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TRATAMENTO CLÍNICO

SAÚDE X DOENÇA

Segundo a OMS saúde vem a ser “o estado de completo bem -estar


físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença”. É evidente a falta
de precisão, em especial no que concerne ao significado da expressão
“completo bem-estar”. Certamente, esse pode variar de acordo com o
indivíduo, o tempo e o espaço.

Doença (do latim dolentia, padecimento) é o estado resultante da


consciência da perda da homeostasia de um organismo vivo, total ou parcial,
causada por agentes externos ou não, estado este que pode cursar devido a
infecções, inflamações, isquemias, modificações genéticas, sequelas de
trauma, hemorragias, neoplasias ou disfunções orgânicas. Daí a definição de
doença como sendo o conjunto de fenômenos desenvolvidos em organismos,
associados a uma característica, ou série de características comuns, que
diferenciam esses organismos dos normais da mesma espécie, e de maneira a
situá-los em posição biologicamente desvantajosa em relação àqueles.

É importante distinguir os conceitos de doença aguda, crônica e crônico-


degenerativa:

 Doença aguda. É aquela que têm um curso acelerado, terminando com


convalescença ou morte em menos de três meses. A maioria das
doenças agudas caracteriza-se em várias fases. O início dos sintomas
pode ser abrupto ou insidioso, seguindo-se uma fase de deterioração
até um máximo de sintomas e danos, fase de plateau, com manutenção
dos sintomas e possivelmente novos picos, uma longa recuperação
com desaparecimento gradual dos sintomas, e a convalescência, em
que já não há sintomas específicos da doença, mas o indivíduo ainda
não recuperou totalmente as suas forças.

 Doença crônica: é uma doença que não é resolvida num tempo curto.
As doenças crônicas são doenças que não põem em risco a vida da
pessoa num prazo curto, logo não são emergências médicas. No
entanto, elas podem ser extremamente sérias, as doenças crônicas
incluem também todas as condições em que um sintoma existe
continuamente, e mesmo não pondo em risco a saúde física da pessoa,
são extremamente incomodativas levando à perda da qualidade de vida
e atividades das pessoas. Muitas doenças crônicas são assintomáticas
ou quase assintomáticas a maior parte do tempo, mas caracterizam-se
por episódios agudos perigosos e/ou muito incomodativos.

o Doença crônico-degenerativa: predomina na idade adulta, e


sua incidência, prevalência e mortalidade se elevam à medida
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que aumenta a vida média da população. São caracterizadas por
uma evolução lenta e progressiva, irreversível, por um longo
período de latência assintomático, exigindo constante
supervisão, observação e cuidado. Ao realizar as ações de
enfermagem através de uma abordagem holística, o profissional
de enfermagem ajuda o cliente a adquirir um estado de saúde.
No entanto, para desempenhar efetivamente essas ações, o
profissional de enfermagem deve identificar corretamente as
faltas ou as deficiências relativas à saúde do cliente.

CLÍNICA MÉDICA: É um setor hospitalar onde acontece o atendimento integral


do indivíduo com idade superior a 12 anos que se encontra em estado crítico
ou semi-crítico, que não são provenientes de tratamento cirúrgico e ainda
àqueles que estão hemodinamicamente estáveis, neste setor é prestada
assistência integral de enfermagem aos pacientes de média complexidade.

CLÍNICA: Vem do grego Kline = leito, acamado.

MÉDICA: Vem do latim medicus = Cuidar de.

A clínica médica compreende um grupo de especialidades médicas


desenvolvidas dentro de uma unidade hospitalar, organizada segundo um
conjunto de requisitos, onde o paciente internado é submetido a exames
clínicos (anamnese), físicos, laboratoriais e especiais com a finalidade de
definir um diagnóstico e, a seguir um tratamento específico. A clínica médica
tem como objetivo proporcionar um ambiente terapêutico adequado aos
pacientes com patologias diversificadas, em regime de internação e manter um
padrão de assistência prestada aos pacientes, o que exige a aplicação de um
plano de cuidados de enfermagem para a patologia específica do
paciente/cliente.

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IMPRESSOS UTILIZADOS NA CLÍNICA MÉDICA

ROTINA DA CLÍNICA MÉDICA

 Organização do setor;
 Dimensionamento da equipe;
 Passagem de plantão;
 Escala diária;
 Escala mensal;
 Livro de ocorrência do setor;
 Supervisão de enfermagem;
 Rotina da frequência de
verificação de sinais vitais;
 Divisão dos banhos;

ADMISSÃO DO PACIENTE NA CLÍNICA MÉDICA

A admissão hospitalar pode ser definida como a internação ou a entrada de


uma pessoa em um hospital, cuja função é fornecer permanentemente assistência
médica e de enfermagem a seus pacientes. É o ato de receber um paciente para
ocupar um leito por um período igual ou superior a 24 horas.

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A recepção do paciente deve ocorrer da seguinte forma:

 Receber o paciente com cortesia, segurança, transmitindo confiança, se


identificando, informando sobre as normas e rotinas do setor;
 Apresentar a equipe que irá prestar assistência;
 O leito já deve estar preparado e previamente identificado;
 Mostrar as instalações sanitárias e explicar as rotinas como horário de
visita, refeições;
 Recepcionar o acompanhante, informando também sobre as normas da
unidade;
 Apresenta-lo aos pacientes do quarto, quando o mesmo for se internar
em enfermarias;
 Recolher objetos de uso pessoal e entregar ao acompanhante, se não
houver acompanhante colocar em saco plástico e identificar com nome
completo do paciente;
 Iniciar procedimentos terapêuticos como a verificação de sinais vitais,
informar sobre exames e realizar os registros conforme protocolo da
instituição.

Conforme estabelece a portaria do Ministério da Saúde nº1286 de


26/10/93- art.8º e nº74 de 04/05/94 , os pacientes que são atendidos tanto
pelo SUS quanto pelo serviço privado têm direitos garantidos por lei.

DIREITOS DO PACIENTE
1. O paciente tem direito a atendimento humano, atencioso e respeitoso, por
parte de todos os profissionais de saúde. Tem direito a um local digno e
adequado para seu atendimento.

2. O paciente tem direito a ser identificado pelo nome e sobrenome. Não


deve ser chamado pelo nome da doença ou do agravo à saúde, ou ainda de
forma genérica ou quaisquer outras formas impróprias, desrespeitosas ou
preconceituosas.

3. O paciente tem direito a receber do funcionário adequado, presente no


local, auxílio imediato e oportuno para a melhoria de seu conforto e bem-
estar.
4. O paciente tem direito a identificar o profissional por crachá preenchido
com o nome completo, função e cargo.

5. O paciente tem direito a consultas marcadas, antecipadamente, de forma


que o tempo de espera não ultrapasse a trinta (30) minutos.

6. O paciente tem direito de exigir que todo o material utilizado seja


rigorosamente esterilizado, ou descartável e manipulado segundo normas de
higiene e prevenção.

7. O paciente tem direito de receber explicações claras sobre o exame a que


vai ser submetido e para qual finalidade irá ser coletado o material para
exame de laboratório.

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8. O paciente tem direito a informações claras, simples e compreensivas,
adaptadas à sua condição cultural, sobre as ações diagnósticas e
terapêuticas, o que pode decorrer delas, a duração do tratamento, a
localização, a localização de sua patologia, se existe necessidade de
anestesia, qual o instrumental a ser utilizado e quais regiões do corpo serão
afetadas pelos procedimentos.

9. O paciente tem direito a ser esclarecido se o tratamento ou o diagnóstico é


experimental ou faz parte de pesquisa, e se os benefícios a serem obtidos
são proporcionais aos riscos e se existe probalidade de alteração das
condições de dor, sofrimento e desenvolvimento da sua patologia.

10. O paciente tem direito de consentir ou recusar a ser submetido à


experimentação ou pesquisas. No caso de impossibilidade de expressar sua
vontade, o consentimento deve ser dado por escrito por seus familiares ou
responsáveis.

11.O paciente tem direito a consentir ou recusar procedimentos, diagnósticos


ou terapêuticas a serem nele realizados. Deve consentir de forma livre,
voluntária, esclarecida com adequada informação. Quando ocorrerem
alterações significantes no estado de saúde inicial ou da causa pela qual o
consentimento foi dado, este deverá ser renovado.
12. O paciente tem direito de revogar o consentimento anterior, a qualquer
instante, por decisão livre, consciente e esclarecida, sem que lhe sejam
imputadas sanções morais ou legais.

13. O paciente tem o direito de ter seu prontuário médico elaborado de forma
legível e de consultá-lo a qualquer momento. Este
prontuário deve conter o conjunto de documentos padronizados do
histórico do paciente, princípio e evolução da doença, raciocínio clínico,
exames, conduta terapêutica e demais relatórios e anotações clínicas.
14. O paciente tem direito a ter seu diagnóstico e tratamento por escrito,
identificado com o nome do profissional de saúde e seu registro no
respectivo Conselho Profissional, de forma clara e legível.

15. O paciente tem direito de receber medicamentos básicos, e também


medicamentos e equipamentos de alto custo, que mantenham a vida e a
saúde.

16. O paciente tem o direito de receber os medicamentos acompanhados de


bula impressa de forma compreensível e clara e com data de fabricação e
prazo de validade.

17. O paciente tem o direito de receber as receitas com o nome genérico do


medicamento (Lei do Genérico) e não em código, datilografadas ou em letras
de forma, ou com caligrafia perfeitamente legível, e com assinatura e carimbo
contendo o número do registro do respectivo Conselho Profissional.

18. O paciente tem direito de conhecer a procedência e verificar antes de


receber sangue ou hemoderivados para a transfusão, se o mesmo contém

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carimbo nas bolsas de sangue atestando as sorologias efetuadas e sua
validade.

19. O paciente tem direito, no caso de estar inconsciente, de ter anotado em


seu prontuário, medicação, sangue ou hemoderivados, com dados sobre a
origem, tipo e prazo de validade.

20. O paciente tem direito de saber com segurança e antecipadamente,


através de testes ou exames, que não é diabético, portador de algum tipo de
anemia, ou alérgico a determinados medicamentos (anestésicos, penicilina,
sulfas, soro antitetânico, etc.)
antes de lhe serem administrados.
21. O paciente tem direito à sua segurança e integridade física
nos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados.

22. O paciente tem direito de ter acesso às contas detalhadas referentes às


despesas de seu tratamento, exames, medicação, internação e outros
procedimentos médicos.

23. O paciente tem direito de não sofrer discriminação nos serviços de saúde
por ser portador de qualquer tipo de patologia, principalmente no caso de ser
portador de HIV / AIDS ou doenças infecto- contagiosas.

24. O paciente tem direito de ser resguardado de seus segredos, através da


manutenção do sigilo profissional, desde que não acarrete riscos a terceiros
ou à saúde pública. Os segredos do paciente correspondem a tudo aquilo
que, mesmo desconhecido pelo próprio cliente, possa o profissional de saúde
ter acesso e compreender através das informações obtidas no histórico do
paciente, exames laboratoriais e radiológicos.

25. O paciente tem direito a manter sua privacidade para satisfazer suas
necessidades fisiológicas, inclusive alimentação adequada e higiênicas, quer
quando atendido no leito, ou no ambiente onde está internado ou
aguardando atendimento.

26. O paciente tem direito a acompanhante, se desejar, tanto nas consultas,


como nas internações. As visitas de parentes e amigos devem ser
disciplinadas em horários compatíveis, desde que não comprometam as
atividades médico/sanitárias. Em caso de parto, a parturiente poderá solicitar
a presença do pai.
27. O paciente tem direito de exigir que a maternidade, além
dos profissionais comumente necessários, mantenha a presença de
um neonatologista, por ocasião do parto.

28. O paciente tem direito de exigir que a maternidade realize o “teste do


pezinho” para detectar a fenilcetonúria nos recém- nascidos.

29. O paciente tem direito à indenização pecuniária no caso de qualquer


complicação em suas condições de saúde motivadas por imprudência,
negligência ou imperícia dos profissionais de saúde.

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30. O paciente tem direito à assistência adequada, mesmo em períodos


festivos, feriados ou durante greves profissionais.

31. O paciente tem direito de receber ou recusar assistência


moral, psicológica, social e religiosa.

32. O paciente tem direito a uma morte digna e serena, podendo optar ele
próprio (desde que lúcido), a família ou responsável, por local ou
acompanhamento e ainda se quer ou não o uso de tratamentos dolorosos e
extraordinários para prolongar a vida.

33. O paciente tem direito à dignidade e respeito, mesmo após a morte. Os


familiares ou responsáveis devem ser avisados imediatamente após o óbito.

34. O paciente tem o direito de não ter nenhum órgão retirado de seu corpo
sem sua prévia aprovação.
35. O paciente tem direito a órgão jurídico de direito específico da saúde,
sem ônus e de fácil acesso.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM AFECÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

Anatomia: É formado por um conjunto de órgãos responsáveis


pela absorção de oxigênio do meio ambiente e a eliminação de
dióxido de carbono para o meio ambiente.

Órgãos do sistema respiratório:


 Vias aéreas superiores: fossas nasais, boca, faringe.
 Vias aéreas inferiores: laringe, traquéia, brônquios,
pulmões.

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DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA-DPOC

A DPOC caracteriza-se por limitação do fluxo de ar, que não é


totalmente reversível, geralmente progressiva e associada à resposta
inflamatória do pulmão a partículas ou gases nocivos. A limitação ao fluxo de ar
resulta em estreitamento das vias respiratórias, hipersecreção de muco e
alterações na vascularização pulmonar. Outras doenças, tais como fibrose
cística, bronquiectasia e asma, que eram classificadas como tipos de DPOC,
são atualmente classificadas como distúrbios pulmonares crônicos, embora
possa haver sobre posição dos sintomas com aqueles observados na DPOC.

FATORES DE RISCO

Tabagismo;
Poluição do ar ambiente;
Exposição ocupacional (p. ex.,
carvão, algodão, grãos)
 Infecções respiratórias;
 Exposição ocupacional;
 Anormalidades genéticas.

Complicações da DPOC

 Insuficiência e falência respiratórias (principais complicações) ;


 Pneumonia;
 Atelectasia;
 Pneumotórax;
 A DPOC e condições associadas (doenças crônicas das vias
respiratórias inferiores).

Fisiopatologia

Bronquite crônica: A bronquite crônica, uma doença das vias respiratórias, é


definida como a presença de tosse e produção de escarro durante pelo menos
3 meses, a cada 2 anos consecutivos. A irritação constante da fumaça de
cigarro ou irritantes ambientais provoca aumento no número de glândulas
secretoras de muco e células caliciformes, levando à produção aumentada de
muco. O tamponamento da via respiratória pelo muco diminui a função ciliar, e
as paredes brônquicas tornam-se espessadas, com estreitamento do lúmen
brônquico. Os alvéolos adjacentes aos bronquíolos podem sofrer lesão e
fibrose, resultando em função alterada dos macrófagos alveolares; em
consequência, o cliente torna-se mais suscetível à infecção respiratória.

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Enfisema: No enfisema, o comprometimento na troca de oxigênio e de dióxido


de carbono resulta da destruição das paredes dos alvéolos hiperdistendidos
além dos bronquíolos terminais e destruição das paredes dos alvéolos. À
medida que as paredes dos alvéolos são destruídas (um processo acelerado
por infecções recorrentes), a área de superfície alveolar em contato direto com
os capilares pulmonares diminui continuamente. Esse processo provoca
aumento do espaço morto (área pulmonar em que não pode ocorrer nenhuma
troca gasosa) e comprometimento da difusão de oxigênio, levando à
hipoxemia. Nos estágios mais avançados da doença, a eliminação de dióxido
de carbono fica comprometida, resultando em aumento da pressão de dióxido
de carbono no sangue arterial (hipercapnia), com consequente acidose
respiratória.

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Existem dois tipos principais de enfisema:

Panlobular (pan-acinar): destruição do bronquíolo respiratório, ducto alveolar


e alvéolo.

Centrilobular (centroacinar): alterações patológicas que ocorrem


principalmente no centro do lóbulo secundário, preservando as porções
periféricas do ácino. Ambos podem ocorrer em um único cliente.

Manifestações clínicas da DPOC

 Caracteriza-se por tosse crônica, produção de escarro e dispneia aos


esforços e, com frequência, agrava-se com o passar do tempo;
 A DPOC é classificada nos estágios I a IV, dependendo da gravidade,
que é medida pelas provas de função pulmonar, e da gravidade dos
sintomas;
 Perda de peso é comum;
 A hiperinsuflação crônica observada no enfisema pode levar ao
desenvolvimento de uma configuração de “tórax em barril”;
 Pode-se observar o uso dos músculos acessórios durante a inspiração .
Tratamento

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 Cessação do tabagismo, quando apropriado;


 Broncodilatadores, corticosteroides e outros medicamentos (p.
ex., terapia de aumento da alfa1-antitripsina, antibióticos,
agentes mucolíticos, agentes antitussígenos, vasodilatadores e
narcóticos);
 As vacinas são possivelmente efetivas para reduzir a morbidade
grave devido a influenzae pneumonia;
 Oxigenoterapia, incluindo oxigênio à noite.

A oxigenoterapia é variável nos clientes com DPOC; seu objetivo


na DPOC consiste em obter um nível aceitável de oxigênio, sem
queda do pH (hipercapnia crescente).

Manejo de enfermagem na DPOC

 Obter informações sobre os sintomas atuais e manifestações prévias da


doença, particularmente a exposição e a história de tabagismo;
 Rever os resultados dos exames complementares disponíveis;
 Avaliar os déficits de informação sobre componentes da reabilitação
pulmonar (p. ex., medicamentos e oxigenoterapia em domicílio, nutrição,
tratamentos respiratórios, alívio dos sintomas);
 Ressaltar a importância da cessação do tabagismo;
 Ressaltar a importância da comunicação do cliente com a equipe de
cuidados de saúde;
 Obtenção da desobstrução das vias respiratórias ;
 Monitorar o cliente quanto à presença de sibilos, sons respiratórios
diminuídos, dispneia e hipoxemia ;
 Se forem prescritos broncodilatadores ou corticosteroides, administrar
corretamente os medicamentos e ficar atenta para os efeitos colaterais
potenciais;

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 Confirmar o alívio do broncospasmo, bem como pela avaliação da
dispneia e comprovação de que ela diminuiu;
 Incentivar o cliente a eliminar ou reduzir todos os irritantes pulmonares,
particularmente o fumo de cigarros ;
 Instruir o cliente na tosse dirigida ou controlada ;
 A fisioterapia respiratória com drenagem postural, a respiração com
pressão positiva intermitente, o aumento do consumo de líquidos e
nebulizações suaves (com soro fisiológico ou água) podem ser úteis
para alguns clientes com DPOC;
 Avaliar a tolerância e as limitações do cliente quanto à atividade, e
utilizar estratégias de ensino para promover as atividades independentes
da vida diária e as maneiras de diminuir o gasto energético;
 Recomendar o uso de auxílios para deambulação, quando apropriado, a
fim de melhorar os níveis de atividade e a deambulação;
 Consultar outros profissionais de saúde (p. ex., terapeuta de
reabilitação, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta), quando necessário;
 Avaliar o cliente quanto à ocorrência de complicações (insuficiência e
falência respiratórias, insuficiência respiratória e atelectasia crônica);
 Monitorar, à procura de alterações cognitivas, dispneia crescente,
taquipneia e taquicardia;
 Monitorar os valores da oximetria de pulso e administrar oxigênio,
conforme prescrição;
 Instruir o cliente e a família a respeito dos sinais e sintomas de infecção
ou outras complicações, e notificar as alterações observadas no estado
físico e cognitivo do cliente;
 Incentivar o cliente a se vacinar contra a gripe e contra Streptococcus
pneumoniae;
 Avisar o cliente sobre a necessidade de evitar sair para a rua quando
houver poluição significativa do ar, bem como evitar a exposição a altas
temperaturas externas com umidade elevada;
 Se houver início rápido de falta de ar, avaliar rapidamente o cliente,
avaliando a oximetria de pulso.

ASMA

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A asma é uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias, que
provoca hiper-reatividade, edema da mucosa e produção de muco. Essa
inflamação acaba resultando em episódios recorrentes de sinais/sintomas de
asma: tosse, sensação de constrição no tórax, sibilos e dispneia. Os clientes
com asma podem apresentar períodos assintomáticos alternando com
exacerbações agudas de poucos minutos a várias horas ou dias de duração. A
asma, a doença crônica mais comum da infância, pode ocorrer em qualquer
idade.

Fatores de risco

 História familiar;
 Alergia (o fator mais forte);
 Exposição crônica a irritantes das vias respiratórias ou alérgenos (p. ex.,
polens de grama, árvores e ervas daninhas, mofo, poeira, baratas, pelos
de animais).
Fatores desencadeantes

 Irritantes das vias respiratórias (p. ex.,


poluentes do ar, frio, calor, mudanças de
tempo, odores ou perfumes fortes,
fumaça, exposição ocupacional);
 Alimentos (p. ex., frutos do mar, nozes);
 Exercícios físicos;
 Estresse;
 Fatores hormonais;
 Medicamentos;
 Infecções virais das vias respiratórias e
refluxo gastresofágico.

Fisiopatologia da asma

A asma é uma reação inflamatória reversível e difusa das vias


respiratórias, que leva a estreitamento prolongado destas, o qual é
exacerbado por várias alterações nas vias respiratórias, incluindo
broncoconstrição e edema, hiper-responsividade e remodelagem de tais vias.
Os mastócitos, os macrófagos, os linfócitos T, os neutrófilos e os
eosinófilos têm participação essencial na reação inflamatória da asma.
Quando ativados, os mastócitos liberam mediadores químicos, incluindo
histamina, bradicinina, prostanoides, citocinas e leucotrienos, que perpetuam
a resposta inflamatória, causando aumento do fluxo sanguíneo,
vasoconstrição, extravasamento de líquido da vasculatura, atração dos
leucócitos para a área, secreção de muco e broncoconstrição.

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Os mastócitos, os macrófagos, os linfócitos T, os neutrófilos e os


eosinófilos têm participação essencial na reação inflamatória da asma. Quando
ativados, os mastócitos liberam mediadores químicos, incluindo histamina,
bradicinina, prostanoides, citocinas e leucotrienos, que perpetuam a resposta
inflamatória, causando aumento do fluxo sanguíneo, vasoconstrição,
extravasamento de líquido da vasculatura, atração dos leucócitos para a área,
secreção de muco e broncoconstrição.

As exacerbações agudas da asma causam broncoconstrição em


resposta a alérgenos. A liberação de mediadores causa contração das vias
respiratórias.

À medida que a asma se torna mais persistente, a inflamação progride, e


outros fatores atuam na limitação do fluxo de ar. Tais fatores incluem edema
das vias respiratórias, hipersecreção de muco e formação de tampões ou
rolhas de muco. Pode ocorrer “remodelagem” das vias respiratórias em
resposta à inflamação crônica, causando mais estreitamento das vias
respiratórias.

Manifestações clínicas

 Tosse (com ou sem produção de muco);


 Dispneia e sibilos (inicialmente na expiração e, em seguida,
possivelmente durante a inspiração também) ;
 As crises de asma ocorrem frequentemente à noite ou no início da
manhã;

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 A exacerbação da asma é frequentemente precedida por sintomas
crescentes nos dias anteriores, mas pode começar de maneira abrupta;
 Há sensação de “aperto torácico” e dispneia;
 A expiração exige esforço e torna-se prolongada;
 À medida que a exacerbação progride, podem ocorrer sudorese,
taquicardia e pressão diferencial alargada e cianose central secundária
à hipoxia grave;
 Os sinais/ sintomas da asma induzida por exercício são máximos
durante a atividade, ausentes à noite e, algumas vezes, levam apenas à
descrição de sensação de “sufocação” durante o exercício.

Avaliação e achados diagnósticos

 A história familiar, o ambiente e os fatores ocupacionais são essenciais;


 As comorbidades incluem doença por refluxo gastresofágico, asma
induzida por fármacos e aspergilose broncopulmonar alérgica;
 Eczema, erupções cutâneas e edema temporário são reações alérgicas
que podem acompanhar a asma;
 Durante os episódios agudos, são realizados exames de escarro e de
sangue, incluindo contagem de eosinófilos e níveis séricos de IgE
(ambos elevados);
 Oximetria de pulso;
 Gasometria arterial (GA), revelando hipocapnia e alcalose respiratória,
 Provas de função pulmonar.

Complicações

 Estado de mal asmático;


 Insuficiência respiratória;
 Pneumonia;
 Atelectasia;
 Com frequência, os episódios agudos de asma resultam em hipoxemia,
devido à obstrução das vias respiratórias, e em desidratação, em
consequência da sudorese. É necessário que haja a administração de
oxigênio e o monitoramento da oximetria de pulso, da GA e da volemia.

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TRATAMENTO

 Terapia farmacológica

Existem duas classes gerais de medicamentos para a asma:

 Medicamentos de alívio rápido: para o tratamento imediato dos


sintomas e das exacerbações da asma.
 Medicamentos de ação prolongada: para obter e manter o
controle da asma persistente.

Os anti-inflamatórios são usados


regularmente para controlar a asma
persistente e apresentam efeitos
colaterais sistêmicos quando
administrados por períodos
prolongados. A via de
administração de escolha desses
medicamentos consiste em um
inalador dosimetrado ou outro tipo
de inalador, visto que possibilita a
administração tópica.

Medicamento para alívio rápido

Para o alívio dos sintomas agudos e a


prevenção da asma induzida por
exercício, são utilizados agonistas
beta-2-adrenérgicos de ação curta
(salbutamol, levalbuterol e pirbuterol)
para relaxar a musculatura lisa. Os
clientes que não toleram os agonistas
beta-2-adrenérgicos de ação curta
podem utilizar anticolinérgicos (p. ex.,
ipratrópio) para inibir os receptores
muscarínicos colinérgicos e reduzir o
tônus vagal intrínseco das vias

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Medicamentos de ação prolongada para controle

Na atualidade, os corticosteroides são os


medicamentos anti-inflamatórios mais
potentes e efetivos para alívio dos sinais/
sintomas, melhora da função das vias
respiratórias e diminuição da variabilidade
do pico de fluxo. Inicialmente, utiliza-se uma
formulação inalada com espaçador; os
clientes devem enxaguar a boca após a sua
administração para evitar a ocorrência de
candidíase. É possível utilizar uma
preparação sistêmica para obter rápido
controle da doença; tratar a asma
persistente e grave; tratar as exacerbações
moderadas a graves; acelerar a recuperação
e evitar a ocorrência de recidiva.

Manejo de enfermagem

O cuidado de enfermagem imediato dos clientes com asma depende da


intensidade dos sintomas. Uma abordagem calma constitui um importante
aspecto do tratamento bem-sucedido tanto para o cliente ambulatorial com
sintomas leves, quanto para o cliente hospitalizado com sintomas agudos e
graves. Em geral, a equipe de enfermagem deve realizar o seguinte:

 Avaliar o estado respiratório do cliente por meio de monitoramento da


intensidade dos sinais/sintomas, sons respiratórios, oximetria de pulso e
sinais vitais;
 Obter história de reações alérgicas a medicamentos antes da
administração das medicações;
 Identificar os medicamentos que o cliente faz uso atualmente;

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 Administrar os medicamentos, conforme prescrito, e monitorar as
respostas do cliente a esses medicamentos, incluindo qualquer
antibiótico se o cliente tiver uma infecção respiratória subjacente;
 Administrar líquidos, caso o cliente esteja desidratado;
 Auxiliar no procedimento de intubação, se necessário, enquanto é
realizado monitoramento rigoroso do cliente, mantendo a família
informada.

Asma | Estado de mal asmático

A exacerbação da asma pode variar de leve a grave,


com parada respiratória potencial. O termo estado de mal asmático é usado
para descrever a asma grave e persistente de início rápido, que não responde
à terapia convencional; as crises podem ocorrer com pouco ou nenhum aviso
e podem evoluir rapidamente para asfixia. Infecção, ansiedade, uso abusivo
de nebulizador, desidratação, aumento do bloqueio adrenérgico e irritantes
inespecíficos contribuem para esses episódios. Um episódio agudo pode ser
precipitado pela hipersensibilidade do cliente ao ácido acetilsalicílico.
Manifestações clínicas:
 As manifestações clínicas do estado de mal asmático são idênticas às
da asma grave: respiração laboriosa, expiração prolongada, veias do
pescoço ingurgitadas e sibilos;
 A magnitude dos sibilos não indica a gravidade da crise;
 Com o agravamento da obstrução, os sibilos desaparecem,
constituindo um sinal de insuficiência respiratória iminente.
Tratamento:
 O tratamento inicial inclui agonistas beta-2-adrenérgicos de ação curta,
corticosteróides, oxigenoterapia e hidratação venosa;
 Os sedativos estão contraindicados;
 O oxigênio suplementar em alto fluxo é mais bem administrado por
máscara unidirecional parcial ou completa;
 O sulfato de magnésio, um antagonista do cálcio, pode ser
administrado para induzir relaxamento da musculatura lisa;
 A hospitalização é necessária se o cliente não responder aos
tratamentos repetidos, se houver deterioração da gasometria, se os
resultados das provas de função pulmonar forem insatisfatórios ou se
houver necessidade de ventilação mecânica por causa de falência
respiratória do cliente;
 A termoplastia brônquica, uma terapia não farmacológica, pode
ser usada em clientes selecionados com asma grave não
controlada.

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Pneumonia

A pneumonia é uma inflamação do parênquima pulmonar causada por


diversos microrganismos, incluindo bactérias, micobactérias, fungos e vírus. As
pneumonias podem ser classificadas em quatro tipos:

 Pneumonia adquirida na comunidade (PAC);


 Pneumonia associada a cuidados de saúde (PACS);
 Pneumonia adquirida no hospital (PAH);
 Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV);
As subcategorias da PACS são a pneumonia no indivíduo
imunocomprometido e a pneumonia por aspiração. Observa-se uma
superposição no modo pelo qual as pneumonias específicas são
classificadas, visto que elas podem ocorrer em diferentes ambientes. Os
indivíduos com risco de pneumonia frequentemente apresentam distúrbios
subjacentes crônicos, doença aguda grave, imunossupressão em
conseqüência de doença ou medicamentos, imobilidade e outros fatores
que interferem nos mecanismos protetores pulmonares normais. Os idosos
são considerados um grupo vulnerável.

Fisiopatologia
Pode ocorrer uma reação inflamatória
nos alvéolos, produzindo exsudato que
interfere na difusão de oxigênio e de dióxido
de carbono, interferindo, assim, tanto na
ventilação quanto na perfusão. Pode ocorrer,
também, broncospasmo se o cliente tiver
doença reativa das vias respiratórias.

Pneumonia lobar é o termo


empregado quando há comprometimento de
uma parte substancial de um ou mais lobos.
A broncopneumonia, o tipo mais comum,
distribui-se de maneira focal e origina-se nos
brônquios, estendendo-se para o
parênquima pulmonar circundante adjacente

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. A pneumonia tem múltiplos fatores de risco, com base no tipo de
patógeno, incluindo pneumococos resistentes à penicilina e a fármacos,
bactérias gram-negativas entéricas e Pseudomonas aeruginosa.

Manifestações

Os sinais e sintomas variam dependendo do tipo de agente etiológico e


da ocorrência de doença subjacente. Com frequência, é difícil distinguir os
sinais e sintomas clínicos de pneumonia viral daqueles de uma pneumonia
bacteriana.

 Início súbito de calafrios e rápida elevação da febre (38,5°C a


40,5°C);
 Dor torácica pleurítica, que é agravada pela respiração
profunda e pela tosse;
 No cliente gravemente doente, ocorrem taquipneia
pronunciada (25 a 45 incursões/min), dispneia e uso dos
músculos respiratórios acessórios;
 Bradicardia relativa para o grau de febre, sugerindo infecção
viral, infecção por micoplasma ou infecção por um
microrganismo do gênero Legionella;

Outros sinais:
 Congestão nasal, faringite, cefaleia, febre baixa, dor pleurítica, mialgia,
exantema e faringite; depois de alguns dias, ocorre expectoração de
escarro mucoide ou mucopurulento;
 Pneumonia grave: ruborização das bochechas; os lábios e os leitos
ungueais demonstram cianose central;

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 Ortopneia (o cliente prefere ficar com a cabeceira do leito elevada ou
sentado no leito, inclinado para a frente);
 O cliente apresenta apetite diminuído, sudorese e fadiga
 Escarro purulento, ferruginoso, tinto de sangue, viscoso ou esverdeado,
dependendo do agente etiológico;
 Sinais e sintomas de pneumonia, dependendo da condição subjacente
do cliente (p. ex., diferentes sinais ocorrem, possivelmente, em clientes
com determinadas condições, como câncer, e naqueles submetidos a
tratamento com agentes imunossupressores, que diminuem a
resistência à infecção).

Avaliação e achados diagnósticos

Nos quadros de Pneumonia são avaliados a história e exame físico, quanto


aos exames são solicitados os seguintes:

 Radiografias de tórax;
 Hemocultura;
 Exame do escarro;
 Aspiração nasotraqueal ou orotraqueal ou broncoscopia em clientes que
não podem expectorar ou induzir uma amostra de escarro.

Tratamento

Terapia farmacológica
São prescritos antibióticos com base nos resultados de cultura,
antibiograma e diretrizes para a escolha dos antibióticos (devem-se considerar
os padrões de resistência, prevalência dos microrganismos etiológicos, fatores
de risco, cliente internado ou ambulatorial, custos e disponibilidades dos
agentes antibióticos).
O tratamento de suporte consiste em hidratação, antipiréticos,
medicamentos antitussígenos, anti-histamínicos ou descongestionantes nasais
 Recomenda-se o repouso no leito até que sejam evidenciados sinais de
resolução do processo infeccioso;
 Administra-se oxigenoterapia para a hipoxemia;
 O suporte ventilatório inclui altas concentrações de oxigênio inspiratório,
intubação endotraqueal e ventilação mecânica;
 Tratamento do choque, da insuficiência respiratória ou do derrame
pleural, se necessário;
 Para grupos com alto risco de PAC, recomenda-se vacinação
pneumocócica.

Complicações

Derrame pleural, abscesso, empiema, hipotensão, bronquite crônica, e ICC.

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Cuidados de enfermagem

 Oferecer e encorajar a ingestão de líquidos (6 a 8 copos ao dia);


 Estimular mudança de decúbito de 2/2 horas, quando o cliente
apresentar bom nível de consciência;
 Encorajar mobilização no leito e atividade física conforme tolerado;
 Orientar ou apoiar o tórax do cliente durante a tosse;
 Fazer avaliação respiratória pela ausculta;
 Incentivar a prática da respiração profunda e tosse eficaz;
 Aspirar naso e orofaringe a intervalos curtos;
 Orientar e encorajar o cliente a repousar o máximo possível;
 Observar alterações na FR, FC, ocorrência de dispnéia, palidez ou
cianose e disritmia, durante a atividade;
 Avaliar o nível de tolerância do cliente a qualquer atividade;
 Programe, junto com o cliente, atividades gradativamente aumentadas,
com base na tolerância;
 Manter o paciente em repouso, em quarto arejado, evitando correntes
de ar;
 Manter o ambiente tranqüilo, calmo e que proporcione conforto ao
paciente;
 Fazer a higiene oral e corporal, mantendo o paciente limpo;
 Verificar e anotar os sinais vitais (T, R, P, PA) de 4/4 h;
 Oferecer dieta hipercalórica e hiperprotéica;
 Estimular a ingestão de líquidos.

Insuficiência respiratória

Ocorre quando o organismo não realiza


a troca de oxigênio por dióxido de
carbono adequadamente, isto faz com
que o nível de dióxido de carbono
(CO2) se eleve e o de oxigênio (O2)
diminua, causando hipóxia.

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Aguda: é a falência respiratória que surge nos
Tipos
pacientes cujos pulmões eram estrutural e
funcionalmente normais, ocorre rapidamente.

Crônica: é a falência respiratória que surge


nos pacientes com doença pulmonar
crônica, surge em período de meses ou
anos.

Causas

 Ventilação inadequada;
 Obstrução de vias aéreas superiores;
 Uso de drogas;
 Anestésicos;
 Doenças pulmonares pré-existentes;
 Complicações pós-operatórias;
 Politraumatismos.

Diagnóstico
 ↑ FC (Frequência Cardíaca);
 ↑ FR (Frequência respiratória);
 Exame laboratorial (gasometria)  Hipóxia (dispneia, taquipneia,
hipotensão, taquicardia,
bradicardia, arritmias, cianose)
 Desorientação, queda do nível
de consciência, agitação
 Sinais clínicos Sinais Clínicos: psicomotora);
 Uso de músculos acessórios da
respiração;
 Sudorese.

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Tratamento

 Cânula orofaríngea (Guedel): dispositivo de borracha para ser


introduzido na boca evitando o deslocamento da língua. Varia de
tamanho de acordo com o paciente.
 Cânula naso-faríngea: dispositivo de borracha para ser introduzido
pelo nariz. O tamanho varia de acordo com o paciente.
 Monitorização: oxímetro de pulso e monitor cardíaco.
 Oxigenoterapia: administração de oxigênio quando o paciente está
com hipóxia.
 Métodos de administração de oxigênio:

Catéter nasal simples ou


tipo óculos: introdução de
um catéter na narina ligado a
um sistema de oxigênio
umidificado – fluxo de 3 a 6
litros/min.

Máscaras faciais: (Venturi): máscaras


que cobrem a boca e o nariz, de plástico,
com orifício lateral, transparente e
fornecem concentração de oxigênio de
acordo com as válvulas que as
acompanha ligado a um sistema de
umidificação.

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Bolsa auto-inflável: (ambú) máscara


que é comprimida na face do paciente,
podendo ser conectado ao oxigênio
umidificado.

Tenda facial de oxigênio:


uso limitado pela dificuldade
de manuseio, sendo mais
utilizado para crianças;
fornecem baixa
concentração de oxigênio.

Cuidados de enfermagem

 Organizar material de acordo com método de administração de oxigênio;


 Manter nível de água no umidificador adequado;
 Trocar água do umidificador diariamente e/ou de acordo com instruções
da CCIH;
 Explicar o procedimento ao paciente;
 Manter nível de comunicação durante o procedimento;

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 Observar possíveis alterações;
 Observar freqüentemente as condições de permeabilidade dos cateteres
e/ ou sondas;
 Realizar troca dos cateteres nasais ou máscaras faciais;
 Descartar e/ou desinfectar material em expurgo.

Edema agudo pulmonar

O edema pulmonar é definido


como o acúmulo anormal de
líquido nos espaços intersticiais
dos pulmões, que se difunde
para os alvéolos. Pode ser
classificado, de acordo com a
sua origem, em cardiogênico ou
não cardiogênico.

 Edema pulmonar cardiogênico: é um evento agudo, que resulta de


insuficiência ventricular esquerda. Com o aumento da resistência ao
enchimento ventricular esquerdo, ocorre refluxo de sangue na circulação
pulmonar. O cliente desenvolve rapidamente edema pulmonar, algumas
vezes denominado edema pulmonar flash, devido à sobrecarga de
volume sanguíneo nos pulmões.
 Edema pulmonar não cardiogênico: também pode ser causado por
distúrbios não cardíacos, tais como insuficiência renal e outras
condições que provocam retenção hídrica no corpo. O edema pulmonar
não cardiogênico também ocorre em consequência de lesão do
revestimento dos capilares pulmonares, devido a uma lesão direta dos
pulmões (p. ex., traumatismo torácico, aspiração, inalação de fumaça),
lesão hematogênica (p. ex., sepse, pancreatite, múltiplas transfusões,
derivação cardiopulmonar) ou lesão com elevação da pressão
hidrostática.

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Fisiopatologia

A fisiopatologia assemelha-se àquela observada na insuficiência cardíaca


(IC), em que o ventrículo esquerdo é incapaz de processar a sobrecarga de
volume, com consequente aumento do volume sanguíneo e elevação da
pressão no átrio esquerdo. A rápida elevação da pressão atrial resulta em
aumento agudo da pressão venosa pulmonar, que produz elevação da pressão
hidrostática, forçando a saída de líquido dos capilares pulmonares para dentro
dos espaços intersticiais e alvéolos. A drenagem linfática do excesso de líquido
é ineficaz.

Manifestações clínicas

 Em consequência da oxigenação cerebral diminuída, o cliente torna-se


cada vez mais agitado e ansioso;
 Em associação ao início súbito de dispneia e sensação de sufocação, as
mãos do cliente ficam frias e úmidas, os leitos ungueais tornam-se
cianóticos (azulados), e a pele adquire uma coloração cinzenta;
 O pulso é fraco e rápido, e as veias do pescoço estão distendidas;
 Pode ocorrer tosse incessante, com produção de quantidades
crescentes de escarro espumoso;
 Com a progressão do edema pulmonar, a ansiedade e a inquietação do
cliente aumentam; o cliente torna-se confuso e, em seguida, torporoso;
 A respiração é rápida, ruidosa e de ressonância úmida; a saturação de
oxigênio do cliente está significativamente diminuída;
 O cliente, quase sufocado pelo líquido espumoso e tingido de sangue
que preenche os alvéolos, está literalmente se afogando nas secreções.
A situação exige medida de emergência.

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Tratamento

As metas do manejo clínico consistem em reduzir a sobrecarga de volume,


melhorar a função ventricular e aumentar as trocas respiratórias utilizando uma
combinação de oxigenoterapia e terapia farmacológica.

Oxigenação

 Oxigênio em concentrações adequadas para aliviar a hipóxia e a


dispneia (p.ex., máscara de fluxo unidirecional);
 Oxigênio por pressão positiva intermitente ou contínua não invasiva,
caso os sinais de hipoxemia persistam;
 Intubação endotraqueal e ventilação mecânica, se ocorrer insuficiência
respiratória;
 Pressão expiratória final positiva (PEEP);
 Monitoramento da oximetria de pulso e GA.
Terapia farmacológica
 Agentes diuréticos (p. ex., furosemida), para obter rápido efeito
diurético;
 Agentes vasodilatadores, como nitroglicerina IV ou nitroprusseto, que
podem intensificar o alívio dos sintomas.

Manejo de enfermagem

 Ajudar na administração de oxigênio; preparar o material para a


intubação e a ventilação mecânica, se necessário;
 Posicionar o cliente em decúbito dorsal (no leito, se necessário) com as
pernas pendentes;
 Fornecer apoio psicológico, tranquilizando o cliente; usar o toque para
transmitir uma sensação de realidade concreta. Como o cliente se
encontra em um estado instável, permanecer com ele;
 Fornecer informações frequentes, simples e concisas sobre o que está
sendo realizado para tratar a condição, e os resultados esperados;
 Monitorar os efeitos dos medicamentos. Observar o cliente quanto à
eliminação de grande quantidade de urina após a administração de
diuréticos, depressão respiratória excessiva, hipotensão e vômitos.
Dispor de um antagonista da morfina (p. ex., cloridrato de naloxona),
caso esta seja administrada. Inserir e manter um cateter vesical de
demora, quando indicado. Realizar equilíbrio hídrico rigoroso;
 O cliente que recebe infusões IV contínuas de agentes vasoativos exige
monitoramento do ECG e avaliação frequente dos sinais vitais.

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Derrame pleural

O derrame pleural, que consiste em uma


coleção de líquido no espaço pleural, é
geralmente secundário a outras doenças
(p.ex.,insuficiência cardíaca, tuberculose,
pneumonia, infecções pulmonares, síndrome
nefrótica, doença do tecido conjuntivo, embolia
pulmonar e tumores neoplásicos). O derrame
pode consistir em um líquido relativamente
transparente (transudato ou exsudato), ser
sanguinolento ou purulento. O líquido pleural
acumula-se devido a um desequilíbrio nas
pressões hidrostática ou oncótica (transudato),
ou em consequência de inflamação por
produtos bacterianos ou tumores (exsudato).

Manifestações clínicas

Alguns sintomas são causados pela doença subjacente. A pneumonia


provoca febre, calafrios e dor torácica pleurítica. O derrame maligno pode
resultar em dispneia e tosse; o tamanho do derrame, a velocidade de sua
formação e a doença pulmonar subjacente determinam a gravidade dos
sintomas.

 Derrame pequeno a moderado: dispneia possivelmente ausente;


 Derrame grande: dispneia devido à angústia respiratória aguda;
 Sons respiratórios diminuídos ou ausentes, frêmito diminuído e som de
macicez ou submacicez à percussão, sobre áreas de líquido e
deslocamento da traqueia para longe do lado acometido.

Avaliação e achados diagnósticos

 Exame físico;
 Radiografias de tórax (decúbito lateral);
 TC do tórax;
 Toracocentese;
 Análise do líquido pleural (cultura, coloração de Gram, coloração para
bacilos acidorresistentes, contagens de eritrócitos e leucócitos,
bioquímica, citologia e pH;
 Biopsia pleural.

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
Tratamento


O tratamento tem por objetivo descobrir a causa subjacente; evitar o
reacúmulo de líquido; aliviar o desconforto, a dispneia e o comprometimento
respiratório. O tratamento específico é direcionado para causa subjacente.
 A toracocentese é realizada para remover o líquido, obter amostras para
análise e aliviar a dispneia e o comprometimento respiratório;
 A inserção de um dreno torácico conectado a um sistema de drenagem
em selo d’água ou aspiração pode ser necessária para drenagem e
reexpansão do pulmão;
 Pleurodese química, com instilação dos medicamentos no espaço
pleural. Isso promove a formação de aderências, obliterando
essencialmente o espaço pleural e evitando o acúmulo adicional de
água;
 Outras modalidades de tratamento incluem pleurectomia cirúrgica
(inserção de um pequeno cateter fixado a um frasco de drenagem) ou
implante de shunt pleuroperitoneal.

Cuidados

de
enfermagem

 Fornecer analgesia adequada prescrita antes do procedimento (trata-se


de um procedimento muito doloroso);
 Dar suporte ao esquema clínico: preparar e posicionar o cliente para a
toracocentese e oferecer apoio durante todo o procedimento;
 Enviar o líquido de toracocentese para exame laboratorial, quando
apropriado;
 Monitorar o dreno torácico e o sistema em selo d’água; registrar a
quantidade de drenagem nos intervalos prescritos;
 Fornecer manejo de enfermagem relacionado com a causa subjacente
do derrame pleural;

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 Ajudar o cliente a aliviar a dor, incluindo mudança do cliente para
posições que são menos dolorosas, com mudança frequente de posição;
 Administrar analgésicos, conforme prescrição, e avaliar o nível de dor;
 Se o cliente for ambulatorial com cateter pleural para drenagem, instruir
o cliente e a família sobre o manejo e o cuidado do cateter e do sistema
de drenagem.

Embolia pulmonar

A embolia pulmonar (EP) refere-se à obstrução da artéria pulmonar ou de


um de seus ramos por um trombo (ou trombos), que se origina de algum local
no sistema venoso ou no lado direito do coração.
A EP é um distúrbio comum, que frequentemente está associada a
traumatismo, cirurgia (ortopédica, abdominal de grande porte, pélvica,
ginecológica), gravidez, insuficiência cardíaca, idade acima dos 50 anos,
estados hipercoaguláveis e imobilidade prolongada; pode ocorrer também em
indivíduos aparentemente saudáveis. O resultado na EP aguda depende da
ocorrência de comorbidades preexistentes e da extensão do comprometimento
hemodinâmico.

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Fisiopatologia

A EP costuma ser causada por um


coágulo sanguíneo ou trombo, e ocorre
comprometimento da troca gasosa na
massa pulmonar irrigada pelo vaso
obstruído. Embora essa área continue
sendo ventilada, ela recebe pouco ou
nenhum fluxo sanguíneo. Isso resulta em
vasoconstrição localizada e aumento da
resistência vascular pulmonar, que
compõe o desequilíbrio de ventilação-
perfusão. A EP maciça é uma
emergência potencialmente fatal; é
comum a ocorrência de morte em 1h
após o início dos sintomas.

A trombose venosa profunda (TVP), uma condição relacionada, refere-


se à formação de trombos nas veias profundas, geralmente na panturrilha ou
na coxa, porém algumas vezes no braço, particularmente em clientes com
cateteres centrais de inserção periférica. A TVP é discutida de modo detalhado
em Distúrbios venosos, na Seção D. A tromboembolia venosa (TEV) é um
termo que engloba tanto a TVP quanto a EP.

Manifestações clínicas

Os sintomas dependem do tamanho do trombo e da área de oclusão da


artéria pulmonar. A dispneia constitui o sintoma mais comum; a taquipneia é o
sinal mais frequente
 A dor torácica é comum, habitualmente de início súbito e de natureza
pleurítica; pode ser subesternal e pode simular a angina de peito ou um
infarto agudo do miocárdio;
 Podem ocorrer ansiedade, febre, taquicardia, apreensão, tosse,
sudorese, hemoptise, síncope, choque e morte súbita;
 O quadro clínico pode simular o da broncopneumonia ou IC;
 Nos casos atípicos, a EP provoca poucos sinais e sintomas, ao passo
que, em outros casos, simula vários outros distúrbios cardiopulmonares;

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 A obstrução da artéria pulmonar resulta em dispneia pronunciada, dor
subesternal súbita, pulso rápido e fraco, choque, síncope e morte
súbita.

Diagnóstico

 A investigação diagnóstica inicial pode


incluir radiografia de tórax, ECG,
oximetria de pulso, análise da gasometria
arterial (GA) e cintigrafia de
ventilaçãoperfusão;
 A angiografia pulmonar é considerada o
melhor método para o diagnóstico de EP;
contudo, pode não ser viável nem efetiva
quanto ao custo, e não facilmente
realizada, sobretudo em clientes em
estado crítico.

Prevenção

 Deambulação e exercícios ativos das pernas em clientes em repouso no


leito para evitar a ocorrência de TVP;
 Terapia anticoagulante para clientes cuja hemostasia seja adequada e
que estejam sendo submetidos a cirurgia abdominal eletiva de grande
porte ou torácica.

Tratamento

O objetivo imediato consiste em estabilizar o sistema cardiopulmonar.


 Administra-se imediatamente oxigênio nasal para aliviar a
hipoxemia, a angústia respiratória e a cianose central; a
hipoxemia grave pode exigir intubação endotraqueal de
emergência e ventilação mecânica;
 São inseridos cateteres de infusão IV para estabelecer vias
de administração dos medicamentos ou líquidos que serão
necessários;
 Para a hipotensão que não responde à administração de
líquidos parenterais, recomenda-se a instituição imediata de

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terapia vasopressora (dobutamina, dopamina ou
norepinefrina);
 É possível efetuar uma TC em espiral (helicoidal) ou
angiografia pulmonar;
 O ECG é monitorado continuamente para arritmias e
insuficiência ventricular direita, que pode ocorrer subitamente;
 Obtém-se uma amostra de sangue para determinação dos
eletrólitos séricos, hemograma completo e coagulograma;
 Caso o cliente tenha sofrido embolia maciça e esteja
hipotenso, um cateter urinário de demora é inserido para
monitorar o débito urinário;
 São administradas pequenas doses de morfina ou sedativos
IV para aliviar a ansiedade do cliente e o desconforto torácico,
para melhorar a tolerância do tubo endotraqueal e facilitar a
adaptação ao ventilador mecânico, se necessário.

Terapia farmacológica

Cuidados de enfermagem

 Prevenção da formação de trombo;


 Incentivar a deambulação precoce e exercícios passivos e ativos das
pernas;
 Instruir o cliente a mover as pernas em um exercício de
“bombeamento”;
 Orientar o cliente a evitar permanecer sentado por períodos
prolongados, bem como evitar a imobilidade e roupas apertadas;

O tratamento da EP não maciça apresenta três fases:

 Fase inicial
 Fase de manutenção precoce
 Fase de prevenção secundária a longo prazo.
 Terapia anticoagulante
 A heparina de baixo peso molecular (HBPM) e o fondaparinux
constituem a base do tratamento; no entanto, pode-se utilizar
heparina não fracionada IV (HNFIV) na fase inicial;
 O estágio de manutenção precoce geralmente consiste em
esquemas sobrepostos de heparina e fondaparinux, durante 3 a
5 dias, com um antagonista da vitamina K (p. ex., varfarina);
 Após um evento embólico, a manutenção a longo prazo, por 3 a
6 meses, pode incluir varfarina
 Outros heparinoides também podem ser usados para a EP.
Incluem enoxaparina, fondaparinux, dalteparina, inzaparina,
lepirudina e argatrobana;
 Os clientes devem continuar a utilizar algum tipo de
anticoagulação durante pelo menos 3 a 6 meses após o evento
embólico.

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 Impedir o cliente de balançar as pernas e os pés em posição pendente;
 Instruiroclienteacolocarospésnochãoouemumacadeiraeaevitarcruzaras
pernas;
 Não deixar cateteres IV nos acessos venosos por períodos
prolongados.

Artrite reumatóide

A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune, com origem


na membrana sinovial das articulações; a fagocitose produz enzimas na
articulação. Tais enzimas fragmentam o colágeno, causando edema,
proliferação da membrana sinovial e, por fim, formação de pano
(pannus), com destruição da cartilagem e erosão do osso. Em
consequência, ocorre perda das superfícies articulares e do movimento
da articulação. As fibras musculares sofrem alterações degenerativas. A
elasticidade dos tendões e dos ligamentos e a força de contração são
perdidas. AR acomete 1% da população mundial, acometendo as
mulheres duas a quatro vezes mais que os homens.

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Fisiopatologia

Nessa doença, o sistema imunitário ataca o próprio tecido que reveste e


protege as articulações. Finalmente, a cartilagem, o osso e os ligamentos da
articulação deterioram-se, provocando a formação de cicatrizes dentro da
articulação, que se deteriora a um ritmo muito variável.

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Manifestações clínicas

As manifestações clínicas são determinadas pelo estágio e pela


gravidade da doença. Os sinais/sintomas clássicos consistem em dor articular
simétrica e distal, edema, calor, eritema e perda da função. A palpação das
articulações revela tecido esponjoso ou infiltrado. Em geral, líquido pode ser
aspirado a partir da articulação inflamada.

Padrão característico de comprometimento articular

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 AR começa nas pequenas articulações das mãos, dos punhos e dos


pés;
 Acomete progressivamente as articulações dos joelhos, ombros,
quadris, cotovelos, tornozelos, coluna cervical e temporomandibular;
 Os sinais/sintomas costumam ser de início agudo, bilaterais e
simétricos;
 As articulações podem estar quentes, edemaciadas e dolorosas; a
rigidez articular ocorre frequentemente pela manhã • As deformidades
das mãos e dos pés podem resultar do alinhamento incorreto e da
imobilização.

Manifestações extra-articulares

 Febre, perda de peso, fadiga, anemia, alterações sensoriais e


linfadenopatia;
 Fenômeno de Raynaud (vasospasmo induzido por frio e por estresse);
 Nódulos reumatoides, indolores e móveis; são encontrados no tecido
subcutâneo sobre proeminências ósseas;
 Arterite, neuropatia, pericardite, esplenomegalia e síndrome de Sjögren
(ressecamento dos olhos e das mucosas).

Avaliação e achados diagnósticos

 Diversos fatores contribuem para o estabelecimento do diagnóstico de


AR: existência de nódulos reumatoides, inflamação articular detectada à
palpação, achados laboratoriais, alterações extra-articulares;
 A história de saúde e o exame físico do cliente concentram-se nas
manifestações, tais como rigidez bilateral e simétrica, dor à palpação,
edema e alterações da temperatura nas articulações.
 É possível realizar artrocentese e radiografias.

Tratamento

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O manejo começa com orientação do cliente, equilíbrio entre repouso e
exercício e encaminhamento para serviços comunitários para apoio.
 Manejo farmacológico » O tratamento farmacológico envolve a
administração de agentes antirreumáticos
modificadores da doença não biológicos
nos primeiros 3 meses após o início da
doença;

» As pesquisas sugerem que o uso do


metotrexato com prednisona em baixa

» Para alívio da dor e inflamação, os AINE, como o


ibuprofeno e o naproxeno, são analgésicos de baixo
custo que podem ser usados;

» Utilizar um programa formal de terapia ocupacional e


fisioterapia; é possível acrescentar um agente
imunossupressor, como a ciclosporina.

»São usados antidepressivos em baixa dose


(amitriptilina) para restabelecer o padrão de sono
adequado e controlar a dor.

Cuidados de enfermagem

As ações de enfermagem desenvolvidas com um portador de doença


reumática visam:
 Aliviar a dor articular por meio da administração de analgésicos
prescritos;
 Orientar a manutenção de equilíbrio entre repouso e as atividades da
pessoa;
 Incentivar dieta rica em carboidratos e proteínas e a ingestão de
líquidos.

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ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO CAMILO DE
LÉLLIS

REFERÊNCIAS

Enfermagem em clínica médica, professora Aretusa Delfino, 2010.

Brunner & Suddarth, Manual de enfermagem médico-


cirúrgica / revisão técnica Sonia Regina de Souza;
tradução Patricia Lydie Voeux. – 13. ed. – Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.

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