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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E AUDITORIA DE

MOÇAMBIQUE
LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

NATECHA INOCÊNCIA LOMBENE

IMPACTO DA GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA NO PROCESSO DE TOMADA


DE DECISÃO FINANCEIRA EM UMA EMPRESA DE PEQUENA DIMENSÃO-
CASO DA SOUSA CONSULTORES LDA, (2017-2019)

Maputo
2022
NATECHA INOCÊNCIA LOMBENE

IMPACTO DA GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA NO PROCESSO DE TOMADA


DE DECISÃO FINANCEIRA EM UMA EMPRESA DE PEQUENA DIMENSÃO-
CASO DA SOUSA CONSULTORES LDA, (2017-2019).

Projecto de Pesquisa apresentado no Instituto


Superior de Contabilidade e Auditoria de
Moçambique (ISCAM), como requisito
parcial para a conclusão do grau de
Licenciatura em Contabilidade e Auditoria.

Supervisor: Msc José Timba

Maputo
2022
NATECHA INOCÊNCIA LOMBENE

IMPACTO DA GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA NO PROCESSO DE TOMADA


DE DECISÃO FINANCEIRA EM UMA EMPRESA DE PEQUENA DIMENSÃO-
CASO DA SOUSA CONSULTORES LDA, (2017-2019).

Trabalho de Monografia Científica


apresentado no Instituto Superior de
Contabilidade e Auditoria de Moçambique
(ISCAM), como requisito parcial para a
conclusão do grau de Licenciatura em
Contabilidade e Auditoria.

Maputo, aos 01 de Novembro de 2022


O Júri

(Nome do Presidente)

(Nome do Oponente)

(Nome do Supervisor)

Maputo
2022
Dedicatória

Dedico ao meu eterno Pai António Zefanias Lombene (em memória)


AGRADECIMENTOS

A finalização desta monografia só foi possível graças a entrega e contribuição de várias pessoas pois
sozinha não conseguiria.

Agradeço em primeiro lugar a Deus pelo seu amor incondicional, pelo dom da vida e por ter me
guardado até o dia de hoje.

Aos meus pais (António e Inocência) por terem me gerado, educado incondicionalmente e em meio
a dificuldades nunca deixaram faltar nada. Sem se esquecer do meus irmãos Tânia e Bruno que
sempre estiveram em prontidão para ajudar.

Ao meu marido e companheiro Raimundo, pela sua compreensão, apoio e incentivo nos momentos
de incerteza. Aos meus eternos filhos Wayde e Kevin que tornaram-se a forca motriz desde o início
ate a finalização deste trabalho.

Aos meus colegas de carteira que tornaram-se amigos e hoje somos a família 3JEN LDA (Aurélio,
Diana, Ercília, José Macie, José Maxlaieie Justina e Leonor).

Um especial agradecimento vai ao meu Tutor José Timba pela disponibilidade entrega dissipação de
dúvidas e por ter me acompanhado durante o processo da elaboração deste trabalho.

E também o meu obrigado vai a todos que directa ou indirectamente contribuíram


incondicionalmente para que este trabalho fosse realizado.
RESUMO

As informações geradas pela gestão financeira auxiliam as empresas no processo de tomada de


decisão, pois com elas, as organizações podem verificar sua situação atual e projectar o futuro. A
gestão do fluxo de caixa é um instrumento de importante relevância, visto que identifica os recursos
disponíveis para o processo de gestão. Neste contexto, uma das ferramentas utilizadas para análise
financeira é a Demonstração dos Fluxos de Caixa, que em conjunto com as demais demonstrações
financeiras auxiliam os usuários na avaliação de liquidez, de solvência e na capacidade da empresa
em se adaptar as novas circunstâncias. No entanto o objectvo desta pesquisa é analisar o impacto da
gestão do Fluxo de Caixa no processo de tomada de decisão. Em termos metodológicos a pesquisa
se classifica quanto aos objectivos como descritiva, quanto aos procedimentos como um estudo de
caso e quando à abordagem do problema como qualitativa e quantitativa. Pode-se concluir por meio
da análise dos indicadores de medidas de desempenho obtidas da Demonstração dos Fluxos de
Caixa, que a empresa Sousa Consultores Lda possue o controle das entradas e saídas de seus
recursos financeiros, o que lhe permite visualizar um diagnóstico real de sua capacidade financeira,
e assim fundamentar suas decisões de financiamentos e investimentos.

Palavras-Chave: Fluxo de Caixa; tomada de decisão; indicadores financeiros.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DFC- Demonstração de Fluxo de Caixa


DF’S- Demonstrações Financeiras

FCO- Fluxo de Caixa Operacional

INE- Instituto Nacional de Estatística

PME’s- Pequenas e Medias Empresas


ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização
Face ao ambiente competitivo em que as empresas estão inseridas, elas procuram sempre tornar-se
mais eficientes para poder responder as exigências e o cenário do mercado. Estas exigências do
mercado requerem um esforço contínuo por parte das empresas no sentido de assegurarem a
excelência do processo produtivo. Devido a esta crescente competitividade e complexidade de
exigências os gestores buscam, incansavelmente, alternativas para suplantar os desafios que se
apresentam diariamente, visando tomar a melhor decisão.

Em virtude da necessidade de decidir com acerto e oportunidade, as empresas precisam de


ferramentas que possibilitem o planeamento e controle dos recursos financeiros. Portanto, a
utilização da demonstração do fluxo de caixa para auxiliar a gestão dos recursos financeiros na
tomada de decisão torna-se imprescindível, uma vez que possibilita ao gestor programar e
acompanhar as entradas e saídas desses recursos. O emprego da demonstração do fluxo de caixa
facilita o entendimento dos usuários frente à utilização dos recursos financeiros no período a ser
apreciado, (Iudícibus, Martins e Glebcke, 1995, p. 603).

Outro factor importante a ser destacado, neste contexto, refere-se a actualização do fluxo de caixa
para que possa atender às expectativas da gestão financeira e viabilizar sua utilização para fins de
tomada de decisão, ou seja, com a adequada formulação do fluxo de caixa obtém-se a real posição
de liquidez da empresa, conhecendo também as alterações e variações apresentadas pelo
demonstrativo.

Para os gestores não basta apenas uma análise económico-financeira, que detecta desvios através de
cálculos e comparações de índices, é preciso identificar as causas que provocaram tais desvios na
liquidez. Com isso, o fluxo de caixa apresenta-se como uma ferramenta capaz de satisfazer esta
necessidade, e, é por intermédio dele que verificamos onde foram aplicados os recursos e qual o
resultado desta aplicação. Segundo Hendriksen e Breda (1999, p. 175), “os investidores não
colocarão seu dinheiro em um projecto a menos que o valor descontado dos fluxos de caixa
esperados seja pelo menos igual ao custo dos investimentos”.

No entanto, fluxo é qualquer movimento contínuo ou que se repete no tempo. O termo caixa
normalmente é usado para activos de liquidez imediata ou seja recursos monetários armazenados
pela empresa e saldos mantidos em contas correntes bancárias. O fluxo de caixa auxilia na tomada
de decisões do gestor financeiro de uma empresa e será através destas informações que vai ser
possível saber se as contas do dia-a-dia estão a ser pagas ou se serão pagas antes do vencimento para
evitar multas e juros e também se há necessidade de suprir o caixa e/ou investimentos.

Neste contexto, o objectivo deste trabalho é analisar o impacto da gestão do fluxo de caixa sobre a
tomada de decisões a nível das empresas de pequena dimensão, tendo como caso a empresa Sousa
Consultores Lda, num período compreendido entre os anos de 2017 à 2019.

Para a efectivação deste projecto e atender os objectivos propostos, este estudo será desenvolvido
utilizando o método dedutivo, partindo da análise geral ao particular. A pesquisa será aplicada por
ter um resultado prático visível dirigido à solução de problema específicos envolvendo verdades e
interesses da empresa.

1.2. Estrutura do Trabalho

Em termos de estrutura o trabalho contém 4 capítulos, para além dos elementos pré-textuais e pós-
textuais que apesar de não fazerem parte do presente trabalho, farão parte do documento final, ora
em apresentação.

O primeiro capítulo será dedicado à explicitação do objecto e objectivos da pesquisa. Ainda neste
capítulo será anunciado o problema, os objectivos, bem como a justificativa da realização do
trabalho.

O segundo capítulo descreverá os aspectos metodológicos que orientaram a realização do trabalho.

O terceiro capítulo será reservado à revisão bibliográfica sobre elementos relacionados com o
objecto da pesquisa, apresentando também o respectivo marco teórico da pesquisa.

O último capítulo concentrar-se-á na análise e interpretação dos resultados da pesquisa efectuada,


bem como da verificação das hipóteses do trabalho.
1.3. Definição do Problema
Para atingir os objectivos empresariais, alguns administradores esquecem a gestão dos recursos
financeiros, resultando na consequência que é a insolvência, que corresponde ao não pagamento dos
compromissos assumidos. Gitman (2002, p. 12), advoga que “uma empresa pode ser lucrativa e
mesmo assim fracassar, devido a um insuficiente fluxo de caixa para satisfazer suas obrigações nas
datas de vencimento”.

Com a dinâmica dos dias actuais é possível notar que se deixa de actualizar o fluxo de caixa por
exemplo, mensalmente ou semanalmente. O que acontece numa empresa de pequena dimensão é
que nem sempre as saídas de dinheiro são contabilizadas no lançamento mensal ou registadas
instantaneamente.

Assim, o acompanhamento diário é essencial para se ter um bom controlo do fluxo de caixa, o que
possibilita identificar problemas e riscos financeiros com antecedência e tomar providências em
tempo real de modo a evitar a posteriori problemas graves. Nota-se que não tem havido o devido
cuidado de se registar separadamente as entradas e saídas previstas, as que já foram efectivamente
realizadas e também saber a proveniência delas, para onde e quando foram.

Não obstante a visível relevância da gestão do fluxo de caixa para o processo de tomada de decisão
nas empresas de pequena dimensão, constatou-se na fase exploratória deste estudo, que a empresa
Sousa Consultores Lda, apresenta graves lacunas no que tange à gestão do fluxo de caixa, na medida
em que os gestores da mesma acham desnecessária a actualização do fluxo de caixa de modo a
auxiliar na organização.

Por outro lado, regista-se ainda as entradas e saídas com papel e caneta, acabando por ser somente
um registo do passado pois não desempenha a sua actividade principal que é ajudar a entender o
passado, prevenir o futuro e tomar as melhores decisões no presente. Nessa perspectiva nota-se que
a demonstração do fluxo de caixa nesta empresa não é aplicada no processo de tomada de decisões,
facto que compromete a vida financeira da empresa, a determinação dos objectivos e o
esclarecimento dos pontos frágeis e fortes da empresa. Neste contexto surge formular a seguinte
questão: Até que ponto a gestão do fluxo de caixa pode influenciar na tomada de decisão financeira
em uma empresa de pequena dimensão?
1.4. Delimitação da pesquisa
Na pesquisa em apreço busca-se analisar o impacto da gestão do fluxo de caixa no processo de
tomada de decisão na empresa de pequena dimensão Sousa Consultores Lda. No entanto o período
em referência para a elaboração da presente pesquisa, obedecerá o intervalo 2017 – 2019.

1.5. Hipóteses

 H0: A Gestão do Fluxo de Caixa exerce um impacto significativo sobre a tomada de decisão
financeira em uma empresa, na medida em que fornece informação segura e real das
transacções da empresa Sousa Consultores Lda.
 H1: A Gestão do Fluxo de Caixa não exerce um impacto significativo sobre a tomada de
decisão financeira em uma empresa, na medida em que fornece informação segura e real das
transacções da empresa Sousa Consultores Lda.

1.6. Objectivos
Para elaboração desta pesquisa foram elaborados os objectivos geral e específicos que estão descrito
a seguir.
1.6.1. Geral

 Analisar o impacto da Gestão do Fluxo de Caixa sobre a Tomada de Decisão Financeira em


uma empresa de pequena dimensão, com enfoque para a Sousa Consultores Lda.

1.6.2. Específicos

 Identificar abordagens teóricas sobre os processos utilizados na elaboração do Fluxo de


Caixa nas organizações.
 Mensurar os indicadores financeiros da demonstração dos fluxos de caixa.
 Relacionar a gestão do fluxo de caixa com o processo de tomada de decisão nas
organizações.

1.7. Justificativa

A gestão do fluxo de caixa surge da necessidade de se aprimorar os registos de saída e entrada de


recursos financeiros através da fixação e cumprimento de metas. Permitindo desta forma uma rápida
detecção e correcção de alguma distorção.
O tema do presente projecto foi escolhido devido a importância da gestão financeira para a
sustentação de qualquer empresa. Estando inserida num mercado competitivo e de grandes
exigências onde há constantes mudanças tanto económicas como também financeiras nota-se a
questão de se buscar soluções imediatas para se ter melhores resultados daí que uma boa gestão do
fluxo de caixa faz com que a empresa obtenha grandes êxitos.

Nos dias actuais é imprescindível que a empresa tenha uma contabilidade organizada, desta forma, é
necessário que haja informações reais e objectivas nas quais a empresa integra com fidelidade e
transparência para seus colaboradores.

As demonstrações Financeiras como o fluxo de caixa possuem ampla seriedade na análise


empresarial, através dessas informações pode-se obter índices financeiros, operacionais e
económicos. Tais índice efectivam a situação da organização, assim o gestor da empresa poderá
analisar de forma adequada e solucionar os problemas que irão suscitar, sempre em busca de
soluções inovadoras e fundamentadas cientificamente.

Com base neste estudo espera-se contribuir para a consciencialização dos gestores das empresas,
com enfoque para os gestores da Sousa Consultores Lda, sobre a necessidade de efectuar a devida
gestão dos fluxos de caixa, registo das entradas e saídas de fundos das contas da empresa pois estes
são uma forte matéria que apoia os gestores no processo de tomada de decisões diversas, bem como
na manutenção da competitividade da mesma.

Por outro lado, espera-se que o estudo desperte maior interesse por parte dos estudantes do curso de
Contabilidade e Auditoria e os demais que se interessarem pelo tema, em aprofundar mais sobre este
de modo a obterem mais conhecimentos e contribuírem para o desenvolvimento das organizações
que futuramente poderão gerir. O estudo poderá ainda constituir fonte de consulta para os
estudantes.

A nível económico, o estudo poderá contribuir para o crescimento da economia nacional através da
colecta de receitas e impostos resultantes da actividade financeira das empresas. Salientar que
quanto maior e melhor for a gestão dos fluxos de caixa nas empresas, maior será a sua capacidade
de honrar com as suas obrigações legalmente previstas, contribuindo assim para o desenvolvimento
da economia nacional. Refira-se que as pequenas e médias empresas estão em maior número em
Moçambique e tem um papel fundamental para a robustez da economia.
2. REVISÃO DA LITERATURA
No presente capítulo serão apresentados os principais conceitos ligados ao tema, tais sejam os casos
do conceito de fluxo de caixa, o conceito de gestão e o conceito de empresa. Por outro lado, serão
apresentados outros elementos como os objectivos e tipos de fluxo de caixa, o papel dos fluxos de
caixa e respectivas demonstrações para o processo de tomada de decisões e vários outros elementos.

2.1. Conceitos Chaves


2.1.1. Gestão
Segundo Mosimann (1999), o termo gestão deriva do latim gestione e significa gerir, gerência,
administração. Arantes (1998) diz que a administração – ou gerência – não é um departamento nem
um cargo. Administrar é uma ação que existe em todos os departamentos e em todos os níveis
organizacionais, sendo usualmente relacionadas às atividades de planejar, coordenar, organizar,
dirigir, controlar, motivar.
A figura 1 apresenta a gestão como um acto de administrar.

PLANEAMENTO

CONTROLO EXECUÇÃO

Fonte: Boisvert apud Maluche (2000).

Boisvert apud Maluche (2000), define gestão como sendo uma parte da administração que está
dentro das funções fundamentais da empresa. Boisvert salienta que a gestão apresenta três funções
principais: planeamento, execução e controlo. As necessidades de revisão e ajustes no sistema de
gestão empresarial são decorrentes do próprio processo de evolução da empresa e inerentes aos
requisitos de sobrevivência, crescimento e continuidade.
2.1.2. Empresas

Em Moçambique, ainda existem diferentes definições de tamanho de empresas. Por exemplo: O


Instituto Nacional de Estatística (INE) considera uma pequena empresa aquela que emprega entre 1
a 9 trabalhadores e a média empresa aquela que emprega entre 10 a 99 trabalhadores. Ministérios e
instituições também usam outras definições ou limites para definir políticas, por exemplo nas leis e
decretos.

Em Moçambique, no ano 2011, o Estatuto Geral das MPME foi aprovado. O Estatuto de 2011
define as MPME em termos de volume de negócios e do número de empregados, como ilustrado na
tabela abaixo.

Tabela 1: Definição das MPME


Classificação Número de trabalhadores Volume de negócios

Micro empresa 1-4 <1 200 000.00

Pequena 5-49 1 200 000.00 ≤ 14 7000 000.00


empresa
Média empresa 50-100 14 700 000.00 ≤ 29 970 000.00

Fonte:

Uma PME caracteriza-se fundamentalmente por uma forte prontidão de enfrentar o risco,
flexibilidade no mercado e desempenho. Existe uma relação de interacção directa entre o gestor e a
empresa, isto é, o gestor é normalmente o próprio dono da empresa. Todas as decisões vitais da
organização e o funcionamento da empresa são da responsabilidade do próprio dono. Numa PME,
as relações entre os trabalhadores e o patronato são de carácter pessoal e directo.

As consequências económicas das características qualitativas reflectem-se muitas vezes na escolha


de formas jurídicas, na gestão de financiamentos, nas acções de inovação, e na actividade política
local, por exemplo, nos círculos eleitorais. Em geral, nas PMEs as transacções acarretam menos
custos internos (os chamados custos do “principal - agent”, conhecido como “principal - agent
problem
2.1.3. Caixa e equivalentes de Caixa
Segundo o Parágrafo 7 da NCRF define Caixa como sendo dinheiro e depósitos à ordem e
equivalentes de caixa como investimentos de curto prazo de grande liquidez que são prontamente
convertíveis em caixa e que são sujeitos a um risco insignificante de alterações de valor.
É importante destacar que os investimentos em equivalente de caixa, segundo Iudicibus, Martins
e Gelbcke (1999, pg. 399) “não são investimentos de caráter especulativo, de obter lucros
anormais com tais aplicações, mas apenas o de assegurar a estas sobras temporárias a
remuneração correspondente ao preço do dinheiro no mercado”. Portanto, equivalente de caixa
serve como forma de remunerar as atividades operacionais, também como meio de pagamento
das obrigações e como forma de reserva para futuros desembolsos.

2.1.4. Fluxo de caixa

Segundo Silva e Rosa (2002, p. 86), o fluxo de caixa é um retracto da composição da situação
financeira da empresa. É imediato e pode ser actualizado diariamente. Deste modo, torna
disponíveis informações sobre as entradas e saídas de recursos financeiros.

Os autores acrescentam que, o fluxo de caixa evidencia tanto o passado como o presente e desta
forma é possível prever os acontecimentos e tomar medidas para enfrentar a escassez ou o
excesso de recursos.

Segundo Assaf e Silva (2002, p.39), o fluxo de caixa é o instrumento de relacionamento dos
ingressos e saídas de recursos monetários da empresa em determinado intervalo de tempo. Sua
elaboração permite prognósticos de eventuais excedentes ou escassez de recursos.

Por seu turno, Zdanowicz (2002, p. 23), defende que o fluxo de caixa é o instrumento que
relaciona o futuro conjunto de entradas e de saídas de recursos financeiros pela empresa em
determinado intervalo de tempo.

Segundo Figueiredo e Caggiano (1997, p. 75), o fluxo de caixa é uma síntese dos eventos mais
importantes nos quais estão baseadas as mensurações contábeis, sendo essencial para que os
objectivos da empresa sejam alcançados.
Segundo Toigo (1999, p. 98), a gestão é vista como um conjunto de operações que visam,
directamente, alcançar os fins propostos nas empresas ou entidades. Ela se desenvolve através
das acções do organismo económico e abrange o conjunto de operações que se desenrolam
ininterruptamente durante toda a vida da empresa.

Segundo Nakagawa (2007, p. 39), gestão é a actividade de se conduzir uma empresa ao alcance
do resultado desejado (eficácia) por ela, apesar das dificuldades. É o acto de agir, método
utilizado por um indivíduo para chegar ao resultado desejado dentro de uma organização.

Com tudo isto podemos definir o fluxo de caixa como sendo a representação gráfica e
cronológica de ingressos (entradas) e desembolsos (saídas) de recursos financeiros de uma
determinada empresa

2.1.4.1. Objectivos do Fluxo de Caixa


Segundo Silva (2013, p. 41), são múltiplos, os objectivos de fluxo de caixa, pois ele constitui a
visão geral de todas as actividades de receitas e despesas quotidianas de todo o activo circulante
da empresa, portanto obtêm-se uma percepção das disponibilidades, representando toda a
estrutura financeira da empresa.

Conforme o autor, constituem objectivos do fluxo de caixa os seguintes:

 Planear: as necessidades de entradas da empresa, assim vendo quando que a empresa terá
maior necessidade de receita;
 Quitar: as obrigações dentro do vencimento, evitando juros ou encargos;
 Analisar e controlar: as actividades de planeamento de vendas e despesas;
 Gerir: a necessidade de capital de giro;
 Ter visão: de prazo de recebimentos, pagamentos, estoque e entre outros;
 Efectuar a estabilização financeira: dos fluxos de entrada e saída de recursos;
 Evitar: desembolsos desnecessários ou de forma elevada em situações que a empresa se
encontra em baixo nível financeiro.

O autor supracitado, argumenta ainda que com todos esses objectivos aplicados dentro da
organização, pode-se fazer avaliação de uma empresa, proporcionando ao administrador uma
visão futura dos recursos financeiros da empresa, integrando o caixa central, as contas correntes
em bancos, contas de aplicações, receitas, despesas e as previsões.

As decisões relacionadas a compra, venda, investimentos, aportes de capital pelos sócios


captação ou pagamento de empréstimos e desinvestimentos, constituem um fluxo contínuo entre
as fontes geradoras e as utilizadoras de recursos. Pode-se ser utilizado por empresas de qualquer
porte dada a sua importância e simplicidade, entre os Micro e Pequenos Empresários (idem).

2.1.4.2. Fatores que afetam o Fluxo de Caixa

Aqui serão listados alguns fatores internos e externos que afetam o fluxo de caixa, tornando o
desequilíbrio entre ingressos e desembolsos frequente, que, segundo Silva (2008,p.
22),“ocasiona diferenças acentuadas entre o previsto e o realizado, comprometendo a
eficácia do sistema, bem como a sua liquidez”.

a) Fatores internos:

 Aumento dos prazos de recebimento das vendas, para aumentar a competitividade,


maior que o prazo médio de pagamento;
 Compras sem necessidades;

 Descompasso entre os prazos de pagamento e os prazos de recebimento;

 Política salarial incompatível com as receitas;

 Excesso de imobilização;

 Custo financeiro devido a endividamente

b) Fatores externos:
 Inadimplência elevada;
 Recessão econômica;
 Concorrentes;
 Mudanças de políticas tributárias;
 Inflação e elevação da taxa de juros.

Ross; Westerfield e Jordan (2002, p. 413) indicam alguns fatores que aumentam e diminuem os
saldos em caixa e são exatamente o oposto uma da outra, como por exemplo, o aumento do
passivo não circulante, que seria um empréstimo a longo prazo. Já uma diminuição deste Passivo
ocasionaria uma diminuição do saldo de caixa, devido ao pagamento de um empréstimo de
longo. Para cada empresa e cada situação deve-se estudar quais serão as melhores alternativas
para utilizar os saldos em caixa.
Segundo Zdanowicz (2000, p. 173), “o controle do fluxo de caixa é tão essencial à empresa
como o seu processo de planeamento, pois um depende de outro para que ambos possam ser
uteis.

Figura 2 - Esquematização dos fluxos de caixa

Fonte: Marion (2005)


2.2. A problemática da gestão em PME’s.

A problemática na gestão das pequenas empresas está, segundo Laudmann apud Maluche (2000),
na informalidade com que são conduzidas. Apesar dos esforços mantidos, as pequenas empresas
sofrem com ausências de sistemas de custeio adequados. A falta de planeamento e controlo da
produção, controlo de qualidade, ausência de manutenção preventiva para os equipamentos e
máquinas, inadequação do lay-out ao fluxo produtivo, estoque super dimensionados e sem
controlo, toda espécie de perdas e desperdícios, são problemas comuns nas pequenas empresas.

A ausência de planeamento estratégico acarreta atrasos na entrega de produtos e serviços,


excesso de defeitos e falhas, escassez de dinheiro por aplicação inadequada, pagamento de juros
por mau planeamento financeiro, mão-de-obra desqualificada e com acúmulo de tarefas, entre
outros.

A falta de uma estrutura organizacional bem definida, é outra característica da gestão


problemática de muitas empresas. À afirmativa de Laudmann cabe observar que a informalidade
na pequena empresa, no início de suas atividades, é um fator positivo do ponto vista da
flexibilidade, permitindo rápida adequação às mudanças impostas pelo mercado, bem como
contacto mais direto com os clientes.

Apesar de seu aspecto positivo, a empresa não poderá manter-se sempre na informalidade
administrativa. Com o crescimento do volume de operações (vendas, compras, produção,
finanças) surge a necessidade de uma gestão centrada em informações obtidas através dos
controles, para evoluir com maior segurança, num processo organizado.

2.3. Resultado Liquido vs. Resultado Financeiro


Resultado liquido, o lucro ou prejuízo de uma empresa, pode ser diferente do resultado
financeiro, conforme relata Silva (2008), ou seja, há diferença entre lucro e gestão de caixa, pois
mesmo que se tenha liquidez no caixa, não quer dizer que terá lucro no decorrer do tempo.

Alguns aspectos que geram diferença entre o lucro e a gestão de caixa:

 A depreciação e a amortização são reconhecidas na Contabilidade do lucro, porém não


representam saída de caixa;
 Os tempos de recebimentos e pagamentos são diferentes, o que impacta no capital de
giro. Os estoques também geram diferenças;
 Receitas geradas e não recebidas, como no caso de investimentos, pois se conhece o
valor de juros a receber, porém só se efectiva o recebimento ao fim do período de
investimento;
 A impontualidade de recebimentos de vendas ou o não reconhecimento como perda;

 Investimentos demasiados em ítens do Ativos Não Circulantes, na conta de imobilizados


(ex.: máquinas e equipamentos, prédio) e em estoques, pois o seu processo de
transformação em dinheiro é lento, ou seja, ilíquido.

Quanto maior for o Disponível, item do Ativo Circulante, melhor será a liquidez da empresa e
maior será sua capacidade de saldar suas obrigações (ZDANOWICZ, 2000, p. 58). Verifica-se a
liquidez da empresa mediante a análise de indicadores financeiros, entre eles os índices de
liquidez imediata, liquidez seca, liquidez corrente, liquidez total, solvência geral,
endividamento, garantia de capitais de terceiros, imobilização de capitais próprios e capital
circulante. Os indices de liquidez são particularmente interessantes para os credores a curto
prazo, visto há necessidade, na maioria das empresas, de empréstimos a curto prazo para
alavncar as operações da empresa.
Conforme relata Zdanowicz (2000, p. 58), “é necessário estar atento até que ponto este grau de
liquidez afetará o processo operacional, se for carente de recursos e prejudicar a rentabilidade
da empresa”. Isto quer dizer que se uma empresa possuir, por exemplo, uma liquidez elevada,
pode estar utilizando de maneira inadequada a retenção desses valores em ativos disponíveis,
perdendo rentabilidade se esses recursos estivessem aplicados em ativos rentáveis (aplicações
financeiras.

Do modo Do modo inverso, se a empresa possuísse uma liquidez baixa, teria de recorrer à
empréstimos com recursos de terceiros (bancos), para dar continuidade ao seu processo
operacional. Tais recursos só são obtidos mediante o pagamento de uma determinada
remuneração, os juros, em prazos a serem definidos na contratação, influenciando, novamente,
na rentabilidade. Dentre os principais indicadores econômicos estão a taxa de lucratividade das
vendas líquidas, ou lucratividade, e a taxa de retorno sobre investimento operacional (TIR).

2.4. Demonstracao do Fluxo de Caixa


A DFC é um instrumento importante para gestão. Iudícibus e Marion (2002, p. 218) afirmam que
a DFC “demonstra a origem e a aplicação de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um
determinado período e o resultado desse fluxo”.

O interesse dos usuários pela demonstração do fluxo de caixa vem aumentando, pois segundo
estes autores este interesse é “atribuído à maior facilidade de entendimento das informações que
enfocam o caixa e à sua objetividade”. Vale ressaltar que a DFC apresenta-se pelo regime de
caixa, enquanto as demais demonstrações contábeis são apresentadas respeitando o princípio da
competência.

A DFC é necessária para que os usuários conheçam a situação atual e futura do caixa após as
entradas e saídas de recursos. Francisco et al. (2011) explicam que o fluxo de caixa apresenta
informações relevantes, pois ilustra como a empresa gerou e gastou seu caixa. Apontam que
funciona como um cronômetro na medição do grau de utilização do recurso financeiro no futuro,
possibilitando uma relação entre a rentabilidade e a capacidade de geração de caixa. Uma
empresa que atua em mercados cada vez mais competitivos, precisa estar preparada para tomar
decisões em ambientes dinâmicos. Dessa forma, a gestão precisa apoiar-se em informações
precisas e atualizadas das diversas áreas da organização. A tomada de decisão é amparada nos
dados reais do desempenho da empresa, que podem ser trazidos por relatórios gerenciais e por
indicadores de desempenho.

Nesse sentido, uma importante ferramenta de gestão da área financeira é o controlo de fluxo de
caixa. Silva (2010), juntamente com outros analistas, consideram o fluxo de caixa (cash flow)
como um dos principais instrumentos de análise, pois permite a identificação do processo de
circulação do dinheiro, envolvendo todos os pagamentos e os recebimentos. Portanto, demonstra
a origem e a aplicação do dinheiro que transitou pela empresa. Na concepção de Padoveze
(2010), a DFC procura evidenciar as modificações ocorridas no saldo de disponibilidades da
companhia em determinado período, por meio de fluxos de recebimentos e pagamentos.
As demonstrações dos fluxos de caixa são um resumo das entradas e saídas de caixa durante
certo período. O Quadro 2 apresenta algumas entradas e saídas de caixa.

Quadro 2 - Principais entradas e saídas de caixa


Entradas e saídas de caixa
Entradas (fontes) Saídas (usos)
 Redução de qualquer ativo  Aumento de qualquer ativo
 Aumento de qualquer Passivo  Redução de qualquer passivo
 Lucro líquido depois do imposto de renda  Prejuízo líquido
 Depreciação e outras despesas não  Pagamento de dividendos
desembolsáveis  Recompra ou cancelamento de ações
 Venda de ações
Fonte: (GITMAN, 2010, p. 99)

As demonstrações podem ser ocorrer em duas formas básicas de apresentação, pelo método
direto e pelo método indireto. O primeiro ocorre a partir da movimentação do caixa, conforme
demonstra a Tabela 2. Por sua vez, o método indireto fundamenta-se no lucro ou no prejuízo do
exercício, conforme pode ser visualizado na Tabela 3. A única diferença entre os métodos é o
grupo de atividades operacionais.

2.4.1. Método Directo

De acordo com Silva (2010), o método direto possibilita uma visão analítica das entradas e
saídas de dinheiro na empresa. Permite visualizar o montante que a empresa recebeu de clientes,
pagou para fornecedores e pagou de despesas, por exemplo. Segundo Francisco et al. (2011),
este método é pouco utilizado, devido certo grau de subjetividade na trajetória dos fluxos de
caixa gerados pelas atividades da empresa.

Explica Padoveze (2010), que pelo método direto a estruturação é feita a partir das
movimentações efetivadas financeiramente e constantes nos relatórios contábeis do caixa e
equivalente de caixa. É tradicionalmente utilizado pelos gestores da tesouraria da empresa,
constando os valores efetivamente pagos, com um mínimo de classificação para fins de análise.
Tabela 3 - DFC pelo método direto

MODELO MÉTODO DIRETO – DFC


Saldo inicial em 31/12/x4 40.000

(+) Entradas 850.000


Receita operacional recebida 730.000
Receitas financeiras 10.000
Recebimento de coligadas 10.000
Vendas investimentos 10.000
Novos financiamentos 50.000
Aumento de capital em $ 40.000
(-) Saídas -880.000
Compras pagas -660.000
Despesas de vendas pagas -30.000
Despesas administrativas -50.000
Despesas financeiras -30.000
Imposto de renda -60.000
Dividendos pagos -50.000
Saldo final em 31/12/x5 10.000
Fonte: (MARION, 2012, p. 57).

2.4.2. Método indirecto


Segundo a NCF 2 os fluxos de caixa da actividade operacional resultam principalmente das
actidades produtoras geradoras de redito da entidade e , geralmente derivadas de transações e
outros acontecimentos que contribuem para a formação dos resultados. A apresesntacao de
fluxos de caixa resultantes das actividades de investimento é importante pois tais fluxos
representam os dispêndios que foram feitos para obter recursos destinados a gerar futuros
rendimentos e fluxos de caixa. A apresentação separada de fluxos de caixa resultantes das
actividades de financiamento é importante porque é útil para rever pedidos de fluxos de caixa
futuros pelas entidades financiadoras da entidade.
Tabela 4: DFC pelo método indireto
A seguir é exposto um esquema que resume as atividades que pertencem a DFC:

Fluxo de caixa das atividades operacionais

Recebimento de clientes por vendas à vista ou cobranças;


Pagamento a fornecedores por compras à vista ou a prazo;
Pgtos. de salários, encargos sociais, comissões, férias, etc.;
Pagamento de aluguéis e fretes;Pagamento de juros e
encargos de dívidas; Recebimento de juros e
rendimentos;Recebimento de dividendos e juros s/capital
próprio; Pagamentos e antecipações de impostos e
contribuições; Outros recebimentos e pagamentos
operacionais

Fluxo de caixa das atividades de investimentos Ativo Passivo Fluxo de caixa das atividades de financiamento
Circulante
Circulante
Aplicações em títulos de curto ou longo prazos; Contratação de empréstimos e financiamentos;
Resgate e liquidação do principal de aplicações; Liquidação e pagamentos do principal de dívidas;
Pgtos. pela aquisição de participantes societários; Realizável a Exigível a Produto recebido na emissão de debêntures,
Recbtos pela alienação de participações societárias; assemelhados;Pagamentos do principal de
Pagamentos por compras de ativos de longo prazo; L. P. L. P. debêntures e assemelhados;Pagtos de
Recebimentos de vendas de ativos de longo prazo; dividendos e juros s/capital próprio; Aumentos
Outros recebimentos e pagamentos de de capital em dinheiro;Contribuições recebidas
investimento para reservas de capital; Compra, reembolso e
Ativo Patrimônio resgate de ações próprias; Outros recebtos e
Permanente Líquido
pagamentos de financiamento

Fonte: Braga e Marques (2001, pg. 09)

MODELO MÉTODO INDIRETO – DFC


a) Atividades operacionais
Lucro líquido 24.000
(+) Despesas econômicas (não afetam o
caixa): 10.000
Depreciação 34.000
Ajustes por mudança no capital de giro
(aumento ou redução durante o ano)
Ativo circulante -70.000
Duplicatas a receber – aumento (reduz o caixa) -30.000
Estoque (aumenta o caixa) -100.000
Passivo circulante 20.000
Fornecedores – aumento (melhora caixa) 10.000
Salário a pagar – aumento (melhora caixa) -54.000
Impostos a recolher – redução (piora caixa) -24.000 -124.000
-90.000
Fluxo das atividades operacionais
b) Atividades de investimentos
Não houve variação do imobilizado 10.000
Vendas de ações de coligadas 10.000
Recebimento de empresas coligadas 20.000
c) Atividades de financiamento 50.000
Novos financiamentos 40.000
Aumento de capital em dinheiro -50.000
Dividendos 40.000 60.000
-30.000
Redução do caixa no ano
Saldo inicial de caixa 40.000
Saldo final de caixa 10.000
Fonte: (MARION, 2012, p. 57).
Conforme Silva (2010), o método indireto chega a variação de caixa, no entanto com menor
número de informações. Inicia-se no lucro líquido e passa por uma série de ajustes para chegar
ao fluxo de caixa operacional líquido. Francisco et al. (2011) afirmam que este “método é o mais
elaborado pelas companhias, em função do grau de facilidade de demonstração das trajetórias
dos fluxos de caixa gerado pelas atividades da companhia. É mais utilizado devido ao grau de
objetividade das atividades da empresa”.

De acordo com Padoveze (2010), o método indireto é o que mais tem sido utilizado em
publicações internacionais e, nele, parte do lucro líquido passa por modificações se ajustando por
itens que não apresentam a efetiva saída ou entrada de caixa, como demonstra a Tabela 2.
Quanto aos tipos de fluxo de caixa, pode-se destacar o fluxo operacional, fluxo de investimentos
e fluxos de financiamentos. Segundo Gitman (2010), os fluxos operacionais constituem as
entradas e saídas de caixa diretamente relacionadas à venda e produção de bens e serviços.
Quanto aos fluxos de investimento, representam os fluxos de caixa associados à compra e venda
de ativo imobilizado e investimentos em participações societárias evidentemente, as transações
de compra resultam em saídas de caixa e as de venda, em entradas de caixa. Finalmente os fluxos
de financiamento provêm de transações financeiras com capital de terceiros (dívidas) ou capital
próprio.

Também para Marion (2004), as atividades da estruturação da DFC subdividem-se em


operacional, financiamentos e investimentos. O operacional resulta do caixa gerado pela venda
de bens e serviços, subtraindo-se as despesas operacionais, impostos, participações, entre outros.
Os financiamentos são resultantes da obtenção de caixa por meio de financiamento e aporte de
capitais, ou seja, da captação de recursos e das amortizações dos recursos aplicados. Finalmente,
os investimentos são as aquisições de ativos permanentes e participações em outras empresas.

2.5. Vantagens e Desvantagens do fluxo de caixa


Uma das principais finalidades do Fluxo de Caixa é de indicar à empresa sua real condição de
pagamento das dívidas. Com isso o gestor financeiro tem a possibilidade de estimar, com a
devida antecedência, os problemas de caixa que poderão surgir devido à redução de ingressos e
aumento do volume de egressos e, em decorrência, a necessidade de obter recursos externos.
Além destas, há inúmeras outras finalidades e, por conseqüência,pode-se dizer que o fluxo de
caixa apresenta, também, inúmeras vantagens. Algumas vantagens da utilização do fluxo de
caixa conforme Zdanowicz (1998, p.284) são as seguintes:
a) Permite programar os ingressos e egressos de caixa;
b) demonstra o momento adequado para as retiradas de caixa, sem, contudo, acarretar problemas
financeiros para a empresa;
c) auxilia na verificação dos períodos em que a empresa terá excedentes de caixa;
d) possibilita à empresa fazer uso de suas disponibilidades de caixa de maneira racional e mais
lucrativa possível, sem comprometer sua liquidez;
e) através da elaboração do fluxo de caixa, independentemente do método utilizado, ele obriga a
empresa a planejar e a controlar seus recursos financeiros
f) instrumento fundamental no processo decisório da empresa; g) proteja as necessidades
financeiras futuras, permitindo que se busque alternativas de suprimento de caixa mais rápidas e
em tempo real;
h) é considerado de fácil entendimento pelos usuários, permitindo aprimorar a comunicação
contabilidade- usuário;
i) possibilita a interligação entre os vários setores da empresa com setor financeiro.

Apesar das vantagens do fluxo de caixa, também podem ser lista das algumas desvantagens,
segundo Zdanowicz (1998, p. 285)  como:
a) é tão manipulável como qualquer outra informação contabilística;
b) deve ser elaborado com base em informações confiáveis e corretas e caso não o seja, perde sua
função de gestão;
c) sua análise é fundamental: se a empresa não tiver percepção de seu fluxo de caixa para adotar
ações corretivas, quando necessárias, sua utilidade torna-se inválida.

2.6. Equilíbrio e Desequilíbrio Financeiro


O Equilíbrio financeiro é de fundamental importância para saber como a empresa se apresenta e
planeja possíveis situações para que a empresa não tenha decaída. O equilíbrio financeiro surge
quando a empresa mantém um volume de negócios elevados com capitais reduzidos.
2.6.1. Equilíbrio financeiro
É fundamental, em todas as empresas que seus gestores tenham controlo da sua situação
financeira, ou seja, estejam cientes de como a empresa se apresenta para preservar seu equilíbrio
financeiro e planejar acções que possam corrigir possíveis situações capazes de fazer com que a
empresa não sofra problemas financeiros graves que possam levá-la à falência.
Para melhor entendimento do equilíbrio financeiro nas empresas, faz-se necessário comentar
sobre o capital de giro, já que este está profundamente inserido no contexto das decisões
financeiras das empresas. O termo giro refere-se aos recursos correntes (curto prazo) da empresa,
identificada como aqueles capazes de serem convertidos em caixa, no prazo máximo de um ano.

2.6.1.1. Capital Giro

Pelo conceito contabilístico, o capital de giro consiste na diferença entre o Activo Circulante e o
Passivo Circulante. Resultando um valor positivo, afirma-se que o capital de giro da empresa é
próprio. Se negativo, o capital de giro será de terceiros (ZDANOWICZ, 2000 p. 109).

Ele é expresso da seguinte forma:

CG = AC – PC

Onde:
CG = capital de giro
AC = activo circulante
PC = passivo circulante
Figura 3 Ciclo de Conversao de caixa

CAIXA
(Disponibilidades)

VENDAS COMPRAS
(Vista/a Prazo) (fornecedores)

ESTOQUES DE
MERCADORIA

Fonte: Adaptado de Silva, 2008

A figura 3 Demonstra o Ciclo de conversão de caixa, no qual a empresa, através de capital


próprio ou de terceiros, compra as mercadorias dos fornecedores, à vista ou a prazo põe à venda.
Quando não consegue fazer a venda destes produtos o estoque fica acumulado. Ao fazer a venda,
que pode ser à vista ou a prazo, a empresa gera caixa, pois precisa pagar as obrigações
necessárias, como salários, impostos, e partir para a compra de novas mercadorias. Este ciclo
evidencia a necessidade de haver equilibrio entre os prazos de pagamentos e recebimentos, assim
como no controlo dos prazos de estoque.

2.6.2. O desequilíbrio financeiro
O desequilíbrio financeiro pode, também, ser definido como Overtrading ou Superexpansão. O
desequilíbrio surge quando a empresa tenta negociar mais que a capacidade financeira, ou, ainda,
mantém um volume de negócios elevados com capitais reduzidos.
Estar em uma situação de Overtrading significa dizer que as fontes operacionais não cobrem os
acréscimos da necessidade de capital de giro (NCG), a empresa pratica vendas acima de sua
capacidade de sustentação dos capitais próprios, sendo que a cada unidade vendida, mais
prejuízo é gerado, porque esta unidade adicional está sendo financiada por recursos onerosos.
Cada empresa tem uma certa capacidade de manter um determinado volume de negócios a que
ela não deve transpor sob pena de sofrer duras e indesejáveis consequências.

2.6.2.1. Sintomas do desequilíbrio financeiro

Segundo Zdanowicz (2000, p. 44) os sintomas do desequilíbrio financeiro são os seguintes:

a) insuficiência crônica de caixa;


b) a constatação da rotação do capital de trabalho em relação às vendas;
c) diminuição de disponibilidades;
d) aumento do passivo circulante;
e) aumento de dívidas desproporcionais em relação ao aumento de contas a receber, ou prazos
médios de recebimentos superiores ao de pagamento;
f) recurso sistemático ao crédito a curto prazo (pagamentos excessivos de juros, dividendos,
gratificações, implicando descapitalização);
g) obtenção de prejuízos por não conhecimento do seu verdadeiro custo;
h) sensação de esforço desmedido;
i) sensação de quebra repentina; 
j) perda do controle empresarial

2.6.2.2. Causas do desequilíbrio financeiro


São inúmeros os motivos para que o desequilíbrio financeiro se instale.Zdanowicz (1998, p. 45)
relata que as causas podem ser de dois tipos:internas e externas.São causas internas:
a) excesso de investimentos em estoque;
b) excesso de imobilizações;
c) aumento desmesurado das despesas financeiras como consequência do grande volume de
recursos tomados por empréstimos sem a compensação de um aumento expressivo nas
vendas;
d) decréscimo na relação Patrimonio Liquido/ Activo Permanente, significando, também
escassez de capital giro;
e) tendência à continuidade de certas despesas fixas e encargos, apesar da inexistência de
receita adequada, o que deteriora ainda mais a situação;
São causas externas:
a) Inflacao e alta de preços
b) Necessidade de estoque forcados
c) Aumento desmesurado dos impostos

2.6.2.3. Consequências do desequilíbrio financeiro


Uma vez detectados os sintomas e causas do desequilíbrio financeiro, segundo Zdanowicz (2000,
p. 44) a empresa terá consequências, as quais são relatadas abaixo:

a) Vulnerabilidade ante as flutuações de mercado;
b) Atrasos nos pagamento de dívidas;
c) Tensões Internas;
d) Concordata;
e) Falência

2.7. Características básicas das informações no Fluxo de caixa


Como uma das principais, quiçá a melhor ferramenta de gestão, será de grande auxílio ao gestor
das pequenas empresas, desde que suas informações sejam claras e de fácil entendimento. A
montagem de um demonstrativo de gestão que proporcione informações claras tem como
características básicas na proposta de Kassai (1997) para empresas de pequeno porte:
 Simplicidade: as informações devem ser de entendimento intuitivo, não sendo necessário
o conhecimento dos princípios e convenções contábeis que regem a contabilidade;

 Facilidade de obtenção: as informações devem ser fáceis de levantar, sem necessidade de


registros históricos ou complexos;

 Relevância: Preocupação inicial com as informações relevantes, desconsiderando-se os


valores menores;

 Atualidade: Propõe-se um modelo de informação voltada para os fatos e eventos


presentes e futuros, através da utilização de modelos prospectivos e orçamentos
 Funcionalidades e Simulações: um instrumento entendido e utilizado de maneira simples,
fácil e que permita simular o crescimento ou a queda das vendas, aumento ou diminuição
dos custos / despesas e outras variáveis que possam auxiliar na tomada de decisões;

 Facilidade de manipulação das informações: a popularização dos microcomputadores


possibilitou o desenvolvimento de modelos de softwares conhecidos e de fácil
manipulação. A maioria dos relatórios financeiros podem ser desenvolvidos em planilhas
de cálculo como a Excel, Lotus e outras.
A demonstração do Fluxo de Caixa é uma ferramenta de gestão para auxiliar e evitar problemas
de liquidez. É utilizada para demonstrar como serão pagos os compromissos, como será gerado o
caixa, quais as políticas financeiras serão adotadas pela empresa, enfim para planejar e
administrar as fontes e necessidades de caixa.
A demonstração do Fluxo de Caixa não deve ser vista como uma preocupação única do setor
financeiro, mas deve ter o comprometimento de todos os setores da organização com os
resultados líquidos de caixa, entre outros:

a) Setor de Produção: Alterações nos prazos de fabricação, nos custos de produção, têm
importantes reflexos sobre o caixa.

b) Setor de Compras: Mudanças na política de compras, nos prazos de pagamento devem ser
tomadas de maneira ajustada com os saldos disponíveis de caixa. Deve haver
sincronização com o Fluxo de Caixa e o setor de vendas.

c) Política de cobrança: Ágeis e eficientes, permitem colocar recursos financeiros mais


rapidamente à disposição da empresa, são importantes reforços de caixa

d) Área de Vendas: Manter um controle mais próximo sobre os prazos concedidos e hábitos
de pagamento dos clientes de maneira a pressionar negativamente o Fluxo de Caixa.

e) Setor Financeiro: deve avaliar o perfil de seu endividamento, de forma que seus
desembolsos ocorram concomitantemente à geração de caixa da empresa.

Como vimos pela explanação da literatura um dos propósitos da Demonstração do Fluxo de


Caixa é prover informações sobre os recebimentos e pagamentos de caixa de uma organização,
durante o período, outro é de prover informações aproximadas das atividades operacionais,
atividades de investimento e atividades de financiamento da entidade durante o período

2.8. Indicadores financeiros


As demonstrações financeiras fornecem por meio de indicadores, informação relevante sobre as
situações das empresas e a DFC não é diferente. Ela serve de base para cálculo de muitos
indicadores financeiros. A importância da DFC está ligada ao facto que através dela se conhece a
situação financeira da entidade e sua análise tem como consequência a diminuição dos riscos e
aumento de oportunidades.

Assim, como as demais demonstrações, a DFC serve de base para o cálculo de indicadores
financeiros. As medidas mais importantes conforme sua percepção são os quocientes de
cobertura de caixa, quocientes de qualidade do resultado, quociente de dispêndio de capital e
retornos do fluxo de caixa (BRAGA; MARQUES, 2001).

Os indicadores financeiros, na gestão empresarial, revelam a real situação financeira da empresa


e, dessa forma, auxiliam na tomada de decisões. A medição de desempenho gera relatórios que
posicionam a empresa em relação às metas estabelecidas. Com isso, torna-se possível controlar e
monitorar o desempenho económico, financeiro e operacional da organização, bem como, sua
capacidade de proporcionar satisfação aos stakeholders.

Conforme Braga e Marques (2001, pg. 11) “as medidas mais importantes encontram- se
dispostas em quatro categorias distintas”, que segundo os autores seriam:

 Quociente de cobertura de caixa


 Quocientes de qualidade do resultado
 Quocientes de dispêndio de capital
 Retornos do fluxo de caixa

A análise mais detalhada de cada indicador resulta numa melhor visualização da situação
financeira da empresa, como também deixa mais claro os resultados obtidos com a gestão dos
recursos financeiros. A seguir são relacionados os principais indicadores que podem ser
extraídos numa análise da demonstração do fluxo de caixa de acordo com as categorias expostas
acima:

Quociente de cobertura de caixa


 Cobertura de juros com caixa
Braga e Marques (2001, pg. 11) citam que este indicador “informa o número de períodos que as
saídas de caixa pelos juros, são cobertas pelos fluxos de FCO, excluindo destes os pagamentos
de juros e encargos de dívidas, imposto de renda e contribuição social sobre o lucro”. E pode ser
obtido através da expressão:

CJC = FCO antes de juros e impostos ÷Juros

Onde:
CJC- cobertura de juros com caixa
FCO- fluxo de caixa operacional
J- juros
 Cobertura de dívidas com caixa

Serve para verificar a capacidade da entidade em honrar suas obrigações seja ela passivo
circulante ou exigível a longo prazo (BRAGA E MARQUES, 2001, pg. 12).
Este indicador pode ser calculado por meio da expressão:

Cobertura de dívidas com caixa = (FCO - dividendo total) ÷ exigível

 Cobertura de dividendos com caixa

Este indicador fornece evidência da capacidade da entidade em pagar dividendos preferenciais e


ordinários atuais com base o fluxo de caixa operacional. Segundo Braga e Marques (2001, pg.
13) esse indicador “avalia a habilidade da empresa em pagar todos os dividendos estabelecidos
no estatuto social”. E o seu cálculo pode ser feito da seguinte maneira:

Cobertura de dividendos com caixa = FCO ÷ dividendos totais


Quocientes de qualidade do resultado
 Nível de recebimento de vendas

A qualidade de vendas é muito importante para as empresas é onde as empresas conseguem


maior captação de recursos para financiar seus encargos, no entendimento de Braga e Marques
(2001, pg. 13) este indicador “mede a proporção das receitas de vendas convertidas em dinheiro
no exercício pelos recebimentos e cobranças de clientes. Marion (2007, pg. 217) complementa
que “esse indicador é bom quando comparado com anos anteriores e com as concorrentes,
avaliando-se política de créditos, cobrança etc”. Pode ser calculado da seguinte forma:

Nível de recebimento de vendas = Caixa gerado nas vendas ÷ vendas

 Qualidade do resultado

Este indicador fornece a medida da dispersão entre os fluxos de caixa e os lucros divulgados.
Compara fluxos FCO ao resultado operacional, como pode ser visto a seguir:

Qualidade do resultado = FCO ÷ resultado operacional

Quocientes de dispêndio de capital

 Aquisições de capital
No entendimento de Braga e Marques (2001, pg. 14) este indicador “sinaliza a habilidade do
negócio em atender suas necessidades por dispêndios líquidos de capital (aquisições menos
alienações), sendo calculado como fluxos de caixa operacionais retidos divididos pelas
aquisições líquidas de ativos produtivos (imobilizado)”. Deste modo calcula- se este indicador da
seguinte maneira:
Aquisições de capital = (FCO – dividendo total) ÷ caixa pago por investimentos de capital

 Investimento x financiamento
Esta relação pode revelar como os investimentos vêm sendo financiados. Ela compara os fluxos
líquidos necessários para finalidades de investimento, com aqueles gerados de financiamento,
BRAGA E MARQUES (2001, pg. 15).
Calcula-se da seguinte forma:

Investimento x financiamento = Fluxo de caixa líquido para investimentos ÷ Fluxo de caixa


líquido de financiamentos

Quocientes de retornos do fluxo de caixa


 Fluxo de caixa por ação

O uso deste indicador é muito importante para a tomada de decisão, pois sinaliza o fluxo de caixa
operacional atribuível a cada ação ordinária. Este indicador serve para fins da avaliação de
retornos sobre os preços das ações, BRAGA E MARQUES (2001, pg. 15).
Entretanto, o Comitê de procedimentos Contábeis através do procedimento técnico nº 3, entende
que “as demonstrações contábeis não devem divulgar o valor dos fluxos de caixa por ação”. Essa
postura tomada pelo comitê tem seus aspectos técnicos e legais, não cabendo a este trabalho
discuti-los, porém, pode-se contribuir gerencialmente na busca e análise deste indicador, pois o
mesmo é muito importante para a gestão financeira. É obtido pela expressão:

Fluxo de caixa por ação = (FCO – dividendos preferenciais) ÷ quantidade de ações ordinárias

A respeito de indicadores que avaliam a recuperação (retorno) sobre o investimento pode ser
evidenciado o retorno de caixa sobre os ativos que pode ser obtido por meio da seguinte
expressão: FCO antes juros e impostos dividido pelos ativos totais, nesta relação evidencia-se a
geração de caixa sobre os ativos totais. No que concerne ao retorno sobre o passivo e patrimônio
líquido, este pode ser calculado da seguinte maneira: FCO dividido PL mais o exigível a longo
prazo, sendo este indicador financeiro responsável pela sinalização do potencial de recuperação
de caixa do negócio para os credores e investidores, (BRAGA E MARQUES (2001, pg. 16).

Ainda a respeito dos indicadores financeiros que avaliam a recuperação de caixa, pode ser
observado o retorno sobre o patrimônio líquido que esclarece aos acionistas a taxa de
recuperação de caixa de seus investimentos, podendo ser extraído calculando o FCO e dividendo
pelo patrimônio líquido da entidade.
Os indicadores até aqui expostos fornecem base para a orientação sobre a capacidade da entidade
em gerar fluxos de caixa futuros. Cabe ressaltar que na análise das demonstrações contábeis não
deve ser utilizado indicadores financeiros de forma isolada, tem que compará- los e tirar o
máximo de suas relações. É com o auxílio das demonstrações contábeis e seus relatórios
gerenciais que atingimos um melhor aproveitamento do conjunto de indicadores aqui
apresentados.
De uma forma mais resumida De acordo com Almeida (2000), o emprego de índices de fluxo de
caixa pode ajudar as empresas a reconhecer seus problemas em tempo hábil e, dessa forma,
adotar medidas corretivas. Esse autor considera os indicadores relacionados por categoria
distinta, para análise das demonstrações de fluxo de caixa, conforme demostra o Quadro abaixo:

Categorias Índices Fórmulas


Cobertura de dívidas = FCO / Passivo Circulante
1ª Categoria Índices de
liquidez Cobertura de dividendos =
FCO/Dividendos ou Juros sobre o capital próprio (JPC)
Cobertura de dívida de longo prazo = FCO / Passivo Total
2ª Categoria Índices de
solvência Cobertura de Juros = FCO + Juros Pago + IR Pago / Juros
Pagos
Financiamento dos Investimentos =
FCI / FCO + Fluxo de Caixa Financeiro (FCF)

3ª Categoria Índices deCobertura dos investimentos =


investimentos FCO / Fluxo de Caixa Investimentos (FCI)

Reinvestimentos =
FCO – Dividendos pagos/ Ativo Não Circ. + Capital Circ.
Liquido.
Retorno total = FCO / FCF + FCI
Índices de
4ª Categoria retorno Retorno sobre vendas = FCO /Vendas

Retorno sobre lucro = FCO / Lucro Líquido do Exercício.


3. METODOLOGIA
De acordo com Andrade (200, p. 122), metodologia é o conjunto de métodos ou caminhos que
são percorridos na busca do conhecimento.

Na mesma perspectiva Ruiz (2008, p. 14), acrescenta que a metodologia cuida de procedimentos,
ferramentas e caminhos para se atingir a realidade teórica e prática. Sendo assim, para a
materialização do presente trabalho serão percorridos vários caminhos que classificam-se da
seguinte maneira:

3.1. Pesquisa quanto a Abordagem


No presente estudo combinar-se-ão duas modalidades de pesquisa, nomeadamente a qualitativa e
quantitativa. Neste tipo de pesquisa, a preocupação não é apenas com a quantificação de dados,
mas procurar descrever a interacção, as relações de causalidade que se estabelecem entre
variáveis, neste caso a gestão do fluxo de caixa e o processo de tomada de decisões na Sousa
Consultores Lda.

Segundo Richardson apud Boaventura (2007, p. 56), a pesquisa é quantitativa ao empregar a


“quantificação tanto nas modalidades de colecta de informações, como no tratamento dessas
através de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às
mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.”

Uma pesquisa é qualitativa ao considerar o ambiente natural como fonte directa de dados, isto é,
“é uma pesquisa descritiva em que os investigadores se interessando mais pelo processo do que
pelos resultados, examinam os dados de maneira indutiva e privilegiam o significado” (Bogdan e
Sari apud Boaventura, 2007, p. 56).

3.2. Pesquisa quanto a Natureza


Quanto a natureza, a presente pesquisa caracteriza-se por ser de natureza básica, uma vez que,
far-se-á uma reflexão em torno da gestão do fluxo de caixa como forma de auxiliar a
administração na tomada de decisão neste caso na empresa Sousa Consultores Lda.

Segundo Siena (2007, p. 60), a pesquisa de natureza básica procura trazer novas abordagens, que
poderão ter sua aplicação no futuro.
3.3. Pesquisa quanto aos Objectivos
No que tange aos objectivos o presente estudo aplicará a pesquisa descritiva, uma vez que
pretende identificar e caracterizar um determinado fenómeno e interpretar os factores que
influenciam a sua ocorrência, que neste caso vertente, é o fenómeno da gestão dos fluxos de
caixa e o seu impacto no processo de tomada de decisões na Sousa Consultores Lda.

Segundo Lakatos e Marconi (2001, p. 137), a pesquisa descritiva é aplicada nos casos em que a
finalidade de pesquisa é identificar, levantar e interpretar os factores que influenciam a
ocorrência de um determinado facto, seja na organização ou num outro ambiente.

3.4. Pesquisa quanto aos Procedimentos


Relativamente aos procedimentos, o presente estudo aplicará o método de estudo de caso, tendo
em conta que para a sua comprovação prática será desenvolvido um estudo da empresa Sousa
Consultores Lda, de modo a apurar de que forma os fluxos de caixa podem afectar as decisões
tomadas pelos administradores das empresas de pequena dimensão.

Segundo Gil (2008, p. 153), o método monográfico tem como princípio de que o estudo de um
caso em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos
os casos semelhantes. Nessa situação, o processo de pesquisa visa examinar o tema seleccionado
de modo a observar todos os factores que o influenciam, analisando-o em todos os seus aspectos.

3.5. Delimitação Temporal e Espacial


Quanto a delimitação temporal e espacial, o estudo será desenvolvido no período de 2017 a
2019, pelo facto deste ter registado acontecimentos que denunciaram a fragilidade da gestão do
fluxo de caixa da Sousa Consultores Lda e por essa via ter afectado a sua vida financeira.

Quanto a delimitação espacial, o estudo será desenvolvido na empresa Sousa Consultores Lda,
localizada na Cidade de Maputo, por ser uma organização de pequena dimensão e que debate-se
com a problemática da falta de gestão dos fluxos de caixa.

3.6. População e Amostragem


A população ou universo será constituído por todos os colaboradores da empresa Sousa
Consultores Lda, num total de 20, e a amostra será composta por 15 colaboradores seleccionados
através da técnica de amostragem intencional, que possibilita ao pesquisador seleccionar
indivíduos através do conhecimento que tem destes relacionado com o propósito do estudo.

Segundo Babbie, (2001), uma amostra intencional é aquela cuja selecção é baseada no
conhecimento sobre a população e o propósito do estudo. O pesquisador está usando uma
amostra intencional, pois a cada entrevistado caberá uma visão sobre o tema.

3.7. Procedimentos e Instrumentos de Recolha de Dados


A recolha de dados é um momento fundamental no processo de investigação. Sendo assim,
foram utilizadas as seguintes técnicas de recolha de dados: pesquisa bibliográfica, pesquisa
documental, entrevista e questionário. Relativamente a pesquisa bibliográfica, esta será aplicada
através da leitura e consulta de manuais e livros que abordam sobre o tema em estudo de modo a
compilar a revisão da literatura capaz de contribuir para a confrontação dos resultados da
pesquisa prática que será desenvolvida na Sousa Consultores Lda.

Portanto, esta técnica foi o primeiro passo que seguiu-se para a elaboração deste trabalho e
através dela, procurou-se encontrar estudos em diferentes abordagens que discutem sobre a
questão da gestão do fluxo de caixa associada ao processo de tomada de decisões nas
organizações.

Segundo Vergara (2008, p. 48), a pesquisa bibliográfica “é um estudo sistematizado


desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes electrónicas, isto
é, material acessível ao público em geral”.

No que tange à pesquisa documental, importa referir que a mesma irá se materializar através da
consulta de documentos contabilísticos da empresa objecto de estudo, como é o caso das
demonstrações financeiras.

De acordo com Gil (2008, p. 51), “a pesquisa documental vale-se de materiais que não
receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objectos da pesquisa”. Sendo assim, a técnica foi de grande valia, pois, ajudou na colecta de
dados importantes para a materialização dos objectivos do trabalho.

Com base na técnica de entrevista, será possível complementar os dados colhidos através da
pesquisa documental, informações, ideias e opiniões colhidas de pessoas abalizadas no assunto,
ou seja, será possível compreender através de uma interacção entre o entrevistado e o
entrevistador, o que os sujeitos pesquisados sabem e pensam sobre o assunto abordado.

Segundo Laville & Dionne (1999, p. 97),“entrevista é um processo entre duas pessoas a fim de
uma delas obter informações a respeito de determinado assunto, mediante a conversação de
natureza profissional, é uma forma de interacção social”.

Será usada a entrevista semi-estruturada, onde o entrevistador dispõe de um roteiro guia, contudo
não segue necessariamente a ordem determinada no roteiro, podendo, se oportuno, incluir novos
questionamentos durante o encontro, mas nunca perdendo os objectivos da pesquisa. A entrevista
será destinada ao Chefe da Contabilidade e ao Director Geral da Sousa Consultores Lda.

Quanto ao questionário, se trata de “um instrumento de colecta de dados, constituído por uma
série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do
entrevistador” (Marconi e Lakatos, 2003, p. 195-201).

O inquérito por questionário será administrado aos colaboradores da Sousa Consultores Lda,
escolhidos com base em critérios pré-definidos pela autora (acessibilidade e conveniência). A
presente pesquisa auxilia a esclarecer acerca do assunto evidenciado, deixando claro a meta a ser
atingida e torna mais flexível o planeamento da pesquisa.

3.7.1. Técnicas de Análise de Dados


A análise dos dados será feita através da técnica de análise de conteúdo, sendo que os
questionários facilitarão a elaboração de gráficos ilustrativos e as entrevistas serão transcritas
observando a lógica e construção frásica apresentada por cada entrevistado.

Segundo Bardin (1977, p. 30), esta técnica é um conjunto de técnicas de análise das
comunicações que tem por objectivo enriquecer a leitura e ultrapassar as incertezas, extraindo
conteúdos por trás da mensagem analisada.
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
4.1. Historial da Sousa Consultores Lda

Sousa Consultores é uma empresa voltada ao ramo de consultoria que presta serviços nas áreas
de: HR consulting, Consultoria empresarial, marketing e branding. Localizada na cidade de
Maputo, uma empresa jovem teve suas actividades iniciadas no ano de 2003. É constituída por 2
sócios sendo eles irmãos, ambos administram o negócio. Inicialmente prestavam serviços de HR
consulting mas com o andar do tempo viu-se a necessidade de expandir seus serviços em outras
áreas daí que 4 anos depois optaram pela Consultoria empresarial e Markenting, em 2012 com
vista a atender a necessidade do mercado introduziram um novo serviço, o branding.
4.2. Fluxo de caixa da Sousa Consultores, lda

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA da SOUSA CONSULTORES LDA


(Em milhares de meticais)

MÉTODO INDIRETO 2019 2018 2017


Resultado do Exercício -2.125 -10.562 -9.500
Ajustes por:
Depreciação e amortização 15.495 13.977 11.607
Constituição/reversão de provisões líquidas -3.149 -750 -1.781
Provisão para créditos de liquidação duvidosa 298 - -
Impostos Diferidos -4.524 -5.373 -1.494
Custo residual dos bens vendidos 11.337 8.213 2.896
Custo residual dos intangíveis baixados 946 377 3.008
Juros e variações cambiais não realizadas 40.933 38.162 21.921
Equivalência patrimonial - - -
Participação dos acionistas não controladores - - 783
Variações nos ativos e passivos
Redução (Aumento) em contas a receber -25.317 -3.440 -9.559
Redução (aumento) em aplicações financeiras e contas correntes
vinculadas 16.665 -24.352 -3.491
(Aumento) redução nos estoques 1.994 -3.608 -6.915
Redução (aumento) em outros créditos 5.072 -11.760 -4.615
Redução (aumento) em impostos e contribuições a recuperar 2.242 -4.477 3.082
(Aumento) no crédito -2.444 -12.944 -5.271
Redução (aumento) em despesas antecipadas 2.073 -5.870 -4.565
(Aumento) redução em imóveis a comercializar -3.037 375 37
(Redução) aumento de fornecedores -2.361 9.585 -13.479
(Redução) receita diferida - - -
Aumento (redução) demais contas a pagar 1.588 -1.245 -1.119
Aumento em impostos e contribuições parcelados 1.893 11.019 11.170
Aumento em obrigações tributárias 41.557 12.486 3.409
Aumento em salários e encargos sociais 557 539 3.173
Aumento (redução) em adiantamentos de clientes 374 -1.390 2.209
Aumento em comissões a pagar 657 71 -446
Caixa líquido proveniente das atividades operacionais 100.724 9.033 1.060

Fluxos de caixa nas atividades de Investimentos


Aquisição de Activos tangíveis -17.528 -15.630 -16.390
Aquisição de Activo Intangível -684 -2.176 -647
Investimentos - 244 372
Caixa líquido proveniente das atividades de investimentos -18.212 -17.562 -16.665

Fluxos de caixa nas atividades de


Financiamentos
Empréstimos obtidos 456.635 250.503 289.442
Empréstimos pagos (principal e juros) -526.122 -236.294 -267.212
Mutuo activo com partes relacionadas -8.829 -11.263 -5.044
Caixa líquido proveniente das atividades de Financiamentos -78.316 2.946 17.186

Aumento (redução) do caixa e equivalentes de caixa 4.196 -5.583 1.581

Demonstração do aumento (redução) do caixa e equivalentes


a caixa
No início do exercício 1.561 7.144 5.563
No fim do exercício 5.757 1.561 7.144

Com base no Mapa da DFC (método indirecto), verifica-se o melhor desempenho em relação ao
valor líquido (actividade operacional), nos períodos analisados, no ano de 2019. Neste período,
computou-se um montante de 100.724.000 meticais. As atividades de investimentos consumiram
o equivalente a 18.212.000 meticais e as atividades de financiamentos consumiram o montante
de 78.316.000 meticais. No período, tivemos um aumento de caixa de 4.196.000 meticais.

Análise de risco por meio dos indicadores financeiros

Como as PME’s representam mais de 99% das empresas Moçambicanas, a competição entre elas
é acirrada, por isso, aumenta a necessidade de respostas rápidas e eficazes. O fluxo de caixa é
uma das ferramentas mais importantes para o gestor da empresa, pois, é por meio desta que será
possível visualizar antecipadamente as necessidades ou sobras de caixa. Com a utilização desta
ferramenta, é possível controlar e planear melhor, pois é mais fácil observar dados relevantes
sobre as movimentações financeiras da microempresa.

Dessa forma, influenciando diretamente na decisão do gestor, beneficiando a empresa e


diminuindo possíveis prejuízos. A ferramenta fluxo de caixa auxilia o gestor em situações de
aumento ou queda nas entradas e saídas de caixa, assim, evita prejuízos e mantém seu capital de
giro. A ferramenta fluxo de caixa pode e deve ser utilizada para planear e controlar os recursos
financeiros, facilitando a tomada de decisões do gestor da microempresa.

Apesar de todos os benefícios trazidos na utilização do fluxo de caixa e ser incentivado por
diversos autores e instituições, ele é pouco utilizado como instrumento de planeamento e
orçamento das PME’S. Porém, o fluxo de caixa é um método que permite ao gestor planear e
controlar melhor a empresa, mas isso não isenta a mesma de passar por possíveis dificuldades
financeiras. Contudo, se a visualização das entradas e saídas futuras são possíveis, logo, o gestor
poderá antecipar a decisão de alocação de recursos.

Tornando facilitar o entendimento dos cálculos dos índices, é apresentada uma tabela com os
principais valores contidos nas demonstrações financeiras da Sosa Consultores lda, resultando
assim numa maior transparência dos resultados obtidos.
Os principais dados extraídos das demonstrações financeiras da empresa, para o auxílio nos
cálculos dos indicadores são:
Em milhares de meticais

Item 2019 2018 2017

Juros 79 257,00 77 243,00 65 610,00

Exigível total 658 132,00 649 771,00 589 279,00

Resultado operacional 63 692,00 40 257,00 45 865,00

Vendas 734 505,00 657 361,00 630 430,00

Caixa pago por investimento de 17 528,00 15 630,00 16 390,00


capital

Activo total 736 678,00 730 108,00 679 934,00

PL + exigível a longo prazo 346 489,00 360 911,00 394 129,00

Património líquido 78 546,00 80 337,00 90 655,00

Quociente de cobertura de caixa

Item 2019 2018 2017

Juros com caixa 1,27 0,12 0,02

Divida com caixa 0,15 0,01 0,00

Dividendo com caixa - - -

Constatou-se que no ano de 2019, a organização conseguiu gerar caixa operacional para cobrir as
despesas financeiras, quando para cada 1,00 de despesas financeiras tivemos 1,27 de juros com
caixa. Diferentemente para com dívidas com caixa a empresa não gerou caixa suficiente para
cobrir as obrigações com terceiros em nenhum dos períodos.

Quociente de qualidade de resultado

Item 2019 2018 2017

Nível de recebimento 0,14 0,01 0,00

Qualidade de resultado 1.58 0,22 0,02


Quanto ao nível de recebimento este indicador nos mostra a proporção de receita de vendas
convertidas em dinheiro pelos recebimentos e cobranças de clientes. Em todos os anos
analisados, a empresa não gerou caixa suficiente para cobrir as vendas. Pode se dizer melhor
período foi o ano de 2019, indicando que para cada 1,00 em vendas foi gerado R$ 0,14 de caixa
operacional.

Em relação a qualidade de resultado este indicador demonstra a distância entre o fluxo de caixa
operacional e os lucros divulgados. Nota-se que o melhor período foi o ano de 2019, no qual se
teve para cada 1,00 resultado operacional uma geração de caixa de 1,58.

Quociente de dispêndio de capital

Item 2019 2018 2017

Aquisição de capital 5,75 0,58 0,06

Financiamento x investimento 0,23 -5,96 -0,97

O fluxo de caixa operacional foi suficiente para pagar os investimentos de capital no ano de 2019
sendo que para cada 1,00 de investimentos, teve-se 5,75.

Financiamento x investimento para este indicador mostra que no ano de 2018 para cada 1,00 de
recursos captados foram aplicados 5,96 meticais em investimentos de bens de capital. No ano de
2019, os indicadores para cada 1,00 de recursos pagos, teve a aplicação em ativos fixo relativos à
0,23.

Quociente de retornos de Fluxo de Caixa

Item 2019 2018 2017

Fluxo de Caixa por acções 0,14 0,01 0,00

Esse indicador mostra que a organização não conseguiu gerar caixa para recuperar o montante
dos ativos. No ano de 2019, para cada 1,00 de ativos totais foi possível gerar caixa operacional
de 0,14.
4.3. Análise de Resultados

Na empresa o objecto de estudo sempre se focou no seu desenvolvimento, visando a sua


sobrevivência e crescimento no mercado. Estão sendo feitas mudanças para que se consiga ter
uma redução de custos e trazer maior qualidade aos serviços. Foram apresentados o Fluxo de
Caixa da empresa dos anos 2019,2018 e 2017 e dados que possivelmente ajudaram no cálculo
dos índices, servindo assim de base para a análise.

Os resultados mostram que os anos de 2017 e 2018 foram períodos que apresentaram um Fluxo
de caixa menos significativo em relação ao ano de 2019 nas actividades operacionais essa
variação ou até mesmo evolução foi ocasionada pela optimização dos seus processos internos,
controlo das operações e gestão organizacional.
5. CONCLUSÃO

A contabilidade gera informações úteis para a gestão dos negócios e para o processo decisório.
As demonstrações financeiras são instrumentos que permitem identificar a situação económico-
financeira das organizações. A Demonstração dos Fluxos de Caixa possibilita o
acompanhamento das ações financeiras que impactam o caixa. Assim, auxilia os gestores na
tomada de medidas corretivas para assegurar as metas estabelecidas e garantir uma situação de
liquidez para horar os compromissos.

O presente trabalho teve por objetivo analisar a movimentação de recursos financeiros em uma
empresa que presta serviços de consultoria em varias áreas por meio da demonstração dos fluxos
de caixa entre o período de 2017 a 2019. Os resultados mostraram que a empresa possui: a)
capacidade de honrar seus compromissos financeiros, principalmente no ano de 2019 devido a
capacidade de gerar caixa operacional; b) os indicadores apresentaram evolução significativa em
relação aos anos de 2017 e 2018.

Conclui-se que a organização apresenta uma situação financeira favorável de curto prazo. A DFC
evidencia que as políticas financeiras adotadas estão trazendo benefícios para a organização.

Diante dos resultados apresentados, percebe-se que análise da Demonstração dos Fluxos de
Caixa é útil para a tomada de decisão, pois auxilia os gestores, proprietários e investidores na
tomada de decisão sobre a gestão dos negócios e continuidade dos investimentos
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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