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PERIODO PRÉ OPERATÓRIO

Enf Padron
• A ENFERMAGEM é a ciência e a arte de assistir ao ser
humano no atendimento de suas necessidades básicas,
de torná-Io independente desta assistência, quando
possível, pelo ensino do auto - cuidado através da
Educação em Saúde; de recuperar, manter e promover a
saúde em colaboração com outros profissionais (Horta,
1979 adaptado)
• As necessidades mais afetadas durante o processo
cirúrgico são: religiosidade; integridade cutâneo-
mucosa; percepção sensorial dolorosa; oxigenação;
eliminação; nutrição; regulação hidroeletrolítica;
regulação vascular, regulação térmica; regulação
imunológica; comunicação; mecânica corporal; postura;
segurança (emocional, física e social); paciente fora do
seu ambiente natural; educação a saúde (preparo pré,
trans e pós-operatório). Dependendo de cada paciente e
do tipo de cirurgia, poderão surgir outras necessidades.
O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO PRÉ-
OPERATÓRIO
O cliente cirúrgico recebe assistência da enfermagem nos
períodos pré, trans e pós-operatório.
O período pré-operatório abrange desde o momento pela
decisão cirúrgica até a transferência do cliente para a
mesa cirúrgica; a partir desse momento inicia-se o trans e
intra- operatório, que termina com a saída do cliente do
centro cirúrgico; o pós-operatório vai desde o momento da
recepção do cliente que retornou da cirurgia até a alta
médica.
Período pré-operatório divide-se em mediato e imediato no
pré-operatório mediato o cliente é submetido a exames
que auxiliam na confirmação do diagnóstico e que
auxiliarão o planejamento cirúrgico, o tratamento clínico
para diminuir os sintomas e as precauções necessárias
para evitar complicações pós-operatórias, ou seja,
abrange o período desde a indicação para a cirurgia até o
dia anterior à mesma;
• o período imediato corresponde às 24 horas anteriores à
cirurgia e tem por objetivo preparar o cliente para o ato
cirúrgico mediante os seguintes procedimentos: jejum,
limpeza intestinal, esvaziamento vesical, preparo da pele
e aplicação de medicação pré-anestésica.
Principal objetivo do pré-operatório
De um modo geral, o objetivo do pré-operatório é garantir
adequada preparação do doente para cirurgia, promovendo
assim a segurança cirúrgica e o bem estar do paciente.
• Tanto o cliente quanto a família têm direitos à orientação
clara e precisa sobre o diagnóstico clínico, cirurgia
proposta e possível prognóstico. Somente após o
esclarecimento e o entendimento desses dados o cliente
ou responsável terá reais condições para assinar o termo
de consentimento para a cirurgia (termo de
responsabilidade)
• Para transmitir uma sensação de calma e confiança, a
equipe de enfermagem deve manter uma relação de
empatia, ou seja, colocar-se na posição do outro, sem
críticas ou julgamentos – o que muitas vezes ajuda a
compreender seus medos e inseguranças, possibilitando
uma relação interpessoal de respeito e não de
autoridade.
• No cuidado pré-operatório, a equipe de enfermagem fica
responsável pelo preparo do paciente, desde a sua
orientação quanto ao preparo físico e psicológico, tendo
como finalidade que o paciente esteja o mais saudável
possível e de evitar complicações no período
intraoperatório e pós-operatório
Preparo pré-operatório
• a) Preparo psicológico – O desconhecimento ou incerteza quanto
aos resultados do tratamento a que será submetido, também é fonte
de insegurança, desassossego e medo para o paciente. Para aliviar
essa tensão, a enfermagem deverá conversar com o paciente e
esclarecer-lhe as dúvidas e temores.
• b) Preparo espiritual – Algumas vezes o paciente pode receber a
visita do seu líder religioso para reavivar-lhe o sentimento de
confiança e fé.
• c) Preparo físico – Consiste em preparar o corpo e o organismo do
paciente para o ato cirúrgico, através de procedimentos de
enfermagem e administração de medicamentos prescritos.
Atuando na prevenção de
complicações no pré-operatório
• O preparo físico do cliente é importante para o bom
andamento do ato cirúrgico, bem como para evitar
complicações posteriores ao mesmo. Evitar estas
complicações requer alguns cuidados de enfermagem
específicos relacionados com o preparo intestinal,
vesical e da pele,além de uma avaliação da equipe, do
ambiente e do cliente para prevenir a ocorrência de
infecções.
• O risco de infecção cirúrgica pode ser diminuído quando
se trata ou compensa as doenças e os agravos que
favorecem a infecção, tais como a obesidade, focos
infecciosos, presença de febre e
outros. Também no pré-operatório imediato alguns
cuidados são implementados, tais como o banho com
antissépticos específicos
(clorexidine ou solução de iodo PVPI) na noite anterior e
no dia da cirurgia, tricotomia, lavagem intestinal, retirada
de objetos pessoais, próteses e outros.
A- Esvaziamento intestinal
• O esvaziamento intestinal no pré-operatório diminui o risco
de liberação do conteúdo intestinal durante a cirurgia,
provocado pelo efeito de medicamento relaxante muscular.
Existem controvérsias quanto à importância desse
procedimento pré-operatório. Dependendo do cliente, da
cirurgia e da equipe que o assiste, o preparo intestinal pode
ser realizado mediante a utilização de laxativos, lavagem
intestinal ou ambos. Geralmente, este preparo ocorre entre
8 e 12 horas antes do ato cirúrgico.
Clister glicerinado
• O procedimento pode ser realizado na própria enfermaria
do cliente ou em sala apropriada, mas a equipe de
enfermagem deve estar atenta
em promover a privacidade do cliente.
• Antes de iniciar o procedimento, a cama deve ser forrada
com impermeável e lençol móvel. Para facilitar a entrada e o
trajeto a ser percorrido pelo líquido do enteroclisma, o
mesmo deverá ser introduzido seguindo os contornos
anatômicos do intestino. Por esse motivo, o cliente é
deitado em decúbito lateral esquerdo, com o corpo
ligeiramente inclinado para a frente e apoiado sobre o tórax,
tendo sua perna direita flexionada e apoiada ligeiramente na
esquerda (posição de SIMS).
• A lavagem intestinal, ou enema, é um dos procedimentos
básicos da assistência de enfermagem. Médicos, enfermeiros e
técnicos estão habilitados a realizar enemas – desde que tenham
recebido treinamento. A introdução de solução via sonda retal
pode ser utilizada para eliminação de toxinas ou de resíduos.
Ainda que seja de simples execução, pode acarretar riscos como
infecções, perfuração do intestino, hemorragias e transmissão de
doenças.
• Na prática, a indicação da lavagem intestinal é feita pelo
médico, acompanhada da prescrição da solução que
deverá ser utilizada no procedimento. A aplicação e
preparação do paciente fica a cargo das equipes de
enfermagem. Técnicos só podem realizar enemas se
estiverem acompanhados de um supervisor enfermeiro.
b) Esvaziamento da bexiga

Recomenda-se seu esvaziamento espontâneo antes do


pré-anestésico. Em cirurgias em que a mesma necessite
ser mantida vazia, ou naquelas de longa duração, faz-se
necessário passar a sonda vesical de demora, o que é
feito, geralmente, no centro cirúrgico.
Nas cirurgias ginecológicas, abexiga, se distendida, pode
ser lesada.
c) Preparo da pele
• O banho e a rigorosa limpeza da região onde será feita a
incisão cirúrgica devem ser realizados para diminuir a
possibilidade de contaminação. De acordo com o tipo de
cirurgia, o cliente pode necessitar ser encaminhado para a
cirurgia sem pêlos na região operatória, sendo
necessária uma tricotomia da região.
• Tricotomia- consiste na retirada dos pêlos através da
raspagem da pele ou do couro cabeludo, com o objetivo de
diminuir os riscos de infecção e facilitar o manuseio e
visualização da área a ser trabalhada.
• Prevenindo complicações anestésicas
A manutenção do jejum de 6 a 12 horas antes da cirurgia
objetiva evitar vômitos e prevenir a aspiração de resíduos
alimentares por ocasião da anestesia. É importante que
tanto o cliente como seus familiares tenham
conhecimento deste cuidado, para que possam entender
o motivo e efetivamente cumpri-lo
ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM MEDIATO
• Preparar psicologicamente o paciente;
• Controlar de SSVV.
• Preparar e orientar para exames radiológicos se houver;
• Controlar o peso, eliminação urinária, intestinal, etc;
• Observar e orientar quanto à alimentação (dietas, jejuns,
etc);
• Observar e orientar quanto à higiene;
Orientar o paciente:
• Deve-se explicar ao paciente que no pós operatório
poderá permanecer com sondas, drenos, imobilizadores
etc. ATENTE PARA ESTE ÍTEM, POIS DEPENDENDO DA
MANEIRA DE COMO SE FALA O PACIENTE PODE FICAR
MAIS APREENSIVO.
• Orientá-lo quanto às visitas e permanência de familiares.
Assistência de enfermagem imediatamente
antes da cirurgia:
• Checar jejum do paciente, orientá-lo a manter-se dessa
forma até segunda ordem; suspender medicação V.O.
• Verificar higiene corporal (banho) e área tricotomizada;
• Prender os cabelos com touca ou gorros adequados e
oferecer camisola cirúrgica; Verificar unhas (curtas e
sem esmalte);
• Retirar jóias e próteses; entregar aos familiares ou ao
setor competente;
• Encaminhar o paciente ao sanitário para que esvazie a
bexiga;
• Controlar SSVV, comunicando qualquer anormalidade;
• O paciente deverá permanecer sob observação e deitado
após ter recebido a medicação;
• Colocar o paciente no leito e observar para que ele fique
deitado até a ida para o CC;
• Administrar medicação pré-anestésica (conforme
prescrição médica e rotina do hospital).
• Atentar para qualquer anormalidade no estado do paciente;
• Anotar todos os cuidados prestados ao paciente e suas
condições em seu prontuário;
• Anexar todos os exames ao prontuário (RX, exames
laboratoriais, etc.);
• Encaminhar o paciente ao CC;
OBS : O paciente só deverá ser encaminhado ao centro
cirúrgico quando for chamado por telefone ou quando o
funcionário do próprio CC vier buscá-lo. A maca para o
transporte é especial.
ATENÇÃO: O PACIENTE NUNCA DEVERÁ SER DEIXADO
SOZINHO SOBRE A MACA.
PERIODO TRANS OPERATÓRIO

A assistência de enfermagem no período transoperatório


refere-se aos cuidados indiretos da equipe no preparo
do centro cirúrgico (CC) e da sala de operações (SO), com
previsão e provisão de todos os recursos necessários para
a realização do ato anestésico-cirúrgico, bem como
os cuidados diretos prestados pela equipe de
enfermagem..
PERÍODO PÓS -
OPERATÓRIO
conceito
É o período que vai desde o término do ato cirúrgico até a alta
hospitalar.
O pós-operatório inicia-se a partir da saída do cliente da sala
de operação e perdura até sua total recuperação. Subdivide-se
em pós-operatório imediato (POI), até às 24 horas posteriores à
cirurgia; mediato, após as 24 horas e até 7 dias depois; e tardio,
após 7 dias do recebimento da alta.
Nesta fase, os objetivos do atendimento ao cliente são
identificar, prevenir e tratar os problemas comuns aos
procedimentos anestésicos e cirúrgicos, tais como dor, laringite
pós- entubação traqueal, náuseas, vômitos, retenção urinária,
flebite pós-venóclise e outros, com a finalidade de restabelecer o
seu equilíbrio.
Objetivos

• Restabelecer ao máximo a função fisiológica normal e


assegurar sua volta às atividades normais.
• Evitar complicações e desconforto pós-operatório tardio
e pós-alta.
Atuação da enfermagem no pós operatório
imediato
O pós-operatório imediato corresponde às primeiras 24
horas após o término da cirurgia. A atuação da
enfermagem neste período consiste em:
a)Preparo da unidade do paciente. O preparo da unidade
do paciente visa adequar o leito e a unidade toda para
receber o paciente operado proporcionando-lhe o
máximo de conforto e segurança. Esse preparo inicia-se
logo após o encaminhamento do paciente ao Centro
Cirúrgico e consiste em:
- Limpeza geral da Unidade.
- Arrumação da cama “tipo operado”.
- Trazer suporte de soro e deixá-lo ao lado da cama.
- Manter ambiente calmo, arejado e aquecido, semi-
obscuro.
Recepção do paciente na unidade (quarto)
após a cirurgia:

• - Transportá-lo da maca para a cama com extremo


cuidado a fim de que o paciente não seja exposto e que
não haja nenhum tipo de dano ou lesão na área da
cirurgia;
• - Posicionar o paciente de acordo com o tipo de cirurgia
e anestesia. De modo geral, deve-se manter a cabeça
lateralizada, a fim de evitar que o paciente aspire vômitos
ou mesmo que a língua obstrua as vias respiratórias.
• Observação: Quanto ao uso de travesseiro:
• Em anestesia geral: deve-se deixar o paciente em
decúbito dorsal horizontal, sem travesseiro, pelo menos
até a manhã seguinte;
• Em anestesia raquidiana: não se deve colocar
travesseiro, nem elevar a cabeceira do leito por 6h. Hoje
muitos médicos já não recomendam essa restrição.
• Em anestesia peridural: não se coloca o travesseiro até
que o paciente esteja totalmente consciente, ou também
a critério médico.
Atuação da enfermagem no pós operatório
mediato ou tardio:

• Definição: É o período que inicia depois das primeiras 24


horas. O paciente permanecerá internado na clínica
cirúrgica até o momento da alta. Esse período varia
conforme a cirurgia realizada e, principalmente de
acordo com as reações individuais de cada paciente. Os
cuidados aplicados nesse período visam proporcionar ao
paciente uma recuperação mais rápida preparando-o
para voltar às atividades normais. Os cuidados incluem:
a) Controlar SSVV: conforme a rotina da clínica. Atenção para PA.
Uma hipotensão pode ser sinal de hemorragia.

b) Observar diurese: volume, aspecto, sedimentação,


incontinência ou retenção, etc. Pacientes com sonda vesical Foley
podem ser submetidos à exercícios vesicais, se não houver
contraindicação médica. Este exercício consiste em abrir e fechar
a sonda com pinça, de 4 em 4 horas.

c) Observar evacuação: quantidade, frequência, consistência e


odor.

d) Incentivar exercícios no leito.

e) Realizar curativo na incisão cirúrgica e local do dreno. Observar


e anotar o aspecto da incisão, o processo de cicatrização e a
presença de secreções.
f) Iniciar deambulação precoce a fim de evitar complicações
pulmonares (acúmulo de secreções), circulatórias e intestinais. A
deambulação gradual segue as seguintes etapas: elevar a
cabeceira do leito e deixar o paciente nesta posição por alguns
momentos para evitar a hipotensão postural; colocá-lo sentado
no leito com as pernas para baixo; descer o paciente com ajuda.
O início da deambulação irá variar de acordo com o tipo de
cirurgia.

g) Administrar a medicação prescrita, atenção especial para


analgésicos e antibióticos.

h) Orientar o paciente e a família sobre os cuidados após a alta.

i) Registrar todos os cuidados administrados ao paciente em seu


prontuário
Obrigado!
.

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