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MONITORIZAÇÃO

NEUROLÓGICA
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM ANESTESIOLOGIA – ME 02
DR GILENO TESSAROLLO MIRANDA
MONITORES DE FLUXO SANGUÍNEO E
OXIGENAÇÃO CEREBRAL

• Marcadores intravasculares :Utiliza isótopo radioativo (Xenonio-133) e detectores gama


posicionados em regiões especificas (Endarteréctomia de carótida).
• Ponto negativo: impossibilidade de medições contínuas
• Ultrassonografia transcraniana com Doppler : Medida em tempo real do fluxo nas principais
artérias de condutâcia cerebral.
• Ponto negativo: alterações na espessura do crânio impossibilitam a técnica
• Principal ponto de leitura no osso temporal.
MONITORES DE FLUXO SANGUÍNEO E
OXIGENAÇÃO CEREBRAL
• Saturação venosa de Oxigênio no bulbo jugular : Mede o grau de extração de oxigênio pelo cérebro.
• Cateter central instalado retrogradamente na jugular. A ponta deve ficar entre o primeiro e
segundo corpo vertebral.
• Mede o grau de extração de oxigênio pelo cérebro (equilibrio suprimento/demanda)
• Varia entre 60% – 80%
• Valores inferiores : Baixo FSC, isquemia, alta taxa metabólica (febre e convulsões)
• Valores superiores : Hiperemia, alto FSC, baixo metabolismo, infarto cerebral
• Ponto negativo : avalia de forma global, alteraçoões regionais podem passar despercebida.
• É possível estimar o metabolismo cerebral
MONITORES DE FLUXO SANGUÍNEO E
OXIGENAÇÃO CEREBRAL

• Oximetria cerebral: Sensores instalados na região frontal abaixo da linha do cabelo.


• Considerando que durante anestesia geral o consumo de O2 pelo cérebro se mantem estavél,
alterações na saturação significam redução no suprimento de oxigênio cerebral
• Fácil utilização.
• Valores normais variam de 60 a 75%. Coeficiente de variação de 10% para valores basais.
• Alterações distantes da região frontal podem não ser detectadas.
• Estudos prospectivos mostraram pouca melhora pós operatória em relação a outros métodos
• Não apresentou melhora de disturbios cognitivos no pós operatório de cir. Cardiaca.
MONITORES DE FLUXO SANGUÍNEO E
OXIGENAÇÃO CEREBRAL

• Técnicas invasivas: Implante de sondas intracerebrais ou intraventriculares.


• Medem variação térmica e PaO2 intracerebral
MONITORES DE FUNÇÃO NEUROLÓGICA
POTENCIAIS EVOCADOS

• Potêncial evocados ; Atividades elétricas geradas em resposta a um estimulo sensítivo ou motor


• Potênciais evocados sensítivos
• Avaliar função sensitiva anormal
• Diagnóstico de Esclerose Multipla
• Definir extensões de lesões
• Monitorar de forma contínua integridade de via neuronal
• Eletrodos corticais na cabeça (sistema 10-20 padrão) e eletrodos periféricos
MONITORES DE FUNÇÃO NEUROLÓGICA
POTENCIAIS EVOCADOS
• Potêncial evocado somatossensitivos (PESS)
• Avalia as vias ascendentes – nervo periférico, face posterior e lateral da coluna da medula espinhal,
parte do tronco ecefálico, núcleo posterolateral ventral do tálamo com sua comunicação com o cortéx
e uma porção do cortéx sensitivo. (via lemniscal da coluna dorsal e via espinotalâmica)
• Medidas nos membros superiores : Endarterectomia de carótida, circulação cerebral anterior
• Medidas nos membros inferiores : circulação cerebral posterior
• Monitorização em ambos : cirurgias de escoliose ou aneurisma de aorta descendente
• Considera-se alterado funções abaixo de 50% ou queda de 10% do basal.
• Fármacos inalatórios devem ser evitados pois aumentam a latência e reduzem a onda.
• Etomidato : aumenta a onda e aumenta a latência
• Cetamina aumenta as amplitudes corticais
MONITORES DE FUNÇÃO NEUROLÓGICA
POTENCIAIS EVOCADOS
• Potenciais evocados auditivos do tronco encefálico (PEATE)
• Avaliam o aparelho auditivo, VIII par craniano, nucleo coclear, pequena parte do tronco
encefálico, o retículo inferior e cortex auditivo
• Utilizado em cirurigias da fossa posterior
• Não se altera com farmacos anestésicos
• Potencial evocados visuais (PEV)
• Utilizado em pacientes com escrerose multipla
• Pouco utilizado em cirurgias.
MONITORES DE FUNÇÃO NEUROLÓGICA
POTENCIAIS EVOCADOS

• Potenciais evocados motores (PEM)


• Atestam a integridade da via motora descendente.
• Cápsula interna – Tronco ecefálico – Medula espinhal - Nervo periférico - Musculo
• Monitorização em cirurgias de coluna – essenciais sempre que o parenquima medular estiver em risco
• Escoliose com mais de 45 graus, anormalidades congênitas da coluna e tumores intra e extra medulares
• Cirurgias de escoliose : PESS + PEM
MONITORES DE FUNÇÃO NEUROLÓGICA
ELETROMIOGRAFIA

• Possibilita a localização de estruturas neurais minimizando risco de lesões


• Pode ser realizada em nervos intracranianos e periféricos
• Utiliza eletrodos de surperficie ou agulhados nos musculos inervados
• Pode ser ativa ou passiva
• Bloqueadores neuromusculares devem ser evitados
• N. faciel, trigêmeo e laríngeo recorrente
ELETROENCEFALOGRAFIA
• O EEG reflete em tempo real a condição funcional e metabólica do cérebro
• Sinal elétrico é produzido por potênciais pós-sinapticos excitatórios e inibitórios gerado a partir do
córtex cerebral.
• Eletrodos posicionados no escalpo, conforme distribuição do cortex subjacente
• EEG normal tem 16 canais, para avaliação intraoperatória de 1 a 32 canais
• Onda sinusoidal com 3 características: anplitude, frequencia e tempo.
• Delta 1 – 4 Hz
• Teta 4 – <8 Hz
• Alfa 8 – 13 Hz
• Beta 13 – 30 Hz
• Gama >30 Hz
• Slow oscilation <1 Hz
ELETROENCEFALOGRAFIA

• Quanto mais acordado o paciente – maior frequencia e menor amplitude


• Decomposição de ondas : Transformação rápida de Fourier
• Voltagem da onda é sua amplitude variando entre 1 – 50microvolts. (podem chegar a 250)
• Anestésicos alteram o padrão eletroencefalográfico de acordo com mecanismo de ação e dose
• Primeiro monitor e EEG processado liberado pelo FDA = BIS (1996)
• Sistemas automatizados processam o EEG e liberam em tempo real um índice
• Estudo demonstrou redução do uso de anestésicos e menor disturbios cognitivos
• Quando os eletrodos são inseridos cirurgicamente no cortex : eletrocorticograma
BIS
• Comprovadamente reduz o uso de agentes anestésicos
• Melhora insidência de disturbios cognitivos pós operatórios
• Baixa correlação com melhora de prognóstico
• 4 eletrodos (unilateral) – 6 eletrodos (bilateral)
• Varia de 0 – 100
• Valores obtidos a partir de 4 subparâmetros :
• Taxa de supressão de surtos
• Supressão QUAZI
• Potência relativa Beta
• Sincronização rápida/lenta
• EMG : está sobreposta ao EEG, mas com frequências maiores.
• Sua presença está configurada a aferência de estimulos ao núcleo do N. Facial, região anatômica onde tambem
estão localizados alguns núcleos relacionados ao despertar.
BIS

• Taxa de supressão de surtos: intervalos maiores do que 0,5 seg nos quais a voltagem do EEG encontra-
se abaixo de 5 mcvolts nos ultimos 60 seg.
• Associada a eventos patológicos – anestesia profunda, hipoperfusão cerebral e hipotermia
profunda
• Assimetria – variação de potência entre os hemisférios. (normal até 20%)
• 40 – 60 = valor adequado para cirurgia
• Ketamina – aumenta o valor do BIS mesmo em planos anestésicos adequados.
• Precedex – Reduz o valor do BIS em pacientes que podem ser despertos
• Farmacos atuam em alvos moleculares e circuitos cerebrais espeçíficos produzindo estados
neurológicos distintos, dessa forma a analise do espectograma possibilita identificar as características
das ações de diferentes anestésicos. Bem como alterações nos extremos das idades.
BIS
BIS ASPECT
OUTROS MONITORES

• Entropia – Avalia o grau de desordem ou ausência de síncronia


• Varia de 0 – 100
• Valores adequados para anestesia de 40 – 60
• Separa a monitorização em 2 respostas:
• SE (Entropia de estado) - Hipnose
• RE (resposta de entropia) – EMG / subcortical
• Índice do estado do paciente (PSI)
• Varia de 0 – 100
• Valores adequados para anestesia 25 - 50
TEMPERATURA

• Hipotermia – temperatura < 36 graus


• Triplica incidência de infecção de ferida operatória
• Aumenta perda sanguínea
• Triplica insidência de eventos cardíacos
• Retarada recuperação anestésica e aumenta tempo de internação
• Anestesia leva a vasodilatação, queda do metabolismo e alterações nos limiares de resposta
• Temperatura central : A. Pulmonar, Esofago inferior, Nasofaringe e Timpano

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