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Disciplina

Saúde da
Criança e do
Adolescente

Instituto Educacional
Menna Barreto
DISCIPLINA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
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SUMÁRIO

1. OS RECÉM-NASCIDOS E LACTENTES ..................................................................... 5

2. RECEPÇÃO A AVALIAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO ............................................... 5

2.1. CUIDADOS IMEDIATOS NA SALA DE PARTO ........................................................ 5

2.2. TESTE DE APGAR ......................................................................................................... 6

2.3. ESCALA DE GLASGOW E ESCALA DE GLASGOW ADAPTADA PARA


LACTENTES ............................................................................................................................. 8

2.4. AVALIAÇÃO E ALTERAÇÕES MOTORA................................................................ 10

2.5. TERMOS TÉCNICOS DAS ALTERAÇÕES DA ATIVIDADE MOTORA ............... 11

2.6. AVALIAÇÃO E ALTERAÇÕES NO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA ............................ 12

3. CLASSIFICAÇÃO DO RECÉM -NASCIDO ............................................................... 12

3.1. CLASSIFICAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO SEGUNDO A IDADE GESTACIONAL ..


........................................................................................................................................ 12

3.2. CLASSIFICAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO DE ACORDO COM O PESO AO


NASCER .................................................................................................................................. 13

4. EXAME FÍSICO .............................................................................................................. 13

4.1. REALIZAÇÃO DO EXAME FÍSICO ........................................................................... 14

4.1.1 PELE ........................................................................................................................... 14

4.1.2 CRÂNIO..................................................................................................................... 14

4.1.3. FACE ........................................................................................................................... 15

4.1.4 CORAÇÃO E PULMÕES .............................................................................................. 15

4.1.5. ABDÔMEN................................................................................................................. 15

4.1.6. ÓRGÃOS GENITAIS ................................................................................................. 15

4.1.7. MEMBROS INFERIORES ......................................................................................... 16

4.2. REFLEXOS DOS RECÉM-NASCIDOS ....................................................................... 16


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5. TRIAGEM NEONATAL ................................................................................................ 17

5.1. TESTE DO PEZINHO ................................................................................................... 18

5.2. TESTE DA ORELHINHA ............................................................................................. 20

5.3. TESTE DO OLHINHO .................................................................................................. 21

5.4. TESTE DO CORAÇÃOZINHO .................................................................................... 22

5.5. TESTE DA LINGUINHA .............................................................................................. 23

6. IMPORTANCIA DO ALEITAMENTO MATERNO E A INICIATIVA DO


HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇA ................................................................................... 23

6.1. RISCO DE MORTE POR DIARREIA EM MENORES DE UM ANO, SEGUNDO O


TIPO DE ALIMENTAÇÃO (PELOTAS, RS, BRASIL) ........................................................ 24

6.2. RISCO DE MORTE POR PNEUMONIA ENTRE 8 DIAS E 12 MESES SEGUNDO O


TIPO DE ALIMENTAÇÃO (PELOTAS, RS, BRASIL) ........................................................ 26

6.3. QI (QUOCIENTE DE INTELIGÊNCIA) DE CRIANÇAS QUE NASCERAM


PREMATURAS SEGUNDO O TIPO DE ALIMENTAÇÃO ................................................. 27

6.4. VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA O HOSPITAL ................... 28

7. HIGIENE DO RECEM-NASCIDO E CUIDADOS COM O COTO UMBILICAL . 28

7.1. COMO REALIZAR O BANHO .................................................................................... 29

7.2. TROCA DE FRALDAS ................................................................................................. 31

7.3. CUIDADOS COM O COTO UMBILICAL .................................................................. 32

8. VACINAÇÃO NO PERIODO NEONATAL ................................................................ 33

9. DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ............................. 34

9.1. RECÉM-NASCIDO ....................................................................................................... 34

9.2. UM MÊS DE IDADE ..................................................................................................... 34

9.3. DOIS MESES DE IDADE ............................................................................................. 34

9.4. TRÊS MESES DE IDADE ............................................................................................. 35

9.5. QUATRO MESES DE IDADE ...................................................................................... 35


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9.6. CINCO MESES DE IDADE .......................................................................................... 35

9.7. SEIS MESES DE IDADE .............................................................................................. 35

9.8. SETE MESES DE IDADE ............................................................................................. 36

9.9. OITO MESES DE IDADE ............................................................................................. 36

9.10. NOVE MESES DE IDADE ........................................................................................ 36

9.11. DEZ MESES DE IDADE ........................................................................................... 37

9.12. ONZE MESES DE IDADE......................................................................................... 37

9.13. DOZE MESES DE IDADE......................................................................................... 37

9.14. DOZE MESES DE IDADE A QUINZE MESES DE IDADE ................................... 37

9.15. QUINZE MESES DE IDADE A DEZOITO MESES DE IDADE ............................ 37

9.16. DEZOITO MESES DE IDADE A VINTE QUATRO MESES DE IDADE .............. 38

9.17. VINTE E QUATRO MESES DE IDADE A TRINTA MESES DE IDADE ............. 38

9.18. TRINTA MESES DE IDADE A TRINTA E SEIS MESES DE IDADE ................... 38

10. DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO ................................................................. 38

10.1. DESENVOLVIMENTO SEXUAL............................................................................. 38

10.2. ESTÁGIO ORAL ........................................................................................................ 39

10.3. ESTÁGIO ANAL........................................................................................................ 39

10.4. ESTÁGIO FÁLICO .................................................................................................... 39

10.5. ESTÁGIO DE LATÊNCIA ........................................................................................ 39

10.6. ESTÁGIO GENITAL ................................................................................................. 40

11. HOSPITALIZAÇÃO ................................................................................................... 40

11.1. PROCESSO EM ENFERMAGEM - FUNDAMENTOS EM ENFERMAGEM ....... 41

11.2. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM ............................. 41

11.3. PRIMEIRA ETAPA DO PROCESSO EM ENFERMAGEM – ANAMNESE E


COLETA DE DADOS. ............................................................................................................ 42
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11.4. SEGUNDA ETAPA DO PROCESSO EM ENFERMAGEM – DIAGNOSTICO DE


CUIDADOS. ............................................................................................................................ 43

11.5. TERCEIRA ETAPA DO PROCESSO EM ENFERMAGEM – PLANEJAMENTO


DE CUIDADOS. ...................................................................................................................... 44

11.6. QUARTA ETAPA DO PROCESSO EM ENFERMAGEM – IMPLEMENTAÇÃO


DE CUIDADOS. ...................................................................................................................... 44

11.7. QUINTA ETAPA DO PROCESSO EM ENFERMAGEM – AVALIAÇÃO E OS


RESULTADOS DE CUIDADOS. ........................................................................................... 44

12. ICTERICIA NEONATAL ........................................................................................... 45

12.1. TIPOS DE ICTERIA ................................................................................................... 46

12.2. TRATAMENTO ......................................................................................................... 46

12.3. CUIDADOS EM ENFERMAGEM COM A FOTOTERAPIA .................................. 47

REFERENCIAS ..................................................................................................................... 48

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1. OS RECÉM-NASCIDOS E LACTENTES

A transição bem-sucedida de um feto (imerso no líquido amniótico e totalmente dependente da


placenta para obter nutrientes e oxigênio) até o seu nascimento, respirando e chorando
vigorosamente, é algo sempre maravilhoso.

Os recém-nascidos saudáveis necessitam de um bom cuidado para garantir seu


desenvolvimento normal e uma boa saúde.

2. RECEPÇÃO A AVALIAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO

Imediatamente após o nascimento do concepto, o Médico ou o Enfermeiro retira delicadamente


o muco e outros materiais de sua boca, nariz e garganta com uma sonda de aspiração.

2.1. CUIDADOS IMEDIATOS NA SALA DE PARTO

A seguir, o recém-nascido respira pela primeira vez:

i. O cordão umbilical é pinçado (utilizando-se duas pinças, uma ao lado da outra) e é


seccionado entre as pinças.
ii. O recém-nascido é secado e colocado cuidadosamente sobre um cobertor térmico estéril
ou sobre o abdômen da mãe.
iii. A seguir, ele é pesado e medido.
iv. É fundamental que o recém-nascido seja mantido aquecido.
v. Assim que possível, ele deve ser enrolado em panos leves (cueiros) e a sua cabeça é
coberta, para reduzir a perda do calor corpóreo.
vi. São pingadas algumas gotas de solução de nitrato de prata ou de um antibiótico em seus
olhos, para evitar uma infecção causada por qualquer microrganismo nocivo com o qual o
recém-nascido pode ter tido contato durante o parto.

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Se o bebê é prematuro, receberá cuidados especiais numa unidade de tratamento intensivo


neonatal, onde será colocado em uma incubadora que lhe dará condições para que complete
sua maturação e se adapte à vida fora do útero.

2.2. TESTE DE APGAR

Entre as avaliações dos testes de APGAR é feita a limpeza das vias respiratórias, o corte do
cordão umbilical e o registro da impressão plantar.

Depois, limpo e bem abrigado em roupas quentes e macias, o bebê repousará junto da mãe ou
no berçário do hospital, sempre assistido por pessoal especializado.

O teste de APGAR consiste na avaliação de 5 sinais:

1) Frequência cardíaca;
2) Respiração;
3) Musculatura;
4) Cor da pele e
5) Reflexos de irritabilidade.

Cada item vale 2 pontos e a pontuação vai de 0 a 10.

Quando a pontuação em alguns dos tempos é muito baixa, pode ser que o médico indique desde
uma simples observação em incubadora, durante as primeiras horas de vida, até a entrada no
departamento de neonatologia para investigar a causa.

A repetição do teste 5 minutos depois, o bebê que atingir 7 pontos é considerado em boas
condições; 4 pontos ou menos indicam que sua adaptação deverá ser observada, com
acompanhamento cuidadoso.

A frequência cardíaca se avalia com o estetoscópio. Essa é a avaliação mais importante:


a) Se não houver batimentos cardíacos, a pontuação do bebê é 0 em frequência cardíaca.

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b) Se a frequência cardíaca é menor de 100 batimentos por minuto, a pontuação do bebê é 1


em frequência cardíaca.
c) Se a frequência cardíaca é superior a 100 batimentos por minuto, a pontuação do bebê é 2
em frequência cardíaca.

Em relação ao esforço respiratório do bebê:


a) Se não há respirações, a pontuação do bebê é 0 em esforço respiratório.
b) Se as respirações são lentas ou irregulares, a pontuação do bebê é 1 em esforço respiratório.
c) Se o choro é bom, a pontuação do bebê é 2 em esforço respiratório.

Em relação ao tônus muscular do bebê:


a) Se o tônus muscular é flácido, a pontuação do bebê é 0 em tônus muscular.
b) Se existe certa flexão das extremidades, a pontuação do bebê é 1 em tônus muscular.
c) Se existe movimento ativo, a pontuação do bebê é 2 em tônus muscular.

A coloração da pele do bebê:


a) Se a coloração é azul pálido, a pontuação do bebê é 0 em coloração.
b) Se o corpo do bebê é rosado e as extremidades são azuis, a pontuação é 1 em coloração.
c) Se todo o corpo do bebê é rosado, a pontuação é 2 em coloração.

O reflexo de irritabilidade é um termo que descreve o nível de irritação do recém-nascido em


resposta a estímulos (como uma espetadinha suave).
a) Se não há reflexo de irritabilidade, a pontuação do bebê é 0 em reflexo de irritabilidade.
b) Se têm gesticulações, a pontuação é 1 em reflexo de irritabilidade.
c) Se acontecem gesticulações ou tosse, espirro ou choro vigoroso, a pontuação do bebê é 2
em reflexo de irritabilidade.

A pontuação APGAR de 1 minuto avalia o nível de tolerância do recém-nascido ao processo


do nascimento, enquanto que a pontuação APGAR de 5 minutos avalia o nível de
adaptabilidade do recém-nascido ao meio ambiente.

Este exame constitui em um instrumento de avaliação para os médicos, graças ao que podem
determinar que tipo de ajuda imediata necessita o recém-nascido para estabilizar-se.

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Uma pontuação de 8 a 10 e indica que o recém-nascido se encontra em boas condições.


Uma pontuação de 10 é muito incomum e quase todos os recém-nascidos perdem um ponto por
pés e mãos azulados.

ESCALA DE APGAR

PONTOS 0 1 2

FREQUÊNCIA Ausente <100/min >100/min


CARDÍACA

RESPIRAÇÃO Ausente Fraca, irregular Forte-choro

TÔNUS MUSCULAR Flácido Flexão de pernas e Movimento ativo/boa


braços flexão

COR DA PELE Cianótico/ Cianose de Rosado


Pálido extremidades

IRRITABILIDADE Ausente Alguns movimentos Agitado


REFLEXA

Fonte: Boletim de APGAR.

Qualquer pontuação menor de 8 indica que a criança necessita de ajuda para estabilizar-se.
Uma pontuação menor no primeiro minuto que se normaliza aos cinco minutos não se associa
claramente com possíveis efeitos negativos a longo prazo.

2.3. ESCALA DE GLASGOW E ESCALA DE GLASGOW ADAPTADA PARA


LACTENTES

A escala de Glasgow realiza a avaliação quantitativa do nível de consciência, é um processo


dinâmico e a avaliação em sequência – de 5 em 5 minutos.

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Fonte: Escala de Glasgow.

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ESCALA DE GLASGOW ADAPTADA PARA LACTENTES


AVALIAÇÃO PONTUAÇÃO
Espontânea 4
Estímulo vocal 3
ABERTURA Estímulo doloroso 2
OCULAR Sem resposta 1
Espontânea 6
Reage ao toque 5
Reage a dor 4
RESPOSTA Flexão anormal 3
MOTORA Extensão anormal 2
Sem resposta 1
Balbucia 5
Irritado 4
RESPOSTA Chora a dor 3
VERBAL Gema a dor 2
Sem resposta 1
Fonte: Escala de Glasgow Adaptada para Lactentes.

2.4. AVALIAÇÃO E ALTERAÇÕES MOTORA

Na deambulação precisamos fazer as seguintes perguntas;

Paciente deambula? (Atenção para a idade do desenvolvimento);

Paciente deambula com auxílio? (Atenção para a idade do desenvolvimento);

Não deambula? (Atenção para a idade do desenvolvimento);

Hemiplegia a direita?

Hemiplegia a esquerda?

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Paraplégico?

Tetraplégico?

2.5. TERMOS TÉCNICOS DAS ALTERAÇÕES DA ATIVIDADE MOTORA

AFASIA: incapacidade de se expressar por palavras, podendo ser sensorial ou motora;

ATAXIA: falta de coordenação muscular;

CATATONIA: imobilidade com rigidez excessiva ou excesso de atividade impulsiva;

CIFOSE: aumento da convexidade posterior da coluna torácica;

CLAUDICANTE: caminha, mancando com dificuldade;

DESVIO DE RIMA: a rima bucal pode estar caída para direita ou esquerda;

DIPLOPIA: visão dupla;

DISARTRIA: dificuldade de articular as palavras decorrente de lesão de alguns nervos


cranianos;

MARCHA ANSERINA: ao caminhar apresenta lordose acentuada, inclinando o corpo para a


D e E alternadamente;

MARCHA CEREBELAR OU ATÁXICA: não caminha em linha reta;

MARCHA ESPÁSTICA OU HEMIPLÉGICA: não há flexão do joelho e o membro e


espástico;

PARALISIA: é a perda da motilidade voluntária gerando incapacidade de mover o corpo ou


parte dele;

PARESIA: paralisia incompleta, diminuição da mobilidade;

PARAPLEGIA: paralisia dos membros inferiores;

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TETRAPLEGIA: paralisia de membros inferiores e superiores.

2.6. AVALIAÇÃO E ALTERAÇÕES NO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA

ALERTA: resposta correta aos estímulos estímulo verbal ou estímulo doloroso;

LETÁRGICO: ocorre resposta lenta e coerente aos estímulos tátil e verbal podendo mostrar
se confuso diante das questões complexas;

OBNUBILADO: requer estímulo sensorial mais profundo, sendo obtida uma resposta lenta;

TORPOR: apresenta resposta lenta ao estímulo sensorial, voltando ao estado inicial após
cessar o estímulo;

COMA: não apresenta abertura ocular sob qualquer estímulo, porém pode apresentar resposta
do tipo movimentos inespecíficos.

3. CLASSIFICAÇÃO DO RECÉM -NASCIDO

Os recém-nascidos podem ser classificados de acordo com a idade gestacional (IG), peso ao
nascer e relação entre IG -peso.

3.1. CLASSIFICAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO SEGUNDO A IDADE


GESTACIONAL

Pré-termo: idade gestacional inferior a 37 semanas (259 dias).


a) Prematuridade limítrofe: 35 36 semanas.
b) Prematuridade moderada: 31-34 semanas.
c) Prematuridade extrema: menos de 30 semanas.

A termo: idade gestacional entre 37 a 41 semanas e 6 dias (260-294 dias).


Pós-termo: idade gestacional igual ou maior que 42 semanas (mais que 294 dias).

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3.2. CLASSIFICAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO DE ACORDO COM O PESO


AO NASCER

Macrossômico/peso: maior 4.000 g.


Peso normal ao nascer: 2.500 g/ 3.000 g / 3.999 g.
Peso insuficiente: 2.500-2.999g.
Baixo peso ao nascer: menos 2.500g.
Muito baixo peso: menos 1.500 g.
Extremo baixo peso: menos 1.000 g.

4. EXAME FÍSICO

Para a realização do exame físico é importante o conhecimento das ciências da Anatomia,


Fisiologia, Patologia e Fisiopatologia e seus fatores orgânicos.

A importância do exame físico para a equipe de Enfermagem aborda toda a holística do ser
humano, tanto ele recém-nascidos, crianças, adolescentes, adultos e idosos.

Por que há recém-nascidos maiores ou menores que o tamanho de um recém-nascido


normal?

A mãe é diabética?

A mãe é obesa?

Recém-nascido apresenta anomalias cardíacas?

O recém-nascido apresenta uma tendência hereditária para o peso elevado ao nascimento?

E os que nascem menores que o normal?

A mãe fez uso abusivo de álcool ou de drogas durante a gravidez?

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A mãe consumiu cigarros durante a gravidez?

A mãe teve uma nutrição deficiente durante a gravidez?

A mãe não recebeu cuidados pré-natais adequados?

O recém-nascido apresentou uma infecção antes de nascer?

O recém-nascido apresenta uma anomalia cromossômica?

Essas perguntas são importantes nas alterações das medidas antropométricas dos recém-
nascidos.

4.1. REALIZAÇÃO DO EXAME FÍSICO

4.1.1 PELE

A pele comumente é avermelhada, embora os dedos das mãos e dos pés possam apresentar
uma coloração azulada em decorrência da má circulação sanguínea durante as primeiras horas
de vida.

4.1.2 CRÂNIO

Um parto normal com apresentação cefálica faz com que a cabeça permaneça discretamente
deformada durante vários dias.

Os ossos que formam o crânio sobrepõem-se, o que permite que a cabeça seja comprimida
durante o parto.

É comum a presença de edema e de equimoses no couro cabeludo.

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Quando a apresentação do concepto é pélvica (apresentação de nádegas), a cabeça geralmente


não apresenta deformidade.

Algumas vezes, o sangramento de um dos ossos do crânio e do periósteo (revestimento externo


do osso) produz uma pequena protuberância na cabeça (cefalo-hematoma), a qual desaparece
em algumas semanas.

4.1.3. FACE

A pressão durante o parto vaginal pode provocar contusão da face. Além disso, a compressão
durante a passagem através do canal do parto pode fazer com que, inicialmente, a face pareça
assimétrica.

A assimetria facial algumas vezes ocorre quando um dos nervos que inervam os músculos
faciais é lesado durante o parto. Ao longo de algumas semanas, ocorre uma recuperação
gradual.

4.1.4 CORAÇÃO E PULMÕES

Realiza a ausculta do coração e dos pulmões com o auxílio de um estetoscópio, para detectar a
presença de qualquer anomalia. A cor da pele do recém-nascido e o seu estado geral podem
também indicar a existência de algum problema. A força do pulso é verificada na região
inguinal (virilha).

4.1.5. ABDÔMEN

Exame do abdômen, o médico verifica a sua forma e também o tamanho, a forma e a posição
dos órgãos internos (p.ex., rins, fígado e baço).

Os rins aumentados de tamanho podem indicar uma obstrução do fluxo urinário.

4.1.6. ÓRGÃOS GENITAIS

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No entanto, as nádegas, os órgãos genitais ou os pés podem apresentar edema e equimoses.

4.1.7. MEMBROS INFERIORES

Ele avalia a flexibilidade e a mobilidade dos membros superiores, membros inferiores e


quadris.

A luxação (deslocamento) do quadril é um problema razoavelmente comum em recém-


nascidos. Esta condição pode ser tratada colocando-se 2 ou 3 fraldas no recém-nascido para
manter os quadris na posição correta, até o problema ser solucionado.

Quando necessário, um ortopedista pode realizar uma imobilização.

4.2. REFLEXOS DOS RECÉM-NASCIDOS

Atentar para a presença de qualquer anomalia dos nervos e testar os reflexos do recém-nascido.

Os reflexos mais importantes do recém-nascido são:

Reflexo de Moro;
Reflexos de busca;
Sucção;
Tonicidade de membros Superiores membros inferiores;
Reflexo de preensão palmar – plantar;
Reflexo de apoio;
Reflexo de marcha.

O reflexo de Moro está presente com Ig: 28 semanas e desaparece com 3 meses.

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O reflexo de Babinski (preensão plantar) está presente imediatamente antes do nascimento,


não desaparece até 12-16 meses, quando uma mielinização adequada acontece (é o último
reflexo a desaparecer).

Numa criança normal, aos 6 meses, o reflexo arcaico que ainda está presente é: preensão plantar
(Babinski).

A coordenação entre sucção e deglutição ocorre entre: 35-37 semanas de Ig (antes desta data
a criança é incapaz de manter uma ação coordenada para sua alimentação oral eficaz).

5. TRIAGEM NEONATAL

O termo triagem, que se origina do vocábulo francês ‘’triage’’, significa seleção, separação de
um grupo, e define, em Saúde Pública, a ação primária dos programas de Triagem, ou seja, a
detecção – através de testes aplicados numa população – de um grupo de indivíduos com
probabilidade elevada de apresentarem determinadas patologias.

Desde a década de 60, a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza a importância da


realização dos programas populacionais de Triagem Neonatal, especialmente nos países em
desenvolvimento, além de criar critérios para a realização dos mesmos. No Brasil, desde 2001
foi implementado o Programa Nacional de Triagem Neonatal.

Para que um defeito metabólico seja considerado importante para um procedimento de triagem,
certos critérios devem ser observados, como orientado por documento da OMS:

✓ Não apresentar características clínicas precoces.


✓ Permitir a realização de um teste de identificação com especificidade e sensibilidade altas.
✓ Ser um programa economicamente viável.
✓ Estar associado a uma doença cujos sintomas clínicos possam ser reduzidos ou eliminados
através de tratamento.
✓ Ter estabelecido um programa de acompanhamento clínico com disponibilização dos
quesitos mínimos necessários ao sucesso do tratamento

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5.1. TESTE DO PEZINHO

Inicialmente, foi implementado o Teste do Pezinho. Trata-se de ação preventiva que visa
facilitar o diagnóstico precoce de certas doenças, reduzindo ou eliminando o risco de sequelas
associadas ao atraso no reconhecimento e tratamento dessas condições.

Toda criança nascida em território nacional tem o direito à triagem neonatal (Teste do Pezinho).

Mas, para que este alcance o seu objetivo primordial de detectar algumas doenças que podem
causar sequelas graves ao desenvolvimento e crescimento, o teste deve ser feito no momento e
da forma adequados.

O momento para a coleta, preferencialmente, não deve ser inferior a 48 horas de alimentação
proteica (amamentação) e nunca superior a 30 dias, sendo o ideal entre o 3º e o 5º dia de vida.

As gestantes devem ser orientadas, ao final de sua gestação, sobre a importância do teste do
pezinho e procurar um posto de coleta ou um laboratório indicado pelo pediatra dentro deste
prazo.

Os diferentes estados brasileiros encontram-se em distintas fases de implantação. Quanto maior


a fase, maior o número de doenças triadas.

Fase I: Hipotireoidismo congênito e fenilcetonúria;


Fase II: Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria e hemoglobinopatias;
Fase III: Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, hemoglobinopatias e fibrose cística.
Fase IV: Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, hemoglobinopatias, fibrose cística e
hiperplasia adrenal congênita

Os laboratórios privados realizam testes para outras doenças, cabendo ao pediatra selecionar as
que são de interesse.

Nos casos com resultados de triagem alterados, o laboratório central deve acionar o posto de
coleta para que entre em contato com a família e trazer a criança para a realização de exames
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confirmatórios. Esse processo precisa ser ágil e eficaz para que a terapêutica precoce adequada
possa ser instituída.

Importante: o Teste do Pezinho é apenas um teste de triagem. Um resultado alterado não implica
em diagnóstico definitivo de qualquer uma das doenças, necessitando, de exames
confirmatórios.

Fenilcetonúria: Doença genética em que a criança não é capaz de metabolizar o aminoácido


fenilalanina existente em todas as formas de proteína da nossa alimentação (carne, leite, ovos,
etc.). Com isso, a fenilalanina se acumula no sangue e em todos os tecidos. Este excesso
provoca lesões graves e irreversíveis no sistema nervoso central (inclusive o retardo mental) e
o seu tratamento precoce pode prevenir estas sequelas. O tratamento consiste em uma dieta
pobre em fenilalanina.

Hipotireoidismo congênito: Distúrbio causado pela produção deficiente de hormônios da


tireoide, geralmente devido a um defeito na formação da glândula, ou a um problema
bioquímico que ocorre na síntese dos hormônios tireoidianos. Os hormônios tireoidianos são
fundamentais para o adequado desenvolvimento do sistema nervoso. A sua deficiência pode
provocar lesão grave e irreversível, levando ao retardo mental grave. Se instituído bem cedo,
o tratamento é eficaz e pode evitar estas sequelas. Deve ser tratado através da administração
oral de levotiroxina.

Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias: Alterações estruturais na hemoglobina que


prejudicam o transporte de oxigênio através das artérias e veias. Isso pode levar à oxigenação
deficiente do organismo. Em geral, são classificadas em dois grupos: doença falciforme e
talassemias.

As principais complicações clínicas da anemia falciforme são tratadas com as seguintes


medidas profiláticas: antibióticos, suplementação de ácido fólico, nutrientes e rastreio de
complicações.

Os pacientes talassêmicos podem ser tratados através de um regime de transfusões, terapia


quelante intensiva e esplenectomia, na tentativa de reduzir as necessidades de transfusão.

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Hiperplasia adrenal congênita: As glândulas adrenais produzem diversos hormônios


essenciais para o organismo.

Para isso, elas dependem de enzimas específicas. Quando uma destas enzimas está ausente,
ocorre um desbalanço na produção dos hormônios levando a insuficiência adrenal e
hiperandrogenismo.

A enzima que mais frequentemente é deficiente é a 21-hidroxilase. Quando isso acontece, o


cortisol é o hormônio que se torna deficiente e os hormônios andrógenos (masculinizantes)
aumentam seus níveis. Em meninas, isso pode levar ao aparecimento de caracteres sexuais
masculinos (pelos, aumento do clitóris) e, em ambos os sexos, podendo levar ou não a uma
perda acentuada de sal e ao óbito.

O tratamento com corticoides pode reverter estes quadros, quando instituído precocemente. No
caso da perda de sal, o tratamento requer a administração de hormônios mineralocorticoides
com a máxima urgência.

A suplementação de cortisona provoca a diminuição da síntese de hormônios androgênicos,


relacionados à virilização. Medidas cirúrgicas auxiliam a recompor o aspecto anatômico da
genitália nas meninas afetadas. Na forma perdedora de sal, a administração de
mineralocorticoides deve ser continuamente monitorizada. O tratamento deve ser feito por toda
a vida.

Fibrose cística: É uma doença genética, também conhecida como mucoviscidose, que causa
mau funcionamento do transporte de cloro e sódio nas membranas celulares. Esta alteração faz
com que se produza um muco espesso nos brônquios e nos pulmões, facilitando infecções de
repetição e causando problemas respiratórios e digestivos, entre outros.

Outra manifestação é o bloqueio dos ductos pancreáticos, causando problemas no sistema


digestivo. Apesar de ainda não ter cura, diversas medidas terapêuticas têm melhorado a
qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes afetados.

5.2. TESTE DA ORELHINHA


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Tecnicamente chamado de teste de emissão otoacústica, foi implementado em 2010.

Sua função é detectar deficiência auditiva. É feito com equipamento especial que emite sons e
verifica a resposta dos ouvidos ao estímulo. É um teste indolor, com duração de três a cinco
minutos, que algumas vezes tem que ser repetido ou complementado. É realizado por um
fonoaudiólogo e se o exame for normal assegura a mãe que o bebê não apresenta deficiência
auditiva ao nascer e não por toda a vida.

Não é fornecido pelo governo em todos os estados brasileiros. Pode ser realizado logo no
segundo dia de nascimento, e de preferência ainda no primeiro mês de vida.

Caso seja confirmado um problema permanente de surdez, não espere. A criança precisa
começar tratamento especializado imediatamente ou, no máximo, até os três meses de vida. A
reabilitação inclui aparelho auditivo, terapia fonoaudiológica e, a depender da decisão familiar,
o aprendizado da língua brasileira de sinais (Libras).

Já existe, inclusive, a indicação de cirurgia em alguns casos: o implante coclear, que já é


realizado pelo SUS e tem cobertura obrigatória dos planos de saúde.

5.3. TESTE DO OLHINHO

É a verificação da coloração naturalmente vermelha do fundo do olho do recém-nascido. É um


teste rápido que pode ser realizado pelo pediatra na própria maternidade. Por vezes há
necessidade que seja repetido por um especialista em caso de exame duvidoso.

A criança não nasce sabendo enxergar, ela vai aprender assim como aprenderá a sorrir, falar,
engatinhar e andar. Para isso, as estruturas do olho precisam estar normais, principalmente as
que são transparentes.

O “Teste do Olhinho” pode detectar qualquer alteração que cause obstrução no eixo visual,
como catarata, glaucoma congênito e outros problemas cuja identificação precoce possibilita o
tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão.

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Ele deve ser feito nas primeiras 24 horas de vida do bebê e se trata de uma luz direcionada ao
olho da criança a uma distância de 20 centímetros, que deve refletir um tom vermelho
semelhante ao observado em fotografias com flash. Caso a cor seja opaca, branca ou amarelada,
significa que o recém-nascido possui alguma patologia e que deve ser tratada.

5.4. TESTE DO CORAÇÃOZINHO

Através de um equipamento especial, o oxímetro de pulso, de forma indolor é estimada a


concentração de oxigênio no sangue, dessa forma sendo capaz de detectar problemas cardíacos
congênitos complexos que desde o nascimento afetam a concentração sanguínea de oxigênio.

Deve-se realizar a aferição da oximetria de pulso, em todo recém-nascido aparentemente


saudável com idade gestacional > 34 semanas, antes da alta da Unidade Neonatal.

Local de aferição: membro superior direito e em um dos membros inferiores. Para a adequada
aferição, é necessário que o recém-nascido esteja com as extremidades aquecidas e o monitor
evidencie uma onda de traçado homogêneo.

Momento da aferição: Entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar.

Resultado normal: Saturação periférica maior ou igual a 95% em ambas as medidas (membro
superior direito e membro inferior) e diferença menor que 3% entre as medidas do membro
superior direito e membro inferior.

Resultado anormal: Caso qualquer medida da SpO2 seja menor que 95% ou houver uma
diferença igual ou maior que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro
inferior, uma nova aferição deverá ser realizada após 1 hora.

Caso o resultado se confirme, um ecocardiograma deverá ser realizado dentro das 24 horas
seguintes.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, cerca de 10 em cada mil nascidos
podem apresentar alguma malformação congênita e, entre esses, dois podem ter cardiopatias
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graves e precisar de intervenção médica urgente. Cerca de 30% desses pacientes recebem alta
sem diagnóstico.

5.5. TESTE DA LINGUINHA

É eficaz, rápido e não dói. Língua presa é uma alteração comum, mas muitas vezes ignorada.

Ela está presente desde o nascimento, e ocorre quando uma pequena porção de tecido, que
deveria ter desaparecido durante o desenvolvimento do bebê na gravidez, permanece na parte
de baixo da língua, limitando seus movimentos.

O teste da linguinha é um exame padronizado que possibilita diagnosticar e indicar o


tratamento precoce das limitações dos movimentos da língua causadas pela língua presa que
podem comprometer as funções exercidas pela língua: sugar, engolir, mastigar e falar.

O teste da linguinha deve ser realizado por um profissional da área da saúde qualificado, como
por exemplo, o fonoaudiólogo. Ele deve elevar a língua do bebê para verificar se a língua está
presa, e também observar o bebê chorando e sugando.

O exame não tem contraindicações. Recomenda-se que a avaliação do frênulo da língua seja
inicialmente realizada na maternidade.

6. IMPORTANCIA DO ALEITAMENTO MATERNO E A INICIATIVA DO


HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇA

Muitos perguntam por que a amamentação é tão importante para os bebês?

Existem diversas respostas corretas;

Proporciona uma nutrição superior e um ótimo crescimento;


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Fornece água adequada para hidratação;

Favorece o vínculo afetivo e o desenvolvimento;

Protege contra infecções e alergias.

Inúmeros estudos científicos comprovam a importância do aleitamento materno exclusivo


para a saúde dos bebês, que vai do nascimento até seus 6 meses de idade.

O leite humano é muito mais do que uma fonte de nutrientes. É uma substância viva de grande
complexidade biológica.

Muitos perguntam quais as diferenças nos tipos de leite, já que todos são leite?

Abaixo apresentaremos uma tabela realizada por um estudo científico de risco de morte por
diarreia que leva a desidratação em crianças menores de um ano de idade, segundo a sua
alimentação, nesse caso o leite que consome.

6.1. RISCO DE MORTE POR DIARREIA EM MENORES DE UM ANO,


SEGUNDO O TIPO DE ALIMENTAÇÃO (PELOTAS, RS, BRASIL)

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só peito
1900ral

peito +
suplemento não
lácteo
1900ral

peito + leite em pó

peito + leite fluido

1900ral
só leite em pó
1900ral

1900ral
1900ral só leite fluido

Fonte: Victora et al, 1986.

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6.2. RISCO DE MORTE POR PNEUMONIA ENTRE 8 DIAS E 12 MESES


SEGUNDO O TIPO DE ALIMENTAÇÃO (PELOTAS, RS, BRASIL)

Fonte: Victora et al, 1987.


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Outros benefícios da amamentação para a criança ao decorrer de sua vida;


Proteção contra diabetes e câncer na infância;
Melhor resposta a vacinação;
Recuperação mais rápida nas doenças;
Menos problemas ortodônticos e fonoaudiológicos associados ao uso de mamadeira e
Melhor desempenho em testes de QI (quociente de inteligência).

6.3. QI (QUOCIENTE DE INTELIGÊNCIA) DE CRIANÇAS QUE NASCERAM


PREMATURAS SEGUNDO O TIPO DE ALIMENTAÇÃO

Aleitamento Artificial Aleitamento Materno


Fonte: Adaptação de: Lucas, 1992.

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6.4. VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA O HOSPITAL

As vantagens para o hospital no alojamento conjunto, onde a mãe fica com o recém-nascido é
importante, porque gera;

Ambiente emocional mais calmo e tranquilo;

Mais espaço para o hospital (com alojamento conjunto);

Menos infecção neonatal;

Melhor imagem e maior prestígio;

Menos crianças abandonadas;

Mais seguro em emergências.

7. HIGIENE DO RECEM-NASCIDO E CUIDADOS COM O COTO


UMBILICAL

O primeiro banho do recém-nascido (RN), é um evento permeado por ritos e expectativas


enormes que envolvem a família e a equipe.

Após a estabilidade térmica do RN, estima-se durar de 3 a 6 horas de vida, após dada a
condição de cada RN, deverá ser retirado as sujidades excessivas e após o banho
propriamente dito.

O banho tem como finalidade reduzir a colonização microbiana, remover as secreções


maternas, diminuindo exposições do RN e de seus cuidadores aos vírus transmitido pelo
sangue como;

Hepatite B;
Herpes simples e
Síndrome da Imunodeficiência humana.

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Antes de iniciar o banho, a equipe deverá reunir todo o material antes de expor o RN,
evitando assim a hipotermia. O banho deverá ser realizado diariamente, nos horários mais
quentes do dia, atentar para as instruções com bebês pré-maturos, onde alguns não podem
tomar banho diariamente.

É importante quando possível que a família participe do primeiro banho, e que receba
orientações quanto a sua realização e promovendo a segunda da mesma.

Em casos de necessidades especiais, cada situação deverá ser realizada a avaliação, pois pode
haver restrições como;

Cateteres intravenosos;
Cateteres urinário;
Cateteres de vias aéreas e
Incisões cirúrgicas.

7.1. COMO REALIZAR O BANHO

Siga as instruções a seguir:

✓ Confirmar no prontuário possível restrição para o banho, quando o RN hospitalizado.


✓ Verificar horário da última higienização, pois banhos frequentemente podem ressecar a
pele do bebê e torna-la suscetível a infecções. Não justificam banhos com intervalos
menores do que 24 horas.
✓ Checar temperatura corpórea da criança. Caso o bebê esteja hipotérmico, suspender o
banho, pois nessas condições pode provocar o aumento no consumo de oxigênio, gerando
o desconforto respiratório, etc.
✓ Reunir material necessário.

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✓ Assegurar ambiente adequado, aquecido e livre de corrente de ar, com portas e janelas
fechadas, mesmo nos dias quentes, pois o bebê perde calor rapidamente, em especial os
prematuros com baixo-peso.
✓ Colocar uma toalha ou fralda de algodão seca no local onde será realizada troca da
criança.
✓ Encher a banheira com água morna, cerca de 10 cm da altura (evita que a criança
submerja o rosto de escorregar.
✓ Lavar as mãos e calcar luvas de procedimento, preferencialmente. Recomendamos deixar
uma toalha ou fralda de pano apoiada entre o ombro e o tórax do cuidador, que será
utilizado para envolver o RN após o término do banho.
✓ Retirar a roupa do bebê, mantendo-o com fralda e coberto (fralda de pano, camiseta, etc),
para ajudar a prevenir a perda de calor.
✓ Apoiar o corpo do neonato sob a região axilar, segurando a cabeça com uma das mãos
(geralmente esquerda, deixando a mão direita livre para proceder o banho).
✓ Iniciar pela higiene do rosto, limpando os olhos do canto interno para o canto externo
com algodão, gaze ou pano limpo macio embebecido somente de água.
✓ Ocluir o meato auricular, com o dedo anelar e polegar ou dobrando lóbulo da orelha para
cima, evitando a entrada de água no ducto, que favorece as infecções.
✓ Lavar a cabeça com xampu ou sabonete neutro, em pequena quantidade, massageando o
bulbo capilar com movimentos delicados e enxaguar bem. É comum haver presença se
sujidades no bulbo capilar nos primeiros dias de vida, jamais pressionar a cabeça do RN.
A orientação é utilizar óleo mineral antes do banho e tentaram remover as sujidades com
o pente fino ‘’com cuidado e delicadeza’’.
✓ Secar a face e a cabeça do bebê com toalha macia ou fralda de algodão.
✓ Retirar a fralda, limpar o períneo com algodão e água morna, evitando o uso de lençóis
umedecidos (contem conservantes, álcool e perfumes).
✓ Colocar o bebê em uma banheira, gradualmente para que o bebê se familiarize com a
temperatura da água, segurando com firmeza a cabeça do bebê, mantendo-o
semissentado.
✓ Em RN pequenos e em dias de frio, pode-se mergulhar a criança envolvida em toalha ou
fralda de tecido. Esse procedimento também é adotado no cuidado humanizado ao RN
prematuro, auxiliando-o em sua organização corporal e sensorial.

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✓ Limpar com são apropriados para bebês, em mínima quantidade de sabão possível: tórax
anterior, abdome, braços, pernas, coto umbilical, genitália. Enxaguar aos poucos.
✓ Virar a criança e ensaboar o dorso, glúteos, coxas e pernas: girar o bebê de modo que o
braço esquerdo passe a apoiar o peito e o rosto da criança. Atentar para que o rosto da
criança não alcance a água.
✓ Secar cuidadosamente as dobras, palmas das mãos, Inter dígitos. A fralda de algodão
seria uma boa opção.
✓ Vestir tórax, colocar fralda, deixando o coto umbilical descoberto (dobrar a fralda se
necessário), e colocar o restante da roupa.
✓ Completar a higiene nasal e das orelhas externas.

7.2. TROCA DE FRALDAS

A troca de fralda deve acontecer após a micção ou evacuação ou conforme a necessidade de


controle de débito urinário. As fraldas descartáveis com gel suportam várias micções, sem a
necessidade de troca a cada micção, pois mantem o RN seco.

A utilização de fralda por algodão é desejável, embora pouco prático. Mas gera benefícios
evitando atrito com a pele e possíveis dermatites.

Já as fraudas descartáveis gera grande quantidade de lixo, e o custo é elevado em relação as


fraldas de algodão.

Siga o passo a passo para a troca de fraldas;

✓ Abrir a fralda suja aproveitando as bordas limpas para retirar o excesso das fezes, se
presentes.
✓ Limpar a região glútea e perineal com água morna e algodão (gaze ou compressa) ou
lenço umedecido sem álcool, ocasionalmente como em viagens ou a passeios.
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✓ Secar e aplicar pomadas para prevenir assaduras, se necessário e recomendado.


✓ Colocar a fralda limpa, ajustando a fixação de modo que o coto umbilical permaneça
exposto. Atentar para não cobrir e comprimir a região, deixando espaço suficiente para a
expansão abdominal (folga de dois dedos).
✓ Preferir rolar o bebê para as laterais, ao invés de levanta-los pelas pernas, especialmente
em pré-maturos, pois movimentos bruscos geral desconforto, sobrecarga na coluna
vertebral, compressão abdominal e aumento da pressão intracraniana.
✓ Observar se há presença de dermatites, causada por urina em contato com a pele, enzimas
intestinais, amônia e o atrito proporcionado por fraldas descartáveis ásperas. Recomenda-
se abolir fraldas descartáveis, sabonetes e lenços úmidos até a melhora do quadro,
exposição ao sol fraco por 10 minutos (contraindicado nas primeiras semanas, devido à
fragilidade da pele), realizar a manutenção da região limpa e seca.

7.3. CUIDADOS COM O COTO UMBILICAL

Após o nascimento, o corsão é seccionado e laqueado. Sua aparência inicial tem aspecto
gelatinoso e amolecido, tornando-se seco, escurecido e endurecido até a queda.

O coto umbilical passa pelo processo de mumificação e o seu desprendimento da parede


abdominal ocorrerá por volta do 4º ao 8º dia de vida do RN, podendo estender-se até 14 dias.

Caso apresente hiperemia, exsudato purulento, odor fétido, sangramento ou granuloma,


orientar procura de um serviço de saúde para a avaliação médica.

o O coto umbilical deve ser limpo a cada troca de fralda e após o banho, com haste flexível
ou algodão embebecido somente em álcool a 70% com movimentos circulares únicos, em
um só sentido, na base onde o coto está inserido no abdome.
o Retirar secreções, trocando o algodão a cada movimento.
o Após a sua queda, limpar por mais duas semanas, uma vez que o tecido ao redor está em
processo de cicatrização.

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o A fim de evitar irritação e umidade que pode retardar o processo de mumificação do coto
umbilical, recomenda-se deixa-lo exposto, como vimos anteriormente.
o Contraindicar uso de faixas, moeda, fumo que precipitam a infecção no local.
o É importante deixar a área livre de urina e fezes.

8. VACINAÇÃO NO PERIODO NEONATAL

GRUPO ALVO IDADE VACINAS


AO NASCER BCG (Dose única)
Hepatite B
2 MESES Penta/DTP (1ª dose)
VIP/VOP (1ª dose)
Pneumo 10 (1ª dose)
Rotavírus (1ª dose)
3 MESES Meningo C (1ª dose)
4 MESES Penta/DTP (2ª dose)
VIP/VOP (2ª dose)
Pneumo 10 (2ª dose)
Rotavírus (2ª dose)
5 MESES Meningo C (2ª dose)
CRIANÇAS 6 MESES Penta/DTP (3ª dose)
VIP/VOP (3ª dose)
9 MESES Febre amarela (Dose única)
12 MESES Pneumo 10 (Reforço)
Meningo C (1º Reforço)
Tríplice viral (Dose única)
15 MESES Penta/DTP (1º Reforço)
VOP (1º Reforço)
Tetra viral (Dose única)
Hepatite A (Dose única)
4 ANOS Penta/DTP (2º Reforço)
VOP (2º Reforço)
Varicela (Dose única)
9 ANOS HPV (1ª Dose)
Hepatite B (3 Doses)
Meningo C (2º Reforço)
Febre Amarela (Dose única)
ADOLESCENTE 10 a 19 ANOS Tríplice viral (2 doses até 29
anos)
Dupla adulto (Reforço a cada
10 anos)
Fonte: Ministério da Saúde, 2019.

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9. DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Os estágios de crescimento e desenvolvimento:


Latência Neonatos Do nascimento até 28 dias de vida
Lactentes De um 1 mês até 12 meses.

Primeira infância Toddler De 1 ano até 2 anos e 11 meses.

Pré-escola De 3 anos até 5 anos e 11 meses.

Segunda infância Escolar De 6 anos até 11 anos e 11 meses.

Infância tardia Adolescente A partir dos 12 anos de idade.

9.1. RECÉM-NASCIDO
Pernas e braços em posição quase fetal;
Movido pela fome;
Choro é a principal forma de comunicação;
Ele só tem olhos para você;
O aprendizado começa imediatamente;
Como brincar com seu recém-nascido.

9.2. UM MÊS DE IDADE


Cabeça mais firme;
Explorando as extremidades;
Olha quem está falando agora!
Gosto pela música;
Os olhos acompanham objetos.

9.3. DOIS MESES DE IDADE


Primeiros sorrisos de verdade;
Desenhos mais complexos em alta;
Sono por mais tempo;
Movimentos menos bruscos.

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9.4. TRÊS MESES DE IDADE


Cabeça para cima;
Melhor coordenação de braços, pernas e mãos;
O sono começa a se ajustar;
Reconhecimento da mãe e do pai;
Hora da leitura;
Desenvolvimento inicial da linguagem;
Toque mais sensível;
Interação com outras pessoas.

9.5. QUATRO MESES DE IDADE


Fome menos frequente;
Rola para cá e rola para lá;
Já está na hora de começar a dar outros alimentos?
Tudo na boca;
Brincando sozinho;
Compreensão do papel da linguagem;
Gosto por muitas cores;
Mais seletivo com pessoas.

9.6. CINCO MESES DE IDADE


Quase sentando sozinho;
Repetição de sons;
Força para segurar a mamadeira;
Aprendendo o conceito de causa e efeito;
Visão para pequenos objetos e cores mais sutis;
Audição mais acurada;
Curva de emoções.

9.7. SEIS MESES DE IDADE


Explorando as mãos;
Destro ou canhoto?
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Mestre em rolar de um lado para o outro;


Socializando-se;
Seu mestre mandou;
Estímulo aos sentidos;
Hora da história.

9.8. SETE MESES DE IDADE


Pula, pula;
Aprendendo a segurar;
Dentição;
Autoridade em xeque;
Início da "ansiedade de separação“;
Captando a mensagem;
Compreensão de como os objetos se relacionam;
Desenvolvimento pela brincadeira.

9.9. OITO MESES DE IDADE


Senta, engatinha e fica de pé;
Uso das mãos;
Mais emotivo;
Longe dos pais;
Os vários usos de um objeto;
Visão mais clara.

9.10. NOVE MESES DE IDADE


Quase andando;
Sapatos? Ainda não;
Aprendendo na brincadeira;
Treino para ficar longe dos pais;
Viagens;
Compreensão da linguagem.

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9.11. DEZ MESES DE IDADE


Mais ágil;
Uso dos dedos da mão;
Personalidade que se revela;
Lidando com os medos do bebê;
Tagarela.

9.12. ONZE MESES DE IDADE


Independência física maior;
Individualidade;
Hora de começar a impor limites;
Muitas palavras.

9.13. DOZE MESES DE IDADE


Primeiros passos;
Novas brincadeiras;
Facilitando a hora do sono;
É duro se despedir;
Linguagem em expansão;
Dando nome aos bois.

9.14. DOZE MESES DE IDADE A QUINZE MESES DE IDADE


Mostra o que quer;
Coloca blocos na caneca;
Diz uma palavra;
Anda sem apoio.

9.15. QUINZE MESES DE IDADE A DEZOITO MESES DE IDADE


Usa colher ou garfo;
Constrói torre de 2 cubos;
Fala 3 palavras;
Anda para trás.
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9.16. DEZOITO MESES DE IDADE A VINTE QUATRO MESES DE IDADE


Tira a roupa;
Constrói torre de 3 cubos;
Aponta 2 figuras;
Chuta bola.

9.17. VINTE E QUATRO MESES DE IDADE A TRINTA MESES DE IDADE


Veste-se com supervisão;
Constrói torre de 6 cubos;
Frases com 2 palavras;
Pula com ambos os pés.

9.18. TRINTA MESES DE IDADE A TRINTA E SEIS MESES DE IDADE


Brinca com outras crianças;
Imita linha vertical;
Reconhece 2 ações;
Arremessa bola.

10. DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO

Na década de 1950 a psicologia tem contribuído com a discussão do desenvolvimento infantil


e seus diferentes contextos.

Baseado aos processos individuas, ambientais e em sociedade leva a mudança de


comportamento ao decorrer da vida do indivíduo.

10.1. DESENVOLVIMENTO SEXUAL

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Segundo Freud (apud Baggio, 2000) o desenvolvimento da personalidade é subsidiado do


desenvolvimento do instinto sexual.

Na infância, algumas regiões do corpo assumem um significado psicológico como fonte de


prazer, deslocando-se gradualmente de uma parte do corpo para outro em estágios particulares
do desenvolvimento.

10.2. ESTÁGIO ORAL

Ocorre no primeiro ano de vida. A libido centraliza-se na zona oral (boca zona adjacentes).

10.3. ESTÁGIO ANAL

Coincide com a época do treinamento de hábitos higiênicos, no segundo ano de vida.

A libido focaliza-se na zona dos anus, a criança mostra satisfação em expulsar as fezes ou retê-
las.

10.4. ESTÁGIO FÁLICO

Ocorre dos três aos seis anos de idade.

Nesse estágio a libido se concentra em órgãos genitais, há manipulação, exibicionismo, intensa


curiosidade em relação a genitais de ambos os sexos.

As crianças se descobrem e reconhecem as diferenças entre os sexos.

10.5. ESTÁGIO DE LATÊNCIA

Ocorre na fase escolar. É considerado um período de calmaria do instinto sexual, as energias


físicas e psíquicas canalizam-se para a aquisição do conhecimento e das brincadeiras rigorosas.

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10.6. ESTÁGIO GENITAL

Ocorre na espoca da adolescência, com a maturação do sistema reprodutivo e produção de


hormônios sexuais, a libido focaliza-se não mais no próprio corpo, mas em objetos
heterossexuais.

O indivíduo atinge a maturidade genital, as fontes de tensão e de prazeres centralizam-se nos


órgãos genitais.

A fixação em quaisquer estágios anteriores leva a comportamentos ou traços de personalidade

considerados anormais.

11. HOSPITALIZAÇÃO

A hospitalização acontece quando a criança e ao adolescente necessitam ficar em observação


de profissionais de saúde por algum motivo de urgência, que se não tratado poderá gerar agravos
a saúde e a vida do indivíduo.

Atualmente para a melhora dos atendimentos em Enfermagem e sua padronização realizamos


o Processo em Enfermagem para atender todas as necessidades de cuidados. Ela se inicia no
momento da internação, cabe ao profissional Enfermeiro executar a parte ‘’teórica’’ e a sua
execução é realizada pela equipe de Enfermagem.

Quando as crianças e os adolescentes dão a entrada no hospital, eles passam pela triagem que
quem a realiza são os profissionais Enfermeiros. Para algumas instituições ‘’do sistema único
de saúde’’ são os técnicos ou auxiliares em Enfermagem, no entanto método que deverá ser
revisto, por diversos fatores tantos éticos como irregulares nas leis de deontologia da profissão
brasileira.

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11.1. PROCESSO EM ENFERMAGEM - FUNDAMENTOS EM ENFERMAGEM

Método para sistematizar os cuidados de enfermagem, composto por várias etapas sequenciais
e inter-relacionadas, que podem ser sintetizadas em:

1. Anamnese e coleta de dados (INVESTIGAÇÃO);


2. Diagnóstico;
3. Planejamento;
4. Implementação e
5. Avaliação dos Resultados de Enfermagem.

´´É uma forma de sistematizar a assistência de enfermagem, propondo uma metodologia de


trabalho``

Finalidade:

Avaliar o estado de saúde do paciente/cliente;

Diagnosticar suas necessidades de cuidados;

Formular um plano de cuidados;

Implementar e avaliar sua efetividade;

Assegurar a qualidade do atendimento de enfermagem.

11.2. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM

A sistematização da Assistência da Enfermagem pela Enfermeira Wanda Horta que aborda


“dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando a assistência ao ser humano”
com seis etapas:

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1) Histórico,

2) Diagnóstico,

3) Plano assistencial,

4) Plano de cuidados diários ou prescrição,

5) Evolução e prognóstico de enfermagem.

Fonte: Livro Sistematização da Assistência em Enfermagem.

11.3. PRIMEIRA ETAPA DO PROCESSO EM ENFERMAGEM – ANAMNESE


E COLETA DE DADOS.

Para a Wanda Horta (1979), o histórico de Enfermagem também é denominado por


levantamento, avaliação e investigação que, constitui a primeira fase do processo de
Enfermagem, pode ser descrito como um roteiro sistematizado para coleta e análise de dados
significativos do ser humano, tornando possível a identificação de seus problemas.

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Portanto, o Histórico de Enfermagem é o levantamento das condições do paciente através da


utilização de um roteiro próprio, que deverá atender as especificidades da clientela a que se
destina (Campedelli et al., 1989).

Ele tem a finalidade de conhecer os hábitos individuais e biopsicossociais visando a adaptação


do paciente a unidade e ao tratamento, assim como a identificação de problemas.

O Histórico de Enfermagem consiste de "um roteiro sistematizado para o levantamento de


dados que sejam significativos para a enfermagem sobre o paciente, família ou comunidade, a
fim de tornar possível a identificação dos seus problemas de modo que, ao analisá-lo
adequadamente, possa chegar ao diagnóstico de enfermagem".

O exame físico é realizado após ter terminado a anamnese. É feito de forma sistematizada para
que se obtenham os dados para o diagnóstico de enfermagem.

11.4. SEGUNDA ETAPA DO PROCESSO EM ENFERMAGEM –


DIAGNOSTICO DE CUIDADOS.

Resultante da anamnese e do exame físico, o diagnóstico de cuidados em Enfermagem é


realizado pelo profissional Enfermeiro, mas é de importância a compreensão com auxiliar e do
técnico em Enfermagem.

É a realização detalhada de uma avaliação das necessidades do paciente.

Realizado com base na padronização da North American Nursing Diagnosis Association


(Associação Norte America de Diagnósticos de Enfermagem) – NANDA.

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NANDA: Os diagnósticos sempre relacionam o problema a sua causa. E após realizados os


diagnósticos, segue o planejamento a partir dos mais prioritários.

11.5. TERCEIRA ETAPA DO PROCESSO EM ENFERMAGEM –


PLANEJAMENTO DE CUIDADOS.

Estabelece modalidades de intervenção de acordo com o nível de prioridade.

Significa estabelecer o que será feito com o paciente. É um ‘’PLANO DE CUIDADOS’’ com
os pacientes que o profissional Enfermeiro realiza o planejamento e na próxima etapa
‘’implementação’’ toda a equipe em Enfermagem executa.

11.6. QUARTA ETAPA DO PROCESSO EM ENFERMAGEM –


IMPLEMENTAÇÃO DE CUIDADOS.

Inicia-se com a Prescrição em Enfermagem baseado nos cuidados ao paciente.

Consiste em determinar as ações a serem realizadas junto ao paciente, e são formadas por frases
com verbo de ação no infinitivo;

❖ FAZER;
❖ APLICAR;
❖ REALIZAR e etc....

De forma clara, com temporalidade e partir dela é que as medidas serão implementadas.

11.7. QUINTA ETAPA DO PROCESSO EM ENFERMAGEM – AVALIAÇÃO E


OS RESULTADOS DE CUIDADOS.

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Presente a partir da Evolução, que é a descrição do estado do paciente antes, durante e após o
processo de enfermagem.

É continua e permanente.

Indica a eficácia do diagnóstico, detalhando seus efeitos para o paciente.

É um processo que desafia o indivíduo a interpretar e avaliar a informação, com a finalidade


de alcançar julgamentos (POTTER e PERRY, 1997).

Indispensável ao enfermeiro, utilizando conhecimentos e experiências para resolver problemas


e tomar decisões. E cabe toda a equipe de Enfermagem ter bases do conhecimento específico,
com experiência em enfermagem e competências para realizar todo o processo.

´´Processos cognitivos que o enfermeiro utiliza para proceder os devidos julgamentos de


enfermagem``.

12. ICTERICIA NEONATAL

A Icterícia Neonatal, também conhecida como amarelão do recém-nascido, é um quadro


causado pelo acúmulo de bilirrubina no sangue e se manifesta com coloração amarelada na
pele.

A bilirrubina é resultante do rompimento das células vermelhas do sangue, e, quando presente


na corrente sanguínea, é metabolizada pelo fígado e excretada pelas fezes.

Ela atinge cerca de 60% dos bebês nos primeiros dias de vida e, na maioria das vezes, é
fisiológica e não necessita de tratamento.

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Em alguns casos, como em prematuros e na incompatibilidade de sangue entre mamãe e bebê,


o acúmulo de bilirrubina pode ser muito intenso e evoluir com comprometimento neurológico,
devido ao seu acúmulo no sistema nervoso central.

Nestas situações, é muito importante diagnóstico e tratamento precoces para evitar possíveis
sequelas.

12.1. TIPOS DE ICTERIA

ICTERÍCIA FISIOLÓGICA: Causada pelo excesso de hemácias destruídas,


sobrecarregando o fígado. Surge após as primeiras 24 horas de vida e desaparece em uma
semana em média.

ICTERÍCIA PATOLÓGICA: Causada pela imaturidade do fígado do RN, que não é capaz
de eliminar uma quantidade normal de hemácias destruídas. Surge nas primeiras 24 horas de
vida e pode levar até mais de 10 dias para desaparecer. O tratamento da icterícia, tanto a
fisiológica quanto a patológica é feito através da hidratação, fototerapia e exo-transfusão
sanguínea em casos graves.

12.2. TRATAMENTO

O tratamento consiste na exposição da pele do bebê à uma luz específica, chamada fototerapia,
e, nos quadros mais graves, pode haver necessidade de exsanguinotransfusão, que é a “troca de
sangue” do bebê.

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Portanto, apesar de ser comum, em casos isolados, a icterícia pode deixar sequelas, e este é um
dos motivos pelos quais todos os recém-nascidos precisam ser reavaliados pelo seu pediatra ao
final da primeira semana de vida, após a alta hospitalar.

12.3. CUIDADOS EM ENFERMAGEM COM A FOTOTERAPIA

Segue abaixo os cuidados que a equipe em Enfermagem deve tomar com os RN em tratamento de
fototerapia:

✓ Controle do tempo de permanência da lâmpada fluorescente ligada, com anotação de data


e número de horas/dia (o tempo de vida útil da lâmpada é no máximo 200 horas).
✓ Manter as lâmpadas a 50 centímetros do RN, pois nesta distância o RN receberá as
radiações sem sofrer queimaduras.
✓ O RN poderá estar em berço ou isole-te.
✓ O RN deverá estar despido, sendo fundamental o uso de fraldas para proteção do períneo e
das gônadas, da ação do calor.
✓ Proteção ocular para impedir o ressecamento da córnea, evitando assim lesões graves por
ação da luz (na ausência de material próprio, manter os óculos com papel escuro e gaze).
✓ Controle rigoroso da temperatura corporal, pois pode ocorrer um hiper aquecimento pela
ação do calor da lâmpada.
✓ Controle do estado de hidratação do RN, pois pode ocorrer desidratação devido á sudorese
pela ação do calor.
✓ Mudança frequente de decúbito para que a haja procedimento uniforme.
✓ Limpeza frequência do berço e do RN.
✓ Retirada do RN da fototerapia para a amamentação, mesmo que a prescrição seja contínua.
✓ Fototerapia pode ser intermitente ou contínua de acordo com a prescrição médica.
✓ Retirada do RN da fototerapia, 15 minutos antes do banho, para que seu corpo não sinta a
diferença de temperatura.

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REFERENCIAS

Calendário Vacinal – Ministério da Saúde: https://portalms.saude.gov.br. Acessado: 10 de


abr. de 2019.

CRAVEN, Ruth F.; HIRNLE, Constance J. Fundamentos de Enfermagem: Saúde e


Funções Humanas. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

Enfermagem Pediátrica: Distúrbios, Intervenções, Procedimentos, Exames


complementares e Recursos clínicos. Tradução Ivan Lourenço Gomes: Revisão técnica
Maria de Fátima Azevedo 1ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

GUYTON, Artur C.; HALL, John E. Fisiologia Humana e Mecanismos das doenças. 6ª ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

Ligações NANDA NOC-NIC, tradução 3ª ed.

LISSAUER, T. e CLAYDEN, G.- Manual Ilustrado de Pediatria, 1° ed, Guanabara


Koogan, RJ,1997.

PAPALIA, D, E. FELMAN, R, D. Desenvolvimento Humano, 12º ed 2013.

PERNETTA, C. – Semiologia Pediátrica, 5° ed., Guanabara Koogan, RJ, 1990.

POTTER, P.A; PERRY, A.G. Fundamentos de Enfermagem. 5. ed. Rio de Janeiro:


Guanabara, 2004.

Propedêutica Médica, 4° ed., Guanabara Koogan, RJ, 1990.

SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem – Guia prático, 2ºed. Guanabara


Koogan, RJ, 2010.

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SOUZA; Aspásia Basile Gesteira. ENFERMAGEM NEONATAL: Cuidado Integral ao


Recém-Nascido. São Paulo: Martinari, 2011.

SMELTZER; S.C; BARE, B.G. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico-
Cirúrgica. 9ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

SMELTZER; S.C; BARE, B.G. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico-
Cirúrgica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

TIMBY, Barbara Kubn. Conceitos e habilidades fundamentais no atendimento de


enfermagem. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

YOSHIOCA et al. Classificação internacional das atividades de enfermagem: uma amostra da


realidade brasileira. Revista Brasileira de Enfermagem – RBEN, vol. 43, nº 3.

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