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Apostila

Introdução ao
Mercado Financeiro

Liga do Mercado Financeiro da Unicamp

31 de Agosto de 2022

Fica expressamente proibida a comercialização desta


apostila, oferecida pela Liga do Mercado Financeiro da
Unicamp no dia 31 de Agosto de 2022.
Sumário
1. O Mercado Financeiro

        1.1 O que é mercado financeiro?

        1.2 A relação entre bancos e pessoas físicas.

1.3 A importância do mercado financeiro.

2. Agente e órgãos do mercado financeiro

       2.1 Sistema Financeiro Nacional

       2.2 Órgãos normativos

       2.3 Órgãos supervisores

       2.4 Órgão operadores

3. Renda fixa

      3.1 Vantagens e desvantagens da renda fixa

      3.2 Produtos de renda fixa

           3.2.1 Poupança

           3.2.2 Títulos públicos

     3.2.3 CDB

           3.2.4 LCI e LCA

           3.2.5 CRI e CRA

           3.2.6 Debêntures

      3.3 Tributação de imposto de renda

4. Renda variável
     4.1 O que é renda variável?

     4.2 Por que é variável?

     4.3 Como posso aplicar?

     4.4 Vantagens e desvantagens da renda variável

4.5 Produtos Renda Variável

          4.5.1 Fundos de investimentos

     4.5.2 Fundos de investimentos imobiliários

     4.5.3 Ações

5. Criptoativos

5.1 O que são criptoativos?

5.2 Vantagens e desvantagens

5.3 Principais criptoativos

6. LMF Recomenda

6.1 Indicações Aplicativos

6.2 Indicações de Vídeos

6.3 Indicações de Livros

6.4 Indicações de Sites

6.5 Indicações sobre Criptoativos

7. Quiz

7.1. Perguntas

7.2. Respostas
1.O Mercado Financeiro

1.1 O que é mercado financeiro?

Costuma-se ouvir das pessoas que o mercado financeiro é algo exclusivo


para pessoas com muito dinheiro ou que esse mundo se assemelha com uma loteria
onde lucrar ou perder dinheiro está vinculado apenas com a sorte. No entanto, a
realidade do mercado financeiro é muito diferente, e é possível defini-lo como um
ambiente no qual podemos comprar e vender produtos financeiros, ou seja, existe
negociação de ações, títulos de renda fixa, fundos imobiliários, etc.

Para participar desse mundo não é necessário de um grande montante de


dinheiro, existem algumas provisões transacionadas extremamente acessíveis.
Logo, existe a possibilidade de pessoas físicas participarem ativamente do mercado
financeiro por meio de compra e venda de títulos públicos e privados, empréstimo a
bancos e outras instituições, se tornar sócio de uma empresa ao comprar uma
parcela de suas ações, entre outras possibilidades. ​

Ademais, é importante ressaltar que os ganhos e perdas nesse ramo não


estão vinculados à sorte e tampouco se assemelham a um cassino ou loteria. A
grande maioria dos investidores que conquistam lucros não o fazem por conta da
sorte, é comum que seja feito um estudo de mercado antes de investir ou que se
busque auxílio de alguma empresa dedicada à consultoria para realizá-lo de
maneira eficaz.

1.2 A relação entre bancos e pessoas físicas.


Dentro das relações que se estabelecem no mercado financeiro, uma pode vir
a nos chamar atenção e nos deixar curiosos, pessoas comuns emprestam o seu
dinheiro para bancos ou companhias. Nos perguntamos então, por que um banco
ou uma empresa precisaria do meu dinheiro?
Os bancos utilizam esse capital para emprestar dinheiro para outras pessoas
e instituições, de forma a receber uma remuneração, os juros, em troca disso.
Então, quando você compra um título de um banco você está recebendo parte
desses juros. Já as empresas utilizam o capital para investir em seu crescimento, e
isso envolve compra de máquinas, desenvolvimento de novas tecnologias,
contração de pessoas e muitas outras opções de crescimento.​

Fonte: Suno Research

1.3 A importância do mercado financeiro.


Após entendermos um pouco mais sobre como funciona o mercado
financeiro, é interessante pontuarmos a importância desse sistema nos dias de
hoje. Para que se mantenha uma economia saudável, o mercado financeiro é
essencial, uma vez que a movimentação de capital gerado pelas transações feitas
possibilita com que o sistema econômico continue operante. Logo, o mercado
financeiro se mostra fundamental para a sociedade contemporânea já que ele
auxilia na geração de empregos e de riqueza por meio das negociações que resultam
na mobilização de recursos.
2. Agente e órgãos do mercado financeiro
O mercado financeiro funciona com base em três componentes:
● Agentes superavitários: pessoas/empresas que possuem recursos
disponíveis para emprestar/investir e o fazem em troca de uma recompensa
pelo risco corrido, como os juros cobrados nos empréstimos.
● Agentes deficitários: pessoas/empresas que necessitam de recursos e, por
exemplo, tomam empréstimos.
● Sistema Financeiro Nacional: conjunto de instituições que fazem o
intermédio entre credores (agentes superavitários) e tomadores (agentes
deficitários).

2.1 Sistema Financeiro Nacional


As instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional (SFN) são
divididos em três tipos de órgãos:
Órgãos normativos: determinam as regras para o bom funcionamento do
mercado financeiro 
➢ CMN - Conselho Monetário Nacional
➢ CNSP - Conselho Nacional de Seguros Privados
➢ CNPC - Conselho Nacional de Previdência Complementar
Órgãos supervisores: garantem que as pessoas e instituições sigam as regras
definidas pelos órgãos normativos
➢ Bacen - Banco Central
➢ CVM - Comissão de Valores Mobiliários
➢ Susep - Superintendência de Seguros Privados
➢ Previc -Superintendência de Previdência Complementar
Órgãos operadores: são as instituições que lidam diretamente com o
público, como por exemplo: bancos, corretoras, seguradoras, resseguradoras e
fundos de pensão.
2.2 Órgãos normativos

CMN - Conselho Monetário Nacional


Composição:
➢ Ministro da Economia (presidente do Conselho)
➢ Presidente do Banco Central
➢ Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia

          O CMN é o órgão superior do SFN responsável por formular a política da


moeda e do crédito, essa instituição tem a estabilidade da moeda e o
desenvolvimento econômico e social do país como principais pilares dentro do
processo de tomada de decisão. Seus membros se reúnem todo mês para deliberar
sobre assuntos de sua responsabilidade, a exemplo: direcionar as aplicações dos
recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das
instituições financeiras e dos produtos financeiros; e coordenar políticas
monetárias, de créditos, orçamentárias e da dívida pública. Logo abaixo da CMN
estão os seus agentes executores: o Bacen e a CVM.

CNSP - Comissão Nacional de Seguros Privados


Composição:
➢ Ministro da Economia
➢ Superintendente da Susep
➢ Representante do Ministério da Justiça
➢ Representante do Ministério da Previdência
➢ Assistência Social
➢ Representante do Banco Central do Brasil
➢ Representante da Comissão de Valores Mobiliários

A CNSP é o órgão normativo do mercado de seguros privados, ou seja, é


responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados. 
O agente executor desse órgão é a Susep.
CNPC - Comissão Nacional de Previdência Complementar
Composição:
➢ Ministro da Previdência Social
➢ Representantes da Superintendência Nacional de Previdência Complementar
(Previc)
➢ Representantes da Casa Civil da Presidência da República
➢ Representantes do Ministério da Economia
➢ Representantes das entidades fechadas de previdência complementar
➢ Representantes dos patrocinadores e instituidores de planos de benefícios
das entidades fechadas de previdência complementar
➢ Representantes dos participantes e assistidos de planos de benefícios das
referidas entidades

A CNPC é um órgão federal que tem como função regular o regime de


previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência
complementar. O seu agente executor é a Previc.

2.3 Órgãos supervisores


Bacen - Banco Central
         O Bacen é uma autarquia (entidade pública criada por uma lei específica e,
possui autonomia administrativa e financeira) federativa e tem como
missão garantir a estabilidade do poder de compra da moeda (controle da
inflação), um dos principais meios pelo qual o Bacen realiza tal controle é pela
taxa Selic; regular e supervisionar o Sistema Financeiro Nacional (SFN), ou
seja, determina quais instituições podem prestar serviços financeiros;
administrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro e os serviços do meio circulante;
fomentar o bem-estar econômico da sociedade através de políticas monetárias,
cambiais, de crédito e de relações financeiras com o exterior.
     Essa instituição é composta por nove membros, os quais são indicados pelo
presidente da República e aprovados pelo Senado.
Para saber mais sobre o Bacen, acesse:
https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/institucional

Para mais informações, acesse:


Campos Neto: “O Open Finance visa, antes de tudo, ampliar a concorrência e a eficiência
sistema financeiro”

CVM - Comissão de Valores Mobiliários


A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia vinculada ao Ministério
da Fazenda e é responsável por disciplinar e fiscalizar o mercado de valores
mobiliários (mercado de ações, títulos públicos e privados etc.), nesse sentido a
CVM tem a função de:
➢ Estimular a aplicação de dinheiro no mercado mobiliário; promover a
expansão e o funcionamento correto, eficiente e regular do mercado de
ações, além de estimular as aplicações permanentes em ações do capital
social de companhias abertas;
➢ Trazer a segurança e proteção para os investidores; de modo a evitar fraudes
ou manipulações; assegurar o acesso público de informações; entre outros. 

A CVM é composta por cinco membros, comandada por um presidente e


quatro diretores, todos nomeados pelo Presidente da República.
Para saber mais sobre a CVM, acesse:
https://www.gov.br/cvm/pt-br/acesso-a-informacao-cvm/institucional

Para mais informações, acesse:


CVM e MEC lançam plataforma para capacitar meio milhão de professores em Educação
Financeira

Susep - Superintendência de Seguros Privados


         A Susep é uma autarquia vinculada ao Ministério da Economia e é o órgão
responsável pelo controle e fiscalização do mercado de seguros, previdência
privada aberta, capitalização e resseguro. Nesse sentido, são atribuições da Susep:
➢ Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das
Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada
Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo
CNSP;
➢ Proteger o consumidor final na captação de poupança popular que é feita por
meio de operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e
resseguro.

Previc - Superintendência Nacional de Previdência Complementar


          A Previc é uma autarquia vinculada ao Ministério do Trabalho e é o órgão
responsável por fiscalizar e supervisionar as atividades das entidades fechadas de
previdência complementar e de execução das políticas definidas pela CNPC.

2.4 Órgãos operadores


Bancos comerciais
         Os bancos comerciais são instituições privadas ou públicas constituídas por
sociedade anônima, cuja principal atividade é captar depósitos à vista, esses
depósitos são utilizados para fomentar a atividade econômica através do
financiamento de comércios, empresas prestadoras de serviços, indústria e o
consumo. Os principais serviços prestados pelos bancos comerciais são: conta
corrente, serviços de pagamento (maquininhas), empréstimos, poupança e
depósitos.

Bancos de investimento
         Os bancos de investimento são instituições privadas constituídas em
sociedade anônima, cuja principal atividade é alocar o capital de seus clientes nos
diversos tipos de produtos dentro do mercado financeiro, seja por meio de
carteiras de investimentos, que essas instituições possuem, ou pelos fundos de
investimento que gerenciam.

Bancos múltiplos 
          Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas, públicas ou de
economia mista que realizam as operações ativas, passivas e acessórias de
diversas outras instituições financeiras, ou seja, é o intermediário entre os
clientes e os serviços prestados por outras instituições financeiras. E, como
determinado pelo Banco Central do Brasil (Bacen), essas operações devem ser
realizadas por meio de carteiras. Tais instituições devem ser constituídas por no
mínimo duas carteiras, sendo uma delas obrigatoriamente comercial ou de
investimento, e ser organizado sob forma de sociedade anônima.
Distribuidoras (DTVM) e corretoras (CTVM) de títulos e valores
mobiliários e de futuros
São instituições responsáveis por intermediar as negociações de títulos e
valores mobiliários entre investidores e tomadores de recursos, que podem realizar
a compra e venda de produtos financeiros por conta própria (com os próprios
recursos) ou por solicitação de terceiros (recursos do clientes). Exemplos são:
MODAL, Órama, Ágora, XP Investimentos, Rico e vários outros.

Bolsa de Valores 
Podemos definir a bolsa de valores como o local de intermédio das operações,
uma vez que, hoje, o espaço físico não seja o fator mais importante para as
operações, existem várias bolsas ao redor do mundo, pontuamos duas em
específico, BOVESPA ou B3 (Brasil), e a NYSE (EUA).

➔ ÍNDICES

Podemos definir os índices, como uma cesta de ações importantes para


determinada área, ou bolsa de valores, uma vez que é feito a média da performance
das ações no índice, usada como indicador do mercado, em seu respectivo dia. São
exemplos de índices, Dow Jones, NASDAQ, Ibovespa, IBRX-50, seguem abaixo dois
deles:

1.Ibovespa: O índice funciona como um termômetro para o mercado


brasileiro, atualmente o IBOV conta com as 66 ações mais negociadas na bolsa
brasileira.

2.IBRX-50: O índice é um compilado das 50 ações mais negociadas da bolsa


brasileira.
3. Renda fixa
     Esse tipo de investimento  possui a sua rentabilidade previsível, ou seja, seu
rendimento pode estar atrelado a uma taxa anual fixa ou a índices como a taxa
Selic ou o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), taxa  que lastreia os
empréstimos que os bancos fazem entre si para fechar o caixa do dia positivo. 
Nessa categoria de investimentos são emitidos títulos de dívida, que
posteriormente, são negociados no mercado de capitais, e rentabilizam o dinheiro
de acordo com o tempo e a taxa pré-estipulada. Sendo assim, existem diversos
produtos financeiros que possuem estruturas parecidas, mas condições diferentes,
variam o emissor, as taxas e quem investe.
A renda fixa é a modalidade de investimento mais procurada por
investidores de perfil mais conservador, aqueles que querem bons retornos sem
deixar de lado a segurança, ou seja, aqueles que procuram investimentos mais
estáveis.  Portanto, na renda fixa o investidor já sabe o quanto o seu capital
investido irá render após um período determinado de tempo.

Títulos pré-fixados: os títulos prefixados são aqueles que têm taxa de juros
fixa, ou seja, o investidor já conhece no momento do investimento. É o
investimento ideal para quem quer saber exatamente o valor que receberá ao final
da aplicação, no vencimento do título. 
Exemplo: rendimento de 7% ao ano.
Títulos pós-fixados: a remuneração do investimento pós-fixado é atrelada a
algum indicador de referência como a taxa Selic ou a taxa CDI.  
Exemplo: rendimento de 110% do CDI ao ano.
Títulos híbridos: nesse tipo de título, uma parcela da remuneração se dá por
juros fixos e a outra é atrelada a um indicador que pode variar ao longo do tempo,
ou seja, se utiliza dos títulos pré e pós-fixados ao mesmo tempo. 
Exemplo: Rendimento de SELIC +2% ao ano.

3.1 Vantagens e desvantagens da renda fixa


Uma das vantagens desse tipo de investimento é a segurança quanto ao valor
ali direcionado. Por exemplo, em títulos públicos, você só não receberá o seu
dinheiro em caso de quebra do Tesouro Direto. Contudo, o risco é mínimo e o Fundo
Garantidor de Crédito indenizará o investidor, caso o título ofereça esta segurança.
Um outro ponto muito vantajoso desse tipo de investimento é que alguns
títulos apresentam alta liquidez, que indica as possibilidades dele ser convertido
em dinheiro para o investidor. Por exemplo, sabemos que existem variações no
mercado, em um cenário de baixa, a liquidez é diretamente afetada. Contudo, na
maioria das vezes os rendimentos fixos tem grande volume de operações, gerando
liquidez alta, como no caso do Tesouro Nacional.
Em contrapartida, alguns pontos também pedem atenção. As chances de
ganhos consideráveis em um curto espaço de tempo é baixa, afinal, depende
exatamente do período em que a aplicação é mantida. Além disso, o investidor deve
se atentar se o determinado título permite a retirada antecipada do capital.
Já opções como o CRI, exigem que o investimento inicial, mesmo que
mínimo, seja alto e em alguns cenários isso significa colocar todo o dinheiro do
investidor, impedindo-o de outros investimentos.

3.2 Produtos de renda fixa

      3.2.1 Poupança


A poupança é considerada um investimento tradicional para muitos
brasileiros. Primeiramente, a poupança apresenta o mesmo rendimento em todos
os bancos (70% da taxa Selic), o qual é determinado pelo Banco Central. É
conhecida culturalmente como extremamente segura. Porém, ela somente rende
no dia do mês em que os depósitos são efetuados, chamadas datas de aniversário.
Por exemplo, Se você fez uma aplicação de R$300,00 no dia 02 e outra de R$100,00
no dia 07, todo dia 02 será creditado o rendimento poupança dos R$300,00 e todo
dia 07 dos R$100,00. Caso o investidor retire o valor investido antes da data de
aniversário, perde o rendimento daquele mês.
Entretanto, a poupança vem sendo contraindicada por diversos investidores,
pois apesar de ser considerada segura, existem diversas outras opções igualmente
seguras e com maior rentabilidade. Ademais, o seu rendimento possui um histórico
abaixo da inflação. Portanto, apesar do valor absoluto aumentar há desvalorização
da moeda brasileira, então, em termos relativos, o investidor está perdendo
dinheiro.
A poupança é um investimento isento de imposto de renda e é garantido pelo
Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Para saber quais são as entidades asseguradas pelo FGC, os produtos e mais informações,
acesse: https://www.fgc.org.br

      3.2.2 Títulos públicos


Conhecidos como Tesouro Direto, são títulos de dívidas emitidos  pelo 
governo, para que este realize projetos e posteriormente retorne o valor ao
investidor com juros. Apesar de não serem garantidos pelo FGC, os ativos são
considerados muito seguros, pois são garantidos pelo governo brasileiro.
Os títulos do tesouro são divididos em três tipos. Veja a seguir:
Tesouro Selic: são títulos pós-fixados atrelados à taxa selic, ou seja, rendem
a variação dessa taxa.
Tesouro IPCA: a rentabilidade desse título está atrelada à inflação, medida
pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA. Ou seja,
esses títulos oferecem rendimento igual à variação da inflação mais uma taxa
prefixada de juros.
Tesouro Prefixado: os títulos prefixados são aqueles que têm taxa de juros
fixa, ou seja, você já conhece no momento do investimento. É o investimento ideal
para quem quer saber exatamente o valor que receberá ao final da aplicação, no
vencimento do título.
Vale ressaltar que os títulos do tesouro não são isentos de imposto de renda
(IR) e sua tributação também obedece a alíquota regressiva. Ademais, esses títulos
do tesouro apresentam liquidez diária, ou seja, o investidor pode resgatar a
qualquer momento, pois o governo garante a recompra dos títulos. Entretanto,
pode não ser vantajoso fazer o resgate, pois essa ação pode ser realizada com um
preço abaixo do valor investido. Com exceção do Tesouro Selic, que pode ser
resgatado com ganho a qualquer momento, os demais títulos só entregam o
rendimento prometido se o investidor permanecer com os títulos até o vencimento.

Tesouro Selic Tesouro IPCA Tesouro Prefixado

Ideal para reserva de Garante uma rentabilidade Garante uma rentabilidade


emergência sempre acima de inflação fixa

Indicado para objetivos de Ideal para investimentos de O investidor sabe


curto prazo longo prazo exatamente quanto vai
resgatar no final

Possui o menor risco em Protege o investidor das Ideal para metas de médio e
caso de venda antecipada variações da inflação longo prazo

Para saber mais, acesse https://www.tesourodireto.com.br/como-investir/aprenda-a-investir.htm. Além


disso, você encontra um simulador de investimentos do tesouro direto. Disponível no site
https://www.tesourodireto.com.br/simulador/ e também em aplicativos para celular.

Dessa maneira, uma alta liquidez significa o poder de resgatar o dinheiro


com facilidade, rapidamente e sem perda significativa de valor!

3.2.3 CDB
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título de renda fixa que
consiste no empréstimo de dinheiro para os bancos. Assim, estes poderão financiar
suas inúmeras aplicações. Como o título é emitido por instituições bancárias, o CDB
é - na maioria dos casos - relacionado à taxa CDI.
Um ponto importante para este produto é que ele é garantido pelo Fundo
Garantidor de Crédito (FGC), o que confere uma maior segurança para os
investidores. Entretanto, o investimento não é isento de imposto de renda e a
tributação obedece de alíquota regressiva, como veremos mais adiante.
Além disso, o que deve ser considerado para o investimento em um CDB é a
liquidez. Alguns investimentos possuem liquidez diária durante todo o momento,
outros somente possuem esta vantagem após um período determinado pelo
respectivo banco e enquanto alguns podem somente ser resgatados no vencimento
do papel.

      3.2.4 LCI e LCA


As siglas LCI e LCA significam, respectivamente, Letra de Crédito Imobiliário
e Letra de Crédito do Agronegócio. Os investimentos representam setores distintos,
mas são frequentemente estudados juntos devido à sua similaridade. 
Assim como o CDB, LCI e LCA são emitidos por bancos e instituições
financeiras. Podem apresentar o rendimento atrelado ao CDI. O diferencial das
Letras de Crédito é que o dinheiro investido é utilizado especificamente para
financiar o respectivo setor, imobiliário ou agronegócio.

      3.2.5 CRI e CRA


O Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificado de Recebíveis do
Agronegócio (CRA), assim como o LCI e LCA são produtos de diferentes setores da
economia, mas que em geral são estudados juntos por apresentarem características
parecidas.
Os ativos são emitidos por securitizadoras e se tratam de um crédito
nominativo lastreado em créditos imobiliários ou agrícolas e são isentos de
imposto de renda, o que pode aumentar a rentabilidade do investimento.
Por exemplo, quando uma construtora inicia a obra de um condomínio que
ficará pronto somente daqui alguns anos, os futuros moradores já podem financiar
o pagamento - em parcelas - de seu apartamento. Entretanto, a construtora pode
não ter dinheiro suficiente para a obra. Dessa forma, através de uma
securitizadora, é possível emprestar dinheiro para a construtora dar continuidade
ao projeto, assim, a construtora pagará o valor (com juros) com o dinheiro das
demais parcelas de alguns moradores. Analogamente, situações similares também
podem ocorrer no agronegócio.
O CRI e o CRA não são garantidos pelo FGC, logo, possuem um maior risco de
crédito. Portanto, é recomendado analisar a solidez da empresa em que se está
investindo. Quanto à liquidez, é necessário analisar o quando o dinheiro será
resgatado, pois costumam ser aplicações de médio e longo prazo.

      3.2.6 Debêntures


Debêntures consistem em títulos emitidos pelo setor privado, ou seja, o
dinheiro é emprestado para empresas, para que estas consigam financiar projetos
internos. Isso ocorre porque ao pegar dinheiro emprestado com um banco, os juros
são maiores do que com o empréstimo tomado de pessoas físicas, pois nesse caso é
a empresa que determina os juros que vai pagar e o prazo. A grande maioria das
empresas pagam o rendimento das debêntures semestralmente ou anualmente.
Apesar de só receber o valor total no vencimento, caso o comprador deseje
resgatar seu dinheiro, ele pode vender a debênture no mercado secundário (de
investidor para investidor). 
As debêntures são primeiramente lançadas no chamado mercado primário
(da empresa para o investidor), e podem ser posteriormente lançadas no mercado
secundário. Entretanto, revender esse ativo pode ser considerado uma operação
arriscada e acarretar em perda de dinheiro, pois isso depende diretamente das
flutuações do mercado.
Ademais, são chamadas de Debêntures Incentivadas, que pretendem trazer
benefícios para a população - como aeroportos, estradas etc -, são isentas de
imposto de renda. Já as Debêntures Comuns possuem cobrança de imposto de
renda. Esse fator também deve ser considerado para uma maior rentabilidade.
É importante frisar que o ativo não é garantido pelo FGC. Portanto, é preciso
avaliar o rating, classificação internacional sobre a possibilidade da empresa pagar
a debênture.

3.3 Tributação de imposto de renda


Os títulos de renda fixa que são tributados têm a incidência de alíquota de
maneira regressiva. Isso significa que quanto mais tempo o capital ficar investido,
menor será o imposto pago pelo investidor. Como mostra a tabela a seguir:

Tabela Regressiva do Imposto de Renda

Prazo do resgate do investimento Alíquota (%)

Até 180 dias (6 meses) 22,50 %

De 181 até 360 dias (1 ano) 20,00 %

De 361 até 720 dias (2 anos) 17,50%

Acima de 720 dias 15,00%

4. Renda variável

4.1 O que é renda variável?


Renda variável é um tipo de investimento financeiro em que não tem a
rentabilidade previamente determinada, uma vez que ela é influenciada por fatores
e acontecimentos externos. Fundos de Investimento, ETF’s, Ações e câmbio são
alguns exemplos.
Em outras palavras, investimentos dessa categoria possuem uma incerteza
intrínseca relacionada aos ganhos de capitais e rendimentos provenientes da
aplicação. Dessa forma, o investidor não possui garantia quanto à rentabilidade dos
seus investimentos.
Nessa categoria de investimentos, os agentes deficitários (que precisam do
capital para financiar suas operações) trocam uma participação do negócio por
dinheiro oferecido pelos agentes superavitários (que possuem capital extra).
Dentre os produtos de renda variável, os mais conhecidos são as ações.

4.2 Por que é variável?


Pode-se dizer que conceito de renda variável é intimamente relacionado a
um fator chamado volatilidade. Essa característica, originada da capacidade de um
investimento variar em grande escala seu valor, ocorre porque eles são afetados
rigorosamente por questões macroeconômicas e também, do setor de atuação da
empresa.

4.3 Como posso aplicar?


A aplicação pode ser direta, em que o investidor toma as decisões, ou então
via fundos de investimento. Nesse caso, é o gestor desse fundo que toma as
decisões de investimentos.
Na aplicação direta, existem basicamente três classes de ativos à disposição
do investidor interessado em aplicar na renda variável: ações, fundos imobiliários e
derivativos

4.4 Vantagens e desvantagens da renda variável


Uma das principais vantagens da renda variável é a possibilidade de retorno
ilimitado no longo prazo. Existem diversos estudos que afirmam que boas ações e
fundos imobiliários tendem a superar o retorno da renda fixa em um horizonte
longo de investimentos, como décadas. Além disso, os investimentos em ações e
fundos imobiliários têm a capacidade de gerar uma renda passiva generosa, por
meio de proventos (remuneração que as empresas distribuem aos acionistas. São
divididas em três tipos: dividendos, juros sobre capital próprio - JCP-, bonificações
e subscrições).
Dentre as desvantagens desse tipo de investimento é importante destacar a
volatilidade no curto prazo e a imprevisibilidade dos ganhos. Por esse motivo, não é
recomendado o investimento em renda variável para reservas financeiras (reserva
de emergência), que devem ser alocadas em renda fixa ou como em um tipo
específico de fundo, o fundo DI. 
Além disso, o investimento em renda variável apresenta  risco maior que a
renda fixa, mesmo que no longo prazo. Dessa forma, investir em renda variável
exige certo conhecimento ou alguma experiência para escolher os ativos,
diversificar a carteira, fazer um acompanhamento regular da carteira e ter bastante
paciência.

4.5 Produtos de renda variável

4.5.1 Fundos de investimentos


O fundo de investimento é uma combinação de recursos, captados de
pessoas físicas ou jurídicas, com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da
aplicação em títulos e valores mobiliários. Isto é, os recursos de todos os
investidores de um fundo de investimento são usados para comprar bens (títulos)
que são de todos os investidores, na proporção de seus investimentos.
Um fundo é organizado sob a forma de condomínio e seu patrimônio é
dividido em cotas, cujo valor é calculado diariamente por meio da divisão do
patrimônio líquido pelo número de cotas do fundo. O patrimônio líquido é
calculado pela soma do valor de todos os títulos e do valor em caixa, menos as
obrigações do fundo, inclusive aquelas relativas à sua administração. As cotas são
frações do valor do patrimônio do fundo.

Classificação dos fundos de investimentos


Os fundos de investimento podem ser classificados da seguinte forma:
● Fundo de curto prazo;
● Fundo referenciado;
● Fundo de renda fixa;
● Fundo de ações;
● Fundo cambial;
● Fundo de dívida externa;
● Fundo multimercado.

Como funciona um fundo? - Direitos e deveres dos cotistas


Ao adquirir cotas de um determinado fundo, o investidor concorda com suas
regras de funcionamento e passa a ter os mesmos direitos e deveres dos demais
cotistas independentemente da quantidade de cotas que possui. O exame do
regulamento é fundamental para a tomada de uma decisão de investimento.
É obrigação do administrador fornecer o regulamento e a lâmina de
informações essenciais do fundo a todos os cotistas, assim como relatórios, além
de divulgar ampla e imediatamente qualquer informação que possa influenciar na
decisão do cotista em permanecer com suas aplicações no fundo em questão.
É fundamental que o cotista mantenha seu cadastro atualizado junto ao
administrador, acompanhe todas as informações relativas ao fundo e participe das
assembleias. Caso identifique alguma eventual violação da legislação ou das regras
contidas no regulamento do fundo, pode reclamar junto à CVM, por intermédio de
um dos canais de atendimento ao cidadão da CVM.

Risco x retorno
Podemos considerar o risco de determinado investimento a possibilidade de
não se atingir o retorno esperado. Nesse contexto, há diversos fatores que podem
influenciar, tais como, mudanças políticas, econômicas, nas regras de tributação,
etc. Em fundos de investimentos, o principal risco é inerente aos ativos que
compõem a carteira. Porém, há três riscos principais aos quais o investidor está
invariavelmente sujeito: risco de mercado, risco de crédito e risco de liquidez.
O primeiro é o decorrente das oscilações nos preços dos títulos que
compõem a carteira do fundo. Uma vez que esses ativos são contabilizados por seu
valor de mercado, quanto maior a oscilação nos preços, maior a oscilação no valor
das cotas e mais difícil estimar o valor de resgate ou de venda das cotas.
O risco de crédito refere-se à possibilidade de calote da instituição, ou seja, a
empresa a qual temos investimentos não cumprir com a sua parte na transação e
não pagar o que deve.
Já o risco de liquidez está relacionado tanto nos ativos quanto nas cotas que
compõem o fundo. No caso dos ativos, o risco de liquidez consiste na eventual
dificuldade que o administrador encontre para vender os ativos que compõem a
carteira do fundo ou venda por um preço muito baixo, o que pode impactar
negativamente o desempenho do fundo, além de dificultar os pedidos de resgate
feitos pelos cotistas. Em relação às cotas, o risco de liquidez decorre da dificuldade,
em um fundo fechado, do investidor encontrar alguém para comprá-las,
forçando-o a vender por um valor mais baixo que o esperado, caso queira fazer o
resgate de suas cotas.

4.5.2 Fundos de investimentos imobiliários


Fundos de Investimentos Imobiliários (FII) são destinados à aplicação em
empreendimentos imobiliários, que inclui aquisição de direitos reais sobre
imóveis, o investimento em títulos relacionados ao mercado imobiliário, letras de
crédito imobiliário (LCI), letras hipotecárias (LH), cotas de outros FII, certificados
de potencial adicional de construção, (CEPAC), certificados de recebíveis
imobiliários (CRI), e outros previstos na regulamentação. O seu funcionamento e a
oferta pública de cotas de sua emissão dependem de um registro prévio na CVM.

4.5.3 Ações
Ação é a menor parte de uma empresa. Ao comprar uma ação, o investidor se
torna sócio da empresa e com isso tem direito a participação dos lucros.

Como são ativos da classe de renda variável, não apresentam remuneração


definida, nem prazo de vencimento. A remuneração do acionista vai depender,
dentre outros fatores, do desempenho da empresa.
Assim, quanto maior o número de ações de uma companhia, maior será sua
participação societária e, portanto, maior será a remuneração a que terá direito a
receber.

A) Tipo de ação
Existem, basicamente, dois tipos de ações, as ordinárias e as preferenciais.
Ações ordinárias nominativas (ON): com denominação ON, as ações
ordinárias conferem aos seus detentores o direito ao voto nas assembleias gerais da
empresa, sendo que cada ação representa um voto.
Ações preferenciais normativas (PN): com denominação PN, as ações
preferenciais, embora não deem o direito a voto nas assembleias, sua principal
característica é conferir preferência no recebimento de proventos.
É importante lembrar que os detentores das ações ordinárias podem receber
os proventos distribuídos pelas empresas, entretanto as ações preferenciais dão
direito a preferência no recebimento. Boa parte das empresas brasileiras,
costumam, inclusive, distribuir o mesmo valor de proventos para ambas as ações.
Para saber mais sobre a política de distribuição de proventos das empresas, é
necessário acessar seu estatuto, disponível no site Relações com Investidores (RI)
de cada uma delas.

Units: são blocos de ações compostos por mais de um tipo de ações, sendo
que sua composição também é definida no estatuto da empresa. Assim, cada
empresa tem sua própria composição de units. Por exemplo, temos a Sanepar e a
Copel, formadas por 1 ação ON e 4 ações PN, enquanto o Banco Inter conta com 1
ação ON e 2 ações PN.
B) Nomenclatura
As ações são representadas na Bolsa de Valores por meio de códigos
formados por quatro letras maiúsculas, que representam o nome da empresa, e um
número, que indica o tipo de ação. Esses códigos são chamados de ticker, abaixo
seguem dois exemplos e uma tabela que demonstra como se constroem essas
nomenclaturas:

C) Remuneração dos acionistas


Como dito anteriormente, uma companhia pode remunerar o acionista por,
basicamente, três formas diferentes: dividendos, juros sobre capital próprio e
bonificações.
Dividendos: são a forma mais importante de remuneração dos acionistas,
uma empresa tem lucro ela distribui parte desse resultado a eles. No Brasil, as
empresas são obrigadas a pagar o mínimo de 25% do lucro em dividendos.
Entretanto, as empresas podem distribuir uma porcentagem maior que essa. Esses
valores são definidos no estatuto das companhias. Atualmente, os dividendos são
isentos de imposto de renda.
Juros sobre capital próprio (JCP): é outra forma da empresa remunerar seus
acionistas. Consiste em juros que incidem sobre lucros não distribuídos. Na
linguagem contábil, os JCP são distribuídos antes do lucro líquido, por esse motivo,
há incidência de 15% de imposto de renda, retido na fonte pagadora.
Bonificações: uma empresa também pode remunerar o acionista através da
distribuição gratuita de novas ações. Sua ocorrência está relacionada com o
aumento de capital da empresa. O recebimento de bonificações é proporcional ao
número de ações que cada acionista possui.

D) Negociações
Um dos principais objetivos do mercado de capitais é proporcionar que as
empresas tenham acesso a capital diretamente com investidores, em condições
mais vantajosas do que em empréstimos bancários. Diante desse contexto há duas
negociações, que são divididas em dois tipos de mercado:
Mercado primário: as ações são negociadas diretamente com as empresas
(IPO e follow on);
Mercado secundário: Quando os investidores já detêm as ações por meio de
procedimentos realizados no mercado primário, uma das opções é proporcionar
negociação entre detentores e futuros compradores dessas ações, esse processo
acontece no mercado secundário.

E) Oferta Pública de ações


Este fenômeno é o famoso IPO (Initial Public Offering), ele é motivado
diante da necessidade de uma empresa de captar recursos por meio da abertura de
seu capital para o mercado público, nesse sentido, após o IPO a empresa passa a ter
ações negociadas na bolsa de valores. As principais vantagens desse processo são:
lucro para os proprietários, atrair melhores profissionais e maior captação de
recursos, enquanto as principais desvantagens: processo caro e burocrático, falta
de controle sobre a empresa e falta de sigilo nos negócios.

F) Tributação
G) Tipos de Carteiras
Antes de tudo é preciso entender o que é uma significa carteira de ações,
basicamente é um conjunto de ativos que pertence a um investidor, podendo ser
pensada no curto, médio ou longo prazo na sua taxa de retorno. Tendo isso em
mente podemos dividi-la em dois focos diferente:
Focada em dividendos: Carteira na qual o investidor dá prioridade em ações
de companhias com um bom histórico de pagamento de dividendos, geralmente
empresas estáveis e consolidadas no mercado, que tem como objetivo recompensar
seus acionistas e atrair novos investidores, abrindo mão de planos de expansão e
crescimento. Para identificar as melhores empresas para montar esse tipo de
carteira deve-se pensar principalmente no Indicador dividend yield (DY), que é
basicamente o valor de dividendos pagos pela empresa, geralmente nos últimos 12
meses projetados no futuro, dividido pelo preço da ação.
Entre suas vantagens e desvantagens está o fato que o investidor tem a
oportunidade de reinvestir a remuneração recebida de tempos em tempos na
aquisição de novos papéis e aumentar seu patrimônio ao longo do tempo,
entretanto costumam apresentar uma remuneração inferior a empresas de
crescimento por ter um menor risco, sendo mais recomendada para um perfil
conservador.
Focada em crescimento: Já nesse tipo de carteira o investidor se concentra
em ações de empresas que possuem alto potencial de crescimento, principalmente
para o longo prazo, sendo aquelas que estão aumentando sua receita e participação
no mercado, levando a maiores expectativas de valorização. Essas empresas
costumam ser pequenas ou médias, classificadas como “small caps” e “mid caps”,
possuindo prioridades diferentes das empresas consolidadas (blue chips) que
buscam usar seu lucro para reinvestir em sua própria expansão ou aquisição de
novas empresas para assim aumentar seu portfólio e receita, buscando se tornarem
uma blue chip e no futuro, virem a distribuir seu lucro na forma de dividendos.
Entre suas vantagens e desvantagens pode-se citar principalmente o risco,
empresas com um viés de crescimento, costumam ser mais imprevisíveis e mais
voláteis, portanto com um risco maior e exigindo mais estudo, entretanto possuem
uma liquidez diária e possibilidade de crescimento médio nos lucros maiores do
que em empresas de dividendos.

5. Criptoativos

5.1 O que são criptoativos?


Criptoativo, como o próprio nome sugere, é um ativo financeiro totalmente
digital, o qual é protegido por criptografia. Esse é um bem virtual descentralizado e
livre da interferência de terceiros, ou seja, do controle do governo e autoridades
financeiras. Em função disso, a criptografia e a tecnologia blockchain, que consiste
em uma forma de armazenamento e replicação de dados, são de extrema
importância para garantir a segurança dos criptoativos e seu funcionamento.

5.2 Vantagens e desvantagens


Além da própria segurança, já mencionada anteriormente, algumas
vantagens desse ativo digital em relação à outras formas de pagamento e
transações online são o baixo, por vezes, nenhum custo transacional, a inexistência
de um limite de operações diárias, acesso 24 horas ao seu dinheiro e a minimização
de requisitos burocráticos característicos de bancos virtuais.
Contudo, o investimento em moedas digitais hoje envolve um risco enorme,
já que esses ativos são, de forma geral, muito instáveis. Ademais, como
consequência do pouco tempo de existência das criptomoedas - as mesmas foram
introduzidas no mercado na forma como as conhecemos atualmente apenas em
2013 - essas apresentam baixa aceitação geral, são insuficientemente
regulamentadas e requerem um conhecimento bastante específico para que o
investidor se previna da tomada de riscos desnecessários.
5.3 Principais criptoativos
Atualmente, os dois criptoativos com maior capitalização de mercado são:
Bitcoin e Ethereum. O primeiro, busca ser uma reserva de valor descentralizada,
democrática, escassa, inconfiscável e distribuída. Já o segundo é a moeda nativa da
rede Ethereum, construída com a tecnologia blockchain, assim como o Bitcoin,
suporta contratos inteligentes, criação de tokens e outras atividades.

6. LMF Recomenda

Muito obrigada por se inscrever no nosso curso! Nós, da Liga do Mercado

Financeiro, esperamos que ele tenha agregado conhecimento através do curso e


da apostila oferecida. Além disso, novos conteúdos sobre Como Começar a
Investir na Prática, Estratégias em Renda Fixa e Fundos de Investimento serão
oferecidos em breve! Fiquem atentos às nossas redes sociais @lmfunicamp e ao
nosso site Liga do Mercado Financeiro Unicamp !

6.1 Indicações Aplicativos


Trademap: disponível para desktop e celular, apresenta diversas
ferramentas e conteúdos que permitem ao investidor acompanhar o mercado em
tempo real, gerenciar seus investimentos e operar.
Investing.com: é um app de cotações e notícias voltadas para o mercado
financeiro.
Renda fixa: apresenta vários tipos de investimentos em mais de 35
corretoras, levando em conta indicadores como: valor, taxa de juros e período.
Tesouro direto: app oficial do tesouro. Apresenta diversas funcionalidades
como agendamento de investimento em títulos, simulador de investimentos.
Blockfólio: aplicativo gratuito voltado para a gestão de criptomoedas.
6.2 Indicações de Vídeos
Como funciona a máquina econômica - Ray Dalio:
https://www.youtube.com/watch?v=W8TFqyWUud0

O que é renda variável e como começar a investir - Infomoney:


https://www.infomoney.com.br/guias/renda-variavel/. 

6.3 Indicações de Livros


Os Axiomas de Zurique, de Max Gunther, é uma obra que aborda doze
Axiomas desenvolvidos por banqueiros suíços durante o período pós Segunda
Guerra Mundial.

6.4 Indicações de Sites


Status Invest: https://statusinvest.com.br/
Fundamentos: http://www.fundamentus.com.br/
Infomoney: https://www.infomoney.com.br/
Investing: https://br.investing.com/

6.5 Indicações sobre Criptoativos


Binance Academy: plataforma de estudos da corretora que oferece conteúdos
gratuitos. Disponível em: https://academy.binance.com/pt.

Coin Market Cap: plataforma criada para rastrear a capitalização de diferentes


criptomoedas, a quantidade de negociações que as utilizam e o preço atual
convertido em moedas fiduciárias. Disponível em:
https://coinmarketcap.com/pt-br/.
7. Quiz
Agora, vamos testar os conhecimentos adquiridos através do curso e da
apostila!

7.1 Perguntas

1) Qual das alternativas pode ser considerada (o) um fator interno causador de
flutuação do preço do ativo?
A) Flutuação do dólar
B) Conflitos internacionais
C) Mudança da gestão
D) Impacto da pandemia na economia nacional

2) Fundos de investimentos é um tipo de investimento onde o investidor mantém


sob controle de sua carteira todas as empresas. Portanto, determina o percentual
investido em cada uma delas.
( ) Verdadeiro
( ) Falso

3) Sabe-se que o mercado financeiro é um ambiente de negociação de produtos


financeiros. Dentre as suas características, podemos citar:
A) Existência de negociações
B) Empréstimos
C) Economia Saudável
D) Todas as alternativas estão corretas.
4) Descreva a relação entre bancos e pessoas físicas.

5) Em geral, qual a forma de proteção de um criptoativo?

6) Cite 3 características de um cripto ativo.

7) Como é calculado o rendimento da poupança?


A) 60% da taxa Selic + taxa referencial, a qual está zerada.
B) 70% da taxa Selic + taxa referencial, a qual está zerada.
C) 60% da taxa Selic + taxa referencial, a qual não está zerada.
D) 70% da taxa Selic + taxa referencial, a qual não está zerada.

8) Qual produto de renda fixa é garantido pelo FGC?


A) Títulos públicos.
B) LCI e LCA.
C) CRI e CRA.
D) Debêntures.

9) Dentre as vantagens do investimento em renda fixa está:


A) Alta rentabilidade em curto espaço de tempo.
B) Investimento inicial acessível.
C) Alta liquidez.
D) Facilidade de se entender sobre o assunto.

10) Sobre as ações ordinárias nominativas (ON):


A) Conferem aos seus detentores o direito apenas ao voto nas assembleias gerais da
empresa.
B) Conferem aos seus detentores o direito apenas à preferência no recebimento de
proventos.
C) Conferem aos seus detentores o direito ao voto nas assembleias gerais da
empresa e à preferência no recebimento de proventos.
D) Conferem aos seus detentores o direito ao voto nas assembleias gerais da
empresa e recebimento de proventos após o pagamento das ações preferenciais.
11) Sobre a remuneração dos acionistas, qual das alternativas a seguir está correta:
A) Juros sobre capital próprio é a forma mais importante de remuneração dos
acionistas, quando uma empresa distribui parte do seu lucro a eles.
B) Dividendos forma de remuneração dos acionistas que consiste na incidência de
juros sobre lucros não distribuídos.
C) Bonificações é quando uma empresa remunera seu acionista através do direito à
preferência na compra de ações a um custo mais baixo.
D) Dividendos: forma de remuneração na qual uma empresa tem lucro e distribui
parte dele a seus acionistas.

12) Qual a afirmação abaixo correta sobre os tipos de carteira de ações:


A) Uma carteira focada em dividendos da prioridade em ações de companhias com
um bom histórico de pagamento de dividendos, geralmente empresas que estão
aumentando sua receita e participação no mercado.
B) Uma carteira focada em crescimento se concentra em ações que possuem baixo
potencial de crescimento, sendo aquelas que estão tentando aumentar sua receita e
participação no mercado.
C) Uma carteira focada em dividendos da prioridade em ações de companhias com
um bom histórico de pagamento de dividendos, geralmente empresas estáveis e
consolidadas.
D) Uma carteira focada em crescimento se concentra em ações que possuem alto
potencial de crescimento, sendo elas de empresas já estáveis e consolidadas no
mercado.

13) O Sistema Financeiro Nacional é composto por 3 órgãos: normativo, supervisor


e operador, entre esses três, assinale a alternativa que tem maior contato com o
público:
A) Normativo
B) Supervisor
C) Operador
D) Nenhuma das anteriores

14) Qual órgão superior é responsável pelo controle da inflação do país?


A) Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
B) Banco Central
C) Superintendência de Seguros Privados (Susep)
D) Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc)

15) Qual dos órgãos abaixo não é um órgão normativo?


A) CMN - Conselho Monetário Nacional
B) CNSP - Conselho Nacional de Seguros Privados
C) CVM – Comissão de Valores Mobiliários
D) CNPC - Conselho Nacional de Previdência Complementar

16) Securitizadoras emitem Certificados de Recebíveis Imobiliários e Agrícolas, um


investidor ao adquirir algum desses títulos realiza:
A) A compra de uma parcela da empresa.
B) Empréstimo seu dinheiro para o governo.
C) Um financiamento dos projetos sociais da empresa em questão.
D) Empresta seu dinheiro para a empresa, se tornando credor dela.

17) Qual a principal diferença entre Debêntures Incentivadas e Debêntures Comuns:


A) A primeira é adquirida diretamente com a companhia e a segunda, através da
compra dos títulos de um outro investidor.
B) As Debêntures Incentivadas são garantidas pelo FGC enquanto as Debêntures
Comuns não.
C) As Debêntures Incentivadas são isentas do Imposto de Renda enquanto as
Comuns não.
D) As Debêntures Incentivadas são emitidas por empresas do setor privado,
enquanto as Comuns por estatais.

18) Os títulos de Renda Fixa são considerados seguros, mas possuem diferenças
entre os seus produtos, a respeito dessa diferença é possível afirmar:
A) Todos os produtos de Renda Fixa com exceção ao CRI e CRA são garantidos pelo
FGC e isentos do Imposto de Renda.
B) As Debêntures são os únicos títulos que envolvem empresas do setor privado.
C) LCI e LCA são os únicos produtos de Renda Fixa isentos de IR e garantidos pelo
FGC.
D) Apenas títulos públicos, LCI e LCA são emitidos por securitizadoras.

7.2 Respostas

1) C 2) Falso 3) D

4) Resposta sugerida:
Pessoas comuns emprestam o seu dinheiro para bancos, companhias e
instituições. Os bancos utilizam esse capital para emprestar dinheiro para outras
pessoas físicas e jurídicas. Dessa forma, quando alguém realiza compra de um
título bancário, está recebendo parte dos juros.

5) Resposta sugerida:
A tecnologia blockchain, que consiste em uma forma de armazenamento e
replicação de dados.

6) Resposta sugerida:
Protegido por criptografia, descentralizado, livre da interferência de
governo e totalmente digital.

7) D 8) B 9) C 10) D 11) D 12) C 13) C 14) B 15) C 16)D 17)C 18)C

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