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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ

CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: Psicoterapias: abordagem psicodinâmica
PERÍODO: 5º B
PROFESSORA: Leda Maia
ALUNA: Michelle Nunes Xavier Barbosa

RESUMO

A sexualidade é parte integrante e inerente à vida humana, estando presente no cotidiano,


desde o nascimento até a morte. Que acompanha o ser humano desde os tempos mais
remotos, exercendo influência determinante na conduta social. É importante observar que a
sexualidade não é apenas um conjunto de atos e reflexos herdados, é também construída a
partir das possibilidades individuais e de sua interação com o meio e com a cultura,
satisfazendo às exigências físicas e psicológicas do indivíduo. Segundo Figueiró (2006, p. 02), a
“sexualidade, por sua vez, inclui o sexo, a afetividade, o carinho, o prazer, o amor ou o
sentimento mútuo de bem querer, os gestos, a comunicação, o toque e a intimidade.

No que diz respeito à história da humanidade, a sexualidade é marcada por mudanças


influenciadas de forma intensa por perspectivas, ideias e concepções originadas em diferentes
contextos culturais, econômicos, políticos e religiosos.

O primeiro momento histórico, por volta do ano 10000 a.C, no período Paleolítico em que
aparecem os primeiros registros da sexualidade humana, com pinturas e gravuras em paredes
de cavernas. Nesse modelo primitivo de sociedade havia uma supervalorização da figura
feminina, onde sua fertilidade era cultuada, ganhando status de coisa sagrada e divina. As
comunidades eram comandadas por mulheres e estas exerciam diversas funções que eram
vitais para a sobrevivência da comunidade.

No período Neolítico, surgem as primeiras formas de religião e o poder patriarcal, com o


homem exercendo a função de líder dominante, de pai e de chefe. Com a gradativa
substituição das atividades de caça e coleta pelas atividades de cultivo e pastoreio, sob a
responsabilidade das mulheres, que contribuíram para o aumento da sedentarizarão do
gênero masculino, já não mais necessitava sair para caçar, originando-se uma nova
organização social e política.

Para os hebreus, a constituição da linhagem familiar era algo de extrema importância, onde o
sexo era destinado à procriação dos filhos, que era uma tarefa destinada por Deus. para os
hebreus o sêmen compreende a fonte da vida e do próprio homem. A mulher, como não
possui sêmen, era entendida apenas como um vaso destinado a receber o sêmen do homem.
Motivo pela qual a homossexualidade e a masturbação eram condenadas entre os homens
dessa sociedade, uma vez que se tratava de um desperdício de sêmen e também de um
desagrado a Deus. No entanto, eram toleradas por essa sociedade, a prostituição, uma vez que
tais mulheres não teriam encontrado outro meio para permanecerem vivas. Observando aqui,
uma supervalorização da prole masculina

Além do povo hebreu, os gregos também baseavam a sua estrutura social em um forte modelo
patriarcal. A sexualidade grega envolvia a submissão da mulher, a exclusividade dos homens
nos jogos e nas festas, na vida militar e administrativa. A sociedade grega aceitava relações de
forma aventureira e amoral, pois considerava possíveis as relações sexuais entre os deuses e
também dos deuses com os homens. A sodomia e a pederastia eram práticas comuns. O
casamento, na cultura grega, possuía um fim econômico, pois visava proporcionar prestígio e
direitos de propriedade.

No início da Idade Média, até por volta do Século XVII d. C., a sexualidade era tratada com
certa naturalidade, de modo que era vista sem a malícia no intuito da satisfação, do desejo,
motivo pelo qual o assunto era abordado tão abertamente. Quando a Igreja Católica atingiu o
auge do seu poderio, atribui a sexualidade uma nova perspectiva, conotações como
pecaminosa, impura e imoral. Condenava, também, práticas como a homossexualidade, o
adultério e a prostituição. E, utilizava a confissão como forma de controle da sexualidade, onde
sondava toda intimidade do indivíduo.

Mesmo depois de estabelecida na Idade Média, a Igreja ainda não conseguia exercer pleno
controle sobre a sexualidade, pois mesmo diante de tamanha repressão, os mecanismos de
controle eram ineficazes sobre a plebe rural e urbana, pois entres estes permaneciam práticas
como a linguagem com conotação sexual, que entre outras formas era comumente expressa
por piadas (SANTIAGO, 2012). Outras práticas condenadas pela Igreja, mas que permaneciam
vivas na sociedade eram a zoofilia, principalmente pelo corpo dos clérigos, os banhos públicos
e a nudez

Enquanto os eclesiásticos advogavam a abstinência sexual como o único caminho para o céu,
os homens, do mundo asiático, tinham uma concepção sobre a sexualidade totalmente oposta.

Os chineses proclamavam que quanto mais fossem as mulheres com quem um homem
mantivesse relações sexuais, maiores seriam os benefícios decorridos do ato. Essa era uma das
doutrinas do Tao, o “Caminho”, a “Senda Suprema da Natureza”, uma filosofia que impregnou
todo o pensamento e a sociedade chinesa por mais de 2000 anos.

Segundo os chineses, o sexo era um dever sagrado que deveria ser executado com certa
frequência e de modo consciente para realmente se alcançar a harmonia com a Senda
Suprema. Sendo esse o caminho para o céu, não havia motivo para silenciar-se a respeito, daí
surgindo os primeiros e mais detalhados manuais de sexo conhecidos no mundo. Tais livros
eram um trabalho sério, com o objetivo de educar seus leitores na maneira de alcançarem a
harmonia entre o yin e o yang.

Quando um homem se privava de sexo, os chineses acreditavam que sua mente ficaria
irrequieta e que o espírito sofreria, daí a importância de tanto o homem quanto a mulher
demonstrarem boa disposição e ânimo.

Na sociedade indiana, o mais famoso manual de sexo, o Kamasutra, atribuído ao sábio


Vatsyayana, surgiu por volta do terceiro e quinto séculos d.C. e apresenta 37 algumas
semelhanças com seus predecessores. O Kamasutra foi um produto da Índia de seu tempo e,
suas qualidades especiais, foram características da sociedade indiana e do tipo de mente por
ela modelado.

A Renascença Italiana proporcionou um novo alvorecer cultural, influenciando de forma


significativa a concepção da sociedade da época sobre os valores sexuais, pois a partir desse
período as mulheres passaram a gozar de direitos equiparados aos dos homens.

Por volta do século XVI, a Europa foi abalada por inúmeros movimentos religiosos que
contestavam abertamente os dogmas da Igreja Católica e a autoridade do Papa.
Por volta dos anos 60, a Psicanálise e as teorias de Freud tornaram-se familiares tentando
encorajar os descontentes a explorarem seus sentimentos íntimos.

A partir da década de 1970, a possibilidade do divórcio mudou drasticamente a forma como as


pessoas se relacionavam, o surgimento da pílula anticoncepcional contribuiu
significativamente para a ampliação da liberdade sexual feminina (SPITZNER, 2005). Nessa
conjuntura, as mulheres conquistaram a sua independência sexual, o que por sua vez fez com
que os homens tivessem que adotar uma nova postura sobre os relacionamentos sexuais.

a sociedade contemporânea vê-se “invadida” pela propaganda erotizada, que a todo momento
busca despertar novas sensações de prazer no consumidor, independentemente de qual seja o
produto, sendo o objetivo principal a presença da sensualidade, pois se constitui como
elemento principal para alavancar as vendas e consolidar a marca.

Assim, diante do exposto, pode-se afirmar que a sociedade contemporânea foi que mais
passou (e ainda passa) por mudanças em sua sexualidade, em curto período de tempo, sendo
fortemente influenciada pelas ideias veiculadas pela mídia

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