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LICENCIATURA EM DIREITO
1º Ano
INSTITUTO SUPER
Direcção Acádemica
Agradecimento
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCD) e o autora do presente manual agradece a
colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:
Elaborado por:
Dra. Cláudia Eunice Jone, Licenciada em Direito Pela Universidade Eduardo Mondlane Moçambique
Índice
Direitos do autor (copyright) ................................................................................................................ 1
Agradecimento ...................................................................................................................................... 3
Avaliação ................................................................................................................................................ 16
TEMA I ................................................................................................................................................. 18
Definição ............................................................................................................................................. 18
TEMA II ................................................................................................................................................ 20
TEMA IV ...............................................................................................................................................36
Generalidades .....................................................................................................................................36
TEMA V ................................................................................................................................................ 43
Caracteristica da obrigacao ................................................................................................................. 43
Generalidades ..................................................................................................................................... 43
TEMA VI ............................................................................................................................................... 51
Generalidades ..................................................................................................................................... 51
Licitude ................................................................................................................................................ 52
Determinabilidade .............................................................................................................................. 52
Generalidades .....................................................................................................................................56
Generalidade ....................................................................................................................................... 65
Generalidade ....................................................................................................................................... 66
TEMA VII .................................................................................................. Erro! Marcador não definido.
TEMA VIII…………………………………………………………………………………………………………………………………………..
O contrato ........................................................................................................................................... 68
Generalidades ..................................................................................................................................... 68
O contrato-promessa ..........................................................................................................................75
Modalidade de contracto-promessa................................................................................................... 76
Forma de contrato-promessa ............................................................................................................. 77
TEMA IX……………………………………………………………………………………………………………………………………………..
............................................................................................................................................................ 84
Concurso publico.................................................................................................................................90
TEMA X………………………………………………………………………………………………………………………………………………
TEMA XI……………………………………………………………………………………………………………………………………………..
Visão Geral
Objectivos do módulo
Ao terminar o estudo deste modulo de Direito da
Obrigações deverás ser capaz de sabe quais são os
sujeitos numa relação de credito a quem
corresponde um dever de prestação, conhecer os
direitos de credito, como eles nascem e como são
cumpridos e como podem extinguir, saber que o
Direito da Obrigações abrange a circulação de bens,
prestação de serviços, instituição das organizações
e sanções civis para comportamentos ilícitos e
culposos e a compensação por danos, despesas ou
pela obtenção de um enriquecimento ilícito.
Objectivos específicos
• Deverás conhecer o que é um contrato e os tipos de
contractos;
• Conhecer os fenómenos de transmissão de crédito e
de dívidas;
• Demonstrar a relevância da obrigação de indemnizar
os danos causados a outrem;
• Identificar os princípios gerais do Direito das
Obrigações;
• Saber que a constituição da obrigação é feita através
de um negócio jurídico que tem em princípio que o
resultado é um contrato;
• Saber que o contrato deve ser pontualmente
cumprido e só pode modificar ou extinguir por mútuo
acordo ou consentimento dos
contraentes ou nos casos admitidos pela lei.
• Saber identificar ainda quando estamos em mora do
devedor e como proceder;
• Quando é que o pagamento pode ser feito a
prestação;
• Saber quando estamos em presença de um
incumprimento.
Um índice completo.
Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo
os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes
de começar o seu estudo, como componente de habilidades de
estudos.
Conteúdo desta Disciplina / módulo
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades,. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e actividades
práticas algumas incluído estudo de caso.
Outros recursos
A equipa de académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si,
num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de
dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta
uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você
explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro
de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso
como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste
material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter
acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as
possibilidades dos seus estudos.
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens
das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
Habilidades de estudo
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da
matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já
domina bem o anterior.
Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como
falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada ou
invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e
apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, SMS,
E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a
preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico
e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com
qualidade e sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a
Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna incontornável: entre
estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante,
tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com
tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para
acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período pode apresentar
dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do
tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em que
permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos
outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de apoio ou
precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos
relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos
diferentes temas e unidade temática, no módulo.
Avaliação
DEFINIÇÃO
O direito das obrigações encontra-se essencialmente regulado no
Livro II do Código Civil, no artigo 397º, que define a obrigação como
“Vínculo jurídico por virtude do qual uma pessoa fica adstrita para
com outra à realização de uma prestação”.
2). Pelo contrário, aquele que está onerado pelo ónus não tem
qualquer dever, pelo que o seu não acatamento não se pode
considerar ilícito, traduzindo-se apenas na perda ou na não
obtenção de uma vantagem.
Exercício
TEMA II
OBJECTIVOS E CARACTERÍSTICA DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES.
O direito das obrigações assume-se como um ramo do Direito Civil
que constitui, como se sabe, o Direito privado comum. Por esse
motivo goza das características do Direito Privado: a liberdade e a
igualdade. Em princípio, os sujeitos das relações obrigacionais têm
os mesmos poderes e são livres de fazer tudo o que não se
encontre abrangido por uma proibição. Pelo contrário, o direito
Público rege-se pelas características da autoridade e da
competência. Uma das partes tem só por si poder provocar
modificações na esfera jurídica alheia e só pode praticar actos para
os quais a lei lhe atribui competência4.
Esta diferenciação tem reflexos no controle da motivação dos sujeitos. Enquanto no direito
Público as decisões são vinculadas e, portanto, a sua motivação é
sempre relevante, no direito privado a actuação dos sujeitos insere-
se na sua liberdade de decisão, não relevando a motivação com que
foi tomada, salvo em casos graves de desconformidade ao sistema
jurídico, como hipótese de abusos de direito.
Tipos de prestação
Prestação ilícita – o objecto da obrigação é ilícito quando ele é
contrário a uma norma legal constituindo, com tudo um
comportamento materialmente passível
Exercício
9 Fundamento desta solução é princípio invicto beneficium non datur, que impede
que alguém seja credor de outrem sem a sua concordância. Há, porém excepções,
como as dos arts. 459º e 463º.
Porém a igualdade jurídica não tem correspondência no plano
económico, em certos contractos uma das partes, tem maior força
económica e maior domínio da informação do que a outra parte.
10 As quais podem inclusivamente ser tão fundamentais como a sua habitação ou seu sustento (exs: o contracto de
arrendamento ou no contracto de trabalho).
celebração do contracto com outra parte. A não celebração do
contracto constitui, por isso nesses casos, um ilícito obrigacional,
que gera obrigações de indemnização.
Para evitar esses efeitos perversos a lei tem que intervir no sentido
de restringir a liberdade de estipulação, o que realiza-se
essencialmente através de dois vectores que são, procurar evitar a
introdução no contracto de cláusulas de que o outro contraente
não se apercebeu e impedir o surgimento de cláusulas iníquas ou
abusivas.
Os contractos pré-formulados
As proibições da LCCG deveriam aplicar-se não apenas em relação
as cláusulas contratuais gerais, mais genericamente a todos
contractos pré-formulados. A directiva 93/13/CEE veio assim
estabelecer uma restrição a liberdade de estipulação: os
contractos pré-formulados na relação entre profissionais e
consumidores.
11 Cfr. MENEZES LEITÃO, O enriquecimento, pp. 27 e ss, e notas, reed., pp29 e ss.
que cabe à doutrina e jurisprudência concretizar em categoria
jurídica especificas.
O princípio da boa-fé
Definindo-se como a ignorância de estar a lesar direitos os direitos
alheios, sendo esse sentido de referência à posse de boafé no art.
1260º. A obrigação consiste no dever de adoptar uma conduta em
benefícios de outrem. Então assim em causa no vínculo
obrigacional regras de comportamento que, adequadamente
respeitadas, proporcionarão a satisfação do direito de crédito
mediante a realização da prestação pelo devedor, sem que daí
resultem danos para qualquer das partes.
Exercício
No entanto existem várias teorias que sustentam essa ideia, tendo essa
ideia que são:
𝑃𝑒𝑟𝑠𝑜𝑛𝑎𝑙𝑖𝑠𝑡𝑎
𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠
𝑇𝑒ó𝑟𝑖𝑎 { 𝑀𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠
𝐷𝑜𝑢𝑡𝑟𝑖𝑛𝑎𝑠 𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑥𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑂𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
Teorias realistas
Diz que o direito do crédito é um direito sobre o património
devedor esta teoria considera diversas modalidades como, o
credito como um direito sobre os bens do devedor, o credito como
uma relação entre o património, o credito como um direito a
transmissão dos bens do devedor e o crédito como espectativa da
prestação, acrescida de um direito real de garantia sobre o
património do devedor.
Teorias Mista
Para estas doutrinas a obrigação tanto tem por objecto a
prestação como património do devedor, posição que se considera
corresponder ao antigo direito romano, que distinguia entre a
vinculação pessoal do devedor e a sua responsabilidade, bem
como ao antigo direito germânico que estabelecia uma distinção
entre a divida e responsabilidade.
Posição adoptoda
A obrigação não pode-se considerar um direito incidente sobre os
bens do devedor, sendo antes um vínculo pessoal entre os dois
sujeitos, através do qual um deles pode exigir que o outro adopte
determinado comportamento em seu benefício.
Exercício
− 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚𝑜𝑛𝑖𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
− 𝐴𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎çã𝑜 𝑜𝑢 𝑐𝑜𝑙𝑎𝑏𝑜𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑒𝑣𝑖𝑑𝑎 {
− 𝐴 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
− 𝐴 𝑎𝑢𝑡𝑜𝑛ó𝑚𝑖𝑎
Esta tese foi rejeitada por WINDSCHEID e JHERING que afirmou ser
um erro a doutrina da patrimonialidade da prestação, já que o
direito civil não tutela apenas o património das pessoas, mas
também outros interesse seus, admitindo, por isso não apenas que
a prestação não tivesse valor pecuniário, mas também que o
interesse do credor fosse tanto material como ideal excluindo
apenas do âmbito da obrigação, relações extras-jurídicas como as
de trato social.
Autónomia
A autonomia é considerada como sendo uma obrigação, mas não
impede a sua regulação pelo direito das obrigações nas partes não
sujeitas ao regime específico, pois, a estrutura a obrigação
autónoma e não autónoma é idêntica.
Exercício
TEMA VI:
Licitude
A ilicitude de negócio pode ser de resultado ou de meios,
consoante o negócio vise objectivamente um resultado ilícito
(como por exemplo, assassinar determinada pessoa) ou se
proponha alcançar um resultado lícito, através de meios cuja
utilização é proibida por lei (por exemplo, o tratamento de uma
pessoa, em desrespeito às regras da medicina). Em ambos os casos
art. 280º, no 1, considera o negócio como nulo, (ex: a aquisição de
uma arma para cometer um homicídio). Nestes casos, uma vez que
cada uma das partes pode ter um fim subjectivo distinto em
relação ao negócio, o negócio só será nulo, no caso de o fim ser
comum a ambas as partes (art. 281º).
Determinabilidade
Deve, porém, esclarecer-se que indeterminável não deve ser
confundido com indeterminado, já que a obrigação pode
constituir-se estando ainda a prestação indeterminadas, desde que
ela seja determinável. São exemplos de prestações indeterminadas
as obrigações genéricas (art 539º e ss.) e as obrigações alternativas
(art 543º e ss.).
Modalidade de Obrigações
As obrigações naturais, problemáticas da sua inserção no conceito de obrigação
O que caracteriza as obrigações é a não exigibilidade judicial da
prestação, resumindo-se a sua tutela jurídica à possibilidade de o
credor conservar a prestação espontaneamente realizada, a que se
refere o art. 403 do código. Como consequência exclui-se a
possibilidade de repetição do indevido, referida no artigo 476 do
código civil, salvo no caso de o devedor não ter a capacidade para
realizar a prestação.
— Obrigaçõe Pecuniárias
{
— Generalidades
A lei consagra assim a regra de que juros não vence juros, a menos
que haja convenção posterior ao vencimento, ou seja efectuada
um notificação judicial ao devedor para capitalizar os juros ou
proceder ao seu pagamento, sob pena de penalização
(art. 560º, , no 1).
AS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
GENERALIDADE
As obrigações solidárias encontram-se previstas no art. 512º e ss.,
e se caracterizam pelo facto de nelas qualquer um dos devedores
estar obrigado perante o credor a realizar a prestação integral
(solidariedade passiva) ou ainda por qualquer um dos credores
poder exigir do devedor a prestação integral (solidariedade activa)
ou ainda pelo facto de qualquer um dos credores poder exigir a
qualquer um dos credores a prestação devida por todos os
devedores a todos os credores (solidariedade mista).
Exercício
CAPÍTULO VII
Posição adoptada
As obrigações podem resultar de diversos fenómenos jurídicos. A
dificuldade de classificar as fontes de obrigações é devido a
heterogeneidade de situações abrangida na nossa disciplina. Que
procura procurar colocar as fontes das obrigações de acordo com
uma orientação dogmática mas adequada, distinguindo em
primeiro lugar as fontes das obrigações que resultam das que não
resultam da autonomia privada.
TEMA VIII
O CONTRATO
GENERALIDADES
OS NEGOCIOS JURIDICOS COSTUMAM SER DISTINGUIDOS EM
UNILATERAL, que são os que possuem apenas uma parte, e
contractos, que são os que possuem duas ou mais partes.
Modalidades de contratos
Classificação dos contractos quanto a forma
São formais os contratos em que a declaração negocial só pode ser
exteriorizada por uma determinada forma prevista na lei,
designadamente um documento autêntico (a estrutura pública) ou
particulares. São não formais aqueles contratos em que a
declaração negocial pode ser exteriorizada por qualquer meio,
incluído a oralidade.
A união do contrato
A união do contrato permite que cada contrato mantenha sua
autonomia, possibilitando a sua individualização em face de
conjunto.
O contrato-promessa
De acordo com definição prevista no art. 410º, n o 1, o
contratopromessa é convenção pela qual alguém se obriga a
celebrar novo contrato. Uma obrigação de contratar, a qual pode
ser relativa a qualquer outro contrato, (pode, por exemplo o
contrato, definitivo exigir escrituras públicas e não haver
possibilidade de a efectuar imediatamente).
Modalidade de contrato-promessa
Este contrato classifica-se em contrato-promessa unilateral e
bilateral. Como exemplo de contrato promessa bilateral, teríamos
o caso de alguém prometer vender a outrem determinado imóvel
por certo preço, e esse outrem simultaneamente se comprometer
a compara-lo.
Forma de contrato-promessa
A tese da nulidade total do contrato veio a ser sufragada pelo STJ
numa segunda fase, a partir de 1977, passando então a defenderse
que a forma de contrato-promessa bilateral e que atenta a
natureza sinalagmática deste contrato, a invalidade de uma das
obrigações tem que afectar igualmente a outra, uma vez que o
sinalagma genético não pode ser válido apenas em metade. Não se
justificaria, por isso, ponderar hipóteses de redução ou conversão,
já que a vontade das partes no sentido da sua aplicação teria que
ser inequivocamente demonstrada. Esta tese foi também por
GALVÃO TELLES até 1986, como consequência da sua posição, face
a legislação anterior, de que o próprio contratopromessa unilateral
deveria ser assinado por ambas partes.
TEMA IX
PACTO DE PREFERÊNCIA
O pacto de encontra-se previsto nos arts. 414º e ss. do código civil,
sendo definido com “a convenção, pela qual alguém assume a
obrigação de dar preferência a outrem na venda de determinada
coisa “. O pacto de preferência constitui, a semelhança do
contrato-promessa, um contrato preliminar de outro contrato.
A obrigação de preferência
A forma adequada de cumprir a obrigação de preferência é
efectuar uma comunicação para preferência. Por isso, que as
partes sempre optam por fazer estas comunicações por escrito,
como forma de se precaverem para a hipótese de posterior
discussão judicial da questão.
Regimes especiais
A promessa de libertação de dívida como contrato falso a favor de terceiro
Mas embora o promitente não assuma uma obrigação perante o
terceiro, para obter o resultado da libertação a esse terceiro
(cumprir a obrigação ou conseguir o seu acordo para satisfação do
crédito por outra via).
Daí que a lei considere que as partes não visaram atribuir ao terceiro
qualquer direito de crédito, mas apenas proceder à exoneração do
promissário, pelo que só o promissário poderá exigir do promitente o
cumprimento da promessa.
Natureza jurídica
A natureza do contrato para pessoa a nomear é convertida.
Alguma doutrina, no contrato para pessoa nomear existiria um
fenómeno de representação anonima. Para outros, tratar-se-ia de
um contrato a favor de terceiros. A maioria da doutrina, considera
como um contrato celebrado simultaneamente em nome próprio e
em nome alheio, sendo a sua celebração em nome próprio sujeita
a uma condição resolutiva, que a sua celebração em nome alheio
sujeita uma condição suspensiva (eficaz nomeação de terceiro).
Em quanto no contrato a favor de terceiro, o terceiro não é parte
do contrato, no contrato para pessoa a nomear vem a ser se a
nomeação for efectuada eficazmente (art. 455º).
Negócios unilaterais
O problema da eficácia dos negócios unilaterais
A forma privilegiada de constituição de obrigações, com base n
princípio da autonomia privada, consiste na celebração do
contrato, isso leva a uma certa limitação à constituição de
obrigações por negócio unilateral, contra a qual a doutrina o põe
as seguintes objecções:
Promessa pública
É a declaração negocial dirigida ao público, através da qual se promete
uma prestação a quem se encontra em determinada situação ou pratique
certo facto positivo o negativo. A lei determina que essa situação que
implica imediatamente, e sem necessidade de aceitação do beneficiário,
a vinculação do promitente a essa promessa (art. 459º no 1).
Concurso publico
O concurso público constitui uma modalidade especial de negócio
unilateral distinta da promessa pública em virtude de oferta da
prestação ocorre como prémio de um concurso, o que justifica que
tenha que ser fixado prazo para a apresentação dos concorrentes
sem o que o negócio não será válido.
TEMA X
Fontes das obrigações no princípio de ressarcimen to dos danos
CONTRATO CONTRATO -
PROMETIDO - PROMESSA
e
Civil, pode
ser
classificada Coisas -
em móveis D
o
Documento autêntico
c
Imóveis u
rústicos m
e
Documento particular n
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p
e
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p
a
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t
e
o
responsabilidade por culpa, pelo risco ou pelo sacrifício. Na
responsabilidade, por culpa que é a regra geral (Cfr: art. 483º n o 1),
a responsabilização do agente pressupõe um juízo moral da sua
conduta, que leva a efectuar uma censura ao seu comportamento.
Não são por isso factos voluntários, por estarem fora do controle
da vontade do agente, os acontecimentos do mundo exterior
causador de danos. Não envolve, por isso, responsabilidade civil a
situação o agente destruir um vaso de porcelana, precioso, porque
cais sobre ele em consequência de uma síncope cardíaca ou for
submetida a uma a coacção física (vis absoluta) para esse efeito. Se
existir algum domínio da vontade já pode, porém haver
responsabilidade como na hipótese da destruição do vazo tem o
resultado um gesto brusco do agente.
Responsabilidade pre-contractual
Examinar-se-á a questão da culpa na formação do contrato ou
responsabilidade contratual. Antes da celebração do contrato, as
partes não adquiriam qualquer direito, uma vez que não se tinha
verificado um válido exercício da autonomia privada. Assim, o
facto de terem iniciado negociações, ou mesmo a emissão de
declarações negociais não poderia nunca conduzir a uma situação
de responsabilidade, no caso de o contrato não se vir a concluir, o
que só ocorre quando é obtido o mútuo consenso sobre todas as
cláusulas art. 232º.
A responsabilidade comitente
No art. 500º a lei vem estabelecer a situação da responsabilidade
do comitente, referindo no 1, que “aquele que encarregar outrem
de qualquer comissão responde, independentemente de culpa
pelos que o comissário causar, desde que sobre este recaia
também a obrigação de indemnizar”. O n o 2 estabelece, no
entanto, que “a responsabilidade do comitente existe se facto
danoso for praticado pelo comissário, ainda que intencionalmente
ou contra as instruções daquele no exercício da função que lhe
estava confiada”.
Benefício da responsabilidade
Relativamente aos beneficiários da responsabilidade pelo risco, a
lei vêm esclarecer que esta tanto aproveita a terceiros, como às
pessoas transportadas abrangendo assim tanto os que se
encontravam for a do veículo como dentro dele. No caso do
transporte por virtude de contrato, no entanto a responsabilidade
só abrange os danos que atinja a própria pessoa e as coisas podem
ser transportadas sedo por isso excluído da responsabilidade
objectiva os danos em coisas não transportadas com a pessoa e os
danos reflexos sofridos pelas pessoas referidas nos arts. 495 o nos 2
e 3, 496o no 2 no caso de transporte gratuito a responsabilidade
apenas abrange os danos pessoais da pessoa transportada sendo,
portanto, nesse caso ainda excluído os danos nas coisas
transportadas com a pessoa. A lei vem ainda referir no art. 504 o no
4 que são nulas as clausulas que excluem ou limitem a
responsabilidade do transportador pelos acidente que atinge a
pessoa transportada o que a contrario parece permitir que no
contrato as partes excluam ou limitem a responsabilidade do
transportador pelos dados que atingem as coisas transportadas.
Obrigação de indemnização
A obrigação de indemnização e tratada nos art. 562o e ss., como
uma modalidade das obrigação. Efectivamente ela constituí uma
categórica autónoma de obrigações em virtudes de possuir uma
fonte específica (a imputação de um dano a outrem), ter conteúdo
próprio (prestação de equivalente ao dano sofrido) e um particular
interesse do credor, a eliminação do dano que sofreu.
Enriquecimento
Definição
Relativamente ao conceito de enriquecimento referido no art. 473 o
no 1, do código civil, este deve ser entendido no sentido de
vantagem de carácter patrimonial, excluindo-se assim do âmbito
deste instituto as vantagens obtidas à custa de outrem, que não
sejam susceptíveis de avaliação pecuniária, como sucessões com
os benefícios de cariz espiritual o moral.
Exercício