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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

ANTROPOLOGIA E
EDUCAÇÃO: ORIGENS
DE UM DIÁLOGO
Autor(a): Caroline (103757), Marayana (107044) e Samantha (107075)
Professor(a): Dr. Arthur Meucci

2021
Neusa Maria
Mendes de Gusmão FORMAÇÃO
Graduação em Ciências Sociais pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (1973),
mestrado em Ciências Sociais pelaPontifícia
Universidade Católica de São Paulo (1977) e
doutorado em Ciência Social (Antropologia
Social) pela Universidade de São Paulo (1990).
Pós-doc no Instituto de Ciências Sociais - ICS -
da Universidade de Lisboa em 1998 e 2002.
Livre-Docente na Área de Antropologia e
Educação em 2003, FE/UNICAMP e Titular na
Área de Antropologia e Educação,
FE/UNICAMP em 2009. Professora titular, MS-
6 da Universidade Estadual de Campinas -
UNICAMP.
Introdução
ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO
- [...] Constituem hoje um campo de confrontação. Dentro dessa
divergência primordial, muitas coisas separam antropólogos e
educadores, mas muitas outras os une.

OBJETIVO DA OBRA
- [...] Ressaltar o que há de comum e de diferente em ambas as áreas com
base na existência de um diálogo do passado que possibilite um diálogo
futuro.
Antropologia e
educação:
Origens de um
diálogo
Antes de mais nada, é
importante retomar os
conceitos de Antropologia
e Educação.
Antropologia e ANTROPOLOGIA

educação: Ciência da humanidade e da cultura, estuda

Origens de um o comportamento do homem. Se atribui a


compartimentação do saber.
diálogo
Antes de mais nada, é
importante retomar os
conceitos de Antropologia
e Educação.
Antropologia e ANTROPOLOGIA

educação: Ciência da humanidade e da cultura, estuda

Origens de um o comportamento do homem. Se atribui a


compartimentação do saber.
diálogo
Antes de mais nada, é EDUCAÇÃO
importante retomar os
conceitos de Antropologia Atribuída a condição de prática, visa
e Educação. desenvolver e potencializar a capacidade
intelectual do indivíduo.
O confronto
entre os
campos
DESCONHECIMENTO

O confronto [...] "Ambos os lados se acusam e se


defendem com base em pré-

entre os noções, práticas reducionistas e


muita falta de informação."

campos
DESCONHECIMENTO

O confronto [...] "Ambos os lados se acusam e se


defendem com base em pré-

entre os noções, práticas reducionistas e


muita falta de informação. "

campos INVALIDAÇÃO

[...] "Além de não buscarem


conhecer, deslegitimam o percurso
percorrido pelas áreas."
DESCONHECIMENTO

O confronto [...] "Ambos os lados se acusam e se


defendem com base em pré-

entre os noções, práticas reducionistas e


muita falta de informação. "

campos INVALIDAÇÃO

[...] "Além de não buscarem


conhecer, deslegitimam o percurso
percorrido pelas áreas."

APATIA

[...] "Possuem grande dificuldade de


se colocar no lugar do outro, de ver
como o outro vê, de compreender
um conhecimento que não é seu. "
O diálogo entre a Antrapologia e
Educação

SÉCULO XIX ANOS 20 E 50 ANOS 30 E 40

[...] "O pioneirismo do diálogo [...] "Muitos antropólogos [...] "Os antropólogos tiveram
entre antropologia envolvidos nesses uma atuação importantíssima
e educação, relatado debates travaram no vasto programa de reforma
por Galli (1993) celeumas com os curricular promovida nos EUA.
mostra que nesse período
pensamentos de Deles não se fala nem se ouve
tentavam compreender
Freud e Piaget." falar entre nós."
uma possível cultura da
infância e da adolescência."
O diálogo entre a Antrapologia e
Educação
FRANZ BOAS
[...] "A propriedade e a atualidade da inquietação de Boas revelam que o diálogo foi
iniciado, mas não foi concluído."

CULTURALISMO PEDAGOGIA DA
AMERICANO VIOLÊNCIA
A importância do
diálogo entre os
campos
[...] "A possibilidade de superação
dos preconceitos e, neste sentido,
aponta para um avanço do
conhecimento."
Caminhos cruzados: Educação, cultura e relativismo
Caminhos cruzados: Educação, cultura e relativismo

“O fato mais curioso nesse encontro de culturas de que resultou a conquista da


América foi provavelmente a surpresa de ambos, espanhóis e indígenas, ao se
depararem. Uns jamais suspeitaram da existência dos outros. Para se livrarem
do incômodo desse assombro, ambas as partes mergulharam nas suas tradições
míticas, a fim de encontrarem indícios reveladores ou presságios que os
ajudassem a identificar e esconjurar os espectros com que haviam topado. Que
estranha tribo desgarrada dos filhos de Israel seriam esses gentios,
perguntavam os espanhóis? Que pavorosos deuses vingadores eram aquela
gente barbada, toda revestida de metal e montada em veados gigantes,
clamavam os indígenas? (Nicolau Scevcenko. Folha de S. Paulo/Ilustrada,
domingo 2/2/1985, p. 53)”
[...] "fica clara a imposição das crenças
dos valores dos conquistadores em
nome de um domínio que nega ao outro
a própria existência de seu mundo."

[...] "O processo político que impõe a


cultura do outro à revelia dos sujeitos
sociais conduz à violência que mata o
corpo (genocídio), como também mata a
alma, preservando o corpo físico
(etnocídio).”
Antropologia

FENÍCIOS - IV a.C SÉCULO XIX


GREGOS - III a.C
- Ciência (etnografia);
- Eurocêntrica; - Compreensão do diferente;
- Homogeneização; - Diálogo com outras formas de
- Violência, imposição conhecimento;
da cultura, do - Diversidade;
cristianismo; - Alteridade;
- Pressuposto central: Cultura,
relações entre homens e a
construção do saber;
CONSTRUÇÃO DO SABER

DIMENSÃO SOCIAL HOLÍSTICA


FRUIÇÃO DA CULTURA

EDUCAÇÃO
CONSTRUÇÃO DO SABER

DIMENSÃO SOCIAL HOLÍSTICA


FRUIÇÃO DA CULTURA

EDUCAÇÃO

CONTROLE SOCIAL AJUSTAMENTO PSICOSSOCIAL


CONSTRUÇÃO DO SABER

DIMENSÃO SOCIAL HOLÍSTICA


FRUIÇÃO DA CULTURA
Cultura: técnica social
de manipulação

EDUCAÇÃO

CONTROLE SOCIAL AJUSTAMENTO PSICOSSOCIAL


CONSTRUÇÃO DO SABER

DIMENSÃO SOCIAL HOLÍSTICA


FRUIÇÃO DA CULTURA
Cultura: técnica social Pedagogia: sistematização
de manipulação de práticas educativas

EDUCAÇÃO

CONTROLE SOCIAL AJUSTAMENTO POSICIONAL


Antropologia X Educação

DIÁLOGO CONFLITO

Partindo do Colonialismo “Centrado num modelo cultural único e na


Ocidental ambas são devedoras necessidade de colocar sob controle o
do processo de imposição de si diferente, a sociedade ocidental constrói
ao outro; uma prática pedagógica também única e
centralizadora.
O movimento deste mundo, de que fazemos
parte, caminha da diversidade para a
homogeneidade [...]”
Antropologia X Educação
DIÁLOGO CONFLITO

Partindo do Colonialismo “Centrado num modelo cultural único e


Ocidental ambas são devedoras na necessidade de colocar sob controle o
do processo de imposição de si diferente, a sociedade ocidental constrói
ao outro; uma prática pedagógica também única e
centralizadora.
O movimento deste mundo, de que
fazemos parte, caminha da diversidade
para a homogeneidade [...]”

EUROCENTRISMO
Antropologia X Educação
DIÁLOGO CONFLITO

Partindo do Colonialismo “Centrado num modelo cultural único e


Ocidental ambas são devedoras na necessidade de colocar sob controle o
do processo de imposição de si diferente, a sociedade ocidental constrói
ao outro; uma prática pedagógica também única e
centralizadora.
O movimento deste mundo, de que
A PARTIR DO DIÁLOGO DO PASSADO, fazemos parte, caminha da diversidade
O OBJETIVO É PROPOR UM DIÁLOGO para a homogeneidade [...]”
PARA O FUTURO
EUROCENTRISMO
Antropologia e educação:
O diálogo do passado
Antropologia e educação:
O diálogo do passado
"[...] As origens da antropologia e do fazer
antropológico como ciência, ou melhor dizendo, de
um modo de fazê-la, tem a ver com a expansão do
mundo colonial que conduz o mundo europeu a
defrontar -se com outros povos e outras culturas - nas
Américas e na África."
"[...] A primeira dessas teorias, que
nasce junto com a própria ciência
antropológica, foi o evolucionismo"

A sociedade começa de forma primitiva e evolui ao


longo do tempo;

Escala Evolutiva;

Os organismos são capazes de sofrer alterações


conforme as necessidades do meio exigem;
Críticas de Franz
Boas
"[...] Boas realizará uma crítica contundente ao
pensamento de seu mestre L. Morgan. Boas
considera a ideia de que cada grupo, cada cultura
têm uma história singular, própria, que depende do
que é a vida do grupo, no aqui e agora de sua
existência.
Boas será um crítico atuante diante do sistema
educativo americano, denunciando, entre outras
coisas, a ideologia que lhe serve de base, centrada
na ideia de liberdade, e sua prática educativa de
cunho conformista e coercitivo, visando criar
sujeitos sociais adequados ao sistema produtivo,
segundo um modelo ideologizado de cidadão."
Escola e Educação
"[...] A corrente americana terá maiores preocupações com a questão
educacional, cuja continuidade se fará com os alunos de Boas. Ruth
Benedict e Margaret Mead dedicam-se aos estudos do campo educativo e
trazem à tona a questão da diversidade das culturas."

"[...] Outros antropólogos que também discutem a escola e a educação


nesse período são M. Herskovits, R. Redfield e C. Kluckholn, que apontam
para a questão da escolha cultural, do papel da cultura e das experiências
vividas que marcam e constituem um universo centrado no relativismo."
FUNCIONALISMO
- Explicar a sociedade;
- Busca entender uma sociedade a partir das suas regras
de funcionamento e das diferentes funções nela
desempenhadas.
- Explicar aspectos da sociedade em termos de funções.

TRABALHO DE CAMPO
- Fonte de pesquisa;
- Antropologia como ciência de alteridade.

ESTUDO DE COMUNIDADE
- A proposta desses estudos conduz is oesquisadores a
verem no ambito de pequenios gruoi a reprodução da
sociedade, elegendo no campo de pesquisa o particularm
como ibjeto de conhecimento, e não generalização.
As vertentes do Culturalismo
e Funcionalismo
"[...] Ao final dos anos 40 começam a ser criticadas nos EUA, terão forte influência no Brasil,
chegam ao Brasil através da Universidade da Bahia, e aqui desenvolvem estudos de comunidade,
que serão inspiradores, mais tarde, das propostas do CBPE (Centro Brasileiro de Pesquisas
Educacionais) dirigido por Anísio Teixeira, em termos de pesquisas e de programas educacionais no
Rio de Janeiro, entre os anos 50 e 60. No entanto, a crítica feita a tais estudos, já a partir da década
de 1940, parece não fazer parte da reflexão daquele momento, como não o faz na atual retomada
da aplicabilidade das técnicas de pesquisa antropológica aos estudos das culturas complexas, na
antropologia e na educação."

"[...] Nesta segunda metade do século, não se trata mais de estudar o "outro" , diferente, distante, e
sua cultura. A questão agora é que a "etnografia deixou de ser privilégio de antropólogos desde que
estes mudaram seu campo para as cidades", diz Zaluar (1995, p. 85). Ao mesmo tempo, a
necessidade de aplicar seus métodos, seus conceitos e paradigmas às ditas sociedades complexas
instaura o desafio e a aventura que é "conhecer outros mundos simbólicos" no interior de nosso
próprio mundo."
Antropologia interpretativa
Busca pelo entendimento sobre o indivíduo humano.

"[...] Diante do trabalho de campo e do desafio da interpretação, a antropologia e a


educação se debatem com o fato de que sempre existiu "um modelo positivista de
sociedade (...) e uma tendência interpretativa ou compreensiva" das mesmas (Lovisolo
1984, p. 66). Para este autor, a antropologia interpretativa é aquela que hoje é aceita,
tanto no campo das ciências humanas como na educação, e nisso consiste o desafio
de agora."
"[...] Estamos perante uma situação nova?
No presente, o relativismo e a alteridade apresentam-se de forma
ambígua e até antagônica (Garcia 1994, p. 135), de modo que se torna
obrigatório rever a idéia de que o passado seja reacionário, para se
buscar, como diz Santos, energias mais progressistas, menos
conformadas no interior de um universo matricial, da antropologia
como ciência e da educação como prática."

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