Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A teoria política feminista não busca apenas pensar a participação das mulheres na
política institucional, na ocupação dessas em uma cadeira no executivo ou no
legislativo.
Essa teoria também propõe a pensar como a participação dessas mulheres pode
refletir no processo emancipatório delas e daquelas que representam.
A categoria para a compreensão dessas interações é definida pelas Teorias
Políticas como Representação.
2.1.1 A Representação política clássica
e moderna: alguns apontamentos
O uso da noção de representação na teoria política é utilizado pela primeira vez por
Thomas Hobbes em sua obra Leviatã.
Hobbes apresenta a representação como a ação de autorização que se transforma na
tradução da vontade de todos.
Surgimento das noções de representação por Hobbes: a partir da preocupação de se
estabelecer uma relação entre a soberania e o povo como um ato isento de
resistência, tornando a vontade do povo única.
Princípio da unidade: significa a possibilidade de que a união da vontade de cada um
convirja para apenas um resultado.
Princípio da universalidade: reconhecimento da vontade única (princípio da
unidade) como uma vontade comum, vontade de todos.
Para Hobbes a representação se traduz na autorização como a vinculação entre a
representante e representada, ou atriz e autora dos atos políticos.
Visão formalista da representação de Pitkin: a representante recebe da
representada a anuência para agir em seu nome e, como se fosse a própria
vontade da representada. Se faz necessário tornar presente o que está ausente.
Bernard Manin, descreve os governos representativos como democráticos.
2.1.2 Teoria Política Feminista e
Representação
Iris Marion Young propõe uma alternativa à política de ideias e/ou política de
presença. Para ela, a representação é relacional e decorre também da
experiência das atrizes políticas antes do exercício parlamentar.
Young insere na discussão da representação o conceito de perspectiva social.
A autora faz uma crítica à representação descritiva.
Young utiliza o conceito de diferránce de Derrida, para justificar a importância e
consequência da diferença entre representante e representada.
O processo de representação presente é uma cópia derivada de algo que existiu
em um tempo anterior.
A perspectiva social constitui a forma mais adequada de representação
política, nas democracias modernas, quando se objetiva a inclusão de grupos
marginalizados na política.
As mulheres, enquanto grupo social estrutural, “têm experiências semelhantes
que apenas os membros de seus próprios grupos podem compreender com o
mesmo imediatismo.
2.2 O que não se dissocia do gênero:
Alguns conceitos fundamentais