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Por e para mulheres: uma análise sobre a

produção legislativa das parlamentares da


ALERJ, entre 2015 e 2018 - Naiara Coelho
2- A função das condutoras: contribuições da
teoria política feminista para compreender a
atuação da mulher parlamentar

Alicia, Artur, Esther, Marcella,


Maria Antônia, Maria Lucília e Mariana Lopes
Deus é Mulher
Deus há de ser
Deus há de entender
Deus há de querer
Que tudo vá para melhor
Se for mulher, Deus há de ser
(Deus há de ser, Elza Soares)
O texto afirma que foram usados os métodos exploratório, descritivo e
analítico do estudo do caso em ambas as composições do texto.
O seu objetivo consiste na análise da atuação das mulheres parlamentares da
Assembleia do Estado do Rio de Janeiro, de 2014 à 2018, visando uma
investigação sobre a forma das mulheres garantirem os seus direitos dentro
do espaço político.
No segundo capítulo, foi usado a pesquisa qualitativa, permitindo uma melhor
compreensão do contexto histórico e das teorias abordadas e a pesquisa
quantitativa, baseado em dados estatísticos sobre as condições de vida das
mulheres.
Tópicos
Capítulo 2- A função das condutoras: contribuições da teoria política
feminista para compreender a atuação da mulher parlamentar

2.1 O que fazem as parlamentares:


contribuições sobre Representação Política

2.2 O que não se dissocia do gênero: Alguns


conceitos fundamentais
Capítulo 2- A função das condutoras: contribuições da
teoria política feminista para compreender a atuação da
mulher parlamentar

A partir de uma serie de injustiça presenciada pelas mulheres, houve uma


necessidade de criação da teoria política feminista, que critica a relação de poder
dos homens sob as mulheres.
A teoria política feminista, crítica a disparidades que ocorrem nos meios
trabalhistas e as condições que inviabilizam as mulheres de estarem em uma
posição de poder.
Assim, a luta feminista veio para garantir que a relação entre os gêneros seja
igualitária.
Teoria tridimensional da justiça - Nancy Fraser, Busca problematizar as injustiças
de gêneros ou bivalentes. Utilizam como forma de pensar a questão da teoria
política, através da crítica a desigual relação de poder entre homens e mulheres.
2.1 O que fazem as parlamentares:
contribuições sobre Representação Política

A teoria política feminista não busca apenas pensar a participação das mulheres na
política institucional, na ocupação dessas em uma cadeira no executivo ou no
legislativo.
Essa teoria também propõe a pensar como a participação dessas mulheres pode
refletir no processo emancipatório delas e daquelas que representam.
A categoria para a compreensão dessas interações é definida pelas Teorias
Políticas como Representação.
2.1.1 A Representação política clássica
e moderna: alguns apontamentos

O uso da noção de representação na teoria política é utilizado pela primeira vez por
Thomas Hobbes em sua obra Leviatã.
Hobbes apresenta a representação como a ação de autorização que se transforma na
tradução da vontade de todos.
Surgimento das noções de representação por Hobbes: a partir da preocupação de se
estabelecer uma relação entre a soberania e o povo como um ato isento de
resistência, tornando a vontade do povo única.
Princípio da unidade: significa a possibilidade de que a união da vontade de cada um
convirja para apenas um resultado.
Princípio da universalidade: reconhecimento da vontade única (princípio da
unidade) como uma vontade comum, vontade de todos.
Para Hobbes a representação se traduz na autorização como a vinculação entre a
representante e representada, ou atriz e autora dos atos políticos.
Visão formalista da representação de Pitkin: a representante recebe da
representada a anuência para agir em seu nome e, como se fosse a própria
vontade da representada. Se faz necessário tornar presente o que está ausente.
Bernard Manin, descreve os governos representativos como democráticos.
2.1.2 Teoria Política Feminista e
Representação

O objetivo da teoria política feminista atual, é lutar para que as mulheres e as


minorias tenham uma representação e um espaço na política.
Segundo Anne Philips, as política de ideias e de presença são duas formas
complementares de chegar a uma forma igualitária e justa de representatividade.
Ela afirma que a transição para a representação direta deslocou o foco da política
de quem a pratica para a construção da política em si e destaca a diminuição da
importância da identidade em relação à competência do eleitorado
A autora, distingue essas duas formas em política de presença e política de ideias do
governante, onde a política de presença, e que ambas são complementares para se
chegar a uma forma mais justa de representatividade.
John Burnhein entende que os interesses do eleitorado são mais bem contemplados
quando a governante resguarda uma similaridade de condições com as eleitoras pela
sua experiência e interesses.
Política de presença: prevê a valorização da identidade de quem governa.
Política de ideias: entende que a importância deve ser direcionada aos
posicionamentos políticos defendidos por essa governante.
Phillips afirma que não é necessário ter uma visão binária e dicotômica da política
de ideias e de presença, uma vez que é possível aproveitar o que cada uma das
concepções tem a oferecer quando se pensa em representação de minorias.
2.1.3 Um ponto de partida: a
Representação por Perspectiva Socia

Iris Marion Young propõe uma alternativa à política de ideias e/ou política de
presença. Para ela, a representação é relacional e decorre também da
experiência das atrizes políticas antes do exercício parlamentar.
Young insere na discussão da representação o conceito de perspectiva social.
A autora faz uma crítica à representação descritiva.
Young utiliza o conceito de diferránce de Derrida, para justificar a importância e
consequência da diferença entre representante e representada.
O processo de representação presente é uma cópia derivada de algo que existiu
em um tempo anterior.
A perspectiva social constitui a forma mais adequada de representação
política, nas democracias modernas, quando se objetiva a inclusão de grupos
marginalizados na política.
As mulheres, enquanto grupo social estrutural, “têm experiências semelhantes
que apenas os membros de seus próprios grupos podem compreender com o
mesmo imediatismo.
2.2 O que não se dissocia do gênero:
Alguns conceitos fundamentais

Para analisar mulheres é também entender que além de gênero, outras


questões estruturais movem e diferenciam suas vivências e identidades.

2.2.1 Gênero, raça e classe:


compreendendo a interseccionalidade

As questões de raça e classe devem ser vistas de forma conjunta ao gênero.


As feministas interseccionais afirmam que “Os principais sistemas de opressão
são interconectados”. A síntese dessas opressões cria as condições de nossas
vidas.
Interseccionalidade estrutural: análise da influência das categorias raça e gênero
na posição das mulheres negras, frente à formação da identidade das mulheres e
como essas identidades as torna sujeitas específicas de determinadas violências
e opressões.
Interseccionalidade política: o que se desenvolve como políticas feministas e
políticas antirracistas e que tem como consequência a necessidade de
observação conjunta das questões de raça e gênero.
Posições sociais estruturais de Young: essas posições criam diferentes experiências
que geram processos sociais particulares.
Tipos híbridos ou coletividades bivalentes por Nancy Fraser: fracionamento
decorrente de questões econômicas, políticas, culturais e valorativas, dentro de
uma mesma coletividade – as mulheres.
A superinclusão: quando as especificidades são absorvidas pela característica
maior que diferencia o grupo.
A subinclusão: quando a categoria gênero é sobreposta e invisibilizada por uma
outra característica do grupo, como se a questão estivesse relacionada apenas
com a especificidade e não com o fato desse grupo compor um todo maior.
Saffioti, através do desenvolvimento do termo nó, apresenta a opressão das
mulheres dentro de um conjunto de condições de opressão. Por meio de binômio
que corresponde a “dominação-exploração”.
Tornar tarefa das mulheres as ações não executadas pelo Estado constituem uma
das principais críticas das teorias feministas.
Os dados sobre a condição de vida das mulheres
mostram esses subgrupos e violências especificas
2.2.2 Valorização cultural e distribuição econômica:
as categorias de Redistribuição e Reconhecimento

Fraser propõe uma teoria feminista que identifique como correlacionadas as


reinvindicações tanto da política cultural, quanto da política social de igualdade.
O objetivo da luta política se deslocada da redistribuição socioeconômica, para
questões culturais de diferença.
Justiça como um todo formado pelo respeito às questões tanto de redistribuição,
quanto de reconhecimento.
Injustiça econômica: definida como as desigualdades que decorrem da estrutura
econômico-política da sociedade.
Injustiça cultural ou simbólica: deriva de padrões sociais de representação,
interpretação e comunicação e seu remédio seria uma mudança cultural ou
simbólica.
A complexidade das injustiças sofridas pelos grupos sociais exige sofisticação nos
remédios apresentados.
Os remédios de afirmação: aqueles que remodelam a estrutura existente sem abalar
a estrutura que os compõe.
Remédios transformativos: aqueles que buscam descontruir ou desestabilizar a
estrutura que concebe as opressões.
Obrigado!

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