Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RENAN SOUZA
SÃO PAULO – SP
2022
RENAN SOUZA
SÃO PAULO – SP
2022
RESUMO
Uma das grandes questões que envolvem o setor bancário da atualidade, quando
pensamos em sua relação com o crescimento econômico de um país
(principalmente em desenvolvimento), é como o spread é definido, ou quais
influências ele recebe para ser fixado, já que é através dos bancos que a
intermediação financeira apoia o fomento de crédito que ajuda diretamente não só
no aquecimento da economia como um todo, através de investimentos diversos,
mas também na manutenção de importantes políticas monetárias dentro da
macroeconomia. O presente estudo possui como objetivo geral analisar o spread,
sua decomposição e relações de causalidade para manutenção elevada buscando
elencar fatores macroeconômicos, relacionando o histórico econômico do país com
o desenvolvimento bancário e compreendendo assim as possíveis causas do porquê
o Brasil possui um dos maiores spreads bancários do mundo afetando
negativamente nossa economia como um todo. Para tanto, como metodologia sera
utilizada a pesquisa bibliográfica baseada na literatura sobre o tema. O spread
bancário brasileiro é um dos mais altos de todo o mundo, mesmo ao ser comparado
com spreads de países emergentes, semelhantes ao Brasil. Pode ser citado como
um dos fatores que levam a isso a inadimplência. Nota-se que países emergentes
como o Brasil possuem spreads maiores que em países desenvolvidos, o que se
deve aos fatores macroeconômicos como as crises político-econômicas e a
dificuldade de retomada do crescimento e desenvolvimento econômico, o que afeta
o risco de crédito fazendo com que haja aumento nas taxas de empréstimos.
One of the major issues surrounding the banking sector today, when we think about
its relationship with the economic growth of a country (mainly in development), is how
the spread is defined, or what influences it receives to be fixed, since it is through of
banks that financial intermediation supports the promotion of credit that directly helps
not only in heating up the economy as a whole, through various investments, but also
in maintaining important monetary policies within the macroeconomy. The present
study has the general objective of analyzing the spread, its decomposition and
causality relationships for high maintenance, seeking to list macroeconomic factors,
relating the country's economic history with banking development and thus
understanding the possible causes of why Brazil has one of the highest spreads
banks in the world negatively affecting our economy as a whole. For that, as a
methodology, bibliographic research based on the literature on the subject will be
used. The Brazilian banking spread is one of the highest in the world, even when
compared to spreads in emerging countries, similar to Brazil. It can be cited as one of
the factors that lead to this default. It is noted that emerging countries such as Brazil
have higher spreads than in developed countries, which is due to macroeconomic
factors such as political-economic crises and the difficulty of resuming economic
growth and development, which affects credit risk, causing there is an increase in
borrowing rates.
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................6
2 SPREAD BANCARIO.....................................................................................................................7
2.1 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.........................................................................................7
2.2 DETERMINANTES DO SPREAD BANCÁRIO.......................................................................10
2.3 ESTUDOS SOBRE SPREAD BRASILEIRO...........................................................................17
3 A RELAÇÃO DOS BANCOS COM A ECONOMIA..................................................................24
3.1 DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS...............................................................................................24
3.2 REDESCONTO...........................................................................................................................27
3.3 CRÉDITO.....................................................................................................................................28
3.4 RELAÇÃO PIB/CRÉDITO..........................................................................................................29
4 A ECONOMIA BRASILEIRA NOS ANOS 1990 E 2000..........................................................31
4.1 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO A PARTIR DA DÉCADA DE 90......31
4.2 CENÁRIO DO MERCADO BANCÁRIO A PARTIR DA DÉCADA DE 90............................33
5 NIVEL DE SPREAD NO MUNDO................................................................................................37
5.1 NÍVEIS DE SPREAD BRASILEIRO.........................................................................................37
5.2 SPREAD MUNDIAL....................................................................................................................38
5.3 SOLUÇÕES PROPOSTAS.......................................................................................................41
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................................43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................44
1 INTRODUÇÃO
Além disso, os autores citam outras duas hipóteses: bancos sob controle de
capital nacional registram maior spread bancário ex post que as instituições
estrangeiras e ainda bancos sob controle de capital estatal registram menor spread
bancário ex post que bancos privados.
Os autores utilizaram o seguinte modelo:
Após a aplicação do modelo dos autores Dantas; Medeiros e Capelletto
(2012) identificaram que as variáveis risco de crédito da carteira do banco,
participação relativa da instituição no setor bancário, nível de concentração do setor
bancário e nível de crescimento da economia apresentaram resultados significativos.
Dessa forma, no que se refere as hipóteses chegaram as seguintes conclusões:
.
4 A ECONOMIA BRASILEIRA NOS ANOS 1990 E 2000
1
O Acordo de Basileia ou International Convergence of Capital Measurement and Capital Standards,
é um tratado firmado em 1988 na cidade de Basileia na Suiça, que foi criado objetivando a
regulamentação do funcionamento dos bancos e instituições financeiras, tendo sido ratificado por
mais de 100 países (REIS, 2018).
é o valor dos ativos ponderados pelo risco (JEHNIFFER, 2021).
O Banco Central do Brasil determina que para uma instituição financeira ser
considerada saudável deve ter um IB de no mínimo 11% e no máximo 50%, dessa
forma, por exemplo, a cada R$ 100,00 emprestados pelo banco, ele precisa ter pelo
menos R$ 11,00 (JEHNIFFER, 2021).
No ano de 1995 com a crise Mexicana e a estabilização dos preços
promovida pelo plano Real se teve a terceira alteração significativa do sistema
bancário, em um ambiente de instabilidade financeira internacional. Naquele período
houve uma grande alteração da participação do setor financeiro no PIB, sendo que
no ano de 1993 essa participação era de 15,6% caindo para 6,9% no ano de 1995
(CARVALHO, 2002).
Dentre os fatores que contribuem para que se tenha uma elevada margem
de intermediação dos bancos se tem os de ordem macroeconômica e dentre eles o
especial destaque para a taxa básica de juros. Há uma correlação positiva entre
taxa de juros e spread bancário frente a existência de títulos indexados à Selic na
carteira dos bancos, aumentando o custo de oportunidade de emprestar, fazendo
com que os bancos façam a incorporação de um auto prêmio de risco em seus
empréstimos (DE PAULA e PIRES, 2006).
5 NIVEL DE SPREAD NO MUNDO
.
5.2 SPREAD MUNDIAL
Zimbabue que é o pais com maior percentual de spread esta inserido em uma
crise econômica com uma hiperinflação, alto índice de desemprego, pobreza e uma
crônica escassez de combustíveis, alimentos e moedas estrangeiras. O banco
central do país aponta que em junho de 2022 mais que dobrou as taxas de juros
para auxiliar no controle da inflação que chegou a 200% no mês, sendo uma taxa
anual de inflação maior de 190% (THOMAS, 2022).
Zimbabue possui um PIB de 26,22 bilhões USD e um PIB per capita de
1.737,17 USD.
O segundo país é Madagascar, um dos países mais pobres do mundo, 70%
da população do país está abaixo da linha da pobreza e quase metade das crianças
menores de 5 anos sofrem de desnutrição, sendo o PIB de 14,64 bilhões USD e PIB
per capita de 514,91 USD.
O Brasil que é o terceiro maior spread possui PIB de 1,609 trilhão USD e PIB
per capita de 7.518,83 USD. Nota-se que o Brasil esta elencado no ranking
juntamente a países que possuem grandes dificuldades econômicas.
É sabido que o Brasil é um dos países que possui maior spread bancário, o
que se deve entre outros fatores a alta dos tributos e despesas, taxa de
inadimplência, e ainda a baixa disponibilidade de crédito, dentre outros fatores.O
fator baixa disponibilidade de crédito no país pode ocorrer por dois motivos
principais, são eles: altos déficits públicos e a instabilidade macroeconômica levando
a que se tenha uma percepção de incertezas no que se refere ao cenário econômico
brasileiro e consequentemente impactam nos níveis de juros praticados.
Douglas North vencedor do Prêmio Nobel de Economia cita o papel
fundamental das instituições na formação sócio econômica de um país, o que se vê
ni Brasil são diversas ineficiências institucionais, como na morosidade do sistema
judiciário brasileiro, além de decisões imparciais e falta de segurança jurídica. Frente
a esta imprevisibilidade as instituições financeiras voltam-se a concentração de suas
carteiras em devedores com menor risco de crédito, diminuindo a oferta de crédito,
ou ainda ofertando com uma taxa de juros significativamente mais alta. Os
Relatórios de Economia Bancária do Banco Central do Brasil citam a inadimplência
como sendo o maior componente dos spreads bancário brasileiro.
Neste cenário o Banco Central do Brasil (2018) lançou uma agenda com
diversas diretrizes, a Agenda BC+, que visa democratizar o sistema financeiro, com
a reforma instituicional e ampliação do acesso ao crédito para a população. O
objetivo principal da agenda é tratar de questões estruturais do próprio BCB e
também do SFN, as dividindo em 04 subtemas, são eles:
Figura 6: Subtemas
FABRETTI, Cláudio Camargo. Contabilidade Tributária. 11. ed. São Paulo: Editora
Atlas, 2009.
ZYSMAN, John; Governments, markets and growth: financial system and politics of
industrial change. Ithaca, Cornell University Press, 1983