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Instituto Politécnico de Portalegre

Escola Superior de Educação e Ciências Sociais

Curso de Serviço Social

Racismo

Disciplina de: Serviço Social, desigualdades e exclusão social, 1º semestre, 1º ano letivo

Docente da disciplina: Lorena Anile

Realizado por:

Letícia Maia, nº 24032

Filipa Alberto, nº 24038

Rafaela Pereira, nº 24034

Rute Nunes, nº 24579

Janeiro, 2024
Epigrafe

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por
sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas
podem ser ensinadas a amar”.
Nelson Mandela Livro "Long Walk to Freedom", 1995
Índice
Introdução …………………………….…………………………………………....…4
Racismo ………………………………………………………………………………...5
Conceito de racismo ……………………………………………………………5
História do Racismo ……………………………………………………………5
Movimentos contra o racismo ………………………………………………….9
Racismo na atualidade ………………………………………………………...10
Formas de racismo …………………………………………………………….11
Caso real sobre o racismo……………………………………………………………12
Conclusão …………………….………………………………………………………13
Referências
Bibliográficas…………………………………………………………………………14
Introdução

O racismo, ao longo dos tempos, tem sido um tema incisivo em diálogos


quotidianos e esforços de combate à discriminação. Desde as suas raízes históricas até as
manifestações atuais, o preconceito baseado em diferenças biológicas persiste como um
desafio global. Neste trabalho fazemos uma análise e exploramos o conceito de racismo,
do seu trajeto marcado por episódios notáveis e a sua presença contínua na sociedade
contemporânea. Atualmente, a urgência de abordar as desigualdades sistémicas é
evidente, destacando a relevância global do problema. Os efeitos psicossociais, a
resistência em movimentos antirracistas e o papel da educação emergem como elementos
cruciais. Olhando para o futuro, enfrentamos desafios significativos que exigem políticas
robustas e uma abordagem coletiva para superar as raízes profundas do racismo.

Discriminação

A discriminação, como expressão antiga na interação humana, é um fenómeno que tem


raízes profundas na sociedade, refletindo uma série de preconceitos e estereótipos que
moldam relações e oportunidades. Este fenómeno transcende fronteiras culturais,
temporais e geográficas, manifestando-se em diferentes formas e contextos. Ao explorar
a discriminação, lançamos luz sobre um aspeto complexo da condição humana, que não
apenas afeta indivíduos, mas também modela estruturas sociais e económicas.
A história da discriminação é uma narrativa complexa, na qual grupos foram
sistemática e injustamente marginalizados com base em características como raça,
gênero, orientação sexual, religião e o estatuto socioeconómico. Essas formas de exclusão
resultam em desigualdades profundas, limitando o potencial pleno de indivíduos e
comunidades.

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Racismo

O conceito de racismo tem surgido ao longo dos tempos como tema de conversa,
seja em conversas de café ou em campanhas de luta contra o racismo, tornou-se no último
século, um tema de debate assíduo na tentativa da sua irradicação, no entanto, este não é
um tema novo e, basta-nos dar uma espreitadela para a história do mundo, percebemos
como este tema não é de todo, um tema novo. Mas antes de passarmos a analisar a história
e de como foi surgindo este conceito, gostaríamos de apresentar primeiramente a
definição do conceito racismo.

Conceito de racismo

Racismo pode ser caraterizado pelo preconceito e discriminação tendo por base
diferenças biológicas entre pessoas e povos, ou seja, pela diferença de um traço físico,
como a cor da pele por exemplo, ou até por características étnico-culturais, na qual a
identidade será associada à origem geográfica, à região, à língua ou costumes de uma
determinada população.
Muitas vezes estas diferenças assumem levam à descriminação, através de ações sociais,
práticas ou crenças, ou sistemas políticos que consideram que diferentes raças devem ser
classificadas como inerentemente superiores ou inferiores , apenas com base em
características morfológicas, habilidades ou qualidades comuns herdadas.

História do racismo

Colocando um olhar atento sobre a história, podemos observar que o conceito de


raça surge por volta de 1707, com o naturalista sueco Carl Von Linné, no qual desenvolvia
um estudo da classificação de espécies animais e vegetais. Georges Louis Leclerc,
conhecido como “conde de Buffon” (1707-1788) também este naturalista, considera à
semelhança de Linné que o branco era a cor real e natural do homem e os negros e as
outras raças eram variações desta cor. Após as primeiras descrições de raça, novas
conceções vão emergindo, dando asso a que novas formas de discriminação baseada em
questões morfológicas ganhem força, como faz referência o filósofo David Hume (1711-
1776), no qual distingue os não brancos como naturalmente inferiores.
Os frenologistas, que estudavam a forma do crânio e também os fisiologistas contribuíram
para estas enunciações. Segundo vários autores, surge a divisão da humanidade em raças,
esta nomenclatura pode ser classificada através da forma do crânio, da língua, das
diferenças climatéricas, geográficas e um dos elementos que sempre se encontra presente,
é de facto a cor da pele. Esta divisão criada pelo médico Johann Friedrich Blumendach
(1752-1840) dividia a raça humana em cinco variedades e define a raça caucasiana,
mongoloide, etíope, americana e malaia.
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Este tipo de divisão das raças teve bastante influencia no século XIX.
Este conceito foi-se desenvolvendo ao longo dos séculos e com ele, foi crescendo o
preconceito e um pré-conceito no que diz respeito às espécies e à sua classificação,
surgindo o racismo. Este tema propaga-se na história, transportando-nos para os tempos
remotos, e para alguns tempos que não são assim tão remotos, pois se analisarmos a
história de Portugal, apuramos que esta história, pertence a uma história relativamente
recente. E analisando esta história, denotamos como algumas destas teorias racistas foram
adotadas pela população ultramarina portuguesa, que nos tempos de conquista das
colónias de Angola, Moçambique, Guiné, Goa e Brasil, usaram e dominaram a população
destas colónias conquistadas por Portugal, foram criadas categorias pela política e a
própria ciência contribuiu e engendrou formas de apoiar estes atos racistas, consideram
que as peles escuras estariam associadas ao feio e negativo e as peles mais claras
representariam o belo, inteligente e positivo e, isto no fundo iria definir quem dominava
e quem era dominado. Portugal representa um dos países que cometeram atos racista ao
longo dos anos, indagamos a forma como escravizaram os povos de pele mais escura,
quer em Angola, Goa e também Brasil, e como discriminaram estes povos por causa da
cor da sua pele, Portugal foi tentando desde sempre criar classificações através das cores,
existiam várias escalas de classificação, como a “escala do médico antropólogo austríaco
Felix von Luschan (1854-1924) foi utilizada pelo médico e antropólogo Germano da Silva
Correia (1888-1967) nas populações da Índia portuguesa (1934), e a do médico e
antropólogo francês Paul Broca (1824-1880) foi utilizada pelo militar Fonseca Cardoso
(1865-1912) em Angola”. (As cores do racismo português: do colonismo à atualidade,
Público, Patrícia Ferraz de Matos, 31 de janeiro de 2021).
Também “o biólogo José Antunes Serra defende no Congresso Nacional de Ciências da
População de 1940 a classificação de raças a partir da pigmentação, tendo em conta uma
nomenclatura internacional das cores. Estas remetiam, porém, para raças hierarquizadas
socialmente, umas consideradas inferiores (de cor mais escura) e outras superiores (de
cor mais clara)”, “Na prática, produziu-se legislação; fizeram-se estudos considerados
científicos apresentados em congressos, como o de Antropologia Colonial, em 1934, ou
os do Mundo Português, em 1940; os livros únicos do ensino básico e secundário tinham
um objetivo claro: passar a mensagem do poder instituído; o mesmo na propaganda
veiculada no cinema: incentivava-se a emigração portuguesa para África, onde o negro
trabalharia para o branco como acontece nos filmes Feitiço do Império (1940) e Chaimite
(1953)”. (As cores do racismo português: do colonismo à atualidade, Público, Patrícia
Ferraz de Matos, 31 de janeiro de 2021). Apesar de por vezes pensarmos na história da
escravatura e do colonialismo como tempos distantes, podemos constatar que a guerra do
ultramar ou colonial, aconteceu há cerca de 60 anos, estando ainda bem presente na
população portuguesa e angolana. Fazendo com que nos tempos atuais ainda se verifique
a presença de atos racistas em Portugal, existem ainda muitas pessoas que discriminam
as populações que vêm de outros países e que apresentam uma cor da pele diferente, mas
Portugal, não apresenta apenas atos racistas e discriminatórios para com as pessoas de cor
da pele diferentes, na verdade, ainda ocorre muito também a xenofobia e a desconfiança
com todas as pessoas vindas de outros países, quer pela cor da pele, quer pela presença
de uma língua diferente do português.
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Continuando com o olhar atento na história do mundo, se prestarmos atenção na idade
média, podemos ver como as relações ocorriam entre os diversos povos, normalmente as
relações eram muito baseadas no vencedor e cativo, ou seja, os povos guerreavam entre
si e o perdedor passava a ser cativo do vencedor, o que nos remete mais para uma questão
de xenofobia, do que racismo propriamente dito. A Idade Média representa um dos três
grandes períodos a nível histórico, definidos por um quadro de análise da história
europeia, pelo período da Idade Antiga, ou Antiguidade, da Idade Média e da Era
Moderna. A idade média corresponde ao período do século V, no qual ocorre a queda do
Império Romano do Ocidente e ocorre a tomada de Constantinopla pelo Império Turco-
Otomano, no século XV, durante este período a principal fonte de riqueza vinha da terra,
na qual a agricultura representava uma importância extrema na sobrevivência das
populações, e como ocorriam durante as conquistas, os cativos, seriam as pessoas que
iram trabalhar as terras, enquanto os vendedores seriam os senhores soberanos. Com o
decorrer dos tempos e já na idade moderna (séc. XV), no qual a europa inicia a sua
caminhada em direção à conquista económica e tecnológica perante o mundo, verifica-se
o surgimento de novas ideologias, tendo a religião, sobretudo católica ganho uma
influência e poder enorme nestas novas ideologias, no qual colocava a Europa como uma
raça superior, aquela que era destinada por Deus e que devia dominar as raças que não
eram europeias. Ocorrem várias formas de perseguição em nome de Deus e usando este
nome de Deus como desculpa para a matança que ocorreu durante esta época.

Atualmente, continua a ser um flagelo do ''apartheid social" que sempre abrangeu o país,
gerando desta forma, uma enorme discrepância entre ricos e pobres.
Com o avançar dos anos, continua a ser notório como a discriminação das raças perdura
no tempo e como ainda se consideram que algumas raças são superiores a outras. Um dos
casos que ocorreu este tipo de racismo e de uma forma radical, ocorreu na Africa do Sul,
no qual foi instituído o apartheid, sendo mesmo esta forma de discriminação suportada e
apoiada pelo governo, que criou leis decretadas para que esta situação fosse legal. O
apartheid carateriza-se como um sistema de segregação racial, que foi institucionalizado
na Africa do Sul do Sudoeste, (atual Namíbia) em 1948 até ao início da década de 1990.
Este termo surge do africâner e significa “separação” ou “segregação”, esta separação foi
criada por um regime político autoritário, que garantiu que a Africa do Sul fosse dominada
maioritariamente por uma minoria branca, que dominavam a economia política do país.
Demarcada por uma estratificação social, no qual os cidadãos brancos pertenciam a um
estrato social alto, seguindo-se os indianos e coloridos e na base do status social
encontravam-se os africanos negros. Este apartheid designava-se pela separação entre
bancos e indianos e africanos negros, no qual os africanos negros em obstante aos brancos
não lhes era permitido frequentar os mesmos locais que as restantes raças, até nas
repartições públicas se verificava esta segregação, nos eventos sociais, bem como o
acesso ao emprego e à habitação ocorria a distinção de raça. Ocorria por lei a proibição
de casamentos mistos em 1949 e em 1950, criou-se a lei de Emenda à Imoralidade, a qual
tornara ilegal para a maioria dos cidadãos sul-africanos se casarem ou até terem relações
sexuais entre linhas raciais. A forma como o acesso à habitação era distribuída dependia
da classificação racial e entre 1960, até 1983, cerca de 3,5 milhões de africanos foram
removidos das suas casas e forçados a irem viver para bairros segregados pela legislação
do apartheid. Esta situação gerou conflitos e confrontações, gerando movimentos contra
o governo e contra o sistema implementado na altura, 7
mas iremos abordar este assunto dos vários movimentos que foram surgindo ao longo da
história com o objetivo de travar e erradicar o racismo e a discriminação pela cor da pele.
Já nos Estados Unidos, país no qual continua a suceder-se inúmeras e consecutivas
manifestações de ódio e de discriminação pela cor da pele. De forma bastante latente este
país é marcado quase todos os dias por episódios de manifestação de ódio e de abuso de
poder por parte de pessoas caucasianas contra as pessoas de raça negra. Advindo situações
tão violentas que levam estas pessoas à morte.
Ao longo da história podemos encontrar vários exemplos de situações nas quais
demonstraram ódio racial e ódio religioso, que levou ao genocídio de milhares de pessoas
e como exemplo disso fazemos referência a Hitler, que tinha como ideologia criar uma
única raça, a chamada raça pura e que perseguiu e matou milhares de judeus, não só pela
questão da ideologia religiosa, mas porque não apresentavam as características
morfológicas idealizadas por Hitler.
Como podemos observar através de alguns exemplos apresentados na descrição anterior,
verificamos que esta problemática não acontece apenas no século em que vivemos, o
racismo apresenta-se ao longo da história como um fenómeno religioso, político,
ideológico, social e comportamental, tendo ocorrido em variadíssimas sociedades, seja
por imposições governamentais e políticas ou seja pela crença religiosa e em nome de um
Deus superior, procurando manter ainda viva esta utopia de que existem raças puras, e
que estas são superiores às demais, como forma de justificação da hegemonia política,
histórica e económica.

Este paradoxo que tem vindo a se propagar ao longo dos séculos, seja em Portugal, seja
no mundo em geral. A ideologia de que existe uma raça superior deixa de fazer qualquer
sentido se nos debruçarmos sobre a forma como os povos foram migrando e se foram
gerando cruzamentos entre estes povos e as suas diferentes raças. E com isto levanta-se a
questão sobre uma raça pura, na realidade e com todas as invasões e conquistas de
continentes, será que ainda existe uma raça que não tenha antecedentes pertencentes a
outras raças?

Parece mais uma utopia pensar desta forma e basta olharmos para Portugal e da forma
como sofremos a influência de outros povos, aquando a invasão romana da península
ibérica, que demarca a importância na conquista de Portugal e ao dissecar
morfologicamente as características diversas da população portuguesa, percebemos
como existe uma diferença enorme na população do centro e sul do país apresentam
características de cor de pele mais morena, olhos mais castanhos e cabelo mais escuro,
características diferentes da população do norte do país, que sofrem uma influência celta,
ou seja, seria um povo com características morfológicas diferentes, pele, olhos e cabelo
mais claro do que a população do centro e sul.

Além disso o povo português, sempre foi um povo que buscou melhores condições de
vida além-fronteiras, ocorrendo casamentos e cruzamentos com outros povos, deitado por
terra a ideia de uma raça superior, ou seja, com todos os fluxos migratórios que tem
ocorrido desde sempre, esta ideia de raça pura, já deveria ter caído por terra, na medida
em que existe uma mistura de raças que se propagam no tempo e no espaço, deixando de
existir a possibilidade de raças puras e muito menos raças superiores ou inferiores.
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Dever-se-ia falar sim, de seres humanos, que apresentam características morfológicas
diferentes e que contribuem para uma variedade de pessoas, que transforma o mundo mais
interessante e mais rico pelas suas diferenças e não existir a ideia de que alguém é superior
ou inferior a alguém pelas suas características morfológicas, ou pela sua língua, cultura
ou região.

Movimentos contra o racismo

Ao longo da história como analisado anteriormente, verificamos como o racismo


se tem manifestado em várias partes do mundo, desde o Brasil, Angola, Inglaterra, India,
entre tantos outros países e continentes e este racismo tem permanecido ao longo dos
séculos até aos dias de hoje.
Com estes atos de ódio, racismo, discriminação e desfavorecimento da raça negra foram
surgindo alguns movimentos com forma de luta contra estes atos e, podemos encontrar
diversas manifestações e movimentos que surgiram ao longo dos séculos, e deparamo-
nos com o movimento negro, que se carateriza como um conjunto de movimentos sociais,
que visão a luta contra o racismo, a discriminação e segregação racial com intuito de
defender o povo negro, na busca de melhores condições de vida e de justiça de igualdade
de direitos para todos. Este movimento existe em várias partes do globo, tal como no
Brasil, nos Estados Unidos e na África do sul.
No Brasil, surge como forma de travar a escravatura dos tempos da colonização, surgem
várias fugas, revoltas e tentativas de manifestações contra a escravatura e o racismo, estas
revoltas foram bastante importantes para que se criasse este movimento abolicionista e
em 1888 tiveram sucesso. Com a extinção da escravatura, surge este movimento negro,
que teve como desígnio o combate ao racismo e na conquista da transformação deste
“mero” ato que era socialmente aceite, mas que passou a ser um ato crime punido por lei.
Continuaram a lutar para que a população negra tivesse os mesmos direitos que os
brancos, pois apesar de ter sido abolida a escravatura, estes continuavam a ser
marginalizados, não tiveram direito à integração na sociedade, não tinham direito à
educação e os trabalhos que lhes eram oferecidos eram desprovidos de qualquer dignidade
e condições de trabalho. No Brasil surgem vários movimentos, como o FNB – Força
Negra Brasileira, que deixou de existir em 1937, O MNU - Movimento Negro Unificado
que surge na década de 1970. Estes movimentos foram existindo e continuam a existir na
tentativa de irradiar o racismo e a discriminação racial.
Nos Estados Unidos existem várias formas de movimentos pelos direitos civis negros, e
na década de 1960, surge o movimento Panteras Negras e mais recentemente surge o
Black Lives Matter (vidas negras importam). As lutas contra a discriminação e racismo
foram e ainda são uma constante, mas olhando para a história e após algumas pequenas
conquistas, foram surgindo algumas leis. Leis essas que aos poucos iam mudando o rumo
da história, essa lei, obrigava as escolas a aceitarem a população africana.
Surge então um nome importante Elizabeth Eckford, que foi uma das primeiras mulheres
afro-americanas a estudar numa escola de brancos, estudou no Little Rock Central High
School, em Little Rock no estado de Arkansas. 9
Ainda nos EU e não se poderia deixar de fazer referência a uma das grandes
personalidades que marcaram o combate contra o racismo, quer nos EU como no mundo,
falamos claro do Martin Luther King Jr. Adotou uma postura não violenta no combate ao
racismo e propagava o amor ao próximo, foi condecorado em 1964 com p Prémio Nobel
da Paz, pelo seu trabalho de luta contra o racismo e a desigualdade racial. Mas
infelizmente foi assassinado a 4 de Abril de 1968, gerando vários movimentos de luta em
todos os EU e em todo o mundo, na tentativa de se travar o racismo e a descriminação
racial.
E como já referido anteriormente na História sobre o Apartheid na África do Sul, surge
no século XX movimentos de revolta e de resistência da população negra, na tentativa de
combater estas injustiças e estas discriminações raciais. Estes movimentos causaram
grandes problemas políticos e a nível das Nações Unidas, que resultaram em extensas
sanções internacionais, incluindo embargos de armas e sanções económicas à África do
Sul. Estes grupos do Apartheid conseguiram criar uma resistência tal, que se gerou um
conflito sangrento, resultaram milhares de mortos e vários detidos, mas o movimento
negro conseguiu que o governo caísse e que a situação mudasse no seu país.
Este regime do Apartheid durou mais de 50 anos, entre e década de 1948 a 1994 e um dos
nomes sonantes que teve a sua influência na luta contra os direitos negros, foi um senhor
cujo nome é bem conhecido de quase todos, falamos do senhor Nelson Mandela, um dos
líderes do congresso Nacional Africano, que por ajudar no combate contra o Apartheid
esteve preso durante 27 anos, sendo depois eleito, sendo o primeiro Presidente da
Républica negro na África do Sul.
Estes são alguns dos exemplos dos movimentos que tentaram combater as desigualdades,
a discriminação e o racismo, muito mais haveria por dizer, mas já vos deixamos com
alguns exemplos importantes da luta contra o racismo e de como o combate tem sido
constante ao longo dos séculos.

Racismo na atualidade

Apesar da escravatura ter sido abolida e de já não fazer qualquer sentido a


existência deste tipo de diferenciação, continua a existir a discriminação e tratamento
diferente baseado nas caraterísticas físicas, geográficas, culturas, línguas e formas de
estar, levando ao racismo. Poderemos dizer que as instituições governamentais a nível
mundial acabam por não ter um papel ativo na gestão desta mudança, não se criando um
plano ou projetos no qual ensinassem as sociedades e populações a respeitar e a tratar
todos por igual, independentemente da sua cor da pele, língua ou cultura. Afinal de contas
todos os seres humanos têm os mesmos direitos, sem serem julgados, discriminados e
criticados pelas suas características diferenciadas, continuando infelizmente a existir uma
atitude de superioridade perante determinadas raças, ou seja, o racismo continua a estar
presente na atualidade, seja em conversas de café com os amigos, seja através de palavras,
atos ou mesmo em violência, atirando estas pessoas para a margem da sociedade, gerando
desfavorecimento, descriminação, marginalização e à pobreza.

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Formas de racismo

Talvez muitas pessoas não tenham pensado na forma como se pratica o racismo
e de como ele ainda está bastante presente na nossa sociedade, muitas pessoas pensam e
dizem que não são racistas, mas depois na forma como agem ou como se referem a
determinadas pessoas acabam por demostrar o seu preconceito, muitas vezes o racismo
pode ser bastante confundido com a xenofobia, sobretudo nos tempos que decorrem e
com o fluxo migratório ocorrente na atualidade, mas confusões à parte, o importante
será mesmo deixar claro o que acarreta o racismo e as consequências que poderão ter.

O racismo pode vir sobre várias formas e muitas vezes até camuflado de uma falsa
moralidade. O ato de racismo, pode vir sob a forma de nos dirigimos a alguém, se for de
forma depreciativa pelas suas características morfológicas, estamos a cometer um ato de
racismo, se chamar nomes, se impedir alguém de entrar em determinado sítio pela sua
cor da pele ou características diferentes, isto representa um ato de racismo, mas mais do
que o “mero” ato de racismo, comete-se um crime, crime esse que pode ser punido com
pena de prisão. A sua punição será variável consoante o crime, se por exemplo alguém
se recusar a atendar alguma pessoa nos estabelecimentos comerciais por causa da cor da
pele, este crime poderá ir de 1 a 3 anos de prisão. No caso de ocorrer o impedimento da
matrícula de crianças na escola, a punição poderá ir de 3 a 5 anos de prisão.

A pessoa que exerce qualquer tipo de discriminação, racismo ou xenofobia, muitas das
vezes não tem a consciência de que o faz, seja porque estes preconceitos estão tão
enraizados no seu inconsciente ou porque o faz de uma forma consciente e por pura
maldade, mas a verdade é que poderão não ter a consciência plena de como podem
afetar a outra pessoa, dos danos psicológicos que podem causar a alguém e até dos
danos físicos que podem advertir dali.

Este processo da luta contra o racismo, ainda levará alguns anos até que se consiga
erradicar, se é que algum dia será possível a sua total exterminação, mas colocando um
olhar esperançoso de que isto pode ser possível de acontecer, a verdade é que existe
ainda um longo caminho e um trabalho árduo pela frente, No que diz respeito a mudar
mentalidades no que toca a este assunto, sabemos que não será tarefa fácil, embora aos
poucos se vá desbravando caminhos e se vai avançando no rumo à mudança, para uma
sociedade livre de preconceitos e racismo.

Existem várias instituições quer governamentais, quer privadas, bem como pessoas que
poderão contribuir para a mudança desta mentalidade, e como exemplo podemos fazer
referência aos professores, aos educadores que contribuem para a formação das novas
gerações, mas também os assistentes socias devem ter uma voz ativa na luta contra esta
e outras situações de discriminação e exclusão social.

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Caso real sobre racismo

O racismo é um problema persistente em todo mundo, e muitos casos reais evidenciam


esta triste realidade.
George Floyd era descrito como alguém a favor da paz— apesar de ter tido alguns
problemas com a lei nos Estados Unidos. Hoje, o seu nome virou sinônimo da luta
antirracismo e contra a violência policial em todo o mundo.
Sufocado sob o joelho de um ex-polícia branco por mais de 9 minutos, o ex-motorista e
ex-segurança de bar de 46 anos foi assassinado em maio do ano passado. "Não consigo
respirar", foi a frase que repetiu de novo e de novo nos seus últimos momentos até dar
seu último suspiro. A cena foi filmada por quem ali passava, como uma jovem
adolescente que tinha seu telemóvel nas mãos e o usou para fazer a denúncia.

O assassinato de George Floyd gerou uma revolta social e onda de protestos


antirracistas, contra a violência policial, primeiro em Minneapolis, depois por diversos
outros estados e cidades do país, e pelo mundo.

Em 2020, na sequência desta morte, milhares de pessoas saíram à rua, e em várias cidades
europeias em solidariedade com os protestos nos Estados Unidos insurgindo-se contra o
racismo e manifestando o apoio ao movimento “Black lives matter”.

Os protestos expuseram o amplo alcance do racismo sistémico e estrutural nas sociedades


democráticas, particularmente a questão da violência policial e no acesso à justiça
criminal das vítimas.
E impulsionaram o movimento contra o racismo de que são alvo as pessoas negras e as
minorias étnicas, lançando o debate sobre o racismo enraizado em estruturas
historicamente repressivas do colonialismo e do comércio transatlântico de escravos.
A frase “I can’t breath” repetida mais de vinte vezes por George Floyd durante a
detenção, passou a ser o slogan destes protestos e do movimento Black Lives Matter.

Porém, também existem sinais muito concretos que a violência policial contra pessoas
negras não são exclusivas dos Estados Unidos. O racismo, a discriminação e o uso de
força excessiva e letal pela polícia também ocorre na Europa.

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Conclusão

Após analisar o conceito e olharmos de uma forma breve para a história do mundo,
percebemos como o racismo tem sido uma constante ao longo dos séculos de existência
do ser humano. Reporta-nos para uma realidade que infelizmente não aparenta ter fim à
vista. Este tema tem feito parte das conversas e lutas da sociedade e provavelmente ainda
fará parte por mais uns tempos, até que se consiga erradicar esta forma de discriminação
racial. Ou estaremos a pensar de forma utópica, mas queremos acreditar que algum dia
possamos viver em sociedade e num nundo que reconhece todos os seres humanos como
iguais e que os trata a todos com os mesmos direitos.
Após efetuarmos a descrição de um caso real e não assim tão remoto, apesar de não estar
retratado na realidade de Portugal, sabemos que seria plausível de ter acontecido no nosso
país ou em qualquer outra parte do mundo. Ações como as que foram inferidas sobre o
sujeito agredido, continuam a ser uma constante no mundo atual, o que entristece
bastante, a forma como estes preconceitos se continuam a propagar no tempo e como em
pleno século XXI esta realidade de ódio, discriminação, maus-tratos e desigualdade social
ainda ocorre por conta da diferença da cor da pele de alguém.

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Referências Bibliográficas

Racismo – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

João Angelo, Fantini (2014). Raízes da Intolerância. Editora Edufscar. [S.l.:


s.n.] ISBN 978-85-7600-382-3

contributors, Mark Otto, Jacob Thornton, and Bootstrap (22 de novembro de


2017). «Meet The Conservative Monday Club - Racist Roots and
Extremism». TruePublica (em inglês). Consultado em 19 de maio de 2021
História do racismo – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
Idade Média: períodos, características, resumo - Mundo Educação (uol.com.br)
https://www.publico.pt/2021/01/31/sociedade/noticia/cores-racismo-portugues-
colonialismo-actualidade-1948309
Apartheid – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
Movimento negro: resumo, história, objetivos - Mundo Educação (uol.com.br)
Os 5 momentos mais importantes na luta contra o preconceito e o racismo -
Significados

14

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