Foucault discute sua teoria da História da Sexualidade, argumentando que a sociedade ocidental desenvolveu uma "scientia-sexualis" buscando a verdade do sexo, diferente da arte erótica das sociedades orientais. Ele também rejeita a ideia de que o cristianismo reprimiu a sexualidade, afirmando que na verdade introduziu novos mecanismos de poder como o "pastorado", exercendo controle sobre os indivíduos por meio da confissão.
Foucault discute sua teoria da História da Sexualidade, argumentando que a sociedade ocidental desenvolveu uma "scientia-sexualis" buscando a verdade do sexo, diferente da arte erótica das sociedades orientais. Ele também rejeita a ideia de que o cristianismo reprimiu a sexualidade, afirmando que na verdade introduziu novos mecanismos de poder como o "pastorado", exercendo controle sobre os indivíduos por meio da confissão.
Foucault discute sua teoria da História da Sexualidade, argumentando que a sociedade ocidental desenvolveu uma "scientia-sexualis" buscando a verdade do sexo, diferente da arte erótica das sociedades orientais. Ele também rejeita a ideia de que o cristianismo reprimiu a sexualidade, afirmando que na verdade introduziu novos mecanismos de poder como o "pastorado", exercendo controle sobre os indivíduos por meio da confissão.
No dia 20 de abril de 1978, Foucault realiza uma conferncia na Universidade
de Tquio, com o tema Sexualidade e Poder. Foucault comea a conferncia expondo as hipteses de seu trabalho,ou seja, A Histria da Sexualidade. Com Freud, a psicanlise teve como ponto histrico de partida um fenmeno que ir fascinar todos aqueles que se interessam pelos assuntos amplos da psicologia, este fenmeno era a histeria. No a histeria entendida no seu aspecto mdico e sim o desconhecimento de seu desejo e de sua sexualidade, sendo este o ponto de partida da psicanlise. Com o desconhecimento de seus prprios desejos, pergunta que Freud no parou de fazer, ir surgir o fenmeno do supersaber, ou seja, um saber excessivo sobre a sexualidade,saber terico e cientifico. Nas sociedades ocidentais, no final do sculo dezenove, evidenciamos um duplo fenmeno, o desconhecimento pelo sujeito de seu prprio desejo e o fenmeno do supersaber cultural, social, cientifico e terico da sexualidade. Os psicanalistas abordaram o saber por duas vias: as teorias que as crianas inventam a respeito do seu nascimento, produo fantasstica e os grandes mitos da religio Ocidental. Porm, no levaram a srio o problema da produo de teorias sobre a sexualidade na sociedade ocidental, sendo este o trabalho que Foucault tentar realizar, o saber sobre a sexualidade, saber coletivo sobre a sexualidade. Foucault ir abordar a oposio entre as sociedades que sustentam um discurso sobre a sexualidade, sociedade Ocidental.E a sociedade em que o discurso sobre a sexualidade um discurso que busca o prazer o tanto mais intenso, mais forte o duradouro possvel , sendo esta a sociedade Oriental. Nas sociedades Orientais assim como em Roma e na Grcia Antiga, encontra se uma srie de discursos sobre a busca dos mtodos para se intensificar o prazer sexual. Enquanto no Ocidente temos a arte ertica, no Ocidente h uma cincia sexual,scientia-sexualis, buscando a verdade do sexo e no a intensidade do prazer,temos dois tipos de discursos completamentes diferentes. O que Foucault pretende realizar na Histria da Sexualidade justamente isto, a Histria dessa Cincia Sexual, saber o porque nas sociedades ocidentais h esta necessidade de uma cincia sexual, buscando a verdade de nosso sexo. O esquema histrico da sexualidade no Ocidente se desenvolve em trs tempos. O primeiro momento a sociedade grega e romana antiga, onde a sexualidade ir se desenvolver livremente, com um discurso de arte ertica.Depois o cristianismo interveio, dizendo no ao prazer e ao sexo com proibies morais, calcando a sexualidade. No sculo 16, com a burguesia, a proibio ser mais severa e rigorosa, prolongando at o sculo 19. Este esquema histrico da sexualidade no aceito por Foucault. Este ir mostra que seria mais interessante fazer a histria da sexualidade a partir do que a motivou e impulsionou do que a partir do que a proibiu. Ao caracterizar a moral crist quanto sexualidade e opor moral pag, graga e romana, prope trs caractersticas: regra da monogamia, sexualidade vista apenas a reproduo e considerar o prazer sexual um mal. Porm, Paul Veyne(historiador da Antiguidade Romana) mostra que estas morais sexuais j existiam no mundo romano antes do cristianismo. O papel que o cristianismo desempenhou na histria da sexualidade foi de introduzir novas tcnicas de impor esta moral ou um novo conjunto de mecanismos de poder. Portanto, a histria da sexualidade no mundo ocidental, desde o cristianismo, feita atravs dos mecanismos de poder e no das idias morais e das proibies ticas, porm, quais eram estes mecanismo de poder? o poder do pastorado, indivduos que desempenham o papel de condutores de pastores em relao aos outros indivduos que so como ovelhas em seu rebanho. Ressaltando que na Antiguidade grega e romana nunca houve a idia de pastores, quando o indivduo ao longo de sua vida encontramos idias similares no mundo Mediterrneo oriental, especificamente no Egito, na Assria e nos hebreus. O poder pastoral caracteriza-se por garantir subsistncia do grupo, sendo um poder benfazejo. Diferentemente do poder tradicional em que o cidado se sacrifica por seu rei, aqui o pastor que se sacrifica para o seu rebanho. Para o homem ocidental viver em uma sociedade com o poder pastoral implica obter sua salvao, fazer tudo que for preciso para obte-l. O pastor tem a posio de vigiar e exercer um controle contnuo sobre o rebanho, e exigir uma obedincia absoluta, fenmeno novo, j que na Antiguidade greco-romana jamais houve a idia de exigir do outro uma obedincia total, ser obediente a condio fundamental de toads as virtudes. Para exercer o pastorado, deve saber o que faz suas ovelhas, alm de ter de conhecer a intimidade de cada indivduo.Esta interioridade conhecida atravs da confisso, produzindo uma verdade.No sculo 2 ou 3, o cristianismo se relacionava com a sociedade romana que j havia incorporado sua moral, moral da monogamia, da sexualidade da reproduo. As hipteses sobre o real papel do cristianismo na histria da sexualidade foi a colocao de ao de um mecanismo de poder e de controle e ao mesmo tempo um mecanismo de saber dos/sobre os indivduos. Sendo este o esboo da sua histria da sexualidade.