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Lyla: Me dê 15 minutos
A lua cheia estava alta no céu quando passamos pelas últimas árvores até
uma clareira na floresta.
Ela brilhava forte, iluminando a massa crescente de corpos nus que se
formavam em um círculo. O ritual começaria quando todas as nossas
roupas fossem jogadas em seu centro.
Dei um passo para trás ao ver tantos amigos e estranhos nus.
Não estava em meus genes ser tão aberta com meu corpo.
Eu sei, nada típico de uma loba.
— Não sei se consigo fazer isso... — murmurei, dando alguns passos
para trás.
Como um lobisomem, era meu direito permitir que meus instintos
animalescos assumissem o controle — correr solta e me fundir com a
natureza e o mundo ao meu redor.
Mas não pude deixar de me encolher com o pensamento.
— Claro que você pode — ouvi Teresa dizer ao meu lado. — Carpe
diem e tudo mais, lembra?
Ela enfatizou sua declaração e me lembrou que eu estava atrasada
para a festa enquanto ela se movia para um local aberto no círculo, sua
bunda nua capturando meu olhar.
Este era o seu elemento — ela tinha um grande corpo e o tipo de
personalidade que deixava você saber disso. Ela olhou para mim e deu
um aceno rápido.
Enquanto a multidão se acalmava, eu rapidamente tirei minhas
roupas, perdendo o equilíbrio algumas vezes quando meu jeans prendeu
em meus pés.
Eu deslizei meu corpo nu para o lado de Teresa, um braço
escondendo meus seios enquanto minha outra mão escondia minha
virilha.
— Você está incrível, — ela disse baixinho, tentando me inspirar
confiança.
Eu olhei em volta para os vários corpos, e meu olhar se fixou em
Caspian, a alguns metros de distância. Foi a primeira vez que o vi
totalmente nu.
Meu queixo caiu com a visão.
Ele era magro, mas musculoso, seus braços e tórax mais esculpidos do
que eu poderia imaginar. E quando meus olhos passaram pelas linhas em
V em seus quadris, minha respiração ficou presa na garganta.
Eu tinha sentido através de suas calças em mais de uma ocasião, mas
finalmente ver isso na minha frente...
Eu cometi um erro ao não ir até o fim? E se ele encontrasse sua
verdadeira companheira, e eu fosse deixada para sofrer sozinha até que
ficasse enrugada e velha e ninguém me quisesse?
Ele chamou minha atenção enquanto eu o cobiçava. Ele piscou.
Meu peito apertou e a respiração ficou mais difícil.
Isso é um erro. É tudo um grande erro... Meus pensamentos estavam
acelerados.
Mas era tarde demais para voltar.
A multidão ficou ainda mais silenciosa, exceto por alguns sussurros
abafados. Então eu vi dois lobisomens enormes se moverem para o
centro do círculo.
— Aquele é… ? — Eu perguntei.
— Duh — Teresa respondeu, e a realização me atingiu.
Eu estava olhando para o alfa real e o beta real.
— O mais alto é Caius — ela disse simplesmente. — Aquele com o
pelo preto... esse é Sebastian.
Desta vez, ela lambeu os lábios.
Sebastian...
Seu nome ecoou na minha cabeça enquanto eu ficava tão quieta
quanto os outros, observando a bela criatura na minha frente.
Tínhamos conversado na festa, mas pensar que até mesmo seu lobo
poderia ser tão impressionante...
Acho que ele é o alfa real por uma razão.
— Ele não é magnífico... ? — Teresa bajulou, já sabendo a resposta à
sua pergunta.
Eu não pude negar. Ela estava certa. Ele era absolutamente lindo — e
o lobo mais imponente que eu já vi.
O pelo que cobria seu corpo era como a encarnação da escuridão, e a
mancha branca sobre seu olho direito brilhava como uma estrela no céu
da meia-noite.
Eu mal tinha percebido que os outros, um por um, estavam
começando a mudar. Senti uma sensação de alívio sabendo que meu
corpo nu logo estaria coberto de pelos quando me transformasse em meu
lobo.
Levei apenas alguns segundos para mudar. A pontada de dor que eu
normalmente sentia em meus ossos e músculos mudando de forma não
estava mais lá.
Eu só podia sentir o medo e a incerteza tomando conta enquanto
estávamos no círculo, prontos para a próxima parte do ritual.
Beta Caius deu um passo à frente, ergueu o focinho para o céu e
soltou um uivo áspero que me abalou profundamente.
A Cúpula havia começado.
Pronta ou não, meu destino estava me chamando.
5
CHAMADA DE ACASALAMENTO
Lyla
Puta merda.
Isso foi tudo que pude pensar enquanto olhava para a grande mansão
que estava diante de nós.
A Casa da Alcateia Real era ainda mais impressionante de perto.
Banhada pelo luar, a arquitetura de pedra era misteriosa e de tirar o
fôlego.
As janelas iluminadas pareciam calorosas e acolhedoras, mas me
lembrou que outros estavam esperando lá dentro para conhecer a nova
companheira de seu alfa.
O sorriso de Sebastian me arrancou do meu devaneio.
Ele estendeu a mão e eu aceitei, permitindo que ele me ajudasse a sair
do carro, empurrando para baixo a onda de desejo que o toque causou.
Ocorreu-me a ideia de que os outros deveriam voltar logo da
cerimônia. Eu os imaginei voltando ao Fleur de Lis, celebrando os casais
bem-sucedidos com comida, bebida e dança.
Imaginei que o alfa real estava isento dessa tradição.
Senti minhas pernas enfraquecerem enquanto nos aproximávamos
dos grandes degraus que conduziam às portas da frente da casa da
alcateia.
— O que estamos fazendo aqui?
— Esta é sua nova casa — Sebastian explicou. — Você vai ficar aqui.
— Isso é um pouco presunçoso da sua parte — eu disse a ele, puxando
com mais força a mão que ele estava me guiando. — E a minha mochila?
O aperto de Sebastian ficou mais forte.
— Nós informamos sua alcateia sobre a mudança nos planos — ele
disse com naturalidade.
Estava claro que ele estava acostumado a ter qualquer coisa com um
estalar de dedos.
— A Alcateia Lua Azul já começou a se mudar para uma ala separada
desta mansão durante a Cúpula. Como sua alcateia de origem, eles serão
homenageados.
Soltei um suspiro de alívio sabendo que veria rostos familiares
novamente em breve.
— Obrigada. Vou precisar falar com eles. E as minhas coisas?
— Mandei alguém para recolher todos os pertences necessários.
Minha frustração aumentou.
— Você enviou um estranho para vasculhar meus pertences pessoais?
Eu arranquei minha mão da dele, interrompendo o progresso de
nosso desembarque pouco antes das enormes portas da frente.
— Sim, eles serão colocados em nosso quarto.
— Nosso quarto?!
Foi tudo demais para mim.
Isso porque estávamos — indo devagar,
Em menos de duas horas, deixei de ter uma relação de confiança e de
longo prazo com alguém que escolhi, para ser lançada a um estranho
pelo destino.
Não só isso, mas meu novo companheiro havia sido territorial,
possessivo e mandão desde o segundo que nos conhecemos.
Minhas emoções cruas e hormônios cozidos juntos em um coquetel
tóxico.
Tudo parecia fora de controle.
Eu não conseguia respirar.
Senti meu braço subir e tentei me conter, mas era tarde demais.
WHAP!
A queimadura se espalhou pela minha palma enquanto eu estava em
estado de choque, mortificada por ter acabado de dar um tapa no rosto
do alfa real...
Sebastian soltou um grunhido profundo, passando a mão pelo cabelo
agora desgrenhado.
Eu abri minha boca para me desculpar. Ou talvez para me defender.
Eu não tive a chance de descobrir antes que Sebastian me
pressionasse entre as portas da Casa da Alcateia Real e seu corpo.
Seu peito estava colado ao meu. Seus olhos cheios de fúria estavam
me mantendo presa no lugar junto com suas mãos.
Eu engasguei com a proximidade repentina. Com a sensação de seus
quadris pressionando meu estômago.
É isso que é ter um companheiro?
Este constante empurrão e puxão de domínio. Esta chicotada da raiva
para a luxúria?
Nesse caso, eu não tinha ideia de por que desejei isso por tanto
tempo.
Talvez eu apenas tenha tido azar. Eu certamente nunca vi meus pais
se comportarem dessa maneira.
Ou talvez a Deusa da Lua cometeu um erro?
— Você já terminou? — A voz de Sebastian era um estrondo profundo
e perigoso.
Eu podia ouvir a batida irregular de seu coração.
Senti o desejo sob sua raiva.
Pelo menos eu não era a única lutando para controlar meus
sentimentos.
Eu balancei a cabeça uma vez.
— Sebastian — uma voz chamou.
Nossas cabeças se viraram para encarar um homem mais velho que
apareceu no patamar ao nosso lado.
Ele olhou para nós dois, uma emoção ininteligível em seus olhos
enquanto ele acariciava sua barba grisalha.
— Precisam de você na fronteira leste.
Meu pulso acelerou por um novo motivo quando Sebastian se afastou
de mim.
— Os bandidos estão de volta? — Eu disse.
— Fique aqui — Sebastian ordenou, ignorando minha pergunta.
Ele e o homem mais velho desceram os degraus, se transformando
antes de atingirem o chão e adentrarem a noite.
Encostei-me na porta.
O que devo fazer agora?
Ele realmente espera que eu fique no degrau da frente até que ele volte?
Do interior do quarto, bateram na porta.
— Você gostaria de entrar, madame?
Eu pulei para longe da porta, e ela se abriu lentamente para revelar
uma mulher no que parecia ser uma fantasia de empregada doméstica
francesa.
Eu quase bufei. É claro que ele faria sua equipe se vestir assim.
— Fui instruída a levá-la ao seu quarto — disse a empregada,
segurando a porta aberta.
— Meu quarto? — Eu disse, acrescentando ênfase extra à primeira
palavra. — Mas Sebastian disse...
— Alfa Sebastian acaba de me informar via link mental que você
prefere sua própria suíte. Isso está correto?
Surpresa com a mudança repentina, senti minhas defesas caírem.
— Bem... sim, isso seria ótimo, obrigada.
Com uma respiração final para me acalmar, eu pisei na soleira.
Era hora de reagrupar antes que meu companheiro voltasse para casa.
Sebastian
Eu pairava fora de sua porta, hesitante em bater.
Eu fiz uma careta com a sensação estranha no meu estômago. Eu
estava nervoso. Nenhuma mulher me fez sentir assim antes.
Mas Lyla era diferente.
Ela é minha companheira. Minha futura Luna.
Eu parei e balancei minha cabeça.
Se ela decidir ser.
Juntei minha coragem e bati.
— Posso entrar? — Perguntei.
— Sim — foi a resposta.
Apenas o som de sua voz me deixou louco de desejo. Respirei fundo
para me recompor.
Passos de bebê.
Entrei e a vi sentada na cama, vestindo nada além de seu fino pijama
de seda.
Deusa me ajude.
— O quarto é do seu agrado? — Eu perguntei rigidamente.
Eu era o alfa da Alcateia Real; o alfa que estava acima de todos os
outros.
E ainda assim, esta plebeia da Alcateia Lua Azul me deixou no limite,
com suas explosões repentinas e sua ardente vontade irritante e atraente
ao mesmo tempo.
A bênção da Deusa da Lua é uma maldição tanto quanto é um presente.
— Sim, obrigada por me permitir meu próprio espaço — ela rebateu.
Lá estava ele novamente.
Uma parte de mim queria dar um passo à frente e eliminar esse
espaço entre nós. Eu queria empurrá-la para baixo no colchão macio e
sentir sua pele macia sob meus dedos.
Eu repreendi esses pensamentos.
Ela não estava pronta ainda, isso estava claro.
— Ficou muito claro antes que era importante para você — eu disse,
enfiando as mãos nos bolsos para que não ficasse tentado a estender a
mão para ela. — Não estou acostumado com as pessoas me dando
ordens.
Lyla inclinou a cabeça com as minhas palavras, refletindo sobre elas.
Eu não era bom em desculpas, mas essa foi a melhor tentativa que
pude fazer.
Ela deixou o silêncio se estabelecer entre nós, e eu me perguntei
como exatamente poderíamos fazer isso funcionar.
Se este emparelhamento da Deusa foi um desafio, foi um bom
desafio.
Mas fui criado para ser um alfa.
Estava no meu sangue.
Eu nunca desisto de um desafio.
Ou perco um.
Suspirei e atravessei a sala.
Lyla puxou o cobertor grosso da cama para cobrir o peito, ainda em
guarda.
Eu me inclinei contra uma das coLunas da cama enquanto olhava
para ela.
— Você está desapontada que a Deusa me escolheu como seu
companheiro? — Eu perguntei.
Um flash de surpresa coloriu seus olhos. Parecia que ela estava
pensando da mesma forma que eu. Sempre imaginei que, quando
encontrasse minha verdadeira companheira, as coisas iriam
instantaneamente se encaixar entre nós. Que nos apaixonaríamos
profunda e incontrolavelmente imediatamente.
Mas a realidade nunca é tão simples.
Mesmo quando se trata de laços místicos com seu suposto —
verdadeiro companheiro.
Lyla parou por um momento para pensar sobre minha pergunta e
uma pontada de incerteza atingiu meu estômago.
E se ela não quiser isso?
Lyla
Eu olhei para Sebastian por um momento, sem saber como formular
minha resposta.
Ele me perguntou algo semelhante antes. Naquele momento, eu não
havia entendido a intenção por trás da pergunta.
Agora, com suas defesas baixas, pude ver que ele se importava com a
resposta.
Que ele se importava muito.
— Eu... — Sua intensidade repentina me fez tropeçar em minhas
palavras. — Eu acho que eu pensei que a Deusa tinha nos abandonado.
Fiquei desiludida com tudo isso. Estou surpresa. Não fiquei desapontada.
Ele pareceu considerar minhas palavras por um momento, então
pigarreou. Foi alívio o que vi em seu rosto?
— Sua alcateia chegou e eles estão se acomodando enquanto
conversamos — ele disse, mudando de assunto sem muita sutileza.
— Obrigado, Alfa Sebastian.
— Só Sebastian está bom.
Eu balancei a cabeça, aceitando a pequena permissão e decidi
aproveitar sua generosidade atual para obter mais informações.
— O homem que veio atrás de você, ele disse que você era necessário
na fronteira. Houve outro ataque?
Sebastian cerrou a mandíbula. Eu poderia dizer que ele estava
lutando para decidir quanta informação me dar.
— São apenas alguns bandidos testando nosso tempo de reação —
disse ele. — Tentando encontrar buracos em nossas defesas. Nada que
minha equipe não consiga lidar.
Eu me endireitei, animada por ele estar falando. Essa foi a melhor
comunicação que conseguimos até agora.
O movimento fez com que os cobertores caíssem até minha cintura.
Os olhos de Sebastian caíram para o meu peito e eu tive que lutar
contra o desejo de me cobrir novamente.
Eu sabia que a seda fina do meu pijama fazia pouco para me cobrir.
Não havia dúvida em minha mente que ele podia ver meus mamilos
duros através do material.
A onda simultânea de constrangimento e excitação era muito
confusa.
Ele era meu companheiro. Ele deveria me desejar, e eu a ele.
Mas ele também era um estranho. Nossa necessidade um do outro
não foi construída sobre nada. Não houve uma vida inteira de história
nos unindo.
Em vez disso, fomos apanhados por uma tempestade de luxúria e
frustração, como se ambos tivéssemos engolido poções do amor
defeituosas.
O leve alargamento nas narinas de Sebastian me disse o que eu já
sabia.
Ele gostou do que viu.
E eu não podia fingir que sua luxúria por mim não era atraente.
Rosnei e arrastei meus pensamentos nebulosos e hormonais de volta
à ordem.
— O que você espera de mim como Luna?
Sebastian arqueou uma sobrancelha.
— Você é obrigada a ser minha escrava sexual e produzir meu
herdeiro.
Eu engasguei, minha boca aberta.
— Você não pode estar falando sério.
De repente, a exposição foi demais e eu agarrei as cobertas, puxando-
as de volta sobre meu peito.
Sebastian abriu um sorriso luminoso.
— Sou conhecido por fazer piadas ocasionais.
— Isso foi maldade — eu disse, jogando uma das cinco milhões de
almofadas decorativas do quarto nele.
Sebastian a pegou facilmente e se sentou na beira da cama.
— Você vai ser minha segunda no comando. O coração da alcateia.
Eu balancei a cabeça, tentando não deixar a pressão de suas palavras
me esmagar. Eu sabia o que era uma Luna, mas nunca esperei me tornar
uma.
— E meu papel como sua companheira? — Eu perguntei baixinho,
meu batimento cardíaco acelerando.
Ele respirou fundo.
— Isso você decide.
Nossos olhos se encontraram, o cheiro inebriante de desejo
engrossando em torno de nós mais uma vez.
— Eu quero que isso funcione, você sabe — eu admiti.
Ele sorriu.
— Eu não posso te convencer a ficar no meu quarto, posso?
— Sem chance.
— Então, boa noite, Lyla.
Eu caí de volta na minha cama quando a porta se fechou atrás dele.
Talvez minha primeira impressão não esteja certa.
Talvez o destino não esteja sendo tão cruel comigo, afinal.
Talvez o alfa real seja um homem melhor do que eu pensava
originalmente.
7
PENSAMENTOS SÓBRIOS
Lyla
Parei em frente à mesa de jantar, sem saber o que seria pior: sentar entre
Caspian e Sebastian, ou eles se sentarem um ao lado do outro.
Olhei para Sebastian e decidi. Seu olhar para Caspian era cortante, e
Caspian ergueu as sobrancelhas enquanto tomava um gole de uísque. Eu
sentei no assento no meio de meus dois pretendentes. Do outro lado da
mesa, Skye estava fingindo que seu garfo e colher estavam se beijando. Eu
dei a ela um olhar exasperado.
— É difícil ter dois namorados, Lyla? — ela perguntou com inocência
fingida.
Eu sabia que meus pais não iam tornar isso fácil para mim, mas Skye
também não estava ajudando.
— Eu não tenho dois namorados, — eu respondi definitivamente. Eu
não sabia o que tinha exatamente, mas isso não vinha ao caso.
Suspirei enquanto um garçom colocava um pouco de vinho na minha
taça, e Sebastian recusou educadamente.
— Você não gostaria de uma bebida, Sebastian? — Caspian
perguntou. — Você deveria descansar. Você parece estressado.
Percebi que ninguém se comportaria bem naquela refeição. Dependia
de mim garantir que nossa mesa não queimasse o Flor de Lis até o chão.
— Caspian estava recomendando alguns pratos do menu para nós, —
minha mãe disse. — Como guisado de jacaré e a fervura de lagostim.
— E, se me permitem, o filé mignon com manteiga de trufas é
incrível, — Sebastian acrescentou, reclinando-se em sua cadeira e
colocando o braço em volta de mim.
— Colin tem colesterol alto e Lily o evita por solidariedade, —
Caspian disse com um estremecimento falso. — Mas como você seria
capaz de saber disso? — Ele escondeu seu sorriso atrás de seu copo de
uísque.
Meu queixo caiu. Não era típico de Caspian ser tão idiota. Mais cedo
naquele dia ele parecia tão ferido. Talvez fosse o uísque falando.
— Eu adoraria o filé mignon, — eu disse a Sebastian.
— Jacaré parece nojento, — Skye adicionou.
Minha mãe se inclinou para frente. Estava claro que ela estava se
divertindo.
— Então, querida, enquanto caminhávamos à beira do rio mais cedo,
encontramos Caspian. Quando soube que ele estava sozinho, insisti em
que viesse jantar conosco. Eu sabia que você não se importaria, querida.
— Ele não está sozinho, — rebati.
— Certo, estou com você, Ly — Caspian disse.
— E sua família, e a alcateia..., — eu continuei, olhando timidamente
para Sebastian. Eu percebi que ele mal estava segurando sua compostura,
e ainda não tínhamos feito nossos pedidos.
Caspian
Lyla: Ei T
Lyla
Suspirei de alívio. Finalmente, algo estava indo bem essa noite.
Eu disse a ela para me encontrar sob o salgueiro-chorão perto do rio,
então me deitei e olhei para os galhos balançando.
O céu estava tingido de rosa com o pôr do sol e a temperatura era
amena. Foi uma noite perfeita. Se eu pudesse aproveitar...
Todo mundo disse que eu era a garota mais sortuda. Eu estava
acasalada com o alfa real.
Eu sabia que não era justo ficar chateada quando muitas pessoas não
tinham um companheiro. De certa forma, meus problemas eram
invejáveis.
Mas para mim, estar dividida entre dois homens era quase pior do
que não ter ninguém.
— Ei irmã. — Teresa puxou a cortina de galhos flutuantes.
Ela estava usando um vestido de verão, assim como eu. Ela me passou
a garrafa de vinho branco e dois copos de plástico e estendeu um
cobertor no chão.
Rolei para o tecido de lã macio e ela se sentou ao meu lado, deitando-
se de costas e soltando um suspiro enorme.
— Parece que você está se sentindo da mesma forma que eu, — eu
disse, servindo-lhe uma taça de vinho.
— Oh, Deusa. Jantar com os sogros, certo? — Ela gemeu, antes de
perceber seu erro e se levantar sobre um cotovelo. — Merda, eu sinto
muito. Esqueci que os pais de Sebastian estão...
— Tudo bem. Mas tudo isso poderia ser mais fácil se eu pudesse
conhecê-los, — eu meditei.
— Então, se não são seus sogros te chateando, são seus pais? — ela
perguntou.
Tomei um gole do vinho frio.
— Você não acreditaria, T. Eles convidaram Caspian para jantar esta
noite.
Teresa engasgou, amando o drama.
— De jeito nenhum! Mama Lily com o golpe baixo. Então foi um
desastre?
— Você não tem ideia — eu gemi. — Caspian e Sebastian são tão
competitivos, e isso trouxe o pior de ambos.
— Eu posso imaginar, — ela disse, erguendo as sobrancelhas. — Mas
não é como se houvesse muita competição, certo? Quer dizer, Sebastian é
o alfa real. E seu companheiro.
Fechei meus olhos e pressionei minhas têmporas. Eu sabia que Teresa
estava certa, em teoria. Sebastian poderia me prometer uma vida com a
qual muitas garotas só poderiam sonhar.
Mas eu... eu não tinha tanta certeza.
— Como se ele já não fosse o espécime masculino mais gato da terra,
— acrescentou Teresa com um suspiro.
Eu não sabia como explicar que não teria apenas que desistir de
Caspian... Eu também teria que desistir da vida que poderia ter tido com
ele. A vida que sempre quis e tudo o que conhecia.
E embora Teresa não fosse entender, eu sim, ainda amava Caspian. Ele
tinha sido minha vida até aquele ponto. Estar com ele era uma segunda
natureza para mim.
Por outro lado, Sebastian era intenso. Fogoso. Depois que ficamos
juntos, me senti exausta. Mesmo que fosse um bom tipo de exaustão, eu
poderia viver assim para sempre?
Teresa tocou meu braço e me virei para ver sua expressão aberta e
calorosa.
— Eu sei que posso não entender, mas você pode me dizer qualquer
coisa, sabe, — disse ela com um sorriso. — Eu amo demais você para
julgá-la.
Inclinei-me para seu toque e levei suas palavras a sério.
— Quero dizer, Sebastian é incrível e insanamente sexy, obviamente,
— eu comecei. — Mas tudo com ele é tão intenso. Ele é territorial e
controlador.
— Ele é um alfa. — Ela fez uma pausa, tomando um longo gole. —
Você já considerou que esta situação poderia estar trazendo à tona essas
partes dele?
— Você está certa, — eu admiti. — E eu quero dar uma chance, só eu
e ele. Mas agora meus pais estão aqui, e eles amam Caspian...
— É muita coisa para equilibrar, Ly, — afirmou Teresa. — Vai ficar
mais fácil. Apenas tente se concentrar em você, ok? O que você quer.
— Obrigada, — eu disse enquanto envolvia meu braço em volta de
seus ombros magros. Sua pele ainda estava quente do sol. — Eu
realmente precisava desse conselho.
Teresa beijou minha bochecha dramaticamente antes de sair do meu
abraço e encher nossas taças de vinho.
— Ok, agora por favor me conte tudo sobre o seu companheiro, — eu
disse.
A última vez que os vi juntos, eles estavam fodendo os miolos um do
outro. Tirei essa imagem mental da minha mente.
— Oh minha deusa, Lyla. Reed é incrível. Eu nunca teria adivinhado
olhando para ele, mas ele é uma aberração! Deixe-me apenas dizer, ele
sabe exatamente o que está fazendo.
Ela suspirou com adoração.
— Mas eu te entendo, — ela continuou. — Agora que os pais dele
estão aqui, tudo é mais intenso. E, claro, meu pai acha que ninguém
jamais será bom o suficiente para mim.
Eu fiz uma careta. Alfa Hugo não facilitaria as coisas para Reed, isso
era certo.
— Estou ansiosa para quando seremos apenas Reed e eu, — disse ela
com um sorriso melancólico. — Ele já concordou em se mudar comigo
de volta para Lua Azul.
— Estou tão feliz por você, Teresa, — eu disse, falando sério.
Ficamos em silêncio por um momento, bebendo nosso vinho
enquanto o pôr do sol se refletia no rio diante de nós.
Pensei no que Teresa devia estar sentindo. Ela estava cheia de
entusiasmo e tinha certeza sobre seu futuro.
Fiquei feliz pela minha amiga, mais do que qualquer coisa. Mas eu
não podia negar que havia uma parte de mim que sentia ciúmes... Eu
queria que minha própria vida fosse tão simples.
O telefone de Teresa tocou, me tirando do meu devaneio.
— Reed está se perguntando onde estou, — disse ela. — Acho que
acabaram os dias em que éramos apenas nós contra o mundo.
— É para o melhor, — respondi com um sorriso triste, embora não
soubesse se realmente era melhor para mim. — Vou acompanhá-la até a
casa.
Peguei o cobertor e, enquanto me levantava, minha cabeça girava. Do
vinho, provavelmente, ou do jantar mais longo que já tive.
Teresa e eu voltamos para a enorme mansão de pedra. Quando nos
separamos do lado de fora do meu quarto, eu soprei um beijo para ela.
E então abri minha porta e quase tive um ataque cardíaco.
Sebastian
— Ah não! Eu não queria te surpreender! — Corri para o lado de Lyla
enquanto ela se apoiava contra a porta.
Ela começou a rir e fiquei aliviado por ela estar feliz em me ver.
— Sem ofensa, mas por que você está aqui? — ela perguntou.
Nossos olhos se encontraram então, e eu esqueci por que vim, além
de ficar sozinho com ela. Tudo era simples agora que éramos apenas nós.
— Eu queria te mostrar uma coisa, — eu disse uma vez que reuni
meus pensamentos. — Venha comigo.
Ela sorriu preguiçosamente, e eu soube que ela estava bêbada. Ela
estava de bom humor, então não me importei.
— Deixe-me trocar de roupa. Eu vou, hum, te encontrar no corredor?
— ela perguntou.
— Não tenha pressa, — respondi.
Quando eu saí de seu quarto, ela balbuciou: — Eu estarei com você,
sr. Cavalheiro.
Eu me peguei sorrindo, feliz por nós dois termos tido algum tempo
para nos acalmar desde o jantar. Eu não podia culpar Caspian por todo o
desastre, embora parte de mim quisesse.
Eu não estava orgulhoso da maneira como agi. Mas eu estava
preparado para fazer as pazes com ela.
Poucos minutos depois, Lyla abriu a porta vestindo uma muda de
roupa casual, mas com o mesmo sorriso malicioso.
Descemos em silêncio as escadas dos fundos, saímos pela porta lateral
e adentramos a noite quente.
— Para onde você está me levando? — ela perguntou.
— Para o meu lugar favorito.
Cruzamos o gramado, passamos pelo salgueiro-chorão e descemos ao
longo do rio até o cais.
O pequeno barco a remo balançou na água e eu desfiz a corda que o
prendia. Peguei a mão de Lyla, mantendo-a firme enquanto ela
encontrava seu assento no barco para duas pessoas.
Eu sentei no lugar oposto a ela — o lugar do remador — e manobrei
com os remos até que estivéssemos em mar aberto.
Lyla estava mais bonita do que nunca ao luar, e eu pensei na noite em
que nos conhecemos, quando tudo havia começado.
— Eu te devo desculpas por mais cedo, — eu disse. O esforço físico do
remo me acalmou e me senti pronto para uma conversa difícil.
Ela ficou quieta por um minuto, me observando, tentando me
entender.
— Sei que tudo isso também não é fácil para você, — continuei, — e
essas decisões são suas.
— Que decisões? — ela perguntou.
— Com quem você... ficará, — eu consegui dizer. Concentrei-me em
remar por um momento, atravessando o pântano e chegando em águas
mais estagnadas e pantanosas.
Árvores se ergueram ao nosso redor, bloqueando a lua e tornando a
noite brilhante mais escura.
Senti um aperto desconfortável na garganta. Eu não queria admitir o
quão desconfortável a situação me deixava.
Eu não estava acostumado a me sentir inseguro. Mas a intuição me
disse que a honestidade era a única maneira de me aproximar dela.
Ela não disse nada, mas eu podia sentir que ela estava me observando.
— Não posso negar... Estou preocupado com o quão próxima você é
de Caspian. — Remei, puxando-nos para a frente. — E eu quero que você
saiba que eu não sou apenas o alfa real. Eu sou seu companheiro. Isso é
ainda mais importante para mim.
Continuei a remar. Lyla olhou para mim e eu sabia que ela estava
contemplando minhas palavras.
Logo, fomos iluminados pela luz da lua. Havíamos entrado em meu
lugar favorito e observei a boca de Lyla se abrir, maravilhada.
A quebra das árvores acima do pântano permitiu que a luz entrasse.
As algas cresciam em abundância ali e, à noite, o local se transformava
em um lugar mágico.
O luar penetrava por entre as árvores e a superfície da água brilhava
com o verde das algas.
Eu senti como se o tempo tivesse parado. Até que ela respondesse, até
que eu soubesse o que ela estava pensando, o tempo iria parar para
sempre.
Lyla
Mordi meu lábio atrás das cortinas pesadas. Eu mal podia acreditar que
meu plano funcionou tão bem.
Quando Sebastian me disse para ir embora, eu não o obedeci. Eu
tinha pulado atrás das cortinas da janela do corredor oposto à sala de
reuniões. Para minha surpresa, consegui ouvir tudo.
Mas minha cabeça estava girando. De alguma forma, Sebastian tinha
certeza de que Silas era o responsável pelo porco mutilado.
Silas matou os pais de Sebastian. Ele já não tinha feito o suficiente?
Eu não conseguia afastar a sensação de que havia algo que Sebastian
estava escondendo de mim.
A porta se abriu e os membros do conselho saíram em fila.
Prendi a respiração, esperando que todos fossem embora
rapidamente.
— Sebastian. — Sua voz doce como mel raspou em meus ouvidos.
Magnolia.
Eu balancei minhas costas contra a parede. Através da fratura nas
cortinas, eu só fui capaz de ver Sebastian fazer uma pausa.
Magnolia correu até ele e colocou a mão em seu antebraço. O ciúme
me atingiu como um soco no estômago.
Eu não conseguia respirar. A maneira como ela o tocou... a intimidade
entre eles... era quase demais para suportar.
A ironia da situação não passou despercebida.
Deve ser assim que Sebastian se sente em relação a Caspian...
— Você está bem? — Magnolia perguntou, sua voz baixa. Como se ela
estivesse apenas esperando para ficar a sós com ele. Eu cerrei minhas
mãos em punhos.
Sebastian assentiu, parecendo relaxar um pouco na presença dela.
— Estou bem. Eu só quero deixar o passado para trás, mas estou
começando a pensar que isso nunca será possível.
Magnolia é outra coisa que eu gostaria que você deixasse para trás,
pensei amargamente. Mas, enquanto pensava mais nisso, me perguntei o
que Sebastian queria dizer.
O que aconteceu entre ele e Silas?
— Não importa o que aconteça, estou sempre aqui para você. —
Magnolia sorriu para o meu homem.
— Eu aprecio isso, — Sebastian disse com um suspiro.
Então Magnolia estendeu a mão e colocou os braços em volta dos
ombros largos de Sebastian, e por um segundo seu corpo relaxou no
abraço.
Foi doloroso ver a conexão óbvia entre os dois.
Como posso competir com a história que eles compartilham?
Eu balancei minha cabeça, desejando parar esses pensamentos
insanos. Sebastian me queria. Ele havia deixado isso bem claro.
Era eu quem precisava tomar uma decisão.
Uma decisão difícil.
Fiquei chocada com o quão completamente o medo de perdê-lo
nublou meu julgamento.
— Seb. — Eu estremeci com o apelido e o fato de que Magnolia ainda
estava abraçando ele.
— Sim, Magnolia?
— Você sabe que não se trata apenas de Silas se rebelando. Isso é
pessoal, — Magnolia disse, sua voz baixa e intensa.
— Eu entendo, — Sebastian se afastou dela. Claramente ela não o
estava confortando mais.
— Ouça-me, — Magnolia exigiu, e Sebastian fez uma pausa mais uma
vez. — Veja. Silas nem deixou o porco no seu quarto. 'Olho por olho?' O
aviso foi sobre Lyla.
Fiquei tonta de repente, e não era apenas por prender a respiração.
— Estou cuidando disso, — Sebastian disse rispidamente.
Ele se afastou de Magnolia e subiu as escadas.
Comecei a entrar em pânico, minha respiração pesada e alta assim
que fiquei sozinha. Eu cambaleei para o corredor.
Percebi que Magnolia era a menor das minhas preocupações. Até a
minha decisão mais importante — escolher o homem com quem passaria
o resto da minha vida — empalideceu em comparação com o que acabara
de aprender.
Magnolia tinha acabado de me dizer o que Sebastian nunca diria:
Silas queria me matar.
18
O SEGREDO DO ALFA
Lyla
Era isso. Eu sempre temi o momento em que teria que contar para minha
companheira o que tinha feito. Meu segredo mais sombrio.
Resisti a contar a Lyla porque as coisas já estavam muito instáveis
entre nós. Eu temia que meu segredo pudesse ser a gota d'água...
Se ela soubesse a verdade, ela poderia me deixar para sempre.
— Há... mais nessa história, — eu consegui dizer.
Lyla ficou a alguns passos de distância, me olhando com incerteza.
Recuei até estar encostado na minha mesa.
Era bom apoiar meu peso em algo.
— Anos atrás, quando Silas encontrou sua companheira, houve uma...
complicação. — Minha voz soou estranha para mim e minha visão estava
turva também. Eu não conseguia me concentrar e percebi que estava
ficando tonto.
É isso, pensei comigo mesmo. Você vai perder sua companheira antes
mesmo de tê-la.
— Ela era uma humana, e Silas a transformou. O processo funcionou
para seu corpo, mas sua mente travou.
Soltei um suspiro trêmulo, lembrando-me dela. Ela parecia uma
mulher, mas sua mente era a de um animal.
— Eu sabia que algo estava errado quando Silas não me disse mais
nada sobre ela. Ele não me deixou conhecê-la. Ele parou de atender
minhas ligações. E meus pais...
Minha voz falhou. Minha mãe e meu pai sempre tiveram uma noção
clara do que era certo. Eles fizeram parecer fácil liderar uma alcateia.
— Meus pais sabiam que Silas estava transformando mulheres
inocentes. Eles foram procurá-lo.
Lyla se aproximou e colocou a mão no meu braço. Sua compaixão
quase me fez sentir pior, porque logo ela perceberia que eu não merecia
isso.
— Silas conheceu meus pais com sua companheira. A mulher era
selvagem, raivosa. Ela havia perdido sua humanidade na mudança,
mesmo em sua forma humana. Tudo o que restou foi a pior parte de um
lobisomem... a sede de sangue. O desejo de violência.
Lyla se aproximou. Eu não conseguia olhar para ela.
— Ela matou meus pais. — Minhas mãos tremiam naquele momento.
O que veio a seguir foi a parte que eu escondi de Lyla — a parte que
eu esperava tão desesperadamente que ela não precisasse saber.
— Eu não tive escolha. Eu a rastreei e a matei.
As memórias terríveis inundaram minha mente. Uma coisa é matar
um lobo. Mas uma mulher humana...
O que eu tinha feito assombrava meus sonhos até aquele dia.
Lyla ainda estava me tocando, mas eu nunca me senti tão longe dela.
O silêncio pairou entre nós, pesado com minha vergonha.
— Você acha que eu sou um monstro? — Eu sussurrei.
Antes de Lyla responder, ela se afastou de mim. O gesto disse mais do
que palavras jamais poderiam. — Você não é um monstro, — ela disse
finalmente. — Mas você mentiu para mim.
Eu me virei para ela, incrédulo.
Ela poderia realmente perdoar o que eu fiz?
Mas sua expressão era fria.
— Sebastian, eu entendo o que você fez naquela época, — ela disse. —
Você matou a companheira de Silas. Isso me torna seu alvo natural. Você
sempre soube que havia um risco... mas eu não sabia.
Ela balançou a cabeça.
— Eu mereço saber disso. E mesmo depois de ele me ameaçar, você
não me contou o que aconteceu. Você me disse para não me preocupar.
Sua expressão mudou entre confusão e raiva. Ela parecia mais
distante a cada momento que passava.
— Eu deveria ser sua Luna! E ainda assim você não confia em mim
com a verdade. — Ela me olhou exasperada, esperando minha resposta.
— Você é minha Luna, Lyla? — Eu surtei. — Porque eu ainda não sei,
e parece que você também não. Como posso confiar em você se você não
quer se comprometer comigo?
Minhas palavras afundaram no ar diante de mim. Ao ouvir minhas
próprias palavras, percebi que soava na defensiva e que estava
choramingando.
Por que isso está acontecendo assim?
Lyla zombou de mim, dizendo:
— Você sabe o que torna tudo isso pior? Magnolia ganhou sua
confiança. Ela está mais atualizada sobre as ameaças à minha segurança
do que eu!
Seus olhos estavam selvagens agora. Eu me afastei da mesa,
precisando me mover. A raiva passava por mim.
Nós dois diríamos mais coisas das quais nos arrependeríamos. Mas eu
sabia que havia passado do ponto sem volta.
Lyla
O rosto de Caspian estava tão expressivo, tão amoroso, que tive que
desviar o olhar.
Suas palavras passaram pela minha mente várias vezes.
Seríamos felizes juntos?
A resposta veio de dentro de mim e tive quase certeza de que era
verdade.
— Eu acho que sim, — eu sussurrei. Quando voltei meu olhar para
Caspian, seus olhos estavam arregalados de alívio. — Mas temo que esse
não seja realmente o problema...
Eu me movi pela água, de volta ao lado da piscina, apoiando meus
braços contra ela.
Eu me perguntei: Como seria minha vida se eu não tivesse conhecido
Sebastian?
Nesse momento seria mais fácil — eu tinha certeza disso. Mas apenas
o pensamento de perdê-lo me encheu de tristeza.
E se eu tiver que perder Caspian... Meu coração torceu dolorosamente.
Eu tinha certeza que Caspian e eu poderíamos ser felizes juntos.
Poderíamos voltar ao lugar que ambos conhecíamos e amávamos.
Minha vida seria o que sempre imaginei.
Mas Sebastian representava um futuro além dos meus sonhos mais
selvagens. Paixão, poder, privilégio...
Só de pensar nisso, minha cabeça girou.
Meus dois futuros possíveis se expandiram diante de mim como dois
caminhos não trilhados. Eu sabia que, uma vez que começasse a
caminhar por um, o outro desapareceria para sempre.
Eu me virei para Caspian. Ele estava recostado na lateral da piscina,
me olhando com preocupação.
Fiquei impressionada com sua paciência, seu amor constante. E
enquanto eu olhava para o homem que estava ao meu lado desde que eu
conseguia me lembrar, não havia dúvida em meu coração de que eu o
amava.
Eu não sabia se isso era o suficiente para sempre, mas era o suficiente
para o agora.
Eu me movi em direção a Caspian e seus braços se abriram para mim.
Ele me abraçou e eu inclinei meu peso sobre ele, confiante de que ele me
apoiaria.
Isso não é suficiente? Eu me perguntei. Não é esse sentimento de
aceitação tudo que eu sempre quis?
As mãos de Caspian eram fortes contra minhas costas. A pele de seu
peito estava quente na água. Enquanto eu sentia o cheiro dele, o abraço
se tornou outra coisa. Seu corpo era mais do que apenas conforto para
mim.
Foi elétrico. Eu reajustei minhas mãos sobre seu peito duro e liso, e
seu corpo enrijeceu. Meu coração começou a bater descontroladamente
de ansiedade.
Quando olhei para cima, Caspian já estava lá, esperando. Meus lábios
encontraram os dele facilmente, e paramos por um momento, respirando
a respiração um do outro. Deixando que o sentimento fosse construído
entre nós.
Seu beijo foi terno e suave, como se nós dois fôssemos frágeis.
Realmente, nós dois éramos. Mas então eu me inclinei contra ele com
mais força, e ele me encontrou com uma paixão desprotegida. Ele me
puxou para mais perto e então percebi: eu não era feita de vidro.
Naquele momento, não precisava ser tratada com cuidado. E ele
também não.
Suas mãos estavam por toda parte, me segurando. Eu podia sentir o
amor em cada toque, o que me deixava tonta de desejo.
Eu confiei no homem diante de mim completamente. Eu o beijei
profundamente como se pudesse beber dele.
Ele me pegou em seus braços e me carregou em direção aos degraus
da piscina, para fora da água. Ele me deitou suavemente em uma
espreguiçadeira.
À nossa volta, a noite fervilhava de grilos e sapos. A copa das árvores
nos escondeu. Estávamos totalmente sozinhos.
Estremeci, mas foi mais por antecipação do que pela brisa fresca.
— Vou mantê-la aquecida — Caspian prometeu.
Eu olhei para ele, seus olhos amorosos que me aceitavam exatamente
como eu era. Toquei as gotas de água em seu peito perfeito, brilhando ao
luar.
Então eu agarrei sua nuca, puxando-o para baixo em cima de mim,
em um beijo profundo.
Ele respondeu com igual paixão, colocando uma de suas pernas entre
as minhas para que eu pudesse sentir sua ereção crescente contra minha
coxa.
Minha respiração estava ofegante enquanto passava minhas mãos por
seu corpo. Meu corpo estava reagindo antes de minha cabeça.
Mas eu não queria pensar. Isso parecia certo, e eu não queria lutar
contra isso.
Alcancei sua cueca, acariciando a pele macia de seu membro duro
como pedra. A respiração de Caspian ficou irregular.
— Porra, Lyla, — ele engasgou.
Abaixei sua cueca para que pudesse vê-lo. Seu abdômen ondulou,
chegando até seu pau perfeito, que se flexionou em minha mão.
Sem pensar, puxei minha calcinha para o lado, desesperada para
senti-lo.
Ele se inclinou em minha direção, então o comprimento dele estava
contra o meu sexo quando eu abri minhas pernas.
Meus músculos internos se contraíram de desejo enquanto movia
meus quadris contra ele.
Estávamos tão perto. Estávamos a apenas um movimento de
distância. Eu estava delirando de luxúria, já perto do orgasmo.
Suas mãos em mim eram gentis e fortes. Eu podia sentir que ele tinha
certeza: eu era tudo o que ele sempre quis; tudo o que ele sempre iria
querer.
Essa seria a sensação de fazer amor com Caspian, eu teria certeza
disso então.
Ele iria me adorar, aceitar todas as falhas e me dar tudo o que tinha.
Eu queria aceitá-lo, mais do que qualquer coisa.
Caspian abriu os olhos e olhou nos meus com uma intensidade
ardente. Era uma pergunta — uma que eu não sabia se poderia
responder.
Esta é a hora?
Vou finalmente perder minha virgindade?
20
PROBLEMAS DEPOIS DA MEIA-NOITE
Lyla
Era como se a própria Deusa da Lua tivesse entrado por aquelas portas.
Lyla desceu a grande escadaria com pose e graça, seu vestido branco
esvoaçando ao seu redor como o luar.
Ela era o ser mais lindo que eu já vi.
Ela parecia uma Luna.
Eu queria me chutar por dizer algo tão estúpido como não querer que
ela fosse mais minha Luna.
Especialmente quando havia outro que a queria tão
desesperadamente...
Eu olhei para Caspian. Ele estava observando cada movimento de
Lyla, e eu podia ver o desejo em seus olhos. Eu podia ver o amor que ele
sentia por ela, e isso me fez querer arrancar os cabelos.
Eu olhei para o teto, uma mensagem silenciosa para a Deusa da Lua
em minha mente: Deusa, por que você tem que me torturar assim?
Lyla
— Então você está me dizendo que sua garota foi roubada na Cúpula? —
Silas estava inclinado para a frente, os olhos arregalados de choque.
— Sim, — eu disse, dando uma baforada descontente do charuto
entre meus dedos.
— Droga. A Deusa da Lua pode ser uma garota inconstante às vezes,
hein?
— Isso é verdade.
Tomei um gole da garrafa meio vazia, entregando-a a Silas, que fez o
mesmo. Era fácil conversar com ele. E foi bom conversar com alguém
sobre toda aquela merda.
Liberação.
Talvez fosse porque ele era um estranho. Eu sabia que provavelmente
não veria o homem nunca mais depois daquela noite, o que tornou mais
fácil abrir o bico.
Muito mais fácil do que conversar com amigos e familiares, isso era
certo.
Eu não estava procurando por piedade, e Silas não ofereceu nenhuma.
Ele era apenas um cara com quem eu poderia desabafar.
— O que é pior, — continuei, — é que não foi qualquer um que
acabou se revelando seu companheiro. Foi o alfa. O alfa real. Você pode
acreditar nisso, porra?
O sorriso descontraído foi subitamente apagado do rosto de Silas.
Seus olhos brilharam sombrios, e seu comportamento de repente mudou
de aberto e convidativo para algo mais escuro.
Mas sumiu tão rápido quanto veio, e me peguei me perguntando se
tinha imaginado a coisa toda.
— Não, eu realmente não posso acreditar nisso, — disse ele
calmamente.
— Eu também não queria, — admiti. — Mas a realidade é uma merda.
Ficamos em silêncio por um tempo, revezando-nos para tomar um
gole da garrafa e fumar nossos charutos.
— Por que você não está lá dentro? — Eu perguntei eventualmente.
— Você não tem ninguém esperando por você?
— Não, — disse Silas. — Como eu disse, tive meu quinhão de
problemas do coração. E me chame de bastardo, mas não suporto ver
outras pessoas felizes com seus companheiros. Me faz sentir todo torcido
por dentro, sabe?
— Eu entendo, — eu concordei. — Por que eles ficam felizes quando
estou me sentindo uma merda?
— Amém, irmão. — Silas deu uma risadinha.
— Mas o que aconteceu com você? — Eu perguntei. — Você sabe
muito bem a minha história. Qual é a sua?
— Ah, bem, não gosto de falar muito sobre isso... — O rosto de Silas
escureceu novamente e, dessa vez, tive certeza de que não estava
imaginando. — Eu perdi minha companheira em uma terrível tragédia.
Ela foi tirada de mim muito, muito cedo.
Eu podia sentir o peso de suas palavras e tive a sensação de que meus
problemas atuais empalideceram em comparação com o que ele havia
passado.
— Mas mantenha a cabeça erguida, filho, — disse Silas. — Você ainda
tem a cerimônia da segunda chance chegando.
Tossi uma baforada de fumaça de charuto. Eu tinha me esquecido
completamente dessa parte da Cúpula.
Uma companheira de segunda chance...
A cerimônia tinha um certo estigma em torno dela.
Alguns viam isso como uma misericórdia concedida pela Deusa da
Lua, mas outros também viram como uma ninharia.
Todos os lobos não marcados entravam automaticamente na
cerimônia. Era visto como uma chance para aqueles que, por qualquer
motivo, não conseguiram encontrar seu verdadeiro companheiro.
Talvez seu verdadeiro companheiro simplesmente não estivesse na
Cúpula. Talvez seu verdadeiro companheiro tivesse falecido e essa fosse
sua segunda chance de uma vida cheia de amor.
— Hm... eu não tenho certeza disso, — eu disse relutantemente.
— Os rumores de que seu companheiro de segunda chance não é 'tão
bom' quanto seu verdadeiro companheiro não são tudo o que eles dizem
ser, — disse Silas. — Amor é amor, e uma vida sem ele é realmente muito
sombria.
— Como você saberia? — Eu me perguntei.
— Minha companheira era uma espécie de companheira de segunda
chance, — disse Silas com um sorriso triste. — E ela era a luz da minha
vida. — Eu olhei para Silas. As linhas duras de seu rosto suavizaram
enquanto ele pensava em seu amor perdido. Ele parecia feliz com as
memórias que sem dúvida estava revivendo.
— Talvez eu pudesse tentar..., — eu disse duvidosamente.
— Faça isso, filho. — Silas deu uma última tragada no charuto antes
de jogá-lo na grama. Ele se levantou e me deu um tapinha no ombro. —
Eu sei que parece impossível, mas talvez você encontre alguém especial
como a sua garota encontrou.
Eu levantei a garrafa quase vazia em direção a ele.
— Obrigado pela conversa.
— Não se preocupe, — disse ele.
Ele começou a caminhar na noite, mas parou e olhou para trás para
uma palavra final. — Se você encontrar sua companheira, segure-a com
força. Nunca a deixe ir. Porque você nunca sabe quando o destino a
levará embora.
Sebastian
Lyla tentou pular entre nós, mas Caspian era um caso perdido.
Ela só se machucaria.
E se Caspian machucasse Lyla... então nenhuma quantidade de
autocontrole me impediria de matá-lo.
Eu a empurrei de lado, esquivando-me sob a estocada de Caspian
quando ele bateu no balanço do banco, arrancando-o de suas correntes.
Lyla tropeçou nas raízes da árvore, caindo de costas na grama. Isso
poderia deixar um hematoma, mas era melhor do que ficar no caminho
de um lobisomem bêbado.
A raiva me alimentou, meus ossos quebrando e os músculos se
expandindo enquanto eu assumia minha forma completa de lobo.
Caspian girou e se lançou novamente, e eu desviei para fora de seu
alcance.
Rosnei um aviso, mas o idiota continuou vindo.
Eu golpeei seu rosto, minhas garras se retraíram para que eu não o
deixasse com uma cicatriz. Mas o tapa não fez nada para detê-lo.
Isso vai ser complicado.
Se fosse uma luta normal, eu teria rasgado sua garganta naquele
momento. Mas o filho da puta estava bêbado. Ele não estava em seu juízo
perfeito.
E eu sabia que, se o machucasse, machucaria Lyla.
Puta merda.
De repente, ele se lançou para frente em um movimento imprudente
e suicida que deixou sua garganta completamente exposta. Mas não
consegui aguentar a abertura. Eu não queria matá-lo...
Suas mandíbulas apertaram meu ombro e eu gritei de dor.
Caspian
— Lyla! Ajuda!
A voz de Skye estava sumindo, mesmo com a ajuda dos meus sentidos
aguçados de lobo.
Corri para o labirinto, meus olhos vasculhando o chão em busca de
rastros. Eles estavam perto. Eles não poderiam ter ido longe.
E então eu os ouvi, bem do outro lado da parede.
— Lyla! — Skye gritou.
Corri para frente, com a intenção de romper o labirinto, mas bati em
uma parede de malha de metal grossa.
Pensei em pular sobre ele, mas os pés de milho tinham cinco metros
de altura e outra rede de fios de metal cobria todo o labirinto.
Obviamente, foi construído para impedir que lobos imprudentes ou
bêbados trapaceassem ou arruinassem o labirinto para todos os outros.
Mas naquele momento eu queria pegar quem quer que tivesse desenhado
o labirinto e dar um soco na cara deles.
Eu arranhei e mordi selvagemente o metal, mas ele não se moveu.
— Venha nos encontrar, Lyla. — Um profundo sotaque sulista
zombou de mim do outro lado da parede. — A pequena Skye está tão
assustada.
— Eu não estou com medo de você, seu idiota — A voz de Skye foi
abafada de repente.
Soltei um rugido cruel. Eu não precisava de palavras para deixar
minha ameaça clara.
Machuque-a e você morre.
O homem riu, sua voz sumindo.
— Depressa, Lyla, — ele chamou. — O tempo dela está se esgotando...
Corri como um lobo possuído, disparando pelo labirinto. Cheguei a
beco sem saída após beco sem saída, a risada zombeteira do estranho
enchendo o ar ao meu redor.
— Sinto pena de você, — disse a voz. Parecia que ele estava falando
bem ao meu lado. Eu me virei, atacando com minhas garras, mas ele não
estava lá.
Meus sentidos estão me enganando?
— Se você tem que culpar alguém pelo que aconteceu esta noite,
culpe a Deusa da Lua. Ela usa todos nós para seu entretenimento. — Sua
voz era como fumaça, entrando e saindo, constantemente girando ao
meu redor. Eu balancei minha cabeça. Não fazia sentido ouvir o que ele
tinha a dizer.
Continuei a correr pelo labirinto. Eu podia sentir que estava
chegando mais perto.
— O destino é cruel, — disse ele. — Eu só quero que você saiba que
você não fez nada de errado. Não tenho qualquer má vontade em relação
a você ou sua irmã... mas não tenho escolha.
Virei em uma esquina e vi o centro do labirinto à frente.
Espere, Skye. Estou quase lá...
Sebastian
— Mude sua forma agora, ou vou quebrar o pescoço dela como um talo
de milho, — Silas ameaçou.
Lá estava ele. O homem que eu traí.
Meu melhor amigo.
E ele estava com suas garras na garganta de Lyla.
Eu mudei minha forma, a luta saindo de mim.
Era isso.
Era aqui que eu pagaria por meus pecados.
— Silas, não faça isso, — eu disse. Eu levantei meus braços, minha
pele rasgada e ensanguentada de correr através do labirinto. — Por favor.
Ela é minha companheira.
Silas soltou uma risada áspera, seu rosto se contorcendo de alegria
enlouquecida.
— Você matou minha companheira. — Ele pressionou levemente o
pescoço de Lyla, tirando sangue. — Eu te disse antes... olho por olho.
Tentei me mover para frente, mas o aperto de Silas em Lyla
aumentou. O grito abafado de dor de Lyla me parou no meio do
caminho.
Seus olhos verdes brilhantes encararam os meus, brilhando
desafiadoramente mesmo naquele momento.
— Não se preocupe comigo, — seu olhar disse.
Mas ela estava pedindo o impossível.
— Você tirou minha Ella de mim... — A voz de Silas aumentou para
um tom febril.
— Silas...
— VOCÊ A TIROU DE MIM!
Silas se recompôs.
— Agora você vai sentir minha dor.
— Não faça isso, — eu implorei. — Mate-me ao invés. Por favor.
— Oh, eu vou, — disse Silas. — Depois de ver a vida sumir dos olhos
da sua companheira. Depois de segurá-la em seus braços enquanto ela
está morrendo, incapaz de fazer qualquer coisa para impedir. Só então
vou te matar.
Eu me preparei para mudar. Eu nunca conseguiria, mas tinha que
tentar.
— Lembre-se, Sebastian, — Silas disse, um tom de finalidade em sua
voz. — Isso é sua culpa.
De repente, outro lobo entrou correndo no labirinto, um borrão de
músculos e pelos. Meu ânimo melhorou, a entrada surpresa me
arrastando para fora do desespero.
— Caspian! — Chamei.
Silas se virou e viu o lobo, um lampejo de reconhecimento em seu
rosto. Eles se conhecem?
Mas isso não era importante.
Silas tirou os olhos de mim por um segundo.
E isso era tudo que eu precisava.
Eu avancei para frente enquanto mudava, cada grama de poder que
eu mantinha em meus músculos me impulsionando em direção a ele.
Silas se virou para mim, suas garras prestes a cravar na garganta de Lyla.
Eu consegui a distração de que precisava tão desesperadamente.
Mas será o suficiente?!
30
UMA ESCOLHA IMPOSSÍVEL
Sebastian