Você está na página 1de 39

Copyright © 2020 de Jéssica Larissa

Um dia perfeito
Todos os direitos reservados.
Edição Digital | Criado no Brasil.
Este livro é uma obra de ficção. Nomes, personagens e
acontecimentos descritos, são produtos frutos da imaginação da autora.
Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais,
é mera coincidência.
Esta obra segue as regras da
Nova Ortografia da Língua Portuguesa.
Capa: Jéssica Larissa
Revisão: Christine King & Eveline Knichala
Diagramação: Mellody Ryu

Qualquer parte dele não pode ser reproduzido ou usado de forma


alguma sem autorização expressa, por escrito, da autora,
exceto pelo uso de citações breves em resenhas
ou avaliações críticas.
A violação dos direitos autorais é crime
estabelecido pela lei n° 9.610/98 e punido pelo
artigo 184 do código penal.
SINOPSE
Eles estavam em plena descoberta do prazer e
no auge do desejo quando a cegonha simplesmente
não resolveu esperar. Karine era uma linda jovem de
olhos encantadores e Felipe era um rapaz bonito e
sedutor, prestes a se tornar advogado.
As lembranças de Um Dia Perfeito mostrarão
Felipe e Karine lidando com a chegada de um bebê
simplesmente irresistível: Beatriz.
Um Dia Perfeito é um spin off do livro A
menina do CEO e conta a deliciosa, romântica e
engraçada história do primeiro dia dos namorados do
casal
INDICE

SINOPSE
INDICE
CAPÍTULO 01
CAPÍTULO 02
CAPÍTULO 03
Livros da autora:
Sobre a autora:
REDES SOCIAIS:
CAPÍTULO 01
Karine
12 de junho. Dias atuais

Era uma manhã fria e enevoada do mês de junho, mais precisamente


o dia dos namorados. Meu marido conversava ao telefone com o genro,
enquanto eu olhava pela janela que dava acesso ao jardim, e, como sempre,
eles falavam de trabalho.
Terminei de fechar o zíper do vestido preto que batia acima dos meus
joelhos e observei calmamente meu marido. Os anos haviam passado, e as
primaveras nos roubaram um pouco da juventude, mas a beleza daquele
homem continuava ali, presente em cada centímetro da pele bronzeada e
dos músculos do seu abdômen nu. Uma beleza ainda tão marcante e
deliciosa como no nosso primeiro dia dos namorados. Aquela data trazia
tantas lembranças maravilhosas que meu peito se aqueceu
enlouquecidamente apenas ao recordar pequenas passagens de nossa
história.
Caminhei devagar na direção de Felipe, imaginando o quanto
precisávamos de um tempo sozinhos, apenas eu e ele, e o abracei pelas
costas. Passei a mão em seu peito quente e firme, e senti o seu toque nos
meus dedos, fazendo-me apertá-lo um pouco mais.
Suspirei feliz pelo marido maravilhoso que eu tinha, e a família linda
que havíamos construído com o passar dos anos. No entanto, eu estava um
pouco cansada.
As crianças ainda dormiam e o silêncio era quase absoluto na casa.
Algo raro de se acontecer quando os gêmeos estavam acordados e corriam
para lá e para cá em todos os cômodos.
Agora com seis anos de idade, Sophia e Gabriel eram uma dupla
imbatível. Enquanto Gabriel era arteiro e agitado, Sophia era um pouco
mais contida e tranquila, mas ainda assim ela me arrancava o sossego
durante todo o dia.
Após alguns segundos, Felipe desligou a chamada, deixou o celular
em cima do parapeito da janela e segurou minhas duas mãos, afastando-as
do seu corpo.
Virou-se na minha direção e me abraçou, agarrando a minha cintura e
me levando para si.
— Eles já estão a caminho, devem chegar em alguns minutos — disse
ele, referindo-se à nossa filha, Cadu e às crianças.
Passou uma mão nas mechas do meu cabelo que caíam sobre a minha
testa e acariciou a pele ali.
Encostei meu rosto em seu peito, sorrindo. A felicidade em meu
coração era tanta que estava transbordando. Em poucos minutos, nossa filha
e nosso genro chegariam com as gêmeas e Dudu para darmos
prosseguimento à programação do dia.
Felipe e Eduardo ficariam com as crianças enquanto eu e Beatriz
iríamos às compras e às sessões de beleza.
Logo mais à noite seria a vez dos namorados. As crianças seriam
cuidadas pela mãe do Cadu com a ajuda da babá, e nós quatro sairíamos
para jantar fora.
— Em que está pensando? — perguntou Felipe quando permaneci em
silêncio. — Está tão quieta.
Intensifiquei o aperto das minhas mãos em suas costas largas.
— A data de hoje é tão nostálgica. Lembra-me a primeira vez que
transamos e todo os acontecimentos depois daquele dia, incluindo nosso
primeiro dia dos namorados.
Ouvi Felipe sorrir e sua mão desceu até a lateral da minha bunda,
fazendo-me gemer por causa da região dolorida.
— Podemos relembrar aquela noite. O que acha? Temos alguns
minutos antes que as crianças acordem. — Sua boca desceu até a minha
orelha e mordiscou o lóbulo, arrancando-me arrepios gostosos.
O que ele disse me vez relembrar o que havia acontecido na noite
anterior, e eu balancei a cabeça, sorrindo, pensando no que aprontamos e de
como minha bunda acabou daquele jeito, dolorida.
Ainda sorrindo, comecei a me lembrar...
Após o jantar, havíamos colocado Sophia e Gabriel para dormir e
subimos para o nosso quarto, ansiosos para darmos atenção um ao corpo do
outro. Há dias o cansaço do trabalho e a atenção com as crianças não nos
permitiam namorar um pouco.
Nós nos beijávamos e nos tocávamos, arfantes, enquanto nossas
roupas eram despidas. Eu rebolava em cima da pélvis do meu marido
coberta pela cueca boxer, contando os minutos para descer no eixo dele,
quando a porta do quarto se abriu e Sophia entrou. O susto foi tão grande
que, ao tentar sair de cima de Felipe, enrolei as pernas no lençol e caí de
lado no chão. Eu quis chorar naquele momento, já sentindo meu traseiro
arder.
A garotinha chorava, segurando seu ursinho rosa, alegando estar com
medo do bicho papão debaixo da cama. Segundo ela, fora Gabriel que havia
dito. Ela acreditou no irmão piamente.
Felipe, como o pai babão que era, levantou-se e pegou nossa filha nos
braços. Levou a menina para a cama e a deitou.
— Não chore princesa. Não tem nenhum bicho papão debaixo da sua
cama — ele disse, acalentando-a enquanto alisava seus cabelos castanhos.
— Estou com medo, papai. — Soluçou — Me deixe dormir aqui com
o senhor e a mamãe. — Quando fitei os olhinhos molhados de Sophia, meu
coração também se derreteu. Ela era tão doce. — O Gabriel é um irmão
mau. Ele me faz ficar com medo, papai… — ela continuou.
Naquele momento, eu soube que a tentativa de fazer amor com meu
marido já era, e tentei me conformar.
Quando Sophia finalmente dormiu, levei-a então de volta para o seu
quarto, mas quando retornei, Felipe também dormia profundamente e eu
não tive outra alternativa a não ser pegar no sono.
E então, depois de lembrar da bunda dolorida pela noite anterior,
ainda sorrindo, deslizei as mãos pelo peito de Felipe, retrocedendo ao
momento em que nos abraçávamos e me afastei um pouco para fitá-lo.
Mordisquei o lábio suavemente enquanto observava aquele rosto másculo e
expressivo, a barba cerrada com alguns fios grisalhos, os olhos castanho-
escuros que me faziam suspirar, mesmo após tantos anos. Felipe era um
homem grande, charmoso e muito teimoso. Mas era o meu teimoso. O
único que esteve em minha vida e em minha cama. Eu o amava tanto.
— Está usando roupas demais, querida. Não é assim que me recordo
da nossa primeira vez. — Felipe sorriu, deslizou as mãos pelas minhas
coxas e alcançou a barra do meu vestido. Ergueu em seguida o tecido e
alcançou as bandas da minha bunda e esmagou minha carne entre os seus
dedos.
Gemi.
— Felipe… — Tentei adverti-lo de que não tínhamos tempo, pois
Beatriz e as crianças chegariam logo, mas meu marido simplesmente me
ignorou.
— Uma rapidinha meu amor, isso não te lembra nada?
Sorri, segurando em sua camisa enquanto a boca quente distribuía
beijos pelo meu pescoço. Suas grandes mãos foram certeiras em minha
calcinha e desceram o tecido até metade da minha bunda.
— Ao menos feche a porta... — sussurrei. — Não queremos ser
interrompidos por um time de pestinhas não é verdade?
Meu marido gargalhou e, em um rápido movimento, ergueu o meu
corpo, fazendo-me cruzar as pernas em seus quadris. Firmei minhas mãos
em seu pescoço.
Os passos de Felipe foram rápidos na direção da porta. Passou a
chave e retornou comigo em seus braços. Deitou-me na cama e cobriu o
meu corpo com o seu. Minhas pernas foram abertas para que ele pudesse se
acomodar entre elas.
Colocou um braço em cada lado da minha cabeça, tocou o meu
queixo sem tirar a expressão sorridente do rosto e baixou os lábios até tocar
os meus.
Gemi roucamente quando a língua quente e invasiva penetrou minha
boca. Seus quadris se moveram entre as minhas coxas e o volume do seu
pênis grosso e rígido se fez presente enquanto esmagava o meu clitóris por
cima da calcinha.
As lembranças me atingiram em cheio e foi como se eu tivesse
voltado no tempo, em um dia tão especial quanto decisivo. O dia em que
me entreguei de corpo e alma àquele homem...

22 de abril. Ano 2000


— Quer ir para casa agora? Podemos andar mais um pouco se
quiser, acho que seu pai não irá me estrangular se nos atrasarmos alguns
minutos. — Senti o aperto forte da mão de Felipe na minha e estremeci um
pouco.
Andávamos devagar na orla da praia de mãos dadas depois que
saímos do cinema. Já era tarde, mas algumas pessoas circulavam por ali
naquele horário e a lua cheia brilhava com tudo no céu. O clima estava
agradável e o vento soprava os meus cabelos de um lado a outro. A brisa
suave que batia em meu rosto me acalmava.
Eu não sabia o que poderia acontecer quando entrássemos de volta
no carro que ele pegou emprestado de um amigo da faculdade.
Namorávamos há alguns meses e o clima havia esquentado muito entre nós
nas últimas semanas. Era por isso que eu estava nervosa. Nossos beijos já
não eram mais inocentes, nossos toques queimavam como fogo em brasa. O
desejo ardia dolorosamente.
Eu queria Felipe, e ele também me queria. Éramos dois jovens com
os hormônios à flor da pele, apaixonados e loucos um pelo outro, vivendo
em um mundo de ilusões.
Ele, um estudante de Direito, correndo atrás dos seus sonhos, e eu
apenas uma garota no fim do colegial. No entanto, nossos medos e receios
ficavam em segundo plano sempre que ele me beijava e me abraçava forte
contra o seu peito. Eu até mesmo me esquecia dos ensinamentos rigorosos
de minha mãe sobre me casar virgem e nunca permitir nenhum tipo de
perversão antes do casamento.
Eu sentia que era dele. E ele era meu. Estava disposta a tudo pelo
homem que amava...

Dias atuais
— Deixa eu tirar essa calcinha… — Meu marido sussurrou em meu
ouvido, e eu retornei dos meus devaneios, abrindo os olhos. — Erga o
quadril, amor.
Suas íris faiscavam de paixão quando eu o fitei. A cor dos seus olhos
havia escurecido e minha respiração acelerou.
Felipe baixou o olhar e enganchou os dedos na lateral da minha
calcinha. Puxou-a, e eu ergui o quadril para ajudá-lo enquanto ele deslizava
o tecido pelas minhas coxas.
A barra do meu vestido embolou em minha barriga quando Felipe me
puxou para a beirada da cama e segurou minhas coxas firmemente. Abriu as
minhas pernas, inclinou os meus joelhos e se agachou.
Gemi ofegante ao sentir a respiração quente no meu sexo, e logo
depois a língua dura e morna me golpeou no clitóris, fazendo rajadas de
prazer se espalharem pelo meu corpo.
Fechei os olhos, arfante, e agarrei seus cabelos. Mais lembranças me
atingiram em meio ao prazer e eu já não estava mais dentro do nosso
quarto, e sim no banco de trás da Hilux prata, em frente à casa dos meus
pais.

22 de Abril. Ano 2000


— Seus lábios são deliciosos, minha linda Karine… — murmurou
ele, aprofundando o beijo sedutor e passou a mão pela minha coxa, por
baixo do vestido listrado que eu usava.
Meu coração batia forte no peito por medo de sermos flagrados por
alguém enquanto nos beijávamos ali. No entanto, a rua estava vazia e as
luzes que iluminavam a frente da minha casa estavam apagadas. Todos
dormiam.
— Eu preciso entrar, Felipe — sussurrei em sua boca, sem conseguir
desgrudar nossos lábios, entretanto, o medo fazia minha respiração falhar.
Eu o queria tanto que temia não ser capaz de pará-lo caso avançasse
o sinal. Éramos jovens demais para lidarmos com qualquer consequência.
Meus pais certamente nos forçariam a um casamento se descobrissem.
— Não quero que vá. — O olhar escuro buscou o meu, frustrado. —
Me deixe te beijar um pouco mais, por favor…
Assenti querendo o mesmo, e ele voltou a envolver os meus lábios
com os seus. Uma mão envolveu os cabelos da minha nunca e a outra
serpenteou pela minha coxa, subindo cada vez mais. Estremeci quando
senti os dedos ásperos alcançando a barra da minha calcinha e uma
sensação de umidade me fez ficar consciente do quanto eu estava molhada
entre as pernas.
Ofeguei, querendo-o.
Felipe já havia me tocado ali antes por cima da calcinha, mas fora
por breves segundos. No entanto, naquele momento o seu toque se
estendeu, mais intenso, e um dedo grosso percorreu por debaixo do
elástico.
Minhas bochechas esquentaram. Eu estava envergonhada, mas não
conseguia afastá-lo, nem mesmo quando a ponta do seu dedo pressionou o
meu clitóris, arrancando-me um gemido sôfrego.
Tentei fechar as pernas, assustada, confusa e excitada. A umidade em
meu sexo só aumentava e meus pensamentos já não eram mais tão
coerentes.
— Deixa, meu amor. Me deixe te tocar aqui… — Felipe pediu
ofegante, parecia estar tão envolvido quanto eu estava.
Ele começou a esfregar o dedo em círculos com cuidado e devagar.
Precisei fechar os olhos para suportar as alfinetadas de prazer que eu
experimentava.
— Não podemos…
Remexi os quadris no banco, desorientada pelo prazer e desejo. Mas,
ao invés de afastá-lo, eu o puxei ainda mais para mim. Mordi seus lábios e
Felipe não conseguiu conter um gemido.
— Eu só irei tocar você… — Sua voz estava arrastada, rouca. —
Afaste suas coxas um pouco mais, deixa eu te dar prazer com os meus
dedos.
Fiz o que ele pediu sem conseguir raciocinar direito e abri as pernas
ainda mais. Dei o espaço que ele precisava. Felipe continuou com os lábios
grudados aos meus e colocou o tecido da minha calcinha para o lado. Logo
senti dois dedos acariciando os meus nervos e deslizando para a minha
abertura.
— É tão quente, Karine. Está tão melada para mim.
Contive o ar quando Felipe afastou o seu corpo e deslizou minha
calcinha por minhas pernas. Arranhei o seu ombro fortemente por cima da
jaqueta jeans que o cobria.
— Eu quero você… — murmurei fora de mim — Me beije.
Nossas bocas voltaram a se encontrar, dessa vez com beijos
profundos e estalados. Estávamos famintos, desejosos, febris pela paixão
que consumia cada célula dos nossos corpos.
— Te darei tudo o que quiser… — ofegou.
Sabia que deveria pará-lo, mas não protestei quando ele segurou as
minhas coxas e as escancarou. Deu um último beijo em meus lábios e
tomou uma curta distância do meu corpo ao mesmo tempo em que
inclinava os meus joelhos, apoiando os meus pés em cima do banco do
carro.
Seu olhar baixou para o centro das minhas pernas e Felipe gemeu.
Parecia fascinado enquanto analisava o meu sexo exposto. Minhas
bochechas ardiam envergonhadas, mas o desejo que eu sentia era tão forte
que não consegui protestar e fechar as pernas. Eu me sentia mole.
— Como é linda… Eu quero provar você, Karine. — O olhar escuro
procurou o meu, como se pedisse permissão.
Contive o ar em meus pulmões quando ouvi suas palavras e senti a
umidade aumentar entre as minhas pernas. Eu nunca tinha sentido a boca
de um homem em minha intimidade, nem mesmo carícias com os dedos.
Felipe era o meu turbilhão de primeiras vezes.
Assenti brevemente, trêmula. Meu peito subia e descia pelo ritmo
acelerado da minha respiração.
Felipe se abaixou, sustentou uma perna no assoalho e manteve a
outra em cima do banco. Segurou minhas coxas firmemente para mantê-las
abertas e enfiou o rosto entre as minhas pernas.
— Oh Deus! — Arqueei as costas para trás e segurei o banco com
força para me firmar, antes que eu caísse de costas.
A língua dura varreu a minha carne macia, lambendo e pressionando
meu clitóris de baixo para cima, levando-me ao céu em milésimos de
segundos.
Ele subia e descia a língua freneticamente contra o meu nervo,
apresentando-me sensações que nunca achei que fosse possível que
existissem.
Gemi sem forças quando minhas pernas começaram a tremer e uma
pressão deliciosa se formou em minha intimidade. A sensação que eu tinha
era que iria explodir a qualquer momento.
Eu sentia meu clitóris inchado, pulsante. O prazer crescia alucinado
em meu interior e estava prestes a ser libertado. Meus braços perderam as
forças e eu me joguei para trás, encostando a cabeça no banco do carro
com os olhos trancados.
Nem soube como respirar quando o êxtase me atingiu, mais forte do
que qualquer outra vez que eu tenha me tocado, e mordi minha mão para
não gritar. Sentia que poderia morrer enquanto arqueava as costas
querendo mais dele. Querendo ser dele por completo.
Felipe afastou o seu corpo e logo em seguida eu ouvi o barulho de
um zíper. Abri os olhos lentamente para fitá-lo e encontrei aquele olhar
alucinado de pura paixão. Ele era quente.
Não protestei quando meu namorado desceu a calça junto com a
cueca e o pênis rígido saltou para fora. Arregalei os olhos surpresa por
causa do tamanho e grossura. Senti medo, mas quis tocá-lo. Ele era
fascinante… lindo… quase poderia contar o número de veias se não fosse a
pouca luz ali no carro.
— Quer me tocar? — perguntou roucamente e segurou a minha mão.
— Ele é seu, não tenha medo.
Mordi os meus lábios, respirando descompassadamente e assenti.
Felipe se aproximou mais e levou a minha mão até a grossa ereção.
Com a outra, firmei-me no banco e me inclinei levemente para ter uma
melhor visão.
Segurei aquela carne pulsante, trêmula, e deslizei o dedo pela cabeça
macia. Surpreendi-me ao sentir a textura aveludada, gostosa. Meu clitóris
voltou a pulsar.
Felipe inclinou o corpo grande sobre o meu e alcançou os meus
lábios. Beijou-me com fervor.
O dedo longo voltou a brincar com o meu clitóris e esfregou o ponto
sensível. Arfei em sua boca. Eu queria mais, precisava ter mais dele. Nada
parecia ser suficiente.
— Amor...— chamei ofegante e o afastei. — Quero mais…
Como se soubesse o que se passava em minha cabeça, Felipe retirou
os dedos da minha vagina e fechou a mão por cima da minha em volta do
seu eixo. Gemeu.
Abri minhas pernas um pouco mais, dando total acesso a ele, soltei
seu pênis inchado e deslizei um dedo até meu clitóris sensível.
— Karine… — murmurou em forma de advertência.
— Eu quero sentir você aqui.
— Porra… — Ele grunhiu, rouco e levou a mão até o meu sexo.
Deslizou a ponta do dedo em minha abertura e voltou a falar: — Eu estou
perdido, linda… Você é tão deliciosa…
Não terminou a frase, simplesmente guiou a ereção até o meu clitóris
e o esmagou, dando leves batidinhas.
Gemi com aquela tortura e inclinei os meus quadris, buscando mais
fricção contra a sua carne.
— Quero mais, por favor…
— O que você quiser, amor.
Senti a cabeça robusta e escorregadia entre os lábios da minha
vagina e ofeguei quando ele deslizou um centímetro em minha abertura.
Seu pênis pulsava.
Seu dedo voltou a pressionar o meu clitóris, torturando-o, dando
leves beliscadas. Foi demais para mim.
— Me dê mais… — pedi entre delírios sussurrados. — Eu quero
mais...
Gozei novamente, sussurrando o nome dele e inclinei o quadril,
passando minhas pernas em volta do seu para me prender ao seu corpo. O
pênis entrou, apenas mais alguns centímetros, mas foi o suficiente para eu
sentir uma fisgada dolorosa em minha vagina.
Felipe ofegou e eu gritei surpresa quando ele empurrou mais,
rompendo o meu hímen, tomando o meu corpo para si. Doía e ardia de uma
forma alucinante.
— Merda… — Ele estremeceu, mas não foi capaz de controlar o
jato quente que me banhou por dentro.
— Karine… perdão… Eu fui muito bruto —Tentou falar enquanto
gozava, mas eu apenas o abracei mais forte, querendo sentir mais dele.
— Não diga nada, amor — pedi e enchi minhas mãos com os fios do
seu cabelo. Fechei os olhos. — Apenas me abrace até a dor passar… eu te
amo.
CAPÍTULO 02
Felipe
12 de junho. Dias atuais
Cobri o corpo da minha esposa e comecei a entrar bem devagar
enquanto as memórias refrescavam a minha mente, e Karine sorria,
mordiscando os lábios. Eu sabia exatamente em que ela pensava. O brilho
do seu olhar e a emoção que ali estava deixavam claro que Karine
relembrava naquele instante o momento que tirei sua virgindade no banco
de trás da Hilux prata, quando namorávamos. Sempre iríamos nos lembrar
daquela data, pois fora naquela noite que nossa vida se transformou
completamente.
— Está incorporando muito bem o personagem — sussurrei
sorridente em seu ouvido.
Ela me abraçou e enfiou as mãos nos fios do meu cabelo, puxando-
me para si.
— Eu quero mais — murmurou dengosa, e eu a fitei.
Karine sorriu e mordeu o lábio com mais força, dando-me gás para
comê-la forte. O gemido gostoso veio a seguir quando retirei o pau quase
completamente do seu corpo e voltei a meter.
— Quer mais querida? Eu te dou tudo… tudo o que você quiser.
Sem me retirar da sua entrada, fiquei de joelhos e mergulhei as mãos
por baixo do seu corpo, levantando seu traseiro gostoso dos lençóis da cama
e, em seguida, cravei os dedos em suas nádegas, erguendo o seu quadril
para que ela pudesse me receber todo.
— Felipe… — minha mulher grunhiu ofegante e eu investi,
mantendo suas pernas escancaradas para mim.
Nem mesmo o barulho de corridas e gritos frenéticos se aproximando
da porta me fizeram parar. Eu estava inteiramente concentrado nela, cada
pequeno compartimento do meu cérebro, cada segundo da minha atenção.
— Aii… Felipe, as crianças…
— Deixa eles brincarem… agora você é toda minha.
Passei a comê-la rápido, com força, dando estocadas firmes e
profundas. Karine gritou em meio às batidas da cabeceira da cama na
parede.
— Ah, Céus… você é grande, cretino… — Pressionei o dedo em seu
clitóris e o esfreguei freneticamente, até sentir seu corpo começar a tremer.
Sorri enquanto a observava fechar os olhos e arranhar os lençóis,
gozando gostoso. Outro gemido alto escapou da sua boca e eu diminuí o
ritmo quase gozando também. Minha testa suava, minha respiração estava
ofegante e minhas bolas já doíam com a ânsia do orgasmo. Estava quase
lá… só mais algumas metidas e eu ejacularia forte dentro dela.
Mas então tudo mudou no instante em que fortes e desesperadas
batidas na porta me fizeram congelar e Karine se afastou, alarmada, fazendo
meu pênis sair do seu corpo.
Porra!
— Papai, o Gabriel colocou um bicho na minha cama. — Era a voz
de Sophia, parecia assustada. — Ahhhhh! — gritou estridentemente e ouvi
as gargalhadas de Gabriel.
Merda. Naquele momento o pau até murchou e uma pontada de dor
surgiu do lado direito da minha cabeça.
Eu certamente deixaria o Gabriel a semana inteira de castigo, seja lá
que besteira aquele garoto tivesse feito.
— Eu acho que a brincadeirinha acabou. — Karine colocou a mão na
testa e sorriu. — Foi bom enquanto durou, amei relembrar os velhos
tempos, amor — completou e se levantou da cama, desanimada.
Suspirei pesadamente e respondi:
— Eu não gozei. Meu pau está doendo… Inferno!
Karine nem ao menos disfarçou o seu divertimento enquanto vestia a
calcinha e arrumava o vestido amarrotado.
— Mamãe… papai… — Outra batida na porta me fez xingar
baixinho. — Tem um sapo no corredor…
— Sua medrosa... — Ouvi a voz de Gabriel ao longe, provocando
Sophia e deixei os ombros caírem, frustrado.
— Querida, a mamãe está indo. — Minha mulher olhou uma última
vez para a minha cara de poucos amigos e se aproximou, dando um beijo
nos meus lábios, e em seguida caminhou na direção da porta.
Apressei-me para pegar a cueca no chão e me agachei para fazê-lo.
Vesti a peça de roupa às pressas, xingando baixinho por causa da dor que
sentia nas bolas. Era certo que ficariam azuis mais tarde.
Fui até o armário para pegar uma muda de roupas e me vesti
casualmente, com camisa polo e bermuda jeans. Ao terminar de me vestir,
lavei as mãos rapidamente no banheiro e saí do quarto. Assim que entrei na
sala, senti-me como se tivesse acabado de invadir uma creche devido a
quantidade de crianças que brincavam e pulavam em cima do sofá, jogando
as almofadas no chão. Sophia e Gabriel brigavam no outro lado da sala por
causa de uma boneca.
A sala já estava uma verdadeira zona, com sapatos e brinquedos no
chão.
— Olá, criançada — Sorri, um pouco chocado pelo terrorismo mirim,
mas feliz por vê-los. Apesar do choque Inicial, eu estava morrendo de
saudade dos pirralhos.
— Vovô — gritaram em uníssono, fazendo-me franzir o cenho
incomodado. Mesmo depois de seis anos e três netos na bagagem, ainda não
tinha me acostumado a ser chamado de avô. Eu sentia como se tivesse
envelhecido cem anos.
Dudu e as gêmeas, Isabela e Rafaela, correram na minha direção e eu
me agachei para acomodá-los dentro de um abraço de urso. Sophia e
Gabriel também se juntaram a nós, esquecendo a pobre boneca no chão.
— Cadê os pais de vocês? — perguntei enquanto voltava a me
levantar com Isa e Rafa em meus braços.
As gêmeas, de apenas três anos e expressivos olhos azuis, eram o
clone em miniatura de Beatriz, até mesmo nos cabelos castanhos e nos
narizinhos empinados. Eduardo iria passar um perrengue e tanto daqui a
alguns anos, e aquela ideia me arrancava gargalhadas.
— Papai tá lá fola, falando no telefone — respondeu Isabela, a mais
arteira da dupla, fitando-me com os olhinhos manhosos. Era impossível
não babar por essas coisinhas sapecas. Até mesmo eu havia caído no
encanto das pestinhas.
— E a mamãe está com a vovó na cozinha — completou o Dudu, o
outro pestinha que eu amava, apesar de ele ser uma mini réplica do pai.
— Certo, então todos vocês se sentem aqui comigo. Vamos bater um
papinho.
Caminhei até o sofá e me sentei com as duas meninas no meu colo.
Sophia, Dudu e Gabriel se sentaram no tapete no chão, de frente para mim.
— A Mamãe e a vovó vão fazer compras hoje e passarão o dia se
embelezando, e vocês ficarão o dia inteiro comigo e o Cadu. Vamos nos
divertir. — Sorri apesar da dúvida sobre nos divertir. Uma coisa era certa,
eu terminaria o dia com mais algumas centenas de cabelos brancos.
— Por que a mamãe e a Bia vão se embelezar, papai? — perguntou
Sophia, observando-me com lindos olhos escuros e curiosos.
Os cabelos pretos caiam por seus ombros como um véu negro. Era
muito parecida com a mãe, exceto a cor dos olhos que eram iguais aos
meus.
— Porque hoje é o dia dos namorados e mais tarde sairemos juntos
para comemorar — respondi e comecei a acariciar os cabelos macios das
meninas.
— E o que é um namolado? — Foi a vez de Rafaela expressar sua
curiosidade.
— Namorado é quando um homem adulto e uma mulher adulta se
beijam. Argh, isso é nojento — interrompeu Gabriel, fazendo cara de nojo.
Gargalhei, fitando o garoto e imaginando o quanto era arteiro e
esperto. Como que merda ele sabia disso? Se bem que não era algo para se
alarmar, já que hoje em dia as crianças já nasciam quase falando.
— Então o Dani é meu namorado, papai? Que legal, eu vou contar
para todas as minhas amiguinhas na escola — questionou Sophia
alegremente, e minha respiração falhou.
De repente senti meus pés suando e até mesmo o meu coração
começou a tremer. Como assim? Minha princesinha tinha sido beijada por
um pirralho? Aquilo não estava acontecendo, não podia ser… eu
morreria…
— Quem é Dani, Sophia? E o que ele fez com você? — interroguei,
alarmado. Eu sentia que meu coração iria parar de bater a qualquer
momento.
— É o garoto mais bonito da minha sala, papai. Ele tem os olhos
mais lindos que eu já vi.
Porra… Eu iria matar aquele pirralho, já estava preparado para bater
de porta em porta até descobrir onde o filhote de cruz credo morava.
— Ele beijou você? Onde ele beijou você, Sophia? — bradei,
possesso. Coloquei as gêmeas no sofá e me levantei, tão bravo quanto um
leão enjaulado.
Sophia arregalou os olhos, assustada, e levou a mão até a face. Seus
olhos se encheram de água.
— Na bochecha... — Fungou visivelmente aflita e amedrontada,
fazendo meu coração se derreter de arrependimento por ter me alterado com
ela. Eu me senti um monstro.
Puta que pariu. Mais uma pérola dessas e eu certamente passaria
dessa para uma melhor logo cedo.
Meus ombros então relaxaram e eu voltei a me sentar, aliviado. O ar
voltava para os meus pulmões.
Ouvi as gargalhadas de Cadu nas minhas costas, e logo ele deu a
volta e se sentou na poltrona atrás das crianças.
— Não seja tão neurótico, Felipe. Ela é só uma garotinha — disse
ele, despreocupado.
Cravei os olhos naquela cara limpa sorridente e tranquei os lábios em
uma linha fina, irritado.
— Quero ver você dizer isso quando as gêmeas completarem seus
quinze anos.
Eduardo fechou a expressão e o sorriso morreu em seus lábios, mas
permaneceu em silêncio, sabendo que havia perdido aquele jogo.
— Por que ficou tão bravo? — perguntou Sophia com a voz chorosa.
— É por que o Dani é meu namorado?
Eduardo voltou a gargalhar e eu precisei me segurar para não o
acertar com um soco até desfigurar aquele sorriso colgate dele. E eu faria
exatamente isso se Beatriz não o amasse tanto. Maldição. O cara sabia ser
irritante quando queria. Não percebia que eu estava quase morrendo com o
fato da minha menininha estar falando de namorado? Ela só tinha seis anos,
porra.
Desviei minha atenção dele e voltei a olhar para Sophia. Sua
expressão assustada deixou meu peito sufocado. Segurei sua pequena mão.
— Querida, o Dani não é seu namorado. Ele é só seu coleguinha da
escola. Crianças não namoram.
Ela assentiu, balançando a cabeça e voltou a questionar:
— E quando eu poderei ter um namorado, papai?
Bufei e respirei profundamente, procurando me controlar e não
explodir enquanto o babaca do Cadu gargalhava outra vez. Ele não perdia
por esperar, era só uma questão de tempo até Isabela e Rafaela crescerem.
— Você só poderá ter um namorado depois dos quarenta anos,
Sophia. Está me entendendo? — Soltei sua mão e escorei o corpo no
encosto do sofá. Coloquei as garotinhas novamente em meu colo.
— Sim, papai — respondeu e arrumou a barra do vestido azul e
rodado, enquanto se ajeitava no tapete.
— Então já que hoje é o dia dos namorados, eu tive uma ideia. Vou
contar para vocês a história de um casal que se conheceu há muitos, muitos
anos e se amaram muito. O primeiro dia dos namorados deles havia sido tão
perfeito que eles juraram nunca se separarem e cumpriram essa promessa.
Sophia se empolgou para ouvir a história, mas os meninos reviraram
os olhos, entediados. Dudu fez questão de dizer que preferia jogar Video
Game e Gabriel queria brincar lá fora. No entanto, eu os convenci a ouvir o
que eu tinha para dizer, e em troca iríamos jogar vôlei e almoçar brigadeiro.
Cadu continuava sentado na poltrona, ouvindo tudo atentamente, não
perdendo uma única oportunidade para encher a merda do meu saco.
Karine e Beatriz entraram na sala com uma jarra de suco, copos e
uma bandeja com sanduíches. Despediram-se, fazendo algumas mil
recomendações antes de saírem e nos deixaram ali com as cinco crianças.
Quando todos finalmente estavam acomodados e comportados, puxei o ar
com força para os meus pulmões e sorri. Comecei então a contar como
havia sido o meu primeiro dia dos namorados com Karine, omitindo alguns
fatos e nomes, é claro.
CAPÍTULO 03
Felipe
A linda garota de olhos encantadores, pele clara como a neve e lindos
cabelos escuros veio
em minha mente de uma forma tão límpida como se tivesse sido
ontem, e não há mais de
vinte e cinco anos.
12 de junho. Ano 2000
Andava aflito pelas ruas de Florianópolis, cidade em que eu fazia
faculdade e estagiava de forma remunerada na área de direito imobiliário.
Era uma manhã fria, quase congelante, na verdade, bem diferente de
algumas semanas atrás quando eu e Karine havíamos dado um grande
passo na nossa relação. Transamos no banco de trás do carro pela
primeira vez e havia sido delicioso pra caramba. Minha Karine era uma
garota maravilhosa, doce e inteligente, tão linda quanto o luar. Eu estava
completamente apaixonado por aquela menina de olhos fascinantes, mas
pensar nisso ou naquela noite apenas me deprimia mais.
Meus pensamentos vagueavam entre contar a verdade a ela ou
aproveitar um pouco mais o nosso tempo juntos, antes que eu tivesse que ir
embora e deixá-la. A imobiliária na qual eu estagiava iria me transferir
para a minha cidade natal, Rio de Janeiro, e junto com a bagagem, vinha
uma proposta de trabalho irrecusável para assim que eu me formasse em
Direito.
Eu deixaria de ser um mero estagiário e passaria a ser um advogado
de fato, com um ótimo salário e uma carreira de sucesso pela frente.
Maldição!
O preço era alto demais para ser pago, e eu não queria deixá-la. Não
poderia viver sabendo que deixei a mulher que amava para trás, mas
também não poderia ser o homem que ela merecia se não conseguisse
terminar a faculdade. A empresa não tinha me dado escolhas, eu precisava
ir, do contrário teria o contrato cancelado.
Xinguei baixinho e me agasalhei um pouco mais dentro da camisa
xadrez de cor vermelha que eu usava. Arrependia-me copiosamente por não
ter pegado um casaco grosso para me proteger do frio, enquanto eu
entrava em loja por loja atrás de algo legal para presenteá-la. Era dia dos
namorados e nos encontraríamos no meio da tarde para passarmos um
tempo juntos.
Meu coração palpitava dolorosamente em imaginar que aquele dia
poderia ser o nosso último. A tristeza me rasgava por dentro. Doía…
machucava como nunca pensei.
Saí de mais uma loja de artigos femininos com as mãos vazias. Nada
parecia ser bom o suficiente para dar ela, ou talvez fosse apenas o meu
ânimo que não ajudava muito.
Após mais algumas tentativas frustrantes, eu já estava prestes a ir
embora quando olhei uma pequena vitrine, quase invisível em meio àquelas
grandes lojas. Parei e fiquei olhando indeciso se entrava ou não.
Algumas ideias surgiam em minha mente ao mesmo tempo em que eu
tentava afastá-las por considerar uma loucura, mas quanto mais o tempo
passava, mais eu as considerava.
Respirei fundo, tomando coragem e entrei. Peguei um pequeno e
delicado ursinho de pelúcia de cor amarela. Ele vinha dentro de uma
caixinha de plástico azul, transparente. Poderia não ser o presente mais
caro ou significativo do mundo, mas serviria bem para o meu propósito. A
decisão que surgiu em minha mente já estava tomada e eu estava disposto a
transformar aquele dia dos namorados em o mais perfeito de todos, não
importando como terminaria.
Paguei o ursinho e um papel de presente de coração que eu
precisaria depois, e saí apressadamente da loja.
Caminhei alguns bons quilômetros pelas ruas de Florianópolis até
conseguir fazer tudo o que eu almejava. Já passava do meio dia quando
consegui finalmente retornar para o apartamento alugado onde eu morava
com alguns amigos da faculdade.
Tomei um rápido banho, lembrando-me de me vestir com roupas mais
grossas, comi um sanduíche de queijo rapidamente, peguei a jaqueta jeans
e em seguida saí.
A Hilux prata do meu colega estava estacionada do outro lado da
rua. Entrei e coloquei o presente de Karine no banco de trás do carro. Iria
entregá-lo a ela no final do dia.
Em pouco tempo, eu estacionava a caminhonete em frente à sua casa.
Karine já me aguardava no portão quando desci do carro para
apertar a campainha. Até me surpreendi quando a vi sair e caminhar na
minha direção. Ela estava séria, até parecia um pouco ansiosa. No entanto,
estava tão vidrado em sua beleza e no quanto era fascinante que mal notei
a incerteza que ela carregava no olhar.
Desci os olhos por seu corpo, aprovando cada detalhe do visual que
ela havia escolhido. A saia xadrez de cor azul deixava parte das suas coxas
à mostra e a blusa verde de veludo com mangas compridas contrastava
com os seus olhos, deixando-a extremamente sexy. Minha voz falhou e eu
não consegui dizer absolutamente nada, exceto olhar maravilhado para
todo o seu corpo: da botinha de inverno que cobria parte das suas pernas,
até os fios de cabelo que havia deixado soltos, emoldurando o seu rosto
fino. Em sua mão continha um casaco jeans e uma pequena bolsa marrom.
— Olá. — Sorriu visivelmente envergonhada, e eu saí do meu transe.
Passei a mão por meus cabelos curtos e sorri de volta. Aproximei-me
perto o suficiente para segurar a sua mão macia.
— Você está maravilhosa.
Seu sorriso se abriu mais, quase chegando aos olhos.
— Você também está muito bonito.
Puxei Karine para mim, louco de saudades e cheio de vontade de
sentir o seu cheiro e busquei a boca avermelhada. Beijei os seus lábios por
breves segundos, até ela se afastar com as bochechas coradas e uma
expressão divertida no rosto.
— O papai está nos observando. — Ela segurou o meu braço e me
puxou na direção da caminhonete. — É melhor nós irmos antes que ele
resolva mudar de ideia. Ainda está bravo desde aquela vez que saímos e eu
me atrasei para voltar para casa…
Karine interrompeu a fala quando o assunto da noite em que
transamos veio à tona.
— Enfim. Você sabe — concluiu, baixando a cabeça.
Balancei a cabeça em concordância enquanto relembrava os
acontecimentos das últimas semanas. Karine havia ficado quase um mês
inteiro de castigo sem poder me encontrar por ter se atrasado a voltar para
casa na noite que transamos. Só tinha permissão para conversamos alguns
minutos pelo telefone. Nos últimos dias fui autorizado a vê-la no portão,
mas nem consegui beijá-la. Seu pai tinha a marcação cerrada e aquele
seria nosso primeiro encontro após o castigo.
Talvez o último. Meu coração gelou com a possibilidade.
Entramos no carro e esperei que ela se acomodasse no banco do
passageiro. Liguei a caminhonete, mas não dei a partida imediatamente.
Antes disso, virei-me para ela e segurei a sua mão:
— Não sinta vergonha pelo que aconteceu naquela noite, meu amor.
Foi especial.
Karine sorriu assentindo e mordiscou o lábio.
— Foi maravilhoso…
Acariciei o seu rosto, sorrindo, e logo depois pegamos a estrada.
Tínhamos pouco tempo para aproveitarmos, pois antes do sol se pôr eu
teria que levá-la de volta para casa. Regras do seu pai.
Nossa primeira parada foi na praia para darmos um rápido passeio
de escuna. Ficamos abraçados todo o tempo enquanto admirávamos as
belas paisagens das ilhas próximo a Florianópolis.
Quando retornamos para a terra firme, fizemos um tour pelos pontos
históricos da cidade, apenas pelo prazer de estarmos juntos, vivendo nosso
dia perfeito. Beijava e abraçava Karine sempre que eu tinha uma
oportunidade. Queria gravar cada momento, cada sorriso dela em minha
memória.
Quase no final do dia, decidi que havia chegado o momento de
conversar com ela sobre a minha volta para o Rio. Eu não tinha outra
opção, precisava decidir a minha vida de uma vez por todas e só desejava
que no final tudo desse certo com Karine ao meu lado. A minha garota.
Fizemos um lanche rápido em um dos passeios e seguimos para a
nossa última parada: a Lagoa da Conceição.
O sol estava fraco, quase não havia aparecido durante o dia. Sentei-
me na grama na margem do lago e puxei Karine para o meu colo.
Ela me olhava apaixonadamente, os olhos expressando algo
indizível.
Várias emoções explodiam dentro de mim: medo, desejo, amor,
ansiedade. E era como se Karine estivesse sendo levada por um mar de
sensações também, ali, olhando-me com seus intensos olhos azuis que
pareciam angustiados de paixão.
Desci meu rosto até o dela, e a beijei demoradamente, mordiscando
os lábios grossos e vermelhos que me enlouqueciam enquanto o vento
fresco soprava em nossos cabelos. Sentia- me excitado, frustrado. Queria
fazê-la minha outra vez. Queria tê-la comigo para sempre.
Quando não mais suportei a incerteza, afastei minha boca da sua e
disse:
— Querida, eu preciso te dizer algo.
Karine suspirou e fechou os olhos, deixando-me confuso. Ela esteve
um pouco estranha a tarde toda, mas eu também me sentia assim. Quando
seu olhar voltou a procurar o meu, senti um aperto estranho no peito, algo
que não conseguia explicar. Vi dúvidas e medo ali, aquilo me agoniou.
— Eu também tenho algo para te dizer. — Seus olhos marejaram e
ela pegou a pequena bolsa que estava do seu lado no chão. Abriu-a e me
entregou uma pequena caixinha embrulhada. — Parabéns pelo dia dos
namorados, meu amor — falou com a voz falha e percebi que seus dedos
tremiam.
Sustentei seu olhar por alguns instantes e me voltei para o objeto em
minhas mãos. Abri o papel de presente e logo fiz o mesmo com a tampa da
caixinha. Deparei-me com um saquinho plástico transparente e dentro dele
havia algo parecido com uma fita estreita de papel branco e azul, com duas
listras rosas.
Olhei para Karine, um pouco confuso e senti um baque no peito ao
ver as lágrimas grossas escorrendo por suas bochechas.
— Você vai ser papai. Eu estou grávida, Felipe… e esse é o meu
presente do dia dos namorados para você… A confirmação que o nosso
filho está aqui dentro — Karine falou coma voz engolfada, tocando
levemente sua barriga com seus dedos que ainda tremiam, e vi que sorria
enquanto chorava.
Segurei o saquinho com força entre os meus dedos. Estava trêmulo e
chocado, mas com uma felicidade tremenda dentro do meu peito. Embora
as circunstâncias fossem desfavoráveis, e eu estivesse em uma situação
complicada, aquilo me transmitiu a certeza que eu precisava. Parecia que o
destino conspirara a favor dos meus desejos,
Abracei Karine fortemente, embalando-a dentro dos meus braços por
vários minutos, dando e tendo a certeza de que ela ficaria comigo para
sempre, não importando o que acontecesse.
— Foi o melhor presente de todos — sussurrei em seu ouvido. — Eu
já amo muito vocês dois.
— Eu estava com medo de você não reagir muito bem — confessou,
com a voz emocionada.
— Eu não vou abandonar você, nem essa criança em sua barriga.
— Obrigada — respondeu em um sussurro fungado.
Éramos jovens, Karine e eu tínhamos toda uma vida pela frente, mas
eu seria um tremendo mentiroso se não admitisse que estava aliviado em tê-
la engravidado. Aquele filho era a ponte que me ligaria àquela mulher pelo
resto da vida. Eu estava grato.
— Eu também tenho algo para você… — sussurrei quando percebi
que os tremores do seu corpo haviam se acalmado. — Espere um segundo,
eu já volto.
Levantei-me às pressas e corri até a caminhonete para pegar o
pequeno urso. Segurei o presente em minhas mãos, dei meia volta e retornei
até Karine, entregando-lhe o embrulho.
Karine abriu o papel de presente com corações e sorriu ao ver o
ursinho amarelo. Levou a mão ao rosto para secar as lágrimas que
marcavam a sua pele.
— É lindo, Felipe. Eu amei.
Voltei a sorrir e a instiguei a abrir a caixa. Ela fez o que pedi, abriu
o objeto com cuidado para não amassar, e retirou o ursinho. Contudo, algo
que estava preso na parte de baixo da pelúcia caiu no chão, chamando a
atenção de Karine.
Ela pegou os papéis e os analisou, em seguida me fitou chocada:
— São duas reservas de passagens áreas para o Rio de Janeiro? —
Karine perguntou, expressando surpresa.
— Sim, uma em meu nome e a outra no seu — falei, convicto, certo
de que ela não me recusaria. — A imobiliária que estou fazendo estágio me
ofereceu uma excelente oportunidade de emprego no Rio. Mas para isso eu
preciso transferir a faculdade e o estágio para lá. Eu não tenho outra
opção. Ou eu vou para o Rio ou meu contrato com a filial daqui será
cancelado.
Ao ver que ela continuava sem fala, encarando-me incrédula,
continuei:
— Karine… vem embora comigo. Seja minha para sempre. Você e o
nosso filho.
Meus olhos lacrimejaram.
— Oh céus! — ela exclamou ainda pasmada e colocou a mão sobre
a boca. — Deus… sim. Eu vou aonde você for, Felipe.
Soltei o ar que eu estava prendendo por medo da sua resposta e
Karine pulou em meus braços, beijando-me alucinadamente.
— Eu serei o melhor pai e o melhor marido do mundo. Eu prometo.

Dias atuais
— E foi assim que o dia perfeito do casal terminou. Eles se casaram,
mudaram-se para o Rio e tiveram uma linda bebezinha — falei, finalizando
a história sobre o dia perfeito para as crianças.
Sophia me encarava com olhos brilhantes e até mesmo os garotos
pareciam contentes com a história que haviam acabado de ouvir.
— Vovô, como o bebê foi parar na barriga dela? — perguntou Dudu,
deixando-me sem fala.
Cadu sorriu e me encarou, dando de ombros. Cruzou os braços na
frente do peito, aguardando que eu respondesse.
Merda! Eu estava malditamente ferrado.
— Seu pai ou sua mãe nunca contaram a história da cegonha para
você?
— perguntei a ele, mas fitei na direção do Cadu, irritado.
— Papai disse que as cegonhas não existem, vovô. Mas ele não me
explicou como que eu fui parar dentro da barriga da mamãe.
— Dudu, já falei mil vezes que quando você crescer entenderá tudo
isso. Por enquanto você é muito pequeno para saber sobre os assuntos de
adultos — disse o Cadu, tentando parecer sério.
Sentei-me no tapete em sua frente e chamei a atenção do pequeno
garoto.
— É isso mesmo, garotão. Um dia você entenderá tudo. Mas não tem
que se preocupar com isso agora. Ao invés disso, que tal a gente aproveitar
o nosso dia perfeito? Quem quer ir para a piscina?
Levantei-me sorridente e as crianças me acompanharam.
— Euuu — disseram juntos e a bagunça voltou com tudo quando
ambos saíram correndo na direção do quintal
Aquele era definitivamente um dia perfeito, ao lado dos pestinhas que
eu amava.
Fim.
Livros da autora:

A Menina do CEO
Sinopse: (+18) Contém cenas de sexo explícito.

Ele jurou nunca mais amar alguém.

Carlos Eduardo é frio e calculista, mas deliciosamente sedutor. CEO


de uma das maiores empresas do Brasil, também é o alvo de um amor
proibido. Beatriz, a filha do seu melhor amigo, nutre por ele um amor
secreto e um desejo ardente.

Ele carrega lembranças amargas que o fizeram criar uma aversão a


relacionamentos sérios. Ela o anseia e fará tudo para tê-lo, mesmo que
tenha que jogar um jogo arriscado, testando o juízo e o bom senso do
homem.

Nesse jogo de sentimentos e desejos opostos, de prazeres e


consciência, haverá apenas um resultado. Você consegue adivinhar qual é?
PRESENTE PERFEITO
*Spin-off de “A Menina do CEO”
PECADOR

YELLOW
MINHA DOCE MENINA
Sobre a autora:
Aos 24 anos, JÉSSICA LARISSA é uma escritora baiana, fascinada
pela literatura, principalmente pelos gêneros de romance hot e dark, aos
quais tem dedicado sua escrita. Mãe, esposa e dona de casa, atualmente
cursa Engenharia Civil e fez da escrita seu mais feliz passatempo.
Recentemente, publicou seus romances em plataformas on-line que, juntos,
alcançaram mais de 20 milhões de leituras.

REDES SOCIAIS:
Perfil do facebook:
https://www.facebook.com/lara.packer.9
Grupo do facebook:
https://www.facebook.com/groups/221932408436790/
Instagram:
https://instagram.com/jessicalarissa59

Você também pode gostar