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Cadeira: Empreendedorismo
Ano de Frequência: 4º
Tutor:
2. Contextualização .................................................................................................................... 2
3. Conclusão ............................................................................................................................... 9
4. Bibliografias ......................................................................................................................... 10
1. Introdução
O presente trabalho aborda sobre Empreendedorismo em Moçambique. Na verdade, o
empreendedorismo em Moçambique está em crescimento nos últimos anos. Há cada vez mais
jovens que começam um negócio e estão dispostos a percorrer este caminho incerto. O
crescimento e popularidade de empreendedores em Moçambique, têm forte influência no
aumento do número de instituições pública e privadas, associações, movimentos, pessoais e
profissionais que oferecem acções específicas de fortalecimento de empreendedores.
Actualmente, jovens e mulheres têm mais acesso à informações e recursos para começar e
expandir o negócio. É caso para se dizer, só não realiza o seu sonho empreendedor, está com a
lista de desculpas reduzida.
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2. Contextualização
2.1. Conceito de empreendedorismo
O Empreendedorismo é um tópico bastante abordado na literatura actual, despertando bastante
interesse em todo o mundo e aparece destacado como sendo o motor da economia (Kuratko,
2005). Para Hisrich et al (2005) o empreendedorismo é um processo dinâmico de criação de
riqueza incremental, resultante da tomada de riscos de um indivíduo, sendo que o produto ou
serviço criado pode ou não ser único, mas de alguma forma de elevado valor.
Aproximamos a ideia do surgimento deste termo através do economista francês JeanBatiste Say
onde o ele destaca que o empreendedor tinha um papel central no processo de desenvolvimento
económico. Na visão economicista o empreendedor é alguém que combina recursos, trabalho,
materiais e activos de forma a obter um valor superior. É alguém que introduz mudanças,
inovação e uma nova ordem. Por outro lado, ainda na origem do termo, vários economistas
clássicos destacavam os meios de produção de uma função de produção normal: terra, trabalho
e capital. Contundo, durante o feudalismo e surgimento do capitalismo o papel do
empreendedorismo através do agente empreendedor ganha destaque, salientando-se a sua
importância para as vantagens competitivas dos países, surgindo assim como um quarto factor
produtivo.
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trabalho criado tem sido mínimo e limitado aos sectores dominados por grandes investidores
internacionais (por exemplo, a indústria extractiva e os serviços financeiros).
Estas PME’s são afectadas por uma série de barreiras. As PME’s desempenham um papel
fundamental na redução da pobreza. Elas estão actualmente a contribuir para a redução da
pobreza através do crescimento da produção, criação de empregos e geração de renda acrescida
para a população de baixa renda. Dai a importância de compreender que mecanismos, políticas
acções que Moçambique tem conduzido no contexto do ambiente empresarial para a promoção
das PME´s.
Enquanto uns sugerem um impacto positivo, como é o caso de Reynolds et al. 1999, que
encontraram uma relação positiva entre a destruição criativa e o crescimento económico, outros
defendem que a actividade empreendedora não traduz necessariamente um progresso em termos
económicos no caso dos países subdesenvolvidos (Stel et al., 2005). Estes autores encontraram
evidências de que o empreendedorismo tem um efeito positivo nos países desenvolvidos e
negativo nos subdesenvolvidos.
Entretanto, estes estudos estão muito concentrados na Europa e América do Norte, são poucos
que têm como objecto de estudo as economias em desenvolvimento. Bruton et al. (2008) falam
do leste asiático cuja excelência no processo empresarial é uma das características marcantes.
Contudo, só recentemente demonstrou-se um interesse, ainda assim muito tímido, em perceber
os métodos empresariais e organizacionais usados por estes povos.
O mesmo acontece nas outras partes do mundo, que até hoje ainda registam poucos estudos
sobre o empreendedorismo regional. É o caso do Moçambique, da Angola, do Cabo Verde e da
Argélia, conhecidas como as economias, cujas previsões apontam para um crescimento superior
ao dos países da África.
Deste modo, devido à controvérsia existente na literatura quanto ao real impacto da actividade
empreendedora e à escassez de estudos para esta região do globo, pretendemos com este estudo
contribuir para o enriquecimento da literatura e verificar qual o verdadeiro impacto do
empreendedorismo na economia dos países que constituem a nossa amostra.
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2.1.2. A importância do empreendedorismo
Conforme Longenecker; Moore; Petty (2004), os empreendedores são heróis populares da
moderna vida empresarial. Eles fornecem empregos, introduzem inovações e estimulam o
crescimento económico.
A presença do empreendedor torna-se cada vez mais fundamental para as organizações, quando
as mesmas avaliam a necessidade quotidiana de criatividade, do trabalho eficiente, da inserção
de novas possibilidades, da criação de uma nova postura de trabalho, fazendo com que a
empresa tenha um centro espontaneamente criativo, gerando soluções rápidas, constantes e
funcionais a estas organizações.
Para Leite (2002), ser empreendedor significa ter capacidade de iniciativa, imaginação fértil
para conceber as ideias, flexibilidade para adaptá-las, criatividade para transformálas em uma
oportunidade de negócio, motivação para pensar conceitualmente e a capacidade para ver,
perceber a mudança como uma oportunidade.
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c) Persistência: não desistir diante das dificuldades encontradas, nunca deixar de ter
esperança e lutar para ver seus projectos realizados;
d) Busca de informação: valorizar a informação e buscá-la pessoalmente para elaborar um
plano ou tomar decisões, buscar conhecimentos em livros, cursos ou até mesmo com
pessoas que tenham experiência no sector;
e) Preocupação com a alta qualidade do trabalho: interesse em manter um alto nível de
qualidade nos produtos ou serviços prestados;
f) Eficiência: preocupação em reduzir o custo, os recursos necessários e o tempo para
realizar as tarefas;
g) Autoconfiança: Acreditar na própria habilidade e capacidade;
h) Persuasão: habilidade de convencimento diante dos demais;
i) Uso de estratégias de influência: tendência a pensar e definir formas para influenciar os
demais.
O século XX pode ser caracterizado como o século que desenhou a estrutura económica e social
que hoje temos no nosso país. Foi um período em que assistiu a períodos longos caracterizados
por vários regimes políticos e varias estratégias económicas distintas, no entanto, muitas delas
resultaram em fracasso e houveram muitos outros elementos de continuidade da estrutura
económica.
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Micro empresa - Empresa com menos de 4 trabalhadores ou com volume de negócio
anual inferior a 1.2 milhões de meticais;
Pequena empresa - Empresa com o número de trabalhadores compreendido entre 5 e 49
e volume de negócios entre 1.2 e 14.7 milhões de meticais;
Média empresa - Empresa com o número de trabalhadores compreendido entre 50 e 99
e o volume de negócios superior a 14.7 e inferior a 29.97 milhões de meticais.
Observa-se que dois critérios são fundamentais: volume de negócios e número de trabalhadores.
Além disso, uma PME não pode ter mais de 25% de participações detidas por uma grande
empresa ou pelo Estado. O critério de volume de Negócio é determinante. Repisamos a esta
altura a definição que usamos para centrar nossa discussão. Sabemos todos que o
empreendedorismo tem a ver com as pessoas e não as organizações.
Dai que assumimos a definição inicial destacada pela GEM (2005) onde esta considera
empreendedorismo como sendo a participação das PME´s na criação do emprego. Lopes (2014)
em seu trabalho sobre empreendedorismo em Moçambique também não fornece nenhuma
informação específica sobre a capacidade das empreendedoras, e empreendedores em geral,
sobreviverem no ambiente de mercado e negócio tão idiossincrático como é o moçambicano.
Queríamos ter adoptado uma definição mais precisa mais focalizada como aquela que define a
actividade empreendedora como sendo aquela em que é quantificada pela actividade dos
trabalhadores por conta-própria ou pelo nível de criatividade.
Destaca-se aqui o diferencial entre o ISPC (3% do volume de negócios se este for igual ou
inferior a 2.5 milhões de meticais) e o IRPC (34% do volume de negócios se este for superior
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a 2.5 milhões de meticais) preocupa as empresas pois pretendem crescer e aumentar o volume
de negócios mas temem que o imposto a aplicar possa agir como uma barreira ao crescimento.
Estas consideram que deveria ser criado um imposto intermédio para potenciar o crescimento
das empresas.
Say não hesita em identificar os gastos do governo como consumo improdutivo e a excessiva
tributação como uma espécie de suicídio. Contrariamente, hoje, há muitos escritores que
insistem em que as altas taxas de impostos e os altos níveis concomitantes de gastos do governo,
de alguma forma fazem com que uma sociedade seja mais próspera.
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2.7. Empreendedorismo em Maputo
Nos últimos anos o termo empreendedorismo esta sendo muito falado no Maputo, e cada vez
mais as pessoas tem o desejo de abrir o próprio negócio. Um dos motivos para o aumento desta
actividade empreendedora em Maputo foi o alto índice de desemprego, segundo dados do INE
o contingente de desempregados que em Junho de 2015 era de 4 milhões em 2016 aumentou
para cerca de 6 milhões, desta forma o empreendedorismo tem assumido um importante papel
em resposta a ausência de trabalho assalariado.
É bom ressaltar que ao abrir um negócio a pessoa não busca somente obter recurso para suprir
suas necessidades, mas irá permitir ao cidadão integra-se novamente a sociedade.
Segundo Joseph Schumpeter (1985) o indivíduo empreendedor é aquele que para obter lucro
assume riscos, faz acontecer, se antecede aos fatos e enxerga o futuro da organização (José
Dornelas, 2001). Num momento, onde a instabilidade político-económica e a taxa de
desemprego chegaram a um índice alarmante a prática empreendedora no Brasil tornou-se fonte
de riqueza, desenvolvimento e subsistência. Segundo fontes do GEM – Global
Entrepreneurship Monitor (2016), houve um aumento significativo de novas empresas e
optantes do MEI, onde os empreendedores contam com um regime fiscal diferenciado que
favorece os pequenos negócios.
Porém, torna-se um empreendedor não garante sucesso, muito pelo contrário, pequenos
negócios cerca de 20% fecham as portas antes mesmo de completarem um ano de vida, e ao
final de quatro anos a metade deixa de operar. Por isso, é importante ressaltar que os propensos
empreendedores têm que prestar muita atenção às tendências de negócios, fazer um bom
planeamento e buscar recursos para iniciar as actividades.
Em Maputo em 201, 14,4 milhões de pessoas estavam envolvidas com alguma actividade
empreendedora, ou seja, um em cada sete brasileiros que têm entre dezoito e sessenta e quatro
anos de idade está abrindo negócio próprio. Em Maputo tem uma taxa de empreendedorismo
(percentagem de 36 pessoas que abrem a própria empresa em relação à população
economicamente activa) maior do que a média mundial: 13,5% contra 12%%, (Schlindwein,
2004, apud IBQP, 2002, p. 1).
Actualmente em Maputo, o empreendedorismo está no auge, ou seja, pode ser classificada como
a era do empreendedorismo, Oliveira (1995) faz referências a uma das razões que justificam
aquecimento da actividade empreendedora em Maputo.
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3. Conclusão
Como vimos, a rede de apoio para empreendedores em Moçambique é vasta e positiva. O que
muitos empreendedores reclamam é que a maioria das oportunidades está em Maputo. Isso é
verdade, mas acredita que jovens de todo Moçambique tem chances de se beneficiar destas
oportunidades.
Percebe-se uma característica comum nas entrevistas aplicadas são pequenos empresários que
enxergam uma oportunidade para investir mesmo que a motivação seja a necessidade de
condições melhores de vida. Em geral, sobre este facto pode-se dizer que a necessidade obriga
a criação e a insatisfação induz a inovação.
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4. Bibliografias
Anselm, M. (1993), “Entrepreneurship education in community college”, Proceedings of the
38th International Council for Small Business (ICSB), Las Vegas, Nº 5, pp 177-92.
Bom, Bart Van Den (2011). Análise da pobreza em Moçambique. Situação da pobreza dos
agregados familiares, malnutrição infantil e outros indicadores 1997, 2003, 2009. Maputo.
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