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Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3

Planejamento no Planejamento de Planejamento e


cotidiano escolar ensino, aula e projetos avaliação: os desafios
na retomada
pós-pandemia
Definir planejamento de
Reconhecer a importância do
ensino, planejamento de Exemplificar o papel do
planejamento para o aula e planejamento por planejamento integrado
projetos. a partir do contexto pós-
cotidiano escolar.
pandemia de covid-19.

Introdução

O cotidiano escolar precisa ser planejado. A escola é composta por um grande


grupo de pessoas de formações diversas e atende a fins específicos. É falso que
a escola é somente um ambiente de transmissão de conteúdo, ou ainda que é
um espaço para que o aluno aprenda os conteúdos. A escola é uma instituição
social, envolve a comunidade, os pais, os alunos e os funcionários, e essas
convivências precisam ser organizadas, claras e com fins que atendam a todos
esses grupos.

Neste material, trataremos sobre o cotidiano escolar e a organização e execução


de planejamentos para que a escola possa cumprir seus muitos fins: um
ambiente acolhedor para os alunos, um espaço saudável para se trabalhar,
fomentar o aprendizado, medir o “êxito” e o “fracasso”, buscando ações
corretivas, dinâmicas e democráticas.

Seja bem-vindo à escola e entenda o compromisso com a educação que move


os objetivos.

1 - Planejamento no cotidiano escolar

Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância do


planejamento para o cotidiano escolar.

Por que planejar é um ato importante?

Vamos planejar?
Assista à entrevista concedida pela professora Nilda Alves sobre planejamento
e cotidiano escolar.

Planejar compreende o ato de organização do cotidiano. E o planejamento


escolar? Por que ele é tão importante? Será que as perspectivas de
planejamento sempre foram as mesmas? Os planejamentos são estanques ou
se modificam de acordo com o desenvolvimento de cada turma?

Sabemos que, por mais que planejemos uma aula, ela nunca ocorrerá
exatamente como o programado, já que é modificada pela interação dos
estudantes. Então, por que planejamos? O planejamento anual de uma escola é
marcado por constante demandas e reorientações, sendo assim, por que
planejar?

Essas reflexões não têm respostas prontas. Elas devem fazer parte do seu
cotidiano como docente. Nesse sentido, é fundamental que você, como futuro
docente, independentemente do segmento e da forma como vai atuar,
compreenda as discussões que existem em relação ao planejamento na escola.

Vejamos algumas palavras que devemos pensar quando falamos sobre


planejamento.

o Medir

o Executar

o Calcular

o Atingir

o Metrificar

o Organizar

o Avaliar

o Estruturar

o Investir

o Resultado

o Aluno

o Professores

o Direção

Existem muitas variáveis. O que pensamos, normalmente, é por que e para quem
planejamos. Esses objetivos são fundamentais. Ao planejarmos, devemos ter em
mente a finalidade e os envolvidos.

Planejamento no cotidiano
Ou seja, o planejamento está presente em nossa vida desde a hora em que
acordamos e tomamos nossas decisões: tomar café da manhã ou não? Como
chegar ao trabalho? Como organizar uma viagem, uma festa ou um encontro
com os amigos? Todas essas escolhas fazem parte do nosso planejamento
cotidiano, que nasce de um desejo, de uma intenção, de uma possibilidade ou
necessidade. Esperamos tomar as decisões mais acertadas mesmo sabendo
que há uma imprevisibilidade no dia a dia que nem sempre nos permite realizar
nossas tarefas da forma como planejamos. Mas queremos alcançar nossos
objetivos e, mesmo sem termos consciência, isso faz parte do ato de planejar.

Assim como acontece na nossa vida cotidiana, as ações pedagógicas também


surgem da necessidade de organizar a relação ensino-aprendizagem. O
planejamento de ensino constitui-se, então, da necessidade de responder às
questões sobre o que — que conhecimentos vamos trabalhar —, como — os
procedimentos e as metodologias que vamos usar para trabalhar com esses
conhecimentos — e por que trabalhar com esses conhecimentos.

Assim, podemos prever, organizar e avaliar situações que propiciem condições


para que os estudantes construam, produzam, teçam conhecimentos sobre
determinados conteúdos e valores a serem trabalhados.

Diferentes concepções do processo de planejamento

Fases do planejamento de forma prática


É importante a compreensão de que há diferentes concepções do processo de
planejamento ao longo da história da educação escolar. Nesse sentido,
reconhecemos três fases temporais em que a concepção do que seria importante
em um planejamento é diferente.

Primeira Fase

A primeira fase é a do princípio prático e que não apresenta uma grande


preocupação formal. Essa fase atenderia às atividades de aula, exclusivamente.
Exemplo: Um professor que dará aula de matemática no primeiro segmento do
ensino fundamental sabe que os alunos precisam contar e fazer as quatro
operações. Ele aprendeu dessa maneira, pensa que os alunos devem ser
capazes de decorar e reproduzir, afinal, sempre foi assim. Para ele, a apreensão
do conhecimento por essa via é natural e, por isso, ele não se empenha em
elaborar estratégias de aprendizado ou em adequar o conteúdo às vivências dos
alunos.

Segunda Fase

A segunda fase é a de caráter técnico-instrumental e que estava relacionada a


uma tendência tecnicista de educação, que não considerava os fatores sociais,
políticos e econômicos.

Exemplo: O professor organiza sua ação: os alunos precisam aprender as


quatro operações matemáticas básicas. Esse é o conteúdo a ser passado. E
passa a organizar como ele vai atingir esse objetivo. Define a estratégia, a
metodologia, explicita o objetivo principal, os objetivos correlatos, a forma pela
qual ele pretende avaliar o aprendizado. De maneira conteudista, ele formaliza,
disponibiliza e executa. A dificuldade é atingir resultados semelhantes com
alunos diversos utilizando o mesmo planejamento, duro e linear.

Terceira Fase

A terceira fase é a do planejamento participativo, que “buscou na resistência ao


modelo de reprodução do sistema educacional valorizar a construção coletiva, a
participação e a formação da consciência crítica a partir da reflexão sobre a
prática transformadora” (BOSSLE, 2002, p. 32).

Exemplo: Os alunos precisam aprender as quatro operações matemáticas. É


preciso planejar o que os alunos já sabem das operações matemáticas, a
importância do domínio desse conteúdo, como e qual a relação dos grupos com
a dinâmica desse conhecimento, como esse conhecimento faz parte do seu
cotidiano, e estabelecer procedimentos reflexivos e adaptáveis.
Não imagine uma linha do tempo! Essas diferentes formas de planejar a aula
continuam presentes em nosso cotidiano.

De acordo com Veiga-Neto (1993), podemos identificar apenas duas vertentes


quando falamos em planejamento educacional — uma tecnicista e outra
participativa ou crítica.

Segundo o autor, pensar o planejamento a partir da primeira vertente traz como


problema a manutenção do status quo social porque, nesse caso, a educação
não é vista numa dimensão política mais ampla, mas somente por meio de
métodos e técnicas. No entanto, segundo a sua análise, não devemos descartar
métodos e técnicas, como se não fossem necessários, pois criamos uma
impressão de que o processo educacional não precisa ter seus próprios
métodos, sua própria técnica.

Ainda segundo o autor, a vertente crítica, que ele denomina de segunda vertente,
exige que os docentes busquem compreender o que é a escola também de fora
dela, isto é, considerá-la como uma instituição inserida em um contexto social
mais amplo.

Conceituando o ato de planejar

De acordo com Luckesi (1990), esse planejamento, que se localiza em uma


vertente crítica e que é também um ato político, no sentido amplo da palavra
crítica, terá que ser dinâmico, logo, está relacionado sempre à tomada de
decisões constantes.
Os planejamentos escolares acompanham as discussões educacionais mais
amplas e assumem, de acordo com determinada perspectiva pedagógica,
determinadas características. Isso acontece porque se alinham às perspectivas
existentes conforme cada contexto sócio-histórico, ao longo da história da
educação escolar. Fundamentados em um formato prescritivo e instrumental,
atualmente, precisam articular dimensões técnicas, político-sociais, coletivas e
críticas. No entanto, é importante ressaltar que as discussões e pesquisas sobre
planejamento não são, de forma alguma, hegemônicas, havendo retrocessos,
avanços de enfoques e preocupações.

Vasconcellos (2000) nos ajuda a pensar nesse planejamento, que deve ser
compreendido como um instrumento capaz de intervir em uma situação real para
transformá-la. É uma mediação teórico-metodológica para uma ação intencional,
que tem como objetivo fazer algo acontecer. Para isso, é importante e necessário
estabelecer, além de condições materiais, uma disposição interior, buscando
prever o desenvolvimento da ação desejada no tempo e no espaço. Caso o
planejamento não seja formulado, ocorrerá o trabalho a partir de improvisações
e sob pressão.

Vasconcellos dá ao planejamento significados de intervenção e reflexão sobre a


ação. Desse modo, segundo o autor, pode-se intervir na realidade, permitindo
que o planejamento assuma uma importância de conscientização e
transformação, sendo capaz de promover mudanças nas relações de ensino-
aprendizagem.

Conhecendo as mudanças ocorridas no campo da didática — que é responsável


por estudar os processos de aprendizagem e ensino, portanto, a ciência da
educação que, a priori, pensa e pesquisa sobre os planejamentos escolares —,
podemos conhecer o contexto de mudanças que modificou a forma de pensar
também os planejamentos.

Refletindo sobre a história do planejamento

A década de 1980 teve como característica uma significativa ampliação da


produção acadêmica. Essa produção foi marcada por pedagogias contra-
hegemônicas, ou seja, voltadas para uma educação com possibilidades
emancipatórias e de transformação da sociedade. Podemos dizer, então,
que a produção da didática nos anos de 1980 viveu uma renovação que
resultou de mudanças que atravessaram os campos educacional e social
nesse período. Uma série de encontros decorrentes do movimento dos
educadores propiciou sua problematização, tecendo progressivamente
mudanças paradigmáticas na área (CRUZ; ANDRE, 2014).
Desde então, as reformas educativas avançaram para uma reorganização
institucional e descentralização da gestão administrativa, financeira e
pedagógica, com um fortalecimento da autonomia das escolas. A política de
municipalização da educação levou à efetivação de vários programas federais,
como a merenda escolar e o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). A
eleição de diretores e a criação de conselhos escolares também constaram da
pauta das reformas educativas, como medidas plausíveis no que concerne à
autonomia administrativa dos sistemas públicos de ensino no país.

Como marco dessa fase, apontamos o desafio proposto por Vera Candau: a
superação de uma didática exclusivamente instrumental. A autora apresentou a
construção de uma didática fundamental, que estaria articulada à problemática
da educação na sociedade. Essa proposta representou um amplo movimento de
reação à didática marcada pela ideia de neutralidade.

Para a didática fundamental, no centro do processo de aprender-ensinar estão


as dimensões técnica, política e humana, contextualizadas pelas práticas
pedagógicas, o que possibilita a reflexão didática a partir da análise de
experiências concretas, exercitando, assim, a relação teoria-prática de forma
horizontalizada. A didática fundamental está preocupada com as interações
internas do contexto escolar, de modo que seus resultados sejam uma educação
inclusiva e democrática.

Diante desse cenário, compreendemos ser necessário pensar as concepções de


planejamento, planos de curso e projetos políticos-pedagógicos na mesma linha
proposta por Candau, como agenda e proposta de trabalho para o cotidiano que
nos atravessa. Em outras palavras, precisamos avançar, pensando em como
será planejar os movimentos e percursos da e na escola, incorporando novas
questões, como as relativas à subjetividade, à diferença, à construção de
identidades, à diversidade cultural, à relação saber-poder, às questões étnicas,
de gênero e sexualidade etc., “destacando visões mais ricas, complexas e
abrangentes das relações entre cultura, conhecimento e poder.” (CANDAU,
2000, p.3)

Por que planejar é um ato importante para a docência?

Teoria e prática devem se encontrar

O processo de planejamento do ensino tem sido objeto de constantes


indagações quanto à sua validade como efetivo instrumento de melhoria
qualitativa do trabalho do professor.

Ao falarmos em planejamento de ensino, pensamos logo em uma perspectiva


fragmentária e desarticulada do todo social, e isso tem gerado a concepção de
que o planejamento é incapaz de dinamizar e facilitar o trabalho didático. No
entanto, o planejamento não pode estar distante da realidade social,
constituindo-se meramente de uma ação mecânica e burocrática, que pouco
contribui para elevar a qualidade da ação pedagógica desenvolvida no âmbito
escolar.
Nesse sentido, é necessário que os planejamentos sejam elaborados a partir de
conhecimentos já existentes e, ao mesmo tempo, contribuam para a produção
de novos conhecimentos. Isso significa trabalhar a partir de um processo de
escuta e de reflexão permanentes, buscando conhecer outros pontos de vista
(HOFFMANN, 1993). Significa, então, desenvolver atividades que despertem a
curiosidade e o processo de investigação da realidade.

Essa relação é uma condição necessária para que diferentes conhecimentos e


realidades de vida circulem no espaço da sala de aula. O resultado dessa relação
dialética será uma educação com vistas a processos mais emancipatórios. Sob
essa perspectiva, podemos concluir que planejar tem uma ação pedagógica
fundamental para que a relação de ensino-aprendizagem possa ser
estabelecida, superando sua concepção mecânica e burocrática, que relaciona
o trabalho do professor a uma mera reprodução automática e cumpridora da sua
relação trabalhista.

É necessário, então, superar essa dimensão puramente técnica do


planejamento, organizando-o como um processo que integra os conhecimentos
e o contexto social, permitindo que este se efetive de uma forma crítica e
transformadora.

Conforme temos visto, o planejamento escolar é uma atividade que ajuda o


professor na tomada de decisões em relação às situações de ensino e
aprendizagem, tendo em vista alcançar os melhores resultados possíveis.
Objetivos e tarefas da escola democrática

A primeira condição para o planejamento é a convicção segura sobre a direção


que queremos dar ao processo educativo na nossa sociedade, ou seja, que
papel destacamos para a escola na formação dos nossos alunos. As tarefas da
escola democrática estão ligadas às necessidades de desenvolvimento cultural
do povo.

A escola democrática é aquela que possibilita a todas as crianças a assimilação


de conhecimentos científicos e o desenvolvimento de suas capacidades
intelectuais, de modo a estarem preparadas para participar ativamente da vida
social (na profissão, na política, na cultura etc.).
Exigências dos planos e programas oficiais

A educação escolar é direito de todos como condição de acesso ao trabalho, à


cidadania e à cultura. É dever dos governos garantir o ensino básico a todos,
traçando uma política educacional, provendo recursos financeiros e materiais
para o funcionamento do sistema escolar, de modo a assegurar o direito de
todos, crianças e jovens, receberem um ensino de qualidade e socialmente
referenciado.

Condições prévias para a aprendizagem

O planejamento escolar está condicionado pelo nível de preparo em que os


alunos se encontram em relação às tarefas da aprendizagem. Os conteúdos de
ensino precisam ser transformados em instrumentos teóricos e práticos para a
vida prática. Conhecer seus estudantes (suas experiências, seus conhecimentos
anteriores, suas habilidades e seus hábitos de estudo, seu nível de
desenvolvimento) é indispensável para a introdução de novos conhecimentos e,
portanto, para o êxito de ação que se planeja.

Princípios e condições de transmissão/assimilação ativa

O planejamento deve estar de acordo com as formas de desenvolvimento do


trabalho em sala de aula. Uma parte importante de qualquer plano é a indicação
do que os alunos farão para se envolverem na atividade docente e do que o
professor fará para dirigir a atividade em classe.

Após aprender sobre os requisitos desenvolvidos por Libâneo (1994) para a


elaboração de um planejamento, podemos ampliar nossa concepção do que
seria planejar numa visão alinhada aos contextos socioculturais. Assim, esse
planejamento poderá se transformar em um potente aliado das lutas cotidianas
contra a invisibilização de todas as culturas não hegemônicas.

A pergunta que devemos nos fazer, então, é:


Para isso, devemos trabalhar com a perspectiva de que o planejamento não
pode ser um mero instrumento burocrático ou uma camisa de força que aprisiona
professores e estudantes, impossibilitando a escuta e a construção de
aprendizagens que fazem parte da vida cotidiana e da cultura de todos os
sujeitos envolvidos no processo de aprender e ensinar.

No próximo módulo, veremos métodos e técnicas de planejamento de ensino e


de planejamento de aula, buscando pensá-los a partir de uma perspectiva crítica,
além de analisarmos a possibilidade de planejar o ano letivo a partir de projetos
de trabalho.

Vem que eu te explico!

Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você


acabou de estudar.

Módulo 1 - Por que planejar é um ato importante?

Módulo 1 - Planejamento no cotidiano

Módulo 1 - Diferentes concepções do processo de planejamento

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?


Questão 1

O planejamento educacional pode ser dividido em três fases. Podemos afirmar que a
segunda fase, de caráter técnico-instrumental, é aquela que
Questão 2

Para intervir e transformar a realidade segundo a perspectiva crítica da educação, o


planejamento passa a ser um instrumento de
2 - Planejamento de ensino, aula e projetos

Ao final deste módulo, você será capaz de definir planejamento de ensino,


planejamento de aula e planejamento por projetos.

Vamos praticar: planos

No módulo anterior, vimos que a finalidade de um planejamento é permitir que


se pense previamente no que se quer e no que se pode fazer, em função do
estudante com que se trabalha e da sociedade em que se vive e se quer viver.
Segundo Zanon e Althaus (2010), planejar exige o domínio de conhecimentos
sobre os níveis que compõem o processo de planejamento, o que significa
conhecer os fundamentos dos diferentes tipos de planejamentos.

Os planos

Libâneo (1994) aponta que há planos em, pelo menos, três níveis: o plano da
escola, o plano de ensino e o plano de aula.

Plano de escola

O plano da escola é um documento mais global que expressa orientações gerais


sobre o projeto político-pedagógico da escola e com os planos de ensino.

Plano de ensino

O plano de ensino ou plano de curso é organizado como uma previsão dos


objetivos e das tarefas do trabalho docente para um semestre ou um ano.

Plano de aula

O plano de aula é a previsão do desenvolvimento do conteúdo para uma aula ou


um conjunto de aulas.

Neste módulo, vamos conhecer os planejamentos de ensino e os planos de aula,


buscando pensá-los a partir de uma perspectiva crítica, além de analisar a
possibilidade de planejar o ano letivo a partir de projetos de trabalho. É
importante iniciar explicitando que, como visto no módulo anterior, a técnica não
assegura, por si só, o bom andamento do processo de ensino ou uma educação
de qualidade.
Por isso, é importante termos em mente que um planejamento que fique apenas
no papel nada significa, ele precisa se concretizar por meio de ações reais.
Portanto, é fundamental conhecer a realidade social e cultural dos estudantes,
entendendo que o planejamento é uma história que será construída
conjuntamente. Para isso, é necessário buscar relacionar os conhecimentos já
adquiridos por esses estudantes.

Antes de entramos no próximo tópico, é importante ressaltar que qualquer


planejamento se constitui de três fases, que estão imbricadas. No primeiro
momento, vamos elaborar, ou seja, confeccionar o planejamento. Depois, temos
o momento de executar, colocando em prática aquilo que foi proposto e, por
último, vamos avaliar, revisando os momentos e as ações.

A fim de elaborar o planejamento, precisamos considerar as seguintes questões:

 O quê?
Conteúdo de cada área do conhecimento.

 Como?
Metodologias de ensino e práticas avaliativas.
 Por quê?
O direito à apropriação do conhecimento produzido historicamente.
 Para quê?
A socialização e apropriação dos conteúdos constituem um compromisso com a
emancipação das camadas populares.
 Para quem?
Sujeito histórico-social construído nas determinações das relações de classe.
Plano de ensino X Plano de aula

Neste vídeo, o professor Caio Carvalho mostra um plano de aula e explica a


importância de cada item do documento.

Planejamento de curso: a técnica pode nos ajudar a construir um


planejamento crítico

Plano de curso
O plano de curso — ou plano de ensino, como nos apresenta Libâneo (1994) —
é um instrumento de trabalho que possui o objetivo de referenciar os conteúdos,
as metodologias, os procedimentos e as técnicas a serem utilizadas no processo
de ensino-aprendizagem concernente às unidades escolares, sejam estas de
ensino fundamental e médio, instituições de ensino superior e cursos técnicos
de qualquer nível.

A elaboração do plano pode ocorrer de forma individual ou coletiva. Pensar


coletivamente é sempre mais enriquecedor, você não acha? Caso o
planejamento ocorra de forma coletiva, atenderemos a características mais
interdisciplinares e contextualizadas. A construção coletiva de um planejamento
pode potencializar debates voltados para a melhoria do processo de ensino e
aprendizagem.

Segundo Libâneo (1994), o plano de curso precisa conter, no mínimo, as


seguintes orientações:
A seguir, discutiremos cada item do planejamento de ensino.

Itens essenciais em um plano de curso

Justificativa da disciplina em relação aos objetivos da escola


Esse tópico do plano de ensino deve responder a uma pergunta: “para que serve
este conteúdo?”.

Podemos iniciar com considerações sobre as funções sociais e pedagógicas da


e na escola, trazendo os conteúdos básicos da disciplina sempre tendo em vista
a sua relevância social, política, profissional e cultural. Podemos resumir a
justificativa de uma disciplina a três questões básicas do processo pedagógico
de ensinar e aprender: por que, para que e como.

Objetivos
Os objetivos são divididos em duas categorias: gerais e específicos. Os objetivos
gerais são as grandes metas a perseguir, que se concretizam por meio de
objetivos mais específicos.

Objetivos gerais
Para a definição de objetivos gerais, é recomendado o uso de verbos com
significado abrangente. Deve englobar a totalidade do problema, definindo de
forma clara o que se pretende no final do projeto.

Trazemos aqui alguns verbos usados como objetivos gerais:


Uma boa forma de pensar e abordar a construção de objetivos é refletir sobre a
Taxonomia de Bloom, que define os níveis de compreensão propostos por um
objetivo. No Explore + você poderá conferir a indicação de um artigo sobre essa
questão.

Objetivos específicos
Para a definição de objetivos específicos, é recomendado o uso de verbos com
significado mais restrito e direcionado. Os objetivos específicos contribuem para
a concretização do objetivo geral, pormenorizando-o. Estão relacionados com as
áreas específicas nas quais se desenvolvem.

Trazemos aqui uma lista de verbos usados como objetivos específicos:

Verbos usados para indicar análise


Analisar, investigar, comprovar, classificar, comparar, contrastar, diferenciar,
distinguir.

Verbos usados para indicar avaliação


Avaliar, pesquisar, selecionar, precisar, decidir, estimar, medir, validar.

Verbos usados para indicar compreensão


Concluir, inferir, deduzir, interpretar, determinar, descrever, ilustrar.

Verbos usados para indicar conhecimento


Registrar, definir, identificar, nomear, especificar, exemplificar, enumerar, citar.

Verbos usados para indicar síntese


Esquematizar, organizar, constituir, estruturar, generalizar, documentar,
desenvolver.

Verbos usados para indicar aplicação


Aplicar, praticar, empregar, operar, usar.
Conteúdos
Segundo Libâneo (1994), o programa ou a organização de conteúdos para o ano
pode ser dividido em unidades didáticas, que são temas inter-relacionados que
compõem o planejamento para um ano ou um semestre de escolaridade. Cada
unidade didática contém um tema central do programa, detalhado em tópicos.

Você pode fazer uma primeira versão e modificar como se fosse montar uma
segunda versão. Isso é necessário porque, conforme as aulas começam, você
conhecerá, de fato, seus alunos e terá de adaptar o que pensou à realidade do
que sabem e desejam.

Tempo provável
Trata-se da estimativa do tempo utilizado em cada unidade didática.

Desenvolvimento metodológico
O desenvolvimento metodológico é o componente do plano de ensino, a linha de
trabalho que será desempenhada para que aconteça o conhecimento. Indica o
que o professor e os alunos farão no desenrolar de uma aula ou de um conjunto
de aulas. É a construção do planejamento, de como e quais recursos serão
utilizados para o alcance dos objetivos propostos.

Para isso, é necessário verificar os objetivos e os conteúdos, pois eles


determinarão os métodos e os procedimentos, bem como os recursos de ensino.

Avaliação

De acordo com os estudos de Bloom (1993), a avaliação do processo ensino-


aprendizagem apresenta três tipos de funções: diagnóstica, formativa e
somativa.

Avaliação diagnóstica
A avaliação diagnóstica é adequada para o início do período letivo, permitindo
que o professor conheça a realidade em que o processo de ensino-
aprendizagem acontecerá. Nesse caso, o principal objetivo é verificar o
conhecimento prévio de cada estudante.

Avaliação formativa

A avaliação formativa deve ser realizada durante todo o período letivo, com o
intuito de verificar se os estudantes estão alcançando os objetivos propostos
anteriormente.

Essa forma de avaliar fornece informações importantes que permitem que o


trabalho do professor seja mais individualizado e focado nas questões
específicas de cada estudante. Trata-se de uma avaliação interativa, centrada
nos processos de feedback, regulação, autoavaliação e autorregulação das
aprendizagens (FERNANDES, 2006).

Avaliação somativa

A avaliação somativa tem como função básica a classificação dos alunos: é


realizada ao final de um curso ou de uma unidade de ensino e classifica os
estudantes de acordo com os níveis de aproveitamento previamente
estabelecidos. Essa avaliação pretende determinar níveis de rendimentos
“decidindo” se houve ou não êxito em relação ao aprendizado ao final de uma
etapa. Sua finalidade é a classificação e a promoção ou retenção dos alunos.

Essas três funções da avaliação devem ser vinculadas ou conjugadas para


garantir a eficiência e a eficácia do sistema de avaliação, tendo como resultado
final a excelência do processo de ensino-aprendizagem.

É importante lembrar que o plano de curso é um instrumento flexível, uma vez


que, no decorrer do ano letivo ou do semestre planejado, de acordo com o
surgimento de novas situações, estas poderão ser inseridas e registradas.

Vejamos, agora, o modelo de plano de curso montado a partir da proposta de


Libâneo (1994).

Planejamento de aula

Plano de aula
De acordo com Libâneo (1994, p. 225), “o planejamento escolar é uma tarefa
docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos de
organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua
revisão e adequação no decorrer do processo de ensino”. O plano de aula é um
documento elaborado pelo professor que define o tema da aula, seus objetivos,
o que exatamente será trabalhado, a metodologia a ser utilizada e como será
feita a avaliação do processo.

Um plano de aula precisa ter:

• Clareza e objetividade.

• Conhecimento dos recursos disponíveis na escola.

• Noção do conhecimento que os alunos já possuem sobre o conteúdo


abordado.

• Articulação entre a teoria e a prática.

• Utilização de metodologias diversificadas, inovadoras e que auxiliem no


processo de ensino-aprendizagem.

• Sistematização das atividades com o tempo.

• Flexibilidade diante de situações imprevistas.

• Realização de pesquisas buscando diferentes referências, como revistas,


jornais, filmes, entre outros.

• Elaboração de aulas de acordo com a realidade sociocultural dos


estudantes.

Passos necessários para elaborar um plano de aula

• Antes de começar a redigir o plano de aula, o professor deve


consultar o seu plano de curso.

• Em seguida, deverá listar que conteúdos irá abordar e para quem


esses conteúdos estão direcionados, porque o que funciona para
determinada turma pode não funcionar para outra.

• Durante essa reflexão, o professor deve considerar as questões


culturais, econômicas, físicas e sociais da sua turma.
• Em seguida, haverá a escolha do tema da aula, sempre com base no
plano de ensino. O tema é a definição da sua aula.

• Uma vez definido o tema, deve definir os objetivos a serem


alcançados e os conteúdos a serem abordados.

• A seguir, decida a duração da aula, que não precisa estar limitada a


uma aula apenas. A maioria dos temas necessita de mais de uma
aula para serem trabalhados.

• O próximo passo é a escolha ou seleção dos recursos didáticos, que


são os materiais de apoio que irão auxiliar o professor, facilitando o
desenvolvimento da aula.

• Agora, chegou a hora da escolha da metodologia ou das


metodologias que serão utilizadas. Por fim, a escolha dos processos
avaliativos.

Você terá acesso a um modelo de planejamento de aula utilizado pela Secretaria


Municipal de Educação do Rio de Janeiro.
Planejamento por projetos

Pressupostos
É importante iniciar esta seção explicitando que aqueles que buscam apenas
conhecer os procedimentos, os métodos para desenvolver projetos, acabam se
frustrando, pois não existe um modelo ideal pronto e acabado que dê conta da
complexidade que envolve a realidade de sala de aula, do contexto escolar.
Para isso, é necessário conhecer o modo de vida dos alunos, reconhecendo que
há diversos contextos culturais e conhecimentos que circulam no mundo e que
precisam ser visibilizados. Nesse sentido, precisamos compreender que o
planejamento pode ser concebido de outra forma, construído mais
coletivamente, junto com os estudantes.

O que é o trabalho com projetos?

Pedagogia por projetos não é algo efetivamente novo no campo da educação. A


crítica a uma escola baseada na transmissão de conteúdos estava presente nas
críticas elaboradas por John Dewey (1859-1952). A ideia é a de que o homem é
um sujeito complexo, que está sempre em processo de relação e transformação
da natureza.
No Brasil, o principal nome a introduzir esse debate é Anísio Teixeira. Presente
nos debates da Escola Nova, na década de 1930, criou escolas-modelos,
estruturou a pedagogia de forma que pudesse ser implementada e medida.

Para que seja claro, a ideia é de que o principal sujeito da aprendizagem é o


aluno, e é para ele que deve estar direcionada a relação entre ensino-
aprendizagem. Com isso, ele precisa conhecer os projetos, os direcionamentos
a serem estabelecidos, os fins a serem alcançados. A ideia é que o aluno possa,
ao ser reconhecido como ser criativo, estar envolvido no projeto e efetivamente
vivenciar a educação.

O desenvolvimento do trabalho pedagógico por projetos, também chamado de


projetos de trabalho ou pedagogia de projetos, é outra forma de organizar os
saberes escolares, em que o planejamento de ensino se relaciona com o papel
do estudante como responsável por sua própria aprendizagem. Além disso,
prende-se a uma concepção de escolaridade que dá importância à aquisição de
estratégias cognitivas de ordem superior (habilidades intelectuais) e ao papel do
estudante como responsável por sua própria aprendizagem.

Planejar o trabalho por meio de projetos leva necessariamente a uma


reorganização de todo o espaço e tempo escolares.
O projeto, portanto, é uma forma de organizar a atividade de ensino e
aprendizagem ou os conhecimentos escolares, adotando como aspecto
essencial a aprendizagem significativa.

A função de um projeto seria a de possibilitar o favorecimento de criação de


estratégias para outra organização dos conhecimentos escolares, em relação
aos diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses, facilitando para
todos os envolvidos a transformação do que seria informação em um
conhecimento significativo. Um bom caminho para complementarmos essa
informação é dizer que o projeto pode dar um sentido mais ampliado às práticas
escolares, já que, dessa forma, a relação com os conteúdos e com as disciplinas
escolares pode ficar bem mais coesa, evitando-se a fragmentação. Além disso,
o projeto torna os estudantes corresponsáveis pela própria aprendizagem. O
professor sai do lugar daquele que apenas transmite conteúdos e, junto com os
seus alunos, torna-se pesquisador.

Ações importantes em um projeto didático

Todo projeto é definido pela escolha do tema que será trabalhado. Esse tema
pode ter origem nas experiências dos estudantes, em uma informação recolhida
em outro projeto, em uma experiência que se originou em um fato da atualidade,
ou ainda em um tema proposto pelo professor.
Após a escolha do tema do projeto, serão levantadas hipóteses sobre o objeto
escolhido e sobre quais perguntas deverão ser respondidas para que isso
aconteça.

Enquanto isso, o professor deve enumerar os objetivos que espera atingir com
o tema proposto e listar os conteúdos que podem ser trabalhados a partir do
tema escolhido. Desse modo, é importante:

• Saber o que as crianças conhecem e desconhecem sobre o tema e o


conteúdo que será trabalhado.

• Construir um cronograma com o tempo de cada atividade, de forma que


você possa ter uma ideia do tempo estimado para o desenvolvimento do
projeto.

• Selecionar previamente os recursos e materiais que serão usados.

• Organizar momentos para trabalhos individuais, em duplas, trios ou


mesmo em grupos maiores.

• Pensar antecipadamente no produto final do trabalho, de forma que possa


ser construído durante todas as etapas do trabalho.

• Escolher um produto final forte para dar visibilidade aos processos de


aprendizagem e aos conteúdos aprendidos.

• Prever os critérios de avaliação e registrar a participação de cada um ao


longo do trabalho.

Esse trabalho docente ocorre em paralelo à construção que os estudantes farão


de um índice, no qual especificam os aspectos que serão trabalhados no projeto
e realizam a tarefa de busca de procedimentos que ajudem na recolha das
informações. Várias são as opções: visitas a museus, vídeos sobre o assunto,
excursões, convite a um palestrante, entre outras.
É importante também que os estudantes conheçam os diferentes procedimentos
de uma pesquisa, como a classificação, a representação, a síntese, a
visualização etc. Devemos também estabelecer relações de causa e efeito e
novas perguntas.

Aqui, é importante voltarmos a um dos pressupostos indicados acima que nos


diz que aqueles que buscam apenas conhecer os procedimentos e os métodos
para desenvolver projetos acabam se frustrando, pois não existe um modelo
ideal pronto e acabado que dê conta da complexidade que envolve a realidade
de sala de aula, do contexto escolar. Então, precisamos considerar que há uma
concepção de educação que está em jogo, e não um modelo a seguir.

É importante que, nesse processo, professores e estudantes entendam que eles


podem (re)planejar, (re)elaborar, (re)produzir, criar outras hipóteses, mudar
percursos, alterar rotas e processos, pois “um projeto não está/é engessado”
(NOGUEIRA, 2008, p. 86).

Papel do professor no processo de desenvolvimento do projeto

De acordo com Hernández e Ventura (1998), no processo de desenvolvimento


de um projeto, o professor deverá especificar o fio condutor que permitirá que o
projeto vá além dos aspectos informativos, saindo do lugar do conhecimento que
deve ser aplicado. Nesse sentido, ele deve realizar uma primeira previsão dos
conteúdos e das atividades, bem como encontrar algumas fontes de informação
para iniciar e desenvolver o projeto.

Para realizar um trabalho com qualidade e dar o suporte necessário aos alunos,
o professor deve estudar e se atualizar em torno do tema do projeto,
contrastando as suas informações com outras fontes que os estudantes
apresentem. Nesse processo, também é papel do professor criar um clima de
envolvimento e de interesse, no grupo e em cada pessoa, sobre o que se está
trabalhando. Por fim, o professor deve fazer uma previsão dos recursos
necessários.

Podemos resumir o papel do professor nos seguintes itens:

• Especificar o fio condutor do projeto.

• Prever os conteúdos e as atividades iniciais do projeto.

• Buscar fontes de informação para o início das pesquisas.

• Estudar e se atualizar em torno do tema do projeto.

• Contrastar as suas informações com as fontes trazidas pelos estudantes.

• Estimular o envolvimento dos estudantes com o tema trabalhado.

• Prever os recursos necessários para a realização do projeto.

O que está posto no trabalho com projetos

É importante estarmos conscientes das possibilidades que o trabalho com


projetos oferece aos atores envolvidos. Desse modo, será possível estimular os
estudantes em cada uma delas ao longo do desenvolvimento do projeto.
Vejamos:

• Desenvolvimento de autoria.
• Realização de descobertas.
• Aprendizado na prática.
• Possibilidade de contextualização dos conceitos.
• Elaboração de questões para investigação.
• Desenvolvimento de relações interpessoais e subjetivas dos sujeitos.

Nesse processo, é necessário que o professor tenha abertura e flexibilidade para


relativizar a sua prática e as estratégias pedagógicas, com vistas a propiciar ao
aluno a reconstrução do conhecimento.
O compromisso educacional do professor é justamente saber o que, como,
quando e por que desenvolver determinadas ações pedagógicas. Para isso, é
fundamental conhecer o processo de aprendizagem do aluno e ter clareza da
sua intencionalidade pedagógica.

Vem que eu te explico!

Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você


acabou de estudar.

Módulo 2 - Planejamento de curso

Módulo 2 - Planejamento de aula

Módulo 2 - O que é o trabalho com projetos?

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?


Questão 1

Segundo os estudos de Bloom (1993), a avaliação do processo de ensino-


aprendizagem apresenta três tipos de funções: diagnóstica, formativa e
somativa. Sobre a função formativa, podemos afirmar que
Questão 2

Sabemos que o plano de aula é um documento fundamental elaborado pelo


professor. Nesse contexto, o primeiro passo do professor antes de começar a
redigir o plano de aula deve ser
3 - Planejamento e avaliação: os desafios na retomada pós-pandemia

Ao final deste módulo, você será capaz de exemplificar o papel do planejamento


integrado a partir do contexto pós-pandemia de covid-19.

A educação em tempos de pandemia

Desde o início da pandemia em 2020, o processo educacional enfrenta desafios.


Com o ensino remoto, a falta de equipamentos, tais como computador e
impressora, e o escasso acesso à internet agravaram o acesso à educação,
ampliando a desigualdade cultural. Muitas famílias se desestruturaram não
somente por conta do declínio social e do padrão econômico, mas também
emocionalmente, em razão da perda de entes queridos.

Esses fatores agravaram a condição emocional das crianças que perderam avós
e/ou familiares com os quais tinham um convívio muito próximo de uma forma
repentina, gerando um afastamento muito bruto e inesperado, em virtude do
contexto pandêmico. Outro agravante a ser considerado foi o afastamento do
convívio social com amigos e familiares. Ainda, a partir do processo de
isolamento, parques e áreas de lazer precisaram ser fechadas por conta da
contaminação.

Segundo dados do Instituto Alicerce (2022), a pandemia da covid-19 trouxe


reflexos negativos à educação:

Evasão escolar

De acordo com a pesquisa C6 Bank/DataFolha, 4 milhões de estudantes


brasileiros, com idades entre 6 e 34 anos, abandonaram os estudos em 2020:
no ensino superior, 16,3%; no médio, 10,8%; no ensino fundamental, 4,6%. Entre
as principais causas para o abandono escolar, está a questão socioeconômica,
considerando que os estudantes das classes sociais mais baixas lideraram os
índices de evasão (classes A e B: 6,9%; classes D e E: 10,6%).
Falta de acesso à internet

Em virtude da pandemia, quase todas as instituições educacionais optaram por


aulas on-line, o que contribuiu para que muitas crianças e jovens ficassem sem
aulas no último ano, já que 47 milhões de pessoas não têm acesso à internet,
segundo estudo do Comitê Gestor da Internet no Brasil. De acordo com a Unicef,
entre os estados brasileiros que adotaram o ensino remoto, apenas 15%
distribuíram dispositivos aos alunos e menos de 10% subsidiaram o acesso à
internet. Como consequência, 3,7 milhões de estudantes matriculados não
tiveram acesso a atividades escolares e não conseguiram estudar em casa.
Esses reflexos já podem ser vistos nas primeiras avaliações diagnósticas de
desempenho dos estudantes. Os números mostram que a pandemia provocou
um grande estrago na aprendizagem escolar.

Planejamento integrado para a ação no pós-pandemia

Como reverter esse cenário? Essa é a grande pergunta realizada pelo Instituto
Alicerce (2022). Os dados apresentados comprovam que a pandemia acelerou
os problemas e acentuou as desigualdades sociais existentes em nosso país.
Diante disso, é essencial agir rápido, indo atrás de cada criança e cada
adolescente que teve seu direito à educação negado.

Confira o relato de Maria Helena Bimbatti Moreira: “Assisto meninos e meninas


com dificuldade de conviver, com dificuldade de interagir educadamente, muitos
com sintomas de ansiedade e com medo do enfrentamento da escola presencial,
já que muitos não conseguiram executar suas atividades on-line e agora notam
o seu grau de dificuldade perante a turma. Essa conscientização ocorre
principalmente para meninos e meninas do ensino fundamental II, que passaram
do 4º ano para o 7º ano e enfrentaram um degrau já dificultoso de transição entre
os níveis, com a diferença de vários professores e conteúdos, e agora precisam
encarar a dura realidade da retomada. Em Ribeirão Preto/SP, a prefeitura
municipal ofereceu apoios complementares como: segundo professor em sala
de aula; projeto de recuperação continua; recuperação paralela no contraturno e
aumento da carga horária, inserindo uma aula a mais na grade todos os dias”.

Vamos pensar juntos novas ações e propostas de enfrentamento?

Por exemplo, a construção de um planejamento estruturado de forma integrada,


em que a equipe pedagógica elabora reuniões prévias, busca relatos e
informações e realiza a montagem de estratégias que não estão fechadas, mas
que precisam ser reanalisadas.

Ainda, podemos mencionar a elaboração de práticas e avaliações diagnósticas


para perceber a situação de cada turma, a sinalização de alunos que precisam
de um maior suporte, as possibilidades de integração entre professores para até
mesmo “adaptar” o conteúdo previsto, visando dar suporte a cada situação.

Notem o ciclo:
 A equipe pedagógica reúne e entende a vivência dos professores.
 A equipe pedagógica elabora um plano de ação integrado com
professores visando perceber e investigar a situação dos alunos e das
famílias.
 Diante de resultados e necessidades, são separadas ações distintas para
atuar em problemas distintos: por exemplo, para alunos fragilizados
psicologicamente, práticas de ressocialização e adaptação aos novos
espaços, entre muitos outros possíveis. Para cada fragilidade, um plano
de ação com responsáveis, envolvidos, coleta e compartilhamento de
resultados.
• Então, a equipe pedagógica deve analisar os primeiros resultados e
detectar novas medidas, assim como proporcionar ações de clima.

Planejamento: praticando

O professor Rodrigo Rainha fala sobre os desafios do planejamento em tempos


de pandemia.

Planejar e avaliar no mundo pós-pandêmico

Vamos a outro relato:

“Talvez nunca antes na história deste país a escola tenha sido tão impulsionada
a repensar a forma como avalia os estudantes”, afirma Adriana Tárcia de Souza
Oliveira, que é professora de filosofia e de projeto de vida da Escola Estadual
Maria do Carmo Viana dos Anjos, em Macapá (AP) (VICHESSI, 2021, n. p.).

Constata-se a necessidade de ressignificar como o planejamento leva à


avaliação, vencendo as já bastante criticadas práticas tradicionais que podem
ganhar ares de violência e dor. Qualificar, nesse momento, no sentido de
hierarquizar pode ter consequências muito duras. Segundo a professora, essa
questão tem feito os educadores repensarem a prática avaliativa.

O que avaliar também foi posto em xeque e por que avaliar é outra questão que
desde o ano passado vem à tona cada vez mais. O Conselho Nacional de
Educação (CNE) recomendou a aprovação escolar automática do ano letivo de
2020 para o de 2021 — mesmo para aqueles que não aprenderam o esperado.
Evidentemente, não existem respostas simples para como, o que e por que
avaliar na pandemia, tudo depende do contexto. Contudo, o momento pós-
pandemia é um indutor excelente de reflexão: abre espaço para rever as práticas
avaliativas e planejar as que serão usadas, assim como abre oportunidade para
repensar os objetivos a serem alcançados com elas.

Diante desse processo, é importante considerar que a avaliação na atualidade


não está em busca da simples aquisição de conteúdos, mas, sim, do
desenvolvimento de habilidades e competências. Por isso, é preciso investir em
instrumentos que mobilizem as habilidades e em processos que avaliem o dia a
dia das aulas e permitam monitorar a compreensão dos alunos. O ponto principal
é não padronizar, lançando mão da prova tradicional.

É preciso compreender que avaliar implica observar e buscar evidências em


relação à aprendizagem, além de ter tudo isso alicerçado em critérios-chave do
que se espera que os alunos entreguem e em boas devolutivas para eles.

O mais importante é engajar e motivar os alunos a participarem, só assim o


professor conseguirá elencar suas necessidades e mediar o processo formativo.

A grande sacada do processo avaliativo na atualidade é a motivação do


aluno, compreender o que ele sabe para posteriormente lançar desafios
estimuladores que favoreçam novos conhecimentos e promovam novas etapas
de aprendizagem. Curiosamente, não falamos mais de avaliação de forma
isolada, composta por provas ao longo do bimestre, para fins quantitativos;
falamos de um processo avaliativo composto por várias atividades, no mínimo
três instrumentos, que favoreçam a compreensão do percurso de aprendizagem
do aluno.

É imprescindível diagnosticar a verdadeira situação educacional da sala de aula


e ter coragem pedagógica para assumir essa verdade. Isso implica em
compromisso com a qualidade do trabalho docente e, consequentemente, da
acolhida aos alunos, especialmente os mais fragilizados, por meio do
planejamento de ações de retomada do ensino presencial.

Fazer para acontecer

A atualidade escolar reflete especialmente o retorno de meninos e meninas às


atividades escolares, já que foram subtraídos de seu principal espaço de fomento
ao conhecimento: a escola. Nesse movimento, e tão importante quanto, localiza-
se o professor no processo de mediação dentro do ambiente escolar, em um
papel totalmente diferente do que assumira no ensino remoto. Novamente, as
interações acontecem em locus, o que é altamente significativo para o universo
estudantil.
Nesse sentido, pode-se dizer que a aprendizagem ativa reforça o protagonismo
do educando, uma vez que na base piramidal há a clara indicação de diálogos,
conversas, análises, debates, práticas e ensino como pontos muito fortes no
processo de aprendizagem.

Para que o aluno aprenda, é importante que ele queira, ou seja, que ele esteja
motivado. Isso pode ser feito por meio de atividades desafiadoras, pois assim o
aluno sentirá o desejo de aprender. Para isso, o estudante deve ser respeitado
como um sujeito ativo. Um bom professor deve incentivar práticas educativas
que ativem o potencial dos alunos, visto que só assim o aluno deixará de ser
passivo e se tornará ativo em seu processo de aprendizagem.

Mediante os fatores expostos, compreende-se a relevância do uso das


metodologias ativas na relação ensino-aprendizagem, como forma de promover
a busca pelo conhecimento.

Confira o que afirma Santos sobre essas metodologias:


Perante o exposto, é altamente relevante pensarmos sobre novas possibilidades
de conduzir a prática pedagógica à luz das metodologias ativas.
Importante destacar que essas práticas visam desenvolver a autonomia dos
educandos por meio de diferentes estratégias metodológicas. Essas estratégias
gerem práticas inovadoras mediante novas modalidades de interação tanto entre
alunos (individualmente ou em grupos) quanto entre alunos e professores.

Com certeza, didáticas diferenciadas geram produções incríveis que podem


inclusive surpreender muito o professor e a turma, por serem atividades que
motivam os alunos e proporcionam maior interatividade, deixando-os em uma
condição mais ativa. Outro aspecto favorável é a descentralização do professor,
que atuará mais como mediador, já que fará menos aulas expositivas.

Temos, portanto, mudanças de paradigmas de ambos os lados: à medida que o


aluno ganha autonomia, o professor deve propor atividades desafiadoras e atuar
como mediador, descentralizando ações.

Vem que eu te explico!

Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você


acabou de estudar.

Módulo 3 - O planejamento escolar em um mundo pandêmico

Módulo 3 - O planejamento escolar e o pós-pandemia

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?


Questão 1

O planejamento de tempos de crise deve envolver todo o coletivo, mas é


fundamental entender de forma clara que o docente acaba sendo a ponta, pois
ele que vivencia a realidade do aluno. O professor, como adulto responsável pela
organização da sala de aula, deve
Questão 2

Diante da realidade da pandemia, vivenciamos um grande tempo distantes do


ambiente escolar, de qualquer atividade de ensino regular e, mais chocante,
longe das relações protetivas da escola. Um importante instrumento para o
professor lidar com a realidade pós-pandemia tem sido as avaliações
diagnósticas, cujo papel é
Considerações finais

Neste conteúdo, você deu seus primeiros passos para a elaboração de um bom
planejamento escolar. Para isso, foi necessário reconhecer a importância do
planejamento para o cotidiano escolar, bem como entender a diferença entre o
planejamento de curso, o planejamento de aula e o planejamento por projeto,
verificando a estrutura de cada um deles. No caso do planejamento por projetos,
identificamos as possibilidades que estão relacionadas a esse tipo de
experiência. Além disso, foi possível conhecer os tipos de avaliação, suas
especificidades e potencialidades.

Neste percurso, foi fundamental entender que, para fazer um bom planejamento,
há uma concepção de educação que está em jogo, e não um modelo a seguir.

Por fim, com foco nas práticas, tratamos dos desafios da sala de aula e do
cotidiano com o retorno às aulas pós-pandemia da covid-19. Tentamos integrar
os olhares entre as práticas docentes e caminhos que se mostram profícuos.

A fim de seguir avançando e aperfeiçoando a sua prática, dê continuidade a seus


estudos explorando os materiais indicados nas seções Referências e Explore +.
Outra forma importante de aprender é sempre dialogar com seus alunos e suas
alunas, colegas professores e professoras, e com todos aqueles envolvidos no
processo de ensino-aprendizagem. Pense nisso e bons estudos!

Podcast

No podcast a seguir veremos um breve resumo do tema.


Referências

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Pós PUC-PR Digital, 5 abr. 2021. Consultado na internet em: 2 maio 2022.

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somativa do aprendizado escolar. São Paulo: Pioneira, 1993.

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instrumentos metodológicos II. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1997.

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INSTITUTO ALICERCE. As principais consequências da pandemia na


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REGO, T. C. Vygotsky - uma perspectiva histórico-cultural da educação.


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VEIGA, I. P. A. Organização didática da aula: um projeto colaborativo de ação
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VEIGA-NETO, A. Planejamento e Avaliação Educacionais: Uma Análise


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ZANON, D. P.; ALTHAUS, M. T. M. Possibilidades didáticas do trabalho com


o seminário na aula universitária. In: Encontro de Pesquisa em Educação da
Região Sul–Anpedsul, 8., Londrina, PR, 2010. Anais [...]. Londrina, PR:
Anpedsul, 2010.

Explore +

Confira as indicações que separamos especialmente para você!

Para saber mais sobre Pedagogia de Projetos, assista aos vídeos do professor
Nilbo Nogueira.

Procure saber mais sobre o livro Planejamento: projeto de ensino-


aprendizagem e projeto político-pedagógico, de Celso dos Santos
Vasconcellos. Existem até animações baseadas nele.

Leia o texto Planejamento: a importância do plano de trabalho docente na


prática pedagógica, de Ana Aparecida Tormena. Nele, você terá a
oportunidade de relacionar o planejamento e o cotidiano escolar.

Leia o texto Tecer conhecimentos em rede, de Nilda Alves, no livro O sentido


da escola, de Nilda Alves e Regina Leite Garcia. A professora Nilda Alves faz
uma provocação fundamental para pensar o planejar, re-planejar e recriar os
processos de planejamento: o cotidano escolar é marcado pela relação entre a
educação cotidiana, presente fora da escola, e sua intermediação pelos
conhecimentos e trocas formais, produzidos pela escola, sem que nenhum
desses se manifestem de forma isolada.
Para construção de objetivos, é interessante que você conheça um pouco mais
sobre a Taxonomia de Bloom, por isso, vale a pena ler os textos:

• Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das


adequações do instrumento para definição de objetivos
instrucionais, de Ana Paula do Carmo Marcheti Ferraz e Renato Vairo
Belhot.

• O uso a Taxonomia de Bloom no Contexto da Avaliação por


Competência, de Ana Paula Salgado Beleza de Oliveira, Jose Nelcicleio
de Aguiar Pontes e Marcos Aurelio Marques.

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