Você está na página 1de 15

Kina Agostinho Victor

Tiago Anselmo Batista

Simate Maquifate

Rasul Mário

Luís Viegas

Desenvolvimento Regional e Seus Determinantes

Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças


Mocuba

2021
Kina Agostinho Victor

Tiago Anselmo Batista

Simate Maquifate

Rasul Mário

Luís Viegas

Desenvolvimento Regional e Seus Determinantes

Turma Mista

Cadeira de Economia Politica

Docente: David Agostinho Veloso

Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças

Mocuba
ii
2021
Índice
i) Introdução............................................................................................................................2

ii) Contextualização.................................................................................................................3

iii) Justificativa......................................................................................................................4

iv) Objectivos........................................................................................................................4

v) Metodologia.........................................................................................................................5

vi) Discussão e análise dos conteúdos...................................................................................6

vii) Conclusão.......................................................................................................................11

viii) Referências bibliográficas..............................................................................................13

1
i) Introdução
Desenvolvimento regional é o fornecimento de ajuda e assistência a outras regiões que são
menos desenvolvidas economicamente. Desenvolvimento regional pode ser de natureza
nacional ou internacional. As implicações e o alcance do desenvolvimento regional, portanto,
pode variar de acordo com a definição de uma região, e como a região e seus limites são
percebidos internamente e externamente.

Desenvolvimento econômico é o processo pelo qual ocorre uma variação positiva das
"variáveis qualitativas" (crescimento econômico: aumento da capacidade produtiva de uma
economia medida por variáveis tais como produto interno bruto, produto nacional bruto),
acompanhado de variações positivas das "variáveis qualitativas" (melhorias nos aspectos
relacionados com a qualidade de vida, educação, saúde, infraestrutura e profundas mudanças
da estrutura socioeconômica de uma região e/ou país, medidas por indicadores sociais como o
índice de desenvolvimento humano, o índice de pobreza humana e o Coeficiente de Gini).

O "crescimento econômico" difere do "desenvolvimento econômico" em alguns aspectos,


pois, enquanto o crescimento econômico se preocupa apenas com questões quantitativas,
como por exemplo, o produto interno bruto e o produto nacional bruto, o desenvolvimento
econômico aborda questões de caráter social, como o bem-estar, nível de consumo, índice de
desenvolvimento humano, taxa de desemprego, analfabetismo, qualidade de vida, entre
outros.

Ou seja, o desenvolvimento econômico é um processo pelo qual a renda nacional real de uma
economia aumenta durante um longo período de tempo. A renda nacional real refere-se ao
produto total de bens e serviços finais do país, expresso não em termos monetários, mas sim
em termos reais: a expressão monetária da renda nacional deve ser corrigida por um índice
apropriado de preço de bens e consumo e bens de capital. E, se o ritmo de desenvolvimento é
superior ao da população, então a renda real per capita aumentará.

O processo implica a atuação de certas forças, que operam durante um longo período de
tempo e representam modificações em determinadas variáveis. Os detalhes do processo
variam sob condições diversas no espaço e no tempo, mas, não obstante, há algumas
características comuns básicas, e o resultado geral do processo é o crescimento do produto
nacional de uma economia

2
ii) Contextualização
O presente trabalho surge com o intuito de abordar o desenvolvimento regional e seus
determinantes com base numa discussão do que os diversos autores entendem sobre esta
temática.

Esta pesquisa parte do pressuposto de que o processo de desenvolvimento econômico supõe


ajustes institucionais, fiscais e jurídicos, incentivos para inovações, empreendedorismo e
investimentos, assim como condições para um sistema eficiente de produção, circulação e
distribuição de bens e serviços à população.

Uma analogia ajuda a entender o significado: quando uma semente se torna uma planta adulta,
está exercendo um potencial genético: em outras palavras, está desenvolvendo-se. Quando
qualificado pelo adjetivo "econômico", refere-se ao processo de produção de riqueza material
a partir do potencial dado pela disponibilidade de recursos humanos e naturais e uso de
tecnologia.

No campo da economia, a palavra "desenvolvimento" vem, normalmente, acompanhada da


palavra "capitalista", para mostrar que o desenvolvimento refere-se ao todo social. Esta noção
está muito bem desenvolvida em diversos autores que são abordados na discussão dos
conteúdos deste trabalho.

A premissa do consumo responsável é que o consumidor deve levar em consideração


preocupações éticas e ambientais, além das tradicionais considerações econômicas e
financeiras, quando tomar decisões de compra.

Por outro lado, a alocação racional dos recursos limitados em prol do bem e segurança
públicos também é uma área da economia que tem suas influencias no desenvolvimento
regional.

Alguns teóricos tem apontado que não estudar as melhores formas de alocar recursos para
metas como saúde e segurança, o meio ambiente, justiça, ou assistência a desastres seria uma
forma de ignorância voluntária que resultaria em menos bem-estar ou mesmo em mais
sofrimento. Nesse sentido, não seria ético ignorar o lado económico de tais questões, mesmo
porque o desenvolvimento regional precisa ser ético também.

3
iii) Justificativa
A preocupação com o desenvolvimento regional ocupa parcela significativa das políticas
públicas económicas e ganham destaque relevante nos diversos segmentos da sociedade
moçambicana e na diáspora. São medidas macroeconômicas relacionadas com a taxa de juros,
a taxa de câmbio, o nível dos empréstimos e das compras a prazo, a capacidade de
endividamento público e privado, o controle das operações financeiras, a proteção do mercado
interno face a concorrência internacional.

Reconhece-se, ainda, um direito ao desenvolvimento, como direito fundamental, que impõe


ao Estado o dever de tomar medidas desenvolvimentistas. De outro turno, verifica-se no
conjunto de normas relacionadas a tais medidas como o direito do desenvolvimento. Este
ramo do direito teria, pois, o papel de regulamentar as ações públicas e privadas voltadas ao
desenvolvimento nacional.

Em linhas gerais, são normas que dispõe sobre o investimento público direto na economia,
sobre a política fiscal, especialmente os incentivos tributários, os estímulos à poupança e ao
investimento privado e o controle da inflação, do câmbio e dos juros.

Pouco se trata, porém, do desenvolvimento regional sem incluir seu determinantes, matéria
cujas linhas gerais pretendemos expor neste texto.

iv) Objectivos
a) Geral:
Analisar os determinantes do desenvolvimento regional.
b) Especificos:
 Conceituar o desenvolvimento Regional;
 Descrever os determinantes do desenvolvimento regional.

4
v) Metodologia

4.1. Tipo de pesquisa

4.1.1. Quanto aos objectivos: pesquisa descritiva

No que se alude a pesquisa descritiva Gil (2002) afirma que “este tipo de pesquisa tem como
objectivo principal a descrição das características de determinada população ou fenómeno, ou
então, o estabelecimento de relações entre variáveis”.

4.1.2. Quanto à abordagem: pesquisa qualitativa

Com relação à abordagem qualitativa, Richardson (1999), expõe que “os estudos que
empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado
problema, analisar a interacção de certas variáveis, compreender e classificar processos
dinâmicos vividos por grupos sociais”.

4.1.3. Quanto aos procedimentos técnicos: pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica ou levantamento bibliográfico na óptica de Gil (1985) consiste na


procura em livros, revistas especializadas, trabalhos académicos, informações de órgãos
governamentais etc. com o intuito de aprofundar o conhecimento necessário para o
desenvolvimento de um trabalho de pesquisa.

4.2. Instrumentos de recolha de dados

Foi realizada a pesquisa de bibliográfica assente em livros de diversos autores que aparecem
citados ao longo do texto e mencionados na bibliografia final do trabalho.

4.3. Procedimentos de análise e interpretação de dados

Na análise dos resultados, utilizou-se a estratégia de triangulação de dados, a qual combina


diferentes métodos e fontes de colecta de dados para examinar o fenómeno sob diferentes
perspectivas e, assim, enriquecer a compreensão do mesmo (Azevedo et al., 2013).

Segundo Yin (2001) a triangulação fundamenta-se na lógica de se utilizar várias fontes de


evidências. A utilização de várias fontes na colecta de dados é uma necessidade e, ao mesmo
tempo, um ponto forte muito importante para estudos de caso, principalmente.

5
vi) Discussão e análise dos conteúdos

Em termos regionais o desenvolvimento é determinado, entre outros pela inovação,


competitividade, tecnologia, capital humano, turismo, e infraestrutura e equipamentos. Tal
como documentaram Bronzinie Piselli (2008), Shapiro (2006), Rutten e Boekema (2007) e
Jackson e Murphy (2006) nos seus estudos.

Como menciona Rutten e Boekema (2007), a tecnologia é uma condição fundamental mas
não suficiente para a desenvolvimento económico regional. A visão tradicional funcionalista
reconhece que a inovação promove a competitividade das empresas e contribui para o
desenvolvimento económico. No entanto, o autor não refere o sistema regional e os fatores
que influenciam o comportamento da empresa.

Este sistema regional e os seus requisitos são essenciais para compreender as diferenças
regionais em termos de desenvolvimento (Storper, 1993). Gibbons, Limoges, Nowotny,
Schwartzman, Scott, Trow (1994), Piore, Sabel (1984), defendem que nas últimas décadas o
conhecimento e a tecnologia aumentaram rapidamente, bem como a sua disponibilidade e
acessibilidade. Para Maskell, Eskelinnen, Hannibalsson, Malmberg e Vatne (1998), a
tecnologia tornou-se omnipresente pelo que já não é condição suficiente de vantagem
competitiva em relação aos concorrentes.

Atualmente, na presença de muitas inovações, os consumidores estão interessados em


produtos e serviços que tornam as suas vidas mais cómodas e que se ligam aos valores, modas
e estilos de vida que ambicionam ou desejam. Rutten (2003), Hertog, Bilderbeek, Malta
(1997) Porter (1998), afirmam que a tecnologia é apenas uma das combinações de diversos
tipos de conhecimento que a inovação requer.

Contudo a tecnologia ainda é fundamental para o desenvolvimento económico: de facto no


início da década de 90, 50% de todo o crescimento económico foi afectado ao
desenvolvimento e aplicação da tecnologia.

No entanto, a aplicação da tecnologia e as mais-valias daí decorrentes para a sociedade não


são territorialmente homogéneas o que é confirmado pela necessidade de as políticas
regionais da UE, na década de 90 e atualmente, fomentarem através da inovação a
competitividade das empresas regionais (Morgan, 2004).

6
Em termos históricos, o desenvolvimento regional é analisado de acordo com várias teorias
económicas. Assim, Perroux (1950) explica-o com o apoio da teoria dos Pólos de
Crescimento e Myrdall (1957) recorre à Teoria da Causalidade Cumulativa.

Ambos defendem que as características regionais, com a aglomeração de atividades


económicas e com um mercado de trabalho desenvolvido, dão origem às economias de escala
que tornam as regiões mais atrativas.

As teorias chamadas microeconómicas e as teorias dos custos de transação estão ancoradas na


teoria de escolha racional (Mcgovern, 2003). Krugman (1989) e Scott (1998), apoiando-se nos
custos de transação apontam a teoria do desenvolvimento regional como suporte teórico da
"nova geografia económica", segundo a qual, as concentrações geográficas da atividade se
explicam pelos custos de transação, pela eficiência e pelas especializações comerciais e
económicas.

Schumpeter (1943), mencionou a destruição criativa ou a inovação como estímulo para o


desenvolvimento económico que Nelson e Winter (1982) estenderam ao desenvolvimento
regional. Segundo os autores, o modo pelo qual os atores regionais fazem as coisas, ou seja,
os seus valores, rotinas e normas afetam o comportamento e são operacionalizadas de forma
desigual nas diversas regiões levando a um desenvolvimento regional desigual e
consequentemente á formação e aprofundamento das assimetrias regionais.

Por último, as teorias das redes regionais descritas por Lundvall (1992), Porter (1990) e
Rutten e Boekema (2007) explicam o desenvolvimento regional como o resultado da
interação dos agentes nas e entre redes. A densidade das redes e a interação entre elas, a par
do seu número, levam a que cada região se especialize e tenha uma determinada estrutura
económica e social.

O desenvolvimento económico regional resulta assim da interação entre a inovação, as redes


sociais e os ativos tangíveis e intangíveis da região tais como o conhecimento e a tecnologia
(Cooke, 2002 e Teece, 2000). Reich (1991) chama a atenção para o nível da educação e da
força de trabalho, ou seja, o capital humano, que segundo o autor, está na base da produção.

Os ativos intangíveis regionais, assumindo um papel determinante, são parte de um processo


constante das relações sociais (Granovetter, 1985) tal como o capital social entendido por
Putnam (2000), a organização social e as instituições.

7
Por seu tuno, Morgan (2004), menciona outros ativos intangíveis como a proximidade social e
cultural dos atores cuja função é facilitar a cooperação entre os parceiros da rede. As regiões
com uma elevada produtividade têm maior capacidade de captação de recursos humanos
qualificados provocando um aumento da população nessa região, tal como foi documentado
por Glaeser Scheinkman e Shleifer (1995), Simon (1998), Simon (2004), Simon e Nardinelli
(2002) e Waldorf (2009), o que, por sua vez, conduz ao aumento do preço das habitações
(Rauch, 1993, Shapiro, 2006).

O stock de capital humano, segundo Shapiro (2006), estimula uma região ou lugar a
proporcionar melhor qualidade de vida aos seus residentes. O autor estima que 40% dos
efeitos do aumento do capital humano, estejam diretamente relacionados com o aumento da
qualidade de vida. Por seu turno, Winters (2011), refere que a existência de faculdades e
universidades na região é um determinante fulcral para explicar o nível de capital humano.

O stock de capital humano local tem um significativo aumento não só pela população
residente que tem acesso ao ensino superior, mas também pelos alunos de outras regiões que a
esta acorrem e aí se fixam (Card, 1995, Alm e Winters , 2009, Blackwell , Cobb, e Weinberg
2002, Huffman e Quigley, 2002, Groen, 2004, Groen e White, 2004 e Hickman, 2009,
Winter, 2011).

Uma percentagem significativa do crescimento das chamadas “cidades inteligentes” é devido


aos ex-estudantes que ficam na região após terminarem o ensino superior. Para Glaeser Kolko
e Saiz (2001) e Waldvogel (2008), os residentes com formação elevada podem proporcionar a
diversidade e a densidade de serviços de consumo a serem politicamente ativos (Milligan,
Moretti e Oreopoulos, 2004), e menos propícios à prática de crimes (Lochner e Moretti,
2004).

As infraestruturas e equipamentos de apoio às atividades económicas e às famílias surgem


como um fator crucial para as estratégias de desenvolvimento regional ao contribuir para
melhorar a produtividade (Munnell, 1992). Arrow e Kurtz (1970) e Holtz-Eakin e Lovely
(1995), descrevem a relação positiva entre produtividade e eficácia das infraestruturas.
Contudo, esta relação é reforçada por Aschauer (1989 e 1990) ao mostrar um impacto positivo
substancial no capital público.

Holtz-Eakin (1994) e Garcia-Mila, McGuire e Porter (1996), por sua vez, contestam esta
posição documentando uma causalidade oposta entre produtividade e capital público, a não-
8
estacionariedade dos dados e a não observação das características particulares do Estado. Esta
posição foi posteriormente contestada por Everaert e Heylen (2001), Fernald, (1999), Canning
(1999), Bonaglia, La Ferrara e Marcellino (2000), Canning e Pedroni (2004) e Destefanis e
Sena (2005), que, além do mais, provaram a existência de uma relação positiva entre o capital
público e a produtividade.

A discussão deixa, contudo, em aberto uma questão: até que ponto o capital público investido
numa região contribui para o aumento da produtividade das regiões vizinhas? Não havendo
grandes respostas a esta questão, dada a pouca investigação publicada e, é possível afirmar,
sem grande risco de contestação, que a construção de uma autoestrada numa determinada
região tenha impacto ao nível da redução dos custos de transportes incorridos pelas empresas
localizadas nas regiões vizinhas mas que utilizam essa infraestrutura.

Certo é que o capital público de uma região contribui para o aumento da vantagem
comparativa sobre as demais podendo, assim, captar fatores de produção de outros territórios
que verão a sua produção ou produtividade baixar (Boarnet, 1998). De acordo com Jackson e
Murphy (2006), o turismo surge como um fator importante para promover o desenvolvimento
económico regional substituindo o emprego que se vai perdendo noutros setores motivado
pelo uso crescente de tecnologias ou pela migração dos jovens para as grandes cidades ou
regiões mais desenvolvidas.

Assim, o turismo pode revelar-se como um agente fulcral para a recuperação económica de
determinadas regiões, essencialmente as mais isoladas e de baixa densidade, se detentoras de
um vasto património natural, patrimonial e cultural. Refira-se, contudo, como bem refere
Tisdell (1998), que o turismo não pode ser a única solução para o desenvolvimento regional.

Por último e não menos importante, de referir que, segundo Ramachandra (2007), o setor
energético é fundamental para o desenvolvimento económico e social sustentável de uma
região, e o desenvolvimento económico depende do sistema de energia do país e do seu
planeamento descentralizado (Rachamandra, 2003).

Ao se procurar modelar o crescimento econômico regional, deve-se levar em conta as


especificidades regionais que provocam alterações nos modelos macroeconômicos de
crescimento econômico.

9
Algumas destas especificidades, tais como regulações que padronizem clima, aspectos
culturais, raça, religião, propensão marginal do povo da região para poupar ou consumir, têm
um grau de subjetividade bastante elevado. Assim, a tarefa do “tomador de decisão”, na
implementação de políticas para promover o crescimento econômico regional, seja ele do
governo ou não, passa pela elaboração de cenários, onde as várias facetas das especificidades
regionais devem ser contempladas.

10
vii) Conclusão
Os trabalhos mais recentes na área de economia regional enfatizam a heterogeneidade das
variáveis determinantes da configuração e do crescimento das regiões. Esta diversidade é
acompanhada da unificação dos espaços econômicos, que pode se manifestar tanto no sentido
de concentração em alguns pontos, quanto de dispersão (LEMOS, 1993).
O novo patamar de crescimento das forças produtivas, com as inovações ocorridas nos
materiais, formas de organização do trabalho, processos de gestão e exacerbada
competitividade entre as empresas, privilegia novos relacionamentos entre trabalho, empresa,
mercado e ciência, onde cada qual, na sua inevitável tendência ao crescimento, dá sua
contribuição para o processo produtivo.
As diferentes formas em que se apresenta o desenvolvimento regional permitem verificar que
a divisão do trabalho brasileira reflete as estruturas produtivas regionais específicas. Por sua
vez, estas estruturas produtivas são resultantes de condicionantes culturais, políticos,
participacionais e econômicos que compõem os macrossistemas sociais de cada espaço, que
ainda se diferenciam por situações históricas e geográficas particulares.
Na prática, esta distribuição ocorre através do aparecimento e desenvolvimento de centros
dominantes em pólos regionais de crescimento econômico, que propagam esse
desenvolvimento para áreas vizinhas, refletindo a possibilidade de acesso a recursos de
diversas naturezas, a existência de economias de aglomeração ou de economias externas,
padrões diferenciados de tecnologia e a capacidade de absorção das inovações tecnológicas
por parte do trabalhador local.
Desta forma, a efetividade e a rapidez do processo de inovações tecnológicas e as
transformações na divisão espacial do trabalho estão diretamente associadas à estrutura da
produção vigente, como também à qualidade da força de trabalho. As mudanças tecnológicas,
ao exigirem um novo perfil do trabalhador, provocam uma revolução sobre as formas de
educação do trabalhador-cidadão, que demanda uma urgente avaliação e redefinição das
formas tradicionais de qualificação.
A moderna concepção de qualificação vai além das habilidades técnicas, exigindo uma
educação permanente e atualizada, capaz de gerar habilidades de trabalho passíveis de
permitir ao trabalhador a criação de novos métodos para resolução de problemas que tenderão
a ser cada vez mais complexos.
Uma forma de analisar as diferenças existentes entre os níveis de desenvolvimento dos países
é pelo estudo dos elementos que constituem a “Função de Produção Agregada” desses países.

11
Pode-se considerar como fatores econômicos estratégicos para o desenvolvimento econômico,
que afetam o crescimento da produção e da renda, as variações que ocorrem na quantidade e
qualidade de dois insumos básicos: capital e mão-de-obra. Desta maneira, considera-se o
aumento na força de trabalho, o aumento no estoque de capital, a melhoria na qualidade da
mão-de-obra, a melhoria tecnológica e a eficiência organizacional1 como fatores
determinantes do crescimento e, portanto, constituintes da função de produção agregada.

12
viii) Referências bibliográficas
Antunes, M.; Soukiazis, E. (2006), “Two speed regional convergence in Portugal and the
importance of structural funds on growth”, Ekonomia 9 (2), 222–241 Winter.
Acemoglu, D. (2009), “Introduction to Modern Economic Growth”, Princeton, University
Press. [3].
Arrow, K.J.; Kurtz, M. (1970), “Public investment, the rate of return, and optimal fiscal
policy”, The Jon Hopkins Press, Baltimore MD.
Becker, D. F.; Wittmann, M. L. (2008), “Desenvolvimento Regional, abordagens
interdisciplinares”, 2ª Edição, Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2008.
Benhabib, J.; Spiegel, M. M. (1994), “The role of human capital in economic development:
Evidence from aggregate cross-country data,” Journal of Monetary Economics, 34(2),
143−174..
Bils, M.; Klenow, P. J. (2000), “Does schooling cause growth?” American Economic Review,
90(5), 1160−1183.
Diniz, F.; Gerry, C. (2005),” A problemática do desenvolvimento rural,” in Compêndio de
Economia Regional, Associação Portuguesa de Desenvolvimento Regional, Coimbra.
Everaert, G.; Heylen, F. (2001), “Public capital and productivity growth: evidence for
Belgium” 1953–1996. Economic Modelling 18, 97–116.
Maskell, P.; Eskelinnen, H.; Hannibalsson, I.; Malmberg, A.; Vatne, E. (1998),
“Competitiveness, Localised Learning and Regional Development: Specialisation and
Prosperity in Small Open Economies,” Routledge, London, 1998.
Mcgovern, P. (2003), “Rational choice theory: the new economic sociology and
functionalism,” Work Employ, Soc. 17 (4) (2003) 747–756.
Mill, J. S. (1848, 1994), “Principles of Political Economy” Oxford University Press, oxford e
Nova Iorque.

13

Você também pode gostar