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INCLUSÃO E JUSTIÇA SOCIAL: POSSIBILIDADES DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA


NO CONTEXTO COM IMIGRANTES

Conference Paper · January 2022


DOI: 10.29327/xxvebrapem.455023

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Manuella Carrijo
Alpen-Adria-Universität Klagenfurt
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INCLUSÃO E JUSTIÇA SOCIAL: POSSIBILIDADES DA
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NO CONTEXTO COM IMIGRANTES

Manuella Carrijo1
GD 13 – Educação Matemática e Inclusão

Resumo: Migrar é fenômeno que molda a história da humanidade em contextos diversos pelo mundo. Esta
pesquisa de doutorado parte de preocupações em torno de questões relacionadas às imigrações internacionais,
tratando de temas de inclusão e justiça social. As reflexões de pesquisa tem o objetivo de fomentar a discussão
da educação matemática inclusiva acerca do contexto com estudantes imigrantes. Trata-se de uma pesquisa
qualitativa em fase de desenvolvimento e em processo de produção de dados que tem acontecido por meio de
entrevistas com imigrantes e professores que ensinam matemática. Sobre o referencial teórico da Educação
Matemática Crítica e baseado em conceitos como encontro entre as diferenças, racismo, tolerância e cenários
para investigação inclusivos, a pesquisa se estrutura em torno de compreender possibilidades da educação
matemática para a inclusão de estudantes imigrantes e luta por justiça social.
Palavras-chave: Estudantes imigrantes. Inclusão. Racismo. Educação matemática.

INTRODUÇÃO
A migração é fenômeno que acompanha a história da humanidade. De acordo com o
Inventário de Migrações Internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU), em
2019, cerca de 3,5% da população do planeta eram pessoas que viviam em países diferentes
daqueles onde nasceram. Considerando esses dados, um em cada sete imigrantes (cerca de
38 milhões) têm menos de 20 anos de idade, o que representa pessoas em idade escolar.
Consequentemente, o fenômeno das migrações reflete também nos contextos escolares e nas
aulas de matemática.
No entanto, os imigrantes seguem enfrentando fronteiras que podem ser do tipo
materiais ou imateriais. As fronteiras materiais se referem às próprias paredes de concreto,
por exemplo, colocadas como barreiras, como restrições à mobilidade de imigração. Mas
também, as podem ser as políticas anti-imigração que fomentam discursos de governos em
diferentes partes do mundo.

1
Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho" - UNESP- ; Programa de Pós-graduação
em Educação Matemática; doutorado em educação matemática; manuellaheloisa@gmail.com;
orientador: Ole Skovsmose.
As fronteiras imateriais, por outro lado, são compreendidas como barreiras muitas
vezes imperceptíveis ou desconsideradas, como as que surgem durante deslocamentos em
que as pessoas são submetidas em meios de transporte precários e perigosos durante as
travessias entre países. No local de destino, as barreiras linguísticas, de costumes, as
legislações locais, diferenças culturais, barreiras à documentação, saudade do país de
origem, barreiras no relacionamento com a população local, discursos xenofóbicos (seja de
modo lúdico em brincadeiras ou mais explicitamente), também caracterizam limites
imateriais.
O Brasil têm sido um dos países destino de variados fluxos migratórios recentes, e
incluem pessoas em situação de refúgio. Os sistemas educacionais brasileiros, assim como
tem acontecido pelo mundo, estão sendo chamados a repensar suas políticas e estruturas na
compreensão de que as migrações são um direito humano que inclui o direito à educação.
Essas preocupações incluem o papel da educação matemática e como ela se relaciona com a
inclusão de estudantes imigrantes e se põe frente às injustiças sociais.
Neste artigo, apresento minha pesquisa de doutorado em desenvolvimento e
discussões que são resultados da etapa de estudos teóricos. Na primeira seção, apresento
brevemente parte do referencial teórico da pesquisa que ajuda a situar a justificativa e
questões de pesquisa e que se referem ao necessário debate acerca de uma educação
matemática inclusiva que considere estudantes imigrantes. Em seguida, apresento as etapas
de desenvolvimento da pesquisa. Por fim, teço alguns comentários finais sobre
oportunidades de aprendizagem nas aulas de matemática com estudantes imigrantes em uma
perspectiva inclusiva.

REFERENCIAL TEÓRICO
No Brasil, a constituição histórica da população é fortemente marcada pelas
migrações internacionais, sejam elas de modo voluntárias ou forçadas. Em meio ao mito da
democracia racial e da receptividade migratória, pesquisas e meios de comunicação mostram
que a receptividade migratória é, na maioria das vezes, seletiva. Em outras palavras, a
receptividade migratória está relacionada às características físicas, país de origem ou a
condição migratória dos imigrantes. Essa distinção tem embasamento no racismo. O mito da
democracia racial distorce a realidade real de que o racismo no Brasil é estrutural e abarca a
realidade dos imigrantes no país (ALMEIDA, 2019).

2
O racismo é construção histórica e social, efeito de um sistema socialmente
racializado. É forma sistemática de discriminação que concede a um grupo específico um
lugar de domínio sobre outros. Ou seja, racismo é uma forma sistemática de produzir
desvantagens e privilégios dependendo do grupo racial a que as pessoas pertencem
(BONILLA-SILVA, 2015; ALMEIDA, 2019). No contexto das migrações, o racismo atua
de forma mais extensa e vai para além do entendimento de racismo fundamentado
basicamente na cor de pele sob o binário preto/branco. Nesse âmbito, o racismo de uni ao
nacionalismo sobre a mesma pedra basilar da homogenização (social, cultural,...) e
supremacia branca. Nesse enquadramento em que a diversidade é vista como depreciativa,
as discriminação estão relacionadas ao fenótipo (características visíveis dos corpos das
pessoas), às diversidades linguísticas e sotaques, às origens geográficas, diversidade
religiosa, costumes e situações de imigração.
Diante dos ambientes de diversidades acentuado pelas imigrações, é importante que
as práticas anti-racistas e de inclusão estejam presentes dentro e fora do contexto escolar.
Segundo Gutstein (2006), a educação matemática pode ajudar grupos estruturalmente
marginalizados a investigar e questionar injustiças, como o racismo e outras desigualdades
sociais. Portanto, é importante orientar os estudantes a se envolverem na busca de desafiar e
transformar as estruturas de opressão. Para o autor, ensinar matemática para justiça social é
também ensinar matemática para justiça racial. “Isso inclui fornecer aos estudantes
oportunidades para analisar se e como o racismo está implicado nos fenômenos sociais e
para compreender as diferentes formas de racismo.” (GUTSTEIN, 2016, p.490). Neste
contexto, considero ponderar o contexto da imigração internacional ao refletir e considerar
as diferenças na sala de aula.
Para Skovsmose (2016), a educação matemática crítica preocupa-se com diferentes
grupos de estudantes e considera relevante promover discussões acerca de questões de
injustiça social e opressão. Essas preocupações contribuem para a organização de ambientes
de ensino e aprendizagem que favoreçam a inclusão por meio da tolerância. Em contexto de
diversidade fortemente marcado pelas imigrações, a tolerância tem se tornado cada vez mais
necessária para o fortalecimento das relações de respeito, da democracia e para a superação
das injustiças raciais e sociais.
Segundo a ONU (1995), as políticas e programas de educação devem contribuir para
a compreensão da solidariedade e da tolerância entre os grupos étnicos, sociais, culturais,

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religiosos e linguísticos entre as nações. É fundamental, portanto, uma tolerância como nas
palavras de Paulo Freire (2014): “Falo da tolerância como virtude da convivência humana.
Falo, por isso mesmo, da qualidade básica a ser forjada por nós é apreendida pela assunção
de sua significação ética – qualidade de conviver com o diferente. Com o diferente, não com
o inferior” (p. 25-26). Nessa compreensão, se nega a tolerância no sentido de favor do
tolerante ao tolerado, no sentido de superioridade de classe, de raça ou de gênero. É, pois,
virtude da convivência humana, de conviver com o diferente e não com o inferior. Essa
tolerância é elemento essencial na superação das relações baseadas no ódio às diferenças que
desencadeiam o racismo e a xenofobia.
Portanto, a conexão entre tolerância e justiça social e racial é fundamental. Quando
se fala em justiça social e racial, é necessário reconhecer a existência do racismo, considerar
a reparação das desigualdades de oportunidade, questionar argumentos baseados na
meritocracia e refletir políticas de igualdade racial (MARTIN, 2013).
Deste modo, o encontro entre imigrantes e não imigrantes em diversos ambientes,
escolares e não escolares, demanda postura de tolerância e respeito à diversidade. Segundo
Skovsmose (2019), o encontro entre as diferenças nas aulas de matemática, destaca o
encontro entre pessoas com diferentes experiências de vida, oriundas de diferentes meios
culturais, com diferentes sonhos realizados e frustrados. Também, com diferentes
esperanças, prioridades, oportunidades, perspectivas e aspirações. Esse encontro demanda
considerar essas diferenças e valorizar todos os conhecimentos e experiências envolvidos,
como oportunidades de aprendizagem.
Nesse sentido, faz-se necessário o planejamento de ações que favoreçam o encontro
entre as diferenças para a construção de ambientes inclusivos nas aulas de matemática sob o
fortalecimento de práticas de tolerância. Como possibilidade de considerar e pensar com o
outro, o reconhecimento e o respeito às diferenças é possibilidade para estudantes se
identificarem e compartilharem visões de mundo no movimento e compreender e aprender
com o outro.
Os cenários para investigação inclusivos são ambientes de aprendizagem baseados
em investigação e que propiciam ações com possibilidades de aprendizagem pautadas no
respeito com o diferente e na interação dialógica. Nesses cenários há o incentivo do querer
estar junto com e de aprender com o outro, favorecendo a cooperação e a construção da
equidade (SKOVSMOSE, 2019; MOURA, 2020).

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Em outras palavras e sintetizando, o contexto das migrações internacionais revelam
um contingente de pessoas em situação de vulnerabilidade e que se deparam com exclusões
de caráter racistas. Por outro lado, a diversidade em aula de matemática deve ser
compreendida como recurso para o processo de aprendizagem. Assim, o encontro entre as
diferenças sob o fortalecimento da tolerância são noções importantes e os cenários para
investigação inclusivos podem oferecer oportunidades de aprendizagem nesse contexto e
fomentar a inclusão de todos os estudantes. Mas para além disso, é fundamental que os
estudantes consigam compreender a realidade por meio da matemática e que possa
vislumbrar como capazes de transformação das injustiças sociais e raciais.
Sob esse referencial teórico essa pesquisa se orienta pelas seguintes perguntas de
pesquisa: Como o poder e os privilégios fornecidos pela matemática contribuem para a
exclusão social e racial? Como a educação matemática pode se estruturar para a inclusão de
estudantes imigrantes? Como pode ser a educação matemática anti-racista e incluir questões
de estudantes imigrantes? A seguir apresento o desenvolvimento da pesquisa.

SOBRE A PESQUISA
Essa investigação percebe a complexidade do contexto social, histórico e político ao
trabalhar os fenômenos sociais e as pessoas neles envolvidos. Dessa forma, este processo
investigativo utiliza uma abordagem qualitativa de pesquisa.
Também se baseia nos pressupostos da Critical Race Theory (CRT) (DAVIS, JETT,
2019). Por esse motivo, dá especial importância à voz de pessoas que são minorizadas
racialmente por meio de seus relatos e narrativas sobre suas experiências vividas. Ele
considera várias formas de injustiça e explora as diferenças dentro e entre os grupos ao
considerar o contexto histórico e político, juntamente com uma consciência das
desigualdades raciais.
De acordo com informações do portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o número de matrículas de estudantes de outras
nacionalidades em escolas brasileiras mais que dobrou nos últimos dez anos, indo de pouco
mais de 43 mil matrículas em 2010 para mais de 130 mil matrículas em 2019. O estado de
São Paulo recebe mais de 30% de todas essas matrículas.

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Figura 1: Estudantes imigrantes matriculados no ensino básico no estado de São Paulo

Fonte: Disponível em: www.nepo.unicamp.br/observatorio/bancointerativo/numeros-imigracao-


internacional/censo-escolar/ Acesso em 01 de out. 2021.

A figura 1 apresenta, por meio de um gráfico de barras, a evolução no número de


estudantes imigrantes internacionais matriculados no ensino básico no estado de São Paulo
desde 2010. Na última barra, aparece um aumento significativo no número de matrículas
realizadas em 2019. A maioria dos estudantes imigrantes no Brasil, mais de 40%, são
oriundos da América Latina, principalmente de países como Venezuela, Haiti e Colômbia.
Assim, o contexto de produção de dados da pesquisa se situa no estado de São Paulo onde
se concentra a maior quantidade de estudantes imigrantes no país.
A produção de dados da pesquisa, que foi submetida e aprovada por um Comitê de
Ética em Pesquisa, está sendo desenvolvida nos seguintes momentos: Momento 1: Entrevista
com imigrantes adultos moradores do estado de São Paulo. São um total de 10 participantes
oriundos do Haiti e Venezuela. Para as entrevistas estão sendo considerados os seguintes
pontos: relatos sobre o contexto das famílias imigrantes; reflexões sobre desigualdade,
exclusão e justiça social e racial; relatos sobre experiências de estudantes e filhos de
imigrantes no contexto escolar e não escolar e nas aulas de matemática; discussões sobre
racismo e xenofobia em contextos diversos e discussão sobre a relação da matemática nesses
contextos.
No Momento 2: Entrevistas com professores que ensinam matemática e gestores
escolares que trabalham em contextos com estudantes imigrantes. São 4 participantes que
trabalham em escolas públicas do estado de São Paulo. Neste momento, estão sendo
considerados os seguintes pontos: contexto dos estudantes imigrantes e contexto escolar com
estudantes imigrantes; reflexões sobre desigualdade, exclusão e justiça social e racial; a
relação da matemática no contexto de pessoas imigrantes; reflexões sobre racismo e
xenofobia.

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No Momento 2, serão ainda discutidas as possibilidades para as aulas de matemática
com estudantes imigrantes. Serão apresentados aos professores propostas de cenários para
investigação inclusivos e que incluam temáticas políticas e sociais. Por meio da imaginação
pedagógica, é possível criar a Situação Hipotética Imaginada como alternativa à condição
atual existente. A situação olha para o que poderia, organizando situações pensativas em
uma perspectiva crítica (SKOVSMOSE; BORBA, 2004; VITHAL, 2003; SKOVSMOSE,
2009). Nesse sentido, serão imaginados e apresentados aos professores possibilidades de
cenários para investigação inclusivos. Esses cenários são situações hipotéticas imaginadas
que dá a possibilidade de espaço inclusivo em que estudantes e professores possam
compreender a realidade por meio da matemática.
Os dois momentos estão acontecendo de modo remoto com gravação em áudio e
vídeo por uma plataforma online e conforme autorização dos participantes. Um roteiro semi-
estruturado de entrevista foi utilizado. Esses momentos serão transcritos e complementados
com anotações feitas pela pesquisadora que conterão memórias do contexto das falas, o clima
das discussões, os episódios de silêncio, elementos das interações entre a pesquisadora e o
participante da pesquisa, constituindo informações para a compreensão e interpretação do
tema.
De acordo com os dados produzidos, apontaremos resultados de pesquisas à luz da
Educação Matemática Crítica (SKOVSMOSE, 2019). Haverá uma reflexão sobre a interação
dos dados produzidos e atenção a conteúdos como documentos oficiais, conteúdos como
elementos do contexto social dos participantes, contexto dos países dos imigrantes, contexto
do Brasil, entre outros.

ALGUNS COMENTÁRIOS
Esta pesquisa visa a reflexões para além do ambiente de sala de aula. Espera-se que
a realização desta pesquisa possa contribuir para debates sobre o ensino e aprendizagem da
matemática e descrever possibilidades de ações que busquem promover contribuições para
uma educação matemática anti-racista e inclusiva no contexto dos imigrantes.
Pensar na educação matemática inclusiva como uma possibilidade de educação
matemática anti-racista é pensar em possibilidades que ajudem a enfrentar certas barreiras
que excluem e limitam pessoas imigrantes. É pensar com ambientes que possibilitem o
encontro entre imigrantes e não imigrantes entendendo como todos importantes para o

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processo de aprendizagem. A riqueza e a força das características de cada um envolvido são
consideradas na construção do respeito e tolerância às diferenças. Em outras palavras, esse
encontro vai para além de compartilhar o mesmo espaço, mas se direciona no sentido de
estimular a disposição de estar junto, favorecendo a cooperação e a construção da equidade.
Professores e estudantes, imigrantes e não imigrantes podem questionar privilégios,
estruturas de poder e racismo; desenvolver senso de engajamento social, essencial para
posturas de pertencimento e transformação social. Cenários para investigação inclusivos
podem ser adequados ao considerar diversidade e justiça social e racial em espaços
inclusivos de educação matemática em ambientes multiculturais no Brasil e no mundo.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, S. L. De. Racismo Estrutural. 1.ed. São Paulo: Jandaíra, 2019.


BONILLA-SILVA, E. The structure of racism in colour-blind, “post-racial” America.
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DAVIS, J., & Jett, C. Critical Race Theory in Mathematics Education. Routledge,
2019.
FREIRE, P. Pedagogia da tolerância. São Paulo: Paz e Terra, 2014.
GUTSTEIN, E. Reading and writing the world with mathematics: Toward a pedagogy
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GUTSTEIN, E. “Our issues, our people math as our weapon”: Critical mathematics in a
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MARTIN, D. B. Race, racial projects, and mathematics education. Journal for Research
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MOURA, A. Q. Cenários para investigação e escola inclusiva: Possibilidades de diálogo
entre surdos e ouvintes em aulas de matemática. Doctoral dissertation. Universidade
Estadual Paulista (UNESP), Rio Claro, SP, 2020.
ONU. World Declaration of Principles on Tolerance, 1995. Disponível em:
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SKOVSMOSE, O., BORBA, M. Research methodology and critical mathematics
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SKOVSMOSE, O. Researching possibilities. In M. Setati, R. Vithal, C. Malcolm and R.
Dhunpath (Eds.), Researching possibilities in mathematics, science, and technology
education (p. 105-119). New York: Nova Science Publishers. Reprinted as Chapter 9 in

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SKOVSMOSE, O. (2014). Critique as uncertainty, Charlotte: Information Age Publishing,
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SKOVSMOSE, O. Politics of Meaning in Mathematics Education. Philosophy of
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VITHAL, R. In search of a pedagogy of conflict and dialogue for mathematics
education. Dordrecht, Boston: Kluwer, 2003.

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