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Ismael E.

Marques Guimarães

ANTROPOLOGIA E
EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO
Freud e Piaget entre os anos 30 e 40 tiveram grande atuação no programa de reforma curricular
“No diálogo entre antropologia e educação, a questão parece ser a mesma: a aventura promovida nos EUA.
de se colocar no lugar do outro, de ver como o outro vê, de compreender um Franz Boas, Margareth Mead, Ruth Benedict nomes importantes quando se trata aos estudos
conhecimento que não é o nosso. (P.2)” antropologicos mas poucos vistos na educação.
Ciência X Prática “Os discípulos de Boas, neste início de século, dão continuidade ao próprio Boas, quando este nos alertava
“Os profissionais de ambos os lados se acusam e se defendem com base em pré- para o fato de que tínhamos um modelo pedagógico ocidental que iria nos conduzir a uma pedagogia da
noções, práticas reducionistas e muito desconhecimento. (P.2)” violência. (P.4)”
As raízes que ligam e conectam a humanidade como um todo são anteriores as O encontro dos europeus com os indgineas traz a reflexão acerca da percepção de um sobre o outro.
desavenças criadas pelas mesmas. Como bem sabemos, a partir deste encontro surgiram grandes desavenças em nossa história, como a
1970 - transformações nos diálogos entre antropologia e educação violência, racismo, epidemias, intolerância e perseguições, servidão e escravidão.
Ambas se esbaram em questões raciais, economicas, étnicos, sociais, de genêro e “A antropologia como ciência desenvolve-se preocupada em superar o mundo intersubjetivo, de modo a
outros superar o etnocentrismo que, resultando do encontro entre a civilização ocidental e outros povos,
“Aqui parece residir a importância do passado para nosso presente, pois somente nesse implicou em violência, distorções sobre estes povos e suas culturas.(P.5) “
percurso parece ser possível vencer uma certa instrumentalização da antropologia pela “O desafio de ver-se e ver aos outros homens, para, então, estabelecer as bases do conhecimento. (P.5)”
educação(P.2)” Diferentes formas de percepção de mundo e conhecimento.
“O "olhar antropológico" não é um único olhar, mas qualquer que seja ele, é dependente O saber enquanto dimensão social holística, Galli.
de pressupostos que orientam as perguntas que são feitas e indicam caminhos de busca “A educação realiza-se, então, no interior da sociedade, composta por diferentes grupos e culturas,
das possíveis respostas.(P.8)” visando um certo controle sobre a existência social, de modo a assegurar sua reprodução por formas
Ideias de evolução e progresso - evolucionismo sociais coletivamente transmitidas.(P.5)”
Valores liberais e de igualdade como modelo autocentrado para as sociedades A cultura enquanto técnica social de manipulação dos indivíduos.
humanas.
APROXIMAÇÃO OU
AFASTAMENTO “Para exemplificar que todas as sociedades possuem técnicas para estimular e corrigir seus membros da infância à
idade adulta, via transmissão de conhecimento, valores e normas.(P.6)
O artigo menciona ainda o processo de alguns grupos tribais como por exemplo transimissão de conhecimentos,
educação, cultura, modo de vida enquanto pedagogia.
“ O homem como ser variável, mutável no temperamento e no comportamento, não fica à mercê de sua natureza e de
Aproximação do aluno da pedagogia com o campo teórico da antropologia. sua cultura, mas sim está sujeito a condições históricas determinadas e determinantes do universo em que está
“A educação não tem sido um dos campos privilegiados pela antropologia, da mesma inserido.(P.6)
forma que certas abordagens teóricas, que estão na origem deste diálogo, também não A antropologia e a educação possui relação com diferentes grupos humanos.
se constituem em objeto de conhecimento e análise. (P.3)” A história e cultura de um povo (principalmente minorias) são muitas vezes negadas, distorcidas ou deturpadas.
“A compreensão das diversas sociedades humanas, em seus próprios termos, através de questionamentos dos valores
e das convicções de nossa sociedade, como diz Novaes (1992), permite o conhecimento através da crítica "ao
etnocentrismo, à intolerância e à não aceitação da diferença" (P.7)
DIÁLOGO

FUNCIONALISMO
Galli, 1993 - mostra que ainda no final do século XIX, a antopologia tentava a
compreender uma possível cultura da infância e da adolescência.
“Antropólogos participavam em processos de revisão curricular e continuaram a “[...]O funcionalismo dos anos 20/30 baseava-se no fato de que as necessidades de
participar no transcorrer do presente século, nesse e em outros movimentos ligados à um povo, grupo ou indivíduo, dadas pela vida em sociedade, encontram na cultura os caminhos
escola e à educação. (P.3)” de sua satisfação e conduzem às respostas originais, singulares e coletivas, que demarcam e
“As origens da antropologia e do fazer antropológico como ciência, ou melhor dizendo, estruturam formas próprias de ser e de pensar o mundo, diferentes para cada povo ou grupo, já
de um modo de fazê-la, tem a ver com a expansão do mundo colonial que conduz o que são dependentes da dinâmica de diversos sistemas sociais e de seu funcionamento.(P.9)
mundo europeu a defrontar-se com outros povos e outras culturas - nas Américas e na A cultura enquanto ponto central para compreensão das práticas humanas diverenciando o homem do
África.(P.8) animal.
Diversidade social - sociedade, cultura, genêro, raça, étnia e outros ainda são Antropologo: “teoria nativa” da sociedade que estuda - cria sua própria teoria para explica-ló em seus
pensados a partir de ideias evolucionistas. termos.
“. O fazer científico que se instaura nessa concepção particularista da história “Não dão conta, porém, do fato de que "as relações culturais estão submersas em relações de poder "
humana, chamada também de história cultural ou culturalismo, tem por significativo (Carvalho op. cit., p. 21) e, como tais, dizem respeito a realidades mais amplas, estruturadas em torno de
o fundamental dessa ciência chamada antropologia, o trabalho de campo, e elege relações de classe e baseadas em mecanismos de desigualdade e dominação. (P.10)”
como central, para pensar as sociedades humanas, o conceito de cultura. (P.9) Culturalismo e funcionalismo vítimas de fortes críticas no final dos anos 40 nos EUA.
Franz Boas, Malinowski, Laplantine, Ruth Benedict, Margaret Mead e outros. Influência dessa antropologia e pedagogia no Brasil, assim como as críticas que sofriam que também
Boas e MAlinoswisk: pais da etnografia influênciavam seu pensamento no Brasil.
Muitos alunos de Boas terão preocupações com a questão educacional. Estruturalismo e marxismo
“ Para este autor, a antropologia interpretativa é aquela que hoje é aceita, tanto no campo das ciências
humanas como na educação, e nisso consiste o desafio de agora.(P.11)”

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