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AULAS DE NEUROLOGIA
DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
ANO: 4º ano
DATA: Junho 2023
RESPONSÁVEL: Dra. ELISA ISABEL INGLÊS PINTO
• O sistema nervoso periférico (SNP) abrange todos os nervos
cranianos (excpeto o 1º e o 2º), raízes nervosas, gânglios
espinais, nervos segmentares, plexos nervosos e nervos dos
membros
Figura 1. Os nervos periféricos são compostos por vários fascículos de endoneuro, cada um
dos quais é envolto pelo perineuro. Todos os fascículos são unidos por um tecido conectivo
frouxo, o epineuro. Cada fascículo de endoneuro contém até vários milhares de axônios. O
sangue é fornecido ao endoneuro por uma rede de microvasos capilares, derivada de
arteríolas e vênulas localizadas no epineuro que, por sua vez, são ramos dos principais vasos
dos membros.
• Cada axônio é uma extensão longitudinal do corpo celular de
um neurónio.
• Em certas ocasiões, uma doença que afecta tanto o SNC como o SNP (p.
ex., leucodistrofia metacromática) pode ser facilmente diagnosticada pelo
exame de biópsia de nervo.
O nervo sural é o preferido, na maioria dos casos, porque a obtenção da
biópsia deste nervo resulta em uma área pequena de perda sensorial, em
geral bem tolerada, junto à face lateral do pé.
Exames laboratoriais:
3-Polineuropatias:
• São caracterizadas de umdeficit bilateral e simétrico dos
nervos periféricos
• Nas polineuropatias axonais: os distúrbios iniciam primeiro
nas porções distais dos membros, primeiro inferior depois
superior e enfim a região mediana e posterior do tronco
(distribuição a calça ou meias e luvas)
Etiologia desconhecida
LCR:
• Primeiros dias proteínas normais , depois
aumentam até cerca de 3-4 semanas do inicio
da doença. Entretanto as células são normais
ou modestamente aumentadas. Realizando
uma dissociação albumino-citológica
• Hiperproteinoraquia é expressão do
envolvimento radicular, mas pode faltar 20%
dos casos.
Electroneurofisiologia:
• Potenciais positivos de desnervação não são
frequentes e a sua presença expressão de um
concomitante comprometimento axonal não
tem bom prognostico
• Redução da velocidade da condução motora
• Bloco da condução motora: redução da
amplitude do potençial da acção muscular em
cerca 20% dos casos.
Diagnostico:
• Se baseia nos achados de uma polineuropatia
prevalentemente motora, e evolução
subaguda que se completa cerca 2-4 semanas
associada aumento de proteínas no liquor.
Tratamento
• Para além do tratamento de suporte eventualmente
ventilação assistida,
• Tratamento etiopatogénico objectivo limitar o processo
inflamatório:
• Plasmoforese tratamento de primeira escolha para retirar os
factores humorais da infecção. 3-5 sessões durante 7-14 dias.
Resulta eficaz
• imunoglobulinas 0,4g/kg por cinco dias
• Recentemente um estudo piloto que associa
metilprednisolona ev( 500 mg EV dia durante cinco dias).
Evolução e prognostico:
• Fase de recuperação entre 4-6 meses 80% dos casos
• Mortabilidade mesmo com tratamento intensivo
cerca 3-6% deficit motor difuso
• 5% recuperam e permanecem sequelas graves
• O s casos mais graves são aqueles com prognostico
mais grave com deficit difuso desde o inicio.
• 35.5% podem apresentar semanas ou ano uma
recidiva
Polineuropatia demielinizante cronica
• Já foi denominada SGB
• Tem em comum com SGB: compromisso radicular e
periférico, dissociação albumina citológica, prevalente
compromisso mielínico e origem inflamatória
• Diferencia-se pelo aparecimento subagudo e
agravamento dos sintomas por mais de dois meses.
Decurso recidivante , com recaídas e melhorias ou as
vezes lentamente progressiva. Frequente ausência de
episódios infecciosos recidivantes
Etiopatogenia:
• Neuropatia periférica de origem imunitária
• Não há diferença de atingimento em relação ao
sexo
• Inicio insidioso ou subagudo e o agravamento
pode acontecer por um período cerca de 8
semanas
• Podem seguir-se remissões espontâneas de
meses ou anos, com sucessivas recaídas que
tendem a ser muito graves sintomatologia
• Todas idades podem ser atingidas.
• Compromisso motor relevante, mais a perda
da sensibilidade também pode ser importante
• Compromisso dos nervos cranianos é menos
frequente em relação SGB, mais é possível
diplegia facial ou hipostenia dos músculos
faciais e mastigadores e disartria
• Possível palpar os troncos nervosos
hipertróficos (11%).
Diagnostico
• Estudos electrofisiológicos, LCR, biopsia do nervo sural
• Velocidade de condução nervosa lenta em vários troncos
nervosos. Blocos de condução nervosa
• Proteínas liquorais elevadas
• Biopsia do nervo sural: Cronico processo de demielinização e
remielinização associado a presença de infiltrados
inflamatórios
Tratamento:
• Esteróides; dose inicial 60-100 mg/dia com
sucessivo escalonamento 40-50 mg a dias
alternos pelo menos um mês de tratamento
• O tratamento com esteróides deve ser
mantido por longo tempo e nos casos
resistentes pode ser associado ao tratamento
imunosupressivo primeira escolha azatioprina
• Plasmoforese de eficácia demonstrada pode ser repetida no
tempo
• Mais recentemente utilizada imunoglobulinas 0.4/kg/dia por
cinco dias e pode ser repetido cada 30 dias