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Racismo Estrutural
e
Práticas Antirracistas
SUMÁRIO
CURSO DE FORMAÇÃO
2023
MÓDULO I – FUNDAMENTOS PARA ENTENDER O RACISMO
ESTRUTURAL NO BRASIL
OBJETIVOS
Você sabe o que é racismo? Quantas vezes já ouviu falar que uma pessoa
foi destratada ou humilhada por conta da cor da pele? Ao iniciar a reflexão
sobre este tema é importante olhar o mundo que está à sua volta: sua
casa, sua escola, sua universidade, o ambiente de trabalho, a rua, enfim, os
espaços em que há relações sociais.
INTRODUÇÃO
Mesmo não sendo adequado, o termo raça tornou-se usual e ganhou campo
dentro da sociedade que foi se desenvolvendo a partir dos parâmetros
definidos pelos cientistas europeus. Foi o caso do alemão Johan Friedrich
Blumenbach (1865) que em 1795, que classificou a humanidade em cinco
raças: branca, negra, amarela, marrom e vermelha.
Fonte: Wikipédia
Exemplo maior dessa posição política foi a tentativa dos cientistas alemães
nazistas em criar a raça alemã superior, nobres. Homens brancos, loiros,
com biotipo forte e “perfeitos”. Em nome dessa perfeição, deficientes
físicos, negros e judeus foram exterminados aos milhões durante a Segunda
Guerra Mundial.
Fonte: Behance
Já no século XIX, com a chegada da família real em 1808 e mais tarde até o
ano de 1850, com a abolição definitiva do tráfico transatlântico de
escravizados, foram trazidos aproximadamente 1,5 milhão de africanos
(PINSKY, 2010). Há historiadores que afirmam que o Brasil foi o país que
mais recebeu africanos durante o período de expansão colonial europeia.
Unidade 3 - Já Podemos Falar em Racismo Estrutural?
São nesses pontos que você vai perceber que a definição de racismo é “uma
forma de discriminação que leva em conta a raça como fundamento de
práticas que culminam em desvantagens ou privilégios para indivíduos, a
depender do grupo racial ao qual pertenciam” (ALMEIDA, 2017). Os negros,
mulatos, pardos, cafuzos, mestiços e todas as outras denominações
possíveis, viveram em condições constantes de desvantagens ao longo da
história brasileira.
Você viu até aqui que a questão negra no Brasil foi determinante para a
formação da sociedade brasileira nos aspectos sociais, políticos e culturais.
Não se pode negar que os diversos momentos em que o país assumiu a
dianteira da produção de cana-de-açúcar ou a exportação do ouro, apenas
foi possível devido ao extenuante trabalho de negras e negros africanos e
afro-brasileiros. A miscigenação já era um fato dado (FERNANDES, 1978).
Além disto, o sincretismo religioso demonstrava a inserção cultural criada
em âmbito nacional.
Fonte: Wikipédia
Dessa forma, o Brasil do fim do século XIX era um país imerso em suas
contradições, com o fim da mão de obra escravizada e uma tão grande
desigualdade social e econômica e ainda em busca de não somente pensar,
mas forjar uma identidade nacional que legitimasse a república nascente.
Infelizmente o olhar dado à população negra não apontava para a afirmação
de sua cultura e a construção da identidade.
Tal ação visava assegurar que a desigualdade causada pelos mais de trezentos
anos de escravidão pudesse começar a ser enfrentada. A questão racial era
essencial e delimitava as fronteiras da cidadania e poder, já que esta camada
da população ficava à margem do desenvolvimento social e político.
MÓDULO II – AÇÕES POLÍTICAS E A RESISTÊNCIA NEGRA
OBJETIVOS
Você viu até aqui que o desenvolvimento histórico e social do Brasil, contou
com a presença negra em momentos decisivos e colocou o país entre os
principais exportadores de monocultura entre os séculos XVII e XIX. Foi a
mão de obra dos trabalhadores e trabalhadoras africanos e descendentes
que ergueram a sociedade brasileira.
Agora, como sequência, você verá que, mesmo diante da tentativa de calar
a voz do escravizado, a resistência pela vida, cultura e identidade sempre
existiu. Essa defesa foi acompanhada de exemplos de outras nações negras
que realizaram seus processos de independência e serviram de inspiração
para diversos movimentos de luta.
INTRODUÇÃO
Ainda que tenha feito uma importante contribuição, não só Gilberto Freyre,
mas também outros pensadores, negaram que a ação histórica e social
contra os negros foi violenta e cruel. A formulação de um pensamento social
brasileiro assentado na convivência pacífica, é desmentida pelos
documentos históricos e pela prática cotidiana para com a população negra
e seus descendentes.
Exemplo desta vida nada pacífica foram as respostas aos castigos sofridos
por parte dos senhorios com fuga, formação de quilombos e as insurreições
(PINSKY, 2010). Muitas delas não estão nos livros didáticos. Outras são
descritas com ênfase ao papel da repressão legal. Somente um
aprofundamento na investigação sobre o Brasil é que vai apresentar a
verdadeira raiz da resistência negra.
Unidade 1 - As Ações de Resistência Negra no Início do Século XIX
1
Alguns escravos que conseguiam atividades como negros de ganho, ou seja,
vendiam quitutes nas ruas ou mesmo aqueles que trabalhavam na casa grande,
conseguiam ter uma vida com menor volume de castigos e ter contato com outras
pessoas. Isto em grande medida permitia uma inserção social nas coisas do dia-a-
dia. Já os negros escravos da senzala estavam diretamente vinculados aos castigos
do senhor ou dos seus capatazes.
expectativa de vida de um homem negro por volta de 1870 era de 20 anos
(RIBEI RO, 2014). Ainda assim, em meio a um contexto de violência, esta
população conseguiu encontrar meios de resistência, sendo os quilombos
espalhados por toda parte do Brasil exemplos disso.
Por ser uma fase de transição para a formação do Estado Nacional, não
houve, nos anos iniciais preocupação com a questão escrava. Este debate foi
iniciado apenas na segunda metade do século liderado pelos abolicionistas.
Até então a manutenção da escravidão foi o pilar de manutenção da ordem.
Iniciamos este percurso ainda com um pé no século XVIII. Isto porque não
se pode deixar de falar sobre o importante movimento construído por
negros escravos, libertos, trabalhadores de baixa renda e mulatos na
província da Bahia em 1798.
A Cabanagem no Pará
2
É importante considerar que as ações de resistência fossem por parte dos negros
ou pelos indígenas escravizados foram traduzidas por longo período histórico como
rebeldes, descontentes, revoltosos. Tais adjetivos marcaram a interpretação na
História conferindo a eles um lugar de desordem frente à construção nacional.
responsável pela tomada do poder na província em uma fase em que as
condições políticas e objetivas lhes eram favoráveis.
A marca dos cabanos ficou viva entre a população local. Seja na população
interiorana ou urbana a presença dos cabanos é relembrada por meio de
poemas, monumentos e mesmo na educação. Neste último, durante
meados da década de 1990, foi organizada a Escola Cabana, movimento
pedagógico que colocava como principal pilar o aluno enquanto sujeito
histórico. Da mesma forma, a formação continuada e um currículo renovado
eram pilares deste projeto educacional.
Fonte: Go Brazil
O autor afirma que cerca de 6 mil pessoas viviam na localidade. Mas outros
historiadores chegam a falar de uma população entre 25 e 35 mil pessoas.
A produção agrícola diversa assegurava a subsistência. Com o passar dos
anos a necessidade de uma organização política surgiu já que a amplitude
da força quilombola ia crescendo.
Foi nele que o principal expoente da luta negra foi constituído. Zumbi dos
Palmares foi um guerreiro escolhido entre seus pares e reconhecido pela
sua liderança e méritos. O Quilombo se constituiu como uma república e, ao
lado do líder máximo, estava um Conselho deliberativo que assessorava as
decisões políticas (MOURA, 2020).
Seu principal líder foi Zumbi dos Palmares, homem escolhido entre seus
pares devido os méritos por ser um forte guerreiro. Zumbi tinha ao seu lado
um conselho de líderes que representavam os demais mocambos da área.
Juntamente com Dandara, esteve à frente da organização social e política
do Quilombo de Palmares. Ambos, defenderam a sociedade negra criada
pelos escravos e lideraram homens e mulheres na resistência contra a
violência branca (RIBEIRO, 2014).
Alguns dos produtos produzidos são: arroz, feijão, banana (nanica, ouro,
zinca, prata, maça, vinagre, terra), palmito, batata doce, mandioca, cará,
inhame, limão, laranja, abacate, abóbora, berinjela, chuchu, maná,
verduras em geral e também produtos processados como banana chips,
rapadura, taiada, mel e farinha.
Guerra de Guerrilhas
Saiba Mais:
Saiba Mais:
Luiz Gama foi um homem negro, advogado, filho de quituteira que lutou
pela abolição da escravatura. Conheça um pouco mais sobre a vida desse
herói brasileiro:
OBJETIVOS
INTRODUÇÃO
O novo país sem a escravização deixou uma lacuna social imensa para
população negra. Entre vários aspectos podemos detalhar os seguintes
episódios:
O Brasil teve uma população que não foi incluída, que foi esquecida
como cidadã.
A condição de pobreza não é uma escolha, é uma condição dada para
essa população que não teve, por parte do Estado, nenhuma política
de inclusão desde o fim da escravidão.
A sociedade brasileira entendia que a pobreza era um fato dado à essa
população, desconsiderando o grande período de escravização, sem a
implantação de mecanismos de inclusão.
A pobreza ficou enraizada de forma naturalizada no inconsciente
coletivo, da mesma forma que a escravidão foi naturalizada na história
do Brasil, tirando a condição de humanidade da população pobre e
negra brasileira.
Essa questão estava tão internalizada no pensamento brasileiro que a
pobreza era destinada a uma classe que estava fadada a tal situação.
A pobreza não tinha uma intervenção do poder público ou do Estado.
As obrigações com a pobreza ficavam ao cunho de grupos privados e
religiosos, de forma clientelista, que mediavam o atendimento à
população vulnerável e pobre.
A pobreza era entendida e apresentada como uma fatalidade e era
gerenciada pela igreja e pelos “homens bons” ou “damas de caridade”.
Esse conceito assistencialista e voluntarista se manteve até meados do
século XVIII e aos poucos foi sendo substituído pelo que alguns
especialistas nomearam de assistência disciplinada: as ações
continuavam filantrópicas e a cargo de particulares e religiosos, como
instituições filantrópicas.
Com base nessa ideia, sustentada pela lei máxima do país, foram
assegurados direitos a todos aqueles que compõem a sociedade brasileira.
Cor, classe social e religião, entre outros pontos, foram colocados a todos
em pé de igualdade. Assim, brancos, indígenas e negros e toda a população
mestiça tinha garantias constitucionais para proferir sua fé, não ser
discriminado por sua cor, religião ou classe social.
A Imigração
A Violência Cultural
É nesse cenário que buscamos pensar como a presença da mulher negra foi
inserida neste contexto social e econômico brasileiro?
b) Educação
c) Saúde
d) Violência
Fonte: PINAD-Covid-19
Fonte: G1
A partir de 1931, o movimento negro ganhou uma cara mais politizada com
a criação da Frente Negra Brasileira - FNB. Chegou a ter vinte mil filiados e
filiais em cidades ao longo do país. Além disso, publicou o jornal Voz da
Raça. Diante do avanço do movimento integralista, esse jornal criou o seu
próprio slogan “Deus, Pátria, Raça e Família”. Ou seja, o movimento negro
colocou-se diante do debate corrente na época. Sua aproximação com
Getúlio Vargas rendeu o fim da proibição da participação de negros para a
guarda civil.
Com o golpe do Estado Novo, a FNB, assim como outros movimentos, foi
extinta. Ainda assim, outras entidades foram ganhando corpo e alcance
dentro do cenário nacional. Podemos citar o União Homens de Cor – UHC e
o TEN – Teatro Experimental do Negro. Este último, a partir de meados da
década de 1940, liderado por Abdias do Nascimento, deixou um legado
impactante para a sociedade brasileira.
Inclusive, após o pontapé inicial dado pela Lei Afonso Arinos, o movimento
de resistência e denúncia do preconceito e do racismo foi continuado em
1985 por meio da Lei 1390/85 na qual a contravenção penal passava
englobar discriminação por raça, sexo, cor ou estado civil. Mais adiante, em
1989 a Lei 7.716 definiu a reclusão para quem praticasse atos de preconceito
ou discriminação por raça, etnia, religião ou procedência nacional.
Mas um ponto que deu nova cara à luta contra o racismo foi a formulação
de políticas afirmativas a partir dos anos 2000. Como forma de reparação e
concretização de espaços para negros e negras, as políticas afirmativas
deram novo contorno aos espaços nos quais elas são aplicadas. Seja na
educação ou nos espaços corporativos o que se tem é a abertura de
oportunidades a esta população.
Nos anos 2000 uma série de atrocidades contra o povo negro reafirmou a
necessidade de ações conjuntas entre poder público e sociedade civil. Neste
sentido, um exemplo é o Movimento Ar, desencadeado após o episódio
ocorrido nos Estados Unidos com a morte de George Floyd. Em todo o
mundo houveram levantes pela defesa da população preta.
Muitas empresas não estão preparadas para lidar com a diversidade. Assim
como em outros setores a educação para o letramento antirracista é algo
incipiente ou, muitas vezes, inexistente. Vendedores, lojistas, seguranças e
toda a cadeia de vendas necessita estar preparada a ver em cada negro ou
negra que adentra à sua loja apenas como consumidor.
De tal forma, ter este olhar atento para as relações de consumo é não só
uma estratégica de vendas, mas antes de tudo, um posicionamento de
mercado atendendo a um nicho extremamente representativo das camadas
sociais. Ademais, uma política que direcione ações pedagógicas concretas
de diversidade e inclusão responde às expectativas de empresas com
responsabilidade social.
OBJETIVOS
Fonte: G1
Nesta mesma linha, a frase acima “feito nas coxas” também carrega
preconceito e racismo estrutural. Dizer que algo está mal feito não pode ser
remetido às rudezas da escravidão ou ao escravizado. O correto é apenas
dizer que tal situação ou coisa tem problemas e não foi feita corretamente.
O letramento racial, portanto, é algo que permeia a reescrita das relações
sociais e da própria história brasileira.
Exemplos de microagressões racistas incluem fazer suposições sobre a
formação cultural de alguém, usar insultos raciais ou linguagem
depreciativa ou rejeitar as experiências de racismo de alguém. Estas ações
podem parecer inofensivas para o agressor, mas contribuem para um
ambiente hostil e discriminatório para os indivíduos afetados.
Piadas são uma forma de humor que envolve fazer graça de situações,
pessoas ou grupos. Elas podem ser divertidas, inteligentes, irônicas ou
absurdas, mas também podem ser ofensivas, preconceituosas,
discriminatórias ou violentas. Quando as piadas se baseiam em estereótipos
negativos ou falsos sobre uma raça, etnia, cultura ou religião, elas são
chamadas de piadas racistas.
De acordo com Fonseca (2012) a piada longe está se ser inocente. Há nela
um estímulo ao preconceito étnico-racial, homossexual, capacitista, dentre
outras abordagens. As mensagens carregam “contextualizações históricas,
de origem e de fins sociais” (2012, p.27) que delimitam posições sociais e
culturais. O piadista, portanto, tem um alvo e uma intenção.
Fonte: LinkedIn
Piadas racistas podem ter vários efeitos negativos, tanto para quem as
conta quanto para quem as ouve. De acordo com Fonseca (2012), elas
podem:
A ruptura com este processo é longa, demorada e vem sendo feita aos
poucos. O olhar mais atento às falas e comportamento em sociedade
começou a ser mais cuidado a partir início do século XXI. Vê-se este
caminhar, por exemplo, na mudança de letras de marchinhas tradicionais
ou na reescrita de determinadas piadas.
3
Veja mais sobre o caso na reportagem do Portal O Tempo.
Na figura a seguir é possível ter um antes e um depois deste processo de
mudança na maneira como as microagressões vão sendo minimizadas.
Você pode ver que na coluna “Antes” o principal alvo das piadas era o negro.
O negro minorizado, limitado a voar/crescer/subjugado. Está inserido nos
trabalhos braçais, na construção civil e é tão ruim quanto um câncer. Já na
coluna “Depois” a presença preta foi substituída, mas o olhar de superioridade
se mantém definindo um lugar inferiorizado ao Brasil e ao pobre.
Mas esta novela inaugurou no Brasil o blackface, ou seja, um ator branco foi
maquiado para escurecer a pele e fazer o papel de um homem negro. Tal
método já era comum nas telas norte-americanas e reforçava o estereótipo
dado ao negro. De forma geral o negro foi representado, até pouco tempo,
como sendo uma pessoa bastante humilde, sem posses, com pouca
instrução. Na maioria das vezes moradores periféricos. Enquanto que os
brancos recebiam papéis de destaque, protagonistas e bem-sucedidos, os
papéis designados aos atores e atrizes negros eram subalternizados:
motoristas, empregadas domésticas, babás dentre outros.
A partir dos anos de 1990, houve uma mudança. Uma maior quantidade de
atores e atrizes bem como papeis de destaque. Hoje há uma preocupação
maior com o papel do negro abrindo caminhos para novelas com alto
percentual de atrizes e atores negros como foi o caso da novela “Vai na fé”
da TV Globo que tinha aproximadamente 70% de pretos em seu elenco. Na
presença preta de Maju Coutinho na apresentação do Fantástico e no papel
relevante que Glória Maria deu ao jornalismo negro brasileiro.
Ou ainda que mulheres negras são mais fogosas que as mulheres brancas.
Um terceiro estereótipo é o de que as pessoas pretas são mais sensuais,
mais exóticas e mais fetichizadas do que as pessoas brancas. Esse
estereótipo tem origem na mulher como objeto sexual desde a época da
escravidão. Esse estereótipo se reflete na exploração sexual, no assédio e
no estupro das pessoas pretas, especialmente das mulheres pretas.
Recentemente uma criança de nove anos que tinha o sonho de ser modelo
sofreu graves ataques racistas por parte na escola em que estudava. Foi
chamado de “projeto de bandido” e “macaco” por uma aluna e pela mãe
dela. O garoto que gostava de tirar fotos agora está revoltado e não que
mais ir à escola.
Fonte: G1
Sua fala expressa toda a inferioridade, tristeza e mágoa que uma criança
que tem sonhos para o futuro não merece ouvir. A escola, diante do fato,
não tomou uma atitude pedagógica de falar sobre o racismo e seus efeitos.
Portanto, percebe-se que os traumas dos anos de colonização e escravatura
são muito profundos ainda hoje.
Esta situação vivida por esta criança não é uma exceção. Os jovens negros
que cometeram atos contra a própria vida cresceram no Brasil. Entre os
anos de 2012 a 2016 os suicídios cometidos por jovens negros cresceram
12% entre a população de 10 a 29 anos de idade, segundo dados do
Ministério da Saúde.
Interessante perceber que este número fica ainda maior se for segmentado
por gênero. O sexo masculino negro apresenta, segundo a pesquisa, 50%
mais chances de cometer suicídio do que a população masculina branca da
mesma faixa etária.
PODER 360. A cada real ganho por um homem branco, uma mulher negra
recebe R$ 0,43. Disponível em: <https://www.poder360.com.br/brasil/a-
cada-real-ganho-por-um-homem-branco-uma-mulher-negra-recebe-r-
043/> Acesso em 02/05/2023.
FREIRE, Simone. Leo Lins, Porchat e a piada que faz branco rir e machuca o
negro. UOL. 2023. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/ultimas-
noticias/redacao/2023/05/19/leo-lins-porchat-e-a-piada-que-faz-o-branco-
rir-e-machuca-o-negro.htm?cmpid=copiaecola> Acesso em: 10/10/2023.