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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE NACIONAL DE MEDICINA

LUAN FIGUEIREDO RODRIGUES

TESTE DO PEZINHO: ANÁLISE E OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO NA CLÍNICA


DA FAMÍLIA KLEBEL DE OLIVEIRA ROCHA

RIO DE JANEIRO

2019
Luan Figueiredo Rodrigues

TESTE DO PEZINHO: ANÁLISE E OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO NA CLÍNICA


DA FAMÍLIA KLEBEL DE OLIVEIRA ROCHA

Trabalho apresentado para


conclusão de rodada obrigatória
em medicina de família e
comunidade, saúde coletiva e
saúde mental da Faculdade
Nacional de Medicina da
Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como requisito para
aprovação na disciplina.

Orientador(a): Denise Stockmann

RIO DE JANEIRO
2019
RESUMO

O teste do pezinho compõe um conjunto de ações preventivas cujo intuito é


identificar precocemente indivíduos com doenças metabólicas, genéticas,
enzimáticas e endocrinológicas, para que estes possam ser tratados
antecipadamente, evitando sequelas e danos maiores.

O presente trabalho visa avaliar e otimizar o processo de coleta e


armazenamento de dados dos Testes do Pezinho realizados na Atenção Primária à
Saúde dentro da Clínica da Família Klebel de Oliveira Rocha. O projeto foi iniciado
analisando a tabela disponível no site da Coordenadoria Geral de Atenção Primária
CAP 3.1, com posterior análise do Livro de coletas de Testes do Pezinho da
Unidade. Foram verificadas a idade média da criança ao realizar o teste e se a
mesma está entre o 3º e 5º dias de vida, se há o correto envio dos dados para a
CAP 3.1 e foi analisado de maneira geral o preparo dos profissionais em relação ao
teste do pezinho. Apesar das limitações, os resultados mostraram que 65% dos
recém-nascidos que realizaram o teste na Klebel de Oliveira Rocha, o fizeram dentro
do tempo ideal, média superior à nacional; no entanto, há equipe abaixo da média
percentual nacional. Além disso, apenas 45,8% do total de testes do Pezinho da
clínica foram cadastrados no site da Coordenadoria Geral de Atenção Primária CAP
3.1. Quando analisado o preparo dos profissionais, dos que responderam o
questionário, quase a totalidade (93,3%) sabe o que é e quais doenças são triadas
pelo teste do Pezinho. Apesar disso, quando questionados se os mesmos se
sentiam capacitados a orientar e esclarecer dúvidas sobre alterações no resultado
dos testes, apenas 60% mostrou-se apto.

Sugere-se a realização de um estudo para replicar e confirmar os resultados


aqui previstos, a maior capacitação dos profissionais quanto às informações de
tempo de coleta ideal e sobre como esclarecer dúvidas relacionadas ao teste do
Pezinho.

Palavras-Chave: Teste do Pezinho. Coleta. Epidemiologia. Atenção Primária.


ABSTRACT

The neonatal screening is a set of preventive actions, whose objective is to


identify early metabolic, genetic, enzymatic and endocrinological diseases, so that
they can be used early, avoiding side effects and major damage.

This study aims to evaluate and optimize the process of data collection and
storage of neonatal screening performed in Primary Health Care within the Klebel de
Oliveira Rocha Family Clinic. The project is started by analyzing a table available on
the website of the General Coordination of Primary Care (CAP) 3.1, with further
analysis of the unit's neonatal screening Collection Book. The average age of the
child at the time of the test was verified and if the child is between the 3rd and 5th
day of life, if the data were correctly sent to the CAP 3.1, and the preparation of the
professionals regarding the test was analyzed. Despite the restrictions, the results
show that 65% of newborns who performed the test at Klebel de Oliveira Rocha did
within the ideal time, higher than the national average; however, there is a team
below the national average percentage. In addition, only 45.8% of the clinic's total
neonatal screening were recorded on the CAP 3.1 website. When analyzing the
professional preparation, the ones that responded the survey, almost all (93.3%)
know what it is and what are the diseases caused by the neonatal screening.
Nevertheless, when asked if they are able to guide and clarify doubts about changes
in the tests’ results, only 60% showed adequate.

It is suggested to conduct a study to replicate and confirm the results here, a


better training of professionals with regard to optimize the collection time information
and how to answer questions related to the neonatal screening.

Keywords: Neonatal Screening. Collect. Epidemiology. Primary Attention.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................5
2. OBJETIVOS...................................................................................................14
3. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................15
4. RESULTADOS...............................................................................................16
5. DISCUSSÃO..................................................................................................31
.

6. CONCLUSÃO.................................................................................................34
7. REFERÊNCIAS..............................................................................................35
INTRODUÇÃO

No que tange a saúde da criança no Brasil, os últimos 20 anos foram


fundamentais em relação a ascensão da qualidade de vida, como exemplo,
podemos destacar a queda da mortalidade na infância (até 5 anos). De 1990 à 2012,
houve uma redução de 77% na mortalidade infantil, uma das maiores do mundo
segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Entretanto, a meta
de garantir à toda criança brasileira o direito à vida e à saúde ainda não foi
alcançada. (BRASIL, 2016, [2019a])

Gráfico 1 - Taxa de mortalidade na infância (para 1.000 nascidos vivos)

Fonte: MS/SVS – Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e Sistema de


Informações sobre Mortalidade (SIM)

Haja vista a importância da continuidade às estratégias para prevenção de


vários agravos na infância e redução da morbimortalidade infantil, o Ministério da
Saúde aprovou, em dezembro de 2014, a Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde da Criança (PNAISC - PT GM/MS nº 1.130, de 5 de agosto de 2015), com o
objetivo de garantir a saúde da criança e o aleitamento materno, da gestação até os
nove anos de vida, com especial atenção à primeira infância e a áreas e populações
de maior vulnerabilidade, objetivando a garantia dos direitos humanos, da qualidade
de vida e o exercício da cidadania.

A política da Saúde da Criança está estruturada em sete eixos estratégicos,


com a finalidade de orientar e qualificar as ações e serviços de saúde da criança no
território, considerando os determinantes sociais e condicionantes para garantir o
direito à vida e à saúde.

FIGURA 1 - Eixos Estratégicos da Política Nacional de Atenção Integral à


Saúde da Criança (PNAISC).

Fonte: Ministério da Saúde / Secretaria de Atenção à Saúde (2018, p. 38)

Um desses sete eixos é o de Atenção Humanizada à Gestação, Parto-


Nascimento e ao Recém-Nascido, que prioriza ações de atenção ao parto e
nascimento, ao puerpério e de atenção infantil até os dois anos de vida. Nesse eixo,
uma das ações é a adoção do 5º Dia de Saúde Integral, que se traduz em um
conjunto de ações de saúde fundamentais a serem ofertadas para a mãe e bebê
pela Atenção Básica à Saúde no primeiro contato após a alta da maternidade. Essa
ação recomenda entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê: a avaliação das condições de
saúde do recém-nascido e da mãe; incentivo ao aleitamento materno e apoio às
dificuldades apresentadas; triagem neonatal; aplicação das vacinas para a puérpera
(rubéola) e para a criança (tuberculose e hepatite B); agendamento da consulta de
pós-parto e planejamento familiar para a mãe, e de acompanhamento para a
criança. (BRASIL, 2018)

O Programa Nacional de Triagem Neonatal objetiva o rastreamento


populacional que visa identificar distúrbios e doenças no recém-nascido, em tempo
oportuno para intervenção adequada, garantindo tratamento e acompanhamento
contínuo às pessoas com diagnóstico positivo. É realizada através de testes
capazes de detectar precocemente um grupo de doenças e alterações, geralmente
assintomáticas no período neonatal, porém, potencialmente causadoras de danos
durante o crescimento e desenvolvimento das crianças acometidas. O Programa
Nacional de Triagem Neonatal - PNTN engloba a triagem neonatal biológica,
auditiva e ocular. (BRASIL, 2017)

No que tange à Legislação, O Estatuto da Criança e do Adolescente, no


inciso III, do Art. 10, da Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, estabeleceu que:

[...] Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de


gestantes, públicos e particulares, são obrigados a [...] proceder a exames visando
ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido,
bem como prestar orientação aos pais [...].

A Portaria GM/MS nº 822, de 6 de junho de 2001, instituiu, no âmbito do


Sistema Único de Saúde – SUS, o PNTN, que estabelece ações de triagem neonatal
em fase pré-sintomática em todos os nascidos vivos, acompanhamento e tratamento
das crianças detectadas nas redes de atenção do SUS. As doenças que integraram
o PNTN naquele momento foram: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença
falciforme e outras hemoglobinopatias e fibrose cística. Posteriormente foram
incluídas a hiperplasia adrenal congênita e a deficiência de biotinidase no escopo do
programa.
Tabela 1 - Doenças triadas e seus respectivos anos de Universalização.

Fonte: BRASIL / Ministério da Saúde (2017).

É sabido que a triagem neonatal, conhecida como “teste do pezinho”, já é


socialmente reconhecida como um instrumento importante, obrigatório, gratuito, e
tem a Atenção Básica como porta de entrada no Sistema de Saúde. (BRASIL, 2016)

Anualmente, uma média de 2,4 milhões de recém-nascidos são triados no


programa. Entre 2012 e 2017, 14.546.968 de recém-nascidos foram triados através
do Teste do Pezinho. Em 5 anos, foram diagnosticados mais de 17.000 recém-
nascidos com alguma das doenças detectáveis pelo teste. As doenças mais
frequentes são o hipotireoidismo congênito e a doença falciforme, que juntas
correspondem a 77% dos casos diagnosticados. (BRASIL, 2019c)

A triagem neonatal a partir da matriz biológica, ou “teste do pezinho”, é um


conjunto de ações preventivas, cujo intuito é identificar precocemente indivíduos
com doenças metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas, para que
estes possam ser tratados precocemente, evitando sequelas e danos maiores. Além
disso, objetiva o gerenciamento dos casos positivos acompanhando e monitorando
ao longo do tratamento. (AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS, 1993)

O Manual técnico de triagem neonatal biológica do Portal do Ministério da


Saúde diz que cabe à equipe de enfermagem esclarecer e orientar, na atenção ao
pré-natal, a população e a gestante sobre como e onde realizar o “teste do pezinho”,
de acordo com a rede de coleta organizada em seu estado. (BRASIL, 2016) É
preconizada a necessidade dessa ser realizada até o 5º dia de vida do bebê, além
de ser necessário orientar a família a respeito da importância do exame e informar
que eles têm direito a acessar os resultados. (BRASIL, 2016)

É responsabilidade da clínica sobre o processo de coleta a organização do


fluxo de coleta. Ela deve acautelar as amostras para a triagem neonatal biológica já
que as mesmas requerem cuidados para que os resultados desejados sejam
obtidos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016) Todas as atividades envolvidas direta ou
indiretamente são importantes, um exemplo disso é a escolha e treinamento do
profissional que fará a coleta, bem como o meio de transporte que conduzirá as
amostras ao laboratório que as analisará. (BRASIL, 2016)

A data ideal para a coleta pode variar de acordo com a maior sensibilidade
das tecnologias diagnósticas e necessidades inerentes às doenças do escopo do
programa. No entanto, em 2019, é recomendado que o período ideal de coleta da
primeira amostra esteja compreendido entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê devido
às especificidades das doenças diagnosticadas atualmente. Deve ser considerada
como uma condição de exceção toda coleta realizada após o 28º dia de vida,
mesmo que não recomendada, por se tratar de um exame fora do período neonatal.

Figura 2 - Propaganda realizada no Dia Nacional do Teste do Pezinho


(06/06)

Fonte: BRASIL / Ministério da Saúde (2017).

No Dia Nacional do Teste do Pezinho (06/06), o Ministério da Saúde


reforça a recomendação preconizada pelo Programa Nacional de Triagem
Neonatal (PNTN) para realização do teste entre o 3º e 5º dia de vida do bebê.

O responsável técnico pelo ponto de coleta deve extrair os Indicadores de


Gerenciamento, que serão importantes para a gestão da atividade de triagem
neonatal biológica. Esses indicadores são o número de novas amostras coletadas, o
número de amostras recoletadas entre as devolvidas ou reconvocadas no período, o
número de amostras ainda pendentes entre as devolvidas ou reconvocadas no
período, o intervalo médio de tempo entre a coleta e o envio de amostras ao
laboratório, o intervalo médio de tempo entre a coleta e entrega/retirada dos
resultados às famílias. (BRASIL, 2016; BOTLER, 2010)

Para realizar a coleta, o profissional deve lavar as mãos antes de calçar as


luvas de procedimento, repetindo o processo a cada novo procedimento de coleta.
Para que haja uma boa circulação de sangue nos pés da criança, o calcanhar deve
sempre estar abaixo do nível do coração, além disso, o acompanhante deverá
segurar a criança em pé, com a cabeça encostada em seu ombro. (BRASIL, 2016)

Em seguida, deverá ser realizada a assepsia do calcanhar com algodão ou


gaze esterilizada, levemente umedecida com álcool 70%. É importante massagear o
calcanhar para que o mesmo fique avermelhado devido a estimulação da circulação.
É importante não utilizar álcool iodado ou antisséptico colorido, porque eles
interferem nos resultados de algumas das análises que serão realizadas.

Figura 3 - Assepsia

Fonte: Ministério da Saúde / Secretaria de Atenção à Saúde (2018, p. 23)

A punção deve ser realizada com lancetas apropriadas para a coleta de


sangue periférico conforme as recomendações do Ministério da Saúde e o local
adequado para coleta é em uma das laterais da região plantar do calcanhar.
Figura 4 - Local apropriado para coleta

Fonte: Ministério da Saúde / Secretaria de Atenção à Saúde (2018, p. 24)

O profissional deverá encostar o verso do papel-filtro na gota que se forma


na região demarcada para a coleta (círculos) e fazer movimentos circulares com o
cartão, até o preenchimento de todo o círculo. O sangue deverá fluir naturalmente e
de maneira homogênea pelo papel-filtro e só poderá desencostar o papel-filtro do pé
quando o círculo estiver todo preenchido. Os limites estabelecidos servem de guia
para a quantidade de material necessária à realização dos testes e a operação
deverá ser repetida até que todos os círculos estejam totalmente preenchidos.

Figura 5 - Exame feito adequadamente

Fonte: Ministério da Saúde / Secretaria de Atenção à Saúde (2018, p. 26)

Após a coleta, os dados da ficha de identificação de cada criança, contendo


dados pessoais, demográficos e clínicos, fundamentais para interpretação dos
resultados, devem ser cuidadosamente registrados e acompanhados de forma
criteriosa e segura.

Esses dados devem estar disponíveis em sistemas informatizados, sendo de


fácil acesso interno, bem como às gestões estaduais e municipais. (BRASIL, 2016,
2017)

O acesso aos dados e a disponibilidade de informação apoiada em dados


válidos e confiáveis é condição essencial para a análise objetiva da situação
sanitária, assim como para a tomada de decisões baseadas em evidências e para
a programação de ações de saúde. (BRASIL, 2002, [2019b])

Um dos principais indicadores do Programa Nacional de Triagem Neonatal é


o Percentual de coleta do Teste do Pezinho na data ideal.

Gráfico 2 - Percentual de coleta do teste do pezinho na data ideal de 2004


a 2017.

Fonte: BRASIL / Ministério da Saúde (2018).

Esse indicador corresponde ao percentual de recém-nascidos que realizaram a


coleta da primeira amostra para o teste do pezinho até o 5º dia de vida, no ano/período
considerado. Entre os anos de 2001 e 2011 o parâmetro preconizado pelo Ministério da
Saúde para a idade ideal da coleta do teste do pezinho era até o 7º dia de vida do recém-
nascido. A partir de 2012 houve uma mudança pela entrada de novas doenças no escopo
do Programa, sendo necessário o ajuste do parâmetro da idade ideal. (BRASIL, 2016,
2019c, [2019b]; BOTLER, 2010)

Conforme exposto no gráfico, no ano de 2017, 53,51% das crianças


realizaram o teste até o quinto dia de vida. A data para a coleta do teste do pezinho
foi preconizada entre o 3º e o 5º dia de vida, principalmente por causa do início
rápido dos sinais e sintomas de três das seis doenças detectadas pelo Programa,
como o hipotireoidismo congênito, hiperplasia adrenal congênita e fenilcetonúria.
(BRASIL, [2019b], 2019c)

Quanto maior a rapidez na identificação e início do tratamento das


doenças, maior a possibilidade de evitar sequelas nas crianças, como a deficiência
mental, microcefalia, convulsões, comportamento autista, fibrose do pulmão,
crises epilépticas, entre outras complicações. (BRASIL, [2019b])

“É de vital importância que o diagnóstico seja realizado o mais


precocemente possível e assim se possa iniciar o tratamento antes do
aparecimento dos sintomas. Todas as doenças investigadas, se diagnosticadas e
tratadas em tempo oportuno, podem evitar quadros clínicos graves, como o atraso
do desenvolvimento neuropsicomotor e até o óbito”, reforça o Coordenador Geral
de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Flávio Vormittag. (BRASIL,
[2019b])
OBJETIVO

Diante do exposto fica evidente a relevância da execução do teste do


pezinho conforme as recomendações do Ministério da Saúde. O propósito desse
trabalho foi avaliar a epidemiologia referente ao teste do pezinho na Clínica da
Família Klebel de Oliveira Rocha e conscientizar pacientes e funcionários a cerca de
sua importância.

Os 3 pilares de análise do trabalho se baseiam no tempo ideal de coleta, no


envio dos dados para a CAP 3.1 e no preparo dos profissionais em relação ao teste
do pezinho.
MATERIAIS E MÉTODOS

Foi analisada a tabela disponível no Site da Coordenadoria Geral de


Atenção Primária CAP 3.1, com informações desde janeiro de 2018 até novembro
de 2019. Foi necessário, também, utilizar o livro com anotações de todos os “Testes
do Pezinho” realizados desde a abertura da Clínica da Família Klebel de Oliveira
Rocha até a presente data.

A tabela da Coordenadoria Geral de Atenção Primária CAP 3.1 continha


valores numéricos dos testes em cada mês desde janeiro de 2018 até novembro de
2019 que foram cadastrados no sistema.

O livro com anotações de todos os “Testes do Pezinho” realizados na Clínica


continha o nome da mãe, o nome da criança, o gênero, a data de nascimento, a data
da coleta, a equipe responsável pelo território que habita, se houve necessidade de
transfusão e se a criança nasceu pré-termo.

Diante de discordancias entre o valores das bases de dados, foi escolhido


utilizar como referência para balizar a análise, o livro de Registros dos testes do
Pezinho da Unidade.

Além disso, foi passado um questionário online com 5 perguntas sobre como
os profissionais se sentem na execução e no esclarecimentos de dúvidas para os
pacientes sobre o teste do pezinho.

Os questionário continha as perguntas:

A primeira pergunta era: “Qual a sua profissão?” e as respostas poderiam


ser “médico”, “enfermeiro” ou “técnico de enfermagem”.

A segunda pergunta era: “Você sabe o que é e quais doenças estão


relacionadas ao teste do Pezinho?” e as respostas poderiam ser “sim”,
“parcialmente” ou “não”.

A terceira pergunta era: “Você se acha capacitado para realizar o teste do


pezinho?” e as respostas poderiam ser “sim”, “parcialmente” ou “não”.

A quarta e última pergunta era: “Você se acha capacitado para orientar e


esclarecer dúvidas sobre as alterações do teste do Pezinho?” e as respostas
poderiam ser “sim”, “parcialmente” ou “não”.
RESULTADOS

Foram identificadas um total de 76 coletas do teste do Pezinho pela tabela


disponível no site da Coordenadoria Geral de Atenção Primária CAP 3.1 entre os
meses de Janeiro de 2019 e Outubro de 2019. Sendo 3 no mês de janeiro, nenhuma
no mês de fevereiro, 2 no mês de março, 4 no mês de abril, 4 no mês de maio, 3 no
mês de junho, 7 no mês de julho, 9 no mês de agosto, 19 no mês de setembro e 25
no mês de outubro.

Tabela 2 - Número mensal de coletas do teste do Pezinho em 2019 pela


CAP 3.1

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde/RJ, Coordenadoria Geral de Atenção Primária CAP


3.1 (2019).

Ao analisar o Livro de Registro dos Testes do Pezinho da Unidade, foram


identificadas 166 coletas no mesmo período – janeiro de 2019 a outubro de 2019.
Do total, 18 delas foram feitas no mês de janeiro, 12 no mês fevereiro, 20 no mês de
março, 18 no mês de abril, 23 no mês de maio, 6 no mês de junho, 14 no mês de
julho, 12 no mês de agosto, 20 no mês de setembro e 23 no mês de outubro.
Conforme exposto, apensas 76 (45,8%) coletas registradas no livro foram
cadastradas no site da Coordenadoria Geral de Atenção Primária CAP 3.1. O mês
de fevereiro foi o que teve maior discordância entre os valores de coleta e o mês de
setembro foi o que houve maior concordância, com 95% dos testes do livro também
cadastrados no site da Coordenadoria Geral de Atenção Primária CAP 3.1.

Consoante ao que foi escrito, foram utilizados apenas os dados do livro para
realizar o estudo.

Gráfico 3 - Comparativo do número mensal de coletas entre CAPS 3.1 e


Livro de Testes do Pezinho da Unidade.

Número Mensal de Coletas


Janeiro 2019 - Outubro 2019
30

25 25
23 23
20
20 20
19 Livro
18 18
CAP 3.1
15
14
12 12
10
9
6 7
5 3 4 4
2 3
0
0
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde/RJ, Coordenadoria Geral de Atenção Primária CAP


3.1 (2019).

Ao analisar os 166 testes do Livro de Registro de Coletas da Unidade, foi


identificado que, do total, 85 (51,2%) eram meninas e 81 (48,8%) eram meninos.
Gráfico 4 - Distribuição por gênero dos testes registrados no Livro

Distribuição por Gênero dos testes realizados

Meninos;
Meninas; 48,8%
51,2%

Quando foi avaliado o número de testes realizados por cada equipe do total,
identificou-se que 25 deles (15,06%) eram de pacientes da Cascatinha, 27 (16,26%)
da equipe Esperança, 26 (15,66%) da equipe Jacupema, 17 (10,24%) da equipe
Jorge Gonçalves, 33 (19,87%) da equipe Merendiba, 21 (12,65%) da equipe Moreira
de Abreu e 17 (10,24%) da equipe Olaria.

Gráfico 5 - Percentual de testes por equipe

Percentual de testes por Equipe


Janeiro 2019 a Outubro 2019
100.00%
90.00%
80.00%
70.00%
60.00% Testes por Equipe
50.00%
40.00%
30.00% 19.87%
15.06% 16.26% 15.66% 12.65% 10.24%
20.00% 10.24%
10.00%
0.00%
ia
a
a
ha

iba
em

es

ar
reu
tin

Ol
alv

nd
era

up

Ab
sca

re

Jac
Esp

Me

de
Ca

Go

ra
ge

rei
Jor

Mo

Também foi realizado o estudo individual de cada equipe, analisando a


idade em dias dos recém-nascidos ao fazer a coleta do teste do Pezinho. Associado
a isso, foi calculada a percentagem de crianças que fez a coleta no tempo
recomendado pelo Ministério da Saúde (Entre o 3º e o 5º dias).
Na equipe Cascatinha, o número total de testes de janeiro de 2019 até
outubro de 2019 foi de 25. A idade mínima na qual foi realizado o teste foi de 3 dias
e a máxima foi de 15 dias. A média aritmética dos valores da idade em dias foi de
5,88. Do total de 25 crianças, 5 delas realizaram o teste aos 3 dias de vida, 6 delas
realizaram o teste aos 4 dias de vida, 7 delas realizaram o teste aos 5 dias de vida, 3
delas realizaram o teste aos 6 dias de vida, 1 delas realizou o teste com 10 dias de
vida e 3 delas realizaram o teste com 15 dias de vida. Do total da equipe
Cascatinha, 18 crianças (72%) fizeram o teste entre o 3º e 5º dias de vida, seguindo
a recomendação do Ministério da Saúde.

Gráfico 6 - Número de recém-nascidos (RN) de acordo com a idade ao


realizar o teste na equipe Cascatinha.

Número de RN de acordo com idade ao realizar o teste -


Equipe Cascatinha
8
7
7
6
6
5
5

4
3 3
3

2
1
1

0
3 dias de vida 4 dias de vida 5 dias de vida 6 dias de vida 10 dias de vida 15 dias de vida

Número de crianças

Gráfico 7 - Percentual de RN da equipe Cascatinha que realizou o teste


dentro e fora do tempo ideal.

rn que fizeram o teste no tempo ideal - cascatinha

Fora do tempo ideal;


28%

No tempo ideal;
72%
Na equipe Esperança, o número total de testes de janeiro de 2019 até
outubro de 2019 foi de 27. A idade mínima na qual foi realizado o teste foi de 1 dia e
a máxima foi de 15 dias. A média aritmética dos valores da idade em dias foi de 5,7.
Do total de 27 crianças, 1 delas realizou o teste com 1 dia de vida, 1 delas realizou o
teste aos 2 dias de vida, 4 delas realizaram o teste aos 3 dias de vida, 8 delas
realizaram o teste aos 4 dias de vida, 2 delas realizaram o teste com 5 dias de vida,
4 delas realizaram o teste com 6 dias de vida, 1 delas realizou o teste com 7 dias de
vida, 1 delas realizou o teste com 8 dias de vida, 1 delas realizou o teste com 9 dias
de vida, 1 delas realizou o teste com 14 dias de vida e 1 delas realizou o teste com
15 dias de vida. Do total da equipe Esperança, 14 crianças (51,8%) fizeram o teste
entre o 3º e 5º dias de vida, seguindo a recomendação do Ministério da Saúde.

Gráfico 8 - Número de RN de acordo com a idade ao realizar o teste na


equipe Esperança.

Número de RN de acordo com idade ao realizar o teste -


Equipe Esperança
9
8
8
7
6
5
5
4
4
3
2 2
2
1 1 1 1 1 1
1
0
1 dia de 2 dias de 3 dias de 4 dias de 5 dias de 6 dias de 7 dias de 8 dias de 9 dias de 14 dias 15 dias
vida vida vida vida vida vida vida vida vida de vida de vida

Número de crianças

Gráfico 9 - Percentual de RN da equipe Esperança que realizou o teste


dentro e fora do tempo ideal.

rn que fizeram o teste no tempo ideal - esperança

Fora do tempo ideal; No tempo ideal;


48,2% 51,8%
Na equipe Jacupema, o número total de testes de janeiro de 2019 até
outubro de 2019 foi de 26. A idade mínima na qual foi realizado o teste foi de 3 dias
e a máxima foi de 20 dias. A média aritmética dos valores da idade em dias foi de
6,11. Do total de 26 crianças, 6 delas realizaram o teste com 3 dias de vida, 4 delas
realizaram o teste aos 4 dias de vida, 6 delas realizaram o teste aos 5 dias de vida, 2
delas realizaram o teste aos 6 dias de vida, 5 delas realizaram o teste com 7 dias de
vida, 1 delas realizou o teste com 11 dias de vida, 1 delas realizou o teste com 17
dias de vida, 1 delas realizou o teste com 20 dias de vida. Do total da equipe
Jacupema, 16 crianças (61,5%) fizeram o teste entre o 3º e 5º dias de vida, seguindo
a recomendação do Ministério da Saúde.

Gráfico 10 - Número de RN de acordo com a idade ao realizar o teste na


equipe Jacupema.

Número de RN de acordo com idade ao realizar o teste -


Equipe Jacupema
7
6 6
6
5
5
4
4

3
2
2
1 1 1
1

0
3 dias de vida 4 dias de vida 5 dias de vida 6 dias de vida 7 dias de vida 11 dias de 17 dias de 20 dias de
vida vida vida

Número de crianças

Gráfico 11 - Percentual de RN da equipe Jacupema que realizou o teste


dentro e fora do tempo ideal.

rn que fizeram o teste no tempo ideal - JACUPEMA

Fora do tempo ideal;


38,5%

No tempo ideal;
61,5%
Na equipe Jorge Gonçalves, o número total de testes de janeiro de 2019 até
outubro de 2019 foi de 17. A idade mínima na qual foi realizado o teste foi de 3 dias
e a máxima foi de 10 dias. A média aritmética dos valores da idade em dias foi de
4,94. Do total de 17 crianças, 4 delas realizaram o teste com 3 dias de vida, 4 delas
realizaram o teste aos 4 dias de vida, 5 delas realizaram o teste aos 5 dias de vida, 1
delas realizou o teste com 6 dias de vida, 1 delas realizou o teste com 7 dias de vida
e 1 delas realizou o teste com 10 dias de vida. Do total da equipe Jorge Gonçalves,
13 crianças (76,4%) fizeram o teste entre o 3º e 5º dias de vida, seguindo a
recomendação do Ministério da Saúde.

Gráfico 12 - Número de RN de acordo com a idade ao realizar o teste na


equipe Jorge Gonçalves.

Número de RN de acordo com idade ao realizar o teste -


Equipe Jorge Gonçalves
6

5
5

4 4
4

1 1 1 1
1

0
3 dias de vida 4 dias de vida 5 dias de vida 6 dias de vida 7 dias de vida 8 dias de vida 10 dias de vida

Número de crianças

Gráfico 13 - Percentual de RN da equipe Jorge Gonçalves que realizou o


teste dentro e fora do tempo ideal.

rn que fizeram o teste no tempo ideal - JORGE GONÇALVES

Fora do tempo ideal;


23,6%

No tempo ideal;
76,4%
Na equipe Merendiba, o número total de testes de janeiro de 2019 até
outubro de 2019 foi de 33. A idade mínima na qual foi realizado o teste foi de 3 dias
e a máxima foi de 23 dias. A média aritmética dos valores da idade em dias foi de
6,45. Do total de 33 crianças, 6 delas realizaram o teste com 3 dias de vida, 8 delas
realizaram o teste aos 4 dias de vida, 6 delas realizaram o teste aos 5 dias de vida, 2
delas realizaram o teste aos 6 dias de vida, 3 delas realizaram o teste aos 7 dias de
vida, 2 delas realizaram o teste aos 9 dias de vida, 3 delas realizaram o teste aos 12
dias de vida, 1 delas realizou o teste aos 14 dias de vida, 1 delas realizou o teste
aos 19 dias de vida e 1 delas realizou o teste aos 23 dias de vida. Do total da
equipe Merendiba, 20 crianças (60,6%) fizeram o teste entre o 3º e 5º dias de vida,
seguindo a recomendação do Ministério da Saúde.

Gráfico 14 - Número de RN de acordo com a idade ao realizar o teste na


equipe Merendiba.

Número de RN de acordo com idade ao realizar o teste -


Equipe Merendiba
9
8
8
7
6 6
6
5
4
3 3
3
2 2
2
1 1 1
1
0
3 dias de 4 dias de 5 dias de 6 dias de 7 dias de 9 dias de 12 dias de 14 dias de 19 dias de 23 dias de
vida vida vida vida vida vida vida vida vida vida

Número de crianças

Gráfico 15 - Percentual de RN da equipe Merendiba que realizou o teste


dentro e fora do tempo ideal.

rn que fizeram o teste no tempo ideal - merendiba

Fora do tempo ideal;


39,4%

No tempo ideal;
60,6%
Na equipe Moreira de Abreu, o número total de testes de janeiro de 2019 até
outubro de 2019 foi de 21. A idade mínima na qual foi realizado o teste foi de 1 dia e
a máxima foi de 10 dias. A média aritmética dos valores da idade em dias foi de
4,52. Do total de 21 crianças, 1 delas realizou o teste com 1 dias de vida, 6 delas
realizaram o teste aos 3 dias de vida, 7 delas realizaram o teste aos 4 dias de vida, 2
delas realizaram o teste aos 5 dias de vida, 2 delas realizaram o teste aos 6 dias de
vida, 1 delas realizou o teste aos 7 dias de vida, 1 delas realizou o teste aos 9 dias
de vida, 1 delas realizou o teste aos 10 dias de vida. Do total da equipe Moreira de
Abreu, 15 crianças (71,4%) fizeram o teste entre o 3º e 5º dias de vida, seguindo a
recomendação do Ministério da Saúde.

Gráfico 16 - Número de RN de acordo com a idade ao realizar o teste na


equipe Moreira de Abreu.

Número de RN de acordo com idade ao realizar o teste -


Equipe Moreira de Abreu
8
7
7
6
6

3
2 2
2
1 1 1 1
1

0
1 dia de vida 3 dias de vida 4 dias de vida 5 dias de vida 6 dias de vida 7 dias de vida 9 dias de vida 10 dias de
vida

Número de crianças

Gráfico 17 - Percentual de RN da equipe Moreira de Abreu que realizou o


teste dentro e fora do tempo ideal.

rn que fizeram o teste no tempo ideal - moreira de abreu

Fora do tempo ideal;


28,6%

No tempo ideal;
71,4%
Na equipe Olaria, o número total de testes de janeiro de 2019 até outubro de
2019 foi de 17. A idade mínima na qual foi realizado o teste foi de 3 dias e a máxima
foi de 16 dias. A média aritmética dos valores da idade em dias foi de 5,58. Do total
de 17 crianças, 3 delas realizaram o teste aos 3 dias de vida, 5 delas realizaram o
teste aos 4 dias de vida, 4 delas realizaram o teste aos 5 dias de vida, 3 delas
realizaram o teste aos 7 dias de vida, 1 delas realizou o teste aos 9 dias de vida, 1
delas realizou o teste aos 16 dias de vida. Do total da Olaria, 12 crianças (70,5%)
fizeram o teste entre o 3º e 5º dias de vida, seguindo a recomendação do Ministério
da Saúde.

Gráfico 18 - Número de RN de acordo com a idade ao realizar o teste na


equipe Moreira de Abreu.

Número de RN de acordo com idade ao realizar o teste -


Equipe Olaria
6

5
5

4
4

3 3
3

1 1
1

0
3 dias de vida 4 dias de vida 5 dias de vida 7 dias de vida 9 dias de vida 16 dias de vida

Número de crianças

Gráfico 19 - Percentual de RN da equipe Moreira de Abreu que realizou o


teste dentro e fora do tempo ideal.

rn que fizeram o teste no tempo ideal - olaria

Fora do tempo ideal;


29,5%

No tempo ideal;
70,5%
Ao comparar o percentual de RN com a idade ideal (3º ao 5º dia de vida) ao
fazer o teste de cada equipe, a que tem a maior cobertura feita corretamente é a
equipe Jorge Gonçalves com 76,4%. Quando analisamos a equipe que tem a menor
percentagem de crianças fazendo o teste no tempo ideal, verificamos que a equipe
Esperança teve 51,8% dos testes feitos com a idade indicada pelo Ministério da
Saúde.

Ao analisar a Clínica da Família Klebel de Oliveira como uma unidade,


verificamos que 108 testes foram feitos nas crianças com a idade ideal, o que
corresponde a 65% do total (166 testes).

Tabela 3 – Percentagem em ordem decrescente de cobertura dos testes do


Pezinho realizados no tempo ideal em cada equipe e na Clínica da Família Klebel de
Oliveira Rocha como uma unidade.

Percentual de RN com idade

EQUIPE ideal ao fazer o teste

Jorge Gonçalves 76,4%

Cascatinha 72%

Moreira de Abreu 71,4%

Olaria 70,5%

Jacupema 61,5%

Merendiba 60,6%

Esperança 51,8%

Média da Clínica 65%

Gráfico 20 – Média aritmética em dias de vida por equipe ao realizar o teste


Média em dias de vida PO R EQUIP E ao realizar o
teste
Média em dias de vida ao realizar o teste

6.45
6.11
5.88 5.7 5.7
5.58
4.94
4.52

Cascatinha Esperança Jacupema Jorge Merendiba Moreira de Olaria Média da


Gonçalves Abreu Clínica

O cálculo da média aritmética da idade em dias no momento de realizar o


teste por equipe revela que, ao analisar unicamente a média das mesmas, apenas
as equipes Jorge Gonçalves e Moreira de Abreu estão com valores compreendidos
entre o 3º e o 5º dias de vida. A equipe Esperança, que teve a menor percentagem
na cobertura dos exames na faixa ideal (51,8%), apresenta uma média que não é a
maior quando comparada às outras equipes. A equipe Jorge Gonçalves, que teve a
maior percentagem de crianças com o exame coletado na faixa ideal (76,4%),
apresentou a segunda menor média aritmética em dias de vida, ficando dentro da
faixa recomendada pelo Ministério da Saúde. 7,9 A menor média aritmética em dias foi
da equipe Moreira de Abreu; e a média da Clínica da Família Klebel de Oliveira
Rocha foi de 5,7 dias, acima da faixa recomendada pelo Ministério da Saúde.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, [2019b], 2019c)

Como já relatado, o percentual de todas as crianças que realizaram o teste


na Clínica da família Klebel de Oliveira Rocha desde janeiro de 2019 até outubro de
2019 e o fizeram dentro do tempo ideal foi de 65% (108 crianças). Dessas, 55 são
meninos (50,9%) e 53 são meninas (49,1%). Ao analisarmos os 58 recém-nascidos
que não fizeram o teste no tempo ideal, verificamos que eles correspondem a 35%
do total e que destes, 26 são meninos (45%) e que 32 são meninas (55%).

Gráfico 21 - Percentual de RN que fizeram o teste dentro e fora do tempo


ideal
percentual de rn que fizeram o teste dentro e fora do tempo ideal

Fora do tempo ideal; Dentro do tempo ideal;


35% 65%

Gráfico 22 - Percentual por gênero dos RN que fizeram o teste no tempo


ideal.

Distribuição percentual por gênero dos RN que fizeram o teste no


tempo ideal

Meninas
49,1% Meninos
50,9%

Gráfico 23 – Percentual por gênero dos RN que fizeram o teste fora do


tempo ideal.

Distribuição percentual por gênero dos RN que não fizeram o teste


no tempo ideal

Meninas
55% Meninos
45%

O terceiro pilar de análise do trabalho é baseado no preparo dos


profissionais em relação ao Teste do Pezinho. Para avaliá-lo, foi enviado aos
médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem da Clínica da Família Klebel de
Oliveira Rocha um questionário simples. Hoje, a unidade conta com a colaboração
de 6 médicos, 6 enfermeiros e 7 técnicos de enfermagem, totalizando 19
profissionais.
Foi obtido um total de 15 questionários respondidos, sendo 5 deles
preenchidos por médicos (33,3%), 5 deles por enfermeiros (33,3%) e 5 deles por
técnicos de enfermagem (33,3%).

Gráfico 24 – Distribuição pela profissão dos funcionários que responderam o


questionário sobre o teste do Pezinho.

A segunda pergunta era referente ao conhecimento dos mesmos sobre o


que é e quais doenças são relacionadas ao teste do Pezinho. Dos 15 profissionais,
14 (93,3%) deles acham que sabem o que é e quais as doenças podem ser testadas
com a coleta.

Gráfico 25 – Distribuição dos profissionais de acordo com o conhecimento


sobre o que é e quais as doenças testadas com análise da coleta do teste do
Pezinho.
A terceira pergunta era referente ao preparo dos profissionais para a
execução do teste do Pezinho. Do total, 10 (66,7%) funcionários acham que sabem
executar, 4 (26,7%) acham que sabem parcialmente e 1 (6,7%) relatou não saber
executar.

Gráfico 26 – Distribuição dos profissionais de acordo com a capacidade


técnica para execução do teste do Pezinho.

A quarta pergunta questionava se o funcionário se sentia preparado para


orientar e esclarecer dúvidas sobre alterações do teste do Pezinho. Diante do
questionário, 9 (60%) se sentem preparados e 6 (40%) relatam estar parcialmente
preparados.

Gráfico 27 – Distribuição dos profissionais de acordo com a capacitação


para orientar e esclarecer dúvidas sobre alterações do teste do Pezinho.
DISCUSSÃO

Foi escolhido abordar esse tema pois o teste do Pezinho feito conforme
recomendações do Ministério da Saúde é um dos meios de garantir a continuidade
às estratégias para prevenção de vários agravos na infância e redução da
morbimortalidade infantil. O teste do Pezinho é um dos pilares do Programa
Nacional de Triagem Neonatal e objetiva o rastreamento populacional para
identificar distúrbios e doenças no recém-nascido em tempo oportuno para
intervenção adequada.

Conforme o Manual Técnico do Ministério da Saúde, cabe ao responsável


técnico pelo ponto de coleta extrair e quantificar o número de novas amostras
coletadas, o número de amostras recoletadas entre as devolvidas ou reconvocadas
no período, o número de amostras ainda pendentes entre as devolvidas ou
reconvocadas no período, o intervalo médio de tempo entre a coleta e o envio de
amostras ao laboratório, o intervalo médio de tempo entre a coleta e entrega/retirada
dos resultados às famílias. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016) Apesar de ser uma
recomendação do Ministério da Saúde, não foi identificada a quantificação integral
dos parâmetros supracitados na Clínica da família Klebel de Oliveira Rocha.

Durante a escolha do banco de dados que serviria como base para o


desenvolvimento da pesquisa, foi acessada a tabela disponível no site da
Coordenadoria Geral de Atenção Primária CAP 3.1. Na tabela, de janeiro de 2019
até outubro de 2019, foram identificadas 76 coletas registradas pela Clínica da
Família Klebel de Oliveira Rocha.

Como alternativa à tabela disponível no site da Coordenadoria Geral de


Atenção Primária CAP 3.1, foi analisado o Livro de Registro dos Testes do Pezinho
da Unidade, com informações escritas manualmente sobre as coletas realizadas na
Clínica desde sua inauguração até a presente data. No livro, de janeiro de 2019 até
outubro de 2019, foram identificadas 166 coletas.

Pude perceber que apenas 45,8% das coletas realizadas na Clínica da


Família Klebel de Oliveira Rocha foram registradas no site da Coordenadoria Geral
de Atenção Primária CAP 3.1. O Manual Técnico do Ministério da Saúde informa
que os dados referentes ao teste do Pezinho devem estar disponíveis em sistemas
informatizados, sendo de fácil acesso interno, bem como às gestões estaduais e
municipais, uma vez que é importante para a análise objetiva da situação sanitária,
assim como para a tomada de decisões baseadas em evidências e para a
programação de ações de saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002, 2016, 2017,
[2019b])

Foi escolhido o Livro de registro manual das coletas como banco de dados
para o desenvolvimento da pesquisa, de janeiro de 2019 à outubro de 2019. A
partir dele foram extraídas as informações a seguir.

Dos 166 testes presentes no Livro de Registro de Coletas da Unidade, foi


identificado que 51,2% eram meninas (85) e 48,8% eram meninos (81). Os meses
com maior número de testes realizados no período foram maio e outubro, ambos
com 23 coletas. O mês com o menor número de coletas foi o de junho, com apenas
6.

Do total, as equipes que menos tiveram pacientes realizando o teste


foram a equipe Jorge Gonçalves, com 10,24% (17 coletas) e a equipe Olaria, com
10,24% do total (17 coletas). A equipe com maior número de pacientes realizando o
teste do Pezinho no período foi a Merendiba, responsável por 19,87% (33 coletas).
Quando avaliado o maior número de dias ao realizar o teste, encontramos no livro
um recém-nascido com 23 dias da Equipe Merendiba. Ao analisarmos o menor
número de dias ao realizar o teste do Pezinho, foram encontrados 2 recém-nascidos
com apenas 1 dia, um da equipe Esperança e outro da equipe Moreira de Abreu.

A equipe que teve maior percentual de crianças realizando a coleta


entre o 3º e 5º dias de vida conforme recomendação do Manual Técnico do
Ministério da Saúde foi a Jorge Gonçalves, com 76,4%. A equipe que teve o menor
percentual de crianças fazendo o teste dentro do tempo ideal foi a Esperança, com
51,8%. Conforme exposto no gráfico 2 deste trabalho, no ano de 2017 no
Brasil, 53,51% das crianças realizaram o teste do pezinho até o quinto dia de vida
– informação mais recente disponível no Portal do Ministério da Saúde.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, [2019b])

A única equipe que não teve o percentual de recém-nascidos com a coleta


do teste do Pezinho dentro do tempo ideal acima da média nacional foi a equipe
Esperança. A média percentual da Clínica é de 65% de cobertura no tempo ideal,
também superior à média Nacional de 2017.
De acordo com o manual técnico do teste do Pezinho, cabe à equipe de
enfermagem esclarecer e orientar, na atenção ao pré-natal, a população e a
gestante sobre como e onde realizar o “teste do pezinho”, informando também que é
preconizada a primeira coleta entre o 3º e 5º dias de vida.

A análise das médias aritméticas dos valores em dia de vida de cada


equipe não dá informações de grande relevância. De acordo com essa análise,
apenas as equipes Jorge Gonçalves (4,94 dias) e Moreira de Abreu (4,52 dias) estão
com médias compreendidas entre o 3º e o 5º dias de vida. Se apenas a média dos
dias de vida fosse avaliada, não seria enxergada a maior necessidade de
intervenção na equipe Esperança, haja vista que sua média aritmética não é a mais
discrepante (5,7 dias), apesar de estar fora do intervalo desejado.

Do total, 65% dos testes realizados na clínica da família Klebel de Oliveira


Rocha foram feitos dentro do tempo ideal (entre o 3º e 5º dias de vida), e dentro
deles, a maioria é do sexo masculino (50,9%). Os 35% restantes, que se enquadram
nos testes realizados pela Clínica fora da idade ideal do recém-nascido, percebemos
que a maior parte era de meninas (55%).

Em relação ao terceiro pilar de análise do trabalho, sobre o preparo dos


profissionais em relação ao Teste do Pezinho, foi enviado aos médicos, enfermeiros
e técnicos da Clínica da Família Klebel de Oliveira Rocha um questionário simples
para que fizessem uma auto-análise em relação a seus conhecimentos sobre o
exame. É sabida a limitação desse mecanismo de avaliação pois a auto análise
acaba inserindo alguns vieses na pesquisa, mas foi uma forma simples de tentar
identificar alguns desalinhamentos referentes ao processo.

Foram obtidos 15 questionários respondidos do total de 19 funcionários da


Clínica, sendo 5 deles preenchidos por médicos (33,3%), 5 por enfermeiros (33,3%)
e 5 por técnicos de enfermagem (33,3%). Do total, 93,3% dos profissionais
questionados (14) acham que sabem o que é e quais as doenças podem ser
testadas com o Teste do Pezinho. Em relação a execução, 66,7%(10) funcionários
acham que sabem executar, 26,7% (4) acham que sabem parcialmente e 6,7% (1)
relatou não saber. Ao serem perguntados se eles se sentiam preparados para
orientar e esclarecer dúvidas sobre alterações no teste, 60% (9) se sente preparado
e 40% (6) relata estar parcialmente preparado. Esses resultados sugerem a
necessidade de uma capacitação para alinhar os profissionais haja vista quão ruim
seria caso uma orientação errada fosse dada aos pais, por exemplo, além de deixar
os profissionais mais seguros diante de todo o processo.
CONCLUSÃO

A análise desses dados ressalta a necessidade do desenvolvimento de


estratégias para conscientizar os pais sobre a data correta da coleta do teste do
Pezinho e a importância de fazê-lo. A partir dessa avaliação, a realização de
atividades que garantam a conscientização dos usuários por meio da entrega de
folhetos aos pacientes e nas dependências da clínica, bem como o desenvolvimento
de campanhas de divulgação parecem ser alternativas viáveis para buscar o
aumento da percentagem de recém-nascidos realizando o exame dentro da idade
ideal, principalmente na equipe Esperança. Em relação aos profissionais, oferecer
cursos de capacitação a fim de alinhá-los e permitir que os mesmos não tenham
inseguranças para esclarecer dúvidas sobre possíveis alterações no resultado é
importante. Em relação ao gerenciamento dos dados e informações sobre os testes
do pezinho realizados na Clínica, sugiro encarregar um profissional que ficará
responsável pela fiscalização semanal do processo e do cadastro dos testes no site
da Coordenadoria Geral de Atenção Primária CAP 3.1.

Assim, será possível a otimização do processo do Teste do Pezinho na


Clínica da Família Klebel de Oliveira Rocha.
REFERÊNCIAS

1. AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS; American Thyroid Association.


Newborn Screening for Congenital Hypothyroidism: Recommended
Guidelines. Vol. 91, n. 6, p. 1203-1209. Jun. 1993. Disponível em:
<https://pediatrics.aappublications.org/content/pediatrics/91/6/1203.full.pdf>.
Acesso em: 20 de nov. de 2019
2. BOTLER, J. Avaliação de desempenho do programa de triagem neonatal
do estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado) – Escola Nacional de Saúde
Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2010. Disponível
em: <http://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/2543/1/ENSP_Tese_Botler_Judy
.pdf>. Acesso em: 20 de nov. de 2019
3. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. DATASUS. Departamento de Informática
do SUS. SINASC-Sistema de Informações de Nascidos Vivos. [2019a].
Disponível em:
<http://datasus.saude.gov.br/sistemas-e-aplicativos/eventos-v/sinasc-sistema-
de-informacoes-de-nascidos-vivos>. Acesso em: 02 de dez. de 2019.
4. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portal do Governo Brasileiro. Programa
Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). Indicadores da Triagem Neonatal no
Brasil. [2019b]. Disponível em:
<http://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/programa-nacional-da-triagem-
neonatal/indicadores-da-triagem-neonatal-no-brasil>. Acesso em: 02 de dez. de
2019.
5. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portal do Governo Brasileiro. Ministério da
Saúde reforça a importância do Teste do Pezinho entre o 3º e 5º dia de vida.
2019c. Disponível em: <http://saude.gov.br/noticias/agencia-saude/45503-
ministerio-da-saude-reforca-a-importancia-do-teste-do-pezinho-entre-o-3-e-5-
dia-de-vida>. Acesso em: 02 de dez. de 2019.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento
de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral
à Saúde da Criança: orientações para implementação. Brasília, DF, 2018.
Disponível em:
<http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/Politica_Nacional_de_Atencao_Integr
al_a_Saude_da_Crianca_PNAISC.pdf>. Acesso em: 02 de dez. de 2019.
7. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portal do Governo Brasileiro. Programa
Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). 2017. Disponível em:
<http://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/programa-nacional-da-triagem-
neonatal/sobre-programa>. Acesso em: 2 de dez. de 2019.
8. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento
de Atenção Especializada e Temática. Triagem neonatal biológica: manual
técnico. Brasília, DF, 2016. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/triagem_neonatal_biologica_manu
al_tecnico.pdf>. Acesso em: 02 de dez. de 2019.
9. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde.
Coordenação-Geral de Atenção Especializada. Manual de Normas Técnicas e
Rotinas Operacionais do Programa Nacional de Triagem Neonatal.
Brasília, DF, 2002. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/triagem_neonatal.pdf>. Acesso
em: 02 de dez. de 2019.

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