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1.

1- Considero os seguintes termos como os mais relevantes para a questão


porposta : “ Mundialização; Multiculturalismo ; Assimilacionismo ;
Monuculturalismo ; Essencialismo; Interculturalidade; Etnocentrismo ;
Desnaturalização; Hermenêutica Diatópica; Empoderamento;
Universalidade; Pluralismo; Hibridização Cultural.”
1.2- Relativamente ao conceito Multiculturalismo patente no artigo,
destacamos como ideias principais os seguintes pontos:
1- Multiculturalismo como problemática dada a grandes polémicas na
sociedade contemporânea.
2- A origem do termo > Num 1º momento o Locus de produção advém
“das lutas dos grupos sociais discriminados e excluídos de uma
cidadania plena (…) particular os relacionados com as identidades
negras” ( p.) ; num 2º momento encontramos “multiculturalismo no
âmbito académico”
3- Significado do Conceito ( difícil definição) : Segundo Candau o a
integração é frágil em contexto académico, talvez pelo seu carater
intrínseco legado às dinâmicas de grupos sociais; a polissemia do
termos revela isso mesmo.
4- O seu papel/contributo para/nas Sociedades? – A autora oferece a
sua conceção própria de Multiculturalismo nos dias de hoje:
descritiva e prescritiva. A primeira a que se prende com os contextos
históricos, políticos e socioculturais e a 2º a que define a maneira de
intervir e transformar a dinâmica social. Nesta última devem estar
patentes os parâmetros de construção de uma sociedade
multicultural. A autora fornece-nos as 3 perspetivas que poderão
influenciar a construção: Assimilacionista*; Diferencialista ou
Monuculturalista** ; Interativa ou Interculturalidade***.

*Assimilacionista: Não existe igualdade de oportunidades. Numa perspetiva


prescritiva favorece a integração na incorporação da cultura hegemónica. Não
há inclusão. Deslegitima valores diferentes.

**Monoculturalista: Pretende o reconhecimento da diferença enquanto garantia


da expressão das diferentes identidades culturais. Mantem as matrizes
culturais de todos os grupos socioculturais. Todavia , revelou-se essencialista
originado pequenos “apartheids”.

***Interculturalidade: Para a autora esta é a perspetiva eleita. É a que


considera adequada à construção de sociedades democráticas e inclusivas,
que articulem práticas de igualdade com políticas de identidade. Esta assume-
se como confrontação direta ao monoculturalismo porque se opõe ao
essencialismo; e ao assimilacionismo por não valorizar a riqueza das diferentes
culturas. Concebe as culturas como um processo de elaboração contínuo e
dinâmico, no qual consideram as raízes históricas, tendo em conta que as
sociedades são o resultado da hibridização cultural. Admite a diferença e a
desigualdade no plano mundial e em cada sociedade. Candau considera-se
próxima do multiculturalismo proposto por McLaren : crítico e resistente,
posicionado numa perspetiva orientada para uma construção “democrática,
plural, humana que articule políticas de igualdade com políticas de identidade” (
p.51)

1.3- No artigo de 2008, Direitos humanos, educação e interculturalidade: as


tensões entre igualdade e diferença , de Vera Maria Candau ,
observamos duas preocupações base : a problemática da igualdade e
dos direitos humanos num mundo excludente e a questão da diferença
num multiculturalismo com pretensões monoculturais onde a
ambivalência em relação ao direito à diferença coloca na ordem do dia
a urgente ressignificação dos direitos humanos na contemporaneidade
como interculturais. É neste evidenciar de “mundialização hegemónica”
contemporânea , que a autora expõe a sua defesa pela
interculturalidade, fundamentando-se em Boaventura Santos, para
evidenciar que a promoção de um diálogo intercultural entre as
sociedades é a chave da ressignificação do multiculturalismo apoiado
na “hermenêutica diatópica”, isto é a ideia de que a cultura deve ser
ampliada porque reside sempre uma incompletude mesmo na cultura
mais forte. Todavia a complexidade é mais que muita: este exercício
proposto por SANTOS é complexo e embrionário. As conceções atuais
são ainda superficiais. Neste contexto, Candau afirma que desenvolver
uma educação intercultural é uma tarefa complexa, recheada de
desafios e propensa a tensões. É uma ação que impõe a
problematização da forma como se concebem as práticas sociais e
educativas. Segundo a autora, o mundo parece já não ter como
referência a afirmação da dignidade humana , e nesse sentido, urge
criar uma alternativa de construção social, política e educacional que
seja contra-hegemónica. ( Candau,2008, p.54). Candau acredita no
multiculturalismo e na perspetiva da interculturalidade. “Temos de
promover uma educação para o reconhecimento do outro”, afirma
Candau, fomentar “o diálogo entre os diferentes grupos sociais e
culturais; favorecer a construção de projetos comuns, que integrem as
diferenças e acima de tudo “enfrentar os conflitos provocados pela
assimetria de poder” tendo como base a educação para a negociação
cultural”. Quais são os objetivos da autora? Candau pretende que se
identifiquem e enumerem os desafios que temos de enfrentar , enquanto
atores sociais, se quisermos promover uma educação intercultural, que
articule a igualdade e a diferença, que seja crítica e emancipatória , e
que promova e respeite os direitos humanos. Como podemos
enfrentar ,enquanto sociedade, estes desafios invictamente? Aplicando
na prática algumas ideias que a autora agrupa em 4 núcleos,
designando-os como fundamentais. De forma sintética citarei as ideias
que considero significativas: A necessidade de desconstrução de pré-
conceitos agregados à “naturalização”. Ou seja, devemos promover
processos de desnaturalização para quebrar a rede de estereótipos e
pré-conceitos subliminares à reprodução social.( É muito pertinente esta
ação de desconstrução) , ao mesmo tempo que convida ao
questionamento do caráter monocultural e etnocentrismo presentes nas
instituições e currículos escolares e nas políticas educativas, colocando
a descoberto a falsa Universalidade; Articular a igualdade e diferença a
nível das políticas educativas e práticas pedagógicas ao reconhecer o
valor das diferenças culturais e o carater monocultural da cultura escolar
e a dissociação destas com o direito à educação como um bem para
todos; entender a cultura como um conceito histórico dinâmico, que
resgata o processo de construção de identidades coletivas e pessoais,
como parte do processo educacional , e o funde numa hibridização
cultural, onde se constroem novas identidades. Por fim, destacar
também a ideia de empoderamento , ou seja, a promoção de
transformações sociais via ações de fortalecimento de grupos sociais
minoritários , promover experiências de interação sistemática que
trabalhe conflitos e promova relações solidárias onde se fomenta o
diálogo e a construção conjunta e promove a abertura e interatividade
cívica. Podemos concluir que em destaque observamos a conceção do
Multiculturalismo e a perspectiva da Interculturalidade, como inspiração
para a construção de uma sociedade de contornos pós-modernistas. O
que considero de maior relevância prende-se com o pensamento final. A
autora termina com uma consideração brilhante de Boaventura Santos.
Santos refere o peso da impossibilidade inerente a todo este processo,
adjetivando-o de “utópico”, mas ao mesmo tempo, invoca Sartre, para
evidenciar que qualquer “ideia” enquanto ideia, permanece utópica… o
que isto significa é que é preciso “ter ideias” para além do que é real…
esse é o caminho da materialização das novas realidades – “ nos
tempos que correm, o importante é não reduzir a realidade, apenas ao
que existe” ( Santos, 2006 , in Candau, 2008 p.56).

2) 2.1-
“ O evento I Seminário Potencialidades Educativas da Diversidade
Cultural, teve lugar no dia 18 de Novembro, em Leiria, no auditório
principal do Orfeão de Leiria, entre as 18 e as 20h, e teve como objetivo
primordial gerar um processo de consciencialização na comunidade
educativa e em geral, para a potencialidade do Multiculturalismo
observando a perspetiva intercultural ,enquanto abordagem educativa .
Para tal , sensibilizou a comunidade para as possibilidades resultantes
do que apelidaram de “Pedagogia Interétnica” – Intercultural. Os
organizadores pretenderam que o pensamento coletivo suscitasse uma
discussão pró-diversidade como agregador de valias à pedagogia
educacional. Ao expor desafios como a constante revisão de valores
políticos, sociais e culturais aos participantes a organização e os
intervenientes evidenciaram que uma Educação fundamentada em
respeito, tolerância, cooperação e valorização da pluralidade é ativa no
combate à discriminação e pró direitos humanos; e esse é o caminho
para solucionar a problemática atual. ( Como observamos em Candau,
no artigo em análise).
2.1) O seminário foi dirigido à comunidade educativa e seus agentes e
comunidade em geral; teve enfoque particular nos 1ºs e 2ºs ciclos e
projeto Erasmus +, do agrupamento de Escolas D. Dinis-Leiria.

2.3- Reconhecer e valorizar as diferenças e o indissociável Direito À


Educação; desconstruir – quebrar estereótipos e pré-conceitos em
relação aos grupos sociais diferentes; Promover uma cidadania
interativa e aberta. A importância converge no mesmo objetivo: mudar
toda a dinâmica educacional> o desafio que se impõe HOJE.

2.4- Não houve apenas uma atividade que traduzisse o requisito desta
questão. Todo o encontro foi fecundo a esse nível. Passo a descreve-lo:
O encontro teve lugar no auditório principal do Orfeão de Leiria. Dividiu-
se em dois momentos: Na 1ª hora o painel de Intervenção foi constituído
pelas entidades:
(20Abertura – Boas Vindas + Objetivos do evento : Presidente do
agrupamento de escolas D. Dinis no Tópico “Mudar a dinâmica
Educacional apostando na Hibridização Cultural – O Caráter
Intercultural da Educação XXI.”
2- 2ª Intervenção : Presidente da Câmara Municipal de Leiria no tópico:
“Multiculturalismo : Comunidade Plural – Uma mais valia para todos”.
3- 3ª Intervenção : Drª Rosa M. do Alto Comissariado para as Migrações
no tópico: Justiça; Respeito & Tolerância
(20 minutos de discurso para cada) ( 10 minutos de intervalo)
2ª Hora : Núcleo de Alunos Erasmus + = 5 relatos na primeira pessoa
sobre a importância das relações de interação entre grupos sciais
diferentes , da cidadania aberta e da riqueza cultural inerente à
interculturalidade. ( 25 minutos).
Intervenção de dois alunos (nacionais) do Agrupamento no tópico:
Espírito de Cooperação e generosidade. ( 10 minutos)
Debate aberto mediado pelo Diretor do Jornal de Leiria : Recolha de 2
questões da plateia /consequente resposta. (Painel de participantes em
palco).
Encerramento: Presidente do Agrupamento de Escolas D.Dinis>
Agradecimentos.
Final do evento: Momento Musical pelos Alunos Erasmus + e
Agrupamento Escolas D.Dinis.

Interpretam: Imagine de John Lennon com Projeção em Videowall: Fundo>


imagens identificativas do Multiculturalismo + momentos isolados da LETRA
assinalando o que está a BOLD com o propósito de Unificação da
Comunidade.
Nota: O Evento é ficcionado. Foi baseado em alguns factos verídicos tal como referenciado no
e-fólio A. Esta elabiração tem apenas a pretensão de preencher os requisitos do e-fólio B.

Imagine
Imagine there’s no Heaven
It’s easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today

Imagine there’s no countries


It isn’t hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace

You may say I’m a dreamer


But I’m not the only one
I hope someday you’ll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world

You may say that I’m a dreamer


But I’m not the only one
I hope someday you’ll join us
And the world will live as one

Bibliografia:
Candau,V.M., 2008 Direitos humanos, educação e interculturalidade:
as tensões entre igualdade e diferença, Revista Brasileira de Educação
v. 13 n. 37 jan./abr.

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