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Sumário

Apresentação ................................................................................................................ 3
1 Assistência à pessoa com estomia ...................................................................... 4
2 Assistência à pessoa com estomia de eliminação .......................................... 6
Considerações finais .................................................................................................. 10
Créditos .......................................................................................................................... 11
Referências .................................................................................................................... 12
Olá, aluna(o)!

A pessoa com estomia pode passar por uma série de emoções e sen-
timentos relacionados ao tratamento, reabilitação e adaptação ao novo
estilo de vida. Assim, a assistência deve ocorrer de forma integral, conside-
rando os aspectos biopsicossociais, fisiopatológicos, nutricionais, psicológi-
cos e sociais da pessoa com estomia.
A assistência à pessoa com estomia inclui um conjunto de ações que
se inicia no período pré-operatório e continua até a reabilitação. Desse
modo, toda a equipe de atendimento deve estar envolvida em ações que
permitam a reabilitação e a adaptação do paciente, especialmente o enfer-
meiro estomaterapeuta.
A assistência ao paciente com estomia deve ser prestada por equipe
multiprofissional e contar com o apoio da família.

Bons estudos!

Neste recurso, você irá compreender o cuidado à pessoa com estomia.


Para compreender um pouco mais sobre a assistência à saúde das
pessoas com estomia, é importante lembrar que ela deve ser planejada e
sistematizada de forma abrangente, iniciando antes mesmo da cirurgia em
si.

Essa assistência deve ser realizada por


equipe multiprofissional com foco na reabilita-
ção. Assim, os programas de intervenção multi-
disciplinar baseados em evidências científicas,
conhecimentos e práticas favorecem medidas
para o autocuidado, para a prevenção de com-
plicações e para a melhora do processo de resili-
ência e da qualidade de vida da pessoa com
estomia.
Fonte: Freepik. Flaticon.

Dentre os profissionais da saúde envolvi-


dos nesse tipo de cuidado, o profissional enfer-
meiro estomaterapeuta é aquele que possui
habilidades que permitem monitorar e acompa-
nhar a pessoa com estomia em todas as suas
fases, favorecendo, assim, o aumento de segu-
rança, da confiança, da adaptação e da qualida-
de de vida².
Fonte: Freepik. Flaticon.

VOCÊ CONHECE?
ESTOMATERAPIA: A Estomaterapia é uma especialidade exclusiva do
enfermeiro, voltada a ações de promoção e atenção integral à saúde,
em seus aspectos preventivo, curativo e de reabilitação das pessoas
que necessitam de cuidados em estomias, feridas, incontinências anal
e urinária, fístulas, cateteres e drenos. Para saber mais sobre esse pro-
fissional, visite o site da Associação Brasileira de Estomaterapia (SO-
BEST).

O acompanhamento multiprofissional deve sempre ser valorizado,


pois contribui para minimizar os medos, as dúvidas e as dificuldades das
pessoas com estomia, favorecendo o processo de reabilitação. Embora
essas pessoas possuam características comuns, trata-se de uma cirurgia
que interfere em vários aspectos da vida dessas pessoas, repercutindo não
4
só na alteração corporal, mas também em aspectos psicossociais. Nesse
sentido, cabe ressaltar que a assistência à pessoa com estomia deve ser
sempre individualizada³.
Conforme dito, essa assistência inicia-se antes mesmo da cirurgia e
prolonga-se até a recuperação do paciente em nível domiciliar. Consideran-
do que cada momento demanda particularidades para um cuidado qualifi-
cado, abordaremos a seguir cada um deles separadamente4.
A abordagem para o cuidado inicia-se com o período pré-operató-
rio, seja ele no ambulatório ou na internação hospitalar. Nesse momento,
tanto o paciente quanto a família carecem de informações a respeito da
cirurgia e dos cuidados a serem implementados no momento do pós-ope-
ratório4.
Portanto, é importante realizar orientações sobre³:

Estomia, suas características, cuidados específicos, equipa-


mentos coletores necessários no pós-operatório; e

Aspectos relacionados às relações interpessoais, sexuali-


dade, atividades da vida diária, vida laboral, dieta, recursos
da comunidade (serviços de atenção à saúde da pessoa
com estomias, operadoras de saúde e locais para a aquisi-
ção de produtos) e associações de pessoas com estomias.

À medida que o paciente e seu familiar compreendem mais sobre a


cirurgia e sua reabilitação, conseguem melhorar seu processo de
adaptação e, consequentemente, ter uma melhor qualidade de vida
no futuro.
Embora em uma mesma categoria, a assistência à pessoa com esto-
mias (eliminação, respiratória e alimentação) possui particularidades pró-
prias dos seus sistemas orgânicos, o que torna o cuidado diferente para
cada uma delas. Portanto, abordaremos aqui, em especial, as estomias de
eliminação.
Na fase pré-operatória deve ser realizada a demarcação do local
onde será confeccionada a estomia. Estudos apontam que esta demarca-
ção reduz as complicações pós-operatórias e contribui para melhoria da
qualidade de vida3.

A demarcação prévia do local para exteriorizar o estoma é de


grande importância para a reabilitação do paciente. Para saber
mais sobre o assunto, sugerimos a leitura dos artigos
científicos "O enfermeiro e a demarcação prévia do estoma
intestinal ou urinário" (1998) e “Estudo teórico da demarcação
do estoma intestinal" (2001).

No período pós-operatório, esses pacientes podem apresentar parti-


cularidades que nos levam a organizar o cuidado segundo os períodos:

Pós-operatório
mediato:
Período após as
primeiras 24 horas
da cirurgia até sete
dias depois.

Pós-operatório Pós-operatório
imediato: tardio:
Acontece em até Período após os
24 horas após a primeiros sete
cirurgia dias da cirurgia.

Fonte: Flat Icons. Flaticon.


No pós-operatório imediato, a pessoa com estomia ainda pode
estar debilitada, pois trata-se de uma cirurgia complexa. Nesta fase, a aten-
ção dos profissionais da saúde deve estar voltada para o monitoramento
do paciente, além de investigar a presença de dor, sua localização e intensi-
dade. No que diz respeito à estomia, é importante avaliar seu aspecto, a
presença de sangramento, edema, isquemia e possível descolamento mu-
cocutâneo, e a presença do efluente (volume, consistência, odor e cor)5.
O período pós-operatório mediato é de suma importância para o
processo de reabilitação, pois é nele que acontece o preparo do paciente
para a alta hospitalar. A atenção multidisciplinar é fundamental, uma vez
que agora o paciente vivencia as repercussões que a alteração corporal
provoca e ele irá buscar estratégias para melhor vivenciar este momento.
Problemas biopsicossociais devem ser identificados precocemente para
que sejam implementadas intervenções que favoreçam a qualidade de vida
da pessoa com estomia5.

Você enquanto profissional da saúde deve procurar instigar a


participação da família no cuidado. Lembre-se que o paciente
pode ainda estar debilitado e dependente de cuidados a serem
realizados por outras pessoas visando à independência no
domicílio.

Lembre-se que o ensino para o autocuidado


no pós-operatório facilita o ajuste à nova condi-
ção, reduz complicações e contribui para a melho-
ria da qualidade de vida. Você pode produzir mate-
riais educativos, como folders, materiais impres-
sos e ilustrativos. Isso facilita a compreensão e
permite que tenham acesso à informação quando
estiverem no domicílio e as dúvidas surgirem6. Fonte: Freepik. Flaticon.

Já o cuidado no período pós-operatório tardio é a fase que sucede a


alta hospitalar e é quando se dá seguimento ao cuidado nos diferentes
espaços da Rede de Assistência à Saúde, como Unidades Básicas de Saúde,
ambulatórios ou serviços especializados em reabilitação. Neste momento,
o acompanhamento multiprofissional deve ser continuado, pois contribui
para minimizar medos, dúvidas e dificuldades das pessoas com estomia,
favorecendo o processo de reabilitação. Portanto, a equipe deve estar
atenta para identificar precocemente sinais de não aceitação à estomia e
encaminhar para avaliação e apoio psicológico2.
OBSERVAÇÕES DO AUTOR

Quando o paciente recebe alta hospitalar deve ser direcionado


a procurar a Rede de Assistência à Saúde, para isso, ele é dire-
cionado para a Atenção Primária da Saúde para o Serviço Espe-
cializado. No entanto, você precisa saber o que compete a cada
um desses espaços.

ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE):


serão realizadas ações de orientação para o autocuidado e pre-
venção de complicações nas estomias.

SERVIÇOS ESPECIALIZADOS (SERVIÇO DE ATENÇÃO À SAÚDE


DA PESSOA COM ESTOMIA): espaço onde são realizadas ações
de orientação para o autocuidado, prevenção e tratamento de
complicações nas estomias, fornecimento de equipamentos
coletores e adjuvantes de proteção e segurança e capacitação
de profissionais.

Cabe ressaltar que por meio do acolhimento de demandas individu-


ais é possível planejar o suporte técnico e o ensino do autocuidado. Estraté-
gias como essas potencializam a adaptação da pessoa com estomia à nova
condição de vida, sua reabilitação e, consequentemente, sua reinserção
social. Também é importante lembrar que o ensino do autocuidado deve
envolver não só a pessoa com estomia, mas também sua família e/ou cuida-
dor3.
Veja abaixo as principais ações educativas que devem ser abordadas
para o autocuidado da pessoa com estomia e compreenda cada uma delas
para que você possa prestar uma assistência de qualidade3:
FONTE: Paula MAB, Moraes JT (org.). Consenso Brasileiro de Cuidado às Pessoas
Adultas com Estomia de eliminação: 2021.

LEITURA COMPLEMENTAR

Para saber mais sobre assistência ao paciente com estomia,


sugerimos a leitura do livro Assistência em estomaterapia:
cuidando de pessoas com estomia, de Santos e Cesaretti (2015).
Viver com estomia é um desafio para a maioria dos pacientes, que
necessitam de cuidado e atenção qualificados por parte dos profissionais
de saúde, a fim de suprir a demanda de assistência e educação para o auto-
cuidado.
É necessário considerar as Redes de Atenção à Saúde (RAS) como
estratégia para uma assistência integral e qualificada com objetivo no
desenvolvimento do autocuidado, das orientações específicas e da reabili-
tação e melhora da qualidade de vida da pessoa com estomia. A família
também deve estar envolvida no cuidado e os profissionais de saúde
devem favorecer sua inclusão na recuperação e na reabilitação dos pacien-
tes.
Neste recurso, você compreendeu o cuidado à pessoa com estomia.

Até a próxima!

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Universidade Aberta Professor-autor Validador Pedagógico
do SUS da Universidade Juliano Teixeiras MoraesLarissa Di Leo Nogueira
Federal do Maranhão - Costa
UNA-SUS/UFMA Universidade Federal do Donny Wallesson dos
Coordenação Geral Maranhão - UFMA Santos
Ana Emilia Figueiredo de Reitor Katia Danielle Araújo
Oliveira Natalino Salgado Filho Lourenço Viana

Coordenação de Gestão Diretoria de Tecnologias Revisora Textual


de projetos na Educação – DTED Camila Cantanhede Vieira
Deysianne Costa das Ana Emilia Figueiredo de
Chagas Oliveira Designer Instrucional
Izabel Cristina Vieira de
Coordenação de MINISTÉRIO DA SAÚDE Oliveira
Produção Pedagógica Validadores técnicos
Paola Trindade Garcia Coordenação-Geral de Designer Gráfico
Saúde da Pessoa com Diego da Silva e Silva
Coordenação de Ofertas Deficiência
Educacionais (CGSPD/DAET/SAES/MS)
Elza Bernardes Monier Amanda Oliveira do Vale
Lira
Coordenação de Angelo Roberto Gonçalves
Tecnologia da Denise Maria Rodrigues
Informação Costa
Mário Antônio Meireles Diogo do Vale de Aguiar
Teixeira Flávia da Silva Tavares
Tayse Garcia da Silva
Coordenação de
Comunicação e Design
Gráfico
Bruno Serviliano Santos
Farias
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Especializada em Saúde.
Departamento de Atenção Especializada e Temática. Guia de atenção à saúde da
pessoa com estomia/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Especializada em
Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. – Brasília: Ministério
da Saúde, 2021. 64 p. Disponível em: http://biblioteca.cofen.gov.br/wp-content/
uploads/2021/09/guia-atencao-saude-pessoa-estomia.pdf

2. TRAMONTINA, Priscilla Cibele et al. Gestão do cuidado à pessoa com estomia e


a rede de atenção à saúde. Revista Cuidarte, v. 10, n. 1, 2019.

3. DE PAULA, Maria Angela Boccara; MORAES, Juliano Teixeira. UM CONSENSO


BRASILEIRO PARA OS CUIDADOS ÀS PESSOAS ADULTAS COM ESTOMIAS DE ELIMI-
NAÇÃO. Estima–Brazilian Journal of Enterostomal Therapy, v. 19, 2021.

4. PAULA, Maria Angela Boccara de; PAULA, Pedro Roberto de; CESARETTI, Isabel
Umbelina Ribeiro. Estomaterapia em foco e o cuidado especializado. São Caeta-
no do Sul: Yendis Editora, 2014.

5. SANTOS, Vera Lúcia Conceição de Gouveia; CESARETTI, Isabel Umbelina Ribeiro.


Assistência em estomaterapia: cuidando de pessoas com estomia. 2015.

6. ONTÁRIO, N. Supporting clients on methadone maintenance treatment–Clinical


best practice guidelines. Ontário, Canada: Registered Nurses’ Association of
Ontario, 2009.

COMO CITAR ESTE MATERIAL


MORAES, Juliano Teixeira. Assistência à pessoa com estomia. In: UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. Atenção à Pessoa com Deficiência III: gestão de serviços de
reabilitação, atenção à saúde da pessoa com estomia, com lesão medular, com síndrome de pós-polio-
mielite e comorbidade, estimulação precoce para crianças de zero a três anos com atraso no desenvolvi-
mento neuropsicomotor, ferramentas de gestão do cuidado à pessoa com deficiência nos serviços de
reabilitação, ferramentas para boas práticas de gestão de órteses, próteses e materiais especiais não
cirúrgicos e funcionalidade no processo de avaliação e cuidado em saúde da pessoa com deficiência..
Atenção à saúde da pessoa com estomia. São Luís: UNA-SUS; UFMA, 2022.

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