugar seguro.
— Você machucou minha prima, eu disse, balançando a cabeça.
— Grande erro. — Eu sorri, agarrando o braço do cara e arrancando-o
de seu corpo. Seus gritos de agonia deixaram a mim e à minha Lycan
satisfeitas. O sangue estava por toda parte e ouvi Niya suspirar em
choque.
Minha Lycan queria dar a ele uma morte dolorosa, mas a parte
humana de mim o queria vivo para interrogá-lo. Felizmente, minha
Lycan concordou comigo porque tinha a sensação de que ela o teria
matado.
Meus olhos se fixaram em uma capa de edredom, que peguei e usei
para amarrar o único braço deles e o joguei pela janela. Amarrei a outra
ponta a uma cadeira.
Seus gritos ficavam mais altos enquanto ele implorava por sua vida,
mas isso não me perturbou. Se ele não tinha nenhum problema em
prender Niya na ponta de uma faca, então ele não deveria ter nenhum
problema em lidar com a punição.
Uma pequena parte de mim queria salvá-lo. Mas minha Lycan não me
deixou.
Mesmo depois de amarrá-lo, minha Lycan ainda estava inquieta, a
raiva ainda pulsava pelo meu corpo.
Senti que estava perdendo o controle aos poucos e decidi ir embora
antes de machucar Niya. Sem perder tempo, pulei a janela e corri.
Eu corri mais rápido do que nunca, as árvores passavam pela minha
visão em um borrão. Correr tão rápido não me cansou; parecia
libertador.
Minha forma Lycan me surpreendeu, e me perguntei por que não
havia mudado antes?
Quando eu finalmente parei, meus ouvidos encontraram o rosnado
alto do meu companheiro. A excitação agora corria em minhas veias.
Desta vez seria uma perseguição justa, mas mesmo assim eu mal
podia esperar que ele me pegasse. O jogo começou....
Capítulo 25
Minha Lycan estava animada, assim como eu. A emoção de Adonis
me perseguindo me incentivou a correr mais rápido. A excitação pulsava
em minhas veias enquanto corria floresta adentro.
Meus níveis de confiança aumentaram, pois pensei que Adonis estaria
muito longe para me alcançar.
Este foi meu primeiro erro.
Um rosnado familiar causou arrepios na minha espinha quando parei
de correr. Bem, eu não poderia deixá-lo me pegar tão facilmente.
Pensando que tinha um plano infalível, corri em outra direção e a
cada minuto mudava de direção.
Veja, minha lógica era que se eu mudasse de direção, meu cheiro
estaria em toda parte e isso iria confundir Adonis.
Esse foi meu segundo erro.
Eu estava tão presa ao meu próprio mundo, pensando que tinha
enganado Adonis, que quando o vi parado na minha frente com um
sorriso malicioso no rosto, entrei em pânico.
Então, o que eu fiz? Me virei e sai correndo, é claro.
E esse foi meu terceiro e último erro.
Não fui muito longe antes dos braços de Adonis envolverem minha
cintura e me puxarem para ele. Minha Lycan decidiu me devolver o
controle quando viu que fomos pegas. Que adorável.
Nós dois caímos, mas Adonis, sendo um cavalheiro, amorteceu a
queda. Ao contrário da última vez, quando ele me empurrou para o chão.
— Hmm... Eu continuo perseguindo você, e você continua perdendo.
— Adonis sorriu para mim.
— Bem, não é minha culpa que você seja muito mais rápido. Se você
diminuísse a velocidade, seria uma perseguição justa. — Revirei os olhos
e me levantei.
— Eu gosto das nossas perseguições, de verdade, pequena. — Os
olhos de Adonis brilharam com graça enquanto ele se levantava e
limpava a sujeira.
— Tanto faz, eu sei que você está apenas me provocando, — eu bufei.
Adonis estava se esforçando para não rir, e eu o encarei. Deus, se ele
não fosse tão quente, eu o socaria. Não, eu o beijaria. Espere o quê?
— Você não teria que me perseguir. Se não fosse aquele idiota
pendurado na janela de Niya, — eu murmurei.
Em um piscar de olhos, a diversão dos olhos de Adonis desapareceu e
foi substituída por raiva.
— Você sabe o quanto eu estava preocupado? Achei que algo tivesse
acontecido. — Adonis olhou para mim.
— Você teria certeza de que nada aconteceria comigo se você me
mantivesse com você. — Eu olhei para Adonis.
Adonis suspirou e passou as mãos pelos cabelos.
— Querida, eu teria, mas não tinha certeza de como os pais da garota
reagiriam.
— Tanto faz, não adianta falar sobre isso agora. Pelo menos me diga
que você pegou o cara? — Eu respondi.
— Sim, e ele está sendo questionado agora mesmo. Aarya, você
assustou Niya quando pulou da janela. Ela ficou apavorada e só
conseguiu dizer que você pulou. — Adonis suspirou.
— Aquele bastardo segurou minha prima na ponta de uma faca
pensando que ela era eu! Não consegui controlar minha raiva e minha
Lycan assumiu o controle, — respondi.
— Sua Lycan apareceu. Eu teria adorado ver isso. — Adonis sorriu.
— Mesmo? — Fiquei chocada, pensando o contrário. Quero dizer,
quem gostaria de ver uma companheira perder o controle como eu?
— Para nós, Lycans, nada é mais sexy do que ver nossa companheira
perder o controle. Ver os Lycans assumirem o controle de seus corpos, —
respondeu Adonis.
— Huh, não sabia disso. Então, quando posso conhecer seu Lycan? —
Eu perguntei, descobrindo ser verdade o que Adonis disse.
— Espero que nunca, — ele resmungou.
— Hum, eu acho que não. Naquele dia, vi apenas uma pequena parte
do seu Lycan e quero vê-lo por inteiro. Vamos, Adonis! — Eu implorei.
— Aarya, não tenho certeza de como ele vai reagir. Ele insiste que eu
conclua o processo de acasalamento com você. Ele odeia ver você sem
parceiro. — Adonis suspirou.
Sim, eu estava nervosa durante toda a parte do acasalamento, com
Adonis em sua forma humana. Sua forma Lycan pioraria a situação.
Algo me disse que eu não seria capaz de discutir com seu Lycan, e isso
não acabaria bem, para nenhum de nós.
— Oh, certo... talvez outra hora, então? — Eu olhei para ele com
esperança.
Adonis deu uma risadinha.
— Assim que todo esse drama acabar, apresento ele a você. Ele está
impaciente para conhecê-la.
Eu sorri e então percebi o que diabos aconteceu hoje.
— Puta merda! Eu tirei você da reunião. Ah não! Você descobriu
alguma coisa? Como, onde estão os pais? Quero dizer, o quão úteis eles
foram? — Eu divaguei até que Adonis colocou o dedo em meus lábios.
— Respire, — disse ele. — Bem, não foi muito frutífero. Eles não têm
muitas informações e estavam muito perturbados para que eu pudesse
questioná-los insistentemente. Eu os mandei ficar em um de nossos
quartos de hóspedes até que possam levar o corpo da filha para casa.
Adonis me olhou derrotado, sentando-se perto de uma árvore, e eu fiz
o mesmo.
Pela primeira vez, nós dois apenas ficamos sentados em silêncio.
Nenhuma palavra foi necessária. Foi então que percebi que Adonis tinha
o peso do mundo sobre os ombros, e ninguém com quem dividir esse
fardo.
Suas preocupações e seus sentimentos eram deixados de lado para
que o reino funcionasse sem problemas. Mas qual era consequência
disso?
Ele virou um rei sem emoção, sem companheira. Um grande rei, mas
que assustava as pessoas. Aquele cujas histórias foram contadas para
assustar as crianças. Mas a realidade era muito diferente.
Adonis tinha sentimentos; eu tenho visto isso desde que cheguei. Ele
simplesmente não se importava com seus sentimentos porque, para ele,
era mais importante ter certeza de que todos estavam bem e que não
havia problemas.
Certo, todos o amavam, mas não conheciam o verdadeiro Adonis, e
isso me irritava. As pessoas julgam rápido.
Agora ele tinha alguém com quem compartilhar seus sentimentos,
alguém com quem poderia se abrir e alguém que poderia compartilhar a
pressão sobre ele.
Todos os livros que li ao longo dos anos nunca poderiam ter me
preparado para a responsabilidade de ser uma rainha.
Mas quando olhei para Adonis, eu sabia que com ele ao meu lado, eu
poderia fazer qualquer coisa que eu quisesse, e queria que ele soubesse
que estaria sempre com ele.
Há tempos que a ideia de escapar já tinha desaparecido da minha
mente agora. Não havia nenhuma maneira de eu deixar Adonis. Ele fazia
parte de mim, e eu não seria capaz de sobreviver sem ele.
— Não faça isso, Adonis. — Quebrei o silêncio.
Ele olhou para mim, confuso, e eu suspirei.
— Não desista, — eu disse a ele.
— Eu nunca vou desistir. Eu tenho que encontrar a pessoa que matou
aquela garotinha e que drogou minha companheira sob a porra do meu
próprio teto, — ele rosnou.
Minha Lycan e eu concordamos que Adonis precisava se acalmar, e a
primeira coisa que me veio à cabeça foi subir no colo de Adonis, assim
montei nele.
Eu segurei aquele lindo rosto em minhas mãos e respondi:
— Essa raiva não vai ajudar você a pegar o bastardo. Sei que você se
sente derrotado porque não conseguiu arrancar muitas informações dos
pais, mas você é inteligente. Você vai encontrar pistas e vai pegar esse
filho da puta e fazê-lo pagar.
Adonis sorriu para mim e pressionou seus lábios contra os meus.
Foi um beijo lento, mas ainda assim incrível.
Ele quebrou o beijo e encostou sua testa na minha.
— Quando Gabe encontrou Lexi anos atrás, fiquei muito feliz por ele,
mas estava com ciúmes. Com ciúme por não conseguir encontrar minha
companheira. As pessoas costumavam me olhar; eu estava ciente do que
todos eles pensavam. Alguns dias, tudo que eu queria fazer era me
esconder no meu quarto, mas pensava em minha companheira. Eu
queria deixá-la orgulhosa, mesmo que nós dois não soubéssemos um do
outro. — Adonis sorriu tristemente.
Eu não pude evitar as lágrimas que escaparam dos meus olhos. Ouvi-
lo dizer essas palavras realmente machucou meu coração. Ele estava
sofrendo e não havia nada que eu pudesse fazer.
— Ei, não era para você chorar. — Adonis riu suavemente, enxugando
as lágrimas que caíam.
— Eu me sinto uma idiota. Enquanto você estava aqui tentando fazer
o seu melhor por causa de sua companheira, o que eu estava fazendo?
Sofrendo por um idiota que me conquistou com uma conversinha mole.
Revendo tudo, eu nem sei o que deu em mim. Ele disse algumas coisas
doces e me prometeu o mundo, e eu esperei como uma idiota completa.
— Eu balancei minha cabeça, com vergonha de mim mesma.
— Você era jovem, não se esqueça disso. Obviamente, esse cara sabia
o que dizer para você. Seu passado não define quem você é agora, — disse
Adonis, enxugando outra lágrima que caia.
— Você está cheio de bons conselhos. — Eu sorri.
— Valeu a pena, — respondeu Adonis.
— Valeu a pena? O quê? — Eu perguntei, confusa.
— Valeu a pena esperar todos esses anos por você. Valeu a pena
desconsiderar meu conselho até o último minuto porque você entrou na
minha vida. Eu faria tudo de novo para encontrar você. — Adonis
respirou meu cheiro e fechou os olhos, como se o estivesse saboreando.
— Você não pode dizer essas coisas e esperar que eu não chore. — Eu
bati nele de brincadeira enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto.
Adonis beijou os dois lados do meu rosto, onde as lágrimas estavam
caindo.
— Ainda por cima você é fofa. — Ele piscou.
Revirei os olhos antes de responder,
— Tanto faz. Mas, falando mais sério, tenho a sensação incômoda de
que quem fez isso atacará novamente. Portanto, precisamos nos unir.
Nós vamos encontrar esse bastardo, mas para fazer isso, temos que
trabalhar juntos.
Adonis acenou com a cabeça.
— Você está certa, eu tenho o mesmo sentimento.
— Antes de mais nada, deixe-me falar com os pais da garota. Talvez
eles tenham se sentido intimidados por você, então deixe-me ver se
consigo alguma informação, — eu disse a ele.
Adonis olhou para mim com relutância, mas logo acenou com a
cabeça.
— Ok. Mas eu estarei lá fora. Não vou mais arriscar.
Bem, isso é o melhor que eu vou conseguir de qualquer maneira. Eu
balancei a cabeça e Adonis se levantou, me levantando com ele.
Ele me colocou no chão e eu sorri.
— Vamos apostar uma corrida?
Adonis deu uma risadinha.
— Por mais que eu adorasse, acho que não.
Obviamente, eu estava prestes a reclamar, mas Adonis me pegou no
estilo noiva e começou a correr. Ele era corajoso. Eu não conseguia correr
tão rápido, mas também só me tornei uma Lycan há alguns dias!
Mesmo estando aborrecida, não me importei muito porque
significava muito estar nos braços de Adonis e, quem sou eu para
reclamar disso? Quando chegamos à frente do palácio, Adonis me deixou
cair e eu estava prestes a sair correndo, mas ele segurou minha mão, me
impedindo.
De mãos dadas, caminhamos pelo palácio e direto para seu escritório.
Evan, Gabe, Lexi e até mesmo Niya já estavam lá.
Niya deu um pulo e seus olhos percorreram meu corpo.
— Você está bem? Como você saltou tão alto e não quebrou nada?
— Vantagens de ser uma Lycan, eu acho, — respondi.
Como todos estavam sentados, decidi sentar-me com Niya, mas
Adonis tinha outras ideias e me puxou para o seu lado.
— Oh, ótimo. Agora os pombinhos estão sentados um com o outro.
Graças a Deus ela fugiu para a floresta para que eles pudessem fazer o
que quisessem por lá. — Evan fingiu vomitar. Tanto Adonis e eu olhamos
para Evan, e Gabe bateu em Evan na parte de trás de sua cabeça.
— Agora não é a hora nem lugar, mano. Você terá sua bunda chutada
pelos dois, — Gabe disse.
— Correto. Vamos continuar. — Evan sorriu para Adonis.
Adonis revirou os olhos e perguntou:
— Como estão os pais?
— Estão bem, eu tenho três guardas fora do quarto e dois abaixo da
janela, — respondeu Gabe.
Adonis acenou com a cabeça, satisfeito, e então perguntou:
— O prisioneiro?
— Na cela como você pediu. Ainda não o questionamos — Evan
respondeu, seus olhos brincalhões ficaram sérios.
Acho que ele também não era ã da pessoa que manteve sua
companheira na ponta de uma faca.
Adonis balançou a cabeça lentamente e olhou para mim.
— Devemos fazer uma visita ao nosso prisioneiro? — Seus olhos
estavam cheios de raiva e alegria. Claramente, seu Lycan estava animado
com isso.
Eu balancei a cabeça e estava prestes a me levantar, mas alguém bateu
na porta.
Eu não reconheci o cheiro, mas os homens reconheceram enquanto
trocavam olhares confusos. Antes que eu pudesse perguntar, uma mulher
de meia-idade abriu a porta lentamente.
Meus olhos se arregalaram quando percebi quem era. Como eu
poderia não saber? Ela tinha os mesmos olhos da menina.
— Está tudo bem? Precisa de alguma coisa? — Adonis perguntou.
— Vossa Majestade, quero falar com você, — perguntou a senhora,
olhando diretamente para mim.
Adonis olhou para mim e depois de volta para a senhora.
— Claro, podemos ir para outro lugar.
Ela balançou a cabeça.
— Eu tenho que falar com a rainha. Sozinha.
Uma sensação desconfortável se instalou em mim enquanto eu
olhava para o pânico nos olhos da senhora....
Capítulo 26
Olhando para Adonis, eu sabia que ele recusaria, mas algo me disse
que eu precisava falar com essa senhora. Antes que Adonis pudesse dizer
qualquer coisa, me levantei e concordei.
— Venha, vamos para algum lugar privado e ninguém nos seguirá. —
Eu olhei para Adonis, que olhou de volta para mim.
Seus olhos não me abandonaram até eu sair da sala com a senhora.
Ele ficaria chateado, mas eu lidaria com isso mais tarde; não era nada de
mais.
Desci as escadas e notei os olhos da senhora constantemente olhando
ao redor; suas mãos tremiam.
Uma sensação desconfortável se estabeleceu em mim, mas me deixou
mais determinada a descobrir o que diabos estava acontecendo.
Assim que alcançamos uma sala isolada do palácio, entramos e fechei
a porta atrás de nós. Não havia ninguém por perto, ali deveríamos estar
seguras.
Sentei-me e fiz sinal para a senhora se sentar também. Ela me deu um
pequeno sorriso e se sentou à minha frente.
— Em primeiro lugar, gostaria de dizer o quanto lamento a perda da
sua filha. Eu gostaria de poder ter acordado e a salvado. — Eu balancei
minha cabeça.
— Não, por favor, não se culpe. Nós não te culpamos. É nossa culpa
por não ouvir o aviso. — Ela enxugou uma lágrima que caiu.
— Aviso, que aviso? — Eu perguntei, minhas sobrancelhas levantadas
em confusão.
Ela suspirou antes de responder:
— Alguns dias antes, um homem veio à nossa casa, dizendo ser do
palácio.
— Ele nos disse que sabia que meu marido tinha ficha criminal e que
tinha se candidatado para ser guarda do palácio.
— Ele disse que nunca o aceitariam por causa de seu histórico, mas
disse que poderia nos ajudar se o ajudássemos primeiro. Eu disse a meu
marido para não aceitar, mas ele aceitou porque meu marido queria
desesperadamente o emprego.
— Este homem nos disse que tínhamos que entrar sorrateiramente
no palácio e colocar algo na comida.
— Ele alegou que a comida ia para os prisioneiros e queria um deles
morto, mas não podia fazer isso sozinho porque era muito conhecido. Eu
me neguei, mas meu marido concordou.
— O homem disse-nos que se não fizéssemos o nosso trabalho, ele
saberia e pagaríamos o preço com a vida da nossa família.
— Meu marido entrou no castelo; no entanto, ele não colocou nada
na comida porque não sabia o que era e começou a ter dúvidas.
— No dia seguinte, quando acordamos, nossa filha havia sumido e
nós sabíamos o porquê. Aquele homem pegou minha filha e a matou.
A pobre senhora começou a chorar e meu coração doeu por ela. Que
homem vil e asqueroso! Mas quem era esse homem?
Ouvir o que a senhora disse aumentou minhas dúvidas de que esse
homem deveria ser alguém que conhecia muito bem o palácio. Mas
quem?
— É por isso que você está nervosa? É por isso que seus olhos ficam
olhando ao redor? — Eu questionei.
— Sim, receio que ele esteja aqui. — A senhora tremia de medo.
O bastardo doente que fez esta pobre senhora se sentir assim pagaria
com a vida. Quão doente pode ser alguém que sequestra uma criança
indefesa e a mata de maneira tão violenta?
— Você estará segura aqui. Nada vai acontecer com você. — Eu
segurei suas mãos.
— Você pode me dizer como ele era? Qualquer mínimo detalhe pode
ajudar, — eu perguntei, tomando cuidado para não fazer muitas
perguntas.
— Não me lembro muito, mas lembro que ele tinha uma cicatriz no
rosto. Pareciam marcas de garras sobre um olho. — Ela estremeceu.
Bem, essa informação era valiosa. Quantas pessoas têm marcas de
garras no rosto?
Eu estava prestes a agradecer à senhora, não querendo pressioná-la
por mais informações, quando a porta se abriu.
Adonis entrou furioso e perguntou:
— E a cor do cabelo dele? A cor dos olhos dele? Qual era a altura dele?
A senhora olhou para mim com medo nos olhos. Ela deu um pulo e
murmurou:
— Eu falei demais. Ele vai me matar. Ele vai me matar...
Ela correu para fora da sala com pressa. Merda, isso não era para
acontecer.
Eu olhei para Adonis e disse:
— Que porra foi essa? Esta era para ser uma conversa particular entre
nós duas. Por que você entrou?
Adonis zombou,
— Eu não iria deixá-la sozinha. Eu só ouvi a última parte. Mas preciso
de mais informações.
Ele se virou, mas eu o puxei de volta e rosnei.
— Você acabou de estragar tudo. Você não viu como ela ficou
apavorada quando você decidiu irromper com todas as suas perguntas?
Pela primeira vez na vida, você não poderia simplesmente fazer o que te
pedi? Às vezes, há coisas para as quais você não é necessário.
— Eu sou o rei. Sempre sou necessário. Não entendo por que ela
contaria tudo a você e não a mim. — Adonis balançou a cabeça.
Minha raiva não estava cessando.
— Porque, Adonis, você é assustador. Você é o rei, e essas pobres
pessoas tem medo de você. Aquela pobre senhora queria falar com
alguém que a entendesse, e não era você. Mas você simplesmente não
conseguiu lidar com isso, não é? Você teve que interferir e estragar tudo.
Eu estava prestes a conseguir a informação que precisamos se você
tivesse se controlado.
Adonis olhou para mim.
— Eu digo as ordens, não você. Você obedece minhas regras, fim de...
— Eu obedeço às suas regras? Quer saber, vá se foder. Boa sorte em
conseguir a informação daquela senhora, Vossa Alteza, — eu zombei.
Eu não esperei pela resposta de Adonis e saí furiosa. Minha raiva deve
ter transparecido, pois, os servos saíam do caminho e me olhavam
preocupados.
Passei pelo escritório de Adonis, onde estavam todos os meus amigos.
Niya me olhou preocupada, mas não prestei atenção.
— Diga ao seu rei que é melhor ele não chegar perto de mim, — eu
disse, em voz alta, é claro, porque queria que Adonis ouvisse.
Evan e Gabe se entreolharam com preocupação, enquanto eu corria
em direção ao meu quarto temporário e batia a porta, fazendo tudo
balançar. Como ele ousa dizer essas palavras para mim? Eu não vou
deixar ele me tratar assim. Ele precisa aprender que nem sempre está
certo.
Adonis pode ser o rei, mas ele precisa entender que às vezes os outros
podem ajudá-lo. Ele não está sempre certo, porra.
Eu o ouvi antes de vê-lo. A porta estava trancada quando ele girou a
maçaneta e rosnou no corredor.
— Tudo bem, você quer brincar. Vou quebrar essa maldita porta, —
Adonis rosnou.
Oh não, de novo não. Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, abri
a porta e olhei para ele.
— Você acha que quebrar essa porta vai te ajudar? Você estragou tudo
e agora tem que consertar. Arrombar essa porra de porta não vai te
ajudar.
Adonis parecia confuso quando bati a porta e a tranquei.
— Talvez você deva rastejar como um humano, e eu posso te perdoar,
— eu gritei.
Adonis não disse nada depois disso, provavelmente percebendo o
quão zangada eu realmente estava. Bom, isso lhe ensinaria uma boa lição.
Hoje foi outro dia agitado e não ter Adonis me fez sentir solitária,
mas ele não saberia disso.
Então, decidi tomar um banho. Seria uma boa maneira de relaxar e
tirar minha mente de Adonis e suas merdas por algum tempo.
Tomei um banho demorado, deixando a água quente relaxar meus
músculos e esquecer temporariamente meus problemas.
Quando finalmente decidi sair, rapidamente me troquei e saí do
banheiro. Nenhum sinal de Adonis ainda. Ele ainda estava pensando em
como se desculpar?
Uma batida na janela me fez pular. Aquele era Adonis? Por que ele
estaria vindo da janela?
Caminhei em direção à janela e abri as cortinas. Não havia ninguém
lá. Merda, eu estava imaginando coisas?
Quando eu estava prestes a fechar as cortinas, algo caiu e ficou
pendurado na frente da minha janela.
Meu coração afundou e eu engasguei.
Não, não, não. Isso não estava acontecendo.
Meus sentimentos devem ter sido poderosos o suficiente para Adonis,
quando ele irrompeu pela porta e me procurou.
Meus olhos se encheram de lágrimas quando apontei para fora da
janela.
Adonis praguejou e passou as mãos pelos cabelos. Foi tudo culpa
minha. Desta vez foi por minha conta.
Adonis me afastou da janela, mas continuei olhando.
Olhando para a cabeça que estava pendurada. A cabeça daquela pobre
senhora. A pobre senhora que estava com tanto medo de ser morta, e eu
prometi que ela ficaria bem.
Quebrei essa promessa; ela foi assassinada. Assim como sua filha.
Adonis me sentou ao lado da cama e se ajoelhou.
— Não ouse culpar a si mesma. Você não sabia que isso ia acontecer.
— Eu prometi a ela que ela estaria segura. — Eu olhei para Adonis.
Ele enxugou as lágrimas e chamou Gabe e Evan. Ambos pareciam
solenes enquanto olhavam pela janela.
— Isso não parece bom, Dimitri, — Gabe disse.
— Eu sei. Estou bem ciente disso, — Adonis cuspiu.
— Vá e descubra onde a cabeça dela está pendurada e onde está o
resto do seu corpo, — Adonis ordenou.
Ambos acenaram com a cabeça antes de sair.
Adonis se sentou ao meu lado e tentou segurar minha mão, mas eu a
afastei dele.
— Alguém quer você. Precisamos saber o porquê e rápido. — Suspirei.
— Eu tenho muitos inimigos, pequenina. — Adonis balançou a
cabeça.
— Bem, por enquanto você só tem um. E não podemos perder tempo;
ele precisa ser encontrado antes que mais pessoas inocentes percam a
vida, — respondi.
Adonis acenou com a cabeça.
— Você está certa, como sempre. Eu sou aquele que sempre bagunça
— É essa a sua maneira de se desculpar comigo? — Eu perguntei.
— Depende; funcionou? — Adonis questionou.
— Não, — respondi sem rodeios.
— Eu não pensei que fosse. Às vezes digo coisas que não quero dizer.
Fiquei preocupado quando você saiu com ela. Eu simplesmente não
conseguia lidar com a ideia de algo acontecendo com você. — Adonis
olhou para mim.
— Você precisa confiar em mim, Adonis. Se eu realmente estivesse
com problemas, você sentiria. — Eu toquei seu peito.
— Eu confio em você, mas não confio nos outros. — Ele suspirou.
— Isso é algo que você terá que trabalhar em outra hora. Agora temos
questões importantes com que lidar, — respondi.
— Alguém está tentando minar meu governo. Tentando provar que
não sou capaz de ser rei, — Adonis rosnou.
— Então, prove a eles que você é. Prove a eles que eles mexeram com
o rei errado. Mostre a todos quem Adonis Dimitri Gray realmente é. —
Eu olhei pra ele.
Adonis sorriu, sua determinação aparecendo em seus olhos.
Eu sinto muito por quem pensou que poderia mexer com Adonis
porque eles têm outra coisa vindo.
Capítulo 27
A determinação de aço nos olhos de Adonis nunca desapareceu
quando ele agarrou minha mão e saímos da sala.
Claro que eu ainda estava com raiva dele, mas esse vínculo de
companheira estava tornando mais difícil para mim ficar com raiva dele.
Voltamos para seu escritório, onde Lexi e Niya ainda estavam
sentadas. Eles pularam quando nos viram e olharam para Adonis,
preocupados.
Adonis não prestou atenção a eles enquanto caminhava direto para
sua mesa e pegou o telefone.
— Traga Luke aqui agora, — Adonis exigiu.
Ele olhou para Lexi e Niya.
— Vocês duas vão buscar seus companheiros.
Nenhuma delas disse uma palavra, apenas acenaram com a cabeça e
saíram. Acho que elas sentiram a raiva de Adonis e não queriam provocá-
lo.
Adonis nem mesmo me deu a chance de sentar; ele me puxou para
baixo, então eu estava sentada em seu colo.
Com raiva, tentei me levantar e sair, mas Adonis me segurou.
Fodidamente companheiro forte, eu não poderia deixar seu abraço.
Adonis rosnou e disse:
— Se você continuar se movendo assim, não serei responsável pelo
que acontecerá a seguir. Um Lycan não tem muito autocontrole quando
se trata de seu companheiro.
Ah Merda. Eu imediatamente parei de me mover e senti o calor subir
pelo meu rosto.
Imagens de Adonis me levando sobre sua mesa invadiram minha
mente, e eu praguejei.
Não era hora de pensar nisso. Eu balancei minha cabeça para tentar
limpar as imagens da minha cabeça.
A última coisa que eu precisava era ser distraída pela minha mente
suja.
Não demorou muito para que todos aderissem. O escritório de
Adonis era grande o suficiente para todos, então decidi me levantar de
seu colo e sentar ao lado de Niya.
Estar perto de Adonis não estava funcionando bem para mim nem
para o meu corpo.
Eu sabia que ele estava bravo com a minha mudança, mas ele não
disse nada. Luke e Sophia se juntaram a nós dessa vez. O rosto solene de
Luke me disse tudo que eu precisava saber.
Sophia segurou a mão de seu companheiro, provavelmente
confortando-o depois do que acabou de acontecer.
— Já chega, esse idiota já jogou conosco, mas é hora de mostrarmos
com quem ele mexeu, — Adonis rosnou.
Evan e Gabe concordaram com a cabeça. Niya segurou minha mão e
eu respirei fundo.
— Luke, você descobriu se algum dos seus homens viu alguma coisa?
— Adonis perguntou.
— Eles disseram que havia apenas um guarda que eles não
reconheceram. Ele tinha uma cicatriz no rosto. — Luke parecia zangado.
— Uma cicatriz? — Meu coração estava disparado quando sete pares
de olhos se viraram para olhar para mim.
— Cicatriz que parecia marcas de garras, — murmurei baixinho.
— Aarya? — Niya olhou para mim, confusa.
— A dama. Ela me disse que o homem que a ameaçou tinha uma
cicatriz que parecia marcas de garras no rosto. Tem que ser o mesmo
cara, — respondi.
Adonis agarrou a lateral de sua mesa. Tanto Evan quanto Gabe
olharam para Adonis, preocupados. Luke olhou para a parede em
silêncio, mas seu aperto na mão de Sophia me deixou preocupado.
— Dimitri, poderia ser? — Gabe começou.
— Não, é impossível, — Adonis interrompeu Gabe.
— Eu acho que você precisa verificar, — Gabe tentou novamente.
O que estava acontecendo? Verificar o quê? Eu olhei para Luke, que
parecia torturado. Eu vi sua dor refletida em seus olhos. Por que ele
estava com dor?
Meu olhar encontrou o de Adonis, que olhou para mim e suspirou.
Ele pegou o telefone e o aproximou do ouvido enquanto discava.
Gabe se sentou ao lado de Lexi, que segurou sua mão. Evan olhou
para Niya; ele queria seu conforto. Niya parecia em conflito, mas eu sabia
que Evan precisava de Niya.
Então, me levantei e fiz sinal para Evan sentar-se. Ele olhou para mim,
agradecido, enquanto se sentava ao lado de Niya.
Eu olhei para meu companheiro, que estava olhando para um buraco
na parede. A tensão na sala era evidente, mas por que eu ainda não tinha
certeza.
Adonis olhou para mim e estendeu a mão para mim. Peguei sua mão
e ele puxou-a para o lado, segurando-se em mim para salvar a vida.
Pareceram horas quando, na verdade, passaram-se minutos antes que
alguém atendesse. Adonis me apertou com mais força e fez algumas
perguntas para a pessoa ao telefone.
De repente, seu aperto afrouxou e ele se afastou de mim.
— Você está me dizendo a verdade? Vá e olhe novamente. — Adonis
estava respirando rápido.
A resposta que ele obteve claramente o irritou quando ele jogou o
telefone na parede, fazendo todos nós pularmos. O telefone se quebrou
em pedacinhos.
— Bastardo. — Adonis passou as mãos pelos cabelos.
Olhei para Gabe e Evan, que pareciam zangados. O que estava
acontecendo?
— Fanculo, quel bastardo fuggi. — Ele caminhou pela sala. (Porra,
aquele bastardo escapou. )
— Dimitri tende a falar em italiano quando está extremamente
irritado, — disse Evan.
Mesmo sendo a hora errada, não pude deixar de pensar em como
Adonis soava gostoso quando falava italiano.
— Sua reação nos diz tudo o que precisamos saber. — Gabe balançou
a cabeça.
— Mas como? Como isso pode ter acontecido? — Evan parecia
confuso.
— O que está acontecendo? De quem você está falando? — Eu
perguntei.
Adonis girou a cabeça tão rápido que pensei que ele fosse quebrar o
pescoço. Ele caminhou em minha direção e me pegou.
Sabendo que ele estava com raiva, decidi que seria do interesse de
todos se eu não me movesse ou o irritasse ainda mais. Adonis enterrou o
rosto no meu pescoço e respirou fundo.
— Non ti porterà via da mim, — ele murmurou. (Ele não vai tirar você
de mim.)
— Não sei o que você está dizendo, Adonis. — Suspirei.
— Como diabos isso pôde acontecer? — Adonis rosnou, levantando a
cabeça e olhando para todos.
— Estamos tão confusos quanto você. — Gabe balançou a cabeça em
descrença.
— Eu ainda estou sem noção aqui, — eu tentei novamente.
Adonis não prestou atenção em mim quando me colocou em sua
mesa e ficou entre minhas pernas, de modo que eu estava de frente para
todos os outros.
Porra, não, eu queria saber o que estava acontecendo. Eu empurrei
Adonis para longe, pulei da mesa e fiz meu caminho para o outro lado.
Adonis soltou um gemido de frustração, enquanto Evan e Gabe
pareciam se divertir.
— Eu sei que é a hora errada, mas isso é engraçado. — Evan sorriu.
— Eu concordo, sua companheira é teimosa como você, Dimitri. —
Gabe riu.
— Maldição se eu sou. Então, você vai me dizer o que está
acontecendo. — Eu olhei para Adonis. — Não se esqueça de que ainda
estou com raiva de você, — acrescentei.
— Esse é um código feminino para 'É melhor você me dizer o que está
acontecendo se quiser que eu o perdoe'. Eu sei disso. — Evan parecia
satisfeito consigo mesmo.
— Oh sim? Como você sabe disso tão bem? Você irritou muitas
garotas? — Niya ergueu as sobrancelhas.
— Huh? Não, não! Não é isso que quero dizer... eu... bem, eu só. —
Evan tropeçou em suas palavras.
Estava claro que Niya estava apenas brincando com Evan. Seus olhos
brilharam com malícia, mas o pobre Evan não tinha ideia.
Em vez disso, o pobre rapaz estava lutando para encontrar as palavras
para explicar a sua companheira o que ele queria dizer.
— Evan, ela estava apenas brincando com você. — Eu ri.
Niya riu.
— Sua reação foi a melhor.
— Você estava apenas brincando comigo? — Evan parecia atordoado.
— Uau, minha companheira é um palhaço como eu. — Evan tinha
um sorriso enorme no rosto.
— Sim, mas ela é muito melhor do que você. Ela realmente nos faz rir.
— Gabe deu um tapinha no ombro de Evan.
Todos nós rimos, mas nosso pequeno momento durou pouco quando
Luke se levantou e bateu com a mão na mesa, fazendo alguns de nós
pularem.
— É o suficiente. Agora não é a hora certa para rir. Temos sérios
problemas para lidar, Aarya. Estar com raiva de Adonis ou ser
intrometida não está ajudando. Algumas coisas não são feitas para você
saber.
A sala de repente ficou em silêncio e eu dei um passo para trás. Eu
nunca tinha visto Luke tão bravo, e suas palavras pareciam um ataque
pessoal contra mim.
— Você percebe que parece uma criança mimada por não conseguir o
que quer? — Luke balançou a cabeça para mim.
Suas palavras cortaram fundo e me fizeram pensar, eu estava
realmente agindo assim?
— Luke! — Sophia exclamou, puxando Luke e sentando-o de volta.
— Eu... eu sinto muito. Eu não sabia que era assim que estava agindo.
— Eu balancei minha cabeça, desapontada comigo mesma.
— Desculpe? Por que diabos você está arrependida? Ele deveria se
desculpar por falar com você assim, — Adonis cuspiu.
Todos ficaram em silêncio enquanto Adonis lançava punhais para
Luke. Meu olhar encontrou o de Evan e Gabe, que estavam olhando
preocupados entre Luke e Adonis.
Luke se levantou.
— Ela não consegue saber. Não é da conta dela, e não é como se você
estivesse morrendo de vontade de contar a ela de qualquer maneira.
— Ela tem um nome, e é Aarya. E ela é a sua rainha. Mostre a ela o
respeito que ela merece. — Adonis agarrou sua mesa.
— Eu sei disso, e eu a conheci antes que ela fosse rainha. Estou lhe
dizendo isso como seu amigo. Eu não quero que ela saiba, — Luke disse.
— É o suficiente! — Adonis gritou, quebrando sua mesa ao meio.
— Puta merda! — Evan puxou Niya e eu para longe bem a tempo
quando pedaços da mesa quebrada voaram para todos os lados.
Evan tinha eu e Niya em seus braços enquanto todos nós ficávamos lá
chocados.
— Minha companheira, minha rainha saberá de tudo, e se você não
gostar disso, então pode se foder. — Adonis caminhou até Evan, que me
deixou ir.
Adonis me puxou para seu abraço. Meu coração ainda estava
disparado a um milhão de milhas por hora, e eu não conseguia acreditar
no que acabara de testemunhar.
— Mi dispiace amore mio. — Adonis sussurrou. (Sinto muito, meu
amor. )
— Espero que isso signifique que você sinta muito, — adivinhei.
Adonis acenou com a cabeça e eu suspirei.
— Gabe, peça a alguém para limpar isso.
Eu arrastei Adonis para fora, e todos os outros o seguiram. Este dia
estava piorando; precisava acabar.
Adonis olhou para todos.
— Acho que precisamos continuar esta conversa, então vamos para o
meu segundo escritório.
— Você tem um segundo escritório? — Eu perguntei.
— Claro que ele tem. Você não quer saber quantas mesas ele
costumava quebrar. — Evan balançou a cabeça.
Adonis ignorou Evan e todos nós fomos para o segundo escritório.
Assim que todos estavam confortáveis, Adonis pigarreou.
— Eu direi a todos o que eles precisam saber. Se alguém tiver
problemas com isso, eles são mais do que bem-vindos para sair. —
Adonis olhou feio para Luke, que manteve a cabeça baixa.
— Esse cara com uma cicatriz no rosto é alguém que conhecemos. Ele
era alguém próximo de todos nós, todos o amavam, mas ele
enlouqueceu. Ficou louco depois de perceber que não seria um Lycan
com poder. Um Lycan louco é perigoso, seu lado humano está perdido e
eles destroem tudo em seu caminho. Este homem era irmão de Luke, e a
cicatriz em seu rosto foi causada por mim. — Adonis suspirou.
Ninguém disse nada quando as palavras foram penetradas. Luke tinha
um irmão? Não admira que ele não quisesse que ninguém soubesse.
Luke olhou para baixo, envergonhado, enquanto Sophia confortava
seu companheiro.
— Ele foi levado e trancado em uma cela no subsolo. Nenhum de nós
poderia matá-lo porque todos nós o amávamos em determinado
momento. Adonis ligou para verificar se ele ainda estava lá, mas ele
escapou. Isso confirmou nossos piores pensamentos. Ele está aqui fora e
está vindo até nós, — Evan concluiu.
— O que o deixou louco? — Eu perguntei.
— Poder, ou falta dele. Ele queria ser um Lycan com poder, mas
Adonis nunca deu a ele o que ele queria. Ele estava com raiva porque seu
irmão mais novo recebeu um título, mas ele não tinha um, — Luke
respondeu.
— Eu nunca dei um título a ele porque sabia que ele era imprudente,
mas ainda me importava com ele como um irmão. Mas um erro meu
causou muito derramamento de sangue. — Adonis balançou a cabeça.
— Meu irmão não vai parar até que todos nós estejamos mortos. Em
sua mente, somos a razão de ele estar preso naquela cela. O que me
preocupa agora é que temos companheiras. Ele poderia fazer qualquer
coisa. — Luke olhou para Adonis, preocupado.
— Adonis, você ouviu o que aquela senhora disse? Você não percebeu?
— Eu questionei.
— Não queria acreditar que era a mesma pessoa. Acho que estava em
negação até que estivéssemos todos no escritório. — Adonis suspirou.
— Qual o nome dele? — Niya perguntou.
— Bradley. — Luke parecia aflito ao dizer o nome do irmão.
Luke se levantou.
— Eu tenho que avisar meus pais.
Adonis acenou com a cabeça.
— Você vai.
Luke foi embora com Sophia, e todos nós ficamos sentados em
silêncio.
— Está tudo bagunçado. — Evan parecia perturbado.
— Lembre-se, ele não é a mesma pessoa que amávamos quando era
irmão. Ele é um louco e provavelmente não tem mais humanidade.
Precisamos estar vigilantes em todos os momentos. — Adonis olhou para
Gabe e Evan. — Mantenha suas companheiras por perto; não as perca de
vista, — acrescentou.
Gabe puxou Lexi para mais perto dele, enquanto Evan apenas ficou
perto de Niya, certificando-se de que ele não a estava deixando
desconfortável.
— Acho que é o suficiente por hoje. Todos nós precisamos nos
encontrar aqui amanhã de manhã e discutir nossos próximos passos. —
Adonis dispensou todos.
Niya apertou minhas mãos antes de sair com Evan logo atrás.
Éramos apenas eu e Adonis agora. Eu olhei para ele, mas ele já estava
olhando para mim.
— E agora? — Eu perguntei.
— Agora, vamos descansar. Acho que é a melhor coisa depois de hoje,
— respondeu ele.
— Não pense que ainda não estou zangada com você. — Eu revirei
meus olhos.
Ele sorriu.
— Eu quero ver quanto tempo isso pode durar.
Voltamos para o nosso quarto e nos preparamos para dormir. Meus
olhos olharam para a janela onde a cabeça daquela pobre senhora estava
pendurada, e eu estremeci.
— Nada vai te machucar enquanto eu estiver aqui. — Adonis passou
os braços em volta da minha cintura.
Sua presença acalmou meu coração acelerado e eu dei um suspiro de
alívio.
— Venha, vamos para a cama. — Adonis me levou para longe da
janela.
Eu fui para a cama, mas antes que pudesse ficar confortável, me virei
para Adonis.
— Desde quando você pode falar italiano? — Eu perguntei.
— Desde que eu era criança, — Adonis respondeu.
— Ok... então quando você ia me dizer? — Eu pressionei.
— Não é grande coisa eu falar outro idioma. Muitas pessoas fazem. —
Adonis me olhou como se eu fosse louca.
— Preciso aprender italiano, então vou saber o que você está dizendo.
— Fiz uma nota mental dentro da minha cabeça.
— É disso que se trata. Você só quer saber o que estou dizendo. —
Adonis sorriu.
— Sarà divertente. — (Isso vai ser divertido. )
— O que você disse? É melhor você não estar zombando de mim, —
eu avisei.
— Hmm... acho que você descobrirá quando começar a aprender
italiano. — Adonis sorriu e me puxou em sua direção.
— Chega de conversa, eu só quero te abraçar esta noite. — Adonis
suspirou.
Fiquei confortável contra Adonis, aconchegando-me em seu calor.
Era disso que eu precisava. O que nós dois precisávamos.
— Os tempos vão ficar difíceis, não vão? — Eu disse.
— Sim, mas nada vai acontecer com você, — respondeu Adonis.
— Eu sei, agora sou uma Lycana. — Eu ri.
— Isso você é, mas você precisa de treinamento. Teremos uma sessão
amanhã. — Adonis estourou minha bolha.
— Eu não quero, — eu murmurei em seu peito.
O treinamento significa um despertar cedo. Acordar cedo significa
que tenho que deixar o conforto da minha cama, e não estava preparada
para isso.
Adonis deu uma risadinha.
— Minha rainha precisa ser treinada para que possa cuidar de si
mesma, o que significa que vou acordar você.
Excelente. Não sei se sobreviveria treinando com Adonis. Minha
Lycan já estava me empurrando para acasalar com ele, e vê-lo treinando
da última vez afetou meu corpo.
Merda, é melhor eu não pensar nisso porque Adonis pode não ser
capaz de se controlar.
— Multar. — Suspirei.
Adonis sorriu.
— Durma agora.
Assim que ele disse essas palavras, meus olhos ficaram pesados e meu
corpo de repente ficou exausto. Acho que era hora de dormir.
Eu bocejei e me aninhei em Adonis, que aumentou seu aperto em
volta de mim.
E foi assim que adormeci, nos braços do meu rei.
Capítulo 28
— E de novo. Bata mais forte, — Adonis gritou para mim.
O suor escorria pela minha testa quando suspirei e acertei o saco de
pancadas novamente. Você pode estar se perguntando o que estava
acontecendo. Eu também.
Adonis foi fiel à sua palavra; ele me acordou cedo e me carregou para
a sala de treinamento.
Como éramos apenas nós dois, eu poderia usar um sutiã e shorts
esportivos sem me preocupar com Adonis arrancando os olhos de algum
cara.
Ele realmente me empurrou para os meus limites e além. Sem pausas
e treinamento constante, meu corpo doía, mas Adonis continuou a me
empurrar.
Agora eu estava praticando o fortalecimento da minha força.
Bater neste saco de pancadas continuamente por vinte minutos
enquanto Adonis ficava no canto e gritava para eu bater com mais força
realmente me fez desejar que ele fosse esse saco de pancadas.
Isso seria muito satisfatório.
Ele não era meu companheiro agora; ele era meu treinador. Seu rosto
estava vazio de qualquer emoção, o que tornava mais difícil para mim
tentar sair do treinamento.
Esse Adonis não tolerava ninguém, então eu estava presa.
Enxugando o suor da minha testa, me virei para Adonis.
— Pausa de cinco minutos?
Ele estreitou os olhos para mim antes de responder:
— Estou cronometrando você.
Obrigado porra. Tirei as luvas e desabei no chão. Meu corpo não
estava acostumado a tanto treinamento.
Não era que eu não estivesse em forma nem nada... mas quem
realmente gostava de treinar por horas a fio quando você poderia estar na
cama assistindo TV?
— Cinco minutos se passaram! — Adonis gritou, fazendo-me pular.
Urgh, por que isso passou tão rápido? O tempo estúpido sempre passa
devagar outras vezes, como quando você termina o exame.
É claro que, quando você quiser que vá devagar, nunca vai.
— Coloque as luvas, vamos lá, — gritou Adonis.
Gemendo, peguei as luvas e retornei a socar. Desta vez imaginei que a
bolsa fosse Adonis porque agora ele não estava no meu bom livro.
Eu bati no saco de pancadas várias vezes antes que ele caísse e se
espalhasse por toda parte. Ai, merda, não acho que isso deveria
acontecer.
— Bom, próximo exercício, — disse Adonis, afastando-se da parede e
indo na minha direção.
Huh? Eu deveria fazer isso? Uma parte de mim queria questioná-lo,
mas a outra parte recusou, apenas no caso de ele decidir me fazer bater
em outra bolsa.
— Posturas de combate. Sua Lycan pode já ser um grande lutadora,
mas você também precisa ser um grande lutadora em sua forma humana,
— explicou Adonis.
— Maldito seja, me dizendo que não sou uma boa lutadora, —
murmurei.
— Você disse alguma coisa? — Adonis perguntou.
— Não, — respondi.
— Eu quero que você copie as posturas que eu mostro a você. Ok? —
ele disse.
Eu apenas balancei a cabeça, querendo que o treinamento terminasse.
Meu corpo estava todo suado e nojento. Eu precisava de um banho o
mais rápido possível.
Adonis gastou quase uma hora em posições de combate, como
bloquear e se esquivar. Tudo doeu, mas eu me recusei a dizer isso a ele;
não queria parecer uma covarde. É mais fácil dizer do que fazer.
— Ok, isso é o suficiente por hoje, — anunciou Adonis.
Soltei um grande suspiro.
— Ok. Tchau.
Finalmente, hora do banho. Tirar essas roupas de treino nojentas e
colocar minhas roupas confortáveis. Ahh, eu não podia esperar.
— Onde você pensa que está indo? — Adonis me puxou de volta para
ele.
Ele agora tinha um sorriso no rosto e colocou uma mecha de cabelo
atrás da minha orelha. Eu o empurrei.
— Oh, então agora você sorri? O que aconteceu com o Sr. Sem
emoção? Parado lá gritando comigo toda vez que eu não acertava o saco
de pancadas corretamente, ou corria muito devagar ou eu...
Minha fala foi cortada quando Adonis me puxou para baixo, então
nós dois acabamos no chão.
Eu agarrei seus ombros e olhei para ele.
— Para que foi aquilo?
— Para fazer você calar a boca. — Ele sorriu.
— O que quer que seja. Estou indo embora. — Eu revirei meus olhos.
— Não, você vai ficar aqui. — Adonis passou os braços em volta de
mim.
— Mas estou uma bagunça suada, — reclamei.
— Eu não me importo. — Ele encolheu os ombros.
— Eu não poderia ser meu eu normal perto de você. Como você faria
alguma coisa? — Adonis suspirou.
— Huh? — Eu estava confusa agora.
— Se dependesse de mim, eu teria levado você lá em cima e teria feito
o que queria com você quando a vi pela primeira vez com essa roupa. Eu
tive que ser o Sr. Sem emoção para que você pudesse realmente treinar, —
explicou Adonis.
— Então, basicamente, você ficou aí sério porque estava com tesão? —
Eu ri.
— Mmm... estou sempre com tesão perto de você. — Adonis beijou
meu pescoço.
Puta que pariu, o que ele estava fazendo? Seus lábios viajaram pelo
meu pescoço até que encontraram os meus. A urgência do beijo me fez
gemer e deu a Adonis a oportunidade de deslizar sua língua em minha
boca.
— Adonis... alguém vai ver, — eu ofeguei.
— Ninguém vai interromper o rei. — Ele sorriu.
— Bastardo arrogante, — eu murmurei antes que Adonis capturasse
meus lábios novamente.
Eu quebrei o beijo dessa vez, precisando de um tempo para recuperar
o fôlego, mas isso não impediu Adonis. Ele arrastou beijos pelo meu
pescoço. Seus lábios pareciam gostar do local onde meu pescoço e ombro
se encontravam.
— Foda-se, — eu gemi, envolvendo minhas mãos em seus cabelos.
Eu o senti sorrir maliciosamente contra minha pele.
— Foda-se, muito em breve.
Isso soou como uma promessa e eu estremeci. Embaixo de mim, senti
sua protuberância crescendo e sorri.
Bem, dois podem jogar neste jogo. Certo, eu não tinha ideia do que
estava fazendo, mas esperava que tivesse o efeito desejado sobre ele.
Adonis estava muito ocupado para sequer notar quando eu
sutilmente mudei minha posição e comecei a me esfregar em sua
protuberância impressionante.
Deus, quem sabia que isso era tão bom? Senti meu núcleo ficando
mais úmido a cada segundo que continuei.
Adonis soltou um gemido contra meu pescoço, fazendo-me esfregar
contra ele mais rápido.
— Se você não quiser que isso acabe com você deitada na minha cama
nua, eu pararia agora. — Adonis parecia ter sido torturado.
Minha mente estava nublada de desejo. Eu não conseguia pensar
direito. Tudo que eu queria era Adonis, e eu o queria agora.
Então, eu não prestei atenção ao seu aviso e, em vez disso, agarrei
suas mãos e coloquei-as na minha cintura.
Eu o olhei bem nos olhos e disse:
— E se eu não quiser parar?
— Porra. — Adonis não perdeu tempo me levantando e quase
arrancando a porta das dobradiças.
Ai, meu Deus, acho que acordei a besta.
— Dimitri, seu quarto está consertado agora, — Gabe chamou.
Adonis nem mesmo reconheceu seu amigo e, em vez disso, rosnou:
— Meu andar está fora dos limites.
Os guardas saíram do caminho enquanto Adonis voltava para o nosso
quarto, batendo a porta e me jogando na cama.
Eu nem tive tempo para pensar no que aconteceu aqui da última vez,
enquanto Adonis me olhava com um brilho predatório em seus olhos.
— Não há como voltar agora. Você disse essas palavras, vou levá-la e
vou marcá-la. — Sua voz rouca me fez apertar minhas coxas enquanto eu
sentia meu núcleo ficar mais úmido.
Adonis fechou os olhos e resmungou:
— Estou aqui tentando ficar no controle, mas você fica cada vez mais
excitada?
O calor subiu por minhas bochechas, e Adonis não perdeu tempo
arrancando sua camisa e calças.
— Você sabe o quão duro você me deixa? Toda essa sua provocação
tornou tão difícil não arrancar suas roupas e empurrar meu pau em sua
entrada apertada, — Adonis rosnou.
Puta merda, eu nunca soube que uma conversa suja iria me excitar
tanto. Adonis agarrou minha mão e a pressionou contra sua
protuberância.
— Veja, tudo isso porque você é um pouco provocadora. — Adonis se
abaixou e mordeu minha orelha.
— Não é minha culpa que você não aguente um pouco de provocação,
— eu consegui dizer.
— Hmm... eu não consigo lidar com provocações? Acho que devemos
ver se você pode, mas não agora. Eu não tenho paciência, — Adonis
sussurrou em meu ouvido, envolvendo seus braços em volta das minhas
costas para que pudesse desfazer meu sutiã esportivo.
Infelizmente, não era um sutiã adequado. Tinha que ser puxado pela
minha cabeça, e Adonis não tinha tempo para isso. Em vez disso, ele
arrancou meu sutiã e o jogou para o lado.
— Uma coisa estúpida estava no meu caminho, — ele murmurou,
inclinando-se e capturando um dos meus seios em sua boca.
Eu engasguei e fechei meus olhos, saboreando a sensação de Adonis
devorando meus seios. De repente, me vi querendo mais, querendo que
Adonis me desse aquele prazer que só ele pode.
— Adonis, — eu respirei.
Ele parou seu ataque aos meus seios e olhou para mim. Meus olhos
estavam cheios de desejo.
— O que é bebê? O que você quer que eu faça? — Adonis olhou para
mim.
— Eu... eu... — Meu cérebro lutou para formular as palavras.
— Mostre-me, baby, vamos, mostre-me, — Adonis sussurrou.
Eu segurei sua mão e a coloquei no meu núcleo, que estava coberto
pelo meu short e calcinha encharcados.
Um olhar tortuoso tomou conta de seu rosto enquanto ele se
arrastava para baixo, ficando cara a cara com o meu núcleo.
— Você quer que eu faça você gozar?
Nenhuma palavra saiu da minha boca, então eu apenas balancei a
cabeça. Adonis sorriu e arrancou meu short e calcinha em um
movimento.
— Tudo que você precisava fazer era pedir, meu amor.
Sua língua não perdeu tempo em lamber meu núcleo molhado.
— Porra, você está tão molhada, — ele gemeu em meu núcleo.
A língua de Adonis era mágica. Eu estava uma bagunça gemendo
enquanto sua língua girava em torno do meu clitóris repetidamente.
Eu agarrei seu cabelo, empurrando-o mais fundo em mim.
desesperada para sentir aquela liberação que eu tanto queria. Seus golpes
ásperos, trazendo-me cada vez mais perto até...
Ele percebeu isso e agarrou minhas mãos, olhando para mim.
— Não mais, bebê. Este é o seu castigo por me provocar
constantemente. — Ele sorriu.
O que? Ele não pode me deixar no limite assim! Eu estava prestes a
abrir minha boca quando o notei puxando sua cueca.
É
— É hora do programa principal, baby. — Ele lambeu os lábios.
Caramba, minha garganta secou com a visão dele. Ele era enorme.
Como isso vai caber?
Adonis percebeu meus nervos e me beijou lentamente.
— Vai ficar tudo bem. Mantenha seus olhos em mim.
Meu olhar estava preso em seus olhos castanhos enquanto ele
lentamente entrava em mim. Meus olhos se fecharam automaticamente
e Adonis rosnou.
— Abra os olhos, Aarya, quero ver você enquanto a levo pela primeira
vez.
Forçando meus olhos a abrirem, eles travaram no olhar de Adonis. Ele
agarrou minhas mãos e as prendeu acima de mim. Agora que seu
membro estava dentro, eu me movi contra ele para fazê-lo se mover.
— Adonis, mexa-se, porra, — eu rosnei.
Ele não precisava ouvir duas vezes. Adonis se moveu devagar no
início, mas observei seus músculos ficarem tensos. Claramente esta não
era sua xícara de chá.
Como minhas mãos ainda estavam acima da minha cabeça, decidi
mexer para chamar sua atenção.
— Eu disse para se mover, Adonis, — eu rosnei novamente.
Desta vez, ele entendeu a dica. Suas estocadas se tornaram mais
rápidas e mais fortes. Ele soltou minhas mãos e eu as usei para puxá-lo
até meus lábios.
— Porra, porra, porra. Você se sente tão bem. Tão bom, — Adonis
gemeu.
— Oh Deus, Adonis, não pare. — Eu senti minha liberação crescendo.
— Nunca, nunca vou parar. — Adonis empurrou em mim mais
rápido.
— Merda, — eu gemi.
— Vamos, baby, deixa pra lá, — disse Adonis, seus lábios colando no
meu pescoço.
— Oh merda. Adonis! — Eu gritei enquanto ele mordeu meu pescoço.
Ao mesmo tempo, senti meus sucos derramarem de mim enquanto
Adonis praguejava e sua semente me enchia. Adonis desabou ao meu
lado e me puxou para mais perto dele.
— Eu nunca vou me cansar disso.
— Sobre o que? Fazendo sexo? — Eu perguntei, bocejando.
— De ver você gozar em todo o meu pau. E não é sexo. Fizemos amor.
— Adonis bicou meus lábios.
— Você está falando sério agora? — A voz de Evan gritou.
— Isso cheira a sexo. Por que sou eu que sempre tenho que te pegar?
— ele reclamou.
Tanto Adonis quanto eu nos entreolhamos e caímos na gargalhada.
— Que bom que você achou engraçado, mas dissemos que nos
encontraríamos, lembra? Vou dizer aos outros que vai demorar um
pouco, — Evan resmungou antes de ir embora.
— Eu disse especificamente que ninguém é permitido neste andar.
Culpa dele. — Adonis encolheu os ombros.
Por mais que eu não quisesse sair da cama, Evan estava certo.
Tínhamos coisas para fazer. Eu olhei para Adonis, que suspirou.
— Tudo bem, vamos tomar banho.
— Juntos? — Eu gritei.
— Economiza água dessa forma. — Ele sorriu, me pegando e me
levando para o banheiro.
Uma hora depois, estávamos de banho tomados e prontos.
Obviamente Adonis atrasou o processo dizendo que não se cansava de
mim, então acabamos passando muito mais tempo no chuveiro do que o
necessário.
Eu estava cansada e dolorida lá embaixo, mas a gravidade da situação
me manteve acordada. Nós dois caminhamos, de mãos dadas, para seu
escritório.
— Finalmente, — disse Evan assim que entramos.
— Você está finalmente marcada e acasalada! — Lexi gritou.
— Sim, tão emocionante. — Evan revirou os olhos.
Desta vez, bati na cabeça dele e ri.
— Você só está azedo porque será o último a acasalar.
Gabe riu e olhou para Adonis.
— Estou feliz por você, mas tome cuidado. Essas meninas sabem
como usar seus corpos contra nós.
Lexi riu e respondeu:
— Vou te ensinar meus truques, Aarya.
Adonis apenas revirou os olhos e me puxou para perto dele. Parece
que alguém estava muito carente hoje.
Luke entrou com Sophia; ambos pareciam solenes. Sophia olhou para
mim e seus olhos se estreitaram antes de piscar para mim. Claro que ela
sabia.
— Então, plano? — Luke perguntou.
— Sim... plano, — Evan parou.
Eu olhei para os homens; todos os seus rostos tinham uma expressão
de dor. Estava claro que isso era difícil para eles. Afinal, Bradley era um
deles e todos gostavam dele.
— Gente, precisamos pensar sobre aquela garotinha que foi
assassinada. Não estamos pegando seu amigo ou seu irmão, Luke.
Estamos pegando um criminoso que precisa pagar por seus crimes. — Eu
olhei para os quatro.
Todos os homens olharam para mim antes de assentir.
— Certo. Antes de mais nada, quero que o treinamento dos soldados
seja mais duro. Eles têm que estar preparados para tudo, — Adonis olhou
para Luke.
— Feito, — Luke respondeu.
— Avise os bandos vizinhos. Certifique-se de que eles fiquem atentos.
Avise-os que ele é perigoso. — Adonis olhou para Evan e Gabe, que
assentiram.
Provavelmente era a hora errada, mas Adonis parecia gostoso dando
ordens. Acho que minha Lycan ainda estava com tesão.
— Avise as matilhas de nossas companheiras também. Não estou
arriscando nada, — acrescentou Adonis.
Minha matilha? Merda, Carter! Ele não ficará impressionado quando
ouvir a notícia. Especialmente porque não contei a ele sobre os eventos
que ocorreram recentemente.
— Nós conhecemos este bastardo doente; ele fará o primeiro contato.
Só então saberemos realmente o que ele quer. Até então, esteja vigilante.
Nossas companheiras ficarão ao nosso lado. Se você vir algo suspeito,
avise-me imediatamente, — Adonis avisou a todos.
— Eu deveria ir e começar o processo de treinamento, — Luke disse,
se levantando.
— Aarya está treinando comigo, mas as outras precisam treinar
também. — Adonis olhou para as meninas.
— Sophia e Lexi vão treinar comigo e Gabe. Niya... — Luke olhou
para Evan.
— Vou treinar Niya. — Evan acenou com a cabeça.
Nosso primeiro treino foi muito bom, acabou com nós dois
acasalando. Eu revirei meus olhos. Talvez eu deva treinar com os outros
para que não haja repetições de hoje.
Todos se levantaram e saíram do escritório de Adonis. Percebi que
Niya estava olhando para mim, seus olhos estavam me dizendo algo.
— Adonis, eu te encontro em breve. Niya e eu vamos apenas
conversar. — Eu fui até Niya.
— Fique no nosso andar. Eu irei com esses dois para avisar seu bando,
— Adonis respondeu, beijando-me na testa antes de sair.
Quando todos estavam fora do alcance da voz, arrastei Niya para uma
das salas. Meu quarto cheirava a sexo, então não era o melhor lugar para
uma conversa.
— O que aconteceu? — Eu perguntei.
Niya olhou para mim antes de olhar para os pés dela.
— Aconteceu alguma coisa? Evan fez alguma coisa? — Eu a
pressionei.
— Não, ele não fez nada. — Ela parecia estar de mau humor.
— Você está chateada porque Evan não fez nada? — Eu questionei.
— Sim! Quando vim aqui, fiquei apavorada. Então, ele manteve
distância, mas agora eu sinto essa necessidade como se eu tivesse que
estar constantemente com ele. Eu quero que ele fique sempre ao meu
lado. Outra noite tentei beijá-lo, mas ele se afastou, dizendo que eu me
arrependeria pela manhã. — Niya bufou.
— Niya, ele está com medo. Evan não quer fazer nada que cause dor.
Ele ainda se culpa pelo que aconteceu com você. Além disso, ele é um
cara tão legal que, embora esteja desesperado para acasalar com você, ele
nunca vai pressioná-la, — eu respondi suavemente.
— Você acha? Ele está me recusando porque está com medo? — Niya
perguntou.
Eu concordei.
— Se você realmente quer algo fora deste relacionamento, então diga
a ele. Sente-se com ele e diga a ele.
— Achei que era muito cedo para pensar assim. É por isso que tive
vergonha de te contar. Mas eu e minha loba, nós nos curamos tão rápido
desde que chegamos aqui. Evan ajudou muito, sempre me fazendo rir e
sempre respeitando meu espaço. — Niya suspirou.
— Por que você pensaria que eu iria julgá-la? Está além de mim. Mas
deixe-me dizer uma coisa. Não há nada de errado em querer algo mais
com seu cônjuge. Como você disse, ele te curou e você deve ter boas
lembranças com ele. Basta falar com ele, ele vai entender. — Eu sorri.
Niya sorriu de volta.
— Deus, isso é um peso tirado dos meus ombros. E quanto a você?
— Eu? — Eu perguntei.
— Você é uma Lycan acasalada agora! Eu não posso acreditar que
Dimitri esperou tanto tempo! — Niya riu.
— Bem, ele me respeitou. É tão estranho carregar sua marca em mim.
Sinto que ficar longe dele por um minuto é muito tempo. — Eu balancei
minha cabeça.
— Bruto. Lycans recém-acasalados, — Niya respondeu brincando.
— Isso será você um dia, — eu provoquei.
Niya revirou os olhos e riu.
Saímos da sala e caminhávamos em direção à onde Adonis estava
quando Evan nos encontrou.
— Bom bate-papo? — ele perguntou, seu olhar em Niya.
— Sim, tivemos uma conversa muito boa. — Eu sorri.
Niya me empurrou antes de dizer:
— Eu estava pensando em treinar.
— Sim? Isso é tão estranho, eu só ia explicar para você o que vai
acontecer. — Evan sorriu.
— Bem, ok então. Tchau, pombinhos, — eu gritei enquanto Evan e
Niya se afastavam, conversando.
Niya se virou e ergueu o dedo médio. Eu ri e voltei para o meu quarto.
O estado do nosso quarto me fez corar. Roupas rasgadas por toda
parte, lençóis uma bagunça.
— Hmm... pensando sobre esta tarde? — Adonis sussurrou, se
abaixando e beijando minha marca.
— Quando é que voltou? — Tentei me virar, mas me vi presa em suas
garras.
Adonis nunca respondeu, mas em vez disso me pegou e me jogou na
cama.
— Terceira rodada? — Seu sorriso malicioso apareceu em seu rosto.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, seus lábios capturaram os
meus e sua mão deslizou pela minha calcinha.
Acho que não sairíamos da cama hoje.
Capítulo 29
Duas semanas se passaram e, até agora, nada. Sem chamadas
ameaçadoras, sem mensagens, sem mais cadáveres.
Isso deixou Adonis mais nervoso. Em sua mente, ele sentiu como se
Bradley o estivesse testando. Se ele baixasse a guarda, mesmo que por um
segundo, Bradley atacaria.
Desnecessário dizer que esse Adonis não foi agradável o tempo todo.
Principalmente, ele supervisionando o treinamento e gritando. Muito.
Eu sei que a pressão está afetando ele. Ele se sente responsável e não
quer decepcionar seu povo.
Minha vida, bem, tem sido agitada. Assim que Carter recebeu o
telefonema, ele me ligou.
— Risonha, que porra é essa? Por que recebi um telefonema dizendo
para tomar cuidado com algum louco? E por que você não me contou o
que aconteceu? — Carter não pareceu impressionado.
— Carter, me desculpe. Tem sido uma loucura por aqui. — Suspirei.
— Você sabe que ouvi sobre você desmaiar e se transformar em Lycan
de Diya, que ouviu de Niya. E a vez que você ficou louca e arrancou o
braço de um cara, — Carter respondeu.
— Não foi o meu melhor momento. — Eu me encolhi antes de
continuar.
— Olha, tem sido difícil. Num minuto sou uma lobisomem e no
seguinte sou um Lycan. Minha cabeça não foi capaz de compreender o
fato, e apenas quando eu me acomodo, algo acontece.
— Você sabe que estou sempre aqui para ajudá-la, certo? Quero
atualizações regulares agora; a cada semana. — Carter exigiu.
— Ok, pai. — Revirei os olhos, embora ele não pudesse ver.
— Risonha, guarde isso para o quarto, por favor. — Eu ouvi a diversão
em sua voz.
— Eca nojento. Você é nojento. — Eu balancei minha cabeça para
limpar aquele momento da minha memória.
Carter deu uma risadinha.
— Oh, Risonha. Eu sinto muito a sua falta. Eu queria que você
estivesse aqui, mas também sei que você é tão amada por todos lá. Afinal,
você salvou seu rei de um acasalamento forçado.
— Hmm... sim, — eu respondi.
— Você é feliz aí, certo? Não me importo se seu companheiro é o rei,
se ele está te deixando infeliz, então eu a trarei de volta aqui. Embora eu
não tenha certeza se quero lidar com um rei zangado... — Carter parou.
— Fique quieto. Eu estou feliz. É que toda essa situação com Bradley
significa que Adonis está mais nervoso. — Suspirei.
— Ele precisa do seu apoio, Risonha. Não se esqueça de que ele tem o
mundo inteiro sobre seus ombros. Alguns membros do conselho estão
apenas esperando que ele escorregue para removê-lo do trono, —
explicou Carter.
— Sim, e quando eu descobrir quem eles são, meu punho vai
encontrar seus rostos, — eu rosnei.
— Vê! É disso que ele precisa, alguém do seu lado pelo menos uma
vez. Vocês são perfeitos um para o outro. Agora cuide de si mesma,
Risonha. — Carter disse adeus.
Esse telefonema foi há cinco dias. Desde então, permaneci ao lado de
Adonis enquanto ele tentava ao máximo me provar que estava bem.
O treinamento foi horrível, embora eu definitivamente estivesse
melhorando. Felizmente não houve repetições da nossa primeira sessão
de treinamento.
Adonis era um treinador severo, mas senti que eu e minha Lycan
estavamos ficando mais fortes.
Adonis também queria que eu retomasse meus estudos para me
tornar um médica da matilha e, embora eu quisesse desesperadamente,
não era o momento certo.
Decidi estudar meio período, em vez de período integral, e fazer aulas
online.
Não era o ideal, mas funcionou bem para mim porque significava que
eu poderia estar sempre aqui para Adonis, e isso era o mais importante.
Como uma boa notícia, o relacionamento de Niya e Evan havia
melhorado significativamente. Agora Evan estava mais feliz e não
reclamava mais. Bem, ele não reclamava tanto!
Era claro que os dois estavam felizes e ver isso, era tudo o que eu
precisava. Depois de tudo que aconteceu com Niya, eu só queria que ela
ficasse confortável e feliz.
Niya estava lentamente mudando para uma Lycan, o que a deixou
animada. Evan estava um pouco preocupado, provavelmente pensando
que algo poderia acontecer com Niya.
Niya deixou de lado suas preocupações, mas Evan ainda permanecia
perto dela.
Agora eu estava sentada com Lexi, que estava me ensinando tudo
sobre como usar meu corpo a meu favor.
Decidi que essa lição era necessária porque certa pessoa sempre
estava me tocando e sempre me queria na cama.
— Todos os Lycans são iguais, bastardos com tesão. É por isso que
decidi que nós, mulheres, devíamos ter alguns truques na manga, — disse
Lexi.
— Você acertou. — Eu concordei.
— Direito! De qualquer forma, você tem que usar esse seu corpo
incrível a seu favor. É claro que Adonis é louco por isso, então use contra
ele! Seduza-o e deixe-o no limite. Não dê a ele a satisfação e ele cairá de
joelhos e lhe dará o que você quiser. Mesmo que isso não seja sexo por
alguns dias, — Lexi explicou.
— Hmm... então esse conhecimento é de experiências anteriores,
estou supondo? — Eu provoquei Lexi, que ficou vermelha.
— Talvez... mas de que outra forma eu deveria saber se funcionava? —
Ela fez beicinho, me fazendo rir.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, vi Gabe parado atrás com
um sorriso malicioso. Ele veio atrás de Lexi, pegou-a e jogou-a por cima
do ombro.
— Desculpe, tenho que mostrar à minha companheira que meus
encantos são irresistíveis. — Ele piscou para mim.
Lexi engasgou, mas começou a rir.
— Ops.
Adonis se juntou a nós e olhou para Gabe com um olhar astuto. Esses
homens e sua mente concentrada!
— Você também não consegue resistir aos meus encantos, pequenina,
— Adonis sussurrou.
— Não fique muito arrogante agora. O tiro pode sair pela culatra. —
Eu o empurrei.
Gabe e Lexi estavam prestes a subir as escadas quando Niya e Evan
desceram.
Algo estava diferente em Niya, mas eu não conseguia definir o que
era.
— Uau! Parabéns, mano, você finalmente acasalou! Talvez agora você
reclame menos. Acho que todos nós temos que agradecer a Niya, já que
ela teve um efeito tão bom em você. Todo mundo está tão grato, Niya, —
Gabe brincou.
De jeito nenhum! Niya agora estava acasalada e ela era uma Lycan!
Como demorei tanto para perceber isso?
Evan revirou os olhos e respondeu:
— Foda-se.
— Nah, eu vou foder Lexi em vez disso. — Gabe riu, fazendo Lexi
suspirar de horror.
Ele fez uma saudação e saiu com Lexi protestando por todo o
caminho.
Niya veio até mim, quase timidamente, e eu não pude resistir à
tentação de provocá-la.
— Então, acasalada e uma Lycan? Você com certeza trabalha rápido.
— Aarya! — Niya reclamou.
— O que? Como se você esperasse que eu ficasse quieta. É uma
oportunidade de ouro para provocar você! Além disso, é uma vingança
por todas as vezes que você me provocou. — Eu mostrei minha língua de
brincadeira.
— Uau, quem diria que a rainha era tão madura. — Evan revirou os
olhos.
— Não fale sobre ser maduro. Você é o homem mais infantil que já
conheci, — retruquei.
Os olhos de Evan se arregalaram em choque quando Adonis apenas
riu e deu um tapinha nas costas de Evan.
— Não mexa com a rainha.
Evan murmurou algo como:
— Lição aprendida.
— Toutes nos felicitations. — Adonis sorriu. (Parabéns. )
— Merci mais pourquoi tu parles en francais? — Evan perguntou.
(Obrigado, mas por que você está falando em francês? )
Adonis deu uma risadinha.
— Regardez son visage, elle est en colère. Je l'aime. — (Olhe para o
rosto dela, ela está com raiva. Eu gosto disso. )
— Tu taquines ton compagnon? Elle va te tuer, — Evan avisou. (Você
está provocando sua companheira? Ela vai te matar. )
Eu tossi muito alto, chamando a atenção dos dois homens.
— Francês? Você também sabe francês? — Eu olhei para Adonis.
— Como você sabia? — Evan respondeu.
— Aprendi francês básico na escola, mas francês? Achei que você só
sabia italiano! — Eu joguei minhas mãos no ar.
— Pequena, quando você está vivo há tanto tempo quanto nós, você
tem tempo para aprender muitas línguas. Italiano é o meu favorito, pois
sou italiano, mas isso não significa que não fale nenhuma outra língua.
Adonis tinha um sorriso malicioso no rosto.
Quando eu estava prestes a responder, Niya me puxou e sussurrou no
meu ouvido. Lentamente, um sorriso tortuoso assumiu meu rosto
quando me virei para meu companheiro, que agora parecia confuso.
Fique confuso, Adonis, porque você não vai saber o que o atingiu.
— Aapane galat ladakee ke saath khilavaad kiya. — Eu sorri enquanto
Evan e Adonis se entreolharam em confusão. (Você mexeu com a garota
errada. )
— Kya hua? Aapane socha tha ki aap keval ek se adhik bhaasha bol
sakate hain? — Niya se levantou e balançou a cabeça. (O que aconteceu?
Você pensou que só você podia falar mais de um idioma? )
— Hum... o quê? O que você está dizendo? — Evan perguntou.
— Kya? Aapaka matalab hai ki aap samajh nahin sakate ki principal
kya kah raha hoon? — Eu disse dramaticamente, fingindo choque. (O
quê? Você quer dizer que não consegue entender o que estou dizendo? )
— Pequena, por favor. O que você está dizendo? — Adonis olhou para
mim.
Niya e eu nos entreolhamos antes de cair na gargalhada.
— Meree bhaasha seekhane ke mentira aapake paas hamesha ek
achchhee baat hai. — Fui até Adonis e dei um tapinha em seu ombro. (É
uma boa coisa você ter uma eternidade para aprender minha língua. )
Uma expressão de reconhecimento passou pelo rosto de Evan.
— Você está falando na sua língua materna!
— Sim! O olhar em seus dois rostos foi impagável! Como a situação
mudou. — Eu ri.
— Então, você estava me provocando? — Adonis perguntou.
— Talvez, mas você mereceu. — Eu coloquei minha língua para fora.
— Você vai me dizer o que estava dizendo? — ele questionou.
— Hmm... não. — Eu fingi pensar sobre isso.
— Niya vai me dizer, — Evan anunciou com orgulho.
— Oh sério? Então você vai me dizer sobre o que você e Dimitri
estavam conversando antes disso? — Niya ergueu as sobrancelhas.
— Pelo preço certo. — Evan balançou as sobrancelhas.
Observei quando Niya sorriu e caminhou em direção a Evan,
beijando-o na bochecha e descendo até seus lábios, mas nunca os
beijando.
— Sem sexo por uma semana, — disse Niya, deixando Evan nervoso.
— O que? Não, eu vou te dizer, — Evan gritou, fazendo Niya rir e eu
balançar a cabeça em diversão.
Adonis olhou para mim e disse:
— Só posso ter que tirar uma página do livro de Niya para conseguir o
que quero.
— Oh sim? Você acha que serei aquela que não sobreviverá sem sexo?
É o contrário. — Eu coloquei minha língua para fora mais uma vez.
— Mostre sua língua mais uma vez, eu te desafio. — De repente, a
atmosfera parecia mais carregada quando os olhos de Adonis se
encheram de luxúria.
Uh oh, eu conhecia aquele olhar. Eu poderia fazer o que ele disse, mas
onde está a diversão nisso? Vê-lo ficar todo agitado me causou muita
diversão e prazer.
— Certo... e essa é a nossa deixa para deixar vocês dois pombinhos
sozinhos, — Evan anunciou, arrastando Niya para longe.
Tanto Adonis quanto eu estávamos muito focados um no outro para
perceber. Seus olhos seguiram cada movimento meu enquanto meu
corpo formigava de excitação.
Meus olhos percorreram todo o lugar, tentando encontrar uma saída
ou alguma maneira de escapar facilmente de Adonis.
Afinal, fazia muito tempo que ele não me perseguia, e dessa vez eu
estava muito mais forte.
Adonis percebeu isso e lambeu os lábios.
— Pensando em fugir, minha rainha?
— Talvez, meu rei. — Eu sorri.
— Eu gosto da perseguição, tenha cuidado, pequena. Logo você estará
presa sob mim, sem nenhum meio de escapar. — Seus olhos perfuraram
os meus.
Eu estremeci em antecipação.
Observando cada movimento seu, caminhei em direção à saída e me
preparei para correr, mas antes de fazer isso, havia algo que eu tinha que
fazer.
Em um flash, eu me virei e coloquei minha língua para fora antes de
sair correndo.
Eu ouvi o rosnado de Adonis enquanto empurrava meu corpo para
correr mais rápido. Sentir o vento em meu rosto era celestial, e já fazia
muito tempo que eu não conseguia correr livremente.
Isso faria muito bem a Adonis e a mim.
Adonis estava me alcançando, mas ao contrário da última vez, eu não
desistiria tão facilmente.
Usei a mesma técnica da última vez, correndo em direções diferentes,
mas ao mesmo tempo procurava um bom esconderijo.
Foi quando meus olhos encontraram uma grande árvore. Eu nunca
tinha conseguido escalar uma antes, mas era agora ou nunca.
Para minha surpresa, agarrei-me ao galho e consegui me levantar.
Puta merda! Eu realmente fiz isso!
Enquanto recuperava o fôlego, ouvi Adonis e coloquei minhas mãos
sobre minha boca. Deus, ele parecia tão quente!
Eu não pude deixar de admirá-lo daqui. Seus músculos estavam
tensos e seus lábios carnudos pareciam tão convidativos.
Sai dessa, Aarya! Você não quer que ele cheire seu desejo quando você
se saiu tão bem em se esconder.
Adonis correu em uma direção diferente e eu soltei um suspiro de
alívio. Haha sim! Finalmente consegui enganá-lo.
Novamente, ele voltou e olhou em volta, confuso. Foi nesse momento
que uma ideia surgiu na minha cabeça.
Era hora de Adonis receber o maior choque de sua vida.
Respirando fundo, pulei do meu esconderijo, fazendo Adonis pular
em estado de choque. Ele se lançou para frente para me pegar, mas eu caí
de pé enquanto ele estava deitado aos meus pés com os braços
estendidos.
— Eu te enganei. — Eu comecei a rir.
Adonis fez uma careta e se levantou, limpando a sujeira.
— Então, você achou isso engraçado? — Sua voz estava vazia de
qualquer emoção.
Imediatamente parei de rir. Talvez eu tenha ido longe demais?
— Acho que é hora de sua punição. — Em nenhum momento, seu
sorriso diabólico estava de volta, e eu engasguei.
— Adonis!
Ele não perdeu tempo em me pegar e me jogar por cima do ombro.
— Um homem das cavernas, — eu murmurei.
— Apenas um homem das cavernas para minha companheira muito
travessa, — Adonis respondeu.
Em um piscar de olhos, estávamos de volta ao palácio e Adonis estava
voltando para o nosso quarto em um ritmo vagaroso.
Assim que chegamos ao nosso quarto, ele me deixou cair na cama e
sorriu. — Eu tenho você exatamente onde quero, e temos todo o tempo
do mundo.
Ele lambeu os lábios enquanto eu subia na cama. A atmosfera sexual
me excitou, eu não podia mentir. Especialmente a expressão nos olhos de
Adonis; ele iria me devorar.
Os truques de Lexi não vão me tirar dessa.
Antes que Adonis se lançasse sobre mim, a porta se abriu para revelar
um Evan muito agitado.
— Dimitri... o telefone. Ele está ao telefone.
Capítulo 30
Gabe já estava no escritório quando Adonis invadiu e pegou o
telefone. A tensão na sala era evidente. Uma pessoa estava faltando, e
esse era Luke.
Eu olhei para Gabe, que assentiu. Acho que isso significava que Luke
estava chegando.
— Que porra você quer? — Adonis rosnou.
A risada doentia de Bradley foi ouvida. Adonis agarrou o telefone com
mais força enquanto Evan e Gabe cerraram os punhos. Deus, sua risada
foi horrível.
— Isso é jeito de me cumprimentar, velho amigo? — A voz de Bradley
causou arrepios na minha espinha.
Luke entrou naquele exato momento e imediatamente ficou tenso.
Sophia segurou a mão dele para se apoiar enquanto Luke estava lá. Pobre
Luke, ouvir a voz de seu irmão depois de anos deve ser um choque para
ele.
— Não mexa comigo, porra. O que você quer? — A voz de Adonis
estava ficando mais alta.
Eu estava longe de Adonis, mas Evan decidiu que não. Ele me
empurrou para frente, então eu esbarrei em Adonis.
Lançando um olhar furioso para Evan, me virei para encarar meu
companheiro zangado. Adonis pegou minha mão e segurou-a para salvar
sua vida.
— Ainda não somos a pessoa mais paciente, somos? Achei que ter
uma companheira mudaria isso, — Bradley resmungou ao telefone.
Adonis rosnou e me puxou para mais perto dele. Esse cara, Bradley,
sabia exatamente o que dizer para irritar Adonis, e também os meus.
— Todos devem estar lá. Gabe, Evan e até mesmo meu irmãozinho
Luke. Este é um aviso. Você jogou seu jogo anos atrás; agora estou
jogando o meu. Fique atento porque você nunca me verá chegando, —
avisou Bradley.
Todos os homens ficaram tensos e se entreolharam.
— Isso é uma ameaça? — Adonis cuspiu.
— Não, é uma promessa, — respondeu Bradley.
— Oh. Como eu poderia esquecer? Eu nunca disse oi para Sua
Majestade. Você gostou do seu presente? Foi meu presente de boas-
vindas a você. Dimitri, espero que você esteja pronto para desistir de sua
companheira. — Bradley riu.
Adonis não conseguiu lidar com isso; seu corpo estava tremendo e
seus olhos mudaram para a escuridão em segundos. Seu Lycan havia
assumido o controle. Seu rosnado alto fez os objetos tremerem e caírem.
— NÃO! — ele gritou, jogando o telefone e errando Gabe por pouco.
Antes que alguém pudesse fazer qualquer coisa, Adonis se virou e
saltou para fora da janela.
— Foda-se, Aarya! — Evan gritou, me puxando bem a tempo.
O vidro foi para todos os lugares quando Adonis o quebrou e pousou
em segurança do lado de fora.
Seu rosnado foi ouvido, alto e claro, enquanto ele corria.
Por alguns momentos, todos ficaram parados, recuperando o fôlego e
processando o que acabara de acontecer. Tive uma sensação horrível
depois de ouvir esse bastardo falar.
Ele realmente não tinha coração e estava claramente confuso. Isso o
tornava ainda mais perigoso porque ninguém sabia do que ele era capaz.
Gabe foi o primeiro a falar.
— Certo, precisamos limpar essa bagunça. Niya, você e Lexi vão
encontrar alguém para limpar isso. O resto de nós, precisamos conversar.
Posso ver por que Adonis escolheu Gabe para ser seu segundo em
comando. Gabe sabia exatamente o que fazer.
Saímos do escritório e caminhamos em direção ao segundo escritório.
Minha Lycan choramingava, implorando para que eu fosse procurar
Adonis, porque ela podia sentir a dor de seu Lycan.
Por mais que quisesse ir, precisava conversar com os outros. Além
disso, Adonis precisava desse tempo sozinho.
Entrei no escritório e me sentei. Todos pareciam solenes.
— O que você acha que ele vai fazer? — Eu perguntei.
Evan suspirou:
— Não tenho ideia. Bradley é imprevisível e perigoso. Seu aviso ainda
está se repetindo em minha mente.
— Ele quer você. Ele quer machucar Adonis, assim como Adonis o
machucou, mas da pior maneira possível. Que melhor maneira do que
tirar sua companheira dele? — Luke olhou direto para mim.
Uma sensação desconfortável se instalou em meu estômago enquanto
eu balancei minha cabeça.
— Ele pode tentar o quanto quiser, mas não vai nem encostar um
dedo em mim. Eu não vou deixar.
— Nenhum de nós vai. Você é muito importante para Adonis e todos
aqui. O que precisamos fazer é ser cautelosos o tempo todo. Qualquer
informação importante tem que ser entre nós e apenas nós. Não me
surpreenderá se Bradley tiver uma toupeira dando informações a ele, —
explicou Gabe.
— O que agora? — Evan perguntou.
— Bem, acho que vou treinar. Quero ter certeza de que os soldados
estão prontos para um ataque a qualquer dia. — Luke se levantou, com
Sophia ao seu lado.
— Além disso, esta é uma boa distração. Ouvindo a voz de Bradley.
Bem... isso me atingiu. — Luke suspirou.
— Eu não esperaria nada diferente, cara. Cuidado. — Gabe deu um
tapinha nas costas de Luke.
Quando Luke e Sophia saíram, Niya e Lexi entraram.
— Então... Dimitri? — Evan olhou para mim.
— Eu acho que ele precisa deste tempo sozinho. Ele está passando por
muita coisa, — respondi.
— Você sabe que esta é a primeira vez em muito tempo que ele
acabou de sair. Antes, ele apenas precisava fugir para que seu Lycan não
assumisse o controle. Desde que você veio, ele nunca mais precisou,
porque você o manteve com os pés no chão. Mas eu acho que ouvir que
seu velho amigo quer machucar sua companheira faria qualquer um
perder o controle, — Gabe interrompeu.
— Dimitri leva muito tempo para correr, — Evan disse.
— Eu estarei esperando por ele quando ele voltar. Eu sei que vocês se
importam com ele, posso ver em seus olhos. Mas eu sei que ele precisa
desse tempo para pensar, para organizar seus pensamentos. Ele precisa
de seu espaço, e pretendo dar a ele. — Suspirei.
— Você é a melhor coisa que já aconteceu a este reino. Você nem
mesmo percebe que o que acabou de dizer prova que você tem uma
conexão muito mais profunda com Dimitri do que você pensa. Os
sentimentos dele significam muito para você e eu respeito isso. — Gabe
sorriu.
— Sim eu também. Especialmente porque ter você aqui significa que
Dimitri não precisa ficar trancado o tempo todo, — Evan respondeu.
— Temos trabalho a fazer, especialmente porque Dmitri não está
aqui. Vamos, quero ter certeza de que as patrulhas serão duplicadas. —
Gabe olhou para Evan.
Evan olhou para Niya e fez beicinho.
— Recentemente acasalado e já ocupado.
— Você vai viver. — Niya sorriu e deu um tapinha no ombro de Evan.
Gabe apenas revirou os olhos e arrastou Evan para longe.
Agora éramos apenas eu, Niya e Lexi à esquerda. Lexi se sentou ao
meu lado e disse:
— Como você fica tão confiante?
— Porque eu acredito em Adonis. — Dei de ombros.
— Nós acreditamos em você. — Niya sorriu.
— Não quero que nossos homens sintam que não podem nos levar a
nenhuma briga. Somos tão fortes quanto eles, então temos que provar
isso a eles. Tempos difíceis estão chegando; precisamos estar presentes a
cada passo do caminho para nossos cônjuges. Dê-lhes amor e apoio,
porque é isso que os levará a derrotar este filho da puta. — Eu olhei para
as duas garotas, que assentiram.
— Palavras de sabedoria da própria rainha. — Niya piscou.
Revirei os olhos, mas sorri. As meninas partiram logo em seguida,
decidindo ir encontrar seus companheiros.
Adonis ainda não tinha voltado. Eu não conseguia senti-lo. Minha
Lycan estava chateada comigo por não ir atrás de Adonis, mas eu não me
importei.
Suspirando, me levantei e saí do escritório de Adonis e fui para o meu
quarto. Parecia que seria uma longa noite para mim.
Assim que entrei na sala, tive flashbacks do que iria acontecer antes
que aquele bastardo decidisse ligar.
Momento tão ruim.
O que agora? Eu deveria ter ido atrás dele? Não, ele precisa desse
tempo sozinho.
Minha mente vagou para Bradley. Esse homem era louco pra caralho.
Ele culpou Adonis por tudo, então não foi nenhuma surpresa para mim
que ele me ameaçou.
Deitei na cama e liguei a TV, passando os canais sem rumo.
Balançando minha cabeça, eu voltei minha atenção para a TV e comecei
a assistir Bones.
Seis episódios depois, ainda não havia sinal de Adonis. Agora eu
estava começando a ficar puta. Onde diabos ele estava? Se ele estava
planejando ficar fora por tanto tempo, precisava contar a alguém.
Meu corpo não me deixava dormir, não até que eu soubesse que
Adonis estava de volta e seguro.
Uma rajada de vento chamou minha atenção e me virei para ver
Adonis falhando em tentar entrar furtivamente.
— Onde diabos você estava? — Eu disse, fazendo Adonis pular.
— Você ainda está acordada? — ele perguntou, chocado.
— Não, estou falando dormindo. — Eu revirei meus olhos.
— Eu não pensei que você estaria acordada. — Adonis coçou a nuca.
— Onde você foi? — Eu tentei de novo.
Adonis suspirou e se sentou na cama.
— Não sei, apenas corri. Ouvir aquele bastardo dizer essas palavras
me fez querer destruir tudo.
— Ei, você não tem que explicar por que você correu. Acho que era
bastante óbvio. Fiquei preocupada porque você ficou fora por muito
tempo, — respondi.
— Você sabe, ter alguém além de Gabe e Evan se preocupando comigo
é algo que eu nunca pensei que experimentaria. — Adonis sorriu
tristemente.
— Adonis. — Eu me levantei e sentei em seu colo, então eu estava
montada nele.
— Essa coisa toda de companheiro me apavorou, e ainda faz. Esses
sentimentos são tão fortes porque são cruéis. Eu me preocupo com você.
Eu não posso evitar. Você sempre vai me deixar preocupada com você,
mesmo que você nem sempre queira. — Eu sorri.
— Essa coisa de companheira é muito estranha, não é? Nunca pensei
que teria uma companheira sentada bem aqui no meu colo. Quando você
entrou na minha vida tão de repente, eu não sabia o que fazer. Então, eu
deixo que meus sentimentos possessivos de Lycan assumam o controle.
Provavelmente não foi a melhor coisa. — Adonis sorriu timidamente.
— Ei, ainda estamos aprendendo. Não faz muito tempo desde que
descobrimos que éramos companheiros, — eu respondi.
— Parece que eu te conheço desde sempre, — Adonis admitiu.
— E você ainda não está cansado de mim, — eu provoquei.
— Nunca. Eu não posso viver sem você — Adonis respondeu. — Essa
é a parte em que você foge porque percebe o quão possessivo eu sou? —
Adonis olhou para mim.
Eu beijei sua bochecha, não seus lábios tentadores.
— Não, porque eu também não posso viver sem você, — eu admiti.
Em um flash, Adonis me levantou e me jogou na cama.
— Deus, que sorte eu tenho de ter você como minha companheira e
rainha? — ele gemeu.
— Extremamente sortudo, obviamente. Você deveria estar tão
agradecido que eu sou tão inteligente, gentil..., — eu exagerei, mas parei
quando Adonis se arrastou até mim.
— E um corpo lindo, lábios pecaminosos. — O vício de Adonis ficou
mais profundo.
— Acho que é hora de terminar o que começamos. — Ele deu uma
risadinha.
Eu não tive tempo para protestar quando ele capturou meus lábios e
deslizou a mão pela minha calcinha.
Oh Deus... eu tinha a sensação de que esta seria uma longa noite.
Capítulo 31
Já fazia outra longa semana e meia desde que Bradley ligou, e foi
estressante. Nada havia acontecido ainda, o que só piorava as coisas.
Luke estava agitado e descontou sua raiva em Sophia, que veio
chorando até mim. Ela disse que estava ficando mais difícil viver com
Luke quando ele explodia e gritava com ela o tempo todo.
Tive de explicar a ela que os sentimentos dele em relação ao irmão
estavam atrapalhando sua capacidade de pensar corretamente. Luke
amava Sophia; todos nós sabíamos disso.
Sophia decidiu que queria voltar para nossa matilha e passar algum
tempo com sua família. Eu discordei dela porque sabia que Luke
realmente precisava dela, mas Sophia não se mexia.
Então, eu disse a ela para avisar Luke antes de ir. Ela me prometeu
que o faria, mas no dia seguinte, Luke entrou correndo com uma carta de
Sophia explicando que ela havia voltado.
Luke estava perturbado; ele se culpou. Sophia não ajudou, pois ela
não atendia suas ligações.
Eu tive que intervir e ligar para ela para que Luke pudesse falar. Ele
disse a ela que sentia muito e que iria buscá-la.
Embora Sophia tivesse resolvido as coisas com Luke, ela ainda queria
ficar mais alguns dias. Luke concordou, para mantê-la feliz.
Então, Sophia deveria voltar em cinco dias. Luke estava trabalhando
duro com os lobos e com os homens.
Todos os quatro homens tinham vários planos para qualquer
situação. Adonis se recusou a correr qualquer risco.
Vários novos quartos do pânico foram instalados em todo o palácio, e
Adonis implantou novos procedimentos de segurança.
Faz uma semana que avistei Adonis sozinho em seu escritório....
UMA SEMANA ANTES
Nada de especial aconteceu hoje. Adonis e eu tivemos uma sessão de
treinamento de duas horas e, assim que acabou, ele foi para o escritório.
Tinha sido a mesma rotina agora. Adonis passava a maior parte do
tempo estudando; era como se ele não quisesse compartilhar suas
preocupações comigo.
Eu sabia que ele estava ansioso. Ele não queria bagunçar, e ele queria
ter certeza que aquele bastardo pagasse por suas ações.
Depois de tomar banho, decidi ir encontrar Niya. No caminho, passei
pelo escritório de Adonis. Eu esperava ver todos os homens lá, mas
quando olhei para dentro, apenas Adonis estava sentado lá.
Ele segurava uma fotografia na mão e a olhava com tristeza.
De quem era aquela fotografia?
A curiosidade levou o melhor de mim quando entrei no escritório de
Adonis. Quase imediatamente, seu olhar se conectou com o meu e ele
colocou a foto de lado.
— Tudo certo? — ele perguntou.
— Eu ia te perguntar a mesma coisa. De quem é essa foto? — Eu
respondi.
Adonis ficou tenso e eu sabia que ele estava prestes a dispensar isso,
então eu o interrompi.
— Responda com sinceridade. Nem pense em mentir para mim.
Adonis suspirou e fez sinal para que eu me aproximasse.
— Minha família. Mamãe, papai e meus irmãos.
— Você sente falta deles, — eu adivinhei.
Adonis acenou com a cabeça.
— Acho que toda essa situação me faz sentir mais falta deles. Meu pai
saberia exatamente o que fazer, mamãe teria mantido tudo em ordem e
meu irmão estaria lá para me fazer rir. Minha irmã, ela apenas forneceria
seu apoio.
Sentei-me em seu colo e segurei seu rosto em minhas mãos.
— Sentir falta de sua família não é nada para se envergonhar. Você
não tem que esconder isso de mim.
— Sim, acho que não estou acostumado a compartilhar tudo ainda.
Tudo isso ainda é novo para mim. — Adonis deu uma risadinha.
— Bem, é uma coisa boa estarmos presos um ao outro. Temos muitos
anos para aprender. — Eu sorri.
Adonis acenou com a cabeça e riu.
— Então, me fale sobre sua família. Onde eles estão agora? — Eu
perguntei.
— Sabe, tive uma infância normal. Eu não tinha ideia de ser o rei ou
mesmo ser um príncipe. Minha mãe queria que nós três tivéssemos uma
infância normal e ela conseguiu isso.
— Foi só quando fiquei mais velho que percebi o que se esperava de
mim. O treinamento começou, e foi vigoroso e longo. Meus irmãos,
especialmente meu irmão, costumavam odiar.
— Meu treinamento significava que eu não conseguia ficar tanto
tempo quanto queria com eles. Mamãe e papai, por outro lado, só
queriam que eu concluísse meu treinamento para que eles pudessem ir
embora.
— Assim que papai me considerou apto para ser rei, ele passou o
título para mim e foi embora com mamãe. Não os culpo, ser rei ou rainha
é uma tarefa difícil.
— Infelizmente, não tenho ideia de onde eles estão. Mas meus
irmãos? Eu sinto muito a falta deles.
— Damien, meu irmão, mora na Inglaterra agora. Ele saiu assim que
me tornei rei. Ele sempre disse que não queria nada com a realeza. —
Minha irmã mais nova Riley, a mais nova de nós, ela é um espírito livre.
Ela sempre se rebelou contra papai e nunca gostou das regras e do que se
esperava dela como princesa.
— Riley era muito teimosa e sua voz seria ouvida. Foi apenas quatro
dias antes de eu ser coroado rei que ela conheceu seu companheiro, um
humano. Riley interpretou isso como sua chance de escapar.
— Ela partiu com seu companheiro um dia depois que fui coroado
para viver com ele. Não tive notícias dela desde então, nem de Damien.
— Meus dois irmãos estão vivendo suas vidas em seus próprios
termos, sem nenhuma preocupação no mundo, — explicou Adonis.
Ouvir tudo isso foi um choque para mim. A família de Adonis sempre
foi um mistério, pois era apenas ele que permanecia no palácio.
Olhando para ele, eu poderia dizer o quão chateado ele estava por sua
família não estar aqui, mas também pude ver felicidade. Adonis amava
seus irmãos, mas valorizava a felicidade deles acima da sua.
Beijei Adonis suavemente nos lábios.
— Você sempre me terá.
Adonis sorriu e me beijou de volta.
— Eu sei. Não consigo me livrar de você.
Eu revirei meus olhos.
— Qualquer que seja.
Uma ideia surgiu na minha cabeça e eu perguntei:
— Ei, por que você não liga para seus irmãos e pede que venham aqui?
Adonis parecia inseguro.
— Eu não quero arruinar suas vidas perguntando a eles.
— Adonis! Eles não vão voltar para sempre. Seria apenas uma visita.
Além disso, eles são seus irmãos, eles não vão dizer não, — eu tentei
convencê-lo.
Adonis ainda parecia inseguro.
— Não, deixe isso. Eu não quero incomodá-los. Eles estão vivendo
suas vidas.
Eu estava prestes a discutir, mas Adonis balançou a cabeça, então
fechei minha boca.
— Eu já volto, só preciso dar uma olhada em Luke. Você vai ficar aqui
e me fazer companhia? — Adonis perguntou.
Eu concordei.
— Claro! Vá e verifique Luke. Estarei no meu telefone de qualquer
maneira.
Adonis beijou minha testa antes de me levantar e me colocar em sua
cadeira. Assim que ele saiu, olhei para a fotografia de sua família.
Já era hora de alguém fazer algo por Adonis, e esse alguém era eu!
PRESENTE
Agora, todos estavam sentados no escritório de Adonis. Juro que o
escritório dele deve ser nossa segunda casa, já que estamos sempre aqui!
Nenhuma surpresa que eu estava sentada no colo de Adonis
enquanto ele discutia questões com os outros. Eu olhei para Niya, que
fingiu um bocejo.
O mesmo, garota, o mesmo. Lexi estava em seu telefone, então ela
não nos viu. Não me interpretem mal, nós nos preocupamos com essas
questões, mas ouvir sobre as mesmas questões todos os dias estava
ficando cansativo.
Adonis estava falando sobre segurança, aumentando os guardas mais
uma vez. Aumentando as patrulhas, novamente. Ele acreditava que um
deslize seria quando Bradley atacasse, mas ele não queria dar a ele essa
oportunidade.
Eu estava prestes a pedir um intervalo de cinco minutos quando
Adonis ficou tenso. Uh oh.
Eu rapidamente me levantei quando Adonis olhou para mim com um
olhar acusatório, mas eu apenas dei de ombros.
A porta se abriu e entrou a cópia de Adonis, embora seu cabelo
estivesse um pouco mais claro e seus olhos brilhassem com malícia.
— Irmão! — Damien Gray fez sua presença conhecida.
Adonis olhou para seu irmão mais novo em estado de choque, mas
antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, atrás de Damien, uma mulher
entrou.
Ela era linda, herdando os olhos azuis de sua mãe.
— Sem abraço? — Damien perguntou.
Riley revirou os olhos e caminhou até Adonis.
— Agradeça a sua companheira. Ela nos chamou aqui.
De repente, muitos pares de olhos olharam para mim. O único par de
olhos em que eu estava focada era o de Adonis. Ele olhou para mim com
felicidade e isso me aqueceu. Eu sabia que tinha feito a coisa certa.
— É tão bom ver vocês dois. Como vocês tem estado? — Adonis
perguntou, puxando uma cadeira para sua irmã.
Ela se sentou bufando enquanto Damien ainda tinha aquele sorriso
contagiante.
— Eh, não queremos falar sobre nós! Queremos falar sobre o fato de
que nosso irmão mais velho finalmente tem uma companheira!
Ele piscou para mim, me fazendo rir. Adonis balançou a cabeça.
— Algumas coisas nunca mudam.
— Bem, eu tenho um filho agora, — disse Riley.
— Um filho? Quando? Como? — Adonis balbuciou.
— Quando, cerca de três meses atrás agora. O nome dele é Michael.
Não acho que preciso explicar a biologia por trás disso, Adonis. Não é
como se você não tivesse prática. — Riley revirou os olhos.
Meus olhos se arregalaram de choque, enquanto Niya e os outros
riam.
— Mas por que você não ligou antes? — Não foi difícil não notar a dor
na voz de Adonis.
Riley suspirou.
— Você sabe por quê. Se eu dissesse que estava grávida, o conselho
idiota me exigiria de volta aqui e faria meu filho ser o próximo rei. Eu
não quero isso.
A menção do conselho fez com que todos rosnassem. Até o sorriso de
Damien foi substituído por um olhar azedo. Parecia que o conselho não
era muito favorável entre os irmãos Grey.
— Um bando de velhos idiotas que enfiam no rabo, — Damien
rosnou.
— Estamos aqui para ajudá-lo em sua luta, de qualquer maneira que
você precisar de nós. Além disso, uma reunião de família estava muito
atrasada, — Damien disse, olhando para mim.
— Obrigado a vocês dois. Ter vocês aqui significa muito para mim. —
Adonis sorriu para seus irmãos.
Damien voltou seu olhar para mim.
— Então, foi você quem fez meu irmão esperar tanto tempo.
— Sim, seria eu. Ele tinha que saber o que estava perdendo. — Eu
pisquei para Adonis.
— Lycans nojentos recém-acasalados são os piores. — Riley fingiu
vomitar, mas pude ver sua felicidade genuína brilhando em seus olhos.
— Você não estava melhor. Graças a Deus você saiu para que não
tivéssemos que testemunhar, — Damien brincou com Riley.
— Cale-se. — Riley colocou a língua para fora.
Adonis riu de seus irmãos. Vê-lo tão feliz e não ter que se preocupar
com Bradley foi incrível. Ele precisava disso.
— Ei, eu quero ver o que você fez com o lugar. A turnê real, por favor?
— Damien perguntou.
— Hmm... como rei, estou muito ocupado, mas tenho algum tempo
livre para você, — brincou Adonis.
— Uau, estou muito honrado. — Damien revirou os olhos.
— Você só quer ver o que Adonis fez com o seu quarto, certo? — Riley
olhou para seu irmão.
— Pare de me expor, — Damien reclamou.
— Venham vocês dois, vou mostrar como tornei este lugar muito
melhor. — Adonis se levantou.
Nenhum de nós se juntou aos três irmãos quando eles deixaram o
escritório, rindo e brincando. Era hora de esses três terem algum tempo
de qualidade juntos.
Capítulo 32
Adonis voltou com seus irmãos com um humor muito melhor. Riley
saiu, dizendo que precisava ir ver seu filho. Ela prometeu que nos
apresentaria ao pequeno Michael.
Damien estava mais interessado em como Adonis funciona. Ele se
sentou em uma cadeira e questionou Gabe e Evan.
— Quantas mesas ele quebrou?
Evan gemeu:
— Muitas para contar. Muitas.
Damien riu.
— Algumas coisas nunca mudam, não é? Mesmo depois de todos
esses anos, você ainda não abandonou esse mau hábito.
— Velhos hábitos são difíceis de morrer. — Adonis encolheu os
ombros.
A resposta de Damien foi interrompida pelo telefone tocando. Todos
de repente ficaram tensos. A última vez que alguém ligou para este
telefone, foi para nos avisar.
Adonis apertou a mandíbula e pegou o telefone, colocando-o no viva-
voz.
— Rei Dimitri, — uma voz desconhecida disse.
Bem, era desconhecida para mim, mas as expressões tensas nos rostos
dos homens me disseram que eles sabiam exatamente quem era.
— Conselheiro Harrison, a que devo este prazer, — Adonis rangeu.
Percebi que Damien também estava tenso, olhando para o telefone
como se fosse seu pior inimigo.
— Bem, chegou ao nosso conhecimento que houve duas mortes no
mês passado e que foram causadas por alguém que já foi próximo a você,
— disse este conselheiro.
— Sim, estou bem ciente. Você me ligou para me dar alguma
informação útil? — Adonis perguntou.
— Não exatamente. Eu liguei para avisar que todos nós decidimos
que se você escorregar mais uma vez, ou seja, se você não puder pegar
esse assassino na próxima semana, então iremos removê-lo do trono. —
O vereador Harrison parecia presunçoso.
— E quem iria substituir meu irmão? Eu? Porque deixei minha
intenção muito clara perante o conselheiro Harrison. Eu não tenho
nenhuma intenção de ser rei, — Damien fez sua presença conhecida.
— Ahh, Príncipe Damien. Você finalmente voltou. Logo chegará a
hora de assumir o controle do seu irmão. — Este vereador precisava de
um tapa.
Desta vez, rosnei e agarrei o telefone.
— Ouça aqui, seu pedaço de merda. Primeiro, você tenta fazer com
que meu companheiro tome outra fêmea como sua companheira, agora
você ameaça removê-lo do trono? Deixe-me dizer uma coisa, Adonis é
rei, não você, então suas palavras não significam absolutamente nada.
Você acabou de perder nosso tempo, tempo que deveria ter sido gasto
tentando encontrar este criminoso. Se eu descobrir que você está
propositalmente tentando nos atrasar ou fazer com que Adonis falhe,
então eu vou te mostrar porque eu sou rainha.
Não dei a ele a chance de dizer nada quando joguei o telefone contra
a parede. Tanto minha Lycan quanto eu ficamos satisfeitas em vê-lo se
despedaçar.
— Outro telefone, quebrado. É por isso que vocês dois são perfeitos
um para o outro, — Evan gemeu.
— Uau, você realmente é perfeita para o meu irmão. — Damien sorriu
para mim.
Adonis olhou para mim com admiração antes de me pegar e me jogar
por cima do ombro.
— Adonis. Ponha-me no chão, seu grande bruto. — Eu lutei.
— Todo mundo fora do meu andar. Agora, — Adonis gritou.
Ele fez o seu caminho para o nosso quarto antes de me colocar na
cama.
— Você sabe o quão sexy isso foi? — Adonis gemeu.
— Eu... eu... não. — As palavras me faltaram enquanto eu olhava para
o olhar lascivo de Adonis.
— Você tem pouco espírito livre. — Adonis deu uma risadinha.
— Eu não sou pequena. — Eu fiz beicinho.
Adonis capturou meus lábios, me fazendo gemer.
— Hmm... você me deixou todo animado. — Adonis colocou minha
mão em sua protuberância crescente.
Arrepios dispararam direto para o meu núcleo. Adonis sorriu.
— Acho que outra pessoa está agitada.
Ele sussurrou em meu ouvido:
— Eu poderia consertar isso.
Engoli o nó na garganta antes de responder:
— Tem certeza?
Eu estava tentando a besta, mas me descobri gostando.
Adonis rosnou e me deitou, arrancando minha calcinha.
— Você é um pouco atrevida. Além disso, já faz um tempo que não
provo.
Ele nem mesmo perdeu um segundo antes de mergulhar sua língua
em minhas dobras.
— Merda. — Eu agarrei os lençóis enquanto Adonis atacava meu
núcleo.
Sua língua habilidosa sabia exatamente o que fazer, e não demorou
muito para que eu gemesse e implorasse pela minha libertação.
— Hmm... o que você quer? — Adonis provocou.
— Adonis. — Eu não estava com disposição.
— Não consigo ouvir você, pequenina. — Adonis sorriu contra o meu
núcleo.
— Eu quero que você me faça gozar. Feliz? — Eu rosnei.
A resposta de Adonis foi me dando o que eu tanto desejava. Ele
lambeu todos os meus sucos antes de deixar meu núcleo sozinho.
— Muito. — Ele sorriu.
Maldito seja. Ele me tinha exatamente onde ele me queria.
— Hora do show principal. — Ele piscou para mim.
Lambi meus lábios enquanto Adonis se despia, lentamente. Porra, ele
estava fazendo isso de propósito.
— Apresse-se antes que eu mesma arranque essas roupas, — eu
rosnei.
Ele deu uma risadinha.
— Impaciente, não é?
Eu revirei meus olhos.
— Lembre-me da próxima vez de me despir lentamente quando você
estiver ligado. Então você verá o que quero dizer.
Adonis abriu a boca para responder, mas um rosnado alto nos fez
congelar. Eu olhei para Adonis, que parecia tenso. Quem diabos rosnou?
— Oh cara. Por que eu sou sempre aquele a pegar você? — A voz
familiar de Evan reclamou.
Adonis me levantou e eu corri para pegar um novo par de calcinha e
colocar minhas leggings de volta. Algo não estava certo. Tanto Adonis
quanto eu sentimos isso, e é por isso que não provocamos Evan.
— Gente, é melhor vocês virem rápido. Não é bom. — A voz solene de
Evan fez meu sangue gelar.
Adonis agarrou minha mão enquanto corríamos para ver o que diabos
estava acontecendo. Eu sabia que algo estava errado.
Gabe e Evan pareciam incrivelmente tensos enquanto Lexi e Niya
tentavam confortá-los ficando perto deles e segurando suas mãos. Ok,
algo estava muito errado para deixar todos excitados.
— Que porra está acontecendo? E quem rosnou? — Adonis olhou
para seus melhores amigos.
Gabe suspirou e gesticulou para que o seguíssemos. Mais uma vez,
acabamos no escritório de Adonis.
Gabe pegou o telefone e discou um número. Ele deixou no viva-voz e
esperou.
Tanto Adonis quanto eu nos olhamos confusos, mas isso logo foi
embora quando ouvimos a voz familiar de Bradley.
— Ah, Adonis. Você decidiu não responder; grande erro, amigo.
Tenho alguém muito especial aqui. Sophia Butler? Nome soa como de
alguma companheira? Acho que ela é a companheira do meu irmão mais
novo; uma coisinha bonita também. Agora, me ligue de volta em trinta
minutos ou ela está morta. Tiquetaque, velho amigo.
Oh porra, não. Este bastardo levou Sophia. Como ele se atreve? Vou
esfolá-lo vivo. Adonis estava tenso, agarrando minha mão como se fosse
seu único apoio.
— Aquele rosnado era Luke. — Suspirei. Faz sentido.
Gabe acenou com a cabeça tristemente.
— Ele veio comigo quando eu vi uma mensagem de voz no seu
telefone. Desnecessário dizer que ele perdeu o controle e se transformou.
Damien foi atrás dele, apenas para ter certeza de que ele não machucaria
ninguém.
— Quanto tempo? — Adonis perguntou.
— Acho que temos dez minutos restantes, — respondeu Gabe.
— Porra. — Adonis passou as mãos pelos cabelos.
— Nós temos isso. — Eu apertei sua mão.
Adonis acenou com a cabeça e pegou o telefone. Ele ligou de volta
para o número que Bradley discou, e não demorou muito para que
aquele bastardo presunçoso atendesse.
— O homem, ele mesmo. Muito bem, Adonis, — respondeu Bradley.
Adonis rosnou:
— Liguei para você antes do seu limite de tempo. Não se atreva a
machucar Sophia.
— Protetores, não é? O que sua companheira tem a dizer sobre isso?
— Perguntou Bradley.
— Se você ao menos tocar em um fio de cabelo da cabeça dela, eu vou
esfolar você vivo, seu bastardo, — eu cuspi.
— Oh, mal-humorados, não é? É claro que você se importa muito
com esta Lycan. — Bradley deu uma risadinha.
— Que porra você quer? — Adonis estava tendo dificuldade em se
controlar.
— Estarei em seu território muito em breve. Entrarei e ninguém vai
me machucar, porque se o fizerem, vou quebrar o pescoço de Sophia tão
rapidamente que você não será capaz de salvá-la, — avisou Bradley.
Conhecendo esse cara, ele cumpriria sua promessa. Eu sabia disso e
Adonis também, e é por isso que ele respirou fundo e disse: — Tudo bem.
Ninguém vai te machucar.
— Bom. Acho que verei você em breve, velho amigo. Lembre-se, se
alguém tentar me machucar, ela estará morta, — disse Bradley antes de
desligar.
Eu olhei para Adonis, que olhou para mim com raiva em seus olhos.
— Este filho da puta estará morto antes de uma semana acabar. É
hora de ele encontrar o seu fim.
Eu concordei.
— Nós todos estamos com você.
Adonis olhou para Gabe e Evan.
— Diga aos guardas para parar quando Bradley entrar, e ninguém o
machucar. Não posso arriscar que nada aconteça com Sophia.
— Vou entrar em contato com Damien. Luke precisa estar aqui, —
Gabe disse.
Adonis acenou com a cabeça.
— Sim, mas ele também precisa ser contido. Tenha alguns guardas
como apoio. Não quero que ele faça nada estúpido que possa prejudicar a
si mesmo ou a Sophia.
Um toque nos tirou de nossos pensamentos. Era meu telefone.
Suspirando, eu respondi, vendo o nome de Carter aparecer.
— Risonha. — Carter nem esperou que eu dissesse olá.
— Carter, nós sabemos. Sophia foi levada. — Achei que foi por isso
que Carter ligou.
— Sim. Deus, eu sinto muito. Tínhamos mais guardas, mas esses
caras são Lycans. Foi difícil. — Carter parecia frustrado consigo mesmo.
— Ei. Você não pode estar se culpando. Bradley teria visado
propositalmente a matilha quando ela estava em seu ponto mais fraco
em termos de defesa e segurança. O principal é que todas as outras
pessoas estejam seguras, — respondi.
— Sim, todo mundo está seguro. O bastardo sabia o que ele queria, e
ele conseguiu, — Carter rosnou.
— Sophia estará de volta nos braços de seu companheiro em breve, —
eu assegurei Carter.
— Eu sei que todos vocês farão o que for necessário. Mas nós estamos
chegando. Eu e alguns outros. Hunter vai ficar aqui, mas eu preciso ter
certeza de que Sophia está segura, — disse Carter.
Eu estava prestes a discutir, dizendo que era perigoso, mas Adonis
colocou a mão no meu ombro e balançou a cabeça.
Suspirando, respondi:
— Tudo bem. Por favor, fique seguro.
— Eu vou. Você também fique segura. — Carter encerrou a ligação.
— Pequena. Você precisa deixá-lo vir; seu lobo se sente responsável
pela situação de Sophia. Ele precisa de garantias de que ela está segura.
Não se esqueça que ele é um alfa e também um amigo próximo de Sophia
e de você, — explicou Adonis. Eu balancei a cabeça tristemente.
— Eu sei. Eu só não quero que ele se machuque.
— Ele não será. Carter é uma pessoa forte. — Adonis me beijou na
testa.
Ele segurou minha mão enquanto descíamos as escadas.
— Agora é hora de encontrar o diabo.
Capítulo 33
Saímos, com nossos amigos logo atrás de nós. A tensão pairava pesada
no ar enquanto todos esperavam impacientemente que Bradley
aparecesse.
Luke saiu da floresta com as roupas rasgadas. Damien o seguiu, sem
todos os sinais de brincadeira.
Gabe, que tinha ido encontrar Luke, também saiu ao lado de Damien.
Evan estendeu um par de roupas para Luke, que as agarrou e vestiu.
— Eu vou matá-lo. Juro por Deus, — Luke rosnou.
— Nós sabemos o que você quer, mas você tem que se controlar. Ele
está usando Sophia como vantagem, — Adonis lembrou Luke.
— Que movimento doentio, pegar a companheira de seu próprio
irmão como vantagem, — Damien zombou.
— Esse cara não tem coração. — Gabe balançou a cabeça.
Um cheiro desconhecido encheu meu nariz. Só pode ser uma pessoa.
Bradley.
Com certeza, ele saiu da clareira com Sophia por cima do ombro. Ela
estava claramente drogada e nocauteada.
Luke rosnou e avançou, mas Damien o deteve.
— Ah, eu não faria isso se fosse você, irmãozinho. Não quero entregar
a você sua companheira morta, — Bradley zombou.
Bradley parecia muito com Luke, a principal diferença eram as marcas
de garras em seu rosto.
Ele me pegou olhando e sorriu.
— Você deve ser Aarya.
— Não diga o nome dela, seu bastardo de merda, — Adonis cuspiu.
Bradley ergueu as mãos em sinal de rendição simulada, embora o
sorriso malicioso nunca tenha deixado seu rosto.
— Sensíveis, não é? É uma pena que você acabou de encontrar sua
companheira, porque você vai perdê-la muito em breve. — Suas palavras
soaram como uma promessa, não um aviso.
— Como você chegou aqui tão rápido? — Eu perguntei.
— Lycans correm muito rápido. Além disso, eu tinha um plano. —
Bradley parecia satisfeito consigo mesmo.
O olhar de Bradley encontrou Damien, que estava parado ao meu
lado.
— Uau, uma reunião da família real. — Seu sarcasmo era evidente.
— Onde está sua irmã? Lá dentro, presumo? — Perguntou Bradley.
Damien rosnou, fazendo Bradley rir.
— Que bom que ele está aqui porque alguém precisa assumir o trono.
Assim que eu matar sua companheira, Adonis, você não será mais capaz
de governar. — Bradley apenas riu.
Este homem estava louco. Suas ideias doentias me apavoraram, mas
me recusei a deixar transparecer. Qualquer sinal de fraqueza seria um
alvo fácil para este homem.
Eu tive que manter a calma e manter a calma de Adonis também. Essa
não seria uma tarefa fácil.
— Se você acha que vou deixar suas mãos imundas tocarem Aarya,
então você está redondamente enganado. Vou arrancá-las do seu corpo
antes que você tenha uma chance, — Damien rosnou.
Bradley apenas sorriu.
— Ah, como eu poderia esquecer? O príncipe que não quer nada com
a família real, mas você simplesmente não consegue se livrar de seu título
real. Que pena, dois irmãos que têm tanto poder, mas nem querem. É por
isso que estou aqui. É justo que alguém que deseja o poder o consiga.
— Cale a boca. Não há ninguém tão ávido por poder quanto você, e é
por isso que você nunca conseguirá o que deseja. Muito de qualquer
coisa é ruim, mas você vai perceber isso tarde demais.
Bradley zombou:
— Por mais divertido que tenha sido, é hora de eu ir embora. Lembre-
se, um arranhão em mim, vou arrancar a cabeça dela. — Ele sorriu,
içando Sophia mais alto em seu ombro. Maldito idiota, ele precisava
morrer.
— Vejo você em breve, Sua Majestade. Vou adorar ouvir seus gritos. —
Bradley riu de mim.
Tanto Adonis quanto Damien soltaram um grunhido alto e deram um
passo à frente. Estendi a mão e agarrei os dois, balançando a cabeça.
— Não faça isso. Isso é exatamente o que ele quer.
— Vejo você em breve, velho amigo. Será uma luta até a morte, —
disse Bradley a Adonis.
Assistimos enquanto Bradley se afastava com Sophia. Minha Lycan
estava chateada, assim como eu. Deixar Sophia nas garras daquele
bastardo não foi fácil, mas não tínhamos escolha.
Quando eles estavam fora de vista, Adonis invadiu o interior, jogando
coisas pela sala.
Ele precisava liberar sua raiva, então eu o deixei. Evan e Gabe olharam
para mim, mas eu apenas balancei minha cabeça. Damien parecia solene.
— Eu não percebi o quanto Adonis teve que lidar.
Eu sorri tristemente.
— Seu irmão tem que lidar com muito mais. Agora ele tem uma
companheira e sua família de volta, mas antes? Não sei como ele
conseguiu.
Damien acenou com a cabeça em concordância antes de caminhar até
seu irmão e puxá-lo para longe.
— Adonis, acalme-se. Agora devemos pensar em um plano; não
podemos perder mais tempo.
Adonis respirou fundo enquanto seu olhar se fixou em mim. Ele
estendeu a mão, que aceitei com prazer.
Beijando o topo da minha cabeça, ele respondeu:
— Você está certo. Precisamos trazer Sophia de volta.
Todos nós fomos para o escritório. Luke parecia perturbado, então
fiquei para trás para falar com ele.
— É melhor você não estar se culpando, — avisei.
— Meu comportamento a empurrou para os braços do meu irmão. —
Luke suspirou.
— Não, você não fez nada. O estresse atingiu você, tudo bem. Eu
ficaria mais preocupado se isso não acontecesse. O sequestro de Sophia
foi feito por Bradley e é culpa dele, não sua. Você se concentra em
recuperá-la, não se culpando. Isso é mais importante, — eu o lembrei.
Luke sorriu.
— Todos os dias você prova porque é a pessoa perfeita para ser rainha.
Aposto que você nem percebe.
Chegamos ao escritório de Adonis e nos sentamos, tentando pensar
em uma ideia.
Evan sugeriu que o emboscássemos, mas Adonis recusou, dizendo
que era muito previsível e que Bradley estaria esperando por isso. Além
disso, não tínhamos ideia de onde ele estava se escondendo.
Ninguém poderia ir e olhar, apenas no caso de ele machucar Sophia.
Foi uma bagunça.
Gabe mencionou sobre suborná-lo com poder e depois capturá-lo.
Damien disse que queria poder, mas agora seu principal objetivo era me
matar, então isso também não funcionaria.
Bradley nos deixou em uma situação difícil; qualquer coisa que
quiséssemos fazer, não poderíamos. Um, caso ele machuque Sophia, e
dois, ele estaria esperando por isso. Ele conhecia esses homens muito
bem.
Nossos pensamentos foram interrompidos pelo toque do telefone.
Adonis suspirou e respondeu.
— Olá?
— Por que você parece tão chateado? Você finalmente aceitou a perda
de sua companheira? — Bradley deu uma risadinha.
De repente, todos estavam sentados eretos, olhando uns para os
outros com preocupação e confusão.
Adonis rosnou:
— Que porra você quer?
— Vou mantê-lo curto e simples. A rainha por Sophia, — disse
Bradley, desligando.
— NÃO! — Adonis não conseguia controlar seu temperamento,
limpando tudo de sua mesa com um golpe e respirando pesadamente.
— Adonis, acalme-se. — Tentei acalmá-lo.
— Não vou deixar você ir até ele de jeito nenhum. Vamos conseguir
Sophia de volta por outro caminho. — Adonis enterrou o rosto no meu
pescoço.
— Exatamente, você é a rainha. Como podemos simplesmente deixar
você ir? — Evan cerrou os punhos.
— Eu disse àquele desgraçado que rasgaria suas mãos antes que ele
tivesse a chance de tocar em você. — Damien estalou os nós dos dedos.
— Eu quero muito minha companheira de volta, mas não às custas de
perder você. Sophia nunca me perdoaria e eu nunca poderia me perdoar.
Encontraremos outra maneira, — disse Luke.
Ouvir todo mundo dizer essas palavras aqueceu meu coração, mas eu
não era estúpida. Eu sabia que não havia outro jeito.
— Todos vocês são incríveis, mas não há outro jeito. Se houvesse,
teríamos começado o planejamento. Bradley nos deixou perplexos. —
Suspirei.
Eu enfrentei Adonis.
— Eu sei que você virá me salvar porque eu acredito em você. Mas
você também tem que acreditar em si mesmo.
Adonis rosnou:
— Por que você está falando como se fosse se entregar?
— Porque eu vou, — eu disse.
— Como diabos você vai. Não vou perder você de vista, — gritou
Adonis.
— Adonis. — Tentei argumentar com ele, mas ele não estava ouvindo.
— Você é minha companheira. Não vou deixar você ir embora, — ele
insistiu.
Agora minha raiva estava crescendo.
— Adonis, pense no quadro maior aqui. Dando a Bradley o que ele
deseja, podemos derrubá-lo. Ele vai ficar muito arrogante; é uma forma
perfeita.
— Arriscando sua vida. Acho que não, — recusou Adonis.
— Adonis, é meu dever como rainha proteger a todos. Não posso
deixar Bradley matar outra pessoa inocente. Você tem que acreditar em
mim. Eu sei o que estou fazendo. — Suspirei.
— Eu acabei de encontrar você. Como posso deixar você ir? — A voz
de Adonis quebrou.
— Eu não vou para sempre. Você vai me encontrar, além disso, não
vou facilitar as coisas para Bradley. Isso vai te dar tempo para me
encontrar. — Eu sorri.
— Eu não posso. Vou prendê-lo, mas não vou deixar você se entregar.
— Adonis balançou a cabeça.
Pelo amor de Deus. Achei que ele finalmente concordou.
— Adonis. Ouça a si mesmo, você está sendo egoísta. — Minha raiva
estava levando o melhor de mim.
— Eu não me importo, eu sou egoísta. — Adonis parecia não se
importar.
Rosnando, eu rebati:
— Você está pensando com o seu pau. Você é a porra do rei, Adonis,
use seu cérebro. Este é o único caminho.
Adonis também parecia estar lutando para controlar seu Lycan.
— Você quer morrer? É por isso que você está tão flexível em me
deixar?
— Oh vamos lá. Não vou morrer, porque sei que você vai me
encontrar. Esta é a única maneira de detê-lo. — Eu joguei minhas mãos
no ar.
Adonis olhou para seu irmão, que olhou para mim e suspirou:
— Irmão, Aarya não está errada. Ela está certa em pensar que Bradley
vai cometer um deslize quando a tiver. Ele vai se tornar muito arrogante,
nos dando a oportunidade perfeita para acabar com ele.
Adonis não pareceu impressionado com essa resposta.
— Aarya não é estúpida. É um bom plano. Além disso, nossa rainha
não é fraca. Ela é foda, — Evan apontou.
Eu sorri para os dois. Eu sabia que era difícil ir contra Adonis, mas
eles o fizeram mesmo assim.
Adonis suspirou,
— Eu preciso de tempo.
— Isso é algo que não temos. Adonis, confie em mim como eu confio
em você, — respondi.
Ele abriu a boca, mas fechou novamente. Suspirando, ele saiu do
escritório e desceu as escadas.
Todos se entreolharam antes de segui-lo. Adonis parecia estar
procurando por algo, mas eu não tinha certeza do quê.
— Eu não sei por que você insiste em fazer isso, mas ao mesmo
tempo, me deixa orgulhoso de você. Minha companheira, aquela que
pensa nos outros antes de si mesma. — Adonis suspirou.
Ele vasculhou uma gaveta e tirou um anel.
— Eu mantenho isso no lugar mais óbvio porque ninguém ousa
movê-lo. Foi da minha mãe. Ela deixou comigo, e agora estou dando para
você. — Adonis o vestiu.
— Eu vou te encontrar antes que aquele bastardo toque em você, —
Adonis prometeu.
— Eu sei que você vai. Estarei esperando. — Eu o beijei suavemente
nos lábios.
Ele suspirou.
— Vamos matar aquele bastardo. — Antes que tivéssemos a chance de
subir as escadas, um barulho de tique-taque chamou nossa atenção.
— Ei, isso não soa como... — Niya não conseguiu terminar a frase
quando uma explosão nos jogou do outro lado da sala.
Sons de vidro quebrado e gritos perfuraram meus ouvidos.
Desorientada, tentei me levantar e encontrar Adonis, mas a força da
explosão realmente me afetou.
Eu caí de volta no chão e gemi. Lentamente, tentei novamente. Desta
vez, quando consegui me levantar, fiquei cara a cara com ninguém menos
que Bradley.
Ele sorriu.
— Você demorou muito para responder.
E então ficou preto....
Capítulo 34
Minha cabeça estava pesada enquanto eu gemia. O que diabos
aconteceu, e por que eu não conseguia me lembrar de nada?
— Finalmente, você acordou. — Uma voz familiar me fez abrir de
repente os olhos.
Bradley estava lá sorrindo para mim. Ver seu rosto me fez perceber o
que diabos aconteceu. A bomba, Bradley chegando. Oh Deus... onde
estava Sophia?
Lutei contra minhas restrições, tentando procurar Sophia. Se este
bastardo a tocasse, eu o mataria. Bradley percebeu que eu estava lutando
e apenas riu.
— Você não vai conseguir sair disso. Sua Lycan está fraca com a
explosão. — Bradley parecia satisfeito consigo mesmo, mas esse idiota
não percebeu por que eu estava lutando.
— Onde está Sophia? — Eu rosnei.
— Oh, você está procurando por ela. Ela está de volta nos braços de
seu companheiro, meu irmão mais novo, — Bradley respondeu.
Ele manteve sua palavra. Eu não posso acreditar nisso. Este homem
não era confiável. Sempre.
— Eu mantenho minha palavra. Além disso, ela não era útil para mim
de qualquer maneira. Você é quem eu realmente queria. — Bradley
encolheu os ombros.
— Que patético você ter colocado uma bomba para me sequestrar.
Você claramente não pode enfrentar Adonis sem jogar sujo, — eu
zombei.
Bradley rosnou e estava prestes a se lançar sobre mim, mas parou.
— Eu vou matar sua companheiro. Eu vou matá-lo, então eu ganho.
Eu sempre ganho.
— O que exatamente você ganha com isso? Sem poder, sem trono? —
Eu perguntei, tentando impedi-lo para que Adonis tivesse a chance de
me encontrar.
— Eu me vingarei. Vingança do homem que fez isso na minha cara,
que passou por mim e deu mais poder ao meu irmão mais novo. O poder
vem da satisfação de destruir Adonis. Eu destruí o rei. — Bradley parecia
ameaçador.
— Você é Insano. Como você pode sequestrar a companheira de seu
próprio irmão? — Eu balancei minha cabeça em descrença.
— Muito facilmente porque meu irmão nunca me ajudou. Ele ficou lá
e assistiu. Ele estava morto para mim desde o momento em que assumiu
essa posição, — Bradley rosnou.
— Todo esse poder subiu à sua cabeça. Você nem consegue ver o
quadro geral, e essa será sua maior queda. Você vai perceber isso tarde
demais. — Suspirei.
— Ha! Você está me contando sobre minha queda? Você é aquela que
está amarrada a esta cadeira à momentos de sua morte. — Bradley
balançou a cabeça para mim.
— Sim, porque não posso dizer quando estou morta. — Eu encolhi
meus ombros.
— Ela está enrolando, porra. Basta matá-la já.
— Uma voz familiar me deixou ofegante.
Bradley olhou para o meu estado de choque e riu.
— Aposto que você não esperava isso, não é?
Que porra é essa? O que diabos Savanah estava fazendo aqui?
Savanah sorriu para mim.
— Pela primeira vez eu deixei você sem palavras.
— O que diabos você está fazendo aqui? — Eu rosnei. Savanah revirou
os olhos e ficou ao lado de Bradley, que a puxou para perto dele. Meus
olhos dispararam entre os dois antes que a compreensão se instalasse.
— Vocês são companheiros, — eu suspirei.
— Sim, ela é minha. — Bradley sorriu.
— Mas... e quanto a Adonis e seu tio? — Perguntei a Savanah,
confusa.
Ela riu e balançou a cabeça.
— Eu pensei que você fosse inteligente. Eu nunca gostei de Dimitri,
muito menos amei. Depois do que ele fez com meu companheiro, por
que eu iria querer passar um tempo com ele voluntariamente.
— Então, tudo isso fazia parte do seu plano? — Eu perguntei.
Bradley olhou para Savanah e disse:
— É melhor dizer a ela, já que ela vai morrer, antes que possa contar a
alguém.
Savannah riu.
— Conheci Bradley há meses, quando fui com meu tio visitar as
prisões. Algum tipo de verificação de segurança. Eu sabia que ele era meu
companheiro assim que fizemos contato visual.
— Voltei mais tarde naquela noite e o libertei. Vê-lo naquela posição
foi horrível. Então ele me contou o que Dimitri fez com ele, e planejamos
nossa vingança.
— Eu fiz meu tio acreditar que eu tinha um companheiro humano
que estava morrendo, então ele me indicou para acasalar com Dimitri. O
plano era destrui-lo antes que ele acasalasse comigo.
— O que nós não contávamos foi ele encontrar sua companheira. Isso
funcionou a nosso favor, mas tínhamos que fazer você acreditar que eu
era aquela ex ciumenta. Caso contrário, você suspeitaria.
— Enquanto isso, Bradley estava planejando a queda de Dimitri
usando sua própria companheira.
— Adonis vai descobrir que você realmente nos ajudou. Matar você
mataria Adonis, e ele estaria fora do trono. Vingança pelo que ele fez
comigo. — Bradley sorriu.
Bradley puxou Savanah para mais perto dele, e os dois começaram a
se beijar. Que merda de vil. Eu engasguei, mas eles não prestaram
atenção em mim enquanto continuavam comendo o rosto um do outro.
— Bem, vocês são realmente feitos um para o outro. — Sarcasmo
escorria da minha voz.
— Já que engano é o seu nome do meio. Mas devo dizer que esse
plano que você tem é realmente incrível, exceto por um erro. Você está
subestimando Adonis, — eu zombei, fazendo com que eles se
separassem.
— O que te faz pensar que o estou subestimando? — Perguntou
Bradley.
— Bem, para começar, você realmente acredita que vai conseguir me
matar antes que ele chegue aqui. Eu não acho que você conhece o poder
do vínculo de companheiro ainda. — Eu levantei minhas sobrancelhas.
— Urgh, mate-a já. Prove que ela está errada, — Savannah estalou.
— É hora de dizer adeus a este mundo, Vossa Majestade. — Bradley
caminhou em minha direção. No entanto, um estrondo o deteve. Ele
rosnou e se virou. Um Lycan entrou correndo freneticamente, sem
perceber que interrompeu Bradley.
— Eles... eles nos encontraram. — Ela saiu correndo.
— Quem? — Bradley estava tremendo de raiva.
— Adonis. — Eu respondi.
Bradley soltou um grande rosnado antes de quebrar o pescoço do
Lycan sem hesitação. O cadáver do pobre Lycan caiu no chão e Bradley o
chutou de frustração. Este homem não tinha respeito.
— Como diabos ele nos encontrou? — Savanah caminhou pela sala.
— Porque vocês dois ficaram muito presunçosos, — eu respondi antes
de tirar as restrições que me seguravam.
Levantei-me e joguei a cadeira em Savanah, que se abaixou bem a
tempo. Pena.
— Eu vou te matar. — Bradley caminhou em minha direção.
— Vamos, então, — eu provoquei.
Bradley investiu contra mim, mas eu saí do caminho. Ele puxou
minha perna, então tropecei e caí no chão. Porra. Eu rapidamente me
levantei e chutei Bradley nas bolas. Ele caiu de dor no chão.
Desculpe, Adonis, posso não ter usado seu treinamento neste aqui,
apenas meus instintos.
Savanah gritou enquanto pulava nas minhas costas, puxando meu
cabelo. Puta, puta, ela tem sido um espinho no meu lado desde que
conheci meu companheiro. Seu tempo acabou.
Eu rosnei. Minha Lycan não estava feliz com essa vadia. Eu dei uma
cotovelada em seu estômago, fazendo-a afrouxar seu aperto. Usei essa
oportunidade para agarrar suas mãos e balançá-la sobre minha cabeça
para que ela caísse no chão.
Ela gemeu de dor. Droga, ela ainda estava viva.
Bradley se levantou, rosnando enquanto sua companheira gritava de
dor.
— Sua vadia de merda.
Ele me pegou desprevenida me dando um tapa no rosto. Mas eu não
iria deixá-lo escapar impune.
Desta vez, usei o treinamento de Adonis para socar Bradley bem no
rosto. Pegue isso, seu bastardo.
Ele mal teve tempo de se recuperar antes que eu o chutasse nas
costas, fazendo-o cair para frente e atingir o chão.
Um rosnado alto fez os objetos chacoalharem e meus cabelos se
arrepiarem. Isso significava apenas uma coisa.
Adonis estava aqui e ele estava chateado.
Meus pensamentos foram confirmados por ele invadindo, seus olhos
negros como breu enquanto procuravam por algo. Assim que aqueles
olhos se encontraram com os meus, Adonis se aproximou e me pegou no
colo.
Ele respirou meu cheiro e enterrou o rosto no meu pescoço.
— Você está segura. Graças a Deus. — Ele suspirou.
— Bem, acho que você vai me testemunhar matando sua amada
companheira. — A voz de Bradley nos separou.
— Acho que você precisa de ajuda com isso. — Outra voz familiar fez
meu sangue gelar.
O aperto de Adonis aumentou em mim quando Gabe saiu das
sombras com um sorriso sinistro no rosto.
— Gabe, não, — eu respirei, incapaz de processar a cena na minha
frente.
— Oh, eu gostaria de ter uma câmera para gravar isso. Seus rostos não
têm preço! — Bradley bateu palmas, rindo de nosso choque.
— Como você acha que Aarya foi drogada? Como entrei
sorrateiramente sem que ninguém me notasse? Gabe, é claro. Savanah
ainda não era tão confiável quanto eu esperava, mas felizmente Gabe
aqui me ajudou. Foi ele quem drogou sua preciosa companheira. —
Bradley revelou a traição de Gabe.
Adonis parecia inconsolável; seu melhor amigo o traiu. Eu não pude
acreditar. Por quê? Ele estava feliz, ou pelo menos eu pensei que ele
estava.
E quanto a sua própria companheira? Lexi não fazia parte disso
também, não é?
— Eu sei o que você está pensando. Por quê? Eu fiz isso porque uma
mudança era necessária. Dimitri era um bom rei, mas as coisas
precisavam mudar. Eu ouvi Savanah no telefone com Bradley, e decidi
que Bradley era a melhor chance que eu tinha de derrubar Dimitri, —
Gabe explicou.
— Como você pôde? Você traiu seu próprio melhor amigo? — Meu
coração se partiu por Adonis, que ainda estava em silêncio.
Bradley revirou os olhos.
— Chega de conversa fiada. Se você segurar Adonis, eu matarei sua
companheira.
Gabe acenou com a cabeça e caminhou em nossa direção. Antes que
qualquer coisa pudesse acontecer, Adonis riu. Ele riu tanto que os dois
homens se entreolharam confusos.
Eu olhei para Adonis com preocupação. O que diabos aconteceu com
ele?
— Acho tão engraçado que você realmente acredite que tem a
vantagem aqui, — disse Adonis depois de se acalmar.
Bradley parecia frustrado.
— Sim eu tenho! Olhe em volta, ninguém está aqui para salvá-lo. Seu
melhor amigo está do meu lado, e eu vou matar sua companheira.
Adonis rosnou e me puxou para mais perto dele.
— Não. Você ficou muito convencido e nunca viu o quadro geral.
Bradley tentou dar um bote em mim, mas Gabe o puxou de volta e o
acertou na cabeça com uma vara. Huh? O que eu acabei de perder?
Ambos Gabe e Adonis acenaram um para o outro antes de Evan
entrar com um bando de outros Lycans.
Eu fui atingida na cabeça? O que estava acontecendo aqui?
— Você está bem? — Evan perguntou.
Os homens acenaram com a cabeça, enquanto eu fiquei lá com minha
boca aberta. Gabe e Evan pegaram o corpo inconsciente de Bradley e o
levaram embora.
É melhor Adonis explicar o que diabos estava acontecendo. Eu me
virei para ele para uma explicação quando notei Savanah se levantando e
se preparando para atacar.
Eu rosnei e me lancei sobre ela antes que ela pudesse fazer qualquer
coisa. Eu a empurrei no chão e disse:
— É hora de você se juntar ao seu companheiro.
Eu não tinha uma vara ou arma, então bati a cabeça dela no chão. Seu
corpo flácido foi então carregado por alguns guerreiros.
Adonis olhou para mim e sorriu.
— Ela irritou você?
— Tenta você ficar trancada em um quarto com ela te provocando.
Garota estúpida, — eu rosnei.
— Dimitri, vamos antes que ele acorde, — Evan disse.
— De jeito nenhum. É melhor você me explicar o que diabos
aconteceu? — Eu disse.
Adonis ficou pensativo antes de responder:
— Bem, tenho certeza de que você acabou de bater a cabeça de
Savanah no concreto sem hesitar.
Rosnei:
— Você sabe do que estou falando. Não seja esperto comigo.
Adonis me pegou e saiu pela porta comigo. Não fiquei impressionada,
mas estava claro que não estava obtendo minhas respostas aqui.
Sentamos no carro e tentei descobrir onde estávamos, mas Adonis me
impediu.
— Você foi sequestrada, ferida e não pode simplesmente ficar parada
ou desmaiar em meus braços.
— Eu não sou assim. Tanta coisa aconteceu lá atrás. Eu preciso saber
tudo. Além disso, quero saber onde estou. — Suspirei.
Adonis agarrou minha cabeça e sorriu.
— Você vai, mas você tem que ser paciente.
Eu abri minha boca para discutir. No entanto, isso não aconteceu
quando Adonis colou seus lábios nos meus e enfiou a língua direto na
minha boca. Puta merda, isso estava deixando minhas pernas fracas.
Adonis sabia beijar e muito bem.
Quando ele se separou, o bastardo tinha um sorriso malicioso no
rosto.
— Maneira perfeita de fazer você calar a boca.
Eu olhei fracamente para ele, mas isso só o fez rir enquanto dirigia e
me manteve em suspense.
Capítulo 35
Adonis dirigia dolorosamente devagar, ou talvez fosse porque eu
estava impaciente e queria saber o que diabos estava acontecendo.
Quando ele finalmente decidiu entrar no palácio, nossas cabeças
giraram ao mesmo tempo. O pânico estava em nossos rostos enquanto
nós dois sentíamos o cheiro de uma quantidade avassaladora de sangue.
Sem perder tempo, nós dois saltamos do carro e corremos em direção
ao palácio. Parecia que eram os Lycans de Bradley. Os belos jardins do
palácio estavam agora manchados de sangue.
Meu olhar encontrou minha família, que estava lutando bravamente
contra os Lycans. Foi um banho de sangue, que precisava acabar agora,
antes que mais um de nossos lutadores morresse. Eu não me importava
com os outros.
— Chega, — Adonis gritou, fazendo com que todos parassem de lutar.
O poder do rei; você não poderia negá-lo.
— Seu líder foi pego; seu jogo acabou. Pare com essa luta e podemos
oferecer-lhe misericórdia, — Adonis anunciou.
— Nós lutamos até a morte, — gritou um Lycan e ganhou o apoio dos
outros.
Eles retomaram a luta e Adonis rosnou.
— Que assim seja.
Adonis se virou para Gabe, que estava lá pronto para lutar, mas
Adonis balançou a cabeça.
— Leve aqueles dois para as celas, não queremos esses idiotas
tentando libertá-los enquanto lutamos.
Gabe acenou com a cabeça e levou alguns guardas com ele. Tanto
Adonis quanto eu viramos um para o outro e sorrimos.
Minha Lycan estava ansiosa para mostrar a esses filhos da puta com
quem eles mexiam. Sem perder mais um segundo, deixei minha Lycan
assumir.
Nós atacamos os Lycans violentamente, sangue espirrando por toda
parte. Um gemido chamou minha atenção quando o reconheci.
Meu olhar se voltou para um Lycan que estava segurando o lobo de
Carter. Eu rosnei e corri em direção a eles.
Alcançando o cabelo do cara, eu o puxei de volta e fiquei em seu
pescoço. Ele me agarrou, mas sem sucesso. Sua cabeça foi arrancada por
Lexi.
Eu me virei para ver o lobo de Carter, que estava ferido, mas
felizmente não foi tão ruim.
Minha família não seria ferida nesta batalha, não sob minha
supervisão. Peguei o lobo de Carter e corri para dentro em segurança. Ele
mancou até um lugar silencioso antes de voltar e sair mancando.
Felizmente minha Lycan se acalmou e Carter sorriu para mim.
— Uau, minha Risonha mudou muito. Olhe para você, toda confiante
e forte.
— Ora, obrigada. Foi a oportunidade perfeita para mostrar minhas
novas habilidades. — Eu pisquei.
Carter riu e respondeu:
— Acho melhor você voltar lá.
Suspirando, eu balancei a cabeça.
— Você fica aqui. Não faça nada estúpido e espere por ajuda. Não
tenho dúvidas de que Diya virá correndo em breve, — eu o avisei.
Um sorriso apareceu em seu rosto.
— Sim, eu sei que ela vai.
— Tão apaixonado. — Eu ri.
— Cale a boca e vá para o seu companheiro. — Carter revirou os
olhos.
Sorrindo, deixei Carter na casa da matilha. Diya passou correndo por
mim, claramente só tendo olhos para seu companheiro ferido.
— Aarya! — Adonis gritou.
Um Lycan enlouquecido veio direto para mim, mas antes que eu
pudesse fazer qualquer coisa, uma figura familiar parou na minha frente
e arrancou a cabeça dele.
Damien se virou e ergueu as sobrancelhas.
— Onde você estava, perdida?
— Aarya, que diabos? Ele poderia ter te machucado seriamente. —
Adonis correu, seus olhos me examinando em busca de ferimentos.
— Desculpe, — eu respondi timidamente.
Damien apenas olhou para mim divertido, enquanto Adonis balançou
a cabeça.
— É hora de acabar com isso, irmão, — Damien disse a Adonis, que
acenou com a cabeça em concordância.
Os dois irmãos pareciam incríveis enquanto falavam através dos
Lycans, seus corpos sem vida caindo no chão como moscas.
Quando tudo acabou, Adonis olhou para minha família e disse:
— Entrem com os outros. Temos alguns negócios para atender.
Todos eles assentiram e Zoya apertou minha mão para me apoiar.
Niya e Lexi nos acompanharam enquanto caminhávamos para as celas.
Meu coração se partiu pelos pobres lutadores que perdemos hoje. Os
magníficos jardins agora nadando em sangue, não era uma visão
agradável.
— Ei, você deveria explicar o papel de agente duplo de Gabe para
mim. — Eu parei Adonis em seu caminho.
Ele apenas me moveu para um lado enquanto murmurava:
— Mais tarde.
Eu zombei e fiquei na frente dele.
— Mais tarde minha bunda. Diga-me agora.
Ele abriu a boca para recusar, mas eu coloquei minhas mãos nos
quadris e olhei para ele. Eu queria saber agora, antes que Adonis varra
isso para debaixo do tapete e nunca me diga.
Damien riu, fazendo com que Adonis olhasse feio para ele.
— Tudo bem, não me diga. Sem sexo por um mês. — Encolhi os
ombros e continuei a me afastar, deixando Adonis parado em estado de
choque.
Eu sabia que a proibição de sexo não o afetaria mais do que a mim.
Claro, eu provei que estava certa quando Adonis me puxou de volta e
respondeu:
— Eu vou te contar enquanto caminhamos.
Satisfeita, eu balancei a cabeça, o que fez os outros rirem.
— Ela tem você enrolado em seu dedo, irmão. — Damien riu.
— Espere até você pegar sua companheira. Não é fácil negar a ela. —
Adonis suspirou.
Com isso, Damien ficou em silêncio e sorriu tristemente. Estava claro
que ele ansiava por sua companheira, mas ele nunca demonstrou.
— Você sabe que Gabe ouviu Savanah conversando com Bradley. Ele
decidiu fazer Savanah acreditar que também me odiava. Só depois que
ela acreditou nele é que ele veio e me contou, e fizemos um plano.
— Gabe fingiu me odiar enquanto reunia informações. Mas ele
precisava ganhar a confiança deles, o que significava ajudá-los com seus
planos sujos.
— Ele não sabia nada sobre a menina, mas com minha permissão, ele
drogou você. Gabe se sentiu extremamente culpado depois daquele
incidente e iria confrontar Bradley.
— Eu o parei. Estávamos tão perto de nosso objetivo final. Depois de
muita persuasão da minha parte e de Lexi, Gabe finalmente se acalmou.
— Eu sabia que nossa paciência valeria a pena. Especialmente porque
Bradley estava tão envolvido em seu próprio mundo, — explicou Adonis.
— Uau, — foi tudo o que consegui dizer.
Um plano tão elaborado, mas eu não sabia nada sobre ele. Abri a boca
para perguntar por que não sabia, mas fechei novamente.
Pensando nisso, Adonis fez a coisa certa porque quanto menos
pessoas soubessem, melhor. A culpa me comeu viva quando percebi que
fui rude com Gabe, pensando que ele havia traído Adonis.
— Rei Adonis Dimitri Grey. — Uma voz me tirou do meu processo de
pensamento.
Adonis parou em seu caminho e rosnou. Até Damien ficou tenso.
Quem diabos era? Eu me virei para ver um homem de meia-idade
com cabelos grisalhos caminhando em nossa direção com um sorriso
malicioso no rosto.
Em sua mão estava um pedaço de papel que ele segurava
orgulhosamente como se fosse um troféu. Adonis ficou
consideravelmente tenso, fazendo-me encarar este homem.
— Depois de muita deliberação, o conselho e eu decidimos que é hora
de você renunciar ao trono, — disse este homem.
Oh, ele era do conselho. Deveria ter reconhecido sua voz horrível.
— Você tem? Por que razão, posso perguntar? — Adonis parecia
muito calmo.
— Olhe o estado do seu palácio e você ainda não capturou o homem
responsável. Eu sei que demos a você um limite de tempo, mas ele
realmente deveria ter sido capturado agora. Se você não pode lidar com
isso, então como pode ser responsável por todas as vidas inocentes?
Este homem estava me dando nos nervos.
Antes que Adonis pudesse responder, eu fiz meu caminho até a frente
e olhei para esse idiota.
— Você está agindo como se os outros bandos não tivessem guerras
antes? Tenho certeza de que esta não é a primeira vez que você está
vendo o resultado de uma batalha.
Ele não pareceu muito satisfeito com minha resposta.
— Eu estava conversando com o rei.
— Bem, eu sou a rainha. Então, o que quer que você diga ao meu
companheiro, você diz a mim. — Eu fingi sorrir.
Ele bufou e abriu a boca, mas eu o impedi.
— Antes que mais lixo saia dessa sua boca, gostaria de educá-lo em
alguns pontos muito importantes.
— Em primeiro lugar, você deve pensar antes de abrir essa sua boca.
Adonis capturou o culpado e nós estávamos indo para lá agora, antes de
você nos interromper rudemente.
— Em segundo lugar, você acha que algum papel com algumas
assinaturas vai realmente remover Adonis do trono? Você está apenas
provando o quão burro você pode ser.
— Quando as pessoas o amam, o que são algumas assinaturas
estúpidas de alguns velhos que estão apenas com ciúmes? Por fim, o
maior erro que você cometerá é achar que Adonis é fraco.
— Quando ele tem eu e sua família apoiando-o, ele nunca será fraco.
Agora, acho que você sabe se foder. Temos coisas melhores para fazer.
O queixo deste homem caiu no chão enquanto Adonis envolveu sua
mão em volta da minha cintura e sorriu para mim, seu amor brilhando
em seus olhos.
— Você ouviu minha rainha. Cai fora, — disse Adonis ao vereador.
— Eu acho que isso é inútil. — Damien se aproximou e agarrou o
pedaço de papel de suas mãos antes de rasgá-lo em pequenos pedaços.
Sem esperar, nós nos afastamos.
— Oh, isso foi impagável. Eu gostaria de ter meu telefone para tirar
uma foto do rosto daquele bastardo. — Evan riu.
— Quem diria que você tinha isso em você? — Damien sorriu para
mim.
— Eu sabia. Ela é minha pequena. — Adonis sorriu para mim.
— Bem, eu tinha que dizer algo. Ele estava me irritando. — Eu revirei
meus olhos.
— Você é incrivelmente forte. Não deixe ninguém dizer o contrário,
— Damien me disse.
Eu sorri para ele enquanto Adonis segurava minha mão.
Fomos até as celas; a atmosfera mudou. Evan agarrou a mão de Niya,
provavelmente para se apoiar.
Adonis e eu nos olhamos antes de entrar. Bradley e Savanah estavam
conscientes agora. Enquanto Savanah parecia angustiada, Bradley parecia
calmo.
Gabe se aproximou e balançou a cabeça.
— Ele não disse nada.
Olhei para Bradley, que tinha um pequeno sorriso malicioso no rosto.
O bastardo ainda achava que tinha a vantagem. Luke ficou solenemente
no canto, seu olhar duro focado em seu irmão mais velho.
Sophia não estava em lugar nenhum. Ela provavelmente estava
descansando, e eu duvido que Luke a quisesse na frente de Bradley
novamente.
— Tratamento silencioso hein? Você sabe que todos os seus homens
estão mortos. Você não tem ninguém para ajudá-lo, — Adonis zombou.
Bradley manteve a compostura, mas vi o medo em seus olhos. Foi
apenas por uma fração de segundo, mas estava lá. Ele estava apenas
fingindo estar calmo; ele estava pirando por dentro.
— Eu ainda poderia matar sua companheira. Apenas um estalo de seu
pescoço e seu corpo sem vida estará deitado a seus pés, — Bradley
respondeu.
Damien e Adonis rosnaram para ele, fazendo Bradley sorrir. Ele só
queria uma reação, e conseguiu.
Bradley se levantou e caminhou em direção às barras, provocando
Adonis.
— Eu poderia envolver minhas mãos em torno de seu pequeno
pescoço em um movimento.
Adonis estava respirando pesadamente agora, seu Lycan perto de
assumir o controle. Olhando para Bradley, percebi por que ele estava
provocando Adonis.
Se Adonis perdesse o controle, ele tiraria Bradley de sua cela para
acabar com ele, e Bradley planejava ganhar a vantagem.
Ele poderia fugir se ameaçasse me matar ou matar qualquer outra
pessoa. Boa tentativa, espertinho, boa tentativa.
Fui até Adonis e coloquei minha mão em seu peito.
— Não deixe as palavras desse homem patético chegarem a você. Ele
quer que você fique com raiva.
Adonis agarrou minha mão como se fosse sua tábua de salvação.
Desta vez foi a minha vez.
— Você se acha tão inteligente, mas adivinhe, eu sou mais inteligente.
Enquanto você apenas usa sua companheira para executar seus planos,
meu companheiro me trata como seu igual. É por isso que você perdeu,
porque você nos subestimou. Adonis é rei por uma boa razão e parece
que você acabou de descobrir isso.
Bradley rosnou:
— Aproxime-se e deixe-me mostrar quem é mais forte.
Eu ri e me virei para Gabe.
— Traga-a para fora.
Gabe acenou com a cabeça e trouxe Savanah, que estava lutando, mas
sem sucesso. Eu vi os olhos de Bradley se estreitarem em confusão e
sorri.
— Já que você está tão decidido a me matar, eu acho que é justo que
Adonis mate sua companheira, — eu disse.
— Eu acho que uma senhora deveria matar uma senhora. Oh espere,
quero dizer uma vadia. — Eu olhei para Savanah.
O pânico se instalou em seus olhos e ela lutou contra o aperto de
Gabe.
— Ha. Como se eu acreditasse que você realmente vai matar minha
companheira. Você não tem isso em você, — Bradley zombou.
— Bradley, você precisa me ajudar. Não me deixe morrer, — lamentou
Savanah.
— Baby, ela está blefando. Como se ela fosse te matar. É apenas seu
plano para obter uma reação de mim. — Bradley riu.
Blefando? Eu? Minha Lycan ficou zangada com o desrespeito, e eu
também. Esse bastardo estava me subestimando, e eu não gostei disso.
Rosnando, agarrei Savanah das garras de Gabe e a empurrei em
direção à cela de Bradley. Eu nem hesitei enquanto envolvia minha mão
em volta do pescoço dela e o agarrei.
Descrença e raiva passaram pelos olhos de Bradley enquanto
observava o corpo de Savanah cair no chão, seus olhos sem vida olhando
diretamente para ele.
Ele ficou em silêncio por um momento antes de Bradley bater contra
as barras gritando:
— Eu vou te matar. Vou te matar, porra.
Adonis parou na minha frente e sorriu.
— Você queria matar minha companheira, mas olhe aonde isso te
levou.
Ele olhou para Gabe e Evan.
— Sede ele. Eu não quero que ele escape.
Bradley se debateu e gritou como um assassino sangrento, seus olhos
agora negros enquanto seu Lycan assumia o controle. Depois de muito
aborrecimento, ele foi sedado. Seu corpo inconsciente caiu no chão com
um baque.
— O que agora? — Damien perguntou.
— Nós o deixamos aqui. O corpo de Savanah também não deve se
mover daqui. A primeira coisa que ele deve ver são os olhos dela olhando
para ele, — eu respondi.
— Ele vai escapar. Um Lycan sem sua companheira pode se tornar
selvagem, — Evan me lembrou.
— Então ele morre. Amanhã de manhã, — decidiu Adonis.
Todos acenaram com a cabeça, exceto Luke, que estava no canto
olhando para o irmão.
— Adeus irmão. Para sempre, desta vez, — Luke finalmente disse
antes de sair das celas.
— Eu não sei sobre você, mas achei a jogada de Aarya super durona.
— Gabe piscou.
Eu ri e respondi:
— Você não viu nada ainda.
— Super fodão e super sexy, — Adonis sussurrou em meu ouvido, me
fazendo rir.
— Ok, vamos mantê-lo aqui, por favor, — Evan estremeceu.
— Ele está falando como se ele não fizesse sexo com sua companheira
todos os dias, — Adonis murmurou, fazendo Niya corar e Evan ir embora
rapidamente com Niya a reboque.
Enquanto saíamos das celas, me virei para Adonis.
— Agora o que acontece?
Ele sorriu e disse:
— Agora começa nosso para sempre.
Capítulo 36
Meu corpo estava exausto enquanto caminhávamos de volta para o
palácio. Meus olhos encontraram o campo sangrento onde todos aqueles
Lycans estavam, aqueles que lutaram por nós, não contra nós. Adonis
apertou minha mão.
— Esses valentes Lycans não morreram em vão. Vou garantir que eles
tenham um enterro adequado.
— Eu sei que você vai. — Eu sorri tristemente.
— Eu sei quem ficará feliz em ver você, — Niya gritou.
— O que? — Eu perguntei, confusa.
Quando entramos no palácio, um borrão correu em minha direção e
me pegou.
— Carter, me coloque no chão. — Eu ri.
— Oh, Risonha, estou tão feliz que você está bem. — Carter me
colocou no chão enquanto seus olhos corriam para cima e para baixo
para verificar se havia algum ferimento.
— E quanto ao seu ferimento? Um toque e você está fora para o resto
da batalha, — eu provoquei.
Carter fez beicinho.
— Isso não é justo. Você é uma Lycan agora, muito mais forte do que
eu.
Adonis pigarreou antes de me puxar de volta para ele e colocar a mão
em volta da minha cintura.
Um sorriso apareceu no meu rosto quando percebi que Adonis estava
com ciúmes. Eu queria rir, mas continuei sabendo que não era a hora
certa.
— Obrigado por toda a sua ajuda. — Adonis parecia estar falando
com um estranho.
— Sem problemas. Somos uma família agora. Minha melhor amiga e
cunhada fazem parte do seu bando. Família ajuda família. — Carter
sorriu para mim.
— Sim, o que significa que a família não fica com ciúmes da família,
— eu sussurrei para Adonis, que apenas olhou para mim.
— Eu sou um homem ciumento, baby, eu não posso evitar, — Adonis
sussurrou de volta.
— Sobre o que vocês dois estão cochichando? — Carter perguntou.
— Acredite em mim, você não quer saber, — Evan murmurou, mas foi
acotovelado por Niya, que balançou a cabeça.
— Nada, não se preocupe com isso, — respondi.
— É melhor você não manter mais segredos de mim, Risonha. A
menos que seja sobre sua vida sexual porque eu realmente... — Carter
parou quando uma tosse alta o interrompeu.
Meu pai ficou lá com um olhar:
— Eu não quero saber o que minha filha faz com seu companheiro —
em seu rosto.
— Se eles soubessem, — Adonis murmurou em meu cabelo, fazendo-
me enterrar meu rosto no peito de Adonis, totalmente mortificada.
Trarei Carter de volta por isso. A última coisa que eu precisava era
meu pai descobrir sobre minha vida sexual.
— Oh, meu bebê, olhe para você. — Mamãe se aproximou e me
puxou para fora do meu momento embaraçoso, me abraçando.
— Estou bem, mãe, honestamente. — Eu a abracei de volta. O abraço
de uma mãe torna tudo melhor, eu juro.
— Sim, sua filha é foda. — Damien sorriu.
— Diga-nos algo que não sabemos. — Sai fez sua presença conhecida
bagunçando meu cabelo.
Eu fiz uma careta para ele enquanto tentava consertar. Sai apenas
sorriu e bagunçou novamente. Eu não perdi isso, mas obviamente ele fez.
— Por mais que eu adorasse sentar com todos vocês e conversar,
preciso de um banho e da minha cama, — eu disse.
— Claro que sim. Vá descansar, estaremos aqui até amanhã, — meu
pai respondeu, me dando um abraço rápido.
Depois de me despedir, subi as escadas, desesperada por um banho.
Adonis ficou no andar de baixo para se certificar de que minha família
estava bem.
Não demorei muito para entrar no quarto, tirar a roupa suja e entrar
no chuveiro.
A água quente batendo na minha pele me fez suspirar. Parecia que
hoje era um dia sem fim. Tomei meu tempo lavando meu cabelo e
esfregando minha pele até que ficasse vermelha. Quando finalmente
decidi sair, o cheiro de comida fez meu estômago roncar. Rapidamente
me vesti e fiquei surpresa ao ver toda uma comida espalhada.
Adonis ficou sentado sorrindo.
— Você demorou. Eu estava com medo de precisar entrar lá e agarrar
você antes que a comida esfriasse.
— Você estava com medo? Acho isso difícil de acreditar, — eu zombei.
Adonis riu.
— É verdade.
— Claro, vou me lembrar disso da próxima vez que vocês quiserem
tomar banho juntos. — Eu revirei meus olhos.
— Vamos, você precisa comer. — Adonis agarrou minha mão e me
sentou ao lado dele.
Ele estava certo, eu precisava de comida. Então, sem perder um
segundo, peguei um prato e enchi-o com todos os tipos de comida
deliciosa. Comer como uma dama nem me ocorreu enquanto eu enchia
meu estômago. Depois de comer o suficiente, desabei na cama com um
suspiro alto.
— Satisfeita? — Adonis deu uma risadinha.
— Muito, — respondi.
— Eu não posso acreditar que acabou. — Adonis olhou para mim com
preocupação em seus olhos.
— Você está pensando que algo mais vai acontecer, não é? — Eu
perguntei.
Adonis acenou com a cabeça e eu balancei minha cabeça, levantando
e indo até ele.
— Não faça isso. Vencemos esta batalha, Adonis. Bradley não nos
causará mais problemas. Tenho certeza de que o conselho vai nos deixar
em paz por enquanto. — Eu ri no final.
— Sim, graças a minha companheira incrível. — Adonis sorriu.
Eu virei dramaticamente meu cabelo.
— Eu sei, sou muito boa.
Adonis me puxou para ele e gemeu:
— Você sabe o quanto você me torturou hoje? O número de vezes que
tive que esconder minha ereção de todos.
A risada escapou da minha boca antes que eu pudesse detê-la. Pensar
em Adonis tentando esconder sua ereção só me fez rir ainda mais.
— Você acha isso engraçado? — Ele revirou os olhos.
— Eu sinto muito. É, só um pouco. — Tentei parar de rir.
Antes que eu percebesse, Adonis me pegou e me jogou na cama,
fazendo-me gritar. A risada parou assim que vi seus olhos.
Ele se arrastou até a cama com um sorriso malicioso no rosto.
— É uma coisa boa eu não ter que esconder mais minha ereção esta
noite.
Engoli o nó na garganta.
— Hum... eu... meu...
O sorriso de Adonis nunca deixou seu rosto enquanto ele se abaixava
e mordiscava minha orelha.
— Minha pequenoa companheira não tem nada a dizer?
— Meus pais. — Tentei inventar uma desculpa.
— Estão em um andar completamente diferente. Você sabe que todo
este andar é só nosso, meu amor. — Adonis tentou não rir de mim.
— Mas. — Meu cérebro não tinha mais nada a dizer.
— Hmm... — Adonis me divertiu enquanto deixava beijinhos da
minha orelha até o pescoço, me fazendo estremecer.
De repente, foi como se meu cérebro tivesse parado de funcionar. Eu
não conseguia pensar em mais nada além do prazer que Adonis estava
me causando.
— Você está com medo, pequena? — ele perguntou.
— Parece que você quer me devorar, — admiti.
— E isso te deixa com medo? — Adonis olhou para mim, preocupado.
— Não, isso me deixa nervosa. Meu corpo vai doer como uma cadela
amanhã, — eu respondi.
Adonis soltou um suspiro.
— Eu pensei que você estava com medo. Eu não faria nada se você se
sentisse assim, mas agora eu sei que você quer isso...
Ele não perdeu tempo em puxar para baixo minhas calças e agarrar
meu núcleo.
— Porra. — Eu arqueei meu corpo para fora da cama, sentindo a
língua hábil de Adonis fazer sua mágica.
— Isso vem depois. Deixe-me provar você primeiro. — Adonis sorriu.
Lambida após lambida, Adonis me torturou enquanto meu corpo se
debatia.
— Adonis, por favor, — eu implorei.
— Agora não. Não se atreva a me soltar antes que eu diga, — disse
Adonis.
Soltei um grito de frustração, mas isso se transformou em um gemido
quando Adonis inseriu dois dedos e os bombeou para dentro e para fora
do meu núcleo.
— Oh Deus. Adonis, eu não posso... — Eu me esforcei para formar
uma frase.
A resposta de Adonis foi bombear os dedos ainda mais rápido. Uma
lambida no meu núcleo, e eu não pude segurar por mais tempo.
— Foda-se, — eu gritei enquanto sentia meus sucos derramarem.
Minha cabeça caiu para trás no travesseiro enquanto eu respirava
pesadamente para recuperar o fôlego.
Adonis tirou os dedos e eu observei enquanto ele os lambia para
limpá-los.
— Você me desobedeceu, — ele resmungou.
— Eu tentei, mas é difícil. — Eu fiz beicinho.
— Talvez sim, mas você ainda me desobedeceu. Eu acho que uma
punição está em curso, — Adonis disse, um brilho perverso em seus
olhos.
Ele se levantou e entrou no armário antes de sair com um pedaço de
pano de seda.
— O que você vai fazer? — Eu perguntei.
Ele não respondeu, ao invés disso levantou minhas mãos e as segurou
atrás da minha cabeça. A realização cruzou meu rosto enquanto eu
lutava, mas foi inútil.
Adonis usou o pano de seda para amarrar minhas mãos na cabeceira
da cama.
— Não se mexa. Se você decidir fugir, terei de puni-la ainda mais, —
disse-me Adonis.
Eu poderia facilmente sair dessa, mas ver seu rosto me fez pensar o
contrário. Além disso, uma parte de mim não conseguiu evitar de ficar
excitada. Hormônios estúpidos.
Adonis rasgou minha blusa, fazendo-me engasgar.
— Há tantas coisas que quero fazer com você, pequena, mas temos
muito tempo. Agora tudo que eu quero fazer é enterrar meu pau em sua
boceta apertada.
Conversa suja, ele sabia o quanto eu amava isso.
Eu assisti enquanto Adonis tirava suas roupas, muito lentamente.
Minhas mãos estavam coçando para arrancá-las e eu gemi de frustração.
Isso era parte de sua punição, e era punição.
— Adonis, — eu gemi.
— Não. Não faça isso, pequena, — Adonis avisou.
Fechei os olhos e desejei que meu cérebro pensasse em outra coisa.
Um rosnado agitou esses pensamentos.
— Olhos em mim. Não os deixe fechar, — Adonis rosnou.
Porra. Isso foi uma tortura absoluta, mas eu fiz o que ele disse. Meus
olhos estavam grudados nos seus olhos castanhos enquanto ele ainda
demorava para tirar as roupas.
Eu lutei na cama, implorando para ele se apressar, mas ele apenas
ficou lá com um sorriso triunfante no rosto.
— Agora você sabe que não deve me desobedecer. Posso piorar as
punições.
— Tudo bem, sim, aprendi minha lição. Por favor, você poderia me
foder? — Eu gritei.
Adonis arrancou o resto de suas roupas em uma fração de segundo e
se posicionou perto do meu núcleo, que estava implorando para ele
entrar em mim.
— É isso que você quer? — Adonis provocou a minha entrada com seu
pau.
— Oh Deus, por favor, Adonis. — Eu levantei meu núcleo para tentar
encorajá-lo.
Lentamente, Adonis avançou. Urgh, tão perto. Todas essas
provocações eram uma tortura. Espere, Adonis, vou retribuir o favor.
— Adonis! — uma voz alta chamou, nós dois pulamos.
Não, isso não estava acontecendo. Ignore, eles irão embora.
— Adonis! — eles gritaram novamente.
— Você está brincando comigo? — Eu gritei.
Adonis agarrou meus quadris para que eu não me movesse. Ele
também parecia chateado.
— Estou ocupado, vá se foder.
— Adonis, você precisa vir agora, — a voz de Gabe gritou.
Foda-se, Gabe. Você sabe o que diabos está acontecendo aqui? Adonis
soltou meus quadris e se levantou.
Suspirando, rasguei a seda para liberar minhas mãos e me levantei.
Frustrada e com tesão. Que sorte a minha também.
— Eu juro para você, se isso não for uma questão de vida ou morte,
vou jogar Gabe na porra das celas por um dia.
Adonis ficou lá, chocado, enquanto eu corria para o banheiro e lavava
meu rosto corado.
Fosse o que fosse, eu realmente não queria sair com uma cara que
dizia: — Eu estava tão perto de ser fodida.
Voltei a me vestir rapidamente, saí do banheiro e vi Adonis vestido,
com um olhar solene no rosto.
Bem, quanto mais cedo acabarmos com isso, mais cedo poderei voltar
a esta cama e obter o orgasmo que tanto mereço.
Nós dois saímos do nosso quarto e vimos Gabe parado lá com uma
expressão ilegível no rosto.
— O que é? — Adonis perguntou.
— Há uma situação lá embaixo. — Gabe olhou para mim e hesitou.
Que diabos? Foi um dos membros da minha família?
— Que situação? — Eu perguntei. Um pouco de preocupação
apareceu.
— Aarya, se você não vier aqui neste exato segundo, vou matar todos
que você ama, — gritou uma voz familiar.
Meus olhos se arregalaram em choque quando registrei a voz.
Puta merda, isso era ruim, muito ruim.
Meu olhar se voltou para Adonis, que apertou a mandíbula e desceu
as escadas, a raiva irradiando dele em ondas. Ele estava perto de perder o
controle, e isso não seria bom para ninguém.
Porra, por que não podemos ter um dia normal?
Corri escada abaixo, todos os pensamentos sobre sexo expulsos da
minha mente.
Acho que ser uma rainha vem antes do meu próprio prazer.
Capítulo 37
Meu sangue gelou quando vi Diya mantida como refém por ninguém
menos que Hunter. Uma faca foi pressionada contra o pescoço de Diya e
uma bomba foi amarrada ao peito de Hunter.
Minha família inteira estava tensa enquanto cercavam Hunter. Niya
estava sendo contida por Evan. Sua necessidade de proteger sua irmã era
clara para mim.
Adonis já estava rosnando para Hunter. Guardas cercaram o local,
apenas esperando o comando de Adonis.
Eu sabia que eles poderiam matá-lo facilmente, mas foi Diya e a
bomba que me preocuparam.
Assim que desci, seus olhos se conectaram aos meus. Meu coração
estava disparado, mas me esforcei para manter a calma. Esta era uma
situação delicada.
— Aarya, você está aqui, — Hunter respirou, sorrindo para mim.
Adonis ficou na minha frente, bloqueando Hunter de me ver.
— Deixe-me vê-la, — Hunter exigiu.
Adonis zombou:
— Eu não recebo ordens de você, vira-lata.
Ele estava lutando para manter o controle, sua voz tornou-se mais
grave. Eu apertei sua mão e seus ombros tensos relaxaram um pouco.
Hunter rosnou:
— Deixe-me vê-la.
Desta vez, ele pressionou a faca contra o pescoço de Diya, fazendo-a
choramingar. Carter, que estava sendo contido por Damien, lutou contra
o aperto de Damien.
— Eu vou matar você. Vou rasgar você, membro por membro, —
Carter fervia de raiva, mostrando sua possessividade por sua
companheira. Ele não era mais o alfa brincalhão, mas sim muito
zangado.
Niya rosnou, tentando atacar Hunter, mas Evan a segurou. Niya era
mais fácil de controlar do que um certo Lycan. Se Adonis ficasse com
raiva, não seria nada bonito. Seu Lycan estava perto de assumir o
controle.
Diya não se machucaria por minha causa. Então, empurrei Adonis de
lado e deixei Hunter me ver. Obviamente, Adonis não gostou disso, mas
eu agarrei sua mão novamente, esperando que ele entendesse a ideia.
— Você está diferente agora. — Hunter olhou para mim com
adoração em seus olhos.
Essa adoração era o que eu queria ver meses atrás. Agora isso só me
deixou doente. A única pessoa que eu queria ver estava bem ao meu lado.
— Eu sou uma Lycan agora, Hunter. — Eu mantive toda emoção
longe da minha voz.
— Uma linda, — respondeu Hunter.
Adonis rosnou, mas eu o puxei de volta. O Hunter que eu conhecia
nunca faria nada para prejudicar ninguém. Eu esperava que ele ainda
estivesse lá.
— O que você quer? — Eu perguntei.
— Você, — ele respondeu simplesmente.
Mais uma vez, senti a raiva de Adonis crescendo. Eu precisava
difundir isso e rápido.
— O que te faz pensar que irei com você? — Minhas sobrancelhas se
ergueram.
— Você é minha. Vim cumprir minha promessa a você, — afirmou
Hunter.
Desta vez foi Carter quem rosnou.
— Aarya não é sua, ela nunca foi. Ela nasceu para ser uma rainha; ela
nasceu para ser a companheira do rei. De que promessa você está
falando? Você quebrou isso quando saiu do carro com sua companheira.
Lembra?
O olhar de Hunter se voltou para Carter.
— Eu não tenho uma companheira.
A confusão estava gravada em nossos rostos. O que ele estava
falando? Algo aconteceu com Lana?
— Eu terei uma em breve, no entanto. — Seu olhar estalou para o
meu.
— Hunter, você precisa deixar Diya ir, — eu disse, me aproximando
dele.
Adonis rosnou com a perda de contato, sua postura se tornando
predatória. Ele estava pronto para atacar se Hunter colocasse um dedo
em mim.
— Solte Diya, Hunter. Não vou chegar mais perto de você de outra
forma, — eu tentei negociar.
— Então, você vem comigo? — ele perguntou, animado.
Seu aperto na faca afrouxou. Eu vi isso e, felizmente, Diya também.
Sem perder um segundo, ela deu uma cotovelada no estômago de Hunter
enquanto eu agarrava a faca para que ela pudesse escapar.
Hunter desabou no chão e eu atirei a faca para longe.
— Tire aquela bomba dele e jogue-o nas masmorras, — Adonis gritou
ordens e me arrastou para longe de Hunter.
— Ela me traiu, — Hunter sussurrou.
Eu parei no meu caminho e me virei. Hunter me olhou entrecortado.
A bomba havia sido arrancada de Hunter, mas ele não parecia se
importar com isso.
Carter olhou para mim e depois de volta para Hunter.
— Lana? — ele perguntou.
Hunter balançou a cabeça lentamente. Lágrimas se formaram em
seus olhos e ele balançou a cabeça para tentar limpá-las.
— Por que? Quando? — Carter perguntou.
— Eu descobri um pouco antes de você vir aqui e me deixar no
comando. Ela estava agindo de forma estranha nos últimos meses, e eu
não conseguia descobrir o porquê.
— Eu a segui quando ela saiu de nossa casa, e ela dirigiu por cerca de
quinze minutos antes de parar nesta casa. Ela nem bateu; ela tinha uma
chave e entrou direto.
— Ouvi um garotinho gritar 'mamãe' e meu coração se partiu.
Naquele momento, pensei que ela tinha um filho que escondeu de mim
porque estava preocupada com a minha reação.
— Mas então eu ouvi a voz de um homem. Ele estava dizendo a ela o
quanto a amava e sentia sua falta. Lana disse que sentia falta dele
também. Minha própria companheira dizendo a outro homem que o
amava.
— Fui confrontá-la quando ela disse que logo me rejeitaria. Ela não
suportava viver sem ele e seu filho.
— Mas eu não dei a ela a satisfação de me rejeitar. Eu irrompi e a
rejeitei. Em vez de remorso, ela estava realmente feliz.
— Enquanto meu coração se despedaçava, ela pulou nos braços
daquele homem. Ela nem se importou que eu estivesse bem ali. —
Hunter estava quebrado no final de sua história.
Diya se agarrou a Carter, enquanto Carter parecia perturbado. Os
dois sempre foram tão próximos. Ouvir o que Hunter passou teria
machucado Carter também. Acho que todos sentiram a dor.
Sua companheira deveria ser sua melhor amiga, sua amante, mas para
Hunter, esse não era o caso. A dor que ele sentia era toda por causa de
sua companheira.
Senti a raiva crescendo dentro de mim. Lana conhecia os efeitos do
vínculo de companheiro, mas ainda assim ela brincava com Hunter.
Adonis deu um passo atrás de mim e sua presença acalmou a raiva
que ameaçava escapar.
Não pude evitar as lágrimas que caíram. Hunter não era malicioso ou
possessivo; ele estava quebrado. Ele tinha sido quebrado da pior maneira
possível.
— Minha companheira tinha uma família. Ela não me quis. O vínculo
de companheiro a fez ficar comigo, mas ela nunca me quis, ela apenas me
usou. Quebrou meu coração e partiu, — Hunter sussurrou.
Caminhei em direção a Hunter e me ajoelhei para ficar cara a cara
com ele. A raiva de Adonis era evidente, mas me virei para ele e balancei a
cabeça.
Hunter não faria nada. Eu tinha certeza disso
— Hunter, — eu sussurrei.
Seus olhos dispararam para os meus. Tristeza, angústia e devastação
estavam brilhando.
— Eu sei que é difícil. A rejeição não é fácil, mas você não pode deixá-
la vencer. O que ela fez com você foi horrível, mas você é mais forte do
que isso. Você é uma das pessoas mais fortes que conheço. Há alguém lá
fora para você, alguém que é digno do seu amor, e nós dois sabemos que
esse alguém não sou eu. — Eu sorri tristemente.
Hunter suspirou,
— Eu sei. Você nunca foi feita para ser minha. Carter estava certo,
você nasceu para ser a companheira do rei. Acho que minha raiva me
cegou. Sinto muito, não tive a intenção de machucar ninguém.
Carter falou.
— O que você passou é algo que não desejo a ninguém. Seus
sentimentos levaram a melhor sobre você, mas admitir seus erros é algo
admirável. Você sempre esteve lá para mim, então desta vez estou aqui
para você.
Hunter sorriu tristemente.
— Obrigado, cara. Mas estou deixando meu papel como beta. Eu não
mereço isso, não depois de tudo isso.
Carter riu.
— Nem pense nisso. Não vou encontrar um beta melhor para a
matilha. Você vai ficar, mas vou deixar você ter algumas semanas de
folga. Vá e viaje, explore novos lugares e, quem sabe, talvez você encontre
alguém.
Hunter se encolheu.
— Acho que meu coração está fechado.
— Nunca diga nunca, — eu o lembrei.
— Obrigado, Aarya. Você realmente é uma das melhores pessoas que
eu conheço. — Hunter sorriu.
— Ela é. — Adonis fez sua presença ser conhecida, agarrando minha
mão para que eu ficasse de pé.
Foi um sinal de posse. Eu queria revirar os olhos, mas em vez disso
apenas sorri para ele, e ele me puxou para mais perto dele.
— Vamos, cara, vamos para casa. Não quero que a matilha fique sem o
alfa ou o beta. — Carter ajudou Hunter a se levantar.
— Risonha, eu teria ficado mais tempo se pudesse, mas o dever
chama. Você sabe que estou sempre à distância de um telefonema. —
Carter me abraçou.
— Eu entendo. Você tem responsabilidades. Lembre-se de me ligar
quando chegar em casa, — respondi.
— Sim, mãe, — Carter brincou.
— Vocês não estão cansados? Essa viagem vai ser muito longa, — Niya
saltou.
— Vamos nos revezar na direção. Vou dirigir primeiro para deixar
esses caras dormirem. — Diya foi até a irmã e deu-lhe um grande abraço.
Depois de nos despedirmos de Carter, Diya e Hunter, todos
decidiram voltar para seus quartos. Não precisava ser um gênio para
descobrir que todos estavam exaustos. Os últimos dias foram difíceis
para todos.
Mamãe me deu outro abraço e disse que eu fiz a coisa certa. Mesmo
que eu não precisasse, ouvir mamãe dizer isso me fez sentir um pouco
melhor.
Por alguma razão, eu não tinha certeza se havia traído Adonis ao dar a
Hunter uma segunda chance.
Adonis pode ser ciumento e possessivo, mas não era injusto. Ele pode
não gostar de Hunter, mas meu coração sabia que ele não ficaria bravo.
Voltei para o meu quarto com Adonis ao meu lado.
— Desculpe se eu irritei você. — Quebrei o silêncio.
— Você não fez. Eu queria ficar com raiva de você, mas percebi que
simplesmente não posso estar. — Ele suspirou.
— Por que? — Eu perguntei.
— Porque você fez a coisa certa. Hunter estava quebrado, e você viu
isso. Você deu a ele uma segunda chance. Enquanto isso, eu estava cego
de ciúme, então não estava pensando direito, — respondeu Adonis.
— O que aconteceu com Hunter foi horrível. Tudo o que desejo para
ele é felicidade. Ver todos ao seu redor apaixonados por seus
companheiros deve ser difícil. — Eu soltei um suspiro.
— Ele vai conseguir. Mas chega de Hunter. Acredito que fomos
interrompidos. — Adonis sorriu.
Adonis não esperou que eu respondesse, ao invés disso me pegou e
voltou para o nosso quarto em um ritmo rápido. Claramente, alguém
estava ansioso.
Ele me jogou na cama, e aquele olhar predatório estava de volta em
seu rosto. Eu me peguei ficando animada, mas não queria dar a ele essa
satisfação. Ele me deixou nervosa, agora era a hora da vingança.
Toda aquela provocação e sua punição iriam mordê-lo na bunda.
Embora eu não tivesse certeza se seria mais tortura para mim ou para ele.
A julgar pela protuberância crescente, meu palpite foi o último.
Bocejei e disse:
— Hoje não. Estou exausta, preciso dormir.
Seu rosto mudou para um de choque quando entrei nas cobertas e
fechei os olhos.
— Que porra é essa? — Eu o ouvi murmurar.
Levou tudo em mim para não cair na gargalhada quando ele se trocou
e subiu na cama.
— Amanhã, certo? — ele perguntou, parecendo uma criança.
— Veremos. Meus pais estão aqui e quero passar um tempo com eles.
— Eu me aconcheguei no edredom.
— Desmancha prazeres, — ele murmurou.
Uma parte de mim se sentia um pouco culpada, mas uma parte maior
de mim estava gostando muito disso. Provocar Adonis era
definitivamente uma das minhas coisas favoritas a fazer.
— Boa noite, Adonis, — eu disse, tentando não rir.
— Sim, boa noite, — respondeu ele.
Não demorou muito para ele me puxar para mais perto, então agora
eu estava de frente para o seu peito. Algo sobre dormir nos braços de seu
companheiro era simplesmente incrível.
Eu me aninhei no peito de Adonis, e ele apertou seu aperto em volta
de mim. Não demorou muito para meus olhos ficarem pesados.
Os eventos dos últimos dias cobraram seu preço em meu corpo, então
aceitei dormir de braços abertos.
Capítulo 38
— Não faça isso, pequena. Você me provocou o suficiente hoje, —
Adonis rosnou.
— O rei não consegue lidar com algumas provocações? — Eu suspirei.
Os olhos de Adonis se estreitaram.
— Você vai ter tantos problemas.
— O que quer que seja. — Eu joguei meu cabelo para trás.
— É isso. — Adonis se lançou para mim.
Acho que devo voltar algumas horas até esta manhã. Acordar foi
incrível. Meu corpo estava muito melhor e parecia que um peso havia
sido tirado de meus ombros.
Adonis enterrou o rosto no meu cabelo e respirou meu perfume.
— Eu não quero me levantar, — Adonis murmurou.
— Nem eu, mas meus pais estão aqui. Quero passar algum tempo
com eles antes de irem. — Relutantemente, me desvencilhei do calor de
Adonis e fui para o banheiro me arrumar.
Quando desci as escadas, meus pais e família já estavam sentados lá
conversando. Damien, Gabe e Evan também estavam lá.
— Bom dia. — Eu fiz minha presença conhecida.
— Bom dia, você dormiu bem? — Evan perguntou, um brilho
provocante em seus olhos.
— Melhor do que você, claramente. Talvez da próxima vez você deva
realmente dormir, — eu brinquei.
Evan revirou os olhos, enquanto Gabe e Damien riam.
— Vou fingir que nunca ouvi isso, — Sai murmurou.
— Amo você, mano. — Eu ri.
— Querida, vamos voltar depois do café da manhã. — Mamãe sorriu
tristemente.
— O que? Por que não depois do almoço? — Eu perguntei.
— Oh, querida, precisamos voltar. Seu pai e irmão têm
responsabilidades que não podem ignorar. — Mamãe veio me dar um
abraço.
Suspirei.
— Gostaria que você pudesse ficar mais tempo.
— Da próxima vez, — mamãe prometeu.
— Você precisa fazer uma visita a seguir, — papai brincou.
— Oh, fiquem quietos. Ela é a rainha, com muito mais
responsabilidade do que nós, — respondeu a mãe.
— Papai está apenas brincando, mamãe. — Eu sorri.
— Só porque você é a rainha não significa que você não pode vir nos
visitar, — Sai interrompeu.
— Eu mal posso esperar para você ir embora. — Eu coloquei minha
língua para fora.
— Uau, Aarya, tão madura. — Sai revirou os olhos.
— Ahh, as alegrias de ter meus filhos juntos novamente. — O
sarcasmo de papai fez os Lycans rirem.
Zoya ficou sentada, bebericando o seu café, os olhos cheios de riso.
— O que eu perdi? — Adonis desceu as escadas, seu cabelo ainda
molhado do banho.
Queria tanto passar minhas mãos por seus cabelos. Droga, aposto que
ele fez isso de propósito. Ele sabe que amo seu cabelo.
— Apenas drama regular entre irmãos. — Damien riu.
— Você está brincando com seu irmão, pequenina? — Adonis veio e
perguntou.
Claro que ele perguntaria isso. Provavelmente tentando se vingar de
ontem.
— Veja, até mesmo seu companheiro sabe o quão difícil você é. — Sai
parecia orgulhoso.
— Você quer que eu comece a expor seus segredos? — Eu perguntei,
minhas mãos em meus quadris.
O olhar presunçoso de Sai caiu e ele olhou para mim com horror.
— Você não faria isso.
— Experimente, — eu atirei de volta.
Papai tomou um gole de seu café antes de responder:
— Sai, você é um homem crescido. Pare de provocar sua irmã, você
sabe que ela vai te envergonhar.
— A princesinha do papai, — Sai murmurou em sua xícara de café.
Zoya deu um tapinha nas costas dele, mas olhou para mim, rindo.
Decidi não dizer mais nada, senão seria mamãe me repreendendo.
Todos nós sabemos que as mães também não se detêm.
— Você sabe que é meu companheiro. Você deveria estar do meu
lado. — Eu olhei para Adonis, tirando sua mão do meu ombro e indo
sentar ao lado dos meus pais.
— Oh irmão. Nunca irrite sua companheira. Tenho certeza de que é
um conhecimento básico. — Damien balançou a cabeça para Adonis.
Adonis não pareceu perturbado. Em vez disso, ele tinha aquele brilho
perverso em seus olhos.
Eu fingi ignorar Adonis enquanto tomava o café da manhã com
minha família. Niya desceu bocejando e os meninos não perderam a
oportunidade de provocar Evan. Niya se sentou ao meu lado e bebeu
uma xícara de café.
Alguém teve uma longa noite. Eu tentei, mas não consegui segurar
minha risada. Niya olhou fracamente para mim, o que me fez rir mais.
— Acho que é a nossa deixa para sair, — disse Sai, levantando-se.
— Já? — Não pude evitar a tristeza em minha voz.
— Oh, querida, nós ficaríamos mais tempo se pudéssemos, mas seu
irmão está certo. Devíamos partir. — Mamãe suspirou.
— Sim, eu acho que sim. — Meu bom humor desapareceu.
Eu não percebi o quanto eu sentia falta da minha família até que eles
tiveram que ir embora novamente. Depois de dar longos abraços em
minha família e prometer que voltaria para casa, observei o carro partir.
Adonis tentou segurar minha mão, mas eu encolhi os ombros, indo
para Niya ao invés.
— Está tudo bem ficar triste. — Niya me confortou.
— Já estou com saudades deles. — Suspirei.
Adonis segurou minha mão e me puxou para seu abraço. Eu respirei
seu cheiro viciante e enterrei meu rosto em seu peito. Acho que não
poderia ficar com raiva dele por muito tempo.
— Pequena, eu sei que esta pode não ser a hora certa, mas você
deveria saber. Bradley está morto.
Eu olhei para Adonis, que não mostrou nenhuma emoção, mas eu
sabia que ele estava sofrendo por dentro.
— Bom. Ele não vai causar mais problemas para nós, — respondi.
Adonis apenas balançou a cabeça, me trazendo de volta em seu
abraço caloroso.
— Ei. — Uma voz quebrou nosso abraço.
— Sofia? — Eu olhei para cima e para baixo em busca de qualquer
sinal de que Bradley a machucou.
— Já estou curada, — disse ela.
Fui até ela e ela me puxou para um abraço.
— Oh Deus, eu não posso te dizer o quão preocupada eu estava. —
Minha voz falhou e as lágrimas ameaçaram cair.
— Sim, bem, estou com raiva de você, — respondeu ela.
— O que? Por que? — Eu perguntei, confusa.
— Porque, Aarya, você ia se entregar por mim. Quão estúpida você
poderia ser? — Sophia balançou a cabeça.
— Eu disse a ela para não fazer isso, — acrescentou Adonis.
— Você pode estar com raiva de mim, eu não me importo. Não havia
outra opção e eu sou a rainha. Certamente minha decisão não deve ser
questionada. — A raiva cresceu dentro de mim.
Sophia recuou de repente, enquanto os outros olharam para mim,
preocupados. Adonis se aproximou de mim.
— Acalme-se.
A raiva desapareceu e eu suspirei.
— Quer saber, já se passaram muitos dias. O que quer que tenha
acontecido, está feito. Não podemos mudar o passado, então por que
falar sobre isso? — Eu olhei para todos em volta.
— Você tem razão. Chega de falar sobre isso, — Niya concordou.
— Eu realmente preciso ir a cidade. Vamos, Evan. — Niya arrastou
Evan.
— Eu vou entrar — Damien disse.
— Eu vou também, — acrescentei.
— Não, você está ocupada hoje, — respondeu Adonis.
— O que? — Eu olhei para ele confusa.
Ele não me respondeu, apenas me pegou e me jogou por cima do
ombro.
— A sério? Ponha-me no chão, — eu rosnei.
— Divirtam-se rapazes. Minha companheira e eu precisamos ter uma
longa conversa. — Eu podia ouvir o sorriso malicioso em sua voz.
Eu ouvi as risadas de todos enquanto Adonis me carregava de volta
para o nosso quarto.
— Foda-se, — eu disse, resmungando.
— Essa sua boca, — Adonis resmungou antes de bater na minha
bunda.
— Não faça isso, — eu engasguei.
— Por que? Isso está te excitando? — ele perguntou.
Eu zombei:
— Não, apenas não faça isso.
Mentiras. Claro que sim. Adonis saberia disso de qualquer maneira.
Adonis me largou na cama, mas eu não dei a ele a chance de fazer
nada. Eu pulei, a adrenalina bombeando pelo meu corpo.
Adonis sorriu para mim; sua língua correu por seus lábios. Porra, eu
queria tanto beijá-los.
— Quer que eu te persiga?
Fui até Adonis e deixei pequenos beijos em seu rosto, nunca beijando
seus lábios. Adonis gemeu; seus braços se apertaram em volta da minha
cintura.
— Não, eu quero que você me pegue, — eu sussurrei no ouvido de
Adonis.
Ele claramente não esperava por isso. Por uma fração de segundo,
seus braços se afrouxaram, e aproveitei a oportunidade para me abaixar e
correr para fora do nosso quarto.
Desta vez, corri pelo palácio antes de sair.
Adonis soltou um rosnado, fazendo com que os pelos do meu corpo
se arrepiassem. Minha Lycan e eu estávamos animadas.
Rindo, corri para fora e me lancei em uma árvore. Adonis passou
direto por mim e esperei alguns segundos antes de pular silenciosamente
e correr de volta para dentro.
Honestamente, eu estava apenas seguindo o rumo do que quer que
acontecesse. Eu não tinha nenhum plano, mas descobri que estava
funcionando a meu favor. Correndo direto para o meu quarto, corri para
o meu armário e encontrei a peça de lingerie que estava procurando.
O mais rápido que pude, coloquei-a. Era uma peça única preta sexy
com um decote profundo que ia até logo acima do meu umbigo. O
detalhe de renda era deslumbrante.
Eu combinei isso com um robe de seda e tirei meu cabelo, passando
meus dedos por ele.
Eu ouvi o rosnado de Adonis lá fora, nos jardins, e uma ideia tortuosa
se formou na minha cabeça.
Saí em nossa varanda. Com certeza, Adonis estava parado ali,
respirando pesadamente, seu Lycan claramente farejando onde eu estava.
— Adonis, — eu chamei.
Seus olhos se fixaram nos meus. Lentamente, desfiz o manto de seda
e observei seu rosto enquanto o deixava cair.
— Gostou do que está vendo? — Eu sorri.
Adonis rosnou e correu para dentro. Um arrepio de excitação
percorreu meu corpo. Eu o ouvi gritar: — Ninguém no meu andar.
Ninguém.
Eu me posicionei perto da varanda de forma que parecia que eu ia
pular.
Adonis bateu à porta aberta, seus olhos encontrando os meus e a
luxúria os enchendo rapidamente.
— O que aconteceu? O rei não conseguiu me encontrar? — Eu ri.
— Venha aqui, pequena. — Os olhos de Adonis não deixaram os
meus.
— Hmm... não. Eu gosto daqui. Estou pensando que todos deveriam
ver o que estou vestindo, — brinquei.
— Venha aqui, — disse Adonis novamente, sua voz mais profunda.
— Você não quer me perseguir de novo? — Malícia brilhou em meus
olhos.
— Não, eu quero você aqui agora, — Adonis rosnou.
— Acho que quero jogar de novo. — Eu sorri.
— Não faça isso, pequena. Você me provocou o suficiente hoje, —
Adonis rosnou.
— O rei não consegue lidar com algumas provocações? — Eu suspirei.
Os olhos de Adonis se estreitaram.
— Você vai ter tantos problemas.
— O que quer que seja. — Eu joguei meu cabelo para trás.
— É isso. — Adonis se lançou para mim.
E foi assim que acabei nessa situação. Eu não me arrependo. Nem um
pouco.
Capítulo 39
Alguém deveria ter me dito que minha boca me colocaria em apuros.
Oh espere, eles fizeram. Eu simplesmente nunca escutei.
Adonis não perdeu tempo em me pegar e me jogar na cama. Seus
olhos treinaram em mim, desafiando-me a me mover.
— Você parece tão sexy, mas isso precisa sair. Tire-o agora ou vou
arrancá-lo sozinho. — O olhar de Adonis nunca deixou o meu.
Ao ouvir seu tom de voz sério, decidi que era do meu interesse ouvi-
lo. Além disso, eu realmente gostei dessa peça de lingerie.
Sentei-me e fiz meu caminho para fora da cama, mas Adonis rosnou.
— Não, tire deitada.
— O que? Não, — eu zombei.
— Você realmente quer me testar agora, pequena? Não se esqueça,
você ainda precisa ser punida pelo outro dia e também hoje. — Adonis
ergueu as sobrancelhas.
Porra. Eu esqueci disso.
Seu rosto não mostrou nenhuma emoção, mas aquele brilho em seus
olhos o denunciou. Ele queria que eu o desafiasse.
Normalmente eu faria, mas me arrastei de volta para a cama e fiz uma
dança estranha para tirar a lingerie. Eu não queria dar a ele a satisfação
de me punir.
Não muito sexy, mas o olhar de Adonis, além de ele lamber os lábios,
me fez pensar o contrário.
Eu joguei a peça de lingerie em Adonis e obviamente ele a pegou sem
esforço.
— Por que você sempre tem que me provocar? — Adonis deixou
escapar um gemido torturado.
Ele largou a lingerie e arrancou a calça jeans e a camisa. Meus olhos
foram direto para a protuberância crescente que ainda estava coberta.
Adonis rastejou em minha direção, fazendo-me prender a respiração.
— Por que você não pode simplesmente me deixar te foder como nós
dois queremos? Deixe-me mergulhar meu pau em você repetidamente....
Ele parecia perigoso, aqueles olhos e aquele sorriso malicioso. Eu
definitivamente estava em apuros.
Ele agarrou meu tornozelo e me puxou em sua direção, me fazendo
ofegar.
— Onde está a diversão nisso? — Eu respondi, minha frequência
cardíaca aumentando dramaticamente.
— Hmm... verdade. Muito mais agradável ter você me desafiando. Eu
não posso esperar para distribuir sua punição. — Adonis sorriu.
— Que punição? — Eu perguntei.
Eu nem percebi quando ele tirou a última peça de roupa até que seu
membro mergulhou em mim.
— Oh merda, — eu gritei.
Adonis era implacável; suas estocadas eram fortes e rápidas. Ele
segurou minhas duas mãos acima da minha cabeça para que eu não
pudesse nem passar minhas mãos por seus cabelos como eu queria.
— Não se atreva a gozar, — advertiu Adonis.
Antes que eu pudesse protestar, ele me virou de bruços e me puxou
para que eu ficasse de joelhos. Mais uma vez, suas estocadas duras
continuaram. A pressão familiar aumentou, fazendo-me cerrar os dentes
e agarrar-me aos lençóis.
Adonis claramente sabia que eu estava perto, então ele deu um tapa
na minha bunda antes de rosnar no meu ouvido: — Não.
Isso foi uma tortura absoluta. Cada vez que eu estava perto, Adonis
diminuía a velocidade antes de acelerar.
Um braço envolveu minha barriga, puxando-me de joelhos. A nova
posição me fez gemer. Eu o senti mais profundo do que nunca e isso não
estava me ajudando.
— Oh Deus. Adonis. — A pressão aumentou novamente.
Adonis não respondeu, ao invés disso reivindicou meus lábios em um
beijo ardente que me fez gemer.
Enquanto meus quadris balançavam em suas estocadas, me encontrei
implorando pela liberação que eu ansiava desesperadamente.
— Estou tão perto, — eu disse a ele.
Adonis gemeu antes de me soltar, e eu caí de joelhos.
— Você se sente tão bem, baby, — ele gemeu.
Eu sabia que ele estava perto, então respondi:
— Solte, Adonis.
Isso era tudo que ele precisava enquanto encontrava sua liberação
enquanto gritava meu nome.
Na minha cabeça, pensei que minha punição não seria permitida a
liberação que eu queria. O que eu não esperava era que Adonis saísse de
mim e me virasse de costas.
— Oh meu Deus, — eu engasguei enquanto ele não esperava antes
que a ponta de sua língua passasse sobre meu núcleo.
Meu corpo inteiro estremeceu quando Adonis continuou a lamber
meu clitóris.
— Adonis... não posso, não posso. — Não consegui me conter por
muito mais tempo.
Sua língua parou e ele ergueu a cabeça.
— Vou fazer você gozar tantas vezes que você vai se lembrar de quem
é o dono desse corpo e dessa boceta.
Minha respiração saiu ofegante quando Adonis mergulhou sua língua
dentro e fora enquanto eu finalmente fui capaz de emaranhar minhas
mãos em seu cabelo.
Não demorou muito para meu orgasmo bater forte. Eu gritei seu
nome uma e outra vez enquanto o orgasmo mais poderoso que eu já tive
me atingia pareceria que eu tinha morrido.
Eu nem fui capaz de recuperar o fôlego antes que dois dedos
penetrassem no meu centro sensível.
— Porra. — Eu levantei meus quadris enquanto as estocadas
continuavam.
Adonis empurrou meu corpo para baixo e atacou meu núcleo
novamente e novamente. Essa língua dele, junto com seus dedos,
conseguiu tirar cinco orgasmos de mim.
Meu corpo estava cansado e eu sabia que sentiria isso amanhã.
— Eu não aguento mais, — eu suspirei.
— Acho que você aguenta mais um. — Adonis soltou minha buceta.
Sua cabeça se ergueu e ele lambeu os lábios.
Ele rastejou em minha direção, e seu membro duro mergulhou em
minhas dobras sensíveis.
— Você ainda está tão apertada, — Adonis gemeu.
— Mexa-se, mexa-se, — consegui dizer.
Ele não precisava de mais incentivo.
Embora suas estocadas não fossem tão fortes como antes, não
demorei muito para gritar seu nome, com ele não muito atrás de mim.
Seu corpo caiu para o lado, e ele puxou meu corpo suado e cansado
para perto dele.
— Isso foi outra coisa. — Eu ainda estava tentando recuperar o fôlego.
— Seu corpo é algo do qual nunca me cansarei. — Adonis beijou
minha testa suada.
Eu me aconcheguei em seu calor, meu corpo precisando de descanso.
Nosso momento foi arruinado por ouvirmos Evan subindo as escadas.
Desta vez, recusei-me a me mover.
— Ele pode se foder. Eu vou ficar aqui com você. Não me importo se
pareço uma vadia carente, — disse a Adonis.
— Eu não vou sair do seu lado, não se preocupe, pequena. — Adonis
riu, seu peito vibrando.
— Ei, Aarya, Niya pegou você... — Evan parou.
— Oh porra, não. Estou deixando aqui fora — gritou Evan.
Comecei a rir ao ouvir Evan.
— Por que sou eu que sempre tenho que fazer isso? — As reclamações
de Evan desapareceram.
— Eu disse fora dos limites, mas ele não estava aqui, — disse Adonis.
Meus olhos ficaram pesados quando Adonis colocou uma mecha de
cabelo atrás das minhas orelhas.
— Eu cansei você? — Ele parecia presunçoso.
— Sim. Vou ficar muito dolorida quando acordar, — reclamei.
— Você está realmente reclamando? — ele perguntou. Eu balancei
minha cabeça. Esses orgasmos que ele me deu foram diferentes de tudo
que eu já experimentei. Claro que eu não reclamaria.
— Não fique muito convencido. — Eu bocejei.
— Muito tarde. Mal posso esperar para contar aos caras quantos
orgasmos eu dei a você. — Adonis sorriu.
— Como se você esperasse que eu acreditasse nisso. Você é muito
possessivo para fazer isso, — eu zombei.
— Eu, por outro lado. Vou contar às meninas como me senti tão bem.
— Eu sorri.
— Você está procurando outro castigo. — Adonis olhou para mim.
— O que quer que seja. — Bocejei novamente e fechei os olhos.
— Chega de falar agora. Apenas me abrace, — eu disse.
— Eu vou te abraçar para sempre. — O aperto de Adonis aumentou
enquanto eu perdia minha batalha para dormir.
Capítulo 40
Eu estava certa, eu estava tão dolorida quando acordei. Adonis me
segurou perto dele enquanto dormia. Minha mão coçava para tocar seu
rosto, mas ele parecia tão tranquilo dormindo.
Adonis se mexeu e seus olhos castanhos se conectaram aos meus.
— Eu pude sentir seu olhar, pequena. — Ele bocejou.
— Opa, que pena. — Eu sorri timidamente.
— Hmm... sim, é o seu mal. Acho que você precisa ser punida. —
Adonis de repente parecia mais acordado.
— Ah não. Estou muito dolorida, preciso de um bom banho quente.
Você terá que lidar com isso sozinho. — Eu me levantei e apontei para
seu movimento crescente.
Peguei a camisa de Adonis e coloquei enquanto fazia meu caminho
para o banheiro.
— Você adora me torturar, — Adonis gemeu.
Eu sorri para mim mesma antes de me virar para encarar Adonis.
— Você quer se juntar a mim no banho?
Adonis se sentou e acenou com a cabeça.
— Que pena, a hora do banho é a minha hora sozinha. — Dei de
ombros e fechei a porta do banheiro.
Adonis rosnou.
— Eu vou te pegar por essa provocação.
Eu ri enquanto enchia a banheira com água quente e colocava sais de
banho. Tirei a camisa de Adonis e deixei meus músculos doloridos
afundarem no calor do banho.
Eu não pude evitar o gemido que deixou meus lábios enquanto meus
músculos doloridos relaxavam.
A porta se abriu com um estrondo e Adonis entrou como um furacão.
— Que porra é essa? — Eu suspirei.
O olhar faminto de Adonis viajou para cima e para baixo no meu
corpo, causando uma sensação familiar para viajar pelo meu corpo.
Porra, um olhar e ele me tem pronta para ele.
— Eu pensei que você estava dando prazer a si mesma. — Adonis
finalmente desviou o olhar do meu corpo e me olhou nos olhos.
— Então? Quer dizer, eu não estava, mas e se eu estivesse? — Eu
perguntei.
— Nada, eu queria ver. — Adonis sorriu.
Eu revirei meus olhos.
— Eu conheço aquele olhar em seus olhos. Deixe a mim e meu corpo
dolorido em paz.
— Você está dizendo uma coisa, mas seus olhos estão me dizendo
outra. Aposto que ver você dar prazer a si mesma está te excitando agora.
— O olhar de Adonis estava preso no meu.
— Nem pense nisso, — eu avisei.
Levou cada grama de minha força para afastá-lo, mas meu corpo
estava tão dolorido, além disso, eu queria desfrutar do meu banho.
— Tudo bem, vou acompanhá-la no banho. — Adonis entrou na água
e afundou na banheira antes que eu pudesse impedi-lo.
Ele afundou na água atrás de mim e puxou meu corpo para ele.
— Adonis, — eu avisei.
— Eu não vou iniciar nada, pequenina, mas se você começar algo,
então eu irei felizmente concordar, — ele disse com um sorriso
provocador.
Antes que eu pudesse responder, suas mãos começaram a massagear
meus ombros, me fazendo gemer. Droga, isso era bom.
Eu sabia o que ele estava tentando fazer. Me excitar tanto que eu
imploraria por ele. Meu corpo traidor estava quase disposto a ceder, mas
me contive.
Enquanto Adonis continuava massageando meus ombros, minha
determinação foi enfraquecendo pouco a pouco, até que não pude mais
lidar com isso.
Eu agarrei sua mão e coloquei no meu núcleo.
— O que você quer que eu faça, pequenininha? — Adonis sussurrou
em meu ouvido.
— Você me deixou nervosa, — eu gemi enquanto os dedos de Adonis
provocavam meu núcleo.
— E? — ele perguntou enquanto seus dedos provocavam meu clitóris.
— Adonis, por favor, — eu implorei, movendo meu núcleo mais perto
de seus dedos.
— Como minha rainha deseja. — Adonis sorriu.
Eu engasguei quando ele mergulhou dois dedos em meu núcleo e os
bombeou furiosamente para dentro e para fora.
Sua outra mão provocou meus mamilos enquanto eu me inclinei
contra seu peito, gemendo.
— Foda-se, foda-se. Estou tão perto, — eu suspirei.
— Hmm... você vai gozar nos meus dedos? — Adonis perguntou, suas
estocadas ficando mais rápidas.
— Ah Merda. Sim, — eu gritei quando encontrei minha liberação.
Minha cabeça caiu para trás contra o peito de Adonis enquanto eu
tentava recuperar o fôlego.
— Melhor banho de todos. — Adonis tirou os dedos do meu âmago,
que agora estava extremamente dolorido.
— Você fez isso de propósito, — eu o acusei.
— Talvez, mas você que começou. — Ele beijou minha cabeça.
Adonis me ajudou a levantar enquanto drenava a água da banheira e
ligava o chuveiro. Desta vez, ele manteve sua palavra, lavando meu cabelo
e corpo. Eu não podia negar que era tão bom.
É claro que retribuí o favor com alegria e, depois que ambos tomamos
banho, decidimos sair.
Depois de nos vestirmos, descemos as escadas de mãos dadas. Meu
estômago estava exigindo comida, então fomos para a cozinha.
— Ei, pessoal, — disse Lexi, tomando um gole de chá.
— Mmm... café. Meu único amor verdadeiro. — Tomei um grande
gole de um copo fresco, enquanto Adonis rosnava atrás de mim.
Lycan possessivo. Eu apenas rolei meus olhos e continuei a tomar
meu café.
— Noite longa? — Lexi provocou.
— Você não tem ideia. — Eu pisquei.
— Não, sem falar sobre o que acontece no quarto na cozinha. — Evan
entrou.
— Rainha do Drama, — eu murmurei baixinho.
Logo todos, exceto Gabe, se juntaram a nós na cozinha. Todos nós
conversamos enquanto comíamos panquecas e ríamos. Lexi não comeu
nada, mas tomou um gole de chá, o que era estranho, porque ela adorava
seu café.
Pela primeira vez, ninguém estava estressado e foi incrível.
Gabe fez sua presença conhecida com um olhar solene em seu rosto.
Lexi se levantou e acenou com a cabeça para Gabe.
— Ei, pessoal, odeio ser o portador de más notícias. — Ele suspirou.
— Então, não faça isso. Só não diga isso, — disse Evan.
— Eu gostaria de não precisar. — Gabe balançou a cabeça.
O clima feliz desapareceu e Adonis se levantou, com uma expressão
séria no rosto.
— O que é? — ele perguntou.
De repente, Gabe sorriu.
— Lexi está grávida!
— O que? — Eu exclamei.
— Parabéns, irmão. — Adonis abraçou Gabe.
— É por isso que você só tomou chá. — De repente, ocorreu-me.
Lexi riu.
— Sim, já sei há algumas semanas, mas com tudo o que está
acontecendo, simplesmente não parecia uma boa hora para contar a
todos.
— Então, em vez disso, você faz Gabe vir aqui e nos assustar pra
caralho. — Evan balançou a cabeça.
— Eu não tinha ideia que ele faria isso! — Lexi riu.
— Um bebê! Mal posso esperar! — Eu abracei Lexi.
— Os bebês choram e fazem cocô em todos os lugares. — Evan
revirou os olhos.
— Assim como você, Evan, — Damien brincou.
— Pobre Niya, se ela quiser filhos, então ela terá que lidar com você
também. — Adonis balançou a cabeça.
— Por favor, vou apenas ameaçá-lo sem sexo, e ele vai mudar de ideia.
— Niya sorriu.
Todos começaram a rir, enquanto Evan fez beicinho.
— Por que todo mundo sempre se junta contra mim?
— Porque você tem as melhores reações. — Eu ri.
— Que seja. Continuando, vocês querem uma menina ou um
menino? — Evan perguntou a Lexi e Gabe.
— Eu não pensei sobre isso. — Lexi encolheu os ombros.
— Garota, — disse Gabe.
— Você quer uma garota? — Lexi parecia chocada.
— Sim! Claro que eu quero! — Gabe respondeu.
— Eu quero um menino primeiro, — disse Evan.
— Eu sempre quis ter um menino primeiro, — Niya concordou.
— Tenha cuidado, você pode acabar com gêmeos, — advertiu Gabe.
— Oh, ainda melhor. — Niya riu ao ver o rosto de Evan pálido.
— E quanto a vocês dois? — Lexi perguntou a mim e Adonis.
— Oh, eu realmente não pensei...
— Garota, — Adonis se intrometeu.
— Eu quero todas meninas, — ele disse.
— Todas meninas? — Eu perguntei.
— Sim, todas meninas. — Ele assentiu.
— Você terá suas mãos ocupadas quando elas começarem a namorar.
— Evan riu.
Adonis rosnou:
— Não.
— Foi mal. — Evan ergueu as mãos.
— Você vai querer saber o sexo? — Eu perguntei a Lexi.
— Dã, claro! Estou muito impaciente para esperar nove meses
inteiros, — respondeu ela.
— Próximo estágio de suas vidas, a paternidade, — disse Niya.
— Sim, mal posso esperar. — Gabe sorriu, puxando Lexi para mais
perto dele.
Adonis olhou para mim com um sorriso e disse:
— Nem eu.
— Você vai ter que esperar muito tempo. Não estou pronta para ser
mãe agora. — Eu ri.
— Eu sei, e tudo bem. Temos tempo, sem pressa, — respondeu
Adonis.
— Então o que acontece agora? — Evan perguntou.
— Agora nos divertimos sem preocupações. Ah, e continue com
nossos deveres, — respondeu Adonis.
Evan revirou os olhos.
— Não podemos simplesmente desistir?
— Você pode, mas eu nunca vou. Agora que tenho minha rainha,
posso lidar com qualquer coisa. — Adonis sorriu.
Passei meus braços em volta da cintura de Adonis e me aninhei em
seu peito.
— Agora, nosso para sempre começa.
 Continua no Livro 2…
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