Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MOÇAMBIQUE
LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA
Maputo
2022
NATECHA INOCÊNCIA LOMBENE
Maputo
2022
NATECHA INOCÊNCIA LOMBENE
(Nome do Presidente)
(Nome do Oponente)
(Nome do Supervisor)
Maputo
2022
Dedicatória
A finalização desta monografia só foi possível graças a entrega e contribuição de várias pessoas pois
sozinha não conseguiria.
Agradeço em primeiro lugar a Deus pelo seu amor incondicional, pelo dom da vida e por ter me
guardado até o dia de hoje.
Aos meus pais (António e Inocência) por terem me gerado, educado incondicionalmente e em meio
a dificuldades nunca deixaram faltar nada. Sem se esquecer do meus irmãos Tânia e Bruno que
sempre estiveram em prontidão para ajudar.
Ao meu marido e companheiro Raimundo, pela sua compreensão, apoio e incentivo nos momentos
de incerteza. Aos meus eternos filhos Wayde e Kevin que tornaram-se a forca motriz desde o início
ate a finalização deste trabalho.
Aos meus colegas de carteira que tornaram-se amigos e hoje somos a família 3JEN LDA (Aurélio,
Diana, Ercília, José Macie, José Maxlaieie Justina e Leonor).
Um especial agradecimento vai ao meu Tutor José Timba pela disponibilidade entrega dissipação de
dúvidas e por ter me acompanhado durante o processo da elaboração deste trabalho.
1.1. Contextualização
Face ao ambiente competitivo em que as empresas estão inseridas, elas procuram sempre tornar-se
mais eficientes para poder responder as exigências e o cenário do mercado. Estas exigências do
mercado requerem um esforço contínuo por parte das empresas no sentido de assegurarem a
excelência do processo produtivo. Devido a esta crescente competitividade e complexidade de
exigências os gestores buscam, incansavelmente, alternativas para suplantar os desafios que se
apresentam diariamente, visando tomar a melhor decisão.
Outro factor importante a ser destacado, neste contexto, refere-se a actualização do fluxo de caixa
para que possa atender às expectativas da gestão financeira e viabilizar sua utilização para fins de
tomada de decisão, ou seja, com a adequada formulação do fluxo de caixa obtém-se a real posição
de liquidez da empresa, conhecendo também as alterações e variações apresentadas pelo
demonstrativo.
Para os gestores não basta apenas uma análise económico-financeira, que detecta desvios através de
cálculos e comparações de índices, é preciso identificar as causas que provocaram tais desvios na
liquidez. Com isso, o fluxo de caixa apresenta-se como uma ferramenta capaz de satisfazer esta
necessidade, e, é por intermédio dele que verificamos onde foram aplicados os recursos e qual o
resultado desta aplicação. Segundo Hendriksen e Breda (1999, p. 175), “os investidores não
colocarão seu dinheiro em um projecto a menos que o valor descontado dos fluxos de caixa
esperados seja pelo menos igual ao custo dos investimentos”.
No entanto, fluxo é qualquer movimento contínuo ou que se repete no tempo. O termo caixa
normalmente é usado para activos de liquidez imediata ou seja recursos monetários armazenados
pela empresa e saldos mantidos em contas correntes bancárias. O fluxo de caixa auxilia na tomada
de decisões do gestor financeiro de uma empresa e será através destas informações que vai ser
possível saber se as contas do dia-a-dia estão a ser pagas ou se serão pagas antes do vencimento para
evitar multas e juros e também se há necessidade de suprir o caixa e/ou investimentos.
Neste contexto, o objectivo deste trabalho é analisar o impacto da gestão do fluxo de caixa sobre a
tomada de decisões a nível das empresas de pequena dimensão, tendo como caso a empresa Sousa
Consultores Lda, num período compreendido entre os anos de 2017 à 2019.
Para a efectivação deste projecto e atender os objectivos propostos, este estudo será desenvolvido
utilizando o método dedutivo, partindo da análise geral ao particular. A pesquisa será aplicada por
ter um resultado prático visível dirigido à solução de problema específicos envolvendo verdades e
interesses da empresa.
Em termos de estrutura o trabalho contém 4 capítulos, para além dos elementos pré-textuais e pós-
textuais que apesar de não fazerem parte do presente trabalho, farão parte do documento final, ora
em apresentação.
O primeiro capítulo será dedicado à explicitação do objecto e objectivos da pesquisa. Ainda neste
capítulo será anunciado o problema, os objectivos, bem como a justificativa da realização do
trabalho.
O terceiro capítulo será reservado à revisão bibliográfica sobre elementos relacionados com o
objecto da pesquisa, apresentando também o respectivo marco teórico da pesquisa.
Com a dinâmica dos dias actuais é possível notar que se deixa de actualizar o fluxo de caixa por
exemplo, mensalmente ou semanalmente. O que acontece numa empresa de pequena dimensão é
que nem sempre as saídas de dinheiro são contabilizadas no lançamento mensal ou registadas
instantaneamente.
Assim, o acompanhamento diário é essencial para se ter um bom controlo do fluxo de caixa, o que
possibilita identificar problemas e riscos financeiros com antecedência e tomar providências em
tempo real de modo a evitar a posteriori problemas graves. Nota-se que não tem havido o devido
cuidado de se registar separadamente as entradas e saídas previstas, as que já foram efectivamente
realizadas e também saber a proveniência delas, para onde e quando foram.
Não obstante a visível relevância da gestão do fluxo de caixa para o processo de tomada de decisão
nas empresas de pequena dimensão, constatou-se na fase exploratória deste estudo, que a empresa
Sousa Consultores Lda, apresenta graves lacunas no que tange à gestão do fluxo de caixa, na medida
em que os gestores da mesma acham desnecessária a actualização do fluxo de caixa de modo a
auxiliar na organização.
Por outro lado, regista-se ainda as entradas e saídas com papel e caneta, acabando por ser somente
um registo do passado pois não desempenha a sua actividade principal que é ajudar a entender o
passado, prevenir o futuro e tomar as melhores decisões no presente. Nessa perspectiva nota-se que
a demonstração do fluxo de caixa nesta empresa não é aplicada no processo de tomada de decisões,
facto que compromete a vida financeira da empresa, a determinação dos objectivos e o
esclarecimento dos pontos frágeis e fortes da empresa. Neste contexto surge formular a seguinte
questão: Até que ponto a gestão do fluxo de caixa pode influenciar na tomada de decisão financeira
em uma empresa de pequena dimensão?
1.4. Delimitação da pesquisa
Na pesquisa em apreço busca-se analisar o impacto da gestão do fluxo de caixa no processo de
tomada de decisão na empresa de pequena dimensão Sousa Consultores Lda. No entanto o período
em referência para a elaboração da presente pesquisa, obedecerá o intervalo 2017 – 2019.
1.5. Hipóteses
H0: A Gestão do Fluxo de Caixa exerce um impacto significativo sobre a tomada de decisão
financeira em uma empresa, na medida em que fornece informação segura e real das
transacções da empresa Sousa Consultores Lda.
H1: A Gestão do Fluxo de Caixa não exerce um impacto significativo sobre a tomada de
decisão financeira em uma empresa, na medida em que fornece informação segura e real das
transacções da empresa Sousa Consultores Lda.
1.6. Objectivos
Para elaboração desta pesquisa foram elaborados os objectivos geral e específicos que estão descrito
a seguir.
1.6.1. Geral
1.6.2. Específicos
1.7. Justificativa
Nos dias actuais é imprescindível que a empresa tenha uma contabilidade organizada, desta forma, é
necessário que haja informações reais e objectivas nas quais a empresa integra com fidelidade e
transparência para seus colaboradores.
Com base neste estudo espera-se contribuir para a consciencialização dos gestores das empresas,
com enfoque para os gestores da Sousa Consultores Lda, sobre a necessidade de efectuar a devida
gestão dos fluxos de caixa, registo das entradas e saídas de fundos das contas da empresa pois estes
são uma forte matéria que apoia os gestores no processo de tomada de decisões diversas, bem como
na manutenção da competitividade da mesma.
Por outro lado, espera-se que o estudo desperte maior interesse por parte dos estudantes do curso de
Contabilidade e Auditoria e os demais que se interessarem pelo tema, em aprofundar mais sobre este
de modo a obterem mais conhecimentos e contribuírem para o desenvolvimento das organizações
que futuramente poderão gerir. O estudo poderá ainda constituir fonte de consulta para os
estudantes.
A nível económico, o estudo poderá contribuir para o crescimento da economia nacional através da
colecta de receitas e impostos resultantes da actividade financeira das empresas. Salientar que
quanto maior e melhor for a gestão dos fluxos de caixa nas empresas, maior será a sua capacidade
de honrar com as suas obrigações legalmente previstas, contribuindo assim para o desenvolvimento
da economia nacional. Refira-se que as pequenas e médias empresas estão em maior número em
Moçambique e tem um papel fundamental para a robustez da economia.
2. REVISÃO DA LITERATURA
No presente capítulo serão apresentados os principais conceitos ligados ao tema, tais sejam os casos
do conceito de fluxo de caixa, o conceito de gestão e o conceito de empresa. Por outro lado, serão
apresentados outros elementos como os objectivos e tipos de fluxo de caixa, o papel dos fluxos de
caixa e respectivas demonstrações para o processo de tomada de decisões e vários outros elementos.
PLANEAMENTO
CONTROLO EXECUÇÃO
Boisvert apud Maluche (2000), define gestão como sendo uma parte da administração que está
dentro das funções fundamentais da empresa. Boisvert salienta que a gestão apresenta três funções
principais: planeamento, execução e controlo. As necessidades de revisão e ajustes no sistema de
gestão empresarial são decorrentes do próprio processo de evolução da empresa e inerentes aos
requisitos de sobrevivência, crescimento e continuidade.
2.1.2. Empresas
Em Moçambique, no ano 2011, o Estatuto Geral das MPME foi aprovado. O Estatuto de 2011
define as MPME em termos de volume de negócios e do número de empregados, como ilustrado na
tabela abaixo.
Fonte:
Uma PME caracteriza-se fundamentalmente por uma forte prontidão de enfrentar o risco,
flexibilidade no mercado e desempenho. Existe uma relação de interacção directa entre o gestor e a
empresa, isto é, o gestor é normalmente o próprio dono da empresa. Todas as decisões vitais da
organização e o funcionamento da empresa são da responsabilidade do próprio dono. Numa PME,
as relações entre os trabalhadores e o patronato são de carácter pessoal e directo.
Segundo Silva e Rosa (2002, p. 86), o fluxo de caixa é um retracto da composição da situação
financeira da empresa. É imediato e pode ser actualizado diariamente. Deste modo, torna
disponíveis informações sobre as entradas e saídas de recursos financeiros.
Os autores acrescentam que, o fluxo de caixa evidencia tanto o passado como o presente e desta
forma é possível prever os acontecimentos e tomar medidas para enfrentar a escassez ou o
excesso de recursos.
Segundo Assaf e Silva (2002, p.39), o fluxo de caixa é o instrumento de relacionamento dos
ingressos e saídas de recursos monetários da empresa em determinado intervalo de tempo. Sua
elaboração permite prognósticos de eventuais excedentes ou escassez de recursos.
Por seu turno, Zdanowicz (2002, p. 23), defende que o fluxo de caixa é o instrumento que
relaciona o futuro conjunto de entradas e de saídas de recursos financeiros pela empresa em
determinado intervalo de tempo.
Segundo Figueiredo e Caggiano (1997, p. 75), o fluxo de caixa é uma síntese dos eventos mais
importantes nos quais estão baseadas as mensurações contábeis, sendo essencial para que os
objectivos da empresa sejam alcançados.
Segundo Toigo (1999, p. 98), a gestão é vista como um conjunto de operações que visam,
directamente, alcançar os fins propostos nas empresas ou entidades. Ela se desenvolve através
das acções do organismo económico e abrange o conjunto de operações que se desenrolam
ininterruptamente durante toda a vida da empresa.
Segundo Nakagawa (2007, p. 39), gestão é a actividade de se conduzir uma empresa ao alcance
do resultado desejado (eficácia) por ela, apesar das dificuldades. É o acto de agir, método
utilizado por um indivíduo para chegar ao resultado desejado dentro de uma organização.
Com tudo isto podemos definir o fluxo de caixa como sendo a representação gráfica e
cronológica de ingressos (entradas) e desembolsos (saídas) de recursos financeiros de uma
determinada empresa
Planear: as necessidades de entradas da empresa, assim vendo quando que a empresa terá
maior necessidade de receita;
Quitar: as obrigações dentro do vencimento, evitando juros ou encargos;
Analisar e controlar: as actividades de planeamento de vendas e despesas;
Gerir: a necessidade de capital de giro;
Ter visão: de prazo de recebimentos, pagamentos, estoque e entre outros;
Efectuar a estabilização financeira: dos fluxos de entrada e saída de recursos;
Evitar: desembolsos desnecessários ou de forma elevada em situações que a empresa se
encontra em baixo nível financeiro.
O autor supracitado, argumenta ainda que com todos esses objectivos aplicados dentro da
organização, pode-se fazer avaliação de uma empresa, proporcionando ao administrador uma
visão futura dos recursos financeiros da empresa, integrando o caixa central, as contas correntes
em bancos, contas de aplicações, receitas, despesas e as previsões.
Aqui serão listados alguns fatores internos e externos que afetam o fluxo de caixa, tornando o
desequilíbrio entre ingressos e desembolsos frequente, que, segundo Silva (2008,p.
22),“ocasiona diferenças acentuadas entre o previsto e o realizado, comprometendo a
eficácia do sistema, bem como a sua liquidez”.
a) Fatores internos:
Excesso de imobilização;
b) Fatores externos:
Inadimplência elevada;
Recessão econômica;
Concorrentes;
Mudanças de políticas tributárias;
Inflação e elevação da taxa de juros.
Ross; Westerfield e Jordan (2002, p. 413) indicam alguns fatores que aumentam e diminuem os
saldos em caixa e são exatamente o oposto uma da outra, como por exemplo, o aumento do
passivo não circulante, que seria um empréstimo a longo prazo. Já uma diminuição deste Passivo
ocasionaria uma diminuição do saldo de caixa, devido ao pagamento de um empréstimo de
longo. Para cada empresa e cada situação deve-se estudar quais serão as melhores alternativas
para utilizar os saldos em caixa.
Segundo Zdanowicz (2000, p. 173), “o controle do fluxo de caixa é tão essencial à empresa
como o seu processo de planeamento, pois um depende de outro para que ambos possam ser
uteis.
A problemática na gestão das pequenas empresas está, segundo Laudmann apud Maluche (2000),
na informalidade com que são conduzidas. Apesar dos esforços mantidos, as pequenas empresas
sofrem com ausências de sistemas de custeio adequados. A falta de planeamento e controlo da
produção, controlo de qualidade, ausência de manutenção preventiva para os equipamentos e
máquinas, inadequação do lay-out ao fluxo produtivo, estoque super dimensionados e sem
controlo, toda espécie de perdas e desperdícios, são problemas comuns nas pequenas empresas.
Apesar de seu aspecto positivo, a empresa não poderá manter-se sempre na informalidade
administrativa. Com o crescimento do volume de operações (vendas, compras, produção,
finanças) surge a necessidade de uma gestão centrada em informações obtidas através dos
controles, para evoluir com maior segurança, num processo organizado.
Quanto maior for o Disponível, item do Ativo Circulante, melhor será a liquidez da empresa e
maior será sua capacidade de saldar suas obrigações (ZDANOWICZ, 2000, p. 58). Verifica-se a
liquidez da empresa mediante a análise de indicadores financeiros, entre eles os índices de
liquidez imediata, liquidez seca, liquidez corrente, liquidez total, solvência geral,
endividamento, garantia de capitais de terceiros, imobilização de capitais próprios e capital
circulante. Os indices de liquidez são particularmente interessantes para os credores a curto
prazo, visto há necessidade, na maioria das empresas, de empréstimos a curto prazo para
alavncar as operações da empresa.
Conforme relata Zdanowicz (2000, p. 58), “é necessário estar atento até que ponto este grau de
liquidez afetará o processo operacional, se for carente de recursos e prejudicar a rentabilidade
da empresa”. Isto quer dizer que se uma empresa possuir, por exemplo, uma liquidez elevada,
pode estar utilizando de maneira inadequada a retenção desses valores em ativos disponíveis,
perdendo rentabilidade se esses recursos estivessem aplicados em ativos rentáveis (aplicações
financeiras.
Do modo Do modo inverso, se a empresa possuísse uma liquidez baixa, teria de recorrer à
empréstimos com recursos de terceiros (bancos), para dar continuidade ao seu processo
operacional. Tais recursos só são obtidos mediante o pagamento de uma determinada
remuneração, os juros, em prazos a serem definidos na contratação, influenciando, novamente,
na rentabilidade. Dentre os principais indicadores econômicos estão a taxa de lucratividade das
vendas líquidas, ou lucratividade, e a taxa de retorno sobre investimento operacional (TIR).
O interesse dos usuários pela demonstração do fluxo de caixa vem aumentando, pois segundo
estes autores este interesse é “atribuído à maior facilidade de entendimento das informações que
enfocam o caixa e à sua objetividade”. Vale ressaltar que a DFC apresenta-se pelo regime de
caixa, enquanto as demais demonstrações contábeis são apresentadas respeitando o princípio da
competência.
A DFC é necessária para que os usuários conheçam a situação atual e futura do caixa após as
entradas e saídas de recursos. Francisco et al. (2011) explicam que o fluxo de caixa apresenta
informações relevantes, pois ilustra como a empresa gerou e gastou seu caixa. Apontam que
funciona como um cronômetro na medição do grau de utilização do recurso financeiro no futuro,
possibilitando uma relação entre a rentabilidade e a capacidade de geração de caixa. Uma
empresa que atua em mercados cada vez mais competitivos, precisa estar preparada para tomar
decisões em ambientes dinâmicos. Dessa forma, a gestão precisa apoiar-se em informações
precisas e atualizadas das diversas áreas da organização. A tomada de decisão é amparada nos
dados reais do desempenho da empresa, que podem ser trazidos por relatórios gerenciais e por
indicadores de desempenho.
Nesse sentido, uma importante ferramenta de gestão da área financeira é o controlo de fluxo de
caixa. Silva (2010), juntamente com outros analistas, consideram o fluxo de caixa (cash flow)
como um dos principais instrumentos de análise, pois permite a identificação do processo de
circulação do dinheiro, envolvendo todos os pagamentos e os recebimentos. Portanto, demonstra
a origem e a aplicação do dinheiro que transitou pela empresa. Na concepção de Padoveze
(2010), a DFC procura evidenciar as modificações ocorridas no saldo de disponibilidades da
companhia em determinado período, por meio de fluxos de recebimentos e pagamentos.
As demonstrações dos fluxos de caixa são um resumo das entradas e saídas de caixa durante
certo período. O Quadro 2 apresenta algumas entradas e saídas de caixa.
As demonstrações podem ser ocorrer em duas formas básicas de apresentação, pelo método
direto e pelo método indireto. O primeiro ocorre a partir da movimentação do caixa, conforme
demonstra a Tabela 2. Por sua vez, o método indireto fundamenta-se no lucro ou no prejuízo do
exercício, conforme pode ser visualizado na Tabela 3. A única diferença entre os métodos é o
grupo de atividades operacionais.
De acordo com Silva (2010), o método direto possibilita uma visão analítica das entradas e
saídas de dinheiro na empresa. Permite visualizar o montante que a empresa recebeu de clientes,
pagou para fornecedores e pagou de despesas, por exemplo. Segundo Francisco et al. (2011),
este método é pouco utilizado, devido certo grau de subjetividade na trajetória dos fluxos de
caixa gerados pelas atividades da empresa.
Explica Padoveze (2010), que pelo método direto a estruturação é feita a partir das
movimentações efetivadas financeiramente e constantes nos relatórios contábeis do caixa e
equivalente de caixa. É tradicionalmente utilizado pelos gestores da tesouraria da empresa,
constando os valores efetivamente pagos, com um mínimo de classificação para fins de análise.
Tabela 3 - DFC pelo método direto
Fluxo de caixa das atividades de investimentos Ativo Passivo Fluxo de caixa das atividades de financiamento
Circulante
Circulante
Aplicações em títulos de curto ou longo prazos; Contratação de empréstimos e financiamentos;
Resgate e liquidação do principal de aplicações; Liquidação e pagamentos do principal de dívidas;
Pgtos. pela aquisição de participantes societários; Realizável a Exigível a Produto recebido na emissão de debêntures,
Recbtos pela alienação de participações societárias; assemelhados;Pagamentos do principal de
Pagamentos por compras de ativos de longo prazo; L. P. L. P. debêntures e assemelhados;Pagtos de
Recebimentos de vendas de ativos de longo prazo; dividendos e juros s/capital próprio; Aumentos
Outros recebimentos e pagamentos de de capital em dinheiro;Contribuições recebidas
investimento para reservas de capital; Compra, reembolso e
Ativo Patrimônio resgate de ações próprias; Outros recebtos e
Permanente Líquido
pagamentos de financiamento
De acordo com Padoveze (2010), o método indireto é o que mais tem sido utilizado em
publicações internacionais e, nele, parte do lucro líquido passa por modificações se ajustando por
itens que não apresentam a efetiva saída ou entrada de caixa, como demonstra a Tabela 2.
Quanto aos tipos de fluxo de caixa, pode-se destacar o fluxo operacional, fluxo de investimentos
e fluxos de financiamentos. Segundo Gitman (2010), os fluxos operacionais constituem as
entradas e saídas de caixa diretamente relacionadas à venda e produção de bens e serviços.
Quanto aos fluxos de investimento, representam os fluxos de caixa associados à compra e venda
de ativo imobilizado e investimentos em participações societárias evidentemente, as transações
de compra resultam em saídas de caixa e as de venda, em entradas de caixa. Finalmente os fluxos
de financiamento provêm de transações financeiras com capital de terceiros (dívidas) ou capital
próprio.
Apesar das vantagens do fluxo de caixa, também podem ser lista das algumas desvantagens,
segundo Zdanowicz (1998, p. 285) como:
a) é tão manipulável como qualquer outra informação contabilística;
b) deve ser elaborado com base em informações confiáveis e corretas e caso não o seja, perde sua
função de gestão;
c) sua análise é fundamental: se a empresa não tiver percepção de seu fluxo de caixa para adotar
ações corretivas, quando necessárias, sua utilidade torna-se inválida.
Pelo conceito contabilístico, o capital de giro consiste na diferença entre o Activo Circulante e o
Passivo Circulante. Resultando um valor positivo, afirma-se que o capital de giro da empresa é
próprio. Se negativo, o capital de giro será de terceiros (ZDANOWICZ, 2000 p. 109).
CG = AC – PC
Onde:
CG = capital de giro
AC = activo circulante
PC = passivo circulante
Figura 3 Ciclo de Conversao de caixa
CAIXA
(Disponibilidades)
VENDAS COMPRAS
(Vista/a Prazo) (fornecedores)
ESTOQUES DE
MERCADORIA
2.6.2. O desequilíbrio financeiro
O desequilíbrio financeiro pode, também, ser definido como Overtrading ou Superexpansão. O
desequilíbrio surge quando a empresa tenta negociar mais que a capacidade financeira, ou, ainda,
mantém um volume de negócios elevados com capitais reduzidos.
Estar em uma situação de Overtrading significa dizer que as fontes operacionais não cobrem os
acréscimos da necessidade de capital de giro (NCG), a empresa pratica vendas acima de sua
capacidade de sustentação dos capitais próprios, sendo que a cada unidade vendida, mais
prejuízo é gerado, porque esta unidade adicional está sendo financiada por recursos onerosos.
Cada empresa tem uma certa capacidade de manter um determinado volume de negócios a que
ela não deve transpor sob pena de sofrer duras e indesejáveis consequências.
a) Vulnerabilidade ante as flutuações de mercado;
b) Atrasos nos pagamento de dívidas;
c) Tensões Internas;
d) Concordata;
e) Falência
a) Setor de Produção: Alterações nos prazos de fabricação, nos custos de produção, têm
importantes reflexos sobre o caixa.
b) Setor de Compras: Mudanças na política de compras, nos prazos de pagamento devem ser
tomadas de maneira ajustada com os saldos disponíveis de caixa. Deve haver
sincronização com o Fluxo de Caixa e o setor de vendas.
d) Área de Vendas: Manter um controle mais próximo sobre os prazos concedidos e hábitos
de pagamento dos clientes de maneira a pressionar negativamente o Fluxo de Caixa.
e) Setor Financeiro: deve avaliar o perfil de seu endividamento, de forma que seus
desembolsos ocorram concomitantemente à geração de caixa da empresa.
Assim, como as demais demonstrações, a DFC serve de base para o cálculo de indicadores
financeiros. As medidas mais importantes conforme sua percepção são os quocientes de
cobertura de caixa, quocientes de qualidade do resultado, quociente de dispêndio de capital e
retornos do fluxo de caixa (BRAGA; MARQUES, 2001).
Conforme Braga e Marques (2001, pg. 11) “as medidas mais importantes encontram- se
dispostas em quatro categorias distintas”, que segundo os autores seriam:
A análise mais detalhada de cada indicador resulta numa melhor visualização da situação
financeira da empresa, como também deixa mais claro os resultados obtidos com a gestão dos
recursos financeiros. A seguir são relacionados os principais indicadores que podem ser
extraídos numa análise da demonstração do fluxo de caixa de acordo com as categorias expostas
acima:
Onde:
CJC- cobertura de juros com caixa
FCO- fluxo de caixa operacional
J- juros
Cobertura de dívidas com caixa
Serve para verificar a capacidade da entidade em honrar suas obrigações seja ela passivo
circulante ou exigível a longo prazo (BRAGA E MARQUES, 2001, pg. 12).
Este indicador pode ser calculado por meio da expressão:
Qualidade do resultado
Este indicador fornece a medida da dispersão entre os fluxos de caixa e os lucros divulgados.
Compara fluxos FCO ao resultado operacional, como pode ser visto a seguir:
Aquisições de capital
No entendimento de Braga e Marques (2001, pg. 14) este indicador “sinaliza a habilidade do
negócio em atender suas necessidades por dispêndios líquidos de capital (aquisições menos
alienações), sendo calculado como fluxos de caixa operacionais retidos divididos pelas
aquisições líquidas de ativos produtivos (imobilizado)”. Deste modo calcula- se este indicador da
seguinte maneira:
Aquisições de capital = (FCO – dividendo total) ÷ caixa pago por investimentos de capital
Investimento x financiamento
Esta relação pode revelar como os investimentos vêm sendo financiados. Ela compara os fluxos
líquidos necessários para finalidades de investimento, com aqueles gerados de financiamento,
BRAGA E MARQUES (2001, pg. 15).
Calcula-se da seguinte forma:
O uso deste indicador é muito importante para a tomada de decisão, pois sinaliza o fluxo de caixa
operacional atribuível a cada ação ordinária. Este indicador serve para fins da avaliação de
retornos sobre os preços das ações, BRAGA E MARQUES (2001, pg. 15).
Entretanto, o Comitê de procedimentos Contábeis através do procedimento técnico nº 3, entende
que “as demonstrações contábeis não devem divulgar o valor dos fluxos de caixa por ação”. Essa
postura tomada pelo comitê tem seus aspectos técnicos e legais, não cabendo a este trabalho
discuti-los, porém, pode-se contribuir gerencialmente na busca e análise deste indicador, pois o
mesmo é muito importante para a gestão financeira. É obtido pela expressão:
Fluxo de caixa por ação = (FCO – dividendos preferenciais) ÷ quantidade de ações ordinárias
A respeito de indicadores que avaliam a recuperação (retorno) sobre o investimento pode ser
evidenciado o retorno de caixa sobre os ativos que pode ser obtido por meio da seguinte
expressão: FCO antes juros e impostos dividido pelos ativos totais, nesta relação evidencia-se a
geração de caixa sobre os ativos totais. No que concerne ao retorno sobre o passivo e patrimônio
líquido, este pode ser calculado da seguinte maneira: FCO dividido PL mais o exigível a longo
prazo, sendo este indicador financeiro responsável pela sinalização do potencial de recuperação
de caixa do negócio para os credores e investidores, (BRAGA E MARQUES (2001, pg. 16).
Ainda a respeito dos indicadores financeiros que avaliam a recuperação de caixa, pode ser
observado o retorno sobre o patrimônio líquido que esclarece aos acionistas a taxa de
recuperação de caixa de seus investimentos, podendo ser extraído calculando o FCO e dividendo
pelo patrimônio líquido da entidade.
Os indicadores até aqui expostos fornecem base para a orientação sobre a capacidade da entidade
em gerar fluxos de caixa futuros. Cabe ressaltar que na análise das demonstrações contábeis não
deve ser utilizado indicadores financeiros de forma isolada, tem que compará- los e tirar o
máximo de suas relações. É com o auxílio das demonstrações contábeis e seus relatórios
gerenciais que atingimos um melhor aproveitamento do conjunto de indicadores aqui
apresentados.
De uma forma mais resumida De acordo com Almeida (2000), o emprego de índices de fluxo de
caixa pode ajudar as empresas a reconhecer seus problemas em tempo hábil e, dessa forma,
adotar medidas corretivas. Esse autor considera os indicadores relacionados por categoria
distinta, para análise das demonstrações de fluxo de caixa, conforme demostra o Quadro abaixo:
Reinvestimentos =
FCO – Dividendos pagos/ Ativo Não Circ. + Capital Circ.
Liquido.
Retorno total = FCO / FCF + FCI
Índices de
4ª Categoria retorno Retorno sobre vendas = FCO /Vendas
Na mesma perspectiva Ruiz (2008, p. 14), acrescenta que a metodologia cuida de procedimentos,
ferramentas e caminhos para se atingir a realidade teórica e prática. Sendo assim, para a
materialização do presente trabalho serão percorridos vários caminhos que classificam-se da
seguinte maneira:
Uma pesquisa é qualitativa ao considerar o ambiente natural como fonte directa de dados, isto é,
“é uma pesquisa descritiva em que os investigadores se interessando mais pelo processo do que
pelos resultados, examinam os dados de maneira indutiva e privilegiam o significado” (Bogdan e
Sari apud Boaventura, 2007, p. 56).
Segundo Siena (2007, p. 60), a pesquisa de natureza básica procura trazer novas abordagens, que
poderão ter sua aplicação no futuro.
3.3. Pesquisa quanto aos Objectivos
No que tange aos objectivos o presente estudo aplicará a pesquisa descritiva, uma vez que
pretende identificar e caracterizar um determinado fenómeno e interpretar os factores que
influenciam a sua ocorrência, que neste caso vertente, é o fenómeno da gestão dos fluxos de
caixa e o seu impacto no processo de tomada de decisões na Sousa Consultores Lda.
Segundo Lakatos e Marconi (2001, p. 137), a pesquisa descritiva é aplicada nos casos em que a
finalidade de pesquisa é identificar, levantar e interpretar os factores que influenciam a
ocorrência de um determinado facto, seja na organização ou num outro ambiente.
Segundo Gil (2008, p. 153), o método monográfico tem como princípio de que o estudo de um
caso em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos
os casos semelhantes. Nessa situação, o processo de pesquisa visa examinar o tema seleccionado
de modo a observar todos os factores que o influenciam, analisando-o em todos os seus aspectos.
Quanto a delimitação espacial, o estudo será desenvolvido na empresa Sousa Consultores Lda,
localizada na Cidade de Maputo, por ser uma organização de pequena dimensão e que debate-se
com a problemática da falta de gestão dos fluxos de caixa.
Segundo Babbie, (2001), uma amostra intencional é aquela cuja selecção é baseada no
conhecimento sobre a população e o propósito do estudo. O pesquisador está usando uma
amostra intencional, pois a cada entrevistado caberá uma visão sobre o tema.
Portanto, esta técnica foi o primeiro passo que seguiu-se para a elaboração deste trabalho e
através dela, procurou-se encontrar estudos em diferentes abordagens que discutem sobre a
questão da gestão do fluxo de caixa associada ao processo de tomada de decisões nas
organizações.
No que tange à pesquisa documental, importa referir que a mesma irá se materializar através da
consulta de documentos contabilísticos da empresa objecto de estudo, como é o caso das
demonstrações financeiras.
De acordo com Gil (2008, p. 51), “a pesquisa documental vale-se de materiais que não
receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objectos da pesquisa”. Sendo assim, a técnica foi de grande valia, pois, ajudou na colecta de
dados importantes para a materialização dos objectivos do trabalho.
Com base na técnica de entrevista, será possível complementar os dados colhidos através da
pesquisa documental, informações, ideias e opiniões colhidas de pessoas abalizadas no assunto,
ou seja, será possível compreender através de uma interacção entre o entrevistado e o
entrevistador, o que os sujeitos pesquisados sabem e pensam sobre o assunto abordado.
Segundo Laville & Dionne (1999, p. 97),“entrevista é um processo entre duas pessoas a fim de
uma delas obter informações a respeito de determinado assunto, mediante a conversação de
natureza profissional, é uma forma de interacção social”.
Será usada a entrevista semi-estruturada, onde o entrevistador dispõe de um roteiro guia, contudo
não segue necessariamente a ordem determinada no roteiro, podendo, se oportuno, incluir novos
questionamentos durante o encontro, mas nunca perdendo os objectivos da pesquisa. A entrevista
será destinada ao Chefe da Contabilidade e ao Director Geral da Sousa Consultores Lda.
Quanto ao questionário, se trata de “um instrumento de colecta de dados, constituído por uma
série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do
entrevistador” (Marconi e Lakatos, 2003, p. 195-201).
O inquérito por questionário será administrado aos colaboradores da Sousa Consultores Lda,
escolhidos com base em critérios pré-definidos pela autora (acessibilidade e conveniência). A
presente pesquisa auxilia a esclarecer acerca do assunto evidenciado, deixando claro a meta a ser
atingida e torna mais flexível o planeamento da pesquisa.
Segundo Bardin (1977, p. 30), esta técnica é um conjunto de técnicas de análise das
comunicações que tem por objectivo enriquecer a leitura e ultrapassar as incertezas, extraindo
conteúdos por trás da mensagem analisada.
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
4.1. Historial da Sousa Consultores Lda
Sousa Consultores é uma empresa voltada ao ramo de consultoria que presta serviços nas áreas
de: HR consulting, Consultoria empresarial, marketing e branding. Localizada na cidade de
Maputo, uma empresa jovem teve suas actividades iniciadas no ano de 2003. É constituída por 2
sócios sendo eles irmãos, ambos administram o negócio. Inicialmente prestavam serviços de HR
consulting mas com o andar do tempo viu-se a necessidade de expandir seus serviços em outras
áreas daí que 4 anos depois optaram pela Consultoria empresarial e Markenting, em 2012 com
vista a atender a necessidade do mercado introduziram um novo serviço, o branding.
4.2. Fluxo de caixa da Sousa Consultores, lda
Com base no Mapa da DFC (método indirecto), verifica-se o melhor desempenho em relação ao
valor líquido (actividade operacional), nos períodos analisados, no ano de 2019. Neste período,
computou-se um montante de 100.724.000 meticais. As atividades de investimentos consumiram
o equivalente a 18.212.000 meticais e as atividades de financiamentos consumiram o montante
de 78.316.000 meticais. No período, tivemos um aumento de caixa de 4.196.000 meticais.
Como as PME’s representam mais de 99% das empresas Moçambicanas, a competição entre elas
é acirrada, por isso, aumenta a necessidade de respostas rápidas e eficazes. O fluxo de caixa é
uma das ferramentas mais importantes para o gestor da empresa, pois, é por meio desta que será
possível visualizar antecipadamente as necessidades ou sobras de caixa. Com a utilização desta
ferramenta, é possível controlar e planear melhor, pois é mais fácil observar dados relevantes
sobre as movimentações financeiras da microempresa.
Apesar de todos os benefícios trazidos na utilização do fluxo de caixa e ser incentivado por
diversos autores e instituições, ele é pouco utilizado como instrumento de planeamento e
orçamento das PME’S. Porém, o fluxo de caixa é um método que permite ao gestor planear e
controlar melhor a empresa, mas isso não isenta a mesma de passar por possíveis dificuldades
financeiras. Contudo, se a visualização das entradas e saídas futuras são possíveis, logo, o gestor
poderá antecipar a decisão de alocação de recursos.
Tornando facilitar o entendimento dos cálculos dos índices, é apresentada uma tabela com os
principais valores contidos nas demonstrações financeiras da Sosa Consultores lda, resultando
assim numa maior transparência dos resultados obtidos.
Os principais dados extraídos das demonstrações financeiras da empresa, para o auxílio nos
cálculos dos indicadores são:
Em milhares de meticais
Constatou-se que no ano de 2019, a organização conseguiu gerar caixa operacional para cobrir as
despesas financeiras, quando para cada 1,00 de despesas financeiras tivemos 1,27 de juros com
caixa. Diferentemente para com dívidas com caixa a empresa não gerou caixa suficiente para
cobrir as obrigações com terceiros em nenhum dos períodos.
Em relação a qualidade de resultado este indicador demonstra a distância entre o fluxo de caixa
operacional e os lucros divulgados. Nota-se que o melhor período foi o ano de 2019, no qual se
teve para cada 1,00 resultado operacional uma geração de caixa de 1,58.
O fluxo de caixa operacional foi suficiente para pagar os investimentos de capital no ano de 2019
sendo que para cada 1,00 de investimentos, teve-se 5,75.
Financiamento x investimento para este indicador mostra que no ano de 2018 para cada 1,00 de
recursos captados foram aplicados 5,96 meticais em investimentos de bens de capital. No ano de
2019, os indicadores para cada 1,00 de recursos pagos, teve a aplicação em ativos fixo relativos à
0,23.
Esse indicador mostra que a organização não conseguiu gerar caixa para recuperar o montante
dos ativos. No ano de 2019, para cada 1,00 de ativos totais foi possível gerar caixa operacional
de 0,14.
4.3. Análise de Resultados
Os resultados mostram que os anos de 2017 e 2018 foram períodos que apresentaram um Fluxo
de caixa menos significativo em relação ao ano de 2019 nas actividades operacionais essa
variação ou até mesmo evolução foi ocasionada pela optimização dos seus processos internos,
controlo das operações e gestão organizacional.
5. CONCLUSÃO
A contabilidade gera informações úteis para a gestão dos negócios e para o processo decisório.
As demonstrações financeiras são instrumentos que permitem identificar a situação económico-
financeira das organizações. A Demonstração dos Fluxos de Caixa possibilita o
acompanhamento das ações financeiras que impactam o caixa. Assim, auxilia os gestores na
tomada de medidas corretivas para assegurar as metas estabelecidas e garantir uma situação de
liquidez para horar os compromissos.
O presente trabalho teve por objetivo analisar a movimentação de recursos financeiros em uma
empresa que presta serviços de consultoria em varias áreas por meio da demonstração dos fluxos
de caixa entre o período de 2017 a 2019. Os resultados mostraram que a empresa possui: a)
capacidade de honrar seus compromissos financeiros, principalmente no ano de 2019 devido a
capacidade de gerar caixa operacional; b) os indicadores apresentaram evolução significativa em
relação aos anos de 2017 e 2018.
Conclui-se que a organização apresenta uma situação financeira favorável de curto prazo. A DFC
evidencia que as políticas financeiras adotadas estão trazendo benefícios para a organização.
Diante dos resultados apresentados, percebe-se que análise da Demonstração dos Fluxos de
Caixa é útil para a tomada de decisão, pois auxilia os gestores, proprietários e investidores na
tomada de decisão sobre a gestão dos negócios e continuidade dos investimentos
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Gil, António Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Hendriksen, E. S., & Van Breda, M. F. (2009). Teoria da Contabiliade. São Paulo:
Atlas.
HENDRIKSEN, Eldon S.; BREDA, Michael F. Van. Teoria da Contabilidade. 5. ed. São
Paulo: Atlas, 1999.
Lakatos, Eva Maria; Marconi, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 1991
Severino, António Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev.e atual. São
Paulo: Cortez, 2007.
SILVA, Edson Cordeiro da. Como Administrar o Fluxo de Caixa das Empresas – Guia
de sobrevivência empresarial. 3ª edição. São Paulo: Atlas, 2008.
FRANCISCO, J. R. S.; AMARAL, H. F.; ASSIS, A. R.; BERTUCCI, L. A. Demonstração de fluxo de caixa –
atividade operacional versus indicadores financeiros de liquidez: análise da gestão financeira. Revista de
Contabilidade e Controladoria, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, v. 3, n. 2, p 94-111, mai./ago.
2011.
Zdanowicz, J. (2004). Fluxo de Caixa: Uma Decisao de Planeamento e Controle
Financeiro. Porto Alegre: Sagra Luzzato.
SILVA, J. P. da. Análise financeira das empresas. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.