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JANDIRA/SP
2020
SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE MENTAL: A INTERVENÇÃO DA CATEGORIA EM UMA
UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO DO ESTADO DE SÃO PAULO, NA
FORMALIZAÇÃO DE PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO AO PACIENTE
PSIQUIÁTRICO.
RESUMO - Este artigo busca, por meio do diagnóstico situacional da atuação do Serviço Social na
Unidade de Pronto Atendimento – UPA 24 horas, de uma cidade da área metropolitana da região oeste
do estado de São Paulo, apresentar o cotidiano da intervenção profissional do assistente social e dos
atendimentos sociais com os pacientes da psiquiatria, neste dispositivo de saúde. Utilizando o método de
observação participativa, foi possível identificar as demandas necessárias para assegurar a atuação
profissional e mapear a realidade social dos pacientes, exposta nos atendimentos, o que permitiu
identificar as principais determinantes sociais que perpassam o processo de saúde-doença nas urgências
e emergências psiquiátricas. A partir desses dados é sugerida e elaboração de um protocolo de
atendimento, a consolidação de estrutura e requisitos mínimos para intervenção, a fim de normatizar a
ação do profissional de Serviço Social no âmbito da Saúde Mental na Unidade de Pronto Atendimento –
UPA 24 horas.
1 cfandrade@id.uff.br
1 INTRODUÇÃO
A loucura, objeto de meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a
suspeitar que é um continente”.
Machado de Assis
O Alienista
2 - Protocolode Atendimento do Serviço Social nas Unidades de Pronto Atendimento – UPA 24h –
Brasília. 2018. Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF – CPPAS –
Governo do Distrito Federal. 2018.
Urgências e institui a Rede de Atenção às Urgências no Sistema Único de Saúde
(SUS), complementada pela Portaria nº 10/GM/MS de 03 de janeiro de 2017, que
redefine as diretrizes de modelo assistencial e financiamento de UPA 24h. Este tipo de
unidade de saúde faz parte da Política Nacional de Atenção às Urgências implantada
em 2003 pelo Ministério da Saúde.
A UPA funciona sete dias por semana, 24 horas por dia. Ao ser admitido, o
paciente recebe tratamento na própria unidade ou é encaminhado/transferido para outro
equipamento da rede de atenção à saúde.
A atuação do Assistente Social na UPA não está prevista nas equipes mínimas
regulamentadas pelo Ministério da Saúde. Porém, percebe-se no cotidiano dos
atendimentos que a realidade social interfere diretamente no processo saúde-doença
do paciente. Por isso, a atuação do Assistente Social tem sido
requerida na composição da equipe multiprofissional para atendimento integral e
humanizado nas situações de risco e vulnerabilidade social.
A inserção do serviço social tem se tornado necessária na promoção, proteção
e recuperação da saúde em diferentes níveis do SUS derivada da adoção do
conceito ampliado em saúde, que compreende o processo saúde-doença como
decorrente das condições de vida e de trabalho. (Cavalcanti & Zucco. 2008).
A atuação dos assistentes sociais deve ser pautada por um processo contínuo
de reflexão a fim de que sejam promovidas mediações baseadas no respeito, na
superação dos preconceitos e das perspectivas moralizantes, e das práticas que
inviabilizam os direitos dos usuários. Ainda segundo o posicionamento da categoria
profissional, a abordagem deve ser respaldada por conhecimento científico, pela ética
profissional, pela possibilidade de articulação com outros profissionais e pelos direitos
assegurados em cada área da política social (CFESS, Código de Ética do Assistente
Social. 2003).
Sendo assim, foram elaborados e enviados para aprovação da Diretoria Técnica
do dispositivo de saúde da rede de atendimento de urgências e emergências 24 horas
do município, os seguintes protocolos e documentos para intervenção do Serviço
Social:
Diagnóstico Situacional e Projeto de Intervenção do Serviço Social;
Procedimento Operacional Padrão – Assistência e Orientações aos
Familiares do Paciente Hospitalizado;
Procedimento Operacional Padrão – Alta a Pedido e Evasão Hospitalar;
Procedimento Operacional Padrão – Ausência de Acompanhante /
Responsável Legal para Pacientes Vulneráveis;
Procedimento Operacional Padrão – Identificação de Pacientes
Desconhecidos;
Procedimento Operacional Padrão – Entrevista Inicial com Pacientes e
Acompanhantes (Acolhimento do Serviço Social);
Procedimento Operacional Padrão – Encaminhamento Institucional;
Procedimento Operacional Padrão – Localização de Familiares e/ou
Acompanhantes;
Procedimento Operacional Padrão – Reunião Socioeducativa com
Acompanhantes e Familiares;
Procedimento Operacional Padrão – Autorização de Visita Extra;
Procedimento Operacional Padrão – Atendimento do Serviço Social na
Hospitalização.
4 REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do
Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p.
- Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições
de promoção e recuperação da saúde, a organização e o financiamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências.
- Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação
da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e
dá outras providências.
- Portaria nº 1.600, de 7 de julho de 2011. Reformula a Política Nacional
de Atenção às Urgências e institui a Rede de Atenção às Urgências no Sistema
Único de Saúde (SUS).
- Ministério da Saúde. O SUS de A a Z: garantindo saúde nos
Municípios/ Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretarias
Municipais de Saúde. 3. Ed., 3ª reimp. – Brasília: Editora do Ministério da
Saúde, 2011.
- Política Nacional de Humanização. Série B. Textos Básicos de
Saúde. Brasília – DF, 2004;
- Protocolo de Atendimento do Serviço Social nas Unidades de
Pronto Atendimento – UPA 24h – Brasília. 2018. Comissão Permanente de
Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF – CPPAS – Governo do Distrito
Federal. 2018.
- Portaria nº 342, de 4 de março de 2013. Redefine as diretrizes para
implantação do Componente Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) em
conformidade com a Política Nacional de Atenção às Urgências, e dispõe sobre
incentivo financeiro de investimento para novas UPA 24h (UPA Nova) e UPA 24h
ampliadas (UPA Ampliada) e respectivo incentivo financeiro de custeio mensal.
- Portaria nº 10/GM/MS, 03/01/2017, que redefine as diretrizes de modelo
assistencial de financiamento de UPA 24h de Pronto Atendimento como
Componente da Rede de Atenção às Urgências, no âmbito do Sistema Único de
Saúde.
- Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, aprova a Política
Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a
organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
CAVALCANTI, Ludmila F.; ZUCCO, Luciana P. Política de Saúde e Serviço
Social. In: CAVALCANTI, Ludmila F.; REZENDE, Ilma (orgs). Serviço Social e Políticas
Sociais. Rio de Janeiro: UFRJ, 2006.
ROSA, Lúcia Cristina dos Santos. Saúde Mental e Serviço Social: o desafio
da subjetividade e da interdisciplinaridade / Lúcia Cristina dos Santos Rosa, Ivana
Carla Garcia Pereira, José Augusto Bisneto / Eduardo Mourão de Vasconcelos (org) –
2.ed – São Paulo: Cortez, 2002.