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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


ESCOLA MULTICAMPI DE CIÊNCIAS MÉDICAS
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM ATENÇÃO BÁSICA

KARLA LOURRANA CAVALCANTE PONTES

A ARTE DE VIVER: UM RELATO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE GRUPO


DE PROMOÇÃO À SAÚDE MENTAL COM ADOLESCENTES

CAICÓ-RN
2021
KARLA LOURRANA CAVALCANTE PONTES

A ARTE DE VIVER: UM RELATO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE GRUPO


DE PROMOÇÃO À SAÚDE MENTAL COM ADOLESCENTES

Trabalho de Conclusão de Residência


utilizado como requisito para conclusão
do Programa de Residência
Multiprofissional em Atenção Básica da
Escola Multicampi de Ciências Médicas
da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte.

Orientadora: Profa. Ms. Lízie Emanuelle Eulalio Brasileiro

CAICÓ-RN
2021
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AB Atenção Básica

ACSs Agente Comunitário de Saúde

CAPS Centro de Atenção Psicossocial

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

NAPS Núcleo de Atenção Psicossocial

PIC’s Práticas Integrativas e Complementares

PNAB Política Nacional de Atenção Básica

PRMAB Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica

RAPS Rede de Atenção Psicossocial

RAS Redes de Atenção à Saúde

UBS Unidade Básica de Saúde

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO................................................................................................................... 6

2 – ASPECTOS METODOLÓGICOS.................................................................................... 9

3 - DESCRIÇÃO DO PROCESSO E DAS ATIVIDADES.................................................. 10

3.1 - Reunião de matriciamento...................................................................................... 11

3.2 – Busca ativa em prontuários.................................................................................... 11

3.3 – Sessões de acolhimento........................................................................................... 12

3.4 – Tenda do conto........................................................................................................ 13

3.5 – Arteterapia.............................................................................................................. 13

3.6 – Reunião com pais e/ou responsáveis...................................................................... 14

3.7 – Biodança.................................................................................................................. 15

3.8 - Teatro do Oprimido – cinema comentado.............................................................. 16

4. CONCLUSÃO..................................................................................................................... 17

REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 18

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RESUMO
A Saúde Mental possui diferentes campos e formas de atuação, propiciando a criação de outras
maneiras de fazer saúde, principalmente a partir da reforma psiquiátrica. Tem-se como objetivo
desenvolver uma forma alternativa de trabalho em saúde mental na atenção básica, inserir o
público adolescente dentro das ações da Unidade Básica de Saúde (UBS), promover o cuidado
em saúde mental e agregar metodologias participativas no processo da assistência, fortalecendo
a atenção básica. Trata-se de relato de experiência do desenvolvimento de grupo voltado para
o cuidado em saúde mental, tendo o público-alvo adolescentes, no bairro Walfredo Gurgel, na
cidade de Caicó/RN. Contou-se com adolescentes que participaram de seis encontros com
metodologias participativas e Práticas Integrativas e Complementares (PIC’s) como a
arteterapia, tenda do conto e biodança. Foi percebida a coesão grupal, a elaboração de vivências
e compartilhamento de experiências que serviram como produção de saúde e os sujeitos se
viram ativos nesse processo. Mostrando-se como uma possibilidade de promoção à saúde
mental dentro do contexto da atenção básica. Porém, ainda há a necessidade de maior
disseminação das práticas de saúde mental na Atenção Básica, para assim fortalecer a Rede de
Atenção Psicossocial, aumentando a oferta de cuidado com diferentes metodologias.

Palavras-chave: Atenção Básica, Saúde Mental, Adolescentes, Promoção à Saúde, Práticas


Integrativas e Complementares.

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ABSTRACT
Mental Health has different fields and ways of acting, enabling the creation of other ways of
doing health, mainly from the psychiatric reform. The objective is to develop an alternative way
of working in mental health in primary care, inserting the adolescent public within the actions
of the Basic Health Unit (BHU), promoting mental health care and adding participatory
methodologies in the assistance process, strengthening basic care. This is an account of the
experience of group development focused on mental health care, with the target audience of
teenagers, in the neighborhood Walfredo Gurgel, in the city of Caicó / RN. There were
teenagers who participated in six meetings with participatory methodologies and Integrative
and Complementary Practices (ICP’s) such as art therapy, story tent and biodance. Group
cohesion, the elaboration of experiences and the sharing of experiences that served as health
production were perceived and the subjects were active in this process. Showing itself as a
possibility of promoting mental health within the context of primary care. However, there is
still a need for greater dissemination of mental health practices in Primary Care, in order to
strengthen the Psychosocial Care Network, increasing the offer of care with different
methodologies.
Keywords: Primary Health Care, Mental Health, Adolescent, Health Promotion,
Complementary Therapies.

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INTRODUÇÃO
Ao longo do tempo, a saúde mental foi tratada no Brasil de diversas maneiras, desde o
descaso às questões inerentes ao tema, passando pela institucionalização e medicalização da
loucura, até o movimento da reforma psiquiátrica, que vem se estabelecendo no país há cerca
de 35 anos (FONTE, 2012). Desse modo, passando por uma lógica de isolar a pessoa em
sofrimento psíquico, contando também com o uso de medicações para controlar e tratar o
sujeito, e chegando até uma nova visão em saúde mental que proporcionou e está
proporcionando a criação de outras estruturas e práticas em saúde mental.

Essa mudança de lógica trouxe um ganho para a saúde mental no ponto em que se
constituiu um novo modo de enxergar e tratar a pessoa em sofrimento psíquico, a vendo então
como um sujeito além da doença. E assim, esse movimento traz a possibilidade de uma
“descristalização” das práticas em saúde mental, visando não apenas a doença e seus arranjos,
com uma assistência que traz reprodução de técnicas e protocolos, mas sim fomentando ações
que visem o desenvolvimento desse sujeito a partir da socialização, acolhimento, produção de
vida e singularidade (LIMA, 2011).

Uma grande responsável por esse repensar das práticas em saúde mental foi a
Conferência Regional para Reestruturação da Assistência Psiquiátrica, ocorrida em Caracas em
1990, que culminou com a assinatura da Declaração de Caracas, que trouxe um compromisso
dos países signatários (incluindo o Brasil), de reformular sua assistência psiquiátrica (HIRDES,
2009). Esse acontecimento, dentre outros, teve suma importância para a chamada “Reforma
Psiquiátrica”, principal movimento reorganizador na saúde mental.

A partir desse novo modo de pensar, foi possível estabelecer mudanças acerca das
instituições base para o cuidado, criando serviços que oferecessem uma substituição aos
manicômios e ampliam o conceito da assistência, como os Centros de Atenção Psicossocial
(CAPS), Consultórios de Rua, os Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS) e outros serviços
dentro da rede temática de coordenação do cuidado, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)
(BRASIL, 2011).

A RAPS foi instituída em 2011 através da Portaria n. 3088 do Ministério da Saúde, e


possui como finalidade:

A criação, ampliação e articulação dos pontos de atenção à saúde para pessoas em


sofrimento mental ou transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de

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crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL,
2011).

Essa rede está articulada nas sete frentes do cuidado em saúde mental: na atenção básica
em saúde, atenção psicossocial especializada, atenção de urgência e emergência, atenção
residencial de caráter transitório, atenção hospitalar, estratégias de desinstitucionalização e
reabilitação psicossocial (BRASIL, 2011). A rede engloba vários âmbitos da saúde da pessoa
em sofrimento psíquico e estabelece diretrizes de atendimento e acesso em todos os níveis de
atenção, entre eles o nível primário, que possui a AB como principal componente.

A Atenção Básica, como coordenadora do cuidado, ordenadora das ações, porta de


entrada e centro de comunicação das Redes de Atenção à Saúde (RAS) (BRASIL, 2017), está
inserida também dentro da RAPS e serve para instaurar práticas que visem a promoção e
prevenção em saúde no âmbito coletivo e individual, servindo como o principal ponto de apoio
para os usuários com atenção integral (BRASIL, 2011). Sendo assim, a criação de diferentes
maneiras de produzir saúde que se afastem do modelo hospitalocêntrico se fazem necessárias
para atingir esses objetivos traçados pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e pela
RAPS.

Essa forma alternativa é vista como oportunidade de trabalho que, com base no lugar da
Atenção Básica (AB) na RAPS, propõe uma estratégia de enfrentamento às condições de saúde
mental dentro do contexto da AB. Com vistas de que o ambiente da AB possibilita uma maior
vinculação entre os profissionais e os usuários, e o conhecimento do território (preceito da AB),
é possível que ações diretivas nas demandas da comunidade sejam construídas, se mostrando
então como um terreno fértil para ações em saúde mental, com caráter equânime e universal
para a população.

Porém, dentre os públicos assistidos pelo SUS, está o público adolescente, que nem
sempre se encontra como foco das ações propostas. Esse fato se deu de forma histórica no
Brasil, trazido de um passado em que a faixa etária infanto-juvenil não estava num patamar que
garantia direitos, sendo esses conquistados após assinaturas das Declarações dos Direitos
Humanos e Declaração dos Direitos da Criança, e posteriormente, com a criação do Estatuto da
Criança e do Adolescente em 1990 (BRASIL, 2014).

Após a inserção da criança e do adolescente no espectro de direitos, foi possível


transformar esse público numa parte integrante da sociedade, sendo vistas as suas necessidades
próprias, e a inevitabilidade de ações voltadas exclusivamente para esse público. Dessa forma,

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produzindo modos de intervenção contrárias ao que se vinha construindo historicamente - que
era a partir da institucionalização do público infanto-juvenil - e trazendo então uma visão de
cidadania com direito à convivência com a família e sociedade (TAÑO, MATSUKURA, 2015),
trazendo autonomia e singularidade para o sujeito.

No que tange a saúde mental, na criação da RAPS foram concebidas seis modalidades
de CAPS, dentre elas o CAPS I, que atende crianças e adolescentes com transtornos mentais
graves e persistentes e os que fazem uso de crack, álcool e outras drogas, e a Unidade de
Acolhimento Infanto-Juvenil, serviço de cuidado em ambiente residencial para aqueles que
possuam acentuada vulnerabilidade social e/ou familiar (BRASIL, 2011). Porém estes são os
pontos em que o documento de criação da RAPS cita e inclui o público infanto-juvenil em suas
diretrizes e ações, necessitando assim de outros modos de atenção a esse público.

Assim, para o desenvolvimento dos preceitos do cuidado em saúde mental com o


público infanto-juvenil, é necessária a construção de um espaço de acolhimento e valorização
do indivíduo dentro dos diversos ambientes da sociedade, dentre eles a atenção básica, uma vez
que essa instância corrobora com os princípios de convívio com a comunidade e promoção da
vida e da saúde.

Por isso, foi pensada a criação e desenvolvimento de um grupo de cuidado em saúde


mental voltado para adolescentes, a partir de metodologias participativas e Práticas Integrativas
e Complementares (PICs) que promovem a autonomia, singularidade, interação e outros
aspectos dos participantes. Práticas como a arteterapia, terapia comunitária, tenda do conto e o
círculo de cultura trazem esses aspectos inseridos em suas práticas, possibilitando um momento
coletivo de valorização e empoderamento dos sujeitos.

As PIC’s possuem princípios em consonância com a Educação Popular de Paulo Freire


e dos preceitos da Psicologia Social Comunitária, a partir da inserção do indivíduo como sujeito
participante do seu processo de emancipação, seja social, seja em relação à sua própria saúde.
Dessa forma, trazendo um processo de fazer modos próprios de viver a saúde a partir da
valorização dos saberes e as potencialidades do sujeito (NASCIMENTO; OLIVEIRA, 2017).

Foi visto na literatura a escassez de estudos acerca da temática da saúde mental e


adolescentes, e a ausência de trabalhos que tragam essa temática atrelada às PIC’s e/ou
metodologias participativas (ASSIS, AVANCI e SERPELONI, 2020). Os autores ainda
apontam o aumento do número de trabalhos acerca da adolescência nos últimos 25 anos,

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entretanto se notou uma necessidade de superar as questões da doença e trazer ações que
produzam acolhimento, escuta e vínculos para assim, promover a integralidade do cuidado.

Portanto, o objetivo foi desenvolver uma forma alternativa de trabalho no cuidado em


saúde mental no âmbito da atenção básica, inserir o público adolescente dentro das ações da
Unidade Básica de Saúde (UBS), promover o cuidado em saúde mental ao público adolescente
e agregar metodologias participativas no processo da assistência, desse modo, fortalecendo a
atenção básica.

ASPECTOS METODOLÓGICOS

O artigo em questão trata de um relato da experiência obtido a partir do processo de


implementação de um grupo de promoção à saúde mental realizado no espaço da UBS Valdete
Minervino, no bairro Walfredo Gurgel na cidade de Caicó-RN, fruto de uma parceria entre
equipe de saúde da unidade e o Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica
(PRMAB). O período utilizado como base para o desenvolvimento do artigo foi de agosto a
dezembro de 2019.

O grupo, que era conduzido por psicóloga residente e outros membros do programa de
residência (a depender da disponibilidade), contava com a participação de três adolescentes,
que foram selecionados a partir de critérios estabelecidos inicialmente em reunião de
matriciamento, busca ativa em prontuários, e posteriormente em acolhimento realizado por
psicóloga e membros da equipe multiprofissional. Os critérios de inclusão no grupo eram: ser
adolescente entre 12 e 18 anos – idade estabelecida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) (BRASIL, 1990) como adolescência – estar com sofrimento mental relacionado às
condições psicossociais, ser autorizado pelos pais ou responsáveis a participar dos encontros.
O critério de exclusão foi comorbidade com outras queixas e/ou diagnósticos psiquiátricos e/ou
psicológicos.

A escolha por adolescentes com queixas de sofrimento mental relacionado a questões


psicossociais se deu devido ao fato dessas queixas se caracterizarem como a maioria das
demandas relacionadas à saúde mental em adolescentes encontradas no território da UBS em
que o grupo foi implementado. Queixas de sofrimento mental em decorrência de contextos
psicossociais representaram a maioria das demandas em saúde mental de adolescentes que
procuraram a UBS em busca de atendimento no período de março de 2019 a agosto de 2019,

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período em que a quarta turma da residência multiprofissional iniciou a vivência na UBS até a
criação do grupo.

O bairro Walfredo Gurgel, território onde está inserida a UBS Valdete Minervino, se
caracteriza como um local de vulnerabilidade social e de grande demanda psicossocial –
características observadas a partir da vivência durante o curso da residência na área adscrita
pela UBS. Desse modo, com base em solicitações da equipe de saúde da unidade, se fez
importante o desenvolvimento de um trabalho voltado para o fator psicossocial, mais
especificamente visando a necessidade de atendimento à população adolescente com questões
em saúde mental. Assim, a equipe multiprofissional de residentes propôs à equipe a
implementação de um grupo com adolescentes que tivesse como objetivo a inserção de um
espaço de cuidado em saúde mental para esse público, fortalecimento da saúde mental na
Atenção Básica, bem como o desenvolvimento de metodologias participativas para promoção
ao cuidado em saúde mental.

DESCRIÇÃO DO PROCESSO E DAS ATIVIDADES

Para que o desenvolvimento do grupo de promoção à saúde mental fosse possível, foi
necessária a construção de um caminho metodológico que possibilitasse a inserção de diferentes
aspectos dos participantes nos encontros a serem realizados, aspectos esses como a
subjetividade, questões psicossociais, bem como questões psicossomáticas.

Por isso, foi pensado juntamente com a equipe de saúde da UBS e equipe da PRMAB
atuantes na Unidade, formas de trabalho em saúde mental que proporcionasse uma abordagem
grupal dos aspectos acima citados. Desse modo, chegou-se à perspectiva das PICs e de
metodologias participativas que trouxessem a centralização do usuário como um norte para os
encontros, fazendo assim com que o sujeito fosse o direcionador do seu próprio processo de
saúde, a partir das suas próprias vivências.

Chegou-se assim ao total de oito momentos, sendo dois encontros com a equipe de saúde
da UBS Valdete Minervino, cinco encontros com os adolescentes e um com os pais e/ou
responsáveis. Encontros esses norteados por práticas integrativas e complementares e
metodologias participativas com diferentes propósitos, sendo essas: Tenda do conto,
Arteterapia, Biodança e Teatro do Oprimido. Além de orientações metodológicas como
Matriciamento e Acolhimento, e uma reunião para acompanhamento dos pais.

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Reunião de matriciamento

Esse momento com as equipes de saúde da UBS Valdete Minervino e do PRMAB foi o
ponto de partida para o desenvolvimento do grupo de promoção à saúde que foi proposto. Nessa
reunião foi levantada pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) a necessidade de prestar
atenção aos adolescentes, residentes na área adscrita da UBS, que estavam em sofrimento
psíquico devido questões psicossociais.

Assim, foi pensada a criação do grupo e discutido como poderia ser viável a atenção aos
adolescentes em questão. Foram levantadas diversas formas de atendimento, como a
psicoterapia em moldes tradicionais, porém a construção de uma forma de trabalho diferenciada
em saúde mental dentro da atenção básica foi sugerida para que vários usuários pudessem ter
sua demanda atendida de uma forma mais dinâmica e atrativa.

Os ACSs trouxeram para a equipe casos de adolescentes que poderiam ser atendidos
nessa proposta, e a partir da discussão foi levantada a possibilidade de uma busca ativa nos
prontuários para levantamento do histórico de saúde desses sujeitos, para que assim, pudesse
ser feita uma triagem inicial daqueles que poderiam se encaixar nos critérios de inclusão
colocados.

Busca ativa em prontuários

O prontuário é um instrumento utilizado principalmente na área da saúde como um


documento norteador acerca do histórico do sujeito. Ele é composto por documentos de diversas
fontes que ordenados servem para o registro de procedimentos, ações, práticas e cuidados
profissionais ao sujeito (THOFEHRN; LIMA, 2006). Assim sendo, o seu uso pode trazer um
conhecimento maior acerca do sujeito e do seu percurso terapêutico, podendo então o
profissional oferecer cuidados objetivos e personalizados à necessidade de cada indivíduo,
levando em consideração a sua história, tratamentos já utilizados e atenções já prestadas.

Por isso, foi pensada uma busca ativa nos prontuários daqueles usuários mencionados
na reunião de matriciamento anteriormente realizada para que houvesse uma maior apropriação
de cada caso e então vista uma forma adequada de lidar com cada queixa apresentada.

Foram lidos, na íntegra, os prontuários de todos os usuários levantados, e foram vistas


as evoluções realizadas em cada procedimento, consulta e atendimento que o usuário teve na
UBS. Alguns prontuários de usuários não possuíam qualquer tipo de menção a questões

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psicossociais, outros traziam o caso como já solucionado há certo tempo, porém, foi visto em
outros casos que as anotações dos profissionais eram feitas de forma a deixar “espaços em
branco” na história do sujeito, relatando muitas vezes questões relativas a cada profissão, como
por exemplo: o médico se atém a questões biológicas, já enfermeira a questões da saúde da
mulher, trazendo raramente pontos relativos à questões psicossociais, o que corrobora com o
estudo trazido por Mesquita e Deslandes (2010).

Dito isso, observou-se que a dimensão biopsicossocial não foi contemplada nos
atendimentos realizados até então com os sujeitos na UBS, necessitando então de um olhar um
pouco mais diretivo, com vistas a questões ainda não trabalhadas, mas que precisam de atenção.
Por isso foram pensadas sessões de acolhimento que pudessem explanar melhor cada caso e
assim poder inserir nos encontros aqueles que se encaixavam nos critérios de inclusão
estabelecidos.

Sessões de acolhimento

Para que houvesse um contato inicial com aqueles que poderiam fazer parte dos
encontros do grupo, assim como também ser uma forma de triagem, foram propostos encontros
multiprofissionais com psicóloga e assistente social para que fossem acolhidas as demandas
dos adolescentes e entendidas as questões referentes ao seu histórico de saúde. O acolhimento
é descrito pelo HumanizaSUS (BRASIL, 2010) como um processo construído pelo
trabalhador/equipe e usuário a afim de realizar uma escuta qualificada que ordene o cuidado,
analise a demanda e traga a garantia de uma atenção integral ao sujeito.

Os encontros foram marcados pelos ACSs responsáveis pelas famílias e aconteceram


em quatro dias, com dois usuários marcados em cada dia. Dos oito adolescentes convidados,
apenas quatro compareceram acompanhados de seus responsáveis, foram atendidos
individualmente e apenas três se encaixavam de fato nos critérios de inclusão.

Nesses momentos foram percebidos pontos não relatados em prontuário, como relações
sociais, pensamentos, percepções dos usuários, bem como foi tido o entendimento daquilo que
já fora registrado por outros profissionais que prestaram atendimento aos usuários. Sendo
assim, foi possível estabelecer uma coesão entre os participantes, a partir das suas demandas e
queixas, voltada para as questões psicossociais e foi marcado o primeiro encontro com os três
adolescentes que se encaixaram nos critérios.

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Tenda do Conto

Para o primeiro encontro, foi pensada a Tenda do Conto, metodologia criada por Maria
Jacqueline Abrantes Gadelha durante sua experiência na rede de Atenção Básica na cidade de
Natal/RN. Essa metodologia participativa traz a possibilidade da construção de narrativas
coletivas que dão sentido a vivências cotidianas e assim proporcionam um campo rico para
“análise das partes discursivas dos atores envolvidos”, a partir de histórias acerca das questões
psicossociais do cotidiano levantadas durante o encontro (FELIX-SILVA et al, 2014).

A Tenda do Conto se caracteriza como um encontro no qual, de maneira anteriormente


combinada, os participantes levam objetos que de alguma forma façam parte de sua história,
possuam afetos e tragam lembranças para si. Durante o encontro, são relatadas histórias a partir
desse objeto, histórias essas que acabam por se entrelaçar e construir uma narrativa coletiva que
produz um significado para o grupo. E assim, possibilitando uma coesão grupal, na qual os
participantes se veem como integrantes de um mesmo círculo social que possui elementos em
comum, criando então vínculos.

Os elementos em comum percebidos nos participantes foram relações de poder na


família (trazendo uma relação repressora com os adolescentes), ansiedade social e inseguranças
pessoais relativas ao corpo, comportamento. Esses elementos foram percebidos durante as
sessões de acolhimento com cada um dos participantes, e se fizeram presentes também durante
o momento da tenda do conto, assim como no restante dos encontros.

Durante o encontro, foi possível perceber a identificação dos participantes ao serem


proferidas falas como “ah, eu já fiz isso”, “também passei por isso” e “queria fazer isso”.
Chegando então ao objetivo desse primeiro encontro: a coesão grupal e a troca inicial de
experiências.

Arteterapia

A arteterapia se configura como uma metodologia que busca na expressão na arte


elementos que proporcionem intervenções, promoção da saúde e qualidade de vida (REIS,
2014). Diversas formas de arte proporcionam a expressão do sujeito, como dança, pintura,
música, dentre outras, e trazem para o sujeito uma alternativa de projetar vivências, sentimentos
e emoções de maneiras que talvez outras metodologias não propiciassem.

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Desse modo, a escolha da arteterapia como metodologia desse encontro foi a partir da
necessidade de aprofundar um pouco na subjetividade de cada participante. A pintura e desenho
foram escolhidos nesse momento, e então foi orientado que cada participante produzisse algo
que representasse sentimentos como a alegria, tristeza, raiva e medo. Esses sentimentos foram
trazidos para essa atividade para que expressassem vivências relacionadas a esses sentimentos
e assim, tentar elaborar essas vivências.

Os participantes relataram dificuldade ao transferir os sentimentos para o papel, que


sabiam o que queriam desenhar, mas não sabiam como. Ao final todos conseguiram produzir
algo e falar um pouco sobre o processo de produção e sobre a vivência em si. Foram relatadas
questões familiares e pessoais, que se assemelhavam entre si.

Foi realizada uma intervenção, prevista na arteterapia, a respeito das falas e produções,
de modo a assimilar aquilo que foi relatado. Os participantes se mostraram mais “leves” ao final
do encontro, como se tivessem “liberado um peso” de si. Essas percepções foram possíveis pois
os participantes puderam conhecer e ter contato com sua história e foram sujeitos ativos do
processo ao se apropriarem de suas vivências, assim como descrito por Coqueiro, Vieira e
Freitas (2010).

Reunião com os pais e/ou responsáveis

Tomando como base a dimensão psicossocial no contexto da saúde mental, sua


importância no processo de promoção à saúde, foi realizada uma reunião com pais e/ou
responsáveis pelos adolescentes como forma de discutir acerca da importância do cuidado em
saúde mental e de como a família pode ser importante para o enfrentamento de um sofrimento
psíquico.

Dimenstein, Sales, Galvão e Severo (2010) trazem em seu estudo a característica


histórica que a saúde mental possui, que é um modelo manicomial, hospitalocêntrico, ancorado
no binômio saúde-doença e que tem em vistas o sofrimento com base orgânica. Por isso, para
que haja uma outra forma de atenção, deve-se ter em vista a construção de um cuidado que
busque a consideração e inserção da dimensão social, de contexto de vida e relações sociais.

Sendo assim, na reunião realizada, os pais e responsáveis puderam trazer um pouco


daquilo que observam e trazem do cotidiano de relação com os adolescentes, e assim como foi
realizada a escuta qualificada, foi feita uma psicoeducação acerca do sofrimento psíquico e suas
relações com o social.

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Os pais e responsáveis relataram não ter conhecimento acerca do que significava, no
que poderia acarretar e como se originava um sofrimento psíquico. Houve vários relatos acerca
do comportamento dos adolescentes dentro do contexto doméstico, assim como foi relatado
sentimento de impotência acerca do sofrimento dos adolescentes.

A partir da psicoeducação, foi notado um melhor entendimento acerca das questões


abordadas e relatadas vontades de se inserir melhor no cuidado em saúde mental dos
adolescentes, como forma de apoio ao enfrentamento dos sofrimentos. Trazendo então uma
visão de corresponsabilização da família no processo de cuidado em saúde mental, apontada
por Dimenstein, Sales, Galvão e Severo (2010) como necessária para esse contexto.

Biodança

Levando em consideração a díade mente e corpo, uma visão ampliada do conceito


saúde-doença e a inserção das práticas corporais no contexto da Atenção Básica, foi elaborado
um encontro juntamente com a fisioterapeuta residente que buscasse uma dimensão
interdisciplinar no cuidado.

A biodança traz como princípios a expressão das potencialidades humanas com vistas
ao seu desenvolvimento, com vivências integradoras a partir da música e dos movimentos
(TORO, 1991, apud ALENCAR, MENDES, JORGE e RODRIGUES, 2006). Desse modo foi
criado um momento que os participantes pudessem se expressar livremente através de
movimentos corporais, guiados apenas pelo som de uma música relaxante, numa sala ampla,
vazia e à meia luz. Inicialmente foi orientado que eles pudessem deixar fluir o que sentiam com
a música através do corpo e que ficassem livres para sentir e fazer o que tivessem vontade.

Foi possível perceber um início tímido dos participantes, com vergonha de se expressar,
de soltar o corpo. Até que as condutoras da dança (psicóloga e assistente social residentes)
entraram na dança, se expressando também, e os participantes foram se soltando, vendo que ali
era um lugar seguro e sem julgamento. Assim, os adolescentes começaram a fazer movimentos
próprios, fechar os olhos e se embalar ao som da música.

Ao final, foi pedido que os participantes fizessem seus relatos acerca da experiência.
Com isso, notou-se o relaxamento e uma postura menos tímida e um pouco mais desinibida,
vista através dos movimentos mais soltos e de uma visível despreocupação em relação a
presentes na sala, uma vez que se mostravam “desconectados” da sala e vivenciando um
momento próprio de si, através do movimento do corpo embalado pela música.

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Tais relatos se fazem consoantes com o que Schreiber (2019) traz em seu estudo,
mostrando potencialidade no acompanhamento de pessoas em sofrimento psíquico:

(…) percebemos que o movimento permite-nos sentirmos mais livres para fazermos
as nossas danças da maneira que desejarmos, ela nos traz força, alegria, vibrações
positivas, estar em conexão com o próprio corpo desperta sentimentos bons, tanto com
o movimento, como com o relaxamento do corpo.

Teatro do Oprimido – cinema comentado

O Teatro do Oprimido foi tido como metodologia do último encontro como forma de
expressar e assimilar alguns sentimentos já emergentes em outros encontros, como a submissão
devido a algumas relações de poder.

Tal metodologia se faz necessária por causa de sua “busca pela transformação da
sociedade, no sentido de libertação dos oprimidos” (BOAL, 2014). Através de elementos
teatrais, trabalha as relações de poder inerentes à sociedade e busca a reflexão, debate e
transformação.

Desse modo, foi realizada anteriormente exibição de um curta metragem chamado


“Zero”, que trata sobre preconceito, bullying e outras formas de opressão tidas na sociedade a
partir da diferenciação do sujeito. O curta foi trazido como forma de iniciar o debate acerca
dessa temática, e assim disparar a reflexão para o teatro.

Foi orientado que cada participante criasse sua “situação problema” acerca da opressão
que sentia, e com a presença de todos os participantes, psicóloga e assistente social residentes,
foram criadas cenas que partiam do problema até a solução. Cada participante ficou livre para
ir moldando a situação como quisesse, indo de encontro com a técnica de Teatro Fórum descrita
por Augusto Boal (2014), criador do Teatro do Oprimido.

Dessa forma, foi percebido que os participantes puderam ir refletindo acerca do modo
com o qual poderiam lidar com determinadas situações que traziam conflito, opressão e
sentimento de impotência. Os participantes se viram no problema do outro e puderam ajudar a
“solucioná-lo”, trabalhando a empatia e a resiliência, fazendo aquele que inicialmente
“montou” o problema pudesse ter uma orientação sobre como reagir.

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CONCLUSÃO

Com base na discussão trazida nesse trabalho e na visão obtida a partir da prática
profissional dentro do contexto da Atenção Básica, observou-se que a saúde mental vem
caminhando para a construção de uma práxis que traz em sua essência os ideais de uma clínica
ampliada, com a integralidade da saúde e novas formas de trabalho para alcançar esse objetivo.

Porém, os estudos acerca da temática ainda se encontram incipientes, uma vez que
determinados grupos da sociedade, como os adolescentes, ainda se encontram de certa forma
esquecidos como público-alvo. Sendo primordial então um maior fortalecimento das práticas e
dos estudos acerca de grupos que não são comumente integrados aos cuidados em saúde,
levando em consideração suas especificidades e necessidades.

Por meio dessa experiência com os adolescentes, foi possível verificar a possibilidade
de se ampliar o cuidado, voltado para a saúde mental. Destacou-se a importância da inserção
de Práticas Integrativas e Complementares e metodologias participativas para que os sujeitos
possam ser ativos no seu processo de cuidado em saúde. Práticas essas que podem fortalecer a
promoção da saúde mental dentro da Atenção Básica, uma vez que essa possibilita maior
vínculo com os usuários.

Entretanto, para o fortalecimento dessas práticas dentro da Rede de Atenção


Psicossocial, assim como da saúde em geral, é necessário promover a interdisciplinaridade,
inserção de outras categorias profissionais, capacitação dos profissionais acerca das PIC’s e
metodologias ativas, para assim possibilitar um cuidado integral ao usuário, ou seja, maior
investimento nas práticas de saúde. Assim como inserir diferentes públicos na assistência à
saúde, como os adolescentes, para que assim a saúde possa ser universal, uma saúde para todos.

Para que dessa forma, outras experiências possam surgir e dar palco para diferentes
estudos que corroborem com a ideia de uma saúde mental que traga formas alternativas de
cuidado, promovendo o sujeito e esquivando-se da institucionalização e medicalização
historicamente utilizadas, oportunizando a criação de novas políticas públicas nesse tema e
valorização do trabalho em saúde mental.

Sendo assim, recomenda-se também um maior aprofundamento no tema, a partir de uma


pesquisa qualitativa que investigue também a perspectiva dos usuários nessa questão,
percebendo também a repercussão das ações na saúde mental dos participantes.

17
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