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FONTE: GOMES, Nilma Lino. Desigualdades e diversidade na educação. Educ. Soc., Campinas, v.
33, n. 120, p. 687-693, jul.-set. 2012
“A diversidade, entendida como construção histórica, social, cultural e política das diferenças,
realiza-se em meio às relações de poder e ao crescimento das desigualdades e da crise
econômica que se acentuam no contexto nacional e internacional. Não se pode negar, nesse
debate, os efeitos da desigualdade socioeconômica sobre toda a sociedade e, em especial,
sobre os coletivos sociais considerados diversos. Portanto, a análise sobre a trama
desigualdades e diversidade deverá ser realizada levando em consideração a sua interrelação
com alguns fatores, tais como: os desafios da articulação entre políticas de igualdade e
políticas de identidade ou de reconhecimento da diferença no contexto nacional e
internacional, a necessária reinvenção do Estado rumo à emancipação social, o acirramento da
pobreza e a desigual distribuição de renda da população, os atuais avanços e desafios dos
setores populares e dos movimentos sociais em relação ao acesso à educação, à moradia, ao
trabalho, à saúde e aos bens culturais, bem como os impactos da relação entre igualdade,
desigualdades e diversidade nas políticas públicas” (GOMES, 2012, p. 687).
“A escola moderna quis fundar uma nova hierarquia social baseada na competência e não na
origem social, e hierarquiza os conhecimentos segundo os níveis de abstração ou formalização.
Até hoje persiste no imaginário coletivo a ideia de que as ciências exatas e naturais são
superiores às humanidades e que até mesmo no seio das humanidades as ciências sociais
ocupam o nível inferior” (MUNANGA, 2010, p. 44)
“Devemos condenar todas as formas de intolerância, mas o que devemos buscar, afinal, não é
a tolerância, mas sim a convivência igualitária das culturas, identidades, dos grupos e
sociedades humanas, dos homens e mulheres. Desse ponto de vista, a melhor educação não é
somente aquela que nos permite dominar a razão instrumental que auxiliará nossa
sobrevivência material numa sociedade baseada na lei do darwinismo social, mas também, e
sobretudo, uma educação cidadã baseada nos valores da solidariedade e do respeito das
diversidades que garantem nossa sobrevivência, enquanto espécie humana.” (MUNANGA,
2010, p. 48)