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UNIDADE 1:

Processo Saúde Doença

Saúde

Também pode ser entendida como:

 “Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e seu ambiente, o qual


mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro
dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo
vital.”
 “Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar.”

“Saúde é um estado de razoável harmonia entre o sujeito e a sua própria


realidade?”
Doença

Consiste em um processo anormal no qual o funcionamento de uma


pessoa está diminuído ou prejudicado em uma ou mais dimensões. É o resultado
do desequilíbrio entre o meio interno e externo, podendo ter sinais e sintomas, ou
não.

Doenças agudas
As doenças agudas são aquelas que têm um curso acelerado, terminando
com convalescença ou morte em menos de três meses.
A maioria das doenças agudas caracteriza-se em várias fases. O inicio
dos sintomas pode ser abrupto ou insidioso, seguindo-se uma fase de
deterioração até um máximo de sintomas e danos,
 Grande parte são infecções por vírus, bactérias, como por exemplo
Constipação/Resfriado, gripe, infecções gastrointestinais,
pneumonia, meningite.
 Trauma físico.
 Infarto, hemorragias e outras condições cardiovasculares.

Doenças Crônicas

Define-se como doença crônica aquela que não é resolvida num tempo
curto, definido usualmente em três meses.
As doenças crônicas não põem em risco a vida da pessoa num curto
espaço de tempo, sendo assim, não são consideradas emergências médicas. No
entanto, elas podem ser extremamente sérias.
Muitas doenças cônicas são assintomáticas ou quase assintomáticas a
maior parte do tempo, mas caracterizam-se por episódios agudos perigosos
e/ou muito incômodas.
Veja abaixo alguns exemplos:

 Cancro/câncer
 Diabetes mellitus
 Doença hipertensiva
 A maioria das doenças autoimunes
 Algumas infecçõescomo a tuberculose, lepra, sífilis e
gonorréia.
 A SIDA/AIDS
 A maioria das parasitoses.
 As doenças de causa genética em sua maioria (uma
pequena porção caracteriza-se por episódios agudos).
Enfermagem x Saúde x Doença

Ao realizar as ações de enfermagem através de uma abordagem holística,


o profissional de enfermagem ajuda o cliente a adquirir um estado de saúde.
No entanto, para desempenhar efetivamente essas ações, o profissional de
enfermagem deve identificar corretamente as faltas ou as deficiências relativas à
saúde do cliente.
UNIDADE 2:
Unidades de Internação

Unidade de internação

Papel da Enfermagem

Consiste em proporcionar um ambiente terapêutico adequado aos


pacientes com patologias diversificadas que estão em regime de internação.
Dessa forma, deve-se manter um padrão de assistência humanizada
prestada a esses pacientes, o que exige a aplicação de um plano de cuidados
individualizado de enfermagem para a patologia específica do paciente/cliente.
Competências

 Lei do Exercício Profissional


 Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem
 Resolução CEB nº 4/99
 Normas institucionais

Funções da Enfermagem

 Enfermeiro(a):
Graduado na área, o enfermeiro é o responsável por organizar as
funções do técnico e do auxiliar. O profissional tem o domínio da
gestão de horários, atividades e demais funções das outras
especialidades, como também é capacitado para realizar os
procedimentos feitos pelos subordinados. Assim como toda a
parte administrativa.
 Técnico de Enfermagem:
Profissional pertencente à área da saúde, integrante da equipe de
enfermagem sob supervisão do enfermeiro, com exercício
regulamentado pela lei do exercício profissional, com capacitação
para desenvolver ações de promoção, recuperação da saúde,
prevenção de doenças e reabilitação à sociedade, quer no âmbito
individual quanto no coletivo.
Esse profissional está apto a realizar os procedimentos técnicos.
Atuação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), atendimento a
pacientes em pré e pós operatórios são funções desse trabalhador,
que pode cuidar de pacientes que estejam em estados mais
graves.

 Auxiliar de Enfermagem:
Diferentemente do técnico e do enfermeiro, o auxiliar de
enfermagem não pode lidar com pacientes que estejam em
condições de saúde debilitadas. Ele pode realizar curativos, aplicar
vacinas, injeções, remédios, tirar sangue, esterilizar equipamentos
e outras funções tidas como mais “estáveis”.

Clínica Médica
É um setor hospitalar onde acontece o atendimento integral do indivíduo
com idade superior a 12 anos que se encontra em estado crítico ou semi-crítico,
que não são provenientes de tratamento cirúrgico e ainda àqueles que estão
hemodinamicamente estáveis, neste setor é prestada assistência integral de
enfermagem aos pacientes de média complexidade.

Clínica Cirúrgica
É um setor hospitalar onde acontece o atendimento integral do indivíduo
com idade superior a 12 anos que se encontra em estado crítico ou semi-crítico,
no pré e pós operatório, neste setor é prestada assistência integral de
enfermagem aos pacientes de média complexidade.

Cuidados Parciais X Integrais


 Depende:
◦ Instituição;
◦ Clientes;
◦ Estrutura;
◦ RH/Dimensionamento;
◦ Objetivos

Cuidados Parciais
QTO CORREDOR MEDICAÇÃO TAREFAS
1a5 William Expurgo
Claúdia
6 a 10 Luana Postinho
11 a 15 Gabriela Mat. CME
Silmara
16 a 20 Gabriel Transporte

Cuidados Integrais
QTO CORREDOR TAREFAS
1–2 Isabela Expurgo
3–4 Nicole Postinho
5–6 Melissa Mat. CME
7–8 Airton Transporte

Exame físico
 Ausculta cardíaca
 Ausculta pulmonar
 Inspeção Abdominal
SSVV
- Pressão Arterial
- Pulso
- Respiração
- Temperatura
- ....

Avaliação da dor

Quanto o(a) senhor(a) esta de dor? De 1 a 10.


UNIDADE 3:
Noções de Microbiologia

Parasitologia básica

Importância do Estudo de Parasitologia


O estudo da parasitologia é fundamental, pois as doenças parasitárias são
frequentes na população mundial. A parasitologia humana recebeu uma
importância renovada uma vez que, com a globalização o mundo se tornou
menor devido à rápida movimentação de pessoas e imigrantes de áreas
endêmicas.
Por uma variedade de razões, especialmente em pacientes com AIDS, fez
com que parasitos anteriormente sem importância clínica em humanos
passaram a ser observados.
O grau de intensidade da doença parasitária depende de vários fatores,
entre eles, podemos destacar: o número de formas infectantes presentes, a
virulência da cepa, a idade e o estado nutricional do hospedeiro, os órgãos
atingidos, a associação de um parasita com outra espécie e o grau da reposta
imune ou inflamatória desencadeada.
Apesar do grande avanço tecnológico, do alto padrão educacional, da boa
nutrição e de boas condições sanitárias, mesmo os países desenvolvidos estão
sujeitos a doenças parasitárias. Desta forma, o estudo da PARASITOLOGIA
HUMANA é de suma importância.

Introdução à Parasitologia

A parasitologia é uma ciência que estuda os organismos que vivem no


interior ou exterior de outro hospedeiro, obtendo alimento às expensas de seu
hospedeiro, consumindo-lhe os tecidos e humores ou o conteúdo intestinal.

A parasitologia é uma ciência que estuda os organismos que vivem no


interior ou exterior de outro hospedeiro, obtendo alimento às expensas de seu
hospedeiro, consumindo-lhe os tecidos e humores ou o conteúdo intestinal.
No entanto, o relacionamento do parasita com seu hospedeiro tem base
nutricional não podendo lesar drasticamente o hospedeiro, evitando alterações
comprometedoras, o que o faria perder seu hospedeiro. Esta convivência nem
sempre nociva ao hospedeiro, pois o parasitismo ideal é aquele que não causa
dano ao hospedeiro e, por conseguinte, não provoca doença.
A parasitologia na prática abrange o estudo de protozoários, helmintos e
artrópodes, onde a maiorias dos parasitos de importância médica e veterinária
estão situados.
Formas de transmissão dos parasitas

O parasita é capaz de se reproduzir disseminando seus ovos, e estes,


costumam infectar outros hospedeiros, dos quais eles retirarão seus meios de
sobrevivência através do parasitismo. Eles podem ser transmitidos entre os
seres humanos através do contato pessoal ou do uso de objetos pessoais.

Podem também ser transmitidos através da água, alimentos, mãos sem a


devida higienização, poeira, através do solo contaminado por larvas, por
hospedeiros intermediários (moluscos) e por muitos outros meios.
Classificação dos parasitos segundo alguns critérios:

 Quanto ao número de hospedeiros:


monoxenos/monogenéticos e heteroxenos/digenéticos

 Quanto à localização nos hospedeiros:


ectoparasitas ou endoparasitas

 Quanto ao número de células:


unicelulares ou pluricelulares

1. Número de hospedeiros

Ascaris lumbricoides

- Monoxenos ou monogenéticos: São os parasitas que realizam o seu


ciclo evolutivo em um único hospedeiro. Exemplos: Ascaris
lumbricoides (lombriga) e o Enterobius vermicularis (oxiúrio).

- Heteroxenos ou digenéticos: São os parasitas que só completam o seu


ciclo evolutivo passando pelo menos em dois hospedeiros. Exemplos:
Schistossoma sp (esquistossomo) e o Trypanosoma cruzi
(tripanossoma).
Schistossoma sp (esquistossomo)

Localização

- Ectoparasitas: São os que se localizam nas partes externas dos


hospedeiros. Exemplos: a sanguessuga, o piolho, a pulga, etc.
- Endoparasitas: são os que se localizam nas partes internas dos
hospedeiros. Exemplos: as tênias (solitárias), a lombriga, o
esquistossomo, etc.

Esquistossomose

Número de células

- Unicelulares: possuem uma única célula que apresenta o núcleo


organizado, ou seja, está separado do citoplasma pela membrana
nuclear. São, portanto, organismos eucariontes. Exemplos:
protozoários
- Pluricelulares: são organismos formados por conjuntos de células
semelhantes e interdependentes, que desempenham uma ou mais
funções. São, portanto, organismos eucariontes. Exemplos:
helmintos.

Parasitismo:
Especificidade do hospedeiro:
Dependendo das necessidades individuais de cada parasito, ele utilizará
apenas determinada espécie de hospedeiro ou um grupo de diferentes espécies
ou mais.
Quando o parasito exige apenas uma espécie de hospedeiro para
completar seu ciclo biológico, é dito monoxeno e, se a espécie for sempre à
mesma, será considerado estenoxeno.
Por outro lado, quando o parasito necessita de mais de uma espécie de
hospedeiro para completar seu ciclo biológico, um deles será o hospedeiro
definitivo e os demais são considerados hospedeiros intermediários.

Hospedeiro definitivo - é o que apresenta o parasito em fase de


maturidade ou em fase de atividade sexual. Exemplo: do Plasmodium é o
Anopheles; do S. mansoni é o ser humano

S. mansoni: ciclo da vida

Hospedeiro intermediário - é o que apresenta o parasito em fase larvária


ou em fase assexuada.
Exemplo: do Trypanosoma cruzi é o triatomíneo, do S. mansoni é o
caramujo.

Adaptações ao parasitismo

As adaptações principais são:

Morfológicas
 Degenerativas – perdas ou atrofias de órgãos locomotores,
aparelhos digestivo, etc...
 Hipertrofia – encontradas prioritariamente nos órgãos de
fixação, resistência ou proteção e reprodução.

Biológicas
 Capacidade reprodutiva – produção de grandes quantidades
de ovos, cistos, ou outras formas infectantes.
 Tipos de reprodução - reprodução mais fácil ou mais segura:
hermafroditismo, partenogênese, esquizogonia, etc...
 Tropismos – para facilitar a propagação, reprodução ou
sobrevivência.

Relação parasito-hospedeiro
Existem diversos tipos de interação entre os parasitos e seus hospedeiros.
Mas com frequência, provocam uma resposta do sistema imunológico com
diferentes resultados:
 destruição do próprio parasito e cura da infecção;
 limitação da população parasitária, levando ao equilíbrio da relação;
 hipersensibilidade ou inflamação, podem levar a necrose do tecido
em torno.

Ação dos parasitos sobre os hospedeiros


Nem sempre a presença de um parasito em um hospedeiro indica que está
havendo ação patogênica do mesmo. Em geral, os distúrbios que ocorrem são de
pequena monta, pois há uma tendência de haver um equilíbrio entre a ação do
parasito e a capacidade de resistência do hospedeiro.
Dessa forma, vê-se que a ação patogênica dos parasitos é muito variável,
podendo ser assim apresentado.

 Ação espoliativa
Quando o parasito absorve nutrientes ou mesmo sangue do hospedeiro,
podem deixar pontos hemorrágicos na mucosa quando abandonam o local de
sucção.
 Ação tóxica
Acontece quando algumas espécies produzem enzimas ou metabólicos
que podem lesar o hospedeiro.

 Ação mecânica
Algumas espécies podem impedir o fluxo de alimento, bile ou absorção
alimentar.

 Ação traumática
É provocada, geralmente, pela migração de formas larvais de helmintos,
embora vermes adultos e protozoários também possam fazê-lo.

 Ação irriativa
Alguns parasitos têm a propriedade de sensibilizar o organismo humano,
causando fenômenos alérgicos.

 Anóxia
Qualquer parasito que consuma o oxigênio da hemoglobina, ou produza
anemia, é capaz de provocar uma anóxia.

Relações entre seres vivos


Relações harmônicas
Ocorrem entre organismos de espécies diferentes.
 mutualismo,
 comensalismo
 simbiose.

Relações desarmônicas
Entre espécies diferentes, em uma mesma comunidade, apresentam
nichos ecológicos iguais ou muito semelhantes.
 Competição,
 Canibalismo,
 Parasitismo
 Predatismo.
UNIDADE 4:
Patologias do Sistema Digestório.

Sistema Digestório
Nas duas imagens abaixo, seguem os elementos que compõem o grande
sistema digestório, bem como algumas de suas funções:
Estômago

Intestino delgado
Partiremos agora para o estudo de algumas patologias comuns do sistema
digestório:

Apendicite
Trata-se de uma inflamação do apêndice, um pequeno órgão parecido com o
dedo de uma luva, localizado na primeira porção do intestino grosso. Qualquer
pessoa corre o risco de ter uma inflamação do apêndice, o que, sem o tratamento
adequado, pode levar a graves complicações

Intervenções de Enfermagem - Pré-Operatório:


• Tranquilize o paciente e diga que a cirurgia lhe aliviará a dor e não vai
interferir na função GI;
• Explicar suscintamente sobre a cirurgia e responda todas as suas
perguntas;
• Explique sobre a infusão de antibióticos e líquidos IV;
• Pode ser necessário introduzir uma sonda nasogástrica;
• Informe sobre o tipo de anestesia;
• Acordará com o curativo sobre a incisão cirúrgica, e possivelmente, drenos
na incisão.
• Enquanto espera cirurgia coloca o cliente na posição de fowler para atenuar
a dor.

Intervenções de Enfermagem - Pós-Operatório:


• Monitore os SSVV nas 06 primeiras horas;
• Anote a ingesta e perda durante 02 dias após cirurgia;
• Ausculte o abdome;
• Examine regularmente o curativo;
• Em casos de dreno no abdome verifique e anote o volume e suas
características;
• Estimule a deambulação dentro das 12 horas após cirurgia.
• Avalie cuidadosamente o cliente para detectar sinais de peritonite;
• Avise o médico em de febre persistente, drenagem excessiva na ferida,
hipotensão, taquicardia e entre outros sinais.

Instruções para os cuidados domiciliares:


• Informar ao cliente para ficar atento aos sinais de febre, calafrios, sudorese,
náuseas, vômitos e dor abdominal;
• Orientar sobre os cuidados da ferida operatória;
• Em caso da cirurgia laparoscópica, diga ao cliente para reiniciar suas
atividades normais dentro de 8 a 10 dias;
• Estimular o paciente a comparecer as consultas de acompanhamento.

Pedra na Vesícula
Função da vesícula
A vesícula biliar é um órgão presente no organismo humano em forma de pera.
Armazena até 50ml de bile, que é utilizada no sistema digestivo, não sendo
responsável por sua produção. Sua função é armazenar a bile, líquido produzido
pelo fígado que atua na digestão de gorduras no intestino.

Função da Bile

Litíase da vesícula biliar


Depósito de substâncias na vesícula biliar, causando desequilíbrio neste
pequeno órgão localizado no fígado.
Os cálculos biliares variam em tamanho. Eles podem ser do tamanho de um
grão de areia, como também podem ser grandes como uma bola de golfe.

Tipos de cálculos biliares


Existem dois tipos de cálculos biliares, a saber:

 Cálculos biliares de colesterol: Este é o tipo mais comum de cálculo biliar,


que muitas vezes aparece na cor amarela. Estes cálculos biliares são compostos
principalmente de colesterol não dissolvido, mas podem conter outros
componentes
 Cálculos biliares pigmentados: Estas pedras costumam ser marrons ou
pretas e se formam quando a bile contém muita bilirrubina, um composto produzido
no momento em que o corpo quebra as hemácias do sangue.

Causas
Não está claro o que pode causar a formação de cálculos biliares.
Normalmente, a bile contém substâncias químicas suficiente para dissolver o
colesterol excretado pelo fígado. Mas se o fígado excreta mais colesterol do que a
bile pode dissolver, o excesso de colesterol pode se transformar em cristais e,
eventualmente, em pedras.
Se a vesícula biliar não esvaziar corretamente ou com a frequência necessária,
pode haver alta concentração da bile e, assim, a formação dos cálculos.
Outra possível causa para o surgimento desses cálculos biliares é um
desequilíbrio na relação entre os solubilizantes e o colesterol. Esta relação fica
alterada não só quando aumenta o colesterol, mas também quando há uma
redução da quantidade de solubilizantes na bile, facilitando a formação de cálculos.

Fatores de risco
• Ser do sexo feminino.
• Ter 60 anos de idade ou mais.
• Estar acima do peso.
• Obesidade.
• Gravidez.
• Ter uma dieta rica em gordura e colesterol e pobre em fibras.
• Ter histórico familiar de cálculos biliares.
• Diabetes.
• Perda de peso muito rápida.
• Fazer uso de alguns medicamentos para baixar o colesterol.
• Fazer uso de medicamentos que contém estrogênio, como por exemplo,
terapia hormonal.
• Hemólise (destruição de hemácias) crônica.
• Cirurgia ou doenças que acometam a porção final do intestino delgado.

Principais sintomas
Pacientes com cálculos biliares podem não apresentar sintomas. Sendo
assim, os cálculos biliares são frequentemente descobertos durante exames de
rotina.
No entanto, se uma pedra grande bloquear o duto cístico ou o duto biliar
comum, a pessoa pode sentir uma dor parecida com a cólica abdominal. Esse
sintoma é conhecido como cólica biliar. A dor se vai se a pedra passar para a
primeira parte do intestino delgado (o duodeno).

Os principais sintomas que podem ocorrer incluem:


• Dor abdominal aguda.
• Pode irradiar pelas costas.
• Costuma ocorrer minutos após a refeição.
• Febre.
• Amarelamento da pele e da parte branca dos olhos (icterícia).
• Inchaço abdominal.
• Fezes claras.
• Náuseas e vômitos.
Diagnóstico de cálculo biliar
Para realizar o diagnóstico, o médico pedirá alguns exames específicos, tais
como:
• Testes de imagem, como ultrassom e tomografia computadorizada da bile,
que poderão mostrar a ocorrência dos cálculos.
• Colangiopancreatografia por ressonância magnética.
• Exames de sangue, para medir a quantidade de bilirrubina e de enzimas
pancreáticas presentes na corrente sanguínea.

Tratamento de cálculo biliar: medicamentos


Existem medicamentos capazes de tratar os cálculos na vesícula biliar. O
paciente poderá tomar medicações receitadas pelo médico e que dissolvem os
cálculos biliares de colesterol. No entanto, esses remédios podem levar dois anos
ou mais para funcionar e as pedras podem retornar depois que o tratamento
terminar.
 Buscopan Composto
 Novalgina
 Paracetamol
 Escopolamina
 Cetorolaço trometamol
 Ácido ursodesoxicólico
 Ciprofloxacino
 Ceftriaxona
 Matronidazol
 Ampicilina.

Cirurgia
Há também a opção cirúrgica. Num procedimento chamado de
colecistectomia laparoscópica, o médico realiza cortes cirúrgicos pequenos e que
permitem uma rápida recuperação. Os pacientes frequentemente são enviados do
hospital para casa no mesmo dia da cirurgia ou na manhã seguinte.

Complicações possíveis
• Cálculos biliares não tratados podem bloquear o duto cístico ou duto biliar
comum. Esse bloqueio pode acarretar nos seguintes problemas:
• Colecistite aguda ou crônica
• Colangite
• Coledocolitíase
• Pancreatite
• Neoplasia de vias biliares
• Obstrução intestinal.

Prevenção
Uma pessoa pode reduzir o risco do desenvolvimento de cálculos biliares se
ela seguir algumas medidas recomendadas por médicos, tais como:
✓ Não pular as refeições;
✓ Manter um peso saudável. A obesidade e o excesso de peso aumentam o
risco de cálculos biliares. O ideal é reduzir a quantidade de calorias ingeridas e
praticar atividade física.
✓ Se precisar perder peso, o correto é fazê-lo lentamente. Perder peso muito
rapidamente também aumenta o risco de cálculos biliares.

Pancreatite
Função – suco pancreático
O suco pancreático é um líquido produzido pelo pâncreas e de grande
importância na digestão de proteínas, carboidratos, triglicerídeos e ácidos
nucléicos.

Insulina
A insulina é um hormônio de extrema importância para o organismo, sua
principal função é regular o metabolismo da glicose pelos tecidos do corpo,
tornando possível e aumentando a velocidade do transporte da glicose para dentro
das células, que lá serão transformadas em energia para o corpo.

Glucagon
O glucagon ajuda a manter os níveis de glicose no sangue ao se ligar aos
receptores do glucagon nos hepatócitos (células do fígado), fazendo com que o
fígado libere glicose - armazenada na forma de glicogênio - através de um processo
chamado glicogenólise. Esta glicose é então lançada na corrente sanguínea.
Causas da Pancreatite
Os fatores que ocasionam a pancreatite variam de acordo com a sua
especificidade, podendo ela ser: aguda, crônica, um pseudocisto pancreático ou um
abscesso pancreático.

Principais sintomas
• Calafrios;
• Pele fria e úmida;
• Dor abdominal;
• Febre;
• Fezes gordurosas;
• Sudorese;
• Náuseas;
• Icterícia leve;
• Vômitos;
• Fraqueza;
• Perda de peso.

Os sintomas de pancreatite aguda incluem:


• Dor abdominal superior;
• Dor abdominal que se irradia para as costas;
• Dor abdominal que se sente pior depois de comer;
• Náusea;
• Vômitos.

Os sintomas de pancreatite crônica incluem:


• Dor abdominal superior;
• Perder peso sem esforço;
• Fezes gordurosas e com forte odor (esteatorreia).
Tratamento
Todos os procedimentos irão variar de acordo com a especificidade da
doença, podendo o tratamento se dar pela mudança de hábitos alimentares, uso de
medicamentos, terapias ou processos cirúrgicos.
Normalmente, o tratamento requer hospitalização. Depois de estabilizarem o
paciente, os médicos tratam a causa subjacente.

Cuidados médicos:

• Hidratação - Fornece ou repõe água e nutrientes no organismo.

Como você pode se cuidar:


• Dieta com baixa ingestão de gorduras.
Reduzir a ingestão de alimentos ricos em gordura, como laticínios, óleo e
carne vermelha para melhorar a saúde cardiovascular.
• Dieta de líquidos claros.
Reduz o risco de desenvolver uma dor de estômago durante determinadas
doenças. Os líquidos claros incluem água, refrigerantes claros, como ginger ale, e
chá.
• Jejum de alimentos e bebidas.
Promove o repouso intestinal e reduz o risco de complicações antes de
procedimentos ou cirurgias.

Tratamento cirúrgico
• Cirurgia
Cirurgia para retirada da vesícula - Remoção cirúrgica da vesícula biliar.
• Especialistas
Cirurgião geral - Realiza uma série de cirurgias no abdômen, pele, mamas e
tecidos moles.
Gastroenterologista - Concentra-se no sistema digestivo e seus distúrbios.

Fatores de risco
• Alcoolismo
• Cálculos biliares
• Cirurgia abdominal
• Certos medicamentos
• Tabagismo
• Fibrose cística
• Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica, quando usado no
tratamento de cálculos biliares
• História familiar de pancreatite
• Níveis elevados de cálcio no sangue (hipercalcemia), que podem ser
causadas por uma glândula paratireoide hiperativa (hiperparatiroidismo)
• Altos níveis de triglicérides no sangue (hipertrigliceridemia)
• Infecção
• Lesão no abdômen
• Câncer de pâncreas.

Diagnóstico
Se o médico acha que você tem pancreatite, ele ou ela vai fazer perguntas
sobre seu histórico médico e fazer um exame físico, juntamente com exames
laboratoriais e de imagem.
 Exames de sangue
Dois testes de sangue que medem as enzimas são usados para diagnosticar
um ataque de pancreatite:
o Amilase sérica: Um aumento de amilase no sangue geralmente indica
pancreatite
o Lipase sérica: Pancreatite aguda geralmente aumenta o nível de lipase no
sangue.
• Outras análises de sangue podem ser feitas, tais como:
o Hemograma completo: O número de células brancas do sangue aumenta
durante um ataque de pancreatite, por vezes de forma dramática
o Testes de função hepática: Elevação das enzimas hepáticas,
particularmente de alanina aminotransferase e fosfatase alcalina, pode ser
um sinal de pancreatite aguda causada por cálculos biliares
o Bilirrubina: O nível de bilirrubina no sangue pode aumentar se o ducto biliar
comum é bloqueado.

 Exames de imagem
✓ Os exames de imagem que podem ser feitos incluem:
✓ Tomografia computadorizada com contraste corante
✓ Ultrassonografia abdominal
✓ Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica
✓ Ultrassonografia endoscópica
✓ Ressonância magnética
✓ Colangiopancreatografia por ressonância magnética.
 Outros exames
Se o seu médico não tem certeza se o seu tecido pancreático está infectado,
ele ou ela pode usar uma agulha para tirar algum fluido da área inflamada. O fluido
é então testado por organismos que podem causar a infecção.
Nos casos de pancreatite crônica grave, uma análise de fezes pode ser feita
para observar se há gordura nas fezes, o que é um sinal de que você pode não estar
absorvendo nutrientes o suficiente. Isso acontece quando o pâncreas não produz
as enzimas necessárias para digerir a gordura.

Convivendo/Prognóstico

Complicações possíveis
A pancreatite pode ser controlada com um estilo de vida saudável e
tratamento médico, quando necessário. Entretanto, alguns pacientes desenvolvem
complicações.
Estas complicações são raras, mas são mais comuns em pessoas com
pancreatite crônica:
 Danos nos rins.
 Câncer de pâncreas.
 Diabetes.
 Subnutrição.
 Infecção pancreática.

Prevenção
Você não pode impedir completamente a pancreatite causada por cálculos
biliares. Mas você pode ser capaz de reduzir o risco de cálculos biliares se
formarem mantendo um peso saudável, fazendo uma dieta equilibrada e praticando
exercício físico regular.
Você pode reduzir a sua chance de ter pancreatite não ingerindo bebida
alcoólica. A quantidade de álcool necessária para causar pancreatite varia de uma
pessoa para outra. Geralmente, o consumo moderado é considerado não mais do
que duas bebidas alcoólicas por dia para homens e uma por dia para mulheres e
pessoas mais velhas. Além disso, fumar pode aumentar suas chances de ter
pancreatite. Se você fuma, é uma boa ideia interromper.
Gastrite
Tratamentos: medicamentos
 Antiácido.
 Neutraliza os efeitos do ácido estomacal.
 Inibidor da bomba de prótons.
 Diminui a liberação de ácido no estômago.
 Penicilina.
 Mata bactérias específicas ou interrompe o desenvolvimento delas.
 Antibiótico.
 Mata bactérias ou interrompe o desenvolvimento delas.
 Medicamentos para diarreia.
 Reduz a frequência e a urgência das evacuações.
Dicas de uma alimentação saudável

Dicas para mamães e papais


• Evite o sal, tempere com ervas como salsinha, manjericão e alecrim.
• Comida colorida é comida saudável, faça misturas saudáveis.
• Horários regulares com intervalos.
• Não ofereça prêmios ou castigo.
• Sempre ofereça mais vezes os alimentos que a criança rejeitou, reapresente
eles de outras formas e em outros momentos, sem forçar ou castigar.
• A papa não deve ser muito líquida.
• Criança aprende por observação, se alimente bem, seja o exemplo.
• EVITE: açúcar, café, refrigerante, balas, enlatados, frituras, salgadinhos.
• AMBIENTE: cuidado com a distração na hora da alimentação, evite telas.

Dicas gerais
• Coma várias vezes durante o dia: pequenas porções de 5 a 6 vezes, assim
você nunca comerá grandes quantidades por estar com fome.
• Não faça uma alimentação baseada em um único tipo de alimento ou
nutriente. Tente variar ao máximo os alimentos.
• Inclua de 1 a 2 porções de frutas diariamente.
• Dê preferência aos queijos brancos, como o de minas, frescal, ricota e
cottage.
• Ao invés do açúcar refinado, utilize açúcar mascavo.
• Tome mais sucos naturais. Com isso, você naturalmente diminuirá o
consumo de refrigerantes. Caso a fruta seja doce, evite o consumo de açúcar no
suco.
• Não exagere no café, tome no máximo 2 xícaras ao dia.
• Quer deixar de consumir algum alimento? Não o compre! (simples, mas
funciona).
• Utilize óleos, gordura, sal e açúcar em pequenas quantidades.
• Limite o consumo de alimentos processados.
UNIDADE 5:
Patologias do Sistema Respiratório
Morfologia do Sistema Respiratório
O sistema respiratório é constituído por:
 Pulmões – Localizam-se no interior da caixa torácica.
 Vias Respiratórias – Estabelecem a comunicação com o exterior.
Fazem parte dessas vias as fossas nasais, faringe, laringe,
traqueia, os brônquios e bronquíolos.

Vias respiratórias

 Fossas nasais
Consiste em duas cavidades que comunicam com o exterior através das
narinas. As fossas nasais possuem cílios como mostra na imagem abaixo.
 Faringe
Permite a passagem do bolo alimentar (sistema digestivo); a passagem
do ar para a Laringe (sistema resp.) e faz dupla função controlada pela epiglote.

 Laringe
A laringe é formada por tecido muscular e tecido cartilagíneo. É nela que
se encontra a epiglote que impede a entrada do bolo alimentar nas vias
respiratórias.

Na laringe se encontram as cordas vocais.


 Traqueia
A traqueia situa-se à frente do esófago e é constituída por anéis de
cartilagem incompletos na parte posterior, tem cerca de 12 cm de comprimento.
É revestida por glândulas produtoras de muco (humidificação) e células ciliadas
(filtração).
 Brônquios
Resultam da bifurcação da traqueia, são constituídos por anéis de
cartilagem completos e são revestidos por uma mucosa lubrificante e ciliada.
Quando atingem 0,5-1 mm de diâmetro designam-se Bronquíolos.
Árvore brônquica

Alvéolos pulmonares

Alvéolos pulmonares são pequenas câmaras esféricas onde ocorrem as


trocas gasosas. São formados por 1 camada de células e revestidos por
capilares.
Pulmões

Os pulmões ficam localizados na caixa torácica e são limitados


anteriormente pelo esterno, e posteriormente pela coluna vertebral e
inferiormente pelo diafragma.

Estão divididos em lobos (3 no pulmão direito e 2 no esquerdo – veja a


imagem abaixo) e são revestidos por uma dupla membrana (pleura) que facilita
a aderência e o escorregamento dos pulmões na caixa torácica. A cavidade
torácica e a abdominal estão separadas por um músculo - Diafragma.
Como funcionam os pulmões?
A renovação do ar alveolar é assegurada pela Ventilação Pulmonar
(movimentos respiratórios), que se realiza através dos movimentos
respiratórios: Inspiração e Expiração.
São os músculos intercostais e o diafragma que originam esses
movimentos respiratórios da caixa torácica.
A elasticidade do tecido pulmonar e a presença de pleura permitem que
os pulmões acompanhem passivamente o movimento da caixa torácica.
Em suma, são as diferenças de pressão entre o ar atmosférico e o interior
pulmonar que possibilitam a realização da inspiração e da expiração.

Respiração x Ventilação
 Respiração Pulmonar: Troca de gases nos pulmões (O2 e CO2) =
processo mecânico.
 Respiração Celular: Refere-se à utilização do O2 e à produção de
CO2 pelos tecidos = processo químico.
A ventilação pulmonar é indispensável para a realização das trocas
gasosas ao nível doa alvéolos pulmonares, uma vez que a deslocação dos
gases se deve à diferença de pressão.

Cada ciclo respiratório tem duas fases, como já citado: Inspiração e a


Expiração.

Inspiração Expiração

Contração dos músculos intercostais e Relaxamento dos músculos intercostais e


diafragma. diafragma.

Aumento do volume da caixa torácica. Diminuição do volume da caixa torácica.

Diminuição da pressão Intrapulmonar. Aumento da pressão Intrapulmonar.

Entrada de ar. Saída de ar.


Trocas gasosas - Hematose

 Hematose pulmonar: São trocas gasosas que ocorrem ao nível dos


alvéolos pulmonares através das quais o sangue venoso é transformado
em sangue arterial. As trocas gasosas que ocorrem através das paredes
dos alvéolos pulmonares são facilitadas porque:
- As paredes dos capilares e dos alvéolos são constituídas por
uma única camada de células.
- O conjunto dos capilares forma uma rede enorme.
- O sangue circula lentamente.
- A diferença de pressão dos gases ao nível celular é muito
significativa.

 Hematose celular: São trocas gasosas que ocorrem ao nível das células
dos órgãos através das quais o sangue arterial passa a sangue venoso. É
durante a circulação sistémica que ocorre esta hematose onde o sangue
arterial passa a venoso.
Patologias Respiratórias
Gripe X Resfriado
Pneumonia

Infecção/inflamação dos sacos de ar em um ou ambos os pulmões, que


podem ficar cheios de líquido.
Na pneumonia, os sacos aéreos podem ficar cheios de líquido ou pus. A
inflamação pode ser fatal para qualquer pessoa, mas particularmente para
bebês, crianças e pessoas com mais de 65 anos.
Os sintomas incluem tosse com catarro ou pus, febre, calafrios e
dificuldade respiratória.
Os antibióticos podem tratar muitos tipos de pneumonia e alguns podem
até ser evitados com vacinas.
Causas
 Bactérias
 Fungos
 Vírus
 Bronco aspiração

Fatores de risco
 Fumo: provoca reação inflamatória que facilita a penetração de
agentes infecciosos.
 Álcool: interfere no sistema imunológico e na capacidade de
defesa do aparelho respiratório.
 Ar-condicionado: deixa o ar muito seco, facilitando a infecção
por vírus e bactérias.
 Resfriados mal cuidados/curados.
 Mudanças bruscas de temperatura.

Principais sintomas
 Dores locais: dores nas costas.
 Tipos de dor: aguda no peito.
 Tosse: com catarro ou seca.
 No corpo: calafrios, fadiga, febre, mal-estar, pele fria e úmida ou
suor.
 No sistema respiratório: falta de ar ou respiração rápida.
 Também é comum: ritmo cardíaco acelerado .

Tratamentos
Medicamentos
Antibiótico - Mata bactérias ou interrompe o desenvolvimento delas.
Penicilina - Mata bactérias específicas ou interrompe o desenvolvimento
delas.
Cuidados médicos
Oxigenoterapia - Fornecimento de oxigênio extra para os pulmões de
pessoas com problemas respiratórios.

Possíveis complicações
Bacteremia: bactéria no sangue.
Derrame pleural: Acúmulo de líquido entre os tecidos que revestem os
pulmões e o tórax.

 Derrame pleural:

Pode haver acúmulo de fluidos em torno dos pulmões devido a um mau


bombeamento do coração ou a uma inflamação.
Os sintomas incluem tosse, dor aguda no peito ou falta de ar.
Os tratamentos incluem antibióticos, pílulas de água (diuréticos) e a
remoção do líquido.
Procedimento médico:
Dreno torácico - Inserção de um tubo no peito para remover ar, fluidos ou
pus da região pulmonar.
Remoção de líquido entre os pulmões e o peito - Inserção de uma agulha
no peito para remover o excesso de ar ou de fluido na região dos pulmões.

Medicamentos
Diurético - Aumenta a produção de urina para liberar o excesso de sal e
água.
Antibiótico - Mata bactérias ou interrompe o desenvolvimento delas.

Asma
A asma pode ser leve ou interferir nas atividades diárias. Em alguns
casos, pode levar a um ataque com risco de vida.
A asma pode causar dificuldade para respirar, dor no peito, tosse e
respiração ofegante. Às vezes, os sintomas podem aparecer repentinamente.

Sintomas
Tosse: com catarro, seca, crônica, durante atividade física, à noite, forte
ou leve
No sistema respiratório: dificuldade ao respirar, falta de ar durante a
noite, infecções respiratórias frequentes, respiração pela boca, respiração
rápida ou respiração sibilante
Também é comum: ansiedade, aperto no peito, irritação na garganta ou
ritmo cardíaco acelerado

Tratamento
O tratamento da asma é feito por meio de cuidados individuais e do uso
de broncodilatadores.
A asma geralmente pode ser controlada com inaladores de resgate, que
tratam os sintomas, e inaladores de controle (esteróides), que os previnem. Os
casos graves podem exigir inaladores de ação prolongada que mantêm as vias
aéreas abertas, bem como esteróides orais.
Medicamentos
Broncodilatador - Ajuda a abrir as vias aéreas dos pulmões para facilitar
a respiração.
Corticóide - Modifica ou simula efeitos hormonais, muitas vezes para
reduzir a inflamação ou aumentar o crescimento e a reparação tecidual.

Cuidados médicos
Oxigenoterapia - Fornecimento de oxigênio extra para os pulmões de
pessoas com problemas respiratórios.
Sinusite
Condição na qual as cavidades ao redor das vias nasais inflamam. A
sinusite aguda pode ser desencadeada por um resfriado ou por alergias e pode
desaparecer por conta própria. A sinusite crônica dura até oito semanas e pode
ser causada por uma infecção ou por tumores.
Os principais sintomas incluem dor de cabeça, dor facial, secreção nasal
e congestão nasal.

Sintomas
Dores locais: atrás dos olhos, nariz, nos ouvidos, rosto, seios paranasais
ou testa.
Dor de cabeça: forte ou nasal.
Tosse: crônica.
No nariz: coceira, congestão, nariz escorrendo, perda de olfato, sentido de
olfato distorcido, espirros ou gotejamento pós-nasal.
No corpo: fadiga, febre ou mal-estar.
No sono: dificuldade em dormir ou ronco.
Na garganta: dor ou irritação.
No rosto: inchaço ou sensibilidade.
Na cabeça: pressão nos seios paranasais ou sensibilidade.
Também é comum: catarro, inflamação do ouvido, irritabilidade, pus ou
respiração bucal.

Tratamento
O tratamento depende da gravidade do caso.
A sinusite aguda geralmente não requer nenhum tratamento além do
alívio sintomático com medicamentos para a dor, descongestionantes nasais e
soro para lavagem nasal. A sinusite crônica pode exigir antibióticos.

Medicamentos
Descongestionante nasal - Alivia a congestão nasal, o inchaço e o
secreção nasal.
Penicilina - Mata bactérias específicas ou interrompe o desenvolvimento
delas.
Antibiótico - Mata bactérias ou interrompe o desenvolvimento delas.
Corticóide - Modifica ou simula efeitos hormonais, muitas vezes para
reduzir a inflamação ou aumentar o crescimento e a reparação tecidual.
Remédio para tosse - Bloqueia o reflexo da tosse. Alguns deles podem
afinar e soltar o muco, facilitando a limpeza das vias aéreas.
Anti-histamínico - Reduz ou interrompe uma reação alérgica.
Anti-inflamatórios não esteróides - Alivia a dor, diminui a inflamação e
reduz a febre.
Analgésico - Alivia a dor.

Cuidados médicos
Soro fisiológico - Água salgada utilizada para substituir fluidos corporais,
limpar feridas, hidratar os seios paranasais e lavar as lentes de contato.

Procedimento médico
Drenagem - Criação de uma abertura no corpo para remover fluidos,
como sangue ou pus.
Rinite

Consiste na irritação e inchaço da membrana mucosa do nariz.

Enfisema pulmonar
O enfisema, também conhecido como enfisema pulmonar, é
uma DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) não contagiosa causada pela
grande exposição a agentes poluentes e/ou químicos e que acabam
danificando os alvéolos pulmonares. Em 80% dos casos, o tabaco é o principal
causador da doença.
Por mais que nós não percebamos, estamos expostos a agentes
degeneradores praticamente o dia todo, como a poluição, poeira, bactérias que
estão presentes no ar e fumaça de cigarro – até mesmo quando não somos
fumantes. E tudo isso acaba influenciando no funcionamento do nosso sistema
respiratório.

Quais são os agentes causadores do Enfisema?


Quase todos os casos são derivados do consumo intenso e prolongado
do tabaco, mas também há outras causas para a doença, como a inalação de
detritos e gases tóxicos no local de trabalho e a genética. Além disso, há
também uma outra causa, porém mais rara, que é a ausência de uma enzima
produzida nos pulmões chamada alfa-1-antripsina.
Além dessas causas, existem ainda alguns fatores de risco que podem
ajudar no desenvolvimento do enfisema:
 Poluição ambiental;
 Má nutrição;
 Infecções respiratórias;
 Baixa temperatura;
 Histórico familiar de DPOC.

Normalmente, essa doença pulmonar apresenta sintomas bem


característicos, às vezes até semelhantes aos da bronquite crônica – que aliás,
não é a mesma coisa, já que a bronquite obstrui os brônquios e, o enfisema os
alvéolos.

Sintomas
 TOSSE constante
 Falta de ar
 Infecções pulmonares frequentes;
 Produção de muco;
 Redução de apetite;
 Fadiga (cansaço);
 Perda de peso;
 Dificuldade para dormir;
 Hipertensão arterial;
 Em casos mais avançados da doença, pode ocorrer
deformidades nas unhas devido a baixa concentração de
oxigênio.

Tratamento
Medicamentos como inalantes
Os broncodilatadores são medicamentos que relaxam os músculos dos
brônquios e melhoram o fluxo de ar do paciente. Além deles, o médico pode
prescrever também corticosteróides, que aliviam os sintomas da inflamação
pulmonar.
Tratamento oral
Outros medicamentos podem ser prescritos para quem possui enfisema
pulmonar, como antibióticos que previnem possíveis infecções mais graves,
e mucolíticos, para diminuir o muco formado por conta da obstrução dos canais
respiratórios.
Oxigenoterapia
Nem todos os pacientes de enfisema pulmonar precisam fazer esse
tratamento, mas é preciso estar ciente de que, conforme a doença progride, a
necessidade do oxigênio aumenta. Portanto, o uso de oxigênio por intervenção
médica pode ocorrer também.
Cirurgia e reabilitação pulmonar
A cirurgia pode ser uma boa opção para quem tem o enfisema em estado
avançado. Ela consiste na diminuição do volume pulmonar, o que ajuda na
redução dos sintomas da doença, e em casos extremamente graves, o
transplante de pulmão também é uma alternativa.
Tratamentos alternativos
Existem alguns tratamentos naturais que podem ajudar a diminuir os
sintomas frequentes do enfisema, tais como:
 O enxofre foi identificado como ajudante na hora de diminuir a
inflamação e o muco gerado por ela;
 O ginkgo biloba ajuda a fortalecer os pulmões;
 Alguns profissionais indicam o uso do extrato de sementes de uva,
pois se acredita que ele pode ajudar na redução da destruição de
células em fumantes.

Possíveis complicações
Pessoas diagnosticadas com enfisema pulmonar são mais propensas a
desenvolver as seguintes complicações:
 Problemas cardíacos ocasionados pelo aumento da pressão das
artérias que ligam o coração e os pulmões.
 Grandes buracos nos pulmões que além de reduzirem o espaço
disponível para o pulmão se expandir, aumentam a chance da
pessoa desenvolver pneumotórax (colapso pulmonar).
 Por mais que sejam raros de ocorrer, colapsos pulmonares podem
atingir pessoas enfisematosas por conta da obstrução que já há
em seus pulmões.

Enfisema pulmonar

Perda da elasticidade do tecido pulmonar devido à excessiva dilatação e


destruição dos alvéolos (tabagismo).

Edema pulmonar

Acúmulo de líquido nos pulmões levando à insuficiência respiratória.


UNIDADE 6:
Patologias do Sistema Cardiovascular

 Sistema cardiovascular – sangue nos dois sentidos = coração e os


tecidos.
 Sistema vascular linfático – linfa = excesso de líquido tecidual – um
único sentido – dos tecidos para o coração.
Sistema Cardiovascular:

 Coração, vasos sanguíneos (sangue) e vasos linfáticos


(linfa);
 Capilares (sítio de trocas nutrientes, gases e metabólitos);
 Vênulas pós-capilares (sitio de passagem de células
sanguíneas);
 Arteríolas (regulam o volume do fluxo sanguíneo);
 Microvascularização (arteríolas, capilares e vênulas pós-
capilares);
Anatomia do coração

Músculo cardíaco apoiado internamente a um esqueleto fibroso (tecido


conjuntivo denso) com fixação das valvas.
Possui 3 camadas:
1. Epicárdio (pericárdio visceral)
2. Miocárdio
3. Endocárdio
Funções do sistema cardiovascular
 Transporte de gases
 Nutrientes
 Restos metabólicos
 Hormônios
 Substâncias sinalizadoras
 Transporte de células de defesa

Sangue
Componentes
Túnica íntima: Endotélio + Subendotélio = tecido conjuntivo frouxo.

Túnica média: Células musculares lisas.


• Tecido conjuntivo com Colágeno III (fibras reticulares), e
fibras elásticas.
• Células musculares lisas também podem sintetizar MEC:
fibronectina, elastina, colágeno.

Túnica adventícia: Camada de tecido conjuntivo mais externa. Contém


colágeno tipo I, fibras elásticas, CML.
• Vasa vasorum: vasos dos vasos, suprimento sanguíneo
para a parade dos vasos. Principalmente veias e artérias de
grande calibre.
Diferenças entre artérias e veias quanto às camadas

 Artérias têm a camada média bem desenvolvida e estrutura


esférica regular.
 Veias têm a camada adventícia bem desenvolvida e
contornos irregulares.

Características das veias

Válvulas venosas
Artérias

Três tipos:
1. Grande calibre /elástica
2. Médio calibre/muscular
3. Pequeno calibre/arteríola
Todas apresentam:
Túnica intima (TI)
Túnica media (TM)
Túnica adventícia (TA)
Artéria de pequeno calibre e Arteríola

• Arteríolas apresentam 1-2 camadas de células musculares lisas na


TM;
• Artérias de pequeno calibre contém até 8 camadas de células
musculares lisas na TM e MLEI;
• Túnica adventícia é esparsa e pouco desenvolvida;
• Arteríolas são pontos de controle do fluxo sanguíneo.

Capilares sanguíneos

• Células endotelias + membrana basal


• Diâmetro interno de 8 a 10 um = uma célula
Tipos de capilares:

Contínuos: endotélio contínuo e membrana basal contínua = maioria dos


tecidos.

Fenestrados com diafragma: poros no endotélio e membrana basal


contínua - rim, intestino, glândulas endócrinas.

Fenestrados sem diafragma: poros no endotélio e membrana basal


espessa - glomérulo renal.
Comparação:

Sinusóides: grandes poros no endotélio descontínuo; membrana basal


descontínua = fígado e órgãos linfóides; presença de macrófagos entre as
células endoteliais; trajeto tortuoso, calibre aumentado (30 a 40um de
diâmetro).
Vasos sanguíneos: Parede/camadas

Vênulas

Veias de médio calibre


Túnica intima: Endotélio, lâmina basal, sub-endotélio (TC) e MLEI.
Túnica média: Muito fina com células musculares lisas e alguns
fibroblastos.
Túnica adventícia: Mais espessa que a TM, com tecido conjuntivo,
Contém a vasa vasorum e a nervi vascularis.
Veias de grande calibre
Vasos sanguíneos Túnica Íntima Túnica Muscular Túnica Adventicia
Uma ou duas
Delgada Pouco desenvolvida
Arteríolas camadas de células
Constituída por
tecido conjuntivo rico
Artérias de médio Mais espessa que as
Bem desenvolvida em fibras colágenas e
calibre (muscular) arteríolas
com algumas fibras
elásticas
Constituída por uma
Artérias de grande série de membranas
Muito espessa Pouco desenvolvida
calibre (elástica) elásticas dispostas
circunferencialmente
Quase inexistente ou
formada por delgado
Vênula Delgada Espessa
extrato
Muscular
Delgada com fibras
musculares lisas
entremeados de Bastante
Veia de médio calibre Delgada ou ausente
fibras reticulares e de desenvolvida
uma rede delicada de
fibras elásticas
Reduzida com pouco Bem desenvolvida
Veia de grande Bastante
tecido muscular e com tecido muscular
calibre desenvolvida
conjuntivo liso

Pericitos
• Localizados ao longo da superfície dos capilares ou vênulas.
• Relacionados à contração dos capilares.
• Após lesão, podem dar origem a células musculares lisas,
fibroblastos e células endoteliais.
Circulação linfática

Como diagnosticar doenças cardiovasculares?


 Eletrocardiograma
 Ecocardiograma
 Teste ergométrico
 Cateterismo cardíaco
 Holter 24 horas
 Monitor cardíaco portátil

Principais sintomas de doenças cardiovasculares


 Desmaio ou tontura
 Palpitações no coração
 Dores no peito
 Falta de fôlego
 Dores nas pernas
 Tosse seca persistente

Fatores de risco
 Diabetes Mellitus
 Estresse excessivo
 Hipercolesterolemia
 Hipertensão Arterial
 Maus hábitos alimentares
 Obesidade
 Sedentarismo
 Tabagismo

Prevenção das Doenças Cardiovasculares


 Fazer um check-up uma vez por ano
 Não fumar
 Alimentação saudável, maneira no sal
 Beber água regularmente
 Fazer atividades físicas
 Atenção ao peso corporal
 Evitar o estresse
 Checar pressão arterial
 Monitorar o colesterol
Arteriosclerose x Aterosclerose
Angina pectoris

Angina pectoris é o resultado da isquemia miocárdica causada por um


desequilíbrio entre a oferta de sangue do miocárdio e demanda de oxigênio.
A angina é um sintoma de doença arterial coronariana.

Infarto agudo do miocárdio (IAM)

Bloqueio do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco (miocárdio) e


morte do tecido (sequela).
Sintomas
 Dores locais: braço, braço esquerdo, maxilar ou peito
 Dores circunstanciais: em repouso
 No corpo: fadiga, tontura, pele fria e úmida, suor ou suor frio
 No aparelho gastrointestinal: azia, indigestão, náusea ou vômito
 No pescoço: desconforto ou rigidez
 No braço: desconforto ou rigidez
 No peito: aperto ou desconforto
 Também é comum: ansiedade, desconforto no ombro, falta de ar
ou palpitações

Tratamento
O tratamento pode variar entre mudanças no estilo de vida e reabilitação
cardíaca a medicamentos, endopróteses e cirurgia de bypass.

Medicamentos
 Alteplase
 Rompe coágulos que estão bloqueando o fluxo normal do
sangue nos vasos sanguíneos.
 Anticoagulante
 Ajuda a prevenir a formação de coágulos sanguíneos ou a
dissolver coágulos existentes.
 Betabloqueador
 Retarda a frequência cardíaca e diminui a pressão arterial.
Quando usado como colírio, reduz a pressão ocular.
 Estatina
 Diminui a produção de colesterol ruim pelo fígado.
 Inibidor da ECA
 Relaxa os vasos sanguíneos, reduz a pressão arterial e previne
danos nos rins relacionadas ao diabetes.

Procedimento médico
 Stent coronário - Um tubo colocado nas artérias do coração
para mantê-las abertas.
 Cateterismo cardíaco - Inserção de um tubo longo na virilha, no
pescoço ou no braço, levando-o pelos vasos sanguíneos até o
coração.
 Angioplastia coronária - Desobstrução de uma artéria inflando
um balão dentro dela. Uma endoprótese também pode ser
inserida para manter a artéria aberta.
 Angioplastia - Desobstrução de uma artéria inflando um balão
dentro dela. Também é possível inserir um stent para manter a
artéria aberta.
Cateterismo

Bypass
Ponte de Safena

Arritmia

Toda vez que o coração sai do ritmo certo, diz-se que há uma arritmia.
Ela ocorre tanto em indivíduos saudáveis quanto em doentes. Várias doenças
podem dispará-la, assim como fatores emocionais — o estresse, por exemplo, é
capaz de alterar o ritmo cardíaco.

Sintomas
Na taquicardia o principal sintoma é a palpitação. Já nas bradicardias
ocorrem tonturas e até desmaios.

Tratamento
Em alguns casos, os médicos simplesmente receitam remédios. Em
outros, porém, é necessário apelar para a operação. Hoje os cirurgiões
conseguem implantar no coração um pequeno aparelho, o marca-passo, capaz
de controlar os batimentos cardíacos.
Veias varicosas
Trombose venosa profunda
Embolia Pulmonar

Varizes

- Veias dilatadas e visíveis.


- Presença de veias azuladas e muito visíveis abaixo da pele.
- Agrupamentos de finos vasos avermelhados.
- Queimação nas pernas e planta dos pés.
- Inchaço especialmente nos tornozelos ao final do dia.
- Prurido ou coceira.
- Cansaço ou sensação de fadiga nas pernas.
- Sensação de peso nas pernas.
- Cãimbras.

Varicocele

Ave isquêmico
UNIDADE 7:
Patologias do Sistema Imunológico

Conceitos básicos

Imunologia: Área da biologia destinada ao estudo do sistema


imunológico.
Imunidade: A palavra imunidade origina-se do latim immunis, que se
refere a pessoas protegidas ou beneficiadas em relação às demais. É a
capacidade do organismo de reconhecer substâncias, consideradas estranhas e
promover uma resposta contra elas, tentando eliminá-las.

A grande maioria das substâncias que o organismo reconhece como


“estranhas” consiste em microrganismos ou substâncias que não são próprias
dele e, portanto, a eliminação desses agentes é um mecanismo de proteção.
Estes invasores podem ser microrganismos (bactérias, fungos,
protozoários ou vírus) ou agentes nocivos, como substâncias tóxicas, por
exemplo, veneno de animais peçonhentos.
As substâncias estranhas ao corpo são genericamente chamadas de
antígeno. Os antígenos são combatidos por substâncias produzidas pelo
sistema imune, de natureza protéica, denominadas anticorpos, que reagem de
forma específica com os antígenos. Dessa forma, quase sempre a imunidade é
benéfica ao indivíduo.
No entanto, existem situações em que essa defesa pode passar a ser
prejudicial. Em uma minoria de casos, o organismo passa a reconhecer como
um agente “estranho” um componente endógeno próprio do organismo ou
responde de forma exacerbada contra certos agentes exógenos.
Sendo assim, é importante conhecer os conceitos da resposta
imunológica, os elementos inerentes a ela, o envolvimento desses elementos
nos mecanismos de defesa do organismo, como pode ser feita a avaliação
imunológica e como as alterações do sistema imunológico podem levar à
doenças.
Infecção: permanência no organismo de um microrganismo estranho
(bactéria, fungo, parasita ou vírus) capaz de se multiplicar e provocar doenças
ou alterações patológicas de maior ou menor gravidade.
Resistência: é a capacidade que o hospedeiro tem de combater o agente
infeccioso.
Infectividade: é o nome que se dá à capacidade que tem certos
organismos de penetrar e de se desenvolver, ou de se multiplicar no novo
hospedeiro, ocasionando infecção.
Virulência: é a capacidade que o microorganismo tem de causar danos
(infecções). A resistência dos microorganismos aos antibióticos implica a sua
maior ou menor virulência. Podemos dizer que a virulência representa o
conjunto de armas agressiva que o microorganismo possui para afetar seu
hospedeiro.
Infecção X Inflamação

Infecção Inflamação

Invasão microbiana ao organismo: Resposta de defesa do organismo


fungos, vírus e bactérias. frente a um trauma ou infecção.
A defesa corporal é realizada por um grupo de células específicas que
atuam no processo de detecção do agente invasor, no seu combate e total
destruição. Todo este processo é denominado de resposta imune.
As células do sistema imune pertencem a dois grupos principais, os
linfócitos e os macrófagos.

Diapedese

Macrófagos – são importantes na regulação da resposta imune. Estão


presentes nos tecidos conjuntivos e no sangue (quando são chamados de
monócitos) e, no sistema imune, possui a função de detectar e fagocitar
(processo que engloba e digere substâncias no organismo) microrganismos
invasores, células mortas e vários tipos de resíduos. Essas células são as
primeiras a perceber a presença de agentes invasores.
Linfócitos - essas células, presentes no sangue, são um tipo de leucócito
(glóbulo branco) e podem ser de dois tipos principais:

 Linfócitos B – a principal função desse tipo celular é a produção


de anticorpos, quando maduros e ativos.
 Linfócitos T – são responsáveis pela resposta imunológica
designada como Imunidade Celular.

 Linfócitos T auxiliadores (CD4) – através de informações


recebidas pelos macrófagos, são estimuladas a ativar outros
tipos de linfócito T, os linfócitos T matadores (CD8) e os
linfócitos B. São os linfócitos auxiliadores os responsáveis por
comandar a defesa do organismo.
 Linfócitos T matadores (CD8) – recebem este nome por serem
responsáveis pela destruição de células anormais, infectadas
ou estranhas ao organismo.

Sistema linfático ou linfóide


O sistema linfático é constituído pela linfa, vasos e órgãos linfáticos.
Funções

 Fazer retornar à corrente sanguínea substâncias vitais, na maioria


proteínas que escapam dos capilares (recolhem o líquido tissular
que não retornou aos capilares sanguíneos, filtrando-o e
reconduzindo-o à circulação sanguínea).
 Absorção de lípidos e vitaminas lipossolúveis no tubo digestivo.
 Intervenção na defesa do organismo. Atua na defesa produzindo
linfócitos, aprisionando agentes agressores e produzindo
anticorpos. Compõe o Sistema Linfático na defesa: a linfa (como
meio de transporte), os Ganglios, os linfócitos, as tonsilas
(faríngeas, palatinas e sublingual), o timo, o baço e o apêndice.

Linfa

É o liquido que encontramos nos vasos linfáticos. Percorre os vasos


linfáticos que, conforme aumentam de calibre, recebem o nome de: capilares,
vasos e ductos linfáticos.
A composição da linfa é praticamente a mesma do sangue, exceptuando-
se a existência de glóbulos vermelhos, o que faz a linfa ser de coloração
transparente. Por ela circulam além das impurezas retidas do meio intersticial,
proteínas, hormônios, glóbulos brancos e, ocasionalmente, dos intestinos ao
fígado, nutrientes (moléculas de gordura).

Tonsilas

Função: todas atuam como defesa adicional contra agentes infecciosos


provenientes da boca e do nariz. Exercem esta função de defesa dando o
alarme, formando linfócitos através do seu tecido linfóide e produzindo
anticorpos.
Tonsilas Faríngeas - Localizada na faringe nasal (adenóides). Monitora
as fossas nasais.
Tonsilas Palatinas - Mais conhecida por amígdalas, situadas na
retroboca. Monitora o que por ali passa.

Timo
O timo é um órgão linfático que se localiza no tórax, anterior ao coração.
A função do timo é promover a maturação dos linfócitos T que vieram da
medula óssea até o estágio de pró-linfócitos que vão para os outros tecidos
linfóides, onde se tornam ativos para a resposta imune.
Porém, o timo também dá origem a linfócitos T maduros que vão fazer o
reconhecimento do organismo para saber identificar o que é material estranho
ou próprio do organismo.

Baço

É o maior órgão do sistema imunológico e caracteriza-se por não possuir


circulação linfática.
Função: na defesa do organismo filtra os microorganismos estranhos do
sangue, produzindo linfócitos e plasmócitos que fabricam anticorpos.

Linfonodos

São expansões nodulares de forma ovalada nas quais vasos linfáticos


penetram trazendo linfa e os seus componentes; neles a linfa é filtrada,
permitindo que partículas invasoras sejam fagocitadas pelos linfócitos ali
presentes.
Medula óssea vermelha

Além da produção de células sanguíneas e plaquetas, a medula produz


linfócitos B, linfócitos matadores. É nesse órgão que ocorre o processo de
amadurecimento dos linfócitos B.

Antígeno x anticorpo

Antígeno é qualquer substância, normalmente proteínas, reconhecidas


como estranhas pelo organismo, o qual arma uma resposta imune contra este
antígeno. Os antígenos podem ser, por exemplo, uma proteína do envoltório
viral ou da membrana de uma bactéria.
Anticorpos são proteínas, da classe das imunoglobulinas, produzidas
pelas células B do sistema imune do organismo para combater antígenos.
Os anticorpos são específicos para um determinado antígeno e se ligam
a ele de modo a sinalizar para a destruição por células do sistema imune, como
macrófagos, para a liberação de substâncias que irão atacar o organismo-alvo,
como as do sistema complemento, ou então neutralizam o antígeno impedindo
sua ação.

A molécula do anticorpo possui o formato de um Y, sendo que nos


‘braços” do Y que se encontram as regiões variáveis, específicas para um
determinado antígeno, onde ocorre a ligação entre eles.

Após uma infecção, algumas células de memória são formadas para


produzirem continuamente uma baixa quantidade de anticorpos e também para
produzirem novamente altas doses no caso de uma nova infecção. Esse é o
princípio utilizado nas vacinas.
Nas vacinas, são injetados antígenos de um patógeno com o objetivo de
produzir células de memória que atuarão contra o mesmo organismo caso haja
uma infecção. Os antígenos injetados são atenuados, ou seja, imitam uma
infecção para o sistema imune, mas não causam a doença em si, evitando as
consequências graves de uma doença.
Vacina
As vacinas contêm agentes infecciosos inativados ou seus produtos, que
induzem a produção de anticorpos pelo próprio organismo da pessoa vacinada,
evitando a contração de uma doença. Isso se dá através de um mecanismo
orgânico chamado "memória celular".
 Contém antígenos que irão induzir o organismo na produção de
anticorpos específicos.

Soro
Os soros são utilizados para tratar intoxicações provocadas pelo veneno
de animais peçonhentos ou por toxinas de agentes infecciosos, como os
causadores da difteria, botulismo e tétano.
 Contém anticorpos prontos para atuar no organismo.
Lembrando as defesas do corpo

 Nosso corpo apresenta diversas defesas contra agentes externos


(como microrganismos parasitas), que são:
 A pele;
 Os pelos e o muco do nariz;
 As lágrimas;
 O ácido clorídrico do suco gástrico.

E se esses microrganismos ultrapassarem essas “barreiras” e


penetrarem no nosso corpo? O que acontece?

Nesse caso, entra em ação o sistema imunitário (ou imune), formado por
órgãos associados com a produção de leucócitos ou glóbulos brancos.
Leucócitos ou glóbulos brancos

• São células sanguíneas dotadas de núcleo.


• Apresentam tamanhos variados, conforme o tipo.
• A maior parte dessas células é produzida na medula óssea
vermelha.
• Uma menor parte é produzida em certos órgãos do corpo, como o
baço e as tonsilas palatinas (amígdalas).

Os glóbulos brancos defendem o nosso organismo por duas maneiras:

• Fagocitose – as células de defesa englobam os microrganismos


e os destroem por meio de enzimas digestórias contidas nos
lisossomos.

• Anticorpos – proteínas especiais que desativam as substâncias


tóxicas produzidas pelos organismos invasores ou presentes
em certos alimentos e drogas diversas.
- Os leucócitos são capazes de sair da corrente sanguínea (fenômeno
chamado diapedese).
- Uma vez fora, os leucócitos deslocam-se pelos tecidos vizinhos ao vaso
e chegam ao local da infecção.
- Na “batalha”, muitos leucócitos morrem junto com microrganismos e
células lesadas. Esse conjunto forma o pus, que pode aparecer nas
feridas.

A produção de anticorpos
Os organismos invasores contêm proteínas estranhas ao nosso corpo.
São chamadas de antígenos.
Os leucócitos do tipo linfócitos produzem os anticorpos que neutralizam
a ação tóxica dos antígenos.
Alguns linfócitos atuam como “células de memória” – assim, mesmo
depois da cura de determinada doença, tais células são capazes de voltar a
produzir anticorpos, caso o organismo seja novamente infectado.
Por isso existem doenças que temos somente uma vez, como por
exemplo, a caxumba e a rubéola.
Vacina

Doenças provocadas por vírus ou bactérias são evitadas com o uso das
vacinas. As vacinas induzem o nosso sistema imunitário a produzir anticorpos
específicos contra um determinado microrganismo.
Caso haja uma invasão na pessoa vacinada, os anticorpos já existentes
impedem que a doença nele se instale.

Soro
Imagine que o organismo de uma pessoa infectada não consegue
produzir anticorpos de que necessita, por não haver tempo hábil ou por se
encontrar muito debilitada. Nesse caso, ela deve receber a aplicação de soros.

Vacina X Soro
• Os soros diferem das vacinas por já conterem os anticorpos de
que o organismo necessita a serem usados para curar certas
enfermidades.
• A preparação de soros é feita com aplicação de
microrganismos mortos ou atenuados, ou ainda de suas
toxinas em animais como coelhos, cabras e cavalos.
• Depois da produção de anticorpos pelos animais citados, parte
do sangue deles é coletada e são usadas técnicas para isolá-
los e na produção dos soros.

A ciência oferece uma série de medicamentos capazes de combater o


desenvolvimento de microrganismos em nosso corpo.
Os antibióticos, por exemplo, são eficazes no combate de certas
bactérias. Porém, ao longo do tempo, bactérias naturalmente resistentes vêm
sendo selecionadas por esses agentes químicos.

Patologias do Sistema Imunológico

As 7 principais doenças autoimunes são:

 Esclerose múltipla
 Tireoidite de Hashimoto
 Asma
 Lúpus eritematoso sistêmico
 Doença celíaca
 Artrite reumatóide
 Eczema e psoríase
UNIDADE 8:
Patologias do Sistema Tegumentar

Principais funções

 Tato.
 Barreira contra infecção.
 Auxilia a regulação da temperatura do corpo.
 Remove produtos de excreção.
 Proteção contra a radiação ultravioleta do Sol.
 Produz vitamina D.

Proteção
 A pele é à prova d’água- barreira de queratina.
 O sebo evita evaporação excessiva e mantém a hidratação.
 A produção de melanina forma um escudo que protege o
núcleo contra raios ultravioletas.

Comunicação
 Receptores enviam estímulos ao Cérebro e Medula Espinhal.
 A cor da pele pode indicar alguma alteração interna:
- Pele amarelada: Disfunção Hepática.
- Pele cinzenta ou azulada: baixos níveis de O2 ou
elevados níveis de CO2.
Pele amarelada: Icterícia

Pele azulada: Cianótica

Cianose
Apresenta coloração azulada (de azul-claro a lilás intenso da pele e
mucosas). É caracterizada pela Hemoglobina reduzida (desoxi-hemoglobina)
com valores iguais ou superiores a 5g/100ml.

Pele avermelhada: Hipertermia


Termorregulação
O Termostato do corpo reconhece a temperatura ideal. Isso é, quando
uma área central está aquecida, há vasodilatação e a pele dissipa o calor.
Glândulas Sudoríparas difundem água na superfície da pele para serem
evaporadas causando resfriamento.

Metabolismo de Vitamina D
 Única vitamina que pode ser produzida no corpo.
 Transformação de colesterol em Vitamina.
 A vitamina D aumenta o nível de Ca sanguíneo promovendo a
absorção intestinal de Ca2+ e estimulando a liberação de Ca2+
pelos ossos.

Estruturas do Sistema Tegumentar

Pele
É constituída de duas camadas: Epiderme (Epitelial) e Derme
(Conjuntivo).
Epiderme:
- Camada mais externa da pele.
- Avascular.
- Capacidade de regeneração (aproximadamente 4 dias).
- Impermeabilidade à água.

Derme:
- Possui 2 camadas: Papilar e Reticular.
- Papilas Dérmicas (Vascularizada + receptores de dor e de
tato).
- Papilas Reticulares (Vascularizada + Glândulas Sudoríparas
e Sebáceas + receptores de frio, calor e pressão).
- Tela Subcutânea (hipoderme): Une a pele aos órgãos e
estruturas + Amortecimento + isolante térmico.
Unhas
As unhas são placas córneas localizadas na falange distal dos dedos.
Cada unha recobre um leito ungueal, que tem estrutura comum de pele e não
participa de sua formação.
A unha cresce a partir da raiz, ou matriz, e é basicamente composta por
placas de queratina fortemente aderidas, a partir da diferenciação de células
epiteliais da raiz.
Pêlos
Possuem estrutura protéica queratinizada e crescem a partir de folículos
da camada subcutânea. Têm como função a proteção e regulação
térmica.

Glândulas Cutâneas

Sudoríparas:
 Écrinas (comunicação externa por poros)
- Secreta o Suor.
- Encontrada na sola dos pés, palma das mãos e na testa.

 Apócrinas (Grandes e Ramificadas)


- Secreta uma substância inodora
- Encontrada na axila, mamas e genitália
Sebáceas:
 Os ductos não alcançam a superfície da pele.
 Secretam sebo: gorduras, óleos, ceras e detritos celulares
 Função: Amaciar, retardar a evaporação e matar bactérias.
Receptores da superfície

Receptores de Krause Frio

Receptores de Ruffini Calor

Discos de Merkel Tato e Pressão

Receptores de Pacini Pressão

Receptores de Meissner Tato

Terminações nervosas livres Principalmente dor

 Melanose solar (manchas senis)


 Xerose

 Eczema

 Úlcera vascular
 Úlcera venosa

 Desidratação
UNIDADE 9

Sistema Endócrino.

O sistema endócrino é responsável pelo controle das atividades metabólicas do


organismo. Atua a longo prazo, através de sinais químicos, executados por
substâncias denominadas hormônios.
A ação do hormônio se dá quando este é lançado através da corrente sanguínea
pelas glândulas endócrinas, e assim, chegando a célula-alvo, se liga a receptores
específicos localizado na superfície das células.

Principais glândulas endócrinas humanas

I) Hipotálamo
Recebe informações do sistema nervoso e secreta hormônios que atuam sobre
a hipófise anterior (Adenohipófise).
Possui neurônios que produzem os hormônios (oxitocina e antidiurético “ADH”),
que são armazenados e liberados pela hipófise posterior (Neurohipófise).

II) Hipófise
A) ADENOHIPÓFISE
Olhamos agora para os hormônios da Adenohipófise:

➔ Hormônio do crescimento ou somatotrófico (GH/SH)


• Promove o crescimento das cartilagens e dos ossos; e
• Influencia o metabolismo das proteínas, carboidratos e lipídios.
o Deficiência na infância provoca o nanismo. (imagem A)
o Excesso na infância provoca o gigantismo. (imagem B)
o Excesso no adulto provoca a acromegalia. (imagem C)
➔ Tireotrófico (TSH)

• Estimula a glândula tireoide a produzir o hormônio Tiroxina


• Deficiência pode causar o hipotiroidismo.
• Excesso pode causar o hipertireoidismo

➔ Adrenocorticotrófico (ACTH)
Estimula o córtex da glândula suprarrenal a produzir os hormônios
glicocorticoides (cortisol).

➔ Prolactina (LTH)
• Desenvolvimento das mamas
• Produção de leite
• Homens (função desconhecida)

➔ Gonadotrófico
• Folículo estimulante (FSH)

o Homem
- Induz a produção de espermatozoide.

o Mulher
- Promove o desenvolvimento do folículo ovariano.
- Estimula o ovário a produzir estrógeno.

• Luteinizante (LH)

o Homem
- Induz o testículo a produzir testosterona

o Mulher
- Estimula a ovulação
- Desenvolvimento do corpo lúteo (amarelo)

B) NEUROHIPÓFISE
• Armazena e libera dois hormônios produzidos pelo hipotálamo
• Antidiurético (ADH) ou Vasopressina
• É liberado quando o volume de sangue cai abaixo de certo nível.
• Estimula a reabsorção de água nos rins
• Diminui o volume de urina excretado (antidiurético)
• Retém água no organismo
• Sua deficiência provoca uma perda de água excessiva e muita sede, síndrome
denominada diabetes insípidos.
➔ Antidiurético (ADH)

➔ Oxitocina
• Promove contrações no útero durante o parto
• Contração da musculatura lisa das glândulas mamárias, causando a ejeção
do leite.
• O Estímulo para a liberação da oxitocina é a sucção da mama pelo bebê.
III) Tireoide
• Localização: no pescoço, logo abaixo das cartilagens da glote.

• Produz três hormônios: Triiodotironina (T3), Tiroxina (T4) e Calcitonina.

o Triiodotironina (T3) e Tiroxina (T4)


- Estimulam o metabolismo energético.
- Aumentam a taxa de respiração celular.
- O excesso desses hormônios causa o hipertireoidismo.
- Hiperatividade (calor, sudorese).
- Perda de peso.
- Nervosismo.
- Exoftalmia (olhos arregalados para fora das órbitas).
- Bócio (inchaço do pescoço formando um papo).

Hipertireoidismo
A deficiência na produção dos hormônios T3 e Tiroxina (T4) pela tireoide, pode
ser causada devido à carência de iodo na alimentação, pois o iodo é parte constituinte
dos hormônios da tireoide. Essa deficiência pode estar relacionada também com a
destruição autoimune da tireoide (tireoidite). As consequências são: diminuição do
metabolismo celular, ganho de peso, bradicardia (desaceleração dos batimentos
cardíacos), mixedema (inchaço da pele), e bócio.
Hipotireoidismo na infância: O cretinismo, é um quadro que se caracteriza pelo
comprometimento do crescimento dos ossos e dos dentes, além de retardamento
mental.

o Calcitonina
Atua diminuindo a quantidade do íon cálcio (Ca²+) do sangue e aumentando a
concentração deste íon nos ossos. Ação: Hipocalcemiante

o Paratireoides
Localização: Duas de cada lado, atrás da glândula tireoide.
- Produz o hormônio chamado paratormônio.
- Responsável pelo aumento do nível de cálcio (Ca²+) no sangue.
- Retira cálcio dos ossos, aumentando o nível deste íon na corrente sanguínea.
O paratormônio e a calcitonina realizam o controle dos níveis normais de cálcio
no organismo.

o Suprarrenais (adrenais)
Localização: sobre os rins.
- Dividida em duas regiões
- Córtex: Região mais externa
- Produz os hormônios: Glicocorticoides (cortisol) e Mineralocorticoides
(aldosterona).
- Medula: Região interna
- Produz os hormônios: Epinefrina ou (Adrenalina) e Norepinefrina ou
(Noradrenalina).
Os hormônios do córtex na Suprarrenais:
o Glicocorticoides (derivados do colesterol)
- Hormônio mais importante: Cortisol ou Hidrocortisona.
- Liberado em situações de estresse.
- Atua na produção de glicose a partir de proteínas e gorduras (↑ glicemia).
- Reduz inflamações e alergias.
Obs.: É controlado pelo hormônio ACTH produzido pela Adenohipófise.

o Mineralocorticoides (derivados do colesterol)


- Hormônio mais importante: Aldosterona.
- Realiza a reabsorção de sódio (Na+) e a excreção de potássio (K+) nos rins.
- Aumenta a pressão arterial e a volemia (volume de sangue circulante).
Obs.: É controlado pelo hormônio ACTH produzido pela Adenohipófise.

Os hormônios da medula na Suprarrenais:


o Epinefrina (adrenalina)
- Prepara organismo para enfrentar situações de estresse.
- Contração dos vasos sanguíneos (vasoconstrição).
- Aumenta a taxa de açúcares no sangue.
- Redistribui sangue para os órgãos e músculos.

o Norepinefrina (noradrenalina)
- Atua em conjunto com a epinefrina nas respostas à situações de estresse.
- Acelera os batimentos cardíacos (taquicardia).
- Mantém a pressão sanguínea em níveis normais.

o Pâncreas
Localização: No lado esquerdo da cavidade abdominal.
- Glândula mista ou anfícrina (possui porção exócrina e endócrina)
- Produz dois hormônios: insulina e glucagon (porção endócrina)
- Produz o suco pancreático (porção exócrina)

a) Insulina (Atua após as refeições)


- Aumenta a permeabilidade da membrana celular à glicose.
- No fígado a insulina promove a formação do glicogênio.
- Ação hipoglicemiante (diminui a quantidade de glicose no sangue).
- Produzido pelas células β (beta) das ilhotas de Langerhans.

b) Glucagon (Atua nos períodos entre as refeições)


- Efeito inverso ao da insulina
- No fígado o glucagon estimula a transformação do glicogênio em várias
moléculas de glicose, que serão enviadas para o sangue.
- Ação hiperglicemiante (aumenta a quantidade de glicose no sangue).
- Produzido pelas células α (alfa) das ilhotas de Langerhans.
o Gônadas (Testículos e Ovários)
a) Testículos (homem): Localizados no interior da bolsa escrotal.
Sofre influência dos hormônios FSH e LH produzidos pela Adenohipófise

b) Ovários (mulher) localizados no interior da cavidade pélvica.


- Hormônios produzidos: Estrógeno e Progesterona.
- Sofrem influência dos hormônios FSH e LH produzidos pela Adenohipófise.

Estrógeno
- Produzido pelos folículos ovarianos (folículos de Graaf);
- Determina o aparecimento das características sexuais secundárias femininas
(mamas, pelos pubianos, acúmulo de gordura em algumas regiões, etc.);
- Estimula o desenvolvimento do endométrio para receber o embrião;
- Induz o amadurecimento dos órgãos genitais; e
- Libido sexual.

Progesterona
- Produzida pelo corpo amarelo (corpo lúteo) que se origina do folículo ovariano
rompido durante a ovulação;
- Juntamente com o estrógeno, a progesterona atua preparando a parede do
endométrio uterino para receber o embrião;
- Estimula o desenvolvimento das glândulas mamárias.

CICLO MENSTRUAL:
1) O ciclo menstrual tem início no primeiro dia da menstruação.
2) No início do ciclo o FSH induz o desenvolvimento dos folículos ovarianos.
3) Os folículos ovarianos produzem estrógeno e induzem a liberação do
hormônio LH pela adenohipófise.
4) O estrógeno inicia o desenvolvimento do endométrio para receber o
blastocisto (embrião).
5) No 14º dia do ciclo menstrual o hormônio LH atinge níveis máximos e ocorre
a ovulação (liberação do ovócito II ou óvulo).
6) O folículo rompido origina o corpo lúteo (amarelo) que produz progesterona.
7) A progesterona produzida pelo corpo lúteo atua em conjunto com o estrógeno
no desenvolvimento do endométrio, aumentando sua espessura e vascularidade para
uma eventual gravidez.
8) As altas taxas de estrógeno e progesterona inibem a liberação de FSH e LH
e, por consequência, ocorre o atrofiamento do corpo lúteo.
9) Dessa maneira, os níveis de progesterona caem de forma acentuada e a
redução brusca na taxa desse hormônio faz com que a mucosa uterina sofra
descamação e ocorre a menstruação.
10) Se ocorrer gravidez, o embrião implantado na parede uterina produzirá o
hormônio HCG Gonadotrofina coriônica humana o qual estimulará o corpo lúteo a
manter a produção de progesterona e estrógeno.
11) Por volta do 4º mês de gestação o corpo lúteo degenera-se e a placenta
passa a produzir estrógeno e progesterona, mantendo a mucosa em contínua
proliferação.
UNIDADE 10

Sistema Hematológico.

Dentre as funções gerais do sangue, podemos citar:


Transporte
• Nutrição e eliminação de metabólitos
• Hormonal

• Regulação térmica
• Trocas gasosas (O2 e CO2)
• Defesa imunológica

Composição sanguínea
O Plasma é composto por:
• 90% Água
• 9% Proteínas (albumina,   e  globulinas e proteínas da coagulação)
• ~1% Compostos orgânicos (aminoácidos, vitaminas, hormônios, glicose
• Sais inorgânicos, íons, gases

Já as células são compostas por:


• Células vermelhas
• Células brancas
A Hematopoese ou Hemocitopoese é o processo de formação de células do
sangue, por meio de processos mitóticos, a partir de células tronco indiferenciadas
comprometidas com a formação de células sanguíneas. Esse processo ocorre nos
órgãos hemocitopoéticos ou hematopoéticos, sendo o principal deles, a medula
óssea.
A medula óssea é um órgão difuso, e ao mesmo tempo, volumoso e muito ativo.
Num adulto normal, é capaz de produzir cerca de 2,5 bilhões de eritrócitos, 2,5 bilhões
de plaquetas e 1,0 bilhão de granulócitos por kg de peso corporal, por dia!
Na vida adulta, os eritrócitos, granulócitos, linfócitos, monócitos e plaquetas se
originam a partir de células-tronco da medula óssea vermelha. Conforme o tipo de
glóbulo formado, o processo recebe os seguintes nomes: eritropoese,
granulocitopoese, linfocitopoese, monocitopoese e megacariocitopoese.
Muitos linfócitos são formados na medula óssea, porém existe proliferação
dessas células nos órgãos linfáticos, a partir de linfócitos originados na medula
óssea. As células sanguíneas passam por muitos estágios de diferenciação e
maturação na medula óssea, antes de passarem para o sangue.
O processo de diferenciação celular sanguíneo:
Estudo histológico das células sanguíneas

• Células vermelhas
o Eritrócitos: (Ou glóbulos vermelhos)
✓ Discos bicôncavos (↑superfície),
✓ 7 a 8 µm diâmetro,
✓ 120 dias de vida,
✓ Flexíveis,
✓ Hemoglobina
✓ FUNÇÃO: Transporte de O2 e CO2

o Reticulócitos: Eritrócitos jovens


✓ Anucleadas
✓ 1% dos eritrócitos
✓ Ribossomos (RNA)
• Células brancas (leucócitos)

o Granulócitos (PMN)
✓ Neutrófilos
✓ Eosinófilos
✓ Basófilos
Granulocitopoese
o Agranulócitos
✓ Linfócitos
➔ Pp em órgãos e tecidos linfoides
➔ (Timo, baço, linfonodos, tonsilas, nódulos linfoides)

✓ Monócitos
➔ Circulam cerca de 8 horas e então entram nos tecidos
• Plaquetas
✓ Corpúsculos anucleados de 2 a 4 µm
✓ Fragmentos do citoplasma (400.000/ml)
✓ Citoplasma com grânulos (GRANULÔMERO)
✓ Feixes de microtúbulos periféricos (HIALÔMERO)
✓ Ativação do plasminogênio endotelial: FIBRINA
✓ Adesão e agregação plaquetária: COAGULAÇÃO

✓ Retração do coágulo (actina e miosina)


✓ Remoção do coágulo (plasmina e enzimas lisossomais)
Plaquetopoese
✓ MEGACARIÓCITO
✓ 35 a 100 µm de diâmetro
✓ Núcleo lobulado, cromatina grosseira
✓ Citoplasma com grânulos
UNIDADE 11

Sistema Renal.

O sistema renal tem como função filtrar o sangue que chega bombeado pelo
coração, regulando o volume intravascular.
A estrutura renal é constituída de dois rins, dois ureteres, bexiga e uretra. O
sangue chega ao rim pela artéria renal e no interior de cada rim, essa artéria se
ramifica em numerosas arteríolas aferentes presentes na região do córtex. Cada uma
destas arteríolas se ramifica em pequenos capilares denominados, glomérulos. Já os
milhares glomérulos presentes em cada rim são constituídos por pequenos
enovelados de capilares.

Aparelho urinário
Rim

O sangue flui no interior dos capilares onde é filtrado através da parede destes.
A capacidade de cada glomérulo em filtrar o sangue por volume compreende 125 ml
por minuto.

Néfron
Glomérulo

Fisiologia: funções do rim


• Homeostática
o Equilíbrio ácido básico
✓ Reabsorção de bicarbonato
✓ Excreção de acidez titulável
✓ Produção de amônia
o Equilíbrio Hidroeletrolítico
• Excretora: Eliminação de substâncias tóxicas ao organismo.
• Hormonal
o Eritropoitina
✓ Conduz à produção e amadurecimento de glóbulos vermelhos
o Renina
✓ SRAA
✓ Eleva PA
✓ Ativação da vitamina D

Insuficiência Renal Aguda e Crônica


• Insuficiência Renal Aguda (IRA): Perda da função renal súbita, rápida e
irreversível.
o IRA pré renal
✓ Perfusão renal prejudicada
Causas:
✓ Resistência vascular alterada
✓ Débito cardíaco diminuído
✓ Obstrução arterial
✓ Ao menos 20 ml/hora de urina para que os catabólitos sejam excretados
o IRA pós renal
✓ Alterações no percurso realizado pela urina após a saída dos rins.
Causas:
✓ Obstrução uretral, vesical e ureteral
✓ Hipertrofia prostática
✓ Fibrose retroperitonial
✓ Bexiga neurogênica

o IRA renal
✓ Lesão no tecido renal
Causas renais:
✓ Necrose tubular aguda
✓ Nefrite intersticial aguda
✓ Glomerulonefrites
✓ Doenças vasculares renais
Causas gerais:
✓ Hipotensão/choque
✓ Sepsis
✓ Rabdomiólise
✓ Drogas nefrotóxicas
• Insuficiência Renal Crônica (IRC): Perda da função renal progressiva,
insidiosa e inexorável.
o Principais causas:
✓ Glomerulonefrite crônica
✓ Nefroesclerose hipertensiva
✓ Nefropatia diabética
o Estadiamento:
✓ Fase de função renal normal sem lesão renal
✓ Fase de lesão com função renal normal
✓ Fase de insuficiência renal funcional ou leve
✓ Fase de insuficiência renal laboratorial ou moderada
✓ Fase de insuficiência renal clínica ou severa
✓ Fase terminal de insuficiência renal crônica
o Tratamento:
UNIDADE 12

Sistema Nervoso.

O sistema nervoso é aquele que permite a integração do ser com o meio


ambiente. É ele que controla e coordena as funções de todos os sistemas do
organismo, interpreta estímulos e desencadeia respostas, controla atos voluntários
(conscientes) e involuntários (inconscientes).
O sistema nervoso é dividido em:
• Sistema Nervoso Central → localizado dentro do esqueleto axial (cavidade
craniana e canal vertebral)
• Sistema Nervoso Periférico → se localiza fora deste esqueleto

Classificação Anatômica do Sistema Nervoso

Classificação Funcional do Sistema Nervoso Central


O tecido nervoso é composto por → neurônio + células da Glia. A unidade
morfofuncional do sistema nervoso é o neurônio. Sua função é receber, processar e
enviar informações. Já as células da Glia ocupam espaço entre os neurônios, e suas
funções são sustentação, revestimento e isolamento entre os neurônios.
• Partes de um neurônio:
✓ Corpo celular
✓ Dendrito
✓ Axônio
Tipos de neurônios:
o Unipolar: raros
o Bipolar: 2 prolongamentos deixam o corpo celular (1 dendrito e 1 axônio)
o Pseudounipolar (ou unipolar): 1 prolongamento
o Multipolar: vários dendritos e 1 axônio

Sinapses: Transmissão de impulso entre os neurônios. Podem ser:


• Elétricas: o impulso passa de uma célula para outra muito mais rápido que
na sinapse química. Ocorre em músculo liso e cardíaco → a contração ocorre por um
todo em todos os sentidos.
• Químicas (maioria): O impulso é transmitido através mensageiro químico –
neurotransmissores
Quase todas sinapses do SNC são químicas!
Neurotransmissores
Mais de 60 tipos, classificados em 4 grupos:
• Colinas: a acetilcolina é a mais importante; controla atividades de áreas
cerebrais relacionadas com a atenção, aprendizagem e memória.
o Acetilcolina (ACh) → Controla a atividade de áreas cerebrais relacionadas à
atenção, aprendizagem e memória. Doença de Alzheimer - ↓ níveis de ACh no
córtex cerebral. É liberada pelo sistema autônomo parassimpático.
• Aminas Biogênicas: a adrenalina, serotonina, noradrenalina, dopamina e
DOPA.
o A noradrenalina principal neurotransmissor do SNA simpático. Noradrenalina
→ Induz a excitação física e mental e bom humor.
o Dopamina → Controla a estimulação e os níveis do controle motor. Mal de
Parkinson - ↓ pacientes não conseguem se mover.
o Serotonina → Possui forte efeito no humor, memória e aprendizado.
Alimentação balanceada e exercícios físicos - ↑ níveis.
• Aminoácidos: glutamato, aspartato, glicina, taurina.
o Glutamato → O principal neurotransmissor excitatório do sistema nervoso
o Neuropeptídios: formados por cadeias mais longas de aminoácidos (como
uma pequena molécula de proteína). Mais de 50 deles ocorrem no cérebro.
• Encefalina e endorfina → são opiáceos que, como as drogas heroína e
morfina, modulam a dor, reduzem o estresse, etc.
Doenças derivadas de alterações de neurotransmissores
A diminuição dessas substâncias pode provocar alteração do sistema
supressor da dor, causando enxaqueca, depressão, ansiedade, fibromialgia, dor
crônica, parkinson, alzheimer, etc.

Tipos de neurônios e sua função:

• Neurônio aferentes (ou sensitivo): leva ao SNC as informações.


• Neurônios eferentes (ou motor): conduz informações do SNC ao órgão
efetuador (músculo ou glândula).
• Neurônios de associação: fazem a conexão entre aferente e eferente.

Terminações nervosas especializadas para receber estímulos físicos ou


químicos na superfície ou interior do corpo.
• Exteroceptores – associam-se a pele;
• Visceroceptores – vísceras; e
• Proprioceptores - associam-se às articulações, tendões.

Partes do Sistema Nervoso Central


Hidrocefalia
A hidrocefalia é uma doença na qual ocorre um aumento da quantidade de líquor
no cérebro, que, quando em excesso, aumenta a pressão dentro do crânio, podendo
causar danos importantes ao órgão.
Líquor: trata-se de um líquido contendo glicose, ureia, sais, pobre em proteínas
Suas principais funções são:
• Proteção (amortecimento de choques)
• Remoção de impurezas e substâncias tóxicas produzidas pelas células do
encéfalo e medula espinhal
O exame do líquor é bastante importante para alguns diagnósticos. Ele pode ser
retirado, e ter sua composição estudada.
Sistema Nervoso Periférico

Sistema Nervoso Autônomo


• Sistema Nervoso Somático
✓ Relação com o meio onde vive
• Sistema Nervoso Visceral
✓ Inervação de estruturas viscerais
✓ Importante para integração das atividades das vísceras para
manutenção da homeostase
✓ Alguns impulsos viscerais tornam-se conscientes – manifestando-se
sob a forma de sensações: Sede; Fome; Plenitude gástrica; Em condições
patológicas – dor.

SNA Simpático
Conta com uma cadeia de gânglios simpáticos paravertebrais situadas
bilateralmente ao lado da coluna vertebral torácica e lombar.

SNA Parassimpático
Anatomicamente o sistema nervoso autônomo parassimpático situa-se na
porção cranial e caudal da coluna vertebral.
UNIDADE 13

Fisiologia do envelhecimento.

O processo de envelhecimento é aquele que encaminha os seres humanos à


fase da velhice, porém, justamente por se tratar de um processo, devemos olhá-lo de
forma ampla, uma vez que ele não se esgota apenas na fisiologia em si.
Além do envelhecimento físico, o processo de envelhecimento conta com
limitações psicológicas, sociais, econômicas e sociais, e por isso, deve ser entendido
como um fenômeno complexo, no qual o idoso deve ser assistido de forma ampla.

O Sistema Funcional do Longevo


O nosso corpo se transforma à medida que o tempo passa, desde o nascimento
até a morte.
Algumas alterações são tão evidentes que acabam por definir a fase em que se
encontra o ser humano.
À medida que envelhecemos vão ocorrendo várias mudanças no nosso
organismo tidas como “fisiológicas” e, portanto, entendidas como normais, que
afetam não apenas a nossa aparência externa, o nosso aspecto, como também uma
série de alterações internas que afetam os nossos desempenhos nas tarefas
cotidianas e a nossa capacidade para reagir convenientemente a estímulos e
necessidades inesperadas que solicitem um pouco mais dos nossos órgãos e
sistemas.

Anatomia do envelhecimento
Anatomicamente falando, os sinais externos mais comuns e característicos do
envelhecimento envolvem a pele, os cabelos e as unhas. Ao envelhecer, os cabelos
tornam-se brancos por falta de melanina na raiz e bulbo capilar. Na pele observamos
as rugas, o ressecamento e a perda da elasticidade.

Além disso, a estatura começa a diminuir a partir dos 40 anos, cerca de um


centímetro por década, porque os pés perdem a curvatura natural, os espaços entre
as vértebras diminuem e a postura tende a se tornar cifótica (corcunda).
O tórax e o crânio aumentam em diâmetro, o nariz e os pavilhões auditivos
(orelhas) continuam a crescer.
As glândulas sudoríparas, que provocam o suor, e as sebáceas, que dão
oleosidade à pele, diminuem sua atividade.
A água corporal e a massa muscular e óssea diminuem.

Sistema Cardiovascular
Com o processo de envelhecimento, existe uma diminuição no bombeamento
de sangue, especialmente a partir da oitava década de vida, pela atrofia normal da
musculatura cardíaca, especialmente do ventrículo esquerdo.
O coração de um jovem bombeia, em um minuto, 5 litros de sangue, enquanto
aos 80 anos bombeia 2,5 litros. Com isso, há um menor aporte de oxigênio e de
nutrientes, principalmente nos rins e fígado, o que induz a uma maior toxicidade aos
medicamentos.
Além disso, ainda pode-se ver uma calcificação das válvulas cardíacas e a
perda da elasticidade das artérias.

Sistema Reprodutor
Com a vinda da menopausa a mulher cessa sua capacidade reprodutiva, não
podendo mais engravidar. Já nos homens o número de espermatozoides cai
sensivelmente, porém, continuam com a capacidade de gerar filhos.

Sistema Respiratório
Os pulmões ficam menos elásticos.
A atividade ciliar, que faz a limpeza das secreções, diminui de atividade,
proporcionando acúmulo de secreções que favorecem as infecções respiratórias e
dificulta as trocas de gases (oxigenação).
A musculatura do tórax perde a capacidade de eliminar secreções pela tosse,
de respirar profundamente expandindo os pulmões, e de expelir dióxido de carbono.

Sistema Osteomuscular
- Músculos
Verifica-se uma atrofia gradual e generalizada.
Há uma troca de massa nobre (músculos) por gordura, além de uma perda de
tônus e de força muscular, que favorecem a constipação intestinal e a incontinência
urinária, sendo esta última mais vista em mulheres.
- Ossos
Perda de densidade óssea que pode levar à instalação da osteoporose com
perda de estatura e risco maior de fraturas.
A flexibilidade diminui em função de calcificações nas vértebras.
E a perda da cartilagem que reveste os ossos das articulações, pode levar a
quadros graves de artrose com limitação funcional e dor intensa.

Sistema Digestório
A perda de dentes causa modificação na consistência da dieta, e o idoso passa
a ter dificuldade em ingerir alimentos sólidos e/ou pouco mais duros. Começa-se a
dar preferência para alimentos em consistência de purê, e carnes moídas ou mais
macias.
Há também uma redução da produção de saliva, ácido clorídrico e das enzimas
digestivas, acompanhado da diminuição do paladar por perda de células gustativas,
e diminuição da velocidade de esvaziamento do estômago, o que faz com que muitos
idosos percam um pouco o apetite.

Sexualidade
Nas senhoras verifica-se atrofia dos ovários, perda da elasticidade e
lubrificação vaginais. Nos homens diminuição quantidade de esperma e aumento da
próstata.
Ambos necessitam de maior quantidade de estímulos e de maior tempo para
atingirem o orgasmo.

Órgãos dos Sentidos


- Visão
Há uma diminuição da resposta à luz e diminuição das pupilas.
Pessoas idosas necessitam de 3 a 4 vezes mais iluminação para enxergar que
os jovens.
Existe também uma dificuldade para adaptar o foco. O cristalino fica amarelado
e espesso comprometendo o senso de profundidade e há maior dificuldade em
distinguir cores em tom pastel, especialmente o azul e o verde.

- Audição
30% das pessoas idosas tem algum grau de perda auditiva.
Uma diminuição na sensibilidade para sons de alta frequência é esperada.
Não devemos confundir uma grande perda auditiva, com a diminuição citada
acima decorrente da idade. Devemos ter muita atenção para não confundir uma
perda auditiva decorrente de alguma doença, com o que é ocasionado pelo
envelhecimento normal.
- Paladar e olfato
Este sentido costuma estar bastante alterado a partir da sétima década, uma
vez que há uma diminuição da quantidade de glândulas gustativas.
Além de colocar a pessoa em risco de ingerir alimentos deteriorados, e de não
detectar o cheiro de fumaça em casos de incêndio, podem comprometer o prazer da
alimentação resultando em estados de desnutrição e suas consequências.
- Tato
Diminuição da sensibilidade ao tato incluindo calor, frio e ferimentos.
É interessante lembrar que o toque é um componente afetivo de grande
significado. Dessa forma, o comprometimento desse sentido anula essa forma de
prazer.

Considerações finais
As modificações que ocorrem com o envelhecimento, de maneira nenhuma
significam que as pessoas não possam continuar a ser ativas, muito menos que sua
aparência fique desagradável.

Cada idade tem o seu “charme”!

Quando adotamos hábitos saudáveis estamos fazendo a prevenção de doenças


e prolongando uma vida ativa.
MATERIAL DE APOIO: 2º ENFERMAGEM I e J – SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO
TEORIAS DO ENVELHECIMENTO
Prof. Roberto Haidem.

A elevação na expectativa de vida reflete num envelhecimento da população, e


por consequência em um incremento nas doenças associadas a ela. Nos últimos
anos houve um aumento nos estudos vinculados ao tema o que ocasionou a
elaboração de teorias destinadas a explicar este processo como: Teoria Genética,
Teoria Imunológica, Teoria do Acúmulo de Danos, Teoria das Mutações, Teoria do
Uso e Desgaste e a Teoria dos Radicais Livres, atualmente a mais aceita. Esta última
defende a hipótese de que durante o metabolismo aeróbico normal, o oxigênio sofre
redução formando espécies reativas do oxigênio, os quais se somariam aos demais
Radicais Livres advindos de diferentes mecanismos geradores. O organismo para
defender-se da ação lesiva desses Radicais Livres, conta com diferentes sistemas de
defesa antioxidante. Porém, ao ocorrer desequilíbrio na formação de Radicais Livres
e nesta defesa, há um incremento no número dessas espécies reativas, etapa
conhecida como estresse oxidativo. Nessas circunstâncias ocorreria uma perda
gradual da capacidade funcional da célula, repercutindo no envelhecimento. Contudo,
conclusões definitivas acerca da origem e desenvolvimento do envelhecimento,
requerem maiores estudos, uma vez que esse fenômeno pode não ter uma causa
fundamental.
A população idosa, a nível mundial, tem demonstrado crescimento expressivo
nas últimas décadas, em virtude da expansão de sua expectativa de vida.
A descoberta de novos medicamentos possibilitou um amplo controle e
tratamento eficiente de doenças infectocontagiosas e crônico-degenerativas, às
quais somadas às intervenções estratégicas modernas de diagnóstico e cirurgia
proporcionaram uma elevação da vida média da população (ARAÚJO etal., 1999;
HOFFMANN, 2002).
O avanço da expectativa de vida ocorreu originalmente em países
desenvolvidos, porém, é nos países em desenvolvimento que tal processo tem
ocorrido de forma mais maciça (COSTA; VERAS, 2003). O Brasil mesmo tendo iniciado
seu processo de envelhecimento somente na década de 60, acompanha essa
tendência mundial, com um envelhecimento rápido e intenso (CHAIMOWICZ, 1997).
A dinâmica do envelhecimento da população mundial fez com que a ciência, os
pesquisadores e também a população buscassem formas para minimizar ou evitar
os efeitos do envelhecimento, fato que proporcionou nos últimos anos um aumento
de pesquisas voltadas para o envelhecimento humano, surgindo várias teorias com
o propósito de explicar as causas desse fenômeno (BARROS NETO; MATSUDO;
MATSUDO, 2000).
Dentre as inúmeras teorias que buscam apontar as causas do envelhecimento
pode-se destacar:
Teoria Genética,
Teoria Imunológica,
Teoria do Acúmulo de Danos,
Teoria das Mutações,
Teoria do Uso e Desgaste
Teoria dos Radicais Livres (RLs), uma das teorias mais plausíveis até o
momento. Essa teoria sustenta a ideia de que o envelhecimento celular normal seja
desencadeado e acelerado pelos RLs, moléculas instáveis e reativas capazes de
reagir com os constituintes do organismo em busca de uma maior estabilidade.
O envelhecimento humano está sujeito a influências intrínsecas, como a
constituição genética individual responsável pela longevidade máxima e os fatores
extrínsecos condizentes às exposições ambientais a que o indivíduo sofreu (tipo de
dieta, sedentarismo, poluição, entre outros), os quais proporcionam uma grande
heterogeneidade no envelhecimento. Além
disso, o envelhecimento orgânico humano pode ser caracterizado como
senescência, envelhecimento normal, ou como senilidade, envelhecimento
patológico. A senescência é caracterizada como um processo fisiológico com
transformações que ocorrem normalmente com o passar dos anos (sem distúrbios
de conduta, amnésias, entre outros), enquanto que a
senilidade significa a presença de doenças crônicas ou outras alterações que
podem acometer a saúde do idoso (perda da capacidade de memorizar, prestar
atenção, não conseguir se orientar, etc.) (BRINK, 2001; PAPALÉO NETTO, 2002).
Com o envelhecimento o ser humano sofre várias alterações marcantes, entre
as quais pode-se citar: embranquecimento dos cabelos e calvície (embora sejam
características também vinculadas a aspectos étnicos, genéticos, sexuais e
endócrinos); redução na estatura; aumento do diâmetro do crânio e aumento da
amplitude do nariz e orelhas caracterizando a conformação facial do idoso. Também
ocorre diminuição da espessura e perda da capacidade de sustentação da pele, o que
leva ao surgimento de bolsas orbitais, enrugamento e aumento dos sulcos labiais;
surgimento do arcus senilis (círculo branco em torno da córnea); alteração da
cavidade bucal (perda da elasticidade da mucosa, queratinização e aumento da
espessura do epitélio) com perda do paladar; desgaste dos dentes e modificação na
língua que perde grande quantidade de suas papilas gustativas (BARROS NETO;
MATSUDO; MATSUDO, 2000; BEATTIE; LOUIE, 2001; CARVALHO FILHO, 1996;
FREITAS; MIRANDA; NERY, 2002).
O envelhecimento também ocasiona mudanças na composição corpórea com,
geralmente, ganho de peso, devido ao aumento do tecido adiposo e redução de
tecidos muscular e ósseo. A deposição do tecido adiposo ocorre em maior
concentração no tronco e ao redor de vísceras como rins e coração (CARVALHO
FILHO, 1996; FREITAS; MIRANDA; NERY, 2002).
Segundo Cunha e Jeckel-Neto (2002), pode-se caracterizar o envelhecimento
como uma das etapas sequenciais da vida, apresentando-se como um processo
lento, progressivo e inevitável, caracterizado por diversas modificações
morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, que contribuem para o
aumento da vulnerabilidade e incidência dos
processos patológicos no organismo.

AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO

Atualmente várias teorias são propostas para explicar a origem do fenômeno


do envelhecimento, cada qual com um conjunto de conceitos, fatos e indicadores.
Esta variedade de teorias provém dos vários pontos de controvérsia que surgem no
momento de estabelecer os fatores envolvidas no processo do envelhecimento, bem
como, do próprio entendimento desse fenômeno complexo, uma vez que muitas
teorias formuladas apoiam-se somente numa alteração biológica isolada, sem
considerar a noção de complexidade e integridade, condições que caracterizam o
envelhecimento (CUNHA; JECKEL-NETO, 2002).
A Teoria Genética defende a ideia de que o envelhecimento é resultado de
alterações bioquímicas programadas pelo próprio genoma, o qual poderia regular a
expectativa de vida por meio de diferentes genes, dessa forma, cada ser vivo
apresentaria uma duração de vida estipulada pelo seu padrão genético, algo que
tenta ser comprovado pela realização de várias pesquisas acerca da longevidade,
somadas às constatações na prática clínica dos envelhecimentos precoces (progeria
infantil ou síndrome de Hutchinson-Gilford e progeria do adulto ou síndrome de
Werner) doenças que estariam relacionados à deficiências de enzimas controlados
por genes autossômicos recessivos (BORGONOVI; PAPALÉO NETTO, 1996; TORRES,
2002).
Outro mecanismo genético considerado seria o encurtamento do telômero,
estrutura localizada no final dos cromossomos de células eucarióticas, como fator
determinante no desencadeamento do envelhecimento, uma vez que é responsável
pela proteção dos cromossomos e replicação do DNA cromossomal (TORRES, 2002).
Segundo Cunha e Jeckel-Neto (2002), o encurtamento dos telômeros também
traria como consequência perdas de informações genéticas e instabilidades
genômicas no decorrer da vida. Contudo, a avaliação experimental desta teoria é
lenta pelo fato da existência de grande número de variáveis e à limitação dos
métodos experimentais.
O sistema imune é constituído por dois mecanismos: o celular, representado
pelos Linfócitos T (células timo dependentes), responsáveis pela manutenção da
estabilidade homeostática e vigilância imunológica do indivíduo; e o humoral
representado pelas imunoglobulinas originárias dos Linfócitos B, e que permanecem
aderidos à sua membrana (BORGONOVI; PAPALÉO NETTO, 1996).
A Teoria Imunológica defende que função imunológica decai com o avanço dos
anos, motivo pelo qual a hipótese básica da teoria imunológica seja a de que a
redução da eficácia do sistema imune, mantido pela interação entre linfócitos e
macrófagos no organismo, ao longo dos anos tornaria as pessoas mais susceptíveis
contra as agressões, provocando assim, o envelhecimento. Tal teoria postula que a
diminuição da resposta imune estaria relacionada ao envelhecimento do timo, órgão
central no desenvolvimento e diferenciação de Linfócitos T (CUNHA; JECKEL-NETO,
2002).
Um conhecimento mais abrangente acerca dos Linfócitos T auxiliaria na
compreensão do envelhecimento, além da necessidade de haver mais pesquisas
para a confirmação dessa teoria, uma vez que as alterações imunitárias podem ser
consequências e não causas do envelhecimento (BORGONOVI; PAPALÉO NETTO,
1996).
Segundo a Teoria do Acúmulo de Danos ou também denominada Erro
Catástrofe, a principal causa do envelhecimento seria o acúmulo de moléculas
defeituosas provenientes de falhas no reparo e na síntese de moléculas intracelulares
com o avanço da idade, o que repercutiria na perda progressiva da função do
organismo. As falhas de reparo e síntese seriam oriundas de erros na transcrição do
RNA e sua tradução em proteínas, gerando uma elevação na concentração de
proteínas modificadas e não funcionais (TORRES, 2002).
Segundo Orgel (1963 apud BORGONOVI; PAPALÉO NETTO, 1996), o motivo pelo
quais essas proteínas inativas surgem é devido a erros na síntese enzimática
principalmente de polimerases, responsáveis pela síntese de RNA a partir da
transcrição do DNA. Dessa forma, a transcrição de uma enzima modificada pode
ocasionar elevação de uma ou mais bases púricas ou pirimídicas do código genético,
provocando a formação de sequências errôneas de aminoácidos, que por sua vez
leva a síntese de proteínas não funcionais.
Os erros sendo acumulativos e transmissíveis atingiriam uma elevada
ocorrência, provocando o efeito chamado de erro catástrofe, onde a célula sofreria
uma ineficiência letal, ocasionando sua morte e por consequência, a redução da
capacidade funcional, fato que caracterizaria o envelhecimento (CUNHA; JECKEL-
NETO, 2002).
Evidências em pesquisas contradizem a Teoria do Erro Catástrofe quanto a
transcrição e tradução, pois nestes estudos esses dois processos relacionados à
síntese de proteínas se mantiveram estáveis com o aumento da idade, além disso,
outras pesquisas revelaram que a sequência de aminoácidos de inúmeras proteínas
importantes ao organismo mantiveram-se constantes ao longo dos anos
(BORGONOVI; PAPALÉO NETTO, 1996), portanto, até hoje não há evidências
suficientemente concretas que sustentem esta hipótese.
A Teoria das Mutações pressupõe que as sucessivas alterações que ocorrem
nas células somáticas (46 cromossomos), ao transcorrer dos anos, produziriam
células mutantes incapazes de cumprir suas funções biológicas, o que provocaria um
declínio progressivo dos órgãos e tecidos, com instalação do envelhecimento
(CUNHA; JECKEL-NETO, 2002).
As mutações podem ter origem das transformações do mecanismo de reparo
da molécula de DNA, sendo possível que sejam repassadas para as células filhas
(BORGONOVI; PAPALÉO NETTO, 1996). Segundo Schimke e colaboradores (1986
apud BORGONOVI; PAPALÉO NETTO, 1996), as mutações são ocasionadas pela
existência de inúmeras áreas de replicação do DNA no cromossomo, o que
desencadeia um número alto de replicação de determinados segmentos do DNA e
por consequência inúmeros rearranjos e mutações. Esse acúmulo de células
heterogêneas durante os anos seria a explicação de doenças de fundo clonal como
câncer e arteriosclerose.
Várias informações acerca das mutações cromossômicas em células
somáticas relacionadas à idade estão sendo difundidas, principalmente como
respostas à radiação ou mutagênicos, porém analisando o envelhecimento como um
processo uniforme, existem poucas pesquisas para a fundamentação dessa teoria
(CUNHA; JECKEL-NETO, 2002).
A Teoria do Uso e Desgaste baseia-se na ideia de que o envelhecimento seja o
resultado do acúmulo de agressões ambientais do dia-a-dia, as quais ocasionariam
a diminuição da capacidade do organismo em recuperar-se totalmente. Onde, os
ferimentos, infecções, inflamações e outras formas de agressões sejam eles,
ferimentos ou patógenos, se somariam ao longo dos anos no indivíduo e dessa forma,
as lesões ocasionadas provocariam alterações nas células, tecidos e órgãos
desencadeando o envelhecimento (CUNHA; JECKEL-NETO, 2002).
Atualmente essa teoria encontra-se desacreditada, apesar de defender danos
que são dependentes do tempo e podem aumentar a possibilidade de morte do
indivíduo, sem, no entanto, atuarem como causadores do processo do
envelhecimento. Além
do que, pode-se considerar a Teoria do Uso e Desgaste não como uma teoria,
mas um aspecto relevante para auxiliar outras teorias no que diz respeito ao
desgaste de um órgão ou área do organismo relacionando-o com a idade, sem se
transformar em um fato causal do envelhecimento (CUNHA; JECKEL-NETO, 2002).
A Teoria dos RLs foi introduzida pela primeira vez em 1956 pelo médico norte-
americano Denham Harman e adquirindo somente a partir da década de
80, maior importância no meio científico quando inúmeros trabalhos foram
desenvolvidos em relação aos RLs e suas consequências ao organismo. Esta teoria
propunha que o envelhecimento normal seria resultado de danos intracelulares
aleatórios provocados pelos RLs, moléculas instáveis e reativas, que atacariam as
diferentes biomoléculas do organismo
em busca de estabilidade (OLSZEWER, 1994; TORRES, 2002).
Esta teoria vem recebendo uma atenção especial de diversos estudiosos e
pesquisadores do assunto, em virtude de seus efeitos sobre o metabolismo
explicarem os processos de envelhecimento, assim como as doenças relacionadas
(LANE, 2003).
Os RLs são espécies químicas que podem ser átomos, moléculas ou fragmentos
de moléculas (OLIVEIRA, 2002). Contém um ou mais elétrons não pareados no orbital
externo da camada de valência (a última camada de elétrons), sendo mais reativos
que as espécies com elétrons pareados. Devido a sua alta reatividade os RLs,
buscam, rapidamente, extrair um elétron de qualquer partícula, molécula ou átomo
em sua vizinhança, a fim de recuperar a paridade, e em decorrência, a estabilidade
(ABDALLA; LIMA, 2001; DUARTE, 2003; LEITE; OLIVEIRA, 2002; SARNI, 2003).
Os RLs podem ser eletricamente neutros, terem carga positiva ou negativa
(LEITE; SARNI, 2003).
Essas espécies químicas incluem as espécies reativas do oxigênio (EROS) e as
espécies reativas de nitrogênio (ERNS). As EROS são representadas por todos os
radicais do oxigênio, como o ânion radical superóxido (O2), radical hidroxila (HO.),
radical alquila (L.), alcoxila (LO.) e peroxila (LOO.). Enquanto que as ERNS são
representadas pelo peroxinitrito
(ONOO-), o óxido nítrico (.NO) e o radical dióxido de nitrogênio (.NO2). No
entanto, o ânion peroxinitrito (ONOO-), o ácido hipocloroso (HOCl), o peróxido de
hidrogênio (H2O2), o oxigênio singlet (1O2) e o ozônio (O3) não são RLs mas podem
provocar reações radicalares no organismo, fato que os levam a serem considerados
como espécies reativas (ABDALLA; LIMA, 2001).
A formação de RLs pode ocorrer tanto no citoplasma, nas mitocôndrias como
na membrana celular (MOREIRA; SHAMI, 2004), e em diferentes situações
metabólicas, como por exemplo, na cadeia transportadora de elétrons, na
peroxidação lipídica, nos processos NADPH – oxidase dos fagócitos e xantina
desidrogenase/oxidase da isquemia/ reperfusão (TORRES, 2002; OLIVEIRA, 1999),
como também, na via das Reações de Fenton e Haber-Weiss (FERREIRA;
MATSUBARA, 1997).
Em contrapartida, as fontes exógenas de RLs são representadas pelas
radiações gama e ultravioleta, os medicamentos, as bebidas alcoólicas, a dieta, o
cigarro e os poluentes ambientais (BUCHLI, 2002: MOREIRA; SHAMI, 2004).
Os RLs são oriundos em grande parte da respiração celular, que ocorre no
interior da mitocôndria na presença de oxigênio, o qual sofre um desvio em seu
metabolismo normal, recebendo um elétron extra o que lhe confere atividade e
capacidade para induzir a formação dos demais RLs, demonstrando que a
mitocôndria seria o principal constituinte do
organismo responsável pelo envelhecimento (ALI; ASHOK, 1999; BALU et al.,
2003; BENETT Jr. CASSARINO, 1999).
Paralelamente o organismo desenvolveu mecanismos de proteção antioxidante
que são formados por um sistema endógeno enzimático e um sistema exógeno não
enzimático. Ambos os sistemas são os responsáveis pela manutenção do equilíbrio
entre a produção e neutralização dos RLs, contudo, quando esse equilíbrio é alterado,
tem-se uma situação metabólica denominada estresse oxidativo (MATTAR, 2000;
OLSZEWER, 1994).
Com o estresse oxidativo, a elevada produção dos RLs e sua grande capacidade
reativa ocasionariam não somente reações com os componentes nucleares e
citoplasmáticos das células (principalmente DNA e RNA) com diminuição de suas
funções, como também, reações com proteínas, lipídios, enzimas, colágenos e
hormônios induzindo modificações orgânicas que justificariam o envelhecimento
(BORGONOVI; PAPALÉO NETTO, 1996).
Portanto, o envelhecimento seria um fenômeno secundário ao estresse
oxidativo, em que ocorrem reações de oxidação lipídica, proteica e reações com o
DNA o que provocaria modificações dos tecidos e código genético, e por
consequência ocasionariam as deficiências fisiológicas características do avançar
da idade e provenientes desses danos intracelulares provocados pelos RLs (ALMADA
FILHO, 2002; FERREIRA; MATSUBARA, 1997). Segundo Cunha e Jeckel-Neto (2002),
os danos estariam relacionados ao tipo de radical presente, sua taxa de produção, a
integridade estrutural das células e aos diferentes sistemas antioxidantes do
organismo. Segundo Capote et al. (2000), várias pesquisas científicas evidenciam
que as EROs geradas na mitocôndria podem produzir danos em sua membrana
interna, nos constituintes de sua cadeia respiratória, além de afetar o DNA
mitocondrial. Portanto, os danos cumulativos do oxigênio sobre a mitocôndria
(lesões no DNA mitocondrial e declínio nas atividades dos transportadores de
elétrons), seriam os responsáveis pela diminuição no desempenho fisiológico das
células e pelo envelhecimento, hipótese sustentada pela Teoria dos RLs (CUNHA;
JECKEL-NETO, 2002). Segundo Almada Filho (2002), diversos estudos
documentaram a presença do estresse oxidativo sistêmico no envelhecimento e em
doenças relacionadas.
Diversos procedimentos experimentais foram e estão sendo realizados com o
intuito de comprovar a relação real dos RLs com o envelhecimento, mas o que se
constata é um grande número de contradições acerca dos resultados das pesquisas,
o que evidencia a necessidade de maiores estudos sobre os danos moleculares
ocasionados pelos RLs no
organismo e o modo como estes, contribuem para o processo do
envelhecimento (ALI; ASHOK, 1999).
Portanto, o envelhecimento do organismo é um processo complexo, onde os
danos provocados pelos RLs são possivelmente expressivos, mas, contudo, não
sejam os únicos mecanismos envolvidos no declínio fisiológico. Uma conclusão
absoluta à cerca do tema torna-se difícil, uma vez que essas espécies reativas
apresentam meia-vida extremamente curta, dificultando sua mensuração in vivo,
além disso, apesar dos RLs poderem deixar resquícios de sua atividade e produtos
de seu metabolismo não necessariamente comprova que estes sejam os fatores
causais do envelhecimento. A dificuldade se encontra em estabelecer se os RLs são
a causa do envelhecimento ou simplesmente ocorrem durante o processo de
envelhecimento. Apesar disso, a tarefa de desvendar tais questionamentos é
importante, pois conhecendo as causas do envelhecimento e sua base molecular
permitirá desenvolver meios efetivos para reduzir as perdas orgânicas associadas ao
envelhecimento e a muitas doenças associadas
(OLSZWER, 1994; WICKENS, 2001).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O envelhecimento é um fenômeno complexo que envolve inúmeros fatores, o
que consequentemente, provoca a elaboração de várias hipóteses e teorias voltadas
para explicar esse processo. Pela variedade de teorias fica evidente a falta de um
consenso sobre os conceitos básicos que poderiam explicar o fenômeno biológico
do envelhecimento, apesar de ser um processo palpável e visível.
Dentre as várias teorias do envelhecimento, nas últimas décadas, tem-se dado
maior atenção à Teoria dos RLs, isto é, sobre a atuação destas espécies reativas e
seus efeitos nocivos no organismo, enfocando principalmente a ação destes, no
envelhecimento. De acordo com esta teoria, o comprometimento fisiológico
desencadeado com o passar dos anos, seria em sua grande maioria oriundos da ação
dos RLs sobre os constituintes orgânicos, em detrimento a uma menor atividade do
sistema antioxidante.
Tendo como base esses argumentos, pode-se considerar a Teoria dos RLs,
viável e plausível, uma vez que, estudos comprovam a existência real dessas
espécies no organismo e a sua atuação.
Possivelmente a ação dos RLs, apesar de apresentar efeitos marcantes sobre o
organismo, explique parte do fenômeno biológico do envelhecimento, somando-se
às outras teorias, para que juntas, possam formar uma teoria fundamental que
esclareça, defina e interprete todas as modificações que ocorrem ao longo da vida e
que repercutem no envelhecimento. Para isso, ainda será necessário uma série de
pesquisas, para que se obtenha um amplo esclarecimento sobre esse processo
instigante, chamado envelhecimento.
PESQUISAR SOBRE A TEORIA EM CASCATA DA MORTE CELULAR PROGRAMADA
UNIDADE 14:

IST – Infecções sexualmente transmissíveis.

Falar sobre as infecções sexualmente transmissíveis ou ISTs, torna-se


bastante complexo, uma vez que o sexo e a sexualidade são elementos mutáveis do
ponto de vista social e cultural, e, apesar da maior disseminação de informações a
respeito, ainda aparece como sendo um tabu entre muitas famílias brasileiras.
Sendo assim, precisamos entender em primeiro lugar que o conceito de
sexualidade vai muito além do desejo sexual de um indivíduo. É um termo
abrangente que engloba inúmeros fatores, e dificilmente se encaixa em uma
definição única e absoluta. Sexualidade está ligada a tudo aquilo que somos
capazes de sentir e expressar, e representa o conjunto de comportamentos que
encaminham os indivíduos à satisfação de seus desejos e necessidades, que não
necessariamente precisam estar ligados a relação/ato sexual em si. Olhemos para
a declaração sobre sexualidade da Organização Mundial da Saúde:

"A sexualidade faz parte da personalidade de cada um, é uma


necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser
separado de outros aspectos da vida. Sexualidade não é sinônimo
de coito (relação sexual) e não se limita à ocorrência ou não de
orgasmo. Sexualidade é muito mais que isso, é a energia que motiva
a encontrar o amor, contato e intimidade e se expressa na forma de
sentir, nos movimentos das pessoas, e como estas tocam e são
tocadas. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações
e interações e, portanto, a saúde física e mental. Se saúde é um
direito humano fundamental, a saúde sexual também deve ser
considerada um direito humano básico." (1975)
Já o sexo se refere a definição dos órgãos genitais, como sendo masculino ou
feminino, ou também pode ser entendido como a relação sexual em si.
É importante entendermos essa diferença, uma vez que nossa sociedade vem
sofrendo grandes alterações em relação a expressão da sexualidade nos indivíduos.

Reflitamos:
Quem era a mulher de décadas anteriores, e quem é a mulher hoje?

Quem era o homem de décadas anteriores, e quem é o homem hoje?


Todas essas mudanças trazidas acima, influenciaram diretamente no ato
sexual em si, que passou a ser mais explorado, mais conhecido, e a busca pelo
prazer/orgasmo, passou a ser mais difundida do que anteriormente.
O grande problema é quando esse ato sexual acontece com falta de
informações básicas e necessárias para um desenvolvimento sexual saudável.
Como se pega/transmite uma IST?
• Sexo vaginal
• Sexo anal
• Sexo oral

Manifestações comuns das IST’s


• Feridas
• Corrimentos
• Bolhas
• Verrugas
Alertas
Algumas IST’s podem não apresentar sintomas, tanto no homem quanto para
na mulher.
Como consequência das IST´s pode-se elevar o risco de o indivíduo apresentar
câncer ou infertilidade.
Herpes ano-genital
Herpes Genital e Condiloma Acuminado
Infecções Perinatais

Herpes neonatal:
Lesões grandes, vesiculares e pustulosas. Na criança da imagem abaixo, ainda
apresentava encefalite por HSV-2.
Clamídia
Trata-se de uma infecção comum, e sexualmente transmissível, que pode não
apresentar sintomas. Também pode afetar diversas áreas do corpo.

Gonorréia
Infecção bacteriana sexualmente transmitida que, se não for tratada, pode
levar à infertilidade. Sua transmissão pode ocorrer:
• De mãe para bebê durante a gravidez, parto ou amamentação.
• Por sexo vaginal, anal ou oral sem proteção.
Sífilis

Infecção bacteriana, geralmente transmitida por contato sexual, que começa


com uma lesão indolor.
Transmissão:

• Por produtos com sangue (agulhas sujas ou sangue não testado);


• De mãe para bebê durante a gravidez, parto ou amamentação; e
• Por sexo vaginal, anal ou oral sem proteção.

Prevenção: Camisinha protege da contaminação genital.


Sífilis terciária congênita
Condiloma
Pequena protuberância nos órgãos genitais causada por uma infecção comum
transmitida sexualmente.
Transmissão: via sexual.
Manifestação clássica: Pele dolorosa, pequenas verrugas rugosas nas zonas
genitais, anais ou garganta.
Mulheres: na vulva, períneo, vagina e colo do útero, havendo quase sempre,
concomitância de corrimento vaginal.
Homens: na glande, prepúcio e a bolsa testicular.
Infecção pelo HPV (papilomavírus humano)
Essa infecção quando não tratada devidamente aumenta o risco de câncer.
HIV – AIDS
HIV ou AIDS? Você sabe a diferença?

H I V causa A I D S

Isso ocorre devido a imunossupressão. O vírus destrói os mecanismos de


defesa do corpo permitindo que outras infecções invadam o organismo e o mesmo
não possa se defender.
Transmissão

Síndrome de Fournier
É importante refletir sobre a discriminação gerada pela falta de conhecimento
sobre a doença.
As pessoas portadoras do HIV/AIDS são pessoas comuns como todos nós, e
portanto, merecem todo o nosso apoio e respeito como seres humanos que são.
Nunca discrimine alguém porque tem HIV/AIDS: muitos dos doentes ou portadores
receberam o vírus de suas mães ou de uma transfusão de sangue, e mesmo que
tenha sido por relação sexual, nunca sabemos quais as condições e contexto que a
pessoas vivia quando foi contaminada.
UNIDADE 15:
Nutrição.

Necessidades Humanas Básicas

Para viver, crescer e manter o nosso organismo precisamos consumir


alimentos. Mas o que acontece com esses alimentos que ingerimos? Como os
nutrientes dos alimentos, chegam às células do nosso corpo?
Para permanecer vivos, renovar continuamente as células, desenvolver o
nosso corpo e manter as atividades vitais necessitamos de alimentos, pois são
eles que fornecem a energia para o nosso corpo poder funcionar corretamente.

Por que ter uma alimentação saudável?


Toda máquina precisa de algum tipo de energia para funcionar, algumas
usam a energia elétrica, outras energias por combustão. O corpo humano não é
diferente, e nossa energia vem dos nutrientes existentes nos alimentos que
ingerimos.

Por que ter uma comida colorida?


A coloração dos alimentos indica a diversidade dos nutrientes ali
encontrados. Divididos em grupos de cores, cada um possui sua propriedade e
vitamina importante para uma alimentação saudável.
Por isso, o prato colorido é o segredo da boa forma.
Qual a quantidade de nutrientes que deve ser consumida?
Isso dependerá de uma avaliação nutricional individual, aonde será
levada em conta a idade, sexo, estatura, composição corporal, atividade física e
a condição de saúde.
Nutrientes

NUTRIENTES FUNÇÃO EXEMPLOS DE ALIMENTOS

Contribuem para o crescimento.


Proteínas Carne, peixe, ovos, leite e derivados,
feijão seco, grãos, ervilhas e soja.
Ajudam a combater infecções.

Gorduras Boas fontes de energia. Azeite, óleo, carne, leite e manteiga.

Pão, arroz, batatas, massas,


Hidratos de
Fornecem calorias e energia. cereais, bolachas, feijões secos,
Carbono
compotas, bolos e açúcar.

Ajudam a prevenir problemas no Legumes e hortaliças, feijão,


Fibras
sistema digestivo. ervilhas, saladas verdes e frutos.

Essenciais para manter o equilíbrio Carne, peixe, fruta, legumes e


Vitaminas
do organismo. hortaliças.

Assumem uma função reguladora Carne, peixe, lacticínios, legumes,


Sais Minerais
no organismo. fruta e cereais.

Além dos nutrientes trazidos acima, não devemos esquecer que para que
nosso organismo funcione perfeitamente, e consiga absorver os nutrientes
consumidos, é essencial que haja nele um elemento fundamental: ÁGUA!
Abaixo, podemos ver a concentração de água nas diversas partes do
corpo:
Um indivíduo bem nutrido apresenta alguns fatores como:
• Aspecto saudável: pele, dentes, cabelos e unhas;
• Disposição física, mental e bom humor;
• Menor propensão de adoecer;
• Menor risco de desenvolver doenças relacionadas à má alimentação;
• Bom controle de doenças já instaladas e prevenção de complicações.
Colocando os alimentos em porções saudáveis para nosso corpo:
“De olho” nas calorias
Para muitas pessoas ainda existe o mito de que comer bem significa comer
muito! Principalmente àquelas pessoas mais velhas que trazem o conceito de que
estar um pouquinho acima do peso é sinal de saúde. Antigamente, até a década de
60, era bonito que as mulheres fossem mais gordinhas, pois isso era sinônimo de
saúde. Hoje em dia, a cultura nos traz algo diferente, em que se exalta a magreza
extrema, e os músculos a flor da pele.
No entanto, o que se pretende refletir aqui é que um prato de alimentação
saudável e balanceado não precisa ser muito calórico, nem em uma quantidade
acima do que nosso organismo precisa. Assim, vejamos dois exemplos abaixo:
A indústria alimentícia é uma das grandes vilãs dos distúrbios alimentares:

Desequilíbrios alimentares

• Obesidade

Pesquisa do Ministério da Saúde publicada em julho de 2019 mostra que,


apesar de haver uma cultura para exaltação de hábitos mais saudáveis, o número
de obesos no Brasil aumentou 67,8% entre 2006 e 2018. No ano de 2018, os dados
também apontaram que o crescimento da obesidade foi maior entre os adultos de
25 a 34 anos, e 35 a 44 anos, com 84,2% e 81,1%, respectivamente. Apesar de o
excesso de peso ser mais comum entre os homens, em 2018, as mulheres
apresentaram obesidade ligeiramente maior, com 20,7%, em relação aos
homens,18,7%. Sobre o estudo, pronunciou-se o secretário da vigilância em saúde:
"Nós temos um aumento maior da obesidade em decorrência
do consumo muito elevado de alimentos ultra processados, de
alto teor de gordura e açúcar. Então, o incentivo ao consumo
de hortaliça entre as crianças e os adultos é fundamental. Está
acontecendo uma mudança de comportamento, de paradigma
importante no Brasil. E também, compete a nós, a gestão,
ampliarmos o incentivo ao consumo de alimentos mais
saudáveis e também promover a economia local, com o
consumo de hortaliças. Quanto mais próximo de casa eu
compro o alimento, mais saudável ele é, e mais fresco eu vou
consumi-lo", afirmou o secretário de Vigilância em Saúde do
Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira.

• Subnutrição

A subnutrição, ou falta de nutrientes básicos no organismo, pode ser causada


por dois fatores: a alimentação deficiente ou a falta de alimentos.
A alimentação deficiente ocorre com pessoas que baseiam a sua dieta
alimentar apenas em carboidratos e gorduras, sendo essa alimentação muito pobre
em frutas, verduras e proteínas como a carne. Essa alimentação deficiente mata a
fome, mas não fornece os elementos essenciais, como vitaminas e sais minerais,
necessários para o bom funcionamento do organismo.
A ingestão de alimentos em quantidade menor do que a necessária, seja por
falta de alimentos, ou por uma alimentação deficiente, faz com que o organismo
gaste suas reservas de gordura para manter o metabolismo do corpo, levando à
subnutrição.
A subnutrição é uma condição infelizmente ainda muito encontrada em países
subdesenvolvidos, mas também é uma realidade brasileira em lugares mais
carentes.
Além dos desequilíbrios alimentares trazidos acima, ainda existem outros que
possuem fundo emocional, causados pela cultura da beleza, aliada ao
desenvolvimento psicológico dos indivíduos. São tratados como transtornos de
imagem, e entre eles citamos os dois que mais acometem jovens e adultos: a
anorexia e a bulimia.
Anorexia nervosa, ou apenas anorexia como é mais conhecida, trata-se de um
distúrbio alimentar caracterizado por peso abaixo do normal, um medo/receio muito
grande de ganhar peso, e uma vontade intensa de ser magro, gerando com isso,
restrições alimentares severas.
Já a bulimia nervosa, ou apenas bulimia, é caracterizada por um descontrole
do indivíduo que apresenta episódios recorrentes de um grande consumo de
alimentos, seguidos de reações pesadas para evitar o ganho de peso, como a
indução do vômito, e a elevada atividade física até exaustão negativa.
Esses distúrbios precisam ser tratados por um médico psiquiatra, aliado ao
tratamento com psicólogo. Muitas vezes são os profissionais da enfermagem que
conseguem identificar esse quadro, quando em atendimentos na urgência e
emergência em decorrência dos distúrbios. Esses casos devem ser encaminhados,
pois se não tratados a tempo, podem levar a quadros mais graves, e até mesmo
fatais.
UNIDADE 16

Doenças crônicas: fatores de risco.

O que é um Fator de Risco?

Um “fator de risco” (FR) é uma característica individual, física ou


comportamental, associada com uma maior possibilidade de desenvolvimento de
determinadas doenças (Federação Internacional de Medicina do Esporte, 1991).

É importante o estudo dos fatores de risco pela área da saúde, uma vez que
existe a necessidade de trabalhar com a promoção e prevenção da saúde, ao invés
de focar no tratamento de um organismo acometido por algo que poderia ter sido
evitado.
A prevalência elevada de FR requer a implementação de estratégias que
reduzam a exposição a esses fatores. Este tipo de intervenção resulta na diminuição
do desenvolvimento desta doença.
No entanto....
Cenário atual
As doenças infecciosas, que era as verdadeiras vilãs, sendo a maior causa de
morte no início do século passado, hoje convivem ou cederam lugar às doenças
crônicas não transmissíveis (DCNTs), dependo da região do país.
Intervenção SUS
Essa transição epidemiológica exigiu uma reestruturação das políticas de
saúde pública, que se atentou para o desenvolvimento de estratégias para o controle
das doenças crônicas.
A Vigilância Epidemiológica e a abordagem dos FATORES DE RISCO
As ações da vigilância epidemiológica sobre as doenças crônicas contemplam:
1. Identificação da distribuição, magnitude e tendência de exposição da
população aos fatores de risco;
2. Identificação dos condicionantes sociais, econômicos e ambientais a eles
atrelados;
3. Planejamento, execução e avaliação de ações de prevenção e de controle;
4. Implementação de políticas públicas de promoção a saúde.

Os fatores de risco na população brasileira:


Um estudo de revisão bibliográfica avaliou a prevalência de exposição da
população brasileira aos principais fatores de risco para o desenvolvimento de
DCNTs.
Disponível na Revista Brasileira de cancerologia, acessível em:
http://www.inca.gov.br/rbc/n_55/v04/pdf/379_revisao_literatura1.pdf
A autora fez ressalva que há necessidade de padronizar os instrumentos de
medida, a fim de que os resultados obtidos nas diferentes localidades possam ser
comparados já que foi observada grande variação nos diferentes estudos.
No entanto, abaixo discrimina-se os principais fatores de risco no país:
Os fatores de risco para o desenvolvimento das doenças crônicas vêm sendo
classificados como modificáveis ou não modificáveis.
Fator de risco: Sedentarismo
“(....) No decorrer dos últimos 50 anos, com a implementação da
mecanização do trabalho e das atividades domésticas, houve
redução no gasto energético das atividades, tornando a atividade
física de lazer relevante no cumprimento das necessidades de
atividade física diária. A prática de atividade física é influenciada por
características individuais, como motivação, habilidades motoras e
outros comportamentos, e por características ambientais, como o
acesso a espaços de lazer, custos, barreiras de disponibilidade
temporal e suporte sociocultural (Camões e Lopes, 2008) (...)”.
(Codarin et al, 2010 P. 425)

O sedentarismo corresponde a uma quantidade insuficiente de atividade física


exercida pelo indivíduo.
Os conceitos mais recentes correlacionam a classificação do indivíduo com o
seu gasto energético considerado um determinado período de tempo:
Para a Organização Mundial de Saúde o indivíduo sedentário é aquele tem um
gasto inferior a 2.200 kcal por semana.
Outra forma de classificar o indivíduo como sedentário é conhecer o MET
(unidade metabólica) de suas atividades e convertê-los em kcal. Estes valores foram
acoplados no Compêndio de Atividade Física:
1 MET = 3,5ml de oxigênio/kg/min ou 0,0175 kcal/kg/min)

Lembre-se que gasto energético abrange todas a atividades físicas do sujeito o


que inclui:
• Atividade ocupacional;
• Atividades domésticas;
• Atividades de locomoção;
• Atividades de lazer (exercício físico)
Para atingir o consumo de 2.200 calorias por semana é necessário que o
indivíduo acumule apenas trinta minutos por dia de atividade física.

Exemplo de inquérito, de fácil aplicação, que investiga o nível de atividade física


dos pacientes.

O Questionário de Prontidão para Atividade Física (PAR-Q):

O sedentarismo e a ausência de adaptações decorrentes do exercício regular


reduzem as reservas fisiológicas do corpo, o que:
• causas riscos para a saúde;
• reduz as capacidades físicas dos sujeitos.
Além do sedentarismo ser um fator de risco importante por si só, ele exerce
influência negativa e direta sobre outros fatores (como obesidade, hipertensão,
metabolismo do colesterol, etc...)
A inatividade física:
✓ aumenta a incidência relativa de: doença arterial coronariana (45%),
infarto agudo do miocárdio (60%), hipertensão arterial (30%), câncer de
cólon (41%) e de mama (31%), diabetes do tipo II (50%) e osteoporose
(59%) (KATZMARZYK & JANSSEN, 2004).
✓ Está associada à mortalidade, obesidade, maior incidência de queda e
debilidade física em idosos, dislipidemia, depressão, demência,
ansiedade e alterações do humor (GREGG, PEREIRA & CASPERSEN, 2000).

Para melhorar ao máximo as suas propriedades morfológicas, fisiológicas,


bioquímicas e metabólicas, o organismo humano necessita de uma determinada
quantidade de atividade motora ao longo da vida.
O uso adequado da musculatura esquelética, com as suas consequências
fisiológicas adaptativas para todos os demais sistemas, faz parte do “manual de
instruções” do corpo.
• Favorece o alcance ou a manutenção do peso ideal.
• Reduz o risco de morte por doenças cardiovasculares.
• Reduz o risco de desenvolver diabetes, hipertensão e câncer de cólon e
mama.
• Contribui para a melhor do perfil lipídico.
• Contribui para a melhor do de saúde mental.
• Propicia a manutenção de ossos e articulação mais saudáveis.
• Aumenta a força muscular.
• Melhora o funcionamento corporal e preserva as capacidades físicas.
• Possui correlação favorável com redução do tabagismo e abuso de álcool e
drogas;
• Aumenta o bem-estar e a autoestima.
Portanto, prescreva atividade física!
✓ Pelo menos 30 min diários, 5 vezes na semana o que garante um consumo
de 2200 kcal/semana.
✓ Considerar que um programa de exercícios físicos deve contemplar
estímulos: aeróbio, de resistência muscular e de flexibilidade/alongamento.

“De modo geral recomenda-se (considerando indivíduos adultos saudáveis):


• Atividade aeróbia: de intensidade moderada (POR EXEMPLO, uma caminhada
acelerada): no mínimo 30 min, 5 dias por semana
atividades intensas (POR EXEMPLO, uma corrida): cerca de 3 vezes por
semana, pelo menos 20 min por dia.
• Exercícios resistidos: no mínimo 2 vezes na semana com programa com
cerca de 8-10 exercícios realizados em dias alternados e priorizando os maiores
grupos musculares; utilizar de 8 -12 repetições de cada exercício.
• Treinamento da flexibilidade: Abranger exercícios globais realizados
lentamente, até causar ligeiro desconforto os quais devem ser mantidos por cerca de
20 segundos” (Nelson, 1994; Haskell, 2007).

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