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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIENCIAS AGRARIAS

LICENCIATURA EM AGRO-PROCESSAMENTO

3ᵒ Ano

DERCIO ALBERTO JOAQUIM PONASSE


GERMANO VICTORINO SATAR BACAR
MARQUEZINHO JAIME
SANTINNHO SANTOS JOSÉ
VALDEMIRO LOPES

POUPANÇA COMO FOMENTO A ACTIVIDADE


EMPREEDEDORA

Quelimane
2024
DERCIO ALBERTO JOAQUIM PONASSE
GERMANO VICTORINO SATAR BACAR
MARQUEZINHO JAIME
SANTINNHO SANTOS JOSÉ
VALDEMIRO LOPES

POUPANÇA COMO FOMENTO A ACTIVIDADE EMPREEDEDORA

Trabalho de carácter avaliativo a ser apresentado no curso


de Agroprocessamento no Departamento de Ciências
Agrarias, na Cadeira de Empreendedorismo e Visão de
Negócios, lecionada pelo:

Docente: dr. Roberto Português.

Quelimane
2024
3

Índice Páginas
1.Introdução ........................................................................................................................... 4

1.2.Geral ................................................................................................................................ 4

1.3. Específicos ...................................................................................................................... 4

3.REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................... 5

3.1.Empreendedorismo .......................................................................................................... 5

3.2.Aspetos históricos do empreendedorismo ......................................................................... 5

4.Poupança como fomento para a atividade de empreendedorismo ......................................... 6

4.1.Importância da Poupança para Empreendedores ............................................................... 7

4.2.Efeitos da Poupança no Ciclo de Vida do Empreendedor .................................................. 9

4.2.1.Efeito da capitalização ................................................................................................... 9

4.3.Desafios e Obstáculos à Poupança para Empreendedores ............................................... 10

5.Estratégia de Poupança para Empreendedores ................................................................... 11

5.1.Educação Financeira para Empreendedores .................................................................... 12

5.2.Estratégia para promover a poupança entre empreendedores........................................... 13

6.Conclusão ......................................................................................................................... 15

7.Bibliografia ....................................................................................................................... 16
4

1.Introdução

O presente trabalho da cadeira de Empreendedorismo e Visão de Negócios visa abordar


sobre a Poupança como fomento para a atividade de empreendedorismo, visto que a poupança
é um pilar fundamental para o desenvolvimento de atividades empreendedoras sustentáveis,
não apenas fornece os recursos financeiros necessários para iniciar e expandir um negócio, mas
também serve como uma rede de segurança que permite aos empreendedores tomar riscos
calculados, para Degen (2009), o empreendedorismo pode ser visto como o processo por meio
do qual são gerados constantemente novos produtos e serviços, métodos de produção e
mercados. Neste trabalho, exploraremos como a poupança pode ser utilizada para fomentar o
empreendedorismo, examinando estratégias eficazes de gestão financeira, oportunidades de
investimento e a importância da educação financeira.

1.1.Objectivos
1.2.Geral
 Investigar o impacto da poupança no desenvolvimento e sustentabilidade de atividades
empreendedoras.

1.3. Específicos
 Definir os conceitos de poupança e empreendedorismo, destacando sua importância
individual e sua inter-relação no contexto empresarial;
 Analisar o papel da poupança na capacidade dos empreendedores de acumular capital
inicial e enfrentar desafios financeiros;
 Investigar como os padrões de poupança variam ao longo do ciclo de vida de um
empreendedor e seu impacto no desenvolvimento do negócio;
 Identificar e descrever estratégias eficazes de poupança que os empreendedores podem
adotar para otimizar seus recursos financeiros;
 Propor estratégias e políticas que possam promover a cultura de poupança entre os
empreendedores, visando estimular o desenvolvimento econômico sustentável.

2.Metodologias
Na perspetiva de Gil (2008), a metodologia é o caminho utilizado para o alcançar certos
objetivos. Portanto, como forma de auxílio para a realização do presente trabalho, recorreu-se
a informações relevantes em livros, obras e artigos tanto impressos como eletrónicos, a fim de
se obter bases concretas para sustentar o trabalho em questão.
5

3.REVISÃO DA LITERATURA
3.1.Empreendedorismo

O empreendedorismo é um conceito amplamente discutido e definido de diversas


maneiras por diferentes autores. Atribui-se ao economista Richard Cantillon o mérito de
desenvolver a primeira formulação teórica relativa ao empreendedorismo, em 1755.
Genericamente, Cantillon definiu os empreendedores como agentes que assumem o risco e a
incerteza inerentes à atividade económica, no sentido de que eles compravam produtos a
determinados preços no presente para vender a preços incertos no futuro.

Segundo Dolabela (2008), o empreendedorismo é um fenômeno cultural, fruto de


habilidades, práticas e valores das pessoas, implica o envolvimento de pessoas e processos que,
em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidade, uma forma de ser, uma
concepção de mundo, uma forma de se relacionar.

Alem disso Ahmad e Seymour, (2008), ressaltam que o empreendedorismo surge como
um fenómeno associado à ação humana, em busca da geração de valor (económico, social ou
cultural), através da criação ou expansão da atividade económica, identificando ou explorando
novos produtos, processos ou mercados. Neste sentido, o empreendedorismo manifesta- -se em
toda a economia e de muitas formas diferentes, com resultados variados, nem sempre
relacionados com a criação de riqueza financeira; por exemplo, eles podem ser relacionados
com o aumento de emprego, com o combate às desigualdades ou com questões ambientais.

3.2.Aspetos históricos do empreendedorismo

Historicamente, o empreendedorismo tem suas raízes que remontam à Idade Média e ao


Renascimento. No entanto, foi durante a Revolução Industrial no século XVIII que o
empreendedorismo moderno começou a tomar forma. Desde então, o conceito evoluiu muito,
mas continua sempre apegado à ideia de inovação, seja na criação de novas empresas e produtos
ou na implementação de novos negócios (TIMMONS, 1994).

O reconhecimento de que o empreendedorismo é um motor importante do crescimento


económico, do emprego, da inovação e da produtividade tem sido consensual entre analistas,
políticos e estudiosos da economia. Na verdade, este facto remonta a séculos atrás, se
considerarmos a obra de Cantillon, o primeiro académico que tentou explicitamente definir e
descrever o papel do empreendedorismo. No entanto, foi somente a partir de meados da década
de 90 que o empreendedorismo se tornou realmente popular (Ahmad e Hoffmann, 2008).
6

No atual cenário econômico mundial, o empreendedorismo é considerado uma atividade


essencial, contribuindo não apenas para o crescimento e desenvolvimento econômico, como
também por ser apontado como o principal responsável pela abertura de novos negócios, o que
impacta diretamente na geração de novos empregos e de renda, estimular a competitividade, a
inovação, o aumento da produtividade e diversificação de produtos e serviços. O
empreendedorismo é caracterizado pela busca de oportunidades, inovação e criação de valor,
ao longo dos séculos, o pensamento empreendedor evoluiu, evidenciando a dimensão que o
termo alcança, disseminando-se nas escolas de negócios e academias, e tornando-se um pilar
na economia moderna (DORNELAS, 2008).

Segundo Schumpeter (2004), um dos pioneiros na análise do empreendedorismo, o


empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos
produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos
recursos e materiais. Outro autor, Kirzner, vê o empreendedor como alguém que cria equilíbrio,
encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, identificando
oportunidades na ordem presente.

Conforme argumentam Baggio e Baggio (2014), os economistas passaram a identificar o


empreendedor como um fator essencial ao processo de desenvolvimento econômico, em cuja
avaliação leva-se em conta os sistemas de valores sociais, nos quais são considerados
fundamentais os comportamentos individuais dos seus integrantes. Dito de outra maneira,
passaram a reconhecer que o desenvolvimento econômico depende da existência e atuação de
líderes empreendedores.

4.Poupança como fomento para a atividade de empreendedorismo

Segundo Friedman, M. (1957) Na linha de pensamento econômico, a poupança refere-


se à parte da renda disponível que não é consumida imediatamente, mas sim reservada para uso
futuro, seja para investimento, para enfrentar eventualidades ou para alcançar objetivos
financeiros. Este conceito é amplamente discutido na literatura econômica.

O conceito de poupança é fundamental para o empreendedorismo, pois representa a


reserva de recursos financeiros que possibilita o investimento em novos empreendimentos e o
enfrentamento de eventuais adversidades. Como aponta Schumpeter (1911, p. 66), a poupança
é essencial para o processo empreendedor, pois fornece os meios necessários para a realização
de investimentos inovadores que impulsionam o desenvolvimento econômico.
7

A poupança desempenha um papel crucial no fomento da atividade empreendedora e no


desenvolvimento de novos negócios, gerando impactos econômicos significativos em
diferentes aspetos da economia. Como argumentado por Solow (1956, p. 65), a acumulação de
poupança fornece os recursos necessários para financiar investimentos produtivos,
impulsionando o crescimento econômico e promovendo a inovação empresarial.

Conforme destacado por Kirzner (1973, p. 45), a poupança está intrinsecamente ligada
ao empreendedorismo, pois permite que os empreendedores acumulem capital para financiar
seus projetos e oportunidades de negócios, a capacidade de poupar e investir é uma
característica fundamental dos empreendedores, pois lhes permite aproveitar as oportunidades
de mercado e criar valor por meio da inovação.

Segundo Brigham e Houston (2012, p. 48), a poupança desempenha um papel crucial na


gestão financeira pessoal e corporativa, permitindo a acumulação de recursos ao longo do tempo
para a realização de objetivos financeiros de longo prazo. Esses autores destacam como a
poupança é um componente fundamental da saúde financeira, fornecendo uma base sólida para
a construção de riqueza e a realização de investimentos futuros. Além disso, a poupança
também desempenha um papel crucial na mitigação dos riscos associados ao
empreendedorismo. Como mencionado por Hayek (1945, p. 52), a acumulação de poupança
proporciona uma reserva de recursos que pode ser utilizada para suportar períodos de
dificuldades financeiras ou para financiar novas iniciativas empresariais.

4.1.Importância da Poupança para Empreendedores

A poupança desempenha um papel fundamental no sucesso dos empreendedores,


fornecendo a base financeira necessária para iniciar e manter seus negócios, bem como
enfrentar desafios financeiros ao longo do tempo. Como ressaltado por Shane e Venkataraman
(2000, p. 218), "o capital financeiro é uma necessidade para a maioria dos empreendedores".
Este capital inicial é frequentemente obtido através da poupança pessoal dos empreendedores,
que é então investida no lançamento de seus negócios.

Ao utilizar a poupança como fonte de capital inicial, os empreendedores podem evitar a


dependência excessiva de empréstimos bancários ou investidores externos, o que lhes confere
maior autonomia e controle sobre suas empresas, como argumentado por Stevenson e Jarillo
(1990, p. 56). Além disso, a utilização de recursos próprios demonstra aos potenciais
investidores e financiadores externos o comprometimento e a confiança do empreendedor em
8

seu próprio projeto, outra vantagem da poupança como fonte de capital inicial é a redução do
custo de capital para o empreendedor. Conforme destacado por Cassar (2004, p. 315), o uso de
recursos próprios elimina a necessidade de pagar juros sobre empréstimos ou ceder
participações acionarias em troca de financiamento, o que contribui para a rentabilidade e
sustentabilidade do negócio a longo prazo.

Além disso, a acumulação de poupança ao longo do tempo pode fornecer uma reserva
financeira que permite aos empreendedores enfrentar eventuais adversidades e aproveitar
oportunidades de crescimento, como mencionado por Shane e Venkataraman (2000, p. 218).
Dessa forma, a poupança não apenas viabiliza o início das operações empresariais, mas também
fortalece a resiliência e a capacidade de adaptação dos empreendedores ao longo do ciclo de
vida de seus negócios.

Existem inúmeros exemplos de empreendedores que utilizaram suas próprias poupanças


como fonte de capital inicial para iniciar ou expandir seus negócios, demonstrando a
importância desse recurso na jornada empreendedora. Um caso emblemático é o de Steve Jobs,
co-fundador da Apple Inc., que investiu suas economias pessoais na criação da empresa no
início da década de 1970. Como mencionado por Isaacson (2011, p. 90), Jobs vendeu sua van
Volkswagen e Wozniak sua calculadora científica HP-65 para arrecadar os fundos necessários
para produzir os primeiros computadores Apple na garagem de seus pais.

A capacidade de economizar é vital para enfrentar desafios financeiros inesperados e


períodos de baixa receita. Como observado por Carter e Van Auken (2006, p. 129), "a falta de
capital é uma das principais razões pelas quais as empresas fecham". Ter uma reserva financeira
pode ajudar os empreendedores a navegar por crises econômicas, flutuações de mercado e
emergências imprevistas, garantindo a continuidade e a resiliência de seus negócios.

Outro impacto econômico importante da poupança no desenvolvimento de novos


negócios é a geração de empregos e oportunidades de trabalho. Conforme ressaltado por Carree
e Thurik (2003, p. 156), empreendedores que utilizam suas poupanças para iniciar ou expandir
seus negócios frequentemente contratam funcionários adicionais, contribuindo para a criação
de empregos e o crescimento do mercado de trabalho.
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4.2.Efeitos da Poupança no Ciclo de Vida do Empreendedor

Os padrões de poupança variam significativamente ao longo do ciclo de vida de um


empreendedor, influenciados por diversos fatores, como estágio de desenvolvimento do
negócio, idade do empreendedor e objetivos financeiros pessoais. É crucial analisar essas
variações para compreender como a poupança impacta a jornada empreendedora.

Durante os estágios iniciais do empreendimento, os empreendedores muitas vezes


adotam uma abordagem de poupança mais agressiva. Conforme apontado por Katz (2003, p.
112), "os empreendedores frequentemente sacrificam o consumo pessoal para investir em seus
negócios". Nesse sentido, os empreendedores podem economizar diligentemente, reduzindo
despesas pessoais e adiando gratificações imediatas, a fim de acumular capital para investir em
seu negócio.

Essa poupança inicial é essencial para financiar os custos iniciais de lançamento do


negócio, como pesquisa e desenvolvimento, aquisição de equipamentos, marketing e despesas
operacionais. Além disso, pode servir como um colchão financeiro para enfrentar os desafios e
incertezas associados aos estágios iniciais da empresa, quando as receitas podem ser irregulares
e os custos de inicialização podem exceder as expectativas.

No entanto, é importante reconhecer que o ciclo de vida do empreendedor é caracterizado


por flutuações e mudanças contínuas, e os padrões de poupança podem ser afetados por eventos
imprevistos, como recessões econômicas, mudanças no mercado ou eventos pessoais. Portanto,
a capacidade de adaptar e ajustar as estratégias de poupança ao longo do tempo é essencial para
o sucesso a longo prazo do empreendedor.

4.2.1.Efeito da capitalização
Na poupança ter consciência das nossas limitações e fraquezas é essencial para mantermos
o foco e a disciplina, mas há sempre uma verdade inconveniente para a qual devemos estar
preparados, podemos dar e receber todo o conhecimento do mundo, mas vamos continuar
a tomar decisões erradas, o conhecimento não é a única variável necessária para mudar o nosso
comportamento, sabemos que o açúcar ou o álcool não são bons para nós, mas continuamos
a consumi-los, que é a componente emocional é mais difícil de corrigir, e são erros e más
decisões que resultam de raciocínios baseados em sentimentos, impulsos ou intuição.
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Em suma, os efeitos da poupança no ciclo de vida do empreendedor são dinâmicos e


multifacetados, refletindo a interação complexa entre as necessidades financeiras do negócio e
os objetivos pessoais do empreendedor.

4.3.Desafios e Obstáculos à Poupança para Empreendedores

Reconhecer os desafios e obstáculos à poupança para empreendedores é fundamental


para compreender as complexidades financeiras enfrentadas por aqueles que buscam
administrar um negócio. Nem todos os empreendedores têm a mesma capacidade de poupança
e diversos fatores podem dificultar a construção e manutenção de reservas financeiras. Entre os
principais desafios estão os fluxos de caixa irregulares, despesas imprevistas e a necessidade
de equilibrar investimentos de curto e longo prazo.

Um dos principais desafios enfrentados pelos empreendedores é a irregularidade dos


fluxos de caixa (Garnica, 2017, p. 67). Em muitos casos, os empreendedores enfrentam períodos
de receita variável e imprevisível, o que dificulta a previsão e planejamento financeiro. Durante
os períodos de baixa receita, pode ser especialmente difícil reservar fundos para poupança, pois
os recursos disponíveis são direcionados para cobrir despesas operacionais essenciais.

Além disso, os empreendedores frequentemente lidam com despesas imprevistas que


podem impactar negativamente sua capacidade de poupança (Schoonjans, 2010, p. 93). Essas
despesas podem surgir de emergências operacionais, como reparos de equipamentos ou custos
legais, ou de eventos pessoais, como problemas de saúde ou crises familiares. A necessidade
de lidar com essas despesas imprevistas muitas vezes leva os empreendedores a recorrer a suas
reservas financeiras, dificultando a acumulação de poupança adicional.

Além disso, os empreendedores enfrentam o desafio de equilibrar investimentos de curto


e longo prazo (Stokes, 2019, p. 122). Enquanto investimentos de curto prazo podem ser
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necessários para manter e expandir as operações diárias do negócio, investimentos de longo


prazo são essenciais para garantir o crescimento e sustentabilidade a longo prazo. Encontrar o
equilíbrio certo entre esses tipos de investimento pode ser complicado, especialmente quando
os recursos financeiros são limitados.

Em suma, os empreendedores enfrentam uma série de desafios e obstáculos à poupança,


incluindo fluxos de caixa irregulares, despesas imprevistas e a necessidade de equilibrar
investimentos de curto e longo prazo. Compreender esses desafios é essencial para desenvolver
estratégias eficazes de gestão financeira e garantir a sustentabilidade dos negócios
empreendedores.

5.Estratégia de Poupança para Empreendedores

Diante dos desafios e obstáculos à poupança para empreendedores, é essencial que estes
desenvolvam e implementem estratégias eficazes de gestão financeira para garantir a
sustentabilidade de seus negócios. Diversas abordagens podem ser adotadas para economizar
efetivamente e acumular capital para investir no crescimento do empreendimento. Entre as
estratégias mais relevantes estão o orçamento rigoroso, investimentos inteligentes, minimização
de despesas desnecessárias e práticas de gestão financeira sólidas.

Uma das estratégias fundamentais é a implementação de um orçamento rigoroso


(Mullins & Komisar, 2009, p. 76). Os empreendedores devem acompanhar de perto suas
receitas e despesas, estabelecendo metas financeiras claras e monitorando seu progresso
regularmente. Isso permite uma melhor compreensão dos fluxos de caixa do negócio e facilita
a identificação de áreas onde os gastos podem ser reduzidos ou otimizados. Além disso, os
empreendedores podem adotar uma abordagem de investimentos inteligentes (Van Auken &
Neeley, 2010, p. 215). Isso envolve avaliar cuidadosamente as oportunidades de investimento
disponíveis e escolher aquelas que oferecem o melhor retorno sobre o investimento a longo
prazo. Isso pode incluir a diversificação de investimentos em diferentes classes de ativos, como
ações, títulos e imóveis, para minimizar o risco e maximizar os ganhos potenciais.

Outra estratégia importante é a minimização de despesas desnecessárias (Shane &


Venkataraman, 2000, p. 220). Os empreendedores devem examinar regularmente suas despesas
operacionais e procurar maneiras de reduzi-las sem comprometer a qualidade ou a eficiência
do negócio. Isso pode envolver a renegociação de contratos com fornecedores, a automação de
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processos para aumentar a eficiência ou a eliminação de produtos ou serviços que não agregam
valor significativo ao negócio.

5.1.Educação Financeira para Empreendedores


A educação financeira para empreendedores desempenha um papel crucial no sucesso
dos negócios, fornecendo as ferramentas necessárias para gerenciar eficazmente as finanças
empresariais. Como mencionado por Robert T. Kiyosaki em seu livro "Pai Rico, Pai Pobre"
(1997, p. 75), compreender os princípios financeiros é essencial para construir e manter um
negócio próspero. Isso inclui habilidades de orçamento, planejamento tributário, investimentos
e gestão de fluxo de caixa, entre outros aspectos.

Para a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico a Educação


Financeira é definida como o processo pelo qual consumidores e investidores melhoram seu
entendimento sobre os conceitos e os produtos financeiros e, através da informação, instrução
e/ou conselhos objetivos, desenvolvam as habilidades e a confiança para conhecer melhor os
riscos e as oportunidades financeiras, e assim tomarem decisões fundamentadas que contribuem
para melhorar seu bem-estar financeiro (OCDE, 2005, p.13). Ainda segundo a OCDE, a
educação financeira auxilia os consumidores a orçar e gerir sua renda, a poupar e investir, e a
evitar que se tornem vítimas de fraudes.

A OCDE (2005) considera que a educação financeira pode beneficiar a todas as pessoas,
independente do nível de renda. Para os jovens que estão iniciando no mercado de trabalho, ela
pode ser uma ferramenta básica de panejamento e poupança de modo que suas despesas e
dívidas fiquem controladas. Ela pode ajudar às famílias terem a disciplina de poupar, dando a
oportunidade de ter melhores condições para financiar a educação dos filhos, terem um plano
de saúde, e uma vida mais confortável. Os trabalhadores mais velhos podem ser beneficiados
de modo que sejam capazes de ter uma poupança suficiente para uma boa aposentadoria, e
habilidades necessárias para fazer boas escolhas de investimentos, garantindo conforto e
segurança.

A OCDE (2005) incentiva a elaboração e execução de projetos e programas sobre a


educação financeira não apenas nos países que a compõem, mas a também em outros países.
Para que este tipo de programa aconteça, este organismo definiu alguns princípios e
recomendações para a boa prática da Educação Financeira:
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 A Educação Financeira deve ser promovida de uma forma justa e sem vieses, ou seja, o
desenvolvimento das competências financeiras dos indivíduos precisa ser embasado em
informações e instruções apropriadas, livres de interesses particulares.
 Os programas de Educação Financeira devem focar as prioridades de cada país, isto é,
estar adequados à realidade nacional, podendo incluir, em seu conteúdo, aspetos básicos
de um planejamento financeiro, como as decisões de poupança, de endividamento, de
contratação de seguros, bem como conceitos elementares de matemática e de economia.
 Os indivíduos que estão para se aposentar devem estar cientes da necessidade de avaliar
a situação de seus planos de pensão, necessitando agir apropriadamente para defender
seus interesses.
 O processo de Educação Financeira deve ser considerado pelos órgãos administrativos
e legais de um país, como um instrumento para o crescimento e estabilidade econômica,
sendo necessário que se busque complementar o papel que é exercido pela
regulamentação do sistema financeiro e pelas leis de proteção ao consumidor.
 O envolvimento das instituições financeiras no processo de Educação Financeira deve
ser estimulado, de tal forma que a adotem como parte integrante de suas práticas de
relacionamento com seus clientes, provendo informações financeiras que estimulem a
compreensão de suas decisões, principalmente, nos compromissos de longo prazo e
naqueles que comprometem expressivamente a renda atual e futura de seus
consumidores.
 A Educação Financeira deve ser um processo contínuo, acompanhando a evolução dos
mercados, e a complexidade crescente das informações que os caracterizam.

5.2.Estratégia para promover a poupança entre empreendedores

Para promover a poupança entre empreendedores, é crucial implementar estratégias que


incentivem a prática financeira saudável e o acúmulo de capital. Uma abordagem eficaz envolve
programas de educação financeira adaptados às necessidades específicas dos empreendedores.
Como aponta Barbiere (2019, p. 72), oferecer educação financeira pode equipar os
empreendedores com as habilidades necessárias para gerir seus negócios de forma eficiente e
economizar recursos financeiros.

Além disso, políticas de incentivo fiscal direcionadas à poupança empresarial podem ser
implementadas para estimular os empreendedores a reservar parte de seus lucros para
investimentos futuros. Como sugerido por Smith (2020, p. 115), a redução de impostos sobre
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os rendimentos destinados à poupança empresarial pode aumentar o interesse dos


empreendedores em acumular capital para expandir seus negócios ou enfrentar desafios
financeiros. Acesso a serviços financeiros acessíveis também desempenha um papel
fundamental na promoção da poupança entre os empreendedores.

Segundo dados de Johnson (2018, p. 45), a falta de acesso a serviços financeiros


adequados pode ser uma barreira significativa para os empreendedores de pequenas empresas.
Portanto, políticas que visam aumentar a acessibilidade a serviços bancários, como contas
empresariais de baixo custo e microcrédito, podem facilitar a poupança e o crescimento dos
negócios.

À medida que o empreendimento amadurece, os padrões de poupança podem mudar.


Conforme mencionado por Blanchflower e Oswald (1998, p. 113), os empreendedores podem
optar por ajustar suas estratégias de poupança à medida que enfrentam diferentes estágios de
crescimento e desafios financeiros. Por exemplo, à medida que o negócio se expande e se torna
mais estabelecido, os empreendedores podem priorizar a diversificação de investimentos e a
criação de uma rede de segurança financeira mais robusta.
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6.Conclusão

Após o término do presente trabalho, fica evidente que a poupança desempenha um papel
fundamental no cenário empreendedor, atuando como um catalisador essencial para o sucesso
e a sustentabilidade dos negócios, ao longo deste trabalho, exploramos os diversos aspectos que
destacam a importância da poupança para os empreendedores, desde a acumulação de capital
inicial até a capacidade de enfrentar desafios financeiros e promover o crescimento do negócio
a longo prazo, além disso, discutimos estratégias práticas que os empreendedores podem adotar
para maximizar sua capacidade de poupança e superar os desafios financeiros que enfrentam.
No entanto, também reconhecemos os obstáculos e desafios que os empreendedores enfrentam
ao tentar poupar, incluindo fluxos de caixa irregulares e a necessidade de equilibrar
investimentos de curto e longo prazo.

Portanto, concluímos que a poupança não é apenas uma prática financeira, mas sim uma
ferramenta estratégica que pode impulsionar o crescimento econômico e promover a inovação
empresarial. Ao reconhecer e valorizar a importância da poupança, os empreendedores podem
estar melhor preparados para enfrentar os desafios do mercado e construir negócios duradouros
e bem-sucedidos.
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7.Bibliografia
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