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PARANAVAÍ-PR
2023
Técnico de Enfermagem – 2º Semestre
Assistência de Enfermagem Clínica
SUMÁRIO
Tem-se por definição de saúde como sendo o estado oposto ao da doença e, em decorrência
corresponderia a conceito que se subordina à ausência desta. A OMS define saúde vem a ser “o estado de
completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença”.
Certamente este termo “saúde” pode variar de acordo com o indivíduo, o tempo e o espaço. Em
outras palavras, o que é bom para um não é obrigatoriamente para outro, e nem a presença de bem-estar
significa a ausência de doença.
Deve-se pensar na saúde em uma escala graduada porque todos possuem algum grau de saúde:
em excelentes condições, razoavelmente bem, com alguma perturbação, e enfermos.
Portanto, a saúde é um processo dinâmico em que o homem luta contra as forças que tendem a
alterar o equilíbrio da sua saúde; é o ajustamento dinâmico satisfatório às forças que tendem a perturbá-lo.
O complexo processo de redução da saúde não é provocado por fatores simples ou específicos, mas pelo
resultado da ligação contínua entre causas e efeitos. Para considerar o indivíduo com saúde, é necessário
que ele atinja um nível excelente de ajustamento e equilíbrio entre o homem, os agentes e o meio ambiente.
Doença (do latim dolentia, padecimento) é o estado resultante da consciência da perda da
homeostasia de um organismo vivo, total ou parcial, causada por agentes externos ou não, estado este que
pode cursar devido a infecções, inflamações, isquemias, modificações genéticas, sequelas de trauma,
hemorragias, neoplasias ou disfunções orgânicas.
Daí a definição de doença como sendo “o conjunto de fenômenos desenvolvidos em organismos,
associados a uma característica, ou série de características comuns, que diferenciam esses organismos dos
normais da mesma espécie, e de maneira a situá-los em posição biologicamente desvantajosa em relação
àqueles.”
A doença é um processo anormal no qual o funcionamento de uma pessoa está diminuído ou
prejudicado em uma ou mais dimensões. É o resultado do desequilíbrio entre o homem e o meio físico,
mental e social.
A Enfermagem na Clínica deve propiciar a recuperação dos pacientes para que alcancem o
melhor estado de saúde física, mental e emocional possível. A enfermagem deve conservar o sentimento de
bem-estar espiritual e social dos pacientes, sempre envolvendo e capacitando-os para o auto-cuidado
juntamente com os seus familiares, prevenindo doenças e danos, visando a recuperação dentro do menor
tempo possível ou proporcionar apoio e conforto aos pacientes em processo de morrer e aos seus
familiares, respeitando as suas crenças e valores.
A unidade de internação geral é um setor hospitalar onde acontece o atendimento integral do
indivíduo com idade superior a 18 anos que se encontra em estado crítico ou semi-crítico, que não são
provenientes de tratamento cirúrgico e ainda àqueles que estão hemodinamicamente estáveis, neste setor é
prestada assistência integral de enfermagem aos pacientes de média complexidade.
A clínica médica compreende um grupo de especialidades médicas desenvolvidas dentro de uma
unidade hospitalar, organizada segundo um conjunto de requisitos, onde o paciente internado é submetido a
exames clínicos (anamnese), físicos, laboratoriais e especiais com a finalidade de definir um diagnóstico e,
a seguir um tratamento específico.
O objetivo do serviço de enfermagem no setor de internação geral é:
❖ Proporcionar ambiente terapêutico adequado aos pacientes com patologias diversificadas, em
regime de internação;
❖ Manter um padrão de assistência prestada aos pacientes, o que exige a aplicação de um plano de
cuidados de enfermagem para a patologia específica do paciente/cliente.
A recepção tem por finalidade realizar o primeiro contato com o cliente (não em caso de
emergência) ou seus familiares e amigos, prestando informações sobre o número do quarto, de hora e
quantidade de visitantes, entre outros. Fornece pulseira de identificação e crachá aos visitantes. Libera a
saída de pacientes de alta hospitalar. Não fornece informações de saúde de pacientes e óbitos.
A internação é a admissão do paciente para ocupar um leito hospitalar por 24 horas ou mais. Para
ele, isso significa a interrupção do curso normal de vida e convivência temporária com pessoas estranhas e
em ambiente não familiar. Muitas vezes, este fato representa desequilíbrio financeiro, perda da privacidade
e individualidade, sensação de insegurança, medo e abandono. O internamento é feito sob três
circunstâncias: Emergência, urgência e eletivas.
A recepção do plantão é, sem dúvida, o ato mais importante praticado pela enfermagem. Isso
pode ser entendida como o procedimento cujos, problemas existentes podem ser discutidos e as
orientações para suas soluções delineadas. Em hospital maior onde há chefia de enfermagem a passagem
de plantão deve ser realizada sob sua tutela, para esclarecimentos de passiveis dúvidas. Onde não há
enfermeira responsável, as informações específicas do paciente devem ser transferidas para a
enfermagem.
É recomendável que tanto quem passa quanto quem recebe o plantão, o faça por meio de
anotações próprias (além daquela pertinente ao doente feita por meio da evolução de enfermagem), por
escrito. Com certeza, possíveis enganos que possam ser gerados pela atribuição de certos momentos não
interferirão nos procedimentos com os pacientes. Um roteiro preestabelecido e uma lista de checagem
devem ser seguidos e elaborados pela instituição ou serviço.
O correto atendimento ao paciente lúcido e seus acompanhantes, bem como gentileza,
cordialidade e compreensão, ajudarão a quebrar várias barreiras de relacionamento entre a equipe
hospitalar/paciente/parentes. O tempo de permanência do paciente no hospital dependerá de vários fatores:
tipo de doença, estado geral, resposta ao tratamento realizado e complicações existentes.
O período de internação finaliza com a alta hospitalar, pela melhora do estado de saúde do
paciente ou pelo óbito. Outros motivos também podem gerar altas hospitalares como: pedido do paciente ou
seu responsável, necessidade de transferência para outros hospitais, recusa do paciente ou responsável
em acatar o tratamento indicado, entre outros.
Alimentar-se é essencial para manter o estado saudável, evitar doenças e até a morte. É uma
necessidade humana básica. Faz parte da rotina das pessoas, como nos encontros familiares, sociais,
profissionais, entre outros. Portanto, é um item de preocupação na avaliação do indivíduo.
A prescrição de dietas depende das condições em que se encontra o doente, podendo variar
desde a chamada dieta zero até a dieta normal. A dieta é prescrita pelo médico e realizada pelo profissional
nutricionista.
O alimento pode ter importante papel na manutenção ou recuperação da saúde por ajudar a
combater o estado precário do organismo durante o tratamento de doença ou lesão. Um bom estado
nutricional é o primeiro passo para a recuperação, e a dieta é tão importante quanto outras terapias e
medicamentos.
As dietas podem ser classificadas em:
1. Dieta básica: é a dieta normal, domiciliar, geral, regular, livre, padrão, completa, conforme a
tolerância da pessoa. As dietas básicas tornam-se dietas terapêuticas quando são modificadas, ou seja,
quando o valor energético, fibras, nutrientes ou tipo de alimento, ou ainda suplementos e condimentos, são
aumentados, diminuídos ou retirados.
2. Dieta pastosa: usada principalmente em casos onde há dificuldade de mastigação e disfagia.
Alimentos permitidos: purê, sopas cremosas, arroz bem cozido, pudins, papa de bolacha, entre outros que
possuem consistência pastosa cremosa.
3. Dieta líquida: é a dieta básica modificada a consistência. Requer o mínimo do trato digestivo.
Usada nas dificuldades de mastigação e disfagias, desconfortos GI, pré e pós-operatório. Alimentos
permitidos: chá, água, gelatinas, sucos, caldos, entre outros.
4. Dieta branda: similar à dieta básica, é composta por alimentos bem cozidos e macios, mas não
moídos nem triturados. Indicada para paciente no pré e pós operatório e em transição de dieta alimentar.
Alimentos permitidos: pães, vegetais e frutas, leite, carne com baixo teor de gordura, entre outros.
5. Dieta diabética: ajuda a minimizar ocorrência de hiperglicemia, manter o peso corporal e
promover boa saúde. Dieta sem açúcar.
6. Dieta hipocalórica: indicada para perder peso, especialmente no caso de pacientes com doença
renal, cardiovascular, DM, hipertensão, hipotireoidismo, entre outras. São proibidos alimentos e bebidas que
contenham açúcar, alimentos gordurosos e frituras, evitar arroz, batata, pães e massas.
7. Dieta hipercalórica: dieta com o objetivo de fornecer mais energia. Deve ser oferecida maior
quantidade de arroz, massas, doces.
8. Dieta hipoproteica: contém menor quantidade de proteínas. Indicada em casos de coma
hepático, uremia, doença renal ou hepática. Evitar leite, iorgute, queijos, ovos, carne, entre outros.
9. Dieta hipossódica: dieta com controle de sódio e sal. Indicada nos casos de hipertensão,
doença renal com edema, cirrose com ascite, entre outras. São proibidos: pão francês, bolacha de água e
sal, queijos, embutidos, entre outros.
NUTRIÇÃO ENTERAL
A nutrição enteral (NE) é a administração de uma dieta líquida contendo nutrientes para pacientes
com o TGI funcionante por meio da VO, sondas e ostomias localizadas no trato digestivo. A terapia NE é um
conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional que só será
possível com uma equipe multidisciplinar consciente da importância e benefícios de um trabalho bem
realizado.
A dieta enteral pode ser recomendada para pessoas em muitas condições e circunstâncias
diferentes. Ela pode ajudar indivíduos com:
• Problemas no aparelho digestivo (boca, esôfago ou estômago);
• Problemas de deglutição, que os coloca em risco de asfixia, ou de aspiração de alimentos ou
líquidos para os pulmões;
• Desnutrição, ou alimentação insuficiente.
Os candidatos à dieta enteral podem sofrer diferentes enfermidades, mas todos exibem uma
condição comum: não conseguem comer o suficiente para atender às necessidades do organismo.
ADMINISTRAÇÃO DA DIETA
A administração pode ser realizada através de bolos (administração da dieta enteral com o auxílio
de uma seringa) ou gotejamento gravitacional (administração da dieta em frasco por gotejamento, suspenso
em suporte. Permite uma utilização mais lenta e é melhor tolerada) de forma intermitente. É recomendado a
troca de equipo a cada 24 horas e, assim, se manter o controle asséptico (um equipo para a dieta e outro
para a água). A medicação deve ser administrado através de seringa no injetor lateral da sonda. A forma
intermitente é mais parecida com a alimentação habitual. Consiste em administrar cerca de 250 ml de dieta
enteral de 5 à 8 vezes ao dia. O volume de cada etapa deverá ser proposto em função do volume total no
dia e da tolerância digestiva do paciente.
A administração pode ser realizada por meio de bomba de infusão de forma contínua (usando
sistema fechado de infusão). A forma contínua consiste numa administração por gotejamento contínuo com
bomba de infusão. A dieta pode ser administrada em períodos de 12 a 24 horas em função da necessidade
do paciente. O sistema fechado de administração de dieta enteral apresenta algumas vantagens: menor
manipulação e contaminação, ausência de preparo, facilidade de distribuição. São atribuídas algumas
desvantagens: em pacientes com restrição hídrica, equipo próprio e custo. O equipo deve ser usado por 24
horas, sendo único para cada bolsa ou frasco de dieta.
ADMINISTRAÇÃO DA DIETA
➢ Retirar a nutrição da geladeira com antecedência necessária para que atinja a temperatura ambiente
recomendada para sua administração;
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
1. Paciente certo
Dividir as responsabilidades em etapas facilita, e muito, na hora de evitar qualquer erro na
administração de um medicamento. Por isso, o primeiro certo está relacionado com a identificação do
paciente.
Nesse ponto, devem ser analisados nome completo e data de nascimento registrado na ficha e na
etiqueta do paciente. Também é importante confirmar com o próprio paciente esses dois dados
identificadores para eliminar as chances de fichas ou etiquetas trocadas. Dessa forma, o profissonal tem a
certeza de que tal medicação foi realmente prescrita para a pessoa em questão.
2. Medicação certa
No segundo certo é necessário conferir e confirmar a medicação prescrita. Com a correria dos
hospitais e postos de saúde e a variedade de medicamentos com embalagens parecidas, cumprir o
segundo certo é essencial para evitar qualquer tipo de confusão. Nesse momento, é importante se certificar
se o medicamento que está dentro da embalagem é o mesmo que ela indica, e analisar se os nomes batem
com a prescrição médica. Além disso, também é importante perguntar ao paciente se há algum tipo de
alergia a algum medicamento em geral.
3. Dosagem certa
Paciente e medicamento certos, agora é a hora de conferir a dosagem indicada. A dosagem
sempre é receitada de acordo com o paciente e seu quadro atual, assim como suas particularidades
médicas. Por isso, ser fiel a dosagem prescrita é fundamental. Nesse momento, um erro de dosagem pode
ser fatal – ou até mesmo insuficiente, comprometendo todo o tratamento e triagem.
4. Via certa
Os efeitos e agilidade do medicamento no organismo do paciente dependem diretamente de sua
via de aplicação. Por isso, ela sempre deverá ser indicada pelo médico responsável. Nessa etapa, o
profissional de enfermagem deve confirmar onde a injeção deverá ser aplicada de acordo com a prescrição,
que pode ser intravenosa, subcutânea ou intramuscular. Garantindo, assim, os efeitos esperados e
eliminando qualquer complicação.
5. Hora certa
A administração de um medicamento deve ser feita, preferencialmente, sempre no momento da
aplicação. Por isso, o quinto certo é verificar a hora indicada e garantir que o procedimento será
realizado sem nenhum tipo de atraso. Caso a medicação precise ser preparada antecipadamente, será
necessário redobrar a atenção em relação ao período de estabilidade do fármaco e também às questões de
armazenamento até o momento da aplicação.
6. Registro certo
O registro envolve todos os procedimentos realizados com o paciente, assim como nomes de
medicamentos e horário de cada ação. Esse documento ajudará no caso de mudanças de turno ou na
orientação de outros enfermeiros, médicos e profissionais. Com o registro será possível dar continuidade ao
tratamento com maior segurança e evitando repetir medicações ou confundir procedimentos.
7. Abordagem certa
A abordagem certa é um dos passos mais importantes para que esse momento seja tranquilo e
transparente. Além de saber como tratar e explicar o procedimento para o paciente, o técnico de
enfermagem também deverá estar disposto para responder qualquer dúvida e transmitir segurança na hora
da medicação. Ao ter conhecimento sobre o que está sendo aplicado e para que serve tal medicamento, o
paciente se sentirá mais à vontade e facilitará esse processo.
8. Forma certa
O oitavo certo representa a forma farmacêutica do medicamento na hora da administração ao
paciente. Além de conferir a forma farmacêutica e via de aplicação prescrita, também é importante conferir
as condições do paciente. Caso ele não esteja em condições de receber o tipo de medicação e aplicação
indicadas, será necessário contatar o médico antes de prosseguir.
9. Monitoramento certo
E por último na lista dos 9 certos da enfermagem está o monitoramento certo. Essa etapa consiste
em observar atentamente o paciente medicado para avaliar as respostas dele aos remédios.
Nesse momento, é essencial conferir se os efeitos desejados estão sendo obtidos, ou se qualquer
outro efeito não esperado possa estar surgindo. Essa observação também deve ser documentada e
detalhada no registro do paciente. Questionar o próprio paciente ou os acompanhantes e familiares também
pode ajudar a fazer uma avaliação mais assertiva e realista, ajudando diretamente na continuidade e
eficiência do tratamento.
ERRO NA MEDICAÇÃO
É qualquer evento evitável que pode causar ou induzir ao uso inapropriado de medicamento ou
prejudicar o cliente enquanto o medicamento está sob o controle do profissional de saúde, cliente ou
consumidor. Tais eventos podem estar relacionados à prática profissional, produtos de cuidado de saúde e
procedimentos. Os técnicos de enfermagem devem estar cientes e alertas para este fato e buscar obter
uma visão ampla do sistema de medicação, o que possibilita aos profissionais condições de análise e
intervenções que garantam uma assistência responsável e segura ao cliente e a si própria.
CÁLCULO DE MEDICAMENTO
Os números fazem parte de nossa vida. Diariamente fazemos uso deles, seja contando dinheiro,
preenchendo cheque ou simplesmente olhando as horas. Para os profissionais de enfermagem não é
diferente: os números estão presentes também no cotidiano deles, que necessitam desse suporte para
medicar clientes sobre sua responsabilidade. E de que maneira isso pode ser feito sem que a equipe cause
um dano ou prejuízo aos clientes? Uma das respostas é fazer da matemática sua maior aliada, além do
estudo constante e da certeza do que está fazendo.
Exemplo 1: Foi prescrito ao cliente Buscopan de 15 mg EV. O serviço possui ampolas de
Buscopan com apresentação de 20mg/ml. Qual o volume a ser aspirado para administração EV?
Exemplo 2; Uma prescrição médica de Keflin 600mg EV de 12/12 horas. O hospital dispõe de
frasco-ampola de 1 g. Qual o volume a ser infundido no paciente?
O preparo e administração de soro EV implica especificidades e cuidados importantes a serem
observados por profissionais de enfermagem. Entre eles está o calculo de medicamentos. A velocidade de
infusão da solução prescrita vai depender do tempo e volume a ser infundido. É de suma importância que o
gotejamento de soro seja rigorosamente controlada a fim de prevenir complicações com o paciente.
Os cálculos, todavia, não são muito complicados; quase sempre podem ser feitos com base na
regra de três simples. O cálculo de gotejamento a principio é fácil, porém alguns detalhes podem confundir
alguns profissionais e alunos de enfermagem, sendo assim vou tentar exemplificar esse cálculo em três
exemplos. Grande parte dos profissionais de enfermagem utiliza a bomba de infusão, que facilita a
administração da medicação, esse equipamento utiliza o equipo de soro padrão para bombear e controlar
os líquidos a serem infundidos para dentro do corpo. O controle de fluxo neste equipo sem a bomba
infusora é normalmente feito por gravidade e estrangulamento da luz do tubo por um dispositivo chamado
de pinça rolete. Importante saber alguns sistemas de medidas:
1 ml = 20 gotas = 60 microgotas
1 gota = 3 microgotas
1 litro = 1.000 ml
1 grama = 1.000 mg
SISTEMA CARDIOVASCULAR
As disfunções circulatórias podem ser de origem congênita, infecciosa, produzidas por bactérias
que acometem as vias aéreas superiores, por doenças reumáticas infecciosas ou crônico-degenerativas,
que não apresentam uma causa definida e não tem cura, mas podem ser controladas.
A história familiar, a idade, o sexo, a raça, associados a fatores de risco relacionados ao estilo de
vida das pessoas, como dieta rica em sal, gordura, carboidratos, uso de álcool, do fumo e de outras drogas,
bem como o estresse da vida moderna, poderão propiciar o aparecimento de doenças crônico-degenativas
como: hipertensão arterial, angina do peito, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral,
insuficiência vascular periférica, entre outras.
A base da formação das doenças cardiovasculares tem como ponto inicial as alterações dos vasos
sanguíneos. Como o envelhecimento, por exemplo, as artérias vão perdendo sua elasticidade, tornando-se
mais endurecidas. Este fenômeno, quando associados aos fatores de risco, poderá provocar o
endurecimento precoce das artérias (arterosclerose), como também propiciar a disposição de placas de
gordura em seu interior (ateromas), causando a aterosclerose. Estas alterações levam à oclusão parcial ou
total das artérias e até ao seu rompimento.
Algumas manifestações comuns encontradas nos pacientes portadores de doença cardíaca:
◆ Dor torácica;
◆ Dificuldade respiratória;
◆ Palpitações;
◆ Fraqueza, fadiga;
◆ Desmaio.
ANGINA
È a síndrome clínica caracterizada por crises de dor, queimação ou sensação de pressão na
região do tórax. É causada pela obstrução transitória dos vasos coronarianos. A causa da dor é um
fornecimento inadequado de sangue ao coração, resultando no suprimento insuficiente de oxigênio e de
nutrientes para a musculatura do miocárdio.
- Causas
◆ Arterosclerose;
◆ Hipertireoidismo, hipertensão arterial e hereditariedade podem funcionar como fatores
predisponentes;
◆ Frio intenso (causando vasoconstrição);
◆ Exercícios físicos exagerados;
◆ Alimentação pesada;
◆ Anemia;
◆ Estresse (libera adrenalina e eleva a pressão arterial);
◆ A incidência é maior em homens acima dos 40 anos.
- Sinais e Sintomas
De início súbito, com dor em forma de aperto que começa na parte média, ou no terço superior do
esterno, e pode irradiar para o pescoço, ombro e braço esquerdo; habitualmente, o paciente experimenta
uma sensação de aperto, sufocação ou estrangulamento inexistente.
A duração e intensidade dos sintomas variam de um indivíduo para outro, mas de maneira geral,
não duram mais que alguns minutos (aproximadamente 3), aliviando consideravelmente, quando o indivíduo
repousa e acalma, desaparecendo totalmente sem deixar nenhum sintoma.
◆ Amortecimento do braço esquerdo;
◆ Dispneia;
◆ Palidez.
- Cuidados de Enfermagem
✓ Durante a crise deve-se deitar e acalmar o paciente, afrouxar as roupas;
✓ Administrar a medicação prescrita. Se for administrada nitroglicerina, por via sublingual,
orientar o paciente que não engula saliva até que o comprimido se dissolva completamente;
✓ Observar o efeito da medicação e efeitos tóxicos; esses medicamentos, geralmente, produzem
cefaleia, síncope e aumento da pressão intracraniana;
✓ Controlar os SSVV;
✓ Realizar RCP, em caso de PCR.
- Sinais e sintomas
◆ Dor torácica intensa, súbita e persistente;
◆ Sudorese, pele fria e pegajosa;
◆ Palidez facial;
◆ Hipertensão ou hipotensão;
◆ Bradicardia e taquicardia;
◆ Palpitações;
◆ Ansiedade;
◆ Desorientação e agitação;
◆ Tonturas;
◆ Fraqueza acentuada;
◆ Náuseas, vômitos e soluço.
- Diagnóstico
✓ Anamnese;
✓ ECG;
✓ Exame de sangue, dosagem de enzimas (creatinofosfoquinase-CK, troponinas T e I,
mioglobina, transaminase glutâmico-oxalacético-TGO, desidrogenase láctica-LDH);
- Tratamento
O tratamento de emergência visa aliviar a dor, corrigir o choque, evitar complicações e reduzir a
lesão cardíaca.
✓ Administrar oxigênio para aliviar a dor;
✓ Tratamento de choque, conforme o estado do paciente;
✓ Massagem cardíaca e respiração artificial (RCP), se houver uma PCR;
✓ Preparação do cardioversor para RCP;
- Cuidados de enfermagem
✓ Atentar para a presença de dor, localização e intensidade;
✓ Administrar oxigenoterapia, conforme prescrição médica;
✓ Oferecer apoio, procurando aliviar a ansiedade;
✓ Manter repouso no leito, com aumento gradativo da mobilização;
✓ Proporcionar um ambiente calmo;
✓ Atentar aos sinais de sangramento;
✓ Observar alterações do estado mental e cefaleia.
- Complicações
O infarto é um processo de necrose, morte celular. Imediatamente após sua ocorrência se inicia o
processo de cicatrização local e readaptação do miocárdio restante as necessidades do corpo. Se não
surgirem complicações, após alguns meses o processo cicatricial estará completo.
Podem, no entanto, ocorrer outras doenças decorrentes do infarto. São as chamadas
complicações pós-infarto. Sua gravidade se encontra dentro de uma faixa bem ampla de possibilidades,
desde a morte súbita ou incapacidade permanente, até a ausência total de consequências para a vida futura
do infartado.
São complicações possíveis:
• Arritmias cardíacas;
• Distúrbios de condução ou bloqueios;
• Insuficiência cardíaca;
• Disfunções das válvulas cardíacas;
• Aneurisma cardíaco;
• Ruptura cardíaca, seja do septo interventricular, seja da parede externa do coração;
• Pericardiopatias;
• Tromboembolia pulmonar;
• Tromboembolia sistêmica;
• Choque cardiogênico.
- Sinais e sintomas
◆ Dispneia;
◆ Tosse;
◆ Palidez;
◆ Cianose;
◆ Taquicardia;
◆ Ansiedade e inquietação.
- Sinais e sintomas
◆ Edema de membros inferiores;
◆ Cianose nas extremidades;
◆ Distensão abdominal;
◆ Dilatação das veias do pescoço (jugular);
◆ Taquicardia;
◆ Hepatomegalia;
◆ Anorexia e náuseas;
◆ Nictúria (volume de secreção urinária noturna maior do que o diurno) e oligúria (diminuição da
emissão de urina).
◆ Debilidade, fraqueza (astenia).
- Diagnóstico
✓
✓ Raio X de tórax;
✓ ECG;
✓ Exame de sangue (PNB Peptídeo natriurético cerebral - tipo B);
✓ Cateterismo cardíaco.
- Cuidados de enfermagem
✓ Manter o paciente em repouso físico e emocional;
✓ Manter em decúbito de Fowler;
✓ Realizar mudança de decúbito;
✓ Proporcionar ambiente calmo;
✓ Manter apoio psicológico;
✓ Administrar medicação prescrita;
- Tratamento
Tem o objetivo de reduzir o trabalho do coração, aumentar sua força e eliminar o excesso de
líquido corporal. São usados medicamentos digitálicos (constituem um grupo de fármacos usados no
tratamento de doenças do coração), diuréticos e vasodilatadores. A restrição do sódio é indicada.
- Sinais e sintomas
◆ Ansiedade;
◆ Dispneia e ortopneia intensa;
◆ Cianose;
◆ Sudorese intensa;
◆ Hipotermia;
◆ Taquicardia;
◆ Hipertensão;
◆ Respiração ruidosa;
◆ Tosse com secreção espumosa, geralmente sanguinolenta;
◆ Dor precordial (dor na porção do corpo sobre o coração e à esquerda da porção inferior do
esterno);
◆ Distensão das veias do pescoço.
- Diagnóstico
✓ Raio X de tórax;
✓ Exame físico;
✓ Anamese;
- Tratamento
Será utilizado oxigênio, medicações como: diuréticos, digitálicos, aminofilina (fármaco utilizado
pela medicina como broncodilatador), morfina, etc.
- Cuidados de enfermagem
✓ Manter em repouso no leito;
✓ Controlas SSVV;
✓ Posicionar o cliente sentado como os MMII mais baixos, para diminuir o retorno venoso;
✓ Administrar oxigenoterapia e nebulização;
✓ Monitorar o fluxo urinário;
✓ Manter a via venosa pérvia com gotejamento mínimo, evitando sobrecarga volêmica.
A maioria das pessoas são assintomáticas e quando apresentam sintomas já indica alguma lesão
vascular. A hipertensão leva a uma lesão dos vasos sanguíneos, predominantemente nos olhos, coração,
rins e cérebro, portanto, a hipertensão prolongada e não controlada leva à insuficiência visual, renal,
oclusão coronariana e AVC. Devido ao esforço constante do coração, ele poderá aumentar de tamanho
(hipertrofia cardíaca). A constipação dos vasos sanguíneos é a causa básica da HA e o tratamento tem o
objetivo de diminuir a resistência periférica dos vasos sanguíneos e do estresse sobre o sistema vascular.
Existem dois tipos de HA: hipertensão arterial primária (HA sistêmica) e hipertensão secundária. A
hipertensão sistêmica corresponde a 90% dos casos e se caracteriza por não haver uma causa conhecida,
enquanto os 10% restante correspondem à hipertensão secundária, onde é possível identificar uma causa
como, por exemplo, problemas renais, algumas doenças endócrinas, entre outros.
- Diagnóstico
✓ Exame físico;
✓ ECG;
✓ Exame de urina (proteinúria);
✓ Exame de sangue (uréia, colesterol, entre outros).
- Tratamento
✓ Hipertensão grau I (leve): é controlada através de uma dieta equilibrada, com diminuição da
ingestão de sal, prática de exercícios físicos regulares; controle de peso corporal, abandono do
consumo de cigarros, álcool e outras drogas.
✓ Hipertensão grau II (moderada e grave): além do controle dos fatores de risco modificáveis,
necessitará da utilização de medicamentos (drogas diuréticos, hipotensores, betabloqueadores
de cálcio, inibidores de enzimas conversora, etc) para o resto da vida.
- Cuidados de Enfermagem
✓ Proporcionar repouso;
✓ Verificar SSVV frequentemente;
✓ Manter a cama em posição de Fowler, para facilitar a respiração;
✓ Administrar medicamentos conforme prescrição;
✓ Estimular a ingestão de líquidos ricos em potássio;
✓ Realizar o balanço hídrico;
✓ Orientar quanto ao uso contínuo da medicação prescrita;
✓ Ressaltar a restrição do sal e gorduras saturadas, controlar o peso, importância de atividade
física e atividades que promovam o bem estar emocional.
- Orientações
Para melhorar a qualidade de vida e promover a saúde deve-se orientar para:
➢ Realizar atividades que não provoquem dispneia e cansaço indevido, alternando com períodos
de repouso;
➢ Usar recursos adequados para vencer o estresse;
➢ Evitar alimentos em grandes proporções e excesso de cafeína;
➢ Evitar o esforço físico por 2 horas após as refeições;
➢ Não se automedicar, pois certos medicamentos podem aumentar a frequência cardíaca;
➢ Evitar fumo, pois aumenta a frequência cardíaca, pressão arterial e níveis sanguíneos de
monóxido de carbono;
➢ Proteger-se do frio, agasalhando-se adequadamente e evitando locais frios;
➢ Usar a medicação prescrita adequadamente.
ENDOCARDITE REUMÁTICA
Febre reumática também chamada de reumatismo infeccioso é uma doença inflamatória que pode
afetar as articulações, a pele, o coração e o cérebro. A doença normalmente desenvolve-se entre duas a
quatro semanas depois de uma faringite estreptocócica. Os sinais e sintomas incluem febre, dores nas
articulações, movimentos involuntários dos músculos e ocasionalmente erupção cutânea sem comichão.
Dependendo da constituição genética, algumas pessoas têm mais probabilidades de adquirir a doença
quando expostos a bactérias do que outras. Outros fatores de risco estão relacionados à subnutrição e à
pobreza.
- Diagnóstico
✓ Exame físico;
✓ ECG;
✓ Cultura de orofaringe (pesquisa de Estreptococos);
✓ Exame de sangue.
- Tratamento
Os objetivos do tratamento são de erradicar os micoorganismos causadores e prevenir
complicações.
✓ Antibioticoterapia: o mais utilizado é a penicilina, inicialmente grandes doses e, posteriormente,
a cada 20 ou 30 dias, durante vários anos;
✓ Antiinflamatórios;
✓ Corticoides.
- Medidas preventivas
✓ Procurar avaliação clínica imediata ao apresentar infecção respiratória superior;
✓ Não interromper a antibioticoterapia prescrita;
✓ Realizar cuidados com dentes e gengivas;
✓ Procurar assistência, caso tenha contato com pessoas portadoras de infecções de vias aéreas
superiores e venha a apresentar dor de garganta, calafrios e nódulos linfáticos dolorosos
(ínguas).
TROMBOSE VENOSA
Embora a causa exata permaneça obscura, acredita-se que três fatores exercem papel
significativo no desenvolvimento da trombose: a estase sanguínea, a lesão parietal vascular e o distúrbio de
coagulação do sangue. É necessária a presença de pelo menos, dois fatores para que ocorra uma
trombose.
Estase venosa ocorre quando o fluxo de sangue é mais lento, tal como ocorre na insuficiência
cardíaca ou no choque, quando as veias estão dilatadas, como decorrência de tratamento medicamentoso,
e quando se encontra reduzida a contração muscular. O repouso no leito foi demonstrado como um
elemento facilitador na redução de fluxo sanguíneo nas pernas em, pelo menos, 50% dos casos.
A trombose venosa pode ocorrer em qualquer veia, mas incide mais nas veias dos MMII.
TROMBOFLEBITE
É uma inflamação das paredes das veias e vem, quase sempre, acompanhada de formação de
um coágulo. Quando um coágulo se inicia nas veias, em decorrência de estase ou hipercoagulabilidade,
mas sem inflamação, é denominada flebotrombose. Partes do coágulo podem se deslocar e ocluir os vasos
sanguíneos pulmonares.
- Sinais e sintomas
Muitos pacientes não apresentam sintomatologia, em outros são variáveis e inespecíficos para a
tromboflebite.
◆ Nas veias superficiais, a trombose causa dor ou aumento da sensibilidade, rubor e calor da
área afetada. É tratada com repouso, elevação dos MMII, analgésicos e possivelmente com
antiinflamatórios.
◆ O edema do MMII é causado pela obstrução das veias profundas e consequentemente inibição
do fluxo sanguíneo.
- Cuidados de Enfermagem
✓ Manter repouso no leito;
✓ Aplicar compressas quentes e úmidas na região afetada;
✓ Manter os pés da cama elevados cerca de 15 cm;
✓ Administrar heparina, conforme prescrição;
✓ Incentivar a ingestão hídrica.
ÚLCERA DE PERNA
Consiste numa escavação da superfície cutânea, produzida quando um tecido inflamado necrótico
se destaca. Cerca de 75% das úlceras de perna decorrem de insuficiência venosa crônica. As lesões
decorrentes de insuficiência arterial são responsáveis por, aproximadamente, 20% e outros 5% se devem a
queimaduras, anemia falciforme e outros fatores.
A troca insuficiente de oxigênio e de outros nutrientes no tecido constitui a anormalidade
metabólica básica para o desenvolvimento de úlcera de perna. Quando o metabolismo celular não
consegue manter um equilíbrio energético, ocorre a morte celular (necrose). As alterações nos vasos
sanguíneos, nos níveis arteriais, capilares e venosos podem afetar os processos celulares e conduzir à
formação de úlceras.
- Sinais e sintomas
• Dor profunda causada pela atividade e aliviada após o repouso;
• Hiperemia local;
• Edema;
• Sensação de peso.
- Tratamento
✓ Terapia antibiótica;
✓ Desbridamento;
✓ Curativo da ferida com alginato de cálcio (utilizado no tratamento de feridas exsudativas).
- Cuidados de Enfermagem
✓ Manter repouso;
✓ Manter a integridade da pele evitando o uso de esparadrapos e micropore, dar preferencia a
fixação com atadura de crepe;
✓ Elevar os MMII para favorecer a circulação;
✓ Manter uma nutrição adequada;
✓ Restringir atividade física.
VEIAS VARICOSAS
As veias varicosas (varicosidades) são veias superficiais dilatadas e tortuosas, causadas por
valvas incompetentes. Mais comumentes, esse distúrbio ocorre nas extremidades inferiores, nas veias
safenas, ou na parte inferior do tronco. Contudo podem ocorrer em outras partes do corpo.
Estima-se que as veias varicosas das extremidades inferiores afetam 1 entre 5 pessoas no
mundo. O distúrbio é mais comum entre mulheres e nas pessoas cujas ocupações as obrigam a ficar em pé
por longo período de tempo, como os vendedores, cabelereiros, professores, técnicos de enfermagem,
enfermeiros, instrumentadores, entre outros. Um fraqueza hereditária da parede venosa pode contribuir
para o desenvolvimento de varicosidades, e não é raro ver a ocorrência desse distúrbio em vários membros
da família.
GRAVIDADE
- Sinais e sintomas
• Dores profundas;
• Cãibras musculares à noite;
• Aumento da fadiga muscular nos MMII;
• Edema de tornozelo;
• Sensação de peso;
• Pigmentação e ulcerações em caso de obstrução venosa profunda.
- Tratamento
✓ Intervenção cirúrgica;
✓ Escleroterapia.
- Cuidados de Enfermagem
✓ Manter repouso com elevação do MMII;
✓ Orientar a usar meias elásticas, quando houver indicação;
✓ Administrar medicação prescrita;
✓ Incentivar a prática de exercícios passivos e ativos.
DOENÇA DE CHAGAS
Doença causada pelo protozoário parasita Trypanosoma cruzi que é transmitido pelas fezes de um
inseto (triatoma) conhecido como barbeiro. O nome do parasita foi dado por seu descobridor, o cientista
Carlos Chagas, em homenagem ao também cientista Oswaldo Cruz. Esse inseto de hábitos noturnos vive
nas frestas das casas de pau-a-pique, ninhos de pássaros, tocas de animais, casca de troncos de árvores e
embaixo de pedras.
A doença de Chagas não é transmitida ao ser humano diretamente pela picada do inseto, que se
infecta com o parasita quando suga o sangue de um animal contaminado (gambás ou pequenos roedores).
A transmissão ocorre quando a pessoa coça o local da picada e as fezes eliminadas pelo barbeiro penetram
pelo orifício que ali deixou.
A transmissão pode também ocorrer por transfusão de sangue contaminado e durante a gravidez,
da mãe para filho. No Brasil, foram registrados casos da infecção transmitida por via oral nas pessoas que
tomaram caldo-de-cana ou comeram açaí moído. Embora não se imaginasse que isso pudesse acontecer, o
provável é que haja uma invasão ativa do parasita diretamente através do aparelho digestivo nesse tipo de
transmissão.
- Sintomas
Febre, mal-estar, inflamação e dor nos gânglios, vermelhidão, inchaço nos olhos (sinal de
Romanã), aumento do fígado e do baço são os principais sintomas. Com frequência, a febre desaparece
depois de alguns dias e a pessoa não se dá conta do que lhe aconteceu, embora o parasita já esteja
alojado em alguns órgãos.
Como nem sempre os sintomas são perceptíveis, o indivíduo pode saber que tem a doença, 20,
30 anos depois de ter sido infectado, ao fazer um exame de sangue de rotina. Meningite e encefalite são
complicações graves da doença de Chagas na fase aguda, mas são raros os casos de morte.
Caindo na circulação, o Trypanosoma cruzi afeta os gânglios, o fígado e o baço. Depois se
localiza no coração, intestino e esôfago. Nas fases crônicas da doença, pode haver destruição da
musculatura e sua flacidez provoca aumento desses três órgãos, o que causa problemas como cardite
chagásica (aumento do coração), megacólon (aumento do cólon que pode provocar retenção das fezes) e
megaesôfago, cujo principal sintoma é a regurgitação dos alimentos ingeridos. Essas lesões são definitivas,
irreversíveis. A doença de Chagas pode não provocar lesões importantes em pessoas que apresentem
resposta imunológica adequada, mas pode ser fatal para outras.
- Tratamento
A medicação (antiparasitário) é dada sob acompanhamento médico nos hospitais devido aos
efeitos colaterais que provoca, e deve ser mantida, no mínimo, por um mês. O efeito do medicamento
costuma ser satisfatório na fase aguda da doença, enquanto o parasita está circulando no sangue. Na fase
crônica, não compensa utilizá-lo mais e o tratamento é direcionado às manifestações da doença a fim de
controlar os sintomas e evitar as complicações.
- Recomendações
✓ Como não existe vacina para a doença de Chagas, os cuidados devem ser redobrados nas
regiões onde o barbeiro ainda existe, como o vale do Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais,
e em algumas áreas do nordeste da Bahia;
✓ Pessoa que esteve numa região de transmissão natural do parasita deve procurar assistência
médica se apresentar febre ou qualquer outro sintoma característico da doença de Chagas;
✓ Portadores do parasita, mesmo que sejam assintomáticos, não podem doar sangue;
✓ A cana-de-açúcar deve ser cuidadosamente lavada antes da moagem e a mesma precaução
deve ser tomada antes de o açaí ser preparado para consumo;
✓ Eliminar o inseto transmissor da doença ou mantê-lo afastado do convívio humano é a única
forma de erradicar a doença de Chagas;
✓ Uso de repelentes.
GLOSSÁRIO
TERMINOLOGIA DEFINIÇÃO
Introdução de um cateter no coração, ou vasos sanguíneos, para
Cateterismo Cardíaco medir a concentração, a saturação, a tensão e a pressão de oxigênio
nas cavidades cardíacas, colher sangue para análise, determinar o
débito cardíaco e fluxo sanguíneo pulmonar e obstruções.
Conjunto de informações colhidas junto ao paciente, ou através de
Anamnese outras pessoas, sobre seus antecedentes, sua história e detalhes
sobre sua doença.
Congênito Que existe desde o nascimento.
Disfunção Perda de uma função normal.
Edema Inchaço, excesso de líquidos em um tecido.
Embolia Obstrução de um vaso
Estase Lentidão ou parada da circulação sanguínea.
Fadiga Cansaço, esgotamento.
SISTEMA ENDÓCRINO
É formado pelo conjunto de glândulas que apresentam como atividade caraterística a produção de
secreções hormonais, que são disponibilizados na circulação sanguínea pelas glândulas. Frequentemente o
sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos reguladores bastante precisos.
O sistema nervoso pode fornecer ao sistema endócrino informações sobre o meio externo, enquanto que o
sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Dessa forma, o sistema
endócrino em conjunto com o sistema nervoso atua na coordenação e regulação das funções corporais.
Algumas das principais glândulas que constituem o sistema endócrino são:
HIPÓFISE: secreta hormônios que controlam o funcionamento de outras glândulas (tireóide).
HIPOTÁLAMO: liga sistema nervoso ao endócrino sintetizando a secreção de neuro-hormonal.
Controla a temperatura corporal, sede, fome. Centro de expressão emocional e comportamento sexual.
SUPRA-RENAL: libera hormônios em resposta ao estresse (cortisol e adrenalina). Afetam no
funcionamento dos rins através da secreção da aldosterona, um hormônio envolvido na regulação da
osmolaridade dos plasma sanguíneo.
PÂNCREAS: secreta hormônios que regulam os níveis de glicose sanguíneo (insulina) e produz
enzimas que digerem os alimentos.
TECIDO ADIPOSO: localizada embaixo da pele (hipoderme) modela o corpo e funciona como
isolante térmico e depósito de energia. Corresponde no ser humano com peso normal:
Homem 15 – 20%
Mulher 20 – 25%
A tireoide (termo derivado da palavra grega "escudo", devido ao seu formato) é uma das maiores
glândulas endócrinas do corpo. Ela é uma estrutura de dois lobos localizada no pescoço (em frente à
traqueia) e produz hormônios, principalmente T4 e T3, que estimulam o metabolismo e afetam o aumento e a
taxa funcional de muitos outros sistemas do corpo. O iodo é um componente essencial tanto do T 3 quanto
do T4. A tireoide também produz o hormônio calcitonina, que possui um papel muito importante na
homeostase do cálcio.
HIPOTIROIDISMO
É uma afecção em que a glândula tireoide tem um funcionamento anômalo e produz muito pouca
quantidade de hormônio.
- Causa
• Tireoide auto-imune: o sistema imune ataca a glândula tireoide;
• Tratamento para hipertireoidismo através de medicações (mais frequente), cirurgias ou iodo
radioativo;
- Sinais e Sintomas
• Pele seca e espessa, unhas quebradiças;
• Cabelos ficam finos e caem;
• Fadiga, apatia;
• Perturbações menstruais (menorreia ou amenorreia) e perda do libido;
• Ganho de peso;
• Constipação intestinal;
• Nos casos graves, o cliente tem alterações cognitivas e de personalidade.
- Avaliação Diagnóstica
Inicialmente, as taxas de T 3, T4 e TSH (hormônio tireoidoestimulante da hipófise) no sangue são
dosadas.
- Tratamento
O hipotireoidismo trata-se com a substituição do hormônio tireóideo deficiente, mediante um dos
diversos preparados orais existentes. A forma preferida é a hormônio tireóideo sintético, T 4. Outra forma, a
hormônio tireóideo dessecado, obtém-se das glândulas da tiróide de animais. Em geral, a forma dessecada
é menos satisfatória porque a dose é mais difícil de adaptar e os comprimidos têm quantidades variáveis de
T3. A medicação, em geral, será tomada durante toda a vida. Em situações urgentes, como o coma
diabético, os médicos podem administrar hormônio tireóideo por via endovenosa.
- Cuidados de enfermagem
✓ Proporcionar conforto e segurança, um ambiente repousante, calmo e tranquilo;
✓ Manter uma ventilação adequada no ambiente;
✓ Dar apoio psicológico, ouvir com atenção e anotar as queixas do paciente;
✓ Oferecer proteção e segurança ao paciente na deambulação;
✓ Oferecer dieta balanceada, ricas em calorias, minerais;
✓ Estimular refeições em intervalos frequentes;
✓ Desestimule ingestão de alimentos que aumentem o peristaltismo como os frutos muito maduros e
fibrosos;
✓ Explicar que as alterações na aparência são reduzidas com a continuidade do tratamento;
✓ Oferecer protetores oculares (óculos escuros);
✓ Instilar colírios ou lágrimas artificiais;
✓ Orientar o paciente a dormir com a cabeça elevada;
HIPERTIROIDISMO
É uma perturbação em que a glândula tiróide está hiperativa, desenvolve-se quando a tireóide
produz demasiada quantidade de hormônios.
- Causas
Têm várias causas, entre elas as reações imunológicas (possível causa da doença de graves). A
predisposição genética e após choques emocionais e ou tensão emocional. Os doentes com tireoidite, uma
inflamação da glândula tireóide, sofrem habitualmente uma fase de hipertireoidismo. Contudo, a inflamação
pode lesar a glândula tireóide, de tal maneira que a atividade inicial, superior à normal, é o prelúdio de uma
atividade deficiente transitória (o mais frequente) ou permanente (hipotireoidismo).
- Sintomas
No hipertireoidismo, em geral, as funções do corpo aceleram-se. O coração bate mais depressa e
pode desenvolver um ritmo anômalo, e o indivíduo afetado pode chegar a sentir os batimentos do seu
próprio coração (palpitações). Também é provável que a pressão arterial aumente. Muitos doentes com
hipertireoidismo sentem calor mesmo numa habitação fria, a sua pele torna-se úmida, já que tendem a suar
profusamente, e as mãos podem tremer. Sentem-se nervosos, cansados e fracos, e apesar disso
aumentam o seu nível de atividade; aumenta o apetite, embora percam peso; dormem pouco e evacuam
frequentemente, algumas vezes com diarréia. O hipertireoidismo também provoca alterações oculares:
edema em torno dos olhos, aumento da lacrimação, irritação e uma inabitual sensibilidade à luz. Além disso,
o doente parece olhar fixamente. Estes sintomas oculares desaparecem quando a secreção do hormônio
tireóideo é controlada, exceto nos pacientes com doença de graves, a qual causa problemas especiais nos
olhos.
- Tratamento
O hipertireoidismo pode ser tratado farmacologicamente, com medicações que interferem na
produção do hormônio tireóideo. Outras opções incluem a extração cirúrgica da glândula tireóide
(TIREOIDECTOMIA) ou o seu tratamento com iodo radioativo. Cada um dos tratamentos tem as suas
vantagens e desvantagens.
- Diagnóstico
Anamnese, Exame físico e laboratorial, USG pescoço.
- Cuidados de enfermagem
✓ Proporcionar conforto e segurança, um ambiente repousante, calmo e tranquilo;
✓ Manter uma ventilação adequada no ambiente;
✓ Dar apoio psicológico, ouvir com atenção e anotar as queixas do paciente;
✓ Orientar as visitas e familiares para evitar conversas que perturbem o paciente;
✓ Orientar a restrição de bebidas estimulante com chá e café;
Hipotiroidismo Hipertiroidismo
Pulso Lento Aumento da frequência cardíaca
Voz rouca PA alta
Fala lenta Pele úmida e aumento de suor
Cara inchada Calafrios e tremor
Queda dos pelos das sobrancelhas Nervosismo
Pálpebras caídas
Aumento do apetite e perda de peso
Intolerância ao frio
- Classificação Etiológica
Diabetes tipo 1 – Destruição de células pancreáticas por processo autoimune. (anteriormente
conhecido como diabetes juvenil), que compreende cerca de 10% do total de casos.
O termo tipo 1 indica destruição da célula beta que eventualmente leva ao estágio de deficiência
absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária para prevenir cetoacidose, coma e
morte. O desenvolvimento do diabetes tipo 1 pode ocorrer de forma rapidamente progressiva,
principalmente, em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14 anos), ou de forma lentamente
progressiva, geralmente em adultos,
Diabetes tipo 2 – Resulta da sensibilidade diminuída à insulina. (anteriormente conhecido como
diabetes do adulto), que compreende cerca de 90% do total de casos.
O termo tipo 2 é usado para designar uma deficiência relativa de insulina. A administração de
insulina nesses casos, quando efetuada, não visa evitar cetoacidose, mas alcançar controle do quadro
hiperglicêmico. A cetoacidose é rara e, quando presente, é acompanhada de infecção ou estresse muito
grave. A maioria dos casos apresenta excesso de peso ou deposição central de gordura. Em geral,
mostram evidências de resistência à ação da insulina e o defeito na secreção de insulina manifesta-se pela
- Sinais e sintomas
Os sintomas clássicos de diabetes são: poliúria, polidipsia, polifagia e perda involuntária de peso
(os “4 Ps”). Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são: fadiga, fraqueza, letargia, prurido cutâneo
e vulvar, balanopostite e infecções de repetição. Os sintomas e as complicações tendem a aparecer de
forma rápida no diabetes tipo 1 e podem estar ausentes ou aparecer gradualmente no diabetes tipo 2.
Entretanto, o diabetes é assintomático em proporção significativa dos casos, a suspeita clínica ocorrendo
então a partir de fatores de risco para o diabetes.
- Complicações
O diabetes pode ser acompanhado de doenças circulatórias (Coronariopatia, AVC, e Gangrena,
principalmente), doenças renais e distúrbios da visão. No diabetes observa-se uma aceleração do processo
de arteriosclerose. No idoso o diabetes em geral é benigno, evoluindo muito bem quando o tratamento for
bem administrado.
A cetoacidose diabética ocorre porque, sem a insulina, a quantidade de glicose que entra nas
células é reduzida e o fígado aumenta a produção de glicose. Em tentativa de livrar o corpo do excesso de
glicose, os rins excretam a glicose juntamente com água e eletrólitos, levando a desidratação, assim o
cliente pode perder 6 a 6,5 litros de água.
- Diagnóstico
Anamnese (os “4 Ps”), exame laboratorial de glicemia (jejum, pós-prandial e casual).
- Tratamento
O objetivo principal do tratamento da diabetes é manter os valores de açúcar no sangue dentro
dos valores normais tanto quanto possível. Embora seja difícil manter valores completamente normais,
deve-se tentar que estejam na medida do possível perto da normalidade, para que seja menor a
probabilidade de complicações, quer sejam temporárias, quer em longo prazo. O principal problema ao
tentar controlar rigorosamente os valores de açúcar no sangue é que se produza uma diminuição não
desejada dos mesmos (hipoglicemia). Medicamentos modernos atuam para aumentar a sensibilidade das
células à insulina e para retardar a absorção intestinal dos açúcares. Nos casos de controle difícil deve-se
usar a Insulina. A dieta rígida deve ser mantida sempre. A insulina encontra-se disponível em três formas
básicas, cuja ação difere quanto à velocidade e duração:
➢ Insulina de ação rápida, como a insulina regular (insulina cristalina), é a que tem uma ação mais
rápida e curta. Começa por diminuir as concentrações de açúcar no sangue ao fim de 20 minutos
após a sua administração, alcançando a sua atividade máxima das 2 a 4 horas, com uma duração
de 6 a 8 horas. Esta insulina utiliza-se com frequência em diabéticos que recebem várias injeções
diárias e injeta-se entre 15 e 20 minutos antes das refeições.
➢ Insulina de ação intermédia (NPH), como a insulina zinco em suspensão ou a insulina isofano,
começa a atuar ao fim de 1 a 3 horas, atingindo a sua máxima atividade num período de 6 a 10
horas e dura de 18 a 26 horas. Este tipo de insulina utiliza-se de manhã, para cobrir a primeira
parte do dia, ou ao entardecer, para que forneça a quantidade necessária durante a noite.
➢ Insulina de ação prolongada, como a insulina zinco em suspensão de ação prolongada, tem um
efeito muito reduzido durante as 6 primeiras horas, mas oferece uma cobertura de 28 a 36 horas.
Os preparados de insulina são estáveis à temperatura ambiente durante meses, o que permite
transportá-los, levá-los ao trabalho ou inclusive durante uma viagem. O descontrole do diabetes
pode ocorrer em qualquer tipo de infecção, durante eventuais cirurgias, e quando utilizado certos
medicamentos como, por exemplo: aspirina, certos diuréticos, cortisona e barbitúricos. O álcool é
frequente causador de descontrole. O descontrole do diabetes produz a Acidose que se manifesta
através de sonolência e pode evoluir para síncope e o estado de coma.
- Prevenção
✓ O controle do diabetes está na dependência de importantes mudanças de hábitos alimentares e
atividade física, principalmente. É muito importante seguir à risca a orientação médica.
✓ O diabetes do tipo 2 pode ser prevenido de diversas maneiras, o que evita muitos dos casos da
doença ou algumas de suas complicações.
✓ A atividade física compatível com a idade e sob a orientação de um profissional de educação física
é uma importante medida preventiva do diabetes tipo 2.
✓ Dietas saudáveis, orientadas por profissionais de nutrição, diminuem os riscos de diabetes.
✓ Evitar excesso de peso é uma importante ação preventiva e reduz em 30% as chances de
desenvolver diabetes tipo 2.
visitar o dentista regularmente; usar escovas de cerdas macias; evitar e tratar rapidamente as
cáries; aplicar lubrificante labial; evitar o álcool e fumo.
✓ Cuidados com os pés: examinar os pés diariamente, observando presença de deformidades,
alterações de cor e temperatura, aumento de calosidade, presença de edemas e fissuras; lavar
diariamente, enxugar cuidadosamente entre os dedos; cortar e limpar as unhas; usar sapatos
macios e não andar descalço; evitar o uso de chinelos; estimular a circulação com massagens.
✓ Outros cuidados: fornecer instruções por escrito sobre o cuidado com os pés, e programas de
exercício; auxiliar para garantir que as roupas estejam adequadamente ajustadas; encorajar a
ingesta adequada de proteínas e calorias; encorajar a participação nos programas de exercícios
planejados.
- Cuidados de enfermagem
✓ Avaliar o nível de consciência;
✓ Se o cliente estiver consciente, administrar oralmente, alguma forma de açúcar;
✓ Administrar a medicação conforme prescrição médica;
✓ Orientar sobre a importância da dieta.
- Complicações crônicas
NEUROPATIA DIABÉTICA
Os nervos periféricos são responsáveis por efetuar trocas de informações entre o cérebro até os
membros. O controle inadequado da glicose no sangue, associados a outros fatores de risco (HA,
obesidade, tabagismo, entre outros) reduz a capacidade de eliminar radicais livres e compromete o
metabolismo de várias células, principalmente à dos neurônios. A neuropatia é a complicação crônica mais
comum e mais incapacitante do diabetes.
A neuropatia diabética pode afetar um grupo de nervos ou nervos do corpo inteiro. Algumas pessoas
podem não ter qualquer sintoma, outras podem experimentar dor, formigamento ou perda de sensibilidade
principalmente nas mãos, braços, pés e pernas. No entanto, esses problemas também podem ocorrer no
sistema digestivo, coração e órgãos reprodutores.
A doença é responsável por cerca de 2/3 das amputações não traumáticas. Essa complicação pode
ser silenciosa e avançar lentamente, confundida com outras doenças.
Tratamento de feridas
A limpeza da ferida reduz a carga microbiana, remove corpos estranhos, minimiza o odor, preserva
tecidos viáveis e favorece a cicatrização.
Desbridamento é a retirada de tecido desvitalizado (debilitado, enfraquecido).
Seletivo – remoção tecido inviável;
Não seletivo – remoção de tecido inviável e viável.
DESBRIDAMENTO AUTOLÍTICO: é indolor e não-invasivo; processo lento; indicado para feridas com
tecido necrótico; método seletivo (SAF gel).
DESBRIDAMENTO MECÂNICO: é um método não seletivo; efetuado com irrigação de soro morno e
gaze; ocasiona pouco desconforto e dor.
DESBRIDAMENTO CIRÚRGICO: é realizada em ambiente cirúrgico, utilizando instrumentais
cirúrgicos; realizado com anestesia e pelo médico.
DESBRIDAMENTO COM INSTRUMENTAL CONSERVADOR: é realizada por enfermeiros
especializados em feridas e curativos; utilizando instrumentais de corte; indicada para escaras e corpo
estranhos.
DESBRIDAMENTO ENZIMÁTICO: é realizada por meio de aplicação tópica de produtos (papaína de
8% e 10%; ou colagenase) que degradam o tecido necrótico, método não seletivo.
Após assegurar-se de que a ferida encontra-se livre de agentes físicos, químicos e biológicos que
possam prejudicar a evolução do processo de cicatrização, devem-se proteger os tecidos viáveis e
assegurar que a região perilesional e o leito da lesão sejam mantidos em condições adequadas para que as
fases do processo possam desencadear-se de forma harmoniosa. As técnicas para realização de curativos
devem assegurar as condições adequadas para a reparação tecidual, tais como:
✓ Manter o meio úmido;
✓ Oferecer proteção mecânica contra traumas, atrito, fricção;
✓ Ser seguro (não ser tóxico, ser hipoalergênico);
✓ Remover excesso de exsudato;
✓ Permitir a troca gasosa;
✓ Fornecer isolamento térmico;
✓ Ser impermeável a bactérias;
✓ Ser isento de partículas;
✓ Permitir sua retirada sem traumas;
✓ Ser agradável e reduzir o odor;
✓ Estar disponível em diferentes formatos e tamanhos;
✓ Não requerer trocas frequentes;
✓ Ter boa relação custo-benefício.
PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO
O processo de cicatrização é dividido didaticamente em três fases: inflamatória, proliferação ou
granulação e remodelamento ou maturação.
Fase inflamatória: Esta fase se inicia imediatamente após a lesão, com a liberação de
substâncias vasoconstritoras. O endotélio lesado e as plaquetas estimulam a cascata da coagulação. As
plaquetas têm papel fundamental na cicatrização, visando a hemostasia. O coágulo é formado por
colágeno, plaquetas e trombina, que servem de reservatório protéico para síntese de citocinas e fatores de
crescimento, aumentando seus efeitos. Desta forma, a resposta inflamatória se inicia com vasodilatação e
aumento da permeabilidade vascular, promovendo a quimiotaxia (migração de neutrófilos para a ferida).
Neutrófilos são as primeiras células a chegar à ferida, com maior concentração 24 horas após a
lesão. São atraídos por substâncias quimiotáticas liberadas por plaquetas. Os neutrófilos produzem radicais
livres que auxiliam na destruição bacteriana e são gradativamente substituídos por macrófagos.
Os macrófagos migram para a ferida após 48 - 96 horas da lesão, e são as principais células antes
dos fibroblastos migrarem e iniciarem a replicação. Têm papel fundamental no término do desbridamento
iniciado pelos neutrófilos e sua maior contribuição é a secreção de citocinas e fatores de crescimento, além
de contribuírem na angiogênese, fibroplasia e síntese de matriz extracelular, fundamentais para a transição
para a fase proliferativa.
Fase proliferativa: A fase proliferativa é constituída por quatro etapas fundamentais: epitelização,
angiogênese, formação de tecido de granulação e deposição de colágeno. Esta fase tem início ao redor do
4º dia após a lesão e se estende aproximadamente até o término da segunda semana. A epitelização ocorre
precocemente.
Fase de maturação e remodelamento: A característica mais importante desta fase é a deposição
de colágeno de maneira organizada, por isso é a mais importante clinicamente. O colágeno produzido
inicialmente é mais fino do que o colágeno presente na pele normal, e tem orientação paralela à pele.
Mesmo após um ano a ferida apresentará um colágeno menos organizado do que o da pele sã, e a força
tênsil jamais retornará a 100%, atingindo em torno de 80% após três meses.
FASE DO PROCESSO DE
PRODUTO INDICAÇÃO
CICATRIZAÇÃO
Úlceras venosas, queimaduras,
Não indicação em necrose coagulativa.
SAF gel feridas diabéticas, ferimentos em
Do restante todas as fases.
geral.
Aqua Cel (troca até 7 Qualquer ferida exceto em Todas as fases (sempre associada ao
dias) necrose coagulativa SAF gel)
Indicado para fases de proliferatição e
Ácidos graxos
Todas as feridas. epitelização. Mais utilizado na região
essenciais
perilesional e preventivo.
Úlceras venosas, feridas Fase inflamatória com tecido necrótico
Papaína 8% ou 10%
diabéticas inclusive coagulativo.
Fase inflamatória sem tecido necrótico,
Úlceras venosas, feridas
Papaína 6%, 4% e 2% fase proliferativa e fase de epitelização
diabéticas, escaras
(maturação)
Bota de Unna (troca Todas as fases com exceção à
Úlcera venosa
até 7 dias) presença de infecção e tecido necrótico.
Indicado para higienização na região
Clorexidina Qualquer ferida
próximo à ferida.
Fase inflamatória (não pode ser usado
Carvão ativado Feridas infectadas e exsudativas
em caso de exposição óssea).
Fase inflamatório sem necrose e fase
Sulfadiazina* Queimadura.
proliferativa, não ultrapassando 7 dias.
Úlceras venosas, feridas
Barbatimão Fase proliferativa
diabéticas
* Não indicada para gestantes e crianças com menos de 2 anos (toxicidade prata).
GLOSSÁRIO
TERMINOLOGIA DEFINIÇÃO
É um tipo de acidose metabólica causada por altas concentrações de
cetoácidos, um produto do metabolismo de lipídeos. É mais comum
em portadores de diabetes tipo 1, quando o fígado quebra gordura
Cetoacidose diabética
em resposta a uma necessidade percebida pela dificuldade da
quebra da glicose. Ela também pode ocorrer após um jejum
prolongado.
Urinar em excesso (acima de 2,5 litros por dia), frequentemente
Poliúria
acompanhado de um aumento da frequência urinária.
Polifagia Fome excessiva.
Polidipsia Sede excessiva.
Cetonúria Eliminação de corpos cetônicos na urina.
Corpos cetônicos São produtos da transformação de lipídios em glicose
SISTEMA NERVOSO
Sistema nervoso é a parte do organismo que transmite sinais entre as diferentes partes do
organismo e coordena suas ações voluntárias e involuntárias. Na maioria das espécies animais, constitui-se
de duas partes principais: o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP).
O SNC é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal. Todas as partes do encéfalo e da medula
estão envolvidas por três membranas de tecido conjuntivo - as meninges. O encéfalo, principal centro de
controle, é constituído por cérebro, cerebelo, tálamo, hipotálamo e bulbo.
O SNP constitui-se principalmente de nervos, que são feixes de axônios que ligam o sistema
nervoso central a todas as outras partes do corpo. O SNP inclui: neurônios motores, mediando o movimento
voluntário; o sistema nervoso autônomo, compreendendo o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso
parassimpático, que regulam as funções involuntárias; e o sistema nervoso entérico, que controla o
aparelho digestivo.
- Causas
• Trombose cerebral (um coágulo sanguíneo dentro do vaso sanguíneo no pescoço, ou no encéfalo);
• Embolismo cerebral (um coágulo, ou outro material, levada ao cérebro, a partir de uma outra parte
do corpo);
• Isquemia cerebral (redução do fluxo sanguíneo em uma área cerebral);
• Hemorragia cerebral (ruptura de um vaso sanguíneo cerebral, com sangramento, ou compressão no
interior da massa cerebral).
- Fatores de risco
• HA;
• Tabagismo;
• Obesidade;
• Uso de contraceptivos orais (associados à outros fatores de risco como HA e fumo);
• Doenças cardiovasculares (embolia cerebral de origem cardíaca);
• Colesterol elevado;
• Diabetes;
• Abuso de drogas;
• Consumo de bebidas alcoolicas;
• Sedentarismo;
• Estresse.
- Sinais e sintomas
• Disfunções intelectuais (perda de memória, falta de motivação, entre outras.);
• Cefaleia intensa e súbita (occipital);
• Tonturas e vômitos;
• Obnubilação, astenia, perda capacidade motora em um lado do corpo;
• Dificuldade de deglutição;
• Perda da linguagem e comunicação (afasia), disfunção na percepção visual;
• Incontinência fecal e/ou urinária (transitória ou permanente).
- Tratamento
✓ Fisioterapia;
✓ Cirurgias nos casos de AVCH;
✓ Oxigenioterapia;
✓ Definir através de exames qual o tipo de AVC ocorreu, para melhor direcionar o tratamento. A
extensão da lesão também influenciará no tratamento proposto.
- Diagnóstico
Os exames realizados para confirmação e classificação do AVC são: a angiografia, a tomografia
computadorizada, a cintilografia, a punção lombar e o Dopller ultra-sônico de carótidas. Os exames têm por
finalidade definir o tipo de AVC, a extensão e a localização da lesão e decidir se o tratamento será clínico e
ou cirúrgico. A existência de distúrbios motores de um lado do corpo define a lesão do lado oposto do
cérebro
- Cuidados de enfermagem
Os cuidados são direcionados de acordo com as manifestações neurológicas apresentadas pelo
cliente, com o grau de comprometimento e com a resposta deste ao tratamento. De uma forma geral, o
indivíduo com AVC precisa dos seguintes cuidados:
✓ Suporte emocional;
✓ Prevenção de acidentes;
✓ Controlar SSVV, especialmente a PA;
✓ Manter vias aéreas livres, aspirando se necessário e prescrito (a aspiração de secreções
orofaríngeas pode determinar um aumento da pressão intracraniana e, portanto, pode ser perigosa
na presença de hemorragia cerebral);
✓ Oxigenar, se necessário e prescrito;
EPILEPSIA
Caracteriza-se pela recorrência de convulsões decorrentes de diversos distúrbios cerebrais.
Podemos considerar crise convulsiva como um “desarranjo” do sistema cerebral por um período rápido de
tempo. O cérebro deixa de funcionar por alguns instantes e envia seus estímulos para o restante do corpo,
dando início às crises. A epilepsia caracteriza-se por crises convulsivas repetidas ao longo de um
determinado tempo de vida. A crise convulsiva pode ser parcial, quando as alterações são restritas a uma
determinada parte do cérebro, ou generalizada, quando envolve o cérebro todo.
- Causas
• Causa desconhecida;
• Asfixia neonatal;
• TCE;
• Doenças infecciosas;
• Toxicidade;
• Problemas circulatórios;
• Febre;
• Distúrbios metabólicos e nutricionais;
• Intoxicação por drogas ou álcool;
• Pode ser associada a tumores cerebrais, abcessos e malformação congênita.
- Sinais e sintomas
Pode apresentar perda da consciência, excesso de movimentos, ou perda do tônus muscular,
alterações comportamentais, de humor, de sensibilidade e percepção.
- Diagnóstico
O objetivo da avaliação diagnóstica é para determinar o tipo de convulsão, sua frequência e
gravidade e os fatores que a desencadeiam. Além do exame físico e neurológico, vários exames
sanguíneos, TC e EEG são realizados.
- Tratamento
São usadas medicações e, dependendo da causa, trata-se cirurgicamente (anomalias vasculares,
tumores, entre outros).
ESCLEROSE MÚLTIPLA
É uma doença caracterizada por zonas isoladas de desmielinização (doença em que a bainha
de mielina dos neurônios é danificada. Isso prejudica a condução de sinais nos nervos afetados, causando
prejuízos na sensação, movimento, cognição e outras funções dependendo dos nervos envolvidos) nos
nervos do olho, no cérebro e na medula espinhal. O termo esclerose múltipla é dado pelas múltiplas áreas
de cicatrização (esclerose) que representam os diversos focos de desmielinização no sistema nervoso.
- Causas
A esclerose múltipla é provavelmente consequência de uma determinada combinação de fatores
genéticos, ambientais e infecciosos, e possivelmente outros fatores, como problemas vasculares. Os
estudos epidemiológicos da EM têm fornecido indícios para possíveis causas da doença. As várias teorias
tentam relacionar os dados até agora conhecidos com explicações plausíveis, embora nenhuma seja ainda
definitiva.
- Sinais e sintomas
Os sintomas e sinais neurológicos da esclerose múltipla são tão diversos que os médicos podem
falhar o diagnóstico quando aparecem os primeiros sintomas. Dado que o curso da doença costuma piorar
lentamente com o tempo, as pessoas afetadas têm períodos de saúde relativamente bons (remissões) que
alternam com surtos da doença (exacerbações). Os sintomas mais frequentes da esclerose múltipla são:
• Entorpecimento;
• Debilidade;
• Lentidão;
• Formigueiro;
• Tremor;
• Alterações visuais;
• Visão dupla;
- Diagnóstico
A esclerose múltipla pode ser difícil de diagnosticar, uma vez que partilha sinais e sintomas com
várias outras condições clínicas. As instituições médicas têm vindo a elaborar uma série de critérios de
diagnóstico de modo a facilitar e padronizar todo o processo, sobretudo durante os primeiros estágios da
doença. Os médicos consideram a possibilidade de uma esclerose múltipla em pessoas jovens que
desenvolvem repentinamente sintomas em partes diferentes do corpo, como visão esfumada, visão dupla
ou alterações motoras ou sensitivas. O padrão de remissões e de exacerbações pode confirmar o
diagnóstico.
Nenhuma prova em si serve como diagnóstico, mas algumas análises laboratoriais costumam
distinguir entre esclerose múltipla e outras doenças com perturbações semelhantes. O médico pode extrair
uma amostra de líquido cefalorraquidiano através de uma punção lombar. Em pessoas com esclerose
múltipla, os valores de glóbulos brancos e de proteínas no líquido são ligeiramente superiores aos normais;
pode haver também um aumento da concentração de anticorpos e em 90 % dos afetados de esclerose
múltipla encontram-se tipos específicos de anticorpos e de outras substâncias. A ressonância magnética
(RM) é a técnica de imagem mais precisa para o diagnóstico, dado que pode revelar a presença de áreas
do cérebro que perderam a mielina.
Tratamento
Um tratamento relativamente recente, o interferom beta em injeções, reduz a frequência das
recidivas. Outros tratamentos prometedores, ainda em investigação, consistem noutros interferons, mielina
oral e copolímero 1, que ajudarão a evitar que o organismo ataque a sua própria mielina.
Os sintomas agudos podem controlar-se com a administração, durante breves períodos, de
corticoides Como a prednisona, administrada por via oral, ou a metilprednisolona, por via endovenosa;
Embora os corticoides possam reduzir a duração das crises, não atrasam a debilidade progressiva a longo
prazo. Os benefícios dos corticoides podem ser contrariados pelos muitos efeitos secundários potenciais
que eles produzem quando se tomam durante períodos prolongados.
A pessoa com esclerose múltipla costuma levar uma vida ativa, embora possa cansar-se com
facilidade, e é possível que não consiga cumprir demasiadas obrigações. Os exercícios praticados com
regularidade, como a equitação, a bicicleta estática, os passeios, a natação ou os alongamentos, reduzem a
espasticidade e contribuem para manter a saúde cardiovascular, muscular e psicológica. A fisioterapia pode
contribuir para a manutenção do equilíbrio, da capacidade de deambulação e do grau de mobilidade, ao
mesmo tempo em que pode reduzir a espasticidade e a debilidade.
A esperança de vida de indivíduos com EM é de cinco a dez anos inferior à média da população
não afetada. Cerca de 40% dos portadores de EM chegam à sétima década de vida. No entanto, dois terços
dos óbitos em pessoas com EM estão diretamente relacionados com consequências da doença. O suicídio
tem também maior prevalência em relação à população saudável, enquanto que as infecções são
particularmente perigosas para aqueles com maior grau de degenerescência. Embora a maior parte dos
portadores venha a perder a capacidade de locomoção autónoma antes da morte, 90% são ainda capazes
de caminhar dez anos depois do aparecimento da doença e 75% quinze anos depois.
ANEURISMO CEREBRAL
É uma dilatação anormal na parede de uma artéria, a qual é um vaso sanguíneo que carrega
sangue rico em oxigênio do coração para outras partes do corpo. Quando o aneurisma ocorre em uma
artéria do cérebro ele é chamado de aneurisma cerebral. Enfraquecimento de um vaso sanguíneo cerebral,
que incha e se enche de sangue. A maioria dos aneurismas cerebrais ocorre entre a parte inferior do
cérebro e a base do crânio. O aneurisma pode romper-se, causando hemorragia fatal.
- Causas
Surge como resultado de fraqueza da parede da artéria devido arterosclerose, deformidade
congênita, trauma, HA, idade avançada, fumo (oito vezes maior risco). Um aneurisma pode ser resultado de
arteriosclerose. Quando a arteriosclerose desenvolve-se, a parede da artéria fica grossa, danificando e
perdendo seu revestimento interno normal. A área danificada da artéria pode se dilatar em decorrência da
pressão sanguínea, resultando em aneurisma. O aneurisma também pode ocorrer em decorrência da
constante pressão alta dentro de uma artéria.
- Sinais e sintomas
Um aneurisma não rompido geralmente não apresenta sintomas. Se o aneurisma cerebral
aumentar muito de tamanho e pressionar nervos do cérebro, ele pode causar sinais e sintomas que
incluem:
• Pálpebra caída;
• Visão dupla ou outras alterações na vista;
• Dor acima ou atrás do olho;
• Pupila dilatada;
• Fraqueza ou falta de sensibilidade em um lado da face ou do corpo.
Quando o aneurisma cerebral cresce demais ele pode romper-se, causando sangramento
perigoso, e frequentemente fatal, dentro do corpo. Um aneurisma cerebral que rompe causa derrame, o
qual pode incluir como sintomas dor de cabeça forte e súbita, náusea, vômito, pescoço duro, fraqueza
repentina em uma área do corpo, dificuldade repentina de falar e até perda de consciência, coma ou morte.
O grau de periculosidade do aneurisma cerebral depende do seu tamanho e localização no cérebro, se
ocorreu vazamento ou ruptura, e ainda a idade e saúde geral da pessoa.
- Tratamento
O tratamento para aneurisma cerebral depende do seu tamanho, localização, e se houve ruptura.
Um aneurisma cerebral pequeno que não se rompeu pode não necessitar de tratamento. O tratamento para
muitos aneurismas cerebrais, especialmente os grandes ou que estão crescendo, envolve cirurgia, a qual
pode ser arriscada dependendo da localização. Os medicamentos utilizados podem ser anti-hipertensivos
para reduzir a PA e anticoagulantes para ajudar a prevenir a formação de coágulos ou a dissolver os
coágulos existentes.
DOENÇA DE ALZHEIMER
É uma doença neurológica degenerativa e irreversível caracterizada pela diminuição gradual da
função cognitiva, e de distúrbios no comportamento e no afeto. Inicialmente ocorre uma lesão neuronal no
córtex, o que leva à uma diminuição do tamanho do cérebro. As principais células acometidas são as
envolvidas no processamento da memória. Também conhecida como demência senil de Alzheimer, envolve
o declínio progressivo em áreas responsáveis pela percepção e conhecimento, significando para a pessoa
prejuízo em sua memória, na sua capacidade de julgamento, afeto, deterioração intelectual, desorganização
da personalidade e aumento da incapacidade de exercer as atividades diárias.
Esse declínio é causado pela interrupção da transmissão das mensagens, entre as células
nervosas, que são passadas por agentes químicos ou neurotransmissores. Acredita-se que nessa doença
ocorreria a ausência de um neurotransmissor específico, atrofia do córtex cerebral e modificações nas
células nervosas. A prevalência da doença de Alzheimer é mais alta do que se esperava. Ela ocorre entre
10% a 15% em pessoas com idade acima de 65 anos; em pessoas com mais de 75 anos, a incidência é de
19%, e com idade acima de 85 anos, essa porcentagem é de 47%. Como a população idosa está
crescendo, a doença de Alzheimer também é um problema crescente.
A causa de seu aparecimento é desconhecida, porém vários fatores de risco podem ser
considerados, como a idade, relações familiares, fatores genéticos, traumatismo craniano, entre outros.
Alguns autores dividem a evolução clínica dessa doença em três estágios, a saber:
Primeiro estágio - dura entre 1 a 3 anos e o distúrbio da memória é o primeiro sinal observado; a
pessoa tem dificuldade de aprender coisas novas, além de um comprometimento das lembranças
passadas; pode apresentar tristeza, desilusão, irritabilidade, indiferença; é capaz de desempenhar bem
suas atividades diárias no trabalho e em casa, porém não consegue adaptar-se a mudanças;
Segundo estágio - dura entre 2 a 10 anos, podendo-se observar: distúrbios de linguagem, como
a afasia, e acentuado comprometimento da memória em relação a lembranças remotas e recentes;
desorientação espacial, indiferença em relação aos outros, inquietação motora com marcha em ritmo
compassado. Nesse estágio, a deglutição torna-se prejudicada;
Terceiro estágio - dura de 8 a 12 anos; as funções intelectuais apresentam-se gravemente
deterioradas; há perda das habilidades virtuais e mentais, inclusive da fala; o movimento voluntário é
mínimo e os membros tornam-se rígidos com a postura fletida; apresenta incontinência urinária e fecal. A
pessoa perde toda a habilidade para se auto cuidar.
- Sinais e sintomas
• Perda de memória;
• Depressão;
• Incapacidade de reconhecer fisionomias, lugares e objetos;
• Alterações de personalidade: desconfiado, hostil, combativo;
• Distúrbios da fala;
• Aumento da agitação e atividade física.
Na morte é decorrente de um distúrbio complicador como a pneumonia, desnutrição ou
desidratação.
- Diagnóstico
É feito através da história, sintomas, exame físico, exames sanguíneos, EEG, TC, RM e líquido
cerebrorraquidiano (LCR).
- Tratamento
É feito com medicamentos para tratar os sintomas da doença.
- Cuidados de enfermagem
✓ Prover um ambiente calmo e previsível, observando uma rotina regular;
✓ Oferecer segurança física;
✓ Incentivar a participação de atividades simples, que possam melhorar a qualidade de vida;
✓ Incentivar o autocuidado, auxiliando, se necessário;
✓ Auxiliar na alimentação;
✓ Identificar, por meio de pulseira ou colar, pois muitas vezes está desorientado.
DOENÇA DE PARKINSON
É um distúrbio neurológico progressivo que afeta os centros cerebrais responsáveis pelo controle
e regulação dos movimentos. É uma patologia que se desenvolve após os 50 anos, e é o segundo distúrbio
neurológico mais comum no idoso. Caracterizada por apresentar bradicinesia, tremores em repouso,
fraqueza muscular, perda dos reflexos posturais, rigidez muscular, ou enrijecimento, devido ao distúrbio
neurológico progressivo que afeta a região cerebral. Ocorre uma diminuição de dopamina em algumas
regiões, que é um dos principais neurotransmissores cerebrais, levando às manifestações citadas.
Sua causa é desconhecida. Pode ocorrer após encefalites, envenenamento ou intoxicação por
manganês e monóxido de carbono; pode ser induzida por drogas, como magnésio, fenotiazina, haloperidol,
reserpina, ferro, ou mesmo após hipóxia cerebral prolongada.
- Sinais e sintomas
• Dificuldade para girar e perda do equilíbrio (para frente e para trás), podendo causar quedas
frequentes;
• Sinais de depressão;
• Algumas manifestações psiquiátricas (demência, confusão mental, psicose, entre outras) são
comuns em idosos.
- Diagnóstico
O diagnóstico precoce pode ser difícil, e só poderá ser confirmado com a evidência de tremores,
rigidez e movimentos lentos. Assim, como no mal de Alzheimer, as complicações decorrentes da
imobilidade (pneumonia e infecção do trato urinário) e as consequências das quedas e acidentes são as
principais causas de morte. Poderá ser confirmado através de manifestações clínicas e exame neurológico.
- Tratamento
O tratamento da doença de Parkinson baseia-se em facilitar a transmissão da dopamina.
Farmacoterapia para o alívio dos tremores, rigidez e bradicinesia. Também se utiliza medicamentos para
evitar a degradação cerebral, além de medicamentos que aliviam a depressão.
- Complicações
A imobilidade que pode levar à pneumonia, infeção de trato urinário e consequências de quedas e
acidentes são as principais causas de morte.
- Cuidados de enfermagem
✓ Melhorar a mobilidade através da realização de exercícios para aumentar a força muscular,
melhorar a coordenação, a destreza e diminuir a rigidez muscular, como caminhadas, natação,
uso de bicicleta ergométrica, entre outros;
✓ Incentivar ingestão hídrica e a dieta à base de fibras para reduzir os problemas de constipação,
decorrentes da debilidade da musculatura intestinal e da utilização de algumas drogas no
tratamento;
✓ Atentar para o risco de aspiração brônquica, devido à diminuição do reflexo de tosse;
✓ Orientar a pessoa para se alimentar em posição ereta, sendo a dieta de consistência semissólida e
os líquidos mais espessos;
✓ O controle de peso, semanalmente, é importante para avaliar se a alimentação tem sido suficiente;
✓ Promover o autocuidado, certamente, reduzirá sua dependência na realização de atividades diárias,
sendo necessárias algumas adaptações em casa;
✓ Manter espaços livres para deambulação;
✓ Colocar grades na cama e adaptar um acessório (por ex. um lençol amarrado no pé da cama),
permitindo que a pessoa o utilize como apoio para se levantar.
✓ Encorajá-la a participar de atividades recreativas e sociais, como medida de combate à depressão.
GLOSSÁRIO
TERMINOLOGIA DEFINIÇÃO
Estado de apatia e torpor, apresentando turvação e lentidão no
Obnubilação
pensamento.
Bradicinesia Lentidão de movimentos.
São drogas que não permitem a agregação plaquetária, evitando a
Antiagregantes plaquetários
formação de placas de ateroma.
Anticoagulantes São as drogas que impedem a formação de coágulos.
Disartria Dificuldade na articulação das palavras.
Paresia É o enfraquecimento da força muscular.
Hemiplegia É a perda dos movimentos voluntários em um dos lados do corpo.
Hemiparesia Fraqueza de um dos lados do corpo.
SISTEMA RESPIRATÓRIO
A respiração é uma das características essenciais dos seres vivos. Resume-se na absorção pelo
organismo de oxigênio (O2), e a eliminação do gás carbônico (CO 2) resultante das oxidações celulares. No
corpo humano esse processo é realizado pelo sistema respiratório.
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que
conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Temos as vias aéreas superiores
compostas de fossas nasais, boca, faringe; e as vias aéreas inferiores: laringe, traqueia, brônquios, os
bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.
Movimentos Respiratórios: chamamos de inspiração a entrada do ar nos pulmões e
expiração o movimento de saída do ar dos pulmões para o meio externo. A respiração é controlada
automaticamente por um centro nervoso situado na medula espinal chamada bulbo. Em circunstâncias
normais o centro nervoso produz impulso nervoso que estimula a contração da musculatura torácica do
diafragma, fazendo-nos inspirar.
Diafragma: A base de cada pulmão apoia-se no diafragma, um fino músculo que separa o tórax
do abdômen (presente apenas em mamíferos) promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os
movimentos respiratórios. Localizado logo acima do estômago, o nervo frênico controla os movimentos do
diafragma.
Pulmões: Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25 cm de
comprimento, sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões os
brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O
conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória. Cada bronquíolo
termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido epitelial pavimentoso)
recobertas por capilares sanguíneos, denominadas alvéolos pulmonares.
Hematose é a transformações do sangue venoso em sangue arterial que ocorre nos pulmões,
troca de gases que ocorre devido à diferença de concentração de oxigênio e gás carbônico por um
processo conhecido como difusão.
PNEUMONIA
É um processo inflamatório do parênquima pulmonar causada por vários tipos de microorganismos
(bactérias, fungos, parasitas, vírus, entre outros) e agentes químicos. A broncoaspiração ocorre por
aspiração de alimentos líquidos ou vômitos, inalação de substancias tóxica ou cáustica, fumaças, poeira ou
gases. Outro fator que proporciona a pneumonia é a imobilidade ou de doenças crônicas.
As características das vias aéreas superiores impedem que partículas potencialmente infecciosas
alcancem o trato inferior (normalmente estéril). Surge a partir da flora normal presente em um paciente cuja
resistência foi alterada, ou é resultante da aspiração da flora presente na orofaringe. Pode ser consequência
de microrganismos transportados pelo sangue, que entram na circulação pulmonar e ficam aprisionados no
leito capilar pulmonar, tronando-se uma fonte potencial de pneumonia.
A fisiopatologia da doença é simples, o microrganismo chega aos pulmões (pela via aérea ou
sanguínea), se instalam e reproduzem nos alvéolos, com isso provocam uma reação inflamatória. As células
de defesa (leucócitos) migram para dentro dos alvéolos e fagocitam (destrói) estes microrganismos
presentes nos pulmões. Após este processo as células de defesa morrem liberando substancias tóxicas. Os
microrganismos lesão o tecido pulmonar produzindo também um fluído. A mistura deste fluído, substancias
tóxicas e leucócitos mortos é que forma a purulência do escarro, provocando oclusão parcial do brônquio ou
dos alvéolos, com diminuição na tensão alveolar de oxigênio. Pode haver hipoventilação, que causa
desequilíbrio na ventilação/perfusão da área afetada.
- Fatores de risco
• Infecção do trato respiratório superior;
• Diminuição da resistência do hospedeiro;
• Alcoolismo e tabagismo;
• Doenças subjacentes (DPOC, soropositico, ICC, câncer, entre outras);
• Imobilização prolongada;
• Radiações;
• Infeções virais;
• Regime de dieta zero, ou que esteja recebendo antibióticos que aumentem a colonização faríngea;
• Medicamentos que induzem a depressão respiratória (sedativos, anestésicos);
• Inconsciência ou com diminuição do reflexo de tosse e vômito;
• Idade avançada;
• Broncoaspiração.
No idoso a pneumonia está associada à mortalidade mais elevada do quem em pacientes mais
jovens. A pneumonia pode ocorrer espontaneamente, ou ser decorrente de uma complicação. Pode
apresentar fraqueza, anorexia, confusão, taquicardia e taquipnéia.
- Sinais e sintomas
• Cefaleia intensa;
• Tosse dolorosa;
• Calafrios;
• Febre de elevação rápida;
• Mal-estar;
• Dispneia;
• Taquipneia (25 a 45 mrpm);
• Cianose de lábios e extremidades;
• Bochechas ruborizadas;
• Batimento das asas do nariz;
• Taquicardia;
• Anorexia;
• Mialgia.
- Complicações
O cliente pode desenvolver derrame pleural, abcesso, empiema, hipotensão, bronquite crônica e
ICC.
- Diagnóstico
É feito pelo anamnese, exame físico e RX tórax.
- Tratamento
Antibiótico, antitérmico, expectorantes, nebulização.
- Cuidados de enfermagem
✓ Verificar e anotar os sinais vitais de 4/4 h;
✓ Oferecer e encorajar a ingestão de líquidos (6 a 8 copos ao dia);
✓ Estimular mudança de decúbito de 2/2 horas, quando o cliente apresentar bom nível de consciência;
✓ Manter em repouso relativo e posição de Fowler;
✓ Manter o quarto do paciente arejado, evitando correntes de ar;
✓ Manter o ambiente tranquilo, calmo e que proporcione conforto ao paciente;
✓ Fazer a higiene oral e corporal, mantendo o paciente limpo;
✓ Oferecer dieta hipercalórica e hiperprotéica;
✓ Orientar ou apoiar o tórax do cliente durante a tosse;
✓ Realizar nebulização e oxigenoterapia, conforme prescrição;
✓ Incentivar a prática da respiração profunda e tosse eficaz, atentando a presença de secreção
observando quantidade, aspecto e cor;
✓ Orientar e encorajar o cliente a repousar o máximo possível;
✓ Avaliar o nível de tolerância do cliente a qualquer atividade;
✓ Observar alterações na FR e FC, ocorrência de dispnéia, palidez ou cianose e disritmia, durante a
atividade;
✓ Programe, junto com o cliente, atividades gradativamente aumentadas, com base
na tolerância.
DERRAME PLEURAL
É o acúmulo anormal de líquido no espaço pleural, que está localizada entre a pleura visceral e
pleura parietal. Normalmente, somente uma pequena quantidade de líquido separa as duas membranas da
pleura. Pode ocorrer o acúmulo de uma quantidade excessiva de líquido por muitas razões, incluindo a
insuficiência cardíaca, a cirrose hepática e a pneumonia, geralmente a causa é secundária. Outros tipos de
líquido que podem se acumular no espaço pleural incluem sangue, pus entre outros.
- Causas
• Tumores neoplásicos;
• Infeções;
• ICC de tuberculose;
• Cirrose;
• Infecções pulmonares (particularmente virais);
• Insuficiência renal;
• Pneumonia.
- Sinais e sintomas
Os sintomas mais comuns, independente do tipo de líquido presente no espaço pleural ou de sua
causa, são a dificuldade respiratória e a dor torácica. As manifestações variam de acordo com a doença
primária, entre elas estão: febre, calafrios, dispneia e tosse.
- Diagnóstico
A confirmação pode ser feita pelo RX de tórax, USG, exame físico e toracocentese. O líquido
retirado é analisado, e outros exames de sangue são realizados (hemograma, leucograma, etc.).
- Tratamento
Os derrames pleurais pequenos podem necessitar apenas do tratamento da causa subjacente. Os
derrames maiores, especialmente aqueles que produzem dificuldade respiratória, podem exigir a retirada do
líquido (drenagem). Normalmente, a drenagem alivia significativamente a dificuldade respiratória (a
toracocentese permite a remoção de até 1,5 litros de líquido de cada vez).
O objetivo deve ser tratar a causa básica para prevenir a reacumulação de líquidos e aliviar a
dispneia e o desconforto.
- Cuidados de enfermagem
✓ Auxiliar na toracocentese;
✓ Monitorar SSVV;
✓ Atentar a tosse, cor, quantidade e aspecto da secreção;
✓ Atentar para retenção hídrica;
✓ Manter cuidados com drenagem.
ASMA
Doença inflamatória crônica das vias aéreas, resultando em hiperatividade dessas vias, edema de
mucosa e produção de muco. A inflamação é difusa e leva a episódios recorrentes dos sintomas. Ocorre a
diminuição do calibre dos brônquios e bronquíolos devido broncoespasmo, edema e produção de muco
espesso.
Difere das outras doenças pulmonares obstrutivas por ser um processo reversível (com tratamento
ou espontaneamente). Acontece em qualquer idade, sendo a doença crônica mais comum na infância. Pode
ser incapacitante ou levar à morte, nos casos mais graves. Pode ser de origem alérgica (mofo, pólen, pelos
de animais, etc.), idiopática ou não alérgica (emoções, infecções do trato respiratório, medicamentos, etc.)
ou mista (alérgica e idiopática).
- Sinais e sintomas
• Tosse seca ou expectorante;
• Dispnéia intensa;
• Respiração ruidosa (chiado no peito- sibilos);
• Sensação de sufocamento;
• Palidez;
• Sudorese;
• Cianose nas extremidades;
• Enrijecimento do tórax;
• Taquicardia;
• Ansiedade e agitação.
- Diagnóstico
Exame físico, Rx de tórax e exame de escarro.
- Tratamento
✓ Tratamento de manutenção que visa a reduzir a frequência de ataque;
✓ Administração de broncodilatadores, sedativos, corticoides e oxigênio.
- Orientações de enfermagem
✓ Não fumar;
✓ Evitar mudanças bruscas de temperatura;
✓ Evitar sair de casa com o tempo muito frio;
✓ Evitar contato com pessoas portadoras de doenças respiratórias;
✓ Tomar de 6 a 8 copos de água/dia;
✓ Controlar-se emocionalmente;
✓ Evitar inalação de inseticidas, desodorantes, tintas, etc.
BRONQUITE CRÔNICA
É a inflamação da mucosa brônquica, caracterizada por produção excessiva de secreção da
mucosa na árvore brônquica. Tosse produtiva que dura 3 meses ao ano, por 2 anos consecutivos, em
paciente que tem outras causas excluídas.
O tabagismo deprime a atividade dos macrófagos e afeta o mecanismo ciliar de limpeza do trato
respiratório, cuja função é manter as passagens respiratórias livres de irritantes inalados, bactérias e outras
matérias estranhas. As vias aéreas inferiores apresentam hipersecreção de muco e inflamação. A constante
irritação provoca o estreitamento dos brônquios, os alvéolos podem se tornar lesionados e fibrosados
consequentemente alterando a função dos macrófagos.
O fumo também causa um crescente acúmulo de muco, que produz mais irritação, infecção e
dano para o pulmão. As alterações pulmonares podem ser irreversíveis e levam ao enfisema e
bronquiectasia.
- Causas
A principal causa é o fumo, seguida de exposição à poluição constante.
- Diagnóstico
• Anamnese (histórico incluindo dados sobre a família, ocupação e exposição ambiental, hábitos
relacionados ao fumo);
• Exame físico e Rx do tórax;
• Espirometria.
- Tratamento
Os broncodilatadores aliviam o broncoespasmo e a redução da obstrução das vias aéreas. Deve-
se promover a hidratação adequada para fluidificar as secreções. Oxigenoterapia e inaloterapia.
Antiinflamatórios e antibióticos podem ser utilizados.
ENFISEMA PULMONAR
Distensão anormal dos espaços aéreos distais aos bronquíolos terminais, com destruição das
paredes alveolares. É o estágio final de um processo que progrediu por muitos anos, onde ocorre a perda
da elasticidade pulmonar. A função pulmonar, na maioria dos casos, está irreversivelmente comprometida.
Há uma adaptação progressiva com a convivência de menor taxa de oxigênio no organismo, tornando a
pessoa intolerante a altas taxas de oxigênio. Ao lado da bronquite obstrutiva crônica é a principal causa de
incapacidade.
A fisiopatologia se resume assim: a obstrução aérea é causada por inflamação da mucosa
brônquica, produção excessiva de muco, perda da retração elástica das vias aéreas, colapso dos
bronquíolos e redistribuição do ar para os alvéolos funcionais.
- Causas
A causa é desconhecida, mas existem fatores predisponentes como: fumo, poluição do ar, asma e
bronquite, predisposição genética.
- Sinais e sintomas
O início da doença é lento, o paciente perde, gradualmente, a função pulmonar apresentando:
• Dispneia lenta e progressiva;
• Tosse produtiva;
• Infecção respiratória;
• Anorexia;
• Perda de peso;
• Cansaço fácil;
• Cianose nas extremidades;
• Deformação da caixa torácica (tórax em barril);
• Complicação a longo prazo: cor pulmonale (insuficiência cardíaca direita).
- Diagnóstico
Rx de tórax, anemnese, gasometria, exames de sangue (hemograma).
- Tratamento
O tratamento é sintomático: broncodilatadores, antibiótico, oxigenotarepia e inaloterapia,
expetorante e corticoides.
esforço e redução do fluxo de ar. A obstrução da via aérea, que causa a redução do fluxo de ar, varia de
acordo com a doença. A DPOC é considerada uma doença de interação genética e ambiental.
- Manifestações Clínicas
- Fatores de risco
• Exposição à fumaça do fumo (tabagista ou fumante passivo);
• Poluição do ar ambiente;
• Infecções respiratórias;
• Exposição ocupacional;
• Anormalidades genéticas.
• As complicações tardias podem variar dependendo do distúrbio adjacente: pneumonia, enfisema
pulmonar, bronquite, pneumotórax, entre outras.
- Tratamento
✓ Oxigenioterapia (contínua ou intermitente);
✓ Broncodilatadores (melhorar o fluxo aéreo, prevenir a dispnéia);
✓ Corticosteróides;
✓ Reabilitação pulmonar (componentes educacionais, psicossociais, comportamentais e físicos);
✓ Exercícios respiratórios (tosse assistida, respiração profunda, drenagem postural, entre outros);
✓ Retreinamento/exercícios;
✓ Ensino do paciente e da família;
✓ Medidas de enfrentamento do estresse;
✓ Terapia ocupacional para conservação da energia durante as atividades da vida diária.
✓ Oximetria de pulso;
✓ Cuidados específicos na intubação e ventilação mecânica;
✓ Em estado grave - alterações cognitivas, dispnéia, taquipnéia e taquicardia.
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
Ocorre quando o organismo não realiza a troca de oxigênio por dióxido de carbono
adequadamente, isto faz com que o nível de dióxido de carbono (CO 2) se eleve e o de oxigênio (O2)
diminua, causando hipóxia.
- I.R. Aguda: é a falência respiratória que surge nos pacientes cujos pulmões eram estrutural e
funcionalmente normais, ocorre rapidamente.
- I.R. Crônica: é a falência respiratória que surge nos pacientes com doença pulmonar crônica,
surge em período de meses ou anos.
- Causas
Ventilação inadequada, obstrução de vias aéreas superiores, uso de drogas, anestésicos, doenças
pulmonares pré-existentes, complicações pós-operatórias, politraumatismos, etc.
- Sinais e sintomas
• Aumento da freqüência Cardíaca e respiratória;
• Hipóxia (dispnéia, taquipnéia, hipotensão, taquicardia, bradicardia, arritmias, cianose);
• Desorientação, queda do nível de consciência, agitação psicomotora;
• Uso de músculos acessórios da respiração;
• Sudorese.
Diagnóstico
Exame laboratorial (gasometria) ou pelos sinais clínicos.
EMBOLIA PULMONAR
Também conhecida como tromboembolismo pulmonar (TEP), é o bloqueio da artéria pulmonar ou
de um de seus ramos. Geralmente, ocorre quando um trombo venoso (sangue coagulado de uma veia) se
desloca de seu local de formação e viaja, ou emboliza, para o fornecimento sanguíneo arterial de um dos
pulmões. Os fatores de risco para a ocorrência de trombose venosa profunda são o câncer, períodos
prolongados de repouso no leito, tabagismo, AVC, algumas doenças genéticas, gravidez, obesidade e
alguns tipos de procedimentos cirúrgicos. Uma pequena parcela dos casos podem se desenvolver a partir
da embolização de ar, gordura ou líquido amniótico.
Embolias pulmonares afetam cerca de 430.000 pessoas por ano na Europa e 300.000 e 600.000
nos Estados Unidos. Estima-se que a prevalência da doença no Brasil seja de 3,9% a 16,6%. Os sintomas
podem incluir falta de ar, dor torácica na inspiração e tosse com sangue. Sintomas de trombose venosa
profunda em membro inferior também podem estar presentes, como hiperemia, calor, inchaço e dor.
Os sinais clínicos incluem baixa saturação de oxigênio sanguíneo, respiração acelerada e taquicardia.
Casos graves de embolia pulmonar não tratada podem levar a perda de consciência, instabilidade
circulatória e morte súbita.
A hiperóxia pode causar: problema de coagulação, derrame pleural, causa oxidação das células
impossibilitando o funcionamento, pode causar cergueira em RN prematuros. Os sinais são convulsões,
náuseas, vômitos, ansiedade, ruídos nos ouvidos, tonturas, entre outros.
INALOTERAPIA OXIGENOTERAPIA
Indicada para manter a umidade das vias
aéreas e para administração de medicamentos Método terapêutico em se utiliza o O2.
(broncodilatador ou mucolíticos).
GLOSSÁRIO
TERMINOLOGIA DEFINIÇÃO
Abcesso ou Abscesso É um acumulo de pus que se forma no interior dos tecidos do corpo.
Empiema É uma coleção de pus dentro de uma cavidade natural.
Toracocentese Punção da cavidade torácica para drenar um derrame pleural.
Idiopática Surge espontaneamente ou de causa obscura ou desconhecida
Sibilos É um ruído semelhante a um assobio, produzido pelo ar que flui nas vias
respiratórias estreitas.
Bronquiectasia Dilatação crônica dos brônquios e bronquíolos.
Broncoespasmo Estreitamento da luz bronquial como consequência da contração da
musculatura dos brônquios
Gasometria Exame que possui a finalidade de determinar se há desequilíbrios nas
quantidades de oxigênio e dióxido de carbono no sangue.
SISTEMA GASTROINTESTINAL
O aparelho digestivo ou sistema digestivo, é o sistema que, nos humanos, é responsável por obter
dos alimentos ingeridos os nutrientes necessários às diferentes funções do organismo, como crescimento,
energia para reprodução, locomoção, etc. É composto por um conjunto de órgãos que têm por função a
realização da digestão. A sua extensão desde a boca até o ânus mede seis a nove metros num ser humano
adulto. O tubo digestivo é composto pelo trato gastrointestinal superior, trato gastrointestinal inferior e
órgãos acessórios.
➢ Trato gastrointestinal superior: é composto pela boca, pela faringe, pelo esôfago e pelo estômago.
➢ Trato gastrointestinal inferior: é composto intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intestino grosso
(ceco – apêndice, colon ascendente, colon transverso, colon descendente, sigmoide e reto) e
ânus.
➢ Órgãos acessórios: São órgãos que se encontram fora do trato gastrointestinal, como as glândulas
salivares, o pâncreas, o fígado e a vesícula biliar.
ESTOMATITES
É a inflamação dos tecidos moles da boca, podendo ocorrer ulcerações, conhecidas como aftas. O
hálito fétido e a saliva com sague podem acompanhar qualquer lesão da mucosa oral.
- Causas prováveis
• Infecções (virais, bacterianas ou fungicas);
• Trauma;
• Agentes tóxicos e irritantes;
• Hipersensibilidade e doenças autoimunes;
• Abuso de fumo e álcool;
• Falta de higiene oral;
• Imunidade diminuída, especialmente em pacientes acamados e após uso de determinados tipos de
drogas (exemplo, quimioterápicos), estresse emocional ou mental;
• Fadiga;
• Fatores hormonais;
• Alimentos ácidos e sucos.
- Sinais e sintomas
• Edema na mucosa oral;
• Úlceras;
• Dor que acentua com a alimentação.
- Tratamento
Podem ser prescritos antibióticos ou corticosteroides.
- Cuidados de enfermagem
✓ Atentar para a presença de dor;
✓ Realizar a higiene oral regularmente;
✓ Observar a dieta adequada evitando frutas ácidas, saladas e alimentos muito quentes;
✓ Realizar enxagues com água salgada.
ESOFAGITES
É a inflamação da mucosa do esôfago, provocada pela ação de substâncias irritantes. O esôfago é
a porção do tubo digestivo que conecta a garganta (faringe) ao estômago. As paredes do esôfago
impulsionam o alimento até o interior do estômago com ondas rítmicas de contrações musculares
denominadas peristaltismo. Próximo à junção da garganta com o esôfago, existe uma faixa muscular
denominada esfíncter esofágico superior. Logo acima da junção do esôfago com o estômago, existe outra
faixa muscular denominada esfíncter esofágico inferior. Quando o esôfago está em repouso, esses
esfíncteres contraem e impedem o refluxo de alimento e de ácido gástrico do estômago para a boca.
Durante a deglutição, os esfíncteres relaxam e, consequentemente, o alimento pode passar para o interior
do estômago. Quando então o esfincter esofagiano não está funcionando fisiologicamente bem e há
repetidamente retorno de alimentos e suco gástrico do estômago para o esôfago, o mesmo torna-se irritado,
inflamado e até mesmo ulcerado.
- Causas
Há alguns fatores que provocam a fraqueza deste músculo: refluxo gastroesofágico, nicotina,
alimentos fritos ou gordurosos; alimentos e líquidos gelados ou quentes, derivados da cafeína: chocolate,
café, bebidas cítricas e alcoólicas; instalação de sondas gástricas; ingestão de substâncias corrosivas: soda
cáustica.
- Sinais e sintomas
• Azia ou pirose: queimação após as refeições;
• Disfagia: sensação de dificuldade de deglutição (devido a estenose de esôfago);
• Odinofagia: dor com regurgitação de fluido gastroesofágico;
• Sialorréia.
- Diagnóstico
Anamnese, RX de esôfago com contraste, EDA.
GASTRITE
É a inflamação do revestimento mucoso do estômago. A mucosa do estômago oferece resistência
à irritação e normalmente pode suportar um elevado conteúdo ácido. No entanto, pode irritar-se e inflamar-
se por diferentes motivos. Seu aparecimento ocorre de forma súbita, podendo ser de curta duração, ou
tornar-se crônica e evoluir para uma úlcera. As gastrites podem classificar em:
➢ Gastrite aguda: causada por comer demais, ou muito rápido, alimentos muito temperados ou
contaminados por microrganismos que causam doenças, ingestão de álcool, aspirinas, refluxo
bilioso ou radioterapia.
➢ Gastrite crônica: inflamação prolongada associada a doenças autoimunes como anemia perniciosa,
presença de bactéria Helicobacter pylori, fatores dietéticos, fumo, refluxo do conteúdo intestinal no
estômago.
- Causas
• Hábitos dietéticos, como: Ingestão de quantidade excessiva de alimentos; Rápida mastigação;
Ingestão de alimentos condimentados, ácidos, corrosivos, contaminados, com temperatura
extrema, etc.;
• Horários irregulares de alimentação (secreção própria do estômago);
• Refluxo biliar;
• Uso de bebidas alcoólicas, estresse;
• Uso de certas drogas como a aspirina, anti-inflamatórias, antibióticos, quimioterápicos, etc.
• Distúrbios como: uremia, choque, lesões do SNC, cirrose hepática, hipertensão hepática, tensão
emocional prolongada, etc.
• A gastrite também pode ser induzida pela ingestão de agentes corrosivos, como os produtos de
limpeza, ou pelos elevados níveis de radiação (por exemplo, na radioterapia).
- Sintomas
• Gosto de azedo na boca;
• Desconforto epigástrico
• Digestão difícil e demorada, pirose;
• Hipersensibilidade abdominal;
• Náuseas e vômitos;
• Eructação;
• Anorexia;
• Anemia;
• Cólicas, diarréia 5 horas após a ingestão de substâncias ou alimentos contaminados;
• Hematêmese, às vezes.
- Diagnóstico
Pode ser determinado pelo exame de endoscopia digestiva alta, raio X e exame histológico
(biópsia gástrica).
- Tratamento
✓ Na gastrite aguda o cliente deve abster-se do álcool e de alimentos irritantes (cítricos e
condimentados), até cessarem os sintomas. São usados medicamentos antiácidos, entre outros.
✓ Na gastrite crônica o cliente deve alternar a dieta, promover o repouso, reduzir o estresse e usar
antibióticos, se constatar a presença de bactéria H. pylori.
- Cuidados de enfermagem
✓ Auxiliar a reduzir a ansiedade;
✓ Administrar dieta branda e fracionada, em horários regulares;
✓ Manter repouso relativo;
✓ Orientar quanto a diminuição da ingesta de bebidas com cafeína, álcool e fumo;
✓ Administra a medicação prescrita com controle rigoroso do horário.
✓ Higiene oral 3 vezes ao dia com uma solução antisséptica.
ÚLCERA PÉPTICA
É uma ferida bem definida, circular ou oval, causada por o revestimento do estômago ou do
duodeno ter sofrido lesão ou simples erosão pelos ácidos gástricos ou pelos sucos duodenais. Quando a
úlcera é pouco profunda, denomina-se erosão. A pepsina é uma enzima que trabalha juntamente com o
ácido clorídrico produzido pela mucosa gástrica para digerir os alimentos, sobretudo as proteínas. A úlcera
péptica forma-se no revestimento do trato gastrointestinal exposto ao ácido e às enzimas digestivos
(principalmente do estômago e do duodeno).
- Causas
Uma úlcera desenvolve-se quando se alteram os mecanismos de defesa que protegem o
estômago ou o duodeno do suco gástrico (por exemplo, quando se altera a produção da quantidade de
muco). Praticamente todas as pessoas produzem ácido no estômago, mas só entre 1 % e 10 %
desenvolvem úlceras. Não se conhecem as causas exatas de tais alterações, a seguir algumas possíveis
causas:
• Ingestão de fumo e álcool excessivo;
• Presença de bactéria H. pylori;
• Gastrite crônica;
• Estresse;
• Alimentação inadequada (chá, café, refrigerante, chocolate, chips, entre outros.);
• Uso de medicamentos;
• Combinações dos fatores citados acima.
- Sinais e sintomas
• Pirose;
• Dor na região epigástrica que irradia para as costas;
• Sialorréia;
• Eructação;
• Anorexia;
• Náuseas e vômitos;
• Hematêmese;
• Anemia;
• Perda de peso;
• Melena, em estágio avançado.
A úlcera típica tende a curar-se e a recidivar. Os sintomas podem variar conforme a localização e
a idade do indivíduo. As crianças e as pessoas de idade avançada podem não apresentar os sintomas
habituais ou até nenhum tipo de sintoma. Nestas circunstâncias, as úlceras descobrem-se só quando
surgem complicações.
Apenas cerca de metade dos afetados com úlceras duodenais apresentam sintomas. A dor tende
a aparecer quando o estômago se encontra vazio. A úlcera normalmente não dói ao acordar, mas a dor
normalmente começa pelo meio da manhã. A dor é constante, de intensidade ligeira ou moderada e
localiza-se numa área definida, na região epigástrica. A ingestão de leite, de alimentos ou de antiácidos
normalmente alivia-a, mas costuma voltar duas ou três horas depois. Quando surgem complicações das
úlceras pépticas, como a hemorragia ou a perfuração, os sintomas agravam-se.
- Diagnóstico
É feito através de exame físico e endoscopia digestiva alta (EDA) é um procedimento ambulatório
em que se introduz, através da boca, um tubo flexível de visualização (endoscópio) que permite observar
diretamente o interior do estômago. Com um endoscópio, pode ser feita uma biopsia (obter uma amostra de
tecido para ser examinada ao microscópio) para determinar se uma úlcera gástrica é cancerosa. Um exame
de fezes pode ser feito para investigar sangue oculto.
- Tratamento
Um dos aspectos do tratamento das úlceras duodenais ou gástricas é controlar a acidez gástrica.
Este processo é iniciado com a eliminação de possíveis agentes irritantes do estômago, como os
medicamentos, o álcool e a nicotina. Inclui em mudança do estilo de vida, uso de medicamentos (antiácidos,
anti-ulcerosos) e, em casos mais graves, intervenção cirúrgica.
- Cuidados de enfermagem
São efetuados os mesmos da gastrite acrescentando:
✓ Avaliar o tempo de duração da dor, localização, irradiação e fatores agravantes e/ou aliviantes;
✓ Investigar sangramento gastrointestinal;
✓ Observar a presença de melena e hematêmese.
MEGAESÔFAGO OU ACALASIA
Consiste na dilatação e alongamento do esôfago, em que a peristalse pode se encontrar ausente
ou ineficaz e acompanhada de relaxamento do esfíncter esofagiano. A acalasia (cardioespasmo,
aperistaltismo esofágico, megaesôfago) é a ausência de movimentos peristálticos no esôfago distal. A
descida dos alimentos da boca até o estômago ocorre a deglutição e início do peristaltismo, o que leva os
alimentos rapidamente de cima para baixo, provocando a abertura da cardia (esfíncter inferior) e a chegada
ao estômago, com a frequente regurgitação de alimentos e fluidos, a cardia se estreita impedindo a
passagem dos alimentos do esôfago para o estômago e isso consequentemente leva a dilatação do
esôfago. Como o alimento não chega ao estômago e posteriormente ao organismo, o paciente começa a
emagrecer, sentir fraqueza, ficar caquético.
- Causas
• Hemorragias digestivas;
• Doença de Chagas;
• Diminuição do peristaltismo;
• Mau funcionamento dos nervos que envolvem o esôfago e inervam os seus músculos;
• Regurgitação.
- Sinais e sintomas
✓ Disfagia,
✓ Odinofagia,
✓ Regurgitação,
✓ Caquexia,
✓ Dilatação do esôfago,
✓ Pirose,
✓ Perda de peso, pois o alimento não chega ao estômago.
- Diagnóstico
✓ Raio X esofágico com contraste;
✓ EDA;
✓ Manometria esofágica.
- Tratamento
Sedativos, analgésicos. O objetivo do tratamento é fazer com que o esfíncter inferior (cardia) abra
mais facilmente. A primeira abordagem consiste na dilatação mecânica do esfíncter (por exemplo, dilatação
esofagiana).
- Cuidados de enfermagem
✓ Supervisionar o uso da dieta;
✓ Orientar quanto à alimentação pastosa, líquida e branda;
✓ Deambular após as refeições;
✓ Controlar o peso.
DIARRÉIA
Condição na qual há um aumento dos movimentos intestinais (mais de três por dia), mudanças na
quantidade (mais de 200g/dia) e consistência (fezes pastosa à liquida). O cliente queixa-se de câimbras
abdominais, distensão, ruídos intestinais, anorexia e sede. A cada defecação pode apresentar tenesmo.
- Causas
• Medicações (laxantes, antibióticos, antiácidos, entre outros);
• Alimentação por sonda;
• Distúrbios endócrinos e metabólicos (diabete);
• Processo infeccioso viral ou bacteriano;
• Disfunção nutricional ou de má absorção;
• Déficit do esfíncter.
- Tratamento
O principal tratamento está direcionado para controlar e/ou eliminar as causas da diarreia. Para
reidratar o cliente, são usados líquidos orais, acrescidos de glicose e eletrólitos. Para uma reidratação
rápida, são usadas a via EV para hidratação. Dependendo da causa, são usadas medicações para diminuir
a motilidade intestinal, ou antimicrobiano para combater o agente infeccioso.
- Cuidados de enfermagem
✓ Encorajar a repousar no leito e tomar líquidos e alimentos que sejam pobres em massa;
✓ Orientar para que evite cafeína e bebidas gaseificadas, por estimular a motilidade intestinal, e
alimentos muito quentes ou muito frios;
✓ Avaliar a desidratação que se apresenta através da diminuição do turgor da pele, taquicardia, pulso
fraco, sódio diminuído, sede;
✓ Oportunizar para o cliente expresse seus medos e preocupações, demonstrando compreensão e
tolerância nesta situação;
✓ Observar a pele na região perineal, orientando quanto a importância das higiene local.
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
A variação da normalidade é de 3 eliminações intestinais ao dia, até algumas por semana. Quando
se tem constipação, a defecação é irregular e difícil, pelas fezes endurecidas.
- Causas
• Alguns medicamentos (tranquilizantes, antiácidos com alumínio, opióides, entre outros);
• Distúrbios retais/anais como hemorroidas ou fissuras;
• Obstrução (CA);
• DM, esclerose múltipla, hipotireoidismo, entre outras condições;
• Envenenamento por chumbo;
• Dietas pobres em fibras;
• Redução da ingesta hídrica;
• Sedentarismo;
• Uso de laxantes por tempo prolongado, tornando-se dependente deles;
• A vontade de defecar ignorada e o cólon perde o tônus muscular e passa a não responder ao
estímulo normal.
- Tratamento
Inclui a interrupção do uso abusivo de laxantes, aumento da ingesta hídrica e de fibras
alimentares, exercícios físicos para fortalecer a musculatura abdominal e medicações específicas para
aumentar a função motora do intestino.
- Cuidados de enfermagem
✓ Ajudar para o cliente assumir uma posição normal para a defecação;
✓ Estimular o estabelecimento de uma rotina para a eliminação intestinal;
✓ Encorajar a deambulação e a ingestão da dieta adequada.
OBSTRUÇÃO INTESTINAL
É a interrupção do fluxo normal do conteúdo intestinal, ao longo do tubo digestivo. A obstrução
mecânica do intestino é a presença de um bloqueio que interrompe completamente ou compromete
seriamente o trânsito do conteúdo intestinal. A obstrução pode ocorrer em qualquer segmento do intestino.
A parte acima da obstrução continua funcionando. À medida que o intestino vai se enchendo de alimento,
líquidos, secreções digestivas e gás, ele dilata progressivamente, como uma mangueira macia. Em recém-
nascidos e lactentes, a obstrução intestinal é comumente causada por um defeito congênito, por uma
massa endurecida de conteúdo intestinal (mecônio) ou por uma torção do próprio intestino (volvo).
- Causas
• Aderência de cirurgia, hérnia, alça no intestino que sofre uma torção;
• Hematoma, tumor,estenose;
• Corpo estranho, obstrução fecal;
• Peristaltismo ineficaz (incapacidade dos músculos intestinais impulsionarem o conteúdo fecal);
• Estrangulamento, com comprometimento do suprimento sanguíneo, levando à gangrena.
A gravidade depende da região intestinal afetada, do grau de oclusão da luz do órgão, do
comprometimento circulatório. A maior parte das obstruções ocorre no intestino delgado.
- Diagnóstico
É baseado na anamnese, nos sintomas e estudos de raio X abdominal.
- Tratamento
Poderá ser necessária uma intervenção cirúrgica, de acordo com a causa da obstrução.
PANCREATITE
É definida como um processo inflamatório agudo do pâncreas. Suas causas são: pedras da
vesícula que se deslocam e impedem o escoamento das substâncias produzidas pelo pâncreas; ingestão
abusiva de álcool e de alguns medicamentos como corticóides e imunodepressores; tumores que obstruem
os canalículos do pâncreas; traumatismo pancreático; níveis elevados de colesterol e triglicérides e fatores
genéticos. O pâncreas é um dos órgãos acessórios do sistema digestório. Encontra-se situado no abdômen,
atrás do estômago. Ele é responsável pela produção do suco pancreático que ajuda na digestão e pela
produção de hormônios como insulina.
- Sinais e sintomas
Primeiramente podemos destacar a dor severa que se inicia subitamente na região epigástrica,
após excesso de ingestão alimentar ou de bebida alcoólica. Irradia para a reborda costal, piorando ao andar
e deitar. Melhora quando o cliente senta ou se inclina para frente. Ocorrem vômitos, náuseas, febre,
icterícia, ascite. Os casos mais graves podem apresentar manifestações clínicas de choque: taquicardia,
hipotensão, desorientação, extremidades frias e sudorese.
- Diagnóstico
É indispensável à realização de exames complementares, como o exame de sangue, onde é
avaliada a dosagem da enzima amilase sérica, leucocitose e a glicemia. Os exames radiográficos mais
solicitados são: RX do abdômen e do tórax; ultrassom abdominal; tomografias computadorizadas.
- Tratamento
O tratamento inicial da pancreatite aguda é basicamente clínico. É indicada a manutenção do
jejum para inibir a estimulação e secreção de enzimas pancreáticas. Caso seja necessário, o aporte calórico
será mantido pela nutrição parenteral total (NPT). A sonda nasogástrica aberta objetiva aliviar náuseas e
vômitos. Medicamentos, como analgésicos, antibióticos e antiácidos, são administrados conforme
prescrição. Deve-se administrar insulina, caso seja preciso. O tratamento cirúrgico consiste em remover
total ou parcialmente o pâncreas. É indicado, entre outros, em casos de necrose ou de grave infecção
bacteriana.
A equipe de enfermagem tem um papel fundamental no tratamento do cliente com pancreatite
aguda. A manifestação mais visível é através das fezes, que se apresentam esbranquiçadas, fétidas e
volumosas.
✓ Administrar analgésico, conforme prescrição, para o alívio da dor;
✓ Explicar a finalidade e importância do jejum;
✓ Manter a hidratação hídrica e de eletrólitos, prevenindo a desidratação decorrente de vômitos ou
diarreias;
✓ Manter aberta e pérvia a SNG;
COLECISTITE
A vesícula biliar é um pequeno órgão piriforme (forma de pêra) localizado sob o fígado. A vesícula
biliar armazena bile, um líquido digestivo amarelo-esverdeado produzido pelo fígado, até o sistema digestivo
necessitá-lo. Colecistite é a inflamação da parede da vesícula biliar, comumente decorrente de um cálculo
biliar localizado no ducto cístico, que causa um episódio de dor súbita de forte intensidade.
A colelitíase são acúmulos de cristais que se depositam no interior da vesícula biliar ou nas vias
biliares (condutos biliares) ocasionando os cálculos biliares. Quando eles localizam-se nas vias biliares, a
condição é denominada coledocolitíase. Os cálculos biliares são mais comuns em mulheres e em certos
grupos de indivíduos.
- Causas
• Hereditariedade;
• Obesidade;
• Pode ocorrer após grandes procedimentos cirúrgicos, traumatismos, queimaduras (porque causam
desequilíbrio hidroeletrolítico e queda do suprimento sanguíneo visceral).
- Sinais e sintomas
• Dor em quadrante superior direito;
• Rigidez abdominal;
• Náuseas;
• Vômito;
• Icterícia;
• Colúria;
• Intolerância a alimentos gordurosos;
• Fezes cinzentas.
A maioria dos cálculos biliares permanece assintomática durante longos períodos, principalmente
quando eles permanecem na vesícula biliar. Raramente, no entanto, os cálculos biliares grandes podem
provocar erosão gradativa da parede da vesícula biliar e podem penetrar no intestino delgado ou no
intestino grosso, onde podem causar uma obstrução intestinal (oclusão ileobiliar ou íleo paralítico por
cálculo biliar). Muito mais frequentemente, os cálculos biliares deixam a vesícula biliar e alojam-se nas vias
biliares. Eles podem circular por esses condutos e atingir o intestino delgado sem qualquer incidente ou
podem permanecer nos condutos sem obstruir o fluxo biliar ou causar sintomas.
Quando os cálculos biliares causam obstrução parcial ou temporária de um ducto biliar, o indivíduo
apresenta dor. A dor tende a aumentar e diminuir de intensidade (cólica). Geralmente, essa dor aumenta
lentamente até atingir um platô e, em seguida, diminui gradualmente. A dor pode ser aguda e intermitente,
durando até algumas horas.
- Diagnóstico
A USG é o melhor método para se diagnosticar a presença de cálculos na vesícula biliar.
- Tratamento
Quando cálculos na vesícula biliar causam episódios recorrentes de dor apesar das alterações da
dieta, o médico pode recomendar a remoção da vesícula biliar (colecistectomia). A colecistectomia não
acarreta deficiências nutricionais e não são exigidas restrições alimentares após a cirurgia.
Aproximadamente 1 a 5 indivíduos em cada 1.000 submetidos à colecistectomia morrem. Durante a cirurgia,
o médico pode investigar a possibilidade de cálculos nas vias biliares.
- Assistência de enfermagem
✓ Proporcionar ambiente calmo e tranquilo;
✓ Observar, comunicar e anotar aceitação de dieta;
✓ Observar, comunicar e anotar evolução de sinais e sintomas;
✓ Cuidados pré-operatórios, se necessário.
- Tratamento
✓ Medicamentos (dissolvem os cálculos formados pelo colesterol);
✓ Litotripsia;
✓ Colecistectomia;
✓ Dieta hipolipídica, hipercalórica, hiperproteica imediatamente após a cirurgia.
FUNÇÃO HEPÁTICA
O fígado, que se localiza do lado direito do abdome, é a maior glândula do organismo, é
constituído por milhões de células. Cada célula desempenha uma função específica, essencial para o
equilíbrio do organismo. O fígado é um órgão de funções múltiplas e fundamentais para o funcionamento do
organismo. Entre elas, destacam-se:
a) Secretar a bile;
b) Armazenar glicose;
c) Produzir proteínas nobres;
d) Desintoxicar o organismo;
e) Sintetizar o colesterol;
f) Filtrar microrganismos;
g) Transformar amônia em uréia.
HEPATITES VIRAIS
As hepatites virais são doenças infecciosas de evolução aguda ou crônica, que pela alta
morbidade universal, constituem importante problema de saúde pública. São provocadas por diferentes
agentes etiológicos com tropismo pelo tecido hepático e que apresentam diferentes características
epidemiológicas, clínicas, imunológicas e laboratoriais. Podem ser agrupadas segundo o modo de
transmissão em dois grupos:
➢ Transmissão parenteral/sexual (hepatite B, hepatite C e hepatite D).
➢ Transmissão fecal-oral (hepatite A e hepatite E).
As hepatites A e E são doenças autolimitadas, cuja morbimortalidade depende da faixa etária
acometida e de outras condições. Podem ocorrer surtos populacionais restritos. As hepatites B, C e D
provocam infecções crônicas em percentual variado das pessoas infectadas e podem evoluir para
insuficiência hepática (cirrose) e hepatocarcinoma.
As hepatites pelos vírus B e C constituem em grave problema de saúde pública. Segundo
estimativas da OMS, aproximadamente dois bilhões de pessoas se infectaram em algum momento da vida
com o vírus da hepatite B (HBV) e 325 milhões de indivíduos tornaram-se portadores crônicos.
Entre as pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C (HCV), apenas 15% a 20% eliminam o vírus
do organismo, enquanto cerca de 80% a 85% evoluem para a infecção crônica, sob diferentes
apresentações. Vários estudos demonstram que 20% dos portadores crônicos da hepatite C evoluem para
cirrose e entre 1,0% a 5,0% desenvolvem carcinoma hepato-celular.
O tempo de evolução para estágio final da doença é de 20 a 30 anos. A hepatite B apresenta cura
espontânea em até 90% dos casos, mas a taxa de cronificação varia de acordo com a idade da infecção, de
85% em recém-nascidos e entre 6% a 10% em adultos. Cerca de 50% dos doentes crônicos desenvolvem
cirrose hepática ou carcinoma hepato-celular. A vigilância epidemiológica eficaz e o tratamento correto das
hepatites trazem grande benefício à população, sendo possível diminuir ou mesmo eliminar a evolução para
formas mais graves, em médio e longo prazo.
HEPATITE C
É a inflamação do fígado causada pela infecção pelo vírus da hepatite C. Essa inflamação ocorre
na maioria das pessoas que adquire o vírus e, dependendo da intensidade e tempo de duração, pode levar
a cirrose e câncer do fígado. Ao contrário dos demais vírus que causam hepatite, o vírus da hepatite C não
gera uma resposta imunológica adequada no organismo, o que faz com que a infecção aguda seja menos
sintomática, mas também com que a maioria das pessoas que se infectam se tornem portadores de hepatite
crônica, com suas consequências em longo prazo.
Estima-se que cerca de 3% da população mundial, 170 milhões de pessoas, sejam portadores de
hepatite C crônica. É atualmente a principal causa de transplante hepático em países desenvolvidos é res-
ponsável por 60% das hepatopatias crônicas. Apesar dos esforços em conter a epidemia atual,
especialmente com a realização de exames específicos em sangue doado, a hepatite C é uma epidemia
crescente.
Fatores de maior risco para hepatite C
• Usuários de drogas endovenosas risco 80%;
- Sinais e sintomas
A maioria das pessoas que adquirem a hepatite C desenvolve doença crônica e lenta, sendo que a
maioria (90%) é assintomática ou apresenta sintomas muito inespecíficos, como letargia, dores musculares
e articulares, cansaço, náuseas ou desconforto no hipocôndrio direito. Assim, o diagnóstico só costuma ser
realizados através de exames para doação de sangue, exames de rotina ou quando sintomas de doença
hepática surgem, já na fase avançada de cirrose. Além dos sintomas relacionados diretamente à hepatite, o
vírus pode desencadear o aparecimento de outras doenças através de estimulação do sistema imunológico.
- Transmissão
A transmissão da hepatite C ocorre após o contato com sangue contaminado. Apesar de relatos
recentes mostrando a presença do vírus em outras secreções (leite, saliva, urina e esperma), a quantidade
do vírus parece ser pequena demais para causar infecção e não há dados que sugiram transmissão por
essas vias. O vírus da hepatite C chega a sobreviver de 16 horas a 4 dias em ambientes externos. Mesmo
excluídas todos os fatores de risco anteriores, a transmissão esporádica, ou sem modo conhecido, é
responsável por pelo menos 12% dos casos. Não existe vacina contra esse tipo de hepatite viral.
- Tratamento
O tratamento da hepatite C constitui-se em um procedimento de maior complexidade devendo ser
realizado em serviços especializados. Nem todos os pacientes necessitam de tratamento e a definição
dependerá da realização de exames específicos, como biópsia hepática e exames de biologia molecular.
Quando indicado, o tratamento poderá ser realizado por meio da associação de interferon com ribavirina ou
do interferon peguilado associado à ribavirina. A chance de cura varia de 50 a 80% dos casos, a depender
do genótipo do vírus.
CIRROSE HEPÁTICA
É uma doença crônica difusa do fígado, que altera as funções das suas células e dos sistemas de
canais biliares e sanguíneos. É o resultado de diversos processos, entre os quais, a morte dos hepatócitos
e a produção de um tecido fibroso não funcionante. A medida que o tecido necrótico evolui para fibrose,
ocorrerá a alteração na estrutura e vascularização normal do fígado e isso prejudica toda a estrutura e o
funcionamento do fígado. Após períodos variáveis de tempo, indivíduos com inflamações crônicas do fígado
estão sujeitos a desenvolverem cirrose. Não é possível prever quais as pessoas com doença de fígado que
terão cirrose.
- Causas
• Hepatite viral (B e C);
• Esquistossomose infecciosa;
• Malária;
• Alcoolismo crônico;
• Carência alimentar (complexo B);
• Exposição a substancias químicas (fosforo, arsênico, clorofórmio);
• Obstrução biliar crônica e infecção.
- Sinais e sintomas
• Hepatomegalia no início, e diminuição de tamanho à medida que o tecido cicatricial contrai o tecido
hepático;
• Perda de peso gradual;
• Varizes gastrointestinais;
• Fraqueza;
• Icterícia;
• Dispepsia, diarreia ou constipação, devida à obstrução da circulação hepática;
• Edema;
• Deficiência de vitaminas e anemia;
• Deterioração mental;
• Ascite.
- Diagnóstico
Existem muitos testes diagnósticos para verificar a função hepática: nível de albumina, teste
enzimático, nível de bilirrubinas, etc. Pode ser feita biópsia hepática, USG, tomografia, entre outros.
- Tratamento
Não há um tratamento específico para a cirrose. É um processo irreversível. Como consequência
de diversas patologias diferentes, o tratamento visa interromper a progressão dessas doenças. O
tratamento baseia-se nos sintomas apresentados pelo cliente: antiácidos para diminuir o sofrimento
gástrico, vitaminas e suprimentos nutricionais, diuréticos, abstinência ao álcool. A reversão do processo
fibrótico não é possível, porem pode ser suspenso, ou diminuído.
- Cuidados de enfermagem
✓ Estimular períodos de repouso e deambulação. Nos períodos de repouso, elevar os MMII a fim de
mobilizar edema e ascite;
PERITONITE
É uma inflamação do peritônio – membrana serosa interna da cavidade abdominal que recobre
todas as vísceras.
- Causas
• Bactérias patogênicas;
• Doenças do trato gastrointestinal (apendicite, diverticulite) ou, na mulher, doenças dos órgãos
reprodutores internos;
• Traumatismo abdominal;
• Complicações pós-operatórias e de diálise peritoneal;
• Inflamação de órgãos fora da área peritoneal (exemplo, rins).
- Sinais e sintomas
• Dor abdominal local que tende a tornar-se constante, difusa e mais intensa;
• Abdome sensível, musculatura rígida e a peristalse diminui;
• O cliente permanece deitado, muito quieto, em geral, com as pernas puxadas para cima;
• Náuseas e vômitos frequentes;
• Anorexia;
• Elevação da temperatura e pulso;
• Sede, oligúria, língua seca e edemaciada;
• Astenia, palidez, pele fria e sudorese;
• Hipotensão, respiração superficial (resultado da distensão abdominal).
- Tratamento
É feito com antibiótico, reposição de líquidos e eletrólitos, analgésicos, antieméticos e
oxigenoterapia. Se necessário, a remoção do material infectado e a correção da causa são realizadas por
intervenção cirúrgica.
A septicemia é a maior causa de morte por peritonite.
- Cuidados de enfermagem
✓ Avaliar, continuamente, a dor e SSVV;
✓ Posicionar o cliente de lado, com os joelhos flexionados, diminuindo a tensão no abdome e órgãos;
✓ Realizar o balanço hídrico;
✓ Manter cuidados com sondas e drenos.
GLOSSÁRIO
TERMINOLOGIA DEFINIÇÃO
Eructação Arroto.
Anorexia Perda excessiva de peso.
Sensação de dor epigástrica semelhante à queimação,
Pirose
acompanhada de regurgitação; azia.
Hematêmese Vômito acompanhado de sangue.
Diminuição dos glóbulos vermelhos, quando o corpo não consegue
Anemia perniciosa
absorver quantidades suficientes de vitamina B-12.
Sialorreia Produção excessiva de saliva.
Odinofagia Deglutição com dor (vulgarmente dor de garganta)
pela perda de peso, com predominante perda de massa corpórea e
Caquexia
tecido adiposo. Grau extremo de enfraquecimento.
Espasmos dolorosos do esfíncter anal com desejo urgente de
Tenesmo
defecar, e com eliminação de quantidade mínima de fezes.
Colúria Urina escura.
SISTEMA URINÁRIO
Ou aparelho urinário é um conjunto de órgãos envolvidos com a formação, depósito e eliminação
da urina. O aparelho é formado por dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra. Os materiais inúteis
ou prejudiciais ao funcionamento do organismo, não são assimilados, sendo assim eliminados. Os materiais
desnecessários ao funcionamento do corpo humano e por ele expelidos não são iguais.
As células produzem muitos resíduos que são produtos de seus metabolismo e que devem ser eliminados
(excretados) do organismo, além de substâncias que estão em excesso no sangue. Tais resíduos são
chamados excretas.
Juntamente com as substâncias rejeitadas, o aparelho urinário filtra e elimina também água. A
eliminação de água é necessária seja porque essas substâncias estão dissolvidas no plasma, que é
constituído, na sua maior parte, de água, seja porque também a quantidade de água presente no sangue e
nos tecidos deve ser mantida constante.
Os resíduos formados a partir das reações químicas que ocorrem no interior das células podem
ser eliminados através:
➢ Do sistema urinário através da urina;
➢ Da pele através do suor;
➢ Do sistema respiratório (eliminando o gás carbônico).
A urina é composta de aproximadamente 97% de água. Os principais excretas da urina humana
são: a ureia, o cloreto de sódio e o ácido úrico.
A função básica dos rins é filtrar os produtos da degradação metabólica e o excesso de sódio e de
água do sangue e auxiliar na sua eliminação do organismo. Os rins também ajudam a regular a pressão
arterial e a produção de eritrócitos (glóbulos vermelhos).
Cada rim contém cerca de um milhão de unidades filtradoras (néfrons). O néfron é constituído por
uma estrutura redonda e oca (cápsula de Bowman), que contém uma rede de vasos sangüíneos
(glomérulo). O conjunto dessas duas estruturas é denominado corpúsculo renal.
Qualquer modificação da excreção normal é capaz de causar problemas em outros sistemas do
organismo, além de causar frustração e constrangimento a uma pessoa que apresente alteração na
excreção. As pessoas que apresentam distúrbios de eliminação urinária necessitam de ajuda, compreensão
e sensibilidade. Os profissionais de enfermagem devem auxiliá-las a enfrentar o mal-estar e os problemas
relacionados a sua autoimagem, bem como ajudá-las a estimular a excreção normal, a fim de assegurar a
saúde e o seu bem-estar.
Os distúrbios de eliminações urinárias mais frequentes decorrem da incapacidade funcional da
bexiga, da obstrução da saída da urina ou da incapacidade de controle voluntário da micção. Algumas
pessoas apresentam alterações permanentes ou temporárias na via normal de eliminação urinária.
INCONTINENCIA URINÁRIA
É uma perda involuntária de urina caracterizada pela perda do controle, total ou parcial, da
micção. Pode manifestar-se em qualquer faixa etária, embora seja mais frequente no adulto. A pessoa que
apresenta este problema sente-se socialmente marginalizada, afastando- se frequentemente das atividades
sociais. A urgência miccional é um tipo de incontinência urinária, onde a pessoa sente a necessidade
urgente e repentina de urinar, mas não consegue chegar a tempo até o vaso sanitário. Pode ser devido a
fatores patológicos, anatômicos ou fisiológicos que afetam as vias urinárias.
- Tratamento
Um tratamento ótimo depende da análise minuciosa do problema de forma individualizada e varia
segundo a natureza específica desse problema. Os que sofrem de incontinência urinária podem
habitualmente curar-se ou, pelo menos, melhorar consideravelmente.
Muitas vezes o tratamento exige apenas que se tomem medidas simples para mudar o
comportamento. Muitas pessoas podem recuperar o controlo da bexiga mediante técnicas de modificação
do mesmo, como urinar com intervalos regulares (cada duas ou três horas), para manter a bexiga
relativamente vazia. Pode ser útil evitar os irritantes da bexiga, como as bebidas que contêm cafeína, e
beber quantidades suficientes de líquidos (de seis a oito copos por dia) para impedir que a urina se
concentre em demasia (isso poderá irritar a bexiga). A ingestão de medicamentos que afetam o
funcionamento da bexiga de modo adverso muitas vezes pode ser suspensa.
Se não se puder controlar a incontinência por completo com os tratamentos específicos, a roupa
interior e os absorventes especialmente concebidos para a incontinência podem proteger a pele e permitir
que as pessoas se sintam secas, cômodas e socialmente ativas. Estas peças são discretas e de fácil
acesso.
Os métodos de treino da bexiga tais como exercícios musculares, podem ser muito úteis. Os
medicamentos que relaxam a bexiga podem ser úteis. Embora muitos dos medicamentos disponíveis
possam ser muito úteis, cada um deles atua de um modo um pouco diferente e podem ter efeitos adversos.
Os casos mais graves, que não respondem aos tratamentos não cirúrgicos, podem ser corrigidos
por meio de cirurgia utilizando qualquer dos diferentes procedimentos que elevam a bexiga e reforçam o
canal de passagem da urina. Em alguns casos é eficaz uma injeção de colágeno à volta da uretra.
- Cuidados de Enfermagem
Um dos cuidados importantes da enfermagem, com aqueles que possuem disfunções urinárias, é
a monitorização diária do balanço hídrico. O balanço hídrico representa o resultado de todos os líquidos
administrados a esse cliente (seja por via oral ou via parenteral) e de todos os líquidos eliminados, através
dos rins, pele, pulmões e trato gastrointestinal (por exemplo, por meio de sondagem gástrica em drenagem),
sendo registrado em formulários próprios a evolução do quadro durante 24 horas. É indicado para
acompanhamento daqueles que são nefropatas, cardiopatas, edemaciados, ascíticos e que necessitam de
cuidados intensivos.
RETENÇÃO URINÁRIA
É um problema caracterizado pela incapacidade da bexiga de se esvaziar completamente. A urina
acumula-se no interior da bexiga, distendendo as paredes da mesma e causando sensação de peso, de
desconforto e sensibilidade dolorosa à palpação da região supra púbica, além de irritabilidade e sudorese. A
capacidade da bexiga varia em um adulto entre 500 a 1.000 ml, sem representar grandes sofrimentos de
sua musculatura. No entanto, entre 150 e 200 ml já existe sinais nervosos que indicam o desejo consciente
de urinar. Nos casos graves de retenção urinária, a bexiga chega a conter 2.000 ou mesmo 3.000 ml de
urina.
O principal sinal é a ausência de diurese pelo espaço de várias horas, assim como a distensão da
bexiga, denominada de bexigoma. Pode-se apenas ter a sensação de peso ou dor intensa, sempre que a
distensão da bexiga ultrapassar a capacidade normal deste órgão.
- Causas
Aumento da próstata;
Constipação, estreitamento e edema da uretra como consequência de parto e cirurgia;
Ansiedade emocional pode afetar a capacidade de relaxamento dos esfíncteres uretrais, que são
músculos de formato circular que contraem e relaxam, controlando a saída da urina.
- Cuidados de Enfermagem
Nos casos de retenção urinária, todas as medidas possíveis para estimular a diurese espontânea
são adotadas, tais como:
✓ Garantir a privacidade durante a micção;
✓ Abrir torneiras e chuveiros próximos;
✓ Encaminhar e/ou auxiliar o cliente a ir ao banheiro se não apresentar contraindicação;
✓ Aplicação de calor para relaxar os esfíncteres através de banho de assento, compressas mornas na
região supra púbica e períneo;
✓ Ofertar algo quente para o paciente beber;
✓ Molhar os pés dos clientes acamados, pois essas medidas ajudam a relaxar os esfíncteres uretrais;
✓ Sondagem vesical de alívio, em último caso.
CISTITE
O trato urinário acima da uretra é estéril, mas quando há presença de microrganismos
patogênicos, causam as infecções acompanhadas às vezes de sinais e sintomas. É uma inflamação da
bexiga, geralmente iniciada na uretra, causada mais frequentemente por microrganismos que podem
desenvolver uma infecção, como nos casos de cistites causadas por uso de sondagens vesicais ou
equipamentos de exames como o citoscópio.
As mulheres são mais atingidas pelas cistites que os homens, tendo em vista o tamanho da uretra
feminina, menor do que a masculina, e sua proximidade do ânus. Na maioria dos casos, a cistite nas
mulheres é causada por Escherichia coli. Destaca-se que o aumento das infecções urinárias também pode
estar associado à atividade sexual pela exposição dos órgãos genitais femininos. Em relação aos homens,
a cistite geralmente é secundária a alguma outra doença, como infecções na próstata, no epidídimo ou
cálculos vesicais. Pode também afetar a uretra (uretrite), próstata (prostatite) e o rim (pielonefrite). A
incontinência urinária é comum nos pacientes que tiveram AVC ou outras disfunções neurológicas.
- Fatores de risco
• Incapacidade, ou dificuldade em esvaziar completamente a bexiga;
• Redução das defesas naturais;
• Manipulação do trato urinário (sondagem);
• DM;
• Gravidez e distúrbios neurológicos.
- Causas
• As mulheres tem maior probabilidade de apresentar cistite devido ao curto comprimento da uretra,
proximidade da vagina, reto e o efeito mecânico do coito;
• Uso de cateter ou cistoscópio;
• Refluxo de urina da uretra para a bexiga;
• Contaminação fecal.
- Sinais e sintomas
• Urgência miccional, aumento da frequência, queimação e dor ao urinar;
- Diagnóstico
Para confirmação desses casos, é indicado o exame EAS (Elementos Anormais Sedimentados),
onde são pesquisadas as características da urina e a presença de substâncias anormais, entre elas,
sangue, pus e bactérias. Já nos casos em que a anamnese estão evidenciando de forma clara uma
infecção, ou quando é necessário saber qual é o agente causador e o antibiótico que deverá ser utilizado,
poderá ser solicitada urocultura ou cultura de urina.
- Tratamento
O tratamento das pessoas com cistite se faz através do uso de antibióticos, capaz de destruir as
bactérias do trato urinário com efeitos mínimos sobre a flora vaginal e fecal. Uma atuação efetiva da
enfermagem consiste em orientar a importância de se tomar todas as doses prescritas, mesmo se houver
alívio imediato dos sintomas, devido ao risco de recorrência da infecção mal curada. De uma maneira geral,
as cistites não representam situações clínicas que indiquem internação hospitalar, sendo geralmente
tratadas em nível ambulatorial.
Do ponto de vista preventivo, as cistites podem ser evitadas pelas mulheres por meio de higiene
íntima adequada, uso correto do papel higiênico após urinar, esvaziamento vesical frequente, inclusive após
as relações sexuais por diminuírem a quantidade de microrganismos nos genitais femininos, e visitas
periódicas ao ginecologista.
- Cuidados de enfermagem
✓ Aplicar calor e banhos de imersão quentes, que ajudam a aliviar a dor e a urgência miccional;
✓ Estimular a ingestão hídrica para promover o débito urinário e eliminar as bactérias do trato urinário,
evitando chá, café, refrigerante e álcool;
✓ Estimular o repouso na fase aguda;
✓ Orientar o esvaziamento completo da bexiga (a cada duas a três horas), com o intuito de reduzir o
número de bactérias e para não ocorrer reinfecção;
✓ Orientar quanto à higiene;
✓ Prevenir recorrência, urinando imediatamente após a relação sexual;
✓ Administrar a medicação, conforme prescrição;
✓ Lembrar alguns cuidados na coleta de urina para cultura: oferecer recipiente estéril; orientar a fazer
higiene da genitália externa e a desprezar o primeiro jato de urina, colhendo em seguida.
PIELONEFRITE
É uma infecção aguda bacteriana da pelve renal, túbulos e tecidos intersticiais de um ou ambos os
rins. O acesso das bactérias ao rim, geralmente, se dá através da ascensão pela uretra até a bexiga e
depois ureter e rins. Geralmente, a pielonefrite é secundária ao refluxo de urina para os ureteres devido à
incontinência da válvula ureterovesical. Também pode ser causada pela obstrução do trato urinário, por
tumores de bexiga, estenoses, hiperplasia prostática benigna, por cálculos urinários, cateteres, entre outros.
Pielonefrite aguda: é a infecção ativa que se apresenta com calafrios e febre, dor no flanco, dor à
palpação do ângulo costovertebral, leucocitose, bactérias e leucócitos na urina e, frequentemente, sintomas
de comprometimento das vias urinárias, como disúria e polaciúria.
Há áreas de inflamação do rim com inflamações intersticiais que com o passar do tempo, podem
produzir destruição tubular e formação de abcessos. A inflamação intersticial de baixo grau pode resultar
em atrofia e destruição dos túbulos e dos glomérulos. Finalmente, quando a pielonefrite torna-se crônica, os
rins apresentam-se fibrosados, contraídos e não funcionam.
Pielonefrite crônica: episódios repetidos de pielonefrite aguda podem levar à pielonefrite crônica,
com paciente apresentando fadiga, cefaleia, redução do apetite, poliúria, polidipsia.
- Diagnóstico
A urocultura determina o agente causador e o antibiograma serve para verificar o agente
antimicrobiano adequado, exames de sangue, urocultura excretora, entre outros, auxiliam no diagnóstico.
GLOMERUNEFRITE
O glomérulo renal é a unidade funcional dos rins, composta por um ramalhete de capilares
circundados por uma membrana denominada cápsula de Bowman, através da qual se produz a filtração do
sangue e eliminação dos resíduos metabólicos. O néfron é a menor unidade funcional do sistema que
compõe o rim humano. Em cada um dos rins de uma pessoa, existem cerca de 4 milhões de néfrons.
- Sinais e sintomas
Existem situações em que a glomerulonefrite passa despercebida pela pessoa, somente sendo
descoberta após exame de urina de rotina. A pessoa pode apresentar:
• Cefaléia;
• Mal-estar geral;
• Edema facial;
• Dor no flanco;
• Hipertensão arterial, que pode variar de leve à grave;
• Diminuição da diurese, hematúria e colúria.
- Causas
• HA prolongada e grave;
• DM;
• Doença renal hereditária;
• Glomeronefrite crônica;
• Pielonefrite.
De um modo geral, estas causas acima citadas levam à insuficiência renal aguda por períodos
prolongados e a obstrução dos rins ou das vias urinárias. Se estas situações forem devidamente
diagnosticadas e tratadas a tempo, os rins serão preservados da ausência de fluxo sanguíneo e não
sofrerão danos. Caso tais situações não sejam revertidas em tempo hábil, os rins sofrem lesões que podem
prejudicar seu funcionamento de maneira aguda ou crônica.
- Sinais e sintomas
Os sinais e os sintomas da insuficiência renal variam de acordo com a causa e o nível de prejuízo
renal:
• Letargia;
• Náuseas;
• Soluços;
• Vômitos e diarreia;
• Pele e mucosas apresentam-se secas por desidratação;
• Pele pálida e com prurido;
• Hálito urêmico (a respiração pode ter o mesmo odor da urina);
• Sonolência;
• Queixas constantes de cefaleia;
• Volume urinário apresenta-se diminuído;
• Valores de uréia e creatinina no sangue aumentam gradativamente;
• Edema pulmonar, derrame pleural;
• Pode apresentar abalos musculares, convulsões, coma, arritmias e PCR nos casos graves;
• A anemia acompanha inevitavelmente a insuficiência renal devido a vários fatores, como lesões
gastrointestinais sangrantes (hemorragia digestiva) e redução da vida das hemácias e da
produção da eritropoetina.
- Diagnóstico
Anamnese, exame de sangue, exame de urina, urocultura excretora (introdução de um contraste
radiológico, por via endovenosa, para visualização dos rins, ureteres e bexiga), cistoscopia, pielografia
(infusão de gotejamento – EV – infusão de grande volume de solução diluída com material de contraste),
para produzir a opacificação do parênquima renal e enchimento do trato urinário ou, retógrada com injeção
de contraste através de cateter uretral na pelve por meio de cistoscopia).
- Cuidados de enfermagem
✓ Atentar para sinais e sintomas de hiper ou hipovolemia, devido à incapacidade reguladora dos rins;
✓ Ajustar a ingestão de líquidos para evitar uma sobrecarga de volume, ou desidratação;
✓ Orientar quanto a importância da dieta, oferecer alimentos ricos em carboidratos (estes tem maior
poder de poupar proteínas);
Intervenções como diálise peritoneal e hemodiálise, podem ser utilizadas no sentido de substituir
os rins insuficientes, promovendo a eliminação das substâncias tóxicas.
DIÁLISE
Procedimento realizado quando os rins são incapazes de remover líquidos e produtos do
metabolismo do corpo. Para os que apresentam a doença aguda, pode ser usada por um curto período de
tempo e para paciente com doença renal terminal, por um tempo prolongado, ou permanente.
Diálise peritoneal: é inserido um cateter peritoneal cirurgicamente, onde introduz um líquido
dialisador estéril (mistura especial de glicose e de sais que arrasta as substâncias tóxicas dos tecidos) na
cavidade abdominal. Deixa-se o líquido fluí-lo, até a cavidade e o líquido permanece preso por um tempo e,
depois, é drenado. Este líquido dialisador faz a remoção das substâncias tóxicas presentes no organismo. O
número de ciclo (infusão, permanência e drenagem duração de aproximadamente 1 hora) e troca pode
variar de acordo com as necessidades de cada um. A quantidade de glicose pode ser modificada para
extrair mais ou menos líquido do organismo.
- Complicações
• Hemorragia no local de inserção do cateter;
• Infecção peritoneal (peritonite);
• Hérnias abdominais;
• Dor lombar e anorexia;
• Gosto doce – relacionado á absorção da glicose;
• Alterações da imagem corporal e da sexualidade.
- Complicações
• Hipotensão arterial à medida eu o líquido é removido;
• Embolia gasosa quando o ar entra no sistema cardiovascular;
• Dor torácica devido ao CO2 que diminui com a circulação extracorpórea;
• Prurido à medida que as escórias são retiradas da pele;
• Desequilíbrio dialítico, podendo ter convulsões;
• Câimbras musculares dolorosas;
• Náuseas e vômitos.
- Cuidados de enfermagem
Os médicos decidem começar a diálise quando a insuficiência renal causa um funcionamento
anormal do cérebro (encefalopatia urêmica), inflamação do invólucro do coração (pericardite), uma elevada
acidez do sangue (acidose) que não responde a outros tratamentos, insuficiência cardíaca ou uma
concentração muito elevada de potássio no sangue (hiperpotassemia). A reversão dos sintomas de
alteração do funcionamento cerebral causados pela insuficiência renal, uma vez iniciada a diálise, precisa
em regra de vários dias e, raramente, até duas semanas de tratamento.
Os pacientes que se submetem a diálise precisam de dietas e medicamentos especiais. Deve-se
restringir a ingestão de proteínas, sódio, potássio e líquidos, já eu os produtos finais do metabolismo se
acumulam no corpo e agem como venenos ou toxinas. Devido ao escasso apetite e à perda de proteínas
durante a diálise peritoneal, estas pessoas precisam em geral de uma dieta relativamente rica em proteínas.
É importante controlar o peso diariamente, visto que um aumento excessivo de peso entre as sessões de
hemodiálise sugere um consumo exagerado de líquidos. Para as pessoas em diálise peritoneal, as
restrições de potássio e de sódio são menos severas.
São precisos suplementos multivitamínicos e de ferro para substituir os nutrientes que se perdem
através da diálise. Contudo, as pessoas submetidas à diálise e também a transfusões de sangue muitas
vezes recebem demasiado ferro, já que o sangue contém grandes quantidades deste mineral; por
conseguinte, não devem tomar suplementos do mesmo. Podem-se fornecer hormônios, como a
testosterona ou a eritropoietina, para estimular a produção de glóbulos vermelhos.
A HA é frequente entre os indivíduos que sofrem de insuficiência renal. Em aproximadamente
metade deles pode-se controlar simplesmente extraindo líquido suficiente durante a diálise. A outra metade
pode precisar de fármacos para diminuir a pressão arterial.
Os tratamentos regulares mantêm com vida os doentes que precisam de diálise crônica, contudo,
muitas vezes a diálise causa estresse porque as sessões têm de fazer-se várias vezes por semana e
durante várias horas. As pessoas em diálise também enfrentam alterações perturbadoras da sua própria
imagem e das funções corporais. As crianças com problemas de crescimento podem sentir-se isoladas e
diferentes dos companheiros. Os jovens e os adolescentes que normalmente se questionam sobre a sua
própria identidade, independência e imagem corporal, podem encontrar mais problemas deste tipo, se
estiverem submetidos a diálise.
Como consequência destas perdas, muitas pessoas que estão em diálise deprimem-se e tornam-
se ansiosas. Todavia, a maioria dos indivíduos adapta-se à diálise. A maneira como as pessoas em
programa de diálise (assim como a sua equipa de terapia) enfrentam estes problemas afeta não apenas a
sua adaptação social, mas também a sua sobrevivência a longo prazo. Os problemas psicológicos e sociais
em geral diminuem quando os programas de diálise motivam as pessoas a ser independentes e a assumir
outra vez os seus interesses anteriores.
A assistência psicológica e de trabalho social é útil, tanto para as famílias como para as pessoas
em programa de diálise, nos casos de depressão, problemas de comportamento e circunstâncias que
impliquem perdas ou modificações dos costumes. Estas equipes são formadas por assistentes sociais,
psicólogos e psiquiatras. Muitos centros de diálise oferecem apoio psicológico e social.
Geralmente, a diálise peritoneal e a hemodiálise são tratamentos utilizados pelos doentes renais
crônicos até se conseguir o transplante. De modo a oferecer uma qualidade de vida melhor, o transplante
renal tornou-se o tratamento de escolha para a maioria dos portadores de doença renal crônica. O rim pode
ser proveniente de um doador vivo ou de cadáver humano.
GLOSSÁRIO
TERMINOLOGIA DEFINIÇÃO
Cistoscópio Equipamento utilizado pelo urologista para visualizar a uretra, bexiga e ureter.
Piúria Presença de leucócitos na urina.
Nictúria Volume de secreção urinária noturna maior do que o diurno.
Hematúria Presença de sangue na urina.
Polaciúria Aumento do número de micções com pouco volume de urina.
Intersticial Espaço que separa dois órgãos próximos, intervalo.
Polidispsia Sede excessiva.
Colúria Urina escura, com cor parecida com café, vinho ou refrigerante a base de cola.
É uma membrana serosa que reveste internamente a cavidade abdominal e
Peritônio pélvica (peritônio parietal), bem como os órgãos contidos nela (peritônio
visceral).
Escórias Resíduos.
SISTEMA HEMATOPOIÉTICO
ANEMIA
Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o
conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da carência de um ou mais
nutrientes essenciais, seja qual for a causa dessa deficiência. Do ponto de vista fisiológico, há anemia
quando existe produção diminuída ou ineficaz de hemácias, ou hemoglobina. Diz-se haver anemia quando a
concentração da hemoglobina sanguínea diminui aquém de níveis arbitrados pela OMS: em 13 g/dL para
homens, 12 g/dL para mulheres, e 11 g/dL para gestantes e crianças entre 6 meses e 6 anos.
- Causas
Pode ser por insuficiência da medula óssea, acarretando prejuízo na oferta de oxigênio para os
tecidos; diminuição ou destruição prematura das hemácias (hemólise); perda aumentada de sangue
(hemorragia); déficit de ferro e outros nutrientes; fatores hereditários e doenças crônicas, tais como artrite
reumatoide, abcessos pulmonares, osteomielite, tuberculose e câncer.
ANEMIA FERROPRIVA: é muito mais comum que as demais (estima-se que 90% das anemias
sejam causadas por carência de ferro). É a condição na qual o conteúdo de ferro orgânico encontra-se
inferior ao nível normal (HOMEM: 70 A 180 mcg/dL e MULHER: 60 A 180 mcg/dL). O ferro é um nutriente
essencial para a vida e atua principalmente na síntese (fabricação) das células vermelhas do sangue e no
transporte do oxigênio para todas as células do corpo. Crianças, gestantes, lactantes (mulheres que estão
amamentando), meninas adolescentes e mulheres adultas em fase de reprodução são os grupos mais
afetados pela doença, muito embora homens -adolescentes e adultos- e os idosos também possam ser
afetados por ela.
- Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas da carência de ferro são inespecíficos, necessitando-se de exames
laboratoriais (sangue) para que seja confirmado o diagnóstico de anemia ferropriva. Os principais sinais e
sintomas são: fadiga generalizada, anorexia (falta de apetite), palidez de pele e mucosas (parte interna do
olho, gengivas), menor disposição para o trabalho, dificuldade de aprendizagem nas crianças, apatia,
irritabilidade, taquicardia e cefaleia.
- Diagnóstico
O hemograma mostra a anemia, caracterizada pela presença de glóbulos vermelhos menores que
o normal (microcitose). A dosagem plasmática da ferritina, forma química de armazenamento do ferro no
organismo, mostra-a muito baixa ou ausente.
- Tratamento
Cura-se em dois a três meses com a administração de sulfato ferroso oral, além de uma dieta rica
em carne vermelha, vegetais de folhas escuras também contêm muito ferro, mas sua absorção é menor. Os
cereais de modo geral, e em particular o feijão e a lentilha, são ricos em ferro. Uma dieta equilibrada,
portanto, deve suprir a necessidade diária de ferro, que é de 1 mg, para compensar o consumo desse
mineral.
ANEMIA PERNICIOSA: A vitamina B12, cujo nome científico é cianocobalamina, foi isolada e
identificada a partir de um extrato de fígado, em 1948. É indispensável, na espécie humana, para a
proliferação dos glóbulos do sangue e para a manutenção da integridade das células nervosas. A vitamina
B12 só existe no reino animal; os vegetarianos restritos (vegano), desenvolvem a carência. A falta de
vitamina B12 causa anemia e alterações neurológicas, que são progressivas e mortais se não houver
tratamento.
- Sinais e sintomas
Glossite (língua vermelha e ardente), surgem dormências, depois falta de sensibilidade, nas
extremidades; deterioração mental irreversível.
- Diagnóstico
O hemograma mostra que a anemia é macrocítica, isto é, caracterizada pela presença de
eritrócitos (glóbulos vermelhos) maiores que o usual. A dosagem de vitamina B12 no soro sanguíneo é útil
para o diagnóstico.
- Tratamento
Consiste na reposição através de injeção intramuscular de vitamina B12; dois ou três dias após a
primeira injeção, o paciente sente-se eufórico, bem disposto e com apetite. A anemia cura-se em poucas
semanas; os sintomas neurológicos de modo mais lento.
- Sinais e sintomas
• Crises dolorosas: dor em ossos, músculos e juntas associadas ou não a infecções, exposições ao
frio, esforços etc.;
• Palidez, cansaço fácil, icterícia (cor amarelada, visível principalmente no branco do olho);
• Úlceras (feridas) nas pernas nas crianças pode haver inchaço muito doloroso nas mãos e nos pés;
• Pode haver também sequestro do sangue no baço causando palidez muito grande, às vezes
desmaio e esplenomegalia;
• Maior tendência a infecções.
- Tratamento
Medicação para dor, antibióticos, aumento da oferta de líquidos, transfusão sanguínea, repouso no
leito e cirurgia.
ANEMIA APLÁSTICA: É uma doença devido a uma alteração na função da medula óssea, onde
existe uma falência na produção de células sanguíneas. A pancitopenia (número insuficiente de eritrócitos,
leucócitos e plaquetas), afeta clientes de todas as idades e ambos os sexos.
Os agentes etiológicos (infecção, drogas, substancias químicas ou radiação) fazem com que a
medula óssea pare de produzir células sanguíneas. O início da anemia aplástica pode ser insidioso ou
rápido. Nos casos hereditários, o início geralmente é gradual.
A evolução do processo pode ser aguda e conduzir à morte dentro de poucos dias, com o quadro
de hemorragias repetidas, necrose e septicemia generalizada ou prosseguir durante meses ou mesmo
vários anos; 25% dos pacientes morrem antes de três meses e 50% até vinte meses.
- Sintomas
Fraqueza e fadigas leves e progressivas; sangramento costuma ser leve, mas em certas ocasiões
consiste em hemorragia da retina ou do sistema nervoso central; presença de petéquias ou de equimose na
pele, mucosas, conjuntivas e fundo do olho.
- Diagnóstico
✓ Hemograma e esfregaço de sangue periférico: mostram diminuição nos números de eritrócitos e
plaquetas.
✓ Aspiração e biópsia da medula óssea: a medula óssea está hipocelular ou vazia, com um
hematopoiese, bastante reduzido ou ausente.
- Tratamento
Nos casos de pacientes com aplasia leve deve-se procurar os possíveis agentes etiológicos, na
expectativa de uma recuperação espontânea. O tratamento pode ajudar a prevenir perigosas complicações.
É utilizado: hemotransfusão; transplante da medula óssea; terapia com o imunossupressor; e terapia de
apoio.
LEUCEMIA
A leucemia é uma neoplasia maligna dos órgãos formadores de sangue. Ela tem como principal
característica o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células
sanguíneas normais. A medula é o local de formação das células sangüíneas, ocupa a cavidade dos ossos
(principalmente esterno e bacia) e é conhecida popularmente por tutano. Nela são encontradas as células
mães ou precursoras, que originam os elementos figurados do sangue: glóbulos brancos, glóbulos
vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e plaquetas.
A causa da leucemia é desconhecida, mas existe alguma evidencia de que a influencia genética e
a patogênese viral podem estar envolvidas. O dano à medula óssea, por exposição à irradiação, ou
substancias química, pode causar leucemia. O fator genético também representam incidência de leucemia
(síndrome de Down, deficiência imune primária, entre outros).
A incidência de leucemia representa 8% de todos os cânceres humanos. É a malignidade mais
comum nas crianças e adultos jovens, 50% das leucemias são classificadas como agudas, as demais,
classificadas como crônicas. As agudas têm maior incidência em crianças de 2 a 4 anos, diminuindo com a
idade. As crônicas ocorrem mais em pessoas com 25 a 60 anos.
Existem quatro categorias dos principais tipos de leucemia: leucemias mielóide agudas e crônicas
e leucemias linfóides agudas e crônicas. A leucemia aguda é progressiva e afeta células primitivas,
perdendo a capacidade de desempenho das funções. Ocorre o crescimento rápido de células sanguíneas
imaturas. Torna a medula óssea incapaz de produzir células sanguíneas saudáveis. Acomete maior número
de crianças e leva a morte em semanas. A leucemia crônica progride mais lentamente permitindo o
crescimento de maior número de células, já que podem ser capazes de exercer algumas de suas funções
normais. Ocorre um acúmulo de células sanguíneas relativamente maduras, porém ainda assim anormais.
Acomete mais idosos e pode durar por 15 anos.
Na leucemia mielóide caracteriza-se em anormalidade genética adquirida. Anormalidade nos
cromossomos de números 0 à 22. Já na leucemia linfóide leva a um número aumentado de células linfoides.
São alterações em nível de DNA.
- Sinais e sintomas:
Podem incluir: petéquias (pequenas manchas hemorrágicas); equimoses (manchas azuladas
decorrentes de extravasamento de sangue para a pele); epistaxe (sangramento nasal), sangramento
gengival, hemorragias na retina ou em qualquer orifício corporal; palidez; fadiga; dispnéia; febre; infecção;
esplenomegalia e hepatomegalia; dor óssea e nas articulações; efeitos neurológicos secundários à
infiltração no sistema nervoso central, tais como: desorientação, sonolência, torpor.
- Diagnóstico
A suspeita do diagnóstico é reforçada pela anamnese. Na análise laboratorial, o hemograma
estará alterado, porém, o diagnóstico é confirmado no exame da medula óssea (mielograma).
- Tratamento
Como geralmente não se conhece a causa da leucemia, o tratamento tem o objetivo de destruir as
células leucêmicas, para que a medula óssea volte a produzir células normais. O grande progresso para
obter cura total da leucemia foi conseguido com a associação de medicamentos (poliquimoterapia), controle
das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combate da doença no sistema nervoso
central (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos, é indicado o transplante de medula óssea.
O tratamento é feito em várias fases. A primeira tem a finalidade de atingir a remissão completa,
ou seja, um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia. Esse resultado é
conseguido entre um e dois meses após o início do tratamento (fase de indução de remissão), quando os
exames não mais evidenciam células leucêmicas. Isso ocorre quando os exames de sangue e da medula
óssea (remissão morfológica) e o exame físico (remissão clínica) não demonstram mais anormalidades.
Entretanto, as pesquisas comprovam que ainda restam no organismo muitas células leucêmicas
(doença residual), o que obriga a continuação do tratamento para não haver recaída da doença. Nas etapas
seguintes, o tratamento varia de acordo com o tipo de leucemia (linfóide ou mielóide), podendo durar mais
de dois anos nas linfóides e menos de um ano nas mielóides. São três fases: consolidação (tratamento
intensivo com substâncias não empregadas anteriormente); reindução (repetição dos medicamentos usados
na fase de indução da remissão) e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses).
Por ser uma poliquimioterapia agressiva, pode ser necessária a internação do paciente nos casos de
infecção decorrente da queda dos glóbulos brancos normais pelo próprio tratamento.
O tratamento para leucemia crônica pode frequentemente controlar a doença e seus sintomas,
mas raramente a cura. Tão importante quanto o tratamento do câncer em si, é a atenção dada aos aspectos
sociais do indivíduo, uma vez que o paciente deve receber atenção integral, inseridos no seu contexto
familiar. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na
qualidade de vida do paciente. Neste sentido, não deve faltar ao paciente e à sua família, desde o início do
tratamento, o suporte psicossocial necessário, o que envolve o comprometimento de uma equipe
multiprofissional e a relação com diferentes setores da sociedade, envolvidos no apoio às famílias e à saúde
do doente.
- Cuidados de enfermagem
✓ Justificar as técnicas de lavagem das mãos para qualquer pessoa que entre em contato com o
cliente;
✓ Fazer uso de luvas e antissepsia rigorosa da pele para instalar infusões;
✓ Estabelecer uso de máscaras para pessoas que prestam cuidados direto ao cliente;
✓ Fazer e orientar higiene oral cuidadosa 3 a 6 vezes ao dia;
✓ Ajudar o cliente no banho diário, usando sabão bactericida;
✓ Colocar o cliente em quarto individual e orientar para que evite o contato com portadores de
doenças contagiosas;
✓ Promover repouso no leito durante episódios de sangramento;
✓ Informar o cliente sobre a terapia, procedimentos diagnósticos e terapêuticos, explicando a
finalidade e importância de cada um, antecipando possíveis reações e efeitos colaterais;
HEMOFILIA
É uma doença genético-hereditária que se caracteriza por desordem no mecanismo de
coagulação do sangue e manifesta-se quase exclusivamente no sexo masculino. Existem dois tipos de
hemofilia: A e B. A hemofilia A ocorre por deficiência do fator VIII de coagulação do sangue e a hemofilia B,
por deficiência do fator IX.
O gene que causa a hemofilia é transmitido pelo par de cromossomos sexuais XX. Em geral, as
mulheres não desenvolvem a doença, mas são portadoras do defeito. O filho do sexo masculino é que pode
manifestar a enfermidade. Além dos sinais clínicos, o diagnóstico é feito por meio de um exame de sangue
que mede a dosagem do nível dos fatores VIII e IX de coagulação sanguínea.
- Diagnóstico
Nos quadros graves e moderados, os sangramentos repetem-se espontaneamente. Em geral, são
hemorragias intramusculares e intra-articulares que desgastam primeiro as cartilagens e depois provocam
lesões ósseas. Os principais sintomas são dor forte, aumento da temperatura e restrição de movimentos e
as articulações mais comprometidas costumam ser joelho, tornozelo e cotovelo.
Os episódios de sangramento podem ocorrer logo no primeiro ano de vida do paciente sob a
forma de equimoses (manchas roxas), que se tornam mais evidentes quando a criança começa a andar e a
cair. No entanto, quando acometem a musculatura das costas, não costumam exteriorizar-se. Nos quadros
leves, o sangramento ocorre em situações como cirurgias, extração de dentes e traumas.
- Tratamento
O tratamento da hemofilia evoluiu muito e, basicamente, consiste na reposição do fator anti-
hemofílico. Paciente com hemofilia A recebe a molécula do fator VIII, e com hemofilia B, a molécula do fator
IX. Os hemocentros distribuem gratuitamente essa medicação que é fornecida pelo MS.
Quanto mais precoce for o início do tratamento, menores serão as sequelas que deixarão os
sangramentos. Por isso, o paciente deve ter em casa a dose de urgência do fator anti-hemofílico específico
para seu caso e ser treinado para aplicá-la em si mesmo tão logo apareça os primeiros sintomas. Deve
também fazer também aplicações de gelo, no mínimo, três vezes por dia, por 15 ou 20 minutos, até que a
hemorragia estanque. Vencida a fase aguda, o portador de hemofilia deve ser encaminhado para
fisioterapia a fim de reforçar a musculatura e promover estabilidade articular.
Os pais devem procurar assistência médica se o filho apresentar:
• Sangramentos frequentes e desproporcionais ao tamanho do trauma;
• Manchas roxas que aparecem no bebê quando bate nas grades do berço podem ser um sinal de
alerta para diagnóstico da hemofilia;
• Os pais precisam ser orientados para saber como lidar com o filho hemofílico e devem estimular a
criança a crescer normalmente;
• A prática regular de exercícios que fortaleçam a musculatura é fundamental para os hemofílicos. No
entanto, esportes como judô, rúgbi e futebol são desaconselhados;
• Episódios de sangramento devem receber tratamento o mais depressa possível para evitar as
sequelas musculares e articulares causadas pela hemorragia.
- Cuidados de enfermagem
✓ Aconselhar sobre a importância de conhecer sobre o tratamento;
✓ Aumentar a disposição para aprender sobre a hemofilia e seu tratamento;
✓ Ensinar o processo da doença;
✓ Proporcionar suporte emocional;
✓ Orientar modificação do comportamento, adaptando-se as limitações impostas pela hemofilia;
✓ Administrar fatores de coagulação conforme prescrição médica;
✓ Realizar a crioterapia;
✓ Orientar o repouso e imobilização do membro durante o sangramento;
✓ Promover a terapia com atividades físicas recomendadas para fortalecer os músculos;
✓ Orientar quanto a prática de esportes recomendados;
✓ Promover relaxamento muscular e alongamento;
✓ Administrar analgésico, conforme prescrito;
✓ Informar sobre analgésicos que devem ser evitados, como aspirina, fenilbutazona, dipirona,
indometacina;
✓ Monitorar grau e desconforto da dor;
✓ Diante de sangramentos instituir rapidamente a terapêutica substitutiva com o fator de coagulação;
✓ Administrar fatores de coagulação preventivamente antes de atividades que ofereçam riscos;
✓ Orientar e ensinar precauções contra sangramentos;
✓ Controlar comportamento de autolesão;
✓ Melhorar o enfrentamento nas crises hemorrágicas.
Roxa: Volume máximo de coleta de 2 ml. Tubo contém anticoagulante EDTA. Utilizados para exames de
carga viral HIV, grupo ABO, fator Rh, hematológico.
Amarela: Volume máximo de 7 ml. Tubo com anticoagulante. Utilizados para exames de ácido úrico,
hormônios, colesterol, triglicerídeos.
Vermelha: Volume máximo de coleta de 7 ml. Tubo sem anticoagulante. Utilizados para exames de ácido
úrico, hormônios, colesterol, triglicerídeos.
Azul: Volume máximo de coleta de 1,8 ml. Tubo contém citrato de sódio. Utilizados para exames de TAP,
tempo coagulação, dosagem de fibrogênio.
Verde: Volume máximo de coleta de 4 ml. Tubo contém heparina. Utilizado para exame de dosagem de
chumbo, hemogasometria.
Cinza: Tubo contém fluoreto de sódio + EDTA. Utilizado para exame de glicemia.
Sequência de coleta:
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento
desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase)
para outras regiões do corpo. Metástase é a disseminação da lesão primária em outros órgãos distantes da
origem, através do sangue ou linfa.
Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis,
determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro
lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam
vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida.
Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo,
existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer
tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em
tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma.
Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de
multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes.
O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células aos agentes
causadores de câncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é diretamente
proporcional ao número de cigarros fumados por dia e ao número de anos que ela vem fumando. No Brasil,
as estimativas para o ano de 2008 e válidas também para o ano de 2009, apontam que ocorrerão 466.730
casos novos de câncer. Os tipos mais incidentes, à exceção do câncer de pele do tipo não melanoma,
serão os cânceres de próstata e de pulmão no sexo masculino e os cânceres de mama e de colo do útero
no sexo feminino, acompanhando o mesmo perfil da magnitude observada no mundo.
Estima-se que em 2020 o número de casos novos anuais seja da ordem de 15 milhões. Cerca de
60% destes novos casos ocorrerão em países em desenvolvimento. É também conhecido que pelo menos
um terço dos casos novos de câncer que ocorrem anualmente no mundo poderia ser prevenido.
- Causas
As causas de câncer são variadas, podendo ser extrínsecas ou intrínsecas ao organismo, estando
ambas inter-relacionadas. As extrínsescas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes
próprios de um ambiente social e cultural. As causas intrínsecas são, na maioria das vezes, geneticamente
pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses
fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas
nas células normais.
De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Alguns deles
são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode causar
câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em estudo, tais como alguns
componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente desconhecidos. O
envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação maligna.
Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes
fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais frequente nesses indivíduos.
Os fatores de risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores
atuam alterando a estrutura genética (DNA) das células.
- Sinais e sintomas
A neoplasia é uma patologia com localizações e aspectos clínico-patológicos múltiplos e não
possui sintomas ou sinais próprios, podendo ser detectado em vários estágios de evolução histopatológica e
clínica. Destes fatos resulta, em grande parte, a dificuldade do seu diagnóstico e a afirmativa de que a
suspeita de câncer pode surgir diante dos sintomas os mais variados possíveis, como: emagrecimento
exagerado, nódulos, anorexia, secreção ou sangramento incomum, entre outros. A partir da detecção dos
sinais clínicos e sintomas, esclarece-se o diagnóstico mediante exames laboratoriais que serão específicos
aos órgãos comprometidos.
- Diagnóstico
O objetivo do dos testes diagnósticos é de determinar a presença do tumor, sua extensão,
presença de metástase, avaliar a função do órgão comprometido e dos não comprometidos, obter células e
tecidos para análise do tumor, estágio e grau. A avaliação inclui anamnese, exame físico, procedimentos
radiológicos e cirúrgicos.
- Tratamento
O objetivo inclui a cura da doença maligna, o controle para prolongar a sobrevivência e conter o
crescimento das células cancerosas, ou paliativo que serve para aliviar os sintomas. Inclui cirurgias,
radioterapia e quimioterapia.
Quimioterapia: é um tipo de tratamento, em que se utilizam medicamentos para combater o
câncer. Eles são aplicados, em sua maioria, na veia, podendo também ser dados por via oral, intramuscular,
subcutânea e tópica e intratecal. Os medicamentos se misturam com o sangue e são levados a todas as
partes do corpo, destruindo as células doentes que estão formando o tumor e impedindo, também, que elas
se espalhem pelo corpo.
- Efeitos colaterais
Os efeitos tóxicos dos medicamentos variam de acordo com o grupo a que pertence a droga e
com a sensibilidade individual de cada paciente. Os sintomas mais frequentes são:
• Anorexia, estomatite;
• Náusea e vômito;
• Febre e calafrios;
• Mal estar geral;
• Diarreia;
• Eritema e descamação da pele;
• Alopecia;
• Necrose tecidual e hemorragia.
O uso dos quimioterápicos por um período prolongado ocasiona o desenvolvimento de outros tipos
de cânceres, depressão da medula óssea, que gera anemia, tendência hemorrágicas e diminuição da
resistência a infecções.
- Efeitos colaterais
Depende do local, tipo, dose e do estado geral de saúde do paciente. Os efeitos colaterais são
previsíveis, dependendo do órgão e tecido normais contidos no campo. Pode apresentar:
• Manifestações cutâneas: descamação da pele, cicatrização, queda de pêlos, escurecimento da pele
e eritema;
• Lesão da mucosa orogástrica: perda do paladar, diminuição da salivação, dor na garganta, disfagia;
• Reações sistêmicas: náuseas, vômitos, febre, mal-estar geral, anorexia, diarreia.
Cientes de nossa limitação como profissionais da saúde, devemos deixar de pensar a finitude ou a
doença crônica como um fracasso da medicina, visto ser o alívio da dor e do sofrimento uma das metas da
medicina.
A finitude digna pode ser definida como aquela sem dor e com sofrimento minimizado mediante os
cuidados paliativos adequados, onde cabe equilibrar as necessidades do paciente e a integridade médica,
nesta habilidade estão inclusos os cuidados paliativos, cuidados totais prestados ao paciente e à sua
família, os quais se iniciam quando a terapêutica específica curativa deixa de ser o objetivo. É neste
momento que a enfermagem tem grande potencial para diminuir a ansiedade e o medo, e transferi-los no
sentido de fomentar a esperança, estimulando o cliente a participar da programação e implementação de
seu tratamento.
A terapêutica paliativa é voltada ao controle sintomático e preservação da qualidade de vida para
o paciente, sem função curativa, de prolongamento ou de abreviação da sobrevida.
A empatia, bom humor e compreensão são integrantes fundamentais da terapêutica. A abordagem
é multidisciplinar, contando com médicos, equipe de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais,
nutricionistas, fisioterapeutas e voluntários.
BIBLIOGRAFIA
MOZACHI, N. O hospital: manual do ambiente hospitalar. 2.ª Ed. Curitiba: Os autores, 2005. Pág. 1 à 26.
MURTA, G. F. Saberes e práticas: guia para ensino e aprendizagem de enfermagem. 8.ª ed. São Caetano
do Sul: Difusão Editora, 2014. Volumes 1 e 4.
SANTORO, D. C. Situações de urgência e emergência: manual de condutas práticas. 2ª ed. Rio de Janeiro:
Águia Dourada, 2013.
Site <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/animais-peconhentos>
pesquisado em 18/07/2016 às 19:30hrs.