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Racismo
Disciplina de: Serviço Social, desigualdades e exclusão social, 1º semestre, 1º ano letivo
Realizado por:
Janeiro, 2024
Epigrafe
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por
sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas
podem ser ensinadas a amar”.
Nelson Mandela Livro "Long Walk to Freedom", 1995
Índice
Introdução …………………………….…………………………………………....…4
Racismo ………………………………………………………………………………...5
Conceito de racismo ……………………………………………………………5
História do Racismo ……………………………………………………………5
Movimentos contra o racismo ………………………………………………….9
Racismo na atualidade ………………………………………………………...10
Formas de racismo …………………………………………………………….11
Caso real sobre o racismo……………………………………………………………12
Conclusão …………………….………………………………………………………13
Referências
Bibliográficas…………………………………………………………………………14
Introdução
Discriminação
4
Racismo
O conceito de racismo tem surgido ao longo dos tempos como tema de conversa,
seja em conversas de café ou em campanhas de luta contra o racismo, tornou-se no último
século, um tema de debate assíduo na tentativa da sua irradicação, no entanto, este não é
um tema novo e, basta-nos dar uma espreitadela para a história do mundo, percebemos
como este tema não é de todo, um tema novo. Mas antes de passarmos a analisar a história
e de como foi surgindo este conceito, gostaríamos de apresentar primeiramente a
definição do conceito racismo.
Conceito de racismo
Racismo pode ser caraterizado pelo preconceito e discriminação tendo por base
diferenças biológicas entre pessoas e povos, ou seja, pela diferença de um traço físico,
como a cor da pele por exemplo, ou até por características étnico-culturais, na qual a
identidade será associada à origem geográfica, à região, à língua ou costumes de uma
determinada população.
Muitas vezes estas diferenças assumem levam à descriminação, através de ações sociais,
práticas ou crenças, ou sistemas políticos que consideram que diferentes raças devem ser
classificadas como inerentemente superiores ou inferiores , apenas com base em
características morfológicas, habilidades ou qualidades comuns herdadas.
História do racismo
Atualmente, continua a ser um flagelo do ''apartheid social" que sempre abrangeu o país,
gerando desta forma, uma enorme discrepância entre ricos e pobres.
Com o avançar dos anos, continua a ser notório como a discriminação das raças perdura
no tempo e como ainda se consideram que algumas raças são superiores a outras. Um dos
casos que ocorreu este tipo de racismo e de uma forma radical, ocorreu na Africa do Sul,
no qual foi instituído o apartheid, sendo mesmo esta forma de discriminação suportada e
apoiada pelo governo, que criou leis decretadas para que esta situação fosse legal. O
apartheid carateriza-se como um sistema de segregação racial, que foi institucionalizado
na Africa do Sul do Sudoeste, (atual Namíbia) em 1948 até ao início da década de 1990.
Este termo surge do africâner e significa “separação” ou “segregação”, esta separação foi
criada por um regime político autoritário, que garantiu que a Africa do Sul fosse dominada
maioritariamente por uma minoria branca, que dominavam a economia política do país.
Demarcada por uma estratificação social, no qual os cidadãos brancos pertenciam a um
estrato social alto, seguindo-se os indianos e coloridos e na base do status social
encontravam-se os africanos negros. Este apartheid designava-se pela separação entre
bancos e indianos e africanos negros, no qual os africanos negros em obstante aos brancos
não lhes era permitido frequentar os mesmos locais que as restantes raças, até nas
repartições públicas se verificava esta segregação, nos eventos sociais, bem como o
acesso ao emprego e à habitação ocorria a distinção de raça. Ocorria por lei a proibição
de casamentos mistos em 1949 e em 1950, criou-se a lei de Emenda à Imoralidade, a qual
tornara ilegal para a maioria dos cidadãos sul-africanos se casarem ou até terem relações
sexuais entre linhas raciais. A forma como o acesso à habitação era distribuída dependia
da classificação racial e entre 1960, até 1983, cerca de 3,5 milhões de africanos foram
removidos das suas casas e forçados a irem viver para bairros segregados pela legislação
do apartheid. Esta situação gerou conflitos e confrontações, gerando movimentos contra
o governo e contra o sistema implementado na altura, 7
mas iremos abordar este assunto dos vários movimentos que foram surgindo ao longo da
história com o objetivo de travar e erradicar o racismo e a discriminação pela cor da pele.
Já nos Estados Unidos, país no qual continua a suceder-se inúmeras e consecutivas
manifestações de ódio e de discriminação pela cor da pele. De forma bastante latente este
país é marcado quase todos os dias por episódios de manifestação de ódio e de abuso de
poder por parte de pessoas caucasianas contra as pessoas de raça negra. Advindo situações
tão violentas que levam estas pessoas à morte.
Ao longo da história podemos encontrar vários exemplos de situações nas quais
demonstraram ódio racial e ódio religioso, que levou ao genocídio de milhares de pessoas
e como exemplo disso fazemos referência a Hitler, que tinha como ideologia criar uma
única raça, a chamada raça pura e que perseguiu e matou milhares de judeus, não só pela
questão da ideologia religiosa, mas porque não apresentavam as características
morfológicas idealizadas por Hitler.
Como podemos observar através de alguns exemplos apresentados na descrição anterior,
verificamos que esta problemática não acontece apenas no século em que vivemos, o
racismo apresenta-se ao longo da história como um fenómeno religioso, político,
ideológico, social e comportamental, tendo ocorrido em variadíssimas sociedades, seja
por imposições governamentais e políticas ou seja pela crença religiosa e em nome de um
Deus superior, procurando manter ainda viva esta utopia de que existem raças puras, e
que estas são superiores às demais, como forma de justificação da hegemonia política,
histórica e económica.
Este paradoxo que tem vindo a se propagar ao longo dos séculos, seja em Portugal, seja
no mundo em geral. A ideologia de que existe uma raça superior deixa de fazer qualquer
sentido se nos debruçarmos sobre a forma como os povos foram migrando e se foram
gerando cruzamentos entre estes povos e as suas diferentes raças. E com isto levanta-se a
questão sobre uma raça pura, na realidade e com todas as invasões e conquistas de
continentes, será que ainda existe uma raça que não tenha antecedentes pertencentes a
outras raças?
Parece mais uma utopia pensar desta forma e basta olharmos para Portugal e da forma
como sofremos a influência de outros povos, aquando a invasão romana da península
ibérica, que demarca a importância na conquista de Portugal e ao dissecar
morfologicamente as características diversas da população portuguesa, percebemos
como existe uma diferença enorme na população do centro e sul do país apresentam
características de cor de pele mais morena, olhos mais castanhos e cabelo mais escuro,
características diferentes da população do norte do país, que sofrem uma influência celta,
ou seja, seria um povo com características morfológicas diferentes, pele, olhos e cabelo
mais claro do que a população do centro e sul.
Além disso o povo português, sempre foi um povo que buscou melhores condições de
vida além-fronteiras, ocorrendo casamentos e cruzamentos com outros povos, deitado por
terra a ideia de uma raça superior, ou seja, com todos os fluxos migratórios que tem
ocorrido desde sempre, esta ideia de raça pura, já deveria ter caído por terra, na medida
em que existe uma mistura de raças que se propagam no tempo e no espaço, deixando de
existir a possibilidade de raças puras e muito menos raças superiores ou inferiores.
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Dever-se-ia falar sim, de seres humanos, que apresentam características morfológicas
diferentes e que contribuem para uma variedade de pessoas, que transforma o mundo mais
interessante e mais rico pelas suas diferenças e não existir a ideia de que alguém é superior
ou inferior a alguém pelas suas características morfológicas, ou pela sua língua, cultura
ou região.
Racismo na atualidade
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Formas de racismo
Talvez muitas pessoas não tenham pensado na forma como se pratica o racismo
e de como ele ainda está bastante presente na nossa sociedade, muitas pessoas pensam e
dizem que não são racistas, mas depois na forma como agem ou como se referem a
determinadas pessoas acabam por demostrar o seu preconceito, muitas vezes o racismo
pode ser bastante confundido com a xenofobia, sobretudo nos tempos que decorrem e
com o fluxo migratório ocorrente na atualidade, mas confusões à parte, o importante
será mesmo deixar claro o que acarreta o racismo e as consequências que poderão ter.
O racismo pode vir sobre várias formas e muitas vezes até camuflado de uma falsa
moralidade. O ato de racismo, pode vir sob a forma de nos dirigimos a alguém, se for de
forma depreciativa pelas suas características morfológicas, estamos a cometer um ato de
racismo, se chamar nomes, se impedir alguém de entrar em determinado sítio pela sua
cor da pele ou características diferentes, isto representa um ato de racismo, mas mais do
que o “mero” ato de racismo, comete-se um crime, crime esse que pode ser punido com
pena de prisão. A sua punição será variável consoante o crime, se por exemplo alguém
se recusar a atendar alguma pessoa nos estabelecimentos comerciais por causa da cor da
pele, este crime poderá ir de 1 a 3 anos de prisão. No caso de ocorrer o impedimento da
matrícula de crianças na escola, a punição poderá ir de 3 a 5 anos de prisão.
A pessoa que exerce qualquer tipo de discriminação, racismo ou xenofobia, muitas das
vezes não tem a consciência de que o faz, seja porque estes preconceitos estão tão
enraizados no seu inconsciente ou porque o faz de uma forma consciente e por pura
maldade, mas a verdade é que poderão não ter a consciência plena de como podem
afetar a outra pessoa, dos danos psicológicos que podem causar a alguém e até dos
danos físicos que podem advertir dali.
Este processo da luta contra o racismo, ainda levará alguns anos até que se consiga
erradicar, se é que algum dia será possível a sua total exterminação, mas colocando um
olhar esperançoso de que isto pode ser possível de acontecer, a verdade é que existe
ainda um longo caminho e um trabalho árduo pela frente, No que diz respeito a mudar
mentalidades no que toca a este assunto, sabemos que não será tarefa fácil, embora aos
poucos se vá desbravando caminhos e se vai avançando no rumo à mudança, para uma
sociedade livre de preconceitos e racismo.
Existem várias instituições quer governamentais, quer privadas, bem como pessoas que
poderão contribuir para a mudança desta mentalidade, e como exemplo podemos fazer
referência aos professores, aos educadores que contribuem para a formação das novas
gerações, mas também os assistentes socias devem ter uma voz ativa na luta contra esta
e outras situações de discriminação e exclusão social.
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Caso real sobre racismo
Em 2020, na sequência desta morte, milhares de pessoas saíram à rua, e em várias cidades
europeias em solidariedade com os protestos nos Estados Unidos insurgindo-se contra o
racismo e manifestando o apoio ao movimento “Black lives matter”.
Porém, também existem sinais muito concretos que a violência policial contra pessoas
negras não são exclusivas dos Estados Unidos. O racismo, a discriminação e o uso de
força excessiva e letal pela polícia também ocorre na Europa.
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Conclusão
Após analisar o conceito e olharmos de uma forma breve para a história do mundo,
percebemos como o racismo tem sido uma constante ao longo dos séculos de existência
do ser humano. Reporta-nos para uma realidade que infelizmente não aparenta ter fim à
vista. Este tema tem feito parte das conversas e lutas da sociedade e provavelmente ainda
fará parte por mais uns tempos, até que se consiga erradicar esta forma de discriminação
racial. Ou estaremos a pensar de forma utópica, mas queremos acreditar que algum dia
possamos viver em sociedade e num nundo que reconhece todos os seres humanos como
iguais e que os trata a todos com os mesmos direitos.
Após efetuarmos a descrição de um caso real e não assim tão remoto, apesar de não estar
retratado na realidade de Portugal, sabemos que seria plausível de ter acontecido no nosso
país ou em qualquer outra parte do mundo. Ações como as que foram inferidas sobre o
sujeito agredido, continuam a ser uma constante no mundo atual, o que entristece
bastante, a forma como estes preconceitos se continuam a propagar no tempo e como em
pleno século XXI esta realidade de ódio, discriminação, maus-tratos e desigualdade social
ainda ocorre por conta da diferença da cor da pele de alguém.
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Referências Bibliográficas
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