Você está na página 1de 8

Universidade católica de Moçambique

Faculdade de ciências de saúde

Beira

Departamento de saúde familiar e comunitária

(DSFC)
Curso: Medicina Geral

Exame de recorrência/3° Ano

Nome do estudante:

Felizarda Isabel Ricardo Mala

Tema: Acções de controle da sífilis em gestantes.

Beira, Maio de 2023


Introdução

A sífilis é uma doença infecto-contagiosa, de transmissão sexual, transmitida pela


bactéria Treponema pallidum. Ela esta presente em todas as classes sociais, pandémica,
que se adquirida na gravidez, pode ser tratada e curada, porem se não bem tratada pode
ser transmitida para o feto, caracterizando a sífilis congénita (RODRIGUES FILHO,
COSTA, & LENO, São Paulo.1994). Nas gestantes a sífilis pode causar a morte do
neonato ou morte intra-uterina e pode se manifestar no neonato de varia formas como o
baixo peso, obstrução nasal, anemia severa e prematuridade.

Isso, mostra a importância de identificação de acções para o controle e prevenção da


sífilis em gestantes de modo que esta não cause efeitos nefastos ao bebe.

2
Objectivo geral

 Avaliar os factores que influenciam no mau controle da sífilis na gravidez.

Objectivos específicos

 Identificar os factores de risco para ocorrência da sífilis


 Identificar obstáculos enfrentados na prevenção da sífilis na prevenção,
tratamento e cura da sífilis nas gestantes.
 Traçar estratégias de mitigação

3
Problematização.

Segundo (DE LORENZI, 2021), a sífilis tem sido considerada historicamente, uma
infecção possível de controlar no âmbito de atenção básica; entretanto ainda se verifica
casos de transmissão vertical da sífilis nas nossas comunidades devido a vários factores
como a falta de recursos para o diagnóstico e tratamento da doença, procura tardia aos
serviços de saúde, fraca comparência dos parceiros as consultas com as suas esposas,
oque faz com que mesmo após o tratamento haja reinfecções pelos parceiros não
tratados, situações estas que nos remete a seguinte questão: até que ponto os factores
de risco influenciam na transmissão vertical (mãe para filho) de sífilis e quais
medidas devem ser reforçadas para o seu controle e/ou combate?

4
Plano de acção e descrição das actividades

Segundo (Ministério da saude, 2006), a transmissão vertical da sífilis permanece um


grande problema de saúde pública. Das várias doenças que podem ser transmitidas
durante o ciclo grávido puerperal, a sífilis é a que tem as maiores taxas de transmissão.
A sífilis congénita é o resultado da disseminação hematogênica do Treponema
pallidum, da gestante infectada não-tratada ou inadequadamente tratada para o seu
concepto, por via transplacentária.

Como elementos fundamentais no enfrentamento da transmissão vertical da sífilis, as


acções de diagnóstico e prevenção precisam ser reforçadas especialmente no pré-natal e
parto; porém idealmente essas acções seriam mais efectivas se realizadas com a
população em geral, ainda antes da gravidez ocorrer.

Cerca de 98 das mortes de mulheres por causas maternas são evitadas mediante a
adopção de medidas relativamente simples, visando a melhoria da qualidade da
assistência pré-natal e garantindo o acesso aos serviços de saúde, dai, a necessidade de
uma efectiva educação em saúde obstétrica e de um pré-natal bem realizado. (Ministério
da saude, 2006)

A taxa de infecção da transmissão vertical do T.pallidum em mulheres não tratadas é de


70 a 100%, nas fases primária e secundária da doença, reduzindo-se para
aproximadamente 30% nas fases tardias da infecção materna (latente tardia e terciária).
(Ministério da saude, 2006)

Há possibilidade de transmissão directa do T. pallidum por meio do contato da criança


pelo canal de parto, se houver lesões genitais maternas. Durante o aleitamento, ocorrerá
apenas se houver lesão mamária por sífilis.

Ocorre aborto espontâneo, natimorto ou morte perinatal em aproximadamente 40% das


crianças infectadas a partir de mães não-tratadas.

Para traçar as estratégias de prevenção é necessário dar a conhecer os factores de risco


sobretudo os modificáveis que mencionaremos já a seguirem:

5
Os factores de risco incluem: a assistência pré-natal inadequada (representa um dos
principais factores de risco), baixa escolaridade materna, baixo nível socioeconómico,
parceiro não tratado, idade materna inferior a 20 anos, falta de conhecimento da doença,
poligamia, infidelidade, procura tardia aos serviços de assistência pré-natal. (Ministério
da saude, 2006)

Como plano de acção para sua prevenção traça-se as seguintes estratégias.

No âmbito pessoal

É peculiar dar a conhecer a mulher grávida sobre a doença e o quão importante é a


procura de assistência medica desde o momento que suspeitam estar grávida para o
rastreio de todas as possíveis infecções que possam colocar em risco a sua gestação e o
seu bebe. Nós como estudantes e temos contacto com as famílias na comunidade
poderíamos desenvolver conversas sobre a sífilis nas nossas famílias, principalmente em
famílias com mulheres em idade reprodutiva porque devido a baixa escolaridade na
maioria das vezes as mulheres dizem preferir ir as consultas pré-natais mais tarde, por
varias razão. Deve-se demonstrar os riscos que a procura tardia de serviços médicos
pode levar a progressão da doença oque fara com que não haja tempo suficiente para
tratar a doença e que desta forma ser transmitida ao bebe, fazendo com que este possa
morrer ou desenvolver doenças (ex: um bebe com anemia que sempre necessitara de
atenção e assistência medica) que pode ser evitada procurando consulta medica
precocemente.

No âmbito clinico

É peculiar, por se tratar de um problema de saúde publica com varias consequências


graves que nenhuma mulher que procure assistência medica tenha atendimento
incompleto por falta de material. Com isso referencia-se duas esferas para o sucesso dos
nossos objectivos

 A responsabilidade dos profissionais de saúde do ministério em fazer a


requisição dos testes para sífilis e os medicamentos para seu tratamento, bem
como o fornecimento a tempo, para que não haja rotura de stock e as mulheres

6
não fiquem sem fazer o rastreio, colocando em risco a sua saúde e a saúde dos
seus bebes, mesmo tendo procurado assistência medica.
 E para as pacientes, caso seja confirmado o diagnóstico da sífilis, levem os seus
parceiros para que façam o tratamento conjunto e incentivar o cumprimento das
recomendações dadas pelos profissionais de modo a terem um tratamento de
sucesso.

No âmbito familiar e comunitário

É importante que o casal esteja a par de tudo que acontece ou pode acontecer durante a
gestação e das doenças que podem-se desenvolver, caso estejam presentes os factores de
risco.

O entendimento da siflis no seio familiar e na comunidade, como uma doença de


transmissão sexual, que pode trazer consequências graves, mas com o tratamento
adequado pode ser curada, tem uma influência fundamental no seu controle.

Por meio de palestras, pode-se explicar a família e a comunidade, os factores de risco


para sífilis, e as consequências que esta doença pode trazer para o bebe (prematuridade,
baixo peso, anemia grave), caso não seja tratada correctamente e ainda explicar que o
bebe corre certo risco de vida, caso essa doença não seja levada a sério. Incentivar o
acompanhamento, dos parceiros as suas esposas nas consultas pré-natais e é importante
que tanto a mãe do bebe como o pai, façam o tratamento em simultâneo. Incentivar o
casal no uso do preservativo durante e após o tratamento, para evitar reinfecções.

7
Referências Bibliográficas

DE LORENZI, D. (23 (10); de 2021). Sífilis congénita como identificador de assistência pré-natal.
Ver Bras Ginecologia e Obstetricia.

Ministério da saude. (2006). Diretrizes para controle da sífilis congênita: manual de bolso.
Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST/AIDS: 2. ed. – Brasília.

RODRIGUES FILHO, J., COSTA, W. d., & LENO, G. M. (São Paulo.1994). Determinantes de
cuidado de utilização de cuidados pre-natal entre famílias de maixa renda,Brasil. saúde
publica.

Você também pode gostar