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Teorias e Práticas do Ensino e da

Aprendizagem em EPT

Prof. Dr. Antônio Leonan Alves Ferreira


A PEDAGOGIA
MULTICULTURALISTA
Alencastre Honório Moura
Carlito José de Barros Filho
Sandra Nunes Leandro
FONTES

01 VERA MARIA CANDAU


Diferenças culturais, cotidiano escolar e práticas pedagógicas

02 NEWTON DUARTE
A contradição entre universalidade da cultura humana e o
esvaziamento das relações sociais: por uma educação que supere a
falsa escolha entre etnocentrismo ou relativismo cultural
01
VERA MARIA CANDAU
Diferenças culturais, cotidiano escolar e práticas
pedagógicas
INTRODUÇÃO

“No âmbito da educação também se explicitam cada vez


com maior força e desafiam visões e práticas
profundamente arraigadas no cotidiano escolar. A
cultura escolar dominante em nossas instituições
educativas, construída fundamentalmente a partir da
matriz político-social e epistemológica da modernidade,
prioriza o comum, o uniforme, o homogêneo,
considerados como elementos constitutivos do
universal. Nesta ótica, as diferenças são ignoradas ou
consideradas um “problema” a resolver.” (p. 241)
“No âmbito da educação também se
explicitam cada vez com maior força e
desafiam visões e práticas profundamente
arraigadas no cotidiano escolar. A cultura
escolar dominante em nossas instituições
educativas, construída fundamentalmente
a partir da matriz político-social e
epistemológica da modernidade, prioriza o
comum, o uniforme, o homogêneo,
considerados como elementos
constitutivos do universal. Nesta ótica, as
diferenças são ignoradas ou consideradas
um “problema” a resolver.” (p. 241)
DIFERENÇAS E PROCESSOS EDUCACIONAIS:
DIVERSAS APROXIMAÇÕES
“A escola pública, gratuita e obrigatória do século XX é herdeira da
do século anterior, encarregada de missões históricas de grande
importância: criar um único povo, uma única nação, anulando as
diferenças entre os cidadãos, considerados como iguais diante da
lei. A tendência principal foi equiparar igualdade à homogeneidade.
Se os cidadãos eram iguais diante da lei, a escola devia contribuir
para gerar estes cidadãos, homogeneizando as crianças,
independentemente de suas diferentes origens. Encarregada de
homogeneizar, de igualar, esta escola mal podia apreciar as
diferenças.” (p. 242)
DIFERENÇAS CULTURAIS E PROCESSOS
EDUCATIVOS: INCORPORANDO A PERSPECTIVA
INTERCULTURAL

Trabalhar as diferenças culturais constitui o foco central do


multiculturalismo. Situo a perspectiva intercultural no âmbito das
posições multiculturais que classifico em três grandes abordagens:

• O multiculturalismo assimilacionista
• O multiculturalismo diferencialista ou monoculturalismo plural
• O multiculturalismo interativo, também denominado
interculturalidade.
O MULTICULTURALISMO ASSIMILACIONISTA

A abordagem assimilacionista parte da afirmação de que


vivemos numa sociedade multicultural, no sentido descritivo.
Uma política assimilacionista - perspectiva prescritiva - vai
favorecer que todos se integrem na sociedade e sejam
incorporados à cultura hegemônica. No caso da educação,
promove-se uma política de universalização da escolarização. (P.
246).
O MULTICULTURALISMO DIFERENCIALISTA
OU MONOCULTURALISMO PLURAL

Quanto ao multiculturalismo diferencialista ou, segundo Amartya


Sen (2006), monocultura plural, esta abordagem parte da afirmação
de que quando se enfatiza a assimilação termina-se por negar a
diferença ou por silenciá-la. Propõe então colocar a ênfase no
reconhecimento da diferença e, para promover a expressão das
diversas identidades culturais presentes num determinado contexto,
garantir espaços em que estas se possam expressar. (P. 246)
O MULTICULTURALISMO INTERATIVO OU
INTERCULTURALIDADE

Propõe um multiculturalismo Segundo Russo e Araújo (2009),


aberto e interativo, que acentua integrantes do GECEC, ficou evidente
a interculturalidade, por nos depoimentos a angústia dos
considerá-la a mais adequada professores e professoras diante das
para a construção de sociedades, dificuldades que enfrentam para vencer
democráticas e inclusivas, que a tendência padronizadora dominante
articulem políticas de igualdade nas escolas, desde o número de alunos
com políticas de identidade. (P. na sala de aula até a falta de estrutura,
246 e 247) de recursos e de acompanhamento
qualificado para lidar com uma realidade
complexa e diferenciada. (P. 251)
O MULTICULTURALISMO INTERATIVO OU
INTERCULTURALIDADE
A escola tem um papel importante na perspectiva de reconhecer,
valorizar e empoderar sujeitos socioculturais subalternizados e
negados. E esta tarefa passa por processos de diálogo entre
diferentes conhecimentos e saberes, a utilização de pluralidade de
linguagens, estratégias pedagógicas e recursos didáticos, a
promoção de dispositivos de diferenciação pedagógica e o combate
a toda forma de preconceito e discriminação no contexto escolar.
(p. 253)
02
NEWTON DUARTE
A contradição entre universalidade da cultura humana e o
esvaziamento das relações sociais: por uma educação
que supere a falsa escolha entre etnocentrismo ou
relativismo cultural
INTRODUÇÃO

O texto defende a tese de que a concepção marxiana acerca do


processo histórico de constituição da riqueza humana universal
contém os elementos teóricos necessários para a superação da
falsa opção, postulada pelas diversas correntes do pós-
modernismo, entre o etnocentrismo e o relativismo cultural
INTRODUÇÃO

 Defende a existência de um processo histórico de construção da


cultura humana entendida como a riqueza material e intelectual
de todo o gênero humano.

 Entende por classe trabalhadora a totalidade dos indivíduos que


na sociedade capitalista vivem da transformação de sua
atividade de trabalho em mercadoria
INTRODUÇÃO

 Um professor é um trabalhador produtivo se ele não apenas


trabalha as cabeças das crianças, mas extenua a si mesmo para
enriquecer o empresário.

 O trabalhador produz não para si, mas para o capital. Não basta,
portanto, que produza em geral. Ele tem de produzir mais-valia.
Apenas é produtivo o trabalhador que produz mais-valia para o
capitalista, ou serve à autovalorização do capital.
INTRODUÇÃO

 Uma revolução mundial realizada pela classe trabalhadora, ao


suprimir totalmente da sociedade essa subordinação do trabalho
ao processo de valorização do capital isto é, ao despir a riqueza
humana dessa sua forma historicamente situada, a forma de
capital, tornará possível a efetivação, na vida de todos os
indivíduos, do potencial de emancipação humana contido nessa
riqueza. Tal processo possibilitará a constituição de uma cultura
universal, que supere os limites das culturas locais, incorporando
toda a riqueza nelas contida e elevando essa riqueza a um nível
superior.
INTRODUÇÃO

 “É tão ridículo ansiar por um retorno a essa plenitude original


como o é acreditar que a história tenha paralisado-se nesse
esvaziamento completo”.

 A dependência mútua e generalizada dos indivíduos


reciprocamente indiferentes constitui seu nexo social.

 “O indivíduo leva consigo mesmo, em seu bolso, o poder social,


bem como seu nexo com a sociedade” (Marx)
A CONCEPÇÃO MARXIANA DO
PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DA
RIQUEZA UNIVERSAL HUMANA
 Na concepção marxiana da história social, o gênero humano
torna-se mais livre à medida que, progressivamente, os objetos
de sua atividade deixam de se identificar com a satisfação
imediata de uma necessidade biológica.

 Pelo fato de haver, na atividade animal, a identidade entre o


objeto e a necessidade que a move, não há produção de novas
necessidades nem há ampliação do campo de relações entre o
animal e o restante da natureza.
A CONCEPÇÃO MARXIANA DO
PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DA
RIQUEZA UNIVERSAL HUMANA
 Pelo fato de haver, na atividade animal, a identidade entre o
objeto e a necessidade que a move, não há produção de novas
necessidades nem há ampliação do campo de relações entre o
animal e o restante da natureza.
OS DESAFIOS DIDÁTICOS E
FILOSÓFICOS NA CONSTRUÇÃO DE
UMA PEDAGOGIA MARXISTA
 Análise da dialética entre a natureza contextual da produção
do conhecimento e a validade universal do conhecimento como
produto.

 A questão da objetividade do conhecimento científico.

 A questão da dialética entre o abstrato e o concreto, ou


melhor, no papel do abstrato como mediação no processo de
apropriação do concreto pelo pensamento.
MUITO
OBRIGADO

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